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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO

PANTANAL - UNIDERP

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

CRISTIANE BRASIL
LOIDE PINTO PENHA
MARIA ANA PENHA NASCIMENTO
SENELZA
VANDA ALICE MACIEL

O PROCESSO DE RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

São Luis

2010
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INTRODUÇÃO:

O texto apresentado é referente ao tema o processo de renovação do serviço social e seu


objetivo é fornecer esclarecimento do processo de renovação experimentado pelo serviço social no
Brasil entre os anos sessenta e oitenta.

A renovação do serviço social aparece neste texto (Paulo Netto), como uma resposta
construída pelos assistentes sociais nas redes de relações que se entretecem na interação
profissionalidade/sociedade. O assunto foca o serviço social no contexto das transformações e tem
como tema central; O processo de renovação do serviço social que segundo Paulo Netto se
desenvolveu em três direções que são: A perspectiva modernizadora; a perspectiva da reatualização
do conservadorismo e a perspectiva da intenção de ruptura.
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O PROCESSO DE RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

O processo de renovação do serviço social ocorreu na crise do serviço social tradicional, isto
levou ao movimento de reconceituação do serviço social latino-americano. A renovação é discutida
no estudo de José Paulo Netto sobre o serviço social, depois da ditadura em 1964. O movimento de
reconceituação foi uma resposta local à crise internacional do serviço social.

Segundo José Paulo Netto, na erosão da base do serviço social tradicional, “a reflexão
profissional se desenvolveu em três direções”: A perspectiva modernizadora; A perspectiva da
reatualização do conservadorismo e a perspectiva da intenção de ruptura

“A PESPECTIVA MODERNIZADORA”. ““O serviço social na perspectiva modernizadora


ajustou-se ao projeto de governo para atender ao” grande capital”. “modernizou” a sua metodologia
e os cursos para formar profissional moderno para atuar nas instituições burguesas remodeladas no
regime militar.

Nos seminários de Araxá (1967) e de Teresópolis (1970), foi enfatizada a questão da


dificuldade que tinha para se discutir a relação entre o serviço social e a sociedade do regime militar
isto segundo Yasbek em 1996.

A perspectiva modernizadora foi discutida e proposta no seminário de Araxá, contudo as


idéias dessa perspectiva emergiram do I Seminário Regional Latino Americano de Serviço Social,
ocorrido em Porto Alegre, em maio de 1965.

A perspectiva modernizadora teve como principal representante José Lucena Dantas e


segundo NETTO, ele ofereceu ao debate uma concepção extremamente articulada da metodologia
do serviço social; efetivamente a mais compatível com a perspectiva modernizadora. Netto
considera Dantas um profundo teorizador, pois as suas teorias, os cursos e as conferências que ele
proferiu atestam que ele foi o assistente social que mais apurou as concepções nucleares da
modernização do serviço social. Dantas era da concepção funcionalista e era fortemente
influenciado teses de desenvolvimentista e do bem estar social emanadas de agências
internacionais.

No seminário de Araxá dentre outros assuntos publicados o documento de Araxá, publicado


pelo CBCISS, trata dos níveis da micro atuação do serviço social.

O seminário de Teresópolis foi o segundo seminário de teorização do serviço social, ele foi
realizado de 10 a 17 de janeiro de 1970, a ditadura exigia que o profissional fosse preparado para
atuar nas instituições que foram adaptados ao projeto de autocracia burguesa, vinculado ao capital
internacional. A crise da ditadura contribuiu para que a perspectiva modernizadora do serviço social
perdesse a sua hegemonia. O mesmo regime que moldou a perspectiva modernizadora, fazia
emergir posições contestadoras, criando um espaço onde se inscrevia a possibilidade de se gestarem
alternativas às práticas e as concepções profissionais que ela demandava.

Paulo Netto distinguiu dois aspectos da perspectiva modernizadora. De um lado seu


conteúdo reformista não foi incorporado pelos assistentes sociais mais tradicionais; do outro lado
seu traço conservador e sua colagem à ditadura incompatibilizaran-na com os segmentos
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profissionais críticos e isto resultou nas outras duas direções do processo de renovação do serviço
social, que são as seguintes: Pespectiva da reatualização do conservadorismo e a perspectiva de
intenção de ruptura as quais comentaremos a seguir.

A PESPECTIVA DA REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORÍSMO; Segundo Netto, foi no


marco do seminário de Sumaré (1978) e no Seminário do Alto da Boa vista (1984) “que explicitou”
a perspectiva da reatualização do conservadorismo. Essa perspectiva foi expressa primeiramente na
livre- docência de Anna Augusta de Almeida (1978), tinha como texto base intitulada “Nova
Proposta”.

Foi bastante significativa a preocupação dos teóricos da perspectiva da reatualização do


conservadorismo eles buscaram suporte metodológico na fenomenologia que antes disso não era
conhecida no meio profissional. Eles não se apoiaram na teoria marxista e nem tão pouco na teoria
positivista. ““No que se refere à abordagem positivista, o autor faz a seguinte observação: ao
“pensamento causal” quer substituir-se um pensamento não causal” o fenomenológico, cujo quadro
de referência não é a explicação, mais a compreensão” (Carvalho 1987) citado por Netto.

Em relação a abordagem marxista, Anna Augusta de Almeida e outros autores da


perspectiva da reatualização do conservadorísta não vislumbraram mudanças na organização da
sociedade. Almeida nada incorpora da problemática relativa às lutas de classes, às formas de
manipulação ideológica, aos modos de controle das classes subalternas, á divisão social e técnica de
trabalho ao estado.

A perspectiva da reatualização do conservadorismo sem discutir as causas e os conflitos de


classe, trouxe a tona elementos do conservadorismo e do pensamento católico, dando-lhe um novo
formato. Anna Augusta é a responsável pela formulação seminal desta vertente no processo de
renovação do serviço social no Brasil.

(a) A PESPECTIVA DE INTENÇÃO DE RUPTURA (DÉCADA 1980) A principal proposta da


perspectiva de intenção de ruptura era romper com as práticas tradicionais do serviço social,
vinculadas aos interesses da classe dominante. Essa perspectiva discute a relação entre o serviço
social e a sociedade capitalista.

Quem concebeu as primeiras idéias do da perspectiva de intenção de ruptura foram os


assistentes sociais que fizeram opção política de trabalhar em favor dos explorados e subalternos.

Netto apreendeu três momentos dessa perspectiva: (a) O momento da emersão da intenção
de ruptura: (b) O momento da consolidação acadêmica da intenção de ruptura e (c) O momento do
espalhamento da intenção de ruptura no âmbito da categoria profissional.

O MOMENTO DA EMERSÃO DA INTENÇÃO DE RUPTURA 9DE 1972 A 1975). Segundo


NETTO essa perspectiva emergiu com o grupo da Escola se Serviço social Católica de Minas
Gerais, de 1972 a 1975 Apesar da repressão militar. Nesse período sob a liderança de Leila Lima
dos Santos e Ana Maria Queiroga foi criado o método Belo Horizonte conhecido como Método BH.
Esse método era considerado um trabalho de critica teórico-prática ao tradicionalismo. A
importância conferida ao movimento não foi suficiente para impedir a demissão dos principais
gestores do Método BH, daí foi interrompido o projeto de intenção de ruptura.
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(b) O MOMENTO DA CONSOLIDAÇÃO ACADÊMICA DA INTENÇÃO DE RUPTURA:


aconteceu no final dos anos 1970 e início de 1980. Nessa década as universidades apresentavam
alguns trabalhos de conclusão de pós- graduação e de ensaios sobre a intenção de ruptura.

Segundo NETTO, até início da década de 1980, as pesquisas da intenção de ruptura ainda
não se pautavam nas fontes originais do marxismo, apesar de seu rigor intelectual. Por isso, as
pesquisas realizadas com base nas fontes teórico-metodológicas originais do marxismo clássico
representavam um avanço.

Os autores: Marilda Villela Iamamoto, Raul de Carvalho, José Paulo Netto, Manuel
Manrique de Castro, Vicente de Paula Faleiros, Leila Lima dos Santos e outros autores discutiram o
serviço sócia na perspectiva de intenção de ruptura.

(c) O MOMENTO DO ESPALHAMENTO DA INTENÇÃO DE RUPTURA NO ÂMBITO DA


CATEGORIA PROFISSIONAL. No período de 1982 a 1983, o debate do serviço social na
perspectiva da intenção de ruptura estendeu-se para o conjunto dos profissionais. O fato é que a
incidência do projeto da ruptura, a partir do segundo terço da década de 1980, penetra e informa os
debates da categoria profissional, dá o tom da sua produção intelectual, rebate na formação de
quadros operadas nas agências acadêmicas de ponta e atinge as organizações representativas dos
assistentes sociais.

Merece registro o lançamento da Revista Serviço sócia e Sociedade, editada pela Cortez, em
1979, uma das mais importantes revistas profissionais do continente, que publicou grande parte dos
textos na perspectiva da intenção de ruptura.

O avanço dessa perspectiva é visível nas contribuições teóricas que desvelaram o serviço
social brasileiro e latino-americano, pautadas em fontes originais. São produções teóricas que vão
das origens da profissão até o serviço social na sua contemporaneidade, sem contar ainda, outros
eventos que a ela se reportam. Mas ainda se observa uma distância entre “a intenção de romper com
o passado conservador do serviço social e os indicativos práticos profissionais para consumá-la.
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CONCLUSÃO:

Ao findar este trabalho concluímos que: Os assistentes sociais, que fizeram opção de
trabalhar em favor dos explorados e subalternos, foram os que tiveram as primeiras idéias da
perspectiva de intenção de ruptura que emergiu de 1972 a 1975, com a experiência do grupo da
Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais.

A consolidação acadêmica da intenção de ruptura se deu no final da década de 1970 e


primeiro terço de 1980, quando as universidades apresentavam alguns trabalhos de conclusão de
pós-p graduação e de ensaios sobre a intenção de ruptura.

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