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Biologia
DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS - PARTE III

Reino Metazoa

Introdução ............................................................... 3
Critérios de Classificação dos Metazoários ........... 3
Estudo dos Filos
1 - Filo Porifera ou Spongiaria
(Poríferos ou Espongiários) .............................6
2 - Filo Celenterata ou Cnidaria
(Celenterados ou Cnidários) ............................8
3 - Filo Platyhelminthes (Platelmintos) ................ 11
4 - Filo Asquelminthes ou Nemathelminthes
(Asquelmintos ou Nematelmintos) .................18
5 - Filo Mollusca (Moluscos) ...............................22
6 - Filo Annelida (Anelídeos) ...............................25

no Código Penal, Artigo 184, parágrafo 1 e 2, com


empréstimo, troca ou manutenção em depósito sem
autorização do detentor dos direitos autorais é crime previsto
A reprodução por qualquer meio, inteira ou em parte, venda,
exposição à venda, aluguel, aquisição, ocultamento,
7 - Filo Arthropoda (Artrópodes) .........................28
8 - Filo Echinodermata (Equinodermas) ..............30

multa e pena de reclusão de 01 a 04 anos.


9 - Filo Hemichordata (Hemicordados) ...............32
10 - Filo Chordata (Cordados) ..............................32

Origem da Vida

Introdução .............................................................44
1 - Abiogênese e Biogênese ................................44
2 - Hipóteses sobre a Origem da Vida ................45
3 - As Idéias de Oparin ........................................46
4 - Experimento de Miller .....................................47
5 - Experimento de Fox ........................................47
6 - Evolução dos Sistemas Energéticos
dos Seres Vivos ..............................................47

M3
RICARDO LUIZ PRATA PONTES
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Biologia
Evolução

Introdução ......................................................................... 48
1 - Teorias Evolucionistas ................................................ 48
2 - Evidências da Evolução ............................................. 50
3 - Especiação ................................................................ 51
4 - Genética de Populações ............................................ 53

Ecologia

Introdução ......................................................................... 54
1 - Níveis de Organização estudados em Ecologia ......... 54
2 - Conceitos Básicos ..................................................... 55
3 - Cadeia Alimentar........................................................ 56
4 - Pirâmides Ecológicas ................................................ 57
5 - Teia Alimentar ............................................................. 58
6 - Sucessão Ecológica................................................... 58
7 - Ciclos Biogeoquímicos ............................................... 59
8 - Relações Ecológicas ..................................................63
9 - Poluição ......................................................................69

Fisiologia Humana

Introdução .........................................................................70
I - Sistema Circulatório ...................................................70
II - Sistema Respiratório ..................................................72
III - Sistema Excretor ........................................................75
IV - Sistema Digestivo .......................................................77
V - Sistema Nervoso ........................................................79
VI - Sistema Endócrino .....................................................81
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DIVERSIDADE DOS
SERES VIVOS - PARTE III

REINO METAZOA
INTRODUÇÃO
O Reino Metazoa compreende organismos pluricelulares, eucariontes e heterótrofos. A maioria de seus
representantes apresentam tecidos diferenciados que se especializam no desempenho de funções. O
reino Metazoa é dividido nos seguintes filos: Poríferos, Celenterados, Platelmintos, Asquelmintos, Moluscos,
Anelídeos, Artrópodos, Equinodermas, Hemicordados e Cordados. Os diversos filos existentes no reino
Metazoa são agrupados de acordo com determinadas características que passamos a estudar agora e que
denominamos Critérios de Classificação.

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS METAZOÁRIOS

1- Simetria
É a divisão imaginária do corpo de um animal em metades opostas que devem ser simétricas uma à outra.

1.1 - Simetria Radial

Quando divididos por qualquer plano que passe pela boca apresentarão metades simétricas. Como exemplos,
temos os celenterados e os equinodermas adultos.

ORAL

boca

no
pla al
i
r d
a
ABORAL

1.2 - Simetria Bilateral

Só podem ser divididos em duas metades iguais e opostas por


um único plano longitudinal e mediano. Possuem um único plano
de simetria. Como exemplos, temos os Platelmintos,
Asquelmintos, Moluscos, Anelídeos, Artrópodos, larvas de
Equinodermas, Hemicordados e Cordados.

1.3 - Assimetria

Não possuem plano de simetria. Os poríferos são exemplos de animais assimétricos.

2 - Segmentação ou Metamerização
Consiste na repetição de partes do corpo ao longo de sua extensão. Os segmentos que se repetem são
denominados metâmeros e podem ou não ser iguais.

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2.1 - Segmentação Homônoma

É aquela em que os metâmeros são iguais, exceto o


primeiro e o último. Ocorre nos anelídeos.

2.2 - Segmentação Heterônoma

É aquela em que os metâmeros são diferentes e


se agrupam formando diversas regiões. Aparece
nitidamente nos Artrópodos e nos Cordados.

3- Esqueleto
É uma estrutura de sustentação e proteção presente em um grande número de animais. Pode ser externo ou interno.

3.1 - Esqueleto Externo


Chamado exoesqueleto, aparece em moluscos e artrópodos.

3.2 - Esqueleto Interno

Chamado endoesqueleto, aparece em equi-


nodermas e cordados.

4 - Número de Folhetos Embrionários


Na fase embrionária chamada gástrula ocorre a formação dos folhetos embrionários. A gástrula pode
apresentar dois ou três folhetos embrionários. Se a gástrula possui dois folhetos embrionários, o animal é
diblástico ou diploblástico e os folhetos serão ectoderma e endoderma. São diblásticos os poríferos e os
celenterados. Se a gástrula possui três folhetos embrionários, o animal é triblástico ou triploblástico e os folhe-
tos serão ectoderma, mesoderma e endoderma. São triblásticos os Platelmintos, Asquelmintos, Moluscos, Anelídeos
Artrópodos, Equinodermas, Hemicordados e Cordados.

B
A
ectoderma
mesoderma
endoderma

Gástrula de um animal Diblástico Gástrula de uma animal Triblástico

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5 - Presença de Celoma
O celoma verdadeiro é uma cavidade totalmente revestida por mesoderma. Trata-se da futura cavidade geral
do corpo onde estarão contidos os órgãos internos. Os animais triblásticos podem ou não apresentar celoma.
Quanto à presença do celoma, os animais podem ser classificados em:

5.1 - Acelomados
Não apresentam celoma. A cavidade corpórea é preenchida por tecido de origem mesodérmica. Os platelmintos
são animais acelomados.

5.2 - Pseudocelomados
Apresentam um “falso celoma”. Este é delimitado parcialmente por mesoderma e endoderma. Os Asquelmintos
são animais pseudocelomados.

5.3 - Celomados ou Eucelomados


Apresentam um celoma verdadeiro. Os Moluscos, Anelídeos, Artrópodos, Equinodermas, Hemicordados e
Cordados são celomados.

ECTODERMA ECTODERMA

MESODERMA

MESODERMA

CELOMA

ENDODERMA
MESODERMA PSEUDOCELOMA
ECTODERMA
ENDODERMA ENDODERMA

Acelomado Pseudocelomado Celomado


A classificação quanto ao celoma deve ser utilizada apenas para animais triblásticos. No entanto, alguns
autores consideram Poríferos e Celenterados, apesar de serem diblásticos, como sendo animais acelomados.
São conhecidos dois padrões diferentes de formação do mesoderma e do celoma, que são:

a) Formação Esquizocélica
O mesoderma é formado a partir de células endodérmicas que revestem o arquêntero. Ocorre multiplicação
dessas células que posteriormente se organizam formando uma membrana que delimita o celoma. O celoma
assim formado é denominado esquizoceloma e os animais que o possuem são chamados esquizocelomados.
São esquizocelomados os moluscos, anelídeos e artrópodos.

b) Formação Enterocélica

O mesoderma é formado a partir de duas


evaginações do endoderma que revestem
o arquêntero, formando bolsas localizadas
entre o ectoderma e o endoderma. Essas
bolsas se separam do endoderma, havendo
diferenciação do mesoderma e celoma. O Arquêntero
celoma assim formado é denominado
enteroceloma e os animais que o possuem
são chamados enterocelomados. São
enterocelomados os equinodermas, celoma
hemicordados e cordados.
Esquema de embriões em corte transversal mostrando os dois padrões de
formação de celoma. À esquerda, formação esquizocélica
e, à direita, enterocélica. Note que o resultado final é o mesmo.

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6- Destino do Blastóporo
O blastóporo é uma abertura formada na fase de gástrula que comunica o arquêntero com o exterior. O
blastóporo pode originar boca ou ânus. Conforme sua evolução, os animais podem ser:

6.1 - Protostômios

São aqueles em que o blastóporo origina a boca. São Protostômios os Celenterados, Platelmintos, Asquelmintos,
Moluscos, Anelídeos e Artrópodos.

6.2- Deuterostômios

São aqueles em que o blastóporo origina o ânus. São Deuterostômios os Equinodermas, Hemicordados e
Cordados.
Micrômeros

Arquêntero

Blastocele

Blastóporo
Macrômeros
Gastrulação com formação do arquêntero e do blastóporo

ESTUDO DOS FILOS


1 - FILO PORIFERA OU SPONGIARIA (Poríferos ou Espongiários)
Latim (porus = poro/ferre = possuir)

1.1 - Características Gerais

Apresentam o corpo perfurado por poros que permitem a entrada de água no corpo.
São os únicos metazoários que não possuem tecidos diferenciados, apresentando grande simplicidade na
organização corporal. São animais diblásticos, e assim não podem formar celoma. São, em sua maioria,
assimétricos, podendo apresentar simetria radial em alguns representantes. São assegmentados e seguiram
uma linha evolutiva diferente de todos os outros filos, sendo, por isso, caracterizados como parazoários.
Todos os poríferos são aquáticos, sendo a grande maioria marinhos, vivendo fixos a um substrato (animais
sésseis). As poucas espécies de água doce pertencem à família Spongillidae.

1.2 - Estrutura do Corpo de uma Esponja Simples

Uma esponja simples assemelha-se a um vaso, fixado ao substrato pela região inferior. O corpo é perfurado
por poros que permitem a entrada de água no corpo juntamente com nutrientes e oxigênio. A cavidade interna
é denominada átrio ou espongiocele e na extremidade superior do corpo localiza-se uma abertura maior
denominada ósculo, por onde ocorre a eliminação de água, restos digestivos e gás carbônico.

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A parede do corpo de uma esponja apre-


senta quatro tipos celulares básicos:
a) Pinacócitos
ósculo
São células achatadas que formam a
epiderme, responsáveis pelo reves-
timento e proteção do corpo.
pinacócito b) Porócitos
São células derivadas dos pinacó-
citos que ficam ao redor dos poros.
coanócito
c) Coanócitos
São células que forram a cavidade
espícula atrial das esponjas mais simples. São
dotadas de um flagelo que promove
poro átrio ou a circulação de água pelo corpo, além
espongiocela de capturar alimentos e promover a
porócito
digestão intracelular.

d) Amebócitos
São células que se movimentam
espícula através de pseudópodos localizadas
na camada gelatinosa (mesogléia)
que fica entre as camadas externa e
interna. São células indiferenciadas,
podendo originar qualquer outro tipo
celular. Realizam digestão intracelular
complementar, transportam os
amebócito
produtos da digestão para outras
células, formam gametas, gêmulas
(formas de resistência) e espículas
(estruturas de sustentação).
Observação: Na mesogléia encontramos em algumas esponjas, além
dos amebócitos, estruturas esqueléticas calcárias ou
silicosas denominadas espículas. Em outras esponjas
encontramos uma rede de fibras de espongina
(proteína que fornece sustentação).
Espículas Espículas Espongina
calcárias silicosas

1.3 - Reprodução das Esponjas

a) Assexuada Gema
Tipos:
Regeneração - Pedaços de esponjas que contenham amebócitos podem crescer
e reconstituir uma esponja de tamanho normal para a espécie.
Brotamento ou Gemação ou Gemiparidade - São formadas expansões
superficiais denominadas brotos ou gemas que crescem e formam novas
esponjas. Estas podem se desgarrar da esponja mãe, apresentando vida isolada, Formação da gema
ou crescer unidas a ela formando colônias.

Gemulação - Nas esponjas de água doce é comum a formação Espículas


de inúmeras pequenas estruturas de resistência, as gêmulas.
Cada gêmula é um conjunto de amebócitos protegidos por uma
compacta camada de espículas. As gêmulas suportam bem a
época da seca e ao voltarem às águas, seus amebócitos se
organizam, constituindo novas esponjas. Amebócitos

Gêmula, em corte 
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b) Sexuada espermatozóides A larva anfiblástula


nada através do ósculo
As esponjas não possuem gônadas e os
espermatozóides e óvulos são formados
por diferenciação dos amebócitos. óvulo
Algumas esponjas são monóicas
insuficientes (espermatozóides e óvulos
fecundação interna
amadurecem em épocas diferentes) e
outras são dióicas. A fecundação é abre-se o
ósculo
interna e do zigoto resulta uma larva
ciliada, a anfiblástula. Ela sai da esponja
e, ao se fixar, origina um novo animal.
Assim, o desenvolvimento embrionário é
externo e indireto (com fase larval). larva anfiblástula
maior aumento
inversão
e fixação
Reprodução sexuada em uma
esponja de sexos separados.  Invaginação

1.4 - Sistemas Orgânicos

As esponjas não apresentam tecidos diferenciados e, portanto, não formam sistemas ou aparelhos. A digestão
é exclusivamente intracelular no interior dos coanócitos e amebócitos. A circulação, a respiração e a excreção
são feitas por simples difusão.

2 - FILO CELENTERATA OU CNIDARIA (Celenterados ou Cnidários)


Grego (koilos = cavidade/enteron = intestino/knidos = urtiga)

2.1 Características Gerais


São os primeiros animais na escala evolutiva a apresentar uma cavidade digestiva (cavidade gastrovascular),
daí serem classificados como enterozoários. Esse fato justifica o nome celenterado (cavidade intestinal), já
que no interior dessa cavidade ocorre intensa digestão extracelular.
O termo cnidário se deve à presença de células urticantes epidérmicas denominadas cnidoblastos, usados
na defesa e captura de alimento.
Todos os celenterados são aquáticos, sendo a grande maioria marinhos. Há duas formas diferentes de
celenterados: pólipo e medusa. Os pólipos são cilíndricos, de movimentos muito lentos e apresentam uma
coroa de tentáculos circundando a boca na extremidade livre do corpo. Podem ser isolados, como a anêmona
do mar ou formar colônias, como na maioria dos corais. As medusas são discoidais e livre-natantes com
tentáculos pendentes nos bordos. São sempre isoladas, não formando colônias.

A - Corpo de um pólipo
5
B - Corpo de uma medusa
7 1 e 6 - tentáculos
8
2 e 7 - epiderme
1
3 e 8 - gastroderme
2 4 e 9 - cavidade gastrovascular
4
10 5 e 10 - boca
3 6
Os celenterados são diblásticos,
B protostômios assegmentados e
A
radialmente simétricos.

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2.2 - Estrutura de um Cnidoblasto

São as células típicas dos celenterados usadas na


defesa e captura de alimento. No interior do filamento
espinhos urticante
cnidoblasto encontramos uma estrutura denominada desenrolado
cnidocílio tampa
nematocisto que contém um filamento mergulhado
em um líquido tóxico. Na região voltada para o exte- nematocisto
rior, existe uma expansão denominada cnidocílio
que, ao sofrer um estímulo mecânico, funciona como filamento
um detonador, liberando o filamento enrolado urticante
mergulhado em um líquido urticante de ação
núcleo
paralisante. Os cnidoblastos se encontram na região
A B
dos tentáculos do animal.
A - Cnidoblasto carregado
B - Cnidoblasto descarregado

2.3 - Reprodução dos Celenterados

a) Assexuada - Só ocorre em pólipos.


Tipos:
Regeneração - É muito acentuada nas hidras e
anêmonas, onde pedaços desses animais podem
reconstituir um animal de tamanho normal para a
espécie.
A B
Brotamento ou Gemação ou Gemiparidade - São
formadas expansões superficiais denominadas Brotamento em Hidra
brotos ou gemas que crescem e formam novos A - Formação do broto
celenterados. Estes podem se desgarrar do pólipo
B - O broto forma tentáculos e uma nova hidra é formada.
mãe, apresentando vida isolada, ou crescer unidos
O próximo passo será a hidra jovem desprender-se
a ele formando colônias. do indivíduo genitor e fixar-se em um substrato qualquer.

Estrobilização - Certos pólipos,


especialmente os da classe
Scyphozoa, sofrem fragmentações
transversais espontâneas, formando
pequenos segmentos denominados
estróbilos. Cada estróbilo se modifica
e origina uma medusa. Éfira

Cifomedusa

Cifopólipo Estrobilização

Estrobilização em um cifopólipo (pólipo da classe Scyphozoa). Observe a formação


de larvas de medusas denominadas éfiras que originam medusas adultas.

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b) Sexuada - Ocorre em pólipos e medusas.


Os celenterados são os primeiros animais a apresentar
gônadas (testículos e ovários) que formam testículos
ovário
espermatozóides e óvulos.
espermatozóides
Alguns celenterados são monóicos insuficientes e
outros são dióicos. A fecundação em geral é externa embrião

(podendo ocorrer na cavidade gastrovascular). O


desenvolvimento pode ser direto (sem fase larval) como
nas hidras. Nas formas marinhas, é indireto e origina hidra
uma larva ciliada denominada plânula. jovem pequeno pólipo

Reprodução sexuada em hidra

c) Metagênese ou Alternância de Gerações


FASE MEDUSÓIDE
É uma alternância regular entre as formas gastrozóides (sexuada)
pólipo e medusa. Os pólipos se reproduzem
FASE POLIPÓIDE
assexuadamente, originando medusas. As (assexuada)
medusas se reproduzem sexuadamente,
originando pólipos. Em muitas espécies que
sofrem metagênese, a fase predominante é
a polipóide; em outras espécies, no entanto, medusa jovem
medusas
a fase predominante é a medusóide. brotos de livre-natantes
medusa
Observaremos, agora, a metagênese que óvulo
ocorre em Obelia (a fase de pólipo é espermatozóide
FECUNDAÇÃO
predominante) e em Aurelia (a fase de me- EXTERNA
dusa é predominante). zigoto

É importante salientar que, para que a


alternância de gerações se processe, deve
haver uma alternância entre processos
sexuado e assexuado de reprodução para
fechar o ciclo. Plânula
(larva ciliada)
Metagênese em Obelia sp.
A fase polipóide é séssil e assexuada, enquanto a fase medusóide é sexuada e de natação livre. O
desenvolvimento é indireto, aparecendo a plânula ciliada como fase larval. No quadrado do canto inferior, à
esquerda, está representado o aspecto geral de uma colônia de Obélia, que mede cerca de 5 cm,
aproximadamente.

A medusa masculina produz espermatozóides que


fecundam o óvulo no interior da medusa feminina
(fecundação interna). O zigoto começa seu
desenvolvimento nos braços orais da fêmea,
libertando-se posteriormente e originando a plânula
ciliada. Esta nada algum tempo, fixa-se e dá origem
a um pólipo assexuado, o cifístoma. Este, por
estrobilização, origina larvas, as éfiras, as quais se
transformarão em medusas dos dois sexos.
Metagênese em Aurelia aurita (água viva)

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2.4 - Sistemas Orgânicos

Sistema Digestivo Sistema Nervoso


O tubo digestivo é incompleto, ou seja, desprovido É do tipo difuso ou em rede. Não existem gânglios
de ânus. A digestão é intracelular e extracelular (no e os neurônios formam uma rede em toda a extensão
interior da cavidade gastrovascular). São os do corpo sem haver uma estrutura centralizadora.
primeiros animais enterozoários. Surge, pela primeira vez na escala zoológica, o arco
reflexo simples constituído da célula sensorial que
Sistema Circulatório capta o estímulo e gera o impulso nervoso, o
Não há. O transporte de substâncias ocorre por neurônio que conduz o impulso nervoso até a célula
difusão (circulação por difusão). efetuadora da resposta e a célula mioepitelial
responsável pela contração.
Sistema Respiratório
Sistema Reprodutor
Não há. As trocas gasosas ocorrem através da
epiderme, por difusão. O sistema reprodutor apresenta gônadas, alguns
representantes são monóicos insuficientes e outros
Sistema Excretor dióicos.
Não há. A excreção se faz por difusão, sendo os
excretas lançados na água.
2.5 - Classificação dos Celenterados
Os celenterados são estudados em três classe: Hydrozoa, Scyphozoa e Anthozoa.
HIDROZOÁRIOS CIFOZOÁRIOS ANTOZOÁRIOS
HABITAT Marinho (maioria) Marinho Marinho
Dulcícola (Hidra)
METAGÊNESE Ocorre Ocorre Não ocorre
FORMA Pólipo Medusa Só existe a forma pólipo
PREDOMINANTE
FORMAÇÃO DE - Ocorre (obélia e caravela) Não ocorre - Ocorre
COLÔNIAS NA FASE (maioria dos corais)
- Podem ser isolados (hidra)
PREDOMINANTE - Podem ser isolados
(anêmona-do-mar)
Hydra viridis Actinia sp
PRINCIPAIS Obelia brasiliensis Aurelia aurita (Anêmona-do-mar)
REPRESENTANTES Physalia pelagica (água-viva) Madrepora sp (coral)
(caravela) Gorgonia sp (coral)

3 - FILO PLATYHELMINTHES (Platelmintos)


Grego (platy = achatado/helminthes = verme)

3.1- Características Gerais


São vermes que apresentam o corpo achatado dorsoventralmente. Ao contrário dos Poríferos e Celenterados,
são animais triblásticos e o mesoderma ocupa todos os espaços entre o ectoderma e o endoderma, não
ocorrendo a formação de celoma, o que os caracteriza como acelomados. Apresentam uma nítida simetria
bilateral, são protostômios, enterozoários e assegmentados, com exceção dos cestódeos (tênias e similares)
que possuem o corpo segmentado.
Os platelmintos apresentam um habitat muito variado. As espécies de vida livre (Planárias) vivem em água
doce, salgada e na terra úmida, enquanto as espécies parasitas (Schistosoma, Fasciola, Taenia, etc)
apresentam adaptações especiais a esse tipo de vida.
O corpo dos platelmintos é recoberto por uma epiderme com cutícula ou cílios, várias camadas de musculatura
e um tecido conjuntivo de preenchimento de origem mesodérmica.
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3.2 - Reprodução dos Platelmintos

a) Assexuada

Tipos: Regeneração - Ocorre entre os Turbelários.

Regeneração em planárias

Pedogênese - é o desenvolvimento de um óvulo não fecundado na fase larval, ou seja, uma partenogênese na
fase larval. Observamos a ocorrência de pedogênese nos ciclos de vida do Schistosoma mansoni e da
Fasciola hepatica.

b) Sexuada

A maioria dos platelmintos são monóicos insuficientes, mas


alguns representantes são monóicos suficientes (realizam VENTOSAS
CANAL
autofecundação), e outros são dióicos.
GINECÓFORO
O Schistosoma mansoni é dióico e apresenta um nítido
dimorfismo sexual, ou seja, a identificação de macho e fêmea
é feita facilmente, baseada em caracteres morfológicos
externos. Os machos são menores, mais grossos e têm uma
cutícula com pequenos espinhos. Ventralmente, ele
apresenta um canal longitudinal (canal ginecóforo) que
abriga a fêmea, bem longa e fina, de cutícula lisa. Macho e
fêmea apresentam, cada um, duas ventosas na região ante- Dimorfismo sexual em Schistosoma mansoni
rior do corpo.
Nos platelmintos, a fecundação é interna e o desenvolvimento é indireto nas espécies parasitas e direto nas
de vida livre.

3.3 - Sistemas Orgânicos

Sistema Digestivo

Os platelmintos apresentam tubo digestivo incompleto, com exceção dos cestódeos, que não possuem tubo
digestivo, absorvendo através da pele os nutrientes resultantes da digestão do hospedeiro (todos os cestódeos
são parasitas). A digestão é intracelular e extracelular.

Sistema Circulatório

Não há. O transporte de substâncias ocorre por difusão (circulação por difusão).

Sistema Respiratório

Não há. As trocas gasosas ocorrem através da pele, por difusão. É muito comum falarmos em respiração
cutânea ou tegumentar.

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Sistema Excretor

As unidades fundamentais do sistema excretor dos Célula flama


platelmintos são as células flama ou solenócitos ou
protonefrídios. Tecido
conjuntivo
Elas se interligam por canalículos e o produto de excreção,
retirado do tecido conjuntivo, é eliminado diretamente para o
exterior através de poros dorsais. Cada célula flama possui
um tufo de flagelos no interior de um canalículo, para onde
passa a solução a ser excretada.
Excretas
solúveis
Canal
excretor

Células flama dos Platelmintos

Sistema Nervoso

Pela primeira vez na escala zoológica ocorre gânglio


uma centralização do sistema nervoso, que cerebral
é do tipo ganglionar ventral.
São formados dois gânglios cerebrais
(gânglio é uma estrutura nervosa com grande cordão
concentração de neurônios) de onde partem nervoso
células longitudinal
dois cordões nervosos que percorrem nervosas
longitudinalmente o corpo do animal,
emitindo ramificações que se distribuem por
todo o corpo. B
A
Nas planárias, há olhos muito simples que
permitem ao animal detectar não só a A. Sistema nervoso dos celenterados (difuso ou em rede)
intensidade luminosa mas a direção de B. Sistema nervoso dos platelmintos (ganglionar ventral)
incidência da luz.
Sistema Reprodutor
O sistema reprodutor apresenta gônadas e a maioria dos platelmintos são monóicos insuficientes devido ao
fenômeno da dicogamia. Dicogamia representa a maturação dos gametas masculinos e femininos em épocas
diferentes. Isso faz com que tais animais realizem a fecundação cruzada. Em Taenia sp pode ocorrer
autofecundação. O Schistosoma mansoni é dióico, com nítido dimorfismo sexual.

3.4 - Classificação dos Platelmintos

Os platelmintos são estudados em três classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoda.

TURBELÁRIOS TREMATÓDEOS CESTÓDEOS


MODO DE VIDA Livre Parasitas Parasitas

Epitélio ciliado Epitélio com cutícula Epitélio com


EPIDERME
protetora cutícula protetora
SISTEMA DIGESTIVO Incompleto (sem ânus) Incompleto (sem ânus) Ausente
Hermafroditas ou dióicos Hermafroditas
SEXO Hermafroditas
com dimorfismo sexual
DESENVOLVIMENTO Direto Indireto Indireto
SEGMENTAÇÃO Ausente Ausente Presente
PRINCIPAIS Dugesia tigrina Schistosoma mansoni Taenia solium
REPRESENTANTES (planária) Fasciola hepatica Taenia saginata

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3.5 - Principais Doenças Causadas por Platelmintos

ESQUISTOSSOMOSE
(Barriga d’água) TENÍASE CISTICERCOSE

AGENTE Schistosoma mansoni Taenia solium Taenia solium


ETIOLÓGICO Taenia saginata

TRANSMISSÃO Penetração de cercárias Ingestão de carne Ingestão de água ou


através da pele. de porco (Taenia alimentos
solium) ou de boi contaminados com
(Taenia saginata) ovos de Taenia
crua ou mal solium
passada contendo
cisticercos.
FORMA cercárias cisticerco ovo embrionado
INFECTANTE
CICLO VITAL heteroxeno heteroxeno -X-
HOSPEDEIRO Caramujo do gênero Porco (T. solium) Homem
INTERMEDIÁRIO Biomphalaria e Boi (T. saginata)
PENETRAÇÃO Ativa Passiva Passiva
DO PARASITA
HABITAT DO Sistema porta-hepático Intestino Tecido muscular e
PARASITA nervoso
Educação sanitária. Educação sanitária. Educação sanitária.
PROFILAXIA
Saneamento básico. Saneamento Saneamento básico.
básico.
Evitar nadar em lagoas Tratamento da popu-
suspeitas. Evitar comer carne lação com teníase, já
de porco ou de boi que o homem com essa
Combate ao caramujo crua ou mal passa-
vetor. doença elimina ovos do
da de procedência
parasita nas fezes.
desconhecida.
Tratamento da população
doente. Fiscalização nos Tratamento da popula-
matadouros. ção com cisticercose.

Melhoria das condi-


ções criatórias.
Tratamento da po-
pulação doente.

Esquistossomose

Ciclo Evolutivo
Os vermes adultos permanecem acasalados no (Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea ou
interior das veias mesentéricas, hepáticas e da parede Biomphalaria tenagophila). Nas vísceras do caramujo,
intestinal. Aí, após a fecundação, as fêmeas fazem a o miracídio transforma-se em esporocisto que, por
postura dos ovos em vasos bem próximos à luz intesti- pedogênese, forma milhares de cercárias. As cercárias
nal. Cada ovo tem grande espinho lateral que provoca possuem o corpo oval, com duas ventosas e uma longa
ulceração na mucosa intestinal, com sangramento e cauda muscular bifurcada, com a qual podem se
inflamação. locomover na água depois de deixar o caramujo
Com as fezes da pessoa parasitada, esses ovos (hospedeiro intermediário). As cercárias permanecem
atingem o meio ambiente, podendo chegar à água doce vivas e com poder de infestação até mais ou menos
(lagoas, tanques, reservatórios, charcos). Aí, cada sessenta horas depois de terem saído do caramujo.
ovo origina uma larva ciliada, o miracídio, que se Podem, nesse período, penetrar na pele humana,
locomove ativamente e pode penetrar no corpo de um causando uma forte irritação local com coceira (dermatite
caramujo planorbídeo do gênero Biomphalaria cercariana).

14 Biologia - M3
15 cor preto

Tecnologia ITAPECURSOS

Durante a penetração, as cercárias, perdem a ovos são vistos nas fezes cerca de quarenta dias após
cauda e tornam-se mais afiladas, transformando-se em a contaminação do homem (hospedeiro definitivo).
esquistossômulos. Estes caem na circulação san- A esquistossomose mansônica tem uma fase
güínea e são enviados a todo o organismo, mas apenas aguda inicial, com mal-estar, cansaço, problemas
os que alcançam o sistema porta são capazes de evoluir. gastrointestinais e dor de cabeça. Segue-se um período
Nessa localização, os esquistossômulos se alimentam intestinal, com graves distúrbios digestivos, fezes com
e se desenvolvem, transformando-se em machos e muco e sangue e cólicas. Na fase crônica ocorre grande
fêmeas trinta dias após a penetração das cercárias na inflamação do fígado e baço, além da típica ascite ou
pele. Daí, migram acasalados para o plexo barriga d’água, que deixa o ventre muito volumoso e é
hemorroidário, onde farão oviposição. Os primeiros uma característica marcante dessa verminose.

I - Penetração ativa da cercária


12 - VERMES ADULTOS
através da pele do homem.
Desenvolvimento dos parasitas no
organismo do homem, acasala-
mento e postura.
11 II- Os ovos nas fezes humanas
liberam miracídios na água.
III- Contaminação do planorbídeo
(caramujo Biomphalaria),
I
formação dos esporocistos e das
10 13 CASAL EM cercárias que fecham o ciclo, uma
CÓPULA vez penetradas no homem.

1- Ovo com espinho lateral.


9 2- Miracídio
3- 4- 5- 6- Desenvolvimento do
esporocisto formando cercárias.
7- Cercária
1- OVO
9- 10- 11 - Esquistossômulos
12- Vermes adultos
13- Vermes adultos acasalados

II
CERCÁRIA
7
2- MIRACÍDIO

3- ESPOROCISTO
III

4
6
ESPOROCISTO
COM CERCÁRIAS
5

Ciclo evolutivo de Schistosoma mansoni

Biologia - M3 15
16 cor preto

Tecnologia ITAPECURSOS

Esquistossomose
MESENTÉRIO

CIRCULAÇÃO INTESTINO

HOMEM

SAEM COM AS
VEIAS FEZES

POSTURA DE
OVOS

PENETRAÇÃO NA VERMES OVO


PELE ADULTOS

ÁGUA

CERCÁRIA

MIRACÍDIO

ESPOROCISTO ESPOROCISTO

CARAMUJO

Representação simplificada do Ciclo Evolutivo da Esquistossomose

Teníase

Morfologia dos Parasitas


A teníase é determinada pela presença do verme Estróbilo - É formado por uma série de
adulto de Taenia solium ou de Taenia saginata no segmentos denominados proglotes ou anéis, que podem
intestino humano, ambas conhecidas como solitárias. ser de três tipos: jovens, maduros e grávidos. Os
Cada tênia apresenta três regiões formando o proglotes jovens não possuem órgãos reprodutores; os
corpo: escólex, colo e estróbilo. maduros já possuem órgãos reprodutores masculinos e
Escólex - É uma dilatação situada na femininos e os grávidos são proglotes em cujo interior já
extremidade anterior do corpo relacionada à fixação houve fecundação. A estrutura dominante de um proglote
do parasita na parede intestinal do hospedeiro. Em grávido é o útero ramificado e cheio de ovos. Os proglotes
Taenia solium o escólex apresenta quatro ventosas e grávidos, repletos de ovos, se desprendem do corpo do
uma estrutura denominada rostro, formado por uma verme e são expelidos por via anal. À medida em que se
série de ganchos ou acúleos. Em Taenia saginata distanciam do escólex, os proglotes vão amadurecendo
não há formação de rostro. sexualmente, tornando-se maduros e podendo, assim,
Colo - Situado abaixo do escólex, relaciona-se realizar autofecundação.
com a formação de novos segmentos denominados
proglotes, que integrarão o seu corpo.
16 Biologia - M3
17 cor preto

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rostro com ventosa útero


testículos
ganchos
cordão
nervoso
canal
órgão excretor
copulador

poro
genital
ovário
B vagina glândula da
casca
glândula
ventosas vitelínica
A

A - Escólex de Taenia solium Proglote maduro de Taenia saginata


B - Escólex de Taenia saginata

Taenia solium Ganchos


VERME ADULTO

Ventosa
colo
Ciclo Evolutivo

- O homem parasitado elimina em suas fezes Parede


proglotes grávidos repletos de ovos embrionados. intestinal Proglote
maduro
humana
Se ingeridos pelo porco, cada ovo eclode no intestino
do animal originando um embrião mais ou menos Proglotes jovens MEIO
circular com seis ganchos em um dos pólos. Esse AMBIENTE

embrião é denominado oncosfera ou embrião desenvolve-se útero com ovos Casca

hexacanto. Ele perfura a mucosa intestinal do porco,


cai no sangue e é conduzido até os tecidos. Nesse NO HOMEM
local, a oncosfera cresce e origina a larva cisticerco,
que pode ser observada a olho nu. A partir do
momento em que o homem ingere carne de porco OVO SAI
NO PORCO COM AS
crua ou mal passada contaminada com cisticercos, FEZES
HUMANAS
ele se contamina. No intestino humano, as larvas ESCOLEX
Espinhos
cisticercos originam vermes adultos. EM
EVAGINAÇÃO
DO
CISTICERCO
(NO
LARVA ONCOSFERA
INTESTINO
(NO INTESTINO DO
HUMANO)
PORCO)

Ciclo Evolutivo da Taenia solium  CISTICERCO (NA MUSCULATURA DO PORCO. PODE


TAMBÉM OCORRER NO HOMEM)

Taenia saginata
Apresenta ciclo semelhante, tendo o boi como hospedeiro intermediário.
A teníase determinada tanto por Taenia solium quanto por Taenia saginata provoca indisposição abdominal,
diarréia e vômitos.

Cisticercose
A partir do momento em que o homem ingere ovos verme adulto no intestino, liberando ovos embrionados.
de Taenia solium contaminando a água ou alimentos, Os ovos eclodem e liberam os embriões hexacantos
ele adquire a cisticercose. Pode ocorrer também a auto- que caem no sangue. Os embriões atingem os tecidos
infestação quando há ruptura de proglotes grávidos do humanos, onde se desenvolvem, formando os cisticercos.

Biologia - M3 17
18 cor preto

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Os cisticercos instalam-se nos tecidos humanos e o alteração da função das válvulas cardíacas e diminuição
quadro clínico pode ser agravado quando a larva da capacidade bombeadora.
cisticerco aloja-se no cérebro, olhos e coração. É importante salientar que, na cisticercose, o
No cérebro, pode determinar cefaléia, desmaios, homem funciona como hospedeiro intermediário, uma
dificuldade locomotora e até loucura. Nos olhos, a larva vez que os cisticercos estarão alojados em seu
pode atingir o humor vítreo e mesmo a retina, causando organismo.
cegueira parcial ou total. No coração, pode ocorrer

4 - FILO ASQUELMINTHES OU NEMATHELMINTHES (Asquelmintos ou Nematelmintos)


Grego (askon = saco / helminthes = verme)

4.1 - Características Gerais

São vermes que apresentam o corpo cilíndrico e alongado. São animais triblásticos, protostômios assegmentados,
bilateralmente simétricos e enterozoários.
A maioria dos asquelmintos são parasitas pertencentes à classe Nematoda, existindo algumas espécies de
vida livre pertecentes à classe Nematomorpha.
O habitat é muito variado, assim como as dimensões dos animais. Não apresentam cílios em nenhum tecido
e seus espermatozóides deslocam-se por pseudópodos.

4.2 - Reprodução dos Asquelmintos

a) Assexuada
Tipo:
Partenogênese - Consiste no desenvolvimento de um óvulo não fecundado que ocorre com o Strongyloides
stercoralis.

b) Sexuada
Todos os asquelmintos são dióicos e apresentam dimorfismo sexual. A fêmea é mais alongada e mais fina que
o macho. A fecundação é interna e o desenvolvimento é indireto.

Dimorfismo sexual em Ascaris lumbricoides.


Os vermes adultos medem de 30 a 40 cm de comprimento.

4.3 - Sistemas Orgânicos

Sistema Digestivo

São os primeiros animais a apresentar tubo digestivo completo que termina em ânus. A digestão é intracelular
e extracelular.

Sistema Circulatório

Não há. O transporte de substâncias ocorre por difusão principalmente através do líquido pseudocelomático
(circulação por difusão).

Sistema Respiratório

Não há. As trocas gasosas ocorrem através da pele, por difusão. É muito comum faIarmos em respiração
cutânea ou tegumentar.

18 Biologia - M3
19 cor preto

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Sistema Excretor
Poro excretor Canal comum
Apresenta dois longos canais laterais lembrando a Canal anterior
letra H. Por isso, podem ser chamados de canais
em H ou canais excretores laterais. Esses canais
percorrem longitudinalmente a cavidade Núcleo
pseudocelomática recolhendo os resíduos tóxicos do Canal posterior
metabolismo. Um poro excretor se encarrega de
eliminar os excretas.

Sistema Nervoso

É do tipo ganglionar ventral, semelhante ao dos


platelmintos. Observa-se um anel nervoso
periesofageano de onde saem vários cordões
nervosos, formando um anel dorsal e um ventral. Canal em H
Sistema Reprodutor

O sistema reprodutor apresenta gônadas e todos os asquelmintos são dióicos, com notável dimorfismo sexual.

4.4 - Classificação dos Asquelmintos


Os asquelmintos são estudados em duas classes: Nematomorpha e Nematoda.
Classe Nematomorpha - Compreende animais de vida livre e habitat aquático. São semelhantes a fios de
cabelos, daí serem conhecidos como vermes cabelos. Exemplo: Gordius
Classe Nematoda - Compreende animais parasitas. Exemplos: Ascaris lumbricoides, Ancylostoma
duodenale, Necator americanus, Enterobius vermicularis e Wuchereria bancrofti.

4.5 - Principais Doenças Causadas por Asquelmintos

ASCARIDÍASE AMARELÃO ENTEROBIOSE ELEFANTÍASE


(opilação) (oxiurose) (filariose)
AGENTE Ascaris lumbricoides Ancylostoma duodenale Enterobius vermicularis Wuchereria bancrofti
ETIOLÓGICO Necator americanus
TRANSMISSÃO Ingestão de água ou Penetração de larvas Ingestão de água ou Picada da fêmea do
alimentos filarióides através da pele alimentos contaminados mosquito Culex
contaminados com e ingestão de água ou com ovos do parasita. fatigans que deposita
ovos do parasita. alimentos contaminados Ingestão direta dos ovos larvas microfilárias
com larvas filarióides. presentes nas mãos do que penetram pela
indivíduo que coça a pele.
região anal.
FORMA Ovo embrionado Larva filarióide Ovo embrionado Larva microfilária
INFECTANTE
CICLO VITAL Monoxeno Monoxeno Monoxeno Heteroxeno

HOSPEDEIRO Fêmea do mosquito


INTERMEDIÁRIO Culex fatigans

PENETRAÇÃO Passiva Passiva e Ativa Passiva Ativa


DO PARASITA
HABITAT Intestino Intestino Intestino Sistema linfático
PROFILAXIA Educação sanitária. Educação sanitária. Educação sanitária. Combate ao inseto
Saneamento básico. Saneamento básico. Não Saneamento básico. Lavar vetor. Tratamento da
Lavar os alimentos andar descalço em locais os alimentos crus. Lavar população doente.
crus. Lavar as mãos suspeitos. Lavar os as mãos antes das
antes das refeições. alimentos crus. Lavar as refeições. Trocar e ferver
Tratamento da as roupas íntimas e de
mãos antes das
cama diariamente.
população doente. refeições. Tratamento da Tratamento da população
população doente. doente.

Biologia - M3 19
20 cor preto

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Ascaridíase

Ciclo Evolutivo
Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. A ascaridíase se caracteriza por distúrbios
digestivos como vômitos, cólicas e obstrução intestinal. Pode haver também crises convulsivas, emagrecimento e
complicações pulmonares.
Os ovos do Ascaris saem com as fezes humanas e permanecem no ambiente por muito tempo (até anos)
como ovos embrionados que, ao serem ingeridos, liberam microscópicas larvas no intestino do novo hospedeiro.
Aí as larvas (rabditóides) perfuram a mucosa, caem na circulação e atingem, em seqüência, o coração e os
pulmões. Perfuram os alvéolos, sobem pelos brônquios e traquéia e chegam à faringe, de onde são deglutidas com
a saliva. Voltam assim ao tubo digestivo, transformando-se rapidamente em vermes adultos.
O ciclo reprodutor se completa em apenas um hospedeiro, falando-se então em parasita monoxeno.
As larvas provocam problemas pulmonares, como bronquites e infecções; irritação das mucosas faríngea,
traqueal e nasal, com tosse seca e coceira na garganta. Muitas vezes o sono é perturbado.
AL

1
OR
VIA

8
OR
OP

OVO DEGLUTIDO
ÇÃ
TA
ES

ADULTA
INF

6
7

ÃO
LM POSTURA
PU DE OVOS

LARVA
9 RABDITÓIDE
O 5
AD
FÍG 2
LIBERAÇÃO DE LARVAS
NO INTESTINO

3
10

C
4 OVO
FECUNDADO

OVO COM
LARVA

11

VERMES ADULTOS
INTESTINAIS
B

OVO FÉRTIL

Ciclo Evolutivo do Ascaris lumbricoides

20 Biologia - M3
21 cor preto

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Amarelão - ou opilação ou mal da terra ou ancilostomose ou necatoriose ou


doença do Jeca Tatu
Ciclo Evolutivo
Machos e fêmeas são semelhantes e medem larvas filarióides infectantes em poucos dias. Admite-se que,
aproximadamente 1 cm de comprimento. A principal diferença em condições naturais favoráveis, estas larvas possam
entre os dois agentes etiológicos é observada na cápsula bucal, sobreviver até seis meses.
onde o Necator apresenta um par de placas cortantes e o Encontrando o hospedeiro, estas larvas penetram
Ancylostoma, dois pares de dentes. Ambos são hematófagos, ativamente através da pele e alcançam a circulação, onde
o que leva o paciente a um quadro de anemia profunda, com poderão chegar aos pulmões. Após migrarem ou serem
perda de sangue nas fezes. O doente fica, então, pálido, transportadas até a faringe, são deglutidas e alcançam o
amarelado; daí o nome amarelão. intestino delgado onde completam o amadurecimento e
O ciclo mais freqüente é através da penetração ativa iniciam a postura dos ovos.
do agente infectante. O ciclo também pode ocorrer através da penetração
Os ovos embrionados são eliminados juntamente passiva com ingestão de larvas filarióides. Vale ressaltar
com as fezes do hospedeiro. Uma vez no solo, os ovos que, nesse caso, não há fase pulmonar no ciclo.
eclodem e libertam larvas rabditóides que evoluirão para

VERMES ADULTOS NO INTESTINO OVOS NAS FEZES

ESÔFAGO OVOS NO SOLO

FARINGE LARVAS RABDITÓIDES

PULMÕES LARVAS FILARIÓIDES

CIRCULAÇÃO PENETRAÇÃO PELA PELE

Ciclo Evolutivo com penetração ativa

Enterobiose ou Oxiurose
Ciclo Evolutivo
Os vermes adultos habitam a porção terminal do água e alimentos e a ingestão desses ovos embrionados
intestino grosso e as fêmeas fecundadas, em movimentos contamina o homem. Os ovos eclodem e, no intestino,
contínuos nas bordas do ânus, provocam intenso prurido, originam larvas rabditóides que evoluem para vermes
nervosismo e insônia (em alguns casos). adultos.
As fêmeas fecundadas realizam a postura dos ovos É muito comum a auto-infecção que consiste na
no intestino grosso. Os ovos são liberados nas fezes e ingestão de ovos embrionados expelidos pelo próprio
mesmo no intervalo entre as defecações. Pode ocorrer a indivíduo. É muito comum em crianças que, ao coçar a região
contaminação das roupas íntimas, roupas de cama, mãos, anal, contaminam as mãos, podendo levá-las à boca.

Elefantíase ou Filariose Mosquito


picando o
Ciclo Evolutivo homem
O mosquito fêmea Culex fatigans contaminado, ao picar
o homem, deposita as larvas microfilárias sobre a pele.
Larva escapando da
Essas larvas penetram ativamente através da pele,
probóscide do
atingem os vasos sangüíneos e chegam ao sistema mosquito
linfático, onde originam os vermes adultos. Os vermes
adultos provocam obstruções nos vasos linfáticos,
levando a um derramamento de linfa e caracterizando,
assim, um edema que atinge normalmente os membros Larva no
superiores e inferiores, podendo atingir também a bolsa sangue do
homem
escrotal e as mamas.
Animal adulto
entope a
circulação
linfática do
Ciclo evolutivo da Wuchereria bancrofti  homem

Biologia - M3 21
22 cor preto

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5 - FILO MOLLUSCA (Moluscos)


latim (mollis = mole)

5.1 - Características gerais

São metazoários que apresentam o corpo mole comumente envolvido por uma concha calcária e constituído de
três partes: cabeça, massa visceral e pé. A cabeça possui, em geral, tentáculos, boca e olhos A massa
visceral, formada pelos órgãos internos, é recoberta por uma dobra da pele denominada manto ou pálio, que
secreta a concha. O pé, geralmente musculoso, é muito contrátil e apresenta muitas células glandulares.
Os moluscos exploram os mais diversos ambientes. Há espécies em terra úmida, como os caracóis e as
lesmas e outras na água doce e no mar. Há espécies de alguns milímetros, enquanto certas lulas gigantes,
que vivem nas grandes profundidades, podem ter mais de dez metros.
A maioria dos moluscos apresentam um exoesqueleto representado pela concha calcária. No entanto, polvos
e lesmas são desprovidos de concha e as lulas apresentam uma concha interna denominada pena ou siba.
São animais triblásticos; esquizocelomados, protostômios, assegmentados, bilateralmente simétricos,
enterozoários e de vida livre.

5.2 - Reprodução dos Moluscos

A maioria dos moluscos são dióicos e algumas espécies são monóicas insuficientes. A reprodução é sexuada,
com fecundação externa, desenvolvimento indireto e formação de larvas denominadas véliger, gloquídio e
trocófora, com exceção de alguns cefalópodos e das formas terrestres, que apresentam fecundação interna e
desenvolvimento direto.

Gancho
concha

Valva
ânus

Músculo
adutor
pé boca
A B C

Larvas de Moluscos - A - Véliger /B - Gloquídio


C - Trocófora
Observe que as larvas véliger e trocófora são ciliadas. A larva gloquídio não apresenta cílios e se comporta
como parasita das brânquias de peixes.

5.3 - Sistemas Orgânicos

Sistema Digestivo
Apresentam tubo digestivo completo e a digestão é intracelular e Olho
extracelular. A maioria dos moluscos apresenta no interior da boca
uma estrutura denominada rádula, que funciona como um aparelho Tentáculos
ralador e triturador de alimento. Essa estrutura nada mais é que uma
placa raladora denteada que reduz o alimento a frações menores,
Rádula
facilitando a ação das enzimas digestivas.
Mandíbula

Boca
Cabeça de Caramujo em corte. Pé
Observe a rádula.

22 Biologia - M3
23 cor preto

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Sistema Circulatório
Os moluscos apresentam um sistema circulatório aberto ou lacunar, com exceção dos cefalópodos. No sistema
circulatório aberto observamos que, do coração, saem artérias que terminam em lacunas ou hemoceles onde
o sangue se mistura aos líquidos intercelulares, entrando em contato direto com os tecidos. Esse sangue leva
alimento e oxigênio às células, recolhendo os restos metabólicos e gás carbônico produzidos.

Liquido Intercelular coração


aurícula ventrículo

vaso sangüíneo
SANGUE
LACUNA
SANGÜÍNEA
brânquias
lacunas dos lacunas dos
tecidos rim tecidos

Sistema Circulatório Aberto


Sistema Circulatório Aberto

Sistema Respiratório
Na maioria dos moluscos, a respiração é branquial, mas alguns podem respirar através da pele e outros através
de “pulmões”. Na verdade, os moluscos não apresentam verdadeiros pulmões e o que se observa é que, nas
formas terrestres, a cavidade do manto é muito vascularizada e funciona como um verdadeiro pulmão. A
cavidade do manto é o espaço existente entre o manto e a massa visceral. Dentre os moluscos “pulmonados”,
destacam-se os caramujos Biomphalaria e Lymnaea, hospedeiros intermediários do
Schistosoma mansoni e da Fasciola hepatica, respectivamente.

Sistema Excretor
Os moluscos excretam através de vários nefrídios agrupados, formando os chamados rins nefridiais. Cada
nefrídio é constituído de:
a) Nefróstoma - funil ciliado que recolhe os excretas do líquido celomático.
b) Nefroducto - canal envolvido por uma rede de capilares sangüíneos que conduz os excretas até o
nefridióporo.
c) Nefridióporo (poro excretor) - abertura ventral localizada na superfície do corpo por onde ocorre a eliminação
dos excretas.
sangue que chega

vaso sangüíneo
nefridióporo capilares
sangüíneos
vesícula

sangue que
sai

nefróstoma
túbulos do nefrídio
ciliado
Nefrídio de um Anelídeo

Observe a rede de capilares sangüíneos que envolvem o nefroduto. À medida em que o líquido contendo os
excretas percorre o nefroduto, ocorrem trocas entre esse líquido e o plasma sangüíneo que circula nos capilares
que envolvem o nefroduto, aumentando, assim, a concentração do líquido a ser excretado.

Biologia - M3 23
24 cor preto

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Sistema Nervoso
O sistema nervoso é do tipo ganglionar ventral com vários pares de gânglios de onde partem nervos para todo
o organismo. Nos cefalópodos, os olhos atingem alto grau de funcionalidade.

Sistema Reprodutor
O sistema reprodutor apresenta gônadas. A maioria dos moluscos são dióicos, sendo os gastrópodos monóicos
insuficientes.

5.4 - Classificação dos Moluscos


Os moluscos são estudados em três classes principais: Pelecypoda, Gastropoda e Cephalopoda.

PELECÍPODOS
(bivaldos ou GASTRÓPODOS CEFALÓPODOS
lamelibrânquios)

MORFOLOGIA Pé desenvolvido. Pé desenvolvido. Cabeça e massa


EXTERNA Concha bivalva. visceral
desenvolvidos.
E Cabeça com pares
de tentáculos. Concha interna,
CONCHA
externa ou
Concha univalva ou
ausente.
bivalva.
SISTEMA DIGESTIVO Sem rádula (são
animais filtradores) Com rádula Com rádula

RESPIRAÇÃO Branquial Branquial-cutânea- Branquial


“pulmonar”
HABITAT Marinhos ou Marinhos, Marinhos
dulcícolas dulcícolas ou
terrestres
REPRODUÇÃO Dióicos Hermafroditas Dióicos
E DESENVOLVIMENTO Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento
indireto direto direto
PRINCIPAIS Ostras Caramujos Polvos
REPRESENTANTES Mariscos Lesmas Lulas
Mexilhões Nautilus
Argonauta
FIGURA

5.5 - Importância para o Homem

A utilização dos moluscos é variada e muito antiga. Os moluscos servem principalmente como iscas para
predadores e como alimento. Como fonte de alimento destacam-se os mexilhões, ostras, polvos e lulas.
As pérolas naturais fornecem jóias de adorno cujo valor estimulou a criação de viveiros de ostras para a
produção de pérolas artificiais.
A diversidade e beleza das conchas despertou e desperta a curiosidade de muitos colecionadores, o que
possibilitou uma maior divulgação desses animais. Muitos botões de madrepérola para roupas foram feitos
com conchas. Atualmente, as conchas são pulverizadas e servem como fonte de cálcio para aves domésticas
e como adubo para vegetais.

24 Biologia - M3
25 cor preto

Tecnologia ITAPECURSOS

A substância escura expelida como meio de defesa pelas lulas foi usada como tinta nankin para desenhos.
Há também moluscos que são prejudiciais ao homem como os hospedeiros intermediários de vermes parasitas
(caramujos Biomphalaria e Lymnaea) ou os caramujos que destróem plantações.

Observações
a) A Neopilina galatheae é um molusco primitivo que vive no fundo do mar e é estudada na classe
Monoplacophora. Os primeiros exemplares dessa espécie foram coletados no litoral da Costa Rica em 1952.
Esse molusco vive em grandes profundidades e, assim, pouco se conhece de sua biologia.
b) Os polvos e lulas são dotados de uma glândula produtora de tinta escura, que pode ser esguichada, turvando
a água e prejudicando a visão e o olfato de eventuais predadores.

6 - FILO ANNELIDA (Anelídeos)


Latim (annelus = anel)

6.1 - Características Gerais


São vermes que apresentam o corpo segmentado em anéis. Observamos que os anéis que formam o corpo são
basicamente idênticos de modo que esses animais apresentam segmentação homônoma.
Os anelídeos são metazoários triblásticos, esquizocelomados, protostômios e bilateralmente simétricos.
Muitos anelídeos são dotados de cerdas quitinosas, estruturas implantadas na parede do corpo e que, retraindo-
se ou expandindo-se, conferem aspecto liso ou áspero ao animal. Esses movimentos das cerdas, associados
à ação muscular e nervosa, participam do mecanismo locomotor.
Podem habitar os ambientes marinho, dulcícola e terrestre úmido. Os anelídeos marinhos (poliquetas) vivem
enterrados na areia das praias ou em tubos por eles construídos.

6.2 - Reprodução dos Anelídeos

a) Assexuada
Tipo:
Esquizogênese - Ocorre entre os Poliquetas e consiste na
fragmentação do corpo em pequenos segmentos na região posterior.
Esses segmentos se diferenciam em novos indivíduos.

Esquizogênese em Poliqueta
b) Sexuada

Algumas espécies são monóicas insuficientes e outras são dióicas. O fenômeno da dicogamia justifica a
fecundação cruzada realizada pelos indivíduos monóicos.
A fecundação é interna e o desenvolvimento é direto, exceto nos poliquetas, que apresentam desenvolvimento
indireto com presença de larva denominada Trocófora.

Larva Trocófora

Biologia - M3 25
26 cor preto

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6.3 - Sistemas Orgânicos

Sistema Digestivo
Os anelídeos apresentam tubo digestivo completo que termina em ânus. A faringe desses animais apresenta
uma dilatação que recebe o nome de moela. A moela apresenta as paredes muito musculosas e suas contrações
trituram o alimento facilitando a ação das enzimas intestinais. O intestino desses animais é dotado de duas
expansões laterais, os cecos intestinais, e uma prega longitudinal, o tiflossole. Ambos aumentam a superfície
de absorção dos produtos da digestão.
moela com paredes dobra interna do
faringe musculosas intestino (tiflossole)

ânus
boca

músculos da faringe intestino ceco intestinal


Tubo Digestivo de uma Minhoca

Sistema Circulatório
O sistema circulatório é fechado, já que os vasos sangüíneos apresentam total continuidade no interior dos
tecidos. O sangue é vermelho em função da hemoglobina encontrada no plasma. Esse pigmento realiza o
transporte de gases respiratórios pelo corpo do animal. Nas minhocas há quatro ou cinco pares de vasos com
capacidade contrátil, que são, portanto, corações.

VASO DORSAL Rede capilar na circulação fechada


CORAÇÕES

SANGUE
VASO ESÔFAGO PAPO
BOCA FARINGE SUB-INTESTINAL MOELA

Circulação em Minhoca

TECIDO
Sistema Circulatório Fechado
Sistema Respiratório
A maioria dos anelídeos não apresenta sistema respiratório e a troca
de gases ocorre diretamente através da pele, que é muito vascularizada
(respiração cutânea). Nos poliquetas, o sistema respiratório é formado
por brânquias que se ramificam na região anterior do corpo.

Sistema Excretor
O sistema excretor é constituído por nefrídios, havendo um par por
segmento.
Brânquias
Sistema Nervoso
Tubo
É do tipo ganglionar ventral com dois gânglios cerebróides e um cordão
nervoso duplo de onde partem nervos para todo o corpo.
GÂNGLIOS CEREBRÓIDES ESÔFAGO
Poliqueta Tubícola com Brânquias

Sistema Reprodutor

CONECTIVO PERIESOFÁGICO GÂNGLIOS VENTRAIS O sistema reprodutor apresenta gônadas. Algumas espécies
Sistema Nervoso de uma Minhoca são monóicas insuficientes e outras dióicas.

26 Biologia - M3
27 cor preto

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6.4 - Classificação dos Anelídeos

Os anelídeos são estudados em três classes: Oligochaeta, Polychaeta e Hirudinea. A classificação é


baseada no número de cerdas que são pequenos filamentos quitinosos presentes na pele.
A - Classe Oligochaeta - Oligoquetas
Grego -oligo = pouco / khaite = cerda
Apresentam poucas cerdas no corpo. Movimentam-se através das cerdas e de contrações da musculatura do
corpo. São de habitat terrestre e dulcícola. Seus representantes são hermafroditas com fecundação cruzada e
interna, sendo o desenvolvimento direto. Próximos à região anterior, existem alguns anéis diferenciados, formando
uma estrutura denominada Clitelo, responsável pela secreção de uma cápsula que envolve os ovos na época
da postura. São representados pelas minhocas e minhocuçus, animais úteis para a agricultura já que cavam
túneis e galerias subterrâneas, facilitando a drenagem e o arejamento do solo.
B - Classe Polychaeta - Poliquetas
Grego - polys = muito / khaite = cerda
Apresentam muitas cerdas no corpo. Movimentam-se através das cerdas e de contrações da musculatura do
corpo. As cerdas estão implantadas em expansões laterais do corpo denominadas Parapódios. São todos
marinhos e alguns são sésseis, vivendo no interior de tubos construídos por eles próprios. (Poliquetas tubícolas)
Os poliquetas são animais dióicos que apresentam fecundação interna e desenvolvimento indireto com formação
de larva trocófora.
Seus principais representantes são Nereis sp e os tubícolas.
C - Classe Hirudinea - Hirudíneos ou aquetas
Latim (hirudo = sanguessuga)
Não apresentam cerdas no corpo e movimentam-se através de contrações da musculatura do corpo. Vivem em
água doce, salgada e terra úmida.
Os hirudíneos são animais hermafroditas com fecundação cruzada e interna, sendo o desenvolvimento direto.
O corpo apresenta uma ventosa para sucção de sangue em cada extremidade, sendo, assim, considerados
ectoparasitas hematófagos. São representados pelas sanguessugas.

CLITELO

TENTÁCULOS

Minhoca (Oligoqueta)
Ventosas
PARAPÓDIOS
COM CERDAS

Sanguessuga (Hirudíneo)

Nereis (Poliqueta)

Biologia - M3 27
28 cor preto

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7 - FILO ARTHROPODA (Artrópodos)


Grego (arthros = articulação / podos = pés, patas)

7.1 - Características Gerais

O filo Arthropoda inclui animais que se caracterizam por apresentar patas articuladas. Constitui o mais vasto grupo zoo-
lógico, abrigando mais de 800.000 espécies vivendo no mar, na água doce, na água salobra, no solo e no meio aéreo.
O corpo dos artrópodos é revestido por um exoesqueleto quitinoso secretado pela própria epiderme. A
quitina é um polissacarídeo nitrogenado que apresenta importante função estrutural, constituindo também a
parede celular dos fungos. A presença desse exoesqueleto limita o crescimento dos artrópodos, fazendo com
que esses animais sofram mudas periódicas ou ecdises. A muda consiste na eliminação do esqueleto velho
e duro denominado exúvia e formação de outro novo, mole e maior. No TAMANHO
início, o novo exoesqueleto permite que o animal cresça. Enquanto ele

O
não endurece, o artrópodo fica relativamente desprotegido, procurando

OD
b

ÓP
refúgio em locais mais seguros. D

TR
AR
São animais triblásticos, esquizocelomados, protostômios, B

O
a
bilateralmente simétricos, enterozoários e segmentados. Os metâmeros


que constituem o corpo são diferentes uns dos outros, de modo que C
esses animais apresentam segmentação heterônoma. A

O gráfico ao lado representa uma comparação do crescimento dos


artrópodos e dos animais não artrópodos, sem esqueleto ou com TEMPO
esqueleto interno, como os vertebrados. Crescimento nos artrópodos
No gráfico, os pontos A e B indicam a ecdise (perda do exoesqueleto). Os segmentos a e b indicam fases de
grande crescimento enquanto não foi produzido ainda o novo esqueleto. Os segmentos C e D indicam fases
de intermuda, sem aumento em tamanho.

7.2 - Sistemas Orgânicos


Sistema Digestivo
O tubo digestivo é completo, com boca e ânus. A digestão é intracelular e extracelular. Existem espécies
carnívoras, herbívoras e, em menor número, espécies parasitas. As peças bucais (mandíbula, maxilas,
quelíceras, pedipalpos) estão adaptadas para mastigação, sucção, etc.
Sistema Circulatório
O sistema circulatório é do tipo aberto ou lacunar, semelhante ao dos moluscos. O sangue pode ou não conter
o pigmento hemocianina. Trata-se de um pigmento azul que realiza o transporte de gases. Assim, o transporte
de gases pelo sangue depende da presença da hemocianina.
Sistema Respiratório
A respiração efetua-se através de brânquias, traquéias e filotraquéias. Esses tipos de sistema respiratório
serão estudados na classificação dos artrópodos.

Sistema Excretor
É representado por túbulos de Malpighi na maioria das espécies. Alguns representantes excretam por glândulas
coxais e, outros, por glândulas verdes ou antenais. Esses tipos de sistema excretor serão estudados na
classificação dos artrópodos.

Sistema Nervoso
É do tipo ganglionar ventral. A fusão de vários gânglios na cabeça ou no cefalotórax forma uma massa
cerebróide, da qual partem dois cordões nervosos com um gânglio para cada segmento. Desses gânglios
saem vários nervos periféricos para todas as partes do corpo. As estruturas sensoriais localizam-se nas
antenas, pêlos, olhos, órgãos auditivos e estatocisto (órgão de equilíbrio).

Sistema Reprodutor
O sistema reprodutor apresenta gônadas. A maioria dos artrópodos são dióicos existindo alguns crustáceos
monóicos insuficientes. A fecundação é geralmente interna e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto,
nesse caso com uma ou mais fases larvais. Em algumas espécies, é comum a partenogênese e a poliembrionia.

28 Biologia - M3
29 cor preto

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7.3 - Classificação dos Artrópodos

Os artrópodos são estudados em cinco classes: Insecta, Crustacea, Arachnida, Diplopoda e Chilopoda.

Crustacea Insecta
(camarão) (gafanhoto) Arachnida
(aranha)

Diplopoda (piolho-de-cobra)
Chilopoda (centopéia)

Diversidade dos artrópodos

INSETOS CRUSTÁCEOS ARACNÍDEOS DIPLÓPODOS QUILÓPODOS

DIVISÃO DO Cabeça Cefalotórax Cefalotórax Cabeça Cabeça


CORPO Tórax Abdome Abdome Corpo alongado Corpo alongado
Abdome

NÚMERO DE 3 pares 5 pares ou mais 4 pares 2 pares por segmento 1 par por segmento
PATAS (Hexápodos) (Decápodos) (Octópodos)

NÚMERO DE 1 par 2 pares Ausentes 1 par 1 par


ANTENAS (Díceros) (Tetráceros) (Áceros) (Díceros) (Díceros)

Ausentes (Ápteros)
NÚMERO DE 1 par (Dípteros) Ausentes Ausentes Ausentes Ausentes
ASAS 2 pares (Ápteros) (Ápteros) (Ápteros) (Ápteros)
(Tetrápteros)

RESPIRAÇÃO Traqueal Branquial Filotraqueal Traqueal Traqueal

EXCREÇÃO Túbulos de Glândulas verdes ou Túbulos de Malpighi Túbulos de Malpighi Túbulos de Malpighi
Malpighi antenais Glândulas coxais

Pulga Siri Aranha


ALGUNS Mosca Lacraia
Lagosta Escorpião Piolho de Cobra
REPRESENTANTES Barata Centopéia
Tatuzinho de jardim Carrapato

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8 - FILO ECHINODERMATA (Equinodermas)


Grego (echinos = espinho / derma = pele)

8.1 - Características Gerais


Os equinodermas constituem um grupo de animais
exclusivamente marinhos que apresentam a pele revestida por Artículos
espinhos. Apresentam um endoesqueleto formado de placas móveis
calcárias derivado do mesoderma.
Na sua fase larval, os equinodermas possuem simetria bilateral,
enquanto nos adultos a simetria é radial (pentarradial). São Músculo
animais triblásticos, enterocelomados, deuterostômios,
enterozoários e assegmentados.
Entre os equinodermas, não há espécies parasitas nem formas Placa
coloniais. São todos animais de vida livre que vivem tanto nas PEDICELÁRIA ESPINHO MÓVEL DE OURIÇO

praias quanto em grandes profundidades. Peças do Esqueleto

Apesar de a definição da palavra equinoderma ser “corpo coberto


de espinhos”, algumas espécies não os apresentam, como os pepinos e lírios do mar.
O endoesqueleto formado por placas calcárias pode apresentar, além dos espinhos, estruturas denominadas
pedicelárias. Cada pedicelária é uma espécie de pequena pinça com dois ou três artículos móveis que
fazem a limpeza da superficie do corpo e capturam alimentos.
Como exemplos de equinodermas temos: estrelas-do-mar, serpentes-do-mar, ouriços-do-mar, pepinos-do-
mar e lírios-do-mar.

8.2 - Reprodução
Os equinodermas são animais dióicos sem dimorfismo sexual. A reprodução pode ser assexuada e sexuada.
Assexuada - Tipo: Regeneração
É muito acentuada entre as estrelas-do-mar.
Sexuada - Tipo: Fecundação.
A fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, existindo vários tipos de larvas que sempre apresentam
simetria bilateral. As principais larvas são bipinária, braquiolária, auriculária e doliolária.

8.3 - Sistemas Orgânicos

Sistema Digestivo
O tubo digestivo é completo, com exceção dos ofiuróides (serpentes do mar) que não apresentam ânus
quando adultos. Em torno da boca são observadas as pedicelárias, que capturam o alimento. Nos ouriços-do-
mar observa-se uma estrutura no interior da boca formada por cinco dentes caIcários que trituram o alimento.
Essa estrutura é denominada lanterna de Aristóteles. Os ouriços-do-mar raspam algas das rochas, enquanto
as estrelas-do-mar são carnívoras e se alimentam muitas vezes de ostras vivas, atacadas pela abertura das
valvas da concha. A digestão é intracelular e extracelular.

Sistema Ambulacrário
Também denominado sistema hidrovascular ou sistema vascular aquífero, relaciona-se com a locomoção,
fixação, excreção e respiração do animal. Esse sistema é dotado de uma placa calcária porosa denominada
Placa Madrepórica ou Madreporito localizada na superfície externa do corpo. É também constituído por
canais (circular e radiais), ampolas com músculos e pequenos pés ambulacrários. Todo o conjunto oco
contém internamente água do mar, que penetra no sistema através da placa madrepórica.
Através dos canais, a água atinge os pés ambulacrários, que são dotados de paredes musculares e ampolas
que acumulam líquido.
As variações de pressão do líquido no sistema determinam a expansão ou retração dos pés, fato que culmina
com o deslocamento do animal.
Os pés ambulacrários são dotados de ventosas nas extremidades relacionadas à fixação do animal.

30 Biologia - M3
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Sistema Circulatório
Placa madrepórica

Canal pétreo
Não há um sistema circulatório típico, mas um
conjunto de canais e lacunas, o Sistema Hemal, de
disposição radial e não bem delimitado da cavidade
celomática. Alguns autores falam em sistema
circulatório aberto bem reduzido. Não há coração
nem sangue.
Ampolas Canal circular
Sistema Respiratório

É constituído por brânquias. Ocorre também


respiração por difusão no sistema ambulacrário na
medida em que ocorre circulação de água no sistema
Pés ambulacrários Canal radial ambulacrário.
Músculos em
várias direções Ampola Sistema Excretor
Água

É muito reduzido. Células denominadas amebócitos


Canal radial
recolhem os excretas dos espaços intercelulares
levando-os até o sistema ambulacrário. Os excretas
atingem os pés ambulacrários. São eliminados por
difusão.

Sistema Nervoso
Pé ambulacrário É muito reduzido. Não há verdadeiros gânglios, e
sim um anel nervoso ao redor da região bucal de
Músculos longitudinais onde saem nervos radiais.

Sistema Ambulacrário Sistema Reprodutor

Apresenta gônadas. Todos os equinodermas são


dióicos sem dimorfismo sexual. Não há órgãos
copuladores e a fecundação é externa.

Observação:
Deuterostômios Protostômios
Acredita-se que os equinodermas tenham sua origem
filogenética na regressão de um tipo de animal mais ados
Cord
Hemicordados
evoluído e ativo, pois suas larvas apresentam simetria Moluscos Artrópodes

bilateral, enquanto os adultos são radialmente


simétricos, apresentam hábitos sedentários e os
sistemas nervoso, circulatório e excretor são muito A n e lí
deo

reduzidos. Entretanto, a presença de endoesqueleto


as
mesodérmico, deuterostomia, enteroceloma e E q u in
o d e rm
in to s (Asquelmintos)
semelhança larval com hemicordados e cordados N em at el m

sugerem que os equinodermas tenham se originando Platelmintos


de um ancestral comum aos hemicordados e cordados.
Celenterados

Diblásticos

Poríferos
(Parazoários)

Ancestrais

Árvore evolutiva dos Metazoários

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9 - FILO HEMICHORDATA (Hemicordados)


Grego (hemi = metade / khorde = corda)

9.1 - Características Gerais


Os hemicordados são animais marinhos de aspecto vermiforme que
vivem na zona das marés, no interior de galerias escavadas na areia.
O representante típico é o Balanoglossus, que pode ter mais de um Probóscide
metro de comprimento. O termo hemicordado se deve à presença de
uma estrutura de sustentação do corpo que foi por muitos anos
confundida com uma notocorda vestigial. No corpo do Balanoglossus, Região
reconhecemos nitidamente duas partes: uma probóscide ou tromba, terminal
Colarinho
com um colarinho na base e um tronco alongado. A tromba funciona
como uma espécie de êmbolo na perfuração de fundas galerias na
areia lamacenta das praias. O animal se nutre de partículas alimentares
trazidas pela água, que acaba saindo pelas fendas branquiais.
Região
Os hemicordados apresentam fendas branquiais faringeanas, tubo branquial
nervoso dorsaI, mas não apresentam uma verdadeira notocorda, fato
que não nos permite classificá-los como cordados. São animais Região
triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, assegmentados, genital
enterozoários e bilateralmente simétricos. São animais dióicos com
Região
fecundação externa e desenvolvimento direto ou indireto, com presença hepática
de larva denominada tornária.
Balanoglossus

9.2 - Importância Evolutiva


Os hemicordados apresentam considerável importância evolutiva por representarem um elo de transição entre
equinodermas e cordados. Esse fato toma por base a deuterostomia, o endoesqueleto mesodérmico, o
enteroceloma e a semelhança larval. Essas características são observadas nos três filos mencionados:
equinodermas, hemicordados e cordados.

10 - FILO CHORDATA (Cordados)


Grego (khorde = corda)

10.1 - Características Gerais


Encontramos no Filo Chordata três características que são consideradas como as mais importantes e que
estão presentes em todos os seus representantes, pelo menos em alguma fase de sua vida. São elas:
1 - Notocorda: Bastão gelatinoso localizado dorsalmente ao tubo digestivo. Funciona como primeira estrutura
de sustentação do corpo de um cordado.
2 - Tubo nervoso dorsal: Formado a partir do ectoderma, este tubo originará o sistema nervoso do cordado.
3 - Fendas branquiais faringeanas: Aberturas formadas na faringe do embrião que podem servir para
filtração de alimento (Anfioxo) ou para a respiração (Peixes). Nos vertebrados terrestres, essas fendas
esboçam-se no embrião, porém nunca no animal adulto.
Além das três características citadas anteriormente como sendo as mais importantes, os cordados são
triblásticos, enterocelomados, deuterostômios, segmentados, bilateralmente simétricos, enterozoários, possuem
um coração ventral e uma epiderme pluriestratificada (exceto os Protocordados).

10.2 - Origem
A hipótese mais provável a respeito da origem dos Cordados é que eles vieram da mesma linha evolutiva da
qual derivaram os hemicordados. Admite-se que larvas bipinárias de equinodermas asteróides originaram por
pedogênese (*) larvas tornárias de hemicordados. Larvas de hemicordados, por sua vez, originaram larvas
de urocordados que evoluíram para cefalocordados adultos.
* (Pedogênese consiste no desenvolvimento de um óvulo sem fecundação na fase larval).

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10.3 - Classificação
GRUPO SUB-FILO SUPERCLASSE CLASSE
ACRANIA Urochordata ou
– –
(Protocordados) Tunicata
Cephalochordata – –
Agnatha
–  Ostracodermi
(sem mandíbula) Cyclostomata
CRANIATA
(Vertebrados)  Placodermi
Chondrichthyes
Pisces
Gnathostomata Osteichthyes
(com mandíbula)
Amphibia
Reptilia
Tetrapoda Avis
Mammalia

Observações:
1) Os  Ostracodermi foram os primeiros animais vertebrados e viveram há cerca de 380 milhões de anos. As
evidências indicam que esses animais habitaram a água doce, desaparecendo, mais tarde, em conseqüência
do hábito parasita dos ciclóstomos.
2) Os  Placodermi foram os primeiros peixes e viveram há cerca de 350 milhões de anos. As evidências
indicam que esses peixes habitaram tanto as águas doces como os mares, já apresentando mandíbulas
verdadeiras e nadadeiras pares.

10.3.1 - Grupo Acrania (Protocordados)


Compreende animais invertebrados sem caixa craniana. São todos marinhos, estudados em dois subfilos:
Urochordata ou Tunicata e Cephalochordata.
A - Sub-Filo Urochordata ou Tunicata (Urocordados ou Sifão inalante
Tunicados)
Gânglio
São animais marinhos de hábitos bentônicos (vivem no fundo) Fendas nervoso
quando adultos. O corpo tem forma de um saco fixo ao fundo e faringeanas
a parede do corpo é denominada Túnica, constituída de uma Sifão
exalante
substância denominada tunicina, que é um isômero da celulose.
O termo urocordado significa notocorda na cauda. No entanto,
observamos que a cauda é encontrada somente na fase larval,
já que ela se perde juntamente com a notocorda na metamorfose.
Túnica
Assim, a sustentação é desempenhada pela notocorda apenas
na fase larval, enquanto no adulto a sustentação é desempenhada
Intestino
pela TÚNICA, daí o termo ”tunicado”. Os representantes típicos
Ovário
são as Ascídias, que apresentam respiração branquial. A água Estômago
penetra no corpo pelo sifão inalante e sai pelo sifão exalante,
como podemos observar na figura.
Testículo
B - Sub-Filo Cephalochordata (Cefalocordados)
São animais marinhos que possuem a notocorda ao longo de toda a região dorsal do corpo tanto na fase larval
quanto no adulto. Apresentam o corpo achatado lateralmente e vivem parcialmente enterrados em areia de
águas rasas. O único representante desse subfilo é o anfioxo, que não é um animal muito conhecido mas tem
grande importância biológica, especialmente em estudos de embriologia comparada dos cordados.
Filogeneticamente, ele pode ser interpretado como uma transição entre os protocordados e os vertebrados
mais simples, os ciclóstomos.

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O anfioxo apresenta respiração branquial e as correntes de água são mantidas por batimento de cílios na
faringe. São, portanto, animais filtradores.
tubo neural

notocorda

ceco digestivo ânus


boca faringe branquial

atrióporo
Anfioxo, em corte longitudinal
10.3.2 - Grupo Craniata

Compreende os animais vertebrados com caixa craniana.


CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VERTEBRADOS
Os animais vertebrados são classificados no filo Chordata e grupo Craniata. Possuem uma caixa craniana
protegendo o encéfalo e apresentam as seguintes características gerais:
• Esqueleto interno e articulado de constituição cartilaginosa ou óssea. Quando o esqueleto é cartilaginoso,
a notocorda, formada no embrião, permanece no adulto.
• Circulação fechada com coração ventral apresentando duas, três ou quatro cavidades.
• Respiração branquial, pulmonar ou cutânea.
• Tubo digestivo completo terminando em cloaca ou ânus. A cloaca é uma abertura comum aos sistemas
digestivo, excretor e reprodutor, enquanto o ânus é uma abertura exclusiva do sistema digestivo.
• Encéfalo com 10 ou 12 pares de nervos cranianos.
• Excreção efetuada por rins que podem ser de três tipos:
Rins Pronéfricos - Localizados na região anterior do corpo, são formados no embrião de todos os
vertebrados. Recolhem os excretas diretamente do celoma.
Rins Mesonéfricos - Localizados na região mediana do corpo, recolhem os excretas tanto do celoma
quanto do sangue.
Rins Metanéfricos - Localizados na região posterior do corpo, recolhem os excretas apenas do sangue.
• Pecilotérmicos ou homeotérmicos. Animais pecilotérmicos são aqueles cuja temperatura do corpo varia
em função da temperatura ambiental, já que não apresentam um mecanismo termorregulador. Animais
homeotérmicos são aqueles cuja temperatura corporal é constante devido à presença de um mecanismo
termorregulador. Enquanto os pecilotérmicos são caracterizados como animais de sangue frio, os
homeotérmicos são animais de sangue quente.

CICLÓSTOMOS

São animais de corpo alongado possuidores de uma boca circular sem mandíbula , com dentes e ventosa
sugadora de sangue. Não possuem mandíbula e são considerados parasitas. Estão representados pelas
lampreias e peixes-bruxa (feiticeiras).
Possuem esqueleto cartilaginoso, respiração branquial, coração bicavitário e hemácias nucleadas. A circulação
é simples, já que pelo coração só passa sangue venoso, e completa, já que não ocorre mistura entre sangue
venoso e arterial.
Na maioria das espécies, os rins são mesonéfricos. O sistema nervoso apresenta 10 pares de nervos cranianos.
Abaixo da epiderme formam-se duas estruturas que se comunicam com o meio externo, denominadas linhas
laterais. Tais estruturas estão em contato com neurorreceptores que permitem ao animal perceber as mínimas
variações de correnteza e pressão na água.
São pecilotérmicos, dióicos e apresentam fecundação externa, o que os caracteriza como animais ovulíparos.
O desenvolvimento é indireto, já que existe uma fase larval e o único anexo embrionário formado é o saco
vitelínico. Vivem no mar, mas na época da reprodução atingem os rios.
34 Biologia - M3
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PEIXES
São vertebrados aquáticos pecilotérmicos,
possuidores de coração bicavitário, hemácias nadadeira
nucleadas e respiração branquial. A circulação é
simples e completa.
nadadeira
Os rins são mesonéfricos e o sistema nervoso fendas branquiais
apresenta 10 pares de nervos cranianos. Já
apresentam mandíbula, possuindo assim uma boca
articulada. Possuem linha lateral com função senso-
rial. São dióicos e o único anexo embrionário formado tentáculos
é o saco vitelínico.
O grupo de peixes é considerado uma superclasse, boca
constituída por duas classe: Condrictes e Osteictes. fendas branquiais
Lampreia Peixe Bruxa (feiticeira)
A - Condrictes (Peixes cartilaginosos)
Apresentam esqueleto cartilaginoso e pele revestida por escamas placóides de origem epidérmica. A boca é
ventral e a nadadeira caudal é do tipo heterocerca com o ramo dorsal mais desenvolvido. As fendas branquiais
comunicam-se diretamente com a superfície do corpo, já que não existe uma estrutura protetora denominada
opérculo, presente nos peixes ósseos. O principal excreta
eliminado por esses animais é a uréia.
No intestino desses animais está presente uma prega denominada
válvula espiral que aumenta a superfície de absorção dos
produtos da digestão. O tubo digestivo termina em cloaca e a
fecundação é interna. São animais dióicos e a maioria das espécies
são ovovivíparas, isto é, fecundação e desenvolvimento são (VISTA DE CIMA)
internos, sem a presença da placenta. A nutrição do embrião ocorre
através das reservas de vitelo do próprio ovo. Dentículo

Seus representantes são tubarões, cações, arraias e quimeras.

Epiderme
(EM CORTE)
Escama placóide

Nadadeira caudal heterocerca 

VÁLVULA ESPIRAL

Fendas branquiais intestino


Entrada e saída de água no corpo de um condricte. Intestino com válvula espiral ou tiflossole.

Diversidade dos condrictes

Biologia - M3 35
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B - Osteictes (Peixes ósseos)


Apresentam esqueleto ósseo e pele revestida por escamas ciclóides e ctenóides, ambas de origem dérmica.
A boca é frontal e a nadadeira caudal pode ser de dois tipos: homocerca e dificerca. A primeira apresenta
ramos iguais e a segunda não apresenta bifurcação As fendas branquiais estão protegidas por placas ósseas
denominadas opérculos. O principal excreta eliminado por esses animais é a amônia.
Possuem uma estrutura denominada bexiga natatória que apresenta, em seu interior, gases retirados do
sangue. Variando a quantidade de gases na bexiga, o peixe modifica sua densidade adaptando-se assim a
diferentes profundidades. Nos peixes dipnóicos ou “pulmonados”, a bexiga natatória exerce função de
pulmão, permitindo a respiração do animal em meio aéreo. Quando há diminuição no nível dos rios, os peixes
dipnóicos se enterram no lodo e passam a retirar o oxigênio diretamente do ar atmosférico. O único gênero
de peixe dipnóico encontrado no Brasil é o Lepidosiren (pirambóia).
O tubo digestivo termina em ânus, são animais dióicos e a fecundação é externa na maioria das espécies, o
que os caracteriza como animais ovulíparos. Há algumas espécies ovíparas e outras ovovivíparas. Nas
espécies ovíparas, a fecundação é interna e o desenvolvimento é externo, enquanto nas ovovivíparas,
fecundação e desenvolvimento são internos sem a presença da placenta.
Os osteictes representam a maioria dos peixes, como lambari, baiacu, salmão, bacalhau, cavalo-marinho,
dourado, sardinha e outros.

dentículos

HOMOCERCA

DIFICERCA
ciclóide
ctenóide

Escamas ciclóide e ctenóide Nadadeira caudal homocerca e dificerca.

Os Crossopterígios (grego - krossos = franja / pterix = nadadeira) são osteictes “pulmonados” importantes
evolutivamente por representarem a fonte dos tetrápodos terrestres, originando os Labirintodontes (primeiros
anfíbios). A única espécie de crossopterígio vivente é encontrada nas costas da África do Sul adaptada à
vida marinha (Latimeria chalumnae).

Diversidade
dos osteictes

36 Biologia - M3
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ANFÍBIOS

Também denominados batráquios, são vertebrados pecilotérmicos que iniciaram a conquista do ambiente
terrestre. Não conquistaram definitivamente esse ambiente porque não possuem adaptações suficientes que
lhes permitam sobreviver sem a água. Sua pele deve estar sempre úmida e vascularizada para favorecer a
respiração cutânea e seus ovos sem casca não apresentam proteção e ressecam com facilidade, daí a
necessidade do ambiente aquático. A adaptação à vida terrestre é produto de várias modificações em relação
aos peixes. Surgiram patas que substituíram as nadadeiras, pulmões no lugar de brânquias e narinas que se
comunicam com a cavidade bucal favorecendo a respiração aérea.
A pele é úmida devido a inúmeras glândulas mucosas existentes. O esqueleto é ósseo e o tubo digestivo
termina em cloaca. O coração é bicavitário nas larvas (girinos) que apresentam respiração branquial. Os
adultos possuem coração tricavitário com respiração pulmonar e cutânea. As hemácias são nucleadas e a
circulação nos adultos é dupla, já que pelo coração passam dois tipos de sangue (venoso e arterial) e
incompleta, já que ocorre mistura entre esses dois tipos de sangue. Essa mistura ocorre no único ventrículo
presente no coração.
Os rins são mesonéfricos e a uréia é o principal produto nitrogenado excretado. O encéfalo apresenta 10
pares de nervos cranianos e o crânio se articula com a coluna vertebral por meio de dois côndilos occipitais.
São animais dióicos, sendo que a maioria das espécies são ovulíparas (fecundação externa) com
desenvolvimento indireto. O único anexo embrionário formado é o saco vitelino. Em algumas salamandras,
ocorre fecundação na fase larval formando novas larvas, processo esse denominado neotenia.
Os anfíbios são classificados em três ordens:

ANUROS URODELOS ÁPODOS


Não possuem cauda e Possuem cauda e Não possuem patas e
possuem quatro patas quatro patas adap- apresentam corpo
adaptadas ao salto. tadas a andar e correr. vermiforme.
Sapo, rã, perereca Salamandra, tritão cobra-cega (cecília)

RÃ COBRA-CEGA TRITÃO

Representantes dos anfíbios

Biologia - M3 37
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Os sapos são considerados animais venenosos, mas não são peçonhentos. Isso é justificado pela presença
de duas glândulas de veneno denominadas glândulas paratóides, que só liberam o veneno se pressionadas.
Assim, o animal não possui capacidade de inocular o veneno em suas vítimas.

Sapo

Glândula paratóide

GIRINOS

JOVEM

ADULTO
OVOS

Metamorfose de um anuro

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39 cor preto

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RÉPTEIS

São vertebrados pecilotérmicos que conquistaram definitivamente o ambiente terrestre. A presença de um


ovo com casca e amniota, pele adaptada ao ar atmosférico, fecundação interna e patas adaptadas a uma
locomoção mais rápida foram algumas aquisições adaptativas ao ambiente terrestre.
O esqueleto é ósseo e a pele revestida por escamas, placas córneas ou carapaça. O tubo digestivo termina
em cloaca e o coração é tricavitário, com um septo dividindo parcialmente o ventrículo. É importante ressaltar
que nos répteis crocodilianos o coração é tetracavitário. As hemácias são nucleadas e a circulação é dupla e
incompleta, porém devido à presença do septo incompleto no ventrículo do coração ocorre menor mistura
entre sangue venoso e arteriaI nessa cavidade cardíaca. Nos crocodiIianos, a mistura de sangue ocorre
numa estrutura denominada Forame de Panizza que representa a comunicação da artéria aorta com a
artéria pulmonar fora do coração. A respiração é pulmonar e os rins são metanéfricos, sendo o ácido úrico o
principal produto nitrogenado excretado. O encéfalo apresenta 12 pares de nervos cranianos e o crânio se
articula com a coluna vertebral por meio de um côndilo occipital, o que permite uma movimentação mais
ampla da cabeça.
São animais dióicos, sendo que a maioria das espécies são ovíparas. As cobras peçonhentas são ovovivíparas.
O desenvolvimento é direto e os anexos embrionários presentes são: saco vitelínico, âmnion, córion e alantóide.
Os répteis são classificados em quatro ordens:
A - Squamata (Escamados) - Apresentam escamas ou placas epidérmicas córneas na pele. Essa ordem é
dividida em duas subordens:
* Subordem Lacertilia - Compreende os lagartos, lagartixas, cobras-de-vidro e cobras de duas cabeças.
* Subordem Ophidia - compreende as serpentes (cobras).
B - Crocodilia (crocodilianos) - Apresentam o corpo alongado com quatro patas terminadas em garras. A
cauda é longa e pesada e a mandíbula apresenta poderosos dentes. Compreende os jacarés e crocodilos.
C - Chelonia (Quelônios) - Apresentam o corpo protegido por uma carapaça óssea dorsal arredondada e uma
placa ventral plana (plastrão). Compreende as tartarugas, jabutis e cágados.
D - Rhynchocephalia (Rincocéfalos) - Essa ordem é reduzida a uma única espécie presente na Nova Zelândia.
O representante é denominado Tuatara (Sphenodon).

Lacertílio
Crocodiliano

Tuatara

Diversidade
dos répteis Ofídio Quelônio
OS OFÍDIOS

Esse grupo deve ser estudado separadamente por incluir espécies peçonhentas, ou seja, animais que produzem
e inoculam veneno em suas vítimas.
COBRAS PEÇONHENTAS COBRAS NÃO-PEÇONHENTAS
- Cabeça triangular e bem destacada do corpo. - Cabeça quase cilíndrica e mal destacada do corpo.
- Cabeça recoberta por pequenas escamas. - Cabeça recoberta por placas córneas grandes.
- Olhos com pupila vertical. - Olhos com pupila circular.
- Com fosseta loreal (fosseta lacrimal) que - Sem fosseta loreal (fosseta lacrimal).
apresenta função termosensorial.
- Cauda curta com afilamento brusco. - Cauda longa com afilamento progressivo.
- Lentas, de hábitos noturnos. - Rápidas, de hábitos diurnos.
- Quando molestadas, armam o bote. - Quando molestadas, fogem.
- Ovovivíparas. - Ovíparas.
- cascavel, coral, urutu, jararaca, surucucu - jibóia, sucuri.

Biologia - M3 39
40 cor preto

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Escamas pequenas Placas grandes

fosseta
loreal Pupila circular
Pupila vertical Cauda curta

Cauda longa

Características de cobras peçonhentas Características de cobras


não-peçonhentas
CONDUTA GERAL DE URGÊNCIA
1) Capturar, se possível, o animal causador do acidente para sua identificação. Permite a administração do
soro especifico.
2) Quando o atendimento for feito nos primeiros trinta minutos do acidente, deve-se extrair o máximo do
veneno inoculado, fazendo sangrar o local da picada.
3) Executar sucção da picada. Ao contrário do que se diz, lesões na boca não comprometerão o operador do
processo.
4) Desaconselha-se o tradicional torniquete, exceto em picada de coral ou cascavel. Ainda assim, deve-se
saber usá-lo muito bem, para que seja evitada gangrena e perda do membro. Dados do Hospital Vital
Brasil provam que na maioria dos casos o torniquete agravou a situação do paciente.
5) Remover o acidentado urgentemente para o local mais próximo que disponha de recursos para fazer o
tratamento pela soroterapia específica.
6) Durante estas fases, o acidentado deve ser tranqüilizado e mantido em repouso. Não deve locomover-se
pelos próprios meios, especialmente quando picado no membro inferior.
TRATAMENTO PELO SORO
A soroterapia específica é o único tratamento eficaz para acidentes provocados por animais peçonhentos.
1) Soro anti-botrópico - Neutraliza o veneno das serpentes do gênero Bothrops (jararaca e urutu).
2) Soro anti-crotálico - Neutraliza o veneno das serpentes do gênero Crotalus (cascavel).
3) Soro anti-elapídico - Neutraliza o veneno das serpentes do gênero Micrurus (coral - família Elapidae)
4) Soro anti-laquésico - Neutraliza o veneno das serpentes do gênero Lachesis (surucucu).
5) Soro antiofídico polivalente - Usa-se quando não for possível identificar a cobra. Não é eficaz para
cobras do gênero Micrurus.

AVES

São vertebrados homeotérmicos de esqueleto ósseo e corpo coberto de penas que exercem função protetora,
isolante térmico e são importantes para o vôo. O tubo digestivo inicia-se com um bico córneo com formato
variado e adaptado aos mais diferentes tipos de alimentação. O bico se comunica com a faringe e essa com
o esôfago, que sofre uma dilatação denominada papo, onde o alimento é armazenado e amolecido.
O estômago apresenta duas partes: proventrículo com função de realizar a digestão química e a moela que
realiza a digestão mecânica. O tubo digestivo continua com o intestino, que termina em cloaca.
O coração é tetracavitário e a artéria aorta está voltada para o lado direito. As hemácias são nucleadas como
nos demais vertebrados estudados até aqui. A circulação é dupla, já que pelo coração passam dois tipos de
sangue (venoso e arterial) e completa já que não ocorre mistura entre esses dois tipos de sangue.
A respiração é pulmonar e os pulmões emitem sacos aéreos, que são expansões membranosas que ocupam
espaços entre as vísceras e no interior dos ossos pneumáticos (ocos e leves). Como esses sacos se
enchem de ar, diminuem o peso específico do animal, representando uma adaptação ao vôo. Na base da
traquéia encontra-se o órgão fonador das aves denominado siringe. Os rins são metanéfricos, sendo o ácido
úrico o principal produto nitrogenado excretado. O encéfalo apresenta 12 pares de nervos cranianos e o
crânio se articula com a coluna vertebral por meio de um côndilo occipital.

40 Biologia - M3
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Na base da cauda, a maioria das aves apresenta a glândula uropigeana, que produz uma substância oleosa
que impermeabiliza e lubrifica as penas. A pele é delicada, seca e sem glândulas, com exceção da uropigeana.
São animais dióicos que realizam fecundação interna e desenvolvimento externo, sendo, assim, ovíparos.
Apresentam cuidados especiais com a prole e os anexos embrionários são os mesmos dos répteis, ou seja,
saco vitelínico, âmnion, córion e alantóide.
ADAPTAÇÃO AO VÔO
• Ossos pneumáticos
• Asas
• Sacos aéreos
• Visão desenvolvida
• Ausência de bexiga urinária
• Cerebelo desenvolvido, responsável pelo equilíbrio do corpo.
• Osso esterno com quilha, onde ocorre a implantação da musculatura do vôo.

Traquéia

pulmões Siringe
sacos
aéreos pequenos grandes
peitorais peitorais
quilha do
esterno
osso pneumático

Algumas das adaptações ao vôo das aves. Localização da Siringe

língua faringe

esôfago

artéria aorta ceco


átrios papo
cloaca
proventrículo
ventrículos intestino
fígado
pâncreas
Coração de uma ave
Tubo digestivo de uma ave

MAMÍFEROS
Assim como as aves, são vertebrados homeotérmicos descendentes dos répteis. Apresentam glândulas
mamárias, justificando o nome da classe. Além dessas glândulas, possuem glândulas sudoríparas e sebáceas.
O corpo é coberto de pêlos e a epiderme da pele é queratinizada.
O tubo digestivo inicia-se com a boca e termina em ânus (na maioria das espécies). O coração é tetracavitário
e a artéria aorta está voltada para o lado esquerdo. As hemácias são anucleadas, com exceção dos camelídeos
que as apresentam nucleadas A circulação é dupla e completa. A respiração é pulmonar, com pulmões alveolares,
músculo diafragma e cordas vocais na laringe. Os rins são metanéfricos, sendo a uréia o principal produto
nitrogenado excretado. O encéfalo apresenta 12 pares de nervos cranianos e o crânio se articula com a coluna
vertebral por meio de dois côndilos occipitais.
São animais dióicos e apresentam fecundação interna. A maioria dos mamíferos são vivíparos, isto é,
fecundação e desenvolvimento são internos, com presença da placenta, importante na nutrição do feto. Os
anexos embrionários presentes são saco vitelínico, âmnion, córion, alantóide e placenta. Algumas espécies
são ovíparas e não apresentam a placenta, como ornitorrinco e équidna.

Biologia - M3 41
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Classificação dos Mamíferos


Os mamíferos se dividem em três sub-classes: Prototheria, Metatheria e Eutheria
A - Sub-classe Prototheria (Prototérios)
Não possuem placenta nem útero. Apresentam cloaca e são ovíparos. Não ocorrem no Brasil e são estudados
em uma única ordem: Monotremata. Os exemplos dessa ordem são Ornitorrinco e Équidna, restritos ao
Continente Australiano.
B - Sub-classe Metatheria (Metatérios)
Apresentam placenta rudimentar e útero duplo. São estudados na ordem MARSUPIALIA, cuja principaI
característica é uma bolsa ventral denominada marsúpio, onde os filhotes completam o seu desenvolvimento.
Os filhotes nascem pouco desenvolvidos e necessitam completar esse desenvolvimento recebendo proteção
materna. Por isso, os filhotes se instalam no marsúpio onde se alimentam. (As glândulas mamárias se encontram
nesse local). Os exemplares dessa ordem estão presentes, em sua maioria, na Austrália, como cangurus e
coalas; no Brasil, os mais comuns são os gambás.
C - Sub-classe Eutheria (Eutérios)
Apresentam placenta verdadeira e, assim, o filhote se desenvolve completamente no interior do útero materno.
Essa sub-classe contém a maioria das espécies de mamíferos. As principais ordens são:

1. Insetívoros - são animais de pequeno porte, muito 7. Roedores - Possuem 2 dentes incisivos superiores
primitivos. Exemplo: Toupeira com crescimento contínuo. É a ordem mais numerosa
2. Quirópteros - são os únicos mamíferos voadores dos mamíferos. Exemplos: capivara, rato,
com os membros anteriores transformados em asas. camundongo, paca, cutia, preá, castor, esquilo.
Podem ser insetívoros, frugívoros ou hematófagos. 8. Lagomorfos - Possuem 4 dentes incisivos superiores
Exemplo: Morcego desenvolvidos. Exemplos: coelho e lebre.
3. Cetáceos - São aquáticos de grande porte. Os 9. Desdentados - Não possuem dentes ou possuem
membros anteriores se transformaram em dentes sem esmalte. Exemplos: tatu, tamanduá e
nadadeiras e os posteriores estão ausentes. preguiça.
Exemplos: baleia, cachalote, golfinho e boto. 10. Perissodáctilos - Possuem número ímpar de dedos
4. Sirênios - São aquáticos. Os membros anteriores e com casco. Exemplos: cavalo, zebra, anta e
posteriores estão adaptados para a natação. rinoceronte.
Exemplo: Peixe-boi. 11. Artiodáctilos - possuem número par de dedos com
5. Carnívoros - Apresentam os dentes caninos bem casco. Exemplos: boi, girafa, camelo, veado, bode,
desenvolvidos e dentes carnaciais (molares porco, hipopótamo, carneiro e javali.
modificados). 12. Primatas - Apresentam cérebro desenvolvido,
Exemplos: cão, gato, leão, onça, urso, tigre, hiena, cinco dedos nas mãos e pés e dedo polegar muitas
raposa, lobo, ariranha, foca, leão-marinho e elefante vezes oponível. Os olhos são geralmente dirigidos
marinho. para a frente. Exemplos: macaco e homem.
6. Proboscídeos - Possuem tromba formada pelo lábio
superior fundido às narinas. Exemplo: elefantes.

intestino Âmnio

Âmnion
Córion Cavidade
amniótica Córion
Alantóide

Saco
vitelino

Vitelo
Vilosidades

Anexos embrionários de répteis e aves.


Vilosidades placentárias
Anexos embrionários de mamíferos

42 Biologia - M3
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CIRCULAÇÃO SIMPLES Rede capilar


corporal
Aorta

Ventrículo
Ciclóstomos Átrio
e peixes Cone arterial
Seio venoso

Rede capilar branquial

CIRCULAÇÃO DUPLA INCOMPLETA Rede capilar


corporal

Veia Aorta
pulmonar
ANFÍBIOS
Artéria
pulmonar Veia cava

Rede capilar pulmonar


CIRCULAÇÃO DUPLA INCOMPLETA Rede capilar
corporal

Veia pulmonar Arco aórtico esquerdo

RÉPTEIS Arco aórtico


Artéria direito
pumonar Veia cava

Rede capilar pulmonar


Rede capilar
CIRCULAÇÃO DUPLA COMPLETA corporal

Aorta
AVES E
MAMÍFEROS

Veia cava

Rede capilar pulmonar

AD = Átrio direito VD = Ventrículo direito


AE = Átrio esquerdo VE = Ventrículo esquerdo

Circulação nos vertebrados

Pulmões Corpo

Brânquias Corpo Coração

Coração

Pequena circulação Grande circulação

Circulação simples Circulação dupla

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ORIGEM DA VIDA
INTRODUÇÃO
Desde a antigüidade, o homem se preocupa em desvendar a forma como surgiu a vida em nosso planeta.
Diversas teorias se apresentaram na tentativa de explicar a origem dos seres vivos. Segundo o fixismo, a
vida teria surgido por ato divino, enquanto a abiogênese ou geração espontânea afirma que os seres vivos
podiam originar-se da matéria bruta de forma espontânea. Atualmente, acredita-se que processos físicos e
químicos atuando nas condições da Terra primitiva permitiram a formação de sistemas químicos capazes de
se reproduzir, constituindo, a partir daí, os primeiros seres vivos.

1- ABIOGÊNESE E BIOGÊNESE
O grande divulgador da abiogênese ou geração espontânea foi Aristóteles, há mais de 2.000 anos. Segundo
a abiogênese, o lixo gerava moscas à medida em que se observava a presença de larvas desses insetos no
lixo em decomposição.
No século XVII, o médico belga Van Helmont elaborou uma receita para obter ratos por geração espontânea
a partir do trigo. Segundo ele, grãos de trigo colocados em uma camisa suja de suor abandonada em um
local pouco iluminado originariam ratos em três semanas.
Segundo a geração espontânea, a matéria bruta deveria apresentar um “princípio ativo”, isto é, uma força
capaz de levar à formação da vida. Na receita de Van Helmont, o “princípio ativo” estaria presente no suor
humano.

1.1- O Experimento de Redi


Durante muitos anos, vários experimentos foram feitos para tentar derrubar a idéia da geração espontânea.
Em meados do século XVII, o biólogo e médico italiano Francesco Redi colocou pedaços de carne no interior
de alguns frascos, deixando determinados frascos abertos e fechando outros com uma gaze. Nos frascos
abertos, apareciam larvas de moscas, o que não acontecia nos frascos cobertos pela gaze. Redi afirmava, a
partir do seu experimento, que as moscas não são geradas espontaneamente pela carne e sim por ovos
depositados por outras moscas que só penetravam nos frascos abertos.

tampa
Frascos fechados onde as moscas
não têm acesso ao material orgânico:
ausência de larvas

matéria orgânica em
putrefação mosca

Frascos abertos onde as moscas


têm acesso ao material orgânico:
presença de larvas

Experimento de Redi

Os resultados dos experimentos de Redi fortaleceram a biogênese, isto é, a teoria que admite a origem de
um ser vivo somente a partir de outro ser vivo.

44 Biologia - M3
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1.2- Os Experimentos de Needham e Spallanzani

No século XVIII, o biólogo inglês John Needham dos tubos, Spallanzani constatou, mesmo depois de
colocou sucos nutritivos, como caldo de galinha e vários dias, que os sucos nutritivos não
sucos vegetais, em tubos de ensaio que foram apresentavam nenhuma forma de vida,
aquecidos e, a seguir, fechados para impedir a descartando, assim, a idéia da abiogênese. Segundo
entrada do ar. Alguns dias depois, Needham constatou Spallanzani, Needham não aqueceu suficientemente
que os sucos nutritivos continham microorganismos, os tubos, permitindo a sobrevivência de alguns
fazendo vir novamente à tona a idéia da abiogênese. microorganismos que se reproduziram assim que
os sucos nutritivos esfriaram.
Alguns anos mais tarde, o padre italiano Lázzaro
Spallanzani refez as experiências de Needham. No No entanto, Needham criticou Spallanzani afirmando
entanto, Spallanzani ferveu os sucos nutritivos que a fervura teria destruído o princípio ativo, isto é,
contidos em tubos de ensaio, que foram a força capaz de gerar vida. A teoria da abiogênese
posteriormente fechados. Analisando o conteúdo ainda não havia sido derrubada.

1.3- Os Experimentos de Pasteur


Somente em meados do século XIX, o cientista francês Louis Pasteur elaborou de forma conclusiva
experimentos que inviabilizaram a geração espontânea. Pasteur realizou uma série de experimentos, entre
os quais o experimento do frasco com “pescoço de cisne”. Através do trabalho, foi demonstrado que uma
solução nutritiva, previamente esterilizada, mantém-se estéril indefinidamente mesmo na presença de ar,
desde que a entrada de germes seja impedida. Observe o esquema abaixo que ilustra esse experimento de
Pasteur.

vapor
pescoço de
cisne

Líquido
nutritivo
3
2
1
o líquido permanece estéril

aspiração de ar o pescoço do tubo é


quebrado

as gotas de água, no pescoço do tubo, 5 os micróbios aparecem


4 no líquido nutritivo
retêm a poeira contendo micróbios.

Esquema do experimento de Pasteur sobre geração espontânea. Um líquido nutritivo (água, levedura de cerveja, suco
de beterraba) é colocado em um balão de pescoço longo (1). O pescoço do balão é estirado, após aquecimento, para
formar um tubo fino e curvo, tipo “pescoço de cisne” (2). O líquido é fervido; esta operação mata todos os microorganismos
presentes no Iíquido (3). Ao resfriar-se, o tubo aspira ar. A poeira contendo os micróbios é retirada do ar pelas gotas de
água na extremidade do tubo. O balão permanece estéril durante muito tempo (4). Se o pescoço do tubo é quebrado,
o líquido nutritivo é rapidamente invadido por germes (5). (Segundo Amabis e Martho).

2- HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DA VIDA


Na tentativa de explicar a origem dos primeiros seres vivos, surgiram várias hipóteses, sendo mais importantes
as seguintes:

2.1- Hipótese Autotrófica


Segundo essa hipótese, os primeiros seres vivos que surgiram no planeta Terra foram autótrofos, isto é,
capazes de produzir seu próprio alimento. A hipótese autotrófica não é bem aceita atualmente, já que as

Biologia - M3 45
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reações químicas de síntese de alimentos são muito complexas, exigindo dos organismos em questão um
equipamento enzimático sofisticado, contrariando a teoria da evolução. Segundo a teoria evolucionista, as
primeiras formas de vida teriam sido extremamente simples e, ao longo do tempo, originaram a grande
diversidade de organismos presentes no nosso planeta.

2.2 - Hipótese Heterotrófica


Segundo essa hipótese, os primeiros seres vivos que surgiram no planeta Terra foram heterótrofos, isto é,
incapazes de produzir seu próprio alimento. É a hipótese mais aceita atualmente e supõe que os primeiros
seres vivos eram extremamente simples. Tais organismos teriam sido originados na Terra primitiva a partir
da lenta evolução química de substâncias inorgânicas durante milhões de anos, formando substâncias
orgânicas.
Acredita-se que a atmosfera da Terra primitiva era constituída por metano (CH4), amônia (NH3), vapor de
água (H2O) e hidrogênio (H2). Tais substâncias teriam se originado de rochas fundidas quando a superfície
do planeta ainda não se encontrava solidificada e das atividades vulcânicas. Sob ação das condições reinantes
na atmosfera primitiva, tais substâncias teriam sofrido combinações químicas, formando moléculas cada vez
mais complexas. Essa hipótese foi proposta pelo bioquímico russo Oparin no início do século XX.

3- AS IDÉIAS DE OPARIN
As idéias propostas por Oparin baseiam-se, principalmente, na composição da atmosfera primitiva nas
prováveis condições existentes.
Altas temperaturas, descargas elétricas constantes e radiação ultravioleta teriam agido sobre as
substâncias existentes na atmosfera primitiva (CH4, NH3, H2O e H2) quebrando algumas ligações químicas
e permitindo novas combinações atômicas. Dessa forma, substâncias orgânicas, como aminoácidos, foram
formadas na atmosfera primitiva. Esses aminoácidos foram arrastados pelas chuvas para a crosta terrestre,
formando proteínas que foram levadas para os oceanos primitivos. Na água, ocorreu a formação de
COACERVADOS, isto é, aglomerados de proteínas envolvidos por uma película limitante. Nos oceanos
primitivos, os coacervados reagiam com outras substâncias, formando substâncias ainda mais complexas
que constituíam uma verdadeira sopa nutritiva. A complexidade molecular dos coacervados foi aumentando
até que surgiu a capacidade de duplicação. Com isso, o primeiro ser vivo teria sido originado.

ATMOSFERA PRIMITIVA

gases: CH4 - NH3 - H2O - H2

- ALTAS TEMPERATURAS
Condições especiais - DESCARGAS ELÉTRICAS CONSTANTES
- RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

AMINOÁCIDOS

PROTEÍNAS NOS OCEANOS PRIMITIVOS


COACERVADOS NOS OCEANOS PRIMITIVOS


COACERVADOS COMPLEXOS COM CAPACIDADE DE DUPLICAÇÃO


PRIMEIRO SER VIVO

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4- EXPERIMENTO DE MILLER
Em 1954, o cientista norte-americano Stanley Miller testou em laboratório a viabilidade da hipótese de Oparin.
Miller construiu um aparelho onde reuniu metano, amônia, vapor d’água e hidrogênio, fazendo circular
tais substâncias. A mistura foi aquecida e submetida a descargas elétricas simulando as condições presentes
na atmosfera primitiva. Ao final do experimento, a água analisada continha alguns aminoácidos e outras
substâncias orgânicas. Assim, percebemos que o experimento de Miller reforçou as idéias de Oparin.

fios elétricos

2 3
descarga elétrica

gases da atmosfera
primitiva: metano, amônia,
hidrogênio e vapor de água

vapor de água saída de água


4 refrigeração
entrada de água

água fervendo os compostos orgânicos


1 acumulam-se aqui

tubo em U

Miller introduziu, em seu aparelho, metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. O vapor de água era produzido pela
fervura da água do balão (1). Pelo aquecimento, os gases são forçados a circular no sentido das setas (atmosfera
primitiva) (2). A mistura passa no interior de um grande balão onde ocorrem descargas elétricas de cerca de 60.000
volts. Estas descargas simulam os raios. O vapor de água é, em seguida, resfriado e condensado (4). Isto simula a
condensação do vapor de água nas camadas superiores da atmosfera e as chuvas. Os compostos formados neste
sistema depositam-se na parte do tubo em forma de U (5), que simula os mares primitivos. (Segundo Amabis e Martho).

5- EXPERIMENTO DE FOX
Em 1957, o cientista norte-americano Sidney Fox aqueceu uma mistura de aminoácidos e observou a formação
de moléculas muito semelhantes a proteínas, reforçando as idéias propostas por Oparin. Os aminoácidos
trazidos pelas chuvas ao entrarem em contato com as rochas ainda quentes da superfície terrestre teriam
formado moléculas de proteínas que foram arrastadas aos oceanos primitivos pelas chuvas.

6- EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS ENERGÉTICOS DOS SERES VIVOS


Como vimos anteriormente, os primeiros seres vivos foram provavelmente heterótrofos. A ausência de O2 na
atmosfera primitiva fez com que processos anaeróbios, como a fermentação, fossem os únicos possíveis
para obtenção de energia. Através da fermentação, ocorre liberação de CO2 para a atmosfera, propiciando,
a partir da evolução, o surgimento dos seres autótrofos fotossintetizantes. Com o surgimento dos organismos
fotossintetizantes, ocorre liberação de O2 para a atmosfera propiciando, também a partir da evolução, o
surgimento de seres que obtinham energia através da respiração aeróbia.

Assim, a seqüência de fenômenos bioquímicos surgidos na Terra é:

FERMENTAÇÃO → FOTOSSÍNTESE → RESPIRAÇÃO AERÓBIA

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EVOLUÇÃO
INTRODUÇÃO
Até o século XVIII, havia a consolidação da idéia que todos os seres vivos presentes no planeta Terra foram
produto de criação divina e que as espécies não passavam por nenhum processo de transformação. Essa
teoria que afirma que as espécies são fixas e imutáveis recebe o nome de Fixismo.
A partir do século XVIII, uma nova idéia foi lançada, afirmando que as espécies se transformavam gradualmente
ao longo do tempo e originavam novas espécies. Essa teoria que afirma que as espécies são mutáveis
recebe o nome de transformismo e é a base da evolução. A teoria da evolução afirma que a linha evolutiva
se desenvolve no sentido de tornar as espécies cada vez mais adaptadas ao ambiente em que vivem.

1- TEORIAS EVOLUCIONISTAS
À medida em que a idéia da evolução ganhava novos adeptos, surgiam teorias para explicar os mecanismos
através dos quais ela ocorria. As principais teorias evolucionistas são:

1.1- Lamarquismo
O biólogo francês Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) foi o primeiro cientista a propor uma teoria sistemática
para a evolução. Segundo Lamarck, as modificações ambientais desencadeariam em uma espécie a
necessidade de se modificar de modo a promover a sua adaptação às novas condições ambientais. A
adaptação pode ser definida como sendo o conjunto de características de uma espécie que contribuem para
a sua sobrevivência e reprodução em determinado ambiente. O conceito de adaptação está intimamente
relacionado ao tipo de ambiente que determinada espécie explora.
Para Lamarck, a evolução estaria baseada em duas leis fundamentais:
• LEI DO USO E DESUSO - órgãos muito usados iriam hipertrofiar, enquanto órgãos pouco usados iriam
atrofiar.
• LEI DA TRANSMISSÃO DOS CARACTERES ADQUIRIDOS - As características adquiridas pelo uso ou
perdidas pelo desuso seriam transmitidas aos descendentes.
A teoria de Lamarck não é mais aceita atualmente por dois motivos: somente os órgãos de natureza muscular
podem sofrer hipertrofia ou atrofia como resposta ao uso e desuso freqüentes e as características adquiridas
pelo uso ou perdidas pelo desuso não podem ser transmitidas aos descendentes. Somente uma modificação
nos gens presentes nos gametas poderá ser transmitida às gerações seguintes.
Segundo Lamarck, a girafa atual, com pescoço comprido, seria resultado do esforço de um ancestral da
girafa que apresentava pescoço curto para alcançar as folhas no alto das árvores. O hábito de esticar o
pescoço (lei do uso e desuso) teria levado ao aumento de tamanho dessa parte do corpo. Com isso, a
característica adquirida foi sendo transmitida de geração em geração (lei da transmissão dos caracteres
adquiridos) resultando nas girafas atuais, de pescoço comprido.
Apesar de não explicar corretamente o mecanismo evolutivo, o Lamarckismo foi de grande importância para
a teoria da evolução por ter chamado a atenção para a adaptação como um processo necessário para o
sucesso evolutivo de uma espécie no ambiente em que vive.

1.2- Darwinismo
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) desenvolveu uma teoria evolutiva que é a base da teoria
moderna da evolução. Segundo Darwin, os indivíduos mais bem adaptados ao meio ambiente apresentam
maiores chances de sobrevivência, deixando maior número de descendentes. A própria natureza seleciona
os indivíduos mais bem adaptados ao meio, enquanto os menos adaptados tendem a morrer e com o tempo
levar à extinção da espécie. Essa teoria descrita acima é chamada seleção natural e é a base do Darwinismo.
Aos 22 anos, Darwin realizou uma viagem de cinco anos a bordo do navio inglês H.M.S. Beagle em direção
à América do Sul e posteriormente Nova Zelândia e Austrália. Darwin percebeu uma grande variabilidade de

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espécies que apresentavam graus diferentes de adaptação ao meio. Percebeu, assim, que os indivíduos
com mais oportunidades de sobrevivência apresentavam características mais apropriadas para enfrentar as
condições ambientais.
Quando, em 1838, Darwin leu o ensaio de Thomas Malthus sobre populações, percebeu com mais clareza a
idéia da seleção natural. Segundo Malthus, as populações humanas tendem a crescer em progressão
geométrica, enquanto a produção de alimentos tende a crescer em progressão aritmética. Isso geraria uma
competição e, a partir dela, a seleção natural dos mais aptos.
As principais idéias do Darwinismo são:
• Há inúmeras variações entre indivíduos de mesma espécie tanto na morfologia quanto na fisiologia.
• O número de indivíduos de uma espécie é mantido mais ou menos constante ao longo das gerações.
• Na luta pela vida, os indivíduos com variações favoráveis às condições do ambiente onde vivem
apresentam maiores chances de sobrevivência, já que a seleção natural é atuante.
• Através da seleção natural, as espécies serão representadas por indivíduos cada vez mais bem adaptados.
Segundo Darwin, no passado, os ancestrais das girafas atuais apresentavam pescoços com tamanhos
variáveis. A competição pelo alimento disponível favoreceu os indivíduos de pescoço comprido, que
alcançariam as folhas no alto das árvores. Assim, a seleção natural permitiu que os indivíduos de pescoço
comprido fossem selecionados em detrimento daqueles de pescoço curto, que foram morrendo até a extinção.
Fica fácil perceber que a ação do meio ambiente é diferente para Lamarck e Darwin. Segundo Lamarck, o
meio é o causador das variações, já que características novas são adquiridas por imposição do meio.
Segundo Darwin, o meio apenas seleciona as características adaptativas mais importantes.
Darwin não conseguiu explicar a origem das variações, já que somente a genética, surgida no século XX,
contém subsídios para esclarecer as causas da variabilidade.

1.3- Neodarwinismo
Também denominado Teoria sintética da evolução, foi proposto no século XX por vários pesquisadores
utilizando como base o Darwinismo, que foi acrescido dos conceitos modernos sobre variabilidade (mutação
e recombinação gênica) e genética de populações.
O Neodarwinismo não corrige o Darwinismo e sim amplia suas idéias à medida em que explica as causas
das variações nos seres vivos que não foram explicadas por Darwin.
As mutações e a recombinação gênica são as principais causas da variabilidade genética presente nos
seres vivos. A seleção natural apenas direciona o processo evolutivo, mantendo as variações favoráveis ou
adaptativas a determinado meio. Enquanto as mutações e a recombinação gênica aumentam a variabilidade
genética, a seleção natural diminui, já que os indivíduos menos adaptados tendem a morrer e, com o tempo,
permitir a extinção da espécie.

Seleção natural Fixação das


Espécie
DARWINISMO Variações variações
adaptada
“favoráveis”

Seleção natural Fixação das


Espécie
NEODARWINISMO Variações variações
adaptada
“favoráveis”

Mutações Recombinação
Gênica

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2- EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO
A teoria da evolução apresenta grande credibilidade pelo fato de estar apoiada nas seguintes evidências:
fósseis, órgãos vestigiais, homologias e embriologia comparada.

2.1- Fósseis
Representa qualquer indício da presença de vida em tempos remotos na Terra. A Paleontologia (do grego:
palaios = antigo; onto = ser) é a ciência que estuda os fósseis, sendo de extrema importância para o
conhecimento de indícios de parentesco de seres extintos com as espécies atuais.

2.2- Órgãos Vestigiais


São aqueles que se apresentam atrofiados em determinados grupos mas desenvolvidos e funcionais em
outros, revelando uma ancestralidade comum.
Na espécie humana, o apêndice vermiforme é um bom exemplo de órgão vestigial. Nos mamíferos herbívoros,
o apêndice é muito desenvolvido e abriga microorganismos que promovem a digestão da celulose. Além do
apêndice, o cóccix é considerado órgão vestigial, representando um vestígio de cauda presente em outros
animais.

2.3- Homologias
A homologia representa a semelhança entre estruturas de diferentes organismos devida unicamente a uma
mesma origem embrionária.
As estruturas homólogas apresentam a mesma origem embrionária, podendo exercer ou não a mesma
função. O braço do homem e a pata do cavalo são estruturas homólogas, já que apresentam a mesma
origem embrionária. Observe que, nesse caso, as funções das estruturas são diferentes. A asa da ave e a
asa de morcego também são homólogas, só que apresentam a mesma função.
A presença de homologias em organismos diferentes sugere que eles se originaram de um grupo ancestral
comum. Denominamos irradiação adaptativa a evolução em vários sentidos a partir de um ancestral comum.
As adaptações presentes nos indivíduos estão intimamente relacionadas ao ambiente em que vivem e as
espécies originadas conservam vestígios de sua ancestralidade. Percebe-se, pois, que as homologias
constituem indicadores de parentesco evolutivo.
Chimpanzé
Morcego Preguiça
Antílope
Veado

Esquilo

Ancestral

Lobo

Urso
Toupeira
Castor

Baleia

Foca

Leão-marinho Marmota

Irradiação Adaptativa em Mamíferos

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A analogia representa a semelhança anatômica entre estruturas de diferentes organismos em função de


adaptação ao desempenho de uma mesma função.
As estruturas análogas apresentam origem embrionária diferente, mas sempre exercem a mesma função.
Ao contrário das estruturas homóIogas, não indicam ancestralidade comum. A asa de inseto e a asa de ave
são estruturas análogas e, como podemos perceber, não refletem qualquer grau de parentesco. As estruturas
análogas indicam a adaptação de indivíduos diferentes a uma mesma variável ecológica. Denominamos
Convergência adaptativa ao processo de adaptação de diferentes organismos a uma mesma condição
ecológica. A semelhança existente decorre do fato de os organismos ocuparem o mesmo ambiente.

Golfinho Tubarão
(mamífero) (peixe)

Ictiossauro Convergência Adaptativa. Observe que os três animais são


(réptil fóssil) bastante afastados em termos de parentesco evolutivo.

Assim, temos:

• Estruturas homólogas decorrem de irradiação adaptativa e são fortes indicadores de parentesco


evolutivo.
• Estruturas análogas mostram a ocorrência de convergência adaptativa e não indicam parentesco
evolutivo.

2.4- Embriologia Comparada


O estudo dos embriões de espécies diferentes freqüentemente revela uma grande semelhança principalmente
nos estágios iniciais do desenvolvimento. Entre os vertebrados, podemos perceber claramente esse fato
sugerindo um parentesco evolutivo entre as espécies consideradas.
No final do século XIX, o biólogo ERNST HAECKEL formulou a lei da recapitulação ou lei biogenética,
afirmando que a “ontogênese recapitula a filogênese”, ou seja, durante o desenvolvimento embrionário
(ontogênese), os organismos passam por fases que repetem os estágios adultos de seus antepassados
(filogênese).

3- ESPECIAÇÃO
É o processo de formação de novas espécies a partir ambiente em que vivem. Com o passar do tempo, o
de uma população ancestral. pool gênico (conjunto de gens) vai se modificando
e estabelecendo certas divergências genéticas en-
Para entendimento desse processo, imaginemos
tre as espécies A e B, que passam a formar raças
que dois grupos de indivíduos de uma mesma
ou subespécies.
população estabeleçam-se, por migração, em
regiões diferentes, perdendo o contato com a Nesse estágio, se indivíduos da raça A forem
população original. Com isso, formam-se duas colocados em contato com indivíduos da raça B,
populações diferentes que chamaremos de A e B, ainda serão capazes de realizar cruzamento e
já que, embora pertençam à mesma espécie, originar descendentes férteis, o que reforça a idéia
ocupam ambientes diferentes. de que os indivíduos das raças A e B pertencem à
mesma espécie.
Uma vez que os ambientes ocupados pelas duas
populações são diferentes, podemos supor que ao Se o isolamento geográfico entre as raças A e B
longo do tempo ocorram mutações diferenciais e persistir, as divergências genéticas tornam-se cada
que a seleção natural se processe de maneira a vez maiores até ocorrer uma incompatibilidade
ajustar cada população ao ambiente em que vive. reprodutiva entre as raças. Nesse caso, esta-
Assim, as populações serão submetidas a pressões belece-se o isolamento reprodutivo, formando
de seleção diferentes fixando, em cada grupo, espécies diferentes.
gens favoráveis ou adaptativos em função do

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Ocorrido o isolamento reprodutivo, mesmo que as entre elas. Enquanto populações simpátricas vivem
populações voltem a ser simpátricas (que vivem na mesma região, as populações alopátricas
na mesma região) não mais ocorrerá troca de gens vivem em regiões diferentes.

mutações raças e
e seleção subespécies

isolamento geográfico isolamento reprodutivo

espécies
novas

população
inicial

mutações
e seleção raças ou
subespécies

Mecanismo da Especiação

A população submetida a pressões seletivas


(flechas) evolui como um todo.

Quando ocorrem migrações, estabelecem-se


raças geográficas que aos poucos divergem
geneticamente, já que são submetidas a
pressões seletivas diferentes.

A diferenciação genética aumenta; pode-se


falar agora em subespécies.

Por falta de contato na natureza (isolamento


geográfico) não há troca de genes.

A diferenciação atingiu tal ponto, que há


mecanismos que impedem a reprodução,
mesmo que as populações sejam reunidas.
Houve especiação.

Mecanismo da Especiação

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4- GENÉTICA DE POPULAÇÕES
É o estudo matemático da freqüência dos gens e genótipos presentes em uma população e dos fatores
evolutivos que modificam essas freqüências.

4.1- O Teorema de Hardy-Weimberg


Em 1908, os cientistas Hardy e Weimberg formularam o seguinte teorema: a freqüência de gens em uma
população permanece constante de geração em geração, desde que não ocorra nenhum fator evolutivo.
Este teorema, conhecido como equilíbrio de Hardy-Weimberg, é válido nas seguintes condições:
• população deve abrigar grande número de indivíduos.
• população deve ser panmítica, isto é, os cruzamentos ocorrem ao acaso.
• população deve estar isenta de fatores evolutivos tais como mutações, seleção natural, migrações e
oscilação genética, já que tais fatores promovem alteração no pool gênico (conjunto de gens).
Considera-se que uma população está em equilíbrio quando o pool gênico permanece inalterado ao longo
das gerações. Se houver modificação do pool gênico, a população encontra-se em processo de evolução.
Assim, o equilíbrio de Hardy-Weimberg pode ser expresso da seguinte maneira: “Nas populações panmíticas
em equilíbrio, que exibem um elevado número de indivíduos e onde não existem fatores evolutivos capazes
de alterar significativamente o pool gênico dessas populações, as freqüências gênicas e genotípicas
permanecem inalteradas ao longo das gerações.”

4.2- Freqüência Gênica e Freqüência Genotípica

FREQÜÊNCIA GÊNICA

É a freqüência de cada gen formador de um par de alelos. Pode ser calculada com a seguinte fórmula:

p+q=1 onde:

p = freqüência do alelo dominante (A)


q = freqüência do alelo recessivo (a)

FREQÜÊNCIA GENOTÍPICA

É a freqüência dos genótipos. Pode ser calculada com a seguinte fórmula:

p2 + 2pq + q2 = 1 onde:

p2 = freqüência do genótipo homozigoto dominante (AA).


2pq = freqüência do genótipo heterozigoto (Aa).
q2 = freqüência do genótipo homozigoto recessivo (aa).

4.3- Fatores que alteram o Pool Gênico das Populações


Na natureza, é praticamente impossível a ocorrência de todas as condições necessárias à ocorrência do
equilíbrio de Hardy-Weimberg. Existem fatores que modificam o pool gênico das populações alterando o
equipamento genético das mesmas ao longo do tempo. Esses fatores são:
• Mutações - Aumentam a variabilidade dos gens nas populações.
• Seleção natural - Diminui a variabilidade dos gens nas populações.
• Migrações - A entrada e a saída de indivíduos de determinada população podem modificar as
constituições gênica e genotípica dessa população.
• Oscilação genética - Compreende o processo em que ocorrem cruzamentos mais freqüentes entre
indivíduos portadores de determinado genótipo, porém ao acaso. Esses eventos casuais podem
modificar as freqüências gênicas em populações pequenas.

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ECOLOGIA
INTRODUÇÃO
A palavra ecologia é derivada do grego (OIKOS = casa, ambiente e LOGOS = estudo, ciência) e pode ser
entendida como sendo o estudo do ambiente. Esse termo foi utilizado pela primeira vez em 1870 por ERNST
HAECKEL, um naturalista alemão, para tratar das relações dos organismos entre si e com o ambiente onde
vivem.
A interferência humana sobre o ambiente tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, provocando
sérios desequilíbrios ecológicos. Em função disso, torna-se importante racionalizar a ação do homem sobre
o ambiente especialmente no que se refere à utilização dos recursos naturais de modo a não provocar
alterações ambientais drásticas que possam comprometer a vida no planeta.

1- NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTUDADOS EM ECOLOGIA


Os níveis de organização estudados em ecologia ou simplesmente Unidades Ecológicas são: população,
comunidade, ecossistema e biosfera.
POPULAÇÃO - Grupo de indivíduos de mesma espécie que vivem em uma determinada área na mesma
unidade de tempo.
COMUNIDADE - Também denominada comunidade biótica ou biocenose, representa um conjunto de
populações que vivem em uma determinada área na mesma unidade de tempo. É importante perceber que
sobre uma comunidade atuam permanentemente vários fatores físicos e químicos do ambiente, tais como
temperatura, pluviosidade, luminosidade, umidade, etc. que são denominados fatores abióticos ou
simplesmente biótopo.
ECOSSISTEMA - Também denominado sistema ecológico, representa um sistema de integração entre
seres vivos e meio ambiente. Assim, temos que comunidade e biótopo associados constituem um
ecossistema.
BIOSFERA - Conjunto de todos os ecossistemas do planeta Terra, ou seja, toda a região do planeta ocupada
pelos seres vivos.

O Ecossistema
O Indivíduo

A População
A Comunidade

Unidades ecológicas

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2- CONCEITOS BÁSICOS
HABITAT - É o local onde determinado indivíduo vive. Assim, o habitat de determinada espécie de morcego
é o interior das cavernas, enquanto certa espécie de peixe tem como habitat as águas próximas às margens,
entre a vegetação.
NICHO ECOLÓGICO - É o papel que determinado indivíduo desempenha no ambiente. Na idéia de nicho
ecológico estão incluídas informações como o tipo de alimentação, as relações com outras espécies e as
modificações que causa no ambiente. Em um mesmo ecossistema, duas espécies diferentes podem apresentar
o mesmo habitat e o mesmo nicho ecológico. No entanto, nunca terão por muito tempo o mesmo nicho
ecológico, já que a competição leva ao desaparecimento de uma delas (princípio da exclusão competitiva de
Gause).
ECÓTONE - Região de transição entre dois ecossistemas Iimítrofes. O ecótone deve abrigar representantes
das duas comunidades vizinhas, constituindo uma área onde a diversidade de espécies é relativamente
grande, bem como a taxa de competição entre elas.

Ecossistema Ecossistema
A B

Ecótone

Floresta

Ecótone
Campo

Ecótone

PRODUTORES - Também denominados autótrofos, são seres capazes de produzir o seu próprio alimento a
partir de substâncias inorgânicas. Conforme a fonte de energia utilizada na produção do próprio alimento, os
produtores são classificados em:
• Fotossintetizantes - Utilizam a energia luminosa. Nos ecossistemas aquáticos, os principais
fotossintetizantes são as algas que integram o fitoplâncton (organismos clorofilados flutuantes). Nos
ecossistemas terrestres, os fotossintetizantes são os vegetais classificados no reino Metaphyta.
• Quimiossintetizantes - Utilizam a energia liberada em reações de oxidação de substâncias inorgânicas.
Os organismos quimiossintetizantes são representados por algumas bactérias.

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CONSUMIDORES - Também denominados heterótrofos são seres incapazes de produzir o seu próprio
alimento. Os consumidores primários são herbívoros já que se utilizam dos produtores como fonte alimentar.
Os consumidores secundários, terciários, quaternários. etc. são carnívoros. Os consumidores secundários
alimentam-se dos consumidores primários, os terciários alimentam-se dos secundários e assim por diante.
DECOMPOSITORES - Também denominados saprófitas ou saprófagos ou sapróvoros, representam um
tipo especial de consumidores que realizam a decomposição da matéria orgânica, transformando-a em
compostos inorgânicos. Alguns produtos da decomposição são utilizados por eles próprios como alimento,
além de ocorrer liberação de minerais e outras substâncias que serão novamente utilizadas pelos produtores.
Assim, percebemos que a ação dos decompositores é imprescindível para a reciclagem da matéria. Os
agentes decompositores são representados por bactérias e fungos.

3- CADEIA ALIMENTAR
É o fluxo de matéria e energia através dos vários componentes de um ecossistema. Pode ser também
entendida como sendo a seqüência linear de seres vivos em que um serve de alimento para o outro. Cada
componente de uma cadeia alimentar, representando um grupo de seres vivos é denominado nível trófico.
Na representação linear de uma cadeia alimentar, a ponta da seta indica o nível trófico que obtém alimento.
Assim, temos:

Produtor Consumidor Consumidor Consumidor


primário secundário terciário

D E C O M P O S I T O R

Os produtores constituem a base das cadeias alimentares. A energia contida no alimento elaborado pelos
produtores é transferida aos consumidores primários e destes aos consumidores secundários, terciários,
etc. Após a morte, produtores e consumidores de todos os níveis sofrem a ação dos decompositores, permitindo
a reciclagem da matéria à medida em que devolvem ao ambiente substâncias inorgânicas que são absorvidas
pelos vegetais. Para que uma cadeia alimentar seja considerada completa devem estar presentes produtores,
consumidores e decompositores. É comum os decompositores não serem representados em certas cadeias
alimentares por se achar implícita a sua atuação.
Observe dois exemplos de cadeias alimentares.

Exemplo 1: Cadeia alimentar no ambiente terrestre

capim gafanhoto sapo cobra gavião

Exemplo 2: Cadeia alimentar no ambiente aquático

alga microcrustáceo caramujo peixe gaivota


(fitoplâncton) (zooplâncton)

Observe que as duas cadeias alimentares representadas são incompletas, uma vez que os decompositores
não foram representados.

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FLUXO DE MATÉRIA E ENERGIA


A matéria é reciclada na medida em que os agentes decompositores realizam a decomposição da matéria
orgânica. Ao mesmo tempo em que estes seres obtêm energia do alimento, devolvem ao ambiente substâncias
inorgânicas simples que serão utilizadas pelos produtores. Temos, assim, um nítido ciclo da matéria.
A energia luminosa fixada pelos seres autótrofos é transmitida sob a forma de energia química aos demais
seres vivos. A energia incorporada pelos seres vivos que compõem uma cadeia alimentar vai diminuindo à
medida em que passa pelos consumidores. Isso ocorre porque cada integrante da cadeia consome com suas
próprias atividades a maior parte da energia adquirida. Assim, transfere-se para o nível trófico seguinte apenas
uma pequena parcela da energia recebida. De um modo geral, considera-se que cada elo de uma cadeia
alimentar recebe apenas cerca de 10% da energia que o elo anterior recebeu. Assim, quanto mais curta for
uma cadeia alimentar, maior será a quantidade de energia disponível para os níveis tróficos mais elevados. Com
isso, concluímos que o fluxo de energia é decrescente e unidirecional.

4- PIRÂMIDES ECOLÓGICAS
São formas de expressar graficamente a estrutura dos níveis tróficos de uma cadeia alimentar. Existem três
tipos de pirâmides: de energia, de biomassa e de números. Cada nível trófico é representado por um retângulo
cujo comprimento é proporcional à quantidade de energia, biomassa ou número de indivíduos.

gaviões
cobras
sapos
insetos
gramíneas

Pirâmide de energia

Na pirâmide de energia, ocorre a representação da quantidade de energia acumulada em cada nível trófico da
cadeia alimentar, estando o vértice da pirâmide voltado para cima, já que o fluxo de energia na cadeia alimentar
é decrescente.

homem
peixes grandes
peixes pequenos
microcrustáceos
algas

Pirâmide de biomassa

Na pirâmide de biomassa, ocorre a representação da quantidade de matéria viva (biomassa) acumulada em


cada nível trófico da cadeia alimentar. De maneira geral, o elo da cadeia que serve de alimento apresenta maior
biomassa que o elo nutrido. Assim, o vértice da pirâmide também é voltado para cima.

cobras carrapatos
ratos boi
capim capim

Pirâmides de números

Na pirâmide de números, ocorre a representação do número de indivíduos presentes em cada nível trófico da
cadeia alimentar.

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5- TEIA ALIMENTAR
Em um ecossistema, as relações alimentares entre os organismos não são tão simples como aparentam ser
na análise de uma cadeia alimentar. Várias cadeias alimentares que se relacionam formam uma teia alimentar.
Assim, temos que TEIA ALIMENTAR é o conjunto de cadeias alimentares de um ecossistema.

PRODUTORES CONSUMIDORES I CONSUMIDORES II CONSUMIDORES III

Ave da
margem

Larva
Algas de
microscópicas inseto
Peixe
herbívoro Peixe
carnívoro

Microcrustáceos
Cágado
Caramujo

Sedimentos

DECOMPOSITORES

Teia alimentar
6- SUCESSÃO ECOLÓGICA
É um processo lento no qual comunidades se substituem numa seqüência ordenada até o estabelecimento
de uma comunidade final e estável, em perfeito equilíbrio com o meio, denominada COMUNIDADE CLÍMAX.
As espécies que se instalam primeiro em uma área despovoada colonizando o ambiente são denominadas
espécies pioneiras. São representadas por indivíduos que apresentam grande tolerância em condições
ambientais adversas e, assim, capazes de se desenvolver em locais onde muitas outras espécies não
sobreviveriam. As espécies pioneiras são representadas principalmente por liquens e cianofíceas, que
transformam o ambiente criando melhores condições para o surgimento de outras espécies. Alguns autores
também consideram os musgos como pioneiros.
Como exemplo clássico de sucessão ecológica, tomaremos o que ocorre em uma rocha nua.
SUCESSÃO EM UMA ROCHA NUA
A superfície de uma rocha nua constitui um ambiente muito desfavorável, uma vez que a água que cai
sobre ela escorre ou evapora-se com facilidade. As espécies pioneiras que ocupam a rocha nua são os liquens
que, através da liberação de ácidos orgânicos, permitem a abertura de fendas no material rochoso e contribuem
para a formação de uma pequena camada de solo. Nessas fendas ocorre acúmulo de água, favorecendo o
desenvolvimento de outras espécies tais como musgos e gramíneas. Com o passar do tempo, a diversidade de
espécies vegetais aumenta, favorecendo o estabelecimento de inúmeras espécies animais.
Nas comunidades pioneiras, a diversidade de espécies é pequena, já que as condições ambientais
desfavoráveis impedem o estabelecimento de outras espécies. Ao longo da sucessão, o aumento da biomassa
propicia o surgimento de novos nichos ecológicos, acompanhado de um aumento da diversidade de espécies
que é máxima no clímax.
“A sucessão num ecossistema pode ser descrita como uma evolução em direção a uma grande diversidade, e,
conseqüentemente, a um número de nichos ecológicos muito maior. No estágio clímax, é atingida uma estabilidade
bem alta (homeostase), capaz de pronta resposta a um ambiente físico em flutuação.”
(CÉSAR E SEZAR, BIOLOGIA. VOL. 3. SÃO PAULO, ÁTICA)

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Em uma sucessão ecológica reconhecemos três fases distintas:


• Ecese - corresponde à comunidade pioneira.
• Série - corresponde às comunidades intermediárias.
• Clímax - corresponde à comunidade final e estável em perfeito equilíbrio com o meio.

TENDÊNCIAS NA SUCESSÃO ECOLÓGICA


Ao longo de uma sucessão ecológica constata-se que:
• A diversidade de espécies aumenta atingindo o máximo no clímax.
• A biomassa total aumenta.
• As teias alimentares tornam-se cada vez mais complexas.
• A produtividade bruta aumenta. Entende-se por produtividade bruta a quantidade de matéria orgânica
produzida pelos seres autótrofos por unidade de área e de tempo.
• A produtividade líquida diminui. Entende-se por produtividade líquida a diferença entre produção de matéria
orgânica e consumo por unidade de área e de tempo. Ao longo da sucessão, o consumo de matéria
orgânica aumenta de forma mais rápida em relação à produtividade bruta. No estágio climácico, a
produtividade líquida é praticamente nula, já que fotossíntese e respiração total tornam-se equilibradas,
não havendo saldo de energia. Isso significa que todo o oxigênio liberado pela fotossíntese vegetal é
consumido pela respiração de todos os seres vivos da comunidade (TAXA DE FOTOSSÍNTESE = TAXA
DE RESPIRAÇÃO). Dessa forma, não podemos admitir que certas comunidades climácicas como as
florestas constituam “pulmões do mundo”. Esse papel é desempenhado pelo fitoplâncton marinho.

7- CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Os ciclos biogeoquímicos ou ciclos da matéria constituem movimentos cíclicos de elementos e substâncias do
“mundo vivo” para o “mundo físico” e vice-versa. Estudaremos os ciclos da água, carbono, nitrogênio e cálcio.

7.1- Ciclo da Água


A água constitui a substância mais abundante da matéria viva, representando o solvente universal e o ambiente
ideal para a ocorrência do metabolismo.
Através da evaporação e da transpiração ocorre perda de água, que se condensa formando as nuvens. A
água volta à superfície por intermédio de chuvas, neve ou granizo, recompondo o volume hídrico dos cursos
aquáticos. No solo, a água pode atravessar as camadas do solo e atingir um lençol freático, chegando até
cursos aquáticos.
Assim, temos que o ciclo da água pode ser dividido em quatro etapas: evaporação, transpiração, condensação
e precipitação.

Evaporação Chuvas
Transpiração Respiração e
Transpiração
Chuvas

Evaporação

Água que volta aos oceanos


(Rios, infiltração)

Ciclo da água

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7.2- Ciclo do Carbono


O carbono faz parte de todos os compostos orgânicos presentes nos seres vivos. A atmosfera é a principal
fonte de carbono, presente sobretudo na forma de gás carbônico (CO2). Os vegetais assimilam este CO2
para a produção de alimentos, sendo que este gás é devolvido ao ambiente através da respiração de animais
e vegetais e da decomposição da matéria orgânica. Parte dos restos de animais e vegetais pode não sofrer
decomposição e se transformar em combustíveis fósseis como carvão e petróleo. A queima desses
combustíveis pelo homem promove a liberação de CO2 para a atmosfera.
Há um grande desequilíbrio no ciclo do carbono na natureza desencadeado pela ação do homem sobre o
ambiente. O desmatamento irrefreado, as queimadas de florestas, a combustão excessiva dos derivados do
petróleo e o envenenamento dos mares são os grandes responsáveis por esse desequilíbrio.

CO2 atmosférico

Fotossíntese

Respiração
< Matéria Orgânica Vegetal

M
Nutrição
o
Respiração
< Matéria Orgânica Animal r

t
Morte
e
Decomposição

Decompositores Restos orgânicos animais e vegetais

Combustão
Combustíveis fósseis

Ciclo do carbono

Efeito Estufa: uma ameaça no ar


Em 1850, a concentração de gás carbônico é denominado “gás-estufa”: a atmosfera rica desse gás
(CO2) na atmosfera era de 265 ppmv (parte por milhão é normalmente transparente às radiações solares de
de volume). Mas medidas realizadas por pesquisadores ondas curtas que incidem sobre a Terra, mas opaca à
norte-americanos no observatório de Mauna Loa radiação infravermelha irradiada pela superfície
(Havaí) e na Antártida revelaram que a concentração terrestre. Essas ondas de calor ficam impedidas de
desse gás, que já era de 275 ppmv em 1958, passou se dissipar adequadamente, provocando a elevação
para cerca de 340 ppmv em 1984. E, para o ano 2000, da temperatura média do ambiente, à semelhança do
algumas estimativas indicam uma taxa superior a 400 ppmv. que acontece numa estufa de vidro. Daí o nome do
A preocupação demonstrada por inúmeros fenômeno: efeito estufa (termo criado pelo sueco
estudiosos em relação ao crescente aumento na taxa Svante Arrhenius no século XIX).
de CO 2 na atmosfera realmente procede. O gás Alguns pesquisadores supõem que uma
carbônico, assim como outros gases, como o metano, duplicação na taxa do CO2 atmosférico atual poderia

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elevar a temperatura média global até cerca de 5°C. As sido alvo de inúmeras críticas por parte de alguns
modificações climáticas advindas desse processo, cientistas. Muitos supõem que a umidade evaporada
entretanto, são ainda discutíveis. Há, por exemplo, das regiões tropicais, e levada pela ação de ventos,
quem acredite que o efeito estufa poderá desencadear poderá se concentrar nas zonas polares, aumentando
um degelo parcial das calotas polares, provocando uma o acúmulo de neve nessas regiões. Esse fato poderia
elevação do nível dos mares, com a conseqüente detonar o início de uma nova era glacial; os defensores
invasão de parte dos continentes pelas águas. Esse dessa hipótese estimam que indícios da instalação de
fato acarretaria inundações generalizadas, erosão uma nova era glacial no planeta já poderiam ser
litorânea, colapso das estruturas costeiras e elevação perceptíveis no início do próximo milênio, quando climas
dos lençóis freáticos, entre outros desequilíbrios. Comotemperados já poderiam ser substituídos por climas
o efeito estufa deverá atingir a Terra de forma subpolares, o que, entre outras conseqüências,
diferenciada, o regime de chuvas poderá ser fortemente provocaria a redução da produtividade agrícola nessas
alterado em diversas regiões, ocasionando, por regiões. Nessa visão polêmica há, porém, um consenso
exemplo, verões mais secos e mais prolongados em geral: com esquentamento ou glaciação, os mais
zonas de latitudes médias. diversos ecossistemas da Terra deverão ser duramente
A hipótese do esquentamento planetário tem atingidos.
PAULINO, WILSON ROBERTO. ECOLOGIA ATUAL. SÃO PAULO, ÁTICA.

7.3- Ciclo do Nitrogênio


O nitrogênio é um elemento químico essencial à manutenção da vida, já que faz parte dos aminoácidos e
bases nitrogenadas dos ácidos nucléicos. É um gás que ocorre na atmosfera na proporção aproximada de
78%, e a maioria dos seres vivos não é capaz de utilizar este nitrogênio na forma gasosa.

A FIXAÇÃO DO NITROGÊNIO

A fixação do nitrogênio consiste na transformação do N2 atmosférico em sais nitrogenados que são absorvidos
pelas raízes das plantas. Tal processo pode ocorrer por indução de fenômenos ionizantes, como raios cósmicos
e relâmpagos, que fornecem a energia necessária à reação. No entanto, a biofixação representa a mais
importante forma de fixação do nitrogênio. A biofixação é realizada por bactérias e cianofíceas que vivem no
solo associadas às raízes de plantas da família das leguminosas (feijão, soja, ervilha, alfafa, etc.).
Nas raízes das plantas leguminosas merecem destaque as bactérias do gênero Rhizobium que se agrupam
formando nódulos de bactérias fixadoras. Essas bactérias captam o N2 e o transformam em amônia (NH3),
que é incorporada diretamente aos tecidos do vegetal. Em contrapartida, o vegetal fornece alimento para as
bactérias, o que caracteriza uma relação de benefícios mútuos denominada mutualismo.
Algumas bactérias e algumas cianofíceas fixadoras possuem vida livre no solo, formando amônia que será
oxidada em nitrito (NO2-) e, posteriormente, em nitrato (NO3-) por ação de outras bactérias denominadas
bactérias nitrificantes.
O ciclo do nitrogênio pode ser dividido em duas etapas: nitrificação e
desnitrificação.
NITRIFICAÇÃO
A decomposição da matéria orgânica e a ação das bactérias fixadoras no
solo promovem a formação de amônia. A amônia formada no solo pode ser
absorvida pelos vegetais ou aproveitada por bactérias do genêro
Nitrosomonas.
Essas bactérias oxidam amônia em nitrito, que é liberado para o meio
ambiente. Os nitritos liberados são oxidados em nitratos por bactérias do
gênero Nitrobacter.
A nitrificação consiste na oxidação da amônia em nitrito e deste em nitrato
por ação das bactérias nitrificantes (Nitrosomonas e Nitrobacter).
As bactérias nitrificantes são autótrofas quimiossintetizantes, já que utilizam
a energia liberada nas reações de oxidação para a produção do próprio
Raiz de leguminosa com nódulos de
alimento. bactérias fixadoras de nitrogênio.

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Nitrosomonas

Amônia + O2 Nitrito
Energia

6CO2 + 6H2O C6H12O6 + 6O2

Nitrobacter

Nitrito + O2 Nitrato
Energia

6CO2 + 6H2O C6H12O6 + 6O2

O nitrato formado pode ser absorvido pelas plantas e o nitrogênio nele presente é utilizado na síntese das
proteínas e ácidos nucléicos. Ao longo das cadeias alimentares, essas substâncias são transferidas aos animais.
DESNITRIFICAÇÃO
É a devolução do nitrogênio para a atmosfera por ação de certas bactérias que liberam nitrogênio gasoso a
partir de amônia, nitrito ou nitrato. Tais bactérias são denominadas desnitrificantes, como as Pseudomonas.
Na ausência de oxigênio, essas bactérias utilizam compostos nitrogenados como aceptores de elétrons,
oxidando seus compostos orgânicos. Percebe-se, pois, que a desnitrificação é basicamerte um processo de
respiração anaeróbia. Observe:
Glicose + (NO3-) CO2 + H2O + N2 + Energia

Se houver disponibilidade de oxigênio, as bactérias desnitrificantes podem utilizar esse gás para sua respiração.
Assim, percebemos que a desnitrificação não ocorre em larga escala em condições aeróbias.

N2
(Nitrogênio atmosférico) Transferência do nitrogênio incorporado às
proteínas da planta ao longo da cadeia alimentar.
Planta
Rato Cobra
Biofixação: transformação do N2
atmosférico em amônia (NH 3).
Esse processo é feito por
bactérias, cianobactérias ou por
fungos, que podem estar:

MORTE EXCREÇÃO
Livres no solo ou na Associadas a raízes de
água. Neste caso, a plantas. Neste caso, a
amônia pode seguir amônia é diretamente Através do processo da
dois caminhos: aproveitada pela planta. decomposição, as substâncias
nitrogenadas são
transformadas em amônia por
ação dos fungos e bactérias
O nitrito é transformado em nitrato decompositoras.
A amônia é transformada por bactérias quimiossintetizantes:
em nitrito por bactérias as Nitrobacter.
quimiossintetizantes: as A amônia é transformada
Nitrito Nitrato
Nitrosomonas: em nitrogênio por
O nitrato é assimilado pelas plantas.
NH3 nitrito bactérias desnitrificantes.
NH3 N2

Ciclo do nitrogênio
62 Biologia - M3
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8- RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Na natureza, os seres vivos não vivem isoladamente. Entre eles existem relações mais ou menos íntimas que
atuam no sentido de estabelecer uma certa regulação da densidade populacional, contribuindo para a manutenção
do equilíbrio na comunidade. Essas relações são classificadas em dois grandes tipos: harmônicas e
desarmônicas.
Nas relações harmônicas não há prejuízo para nenhum dos seres envolvidos enquanto nas relações
desarmônicas pelo menos um dos seres envolvidos é prejudicado.
Quando uma relação ecológica é estabelecida entre seres pertencentes à mesma espécie, devemos
classificá-la como intra-específica. Ao contrário, a relação estabelecida entre seres pertencentes a espécies
diferentes deve ser classificada como inter-específica.
O termo simbiose deve ser utilizado para designar qualquer tipo de interação entre seres vivos seja ele
harmônico ou desarmônico.

- Colônia
• Intra-específica
- Sociedade

1 - HARMÔNICAS - Mutualismo
RELAÇÕES • Inter-específica - Protocooperação
- Comensalismo
ECOLÓGICAS
ENTRE OS - Canibalismo
• Intra-específica
- Competição
SERES VIVOS
2 - DESARMÔNICAS - Parasitismo
- Predatismo
• Inter-específica
- Competição
- Amensalismo

8.1- Relações Harmônicas


COLÔNIA

Relação intra-específica na qual os indivíduos se mantêm unidos fisicamente,


podendo ou não apresentar uma divisão de trabalho. Existem colônias
homotípicas e heterotípicas. Nas colônias homotípicas, os indivíduos
relacionados são semelhantes, não ocorrendo divisão de trabalho, como
observamos em algumas bactérias e algumas algas. Nas colônias heterotípicas,
encontramos grupos de indivíduos diferentes adaptados a executar funções
próprias, ocorrendo assim uma nítida divisão de trabalho, como observamos em
alguns celenterados como caravelas e Obélias. Nessas colônias encontramos
indivíduos especializados na proteção, natação, captura de alimento, flutuação
e reprodução.

Estreptococo (colônia homotípica) Caravela (colônia heterotípica)

Biologia - M3 63
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SOCIEDADE

Relação intra-específica na qual os indivíduos não se mantêm unidos fisicamente e sempre apresentam uma
nítida divisão de trabalho (divisão de castas). Como exemplos podemos citar as abelhas, formigas, cupins,
vespas e marimbondos.
A sociedade das abelhas apresenta três castas: rainha, operárias e zangão. A rainha é encarregada da
reprodução juntamente com o zangão, enquanto as operárias são estéreis e sua função é realizar todos os
trabalhos da colméia. Nota-se um nítido polimorfismo (muitas formas) entre as abelhas.

operária rainha zangão

Polimorfismo nas abelhas

MUTUALISMO

Relação inter-específica na qual as duas espécies envolvidas são beneficiadas. No mutualismo há uma
profunda relação de dependência entre as espécies envolvidas, chegando alguns autores a afirmar que a
associação é obrigatória.
Os exemplos mais conhecidos de mutualismo são os liquens, ruminantes e microrganismos, cupins e
protozoários, bacteriorrizas e micorrizas.
• Liquens - São constituídos pela associação entre algas e fungos. As algas realizam fotossíntese cedendo
ao fungo parte do alimento produzido, enquanto o fungo, além de proteger a alga com suas hifas, fornece a
ela água e sais minerais que são retirados do ambiente.

células de algas

hifas do fungo

Aspecto microscópico de um líquen mostrando


Líquen crescendo sobre o ramo de uma árvore células da alga e do fungo.

64 Biologia - M3
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• Ruminantes e Microorganismos - No
estômago dos ruminantes estão presentes flagelos
inúmeros microorganismos que digerem a
celulose presente nos vegetais ingeridos. Em núcleo
contrapartida, esses microorganismos recebem
alimento.
• Cupins e protozoários - No intestino dos cupins
estão presentes protozoários hipermastiginos que
digerem a celulose presente na madeira ingerida. partícula
Em contrapartida, esses protozoários recebem de madeira
alimento.

Representação de um cupim e, em detalhe,


protozoário hipermastigino que habita o seu intestino.

• Bacteriorrizas - Representam a associação de bactérias com raízes de plantas leguminosas. Tais bactérias
fixam o nitrogênio transformando-o em sais nitrogenados que são, em parte, cedidos à raiz. As plantas, por
sua vez, fornecem a essas bactérias heterótrofas o alimento necessário à sobrevivência.
• Micorrizas - Representam a associação de fungos com raízes de certas plantas. As hifas do fungo envolvem
a raiz conferindo a elas um aspecto de feltro e favorecendo a absorção de água e sais minerais do solo. As
plantas, por sua vez, fornecem a esses fungos o alimento necessário à sobrevivência.

PROTOCOOPERAÇÃO

Também denominada mutualismo não obrigatório, é uma relação


inter-específica na qual as duas espécies envolvidas são
beneficiadas. Ao contrário do mutualismo, na protocooperação
não há uma profunda relação de dependência entre as espécies
envolvidas.
Os exemplos mais conhecidos de protocooperação são anu e
gado, pássaro palito e crocodilo, além de caranguejo paguro e
actínias.
• Anu e Gado - O anu é um pássaro que retira e devora os
carrapatos presentes na pele do gado. Assim, o gado é
beneficiado ao livrar-se dos carrapatos enquanto o pássaro se
beneficia pela obtenção de alimento. Observe que não há uma Protocooperação entre anu e gado
profunda relação de dependência entre as espécies envolvidas.

Actínia • Pássaro palito e crocodilo - O pássaro palito penetra na boca


do crocodilo africano de onde retira restos de alimento entre os
dentes do animal. Normalmente, são encontradas pequenas
sanguessugas na boca do réptil, que são também utilizadas como
Paguro
alimento pelo pássaro palito.
• Caranguejo paguro e actínias - O caranguejo paguro ou bernardo
eremita ou ermitão penetra no interior de conchas vazias de
moluscos que são transportadas por ele. Sobre a concha é comum
encontrarmos uma ou mais actínias ou anêmonas-do-mar. As actínias
beneficiam o paguro, já que apresentam células denominadas
cnidoblastos capazes de liberar substâncias urticantes se forem
Concha de molusco estimuladas, impedindo o acesso de inimigos naturais. O paguro
Protocooperação entre paguro e actínia beneficia a actínia transportando-a para locais onde a oferta de
alimentos é maior.

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COMENSALISMO

Relação inter-específica na qual apenas uma das espécies é beneficiada sem que haja prejuízo para a outra
espécie associada. São conhecidos três tipos de comensalismo: propriamente dito, forésia e inquilinismo.
• COMENSALISMO PROPRIAMENTE DITO - Envolve restos de alimento. Como exemplos podemos citar a
relação que ocorre entre a Entamoeba coli e o homem. Esse protozoário está presente no intestino humano
alimentando-se de restos digestivos sendo, portanto, beneficiado. Em condições normais esse protozoário
comensal não causa qualquer prejuízo ao organismo humano.
• FORÉSIA - Envolve transporte. Como exemplo podemos citar a relação que ocorre entre a rêmora e o
tubarão. A rêmora é um peixe que apresenta uma ventosa fixadora no alto da cabeça. Através dela, fixa-se
à região ventral do tubarão sendo transportada por ele. A rêmora se beneficia pelo transporte e, para o
tubarão, a associação é indiferente.

Tubarão

Rêmora

Comensalismo do tipo Forésia entre tubarão e rêmora

• INQUILINISMO - Envolve abrigo ou suporte. Como exemplo podemos citar a relação que ocorre entre o peixe
Fierasfer (peixe agulha) e o pepino-do-mar. Quando perseguido por algum inimigo, o peixe Fierasfer penetra
no ânus do pepino-do-mar, onde se refugia. Outro exemplo importante está na relação estabelecida entre
orquídeas e um vegetal utilizado como suporte. As orquídeas não são plantas parasitas, já que não prejudicam
o vegetal suporte. Orquídeas e bromélias são plantas epífitas, que se apóiam em outros vegetais sem contudo
parasitá-los. Por esse motivo, o inquilinismo observado entre vegetais é denominado EPIFITISMO.

r
asfe
xe Fier
Pei

Pepino do Mar

Inquilinismo entre Fierasfer e pepino-do-mar

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8.2 - Relações Desarmônicas


PARASITISMO

Relação inter-específica na qual um dos organismos é beneficiado (parasita) com


prejuízo para o outro (hospedeiro). Quanto à localização do parasita no corpo do
hospedeiro, podemos diferenciar os ectoparasitas dos endoparasitas. Os
ectoparasitas se instalam na superífcie do corpo do hospedeiro e podem ser
representados por piolhos, carrapatos e pulgas. Os endoparasitas se instalam
no interior do corpo do hospedeiro e podem ser representados pelo
Schistosoma mansoni e pelo Trypanosama cruzi, causadores, respec-
tivamente, da esquistossomose e da doença de Chagas.
Entre os vegetais, são conhecidos dois tipos de parasitismo: holoparasitismo e
hemiparasitismo. As plantas holoparasitas são aclorofiladas e retiram o alimento
necessário à sua sobrevivência de outras plantas. As plantas holoparasitas
apresentam haustórios ou raízes sugadoras que penetram pelo caule da planta
hospedeira até os vasos liberianos onde circula a seiva elaborada. O cipó-chumbo
é um exemplo de planta holoparasita. As plantas hemiparasitas são clorofiladas
e retiram da planta hospedeira apenas a seiva bruta que é utilizada na realização
da fotossíntese. As raízes sugadoras das plantas hemiparasitas atingem os
vasos lenhosos onde circula a seiva bruta. A erva de passarinho é um exemplo
de planta hemiparasita.

Erva-de-passarinho (hemiparasita) Cipó-chumbo (holoparasita)

PREDATISMO

Relação inter-específica na qual um organismo


(predador) se utiliza de outro (presa) como fonte de número de
alimento, provocando sua morte. A importância indivíduos
presa
ecológica dessa relação está no fato de os
predadores regularem o crescimento da população
de presas. O gráfico ao lado representa um estado
de equilíbrio entre uma população de predadores e
outra de presas na natureza.
Existem vegetais predadores, como as plantas
carnívoras, que aprisionam e digerem insetos como
fonte de nitrogênio. predador

Entre os animais, os consumidores das cadeias e Tempo


teias alimentares são considerados predadores.

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CANIBALlSMO

Relação intra-específica na qual um organismo se utiliza de outro como fonte de alimento, provocando sua
morte. O canibalismo pode ser diferenciado do predatismo por ser estabelecido entre seres pertencentes à
mesma espécie. O canibalismo ocorre entre algumas aranhas e entre alguns insetos.
COMPETIÇÃO

Relação inter-específica ou intra-específica caracterizada por uma disputa pelos mesmos fatores, quando não
existem em quantidades suficientes para todos. A competição é um fator regulador do crescimento das populações,
constituindo, juntamente com o parasitismo, predatismo e canibalismo, um mecanismo da resistência ambiental.
A sobreposição de nichos ecológicos leva a uma competição entre os organismos envolvidos, ocorrendo, a
partir daí, a permanência do indivíduo melhor adaptado ou a diminuição da amplitude do nicho ecológico da
espécie menos adaptada.
Os principais fatores geradores da competição são alimento, espaço e disputa de parceiro para a reprodução.
Convém ressaltar que, em alguns casos, a competição por alimento pode resultar em predatismo ou canibalismo.
sobreposição de
nichos ecológicos (competição)

Espécie Espécie
A B

Espécie Espécie Espécie


Espécie B
A B
A
Extinção

II III

A sobreposição de nichos ecológicos leva à competição (I). Da competição pode resultar


a diminuição do nicho ecológico de uma espécie (II) ou a sua extinção (III).

A
Número de indivíduos

X
B Até o ponto X, duas espécies A e B que ocupam o
Tempo
mesmo nicho ecológico coexistem. A partir daí, a
competição fará com que a espécie A seja selecionada.

AMENSALISMO

Também denominado antibiose, é uma relação inter-específica na qual indivíduos de uma população liberam
substâncias químicas que impedem o crescimento ou a reprodução de outras populações, podendo provocar
a morte de muitos organismos. O amensalismo é observado no fenômeno conhecido por maré vermelha.
Através desse fenômeno, em certas condições, ocorre proliferação excessiva de algas pirrófitas que liberam
na água quantidades significativas de toxinas que provocam a morte de indivíduos pertencentes a várias
populações marinhas. Um outro exemplo de amensalismo pode ser observado com o fungo Penicillium que
produz e libera a penicilina, antibiótico que impede o desenvolvimento de certas bactérias sensíveis a essa
substância.

68 Biologia - M3
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9- POLUIÇÃO
A poluição corresponde às alterações das propriedades do ar, da água e do solo em conseqüência do
lançamento de resíduos sólidos, líquidos e gasosos nesses ambientes Essas alterações são suficientemente
grandes para prejudicar a vida nesses ambientes.

PRINCIPAIS TIPOS DE POLUIÇÃO

POLUIÇÃO DO AR
É caracterizada pela alteração do equilíbrio O2→ CO2 decorrente da adição constante de gases resultantes
de reações químicas diversas a nível industrial.
Os principais poluentes atmosféricos são:

• CO2 - Liberado em reações de combustão; o acúmulo desse gás pode elevar a temperatura da superfície
terrestre, gerando o efeito estufa.
• CO - Liberado a partir da combustão incompleta do petróleo e do carvão, apresenta grande afinidade
com a hemoglobina do sangue, inativando-a e comprometendo o transporte de oxigênio.
• NO2 - Liberado a partir de motores a combustão, aviões, fornos e incineradores, constituem um dos
componentes dos “SMOGS FOTOQUÍMICOS”, substâncias formadas a partir da ação da luz solar
sobre componentes derivados dos escapamentos de veículos de motor a explosão. Na espécie humana,
o NO2 provoca alterações respiratórias e, nos vegetais, atua como inibidor da fotossíntese.
• Óxidos de Enxofre - Liberados a partir da combustão dos derivados do petróleo, pode causar bronquites
e lesões pulmonares. As folhas dos vegetais tornam-se amareladas e tendem a morrer.

POLUIÇÃO DA ÁGUA
Corresponde ao lançamento de excessivas quantidades de esgotos, detergentes e despejos de fábricas na
água. Ao se adicionar excesso de matéria orgânica à água, os raios luminosos não penetram adequadamente
e os microorganismos decompositores se desenvolvem→ exageradamente, consumindo o oxigênio dissolvido
na água. Esse enriquecimento exagerado da água em nutrientes é denominado eutrofização. A diminuição
da quantidade de oxigênio dissolvido na água é um dos principais indicadores de poluição.

POLUIÇÃO DO SOLO
Corresponde ao lançamento no solo de substâncias decorrentes da decomposição do lixo, além de inseticidas
e herbicidas em excesso. O inseticida DDT é responsável pela destruição de várias espécies de organismos
e, com o seu uso, ocorre a seleção de espécies resistentes prejudiciais à vida humana. Tais substâncias
apresentam efeito duradouro e são transmitidas ao longo das cadeias alimentares, provocando lesões e
mortes em vários indivíduos, o que altera o equilíbrio ecológico.

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70 cor preto

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FISIOLOGIA HUMANA
INTRODUÇÃO
Os diversos sistemas que integram o organismo humano são constituídos por órgãos especializados no
desempenho de funções. A fisiologia representa o estudo do funcionamento de cada sistema e das relações
existentes entre eles.
A integração entre os diversos sistemas possibilita a ocorrência da homeostase, isto é, a manutenção de um
meio interno constante estabelecendo um equilíbrio dinâmico entre as funções do organismo.

I - SISTEMA CIRCULATÓRIO
1- ANATOMIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
É constituído por um conjunto de vasos associados a uma bomba propulsora de sangue.
Através do sistema circulatório, ocorre a distribuição de substâncias úteis, como nutrientes, oxigênio, hormônios
e anticorpos e o recolhimento dos produtos do metabolismo celular.
Os vasos sangüíneos são classificados em três tipos: artérias, veias e capilares.
• Artérias - São vasos que conduzem o sangue do
coração para as diversas partes do organismo.
vasos capilares
Apresentam paredes musculares espessas e muito arteríolas
elásticas. artérias
veias
• Veias - São vasos que conduzem o sangue para o
coração. Apresentam paredes musculares finas
pouco elásticas além de válvulas internas que
impedem o refluxo de sangue. artéria principal

• Capilares - São vasos de calibre microscópico, com


paredes finas e permeáveis, por onde ocorrem as
trocas de substâncias entre o plasma sangüíneo e veia principal vênulas
as células dos tecidos. Os capilares estabelecem
a conexão entre artérias e veias de menor calibre.
O epitélio de revestimento dos capilares é simples Formação dos capilares
pavimentoso, sendo denominado endotélio.
O coração humano possui quatro cavidades: dois átrios de paredes finas e dois ventrículos de paredes mais
espessas. Separando o átrio direito do ventrículo direito encontra-se a válvula tricúspide e separando o átrio esquerdo
do ventrículo esquerdo encontra-se a válvula bicúspide ou mitral. As válvulas cardíacas direcionam o fluxo unilateral
do sangue dos átrios para os ventrículos, impedindo que haja refluxo. Não há comunicação entre os lados direito e
esquerdo do coração. As veias chegam aos átrios trazendo sangue dos tecidos corporais enquanto as artérias saem
do coração levando sangue para os tecidos. Artéria aorta
O coração funciona como uma bomba com capacidade Veia cava
superior
de contração e relaxamento. A contração da musculatura
cardíaca responsável pelo bombeamento de sangue
denomina-se sístole enquanto o relaxamento da
Válvula
musculatura cardíaca responsável pelo recolhimento de tricúspide
sangue denomina-se diástole.
Veias
A musculatura cardíaca ou miocárdio é dotada de pulmonares
automatismo, ou seja, é capaz de gerar os impulsos AD
lm r i a
ar

elétricos necessários à sua atividade. Isso é possível


pu A r t é

AE
on

devido a um conjunto de fibras especiais presentes na


parede do átrio direito que formam o nódulo sino-atrial
ou marcapasso cardíaco que determina o ritmo das
contrações. O impulso elétrico originado nessa estrutura
determina a contração dos átrios, sendo conduzido ao VD VE Válvula bicúspide
nódulo átrio-ventricular onde um novo impulso é levado
aos ventrículos através do feixe de Hiss. A chegada do Veia cava inferior
impulso aos ventrículos determina a sua contração. Coração humano

70 Biologia - M3
71 cor preto

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2- FISIOLOGIA DA CIRCULAÇÃO
Para melhor compreensão da fisiologia da circulação, deve-se lembrar que o sangue arterial é rico em oxigênio,
enquanto o sangue venoso é rico em gás carbônico.
O sangue arterial é bombeado para os tecidos pelo ventrículo esquerdo, sendo conduzido através da artéria
aorta. As ramificações da artéria aorta vão se tornando cada vez menores e mais finas, formando os capilares.
A nível dos capilares ocorre a troca gasosa (O2 - CO2) que oxigena os tecidos, passando o sangue a ser
venoso, já que este recolhe o gás carbônico liberado nos tecidos. O sangue venoso é recolhido pelas vênulas
e chega ao coração, por onde penetra pelas veias cava superior e inferior presentes no átrio direito.
Esta circulação que leva sangue arterial aos tecidos e recolhe sangue venoso é denominada grande circulação
ou circulação sistêmica.
O sangue venoso atravessa a válvula tricúspide do coração e atinge o ventrículo direito, de onde é bombeado
para os pulmões e, logo após, conduzido através da artéria pulmonar. Nos capilares pulmonares, ocorre a
hematose, ou seja, o sangue capta o oxigênio e libera o gás carbônico. O sangue arterial retorna ao coração,
por onde penetra pelas veias pulmonares presentes no átrio esquerdo. Esta circulação que leva sangue
venoso aos pulmões e recolhe sangue arterial é denominada pequena circulação ou circulação pulmonar.
O sangue arterial atravessa a válvula bicúspide ou mitral do coração e atinge o ventrículo esquerdo, de onde
é bombeado para os tecidos, reiniciando o processo circulatório.
Assim, temos:
GRANDE CIRCULAÇÃO
VE Tecidos AD
(Circulação Sistêmica)

PEQUENA CIRCULAÇÃO
VD Pulmões AE
(Circulação Pulmonar)

Cabeça

Aorta Pulmão
Pulmão

Localização do
Átrio esquerdo
nódulo sino-atrial
Átrio direito Ventrículo
Ventrículo esquerdo
direito

Fígado

Intestino

Rins

Extremidades
inferiores

Circulação Humana
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3- CIRCULAÇÃO LINFÁTICA
Parte do líquido que extravasa dos capilares sangüíneos é reabsorvido por vasos denominados capilares linfáticos,
que se reúnem formando vasos de maior calibre que desembocam nas veias. Esse Iíquido reabsorvido é
denominado linfa, apresentando importante papel na remoção de impurezas do sangue e no mecanismo de
defesa, conduzindo anticorpos. Antes de retornar às veias, a maior parte da linfa coletada passa por uma série
de estruturas denominadas linfonodos ou gânglios linfáticos. Essas estruturas são responsáveis pela filtração
da linfa através de células que fagocitam corpos estranhos ao organismo, como bactérias. Caso as bactérias
sejam patogênicas, podem ocorrer nos linfonodos manifestações inflamatórias denominadas ínguas.

II - SISTEMA RESPIRATÓRIO
1- ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
As vias respiratórias humanas são responsáveis pela condução do ar, permitindo a obtenção de oxigênio do
ambiente para o metabolismo aeróbio e a eliminação de gás carbônico. As vias respiratórias são:

• Fossas Nasais - São duas cavidades que se • Brônquios - São dois canais originados através de
comunicam com o meio externo através das narinas. uma bifurcação da traquéia. Apresentam-se
As fossas nasais contêm pêlos curtos capazes de constituídos de anéis cartilaginosos, como a
reter impurezas presentes no ar inspirado. traquéia. Penetram nos pulmões onde se ramificam
Apresenta-se também muito vascularizada, originando os bronquíolos.
permitindo o aquecimento do ar. • Bronquíolos - São canais que apresentam
• Faringe - É um canal comum aos sistemas dimensões microscópicas responsáveis pela
respiratório e digestivo, permitindo a passagem de condução do ar até os alvéolos pulmonares.
ar em direção à laringe e de alimento em direção ao • Alvéolos Pulmonares - São sacos membranosos
esôfago. de paredes muito finas que se encontram envolvidos
• Laringe - É um conduto cartilaginoso com um orifício por uma rede de capilares sangüíneos denominados
denominado glote, que a comunica com a faringe. capilares alveolares. Os alvéolos e os capilares
Sobre a glote encontra-se uma membrana alveolares são revestidos por um tecido epitelial
cartilaginosa denominada epiglote que, no ato da simples pavimentoso que, devido à sua reduzida
deglutição, fecha a glote impedindo que o alimento espessura, facilita a troca gasosa ou hematose.
desça pelas vias respiratórias. Através desse processo, o oxigênio difunde-se para
• Traquéia - É um canal formado de anéis cartilaginosos o interior do capilar, sendo recolhido pelo sangue
responsável pela condução do ar até os brônquios. enquanto o gás carbônico difunde-se do capilar para
a cavidade alveolar.

bronquíolo
faringe

fossas
nasais

laringe
brônquio

traquéia
alvéolos

pulmão

Vias Respiratórias Humanas

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Ar

Alvéolo

CO2 O2

Sangue
arterial
Sangue Venoso

Capilar

Hematose

2- MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS
Os movimentos respiratórios são de dois tipos: inspiração e expiração. Em ambos é fundamental a participação
do músculo diafragma (separa o tórax do abdome) e dos músculos intercostais externos (localizados
entre as costelas).
• Movimento de Inspiração - Consiste na entrada de ar nos pulmões. A caixa torácica se expande
verticalmente mediante a contração do diafragma e horizontalmente mediante a contração dos músculos
intercostais externos. Percebe-se que, com a inspiração, o tórax amplia-se, diminuindo a pressão
interna. Para a efetivação do movimento de inspiração, a pressão atmosférica deve ser maior que a
pressão interna.
• Movimento de Expiração - Consiste na saída de ar dos pulmões. A caixa torácica sofre uma diminuição
de volume mediante o relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais externos. Percebe-se
que, com a expiração, o tórax sofre uma retração, aumentando a pressão interna. Para a efetivação do
movimento de expiração, a pressão interna deve ser maior que a pressão atmosférica.

músculos músculos
intercostais O2 intercostais
CO2
contraídos relaxados
tórax tórax
diafragma diafragma
contraído relaxado

Inspiração Expiração

Movimentos Respiratórios

A variação da concentração de CO2 no sangue é o principal fator responsável pelo ritmo respiratório. O
aumento da concentração de CO2 no sangue estimula uma região do sistema nervoso central denominada
bulbo que contém o centro respiratório. Do bulbo são enviados impulsos nervosos para os músculos
respiratórios, controlando, dessa forma, o ritmo dos movimentos.

Biologia - M3 73
74 cor preto

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3- TRANSPORTE DE GASES RESPIRATÓRIOS


• TRANSPORTE DE OXIGÊNIO
Uma pequena parte do oxigênio presente no sangue é transportada dissolvida no plasma. A maior parte do
oxigênio apresenta o seu transporte através da hemoglobina. O oxigênio se combina com a hemoglobina,
formando a oxihemoglobina. A grande instabilidade da oxihemoglobina permite que, à medida em que o
sangue percorre os capilares dos tecidos, o oxigênio seja liberado e recolhido pelas células.

Pulmões
Hb + O2 HbO2 (oxihemoglobina)
Tecidos

• TRANSPORTE DE GÁS CARBÔNICO


Uma pequena parte do gás carbônico presente no sangue é transportado dissolvido no plasma. Há também,
em pequena escala, o transporte do gás carbônico através da hemoglobina, formando a carbohemoglobina.
A grande instabilidade da carbohemoglobina permite que, à medida em que o sangue percorre os capilares
alveolares, o gás carbônico seja liberado e recolhido pelos alvéolos.

Tecidos
Hb + CO2 HbCO2 (carbohemoglobina)
Pulmões

A maior parte do gás carbônico apresenta o seu transporte sob a forma de íons Bicarbonato. O gás carbônico
reage com a água formando o ácido carbônico que sofre dissociação, formando os íons H+ e HCO3- . Nos
capilares alveolares ocorre a reação inversa e o gás carbônico é liberado, difundindo-se para os alvéolos. A
enzima anidrase carbônica produzida pelas hemácias catalisa essas reações.

Tecidos Tecidos

CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3
Pulmões Pulmões

• TRANSPORTE DE MONÓXIDO DE CARBONO


O monóxido de carbono é um gás tóxico asfixiante que estabelece com a hemoglobina uma ligação cerca de
250 vezes mais estável que a ligação existente entre o oxigênio e a hemoglobina. A ligação do monóxido de
carbono com a hemoglobina forma a carboxihemoglobina. A grande estabilidade de carboxihemoglobina
impede que a hemoglobina seja liberada, comprometendo, sobretudo, o transporte de oxigênio. Em recintos
fechados, a inspiração de grande quantidade de monóxido de carbono pode levar o indivíduo à morte por
asfixia.

Hb + CO HbCO (carboxihemoglobina)

74 Biologia - M3
75 cor preto

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III- SISTEMA EXCRETOR


1- ANATOMIA DO SISTEMA EXCRETOR
veia cava artéria
O sistema excretor é responsável pela eliminação inferior aorta
de restos do metabolismo celular e regulação do
teor de água e sais minerais presentes no organismo.
Apresenta-se constituído por dois rins, dois
ureteres, uma bexiga e uma uretra. Os rins se
rim
comunicam com a bexiga através dos ureteres,
enquanto a bexiga se comunica com o meio externo ureter
através da uretra.
A urina é formada nos rins e, através dos ureteres,
atinge a bexiga, onde é armazenada para posterior
eliminação pela uretra. Cada rim apresenta bexiga
aproximadamente um milhão de néfrons. Os néfrons
são as unidades funcionais dos rins responsáveis uretra
pela filtração do sangue e formação da urina.
Órgãos do Sistema Excretor
2- ESTRUTURA DO NÉFRON
Cada néfron é constituído de: glomérulos de Malpighi, cápsula de Bowman, túbulo contorcido proximal, alça
de Henle e túbulo contorcido distal.
• Glomérulo de Malpighi - É um conjunto de capilares sangüíneos envolvidos por uma cápsula. O
sangue chega ao glomérulo através da arteríola aferente e sai pela arteríola eferente.
• Cápsula de Bowman - Envolve o glomérulo de Malpighi, estando ligada ao túbulo contorcido proximal.
• Túbulo contorcido proximal - Desemboca na alça de Henle.
• Alça de Henle - estrutura em forma de U que se continua com o túbulo contorcido distal.
• Túbulo contorcido distal - estrutura final do néfron.
Os túbulos renais (contorcido proximal, aIça de Henle e contorcido distal) encontram-se envolvidos por uma
extensa rede de capilares que são formados por ramificação da arteríola eferente. Esses capilares se reúnem
formando válvulas, que se agrupam formando a veia renal.
Os túbulos contorcidos distais de vários néfrons desembocam no túbulo coletor. Os túbulos coletores terminam
na pelve renal, que é a região de conexão do rim com o ureter.

Túbulo proximal
Arteríola eferente
(em corte)
Glomérulo Túbulo distal

Arteríola aferente

Cápsula de Bowman
(em corte)

Vênula

Ramo
descendente
Alça de
Henle Tubo coletor

Ramo ascendente
Estrutura do Néfron

Biologia - M3 75
76 cor preto

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3- FISIOLOGIA RENAL
A fisiologia renal explica como ocorre o processo de formação de urina nos néfrons. Esse processo pode ser
dividido em duas etapas: filtração e reabsorção.
• Filtração Glomerular - Consiste no extravasamento de parte do plasma sangüíneo dos capilares
glomerulares para a cápsula de Bowman. O líquido recolhido pela cápsula de Bowman denomina-se filtrado
glomerular. Evidentemente, a maior parte do filtrado deve retornar ao sangue em função da grande quantidade
de substâncias aproveitáveis presentes nesse líquido. O filtrado glomerular não contém células sangüíneas
nem proteínas, já que estas, devido ao alto peso molecular, não são filtradas. O filtrado apresenta em sua
constituição água, sais minerais, carboidratos, aminoácidos, vitaminas, ácido úrico, uréia e outras substâncias.
Da cápsula de Bowman, o filtrado alcança o túbulo contorcido proximal, onde se inicia a reabsorção renal,
isto é, o retorno das substâncias aproveitáveis ao sangue.

arteríola eferente

arteríola
aferente
glomérulo de Malpighi

cápsula de Bowman

setas indicando
o sentido de fluxo
da filtração

Filtração Glomerular

• Reabsorção Tubular - Consiste no retorno das substâncias aproveitáveis ao sangue. No túbulo contorcido
proximal ocorre por transporte ativo a reabsorção de sódio, fazendo com que o líquido tubular fique
hipotônico em relação ao plasma dos capilares que envolvem essa região. Na porção descendente da alça
de Henle ocorre a reabsorção passiva da água, enquanto na sua porção ascendente ocorre reabsorção
ativa de sódio. Na porção ascendente não há reabsorção passiva de água, já que as células dessa região
são impermeáveis à água. O líquido tubular pouco concentrado atinge o túbulo contorcido distal, havendo
reabsorção passiva de água.
Além da reabsorção ativa de sódio há, ao longo dos túbulos renais, a reabsorção ativa de aminoácidos e
glicose.
No túbulo contorcido distal ocorre a secreção ativa ou excreção ativa do plasma para o interior do túbulo.
Através desse processo é eliminado o íon H+ que torna a urina ácida, auxiliando também na manutenção do
pH do sangue. Alguns antibióticos como a penicilina podem também atingir o túbulo contorcido distal por
secreção ativa.
Ao final do túbulo contorcido distal a urina já está totalmente formada, podendo ocorrer a nível do túbulo
coletor reabsorção passiva da água.
Assim podemos dizer que a formação da urina ocorre através da filtração, reabsorção passiva, reabsorção
ativa e secreção ativa.
Nos indivíduos portadores de diabetes mellitus ocorre presença de glicose na urina (glicosúria), já que o
excesso de glicose no sangue não é totalmente reabsorvido.

76 Biologia - M3
77 cor preto

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4- AÇÃO HORMONAL NO NÉFRON


Dois hormônios atuam no néfron: aldosterona e vasopressina. NEURO-HIPÓFISE
• Aldosterona - Produzida pelo córtex das supra-renais,
SUPRA-RENAL
atua no túbulo contorcido proximal e porção ascendente ADH
da alça de Henle estimulando a reabsorção de sódio e
a excreção de potássio.
• Vasopressina - Também denominada hormônio
anti-diurético, é produzida pelo hipotálamo e ALDOSTERONA
armazenada na neuro-hipófise. Atua no túbulo RIM
contorcido distal e túbulo coletor estimulando a
reabsorcão de água. A vasopressina aumenta a DIURESE
permeabilidade das membranas celulares dos referidos
túbulos à água. Hormônios que atuam nos rins

IV - SISTEMA DIGESTIVO
1- ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTIVO
O sistema digestivo é responsável pela quebra de
macromoléculas em moléculas menores que podem
ser absorvidas pelas células. A esse processo
damos o nome de digestão. O tubo digestivo
humano é constituído dos seguintes órgãos: boca,
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado,
intestino grosso e ânus. O tubo digestivo apresenta faringe
as seguintes glândulas anexas: glândulas salivares,
boca
fígado e pâncreas.
A boca é a porção inicial do tubo digestivo, sendo o
órgão sede da mastigação e da insalivação. Os
dentes aí presentes aumentam a superfície de
contato do alimento, facilitando a ação das enzimas esôfago
digestivas. A boca conduz o alimento até a faringe fígado
e daí para o esôfago. Entre o esôfago e o estômago
encontra-se uma válvula denominada cárdia, que vesícula
estômago
biliar
impede o refluxo do conteúdo gástrico. O estômago
apresenta continuidade com o intestino delgado.
Entre esses dois órgãos encontra-se uma válvula
denominada piloro, que impede o refluxo do pâncreas
conteúdo presente no intestino delgado. O intestino duodeno
intestino
delgado apresenta três porções: duodeno, jejuno e delgado
íleo. Na conexão do intestino delgado com o intestino (jejuno e
grosso encontra-se a válvula ileocecal, que impede íleo)
o refluxo do conteúdo presente no intestino grosso.
O intestino grosso apresenta seis porções: ceco,
colo ascendente, colo transverso e colo descendente,
sigmóide e reto. O reto desemboca no ânus, que
representa a porção final do tubo digestivo. intestino
grosso
As glândulas salivares apresentam conexão com a
cavidade bucal, lançando aí a saliva, enquanto o apêndice
cecal ânus
fígado e o pâncreas estão conectados ao duodeno,
onde lançam, respectivamente, a bile e o suco
pancreático. A bile produzida no fígado é inicialmente
armazenada na vesícula biliar antes de ser lançada Tubo Digestivo Humano
no duodeno.
Biologia - M3 77
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2- FISIOLOGIA DA DIGESTÃO
DIGESTÃO NA BOCA
Em contato com a cavidade bucal encontramos três pares de glândulas
salivares: parótidas, submaxilares e sublinguais. Essas glândulas produzem a
saliva que é lançada na boca. Na saliva encontramos a enzima amilase salivar
ou ptialina, que inicia a digestão do amido quebrando-o em moléculas de
maltoses. A boca apresenta pH aproximadamente 7, determinado pela saliva.
Esse valor representa o pH ideal para a ação da amilase salivar.
parótidas
Após a deglutição, iniciam-se os movimentos peristálticos ou peristaltismo, sublinguais submaxilares
que são contrações da musculatura lisa do esôfago, estômago e intestinos
impulsionando o alimento ao longo do tubo digestivo. Localização das
Glândulas Salivares
DIGESTÃO NO ESTÔMAGO
O estômago é um órgão amplo armazenador de alimento. Em suas paredes ocorre a produção de suco
gástrico constituído de ácido clorídrico (HCl) e enzimas. O ácido clorídrico determina o pH aproximadamente
2 do estômago, que é indispensável para a ação enzimática nesse órgão. A principal enzima estomacal é a
pepsina, que é lançada na cavidade gástrica em sua forma inativa denominada pepsinogênio. Em presença
de HCl, o pepsinogênio é ativado em pepsina. O papel biológico da pepsina é iniciar a digestão das proteínas
quebrando-as em polipeptídios ou frações peptídicas.
No estômago ocorre a quimificação que representa o processo de formação do quimo. O quimo pode ser
entendido como sendo uma massa pastosa constituída pela mistura do alimento com o suco gástrico.
DIGESTÃO NO INTESTINO DELGADO fígado esôfago
Em contato com o duodeno (primeira porção do
intestino delgado) encontra-se o fígado, que produz
a bile, e o pâncreas, que produz o suco pancreático. estômago

A bile lançada no duodeno não contém enzimas


digestivas. Apresenta os sais biliares que
Localização
emulsificam as gorduras aumentando a sua pâncreas
do Fígado e
superfície de contato e facilitando, assim, a ação vesícula biliar duodeno Pâncreas
das lipases (enzimas que digerem os lípides).
O suco pancreático lançado no duodeno é rico em molécula de glicose e outra de frutose. A lactase
enzimas. Esse suco determina o pH aproxima- quebra a lactose em uma molécula de glicose e outra
damente 8 do intestino delgado. As principais de galactose.
enzimas presentes no suco pancreático são lipase, O intestino delgado apresenta aproximadamente 6m
tripsinogênio, amilase e nuclease. As lipases de comprimento, sendo o órgão do tubo digestivo
quebram os lípides em ácidos graxos e álcool. O responsável pela maior parte da digestão e aborção
tripsinogênio é uma enzima inativa. A ativação do dos produtos da digestão. As células do epitélio do
tripsinogênio em tripsina é feita por uma enzima intestino delgado apresentam microvilosidades que
presente no suco entérico (produzido no intestino aumentam consideravelmente a superfície de
delgado) denominada enterocinase. A ação da absorção.
tripsina é iniciar a digestão das proteínas que não No intestino delgado ocorre a quilificação, que
foram “atacadas” pela pepsina, quebrando-as em representa o processo de formação do quilo. O quilo
polipeptídeos. A amilase pancreática ou amilopepsina pode ser entendido como sendo uma massa pastosa
inicia a digestão das moléculas de amido que não constituída pelo quimo, bile, suco pancreático e suco
foram “atacadas” pela amilase salivar, quebrando-as entérico.
em moléculas de maltoses. As nucleases quebram
os ácidos nucléicos em nucleotídeos. 3- PAPEL DO INTESTINO GROSSO
O suco entérico é produzido pela mucosa intestinal, O intestino grosso apresenta aproximadamente
apresentando as seguintes enzimas: enterocinase, 1,5m de comprimento, sendo responsável pela
peptidases e dissacaridases. A enterocinase ativa absorção de água e eletrólitos do bolo fecal, dando
o tripsinogênio em tripsina. As peptidases quebram consistência normal às fezes. Algumas bactérias
polipeptídios em aminoácidos, concluindo a digestão presentes neste órgão fornecem ao organismo as
das proteínas. As dissacaridases quebram os vitaminas B 12 e K. No intestino grosso ocorre
dissacarídeos em monossacarídeos. As principais digestão química. Suas principais funções são
dissacaridases são: maltase, sacarase e lactase. A formação e armazenamento de fezes, além de
maltase quebra a maltose em duas moléculas de absorção de água.
glicose. A sacarase quebra a sacarose em uma

78 Biologia - M3
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V - SISTEMA NERVOSO
1- DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso e o sistema endócrino são considerados sistemas de integração, já que controlam o
funcionamento dos demais sistemas.
Anatomicamente, o sistema nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso
Periférico (SNP).

SISTEMA NERVOSO CENTRAL


cérebro
É constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal.
O encéfalo está localizado no interior da caixa
craniana, enquanto a medula percorre o interior da
coluna vertebral.
Encéfalo e medula encontram-se envolvidos por três
membranas denominadas meninges. De fora para
dentro, as meninges são denominadas dura-mater,
aracnóide e pia-mater. Entre as meninges
encontra-se presente o líquido cefalorraquidiano ponte
ou líquor, com a função de amortecer choques cerebelo bulbo
mecânicos. O encéfalo é dividido em quatro porções:
cérebro, cerebelo, ponte e bulbo. medula espinhal

Sistema Nervoso Central


Cérebro - É a porção mais desenvolvida do encéfalo. A superfície do cérebro (córtex cerebral) apresenta
uma série de circunvoluções que aumentam a sua superfície, abrigando maior número de neurônios. O
córtex cerebral controla as ações voluntárias do indivíduo, além de abrigar centros nervosos relacionados à
inteligência, memória e sensibilidade.
Cerebelo - Situado na região posterior do encéfalo, controla o equilíbrio do corpo e o tônus muscular.
Ponte - É uma região de cruzamento de importantes vias nervosas. É um centro condutor de impulsos
nervosos.
Bulbo - Também denominado bulbo raquidiano, está situado logo acima da medula espinhal, comandando o
ritmo cardiorespiratório.
O bulbo abriga centros nervosos relacionados a deglutição, vômito, tosse e espirro.
A medula espinhal é uma base cilíndrica que percorre o interior da coluna vertebral. É importante na integração
de reflexos e na condução de impulsos nervosos para o encéfalo e do encéfalo para as regiões periféricas
do corpo.
Dura-máter
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Aracnóide
Meninges

É constituído por 12 pares de nervos cranianos (partem do encéfalo) Cavidade


e 31 pares de nervos raquidianos (partem da medula espinhal). subaracnóidea
Os nervos são cordões de fibras nervosas que estabelecem a conexão Pia-máter
do sistema nervoso central com a periferia. De acordo com o sentido
da transmissão do impulso nervoso, os nervos são classificados em
sensitivos, motores e mistos.
Nervos sensitivos ou aferentes - conduzem os impulsos nervosos Tecido nervoso
dos órgãos receptores até o sistema nervoso central.
Nervos motores ou eferentes - conduzem os impulsos nervosos do
sistema nervoso central até os órgãos efetuadores.
Nervos mistos - possuem fibras sensitivas e motoras.
Os nervos raquidianos estão conectados à medula espinhal através
de uma raiz dorsal, através da qual chegam as fibras sensitivas e Vaso sangüíneo
de uma raiz ventral através da qual saem as fibras motoras. Meninges
Biologia - M3 79
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2- ARCO REFLEXO
O arco reflexo representa a unidade anatomofuncional do sistema nervoso. Os componentes de um arco
reflexo são:
1. Receptor na pele, nas mucosas ou nos tendões.
2. Nervo sensitivo ou aferente que conduz o impulso nervoso até o sistema nervoso central.
3. Centro de integração que traduz a informação sensitiva e envia um impulso motor para o órgão que
deve responder ao estímulo.
4. Nervo motor ou eferente que conduz o impulso nervoso até um órgão efetuador.
5. Órgão efetuador, que é a estrutura (músculo ou glândula) que reage ao estímulo.

GÂNGLIO RAIZ SENSITIVA (DORSAL)

NERVO
1 RAQUIDIANO
2
3

4
MEDULA EM CORTE RAIZ MOTORA
TRANSVERSAL (VENTRAL)
5

SUBSTÂNCIA CINZENTA, INTERNA


SUBSTÂNCIA BRANCA, EXTERNA

Arco Reflexo
Na maior parte dos arcos reflexos ocorre a participação de um ou mais neurônios de associação que estabelecem


a conexão entre o neurônio sensitivo e o neurônio motor.
A maioria dos reflexos apresentam a medula como sede, sendo que o impulso nervoso também é conduzido


pela medula até o cérebro onde, ao ser interpretado, confere ao indivíduo a consciência do fato ou a sensação
de dor.

3- SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO


 Íris:
dilatação da pupila

Glândulas salivares:
secreção viscosa e
O sistema nervoso autônomo (S.N.A.) controla as pouco abundante

funções viscerais do organismo. Apresenta apenas Freqüência cardíaca


fibras eferentes ou motoras, já que os impulsos aumenta

nervosos partem do sistema nervoso central para


as estruturas viscerais, como músculos lisos e Brônquios dilatam
glândulas. O sistema nervoso autônomo apresenta
ação involuntária, sendo subdividido em simpático Peristaltismo diminui
e parassimpático com ações antagônicas.
Glicogenólise no
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO fígado aumenta

Bexiga:
O sistema nervoso autônomo simpático apresenta relaxamento muscular
e contração do
fibras nervosas que, quando estimuladas, liberam esfíncter da uretra
adrenalina como mediador químico. Observe na Pressão sangüínea aumenta
figura ao lado as principais ações controladas pelo Músculos eretores dos
pêlos: ereção dos pêlos
sistema nervoso autônomo simpático. Vasos sangüíneos
periféricos:
e também
Em situações de emergência, ocorrem ações vasoconstrição
Glândulas lacrimais;
desencadeadas pelo sistema nervoso autônomo secreção escassa
simpático. Atividade mental aumenta
Metabolismo basal aumenta

80 Biologia - M3
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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO


O sistema nervoso autônomo parassimpático apresenta fibras nervosas que, quando estimuladas, liberam
acetilcolina como mediador químico. Observe as principais ações controladas pelo sistema nervoso autônomo
parassimpático.
Íris:
contração da pupila

Glândulas salivares:
secreção fluida e
abundante

Freqüência cardíaca
diminui


Pressão sangüínea diminui
Músculos eretores dos pêlos:
Brônquios diminuem ausência de inervações;
portanto, não há


ação sobre o músculo
e também Vasos sangüíneos
Peristaltismo aumenta
periféricos: nenhuma ação
Glândulas lacrimais;


secreção abundante
Nenhuma ação de
glicogenólise no fígado Atividade mental diminui
Metabolismo basal diminui
Bexiga:
contração muscular
e relaxamento do
esfíncter da uretra

4- TERMINAÇÕES NERVOSAS
As terminações nervosas são divididas em dois tipos: livres e encapsuladas. As terminações nervosas livres
são responsáveis pela percepção da dor, enquanto as terminações nervosas encapsuladas formam corpúsculos
com atividades sensoriais específicas. Os corpúsculos formados estão presentes na pele e nas mucosas e
são classificados em:
• Corpúsculos de KRAUSE - receptores de frio
• Corpúsculos de RUFFINI - receptores de calor
• Corpúsculos de MEISSNER - receptores de tato
• Corpúsculos de VATER-PACINI - receptores de pressão

VI - SISTEMA ENDÓCRINO
1- DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA ENDÓCRINO
O sistema endócrino é constituído por uma série de estruturas denominadas glândulas endócrinas. Estas
estruturas produzem hormônios que são compostos orgânicos lançados no sangue, capazes de estimular ou
inibir a atividade de determinados órgãos denominados órgãos-alvo. Cada órgão-alvo apresenta receptores
químicos específicos para determinado hormônio.
Juntamente com o sistema nervoso, o sistema endócrino é um sistema de integração, contribuindo para a
manutenção da homeostase.
As principais glândulas endócrinas humanas são: hipófise, tireóide, paratireóides, supra-renais, testículos e
ovários. O pâncreas apresenta uma parte endócrina e uma parte exócrina, razão pela qual é considerado
uma glândula anfícrina ou mista.

Biologia - M3 81
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TIREÓIDE E HIPÓFISE
PARATIREÓIDES

SUPRA-RENAL PÂNCREAS
(GLÂNDULA MISTA)

TESTÍCULOS OVÁRIO

Principais Glândulas Endócrinas Humanas

2- REGULAÇÃO HORMONAL
A regulação da produção e liberação de hormônios ocorre através de um mecanismo conhecido como feedback
ou retroalimentação. Através desse mecanismo, o aumento ou diminuição de determinada função provoca
uma alteração no organismo, desencadeando uma correção funcional e contribuindo, assim, para a manutenção
da homeostase.
Na regulação hormonal ocorre feedback negativo, ou seja, a alteração funcional ocorre em um sentido e a
reação para a correção ocorre em sentido contrário. Observe um exemplo de feedback negativo: a hipófise
produz o hormônio tireotrófico que estimula a produção do hormônio tiroxina pela tireóide. À medida em
que o nível de tiroxina aumenta no sangue, a hipófise vai sendo inibida e a produção do hormônio tireotrófico
se reduz, fato que provoca a inibição da atividade da tireóide. À medida em que o nível de tiroxina diminui no
sangue, a hipófise vai sendo estimulada e a produção do hormônio tireotrófico aumenta, provocando um
estímulo à função tireoideana.

INIBE ALTAS
TAXAS
HORMÔNIO
HIPÓFISE TIREÓIDE TIROXINA
TIREOTRÓFICO
BAIXAS
TAXAS
ESTIMULA

Qualquer variação de dosagem hormonal no sangue pode levar a alterações funcionais diversas denominadas
disfunções. Taxas hormonais acima do normal são hiperfunções, enquanto taxas abaixo do normal são
hipofunções.

82 Biologia - M3
83 cor preto

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3- ESTUDO DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

3.1) HIPÓFISE
Também denominada pituitária, localiza-se na base do cérebro em uma cavidade do osso esfenóide
denominada sela túrcica. A hipófise controla o funcionamento de outras glândulas e apresenta-se dividida
em três partes: adenohipófise, parte intermediária e neurohipófise.
ADENOHIPÓFISE
É o lobo anterior da hipófise capaz de produzir uma série de hormônios. A atividade secretora da adenohipófise
é controlada por substâncias produzidas pelo hipotálamo denominadas hormônios liberadores. Os hormônios
produzidos pela adenohipófise são:
• Hormônio Somatotrófico (STH)
Também denominado hormônio do crescimento, estimula o desenvolvimento do indivíduo. A produção
excessiva desse hormônio na infância acarreta o gigantismo, enquanto a produção insuficiente leva ao
nanismo. No indivíduo adulto, a produção excessiva do hormônio somatotrófico provoca a acromegalia,
caracterizada pelo crescimento exagerado das extremidades do corpo (mãos, pés, nariz, mandíbula e queixo).
• Hormônio Tireotrófico (TSH)
Controla o funcionamento da tireóide.
• Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH)
Controla o funcionamento do córtex (parte mais externa) das adrenais (supra-renais).
• Hormônios Gonadotróficos
Controlam o funcionamento das gônadas (testículos e ovários). Os hormônios gonadotróficos são: hormônio
folículo estimulante, hormônio luteinizante e hormônio luteotrófico.
- Hormônio Folículo Estimulante (FSH) - No homem, estimula a espermatogênese nos túbulos
seminíferos, enquanto na mulher estimula o amadurecimento dos folículos ovarianos.
- Hormônio Luteinizante (LH) - No homem, esse hormônio é também chamado hormônio estimulante
das células intersticiais (ICSH), já que estimula estas células a produzir testosterona, o hormônio
sexual masculino. Na mulher, o hormônio luteinizante é responsável pela ovulação e pela formação do
corpo lúteo, estrutura que secreta altas taxas de progesterona e pequena quantidade de estrógeno.
Progesterona e estrógeno são os hormônios sexuais femininos.
- Hormônio Luteotrófico (LTH) - Também denominado prolactina ou hormônio lactogênico, estimula a
manutenção do corpo lúteo durante as primeiras semanas de gravidez, além de estimular a produção
de leite pelas glândulas mamárias.
PARTE INTERMEDIÁRIA
Na espécie humana, essa parte apresenta função pouco importante. A parte intermediária produz um hormônio
denominado intermedina, que atua sobre os melanóforos estimuIando a dispersão dos grânulos de melanina,
modificando a cor da pele de peixes, anfíbios e répteis.
Hipotálamo
NEUROHIPÓFISE
É o lobo posterior da hipófise, que não produz hormônios. A neurohipófise
armazena dois hormônios produzidos no hipotálamo, estrutura vizinha da
hipófise. Os hormônios hipotalâmicos armazenados na neurohipófise são: Adenohipófise Neurohipófise

• Hormônio anti-diurético (ADH)


Também denominado vasopressina ou pitressina, atua nos túbulos
contorcidos distais e túbulos coletores dos néfrons estimulando a
reabsorção de água pelos capilares peritubuIares. A produção excessiva
Parte intermediária
desse hormônio aumenta a pressão sangüínea devido a uma vasoconstrição
generalizada induzida pelo hormônio, acompanhada de acúmulo de água
Hipófise e Hipotálamo
nos espaços intercelulares (edema). A produção insuficiente do hormônio
anti-diurético provoca a diabetes insipidus que consiste na eliminação excessiva de urina diluída (poliúria)
acompanhada de sede intensa. Há indícios de que o álcool inibe a produção de ADH, facilitando a diurese.
• Ocitocina
Estimula as contrações da musculatura lisa do útero (miométrio) durante o parto, além de estimular a ejeção
do leite durante a amamentação.
Biologia - M3 83
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3.2) TIREÓIDE

Localiza-se sobre os primeiros anéis da traquéia, na porção anterior do pescoço. Produz os seguintes
hormônios:
• Triiodotironina (T3) e Tetraiodotironina (T4 ou Tiroxina)
São hormônios que estimulam o metabolismo geral do organismo. O hipertireoidismo acarreta a exoftalmia,
que se caracteriza pela projeção dos olhos para fora das órbitas. Além da exoftalmia, o hipertireoidismo
promove perda de peso, taquicardia, nervosismo, insônia, hipertermia, aumento da pressão arterial, etc. O
hipotireoidismo acarreta na criança o cretinismo e no adulto o mixedema. O cretinismo é caracterizado por
alterações no desenvolvimento físico, mental e sexual, enquanto o mixedema manifesta-se através de
infiltração de tecido mucoso embaixo da pele que, em decorrência disso, engrossa. Além do mixedema, o
hipotireoidismo promove no adulto ganho de peso, bradicardia, apatia, sonolência, hipotermia, diminuição da
pressão arterial, etc.
A carência de iodo na alimentação impede a produção de T3 e T4, determinando uma intensa produção de
TSH pela adenohipófise. Com isso, a tireóide cresce exageradamente surgindo o bócio (papo).
• Calcitonina
Estimula a retirada de íons cálcio (Ca++) do sangue e a sua deposição nos ossos e dentes. Por diminuir a
taxa de cálcio no sangue (CALCEMIA), a calcitonina apresenta ação hipocalcemiante.

laringe

tireóide

traquéia
paratireóides

Tireóide e Paratireóides

3.3) PARATIREÓIDES

São dois pares de pequenas glândulas que se encontram aderidas à tireóide. As paratireóides não sofrem
estimulação hipofisária e secretam o paratormônio, que estimula a ação dos osteoclastos, células que absorvem
fragmentos de tecido ósseo, lançando íons cálcio (Ca++) no sangue. Por aumentar a taxa de cálcio no
sangue (calcemia), o paratormônio apresenta ação hipercalcemiante.
O hiperparatireoidismo acarreta a hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue), levando à formação de
cálculos renais e biliares. Com a diminuição da taxa de cálcio nos ossos, pode ocorrer um quadro de fragilidade
óssea denominado osteoporose.
O hipoparatireoidismo acarreta a hipocalcemia (pequena quantidade de cálcio no sangue), levando a um
quadro de contrações musculares involuntárias denominado tetania que pode acarretar a morte por parada
cardiorespiratória.

84 Biologia - M3
85 cor preto

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3.4) SUPRA-RENAIS
Também denominadas adrenais, são duas glândulas localizadas sobre os rins. Cada supra-renal tem duas
partes distintas: córtex e medula.

O córtex é a porção mais externa da glândula capaz de medula da supra-renal


produzir os hormônios corticóides. Os corticóides são
córtex da supra-renal
de três tipos: glicocorticóides, mineralocorticóides e
sexocorticóides.
• Glicocorticóides - Apresentam ação anti-inflamatória
e anti-histamínica (anti-alérgica), além de levar à
síntese de glicose a partir de aminoácidos. Os
principais glicocorticóides são a cortisona e a
hidrocortisona (cortisol).
• Mineralocorticóides - Estimulam a reabsorção ativa rim
de sódio e a eliminação ativa de potássio pelos
túbulos renais. O principal mineralocorticóide é a
aldosterona, que atua no túbulo contorcido proximal
e na porção ascendente da alça de Henle. LocaIização e partes da Supra-Renal
• Sexocorticóides - Suplementam a ação dos hormônios sexuais produzidos pelos testículos e ovários. O
principal sexocorticóide é a corticosterona, que apresenta efeito masculinizante no homem e na mulher.
A medula é a porção mais interna da glândula capaz de produzir dois hormônios: adrenalina e nor-adrenalina.
As ações desses hormônios já foram mencionadas no estudo do sistema nervoso autônomo simpático. Em
situações de emergência, a adrenalina é lançada no sangue, preparando o organismo para uma reação ante
uma situação desfavorável.
A hiperfunção das supra-renais acarreta a SÍNDROME DE CUSHING, que se caracteriza por taquicardia,
aumento da pressão arterial, edema, diminuição do volume de urina e virilização na mulher.
A hipofunção das supra-renais acarreta a DOENÇA DE ADDISON, que se caracteriza por bradicardia,
diminuição da pressão arterial, perda de grande quantidade de sódio na urina, diarréia, enfraquecimento
geral e escurecimento da pele.

3.5) TESTÍCULOS HIPÓFISE


LOBO
ANTERIOR
Localizados no interior da bolsa escrotal,
apresentam as células de Leydig ou
células intersticiais responsáveis pela FSH ICSH
produção de testosterona, o hormônio
TESTÍCULO
sexual masculino. O estímulo para a
produção desse hormônio é dado pelo
EPIDÍDIMO
ICSH produzido pela adenohipófise.
LÓBULO
A testosterona é responsável pelo CANAL DEFERENTE
desenvolvimento das características
sexuais secundárias do homem, como
distribuição de pêlos no corpo, tipo de
voz, desenvolvimento dos órgãos ESTIMULAÇÃO SECREÇÃO DE
genitais, dentre outros. Além disso, a DA TESTOSTERONA
ESPERMATOGÊNESE
testosterona é responsável pelo
aparecimento da libido e amadu- TÚBULOS
recimento dos espermatozóides. SEMINÍFEROS
CÉLULAS DE LEYDIG (ESQUEMÁTICO)
(= CÉLULAS INTERSTICIAIS)
LÓBULO TESTICULAR

Estimulação dos testículos pelo FSH e ICSH

Biologia - M3 85
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3.6) OVÁRIOS
Localizados na parte inferior da cavidade abdominal, produzem estrógeno e progesterona, os hormônios
sexuais femininos.
O estrógeno ou estradiol é produzido pelo folículo ovariano e pelo corpo lúteo. Estimula a reconstituição do
endométrio após a menstruação, estimula o alargamento dos quadris e o desenvolvimento da genitália externa
feminina. Além disso, o estrógeno é responsável pelo aparecimento da libido.
A progesterona é produzida pelo corpo lúteo e, em caso de gravidez, pela placenta. Prepara o organismo
para a gravidez, aumentando a atividade secretora das glândulas mamárias e das células que revestem a
parede uterina. Além disso, a progesterona apresenta ação anti-abortiva, já que inibe as contrações do
miométrio.

ADENO-HIPÓFISE

FSH FSH
LH LTH
EPITÉLIO
GERMINATIVO
OVÁRIO

FOLÍCULOS
JOVENS FOLÍCULO
MADURO CORPO LÚTEO
CORPO MENSTRUAL
LÚTEO (ATROFIADO)

ESTRÓGENOS PROGESTERONA
EXPULSÃO

TAXA DE

ESTRÓGENOS
SA
NG ENDO
UE MÉ
E S TR
EC IO
RE
ÇÕ
O ES
ÚTER

FASE PROLIFERATIVA FASE SECRETORA


7 21 DIAS
14 28

OVULAÇÃO

CICLO MENSTRUAL

Produção do estrógeno e progesterona durante o ciclo menstrual

86 Biologia - M3
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3.7) PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula anfícrina ou mista, já que apresenta uma parte endócrina e uma parte exócrina. A
parte exócrina é mais desenvolvida, sendo responsável pela produção do suco pancreático.
Dispersas na parte exócrina do pâncreas, observam-se pequenas ilhas de células que constituem a parte
endócrina denominada ILHOTAS DE LANGERHANS.
As ilhotas de Langerhans produzem dois hormônios: insulina e glucagon. Esses hormônios controlam a taxa
de glicose no sangue que, em condições normais, situa-se entre 70 e 110 mg/100 ml de sangue.
• Insulina
Produzida pelas células b das ilhotas de Langerhans, esse hormônio estimula a captação de glicose pelas
células hepáticas e musculares e a polimerização de moléculas de glicose, formando glicogênio. Em outras
palavras, a insulina diminui a taxa de glicose no sangue (GLICEMIA) apresentando, assim, ação
hipoglicemiante.
O hiperinsulinismo é caracterizado pelo excesso de insulina no sangue circulante. Com isso, ocorre uma
diminuição da taxa de glicose no sangue (hipoglicemia), levando à sensação de fraqueza muscular, fadiga,
sonolência e sensação de fome. Esses sintomas podem ser explicados por momentos de excitação e de
depressão generalizadas do sistema nervoso central causados pelo abaixamento da concentração de glicose
no sangue.
O hipoinsulinismo é caracterizado pela produção insuficiente de insulina, diminuindo sua quantidade no sangue
circulante. Com isso, ocorre um aumento da taxa de glicose no sangue (hiperglicemia), condição essa
denominada diabetes mellitus. Nessa patologia, pode-se detectar glicose na urina (glicosúria), já que a
capacidade de reabsorção de glicose nos rins é ultrapassada. A presença de glicose nos túbulos renais leva
a uma retenção de água que é eliminada pelo organismo, acarretando um aumento no volume de urina
(poliúria) e uma tendência à desidratação. A incapacidade celular de utilização da glicose provoca sensação
de fraqueza muscular e fome.
• Glucagon
Produzida pelas células a das ilhotas de Langerhans, esse hormônio estimula a hidrólise do glicogênio
hepático formando moléculas de glicose que são lançadas no sangue. Em outras palavras, o glucagon
aumenta a taxa de glicose no sangue (GLICEMIA) apresentando, assim, ação hiperglicemiante. Quando a
taxa de glicose do sangue diminui, o pâncreas libera o glucagon para aumentar a glicemia.

pâncreas
pâncreas

duodeno
insulina
glucagon
Localização do Pâncreas

glicogênio
glicose
sangüínea

Ação da Insulina e do Glucagon

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Diversidade dos Seres Vivos - Parte III - Questões Objetivas


1) (UFPR) Relacione as colunas e assinale a alternativa correta:
(1) coanócitos ( ) cavidade central das esponjas
(2) células nervosas ( ) células de defesa dos celenterados
(3) átrio ( ) mesogléia, abaixo da epiderme
(4) mesênquima ( ) digestão intracelular dos poríferos
(5) cnidoblastos ( ) camada média da estrutura corporal dos poríferos

a) 3 2 5 1 4 b) 5 3 2 1 4 c) 5 2 3 1 4 d) 3 5 2 4 1 e) 3 5 2 1 4

2) (UFMG) Em relação ao organismo representado pelo


desenho, a alternativa CERTA é: Tentáculo Boca Nematocisto

a) Trata-se de um triblástico acelomado, que pode


apresentar pés ambulacrários e células flama na
idade adulta.
b) Trata-se de um diblástico, podendo apresentar
Testículo
reprodução sexuada e assexuada.
c) É um enterocelomado com células urticantes usadas Broto
para defesa.
d) Apresenta cavidade celomática ocupando a maior
parte do corpo e possui pés ambulacrários. Ovário
e) Apresenta, em seu desenvolvimento embrionário,
blástula com blastoderme e com blastóporo. “Pé”

3) (UFMG) Observe o esquema do ciclo vital de um animal de vida aquática.

Com base na análise desse esquema, todas as


afirmativas estão corretas, EXCETO:
a) 1 e 2 são resultantes de reprodução assexuada.
b) 3 representa o estágio de quatro blastômeros.
3
c) 4 representa fase larvária diplóide de vida livre.
d) 5 é um indivíduo adulto fixo, em que ocorre
meiose.
e) No ciclo, ocorre alternância de geração.

88 Biologia - M3
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4) (FCMMG) ...”As Fisálias arrastavam, a favor das correntes, intermináveis filamentos carregados de minúsculos
arpões venenosos cuja ação, renovada sobre o homem já atingido, pode acarretar a morte
sob o efeito da anafilaxia”...
(A FANTÁSTICA BARREIRA DE CORAL, BERNARD GORSKY, P.43 )

Sabendo-se que as Fisálias são hidrozoários coloniais popularmente conhecidas como caravelas, podemos
afirmar que o autor, ao citar os “arpões venenosos”, referia-se aos:
a) Solenócitos b) Estatocistos c) Tricocistos d) Cnidoblastos e) Pedicelários

5) (MED-ABC) Considere o esquema abaixo, sobre o ciclo de vida do Schistosoma mansoni.

III As três formas I, II e III, sob as quais o parasito pode


ser encontrado na água, podem corresponder correta
e respectivamente a:
Caramujo a) Miracídio, cercária e ovo.
Homem
b) Ovo, miracídio e cercária.
c) Cercária, miracídio e ovo.
I II d) Ovo, cercária e miracídio.
e) Miracídio, ovo e cercária.
6) (FCMMG) Touro (21-04 a 20-05) Regido pelo planeta Vênus, representa a
lealdade, o vigor, o poder de relaxamento, de concentração e o poder de
construir e de ensinar – o pesquisador, o professor.
Esse animal – o boi – é uma das maiores fontes de alimento para o Homem,
que consome sua musculatura, geralmente abundante, por ser esse um
animal de grande porte. Com relação à musculatura, consumida como
alimento, assinale a resposta que encerra um conceito CORRETO:
a) O músculo é um tecido fundamental, cujas células são sempre mononucleadas e de elevado poder de
reprodução mitótica.
b) A digestão do músculo é feita principalmente no estômago, por ação da pepsina e no intestino delgado,
por ação da tripsina.
c) A estriação transversal verificada em alguns tipos de músculo refere-se ao fato de poderem ou não
responder aos estímulos nervosos, de acordo com a lei do tudo ou nada.
d) A contração dos músculos está relacionada com o poder das moléculas, existentes no citoplasma do
miócito, que podem encurtar de comprimento e diminuir, assim, o comprimento global das células.
e) A carne do boi pode transmitir uma verminose, cujo agente é a Taenia solium.

7) (FUVEST-SP) Existem animais que não possuem órgão ou sistema especializado em realizar trocas gasosas.
Na respiração, a absorção do oxigênio e a eliminação do gás carbônico ocorrem por difusão, através da
superfície epidérmica. É o caso da:
a) planária b) ostra c) drosófila d) barata e) aranha

8) (CESGRANRIO) Se as fezes não fossem lançadas no chão ou nos rios, a incidência de algumas doenças
diminuiria. Assinale a opção que indica duas dessas doenças.
a) ancilostomose e doença de Chagas. d) esquistossomose e ancilostomose.
b) febre amarela e doença de Chagas. e) malária e doença de Chagas.
c) malária e esquistossomose.

9) (UFMG) Evitar a contaminação de alimentos, construir fossas e usar calçados são medidas profiláticas que
afetarão a incidência de todas as doenças abaixo relacionadas, EXCETO a:
a) Malária. d) Amebíase.
b) Esquistossomose. e) Ancilostomíase.
c) Teníase.

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10) (UFMG) Joaquim e Pedro fizeram exames de sangue. No sangue de Joaquim detectou-se Plasmodium
falciparum e, no de Pedro, Wuchereria bancrofti. Joaquim e Pedro provavelmente foram picados,
respectivamente, por:
a) Culex e Anopheles d) Anopheles e Culex
b) Aedes e Lutzomyia e) Anopheles e Lutzomyia
c) Lutzomyia e Culex

11) (UFMG) As figuras abaixo foram extraídas da bula de um medicamento e representam procedimentos que
podem ser adotados na prevenção de algumas doenças.

Beber somente água Lavar cuidadosamente Comer apenas Andar sempre com os
filtrada ou fervida. as frutas e verduras e carne bem pés calçados.
cozinhar bem os passada.
alimentos.
Assinale, a alternativa que contém uma verminose que NÃO pode ser evitada por qualquer dos procedimentos
apresentados nas figuras.
a) Ancilostomíase b) Esquistossomose c) Filariose d) Teníase

12) (PUC-MG) Observe a tabela.


EXEMPLOS DE DOENÇAS HUMANAS TRANSMISSÍVEIS POR ALIMENTOS
DOENÇA AGENTE ETIOLÓGICO ALIMENTO CONTAMINADO
Teníase Taenia solium Carne de porco
Cisticercose Taenia solium Água e verduras
Amebíase Entamoeba histolytica Água e verduras
Ascaridíase Ascaris lumbricoides Água e verduras
Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Leite
Hepatite A VHA Vários
Brucelose Brucella sp. Leite

Com respeito às doenças listadas na tabela acima, podemos afirmar, EXCETO:


a) Quatro delas são causadas por helmintos.
b) Duas delas são causadas pela ingestão de ovos do parasita.
c) Nem todas elas podem ser tratadas com antibióticos ou vermífugos.
d) Duas delas são causadas por organismos procariontes.
e) O agente etiológico transmitido pela ingestão de carne de porco realiza reprodução sexuada no intestino
humano.

13) (UFMG) Observe as figuras.


Os animais representados nessas figuras possuem
sistema reprodutor masculino e feminino. Portanto um único
indivíduo dessas espécies que sobreviva é capaz de
reconstituir toda a população.
Assim sendo, esses animais devem apresentar todas as
seguintes características, EXCETO:
a) Autofecundação. c) Hermafroditismo.
b) Fecundação interna. d) Reprodução assexuada.

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14) (UFMG) O escorpião “se suicida”?


Nenhum cientista rejeita a tradição popular sem investigar seriamente por que, em geral, pode haver algo de
verdadeiro no que o povo diz, embora a interpretação de suas observações nem sempre seja a mais correta.
Um cientista, desafiado a demonstrar em público, apesar de seus veementes protestos, o “suicídio” de um
escorpião, colocou um algodão embebido em álcool à volta de um Tytius serrulatus e ateou fogo. O bicho
ficou desorientado e, movendo-se de um lado para outro, levantou o aguilhão desordenadamente e, sem se
ferir, morreu. O mesmo aconteceu com outros Tytius serrulatus posteriormente. E nenhum deles, ao que
parece, teve tempo de pensar em suicídio.
De acordo com o texto, o cientista:
a) reforçou a hipótese popular.
b) confirmou uma teoria.
c) mostrou que o empirismo é o único caminho para o desenvolvimento da ciência.
d) demonstrou que um fato pode ser interpretado erroneamente.
e) concluiu que o aguilhão do Tytius serrulatus é uma ineficiente estrutura inoculadora de veneno.

15) (UFMG) Observe o esquema.

Todas as afirmativas referentes aos indivíduos das seqüências 1, 2 e 3 estão corretas, EXCETO:
a) Apresentam respiração traqueal e sistema nervoso ventral.
b) Pertencem ao mesmo filo e à mesma classe.
c) Possuem circulação fechada e excreção por células flama.
d) São ametábolos, hemimetábolos, holometábolos, respectivarnente.
e) São dióicos e apresentam exoesqueleto quitinoso.

16) (UFMG) Com relação aos mecanismos de excreção desenvolvidos durante a evolução dos seres vivos,
todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:
a) As traquéias dos insetos eliminam produtos nitrogenados.
b) O sistema excretor funciona de modo a manter constante a composição do sangue.
c) Os protonefrídios são os órgãos de excreção das planárias.
d) Os protozoários e os poríferos realizam a excreção por difusão.
e) Os rins, assim como os pulmões e a pele, participam da excreção no homem.

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17) (PUC-MG) Considere os seguintes sistemas:


I. Locomotor II. Respiratório III. Circulatório IV. Excretor

Crustáceos, aracnídeos e insetos são semelhantes quanto aos sistemas:


a) I e II b) II e IV c) III e IV d) I e III e) I e IV

18) (UFMG) Observe o esquema de uma barata.

Em todas as alternativas, as correspondências entre


1 as estruturas indicadas, respectivamente, pelos
números 1, 2, 3, 4 e 5 e as funções nomeadas estão
2
5 corretas, EXCETO:
a) 1 - tátil.

4 b) 2 - respiratória.
cecos
gástricos c) 3 - excretora.
ovário
d) 4 - digestiva.

e) 5 - nervosa.
3
reto

19) (UFMG) Em relação a esses animais, todas as


alternativas estão corretas, EXCETO:
a) Pertencem a um mesmo filo.
b) Possuem um habitat marinho.
c) Possuem representantes parasitas.
d) Relacionam-se evolutivamente aos cordados.
e) Apresentam endoesqueleto.

20) (UFMG) Alunos de uma escola de Belo Horizonte realizaram uma coleta de seres vivos nas águas do
Córrego da Ressaca. Ao fazerem o relatório, citaram a ocorrência de alguns grupos de organismos.
Todas as alternativas apresentam classificações possíveis, EXCETO:
a) Algas e crustáceos.
b) Bactérias e fungos.
c) Equinodermas e poliquetas.
d) Insetos e anelídeos.
e) Moluscos e platelmintos.

21) (UFMG) Os Equinodermas, além de apresentarem maior semelhança bioquímica com os Cordados do
que qualquer outro grupo de invertebrados, são tidos como seus prováveis ancestrais por terem em
comum, pelo menos com alguns deles, os caracteres seguintes, EXCETO:
a) Larvas semelhantes.
b) Celoma enterocélico.
c) Deuterostomia.
d) Esqueleto interno mesodérmico.
e) Sistema nervoso dorsal.

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22) (UFMG) Os vertebrados marinhos, que apresentam corpo vermiforme sem nadadeiras pares, boca em forma
de funil que realiza movimentos de sucção na alimentação, esqueleto cartilaginoso e coração com duas
cavidades, pertencem ao grupo dos:
a) Agnatha. b) Chondrichthyes. c) Osteichthyes. d) Amphibia. e) Reptilia.

23) (UFMG) A linha lateral é uma estrutura importante para orientação em determinados grupos de vertebrados.
Os animais portadores da linha lateral são, também, pecilotérmicos e as suas fossas nasais não participam
do processo de respiração.
Tais vertebrados pertencem ao grupo:
a) das aves. b) dos cetáceos. c) dos crocodilianos. d) dos ofídios. e) dos peixes.

24) (UFMG) Observe a figura.

Esse animal pertence a uma classe taxonômica que apresenta todas


as seguintes características, EXCETO:
a) Circulação simples e completa.
b) Presença de âmnio.
c) Presença de linha lateral.
d) Respiração branquial.
e) Sistema nervoso dorsal.

25) (UFMG) A sobrevivência de uma espécie deve-se em grande parte às respostas adaptativas adequadas.
Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que diferencia animais marinhos daqueles de água doce.
a) A velocidade de locomoção no meio. c) O modo de nutrição.
b) A concentração de sais no corpo. d) A capacidade reprodutiva.

26) (PUC-MG) É CORRETO afirmar que:

Brânquias Corpo Pulmões Corpo

Coração Coração
A B
a) Em A, no coração, circula sangue arterial e venoso em suas cavidades.
b) Em A, a circulação é simples e completa e, em B, é dupla, podendo ser incompleta e completa.
c) Em B, no coração, entra apenas sangue arterial e sai venoso ou arterial.
d) O esquema A pode conter representantes com quatro anexos embrionários.
e) O esquema A representa apenas circulação de invertebrados e o esquema B, vertebrados.

27) (UFMG) Todas as aquisições evolutivas citadas referem-se aos primeiros vertebrados que conquistaram
definitivamente o ambiente terrestre, EXCETO:
a) ovo com casca.
b) homeotermia.
c) respiração pulmonar.
d) desenvolvimento do âmnio.
e) fecundação interna.

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28) (UFMG) Analise o quadro comparativo entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas representadas
abaixo. Todas as alternativas estão corretas quanto a diferenciação dos dois tipos de serpentes, EXCETO:

PEÇONHENTAS NÃO PEÇONHENTAS


Triangular, bem Oval, mal destacada
destacada do corpo do corpo
a) FORMA DA
CABEÇA

Escamas pequenas, Placas poligonais


diferentes das do corpo
b) REVESTIMENTO
DA CABEÇA

Pequenos, com pupila Grandes, com pupila circular


em fenda
c) OLHOS

Alongadas, carenadas Achatadas, sem carenas e


e imbricadas justapostas
d) ESCAMAS DO
CORPO

Longa e afilada Curta e afilada bruscamente


gradualmente
e) CAUDA

29) (UFMG) As aves não possuem glândulas sudoríparas e mantêm a temperatura do corpo constante.
A estratégia adaptativa utilizada por esses animais, quando a temperatura ambiente está muito alta, é o
aumento de:
a) perda de água na expiração. c) quantidade de gás carbônico no sangue.
b) metabolismo de carboidratos. d) consumo de oxigênio.

30) (UFMG) Todas as afirmativas sobre os mamíferos citados estão corretas, EXCETO:
a) Os cangurus e gambás têm em comum o fato de seu desenvolvimento fetal terminar fora do útero, no
marsúpio.
b) Os mamíferos marinhos como as baleias e golfinhos, e os de água doce, como o boto, têm respiração
branquial.
c) Os mamíferos monotremos se reproduzem através de ovos.
d) Os micos e outros macacos são exemplos de primatas que ocorrem no Brasil.
e) Os morcegos são em sua maioria, insetívoros ou frugívoros, sendo úteis na polinização de certas
plantas.

31) (UFMG) Durante uma conversa entre dois estudantes, um afirmou que certos animais não possuem
umbigo. Exemplificando, o estudante poderia ter citado:
a) a baleia. b) a foca. c) o gambá. d) o morcego. e) o peixe-boi.

94 Biologia - M3
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32) (FCMMG) A classificação dos animais em prototérios, metatéros e eutérios tem como referência a presença
ou não de:
a) Âmnion d) Saco vitelínico
b) Alantóide e) Todos os anexos embrionários acima.
c) Placenta

33) (FCMMG)
UM PEIXE-BOI FORA D’ÁGUA
TRATAMENTO PÔS “CHICA” QUATRO MESES A SECO
RECIFE - Pode um peixe viver fora d’água durante mais de quatro meses? O peixe-boi Chica, um
exemplar da espécie Trithethus manutus, com mais de 280 quilos e 28 anos de idade, desde os dois
criado em cativeiro, mostrou que pode, desde que receba atenção e carinho.
Chica mora em um tanque na Praça do Derby, no centro do Recife. Em fevereiro, numa sessão de
limpeza de seu corpo, o peixe se assustou e se feriu no dorso.
O que parecia um ferimento comum acabou se transformado num processo infeccioso, que pôs em
risco a vida do animal. A Prefeitura do Recife então, desenvolveu um programa de atendimento ao
peixe que durou quatro meses e exigiu do animal que se aclimatasse fora d’água.
Na quinta-feira, funcionários do Município limparam o tanque de Chica e o encheram com água.
Depois de analisar o ferimento, os veterinários concluíram que o peixe já pode nadar como antes.
A veterinária Rosana Espínola acredita que dentro de um mês Chica estará completamente curado e
readaptado à vida em cativeiro. Para alertar a população sobre os cuidados que deve ter com o animal,
ela está explicando, em folhetos, todo o processo de medicação de Chica.
(GLOBO - 22/06/91)
Pelo texto podemos concluir:
a) O que foi afirmado é um absurdo, pois peixes não vivem fora d’água.
b) O animal citado, na realidade, não é um peixe e sim um mamífero.
c) A sobrevivência deveu-se ao fato de ser um peixe pulmonado, do tipo da Pirambóia.
d) O animal foi submetido a uma hipotermia para reduzir seu metabolismo e conseqüentemente
a sua sobrevivência.
e) A atenção dispensada ao animal constituiu-se em molhar sua brânquia periodicamente.

34) (FCC) Considere o seguinte gráfico que representa o consumo de oxigênio de dois animais I e II, em
diferentes temperaturas.

A análise do gráfico permite concluir que:


a) I é um pecilotermo e II um homeotermo.
b) I é um homeotermo e II um pecilotermo.
c) I e II são pecilotermos.
d) I e II são homeotermos.
e) não há relação entre a temperatura do animal e o seu consumo de oxigênio.

Biologia - M3 95
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35) (UFMG) Abaixo estão representadas cinco classes de vertebrados:

1
2

4 5

Todas as alternativas significam aquisições evolutivas de uma classe em relação à outra, EXCETO:
a) O ovo com casca de 2 em relação a 4 .
b) A viviparidade de 5 em relação a 1 .
c) O alantóide de 2 em relação a 4 .
d) A homeotermia de 1 em relação a 2 .
e) A independência do “habitat” aquático de 4 em relação a 3 .

36) (UFMG) A figura representa um conhecido animal dos rios da Amazônia.

A característica que permite incluí-lo na classe dos mamíferos e excluí-lo das demais é:
a) presença de pêlos.
b) homeotermia.
c) viviparidade.
d) coração tetracavitário.

96 Biologia - M3
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Questões Discursivas

1) (UFMG) Observe as figuras.

4
2 3
1
7
6
5

10 12
9
11

1- EXEMPLIFIQUE, utilizando o número indicado em cada figura, um representante dos filos:

a) Arthropoda:

b) Mollusca:

c) Cnidaria (Coelenterata):

d) Chordata:

2- INDIQUE, pelo número, dois representantes de animais que apresentam sistema excretor com:

a) Túbulos de Malpighi:

b) Rim:

3- CITE três características que permitem distinguir a serpente representada de uma não peçonhenta.

a)

b)

c)

4- CITE a vantagem da presença de bolsa de tinta para a espécie do animal representada na figura 11.

Biologia - M3 97
98 cor preto

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2) (UFMG) Observe a figura.


1
No ciclo evolutivo da Taenia solium, as setas com a
linha contínua estão CORRETAS e uma das setas com
linha tracejada está ERRADA.

ovo
Ciclo evolutivo da Taenia solium

1. Para que esse ciclo fique correto, deverá ser eliminada uma das setas com a linha tracejada.
CITE o número da seta que está errada.
2. Com base no ciclo evolutivo da Taenia solium, RESPONDA:
a) QUAL é o seu hospedeiro definitivo?
b) EM QUE órgão se localiza a Taenia adulta?

3. Considerando os sistemas digestivo, circulatório, respiratório e reprodutor, INDIQUE o que estaria presente
na Taenia adulta
4. CITE urna medida de saneamento que atue diretamente na incidência da cisticercose suína.

3) (UFMG) Observe o esquema que se refere à diversidade dos vertebrados.


Nesse esquema, as áreas A, B, C, D e E correspondem ao número aproximado de espécies atuais em
cada grupo.

Com base no esquema e em


conhecimentos sobre o assunto, responda
ao que se pede.
1- NOMEIE os grupos colocando-os em ordem
crescente do número de espécies atuais.

98 Biologia - M3
99 cor preto

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2- CITE as letras correspondentes aos grupos que apresentam:


a) respiração branquial na fase adulta:
b) excreção de ácido úrico como produto nitrogenado:
c) ectotermia (poicilotermia):

3- CITE dois mecanismos evolutivos que permitiram a adaptação dos animais do grupo C fora da água.
a)
b)

4- CITE duas características que são comuns a todos os grupos representados.


a)
b)

5- NOMEIE o grupo que mais se aproxima desta curva de sobrevivência e JUSTIFIQUE sua resposta.
a) Grupo:

b) Justificativa:

Origem da Vida - Questões Objetivas


1) (UFRS) Na hipótese heterotrófica sobre a origem da vida, supõe-se que os organismos primitivos obtinham
energia do alimento, por meio da:
a) respiração aeróbia d) biogênese
b) fotólise e) fermentação
c) fotossíntese

2) (PUC-MG) De acordo com a teoria da origem da vida, elaborada por Oparin, são condições essenciais
para que a vida tenha surgido na Terra, EXCETO:
a) Radiações ultravioleta em abundância. d) Espessa camada de ozônio.
b) Existência de grande quantidade de descargas elétricas. e) Temperatura elevada.
c) Atmosfera com constituição química bem diferente da atual.

3) (UFRS) Considerando a hipótese heterotrófica e os processos energéticos de fermentação, respiração


aeróbica e fotossíntese, pode-se dizer que:
a) a fotossíntese foi o primeiro processo a ser utilizado pelos seres vivos na obtenção de energia para sua
sobrevivência.
b) existiam nos oceanos primitivos moléculas complexas, indicativas da existência de realização de respiração
aeróbica nos seres vivos primitivos.
c) os primeiros seres vivos utilizavam o processo de fermentação para obter a energia indispensável à sua
sobrevivência.
d) os primeiros seres vivos autótrofos realizavam a fermentação para obter a energia necessária à sua
sobrevivência.
e) a respiração aeróbica foi o primeiro processo de obtenção de energia realizado pelos seres vivos nos
oceanos primitivos.
Biologia - M3 99
100 cor preto

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4) (CESCEA-SP) A figura abaixo ilustra:

1 2

3 4

1- A solução nutritiva é colocada no frasco.


poeira e 2- O gargalo do frasco é curvado em S ao calor da chama.
bactérias nas
3- A solução é fervida fortemente durante alguns minutos.
gotículas
de água 4- A solução é resfriada lentamente e permanece estéril muito tempo.

a) o experimento de Pasteur para demonstrar a improcedência da teoria da geração espontânea.


b) o ensaio de Pasteur sobre a formação de coacervados.
c) o experimento de Redi sobre biogênese.
d) o ensaio de Needham sobre a biogênese.
e) o experimento de Spallanzani destinado a demonstrar a geração espontânea.

5) (CESGRANRIO) Em 1953, com um aparelho bem engenhoso, o pesquisador Stanley Miller acrescentou
um elemento a mais para a compreensão da origem da vida. Reproduzindo as condições ambientais
primitivas no seu aparelho, conseguiu obter aminoácidos sem a participação de seres vivos, tendo usado
para isso apenas:
a) ADN, ATP, acetil-coenzima A e metano
b) ADN, ATP, oxigênio, luz e calor
c) água, nitrogênio, carbono e faíscas elétricas
d) metano, água, NH3, H2 e descargas elétricas
e) água, glicose, amônia e radiação luminosa

6) (FCMMG) A ilustração ao lado representa a Fios elétricos


montagem de MILLER (1953) sobre a evolução
dos sistemas químicos.
O objetivo do mesmo é demonstrar que:
Descarga
a) A atmosfera primitiva da Terra não possuía elétrica
oxigênio.
b) Os primeiros seres vivos eram autotróficos
fermentativos.
c) É possível a formação de compostos
orgânicos abiogeneticamente, em condições
especiais. Vapor Condensador
d’água
d) A hipótese heterotrófica da origem da vida é
mais consistente que a hipótese autotrófica.
e) Os primeiros compostos orgânicos simples
surgiram nos mares quentes da Terra primitiva.

Água fervendo

100 Biologia - M3
101 cor preto

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Questão Aberta
1) (UFMG) O esquema abaixo representa uma hipótese sobre as etapas sucessivas da origem e da evolução
da vida.
Para os Organismos Para os protistas
F vírus atuais fotossintetizantes modernos e organismos
pluricelulares modernos

E Estruturas primitivas semelhantes a Primeiras células verdadeiras,


vírus, proteínas + ácido nucléico semelhantes a bactérias, capazes
de respiração mas não de síntese

Agregado com ácido nucléico e,


D possivelmente, mecanismos respiratórios

C Agregado com ácido nucléico e membrana

B Agregado molecular

Ácido nucléico Carboidratos


A Ácidos graxos Aminoácidos

1- CITE três compostos e uma condição física presentes na atmosfera primitiva, indispensáveis ao aparecimento
da etapa A.
Compostos Condição física

2- EXPLIQUE a importância evolutiva do aparecimento


a) de membrana, na etapa C.

b) de mecanismos respiratórios, na etapa D.

3- Sabendo que os seres autótrofos surgiram na etapa F, CITE:


a) um argumento favorável à hipótese de que os seres até a etapa E eram heterótrofos.

b) uma conseqüência do aparecimento dos seres autótrofos.

Biologia - M3 101
102 cor preto

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Evolução - Questões Objetivas


1) (PUC-MG) Numere a segunda coluna de acordo com a primeira.

1 - Lamarckismo ( ) A falta de função do 3º molar (ciso) nos seres humanos, decorrente


2 - Darwinismo dos seus hábitos alimentares, tem induzido seu desaparecimento.
( ) Para que mamíferos cetáceos se adaptassem à natação, suas patas
foram aos poucos se transformando em nadadeiras.
( ) O uso constante de antibióticos em hospitais tem contribuído para a
seleção de um número crescente de bactérias resistentes a eles.
( ) Para se proteger de predadores, o bicho-pau desenvolveu forma e
cor semelhante à de galhos secos.

Marque a alternativa que atribui a cada afirmação a respectiva idéia ou teoria evolutiva.
a) 1, 2, 1, 2 b) 1, 1, 2, 1 c) 1, 2, 1, 1 d) 2, 2, 1, 2 e) 1, 1, 2, 2

2) (PUC-MG) NÃO constitui idéia do Darwinismo:


a) Os organismos vivos apresentam variações hereditárias e, portanto, transmissíveis.
b) Os insetos se acostumam ao DDT e adquirem resistência contra ele.
c) Organismos com variações favoráveis, num determinado ambiente, estarão mais capacitados a sobreviver.
d) Devido às exigências alimentares, os organismos competem entre si, lutando pela existência.
e) Os organismo vivos têm grande capacidade de reprodução, mas o suprimento alimentar reduzido
impede que muitos cheguem à idade de procriação.

3) (CESESP-PE) A seleção natural é um fator de evolução:


a) de resultado rápido e caracterizada pelo aumento da variedade genética.
b) de resultado rápido e caracterizada pela diminuição da variedade genética.
c) de resultado lento e caracterizada pelo aumento da variedade genética.
d) de resultado lento e caracterizada pela diminuição da variedade genética.
e) de resultado rápido, não se caracterizando pelo aumento ou diminuição da variedade genética.

4) (PUC-SP) Na tentativa de explicar o mecanismo através do qual os organismos evoluem, salientaram-se os


cientistas Jean-Baptiste Lamarck e Charles Darwin. Para o primeiro, existe um fator que é a causa da
variação e, para o segundo, esse mesmo fator é o que seleciona.
O fator mencionado acima:
a) é a grande capacidade de reprodução dos organismos vivos.
b) são as variações hereditárias transmissíveis.
c) é o uso e desuso.
d) é o ambiente.
e) é a reprodução sexuada.

5) (UFRS) Contaminações ambientais com material radioativo, como aconteceu em Chernobyl (Ucrânia), em
1986, são perigosas para os seres vivos porque:
a) provocam mutações. d) aceleram muito o metabolismo da síntese protéica.
b) causam diminuição da oxigenação das células. e) estimulam muito o crescimento celular.
c) impedem o envelhecimento celular.

6) (PUC-MG) Dos fatores abaixo, o único que adiciona material genético novo à espécie é:
a) seleção natural. d) mutação.
b) recombinação genética. e) deriva genética.
c) migração.

102 Biologia - M3
103 cor preto

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7) (FCMMG)
Informações Congeladas
As geleiras, muitas vezes, são portadoras de dados importantes sobre o passado. A água que as
forma permanece nelas milhares de anos, podendo manter aprisionados importantes elementos pré-
históricos, principalmente animais.
Recentemente foi descoberto na Sibéria (Norte da URSS) um pequeno animal pré-histórico congelado,
muito parecido com um elefante. Reunindo informações, como as que o estudo desse “elefantinho”
pode oferecer, chegamos cada vez mais perto de conhecer como realmente era o ambiente da Terra
no passado; peças a mais para o estudo da evolução dos seres vivos.

Estes organismos preservados por meios diversos constituem verdadeiros testemunhos do passado e são
denominados de:
a) Paleontolíticos. d) Fósseis.
b) Elos Perdidos. e) Mamutes.
c) Ictiólitos.

8) (PUC-PR) A mão humana e a pata anterior do cavalo, do ponto de vista embriológico e funcional, são
estruturas anatômicas:
a) filogeneticamente distintas.
b) homoplásticas.
c) convergentes.
d) análogas.
e) homólogas.

9) (UFMG) Há alguns anos têm aparecido muitos exemplos de resistência natural em organismos, respondendo
ao uso de inseticidas e outras drogas. Assim, por exemplo, o emprego do DDT contra moscas domésticas
foi muito bem sucedido apenas quando este inseticida foi empregado pela primeira vez. Em relação à
resistência ao DDT, todos os fatos abaixo são prováveis, EXCETO:
a) Os membros de uma população selvagem de moscas podem ser diferentes entre si, em relação à
sensibilidade ao DDT.
b) Mesmo num ambiente sem DDT, moscas resistentes a este inseticida são mais adaptadas que as
sensíveis.
c) As moscas resistentes ao DDT devem transmitir esta capacidade a seus descendentes.
d) Com aplicação constante de DDT, as moscas sensíveis têm pouca possibilidade de sobrevivência.
e) Uma população que sofreu muitas aplicações de DDT dever ser formada principalmente por moscas
resistentes a este inseticida.

10) (OSEC-SP) Os três vertebrados marinhos abaixo, embora distanciados evolutivamente, assemelham-se
muito quanto à forma geral de seus corpos, devido ao fato de terem sido submetidos a pressões de
seleção semelhantes:

Estamos exemplificando um caso de: réptil fóssil


a) convergência adaptativa.
b) irradiação adaptativa. peixe

c) barreira ecológica.
d) oscilação genética.
e) recombinação genética.
mamífero

Biologia - M3 103
104 cor preto

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11) (UFBA) A figura abaixo ilustra os efeitos da disseminação de um antigo grupo animal na busca de novos
ambientes.

Este fenômeno é denominado:


a) migração.
b) fluxo gênico.
c) seleção natural. ancestrais
d) irradiação adaptativa.
e) convergência adaptativa.

12) (PUC-SP) Sabendo-se que a freqüência do daltonismo nos homens em uma população em equilíbrio de
Hardy-Weinberg é de 80%, a freqüência esperada de mulheres daltônicas nessa população será de:
a) 0,64%
b) 6,4%
c) 16%
d) 64%
e) 84,64%

13) (UFMG) Numa população em equilíbrio, a freqüência de indivíduos Rh negativos é de 16%. A probabilidade
de ocorrência de indivíduos heterozigotos nessa população é de:
a) 84%
b) 60%
c) 48%
d) 36%
e) 24%

14) (UFMG) Os mecanismos de isolamento reprodutivo podem ser classificados em pré-zigóticos e pós-
zigóticos.

Todas as alternativas referem-se a mecanismos pré-zigóticos de isolamento, EXCETO:


a) As duas populações ocupam ambientes diferentes.
b) A reprodução nas duas populações ocorre em estações diferentes.
c) As duas populações apresentam entre si incompatibilidade dos órgãos sexuais.
d) O acasalamento entre elas produz descendência estéril.
e) As duas populações têm modos diferentes de cortejar os parceiros.

15) (UFMG) Esta figura representa a origem de algumas variedades de cães.

Com relação à figura, é INCORRETO afirmar-se que:


a) as raças de cães representadas foram produzidas
por seleção artificial.
b) endocruzamentos permitem selecionar genes
recessivos que originalmente se encontravam em
heterozigose.
c) mutações naturais, associadas à recombinação
genética, foram importantes para a produção
dessas raças.
d) o surgimento dessas raças deve-se ao isolamento
LOBO geográfico dos ancestrais comuns.

104 Biologia - M3
105 cor preto

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Questões Abertas

1) (UFMG) O esquema refere-se à filogenia do homem.

Família Pongidae
Gênero Pongo: Gênero Pan: Rumo aos atuais
orangotango gorila chimpanzé hominídeos

Ramapithecus

Dryoppithecus

Proconsul
(primeiros macacos antropóides)

Utilizando o esquema e seus conhecimentos sobre a evolução do homem, responda:


I - Os animais mencionados apresentam em comum vários “taxa”. CITE o nome dos seguintes:
Classe:
Ordem:
II - O homem tem mais afinidades filogenéticas com o gorila ou com o orangotango?
Justifique:

III - Na linha evolutiva do Ramapithecus, encontramos todos os ancestrais do homem atual. Embora esses
ancestrais sejam designados de modos diferentes por diversos autores, considere as seguintes
designações:
1 Pithecanthropus, o Homo erectus
2 Homem de Neandertal, o Homo sapiens neanderthalensis
3 Australopithecus
4 Homem de Cro-magnon, o Homo sapiens sapiens
Escreva os números dos indivíduos citados, em ordem evolutiva, nos círculos:
→ → →
IV- CITE uma aquisição evolutiva adquirida pelos ancestrais humanos citados no item III, que os aproxima do
homem e os diferencia dos macacos quanto a:
- coluna vertebral:
- membros superiores:
- membros inferiores:
- crânio:
V- CITE um exemplo de como a espécie humana tem conseguido “burlar” a seleção natural:

Biologia - M3 105
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2) (UFMG) Uma das hipóteses sobre a origem dos tentilhões atuais, existentes nas ilhas Galápagos, supõe
que eles descendem de um único tipo de tentilhão ancestral, que emigrou do continente para as ilhas em
épocas passadas.
O esquema abaixo representa a evolução desses pássaros.

A B

Pica-Pau Tentilhões

Alimentam-se de insetos Alimentam-se de sementes

Árvores Solo

Tentilhão do solo
que se alimenta de
sementes
ANCESTRAL

Com relação ao esquema,

I - CITE o nome do processo que levou ao aparecimento de todas as espécies atuais, a partir de um ancestral
comum.

II - CITE o processo que originou as variações notadas na forma e tamanho dos bicos, em diferentes
ambientes e ajustados a diferentes tipos de alimentos.

III - CITE dois mecanismos que poderiam impedir as espécies A e B de se tornarem uma única espécie.

Conceitue um desses mecanismos.

106 Biologia - M3
107 cor preto

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Ecologia - Questões Objetivas


1) (CESCEM-SP) Das alternativas abaixo, a única 4) (UFMG) A sucessão, num ecossistema pode ser
que permite um estudo completo de um descrita como uma evolução em direção:
ecossistema é: a) ao aumento da produtividade líquida.
a) examinar as condições físicas e químicas do b) à diminuição da competição.
ambiente. c) ao grande número de nichos ecológicos.
b) estudar as relações entre as populações neles d) à redução do número de espécies.
existentes.
e) à simplificação da teia alimentar.
c) relacionar o meio abiótico à comunidade de
organismos. 5) (PUC-MG) Na floresta amazônica, a produtividade
d) estabelecer a densidade das populações neles líquida é:
existentes. a) alta, porque a sucessão ecológica está no seu
e) verificar o tipo de cadeia alimentar existente início.
no sistema. b) alta, porque a biomassa tem valores desprezíveis.
2) (UFMG) No início de um processo de sucessão c) alta, dado ao pequeno número de nichos ecoló-
em uma rocha nua, é fundamental o papel de gicos existentes.
organismos que produzem ácidos e que, d) baixa, porque constitui uma comunidade clímax.
gradualmente, abrem fendas nas superfícies das e) baixa, dada à pequena diversidade de espécies.
rochas. Por acúmulo de poeiras carregadas pelos
ventos, forma-se, então, solo simples que 6) (UFMG) Observe a tabela.
favorecerá a colonização por outros seres vivos.
Os organismos que favorecem a abertura das Crescimento de uma população de lêvedo
fendas são: com 20 indivíduos iniciais.
Idade da População Número de indivíduos
a) algas verdes
(em horas) que surgem na população
b) capins
2 19
c) liquens
4 42
d) musgos 6 104
e) samambaias 8 176
10 162
3) (UFMG) Analise o gráfico. 12 82
14 46
x
16 15
A curva que melhor representa o número total de
indivíduos na população é:
nº de indivíduos

nº de indivíduos

a) d)

5 10 15 20 anos

A curvatura representada nesse gráfico foi obtida h h


a partir de dados coletados em estudos que
descreveram uma área em sucessão desde o
nº de indivíduos

nº de indivíduos

início até o clímax. Considerando-se as b) e)


modificações que ocorrem durante a sucessão
e a curva obtida, o parâmetro X representado,
na ordenada, é o número de: h h
a) espécies / m2.
nº de indivíduos

b) habitats.
c) indivíduos / espécie. c)
d) nichos.
h
e) populações.
Biologia - M3 107
108 cor preto

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7) (PUC-MG) Coelhos e onças que vivem num mesmo local com hábitos alimentares diferentes apresentam:
a) nichos ecológicos diferentes.
b) habitats diferentes.
c) níveis tróficos iguais.
d) mesma equivalência ecológica.
e) mesmo ecótone.

8) (UFMG) Em relação à transferência de matéria e energia no ecossistema, são CERTAS as afirmativas,


EXCETO:
a) Nos elos finais de uma cadeia alimentar de predadores, estes são mais numerosos e de menor porte.
b) No fluxo energético há perdas de energia em cada elo da cadeia alimentar.
c) Parte da água consumida se incorpora às substâncias vivas e, posteriormente, volta ao ambiente pela
decomposição e pelo metabolismo.
d) Microrganismos realizam o retorno da matéria ao ambiente em qualquer nível de cadeia alimentar.
e) Parte da matéria assimilada pelos consumidores primários vai servir de alimento aos consumidores
secundários.

9) (FCMMG) Leia as alternativas abaixo e marque aquela que está ERRADA.


a) O fluxo de energia é a transferência de energia, a partir do sol, através dos diferentes componentes
bióticos dos ecossistemas.
b) Nos produtores, a produtividade bruta corresponde ao total de energia assimilada por eles na fotossíntese.
c) Bactérias e algas cianofíceas são capazes de fixar o nitrogênio do ar.
d) Sempre que um ser vivo se associa a outro, para obter alimento, dá-se um caso de parasitismo.
e) A quantidade de energia fixada nos componentes bióticos é progressivamente menor no sentido dos
produtores consumidores decompositores.

10) (PUC-MG) Fazendo um trabalho de ecologia, um aluno representou, em uma pirâmide de números, o que
ocorria com a transferência de matéria e energia em um ecossistema, obtendo o seguinte resultado:

Considere a base como o primeiro nível trófico.

Consultando algumas bibliografias, ele procurou melhorar o resultado de suas observações, representado-
as através de uma pirâmide de energia. O gráfico que ele obteve está CORRETAMENTE representado em:
a) b) c) d) e)

11) (UFMG)

Qual a alternativa ERRADA?


a) I, III e V são, respectivamente, produtor,
consumidor e decompositor.
b) se II é um vertebrado, IV tanto pode ser um
vertebrado quanto um invertebrado.
c) a relação ecológica entre II e IV tanto pode
Esquema do fluxo de matéria e energia entre ser a de predatismo quanto a de parasitismo
seres vivos indicados por I, II, III, IV, V d) V não tem cloroplasto e I tem clorofila.
em um ecossistema.
e) se I é autótrofo, V tanto pode ser autótrofo
quanto heterótrofo.

108 Biologia - M3
109 cor preto

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12) (UFMG) Este gráfico representa o número de indivíduos por espécie versus o número de espécies em
quatro áreas (I, II, III e IV) do mesmo tamanho, num ecossistema de cerrado.
Nº de indivíduos/espécie
80 Com base nos dados, todas as alternativas são
70 corretas, EXCETO:
60
a) a área I apresenta maior número de indivíduos.
50
40 b) a área II pode estar em processo de sucessão.
30 c) a área III pode possuir espécies com risco de
20 extinção.
10
d) a área IV apresenta maior biodiversidade.
3 15 30 Nº de espécies 50

13) (UFMG) Esquema do ciclo da água


Radiação solar

Havendo destruição da cobertura vegetal do solo,


Transpiração
todas as alterações que se seguem podem
Precipitação ocorrer na área desmatada, EXCETO:
a) assoreamento mais rápido do lago.
b) diminuição da transpiração.
Evaporação
c) aumento da infiltração da água do solo.
Lago d) aumento da taxa de evaporação.
Oceano e) aumento da erosão causada pelas chuvas.
Infiltração no solo

14) (UFMG) Analise o esquema ao lado, referente


ao ciclo do carbono na biosfera.
Todas as alternativas, relativas aos processos
numerados no esquema, estão corretas,
EXCETO:
a) 1 produz glicose e libera O2.
b) 2 representa um processo de nutrição
exclusivo de indivíduos heterótrofos.
c) 3 só ocorre se o processo 5 , realizado por
saprófitas, for interrompido.
d) 4 visa à formação de moléculas orgânicas
com gasto de energia.
e) 6 é denominado combustão.

15) (UFMG) Em relação ao ciclo do nitrogênio, que alternativa está ERRADA?


a) Algumas espécies de bactérias e de cianófitas são capazes de fixar o nitrogênio gasoso da atmosfera
(N2) e transformá-lo em compostos nitrogenados utilizáveis pelo mundo biótico.
b) Para sintetizar seus aminoácidos e outros compostos orgânicos nitrogenados, as plantas verdes retiram
do ambiente o nitrogênio principalmente sob a forma de nitrato.
c) Quando produtores e consumidores morrem, seus compostos orgânicos nitrogenados são transformados
por certas bactérias desnitrificantes em nitratos, os nitratos em nitritos e esses em amônia.
d) Certos tipos de bactérias podem transformar o nitrogênio do solo, na forma de nitratos, nitritos e
amônia, em nitrogênio gasoso (N2) que retorna à atmosfera.
e) O nitrogênio gasoso da atmosfera pode ser incorporado a compostos nitrogenados por fatores abióticos
do ecossistema e por combinação simbiótica de bactérias com plantas superiores.

Biologia - M3 109
110 cor preto

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16) (UFMG) Muitas plantas, tais como Orquídeas, Bromélias e Imbés vivem agarradas aos galhos e troncos de
outras, das quais nada sugam, vivendo exclusivamente da fotossíntese que realizam e aproveitando as
melhores condições de luz e umidade aí existentes.
A denominação para essas plantas seria:
a) comensais. b) epífitas. c) hemiparasitas. d) parasitas. e) saprófitas.

17) (UFMG) Muitas plantas que possuem nectários florais são bravamente defendidas por formigas que vivem
nos seus galhos, alimentando-se do néctar. Essas formigas impedem, por exemplo, que cupins subam nas
árvores e se alimentem das folhas.
As relações ecológicas estabelecidas por árvore-formigas e formigas-cupins podem ser denominadas,
respectivamente,
a) comensalismo e mutualismo.
b) competição e inquilinismo.
c) inquilinismo e comensalismo.
d) parasitismo e predatismo.
e) protocooperação e competição.

18) (FCMMG) Em animais herbívoros e ruminantes, a obtenção de glicose dos alimentos se torna mais viável
desde que:
a) Haja bastante água no tubo digestivo para amolecer o alimento antes da digestão propriamente dita.
b) Bactérias e protozoários que vivem em seus estômagos produzam enzimas para a digestão de celulose.
c) O peristaltismo dos diversos compartimentos gástricos triturem corretamente os componentes do bolo
alimentar.
d) A saliva durante a ruminação contenha abundante amilase.
e) Os ácidos graxos sejam convenientemente lisados ao nível intestinal.

19) (UFMG) Observe os gráficos referentes às curvas de crescimento populacional de duas espécies. O
gráfico I representa o crescimento populacional dessas espécies criadas isoladamente. O gráfico II
representa o crescimento populacional dessas espécies, reunidas numa mesma cultura.

Com base na comparação dos dois


gráficos, pode-se afirmar que a provável
relação ecológica entre as duas
espécies seria melhor definida como:
a) inquilinismo.
b) competição.
c) protocooperação.
ESPÉCIES ISOLADAS ESPÉCIES REUNIDAS d) comensalismo.

20) (UFMG) Todas as alternativas expressam fenômenos relacionados com a reposição do oxigênio na atmosfera,
EXCETO:
a) A alta produtividade de comunidades em fase inicial de sucessão autotrófica.
b) A fotólise de vapor d’água por radiação ultravioleta.
c) A oxidação do ferro nas rochas por intemperismo oxidativo.
d) As atividades fisiológicas dos organismos do fitoplâncton.
e) A transformação da camada de ozônio (O3) em oxigênio (O2).

110 Biologia - M3
111 cor preto

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21) (UFMG) São mecanismos de desequilíbrio ecológico provocados por insumos químicos de uso agrícola,
EXCETO:
a) Selecionar pragas resistentes aos inseticidas.
b) Atingir inimigos naturais e competidores das pragas.
c) Persistir no ambiente com efeito toxicológico.
d) Diminuir o controle normalmente realizado pelos agentes biológicos.
e) Ter efeito cumulativo, concentrando-se nos primeiros níveis tróficos.

22) (UFMG) O desmatamento de uma região, seguido da instalação de um loteamento e da construção de um


bairro, trouxe como conseqüência um grande aumento na população de escorpiões. Todas as alternativas
apresentam explicações possíveis para esse fato, EXCETO:
a) A atração pela luz resultante do desmatamento.
b) A redução da competição intra-específica decorrente das novas condições ambientais.
c) A redução do número de aves predadoras devido ao desmatamento.
d) O acúmulo de lixo e conseqüente aumento de baratas.
e) O aumento de entulho de construção criando mais habitats.

23) (PUC-MG) Relacione a primeira coluna com a segunda:


1- Benton ( ) Conjunto de espécies capazes de viver em plena água e de se deslocar
ativamente contra as correntes marinhas.
2- Nécton ( ) Conjunto de organismos flutuantes que não conseguem transpor a força
das correntes, mas que são capazes de realizar deslocamentos verticais.
3- Plâncton
( ) Organismos que vivem associados ao substrato, podendo ser fixos ou
dotados de mobilidade.
Assinale a alternativa que contém a relação CORRETA encontrada:
a) 1, 2 e 3 b) 2, 1 e 3 c) 3, 2 e 1 d) 2, 3 e 1 e) 3, 1 e 2

24) (FCC) Nos rios onde se lança grande quantidade de esgoto, muitas vezes os peixes morrem porque:
a) há excesso de nutrientes orgânicos.
b) o suprimento de oxigênio decresce.
c) o fitoplâncton prolifera.
d) os decompositores competem com os seres aeróbios.
e) os consumidores comem os peixes.

25) (UFV-MG) Num lago poluído por produtos clorados (DDT, por exemplo) o grupo da cadeia trófica que
deverá apresentar maior concentração do produto é o dos:
a) peixes plantófagos.
b) peixes carnívoros.
c) aves piscívoras.
d) fitoplâncton.
e) zooplâncton.

26) (UFMG) O impacto ambiental resultante do turismo praticado em áreas protegidas cria situações cujas
conseqüências são desastrosas para a natureza e, por isso mesmo, devem ser controladas, a fim de se
evitar um mal maior.
Todas as alternativas apresentam situações desse tipo e suas conseqüências, EXCETO:
a) Pesca com vara ® Extinção de espécies de peixes.
b) Circulação de carros ® Compactação do solo e ruídos estressantes para os animais.
c) Introdução de animais exóticos ® Competição com espécies nativas.
d) Coleção de animais, plantas e rochas ® Danificação de atrativos naturais.
Biologia - M3 111
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27) (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatos que podem decorrer da poluição do ar, EXCETO:
a) Alteração do ciclo biogeoquímico.
b) Alteração das condições de habitat.
c) Incidência maior de doenças do aparelho respiratório.
d) Inversão da pirâmide de energia.
e) Redução da diversidade biológica.

28) (UFMG) O “selo verde” é uma qualificação atribuída a produtos industriais considerados não-nocivos ao
ambiente. Um dos testes que poderiam ser utilizados para verificar os possíveis impactos de um produto
no ambiente consiste em colocá-lo num aquário previamente equilibrado e medir, durante 10 dias
consecutivos, o teor de oxigênio dissolvido na água.
Os resultados obtidos na realização de um teste como esse estão representados no gráfico.

A análise desse gráfico SÓ permite afirmar que, no caso, o produto testado é:


a) biodegradável
b) reutilizável
c) sintético
d) tóxico.

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Questões Abertas

1) (UFMG) Observe a figura que representa o ciclo do nitrogênio na natureza.

Bactérias

DECOMPOSIÇÃO

Com base nessa figura e em seus conhecimentos, responda ao que se pede:

1- EXPLIQUE as relações ecológicas que se estabelecem entre os seres vivos e que favorecem a obtenção de
nitrogênio.
a) Na fase 1 b) Entre os seres a e b

2- NOMEIE os fenômenos que estão ocorrendo em 2 e 3 .


a) 2 : b) 3 :

3- Áreas de monocultura como as de plantação de cana-de-açúcar têm provocado grande desgaste do solo.
Para solucionar esse problema, os técnicos sugerem a adubação verde.
CONCEITUE adubação verde e EXPLIQUE de que forma ela contribui para a melhoria do solo.
a) Conceito:

b) Explicação:

4- EXPLIQUE um fenômeno que poderá ocorrer num ambiente aquático quando houver excesso de nitrato.

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2) (UFMG) A abelha, Apis mellifera, vive em colméias. Entre estes insetos ocorre polimorfismo, ocasionando
três castas em uma única colméia: rainha, operária e zangão.
1 - Que tipo de relação ecológica entre seres vivos, a colméia exemplifica?

2 - Dê exemplos de dois outros animais que também possuem o mesmo tipo de relação ecológica apresentado
pelas abelhas.

3- Complete o quadro abaixo, diferenciando as três castas:

Casta Classificação de acordo Função na colméia


com a ploidia
Rainha

Operária

Zangão

4- Qual é o fator que determina a diferenciação entre 6- Em que estrutura a rainha armazena os
operárias e rainhas? espermatozóides recebidos durante o vôo nupcial?

5- Que tipo especial de reprodução dá origem aos


machos na colméia?

3) (UFMG) Abaixo estão representados um esquema das regiões marinhas e um quadro com alguns seres
vivos que podem ser encontrados na região 2 .

B
1
A

D Microorganismos
2 Saprofíticos

C
E F

Analise o esquema e o quadro e RESPONDA:


I - que nome damos às regiões?
1
2
3
4

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II - Em relação à região 2 , INDIQUE, pela letra, um ser vivo que:


a) pertença ao:
- Bentos:
- Nécton:
b) atua como:
- consumidor secundário:
- decompositor:

III - Por que na região 3 há menos indivíduos que na região 2 ?

IV - CITE uma característica morfológica dos seres vivos na região 4 que possua valor adaptativo para a vida
nessa região.

Fisiologia Humana - Questões Objetivas


1) (UFMG) Observe o esquema que se refere ao sistema cárdio-respiratório de um determinado animal.

Com base nesse esquema e em seus conhecimentos sobre o assunto, pode-se afirmar que
a) a estrutura 3 é característica de animais de circulação fechada.
b) a estrutura 6 representa uma artéria e, junto com 7 , participa da grande circulação.
c) a função de 2 é realizada pela bexiga natatória do tubarão.
d) o órgão 1 é típico de répteis.
e) o teor de O2 em 4 é maior do que em 5 .

2) (PUC-MG) São feitas abaixo algumas afirmações sobre o sistema circulatório humano. Marque a alternativa
que contém a afirmativa CORRETA:
a) As artérias só conduzem sangue arterial.
b) A aorta emerge a partir da aurícula esquerda do coração.
c) Algumas veias conduzem sangue arterial.
d) O ventrículo esquerdo do coração é que recebe a veia cava.
e) A parede das artérias é mais fina que a parede das veias.

3) (FCMMG) O sangue pode ser modificado em sua constituição, à medida que atravessa os órgãos. Leva
nutrientes, coleta catabólitos, transporta sais, vitaminas, hormônios, de tal modo que, ao sair de um órgão,
apresenta substâncias típicas, originadas no mesmo.
A menor modificação nessa constituição observar-se-ia no sangue que sai do(a):
a) Rim b) Pulmão c) Coração d) Jejuno e) Hipófise

Biologia - M3 115
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4) (UFMG) A proibição do fumo em bares e restaurantes, adotada em São Paulo em 1995, com o intuito de
proteger o não-fumante (fumante passivo), gerou grande polêmica, inclusive jurídica.
Todas as alternativas contêm argumentações sobre as ações da fumaça do tabaco que são comprovadamente
aceitas, EXCETO:
a) causa problemas respiratórios, principalmente em crianças.
b) contém monóxido de carbono, que bloqueia a função de certas células sangüíneas.
c) contém nicotina que libera a adrenalina que despigmenta a pele.
d) tem ação cancerígena tanto para o fumante ativo quanto para o passivo.

5) (UFMG) Quando se analisam os efeitos nocivos do cigarro no organismo, geralmente são levados em conta
apenas os malefícios que ele causa sobre um determinado sistema orgânico X. No entanto, as atuais
campanhas de esclarecimento público, bem como o aconselhamento de médicos a seus pacientes, têm
salientado que tais prejuízos são mais freqüentes, numerosos e graves em outro sistema orgânico Y.
Os sistemas X e Y são, respectivamente:
a) Digestivo e nervoso.
b) Cardiovascular e digestivo.
c) Respiratório e cardiovascular.
d) Digestivo e respiratório.
e) Respiratório e nervoso.
Ar
6) (UFMG)
O esquema representa a hematose nos alvéolos, Alvéolo
fenômeno que ocorre em seres vivos. Nesse
esquema, as letras X e Y representam,
respectivamente:
a) água e água.
b) gás carbônico e gás carbônico.
c) oxigênio e oxigênio. Sangue
Sangue Arterial
d) gás carbônico e oxigênio. Venoso
e) água e gás carbônico.
Capilar

7) (FCMMG) A maior parte do bióxido de carbono no sangue é transportada pelo plasma sob a forma de:
a) Carbohemoglobina d) Monóxido de carbono
b) Íons bicarbonato e) Carbohidratos
c) Moléculas dissolvidas de dióxido de carbono

8) (UFMG) Em relação ao homem, que alternativa está ERRADA?


a) O sangue venoso, que contém o CO2 excretado pelas diversas células do organismo, passa pelo
coração e, circulando por veias, vai até os pulmões.
b) Ao nível dos alvéolos pulmonares, o CO2 é liberado e O2 absorvido pelo sangue. Este sangue arterial
volta ao coração, circulando por veias, e é bombeado para todo o corpo, passando pelas artérias.
c) O alimento, reduzido a subunidades, em grande parte pela ação das enzimas digestivas, passa para os
líquidos circulares, principalmente ao nível do intestino delgado, e é então levado até as células.
d) Nas células, a energia contida nos alimentos é liberada, na presença de O2, com desprendimento de
CO2 e água.
e) Substâncias não utilizadas pelas células, que podem prejudicar o organismo, quando acumuladas,
passam para o sangue, de onde são eliminadas pelos rins e pelos pulmões.

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9) (UFMG) Para viver em grandes alturas, o organismo tem que se adaptar a pressões atmosféricas menores,
com menos oxigênio disponível.
Todas as adaptações a essa escassez de oxigênio citadas são corretas, EXCETO:
a) aumento do tamanho dos pulmões.
b) aumento da pressão arterial.
c) aumento do número de hemácias no sangue.
d) aumento do número de batimentos cardíacos.
e) aumento da freqüência respiratória.

10) (PUC-MG) No organismo humano, o principal local onde a amônia é convertida em uréia é no:
a) intestino b) pâncreas c) fígado d) bexiga e) rim

11) (UFMG) Sabe-se que os trabalhadores expostos a calor intenso, como no caso dos altos fornos siderúrgicos,
são aconselhados a ingerir, periodicamente, pastilhas de sal durante o período de trabalho. Essa conduta
visa, predominantemente,
a) aumentar a retenção de água no plasma.
b) bloquear a ação dos rins.
c) diminuir a osmolaridade do sangue.
d) inibir as glândulas sudoríparas.
e) manter constante a pressão sangüínea.

12) (FATEC-SP) O desenho representa esquematicamente um néfron.


A
B
Qual substância abaixo não é encontrada
normalmente em B apesar de existir em A?
a) Proteína.
b) Água.
c) Uréia.
Vaso sangüíneo d) Glicose.
arterial e) Íons inorgânicos.
Vaso sangüíneo
venoso

13) (UFMG) Observe o sistema esquematizado ao lado:


Este sistema é o principal responsável pela:
a) filtração do plasma sangüíneo e produção de eletrólitos.
b) manutenção da pressão arterial.
c) homeostase e excreção de produtos tóxicos da degradação metabólica.
d) manutenção do equilíbrio eletrolítico e produção de hormônios.
e) excreção de detritos e síntese de hormônios corticóides.

14) (UFMG) Um indivíduo fez uma refeição da qual constavam, basicamente, três substâncias: A, B e C.
Durante a digestão ocorreram os seguintes fatos:
- na cavidade bucal, iniciou-se a digestão de B;
- ao chegar ao estômago, iniciou-se a digestão de C, e a digestão de B foi interrompida;
- no duodeno, ocorreu digestão de A, B e C.
A partir desses dados, é correto afirmar que A, B e C são, respectivamente,
a) lípide, proteína, carboidrato. d) carboidrato, lípide, proteína.
b) proteína, carboidrato, lípide. e) proteína, lípide, carboidrato.
c) lípide, carboidrato, proteína.

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15) (UFMG) Observe a figura.


Nessa figura estão representadas glândulas do sistema digestivo cuja
enzima típica atua sobre um substrato que resulta num produto.
A alternativa que mostra a relação correta entre o substrato e seu
respectivo produto é:
a) amido e maltose.
b) gorduras e ácidos graxos.
c) lactose e galactose.
d) peptídeos e aminoácidos.
e) sacarose e glicose.

16) (OSEC-SP) O esquema a seguir apresenta um conjunto de órgãos, numerados, do aparelho digestivo. As
funções de absorção de água e produção de bile são realizadas, respectivamente, por:

I
II a) VeI
III b) IV e I
c) II e III
d) III e I
IV
e) I e II
V

17) (UFMG) Este esquema representa o sistema digestivo de um indivíduo que


acaba de comer um filé com batatas fritas.

Com base nesse esquema e em seus conhecimentos sobre o assunto, é


INCORRETO afirmar-se que:
a) a digestão enzimática das batatas se inicia em 1 e a do filé em 5 .
b) 2 armazena o produto da digestão das batatas e 6 participa da
digestão do filé.
c) 3 é fundamental na digestão das gorduras do filé e das batatas fritas.
d) 4 e 7 exercem a mesma função na digestão do filé e das batatas.

18) (UFMG) O desenho ao lado representa órgãos de um sistema do


corpo humano, indicados pelas letras X, Y e Z.
Nos órgãos X e Y são lançados sucos capazes de atuar em
carboidratos, lipídios e proteínas, alterando-os quimicamente. Em
relação ao órgão Z, qual a afirmação ERRADA?
X
a) produz hormônios.
b) lança enzimas em Y.
Z
c) produz suco ácido.
d) funciona na dependência de Y. Y
e) relaciona-se com o controle da glicose no sangue.

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19) (FUVEST-SP) Em acidentes, em que há suspeita de comprometimento da coluna vertebral, a vítima deve
ser cuidadosamente transportada ao hospital, em posição deitada e, de preferência, imobilizada. Este
procedimento visa preservar a integridade da coluna, pois em seu interior passa:
a) o ramo descendente da aorta, cuja lesão pode ocasionar hemorragias.
b) a medula óssea, cuja lesão pode levar à leucemia.
c) a medula espinhal, cuja lesão pode levar à paralisia.
d) o conjunto de nervos cranianos, cuja lesão pode levar à paralisia.
e) a medula óssea, cuja lesão pode levar à paralisia.

20) (PUC-SP) No arco reflexo, estão envolvidos respectivamente:


a) neurônio sensitivo; medula; neurônio associativo e neurônio motor.
b) neurônio sensitivo; gânglio parassimpático e neurônio motor.
c) neurônio motor; neurônio associativo e cérebro.
d) neurônio sensitivo; cérebro; neurônio associativo e neurônio motor.
e) neurônio sensitivo; gânglio simpático; medula e neurônio motor.

21) (PUC-SP) O esquema abaixo representa, de maneira simplificada, as inter-relações do sistema nervoso.

Resposta Resposta
(músculos voluntários) (músculos involuntários)

Assinale a alternativa correta em relação à análise do esquema anterior:


a) 1 representa uma fibra sensorial do sistema nervoso somático.
b) 2 representa uma fibra motora do sistema nervoso simpático.
c) 1 e 4 representam fibras motoras do sistema nervoso autônomo.
d) 3 e 4 representam fibras do sistema nervoso autônomo.
e) 3 representa uma fibra motora e 4 uma fibra sensorial.

22) (UFMG) Observe a figura.


Supondo que a diferença de tamanho entre os dois indivíduos se deva somente à ação de hormônios,
pode-se afirmar que a responsabilidade da disfunção, no caso, cabe à glândula:

a) hipófise.

b) pâncreas.

c) paratireóide.

d) supra-renal.

e) timo.

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23) (UFMG) A parte glandular da hipófise comanda diversas outras glândulas do organismo. Todas as glândulas
citadas são controladas diretamente pela hipófise, EXCETO:
a) ovário. b) pâncreas. c) supra-renal. d) testículo. e) tireóide.

24) (FCMMG) A determinação do Metabolismo Basal de um indivíduo pode ser de grande auxílio no diagnóstico
de alguns distúrbios endócrinos. O metabolismo basal refere-se ao consumo mínimo de energia gasta,
quando o organismo está em repouso e pelo menos há 12 horas depois de uma refeição leve. Sabendo-se
que há hormônios ligados à ativação do metabolismo, o estudo do metabolismo basal seria, então, útil ao
esclarecimento dos distúrbios da glândula
a) Pineal b) Salivar c) Pâncreas d) Supra-renal e) Tireóide

25) (UFMG) A glândula responsável pela produção da substância que desencadeou o conjunto de reações
apresentadas pelo indivíduo ao fugir do cachorro denomina-se:

a) hipófise.

b) pâncreas.

c) paratireóide.

d) supra-renal.

e) tireóide.

26) (UFMG) O tecido ósseo armazena 99% do cálcio do organismo e este não é um depósito estático: há um
intercâmbio constante entre o cálcio circulante e o dos ossos, regulando, assim, a taxa de cálcio do
plasma sangüíneo (calcemia). Dentre os fatores que interferem nesta regulação está a ação do(s)
hormônio(s) que atua(m) incentivando a reabsorção óssea, com maior mobilização do cálcio.
Que alternativa indica esse(s) hormônio(s) e a(s) glândula(s) que o(s) produz(em)?
a) hormônio de crescimento → hipófise. d) calcitonina → tireóide.
b) hormônios sexuais → gônadas. e) paratormônio → paratireóides.
c) oxitocina → hipófise.

27) (PUC-MG) Após assustar-se com um touro bravo solto no quintal da fazenda, Chico Bento ficou branco,
correu como nunca e só parou, ofegante, no alto de uma jabuticabeira. Todos os seguintes fenômenos
fisiológicos devem ter ocorrido com Chico Bento no curso dessa aventura, EXCETO:
a) Aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
b) Aumento no consumo de ATP.
c) Alcalinização do sangue.
d) Aumento na produção de CO2.
e) Aumento na captação e no transporte de oxigênio.

28) (UFMG) O esquema abaixo representa o principal mecanismo de regulação de glicose no sangue.

Todas as alternativas, relativas ao esquema, estão corretas, EXCETO:


a) A glândula X está associada ao sistema digestivo.
b) A produção de hormônio Y é deficiente em diabéticos.
c) O hormônio Z denomina-se glucagon.
d) A glândula X é controlada pela hipófise.
e) A glândula X é uma glândula mista.

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29) (CESGRANRIO) A regulação da glicemia, taxa de glicose no sangue, ocorre principalmente graças à ação
conjunta de dois hormônios, a insulina e o glucagon. Com relação a esse controle hormonal, assinale a
alternativa correta:
a) a elevação da taxa de glicose circulante estimula a hipófise, que libera imediatamente insulina na circulação.
b) o glucagon é considerado um hormônio hiperglicemiante, enquanto a insulina é hipoglicemiante.
c) a insulina é sintetizada no pâncreas, enquanto o glucagon é sintetizado pela tireóide sob estímulo
hipofisário.
d) a insulina promove, após sua liberação, o aumento de glicose circulante, enquanto o glucagon realiza
efeito contrário.
e) o estímulo para a liberação de insulina pelo pâncreas é a queda na taxa de glicose circulante.

30) (UFMG) Esta tabela contém os valores de alguns hormônios, dosados no sangue de uma mulher, e os
intervalos de valores considerados normais, expressos em unidades internacionais.

HORMÔNIO MULHER VALORES NORMAIS


Antidiurético 0,9 1,3 - 4,1
Tireotrófico 0,06 0,3 - 5,0
Folículo estimulante 1,5 2,5 - 47,9
Luteinizante 0,1 0,2 - 65,0

Entre os possíveis distúrbios que a mulher pode apresentar NÃO se inclui:


a) a alteração do ciclo menstrual.
b) a disfunção hipofisária.
c) o aumento da diurese.
d) o aumento do metabolismo basal.
Questões Abertas
1) (UFMG) Analise o esquema do sistema circulatório humano.

Cabeça e membros superiores


Ventrículo B

Pulmão

Coração

Ventrículo A Intestino
Fígado

Órgãos internos
Rim

Membros inferiores

1- No interior de todos os círculos do esquema, estão representadas redes capilares.


CITE duas funções desempenhadas por essas estruturas.

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2- CITE o ventrículo em que se encontra sangue com maior teor de oxigênio.

3- Uma molécula de glicose, absorvida no intestino, chega aos rins através da circulação.
CITE, na seqüência correta, todos os órgãos, nomeados no esquema, que essa molécula deverá percorrer
para chegar ao seu destino.
Intestino →

4- Uma cercária de Schistosoma mansoni penetra através da pele de um indivíduo e transforma-se em


verme adulto. INDIQUE, no esquema, com uma seta, o órgão em que, preferencialmente, se aloja esse
verme.
5- O indivíduo está parasitado pelo Schistosoma mansoni.
CITE uma das conseqüências, para esse indivíduo, da não-eliminação de todos os ovos produzidos pelo
verme adulto.

2) (UFMG) Esta figura refere-se a sistemas orgânicos humanos. Nela, alguns órgãos, vasos e outras estruturas
foram indicadas por números. As setas indicam a direção do fluxo de sangue nos vasos.

Tendo como referência a figura, faça o que se pede.


1- Preencha o quadro relacionando, adequadamente, parasitas
humanos, sua forma ou fase do ciclo e o local de ocorrência
nas estruturas indicadas na figura.

PARASITAS FASE OU FORMA LOCAL

Ascaris lumbricoides 2

1
Amastigota 6
Adulto, larvas e ovos 3, 4 e 7
Wuchereria bancrofti Adulto

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2- CITE o(s) número(s) do(s) componente(s) onde ocorre(m) os fenômenos mencionados.


a) Destruição de hemácias
b) Diapedese
c) Hematose
d) Hemopoese
3- CITE duas funções de 3
a)
b)
4- Com relação ao componente 8 , CITE o nome
a) da vitamina com importante ação nele.
b) do principal hormônio que age no seu desenvolvimento.
c) principal íon nele armazenado.
d) um hormônio que regula o íon citado.
5- CITE os nomes de quatro sistemas orgânicos que estão, ainda que parcialmente, representados na figura.

3) (UFMG)
Complete as lacunas.

1- A figura representa um(a) , unidade


estrutural e funcional do(a) que, entre outras,
tem as funções de regular o equilíbrio de sais e de água
no corpo dos Mamíferos e a de eliminar os resíduos do
metabolismo.
2- Realizam funções correspondentes às da estrutura
representada os túbulos de Malpighi em
e os(as)
em anelídeos.
3- Na figura, as estruturas por onde circula o filtrado do
sangue são constituídas de tecido .
4- Alguns compostos orgânicos são reabsorvidos em grande
quantidade, como é o caso do(a) .
Outros compostos orgânicos, porém, não são reabsorvidos
ou o são em pequena quantidade, como é o caso do(a)
.

Nos itens de 5 a 8, complete as lacunas com os números correspondentes na figura.


5- O sangue proveniente da aorta penetra em _______ e retorna à veia cava inferior através de _______.
6- A filtração do sangue processa-se de _______ para _______.
7- Parte da água do filtrado é reabsorvida, retornando à circulação através de capilares representados por
_______.
8- O líquido a ser excretado apresenta composição mais semelhante à urina em _______.

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4) (UFMG) Recente pesquisa realizada pelo “Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas”
constatou que o álcool é a droga mais consumida pelos jovens da cidade de São Paulo. O esquema abaixo
indica alguns dos efeitos dessa droga sobre o organismo humano.

(cegueira noturna)

4 (demência, alterações
5 de personalidade,
depressão e ansiedade)

(degeneração celular,
(inflamação) taquicardia e pressão alta)

3 6

7 (inflamação)

(degeneração e
morte celular) 2

(comprometimento da
movimentação do quimo)
1

1 - Considerando a função do órgão nº 1, comprometida pelo consumo excessivo de álcool, responda:


a) Qual o nome do processo biológico alterado?
b) Qual o tecido responsável por esse processo?
2 - CITE uma função do órgão nº 2 que pode estar alterada em indivíduos com esse hábito.

3 - “A pele e o estômago de indivíduos com alcoolismo crônico podem apresentar processo inflamatório com
infiltração de leucócitos”.
a) CITE o trajeto percorrido por leucócitos desde sua origem até a formação do processo inflamatório.

b) Qual a função dos leucócitos em um processo inflamatório?

4 - A ingestão de mais de uma dose de álcool (aproximadamente, uma lata de cerveja de 340 ml ou uma taça
de vinho de 140 ml) provoca diminuição nos reflexos.
Com base na figura e em seus conhecimentos, CITE:
a) o número do órgão envolvido:
b) o nome da célula responsável por essa função:
c) a principal característica funcional dessa célula:

124 Biologia - M3
125 cor preto

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Diversidade dos Seres Vivos - parte III


Questões Objetivas

1) e 2) b 3) d 4) d 5) b 6) b 7) a 8) d 9) a 10) d 11) c 12) a


13) d 14) d 15) c 16) a 17) d 18) b 19) c 20) c 21) e 22) a 23) e 24) b
25) b 26) b 27) b 28) e 29) a 30) b 31) c 32) c 33) b 34) b 35) e 36) a

Questões Abertas
1) 1 - a) 1 ou 2 ou 5 ou 7 3- Reprodutor
b) 6 ou 11 4- Construção de redes de esgoto
c) 10
d) 3 ou 4 ou 8 ou 9 ou 12 3) 1- Anfíbios - Mamíferos - Répteis - Aves - Peixes
2 - a) 1, 2 e 7 2- a) A b) C - D c) A - B - C
b) 3, 4, 8, 9 e 12 3- a) Fecundação interna
3 - a) Formato da cabeça. b) Ovo com casca
b) Formato da pupila. 4- a) Notocorda
c) Afilamento da cauda. b) Tubo nervoso dorsal
4 - Usada como mecanismo de defesa. 5- a) Mamíferos
2) 1- 3 b) Nesse grupo, o percentual de sobrevivência
2- a) Homem. b) Intestino Delgado. dos filhotes é alto e a mortalidade é mais
acentuada após a fase reprodutiva.

Origem da Vida
Questões Objetivas

1) e 2) d 3) c 4) a 5) d 6) c

Questão Aberta

1) 1- Compostos: Condição física:


Metano (CH4) Descargas elétricas
Amônia (NH3)
Vapor d’água (H2O)
2- a) Isolamento do conteúdo protoplasmático do meio externo.
b) Desprendimento de CO2 que será utilizado pelos seres autótrofos fotossintetizantes em etapas posteriores
do processo.
3- a) Simplicidade dos seres incapazes de executarem mecanismos autotróficos complexos.
b) Liberação de O2 para a atmosfera.

Evolução

Questões Objetivas

1) b 2) b 3) d 4) d 5) a 6) d 7) d 8) e 9) b 10) a 11) d 12) a


13) c 14) d 15) d

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126 cor preto

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Questões Abertas

1) I - Mamíferos
Primatas
II - Gorila. O homem e o gorila tiveram um ancestral comum mais próximo que é o Dryoppithecus.
III - 3 - 1 - 2 - 4
IV - mudança de curvatura para posição mais ereta.
redução do comprimento
aumento do comprimento
aumento do volume
V - desenvolvimento da medicina preventiva.

2) I - Irradiação adaptativa.
II - Mutação
III - Isolamento geográfico e isolamento reprodutivo
Isolamento reprodutivo é a incompatibilidade reprodutiva entre as raças formadas a partir do isolamento
geográfico.

Ecologia

Questões Objetivas

1) c 2) c 3) c 4) c 5) d 6) e 7) a 8) a 9) d 10) d 11) e 12) d


13) c 14) c 15) c 16) b 17) e 18) b 19) c 20) c 21) e 22) a 23) d 24) b
25) c 26) a 27) d 28) a

Questões Abertas

1) 1 - a) Mutualismo b) Predatismo
2 - a) Nitrificação b) Desnitrificação
3 - a) Utilização de folhas e talos de leguminosas como adubo orgânico.
b) Essas plantas são ricas em produtos orgânicos nitrogenados.
4 - Crescimento exagerado das populações de algas.

2) 1 - Sociedade
2 - Formigas e cupins
3-
Classificação de acordo Função na
Casta
com a ploidia colméia

Rainha 2N Reprodução
Operária 2N Serviços gerais
Zangão N Reprodução

4 - Alimentação fornecida às larvas. 3) I - Litorânea b) B


5 - Partenogênese Nerítica D
6 - Espermateca Batial III - Devido à menor quantidade
Abissal de oxigênio dissolvido.
II - a) C IV - Corpo achatado
B

126 Biologia - M3
127 cor preto

Tecnologia ITAPECURSOS

Fisiologia Humana
Questões Objetivas

1) a 2) c 3) c 4) c 5) c 6) d 7) b 8) a 9) a 10) c 11) a 12) a


13) c 14) c 15) a 16) a 17) d 18) c 19) c 20) a 21) d 22) a 23) b 24) e
25) d 26) e 27) c 28) d 29) b 30) d

Questões Abertas

1) 1 - Trocas gasosas
Fornecimento de nutrientes às células
2 - Ventrículo esquerdo (B)
3 - Fígado ® coração ® pulmão ® coração ® rim
4 - Ver no desenho.
5 - Retenção dos ovos no fígado e outros órgãos provocando
fibrose.

2) 1 -
PARASITAS FASE OU FORMA LOCAL

Ascaris lumbricoides larvas 2


Taenia solium ovos 1
Trypanosoma cruzi Amastigota 6
Schistosoma mansoni Adulto, larvas e ovos 3, 4 e 7
Wuchereria bancrofti Adulto 5

2 - a) 3 e 7 b) 5 c) 2 d) 8
3 - a) Produção de bile.
b) Produção de fibrinogênio.
4 - a) calciferol b) somatotrófico c) cálcio d) calcitonina
5 - Nervoso Circulatório
Respiratório Linfático

3) 1- néfron - rim; 4) 1 - a) Peristaltismo.


2- insetos - nefrídios b) Tecido muscular liso.
3- epitelial 2 - Produção de bile.
4- glicose - uréia 3 - a) Tecido conjuntivo hematocitopoético ® vaso
5- 1 - 7 sangüíneo ® tecido onde ocorre o processo
inflamatório.
6- 2 - 3
b) atuam no mecanismo de defesa através da
7- 5
fagocitose e da produção de anticorpos.
8- 6.
4 - a) 5.
b) Neurônio.
c) condução dos impulsos nervosos.

Biologia - M3 127
128 cor

Anotações

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