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BELO HORIZONTE
2009/1º SEMESTRE
UNA Centro Universitário
MBA Gestão Estratégica de Pessoas
Christiane Rodrigues Tosi
1.Resumo
2.Abstract
This article aims at showing how coaching, as a tool, has an effective impact on a
company’s ability to inovate. Firstly, different types of coaching were defined. Secondly, the
scope of executive coaching was mapped as well as its direct and indirect outcomes. Thirdly,
inovation was described along with its importance as any company’s main competitive
advantage. Finally, coaching and inovation were correlated through data collected during
interviews and secondary sources such as books, sites and case studies. As a conclusion, the
importance of people skills and competences mapping and the development of such abilities
through executive coaching is clearly drawn, as people begin to infer more effectively on their
working processes which leads them towards true inovation possible only of human
provenance.
3. Introdução
4. Coaching
“ Coaching é uma relação de parceria que revela e liberta o potencial das pessoas, de forma a
maximizar o seu desempenho. É ajudá-las a aprender, ao invés de ensinar algo a
elas.”(Gallwey, 1996).
Segundo Rosa R. Krausz (2003) , coaching é um processo que contribui para que as pessoas e
os grupos se transformem, reflitam a respeito de sua visão de mundo, de seus valores e
crenças, aprofundem sua aprendizagem, incorporem novas habilidades e capacidades,
expandam sua prontidão para agir de forma coerente e eficaz. Por essa razão, constitui uma
forma de provocação construtiva, de desafio e estimulo para o desenvolvimento aprendizagem
contínuos.
O objetivo do coaching integrado é a expansão do indivíduo, mental e emocionalmente, para
que ele tenha mais escolhas de ação. Muitos profissionais promissores não se tornam aquilo
que poderiam ser simplesmente porque não desenvolveram algumas competências-chave que
fazem a diferença no seu sucesso. Muitos se conformam, voltando ao mito do "eu nasci
assim" e sua produtividade e seus sonhos de avanço sofrem, por não saberem como
desenvolver as competências necessárias. (Stéfano, 2008).
O escopo de trabalho do coaching executivo é mais pontual, menos holístico que virá de uma
demanda via RH e/ou de lideres. O coachee selecionado deverá desenvolver determinadas
habilidades dentro de um período determinado de tempo, entendo a confidencialidade e os
passos desse processo, e deverá comprometer-se verdadeiramente com ele, caso deseje obter
sucesso.
De acordo com a revista Fortune 500, “o cálculo do retorno sobre investimento em um
programa de coaching para executivos chega a mostrar um resultado gerado por ele em cerca
de 529%, ou seja, um retorno de mais de cinco vezes o valor investido no programa. O estudo
incluiu 100 executivos que receberam o processo em suas organizações”.
O coaching holístico é de iniciativa pessoal, focando a vida toda ou uma fase de transição da
vida em questões de foro íntimo, espiritual, de carreira, financeira, etc.
O objetivo do coaching holístico é diagnosticar problemas em diversas áreas da vida do
coachee e, através de técnicas e de reflexão, leva-lo a uma aprendizagem sobre si mesmo, seu
comportamento, suas idiossincrasias e dificuldades tanto técnicas quanto nas relações consigo
e com o outro.
Algumas aplicações imediatas para situações cotidianas:
• Entender melhor nossos objetivos de vida;
• Reduzir stress nas nossas vidas;
• Encontrar equilíbrio em nossas vidas;
• Aumentar nossa autoconsciência;
• Aumentar disciplina e motivação;
• Melhorar aspectos salutares
• Etc.
“Os lideres tem grandes benefícios com a utilização de mentores e coaches pessoais. Dos
lideres ouvidos, 51% disseram já ter se valido de um coach ou de um mentor. Essa atenção
especializada e personalizada proporciona o diagnostico individualizado de suas necessidades,
feedback abundante e revisão constante de resultados”.( revista management – julho 2006).
6.1 Conceito
De acordo com vários autores, inovação é a exploração efetiva de novas idéias, que levará ao
aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, entre
outros benefícios. São as mudanças que se aplicam a um determinado produto, serviço,
processo ou modelo de negócio e que, essencialmente, trazem resultados objetivando
lucratividade.
As inovações não vem de maquinas, e sim, de pessoas. Pessoas que repensam seus produtos,
processos e negócios, e que, com as ferramentas necessárias, conhecimento técnico, vivencia,
capacidade de inferência, avaliação de desempenho, conhecimento mercadológico,
viabilidades, senso de empreendedorismo, entre outros, alteram o status quo e visionam
novas possibilidades.
Considerando que as inovações são capazes de gerar vantagens competitivas a médio e longo
prazo, inovar torna-se essencial para a sustentabilidade das empresas e dos países no futuro.
A inovação tem a capacidade de agregar valor aos produtos de uma empresa, diferenciando-a,
ainda que momentaneamente, no ambiente competitivo. Ela ainda mais importante em
mercados commoditizados, ou seja, com alto nível de competição e cujos produtos são
praticamente equivalentes entre os ofertantes. Aqueles que inovam neste contexto, seja de
forma incremental ou radical, de produto, processo ou modelo de negócio, ficam em posição
de vantagem.
As inovações são importantes porque elas permitem que as empresas acessem novos
mercados, aumentem suas receitas, realizem novas parcerias, adquiram novos conhecimentos
e aumentem o valor de suas marcas.
De um modo geral, as empresas, através das pessoas, são o centro da inovação. É por meio
delas, as pessoas, que, utilizados ferramentas, tecnologias, invenções, produtos, enfim, idéias,
chegam ao mercado. A grande maioria das grandes empresas possuem áreas inteiras
dedicadas à inovação, com laboratórios de pesquisa e desenvolvimento que contam com
diversos pesquisadores. Apesar deste papel central exercido pelas empresas, a interação entre
parceiros é fundamental.
Para que as empresas realizem inovações é necessário que elas, em primeiro lugar, tomem
consciência da importância de inovar no cenário competitivo vigente. Não há como se tornar
uma empresa inovadora sem dar a devida importância ao tema.
Devem, ainda, entender o que é inovação, qual a sua dinâmica. A partir daí elas podem definir
uma estratégia em relação a inovação que deve estar alinhada com a estratégia geral da
empresa e com a sua visão de futuro. Então é possível identificar outro conceito essencial para
que as empresas se tornem inovadoras: a atenção para o futuro.
Para melhor ilustrar alguns aspectos do processo de coaching, a publicitária de 35 anos, Ana
Maria D. G., dá seu depoimento descrevendo algumas partes de seu processo de coaching
empresarial e pessoal.
“Quando comecei o processo de coaching jamais pude imaginar o que me aguardava. Já no
primeiro dia revelações sobre meus valores transformaram para sempre a minha percepção do
mundo, não só atingindo mais minha forma de encarar minha vida profissional, mas a vida
como um todo.
Se todos os pilares de sustentação de sua vida mudam do dia para a noite, sua vida toma
rumos inesperados, e o coaching executivo, que eu buscava inicialmente, na verdade, se
tornou um life coaching, por permear aspectos de foro intimo”.
Ana Maria passou por vários testes de preferências de aprendizagem e de auto conhecimento,
desde a roda da vida até testes mais complexos como o MBTI e o e-talent, DISC, aprendendo
cada vez mais a otimizar seus pontos fortes e a desenvolver suas competências mais carentes.
“As tarefas que são propostas pelo coach parecem inicialmente estranhas, como desenhar,
visitar institutos, começar aulas de dança, carregar certos artigos na bolsa, escrever cartas para
você mesma, entre outras, mas, aos poucos, tudo vai se encaixando perfeitamente e
começando a fazer sentido. É preciso comprometimento, vontade de mudar e muita coragem
para faze-lo.”-diz Ana Maria.
A orientação quanto as escolhas a serem feitas e o aprendizado em se fazer escolhas melhores,
seja ao se comunicar com mundo ou pedir demissão, é feita de forma estruturada e apoiada
por técnicas que advem de varias linhas, métodos e teorias cientificas e comportamentais, dai
a importância de um coach que conheça bastante ferramentas para poder melhor auxiliar o
coachee a medida em que as situações se colocam.
Segundo Ana, seu mundo virou de cabeça para baixo,“...e tudo mudou de repente, fosse
melhorando minha forma de liderar pessoas ou em relações pessoais, o coaching foi me
ensinando que sair do automático é a única forma de evolução, para que busquemos a
mudança real o auto-conhecimento é tudo que importa para utilizarmos bem nossos recursos
humanos”.
Depois de alguns meses passando pelo processo, Ana foi orientada a procurar um psicólogo
para auxiliá-la em aspectos que, nesse momento, já fugiam do escopo de trabalho do coach,
pois havia se separado do marido, mudado de casa e buscava outro trabalho, não encarando
mais suas atividades profissionais como um emprego , mas como passos em sua carreira.
“Fui buscar na terapia respostas e achei mais perguntas. Era necessário entender quem eu era
para enxergar quem eu sou, podendo assim, chegar a ser quem eu quero e posso ser...coaching
não é para qualquer pessoa, pois nem tudo são flores, há dias em que a tomada de consciência
não só liberta mas também frustra, podendo muitas vezes deprimir. Coach que não dá seu
telefone celular para contato nos fins de semana quando se está em crise, não deveria ser
coach, pois seu trabalho exige compreensão profunda e o gostar do ser humano”.
A coachee afirma que o coaching mudou completamente a sua perspectiva da vida e que o
reflexo disso fica nítido na execução de suas novas atividades profissionais, muito mais
desafiadoras e motivadoras para ela. Julga-se mais criativa, mais realizada e que as idéias não
param de fluir.
“Sou mais feliz hoje porque sei que apesar da jornada ser longa, sei que estou no caminho
certo. Agora é correr atrás da reconstrução desse universo, dos “estragos” que são efeitos
colaterais do processo, como mudanças de hábitos antigos, redefinição de prioridades, dividas
que foram feitas como conseqüência, enfim, foi um tisunami.”- diz emocionadamente.
Afirma ainda que as mudanças não param de acontecer. Sua energia agora é melhor
direcionada para o desenvolvimento de sua equipe, seu estado mais zen lhe permite ouvir
melhor as necessidades das pessoas com que interage profissionalmente, sendo tão efetiva
quanto antes mas simplesmente cumprindo suas metas sem stress e massacre. Tendo
desenvolvido uma melhor percepção da sintonia dos colaboradores, consegue delegar mais
tarefas confiando nas pessoas, e, consequentemente, tendo mais tempo para repensar produtos
e serviços que garantirão o sucesso da empresa.
Ana não esconde sua satisfação ao declarar que “Muitas vezes, por achar que podia carregar o
mundo comigo, atropelei pessoas. Hoje me sinto mais preparada para deixá-las usar melhor
seus potenciais enquanto tenho mais tempo para me preocupar com assuntos mais
estratégicos, criar mais, estudar mais, pesquisar mais, inventar moda, inovar.Isso não teria
sido possível sem o coaching e a terapia. Sou mais feliz”.
Uma entrevista semi-estruturada foi realizada com Flavia Carneiro, coach profissional,
orientadora do processo de Ana Maria D. G.. Durante a entrevista, Flavia esclarece alguns
pontos sobre o processo de coaching sob o ponto de vista do coach.
“O coaching já é por si só uma ferramenta de inovação. É inovação na vida do indivíduo para
que ele possa assim modificar, de uma maneira profunda, um aspecto da sua vida que está
engessado, estagnado, sem energia positiva e dinâmica.
Se tomar como base que qualquer instituição é feita pelas pessoas que a compõem mas
sobretudo pelas ações, pensamentos e intenções dessas pessoas, podemos dizer que a
inovação dentro da vida de cada pessoa, leva, inevitavelmente a uma inovação dentro da
instituição.
Imaginemos que tenhamos uma instituição composta de 200 funcionários. Desses 200, apenas
10%, ou seja, 20 tenham uma noção de quem são e onde querem chegar ( na verdade o
percentual é mais baixo ok).
Significa que a instituição está sendo “tocada” por 20 pessoas e não por 200. As outras 180,
estão sobrevivendo, trabalhando por dinheiro, por status, por reconhecimento da família, por
estabilidade, por medo de ficar sem trabalho, porque gostam dos benefícios da empresa, etc.,
as razões são inúmeras. O fato é que essas 180 pessoas não estão trabalhando ali porque
querem, gostam ou planejaram.
A energia de criação do ser humano que trabalha em qualquer atividade porque quer ou gosta
é próxima ao inesgotável. Já vimos relatos de pessoas que dizem ter trabalhado horas, dias a
fio sem nenhuma sensação de cansaço porque estavam fazendo o que gostavam. Muito foi
especulado em torno de artistas em geral, que trabalhavam sem cessar, onde se acreditava que
eles consumissem algum tipo de droga que aumentasse sua resistência.”.
Flavia descreve que coaching acaba levando a inovação pois faz com que diversas
competências sejam desenvolvidas pelo individuo e, este, começa a repensar a maneira como
interage com as coisas do seu cotidiano, inclusive seus processos de trabalho.
“É a inovação de dentro para fora e não o contrário. Não adianta impor essa inovação. É
necessário incentivá-la dentro das instituições para que as pessoas possam ter conhecimento
de que é possível e de fácil acesso.
O que ocorre com uma pessoa que está em um processo de inovação interno, ou seja, em sua
própria vida, é que ela tende a inovar em todos os ambientes que a circumdam. Dessa
maneira. A instituição ganha um forte aliado, ou se desfaz, por opção da própria pessoa, de
um funcionário infeliz.
Nesse aspecto, o coaching é um jogo de ganha-ganha, sempre a favor das pessoas e das
instituições, pois traz novas visão e modelos de ação em todos os sentidos.”-diz a coach.
O coaching para ela é, tanto para o coach quanto para o coachee um processo enriquecedor e
fascinante na medida em que promove a troca de experiências entre os dois, enquanto trilha
novas perspectivas. O coach, segundo Flavia, representa a aplicação de seus estudos
humanísticos. “Coaching é um dos processos mais efetivos de trabalhar a mudança em um
determinado setor. Assim é por ser um processo forte, prático, baseado em metas e exercícios
de visualização.”.
Em sua opinião, crescemos abandonados à nossa própria sorte no que diz respeito à formação
da psique, do aprendizado psicológico, e do como lidar com nossas emoções de uma maneira
sadia e produtiva. Não existe escola ou programa que ensine isso a crianças e adolescentes.
Não aprendemos a resolver “nossos conflitos internos” quando criança e por isso mesmo
criou várias estratégias para escapar ou resolver a dor que nos parece incontrolável.
Segundo Flávia, “Sobrevivemos a essas dores quando deveríamos aprender como lidar com
elas e resolvê-las ao invés de escondê-las por anos e anos a fio provocando dentro de nossas
vidas uma avalanche de mal entendidos com os outros e com nós mesmo, vivendo vidas “pela
metade” vidas “mais ou menos”.
Nesse ponto, o coaching e a terapia são ferramentas essenciais para desfazer esses mal
entendidos, limpar padrões que já não funcionam e construir vidas com mais sentido.
Flavia afirma que se a/o coach o faz por vocação, porque quer e gosta, é uma das experiências
mais ricas da vida dela/e. É fascinante ver o potencial de uma pessoa aflorar, vê-la enxergar
velhos padrões e traçar objetivos pela primeira vez na vida.
Acredita que acompanhar esse crescimento e agir como um “ajustador” do percurso é uma
tarefa árdua que requer muito estudo, conhecimento profundo de ferramentas eficazes, saber
quando e se aplicá-las e, sobretudo um enorme amor e respeito pelo ser humano, ou seja,
requer vocação.
Se a/o coach faz por qualquer outro motivo que não um dos citados acima, é apenas um forma
de trabalho como outra qualquer.
“Na verdade, as ferramentas funcionarão muito bem se a/o profissional for bem formada/o e
tiver genuíno interesse em ajudar a/o cliente. O mais importante, porém em todo esse
processo é que a/o queira participar do processo de corpo e alma. Esse é o segredo, pois afinal
de contas, o processo é dela, todo dela. A/o profissional apenas guia, conduz e auxilia.”-
afirma a coach Flavia Carneiro.
11. Conclusão
Uma vez que se definiu inovação como advinda de pessoas que repensam seus processos e
produtos buscando maior lucratividade no final, e o coaching, que por sua vez desenvolve
competências especificas num individuo para a sua evolução no trabalho e na vida, ampliando
os horizontes da visão humana, fica muito simples concluir como o coaching é um verdadeiro
gerador de novas idéias, novas perspectivas, podendo fazer com que o individuo abra sua
cabeça, pense seu cotidiano sob um novo prisma e reinvente seu olhar. Essas são premissas
para o processo de inovação, o repensar e a vontade da constante quebra de paradigmas.
Ficou claro durante seu relato, que o coaching por si só é uma ferramenta de inovação na vida
do ser humano, antes mesmo de se questionar sua validade no mundo corporativo, pois o
desenvolve e desafia-o. Quebra de paradigmas é onde coaching e inovação têm suas
premissas.
A coach entrevistada explica como o processo acontece, de dentro para fora, num processo de
inovação interno e que ela tende a inovar em todos os ambientes ao seu redor.
Outro ponto revelador sobre coaching foi a forma como as ferramentas são relativizadas em
função de quem as usa, em quem, como e quando. Umas podem ser mais efetivas do que
outras dependendo do cenário.
O estudo de caso revelou como o ser humano deve ser trabalhado de maneira holística por sua
complexidade peculiar, e mostra como, mesmo partindo de um propósito profissional, foi
impossível separar o pessoal do profissional para a depoente, que se julga mais consciente de
suas atitudes, encontrando nisso, a forma para agir de maneira mais efetiva.
12. Referencias Bibliográficas classificar em ordem alfabética conforme normas
da ABNT