You are on page 1of 1

Página DN - Imprimire 1 de 1

"Quando tem o rabo loirinho, a sardinha assada está no ponto"


Em que medida a sardinhada que Setúbal promove sábado, com
que vai tentar entrar para o Guinness Book of Records, será uma
promoção importante para a cidade?
Muito importante. Nós temos de mostrar ao mundo o nosso
potencial e o peixe assado é das nossas maiores riquezas. Nem
toda a gente nos conhece. Nós temos uma chancela muito
desagradável ao sermos considerados uma cidade perigosa, onde
há muitos crimes, e isso afasta pessoas. Vivo cá há 40 anos e
nunca fui assaltado. Chegou a hora de nos juntarmos para dar uma
imagem saudável.
Assar sardinhas é uma arte ou qualquer um aprende a assar?
(risos) Tem várias técnicas. O essencial é que antes de se virar uma
sardinha temos de perceber se já está passada do primeiro lado que
foi posto na grelha. Há pessoas que têm a mania de voltar muitas
vezes a sardinha, quando ela está mais gorda, mas depois acabam
por moer o peixe. No fundo, é como uma pessoa que é mais gorda e
fica mais cansada quando faz movimentos.
Quando é que a sardinha está no ponto?
Quando tem o rabo já loirinho, a sardinha está no ponto, significa
que a parte que está a assar está boa. PATROCÍNIO
E como é que se escolhe boa sardinha?
É conforme o tempo. Tem de ter muita escama. No Verão, a sardinha já é mais gorda e torna-se mais enjoativa. Nesta altura é a
melhor. Consegue-se comer facilmente sete ou oito sardinhas, antes de se comer o pão.
Antes de se comer o pão? Mas comer sardinhas também tem alguma técnica que importe saber?
A sardinha deve ser comida em cima de uma fatia de pão de quilo, onde larga a gordura. No fim come- -se o pão. É bastante
saboroso.
E quem preferir comer de faca e garfo não fica bem servido?
O problema é que quando a sardinha é comida de faca a garfo muita coisa boa vai fora. São pequenos pormenores que dão o
gosto. Então se for acompanhada ao lado por uma salada e batata cozida com alho e pimento é o prato ideal.
Não me diga que o carvão também não deve ser um qualquer?
Digo pois. O carvão natural é sempre o melhor. Falo de carvão de azinho, do tal que algumas pessoas agora dizem que faz mal. Cá
para mim, deve haver por aí outros negócios, porque asso peixe há 20 anos e não conheço carvão como este. Depois é só manter
um lume brando e deixar a sardinha assar nas calmas. Já agora, uma sardinha depois de sair do fogareiro já não volta para lá.
Senão perde toda a gordura.
É por estas razões que Setúbal afirma ter as melhores sardinhas do mundo?
Sem dúvida. Isto passou de pais para filhos. Eu com três anos já comia sardinhas.
ROBERTO DORES

publicado a 2010-05-26 às 01:00

Para mais detalhes consulte:


http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1578558&seccao=Sul
GRUPO CONTROLINVESTE
Copyright © - Todos os direitos reservados

http://dn.sapo.pt/Common/print.aspx?content_id=1578558 23-06-2010

You might also like