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 A língua é viva, pulsante. Palavras e expressões, em voga num
período, caem em desuso em outro. Não há academias que possam
deter a dinâmica histórica de uma língua.

 Não há consenso sobre a forma de falar, mas é possível um


acordo sobre como escrever? O mais adequado seria ´factoµ ou
´fatoµ? ´Pequeno-almoçoµ ou ´café-da-manhã? ´Banda desenhadaµ
ou ´histórias em quadrinhosµ?

 O novo Acordo Ortográfico busca 3 #


$$
, ele não mexe
( e nem poderia fazê-lo) na nossa forma de falar, mas procura
padronizar a escrita da língua portuguesa dos oito países
signatários ( Brasil, Portugal, Timor Leste, Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), facilitando o
mercado editorial entre os países.
 A ortografia (^  å correto; å escrita) é um dos
aspectos mais importantes das línguas escritas, mas é também
um dos mais polêmicos, pois já foi motivo de acirrados embates
linguísticos ao longo dos tempos (presente desde o século XVI
nas primeiras gramáticas de nosso idioma). Leis e sentido da
escrita são as bases de um fenômeno linguístico como a
ortografia.

 O novo Acordo Ortográfico, de 1986/1990, mais recente


tentativa de unificação do português entre os países que o têm
como idioma oficial, é, portanto, um documento que institui a
vigência de novas regras ortográficas às nações que compõem a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (aprovação de um
vocabulário comum e de regras ortográficas).
 O Português é falado, aproximadamente, por 240
milhões de pessoas (180 milhões no Brasil), é a sexta
língua mais falada no mundo. Por isso, uma reforma não
é algo simples e sem consequências. Embora não
ultrapasse 2% do vocabulário global do idioma, trata-se
de um projeto amplo cujas consequências deverão
aparecer no meio editorial, nas escolas, na imprensa,
enfim, em todo âmbito social em que a escrita é um
elemento indispensável (1,6% do universo lexical
português será afetado e 0,5% do Brasil).

 Com a unificação da Comunidade dos Países de


Língua Portuguesa(CPLP), o Português pode se tornar
um dos idiomas oficiais da ONU.
 Y  %Y&
 '( ´ ano da idealização do acordo (1º encontro da CPLP, no Rio
de Janeiro).

  ´ assinatura oficial em Lisboa, mas o acordo não obteve as


ratificações necessárias para que as regras fossem válidas. O Brasil o
ratificou apenas em 1995.

 ' ´ foi assinado um protocolo modificativo que extinguia a


cláusula do acordo que definia o ano de 1994 como limite para sua
entrada em vigor.

 ) ´ foi assinado outro protocolo modificativo que determinava


a necessidade de ratificação de apenas três países para fazer vigorar o
acordo; nesse ano houve a inclusão do Timor Leste entre os países
participantes do acordo (Brasil, 2004; São Tomé e Príncipe e Cabo
Verde, 2006).
 ' ´ ano da ratificação do Acordo por Portugal ( definindo que
as mudanças em sua ortografia só passariam a valer dentro de seis
anos). Foi entregue ao Parlamento português uma Petição contra o
Acordo com mais de vinte mil assinaturas. No Brasil, porém, a
transição acontecerá até dezembro de 2012, período em que as duas
formas coexistirão. O modo como se escreve hoje será admitido em
vestibulares, concursos públicos, provas escolares, livros e órgãos de
imprensa. A partir de 2013, o que ´infringirµ o atual Acordo, será
considerado ´erroµ pela gramática oficial da língua portuguesa.

  ´ casos específicos e ainda pendentes em torno da grafia de


certas palavras, certamente, serão definidos pelo Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa que será editado pela Academia
Brasileira de Letras, em fevereiro deste ano.

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O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras
9, : e ;.

O alfabeto completo passa a ser:


A B C D E F G H I J < L M N O P Q R ST UV = X > Z

As letras 9, : e ;, que na verdade não tinham desaparecido da


maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias
situações.


? +/
&
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
(quilômetro), kg (quilograma),W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus


derivados): show, playboy, playground, windsurf, kungfu, yin,
yang,William, kaiser, Kafka, kafkiano.
%
Não se usa mais o trema ($), sinal colocado sobre a letra 3 para
indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos 3, 3-, @3,
@3-.

ë   ë  

 Agüentar  Aguentar
 Argüir  Arguir
 Bilíngüe  Bilíngue
 Cinqüenta  Cinquenta
 Delinqüente  Delinquente
 Eloqüente  Eloquente
 Ensangüentado  Ensanguentado
 Freqüente  Frequente
 Lingüiça  Linguiça
 Seqüência  Sequência
 Seqüestro  Sequestro
 Tranqüilo  Tranquilo
%"Y8Y
Y"8A
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos C- e B- das palavras
paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

ë   ë  
 /# /B-0  /# /
-0
 /# .C-  /# .-
 $0 B-0  $0
-0
 +B- D, 
 +
- E  +
- D, 
 +
- E
 +B-
D, 
 +
- E  +
-
D, 
 +
- E
 . B-0  .
-0
 B-  
-
 
/ C-  
/ -
 . C-  . -
 . C-
D, 
.  E  . -
D, 
.  E
 /C-  /-
 F B-#
 F
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 G-B-  G-
-
 GB-  G
-
 0-C-  0--
  $B-   $
-
 / .C-  / .-
.$3*
& essa regra é válida somente para palavras +
?H.
$ .
Assim, continuam a ser acentuadas as palavra oxítonas terminadas
em C-4C34C34B-4B-7
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

7 Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no - e no


3 tônicos quando vierem depois de um ditongo.

ë   ë  

 -I#  -3#

# -I, 
# -3,
-I -3
.$3*
& se a palavra for oxítona e o - ou o 3 estiverem em posição
final (ou seguidos de ), o acento permanece.

Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.


ù. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em
 e J
DE.

ë   ë  

 $3J
 $3

   D, 
#  E   
   D, 
0 E  
 J
D, 
0
E  

 $KJ
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  0J
D, 
+ 0
E   0

 
,J
D, 
+
,
E  
,

   D, 
, E  
 J
  


). Não se usa mais o acento que diferenciava os pares:

+1 +
+C/ DE+/ DE
+ /
DE+/
DE
+B/
DE+
/
DE
 + + 7

ë   ë  
 Ele +1 o carro.  Ele + o carro.
 Ele foi ao +B/
Norte.  Ele foi ao +
/
Norte.
 Ele gosta de jogar +B/
7  Ele gosta de jogar +
/
.
 Esse gato tem + /
  Esse gato tem +/

brancos. brancos.
 Comi uma + .  Comi uma + .
.$3*
&
 Permanece o acento diferencial em +J0+
0. J0 é a forma do passado
do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular.

0 é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não +J0 sair mais cedo, mas hoje ele +
0.
 Permanece o acento diferencial em +J +
. J é verbo. 
é preposição.
Exemplo:Vou +J o livro na estante que foi feita +
mim.
 Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos .
e ,- , assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir,
intervir, advir etc.).
Exemplos:
Ele . dois carros. / Eles . dois carros.
Ele , de Sorocaba. / Eles , de Sorocaba.
Ele $.C a palavra. / Eles $. a palavra.
Ele #
$,C aos estudantes. / Eles #
$, aos estudantes.
Ele 0.C o poder. / Eles 0. o poder.
Ele -$. ,C em todas as aulas. / Eles -$. , em todas as aulas.
×. Não se usa mais o acento agudo no 3 tônico das formas (tu) 3-, (ele) 3-,
(eles) 3 , do presente do indicativo dos verbos 3- e 0 3- .

(7 Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em 3  @3 e @3- , como


aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos
admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do
subjuntivo e também do imperativo.

K &
a) se forem pronunciadas com ou - tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
, 
$? 3 & enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
, 
0/-$@3- & delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas,
delínquam.

b) se forem pronunciadas com 3 tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.


, 
$? 3 & enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
, 
0/-$@3- & delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas,
delinquam.
! 

Assembleias, ideias, Müller, estreia,


Bocaiuva, plateia, apoio, heróis, troféus
Estreia, voo, Parnaíba, Piauí, leem, Müller,
creem, assembleias, pôde, país, têm, convém
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6 B-#
,
3.
32-#- $#- maior.
32-#- $#- ainda ainda maior.
. $@3-/-0 0, vão assistir a uma peça de teatro. Antes de
Aparentando total . $@V-/-0 0,
pegarem o ingresso, 3
I sobre a qualidade do ato, ao que o responsável
0 3- tratar-se de um espetáculo ímpar.
0 I-
Sem demonstrar qualquer tipo de paranormalidade e sem +J seus +/

+ /
 de pé
nem demonstrar $K

,
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, mas, # 3C- como sempre, entram na sala aos gritos e
atiram, assustando a +/ .-
+/ .C- e provocando um # #C3 nunca visto.
2-3  é tão grande que atores e +/ .- ,
O 2-I  +/ .C- , depois de se $. 
/6  , sem
tempo para 
 M 3 

  3  os osbraços
braçose,e,não #
$.
0 , saem
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$. M
0 ,
nãoesperando
do recinto na rapidez do 3/. 

3/. M
e deslocam-se em direção ao -#
M
ao -#
J$-3.
J$-3.
Apesar de de $.- /- -

,
$.-M /- -

,
Apesar desta vezdesta
rezamvezaté
rezam
mesmo mesmo #
M
35
até #

35
destinadas a deuses e  -03.
Enquanto isso, os heróis desta -#
M6-.B -
-#
-.B - se se livram
livram dos
dos disfarces,
disfarces, sobem
sobem atéaté
o
o telhado
telhado e, e, suavemente,
suavemente, descem
descem dede + @30 sem
+1 M@30  semserem
serempercebidos.
percebidos.
 

SACCONI, Luiz Antonio. Y


  1.-# #
+/. 
 ##
$-: teoria e prática. São Paulo: Nova Geração, 2008.
TERRA EDUCAÇÃO. O3-S. Disponível em <http://
www.terra.com.br/noticias/educacao/quiz8b/index.htm>,
acessado em 04/01/2009, às 20h32min.
CENTRO DE FORMAÇÃO, TREINAMENTO E
APERFEIÇOAMENTO (CEFOR). 2

.
12-# :
tutorial. Disponível em < http://www2.ca
mara.gov.br/internet/reformaortografica/exercicio.html >,
acessado em 04/01/2009, às 21h07min.

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