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UNIVERSIDADE DE ÉVORA

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM S. JOÃO DE DEUS


U. C. ENFERMAGEM AO DOENTE CRÓNICO
Curso de Licenciatura em Enfermagem – Bolonha
2.º Ano – 1.º Semestre; Turma T1

INSUFICIêNCIA
RENAL CRóNICA
Discentes :
Ana Baleizão
Cátia Sequeira
Docente: Prof . Anjos Raquel Ribeiro
Bento Tiago Madeira

15 de Dezembro de
2008
Objectivos
•Entender a constituição , anatomia e
fisiologia do Sistema Urinário ;
•Saber qual a função renal ;
•Perceber o que é Insuficiência Renal ;
•Conseguir distinguir IRA e IRC ;
•Compreender as patologias provocadoras
de IRC ;
•Saber qual a sintomatologia de IRC , bem
como a forma de se diagnosticar ;
•Distinguir as várias formas de
tratamento da IRC ;
•Entender o mecanismo da Diálise
Peritoneal ( funcionamento , complicações ,
vantagens e desvantagens );
•Entender , da mesma forma , o mecanismo da
Hemodiálise ;
•Compreender quais os Cuidados de
Enfermagem ao Doente com Insuficiência
Renal Crónica . Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 2
Sistema Urinário - Constituição

Rins ;
Ureteres
;
Bexiga ;
Uretra .
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 3
Localização dos Rins

§São dois órgãos em forma


de feijões ;
§Na posição
retroperitoneal , situados
sobre a musculatura da
parede abdominal posterior
ao nível da 12ª vértebra
torácica e nas 3 primeiras
lombares .
§O rim direito é
ligeiramente mais baixo do
que o esquerdo .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 4


Função dos Rins
•Eliminar substâncias tóxicas
( resultado do metabolismo , por ex : ureia
e creatinina );
•Manter o equilíbrio de electrólitos
( ex : sódio , potássio , cálcio , fósforo );
•Regular o equilíbrio ácido - básico
( manter constante o pH sanguíneo );
•Regular a osmolaridade e volume de
líquido ( elimina o excesso de água );
•Excreção de substâncias exógenas como
por exemplo medicações e antibióticos ;
•Produção de hormonas : eritropoetina
( estimula a produção de eritrócitos ),
renina ( eleva a pressão arterial );
•Produção de urina ( função excretora ).

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 5


Nefrónio
•Unidade histológica e funcional básica do rim .
•Estrutura tubular associada a formações
vasculares .

1 . Cápsula de Bowman ;
2. Tubo Contornado
Proximal ;
3. Ansa de Henle
Descendente ;
4. Ansa de Henle
Ascendente ;
5. Tubo Contornado
Distal ;
6 . Tubo Colector .
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 6
Insuficiência Renal

É a falência do rim, ou seja, a


impossibilidade de realizar as suas
funções de maneira satisfatória.

Aguda Cróni
ca
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 7
Insuficiência Renal Aguda (IRA)
O que é?

A IRA é a supressão abrupta da função renal em consequência de alterações


renais agudas

‘Rápida’ diminuição da capacidade de eliminação dos rins

Acumulação de produtos metabólicos residuais no


sangue

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 8


O que provoca?
A causa de uma insuficiência renal aguda
pode ser qualquer afecção que diminua o
afluxo sanguíneo aos rins, que obstrua o
fluxo da urina que sai dos mesmos ou que
lese os rins.
Diversas substâncias tóxicas podem lesar
os rins, como medicamentos, tóxicos,
cristais que precipitam na urina e
anticorpos dirigidos contra os rins.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 9


Como se
diagnostica?
Suspeita-se de insuficiência renal aguda quando o
volume de produção de urina diminui.
diminui
As análises de sangue que determinam as
concentrações de creatinina e de ureia no sangue
(produtos residuais presentes no sangue que normalmente
são eliminados pelos rins) contribuem para ratificar o
diagnóstico.
Um aumento progressivo da creatinina indica
insuficiência renal aguda.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 10


Caracteriza-se:

•Oligúria ( volume urinário menor que 20ml / h )


•Anúria ( ausência de urina ).        

Há três tipos de IRA dependendo do local


onde se dão as alterações agudas : antes do
rim , no rim e depois do rim :

•PRÉ - RENAL ;
•RENAL ;
•PÓS - RENAL .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 11


Pré-Renal

É uma alteração que ocorre antes do


rim , levando à insuficiência funcional
ou lesão orgânica . Ocorre por
insuficiência circulatória aguda , por
falta de líquidos ( hipovolémia ), por
desidratação grave ou perda de sangue .
Pode ocorrer , também , por queda da
pressão arterial do sangue circulante .
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 12
Renal Pós-Renal
É a lesão que É a que ocorre por
atinge agudamente o obstrução das vias
rim seja por urinárias , impedindo
tóxicos ( químico ou a passagem da urina
medicamentoso ), seja pela via urinária . A
por inflamações obstrução pode
( nefrites ) ou por ocorrer em qualquer
morte de células do parte da via
rim ( necrose do urinária : pelve
glomérulo ou do renal , uréter ,
túbulo renal ). bexiga ou uretra
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica
. 13
A evolução da IRA ocorre em
três fases :
Terceira Fase
Segunda Fase
Recuperação, com o
Escassez ou ausência paciente voltando ao
de urina, que dura normal se houver melhora
de 8 a 12 dias. A progressiva da função
urina dessa fase renal. O volume urinário
Fase além de ser de e a eliminação das
pequeno volume, não toxinas acumuladas vão
Inicial aumentando e começa a
contribui para
eliminação das ocorrer recuperação da
Período durante função renal. O quadro
o qual se dá a toxinas ("lixo"
metabólico) que se clínico tem melhoras
instalação da evidentes. Essa fase
doença acumulam no sangue
(ureia, potássio , pode durar de 7 a 14
desencadeada dias.
pela causa acidose).
provocadora.
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 14
Insuficiência Renal
Crónica
oDoença provocada pela
deterioração lenta e
irreversível da função renal .
oConsiste numa lesão renal e
geralmente perda progressiva e
irreversível da função dos
rins .
oActualmente define - se pela
presença de algum tipo de lesão
renal mantida há pelo menos 3
meses com ou sem redução da
função de filtração .
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 16
oÉ conhecido actualmente que cerca
de um em cada 10 adultos é
portador de doença renal crónica .
oA maioria destas pessoas não sabe
que tem esta doença , na medida em
que esta não costuma ocasionar
sintomas , a não ser em fases muito
avançadas .
oEm muitos casos o diagnóstico
precoce e o tratamento da doença
nas suas fases iniciais podem
ajudar a prevenir que a patologia
progrida para fases mais avançadas
( inclusive com a necessidade de
tratamento com hemodiálise ou
transplante
Enfermagem de- Insuficiência
ao Doente Crónico rim ). Renal Crónica 17
É importante referir que com
apenas 50 % da função renal é
possível manter o equilíbrio do
organismo . Os graus de doença renal
são classificados em função da
denominada Taxa de Filtração
Glomerular ( TFG ), ou seja , da
capacidade do rim filtrar e eliminar
as substâncias tóxicas . É
habitualmente determinada de forma
directa , através de uma colheita de
urina de 24 horas onde se doseia a
creatinina que foi eliminada bem
como a que permaneceu no sangue ,
sendo depois ajustada para
Enfermagem ao Doente a
Crónico - Insuficiência Renal Crónica 18
Existem cinco graus de Doença
Renal

üGrau 1 - Normal ou aumentada TFG ≥ 90 ml / min / 1 , 73m2


üGrau 2 - Diminuição ligeira TFG = 60 - 89
ml / min / 1 , 73m2
üGrau 3 - Diminuição moderada TFG = 30 - 59
ml / min / 1 , 73m2
üGrau 4 - Diminuição severa TFG = 15 - 29
ml / min / 1 , 73m2
üGrau 5 - Falência Renal TFG < 15 ml / min / 1 , 73m2

A doença renal crónica é definida a partir de uma


TFG < 60 ml / min / 1 , 73m 2 , por períodos de pelo menos 3
meses
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 19
Doenças que podem causar IRC:
oHipertensão Arterial
oDiabetes Mellitus
oGlomerulonefrites crónicas
oDoenças Hereditárias
oDoenças Cardíacas
oInfecções urinárias por repetição que ocorrem
quando há dificuldade de escoamento da urina ,
presença de cálculos ou cistos .
oDistúrbios auto - imunes ( por exemplo , lúpus
eritematoso sistémico )

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 20


ajuda a evitar outras complicações como enfarte do miocárdio, insuf

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 21


Sintomatologi
a
oOs sintomas manifestam - se lentamente ;
oInicialmente , o indivíduo é assintomático . A função
renal anormal pode ser detectada apenas através de
exames laboratoriais .;
oA pessoa com uma insuficiência renal leve a moderada
pode apresentar apenas sintomas leves , apesar do aumento
de ureia , um produto da degradação metabólica , no sangue .
oNeste estágio pode apresentar uma urgência miccional
nocturna , necessitando urinar várias vezes durante a
noite ( noctúria ), pois os rins não conseguem absorver
água da urina para concentrá - la do mesmo modo que eles
normalmente fazem durante a noite .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 22


oConsequentemente , os volumes urinários são
maiores.
oHipertensão arterial , pois os rins não
conseguem eliminar o excesso de sal e água .
Esta pode acarretar um acidente vascular
cerebral ou uma insuficiência cardíaca .
o Fadiga , cansaço fácil e comprometimento
do estado mental à medida que a
insuficiência renal progride e as
substâncias tóxicas no sangue se vão
acumulando ;
oSintomas Enfermagem
nervosos e musculares como , por23
ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica
oSensação de formigueiro nas
extremidades e perca da mesma em certas
áreas .
oCrises convulsivas quando a
hipertensão arterial ou as alterações
químicas do sangue causam disfunção
cerebral ;
oA acumulação de substâncias tóxicas
também afecta o trato digestivo ,
causando perda do apetite , náusea ,
vómito , inflamação do revestimento da
boca ( estomatite ) e um sabor
desagradável na boca .;
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 24
oDesnutrição e perda de peso .
oOs indivíduos com insuficiência renal
avançada apresentam úlceras e
sangramento intestinais ,
oA pele pode apresentar uma coloração
amarelo - acastanhada e , ocasionalmente , a
concentração de ureia encontra - se tão
elevada a ponto de ocorrer a
cristalização dessa substância do suor ,
formando um pó branco sobre a pele
( geada de ureia , uridrose cristalina )
oPrurido generalizado muito
desconfortável .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 25


Como se diagnostica?
A IRC é diagnosticada através de exames de sangue .
Tipicamente , o sangue torna - se moderadamente ácido
( acidose ). Dois produtos da degradação metabólica , a ureia
e a creatinina , as quais são normalmente filtradas pelos
rins , acumulam - se no sangue . A concentração de cálcio
diminui e a de fosfato aumenta . A concentração de
potássio no sangue permanece normal ou aumenta
discretamente . Contudo , ela pode tornar - se perigosamente
elevada . O volume urinário tende a permanecer igual
( geralmente , 1 a 4 litros por dia ), independentemente da
quantidade de líquido ingerida . Normalmente , a pessoa
apresenta uma anemia moderada . A análise da urina pode
detectar muitas alterações , incluindo células e
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 26
concentrações de sais anormais .
Tratamento

oTratamento médico específico de acordo com a etiologia


subjacente ;
oPrevenção de agressões secundárias , estratégias para a
diminuição da perda de função renal ;
oManutenção de um bom estado nutricional ;
oPrevenção das complicações inerentes à própria
insuficiência renal crónica , como é o caso das alterações
do metabolismo mineral e doença óssea renal .

Apesar da optimização terapêutica , a perda de função


renal é inexorável e , na sua fase avançada , é
necessário usar terapêuticas de substituição da
função renal que incluem a hemodiálise , diálise
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 27
peritoneal e transplante renal .
Alimentação
oQuando falamos de alimentação no doente com IRC é importante
saber
quer a quantidade quer a qualidade dos alimentos que têm que
ser respeitadas .
oNa IRC é indispensável um plano alimentar individualizado em
função da estatura , peso , idade e actividade física .
oNão podemos contudo descorar que é uma doença que implica
gastos energéticos ligeiramente superiores quando comparado
com o mesmo indivíduo sem IR .
oAssim , existem recomendações internacionais de como manter a
função renal ou mesmo impedir o seu agravamento .
oAs principais preocupações dizem respeito à quantidade de
energia , de proteína , potássio , fósforo , sódio e água que se
deve ingerir . Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 28
IRC vs Doença
Cardiovascular
A doença cardiovascular está muitas vezes presente
em doentes em fase avançada da doença renal .
Alterações do metabolismo mineral podem contribuir
para promover a calcificação cardiovascular . A taxa
de mortalidade na população em hemodiálise é
extremamente elevada , rondando habitualmente os 20
por cento ao ano . A taxa de mortalidade por causa
cardiovascular é , em média , 30 vezes superior nos
doentes em hemodiálise , quando comparada com a
população em geral .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 29


Vários factores têm sido relacionados com este
aumento excepcional :

•Efeitos hemodinâmicos provocados pela diálise ,


stress oxidativo , inflamação , hipertensão e
hiperhomocisteinemia .
•As alterações do metabolismo mineral , nomeadamente
hiperfosfatemia , hipercalcemia e o
hiperparatirodismo secundário também se encontram
associadas a este incremento .
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 30
Técnicas de Substituição
Renal

É a forma mais completa de substituição da


função renal . Através de intervenção cirúrgica ,
TRANSPLANTE um rim extraído a um cadáver ( transplante de
cadáver ) ou de um dador vivo ( transplante de
dador vivo ), é transplantado para o corpo de um
doente afectado por insuficiência renal crónica
terminal .
Diálise
Peritoneal
oTipo de tratamento que substitui as
funções dos rins .
oO objectivo é o mesmo da
hemodiálise , tirar o excesso de água e
as substâncias que não são mais
aproveitadas pelo corpo e que
deveriam ser eliminadas através da
urina .
oEste tipo de diálise aproveita o
revestimento interior do abdómen ,
chamado membrana peritoneal , para
filtrar o sangue .
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 32
Tipos de Diálise
Peritoneal

DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTINUA


DIÁLISE PERITONEAL CÍCLICA CONTINUA

DIÁLISE PERITONEAL INTERMITENTE

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 33


Diálise Peritoneal Contínua em
Ambulatório
üEnvolve o contacto
contínuo do
dialisador com a
Membrana Peritonial .

üNão é necessário
equipamento especial ,
sendo que o ensino
ao doente é
fundamental .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 34


Diálise Peritoneal Cíclica
Contínua

üEsta diálise também se


faz em casa com uma
máquina conhecida por
unidade cíclica a qual faz
por si própria as trocas
de líquido .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 35


Diálise Peritoneal
Intermitente

üRealizado no
hospital , no período
de 3 vezes por
semana , usa - se a
mesma máquina da
DPCC .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 36


Como
funciona?
Na diálise peritoneal , o peritoneu , uma membrana que reveste o
abdómen e recobre os órgãos abdominais , actua como um filtro
permeável .

Esta membrana possui uma extensa superfície e uma rica rede de


vasos sanguíneos . As substâncias provenientes do sangue podem
filtrar - se facilmente através do peritoneu para o interior da
cavidade abdominal se as condições forem favoráveis .

O líquido é introduzido através de um cateter que penetra


através da parede abdominal até ao espaço peritoneal , no interior
do abdómen . Esse líquido deve permanecer no abdómen durante um
tempo suficiente para permitir que os materiais residuais
provenientes da circulação sanguínea passem lentamente para ele .
Depois tira - se o líquido , despeja - se e substitui - se por outro
novo .

Em geral usa - se um cateter mole de borracha de silicone ou de


poliuretano poroso porque permite que o líquido flua
uniformemente e é improvável que cause lesões . Se o cateter for
instalado por um curto Enfermagem
períodoaode
Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica
tempo , pode - se colocar enquanto 37
Acompanhamento
üTodas as formas de diálise
necessitam de acompanhamento
médico rigoroso . São feitos
exames laboratoriais
mensalmente ( ureia , potássio ,
cálcio , fósforo , glicose ) para
verificar a presença e o grau
de anemia , a possibilidade de
infecções por bactérias ou
vírus .
üEstes exames vão mostrar com
exactidão o estado de saúde do
doente e a sua Enfermagem
adaptação
ao Doenteao
Crónico - Insuficiência Renal Crónica 38
Indicações

o Insuficiência renal
avançada em alternativa ou
em opção à hemodiálise
o Falta de acesso vascular
o Problemas hemorrágicos
o Grande distancia ao
centro de diálise
o Incapacidade de suporte
do stress hemodinâmico
o Opção individual

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 39


Contra-Indicações
o Após cirurgia abdominal
o Aderências ( a nível da
membrana )
o Peritonite
o Presença de ostomias
intestinais
o Neoplasia intra - abdominal
o Atitude negativa / isolamento
o Incapacidade
cognitiva / motora / afectiva

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 40


Complicações
oHemorragia no ponto onde o cateter sai do
corpo ou no interior do abdómen , podendo
perfurar - se um órgão interno durante a
colocação do mesmo . O líquido pode extravasar
e sair em volta do cateter ou ir para o
interior da parede abdominal . A passagem do
líquido pode ser obstruída pela presença de
coágulos ou de outros resíduos .
oInfecção que se pode localizar no peritoneu ,
na pele onde se situa o cateter ou na zona
que o circunda , causando um abcesso . A
infecção em geral surge por um erro na
técnica de esterilização em qualquer passo do
procedimento da diálise . Habitualmente , os
antibióticos podem eliminá - la , caso contrário ,
é provável que se deva extrair o cateter até
que se cure a infecção .
oBaixa concentração de albumina no sangue
( hipoalbuminemia ).
oCicatrizes no peritoneu ( esclerose
peritoneal ), tendo como
Enfermagem resultado
ao Doente Crónico umaCrónica
- Insuficiência Renal 41
Complicações
oHipotiroidismo ;
oAtaques epilépticos .
oHiperglicémia , excepto nos doentes que sofrem de
diabetes .
oAproximadamente 10 % dos doentes ocorrem hérnias
abdominais ou inguinais .
oObstipação , o que interfere com a saída do líquido
pelo cateter . Por conseguinte , é possível que
precisem de tomar laxantes ou substâncias que
amoleçam a consistência das fezes .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 42


Vantagens

• Estilo de vida mais flexível e maior


independência .
• Visita ao hospital só uma vez por mês .
• Terapia contínua , portanto mais fisiológica .
• Não precisa de se deslocar repetidamente casa
- hospital / hospital - casa .
• Fácil de fazer , mesmo em férias .
• Pode fazê - la enquanto dorme ( no caso de fazer
DPA ).
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 43
Desvantagens

• Diálise diária .
• Cateter permanente
externo .
• Risco de infecção .
• Risco de aumento de peso .

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 44


Diálise

•Movimento de líquidos e partículas através de uma membrana semi-


permeável;
•Tratamento que pode ajudar a restabelecer o equilíbrio Hidro-
Electrolítico:
•Controlar o
Equilíbrio
Ácido-Base;
•Remover do
Organismo
resíduos e
material tóxico;

Pode manter uma vida com sucesso tanto na situação IRA como IRC, em
que a substituição ou o aumento da função renal normal é
necessária;

Especificamente:
Remover aoa Doente
üEnfermagem quantidade de fármacos
Crónico - Insuficiência e toxinas
Renal Crónica 45
•DIFUSÃO;
PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS DA DIÁLISE •OSMOSE;
•ULTRA-FILTRAÇÃO.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 46


Movimento de partículas de uma zona de maior para menor
[ ].

No organismo:

Através de uma membrana Semi-Permeável

Está envolvida  remoção de solutos do


organismo do doente (H; DPAC)

Ureia;
Resulta no movimento de: Creatinina; DIALISADOR
Ácido
Úrico;

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 47


Osmose

Movimento de água através da membrana semi-permeável de uma área de menor [


]  maior [ ] de partículas.

Responsável por:
•Movimento excessivo de fluido do doente.

O fluido irá então mover-se através dos poros


da membrana, do sangue do doente para o
dialisador.
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 48
ULTRA - FILTRAÇÃO

Movimento de fluidos através da membrana semi-permeável como resultado de


um gradientes de pressão artificial criado;

Mais eficiente que a Osmose para a remoção do fluido e é usada em


Hemodiálise com este propósito.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 49


Hemodiálise
Desvio do sangue do organismo do doente para um Dialisador no qual
ocorre a difusão e a ultra-filtração e depois reencaminhá-lo para a
circulação do doente.

Requer o acesso venoso ao sangue do doente;

Um mecanismo para transportar o sangue de e para o Dialisante e um


Dialisador.

Área na qual
ocorre a troca
de fluído,
electrólitos e
produtos
residuais.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 50


Acesso para Hemodiálise
Depende quase
inteiramente da
Sucesso da terapia com existência de um
Hemodiálise  fluxo de sangue
adequado através do
dialisador.
Depuração óptima depende:

•Taxa de
fluxo do
dialisante ;
•Permeabilida
de da
membrana ;
•Área de
superfície da
membrana ;
Um acesso disfuncional vai portanto ter um efeito•Duração
adverso na adequação
da
da Diálise  Aumento da mortalidade e morbilidadediálise
do doente
; ;
•Sobretudo :
O Enfermeiro é responsável por assegurar que Taxa o fluxo de sangue
de Fluxo
prescrito é alcançado; de Sangue .
Um mau acesso é considerado uma prioridade no tratamento!
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 51
Acesso para Hemodiálise

Acesso Percutâneo : Fístulas Arterio -


•Cateteres (jugular; Venosas ;
subclávia; femorais) Enxertos Arterio
[temporários ou permanentes ] Venosos ;

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 52


Fístula Arterio - Venosa

COMPLICAÇÕES :

•Trombose;
•Aneurisma;
•Síndrome de Roubo de Sangue.

“ SHUNT ” ARTERIO - VENOSO

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 53


Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 54
Equipamento de
Hemodiálise
Dialisador
É a unidade funcional do circuito extra-
corporal.

Dialisador de Dialisador de Placas


Fibra Oca Paralelas
Constituído: -Série de membranas dispostas
em camada;
Milhares de fibras ocas ou -O sangue passa no espaço
capilares com espessura de entre 2 camadas, enquanto o
1 cabelo humano; dialisante passa nas camadas
adjacentes, na direcção oposta;
-
+ capacidade  vol De
preparação
maiores

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 55


DIALISADOR
Contém menor número de partículas
para serem removidas da circulação
sanguínea e [elevadas] de
partículas a serem adicionadas ao
sangue.

Não contém resíduos proteicos!

As [ ] destas substâncias no sangue irá diminuir devido ao movimento


aleatório das partículas através da membrana semi-permeável para o
dialisador.

O mesmo princípio aplica-se aos iões


K+

Embora a [ ] de Glóbulos Vermelhos e proteínas seja elevada no sangue,


estas são muito grandes e não se difundem através da membrana…

… assim não se perdem do sangue!


Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 56
A Membrana
•A escolha é cada vez mais
importante.

•Seleccionar a membrana que
proporcione a depuração e remoção
hídrica desejadas.

•O Enfermeiro deve verificar a
questão da Biocompatibilidade, em
relação com as necessidades do
doente.
Tipos :
•Celulose (baixo fluxo);
•Celulose Modificadas (baixo
ou alto fluxo);
•Sintéticas (baixo ou alto
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 57
fluxo).
Biocompatibilidade

O processo de diálise requer a exposição repetida do sangue do


doente a substâncias estranhas, incluindo:
•Mem
bran
a do
dial
isad
or;
•Via
s de
Sang
ue;
•Dia
Podem despertar respostas lisa
Imunológicas: nte;
•Age
ntes
Reacções Anafilácticas ! Quím
icos
;
•Fár
maco
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica s; 58
•Águ
Preparação do Dialisador
Preparação e Lavagem do Circuito Extra-Corporal  PROCESSO
CRUCIAL
2 Aspectos Fundamentais:
•Remoção
de Ar;
•Remoção
de
quaisque
r
agentes
químico
s ou
eutilização do Dialisador esteril
izantes
Fabricantes  Só deve ser utilizado uma vez!;que
Mas… tenham
… há muitos serviços que sidoreutilizam até 20
vezes sem complicações. usados
no
fabrico
Vantagens : Redução dos Custos do .
dialisad
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 59
or.
Dialisante
Fluido que é bombeado para o dialisador e passa do lado oposto
ao do sangue do doente, em relação à membrana semi-permeável.

Objectivo  Criar um gradiente de [ ] que provoca a difusão


dos produtos metabólicos do sangue do doente.

Constituição :
•Solução Electrolítica
Concentrada;
•Tampão (Bicarbonato);
•Água Purificada.

Composição :
•Adaptada
individualmente às
necessidades
específicas do doente,
mas globalmente a
solução
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica
será60
fisiológica.
osição do DialisanteValores
baixos:
mais

•Hipotensão;
•Cãimbras;
•Desiquilíbrio.
•Sódio  Normal 140
mmol/L Valores mais
altos:
•Sede;
•Hipertensão.
•Potássio  Normal 1-2 mmol/L ;

•Cálcio  Deve ser diminuído se do doente tiver:


üH
i
p
e
•Tampão ( Bicarbonato )  Os doentes têm tendência para uma r
acidose moderada a grave. c
Objectivo: normalizar o Eq. Ác-Bs. a
l
•Anticoagulação  Quando o sangue entra no circuito e
extra-corporal, a cascata de coagulação será iniciada. c
HEPARINA!!! é
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica
m 61
Concentração de substâncias no Sangue e num
Dialisante
Sangue Típico
Solutos Dialisante
133-144 Sódio (mmolL-1 ) 132-155
3.3-5.3 Potássio (mmolL- 0-3.0
1)
2.5-6.5 Ureia (mmolL-1 ) 0
60-120 Creatinina 0
-1
2.2-2.6 Cálcio )(mmolL-1 ) 1.25-2.0
(mmolL
0.85 Magnésio (mmolL- 0.25-0.75
1)
4.0-6.6 Glucose (gL-1 ) 0-10
22-30 Bicarbonato 30-40
(mmolL-1 )
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 62
Água
Os doentes que fazem Hemodiálise de manutenção estão expostos a
cerca de 400 L de água de Diálise por semana.

Água deve ser considerada um


FÁRMACO!

Tem muitos contaminantes que constituem um risco potencial para


o doente:

•Alumínio (demência ;
osteomielite);
•Cloraminas (hemólise ;
anemia);
•Flúor (osteoporose ;
osteomielite);
•Cálcio e Magnésio
(Síndrome
Enfermagem ao Doente de àgua
Crónico - Insuficiência Renaldura );
Crónica 63
•Cobre (hemólise ; lesão
Métodos de tratamento da Agua

•Uma unidade de osmose inversa utiliza uma membrana semi-


permeável para filtrar a água;


Rejeição de 90-95%:
- iões mono e bivalentes ;
- agentes microbiológicos e contaminantes .

•Agentes amolecedores da Água (removem o Ca2+ , Mg2+ por
troca iónica);

•Filtros de Carbono ( absorvem Cl-, Contaminantes Orgânicos ,
Cloraminas);

•Filtros de Sedimento ( removem partículas sólidas ).

ÁGUA DEVE SER ANALISADA


REGULARMENTE !!! ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica
Enfermagem 64
Aparelho de Hemodiálise
•Um monitor que assegura uma administração
segura da Diálise ao doente;
•Ajuda o enfermeiro a administra uma vasta
série de opções terapêuticas.

É o doente e não a máquina o ponto


Fulcral!!!

Monitor de Monitor de
Sangue Líquidos
•Bomba de Sangue; •Temperatura;
•Detector de Ar; •Condutividade;
•Clampos Arteriais e •Detector de Fugas de
Venosos; Sangue;
•Monitor de Pressão •Válvula de “bypass”.
Venosa;
•Monitor de Pressão Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 65
Arterial.
Preparação para a hemodiálise
A transição do diagnóstico para o início da TSR pode ser súbita, mas muitas
vezes há um período de alguns meses a vários anos em que o doente tem
tempo de ajustar o estilo de vida e se preparar para a forma de diálise
adequada.

Para os que requerem Hemodiálise a longo prazo, há uma série de opções


relacionadas com a localização do tratamento da Hemodiálise:

HEMODIÁLISE INSTITUCIONAL
•Centros Regionais ( IRC; IRA)

HEMODIÁLISE DOMICILIÁRIA
•Doente expressa esse desejo apoiado e encorajado pela
equipa multidisciplinar;
•Doente pode aprender a técnica para ser auto-suiciente o
mais precocemente possível.

HEMODIÁLISE SATÉLITE
•Centros-Satélite: proporcionam um contexto ideal para
doentes em Hemodiálise de manutenção.
•Geridos e liderados por Enfermeiros.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 66


Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 67
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 68
Avaliação do doente
Antes da Diálise  Enfermeiro tem de fazer uma avaliação de pré-
diálise completa:
•Preocupações do Doente;
•Ler notas da última sessão:
•Perguntar sobre quaisquer problemas intra-
dialíticos.

69
Complicações da Hemodiálise
Complicaç Causa Prevenção Tratamento
ão
Hipotens Peso seco Avaliação NaCl 0.9%
ão
Cãimbras demasiado baixo;
T.U. excessiva regular
Cálculo do peso; Deitar
correcto NaCl 0.9o%;
Desequil TDiálise
.U. excessiva ;
demasiado Cálculo
da T.U.; correcto
Dialisador de doente
Parar ;a
Compressa
íbrio Antihipertensores
deficiente ; da T.U.; de baixa Reduzir
Sulfato
superfície quente ;a
diálise/massag
Acetato. Diálise
< 1.0 m2;com
quinino 2h antes. Tem
.U.. e
Manitol E.V.
Bicarbonato .
Reduzir a taxa recalcular
de fluxo de as perdas de
sangue < líquidos.
150mL/min.
Reduzir tempo do
tratamento <2h
máx.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 70


Complicações da Hemodiálise
Complicaç Causa Prevenção Tratamento
ão
Arritmia Hipertensão Diálise com um Monitorizar
sReacção subjacente;
Activação do dialisante contendo Parar a diálise;
Utilizar membranas
àEmbolia Doença
Entrada coronária;
complemento com a
de ar pela um mín. de
sintéticas 3.0
que
Assegurar-se nãoque Parar
de Não deixar
o o
membrana
gasosa exposição
Trocas de K+
extremidadeà venosa mmmol/L
foram de estão
K+
esterilizadas
todas as vias sangue
tratamento;
excessivas;
membrana
do circuito e/ou
extra-ao com ETO (óxido de regressar
seguras; ao
Deitar o doente
Digoxina.
ETO
corporal etileno) para os
Assegurar-se doente;
do uso sobre o lado
doentes
correctoque estão Tratar
do detector com
esquerdo;
em risco ou alergias; anafilaxia;
de ar; Dar oxigénio a
Lavagem correcta
Inspeccionar e 100%.
as vias. Adrenalina
preparação do
dialisador.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 71


Complicações da Hemodiálise
Complicaçã Causa Prevenção Tratamento
oHemólise Lesão dos eritrócitos Bombas com baixa Dar oxigénio;
Coagulaçã na bomba
Terapia ou em vais deformabilidade;
anticoagulante Rever o regime de Dar
Pararsangue;
o
Fuga vias torcidas;
o das de inadequada;
Um rasgão da Assegurar-se
Manusear o de que
anticoagulação; Despistar
tratamento;
Parar a diálise;
de Temperatura
Sangue Ar
Sangue nodointerior Rever
no dialisador.
membrana, adialisador
pressão
o venosa
com hipercaliémia
Deitar fora o
dialisante demasiado não
do dialisador está elevada;
procedimento
cuidado; de devido
sangue a lesão
dialisador e as
elevada. Acertar o medidor
preparação;
Manter as pressões dos
vias;eritrócitos.
extracorporal.
da temperatura.
Garantir
dentro conexões
dos limites. Rever o regime
impermeáveis ao ar. de
anticoagulação
antes de
começar o
tratamento.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 72


CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Os pacientes renais são de 4 tipos,


segundo os cuidados que exigem:


• Os que ainda não estão em diálise;


• Os que estão em diálise peritoneal;
• Os que estão em hemodiálise;
• Os pacientes transplantados.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 73


Os enfermeiros devem ser capazes de:

• Realizar uma Diálise Peritoneal Manual


Intermitente (DPMI) e uma Diálise
Peritoneal Contínua Ambulatorial
(DPCA);
• Trocar o cateter peritoneal e intracaths
subclávios;
• Identificar os locais de acesso para a
hemodiálise e conhecer os seus
cuidados;
• Compreender a terapêutica medicamentosa
do paciente renal e da rejeição de
transplantes.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 74
Pacientes desempenhem um papel
conhecimentos sobre a sua
situação
Alguns cuidados básicos a prestar, face a problemas comuns
nestes pacientes:
PROBLEMAS COMUNS PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM
1. Hipertensão devido a alterações da função renal. Avaliar tensão arterial 4x/dia ou sempre que necessário.

Administrar a medicação conforme prescrito.


2. Edema ou ganho de peso devido à retenção hídrica. Controlo diário do peso.


Controlo rigoroso da ingestão e do débito hídrico.


3. Edema pulmonar devido a hiperidratação. •Colocar na posição tolerada.


•Controle rigoroso da ingestão e do débito hídrico.
•Notificar dificuldade respiratória.

•Oxigenoterapia conforme a prescrição.

4. Sonolência, letargia, contracções musculares ou fenómenos •Manter as grades laterais do leito elevadas.
epilépticos menores devido ao aumento da urémia. •Observar e anotar o grau de sonolência e/ou letargia.
•Notificar o médico sobre os resultados dos exames de laboratório.

5. Ansiedade e apreensão devidas à falta de conhecimento sobre o •Explicar as bases do funcionamento renal e as razões da dieta e
tratamento da patologia. restrição hídrica.
•Marcar a visita à unidade de diálise peritoneal ou de hemodiálise

se estes tratamentos forem propostos.

6. Náuseas e/ou vómitos devido a desequilíbrios metabólicos. •Explicar as causas das náuseas e vómitos.
•Auxiliar na higiene oral se necessário.
•Administrar terapêutica prescrita.

7. Manipulação de cateter sanguíneo ou do cateter da diálise Ministrar os cuidados pré e pós operatórios.

peritoneal. Verificar as características da fístula.


•Verificar as características do shunt.

•Verificar o cateter da diálise peritoneal.

•Verificar o estado do cateter subclávio.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 75


Cuidados Insuficiência Renal
Aguda
•Na fase de oligúria e de anúria
( determinar a diurese / h ) :
• Quantidade, características e densidade
da urina;
• Controlo diário PVC e peso
balanço
hídrico
• Aporte de líquidos é adaptado às perdas

Eliminação de urina do dia anterior;


Vómitos;
Diarreias;

Reconhecer
•Avaliar sinais vitais e precocemente as
estado de consciência complicações
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 76
• Alimentação – suficientemente calórica

üTeor reduzido de sódio e proteínas


üPobre em potássio

Em Diálise

üAlimentação Parentérica é frequentemente


necessária.

Pele
Promover re - hidratação,
por se encontrar seca e
arranhada
Prurido
frequente
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 77
Cuidados na Insuficiência Renal
Crónica
•1 . Intervenções de Enfermagem na
Pré
•Uma - Diálise
das preocupações dos enfermeiros de
nefrologia
Qualidade dos
•Crescente número de IRC cuidados
Maior rigor no uso dos recursos
para saúde
Enfermeiros Envolvidos nos
de aspectos técnicos
nefrologia de diálise
Potencial Muitos doentes evoluem com
de doença renal antes do
intervenç tratamento de
ão substituição renal
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 78
•Pessoas com IRA, IRC
Centros de saúde ou Litíase renal
recorrente;
(rastreio) •Com creatinina
plasmática superior
Grupos de risco a 150mmol/L;
•Com micro - hematúria
ou proteinúria
persistentes;
•Hipertensão
Consulta de Nefrologia Diálise Peritoneal arterial
refractária;
•Rim poliquístico;
•Diabéticos com
Hemodiálise proteinúria.

•Educação para a Saúde


•Prevenção de Transplante renal
complicações
•Selecção do
Tratamento

Modelo de intervenção na pré-diálise

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 79


• As intervenções de enfermagem devem ajustar-se
aos objectivos da consulta:

• Avaliar as características das pessoas e família;


• Educar a pessoa e a família;
• Prevenir complicações;
• Seleccionar a modalidade de TSR informando sobre
as principais alternativas terapêuticas,
vantagens, desvantagens e recursos da comunidade;
• Preparar o início da diálise.

o o desconhecido, promovendo a adaptação ao tratamento substituto da

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 80


2 . Aconselhamento sobre o modo de

vida regular e prudente


• Esforços físicos (moderados)
• Alimentação - redução moderada de proteínas,
potássio e fosfatos

Podem acelerar
• degradação do tecido
renal
Até atingir equilíbrio
metabólico
Quantidade de azoto Alimentação
ingerida e excretada “normal”
equivalentes
• Regras da dieta - informar utentes
e família
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 81
• Ingestão de líquidos
üAdaptação individual;
e sal üEm função da tensão arterial e edemas.

Uniforme durante o dia


Balanço hídrico ;
Controlar peso .

• Ionogramas séricos e urinários – controlados


rigorosamente Especial atenção:
• Observação do üSinais vitais;
doente üInício de infecção;
üSintomas de urémia;
üSinais de sobredosagem de
medicamentos excretados pelo
rim

Pele compressas frescas e húmidas ou
banhos Diminui prurido que surge na
urémia
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 82
Importante

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 83


3 . Cuidados a doentes
dialisados
• Acompanhados por uma enfermeira
especializada
• Cuidados com o shunt
Auscultaç
üControlo diário da sua ão
função Palpação
Sinais de infecção;
Dores;
Hematomas.
üLimpeza pele em
volta Diariamente Água e sabão;

excepto nos dia de Tratada com cremes


diálise
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 84
• Peso e Tensão Arterial - controlados e avaliados diariamente
mas não no braço com o shunt

• Atenção a complicações hemorrágicas

hematomas e hemorragias
digestivas, cerebrais e
urinárias
Devido tratamento com anticoagulantes

Conforme a actividade física aporte calórico diário 30-35


kcal/kg
50% hidratos de carbono

Hemodiálise Diálise Peritoneal


1,2g/kg de peso (proteínas) 1,5g/kg de peso (proteínas)
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 85
4 . Cuidados ao doente com Diálise
Peritoneal
•Enfermeiros que façam:

üIrrigações do cateter;
üIrrigações na sala de recuperação
pós-punção;
üDiálise Peritoneal Intermitente
Inicial

- Conhecer bem Diálise


Peritoneal ;
- Estejam atentas para os
problemas pós - operatório
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 86
a . Regulação do volume e drenagem de
líquidos
•Verificar os sinais vitais;
•Avaliar o estado mental;
•Registar o balanço hídrico após cada ciclo;
•Alterar as mudanças de posição para facilitar a
drenagem;
•Elevar a cabeceira da cama;
•Pressionar firmemente a parte superior do abdómen
com ambas as mãos se o fluxo da diálise parar.

b. Promoção do conforto
•Administrar analgésicos, de acordo com a prescrição;
•Proporcionar actividades recreativas;
•Encorajar o doente a mudar de posição;
•Ajudar na higiene oral e na alimentação.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 87


c . Prevenção de complicações :

• Avaliar a dificuldade respiratória;


• Encorajar refeições frequentes e
ligeiras;
• Utilizar a técnica asséptica;
• Fazer culturas do dialisado de acordo
com as indicações;
• Verificar a temperatura;
• Observar e averiguar se existem náuseas,
vómitos, hiper sensibilidade abdominal
e drenagem turva.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 88


5 . Cuidados aos doentes com Diálise Peritoneal
Contínua Ambulatória ( DPCA )

•Permite que o utente faça o tratamento em casa


o ensino neste tipo de tratamentos é
fundamental.

•Enfermeiro pode detectar problemas erros de


técnicas
visitar o utente no domicílio ou combinando uma hora

•Antes de se submeter a este tipo de tratamento

importante uma correcta


apreciação
garantir que este tipo de tratamento
serve Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 89
a. Condições sócio culturais para o
envolvimento no tratamento :
•Idioma;
•Escolaridade:
•Profissão;
•Ambiente envolvente

b . Capacidade para o auto - cuidado na


realização •do tratamento
Acuidade visual;:
•Acuidade auditiva;
•Compreensão;
•Capacidade de concentração;
•Destreza manual.

c . Vivência com a
doença : •Auto-imagem
•Conhecimento da doença
•Apoio familiar/social
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 90
• Posto isto, deve-se então ensinar a efectuar
determinados cuidados na DPAC, nomeadamente:

• Aquecer o líquido da diálise, cuidadosamente,
à temperatura do corpo.
• Registar a quantidade de líquido introduzida
e removida. A turvação do líquido removido
é sempre sinal de peritonite.
• Observar se o local de saída do cateter de
Tenckhoff e a pele da parede abdominal
circundante, apresentam sinais de infecção
(rubefacção, secreções, dor à pressão);
• Controlar regularmente a tensão arterial e o
peso.
• Explicar ao doente os métodos para troca de
sacos.
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 91
6 . Cuidados aos doentes em
Hemodiálise – na formação da
fístula arteriovenosa
• Para diminuir o stress do doente que encontra
em diálise, é importante que os enfermeiros:

- compreendam as bases da Hemodiálise


- alertas e conhecer bem as técnicas empregues .

üPrever possíveis problemas;


üIntervir de modo a evitar
complicações
• Segurança e competência - é percebido pelos utentes

contribuem muito para uma maior aceitação do


tratamento Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 92
Cuidados Pré -
operatórios
• Deve-se dar ao doente a hipótese de
participar no seu plano de cuidados e
discutir com ele todos os aspectos do
tratamento.
• Dar uma explicação completa sobre a
intervenção cirúrgica e cuidados pós -
operatórios.
• Contacto com outras pessoas que já tenha
fístula funcionante bem estabelecida para
saber como é que sentimentos lhe desperta.
• Informar que a fístula será sempre
puncionada em cada sessão de diálise, em
locais diferentes.
• Devem ser bem hidratados e acima do peso
alvo, antes da cirurgia e se tiverem de ser
dialisados recentemente.
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 93
Cuidados Pós -
operatórios auxiliar a
circulação
•Membro superior periférica.
quente e bem apoiado
uxo Sanguíneo através da fístula verificado regularmente:
alto, perto da fístula e
Auscultaçã sopr desvenecer à medida que
o o ascende ao longo do vaso

Palpaçã frémi deve-se sentir uma sensação


o to de zumbido sobre a incisura.

•Ensinar doente a avaliar a Dor, hiperémia, edema,


fístula permeabilidade através
Sinais e Sintomas de Infecçãoda palpação do frémito
e auscultação do sopro
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 94
• Ensinar utente
evitar a compressão da fístula
üroupas apertadas;
ütransporte de
objectos com o braço
pendente
• Tensão arterial

Monitorizada intensivamente Manter pressão


Sistólica mínima de
100mmHg

Se
descer
Fluxo sanguíneo
periférico pode ser
afectado  maior risco
de trombose da fístula
Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 95
•Evitar medicação de pressão arterial e punção
venosa no braço de acesso;
•Ferida operatória - examinada regularmente .

Despeitar sinais de
hemorragia excessiva ou
edema
•Aconselhar utente

contactar imediatamente o hospital

Hemorragias;
Edema;
Ausência de sopro ou frémito

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 96


Considerações Finais
•Os rins são dois órgãos em forma de feijão que
desempenham funções essenciais para um normal
funcionamento orgânico ;
•A Insuficiência Renal é a falência do Rim , ou
seja , este fica impossibilitado de realizar
essas mesmas funções ;
•A IR pode ser aguda ou crónica , sendo a crónica a
mais grave pois é irreversível ;
•Os doentes que sofrem de IRC podem ser alvo de
várias terapias ;
•As terapias mais usuais são a Diálise Peritoneal
e a Hemodiálise ;
•O enfermeiro Enfermagem
tem um papel fundamental
ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica
na
97
prestação de cuidados ao doente que sofre de
Referências
Bibliográficas
•CRITOVÃO, Filipe - Intervenções de enfermagem na pré-diálise / In: Filipe Cristovão . Nephro ’s. -
Lisboa. - Vol. XI (Maio/2007). pp. 9-11.

•KUMAR, Viny; ABBAS, Abul ; FAUSTO, Nelson - Robbins e Cotran patologia – bases patológicas das
doenças. 7ª ed, 3ª triagem . Rio de Janeiro : Elsevier , 2005.

•LEVINE, David Z. - Nefrologia: cuidados do paciente com doenças renais. São Paulo. ROCA, 1985.
XXX, p. 293-301. ISBN 0-7216-1057-9.

•MALHADAS, Helena Jacob - Consulta de enfermagem e ensino ao doente. Nephro’s. Ano 16, nº195
(Janeiro /2005), pp. 41-43.

•PHIPPS, Wilma J. ; SANDS, Judith K. ; MAREK, Jane F. - Enfermagem Médico-Cirúrgica: Conceitos na
Prática Clínica. 6ª ed. Loures : Lusociência , 2003. Vol III, pp. 1669-1707 ISBN 972-8383-65-7.

•Programa Educativo – Pré-Diálise, para o doente e sua Família; OPTAR INFORMANDO ;

•SCHÄFFLER, Arne; MENCHE, Nicole - Medicina interna e cuidados de enfermagem: manual para
enfermeiros e outros profissionais de saúde. Loures : Lusociência, 2004. XIV, p.291-300. ISBN 972-
8383-78-9.

•SEELEY, Rod R.; STEPHENS, Trent D.; TATE, Philip- Anatomia e Fisiologia. 3ª ed. Lisboa:
Lusodidacta, 1997

•THOMAS, Nicola - Enfermagem em Nefrologia. 2ª ed. Loures : Lusociência , 2005. p. 185-223;

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 98


Referências
Sitográficas
•www.kidneyoptions.com – Acedido a 12 de Novembro de 2008;
•www.manualmerck.com - – Acedido a 12 de Novembro de 2008;
•www.portaldasaude.pt - – Acedido a 12 de Novembro de 2008;
•http://www.unifesp.br/assoc/atx/dossie.htm#1; - Acedido a 17 de
Novembro de 2008;
•http://www.adrnp-sede.org.pt/; - Acedido a 30 de Outubro de 2008.

Enfermagem ao Doente Crónico - Insuficiência Renal Crónica 99


UNIVERSIDADE DE ÉVORA
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM S. JOÃO DE DEUS
U. C. ENFERMAGEM AO DOENTE CRÓNICO
Curso de Licenciatura em Enfermagem - Bolonha
2.º Ano – 1.º Semestre; Turma T1

INSUFICIêNCIA
RENAL CRóNICA
Discentes :
Ana Baleizão
Cátia Sequeira
Docente: Prof . Anjos Raquel Ribeiro
Bento Tiago Madeira

15 de Dezembro de
2008

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