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Ano II

A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

A Textura desse Abismo chamado Consciência

Ano II

www.texturadoabismo.blogspot.com.br

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Introdução: A Consciência desse Abismo de Texturas

“A imaginação não é um estado:


é a própria Existência Humana”
William Blake

A textura desse abismo chamado consciência é uma busca, um exercício, um esforço em


alcançar a tessitura da própria realidade que se espelha na criação poética emanada do âmago
do poeta.

A força por detrás desses três conceitos é mais do que energia, é uma pulsão motriz:

TEXTURA ABISMO CONSCIÊNCIA

Textura - tecer - tear - tecido - trama - texto...

Abismo - abertura - precipício - principio - possibilidade - liberdade...

Consciência - conhecer - conceber - auto-reflexão...

A textura é o tecido urdido à partir da roca de nada e precipícios inauditos ao a consciência


destemida se lança em sua continua busca pela liberdade, pelas possibilidades de expressão,
pela sua instalação enquanto algo palpável, e quiçá perpétuo, no mundo, em forma de fenômeno
textual, em forma de idéia, em forma de uma beleza que expresse à consciência pessoal.

O abismo pode conter tudo, nele o vão se arroga como aberto do mundo, devorador de
horizontes, profundeza composta por paredões que ao invés de reprimir dá o sentido de
inescrutabilidade maior, dá o sentido de grandeza que abarca, o abismo é pois como um Titã
que em constante ação para realizar sua impassiva intenção, como si revelando-se igual à
consciência desvela também a grandiosidade do espírito do artista e o pacto que este tem com a
própria poesia.

O poeta então, este pactuado com o a língua, este sedutor que usa como arma o imagético
condensado, o qual extrai de dentro de si (pois dentro de si há o enorme aberto onde pode
passar, abrigar e conter tudo).

A consciência seria a memória, seria o relicário repositório da existência, o ser-aí, o espírito


em constante convulsão enquanto queda até o fundo do abismo ou sobre este paira, emanando a
trama de sua essência e existencialidade: realização & imaginação!

Fia a consciência/abismo o tecido dos sentimentos, a enorme fazenda multicolorida que há de


ir cobrindo, agasalhando, servindo de véu e bandagem para todos os desdobramentos do poeta
enquanto ‘porta voz’ de si mesmo e da tempestade aberta sobre o mundo: ele mesmo, o poeta, a
consciência no fundo desse abismo de textura...

Desde tudo isso... para mim, o poeta, muitas coisas estão se revelando através de um
processo sincronia e distonia!
emt.

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Ano II
2009 e.v.

Além de tudo, é preciso sonhar!

-Citação no abismo:

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento,


mas ninguém diz violentas as margens que o oprime.”
(Brecht)

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Reflexões Ayahuaski (1)

Um sabor ayahuaski

o gosto do próprio Universo

de chão & fogo & sangue & verde

Tomado no sagrado salão de toda união

onde também vive

o espírito das florestas

Dissolvendo a mente

e separando as camadas

da consciência pessoal

No Abismo Yagé

era eu, outro e mais algo

estranhamente conhecidos

E a pequena morte vai ingerida

nutrindo alma & corpo

no êxtase dissoluto de tempo & espaço

Devore Oroboros, tu mesmo

secrete Oroboros, todos nós

Iluminaska!

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Oração para tempos improváveis em dor

Ah! Consciência, voragem...


Dá-nos paz no sono, pelo menos nessa hora frágil...
Oh! Grande Cobrador dos Carmas Irreversíveis!
Que vele por nós a necessidade do esquecimento,
Do último consolo... a esperança de morrer dormindo,
Carregue-nos apenas as asas da melancolia,
E essa profissão de desesperar... improvável demência final.
Protosarkia!

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

UNIÃO
não é prisão.
UNIÃO
é Perdão!
-Lições que eu aprendi da voz dos mestres:
-Enxergar além da carne, a Burracheira!
(a chave da cela – nossa ignorante escravidão).

Unir não é prender – é antes Aprender.


Unir não é limitar – bem antes, Ilimitar.

E na Chamada entendi
Como sair da prisão,
Esse jogo de ilusões;
UNIÃO é COMUNHÃO!
(e comungamos juntos o Vegetal, do Verde da Felicidade
do Dourado das Realizações e Vitórias).
Unir é Comungar,
UNIÃO é COMUNHÃO.

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Uma resposta
um poema
de confusão & loucura
Minha essência
cravada na pele
caos & vácuo
consciência & abismo
Pulsando no cérebro cansado
dormente na mente doente
A autenticidade é uma explosão
uma textura de agonia & liberdade
uma exclusão das ninharias
-deixe-me exaurir...!!!!!

Querendo um resposta à esse apelo do vazio


Vasculho todo abismo em sua nadisse
Insana tolices
De cada ato no ato – atuar & aturar
Saturado, maturar
saltando no vão das escolhas vãs
colhendo, dando algum sentido
à toda essa frustração!!!
Que não me pede
mas comanda
impele na pele a textura dessa carnificina
-onde estou eu nessa tempestade?????

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

ReCaos*

Sempre o retorno eterno do eterno retorno.

O Caos Nunca Morre!

(*ReCaos é um vídeo disponível no blog)

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Você é a segunda coisa... fato, evento, encontro...


mais importante que aconteceu em minha vida, de três...
A primeira foi existir, a terceira... ainda não aconteceu!

Lembranças que disparam o coração


Uma visão de outrora, crua & nua
ontem eu te vi na rua
ontem passei pelo seu corpo novamente
Como passa um fantasma
Ignorando o depois do despertar do antes
eu sei, eu sei que sempre te carrego
sei que aprendi a amar contigo
Levando sempre o que trago aprisionado
Escravo que sou de suas cores & perfume
passei por ti, nunca passei por ti
e somos cegos do que passou
Negando nossos erros de Eros
Esquecidos dos deuses adeuses em forma de beijos
ontem te vi e você não me viu
então... adeus!
eterno retorno
então... hoje te vi e você me viu
olá! olá! Adeus mais uma vez...

Uberlândia, 28 & 29 de Maio de 2009.

(para Lucilene C.)

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

“O Armazém das Recordações com as Portas Sempre Abertas”

Nessa tarde aleatória


tudo que me aturde
Atordoa a estética dos loucos
sua arte alheia...
Pensamentos & recordações
fluídos do gracejo dos pássaros
e do ranger dos galhos das árvores
Farfalhar de folhas
aéreas & terrestres
Amém!

À sombra deste grande leque


Deste emaranhado
bordado de seiva & relva
necrópole de insetos
O sono dos justos me adormece
Abrindo os olhos para a porta
do “Armazém das Recordações” com
suas “portas sempre abertas”

Onde piso, calçadas de areia


& forro de poeira sem cheiro
Onde piso, o chão passeio
seco de pegadas esquecidas
Que passaram como as épocas
Agora leito desleixado
de seixos remoídos
& sevados para a venda, já comprados

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Ao redor do Armazém porém


Crescem, já acrescidas
todas essas árvores
Sombras das copas, coroa de folhas
raízes do céu
o qual não nos deixa entrevê-lo
Melhor assim!

Troncos erráticos
eretos ou desviados de sua linha
Que esmaecem brocados
ao prumo do limo que impregna
E sulcos nas cascas
flor da pele ignorada
pelos que passam com olhares baixos

Tais troncos
enraizados no “outrora caos nu do chão”
Agora abrigam deste tudo verde
Que não é nem sim nem não
dos lamentos que então lhe sobem
Mas apenas sentinelas
dos lugares das mesmas sombras
À porta do Armazém

E por mais que se cravem


o desgosto do novo nas cercanias
E o circo dos jovens & comércio
& a fonte do mau gosto
O velho Armazém persiste
guardado por almas anciãs
Idosos corpos de matéria
cheia de brindes & lendas

O que acontece em volta é a luta


o adoecimento da ocupação dos espaços
Renegando ao passado
arrombando os tempos
O insano giro da Roda da Vida
Colméia de favos
cheios de cobranças
& necessidade de instar

Mesmo assim
o Armazém prospera em permanência
Encrave cheio no ontem
como árvores ermas
& suas sombras perenes

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Lápide de uma idéia


que outrora era novo
E agora se lapida contra os novos
que arrogam a invasão
de sua vizinhança

Há de um dia, ou noite,
suas portas fecharem
Como fecha o ângulo
no prumo de qualquer torpor
Sem elegância ou charme
ignorâncias da novidade
Mas há de fechar
levando consigo, na sua ausência
as recordações de um mundo inteiro
que também se foi

Mas ainda ficará


no compasso desta mesma linha
As árvores & suas sombras
Contando em seu frescor
um dito de um tempo
onde ali sempre abertas
as portas
do Armazém das recordações
Deixava entrar & sair
sair & entrar
todo o nosso vendaval calmo
de reminiscências
lembranças de nada
Matéria orgânica de sonhos
que vez ou outra
nos inquieta & acolhe
simples...
atemporal...
destoando...

Uberlândia, 03/06/09 – 15:00h. – Pç. Ladário Teixeira

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

A Minha Doutrina...

A minha doutrina...
...é como um oceano ayahuaski...

Vomitando cadáveres
à superfície plena
Assim vamos nós
que também bebemos
do que se aprofunda & afronta a realidade
E sorvemos esse cálice
de fogo liquido
que nos dissolve por completo...

Devolvendo o imprestável
já digerido & gasto
remoídas idéias ultrapassadas & pensamentos abandonáveis
Vamos mergulhando mais
no tudo & no nada
Não faz diferença nenhuma
o que fomos ontem
do que somos hoje
É apenas uma nova atitude...

Expelindo esses náufragos ao inverso


Expedimos em querências desconhecidas
o fortalecimento desses desejos & desprezos irreconciliáveis
Na totalidade de nossa nulidade
enfim quedar & aprender & esquecer
das ilusões de medos & coragens
Das apreciações de formas & vazios
do corpo das manhãs que um dia serão esquecidas...

É porque só no fim
entenderemos o „porquê‟...
E só no fim
seremos também completos...
E só na paz da morte
que encontraremos paz da vida...
E só na morte
seremos serenos...
Na total perda
de corpos & almas & doutrinas...
Oceano...

...mahapralaya...

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

~~~ Dominaurga ~~~

Existe
fora de controle
Algo de negro
algo como o nada
Existe
fora do alcance
Uma sapiência maior
uma verdade real, uma sombra, um rito
De onde não se ouve preces
nem se emanam milagres
Onde almas se tornam pó
o pó fino da mais intensa cegueira.

Existe uma Deusa


além de todos os deuses
Crematória alma, espiritus favilla
devassidão das vastidões siderais
Aguarda agitada & quieta
suas Yugas chegarem & prostarem
Através do brilho evanescente das estrelas
e dos poentes homens
Que marcam seus Aeons
pela dor da carência de sua Deusa
Que lhes açoitam e pisa
única glória para esses hereges das negações

Existe uma ordem


que reina a partir do Caos
Existe um silêncio

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

que vibra no som dos ossos


Existe algo infinitamente pequeno
que molda tudo
Longe dos olhos
fora dos livros
Sem compreensão
dentro de nós.

(*Foto: Kézzia)

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Alexandria de Torquemada

Não me ajuda a esquecer

o quanto a humanidade é o pior possível

esses afoitos crentes de esperanças verdes

deitados nos leitos das doenças infinitas

Eu sei que para matar essa crença podre e fetida

só a saúde universal

só a nutrição sem limites

mas o que temos é só ganância

Então essa crença prosperar e sempre vai prosperar

pois ela é a crença dos lacaios

ela é a crença dos malditos

ela é a crença da maldição pura e simples

Tudo que fora contra eles

eles queimaram

tudo que foi contra eles

eles ridicularizaram

Agora que templos caem

e crianças são estupradas

agora que negócios espúrios aparecem

e jogadores traiçoeiros louvam

agora que a mentira repetida e repetida e repetida

é a verdade imposta e impostora

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Eu pergunto:

Como será?

O que restou?

Qual é a barbárie?

Onde está o salvador?

Que bela visão

uma cultura, uma civilização

de Torquemadas e Savonarolas

e Calvinos e milhares de Padres e Bispos e pregadores afins

com sua fogueiras diversas

Eu vos digo apenas:

EXISTEM OS QUE NUNCA VÃO ESQUECER!

EXISTEM OS QUE SEMPRE VOS LEMBRARÃO!

E O FOGO QUEIMA A VOCÊS TAMBÉM!!!

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Poeira das esquinas

Na paisagem cada vez mais dissolúvel


onde não encontro eu mesmo
e nem sequer meus companheiros de caminhada
eu... vejo...

Esqueço lembrando do dia e da luz que clareia, queima, cega e alimenta


na quina da lua cresce o fungo que não ameaça na da nem ninguém
eu sou um canal, uma via, a senda
mas eles não me escutam
a surdez é fundamental para o esquecimento...

Ao erguer a estrada
que me leva ao lugar do mistério
traço o caminho de retorno ao tempo
quando pela primeira vez chorei
amei, penei, adormeci e vi
o verde que descama de dentro de mim...

E que não me importe a coerência


o que digo aqui agora é tão misterioso
que quem o ler não lerá
e deixara isto como se deixa mais uma esquina
onde o vento cruza trazendo tudo
não deixando nada...

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Manhã Qualquer

Desde cedo já cai a garoa...


Pouco incomodando os corpos pouco dormidos...
Não diferenciando ontem e hoje...
Somente havendo existido...

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Epopéia I

(0)

Cores cerejas
de desejos lisérgicos
ascendem o lume
de luzes quietas tão inquietantes

Toda luz muda


parece me dizer ser impossível
reencontrar o detalhe novamente

Meu passado!

(1)

Mesmo com toda essa constelação


de miríades de renovação
eu não ganho de volta

Minha juventude!

Sinistra destreza em consecução


não são fortes o bastante
para serem de novo

(2)

Só tenho o agora
e ele é mais forte
por ser a soma de ontem
com a inexperança de amanhã
porque quase iguais

Meu presente!

(3)

E masco esse silêncio


de ayahuasca & serenidade
me imiscuo em sendas
de uma particular consciência
onde atinjo todos os tempos
compressos em um instante;
Só aí percebo então
o nexo que confluo

Um futuro!

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Retrospectiva 2009

Por mais de todo o sentido que nos faça, ainda só dentro de mim o significado dessas
relvas que umedecem as folhas do caminho, o que há de vir...

Visões alquímicas que pululam em minha janela, almejam o defeito de parecerem


aquilo que não são, mas são algo mais, só assim projetam seus significados ocultos à
intuição...

Por onde as feras dormem e se acalmam no colo dos mansos, violentos portadores das
tempestades que estão em curso de destruir este mundo...

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Kalkii observa o grilo, e observada pelo grilo galga uma brincadeira felina...

- 22 -
A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Em um recôndito, cozemos o caldo da terra e do ar e do fogo e da água, transformando-


o em expansão... Salve a Jóia na Flor-de-Lótus quando mergulhando em oceanos
ayahuaskis...

A natureza, e suas belezas, simplesmente um descanso da turbulência...

Deixe o mundo adormecer, deixe as coisas paralisarem, e a natureza em forma de cipó


tomará seu lugar nas alturas das ferragens dos homens...

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

Nós já sabemos... 2010, a tempestade está chegando, cada segundo mais próxima, de
vocês e de mim!

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A Textura desse Abismo chamado Consciência – Ano I I e.m.tronconi

-Fundo Memorial do Abismo:

* “Retrospectiva 2009 postado em 31/12/2009.


* “Epopéia I” postado em 07/12/2009.
* “Manhã Qualquer” postado em 24/11/2009.
* “Poeira das Esquinas” postado em 21/11/2009.
* “Alexandria de Torquemada” postado em 11/09/2009.
* “Dominaurga” postado em 14/08/2009.
* “Minha doutrina” postado em 01/07/2009.
* “O armazém das recordações com as portas sempre abertas” postado em 06/06/2009.
* “Lembranças que disparam o coração...” postado em 29/05/2009.
* “ReCaos” postado em 13/05/2009.
* “Uma resposta...” postado em 02/05/2009.
* “União...” postado em 09/03/2009.
* “Oração para tempos improváveis em dor” postado em 17/02/2009.
* “Reflexões ayahuaski (1)” postado em 04/02/2009.
* “Além de tudo, é preciso sonhar!” postado em 03/01/2009.

A Textura desse Abismo chamado Consciência ©2010

Todos os textos, fotografias e arte são de autoria de Eduardo Moura Tronconi


Registrado na Fundação Biblioteca Nacional sob Certificado nº 507.040, livro 961, folha 165
exceto * em „Dominaurga‟: arte EMT sobre foto de Kezia

Contato:

emtronconi@hotmail.com

Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

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