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Congreso Iberoaméricano

de InformáƟca EducaƟva
Editor: Jaime Sánchez
Departamento de Ciencias de la Computación
Universidad de Chile

SanƟago-Chile

2010
2010, Congreso Iberoamericano de Informática Educativa , Volume I, Chile
Jaime Sánchez, editor.
Inscripción Nº : 956-19
ISBN 978-956-19-0722-5 (Volume I)
Universidad de Chile; Facultad de Ciencias Físicas y Matemáticas.
Departamento de Ciencias de la Computación.
Edición impresa en Diciembre de 2010
Derechos exclusivos reservados para todos los países.
Prohibida su reproducción total o parcial, para uso privado o colectivo, en cualquier medio
impreso o electrónico de acuerdo a las leyes de Propiedad Intelectual.
Impreso en Chile / Printed in Chile , Volume I, Chile
Contenidos
Capítulo I

Blog Como Espaço de Integração de Tecnologias da Informação e Comunicação na Formação Docente no Ensino
Superior. 1
Luis Paulo Leopoldo Mercado, Universidade Federal de Alagoas, Brasil............................................................

Intel® Teach Essentials Course: A Strategy to Implement the Chilean Reforms in the Classroom.
Daniel Light, Center For Children and Technology, Estados Unidos 9
Jaime Rodríguez Méndez, Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, Chile.................................................

Fortalecimiento de los Procesos de la Práctica Profesional en Fid: Uso de Campus Virtual.


Katiuska Azólas Pérez, Margarita Toledo Torres, Escuela Educación Inicial Universidad del Pacífico, Chile... 16

Breve Análise de Softwares Educativos Disponíveis na Área de Ciências Naturais no Banco Internacional de Objetos
Educacionais.
Liliana Cristina Pery, Sheila Pressentin Cardoso, Wallace Walory Nunes, Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Laboratório de Aplicações Computacionais do IFRJ, Rio de Janeiro,
Brasil.......................................................................................................................................................................
23
Curso On-Line de Formação de Ludo Educador: Uma Experiência do Pontão de Cultura da Feusp.
Roseli Aparecida Mônaco, Universidade de São Paulo, Brasil
Maria do Carmo Monteiro Kobayashi, Universidade Estadual Paulista, Brasil...................................................
30
Formação Lúdica de Educadores em Portal Educativo.
Maria do Carmo M. Kobayashi, Depto de Educação Universidade Estadual Paulista, Brasil
Wagner Antonio Junior, Faculdade de Agudos Secretaria Municipal da Educação, Brasil
Tizuko Morchida Kishimoto, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, Brasil.................................. 38

Desarrollo y Utilización de Simulaciones para Internalizar los Conceptos Asociados al Movimiento Armónico.
Ruben Bongianino, Griselda Cristac, José Filippi, Facultad de Ingeniería, Universidad Nacional de la
Pampa, Argentina................................................................................................................................................... 44

La Representación del Conocimiento, Argumentación y Modelado en los Clubes de Aprendizaje Mediados por ti.
Diana Patricia Landazábal , Freddy Reynaldo Téllez , Eliécer Pineda Ballesteros, Universidad Nacional
Abierta y a Distancia, Colombia............................................................................................................................. 51

¿Aplicación del Ars a las Comunidades Virtuales de Aprendizaje? Antecedentes y Perspectivas?.


Eliécer Pineda Ballesteros, Luis Facundo Maldondo, Adriana Lizcano Dallos, Universidad Nacional Abierta
y a Distancia Colombia......................................................................................................................................... 57

Desarrollo de Competencias en Profesores y Estudiantes: Una Experiencia de Investigación en el Departamento del


Meta – Colombia.
Sergio Briceño Castañeda , Proyecto Meta Digital, Colombia
Ruth Molina Vásquez, Universidad Distrital Francisco José de Caldas, Colombia............................................. 62

Incidencia de las Aulas Digitales en el Desarrollo de Competencias Básicas Laborales Tecnológicas en la Educación
Media.
Ruth Molina Vásquez, Universidad Distrital Francisco José de Caldas, Colombia
69
Sergio Briceño Castañeda, Proyecto Meta Digital, Colombia...............................................................................

Las Tecnologías como Mediadoras en la Construcción del Concepto de Tecnología.


Ruth Molina Vásquez, Universidad Distrital Francisco José de Caldas, Colombia..............................................
75

Un Repositorio de Información para ser Usado Como Alternativa al Libro de Texto en el Aula: La Wikiescuela.
Vicente Pascual, Fernando Cuartero, Universidad de castilla-La Mancha, España
Jesus Ruiz, Jaime Pinto, IES Federico García Lorca, España
Francisco Quintanilla, IES Universidad Laboral, España.....................................................................................
82
Formas de Incorporación de las Tecnologías de la Información y Comunicación (Tic) en dos Carreras de Pedagogía de
Una Universidad Regional.
José Luis Garcés Bustamante, Jaime Aroldo Constenla Núñez, Universidad Católica de la Santísima
Concepción, Chile................................................................................................................................................... 90

Contribuição da Web 2.0 no Ensino de Química.


Bruno Silva Leite, Marcelo Brito Carneiro Leão, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil............. 98

Jogos Educativos Digitais : Ludicidade e Interatividade no Ensino nas Séries Iniciais.


Liliana Cristina Pery, Sheila Pressentin Cardoso, Wallace Vallory Nunes, Instituto Federal de
Educação,Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ, Brasil
Laboratório de Aplicações Computacionais do IFRJ – Campus Nilópolis, Brasil...............................................
107

Morfeu: Criando Ambientes Virtuais Flexíveis na Web Para Mediar a Colaboração .


Leonardo N. Santos, Universidade Federal do Amazonas, Brasil
Alberto N. Castro Jr., Departamento de Ciência da Computação, Universidade Federal do Amazonas, Brasil
114
Crediné S. Menezes, Departamento de Informática, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil.................

Avaliação de Objetos de Aprendizagem.


Eunice Maria Mussoi, Maria Lucia Pozzatti Flores, Patricia Alejandra Behar, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Brasil.............................................................................................................................................
121

Objetos de Aprendizagem para Tv Digital: Serviços Educacionais Acrescidos às Novas Tecnologias de Comunicação.
Elizama das Chagas Lemos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN IFRN/Brasil
Kaio Ramon Oliveira de Morais, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN IFRN/Brasil ..... 127

Blog: Interação e Produção Textual no Ensino Superior.


Carla Conti de Freitas, Universidade Estadual de Goias, Brasil
Valeria Rosa da Silva, Universidade Estadual de Goias, Brasil............................................................................ 134

O Ensino de Língua Inglesa e o Uso de Portais de Conteúdo para a Construção de Ambientes de Aprendizagem.
Juliana Maria Cristiano Gense, Klaus Schlünzen Junior, Unesp – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Brasil 139

Infografia e Educação a Distância.


Mariana Pícaro Cerigatto, Mirela Francelina Medeiros, Valquíria Segurado, Universidade Estadual
Paulista, Brasil....................................................................................................................................................... 146

Rompiendo la Brecha Digital Para un Uso Significativo de las Tic: Plataforma de Entornos Pedagógicos
Especializados (Pepe).
Roberto Canales Reyes, Cristina Alarcón Salvo, Universidad de Los Lagos, Chile.............................................. 150

Aderência Discente em Educação a Distância: Perfil e Estados Motivacionais.


Jaqueline Castilho Moreira, Marta F Garcia, Ana Júlia Fernandes, UNESP/UNIVESP, Brasil......................... 154

Metodologia Interativa e Problematizadora Utilizada Pelos Tutores em um Curso a Distância.


Mariangela Kraemer Lenz Ziede, Rosane Aragón de Nevado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Faculdade de Educação - FACED, Brasil.............................................................................................................. 162

Aprendizado a Distância por Meio da Televisão Digital.


Leonardo E. Schimmelpfeng, Vânia C. P. N. Valente, Universidade Estadual Paulista, Brasil............................. 170

Diseños Didácticos Colaborativos para Aprender Utilizando Recursos de La Web 2.0 en los Sectores de Historia,
Geografía y Ciencias Sociales y Lenguaje y Comunicación.

Roberto E. Casanova S, Marcelo M. Arancibia H, Luis R. Cárcamo U, Paulo C. Contreras C, Universidad


Austral de Chile, Chile............................................................................................................................................ 174

Uso Da Realidade Aumentada Como Ferramenta No Ensino De Sólidos.


Suzana da Hora Macedo, Felipe Coelho de Azevedo, Instituto Federal Fluminense, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Brasil
José Valdeni de Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.......................................................... 179
A Construção de uma Flexquest Sobre Radioatividade com A Incorporação de Programas da Televisão.
Flávia Cristina Gomes Catunda de Vasconcelos, Marcelo Brito Carneiro Leão Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Brasil........................................................................................................................................... 184

Formação de Professores: Construindo Cenários Inclusivos na América Latina.


Lucila M. C. Santarosa, Débora Conforto, Romy Britt Hernández Ferrada, Lourenço de Oliveira Basso,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul NIEE/UFRGS.................................................................................. 190
Ava e Ferramentas Acessíveis: Espaços de Autoria Coletiva e Síncrona para a Diversidade Humana.
Lucila Maria Costi Santarosa, Débora Conforto, Lourenço de Oliveira Basso, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul NIEE/UFRGS, Brasil...................................................................................................................... 198

Suporte Computacional às Interações de um Curso a Distância.


Mariangela Kraemer Lenz Ziede, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Crediné Silva de Menezes, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil.......................................................... 205

Um Framework para Construção de Ambientes Colaborativos para Mediação da Aprendizagem.


Eleu Lima Natalli, Crediné Silva de Menezes, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil.......................... 213

Aprendizagem com Mobilidade (M-Learning) no Currículo Vigente: Possibilidade para Superar o Paradigma
Dominante.
221
Paulo Gaspar Graziola, Junior Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil....................................................

A Metáfora da Hospitalidade e o Sofrimento Psíquico dos Professores Analógicos Frente aos Alunos Digitais.
Paulo Gaspar Graziola Junior, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil
Maria de Fátima Reszka, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, ULBRA Gravataí/FACCAT, Brasil................ 228

M-Learning e Matemática: Em Busca de um Modelo Pedagógico.


Silvia Cristina F. Batista, Instituto Federal Fluminense, Brasil
Patricia Alejandra Behar, Liliana Maria Passerino, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil......... 234

(Re)Significando a Avaliação: Uma Análise no Âmbito de um Curso de Formação de Professores a Distancia.


Cátia Zilio, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil........................................................................... 243

Percepciones de Profesores y Estudiantes Sobre las Contribuciones y Limitaciones de las Tic al Aprendizaje.
Paulina Ruiz Cabello, Centro de Investigación Avanzada en Educación, Universidad de Chile, Chile...............
249
Desenvolvimento de uma Proposta para Gerenciamento dos Processos de Gestão em Educação a Distância para o
Instituto Federal de Santa Catarina.
Andrino Fernandes, Alessandra Casses Zoucas, Instituto Federal de Santa Catarina, Brasil.............................
260
Usabilidade em T-Learning: Potencialidades e Reflexões.
Maicon Ferreira de Souza, José Luis Bizelli, Vania C. P. N. Valente, Universidade Estadual Paulista Julio de
Mesquita Filho, Brasil............................................................................................................................................ 268

Reflexões sobre Gerenciamento de um Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem.


Roziane Keila Grando, Claudine Schons, Alice Theresinha Cybis Pereira, Universidade Federal de Santa
Catarina, Brasil...................................................................................................................................................... 275

Utilização da Aprendizagem por Problemas Numa Disciplina On-Line de Educação para a Saúde.
Isabel Chagas, Cláudia Faria, Dulce Mourato, Gonçalo Pereira, Afonso Santos, Instituto de Educação,
Universidade de Lisboa, Portugal........................................................................................................................... 282

Medición de la Actitud al Uso del Computador e Internet en Profesores de Enseñanza Media de la Región
Metropolitana Urbana, Chile.
Carlos Hernández T, Eduardo Robles M, Julio Mella L, UMCE Universidad de Chile, Chle............................. 288
Proposta de Formação para Integração das Tecnologias de Informação e Comunicação às Práticas Docentes de
Professores de Matemática.
Gilmara T. Barcelos, Instituto Federal Fluminense, Brasil
Liliana M. Passerino, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Patricia A. Behar, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil................................................................
295

La Educación a Distancia y Presencial: De Las TIC A las TICC.


Guillermo Ospina Gómez, Universidad de Antioquia, Colombia...........................................................................
304

Educação para uma Geração Pós-Internet: Olhares a partir da Formação Inicial de Professores.
Rafael Cunha Lara, Elisa Maria Quartiero, Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil......................... 311

Guías Útiles para el Diseño e Implementación de Objetos de Aprendizaje para Dispositivos Móviles (OAM).
Aldo Ramírez Arellano, Elizabeth Acosta Gonzaga, José Antonio Rodríguez Mancera, Instituto Politécnico
Nacional, México....................................................................................................................................................
319

Uma Solução para Acessibilidade e Interatividade Utilizando Navegadores Web E Ambientes Virtuais de
Aprendizagem.
Valderi Leithardt, Débora Conforto, Lucila Santarosa, Cláudio Geyer, Universidade de Federal do Rio Gran
de do Sul, Brasil
Daniela Bagatini, Laureate International Universities, Universidade de Santa Cruz do Sul, Brasil....................
327
Proposta de uma Metodologia Voltada ao Ensino e Aprendizagem de Matemática Usando Objetos de Aprendizagem.
Maria Lucia Pozzatti Flôres, Liane Margarida Rockenbach Tarouco, Eliseo Berni Reategui Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.....................................................................................................................
335
Tecnologias de Informação e Comunicação da Web 2.0 na Educação: Uso do Dipity® Como Interface de Convergência
Midiática e Colaborativa.
Rogério Antônio de Paiva, Maria Auxiliadora Soares Padilha, Ricardo José de Souza Silva, Universidade
Federal de Pernambuco, Brasil.............................................................................................................................. 345

Influencias Sobre los Estudios de Ingeniería de la Etapa de Bachillerato y del Nuevo Espacio Europeo de Enseñanza
Superior (EEES).
José Luis González Fernández, José Carpio, Manuel Castro, Antonio Colmenar, Universidad Nacional de
Educación a Distancia, España.............................................................................................................................. 347

Modelo de Gestión del Conocimiento, Proceso de Enseñanza y Aprendizaje (Gc + Ea).


Marianella Careaga B, Universidad Católica de la Santísima Concepción, Chile
Juan Matamala, Universidad San Sebastián, Chile............................................................................................... 355

Tutoría Adaptativa Mediante Manipulación del Contexto de Aprendizaje en Ambientes TIC.


Clara I. Peña de Carrillo, Universidad Industrial de Santander, Colombia
Christophe Choquet, Universidad de Maine, Francia............................................................................................ 360

Fonoaudiologia e Tecnologia Educacional: O Uso do Áudio Instrucional em Ambientes Virtuais de Ensino e


Aprendizagem.
Flávia Cavalcanti da Rocha Dutra, Departamento de Ensino – Educ. Infantil e Fundamental I ARIC Colégio
Damas da Instrução Cristã, Brasil
Diogo Oliveira Chaves de Arruda, Departamento de Informática Educacional, ARIC Colégio Damas da
Instrução Cristã, Brasil
368
Ricardo José de Souza Silva, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil........................................................

A Webquest na Perspectiva da Taxonomia Digital de Bloom - Uma Nova Coreografia Didática para a Educação Online.
Rogério Antônio de Paiva, Maria Auxiliadora Soares Padilha, Ricardo José de Souza Silva, Universidade
Federal de Pernambuco, Brasil............................................................................................................................
375

Propuesta de un Seminario Virtual Guiado: Aplicado a la Enseñanza de las Energías Renovables.


Antonio Molina Bonilla, José Carpio, Manuel Castro, Antonio Colmenar, Universidad Nacional de
Educación a Distancia, España.......................................................................................................................... 381
Encuesta Internacional para docentes sobre el Uso de da Tecnología para la Enseñanza: Resultados Preliminares de
América Latina.
Daniel Light, Center For Children and Technology Fundación Evolución , Estados Unidos
Micaela Manso, Cecilia Rodriguez, Fundación Evolución, Argentina.................................................................. 390

La Característica de Innovador, Como Barrera para la Integración de TIC en el Aula.


Carlos Jiménez G, Dpto. Matemática y Estadística, Universidad de la Frontera, Chile
Denise Mallouhi W, Universidad Mayor Clínica Psicológica, Chile
Alfonso LLancaqueo H, Universidad de la Frontera, Chile...................................................................................
397
Sistema de Recomendação de Exercícios de Algoritmos Considerando o Aspecto Afetivo Frustração do Aluno.
Edécio Fernando Iepsen, Magda Bercht, Eliseo Berni Reategui, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
403
(UFRGS) - PPGIE, Brasil.......................................................................................................................................

Assessment in 3D Virtual Worlds: QTI in Wonderland.


Diego Morillo Arroyo, Carlos Delgado Kloos, Maria Blanca Ibañez Espiga, Universidad Carlos III de
Madrid, España
David Pérez Calle, Patricia Santos Rodriguez, Davinia Hernández-Leo, Universitat Pompeu Fabra, España... 410

Laboratório de Geometria na Rede.


Vanda Santos, Pedro Quaresma, University of Coimbra, Portugal........................................................................ 418

Aprimorando a Comunicação no Bate-Papo da CV-Muzar Com o Uso de um Sistema Multiagente.


Ana Carolina B. De Marchi, Roberto dos Santos Rabello, Afonso Alban, Universidade de Passo Fundo,
Brasil....................................................................................................................................................................... 426

Aplicación Móvil Sensible al Contexto Cargadora de Objetos de Aprendizaje LOM.


Sergio Martín, Gabriel Díaz, José Carpio, Antonio Colmenar, Juan Peire, Manuel Castro, Spanish University
for Distance Education, España.............................................................................................................................. 433

Capacitando Tutores ao Longo do Processo de Desenvolvimento de um Curso a Distância.


Neide Santos, Rosa Maria E. Moreira da Costa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Vânia Marins Nobre, Maria Cristina Pfeiffer, Universidade Federal Fluminense, Brasil.................................... 440

Efecto de las Metas en el Aprendizaje Co-Regulado con Ambientes Computacionales.


Myriam Cecilia Leguizamón González, Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia, Colombia
Omar López Vargas, Universidad Pedagógica Nacional, Colombia...................................................................... 448

APIS: Una Herramienta de Soporte al Aprendizaje Colaborativo de la Ingeniería del Software.


Juan Carlos Yelmo, Juan Fernández-Corugedo, Universidad Politécnica de Madrid, España........................... 456

Fútbolmath.
Julia María Garzón, Martha González de Rueda, Pablo Amaya Tarazona, Colegio Las Américas I.E.D,
Colombia................................................................................................................................................................ 465

Ambiência Virtual: Contribuições da Teoria Ecológica de Bronfenbrenner.


Jaqueline Costa Castilho Moreira, Vanessa Matos dos Santos, Ritta Minozzi Frattini, Universidade Estadual 473
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil.................................................................................................................

Movimentos Interdisciplinares no Trabalho de um Grupo de Professores em um Curso a Distância.


Simone Bicca Charczuk, Rosane Aragón de Nevado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil......... 481

Instrumento para el Desarrollo de Actividades Colaborativas.


José Luis Filippi, Daniel Pérez, Sofía Aguirre, Universidad Nacional de la Pampa, Argentina........................... 490

Narrativas Digitales en el Aula. la Producción Audiovisual de Jóvenes Españoles. Un Estudio de Caso.


Edna Manotas Salcedo, Magister en Estudios Culturales – Máster en Ing. de Medios para la Educación,
Profesional Ministerio de Educación, Colombia................................................................................................... 496
A Multiagent System for Personalized Recommendation of Learning Objects.
Ana Casali, Valeria Gerling, Claudia Deco and Cristina Bender, Universidad Nacional de Rosario,
Argentina................................................................................................................................................................. 503

Afetividade X Evasão Na Ead - Estudo de Caso.


Arnaldo Fonseca Borges, Fundação de Apoio a Escola Técnica - FAETEC, Brasil
Salete Leone Ferreira, Centro Universitário de Volta Redonda, Fundação Oswaldo Aranha FOA, Brasil 511
Simone Fernandes Gonçalves, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.................................

Evaluating ICT in Education: Design Strategies for Multistakeholder Partnerships.


Jon K. Price, Intel Corporation, Estados Unidos
Martina Roth, Intel Corporation, Alemania...........................................................................................................
519

Sistema de Apoyo para el Desplazamiento de Personas con Discapacidad Visual en Entornos Cerrados. 526
Francisco Vásquez, Luis Guerrero, Universidad de Chile, Chile..........................................................................

Predictores del Aprendizaje en la Web: Una Experiencia.


Rubén Darío Martínez,Yolanda Haydeé Montero, María Eugenia Pedrosa, Universidad Nacional de Mar del
Plata, Argentina......................................................................................................................................................
534
Aulas Virtuales en el Posgrado de la Universidad Nacional Autónoma de México.
José Pedro Rocha Reyes, Jorge León Martínez, Universidad Nacional Autónoma de México, México............... 543

Os Fatores Motivacionais e os Estados de Ânimo em Ambientes Virtuais de Aprendizagem.


Magalí T. Longhi, Patricia A. Behar, Magda Bercht, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil......... 551

Para Além da Tecnologia: Por uma Interatividade Pedagógica na Educação de Jovens e Adultos.
Vanessa Matos dos Santos, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Universidade
Sagrado Coração / Bauru, Brasil
Maria Teresa Miceli Kerbauy, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Brasil..................... 559

Sistema de Educação a Distancia: Percepção dos Alunos Sobre Aprendizagem no Ambiente Virtual na UNUEAD.
Antonio T Guimarães, Carla Conti de Freitas, Francisco Severo de Almeida, Diany Duaraes, Universidade
Estadual de Goiás, Brasil....................................................................................................................................... 566

Desarrollo de Componentes de Software en Base al Patrón de Diseño Mediador: El Caso del Organizador Gráfico
Interactivo.
Francisco A. Almarza M, Héctor R. Ponce A, Mario J. López V, Universidad de Santiago de Chile, Chile........ 571

Propuesta Gráfica para la Caracterización de la Dinámica de Etiquetado.


Fernando Sánchez-Zamora, Martín Llamas Nistal, Manuel Fernández Iglesias, Universidade de Vigo,
España.................................................................................................................................................................... 579

Formação Inicial Docente: Informática Educativa Para O Ensino De Ciências Das Séries Iniciais.
Cristiane Rodrigues de Rodrigues, Suzana Maria Coelho, Aline Scaramuzza Aquino, Pontifícia Universidade
do Rio Grande do Sul, Brasil.................................................................................................................................. 587

Desarrollo de una Bitácora Virtual para el Registro de Interacciones en Clases Presenciales.


Katherine Inalef, Julio Guerra, Carolina Aros, Eliana Scheihing, Universidad Austral de Chile, Chile............. 595

Construção de um Objeto de Aprendizagem Voltado para Pessoas Idosas.


Leticia Machado, Patricia Alejandra Behar, Universidade Federal do Rio Grande Do Sul, Brasil..................... 603

Hello Keypoint Propuesta Integral para la Enseñanza y el Aprendizaje de la Informática.


José Francisco Amador Montaño, Universidad Tecnológica de Pereira, Colombia............................................. 609

Internetês Na Escola: Avanço, Retrocesso Ou Diversidade da Lingual?.


Elisangela Leal de Oliveira Mercado, Universidade Federal de Alagoas, Brasil................................................. 613
Aprendizagem de Algoritmos em Dispositivos Móveis através da Tecnologia Bluetooth, SMS e MMS.
Ricardo José dos Santos Barcelos, Instituto Federal Fluminense, Brasil
Liane Margarida Rockenbach Tarouco, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil.............................. 620

Localizador de Objetos de Aprendizaje Distribuidos.


Regina Motz, Rodrigo Saavedra, Diego Vallespir, Instituto de Computación, Universidad de la República,
Uruguay.................................................................................................................................................................. 628

Nuevos aprendices y usos de TICs.


Jaime Sánchez, Claudia Mendoza,Universidad de Chile
Eduardo Meyer, David Contreras,Pontificia Universidad Católica de Valparaíso 635
Jorge Valdivia, Universidad de Concepción...........................................................................................................

Diseño, Desarrollo y Evaluación de un Sistema de Gestión de Proyectos Emprendedores.


Natalia Castañón, María Alejandra Aguilar, Universidad Metropolitana, Venezuela......................................... 642

La Enseñanza del Ciclo de Krebs desde la Perspectiva Constructivista soportada en Plataforma Computacional Moodle,
dirigida a Estudiantes de Ciencias Básicas de la Fundación Universitaria del Área Andina.
Luis Alfonso Caro B, Bernardo Ortiz R, Chicri Paris T, Fundación Universitaria Del Área Andina Pedagogía
y Didáctica para la Enseñanza de las Ciencias Básicas, Colombia..................................................................... 649

Metadados Educacionais para Objetos de Aprendizagem: Projeto BROAD.


Ana Cláudia Souza, Fernanda Campos, Regina Braga, Núcleo de Pesquisa em Qualidade de Software
Mestrado em Modelagem Computacional, Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil
Camila Rabello, Núcleo de Pesquisa em Qualidade de Software Mestrado em Educação Matemática,
Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil
Neide Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.......................................................................... 653

Estudio de Plataformas para el Desarrollo de Juegos Educativos de “POINT AND CLICK”.


Silvia Cuetos Begega, Martín Llamas Nistal, Universidade de Vigo, España........................................................ 660

Modelo Pedagógico de Gestión del Conocimiento y Modelo Incremental de Prototipos aplicados al Desarrollo de
Plataformas Educativas.
Marcelo Careaga Butter, Angélica Avendaño Veloso, Laura Jiménez Soto, Universidad Católica de la 668
Santísima Concepción, Chile..................................................................................................................................

Una Propuesta Didáctica para el Área de Lenguaje con un Enfoque Constructivista, y Apoyada en un solo Computador,
un Videoproyector, y Recursos de Internet Disponibles en el Aula.
Octavio Henao Alvarez - Doris Adriana Ramírez S, Facultad de Educación-Universidad de Antioquia,
Medellín, Colombia................................................................................................................................................
676

Diseño de Objetos de Aprendizaje para Potenciar el Desarrollo de Competencias y su Evaluación con HEODAR.
Erla M. Morales Morgado, GRupo de investigación en InterAcción y eLearning (GRIAL), Universidad de
Salamanca, España
Francisco J. García Peñalvo, Facultad de Ciencias, Universidad de Salamanca, España
Susana Olmos Migueláñez, Facultad de Educación, Universidad de Salamanca, España................................... 682

Uso De La Web 2.0 En El Ámbito Educativo.Construcción Colaborativa De Una Base De Datos Por Estudiantes que se
Inician en la Maestría en Enseñanza de la Biología y de la Química.
Marta Matos, Instituto Pedagógico de Caracas, Venezuela................................................................................... 690

Metodología de Gestión de Proyectos aplicada al Desarrollo de Objetos de Aprendizaje.


Ludy Gelvez, Clara I. Peña, Universidad Industrial de Santander, Colombia
Carolina Mejia, Ramón Fabregat , Universidad de Girona, España..................................................................... 698

Niche Adaptation of International Corporate Educational Philanthropy: A Case Study of Intel Learn in Chile.
Denise Sauerteig, Isabel Obrien, SRI International c/o SRI International, Estados Unidos................................. 703

Casos de Estudo com a Bolsa de Objectos de Aprendizagem: Análise na Perspectiva da Computação Social.
Alberto Rodrigues da Silva, Patrícia Dinis, INESC-ID & Escola Jaime Moniz, Portugal.................................... 709
Contenidos
Capítulo II
PETROLITO “Educación con Tecnología al alcance de todos”
María López, Brenda Martínez, Carlos Medina, Palmariz Arrieta, Ministerio del Poder Popular para la
Energía y Petróleo, Venezuela................................................................................................................................ 718

Matemáticas basadas en Proyectos, Software de Animación, Robots, Lenguajes de Programación y Cámara Digital.
Manuel Escalante Teresita Montañez Cinhtia González Michel García, Universidad Autónoma de Yucatán,
Facultad de Matemáticas, Unidad Multidisciplinaria Tizimín, México................................................................. 727
O Uso do Ava Moodle em uma Ies Privada na Semipresencialidade de uma Unidade de Ensino de Português do Curso
de Bacharelado em Sistemas de Informação da Faminas-Muriaé-Mg.
Ricardo Esteves Kneipp1, Facultade de Minas, Instituto Superior de Tecnologia em Ciência da Informação
de Petrópolis, Centro de Educación la Distancia del Estado del Río de Janeiro, Brasil
Universidad Católica de Santa Fé, Argentina
Roberto Santos Barbieri2, Facultade de Minas, Fundación Educacional de Caratinga , Brasil
Olga Cordero de Barrientos, Universidad Católica de Santa Fé, Argentina......................................................... 736

Scratch y Pitágoras en el Mundo de los Simpson.


Wilsmar dos Santos, Andrea Barisano, Elizabeth Silva Layes CERP del Litoral, Salto - Uruguay...................... 740

Matoolto Tv: Desenvolvimento de Ferramentas Interativas e Educacionais para Tv Digital.


Elizama das Chagas Lemos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN (IFRN), Brasil
Kaio Ramon Oliveira de Morais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Brasil..................... 744

Ambiente Virtual Moodle e Recursos Multimídia para a Capacitação de Professores da Rede Pública.
Fabiana Marques Costa, Universidade Estadual de Campinas, Brasil
Célia Regina Rossi, Maria Teresa Mendes de Oliveira Lima, Universidade Estadual Paulista, Brasil.............. 748

Akumaja, una Oportunidad para el Encuentro con Sentido Participativo.


Marlín Alicia Aarón G, Patricia Choles Quintero, Universidad de La Guajira, Colombia.................................. 752

A Importância do E-Learning para a Evolução da Educação d Distância no Brasil.


Sérgio Luiz Freire Costa, Silvia Helena de S. L. Morais, Guilherme Paiva de C. Martins, Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte , Brasil................................................................................................................. 755

Escenarios de Innovación Educativa Proyecto Piloto Uno A Uno.


Fabiola Bayona Caro, Escuela Normal Superior de Nuestra Señora de Fátima, Colombia................................. 759

Una mirada de Género al uso de Tic en la Educación Superior.


Rossana Ponce de León Leiva, Nancy Castillo Valenzuela, Universidad del Bío-Bío, Chile................................ 763
PRÓLOGO

Esta edición contiene los artículos in extenso de trabajos presentados en el Congreso Iberoamericano
de Informática Educativa, IE2010, que reúne los tres eventos Iberoamericanos más importantes de
Informática Educativa, el Congreso de la Red Iberoamericana de Informática Educativa, RIBIE, en su
10ma versión, el Simposio Internacional de Informática Educativa, SIIE, en su 12va versión y el Taller
Internacional de Software Educativo, TISE, en su 15va versión. IE 2010 es realizado entre el 1 y 3 de
Diciembre de 2010 en Santiago de Chile.

IE2010 es un evento internacional donde se analizan y estudian resultados de investigaciones recientes


sobre el desarrollo tecnológico para fines de aprendizaje y aprendizaje con las TICs, a través de la pre-
sentación, análisis y discusión de trabajos científicos.

El Comité de Programa de IE 2010 estuvo conformado por un número significativo de profesores e


investigadores universitarios de diversos países de Ibero América, quienes evaluaron rigurosamente los
trabajos científicos.

En esta versión han sido seleccionados trabajos de autores que provienen de España, Chile, Brasil, Ar-
gentina, Colombia, Portugal, Estados Unidos, Uruguay, Venezuela, México, Costa Rica, Perú, Francia
y Panamá. Ello es el resultado de una rigurosa evaluación por parte del Comité de Programa Internac-
ional del evento, que culminó con la aceptación de 45 full papers, 65 pósters con artículos in extenso y
7 pósters con short papers. Con ello, el total de aceptación de full papers fue de 30% y 42% de pósters.
Todos los trabajos fueron evaluados por al menos dos evaluadores de un país distinto al de los autores
del trabajo en revisión. Sin duda, IE 2010 es un Congreso de investigación en Informática Educativa de
alta selectividad y rigurosidad científica.

Como resultado, los trabajos aceptados que se incluyen en esta edición abarcan temáticas y tópicos
sobre metodologías y evaluación de videojuegos serios, proyectos y experiencias en educación, diseño,
desarrollo y evaluación de software educativo, Web 2.0 en educación, tecnología y discapacidad, y me-
todologías de diseño y evaluación de TICs.

El público objetivo principal de esta publicación son investigadores, profesores y profesionales de las
tecnologías de la información y educación que se desempeñan y estudian los más diversos aspectos y
dimensiones de la Informática Educativa, en particular, el diseño de nuevas e innovadoras formas de
aprender y conocer con las TICs.

Finalmente, quiero agradecer a quienes colaboraron con la organización y gestión de este Congreso, a
los miembros del Comité de Programa, charlistas, y autores de trabajos científicos de IE2010, por sus
valiosas contribuciones a nuestra importante disciplina de investigación, la Informática Educativa, que
considera el diseño, desarrollo, evaluación, uso, integración curricular y apropiación de las tecnologías
de información y comunicación, en sintonía con los cambios sociales y culturales de la sociedad del
conocimiento, y forma para expandir, aumentar y enriquecer modos y estilos de aprender, enseñar y
construir conocimiento.

Dr. Jaime Sánchez


Presidente
Comité de Programa IE2010
CAPÍTULO I

Full Papers
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

BLOG COMO ESPAÇO DE INTEGRAÇÃO DE


TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA
FORMAÇÃO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR
Luis Paulo Leopoldo Mercado
Universidade Federal de Alagoas
Brasil
luispaulomercado@gmail.com

RESUMO aprendizagem mais significativa comparação entre as diferentes


O estudo descreve e analisa uma experiência, de natureza situações de ensino em função de uma aula tradicional ou
autobiográfica, sobre a utilização do blog como interface didática utilizando recurso da Internet.
pelos professores do ensino superior. Trata-se de um curso que No desenvolvimento dos processos de ensino, temos novas
envolveu o acompanhamento de um grupo de 16 professores do ferramentas da interação midiática. Pesquisadores têm se
ensino superior em formação na disciplina Metodologia do preocupado em investigar e analisar as possibilidades de uso das
Ensino Superior do Curso de Especialização em Docência do ferramentas da internet na educação. Pesquisas [1, 2, 3, 4 e 5]
Ensino Superior. As atividades trabalhadas na formação destacam a formação presencial e online utilizando ambientes
envolveram a seleção de recursos tecnológicos nas atividades voltados à construção de um conhecimento autônomo, numa
curriculares, subsidiando aulas dinâmicas e colaborativas, em que abordagem transdisciplinar, dentro dos novos paradigmas
o conhecimento a ser construído se dá de forma compartilhada educacionais.
num espaço interativo entre professor e aluno. Essa análise
demonstrou as potencialidades e dificuldades da ação pedagógica Nesse sentido, assinalam que os blogs e fóruns permitem ampliar
com integração de mídias na formação de professores do ensino as possibilidades de criação coletiva e aproximação de alunos e
superior. professores, como as principais contribuições que podem oferecer
para o processo de ensino e aprendizagem.
Área e Linha de Trabalho Blogs são páginas de fáceis edição e publicação, no qual as
Metodologias de usos de TICs de apoyo al aprender informações (posts) tornam-se o elemento principal, que
democraticamente vem possibilitando à todos publicar na Internet,
como também permitem a elaboração de conteúdos, multiplicando
Palavras-chave assim o leque de opções ao referir-se em levar conteúdos à rede
Blog, prática pedagógica, formação de professores, ensino estabelecendo um pacto de leitura.
superior
O foco deste estudo foi a descrição e análise de uma experiência
formativa que realizei com professores do ensino superior,
1. INTRODUÇÃO particularmente a utilização de blogs como interface midiática na
Os desafios atuais postos para a formação de professores, exigem
disciplina, ocorrida na disciplina Metodologia do Ensino Superior
dispor de ambientes que permitam a autoria de conteúdos, a
do Curso de Especialização em Docência do Ensino Superior de
interação, a mediação pedagógica, a produção de conhecimento
uma instituição privada de Maceió.
colaborativo e o desenvolvimento de competências na utilização
de TIC. Relatarei uma experiência através de elementos autobiográficos, a
partir da realização de uma prática de formação de professores do
ensino supperior para o uso integrado de TIC.
Este relato tem como objetivo analisar o papel do formador na
Mercado, Luis Paulo. (2010). Blog como Espaço de Integração de Tecnologias da integração de TIC pelos professores emformação.
Informação e Comunicação na Formação Docente no Ensino Superior. En J.Sánchez
A formação Utilizarei como recurso metodológico a pesquisa qualitative [6, 7]
(Ed.): Congreso na Internet permite
Iberoamericano configurar
de Informática diferentes
Educativa, cenários
Volumen 1, pp 1-8,
formativos
Santiago de Chile. que combinados podem proporcionar uma através da história de vida, que envolve procedimentos

1
biográficos usados para acompanhar, orientar, suscitar ou facilitar Os blogs facilitam os trabalhos interdisciplinares e
a elaboração dos projetos pessoais de indivíduos em formação. transdisciplinares, permitem alternativas interativas e suporte a
projetos que envolvam a universidade e a comunidade, ajudam a
A história de vida se utiliza da autobiografia centrada em construir redes sociais e redes de saber.
indivíduos ou grupos sociais. [8]. Se ocupa em conhecer e
aprofundar conhecimentos sobre de recuperando experiências de Através dos blogs os autores podem editar e atualizar mensagens
vida obtidas através de entrevistas que constroem uma visão mais no formato hipertextual, podendo disponibilizar textos, imagens,
concreta da dinâmica de funcionamento e da trajetória dos sujeitos sons a qualquer tempo e espaço e permite também interagir com
da pesquisa, ponderando esses fatos e sua importância em suas outros sujeitos. O blog permite que outros usuários possam
vidas. intervir no conteúdo veiculado pelo autor do blog, que se
pluraliza, compondo, assim, uma comunidade virtual.
A história de vida capta a visão subjetiva com a qual um mesmo
ser vê a si e ao mundo, como interpreta sua conduta e a dos A possibilidade de alteração do próprio ambiente é uma
demais, como atribui méritos e impugna responsabilidades a si característica que diferencia os blogs de outros ambientes usados
mesmo e aos outros. Essa visão subjetiva revela a negociação que para a aprendizagem online, abre espaço para a emergência da
toda vida requer entre as tendências repressivas da pessoa e as autoria, que se manifesta quando os alunos produzem textos
exigências de racionalidade para acomodar-se ao mundo exterior. próprios, mas, também, quando começam a transformar o
ambiente, tanto no aspecto estético como no estrutural.
A possibilidade de se manifestar no ambiente virtual, para todo o
2. A PRÁTICA DO PROFESSOR COM TIC: mundo, publicando conteúdo em qualquer formato de mídia, de
USO DO BLOG NA DOCENCIA DO maneira rápida e fácil, pelo próprio professor, estimula a abertura
ENSINO SUPERIOR de espaços para a autoria, que se manifesta na produção pelos
alunos ou professores dos seus próprios textos e escolhas das
A Internet dispõe de uma variedade de recursos tecnológicos que
mídias textuais, imagéticas e sonoras disponibilizadas nas
associam publicação e interação e que atualmente estão
interfaces disponibilizadas no blog.
revolucionando as formas de comunicação existente no contexto
do ensino superior. Traz para o centro de discussão a necessidade No trabalho pedagógico com os blogs, eles podem ser utilizados
em refletir a possibilidade de incluir esses recursos no ambiente [9] no trabalho com projetos, pois permitem o registro da
de aprendizagem, com intuito de inovar e transformar a sala de concepção, detalhamento e todas as fases até a sua finalização.
aula num espaço aberto ao mundo. Podem incentivar e facilitar os trabalhos interdisciplinares e
transdisciplinares, dando visibilidade, alternativas interativas e
Os recursos interativos como blogs podem ser utilizados como
suporte a projetos que envolvam a escola como um todo e, até
suporte pedagógico em situação de aprendizagem, possibilitar o
mesmo, as famílias e a comunidade. Se o aluno quiser seguir
acesso à informações de diferentes formas por meio de sons,
investigando sobre o tema dado, poderão ser incluídos sucessivos
imagens e textos, permitindo ao aluno obter, comparar e analisar
artigos relacionados com propostas e fazendo seus comentários. É
informações, interagindo num espaço de escrita eletrônica com
muito fácil que outras pessoas cheguem ao blog do aluno
ensino contextualizado.
interessado pelo tema escolhido e se forme uma comunidade em
A utilização de blogs como interfaces didáticas tem demonstrado torno do aluno e da temática tratada.
excelentes resultados de diferentes experiências que possibilita a
A escrita num blog registra um percurso de um indivíduo, grupo,
utilização de blogs como ferramenta pedagógica auxiliando o
sala de aula, suas dificuldades, suas conquistas, suas preferências,
processo ensino-aprendizagem, por serem páginas simples e de
configurando, assim, sua história. Os blogs são páginas pessoais,
fácil criação, publicação e exigir um mínimo de conhecimento
organizadas de forma cronológica, que permitem a difusão e
tecnológico.
intercâmbio de idéias entre usuários da Internet, mas com
O blog torna-se um espaço interessante e atrativo nos quais os formatos atrativos, proporcionado por ferramentas que facilitam
alunos publicam idéias em tempo real, ampliam contato com seu desenvolvimento sem ter que se preocupar da forma de
outras culturas, numa abordagem de diversos assuntos, através de implementá-los.
notícias, reportagens, pesquisas, debates ou através da criação de
O blog possui estrutura hipertextual, permeada de links; utiliza
textos.
textos geralmente sucintos, em blocos padronizados [10]; são
O blog traz como principal característica textos curtos que podem relatos pessoais, partindo de um ponto de vista próprio; são
ser lidos e comentados com criticidade, com objetivo de contextualizados e interpretados por comentários; são atualizados
desenvolver o hábito de registro, gerenciar informações e diariamente ou até várias vezes por dia; têm as postagens exibidas
transformar informação em conhecimento. em ordem cronológica reversa; têm as postagens mais antigas
Professores podem criar um blog para discutir livros lidos, expor arquivadas, permanecendo um link de acesso; possui acesso
idéias sobre determinados assuntos, escrever e refletir sobre público e gratuito ao conteúdo da página; são intertextuais e
notícias diárias, criar projetos em grupo e uma diversidade de interdependentes, possuindo ligação com outros textos.
atividades. A possibilidade de os alunos se expressarem dinamiza
naturalmente um espaço no qual a promoção da escrita eletrônica
podem ampliar a motivação e o diálogo, compreendendo que
professores e alunos sintam-se aliados no processo de ensino-
aprendizagem.

2
3. TIC NOS BLOGS CONSTRUÍDOS Teoria Geral Pena
PELOS PROFESSORES NA FORMAÇÃO http://teoriageralpena.spaceblog.com.br
EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR Estudo da Biomedicina
Analisarei neste estudo uma formação de professores ocorrida na http://biomedicinaestudo.spaceblog.com.br
disciplina Metodologia do Ensino Superior do Curso de
Especialização em Docência do Ensino Superior de uma Crisgaiaarquitetura
instituição privada de Maceió, com um grupo de 15 professores http://crisgaiaarquitetura.spaceblog.com.br
da IES com larga experiência no ensino superior e que foram
convidados a fazerem o curso em virtude de não terem a titulação Direito Civil I
mínima exigida pela legislação para atuar no ensino superior, que http://direitocivil1.spaceblog.com.br
é a especialização.

A formação em análise visou desenvolver visão crítica frente as Patologia Geral


transformações globais que estruturam a realidade atual e seus http://patologiageral.spaceblog.com.br
impactos a partir da utilização das TIC na educação, nos
diferentes espaços de aprendizagem e na prática docente. O Jaguarmat
planejamento educativo incorporando as diferentes utilizações das http://jaguarmat.spaceblog.com.br
TIC na sala de aula.
Direito Processual Penal
A formação aqui analisada teve como objetivos, de acordo com o
http://ticprocesso.spaceblog.com.br
plano didático da disciplina: explorar as possibilidades das TIC
em relação à construção do conhecimento, desenvolvendo
habilidades para utilização destas tecnologias; selecionar com Lingua Espanhola
critérios educativos e utilizar crítica e didaticamente os distintos http://mundohispanico.spaceblog.com.br
materiais tecnológicos disponíveis; introduzir TIC nos processos
de ensino-aprendizagem, com temáticas de interesse para sua ESO - Hospital Geral
especialidade e a partir de modelos práticos; desencadear um http://dalmaciaenfermeira.spaceblog.com.br
processo de formação de professores buscando a integração das
TIC na prática docente. Patologia da Construção
Os temas trabalhados ao longo das 45 horas divididas em 9 http://patologiadascontrucoes.spaceblog.com.br
encontros de 5 horas cada um, foram: Educação com TIC;
Aprendizagem e Docência em Ambientes com TIC Presenciais, Fisioterapia Ajuda seu Dia
Semi-presenciais e Online; Incorporação e Utilização das TIC nas http://fisioterapiajuda.spaceblog.com.br
Atividades Curriculares; Planejamento de Aulas Utilizando TIC.
Todo o material trabalhado nas aulas esta disponível no blog
http://ticformacaonline.spaceblog.com.br
Para a criação dos blogs, foi utilizado o site Spaceblog, disponível
Utilizei os documentos digitais e as atividades desenvolvidas nos em: www.spaceblog.com.br. A internet é repleta de documentos
blogs criados e construídos pelos professores autores para (páginas pessoais e institucionais, arquivos que podem ser
disciplina escolhida pelo mesmo, a qual o qual seria utilizado baixados), jornais e revistas online [7]. O pesquisador encontrará
nela. uma multiplicidade de sites, muitas vezes com conexão entre si ou
entre sites específicos, usando hipertextos e hipermídia.
Esporte da Natureza
http://esportenaturezacesmac.spaceblog.com.br No quadro 1 apresento uma síntese do planejamento das temáticas
e atividades desenvolvidas ao longo dos encontros desenvolvidos
na formação em estudo.
Blog Experimental em Direito Penal
http://profmiguel.spaceblog.com.br Quadro1 – Atividades realizadas na Formação
Momento de Atividades Mídias Utilizadas Produto da
Enfermagem Super Aprendizagem Atividade
http://ticsuper9periodo.spaceblog.com.br Criação do blog Internet, Blog Blog da
individual disciplina de
Primeiro cada professor
Bioquímica Básica: Estrutura e Reações Encontro Elaboração do plano da
http://bioquimica.spaceblog.com.br disciplina

Leitura de texto de Internet, Revista Construção de


Ética e Deodontologia da Nutrição revista online, Sites de texto reflexivo
Segundo busca, Power no blog
http://nutricaoetica.spaceblog.com.br Encontro Aula Pesquisa Point, Blog
Produção de

3
apresentação no Bioquímica, Ética e Deontologia da Nutrição, Direito Penal III,
Power Point
esporte da Natureza, Direito Civil I e Ensino de Espanhol.
Apresentação da aula Datashow, Blog, Texto da
pesquisa Internet, Revistas pesquisa e No segundo encontro trabalhamos com o gênero revistas online e
Terceiro Online Proposta de aula imprensa, com o texto Os Filhos da Era Digital, disponível no
Encontro Escolha de reportagens com a interface
Online
site www.epoca.com.br. A proposta da atividade foi construir um
pesquisada
texto reflexivo com a temática Ensino da sua disciplina com TIC
Proposta de aula e a geração digital. A partir da leitura do texto sugerido, os
com reportagens professores construíram seus textos reflexivos discutindo o ensino
online
da sua disciplina com TIC, tendo como foco a aprendizagem dos
Escolha de vídeo para Internet, YouTube, Proposta de aula alunos da geração digital abordada no texto. O texto discute como
uso em aula e TeacherTube, com
Quarto o uso da Internet transforma a aprendizagem; quem são os
apresentação dos Datashow vídeos/filmes
Encontro vídeos escolhidos "nativos" e "imigrantes digitais" em relação a aprendizagem; e a
repercussão dos casos relatados na práticas pedagógica do
Exploração do Portal do Portal do Proposta de aula
professor Professor com material do
professor.
Portal do
Estratégias didáticas Blog professor
Os textos produzidos foram disponibilizados pelos professores
Quinto usadas pelos nos seus respectivos blogs. Os temas mais comentados nos textos
Encontro professores Produção de produzidos foram: distância de gerações; mundo globalizado;
texto sobre
experiência com ampliação dos espaços e das possibilidades de aprendizagem com
uso de TIC; preocupações dos professores em criar situações de
estratégias aprendizagem e envolvimento dos alunos nas atividades
didáticas nas propostas, de maneira a levá-los a construir conhecimentos; como
aulas
estabelecer com os alunos uma relação mais próxima de parceria e
Estudo do meio Blog, Câmera Planejamento de não de transmissão de informações, para a aquisição de
filmadora, estudo do meio
Sexto Encontro Registros Visuais conhecimentos; os professores se perceberam como “imigrantes”
YouTube
Roteiro e no mundo digital, contrapondo-se aos seus alunos, que são
produção de geralmente “nativos digitais”, o que pode ser fator de
vídeo
distanciamento e da idéia de viverem em mundos diferentes.
Sétimo Apresentação dos Datashow e Blog Vídeos
Encontro vídeos produzidos produzidos
Os professores perceberam a necessidade de repensar suas
disponibilizados práticas pedagógicas frente a geração digital e as novas formas de
no blog ou interação e comunicação no mundo digital e as possibilidades de
Youtube se trabalhar com TIC, eliminando barreiras entre professores,
Oitavo Construção de Casos Home-page, Elaboração de professores e alunos e entre alunos, abrindo novas possibilidades
Encontro Textos, Blog e caso para ser metodológicas para desenvolver os conteúdos curriculares.
Vídeo usado na Demonstraram preocupações entre os que nasceram na era digital,
disciplina
que utilizam as TIC com naturalidade impressionante diante dos
Avaliação da prática Blog Avaliação do que os antecederam, que não são ainda sequer usuários destas,
pedagógica com TIC percurso de
Nono ficando desatualizados e se não acompanharem esta evolução,
aprendizagem
do professor dificultará a aplicação de novas metodologias e o bom
Encontro
aprendizado.
Fonte: dados do estudo A segunda atividade do segundo encontro foi a realização da aula
pesquisa na internet com o tema comunicação e interação com
internet na sala de aula. Cada dupla escolheu um tema para
No primeiro encontro, os professores criaram seus blogs realizar a aula pesquisa e produzir um artigo para ser
individuais, propus que cada um escolhesse a disciplina na qual o disponibilizado no blog e a organização de uma apresentação em
blog abrigaria materiais didáticos para uso nas aulas do professor. Power Point para ser apresentada no seminário realizado no
Após essa escolha, cada professor elaborou seu Plano de terceiro encontro. Os temas trabalhados pelas duplas foram: aulas
Disciplina para ser trabalhado ao longo do semestre. em comunidades de aprendizagem (Orkut); autoria coletiva
A disponibilização do plano no blog teve como objetivo divulgar (Wikipédia); mapas cognitivos ou conceituais; mundos virtuais
o planejamento do professor, algo não muito comum nas práticas (Second Life); webmapas ou mapas online; aprendendo com jogos
docentes, para que todos os alunos conheçam e possam online; blogs e microblogs (Twitter), interfaces de comunicação
acompanhar as atividades propostas. O plano disponibilizado no na internet: chat, MSN, Skype, Fóruns Free.
blog deveria conter ementa da disciplina, objetivos, conteúdos O roteiro da pesquisa proposto para o artigo do blog e da
programáticos, metodologia, avaliação, bibliografia básica e apresentação tinha três partes: a) descrição da interface
complementar, cronograma de atividades. pesquisada: conceitos, objetivos, formas usuais de utilização,
exemplos de utilização em atividades com os alunos; b) análise:
As disciplinas escolhidas pelos professores foram: Matemática, limitações, potencialidades, críticas, propostas inovadoras,
Arquitetura e Urbanismo, Estágio Supervisionado em Hospital oportunidades de uso na educação; c) proposta de aula usando o
Geral, História da Biomedicina, Direito Penal II (Parte Geral), material estudado.

4
No terceiro encontro, na primeira parte foram apresentadas as download de vídeos, para o próprio computador, produzir e/ou
produções dos professores pelo blog ou usando Power Point. As publicar vídeos, além de permitir ver vídeos caseiros ou gravações
aulas sugeridas pelos professores nesta atividade foram: aulas de programas de TV.
expositivas; comparação entre conceitos e materiais de livros e
Trabalhei a seguinte proposta de atividade: a partir da escolha do
revistas científicas; discussões a partir de conceitos e
tema da aula, cada professor pesquisou nas interfaces citadas,
apresentações; visualização e localização espacial; elaboração de
filmes para serem usados numa aula prevista no seu plano de
projetos; utilização de textos e vídeos disponíveis no Youtube;
curso. Após a escolha do vídeo, cada professor planejou uma aula
leitura de texto com perguntas e respostas; seqüenciarão dos
com o vídeo escolhido (tema da aula, objetivos, vídeo escolhido,
conteúdos estudados relacionados com a prática profissional.
link para acesso, proposta de atividade a ser desenvolvida a partir
A segunda atividade trabalhada envolveu reportagens online, do vídeo estudado. O vídeo escolhido, junto com o planejamento
disponível em jornais e revistas online, 1 pouco ou quase nunca da aula foi disponibilizado nos blogs dos professores e
utilizado pela maioria dos professores. Com a Internet, os alunos e apresentados na sala no quarto encontro.
professores tem acesso a a fontes de notícias em tempo real, com
grupos de discussão de notícias ou páginas da Web configuradas No quarto encontro coordenei a apresentação dos vídeos
para seguir eventos atuais. Na experiência aqui relatada, esses escolhidos pelos professores junto com as aulas organizadas pelos
materiais permitiram comparar versões diferentes de matérias mesmos. Cada professor apresentou seu vídeo e o grupo
jornalísticas e o exame de questões como quando as notícias comentou a escolha e as possibilidades didáticas do mesmo na
podem ser tendenciosas ou que tipo de matéria são consideradas disciplina.
de valor jornalístico. Após este momento, iniciamos a exploração do gênero bibliotecas
A atividade proposta envolveu a escolha um tema e pesquisa de virtuais 3, envolvendo a seleção e planejamento de aula com
uma reportagem em revistas e uma em jornais online na temática utilização de textos científicos. Cada professor selecionou dois
escolhida na disciplina do professor. A partir desta pesquisa, cada artigos científicos e planejou a atividade envolvendo a leitura dos
professor planejou uma aula utilizando reportagens online, artigos no tema escolhido. A proposta de aula foi disponibilizada
disponibilizando no blog o tema da aula, objetivos, reportagens no próprio blog, contendo tema da atividade, referências
selecionadas (titulo e link de acesso) e a proposta de atividade a completas e link de acesso aos artigos, breve sinopse dos mesmos
ser desenvolvida. Todos os professores atenderam a proposta da e a proposta a ser trabalhada pelos alunos.
atividade e criaram aulas envolvendo leitura e análise crítica das
No final deste encontro, propus a atividade de produção de
reportagens escolhidas, elaboração de resumos e resenhas dos
registros visuais para ser disponibilizados no YouTube. Solicitei
materiais estudados.
que pensassem no tema e no que iriam registrar na produção com
O encontro encerrou com a explicação da atividade extra-classe, registros visuais e que elaborassem o roteiro do vídeo a ser
utilizando aulas virtuais do YouTube e TeacherTube. Esta produzido, disponibilizando-os no blog como planejamento de
atividade foi trabalhada em horário extraclasse devido ao fato do registro visual, com as seguintes informações: tema, local, data da
laboratório no qual aconteciam as aulas não permitir acesso ao realização, cenário, sujeitos envolvidos, situação a ser registrada e
YouTube, por restrição interna da instituição de ensino superior objetivo de aprendizagem a ser trabalhado neste registro. A partir
na qual a disciplina aconteceu. do tema escolhido, foi elaborado o roteiro do que será registrado
com uso de câmera filmadora: tema, local, data da realização,
O YouTube e o TeacherTube 2 são serviços online de vídeos que cenário, sujeitos envolvidos, situação a ser registrada e objetivo
permitem a qualquer um ver e compartilhar vídeos que foram de aprendizagem a ser trabalhado neste registro.
carregados por todos os usuários cadastrados. O You Tube é uma
interface de conteúdo em vídeo genérica, englobando todos os No quinto encontro exploramos o Portal do Professor no Ensino
assuntos e interesses dos usuários. Já TeacherTube é a mesma Superior 4, disponível no site no qual encontramos muitos
interface do YouTube só que com um foco específico: vídeos na materiais e interfaces interessantes para as aulas usando TIC.
área de educação. Os usuários do serviço podem olhar e encontrar Solicitei que cada professor elaborasse uma aula utilizando um
vídeos de seus interesses. Através destas interfaces pode-se fazer dos recursos do Portal. As propostas das aulas foram
disponibilizadas no blog de cada professor, contendo: proposta de
1
Banca de Revistas - www.bhnet.com.br/banca. Época –
aula, material escolhido, link do material usado e descrição da
www.epoca.globo.com. Estação de Jornais do UOL - aula.
www.uol.com.br/jornais Estação Revistas do UOL - Na segunda parte deste encontro, discutimos as estratégias
www.uol.com.br/revistas Folha de S. Paulo - www.folha.com.br. Galileo -
didáticas usadas pelos professores nas suas aulas. Os professores
www.galileo.com.br. IstoÉ -www.terra.com.br/istoe JB online -
www.jornaldobrasil.com.br Jornal do Brasil - www.jbonline.terra.com.br. pesquisados utilizam nas suas aulas muitas estratégias conhecidas:
National Geographic – www.nationalgeographic.com Nature -
www.nature.com Newsweek - www.newsweek.com O Estado de São
Paulo - www.estado.com.br O Globo - www.oglobo.com.br Popular 3
Bibliotecas virtuais são bibliotecas eletrônicas, que permitem acessar
Science - www.popsci.com Science Magazine – www.sciencemag.org. bancos de informação em formatos eletrônicos. Existem vários projetos de
Scientific American - www.sciam.com Superinteressante - bibliotecas parcialmente ou totalmente virtuais, como: Biblioteca
www.superinteressante.com.br The New York Times - www.nytimes.com Nacional (www.bn.br), Biblioteca Virtual de Literatura
The Washington Post - www.washingtonpost.com Time - (www.biblio.com.br), Biblioteca Virtual em Saúde (www.bireme.br),
www.time.com/time/index.html Periódicos Capes (www.periodicos.capes.gov.br) Prossiga
2
YouTube - http://youtube.com (http://prossiga.ibict.br/bibliotecas/), Scielo (www.scielo.br).
4
TeacherTube - http://teachertube.com Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br

5
aula expositiva, estudo de textos, tempestade cerebral, dinâmicas hospital; demonstração de teste químico in loco de carbonatação
de grupos, seminários, pesquisa de conceitos, uso de alguns no concreto; simulação dos procedimentos de atendimento à
recursos audiovisuais (datashow), palestras, trabalhos em grupos a vítima de acidente de motocicleta; descrição da localidade e
partir de textos ou perguntas. Poucos utilizam estratégias ambiente do Ministério Público; apresentação animada de uma
envolvendo pesquisa, interação colaborativa e exploração de Resolução na área de Nutrição; vídeoaula sobre falsos cognatos na
outros espaços, como visitas técnicas, elaboração de projetos, língua espanhola.
estudos de casos, oficinas, pesquisa de campo, simulações, vídeos.
O resultado da atividade foi muito rico para as aulas e trouxe
No sexto encontro, iniciei a exploração de estratégias pouco perspectivas diferentes de exploração do registro visual. Na
usadas pelos professores, mas que oferecem contribuições a uma avaliação da atividade, os professores afirmaram que o pouco
prática pedagógica que envolve os alunos. Neste encontro tempo disponibilizado não permitiu produzir como gostariam e
trabalhei as estratégias didáticas de confronto com realidade, que a atividade poderia ter sido realizada em grupo, mediante uma
envolvendo estágios, excursões (estudo do meio), aulas práticas, produção, no mínimo, mais elaborada e com a assistência mais
prática clínica (laboratório), investigações científicas. Estas próxima do professor, concluindo em algo que fosse maior de
estratégias trabalham com conceitos e habilidades para perceber idade relevância no geral para a Instituição e no particular para o
situações e tomar decisões pertinentes. Colocam o aluno diante de modulo de estudo. Argumentei que a produção seria individual
uma situação de fato, na qual deve agir como profissional. Tem devido às temáticas dos blogs de cada professor serem distintas.
como objetivo preparar-se para uma ação profissional posterior
No oitavo encontro trabalhei a estratégia didática com casos, que
efetiva, sob orientação de um professor, vivendo situações reais.
é um método de aprendizagem e ensino que permite aos alunos a
Escolhi o estudo do meio como atividade a ser elaborada pelos oportunidade de direcionar sua própria aprendizagem
professores, que planejaram um estudo do meio (parque, usina enquanto exploram a ciência envolvida em situações
hidrelétrica, praça, museu, jardim botânico, zoológico, praia, realisticamente complexas. Os alunos trabalham
lagoa, indústria, hospital, universidade, indústria, feira, tribunal, colaborativamente e desenvolvem estratégias investigativas
construção) para estudar e vivenciar na prática uma temática da razoáveis e relevantes as suas perguntas, coletam dados e
sua disciplina. Os professores disponibilizaram no seu blog a aula informações para fornecer sustentação para suas conclusões e
envolvendo estudo do meio, contendo os seguintes elementos: trabalham para persuadir outros de seus achados.
tema da aula; breve descrição do local do estudo do meio;
Os casos apresentam situações reais que exigem a tomada de
objetivos do estudo do meio; levantamento do que será estudado
decisões sobre um determinado dilema. A condução do método
no local visitado; conhecimentos necessários (conteúdos) para
envolve um processo de discussão, no qual alunos devem se
entender o que será visto no estudo do meio; registros que serão
colocar no lugar do tomador de decisão, gerar e avaliar
feitos no local e instrumentos necessários; resultados ou produtos
alternativas para o problema, e propor um curso de ação.
cobrados do aluno como avaliação deste estudo do meio.
A resolução dos casos exige conhecimentos vinculados às
Os estudos do meio proposto pelos professores foram: visita em
disciplinas em estudo, além da necessidade de serem
grupos a Centro de Nefrologia para coleta de dados e formulação
acrescentados também conhecimentos adquiridos em outras
de casos clínicos; visita ao Tribunal do Júri; visita a Serviço de
disciplinas.
Nutrição de hospital para vivenciar o dia-a-dia do nutricionista;
visita ao fórum da capital para observação de uma audiência. Após discutir como a metodologia funciona, propus aos
professores a elaboração de um caso para ser trabalhado na sua
No final deste encontro retomei a atividade da produção de
disciplina, com as seguintes partes:
registros virtuais, que consiste na produção de vídeo a partir do
roteiro planejado pelos professores e disponibilização no Introdução – apresenta a questão a partir da qual se deve
YouTube. Cada professor disponibilizou o roteiro do vídeo e investigar tomar uma decisão, organizar um curso de ação.
expliquei que a produção se daria a partir do tema escolhido, e do Apresenta a área de conhecimento, os conceitos envolvidos na
roteiro elaborado registrado com uso de câmera filmadora: tema, situação e os protagonistas do caso.
local, data da realização, cenário, sujeitos envolvidos, situação a
ser registrada e objetivo de aprendizagem a ser trabalhado neste Antecedentes - a situação em perspectiva. Apresentar o cenário
registro. do caso, uma cronologia com os principais acontecimentos e
indicadores relevantes.
A produção poderia ser feita de várias formas: videoaulas, estudo
do meio, entrevistas, visão panorâmica com narrativa, Desenvolvimento - mostra se o dilema foi resolvido, as possíveis
apresentação de um tema com video, videonovela, videojornal, ações tomadas e seus resultados. É a parte central no caso, na qual
debate, historia animada ou desenho animado. efetivamente será descrita os elementos que envolverão os
conhecimentos necessários ao estudo da disciplina. Detalha ações
Após a realização do registro visual, usando câmera convencional e decisões tomadas: práticas e instrumentos utilizados;
ou celular, os professores disponibilizaram o material gravado no procedimentos, pessoas, entidades e parceiros envolvidos.
YouTube, após registro no site. Cada professor disponibilizou no
seu blog o roteiro e a sinopse do material produzido, bem como o Conclusões - a importância dos acontecimentos e apresenta os
link do YouTube ou o próprio vídeo produzido. desafios do futuro, fazendo considerações e análises sobre os
resultados obtidos, a importância do que foi alcançado dentro do
No sétimo encontro cada professor apresentou seus vídeos contexto daquela comunidade e o processo de superação das
produzidos: viagens pelo mundo, focando elementos dificuldades.
arquitetônicos; capacitação para uso de prontuário eletrônico em

6
Questões para discussão – questões ao final do caso para levar o que as aulas permitiram uma melhor utilização das estratégias
leitor à reflexão sobre o caso. Devem ser elaboradas de acordo didáticas já utilizadas e também a conhecer outras estratégias.
com o foco dos conteúdos trabalhados, relacionadas com a vida Permitiu conhecer melhor e mudar preconceitos em relação ao uso
prática dos alunos. Levam o leitor a refletir sobre as soluções da internet nas aulas. Inicialmente, ferramentas como redes de
adotadas, alternativas existentes e expectativas de ampliação da contato e relacionamento, interfaces como o YouTube e blog se
iniciativa. Não devem ter a abordagem de certo ou errado, mas mostravam de pouca ou nenhuma utilidade prática. Afirmaram
sim um foco na reflexão: você faria diferente? Quais alternativas que estão na fase de “alfabetização em TIC”, possibilitada pela
poderiam ser usadas? Como multiplicar tal iniciativa? Indique os aprendizagem realizada, conforme nos relata um dos professores:
procedimentos que o aluno deverá realizar para trabalhar o caso. Percebi então com a matéria que existem muitas ferramentas
usadas no dia-dia que poderiam ser aproveitadas no processo de
Os casos propostos pelos professores foram: acessibilidade de ensino do acadêmico, algumas das TIC já utilizadas por mim nos
cadeirante a órgão público; atendimento pré-hospitalar de estágios supervisionados como o youtube e Orkut de outras
ocorrência no trânsito; ação de injúria movida por magistrado maneiras, e agora com novas abordagens que ainda não tinha
contra advogado no exercício da profissão; análise da conduta vislumbrado, e outras como o próprio blog que não conhecia e
ética da entrevista de paciente portador de HIV; João, Maria e não sabia como funcionava, e inicialmente digo, “não conseguia
jogadores de rúgbi. Os casos exigiam leituras, análise de ver como usá-la para ensinar”. Hoje vejo que é uma ferramenta
procedimentos, condutas, pesquisa de informações e relação dos muito forte e fácil de administrar dentro do processo de ensino,
conteúdos trabalhados nas aulas. inclusive professor se você permitir tentarei usar o mesmo
No último encontro realizamos a avaliação das práticas processo usado na sua matéria, para realizar algumas atividades
desenvolvidas a partir da construção do blog pelos professores do nas matérias e estágio que leciono. Bem, vamos à pergunta chave.
ensino superior. Cada professor avaliou no seu blog o percurso de Os professores declararam os elementos que precisam melhorar na
aprendizagem com TIC nesta formação, considerando os aprendizagem com TIC: conhecimento sobre informática e
seguintes aspectos: importância das TIC na prática docente; ferramentas de animação, criação de vídeos e recursos visuais que
possibilidades vislumbradas do uso das TIC nas aulas; podem utilizar para disponibilizar para os alunos na melhoria do
aprendizagem nas aulas de Metodologia do Ensino utilizando aprendizado, ampliar a alfabetização digital. A aprendizagem nas
TIC: o que precisa melhorar na aprendizagem utilizando TIC; aulas em alguns momentos foi prejudicada em razão das
metodologia utilizada pelo professor da disciplina; sugestões para limitações da sala de informática, que não permitia um link seguro
melhoria da disciplina em futuras ofertas. com o blog online, fazendo com que os alunos se frustrassem
Para os professores, na sua prática docente, as TIC abrem uma frente à necessidade de repetir postagens e trabalhos já realizados.
gama de ferramentas de desenvolvimento criativo e inovador que A utilização da ferramenta no curso passa, necessariamente, pela
possibilita o desenvolvimento profissional e uma melhor readequação dos recursos do laboratório. Melhorar a qualidade do
qualidade da aprendizagem; mediam um processo catalisador do acesso a internet, que por muitas vezes dificultou a aprendizagem,
desenvolvimento profissional e de mudanças na cultura de seu por ser muita lenta dificultando a realização das tarefas pelos
trabalho. Afirmam que num futuro muito próximo os alunos, atrapalhando o programa de aula do professor que em
procedimentos envolvendo as assim chamadas TIC, serão, em alguns momentos teve seu ritmo quebrado.
relação a docência, indissociáveis. As TIC, de acordo com as Na análise da metodologia que utilizei na disciplina Metodologia
respostas dos professores, são ferramentas de trabalho do mundo do Ensino, os professores afirmaram que o professor tem um
digital, que permitem interagir com todo o universo tecnológico universo de fontes de informação que soube utilizar na construção
no espaço da sala de aula. Afirmaram que, a partir do que do conhecimento, estimulando a utilizar os recursos para o
aprenderam, conseguem visualizar novas maneiras de aplicar crescimento pessoal e profissional do professor. Segundo os
meus conhecimentos junto aos acadêmicos, com possibilidades professores, utilizei método estimulador, levando-nos a trabalhar
diferentes de ministrar as aulas, deixando o processo ensino- em equipe e buscar formas de entender e utilizar as TIC,
aprendizagem mais dinâmico e proveitoso, assim como foi o curso tornando-se prático e sistemático para utilização real na prática
dessa matéria, saindo da mesmice das aulas expositivas. docente, permitindo alcançar os alunos de forma mais
Quanto as possibilidades vislumbradas do uso das TIC nas aulas, colaborativa. Valorizaram o uso do blog que, apesar da sua
foi possível uma maior interação do aluno para com o professor e aparente simplicidade, pode e deve ser usada numa maior
desenvolvimento de novas experiências e metodologias de completude. A utilização do blog no ensino e aprendizagem
ensino/aprendizagem. Possibilitou compartilhar experiências e representa um novo espaço no qual as demais ferramentas
saberes e também levar seus alunos a terem acesso e interlocução interagem complementando a sua utilização como instrumento
com os saberes disponíveis na internet. Perceberam que as didático. Valorizaram o conhecimento e domínio da disciplina
possibilidades trazidas pelas TIC são inúmeras. Mediante o uso pelo professor, com uma metodologia abrangente nos diversos
das ferramentas que estão a disposição podemos trazer o mundo meios de informação e comunicação, em curto espaço de tempo,
para a sala de aula. O que antes era trabalhado e desenvolvido levando ao reconhecimento da importância da mesma na prática
pelo professor contando com a imaginação e capacidade de docente. Entendem que não se concebe o ensino superior sem a
abstração do aluno, hoje pode ser realizado de forma visual e, em adoção das TIC, ferramentas que torna mais ágil e divertida a
alguns casos, quase que em tempo real. transmissão do programa e traz como conseqüência a melhor
assimilação da matéria.
Os professores avaliaram a aprendizagem nas aulas da disciplina
Metodologia do Ensino utilizando TIC e afirmaram que esta Os professores fizeram sugestões para a melhoria da disciplina em
permitiu conhecer novas estratégias e ferramentas multimídias, futuras ofertas, como: aumento da carga horária para a disciplina,

7
computadores com acessos independentes; melhoria da estrutura internet: YouTube, TeacherTube, Second Life, Orkut, blogs,
física e de rede do laboratório de informática usado nas aulas, microblogs, Google Maps, Google Earth. A metodologia
com navegadores mais rápidos e os computadores não estejam utilizada, antes deste curso era aula magistral com projeção de
conectados de tal forma que impeçam o andar da aula. slides pelo data show e filmes curtos do YouTube. A
aprendizagem dos professores melhorou no sentido de utilizar
melhor esses recursos que as TIC fornecem.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Investigar as possibilidades de uso do blog em contextos de Concluímos afirmando que as TIC, quando bem aplicadas, podem
formação, sob a perspectiva da constante transformação da trazer a reaproximação entre professor e aluno que vem sendo
informação e construção do conhecimento no processo de ensino- objeto de discussão nos meios pedagógicos. Ganham importância
aprendizagem proporcionou repensar a prática pedagógica pela capacidade e versatilidade em apresentar temas novos e
tradicional como também apontou inúmeras contribuições que inéditos por meio de diversos recursos, como vídeos, reportagens
viabilizam a apreensão do conhecimento por meio dos recursos e atividades interativas.
tecnológicos.
As atividades trabalhadas valorizaram o uso das TIC, dando-lhe REFERENCIAS
uma nova dimensão, através da qualificação, preparando [1] Harasim, L. et al. 2005. Redes de aprendizagem: um
professores do ensino superior para trabalhar com novas propostas guia para ensino e aprendizagem on line. São Paulo: Senac.
pedagógicas, a partir da necessidade de promover atividades [2] Palloff, R.; Pratt, K. 2004. O aluno virtual: um guia
educacionais que permitam a atualização em termos de para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed.
conhecimento, informações e desenvolvimento de habilidades que [3] Silva, M. (org) 2003. Educação online. São Paulo:
os atuais padrões convencionais de ensino não oportunizam é que Loyola.
propomos a criação do blog como espaço de apropriação de
interfaces com propostas didáticas para uso de TIC na prática do [4] Mercado, L. P. 2009. Integração de mídias nos espaços
professor do ensino superior. de aprendizagem. Em Aberto, Brasília, v. 22, n. 79, p. 1-197, jan.
2009.
Nesta formação, acredito que desempenhei papel de facilitador e
[5] Moore, M.; Kearsley, G. 2007. Educação a distância:
coordenador da aprendizagem durante a construção das atividades
uma visão integrada. São Paulo: Thomson Learning.
pelos professores. Utilizei uma metodologia de ensino
participativa, voltada para o envolvimento do aluno, que estimula [6] Bauer, M.; Gaskell, G. 2002. Pesquisa qualitativa com
o aluno a vivenciar uma situação real, tornando esta vivência parte texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes.
fundamental do processo de construção do aprendizado. [7] Flick, U. 2009. Introdução a pesquisa qualitativa. 3.ed.
Os blogs vem se transformando em importantes repositórios de Porto Alegre: Artmed.
informações, em filtros de avaliação, interpretação e indexação [8] Correa, R. L.; Guiraud, L. 2009. Possibilidades e limites
dessas informações, em ambientes da construção cooperativa do de história de vida por meio de depoimentos orais na história da
conhecimento. No curso analisado o blog foi utilizado como um formação de professores. Rev.DiálogoEduc, Curitiba, v.9, n. 28,
misto de diário de investigação e organizador de conteúdos e p. 671-686, set/dez, 2009.
também como ambiente cooperativo, no qual professores e alunos
[9] Nascimento, F. et al. 2008. Uso do blog na prática
podem formar uma comunidade de pesquisadores, num misto de
pedagógica. In: Mercado, L. P. Práticas de formação de
aprendizagem/ensino, por meio da inserção das TIC na sua prática
professores na educação à distância. Maceió: Edufal, 2008. p.
pedagógica, através de pesquisa e reflexão sobre suas práticas.
357-369.
Nas atividades realizadas, levou-se em conta a necessidade de [10] Gutierrez, S.S. 2003. O fenômeno dos weblogs: as
capacitar o professor do ensino superior, permitindo a apropriação possibilidades trazidas por uma tecnologia de publicação na
dos recursos das TIC disponíveis na Internet. A aprendizagem do internet. Informática na Educação: teoria e prática. Porto Alegre,
professores nas aulas de metodologia utilizando TIC foi essencial v. 6, n. 1, p. 87-100, jan/jun. 2003.
para transformar as aulas dos professores, torná-las mais
dinâmicas, com imagens, vídeos, sons e o uso dos recursos da

8
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

INTEL® TEACH ESSENTIALS COURSE: A STRATEGY TO


IMPLEMENT THE CHILEAN REFORMS IN THE
CLASSROOM
Daniel Light Jaime Rodríguez Méndez
Center For Children and Technology Pontificia Universidad Católica de Valparaíso
Estados Unidos Chile
dlight@edc.org jrodrigu@ucv.cl

Abstract: Creating change in classroom practice is the most multiple programs and efforts come together to promote change at
difficult task that ministries face when promoting the integration the school and classroom level.
educational technology. This paper looks at case studies of two With a grant from the Intel® Corporation, the authors conducted
schools in Chile that are involved in the Intel® Teach teacher case studies of two schools from the Intel Teach Essentials Course
professional development program to explore how distinct that are considered to be “good examples” of using technology in
features of the program combine with features of Chile’s the classroom. The case studies were designed to identify
educational reform to help promote change at the school and underlying factors and patterns [16] that enabled these schools to
classroom level. be successful. In both schools we found that the educators we
interviewed felt they had been able to implement both new ICT
Categories and Subject Descriptors activities and new teaching approaches with their students after
K.3 COMPUTERS AND EDUCATION the course. Additionally, we found that no single factor or
program accounted for these schools’ ability to move forward.
General Terms Instead it was a combination of programs and policies coupled
with the motivation and skills of the educators in each building
Human Factors that enabled the schools to innovate.
Keywords
Educational technology, Policy, Professional Development 2. STUDY DESIGN
2.1 Theoretical framework
A large body of research, mostly focused on wealthy countries,
1. INTRODUCTION has identified a number of common factors shared by projects that
All across the Latin America, national governments, non- successfully integrate ICT into educational programs.[6, 8, 9, 15]
government organization and multi-lateral organizations are And this framework of common factors has begun to be applied to
dedicating substantial resources and time in the continuing effort the experience of developing countries.[14, 13] While the exact
to integrate information and communication technology in number of key factors may vary from one writer to the next,
meaningful ways into the region’s classroom. Chile has been multiple studies have underscored the importance of a minimum
promoting educational technology since the 1990’s, but the core group of factors. We examined seven of these most
hallmark of Chilean education is, perhaps, the methodical and commonly cited factors to help understand the case studies:
deep reforms in the system since the restoration of democracy in pedagogical objectives and goals; leadership; professional
1990. The relevant features of the current system are the model of development and ongoing support; experimentation, adaptation,
privatization that Chile inherited from the dictatorship; the and critical reflection; time; infrastructure; and financing and
curricular reforms of the 1990s; and the national educational sustainability. This paper reports the studies findings in relation to
technology program, Enlaces (Links). This type of systemic these seven factors.
change is slow and complex, even with ample funding and
resources often available in the developed countries let alone in
the context of limited resources available in many Latin American
nations. Chile provides an interesting opportunity to examine the 2.2 Selecting the schools
complex challenges of integrating educational technology into the The Ministry of Education (MINEDUC) and the Pontificia
education system. Universidad Católica de Chile in Santiago, which oversees the
program nationally, and the Intel Education Manager met with the
local evaluation team to generate a list of schools that met their
terms of success and were “typical” Chilean schools. The local
Light, Daniel., Rodríguez, Jaime. (2010). Intel® Teach Essentials Course: a strategy
evaluation team reviewed the list to make the final selections. The
to This paperthelooks
implement at reforms
Chilean case studies of two schools
in the classroom. in Chile
En J. Sánchez involved
(Ed.): Congreso schools selected a government-subsidized private school in a
Iberoamericano
in a teacherdeprofessional
Informática Educativa, Volumen 1,
development pp 9-15, Santiago
program de Chile.
to explore how lower middle class neighborhood of Santiago Chile and a small

9
municipal school in a rural town. The private school has 2,747 all schools—municipal and subsidized—expand the school day to
students from pre-K to Grade 12, and the municipal school serves eight hours, increase the amount of time students spend in core
97 students from pre-K to Grade 8. The private school has five areas, and create space for students to engage in optional activities
ICT labs, some with as many as 20 computers. The municipal or project-based learning experiences. Additionally the Ministry
school has a lab with 15 computers, plus four laptops, a digital requires that all schools have an Unidad Técnica Pedagógica
camera, a TV, a printer, two LCD projectors, and a wireless (Pedagogical Technique Unit) or a department of pedagogic
network. support.

3. Context of Chilean Education Along with the introduction of a longer school day and more
The privatization of education that occurred under the Pinochet demanding curricular contents, the Ministry implemented new
dictatorship is a central characteristic of the Chilean system. [17] professional development programs. For example, the Ministry
Chile currently has three types of schools: offered a free, voluntary 70-hour course on the new curricular
1. Municipal Schools (serving 44.98 percent of students in framework during the summer holidays.[3] However, most
Chile:[2] With funding from the national government—a set experts agree that the continuing challenge facing Chile’s
amount according to each pupil’s actual attendance— education system is the impact of these reforms on actual practice
municipalities own and administer these schools., The in the classrooms.[4, 17] There continues to be a gap between
schools are often located in rural or urban areas where there what is expected of teachers and how teachers are able to
are no private schools and the pupils often are from the implement or enact changes in the classroom with their students.
poorest families.
2. Subsidized Private Schools (serving 46.51 percent of In tandem with the government’s other reforms, Chile also began
students in Chile): These schools receive partial funding laying the groundwork to integrate ICT into schools. The Enlaces
from the government but belong to private, nonprofit entities. program (Enlaces means Links in Spanish) started in 1992 as an
The government limits the fees the schools can charge experiment to integrate technology into just one poor rural school
parents and provides a subsidy per student (students mostly and was expanded to 55 schools in 1995 before the program was
come from working class and lower middle-class families) taken to scale.[1] By 2007, Enlaces had provided hardware,
that is prorated to the amount charged to the parents. Funds software, and connectivity to more than 10,300 of the 11,033
are paid directly to the school, based on monthly attendance schools in Chile (94.3 percent).[2] Enlaces considers teachers to
rolls. This strategy generally means that subsidized schools be the principal change agents in schools, so the program is
have more funds per pupil than municipal schools. focused on teacher professional development and has provided
3. Privately Paid Schools (serving about 6.95 percent of substantial professional development to 110,000 teachers in Chile.
students in Chile): These schools are completely funded by
the parents, and there is no limit to the fees. However echoing the concerns of experts in Chile’s educational
Although the democratic governments have left the basic reform efforts above, the leadership of Enlaces are not satisfied
privatized system intact, they have pursued policies to improve with the extent to which teachers are using ICT in the classroom
the resources and infrastructure of the poorest and lowest with their students:[1]
performing schools, whether municipal or subsidized.[3,17]
However, the privatized system came under serious pressure in We had provided just a basic seed that allowed schools
2006 when Chilean students across the country staged a national and teachers to recognize the potential benefits of ICT.
strike. The revolt of the penguins (a colloquial reference to the Technology has already been incorporated into the
traditional school uniform) lasted for months, and one of the school culture, but it has not really been incorporated
protesters’ demands was an end to for-profit education.[18] into teachers’ regular teaching practice. If ICT is to
make a contribution to teaching and learning practices,
Since 1990, successive Chilean governments have undertaken a we still have a long road to follow. The next steps of
series of curricular reforms. These reforms constitute a systematic, Enlaces are directed towards the effective curricular
coordinated approach to gradually transforming the administrative integration of ICT.[12]
and policy context of the education system and modernizing the
teaching and learning in Chilean schools.[7, 17] The MINEDUC has 3.1 Intel Teach Essentials Course in Chile
improved and extended the school infrastructure, transformed the The Ministry piloted the Essentials Course with teachers in 2003
curricula, instituted full-day schooling (Jornada Escolar and decided to integrate the program as a professional
Completa), developed a national examination (SIMCE), invested development offering as part of Enlaces activities.[5] The RATE
heavily in teacher professional development, and integrated ICT (Red de Asistencia Técnica de Enlaces)—a network of
into schools. Chile also participates in international assessments universities throughout Chile selected by the Ministry—offers the
like TIMSS and PISA. The Ministry established curricular standard 40-hour course to teachers in their region. Within each
frameworks in primary (1995) and secondary (1997) education university, academic centers that specialize in educational
and has recently issued adjustments to refine and improve the technology house the Essentials Course. The course is free to
curricula based on actual experience. According to one of the teachers in municipal and subsidized schools that are part of the
architects of the reform, Cristián Cox, move away from Enlaces program.
“encyclopedic” knowledge towards “the development of skills for
accessing knowledge as major guiding principle.”[4] The Essentials Course is professional development course created
by the Intel Foundation and offered in collaboration with
The MINEDUC first extended compulsory education to 12 years ministries of education and local education organizations in over
and preschool has since been added. The MINEDUC mandated that 30 countries. The central content and structure of the course is the

10
same everywhere. The core of the Essentials Course curriculum approaches, to explain learning objectives to students, and to give
focuses on preparing teachers to integrate ICT across the curricula students a voice in deciding how to attain those objectives. El
as a tool for learning, and to design and implement inquiry-driven, Sembrador’s vision of technology as an interdisciplinary tool
project-based learning activities. The program uses a train-the- reflects the messages of the Ministry and the Enlaces program.
trainer model in which Senior Trainers (STs) train Master The school leaders we interviewed noted that El Sembrador
Teachers (MTs) based in local districts or schools, who then run worked hard to avoid the problem of many other Enlaces schools,
the course with Participant Teachers (PTs). The standard version in which ICT became a teacher planning tool but did not make it
of the course is 10 modules over 40 hours, but some countries into the hands of students. Although the school was already
have expanded the duration of the course (i.e., 60 hours) or have integrating ICT into classrooms, The head of the UTP reported
added extra modules before or after the course in response to local that the Essentials Course introduced the school to two new
needs. However, none of the countries has removed content from things—inquiry-driven learning and the use of holistic rubrics for
the course. student assessments.

4. DATA COLLECTION In keeping with the school’s vision that good teachers are
In each school, we interviewed school administrators, teachers, constantly improving their practice, the school has a strong
technology coordinators, students, and the MT or ST who internal professional support structure with the UTP. The Chilean
supported the Essentials Course as well as other local officials for Ministry of Education requires all schools to have a weekly
the village school since they played a central role in municipal teacher meeting for planning and training. El Sembrador takes
school systems. We also observed standard classrooms as well as advantage of this time for reflection and professional growth.
the computer lab. Furthermore, we asked the school to identify Each year, the faculty selects a theme which they work on for the
some of their best or most innovative teachers because we wanted entire year. In 2008, the faculty focused on lesson planning using
to see what the best teachers were able to do in each context. In an approach (Planificación Modelo T) that is similar to the
total we spent two days in each school, interviewed ten educators, “backwards design” approach in the Essentials Course.[19] The
conducted two focus groups and observed seven classes. head of the UTP is assisted by three teachers who split their time
between teaching and providing support to their peers. They offer
internal training sessions, as well as encourage teachers to sign up
5. CASE STUDIES for external professional development offerings, such as the
5.1 Urban School – Colegio El Sembrador Essentials Course or the new Intel Teach Essentials Online.
Colegio El Sembrador is a government-subsidized private school
serving a mostly middle-class population in the neighborhood on In addition to continuous professional development, the school
the outskirts of Santiago. The school has now been in existence provides pre-made unit plans and assessment tools so that teachers
for 20 years. Our visit was to the middle and high school do not need to develop everything themselves. One set of
buildings. There are 60 teachers in the school and the average materials is a collection of unit plans that teachers at El
class size is 36. The students at El Sembrador score above the Sembrador created in the Essentials Course and then refined as
national mean on the SIMCE exams. For Grade 4 and Grade 8, the they piloted them in their classes.
school’s SIMCE exam scores are in the top 10 percent of schools
of a similar socioeconomic level; the scores are in the top 25 The school values ICT as a tool for more than simply learning to
percent for high school (Grade 10). Most members of the school’s use computers. According to one of the computer teachers, “the
leadership team have been at the school since the beginning. The object is not to teach them computers, children are always going
leadership consists of the school’s owner, the principals of each to know more! The thing is to teach them other things—skills and
school level (pre-K, primary, and secondary) and the head of the behaviors—like researching.” This value was echoed by a focus
Unidad Técnica Pedagógica (UTP—the Pedagogic Technique group of 10th-grade students, who said that they used technology
Unit). At El Sembrador, the head of the UTP is also a Master in almost every subject for research and to create publications,
Teacher (MT) for the Essentials Course and is clearly the driving Web pages, and presentations. In one of the lab sessions we
force behind the integration of ICT into teaching. observed, students were doing projects around a novel they read
in class (Alfonso Caso: El Explorador de Monte Alban). As part
According to the head of the UTP and the principal of the of the project, they were making brochures, presentations, and a
elementary school, pedagogy at El Sembrador has changed over Web page using their reading of the book to answer the question
the years. She noted that while the school used very teacher- “Can we learn about human culture through literature?”
centered, lecture-based approaches in the early days, the school
was attracted by the reform in 1996. When these educators Students and teachers alike mentioned a variety of common uses
participated in the government training programs about the of ICT. Teachers spoke of using the Internet to conduct reference
reforms, they liked much of what they heard, and they felt the new research and to make PowerPoint presentations. Additionally, the
approaches were better for the students than the traditional teachers at El Sembrador challenged students to act as researchers
approaches. Both leaders thought that many schools in Chile just and make their own interpretations of primary documents or raw
made superficial changes to comply with the reforms in name data on the Web. In one instance, we observed a lab session where
only. a teacher asked students to examine photographs of Chilean life in
the early 19th century and reflect on how these images contrast
The central task of the UTP is to promote good practice in the with the official interpretation of Chile’s history. Two teachers,
school, and the head of the UTP has a clear vision of what she who had recently completed Intel Teach Online, were
wants to see in the classroom. She stated that the school experimenting with blogs. We observed a class of seventh-grade
leadership expects teachers to use problem-based teaching

11
students working on blogs about the Industrial Revolution in scores on the Grade 4 and Grade 8 national exam are above the
Chile. 70th percentile among similar students nationally. 1

5.2 Village School – Escuela Básica Pedro As noted, Pedro Aguirre Cerdá is part of the special MECE-Rural
national program for rural schools, and it has participated in the
Aguirre Cerdá project since 1998. The MECE-Rural program provides resources
Escuela Pedro Aguirre Cerdá is a small rural school in a township and trainings. In addition, as part of this program, each month the
at the foot of the Andes. One of six schools in the municipal Pedro Aguirre Cerdá faculty hosts a full-day teacher meeting with
school system, it serves mostly children from low-income colleagues from another rural school. During the meeting, they
families. The municipality plays a strong role in leading the work together to improve their teaching and to do professional
school system. The national government provides a flat amount of development.
money per student, but the township provides additional funding
because the national funds are insufficient. The township has a All classes have two ICT lab sessions a week, but the teachers
smaller student/teacher ratio because most of the schools are rural. reported that it is easy to schedule extra lab time whenever they
Therefore, the township employs more teachers than a typical need to do so because the school is so small. Since the teachers
Chilean school. There is a strong leadership team formed by the have all completed the Essentials Course, they work with their
Municipal Director of Education and the Head of the Municipal own students in the ICT lab, and there is no separate ICT teacher.
UTP. The Director of Education (the former principal of Pedro Additionally, the laptops and projectors allow teachers to integrate
Aguirre Cerdá) was very clear that ICT should be used to “deepen ICT in the classrooms, especially for students’ presentations.
learning and not just be an add-on activity.”
The teachers at Escuela Pedro Aguirre Cerdá do a lot of
The township participates in a great variety of educational schoolwide projects that involve all students from all grades. Each
programs offered by the MINEDUC: Enlaces; Bicentenary Project; year, they try to do at least one special project. Sometimes, the
School Management 2008; the Programa de Mejoramiento de la projects focus on the content. In other cases, the projects serve to
Calidad y la Equidad de la Educación/Rural (Program for connect the school to the life of the community. Students’ first
Improvement and Quality of Education/Rural), also known as the project, for example, was to do histories of all the old houses in
“MECE-Rural” program; the Essentials Course; and the Healthy the village by collecting stories, names of the inhabitants,
Schools project. The head of the UTP commented, “When you photographs, etc. from the community. After taking the Essentials
have nothing, you’ll put your name in for anything.” The Course, the school did the multi-grade Pequeños Habitantes
programs have helped the schools acquire ICT resources and project that they had designed in the training. Each grade did an
many training opportunities. insect-themed project connected to the curriculum and shared the
results with fellow students. Then, the seventh and eighth graders
Both of the school system’s leaders support the educational compiled all of these experiences into a blog.
reforms promoted by the government since the 1990s, and they
both know well the challenges of creating a real change in the
classroom. Although the Ministry offered a number of 6. EXAMINING THE CASE STUDIES
professional development programs explaining the reform vision, The following section uses the analytical framework of the seven
Pedro Aguirre Cerdá augments the Ministry’s professional key factors to examine how each of these schools has been able to
development with its own professional development and other realize the changes they sought to make by experimenting with
strategies to support change. Across the system’s 57 teachers, new teaching strategies, integrating ICT use with students, and
only a portion of teachers are comfortable with and using the new following up on the Essentials Course.
student-centered approaches. They consider Pedro Aguirre Cerdá
to be their best school in attempting to integrate ICT and student- 6.1 Pedagogical objectives and goals
centered learning. The municipal education leaders both feel the The research on educational innovation suggests that it is
course complements Chile’s curricula and national reform efforts important for schools to share a reformed vision of teaching and
and reinforces the vision of Enlaces for ICT use with students. learning in order to create sustainable change at the school and
They feel that one of the strengths of the Essentials Course is that classroom levels. Additionally, in respect to ICT integration, the
it does fit so well with Chile’s reform agenda, and it does not research suggests that successful projects have clear and
introduce contradictory approaches or messages. consistent messages concerning the role of ICT in supporting that
vision, and that teachers see how ICT supports their students’
At a bend in a dirt road, Pedro Aguirre Cerdá School is fenced in learning.
with two grassy fields for football and school events. Each
building is a line of classrooms that open up onto the courtyards. In Chile, educators saw a close correlation with the Essentials
The school has 97 students from pre-K to Grade 8. There are six Course and government education reforms. Both schools were
classroom teachers, and an additional five teachers visit the school working hard to transform their learning environments in
to teach Music and English or to provide special education accordance with the Chilean reforms and clearly saw ICT and
services. With only six teachers for eight grades, some teachers Essentials as tools to support that larger goal. The educators we
have combined classes—combining Grade 1 and Grade 2, for interviewed understood Chile’s reform agenda, the promotion of
example. The average class size is 15 students. The students’ student projects, and the use of ICT resources as an integral part

1
SIMCE results for every school in Chile are available at
http://www.simce.cl/.

12
of the learning environment they sought to create in their schools. funding, and the administrators had to find solutions to allow
All of the teachers we interviewed felt that the ICT use and change and innovation to take place with the resources that were
projects were valuable learning experiences for their students; available. ICT infrastructure is a constant problem for schools in
none of them expressed that they felt like they were using ICT developing countries, and the decisions administrators have to
merely to comply with government regulations. In their make are often frustrating because they cannot give all students all
conversations, educators at both schools shared that they saw a the access they would like to give them.
close alignment between the Essentials Course and the
government reform. Moreover, they felt the Essentials Course 6.3 Professional development and ongoing
went beyond theory to address practice, providing them the
practical training and skills to enact the goals in the classroom. support
Additionally, El Sembrador was working hard to incorporate new Both school communities value professional growth and seek out
assessment strategies into their classrooms, and they valued the opportunities to learn about new teaching practices. For much the
rubric assessment materials in the Essentials Course. same reasons that supportive leadership is important in helping
teachers innovate, ongoing professional development also appears
to be a critical factor. There are various ways that the Essentials
6.2 Leadership Course supports Chile’s approach to reform. First, the MINEDUC
The research literature also indicates that leadership at various has set long-range goals for teachers that align with the Essentials
levels of the system is important if an innovative project is to take Course. Not only are teachers expected to use technology as a
root and grow at the classroom level. Chilean schools function teaching tool, the MINEDUC established guidelines for teacher
with two or three levels of leadership depending on whether they evaluation (Marco para la Buena Enseñanza y Práctica Docente)
are private or municipal. For both types of schools the MINEDUC that encourage practices that Essentials supports like lesson
sets overall policy, curricula, and national assessment. Next, for planning and peer review. Second, the UTP in each school is
private schools, there is the school leadership that makes the day- expected to provide in-service training for teachers. In the context
to-day decisions, but for municipal schools there is the municipal of education reform, the tools and teaching strategies are new to
education secretariat and then there is the building leadership. many of the teachers; therefore, both the quality of the
Issues of national leadership are important for technology projects professional development courses and the presence of ongoing
[10, 11], but these case studies further suggest that building level support for teachers in their classrooms are important. First, the
leadership is key and that the two levels need to work in tandem. case studies suggest that the Essentials Course offers teachers
The school’s leadership is the key nexus in the process of multiple points of entry into practices supporting ICT use and
reinterpreting a broad, national vision into a practical vision that student-centered teaching. This allows teachers to begin changing
teachers can enact in their classroom. The MINEDUC has their practice from whatever point their context and current
developed a framework of Good Administration (Marco para la practice requires. For example, teachers in Colegio El Sembrador
Buena Dirección) that highlights the leadership’s role as an were digging into the use of holistic rubric assessments, and
instructional leader as well as a good administrator of resources. Escuela Pedro Aguirre Cerdá was focused on group projects and
multi-grade collaborations.
The findings from these two schools highlight three aspects of the
role of building-level leaders in supporting a process of ICT The case studies also highlight two features of the teachers’
integration and pedagogical innovation. First, leadership does not professional learning occurring in these schools: the importance of
come only from the principal. In both schools, other figures were using the Intel unit in the classroom as part of the program follow-
also advocates for technology and the Essentials Course. In each up, and the informal professional communities that exist in these
of these schools, the Essentials MT was a key figure in providing schools.
ongoing support after the training itself.
Designing their own unit plan is a key strategy of the Essentials
Second, the leaders of the ICT initiatives did not just set the vision Course, and the case studies suggest how it helps teachers bridge
and provide clear expectations for teachers, they served as the gap between the theoretical discussion of a training course and
instructional leaders by providing support and guidance in the practical needs of classrooms. A common feature in both cases
teachers’ classrooms. In Chile this activity was supported by the was that the schools actively promoted the teachers’ use in their
Mineduc reforms since the reform requires an UTP for each classrooms of the unit plans designed during the Essentials
school. So the Chilean schools had pedagogical coordinators (e.g., Course. The chance to implement an ICT-rich, student-centered
the head of the UTP), who were central in encouraging teachers to activity allowed teachers to experiment and see for themselves
use technology and new teaching strategies. Most of the teachers how these new ideas, tools, and approaches could work in the
had no prior experience with the activities they were being asked classroom. El Sembrador, for example was building a library of
to do, and the principals, the head of the UTP, or MTs were often units designed during the Essentials Course.
in the classrooms with support, suggestions, and praise. In the
Chilean schools, the pedagogical coordinators were constantly Additionally, both of these schools has established a culture of
visiting classrooms and planning with teachers. constant improvement and professional learning. Educators at
both schools talked about meeting in groups to plan and discuss
Third, a central role for the school principal is to make key new strategies and to share challenges and successes. Both
decisions about resource allocation. An instructional leader as schools had faculty-wide planning opportunities. At Colegio El
described above is very important, but there are also specific Sembrador teachers plan a common professional-development
administrative and logistic challenges around using ICT that agenda for the year, and the school creates time for the teachers to
school administrators must solve. All of these schools had meet and discuss new topics or bring in outside speakers to
resource limitations on time, infrastructure, staff, space, and

13
present. The village school also had common meeting times to 6.7 Financing and sustainability
discuss their teaching and to plan together through the MECE- Costs and sustainability are ongoing challenges for all of these
Rural program. schools when attempting to bring in new, complex resources such
as ICT. These schools attempt to do two things to manage
sustainability of their ICT activities: First, they try to obtain
6.4 Experimentation, adaptation, and resources from as many sources as possible, and second, they try
to control the costs related to ICT activities. The subsidized and
critical reflection municipal schools have different financing structures. In the
Perhaps because there are so many changes being promoted by the Chilean system, both schools can apply for many government
Ministry in Chile, both schools expressed a willingness to programs that provide infrastructure and training. Pedro Aguirre
experiment and take risks with new programs. For example, the Cerdá has built up its infrastructure mostly through these
municipal Education Director said that they will put the school’s government programs, even though the municipality also provides
name on the list for just about any government program. And, additional funding to the school system. El Sembrador, as a
Colegio El Sembrador was also active in joining in experimental subsidized school, has more resources available. Thus, although
projects and programs from the Ministry. This attitude connects the school participates in many Ministry-sponsored professional
back to the schools’ support for the new vision of teaching and development opportunities, the leaders have also decided to invest
learning embodied by the reforms and a desire to offer their the school’s own resources in buildings a strong ICT
students a different environment. infrastructure.
Both of these schools used the Essentials Course and the unit
plans designed during the course to create opportunities for the 7. CONCLUSION
teachers to experiment with new teaching practices and the ICT in The research in Chilean education reform reflects the complexity
a supportive environment where teachers could take risks to of the challenges in creating real change in classrooms. The
experiment. In each school there were supportive leaders—the Ministry has sought to create the conditions needed to support the
principal and the heads of the UTP— to help the teachers during new teaching paradigm—including new curricula, a longer school
their initial use of the Intel-designed unit plans. day, and professional development—but the final step of a
meaningful change in the classroom is still difficult. In their
oversight of the educational technology component of the
6.5 Time reforms, the leadership of Enlaces sought more strategies to
Much like a physical resource, time is a scarce resource that promote ICT use in classrooms. They selected the Essentials
schools must manage carefully. Time has to be viewed in two Course to help them move towards this goal because they
dimensions: (1) teachers’ professional development and planning perceived that it aligned with their vision and targeted classroom
time, and (2) students’ time in the classroom or learning activity. use.
Because of full-day schooling, teachers in both schools felt they
had enough available class time to use ICT in class. Students have Our findings suggest that necessary changes are much broader
two lab sessions per week, and teachers reported that it was easy than just the introduction of a new tool or one new practice.
to schedule additional time if needed. In relation to planning Instead, change begins by deeply reshaping life in the
time, both schools have developed strategies to create time for classrooms—from educators’ beliefs about learning to the
teacher planning and reflection or create pre-made teacher relationships that make up the school community. In each context,
resources tailored to the school’s needs to alleviate time demands. the teachers found points of engagement between the model of
For example, as noted, Pedro Aguirre has a monthly day-long ICT use and teaching in the Essentials Course and the possibilities
meeting for teachers to plan and reflect on their teaching as part of and limits of their context. The schools we visited in Chile reflect
the MECE-Rural program. El Sembrador also has weekly that challenge and reveal how schools and school leaders are
planning time for teachers, as well as offering the UTP’s bank of actually overcoming those final hurdles to changing practice
ICT-rich unit plans and rubric assessments. around ICT use. The educators we interviewed were sensitive to
the fact that many teachers seldom follow up on professional
6.6 Infrastructure development in their classrooms. The leadership at both schools
In many developing countries, ICT Infrastructure also is was proud that they and their teachers had carried the new
commonly a limited resource in schools, but Chile, in this regard, approaches and tools from the Essentials Course into the
maybe atypical: It is a smaller country, and the government has classroom to the extent that they have.
invested heavily in building out the infrastructure. Both schools
reported sufficient infrastructure and class time to do ICT But the responsibility for change cannot rest solely on the
activities during class, as the teachers required. The schools have shoulders of the teachers—bringing about these changes is a long-
sufficient computers and labs to provide students with easy access term, incremental process. These two schools’ path to success
to technology for learning activities. The larger school, Colegio El show the important inter-relationship between the actions of the
Sembrador, has five labs to facilitate scheduling students. The Ministry and the schools, and how a program like Essentials can
smaller Escuela Pedro Aguirre Cerdá can make do with one lab. play a role. There are a broad range of factors from leadership to
Each school also has laptops available so that teachers can take funding to effective professional development that help create and
ICT into the classrooms, offering them greater flexibility in when sustain the conditions for change. Effective reform requires
and how they can use ICT. sustained investment and support along multiple dimensions of
the educational system, including physical and technical
infrastructure, human resources, curricular frameworks, standards,

14
and assessments. In the end, the success of teachers dependent on This research was made possible by a grant from Intel®. The
the conditions in which they work authors would also like to thank the

8. ACKNOWLEDGMENTS
educators and students of Colegio El Sembrador and Escuela
Basica Pedro Aguirre Cerdá.

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Report, Center for Children and Technology, New York, 1996. Alexandria, Va., 1998

15
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

FORTALECIMIENTO DE LOS PROCESOS DE LA


PRÁCTICA PROFESIONAL EN FID: USO DE CAMPUS
VIRTUAL
Katiuska Azólas Pérez, Margarita Toledo Torres
Escuela Educación Inicial Universidad del Pacífico
Chile
kazolas@gmail.com, mtoledo@upacifico.cl

ABSTRACT Aún cuando la investigación está en proceso, durante este


In order to fortify and optimize the Teaching Practice Period of periodo ha sido posible analizar las percepciones de los
the prospective Nursery and Primary Teachers of the Initial docentes en cuanto al uso del aula, su adaptación a esta y su
Education School from the Faculty of Education of Universidad efectividad como herramienta tecnológica, lo que permite dar
del Pacifico. It started through the use of a Virtual Campus cuenta de las variables que favorecen u obstaculizan dicho
called: “Web Pacifico Virtual”. This is an innovative process in proceso. Así mismo esta estrategia de uso de los recursos y
pedagogic and administrative management of the Teaching herramientas tecnológicas ha permitido fortalecer las
Practice Period. This initiative was developed due to the competencias TIC en los docentes y estudiantes asumiendo los
necessity of improving the collaborative work of supervisors in desafíos que impone la sociedad actual.
orientation, monitoring and evaluation requests and the Keywords
necessity of generating places of socialization between peer - Práctica Profesional, Portafolio Virtual, Campus Virtual.
students and supervisors. This pretends to develop a critical and
reflexive view starting in the observation process and their
different educative experiences. Although this research is in
1. INTRODUCCION
progress, during this term perceptions of the teachers have been
La Escuela de Educación Inicial de la Facultad de
analized regarding different aspect of the virtual campus, such as Ciencias Humanas y Educación de la Universidad del Pacífico
use, adaptability and effectiveness. These perceptions have imparte las carreras de Pedagogía en Educación Parvularia y
determined some causes which can or can not facilitate the Educación General Básica, cada una con cuatro años de
process. formación y con un plan de estudio que define las asignaturas a
partir del perfil de egreso, el diseño curricular de la malla y los
Thus, this strategy uses resources and technological tools, which programas de estudio. Entre las fortalezas que presenta la
have allowed fortifying TIC´s competences between students formación académica de las carreras mencionadas, es el plan
and teachers, assuming challenges that our society imposes. común de dos años, la inclusión de prácticas tempranas a contar
del primer semestre en estudio y la duración de un año
RESUMEN académico de la práctica profesional.
Con el objeto de fortalecer y optimizar los procesos de práctica En este informe, de investigación descriptiva denominado:
profesional en las carreras de Pedagogía, en Educación “Fortalecimiento de los procesos de la Práctica Profesional en
Parvularia y Educación General Básica de la Escuela de FID: Uso de “Campus Virtual”, se da a conocer la estrategia
Educación Inicial de la Universidad del Pacífico, se ha iniciado implementada en la Escuela de Educación Inicial, que ha
mediante la utilización del Campus Virtual denominado “Web permitido facilitar la comunicación, la coordinación y la
Pacifico Virtual”, un proceso de innovación en la gestión programación de la actividad.
pedagógica y administrativa de las practicas profesionales. Esta
iniciativa surge ante la necesidad de potenciar el trabajo El trabajo, presenta la descripción del proceso de práctica
colaborativo de los supervisores en las instancias de orientación, profesional, los ambientes y perfiles diseñados para el uso de
seguimiento y evaluación del proceso de práctica y ante la este “Campus Virtual”, los objetivos, la metodología, los
necesidad de generar espacios de socialización entre los resultados y las conclusiones de esta primera etapa del estudio.
estudiantes y supervisores, tendiente a desarrollar una visión El trabajo en su estructura, presenta la descripción del proceso
crítica y reflexiva a partir de la observación de distintas de práctica profesional, la situación problema de la cual surge la
experiencias educativas. necesidad de este estudio, una breve reseña de los recursos
tecnológicos y del campus virtual en cuanto a su uso en el
Azólas, Katiuska., Toledo, Margarita. (2010). Fortalecimiento de los procesos de la
práctica profesional en FID: Uso de Campus Virtual. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp16-22, Santiago de Chile.

16
proceso de práctica profesional, así como los ambientes y 2.3 Situación problema:
perfiles diseñados para el uso de esta plataforma virtual. ¿Cómo surge la necesidad de abordar el proceso de Práctica
Incorpora además una breve descripción de los elementos Profesional mediante el uso del “Campus Virtual”?. El uso del
básicos del proceso de práctica profesional en el uso del campus Campus Virtual denominado “Web Pacífico Virtual”, surge
virtual referidos al trabajo con el portafolio virtual, bitácora como respuesta a la necesidad de:
virtual, enlaces con otras herramientas interactivas como el blog • crear espacios de socialización para compartir las
que permiten intencionar el dialogo y la discusión en el experiencias de práctica profesional entre los
desarrollo de esta actividad. Dando cuenta de los objetivos que estudiantes de las distintas sedes de la Escuela de
orientan la investigación, metodología y resultados parciales de Educación Inicial,
este estudio a partir de la aplicación de una encuesta a los • de contar con instancias que permitan potenciar y
docentes supervisores en primera instancia, que aporta al optimizar el trabajo en equipo de los supervisores
levantamiento de conclusiones en este período, a partir del encauzando el proceso con una visión de equipo tanto
análisis de las percepciones de los docentes en cuanto al uso del en la orientación – seguimiento y evaluación del
aula y la adaptación, uso y efectividad de la herramienta mismo.
tecnológica observando variables que favorecen u obstaculizan • de optimizar los accesos a distintos recursos de apoyo
el proceso que está en desarrollo escritos o audiovisuales que aporten al desempeño de
nuestros estudiantes en práctica profesional,
2. DESARROLLO • de potenciar en nuestros estudiantes la mirada
2.1 Prácticas o Terreno de la Escuela de reflexiva y autocrítica a partir de la observación de
Educación Inicial: distintas experiencias educativas en las cuales sus
La Escuela de Educación Inicial ha incorporado paulatinamente pares participan y que es posible socializar por este
en sus programas de estudio, desde el primer semestre de medio y,
estudio de las carreras de Pedagogía en Educación Parvularia y • agilizar los procesos de comunicación instalados en
Pedagogía en Educación General Básica; “Práctica o Terreno”, las reuniones taller de las prácticas y ampliar estos a
asociadas a una asignatura en cada semestre de estudio. la comunidad que utiliza el aula y no sólo al grupo
Esta actividad, permite al estudiante tomar contacto que cada profesor supervisa.
tempranamente con la realidad de la Educación Inicial, y aplicar
los conocimientos teóricos adquiridos en el transcurso de su 2.4 Recursos Tecnológicos y del Campus Virtual en
formación, bajo la orientación y guía de un equipo de el proceso de práctica profesional:
supervisión y la Dirección de la Escuela. Por tanto; la actividad Utilizar los recursos tecnológicos y el “Campus Virtual” como
de Práctica o Terreno será entendida como el ejercicio recurso de apoyo al proceso de práctica profesional, es una
preliminar de la profesión, por un determinado período de experiencia innovadora tanto para los docentes que cumplen el
tiempo que todo estudiante con jornada de estudio diurno y rol de supervisores de práctica como para los estudiantes en
vespertino, deberá desarrollar y aprobar individualmente como proceso de práctica profesional. Siguiendo las palabras de
paso previo a la titulación. Apunta a aplicar los conocimientos Tomas Sánchez (2004), que nos hace reflexionar en cuanto a la
teóricos del estudiante; a familiarizarlo con las técnicas propias importancia cada vez mayor de las redes telemáticas en los
de la especialidad, a capacitarlo en el dominio o solución de procesos de socialización y de Jaime Sánchez (2000), en cuanto
problemas propios del ejercicio práctico de su profesión, a a las diversas áreas de aplicación de las tecnologías, se inició la
evaluar las habilidades y aptitudes del estudiante y su tarea de implementación del “Campus Virtual”: “Web Pacifico
creatividad. Virtual”, siendo la primera oportunidad en que se implementa
una iniciativa de esta naturaleza en “Practica Profesional”.
2.2 Práctica Profesional: El “Campus Virtual”: “Web Pacífico Virtual”, presenta como
La Escuela de Educación Inicial plantea como objetivo de la estructura; ambientes de trabajo que favorecen
practica profesional: “Poner en marcha todas las competencias mayoritariamente la gestión administrativa del proceso de
desarrolladas en la formación, en el labor pedagógica con los práctica profesional en cuanto a la socialización de archivos, la
niños, familia, personal y comunidad educativa general” 1. entrega de documentos de trabajo y en la gestión pedagógica la
Es una asignatura de carácter práctico, con una duración de un posibilidad de instalar un nuevo modelo de gestión pedagógica
año lectivo, que tiene como propósito fundamental, que el para fomentar y fortalecer autonomía en los estudiantes, trabajo
estudiante aplique en su realidad educativa, todos los colaborativo e interacción social entre los usuarios del Campus.
conocimientos teóricos y habilidades desarrolladas en el La estructura de navegación del “Campus Virtual”, aún siendo
transcurso de la formación universitaria, para la realización del restringido en cuanto al modelo de conformación de grupos
quehacer propio de un Educador. (registro de alumnos por cursos y no por grupos de prácticas
profesionales con su respectivo (a) supervisor (a)), y de
capacidad de almacenamiento de información; ha sido amigable,
constituyéndose en una herramienta ágil, de fácil acceso, que ha
permitido a los estudiantes seguir la programación de la
práctica, acceder a diferentes links de interés, seleccionar
1
Documento oficial del proceso de “Practica o Terreno” de la información, establecer redes a través de la utilización de foros,
Escuela de Educación Inicial - Facultad de Ciencias Humanas blog entre otros y actualizar las evidencias del portafolio virtual
y Educación - Universidad del Pacífico. con las respectivas retroalimentaciones.

17
apoderados y entrevistas personales y reuniones técnicas o
2.4. Perfiles consejos de profesores realizados por el establecimiento
educacional.
Los perfiles de los usuarios que ingresan al “Campus Virtual”,
corresponden a: Además, para fortalecer esta iniciativa de uso del “Campus
Coordinación General: Es quien describe el curso, las Virtual”, se ha generado un “Blog”, mediante un enlace a esta
actividades generales y de evaluación del proceso, actualiza herramientas de Internet, con el fin de compartir experiencias,
constantemente el aula, incorporando material de interés tanto inquietudes, estrategias, diálogos e intercambios de opinión
para los estudiantes y docentes supervisores que optimicen el sobre las prácticas pedagógicas que observamos hoy en las
proceso y el desarrollo de las reuniones taller de reflexión aulas, como también; animar a nuestros estudiantes a compartir
pedagógica que se realizan como foros, links a blogs, chats, las propias prácticas para enriquecerlas constructivamente.
cuestionarios, encuestas, lecciones, talleres y wiki. Además En alguna medida, considerando los aportes del uso de las
revisa el ingreso de docentes y estudiantes para optimizar el uso tecnologías de la información y comunicación desde una
de esta herramienta y observar la congruencia del proceso. perspectiva transformadora de los procesos educativos que hace
Docente Supervisor: Es quien determina las tareas y evidencias referencia Juana Sáncho (2006), sobre la base de los resultados
que los estudiantes deben aportar para evaluar el proceso, instala de un proyecto europeo: “Promover una cultura de cambio
discusiones y foros que permitan el dialogo de su grupo y la pedagógico y tecnológico en los centros; aportar alternativas
participación de los otros grupos y docentes dentro del aula, para superar las limitaciones que obstaculizan el cambio y la
aporta con recursos de interés que enriquezcan el proceso de mejora de los entornos educativos; diseñar, desarrollar y evaluar
todos los estudiantes participantes, retroalimenta y evalúa las un entorno de enseñanza y aprendizaje virtual y propiciar un
evidencias de sus estudiantes ingresadas al aula, establece papel protagonista a la comunidad educativa como agente del
seguimiento del cumplimiento y entrega de las distintas cambio y la mejora del centro”, ha estimulado un cambio en la
evidencias. Propone e instala foros, talleres, acceso a blogs, gestión administrativa y pedagógica de las prácticas
wiki. profesionales de la Escuela de Educación Inicial.
Estudiante en práctica profesional: Participante activo que 2.6 Metodología
accede a los recursos que están instalados en el aula, participa en
Este estudio, tiene carácter descriptivo, que se orienta en una
foros, chats, desarrolla talleres, accede a la retroalimentación de
situación concreta, favoreciendo la toma de decisiones
su proceso, ingresa las evidencias de su proceso y mantiene al
alternativas para mejorar y fortalecer los procesos de práctica
día la información referida a su práctica en el aula.
profesional.
Es importante señalar que cada supervisor además tiene su
espacio donde va registrando las evidencias de los avances de su 2.6.1.- Objetivo:
grupo, a través de tareas que se cuelgan en el aula y que son “Describir el proceso de diseño e implementación de las aulas
retroalimentadas para que el estudiante pueda corregir sus virtuales en estudiantes de pedagogía en práctica profesional,
errores. como una herramienta de apoyo en el proceso de enseñanza
aprendizaje de esta actividad”.
2.5 Elementos Básicos del proceso de práctica
profesional en el uso del “Campus Virtual”: Para lograr el objetivo del estudio, se puso en marcha las
Uno de los elementos relevantes que deben ir desarrollando siguientes actividades:
nuestros estudiantes en el proceso de práctica profesional es el Investigación preliminar: Etapa en la que se realizó una revisión
“Portafolio Virtual”, que tiene como función principal como de los conceptos básicos de la educación virtual, tanto
indica Elena Luchetti (2008), “testimoniar lo que aprendió un didácticos como tecnológicos, abordando la perspectiva
alumno y utilizar para tomar mejores decisiones en beneficio de constructivista del aprendizaje, los elementos claves respecto a
esos alumnos”. la capacidad de la plataforma para la gestión del aprendizaje
El “Portafolio Virtual”, es la carpeta virtual que contendrá todas utilizada en nuestra casa de estudios y el aula virtual como
las evidencias de intervenciones en el establecimiento recurso pedagógico.
educacional donde realiza su práctica profesional: descripción Requerimiento del sistema: Como segunda acción, se abordó la
establecimiento y entorno del mismo, informe diagnóstico grupo determinación de los requerimientos del sistema para la
curso, informe diagnóstico individual de los niños y niñas que implementación y habilitación del “Campus Virtual”.
atiende, interpretación evaluaciones y toma de decisiones,
propuesta de mejoramiento ambiente educativo, plan de acción Los ambientes de trabajo se definieron en función de las
anual, plan evaluativo de seguimiento en el que tendrá que aplicaciones que presenta el “Campus Virtual”.
especificar como monitorea el proceso y sistema que utilizará Puesta en Marcha del “Campus Virtual”: Una vez definidas y
para evaluar procesos de los niños y niñas atendidos por sobre completadas las distintas secciones generadas con la
resultados, planificaciones semanales, evaluaciones aplicadas: información que describe cada sección del “Campus Virtual”,
diagnóstica, formativa, sumativa, adecuaciones del plan de se habilita el acceso para los docentes supervisores y estudiantes
acción y proyectos implementado. en práctica profesional iniciando así la utilización de la
Un segundo elemento relevante que deben mantener los plataforma como recurso de apoyo al proceso de “Práctica
estudiantes al día, es la “Bitácora Virtual”, carpeta virtual que Profesional”.
contendrá los registros de análisis, reflexión y toma de
decisiones respecto del seguimiento evaluativo, reuniones de

18
2.6.2 Muestreo 2,5

El universo de estudio lo componen los docentes y los


estudiantes que cursan la asignatura de “Práctica Profesional” de 2

las carreras de Pedagogía en Educación Parvularia y en


1,5
Educación General Básica de la Escuela de Educación Inicial de
la Facultad de Ciencias Humanas y Educación de la universidad
1
del Pacífico.
0,5

Actores del “Campus Virtual” Nº


0
Docentes supervisores 7 Diariamente Una vez a la Cada dos A veces Nunca
semana semanas
Estudiantes de Pedagogía en Educación 7
Parvularia - Campus Baquedano
Figura 2. Frecuencia de uso del “Campus Virtual”
Estudiantes de Pedagogía en Educación 32
General Básica - Campus Baquedano
Estudiantes de Pedagogía en Educación 8 6

Parvularia - Sede Melipilla 5


4
Estudiantes de Pedagogía en Educación 41
3
General Básica- Sede Melipilla.
2
Figura 1. Universo de los actores del “Campus Virtual” 1
0
Actualizar Tareas, Trabajos en la Para enviar mail a No ingreso
La muestra de este estudio. está conformada por siete (7) material actividades y fecha indicada. los estudiantes
docentes supervisores de “práctica profesional” de las carreras bibliográfico foros en línea.

de Pedagogía en Educación Parvularia y en Educación General


Básica de la Escuela de Educación Inicial de la Facultad de Figura 3. Propósito de ingreso al “Campus Virtual”
Ciencias humanas y Educación de la Universidad del Pacífico.
2.6.3 Aplicación de encuesta a la muestra en
estudio: 4,5
La encuesta, es un cuestionario con preguntas mixtas, que 4
pretende obtener una clara descripción de uso y utilización del 3,5
“Campus Virtual” transcurrido un semestre de aplicación en el 3
proceso de “Práctica Profesional”. Dentro de la misma encuesta
2,5
también, se trabaja la percepción de los docentes respecto a la
2
construcción efectiva de conocimiento, socialización de éste y
amplitud de las oportunidades de participación y aprendizaje 1,5
autónomo que el “Campus Virtual”, como herramienta 1
pedagógica, podría brindarles en el proceso de enseñanza- 0,5
aprendizaje. 0
Subida de Enlazar Subir Foros Sin
archivos páginas tareas contestar
web
2.6.4 Presentación de los resultados de la
aplicación de la encuesta:
A continuación se presentan los resultados, evidenciados a Figura 4. Aplicaciones que más utilizan los docentes
través de gráficos, de la encuesta aplicada a los docentes supervisores en el “Campus Virtual”
supervisores del proceso de “Practica Profesional”, en donde se
observa claramente la tendencia de uso y utilización del
“Campus Virtual” y sus aportes al proceso de “Práctica
Profesional”:

19
¿Qué habilidades posee usted, para la utilización de las
2,5
aplicaciones del “Campus Virtual?, mencione al menos 3
2
habilidades.
1,5
1
• Manejo adecuado de los recursos que he utilizado en
0,5
esta plataforma.
0
• Manejo de PC
Foros Link y blogs Incorporo Utilizo el aula Sin contestar • Utilización de herramientas en línea blogs, link,
virtuales de interés tareas que virtual en entre otros.
luego combinación • Editar información.
retroalimento con los
en línea talleres • Manejo de PC
presenciales • Creación de PPT
de práctica • Editar información
Figura 8. Identificación de habilidades tecnológicas de los
Figura 5. Acciones que utiliza el docente supervisor para docentes supervisores
intencionar aprendizaje colaborativo
¿Que debilidades presenta usted, para la utilización de las
4,5
aplicaciones del “Campus Virtual?, mencione a lo menos 3
4
debilidades.
3,5 • No ingresar al sistema.
3 • No utilizo todos los recursos que brinda esta
2,5 plataforma.
2 • Invierto poco tiempo trabajando en el aula
1,5 virtual.
1 • Manejo mas fino de las herramientas que el aula
0,5 propone.
0 • La mantencion de retroalimentación mas
La socialización Compartir Retroalimentar Sin contestar constante.
de información, experiencias de experiencias de • Tiempo.
práctica práctica.
• Sacar mejor provecho de la herramienta

Figura 6. Utilización pedagógica del “Campus Virtual” Figura 9. Identificación de debilidades de competencias
tecnológicas de los docentes supervisores
6

5
En su rol de supervisor: ¿Cómo intenciona la creación de
4 ambientes de aprendizaje crítico y reflexivo con los
estudiantes?
3
• No intenciono la creación de ambientes de
2 aprendizaje crítico y reflexivo ya que esto lo realizo
1
directamente con las alumnas en las reuniones.
• A través de foros, blogs, y la relación que se
0 establece de estas actividades con los talleres
SI NO Sin contestar presenciales.
• En el uso del aula.
Figura 7. Nº de docentes supervisores que manifiestan aporte • En la práctica.
del “Campus Virtual a la labor de orientación de las
prácticas profesionales Figura 10. Identificación de creación de ambientes de
aprendizaje critico y reflexivo

20
10 El “Campus Virtual”, se constituye para usted en una 13 El formato del “Campus Virtual”, y los recursos que ésta
oportunidad de socializar con sus pares supervisores, en cuanto propone de acuerdo a su percepción ¿propician ambientes de
a la socialización de la información y actualización de aprendizaje significativo de expresión, percepción, información
conocimiento. Porqué. y comunicación para lograr el conocimiento específico de los
temas a tratar? Mencione al menos 3 elementos que permitan
• No utilizo esta plataforma para socializar con mis precisar su respuesta.
pares.
• Es buena en la medida en que todos tengamos el • Proporciona un medio para la expresión, ya que las
tiempo y la disposición alumnas podrían comunicar sus opiniones y
reflexiones.
Figura 11. Identificación de oportunidades del “Campus • Es un medio adecuado para facilitar información
Virtual para socializar con los pares supervisores relacionada con el proceso de práctica profesional.
• Creo que la práctica es la instancia que propicia el
aprendizaje significativo.
11 De acuerdo al uso que le ha dado al “Campus Virtual”, • Creo que la plataforma permite sólo comentar o contar
¿considera usted que esta facilita la construcción del lo que han ido haciendo los alumnos pero que podría
conocimiento y la solución de problemas? Mencione al menos 3 mejorarse en la medida que se optimice su uso y los
elementos que permitan precisar su respuesta. espacios de interacción.
• Si, porque permite subir información que facilite la Figura 14. Identificación de elementos que propician
realización de la práctica profesional de las alumnas. ambientes de trabajo significativo en procesos de “Práctica
• También se podría utilizar para generar debates y Profesional”
reflexiones.
• Es buena en la medida en que todos tengamos el
tiempo y la disposición. 14 Cree usted que el “Campus Virtual”, es una herramienta
• Creo que lo facilita a partir de la elaboración y entrega pedagógica que aporte al proceso de aprendizaje,
de evidencias que es posible manejar en la red, a retroalimentación y observación y producción de nuevos
través de la participación en foros y la posibilidad de conocimientos. Mencione al menos 3 elementos que permitan
compartir material variado. precisar su respuesta.
• No lo se. • Aporta al proceso de aprendizaje si facilita la reflexión
Figura 12. Identificación de elementos que facilitan la por parte de los alumnos.
construcción de conocimientos y la socialización de • Sería bueno que las correcciones hechas a las tareas
problemas subidas por los estudiantes quedaran en los
documentos Word que ellos suben y que los alumnos
pudiesen rescatar dichas correcciones online.
12 De acuerdo al uso que le ha dado al “Campus Virtual”, • Si pero, necesita ampliarse en cuanto a las
¿considera usted que esta promueve el liderazgo y el trabajo posibilidades que genere para los estudiantes y
colaborativo? Mencione al menos 3 elementos que permitan docentes que la utilizan especialmente en cuanto a
precisar su respuesta. capacidad.
• Podría ser, siempre y cuando el uso fuera así.
• Se permite el trabajo colaborativo, debido a que cada
uno de los alumnos puede aportar en relación a una Figura 15. Identificación de elementos que describen el
misma temática planteada en el aula virtual. Sin aporte del “Campus Virtual” al proceso educativo de la
embargo, yo no he utilizado esta función. “Práctica Profesional”
• Si desde el trabajo autónomo que se realiza en esta, la
participación de diálogos virtuales.
• Creo que sí, pero no sabría como describir los
elementos.
• Quizás en el uso de la tecnología.
Figura 13. Identificación de elementos que promueven el
liderazgo y trabajo colaborativo mediante el uso del
“Campus Virtual”

21
15 Que sugerencias haría respecto del “Campus Virtual”: de desarrollo personal y social.” 2 , como también, de apropiarse
de las potencialidades y beneficios que presentan las
Acceso: Un acceso mas directo con pestañas que lleven herramientas tecnológicas en el quehacer pedagógico citados, en
directamente a la información y no bajando archivos que es mas el papers: “Integración de las TIC en la FID: Una oportunidad
lento. para potenciar el capital humano en educación” (2008) 3 de los
autores José Manuel Aguayo y Margarita Toledo Torres.
Recursos:
• Sería bueno que las correcciones hechas a las tareas  “Aplicar la capacidad creativa e innovadora mediante la
subidas por los estudiantes quedaran en los creación de materiales didácticos para dar respuesta a una
documentos Word que ellos suben y que los alumnos necesidad pedagógica.
pudiesen rescatar dichas correcciones online.  Aplicar aspectos éticos y legales en el manejo de la
• Poder ser más dinámica y que permitiera anexar video información.
u otro tipo de recursos con mayor peso (kb)  Conformar equipos de trabajo y socializar sus aprendizajes.
• Poder ser más dinámica y que permitiera anexar video  Reflexionar en torno a su propio proceso de enseñanza y de
u otro tipo de recursos con mayor peso (kb) aprendizaje evaluando las competencias de la disciplina y
las competencias tecnológicas adquiridas en un
Presentación y organización de la información y de los trabajos.
determinado período de tiempo.
• Optimizar el acceso de manera mas directa y no a
 Autorregular su tiempo para dar respuesta a sus actividades
través de bajar archivos que coloca lento el proceso.
pedagógicas”.
Figura 16. Identificación de sugerencias para la utilización
del “Campus Virtual” en cuanto a “Acceso”, “Recursos” y
“Presentación y organización de la información y de los
trabajos” BIBLIOGRAFÍA
[1] Aguayo, José M., Toledo, Margarita. ( 2008),
“Integración de las TIC en la FID: Una oportunidad
3. CONCLUSIONES. para potenciar el capital humano en educación”,
Considerando que este estudio de investigación se encuentra en Santiago, Chile.
proceso de aplicación, se puede señalarse que la implementación
del “Campus Virtual”, ha ido generando necesidades asociadas a [2] Documento oficial del proceso de “Practica o
las competencias tecnológicas y disposición tanto de los Terreno” de la Escuela de Educación Inicial -
docentes supervisores como de los estudiantes usuarios. Facultad de Ciencias Humanas y Educación -
En este período, ha sido posible analizar las percepciones de los Universidad del Pacífico.
docentes en cuanto al uso del aula y la adaptación, uso y [3] Competencias TIC en la Profesión Docente.
efectividad de la herramienta tecnológica, observando variables Ministerio de Educación (2007).
que favorecen u obstaculizan dicho proceso.
[4] http://www.mineduc.cl
Se ha podido observar, especialmente en la Sede Melipilla, [5] http://www.enlaces.cl
dificultad en el manejo de las herramientas que presenta el
[6] Luchetti, Elena. (2008) Guía para la formación de
“Campus Virtual” y en la accesibilidad a la herramienta
nuevos docentes. Editorial Bonum. Buenos Aires.
tecnológica, debido a que la mayoría de los estudiantes de este
Argentina.
sector tienen sólo posibilidades de acceder a computadores e
Internet en las dependencias de nuestra Universidad. [7] Sánchez, I., Tomás, (2004). Un lugar para soñar.
Homo Sapiens Ediciones Argentina.
Además, existe la creencia que el “Campus Virtual”, es sólo
repositorio de material bibliográfico digitalizado, por lo que se [8] Sánchez I., Jaime, (2000) Nuevas Tecnologías de la
ha hecho necesario un trabajo de sensibilización más profundo Información y Comunicación para la construcción del
con respecto al uso y utilidad de esta herramienta. aprender. Universidad de Chile. Santiago, Chile.
Durante el transcurso de este primer semestre de instalación del [9] Sancho G., Juana, (2006) Tecnologías para
proceso de “Práctica Profesional”, ha surgido la necesidad de transformar la educación. Universidad Internacional
capacitar tanto a los estudiantes como docentes en el uso de las de Andalucía, Ediciones AKAL
aplicaciones y de las herramientas de comunicación: como wiki,
foros, tareas en línea, etc. lo que permitió revertir la debilidad de
utilización pedagógica de las aplicaciones que presenta el
“Campus Virtual”.
Finalmente, la Escuela de Educación Inicial en su perfil de
egreso, considera el desarrollo de competencias tecnológicas y
la utilización responsable de éstas, alineándose al propósito de
las “Competencias TIC”, emanadas por el Mineduc que dice:
“…apropiarse de un saber hacer con las tecnologías de la
información y la comunicación para acompañar procesos
pedagógicos, relacionales y comunicacionales como de gestión y

22
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

BREVE ANÁLISE DE SOFTWARES EDUCATIVOS


DISPONÍVEIS NA ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS NO
BANCO INTERNACIONAL DE OBJETOS EDUCACIONAIS

Liliana Cristina Pery1, Sheila Pressentin Cardoso, Wallace Walory Nunes1


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Laboratório de Aplicações Computacionais do IFRJ,
Rio de Janeiro 1
Brasil
lilianapery@bol.com.br, sheila.cardoso@ifrj.edu.br, wallace. nunes@ifrj.edu.br

ABSTRACT Esse novo estado de cultura, que se institui pela presença das
tecnologias de comunicação e informação em nossa sociedade, é
This article aims to assess the educational software available on denominado de cibercultura e é definido como “o conjunto de
the Bank for International Educational Objects from the Ministry técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de
of Education for the area of Natural Sciences in the initial and modos de pensamento e de valores que se desenvolvem
final year of elementary school. We analyzed eleven educational juntamente com o crescimento do ciberespaço” [2].
softwares available through December 2009 in the area of
Natural Sciences of elementary school. We describe each of the Considerando que as diversas tecnologias, tão comuns no nosso
software, evaluating according to the characteristics proposed by cotidiano e cada dia mais presentes nos espaços escolares,
Longmire (2000) and the theoretical perspectives of learning.. instituem um novo estado de cultura, se faz necessário que o
papel da escola seja repensado. As diferentes tecnologias de
Categories and Subject Descriptors informação e comunicação influenciam as ações no nosso
cotidiano, e no que diz respeito aos espaços de educação, nos
K.3.1 [Computers and Education]: Computer Uses in discursos, nas atividades e nas maneiras de aprender e ensinar.
Education - Computer-managed instruction. Desta forma: A escola faz parte do mundo e para cumprir sua
função de contribuir para a formação de indivíduos que possam
General Terms exercer plenamente sua cidadania, participando dos processos
de transformação e construção da realidade, deve estar aberta e
Human Factors, Verification. incorporar novos hábitos, comportamentos, percepções e
demandas. Ao mesmo tempo é fundamental que a instituição
Keywords escolar integre a cultura tecnológica extra-escolar dos alunos e
Educational Software, Learning Objects. professores ao seu cotidiano, é necessário desenvolver nos
alunos habilidades para utilizar os instrumentos de sua cultura
[3]
A grande questão que se coloca diante deste novo cenário
1. INTRODUÇÃO escolar diz respeito a capacidade de lidar com esta diversidade
de informações e tecnologias. Muitas são as escolas equipadas
com computadores, Dvd e acesso a Internet. Mas a presença dos
A última década foi marcada por grandes avanços tecnológicos
aparatos tecnológicos na sala de aula não garante por si só
no campo da informação e da comunicação. Vivemos na
mudanças na forma de ensinar e aprender. Integrar a cultura
sociedade da informação, cada vez mais moderna e globalizada.
tecnológica ao currículo escolar torna-se imprescindível. A
As tecnologias de informação e comunicação, presentes nos
utilização das TICs na Educação só faz sentido na medida em
cenários escolares, vem transformando a vida humana e
que os educadores o conceberem como uma ferramenta de
interferindo na maneira como nos relacionamos em sociedade e
auxílio as suas atividades didático-pedagógicas, como
como adquirimos conhecimento, instituindo um “novo estado de
instrumento de planejamento e realização de projetos
cultura que se caracteriza pela ampliação dos lugares em que nos
interdisciplinares, como elemento que motiva e ao mesmo tempo
informamos e nos quais de alguma forma aprendemos a viver, a
desafia o surgimento de novas práticas pedagógicas, tornando o
sentir e a pensar sobre nós mesmos” [1].
processo ensino-aprendizagem uma atividade inovadora,
Pery, Liliana., Pressentin, Sheila., Walory , Wallace. (2010). Breve análise de dinâmica, participativa e interativa.
softwares educativos disponíveis na área de Ciências Naturais no Banco Internacional
de Objetos Educacionais . En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 23-29, Santiago de Chile.

23
Estudos voltados para a inserção das tecnologias de informação primeiro é composto por professores e alunos da graduação e
e comunicação na escola têm sido amplamente desenvolvidos no pós-graduação, em universidades públicas, que tem a
Brasil. Como resultado, muitos projetos educacionais responsabilidade de localizar, verificar a liberação para o uso, os
relacionados às tecnologias de informação e comunicação estão direitos autorais, avaliar o material e em seguida catalogá-lo. O
sendo realizados em parceria com Universidades, Centros de segundo comitê é composto por especialistas que dão validade a
Pesquisas e empresas privadas entre outros. publicação feita pelo primeiro comitê. A avaliação obedece a
critérios técnicos e pedagógicos definidos para o Banco
Desse modo, este artigo tem como objetivo avaliar os softwares Internacional.
disponibilizados pelo 1Banco Internacional de Objetos
Educacionais (BIOE), um repositório criado em 2008 pelo Na área de trabalho da página principal, encontramos uma área
Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da de navegação denominada “navegar”, que permite o acesso aos
Ciência e Tecnologia, a Rede Latino-americana de Portais recursos de acordo com o nível ou modalidade de ensino que se
Educacionais - RELPE, a Organização dos Estados Ibero- deseja acessar. Ao clicar no ícone referente a modalidade de
americanos - OEI e outros. Tomando como material de análise ensino que se deseja, o usuário é redirecionado a página de
onze softwares educacionais na área de Ciências naturais do recursos, onde os materiais estão separados de acordo com o
ensino fundamental, disponibilizados até a data do início da componente curricular. Para acessar os recursos existentes para
pesquisa, dezembro de dois mil e nove, descrevo brevemente a o componente curricular “Ciências naturais”, o usuário deve
estrutura do banco internacional, assim como os softwares clicar neste ícone para ser redirecionado para uma nova página,
disponíveis, avaliando estes objetos educacionais a luz das a de tipo de recursos do componente curricular. Nesta página, os
concepções de Longmire [4] e as perspectivas teóricas de recursos são classificados quanto ao formato. Basta clicar no
aprendizagem. ícone correspondente ao formato que se deseja para ter acesso
aos recursos.
2. O BANCO INTERNACIONAL DE
Dentre os diferentes formatos de recursos digitais existentes para
OBJETOS EDUCACIONAIS o componente curricular “Ciências Naturais” nas séries finais e
Criado em 2008 pelo Ministério de Educação, em parceria com iniciais, escolheu-se os softwares educacionais disponíveis no
o Ministério da Ciência e Tecnologia, Rede Latinoamericana de repositório para serem avaliados quanto a critérios que
Portais Educacionais - RELPE, Organização dos Estados Ibero- consideramos relevantes a serem observados antes da utilização
americanos - OEI e outros, o Banco Internacional de Objetos do material em sala de aula: as características de um objeto de
Educacionais tem a finalidade ou “missão”, como descrito no aprendizagem e as teorias de aprendizagem que o orienta.
próprio site do programa, de manter e compartilhar recursos
educacionais digitais de livre acesso, mais elaborados e em 3. OBJETOS DE APRENDIZAGEM E
diferentes formatos como áudio, vídeo, animação, simulação, SOFTWARES EDUCATIVOS
software educacional, imagem, mapa e hipertextos. Estes devem
ser relevantes e apropriados à realidade da comunidade Os recursos digitais disponibilizados pelo banco internacional
educacional local, e devem respeitar as diferenças de língua e são exemplos de objetos de aprendizagem e podem ser definidos
culturas regionais. Este banco internacional está integrado ao como recursos digitais (imagens, simulações, documentos,
“Portal do Professor”, também do Ministério da Educação. A vídeos, softwares educativos e outros) entregues através da
principal justificativa para a criação deste banco é estimular e Internet, o que significa que qualquer número de pessoas podem
apoiar experiências individuais dos diversos países e ao mesmo acessar e utilizá-los ao mesmo tempo [5] e que podem ser
tempo promover um nivelamento de forma democrática e usados, reutilizados e combinados com outros objetos para
participativa e, desta forma, países que já apresentam avanços formar um aprendizado mais rico e flexível. Os Objetos de
significativos no campo do uso das tecnologias na educação Aprendizagem apresentam características como flexibilidade,
podem ajudar outros a atingirem o seu nível. atualização, customização, interoperabilidade, aumento do valor
do conhecimento, facilidade para indexação e procura,
O repositório é composto de recursos de diferentes países e características que vão em direção a resolução de dificuldades
línguas, logo, possui materiais em diferentes linguagens. relacionadas à distribuição e armazenamento de informação por
Segundo dados disponíveis no próprio site de hospedagem do meios digitais e que facilitam o seu uso nos processos de
banco, estes recursos se encontram em domínio público ou aprendizagem, como classificados e descritos por Longmire [4]
contam com a devida licença por parte dos titulares dos direitos
autorais para visualização, cópia, distribuição ou tradução - para Flexibilidade - os objetos são construídos de forma que
os que possuem as fontes disponíveis. O site do banco apresentem uma sequência lógica, ou seja, com início, meio e
internacional disponibiliza um guia de usuário, com informações fim. Desta forma, se apresentam de forma flexível, podendo ser
para facilitar o acesso ao usuário. Os materiais disponíveis reutilizados e modificados, sem necessitar de nenhum tipo de
podem ser acessados pela população em geral, não sendo feita a manutenção, o que se coloca como uma grande vantagem.
exigência de senha ou cadastro para o acesso, salvo quando se Atualização – os objetos de aprendizagem podem ser utilizados
faz necessário o uso de algum privilégio, necessitando o cadastro em diferentes momentos e por esse motivo, podem ser
do usuário. O envio de materiais para publicação também pode atualizados de maneira simples em tempo real, com a condição
ser feita por qualquer pessoa. Neste caso, o material é enviado de que as informações relativas a este objeto de aprendizagem
ao Departamento de Produção e Capacitação de Programas em estejam em um mesmo banco de dados. Assim, o indivíduo que
Educação a Distância e avaliados por dois comitês editoriais. O tenha utilizado a produção de um autor, pode contar com as
atualizações realizadas.
1
Disponível em: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/

24
Customização – por apresentarem flexibilidade e ao mesmo Na perspectiva Construtivista-Interacionista, o aluno
tempo serem objetos independentes e atualizáveis, os objetos de compreende o mundo através da sua percepção, construindo
aprendizagem podem ser utilizados em diferentes formas, sendo significados para este mundo. Estas novas idéias tinham em Jean
adequado a finalidade do uso pela instituição ou indivíduo que Piaget o seu maior representante. A aprendizagem acontece por
dele se apropria. etapas diretamente ligadas ao desenvolvimento mental da cada
estudante, centradas no desenvolvimento individual do sujeito.
Interoperabilidade – um objeto educacional pode ser criado O aluno deve construir seu próprio conhecimento, sem
para ser utilizado e reutilizado em diferentes contextos, considerar o contexto histórico social, objetivando a descoberta
plataformas. individual, sem se preocupar com a velocidade e a forma de
Aumento do Valor do Conhecimento – uma vez que construção do conhecimento para o estudante. Nesta perspectiva,
determinado objeto de aprendizagem é reutilizado diversas vezes o computador torna possível o acompanhamento individual do
em diferentes espaços educacionais, este passa a ser desempenho dos alunos, possibilitando ao aluno explorar e
aperfeiçoado e se consolida naturalmente, promovendo uma construir, deixando-os em alguns momentos livres para seguirem
melhora significativa na qualidade de ensino. seu ritmo de aprendizagem a partir de consultas em seqüências
didáticas e em outros, orientando-os quando necessário, como se
Indexação e procura – Uma vez que um padrão para fossem tutores humanos. Porém, nesta perspectiva, a interação
armazenagem de objetos tenha sido estabelecido, se faz com outros alunos não acontece.
necessário cadastrar e disponibilizar em banco de dados os
diferentes tipos de objetos de aprendizagem, para promover o Na perspectiva Construtivista Sócio-Interacionista, o processo
acesso do material que foi produzido. de aprendizagem está diretamente relacionado à interação do
indivíduo com o meio externo. O aluno é parte de um grupo
social e deve ter iniciativa para questionar, descobrir e
Dentre os objetos de aprendizagem disponíveis no banco compreender o mundo a partir de interações com os demais
internacional destacamos neste trabalho os softwares educativos. elementos do contexto histórico no qual está inserido. O
Software educativo é todo e qualquer software utilizado com professor exerce o papel de facilitador das interações sociais,
finalidade educativa, mesmo aqueles que não foram estimulando a troca de informações em busca da construção
programados com este propósito [6]. Um software educativo coletiva do conhecimento. Nessa perspectiva, a tecnologia passa
pode ser construído pela implementação de objetos de a ser vista também como um meio de comunicação entre alunos
aprendizagem por meio de diferentes tecnologias de software. e professores.
Considerando as características dos objetos de aprendizagem, Utilizamos neste trabalho a tabela proposta por Barros e
sistemas mais complexos de software podem ser construídos por Cavalcante [9] que mostra como algumas variáveis
meio da organização de componentes menos complexos. Uma fundamentais relacionam-se com cada teoria de aprendizagem e
das conseqüências desse tipo de abordagem é a melhoria da como os recursos computacionais podem ser usados dentro de
produtividade no processo de trabalho, considerando que não se cada abordagem de ensino-aprendizagem.
faz necessário a cada novo projeto recomeçar do “zero” [7].

4. SOFTWARES EDUCATIVOS E AS
TEORIAS DE APRENDIZAGEM Construtivista
Construtivista
Ao propor a análise de um software educativo, é necessário Behaviorista Sócio-
identificar a concepção teórica de aprendizagem que o orienta, interacionista
Interacionista
pois um software para ser educativo deve ser pensado segundo
uma teoria sobre como o sujeito aprende, como ele se apropria e O professor é
O aluno é O professor deve
um mediador do
constrói seu conhecimento [8]. Utilizamos neste trabalho as conduzido pelo estimular o aluno
processo de
contribuições de Barros e Cavalcante acerca das relações entre Relação professor que a construir seu
construção do
as teorias de aprendizagem e os recursos computacionais. determina a conhecimento de
aluno- conhecimento
velocidade e a forma autônoma,
professor que se dá
Na perspectiva behaviorista, o aluno é instruído na medida em forma de a partir de suas
através de
que é induzido a se dedicar em novas formas de comportamento construção do descobertas
interações
e em formas específicas em situações específicas. Para Skinner, conhecimento individuais
sociais
principal representante desta perspectiva pedagógica, o fator
mais importante não são os estímulos que antecedem às O aluno é parte
respostas e sim os estímulos que as reforçam. Nesse modelo, de um contexto
social e deve ter
sempre que o aluno acerta uma resposta, o acerto deve ser iniciativa para
reforçado. A função do computador é a de disponibilizar os Relação questionar,
módulos seqüenciais de instrução para os estudantes e verificar a desconsiderada Pouco explorada
aluno-aluno descobrir e
eficiência de suas respostas nos testes de múltipla escolha ou no compreender o
preenchimento de lacunas em textos. Os softwares educativos mundo a partir
orientados pela perspectiva behaviorista permitem ao aluno de interações
interagir com o conteúdo a ser estudado, mas não estimulam a com os demais
autonomia do aluno, tão pouco apresenta mecanismo que Relação O O aluno constrói
promovam a interação com outros alunos ou com o professor. O aluno é capaz
conhecimento é seu conhecimento
aluno-objeto de interagir com
disponibilizado a partir de suas

25
do de forma próprias os objetos O primeiro software analisado, “Balenes i altres animals marins”
conhecimento a seqüencial para percepções é descrito como um recurso que tem como objetivo a aquisição
ser aprendido o aluno oriundas das (amplificadores
culturais) e do conhecimento sobre os animais marinhos e suas
interações com o classificações. Este é composto por uma sequência de
objeto modificá-los
construindo atividades: um jogo da memória; cinco jogos do tipo “quebra
assim seu cabeça” com imagens de animais marinhos; uma atividade para
conhecimento ordenar palavras a fim de formar uma frase sobre a reprodução
O computador dos animais marinhos; uma atividade do tipo “caça-palavras”
O computador é passa a ser com nome de animais marinhos; três atividades para associação,
utilizado como O computador encarado a primeira de associação do nome do animal com a imagem
um meio de possibilita o também como correspondente, a segunda de associação da imagem do animal
Recursos
disponibilizar acompanhamento um meio de com o alimento correspondente e a terceira de associação da
computacionais
informação de individual dos comunicação e imagem do animal com o lugar que ele vive; uma atividade
maneira estudantes interação entre relacionando a imagem do animal com o som correspondente;
seqüencial aprendizes e
uma atividade para completar a frase com a palavra adequada;
orientadores
duas atividades de identificação de animais mamíferos.
O Segundo software analisado, “Els Dolfins” é descrito como
Tabela 1 - Variáveis fundamentais e suas relações com as
um software que objetiva o aprendizado a respeito das
teorias de aprendizagens – Barros e Cavalcante [4]
características morfológicas e do estilo de vida dos golfinhos.
Está organizado da seguinte maneira: dois jogos do tipo
“quebra-cabeça”; seis atividades de associação das imagens com
A tabela acima demonstra que os recursos computacionais não as partes do corpo, ambiente em que vivem, tipo de alimentação,
apresentam uma forma didático-pedagógica única. Um software classes de golfinhos, relações sociais; um jogo da memória; um
educativo não apresenta uma forma padronizada de promover o jogo do tipo caça-palavras; duas atividades para completar um
ensino-aprendizagem, mas pode delinear a forma de uso e texto.
função da tecnologia na educação conforme suas perspectivas
teóricas. O terceiro software submetido à análise, “L'espai i els planetes”
é apresentado como um software voltado para o aprendizado de
nomenclaturas e termos relacionados à astronomia. É composto
de oito atividades: duas atividades de exploração de imagens dos
5. UM OLHAR SOBRE OS SOFTWARES planetas e do espaço, relacionando o nome a imagem; duas
EDUCATIVOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS atividades de identificação do planeta Terra e de desenhos
NATURAIS relacionados a temática espaço; duas atividades de associação de
imagens reais com desenhos; duas atividades de ordenação de
imagens para formar cenas relacionadas a temática astronomia.
Até dezembro de dois mil e nove, onze softwares educativos O quarto software avaliado, “El sistema solar 2” é descrito como
foram disponibilizados no BIOE na área de Ciências Naturais: um material desenvolvido com o objetivo de promover o
quatro nas séries iniciais e sete nas séries finais do ensino aprendizado de nomenclatura, termos e características de
fundamental. Descreveremos cada um deles a seguir, avaliando elementos relacionados a astronomia. Está organizado da
de acordo com as características propostas por Longmire [4] e as seguinte forma: uma atividade de identificação de cada planeta
perspectivas teóricas de aprendizagem. seguido de um quebra-cabeça com a imagem do planeta
selecionado; uma atividade de identificação de uma astronauta e
da via láctea; duas atividades de associação de imagem ao termo
5.1. Softwares educativos na área de Ciências apropriado; duas atividades de ordenação de uma frase
Naturais nas séries iniciais relacionada ao tema; três atividades de ordenação de imagens
para formar cenas relacionadas duas atividades a temática
Os quatro softwares educacionais disponíveis para séries iniciais astronomia; um quebra-cabeça; dois caça-palavras com nomes
e que são descritos e analisados a seguir apresentam algumas relacionados à temática.
características em comum: os direitos autorais dos softwares
pertencem a uma mesma instituição denominada Xarxa Os quatro softwares acima relacionados apresentam as mesmas
Telemàtica Educativa de Catalunya, que disponibiliza os características, relacionadas na tabela 2, e são orientados pela
recursos em um website denominado zonaclic; para que os mesma perspectiva behaviorista, especialmente por reforçarem a
softwares funcionem, é necessário que seja instalado um memorização. O controle de tempo e do número de acertos pelo
aplicativo denominado “JClic”, disponibilizado no BIOE; todos software é um outro indicativo desta perspectiva. Em algumas
os softwares estão em uma versão cujo idioma é o catalão, o que atividades, efeitos sonoros reforçam o acerto e não é trabalhada
dificultou a compreensão e análise dos softwares e que a questão do erro. Apesar de promoverem a interação do aluno
diminuem a viabilidade do uso pelo professor em sala de aula; com o conteúdo, não apresentam mecanismos de interação com
os softwares apresentam no canto direito da tela, um “contador” outros.
de tempo, tentativas e acertos que acompanha a realização das
atividades.

26
5.2 Softwares educativos na área de Ciências atividades: uma atividade de observação de imagens; oito
Naturais nas séries finais atividades de preenchimento de lacunas em textos explicativos e
questões com opções para preenchimento; seis atividades de
Ao analisar os sete softwares disponíveis para as séries finais, associação de termos a conceitos; três atividades de múltipla
observou-se que seis (“Animals vertebrats”, “Animals escolha; uma atividade de identificação de dissoluções; uma
invertebrats”, “Sistemas materiales”, “Ecologia 4t d'ESO: atividade de ordenação de imagens; duas atividades de cálculo.
relacions alimentàries”, “Classifiquem roques sedimentàries”,
Os seis softwares acima relacionados apresentam às mesmas
“Consells davant emergències”) também tinham os seus direitos
características, relacionadas na tabela 2, sendo orientados por
autorais pertencentes a instituição Xarxa Telemàtica Educativa
uma perspectiva behaviorista, tendo em vista o reforço dado a
de Catalunya, apresentando as mesmas características gerais de
memorização, assim como o controle de tempo e do número de
estruturação e disponibilização de software, já descrito
acertos pelo software. Apesar de promoverem a interação do
anteriormente.
aluno com o conteúdo, não apresentam mecanismos de interação
Os softwares “Animals vertebrats” e “Animals invertebrats”, com outros. Em determinadas atividades, efeitos sonoros são
foram idealizados pelo mesmo autor. Ambos são descritos como utilizados para reforçar o acerto e a questão do erro não é
objetos de aprendizagem de informação sobre os diferentes tipos trabalhada. O grande número de atividades do mesmo tipo
de animais dos seus respectivos grupos, como são classificados e tornam o software cansativo e pouco atrativo.
suas principais características. Por serem objetos produzidos
pelo mesmo autor, apresentam basicamente a mesma
estruturação e sequência de atividades: ordenação de palavras Apresentam sequência lógica. Podem ser
para formação de frases referentes ao tema; eliminação de Flexibilidade reutilizados, sem necessidade de
palavras e ou imagens que não pertencem a um determinado manutenção.
grupo ou tema; associação de imagens ao grupo ou Os dados relativos aos objetos estão
característica; identificação de grupos, estruturas e partes do presentes em um mesmo banco de dados,
corpo do animal; preenchimento de lacunas para completar Atualização
descrito na página de hospedagem no
frases referentes ao tema; múltipla escolha; ordenação de BIOE.
imagem; marcação de características dos animais; observação de
Podem ser utilizados em diferentes
características; jogos da memória; textos informativos;
espaços educacionais, desde que adaptados
ordenação de palavras nas lacunas adequadas; caça-palavras e ao objetivo de uso. Porém, como estão
palavras cruzadas. disponibilizados num repositório criado
pelo Ministério de Educação Brasileiro,
O software “Ecologia 4t d'ESO: relacions alimentàries” é
Customização mas estão no idioma do país de origem e
apresentado como um objeto desenvolvido com o objetivo de não há a possibilidade de tradução no
demonstrar a atividade na cadeia trófica alimentar, seu próprio software, as atividades que
funcionamento e seus níveis de energia. Está organizado em apresentam textos tem pouca possibilidade
quatro tipos de atividades: duas palavras cruzadas relacionadas de uso em outras línguas, estabelecendo
ao tema; três atividades de preenchimento de lacunas em textos uma barreira lingüística.
explicativos; doze atividades de associação de conceitos; quatro Por ser desenvolvido em applet na
atividades de cálculo de energia e preenchimento do valor Interoperabilidade linguagem Java, permite a interação em
equivalente. diferentes plataformas.
O software “Classifiquem roques sedimentàries” é descrito Por se tratar de um objeto recente, não
como objeto de aprendizagem que analisa e visualiza os grupos apresentou aperfeiçoamento dos dados.
Aumento do Valor
de rochas, detritos relacionando-os com bioquímica e química Em uma busca rápida na internet, não foi
de conhecimento
orgânica. Apresenta duas etapas: a primeira é uma introdução as verificada a disponibilização do software
rochas sedimentares e a segunda é uma sequência de atividades em outros repositórios.
– ordenação de frases, identificação de tipos de rochas, O objeto está cadastrado e disponibilizado
classificação de rochas quanto as características, associação de no BIOE que apresenta um hiperlink
imagens a termos específicos, caca-palavra, ordenação de Indexação e direcionando para o banco de dados de
imagens e ditado. procura origem, assim como as opções de
download do arquivo e do aplicativo
O software “Consells davant emergències” é apresentado como necessário, facilitando o acesso
um objeto que visa a descoberta de informações e conselhos
sobre emergências e a transmissão da cultura de prevenção de
situações de emergência. Está organizado em seis tipos de Tabela 2 . Avaliação dos softwares “Balenes i altres animals
atividades: doze atividades de preenchimento de lacunas em Marins”, “Els Dolfins”, “L'espai i els planetes”, “El sistema
textos explicativos; dezesseis atividades de ordenação de frases solar 2” , “Animals vertebrats”, “Animals invertebrats”,
relacionadas a temática; quinze atividades do tipo “quebra- “Sistemas materiales”, “Ecologia 4t d'ESO: relacions
cabeça”;três jogos da memória; cinco caça-palavras; dezesseis alimentàries”, “Classifiquem roques sedimentàries” e
atividades de associação de termos a conceitos. “Consells davant emergències”quanto as características
O software “Sistemas materiales” é descrito como um recurso propostas por Longmire (2000)
para apresentar alguns conceitos básicos de química com
cálculos matemáticos. Foi estruturado com nove tipos de

27
O último software analisado, “Tabela Periódica Virtual 2.0”, é de conhecimento criação, com importantes correções e
descrito como um recurso para as séries finais e tem como aperfeiçoamentos. Em uma pesquisa rápida
objetivo apresentar a periodicidade dos elementos químicos de pela web, foi possível verificar que a
acordo com as características e propriedades físico-químicas. ferramenta está disponíveis em vários sites de
download gratuito e com considerável número
Para ter acesso ao software, basta fazer o download do de acesso.
executável "tpv.exe". O software está em uma versão em
português e está estruturado da seguinte maneira: apresenta O software está cadastrado e disponibilizado
busca por símbolo, número atômico, nome em português e em no BIOE que apresenta um hiperlink
Indexação e
inglês; fornece dados como massa atômica, camadas, ponto de direcionando para o banco de dados de origem,
procura
assim como as opções de download do arquivo
fusão, ponto de ebulição, estado, raio atômico, Cas-ID e outros;
e do aplicativo necessário, facilitando o acesso
apresenta a função de se mover pela tela com as setas direcionais
do teclado, onde “para cima” e “para baixo” é livre, “para a
esquerda” e “para direita” segue-se o número atômico e quando Tabela 3– Avaliação do software “Tabela Periódica
qualquer caixa de seleção estiver selecionada não é possível Virtual 2.0” quanto as características propostas por
mover-se para cima e para baixo usando as setas,para voltar a se Longmire (2000)
mover para cima e para baixo é necessário clicar em qualquer
um dos elementos na tabela; exibe relatório com todos os dados;
colore a tabela de acordo com a classificação selecionada;
apresenta as seguintes classificações: Propriedades, Efeito
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Biológico, Estado a 25°C, Estado a 700°C, Número Atômico,
Data da Descoberta, Supercondutores em Baixas Temperaturas,
Blocos s, p, d, f, Rede Cristalográfica, Raio Atômico, Metais Na breve análise a que se propôs este trabalho, foi possível
Alcalinos, Metais Alcalinos-Terrosos, Calcogênios, Halogênios, verificar a escassez de softwares disponíveis no BIOE na área de
Semi-Metais (Metalóides), Não-Metais (Ametais), Gases Ciências naturais. Ao analisar os softwares disponíveis, foi
Nobres, Lantanídeos, Actinídios, Condutividade Térmica a possível identificar, de acordo com os critérios anteriormente
300K, Metais Maleáveis, Metais Duros ou Dúcteis, Terras expostos, que as teorias de aprendizagem que embasam os
Raras, Aluminóides, Carbonóides e Nitrogenóides. softwares priorizam a memorização e não estimulam a interação
entre professores alunos. Outras características observadas como
o idioma e o manuseio dos aplicativos podem trazer dificuldades
na utilização dos softwares pelos professores. Espera-se que as
Este software se caracteriza por ser um material de consulta e
análises e observações aqui descritas possam contribuir para que
apoio ao aprendizado. O aluno interage com o conteúdo, mas
estejam baseados numa perspectiva sócio-interacionista, e que,
pelas próprias características do software, não possui
portanto possam contribuir ainda mais para a construção do
possibilidade de construção por parte do aluno ou de interação
conhecimento no ensino fundamental na área de Ciências
com outros alunos. A instrução é orientada pelo software, e
naturais.
conforme o manuseio, fornece as informações solicitadas, e o
objetivo principal é a instrução direta e explicita. Neste caso, REFERÊNCIAS
apresenta uma perspectiva behaviorista, e sua construção
favorece a memorização. As características deste software de
acordo com as propostas de Longmire são descritas na tabela 3. [1] Fischer, Rosa Maria Bueno. (1997). O estatuto pedagógico
da mídia: questões de análise. Educação e Realidade. v. 22. n. 2.
jul./dez. p.59-80.
[2] Lévy, Pierre.(1999). Cibercultura. São Paulo: Ed. 34.
Apresenta sequência lógica. Pode ser [3] Brasil. MEC. SEF. Tecnologias da comunicação e
Flexibilidade
reutilizado, sem necessidade de manutenção. informação. In: _____. Parâmetros curriculares nacionais:
Os dados relativos ao objeto estão presentes terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Introdução aos
em um mesmo banco de dados, descrito na parâmetros curriculares nacionais (5ª parte). Brasília: MEC/SEF,
página de hospedagem no BIOE. Dados 1998, p. 133-157.
Atualização
relativos as atualizações realizadas desde a
primeira versão estão disponíveis no “Leia- [4] Longmire, W. A primer on learning objects. 2001.
me” do software. Disponível em:
http://www.learningcircuits.org/2000/mar2000/Longmire.htm.
Pode ser utilizado em diferentes espaços Acesso em: 30/10/2009.
educacionais, desde que adaptados ao objetivo
Customização de uso. Está no idioma do país de origem e há [5] Wiley, D.A.(2000),. Connecting learning objects to
a possibilidade de tradução apenas dos nomes instrucional design theory: a definition, a metaphor and a
dos elementos para o inglês.
taxonomy”. In Wiley, D.A. (Ed.). The Instructional use of
Este software de origem brasileira, está Learning Objects: Online Version. Disponível em:
disponibilizado apenas no sistema operacional http://reusability.org/read/chapters/wiley.doc.Acesso em:
Interoperabilidade
Windons, o que não permite sua interação com
outras plataformas. 30/10/09

Aumento do Valor Apresentou cinco atualizações desde sua

28
[6] Zacharias, Vera Lúcia. O software educativo. Centro de
Referência Educacional[online]. Disponível em:
http://centrorefeducacional.om.br. Acesso em: 30/10/09
[7] Nascimento,A . A .C. A.;Prata,l.C (org). Objetos de
aprendizagem: uma proposta de recursos pedagógicos. Brasília:
MEC,SEED,2007.
[8] Vieira, Fábia Magali. Avaliação de Software Educativo:
Reflexões para uma Análise Criteriosa. Disponível em:
http;//edutec.net/Textos/Alia/MISC/edmagali2.htm. Acesso em:
30/10/09
[9] Barros, Simone ; CAVALCANTE, P. S. Os Recursos
Computacionais e suas Possibilidades de Aplicação no Ensino:
segundo as abordagens de ensino-aprendizagem" in Projeto
Virtus, Educação e Interdisciplinaridade no ciberespaço, p. 21-
32,Recife: Editora Universitária da UFPE; São Paulo: Editora da
Universidade Anhembi-Morumbi, 2000.

29
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago Chile, 2010

CURSO ON-LINE DE FORMAÇÃO DE LUDO EDUCADOR:


UMA EXPERIÊNCIA DO PONTÃO DE CULTURA DA FEUSP
Roseli Aparecida Mônaco Maria do Carmo Monteiro Kobayashi
Universidade de São Paulo Universidade Estadual Paulista
Brasil Brasil
romonaco@usp.br kobayashi@fc.unesp.br

RESUMO Palavras-chave
O Pontão de Cultura: A Cultura Lúdica e a Formação Brincante é um
Projeto financiado pelo Ministério da Cultura e vinculado ao Formação de professores. Processos de aprendizagem. Educação a
Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos – LABRIMP, da distância.
Faculdade de Educação da USP. O projeto visa, em âmbito nacional,
contribuir para a formação da consciência lúdica e da atitude lúdica
1. INTRODUÇÃO
de profissionais da área para a valorização do lazer e da atividade O projeto visa, em âmbito nacional, contribuir para a formação da
lúdica na vida cotidiana de crianças e adultos. São oferecidas oficinas consciência lúdica e da atitude lúdica de profissionais da área para
(brincadeiras étnicas e multiculturais, artes, corpo, música, a valorização do lazer e da atividade lúdica na vida cotidiana de
construção de jogos e outras), tenda de jogos itinerante, orientações crianças e adultos. São oferecidas oficinas (brincadeiras étnicas e
presenciais e on-line para organização de espaços lúdicos e multiculturais, artes, corpo, música, construção de jogos e outras),
publicações na área. Por se tratar de um programa em nível nacional, tenda de jogos itinerante, orientações presenciais e online para
foi usado, como suporte, um dispositivo on-line de apoio, a organização de espaços lúdicos e publicações na área. Por se tratar
plataforma Moodle, para a realização de um curso de formação do de um programa em nível nacional, foi usado, como suporte, um
ludoeducador. Esse ambiente virtual de aprendizagem foi um meio dispositivo on-line de apoio, a plataforma Moodle (Modular
de disponibilizar conteúdos, hipertextos, hiperlinks, mídias e Object-Oriented Dynamic Learning Environment) para a
atividades interativas para profissionais que atuam com a cultura realização de um curso de formação do ludoeducador. Esse
lúdica em várias regiões do Brasil. Este ambiente de aprendizagem ambiente virtual de aprendizagem foi um meio de disponibilizar
potencializa a autonomia e as práticas interativa-colaborativas dos conteúdos, hipertextos, hiperlinks, mídias e atividades interativas
alunos com seus pares e com especialistas na área. Cursos on-line para profissionais que atuam com a cultura lúdica em várias
são soluções práticas para a rápida emissão e distribuição dos regiões do Brasil. Este ambiente de aprendizagem potencializa a
conteúdos, interação com informações, recursos e pessoas, autonomia e as práticas interativas colaborativas dos alunos com
flexibilidade de tempo e quebra de barreiras espaciais. Embora essa seus pares e com especialistas na área. Cursos on-line são
forma de instrução ganhe a cada dia novos adeptos e a aceitação pela soluções práticas para a rápida emissão e distribuição dos
sociedade, há uma preocupação por parte das Instituições conteúdos, interação com informações, recursos e pessoas,
educacionais no que se refere ao desempenho dos alunos nesses flexibilidade de tempo e quebra de barreiras espaciais. Embora
cursos. Durante o curso on-line percebeu-se que alguns alunos essa forma de instrução ganhe a cada dia novos adeptos e a
estavam somente acompanhando as informações em forma de leitura aceitação pela sociedade, há uma preocupação por parte das
e não participavam das atividades propostas como fóruns, enquete e Instituições educacionais no que se refere ao desempenho dos
troca de informações nas salas de bate-papo. O estudo persegue a alunos nesses cursos. Durante o curso on-line percebeu-se que
seguinte questão: Quais os fatores que influenciaram no acesso, alguns alunos estavam somente acompanhando as informações em
permanência e terminalidade do curso on-line. A metodologia forma de leitura e não participavam das atividades propostas
utilizada foi de uma abordagem qualitativa com o estudo do curso como fóruns, enquetes e troca de informações nas salas de bate-
on-line oferecido pelo Pontão de Cultura. papo. Após o curso foram analisados os relatórios e informações
dos participantes armazenados na plataforma Moodle e verificou-
Categorias e Descritores de Assunto se que uma grande quantidade de alunos (80%) apenas leram as
K.3.0 [Computadores e Educação]: Geral informações e a minoria (20%) dos participantes realizaram as
atividades propostas. O estudo tem como objetivo investigar, por
Termos Gerais meio da experiência de um curso on-line, fatores sócio-cognitivos
Administração, Experimentação, Fatores Humanos. e afetivos favoráveis ao desenvolvimento e qualidade do processo
de aprendizagem, identificar estratégias utilizadas, habilidades e
Mônaco, Roseli., Monteiro, Maria. (2010). Curso on-line de formação de ludo características dos alunos que concluíram as atividades propostas,
educador: uma experiência do Pontão de Cultura da FEUSP. En J. Sánchez bem como identificar e descrever as dificuldades encontradas
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 30-37,
Santiago de Chile.
pelos participantes do curso. Esses dados são provenientes de

30
relatórios e estatísticas de participação nas atividades propostas proposta com programa e cronograma, notícias da área, envio de
(fóruns e leituras), armazenados no gerenciador Moodle e de informações e troca de experiências. Foram disponibilizados
questionário online, enviado apenas aos alunos que concluíram o referenciais teóricos por meio de artigos, chats, fóruns, imagens e
curso. São analisados ainda, dados de comunicações por correio vídeos e utilizados recursos como: apresentações em PowerPoint
eletrônico dos alunos para investigar as causas das desistências e a (ppt); links, vídeos, arquivos de texto (pdf), hiperlinks; acesso a
não interação no ambiente, com o objetivo de identificar a gestão de conteúdos diversos, fóruns e troca experiência.
materiais, acesso as tecnologias, duração das atividades, qualidade da
relação com o docente e características das tarefas. O estudo A plataforma Moodle permite acompanhar os alunos por meio dos
persegue a seguinte questão: Quais os fatores que influenciaram no fóruns, mensagens eletrônicas, envio de registros e relatos das
acesso, permanência e terminalidade do curso on-line. A metodologia instituições participantes, guardar informações sobre os alunos da
utilizada é de uma abordagem qualitativa com o estudo do curso disciplina, criar atividades e associar datas de início e término,
online oferecido pelo Pontão de Cultura. criar e acompanhar grupos, monitorar e registrar os alunos
participantes.
A finalidade foi formar o profissional que ao adquirir a atitude
lúdica, ofereça espaços para a comunidade infantil e adulta a
2. JUSTIFICATIVA expressar a cultura lúdica por meio de interação com outros. O
Há várias discussões sobre a efetividade de cursos on-line e suas curso ofereceu atividades teórico-práticas em que se analisam, nos
implicações na aprendizagem dos participantes desses cursos. diversos contextos, a pluralidade dos significados de jogos,
Estudos revelam que mais da metade de alunos de cursos on-line brinquedos e brincadeiras. Nesse processo, tomam consciência do
desistem antes de concluí-los. Um levantamento realizado pelo lúdico, adquirem saberes e desenvolvem a atitude lúdica
SEBRAE e o Instituto de Estudos Avançados no ano de 2008, indica necessária ao desempenho desta função.
que 55% dos 60.627 inscritos no ano passado não terminaram o Foi oferecida uma dinâmica flexível com relação ao tempo,
curso 1. podendo retornar ao conteúdo das semanas anteriores. O curso
permitiu a interação com outras Universidades, como: USP,
Este estudo analisa os indícios, a partir de uma experiência de curso a UNESP, UFMGS e UFRGS que tiveram seus docentes
distância, de possíveis fatores que influenciam na aprendizagem e no ministrando cursos, propiciando a integração entre eles. Entre as
desenvolvimento dos alunos em ambientes virtuais. Com a análise de mediações de aprendizagem foram utilizados fóruns, chats,
dados do curso e das correspondências eletrônicas, é possível atividades individuais ou em grupos, papers, oficinas virtuais e
verificar a participação dos alunos nas atividades propostas, nos trabalho final (portfólio).
fóruns, leitura das informações e, sobretudo, de suas dificuldades,
motivações e habilidades. Este estudo justifica-se no sentido de obter O curso permitiu a vivência em espaços virtuais de aprendizagem
conhecimentos sobre os fatores que influenciam a aprendizagem em como sala de bate papo e fórum de discussões para os
cursos on-line e contribuir para as pesquisas que vêem sendo participantes aprenderem por meio de atividades interativas com
discutidas na área. os tutores e demais colegas.
Houve uma preocupação no modo como a informação seria
Após apresentar os motivos que nos levaram a realização dessa apresentada em relação a propiciar uma interação virtual entre
pesquisa é preciso apontar os objetivos que nortearam a realização do docentes, tutores e alunos e alunos/alunos e com os materiais. O
estudo: analisar, por meio de uma experiência de um curso on-line, desenvolvimento das atividades de aprendizagem foram
fatores que podem influenciar na aprendizagem e no sucesso dos condensadas de forma a não ficar cansativo ao aluno e ao mesmo
alunos. Para sua efetivação procuramos: identificar fatores que tempo centrar nos possíveis interesses e necessidades deles com
influenciam na aprendizagem e desenvolvimento de alunos em comunicações escritas e visuais. Os pré-requisitos foram de que o
cursos on-line; caracterizar as competências individuais dos alunos aluno teria que conhecer algumas ferramentas básicas como
para o sucesso desses cursos e identificar e descrever as dificuldades processador de texto, Internet, softwares informáticos.
apresentadas pelos alunos para a exeqüibilidade dos cursos nessa
modalidade. Foi feito um planejamento para que o aluno tivesse oportunidade
de construir seu conhecimento e orientar sua aprendizagem no uso
de suas habilidades para aprender, nesse sentido o ensino foi
3. DESCRIÇÃO DO CURSO “A CULTURA centrado no aluno. Foi oferecido um guia de estudo para a
LÚDICA E A FORMAÇÃO DO BRINCANTE” orientação sobre o curso e os objetivos, conteúdos, atividades de
ensino-aprendizagem, sugestão bibliográfica e links e avaliação.
O ambiente de aprendizagem foi construído para que os profissionais Assim, foi propiciado um ambiente para que a autonomia do
da área da cultura lúdica pudessem interagir e adquirir informações à aluno. No planejamento e elaboração do curso levou-se em
distância. Nesse sentido, foi utilizada a plataforma Moodle, uma consideração a inclusão de materiais que fossem de fácil acesso
ferramenta de apoio à educação on-line. É uma ferramenta de com relação ao hardware e de fácil visualização.
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) representativa nas
universidades e instituições de ensino brasileiro. O acesso ao Antes de iniciar o tema principal do curso, cultura lúdica e
ambiente ficou aberto 24 horas, com 90 horas de duração e uma formação do brincante, foi elaborada uma semana integrada (sem
divisão em turmas) na qual os participantes puderam conhecer-se
e ambientar-se com a plataforma de EAD. O curso foi feito em
1 módulos: Módulo I - Introdução de Brinquedotecas e espaços
Disponível em
Lúdicos, Módulo II - Formação do brincante, Módulo III - Cultura
<http://www.oficinadanet.com.br/noticias_web/2523/ead_falta_de_te
lúdica: jogos, brinquedos e brincadeiras e Módulo IV -
mpo_gera_desistencia>, Acesso em 20 fev.2010.

31
Começando uma nova prática: elaborar projetos de espaços lúdicos. processos de aprendizagem. Para Castells, em uma sociedade em
rede há a troca interativa e autonomia no processo de
aprendizagem pela população receptora de um ambiente virtual
[2]. A ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos é a
principal fonte de produtividade [2], e está ligado ao modo
4. REFERENCIAL TEÓRICO informacional de desenvolvimento. Este é, segundo Castells, o
que nos conduz a um novo paradigma tecnológico, baseado na
Estudos e pesquisas sobre fatores que influenciam o tecnologia da informação. Redes são estruturas abertas capazes de
desenvolvimento dos alunos em cursos on-line têm sido frequentes. expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que
Alguns fatores que podem influenciar na qualidade do processo de consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que
aprendizagem, respeitando-se as diferenças de cada um que derivam compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo,
em resultados diferentes, são: situação de vida do aluno (refere-se à valores ou objetivos de desempenho). Uma estrutura social com
aspectos sociais, profissionais e familiares que facilitam ou base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico suscetível
dificultam a dedicação ao estudo; cognitivos e metacognitivos de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio [2].
(características individuais de cada aluno como: nível de
conhecimento prévio, uso de estratégias de aprendizagem e
habilidades comunicativas); motivacionais e afetivos (autoestima,
autoconceito, autoeficacia, autoexpectativa e autoconfiança, 6. PRESSUPOSTOS CONSTRUTIVISTAS-
motivação intrínseca, interesse e dedicação, nível de ansiedade, INTERACIONISTAS
atitude, atribuição interna do resultado da aprendizagem);.
desenvolvimento e relações sociais (habilidades comunicativas e De acordo com a perspectiva construtivista de Piaget, o indivíduo
pertencer a um grupo ou comunidade) e diferenças individuais constrói seu próprio conhecimento, pois é um aprendiz ativo. Em
(conhecimento prévio, domínio de ferramentas tecnológicas, estilo de ambientes online os estudantes lidam com a autonomia. Eles têm
aprendizagem e cumprimento acadêmico). a escolha de quando, onde, como aprender e liberdade de procurar
seus interesses e métodos de aprendizagem. Essa autonomia,
Fatores que podem influenciar os graus de dedicação do aluno, como entretanto, vem seguida da busca de novas aprendizagens e da
por exemplo, gestão dos materiais e facilidades de acesso à responsabilidade de suas aplicações. Sendo assim o aluno se
tecnologia, características do curso como duração das atividades, apropria do processo de mudança, reflete sobre sua prática,
qualidade da relação com o professor e as características das tarefas interage com colegas, especialistas e aprende a buscar
de ensino-aprendizagem. informações. É essencial que participantes de cursos online
Características individuais dos alunos como: estilos de tenham iniciativa e disciplina para estudar e completar as
aprendizagem, disciplina, habilidades com o computador, e auto- atividades. Nesse sentido a teoria Piagetiana nos ajuda a entender
eficácia também são fatores que influenciam a aprendizagem do o processo de aprendizagem em ambientes interativos mediados
aluno em cursos online. pelo computador.

No eixo transmissão da informação versus construção do O mundo das comunicações e da informática, conforme Levy, está
conhecimento, há diferença entre transmitir informação e criar proporcionando novas maneiras de pensar e de conviver entre os
condições para construção do conhecimento [1]. A transmissão da indivíduos. As relações entre os homens, o trabalho, a própria
informação implica em reprodução da informação pelo aluno. Já na inteligência dependem cada vez mais da tecnologia da
construção do conhecimento o estudante processa a informação que informação. Escrita, leitura, visão, audição, criação e
obtém interagindo com o mundo dos objetos e das pessoas. Existe aprendizagem são capturadas por uma Informática cada vez mais
uma diferença entre a simples transmissão da informação e a avançada [5].
construção do conhecimento. O aluno aprende quando a informação Na perspectiva de Bandura, a crença da nossa capacidade de
é passada para ele e este a reproduz fielmente, portanto é um modelo organização e implementação de ações necessárias para aprender
de aprendizagem baseada na reprodução da informação [1]. Na levam a auto-eficácia [3]. O conhecimento da auto-eficácia
construção do conhecimento o aluno processa a informação em influencia o êxito nos comportamentos de escolher atividades,
constante interação com pessoas e objetos, criando problemas e persistência, esforço e habilidade de aquisição de conhecimento.
soluções. Para aplicar estas informações duas ações são necessárias,
a interpretação e o processamento da informação que consiste em
atribuir significado para a construção do novo conhecimento. Existe
a possibilidade do processamento da informação necessitar da ajuda 7. A SOCIABILIDADE EM CURSOS ON-
de pessoas mais experientes e que a construção do conhecimento é o LINE
produto do processamento, interpretação e compreensão da
informação [1]. Cursos on-line oferecem oportunidades de interação aluno/aluno e
aluno/professor, principalmente, quando a colaboração faz parte
do processo. Estudantes devem participar em discussões e
conferências. O grau de participação depende de fatores como:
5. TEORIAS E MODELOS DE interesse e envolvimento no assunto; conforto do estudante com o
APRENDIZAGEM ON-LINE aplicativo que está sendo utilizado; facilidade em acessar o
sistema; habilidade em escrever e falar; motivação; incentivos
Várias teorias oferecem instrumentos para compreender os processos para participar e aspectos culturais. Esses fatores são cruciais para
sócio-cognitivos que se desenvolvem quando os sujeitos estão a participação de alunos em atividades online. A partir das
interagindo com o curso e com outros (alunos e mediador) em contribuições de autores considerados como os teóricos do sócio-

32
construtivismo, sócio-cognitivismo e das novas tecnologias da (com outros).
informação e comunicação, podemos analisar os fatores que
contribuem para que o aluno seja bem sucedido em cursos online. Nesse sentido, na construção do ambiente, procurou-se
disponibilizar recursos que possibilitassem ao aluno entrar em
contato com as informações propostas, interagir com seus pares,
docentes, tutores e aplicá-las em seu local de trabalho. Entre as
8. METODOLOGIA várias ações de ensino e de aprendizagem consideradas na
construção do ambiente on-line, destacou-se a preparação
A pesquisa foi realizada com o estudo de um curso no gerenciador de
cuidadosa pelos docentes dos módulos de trabalho, tanto na
cursos online, a plataforma Moodle no período de agosto a setembro
elaboração dos textos de apoio quanto na realização das atividades
de 2009, para profissionais e educadores de instituições que atuam
propostas para que todos os assuntos planejados propiciassem
com crianças e adolescentes para a formação do profissional em
uma forma de discussão, de reflexão e de análise. Em vista disso,
cultura lúdica. Essas instituições foram premiadas pelo Ministério da
foi oferecida uma dinâmica flexível com relação ao tempo,
Cultura por suas atuações com crianças e adolescentes e foram
podendo o aluno retornar ao conteúdo das semanas anteriores.
denominadas Pontinhos de Cultura. Todas foram convidadas a
participar do curso. Foram disponibilizados referenciais teórico-práticos por meio de
artigos, chats, fóruns, oficinas virtuais, imagens e vídeos e
utilizados recursos como: apresentações em PowerPoint (ppt);
8.1 Caracterização do curso “A Cultura Lúdica e links, vídeos, arquivos de texto (pdf), hiperlinks; acesso a
conteúdos diversos, fóruns e troca experiência e portfólio como
a Formação do Brincante” avaliação final. Esses referenciais tiveram o objetivo de analisar
O Pontão de Cultura: A Cultura Lúdica e a Formação do Brincante os diversos contextos, a pluralidade dos significados dos jogos,
é um programa do Ministério da Cultura (MINC) e está sediado no brinquedos e brincadeiras. Nesse processo, os participantes
Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos da Faculdade de tomaram consciência do lúdico, adquiriram saberes e
Educação da USP. Este programa, financiado pelo governo federal do desenvolveram a atitude lúdica necessária ao desempenho desta
Brasil, visa, em âmbito nacional, a contribuição para a formação de função. O curso on-line foi desenvolvido com metodologias que
uma consciência lúdica ou atitude lúdica de profissionais da área e a permitiram aos participantes a vivência de suas práticas de uma
valorização do lazer e da atividade lúdica na vida cotidiana de forma reflexiva e mediada pela teoria.
crianças e adultos. Além disso, considerou-se a perspectiva interacionista-
Uma das ações deste Programa é oferecer formação continuada para construtivista por promover um ambiente de aprendizagem em
instituições de várias regiões do país participantes do programa do que privilegie a autonomia, a reflexão, a resolução de problemas,
MINC, denominadas Pontos e Pontinhos de Cultura. Essas a interação e a auto-organização dos participantes.
instituições são associações, ONGs, centros culturais que atuam com Houve uma preocupação no modo como a informação seria
crianças e adolescentes do Brasil. No ano de 2009, o Pontão, sob a apresentada com definições, ilustrações, fluxo de chats, vistas
responsabilidade da autora deste estudo, ofereceu um curso on-line estruturais, mapas conceituais, demonstrações, aconselhamentos
para os profissionais dessas Instituições. interativos, prática, sistemas de monitoramento, pontos de vista,
Foram recebidas cem inscrições de profissionais que atuam nessas treinamento, modelação, hipertexto, vídeo e banco de dados. O
organizações, sendo que oitenta participantes realizaram o login no ambiente proporcionou a interação virtual entre docentes, tutores
curso e somente vinte alunos concluíram o curso com o envio do e alunos e alunos/alunos e com os materiais. O desenvolvimento
portfólio. Sendo assim, foi desenvolvido um ambiente de das atividades de aprendizagem foi condensado de forma a não
aprendizagem por meio do gerenciador Moodle, uma ferramenta de ficar cansativo ao aluno e ao mesmo tempo centrar nos possíveis
apoio à educação on-line, de comunicação e de interação, disponível interesses e necessidades deles com comunicações escritas e
na Faculdade de Educação da USP. Na procura de um ambiente visuais. Os pré-requisitos foram de que o aluno teria que conhecer
aberto à aprendizagem e de fácil acesso aos participantes separados algumas ferramentas básicas como processador de texto, Internet,
espacial e temporalmente, criou-se uma estrutura de apoio ao ensino softwares informáticos.
e aprendizagem por meio da plataforma Moodle, disponibilizando Foi feito um planejamento para que o aluno tivesse oportunidade
conteúdos, fóruns de discussões e ligações a outros endereços de de construir seu conhecimento e orientar sua aprendizagem no uso
interesse dos alunos. de suas habilidades para aprender. Nesse sentido o ensino foi
Esta plataforma permitiu acompanhar os alunos por meio dos fóruns, centrado no aluno e levou-se em consideração a inclusão de
mensagens eletrônicas, envio de registros e relatos das instituições materiais que fossem de fácil acesso com relação à navegação no
participantes. Permitiu, ainda, criar atividades, associar datas de ambiente.
início e término, criar e acompanhar grupos, monitorar e registrar os No início da estrutura do curso (Figura 1) foi oferecido um guia
participantes. As informações ficaram armazenadas no ambiente, de estudo para a orientação sobre os objetivos, conteúdos,
podendo ser resgatadas a qualquer momento. atividades de ensino-aprendizagem, sugestão bibliográfica e links
O acesso ao ambiente ficou disponível 24 horas, com 90 horas de e avaliação. Assim, o ambiente de aprendizagem potencializou a
duração e uma proposta com programa e cronograma, notícias da autonomia do aluno.
área, envio de informações e troca de experiências.
O objetivo do curso foi formar o profissional que ao adquirir a
atitude lúdica, oferecesse espaços para a comunidade infantil e adulta
a expressar a cultura lúdica por meio de interação entre as pessoas

33
portfólio com a seleção de materiais significativos para o aluno,
permitindo traçar, de forma ilustrativa e representativa, o
desenvolvimento de seus pensamentos e aprendizado durante o
curso, bem como mostrar suas competências e habilidades.
Ao elaborar as reflexões na construção do portfólio, o aluno
traduziu o que aprendeu, como progrediu e como utilizará a
aprendizagem no futuro. Ainda no momento de construção do
portfólio houve a interação docente e tutor com o aluno
favorecendo a compreensão do que foi relevante ou não no
processo de aprendizagem. Foi um processo de auto-avaliação
regulada em que o aluno, gradualmente, era responsável pelo
processo avaliativo. Essa forma de ação educativa estimula o
auto-desenvolvimento, a auto-aprendizagem, a auto-regulação dos
indivíduos, modificando e interagindo com seu meio [6].
Figura 1. Página inicial do curso A Cultura Lúdica e a Formação
do Brincante
8.2 Coleta e análise de dados
Antes de iniciar o primeiro módulo do curso com temas relacionados A opção recaiu pela pesquisa qualitativa, tendo em vista a
sobre cultura lúdica e formação do brincante, foi elaborada uma compreensão e interpretação do objeto de estudo, pois constatou-
semana integrada (sem divisão em turmas) na qual os participantes se ser a mais adequada aos propósitos do trabalho. Isso se deve ao
puderam conhecer-se e ambientar-se com a plataforma de EAD fato de essa modalidade de pesquisa possibilitar descrições
(Figura 2). O curso foi feito em módulos: Módulo I - Introdução de detalhadas de situações, eventos, pessoas, interações e
Brinquedotecas espaços lúdicos, Módulo II - Formação do brincante, comportamentos que são observáveis [8]. Além disso, reúne as
Módulo III - Cultura lúdica: jogos, brinquedos e brincadeiras e experiências, atitudes, opiniões e pensamentos dos participantes
Módulo IV - Começando uma nova prática: elaborar projetos de como são na realidade.
espaços lúdicos. A pesquisa qualitativa caracteriza-se ainda por estudar o modo
como as pessoas vivenciam, experimentam, entendem,
interpretam e participam de seus mundos social e cultural [7].
Assim, nesse tipo de pesquisa, os pesquisadores interessam-se por
coletar dados que sejam contextualizados na vida real. Logo, há
uma segurança maior na qualidade e confiabilidade dos dados.
Proporcionando, ainda, descrições de pessoas em ação de uma
forma detalhada, interpretadas posteriormente pela abordagem
teórica que conduziu o estudo.
A pesquisa qualitativa neste estudo foi adequada por apresentar as
seguintes características [8]:
• Investigador pode seguir um desenho de investigação flexível.
• Permite a visão de um cenário ou pessoas a partir de uma
perspectiva holística.
• Nesse sentido o investigador estuda o objeto desde o passado até
Figura 2. Página do Módulo para a introdução em cursos EaD o presente.
• Compreensão do objeto tal qual como os outros experimentam.
A avaliação foi formativa, contínua e levou-se em consideração a
• Concentração e reconhecimento de acontecimentos relevantes.
participação dos alunos nos fóruns, realização das atividades por
correio eletrônico ou postagem no ambientem e visita aos conteúdos • Afastamento de crenças e perspectivas do pesquisador para não
com constante feedback dos docentes e tutores. Essa forma de interferir no processo.
avaliação foi uma prática para acompanhar as aprendizagens no
decorrer do curso e contribuiu para o acompanhamento e orientação • Olhar do pesquisador para todas as perspectivas do objeto.
dos alunos. A avaliação formativa auxilia o estudante a aprender, • Método qualitativo é humanista.
desenvolver-se e a participar do seu processo de aprendizagem [6].
• Ênfase na validez da pesquisa.
O rastreamento das atividades e ações dos participantes do curso no
ambiente de aprendizagem deram aos docentes e tutores a • Caráter descritivo
oportunidade de realizar feedback individual, bem como
acompanhamento e evolução dos alunos, realizando intervenções Foi utilizada a metodologia de estudo de caso – um curso de
quando necessário. A avaliação, ainda, constou da elaboração de um educação continuada on-line. O curso foi realizado em um
ambiente virtual de aprendizagem, o Moodle, que apresentou um

34
modelo pedagógico voltado para as possibilidades de construção e
transformação do conhecimento pelo aluno e pela interação entre os
participantes, os materiais, conteúdos e tecnologias. Esse ambiente
favoreceu, segundo a perspectiva interacionista-construtivista, a
aprendizagem colaborativa, reflexiva e autônoma dos participantes.
Os sujeitos da pesquisa eram alunos que concluíram o curso
oferecido pelo Pontão de Cultura. Foram selecionados 20
participantes que concluíram todas as atividades (fóruns, leituras e
envio de portfólio), dos 87 inscritos no curso. Essa amostra tem a
finalidade de investigar quais os fatores sócio-cognitivo-afetivos que
levaram estes alunos a concluírem o curso com um estudo descritivo
da trajetória deles. Figura 3.Gráfico estatístico com o registro das visitas e
mensagens enviadas e as respectivas datas.

8.3 Instrumentos para coleta de dados


Com relação ao envio do Portfólio como forma de avaliação,
Foram utilizados dados provenientes e armazenados do gerenciador foram recebidos 20 portfólios, sendo de autoria dos 20 estudantes
Moodle, no período de 03.08.2009 a 30.11.2009, relacionados às que participaram ativamente do curso. Foram analisadas as
interações com o ambiente, com os docentes e tutores e com seus mensagens enviadas e identificadas as dificuldades com relação
pares, bem como relatórios e estatísticas de participação nas ao gerenciamento de tempo, do curso e de habilidades com as
atividades propostas (fóruns, leituras, cafés) de todos os novas tecnologias.
participantes.
• Mensagem 1: “Na sexta-feira, dei uma olhada na programação
A técnica de questionário foi utilizada para os 20 sujeitos da pesquisa do curso e nos conteúdos trabalhados nas semanas passadas.
que concluíram o curso, com a intenção de analisar a motivação, Infelizmente não terei condições de fazer o curso neste
características individuais, estilos de aprendizagem, habilidades com momento, percebi que é bastante conteúdo, e eu estou com
o computador, auto-organização, problemas pessoais, profissionais muito trabalho agora. Peço desculpas pelo incomodo. Se for
dos participantes. Os portfólios, também, foram analisados no possível, quando eu estiver menos sobrecarregada de trabalho,
sentido de resgatar conceitos, conteúdos e materiais que foram acesso novamente o portal de vocês (considero este curso de
utilizados na prática do aluno. extrema importância, tendo em vista a necessidade de resgatar e
Foram, ainda, analisadas as comunicações por correio eletrônico dos conservar as brincadeiras infantis).
participantes para investigar as causas das desistências e a não • Mensagem 2: “[...] desculpe a demora em responder, mas fiquei
interação nos fóruns com o objetivo de identificar gestão de sem acesso a internet”
materiais, acesso as tecnologias, duração das atividades, qualidade da
relação com o professor, características das tarefas. A análise de • Mensagem 3: “Tentei, mas não recebi uma senha e não consegui
dados em um estudo de caso refere-se ao desenvolvimento de entrar. O que faço????”
categorias para realizar a classificação, ao exame dos dados e a
procura por padrões, no caso, comportamentos e ações que • Mensagem 4: Oi professora, desculpe não ter tido uma
caracterizam o objeto e agrupamentos dos dados por classificação e participação mais ativa, mas fiz o possível para ler os textos e
ordenação e comparação de scripts sincrônicos e assincrônicos. ainda estou lendo o restante. Estou realizando diversas
atividades que relatarei no portifólio, dentre uma delas a
elaboração de um projeto de laboratório de brinquedos,
brinquedoteca e Centro de Educação Infantil. Gostaria de saber
9. RESULTADOS se ainda há tempo para enviar os trabalhos?
Os dados apresentados foram coletados de relatórios e estatísticas do Verificou-se que quando os tutores e docentes enviaram
curso A Cultura Lúdica e a Formação do Brincante na plataforma mensagens semanais houve maior retorno de respostas dos
Moodle, de análise de respostas nos fóruns e mensagens enviadas participantes. Entende-se então que é fundamental o
pelos estudantes. Por meio do gráfico estatístico (Figura 1), e do acompanhamento e interação de tutores e docentes durante o
relatório de inscritos (100 no total) e de participação (87 apenas processo. Nesse sentido, o mediador favorece os diálogos e as
visitaram os conteúdos e 20 responderam atividades nos fóruns) construções que estão sendo exploradas, os obstáculos e estimula
constatou-se que 87 % dos participantes visitaram as informações do as ações a serem desenvolvidas pelos alunos.
curso e apenas 20% participaram ativamente postando mensagens
nos fóruns e enviando mensagens eletrônicas. No fórum de discussões constatou-se que a troca cooperativa só
aconteceu com tutores e docentes, não havendo trocas entre
alunos. Na primeira semana em contextos informais e bate-papos
destinados a uma introdução à cursos on-line constatou-se uma
maior interação, ocorrendo a construção de saberes em uma
linguagem informal, conforme enquete sobre o que acharam da
primeira semana; essa enquête, está demonstrada na Figura 2:

35
taram na primeira semana; acompanhamento contínuo dos alu-
nos tão necessário para que os alunos se sintam em um curso.
• Frequente avaliação on-line com perguntas aos alunos sobre
suporte técnico e acompanhamento de instalação.
• Propiciar o senso de comunidade entre alunos, docentes e tuto-
res. Pesquisas indicam que alguns alunos em cursos on-line têm
a sensação de isolamento [4], portanto a instituição deve inte-
grar o aluno em atividades sociais e culturais informais e for-
mais, por meio de fóruns, comunidades de aprendizagem e gru-
po de estudos. Blogs e mensagens instantâneas podem, também,
ser usados para propiciar a integração dos alunos e incentivar a
Figura 4. Gráfico de desempenho dos alunos. colaboração entre eles [4].
Legenda:
• Proporcionar a qualidade na interação professor-aluno.
• Ótimo: “Gostei das informações e me incentivou a continuar o
curso usando AVA.” Pesquisas indicam que alunos que passaram por orientações de
• Bom: “Gostei das informações.” cursos on-line antes de realizá-los são bem sucedidos neste tipo de
• Regular: “Poderia ser melhor.” ambiente [4].
• Ruim: “Não foi bem explicado ou nada tem a ver com o curso.”
• Indiferente: “Já sabia do que foi falado.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as respostas, percebeu-se que para a maioria dos participantes Este estudo analisou os fatores que contribuem para o processo de
tudo era novo, inclusive as abordagens em educação on-line. O que aprendizagem e o sucesso de alunos em cursos on-line. Foram
gerou problemas de interação e comunicação. Foram constadas, estudados os dados da participação dos alunos na plataforma de
ainda, dificuldades de acesso inicial à plataforma Moodle, que gerenciamento do curso: A Cultura Lúdica e a Formação do
ultrapassam a tecnologia em si, mas o seu uso como ferramenta de Brincante, oferecido pelo Pontão de Cultura da FE-USP, bem
aprendizagem, essas dados são relativos ao relatório elaborado pelo como a interação com docentes e tutores, respostas enviadas aos
Professor Ecivaldo Matos. fóruns e por correspondência eletrônica.
Verificou-se que habilidades com: computadores, softwares,
comunicação, interação, organização e gestão de tempo em um
10. SUGESTÕES A SEREM OBSERVADOS NA curso a distância são cruciais para que os estudantes sejam bem
CRIAÇÃO DE CURSOS ON-LINE sucedidos em ambientes virtuais. Outro dado importante é a
situação de vida do aluno no momento do curso com relação à
• Preparar os estudantes para cursos on-line evita frustrações. Por
aspectos profissionais e familiares que podem dificultar a
meio das orientações os estudantes determinarão se são capazes de
dedicação ao curso.
frequentar cursos on-line ou não, porque poderão perceber que suas
características individuais, estilo de aprendizagem e expectativas Uma pequena percentagem dos alunos (20%) concluiu todas as
são ou não congruentes com essa modalidade de curso. Primeira atividades e enviou o portfólio final. Este dado mostra a
orientação é mostrar que o curso on-line não é mais fácil do que importância de uma orientação anterior ao curso para informar as
cursos presenciais. Segunda, orientar estudantes com relação às características do ambiente de aprendizagem e tirar expectativas
habilidades no computador. Outras orientações também são essen- para não provocar frustrações e, conseqüente, abandono do curso.
ciais tais como: ser interativo, apontar para o aluno os tipos de tare- Estudos indicam que quando a participação do aluno em
fas que eles terão que realizar, permitir o desenvolvimento de téc- ambientes on-line é motivada, preparada, com acesso à
nicas e habilidades no computador necessárias ao curso, auxiliar os equipamentos, bem como da habilidades do professor em
estudantes no gerenciamento de tempo e dos estudos necessário ao construir e sustentar a aprendizagem colaborativa, a chance de
seu desempenho. sucesso por parte do estudante é bem maior.
• Preocupar-se, também, como o formato do curso. Foram observadas que algumas habilidades do participante como:
acessar o conteúdo, de exploração e localização da informação;
• Instruções com relação aos softwares e suas instalações. uso de programas de gestão de informações digitais; aprender com
• Preparar estudantes expondo-os ao sistema de gerenciamento do materiais hipertextuais e multimídia; comunicar-se por meios
curso e ensiná-los para os desafios que virão. telemáticos são de extrema importância para que um curso on-line
seja bem sucedido.
• Suporte da Instituição que realiza o curso para atender a qualquer
tempo com relação aos procedimentos técnicos. Sugestões, coletadas de várias experiências de Instituições que
oferecem cursos on-line, foram indicadas para a melhoria na
• Tutorias, para suporte técnico, são essenciais para guiar os alunos qualidade dos cursos oferecidos de forma que seja estruturado no
em suas experiências on-line. São ainda assistentes de ensino, ini- sentido da direção das necessidades individuais de cada aluno.
ciam os alunos em atividades sociais e dão suportes técnicos. Al- Ambientes virtuais de aprendizagem favorecem uma grande parte
gumas universidades americanas contratam orientadores que são da população, que por motivos de tempo e de regiões distantes,
responsáveis por: entrar em contato com alunos que não se conec- não têm oportunidade de frequentar uma aula presencial. Nesse

36
sentido, é essencial que Instituições invistam em orientações e
acompanhamento do aluno e esclareçam suas necessidades.
Além disso, cursos on-line proporcionam a passagem da formação
de pessoas passivas, imitadas, para a formação de cidadãos ativos,
criativos, autônomos e responsáveis que colaboram nos seus
processos de aprendizagem.

REFERÊNCIAS
[1] Valente, J. A. 2009. Educação a distância no ensino superior:
soluções e flexibilizações. Disponível em:
<www.scielosp.org/scieloOrg/php/similar.php?text>. Acesso
em: 10 dez. 2009.
[2] Castells, M. 1999. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra.
[3] Schunk, D. H. 2004. Learning theories. An educational
perspective. New Jersey, Pearson. Merill Prentice Hall.
[4] Harell, I. L. 2008. Increasing the success. Interface
(Botucatu) vol.7 no.12 Botucatu Feb. 2003. Disponível em of
online learning. The journal of Virginia Community College. v.
13 .n. 2008. Disponível em:
<http://www.eric.ed.gov/ERICDocs/data/ericdocs2sql/content_st
orage_01/0000019b/80/43/bd/52.pdf>. Acesso em: 15 de dez.
2009.
[5] Lévy, P. 1999. Cibercultura. São Paulo: Editora 34.
[6] Perrenoud, P. 1999. Avaliação: da excelência à regulação das
aprendizagens. Porto Alegre: Artmed Editora.
[7] Lankshear, C; Knobel, M. 2008. Pesquisa pedagógica: do proje-
to a implementação. Porto Alegre: Artmed Editora.
[8] Pimenta, S. G.; Ghedin, E. (Orgs.). 2006. Professor reflexivo no
Brasil: gênese e crítica de um conceito. 4.ed. São Paulo: Cortez.

37
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

FORMAÇÃO LÚDICA DE EDUCADORES EM PORTAL


EDUCATIVO
Maria do Carmo M. Kobayashi Wagner Antonio Junior Tizuko Morchida Kishimoto
Depto de Educação – Universidade FAAG Faculdade de Agudos Faculdade de Educação – Universidade de
Estadual Paulista Secretaria Municipal da Educação São Paulo
Brasil Brasil Brasil
kobayashi@fc.unesp.br wag.antonio@gmail.com tmkishim@usp.br

RESUMO ABSTRACT
Apresentamos as ações possibilitadas pelo portal “Oficinas de
We present the actions offered in the site “Oficinas de brincar”
brincar”: a) criar e alimentar um Web site para divulgar
(“Playful workshop”): a) create and feed a site to spread
orientações na montagem, organização, controle e manutenção
orientations about the setting, organization, control and
acervos lúdicos em diferentes espaços para brincar e jogar; b)
maintenance of the ludic collections in different spaces to play
orientar pais, professores e a comunidade sobre a importância do
and enjoy;
lúdico; c) criar espaços virtuais de reflexão on-line sobre o brincar
b)
e jogar e os objetos lúdicos; d) hospedar textos informativos e guide parents, teachers and the community about the
educativos em diferentes formatos; e) orientar na escolha de importance of the ludic; c) create virtual spaces for online thinking
objetos lúdicos; f) montar cursos de formação lúdica para about playing and enjoying, and ludic objects; d) host informative
diferentes públicos on-line. Iniciado em 2005 o projeto and educational texts in different file formats; e) guide choices
“Brincando no Centro de Psicologia Aplicada – CPA”, about ludic objects; f) set courses of ludic formation for different
UNESP/Bauru – Brasil, permitia: auxiliar na organização e types of online public. Established in 2005, the project
manutenção do acervo de brinquedos e jogos usados pelos “Brincando no Centro de Psicologia Aplicada – CPA”(“Playing at
professores e alunos envolvidos nas ações de docência, pesquisa e Applied Psychology Center” ), from UNESP, in Bauru – Brazil,
extensão no CPA. Outros objetivos foram incorporados: criar um assists in the organization and maintenance of the game and toy
espaço de estudos para a utilização interventiva, educativa e collections in use by the teachers and students involved in
recreativa na área da ludicidade. O sistema de Classificação dos teaching; researching; and extended courses at CPA. Another
Objetos Lúdicos - C.O.L. [1] [2], utilizados no CPA e no objective was added: create a studying space for the
Laboratório de Brinquedos e Materiais LABRIMP – FE – USP, a interventional, educational and recreative application in the ludic
partir 2008, organiza esses objetos em 4 categorias e suas field. Since 2008, the system of “Classificação dos Objetos
subcategorias o que permite conhecer as habilidades e Lúdicos - C.O.L.” [1] [2] (“Ludic Objects Classification”), used at
competências acionadas na ação lúdica pelos brincantes. CPA and in the “Laboratório de Brinquedos e Materiais
LABRIMP” (“Material and Toys Laboratory”), from USP, has
Categorias e Descritores de Assunto organized this objects in 4 categories, and its respective
subcategories, which let us know the competences and skills set in
K.3.0 [Computadores e Educação]: Geral the players’ ludic action.

Termos Gerais Categories and Descriptors


Administração, Experimentação, Fatores Humanos.
K.3.0 [Computers and Education]: General
Palavras-chave General Terms
Formação lúdica. Portal educativo. Jogos e brinquedos.
Administration, Experimentation, Human Factors.
Classificação de objetos lúdicos.

Key Words
Ludic formation. Educative websites. Games and toys. Ludic
objetcts classification.

1. INTRODUÇÃO
Monteiro, Maria do Carmo., Junior, Wagner., Morchida , Tizuko. (2010). Formação
lúdica de educadores em portal educativo. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 38-43, Santiago de Chile.

38
Encontramos, com frequência, espaços de brincar/jogar montados qualquer parte do mundo, dependendo apenas do homem a
por adultos para crianças em diferentes locais: cinemas, transformação desses dados em informação e em conhecimento
supermercados, shopping, lojas, entre outros. Esses espaços [5].
lúdicos, mais do que atender ao desejo das crianças naquilo que
Além disso, a era digital possui grande importância na
lhes é natural, são também uma comodidade para os pais.
reestruturação da sociedade, da mesma forma que a Revolução
Com a difusão do computador nas últimas décadas, as atividades Industrial teve seus efeitos no final do século XVIII e começo do
lúdicas passaram dos espaços concretos para os espaços virtuais. século XIX. No Brasil, os efeitos da Era Digital – especificamente
Um exemplo disso são os games, que hoje se constituem em uma o uso da Internet – podem ser avaliados pela contínua expansão
das atividades mais frequentes entre crianças e adolescentes. Estes de usuários. Com início nos tempos da Guerra Fria, para fins
jogos para computador surgiram por volta da década de 1960, militares, e democratizada a partir do final da década de 1980 com
com o jogo Spacewar, se disseminaram nos lares entre as décadas a Word Wide Web (WWW), desenvolvida pelo pesquisador Tim
de 1970 e 1980 e hoje simulam com perfeição gráfica e digital Berners-Lee, do CERN – Laboratório Europeu para a Física de
realidades programadas. Muitos games simulam esportes, como Partículas, na Suíça, a Internet vem, a cada ano, ganhando novos
futebol, golfe entre outros. usuários e a tendência é de contínuo crescimento.
Atualmente, a Internet oferece uma vasta gama de possibilidades e Esses usuários da rede têm propiciado, também, o crescimento do
recursos, que trazem discussões que vão desde as possibilidades número de URLs. São as URLs que levam os usuários a
de um trabalho educativo até a resistência por parte de pais e encontrarem sites que exploram todos os tipos de temas na
educadores, em parte pelo desconhecimento que muitos têm em Internet. De sites de busca – os iniciais na rede, como Yahoo
relação às tecnologias digitais, ao computador e ao uso da (www.yahoo.com) e Cadê? (www.cade.com.br), e mais,
Internet. atualmente, o Google (www.google.com.br) – a Internet passou a
expor todos os tipos de conteúdos e idéias. De sites pessoais –
Existem ainda outras inúmeras possibilidades de uso das desenvolvidos sobre uma determinada pessoa – passando pelos
tecnologias digitais e da rede, com objetivos educacionais em corporativos ou institucionais – que mostram uma empresa e sua
contextos lúdicos. Dentre essas possibilidades, damos destaque estrutura – a sites de comércio eletrônico – que utilizam a Internet
aos portais educativos, verdadeiras fontes de possibilidades para vender produtos e serviços. Hoje, dentre os muitos assuntos
pedagógicas úteis às crianças, aos adultos e aos educadores. Mas, explorados pelos sites, estão os relacionados à Educação.
a escolha dos brinquedos e jogos a serem disponibilizados para as
crianças e os adultos é uma questão polêmica. Muito se fala sobre Caracterizando um ambiente dinâmico e que só é acessado
a importância das ações lúdicas desencadeadas pelo brincar/jogar, quando há o interesse do usuário em buscar informações que
mas são escassas as fontes referenciais e estudos que apontem o deseja ou necessita, a Internet pode ser considerada um
real motivo pelo qual essas ações são importantes. Quais são os instrumento a ser utilizado pelas escolas que acreditam no
critérios que nos permitem olhar com mais propriedade o que construtivismo como um dos fundamentos de sua prática
ocorre quando as crianças e adultos brincam/jogam? pedagógica.
O construtivismo pressupõe que o aprendizado é uma ação, um
processo contínuo no qual os aprendizes buscam a informação em
2. INTERNET E EDUCAÇÃO seu ambiente e constroem interpretações pessoais baseadas
prioritariamente no conhecimento e na experiência [6]. A
Em plena era digital, a tecnologia da informação parece se referir apropriação dessas informações proporcionará ao aluno construir
exclusivamente ao uso do computador. Porém, o conceito vai seu próprio conhecimento, baseado nas experiências cotidianas. É
muito além e se relaciona a toda e qualquer forma de gerar, por esse, dentre outros motivos, que a educação não pode ser um
armazenar, veicular, processar e reproduzir informações [3]. processo fechado em si. É preciso incorporar ao processo
Integralmente envolvida com a evolução da qualidade de vida do educacional as evoluções naturais do homem, as construções
homem, a tecnologia da informação proporciona à sociedade desse homem sobre o conhecimento já estabelecido.
facilidades, mas também gera desafios, principalmente porque o
homem está vivendo um período histórico de mudança de Por isso, é importante compreender que a utilização de novas
paradigmas [4]. Essas mudanças se devem, em grande parte, ao tecnologias da informação, em especial a Internet, na área
advento das tecnologias digitais e sua inserção nas atividades educacional, tem a possibilidade de criar uma nova cultura e
humanas, o que trouxe novas demandas em um mundo cada vez modificar as formas de produção e apropriação do saber.
mais informatizado e competitivo. Na sociedade atual, marcada por rápidas mudanças, é necessário
A Internet, um espaço virtual que pode ser considerado como o reavaliar os correntes modos de ensino e aprendizagem. Um
maior recurso de todos os tempos, é um dos principais fatores de exemplo disso é a educação a distância, que mostra-se como uma
mudança, pois conecta as pessoas de seu ambiente pessoal, possibilidade inovadora no ensino atual, pois quebra barreiras
profissional ou educacional para qualquer parte, com velocidade geográficas e temporais. Porém, existe um longo caminho a
em tempo real, para fluxo de informações em forma de dados [3]. percorrer para que essa modalidade se afirme como mais
adequada em determinadas tarefas. Além disso, a educação à
Nos últimos anos, o uso da rede tem gerado alterações profundas distância é apenas um dos muitos temas no assunto “Educação”
na sociedade, assim como aconteceu com o telefone e a televisão na Internet, existindo outras formas de exploração dessa área. É
em épocas anteriores. As possibilidades oferecidas pelas novas necessário que a escola, em sua prática pedagógica, desenvolva
tecnologias da informação, especificamente pela Internet, novas competências em seleção e distribuição de informação,
permitem que dados sejam rápida e facilmente acessados em

39
criando um novo tipo de treinamento educacional. O uso das • Acessibilidade: Facilidade com que o usuário acessa o portal.
novas tecnologias, da Internet e das potencialidades do
ciberespaço pelo professor mostram-se como recursos para esse • Atualização: Periodicidade com que os conteúdos são
processo de agilização do aprendizado e sua estimulação [7]. atualizados.

A interface entre a Internet e as tecnologias digitais na Educação • Variedade de Serviços: Se o portal oferece exatamente o que o
gera um processo de adequação que proporciona a professores e usuário necessita.
alunos buscarem recursos na rede. Os portais educacionais entram • Personalização: Se o portal utiliza a linguagem do usuário.
nessa realidade, conquistando não apenas usuários imediatos – os
alunos, mas também os professores e as instituições, que passam a • Interatividade: Possibilidade que o portal oferece de interação
incorporar os recursos da web na realidade educativa. entre usuários.
• Navegação: Facilidade do usuário acessar as diversa páginas do
portal.
3. PORTAIS EDUCACIONAIS
• Conteúdo: Profundidade do assunto desenvolvido pelo portal.
O uso do termo “portal” não possui uma única definição, sendo
empregado para designar diversos tipos de sites na Internet. Portal • Design: Impressão gráfica causada ao usuário.
na Internet é um web site muito visitado que, além de ser a porta
de entrada para a Internet, oferece diversos serviços nas categorias
conteúdo, comunicação, comunidade, comércio eletrônico e 4. PORTAL “OFICINAS DE BRINCAR”
provedor, com o objetivo de atender à grande maioria das
necessidades dos usuários na Internet. [8]. 4.1 Projeto “Brincando no CPA”
Um portal pode ser considerado a página de partida do browser Em 2005, foi criado o projeto “Brincando no CPA”, com objetivo
para a experiência na Internet, seja ela uma experiência de inicial de auxiliar na organização e manutenção do acervo de
pesquisa, de comércio, de entretenimento, ou de comunicação. brinquedos e jogos usados pelos professores e alunos do Curso de
Um portal é a primeira página que aparece no browser quando o Psicologia, nos estágios curriculares e nos projetos de extensão,
usuário entra na Internet ou em um ponto de entrada. Existem em atendimento no Centro de Psicologia Aplicada – CPA.
quatro definições para o termo: 1) a porta de entrada para o
conteúdo on-line; 2) a porta de entrada que reflete interesses e Com o decorrer das ações realizadas pela coordenação e bolsistas
desejos individuais; 3) um conjunto de produtos e serviços que o projeto aumentou seu rol de atuação e, a partir de 2006, outros
proporcionam conveniência e valor; e 4) um centro de vendas para objetivos foram incorporados às ações: a) criar um espaço de
comércio eletrônico e distribuição de produtos. Portanto, um estudos para a utilização interventiva, educativa e recreativa na
portal é um mega-site com interatividade, serviços, comércio área da ludicidade; b) disponibilizar um campo para docência,
eletrônico, entre outros [7]. pesquisa e extensão a ser realizada pelos envolvidos no projeto.

Porém, ao utilizar o termo portal, muitos outros termos são A partir dos estudos realizados no Quai des Ludes, em Lyon,
aglutinados e passam a definir diversos tipos de sites. Além dos França, em 2008, pela coordenadora, iniciou-se junto ao CPA e
termos “portal horizontal” e “portal vertical”, ou seja, o primeiro ao LABRIMP – FE/USP, a implantação de um sistema de
definindo um site que explora diversos temas e congrega usuários classificação do acervo de brinquedos e jogos, na sua organização,
com diversos interesses e o segundo, um site que explora um baseado na sistemática conhecida como C.O.L. – Classement des
único tema em profundidade, reunindo usuários com interesses Objets Ludiques. O C.O.L [2] classifica os objetos lúdicos em 4
comuns, existem outros termos associados como “micro portal”, categorias, sendo:
“portal industrial”, “portal business to business”, “portal de • Brinquedos para jogos de exercício (E) – esses objetos são
afinidade”, entre outros. utilizados para atividades sensoriais e motrizes para o prazer de
Ao ser desenvolvido como um portal educacional, com estrutura obter os efeitos e resultados imediatos, e se apresentam em três
para atender à necessidade da escola, dos pais, dos alunos e dos subcategorias: Brinquedos para o despertar sensorial – são
professores, sendo efetivamente uma ferramenta pedagógica de aqueles utilizados nas atividades sensoriais, sonoras, visuais,
complemento às atividades desenvolvidas em sala de aula, ele tátil, sinestésica repetidas pelo prazer de obter resultados
procura oferecer recursos que estejam de acordo com os desejos imediatos, por exemplo, os tapetes de sensações nos quais o
desses usuários. bebê toca vários objetos e está atento aos resultados.
Brinquedos de motricidade - são aqueles utilizados nas
Existem alguns princípios que devem ser atendidos, com objetivo atividades motrizes que implicam o corpo na sua totalidade, por
de diferenciação e integração, a fim de verificar-se se o portal exemplo, bola de tecido. Brinquedos de manipulação - são
atende à uma especificidade educativa: possuir conteúdo aqueles utilizados nas atividades repetidas por prazer e implica
significativo e situações de desafio, para estímulo da as funções motrizes das mãos: agarrar, pegar, apertar, bater,
aprendizagem. Para verificar esta predisposição deve-se avaliar o lançar, enfileirar, empilhar, enfiar, como as bancadas para
portal segundo os atributos que estimulam a navegação: encaixar pinos, rosquear, encaixar etc.
• Conveniência: Facilidade para se obter o que se deseja. • Brinquedos para jogos simbólicos são os objetos que
• Confiabilidade: Confiança do usuário em relação ao portal. possibilitam ao jogador reproduzir ou inventar ações, situações,
eventos, cenas de acordo com sua imaginação e que ajudam no

40
conhecimento e na compreensão da realidade. Apresentados em
três subcategorias: Brinquedos de papéis - são aqueles objetos
utilizados para imitar personagens, animais, situações, eventos e
os quais são proporcionais ao tamanho do jogador, por
exemplo, a maleta do doutor; Brinquedos de faz-de-conta –
são aqueles que têm figuras e acessórios utilizados para produzir
uma cena específica, ações, situações ou eventos, sem cenários
estabelecidos, esses objetos colocam o jogador em situação de
dirigir a cena, a brincadeira (Barbie e seus acessórios);
Brinquedos de representação – são aqueles utilizados para
representar os objetos, personagens, situações, eventos pelo
desenho, modelagem, gravura (Massa de modelagem)
• Jogos de acoplagem – são aqueles que os elementos do jogo
reunidos compõem um novo conjunto: Jogos de construção –
peças isoladas que, reunidas por diferentes técnicas, como
superposição, entrelaçamento, formam objetos com 3 dimensões
(Legos); Jogos de encadeamento – peças isoladas que,
reunidas por diferentes técnicas, como superposição,
entrelaçamento, enfileiramento, formam objetos com 2
dimensões (quebra-cabeça); Jogos de experimentação – jogos
cujos elementos isolados são reunidos para a experimentação
dos fenômenos químicos; Jogos de fabricação - jogos cujos
elementos isolados são reunidos para a produção de culinária,
artesanato ou artístico (meus colares, meu tear, etc.)
Figura 1. Modelo de ficha-guia para a catalogação de jogos e
• Jogos de regras - comportam um conjunto de convenções e de brinquedos.
obrigações que os participantes se submetem, trata-se
freqüentemente dos jogos coletivos, com uma variedade de
subcategorias que a própria nomenclatura aponta o objetivo:
Jogos de associação (loto, dominó, memória etc), de percurso,
de expressão, de combinação, de endereço e esporte, de reflexão
e estratégia, de azar e de questões e respostas.
A implantação de um sistema de organização em um acervo
demanda o planejamento de uma série de ações, entre elas: o
preparo do grupo técnico, que vai atuar, controle de empréstimos
e sua devolução, elaboração de fichas de controle (figuras 1 e 2),
manutenção do acervo, higienização e reposição dos materiais,
identificação dos objetos de acordo com os códigos de
classificação do novo sistema (figura 3). As ações necessárias para
a implantação e manutenção de um sistema de organização,
inclusive do sistema C.O.L., é dificultado, no caso do LABRIMP,
pela realidade da estrutura de funcionamento do laboratório,
baseado, principalmente, no trabalho de bolsistas, que são
substituídos periodicamente (rotatividade da equipe).

Figura 2. Modelo de ficha de catalogação de brinquedos


(versão digitalizada).

41
Figura 4. Página inicial do Portal “Oficinas de brincar”.

Figura 3. Tabela de Códigos e Cores do Sistema C.O.L.

A implantação do C.O.L., no acervo de brinquedos e jogos para


empréstimo do LABRIMP, em relação às experiências anteriores,
trouxe facilidades no controle e manutenção do acervo, e se
tornou uma ferramenta para o acesso, dos educadores, a dados que
podem auxiliá-los na compreensão dos objetos lúdicos preferidos
e/ou escolhidos pelas crianças. E, a partir desses objetos, levantar
as habilidades necessárias ao seu uso. Para o laboratório, o C.O.L.
se transformou em um objeto de pesquisa, pois sabemos que, no
Brasil, o LABRIMP é um laboratório de referência para
instituições educacionais, brinquedotecas, cursos e grupos de
educadores, mantendo sempre o compromisso com a formação de
educadores, com as demandas infantis e com ludicidade.

4.2 O web site


A facilidade de organização dos acervos e a informações sobre os
objetos lúdicos disponibilizados nas fichas desse sistema
impulsionaram para outras ações e, atualmente, um novo objetivo
passou a integrar as ações propostas pelo projeto: criar e alimentar
um web site para registro, categorização, consulta de informações
e orientações na escolha de objetos lúdicos. A partir de 2011, este Figura 5. Jogo da memória.
portal pretende disponibilizar a funcionalidade de empréstimo on-
line dos objetos lúdicos do acervo da CPA, para comunidade em
geral.
O portal, denominado “Oficinas de Brincar” (figuras 4, 5 e 6),
encontra-se em fase final de elaboração e pode ser acessado por
alguns usuários, com informações sobre organização de materiais
lúdicos, divulgação de trabalhos realizados com a temática da
ludicidade nas suas interfaces, com palestras, vídeos que mostram
situações de jogos e brincadeiras, informações sobre cursos e
atividades realizadas pelos alunos e professores da universidade.
Abaixo podemos visualizar o site:

42
pesquisadores da área da educação e ludicidade. Se considerarmos
que um portal abre um rol de possibilidade educativas formais e
não formais poderemos atingir uma grande público, pois nosso
objetivo primeiro é divulgar os estudos referentes ao brincar e
jogar permitindo assim que as pesquisas acadêmicas, projetos bem
sucedidos, bate-papos com pesquisadores da área possam estejam
ao acesso da comunidade em geral, criando-se assim uma rede de
pessoas que poderão transformar o lúdico em ações para todas as
pessoas em todas as idades.

REFERÊNCIAS
[1] Kobayashi, M. C. M. 2009. As classificações dos objetos
lúdicos. Direcional Educador. Ano 5, n.50, 12-17 p.
[2] Périno, O. 2002. Classement simplifié des jeux et jouets
selon les procédés ludiques. France - Lyon: Quai des Ludes.
[3] Furlan, J. D. 1994. Reengenharia da informação: do mito à
realidade. São Paulo: Makron Books.
[4] Morin, E. 2001. Os sete saberes necessários à educação do
futuro. 3. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO.
[5] Tapscott, D. 1999. Geração digital. São Paulo: Makron
Figura 6. Informações sobre jogos de regras.
Books.
O conteúdo do site será útil para a formação continuada de [6] Kozolin, A. 1998. Psychological tools: a sociocultural
professores da rede pública, bem como promover situações approach to education. Cambridge, MA: Harvard University
recreativas para os alunos de Educação Infantil, Ensino Press.
Fundamental e Médio com jogos e brincadeiras eletrônicas. Além
disso, o site oferece um ambiente de colaboração e troca de [7] De Castro, A. 2000. Propaganda e mídia digital. Rio de
informações entre o público em geral e a comunidade que envolve Janeiro: Qualitymark Editora.
profissionais e pesquisadores na área da educação infantil. [8] Angulo, M. J.; Albertin, A. L. 2010. Portais ou labirintos?
Ressaltamos, ainda que, o projeto tem permitido as interfaces Disponível em
entre pesquisas e extensão, com os trabalhos desenvolvidos pela <http://www.fgvsp.br/eventos/enanpad/PDF/adi_portais_ou
coordenadora, com alunos de graduação em TCCs, orientações em _labirintos.pdf >. Acesso em 20 ago. 2010.
escolas e instituições, a docência na disciplina de Organização de [9] Bock, A.M.B.; Furtado, O.; Teixeira, M. de L. T. 1999.
objetos lúdicos, com alunos de diferentes cursos e os estudos Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São
realizados por alunos de Computação e de Designer, na Paulo: Saraiva.
construção do site.
[10] Brougère, G. 1998. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes
Médicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS [11] Brougère, G.. 2004. Brinquedos e companhia. São Paulo:
Cortez.
O site Web, denominado “Oficinas de brincar”, encontra-se em
fase final de elaboração e pode ser acessado por alguns usuários, [12] Kishimoto, T. M. (org.). 2001. Jogo, brinquedo,
nele estão dados relativos à: informações sobre organização e brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez.
classificação de materiais lúdicos, divulgação de trabalhos
realizados com a temática da ludicidade, palestras, vídeos que [13] Kishimoto, T. M. 2003. O jogo e a educação infantil. São
mostram situações de jogos e brincadeiras, sobre cursos e Paulo: Pioneira.
atividades realizadas pelos alunos e professores da universidade. [14] Kishimoto, T. M. 2003. O brincar e suas teorias. São
É preciso ressaltar que estudiosos da área [10] [12] nos mostram Paulo: Pioneira.
que brincar e jogar não é natural, mas aprendido, que os objetos
lúdicos são fruto de uma cultura que se cria em decorrência de
vários fatores [11] entre eles os avanços tecnológicos, os quais
não estamos à margem. A criança hoje tem acesso à várias mídias
(televisiva, O conteúdo do site será útil para a formação
continuada de professores da rede pública, bem como promover
situações recreativas com jogos e brincadeiras eletrônicas. Além
disso, o site oferece um ambiente de colaboração e troca de
informações entre o público em geral e profissionais e

43
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

DESARROLLO Y UTILIZACIÓN DE SIMULACIONES PARA


INTERNALIZAR LOS CONCEPTOS ASOCIADOS AL
MOVIMIENTO ARMÓNICO.

Rubén Bongianino, Griselda Cistac, José Filippi


Facultad de Ingeniería-UNLPam
Argentina
bongianino@ing.unlpam.edu.ar, cistacg@ing.unlpam.edu.ar, filippij@ing.unlpam.edu.ar

ABSTRACT
The paper presents the development of a Virtual Learning Tool of Para poder efectuar las simulaciones se ha desarrollado el código
a mechanical system (mass-spring-damper) to internalize the fuente, para lo cual fue necesario plantear previamente la ecuación
conceptual issues involved area of knowledge by conducting diferencial que modela el problema físico bajo estudio y
various experiments. During the same is displayed on the screen resolverla utilizando adecuadas herramientas matemáticas. Las
in real time the movement of the mass and spring, along with the soluciones obtenidas están relacionadas con los parámetros que
graphics associated with the position, velocity, acceleration, and interesan visualizar del sistema físico (posición, velocidad,
energy of the system as a function of time in Cartesian aceleración, energías, etc.). Las simulaciones se realizan en
coordinates. In order to perform the simulations has been lenguaje Java, a través de un software para tal fin (Easy Java
developed source code, which was previously necessary to Simulations). Se logran aprendizajes significativos por un lado al
consider the differential equation that models the physical construir el código fuente de la simulación, y por otro con la
problem under study and solving using appropriate mathematical aplicación del mismo. Se analizan las ventajas en la realización y
tools. The solutions obtained are related to the parameters of utilización de este Instrumento Virtual de Aprendizaje frente a
interest see the physical system (position, velocity, acceleration, otros similares que se encuentran disponibles en la red
energy, etc.).. The simulations are done in Java, through a (simulaciones ‘enlatadas’ en Java o Flash), o las que resultan de
software for that purpose (Easy Java Simulations). Significant utilizar software comerciales de simulación donde hay que
learning is achieved by side to build the source code of the construir el modelo.
simulation, and another with the application. We analyze the
advantages in the creation and use of this virtual learning Keywords
environment compared to similar ones are available on the
network (simulation 'canned' in Java or Flash), or those that result Internalizar – Simulación – Aprendizaje significativo –
from using commercial simulation software where you have Ecuaciones diferenciales – Movimiento Armónico
construct the model.
1. INTRODUCCIÓN
El estudiante de Ingeniería cuando desarrolla sus actividades
RESUMEN académicas previstas en el plan de estudios adquiere una
El trabajo presenta el desarrollo de un Instrumento Virtual de formación que le permite aplicar sus conocimientos para resolver
Aprendizaje de un sistema mecánico masa-resorte-amortiguador, distintos tipos de situaciones, la mayoría de ellas relacionadas con
con el objetivo de facilitar la incorporación de temas conceptuales la tecnología. En estas aplicaciones se tienen que poner en juego
del área del conocimiento involucrada mediante la realización de ciertas capacidades y contenidos de diversas áreas. Las que se
distintas experiencias. Durante las mismas se visualiza en la pueden agrupar en dos: Ciencias Básicas (conceptos matemáticos
pantalla en tiempo real el movimiento de la masa y del resorte, y físicos) y fundamentos tecnológicos de asignaturas específicas.
conjuntamente con las gráficas asociadas a la posición, velocidad, Las capacidades puestas en juego y el interrelacionar distintos
aceleración, y energías del sistema en función del tiempo en contenidos permite lograr en el estudiante:
coordenadas cartesianas.
• aprendizajes significativos,
Bongianino, Rubén., Cristac, Griselda., Filippi, José. (2010). Desarrollo y utilización de
simulaciones para internalizar los conceptos asociados al movimiento armónico.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 44-50, Santiago de Chile.

44
• interrelacionar temas de distintas asignaturas, resorte-amortiguador) y el análisis llevado a cabo en la simulación
de modo de poder visualizar el movimiento armónico, en todas
• internalizar contenidos. sus variantes: simple, amortiguado o forzado. El instrumento se
programó utilizando un software de libre distribución (Easy Java
Simulations [2]).
Si bien el estudiante a lo largo de sus años de estudio logra lo
mencionado anteriormente, la propuesta didáctica presentada a Para poder analizar el movimiento armónico del sistema se deben
través del diseño de una herramienta virtual permite lograr que se incorporar las ecuaciones correspondientes al problema bajo
empiecen a desarrollar dichas capacidades desde los primeros estudio, seleccionar las variables de los gráficos a mostrar, y
años de su carrera. Esto es factible debido a que la evolución de la utilizar las secuencias de comandos en el lenguaje de
tecnología en los últimos años ha posibilitado la creación de programación específico.
herramientas didácticas que se han ido incorporando en el proceso En este tema en particular para resolver y garantizar la
de enseñanza-aprendizaje enriqueciendo el mismo [6]. La confiabilidad de los resultados obtenidos al desarrollar el código
transmisión del conocimiento se ha modificado con las nuevas fuente, es necesario aplicar los principios físicos del sistema
tecnologías ya que elegidas y aplicadas adecuadamente hacen (masas-resorte-amortiguador) conociendo sus propiedades
eficiente la labor de enseñar y aprender. [5]. cinemáticas y dinámicas. A su vez se deben poner en juego las
La propuesta que se desea compartir utilizando herramientas herramientas matemáticas que permiten resolver ecuaciones
virtuales de modo de lograr una mejor internalización, integración diferenciales (tanto de primer como de segundo orden).
de contenidos se lleva a cabo en la Facultad de Ingeniería de la Para programar el I.V.A. en primer lugar se debió resolver
UNLPam involucrando asignaturas de Ciencias Básicas y analíticamente el problema físico bajo estudio de modo de poder
Tecnológicas de las carreras de Ingeniería Electromecánica e diseñar el código fuente en el software elegido (Easy Java
Ingeniería Electromecánica orientación Automatización Simulations [2]). Con esta forma de trabajo las capacidades que se
Industrial. ponen en juego (enumerando las más relevantes) son:
Para lograr parcialmente las capacidades descriptas anteriormente • Conocer los fundamentos conceptuales y las leyes
se puede trabajar por ejemplo en las Tecnológicas Básicas con físicas que rigen el movimiento del sistema masa resorte
simulaciones ‘enlatadas’ y disponibles en Internet, (archivos tipo (conceptos de posición, velocidad, aceleración del
Flash o Java), pero se debe tener presente que sólo se pueden sistema masa resorte amortiguador).
aplicar a las mismas la verificación o visualización de los
problemas tecnológicos en función de las libertades que el creador • Manejar los métodos de resolución de ecuaciones
del software permita al usuario. Desde esta utilización puede diferenciales de 1º y 2º orden.
considerarse que la herramienta presenta ciertas limitaciones pues
los estudiantes no pueden realizar experiencias distintas para las • Saber los conceptos de Transformadas de Laplace.
que fueron diseñadas originalmente. Por otro lado, utilizando • Valorar la importancia del uso de la Transformada de
estas simulaciones ‘enlatadas’ como un laboratorio virtual (si bien Laplace como herramienta para resolver este tipo de
no se puede desconocer que tienen ventajas), los estudiantes no ecuaciones diferenciales.
logran desarrollar totalmente las capacidades descriptas
anteriormente. Cuando se usan estas simulaciones las mismas • Incorporar nociones básicas de programación y su
reemplazan parcialmente la parte experimental del laboratorio. implementación en lenguaje Java.
Pues a lo sumo los estudiantes pueden realizar mediciones, relevar
datos, confeccionar tablas, realizar gráficos, y a partir de allí
obtener conclusiones, verificando o no principios básicos de las Hay que tener presente que al resolver analíticamente el sistema
leyes físicas del fenómeno en estudio. Este modo de trabajo bajo estudio se tiene conocimiento del tipo de respuesta a
posibilita disponer por ejemplo de un laboratorio de Física en una visualizar, es decir el de un movimiento simple, amortiguado o
PC, logrando algunos objetivos de las prácticas experimentales. forzado el que debe ser corroborado por el I. V.A. Su utilización
Difícilmente el laboratorio virtual puede reemplazar al físico, durante el proceso de enseñanza-aprendizaje es el de una
porque en la práctica experimental se opera directamente con los herramienta interactiva que involucra distintos sentidos. “Wolf
elementos físicos (de forma equivalente a manipular material en (1996) en su trabajo Teaching Transport Phenomena with
un taller o fábrica). Hay que tener presente que si bien el Interactive Computers to the Nintendo Generation sostiene que la
laboratorio virtual no reemplaza al laboratorio físico, este entorno percepción sensorial puede aumentar desde un 20 % cuando es
virtual permite desarrollar ciertas estrategias didácticas que sólo auditiva, hasta un 80% si se incluye un elemento interactivo”
mejoran el proceso enseñanza-aprendizaje como expresa [4]: “Día [8].
a día las investigaciones en diseño y desarrollo de herramientas
Se comparte el concepto expresado por [3] cuando afirma que los
didácticas que apoyen el proceso enseñanza aprendizaje de
laboratorios virtuales son dispositivos de interacción que
estudiantes, se han venido desarrollando con gran apoyo
introducen a los estudiantes en un mundo virtual convirtiéndose
económico y académico, principalmente por el impacto que han
en una herramienta importante del proceso de enseñanza-
tenido las tecnologías de la información y la comunicación en la
aprendizaje pues permite visualizar las soluciones analíticas que
educación.”
son difíciles de interpretar en ‘lápiz y papel’
En el presente trabajo se describe el desarrollo de un Instrumento
Virtual de Aprendizaje (I.V.A.), de un sistema mecánico (masa-

45
2. DESARROLLO Para desarrollar el I.V.A. se deben incorporar, conocimientos
básicos de programación, las competencias que permiten el uso
Para la programación del I.V.A., se han seguido los siguientes del lenguaje Easy Java Simulations, y la solución analítica
pasos: obtenida del sistema (masa-resorte-amortiguador) previamente
analizada, pues la misma debe estar encuadrada dentro de los tres
• Aplicación de las leyes físicas al sistema Masa-
casos posibles (armónico simple, amortiguado, forzado). La
Resorte.
importancia de la representación mediante gráficas (que son la
• Interpretación vectorial de las fuerzas, velocidades y solución al problema) en el I.V.A, se fundamenta en el hecho de
aceleraciones del sistema. que durante el proceso de comprensión y retención de
información se logra una mayor efectividad al activar distintos
• Planteo de la ecuación diferencial. sentidos en el estudiante.
• Resolución de la ecuación diferencial, obteniendo la Una manera de involucrar al estudiante de modo de introducirlo
posición del sistema (masa-resorte) en función del en lo que se puede denominar un aprendizaje significativo es una
tiempo. vez que ha realizado la experiencia en el I.V.A. de una de las tres
soluciones posibles es decir ha variado los parámetros de modo de
• Obtención de otras magnitudes de interés del sistema, a
analizar y visualizar la incidencia de ellos el comportamiento del
partir de las ecuaciones correspondientes tales como:
sistema (posición, velocidad, aceleración, energías) es plantearle
o Velocidad y Aceleración del sistema. como propuesta que resuelva alguno de los otros casos. Para ello
el estudiante debe obtener analíticamente la solución de la
o Energía Potencial del sistema ecuación diferencial que modela el sistema modificado de modo
o Energía Cinética del sistema de incorporar la misma al código fuente. En esta etapa si el
estudiante no evalúa si la respuesta analítica obtenida se encuadra
o Energía Total del sistema. dentro de alguna de las otras dos al simularla en el I.V.A. se
Las consideraciones anteriores y el desarrollo que se describe a presentarán discrepancias entre lo esperado y lo simulado. En esta
continuación toman como modelo el que corresponde al del etapa se ponen en juego capacidades y competencias más
Movimiento Armónico Simple. Para los otros movimientos profundas, y de alguna manera similares a las profesionales que se
(forzado y amortiguado) se siguen pasos similares. mencionaron anteriormente.

En estos procesos resolutivos se han obtenido las ecuaciones x(t) Si el I.V.A: se utiliza únicamente para realizar simulaciones tiene
(posición), v(t) (velocidad), a(t) (aceleración), Ec(t) (energía exactamente las mismas ventajas de los simuladores ‘enlatados’
cinética), Ep(t) (energía potencial), y E(t) (energía total) todas que se consiguen en la red, realizadas por otros autores. Se puede
ellas en función del tiempo. Las mismas al ser implementadas en destacar como ventaja adicional del I.V.A: que la estructura, las
el código fuente permiten mediante la simulación, visualizar el variables que se muestran, los gráficos y el diseño pueden ser
movimiento de la masa y del resorte en la pantalla en tiempo real, adecuados al grupo de estudiantes con los que se está trabajando.
conjuntamente con las graficas en un sistema de coordenadas La adecuación al grupo estudiantil se basa en que el I.V.A. ha
cartesianas de la posición, velocidad, aceleración, energía sido diseñado por un grupo de docentes de distintas cátedras
cinética, energía potencial y energía total del sistema en función involucradas de modo de poder definir que tipo de actividades se
del tiempo. El I.V.A. puede personalizarse además si se desea desarrollarán en los cursos comprometidos. Por ejemplo para una
visualizar no sólo gráficos cartesianos sino también los vectores de las cátedras involucradas es de interés ver los vectores
asociados al sistema mediante la programación adecuada del asociados a cada una de las fuerzas involucradas debiéndose para
código fuente. ello adecuar el código fuente. En este desarrollo específico es
cuando se tiene en cuenta cuales son las capacidades a lograr por
La codificación en lenguaje Java, para la construcción del I.V.A., parte de los estudiantes.
profundiza el aprendizaje del sistema transformándolo en
significativo, permitiendo la integración de contenidos y el logro El incorporar el I.V.A. en las distintas asignaturas tiene entre uno
de capacidades tendientes a la construcción de las competencias de sus objetivos lograr una mejor internalización de conceptos,
profesionales que el futuro egresado de la carrera necesita. integración de distintas áreas del conocimientos considerando a la
Durante el desempeño profesional el graduado involucra los herramienta virtual como un disparador para potenciar el
conocimientos teóricos, maneras, procedimientos y técnicas, aprendizaje. Debido a que durante este semestre se implementará
solución de problemas y toma de decisiones. Todas esas acciones en las cátedras el I.V.A. se coincide con la opinión de [3]. Para
se trabajan desde las consideradas competencias principales de verificar que dicha herramienta potencia el aprendizaje se deben
modo de lograr un buen desempeño profesional. [1]. El lograr que realizar una evaluación sobre el desempeño de los estudiantes
se construyan las competencias profesionales en la época actual utilizando el simulador propuesto.
adquiere suma importancia pues como indica [9]:”… no bastará
con acreditar un título universitario: habrá que acreditarse como 3. PRESENTACIÓN DEL I.V.A.
un buen profesional.”
El código fuente desarrollado para llevar a cabo los análisis de las
Un modo de iniciar las competencias desde los primeros años se distintas respuestas posibles del sistema bajo estudio escrito en el
logra al realizar la simulación pues se tienen que conocer e programa (Easy Java Simulations [2]) se muestra en las Figuras 1
integrar los contenidos tanto del sistema bajo estudio como de las y 2 para dos de los tres casos posibles.
herramientas matemáticas que dan solución al mismo.

46
En la Figura 1 se muestran las ecuaciones del movimiento
armónico simple donde se explicita en función del tiempo el
desplazamiento, velocidad, aceleración y energías entre otras.

Figura 3. Asignación de valores de parámetros (amplitud,


masa, constante elástica)

Figura 1. Ecuaciones del movimiento (Energías


desplazamiento, velocidad, aceleración) Una vez seleccionados los valores del sistema bajo estudio, las
pantallas del I.V.A. se muestran en las Figuras 4 y 5. La Figura 4
corresponde al panel de simulación del sistema

Figura 4. Panel de la simulación

Figura 2. Ecuaciones del movimiento armónico amortiguado En la Figura 5 se presentan los gráficos correspondientes al
(Energías desplazamiento, velocidad, aceleración) desplazamiento, velocidad, aceleración y energías del sistema
puestas en juego.

Para poder realizar las experiencias correspondiente a un caso en


estudio de los tres posibles el estudiante debe seleccionar
mediante los cursores deslizables los valores de los parámetros
correspondientes a la masa (m), constante elástica (k), fricción (u)
y posición inicial de la masa (A). En este caso se sigue analizando
el movimiento armónico simple. La pantalla donde se seleccionan
dichos valores se muestra en la Figura 3.

47
variables, vectores asociados a las fuerzas
involucradas).
• Analizado por ejemplo el movimiento armónico simple
debe modificar el código fuente de modo de poder
simular alguno de los otros dos casos (el movimiento
amortiguado o el forzado).

El grupo de estudiantes a quienes está dirigido el I.V.A. se


encuentra cursando los primeros años de la carrera de Ingeniería.
Donde además de tener como objetivo el aprendizaje de
contenidos e interrelación de los mismos se pretende capturar la
atención del estudiante, despertando el interés y motivación sobre
los temas presentados de modo de lograr una influencia positiva
en su proceso de aprendizaje a través del material educativo
desarrollado que estimula el aprendizaje a través de escenarios
interactivos e innovadores, postura compartida con [3] [6].
Otro planteo del mismo sistema físico desde otra metodología
áulica llevada a cabo en las clases de Análisis Matemático III, es
realizar la simulación a través de un software específico en el cual
previamente a correr la misma siempre hay que desarrollar el
modelo matemático involucrado. Una posibilidad para modelar al
sistema es a partir de la ecuación diferencial resolverla aplicando
Transformada de Laplace. A partir de la Transformada se obtiene
la función transferencia y a partir de ella la respuesta total del
sistema. La solución dará los tres posibles casos de movimiento
armónico. Al ingresar el modelo en el software se podrán
visualizar las variables posición, velocidad, aceleración, y
energías involucradas en función del tiempo.
Durante la aplicación del concepto función transferencia obtenido
a partir del de Transformada se introduce al estudiante algunos
Figura 5. Gráficos obtenidos en la simulación conceptos del área de control
Esta forma de trabajo obliga al estudiante resolver el problema
4. ACTIVIDADES PROPUESTAS físico para modelarlo y a partir de allí lograr:
Se puede utilizar según dos grandes enfoques: como un simulador • Interrelacionar contenidos de las disciplinas
personalizado, o como un disparador de aprendizajes tecnológicas con las matemáticas.
significativos.
• Relacionar los conceptos de Transformada de Laplace.
El uso como simulador personalizado no difiere sustancialmente
de los que se encuentran en la red como se ha descrito • Recordar conceptos básicos y físicos del sistema
anteriormente. mecánico en estudio.
Durante el desarrollo del I.V.A. para los tres casos posibles los • Introducir conceptos de Teoría de Control.
estudiantes que están incorporados en las cátedras como
ayudantes de segunda, o becarios en el proyecto de investigación
que participan de las actividades descriptas, consideran que es El I.V.A. diseñado como así las actividades áulicas mencionadas
enriquecedor pues logran aprendizajes significativos y a partir de en Análisis III se llevan a cabo en el marco de un proyecto de
ellos la construcción de capacidades se fomentan pues hacen el investigación de la Facultad donde las herramientas virtuales
análisis y realizan la construcción del código fuente de la adquieren suma importancia para lograr los propios objetivos del
simulación, los ensayos y ajustes correspondientes a la misma. proyecto.
Cuando la propuesta lograr aprendizajes significativos para el Según el Grupo DIM (Grupo de investigación y comunidad de
estudiante de la cátedra las opciones pueden presentarse de menor aprendizaje de la Universidad Autónoma de Barcelona) se
a mayor complejidad. Algunas de las consigna desarrollar se entienden :” las buenas prácticas docentes las intervenciones
describen a continuación: educativas que facilitan el desarrollo de actividades de
aprendizaje en las que se logren con eficiencia los objetivos
• Partiendo del sistema ya diseñado (movimiento
formativos previstos ..”
armónico simple) modificar el código fuente de modo
de poder evaluar otros parámetros (posiciones La utilización de sistemas multimedia, entornos virtuales de
extremas, valores máximos o mínimos de estas aprendizajes, simulaciones que posibiliten la implicación del

48
alumnado, seleccionados y preparados adecuadamente pueden
contribuir a aumentar la potencialidad formativa de las prácticas
docentes ofreciendo un instrumento valioso para apoyar procesos
de aprendizajes significativos para obtener ambientes educativos
de calidad. [3] [7]

5. INSTRUCTIVO DEL I.V.A. POR PARTE


DEL USUARIO
Para poder utilizar el I.V.A. se detallan a continuación los pasos
necesarios a seguir y el enlace que permite acceder al simulador
del sistema masa-resorte que modela el movimiento armónico
simple.
Una vez que se accede al archivo (simple. jar) correspondiente a
la simulación del movimiento armónico simple se despliegan las
siguientes pantallas Figuras 6, 7, 8 :

Figura 6. Panel de selección de parámetros


Figura 8. Panel de los gráficos obtenidos en la simulación
En la Figura 6 se ingresan los valores correspondientes constante
elástica del resorte (k), a la masa (m), y posición inicial de la masa
(A) desplazando los cursores correspondientes. Estos valores
seleccionados son mostrados la pantalla. Las unidades se expresan
en el sistema M.K.S.

Accionado el ícono que se encuentra en el borde inferior


izquierdo (iniciar/parar la simulación) de la pantalla principal
(Figura 7) se da inicio o pausa de la simulación. Mientras se
ejecuta la misma se observan en tiempo real el desplazamiento,
velocidad y aceleración en la parte superior de la Figura 8 y las
energías en su parte inferior.
Simultáneamente en la pantalla principal (Figura 7) se tiene
información de los valores numéricos de los parámetros
ingresados, de las energías puestas en juego y del tiempo de
ejecución. Gráficamente se tiene información mediante un gráfico
Figura 7. Pantalla principal de simulación de barras de las energías cinética y potencial y mediante vectores
los asociados a la velocidad, aceleración y fuerza en dos sistemas
de referencia uno fijo y el otro en el centro de masa. En cualquier
instante la simulación puede detenerse o reiniciarse. Cuando se

reinicia actuando con el Mouse sobre el ícono (que se

49
encuentra al lado de iniciar/ parar la simulación) pueden o no REFERENCIAS
cambiarse los parámetros para otra situación de análisis. El panal
de gráficos de la Figura 8 pueden ser visibles o no marcando el
lugar asignado con la siguiente leyenda: ‘mostrar gráficos’. Puede
[1] Cepeda Dovala, J. M.. 2004. “Metodología de la Enseñanza
ocurrir que debido a los parámetros seleccionados la visualización
Basada en Competencias”. Revista Iberoamericana de Educación.
de las señales sea rápida para interpretar, para ello se dispone de
Nº 34/4. ISSN: 1681-5653. Disponible en
una barra de color con la leyenda: ‘Cámara Lenta’.
http://www.rieoei.org/tec_edu28.htm
El enlace desde el cual se accede al I.V.A. es:
[2] Easy Java Simulations servidor Web oficial de EJS:
http://www.ing.unlpam.edu.ar/home/archivos/MAS_SIMPLE.jar
http://fem.um.es/Ejs. El derecho de copia (copyright) de Easy Java
Simulations es exclusivamente de su autor, Francisco Esquembre,
El I.V.A. disponible es el que permite analizar el movimiento
quien lo distribuye bajo licencia GNU GPL.
armónico simple siendo su archivo MAS_SIMPLE.jar. Para poder
ejecutar la simulación puede con el mousse hacer ‘click’ en el http://www.um.es/fem/EjsWiki/Es/ConditionsOfUse. El propio
enlace o copiar el mismo pegándolo en un navegador. Cuando se EJS y sus ficheros de librería JAR pueden copiarse y distribuirse
trabaja con el Internet Explorer por ejemplo puede ocurrir que al sin límite y sin permiso previo.
guardar el archivo en un directorio cambie la extensión del mismo
[3] González, E., Cernuzzi, L. (2009). Apoyando el aprendizaje
(jar) a zip. En caso de que esto ocurra debe cambiarse la misma a
de habilidades empresariales mediante la utilización de un
*.jar. Una vez que tiene disponible el archivo MAS_SIMPLE.jar
simulador. En J. Sánchez (Ed.): Nuevas Ideas en Informática
en su PC, para ejecutarlo haga doble ‘click’ sobre el mismo.
Educativa, Volumen 5, pp. 8 - 19, Santiago de Chile. Disponible
en: http://www.tise.cl/2009/tise_2009/pdf/2.pdf
6. CONCLUSIONES
[4] Guevara, J., Contreras, L. (2009). Laboratorio virtual para la
Las conclusiones están vinculadas con la realización del código destilación química. En J. Sánchez (Ed.): Nuevas Ideas en
fuente de las simulaciones del sistema físico (masa-resorte- Informática Educativa, Volumen 5, pp. 72 – 76, Santiago de
amortiguador) y con los resultados que se esperan obtener a partir Chile. Disponible en: http://www.tise.cl/2009/tise_2009/pdf/9.pdf
de su implementación durante este semestre del I.V.A. que
posibilitará a los estudiantes verificar los fenómenos físicos [5] López Ornelas, M. (2008). ¿Porqué hablar de usos educativos
involucrados en el proceso tecnológico bajo estudio. en las nuevas tecnologías? [Reseña del libro:Nuevas tecnologías y
educación. Diseño, desarrollo, uso y evaluación de materiales
La realización del código fuente para obtener los tres casos de didácticos]. Revista Electrónica de Investigación Educativa, 10
estudio (movimiento armónico simple, forzado, amortiguado) o a (2). Disponible en:
partir de uno de ellos la obtención de los otros dos o modificar http://redie.uabc.mx/contenido/vol10no2/contenido-
algunos de los tres casos parcialmente posibilita la construcción lopezornelas.pdf (ISSN 1607-4041 on line)
de capacidades a partir del logro de los objetivos relacionados
con: [6] Luengas, L., Guevara, J., Sánchez, G. (2009).¿Cómo
desarrollar un Laboratorio Virtual? Metodología de Diseño, En J.
o internalizar los contenidos teóricos y los prácticos, Sánchez (Ed.) : Nuevas Ideas e Informática Educativa, Volumen
5, pp. 165-170, Santiago de Chile. Disponible en:
o interrelacionar los temas involucradas,
http://www.tise.cl/2009/tise_2009/pdf/20.pdf
o realizar análisis crítico de los resultados obtenidos,
[7] Marques, P. (2002). Buenas prácticas docentes. Disponible en:
o utilizar la simulación como una herramienta que permite http://peremarques.pangea.org/bpracti.htm
verificar y visualizar los conceptos teóricos,
[8] Rennola Alarcón, L. (2006). Programa multimedia para la
o introducir conceptos del área del control desde las enseñanza de las operaciones unitarias: absorción y extracción
materias iniciales. líquido-líquido. Educere, Volumen 10, Nº 33, pp 327-333.
Disponible en
http://www.scielo.org.ve/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S131
El estudiante al lograr los objetivos mencionados anteriormente 6-49102006000200016&lng=es&nrm=iso>. (ISSN 1316-4910 on
se introducirá en el desarrollo de su pensamiento crítico line).
ubicándose como parte activa de su propio aprendizaje. Durante el [9] Rodríguez González, R.(2006). Diseño de entornos para el
mismo es guiado por los docentes para que por sí solo obtenga las dearrollo de la autonomía en el aprendizaje. Universidad de
respuestas a sus interrogantes, de este modo se lo inicia también Oviedo: Instituto de Ciencias de la Educación. (ICE). Aula
en el aprendizaje autónomo y continuo que está relacionado con Abierta. 87, pp. 89-104. Disponible en:
la ‘capacidad de aprender a aprender’ que deberá aplicar a lo
largo de su vida profesional. http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2583893.
(ISSN:0210-2773 on line)
Uno del los propósitos por el cual se ha desarrollado el I.V.A. es
que se espera poder confirmar que al motivar, involucrar y
despertar el interés del estudiante en la etapa de la adquisición de
sus conocimientos éstos se adquieran con una mayor
potencialidad interna.

50
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

LA REPRESENTACIÓN DEL CONOCIMIENTO,


ARGUMENTACIÓN Y MODELADO EN LOS CLUBES DE
APRENDIZAJE MEDIADOS POR TI
Eliécer Pineda Ballesteros, Diana Patricia Landazábal, Freddy Reynaldo Téllez
Universidad Nacional Abierta
y a Distancia
Colombia
eliecer.pineda@unad.edu.co, diana.landazabal@unad.edu.co, freddy.tellez@unad.edu.co

RESUMEN
Este artículo presenta una propuesta de clubes de matemáticas que Para alcanzar este propósito se ha puesto en marcha el diseño de
retoma resultados previos acerca del uso de ambientes un club de matemáticas incluyendo la argumentación, la
informáticos para la representación del conocimiento y propone representación del conocimiento y el modelamiento dinámico
estrategias para su incorporación alrededor de la noción de club sistémico, posteriormente se implementará el club en una
de aprendizaje. población de estudiantes de décimo y undécimo de la secundaria
Según Díez-Palomar (2007) los estudiantes implicados en un club (Institución Educativa Oriente Miraflores situada en la ciudad de
de matemáticas trabajan aspectos diversos de éstas, descubren Bucaramanga-Colombia) para finalmente evaluar los resultados
nuevas aplicaciones, establecen un diálogo que permite explorar del club y realimentar el diseño del mismo.
diversos puntos de vista y comparten elementos culturales Se espera que con el trabajo en el club de aprendizaje se
diferentes, mientras resuelven problemas. desarrollen las competencias cognitivas básicas a partir del uso de
La propuesta se apoya en los planteamientos teóricos de George las herramientas software propuestas de la siguiente manera: las
Polya (2002), Javier Aracil Santoja (1986), María Luz Callejo competencias interpretativas se desarrollarán a partir del uso de
(1994), Luis Facundo Maldonado (2001) y Reuma de Grot (2008) SIMAS 1, en la medida en que los estudiantes al diseñar las
y se apoya con representación del conocimiento mediante SIMAS, ontologías ganan en la comprensión de los fenómenos estudiados;
discusiones argumentadas usando DIGALO y modelamiento con las competencias argumentativas se potenciarán con el uso de
FREESTYLER. DIGALO 2, y finalmente las competencias propositivas serán
logradas a partir del uso del ambiente de modelado
FREESTYLER 3, que permite el modelado y simulación a partir
Palabras Clave del conocimiento de la estructura del fenómeno estudiado,
Clubes de Matemáticas, Argumentación, Modelación, Simulación, haciendo posible el diseño de políticas de intervención.
Representación del conocimiento.
2. ANTECEDENTES
1. INTRODUCCIÓN Un primer antecedente se encuentra en un proyecto denominado:
Esta comunicación tiene como propósito presentar los referentes “SIMAS Y COOL MODES en el desarrollo de competencias
teóricos relacionados con la discusión argumentada, la básicas: Una experiencia de formación de comunidad de
representación del conocimiento y el modelamiento estructural y aprendizaje mediada tecnológicamente”, proyecto de
las estrategias que se utilizaron para el diseño e implementación investigación desarrollado por varios Grupos, que orientaron el
una propuesta de club de estudio que incluye estas tres trabajo de Docentes y Estudiantes de Educación Media, con miras
dimensiones, buscando desarrollar competencias en la resolución
de problemas matemáticos en estudiantes de décimo y undécimo
grado de la secundaria en Colombia. 1
SIMAS, software que permite hacer representaciones
ontológicas mediante hipermedia.
2
DIGALO, software que posibilita la argumentación mediada y
moderada en ambientes de aprendizaje colaborativo
3
FREESTYLER, facilita el modelado y simulación de forma
Pineda, Eliécer., Landazábal, Diana., Téllez, Freddy. (2010). Desarrollo y utilización de
simulaciones para internalizar los conceptos asociados al movimiento armónico. colaborativa.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 51-56, Santiago de Chile.

51
a observar la evolución en la conformación de una comunidad de pitagóricos aunque sus objetivos estaban más encaminados hacia
aprendizaje. lo religioso y político.
En el proceso se involucraron estudiantes de grado once (11) de 3 Según Johnson (2000), durante la Edad Media, los conocimientos
colegios, 2 de ellos ubicados en el departamento de Cundinamarca matemáticos de los griegos quedaron prácticamente olvidados en
y uno más en el departamento de Santander. (La división política Europa, mientras que los hindúes y los árabes desarrollaron su
de Colombia se hace por departamentos). estudio y promovieron notables progresos en Aritmética y
El proyecto se guió por dos preguntas generales: Álgebra. En Italia, durante el renacimiento, se experimentó un
gran impulso del álgebra elemental durante los siglos XV y XVI.
¿Cuál es el efecto de incorporar los escenarios SIMAS y COOL Posteriormente Descartes, en el siglo XVII, hizo uso de ella para
MODES en el desarrollo de competencias básicas en matemáticas, la resolución de problemas de geometría; también creó el sistema
ciencias naturales, lenguaje y vida ciudadana, medidas a través de de coordenadas cartesianas y dio origen a la geometría analítica.
evaluación de logros y pruebas estandarizadas? Sobre esta base, Newton y Leibniz desarrollaron el cálculo
¿Cuál es el efecto de un modelo dinámico de comunicación, infinitesimal, y Neper elaboró el cálculo logarítmico.
apoyado por el Portal Colombia Aprende, en la consolidación de Durante los siglos XIX y XX, el progreso matemático ha recibido
una comunidad de aprendizaje visualizada a través de la evolución un nuevo impulso, gracias a las aportaciones de Möbius en
en negociación de metas y estrategias pedagógicas, frecuencia y geometría, a la obra de Poincare en análisis, a los estudios de
eficacia de la comunicación y permanencia de los participantes? Cautor sobre teoría de conjuntos, a la labor de Bertrand Russell en
La manera en que se buscó dar respuesta a dichas preguntas partió lógica matemática y a los esfuerzos de muchos otros científicos.
del hecho de suponer que los procesos de formación de En los albores del siglo XXI aparecen algunos Clubes de
competencias cognitivas se potencian mediante la introducción de Matemáticas, destinados a la resolución de problemas, pero aún
ambientes digitales que permitan a los aprendices una maduración su difusión es mínima y generalmente sólo muestran los objetivos
plena de su curva de aprendizaje. que se pretenden alcanzar, pero no ofrecen mayor información
En palabras de Maldonado (2008a) en la investigación se sobre su organización y funcionamiento. Lo antes dicho puede
concluyó, que era de gran importancia, para el impulso de evidenciarse al realizar una búsqueda en la Internet.
innovaciones educativas, la construcción de redes de trabajo Un ejemplo de club de matemáticas lo refiere Jiménez (2010)
colaborativo entre docentes pues éstas permiten la proyección del quien describe su experiencia con el Club de Matemáticas del
trabajo realizado a diferentes contextos, haciendo visibles los Colegio Departamental “El Triunfo”, indicando que éste está
resultados obtenidos y mejorando los prácticas docentes. conformado “por sesenta estudiantes que cursan los grados
Otro proyecto que antecede esta propuesta fue el titulado séptimo a noveno de la básica secundaria o décimo y once de la
“Conformación de una comunidad de aprendizaje con el apoyo media vocacional y cuyas edades oscilan entre los 12 y los 18
del ambiente digital Dígalo”. Este proyecto se realizó en conjunto años”. Seguidamente se indica, por la autora citada, que el club es
con investigadores de Israel. Participaron la Universidad Nacional un grupo abierto para todos los estudiantes del colegio que deseen
Abierta y a Distancia – UNAD – de Colombia y el grupo participar en él, sin importar cuál es su desempeño en el área,
Kishurim de la Universidad Hebrea de Jerusalén. Se buscaba puesto que el propósito del club es “hacer que los estudiantes le
potenciar el desarrollo de competencias argumentativas y el encuentren algún encanto y una aplicación a la asignatura dentro
fomento de la resiliencia en un grupo de estudiantes que estaban del nivel académico al cual pertenecen y que adquieran algunas
en un proceso de reincorporación a la vida civil. Según habilidades sociales.” Seguidamente la profesora Jiménez indica
Maldonado (2008b) el efecto del uso del software DIGALO es que con los estudiantes se realizan reuniones un día a la semana y
múltiple: por una parte, fue una condición favorable al desarrollo en ese espacio se dedican “al análisis de diferentes artículos con
de competencias para usar el computador; por otra, favoreció el temas de la matemática de secundaria.” Finalmente como
aprendizaje de las asignaturas; en tercer lugar, permitió el resultado de la labor en el club los estudiantes han adquirido
desarrollo de habilidades en las sesiones colaborativas con destreza para comunicarse ante un grupo y una buena creatividad
participación; cuarto, se manifiestó una tendencia al incremento para inventar algunos juegos y acertijos.
de la meta-cognición y quinto, hubo despliegue de patrones de En García (2010), se propone que el Club de Matemáticas debe
liderazgo en el escenario académico. ser un espacio que además de estar fuera del aula, propenda por
El sistema de argumentación tiene un efecto sobre la regulación generar en el alumno una actitud de aceptación de la Matemática,
de los ritmos de aprendizaje, en la medida en que la participación es decir, que se logre despertar en él, el interés por ella. Con
puede ser entendida como un proceso argumentativo, en donde respecto de las actividades realizadas en el club García (2010)
cada miembro integra sus aportes al grupo sin perder su identidad propone que puede partirse de actividades como el juego, la
generando un ritmo de procesamiento de información ajustado al resolución de acertijos, de paradojas o de rompecabezas, esto es,
de sus miembros; en consecuencia, cada uno de los participantes de actividades que presuponen un reto al intelecto, centrándose la
tiene condiciones favorables para su aprendizaje, situación que en atención en comprender el problema, mediante la actitud
una clase expositiva es más difícil de regular. reflexiva. En otros casos se intenta dar un seguimiento a aquellos
alumnos que muestran interés y disposición por profundizar en el
3. LOS CLUBES DE APRENDIZAJE mundo de la Matemática más allá de lo aprendido en el salón de
clase. Finalmente puede indicarse que un club de matemáticas
3.1 Clubes de Matemáticas será un espacio para acercarse a la matemática desde perspectivas
Muy posiblemente el primer grupo de personas que dedicó algún que habitualmente no están presentes en la práctica escolar, entre
espacio al quehacer matemático, en un ámbito social, fueron los ellas el experimental, el estético, el recreativo y el cultural, y que

52
su principal objetivo consiste ofrecer una oportunidad de manera retrospectiva, el problema que se resuelve, utilizando para
enriquecimiento a un grupo de estudiantes que son capaces de ello tanto la solución que se encuentra como el método de
dedicar parte de su tiempo libre a trabajar esta materia, solución; este último podrá convertirse en una nueva herramienta
estimulados por la presencia de otros compañeros y por una o a la hora de enfrentar otro problema cualquiera. Tanto el tercero
varias personas expertas que lo coordinan. En importante señalar como el cuarto paso pueden ser apoyados con el uso de FreeStyler
aquí que en los clubes la figura del profesor, casi siempre a partir del modelado y simulación del modelo, entendiendo que
asociada a la figura del poder en el aula, debe desaparecer para la simulación no es otra cosa que la solución dinámica del modelo
convertirse en un miembro más del club, en alguien que colabora que representa el problema abordado.
en la resolución de problemas y no puesto en el clásico papel del En lo que sigue se hace una descripción en más detalle de cada
que enseña. uno de los software antes mencionados.
Teniendo en cuenta la anterior definición de club, esta propuesta
de diseño intenta incluir, en él, las TI representadas en software
que potencien las competencias interpretativas, argumentativas y 3.3 Representación Ontológica
propositivas, a partir de la representación del conocimiento para SIMAS, software desarrollado por la Universidad Pedagógica
promover la explicitación de ontologías comunes, las discusiones Nacional de Colombia bajo la dirección del Dr. Luis Facundo
argumentas que potencian la discusión sobre la base de las Maldonado, permite la construcción de ontologías apoyadas con
ontologías compartidas y el modelado estructural como hipertextos. El sinónimo más usual de ontología es el de
posibilidad de experimentar soluciones simuladas, todo ello como conceptualización. Según la definición de Gruber (1993), una
aporte para la resolución de problemas, siguiendo para tal fin los ontología constituye "a formal, Explicit specification of a shared
planteamientos teóricos de George Polya. A continuación se hace conceptualization". En esta definición conceptualización se
una breve presentación de la propuesta de Polya y de cada uno de refiere a un modelo abstracto de algún fenómeno del mundo del
los software propuestos y las estrategias dentro de las cuales éstas que se identifican los conceptos que son relevantes; explícito hace
adquieren sentido. referencia a la necesidad de especificar de forma consciente los
distintos conceptos que conforman una ontología; formal indica
3.2 La Resolución de Problemas que la especificación debe representarse por medio de un lenguaje
George Pólya (2002) fue un matemático que nació en Budapest, a de representación formalizado y compartido, refleja que una
lo largo de su vida generó una larga lista de resultados ontología debe, en el mejor de los casos, dar cuenta de
matemáticos y, también, trabajos dedicados a la enseñanza de esta conocimiento aceptado, como mínimo, por el grupo de personas
disciplina, sobretodo en el área de la resolución de problemas. que deben usarla.
Este autor plantea la resolución de problemas como una serie de De otra parte se sabe que la comprensión de los fundamentos del
procedimientos que, en realidad, se usa y aplica en cualquier aprendizaje autónomo a través de la lógica formulada por Minsky
campo de la vida diaria. Polya plantea en su primer libro el (1985) muestra consistentemente que el ser humano procesa
llamado “El Método de los Cuatro Pasos”, indicando que para bloques estructurados de información. En este sentido
resolver cualquier tipo de problema se debe: Maldonado, et al (2001), realizaron una investigación que se
• comprender el problema orientó, primero, a generar una ontología que sirviera de base para
la representación de conocimiento en geografía a través redes
• concebir un plan semánticas estructuradas; en segundo lugar, contrastaron los
• ejecutar el plan y efectos de dos formas de software, SIMAS y un Agente Generador
de preguntas, sobre la comprensión y profundidad de una
• examinar la solución.
estructura conceptual en estudiantes de educación básica. En esta
En el primer paso se determinan la incógnita, los datos, las investigación se concluyó que si bien, en el aprendizaje no hay
condiciones, y se decide si esas condiciones son suficientes, no diferencias significativas, quienes usaron SIMAS transfieren más
redundantes ni contradictorias. Para el caso del club, en este paso categorías de la fuente de información a su propia representación.
aportará de manera especial el uso de SIMAS al permitir que se Este hecho naturalmente los habilita para realizar descripciones,
organice el conocimiento recogido en forma de ontologías. asociadas a un fenómeno, con un mayor grado de comprensión
Una vez que se comprende el problema se debe concebir el plan del mismo.
mediante el uso de analogías que se relacionan con problemas En atención a lo anterior, es posible afirmar que la organización
semejantes. También se debe asociar con resultados útiles, y se de sistemas conceptuales constituye uno de los núcleos de interés
debe determinar si se pueden usar problemas similares o sus más importantes de la educación contemporánea. En Maldonado
resultados. Para el diseño del club se asume que la discusión (2001) se encontró que el dominio de sistemas ontológicos por
argumentada puede cumplir con este propósito y es ahí donde el parte de estudiantes se relacionaba de manera significativa con la
uso de DIGALO puede aportar en el desarrollo de este paso. capacidad de aplicar estrategias para resolver problemas de
Luego de haber concebido el plan es preciso ejecutarlo descubrimiento, lo cual hace pensar en la relación existente entre
examinando todos los detalles. El resultado del plan puede ser un la formación de sistemas conceptuales y capacidad creativa. Este
diagrama causal o de influencias que luego habrá de ser descubrimiento es lo que hace especialmente pertinente utilizar la
convertido en un diagrama de flujos y niveles (ecuaciones representación ontológica, dentro de la idea de club, en la medida
diferenciales). En síntesis: al ejecutar el plan de solución debe en que, con su uso, se gana en habilidades creativas,
comprobarse cada uno de los pasos y verificar que estén correctos, interpretativas y de resolución de problemas.
lo que conduce al cuarto paso. Este paso consistiría en ver, de

53
El papel que cumplirá SIMAS en el club ha de ser el de facilitar la que la dinámica de sistemas es una forma de modelado que se
representación del conocimiento, mediante una ontología, apoya en la percepción sistémica del mundo, la metáfora del
asociado al problema que se intente resolver. Dicha sistema realimentado, la noción de que no todas las causas y
representación será el primer paso en el proceso de solución del efectos están cercanos en el tiempo y soportado matemáticamente
problema. Por ejemplo, si el problema fuera dar cuenta o explicar por el uso de las ecuaciones diferenciales de primer orden no
la evolución dinámica de una población, una posible lineales.
representación podría ser la que se ve en la figura 1. La figura 2 permite observar la manera en que diferentes
participantes (Juan, María y Eliécer) contribuyen en la
construcción argumentada del diagrama de influencias (izquierda)
y además discuten cuál de cada una de esas variables resulta
siendo o un flujo (rates) o un nivel (stock) visible esto en la parte
derecha de la figura.
La parte izquierda de la figura muestra un diagrama de influencias
el cual viene siendo el resultado, primero de conocer el fenómeno,
que para este caso se obtiene mediante la representación
Figura 1. Ontología
ontológica, y segundo, de la discusión argumentada del grupo de
La ontología tiene una primera parte (izquierda) en la cual se estudiantes alrededor de cuál ha de ser la manera en que las
establecen relaciones entre cada una de las variables. Se busca variables se interrelacionan, es decir, determinar la a ontología
identificar claramente las relaciones entre las variables compartida.
estableciendo a que categoría pertenecen, es decir, identificando si
se trata de una relación ordinal (primero, segundo), de herencia
(padre, hijo), o sistémica (sistema, super-sistema, subsistema). La
segunda parte de la gráfica muestra el despliegue de la variable
población, en la que se muestran elementos hipermediales que
contribuyen para dar una mayor descripción. La idea es que cada
variable tenga asociado un bloque de información que ha de
contribuir en un mejor entendimiento del papel y el significado
que ésta cumple dentro del fenómeno estudiado.

3.4 Discusión Argumentada


DIGALO, Software desarrollado por el grupo Kishurim de la
universidad Hebrea de Jerusalén es un ambiente informático
orientado a la utilización de la argumentación en la solución
colaborativa de problemas. El software puede ser usado siguiendo
una metodología de análisis de casos, buscando que los Figura 2. Discusión Argumentada
estudiantes aprendan a usar su lenguaje, resolviendo los casos y Otra dimensión importante del trabajo a realizar por los
generando competencias cognitivas y argumentativas (De Groot et estudiantes consiste en identificar cuando una variable resulta
al, 2008). siendo una acumulación o una razón de cambio, este hecho
El uso eficiente de DIGALO, como plataforma de discusión, garantiza que los estudiantes puedan argumentar las razones por
puede hacerse cuando el moderador ha hecho un trabajo previo, las cuales los comportamientos observados son resultado de la
que deberá enfocarse en el diseño de un ambiente de estudio dinámica asociada a la estructura del fenómeno.
inspirador de confianza, en el que se otorgue a todos y cada uno
de los participantes el derecho de expresar sus opiniones, 3.5 Modelado estructural
incluyendo el derecho de emitir una crítica a lo expresado por sus FREESTYLER es una plataforma que permite trabajar diferentes
compañeros. Para lograr un ambiente así, el moderador ha de formas de modelado colaborativo y entre esas formas de
adquirir la capacidad de guiar la discusión, orientándola y modelado, está la dinámica de sistemas; este software fue
promoviendo la participación de todos los estudiantes. desarrollado por el grupo Collide de la Universidad Duisburg-
En la figura 2 se observa el trabajo que podría ser realizado sobre Essen.
la base de intentar resolver la situación problema planteada La Dinámica de Sistemas fue creada en los años cincuenta por el
anteriormente, usando DIGALO. El caso con el cual se ha profesor Jay W. Forrester(1989), pudiéndose concebir como una
comenzado en la sección de Ontologías podría pasar a una unidad paradigma-lenguaje, con la cual a medida que se
segunda etapa en la cual los estudiantes discutirían sobre la forma representa un fenómeno se va adquiriendo mayor destreza para
en que las variables se relacionan y por consiguiente establecer la identificar los elementos, las relaciones y los bucles de
estructura responsable del comportamiento del sistema. Así realimentación (propios del paradigma sistémico). Los modelos
mismo la discusión argumentada podría ser usada para determinar construidos con Dinámica de Sistemas utilizan cinco lenguajes de
qué variables son razones de cambio (rates) y cuáles variables son formalización, ellos son: el lenguaje de prosa, el lenguaje de los
acumulaciones (levels) y cuáles son funciones (functions). diagramas de influencias, el lenguaje de los diagramas de flujos y
Estas diferenciaciones son importantes pues se constituyen en la niveles, el lenguaje matemático y el lenguaje de los resultados
base del modelado con dinámica de sistemas. Es preciso indicar simulados o del comportamiento (Pineda, 2005). Cada uno de

54
ellos aporta para la comprensión y comunicación, satisfaciendo de 3.6 El Diseño del Club de Matemáticas
manera particular los requerimientos de un modelo dinámico- Seguidamente se presenta un esquema que pretende mostrar,
sistémico, esto es, la posibilidad de expresar hipótesis causales de como una totalidad, el diseño propuesto. Para lo que sigue se hará
la dinámica y la de realizar con ellas una interacción simulada. referencia a la figura 4.
Para el modelado y simulación, la parte final del proceso de El club estará conformado por un asesor y por estudiantes que
solución del problema, se usará el plug in system dynamics, el están atraídos por el estudio de problemas para plantear
cual posibilita el modelado con dinámica de sistemas. En lo que soluciones a los mismos. Inicialmente hay que declarar que la
se refiere al modelado, en FreeStyler se acepta de manera persona que oficie como asesora del club será un miembro más
implícita la idea básica que ha sido acuñada en la comunidad de del mismo, lo que hace desaparecer la idea de poder que siempre
dinámica de sistemas por Aracil (1986) y que propone como la se ha asociado a la relación docente-alumno. El asesor del club
principal fuente de información los modelos mentales del deberá diseñar una serie de situaciones problema que motiven el
modelador atribuyéndole un menor peso a los datos numéricos. trabajo de los estudiantes.
El aporte identificable de FreeStyler a la dinámica de sistemas Una primera parte del trabajo de los miembros del club, que se
consiste en la posibilidad de usar diferentes lenguajes de hará de manera individual o colectiva, será el estudio y
representación en el mismo espacio de trabajo, permitiendo representación de la situación problema o fenómeno planteado por
además el trabajo de modelación y simulación colaborativo, el asesor. Esta primera parte será apoyada por SIMAS y tendrá
posibilitado por la “sincronización de ambientes potencialmente como producto final una ontología. (Ver primera parte de la figura
autónomos”, usando arquitecturas replicadas. 4). Esta actividad le permitirá al estudiante hacer explícitos sus
Continuando con el ejemplo de la población y para terminar la modelos mentales ayudándoles a entender la dinámica compleja
descripción de la manera en que se resolvería el problema en el del fenómeno y naturalmente cuestionarse sus modelos mentales
club, se pasa a la implementación del modelo, su calibración, previos.
diseño de escenarios de simulación y la propuesta de políticas de
intervención.
Una vez se construye la ontología que representa la situación
problema y se determina el tipo de variables mediante la discusión
argumentada, se procede a montar el modelo, ejecutarlo, probarlo
y modificarlo si es del caso.
Al tener el modelo, éste puede ser usado para realizar
experimentos, discutirlos y volver sobre el modelo, hasta que a
juicio del modelador, el modelo ya represente satisfactoriamente
lo modelado.

Figura 4. Representación del proceso propuesto


Una segunda tarea es la discusión argumentada de las ontologías
previamente elaboradas, esto sí en pequeños grupos, de tal suerte
que de tal discusión se logre una representación más elaborada.
(Ver la parte dos de la figura 4).
La siguiente parte del trabajo consiste en la modelación del
fenómeno cuyo resultado final será un modelo de simulación, este
trabajo se realiza usando el ambiente FREESTYLER teniendo la
Figura 3. Modelo de una población posibilidad de realizar modelado colaborativo.
La figura 3 muestra el modelo en dinámica de sistemas que Finalmente los estudiantes realizarán experimentos simulados lo
representa una población y del cual se puede obtener una buena que les permitirá confrontar sus modelos mentales. El resultado de
aproximación a la dinámica propia de una población, que como es las simulaciones permitirá al estudiante proponer alternativas de
sabido, se corresponde con un comportamiento exponencial. escenarios, que corridos en el modelo, ofrecen una solución al
En esta parte resulta conveniente resaltar que al tener el modelo problema planteado.
construido (preferiblemente que haya sido trabajo de los Para el caso del modelo de la población que se ha estudiado en
estudiantes miembros del club) se debe diseñar una serie de esta parte del artículo, si el problema planteado hubiese sido
preguntas orientadoras que guíe a los miembros del club en el determinar en cuanto tiempo se duplica una población dada, es
proceso de obtener finalmente la solución al problema planteado. posible que el estudiante logre dar cuenta de cuestiones asociadas

55
a que este tiempo variará dependiendo de los escenarios de [5] Forrester, Jay W., l989. The Beginning of System Dynamics.
simulación experimentados, esto es, de las condiciones iniciales y Banquet Talk at the international meeting of the System
los valores de los parámetros, lo que en principio lo habilitaría Dynamics Society, Stuttgart, Germany, July 13, l989
para tomar decisiones en un determinado caso y con varias [6] García, H., 2010. Club de Matemáticas del CCH Naucalpan.
alternativas de decisión. (may. 2010), DOI=
http://intermat.fciencias.unam.mx/hector/introducciongeom.p
df
4. CONCLUSIONES [7] Gruber, T. R., 1993. A Translation Approach to Portable
Las experiencias previas muestran que los estudiantes se sienten Ontology Specifications. Knowledge Acquisition,
atraídos por las posibilidades de representación que ofrecen los 6(2):199—221.
software pues encuentran, entre otras cosas, que la estructura
[8] Jiménez, A., Algebra en todas partes. Institución educativa:
conformada por las variables, puede ser utilizada para explicar el
Colegio Departamental El Triunfo Biblioteca Luis Ángel
comportamiento de los fenómenos, mediante las reiteradas
Arango del Banco de la República. "Humboldt 200 años"
experiencias de experimentación virtual.
Publicación digital en la página web de la Biblioteca Luis
Las fortalezas que exhiben los software propuestos para el club Ángel Arango del Banco de la República. (may. 2010), DOI=
están representadas en la potencia que poseen para la http://www.lablaa.org/blaavirtual/apoyo/fondo/algebra.htm
representación del conocimiento, muy a la manera de la forma en
[9] Maldonado, L.F. et al., 2001. Ontología y aprendizaje de la
que el cerebro almacena y procesa la información, según Minsky.
Geografía: software para representar y software para
Tanto la competencia interpretativa, como la argumentativa y la comprender. Bogotá: Universidad Pedagógica Nacional y
propositiva se pueden desarrollar mediante el proceso de Colciencias.
modelado. Cuando se usa SIMAS para hacer ontologías se está
[10] Maldonado, L.F. Et Al., 2008ª. Comunidades de aprendizaje
promoviendo las competencias interpretativas, al usar DIGALO
mediadas por redes informáticas. En: Revista Educación Y
para guiar las discusiones argumentadas se promueve la
Educadores, Vol 11, No 1 - Julio De 2008a. ISSN: 0123-
competencia argumentativa; finalmente al modelar, simular y
1294, Indexada Colciencias tipo B. pp. 199-224.
probar escenarios de simulación con el ambiente FreeStyler, se va
en procura de desarrollar la competencia propositiva, pues al tener [11] Maldonado, L.F. Et Al., 2008b. Dígalo: Argumentación en
escenarios de simulación, éstos contribuyen para que los ambientes digitales de educación: una experiencia con
estudiantes propongan diseños de políticas de intervención. reintegrados a la vida civil., (Sep. 2010), DOI=
http://www.unad.edu.co/revista_investigacion/images/digalo
Finalmente resulta importante señalar que el aprendizaje de las
es/DIGALO.pdf
matemáticas resulta siendo necesario para el desempeño
satisfactorio en la mayoría de las tareas a que se verá enfrentado [12] Minsky, M., 1985. The Society of Mind, New York: Simon
posteriormente el alumno y lo que finalmente aporta el club es & Shuster.
ofrecimiento de un espacio que atraiga al estudiante y que le [13] Pineda, E., 2005. Un Reconocer A Nivel Práctico De Las
permita olvidar los referentes que, desde los inicios de su Diferencias Y Coincidencias De Los Enfoques De Modelado
formación, le hacen ver la matemática, antes que con agrado, la Conductista Y Estructural En La Economía. Tesis de Grado
mayor de la veces, con miedo. en Economía, Universidad Industrial de Santander.
Bucaramanga.
5. AGRADECIMIENTOS [14] Polya, G., 2002. “Cómo plantear y resolver problemas”,
Se agradece a las directivas nacionales y zonales de la UNAD Editorial Trillas, México.
quienes con su apoyo hacen posible la realización de este tipo de
trabajos. [15] Johnson, G., y García., 2000. Explorando La Matemática
Tomo I: Conjuntos, Enunciados Y Operaciones. Invitación A
Conocer La Matemática. Comprendiendo Los Sistemas De
REFERENCIAS Numeración. Editorial: Paz.
[1] Aracil, J., 1986. Máquinas, sistemas y modelos. Madrid:
Editorial Tecnos.
[2] Callejo, M., 1995. “Un Club matemático para la diversidad”,
Narcea.
[3] De Groot, R. Et Al., 2008. “DIGALO Y Procesos De
Argumentación, Conformación de comunidades de
aprendizaje y emergencia de factores de resiliencia y
transferencia a la vida cotidiana” Revista de investigaciones
UNAD, Julio 2008, Volumen 7, Número 1
[4] Díez-Palomar J. Et Al., 2007. “El club de matemáticas: una
experiencia cultural de matemáticas de la vida cotidiana, por
la diversidad.” Revista de didáctica de las matemáticas, ISSN
1133-9853, Nº. 45,, Págs. 99-106

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IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

¿APLICACIÓN DEL ARS A LAS COMUNIDADES


VIRTUALES DE APRENDIZAJE? ANTECEDENTES Y
PERSPECTIVAS.
Eliécer Pineda Ballesteros, Luis Facundo Maldonado, Adriana Lizcano Dallos
Universidad Nacional Abierta y a Distancia
Colombia
eliecer.pineda@unad.edu.co, lufamagr@gmail.com, adriana.lizcano@udi.edu.co

RESUMEN
Esta ponencia tiene como principal objetivo presentar unas ideas Se le atribuye al matemático Euler el haber dejado una forma de
acerca del Análisis de Redes Sociales (ARS) partiendo de una describir las redes, pues es a partir de su conocida formulación
breve descripción de lo que es el ARS, un acercamiento al para representar el problema de los siete puentes que nace la
concepto de comunidades virtuales de aprendizaje teoría de grafos, cuyo lenguaje puede ser usado para la notación
(entendiéndolas como aquello que puede ser sometido a estudio de las redes. Las redes se definen como un conjunto de nodos,
usando el ARS), la relatoría de algunos casos de aplicación del puntos o vértices que para el caso del análisis social representan a
ARS para concluir con una serie de cuestionamientos y unas los actores de la red, los cuales a su vez están relacionados o
primeras respuestas a dichos cuestionamientos. unidos por líneas o arcos.
Se espera que una vez terminado el evento se logren algunas En la sociología el análisis de redes sociales está conformado por
directrices que reorienten el trabajo con ARS de tal forma que diferentes corrientes con orientaciones metodológicas e incluso
posibiliten la apropiación de dicha metodología para el diseño de epistemológicas distintas. En el espectro de usos del término redes
políticas de intervención en las redes de aprendizaje que las sociales, se encuentra en un extremo el análisis de redes limitado a
conduzcan hacia el logro de los principales objetivos tras los una metodología, técnica estadística o matemática y en el otro
cuáles fueron creadas. extremo, a aquellos análisis que hacen un uso normativo, ético o
valórico del término.
Palabras Clave Según Pedro A. Willging (2008), la teoría de ARS se ha aplicado
Comunidades virtuales de aprendizaje, Análisis de redes sociales, en investigaciones de áreas muy diversas, como sociología,
Toma de decisiones, Políticas de intervención. antropología, economía, educación y psicología y ha probado que
sus métodos son útiles y eficientes para el descubrimiento de
1. INTRODUCCIÓN fenómenos y relaciones desconocidas.
Una forma de analizar el comportamiento de cualquier tipo de Finalmente se puede afirmar que el principal propósito del ARS
comunidad es el análisis de redes sociales (ARS) que toma es la determinación de la estructura y el establecimiento de los
elementos propios, entre otros, de la teoría de grafos, la límites de posibilidad en la actuación tanto de los individuos que
antropología y la sociología. Por tal razón el ARS permite la conforman como de la red en su conjunto.
describir y hacer inferencias acerca del comportamiento de los
grupos sociales.
2. COMUNIDADES VIRTUALES DE
Rivoir (1999) manifiesta que Whitten y Wolfe señalan el APRENDIZAJE
nacimiento del ARS luego de la Segunda Guerra Mundial
Puede ser definida una comunidad virtual de aprendizaje como
vinculado al reclamo de los académicos en antropología y
aquel sistema de actividad humana que tiene la capacidad de
sociología con respecto de la revisión de los conceptos
promover y mantener el aprendizaje de todos los miembros
estructurales. En consecuencia nace con la tendencia a apartarse a
(nodos) en la comunidad con el propósito común de mejorar el
los conceptos que encerraban pautas culturales estáticas o
aprendizaje de los miembros y que se puede apoyar en el uso de
instituciones sociales fijas y luego se orientó hacia conceptos que
las tecnologías (relaciones) de la información y la comunicación.
entrañaban las características de adaptación y adaptabilidad.
En Yonggu et al (2007) se intenta dar respuesta a la pregunta
Pineda, Eliécer., Maldonado, Luis., Lizcano, Adriana. (2010). ¿Aplicación del ARS a las
Comunidades Virtuales de Aprendizaje? Antecedentes y Perspectivas. En J. Sánchez
acerca de cómo optimizar la interacción de valor entre los
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 57-61,
Santiago de Chile.

57
alumnos lo que según los autores, se convertirá en el hilo crean los vínculos entre los blogs que se producen a través del
conductor de un aprendizaje eficiente. Así mismo aseguran que establecimiento de hiperenlaces o referencias entre ellos. El autor
ARS ofrece una perspectiva interesante acerca de la calidad del menciona que en la Argentina apareció, sobre todo a partir de
proceso de construcción del conocimiento. 2005, un conjunto de blogs que tienen como uno de sus
Para la profesora Louise Stoll (2005) la razón fundamental para principales fines el debate de la actualidad política y económica
promover las comunidades de aprendizaje es que cuando los del país; estos blogs mantienen lazos entre sí conformando una
miembros de la comunidad y otros colegas trabajan y aprenden verdadera red. El trabajo concluyó con el mapeo de la estructura
juntos centrados en el aprendizaje, la capacidad total de la en dos momentos diferentes y del desarrollo de esta red aplicando,
comunidad y por último del sistema (de actividad humana), en el entre otras, las herramientas tradicionales del análisis de redes
que ésta está inserta, queda establecida ayudando a crear valores y sociales, además de reflexionar sobre la validez, alcances y límites
fomentar un abanico más amplio de resultados, generando y de estas herramientas para el trabajo con este tipo de redes.
manteniendo estas mejoras. Teves et al (2002) proponen utilizar el ARS como estrategia para
el análisis de información relativa al dominio de las actividades de
Domínguez y Alonso (2005) sostienen que en los escenarios subsistencia –caza, recolección, horticultura, producción de
virtuales tienen lugar procesos de comunicación y formas de artesanías y otras- en una comunidad aborigen Mbyá-Guaraní en
comportamiento que se diferencian de las dinámicas presenciales, la Reserva de Usos Múltiples del “Valle del Cuñapirú”, Misiones,
de manera que las necesidades pedagógicas del diseño, análisis y Argentina. El estudio comenzó con el diseño de una encuesta
validación de la instrucción se ven sometidas a lógicas igualmente etnográfica cuyos ítems permitieron obtener datos sobre todas las
específicas de ambas situaciones. Por tanto el uso combinado de actividades que son transversales a las unidades domésticas y que
enfoques cualitativos y reticulares en contextos de formación en definen vínculos entre los actores involucrados en las diferentes
línea permite disponer de métodos que se ajustan en mayor tareas y sus etapas de desarrollo, tanto dentro como fuera de la
medida a las especificidades del ciberespacio. En este sentido comunidad. De este modo se inició el ARS aplicando las medidas
también indican que los métodos estructurales y de ARS permiten de centralidad, con el propósito de visualizar los patrones de
explicar, por ejemplo, en términos relacionales el peso de un interacción emergentes del modo de subsistencia Mbyá–Guaraní.
mensaje dentro de la red de comunicación establecida en un foro
virtual. Gaete et al (2008) realizan la identificación y análisis de la(s)
red(es) de conocimiento recreada(s) a partir de dinámicas
Entendida de esta manera la comunidad de aprendizaje virtual relacionales que establecen los investigadores ligados al
resulta interesante reconocer y lograr dar cuenta de la dinámica desarrollo de las ciencias sociales y grupos de investigación en el
asociada a tales redes, para lo cual el ARS puede ser apropiado. A devenir de la actividad investigadora. Se hizo un estudio de
partir de la revisión de trabajos se encuentra que cuando se carácter reticular - cuantitativo al interior de un departamento
realizan los análisis de las redes sociales en la mayoría de los académico. Desde el enfoque analítico de la teoría de redes se
casos se quedan en una especie de diagnóstico y no se trasciende estudió la generación de conocimiento en redes informales de
en la búsqueda de valores agregados, es decir, aparece el ARS académicos, poniendo el énfasis en la importancia de las
como fin antes que como herramienta. relaciones interpersonales para la transmisión del conocimiento y
Seguidamente se mostrarán algunos casos disímiles en los cuales la reproducción del capital intelectual, además de la
se ha usado el ARS, pero que en principio dicho análisis se queda correspondiente diferenciación de posiciones en el espacio social
en eso y no aporta creando valor a partir del hecho de saber cómo académico.
es que la red se tipifica. Martí (2006) asume el estudio de los discursos como una red de
significados usando el Análisis Reticular del Discurso (ARD).
3. ALGUNOS CASOS DE APLICACIÓN Según el autor la idea es bien sencilla: las palabras, acciones,
DEL ARS proposiciones son nodos de un entramado lingüístico que las
relaciona y que puede ser estudiado mediante el ARS. El autor
aborda una aproximación al ARD desde la teoría de la
En Domínguez y Alonso (2005) se referencian aplicaciones del argumentación en la lengua que introduce la noción relacional de
ARS en los que se analizan foros virtuales buscando explorar las topos. Es posible representar la superposición de todos los topos
comunicaciones personales mediadas tecnológicamente. Afirman identificados en una red discursiva que esquematiza sistemas
los autores que quizá, el análisis más representativo en esta línea cognitivo-ideológicos.
ha sido el realizado por el equipo de Jeffrey Heer de la
Universidad de California (Berkeley, EE.UU.). Estos Brandes et al (2005) realizan el estudio de las evaluaciones de
investigadores concluyen que el análisis de foros virtuales puede causa y efecto, las configuraciones y dinámicas que están en el
ser enriquecido con aportaciones metodológicas procedentes de corazón del pensamiento y la dinámica de las explicaciones.
enfoques científicos heterogéneos y que ello requiere de un Hacen notar los autores que a pesar de que existen varios métodos
tratamiento de los datos disponibles esencialmente distintos para para realizar dichas evaluaciones, es frecuente que la
cada enfoque metodológico. En este sentido, afirman, que puede visualización no sea considerada como uno de ellos.
ser de ayuda el progreso en el análisis discursivo desde los Seguidamente sostienen que esto se debe principalmente a que lo
enfoques cualitativos para, finalmente, avanzar en las sinergias y habitual es que se visualice los datos en lugar de la información
resonancias con otros métodos epistemológicamente no-comunes, contenida en los mismos. También repasan una serie de principios
como es el caso del ARS. para la visualización efectiva y valoran algunos ejemplos
específicos de la visualización de redes basada en estos principios.
Guerrero (2008) realizó un estudio sobre los blogs o weblogs Llegaron a demostrar que la visualización de información
teniendo como principal objetivo describir la forma en que se

58
aplicada a redes no sólo es posible con el método para el análisis Ejemplo: si el tutor-docente resulta ser el monopolizador de las
de configuraciones, dinámicas y causas, sino que, además, tiene interacciones y él/ella pretende que en su clase se dé una
un valor añadido en comparación con otros métodos. comunicación más horizontal, entonces deberá ver el modo de
Iñiguez et al (2006) asumen como marco conceptual la psicología restringir su participación e incentivar/motivar a la de los alumnos
social que según ellos contribuye a los estudios sociales de la Landazabal et al (2009) realizaron un trabajo de aplicación ARS
ciencia y a la tecnología con el estudio de las interacciones y permanencia en el proceso educativo. En este trabajo los autores
factores sociales que se dan en el marco de la producción encontraron que existe una relación entre el auto-concepto sobre
científica y específicamente, promoviendo la idea de que el la eficacia en la dimensión académica y las calificaciones
conocimiento es el resultado de un trabajo conjunto. Los autores obtenidas y entre las habilidades sociales y factores de resiliencia
consideran a la propia psicología social como objeto de análisis. y la centralidad de un actor en la red. Para Landazabal et al el
Específicamente fijaron una historiografía de la psicología social paso siguiente al ARS es la intervención en las redes sociales y los
en España, analizando sus características, identificando su factores de resiliencia de los estudiantes, mediante el diseño de
dinámica y describiendo sus prácticas. Para ello, mantuvieron las políticas de acompañamiento para disminuir la deserción y
características propias presentes en la tradición de la psicología aumentar el éxito académico que, es evidente, va más allá en el
social de la ciencia, utilizando tanto el ARS como la Bibliometría. sentido que indaga esta ponencia. En el estudio participaron los
estudiantes de tercer año de bachillerato a distancia. El análisis de
De nuevo si insiste en que los trabajos revisados en su mayoría datos mostró que los estudiantes que permanecen más aislados en
están haciendo uso del ARS pero una vez éste es aplicado para la la red tienen una mayor probabilidad de obtener peores resultados
caracterización de una red pareciera terminar ahí su utilidad, es académicos y mayor probabilidad de deserción mientras que los
decir, se categoriza la red pero esa información así obtenida no es nodos con un mayor grado de interacción, intermediación y
usada o o se muestra cómo podría ser usada, por ejemplo, para la cercanía en la red obtuvieron mejores resultados académicos y
toma de decisiones (esto suele ser típico de los tutores-docentes nuevos o inexpertos,
El siguiente apartado intenta poner de manifiesto el objetivo de que a veces son demasiado proactivos y no le dan tiempo a sus
esta ponencia, es decir, busca indagar acerca del hacer asociado al alumnos a "reaccionar", generando ellos mismos todas las
posterior uso del ARS. respuestas).

4.2 ¿Qué información adicional puede


4. ¿QUÉ HACER LUEGO DE HABER extraerse de un ARS, adicional a las medidas
USADO EL ARS? clásicas de centralidad, etc.?
Luego de hacer un breve recorrido por algunas de las prácticas Una medida muy útil es la medida de densidad de los enlaces. De
más comunes asociadas al ARS se encuentra que en gran parte de ese modo se puede medir el grado de participación de todo el
los casos se está haciendo el análisis de redes sociales, pero como grupo. Otra medida importante es el grado que indica la
un fin en sí mismo y no como un medio en procura del intensidad de los intercambios (por ejemplo, puede indicar la
mejoramiento de los sistemas sociales estudiados con dicha profundidad de las discusiones). Finalmente la medida de
técnica. detección de grupos/subgrupos dentro del curso principal. Estas
respuestas preliminares dan luces sobre diseños pedagógicos que
El propósito de esta ponencia, como se ha manifestado antes, es
pueden resultar de una aplicación previa del ARS.
poner de manifiesto esta situación y orientar una discusión
alrededor de cuáles pueden ser pasos a seguir para lograr un mejor
aprovechamiento de los resultados de los ARS especialmente 4.3 ¿Será que una implementación del ARS
concentrados en su aplicación en el estudio y entendimiento de las en tiempo real permitiría realimentar al tutor-
comunidades virtuales de aprendizaje. docente sobre el desempeño de los estudiantes?
Para la conducción de esta discusión se plantean una serie de Eso sería probablemente mucho mejor que tener que esperar a que
preguntas para las cuales se presentan unas primeras respuestas en el curso termine y analizar lo que ocurrió. Allí ya no habría
colaboración con el profesor Pedro Willging. tiempo de corregir el curso de los acontecimientos. Si alguien
queda marginado del grupo, ya no se le podría integrar si el curso
4.1 ¿Qué se debería hacer, por parte de un ya ha finalizado. Pero si se tiene un análisis mientras el curso está
en desarrollo, se puede intervenir y modificar el comportamiento.
tutor-docente, después de que se hace un Igual, hay que ser cautos y recolectar información de base
ARS? suficiente como para que el análisis de los datos sea significativo.
El análisis de los resultados de ARS le puede servir al tutor- Es decir, el comportamiento de la primera semana puede ser muy
docente para "reconocerse" en sus interacciones con sus alumnos, distinto de lo que ocurre en las semanas o el mes subsiguiente.
para "ver" la dinámica de la comunicación en su grupo/clase, para Esta puede ser una aplicación que resulta pertinente para controlar
detectar alumnos aislados o monopolizadores. Lo que el tutor en cierta medida los índices de deserción académica.
debería hacer, es actuar en consecuencia, es decir, si alguno de
estos indicadores le muestran al tutor que se está atentando contra
el desarrollo de las actividades pedagógicas prevista, el clima de
comunicación de su clase, etc. deberá actuar tratando de
cambiar/mejorar/modificar esas situaciones.

59
4.4 ¿Habría forma de evidenciar si muchas tal suerte que se pueda dibujar un paisaje en donde se dé cuenta
del devenir dinámico de la red.
interacciones de un nodo, son poco
La aplicación sistemática del ARS requiere de un ejercicio
productivas? académico y de investigación que dilucide una serie de
Ese tipo de análisis puede resultar más complejo. En ocasiones lineamientos pedagógicos que deberán ser materializados, en la
solo se hace el análisis estructural y no de contenido de los forma de requerimientos, para el análisis, diseño e
mensajes. Igual, se puede establecer filtros (como por ejemplo en implementación de un ambiente informático que lo soporte.
cuanto a número de caracteres, si es menor a 10 por ejemplo, se
descarta. Esto es típico para eliminar los mensajes tipo: Hola, De los trabajos revisados se concluye que gran parte de ellos
Bye, Si, No, etc, mensajes que en general no aportan valor proponen el uso del ARS pero rara vez se aprecia la utilidad que
agregado o tema nuevo, solo afirman/corroboran/saludos. El ello tiene, sobre todo porque se asume el ARS como un fin en sí
análisis de contenido es mucho más difícil de automatizar. Ante mismo y no como una herramienta o medio que posibilite la
esto surge el ARS como una estrategia que puede ser afortunada si obtención de objetivos mucho más ambiciosas.
a partir de su uso pueden diseñarse estrategias para evitar
situaciones en las que un miembro del foro participa en muchas 6. AGRADECIMIENTOS
ocasiones, pero sus aportes no son significativos para el desarrollo Se agradece a las directivas nacionales y zonales de la UNAD
del tema. quienes con su apoyo hacen posible la realización de este tipo de
trabajos.
4.5 ¿Cómo es que el aprendizaje colaborativo
puede salir potenciado si se hace ARS? REFERENCIAS
Los mismos alumnos deben estar conscientes de sus interacciones, [1] Brandes, U. et al. 2005. “La explicación a través de la
esta situación puede motivarlos a no quedarse al margen, o a visualización de redes” En: Redes.Revista hispana para el
limitar su hegemonía, o a intentar conectar a distintos subgrupos. análisis de redes sociales. Vol. 9,#6, Diciembre 2005. (ago.
En este sentido lo que se tendría es una herramienta que puede 2009), DOI= http://revista-redes.rediris.es, Universidad de
ayudar para que los estudiantes hagan meta-cognición y por lo Konstanz (Alemania), Universidad de Tilburg (Holanda).
tanto sean más conscientes de su propio proceso de aprendizaje. [2] Domínguez, D., y Alonso, L., 2005. "Evaluación mixta de
comunidades de aprendizaje en línea". (ago. 2009),
4.6 ¿Cuál es la relación de fondo que existe DOI=http://www.cibersociedad.net/archivo/articulo.php?art=
entre el ARS y el uso de las TI? 205.
[3] Gaete, J., M,. 2008. “Conocimiento y estructura en la
A partir de la revisión hecha parece ser que la TI se limitan a investigación académica: una aproximación desde el análisis
servir de herramienta para el cálculo de ciertas medidas que de no de redes sociales”. En: Redes.Revista hispana para el análisis
ser así podría ser muy tedioso. Lo que sería deseable es que las TI de redes sociales. Vol.14,#5, Junio 2008. (ago. 2009), DOI=
pudieran aportar en el sentido de crear y recrear las dinámicas http://revista-redes.rediris.es, Departamento de Sociología
propias de la red, esto posibilitaría un mayor aprendizaje sobre (U. de Salamanca, España) y Departamento de Sociología
ellas, a partir de la facilitación de simulaciones mediante las (U. de Chile).
cuales poner a prueba hipótesis acerca de su comportamiento a
partir de diferentes escenarios. Estos resultados pueden ser de [4] Guerrero, S,. 2008. “Aplicación del análisis de redes
mucha utilidad al momento de la toma de decisiones. Además sociales al estudio de la estructura y desarrollo de una red de
podría considerarse el uso de ciertas técnicas que permiten extraer blogs económicos políticos en Argentina” En: Redes. Revista
conocimiento de los datos, una especie de data mining, que hispana para el análisis de redes sociales Vol.14,#7, (ago.
encontrara ciertas relaciones entre variables lo que a su vez 2009), DOI= http://revista-redes.rediris.es Universidad de
permitiría un posterior diseño de estrategias para potenciarlas o Buenos Aires -Grupo Antropocaos Junio 2008.
atenuarlas según sea el caso. [5] Iñiguez, L. 2006. “La psicología social en España:
estructuras de comunidades” En: Redes.Revista hispana para
el análisis de redes sociales. Vol.10,#3, Junio 2006. (ago.
5. CONCLUSIONES 2009), DOI= http://revista-redes.rediris.es, Universitat
Autònoma de Barcelona.
Esta ponencia trata de poner de manifiesto una serie de [6] LANDAZABAL, D., et al. 2009. “¿Un Alto Grado Nodal,
preocupaciones del Grupo GUANE de investigaciones de la De Intermediación Y De Cercanía En Una Red De
UNAD y la red de investigaciones de Informática e inclusión Estudiantes Podría Predecir El Éxito Académico?” En:
social, de la misma universidad, en torno al uso más productivo memorias Cuarto encuentro Unadista de Investigaciones.
del ARS, que surge luego de una serie de discusiones de los Universidad Nacional abierta y a Distancia – UNAD,
miembros de la red y del grupo en torno de las posibilidades del Bogotá.
ARS aplicado a las comunidades de aprendizaje virtual. [7] Martí, J. 2006. “Representación de estructuras
Si se procede con un ARS dinámico, naturalmente en tiempo real, argumentativas mediante el análisis de redes sociales”
es probable que se pueda diseñar políticas de reorientación de las Redes.Revista hispana para el análisis de redes sociales
decisiones que se toman en la gestión de una red de aprendizaje; Vol.10, #4, Junio 2006. (ago. 2009), DOI= http://revista-
para ello se requeriría de una aplicación sistemática del ARS de redes.rediris.es, Departament de Sociología- UAB.

60
[8] Rivoir, A. L. 1999. "Redes Sociales: Instrumento
metodológico o categoría sociológica". En: Revista de
Ciencias Sociales Nº 15. (ago. 2009), DOI=
http://new.lasociedadcivil.org/docs/ciberteca/articulo_redes.p
df Fundación de Cultura Universitaria. Montevideo.
[9] Stoll, L. 2005. “Creando y manteniendo Comunidades de
Aprendizaje Profesional.” II Congreso anual sobre fracaso
escolar 2005. Palma de Mallorca. (ago.
2009),DOI=http://www.fracasoescolar.com/conclusions2005
/stoll.pdf,
[10] Teves, L et al. 2002. “Una Aplicación de la Metodología de
Redes Sociales a la Investigación Etnográfica” En: Redes.
Revista hispana para el análisis de redes sociales. Vol.2,#6,
mayo 2002. (ago. 2009), DOI= http://revista-redes.rediris.es,
Universidad Nacional de La Plata- Argentina.
[11] Yonggu W. Xiaojuan L., "Social Network Analysis of
Interaction in Online Learning Communities," icalt, pp.699-
700, Seventh IEEE International Conference on Advanced
Learning Technologies (ICALT 2007), 2007

[12] Willging, P.A. 2008. “Técnicas para el análisis y


visualización de interacciones en ambientes virtuales”. En:
Redes. Revista Hispana para el Análisis de Redes Sociales,
junio, número 014, (ago. 2009), DOI= http://revista-
redes.rediris.es/pdf-vol14/vol14_6.pdf. Universidad
Autónoma de Barcelona, Barcelona, España.

61
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

DESARROLLO DE COMPETENCIAS EN PROFESORES Y


ESTUDIANTES: UNA EXPERIENCIA DE INVESTIGACIÓN
EN EL DEPARTAMENTO DEL META – COLOMBIA
Sergio Briceño Castañeda Ruth Molina Vásquez
Proyecto Meta Digital Universidad Distrital Francisco José de
Colombia Caldas
Serabri.castaneda@gmail.com Colombia
rmolinav@udistrital.edu.co

RESUMEN El proyecto se implementa desde el año 2009 en treinta


Esta ponencia presenta la estructura y los primeros resultados de instituciones educativas de veintinueve municipios del
un proceso de investigación que se realiza en el marco del departamento del Meta, con el propósito de sistematizar los
Proyecto Meta Digital. Esta investigación buscaba determinar la resultados de la experiencia, con el fin de visualizar la incidencia
incidencia que tiene una propuesta pedagógica basada en la que tiene la propuesta pedagógica apoyada en el uso de
estrategia de Aprendizaje Basado en Problemas –ABP- apoyada tecnologías móviles, en el desarrollo de competencias didácticas
en el uso de aulas móviles, tableros digitales e Internet, en el que los profesores desarrollan y de las competencias laborales en
desarrollo de competencias básicas laborales tecnológicas en los los estudiantes que se encuentran en el ciclo de educación media,
jóvenes de educación media y en las competencias didácticas de cuando se apoyan en este tipo de tecnologías.
los docentes. Se presenta una descripción general del proyecto,
algunos aspectos de carácter teórico y metodológico, así como una Los resultados de este proceso permiten reconocer lo que sucede
reflexión en torno a los resultados esperados. en la Escuela con esta tipo de expresiones de la tecnología, de tal
manera que se genere conocimiento que permita evidenciar, si
estas tecnologías impactan de forma significativa, la calidad de la
Categorías y Descriptores formación de nuestros jóvenes.
I.2.6 Metodologías de computación – Inteligencia Artificial –
Aprendizaje. 2. DESCRIPCIÓN DEL PROYECTO
Se parte del supuesto que el uso de las tecnologías de
Palabras clave información y comunicación pueden mejorar la calidad, cobertura
y eficiencia de los proceso educativos, reconociendo que la
Tecnologías móviles, competencias didácticas del profesor,
infraestructura tecnológica y la conectividad por si solas, no son
competencias laborales básicas tecnológicas.
suficientes. Por lo anterior, es necesario apropiarse de procesos
pedagógicos, con estrategias metodológicas acordes con estas
1. INTRODUCCION tecnologías y sistematizar su implementación para dar cuenta del
En el contexto colombiano, son muchas las experiencias que impacto que tienen en la formación de nuestros estudiantes.
empiezan a utilizar computadores portátiles e internet en los
procesos educativos. En este panorama, el proyecto Meta Digital, Dado el interés de la Gobernación del Departamento del Meta, en
adelantado por la Gobernación del departamento del Meta, opta implementar este tipo de experiencias con estudiantes de
por la realización de un proceso de investigación que dé cuenta de educación media, es necesario considerar lo que el Ministerio de
su experiencia de implementación de aulas móviles con los Educación Nacional plantea en relación con el desempeño de
estudiantes de educación media de los veintinueve municipios del estos estudiantes, en términos de competencias laborales por un
departamento. Así, se plantea un proyecto de investigación, que lado y por otro, los propósitos de la Secretaría de Educación del
busca estar en coherencia con el Plan de mejoramiento de la Departamento en términos de calidad de su formación.
Calidad de la Educación 2008 -2011, producido por la Secretaría
de Educación del Departamento del Meta, que contempla el Por lo anterior, el problema de investigación se aborda desde el
fomento a la investigación y las metodologías flexibles como impacto que las aulas móviles tienen en la formación que reciben
estrategia de mejoramiento de la educación, la ampliación de los estudiantes que participan en la propuesta y en sus maestros en
modelos y la integración de la educación media con el mundo términos de la cualificación de sus competencias. El proyecto
productivo. planea la siguiente pegunta:

Briceño, Sergio., Molina, Ruth . (2010). Desarrollo de competencias en profesores y


estudiantes: Una experiencia de investigación en el Departamento del Meta – Colombia .
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 62-68, Santiago de Chile.
62
¿Cuál es la incidencia en el desarrollo de competencias laborales Por lo anterior la metodología del presente estudio está enmarcada
básicas – específicas tecnológicas en los jóvenes y en las en un paradigma holístico que conjuga elementos de carácter: 1)
competencias de conocimiento didáctico de los profesores, que se empírico y teórico, 2) aplicado, pues es realizada con propósitos
generan con el uso de aulas móviles en las instituciones que prácticos a partir del desarrollo de un nuevo programa, 3) busca
participan en el proyecto de Meta Digital? trascender el nivel descriptivo y aportar elementos de carácter
interpretativo del fenómeno de incorporación de las aulas móviles
El objetivo general es determinar las características de las al aula de clase, 4) de campo, puesto que se realiza In Situ en las
competencias que los actores del proceso educativo desarrollan, a instituciones participantes.
partir de la implementación de una propuesta pedagógica de
Aprendizaje Basado en Problemas –ABP- apoyada en el uso de La metodología de investigación propuesta asume dos diseños
aulas móviles, en la educación media de las instituciones metodológicos:
educativas que participan en el proyecto de Meta digital.
Desde lo cuantitativo, se enmarca en un Diseño de grupo control
Los objetivos específicos son: no equivalente (Cambell y Stanley, 1970), de corte
cuasiexperimental, dado que se carece de control total de
estímulos y variables a pesar de que se cuenta con un diseño de
• Determinar los tipos y características de las procedimientos de tipo experimental. Se cuenta con grupos
competencias laborales básicas y laborales específicas experimentales conformados de forma natural, sin ningún proceso
de carácter tecnológico, desarrolladas por los aleatorización (Cambell y Stanley, 1970), en los que se realiza un
estudiantes de décimo y undécimo grado de las pretest y un postest. Se considera como única variable
instituciones que participan en el proyecto de Meta independiente el proceso pedagógico de implementación de la
Digital. estrategia ABP, apoyada en el uso de aulas móviles, mientras que
• Determinar las características de las competencias se proponen dos variables dependientes, determinadas por el
didácticas en enseñanza de matemáticas, ciencias desarrollo de la competencias laborales básicas tecnológicas en el
naturales y español, que desarrollan los profesores de caso de los estudiantes y el desarrollo de competencias didácticas
las instituciones participantes en el proyecto de Meta en el caso de los profesores. Desde esta perspectiva, se plantea
Digital, a partir de la implementación de la propuesta hipótesis, entendidas como suposiciones fundamentadas en un
pedagógica apoyada en el uso de aulas móviles. contexto teórico y que por tanto evidencia un sistema de
• Determinar los indicadores específicos que dan cuenta conocimiento organizados y sistematizados previamente (Briones,
de los niveles de desarrollo de las competencias 1993), con suposiciones de lo que puede suceder en eventos
alcanzadas tanto por los estudiantes como por los prácticos. Como hipótesis de trabajo se plantea que la
docentes participantes en el proyecto. implementación de la estrategia ABP apoyada en el uso de aulas
• Determinar los indicadores que dan cuenta de los móviles en las instituciones que participan en el proyecto de Meta
aspectos que intervienen en el desarrollo de Digital, incide en el desempeño de competencias laborales básicas
competencias didácticas de los profesores que participan tecnológicas de los estudiantes de décimo y undécimo grado y en
en el proyecto. el desempeño de competencias didácticas de los profesores. La
• Verificar los indicadores que dan cuenta del desarrollo hipótesis nula se orienta de determinar que no se encuentra
de las competencias laborales básicas de los estudiantes incidencia del al implementación de la estrategia ABP apoyada en
de décimo y undécimo grado que participan en el el uso de aulas móviles en las instituciones que participan en el
proyecto. proyecto de Meta Digital y el desarrollo de competencias
laborales básicas tecnológicas en los alumnos de décimo y
La metodología de investigación de carácter integral, es el undécimo grado, ni en las competencias didácticas de los
fundamento que se propone para la realización del proyecto, dado profesores.
que articula los métodos cualitativos y cuantitativos, con el objeto
de reconocer de forma amplia y detallada, la realidad escolar a Desde lo cualitativo, Se asume la etnografía desde la concepción
partir de las bondades que presenta cada uno de los dos enfoques antropológica y cultural, que la asume como un proceso de
(Bonilla, Rodríguez, 1995). Así, estos enfoques se complementan, descripción del estilo de vida de un grupo de personas (Martínez,
permitiendo determinar y cualificar algunos de los procesos que 1997). Esta investigación tiene un carácter holísta de los
se presentan en las instituciones participantes y además, explicar fenómenos globales en diferentes contextos y emplea una variada
lo que allí sucede. gama de técnicas para obtener sus datos (Goetz y LeCompte,
1988). Se proponen categorías de análisis referidas a los procesos
Lo cuantitativo pretende explicar los hechos a partir de relaciones prácticos de incorporación de la propuesta pedagógica al salón de
causa-efecto y el manejo de aspectos como la neutralidad y la clase en las instituciones participantes. De esta manera se busca
objetividad (León, Montero, 2003). Sin embargo esto no es dar cuenta de aspectos que permitan describir los procesos de
suficiente, pues el conocimiento es el resultado no sólo de la implementación, a partir de las categorías incluidas en las tablas 2
dimensión explicativa, sino también comprensiva del mundo, y 3. Las categorías de análisis contempladas para evidenciar las
mediada por construcciones simbólicas que permitan competencias laborales básicas tecnológicas de los estudiantes, se
complementar lo fáctico, contribuyendo a una visión histórico- orientan a dar cuenta de la Solución de problemas, el manejo
dialéctica de los hechos que se estudian. tanto de herramientas informáticas como de la información, el
manejo del enfoque de ciencia, tecnología y sociedad, de la
naturaleza de la tecnología y de comunicación.

63
CATEGORIA COMPETENCIA instrumentos cualitativos. A partir de este análisis se realiza la
triangulación de información y el análisis transversal de la
Solución de Capacidad para identificar problemas. información a nivel cualitativo y cuantitativo.
problemas
Capacidad para formular problemas.
Creación e Capacidad para realizar propuestas de CATEGORÍA COMPETENCIAS
innovación soluciones a problemas, de forma
creativa o innovadora. Capacidad para identificar las ideas de los
Conocimiento de estudiantes sobre la pertinencia del
Manejo Capacidad para usar herramientas computador para el aprendizaje de la
operativo informáticas. las ideas de los
estudiantes con disciplina.
Manejo de Capacidad para identificar acceder y respecto al uso de Capacidad para establecer juicios críticos
información manejar fuentes de información las tecnologías sobre los aprendizajes de los estudiantes a
CTS Capacidad de identificar de forma crítica, partir del uso de las tecnologías.
las relaciones entre sociedad y tecnología Capacidad para interpretar
Naturaleza de Capacidad para identificar conceptos conceptos básicos
la tecnología básicos en el uso de Tic asociados a la apropiación
de tecnologías.
Comunicación Capacidad de comunicarse utilizando las Tecnológico
Tic Capacidad para reconocer
el potencial de algunas
Tabla 1. Competencias laborales básicas tecnológicas herramientas tecnológicas
en la enseñanza.
Conocimiento del Capacidad para reconocer
Las categorías de análisis que dan cuenta del desarrollo de las contenido las características de los
competencias didácticas de los profesores, están aglutinadas en
conceptos básicos
cuatro categorías: Conocimiento de las ideas de los estudiantes
asociados a su disciplina en
con respecto al uso de las tecnologías, Conocimiento del
Área la media vocacional.
contenido tanto en el área disciplinar como en tecnología,
Conocimiento Pedagógico y Conocimiento del contextos. disciplinar Capacidad para identificar
La recolección de información durante el proceso de investigación las posibles correlaciones
se realiza mediante dos estrategias, paralelas y complementarias. de los conceptos de su
La primera de recolección permanente de realiza mediante el disciplina con aquellos
diligenciamiento de diarios de campo y la segunda de recolección asociados a las Tic
en momentos específicos del proceso, se realiza con la aplicación Capacidad para integrar el ABP con el
de encuestas tipo Licker, a manera de pretest y postest. Aprendizaje significativo.
La población objeto de estudio de la presente propuesta, está Capacidad para identificar el rol del
conformado por todos los estudiantes de grado décimo y once y Conocimiento maestro y el estudiante en la incorporación
los profesores de las de las instituciones participantes del pedagógico de TIC a los procesos de enseñanza-
proyecto, de los veintinueve municipios del departamento del aprendizaje
Meta.
Capacidad para incorporar el uso de
El proceso de investigación sigue las siguientes fases: tecnologías al ABP.
Revisión inicial: Esta fase consiste en realizar una revisión en Capacidad para desarrollar propuestas de
profundidad, de elementos teóricos y prácticos que guíen el enseñanza a través del uso de tecnologías
desarrollo de la propuesta de investigación, el diseño de comunicativas y colaborativas.
instrumentos y de ser necesario, la realización de ajustes a su Conocimiento del
formulación, con base en el análisis de un proceso de contexto Capacidad para relacionar el trabajo
caracterización de las comunidades escolares participantes en el académico del aula con factores locales y
proyecto. globales.
Recolección y procesamiento de información: En esta etapa se Tabla 2. Competencias didácticas de los docentes
inicia el proceso de ejecución propiamente dicha, de la
investigación. En esta etapa ajustan los instrumentos a utilizar Conclusiones e informe final: Con base en la interpretación previa
mediante pruebas de validez y se aplican en los diferentes grupos se estractan las conclusiones del estudio y se realiza un informe
de estudiantes y profesores de las instituciones participantes. final de investigación que da cuenta, tanto de esta conclusiones
como del proceso seguido.
Análisis e interpretación: En esta etapa se realiza el análisis
estadístico pertinente de los instrumentos cuantitativos aplicados
y el análisis de las categorías de análisis planteadas en los

64
3. CONCEPTOS FUNDAMENTALES actualmente es muy valorada por los empresarios y de gran
utilidad para cumplir con los requerimientos de adaptación al
3.1 Competencias laborales mundo de hoy (MEN, 2003)

En los últimos tiempos se ha hecho visible la necesidad de que el


sector educativo provea de una formación integral a los
estudiantes, que les permita independientemente de sus
condiciones socio económicas y culturales, actuar como
ciudadanos responsables e insertarse en la vida productiva del
país.
Los cambios en el sector económico, cultural y social, la
eliminación de las fronteras, los procesos de globalización, la
apertura de mercados y los avances en las tecnologías de la
información y la comunicación, han cambiado el contexto de vida
de nuestros jóvenes, haciendo exigencias diferentes que requieren
de ellos actitudes emprendedoras que les permitan “sobrevivir” en
un mundo en permanente cambio.
Por lo anterior, se hace necesario que la educación forme a los
jóvenes para emplear sus conocimientos y desarrollar habilidades
para responder ante diferentes situaciones, resolver problemas y
adaptarse a las condiciones de la sociedad actual. Figura1. Clasificación de las competencias laborales. (Tomado
de MEN, 2003:6)
Con base en esta reflexión, se ha planteado que la competencia
describe lo que una persona debe ser capaz de hace en el
desempeño de una función productiva, lo cual se evidencia en
El uso de aulas móviles en los procesos de enseñanza aprendizaje
criterios de desempeño, rango de aplicación, conocimientos,
de la educación media, aportan un elemento interesante de
comprensiones esenciales y evidencias requeridas (SED, 2004).
reflexión e indagación sobre su impacto en la formación de
Por su parte, el Ministerio de Educación Nacional define: nuestros estudiantes, en términos de la calidad de la misma a
partir de estrategias de uso en el aula de clase.
“Las competencias laborales son el conjunto de conocimientos,
habilidades y actitudes que aplicadas o demostradas en
situaciones del ámbito productivo, tanto en un empleo como en
una unidad para la generación de ingreso por cuenta propia, se 3.2 Competencia didáctica del conocimiento
traducen en resultados efectivos que contribuyen al logro de los del profesor
objetivos de la organización o negocio.” (MEN, 2003:5)
Las competencias laborales se dividen en generales o específicas Se toma como base el planteamiento de Shulman (1987), que
(MEN, 2003). Las primeras son las requeridas para desempeñarse reconoce el Conocimiento Didáctico del Contenido como una
en cualquier entorno social y productivo, sin importar el sector categoría fundamental a tener en cuenta a la hora de analizar el
económico, el nivel del cargo o el tipo de actividad, pues tienen el conocimiento base que se requiere para enseñar. Plantea el CDC
carácter de ser transferibles y genéricas4. Además, pueden ser como «...la especial amalgama de contenido y pedagogía,
desarrolladas desde la educación básica primaria y secundaria, y exclusiva de los profesores y conformadora de su quehacer
por su carácter, pueden coayudar en el proceso de formación de la profesional » (p.8).
educación superior y, una vez terminado este ciclo, a una vida
profesional exitosa. Grosman (1995), Calderhead(1996), Borko y Putnam (1996),
incorporan esta categoría en las clasificaciones que hacen acerca
A su vez, las competencias laborales específicas están orientadas a del conocimiento profesional del profesor. Desde esta perspectiva,
habilitar a un individuo para desarrollar funciones productivas el CDC incluye lo que los profesores saben sobre la disciplina que
propias de una ocupación o funciones comunes a un conjunto de enseñan y el saber acerca de cómo se enseña ese conocimiento,
ocupaciones. En el sector educativo, estas competencias han sido teniendo en cuenta las necesidades de aprendizaje de los
ofrecidas tradicionalmente por las instituciones de educación estudiantes.
media técnica.
En este sentido, la investigación se pregunta sobre como los
En este marco de ideas, las competencias tecnológicas que aportan procesos de formación que se adelantan en el departamento del
el uso de aulas móviles en los contextos educativos, se configuran Meta, incluyen preocupaciones acerca de las competencias
como competencias laborales específicas, busca responder a los tecnológicas y su relación con el proceso de enseñanza y
requerimientos del sector productivo, actualizar a los estudiantes aprendizaje de otras disciplinas, así como el modo como los
en el rápido avance tecnológico del mundo y generar profesores enseñan ese conocimiento particular, a partir del
especializaciones tempranas en los estudiantes, para asumir con reconocimiento de las necesidades de aprendizaje de sus
propiedad su proyecto de vida y facilitar la movilidad entre estudiantes. Todo lo anterior, como resultado de la inclusión del
distintas áreas de trabajo y sin limitar la polivalencia que computador e internet en sus prácticas al interior del aula de clase.

65
Para Valbuena (2007), quien toma a Grossman (1990: 5) como pedagógica, el uso de Tic en los procesos educativos y
referencia, las investigaciones fundamentalmente diferencian particularmente, sobre su impacto.
como componentes, cuatro grandes dominios:
Se destaca en la metodología empleada, que la combinación de
• El conocimiento de los contenidos, del objeto o materia elementos de carácter cualitativo y cuantitativo, enriquecen la
de enseñanza, que en adelante se llamará conocimiento mirada investigativa, permitiendo un mayor acercamiento al
del contenido disciplinar. fenómeno estudiado. Sin embargo es necesario también destacar
• El conocimiento pedagógico general. la enorme complejidad que ello implica en el análisis.
• El conocimiento necesario para enseñar un saber en En dos de las instituciones hay algunos elementos que permiten
particular, llamado evidenciar mejoras significativas en categorías de las
• Conocimiento Didáctico del Contenido (CDC) y competencias básicas tecnológicas de los estudiantes como
• El conocimiento del contexto. comunicación, manejo operativo y manejo de información.
Paradójicamente, ninguna de ellas presenta mejora en la categoría
Este estudio se identifica más con la postura de Gess-Newsome y de solución de problemas, mientras que en las restantes, es
Lederman (1999:12). Citado por Valbuena (2007) PCK equivale evidente. En esta línea se destaca que tan solo una institución no
a CDC, asume el CDC como un constructo organizador, ya que se registra ningún proceso de logro luego de la implementación de
alrededor de este confluyen los demás conocimientos y a partir de la propuesta pedagógica.
las transformaciones de esos conocimientos, precisamente, se Se puede afirmar que la realización de procesos de formación, es
construye el CDC, el cual constituye un sello de identidad del decir de talleres con los estudiantes, no es garantía de niveles de
saber profesional del profesor. logro en sus competencias básicas laborales tecnológicas. En
Investigar sobre cual es conocimiento profesional del profesor cambio, es de vital importancia la implementación realizada por
deseable, en cualquier comunidad, se constituye en una los docentes en sus espacios de trabajo académico en el aula, lo
preocupación fundamental que permite trazar los lineamientos cual aumenta su perspectiva de logro del manejo de sus
claros acerca de lo que sería un programa serio de Formación competencias didácticas.
Permanente de Maestros, a la luz de las necesidades del contexto En algunos casos, los resultados de las encuestas son superiores a
particular y sobre todo, teniendo como norte una educación de lo que se percibe en los registros de acompañamiento en aula. En
calidad para nuestros estudiantes. algunos casos se evidencia un manejo básico de la estrategia ABP
en los docentes y desorientación de los estudiantes, quienes no
pueden formular efectivamente un problema, argumentar su
3.3 Algunos resultados comprensión o planear una solución apoyada en Tic.
La recolección de información se realiza con una muestra inicial Esto lleva a plantear la necesidad de cualificar y seguir
de nueve municipios, mediante dos estrategias: aplicación de estimulando el trabajo en equipo desde el ABP e introducir
encuestas pretest y postest y registro permanente en diarios de nuevos elementos de reflexión en torno a las competencias
campo durante el proceso de acompañamiento. Para el análisis de laborales básicas tecnológicas.
la información se toma una muestra representativa de encuestas de
a los estudiantes de 10º y 11º, del 47% de total de la población, A pesar de que la estrategia de ABP, es compatible con enfoques
una muestra del 61% de los docentes y un número total de 162 pedagógicos de carácter constructivista y busca desarrollar
diarios de campo. procesos de aprendizaje significativos, las actividades orientadas
por los docentes y desarrolladas por lo estudiantes en clase,
Actualmente el proyecto se encuentra en análisis de resultados de indican la presencia de dinámicas tradicionales a las que se
un segundo grupo compuesto de diez municipios y de aplicación integran el uso de las Tic y la estrategia de ABP.
del prestest en lso restantes diez municipio, lo cual implica que
los resultados obtenidos hasta el momento son parciales. Esta puede ser una de las causas por la cual en la práctica se
observa un manejo básico de esta estrategia, lo cual incida que el
Hasta el momento se encuentra en términos generales, que en seis desarrollo de competencias tanto en estudiantes como en
de los diez casos, se registra en las instituciones de los municipios docentes requiere de cambios que no son asunto exclusivo de
participantes en la segunda fase realizada en el segundo semestre cambio de recursos de apoyo como las Tic móviles; se requiere de
de 2009, un mejor nivel tanto en el manejo de la competencias un cambio profundo en las formas de trabajo en el aula.
básicas laborales tecnológicas de los estudiantes, como en el de
competencias didácticas de los docentes.
Las categorías que presentan mejores niveles de logro hasta el
momento, son las de solución de problemas y creación e BIBLIOGRAFIA
innovación, mientras que la categoría de comunicación es la que
comparativamente, registra un menor nivel de ascenso, en el caso [1] BONILLA-CASTRO, Elsy., RODRÍGUEZ.
de los estudiantes. En el caso de los de los docentes se encuentra Penélope. (1997) Más allá del dilema de los
mejores niveles de logro en todas las categorías propuestas. métodos. Editorial Norma. Santafé de Bogotá.
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68
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

INCIDENCIA DE LAS AULAS DIGITALES EN EL


DESARROLLO DE COMPETENCIAS BÁSICAS
LABORALES TECNOLÓGICAS EN LA EDUCACIÓN MEDIA
Ruth Molina Vásquez Sergio Briceño Castañeda
Universidad Distrital Francisco José de Caldas Proyecto Meta Digital
Colombia Colombia
rmolinav@udistrital.edu.co Serabri.castaneda@gmail.com

RESUMEN
Esta ponencia presenta los resultados del proceso de investigación
Esta inquietud es retomada y ampliada en el Proyecto Meta
en diez instituciones que en el año 2009 participaron en la Fase II
Digital, en el cual desde el punto de vista investigativo se busca
del proyecto Meta Digital. Esta investigación buscaba determinar
determinar las características de las competencias que tanto
la incidencia que tiene en el desarrollo de competencias básicas
estudiantes como docentes desarrollan, a partir de la
laborales tecnológicas en los jóvenes de educación media, una
implementación de una propuesta pedagógica fundamentada en el
propuesta pedagógica basada en la estrategia de Aprendizaje
Aprendizaje Basado en Problemas –ABP-, y apoyada en el uso de
Basado en Problemas –ABP- apoyada en el uso de aulas móviles,
tableros digitales e Internet. aulas móviles en las instituciones educativas que participan en el
proyecto.
Categorías y Descriptores En la experiencia de implementación del Proyecto Meta Digital
I.2.6 Metodologías de computación – Inteligencia Artificial – desde el año 2009 participan instituciones de 29 municipios del
Aprendizaje. departamento y desarrolla un trabajo con estudiantes y docentes.
Los resultados de investigación que se presentan a continuación,
aluden la indagación realizada en nueve instituciones educativas,
Palabras clave con los estudiantes de educación media. Estas instituciones han
Aulas móviles, competencias básicas laborales tecnológicas, participado en un proceso de fase inicial de sensibilización frente
educación media. al uso de aulas móviles y tablero digital y una segunda fase de
acompañamiento fundamentada en procesos de formación,
asesoría y seguimiento en aula en temáticas de ABP, manejo
tecnológico y diseño. Una fase subsiguiente se orienta a realizar
1. INTRODUCCION procesos de sostenibilidad de la experiencia, a partir de la
producción de contenidos y la reestructuración curricular.
Procesos de investigación realizados con anterioridad en el
departamento del Meta, han mostrado el impacto que tiene el uso
de computadores portátiles e internet en el aprendizaje, desde el
punto de vista del desarrollo de competencias en las áreas básicas 2. SOBRE EL PROCESO DE
de conocimiento, (Briceño et al, 2008; Molina & Ruiz, 2008). A INVESTIGACIÓN
partir de estos trabajos, surgen inquietudes sobre el desarrollo de
competencias tecnológicas que no están contenidas en los
estándares de estas áreas básicas y que sucede con las Con base en el interés de la Gobernación del Departamento del
competencias que desarrollan los docentes. Meta, en implementar este tipo de experiencias con docentes y
estudiantes de educación media, el componente investigativo del
Proyecto Meta Digital, busca abordar el impacto que las aulas
móviles tienen en la formación en la educación media que reciben
los estudiantes que participan en la propuesta y en sus maestros en
Molina, Ruth., Briceño, Sergio . (2010). Incidencia de las aulas digitales en el desarrollo términos de la cualificación de sus competencias.
de competencias básicas laborales tecnológicas en la educación media.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 69-74, Santiago de Chile.

69
El problema de investigación se especifica en el caso de la Solución de problemas: la capacidad que desarrollan los
indagación con los estudiantes, en la siguiente pregunta de estudiantes para identificar las situaciones problemas de su
investigación: contexto, identificar sus causas, los aspectos que lo componen
para así poder comprenderlo, la capacidad de formular de forma
¿Cuál es la incidencia en el desarrollo de competencias laborales clara, sencilla y coherente problemas del contexto en relación con
básicas – específicas tecnológicas en los jóvenes, que se generan las áreas de conocimiento.
con la estrategia de Aprendizaje Basado en Problemas –ABP-
apoyada en el uso de aulas móviles, tableros digitales e Internet en Creación e innovación: capacidad para proponer diversas
las instituciones que participan en el proyecto de meta digital? soluciones a los problemas planteados a partir de ideas novedosas
o innovadoras, utilizando materiales y/o programas diversos o a
partir de otras soluciones.
El objetivo general del proyecto de investigación es determinar Manejo operativo: involucra la competencia de uso de las
los tipos y características de las competencias laborales básicas y herramientas informáticas, lo cual significa tener la habilidad para
laborales específicas de carácter tecnológico, desarrolladas por los su uso a nivel técnico, desarrollar criterios que les permitan a los
estudiantes de décimo y undécimo grado de las instituciones que estudiantes seleccionar la herramienta adecuada para cada trabajo
participan en el proyecto de Meta Digital. Este objetivo implica de de acuerdo con sus necesidades, su manejo fluido, y por supuesto,
igual manera, verificar los indicadores que dan cuenta del el manejo adecuado tanto de herramientas de comunicación como
desarrollo de estas competencias laborales básicas tecnológicas de herramientas de colaboración.
para poder describir sus niveles de desarrollo.
Manejo de información: capacidad de los estudiantes para buscar,
La investigación recurre a una metodología de carácter integral, identificar y seleccionar información en la red, para lo cual es
que articula métodos cualitativos y cuantitativos, con el objeto de necesario que identifiquen de forma clara las fuentes de
reconocer de forma amplia y detallada, la realidad escolar a partir información de acuerdo con su ubicación, temáticas que tratan,
de las ventajas de cada método (Bonilla & Rodríguez, 1995), los características de la información que contienen, y con una mirada
cuales se complementan y permiten cualificar algunos de los crítica de acuerdo con su coherencia y confiabilidad.
procesos y además, explicar lo que allí sucede.
Ciencia, Tecnología y sociedad: capacidad para identificar
Desde lo cuantitativo se acude a un diseño metodológico cuasi críticamente, no solo el concepto de tecnología, sino las
experimental de grupo control no equivalente (Cambell y Stanley, relaciones que esta establece tanto con la ciencia como con los
1970) con una observación inicial o pretest y una final o postest, a contextos sociales y culturales de la humanidad.
partir de la aplicación de una encuesta, entendida como el
instrumento orientado a determinar las creencias, opiniones, Naturaleza de la tecnología: capacidad para identificar el concepto
motivaciones y conductas de las personas, o a hechos de tecnología, sus características y reconocer a las Tic como
relacionados con su pertenencia a diversos grupos sociales en expresiones particulares y diferenciarlas de otras tecnologías.
relación con lo que las personas piensan, sienten y hacen
Comunicación: capacidad para establecer conexiones
(Kerlinger, 1988). Se aplican instrumentos elaborados en escala
comunicativas con otras personas utilizando las Tic como
Licker, a los estudiantes de 10º y11º, que indaga sobre la
mediadoras, reconocer las reglas de comunicación en la red y
presencia de los indicadores de cada competencia laboral básica
ponerlas en práctica en sus comunicaciones cotidianas, recocer las
tecnológica.
ventajas que ofrecen las Tic y hacer uso efectivo de las
Desde lo cualitativo, se acude a una indagación etnográfica, que herramientas y plataformas a su alcance.
recoge los elementos centrales del trabajo de aula utilizando la
estrategia de ABP con el apoyo de las aulas móviles, compuestas
por computadores portátiles, Internet y tablero digital. Estos
elementos son recogidos en diarios de campo, realizados de forma 3. ALGUNAS CONSIDERACIONES
no participante (Bonilla y Rodríguez, 1997), a partir de las notas TEÓRICAS
que se toman directamente en el aula de clase a medida que
transcurren las actividades programadas previamente por el
docente y el formador con apoyo de los computadores portátiles, En los últimos tiempos se ha hecho visible la necesidad de que el
Internet y tablero digital. sector educativo provea de una formación integral a los
estudiantes, que les permita independientemente de sus
Las categorías de análisis se definen con base en una revisión condiciones socio económicas y culturales, actuar como
teórica de la literatura referida a la educación en el mundo ciudadanos responsables e insertarse en la vida productiva del
productivo y las competencias laborales en la educación media país.
(MEN, 2007), las competencias tecnológicas de los estudiantes
(Del Cerro y Llorente, 2005) y su apropiación (Cabello y Los cambios en el sector económico, cultural y social, la
Moyano, sf), luego de lo cual se realiza una matriz con siete eliminación de las fronteras, los procesos de globalización, la
categorías, en la que se busca compendiar las competencias en apertura de mercados y los avances en las tecnologías de la
que son comunes en los diferentes documentos y que además son información y la comunicación, han cambiado el contexto de vida
coherentes con la propuesta pedagógica del Proyecto Meta de nuestros jóvenes, haciendo exigencias diferentes que requieren
Digital. Estas competencias se aglutinan por categorías, así: de ellos actitudes emprendedoras que les permitan “sobrevivir” en
un mundo en permanente cambio.

70
Por lo anterior, se hace necesario que la educación forme a los 4. RECOLECCIÓN DE INFORMACIÓNY
jóvenes para emplear sus conocimientos y desarrollar habilidades
para responder ante diferentes situaciones, resolver problemas y DISCUSIÓN DE RESULTADOS
adaptarse a las condiciones de la sociedad actual. Con base en esta
reflexión, se ha planteado que la competencia describe lo que una La recolección de información se realiza mediante dos estrategias:
persona debe ser capaz de hace en el desempeño de una función aplicación de encuestas y registro permanente en diarios de campo
productiva, lo cual se evidencia en criterios de desempeño, rango durante el proceso de acompañamiento. Para el análisis de la
de aplicación, conocimientos, comprensiones esenciales y información se toma una muestra representativa de encuestas de
evidencias requeridas (SED, 2004). los estudiantes de 10º y 11º, del 47% de total de la población y un
número total de 162 diarios de campo.

Por su parte, el Ministerio de Educación Nacional define: Con respecto a los resultados de las encuestas, en términos
generales se encuentra que en seis de los diez casos, se registra en
“Las competencias laborales son el conjunto de las instituciones de los municipios participantes en la segunda
conocimientos, habilidades y actitudes que aplicadas o fase realizada en el segundo semestre de 2009, un mejor nivel en
demostradas en situaciones del ámbito productivo, el manejo de la competencias básicas laborales tecnológicas de los
tanto en un empleo como en una unidad para la estudiantes. Las categorías que presentan mejores niveles de logro
generación de ingreso por cuenta propia, se traducen son las de solución de problemas y creación e innovación,
en resultados efectivos que contribuyen al logro de los mientras que la categoría de comunicación es la que
objetivos de la organización o negocio.” (MEN, comparativamente, registra un menor nivel de ascenso.
2003:5)
Las competencias laborales se dividen en generales o específicas
(MEN, 2003). Las primeras son las requeridas para desempeñarse
en cualquier entorno social y productivo, sin importar el sector
económico, el nivel del cargo o el tipo de actividad, pues tienen el
carácter de ser transferibles y genéricas.
Además, pueden ser desarrolladas desde la educación básica
primaria y secundaria, y por su carácter, pueden coayudar en el
proceso de formación de la educación superior y, una vez
terminado este ciclo, a una vida profesional exitosa.
A su vez, las competencias laborales específicas están orientadas a
habilitar a un individuo para desarrollar funciones productivas
propias de una ocupación o funciones comunes a un conjunto de
ocupaciones. En el sector educativo, estas competencias han sido
ofrecidas tradicionalmente por las instituciones de educación
media técnica.
En este marco de ideas, las competencias tecnológicas que aportan
el uso de aulas móviles en los contextos educativos, se configuran
como competencias laborales específicas, busca responder a los
requerimientos del sector productivo, actualizar a los estudiantes Tabla 1. Resultados en porcentaje promedio de las categorías
en el rápido avance tecnológico del mundo, generar de competencias básicas laborales tecnológicas de los
especializaciones tempranas en los estudiantes para asumir con estudiantes de educación media
propiedad su proyecto de vida y facilitar la movilidad entre
distintas áreas de trabajo. Esto conlleva a no limitar la Con respecto a la categoría de solución de problemas, los
polivalencia que actualmente es muy valorada por los empresarios estudiantes perciben que han mejorado su capacidad de identificar
y de gran utilidad para cumplir con los requerimientos de problemas, dado que identifican sus causas y pueden dar
adaptación al mundo de hoy (MEN, 2003). argumentos que demuestran su comprensión de estos. Se muestran
El uso de aulas móviles en los procesos de enseñanza aprendizaje cambios positivos en la capacidad para formular problemas,
de la educación media, aportan un elemento interesante de puesto que pueden identificar los componentes del mismo y
reflexión e indagación sobre su impacto en la formación de organizarlos de forma coherente. Esto se observa en la
nuestros estudiantes, en términos de la calidad de la misma a disminución de los porcentajes de estudiantes que se encuentran
partir de estrategias de uso en el aula de clase. En este marco completamente en desacuerdo, en desacuerdo e inseguros frente a
general se encuentran las competencias laborales básicaa la presencia de estas competencias y el ligero aumento del
tecnológicas que se busca indagar en los estudiantes y que se porcentaje de estudiantes que se encuentran en acuerdo o
describen como categorías de análisis de la investigación. completamente de acuerdo con poseer estas competencias.

Se observa en la implementación de la propuesta pedagógica, que


en ocasiones, a pesar de que el diseño de la clase sea en relación
con el ABP, persiste la transmisión de saberes, o una didáctica

71
centrada en los contenidos, en la cual son evidentes los las clases; las intervenciones de los docentes tienen que ver con
conocimientos del profesor sobre su disciplina, pero no las correcciones de contenido:
relaciones que establece con las posibilidades que ofrecen las TIC
móviles incorporadas al proceso de enseñanza-aprendizaje, ni su “El docente encendió su computador portátil y llamó al
conocimiento sobre las ideas de los estudiantes respecto al uso de primer grupo. Los estudiantes pasaron con una memoria
aquéllas. USB en la que tenían la presentación… Una vez se
abrió la presentación, los estudiantes se acercaron y el
En otras ocasiones sucede lo contrario: se deja a los estudiantes docente leyó cada una de las diapositivas, haciendo las
que trabajen sin mayor orientación previa, como si se confiara correcciones que él consideraba pertinentes”. Clase de
demasiado en sus competencias para manejar información, Ciencias Naturales, grado 11
seleccionar y utilizar herramientas de apoyo, y resolver problemas
propuestos. Aunque de manera incipiente, se advierte que la capacidad de
apropiación de las expresiones tecnológicas, incide en la
Los estudiantes a veces responden con una organización grupal creatividad de los estudiantes para aprovechar mejor las
espontánea con funciones bien distribuidas, lo que evidencia que herramientas y proporcionar comodidad en su uso.
trabajan con ABP y que ponen en juego sus competencias de
solución de problemas y comunicación. Con respecto a la categoría de manejo de información, no se
encuentran diferencias significativas en el desarrollo de
En algunos casos en donde la didáctica se inclina por la competencias relacionadas con la capacidad para identificar,
transmisión de contenidos o se centra en el estudiante, está acceder y manejar efectivamente fuentes de información de
ausente la socialización posterior sobre la solución de problemas acuerdo a su coherencia y utilidad, pues a pesar de que disminuye
o planteamiento de actividades, lo que daría al docente un el porcentaje de estudiantes que se encuentran completamente en
conocimiento del contexto desde el cual se apoyan sus estudiantes desacuerdo, los inseguros y los que están de acuerdo, aumentan
para el trabajo en aula. el porcentaje de quienes están en desacuerdo y completamente de
acuerdo.
También se observan cambios en la categoría de Creación e
innovación, que permiten afirmar que los estudiantes perciben un Pese a lo anterior, durante la implementación se observa que es tal
mayor nivel de desarrollo de sus competencias laborales básicas el interés de algunos estudiantes que en ocasiones usan una
tecnológicas, referidas a la identificación y formulación de combinación de expresiones tecnológicas recientes (computador,
problemas, en donde se encuentra la identificación de sus causas, internet, celular, tablero digital, etc.) con expresiones tecnológicas
componentes y opciones de solución. tradicionales (tablero, láminas didácticas, cuaderno, etc.) con el
propósito de dar solución a un problema o ejercicio planteado.
En la categoría de manejo operativo, se encontró un aumento
significativo entre la primera y la segunda aplicación, en el Por supuesto tal práctica se empieza a observar de forma
porcentaje de estudiantes que se mostraron de acuerdo o generalizada en las instituciones a media que pasa el tiempo de
completamente de acuerdo con poseer competencias relacionadas implementación y se logra advertir en algunas instituciones, que
con el uso fluido de herramientas informáticas de propósito dicha combinación de expresiones tecnológicas se produce no
general, con el manejo de herramientas en red como correo
electrónico, foros, chat, wikis y blogs.

Tabela 3. Avaliação do software “Tabela


Periódica Virtual 2.0” quanto as características
propostas por Longmire (2000)

La percepción de mejorar en as competencias referidas a esta pocas veces por iniciativa de los estudiantes, sin imposición o
categoría se corrobora con lo observado en la implementación de sugerencia de los profesores, lo cual sugiere que hay un manejo
la propuesta pedagógica, pues los estudiantes demuestran en sus operativo y de información razonable en ambos casos.
trabajos y actividades de clase, que manejan con cierta propiedad De acuerdo con la percepción de los estudiantes, en la categoría
las herramientas básicas utilizadas para las clases. de ciencia, tecnología y sociedad –CTS- se presenta un leve
aumento, en el desarrollo de las competencias relacionadas con la
Son pocos los casos en que los y las docentes, o los formadores, capacidad para identificar de forma crítica, las relaciones entre
intervienen para aclarar a los estudiantes cómo utilizar una sociedad y tecnología, diferenciando el uso de la tecnología con
herramienta, un programa o una de las aplicaciones elegidas para

72
propósitos sociales y la identificación de su impacto tanto en la atentos de resolverlo directamente en su hoja con el
sociedad como en la cultura. apoyo de sus compañeros. A los diez minutos hace una
socialización sobre las respuestas y da paso a desarrollar
Este leve cambio, se observa en el ligero aumento en los el segundo punto”. Clase de Español, grado 10º
porcentajes de estudiantes que manifestaron estar completamente
en completamente de acuerdo y de acuerdo, con poseer estas Estas situaciones muestran el rol activo asociado al activismo
competencias y la disminución de los porcentajes en la opción en escolar: quien lo ejerce suele prescindir de la planeación, actúa de
desacuerdo e inseguro. manera impulsiva, interesado únicamente en cumplir un
propósito, una meta, sin que haya mayor claridad de la ruta que
En la categoría de naturaleza de la tecnología, la mayoría de los seguirá para alcanzarla (Briceño, et all, 2008).
estudiantes se mostraron de acuerdo y completamente de acuerdo
con poseer las competencias contenidas en esta categoría. El Este tipo de desempeños sugieren la necesidad de seguir
porcentaje de quienes estaban de acuerdo pasó o completamente estimulando el trabajo en equipo desde pedagogías como el ABP
de acuerdo, aumentan, mientras que diminuyen los porcentajes de e introducir nuevos elementos de reflexión en torno a las
completamente en desacuerdo, en desacuerdo e inseguro. competencias laborales básicas tecnológicas. Pero al mismo
tiempo insinúa que hay grupos de estudiantes entusiastas, activos,
Esto indica que hay un aumento moderado en las competencias interesados en participar en esta clase de propuestas.
relacionadas con la identificación del concepto de tecnología, sus
características, el nivel de explicación que se puede dar de ellas, y
las diferencias que pueden establecer entre las TIC y otro tipo de
tecnologías, tanto en sus componentes como avances logrados. 5. ASPECTOS DE REFLEXIÓN
En la última categoría de comunicación, se presenta un aumento
leve de los porcentajes de estudiantes que afirman estar de A partir de los resultados se plantean una reflexión permanente
acuerdo y completamente de acuerdo, en contraste con la sobre las características de la implementación de la propuesta
disminución del porcentaje de estudiantes que estuvieron pedagógica, el uso de Tic en los procesos educativos y
completamente en desacuerdo e inseguros, entre la primera y la particularmente, sobre su impacto, en este caso, en las
segunda aplicación, mientras que la opción de desacuerdo competencias básicas laborales tecnológicas de los estudiantes.
permaneció igual.
Sse destaca en la metodología empleada, que la combinación de
elementos de carácter cualitativo y cuantitativo, enriquecen la
En la percepción de los estudiantes se observa polarización de mirada investigativa, permitiendo un mayor acercamiento al
opiniones, lo cual neutraliza el nivel de percepción de desarrollo fenómeno estudiado. Sin embargo es necesario también destacar
de la competencia, referida a tener en cuenta las normas para la enorme complejidad que ello implica en el análisis.
comunicarse con otros utilizando las Tic, reconocer sus ventajas y
hacer uso efectivo de ellas. En dos de las instituciones hay algunos elementos que permiten
evidenciar mejoras significativas en categorías como
El análisis de los diarios de campo revela que a algunos docentes comunicación, manejo operativo y manejo de información.
se les dificulta concebir propuestas de enseñanza a través de TIC. Paradójicamente, ninguna de ellas presenta mejora en la categoría
Por ello, aunque propongan problemáticas a resolver y propicien de solución de problemas, mientras que en las restantes, es
espacios de trabajo en equipo, la dinámica de algunos espacios de evidente.
clase aún responde a la centralidad del docente en el proceso de Tan solo una institución no se registra ningún proceso de logro
aprendizaje. luego de la implementación de la propuesta pedagógica.

Por su parte, algunos estudiantes tampoco logran vincular el uso Se puede afirmar que la realización de procesos de formación, es
de TIC con sus aprendizajes formales, adquiridos en el colegio. decir de talleres con los estudiantes, no es garantía de niveles de
Muestra de ello es que el nivel de manejo operativo es bajo en logro en sus competencias básicas laborales tecnológicas. En
herramientas poco novedosas por lo cual optan por volver a las cambio, es de vital importancia la implementación realizada por
tecnologías tradicionales. los docentes en sus espacios de trabajo académico en el aula.
En algunos casos, los resultados de las encuestas son superiores a
Con respecto a la solución de problemas, se observa lo que se percibe en los registros de acompañamiento en aula. En
frecuentemente que mientras el docente se dirige a la clase para algunos casos se evidencia un manejo básico de la estrategia ABP
exponer el problema a resolver, algunos estudiantes lo ignoran, en los docentes y desorientación de los estudiantes, quienes no
pues lo que les interesa es dar solución rápida a la actividad. pueden formular efectivamente un problema, argumentar su
Tratan de asumir la competencia como puente o pretexto para comprensión o planear una solución apoyada en Tic.
comunicarse con los pares más próximos:
Esto lleva a plantear la necesidad de cualificar y seguir
“Mientras desarrollaban el ejercicio, los estudiantes se estimulando el trabajo en equipo desde el ABP e introducir
interrogaban entre ellos buscando colaboración para nuevos elementos de reflexión en torno a las competencias
resolverlo, el docente hace preguntas sobre el taller pero laborales básicas tecnológicas.
pocos estudiantes atienden al docente ya que están más

73
Las encuestas muestran medio en las competencias de las
categorías de manejo operativo y manejo de información, sin
embargo se observa en el aula, que los estudiantes, sin la
sugerencia de los docentes, incluyen el uso de otro tipo de
tecnologías, integrándolas al desarrollo de las actividades, lo que
resalta la importancia el conocimiento fáctico.
A pesar de que la estrategia de ABP, es compatible con enfoques
pedagógicos de carácter constructivista y busca desarrollar
procesos de aprendizaje significativos, las actividades orientadas
por los docentes y desarrolladas por lo estudiantes en clase,
indican la presencia de dinámicas tradicionales a las que se
integran el uso de las Tic y la estrategia de ABP.
Esta puede ser una de las causas por la cual en la práctica se
observa un manejo básico de esta estrategia, lo cual incida que el
desarrollo de competencias requiere de cambios que no son
asunto exclusivo de cambio de recursos de apoyo como las Tic
móviles; se requiere de un cambio de base en las formas de
trabajo en el aula.

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Consultado: Agosto 8 de 2009.

74
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

LAS TECNOLOGÍAS COMO MEDIADORAS EN LA


CONSTRUCCIÓN DEL CONCEPTO DE TECNOLOGÍA

Ruth Molina Vásquez


Universidad Distrital Francisco José de Caldas
Colombia
rmolinav@udistrital.edu.co

RESUMEN
Uno de los aspectos más complejos en la educación en tecnología, Palabras clave
es de hecho, la dificultad en la precisión del concepto de Hipótesis de progresión, Concepción de tecnología, concepciones
tecnología, en muchos casos concebida como ciencia aplicada o iniciales, conocimiento escolar.
puramente instrumental. El presente trabajo busca de determinar
las concepciones iniciales de niños de 7º grado, sobre lo que es la
tecnología, en el marco del proyecto de tesis doctoral titulado
CONSTRUCCIÓN DE CONOCIMIENTO ESCOLAR SOBRE
1. UNA BREVE INTRODUCCIÓN SOBRE
EL CONCEPTO DE TECNOLOGÍA EN UNA RED VIRTUAL EL CONTEXTO DEL ESTUDIO
DE APRENDIZAJE.
Este estudio busca determinar las concepciones iniciales que
Conceptualmente, este trabajo se fundamenta en la concepción de
tienen los estudiantes sobre la tecnología, aportando una línea de
Hipótesis de progresión, entendida como una estrategia de
base a partir de la cual se espera hacer posteriores aportes a la
organización de contenidos conceptuales que busca organizar
construcción de este conocimiento escolar.
niveles de complejidad de los mismos, desde una mirada dinámica
y evolutiva (García, 1998). Sobre las percepciones de ciencia y tecnología, en Colombia se
han adelantado algunos estudios (Diaz, 2007), por parte de
Así, a partir de una hipótesis de progresión sobre el concepto de
Colciencias con el apoyo de la Asociación Colombiana para el
tecnología, se analizan las concepciones que presenta un grupo de
avance de la ciencia -ACAC-, con el propósito de realizar
niños de séptimo grado, que se configuran como un grupo piloto
seguimiento y evaluación de los procesos de apropiación social de
de una prueba inicial, desde tres niveles de complejidad: nivel
la CI+I.
inicial o instrumental, nivel intermedio de sistemas tecnológicos y
nivel de referencia, el cual se destaca por una mirada humanística El último se llevó a cabo con bogotanos mayores de 16 años,
de la tecnología. mediante una encuesta realizada con la técnica de interceptación
personal, la cual muestra el interés por la ciencia y la tecnología
Se presentan la fundamentación de teórica y metodológica del
ocupa un lugar moderado en las preferencias y está correlacionado
estudio, los instrumentos utilizados, las categorías de análisis y
con la edad, el nivel educativo y el género, a pesar de tener en
una interpretación de los resultados, en el entendido que son
general una alta percepción de su utilidad social (Diaz, 2007).
parciales, dado que corresponde a una pequeña muestra, que con
base en los ajustes posteriores del instrumento, espera ampliarse En el estudio realizado por Constantinou, Rodothea y
significativamente. Papadouris (2010) con 132 estudiantes de séptimo y octavo grado,
mediante encuestas y entrevistas, se busca determinar hasta qué
Categorías y Descriptores punto diferencian los objetivos de la ciencia y la tecnología y
cómo son las concepciones que prevalecen en esta comparación.
I.2.6 Metodologías de computación – Inteligencia Artificial –
Aprendizaje. Los resultados muestran que no se establecen diferencias y hay
una vaga noción de estos dominios basada en una amplia variedad
Área: Nuevas tendencias en el de criterios no sistemáticos; la edad y el nivel educativo tienen
aprendizaje con tecnología digital. Metodologías de uso de TIC impacto significativo sobre la validez y la sistematicidad de los
de apoyo al aprender. patrones de respuesta; existen dificultades epistemológicas que
Molina, Ruth. (2010). Las Tecnologías como Mediadoras en la Construcción del
influyen en los intentos de los participantes para diferenciar y
Concepto de Tecnología. En j. Sánchez (ed.): Congreso Iberoamericano de Informática
Educativa, Volumen 1, pp 75-81, Santiago de Chile.

75
explorar las interconexiones entre los dos campos (Constantinou, trasciende las explicaciones del primero e implica una
Rodothea &Papadouris, 2010). reelaboración de los segundos, ajustada a las características de la
escuela, con epistemologías diferentes, actores particulares,
En consonancia, se señala que los estudiantes tienden a interpretar
maneras de producción y validación diferentes (Rodrigo, 1994).
la tecnología como un campo vinculado a la calidad de vida y la
restringen a artefactos modernos como computadoras o a sus La construcción del conocimiento escolar es entendida como la
productos finales (Burns, 1992), sin reconocer otros componentes complejización del mundo próximo a los alumnos, con miras a
como los procesos, la invención o la creatividad en el diseño hacer un acercamiento a los problemas que corresponden a la
(Scherz & Oren, 2006). esfera del conocimiento científico y tecnológico, realizando una
integración didáctica de diversas formas de conocimiento
(Valbuena, 2007), que no se oponen, sino que establecen procesos
de continuidad (García, 1998).
2. DESCRIPCIÓN GENERAL DEL
El conocimiento escolar, se organiza y jerarquiza
ESTUDIO permanentemente en un sistema procesual, constructivo,
En la situación problema se encuentra que el área de formación en evolutivo, propio de la escuela que aborda elementos relevantes
tecnología e informática es relativamente reciente en el país1 y del contexto (Martínez, 2000), y se fundamenta en elementos
solo hasta el año 2008 el MEN publica las orientaciones para el epistemológicos y complejos, constructivistas, orientados a la
trabajo en educación básica y secundaria. De otra parte, los evolución, construcción y negociación de conocimiento, el
resultados de investigación muestran que el 70% de los docentes aprendizaje significativo y la interacción social (García, 1998).
del área no han sido formados en ella y que la orientación en la Estos referentes dan pie a la formulación de una progresión que
educación básica secundaria y media, es fundamentalmente da cuenta de los procesos realizados, los cambios en los sistemas
técnica (Briceño, Munévar, Molina y Lugo, 2006). Esta mirada de ideas, la progresión conceptual, procedimental, actitudinal y
operativa se evidencia en la formación inicial de los docentes, en procesos de interacción en la construcción de conocimiento
la cual es escasa la reflexión sobre el sentido de la tecnología escolar (García, 1998).
(Rueda, 2006)
Así, se plantea la hipótesis de progresión, entendida como los
Las Orientaciones generales para la educación en tecnología niveles jerarquizados para la organización dinámica del
(MEN, 2008), incluyen cuatro componentes de los cuales el conocimiento escolar, como un sistema de ideas, que permite la
denominado Naturaleza y evolución de la tecnología, se ocupa de transición entre ellos, de forma procesual, relativa, en continua
la formación conceptual, que en el grupo de grades de sexto y interacción con otros sistemas y que se concreta en una hipótesis
séptimo la siguiente competencia: de progresión, que se refiere tanto a un contenido concreto, como
“Reconozco principios y conceptos propios de la tecnología, así a un conjunto de contenidos conectados en tramas (García, 1994).
como momentos de la historia que le han permitido al hombre Estas tramas conceptuales se jerarquizan en formas de
transformar e entorno para resolver problemas y satisfacer organización (García, 1998), que corresponden a un primer nivel
necesidades” (MEN, 2008: 20) de Conceptos metadisciplinares integradores que constituyen un
Esta guía general no profundiza en el proceso de construcción del marco de referencia; un segundo nivel comprende la red de
concepto de tecnología, lo cual muestra la necesidad de investigar interacciones, tramas de contenido y campos conceptuales que
sobre su formación en el ámbito escolar, a partir de las permiten concretar didácticamente las relaciones entre las ideas; y
concepciones iniciales de los estudiantes. Esto lleva a plantean los un tercer nivel de organización de campos conceptuales
siguientes interrogantes ¿Cuál es la concepción de tecnología que integrados que permiten reconocer elementos didácticos
tienen los estudiantes de séptimo grado?, ¿Éstas concepciones se favorables para su comprensión.
pueden categorizar de acuerdo con la evolución del concepto?, de El concepto de tecnología se ha construido de forma dinámica,
ser así ¿En cuál nivel de concepción de tecnología se encuentran procesual y evolutiva, que permite pensar en la posibilidad de
los estudiantes de un grupo de séptimo grado? organizarlo en una hipótesis de progresión, con un primer nivel
Por lo anterior el presente estudio tiene como objetivo, determinar desde la perspectiva técnica, un segundo nivel desde la
las concepciones iniciales que tienen los estudiantes de séptimo perspectiva de sistemas tecnológicos, y un tercer nivel desde una
grado, sobre el concepto de tecnología, para lo cual se plantean visión humanista y de interrelación con la cultura y la sociedad.
una mirada desde el planteamiento de una hipótesis de progresión En la perspectiva técnica, se ubica la concepción predominante
del concepto. de la tecnología como ciencia aplicada, (Layton, 1974, citado por
Cupani, 2006; Bunge, 1966, Fleming, 1989; Kline, 1985, citados
3. HIPÓTESIS DE PROGRESIÓN SOBRE por Acevedo, 2003), el desarrollo tecnológico como un objeto de
EL CONCEPTO DE TECNOLOGÍA conocimiento de reducida dignidad e importancia, que depende
exclusivamente de la investigación científica, la tecnología como
El conocimiento que se construye en el contexto escolar se la construcción y uso de instrumentos para la proyección de los
concibe de forma particular y diferenciada del conocimiento órganos humanos (Kapp, 1887; citado por Cupani, 2006) como
cotidiano y del conocimiento científico y tecnológico, pues artefactos que buscan el dominio de la naturaleza (Hronzsky,
2001).

1
Solo aparece a partir de la promulgación de la Ley General de
Educación en 1994.

76
5. PRESENTACIÓN DE RESULTADOS
Desde la perspectiva de sistemas tecnológicos, se entiende la
tecnología vinculada a la naturaleza del hombre (Ortega y Gasset,
1983), es un sistema complejo, compuesto por materiales, agentes
humanos y relaciones de transformación, lo cual flexibiliza la Catego- Nivel inicial Nivel intermedio Nivel referencia
rías (Técnico) (Sist tecnológico (Humanístico)
interpretación de los aparatos, como elementos culturales
interrelacionados a nivel simbólico, práctico y axiológico Naturalez Producción de Producción de bienes Manejo de artefactos
(Quintanilla, 1993-1994). a de la artefactos simbólicos o culturales, tecnológicos,
tecnolo- tecnológicos. a partir del uso de la sociales y culturales
Desde la perspectiva humanista, se considera que la tecnología no gía Presencia de tecnología. de carácter cognitivo,
se devela en la técnica, sino en el leguaje (Heidegger, 1994), y el artefactos Presencia de artefactos instrumental,
artefacto tecnológico devela construcción social con un conjunto tecnológicos más tecnológicos sistémico y complejo.
reconocidos relacionados entre si y Presencia de
de intereses que causan su producción e interpretación (Broncano, socialmente como de producciones elementos que
2000), en la que toman parte agentes humanos y relaciones de tecnología, (p.e tecnológicas indican influencia de
transformación, como forma de vida y construcción de mundo Computador, relacionadas, que no la tecnología en la
(Winner, 2001). La descripción de estos niveles a la luz de las celular), y de la necesariamente son vida de las personas
cotidianidad (p.e artefactos (diseños, y su impacto en la
categorías de conocimiento tecnológico, se describen de manera cajeros, escritura, bosquejos, ideas, organización social y
particular en la tabla N. 1. cisterna, etc) planos, proyectos, etc) la cultura
Caracterí Descriptivo Prescriptivo. Sintético, integrador,
sticas del Describe Describe situaciones en inventivo, creativo,
conocimie situaciones de uso las que se solucionan inter-disciplinar,
nto de la tecnología. problemas a partir del basado en proyectos.
4. METODOLOGÍA DEL ESTUDIO tecnoló-
gico
uso de la tecnología Describe situaciones
en las que se
solucionan problemas
Para la realización del presente estudio se desarrolla una de forma creativa,
metodología de carácter integral, con el objeto de reconocer de innovadora.
Compete Competencias Competencias Competencias
forma amplia y detallada, la realidad escolar a partir de las n Senso-motrices. argumentativas. propositivas
ventajas de cada uno de los métodos, tanto cuantitativos como cias que Se describen Se describen Competencias de
cualitativos (Bonilla & Rodríguez, 1995), los cuales se desarro- competencias de competencias para el planeación de
complementan y permiten cualificar algunos de los procesos. lla carácter motriz, uso apropiado de la situaciones en las que
como agilidad tecnología en diversas se usa la tecnología
Desde lo cuantitativo se acude a indagar a un grupo de estudiantes manual o manejo situaciones, para solucionar
que para el estudio general es tomado como grupo control no de instrumentos. competencias de diseño problemas, o se
de artefactos, o combina con otros
equivalente (Cambell y Stanley, 1970), a quienes se aplica una competencias conocimientos para
encuesta, entendida como el instrumento orientado a determinar cognitivas necesarias planear nuevas
las creencias, opiniones, motivaciones y conductas de las personas para su uso, situaciones de
apropiación y bienestar para las
(Kerlinger, 1988), en este caso, las concepciones que los aplicación. comunidades.
estudiantes que conforman el grupo, tienen acerca de la Tipos de Fallas funcionales Modificación y Análisis de los
tecnología. problema de la tecnología extrapolación de la conocimientos
s que actual. tecnología existente. disponibles y
Se toma un grupo de estudiantes de séptimo grado, de una atiende Plantea problemas Plantea problemas que proyección de los
institución oficial ubicada en la cabecera municipal de la ciudad referidos al implican la requeridos.
de Villavicencio, debido a que cuentan con dotación de aulas funcionamiento de modificación de Plantea problemas
móviles, acceso a internet y participan en la formación artefactos. artefactos, innovación o referidos a la impacto
creación de nuevos de la tecnología en el
proporcionada por el proyecto Meta Digital, lo cual los hace artefactos. bienestar social, en
potenciales participantes del proyecto de tesis doctoral, en el cual los servicios básicos
se enmarca este estudio. y en el mejoramiento
de la vida cotidiana.
Participan un total de 29 estudiantes (15 niños y 14 niñas) quienes Tabla 1. Hipótesis de progresión inicial del concepto de
de forma voluntaria llenan la encuesta de forma individual, la cual tecnología.
está compuesta por seis preguntas abiertas y una de selección
múltiple.
El análisis de estas encuestas se realiza con base en las categorías Los resultados se presentan a continuación, de acuerdo con cada
y los niveles planteados en la hipótesis de progresión que se una de las categorías presentadas en los descriptores de análisis,
encuentra en la tabla N. 1. Se presenta en la tabla N. 2, los contenidos en la tabla N. 2.
descriptores en cada una de las categorías y niveles. La respuesta
dada a cada una de las preguntas, es analizada y categorizada de
acuerdo con los descriptores, en uno de los niveles. 5.1 Naturaleza de la tecnología:
Se encuentra que con respecto a la pregunta “¿Sabe que es la
tecnología? Dibuje en el cuadro, su idea de lo que es la
tecnología”, se encuentra que el 82.8% de las respuestas se
clasifican en el nivel técnico, pues los dibujos de los niños en su

77
mayoría contienen artefactos cotidianos como computadores y
celulares. Las respuestas ubicadas en el nivel de sistemas
tecnológicos (10.3%) incluyen una conexión entre estos
artefactos, representada en Internet y aquellas del nivel
humanístico (6.9%), incluyen además la presencia de niños y
adultos que están manipulando estas tecnologías.

Figura 1. Dibujo sobre la idea de tecnología.

A excepción de un estudiante, el grupo se encuentra entre las


categorías de nivel técnico y de sistemas tecnológicos, pues
reconocen con más facilidad las opciones referidas a objetos
Gráfico 1. Respuestas sobre ejemplos de tecnología tecnológicos y con menor frecuencia, las opciones orientadas a
señalar las relaciones entre artefactos, las ideas, conceptos
abstractos, procesos o las relaciones con aspectos socioculturales.
Cuando se pide a los estudiantes “Escriban tres ejemplos de
tecnología”, ocurre algo similar: la mayoría de los niños describe
artefactos de uso cotidiano y muy pocos dan ejemplos que aluden
a sistemas tecnológicos (13.8%) señalando situaciones concretas
en las que la tecnología recurre a elementos diferentes de la
técnica, para solucionar problemas, como por ejemplo los
sistemas de comunicaciones y la virtualidad. No se encuentran
respuestas que se puedan catalogar dentro del nivel humanístico.
Estos resultados contrastan con los obtenidos en la pregunta N. 7,
en la cual se solicita a los estudiantes que señalen de una lista de
doce opciones, las situaciones en las que hay tecnología. Se opta
por clasificar en el nivel técnico la respuesta cuando se señalan
correctamente entre una y tres opciones, por categorizar en nivel
de sistemas tencnológicos cuando se señalan entre cuatro y seis
opciones y en el nivel humanístico y señalan más de siete.

Gráfico 2. Respuestas sobre las cosas que se debe saber hacer


para manejar la tecnología.

Con respecto a la naturaleza de la tecnología se encuentra que los


estudiantes están más cercanos a un nivel técnico, dada la
dificultad para expresar lo que entiende por tecnología o dar
ejemplos de ella, sin embargo les es mucho más fácil identificarla
entre diversas situaciones.

78
5.2 Características del conocimiento
tecnológico:
En esta categoría se incluyen las preguntas tres y cuatro. En la
tercera pregunta se le pide a los estudiantes escribir las tres
actividades más importantes que hace una persona cuyo trabajo es
desarrollar tecnología. El 51.7% señala actvidades relacionadas
con situaciones de uso de la tecnolgía como por ejemlo la
manipulación de artefactos, mientas que los restantes estudiantes
señalan actividades creativas, de invención, diseño, trabajo en
equipo, búsqueda de soluciones o relacionadas con procesos de
pensamiento.
Frente a la pregunta ¿Por qué cree que surgió la tecnologia?, la
mayoria de las respuestas de los estudiantes (55.2%), se ubicaron
el nivel de sistemas tecnológicos por que plantean una visión
prespcriptiva de la tecnologia, centrada en solucionar de Gráfico 4. Respuestas sobre el origen de la tecnología.
necesidades o problemas particulares, facilitar el nivel de vida, la Pese a que el 51.7% afirma que deben tener habilidades
evolución de la humanidad, satisfacer la necesidad de conocer y/o operativas para usar diferentes artefactos tecnológicos,
de aprender del ser humano, comunicarse, tener bienestar, comprender su funcionamiento o realizar repaciones, el 48.3%
desarrollar la inteligencia, entre otras cosas. afirma que debe saber que es la tecnología, aprender y enseñar
ausarla, saber cuales problemas se solucionan usando al
tecnología y como construir artefactos tecnológicos. Tan solo un
estudiante señala que lo que debe saber es como y porque se usa
la tecnología, además de resolver problemas de la sociedad.

Gráfico 3. Respuestas sobre actividades propias del trabajo


con tecnología

Gráfico 5. Respuestas sobre las cosas que se debe saber hacer


Se encuentra que los estudiantes en términos generales, se ubican para manejar la tecnología.
en el nivel de sistemas tecnológicos en esta categoría de
conocimiento tecnológico, dado que tienen una mirada
prescriptiva de la la tecnología y describen situaciones en las que A partir de estos resultados se puede afirmar que los estudiantes
se solucionan problemas a partir del uso de la tecnología, desde están entre un nivel técnico y uno de sistemas tecnológicos frente
unas perspectiva integral, incluyendo no solo los aspectos a la concepción de las competencias que se deben tener para
operativos, sino también elementos simbólicos y axiológicos. manejar la tecnología, lo cual indica la existencia de un claro
proceso evolutivo del concepto de tecnología.

5.3 Competencias que desarrolla:


5.4 Tipo de problemas que atiende la
La sexta pregunta referida a las tres cosas que los estudiantes tecnología:
deben saben hacer para manejar la tecnología, presenta respuesta
diferentes a las dadas en las preguntas anteriores. De otra parte, a excepción de un estudiante, todos los encuestados
afirman que la tecnología soluciona problemas que se le presentan
al hombre y que los problemas más importantes se encuentra a
nivel técnico (75.9%) como por ejemplo buscar tareas en internet,

79
no ingresar a páginas pornográficas, comunicarse con otros, evitar 6. A MANERA DE CONCLUSIÓN
trabajos pesados, reparar artefactos o hacer cartas. Otras
respuestas categorizadas en el nivel de sistemas tecnológicos, se
En primera instancia es necesario recalcar que este se configura
orientan a ubicar los problemas que soluciona la tecnología en los
como un estudio piloto inicial, a partir de cuyos resultados se
proyectos que propone, poder acceder y manejar información,
espera realizar ajustes a la hipótesis de progresión planteada y por
mientras que pocos estudiantes señalan problemas sociales, de
tanto al instrumento utilizado, de tal manera que a partir de esta
bienestar y medio ambiente, como los más relevantes.
validación inicial, se pueda indagar a poblaciones más
Es evidente que frente a esta categoría los estudiantes encuestados representativas de estudiantes de séptimo grado, y por tanto pueda
se encuentran en un nivel técnico, dada la mirada operativa de los ser susceptible a procesos de generalización.
problemas que atiende la tecnología y de la particularidad de los
Los resultados iniciales de la prueba piloto de este estudio
que señalan, puesto que se alude a casos particulares y no se
muestran que los estudiantes de séptimo grado encuestados,
establecen generalidades, ni reflexión social que demuestren que
poseen una concepción inicial de tecnología que se caracteriza por
los estudiantes se apartan de su conocimiento cotidiano para
ser principalmente técnica, con algunas excepciones que indican
asumir una mirada desde el conocimiento tecnológico.
una concepción desde los sistemas tecnológicos.
Este proceso muestra de que el concepto de tecnología
efectivamente pasa por diversos niveles, evoluciona, cambia, no
es estático y por tanto es susceptible de ser incluido en una
hipótesis de progresión que nos muestre las diversas tramas
conceptuales que presenta. Por ello es factible categorizar su
evolución y por tanto, las concepciones iniciales que presentan los
estudiantes.
El instrumento utilizado tiene la virtud de poder inlcuir la
respuesta abierta de los estudiantes y facilitar el análisis gracias a
los limitantes en el número de respuestas. A pesar de que los
descriptores de cada una de las categorías en los tres niveles son
de carácter cualitativo, puede ser interesante complementar el
estudio con entrevistas en profundidad o la realización de frupos
focales que permitan ampliar la información obtenida.
Se hace necesario realizar una revisión de las categorías incluidas
en la hipótesis de progresión del concepto de tecnología, puesto
que parecen estar parcailizadas hacia el conocimiento tecnológico,
que es uno de los elementos que componen el concepto, pero no
el único. Esto podría a portar en profundidad y complejidad al
estudio para tener una visión más cercana y acorde con las
concepciones iniales que poseen los estudiantes. Sin embargo,
estos resultados permiten configurar de forma efectiva, la linea de
base para el desarrollo de una propuesta de construcción de este
concepto, lo cual es objeto de la tesis doctoral en la que se gestó
este estudio.

REFERENCIAS
[1] Bonilla-Castro, Elsy., Rodríguez. Penélope. (1997) Más allá
Gráfico 6. Respuestas sobre el tipo de problemas que soluciona del dilema de los métodos. Editorial Norma. Santafé de
la tecnología. Bogotá.
[2] Burns, J. (1992). Student perceptions of technology and
implication for an empowering curriculum. En: Research in
Science Education, 22, 72–80.
En términos generales este estudio muestra que el manejo del [3] Campbell, D., Stanley, J. (1970). Diseños experimentales y
concepto de tecnologia por parte de los estudiantes encuestados, cuasiexperimentales en la investigación social. Amorrortu
está en un nivel técnico, a pesar que en algunos aspectos Editores. Argentina.
particulares se observa una evolución hacia el nivel de sistemas
tecnológicos. En este último nivel se encuentra la categoria de [4] Constantinou, Costas., Hadjilouca, Rodothea., & Papadouris,
conocimiento tecnológico y la de competencias en tecnología, lo Nicos (2010) 'Students' Epistemological Awareness
que indica que en los procesos prácticos los estudiantes tienen una Concerning the Distinction between Science and
postura mucho más integral, pues se empiezan a dar cuenta de Technology', En: International Journal of Science Education,
otros componetes de la tecnología, fuera del operativo. 32:2, 143 — 172, URL:

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tecnológico. En: Scient & studia. Vol 4, N. 3, Pp 353-371.
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ciencia y tecnología. Observatorio Colombiano de Ciencia y
Tecnología –OCCyT- En:
http://www.ocyt.org.co/EPPCyTB/Analisis_resultados_EPP
CyTB.pdf Consultado: Febrero de 2010.
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reciente filosofía de la tecnología en Europa: el caso de
Alemania. En: López, José ., Lujan, José., García, Eduardo
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Editorial McGrawHill. Barcelona.
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Editorial Alianza. Madrid.
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12.
[12] Scherz, Z., & oren, M. (2006). How to change students’
images of science and technology. Science Education, 90,
965–985.

81
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

UN REPOSITORIO DE INFORMACIÓN PARA SER USADO


COMO ALTERNATIVA AL LIBRO DE TEXTO EN EL AULA:
LA WIKIESCUELA
Fernando Cuartero1,Vicente Pascual1, Jesus Ruiz2 , Jaime Pinto2 , Francisco Quintanilla3
Universidad de castilla-La Mancha1, IES Federico García Lorca2, IES Universidad Laboral3
España
jesus.fgl@gmail.com, fernando.cuartero@uclm.es, vicente.pascual@uclm.es, qpf@universidadlaboral.com,
jaimemanuelpinto@gmail.com

RESUMEN
En el presente artículo se exponen las experiencias desarrolladas Asimismo, el profesor en el proceso de enseñanza-aprendizaje es
por un equipo interdisciplinar de profesores universitarios y de un facilitador [2], que pretende, de forma deliberada, que la
enseñanza secundaria, con el objetivo de adaptar una plataforma persona logre un aprendizaje. Su función es diseñar, ejecutar y
wiki para ser utilizada como repositorio de información como evaluar situaciones de aprendizaje para que el alumno alcance
alternativa al tradicional libro de texto en el aula. Se ha logros específicos. Esta relación enseñanza-aprendizaje puede
desarrollado un entorno wiki, denominado WikiEscuela, donde el darse tanto en un proceso educativo como en uno instruccional.
profesorado, de niveles de enseñanza primaria y secundaria, puede
Centrándonos en un marco planificado, la facilitación del
participar en la elaboración de contenidos educativos, puestos a
aprendizaje requiere una planificación, y, qué duda cabe, de una
disposición de la comunidad educativa para su uso libre, mediante
adecuada selección de los medios a aplicar. Hoy día los métodos
licencia creative commons.
tradicionales de enseñanza pueden incluir vídeos, televisión por
El entorno, basado en una adaptación del código de Wikimedia, cable, por satélite, conferencias, videoconferencias, libros de texto
está ubicado en servidores de la Universidad de Castilla-La o presentaciones informáticas [3].
Mancha, y los usuarios que pueden introducir contenidos son
Una nueva forma de aprendizaje es la inclusión de las Tecnologías
profesores de educación reglada. Está en sus primeros pasos;
de la Información y la Comunicación, tanto en el aprendizaje
disponiendo de unas unidades didácticas tipo que servirán de
tradicional como en el aprendizaje a distancia, creando lo que se
modelo, habiendo sido utilizado en el aula, en fase de pruebas, en
denomina e-learning. Este mecanismo proporciona una nueva
algunas asignaturas de Educación Secundaria en Albacete,
perspectiva en el entendimiento del entrenamiento a distancia,
España.
gracias a la posibilidad proporcionada por Internet y las
tecnologías de información y de comunicación [3, 4]. Son muchas
Palabras Clave las herramientas de este tipo que podemos utilizar para realizar un
sistema de e-learning. Comentaremos algunas de los más
E-Learning, Entornos wiki, Entornos colaborativos importantes.
Un Blog es un cuaderno de bitácora actualizado periódicamente,
1. INTRODUCCIÓN recopilando una serie de acontecimientos cronológicos. Como
El aprendizaje es una tarea que va intrínsecamente asociada con el evolución, el microblogging es un servicio, basado en el anterior,
desarrollo humano. Se inicia con el nacimiento, cuando que permite a sus usuarios enviar y publicar mensajes muy breves.
aprendemos a comportarnos, cómo andar, etc. Pasados esos Las opciones para el envío de estos mensajes depende del sitio
primeros años, el proceso educativo empieza a instruir a la gente web donde esté alojado, también puede ser a través de SMS,
para que pueda adquirir experiencias, mediante un aprendizaje mensajería instantánea o aplicaciones ad hoc.
que podemos llamar tradicional, en una continua interacción de la
Lifestreaming se refiere a la utilización de un sistema que agrega y
persona con su entorno. Como se indica en [1], el aprendizaje
concentra en un solo lugar toda la actividad on line de los
consiste en un cambio de la disposición o capacidad humana, con
usuarios. De esta manera será una página personal, actualizada de
carácter de relativa permanencia y que no es atribuible
forma automática mediante el añadido de las nuevas actividades
simplemente al proceso de desarrollo.
sociales.
Cuartero, Fernando., Pascual, Vicente., Ruiz, Jesús., Pinto, Jaime., Quintanilla, Francisco.
(2010). Un Repositorio de Información para ser usado como alternativa al libro de texto en
el aula: La WikiEscuela. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática
Educativa, Volumen 1, pp 82-89, Santiago de Chile.
82
Las herramientas anteriores permiten mantener una página Web El trabajo colaborativo [6,7] se define como procesos
donde la información se ordena de forma cronológica. Los intencionales de un grupo para alcanzar objetivos específicos,
lectores pueden participar en las discusiones mediante la junto a las herramientas diseñadas para dar soporte y facilitar el
colocación de comentarios. La facilidad de esta herramienta nos trabajo. Entre dichas herramientas, los entornos wiki son
permite la colocación de todo tipo de material educativo. enormemente populares en la red. La idea principal de este tipo de
entornos, basada en el trabajo colaborativo, es que en la
Buscadores específicos y repositorios 2.0, que son un conjunto de construcción de un cierto documento estén trabajando
herramientas, donde se dispone de muchas alternativas de simultáneamente diversos usuarios, para así generar una dinámica
servicios en internet que nos permiten guardar, compartir y buscar competitiva de ediciones con el fin de obtener una versión cada
recursos. Aprovechando, a su vez, otros recursos previos, como vez más correcta y más amplia.
son las redes de contactos, las recomendaciones o el etiquetado
social que facilitan nuevas formas de organización de los
contenidos. Desde el punto de vista del aprendizaje destacamos
las plataformas para recursos multimedia, referencias
bibliográficas y contenidos didácticos. En este tipo de
herramientas podíamos destacar una combinación de google
groups conjuntamente con google gmail, mediante las cuales se
puede almacenar contenido multimedia para un grupo
determinado de personas, permitiendo comentar dicho contenido
en el grupo que está sincronizado con el correo de gmail
mostrando cada modificación. Así un grupo de personas se podría
formar conjuntamente en un campo determinado.
Los entornos wiki son sitios Web donde los usuarios son a la vez Figura1. Número de artículos en Wikipedia
editores y lectores simultáneamente. Estas herramientas permiten Un ejemplo paradigmático es Wikipedia [8], la enciclopedia libre,
también una manera fácil de corrección de documentos en los que se creó con estos conceptos, y tal ha sido su popularidad que
cuales se ha detectado algún error o modificaciones actualmente es la enciclopedia más consultada del planeta.
malintencionadas. También es posible definir permisos de edición
y acceso. Con esta base se pensó aprovechar las facilidades que nos da un
entorno wiki, adaptándolas a fines pedagógicos, y surgió la idea
Las herramientas de comunicación en tiempo real son otra de WikiEscuela, que pretende que, lentamente, se vaya
alternativa que puede ser de gran utilidad desde el punto de vista disponiendo de todos los temarios del entorno educativo en un
educativo, facilitando la organización de debates o reuniones de sitio Web, de forma que pueda disponerse de una gran fuente de
coordinación que trabajan a distancia y asegurando un canal de información en un único lugar, accesible a profesores y alumnos.
interacción ágil e intuitivo para cualquier necesidad. Muchas
acciones formativas utilizan este tipo de herramientas (skype, WikiEscuela [9] es una adaptación del software MediaWiki,
livemeeting, etc.) para alcanzar núcleos de población pequeños en software libre utilizado por proyectos de la Fundación Wikimedia
las que no se dispone de medios adecuados para una formación en [10] y por otras wikis, para ser utilizado por profesores,
exclusiva. bibliotecarios, alumnos, lectores anónimos, etc. Pretende acercar a
profesores y alumnos al uso de las nuevas tecnologías, y hacerles
Las plataformas de teleformación, como evolución de las conscientes de que usando la herramienta, pueden realizar la tarea
anteriores, integran también la gestión de personas, roles de de educación de una manera más cómoda.
usuarios, acceso a contenidos y herramientas comunicativas.
Proporcionan, pues, una solución integral para la gestión de Se sabe que la mayoría de la población, y por ende, el profesorado
cursos, tanto en modalidad virtual, semipresencial o como apoyo a de enseñanza secundaria, no está familiarizada con entornos wiki,
la docencia presencial. A estas aplicaciones se les denomina LMS y por ello WikiEscuela se ha desarrollado de una manera intuitiva,
(Learning Management System), entre ellas podemos destacar una según la cual el usuario, sin ser consciente de ello, podría ser
de las más usadas como es Moodle. editor/lector de nuestro entorno.

Moodle [5] ayuda a los educadores a la creación de comunidades WikiEscuela pretende albergar contenido de calidad, que los
de aprendizaje en línea. Permite compartir material didáctico temarios disponibles sean cada vez más amplios y contengan
como pueden ser videos, textos, aplicaciones java, etc., para menos errores, esto se consigue con el trabajo de diversos
incentivar el aprendizaje. usuarios trabajando de manera conjunta. Da igual la distancia a la
que se encuentren estos usuarios, ellos se pondrán de acuerdo para
Una vez analizadas las posibles herramientas, comentaremos otro obtener la edición definitiva de cada tema.
problema del uso de tecnologías de la información, a través de
Internet, que es la generación de contenidos, un proceso caro y
difícil, si pretendemos obtener contenidos de calidad para su uso 2. HIPÓTESIS DE TRABAJO.
sistemático en el aula. Como posible solución, los entornos La hipótesis fundamental que guía este proyecto es que la
colaborativos, usados desde siglos, mediante el sistema de cartas creación y actualización de contenidos digitales es una tarea
donde se discutían temas de interés, se ha mostrado como un sumamente costosa, y difícil de ser llevada a cabo; esto suele ser
mecanismo sencillo y barato, de producción de contenidos de el cuello de botella de todo proceso basado en el uso de las
calidad. tecnologías de la información. Por ello, la simplificación que

83
ofrece la metodología wiki, capaz, en los casos en que logra el 1. Puesta en marcha, en los servidores de la Universidad
éxito, de multiplicar de una manera exponencial los esfuerzos de Castilla La-Mancha (UCLM), de las plataformas
desarrollados, hace que esta ardua tarea pueda ser llevada a cabo. apropiadas, wiki y moodle, formando la que
denominaremos WikiEscuela.
El libro tradicional, editado en papel, es muy caro, no es
interactivo, no permite animaciones, ecológicamente es
difícilmente sostenible, tanto los contenidos como las actividades
son bastante cerradas, no suele ajustarse a las necesidades
educativas específicas de un determinado grupo de alumnos y es
mejorable.
Las empresas editoriales también consideran esta creación de
contenidos digitales como uno de los retos que les depara el
futuro. Los métodos de enseñanza están cambiando, la revolución Figura 2. Página web del proyecto Wikipedia
tecnológica ha tardado en llegar al aula pero ahora es imparable: 2. Introducción de los contenidos docentes en
• Los centros educativos disponen de acceso a internet WikiEescuela. Las unidades didácticas elaboradas
por cable y vía wifi, de ordenadores personales, inicialmente han sido Matemáticas de 3º y 4º de
portátiles, PDAs, cañones proyectores en las aulas, etc. Educación Secundaria Obligatoria del plan educativo
español (alumnos de 15 a 16 años), que servirán de
• En algunos centros, los alumnos disponen de sus modelo a seguir por el resto de materias.
propios ordenadores personales.
3. Impartición, en el aula, de las unidades didácticas
• En el mercado informático triunfan los mini elaboradas.
ordenadores (mini portátiles, tablet pc, netbooks, libros
4. Evaluación de la incidencia del proyecto en el
digitales, etc.).
aprendizaje de los alumnos en dichas asignaturas.
• Las posibilidades que ofrece internet, en los procesos de
5. Difusión del proyecto y extensión de sus resultados a
enseñanza-aprendizaje, son espectaculares, y además
otros centros educativos, intentando la implicación de
permite una enseñanza más individualizada para que
más miembros de la comunidad educativa.
cada alumno progrese a su ritmo.
6. Diseño, elaboración y mantenimiento de una web que
No obstante, los contenidos digitales elaborados por estas
permita dar a conocer los resultados del proyecto al
empresas editoriales siguen siendo caros, cerrados (tienen
resto de la comunidad educativa de una forma rápida y
copyright) y son poco colaborativos. Frente a esto, muchos
directa.
profesores disponen de materiales didácticos de calidad, de
elaboración propia o recopilados a lo largo de su vida académica,
y a muchos no les importaría compartir estos materiales para su 3. METODOLOGÍA
uso no comercial en el aula, siendo las plataformas colaborativas
Según los resultados del estudio realizado por investigadores del
tipo wiki ideales para poder compartir estos contenidos. Estos
Internet Interdisciplinary Institute de la Universitat Oberta de
materiales consideramos que son de calidad, pues son puestos en
Catalunya [11], a pesar de las grandes inversiones realizadas,
práctica todos los años en el aula, además, van mejorando curso a
todavía la aplicación de las tecnologías digitales de información y
curso, pues se adaptan a las necesidades de cada grupo de
comunicación sigue siendo muy escasa en las aulas de los centros
alumnos.
educativos españoles, estando España en situación de clara
Para el éxito de un proyecto de este tipo, es necesario motivar desventaja frente a países tales como Suecia, Dinamarca,
mucho al profesor de cara a conseguir su implicación en la tarea Alemania, etc. Más de la mitad de los alumnos de Educación
(nos remitimos a los efectos alcanzados en Wikipedia para Secundaria Obligatoria manifiestan que no utilizan nunca o casi
mostrar la potencialidad del sistema). Por otra parte, desde el nunca las tecnologías digitales en los centros educativos.
punto de vista de la motivación, resulta altamente gratificante para
La metodología aplicada en el aula con WikiEscuela consiste en
el profesor ver cómo los estudiantes encuentran atractivo y
utilizar el computador, los sistemas multimedia e Internet para
divertido el trabajo a realizar cuando se elimina la parte rutinaria y
aprender, es decir incorporar otros medios en el aula, a los que
se potencia la creativa. Igualmente, el método de trabajo a
nuestros alumnos ya están acostumbrados, y que muchos tienen
desarrollar es altamente participativo en el aula.
disponibles en sus propias casas.
El objetivo principal del proyecto WikiEscuela ha sido poner en
Por tanto, proponemos utilizar las tecnologías digitales de
marcha una plataforma educativa colaborativa en formato wiki
información y comunicación, por parte del profesor, en la
para los contenidos y en formato moodle para los procesos de
exposición de las unidades didácticas, mediante el uso de
enseñanza-aprendizaje, con unos contenidos iniciales que sirvan
WikiEscuela en el aula, como sustituto del libro de texto
de modelo a seguir, y que sirva para ser extendida al resto de
tradicional, utilizando aplicaciones multimedia que permitan un
materias que forman el currículo de toda la enseñanza no
mejor entendimiento de los conceptos que hemos de transmitir a
universitaria.
los alumnos. También proponemos utilizar el entorno wiki para
Para conseguir este objetivo general se han planteado los las discusiones entre profesor y alumnos, y entre estos últimos,
siguientes objetivos particulares: utilizando para ello la plataforma Moodle también integrada

84
dentro de Wikiescuela; asimismo, esta plataforma también servirá  En caso de que existan alumnos con deficiencias de
para la resolución de los problemas que el profesor plantee a los conocimientos en algún tema y que no les sea posible
alumnos en el desarrollo de las unidades didácticas. seguir la marcha general del grupo, se procede a
subsanar dichas deficiencias, con actividades de
Las líneas generales que deben orientar las actuaciones del refuerzo que el alumno realiza en Moodle, y que el
profesorado de esta etapa, de acuerdo con la concepción profesor revisa periódicamente. Se procede de igual
constructivista de la enseñanza y el aprendizaje [12], derivados de modo, con actividades de profundización, para alumnos
la teoría del aprendizaje significativo, se pueden resumir en los con un ritmo de aprendizaje más rápido que el resto.
siguientes aspectos:
 El seguimiento de los alumnos con asignaturas
1. Partir del nivel de desarrollo del alumnado. pendientes, partiendo de la ficha de recuperación
2. Asegurar la construcción de aprendizajes significativos. entregada por el profesor del curso anterior, se realiza
desde el departamento didáctico, por los profesores que
3. Hacer que el alumnado construya aprendizajes tienen asignados en sus horarios periodos lectivos para
significativos por sí mismo. tal fin y haciendo un seguimiento de los alumnos a
4. Hacer que el alumnado modifique progresivamente sus través de la plataforma Moodle.
esquemas de conocimiento.
5. Incrementar la actividad manipulativa y mental del 4. ACCIONES DESARROLLADAS
alumnado. Para la consecución de los objetivos planteados se han
Todos los principios psicopedagógicos recogidos anteriormente completado una serie de acciones, que son las siguientes:
giran en torno a una regla básica: la necesidad de que los alumnos 1. Recopilación de material bibliográfico necesario, y
realicen aprendizajes significativos y funcionales. Por ello, análisis del estado del arte de los sistemas de enseñanza
cuando se plantea cómo enseñar en la Educación Secundaria, se e-learning.
debe adoptar una metodología que asegure que los aprendizajes
de los alumnos y las alumnas sean verdaderamente significativos: 2. Instalación de un servidor en las instalaciones de la
UCLM en Albacete (España). En dicho servidor se han
 Se realiza una prueba de conocimientos previos para instalado las aplicaciones WikiEscuela [9] basada en la
determinar el nivel inicial de los alumnos, y un plataforma Wikimedia, y el servidor Moodle [13]
seguimiento de aquellos alumnos que presenten un gran asociado.
desfase curricular con el fin de enviarlos a grupos de
apoyo (adaptación curricular no significativa) o de 3. Creación de 23 cursos en la plataforma Moodle para su
compensación educativa (adaptación significativa), uso con alumnos, en concreto se dispone de cursos de
previa propuesta a la junta de evaluación. Matemáticas, Ciencias Naturales, Aprendizaje de
Moodle, Religión, Física, Astronomía, Contabilidad y
 El aprendizaje de nuevos conceptos se realiza mediante Educación Física.
aproximaciones inductivas impuestas por la realización
de tareas concretas. Se proponen situaciones para 4. Adaptación del código base php de Wikimedia, para
favorecer el proceso que lleva de lo concreto a lo más adecuarlo a las necesidades del entorno WikiEscuela.
abstracto, adquiriendo gran importancia el material Para ello, se ha planteado el siguiente esquema de
audiovisual. trabajo:

 El método de trabajo es participativo, a la vez que I. Creación de las diferentes bases de datos en
explicativo. Los alumnos están trabajando con el MySQL adaptadas.
ordenador y el profesor presta su ayuda a cada alumno o II. Adaptación de las necesidades de los usuarios.
grupo que lo solicite, animando y estimulando con Definición de los roles de usuarios: profesores,
sugerencias concretas el desarrollo del trabajo. Cuando bibliotecarios, administradores.
detecta una duda general procede a una puesta en
común seguida de una explicación-resumen. III. Prohibición de edición anónima.
 De cada alumno queda un registro, en la plataforma IV. Inserción de plantillas para el desarrollo de las
Moodle, de las tareas desarrolladas en clase y de los diferentes unidades didácticas.
ejercicios propuestos por el profesor, previa discusión
V. Creación de cursos Moodle, para su uso integrado
de las posibles respuestas y ayudándose unos a otros.
en el aula.
Periódicamente el profesor revisa este trabajo a fin de
valorarlo para la evaluación. 5. Elaboración de una guía de usuario del uso de la
plataforma WikiEscuela.
 Trimestralmente se propone un trabajo de investigación
a desarrollar en grupo y que facilita el uso de internet. 6. Introducción de unidades didácticas modelo en la
plataforma WikiEscuela.
 Cada cierto tiempo, y siempre antes de una prueba
escrita, se repasan los ejercicios más importantes. 7. Elaboración de diverso material educativo en entorno
Moodle, en los distintos cursos creados.

85
más habituales de trabajo en las diferentes actividades realizadas,
a lo largo de la duración del proyecto.
El coordinador del proyecto y los responsables de los dos centros
involucrados han mantenido, con periodicidad semanal, reuniones
a lo largo de los meses de vigencia del proyecto. Durante las
mismas se han ido revisando el desarrollo de las tareas y se ha
mantenido actualizada la información sobre las actividades
Figura 3. Página de Moodle del proyecto desarrolladas.
Wikiescuela
También se han producido con mucha frecuencia, como es lógico,
reuniones entre los profesores de los institutos en sus propios
centros, con el objetivo de mantener una adecuada coordinación
entre las acciones desarrolladas por cada uno de ellos, así como
reuniones de los profesores del departamento universitario.

5. PLATAFORMA WIKIESCUELA
Lo que se pretende con WikiEscuela
es facilitar todo lo posible la
educación de un alumno, ofreciendo
una alternativa al clásico libro de
Figura 4. Unidad de fracciones de 3º de ESO texto. Así, un alumno podría visitar
la wiki, y ver el contenido didáctico
4.1 Acciones formativas requerido desde cualquier lugar del
mundo con el único requisito de
Las actividades formativas dirigidas a los alumnos se han tener un ordenador con conexión a
realizado utilizando las plataformas indicadas. internet.
Para ello, se ha usado Moodle como gestora de los cursos de El uso de WikiEscuela requiere un
Educación Secundaria. En dos de los cursos de Educación aprendizaje inicial, aunque es muy
Secundaria Obligatoria se ha creado material didáctico de Figura 5. Primeros pasos fácil de utilizar e intuitiva. Una vez
elaboración propia, así como cuestionarios que han ayudado a la con el entorno adquiridos los conocimientos
autoevaluación de los mismos, y se ha incluido además un chat necesarios, tanto el alumno como el profesor estarán manejando
como herramienta de apoyo. un entorno wiki sin necesidad de tener conocimientos
informáticos y desconociendo el funcionamiento interno.
Con pequeños retoques y actualizaciones (debido a la existencia
de hiperenlaces propios) estos contenidos de la programación de El usuario, al visitar WikiEscuela, lo primero que descubre es la
los cursos realizados en la plataforma Moodle, podrían constituir página principal, que opera bajo un entorno MediaWiki. En dicha
un objeto exportable (IMS), para su extensión a otros centros página el usuario puede introducirse en la materia en la cual
interesados. quiera consultar información navegando por el temario.
Las actividades formativas se han desarrollado en los centros que Una vez alcanzada la asignatura deseada, pulsando sobre
participan en el proyecto WikiEscuela inicial, y también en otros “Temas”, aparecen todos los temas que componen la asignatura.
que han colaborado con el mismo. En los cursos de Enseñanza Este apartado se podría comparar con lo que es un libro, en el cual
Secundaria No Obligatoria se han incluido tanto temas como se encuentra toda la información de un curso organizada por
cuestionarios de autoevaluación. temas.
La experiencia ha resultado muy positiva demostrándose la gran Este temario puede que vaya variando, con lo cual el
capacidad de esta herramienta para mantener la atención de los administrador/bibliotecario del sitio (más adelante, en el apartado
alumnos, incluso la de aquellos que están especialmente 5.2, se describen los tipos de usuarios) es el que se debe de
desmotivados, siempre encuentran alguna actividad entre las encargar de realizar las modificaciones pertinentes, como puede
propuestas que les motiva, habiéndose podido constatar un mejor ser añadir una asignatura, eliminación de la asignatura, etc.
comportamiento en el aula y una mejora en su disposición hacia la
materia estudiada. Al acceder al temario, tenemos que cada fila es un tema. Aquí hay
que distinguir a la persona que esta accediendo a esta sección, si
es un usuario anónimo (quizá alumno) o un profesor registrado
4.2 Acciones de coordinación no apreciaría ninguna información extra, sin embargo si es un
En primer lugar, se realizó una reunión general con todos los usuario bibliotecario o un administrador del sistema, tendría la
miembros del equipo investigador al inicio del proyecto para opción de introducir un nuevo tema. Si el usuario es
establecer las líneas principales de actuación. Posteriormente se administrador también podría editar esta página, que está
han realizado diversas reuniones, tanto de carácter general, como protegida para el resto de usuarios. El administrador tiene que
tener un conocimiento del funcionamiento de la aplicación si
desea realizar cualquier modificación sobre el texto.

86
Al introducir un tema nuevo en esta sección, cosa que debe hacer al temario de la asignatura. Dicho botón también se encuentra en
un bibliotecario, se le permite introducir el nombre del mismo, y el interior de cada contenido (Desarrollo, Resumen, Motivacional,
se añade al temario de la asignatura. Actividad, Ejercicios y Ejercicio resueltos), y permite una
navegación amigable.
Una unidad didáctica es el contenido del tema, en el cual el
alumno podrá consultar la información necesaria para adquirir los
conocimientos requeridos. La unidad puede contener diversos 5.1 Generador de contenidos
tipos de información que se clasificará en diferentes apartados,
Se puede decir globalmente que WikiEscuela facilita la
para mejorar su presentación, por medio del uso de una plantilla,
realización de dos tareas, una de ellas es la introducción de los
que se muestra en la fig. 6.
datos y la otra es la posibilidad de extraer esos datos de dicho
Los diversos apartados que aparecen son: entorno adaptándolo a nuestras necesidades.
De la tarea de extracción de los datos se encarga el generador de
contenidos (ver fig. 7), donde los datos son seleccionados en un
entorno amigable. El usuario puede utilizar esta funcionalidad y
construirse unos apuntes en cosa de segundos y seleccionando el
contenido deseado de diferentes materias. También resulta
realmente interesante la creación de un examen por parte de un
profesor, el cual seleccionaría los ejercicios que le sean
interesantes evaluar. La materia seleccionada será extraída
mediante un formato PDF que podrá imprimir.
El generador de contenidos está disponible en una página
especial, situada en el apartado de páginas especiales de la barra
de herramientas de la izquierda.

Figura 6. Elementos de una Unidad Didáctica


1. Desarrollo: Este apartado está reservado para el
contenido teórico de la unidad. El alumnado deberá
entender los conocimientos expuestos para la correcta
realización de los ejercicios.
2. Resumen: Aquí se puede visualizar un resumen de la
unidad. Este apartado resulta realmente interesante,
dado que el alumno una vez adquiridos los
conocimientos, puede imprimirse dicho apartado para
disponer de manera esquemática de todos los conceptos
y servile como guia de estudio.
3. Actividades: Con este tipo de contenido se pretende
motivar al alumno mediante diferentes actividades. Figura 7. Generador de contenidos de WikiEscuela

4. Ejercicios: Como el nombre indica, aquí están


almacenados todos los ejercicios de la unidad.
5.2 Usuarios
Está aceptado que la calidad de los artículos generados en la
5. Ejercicios Resueltos: Aparecen la corrección de los
Wikipedia, es, como mínimo, comparable a la calidad de artículos
ejercicios que el profesor desee mostrar al alumnado.
elaborados para enciclopedias multimedia de pago. Sin embargo,
Todos los apartados comentados anteriormente componen una esto es cierto es términos estadísticos, pues uno de los principales
unidad. En particular, hay que mencionar que Desarrollo, problemas de la Wikipedia es el del vandalismo de usuarios que,
Resumen y Motivacional únicamente tienen un artículo, con lo por placer o con otros fines, alteran intencionadamente los
cual se competirá entre diferentes editores para obtener una artículos mediante información errónea. Por lo general, los
versión cada vez más completa y correcta con el trabajo vandalismos suelen ser detectados prontamente y corregidos sus
colaborativo. De los demás apartados (Ejercicios y Ejercicios efectos perniciosos.
resueltos) puede haber más de una ocurrencia de los mismos.
No obstante, en un entorno educativo como el que nos ocupa,
Este tipo de contenido debe ser rellenado por usuarios de tipo parece que la calidad de los contenidos no debería dejarse al azar,
bibliotecario. Una unidad, al ser creada por un bibliotecario, por lo que, para evitar el vandalismo una decisión adoptada por el
disponde de Desarrollo, Resumen y Motivacional por defecto. Los equipo de WikiEscuela es que los usuarios autorizados a la
demás tipos de contenido pueden ser añadidos por usuarios introducción de contenidos deberán acreditar ser expertos en su
registrados (profesores). materia, lo que, inicialmente, se conseguirá limitando el ser
usuario de la misma al profesorado de enseñanza primaria o
Para facilitar la navegación, cuando un usuario esté visualizando secundaria y mediante solicitud, no aceptando el registro
el contenido, en este lugar también se ha añadido un botón para ir automático.

87
Así pues, se han definido 4 tipos de usuarios para el uso de satisfacción de profesores y alumnos, e incluso terceras personas,
WikiEscuela. En primer lugar los usuarios no registrados que usuarios de WikiEscuela de toda la comunidad educativa, permite
serían, generalmente, alumnos, y sólo pueden visualizar los augurar una continuación de esta interesante experiencia. Uno de
contenidos, pero no realizar ninguna acción de modificación. En los principales beneficios que se ha observado ha sido la alta
segundo lugar, los profesores, que pueden actualizar los motivación que ha producido en los alumnos y la seguridad que
contenidos, y añadir ejercicios. Sin embargo, no pueden realizar les ha proporcionado el dominio de una herramienta informática
borrados, ni modificar los temarios, tarea que corresponde a los para el aprendizaje.
bibliotecarios. Por último, los administradores del sistema tienen
acceso completo a toda la wiki, y en particular, pueden registrar
nuevos usuarios de cualquiera de los tipos anteriores.
7. CONCLUSIONES Y TRABAJOS FUTU-
ROS.
5.3 Licencia de uso El desarrollo del proyecto ha supuesto un enorme esfuerzo y no
ha estado exento de dificultades. El número de horas de trabajo
Puesto que los contenidos generados en el entorno WikiEscuela efectivo dedicadas a su ejecución ha sido cuantioso. Por otra
están concebidos para su uso libre en el aula, por cualquier parte, remarcar también los problemas de organización interna de
profesor interesado en participar en el proyecto, los contenidos los centros a los que se enfrenta cualquier proyecto que se
introducidos deben estar libres de cualquier tipo de licencia que desarrolle en un centro educativo: número de profesores, rigidez
imposibilite cumplir dicho objetivo. en los horarios de profesores y alumnos, masificación de las aulas,
La plataforma Wikimedia, utilizada para el desarrollo del proyecto organización de los grupos, falta de aulas, etc.
está dispoible bajo licencia Creative Commons 3.0 [14], con las No obstante, el esfuerzo desarrollado por los profesores, una vez
restricciones de reconocimiento y compartir bajo la misma realizado, se ve ampliamente compensado al observar cómo los
licencia. Es por ello que WikiEscuela, y por tanto sus contenidos, alumnos se motivan mucho más rápidamente, las clases son más
se distribuyen bajo la misma licencia. Por esta razón, los amenas y los temarios impartidos más amplios y atractivos.
contenidos presentes pueden ser usados libremente sin más
obligación que la de indicar el origen de los mismos. Otro de los logros importantes del proyecto ha consistido en la
puesta en marcha de una metodología innovadora, integrando
medios audiovisuales e informáticos. Fundamentalmente, se
6. SÍNTESIS Y JUICIO VALORATIVO espera que la extensión de la experiencia a otros centros sirva de
Cualquier experiencia con cierto grado de innovación, que acicate para la introducción de más contenidos digitales por los
sustituye la metodología aplicada hasta el momento, supone un nuevos profesores usuarios, sin los cuales este proyecto no podría
cierto riesgo y su resultado es, a priori, desconocido, y podría ofrecer todo su potencial.
incluso ser negativo. Sin embargo, cuando se plantea un cambio
en la práctica docente que se centra sobre todo en la autonomía 7.1 Posibles beneficios y contribuciones
del alumno, y además se apoya en el uso de las nuevas tecnologías
tiene muchas garantías de éxito así como resultar más motivador A modo de resumen, se indican a continuación los beneficios más
para el alumno. importantes que se han derivado de la realización de este
proyecto:
En nuestro caso, WikiEscuela representa una alternativa digital al
libro de texto y una opción competitiva ante el libro digital tanto 1. Creación de una plataforma de contenidos digitales, la
en los aspectos económicos como de calidad de contenidos. El WikiEscuela, donde toda la comunidad educativa
hecho de ser una plataforma colaborativa y voluntaria creemos dispondrá de un repositorio que contendrá los
que hará que esta plataforma tenga un mayor arraigo entre la materiales curriculares para la impartición de todas las
comunidad educativa. El reto, por tanto, está en la consecución de asignaturas de educación no universitaria.
profesorado colaborador valioso para alcanzar una masa crítica de
2. Creación de una plataforma de educación en línea
contenidos, de cara a desatar una reacción en cadena al modo que
(Moodle), gratuita, a disposición del profesorado de
ya hizo su referente Wikipedia. De ser así, obviamente los costes
educación no universitaria.
serían muy bajos para el beneficio obtenido por la comunidad y
sin merma de calidad, en cuanto a que los participantes 3. Incremento del nivel de formación de los alumnos en
voluntarios tendrían una profesionalidad acreditada, toda vez que áreas directamente relacionadas con los profesores
se elimina la edición anónima, causa principal de aquellos participantes de este proyecto; sobre todo en
artículos de Wikipedia con déficit de calidad. matemáticas, sin perjuicio del interés en extenderlo a
todas las áreas.
Un posible inconveniente sería la necesidad de que los alumnos
deberían estar conectados para usar los contenidos de 4. Aumento del nivel de formación de los profesores que
WikiEscuela, lo que, obviamente, no es necesario con el uso de participan en el proyecto, adaptándose a las nuevas
los textos impresos. No obstante, ese inconveniente no sería grave tecnologías la metodología en el área de matemáticas.
con la posibilidad de descargar los contenidos necesarios, y su uso
off-line mediante lectores con bajo consumo eléctrico, por 5. Incremento de la motivación de los alumnos a través de
ejemplo, los basados en tinta electrónica. nuevas estrategias educativas.

Finalmente como valoración de los autores, indicar que, en este 6. Actualización de la metodología didáctica y los
proyecto, el resultado ha sido enormemente positivo, y el grado de materiales curriculares a las nuevas tecnologías.

88
7.2 Previsión de continuidad y difusión REFERENCIAS
Puesto que en última instancia el objetivo es mejorar la calidad de [1] Gagne, R. 1987. Las condiciones del aprendizaje. México:
la enseñanza, los resultados obtenidos son directamente Interamericana.
transferibles a todos aquellos centros y etapas del sistema
educativo sobre los que dichos resultados puedan tener [2] Freddy Rojas Velásquez. 2001. «Enfoques sobre el
incidencia. Por ello se considera fundamental que esos resultados aprendizaje humano» (PDF).
y conclusiones sean amplia y adecuadamente difundidos entre http://ares.unimet.edu.ve/programacion/psfase3/modII/biblio/
todos los miembros de la comunidad educativa. Para llevar a cabo Enfoques_sobre_el_aprendizaje1.pdf
esta difusión nos parecen adecuados los siguientes medios:
[3] B. Smith, J. T. MacGregor. 1992. What is Collaborative
 Elaboración de materiales didácticos en la plataforma Learning? In Collaborative Learning: A Sourcebook for
educativa on line, que no solo estarán a disposición para Higher Education, Pennsylvania State University.
su consulta sino que todos los profesores podrá
participar en su generación. [4] M. Hentea, M.J. Shea, and L.A. Pennington. 2003. A
perspective on fulfilling the expectations of distance
 Elaboración de ejercicios prácticos propuestos y education. In Proc. of the 4th conference on Information
resueltos en la plataforma educativa, en las mismas technology curriculum, pp. 160-167. (Lafayette, Indiana,
condiciones del punto anterior. USA) CITC’03. ACM Press.
 Elaboración de actividades y contenidos multimedia en [5] William H. Rice IV. Moodle, desarrollo de cursos e-learning.
la plataforma educativa. 2008. Ediciones ANAYA.
 Elaboración de actividades para los cursos en Moodle: [6] A. J. Armendariz, J. López-Cuadrado, A. Tapias, M.
foros, diarios, cuestionarios, materiales, consultas, Villamane, S. Sanz-Lumbier, and S. Sanz-Santamaria. 2003.
encuestas y tareas. Learning environments should follow standards: ELSA does.
 Publicación en un servidor web anexo a la plataforma. In Proc. of World Conference on E-Learning in Corporate,
Para dar aún mayor difusión a los resultados alcanzados, Government, Healthcare & Higher Education (E-Learn’03).
se prevé mantener información sobre el proyecto en un Phoenix, Arizona (USA).
servidor web al que se podría acceder desde cualquier [7] T. Nodenot, C. Marquesuza, P. Laforcade and C. Sallaberry.
punto de la red. 2004. Model based engineering of learning situations for
 La experiencia ha sido publicada parcialmente [15, 16] adaptive web based educational systems. In Proc. of the 13th
en un congreso celebrado en Albacete, y en una revista international World Wide Web conference on Alternate track
digital. Ambos medios, locales de Albacete. Se prevé la papers, pp. 94-103. WWW’'04. ACM Press.
publicación de la experiencia en otros congresos y [8] Web de Wikipedia en español: http://es.wikipedia.org/
revistas en el área de la informática educativa donde se
reflejen las experiencias que se han ido desarrollando. [9] Web del proyecto WikiEscuela: http://wikiescuela.org

 Se ha planificado, y se ha solicitado la correspondiente [10] Fundación Wikimedia:


autorización para la impartición de cursos de formación http://www.mediawiki.org/wiki/MediaWiki
sobre WikiEscuela en el Centro de Profesores y [11] “La integración de internet en la educación escolar española.
Recursos de Albacete para su inclusión en el Plan Situación actual y perspectivas de futuro”. C. Sigalés, J. M.
Provincial de Formación de Albacete. Mominó, J. Meneses y A.Badia, 2009. Internet
 Se han planificado la organización de varios grupos de Interdisciplinary Institute de la Universitat Oberta de
trabajo en los IES de referencia, para el curso 2010-11, Catalunya.
denominados G.T. WikiEscuela con el objetivo de que [12] Coll, César y otros: El Constructivismo en el Aula.
los profesores participantes suban contenidos digitales Biblioteca de Aula. Barcelona, España, 1995.
propios, a la plataforma. Los coordinadores de los
grupos de trabajo serán los profesores de los IES [13] Moodle del proyecto WikiEscuela:
participantes en el proyecto WikiEscuela. http://moodle.albacete.org
[14] Licencia Creative Comons 3.0.
8. AGRADECIMIENTOS http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.es
Este trabajo ha sido financiado parcialmente mediante el proyecto [15] WikiEscuela. Vicente Pascual. 2010. I Congreso de
“WikiEscuela”, de colaboración entre centros de secundaria y Enseñanza y Aprendizaje de las Matemáticas de Castilla-La
universidad, concedido por la Junta de Comunidades de Castilla- Mancha. Albacete, España.
La Mancha. Los autores agradecen también la colaboración de los
[16] Las T.I.C en el aula de secundaria. V. Pascual. 2010.
profesores participantes.
Revista Digital “Programas”. CEP de Albacete. ISSN: 1988-
7922.

89
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

FORMAS DE INCORPORACIÓN DE LAS TECNOLOGÍAS


DE LA INFORMACIÓN Y COMUNICACIÓN (TIC) EN DOS
CARRERAS DE PEDAGOGÍA DE UNA UNIVERSIDAD
REGIONAL
José Luis Garcés Bustamante, Jaime Aroldo Constenla Núñez
Universidad Católica de la Santísima Concepción
Chile
jlgarces@ucsc.cl, jconsten@ucsc.cl

ABSTRACT INTRODUCCION
This paper addresses an investigation of the incorporation of La cultura de la sociedad del conocimiento, asentada en el
Information Technology and Communication (ICT) in teacher principio de globalización cultural y económica y en los
education at the regional university. To this end, we analyzed the constantes avances científico-tecnológicos [4], está presionando al
curricula, and interviews with scholars and students of the careers tradicional escenario educativo, exigiendo reorganizar el trabajo
involved, considering the ICT standards for Initial Formation of pedagógico, redefinir roles, generar nuevos entornos de
Teacher proposed by the Ministry of Education (MINEDUC). The aprendizaje; situación que va aparejada con el desafío creciente de
results realize that despite educational computing concentrate in utilizar los recursos informáticos como un medio clave para
certain courses, this element is also present in the discharge insertar a los niños y niñas en este contexto socioeducativo.
profile and transversely as a resource to support the teaching.
Particularmente en Chile, el Ministerio de Educación a través del
RESUMEN proyecto Enlaces 2 persigue incorporar las tecnologías de la
informática en el sistema escolar, con el propósito de aportar al
El presente trabajo 1 aborda una investigación acerca de las formas mejoramiento de la calidad y equidad [1], junto con disminuir la
de incorporación de las Tecnologías de la Información y la brecha digital e impactar positivamente en los aprendizajes; ya
Comunicación (TIC) en la formación de profesores de una que su inserción puede lograr beneficios para el sistema
Universidad regional. Para ello, se analizaron los programas de educativo: alumnos, docentes y la comunidad educativa en
estudio, así como entrevistas a los académicos y los estudiantes de general [12].
las carreras involucradas, considerando los estándares TIC para la
Formación Inicial docente propuestos por el Ministerio de A nivel de la formación inicial docente existe consenso que se
Educación (MINEDUC). Los resultados obtenidos dan cuenta de, necesitan más y mejores docentes que respondan a las demandas
que a pesar de concentrar la informática educativa en ciertos que plantea la era de la conocimiento, tanto a la sociedad como a
cursos, este elemento también está presente en el perfil de egreso la educación [6], o sea, un profesional competente tanto en las
y transversalmente como un recurso de apoyo a la enseñanza. técnicas y tecnologías que enseña como en los requerimientos
didácticos y pedagógicos propios de su labor de docente [5], con
KEYWORDS el fin de colocar los cimientos bases, ser fortalecidos con la
práctica y apoyados en la formación continua.
Initial Formation of Teachers, ICT, educational computer science,
curriculum integration.

PALABRAS CLAVES
Formación Inicial de Docentes, TIC, informática educativa, 1
El artículo corresponde a la investigación desarrollada en el
integración curricular. marco de la Tesis para optar al grado de Magíster de José Luis
Garcés Bustamante, dirigida por Jaime Constenla Núñez.
2
Garcés, José Luis., Constenla, Jaime. (2010). Formas de incorporación de las Enlaces es el Centro de Educación y Tecnología del Ministerio
Tecnologías de la Información y Comunicación (TIC) en dos carreras de Pedagogía de de Educación de Chile, cuya misión es contribuir al mejoramiento
una Universidad regional. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de de la calidad de la educación en los establecimientos
Informática Educativa, Volumen 1, pp 90-98, Santiago de Chile.
educacionales mediante la Informática Educativa.

90
1. SITUACIÓN PROBLEMÁTICA 2.1.3. Premisas de investigación
En este contexto, existen experiencias a nivel internacional y Con respecto a este estudio se puede señalar las siguientes
nacional por diversas entidades de innovación tecnológica que han premisas:
elaborado y difundido propuestas de estándares como ITSE,
EUROPEAN PEDAGOGITAL ICT, INSA sobre las 1.- El plan y programa de estudio de las carreras de Pedagogía
competencias que debieran dominar los profesores acerca de las Media en Inglés y Lenguaje y Comunicación incorpora en
TIC. En este sentido, Enlaces encarga un estudio el 2005 sobre los ocasiones las Tecnologías de la Información y Comunicación
Estándares TIC para la formación inicial docente, donde se define propuestos por el Ministerio de Educación y el Centro de
el perfil a desarrollar por el futuro docente en las áreas Educación y Tecnología – Enlaces.
pedagógica, ética y legal, técnica, gestión y desarrollo profesional;
como una manera de articular la inserción efectiva de estas 2.- Los profesores universitarios que realizan clases de docencia a
tecnologías en sus prácticas pedagógicas y, por ende, mejorar la las carreras de Pedagogía Media en Inglés y Lenguaje y
calidad de la educación acorde con las tendencias educativas y Comunicación presentan diferentes niveles de conocimientos,
necesidades formativas de la cultura informática. habilidades y usos de los recursos tecnológicos informáticos
(TIC).
Así, algunos estudios [8, 13, 15] han analizado los Estándares TIC
para la formación inicial docente, concluyendo que existe una 3.- Los estudiantes de Pedagogía Media de Inglés y Lenguaje y
escasa inserción de las TIC en los programas formativos de las Comunicación de la Universidad Regional conocen ciertas
Escuelas de Educación. A lo anterior, se suma que sólo existen potencialidades de los recursos y servicios tecnológicos.
buenas intenciones de los docentes para utilizar los recursos
tecnológicos, surgiendo la siguiente problemática: ¿En qué formas 3. FUNDAMENTACIÓN TEÓRICA
se incorporan las Tecnologías de la Información y la
Comunicación (TIC) en Pedagogía Media en Inglés y Lenguaje y 3.1. Sociedad y Tecnologías de la Información
Comunicación a nivel de la formación inicial docente? A partir de y Comunicación
la problemática de investigación se concentraron las siguientes
interrogantes orientadoras: Con el devenir de la sociedad del conocimiento, potenciada por
las tecnologías informáticas en todos los sectores y actividades
• ¿Cuáles son las formas de incorporación de las TIC promovidas humanas y en forma particular, el ámbito educativo, quizás sea
en el plan y programa de estudio de las carreras aludidas? este último y particularmente el escolar, el que menos se haya
• ¿Cuál es el conocimiento y habilidades declarado tanto por los dado como aludido por las profundas transformaciones que se
académicos universitarios como los estudiantes sobre el uso y las están produciendo [3]. Se agrega que las prácticas de los nuevos
aplicaciones de las TIC en los procesos formativos? aprendices constituye una oportunidad que necesita una
• ¿Cuál es la frecuencia de las dimensiones TIC promovidas en intervención educativa urgente, orientada a un acompañamiento
las carreras del estudio? de valores personales y sociales [2]; exigiendo a los profesores
promover experiencias innovadoras en los procesos de enseñanza
2. OBJETIVOS DE INVESTIGACIÓN - aprendizaje, con el apoyo de TIC (…) cambios de estrategias
didácticas y en los sistemas de comunicación y distribución de los
2.1. Objetivos materiales de aprendizaje [9].

Las problemáticas emergentes implicaron una serie de acciones Así, el panorama nacional en el proceso de enseñar con
tendientes a describir las formas de incorporación de las TIC en tecnologías informáticas todavía presenta barreras difíciles de
las carreras de la institución universitaria que actuó como caso. esquivar, requiriendo una auténtica integración curricular de TIC,
vale decir, en hacerlas enteramente parte del currículum, como
2.1.1. General parte de un todo, permeándolas con los principios educativos y la
didáctica (…) implica un uso armónico y funcional para un
1.- Describir las formas en que son incorporadas las TIC en las propósito del aprender específico en un dominio [10];
carreras de Pedagogía Media en Inglés y Lenguaje y considerando si diversos elementos como: visión compartida,
Comunicación de una Universidad regional. acceso, educadores con destrezas, desarrollo profesional,
asistencia técnica, criterios para los contenidos y recursos
2.1.2. Específicos curriculares, enseñanza centrada en el alumno, evaluación, apoyo
de la comunidad, y políticas de apoyo [11].
1.- Analizar las formas de incorporación de las TIC promovidas
en el plan y programa de estudio de las carreras de Pedagogía en
En el plano la preparación de los futuros docentes no es un tema
Inglés y Lenguaje y Comunicación de una Universidad regional.
sencillo, pues hay barreras que afectan su aplicación en aula [8]:
2.- Describir el conocimiento y habilidades declarado por los
1) En las escuelas de Educación no existe una visión clara de
docentes universitarios en el uso de TIC en su quehacer docente.
cómo integrar las TIC en sus programas de formación docente ni
3.- Describir el conocimiento y habilidades expresado por los
tampoco a nivel de las prácticas pedagógicas que van en desmedro
estudiantes sobre el uso y aplicaciones de TIC en el proceso
de la creación de ambientes de aprendizajes mediados por las TIC.
enseñanza – aprendizaje.
2) La presencia de la integración de TIC en asignaturas del
4.- Determinar la frecuencia de las dimensiones TIC que son
programa de formación docente puede presentar las siguientes
promovidas en las carreras implicadas en esta investigación.
formas: a) asignaturas específicas dentro de la malla curricular. b)

91
elementos transversales en que la tecnología aparece como un apunten a desarrollar habilidades y destrezas cognitivas propias de
recurso. c) perfiles del egresado con aspectos informáticos. la toma de decisión docente;
c) organización de los estándares en base a dimensiones generales,
criterios e indicadores y su operacionalización mediante módulos
flexibles, posibles de utilizar en forma vertical o transversal
3.2. Formación Inicial Docente en Chile dentro de la formación de docentes, y
d) consideración de la vinculación de los estándares con áreas
En cuanto a este tópico, ésta desempeña un papel propedéutico propias del FID, tales como el eje formativo de las prácticas, que
decisivo como el eslabón necesario que proporciona los cimientos potenciarían la contextualización de los aprendizajes TIC
más duraderos posibles [7]; normada legalmente por la Ley adquiridos.
Orgánica Constitucional de la Enseñanza (LOCE), la cual se
enfoca en consagrar el principio de la autonomía universitaria y
libertad académica de las universidades, restándole autoridad al
MINEDUC para regular la formación de docentes que allí se
impartiera [14]. Se suman dos organismos que garantizan la
Educación Superior, uno es el Consejo Superior de Educación,
que otorga el reconocimiento oficial a instituciones de Educación
Terciaria y la otra, Comisión Nacional de Acreditación (CNA).

En particular, los títulos profesionales conducentes a profesor,


requieren obtener el grado de licenciado otorgado por Figura 1. Esquema de la propuesta de Estándares TIC
universidades como; pedagogía en educación parvularia, básica, (MINEDUC, 2006)
media y diferencial, según diversas modalidades: concurrente,
consecutiva y especiales; ocho a diez semestres, presencial o
distancia y diurno o vespertino. Dichos programas consideran la A partir de lo anterior, es posible apreciar que la elaboración de
cursación de una serie de contenidos curriculares de un plan de los estándares TIC se estructura en cinco dimensiones a señalar:
estudio organizados en cuatro áreas [5]: pedagógica, técnica, gestión escolar, desarrollo profesional y
a. Formación general: contenidos referidos a bases sociales y aspectos éticos legales y sociales; las cuales recogen las destrezas
filosóficas de la educación y de profesión docente, el sistema y habilidades que un estudiante de pedagogía debiera ser capaz de
educativo, ética profesional, etc. adquirir a lo largo de su formación. Dicha propuesta (Tabla 1)
b. Especialidad: contenidos específicos del nivel y carrera considera 16 estándares organizados en las 5 dimensiones, antes
incluido menciones para educación básica y conocimiento señaladas y 78 indicadores.
disciplinar para educación media.
c. Profesional: conocimiento de educandos, del proceso de
enseñanza, de instrumentales para la enseñanza de TIC y de Dimensiones Estándares
procedimientos de investigación. Área Pedagógica: E1: Conocen las implicancias del uso de
d. Práctica: actividades del aprendizaje propiamente tal, desde los adquieren y tecnologías en educación y sus
primeros contactos con aulas hasta la inmersión continua y demuestran formas posibilidades para apoyar su sector
responsable en la enseñanza. de aplicar las TIC en curricular.
el currículum E2: Diseñan y planifican ambientes de
En síntesis, éste es uno nudo crítico al momento de analizar su vigente como una aprendizaje con TIC para el desarrollo
impacto entre calidad de la educación y su desempeño forma de apoyar el curricular.
profesional. A pesar de los avances, emergen nuevos desafíos, aprendizaje y la E3: Utilizan las TIC en la preparación de
requiriendo del MINEDUC generar políticas que reposicionen la enseñanza material didáctico para apoyar las
educación como columna vertebral en el desarrollo del país prácticas pedagógicas con el fin de
destinada a las niñas, niños y jóvenes que viven en esta era. mejorar su futuro desempeño laboral.
E4: Implementan experiencias de
3.3. Estándares en TIC para la Formación aprendizaje con uso de TIC para la
Inicial Docente enseñanza del currículo.
E5: Evalúan recursos tecnológicos para
El MINEDUC ha propuesto estándares TIC, entendidos como el incorporarlos en las prácticas
conjunto de normas o criterios acordados que establece una meta pedagógicas.
que debe ser alcanzada para asegurar la calidad de las actividades E6: Evalúan los resultados obtenidos en
que se realicen a través del uso de las TIC en el contexto el diseño, implementación y uso de
educativo [6]. Dichos estándares orientan el diseño e tecnología para la mejora en los
implementación en la formación docente, considerando en su aprendizajes y desarrollo de habilidades
construcción [12]: cognitivas.
a) definición de un marco global que provea un itinerario entre la E7: Apoyan los procesos de enseñanza y
formación inicial docente y los primeros años de ejercicio de la aprendizaje a través del uso de entornos
profesión docente; virtuales.
b) concepción de estándares bajo un esquema integrador y Aspectos Sociales, E8: Conocen aspectos relacionados al
transversal de los elementos operatorios y curriculares, que Éticos impacto y rol de las TIC en la forma de

92
y Legales: conocen, entender y promocionar la inclusión en la 4. METODOLOGÍA
se apropian y Sociedad del Conocimiento.
difunden los E9: Identifican y comprenden aspectos La investigación desarrollada se adscribe al paradigma
aspectos éticos, éticos y legales asociados a la interpretativo, pues busca comprender y describir el fenómeno de
legales y sociales información digital y a las estudio en su ambiente usual. En este sentido, se utiliza una
del uso de los comunicaciones a través de las redes de metodología mixta con un modelo dominante, enfocándose
recursos datos (privacidad, licencias de software, cualitativamente, utilizando la técnica focus group con los futuros
informáticos y propiedad intelectual, seguridad de la profesores de Pedagogía Media en Inglés y Lenguaje y
contenidos información y de las comunicaciones). Comunicación; agregándole componentes cuantitativos: la
disponibles en administración de una encuesta de conocimientos y habilidades
Internet, actuando TIC a docentes universitarios y el análisis documental de los
de manera planes y programas de estudio de las carreras anteriormente
consciente y señaladas. Es congruente el tipo de estudio descriptivo
responsable transeccional, pues se describe cómo se manifiesta un
Aspectos Técnicos: E10: Manejan los conceptos y funciones determinado fenómeno; especificando las propiedades y
demuestran un básicas asociadas a las TIC y el uso de características de las formas en que se incorporan las TIC en los
dominio del computadores personales. procesos formativos de las carreras aludidas.
conocimiento
general de las TIC y E11: Utilizan herramientas de 4.1. Universo y Muestra
el manejo de las productividad (procesador de textos, hoja
herramientas de de cálculo, presentador) para generar El universo del estudio fueron las Universidades del Consejo de
productividad diversos tipos de documentos. Rectores de Chile que imparten carreras de Pedagogía. Su
(procesador de E12: Manejan conceptos y utilizar muestreo es de carácter no probabilístico con un criterio
texto, hoja de herramientas propias de Internet, Web y preconcebido, cuya selección fue intencionada por el investigador.
cálculo, presentador) recursos de comunicación sincrónicos y Así, se fijan los primeros criterios para reducir el universo y la
e Internet asincrónicos, con el fin de acceder y universidad a elegir debe:
difundir información y establecer • Miembro del Consejo de Rectores de Universidades (CRUCH).
comunicaciones remotas. • Contar con una Facultad de Educación.
Gestión Escolar: E13: Emplean las tecnologías para apoyar • Pertenecer a la Octava Región del Bío Bío.
hacen uso de las TIC las tareas administrativo-docentes. Tras los criterios señalados, se obtuvo tres Universidades
para apoyar el área E14: Emplean las tecnologías para apoyar Regionales, siendo evaluadas según el criterio “no participante de
administrativa, tanto las tareas administrativas del la Red de Asistencia Técnica de la Red Enlaces”. De acuerdo a
a nivel de su gestión establecimiento. este juicio, se obtuvo un amplio campo de estudio de la Facultad
docente como de de Educación de una Universidad Regional. Ya seleccionada ésta,
apoyo a la gestión se pasa a reducir el total de ellas a sólo algunos casos.
del establecimiento
Desarrollo E15: Desarrollan habilidades para 4.1.1. Criterios de selección de la muestra
Profesional: hacen incorporar reflexivamente las tecnologías
uso de las TIC como en su práctica docente. Los criterios de muestreo que orientaron los casos son:
medio de E16: Utilizan las tecnologías para la 1. “Modalidad de formación de docente concurrente”, desarrolla
especialización y comunicación y colaboración con iguales, un currículo en la formación general, pedagógica y de
desarrollo y la comunidad educativa en general con especialidad acorde al nivel escolar a desempeñar, así como, una
profesional, miras a intercambiar reflexiones, duración de ocho a diez semestres y que exigen jornada intensiva.
informándose y experiencias y productos que coadyuven 2. “Pedagogías que no presenten promoción de egreso de sus
accediendo a a su actividad docente. estudiantes”, proporciona una evaluación global acerca de los
diversas fuentes para procesos formativos en la primera generación de egresados,
mejorar sus brindando las fortalezas y debilidades del plan y programa de
prácticas y estudio y a su vez, generan propuestas de cambio para las futuras
facilitando el generaciones de las carreras afines. Tras lo anterior, la muestra
intercambio de está conformada por los estudiantes y académicos de las carreras
experiencias de Pedagogía Media en Inglés y Pedagogía Media en Lenguaje y
Tabla 1. Propuesta final de estándares TIC para la FID (Silva Comunicación que participaron voluntariamente en este proceso.
et al, 2008) 3
5. RESULTADOS
Por último, dichos estándares TIC pretenden ser orientaciones
para que las Escuelas de Educación los consideren dentro de sus A continuación se proporciona una descripción de las categorías y
Planes de Estudio como referentes válidos cuando definan los subcategorías analizadas en las carreras que actuaron como caso.
perfiles de egreso de los futuros docentes. • En Pedagogía Media en Inglés, su perfil de egreso considera la
competencia (C4) “utilizar en forma pertinente, las tecnologías de
información y comunicación tanto para aprender como para
3
aprender a enseñar”, junto con existir una asignatura Tecnologías
Los estándares TIC constituyeron las categorías y subcategorías de la Información y Comunicación del Área de Especialidad en el
de análisis utilizadas en el estudio.

93
programa de estudio, impartida en el noveno semestre. A nivel elaboración de proyectos y recursos y solamente un docente ha
curricular, se utiliza una matriz de análisis que denota la presencia utilizado el foro de discusión. En cuanto a la gestión, es más
de las categorías en los componentes de la asignatura, para luego utilizada la sección de tareas de la plataforma virtual, seguido de
ser codificada a un análisis de contenido. Así, la mayor frecuencia crear recursos educativos, leer textos y entregar las notas (60%).
es la pedagógica relacionada con planificar actividades con uso de En tanto aclarar consultas y realizar una evaluación de proceso
TIC, seguida de un uso técnico instrumental de recursos de está bajo la media y el menos utilizado es el foro de discusión. A
Internet 48 frecuencias. En menor grado están al impacto de los nivel técnico, la totalidad de los docentes declara tener dominio en
recursos informáticos tras su implementación e implicancias de el procesador de textos, presentador y los servicios de Internet y
uso (8 y 6 respectivamente) y con 2 unidades, la evaluación de correo electrónico. Mientras tanto, la planilla de cálculo existen 3
recursos TIC. Finalmente, las demás categorías se encuentran docentes que lo manejan, pero necesitan ayuda (Intermedio) y un
ausentes en el programa de estudio contemplado. 40% en un nivel avanzado. Finalmente los programas Project y
• Para Pedagogía Media en Lenguaje y Comunicación están Publisher son desconocidos por más de la mitad de los docentes y
presentes la competencia C4, como así también las especializadas, en 40% declara estar en un nivel de iniciación en la herramienta.
específicamente las C9 y C10, en donde una se refiere el “uso de
las tecnologías para el desarrollo de competencias Sobre los aspectos éticos TIC, se puede ver en la siguiente figura:
comunicativas” y la otra en la “creación de recursos didácticos
tecnológicos de apoyo a su disciplina”. Así también, en el 0%
20% Mucho
programa de estudio existen dos asignaturas: Tecnologías de la Bastante
Información y Comunicación y Didáctica de los Medios de Poco
Comunicación, las cuales son de Formación de Especialidad, Nada
siendo impartidas en el sexto y séptimo semestre. En cuanto al 60% 20%
análisis de contenido curricular, la mayor presencia de las
categorías es la pedagógica, en particular el diseño de ambientes
apoyados con las TIC, luego se encuentra el manejo a nivel Figura 2. Conocimiento aspectos éticos y legales de TIC
técnico de las herramientas y servicios de Internet con 33
frecuencias. Con 15 veces aparece las implicancias de uso de TIC, Por último, en el área de desarrollo profesional, más de la mitad
seguido por su impacto social y la evaluación de las herramientas de los académicos (60%) no ha publicado algún artículo
informáticas con 9 anotaciones. Por último, la implementación de relacionado con tecnologías informáticas, pero si tres docentes
experiencias TIC y preparación de material didáctico se frecuenta han intercambiado con sus pares experiencias tecnológicas (TIC).
en 6 y 4 ocasiones respectivamente, mientras que aspectos éticos En relación a las preguntas abiertas sobre fortalezas y limitantes
y legales presentan 2 veces y las demás existe nula presencia. del uso de TIC en quehacer se manifiesta:
• El uso de tecnologías constituye un recurso pedagógico de
Concerniente a los cinco docentes universitarios de la primera apoyo que facilita las clases y motiva a sus estudiantes.
carrera, la siguiente tabla muestra las estrategias utilizadas: • Entre las debilidades está la evaluación de recursos y el impacto
de su uso, como así también el mayor aprovechamiento de los
Metodología N° Docentes % recursos informáticos, preparación y sistematicidad.
Clases teóricas 4 80% • Como propuesta de cambio sería evaluar su impacto,
Clases prácticas 4 80% requiriendo talleres de capacitación e integración de TIC (100%).
Estudio de casos 2 40%
En el caso de Pedagogía Media en Lenguaje y Comunicación, los
Aprendizaje basado en problemas 3 60% docentes utilizan en su mayoría la clase expositiva y práctica. Con
Aprendizaje basado en proyectos 3 60% más de la mitad (60%) el aprendizaje basado en proyectos,
Trabajo on line 3 60% actividades en aula, análisis de textos, talleres de lectura y el
Aprendizaje colaborativo 4 80% diálogo interactivo con estudiantes. Mientras tanto el aprendizaje
Indagación bibliográfica 3 60% colaborativo y en problemas, trabajo on line e indagación
bibliográfica corresponden al 40% de las preferencias y el estudio
Webquest 2 40% de casos un 20%. Finalmente se advierte la ausencia de webquest
Diseño actividades en aula 2 40% y los laboratorios científicos. En cuanto a los mecanismos de
Análisis de documentos 3 60% evaluación se utilizan principalmente las pruebas escritas, seguido
Taller de lectura 1 20% por trabajos de investigación (80%). En tanto, los talleres de
laboratorio, exposiciones y proyectos cuentan con un 60% de las
Laboratorios científicos 0 0%
preferencias. Por último, elaboración de recursos, informes y
Diálogo interactivo 0 0% auto-coevaluación es declarado por dos docentes y el portafolio
Tabla 2. Estrategias metodológicas (Rodríguez y Silva, 2008) por un académico. El foro de discusión no es utilizado como
procedimiento evaluativo.
Otro aspecto considerado corresponde a los procedimientos
evaluativos, declarándose utilizar principalmente los trabajos de
investigación y la aplicación de pruebas escritas, seguido de las
exposiciones e informes escritos. Con un 60% de las preferencias
aparecen los talleres o laboratorio y auto-coevaluación.
Finalmente un 40% de los académicos expresa usar el portafolio,

94
100%
90%
80%
70% 60% 60% Avanzado
60% 80% 80% 80% Intermedio específicos de Inglés en el laboratorio de computación. No
50% 100% 100%
40% Principiante obstante, existe ausencia de preparación de material TIC, mientras
30% 20% 20%
Desconozco que a nivel evaluativo, han realizado pautas de cotejo para evaluar
20%
10% 20% 20% 20% 20% 20% recursos TIC y declaran ser capaces de sacar conclusiones tras la
0% inserción de tecnologías y utilizar plataformas virtuales.
• En el aspecto ético y legal de las TIC no expresaron conocer el

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impacto de TIC, pero sí durante su formación los docentes de la


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El
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carrera les enseñaron a citar y respetar los derechos de autor de los


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recursos y servicios TIC.


Pr

Co
do

• En el área técnica dicen utilizar las herramientas de


ña
se
Di

productividad para realizar trabajos, informes, proyectos y


Figura 3. Grado de conocimiento de recursos y servicios TIC
presentaciones para las exposiciones; y en ciertos cursos han
En la gestión, las actividades realizadas en plataforma virtual son:
empleado los recursos de Internet para buscar y guardar
información, junto con publicar e intercambiar información.
Actividades Docentes %
• Los futuros profesores en sus prácticas progresivas han
Foros de Discusión 0 0%
empleado sitios informáticos de trabajo administrativo,
Recursos educativos 3 60%
específicamente en colocar calificaciones, registrar la asistencia
Tareas a realizar 1 20% de estudiantes y hasta realizar planificaciones de clases en línea.
Textos de lectura 2 40%
• Los estudiantes de pedagogía declaran el hecho de saber
Aclarar consultas 1 20% tecnología da otro plus, permite actualizarte como profesional,
Evaluaciones de proceso 0 0% mejorar la educación a través de su uso, ser complementaria al
Proporcionar calificaciones 0 0% sistema tradicional, no utilizarse eficientemente los recursos TIC
Tabla 3 Actividades en plataforma EV@ en los colegios, vivenciar experiencias con un nativo en la
Universidad y tener una ética abocada a su profesión propia de su
En la siguiente Figura 3 se muestra el grado de conocimiento de formación católica cristiana.
recursos y servicios tecnológicos de los 5 académicos:

Así, en el área técnica, un 80% de los docentes se encuentra en el Para el caso de Pedagogía Media en Lenguaje y Comunicación, el
nivel avanzado del procesador de texto y los servicios de Internet análisis de contenido del grupo focal arrojó los siguientes
y correo electrónico y sólo un 20% en el rango intermedio. En hallazgos:
tanto, la planilla de cálculo y presentador es dominado por tres • En el plano pedagógico se declara que han vivenciado ciertas
académicos, mientras que un 20% a un nivel intermedio y experiencias con el apoyo de la tecnología, específicamente en las
principiante. Por último, los programas Project y Publisher son formas de aplicar y aprovechar los recursos TIC en su
desconocidos para los académicos en su totalidad. especialidad y en los colegios de práctica. Sin embargo, debería
haber un curso orientado a desarrollar habilidades tecnológicas y
Respecto a los aspectos éticos TIC, menos de la mitad (40%) de conocer nuevos softwares, pues hay muchas cosas que se dan por
los docentes encuestados conoce bastante y nada, a excepción de sabido. Se suma la utilización de herramientas TIC como apoyo a
un profesor (20%) que manifiesta conocer poco sobre este tema. las clases presenciales y recursos de Internet para la realización de
Mientras tanto, en la dimensión desarrollo profesional ningún materiales, el uso de plataformas virtuales, el intercambio de ideas
académico ha publicado artículos en esta disciplina, pero si un y la publicación de información relativa a un curso determinado,
80% ha intercambiado experiencias tecnológicas (TIC) con pares. específicamente de los planes y programas de estudio de lenguaje
y comunicación. En las demás categorías de preparación de
En cuanto a las preguntas abiertas, los académicos declaran las material, evaluación de recursos TIC y sacar conclusiones tras la
siguientes fortalezas y limitaciones del uso de TIC: implementación de TIC no se expresa presencia de éstas.
• Es importante el aspecto didáctico y el uso de los recursos • En base a los aspectos éticos y legales de tecnologías
tecnológicos, pues llama la atención y su enseñanza es clave para informáticas se podría mencionar que los estudiantes en un
su integración. comienzo experimentaron el plagio absoluto, luego el parafraseo y
• Existe poco aprovechamiento del potencial de dichos recursos. finalmente consultar fuentes fiables de información para su
• La totalidad de los formadores señala la capacitación y posterior citación, exhibiendo comportamientos éticos y legales
actualización permanente de los recursos informáticos. referidos a la tecnología.
• A nivel técnico se expresa un acuerdo absoluto en que los
Referente a los estudiantes de Pedagogía en Inglés tras el focus programas más utilizados son el procesador de textos y el
group y respectivo análisis de contenido se pueden señalar los diseñador de presentaciones de los cursos para la realización de
siguientes hallazgos: trabajos y exposiciones. En tanto, los servicios de Internet lo
• En lo pedagógico concuerdan que vivenciaron ciertas experimentaron cuando consultaron información de la Web y el
experiencias TIC, enseñándoles ciertas orientaciones y formas uso de correo electrónico y la realización de trabajos.
para aprovechar los recursos informáticos y servicios Web en su • En la vertiente administrativa, los estudiantes declaran que en
disciplina; pero señalan no haber tenido un curso de computación sus prácticas progresivas realizaron un trabajo administrativo en la
enfocado en el manejo técnico de los recursos informáticos. plataforma on line del Ministerio de Educación, colocando la
Además, han utilizado los recursos informáticos disponibles en asistencia y calificaciones de sus alumnos.
Internet como apoyo didáctico en el proceso educativo de los • En cuanto al desarrollo profesional no se expresan las
contenidos tratados en las asignaturas y usar diversos softwares habilidades para incorporar las TIC, pero manifiestan ciertas ideas

95
claves sobre la inserción de los recursos informáticos tras las TIC y considerar los conocimientos y habilidades TIC
experiencias vividas: si tenían dudas de uso sobre alguna iniciales. En los ramos de la carrera se declaran diversas
herramienta preferían consultarla a personas cercanas, el uso del estrategias metodológicas con el apoyo de recursos y servicios
ensayo y error con la tecnología y ayuda en su formación informáticos, debiendo hacer tareas y actividades que ayuden en
profesional. el logro de los objetivos propuestos. En tanto, la preparación de
material didáctico TIC está presente en el programa de estudio de
Tras los resultados obtenidos en cada carrera con sus respectivos la carrera y se contempla la implementación de experiencias con
instrumentos, se recurre al segundo nivel de análisis de la la empleo de TIC, el uso de plataformas virtuales, junto con
información, denominada triangulación de métodos y técnicas practicarse diversos procedimientos de evaluación de los recursos
mediante una combinación tanto de carácter cuantitativo como informáticos durante el proceso formativo de los estudiantes; pero
cualitativo, garantizando de esta manera una auténtica no aparece contemplado el resultado del uso de la tecnología.
confiabilidad interna de tres fuentes a señalar: el análisis de los • En los aspectos éticos y legales de TIC está contemplado el
documentos pertinente a las carreras, la recolección de impacto de TIC en el programa de estudio y los docentes
información de la encuesta y la intersubjetividad emanada de los consideran en sus clases trabajos, exposiciones, etc. que deban
grupos focales. colocar la cita de fuente investigada.
• A nivel técnico, va a depende del estudiante conocer el uso de
Para el caso de Pedagogía Media en Inglés, los hallazgos son: computadores mediante una asignatura, mientras que los recursos
• A nivel pedagógico, las tecnologías apoyan al sector curricular de productividad de mayor frecuencia son el procesador de textos
mediante diversas formas de uso y su enseñanza es motivadora y el diseñador de presentaciones, para hacer informes, proyectos y
para lograr el aprendizaje esperado, pero se debe considerar las presentaciones solicitadas por el docente. Los servicios y recursos
competencias tecnológicas iniciales. En las asignaturas impartidas de Internet están presentes en la carrera y también la consulta de
por los docentes está el diseño y uso de estrategias metodológicas bibliografía disponible en sitios Web, el contacto vía mensajes, la
con apoyo de las TIC, realizándose diferentes actividades y tareas. conexión y uso de los servicios de Internet y la búsqueda de
La preparación de material didáctico TIC no está presente en el información relativa al curso.
programa de estudio y constituye una debilidad para los docentes. • En lo administrativo, los estudiantes durante sus prácticas
Se declara en el programa de estudio solamente una experiencia progresivas realizaron tareas administrativo docente, pero no las
de aprendizaje con TIC. En tanto, los académicos han practicado propias de la institución.
en sus cursos diferentes procedimientos evaluativos de recursos • Los profesores no han concurrido a congresos TIC, pero si han
tecnológicos y los resultados obtenidos tras su incorporación, pero intercambiado experiencias con sus pares sobre esta disciplina.
a su vez requieren de docentes competentes en el plano Por último, los académicos expresan que requieren una
tecnológico. En cuanto a la plataforma virtual de aprendizaje capacitación permanente para aprovechar las potencialidades de
EV@ es un apoyo en los procesos de enseñanza – aprendizaje de las TIC y su potencial pedagógico.
diversos asignaturas cursadas.
• El impacto y rol de las TIC en la sociedad no aparecen 5. CONSIDERACIONES FINALES
contemplados, pero sí los aspectos éticos de TIC son considerados
por los docentes cuando solicitan a los estudiantes trabajos, A continuación se proporcionan las principales conclusiones
exposiciones, etc. y deben colocar la cita de la fuente consultada. obtenidas y las limitaciones de la investigación desarrollada,
• En lo técnico, los conceptos y uso de computadores van a como así también ciertas sugerencias que a la luz de los resultados
depender del estudiante que desee cursar dicha asignatura; obtenidos pueden ser de utilidad para integrar curricularmente las
mientras que los softwares de productividad de mayor uso en los tecnologías en los programas de estudio correspondientes. Por
diferentes cursos de la carrera corresponden al procesador de último, se plantean propuestas de investigaciones futuras que
textos y presentaciones para la realización de informes, proyectos, brinden las orientaciones en el alcance de la investigación.
trabajos y exposiciones. En tanto, los servicios y herramientas de
Internet son considerados en la carrera para la consulta de
bibliografía disponible en sitios Web de bibliotecas, el contacto
vía mensajes electrónicos, la conexión y uso de los servicios de 5.1. Conclusiones
Internet y la búsqueda de información relativa a la asignatura.
• En las prácticas progresivas de la carrera se han realizado tareas 1. En cuanto al primer objetivo referido a las formas de
administrativo docente que ayudan a su desempeño docente, pero incorporación de las tecnologías en los planes de estudio se puede
no tareas administrativo propias de la institución. concluir que las carreras en estudio incorporan medianamente las
tecnologías de la información, pues están presentes en el perfil de
• En el plano de desarrollo profesional los docentes han asistido a
egreso, como así también en los programas de estudio de
congresos TIC e intercambiado experiencias con sus pares sobre
asignaturas propias de Informática Educativa y como un recurso
esta materia y señalan requerir una capacitación permanente para
transversal que apoya el proceso formativo de los futuros
aprovechar eficientemente las bondades brindadas por las TIC y
profesores.
su uso pedagógico en el proceso educativo.
2. Con respecto al segundo objetivo sobre los conocimientos y
habilidades TIC declarados por los docentes se puede afirmar que
En Pedagogía Media en Lenguaje y Comunicación existieron los
es necesario que se capaciten permanentemente, implicando
siguientes hallazgos:
cambios a nivel pedagógico, específicamente en la utilización de
• El uso y aprovechamiento de diversas formas de aplicar las
estrategias metodológicas, la selección de recursos, la
tecnologías constituye una fortaleza en la carrera, junto con contar
implementación de experiencias y evaluación de las tecnologías
con profesores que se han perfeccionado en cursos TIC; mientras
en el proceso enseñanza aprendizaje. Así también en las áreas
que las limitancias está brindar cursos de integración curricular de

96
técnico – instrumental, los aspectos éticos y legales TIC, la 6.4. Proyecciones
gestión propiamente tal y la generación de instancias de desarrollo
profesional. • Analizar las actitudes y creencias de los académicos y los
3. En tanto, el tercer objetivo planteado, se puede señalar que los estudiantes frente a la incorporación de las Tecnologías de la
estudiantes son capaces de utilizar dichas herramientas Información y Comunicación en el proceso formativo a nivel
informáticas en su futuro desempeño escolar, pero requieren de inicial docente de diversas entidades Universitarias e Institutos.
orientaciones didácticas que ayuden a una integración efectiva. • Analizar la implementación de proyectos de integración
4. Por último, las dimensiones con mayor frecuencia en las curricular de las Tecnologías de la Información y Comunicación
carreras estudiadas son la pedagógica y la técnica, seguida por los en las carreras de Pedagogía.
aspectos éticos y legales, la gestión y el desarrollo profesional. • Determinar el impacto de la incorporación de las Tecnologías
de la Información y Comunicación en el futuro desempeño laboral
de los profesionales de la educación egresados de Universidades
del Consejo de Rectores, Privadas e Institutos Profesionales.
5.2. Limitancias
• Ante la falta de capacitación de los docentes en lo relativo a la REFERENCIAS
integración curricular de las TIC puede ocurrir que no se [1] Cancino, V., Donoso, S. (2004). El programa de Informática
aprovechen todos los beneficios que reportan las tecnologías Educativa de la Reforma Educativa Chilena: análisis crítico.
informáticas en los procesos formativos para ser enseñados a los Revista Iberoamericana de Educación. 36, 129-154.
futuros profesionales de la educación. Recuperado de http://www.rieoei.org/rie36a07.htm
• El no contar con especialistas de Informática Educativa para el
rediseño curricular de los programas de asignatura y su [2] Centro de Educación y Tecnología – Enlaces. (2008). Revista
incorporación, como un línea de acción estratégica de la Enlaces. Un espacio de reflexión digital. Santiago, Chile:
institución, acorde con las tendencias actuales de educación y MINEDUC.
demandas de la sociedad. [3] Marcelo, C. (2001). Aprender a enseñar para la Sociedad del
• Otra de las limitancias se refiere a la poca infraestructura Conocimiento. Revista Complutense de Educación. 12 (2),
tecnológica y de acceso a los recursos multimediales de la 531-593.
institución, pues va en desmedro de las actividades que puedan [4] Marquès, P. (2001). Algunas notas sobre el impacto de las
realizar los futuros docentes en esta materia. TIC en la universidad. Educar. 28, 83-98.
• Considerar como un hecho evidente que los estudiantes que [5] MINEDUC (2005). Informe Comisión sobre Formación
ingresan a la Universidad usan y manejan apropiadamente las Inicial Docente. Santiago, Chile: Serie Bicentenario.
herramientas y servicios computacionales.
• Un aspecto limitante consistió en el tiempo y disponibilidad de [6] MINEDUC. (2006). Estándares en Tecnología de la
Información y la Comunicación para la Formación Inicial
los docentes y estudiantes para aplicar las técnicas e instrumentos
Docente. Santiago, Chile: Autor.
relativos a esta investigación.
[7] Montero, L. (2002). La formación inicial, ¿puerta de entrada
6.3. Sugerencias al desarrollo profesional? Educar 30, 69-89. Recuperado de
http://ddd.uab.cat/pub/educar/0211819Xn30p69.pdf
• De acuerdo a las nuevas demandas de la sociedad tecnologizada [8] Rodríguez J. y Silva, J. (2008). El Desarrollo Profesional
y las políticas gubernamentales se sugiere que se rediseñen Docente en Informática Educativa en Chile. En MINEDUC-
curricularmente los planes y programas de estudio, bajo el modelo UNESCO (Ed.). Estándares TIC para la formación inicial
de competencias y los Estándares en TIC para la Formación docente: Una propuesta en el contexto chileno (pp. 113-140).
Inicial Docente, garantizando una educación de calidad y a su vez, Santiago: MINEDUC.
responda a los procesos de Acreditación.
• Acceder a nuevas formas de financiamiento de la Educación [9] Salinas, J. (2004). Innovación docente y uso de las TIC en la
Superior mediante los programas MECESUP 2, proyectos Fondef enseñanza universitaria. Revista Universidad y Sociedad del
y el programa “Inicia”, los cuales está destinados a impactar los Conocimiento. 1(1). 1-16. Recuperado de
procesos formativos a nivel inicial docente. http://www.uoc.edu/rusc/dt/esp/salinas1104.pdf
• Una vez que se ha decidido innovar en los procesos formativos [10] Sánchez, J. (2003). Integración Curricular de TICs.
es necesario involucrar a todos los componentes estructurales de Conceptos y Modelos. Revista Enfoques Educacionales.
la institución, como así también, los agentes participantes, los 5(1), 51-65. Recuperado de
cuales van a afectar a favor o negativamente en el cambio a http://www.facso.uchile.cl/publicaciones/enfoques/07/Sanch
desarrollar. También es necesario cimentar el camino de las ez_IntegracionCurricularTICs.pdf
creencias, traducido en la actitud de los académicos y los propios [11] Sánchez, J & Ponce, A. (2004) Estándares TICs para
estudiantes en el usar pedagógicamente las tecnologías, los cuales profesores Chilenos, Actas VII Congreso Iberoamericano de
van a determinar el aprovechamiento efectivo de estos recursos Informática Educativa, Monterrey México, 13 al 15 de
para su desarrollo profesional. Octubre.
• Impartir cursos en la línea estratégica de desarrollo de la
Informática Educativa que contribuyan al desarrollo educativo – [12] Silva, J, Gros, B., Garrido, J. y Rodríguez J. (2006).
tecnológico tanto de los docentes como los estudiantes de Estándares en tecnologías de la información y la
Pedagogía, de acuerdo a las políticas gubernamentales, proyecto comunicación para la formación inicial docente: situación
Institucional y demandas de la sociedad del conocimiento. actual y el caso chileno. Revista Iberoamericana de

97
Educación, 38(3), 1-16. Recuperado de
http://www.rieoei.org/deloslectores/1391Silva.pdf
[13] Silva, J, Gros, B., Garrido, J. y Rodríguez J. (2008)
Propuesta de estándares TIC para la formación inicial
docente. En MINEDUC-UNESCO (Ed.). Estándares TIC
para la formación inicial docente: Una propuesta en el
contexto chileno (pp. 141-173). Santiago: MINEDUC.
[14] Silva, J. y Rodríguez J. (2008) La Necesidad de Estándares
TIC para la Formación Inicial Docente. En MINEDUC-
UNESCO (Ed.). Estándares TIC para la formación inicial
docente: Una propuesta en el contexto chileno (pp. 59-74).
Santiago: MINEDUC.
[15] Silva, J. (2009). Estándares TIC para la Formación inicial
Docente: Una política pública en el contexto chileno. En J.
Sánchez (Ed.): Nuevas Ideas en Informática Educativa (pp.
128 – 139), Santiago de Chile: Lom Ediciones S.A.
Recuperado de http://www.tise.cl/2009/tise_2009/pdf/16.pdf

98
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

CONTRIBUIÇÃO DA WEB 2.0 NO ENSINO DE QUÍMICA


Bruno Silva Leite Marcelo Brito Carneiro Leão
Departamento de Educação Departamento de Química
Universidade Federal Rural de Pernambuco Universidade Federal Rural de Pernambuco
Brasil Brasil
bsl02@hotmail.com mbcleao@terra.com.br

ABSTRACT Percebe-se que a cada dia mais as Tecnologias da Informação e da


Web 2.0 can achieve greater interactivity, contributing to make Comunicação (TIC) são incorporadas como recursos didáticos ao
this virtual environment for teaching and learning more dynamic processo pedagógico. Infelizmente esta utilização não está sendo
and appealing. This paper shows the use of some Web 2.0 features acompanhada de um processo amplo de discussão dos aspectos
and how these are being included in science teaching. We present teóricos e práticos envolvidos [1]. Além da falta de discussão
a pedagogical experiment in which a group of students worked teórica na utilização das TIC’s, pesquisas e processos cuidadosos
with some Web 2.0 tools for a discipline of chemistry, involving de elaboração de materiais educacionais que utilizem estas
the theme: Chemical bonds. The results showed that students tecnologias ainda estão longe de ser satisfatórios. Cabe ressaltar,
highlighted the educational potential of Web 2.0 tools, as well as que a utilização das TIC’s, dentre elas a Internet em especial, vêm
the importance of incorporating the TFC and the TCP in Web 2.0 se apresentando como ferramenta bastante acionada na construção
environments. do conhecimento. Neste sentido, é fundamental a adequação da
escola, dos professores e dos alunos ao bom uso da internet. As
TIC’s exigem uma formação permanente do cidadão para
Keywords desenvolver tanto pessoal como profissionalmente ao longo de
Web 2.0, Cognitive Flexibility, Science Learning. toda sua vida [2]. Neste contexto, inserimos a Teoria da
Flexibilidade Cognitiva (TFC) de Rand Spiro e a Teoria dos
RESUMO Construtos Pessoais (TCP) de George Kelly na elaboração dos
A Web 2.0 pode propiciar uma maior interatividade, contribuindo materiais Web 2.0. A primeira permite uma aprendizagem flexível
com isto para tornar os ambientes virtuais de ensino e estimulando o desenvolvimento da capacidade cognitiva, além de
aprendizagem mais dinâmicos e atraentes. Este trabalho tem como poder analisar como os usuários compreendem o universo a partir
propósito mostrar a utilização de alguns recursos da Web 2.0 e de uma visão complexa. A segunda compreende um evento,
como estes, estão sendo inseridos no ensino das ciências. utilizando um sistema de construtos, que nos permite prever e
Apresentamos uma experiência pedagógica em que um grupo de descrever os acontecimentos a partir de uma estrutura complexa
alunos trabalhou com algumas ferramentas da Web 2.0 durante de conceitos, além de analisar as escolhas livres, e como seu
uma disciplina de Química, envolvendo a temática: ligações comportamento decorre a partir dessas escolhas. Uma possível
Químicas. Os resultados mostraram que os alunos ressaltaram o articulação da TCP e da TFC propicia a construção de materiais
potencial educativo das ferramentas Web 2.0, bem como a Web 2.0 a partir de uma escolha livre, e como essa escolha livre
importância da incorporação da TFC e da TCP em ambientes Web interfere na aprendizagem flexível. Este trabalho teve como
2.0. propósito analisar a utilização de alguns recursos da Web 2.0 e
como estes, estão sendo inseridos no ensino das ciências, a partir
Palavra-Chaves da incorporação da TFC e da TCP em ambientes Web 2.0. O
Web 2.0, Flexibilidade Cognitiva, Ensino de Ciências. campo de estudo da presente proposta se insere na área voltada
para a utilização das tecnologias da informação e da comunicação
no ensino de ciências, em especial o ensino de química,
1. INTRODUCTION contribuindo para a formação de cidadãos capazes de se expressar
O conceito de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) utilizando a linguagem da Web 2.0, e de refletir sobre suas
é utilizado para expressar a convergência entre a informática e as produções e de outros, procurando ainda perceber, as
telecomunicações. As TIC’s agrupam ferramentas informáticas e possibilidades e os limites no uso da linguagem da internet.
telecomunicativas como: televisão, vídeo, rádio, Internet, etc.
Todas estas tecnologias têm em comum a utilização de meios
telecomunicativos que facilitam a difusão da informação. Em 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
todas as áreas de atuação humana é possível encontrar aplicações Com a incorporação das TIC’s a prática educativa, muito se tem
em TIC. discutido sobre as competências tecnológicas que os docentes
Silva, Bruno., Brito, Marcelo. (2010).Contribuição da Web 2.0 no Ensino de Química.
deviam adquirir no processo de sua formação [3]. A Web 2.0
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, (termo que faz um trocadilho com o tipo de notação em
pp 99-106, Santiago de Chile. informática que indica a versão de um software) é a segunda

99
geração de serviços online e caracteriza-se por potencializar as da Web 2.0, como o Ajax ou Mash-ups. Quando a mudança da
formas de publicação, compartilhamento e organização de Teia Mundial (www) foi notada, algumas diferenças entre os
informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os novos sites e os antigos são percebidas, promovendo criatividade
participantes do processo [4]. A Web 2.0 refere-se não apenas a e compartilhamento de informação. Encontramos tecnologias
uma combinação de técnicas informáticas, mas também a um específicas como wikis e blogs, com novos caminhos para criação
determinado período tecnológico, a um conjunto de novas de webpáginas como mash-ups, e uso massivo de descritores ou
estratégias mercadológicas e a processos de comunicação tags (marcadores) que tem sido definido como folksonomies.
mediados pelo computador. A Web 2.0 tem repercussões sociais Taxonomia vem do grego “taxis” e “nomos”: Taxis significa
importantes, que potencializam processos de trabalho coletivo, de classificação, nomos (ou nomia), ordenar, negociar; por sua vez,
troca afetiva, de produção e veiculação de informações, na “folc” provém do alemão “pueblo” (Volks). Logo
(re)construção do conhecimento apoiada pelos recursos etimologicamente, folksonomies (ou folcsonomía – folc + taxo +
tecnológicos [5]. Um dos princípios fundamentais que abarca a nomía) significa “classificação gerenciada por um povo” [3].
Web 2.0 é trabalhar a própria Web como uma plataforma, isto é, Cobo e Pardo [13] propõem ordenar a Web 2.0 em quatro linhas
viabilizando funções on-line que antes só poderiam ser fundamentais: Social Networking (Redes sociais) que descreve
conduzidas por programas instalados em um computador. Além todas as ferramentas desenhadas para a criação de espaços que
de novas ou potencializadas formas de publicação e circulação de promovam ou facilitem a construção de comunidades de
informações, a Web 2.0 potencializa a livre criação e organização intercâmbios sociais; Conteúdos que fazem referencia as
distribuída de informações compartilhadas através de associações ferramentas que favorecem a leitura e a escrita online, assim como
mentais. Considerando tais premissas, defende-se que o estudo da
sua distribuição e intercâmbio; Organização Social e inteligência
Web 2.0 deve levar em conta não apenas os aspectos tecnológico
da informação as ferramentas e recursos para marcar, organizar e
e de conteúdo, mas também as interações sociais quanto a sua
indexar, facilitando a ordem e armazenamento da informação,
forma: o aspecto relacional [6, 7, 8, 9].
assim como de outros recursos disponíveis na rede; Aplicações e
Com a introdução da Web 2.0 as pessoas passaram a produzir os serviços (Mashups) esta classificação inclui inúmeras
seus próprios documentos e a publicá-los automaticamente na ferramentas, softwares, plataformas online e diversos recursos
rede, sem a necessidade de grandes conhecimentos de criados para oferecer serviços ao usuário.
programação e de ambientes sofisticados de informática. Os
softwares da Web 2.0 geralmente criam comunidades de pessoas 2.1 Ferramentas da Web 2.0
interessadas em um determinado assunto, a atualização da
Um aspecto positivo das ferramentas da Web 2.0 é a aquisição de
informação é feita colaborativamente e torna-se mais confiável
programas gratuitos (freeware) o que facilita a produção dos
com o número de pessoas que acessam e atualizam [10].
materiais na Web 2.0. O uso fácil e gratuito destes novos serviços
Recentemente temos presenciado uma ampla expansão do
web é a chave para entender a evolução da Internet para a Web
conceito da web 2.0, cuja principal característica poderia ser a
2.0 [14]. Dentre inúmeras ferramentas que a Web 2.0
substituição do conceito de uma web de leitura, para uma de
disponibiliza, descrevemos a seguir algumas delas:
leitura-escrita [3]. O estudo da Web 2.0 deve levar em conta não
apenas os aspectos tecnológicos e de conteúdo, mas também as
interações sociais envolvidas no aspecto relacional. Diariamente
2.1.1 Blog
centenas de novas páginas são construídas com os ideais que O termo “weblog” foi primeiramente usado por Jorn Barger, em
definem a Web 2.0 [11]. A tabela 1 descreve algumas diferenças 1997, para referir-se a um conjunto de sites que “colecionavam” e
entre a Web 1.0 e a Web 2.0 [12]. divulgavam links interessantes na web. Os blogs são ferramentas
para “escrever” e para “ler”. São recursos para difundir e
WEB 1.0 WEB 2.0 compartilhar conteúdos por expertos, analistas, especialistas de
- Utilizador é consumidor da - Utilizador é consumidor e qualquer matéria, por docentes, educadores de diferentes âmbitos,
informação; produtor da informação; alunos, grupos afins, classes, escolas, adultos e jovens. No blog os
professores podem produzir ambientes de aprendizagem dinâmico
- Dificuldades inerentes a - Facilidades de criação e sem o conhecimento prévio de uma linguagem informática (ex.
programação e a aquisição de edição de páginas online; HTML). O blog é provavelmente a ferramenta da Web 2.0 mais
software específico para - O utilizador tem vários conhecida e utilizada em contexto educativo. O usuário pode
criação de páginas na web; servidores para disponibilizar contribuir com seus comentários, votar, etiquetar, recomendar ou
- Para ter um espaço na rede na suas páginas de forma gratuita; reprovar qualquer conteúdo da web [15].
maioria dos servidores é - Número de ferramentas e As aplicações pedagógicas são inúmeras desde publicar simples
preciso pagar; possibilidades ilimitadas. tarefas digitalizadas que só irá mudar o meio onde vai ser
- Menor número de ferramentas colocado, antes caderno agora blog, até atividades que provoquem
e possibilidades. o aluno a criar, escrever textos, fazer produções dos mais diversos
formatos. O blog pode quebrar a hierarquia que existe na sala de
Tabela 1. Diferenças entre a Web 1.0 e a Web 2.0
aula. A pessoa pode se dirigir ao professor sem muito protocolo e
Devemos entender que a Web 2.0 não é definida como sites de vice-versa. Outro importante ponto é a necessidade de atualização
jogos ou ferramentas da Internet, nem tampouco um website constante dos conteúdos para despertar o interesse dos alunos.
específico de pesquisas na Internet. A Web 2.0 não é uma nova Isto faz com que o blog fique movimentado. É importante
web com novas linguagens ou tecnologias, alguns dos recursos destacar que o blog não foi criado no contexto educacional. Não
mais notáveis da Web 2.0, como blogs ou wikis, vêm do nineties. tinha esse objetivo. Os blogs inicialmente eram relatórios
Mas algumas tecnologias são a chave do desenvolvimento de sites publicados na internet e começou a ser usado para diferentes fins

100
por conta da facilidade de uso. Daí a característica da de gente leva adiante essas discussões públicas durante um tempo
interatividade nos blogs ser um processo muito mais rápido que suficiente, com suficientes sentimentos humanos, para formar
em um site convencional, além da possibilidade da publicação ser redes de relações pessoais no espaço cibernético. As pessoas que
instantânea. se conectam online por um período prolongado podem, mas não
As ideias mais relevantes nos processos de aprendizagem com o necessariamente vão, gerar uma comunidade virtual, é preciso
suporte dos blogs são inúmeras. As possibilidades existentes em convencer outras pessoas a manter essa comunicação. Para atraí-
torno ao desenvolvimento de habilidades de trabalho las é preciso ter um meio que esteja nos interesses em comum. É
colaborativo, e a necessidade atual de trabalhar em equipe e ser importante ainda enfatizar que é preciso a presença de alguns
capazes de aprender em grupo. A construção do discurso, elementos chamados elementos formadores, que seriam as
necessário para o desenvolvimento intelectual e nos processos de discussões públicas, as pessoas que mantém contato via Internet,
interiorização de conceitos, a capacidade de expressão, que se encontram e reencontram tempo e sentimento. Estes
contribuição de ideias e conteúdos. Com os blogs podemos elementos constituem uma comunidade virtual. Além dos
também investigar, indagar, discutir os pontos de vista, baixar elementos formadores, podemos afirmar, segundo Recuero [19],
informações segundo conhecimentos, fontes, recursos e interesses. que as comunidades virtuais possuem algumas características,
dentre elas: Interatividade no que diz respeito às trocas
Muitos professores têm uma dificuldade grande em utilizar o blog. comunicativas. De acordo com Primo [5], é preciso partir da
Há uma grande resistência. Não vêem o blog como uma interação humana para compreender a interatividade na
possibilidade de ampliação, como quebra das barreiras em sala de comunicação humano-computador. O autor propõe dois
aula. Porém, às vezes essa repulsa por blogs é na verdade conceitos, o de interação mútua e interação reativa. A primeira
conseqüência da falta de intimidade dos professores com o acontece de forma aberta, onde a relação se dá através da
computador. Existe ainda hoje professor sem email. Um problema construção negociada, e a segunda dá-se em um sistema fechado,
encontrado na utilização dos blogs é a falta de tempo disponível a relação é causal e é baseada no objetivismo; A Permanência,
dos professores para atualizar. O blog perde a dinamicidade. Por outra característica, é imprescindível para manter ativas as
isso é importante organizar-se em metas de atualização para comunidades virtuais, pois caso contrário não existe possibilidade
manter o blog dinâmico. A disciplina e os hábitos do trabalho de aprofundar as relações entre as pessoas, requisito sine qua non,
constante que implica em manter um blog, planificar, acrescentar para que uma comunidade se constitua.
uma nova informação periodicamente, consultar cada dia fontes
de informação nas áreas de interesse, estar flexível e escrever Destacamos que nas comunidades virtuais é importante fazer com
cotidianamente. A motivação, o reconhecimento e o auto- que os membros delas sintam que pertencem as mesmas, precisam
reconhecimento no caminho criativo são importantes para manter internalizar o sentido de comunidade.
um blog.
2.2 Aprendizagem 2.0
2.1.2 Redes Sociais A educação tem sido uma das áreas mais beneficiadas com a
Chamamos Sociedades conectadas um sistema reticular, tecido e ‘interferência’ das novas tecnologias, especialmente as
composto por indivíduos e organizações que é susceptível de relacionadas com a Web 2.0. Por ela, resulta fundamentalmente
relacionar conjunturalmente aos distintos acontecimentos sociais conhecer e aproveitar a bateria de novos dispositivos digitais, que
[16]. A “Internet social” é uma série de aplicações e páginas de abrem inexploradas potencialidades a educação e a investigação.
Internet que utilizam inteligência coletiva para proporcionar A Web 2.0 trata-se de um território potencial de colaboração na
serviços interativos em rede cedendo ao usuário o controle de seus qual podemos empregar de maneira adequada processo de ensino
dados e dando uma capacidade ativa, produtora. A recente e aprendizagem. Um dos principais benefícios destas novas
expansão e crescimento dos sítios de redes sociais na Internet aplicações web – de uso livre e que simplificam tremendamente a
como MySpace, Facebook, Craigslist, Bebo entre muitos outros, cooperação entre pares – responde ao principio de não requerer do
está despertando o interesse dos acadêmicos [17]. As redes sociais usuário uma alfabetização tecnológica avançada. Estas
permitem uma comunicação entre círculos expansivos de ferramentas estimulam a experimentação, reflexão e a geração de
contatos, e uma convergência entre, até agora separadas, ações conhecimentos individuais e coletivos, favorecendo a
como o correio eletrônico, a mensagem instantânea, a criação de conformação de um ciberespaço de interatividade que contribui a
webs, os diários, os álbuns de fotos, e a baixar e enviar músicas e criar um ambiente de aprendizagem colaborativo.
vídeos. As Redes Sociais são espaços virtuais onde as pessoas se Segundo Johnson [20] existe três tipologias diferentes de
encontram e formam redes de relacionamento. A rede social aprendizagem:
College.com é um exemplo de rede social voltada para os
1. Aprender fazendo (Learning-by-doing): para este tipo
estudantes universitários.
de aprendizagem as utilizações das ferramentas
Os processos de comunicação na Web são, cada vez mais, permitem ao estudante e/ou professor a leitura e a
sistemas de relacionamento entre iguais que geram novas formas escrita na Web, baseados no principio de “ensaio-erro”.
de construção do conhecimento, mais sociais e mais dependentes Este processo de criação individual e coletivo, por sua
da comunidade. E ao mesmo tempo, a capacidade individual de vez, promovem um processo de aprendizagem
autogestão da própria aprendizagem é mais importante para poder construtivista.
aproveitar estes sistemas de conexões, redes de pessoais e
2. Aprender interatuando (learning-by-interacting): além
recursos.
da escrita oferecem a possibilidade de intercâmbio de
De acordo com Rheingold [18], comunidades são agregados ideias com os demais usuários da internet. A ênfase é
sociais que surgem da Internet, quando uma quantidade suficiente aprender interatuando com os demais.

101
3. Aprender buscando (learning-by-searching): um dos pertinentes a sua necessidade, em que um outro prosumidor de
exercícios de um trabalho, pesquisa ou outra atividade recursos com uso da Web 2.0 investe nestes recursos
é a busca de fontes que ofereçam informação sobre o disponibilizando informações, permitindo um encontro da
tema que se abordará. Esse processo de investigação, necessidade de ambos prosumidores – um em produzir e outro em
seleção e adaptação termina ampliando e enriquecendo consumir – chegando a uma avaliação do conteúdo
o conhecimento de quem o realiza. disponibilizado na Web 2.0 se é ou não resposta da busca inicial.
Lundvall [21] acrescenta a esta taxonomia um quarto tipo de
aprendizagem, que representa o valor essencial das ferramentas 2.4 Teoria da Flexibilidade Cognitiva
Web 2.0 e que está baseado na ideia de compartilhar informação, A mediação pedagógica pautada no uso das tecnologias
conhecimentos e experiências: disponíveis na Web 2.0 necessita de uma abordagem baseada em
metodologias centradas nos alunos, com atividades que permitam
4. Aprender compartilhando (learning-by-sharing): o
a construção de conceitos complexos e pouco estruturados, em
processo de intercâmbio de conhecimentos e
especial dentro do contexto do ensino de ciências. Neste sentido,
experiências permitem aos educandos participar
uma teoria que se adéqua a este tipo de proposição é a Teoria da
ativamente de uma aprendizagem colaborativa. Ter
Flexibilidade Cognitiva (TFC). A TFC foi proposta na década de
acesso a informação, não significa aprender: por isso, a
80, por Rand Spiro e colaboradores. É uma teoria de
criação de instâncias que promovam compartilhar
representação e instrução, com o objetivo principal de promover o
objetos de aprendizagem e enriqueçam
conhecimento não de forma linear e apenas como memorização,
significativamente o processo educativo.
mas, considerando que o aprendiz deve desenvolver a sua
Neste contexto a Web 2.0 multiplica as possibilidades de aprender capacidade cognitiva, de forma a ser capaz de usar qualquer
a compartilhar conteúdos experiências e conhecimentos. Os conhecimento em situações reais diversas, diferentes daquelas em
recursos online da Web 2.0, além de serem ferramentas que que foi preparado durante sua formação. Por flexibilidade
aperfeiçoam a gestão da informação, se convertem em cognitiva se quer dizer a capacidade para reestruturar o
instrumentos que favorecem a conformação de redes de inovação conhecimento de alguém, de muitas maneiras, em uma resposta
e geração de conhecimentos baseados na reciprocidade e na adaptável às exigências situacionais. O desenvolvimento da
cooperação. A partir deste marco (gerar e compartilhar) temos o flexibilidade cognitiva requer múltiplas representações do
modelo de “Aprendizagem 2.0” (aprender fazendo, aprender conhecimento, que favoreçam a transferência desse saber para
interatuando, aprender buscando e aprender compartilhando). novas situações [24].
Cada um destes tipos de ensino-aprendizagem enriquece as
A Teoria dos Construtos Pessoais (TCP) de Kelly, bem como a
plataformas Web 2.0 cujas características mais relevantes é
Teoria da Flexibilidade Cognitiva (TFC) de Spiro e
oferecer ao professor aplicações uteis, gratuitas, colaborativas e
colaboradores, apresentam alguns pontos de articulação na
simples de usar.
elaboração de materiais Web 2.0. Levando em consideração uma
teoria de aprendizagem que focasse os princípios norteadores da
2.3 Teoria dos Construtos Pessoais elaboração de materiais na Web 2.0, tomamos a TFC como sendo
A construção do conhecimento, na perspectiva de George Kelly a teoria de suporte para atingir os objetivos do nosso trabalho.
[22], é baseada em uma teoria psicológica, que ele denominou Tomando referencia às análises da compreensão dos alunos-
Alternativismo Construtivo. Essa teoria, Teoria dos Construtos usuários quando exposto a complexidade da realidade em que
Pessoais (TCP), é composta de um postulado fundamental e onze vive, recorremos a TCP para traçar o perfil de sua visão e
corolários (Construção, individualidade, organização, dicotomia, estabelecer possíveis articulações entre a TFC e a TCP.
escolha, faixa, experiência, modulação, fragmentação,
comunalidade e sociabilidade). De acordo com essa teoria, as
pessoas são livres para escolher como querem ver o mundo, e seu
3. METODOLOGIA
O desenvolvimento desta pesquisa seguiu os moldes de uma
comportamento decorre dessas escolhas. Elas são responsáveis
pesquisa qualitativa.
por suas ideias e por suas mudanças. A aprendizagem, segundo a
TCP, é resultado das tentativas da pessoa de lidar com suas a) Etapas da investigação
experiências. Desse modo, o conhecimento é relativo, é Pré-seleção (contato com os materiais a serem pesquisados).
construído pessoalmente, de acordo com as experiências, e A Pré-seleção dos objetos de pesquisa (Webpáginas,
também é possível mudá-lo por sucessiva experimentação. Além comunidades, blogs e Twitter’s da Web 2.0) estará destinada
disso, a pessoa é quem toma as decisões, principal responsável a escolha de materiais relacionados com o ensino-
por suas idéias e pela mudança nas mesmas. Ao construir o aprendizagem. Seleção: escolher três objetos de pesquisa de
modelo do sistema antecipatório as pessoas tentam aperfeiçoar cada área da Web 2.0 para análise (uma webpágina, uma rede
esse sistema de modo que lhes permitam compreender cada vez social e um blog). Aplicação: foram aplicados dois
melhor o que vai acontecer se eles agirem de certa maneira. Nesse questionários (de perfil, de conteúdo e da web) e uma
caso, a aprendizagem é considerada como o resultado de intervenção (utilização dos objetos de pesquisa
tentativas da pessoa em compreender a realidade e de lidar com selecionados). Análise: Investigar o uso, os objetivos da
eventos a partir de suas experiências (Corolário da experiência). página, os acessos, seus recursos e como contribuem para
Uma página Web 2.0 pode ser observada seguindo o ciclo uma aprendizagem flexível. Conclusão: discussão após o
proposto por Kelly [23] em que o prosumidor (produtor e término das atividades previstas, compreendendo várias
consumidor) ao acessar determinado recurso, antecipa de forma tarefas, como consolidação de resultados e relatórios finais,
que analisa este recurso na busca de informações que são atividades de avaliação.

102
b) Participantes portátil (“Você possui algum reprodutor portátil
Uma turma com quarenta (40) alunos do 1º ano do ensino (MP3/MP4/Celular)?”) e a utilização do reprodutor portátil para
médio. 45% (18 alunos) não é direcionada para os estudos, porém 37,5%
(15 alunos) usam pouco para estudos e 15% (6 alunos) utilizam
c) Instrumentos muito. O que notamos é que mesmo tendo um reprodutor portátil
Os instrumentos utilizados para esta pesquisa foram: a utilização destes para o ensino é baixa, cabe ao professor
questionário inicial (questionário de perfil e pré-teste), incorporar ferramentas adequadas para o ensino.
intervenção e questionário final (questionário sobre o uso da
No que diz respeito à utilização da Internet (“Há quanto tempo
Web 2.0 e pós-teste). No questionário inicial os alunos
você é utiliza Internet?”), 85% (34 alunos) utilizam Internet a
responderam dezessete (17) perguntas (objetivas e
mais de três anos, o que observa-se que esses alunos já estão
subjetivas) com o intuito de verificar o nível de condição de
habituados com a web. Partindo dessa perspectiva (“Quantas
usuário em relação ao uso da internet e o conhecimento deles
vezes por semana você acessa a Internet?”), 72,5% (29 alunos)
sobre a Web 2.0, bem como cinco (05) perguntas sobre o
acessam a Internet mais de três vezes por semana, enquanto
conceito de ligação química. Na intervenção os alunos
apenas 2,5% (1 aluno) utiliza a menos de um ano. Cabe destacar
acessaram as três ferramentas selecionadas: a rede social
que a introdução de ferramentas da Web 2.0 no ensino para esta
Scribd (http://www.scribd.com/doc/3185893/Ligacao-
turma, o professor dificilmente encontraria dificuldades para
Quimica), o blog Bruno’s Chemistry
utilizá-las, tendo em vista que estes alunos têm facilidade em
(http://quimicadobruno.blogspot.com) e o vídeo no youtube
estarem conectados.
(http://www.youtube.com/watch?v=vjETqU7-
1RY&feature=player_embedded), todos interligados com o Embora estes alunos estejam conectados vários dias da semana
tema proposto. No questionário final os alunos responderam (“O que você mais faz na Internet?”), a utilização da web dos
a cinco (05) perguntas envolvendo o conceito de ligação 75% (30 alunos) é para manter comunicação com as pessoas
química, com o objetivo de verificar o nível de conhecimento (chats, e-mail, messenger, fóruns, etc.), 30% (12 alunos) utilizam
do aluno após a utilização dos recursos da Web 2.0 no tema como lazer, já 22,5% (9 alunos) buscam materiais para fazer
proposto, em seguida por um questionário sobre o uso da trabalhos escolares, 25% (10 alunos) lêem materiais informativos
Web 2.0 com três (03) perguntas, para verificar a - jornais, revistas etc, 7,5% (3 alunos) fazem compras. As redes
contribuição da Web 2.0 no ensino de Química. sociais são as mais destacadas entre estes alunos [72,5% (29
d) Seleção das ferramentas alunos) acessam Comunidades (Orkut, Facebook, MySpace...)], o
que permite a abertura de redes voltadas para o ensino, se elas
A pesquisa aconteceu na Internet, especificamente em sítios mantiverem suas características Web 2.0. Completando a pergunta
Web 2.0, através da escolha de webpáginas, comunidades, “Qual recurso da Internet você mais utiliza?”, 70% (28 alunos)
blogs e twitter’s utilizados como recursos para o ensino de utilizam o Messenger, 10% (4 alunos) utilizam Blogs, 25% (10
química. Esta pesquisa foi realizada utilizando-se alunos) utilizam o Formspring, 27,5% (11 alunos) usam
mecanismos de busca: Google, Yahoo Search!, Bing, entre Webpáginas (sites de notícias, de vendas, etc...), 27,5% (11
outros. A utilização destes mecanismos foi devido a grande alunos) utilizam Wikis (Wikipédia, Igpédia, etc...), 25% (10
quantidade de dados disponibilizados por busca, permitindo alunos) utilizam E-mail, 25% (10 alunos) fazem uso do Twitter e
uma análise ampla dos objetos de pesquisa. Nesta 17,5% (7 alunos) responderam que acessam páginas de jogos
investigação, foram considerados os materiais que online. Percebemos que nesta turma há um interesse dos alunos
apresentavam, dentro da interpretação do investigador, uma por parte dos jogos online, o que indica que a elaboração de jogos
aprendizagem flexível e de escolha livre. educativos pode tornar-se uma boa estratégia para o processo de
ensino e aprendizagem.
4. RESULTADOS
Outro dado importante refere-se a “Quais ferramentas de busca
Neste momento descrevemos as respostas dos alunos no
você já utilizou?”, 95% (38 alunos) utilizam o mecanismo de
questionário inicial com a análise do questionário de perfil,
busca do Google, 32,5% (13 alunos) o Yahoo! e 7,5% (3 alunos)
posteriormente uma discussão sobre as respostas coletadas do pré-
o Cadê?,12,5% (5 alunos) utilizam outros mecanismos de busca.
teste e do pós-teste e por fim as opiniões dos alunos em relação à
E quanto ao uso destas ferramentas (“Quando utiliza uma
utilização da Web 2.0 no Ensino de Química.
ferramenta de busca, você:”), 55% (22 alunos) procura um
assunto por palavras, 42,5% (17 alunos) procura um assunto por
4.1 Questionário de Perfil frases e 2,5% (1 aluno) utiliza o diretório (busca por categoria) do
No questionamento “Você utiliza Computador?“ 100% (40 buscador. Neste sentido, é importante que o professor esteja
alunos) responderam que sim; demonstrando que todos os alunos atento para os links disponibilizados por estes sites de busca, que
utilizam o computador quer seja em sua casa [90% (36 alunos)], em alguns casos, as respostas são classificadas mais com o valor
lan house [2,5 % (3 alunos)], na casa de familiares [2,5% (1 que é pago para a divulgação do que com o que se pretende
aluno)], na escola ou em outro lugar (“Onde você mais utiliza o encontrar.
computador?”). Percebemos que para estes alunos há um
equilíbrio de utilização na escola (“Com que freqüência você usa No que refere-se a busca na Internet (“Na sua opinião, encontrar
o computador na escola?”), 32,5% (13 alunos) utilizam mais de informações na Internet é algo:”), 55% (22 alunos) acham
uma vez por semana, 22,5% (9 alunos) raramente usam, 12,5% (5 prático, 15% (6 alunos) acreditam que é trabalhoso encontrar
alunos) utilizam poucas vezes no mês, e 32,5% (13 alunos) não informações na Internet, e 30% (12 alunos) fácil. Reforçamos a
usam na escola. Destes alunos, 97,5% (39 alunos) têm reprodutor ideia de que os conteúdos abordados devem permitir que os
alunos os encontrem logo na primeira página de busca. E que para

103
estes mesmos alunos os conteúdos encontrados na Internet 4.2 Pré-teste e Pós-teste
(“Quanto à qualidade dos conteúdos que você encontra na Sobre o entendimento das ligações químicas (“O que é uma
Internet:”), são sempre de bom nível de profundidade [20% (8 Ligação Química para você?”), na aplicação do pré-teste, 60%
alunos)], 57,5% (23 alunos) acreditam que normalmente são de (24 alunos) souberam responder o que era uma ligação química,
bom nível e 20% (8 alunos) acham que quase sempre são as respostas mais comum foi da junção de elementos químicos
superficiais. 2,5% (1 aluno) prefere utilizar os livros na biblioteca para formar uma nova substância, 7,5% (3 alunos) não
da escola. Neste contexto, percebemos que há ainda resistência conseguiram explicar, já 32,5% (13 alunos) não sabiam do que se
em confiar nos conteúdos da Web. Observamos que das tratava. Após a intercessão da Web 2.0, quando a aplicação do
informações encontradas na rede (“Como você utiliza as pós-teste, 65% (26 alunos) justificaram ao questionamento (“Os
informações que encontra na Internet?”), 57,5% (23 alunos) lêem átomos tendem a formar ligações, como você justificaria essas
na tela do computador, 15% (6 alunos) salvam as páginas para ler ligações?”) como sendo uma busca pela estabilidade (“...ocorrem
depois, 25% (10 alunos) imprimem as páginas e 2,5% (1 aluno) para tornar os átomos estáveis”). Observamos que em relação ao
não utiliza nenhuma das ações anteriormente citadas. pré-teste houve um acréscimo das respostas dos alunos, o que nos
No que diz respeito à “Quando você pesquisa um tema na permite inferir que houve uma contribuição na aprendizagem com
Internet:” 45% (18 alunos) param de ver as páginas logo que o uso das ferramentas da Web 2.0, 35% (14 alunos) não souberam
encontra um material interessante e 55% (22 alunos) seleciona responder.
várias páginas para decidir depois o que utilizar. Sendo que No quesito “Você sabe quais os tipos de ligações Químicas que
42,5% (17 alunos) adicionam aos favoritos as páginas de interesse existem? Comente-as.”, 55% (22 alunos) não souberam
(“Como você organiza páginas de seu interesse?”), 20% (8 responder, 10% (4 alunos) responderam que os tipos de ligações
alunos) criam pastas para guardá-las, 20% (8 alunos) anota o(s) são: iônica, covalente e múltiplas, 22,5% (9 alunos) responderam
endereço(s) e 17,5% (7 alunos) não organizam. apenas como ligação iônica e 12,5% (5 alunos) responderam
Sobre o questionamento “Na sua opinião: a) Que vantagens ou ligação peptídica. Cabe ressaltar que estes alunos associaram com
desvantagens existem na utilização de recursos da Internet as ligações peptídicas discutidas na disciplina de biologia
durante as aulas das disciplinas que você estuda?”, os alunos (biologia celular). Após a mediação com as ferramentas da Web
destacaram a possibilidade de ter conteúdos mais atualizados, 2.0, nas respostas do pós-teste (“Como ocorre as ligações
encontrar novidades disponíveis, eles acreditam que podem químicas? Explique cada uma.”), 82,5% (33 alunos) souberam
aprender mais através dos recursos da Internet e que as aulas responder a esta questão. Em relação ao questionário inicial em
tornam-se mais descontraídas. Como desvantagem, as respostas que 22 alunos responderam, percebemos um aumento
encontradas apontam para o uso excessivo do computador o que significativo das respostas dos alunos, exatamente 11 alunos a
pode acarretar em vício (segundo os alunos) e a distração na mais, o que corresponde a 50% de aumento nas respostas, já
Internet, uma das palavras mais mencionada em suas respostas. 17,5% (7 alunos) não responderam. Cabe ressaltar, que no pós-
Percebemos que mesmo que o conteúdo esteja disponível na teste nenhuma das respostas citaram as ligações peptídicas.
Internet há um receio por parte dos alunos que estes conteúdos No que diz respeito ao questionamento “Você já ouviu falar a
estejam errados, cabe ressaltar aqui o papel do professor como teoria do Octeto? Comente-as”, 82,5% (33 alunos) não souberam
mediador. Em relação à “Na sua opinião: b) Que atividades responder, 17,5% (7 alunos) souberam responder e comentaram.
(utilizando a Internet) podem ser mais proveitosas para a Após a intervenção, na aplicação do pós-teste (“O que Lewis
aprendizagem de um determinado conteúdo?”, destacaram-se a explicava sobre a teoria do Octeto?”), 67,5% (27 alunos) dos
utilização da pesquisa para estudo, os tradutores online, os jogos alunos responderam sobre o que Lewis explicava, esta
educativos e as apresentações (Slides). É importante ressaltar o porcentagem representa um aumento para a mesma pergunta
que um dos alunos comentou: “Aulas apresentadas em vídeos de realizada no pré-teste, em que 82,5% (33 alunos) não
outros professores ou produzido pelo próprio professor.”, aqui responderam e apenas 17,5% (7 alunos) haviam respondido
destacamos a importância da participação do professor como anteriormente. Isto é, dos 33 alunos que não sabiam sobre a teoria
produtor e consumidor (prosumer) destas informações. Por outro do octeto, 20 alunos na aplicação do pós-teste souberam
lado “Na sua opinião: c) Que disciplinas podem utilizar os responder, o que representa um acréscimo de 66,67% de respostas
recursos da Internet de forma mais eficiente? Por quê?”, 30% significativas.
(12 alunos) acreditam que os recursos seriam mais eficientes em
todas as disciplinas. Entre as disciplinas mais escolhidas, Sobre a Teoria de ligação de Valência e Teoria dos Orbitais
Química, Biologia e história foram as que se destacaram. Moleculares (“Você conhece a teoria das ligações de valência e a
teoria dos orbitais moleculares? Comente-as.”), percebemos que
Por fim, quanto ao conhecimento da Web 2.0 (“Você sabe o que é 90% (36 alunos) não conhecem nenhuma das teorias e 10% (4
Web 2.0? Dê exemplos.”), 75% (30 alunos) não sabiam o que era alunos) souberam responder apenas sobre a teoria das ligações de
a Web 2.0, 7,5% (3 alunos) achavam que tratava-se de uma valência e desconheciam a teoria dos orbitais moleculares. Por
webcam, 5% (2 alunos) acreditam que seja uma Internet mais outro lado depois da intervenção (“Sobre a teoria das ligações de
veloz, outros 5% (2 alunos) deixaram em branco e 7,5% (3 valência e a teoria dos orbitais moleculares, quais semelhanças e
alunos) não somente responderam o que era a Web 2.0 como diferenças existentes entre elas?”), 65% (26 alunos) não
exemplificaram. Embora alguns alunos tenham respondido o que souberam responder e 35% (14 alunos) responderam a pergunta.
é a Web 2.0, uma grande quantidade de alunos não sabem do que Diferente do questionário aplicado no pré-teste onde apenas 4
se trata, embora utilizem esses recursos. alunos souberam responder, no pós teste esse número cresceu para
14 alunos.

104
Com o objetivo de perceber a aplicação do tema no cotidiano dos 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
alunos foi proposta a seguinte pergunta “Você acha que existe A Web 2.0 prima pela facilidade na publicação e rapidez no
alguma relação entre o conceito de ligação química e situações armazenamento de textos e ficheiros, ou armazenamento de textos
do seu cotidiano? Justifique”, no pré-teste 42,5% (17 alunos) não e arquivos, isto é, tem como principal objetivo tornar a Web um
sabiam se existia relação, 30% (12 alunos) acreditavam que existe ambiente social e acessível a todos os utilizadores, um espaço
uma relação mas não justificaram e 27,5% (11 alunos) fizeram onde cada um seleciona e controla a informação de acordo com as
associações justificando sua resposta. As justificativas comuns: suas necessidades e interesses. O salto tecnológico já não pode ser
“...se praticamente tudo ocorre via reações químicas e para elas desculpa para que iniciemos os processos de intercâmbio e
ocorrem tem que ocorrer algum tipo de ligação.” e “sim, já que a reflexão, e não há duvida que a formação do professorado, em
ligação química é a combinação de elementos. Como a glicose torno da integração das TIC’s, deve ser acompanhada de quatro
[C 6 H 12 O 6 ] que é o açúcar que é essencial para muitos seres aspectos fundamentais: consentir os conteúdos; criar os
vivos”. Destacamos que nestas respostas ocorreram atribuições a conteúdos; juntar conteúdos; conectar conteúdos. Com a Web 2.0
biologia. As respostas após a intervenção na aplicação do pós- encontramos caminhos que conecta o que sabemos com uma
teste (“Você acha que existe alguma relação entre o conceito de grande base de dados partilhada.
ligação química e situações do seu cotidiano?”), 70% (28 alunos)
comentaram que há uma relação e exemplificaram, 30% (12 Professores e estudantes utilizam apresentação de multimídias,
alunos) acreditam que não há relação. Destacando as respostas do documentos escritos e imagens como documentos de
pré-teste (11 alunos) com as do pós-teste (28 alunos), acreditamos compartilhamento, estes documentos facilitam o processo de
que a utilização de ferramentas da Web 2.0 contribuíram para a ensino-aprendizagem quando bem empregado a uma proposta
associação destes alunos para a questão proposta. pedagógica adequada. Na Web 2.0, a plataforma da rede está
disponível em “qualquer lugar” na rede, os estudantes decidem
onde irão “trabalhar” na Web. Neste contexto, os recursos estão
4.3 Questionário da Web 2.0 locados em qualquer lugar da Web, facilitando o início ou a
No entendimento da Web 2.0 todos os alunos afirmaram que os continuação de algum estudo de química.
recursos da Web 2.0 contribuíram com o assunto visto em sala de
aula (“Que contribuição os recursos da Web 2.0 teve ao assunto A mediação pedagógica pautada no uso das tecnologias
visto na sala de aula pelo professor?”). Estas respostas destacam disponíveis na Web 2.0 envolve uma metodologia centrada no
a utilização destas ferramentas (“...fez com que o assunto ficasse aluno com atividades de níveis complexos e independentes,
mais fácil e rápido”, “...mais interação, por parte dos recursos é conduzindo o aluno à flexibilidade cognitiva. A Web 2.0 propicia
com isso a aula fica mais interessante, e não fica monótona só em maior interatividade, tornando o ambiente presencial e virtual
aulas teóricas”, “... Com os sites mostrados na aula, não é mais dinâmico, e os educadores da atualidade não podem deixar
necessário se prender somente ao caderno e à apostila”). Aqui de utilizar tais recursos, uma vez que impacta no aprendizado dos
observamos que a utilização de recursos da Web 2.0 torna-se alunos quanto ao aprender colaborativamente, proporcionando o
complemento para as aulas junto com os materiais utilizados nas desenvolvimento escolar no alcance de habilidades e
escolas. “Contribui para visualizar as ligações químicas”. Por competências na iniciação à pesquisa, através da interatividade
outro lado 95% (38 alunos) acham boa a ideia de utilizar recursos entre os seus participantes. A preocupação neste momento se deve
da Web 2.0 numa aula de química (“Qual sua opinião sobre o uso ao fato de não apenas ensinar os alunos a operar computadores
da Web 2.0 para uma aula de Química?”). A observação é para o para fins educativos, mas prepará-los para o mercado de trabalho,
fato dos alunos acreditarem que em um ambiente descontraído é cada vez mais competitivo e ávido por profissionais competentes
uma maneira interessante de aprender (“...além de ser para as novas tecnologias.
descontraído, é uma maneira interessante de aprender”), além de Por fim, podemos observar que os alunos ressaltaram em suas
associar a estas ferramentas como um auxilio para as aulas (“...nos respostas, o potencial educativo das ferramentas Web 2.0, bem
ajuda a ter mais informações, pois podemos ver vídeos e fotos de como a importância da incorporação de atributos presentes na
experiências e pesquisar sobre o assunto”). Das respostas dos TFC e na TCP, em ambientes Web 2.0. Neste sentido esperamos
alunos, a interação e a aula diferenciada foram as mais que investigações nesta área possam contribuir de forma efetiva
mencionadas. Apenas 5% (2 alunos) não responderam. No que diz na utilização da Web 2.0 no ensino de Química, considerando:
respeito a sugerir atividades com a Web 2.0 (“Sugira alguma • Uma maior interação dos usuários da rede.
atividade com Web 2.0 que ajude no ensino de Química.”), esta
turma teve apenas 12,5% (5 alunos) que não souberam sugerir • Uma autonomia dos alunos nos fóruns de discussão
atividades com a Web 2.0, 25% (10 alunos) sugeriram criar um existentes em diversas ferramentas da Web 2.0.
blog específico para a turma, onde os alunos poderiam postar suas • Um despertar dos alunos e professores pelo interesse pela
dúvidas e compartilhar, 40% (16 alunos) indicaram a utilização de pesquisa na Web.
vídeos, 17,5% (7 alunos) criação de um jogo, 5% (2 alunos)
acreditam que a produção de uma aula, feita por alunos, para a • Um uso efetivo e interdisciplinar do computador nas
turma com a utilização da Web 2.0 poderia ajudar no processo de atividades de pesquisa.
ensino e aprendizagem. Neste sentido, percebemos que nos • Um incentivo as publicações de textos, hipertextos e
alunos, embora poucos, há o desejo de produzir sua própria mídias educacionais construídos por parte dos alunos e
informação, o que o caracteriza como um prosumidor. dos professores.
• Um incentivo na elaboração de blogs, webpáginas, entre
outros materiais educacionais embasados na Web 2.0.

105
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106
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

JOGOS EDUCATIVOS DIGITAIS : LUDICIDADE E


INTERATIVIDADE NO ENSINO NAS SÉRIES INICIAIS
Liliana Cristina Pery Sheila Pressentin Cardoso Wallace Vallory Nunes
Instituto Federal de Instituto Federal de Instituto Federal de
Educação,Ciência e Tecnologia do Educação,Ciência e Tecnologia do Educação,Ciência e Tecnologia do
Rio de Janeiro - IFRJ Rio de Janeiro - IFRJ Rio de Janeiro - IFRJ
Laboratório de Aplicações Campus Nilópolis Laboratório de Aplicações
Computacionais do IFRJ – Campus Brasil Computacionais do IFRJ – Campus
Nilópolis sheila.cardoso@ifrj.edu.br Nilópolis
Brasil Brasil
lilianapery@bol.com.br wallace.nunes@ifrj.edu.br

ABSTRACT

The postmodern society is experiencing a revolution in how to


1. INTRODUÇÃO
communicate, directly interfering in the education field, the way A sociedade pós-moderna vive uma revolução na forma de se
we relate to society and acquire knowledge. The various comunicar. O desenvolvimento de novas tecnologias e a
information and communication technologies influence the disponibilização destas no mercado já alcança todos os espaços
actions of everyday life and in relation to areas of education, in da sociedade. A cada dia um novo recurso tecnológico é
speeches and ways of learning and teaching. Integrating introduzido e em pouco tempo, este já é substituído por um
technological culture into school curricula is necessary. In this novo recurso, mais moderno e mais atualizado.
paper, we discuss about the use of educational digital games in
education as a feature in the initial series of playful mediation of Considerando essa realidade tecnológica em todos os espaços de
content through an interactive technology, the digital board. We nossa sociedade, há de se pensar nas mudanças provocadas por
present the results of a qualitative survey conducted among a esse desenvolvimento nas formas de comunicação, antes
group of students in early grades to a private school in the mediadas de pessoa por pessoa, hoje mediadas pelas
municipality of Rio de Janeiro - RJ, Brazil, which aimed to tecnologias. E o que pensar das crianças, o que aqui podemos
investigate the students' perceptions regarding the use of digital chamar como “nativos digitais” [1], “experts” no uso dessas
board classes and activities developed by teachers through the tecnologias. Tais mudanças interferem diretamente em um
slate with which most identify. The results show: the use of campo essencial, o da educação, fundamental para a
slate as a motivational tool for learning, the involvement of transformação da sociedade.
students through a differentiated learning environment, the As tecnologias de informação e comunicação (TICs), agora já
strong interest of students from the initial series of digital presentes nos cenários escolares, vem transformando a vida
games, the potential of developing games on the slate for humana e interferindo na maneira como nos relacionamos em
allying his playful exploration activity promoted by the digital sociedade e como adquirimos conhecimento, instituindo um
board. novo estado de cultura, a “cibercultura” [2], que se caracteriza
pela ampliação dos lugares em que nos informamos e nos quais
Categories and Subject Descriptors de alguma forma aprendemos a viver, a sentir e a pensar sobre
K.3.1 [Computers and Education]: Computer Uses in nós mesmos [3]. Institui-se um novo estado de cultura e se torna
necessário que o papel da escola seja ampliado, pois as
Education - Computer-managed instruction.
diferentes tecnologias influenciam os espaços de educação, seja
General Terms nos discursos, nas atividades e nas maneiras de aprender e
ensinar. Integrar a cultura tecnológica ao currículo escolar
Human Factors. torna-se desejável.
Dentre as possibilidades pedagógicas do uso da tecnologia nos
Keywords processos de ensino e aprendizagem, destacamos o uso de jogos
Science Education; Digital Educational Games, Playfulness, educativos digitais por meio de uma tecnologia interativa, a
Interactivity. lousa digital como forma de aliar as características lúdicas dos
jogos à interatividade promovida pela lousa digital,
possibilitando oportunidades de aprendizagem bastante
Pery, Liliana., Pressentin, Sheila., Walory , Wallace. (2010). Jogos Educativos relevantes. Neste sentido, este trabalho analisa os resultados de
Digitais : Ludicidade e Interatividade no Ensino nas Séries Iniciais. En J. Sánchez uma pesquisa qualitativa realizada junto a um grupo de alunos
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 107-113, das séries iniciais de uma escola da rede privada do município
Santiago de Chile.

107
do Rio de Janeiro – RJ, Brasil, onde buscou-se conhecer a Os alunos de hoje cresceram rodeados pela tecnologia digital.
percepção dos alunos a respeito do uso da lousa digital nas aulas Eles são multitarefas: são capazes de ver TV, ouvir música,
e das atividades desenvolvidas pelos professores por meio da teclar no celular e usar o notebook, tudo ao mesmo tempo. Têm
lousa com as quais mais se identificam, a fim de verificar na facilidade com blogs lidam com múltiplos links, navegam de
resposta dos alunos aspectos relevantes a respeito do uso da site em site por horas. Preferem interagir virtualmente à
lousa nos processos de ensino-aprendizagem e suas relações presencialmente. Bem diferente da nossa geração, que aos
com os jogos educativos digitais, levando a refletir sobre seu poucos procura adaptar-se a inserção destas tecnologias no
uso no ensino nas séries iniciais. nosso cotidiano ou opta por simplesmente rejeitá-la. As formas
de pensar e processar a informação de nossos alunos hoje é
diferente, pois eles são nativos da linguagem digital. São de
1. A ESCOLA E A SOCIEDADE DA acordo com Prensky, “nativos digitais”. Essa revolução nas
INFORMAÇÃO formas de buscar informações, conhecimento e comunicação
justificam a incompatibilidade de linguagens em sala de aula: o
A Sociedade atual tem sido denominada de “Sociedade da professor utiliza uma linguagem que para o aluno já está
Informação”. Segundo Werthein [4] essa expressão passou a ser ultrapassada, ou melhor, desatualizada.
utilizada nos últimos anos para substituir o conceito de
“sociedade pós-industrial” e como forma de transmitir o Se desejamos diminuir a distância que se impõe diariamente em
conteúdo específico de um novo paradigma técnico-econômico, nossas salas de aula entre nós e nossos alunos por nossas
o da tecnologia da informação. Muitas expectativas deste novo diferentes formas de pensar e processar a informação,
paradigma se concretizaram no campo da educação, precisamos repensar nossas práticas, nossas metodologias,
especialmente quanto à penetrabilidade dos efeitos da adaptar nossas práticas a linguagem de nossos alunos. A
tecnologia, que já é de fato, parte integrante das atividades inserção de tecnologias interativas nos processos de ensino e
diárias e trazem desafios a todos os campos, inclusive no campo aprendizagem pode vir de encontro a essa nova necessidade de
da educação. linguagem para uma nova geração de alunos.

Na sociedade da informação, a escola perdeu sua hegemonia na


socialização do conhecimento. Os diferentes sistemas de 3. TECNOLOGIAS INTERATIVAS NA
comunicação estão ao alcance de grande parte da população, EDUCAÇÃO: O CASO DA LOUSA
com os quais interagem e socializam códigos, formas cognitivas
e valores. Hoje, nossos alunos chegam á escola, como pontua DIGITAL
Liguori [5] com um rico “capital de conhecimento, concepções O termo “interatividade” adquiriu notoriedade em meados da
ideológicas e pré-concepções sobre os diferentes âmbitos da década de oitenta a partir do desenvolvimento de novas
realidade”. A escola é desafiada a lidar com tais concepções e tecnologias de comunicação. Silva [8] desenvolve o conceito de
com a enxurrada de informações, mediando discussões, interatividade a partir de uma abordagem de fundamentos que
questionamentos e buscando o desenvolvimento de uma postura se combinam, dialogam e não são independentes como
reflexiva em relação ao conhecimento, a apropriação e uso das participação-intervenção, bidirecionalidade-hibridação e
diferentes tecnologias; ao poder público, cabe a garantia do potencialidade-permutabilidade. Para o autor a interatividade é
acesso a todos, sem distinção, aos códigos necessários para a uma perspectiva de modificação em sala de aula.
compreensão e manipulação de novas tecnologias. Isto implica
em muitas mudanças: estruturais, organizacionais, curriculares, Os fundamentos da interatividade levantados por Silva são
metodológicas e ideológicas. Porém, as mais difíceis estão pontos essenciais para promover melhorias na comunicação nos
relacionadas às concepções ideológicas dos docentes. processos de ensino e aprendizagem. A participação do aluno
vai além de respostas automáticas, antes, significa modificar e
As tecnologias de informação e comunicação não devem ser interferir na mensagem. Emissor e receptor assumem as mesmas
inseridas no contexto escolar como simples ferramentas potencialidades, codificam e decodificam a mensagem e essa
didático-pedagógicas para reafirmar a prática docente. Antes, produção conjunta possibilita a comunicação. O emissor, a
como sugere Preto [6], devem ser reconhecidas como elementos partir da disponibilização de informações em redes de
estruturantes de uma nova forma de produzir conhecimento, comunicação, permite ao receptor uma vasta possibilidade de
“tecnologias labirinto”, cujas possibilidades são inúmeras e sem associações e significações. Tecnologias interativas podem
caminhos pré-definidos. Parafraseando Castell [7] “as novas ressignificar a comunicação entre alunos e professores, diminuir
tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a a passividade do aluno e possibilitar, através da interatividade, a
serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos” em construção do conhecimento, se constituindo em uma
meio às novas relações que se instituem nas salas de aula do ferramenta de aproximação com os “nativos digitais”.
presente século.
Uma tecnologia interativa recente no campo educacional e que
apresenta características que possibilitam a interatividade, tal
2. NATIVOS DIGITAIS X IMIGRANTES como defendida por Silva [8]: a lousa digital, um dispositivo
DIGITAIS: NOVAS RELAÇÕES EM SALA eletrônico que permite transformar a superfície de quadros
brancos e projetores comuns, em superfícies digitais interativas.
DE AULA É um sistema tecnológico, geralmente composto de um
computador, um projetor e um dispositivo de controle de cursor
Ao olharmos para as salas de aula de hoje, percebemos
que permite uma superfície de projeto de conteúdos digitais
mudanças gigantescas em relação às salas de aula que
interativos em um formato adequado para o grupo.
freqüentávamos enquanto alunos. Hoje, nossos alunos são muito
diferentes dos alunos cujo modelo educacional que permanece
até hoje foi estruturado para ensinar. A rápida disseminação da
tecnologia digital provocou mudanças tão fundamentais e
irreversíveis nesta nova geração de alunos que culminou na
produção de um efeito de singularidade. [1]

108
sentir, de pensar e de aprender [12]. O contato dos nossos
alunos com jogos digitais interfere na construção de novas
identidades e de novos saberes resultantes da vivência e
interação com o objeto, com o meio e com o outro. Saberes, que
de acordo com Moita, antecedem até mesmo a escolarização ou
quando acontece ao mesmo tempo em que ela, pode exercer
influência sobre a escolarização ou ainda sofrer a influência
dela.
Figura 1. Esquema representativo do funcionamento da O espaço de aprendizagem mediado pelos jogos digitais é
lousa digital 1 destacado por Moita [12] como “um espaço fecundo de
Através da lousa é possível utilizar elementos que permitem ao significação, onde os jovens jogadores interagem
professor o desenvolvimento de oportunidades de ensino que potencializando e virtualizando conhecimentos, a invenção e,
motivem e envolva os alunos durante o processo de logo, a aprendizagem.”, que difere o jogo digital de um jogo
aprendizagem. Beeland [9] verificou que o envolvimento e o tradicional. Embora apresentem semelhanças quanto à
desempenho dos alunos melhoraram consideravelmente com o elaboração, o jogo digital apresenta uma inovação na linguagem
uso da lousa digital. Segundo este autor, o ensino mediado pela que atrai e integra o indivíduo, seja pelo uso de simulações, pela
lousa digital proporciona uma interação bidirecional entre o possibilidade de movimentos, efeitos sonoros e visuais que
professor e o aluno ou o aluno e o meio. Este nível de interação promovem a interação com o jogo.
permite uma gama maior de participação do aluno, levando a
um estado crescente de envolvimento e um ambiente de A autora destaca ainda alguns aspectos dos jogos digitais que
aprendizagem reforçado, além de atender alunos em diferentes reforçam a idéia de seu uso nos processos educativos: o
níveis de aprendizagem. [10]. desenvolvimento das capacidades de retenção da informação,
estimulam a criatividade, requer do usuário o planejamento de
A lousa digital promove a interatividade quando provoca uma situações, a formulação de hipóteses e a experimentação,
inversão de papéis entre professor e aluno. O quadro branco se obrigando o uso do conhecimento para a tomada de decisões e à
torna interativo porque deixa de ser um objeto inanimado, conseqüente confirmação ou invalidação das hipóteses que o
intocável e fechado, mas se transforma em lugar de diálogo, de usuário levanta à medida que o jogo vai se desenvolvendo. Um
novas perspectivas. Suas possibilidades interativas são enormes, jogo digital, pensado e adequado aos processos educativos, pode
mas seu uso inadequado pode reforçar um ensino enciclopédico facilitar o desenvolvimento das capacidades de raciocínio,
ou ainda uma postura autoritária. O dispositivo, por si só, pode planejamento, formulação de hipóteses e resolução de
deixar de ser interativo, dependendo da maneira como nos problemas, permitindo a organização de situações de
apropriamos dele. aprendizagem por se constituírem em um espaço efetivo de
aprendizado e favorecendo a capacidade de enfrentar as tarefas
Para que a interatividade que aqui abordamos de fato se
do cotidiano, simuladas nos jogos.
estabeleça é preciso ultrapassar a ênfase no “ditar-falar do
mestre”, [2]. Multimídias interativas como a lousa favorecem Há jogos atualmente no mercado que se autodenominam
atitudes exploratórias e lúdicas que promovem o envolvimento educativos. Os jogos desenvolvidos tem sido produzidos com
pessoal do aluno no processo de ensino e aprendizagem, indo de fins comerciais, atendendo as necessidades do mercado e
encontro com as especificidades da faixa etária dos alunos das geralmente não são estruturados pedagogicamente. Segundo
séries iniciais. Considerando as características da lousa digital, Gros, tais jogos devem ter objetivos de aprendizagem bem
destacamos a seguir o uso de um recurso na lousa digital: os definidos e promoverem o desenvolvimento de habilidades
jogos educativos digitais. importantes para ampliar a capacidade cognitiva e intelectual
dos alunos.

4. OS JOGOS EDUCATIVOS DIGITAIS Ao propor o desenvolvimento de um jogo educativo digital se


torna necessário estabelecer critérios que direcionem a
construção do jogo para atingir os objetivos a que este foi
Os jogos digitais estão cada dia mais presentes no cotidiano de proposto e primem pela qualidade do mesmo. É importante
nossos alunos, devido ao acesso que os mesmos têm em casa ou identificar a concepção teórica de aprendizagem que orienta um
até mesmo em lan houses. É interessante observar o fascínio e o jogo, pois um software para ser educativo deve ser pensado
deslumbramento dos alunos das séries iniciais em relação aos segundo uma teoria sobre como o sujeito aprende, como ele se
jogos digitais, pois estes remetem a sensação de prazer e alegria apropria e constrói seu conhecimento [14]. Os recursos
e atendem a necessidade lúdica das crianças. Clua et al [11] computacionais não apresentam uma forma didático-pedagógica
apontam os aspectos que provocam tal deslumbramento em única. Um software educativo não apresenta uma forma
relação aos jogos. Os desafios propostos pelos jogos apareceram padronizada de promover o ensino-aprendizagem, mas pode
como ponto fundamental no despertar do interesse dos jovens. delinear a forma de uso e função da tecnologia na educação
Outro fator relevante apontado foi à questão do design, conforme suas perspectivas teóricas.
qualidade gráfica e o enredo proposto pelos jogos. Tais
resultados levaram os autores a concluírem que os jogos digitais Clua e Bittencourt [15] sugerem alguns aspectos que devem ser
proporcionam ambientes dotados de interfaces com alta observados no desenvolvimento de jogos: os desafios não
interatividade e visual sofisticado, que podem até ser devem estar relacionados com o assunto educativo; os aspectos
considerados espaços imersivos. educativos devem ser apresentados através do contexto, da
ambientação ou de conhecimentos prévios do usuário; os
A sociedade em que vivemos, eletrônica e audiovisual, ambientes imersivos e personagens devem ser bem elaborados;
comporta um currículo cultural, um conjunto relativamente as características pedagógicas devem se adaptar ao roteiro; na
organizado de informações e de valores que atravessam o elaboração dos jogos devem ser utilizados roteiros ricos e bem
cotidiano das pessoas e interferem em suas formas de ver, de organizados, permitindo com alto grau de interação.

1
www.mimio.com.br

109
Outro ponto importante segundo Passerino [16] é considerar os saberes, com alegria e prazer, possibilitando a criatividade, o
objetivos indiretos que o jogo pode propiciar, dentre elas: relacionamento e o pensar criticamente no que faz.
memória (visual, auditiva, inestésicas); orientação temporal e
espacial (em duas e três dimensões); coordenação motora Segundo Messeder e Rôças (2005) há uma tendência de se aliar
visomanual (ampla e fina); percepção auditiva, percepção visual o lúdico ao ensino das ciências nas salas de aula, podendo ser
(tamanho, cor, detalhes, forma, posição, lateralidade, observados o uso de jogos pedagógicos, de histórias em
complementação), raciocínio lógico-matemático, expressão quadrinhos, de charges, de peças teatrais, de desenhos, além de
lingüística (oral e escrita), planejamento e organização. outras técnicas e métodos. Identificamos na lousa digital
aspectos que podem promover o envolvimento pleno do
Na concepção de Passerino [16] os jogos educativos digitais indivíduo, dentre eles sua interatividade. Aliar a interatividade
devem tentar explorar o processo completo de ensino- da lousa digital aos aspectos cognitivos de um jogo educativo
aprendizagem. A autora sugere algumas características que digital pode promover a ludicidade e trazer contribuições para a
devem estar presentes nos jogos educativos digitais: coerência construção de saberes Científicos.
nas representações virtuais; clareza, objetividade e lógica na
apresentação das informações; usabilidade por parte o usuário; Diante do exposto, buscamos neste trabalho conhecer a
visualização dos resultados da ação de forma imediata; percepção de um grupo de alunos das séries iniciais sobre o uso
disponibilidade espacial de informações; promoção de um da lousa digital nas aulas e das atividades desenvolvidas pelos
envolvimento gratificante; estímulo a criatividade do usuário professores por meio da lousa com as quais mais se identificam.
sem reforço ao erro. Além disso, é fundamental considerar não A análise da respostas dos alunos nos permitiu identificar
apenas o conteúdo do jogo, mas também a forma como o jogo o aspectos relevantes a respeito do uso da lousa nos processos de
apresenta, que deve atender as especificidades da faixa etária do ensino-aprendizagem e suas relações com os jogos educativos
público alvo a que se destina o jogo. Portanto, ao propor o digitais, levantando elementos de reflexão sobre seu uso no
desenvolvimento de jogos educativos digitais para as séries ensino nas séries iniciais.
iniciais, deve-se considerar o aspecto lúdico dos mesmos,
fundamental para o desenvolvimento dos alunos deste nível de 6. METODOLOGIA
ensino.
A pesquisa foi realizada junto a duzentos e quarenta e dois
5. A LUDICIDADE DOS JOGOS alunos de 2º ao 5º ano escolar do ensino fundamental de uma
escola da rede privada do município do Rio de Janeiro. Deste
EDUCATIVOS DIGITAIS E SUAS total de alunos, sessenta e nove são alunos do 2º ano escolar,
CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO sessenta e quatro do 3º ano, sessenta e oito do 4º ano e quarenta
e um do 5º ano escolar. A escolha da escola deve-se ao fato da
Um dos aspectos dos jogos em geral que despertam o interesse mesma ser pioneira no uso da lousa digital na região onde está
dos alunos das séries iniciais é a ludicidade promovida pelos inserida e utilizar a ferramenta há aproximadamente três anos
mesmos. Muitos autores tem associado à ludicidade a questão no ensino nas séries iniciais. A escola conta com uma boa
do prazer na brincadeira, como um aspecto simples da interação infraestrutura tecnológica para o uso da ferramenta,
do sujeito com o jogo. Porém, há mais complexidade neste incentivando o uso no desenvolvimento da aula.
aspecto do que se tem tratado. O instrumento de investigação eleito para a realização da
Luckesi [18] trata da questão da ludicidade de uma forma mais pesquisa foi um questionário, que consistia de duas perguntas
aprofundada. Para este autor, a Ludicidade é um fenômeno abertas. Segundo Richardson [20] o questionário é um
interno do sujeito, que possui manifestações no exterior, instrumento de coleta de dados que permite descrever as
proporcionando uma experiência plena. “O que a ludicidade traz características e medir determinadas variáveis de um grupo. De
de novo é o fato de que o ser humano, quando age ludicamente, acordo com este autor, uma das grandes vantagens do
vivencia uma experiência plena. (...) Não há divisão. Estamos questionário com perguntas abertas é a possibilidade de o
inteiros, plenos, flexíveis, alegres, saudáveis" [18]. O que entrevistado responder com mais liberdade, não estando restrito
Luckesi afirma é que nem toda atividade denominada lúdica a marcar uma ou outra alternativa. O questionário foi aplicado
garantirá que de fato, a ludicidade se estabeleça. Há aqui a aos alunos durante o período de aula. Os resultados são
questão do sujeito. A experiência começa quando há ação plena apresentados a seguir por ano escolar.
do sujeito que dela participa.
Ao propormos atividades lúdicas no ensino, precisamos estar 7. RESULTADOS
atentos aos aspectos dos mesmos que tornem essa atividade uma
oportunidade de plenitude interna do sujeito, que o permitirá A primeira pergunta do questionário “você gosta de usar a lousa
estar por inteiro na situação de aprendizado, despertando no digital nas aulas? Por quê?”, faz referência à percepção do aluno
aluno um desejo de estar envolvido por completo na atividade e em relação ao uso da lousa digital nas aulas. Dos sessenta e
assim, motivado a aprender. Neste sentido, torna-se necessário o nove alunos do 2º ano escolar, sessenta e oito afirmaram gostar
desenvolvimento de novas práticas pedagógicas para o ensino, de usar a lousa digital. Deste total, trinta e seis alunos
aliando-se a ludicidade em diferentes etapas do processo de relacionaram o uso à diversão, por meio de expressões como “é
ensino-aprendizagem. divertido”, “é legal” e “é engraçado”. Catorze alunos
relacionam o uso da lousa com o aprendizado, afirmando que
Balbino apud Messeder e Roças [19] afirma que: (...)a escola “aprendem mais”, “ensina as crianças” e “deixa a criança mais
precisa ser mais prazerosa, na qual o aluno tenha espaço para esperta”. Quinze alunos justificam o gosto pela lousa devido à
vivenciar o conteúdo, que possa viver o imaginário e o possibilidade do desenvolvimento de jogos na mesma. Três
inesperado, descobrir o que existe além dos limites da sala de alunos relacionaram o uso da caneta, com expressões como
aula, do quadro de giz, dos livros didáticos e dos termos “gosto de usar a caneta” e “por que usa a caneta mágica”.
científicos propostos pelas monótonas aulas de Ciências. (...) É Apenas um aluno deste grupo afirmou gostar “mais ou menos”
preciso inovar e ousar para permitir que o aluno construa seus do uso da lousa, não justificando tal afirmativa.

110
Dos sessenta e quatro alunos participantes do 3º ano escolar, os alunos mais de identificavam. Dos sessenta e nove alunos do
sessenta afirmaram gostar de usar a lousa digital na aula. Trinta 2º ano escolar, cinqüenta e nove alunos indicaram os jogos
e três alunos relacionam o uso à diversão. Quinze alunos como a atividade preferida. Destes, treze mencionaram em suas
associam o gosto pelo uso da lousa com o aprendizado, por respostas o tipo de jogo: dois mencionam o jogo tipo “quebra-
meio de expressões como “a gente aprende brincando” e cabeça”; três mencionam o jogo tipo “caça-palavras”; dois
“ensina muitas coisas novas”. Catorze alunos relacionam o uso mencionam o “jogo do futebol”; quatro mencionam o “jogo do
da lousa com o gosto pelos jogos: “gosto dos jogos”; “tem equilibrista”; um menciona o “jogo da higiene”; um menciona o
muitos jogos legais”; “joga e diverte". Dois alunos informaram “jogo de matemática”; um menciona o “jogo da memória”. A
não gostar do uso da lousa na aula e outros dois informam que escolha dos jogos é justificada por trinta e oito alunos com
gostam “mais ou menos”. Estes alunos justificaram sua resposta associações ao caráter de diversão e entretenimento dos
mencionando o fato de ás vezes não conseguirem participar das mesmos: “é muito legal”; “é animado”; “é divertido”; “a aula
atividades na lousa. fica mais divertida”. Sete alunos justificaram sua escolha por
gostarem de jogos. Um aluno menciona a pesquisa na lousa
Dos sessenta e oito alunos que responderam à pesquisa no 4ºano como atividade preferida e outro a leitura na lousa, ambos
escolar, todos afirmaram gostar de usar a lousa na aula. Vinte e justificando serem estas atividades que ajudam para o
nove mencionam o aspecto de divertimento da lousa: “tem
aprendizado. Um aluno destaca que gosta de escrever com a
muitas atividades legais”; “é divertido”. Doze alunos caneta. Dois mencionam um software de matemática que
relacionam o uso da lousa com o aprendizado: “é um jeito legal denominam de “continha”, justificando ser uma atividade legal
de aprender”; “ajuda a aprender e estudar coisas legais”; “é uma e que ajuda a aprender a efetuar as operações matemáticas: “a
forma de aprender brincando”. Dois alunos mencionam a
gente pode descobrir o valor da continha”. Três alunos
participação da turma: “todo mundo participa”; “todo mundo afirmaram gostar de todas as atividades, pois todas realizadas na
pode usar”. Outros dois mencionam a caneta como um lousa eram “bem legais”.
motivador para o uso: “tem uma caneta que clica no quadro”;
“eu adoro clicar no quadro”. Três alunos mencionaram o uso No 3º ano escolar, dos sessenta alunos que participaram da
dos jogos como fator motivador para o uso. Duas justificativas pesquisa, quarenta e dois alunos descreveram os jogos como
chamaram a atenção neste grupo: “a lousa é tecnológica e eu atividade preferida, não ocorrendo descrição do tipo de jogo.
adoro tecnologia” e “a lousa é uma atividade nova e digital”. Destes, vinte e cinco justificaram a escolha associando o caráter
Tais justificativas nos remetem ao que mencionamos de diversão e entretenimento dos jogos. Três alunos justificaram
anteriormente sobre esta geração de alunos “nativos digitais”. a escolha associando o caráter educativo dos jogos: “ele ensina
e diverte”. Três apontam a diversidade de jogos: “tem jogos
Todos os quarenta e um alunos do 5º ano escolar participantes diferentes”. Um aluno faz referência ao fato de nunca ter jogado
da pesquisa afirmaram gostar de usar a lousa nas aulas. Neste com uma caneta. Um aluno faz menção à atividade exploratória
grupo, houve uma maior diversificação das justificativas.
que a lousa permite integrada ao jogo: “dá para mexer em muita
Dezenove alunos destacam o divertimento promovido pela coisa”. Do total de alunos, treze mencionaram a internet como
lousa: “a aula fica mais divertida”; “dá para fazer várias coisas atividade preferida. Um fato interessante, é que a justificativa de
legais”. Dezesseis alunos relacionam a lousa com o seis destes alunos fazia referência aos jogos: “tem jogos legais”.
aprendizado. Quatro alunos associam o gosto pela lousa ao Esta observação nos remete ao fato de muitos jogos utilizados
desenvolvimento de jogos na mesma. Seis alunos mencionam a
pelos professores estarem disponíveis na web. Os demais alunos
caneta como motivador para o uso da lousa: “é legal usar a que mencionaram a internet associam à atividade a diversão.
caneta”. Duas alunas mencionam a interatividade promovida Três alunos mencionaram um software educativo de matemática
pela lousa: “com ela posso interagir com várias coisas”; “nela como atividade preferida, dentre as justificativas, a afinidade
eu interajo com o exercício”; “ela ajuda a deixar a aula mais
pela matéria, a questão da diversão promovida pelo software e a
divertida e interativa”. Três alunos mencionam a mudança ajuda no aprendizado da matéria: “sou mais ou menos em
provocada na rotina da aula: “A aula é quase todo dia a mesma matemática”, o que nos remete a questão do uso de atividades
coisa. A lousa inova as nossas aulas”; “é uma coisa diferente do na lousa como possibilidade de atender alunos em diferentes
que geralmente é todos os dias”.
níveis de aprendizagem. Dois alunos apontam a atividade de
Na análise as respostas a primeira pergunta, é possível escrita na lousa como atividade de preferência, por conta da
identificar o uso da lousa como uma ferramenta de motivação diversão promovida neste momento. Três informaram que
ao aprendizado. Especialmente nas respostas dos alunos do 2º gostam de atividades, pois todas são divertidas.
ano, onde a necessidade lúdica é ainda maior, percebemos o
Dos sessenta e oito alunos do 4º ano escolar, vinte e sete alunos
entusiasmo dos mesmos, por meio de expressões como “é apontaram os jogos como atividade de preferência. Quinze
sensacional” e “é animado”. A relação feita por boa parte dos justificaram a escolha o caráter de diversão e entretenimento
alunos entre a lousa e os jogos é outro ponto que se destaca nas dos jogos. Três alunos justificaram a escolha associando o
respostas. O desenvolvimento dos jogos na lousa alia seu caráter
caráter educativo dos jogos: “a gente joga e aprende”. Três
lúdico à atividade exploratória promovida pela lousa, o que é justificaram a escolha por seu gosto por jogos. Um aluno
fundamental para este nível de ensino. O destaque dado por associou o jogo com o uso da caneta: “quando a gente tem um
alguns alunos ao uso da caneta aponta para a questão da joguinho e usa a caneta. Eu adoro isso!”. Um aluno justificou a
interatividade da lousa digital, transformando o quadro
escolha por ser um momento em que todos participam da aula.
inanimado, fechado e intocável em espaço de trocas e diálogos. Três alunos escolheram os softwares educativos como atividade
A interatividade promovida pela lousa é mencionada de forma de preferência, justificando pela preferência à matéria e por
mais clara pelos alunos do 5º ano escolar. A análise das serem softwares que trazem animações visuais. Dezessete
respostas em geral nos permite confirma o que expomos
alunos mencionaram os vídeos como atividade de preferência,
anteriormente sobre o envolvimento e a promoção de um justificando a escolha por serem vídeos divertidos e que ajudam
ambiente de aprendizagem reforçado. a aprender. Cabe ressaltar que o uso de vídeos é possível sem a
A segunda pergunta do questionário, “qual é a atividade que necessidade do uso da lousa, porém os professores da escola em
você mais gosta de realizar na lousa digital? Por quê?” buscava que a pesquisa foi realizada geralmente utilizam vídeos do site
conhecer o tipo de atividade desenvolvida na lousa com a qual you tube e o acesso aos vídeos na aula acontece por meio da
internet. Nove alunos mencionaram as atividades de acesso à

111
internet como aquelas que mais preferem. Destes, quatro podemos observar nos resultados da pesquisa, é notável o
destacaram a possibilidade de acesso a muitos sites e o acesso interesse das crianças por jogos digitais. Eles estão inseridos
aos jogos via web. Dois alunos mencionaram o uso da caneta neste contexto cultural curricular juvenil e apresentam a
como atividade preferida, justificando pela atividade possibilidade de agregar um caráter lúdico à mediação de
exploratória da caneta e a possibilidade do seu uso em jogos. conteúdos, promovendo a associação do prazer ao conhecer.
Dois alunos afirmaram gostar de todas as atividades, pois todas Nesta perspectiva, aliar as características de um jogo educativo
realizadas na lousa são divertidas: “tudo é legal, não dá digital à interatividade promovida pela lousa digital pode
escolher!” possibilitar oportunidades de aprendizagem bastante relevantes.
No 5º ano escolar, dos quarenta e um alunos participantes, trinta A idealização da abordagem de conteúdos por meio de um jogo
e um alunos escolheram os jogos como atividade preferida. digital pode facilitar a abordagem por parte do professor, e ao
Destes, quinze fizeram referência ao caráter de diversão e mesmo tempo possibilitar a familiarização dos alunos com o
entretenimento dos jogos. Dez relacionaram o aspecto educativo conteúdo de forma prazerosa e dinâmica, desenvolvendo no
dos jogos: “distrai e aprende"; “é um jeito novo de aprender”. aluno a motivação para o envolvimento pleno no aprendizado.
Três alunos fizeram referência aos jogos de matemática. Dois O uso da lousa digital para o desenvolvimento de um jogo
fazem associações com o uso da caneta. Um aluno justifica ser educativo proporciona uma interação bidirecional entre o
uma atividade mais prazerosa em relação ao uso individual no professor e o aluno ou o aluno e o meio, promovendo um
computador. Um aluno ressalta a atividade exploratória da ambiente favorável à aprendizagem.
lousa: “tem coisas para escrever, clicar e muitas outras coisas”.
Um aluno afirma que o jogo mexe com seu imaginário: “eles O ensino nas séries iniciais deve se constituir em um espaço
estimulam a nossa imaginação." Quatro alunos mencionam a rico de vivências. Esse espaço se constitui a partir da
escrita no quadro como atividade de preferência: “a letra fica compreensão do mundo da criança, de suas necessidades e
bonita”; “fazemos coisas legais”. Oito alunos mencionam a possibilidades. O professor a partir de uma abordagem
atividade de acesso à internet. Destes, dois destacaram a diferenciada, deve saber dirigir as atividades, de modo a
possibilidade de acesso a muitos sites, dói destacam a diversão produzir conflitos cognitivos, que propiciem a elaboração de
promovida pela atividade e três a possibilidade do acesso aos novas hipóteses e a construção de novos esquemas de
jogos via web. Um aluno aponta o uso da caneta como atividade conhecimento. Dessa forma poderá produzir modificações
preferida: “é mais divertido com a caneta”. Um aluno menciona nessas concepções prévias das crianças. Neste sentido, propor o
os softwares educativos, justificando como atividade uso de jogos educativos digitais por meio da lousa digital pode
interessante. Um aluno afirma gostar de todas as atividades, trazer contribuições significativas para o desenvolvimento de
pois em todas, ele aprende brincando. saberes.
Na análise das respostas a segunda pergunta, é possível
confirmar a preferência dos alunos deste nível de ensino por REFERÊNCIAS
jogos digitais. O caráter lúdico dos jogos e o prazer promovido
pelos jogos são destacados pela maior parte dos alunos. Nas
respostas, é possível observar a compreensão que os alunos têm [1] PRENSKY, Marc. (2001). Digital Natives , Digital
de que, apesar de estarem brincando estão aprendendo também. immigrants. Disponível em: http://www.marcprensky.com.
Mesmo quando atividades como o acesso à internet são Acesso em: 20/10/2009
mencionadas, boa parte dos alunos relacionam a atividade com [2] LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência – o futuro do
a utilização dos jogos disponíveis na web. Outro aspecto pensamento na era da informática, Rio de Janeiro: Editora
mencionado por alunos de todos os anos escolares é o uso da 34, 2004.
caneta no desenvolvimento dos jogos e da atividade exploratória
possível através da lousa, o que contribui para reafirmar nossa [3] FISCHER, Rosa Maria Bueno. O estatuto pedagógico da
hipótese inicial, de aliar a interatividade da lousa digital aos mídia: questões de análise. Educação e Realidade. v. 22. n.
aspectos cognitivos de um jogo educativo digital, promovendo a 2. jul./dez. p.59-80, 1997.
ludicidade e trazendo contribuições para a construção de [4] WERTHEIN, Jorge. A sociedade da informação e seus
saberes. desafios. Ciência da Informação, vol.29, no.2, p.71-77, 2000
Sendo assim, os resultados da pesquisa apontam o evidente [5] LIGUORI, Laura M. 1997. As Novas Tecnologias da
interesse dos alunos pelo uso da lousa digital. Principalmente Informação e da Comunicação no Campo dos Velhos
quando o professor explora atividades divertidas que primam Problemas e Desafios Educacionais. In: LITWIN, Edith
pela interação. Deve-se trabalhar o aspecto lúdico-exploratório (Org.). Tecnologia Educacional – Política, Histórias e
privilegiando ações que contribuam com a construção do Propostas. Porto Alegre: Artes Médicas.
conhecimento. A partir de atividades com este perfil, os alunos
apresentaram-se familiarizados com a ferramenta digital bem [6] PRETTO, Nelson De Luca; SERPA, Luis Felippe Perret. A
como motivados ao aprendizado. Portanto, é peremptório que educação e a sociedade da informação. In: Dias, Paulo;
se desenvolvam pesquisas e atividades de ensino-aprendizagem Freitas, Candido Varela de. Challenges 2001. Actas da II
utilizando-se da lousa digital como ferramenta, em especial, no Conferência Internacional de Tecnologias da Informação e
que diz respeito aos jogos educativos digitais. Comunicação na Educação. Braga: Centro de Competência
Nónio Século XXI da Universidade do Minho, 2001, p. 21-
41.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS [7] CASTELLS, Manuel. A sociedade em Rede. São Paulo:
Editora Paz e Terra. 1999
Os jogos digitais educativos possibilitam a construção de
ambientes de aprendizagem atraentes e gratificantes, por se [8] SILVA, Marco. Sala de aula interativa. 3ª ed. Rio de
constituírem em um recurso potencialmente estimulante para o Janeiro: Quartet, 2002.
desenvolvimento integral do aluno, o que possibilita o
desenvolvimento de diversas habilidades. Além disso, como

112
[9] BEELAND, William D. Valdosta State University (2002).
Student engagement, visual learning and technology: can
interactive whiteboards help? Disponível em:
http://chiron.valdosta.edu/are/Artmanscrpt/vol1no1/beeland
_am.pdf>. Acesso em: 15/06/2009
[10] BRYANT, S. M. and HUNTON, J. E. The use of
technology in the delivery of instruction: In: Accounting
Education (February): 2000, 129-162.
[11] CLUA, E. et al. Importância e Impacto dos Jogos
Educativos na Sociedade. In: I Workshop Brasileiro de
Jogos e Entretenimento Digital. SBC: Fortaleza,2002.
[12] MOITA, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro .
Jogos eletrônicos: contexto cultural, curricular juvenil de
"saber de experiência feito". ANPEd, 30ª Reunião Anual,
2008
[13] SAVI, Rafael; ULBRICHT, Vania Ribas. Jogos digitais
educacionais: benefícios e desafios. UFRGS. Porto Alegre.
2008
[14] VIEIRA, Fábia Magali. Avaliação de Software Educativo:
Reflexões para uma Análise Criteriosa. Disponível em:
http;//edutec.net/Textos/Alia/MISC/edmagali2.htm. Acesso
em: 30/10/09
[15] CLUA, E. W. G.; BITTENCOURT, J. R. Uma nova
concepção para criação de jogoseducativos. XV Simpósio
Brasileiro de Informática na Educação. Manaus: 2004.
[16] PASSERINO, L. M. Avaliação de jogos educativos
computadorizados. Taller Internacional de Software
Educativo 98 – TISE’ 98. Anais. Santiago, Chile, 1998.
[17] GRANDO, R.C. O jogo na educação: aspectos didático-
metodológicos do jogo na educação matemática, 2001.
Disponível em:
<http://www.cempem.fae.unicamp.br/lapemmec/cursos/el65
4/2001/jessica_e_paula/JOGO.doc>. Acesso em 25/04/10.
[18] LUCKESI, Cipriano. Ludicidade e atividades lúdicas: uma
abordagem a partir da experiência interna. Disponível em:
www.luckesi.com.br. Acesso em: fev. 2010.
[19] MESSEDER, J. C. ; RÔCAS, G. . O lúdico e o ensino de
ciências: um relato de caso de uma licenciatura em química.
Revista Ciências & Idéias, v. 1, p. 1, 2009.
[20] RICHARDSON, Roberto Jarry e outros. Pesquisa social:
métodos e técnicas. São Paulo, Editora Atlas, 1985.

113
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

MORFEU: CRIANDO AMBIENTES VIRTUAIS FLEXÍVEIS NA


WEB PARA MEDIAR A COLABORAÇÃO
Leonardo N. Santos Alberto N. Castro Jr. Crediné S. Menezes
Universidade Federal do Amazonas Departamento de Ciência da Computação Departamento de Informática
(UFAM) Universidade Federal do Amazonas Universidade Federal do Espírito Santo
Brasil (UFAM) (UFES)
leonardo.n.santos@dcc.ufam.edu.br Brasil Brasil
alberto@ufam.edu.br credine@inf.ufes.br

ABSTRACT Os resultados obtidos sugerem que os sistemas considerados


Social Web has increased public interest on collaboration through compartilham características importantes e que o modelo proposto
the Internet, presenting a strong demand for systems able to do pelo Projeto MOrFEu é uma abordagem apropriada para modelá-
more than standard tools currently available (blogs, wikis, foruns, los.
etc) and also could be tuned to the characteristics of each
collaborative assignment. In this paper we show how XML/XSLT
Categories and Subject Descriptors
can be used to represent the design and development of systems to H.5.3 [Information Interfaces and Presentation]: Group and
attend such demand. As a proof of concept, we have implemented Organization Interfaces – Web-based interaction, Theory and
several systems, designed for supporting different pedagogical models, Organizational design.
architectures such as: Learning Projects; Building
Conceptualizations; Academic Controversy; and Simulated Jury.
General Terms
Design, Human Factors, Collaboration.
We also have applied the same proposal to describe and
implement standard tools (forum, blog, wiki, pool and glossary).
Our results suggest that these systems share a rationale and that Keywords
the model proposed by the MOrFEU Project is suitable approach Collaborative Virtual Environment, Groupware, Flexibility.
to represent it.

RESUMO 1. INTRODUÇÃO
A literatura relacionada registra um crescente movimento na
elaboração de novas propostas pedagógicas para promoção da
A Web social vem aumentando o interesse público nas atividades aprendizagem com base no trabalho colaborativo apoiado pelas
colaborativas mediadas pela Internet, notadamente no âmbito tecnologias digitais. Em conseqüência disso, vemos crescer a
educacional. Este fato tem aumentado a demanda por sistemas oferta de ambientes virtuais para apoiar essas práticas. A
capazes de ir além das ferramentas hoje disponíveis, tais como: construção desses ambientes, como todo produto de software,
blogs, wikis, fóruns, etc. Espera-se deles a capacidade de serem envolve um custo e tempo de produção que podem atingir níveis
sintonizados para atender as características de diferentes elevados, o que certamente tem impacto na implementação dessas
atividades colaborativas. Neste artigo apresentamos uma novas propostas pedagógicas.
implementação, usando as tecnologias XML/XLST que busca
contribuir para o atendimento a esta demanda. Como prova de A criação de um ambiente desse tipo inclui um conjunto de
conceito, modelamos e implementamos alguns ambientes para atividades como a modelagem do banco de dados, das
atender diferentes arquiteturas pedagógicas, tais como: Projetos funcionalidades da ferramenta, o desenvolvimento de programas,
de Aprendizagem, Construindo Conceituações, Controvérsia além de questões de segurança e funcionalidades básicas para
Acadêmica e Júri Simulado. Além disso, o ambiente foi usado sistemas Web, por exemplo, a gerência de usuários e dos serviços
para modelar e realizar as ferramentas usuais da Web 2.0 (fórum, de e-mail.
blog, wiki etc). Segundo Fuks et al. [5]:
Santos, Leonardo., Castro, Alberto., Menezes, Crediné. (2010). MOrFEu: Criando “Em face das dificuldades de construção e manutenção, o
Ambientes Virtuais Flexíveis na Web para Mediar a Colaboração. En J. Sánchez (Ed.): desenvolvedor de groupware gasta mais tempo lidando com
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 114-121, Santiago
de Chile.

114
dificuldades técnicas que moderando e provendo suporte para Seção 4. Por fim, na Seção 5 apresentamos nossas considerações
as interações entre os usuários. Tais problemas levam à finais.
necessidade de criar uma forma mais rápida e efetiva de
desenvolver groupware”. 2. INOVAÇÃO EM AMBIENTES PARA
Observa-se ainda, que após o desenvolvimento de um sistema MEDIAR A COLABORAÇÃO
sintonizado com as necessidades de uma determinada proposta Na literatura especializada, tem-se observado uma tendência para
pedagógica colaborativa, surge naturalmente a necessidade de concepção de novas propostas para o trabalho e aprendizagem
modificações e inclusões de funcionalidades. Ainda segundo Fuks colaborativos mediadas pela Internet. Para a concretização dessas
et al. [5]: iniciativas há a necessidade de ambientes computacionais
“Mesmo que um desenvolvedor de groupware seja capaz de diferenciados. No entanto, a dificuldade de produzir estes
desenvolver uma aplicação ‘ótima’ para um grupo, ela [a ambientes tem dificultado os avanços nesta área.
aplicação] irá eventualmente se tornar inadequada devido a As novas formas de colaboração que estão sendo pesquisadas têm
novas situações e problemas que certamente irão aparecer”. embasamento em teorias psico-pedagógicas da aprendizagem e,
A isso, acrescente-se que é desejável que os ambientes como toda nova proposta, precisam ser experimentadas. Nas
desenvolvidos possam ser utilizados pelos seus proponentes em subseções seguintes, serão listadas algumas dessas propostas, com
novas situações similares e que possam ser re-utilizados por suas descrições gerais.
outros interessados. Entretanto, o que se tem observado é que
cada nova proposta de trabalho colaborativo requer que seja 2.1 Controvérsia Acadêmica
levado em consideração o perfil de seus participantes e da A Controvérsia Acadêmica é um método de aprendizagem
natureza do trabalho a ser desenvolvido. colaborativa idealizado para uso em sala de aula, presencialmente,
No projeto MOrFEu [9] propõe-se que estes ambientes sejam cujo objetivo “é fazer dos conflitos uma atividade altamente
flexíveis, capazes de serem moldados por seus utilizadores de construtiva”. Mendonça et al. [8] adaptaram este método para seu
acordo com suas necessidades. Para isso, o projeto se baseia no uso em um contexto não-presencial, apoiado por ferramentas em
uso de estruturas simples que, combinadas, conseguem modelar um ambiente virtual de aprendizagem.
essas necessidades. Nossa hipótese de trabalho é que seja possível O método envolve o trabalho em grupos onde, a partir de uma
propor um modelo capaz de capturar as principais características questão polêmica, cada grupo é designado com um
desejáveis para esses ambientes, oferecendo assim uma posicionamento favorável ou contrário à questão, organizando
abordagem para a criação rápida de novos ambientes e, com isso, elementos para a análise e defesa de seu posicionamento. Num
facilitar a implementação das propostas pedagógicas surgidas e segundo momento, cada grupo assume o posicionamento
favorecer o surgimento de novas propostas. contrário e passa a analisá-lo e defendê-lo tão
Em um trabalho anterior, descrito em [9], foram apresentados os comprometidamente quanto no primeiro instante. Por fim, há um
elementos centrais desta proposta, que se baseia na oferta de um debate geral onde é feita uma síntese a partir do que foi debatido
conjunto de primitivas estruturais e de linguagens de composição. nos momentos anteriores.
À esta proposta conceitual demos o nome MOrFEu, um acrônimo A partir de levantamentos e experimentos com o uso do fórum
para Multi-Organizador Flexível de Espaços Virtuais. como principal ferramenta para implantação do método, ficou
No presente trabalho buscamos avaliar esta hipótese, evidenciado que nenhuma das ferramentas de fórum disponíveis à
apresentando uma implementação da proposta teórica, usando época atendia a requisitos simples necessários ao mesmo, como
uma arquitetura baseada em tecnologias XML/XSLT. alternância de permissões e tempos de acesso, categorização das
postagens segundo o posicionamento (concordo; discordo;
A implementação obtida na presente iniciativa foi usada para depende), e definição/redefinição de grupos. Por isso, foi
materializar o suporte computacional provido por diversos necessária a criação de uma ferramenta específica para a
ambientes do tipo groupware relatados na literatura. atividade.
Experimentamos desde os mais populares, como Fórum, Blog,
Wiki, Enquete e Mural, até alguns menos conhecidos e mais
2.2 Projetos de Aprendizagem
complexos, recentemente relatados na literatura, tais como os
Na Arquitetura Pedagógica Projetos de Aprendizagem [4] os
ambientes para apoio às Arquiteturas Pedagógicas “Projeto de
estudantes constroem conhecimento a partir da busca por
Aprendizagem”, “Construindo Conceituações”, “Controvérsia
respostas às suas indagações. A base para o desenvolvimento de
Acadêmica” e o “Júri Simulado” [11].
um Projeto de Aprendizagem é o conhecimento anterior,
Mostramos também como esses ambientes, gerados a partir dessa inventariado através de certezas provisórias e dúvidas
nova abordagem, se tornam flexíveis e com a capacidade de serem temporárias. Durante o processo os protagonistas vão
modificados facilmente, a qualquer momento, para se adequarem esclarecendo dúvidas, validando certezas e assim construindo
a novas necessidades. conhecimento para responder à dúvida central, denominada de
Na seção seguinte é apresentado um recorte na literatura Questão de Investigação. Há interações entre os autores do
descrevendo algumas propostas e os correspondentes requisitos projeto, os colegas de classe, os professores e colaboradores
para o desenvolvimento de ambientes para apoio a atividades externos.
colaborativas. Na Seção 3 a abordagem para definição de Para concretizar essas interações e o desenvolvimento do projeto,
ambientes virtuais proposta pelo MOrFEu, é descrita. As o ambiente virtual deve dar suporte a facilidades para debates,
informações sobre a implementação realizada são apresentadas na avisos, escrita cooperativa, diário de bordo, livro de visitas, etc.

115
No entanto, os ambientes virtuais tradicionais impõem 2.5 Diário Virtual
dificuldades que obrigam ao uso de ferramentas adicionais de Essa arquitetura pedagógica foi desenvolvida por Serres e Basso
apoio. Uma análise dessas dificuldades conduziu à concepção de [16] a partir da experiência com atividades de matemática usando
um ambiente virtual específico [17][18]. ambientes virtuais com estudantes do terceiro ano do ensino
médio.
2.3 Júri Simulado Foram definidos problemas-desafio para cada estudante, que
Trata-se de “uma ferramenta a contribuir para a construção do
deveria resolvê-lo descrevendo a solução em seu diário, um
conhecimento por meio do desenvolvimento da argumentação, das
espaço para elaboração de texto.
possibilidades de cooperação, criatividade e ludicidade” [15].
Existe um “Réu”, que é o assunto a ser discutido; um “Juiz” que é Além disso, foi pedido aos estudantes que comentassem a solução
o professor; a “Defesa” e a “Acusação”; e os “Jurados”, que de dois outros colegas, visando a interação do ponto de vista da
votam por um veredito. troca de idéias em relação a conhecimentos matemáticas.
Um mesmo espaço de interação é divido em subespaços O suporte a esta arquitetura foi implementado através de uma
destinados a fóruns de discussão dos grupos de “Defesa” e ferramenta Wiki. Foi criada uma página para cada participante,
“Acusação”. Todos os participantes têm acesso a todas as que seria seu diário. Ao final de cada página, existia um espaço
postagens, porém é permitido a postagem no espaço da “Defesa” destinado à postagem de mensagens, tanto de revisores quanto de
para grupo de defesa; e no espaço de “Acusação”, para grupo de réplicas dos autores.
acusação.
Após um período determinado de tempo, e que tenha se 2.6 A demanda por flexibilidade
desenrolado a discussão, o “Juiz” determina que os “Jurados” Na apresentação dessas propostas, os autores relatam que para
façam uma votação, para determinar quem ganhou a discussão. experimentação algumas vezes foi adotado uma ferramenta Wiki
Assim, o “Juiz” dá a sentença final sobre o assunto. para implementar o ambiente mediador que se desejava, como é o
caso do Quadro de Discussões do “Construindo Conceituações” e
Esta Arquitetura Pedagógica não chegou a ser experimentada, mas o “Diário Virtual”. No entanto, as regras de interação e o
foi proposto que este ambiente fosse implementado através de cronograma para a criação do documento eram disponibilizadas
uma ferramenta Wiki. . de forma textual, e esperava-se que cada participante respeitasse e
se responsabilizasse pelo cumprimento do estabelecido.
2.4 Construindo Conceituações
Esta arquitetura pedagógica foi desenvolvida por Nevado et al. Observa-se ainda pelos relatos que mesmo os ambientes que
[12] no contexto de um curso de formação continuada de tutores. chegaram a ser implementados tornaram-se, em geral,
“Partindo de um arcabouço inicial, as etapas, produtos e inadequados para o trabalho com outros grupos. É difícil predizer
interações foram sendo definidas ao final de cada etapa, sendo como um grupo particular irá colaborar, e cada grupo tem
inclusive necessária a inserção de novas etapas”. Como resultado, características e objetivos distintos [7 apud 5], o que dificulta o
foi elaborada uma atividade com cinco etapas. reuso do ambiente. Isso recai no problema de adequar a proposta
de trabalho aos recursos e possibilidades do software disponível.
Na primeira etapa, foi solicitado aos participantes que
registrassem suas idéias acerca do tema em uma ferramenta de
escrita coletiva de forma livre, sem censuras, visando o
3. EM BUSCA DE UM MODELO
Como foi proposto por Menezes et al. [9], pode-se modelar um
mapeamento do conhecimento atual do grupo. A seguir, o
ambiente colaborativo a partir do conjunto de interações que
professor sintetizou e sistematizou as principais idéias dos
resultará do processo de colaboração. Esse ambiente pode ser
participantes em teses.
representado por um documento hipermidiático que agrupa o
Para cada participante, é elaborado um quadro composto pelas produto dessas interações.
teses levantadas e um espaço para que ele possa apresentar um
Partimos então do documento resultante dessa colaboração. O
posicionamento (concordância ou discordância) acerca de cada
documento possui uma estrutura organizacional, com possíveis
tese, devidamente justificado.
subdivisões. Cada componente dessa estrutura possui uma equipe
Na terceira etapa, cada participante deve revisar o posicionamento de produção. E o desenvolvimento ocorre segundo um conjunto
de outros participantes (nos quadros deles) acerca das teses, em de diretrizes de produção. O artefato resultante foi denominado de
uma espécie de revisão por pares. Assim, cada participante deve Veículo de Comunicação (VCom), um ambiente virtual. E este
receber duas ou mais revisões para cada posicionamento seu. ambiente é composto por Unidades de Produção Intelectual
Os participantes retornam ao seu quadro de discussão e devem (UPIs).
agora fazer uma réplica das revisões feitas por seus colegas. Uma UPI é uma unidade básica de produção, com um autor, título
A atividade termina com cada participante apresentando uma e um conteúdo (corpo). O corpo de uma UPI pode ser de
revisão do seu próprio posicionamento, fortalecendo ou diferentes tipos. O tipo básico de uma UPI são textos escritos em
modificando o inicial. HTML e, portanto, podem usar diferentes mídias (imagens, sons,
vídeos, etc.) e referenciar, através de links, outras UPIs ou URLs.
Esta atividade foi implementada com auxílio de uma ferramenta Outros tipos possíveis são: imagens, textos sem formatação,
Wiki, fazendo necessária a cópia de páginas modelo para a vídeos, documentos XML, partituras musicais, códigos-fonte em
formação de quadros para cada participante. . alguma linguagem de programação, entre outros.

116
A produção de um VCom se materializa através de publicações de Buscando o estabelecimento de um laboratório para explorar esta
UPIs, que significa a “postagem” de UPIs na estrutura do VCom. proposta de trabalho, realizamos uma implementação na qual a
Assim, temos duas funcionalidades básicas: edição de UPIs; e descrição dos dados de um VCom é realizada por arquivos em
edição de VComs, inclusive publicações. XML [2], o que confere a flexibilidade desejada; e, para os
Alguns ambientes virtuais conhecidos, usados para comunicação Templates, usamos códigos em XSLT [3], uma linguagem capaz
na Web, podem ser descritos como VComs. Vejamos alguns de transformar um documento XML em documentos HTML.
exemplos: Assim, o processo de visualização de um VCom através de um
Template, conforme ilustrado na Figura 1, pode ser descrito da
• Fórum: as produções (UPIs) estão organizadas em forma de seguinte forma: o XML que guarda os dados do VCom é
árvore, onde uma UPI “responde” a outra UPI ou inicia um carregado; é carregado também o documento XSLT que guarda o
novo ramo de publicação. Logo, o documento deste VCom é o Template; um XPath é passado pelo link, que por padrão é “/” (o
conjunto de todas as produções organizadas em forma de documento todo); dados de UPIs e Usuários são carregados do
árvore. banco de dados, de acordo com a demanda feita pelo Template;
por fim, o XSLT é processado e a página HTML é exibida.
• Blog: o autor publica várias postagens (UPIs) organizadas pela
data de publicação. A cada uma dessas postagens cabem
comentários (UPIs) de outras pessoas. O agrupamento das Dados VCom Processador Página
postagens principais e dos comentários formam o seu
(XML) de Template HTML
documento.
UPIs e Usuários
• Wiki: as pessoas criam páginas (UPIs) que podem ser editadas a
qualquer momento. Estas páginas possuem links para outras Template
páginas, que são a única forma de publicar novas páginas. As (XSLT) Banco de
páginas mais os links entre elas formam o documento deste XPath Dados
VCom.
Figura 1. Processo de visualização de um Veículo de
• Jornal On-line: um jornal possui um editor, revisores, e se
Comunicação, segundo um determinado Template
organiza em cadernos. Cada caderno pode possuir uma ou mais
seções temáticas, onde são publicadas as matérias (UPIs).
Algumas dessas seções podem aceitar que seus leitores postem 4.1 Descrevendo VComs
comentários (UPIs). O conjunto de todas essas UPIs e sua Para facilitar a descrição de um VCom adotou-se uma linguagem
organização nas diversas matérias, seções e edições é gráfica apresentada na Figura 2(a): cada caixa representa uma tag;
representado em um documento. o asterisco significa “zero ou mais”; sub-tags são representadas
pelas setas; e as elipses são atributos XML. Na Figura 2(b)
A forma de apresentação é definida separadamente da estruturação apresentamos a transcrição para XML.
das UPIs (dados) do VCom, e no MOrFEu recebe a denominação
de Template. Neste sentido, há uma analogia dos Templates com Representação XML
as folhas de estilo (CSS) usadas para construção de Sites. Os
Templates, entretanto, vão além dos elementos tratados em uma
Esquemática <A>
<B x=”val”/>
folha de estilo, eles definem por qual conteúdo é formado e não
A
somente de que forma é apresentado este conteúdo, como nas <C>
folhas de estilo. Cada VCom pode estar associado a diferentes <D/>
Templates, o que permite que cada usuário possa definir como
deseja visualizar um determinado VCom. B C* </C>
<C>
Tanto a descrição de um VCom quanto a de um Template são x <D/>
também realizadas usando UPIs, cada uma de um tipo específico.
D </C>
...
4. UM META-AMBIENTE PARA </A>
CONSTRUÇÃO DE VEÍCULOS DE
COMUNICAÇÃO (a) (b)
Para a descrição de novos ambientes colaborativos, aqui
denominados VComs, faz-se necessário um meta-ambiente. Esses Figura 2. (a) Representação Gráfica da Estrutura de um
ambientes devem dar suporte à manutenção de bibliotecas onde VCom. (b) Tradução da linguagem gráfica para XML
possam ser catalogados modelos de VCom e de Templates,
através dos quais possamos tirar proveito do reuso. 4.2 Descrevendo Templates
Ao se criar o Template com XSLT, pode-se definir como os dados
De uma forma simplificada, podemos abstrair um meta-ambiente
do documento XML serão mostrados em uma página HTML. É
para realização de VComs, considerando que a materialização de
possível também:
um VCom é composta por uma quádrupla: o Documento (os
dados estruturados), os Templates (visualizadores de dados), as
• Adquirir informações do sistema através de funções escritas em
UPIs e as Ações de Publicação.
PHP que podem ser chamadas dentro do XSLT [14] (outras

117
implementações de processadores XSLT possuem Projeto de
funcionalidades semelhantes), por exemplo, qual usuário está Aprendizagem

visualizando a página, dados de uma UPI, dados de um usuário


publicador (Figura 6.a); Questão de
Investigação
• Inserir links para Publicação, passando qual o esquema de
publicação (o que deve ser inserido) e onde (através de XPath), UPI Desenvol- Diário de Fórum de Livro de
e toda vez que ocorre um publicação fica registrado em vimento Bordo Orientação Vis itas
do Projeto
atributos do XML quem publicou e quando foi publicado
(Figura 6.b); Página* Postagens Postagens Mensagens
no me
• Inserir links para outros Templates, passando como parâmetro o
UPI Postagem* Postagem* Mensagem*
XPath do sub-veículo em questão (Figura 6.c);
UPI Comentários UPI Respostas UPI
4.3 Processo de Publicação
Nessa implementação, o ponto de partida para uma Publicação é
Comentário* Postagens
um link com destino a um formulário para uma nova UPI, que é
preenchido pelo usuário. No passo seguinte, é preenchido pelo
UPI
sistema o Esquema de Publicação (que foi passado no link) com
os dados da UPI (apenas um indicador para a UPI, ou um código Figura 4. Estrutura Organizacional de um VCom para
identificador). Então, este Esquema de Publicação, um pedaço de modelagem de um Projeto de Aprendizagem
XML, é inserido no documento XML do VCom, no local
indicado pelo XPath (também passado no link). Este processo é Na Figura 5, é apresentado um trecho do código em XML do
mostrado na Figura 3. VCom Projeto de Aprendizagem, após algumas Publicações.
 
- < projetoa prendiza ge m id="id447176">
Esquema de Banco de - <questaoinv estigacao id=" id447177 ">
UPI
Publicação Processador Dados
  < upi id=" 296 " publica tion_dat e="2010 -06 -11 14:59:45" upi_title =" Questão
de Investiga ção" publisher =" 31 " />
(XML) de Publicação   </quest ao invest igac ao >
XML - <fe rramentas id=" id447178 ">
Dados VCom - < wiki id=" id447179 ">
(XML) - <page id="id474120" publica tion_dat e="2010 -06-11 15:23:36"
Dados UPI XPath na me ="Primeira página" publisher="31 ">
  < upi id="298" publica tion_dat e="2010 -06 -11 15:23:36"
publishe r="31 " / >
  </page>
Figura 3. Processo de Publicação de UPI em um VCom - <page id="id406104" publica tion_dat e="2010 -06-11 15:55:32"
subve hicle xpa th=" ,projetoa prendizagem,ferramenta s,wik i"
na me ="pagina 2" upi_t itle ="pagina 2" publisher="31 ">
5. TRABALHANDO COM VCOMS   < upi id="305" publica tion_dat e="2010 -06 -11 15:55:32"
publishe r="31 " / >
A realização de uma primeira implementação facilita a exploração   </page>
de várias propostas pedagógicas baseadas na colaboração. - <page id="id406092" publica tion_dat e="2010 -06-11 15:55:51"
subve hicle xpa th=" ,projetoa prendizagem,ferramenta s,wik i"
Apresentamos a seguir, alguns desses ensaios, começando com na me ="blz! " upi_t itle=" blz!" publisher =" 31">
  < upi id="306" publica tion_dat e="2010 -06 -11 15:55:51"
Projetos de Aprendizagem, uma proposta mais complexa. publishe r="31 " / >
  </page>
  </wiki>
5.1 Projetos de Aprendizagem + < blog id ="id447180 ">
+ < fo rum id ="id447182 ">
Um exemplo apresentado por Menezes et al. [9] é do ambiente + < mural id=" id447184 ">
colaborativo para dar suporte à Arquitetura Pedagógica Projetos   </fe rrame ntas >
  </pro je toapre ndizagem>
de Aprendizagem (PA). Durante o desenvolvimento de um PA
cria-se uma rede complexa de pequenos documentos, que em sua Figura 5. Um trecho do código XML do documento de um
íntegra descrevem o resultado da investigação e o próprio VCom Projeto de Aprendizagem
processo colaborativo em si.
Na Figura 6, apresenta-se o Template inicial do VCom Projeto de
Na Figura 4, é apresentado o esquema de dados do VCom Projeto Aprendizagem, escrito em XSLT. Nesse Template, são
de Aprendizagem, destacando os sub-veículos “Desenvolvimento apresentados na tela apenas o sub-veículo “Questão de
do Projeto” (Wiki), “Diário de Bordo” (Blog), “Fórum de Investigação” e links para os demais sub-veículos
Orientação” e “Livro de Visitas” (Mural). Os elementos envoltos “Desenvolvimento do Projeto” (Wiki), “Diário de Bordo” (Blog),
por pontilhados são aqueles que vão ser inseridos via publicação, “Fórum de Orientação” e Livro de Visitas (Mural). Estes links são
os esquemas de publicação. Ou seja, o esquema inicial é aquele chamadas a outros Templates passando como parâmetro o XPath
representado pelos elementos que não estão envoltos por do sub-veículo.
pontilhados.

118
 
- < xsl:styleshee t version="1.0"
xmlns:x sl=" ht tp://www.w3.org/1999/XSL/Transform"
Os Templates podem ser modificados a qualquer momento, com
xmlns:php="http://php.net/xsl "> intuito de mudar a forma de exibição da página ou acrescentar
  <xsl:o utput met hod=" ht ml" o mit- xml-declarat ion ="yes " indent ="yes" />
- <xsl:t emplate match="projetoa prendizagem"> novas funcionalidades ao VCom. É possível também associar
  < h1> Projeto de Aprendizagem</h1 >
  < hr /> mais Templates a um VCom, assim como incluir outros esquemas
  < xsl:apply-templa tes select ="ques taoinve stigacao" / >
  < xsl:apply-templa tes select ="ferra me nt as " />
de publicação para organizar suas funcionalidades.
  </xsl:templat e>
- <xsl:t emplate match="ques taoinve stigacao"> Desta forma, por exemplo, as mensagens do “Livro de Visitas”
  < h2> Questão de Investiga ção:</ h2>
- < center>
podem ser mostradas já na página inicial do VCom, bastando
- <xsl:cho ose > algumas modificações no Template da página inicial.
- < xsl:when t est="upi">
(a)    <xsl:value -of select="php:funct ionString( 'upi_body',numbe r
(upi/@id))" disable-output- esca ping="yes " />
- <small> 5.2 Outras propostas colaborativas
  <xsl:value -of select =" php:funct ionString
('ge ne rate_upi_update _link',concat('text =
[editar] ,id=',number(upi/@id)) )" disable- output-
implementadas
esca ping="yes " /> Outros VComs também foram implementados, mas para facilitar a
  </sma ll>
  </xsl:whe n> leitura do texto, não serão descritos neste artigo. São eles:
- < xsl:o therwise >

(b)    <xsl:value -of select="php:funct ionString


('ge nerate_publish_link','xpat h=/projetoaprendizagem/questaoinvestigac • Ambientes virtuais colaborativos usuais: Fórum, Blog, Wiki,
de Investigação,te xt=Inserir a ques tã o de inves tiga ção')"
disa ble-output -escaping="yes" / > Enquete, Glossário e Mural;
  </xsl:otherwise>
  </xsl:cho ose>
  </cente r> • Um Fórum para a Controvérsia Acadêmica [8];
  < hr />
  </xsl:templat e>
- <xsl:t emplate match="ferra me nt as">
• O objeto de aprendizagem CARTOLA [1], que é um jogo onde
  < h2> Ferram entas</h2 > o participante escreve um texto de acordo com cartas sorteadas;
- < center>
- <xsl:if t est="wiki">
(c)    < xsl:value -of select ="php:funct ionString • O Quadro de Discussões da Arquitetura Pedagógica Júri
('ge nerate_s how_link','t ext =Desenvolvimento do Projeto
(Wiki),subvehiclexpat h= /projetoaprendizagem/ferramentas/wiki,te mplate Simulado [15];
disa ble-output -escaping=" yes" / >
  < br />
  </xsl:if> • O Quadro de Discussões da Arquitetura Pedagógica
+ <xsl:if t est="blog">
+ <xsl:if t est="forum">
Construindo Conceituações [12];
+ <xsl:if t est="mural" >
  </cente r> • O Diário Virtual para Aprendizagem de Matemática, de Serres e
  </xsl:templat e>
  </xsl:st ylesheet > Basso [16];
Figura 6. Template inicial do VCom Projeto de Aprendizagem • Uma versão básica de Curso do Moodle [10], com os tópicos, e
escrito em XSLT os sub-veículos (Fórum, Wiki, Questionário, etc.) em cada
É importante salientar que o Template do “Desenvolvimento do tópico, o que o torna parecido com o VCom Projeto de
Projeto” (Wiki) que se faz chamada é o mesmo que foi criado para Aprendizagem apresentado anteriormente.
o VCom Wiki que funciona de maneira independente. Por isso,
esses VComs dentro do Projeto de Aprendizagem são vistos como
5.3 Avaliação Preliminar
sub-veículos de comunicação. Mas ainda fazem parte dos dados O que tornou possível a realização de tantos VComs foi a maneira
do VCom Projeto de Aprendizagem. simples de como eles são criados. Foram criados 19 Templates,
Na Figura 7, apresenta-se a tela inicial de um VCom Projeto de com um máximo de 260 linhas de código e um tempo de
Aprendizagem, criada a partir do Template apresentado na Figura desenvolvimento de no máximo dois dias de trabalho para cada
6. Template.
O ambiente para a arquitetura pedagógica Júri Simulado [15] não
Morfeu havia sido implementado anteriormente, apenas sua descrição de
funcionalidades havia sido relatada.
Usuários Administração Veículos Logout (leonardo.n.santos@gmail.com)

Home » Veículos » Meu Primeiro Projeto de Aprendizagem Outro caso interessante é o objeto de aprendizagem CARTOLA
[1]. Segundo o relato, uma primeira versão, para uso individual
Projeto de Aprendizagem pelos estudantes, foi implementada e colocada em uso, quando
percebeu-se a necessidade de algumas alterações, principalmente
para que houvesse maior interação entre os usuários. Tal
Questão de Investigação: modificação não ser feita devido às limitações da tecnologia
utilizada. Na implementação que realizamos, essas alterações
Quais as características comuns às ferramentas de comunicação na Web?[editar] podem ser feitas facilmente.
A arquitetura pedagógica Construindo Conceituações [12], foi
Ferramentas inicialmente concretizada utilizando-se uma ferramenta Wiki. Foi
Desenvolvimento do Projeto (Wiki) feita uma página com um quadro modelo (em branco) que
Diário de Bordo (Blog) comportaria as colocações dos participantes. Esta página era
Forum de Discussão
Mural copiada para cada participante, que deveria preencher seu quadro
com suas colocações e contribuir na discussão palpitando em
Figura 7. Tela inicial de um VCom Projeto de Aprendizagem quadros de outros participantes. É evidente que este processo

119
exige habilidade do gerenciador do Wiki para que aconteça. Isso A partir de agora outros aspectos serão analisados e
foi resolvido na nossa implementação, que tornou o processo desenvolvidos. O primeiro deles é como se dá a relação das
automatizado. pessoas e seus papéis em cada VCom, assim como os grupos. No
passo seguinte serão explorados a descrição e o tratamento
Uma ferramenta Wiki também foi utilizada para implementar o computacional de atribuição de papéis; das diretrizes de
Diário Virtual de Serres e Basso [16], incorrendo no mesmo publicação; e do protocolo de interação dos usuários,
problema. completando o modelo formal de descrição de VComs. Em
Os outros ambientes citados foram implementados para trabalhos paralelos buscaremos a modelagem e a realização de das
demonstrar a atual capacidade de representação de ambiente Bibliotecas de VCom e de Templates.
virtuais colaborativos da arquitetura apresentada neste trabalho.
Nosso sistema encontra-se em fase de testes, e em breve estará 7. AGRADECIMENTOS
disponibilizado para uso aberto. Este trabalho contou com recursos do Projeto ColabWeb – Proc.
553329/2005-7, Edital CNPq/CT-Amazônia n.27/2005).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo, foi apresentado um framework para a criação de
ambientes virtuais colaborativos, dando-lhes a possibilidade de
REFERÊNCIAS
[1] Alves, E., Nunes, C., Axt, M., Thomaz, A. R., Esser, T.
serem modificados a qualquer momento, de acordo com as
(2007) “Escrever e reescrever pela WEB: práticas de escrita
necessidades das situações de interação.
utilizando o objeto de aprendizagem CARTOLA”, Anais do
Há evidências de que o modelo proposto pelo MOrFEu para XVII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, São
ambientes virtuais de apoio à colaboração, ou Veículos de Paulo – SP.
Comunicação, seja adequado para generalizar este tipo de
[2] Bray, T., Paoli, J., Sperberg-McQueen, C. M., Maler, E.,
ambiente virtual. A implementação, nesta arquitetura, adotando as
Yergeau, F., Cowan, J. (2006) “Extensible Markup Language
mesmas funcionalidades das ferramentas originais, demonstra que
(XML) 1.1”. http://www.w3.org/TR/2006/REC-xml11-
características simples como UPIs e Publicações são suficientes
20060816/.
para descrevê-las.
[3] Clark, J. (1999) “XSL Transformations (XSLT) 1.0”.
Essa facilidade na implementação de ambientes virtuais pode
http://www.w3.org/TR/xslt.
implicar em significativa redução nos custos de implementação
desse tipo de software, encorajando a pesquisa de abordagens [4] Fagundes, L., Nevado, R., Basso, M., Bitencourt, J.,
colaborativas mediadas por ambientes virtuais. Menezes, C., Monteiro, V. C. P. C. (2006) “ Projetos de
Aprendizagem – Uma experiência mediada por ambientes
Além disso, os ambientes tornaram-se bastante flexíveis, com a
Telemáticos” . Revista Brasileira de Informática na Educação.
capacidade de serem modificadas facilmente e adequarem-se a
novas necessidades à medida que estas surgirem, agregando uma [5] Fuks, H., Raposo, A., Gerosa, M. A., Pimental, M., Lucena,
evidente vantagem sobre os ambientes criados separadamente. C. J. P. (2008) “The 3C Collaboration Model”. Encyclopedia
of E-Collaboration. Information Science Reference, USA.
Relatamos ainda a elaboração de vários VComs, cuja
implementação se deu em um prazo bastante curto. O que tornou [6] Google (2010) “Google Sites”. http://sites.google.com/.
possível a criação de tantos VComs foi a maneira simples de [7] Gutwin, C., Greenberg, S. (2000). “The mechanics of
como eles são criados. collaboration: Developing low cost usability evaluation
No atual estado é necessário um programador com certo grau de methods for shared workspaces”. Proceedings of the IEEE
conhecimento em XML, em XSLT e da arquitetura básica do 9th Workshop on Enabling Technologies.
sistema para criar VComs. O que se deseja futuramente é que a [8] Mendonça, A. P., Castro, A. N., Souza, F. F., Queiroz, S. J.
criação de Veículos de Comunicação seja realizada de maneira B., Batista, V. O. (2003) “Um Ambiente Telemático para
fácil pelo usuário final. Caminhando nesta direção, está a mediar a Controvérsia Acadêmica”. Anais do Simpósio
definição gráfica dos esquemas de dados dos VComs, já Brasileiro de Informática na Educação.
apresentada. O que se espera é que, futuramente, com alguns
cliques seja possível ao usuário criar e editar seu Veículo de [9] Menezes, C. S., Nevado, R. A., Castro, A. N., Santos, L. N.
Comunicação. Utilizando, por exemplo, a idéia do trabalho de (2008) “MOrFEU – Multi-Organizador Flexível de Espaços
Ono et al. [13], que fizeram um editor WYSIWYG (what you see VirtUais para Apoiar a Inovação Pedagógica em EAD”,
is what you get) para gerar XSLT. Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação.

Buscamos com isso contribuir para a era das “Aplicações Criadas [10] Moodle.org (2010) “Moodle.org: open-source community-
por Usuário” (User-Created Applications), em paralelo com o based tools for learning”. http://moodle.org/.
atual momento da Web 2.0 de “Conteúdos Criados pelo Usuário” [11] Nevado, R.A., Carvalho, M.J., Menezes, C.S. (2007)
(User-Created Content). Deixando para o usuário a tarefa de “Aprendizagem em rede na educação a distância”, Porto
desenvolver e modificar suas aplicações de acordo com suas Alegre: Ricardo Lenz.
necessidades. Desta forma, o usuário deve ser capaz de criar um [12] Nevado, R. A., Dalpiaz, M. M., Menezes, C. S. (2009)
VCom como se cria um site com um assistente de criação, como “Arquitetura Pedagógica para Construção Colaborativa de
no Google Sites [6], por exemplo. Conceituações”, Anais do Workshop sobre Educação em
Neste trabalho, demos ênfase à organização dos documentos de Computação, Congresso da Sociedade Brasileira de
um VCom, sua forma de exibição e a mecanismos de publicação. Computação.

120
[13] Ono, K., Koyanagi, T., Abe, M., Hori, M. (2002) “XSLT [16] Serres, F. F., Basso, M. V. A. (2009) “Diários virtuais – Uma
stylesheet generation by example with WYSIWYG editing”. ferramenta de comunicação social para a autoria e
Proceedings of the 2002 Symposium on Applications and the aprendizagem de Matemática”, Anais do Simpósio Brasileiro
Internet. de Informática na Educação.
[14] PHP.net (2010) “PHP: [17] Fagundes, L., Nevado, R., Basso, M., Bitencourt, J.,
XSLTProcessor::registerPHPFunctions – Manual”. Menezes, C., Monteiro, V. P. C. (2006) "Projetos de
http://www.php.net/manual/en/xsltprocessor.registerphpfunct Aprendizagem – Uma experiência mediada por ambientes
ions.php. Telemáticos". Revista Brasileira de Informática na Educação.
[15] Real, L. M. C., Menezes, C. S. (2007) “Júri simulado: [18] Monteiro, V. P. C., Menezes, C., Nevado, R., Fagundes, L.
possibilidade de construção de conhecimento a partir de (2005) "Ferramenta de Autoria e Interação para apoio ao
interações em grupo”, Aprendizagem em rede na educação a desenvolvimento de Projetos de Aprendizagem. Renote
distância, Porto Alegre: Ricardo Lenz. Revista Novas Tecnologias na Educação".

121
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

AVALIAÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Eunice Maria Mussoi, Maria Lucia Pozzatti Flores, Patricia Alejandra Behar
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
PGIE/UFRGS
Brasil
emmussoi@yahoo.com.br, mlflores@terra.com.br, pbehar@terra.com.br

ABSTRACT
Ao avaliar um Objeto de Aprendizagem (OA) deve-se ter clara a Atualmente, um dos materiais educacionais que procuram atender
sua concepção epistemológica, as características e os objetivos. a esses objetivos são os chamados Objetos de Aprendizagem
Para realizar uma análise de forma sistemática, devem-se (OAs). OAs são definidos como uma entidade, digital ou não, que
identificar critérios padrão; construir formulários de pode ser usada e reutilizada ou referenciada durante um processo
verificação/validação dos critérios e criar escalas de avaliação. de suporte tecnológico ao ensino e aprendizagem [1]. Não existe
Dentro de uma concepção epistemológica os OAs reforçam, uma definição clara de limite de tamanho para um OA, mas há um
principalmente, o comportamentalismo ou o construtivismo. O consenso, entre os pesquisadores em tecnologia educacional, de
aluno pode interagir com o objeto dependendo da forma como ele que ele deve ter um propósito educacional definido, um elemento
for planejado e construído. Para montar uma tabela de avaliação que estimule a reflexão do estudante e de que sua aplicação não se
de OAs os pesquisadores recomendam considerar alguns restrinja a um único contexto.
parâmetros tais como: a concepção epistemológica; qualidade do
conteúdo; interatividade; adequação do conteúdo ao público Para avaliar um OA, entendido como um material pedagógico
alvo/faixa etária; definição de objetivos a serem alcançados; deve-se ter bem claro a sua concepção epistemológica, as
forma de feedback ao usuário; motivação; forma de apresentação características e os objetivos. Cada concepção pedagógica engloba
(layout, navegação, usabilidade) e reusabilidade. Este artigo diferentes paradigmas de aprendizagem, que permitem identificar
resultou da reflexão sobre avaliação de OAs e teve como objetivo sua concepção e uso, podendo ser de modo comportamentalista ou
propor alguns critérios para avaliação. construtivista.
É próprio dos OAs o caráter heterogêneo de conteúdo, formas de
Keywords elaboração, recursos utilizados e linguagem adotada. Essa
Objetos de aprendizagem. Avaliação. heterogeneidade é percebida, também, quando se observa o
aspecto avaliativo presente no objeto. Há diversas formas de
1. INTRODUÇÃO avaliar a aprendizagem de um aluno utilizando um OA. É possível
seguir o método convencional de avaliação de perguntas e
A maioria dos pesquisadores em tecnologia educacional respostas; expor situações em que o aluno fornece o valor de
compartilham um enfoque comum de que a composição das partes variáveis, contribuindo para a construção ou desenrolar destas
dos cursos virtuais, total ou parcial, deve ser pequena, digital e situações; apresentar uma explicação preliminar sobre o conteúdo
com capacidade para a reutilização, para que efetivamente possa e, após, lançar os questionamentos a respeito; e ainda, outra
ser um recurso educacional. Mas é preciso ampliar esta discussão possibilidade qualquer.
com o objetivo de contextualizar as novas tecnologias da
informação e da comunicação e suas relações com o ensino e Apesar desta diversidade, é possível identificar padrões
aprendizagem. relacionados à avaliação do conhecimento assimilado, utilizando
OA. Para realizar uma análise de forma sistemática, devem-se
identificar alguns critérios e aspectos a considerar, quando se fala
em avaliação dentro de OA.
O presente artigo resulta de uma reflexão coletiva das autoras
sobre o tema OAs, durante a disciplina Oficinas Virtuais de
Mussoi, Eunice., Pozzatti, María., Behar, Patricia. (2010). Avaliação de Objetos de
Aprendizagem. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática
Educativa, Volumen 1, pp 122-126, Santiago de Chile.

122
1 Facilidade para Atualização: Como os mesmos objetos são
Aprendizagem . Partindo da apresentação de algumas definições
e características, busca-se descrever e propor alguns critérios para utilizados em diversos momentos a atualização dos mesmos em
avaliação de um OA. Após, foi escolhido e avaliado um OA, tempo real é relativamente simples.
segundo os critérios propostos. Customização: Como os objetos podem ser reutilizados, o custo
desse objeto diminui com o aumento de seu uso.
Interoperabilidade: A reutilização dos objetos não apenas em
2 OBJETO DE APRENDIZAGEM nível de plataforma de ensino e sim em nível de mundo. A idéia
de um OA ser criado e poder ser utilizado em qualquer plataforma
2.1 Definição de ensino em todo o mundo aumenta as vantagens destes objetos.
Os OAs podem ser definidos como qualquer recurso digital que Aumento do valor de um Conhecimento: A partir do momento
pode ser reutilizado para dar suporte à aprendizagem, os quais são que um objeto é reutilizado diversas vezes em diversos cursos,
distribuídos pela rede. Esses objetos são pequenos componentes este objeto está continuamente sendo melhorado.
reusáveis – vídeo, demonstrações, tutoriais, procedimentos,
histórias e simulações – que servem para desenvolver o Indexação e Procura: A padronização dos OAs e a utilização de
conhecimento [2]. assinaturas digitais facilitam à procura, e o ato de encontrar
objetos com as mesmas características em qualquer banco de
Os OAs podem ser definidos como objetos de comunicação objetos que estejam disponíveis para eventuais consultas.
utilizados para propósitos instrucionais, indo desde mapas e
gráficos até demonstrações em vídeo e simulações interativas [3]. Todas essas características mostram que o modelo OAs vem para
O termo OA pode ser qualquer informação educacional facilitar e melhorar a qualidade do ensino, proporcionando aos
independente de mídia desde que sirva para propósitos tutores, alunos e administradores diversas ferramentas
instrucionais, mas para este trabalho considerou-se somente OA facilitadoras.
virtuais.
Os OAs constituem em “unidades de pequena dimensão,
desenhadas e desenvolvidas de forma a fomentar a sua 3 CRITÉRIOS PARA AVALIAR UM
reutilização, eventualmente em mais do que um curso ou em
contextos diferenciados, e passíveis de combinação e/ou
OBJETO DE APRENDIZAGEM
articulação com outros OAs de modo a formar unidades mais A avaliação de um OA é muito importante, pois eles são materiais
complexas e extensas” [4]. pedagógicos, e auxiliam na construção do conhecimento.
Um OA para ser bem estruturado é dividido em três partes bem Dentro de uma concepção epistemológica, os OAs podem ser
definidas [5]: usados de modo tradicional ou construtivista. Dependendo da
- Objetivos: esta parte do objeto tem como intenção demonstrar ao forma como o objeto é planejado e construído ele pode ser mais
aprendiz o que pode ser aprendido a partir do estudo desse objeto, interativo. Durante o desenvolvimento de um OA, o mesmo pode
além do pré-requisito para um bom aproveitamento do conteúdo. ser aprimorado através de avaliações formativas ao longo de seu
projeto. Para a avaliação de OAs é preciso: criar critérios padrão;
- Conteúdo instrucional: parte que apresenta todo o material construir formulários de verificação/validação dos critérios e criar
didático necessário para que, no término, o aluno possa atingir os escalas de avaliação.
objetivos definidos.
Para avaliar o OA os pesquisadores consideram alguns parâmetros
- Prática e feedback: uma das características importantes do como: concepção epistemológica; qualidade do conteúdo;
paradigma OAs é que a cada final de utilização julga-se adequação do conteúdo ao público alvo/faixa etária; definição de
necessário que o aprendiz verifique se o seu desempenho atingiu objetivos a serem alcançados; forma de feedback ao usuário;
as suas expectativas. motivação; forma de apresentação (layout, navegação,
usabilidade); reusabilidade.
Para que um OA possa ser recuperado e reutilizado, é preciso que
esse objeto seja devidamente indexado e armazenado em um Na prática existem diferentes tipos de avaliação de um OA. Ao
repositório. descrever critérios para avaliar a usabilidade de material digital de
aprendizagem, podem-se considerar os seguintes fatores [7]:
2.2 Características
Usabilidade Técnica: Acessibilidade; Memorização e
Os OAs possuem características que procuram resolver diversos aprendizagem; Controle de uso; Ajuda; Layout gráfico;
problemas existentes atualmente quanto ao armazenamento e Confiabilidade; Consistência; Eficiência; Sobrecarga de memória
distribuição de informação por meios digitais [6]. Essas e Erros.
características são as seguintes:
Usabilidade Pedagógica: Controle do aprendiz; Atividade
Flexibilidade: Como os OAs são construídos de tal forma que aprendiz; Aprendizagem cooperativa; Orientação dos objetivos;
possuam início, meio e fim, eles já nascem flexíveis. Eles podem Aplicabilidade; Valor adicional/agregado; Motivação; Avaliação
ser reutilizados sem nenhuma manutenção. de conhecimentos prévios; Flexibilidade e Feedback.
Neste trabalho foi analisada a Ficha de Avaliação [8], baseada em
1 um estudo dos trabalhos de Center for Curriculum Transfer and
Disponível em http://www.fcetm.br/nuted/
Technology, os critérios propostos foram divididos em três

123
grandes categorias: Características Gerais, Ferramentas de Apoio
ao Professor e Ferramentas de Apoio ao Estudante. Dentro das
características gerais foram abordados tópicos sobre o trabalho
educacional e a usabilidade.
Analisou-se, também, os critérios usados pelos pesquisadores da
2
BIOE - Banco Internacional de Objetos Educacionais - MEC
para avaliar um OA, envolvendo aspectos pedagógicos, técnicos e
o guia do professor.
A partir dessa análise, as autoras montaram uma tabela (Tabela 1)
para avaliar um OA, a qual pode ser usada somente com os
aspectos pedagógicos e técnicos, ou se o OA for maior ela pode
ser usada para avaliar além desses aspectos, as ferramentas de
apoio ao professor e ao aluno. Os critérios de avaliação desse
objeto receberam pontos na faixa de 1 a 5, constando também a
opção SO (sem opinião). Será considerado que o OA alcançou seu
objetivo, se a pontuação final for igual ou maior que 60, por ser
mais do que 50% da pontuação. E, ainda, esse objeto deve ser
colocado em um ambiente de aprendizagem, o qual deve
contemplar 50% das ferramentas de apoio ao aluno. Esses
critérios são mostrados na tabela que segue.

Tabela 1. Ficha para Avaliação do Objeto de Aprendizagem –


Critérios de Avaliação: Aspectos Pedagógicos, Aspectos
Técnicos, Ferramentas de Apoio ao Professor, Ferramentas de
Apoio ao Aluno.

2
BIOE (Banco Internacional de Objetos de Aprendizagem).
Disponível em http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/

124
• Não ficou clara a finalidade da coluna vertical de
quadrados, à esquerda.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao avaliar um OA deve-se ter bem claro as suas características,
conhecer o conteúdo abordado e o(s) objetivo(s) deste OA em
relação à educação.
Para realizar uma análise de forma sistemática, é preciso criar
critérios padrão; construir formulários de verificação/validação
dos critérios e criar escalas de avaliação. Nos critérios é
importante considerar alguns parâmetros como: a concepção
epistemológica; qualidade do conteúdo; interatividade; adequação
4 APLICAÇÃO do conteúdo ao público alvo/faixa etária; definição de objetivos a
serem alcançados; forma de feedback ao usuário; motivação;
As autoras aplicaram a Ficha de Avaliação proposta em um OA forma de apresentação (layout, navegação, usabilidade) e
do BIOE. O OA analisado foi na categoria Matemática, com o reusabilidade.
título de A Matemática e as Artes Visuais. Dentro desse objeto foi
analisada a Atividade: Criando na Varanda, que tem os Ainda, deve-se observar que, durante o processo de construção de
objetivos: identificar os diferentes polígonos regulares nos um OA, além do planejamento prévio e avaliação, exista mais de
diversos mosaicos, sendo capaz de reconhecer a relação entre um momento dedicados a validação deste objeto. Entende-se que
ângulos no processo de sua construção; perceber a necessidade de a validação deverá ser realizada com o público ao qual se destina
composição e decomposição de figuras na pavimentação de uma o objeto, havendo um feedback deste público, devendo incluir
superfície, reconhecendo suas aplicações em objetos do dia a dia; aspectos técnicos e pedagógicos. Por último, sugere-se que a
estimular a criatividade do educando e sua sensibilidade para a validação e o número de vezes que ela foi realizada façam parte
produção artística, bem como para a criação matemática; da ficha de informação do OA.
identificar, analisar e solucionar uma situação-problema
utilizando mosaicos. Este objeto é dividido em: Apresentação da
atividade nas telas do computador; Instruções das atividades e REFERÊNCIAS
Guia do Professor.

[1] IEEE. Institute of Electrical and Electronics Engineers. 2000


4.1 Avaliação das Autoras – Atividade Disponível na URL: http://www.ieee.org . Acessado em 15
de maio de 2010.
Criando na Varanda
[2] Wiley, D. A. 2001. Conecting learning objects to
Usando a Ficha para a Avaliação de Objetos de Aprendizagem
instructional theory: A definition, a methaphor anda a
elaborada pelas autoras (Tabela 1), foi realizada a avaliação da
taxonomy. The Instructional Use of Learning Objets. Wiley,
Atividade - Criando na Varanda. Esta Atividade obteve 64 pontos
D. (Ed.). Disponível na URL:
(da primeira autora) e 67 pontos (da segunda autora), sendo que
http://www.reusabilility.org/read/chapters/wiley.doc . 2001.
ambas foram acima de 60, portanto foi considerado que este
Acessado em 15 de maio de 2010.
Objeto de Aprendizagem alcançou seu objetivo. Mas foram
realizadas algumas observações sobre o objeto: [3] Muzio, J.; Heins, T.; Mundell, R. 2001. Experiences with
Reusable eLearning Objects: From Theory to Practice.
• O primeiro Objeto de Aprendizagem “Função Afim”, Victoria, Canadá.
escolhido da BIOE não faz o download ou há problemas
com o mesmo, embora o botão esteja disponível. Assim, [4] Pimenta, Pedro E Baptista, Ana Alice. 2004. Das plataformas
foi escolhido um segundo Objeto: “Matemática e Artes de E-learning aos objetos de aprendizagem. In: DIAS, Ana
Visuais”. Após fazer o download, constatou-se que Augusta Silva e Gomes, Maria João. Elearning para e-
parte do objeto anterior é, na realidade, deste objeto. formadores. Minho, TecMinho, p. 97-109.
• É possível interagir com o objeto, através do botão [5] Singh. H. Introduction to Learning Objects. Disponível na
visualizar. URL www.elearningforum.com/july2001/singh.ppt .
2001. Acessado em 15 de maio de 2010.
• É composto por uma única tela.
[6] Longmire, W. 2001. A Primer On Learning Objects.
• Conteúdo bem elaborado e de fácil entendimento. American Society for Training & Development. Virginia.
• Quando ocorre o erro, ele apaga e acusa a sobreposição USA.
de objeto. Porém, não remete a uma explicação, não [7] Nokelainen, P. 2004. Criteria for evaluating usability of
incentiva ou demonstra as possibilidades. digital learning material. Disponível na URL

125
http://dll.hamk.fi/dl2/filet/eValuator_english_version.pdf
Acessado em 15 de maio de 2010.
[8] Santoro, F.; Borges, M.R.S; Santos, N. 1998. Um framework
para estudo de ambientes de suporte à aprendizagem
cooperativa. Anais SBIE’98. Fortaleza, Brasil.
[9] BIOE - Banco Internacional de Objetos Educacionais.
Disponível na URL: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br
Acessado em 30 de maio de 2010.

126
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

OBJETOS DE APRENDIZAGEM PARA TV DIGITAL:


SERVIÇOS EDUCACIONAIS ACRESCIDOS ÀS NOVAS
TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO

Elizama das Chagas Lemos, Kaio Ramon Oliveira de Morais

Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia do RN
IFRN/Brasil
elizama@ifrn.edu.br , kaioramon@gmail.com

RESUMO Por ter sido lançada no dia 2 de dezembro de 2007 no Brasil, a


TV digital de alta definição traz consigo um novo nicho de
Este artigo se propõe a fazer um estudo acerca da TV Digital mercado para os desenvolvedores de sistema, afinal o padrão
como objeto para inserção de aplicações interativas educativas, de adotado – baseado no japonês – faz parte de uma infraestrutura de
forma a auxiliar no processo de inclusão digital da América multiplexação onde equipamentos mais robustos terão que ser
Latina, já que as pessoas que não possuem acesso a um empregados, pois tudo que for transmitido deverá ser empacotado,
computador pessoal poderão desfrutar das capacidades e a imagem e som de melhor qualidade e os programas de
computacionais da TV Digital como, por exemplo, o acesso a interatividade entram para fazerem parte do maior diferencial
Internet. Durante o desenvolvimento do estudo, são abordados os entre a transmissão analógica e digital. Com essa nova forma de
aspectos teóricos – história da televisão, educação a distância, fazer TV, surge o questionamento sobre qual é a forma mais
interatividade mediada pela TV Digital, alguns padrões adotados adequada para empregar esse novo serviço em benefício para a
no Brasil e no mundo, API Java TV, entre outros – e práticos – educação da América Latina.
projetos desenvolvidos no país para auxiliar o processo
É com isso em mente que o desenvolvimento de vários
educacional mediado pela TV.
estudos vem sendo desenvolvidos, pois, é buscado ampliar os
conhecimentos teóricos técnicos sobre TV Digital e aplicá-los
Palavras-chave num contexto relacionado à educação, para contribuir no
TV Digital. Educação a distância. T-learning. desenvolvimento de soluções que possam beneficiar a sociedade
como um todo.
1. APRESENTAÇÃO
A educação a distância é um assunto que vem sendo discutido
diariamente nas instituições de ensino. Buscar formas de interação 2. TV DIGITAL E E-LEARNING
e de obter algum tipo de feedback do aluno, mesmo que ele esteja
a quilômetros de distância, são objetos de discussão de
2.1 Dos primórdios até os dias atuais
pesquisadores da área de educação e de novas tecnologias. Diferente do rádio, a televisão nasceu sob a égide da
Algumas ferramentas interativas dedicadas a EAD surgem a cada comercialização e para comercializar os produtos veiculados.
dia fornecendo soluções para essa modalidade de ensino, como o Assim, o Brasil foi um dos seis primeiros países do mundo –
SGC Moodle. Porém, com o surgimento da TV digital no Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, França, Alemanha e Holanda foram os
novas alternativas são necessárias para integrarem e auxiliarem no primeiros – a possuir televisão e o pioneiro da América Latina.
sistema de ensino. Desde então, a TV vem sendo incluída num constante processo de
evolução e adaptação de acordo com as necessidades sociais
apresentadas [4].
A televisão passou por diversas mudanças desde o
primeiro canal de TV fundado em 1936, a BBC de Londres, com
transmissões ainda em preto-e-branco. Na década de 1950, foram
Das Chagas, Elizama., Oliveira, Kaio. (2010). Objetos de Aprendizagem para TV
Digital: Serviços Educacionais Acrescidos às Novas Tecnologias de Comunicação. En adicionadas a cor e o aumento do número de canais, dando início
J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp
127-134, Santiago de Chile.

127
às primeiras escolhas do telespectador. Com o crescente aumento telecomunicação, pois ela redefine, rearticula e reescalona, de
do número de canais, o surgimento do controle remoto foi maneira original, todos os elementos que fazem parte da dimensão
necessário, funcionando como mecanismo para dispensar a tecnológica, sócio-cultural e política da comunicação. Dessa
locomoção e aumentar a comodidade de quem assiste; foi o forma, a articulação entre TV e Internet sugere novos rumos para
primeiro elemento digital agregado aos receptores do sinal iniciativas acadêmicas voltadas para a constituição de novo
televisivo [8]. modelo crítico e reflexivo para a educação, rompendo fronteiras
Numa etapa posterior da evolução tecnológica da TV, a antes dificultadas pela exclusão digital.
digitalização de parte da produção foi introduzida, fazendo uso de Dentre as formas de promover a inclusão social pela
câmeras e ilhas de edição digitais. Logo depois, a transmissão televisão, pode ser destacado um serviço que vem ganhando
digital dos fluxos de áudio e vídeo e o uso de set top boxes (STB) grande importância no país, o governo eletrônico, ou, no caso da
para receber e decodificar esses fluxos foram adicionados. E, TV digital, governo televisivo (t-governo). O programa do t-
atualmente, na fase mais recente, a troca da junção entre TV governo tem como base a oferta de serviços governamentais pela
analógica e STB por receptores totalmente digitais [8], TV, fazendo com que o acesso a eles seja facilitado, poupando
melhorando a transmissão, a qualidade do som e da imagem e deslocamentos a cartórios, prefeituras ou postos de informação.
aumentando as formas de interação do público apreciador, Muitos especialistas consideram o t-governo como a forma mais
fazendo com que o fluxo de informação e comunicação não eficiente de inclusão. Ao tornar disponível pela TV as
circule somente numa dada direção. informações que eram acessíveis somente pela Internet, no caso
Entre 1955 e 1976, na chamada III Fase da do e-governo, ou em estabelecimentos oficiais, o conhecimento
Radiodifusão, ocorreram os primeiros passos para fazer com que a torna-se mais democrático, reduzindo também a burocracia [8].
TV ganhasse um lugar na sociedade brasileira [4]. Nos primeiros Em suma, a convergência de tecnologias, neste caso TV e
anos, somente as classes economicamente privilegiadas tinham Internet, só vêm a auxiliar no processo de inclusão digital, afinal,
acesso à televisão. Porém, com o tempo, ela foi se popularizando possibilita que as pessoas possuam diversas alternativas na
e hoje, no Brasil, são mais de 65 milhões de aparelhos receptores, obtenção desses serviços. Montez e Becker acrescentam ainda
presentes em mais de 90% dos lares. Desse montante, 80% mais os ganhos obtidos pela integração das tecnologias ao afirmar
recebem apenas o sinal da TV aberta, tornando-se, em muitos que todas essas vantagens só são possíveis graças à convergência
casos, a única fonte de informação e formação de cidadania da de tecnologias, ostentada há pelo menos duas décadas. Do lado da
população, como afirma Montez e Becker: essa fonte de cidadania produção, o computador já é vastamente usado na edição e
pode se tornar ainda mais acessível e melhor qualificada com a codificação dos vídeos. Todavia do lado do telespectador, o uso
TV digital interativa, afinal, hoje, a televisão é um dispositivo de do PC para assistir TV ainda é praticamente incógnito, com
cidadania e cultura, que fornece apenas informação e poucas exceções feitas por placas especiais capazes de interpretar
entretenimento. A TV digital pode ser uma ferramenta de inclusão os sinais das antenas analógicas. No caso da TV digital, tanto o
social, proporcionando mais informação e propiciando maior set top box, como o próprio aparelho de TV, são computadores
acesso ao conhecimento [8]. razoavelmente potentes. A interatividade e o fornecimento dos
serviços apresentados acima seriam impraticáveis sem o uso de
computadores na recepção do sinal da TV [8].
2.2 Televisão, tecnologia e interatividade
As vantagens em se ter uma TV digital interativa vão além da 2.3 E-learning e TV Digital: a convergência
qualidade e otimização da transmissão. Como afirmam Montez e
Becker [8], a interatividade não pode ser resumida no simples das mídias
aumento da comodidade das partes envolvidas na transmissão Dentro desse novo paradigma da TV Digital Interativa, um novo
televisiva. Envolve também aspectos financeiros, ao aumentar a termo entra em uso: T-learning, que consiste no acesso a objetos
quantidade e a qualidade dos serviços oferecidos. Ou seja, uma de aprendizagem 1 em mídia rica 2 (rich media) por meio de
série de outras vantagens, que variam entre o técnico e o social, aparelhos de TV ou dispositivos mais parecidos com a TV do que
também é enumerada. Uma delas, a mais enfatizada neste estudo, um computador pessoal. T-learning também pode ser definido
é a interatividade, pois, apesar dela já estar inserida há bastante como a convergência de cross-media com o Ensino à Distância
tempo na televisão, contava com o auxílio de outros meios de (EaD ou e-learning), sendo que cross-media pode ser entendido
comunicação entre o transmissor e o receptor, seja a Internet, o como o uso de mais de uma mídia [1]. Na figura 01, podem ser
telefone ou até a carta. observadas as várias tecnologias que compõem o T-learning.
Não mais utilizando meios externos à televisão como
forma de haver comunicação entre emissor e receptor, agora o
telespectador terá o controle remoto como maior fonte de
1
interação. Esse passo no desenvolvimento da influência mútua Objeto de aprendizagem pode ser entendido como qualquer
também está atrelado ao fato de que, com o advento da TV digital, recurso digital que possa ser reutilizado para o suporte ao
convergências entre tecnologias estão sendo empregadas, como, ensino. A sua principal é quebrar o conteúdo educacional em
por exemplo, o uso da Internet, que traz uma gama de pequenos pedaços que possam ser reutilizados em diferentes
possibilidades para estabelecer um laço cada vez mais forte com o ambientes de aprendizagem, em um espírito de programação
público apreciador. orientada a objetos.
2
Segundo Eugênio Trivinho [6], a Internet se tornou o Rich media é um termo genérico para mídias interativas,
exemplo privilegiado da mais avançada rede eletrônica de misturando texto, áudio, vídeo etc.

128
O portal E-Learning Brasil 3 cita alguns argumentos para
o uso mais amplo da TV no campo da EaD:
• A televisão está disposta a um vasto número de
indivíduos;
• A TV já faz parte do cotidiano das pessoas;
• As pessoas tendem a acreditar no conteúdo que é Figura 1. Convergências de tecnologias do T-Learning
transmitido;
• A quantidade audiovisual do conteúdo televisivo é
capaz de proporcionar experiências mais ricas para o
utilizador.
Com esses argumentos, somados ao fato de que existe
ainda um número considerável de pessoas não alfabetizadas no
Brasil (ver gráfico 01), as possibilidades de mudança, no
sentido da democratização do acesso aos meios técnicos
disponíveis na sociedade e da diminuição das desigualdades
sociais, se situam no nível das escolhas políticas da sociedade,
ou seja, da competência da escola e dos cidadãos acreditarem –
e agirem em consequência desta crença – em uma compreensão
dos processos de educação e comunicação como meios de
emancipação, e não apenas de dominação e exclusão [6]. Sendo
assim, pensar no T-Learning como uma nova modalidade de
inclusão social e um mecanismo para oferecer, por exemplo,
educação básica para todos deve ser encarada como uma faceta
a ser de fato inserida e disseminada neste país.

3 PADRÕES PARA TV DIGITAL


Uma estação transmissora ou head-end, um meio físico para
transmissão do sinal de vídeo e um Receptor Digital, incluindo
um Set-Top-Box ou Terminal de Acesso, que é responsável por
receber o sinal transmitido, decodificá-lo e transmiti-lo, são as
Gráfico 1. Distribuição percentual das pessoas de 15 anos ou
diretrizes básicas que compõem um Sistema Básico de Televisão
mais de idade, analfabetas, por sexo, segundo os grupos de
Digital (TDV). Para ter a garantia de que esses elementos serão
idade – Brasil – 1999/2009 4
compatíveis entre si, é primordial que padrões sejam estabelecidos
que tratem de normatizar todo o processo de captura, compressão
modulação e transmissão dos sinais de vídeo, assim como de Posteriormente, para mapear e indexar os dados
todas as interfaces físicas entre os equipamentos que estão contidos no fluxo de transporte, os padrões de TVD estende as
envolvidos nesse processo [5]. tabelas PSI (Program Specific Information) do padrão MPEG-2
Todas as propostas de padronização devem seguir o delimitando um conjunto de estruturas que apresentam metadados
modelo de referência União Internacional de Telecomunicações contendo informações de serviços (SI – Service Information)
(ITU) para transmitância dos sinais de televisão digital. Este específicas do domínio de TVD. No Brasil, o padrão adotado foi o
modelo fraciona as funcionalidades de transmissão do sistema em SBTV onde foi esboçado um panorama dos modelos em operação
três camadas principais: codificação do sinal, multiplexação e no mundo e dos sistemas tecnológicos que os certificam, assim
modulação [5] como mostrado na figura 02. O modelo também como conduzidos estudos e desenvolvidos sistemas, subsistemas,
adota o padrão MPEG-2 como principal tecnologia nos processos serviços e aplicações relacionados às especificidades brasileiras
realizados nas camadas, suas especificações explanam regras [9].
sintáticas e semânticas que definem esquemas de compressão, Os fluxos elementares multiplexados com informações
empacotamento e multiplexação de sinais individuais de áudio, de serviço num único fluxo de transporte possibilitam codificar e
vídeo e outras variantes de dados digitais em um fluxo de transportar em paralelo um ou mais fluxos de vídeo, por exemplo,
transporte (TS – Transport Stream), possibilitando que em um gerados por câmeras diferentes em um programa de auditório; um
único canal físico transmita “fluxos elementares”. ou mais fluxos de áudio, levando, por exemplo, os seis canais de
áudio de home theathers; ou, de maneira genérica, qualquer tipo
de dado digital [5]. Essa nova modalidade de transporte abriu
novas possibilidades de expressão de informação nos conteúdos
que são veiculados na televisão.

4
IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
3
http://www.elearningbrasil.com.br/ 1999/2009.

129
Figura 3. Arquitetura do Ginga [12]

3.2.1 Ginga-NCL
Ginga-NCL é um subsistema lógico do middleware Ginga que é
responsável por processar e apresentar documentos NCL. A
linguagem declarativa adotada foi o NCL (Nested Context
Language), que apresenta uma rigorosa separação entre conteúdo
e estrutura e ele não define mídia alguma nele. Ao invés disso, ele
define a ligação que une a comunicação e as apresentações
multimídia. Por conseguinte, um documento NCL só define o
Figura 2. Representação esquemática de um sistema de TV
modo como os objetos são estruturados e relacionados, no tempo
Digital [5]
e no espaço. Como uma linguagem de ligação, ele não restringe
ou prescreve os tipos de conteúdo das mídias. Neste caso, a
linguagem dá suporte à apresentação de objetos de imagem (GIF,
3.1 Middleware JPEG, entre outros), vídeos (MPEG, MOV, entre outros), textos
Middleware é um termo geral para especificar uma espécie de (TXT, PDF, entre outros), objetos executáveis (Xlet, Lua, entre
código de software que age como um aglutinador, ou mediador, outros) e outros formatos de dados digitais.
entre dois programas existentes e independentes. Ou seja, ele Os objetos de mídia suportados dependerão dos players
funciona como um mecanismo de interdependência das aplicações inseridos no formato NCL, na verdade, os que são oferecidos pelo
com o sistema de transmissão, possibilitando que vários códigos Ginga Common Core. Um desses players, é claro, consiste no que
das aplicações sejam adequados aos diversos equipamentos de está inserido no receptor da TV Digital. Neste caso, pode ser
recepção (IRDs). Por meio de uma máquina virtual no receptor, observado que o vídeo principal e o fluxo de áudio são tratados
esses códigos podem ser compilados no formato adequado para como todos os outros objetos de mídia que podem ser exibidos
cada sistema operacional [10]. usando NCL [13].
A introdução da TV Digital faz com que haja novas
necessidades a fim de resolver esse novo paradigma de
radiodifusão: a mixagem da TV tradicional (broadcast) com a 3.2.1 Ginga-J
interatividade, textos e gráficos. Tal interatividade, segundo Paes Ginga-J é um subsistema lógico do Sistema Ginga que é capaz de
e Antonizzi, necessitará de várias características e funcionalidades processar objetos do tipo Xlet. Um componente primordial para o
no ambiente web como representação gráfica, identificação do desenvolvimento de aplicações procedurais, que está composta
usuário, navegação e utilização amigável, entre outros. pela Máquina Virtual Java, é o mecanismo de execução de
conteúdos procedurais. O software do Ginga-J pode acessar
streams de áudio, vídeo, dados, entre outros. Os fluxos de dados
3.2 Ginga são distribuídos pelo ar, recebidos e processados pelas aplicações,
Ginga consiste no middleware especificado para o Sistema que apresentarão os conteúdos aos dispositivos de visualização e
Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) que interação [12], como pode ser observado na figura 4.
atualmente foi adotado como o sistema oficial brasileiro. As O Ginga é baseado em três conjuntos de APIs
aplicações desenvolvidas por meio do Ginga podem ser chamadas: Verde, Vermelho e Azul (Figura TAL). As APIs do
classificadas em duas categorias, dependendo da forma como são tipo Verde são compatíveis com as APIs GEM (Globally
escritas: aplicações procedurais e declarativas. Aplicações Executable MHP). As APIs do tipo Amarelo são extensões
procedurais são aquelas escritas utilizando a linguagem Java, já as propostas para satisfazer os requisitos específicos do Brasil e
declarativas empregam a linguagem NCL. Os ambientes de podem ser implementados por meio de um sistema adaptador
execução das aplicações Ginga são similarmente classificados em utilizando as APIs do tipo Verde. Já as do tipo azul, são as únicas
duas categorias: Ginga-J, para aplicações procedurais, e Ginga- compatíveis com a API GEM. Neste caso, algumas aplicações
NCL, para processos declarativos [12]. desenvolvidas, por utilizarem tecnologias em comum a outras
A arquitetura do Ginga pode ser particionada em três plataformas existentes no mundo, possuem compatibilidade para
módulos maiores – Common Core, Ginga-NCL e Ginga-J (vide serem usadas em outros ambientes.
Figura 03) – que serão descritos nas subseções a seguir.

130
Aplicações digitais interativas usam as APIs para acessar os
recursos do receptor incluindo: base de dados, decodificadores de
fluxo de mídia, decodificadores de conteúdo estático e de
comunicações. Hoje em dia, boa parte das aplicações interativas é
desenvolvida baseada na plataforma DVB-Java, portanto, a API
desempenha um papel crucial para o MHP.

3.5 API Java TV


Figura 4. Contexto do Ginga-J [12]
Em comum às diversas plataformas existentes para
desenvolvimento de conteúdos interativos de TV Digital,
3.4 Multimedia Home Platform (MHP) encontra-se a API Java TV e suas especificações. Ela consiste
numa extensão da Plataforma Java que fornece controle sobre as
MPH é um padrão aberto desenvolvido pela DVB Project que funcionalidades que são exclusivas para receptores de televisão.
define uma série de tecnologias para implementar serviços de Algumas das características que o Java TV oferece são: o acesso
multimídia, digitais e interativos. Inclui terminais domésticos ao serviço de informações de banco de dados, seleção de
(como computadores e set-top-box), seus periféricos e abrange conteúdo, específico controle de mídia e acesso aos dados que são
três áreas de aplicação: a própria radiodifusão, a radiodifusão com transmitidos por meio do sinal de televisão.
a adição da interatividade e o acesso a Internet. O principal
objetivo da MHP é permitir o surgimento de mercados horizontais A API Java TV é essencialmente dirigida ao
para televisão digital e de serviços multimídia onde haja uma desenvolvedor Java que produz conteúdos para televisão
concorrência aberta entre fornecedores de conteúdo, operadores interativa ou trabalha na criação de ferramentas de conteúdo.
de redes ou fabricantes da plataforma em cada nível do mercado. Grande parte das funcionalidades exigidas por um desenvolvedor
Outro objetivo é explorar o potencial de convergência entre de conteúdo para TV é fornecida pela plataforma Java no
radiodifusão, a Internet e eletroeletrônicos. receptor. Tipicamente, o ambiente de aplicações PersonalJava
(plataforma de desenvolvimento em Java para sistema mobile e
A arquitetura do MHP pode ser dividida em três embutidos) fornece a plataforma para receptores de televisão. A
camadas: recursos, sistema de software e aplicações (ver figura 5). API Java TV atende esses aspectos do receptor de televisão que
Os recursos típicos do MHP são: processamento de MPEG, não foram contemplados por alguma parcela do ambiente [14].
dispositivos de entrada e saída, CPU, memória e um sistema
gráfico. O sistema de software utiliza os recursos disponíveis a Java TV pode ser implantado em ambientes com as
fim de prover uma visão simplificada da plataforma para as normas existentes e para várias formas de uso como serviços e
aplicações, as quais são controladas por um gerenciador de programas de informação. É importante que essas normas
aplicações. existentes e os códigos baseados nesses padrões sejam facilmente
integrados com o framework. Por isso, a API foi definida com um
nível relativamente elevado de abstração de hardware e de
protocolos.

3.5.1 Xlet
Uma aplicação DVB-J sempre apresenta uma classe na aplicação
que determina um Xlet. Normalmente, as aplicações DVB-J são
Figura 5. Arquitetura básica do MHP nomeadas de Xlets. Um Xlet contém métodos que possibilitam
controlar o ciclo de vida de uma determinada aplicação. É por
meio desta interface Xlet que o gerenciador de aplicações do set-
O MHP define uma interface genérica (API) entre as top-box pode controlar as aplicações. Há certa semelhança entre
aplicações digitais interativas e as aplicações terminais. Sua API um Xlet e um Applet, este último utilizado no ambiente da
provê uma camada de abstração entre os diferentes provedores de Internet, pois, ambos não possuem um método main() como
aplicações e os detalhes específicos de hardware e software de existem nas aplicações Java tradicionais, e sim métodos para que
diferentes terminais que utilizam o MHP. Permite que os uma segunda aplicação (no caso do Xlet, o gerenciador de
provedores de conteúdo digital possam englobar todos os tipos de aplicações) possa controlar o seu ciclo de vida.
terminais variando de low-end (como, por exemplo, pequena Existe uma comunicação bidirecional entre a classe Xlet
quantidade de memória RAM) até set-top-boxes high-end e o gerenciador de aplicações, que usufrui dos métodos da
integrando televisores digitais e computadores multimídia [11]. interface Xlet para estabelecer uma comunicação com a aplicação
Aplicações dos mais variados provedores de serviços e esta usa uma referência a um objeto da classe XletContext para
serão operáveis entre si, mesmo que haja diferentes usos do MHP poder se comunicar com o gerenciador de aplicações. A referência
no mercado. Nele, são definidos protocolos de transporte, ciclo de ao objeto XletContext é transmitida ao Xlet quando o método
vida das aplicações e modelos de sinalização (os dois últimos para initXlet() é chamado [2]. Três motivos podem fazer com que uma
aplicações DVB-Java e DVB-HTML). Também são especificados aplicação DVB-J altere seu estado: quando o gerenciador de
formatos de conteúdo, modelos de segurança, plugins, o modelo aplicações usa os métodos estabelecidos por meio da interface
gráfico de referência, capacidades mínimas da plataforma etc. Xlet para sinalizar a mudança de estado para a aplicação; quando

131
existe uma sinalização de aplicações via difusão, enviando um efetiva conversações com outras pessoas por meio de chats e
novo código de controle para a aplicação; e quando a própria também participa de enquetes. O usuário pode, por exemplo,
aplicação muda seu estado. combinar com os amigos a escolherem locais próximos no estádio
A Figura 6 mostra os estados possíveis de serem para torcerem juntos virtualmente.
atingidos por uma aplicação Xlet (MHP):
O projeto SAPSA – Serviço de Apoio ao Professor em
Sala de Aula – está sendo desenvolvido no Brasil e se propõe a
utilizar a interatividade da televisão como um repositório de
conteúdos de cunho educativo. O material disponibilizado conterá
desde vídeos de curta duração até textos e gráficos, por exemplo,
e esses arquivos serão acessados pelo professor de maneira
semelhante à navegação por um guia eletrônico de programação
como mostra a figura 7.

Figura 6. Diagrama de estados de uma aplicação Xlet

No estado Carregado, o Xlet foi carregado, mas não


inicializado. Este estado é atingido após o método new() ser
chamado pelo gerenciador de aplicações. Um Xlet contém um
construtor sem argumentos que é chamado e cria o Xlet sem
lançar uma exceção. Se um erro ocorre durante a criação do Xlet,
uma exceção é lançada e então a aplicação passa ao estado de
Destruída e é descartada, por meio do método destroyXlet().
Já o estado Pausado é atingido após o método initXlet() Figura 7. Tela para navegação na TV 5
ser chamado, caso este não volte exceção. Este estado também
pode ser atingido se um Xlet no estado ativo receber uma
chamada de método pauseXlet() que retorna sem exceções. Neste
estado, o Xlet deve liberar todos os recursos que antes foram
alocados a ele e agora não são mais necessários, para um melhor
aproveitamento dos recursos existentes pelas demais aplicações.
No estado ativo, o Xlet deve funcionar normalmente e
prover o serviço para o qual foi desenvolvido. O estado ativo é
atingido após ter passado pelo estado Pausado, ter recebido a
chamada de método startXlet(), e não retornado exceção. Já
quando um Xlet entra no estado destruído, todos os recursos por
ele antes alocados devem ser liberados. Este método é atingido a
partir de todos os estados, necessitando somente ocorrer a
chamada de método destroyXlet().

Figura 8. Tela para criar aplicação para TV Digital

3. APLICAÇÕES EDUCATIVAS
Já o Matoolto TV consiste num projeto para facilitar o
Dentre as formas de efetiva utilização da TV Digital como mídia desenvolvimento de aplicações interativas para um usuário com
interativa, podem ser destacados os casos do Current TV, Torcida limitados conhecimentos da área de informática, portanto, o
Virtual, projeto SAPSA e Matoolto TV. público-alvo da aplicação são profissionais da área de educação,
Current TV é uma emissora de TV a cabo dos Estados marketing, comunicação, ou seja, pessoas não envolvidas no
Unidos, onde toda programação é produzida, enviada e escolhida desenvolvimento de aplicações digitais em uma visão mais
por telespectadores. Pela página do canal, o telespectador aprofundada, do ponto de vista de um desenvolvedor de software.
encontra e compartilha histórias e vídeos que acha interessante. O As figuras 8, 9 e 10 mostram algumas imagens do Matoolto TV
site está conectado a emissora e, portanto, as transmissões pela em funcionamento.
Internet e pela TV se assemelham.
Enquanto que a Torcida Virtual permite ao
telespectador torcer pelo seu time numa arquibancada virtual que
é simulada pela TVDI, onde ele escolhe um setor e cadeira, 5
http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/003-TC-A1.htm.

132
A televisão está inserida na maioria dos lares brasileiros e
muitas pessoas se mantêm informadas do que ocorre a sua volta
por meio dela, por isso, esses aspectos precisam ser levados em
consideração ao se pensar numa grade de programação voltada às
pessoas que carecem de uma qualidade de ensino, por exemplo.
Outra preocupação também deve ser levada em
consideração: quais pessoas são responsáveis por “fazer
televisão”? Na conjuntura atual, novas necessidades surgem,
trazendo com elas um novo leque de oportunidades
disponibilizadas aos desenvolvedores de aplicações interativas
para TV Digital. Ou seja, que estiver na vanguarda tem grandes
chances de ganhar destaque no mercado que não está totalmente
amadurecido.
A inclusão digital se faz necessária na sociedade atual
em que o ensino não é o mesmo para todos e a desigualdade social
é semeada cada dia mais. Todos devem buscar incessantemente
Figura 9. Tela de uma aplicação criada no Matoolto TV reverter esse quadro, tentando projetar os conhecimentos
adquiridos a favor de um mundo melhor. Portanto, a TV Digital
deve ser também inserida nesse contexto, como medida auxiliar
ao processo educacional, aliando ao cotidiano do homem
contemporâneo meios que o auxilie em uma completude social. O
que não pode ser esquecido é que, novas tecnologias surgem
diariamente, porém, se não forem feitos bons usos delas, de nada
elas valerão. Afinal, a tecnologia pode ser o meio, mas ela não
pode ser considerada o fim.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Américo, Marcos. A Produção de Conteúdos Audiovisuais
Educacionais Interativos para TV Digital. XXX INTECOM
- Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Santos,
2007.
[2] Andreata, Jomar Alberto. InteraTV: Um Portal para
Aplicações Colaborativas em TV Digital Interativa
Utilizando a Plataforma MHP. Dissertação de Mestrado,
Universidade Federal de Santa Catarina, 2006.
[3] Pretto, Nelson de Luca et al. Tecnologias Educacionais e
Figura 10. Outro exemplo de aplicação gerada pelo Matoolto Educação a Distância: Avaliando Políticas e Práticas. 2ª ed.
TV Rio de Janeiro: Quartet, 2003. BARRETO, Raquel Goulart
Um exemplo de uso do Matoolto TV poderia ser visto (org.).
em programas educativos, como o veiculado em TVs de fins [4] Frederico, Maria Elvira Bonavita. História da Comunicação.
educativos, que é direcionado ao público geral, com reportagens Petrópolis: Vozes, 1982.
sobre educação, cultura e lazer inerentes à região de sua
cobertura. [5] Leite, A. et al. FlexTV: Uma Proposta de Arquitetura de
Com o uso do sistema Matoolto TV, equipe de Middleware para o Sistema Brasileiro de TV Digital. Revista
produção do programa pode gerar um produto, com o perfil do de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais. n. 2, dez.
canal de TV, mas também do programa em exibição, este gerado 2005.
em arquivo .rar ou .jar que seria descompactado e carregado em [6] Martins, Francisco Menezes; Silva, Juremir Machado da.
um servidor de TV Digital. Para Navegar no Século XXI. Porto Alegre: Sulina, 2003.
[7] MHP Multimedia Home Platform. Disponível em:
http://www.mhp.org.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS [8] Montez, Carlos; Becker, Valdecir. TV Digital Interativa:
As novas tecnologias transformaram a vida dos homens, mudando
conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil. 2. ed.
a forma de agir e pensar das pessoas que dela utilizam,
Florianópolis: UFSC, 2005.
contribuindo, de certa forma, para a uma maior inserção do
homem na sociedade em rede. A TV Digital dispõe de ferramentas [9] Modelo de Referência: Sistema Brasileiro de Televisão
de interação que, se bem empregadas, podem vir a ser uma Digital Terrestre. Disponível em:
poderosa ferramenta de inclusão digital para a população, http://www.itvproducoesinterativas.com.br.
auxiliando nesse processo de democratização da informação.

133
[10] Paes, Alexsandro; Antoniazzi, Renato. Padrões de [13] Soares, L. F. G.; Rodrigues, R. F.; Moreno, M. F. Ginga-
Middleware para TV Digital. Disponível em: NCL: The Declarative Environment of the Brazilian Digital
http://www.cin.ufpe.br/~gds. TV System. Journal of the Brazilian Computer Society. n. 4,
[11] Peng, Chengyuan. Digital Television Applications. Tese de v. 12, mar 2007.
doutorado, 2002. Disponível em: http://lib.tkk.fi/. [14] Sun Microsystems. JavaTV(TM) API: Technical Overview.
[12] Souza, G. L. F; Leite, L. E. C.; Batista, C. E. C. F. Ginga-J: [S.I sn], 2000.
The Procedural Middleware for the Brazilian Digital TV
System. Journal of the Brazilian Computer Society. n. 4, v.
12, mar 2007.

134
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

BLOG: INTERAÇÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO


SUPERIOR
Carla Conti de Freitas, Valeria Rosa da Silva
Universidade Estadual de Goias
Brasil
carlacontif@gmail.com, rosasilvavaleria@gmail.com

RESUMO
Assim, neste artigo, apresenta-se como o blog foi criado,
Este estudo apresenta uma pesquisa realizada com alunos do curso alimentado e analisado por uma turma do ultimo semestre do
de Letras, na região metropolitana de Goiânia, que analisou o uso curso de Letras, como ferramenta para interação entre professor e
do blog como ferramenta de interação e produção de textos. Para aluno e entre os alunos e como ferramenta de produção de textos,
isso, considerou os princípios da pesquisa transdisciplinar e pois com o blog pode-se explorar qualquer tema a partir dos
envolveu a criação e a utilização de um blog, destacando a sua relatos de alunos e professores. Desta forma, além de ler, de
relevância tanto como ferramenta para a interação virtual quanto escrever e ter os textos lidos e comentados, “o blog aproxima os
espaço de produção e compreensão de gêneros textuais e digitais. alunos dos professores abrindo um canal de comunicação entre
A análise das informações destacou a interação entre professor e eles, fazendo com que o aluno se envolva com o conhecimento e a
aluno, o uso de recursos tecnológicos e a ampliação das condições tecnologia” (Cunha e Freitas, 2009, p. 391).
de aprendizagem, contribuindo para a formação de professores de
línguas. Este artigo se organiza em três partes. Na primeira, apresenta-se
uma breve discussão sobre a abordagem transdisciplinar e a
Categories and Subject Descriptors formação de professores de línguas, considerando os pressupostos
da pesquisa transdisciplinar e os elementos que envolvem esta
K.3.1 [O uso de computadores na educação] – Aprendizagem abordagem. Na segunda, os conceitos de gêneros textuais e
colaborativa e Educação a distância. digitais são considerados, a partir dos estudos de Marcuschi
(2004; 2008). E, na terceira, são apresentadas as informações
Termos Gerais selecionadas cujas analises destacam a interação e a produção
Human Factors, Theory textual dos alunos de ensino superior, entendidas como essenciais
nesta pesquisa sobre o blog na formação de professores.

Palavras-chave
2. ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR E
interação, blog, ensino superior
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE
LÍNGUAS
1. INTRODUCÃO A abordagem transdisciplinar relacionada à formação de
professores tem sido discutida como uma possibilidade de
Este artigo tem como objetivo apresentar uma pesquisa realizada transformação para os modelos educacionais existentes, pois
com alunos do curso de Letras, na qual se discute o uso do blog. propõe uma visão ampliada da realidade, exigindo uma ampla
Embora esta pesquisa envolva diferentes possibilidades de estudo contextualização e considerando a complexidade que envolve o
desta ferramenta na formação de professores e como recurso ser humano e sua atuação. Desta forma, entende-se que
tecnológico, neste artigo, o blog será analisado como ferramenta
de interação e de produção de textos no Ensino Superior. Desta a Transdisciplinaridade é complementar à abordagem disciplinar;
forma, pretende-se destacar a importância desta ferramenta nos ela faz emergir novos dados a partir da confrontação das
cursos de licenciatura, pois oferece aos professores um recurso disciplinas que os articulam entre si; oferece-nos uma nova visão
que possibilita a sua interação com o aluno em um ambiente da natureza, da realidade. A Transdisciplinaridade não procura a
virtual, ampliando as possibilidades de aprendizagem. Alem disso, mestria de várias disciplinas, mas a abertura de todas as
oferece ao aluno do ensino superior, professor em formação, a disciplinas ao que as une e as ultrapassa. (Carta da
interação com uma ferramenta que pode fazer parte do cotidiano Transdisciplinaridade, 1994, Artigo 3)
do professor de Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Conti , Carla., Da Silva, Valeria. (2010). BLOG: interação e produção textual no Ensino
Superior. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 135-138, Santiago de Chile.

135
Diante disso, tem-se uma situação bastante delicada no que diz Correa (2007, p. 931) apresenta a seguinte definição:
respeito ao ensino, a aprendizagem, aos elementos que envolvem
o ato de educar e principalmente a formação dos professores, pois BLOG: termo reduzido de weblog. É um tipo de diário virtual
público que contém informações específicas sobre uma
pensar a formação com esses referenciais [complexidade e determinada pessoa, lugar ou situação e que é usado para
transdisciplinaridade] requer uma mudança profunda de natureza expressar idéias, opiniões e posição em face de determinado
ontológica, epistemológica e metodológica, caso contrário, assunto. Também conhecido como “diários da internet”, com a
continuaremos fragmentando o ser humano, o conhecimento e a característica de conter também imagens e links, e ainda a opção
realidade educacional e não dando conta dos reducionismos que de fazer comentários ou críticas sobre o assunto, as imagens ou
ainda prevalecem nos processos de formação dos profissionais da mesmo sobre o autor do blog (blogueiro). Por ter a forma de
educação. (Moraes, 2008, p. 208) diário, pode ser atualizado diariamente e as postagens aparecem
numa ordem cronológica reversa, ou seja, as primeiras postagens
Estes reducionismos são contrários as características do professor
ocupam os últimos registros, com a data e hora decorrente e as
que atua em consonância com a abordagem transdisciplinar
últimas aparecem primeiras. Caracterizado por uma ampla gama
porque esta exige uma atitude diferente, uma real mudança na
de opções de formato, esse gênero foi rapidamente assimilado
maneira de compreender os processos que envolvem o cotidiano
pelos adolescentes e jovens no mundo inteiro.
da sala de aula que deixam a obviedade e assumem a incerteza.
Assim, “o professor precisa aprender a conviver com a incerteza, As ferramentas oferecidas pela internet, que podem ser
todas as relações de causa e efeito, a que estávamos tão consideradas no contexto de sala de aula, apresentam ao professor
confortavelmente acostumados no racionalismo cartesiano, agora diferentes condições para interação, embora estas ferramentas
não existem mais” (Leffa, 2009, p. 27). ainda não sejam muito exploradas pelos professores. O blog pode
ser considerado como um meio de comunicação, de troca de
No lugar disso, espera-se encontrar, na sala de aula, espaço para o
informação, espaço para produção de texto, divulgação de
diverso e para o complementar que se ampliam pela interação e
informações, discussões sobre conteúdo, entre outros.
colaboração, pois
Como ferramenta de interação, o blog se apresenta como um
a visão transdisciplinar de ciência inclui a alteridade, na medida
recurso para muitos professores, pois “pode ser uma ferramenta de
em que construo meu conhecimento considerando a visão do
grande eficácia no ensino e aprendizagem, propiciando um novo
outro, e inclui também o alternativo, no sentido de algo
meio de comunicação entre professores e alunos” (CORREA,
independente das tendências dominantes. Há um ganho de
2007, 931). A interação pelo blog acontece entre o professor e os
conhecimento quando consigo unir em vez de separar. (Leffa,
alunos e entre os alunos, uma vez que permite o comentário e a
2009, p. 23)
troca de opiniões. Desta forma, “pode ocorrer um maior nível de
aproximação, melhorando as relações interpessoais, e ainda,
possibilitar maior reflexão sobre as colocações de cada um”.
3. O BLOG: UMA FERRAMENTA E UM (CORREA, 2007, 931)
GÊNERO Como ferramenta para produção de texto, o blog permite a pratica
Para Cunha e Freitas (2009, p. 393), “a tecnologia deve ser de diferentes textos - tipos (narrativos, descritivos ou
entendida como uma possibilidade de expressão do ser e de dissertativos) e gêneros (diário, comentário, imagens). Além
ampliação das relações entre os professores, alunos e disso, motiva a leitura e a compreensão da diversidade de textos,
conhecimento, considerando o desenvolvimento de cada um dos permitindo a interpretação e a reflexão e a construção de novos
envolvidos”. Desta forma, a tecnologia torna-se um importante textos, pois “aspecto reiteradamente salientado na caracterização
elemento que promove a interação e o professor que, ao dos gêneros emergentes é o intenso uso da escrita, dando-se
considerar a abordagem transdisciplinar, “contribui para que o praticamente o contrário em suas contrapartes nas relações
aluno amplie seu conhecimento para relacioná-lo à sua realidade, interpessoais não virtuais” (Marcuschi, 2008, p. 203).
possibilitando que haja um diálogo com diversas formas de Desta forma, cria-se o que Moraes (2010, p. 55) considera
conhecimento” (Freitas, 2008, p.27). ambiente de aprendizagem, compreendido “como espaço onde
Os professores utilizam, em diversas situações, os recursos interagem professores, alunos e representantes da comunidade,
tecnológicos como meio de comunicação com os alunos como e- instrumentos e tecnologias digitais, geradores de circunstancias
mail, chat, fórum, msn, entre outros. Para Cunha e Freitas (2009, para que a aprendizagem aconteça e os objetivos sejam
p. 393), “a tecnologia abre caminhos para que outras disciplinas e alcançados”.
outros assuntos possam interagir possibilitando o
desenvolvimento de uma proposta transdisciplinar, pois
4. O BLOG: INTERAÇÃO E PRODUÇÃO
possibilita o desenvolvimento do ser humano em instâncias TEXTUAL NO ENSINO SUPERIOR
maiores que as disciplinares”. Assim, a tecnologia no Ensino
Esta pesquisa considera os pressupostos de uma pesquisa de
Superior permite fazer das aulas um novo espaço para aprender e
natureza transdisciplinar que, de acordo com Moraes e Valente
uma nova forma de ensinar envolvendo, por exemplo, diversas
(2008, p. 61),
disciplinas, inclusive a própria informática uma vez que os
recursos tecnológicos se constituem um recurso de ensino. O leva-nos a colocar a razão e o pensamento ao lado da intuição, do
blog, considerado nesta pesquisa, e apenas um deles. Para Cunha imaginário, da sensibilidade, da emoção e da criatividade. Leva-
e Freitas (2009, p.391), nos também a dar conta da relação analítico-sintética, o que, por
sua vez, exige estratégias diversificadas.
o blog é uma das ferramentas que surgiu com a internet e pode
possibilitar uma aproximação maior entre alunos e professores, Quanto às estratégias, foram consideradas as não-lineares,
pois eles podem se comunicar, tirar dúvidas de aulas, trocar idéias combinadas com estratégias lineares, desde que possibilitassem
ou, até mesmo, romper com modelos pedagógicos que vem sendo “escutas mais sensíveis”, conforme explicita Moraes e Valente
usados há muito tempo e que hoje já não tem mais espaço. 136 (2008, p.62). Assim, foram considerados os textos postados pelos
alunos no blog da turma (não-lineares) e as respostas às perguntas
da pesquisadora (lineares).
A pesquisa, em parte apresentada neste artigo, foi realizada com
vinte alunos do curso de Letras, com habilitação em Língua
Portuguesa e Língua Inglesa ou Língua Portuguesa e Literatura,
no último semestre do curso. Foram realizados quatro encontros
totalizando oito horas de atividade, visando a possibilidade de
ampliar as oportunidades de formação e reflexão sobre a atuação
deste grupo de professores em formação em relação ao blog como
ferramenta de ensino. Os encontros foram semanais e com
duração de duas horas aula cada um.
O primeiro encontro envolveu a discussão e a exposição do
conceito, da utilização e a criação do blog da turma. Os alunos
não conheciam um blog e demonstraram interesse pelo assunto e Figura 2. Página de comentários das perguntas
pela ferramenta. No segundo encontro, os alunos puderam
explorar a página, conhecer os recursos e comentar os textos
postados pela professora da turma. No terceiro encontro, os No relato apresentado na Figura 3, a seguir, destaca-se a
alunos puderam interagir com os outros alunos, comentando os importância da interação, pois se acredita que o blog “integra
textos dos colegas e respondendo os comentários recebidos. E, no discentes e docentes com o mundo atual” (Figura 3). E, ainda,
quarto encontro, os alunos foram orientados a criar o próprio postou que “trabalhar com o blog em sala será extremamente
blog, atribuindo a ele características pessoais, demonstradas na importante para que haja uma grande interação entre professor-
escolha dos textos, na maneira de provocar a relação com os aluno, aluno-professor, além da comunidade escolar em geral”.
colegas e professores, no conteúdo e até nas cores (CUNHA E
FREITAS, 2009, p. 395), como na Figura 1, a seguir:

Figura 3. Comentário de um aluno

Figure 1. Blog de uma aluna do curso de Letras


A interação que favorece as condições de aprendizagem se
Além das oito horas de atividade presencial com a turma, os constitui em outro fator que se destacou nos comentários dos
alunos, durante quatro semanas, acessaram o site e deixaram seus alunos, nos quais se reafirma a possibilidade de troca de
comentários e postagens. informações entre professores e alunos, possibilitando uma
Ao todo, foram feitos oitenta comentários e sete postagens. Foram aprendizagem mais significativa, pois “colocar os docentes em
analisadas 27 postagens sobre a importância do blog, que se contato com o mundo virtual é essencial, pois o mundo atual
referem aos comentários sobre a última postagem da exige isso” (Figura 4).
pesquisadora. Destes textos, destacam-se três pontos importantes:
a interação entre professor e aluno, o incentivo ao uso de recursos
tecnológicos, a ampliação das condições de aprendizagem.
Para os alunos, o blog amplia a interação entre professor e aluno e
o contato com mundo virtual, como no extrato a seguir:

Figura 4. Comentário de um aluno


Com relação à opinião deles sobre o blog e as atividades
desenvolvidas, os alunos consideraram que esta ferramenta
137 “oferece mais recursos para praticar, avaliar, criar e recriar
propostas educacionais que visam suprir algumas necessidades de 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
sala de aula” (J.P. postado em 27/08/2008) e que ela “não deve
ser inserida apenas nos cursos superiores, mas em todos os Este estudo sobre o uso do blog permitiu uma breve discussão
currículos escolares” (S., postado em 27/08/2008). sobre a interação e sobre a produção de textos no ensino superior.
Estes dois aspectos se complementam a medida que a interação
O blog tornou-se também um instrumento que reduz a monotonia provoca a produção de textos e vice-versa.
das aulas, que tornam os alunos mais distraídos devido à
repetição. O blog “faz com que a disciplina seja aplicada de forma Neste estudo, a interação possibilitada pelo blog motivou a
interessante e inovadora para o aluno que está habituado com produção de textos, permitindo que as idéias, os conceitos e os
aulas baseadas em giz e quadro, portanto, a inovação é sempre sentimentos pudessem ser socializados e ampliados a partir de
bem vinda quando se melhora o aprendizado do educando” (MR, cada texto. O cuidado com a linguagem garantiu a comunicação e
postado em 30/08/2008), como registrado na Figura 5, a seguir: a troca de informação permitiu a ampliação do conhecimento,
garantindo assim novas possibilidades de aprendizagem.
Desta forma, o uso dessa ferramenta foi considerado importante
na sensibilização e conscientização dos alunos sobre o uso de
ferramentas como o blog, que permite, segundo (Cunha e Freitas,
2009, p. 401)
que alunos e professores estejam mais próximos e, até mesmo,
aprendam juntos uma nova forma de ensinar e de aprender, que
seja mais divertida, mais humana e com oportunidades que
favoreçam o crescimento profissional e desenvolvimento pessoal
dos alunos e de seus professores.

REFERÊNCIAS
[1] Carta da transdisciplinaridade. 03/09/2008.
www.unipazrj.org.br.
[2] CORREA, E. F. 2007. Gêneros textuais no contexto digital
& educacional. 12/04/2010
www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/44.
Figura 5. Comentário de um aluno
[3] CUNHA, F. de C.; FREITAS, C. C. de. 2009. Blog na
formação de professores. In: KRATZ, L. Docência
Universitária: múltiplos olhares na compreensão deste
Para Cunha e Freitas (2009, p. 400), “de uma forma
universo. p.389-401.Goiânia: Kelps.
transdisciplinar, o blog veio para fazer com que os professores e
alunos possam elaborar textos em várias línguas, usando a [4] FREITAS, C. C. de. 2008. Sustentabilidade no ensino
tecnologia e desenvolvendo experiências que possibilitam a superior: uma prática transdisciplinar na formação de
inclusão destes alunos, futuros professores, no mundo digital”. professores. Goiânia: Kelps.
Ainda de acordo com as autoras, os alunos participantes tiveram
oportunidade de escrever textos e, assim, aprimorar a habilidade [5] LEFFA, V. J. 2009. Se mudo o mundo muda: ensino de
de escrita. Para W (comentário postado em 31/08/2008), “a línguas sob a perspectiva do emergentismo. In
experiência que vivenciamos em sala de aula foi muito Calidoscópio, Vol. 7, n. 1, p. 24-29, jan/abr. 12/04/2010
importante, pois, vimos que é natural para o professor deixar os www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/leffa_emergentismo.pdf..
seus alunos fazerem os seus próprios textos” e, além disso, [6] MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. 2004. Hipertextos e
fazendo das aulas uma nova forma de aprender e de ensinar. gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna.
Os textos postados no blog e analisados quanto à produção escrita [7] 2008. Produção textual, análise de gênero e compreensão.
indicam o quanto a disponibilidade do aluno para a escrita pode São Paulo: Parábola Editorial.
ser aprimorada a partir de experiência diferente com a própria
escrita. O número de textos postados e o número de textos [8] MORAES, M. C. de. 2008. Ecologia dos saberes:
comentados não é importante senão pelo indicativo de complexidade, transdisciplinaridade e educação. São Paulo:
disponibilidade para a escrita por partes dos alunos que se Antakarana.
envolveram na produção do blog. [9] VALENTE, J. A. 2008. Como pesquisar em educação a
Desta forma, vale ressaltar o quanto a produção escrita precisa ser partir da complexidade e da transdisciplinaridade? São
cuidada no ensino superior, pois ela apresenta a capacidade de se Paulo: Paulus.
expressar de cada uma dessas pessoas. Na análise dos textos [10] NAVAS, J. M. B. 2010. Complexidade e
quanto a escrita, foram analisados os aspectos de produção que se Transdisciplinaridade em Educação: Teoria e prática
referem a coerência, a capacidade de produzir o texto de acordo docente. Rio de Janeiro: Wak Editora.
com o texto do outro para que se garantisse a comunicação e a
relação de significado entre eles.

138
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E O USO DE PORTAIS DE


CONTEÚDO PARA A CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES DE
APRENDIZAGEM

Juliana Maria Cristiano Gense, Klaus Schlünzen Junior


Unesp – Faculdade de Ciências e Tecnologia
Brasil
jugense@hotmail.com, klaus@fct.unesp.br

ABSTRACT
RESUMO
In this paper, we describe the process of establishing planning
guidelines for English Language classes for Basic Education
including the digital technologies suggested in Portal do Professor Neste artigo descrevemos o processo de estabelecimento de
(Teacher’s Portal). This educational portal intends to be a princípios norteadores para a criação de aulas de Língua Inglesa
supporting space for collaborative net authoring, aiming at para a Educação Básica com a inclusão de tecnologias digitais
teacher’s permanent formation and also at widening the educative sugeridas no Portal do Professor. Tal portal educacional se propõe
resources and the various ways of developing the pedagogical a ser espaço de suporte para autoria colaborativa em rede visando
work possibilities of exploitation. It’s basis are the proposals of à formação permanente de professores e a ampliação das
Communicative Approach for Foreign Language Teaching, which possibilidades de exploração dos recursos educacionais e das
understands language as a collection of communicative events variadas formas de desenvolver o trabalho pedagógico. Seu pano
focused in the communicative competence acquisition and in the de fundo são as propostas da abordagem Comunicativa para
Construcionism approach for the use of computers in Education ensino de Línguas Estrangeiras, que entende a língua como um
which emphasizes knowledge building with technologies based in conjunto de eventos comunicativos centralizados na aquisição da
an action that produces an object of interest of the one who competência comunicativa e as propostas da abordagem
produces it, being that such product is linked too the reality of the Construcionista para o uso do computador na Educação, que
person or of the place where it is produced and used. The enfatiza a construção do conhecimento com o uso das Tecnologias
expectation is to analyze and understand the possibilities offered baseada na realização concreta de uma ação que produz um
by Information and Communication technologies in the teaching produto palpável de interesse pessoal de quem o produz, sendo
of English in Basic Education to define some guidelines for the que tal produto é vinculado a realidade da pessoa ou do local
creation and application of English Language classes with the onde é produzido e utilizado. Espera-se analisar e compreender as
insertion of meaningful and contextualized technologies in public possibilidades oferecidas pelas Tecnologias da Informação e
schools. Comunicação no ensino de Língua Estrangeira na Educação
Básica, para delinear alguns princípios norteadores para a
preparação e aplicação de aulas de Inglês significativas e
Key words contextualizadas em escolas públicas, com a inserção das
tecnologias.

English, Content Portals, Technology.


Palavras-chave
Cristiano, Juliana., Schlünzen, Klaus. (2010). O Ensino de Língua Inglesa e o Uso de Portais
Inglês, Portais de conteúdo, Tecnologia
de Conteúdo para a Construção de Ambientes de Aprendizagem. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 139-145,
Santiago de Chile.

139
INTRODUÇÃO Ela pode ser física (pela movimentação da população ou pelo
desenvolvimento econômico) e virtual (pela comunicação na
A lógica da globalização demanda o intercâmbio nunca antes Internet ou pela transmissão via satélite). Neste processo, o Inglês
visto com pessoas e culturas de todo o planeta em tempo real é o principal idioma de suporte ao intercâmbio de informações,
suportada em parte nas novas tecnologias de comunicação [2]. pois é inegável que esta tem sido a língua mais utiliza
da como meio de comunicação mundial ao se considerar política, 3. Quais são os princípios e parâmetros que orientam e norteiam
mídia, ciências, economia, viagens, imprensa e educação [4], a prática pedagógica dos professores de Inglês propostas pelas
considerado o idioma global, seja porque os países dão a ele um tecnologias?
espaço especial dentro de suas comunidades, ou porque o
transformam em língua oficial a ser usada pelo governo, pela
mídia, pelos sistemas jurídico e educacional (como, por exemplo,
em Gana, Nigéria e Singapura) ou, ainda, porque dão a ele 2. O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE AULAS
prioridade no que diz respeito ao ensino de Línguas Estrangeiras DE LÍNGUA INGLESA PARA SUGESTÃO
[3]. NO PORTAL DO PROFESSOR
Neste contexto, o ensino de Língua Inglesa na Educação
Básica brasileira representa um grande desafio, fazendo-se O Portal do Professor surgiu em 2008 pela iniciativa do
urgente a compreensão da necessidade de construir práticas que Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Ciência
favoreçam o uso de tal idioma pelo acesso aos (e desconstrução e Tecnologia, sob a responsabilidade da Secretaria de Educação a
de) discursos hegemônicos (da mídia e da política, por exemplo) Distância através do Departamento de Produção de Conteúdos e
que circulam globalmente e pela construção discursos alternativos Formação em Educação a Distância. Foi criado para oferecer um
que colaborem com a inclusão dos alunos na sociedade ao conjunto categorizado de tecnologias e de recursos à comunidade
desenvolver competências e habilidades necessárias à vida educacional reunidas em só local na Internet para ser uma área de
contemporânea, inegavelmente impregnada pelas Tecnologias da experimentação para o professor, um espaço de suporte para
Informação e Comunicação [6]. O estudo do Inglês, portanto, favorecer a autoria colaborativa em rede, visando desenvolver a
deve ser oportunidade de levar o indivíduo a compreender a formação permanente de professores de todo o Brasil, bem como,
alteridade (o outro) e a si mesmo como cidadão, ao se tornar contribuir para ampliar as possibilidades de exploração dos
capaz de comunicar-se de maneira adequada em diferentes recursos educacionais e das diversas e variadas formas de
situações da vida cotidiana, tais como participar de uma entrevista desenvolver o trabalho pedagógico sobre cada tema. Sendo assim,
de emprego, fazer compras ou assistir a um telejornal, isto é, o no referido Portal, o “Espaço da Aula”, e uma área de criação,
estudo de tal idioma deve ser uma ocasião de desenvolvimento da visualização e compartilhamento de sugestões de aulas (criadas
habilidade e competência para a comunicação, para além do individualmente ou em equipe) que contêm recursos multimídia,
desenvolvimento de meros conhecimentos de gramática e (como vídeos e animações) de todos os níveis de ensino com o
vocabulário de forma descontextualizada em uma sociedade em objetivo de facilitar e dinamizar o trabalho colaborativo e a troca
que seu uso é cada vez mais globalizado e freqüente. de experiências entre professores do ensino Fundamental e
Consequentemente, o professor de Inglês deve tornar-se Médio, impulsionando assim o uso das Tecnologias na Educação
consciente da presença das tecnologias na sociedade, buscando Básica brasileira. Neste artigo, são apresentadas algumas das
dominá-las para aproveitar as possibilidades que se abrem em atividades desenvolvidas em três aulas de Língua Inglesa
termos metodológicos pelo uso delas no processo educativo, propostas em tal área do referido portal, as quais são:
percebendo que a tecnologia é, ao mesmo tempo, ferramenta
(meio) e objeto da prática pedagógica [5].
Com o objetivo de compreender a configuração da realidade a) “Earthquakes in Haiti: what do you know about that? –
da inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação no desenvolvendo as estratégias de leitura em Língua Inglesa!”
contexto do ensino de Língua Inglesa na Educação Básica do (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=
Brasil para sugerir princípios norteadores para a elaboração de 21004),
planos de aula de Língua Inglesa com a inserção de tecnologias
uma proposta é compreender a dinâmica da preparação de aulas b) “The movie was directed by… Como se usa a voz passiva
de Língua Inglesa sugeridas no “Espaço da Aula” do Portal do em Inglês?”
Professor (www.portaldoprofessor.mec.gov.br) aos educadores de (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=
todo Brasil, tendo por base as seguintes questões: 21086) e
c) “Should I Stay or Should I Go – Aprendendo verbos
modais com música!”
1. Que tipos de atividade com o uso do computador, do celular,
(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=
Internet e outros recursos interativos podem ser propostas para
15802).
que os alunos usem e aprendam Inglês?
2. Como envolver e organizar os alunos para que aprendam com
outros alunos, com o mundo, para além de aprender com o O processo de criação de sugestões de aulas de Inglês a
professor? serem publicadas como sugestão no “Espaço da Aula” do Portal
do Professor divide-se, basicamente nas seguintes etapas:
1) escolher o tema,

140
2) definir os objetivos da aula,
3) detalhar o planejamento didático (as atividades e os
recursos que podem ser usados pelos professores).
O uso das tecnologias para a construção de ambientes de
aprendizagem de Língua Inglesa inovadores, significativos e
contextualizados tem por base as propostas da Abordagem
Comunicativa para ensino de Línguas Estrangeiras, que entende a
língua como um conjunto de eventos comunicativos centralizados
na aquisição da competência comunicativa [1] e as propostas da
abordagem Construcionista para o uso do computador na
Educação, que enfatiza a construção do conhecimento com o uso
das Tecnologias baseada na realização concreta de uma ação que
produz um produto palpável de interesse pessoal de quem o
produz, sendo que tal produto é vinculado a realidade da pessoa
ou do local onde é produzido e utilizado. Conforme a Abordagem
Construcionista, o processo de compreensão de conceitos
acontece conforme o ciclo descrição-execução-reflexão-
depuração [7], sendo o computador o elo para que tal ciclo de
compreensão de conceitos e aquisição de novos conhecimentos
aconteça. Portanto, de acordo com o paradigma Construcionista, o
computador no processo de ensino aprendizagem possibilita
expressar as ideias, auxiliando na compreensão do problema em
si, bem como, dos conceitos envolvidos para sua resolução porque
favorece o registro dos passos seguidos para tanto, propiciando ao
aluno rever conceitos usados e confrontar o resultado obtido com
seu raciocínio inicial, construindo novos conhecimentos. O
computador é uma ferramenta tutorada pelo aluno, que busca
informações em redes de comunicação à distância, navegando de
forma não linear, segundo seu estilo cognitivo e interesse no
momento. Este aluno pode integrar as informações encontradas
em programas aplicativos, e, assim, tem a oportunidade de Figura 1. Atividade de produção textual sobre o Haiti a partir
elaborar seu conhecimento para a solução de um problema, de pesquisas na Internet sobre o tema. Fonte:
realização de um projeto ou desenvolvimento de programas http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au
elaborados em linguagem de programação. Todas estas situações la=21004
levam o aluno a refletir sobre o que está sendo representado, pois
o retorno oferecido pelo computador após a realização das
Na criação das aulas é importante avaliar quais temas
operações selecionadas é o mesmo que foi descrito, entretanto em
poderiam derivar do assunto principal da aula ou a ele estariam
um novo formato ou representação [7].
relacionados. É essencial manter em vista que uma língua é uma
Sendo assim, as estratégias e recursos da aula priorizam os ferramenta de acesso aos conhecimentos produzidos pela
alunos como agentes e atores do processo estabelecendo no sociedade em diferentes contextos sociais e momentos históricos e
desenvolvimento das atividades relação clara entre conteúdo e que um processo comunicativo eficiente possui como pilares não
realidade do estudante e incluir nas estratégias, recursos apenas a fluência (em outros termos “passar e compreender a
multimídia e de interação visando o desenvolvimento mensagem” de forma geral), mas, também, o conhecimento amplo
competência comunicativa em Língua Inglesa. Como exemplos de de vocabulário e aspectos gramaticais do idioma, para que se
atividades neste sentido podem ser citadas aquelas em que os possa expressar e interpretar as mensagens de forma cada vez
alunos são orientados a utilizar editores de texto para a produção mais precisa e adequada. Assim, é necessário analisar como os
de dissertação em grupos sobre os mais variados temas, tais como temas de impacto social, mais presentes na mídia, podem ser
o Terremoto no Haiti na aula “Earthquakes in Haiti: what do you relacionados ao cotidiano do aluno de forma significativa, tendo
know about that? – desenvolvendo as estratégias de leitura em em vista a sugestão de atividades que impulsionem a comunicação
Língua Inglesa!” (Fig. 1), a realização de atividades interativas na língua alvo, no caso o Inglês bem como, a necessidade de
em grupos como na aula “The movie was directed by… Como se ativação de algum conhecimento prévio específico sobre o tema
usa a voz passiva em Inglês?” e a proposta de debate em grupos ou a ele relacionado e quais as possibilidades de
sobre situações apresentadas em um vídeo tal como na aula interdisciplinaridade, isto é, como este tema pode ser trabalhado
“Should I Stay or Should I Go – Aprendendo verbos modais com conjuntamente com outras disciplinas. Neste sentido:
música!” que se inicia pela análise um comercial televisivo para
a) Na aula “The movie was directed by… Como se usa a
compreender o uso do verbo modal “should” em Língua Inglesa.
voz passiva em Inglês?”o uso da voz passiva em Inglês é
trabalhado tendo por base a leitura de artigos publicados em
sites de noticias internacionais, tais como os do jornal New

141
York Times e da rede de televisão norte-americana ABC, tal conhecimento de mundo (ideias prévias construídas pelo
como na Atividade 2 proposta na aula (Fig. 2). indivíduo sobre as relações com os outros, sobre o mundo natural
e construído pelo homem e sobre como se usam e manipulam os
objetos) como facilitador da leitura a partir da análise e debate de
textos e imagens relacionadas o terremoto acontecido no Haiti no
início do ano de 2010. Neste sentido, a aula se inicia pela
atividade de motivação, na qual se propõe a análise de um cartoon
(charge) sobre o tal fato (Fig. 3).

Figura 2. Atividade de leitura e análise de artigos jornalísticos


para aprendizagem da voz passiva em Inglês. Fonte:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au Figura 3. Atividade análise e debate a partir de figura sobre o
la=21086 terremoto no Haiti. Fonte:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au
la=21004
b) As atividades da aula “Earthquakes in Haiti: what do you
know about that? – desenvolvendo as estratégias de leitura em
Língua Inglesa!” buscam enfatizar o desenvolvimento da prática c) A aula “Should I Stay or Should I Go – Aprendendo
da leitura de textos, enfatizando-se a importância do verbos modais com música!” visa o desenvolvimento de

142
estratégias e competências para usar o verbo modal “should” a social. Nesta perspectiva, os alunos necessitam ter a maior
partir de atividades de compreensão da música “Should I Stay oportunidade possível para interação social autêntica, ao se
or Should I Go? da banda “The Clash”, utilizada em um engajarem em atividades que envolvam o uso da língua em
comercial televisivo brasileiro (Fig. 4). situações de comunicação reais ou o mais próximo do real
possível, o que pode ser alcançado através da colaboração dos
alunos em tarefas autênticas e projetos. Nesta perspectiva a
Internet é uma ferramenta ponderosa para assistir o processo de
ensino-aprendizagem da língua, pois é um meio vasto que pode
ser usado em um grande número de maneiras favorecendo com
que o aluno se engaje em produzir algo autêntico, a serviço da
comunidade em que se insere. [8].
Por exemplo, na aula “The movie was directed by… Como
se usa a voz passiva em Inglês?” os alunos devem acessar diversos
sites na rede e debater as informações neles apresentadas a partir
de questões norteadoras propostas pelo professor, para criar seu
próprio texto. Na aula “Earthquakes in Haiti: what do you know
about that? – desenvolvendo as estratégias de leitura em Língua
Inglesa!” os alunos, em duplas, pesquisarão sobre o tema: “Haiti
Earthquake (Terremoto no Haiti)” em diversos sites, visando
responder questões relacionadas à localização, características,
modo de vida, terremoto e reações ao mesmo no pais em questão,
para que, usando um editor de texto, possam escrever um texto
com suas conclusões sobre o tema, a ser apresentado e debatido
pela turma. Também, ao final da aula “Should I Stay or Should I
Go – Aprendendo verbos modais com música!” poderão produzir
cartazes com frases em Inglês a serem postadas nos murais da
escola sobre o tema School rules – what we should or should not
do at school (Regras da escola – o que devemos ou não fazer na
escola). Assim, não apenas usarão o Inglês, mas o farão de forma
contextualizada e significativa, neste caso, para conscientizar
aqueles que participam do ambiente escolar sobre como conviver
adequadamente.
Portanto, em resumo, as aulas de Língua Inglesa propostas
como sugestão no ambiente do Portal do Professor visam o uso
das tecnologias de forma integrada ao currículo com o objetivo de
enriquecer a dinâmica de trabalho dos alunos, tendo em vista o
desenvolvimento de aspectos conceituais, procedimentais e
atitudinais, além de aspectos relacionados à forma e uso da
língua– expressões, vocabulário, gramática – para que a
comunicação na situação que será proposta possa acontecer.
Também são consideradas as possibilidades de
interdisciplinaridade visando fomentar o desenvolvimento de
projetos de trabalho em um ambiente de trabalho inovador com a
inclusão das tecnologias.

3. COMO O PROFESSOR DE LÍNGUA


INGLESA TEM SE APROPRIADO DAS
SUGESTÕES DE AULA PROPOSTAS NO
PORTAL DO PROFESSOR

Figura 4. Atividade de análise de comercial televisivo para Constatamos que muitos professores têm se apropriado das
compreensão do uso do verbo modal ‘should’ em Inglês. Fonte: sugestões de aula de Língua Inglesa propostas no Portal do
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au Professor, pois defendem a aprendizagem do idioma para a
la=15802 comunicação. Sendo assim, consideram que o uso das
Aprender uma língua acontece a partir de um processo de Tecnologias de Informação e Comunicação e das Mídias
interação em comunidades que possuem um determinado discurso oportunizam a interação em um contexto mais autêntico e real e
favorece a contextualização adequada para o uso significativo da

143
língua levando o aluno a aprender a usar o idioma em diversas
situações de comunicação.
As sugestões de aula de Língua Inglesa propostas no Portal
do Professor são compreendidas pelos professores de Língua
Inglesa como fonte de ideias e recursos, adaptáveis para o
planejamento de suas aulas. Consideradas de boa qualidade, tais
sugestões instigam esses professores a se apropriarem das
tecnologias em suas aulas, na medida em que percebem, ao
visualizarem uma proposta de uso, que se torna mais fácil
estabelecer conexões entre o conteúdo lingüístico ensinado e o
contexto em que este se insere, contextualizando as situações de
comunicação conforme as características e necessidades dos
alunos, o que torna o uso do idioma significativo.
A adaptabilidade a diferentes níveis de conhecimento do
idioma, aos vários perfis de aluno e a diversidade de contextos
escolares são as principais características positivas das sugestões
de aulas de Língua Inglesa no Portal do Professor citadas pelos
educadores, que consideram a variedade de recursos e temas
propostos nas sugestões de aula como fator que favorece com que
sejam tomadas como fonte de ideias e ponto de partida para criar
ambientes de aprendizagem dinâmicos, interessantes, motivadores
e contextualizados e servir de apoio para a preparação das
atividades a serem utilizadas na sala de aula.
Conforme os professores, o resultado da inserção das
tecnologias nas aulas de Língua Inglesa tem sido surpreendente,
pois esta desperta o interesse do aluno e o mantêm motivado na
medida em que aprende o idioma pela real interação com falantes
(nativos) e pelo trabalho de textos autênticos. Como exemplo,
citamos a fala de uma professora que atua no Ensino Médio, que
buscou aplicar atividades da sugestão de aula “Aprendendo o
Tempo Verbal Presente Perfeito em Língua Inglesa com Música!”
(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=
19126) (Fig. 5), a qual, de forma geral, prevê que os alunos
consultem sites, assistam vídeos e criem uma apresentação em
slides para que compreendam, por meio de atividades dinâmicas e
interativas, o conceito de um item gramatical da língua inglesa
chamado presente perfeito:

(...) Acredito que os fatores que influenciaram o sucesso desta


aula foi de fato a utilização de recursos tecnológicos. (...)
comparando as aulas em que utilizei somente rádio, papel e lousa
com esta proposta no Portal do Professor, a conclusão é clara:
houve muito mais motivação nesta segunda, além de que os
alunos compreenderam sem maiores dificuldades do que se
tratava este tempo verbal. (...)

Figura 5. Exemplo de atividade da aula Aprendendo o Tempo


Verbal Presente Perfeito em Língua Inglesa com Música!”
Fonte:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au
la=19126

144
Denota-se, assim, que os professores de Língua Inglesa que REFERÊNCIAS
acessam e buscam aplicar e adaptar as sugestões de aula em suas [1] ALMEIDA FILHO, J. C. P. de. Dimensões Comunicativas
turmas compreendem que o uso de recursos tecnológicos digitais no Ensino de Línguas. 3ª ed. Campinas: Pontes, 2002.
e das mídias nas aulas favorece a imersão do aluno no universo
real dos falantes de Língua Inglesa, imprimindo sentido ao uso do [2] BAUMAN, Z. Globalização: As Conseqüências Humanas.
idioma para a comunicação em uma situação real significativa e Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
contextualizada. Certamente, o uso das tecnologias e mídias [3] CRYSTAL, D. Why a Global Language? In: English as a
favorece a aprendizagem do idioma conforme os princípios da Global Language. 2ª ed. Cambridge: CUP, 2003. Disponível
Abordagem Comunicativa por oportunizarem aos alunos o acesso em:
a textos (orais e escritos) autênticos de forma dinâmica e <http://books.google.com.br/books?id=d6jPAKxTHRYC&pr
motivadora na medida em que permitem que interações com o intsec=frontcover&dq=david+crystal&source=bl&ots=3eG2
mundo, para além da sala de aula sejam estabelecidas, infundindo D_HnVz&sig=EYOjq3ie5x1WZ_p1DiuibBCNf6Y&hl=pt-
o senso de comunicação real e autêntica às propostas de BR&ei=rMqfS_v2IYGBlAf0k_WLDg&sa=X&oi=book_res
atividades na sala de aula. ult&ct=result&resnum=4&ved=0CB8Q6AEwAw#v=onepag
e&q=&f=false >. Acesso em: 16 de março de 2010.
[4] _____________ . English Worldwide. In R. Hogg and D.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Denison (ed.), A History of the English Language.
Cambridge: CUP, 2006. Disponível em:
<http://www.davidcrystal.com/DC_articles/English3.pdf>.
É necessário ir além do simples pragmatismo para se
Acesso em: 16 de março de 2010.
compreender as tecnologias no ensino de Inglês, para que elas
sejam usadas na construção de ambientes de aprendizagem de [5] MASETTO, M. T. Mediação Pedagógica e o Uso da
Língua Inglesa inovadores, significativos e contextualizados deve Tecnologia. In: MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.;
ter por base as propostas da Abordagem Comunicativa para BEHRENS, M. A (Orgs.) Novas tecnologias e mediação
ensino de Línguas Estrangeiras e as propostas da abordagem pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
Construcionista para o uso do computador na Educação. A [6] MOITA LOPES, L. P. da. A nova ordem mundial, os
tecnologia pode colaborar para o sucesso da aprendizagem de tal parâmetros curriculares, nacionais e o ensino de inglês no
idioma, na medida em que favorece a inserção do aprendiz em Brasil: a base intelectual para uma ação política. In:
atividades de prática social da linguagem, de construção e BARBARA, L., RAMOS, R. de C. G. (Orgs.). Reflexão e
desconstrução dos sentidos dos discursos propostos pela Ações no Ensino-Aprendizagem de Línguas. Campinas:
sociedade globalizada na medida em que proporciona que os Mercado das Letras, 2003.
alunos interajam em um contexto comunicação mais autêntico e,
[7] VALENTE. J. A. (org.). O computador na sociedade do
consequentemente, aprendam a usar o idioma de forma adequada
conhecimento. Campinas: UNICAMP/NIED, 1999.
em diversas situações comunicativas [12]. Certamente o uso das
tecnologias favorece com que os alunos desenvolvam sua [8] WARSCHAUER, M. E MESKILL, C. Technology and
competência para se comunicar adequadamente em Inglês nos Second Language Teaching and Learning. in J. Rosenthal
mais variados contextos e situações, competência esta que está (ed) Handbook of Undergraduate Second Language
cada vez mais sendo requisitada para o sucesso na vida Education. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum, 2000.
acadêmica, vocacional ou pessoal. Disponível em:
<www.albany.edu/etap/faculty/CarlaMeskill/publication/mar
k.pdf>. Acesso em: 22 de setembro de 2010.

145
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

INFOGRAFIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Mariana Pícaro Cerigatto, Mirela Francelina Medeiros, Valquíria Segurado
Universidade Estadual Paulista
Brasil
maricerigatto@yahoo.com.br, mirela.mdrs@gmail.com, valclickcerto2009@hotmail.com

RESUMO
A sociedade do conhecimento é marcada pelos avanços
1. INTRODUÇÃO
Em tempos de revolução tecnológica encontramos o uso constante
tecnológicos que proporcionam novas formas de relacionamento
de recursos visuais nas publicações didáticas, publicitárias,
no tempo e no espaço com as informações. Nessa perspectiva, o
comerciais e em especial nas produções editoriais. A tecnologia e
computador e a Internet se apresentam como inovações
novos recursos midiáticos trouxeram a necessidade da
tecnológicas dos quais, quando utilizados com finalidades
interpretação e do estudo da linguagem das relações gráficas. Com
educativas, implicam em diferentes formas de aprender. Com o
isso, descobriu-se a importância de integrar textos e imagens
surgimento dessas novas formas de comunicação e informação, o
como chamativos para melhorar a comunicação: a infografia.
ensino a distância (EaD) online vem, a cada dia, crescendo no
universo acadêmico, e, neste contexto, aumenta o potencial da A utilização dos infográficos é antiga. Desde a época das cavernas
aprendizagem colaborativa como estratégia de ensino. Assim, o a utilização de símbolos na linguagem tem sido utilizada, porém
professor começa a ter que compartilhar o papel de mediador do os infográficos tiveram sua importância destacada na Guerra do
conhecimento com as tecnologias, que servem como complemento Golfo pelo fato de haver escassez de fotografias.
da ação didática. Existe a hipótese de que, através do
conhecimento mediado pelas tecnologias, em especial a internet, o Nos conteúdos educacionais, principalmente na educação a
trabalho colaborativo, que objetiva resolver problemas, é distância (EaD), os infográficos são utilizados para tornar o
potencializado. O ensino dentro de um ambiente virtual de material educativo mais atraente, e como conseqüência estimular
aprendizagem, assim como no ensino presencial, necessita de o aluno, bem como, motivar seu estudo. Portanto, fica o desafio
ferramentas que sirvam também como instrumentos avaliativos. para quem trabalha com design instrucional que é adicionar o
Na perspectiva da aprendizagem colaborativa a modalidade mais fator motivação aos cursos e treinamentos. É nessa realidade que a
adequada aos seus fundamentos pedagógicos é a avaliação infografia pode ser utilizada pela EaD, no sentido de fornecer a
formativa. Neste artigo, pretendemos explanar as possibilidades informação de uma maneira diferenciada aos seus alunos,
do uso de infográficos em ambientes virtuais de aprendizagem utilizando texto e imagem de forma integrada, tornando, assim, a
como instrumentos para a avaliação formativa. Apresentaremos compreensão da temática mais prática e ajudando a transformar a
tipos de infográficos relacionando-os com os pressupostos informação em aprendizagem.
metodológicos da aprendizagem colaborativa, demonstrando sua Além do caráter didático, os infográficos em um ambiente virtual
potencialidade, enquanto linguagem digital, para fornecer dados de aprendizagem, podem ser utilizados pelo formador como
importantes sobre a interação dos estudantes no ensino online. instrumento para a avaliação da interação dos usuários no
ambiente. Os dados sobre como e quando os usuários interagem é
Palavras-chave fundamental em um ensino online que se quer colaborativo.
Educação a Distância, aprendizagem colaborativa, infográficos, As ferramentas computacionais garantem as condições técnicas
avaliação formativa. para que a metodologia baseada na aprendizagem colaborativa
ocorra, no entanto para que essa metodologia proporcione a
construção dos conhecimentos, de acordo com os objetivos
propostos pela concepção educativa, se faz necessário um
processo constante de reflexão a cerca das formas pelas quais os
usuários têm a possibilidade de trocar informações e buscar
soluções conjuntas para um problema em comum.
Pícaro, Mariana., Francelina, Mirela., Segurado, Valquíria . (2010). Infografia e Essa reflexão é viabilizada pela avaliação formativa, que analisa o
Educação a Distância. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática processo de ensino-aprendizagem como um todo, considerando
Educativa, Volumen 1, pp 146-149, Santiago de Chile.
todos os fatores que concorrem para o efetivo aprendizado. Esse
tipo de avaliação é a mais adequada à proposta de aprendizagem
colaborativa, pois valoriza o percurso do aluno na construção do

146
conhecimento e serve para diagnosticar as condições do ensino, se “Não basta dizer que computadores, programas e redes são os
essas contribuem ou não para os processos mentais e sociais que suportes midiáticos de cursos online revolucionários. É necessário
garantem a apropriação do saber. pensar qual estratégia que permeia o projeto de um curso, qual a
sua metodologia. É preciso ter claro os papéis de alunos e
Entendemos que o infográfico é um recurso apropriado a profissionais que atuam no ensino online. Que ações lhe são
metodologia da aprendizagem colaborativa apoiada por possíveis no processo, de que formam se relacionam, quais
computador por contribui com a avaliação formativa, fornecendo hierarquias e estruturas de poder estão presentes, e como o
dados atualizados sobre a interação dos usuários no ambiente. A planejamento e o currículo são permeáveis a essas intervenções”.
utilização de infográficos com finalidades didáticas é a (KENSKI, OLIVEIRA, CLEMENTINO, p. 79, 2006).
contribuição que as tecnologias digitais oferecem ao campo
educacional, mais especificamente para a Educação a Distância Instaurar uma “cultura pedagógica” (KENSKI, OLIVEIRA,
que potencializa as condições de ensino-aprendizagem ao articular CLEMENTINO, 2006) nos ambientes virtuais de aprendizagem
conhecimentos pedagógicos ao design instrucional. significa dispor de instrumentos que possibilitem avaliar se os
objetivos propostos para o curso estão sendo atingidos e se as
O design instrucional é uma área do conhecimento recente e ferramentas do ambiente se articulam ao modelo de aprendizagem
segundo Filatro (2004) é uma ação institucional e sistemática de subjacente. Tanto no ensino presencial, como no ensino a
ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a distância a avaliação deve servir para fornecer indícios sobre o
utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais e produtos processo de ensino-aprendizagem que revelem se as estratégias
educacionais em situações didáticas, a fim de promover a que estão sendo utilizados estão servindo para alcançar os
aprendizagem. O design instrucional tem sido apontado como um objetivos propostos. Laguardia,Portela e Vasconcellos (2007)
dos elementos mais importantes no processo de desenvolvimento definem a avaliação como:
de projetos de educação à distância. É este profissional que define
como deverá ser o conteúdo: se terá ou não um hipertexto, que “A aplicação sistemática de procedimentos metodológicos para
ferramentas deverão ser usadas, se será necessário um infográfico, determinar, a partir dos objetivos propostos e com base em
entre outros recursos. Para trabalhar com desenho instrucional, é critérios internos e/ou externos, a relevância, a efetividade e o
preciso, antes de tudo, ter uma visão pedagógica e conhecimento impacto de determinadas atividades com a finalidade de tomada
dos processos de educação. Saber utilizar os recursos oferecidos de decisão”. (p.516).
pelo ambiente de aprendizagem para avaliar a qualidade do
A avaliação no contexto da Aprendizagem Colaborativa apoiada
aprendizado é fundamental para o sucesso do ensino a distância.
por computador deve identificar se a estrutura do curso está
proporcionando condições para a interação entre os usuários.
2. AVALIAÇÃO EM AMBIENTES Nesse sentido a avaliação deve ter um caráter formativo, pois a
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM aprendizagem não se dá pelo acumulo de informações, mas sim
O que caracteriza um ambiente virtual de aprendizagem pelos processos que permitem a construção do conhecimento.
como um espaço favorável a aprendizagem colaborativa é a teoria Uma avaliação coerente com o modelo de aprendizagem
educacional que o fundamenta. Para que as ferramentas desse colaborativa deve possibilitar ao formador a identificação de
ambiente, realmente favoreçam a construção de conhecimentos como estão acontecendo as interações no ambiente. Avaliar o
através da interação entre os usuários, sua utilização pelo processo e não apenas o produto final implica na consideração
formador deve ser consoante ao modelo de aprendizagem que os processos de ensino e aprendizagem não são independentes
construtivista. Nesse modelo a aprendizagem decorre da ação dos um do outro.
sujeitos sobre o objeto de conhecimento, “o conhecimento é A análise dos dados sobre a interação deve promover adequações
movido pelo desequilíbrio das certezas e pela invenção ativa de na metodologia utilizada, servindo para repensar os conteúdos e
soluções” (PRIMO, p.38, 2006). as atividades que são propostas, procurando explorar ao máximo
A aprendizagem colaborativa pressupõe uma metodologia as ferramentas computacionais que permitem o aprender
que possibilite aos indivíduos participar ativamente do processo colaborativo, “ou seja, tanto o acompanhamento do trabalho
de ensino-aprendizagem. Essa participação, nos ambientes virtuais reflexivo do aprendiz é avaliado quanto sua participação ativa nos
de aprendizagem, ocorre por meio de ferramentas síncronas e/ou projetos em equipe”(PRIMO, p.41, 2006).
assíncronas de comunicação, através dos chats, fóruns de As ferramentas computacionais além de servirem para viabilizar a
discussão, correios eletrônicos e videoconferências os alunos comunicação entre os usuários do ambiente, também podem ser
podem confrontar suas opiniões, rever conceitos, observar outras utilizadas como instrumentos para avaliar o tipo de interação que
dimensões do fenômeno estudado e dessa forma se apropriar do está ocorrendo nesse espaço. A aprendizagem colaborativa só
objeto de conhecimento na interação com os outros. pode ocorrer através da interação mútua (PRIMO, 2006) e essa
A intencionalidade pedagógica é o que torna uma ambiente pode ser identificada analisando a participação dos estudantes nos
virtual um espaço de aprendizagem. Todas as relações que chats, fóruns e listas de discussão. Esses dados sobre a interação
ocorrem nesse ambiente devem ser sistematizadas, englobando podem ser organizados em forma de infográficos, explorando
objetivos, conteúdos e metodologia própria. São esses assim a potencialidade do ambiente virtual.
componentes do processo educativo que garantem que as
interações possam resultar em aprendizagens. Os dispositivos
tecnológicos por si só, não promovem o conhecimento:

147
3. INFOGRAFIA, INFORMAÇÃO E 4) Símbolos: representação de objetos, coisas, pessoas,
animais, profissões, desportos, condutas, religiões etc., através de
INTERATIVIDADE grafismos, silhuetas, figuras, ícones, marcas etc.);
Tendo potencial para intensificar a informação, o emprego do
infográfico ajuda a sintetizar conteúdo e dados de forma mais 5) Ilustrações: representações gráficas de pessoas ou coisas
resumida e visual. A infografia, geralmente, é empregada para determinadas – classificadas em: retratos (imagem não fotográfica
descrever um processo, uma seqüência ou, ainda, para explicar um com tratamento gráfico variado); humor gráfico (com conteúdo de
mecanismo complicado. Um bom infográfico deve facilitar opinião sobre um determinado fato ou sobre uma pessoa, ou ainda
compreensão da informação rapidamente. sobre a atuação dessa pessoa); Caricatura (também apresenta um
conteúdo de opinião, retratando um personagem conhecido com
Conforme referência De Pablos (1999), infografia é informação seus traços principais exagerados);
gráfica, visual, que existe desde a primeira união comunicativa
entre um desenho ou uma pintura enfatizados por um texto 6) Comic informativo: é uma adaptação da linguagem das
alusivo. Utilizada mais comumente nos meios impressos, ela histórias em quadrinhos à informação de fatos reais.
aparece hoje na Web, geralmente, como informação
É importante ressaltar que os infográficos em ambientes
complementar, geralmente servindo de ilustração para o texto, ou
interativos, conforme denominam Cairo (2003) e Chimeno (2003)
como informação principal, o que ainda ocorre em poucos casos.
ganham mais importância pela oportunidade que geram de
De acordo com a perspectiva de Ribas (2005), a comunicação interatividade, aumentando ainda mais seus potenciais
digital apresenta a informação em diferentes formatos, informativos, atrativos e, como conseqüência, mais fáceis de
potencializa e dinamiza o armazenamento e a recuperação de serem absorvidos. De acordo com Peltzer (1992), é com a
dados, amplia a autoria, permite a tele-ação, a sincronicidade, digitalização dos dados que a infografia se desenvolve e, assim,
intensifica a interatividade, o diálogo. Ao ser realizada através de ampliam-se as possibilidades de sua confecção.
outros processos tecnológicos, agregar as potencialidades do meio
A diferença ao acessar uma infografia em ambientes interativos,
e ser apresentada em outro suporte, estende sua função, altera sua
como plataformas a distância, é que se pode navegar junto a ela,
lógica e incorpora novas formas culturais.
ter mais autonomia, dinamismo e controle sobre as informações e
Dondis (1997) explica a atração que o visual exerce sobre nós o imagens.
visual e diz que a linguagem visual antecede qualquer linguagem
É preciso, ao planejar infográficos, saber aglomerar todos os
utilizada na comunicação entre pessoas:
recursos multimídia que o meio permite. É importante pensar em
Buscamos um reforço visual de nosso conhecimento por muitas explorar todos eles, mas de forma que cada um, ao ser escolhido,
razões; a mais importante delas é o caráter direto da informação, a desempenhe uma função específica. Dessa forma ao utilizar um
proximidade da experiência real. Quando a nave espacial Apolo infográfico como instrumento útil a avaliação formativa, deve-se
XI alunissou, e quando os primeiros e vacilantes passos dos considerar as formas para representar o número de vezes em que
astronautas tocaram a superfície da lua, quantos dentre os um estudante interagiu com o outro através de uma das
telespectadores do mundo inteiro que acompanhavam a ferramentas comunicacionais que o ambiente virtual de
transmissão do acontecimento ao vivo, momento a momento, aprendizagem disponibiliza.
teriam preferido acompanhá-la através de uma reportagem escrita
ou falada, por mais detalhada ou eloqüente que ela fosse? Essa 4. CONCLUSÃO
ocasião histórica é apenas um exemplo da preferência do homem A utilização da infografia na EaD como recurso didático a partir
pela informação visual. (Dondis, 1997:6-7). da visão de mediação pedagógica pode facilitar não só os
A infografia pode se distinguir em tipos diferentes e ser utilizadas processos de aprendizagem colaborativa, mas também os
por gêneros e áreas da ciência diversificadas, como a educação. mecanismos de avaliação desses processos em plataformas
Peltzer (1992) propõe uma divisão em sete grupos, sendo que seis educacionais digitais interativas.
estão diretamente relacionados com o jornal impresso: O uso de infográficos para organizar e representar os dados
1) Gráficos: representação visual de uma informação, relativos à quantidade de interações que ocorrem dentro do
consistindo numa ou várias correspondências entre uma série ambiente virtual de aprendizagem viabiliza uma análise
finita de conceitos variáveis e uma invariável - são classificados qualitativa sobre os elementos pedagógicos que estão sendo
em: Diagramas: lineares, circulares, ortogonais, tabelas etc. e utilizados para favorecer uma relação dialógica entre os
Organogramas (representação gráfica das relações de uma estudantes e possibilitar a construção do conhecimento de forma
organização); colaborativa.

2) Infográficos: expressões gráficas, mais ou menos Por agregar todas as potencialidades que a tecnologia digital
complexas, de informações cujo conteúdo são fatos ou oferece, o infográfico é a linguagem mais adequada para ser
acontecimentos, de explicação de como algo funciona ou, ainda, utilizada na Educação a Distância. Muitos cursos oferecidos na
de como é uma coisa; modalidade a distância não são concluídos pelos usuários, pois,
reproduzem no meio digital as mesmas condições de ensino
3) Mapas: representação geográfica da terra ou de parte tradicional que ainda estão presentes na modalidade presencial.
dela numa superfície plana – apresenta quatro tipos: de situação; Com isso subutilizam a tecnologia e deixam de explorar os
de pormenor; mapa meteorológico; cartograma (mescla de mapa e recursos que poderiam contribuir para uma aprendizagem
diagrama); mapa ilustração (onde o mapa é utilizado apenas como significativa..
ilustração ou referência);

148
REFERENCIAS
[1] FILATRO, Andrea. Design Instrucional contextualizado:
educação e tecnologia. São Paulo: Senac. 2004.
[2] LAGUARDIA, Josué; PORTELA, Margareth Crisóstomo;
VASCONCELLOS Miguel Murat. Avaliação em ambientes
virtuais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo,
v.33, n.3, p. 513-530, set./dez. 2007.
[3] QUADROS, Itanel. História e atualidade da infografia no
jornalismo impresso. Trabalho apresentado à Sessão de
Temas Livres do XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências
da Comunicação. Intercom/2005
[4] RIBAS, Beatriz. Infografia Multimídia: um modelo
narrativo para o webjornalismo. Trabalho apresentado no V
Congresso Iberoamericano de periodismo em internet.
Aiapi/2004
[5] SILVA, Marco; SANTOS Edméa (orgs). Avaliação da
aprendizagem em educação online. São Paulo: Edições
Loyola, 2006.

149
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

ROMPIENDO LA BRECHA DIGITAL PARA UN USO


SIGNIFICATIVO DE LAS TIC: PLATAFORMA DE
ENTORNOS PEDAGÓGICOS ESPECIALIZADOS (PEPE)

Roberto Canales Reyes, Cristina Alarcón Salvo


Universidad de Los Lagos
Chile
rcanales@ulagos.cl, calarcon@ulagos.cl

RESUMEN
El propósito del proyecto es mejorar el desempeño escolar de los
1. INTRODUCCION
El mayor problema que enfrenta el país no radica en el desarrollo
estudiantes de establecimientos municipales vulnerables de la
de más tecnologías, sino en cómo crear sistemas que permitan su
ciudad de Osorno, mediante el acceso y trabajo en una Plataforma
uso y masificación en el sistema escolar. Por estas razones, se ha
de Entornos Pedagógicos Especializados (PEPE) que articula
desarrollado un proyecto que pretende mejorar el desempeño
recursos digitales orientados a las necesidades de una comunidad
escolar de estudiantes de establecimientos educativos
educativa que aprende, en las asignaturas de matemática y
municipales, al entregarles acceso para trabajar en una Plataforma
lenguaje y comunicación para los niveles de parvularia y primer
de Entornos Pedagógicos Especializados (PEPE) que les provee
ciclo básico.
de recursos digitales, orientados a reforzar los subsectores de
lenguaje y matemática para los niveles de parvularia y primer
El proyecto tiene una duración de 30 meses, iniciándose en junio ciclo básico, ayudándoles a ser parte creativa y activa de una
del 2009 para finalizar en noviembre del 2011. El año uno y dos comunidad educativa que aprende.
de ejecución, impacta aproximadamente a 2000 estudiantes, 2000
padres y/o apoderados y, en el tercer año de masificación cubre la
Las escuelas asociadas al proyecto disponen de una plataforma
demanda de 30 establecimientos educacionales de la provincia de
multipropósito (http://pepe.ulagos.cl) que les permite tener acceso
Osorno, conformando una red educativa con uso de TIC en la
a un repositorio de objetos de aprendizaje, con el objeto de
Región de Los Lagos, impactando a 6000 estudiantes, 6000
compartir materiales entre distintas comunidades de aprendizaje y
padres y/o apoderados y 150 profesores.
diversos repositorios asociados a PEPE, haciendo un uso
pertinente de la tecnología, con recursos digitales de elevado
Después de un año de funcionamiento de trabajo con PEPE en las estándar de calidad digital y pedagógica, tales como: objetos de
escuelas piloto, se evalúa la implementación en relación a dos aprendizaje, preguntas en línea, evaluaciones, actividades
dimensiones, por un lado se mide el efecto en el desempeño diversas, todo esto con la idea de potenciar las buenas prácticas
escolar de los estudiantes en los subsectores de matemática y pedagógicas.
lenguaje y comunicación, y por otro, se evalúa la satisfacción de
uso de la plataforma en docentes y apoderados en torno al
Cada uno de los colegios involucrados en el proyecto, disponen
aprendizaje de sus alumnos y pupilos respectivamente.
de una plataforma integrada y personalizada, con una gran
variedad de recursos sistematizados en una aula virtual; citamos
Palabras claves como ejemplo la escuela Claudio Arrau
Plataforma educativa, objetos de aprendizaje, mejora en los http://pepe.ulagos.cl/claudioarrau, la cual posee recursos que
aprendizajes. pueden ser incrementados por los propios docentes, lo que les
facilita enormemente el uso de las TIC en apoyo al currículum.
Así, en el aula virtual, tres de los principales actores educativos -
estudiantes, profesores y apoderados- tienen participación activa,
Canales, Roberto., Alarcón, Cristina. (2010). Rompiendo la brecha digital para un uso promoviendo la conformación de comunidades de aprendizaje que
significativo de las TIC: Plataforma de Entornos Pedagógicos Especializados (PEPE). favorecen el entorno educativo de los niños y niñas.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 150-153, Santiago de Chile.

150
Todos los recursos y objetos de aprendizaje alojados en PEPE y Además, se ha utilizado una prueba tipo Likert para recoger la
en las plataformas y repositorios locales, son evaluados para percepción de los estudiantes sobre su conducta motivada
obtener de ellos el máximo provecho pedagógico de acuerdo a las orientada hacia el aprendizaje, la aplicación de este instrumento se
necesidades educativas de los estudiantes. realizó al comienzo de la implementación (pretest) la cual se
volverá a aplicar finalizado la implementación piloto; así también,
para comprobar esta hipótesis se trabajará con grupos de
En relación a las estrategias de implementación, administración y discusión para recoger la percepción de los profesores frente a la
uso eficiente del Conocimiento Local a través de sus estructuras conducta motivada de los alumnos.
de creación de conocimiento distribuido (SGCL), destinadas a
estudiantes, docentes y padres y/o apoderados, el proyecto provee
a cada establecimiento acompañamiento pedagógico en aula, con La hipótesis 2, que está relacionada con la satisfacción de
el propósito de apoyar al docente para integrar los recursos profesores y apoderados, será comprobada con la aplicación de
asociados a estrategias de aprendizaje de los estudiantes, evitando una prueba tipo Likert y una entrevista grupal al final del la
el riego que significa trabajar apoyándose con tecnología. intervención del proyecto.

Pedagógicamente, la propuesta integra tres dimensiones básicas La hipótesis 3, que dice relación con la satisfacción de los padres
hacia una educación moderna: promueve el autoaprendizaje y apoderados en torno a los desempeños de sus pupilos al utilizar
(objetos de aprendizaje interactivos), el aprendizaje dialógico en PEPE, será comprobada con una entrevista grupal.
interacción con pares (comunidades de aprendizaje), y el
aprendizaje significativo a través de experiencias multisensoriales
y adaptadas a cada entorno local por los propios integrantes de la 3. METODOLOGIA DE
escuela. IMPLEMENTACIÓN EN LAS ESCUELAS

El proyecto PEPE se ha implementado el segundo año como


2. METODO INVESTIGATIVO piloto, en 9 escuelas de la comuna de Osorno. Los docentes,
El estudio es de tipo cuasi experimental, se trabaja con un grupo durante la semana trabajan los contenidos en forma tradicional, en
control y otro experimental, a éste último se aplica la variable función de los planes y programas del MINEDUC; luego, a lo
independiente o intervención, que es Pepe, asociado al aula menos una vez por semana acuden al laboratorio de computación
virtual y los objetos de aprendizaje, la cual se aplica a la variable a trabajar el objeto de aprendizaje, que es un recurso pedagógico
dependiente que es el desempeño escolar, entendido por el de apoyo a los contenidos y aprendizajes esperados; cabe
rendimiento y la conducta motivada de los estudiantes. considerar que este objeto fue diseñado por el equipo de
investigadores del proyecto, pero el guión educativo del mismo ha
sido creado por los propios profesores.
Hipótesis 1 Cada uno de los estudiantes tiene asignado un nombre de usuario
Los estudiantes que utilizan la plataforma PEPE, en los y contraseña, para conectarse al aula virtual desde el colegio,
subsectores de Matemática y Lenguaje y Comunicación, desde su casa o de cualquier punto del país, evidenciando de
evidencian un mejor desempeño escolar que aquellos que no la acuerdo a nuestros registros, que existe una alta concurrencia de
usan. conexión, no sólo desde los colegios, sino también desde sus
hogares.

Hipótesis 2
Los profesores que utilizan la plataforma PEPE durante el proceso Aspectos Pedagógicos en la implementación
de enseñanza evidencian altos niveles de satisfacción en relación Los aspectos pedagógicos comprenden dos fases:
al desempeño de sus alumnos.

3.1 Desarrollo de objetos de aprendizaje.


Hipótesis 3
Se elaboran guiones por parte de profesores.
Los apoderados cuyos pupilos utilizan PEPE evidencian un alto
nivel de satisfacción en relación al desempeño escolar de sus Se diseña y programan los OA’s por personal del equipo del
hijos. proyecto.
Se evalúa el Objeto de Aprendizaje.

Para comprobar la hipótesis 1, que está relacionada con el Se corrige el OA.


desempeño escolar, se han aplicado, al grupo control y Se instala en las aulas virtuales de las escuelas.
experimental, pruebas pretest de conocimientos al inicio del
proyecto y luego se aplicarán pruebas postest a ambos grupos, al
final de la intervención, el objetivo es comparar los resultados
obtenidos por ambos grupos.

151
3.2 Implementación de Pepe y objetos de aprendizaje Así, se ha constituido inicialmente una comunidad de aprendizaje
en aula de clase. integrada por casi 50 profesores y 9 directores de colegios.

Estrategias de Acompañamiento en las escuelas:


Lo relevante de este trabajo es que los profesores han generado
En primer lugar, se estableció que un equipo de investigadores
guiones educativos para desarrollar los objetos de aprendizaje, de
desarrollara talleres de apresto en el uso de PEPE en forma
tal manera, que al colaborar con un guión se recibe como apoyo
masiva, participando entre 40 a 50 docentes de las 9 escuelas
para su trabajo docente la suma de los aportes de todo el resto de
piloto en cada taller. Esta estrategia tuvo que asociarse a otras
profesores. En estos momentos, el repositorio cuenta con más de
acciones para aproximarse eficientemente a los establecimientos,
100 objetos disponibles para un uso inmediato en la sala de clases
ya que los profesores no cuentan con el tiempo requerido para
para los subsectores de Lenguaje y Comunicación y Matemática.
reunirse mensualmente fuera del contexto escuela.

Por tanto, se decidió responsabilizar a un investigador del


proyecto que tuviera a cargo dos escuelas y se comenzó a realizar 5. RESULTADOS PRELIMINARES
talleres descentralizados en cada colegio. En junio de este año 2010 se han aplicado, a una muestra de 350
estudiantes de casi 2000, pruebas pretest de conocimientos en las
A pesar de las distintas opciones de despliegue en terrero, la respectivas disciplinas y niveles educativos. A fines de noviembre
gestión eficiente del proyecto implica bastante logística, por lo se volverá a aplicar la misma prueba para medir los niveles de
que se decidió incorporar a estudiantes ayudantes para que avance en cuanto al rendimiento de los estudiantes que están
colaboren en las escuelas con el investigador responsable. utilizando el entorno Pepe y sus objetos de aprendizaje para
apoyar los contenidos.
Finamente, adicional a todo lo ya explicado, se articuló un trabajo
conjunto con estudiantes de pedagogía, de las titulaciones de Por tanto, en los próximos meses se estará en condiciones de
Educación Parvularia y Educación General Básica, que están en comprobar cada una de las hipótesis planteadas; por un lado, las
Práctica Profesional; el propósito era llegar a los establecimientos mejoras en los rendimientos y, por otro, los niveles de satisfacción
con personas que apoyaran el uso del entorno y de los objetos de de los docentes y padres y apoderados en función de los
aprendizaje en la sala de clases. aprendizajes de los estudiantes.

4. CONSIDERACIONES DE EXITO PARA


A nivel de indicadores de logro del proyecto se puede comentar
INCORPORAR PEPE EN LA ESCUELA que en la actualidad se cuenta con:
Es importante que cada docente planifique el uso e integración de
Pepe en el aula, no se puede llegar a la sala de clases a improvisar.
- 1 Portal de la comunidad Pepe funcionando.
Administrativamente, se debe reservar un horario de uso del
http://pepe.ulagos.cl
laboratorio de informática para asistir con los estudiantes.
- 9 aulas virtuales instaladas y funcionando, por ejemplo
Se debe articular y coordinar un trabajo conjunto con los Jefes de
http://pepe.ulagos.cl/sociedad
UTP de cada establecimiento, es la única forma que los profesores
de aula utilicen en forma sistemática los recursos disponibles en - 2000 nombres de usuarios y claves de estudiantes funcionando
beneficio de los aprendizajes de los estudiantes. - 70 claves de profesores y directores de escuelas funcionando
Así también, es necesario coordinar el trabajo con los encargados - 149 objetos de aprendizaje disponibles e instalados en el aula
técnicos de los laboratorios de computación, para prever cualquier virtual para los subsectores de Lenguaje y Comunicación y
inconveniente y garantizar el buen funcionamiento de la Matemática, en distintos formatos Flash, PPT, JCLIC, VIDEO,
tecnología a utilizar. etc.

Comunidad de Aprendizaje como consideración de éxito Se cuenta, además, con la capacidad para masificar el proyecto a
toda la provincia de Osorno, que se compone de 6 comunas.
El propósito es crear y fortalecer lazos entre los usuarios de
PEPE, pertenecientes a diferentes unidades educativas de Osorno,
especialmente docentes. Para desarrollar lo anterior, se realizaron 5. PRODUCTOS ESPERADOS AL
reuniones tipo talleres cada mes, con el propósito de ir elaborando FINALIZAR EL PROYECTO.
los distintos recursos de aprendizaje en forma colaborativa. El
objetivo final es que la comunidad de aprendizaje se proyecte en
5.1 Plataforma de entornos pedagógicos
el tiempo, permitiendo compartir las producciones individuales y especializados
logren colaboración entre docentes del mismo establecimiento y PEPE se presentará a través de un portal web o entorno, que
de establecimientos diferentes. provee servicios en red integrados en una plataforma para
satisfacer las necesidades pedagógicas y tecnológicas en las áreas
de Matemáticas y Lenguaje y Comunicación, para los niveles de

152
parvularia y primer ciclo básico de cada centro educacional normas de diseño instruccional y por competencias. El contenido
conectado a dicha red. Pepe ofrece un acceso simple, transparente del KIT de RDA funciona en cualquier plataforma conforme a la
y flexible a todos los servicios de administración de recursos norma SCORM, requiriendo el usuario un computador
digitales y además permite que los usuarios intercambien multimedia básico con conexión a Internet. Como principal
contenidos, experiencias y los propios recursos, en una competidor o sustituto se pueden mencionar recursos digitales
comunidad virtual de aprendizaje. La combinación de recursos de alojados en diversos repositorios chilenos o extranjeros
tipos diferentes en un mismo entorno y en un mismo objetivo (Educarchile, Descartes, Santillana en red, Edumedia, Catálogo
pedagógico ofrece una fuerte potenciación de esos mismos red, etc.). Hay tres atributos que diferencian al kit de RDA,
recursos. Esta plataforma dispondrá de una sección para respecto de otros recursos digitales que potencialmente son
estudiantes (recursos de aprendizaje, actividades individuales y competidores. En primer lugar, se disponen en relación directa a
colaborativas, herramientas de comunicación, cursos, un sentido de utilización pedagógica, esto es que cada recurso
enciclopedia virtual), una para profesores (herramientas de dispone de rutas de aprendizaje que orientan su uso docente. En
gestión y de creación de objetos de aprendizaje, de diseño segundo lugar, dado que se dispone de una herramienta sencilla
instruccional, banco de recursos digitales y rutas de aprendizaje de producción, los costos y tiempos de creación disminuyen, por
sugeridas) y una para padres (materiales educativos y guías para cuanto cada profesor podrá ir creando más recursos y rutas. En
reforzamiento del proceso de aprendizaje, canales de tercer lugar, cada componente del kit de RDA tiene un estándar
comunicación entre apoderados y todo el equipo pedagógico de asegurado que está garantizado por sus normas de producción.
los establecimientos educacionales). Cada comunidad podrá Este estándar permite que el kit funcione con un nivel de calidad
enriquecer esta biblioteca en función de los problemas detectados competitivo y a la vez compatible con diversas condiciones de
y las necesidades sociales. soporte (equipos por ejemplo con Windows 98 hacia arriba, sin
necesidad de excepcionales condiciones de velocidad y memoria).

2. Sistema de gestión del conocimiento local (SGCL) 6. AGRADECIMIENTOS


Es un set de programas almacenados en un soporte digital (set de Proyecto financiado por el cuarto concurso FONFEF TIC EDU
DVD por ejemplo) acompañados de un manual de instalación y 2008 de CONICYT, ejecutado por la Universidad de Los Lagos
uso. Para ello, se requiere de una conexión a Internet con como institución principal y por la Universidad de Chile como
recomendación de banda ancha, y en términos de hardware y institución asociada.
software un computador multimedia estándar. El set digital
incluye un sistema informático autoinstalable que proporciona
una solución integrada de gestión de: - contenidos pedagógicos
para el diálogo entre profesores, entre profesores y alumnos, entre REFERENCIAS
profesores y apoderados. [1] Canales, R. y Marqués, P. (2007) “Factores de buenas
prácticas educativas con apoyo de las TIC. Análisis de su
presencia en tres centros educativos” Revista Educar, N. 39
3. Kit de recursos digitales de aprendizaje (2007) p. 115-133 ISSN: 0211-819X
Conjunto de recursos digitales, agrupados según criterios Revista Educar indexada en: Dialnet., Educ@ment., Francis.,
pedagógicos y ámbitos disciplinarios, que se orientan al logro de Índice Español de Ciencias Sociales y Humanidades (ISOC).,
determinados aprendizajes. Incluye Rutas de Aprendizaje, Sumaris del CBUC. Latindex.
entendidas como sistema de recomendaciones, con el propósito de [2] Duart, J. y Sangrá, A. (2000) "Aprender en la virtualidad"
apoyar su uso pedagógico. El Kit de Recursos Digitales de Barcelona: España: Ediciones Gedisa, S.A
Aprendizaje (RDA) se presenta en formato digital, en DVDs, los [3] Elboj, C. y otros (2002) "Comunidades de aprendizaje"
cuales incluyen para cada uno de los niveles considerados en el Barcelona, España: Editorial Graó.
proyecto, recursos tales como: OAs, actividades pedagógicas en
línea (Jclic, Hotpapatoes, exe-elearning), videos pedagógicos, [4] Sigalés, C. y Mominó, J. (2004) Investigación “La escuela en
diaporamas, Rutas de Aprendizaje en formato Pdf, catálogos de la sociedad red: Internet en el ámbito educativo no
buenas prácticas, banco de preguntas. Los DVDs incluyen universitario.” Programme of the Internet Interdisciplinary
también un software de autoinstalación del Kit en la plataforma, Institute (IN3). Barcelona, España: Edita FUOC.
(PEPE o SGCL). Los Recursos Digitales serán desarrollados tanto [5] Vilaseca, J. y Meseguer, A. (2000) “La web de la asignatura
por el equipo ULagos del proyecto así como por el equipo UChile en un modelo de aprendizaje virtual a distancia”. En Duart,
sobre la base de los planes y programas de estudio y los mapas de Joseph y M. Sangrà, Albert (2000) "Aprender en la
progreso de NT2, NB1 y NB2 del MINEDUC. Además, se virtualidad" Barcelona, España: Ediciones Gedisa, S.A.
considera el aporte de los profesores de aula de los
establecimientos que conforman la comunidad partícipe del
proyecto. El Kit inicial seguirá siendo enriquecido por los
profesores, quienes serán capacitados para crear sus propios
Recursos y Rutas de Aprendizaje. Para esto, se dará acceso a las
herramientas de construcción de objetos SCORM del proyecto
APROA-KIMEN, las que permiten construir objetos según

153
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

ADERÊNCIA DISCENTE EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:


PERFIL E ESTADOS MOTIVACIONAIS

Ms. Jaqueline Castilho Moreira, Marta F Garcia, Ana Júlia Fernandes


UNESP/UNIVESP
Brasil
jackycastilho@uol.com.br, marta_fgarcia@yahoo.com.br, ajuliaf@clp.unesp.br

RESUMO De forma geral, a aderência está associada a uma combinação de


Este estudo qualitativo teve por objetivo delimitar um perfil de adesão e ancoragem. Sendo que, no sentido figurativo revela uma
alunos e seus estados motivacionais, dentro de um período de afinidade, ligação ou apego a uma idéia filosófica, ideológica, ou
tempo, visando o entendimento sobre a aderência em cursos de mesmo a um tratamento ou a um modismo, explicitando sua
Educação a Distância (EAD). A metodologia utilizou a aplicação amplitude de abordagem. Soma-se ainda ao fenômeno, o leque de
de questionários mistos em duas fases, no início do curso e após dificuldades, em diversos níveis, para se manter uma situação,
seis meses. A amostra foi composta por alunos adultos, maduros, seja ela qual for. Embora áreas diferentes utilizem esta
com pelo menos uma graduação completa, professores de ensino nomenclatura, nas investigações com pessoas, a satisfação de
básico em exercício, nas redes pública e privada, frequentes e quesitos, ou mesmo de aspectos intrapessoais e interpessoais são
participantes, do curso de Pedagogia semipresencial, oferecido percebidos de forma recorrente, para que uma “aderência” seja
pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquista Filho” mantida. Nesse sentido, infere-se a possibilidade de se vislumbrar
(UNESP). Como resultados obtidos, verificaram-se a um perfil de alunos que se mantêm aderentes a cursos que
possibilidade de se obter sinergia entre as motivações internas e empreguem a modalidade de Educação a Distância (EAD). Assim
externas, a interatividade e a interação social como ativação de sendo, o objetivo deste trabalho foi estabelecer um perfil de
aderência ao curso e a delineação de um perfil. Considerou-se alunos e seus estados motivacionais, dentro de um período de
importante, a continuação do monitoramento dos estados tempo, visando à compreensão do fenômeno “aderência” em
motivacionais dos alunos, como contribuição ao paradigma de cursos de Educação a Distância.
desenvolvimento da modalidade de Educação a Distância.
2. OS ESTUDOS SOBRE MOTIVAÇÃO
Categorias e Descritores de Assunto O termo “motivação”, de origem latina, refere-se à movere,
K.3.1 [Computer uses in Education]: Distance learning movimento, mudança, que pode ser entendida como agir, num ato
de vontade, em relação a um determinado objeto ou circunstância.
Termos gerais Do ponto de vista da Biologia, o termo sugere o estudo dos
Human Factors desejos e necessidades de um organismo, envolvendo fatores que
energizam o movimento e lhe dão direção. Ainda por esta
Palavras-chave perspectiva, este estado surge inicialmente, para resolver
Educação a Distância, Motivação, Perfil. processos reguladores básicos essenciais, ligados à sobrevivência
(necessidade e impulso). As necessidades internas motivam nosso
comportamento, orientando-nos em direções e objetivos
1. INTRODUÇÃO específicos. Estas reflexões possibilitam extrair três funções da
As discussões sobre o fenômeno “aderência” têm instigado “motivação”: a direção, a ativação (que aumenta o alerta geral e
estudiosos de diversas áreas a investigar a complexidade de energiza o indivíduo para a ação) e a organização, na qual são
variáveis que envolvem este termo; havendo necessidade de combinados diversos componentes comportamentais em um
sistematização para uma melhor compreensão. Utilizada na sequência coerente com um objetivo ou tarefa a serem atingidos.
engenharia, medicina, administração, psicologia, marketing, entre Expande sua definição ao inserir-se nos estudos da Psicologia,
outros, tem sido adotada para descrição de fenômenos com com acréscimo de outros elementos. Por exemplo, sua associação
características similares. com o termo “instinto”, que embora bastante desgastado, permitiu
descobertas em relação à origem e organização de padrões fixos
de ação. Segundo William James (1842-1910), responsável pela
Castilho, Jaqueline., Garcia, Marta., Fernandes, Ana Júlia. (2010). Aderência Discente em formalização da teoria dos instintos dentro da área da Psicologia,
Educação e Distância: Perfil e Estados Motivacionais. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 154-161, Santiago de Chile.

154
as pessoas não são apenas seres intelectuais, mas criaturas dotadas Paulo (FAPESP), da Fundação do Desenvolvimento
de emoção e vontade, que atribuem maior grau de realidade às Administrativo Paulista (FUNDAP), da Fundação Padre Anchieta
coisas que despertam a natureza emocional e evolutiva. Para ele, (FPA) e da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Em relação
somente era verdadeiramente real, o que tinha alguma relação com ao curso de Pedagogia semipresencial, a UNESP, é a instituição
o eu do indivíduo; que o estimulava emocionalmente e que o responsável pelo seu desenvolvimento nos pólos de EAD,
impelia à ação. Esses “instintos” estariam relacionados a um distribuídos por vinte e uma cidades do estado. O curso utiliza a
comportamento inato, comum, e que aparece na presença de um plataforma TELEDUC, que proporciona um ambiente virtual de
estímulo-chave. Com outros estudos, o conceito de “motivação” aprendizagem dotado de um conjunto de ferramentas que
foi ampliado, aparecendo articulado ao termo “esforço”; tanto em permitem o desenvolvimento das mesmas atividades pedagógicas
relação à busca, aproximação ou atração que as pessoas sentem realizadas em sala de aula no ambiente eletrônico da Internet,
em relação a certas situações; como à intensidade de esforço além de contar com material de apoio produzido pela Fundação
despendido em uma determinada circunstância. Embora exista um Padre Anchieta e veiculado pelo canal digital UNIVESP TV,
grande número de definições para o termo, o desconhecimento e criado especialmente para o Programa UNIVESP. Essa
até mesmo a ambigüidade que pode permeá-lo, afeta investigação foi realizada durante o curso de Graduação em
negativamente não só a aplicação de estratégias e técnicas, mas Pedagogia a Distância, com duração de três anos e meio,
também resultam numa opacidade em reconhecer como essas pertencente ao Programa de Formação de Professores em
diferentes estratégias interagem nos e com os indivíduos. Tanto na exercício, com habilitação para a Educação Infantil, Séries Iniciais
Educação presencial como na Educação a Distância, a motivação do Ensino Fundamental e Gestão Escolar, na modalidade
tem papel determinante para que a ação ensino-aprendizagem semipresencial. Inicialmente conseguiu-se a autorização das
aconteça. Agrava-se o fato de que um aluno de EAD está coordenações pedagógicas e de mídia e obteve-se dos
sozinho, num ponto geográfico e deve ativar um rol de participantes, seu consentimento livre esclarecido de participação
motivações que colaborem em seu autodidatismo. Visser (1997) na investigação.
alerta sobre o obstáculo que o isolamento parece ser, para o aluno
de EAD. King (2002) referendou o sucesso de sua pesquisa num 3.4 Instrumento utilizado: questionários
modelo híbrido (presencial e online) de ensino, enfatizando a Para Thiollent (1994), o questionário não é suficiente em si
forma como a interação entre estudantes e como os relatos de suas mesmo para processar os dados adequadamente, há necessidade
experiências colaboraram. A relevância de dispor para estes de uma discussão com função argumentativa, dando relevo e
alunos, um material didático atraente, reforçador da motivação foi conteúdo social às interpretações. Por esse motivo, optou-se pelo
elencada por Alves; Silva e Anjos (2007). Para eles, de outro “Questionário Misto Bifásico” (QMB), como instrumento de
modo, corre-se o risco do aluno perceber a atividade como captação de informações referentes ao perfil e aos estados
cansativa, podendo até abandoná-la antes de completá-la. A EAD motivacionais. Seltiz e Deutsch (1971, p. 265) afirmam a
busca a maturidade de alguns preceitos do ensino presencial, importância na pesquisa social, das descrições verbais dos
tornando premente a necessidade de aprofundamento de participantes “para obtenção de informação quanto aos estímulos
pesquisas. ou experiências a que está exposta e para o conhecimento de seu
comportamento”. Esses autores citam vantagens no uso e
aplicação deste tipo de instrumento, já que os questionários
3. METODOLOGIA asseguram certa uniformidade de uma situação de mensuração
3.1 Natureza do estudo para outra, através de frases padronizadas, ordem das perguntas,
Este estudo tem natureza qualitativa, pois envolveu um instruções para o registro de respostas. O questionário usado
aprofundamento de investigação, desenvolvido por meio de combina perguntas abertas e fechadas, daí a denominação de
registros por escrito, com detalhes de fatos obtidos diretamente “misto”. Richardson (1989) assevera que as perguntas fechadas
nas aulas presenciais e indiretamente, via plataforma; destinam-se a informações sociodemográficas dos sujeitos, as
apresentando interpretação e análise de dados (ALVES- perguntas abertas aprofundam as opiniões do pesquisado e a
MAZZOTTI, 1998). categoria “outros” ou “mista” (questão fechada, seguida do termo
“especificar”), contribui para determinar, reformular e esclarecer
3.2 Objetivo as alternativas da pergunta fechada. Esse instrumento foi
Delimitar um perfil de alunos e seus estados motivacionais denominado “bifásico” porque sua aplicação se realizou em duas
declarados, dentro de um período de tempo, visando o fases do curso. Explicitam-se como razões para aplicação do
entendimento sobre a aderência em cursos de Graduação questionário dessa forma, a tendência a evasão de alunos dos
realizados por Educação a Distância (EAD). cursos em EAD. Os dois questionários tinham um “Cabeçalho”,
com questões gerais factuais sobre os sujeitos e identificação
3.3 Contexto da coleta de dados cifrada, já que deveria ser aplicado duas vezes com a mesma
Entre 2009 e 2010, organizou-se de forma pioneira, a pessoa. Os dois questionários continham uma assertiva cada, na
Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP), qual o sujeito responderia se concordava ou não, revelando sua
Programa do Governo do Estado de São Paulo criado pelo opinião. O intuito era remeter o participante a uma reflexão sobre
Decreto nº 53.536 de 9 de outubro de 2008, objetivando expandir os tipos de motivações e possíveis variações, que o levaram a se
o ensino superior público de qualidade. Trata-se de uma ação comprometer com a realização de uma graduação semipresencial.
cooperativa, articulada pela Secretaria de Ensino Superior do Quanto às instruções, houve a necessidade de se alertar os
Estado de São Paulo com as universidades estaduais paulistas - participantes sobre a necessidade de se assinalar todas as
USP, UNESP e UNICAMP e com o CENTRO PAULA SOUZA, respostas. O procedimento utilizado para a coleta foi a entrega do
com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São impresso e seu recolhimento depois de meia hora. É importante

155
mencionar que os pesquisadores são também orientadores de esclarecido, e prestadas elucidações sobre os termos de
curso da amostra, sendo que o contato direto nas aulas divulgação dos resultados em reuniões científicas e artigos. O
presenciais, os comentários feitos durantes as dinâmicas número de participantes da primeira coleta, em março/2010, foi de
desenvolvidas, as postagens das atividades que envolvem a 85 alunos presentes na aula inaugural. Nos primeiros dois meses
“memória dos professores”, colaboraram na construção das houveram outras chamadas de matrícula, e esse número inicial
reflexões expostas a seguir. flutuou, já que o intuito era completar o número de vagas
remanescentes. Após seis meses de curso, o número de alunos
3.5 Análise dos dados presentes e participantes das atividades presenciais e virtuais ficou
Para examinar os dados obtidos, optou-se pela “Análise de em 80 pessoas. Para Toczek et al (2008), as maiores áreas de
Conteúdo Temático”, a qual, para Selltiz e Deutsch (1971), é uma concentração de cursos superiores a distância, com um total de
técnica que se desenvolveu, sobretudo, a partir da progressão dos 91,47%, compreendem a área de educação e a área de Ciências
recursos dos meios de comunicação de massa. Bardin (1977, p. Sociais, Negócios e Direito. Estes estudiosos apontam ainda que a
38) a define como “um conjunto de técnicas de análise das evasão para os cursos de Pedagogia em EAD são os mais baixos
comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos da média nacional, 22,29%; alegando para tal a menor resistência
de descrição de conteúdos das mensagens”. O mesmo autor ainda ao modelo de ensino a distância e consequentemente um
destaca que, o fundamento da especificidade desse método é a amadurecimento dos alunos desta área. Vale ressalvar que, no dia
articulação entre a superfície dos textos, simples interpretação da da segunda aplicação do QMB, muitos alunos ausentaram-se, por
mensagem dos sujeitos com os fatores que determinaram essas ser véspera de feriado, dos 80 alunos freqüentes, no momento da
respostas deduzidas logicamente, procurando se estabelecer uma segunda coleta, haviam presencialmente 58 pessoas.
correspondência entre as estruturas semânticas e as estruturas
4.2.1 Faixa etária
psicológicas ou sociológicas. Vários autores concordam que essa
forma de análise deve ser feita sob alguns controles, para torná-la
sistemática e objetiva (SELLTIZ E DEUTSCH, 1971; Faixa Etária Part. 1ª Coleta (%) Part. 2ª Coleta (%)
RICHARDSON, 1989). Nessa perspectiva, as categorias usadas
De 20-29 anos 19 25
devem se apresentar claras e explicitamente definidas; o analista
não pode selecionar e descrever apenas o que lhe parece De 30-39 anos 51 42
interessante, mas precisa classificar metodologicamente todo o
material levantado significativo da amostra, não descartando a De 40-49 anos 22 25
possibilidade de se usar algum processo quantitativo para se De 50-59 anos 5 4
conseguir uma medida da importância e da acentuação no
material. Com base na freqüência das respostas obtidas foi feita Acima de 60 anos 1 4
uma categorização em duas etapas: a primeira, por meio de um
Não respondeu 2 0
inventário e a segunda, por meio de uma classificação. A partir do
tratamento dos resultados dessa classificação, foram realizadas Total 100 100
inferências e interpretações. No caso desse estudo, os dados
resultantes da “Análise de Conteúdo Temático” foram Tabela 1. Faixa Etária da Primeira e Segunda Coletas
apresentados de maneira percentual, sob a forma de “tabelas” (ao
se tratar das opiniões de duas coletas com intervalo de tempo), A amostra da primeira coleta foi caracterizada por adultos
feitas apenas para ilustrar. maduros, predominantemente de 30-39 anos (51%) e 40-49 anos
(22%). Os adultos jovens eram 19%, e acima de 50, obteve-se o
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO índice de 6%. Na segunda coleta, o panorama geral pouco se
alterou, havendo ainda a predominância dos sujeitos adultos, de
4.1 Resultados e discussão 30-39 anos, com 42% e 40-49 anos, com 25%. Por esta tabela foi
Como foram levantadas grandes quantidades de informações, possível notar uma redução do número de adultos, com faixa
acompanhou-se as sugestões de Alves-Mazzotti (1998, p.170) em etária entre 30-39 anos. Erikson (1980) preconiza que o
“decidir o que interessa primordialmente”. O foco principal foi desenvolvimento psicossocial passa por oito crises normativas ou
levantar o perfil dos alunos e os aspectos motivacionais conflitos nucleares entre sentimentos opostos, em oito estágios de
declarados relevantes, para a manutenção de sua aderência nesse vida. Tomando por base a faixa etária da amostra, é possível
curso de Graduação realizado no formato EAD. observar o predomínio dos adultos maduros (“produtividade vs.
auto-absorção”). Fase, segundo Erikson (1980) de generatividade,
4.2 Perfil que envolve um conjunto de dimensões ou facetas, como a
A amostra foi composta pelos participantes deste curso, com perfil inclusividade, o orgulho, a responsabilidade, a produtividade
bem específico: professores em exercício, e que por meio de profissional, a parentalidade, o sentimento de ser necessário e a
concurso vestibular, realizado pela Fundação para o Vestibular da honestidade. Momento propício de superação de conflitos
Universidade Estadual Paulista (VUNESP) ingressaram em março relacionados à estagnação e inércia. Nos conteúdos do QMB dos
de 2010, como alunos regulares de graduação. Foram abertas pesquisados foi possível recuperar estados motivacionais que
1.335 vagas totais no Estado de São Paulo. Sendo que o Pólo indiciam esta fase, como por exemplo, “estou no curso para
pesquisado (São Vicente- SP) ofereceu 100 vagas. Inicialmente ajudar a comunidade”, ou “desejo contribuir para o ensino de
foram matriculados 87 alunos. Durante a aula inaugural, solicitou- qualidade”. Ainda quanto à faixa etária apresentada pela amostra,
se a anuência dos alunos para a participação na pesquisa; bem acrescentam-se outras possibilidades de análise, como focar as
como, foi apresentando o termo de consentimento livre e fases da carreira docente de Huberman(1992). O autor categorizou

156
o ciclo da docência em cinco etapas: início de carreira, um inventário de sintomas de estresse em professoras da rede
estabilização, diversificação e a fase final. A maioria da amostra estadual, o autor chegou à verificação de que o número de
enquadrava-se na fase de estabilização, com professores entre 10 e professoras separadas e divorciadas com estresse é
12 anos de magistério. Apenas uma das professoras encontrava-se significantemente maior em comparação com as professoras
para se aposentar. Os resultados aqui obtidos são corroborados casadas e solteiras. Ainda em relação ao estado civil, as
pelos estudos realizados por Belanger e Jordan (2000). Esses professoras viúvas e aquelas que vivem em relação consensual são
autores também demonstram que a idade do aluno influencia as menos expostas. A presença do estresse em um número maior
diretamente o aproveitamento do curso quando na modalidade a de professoras separadas e divorciadas talvez tenha relação com
distância. Na concepção dos autores, é preciso ter certa os múltiplos papéis sociais que elas precisam assumir. Outro dado
maturidade para se propor a estudar por meio de um ambiente da pesquisa de Goulard Jr. (2008), foi a constatação de que,
virtual de aprendizagem e não se dispersar. Em contexto virtual, a proporcionalmente, quanto maior a quantidade de filhos, maior é
responsabilidade do aluno pelo próprio aprendizado aumenta: é o número de professoras apresentando estresse. Infere-se ao
preciso ter disciplina por que, diferentemente do que se pensa, a articular “estado civil”, “estresse” e “aderência em EAD de longo
modalidade de ensino a distância exige uma disponibilização de prazo”, a possibilidade de que uma insatisfação grande e latente
tempo e de dedicação aos estudos. O diferencial, no entanto, está possa servir como motivador.
no fato de que este tempo pode ser flexível e dosado pelo próprio
aluno, indício de características da maturidade (conhecimento de 4.2.4 Escolaridade
si próprio, domínio de suas escolhas, entre outras).

4.2.2 Gênero Escolaridade Part. 1ª Coleta (%) Part. 2ª Coleta (%)


Normal/Magistério 12 6
Gênero Part. 1ª Coleta (%) Part. 2ª Coleta (%)
Ens. Sup. incompleto 7 4
Masculino 38 42
Ens. Sup. complete 70 71
Feminino 62 58
Pós-graduação 10 17
Não respondeu 0 0
Outros 1 2
Total 100 100
Não respondeu 0 0
Tabela 2. Faixa Etária da Primeira e Segunda Coletas
Total 100 100
Em relação ao gênero, os pesquisados tanto da primeira (62%) Tabela 4. Escolaridade da Primeira e Segunda Coletas
quanto da segunda coleta (58%) são majoritariamente femininos.
Segundo Barros, Mendonça e Blanco (2001), a natureza
Em relação à escolaridade, tanto na primeira como na segunda
eminentemente feminina da docência no ensino fundamental
coleta, mais de 70% dos alunos já possuíam uma graduação
brasileiro é evidente, na medida em que 5% das mulheres
completa. Muitos deles revelaram em conversas em sala, que
ocupadas são professoras no ensino fundamental, ao passo que
tinham o título de licenciado em várias áreas. Na segunda coleta,
apenas 0,3% dos homens que trabalham encontram-se nesta
pode-se interpretar que, daqueles que ficaram, apareceu um
ocupação. Entretanto os autores asseveram que este panorama
número maior de pós-graduados. De posse destes dados, fica a
vem sendo alterado nos últimos vinte anos.
questão da importância de que estas pessoas associam ao diploma
4.2.3 Estado civil de Pedagogia. Por estes dados percebe-se que os professores estão
buscando uma melhor formação, o que representa um contraponto
com o que tem sido divulgado pelas mídias. Concorda Souza
Estado Civil Part. 1ª Coleta (%) Part. 2ª Coleta (%)
(1998) ao dizer que, a formação docente tem melhorado ao longo
Solteiro 46 50 da história em todos os níveis de ensino, com redução do número
de professores leigos em exercício. Tanto, em conformidade com
Casado 46 43
as exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Outros 8 7 (LDB) quanto em relação a absorção pelo mercado de trabalho.

Não respondeu 0 0

Total 100 100


Tabela 3. Estado Civil da Primeira e Segunda Coletas

Os estados civis apresentados na primeira coleta foram solteiros


(46%), casados (46%) e outros (8%). Vale ressaltar que, o termo
“casado”, neste estudo considerou união estável, e o termo
“outros”, seria viúvo ou separado. Observa-se na segunda coleta,
que houve uma queda na presença do número de alunos casados.
Nos resultados apresentados por Goulard Jr. (2008), ao realizar

157
4.2.5 Redes de atuação dos professores resultados das atividades avaliativas, entre outros). A motivação
tem duas fontes: extrínseca e intrínseca. As extrínsecas são
recompensas que vem externamente ou de outras pessoas, como
Redes Part. 1ª Coleta (%) Part. 2ª Coleta (%)
reforços positivos e negativos. Pessoas com motivações
Estadual 53 45 intrínsecas esforçam-se interiormente para serem competentes e
autodeterminadas em busca de realizar com sucesso uma tarefa
Particular 18 25 específica. Gostam de ação, ativação, focalizam-se em se divertir e
Municipal 28 25 aprender. Caminhando nesse sentido, foram analisadas a seguir as
motivações intrínsecas e extrínsecas.
Outros 1 5

Não respondeu 0 0
4.3.1 Motivações Intrínsecas
A motivação para realização de algo é identificada como os
Total 100 100 esforços empregados para o domínio de uma tarefa, o alcance de
Tabela 5. Professor: redes em que atua um objetivo, a superação de obstáculos ou ainda como uma auto-
avaliação positiva. A motivação intrínseca é uma orientação
interna para obtenção de êxito, para persistir ante o fracasso ou
Tanto na primeira coleta (81%) quanto na segunda (70%) para experimentar orgulho, em suas realizações pessoais próprias.
percebe-se que, os professores em exercício do curso, estão na As pessoas participam de cursos em EAD por diversas razões
rede pública de ensino, municipal e estadual, sendo que muitos intrínsecas.
acumulam cargo, como forma de complementação de renda Part. 1ª Coleta Part. 2ª Coleta
Motivações intrínsecas
mensal. As cargas horárias desses profissionais variam de 20 a 40 (%) (%)
horas semanais. Além do pesado ritmo da jornada de trabalho, o Desenvolver-se internamente 51 43
magistério é, reconhecidamente, uma profissão estressante. No Aprender novas práticas
seu cotidiano, o professor depara-se com uma complexidade de 16 36
pedagógicas
variáveis (as demandas dos alunos, as políticas do sistema
Satisfazer do ego 9 0
educacional, a gestão da unidade, entre outros) que podem
contribuir para insatisfação e desequilíbrio físico e mental. Para Obter sucesso profissional
8 0
Batista et al (2010), a saúde dos professores tem sido foco de como realização pessoal
preocupação de diversos segmentos da sociedade. Dentre os Atingir metas pessoais 7 0
principais agravos, os mais recorrentes são os transtornos mentais, Participar em curso de
em especial a Síndrome de Burnout. Mereceria um 3 21
qualidade
aprofundamento de investigação, as razões que levam esses
Desejar título de Licenciatura 2 0
professores, com vínculo no funcionalismo público e consequente
estabilidade de emprego, a disporem-se a continuar estudando, em Desejar cursar Pedagogia 2 0
seu “tempo livre”; apesar de sua extenuante carga profissional.
Outro contraponto interessante de ser desvelado é com base no Avaliar-se constantemente 1 0
ciclo da docência de Huberman (1992). Os professores Não respondeu 1 0
participantes da pesquisa estão na “fase de estabilização”, embora
a grande maioria já seja estável na rede pública. Vale ressaltar que Total 100 100
no Brasil, servidores públicos concursados, como é o caso da
Tabela 6. Motivações Intrínsecas
amostra, são efetivos, ou seja, tem estabilidade no emprego,
adquirida após três anos de exercício na função. Enfim,
importante mencionar que a amostra possui certa homogeneidade, Inicialmente, os participantes da primeira coleta elencaram
dada em função da profissão e do estar em exercício nela, em diversos motivos internos para participação no curso, sendo os
relação à predominância de faixa etária, das condições mais destacados: “desenvolver-se internamente (51%)”, “aprender
socioeconômico-culturais, dos costumes, dos estágios de vida, e novas práticas pedagógicas (16%)”, “satisfazer o ego (9%)”. O
até mesmo quanto à facilidade de expressar suas idéias. “desenvolver-se” para os sujeitos, era revelado nos comentários
deixados no QMB, como: “busca de novos conhecimentos”,
“aperfeiçoamento”, “quero permanecer estudando”, “renovar-
4.3 Aspectos Motivacionais me” e ”gosto por aprender”. Na segunda coleta, as razões mais
Após a análise da amostra pode-se observar certas especificidades apontadas continuaram sendo “desenvolver-se internamente
no perfil dos participantes. Apoiada em investigações de outras (43%)” e “aprender novas práticas pedagógicas (36%)”, com uma
áreas (WILLIAMS, 1991), que revelam que as motivações podem modificação no terceiro item mais mencionado, que é “participar
ser alteradas em função de processos, circunstâncias e tempo, em curso de qualidade (21%)”. De um número maior de menções
pressupõem-se que a melhor maneira de entender os estados no início do curso, bastante influenciadas por expectativas e
motivacionais que levam os sujeitos à aderência, é examinar o perspectivas de uma circunstância nova; tem-se após seis meses,
modo como os fatores diretamente relacionados à eles uma depuração interna destas motivações. Scalan (1982) observou
(personalidade, aspectos afetivos, necessidades, interesses, em crianças três estágios de desenvolvimento da motivação para a
objetivos) interagem com os fatores situacionais (atratividade das realização: estágio de competência autônoma, estágio de
plataforma e ferramentas, participação e interação com colegas, comparação social e estágio integrado de comparação social com
orientadores e outros agentes educacionais da plataforma, conquista autônoma. Para o autor, estes estágios são sequenciais,

158
o que implica a impossibilidade de transitar do primeiro para o Manter-se pelo incentivo e
0 5
último. Se expandirmos o termo “crianças” para pessoas companheirismo
desenvolventes em contextos imprevisíveis (“novo”), no primeiro Atrair-se pelas disciplinas
0 1
estágio de competência autônoma dos participantes, foi possível específicas
Atrair-se pela facilidade de uso
observar certo estresse dos alunos, com relação à formatação do 0 1
da plataforma
curso e sua fluência. As dúvidas levantadas versavam em: “como Atrair-se pela atualidade dos
seria o curso”, “como iriam administrar a freqüência nas aulas 0 1
assuntos tratados
presenciais”, como também, em relação à implicação da
Não respondeu 2 0
“necessidade de reservar um tempo para estudar e realizar as
atividades virtuais”, mesmo com uma carga horária profissional Total 100 100
pesada. Outras inquietações mais pontuais referiam-se ao
aprendizado de uso da plataforma, o domínio das ferramentas e Tabela 7. Motivações Extrínsecas
sua vinculação a uma universidade pública respeitada, como
Além das orientações voltadas aos objetivos internos, observou-se
aluno. Passado este primeiro período de seis meses, os alunos
nesta amostra um aumento no número de motivações extrínsecas
encontravam-se no estágio de comparação social. Algumas
entre-coletas. No começo, as motivações principais para
histórias comentadas em aula podem ilustrar isto. Uma delas foi à
realização do curso eram o “ser reconhecido profissionalmente”
do aluno de EAD que iniciou um relacionamento afetivo, por
(19%); isto é, por meio de incentivo financeiro e social; seguida
conta da carteirinha de estudante da UNESP/UNIVESP. Outro
de “pretender ocupar novos cargos” (17%) tanto em unidade
caso, recorrente com vários alunos foi uma diferenciação por parte
escolar como na supervisão; “forma-se por instituição renomada”
da direção das escolas onde trabalham, em relação aos seus
(13%); “executar a profissão legalmente” (12%), motivação
colegas. O pólo de São Vicente acolhe alunos do litoral sul de São
apontada pelos sujeitos que não possuem a licenciatura e que são
Paulo. Nessa região, denominada de Baixada Santista, o número
cobrados em suas instituições, por não terem o título, de acordo
de cursos de graduação de universidades locais, particulares e
com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional atual. Já,
pagas é dominante, ser aluno regular de uma universidade pública,
“atrair-se pela agilidade e funcionalidade do curso EAD”,
dá status e proporciona uma distinção social. Este pensamento foi
motivações ligadas a facilidade do curso possui formato semi-
revelado quando um aluno mencionou “...diploma nesta
presencial; “melhorar a comunidade escolar” da qual participa,
universidade é muito importante”.
ajudando e compartilhando como novos conhecimentos e
“contribuir para o ensino de qualidade”, todas com 9%, foram
4.3.2 Motivações Extrínsecas mencionados no primeiro QMB. Outras motivações referem-se a
Embora exista uma corrente de teóricos que concebam as “buscar formação especializada” em Pedagogia (7%) e “ampliar
motivações como forças internas que impulsionam a uma meta as oportunidades no mercado de trabalho” (3%). Já na segunda
(motivações intrínsecas), outros teóricos associam os estados coleta, permaneceram apenas as motivações: “ser reconhecido
motivacionais também a fatores externos, como os incentivos profissionalmente” (24%), e “atrair-se pela agilidade e
provenientes de recompensas e de modificações imprimidas pelos funcionalidade do curso EAD” (22%). Importante destacar nesta
grupos sociais que interagem com os sujeitos (KASSARJIAN e última, o discurso de um aluno no começo do curso: “... não
ROBERTSON, 1991; WILLIAMS, 1991). A tabela a seguir poderia realizar uma graduação em Pedagogia, um curso
revela as motivações extrínsecas do grupo pesquisado. presencial, daí optei pelo EAD”. Na segunda coleta, percebeu-se
Part. 1ª Coleta Part. 2ª Coleta que o formato EAD foi aceito, já que vários alunos enfocaram
Motivações extrínsecas
(%) (%) alguns de seus benefícios, como postar as atividades em casa,
Ser reconhecido
19 24
poder assistir novamente os vídeos transmitidos pelo canal digital,
profissionalmente entre outros. Apareceu na tabulação uma série de novas
Pretender ocupar novos cargos 17 0 motivações extrínsecas. No “trocar experiências e vivências com o
Formar-se por Instituição
grupo” (24%), foi uma das motivações mais percebidas, um aluno
13 0 ressaltou a importância das “salas só com professores”. Quanto à
renomada
“qualidade do material” disponibilizado (12%), ganhou destaque
Executar profissão legalmente 12 0
o material impresso. Em relação à motivação extrínseca
Atrair-se pela agilidade e proporcionada pelo “relaciona-se com os orientadores” (10%)
9 22
funcionalidade do EAD foram apontadas competência e vínculos. O “manter-se pelo
Melhorar a comunidade escolar 9 0 incentivo de amigos e companheirismo” (5%) reforçou a
Contribuir para o ensino de importância que os grupos sociais têm nos estados motivacionais.
9 0 E, finalmente com 1%, atrair-se pelo estudo de “disciplinas
qualidade
específicas”, “facilidade de uso da plataforma” e “atualidade dos
Buscar formação especializada 7 0
assuntos tratados”, demonstram motivações extrínsecas
Ampliar oportunidades 3 0 instrumentais. Embora não tenha sido coletado no QMB, foi
possível perceber a partir de conversas durante as aulas ou nos
Trocar experiências e vivências 0 24 intervalos, que as atribuições que os participantes fazem sobre
Atrair-se pela qualidade do seus desempenhos, estão também relacionadas às notas contidas
0 12
material na plataforma. As pontuações das atividades avaliativas, assim
Relacionar-se com os como a sua ausência nas planilhas, revelavam mais uma
0 10
orientadores motivação extrínseca de dimensão emocional, que se assemelhava

159
ao critério de estabelecimento de recompensas. As pessoas têm formam um conjunto de preceitos que aumentam a motivação e
motivos conflitantes para envolverem-se, é importante conhecê- melhoram o desempenho dos participantes. A possibilidade de
los e estar ciente deles para que sejam contornados de forma a não inserção de jogos pedagógicos virtuais relacionados às temáticas
afetarem a participação. Mesmo na modalidade semipresencial, das disciplinas, assim como a disponibilização de ferramentas que
ocorreram vários tipos de interação: presencial e virtualmente com possam convergir interesses de temáticas acadêmicas, como links
os orientadores e com o grupo. A interação com os orientadores de grupos de pesquisa online, podem ampliar as possibilidades de
tem papel fundamental dentro dos aspectos motivacionais, aderência ao EAD. Intensificar ao máximo o desenvolvimento dos
influenciando os participantes direta e indiretamente. Muitos participantes de forma intrínseca e extrínseca é fundamental para
alunos, durante este período, passaram por dificuldades pessoais, aumentar as possibilidades de sucesso do curso. Acredita-se que,
que afetaram suas atividades e presença no curso e quase que se o estudo dos perfis e a abordagem que adota a idéia de estados
evadiram, se não fossem os reforços positivos dos orientadores. motivacionais, possam contribuir para o paradigma da Educação a
Durante as aulas presenciais verificou-se que a interação com o Distância.
grupo levou a dinâmicas sociais que fizeram despontar lideranças
positivas e negativas e que também influenciaram os estados REFERÊNCIAS
motivacionais. Em suma, a oscilação em estados motivacionais [1] Alves-Mazzotti, A. J. 1998. O método das ciências sociais.
apresentada pela amostra, com um número aumentado de In O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa
motivações extrínsecas é corroborada pela Teoria da Avaliação quantitativa e qualitativa. A. J. Alves-Mazzotti, and F,
Cognitiva (Deci e Ryan, 2000), que asseverava que o que afeta as Gewandsznajder, Pioneira, São Paulo, Brasil, 108-178.
percepções de competência de um indivíduo e os seus sentimentos [2] Alves, E.D. and Silva, E.X. and Anjos, S.S.N. 2007. Estudo
de autodeterminação afetavam também os níveis de motivação motivacional de diferentes ferramentas de edição do
intrínseca. Quando a causa do comportamento está fora do conteúdo didático virtual no ensino a distância. In Anais do
indivíduo, é externa, a motivação intrínseca diminui. O que foi 13º Congr. Intern. de Educação a Distância (Curitiba,
obtido como resultado nesta amostra. Para estes autores, quando a Brasil, Setembro 02-05, 2007). CIEA’07. ABED, Curitiba,
informação de competência, de forma geral para os alunos, é PR, 1-11. DOI=
positiva, sua percepção de competência individual aumenta e com www.abed.org.br/congresso2007/tc/429200732607PM.pdf
ela, a motivação intrínseca. È consenso entre os teóricos que [3] Bardin, L. 1977. Análise de conteúdo. Ed. Setenta, Rio de
estudam a temática “motivação”, que ela seja principalmente Janeiro, Brasil.
direcionada por traços internos dos indivíduos. Neste caso, é [4] Barros, P.B. and Mendonça, R. and Blanco, M. 2001. O
necessário um esforço consistente para identificação dos estados mercado de trabalho para professores no Brasil. In Anais do
motivacionais e entendimento dos motivos que fazem os XXIX Enc. Nac. de Economia (Salvador, Brasil, Dezembro
participantes envolverem-se num curso de EAD. Como foi visto, 11-14, 2001). ENEC’01. ANPEC, Niterói, RJ, 1-20.
os motivos podem ser variados e individualizados, únicos ou DOI=http://www.anpec.org.br/encontro2001/artigos/200106
compartilhados, da mesma forma que podem ser contraditórios. 325.pdf
Tratando-se de motivos individualizados, é interessante que sejam [5] Belanger, F. and Jordan, D. H. 2000. Evaluation and
feitos ajustes e correções, para satisfazer aqueles mais citados. implementation of distance learning: technologies, tools and
Como foi possível investigar, após um tempo de curso, os motivos techniques. Idea Group Publishing, London, UK.
da segunda coleta, não foram necessariamente os primeiros [6] Batista, J. B. V. et al. 2010. Prevalência da Síndrome de
citados, demonstrando a variação de motivações. Sendo assim, Burnout e fatores sociodemográficos e laborais em
não se trata de uma boa estratégia, continuar reforçando os professores de escolas municipais da cidade de João Pessoa,
mesmos benefícios iniciais de realização de um curso, sem levar PB. Rev. bras. epidemiol. 13, 3. (Set. 2010), 502-512. DOI=
em consideração outros aspectos acrescidos ao longo do tempo, http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S
processos e circunstâncias. 1415-790X2010000300013&lng=pt&nrm=iso
[7] Deci, E. L.; Ryan, R. M. 2000. The “what” and “why” of
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS goal pursuits: human needs and self-determination of
As motivações podem mudar com o tempo. Entender porque behavior. Psychological Inquiry, Rochester. 11, 4. 227-268.
ocorrem diferenças de motivações, para que sejam feitas [8] Erikson, E. 1980. Identity and the life cycle. W.W. Norton,
intervenções efetivas podem garantir a conclusão de um curso New York , USA.
EAD. Combinar as motivações intrínsecas com as extrínsecas vem [9] Goulart Jr, E. and LIPP, M. E. N. 2008. Estresse entre
a colaborar na produção de efeitos sinérgicos; não deixando de professoras do ensino fundamental de escolas públicas
observar quais e em que condições as motivações extrínsecas
estaduais. Psicol. estud. 13, 4. . (Dec. 2008), 847-857.
afetam negativamente as intrínsecas dos participantes. As
DOI= http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
alterações de ambiente presencial e virtual, novas estruturações de
73722008000400023&script=sci_arttext
ensino-aprendizagem por meio das atividades, satisfazer as
[10] Huberman, M. 1992. O Ciclo de vida profissional dos
necessidades dos participantes e pensar no ambiente virtual como
professores. In Vida de professores, A. Nóvoa, Porto Edit,
algo a ser “ampliado” de acordo com as demandas decorrentes do
Porto, Portugal.
encaminhar do curso, podem resultar em boas estratégias de
[11] Kassarjian, H.H. and Robertson, T.S. 1991. Perspectives in
aderência. Oferecer oportunidades múltiplas de interação,
Consumer Behavior . Prentice-Hall, New Jersey, USA.
voltadas para a expansão de conteúdos, como por exemplo, troca
[12] King, K. P. 2002. Identifying success in online teacher
de referências bibliográficas; diversão e companheirismo,
education and professional development. The Internet and
proporcionados pelas dinâmicas ocorridas nas aulas presenciais,
Higher Education. Pergamon, Amsterdan, 5 (3). 231-246.
juntamente com o conteúdo desenvolvido de forma adequada,

160
[13] Richardson, R. J. 1989. Pesquisa social: métodos e técnicas. Congresso de Produção Científica em Educação
Atlas, São Paulo, Brasil. Profissional e Tecnológica (São Luíz, Brasil, Agosto 02-05,
[14] Scanlan, T.K. 1982. Motivation and Stress in competitive 2007). CPCEPT’07. ABED, Itajaí, SC, 1-9. DOI=
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Dance, 53, 27-28. 20ESUD/trabs/t38849.pdf
[15] Seltiz, J.and Deutsch, C. 1971. Métodos de pesquisa nas [19] Visser, L. 2001. Applying Motivational Communication in
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1910). Editora UNESP, São Paulo, Brasil. Computer Society, Washington, DC, USA.
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[18] Tokset et al. 2008. Uma Visão Macroscópica da Evasão no
Ensino Superior a Distância do Brasil. In Anais do V

161
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

METODOLOGIA INTERATIVA E PROBLEMATIZADORA


UTILIZADA PELOS TUTORES EM UM CURSO A
DISTÂNCIA
Mariangela Kraemer Lenz Ziede, Rosane Aragón de Nevado
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Educação - FACED
Brasil
mariangelaziede@gmail.com, rosane.aragon@ufrgs.br

RESUMO
Neste artigo investigamos a compreensão pelos tutores da
metodologia interativa e problematizadora proposta no Curso
Categorias e Descritores
de Graduação-Licenciatura em Pedagogia na modalidade a
distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul K.3.2 [Computer and information science
(PEAD). Para a análise dos dados, operou-se com três níveis
de Tomada de Consciência na categoria Concepções
education]
(mudanças) Propostas pelo Curso. A análise foi realizada a Termos Gerais Human Factors; Theory
partir do levantamento dos registros dos tutores nos ambientes
do curso. Com este estudo foi possível concluir que a partir
das interações com as professoras-alunas e com a formação 1. INTRODUÇÃO
continuada no curso de especialização, os tutores foram A educação na modalidade a distância teve um grande
constituindo a tomada de consciência da própria função da impulso com a popularização da internet implicando na oferta
tutoria, o que implicou em transformação na sua maneira de de cursos, de diferentes naturezas e níveis. Na formação
entender a proposta do curso qualificando, por conseguinte o universitária estas ofertas também se fazem presentes. No
trabalho pedagógico de tutoria. Brasil, a política governamental vem buscando fomentar o uso
desta modalidade para ampliar a oferta de vagas nos cursos
Palavras-chave superiores. A formação de professores do ensino básico tem
Tutores, Tomada de Consciência, Piaget, educação a distância sido contemplada por programas do MEC, o que deu origem a
vários cursos de licenciatura nesta modalidade. Na região Sul,
ainda que a situação seja distinta de regiões como o Norte e o
ABSTRACT Nordeste do país quanto à titulação em nível superior de
In this paper we investigate the understanding by tutors and
professores que atuam nos anos iniciais do ensino
interactive methodology problematizing proposal in the
fundamental, há carências a serem supridas. Em resposta a
Graduate Course-Pedagogy in the form away from the Federal
essa demanda e apoiada pelo conhecimento adquirido na área
University of Rio Grande do South (PEAD). For data analysis,
de Educação a Distância, a Faculdade de Educação realiza a
operated with three levels of Consciousness in Conceptions
sua primeira experiência de formação acadêmica inicial em
category (changes) Proposals by Course. The analysis was
nível de graduação de professores a distância, o Curso de
conducted from survey of records of the tutors in
Graduação-Licenciatura em Pedagogia da UFRGS (PEAD),
environments of the course. This study was possible conclude
oferecido em nove semestres (3215 h) a docentes em exercício
that from interactions with students and with the continuing
nas escolas públicas. São 400 professoras-alunas que
education course in specialization, the tutors were forming the
trabalham na rede municipal e estadual de ensino. Estes
awareness of the very function of tutoring, which resulted in
professores estão divididos em cinco polos: Alvorada,
its transformation in way to understand the course proposal
Gravataí, Sapiranga, São Leopoldo e Três Cachoeiras. Cada
qualifying therefore work educational tutoring.
polo conta com uma infraestrutura que dispõe de um
Keywords laboratório com 20 computadores, em média, uma biblioteca
Tutors, Consciousness, Piaget, distance education. com exemplares dos livros adotados nas Interdisciplinas, um
espaço para atividades coletivas e espaços para as aulas
presenciais – além de material de apoio, como filmadora,
máquinas digitais, aparelhos de DVD e projetor multimídia. O
Curso busca superar a dicotomia apresentada pelos modelos
convencionais de cursos de formação de professores, que
teorizam sobre as transformações nas práticas educativas, sem
Kraemer, Mariangela., Aragón, Rosane . (2010). Metodologia interativa e que essas transformações sejam vivenciadas no próprio
Problematizadora Utilizada pelos Tutores em um Curso a Distância. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 162-169,
Santiago de Chile.

162
ambiente de formação. Para tal, o PEAD elaborou um consciência do tutor a respeito da sua função e da importância
currículo com características interdisciplinares agregando e da sua intervenção-interação? A partir destes questionamentos
articulando os conhecimentos específicos teóricos e práticos desenvolvemos o estudo.
em cada semestre, bem como previu o uso de metodologias
interativas e o uso intensivo da Internet para desenvolvimento 2. DESENHO DO ESTUDO
e acompanhamento das aprendizagens. Os dados deste estudo foram coletados de forma sistemática,
Somente com uma qualificação fundamentada na reflexão desde o início do projeto, considerando todo o material
sobre sua própria prática, os professores se sentirão a produzido nas formações, as interações e os registros dos
vontade para usar as tecnologias e criar um novo projeto tutores em diversos ambientes. Conforme Bogdam (1994), a
político – pedagógico. pesquisa qualitativa possui características básicas: na
A intenção é desconstruir os limites rígidos impostos pela investigação, a fonte direta de dados é o ambiente natural,
concepção física e lógica linear que se tem de escola, da sendo o investigador o instrumento principal; a investigação
formação e da aprendizagem. Os materiais são desenvolvidos qualitativa é descritiva, pois a palavra assume particular
a partir da concepção de Arquiteturas Pedagógicas 1Abertas às importância na abordagem tanto para o registro de dados
quais incentivam a pesquisa e a interação entre os diferentes quanto para a conclusão dos resultados. No decorrer da
atores. O deslocamento para o uso intensivo dos materiais pesquisa, acompanhamos os tutores do polo e da sede e
interativos na web, em articulação com as outras participamos de reuniões e formações. Desse
metamorfoses propostas no curso, viabiliza a construção de acompanhamento, utilizamos para análise os extratos das suas
conhecimento em comunidades de aprendizagem. falas, assim como as avaliações por eles realizadas em
momentos diferenciados.
Dentro dessa idéia de reconstrução da formação de A análise desenvolvida pretende explicitar, o processo de
professores proposto pelo PEAD, o tutor vem construindo sua construção da função dos tutores na perspectiva da tomada de
identidade. Como um tutor pode orientar as professoras- consciência, considerando a compreensão das mudanças
alunas, se ele mesmo não vivenciar determinadas propostas pelo curso.
experiências? A formação do tutor, nesse contexto, implica no
seu preparo para viver a experiência de mudanças na educação
que ele irá proporcionar as professoras-alunas. Esse processo 3. UM RECORTE SOBRE O PROCESSO
de transformação exige que se articulem novas abordagens DE TOMADA DE CONSCIÊNCIA
pedagógicas e interações entre os sujeitos envolvidos no
processo educativo: novas concepções de tempo e espaço, a O sujeito só conhece se age sobre o objeto, e o objeto só se
interação didática aluno/professor/tutor, a reconceituação torna passível de ser conhecido mediante o progresso das
metodológica no sentido da mediação pedagógica. É preciso, ações exercidas sobre ele. A ação sobre os objetos já constitui
pois, pensar uma universidade nova, voltada para o futuro, uma forma de saber (saber fazer), mas não necessariamente
com importantes mudanças de paradigma educacional. um compreender. Segundo Becker (1993), o mecanismo de
Estamos vivendo um momento de crescimento acelerado da tomada de consciência aparece em todos os aspectos como um
EAD, com novos cursos sendo criados a todo o momento com processo de conceituação.
concepções pedagógicas diferenciadas. O PEAD sendo um No nível mais básico de tomada de consciência, o
curso novo, a concepção de tutoria vem constituindo sua compreender está atrasado em relação à ação, sendo que, nos
identidade a partir das práticas, das reflexões sobre esta níveis superiores, é a conceituação (compreensão) que orienta
prática e das formações continuadas. Acompanhando as as ações. Entre as ações não-conscientes e a consciência final
interações dos tutores desde o início do curso, percebemos o que o sujeito toma de sua ação, Piaget (1977) admite graus de
quanto eles foram modificando suas falas e seus próprios consciência intermediários. Podemos ter certa consciência de
modos de interação no processo de interlocução para a uma ação no instante em que ela se produz, mas essa
elaboração-execução das atividades das professoras-alunas. consciência permanece apenas momentaneamente se não
Essas modificações se deram tanto a partir dos estudos e dos houver integração em estados seguintes. Como afirma Piaget
retornos dados pelas professoras-alunas como pela (1977), a tomada de consciência não ocorre de maneira
participação na formação continuada. As práticas pedagógicas repentina, mas a partir de construções e reconstruções,
de um tutor exigem uma formação continuada, pois ele precisa podendo esse processo ser "adiado" em decorrência de
conhecer a metodologia do curso e ainda saber usar a deformações das quais o sujeito lança mão para se adaptar à
tecnologia necessária para desenvolver as atividades no realidade, quando se defronta com as situações ou objetos que
ambiente virtual. O tutor, no decorrer do trabalho, necessita não são incorporados por sua estrutura cognitiva.
também estudar os conteúdos com os quais trabalhará nas
interdisciplinas, visto que a interação e as formas de 4. METODOLOGIA INTERATIVA E
intervenção são fundamentais para o processo de PROBLEMATIZADORA
aprendizagem das professoras-alunas. No PEAD os tutores
interagem continuamente com as professoras-alunas, segundo Segundo Nevado, Carvalho e Bordas (2006), “[...] o
uma abordagem interativa e problematizadora. Mas como será modelo metodológico do PEAD é centrado em atividades
o entendimento desta metodologia? Quais as tomadas de teórico-práticas sistemáticas, a serem desenvolvidas
pelas professoras-alunas a partir de um delineamento
1
As arquiteturas buscam traduzir propostas pedagógicas em inicial definido pelos próprios objetivos da formação.
situações de aprendizagem mediadas por materiais didáticos Com isso, espera-se desencadear nos aprendizes um
interativos e por Ambientes Virtuais. Tais situações processo de reflexão e tomada de consciência de seu
caracterizam-se pelo deslocamento das concepções próprio processo de aprendizagem, bem como a
hierárquicas e disciplinares de ensino e direcionam-se para a construção de conhecimentos referentes aos temas de
concepção do conhecimento interdisciplinar em um modelo de estudo elegidos”.
"rede de relações". (Carvalho, Nevado, e Menezes, 2005).

163
Nessa metodologia, os docentes e os tutores atuam como Breeze. 5O uso dessa diversidade de ambiente acompanha a
possibilitadores da aprendizagem e provocadores de opção do curso por oferecer também as professoras-alunas do
transformações, usando, para tal, duas estratégias PEAD uma formação em uso das TICs para implementação
interdependentes e complementares: do trabalho pedagógico nos laboratórios das escolas.
i. Estratégias de problematização e provocação: o docente e os b) formação específica nas interdisciplinas: antes do início
tutores agem de maneira a chamar as professoras-alunas à de cada semestre (eixo temático), ocorre uma formação
reflexão e à crítica sobre as práticas tradicionais, buscando específica em cada uma das interdisciplinas. Nessa formação
incentivar as “explorações” de idéias, de recursos tecnológicos os professores autores apresentam os materiais que serão
e de ações práticas desenvolvidas, promovendo reflexões propostos as professoras-alunas, os quais são experimentados
sobre essas ações e pensamentos. Realizam intervenções que e criticados pelos tutores. A partir disso, os materiais são
contrapõem idéias de diferentes autores com as das revistos pelos professores autores, visando a sua adequação.
professoras-alunas para que aconteça uma análise comparativa
entre elas. Em outras intervenções, são solicitadas c) seminários teórico-metodológicos: esses seminários
justificativas para se aferir o grau de coerência das respostas e contemplam estudos e debates interdisciplinares que visam à
das idéias apresentadas. discussão das arquiteturas pedagógicas utilizadas no Curso,
ii. Estratégias de apoio à reconstrução: a estratégia de bem como a apropriação de metodologias de interação que
problematização é complementada por uma função de apoio permitam ao tutor uma ação reflexiva.
às reconstruções. Se o docente intervém no sentido de
problematizar, ele também age no sentido de incentivar e
apoiar a aprendizagem, oferecendo informações e sugestões
6. ANALISE DOS DADOS
A análise dos dados buscou evidenciar níveis de
de leituras e bibliografias. Essas intervenções visam apoiar as
desenvolvimento de processos de tomada de consciência,
construções das professoras-alunas, disponibilizando um
relativos a categoria Concepções (mudanças) Propostas pelo
acervo de informações e materiais diversificados. Considere-
Curso. Esses níveis foram definidos com base no referencial
se que os docentes assumem uma postura não-diretiva, sendo
teórico piagetiano apresentado anteriormente e em leituras e
as idéias apresentadas não como verdades, mas explicitando-
releituras dos dados empíricos. Considerando que Piaget
se tratar de postura interpretativa do docente frente aos
construiu a teorização sobre a tomada de consciência com
conceitos e idéias. (NEVADO, CARVALHO E BORDAS
base em experimentos controlados envolvendo crianças e
2006).
adolescentes. E que o presente estudo recai sobre um curso de
formação de professores adultos, no qual cada aluno tem uma
5. FORMAÇÃO DOS TUTORES trajetória diferenciada, para a análise dos níveis de
desenvolvimento serão preservadas as significações mais
A formação dos tutores do PEAD é desenvolvida, segundo gerais de processo de tomada de consciência, porém adaptadas
Ziede e Nevado (2008) privilegiando as dimensões teórico- às situações específicas desse trabalho.
metodológicas e tecnológicas. A partir de 2007, com a criação
do Curso de Especialização em Tutoria (ESPEAD), as Nível I: Consciência apenas inicial das mudanças
formações foram sistematizadas e possibilitaram a realização propostas pelo curso e das condições ou ações de tutoria
de uma formação continuada, de caráter teórico-prático que empregadas para a aplicação dessa proposta.
contempla a realização de seminários e oficinas de formação, Este nível caracteriza o início do curso, quando os tutores
num total de 360 horas. tiveram os primeiros contatos com o plano pedagógico do
Entre essas atividades destacamos: curso, conhecendo a sua proposta e buscando entende-la a
partir dos referencias já construídos em outras situações de
a) oficinas tecnológicas: essas oficinas privilegiam a formação. Como o PEAD propõe mudanças na formação, que
apropriação tecnológica, porém sem que haja uma dissociação
entre a aprendizagem tecnológica e a aprendizagem teórico-
metodológica. Para operacionalizar essa articulação, as maneira coletiva, com grande facilidade e sem requerer que os
oficinas ocorrem como apoio às atividades previstas para a usuários disponham de um servidor próprio para a publicação”
apropriação teórico-metodológica. Nessas oficinas foram 4
aprofundados os trabalhos no Rooda 2, Pbworks 3, Blogs 4 No decorrer do curso, as professoras-alunas começaram a
usar o blog como “Porfólio de Aprendizagens”, no qual
relacionam suas práticas com as teorias que estão estudando
no curso. Eles colocam marcadores com as interdisciplinas e
2
É o ambiente oficial do curso através do qual se efetiva as os colegas, tutores e professores, comentam, criando-se,
matriculas de cada semestre do curso, onde são mantidos os assim, uma rede de interações.
webfólios das professoras-alunas e através do qual se efetivam
5
as principais notificações as professoras-alunas, usando o e- É um software usado para vídeo conferência, no qual o
mail interno. Esse ambiente tem funcionalidades síncronas e PEAD criou salas por pólos que todos podem usar, a partir de
assíncronas que visam facilitar a interação, a comunicação horário agendado. Normalmente usamos de modo síncrono e
entre os participantes e o uso integrado dos diferentes não gravamos aulas para depois serem assistidas. Alguns
recursos. docentes do Seminário Integrador usam o Breeze para
reuniões semanais com os tutores. Tem sido um diferencial,
3
De acordo com (ZIEDE ET AL 2008 p.5) o pbworks “é um pois acompanhando essas reuniões, lendo o relatório online
ambiente para construção cooperativa de sites na web, com que fica da salvo da conversa, podemos notar o crescimento
facilidade do grupo. As equipes do polo e da sede estão conseguindo
de acesso e operação, além de possibilitar a interligação de criar estratégias em conjunto para melhor atender as
atividades e informações. “Ele é um sistema do tipo wiki que professoras-alunas.
permite a produção de documentos hipermidiáticos de uma

164
perpassam, desde as concepções de currículo até as formas T24 Webfólio1/11/2007 A cada dia há uma aprendizagem
interativas de atuação dos tutores, os momentos iniciais significativa através da interação entre tutor e aluno, é
caracterizam-se pelo predomínio de assimilações deformantes muito gratificante, pois evoluo profissionalmente e
dessas mudanças propostas. Ainda que o curso proponha uma pessoalmente. Enfim percebo que houve constante
série de mudanças, apresentadas anteriormente, a análise da aprendizado, tanto das tecnologias como no
tomada de consciência enfocará as mudanças de concepção aprofundamento teórico, grandes avanços no uso das
transmissivas para as construtivas e sobre o papel da interação tecnologias pelas professoras-alunas, tanto veteranas
na construção de comunidades de aprendizagem. As quanto novatas (estas mais ainda), o que proporcionou um
indiferenciações iniciais podem ser exemplificadas pelos maior tempo disponível para os tutores de polo
extratos a seguir: acompanharem os trabalhos que foram postados no
ambiente ROODA.
T52 Diário de Bordo 05/11/2006 Não troco muitas T25 Porfólio das Aprendizagens 08/10/2007 Passado
informações com os tutores de outras interdisciplinas, praticamente um ano, desta nova caminhada, me pego às
apenas em momentos que preciso saber do andamento de vezes um tanto deslumbrada, com o quanto de
algum aluno que está sumido, que não tem publicado conhecimento tenho adquirido. Chego em casa, e assim
trabalhos nos ambientes requisitados. como as crianças, nossas professoras-alunas, tenho
necessidade de mostrar o novo, o que aprendi, o que
O tutor T52 estava trabalhando, mas não compreendendo a estamos estudando. Têm sido um trabalho, ou melhor, uma
importância das trocas entre os tutores no curso. Ele relata que grande aprendizagem diária, com colegas tutores,
só fazia trocas quando precisava de informações sobre alguma docentes e professoras-alunas. É só olhar um pouquinho
professora-aluna. 6 para trás e posso perceber, assim como na vida das
Também o tutor T35 demonstra incompreensões relativas ao professoras-alunas, as mudanças que o PEAD, me trouxe.
uso da metodologia, conforme observamos na interação a
seguir: Nos extratos T24 e T25 os tutores relatam as aprendizagens
tanto suas quanto das professoras-alunas. Os tutores sentem-se
T35 Webfólio 08/11/2006 Olá, ao revisar o seu webfólio recompensados ao perceber esse processo, pois percebem que
observei que não se ateve ao que foi pedido. Você apenas tiveram uma função importante nessa construção. Contudo,
mencionou que a pessoa é professora, mas faltou para que ocorram avanços na transposição dessa representação
caracterizá-la como professora. Precisa, além disso, tentar para a prática, que é a Tomada de Consciência, faz-se
estabelecer alguma relação com a teoria. Por isso, terá um necessária a mediação dos docentes, colegas e das
novo prazo para refazer a atividade e postar até o dia 24 professoras-alunas. Eles facilitaram o contato com o objeto de
(5ª-feira). Qualquer dúvida é só me escrever. Abraços conhecimento de modo intencional e significativo,
mobilizando-o para a ação e a reflexão da ação. Os retornos
O tutor T35, ao solicitar uma revisão da atividade, deixa de dos docentes e das professoras-alunas criam perturbações que
propor a aluna uma reflexão sobre a escrita postada no levam os tutores a reflexão e tomadas de consciência das
ambiente. O caráter incisivo da intervenção, ao “mandar lacunas nos estudos teóricos que sustentam a compreensão das
refazer” mostra as indiferenciações iniciais, pois o curso propostas do curso:
propõe que as intervenções tenham por finalidade incentivar a
reconstrução de uma maneira acolhedora e desafiadora, não T39 Pbwiki 05/08/2008 Dei-me conta, mais uma vez, do
autoritária. quanto me falta embasamento teórico, do quanto já
estudei, ou melhor, “vi” sobre diferentes autores,
Nível II: Avanços na consciência das mudanças nas diferentes estudiosos, porém, ao valer-me de algum
ações de tutoria envolvidas nas propostas do curso e fundamento colocado pelo mesmo, percebo o quão frágil
são os meus saberes. Preciso me “puxar” mais, muito
das ações empregadas na sua aplicação.
mais. Estão sendo muito proveitosas as aulas presenciais
Esse segundo nível evidencia-se mais claramente a partir do
que estamos tendo do ESPEAD, em especial, o estudo dos
segundo e terceiro eixo do PEAD. Com as primeiras
textos, sabiamente escolhidos pelos docentes.
descobertas ou tomadas de consciência das mudanças
T48 Lista de Discussão 05/07/2008 Agradeço ao PEAD,
propostas pelo curso, a atenção dos tutores passa a concentrar-
aos docentes e colegas tutores pelas aprendizagens desse
se nos meios empregados, ou seja, em como “pode ser feito”
semestre. Percebi que eu tinha uma concepção de
(como formar uma comunidade virtual, ou a maneira de
educação conteudista, pela qual o professor "transmite" o
propor as atividades para as professoras-alunas). Com as
conhecimento. As aulas do ESPEAD, a tutoria e a
experiências desenvolvidas e refletidas na formação
convivência com os colegas do PEAD me mostraram outra
continuada, os tutores passam a discutir com os colegas as
forma de educação, na qual o tempo necessário para as
concepções de desenvolvimento e aprendizagem e a compará-
dúvidas temporárias e certezas provisórias é valorizado,
las com outros cursos conhecidos ou mesmo em cursos no
na qual a educação realmente é tratada como processo, e
quais já havia trabalho. Esses avanços na compreensão da
não como resultado. Obrigada, e boas férias!
proposta do curso conduzem a mudanças nas ações de tutoria
na direção de um maior acolhimento das manifestações das
alunas, ao mesmo tempo em que incentivam a reflexão e Nos extratos T39 e T48, vemos a compreensão que o tutor
reorganização das aprendizagens. T48 mostrou no decorrer do curso, pois, quando ingressou,
Os êxitos são anunciados como recados nos blogs, discussões pensava que o PEAD seria desenvolvido dentro de um modelo
nos fóruns e/ou mensagens na lista, como mostra o exemplo: instrucionista, baseado em apostilas com conteúdos
estabelecidos e não modificáveis desenvolvidas por
professores conteudistas. Esse tutor, no decorrer do processo
percebeu que o curso é baseado nas interações com os
6
Utilizamos o termo professoras-alunas, pois 95% das docentes, colegas e professoras-alunas, mostrando ter tomado
participantes do curso são mulheres

165
consciência de importantes características interativas do permitem o termo matemático, já que venho desta área) e,
PEAD. ao mesmo tempo, uma felicidade por estar pensando e
discutindo o aprendizado. Vejo no EAD uma ótima
T33 Diário de Bordo. 26/08/07 Especialmente na relação oportunidade de estar buscando o pensamento do aluno.
com as alunas aprendi muito nesse semestre, o que fez com Nesta metodologia \'não há\' o contato presencial com o
que eu mais me apaixonasse pela EAD e pelas professoras- aluno e, por isso, criasse uma maior necessidade do
alunas do polo, respeitando e admirando cada uma, com entendimento do que foi pensado, das hipóteses que foram
seu jeito e sabedoria singulares. Tive retornos preciosos de levantadas.
alunas, entendi e acolhi momentos de estresse e
sobrecarga de outras, que depois riam abraçadas a mim, Os tutores são solicitados a realizarem reflexões sobre as suas
pedindo outros retornos e discussões e valorizando as atuações dentro do curso, visando uma constante
trocas realizadas entre nós. ressignificação da função de tutoria no PEAD, o que favorece
T39 Pbwiki 05/03/2008 Conclui, de um modo ainda o avanço do processo de tomada de consciência permitindo as
provisório, mas bastante surpreendente para mim, o compensações das perturbações que levam a um novo patamar
quanto estar à distância (ou perto apenas através da rede) de tomada de consciência.
não impede que se estabeleça o mesmo tipo relação
significativa em termos de aprendizagem. Relações estas Nível III: Consciência das mudanças nas ações de
pautadas pela cooperação, pelo afeto e pelo respeito tutoria proposta pelo curso.
mútuo. Neste terceiro nível, evidenciado com maior ênfase a partir do
final do terceiro e quarto eixo. Ainda que não possamos
Os tutores T33 e T39 relatam a importância da afetividade afirmar que todos os tutores alcançaram esse nível,
com as professoras-alunas. É fundamental, no curso, que observamos que a maioria dos tutores passou a elaborar as
existam a cumplicidade e o respeito mútuo. O número de hipóteses e antecipações que dirigem as suas ações de tutoria.
tutores no PEAD é maior do que em alguns cursos, pois o A realização de novas operações sobre as operações anteriores
objetivo é a interação entre tutores, professoras-alunas e possibilita que a conceituação ultrapasse a ação e passe a
docentes. Muitas vezes, os tutores escutam queixas das dirigi-la. Os tutores reconstroem os seus conceitos de tutoria
professoras-alunas sobre a falta de tempo ou as dificuldades no âmbito das propostas do PEAD, como podemos ver a
tecnológicas para realizarem as atividades, e então conversam, seguir:
incentivam e procuram auxiliar na organização do tempo
dessas professoras-alunas. Essa escuta oferecida pelos tutores T45 Diário de bordo 24/03/2007- [...] Ao ler os webfólios
apresentou um impacto importante sobre as alunas que de cada colega, pude perceber as diversas concepções,
apontaram essas interações como aspecto facilitador das linhas de pensamento e preocupações com a atividade da
aprendizagens. tutoria, o que é muito importante que possamos discutir e
refletir. [...] as reuniões de tutores e professores são
T15 Pbwiki 06/11/2006 Estive pensando em criar um freqüentes, o que possibilita maior integração,
fórum para a disciplina Seminário Integrador, para que conhecimento, aproximação e compromisso no trabalho
haja um debate constante entre os tutores dos outros polos. realizado. São perceptíveis os ganhos ao final de cada
Na reunião de ontem percebi que apesar de trabalharem reunião.
de forma um pouco diferente, todos os tutores T15 Pbwiki 05/07/2007 Desde que comecei a tutoria
desenvolveram também similaridades, portanto, acho que acredito que progredi muito no meu trabalho. Estou mais
essa troca poderá trazer bons resultados. Quando terminar organizada, pois tenho sempre em dia meu diário de
minha apresentação, criarei o fórum. bordo. [...] Acredito que esse possa ser considerado meu
maior avanço. Também aprendi a importância de
Os sujeitos, nesse momento, passam a ver novas parabenizar às alunas quando tudo vai bem, quando tudo
possibilidades de ação. Na fala do tutor, podemos perceber está no prazo. Isso faz com que as alunas se sintam bem
que ele estava preocupado em criar condições para novas acompanhas. Mas acredito que o maior trunfo do trabalho
trocas com o grupo. Nesse momento, as iniciativas de realizado é a resposta rápida que dou as professoras-
compartilhamento são alargadas, apontando para um avanço alunas. Tanto por e-mail quanto nas intervenções
na formação da comunidade de aprendizagem. realizadas nos webfólios individuais. Tenho notado que as
professoras-alunas gostam muito disso e freqüentemente
T10 Fórum 15/04/2007 [...] acho imprescindível os tem-me parabenizado pelo rápido atendimento e atenção.
encontros entre tutores Polo x Sede, pois qual o melhor
lugar para colocar nossas dúvidas, angústias, incertezas e Os tutores mostram uma maior compreensão da idéia de
vitórias, do que com as colegas que também estão comunidades de aprendizagem, o que é também refletido nas
passando pela mesma experiência? Penso que essa suas atuações como professores, nas escolas.
interação só nos fará crescer e nos facilitará no
andamento das atividades, o que conseqüentemente T25 Portfólio de Aprendizagem 02/12/2007 Aproveito
refletirá no nosso aluno, pois vivenciamos de perto todas este espaço para socializar dois blogs que tenho utilizado
as suas dificuldades e angústias, tendo assim, condições de com o professores da minha Escola. O Blog A da turma de
fazer um melhor acompanhamento durante suas II ano do I Ciclo é uma ferramenta utilizada semanalmente
aprendizagens. [...] Acompanhar este processo tão pelos professores no laboratório de informática, pois é um
complexo quanto o do ensino a distância torna, realmente, espaço destinado a links, imagens e jogos que se
a tarefa de tutor difícil, porém, prazerosa e de grandes relacionam aos conteúdos que estão sendo trabalhados nos
conquistas. projetos de aprendizagem que desenvolvo com a turma. O
T26 Fórum 14/03/2007 No meu caso, as dúvidas superam Blog B é um espaço de registro do trabalho que tenho
as certezas! Sinto uma angustia incomensurável (se me realizado junto a um grupo de alunos desta escola. É um

166
blog que está em construção, mas que já possibilita
visualizar algumas ações que este grupo tem feito na T35 Fórum 06/01/2008 Como alguns colegas colocaram,
escola. o curso está acontecendo e as mudanças estão surgindo. O
que era mais angustiante e preocupante no início foi aos
O tutor T25 mostra uma melhor compreensão das propostas poucos dando lugar a outras questões. Vivemos no início
de mudança de paradigma que o curso está propondo, pois, uma grande angústia com a apropriação tecnológica por
além de trabalhar no polo com as professoras-alunas, está parte de algumas professoras-alunas e até conosco. Hoje,
usando a tecnologia na escola em que atua como docente. nossas professoras-alunas já estão mais independentes e
Podemos ver, por esta e por outras falas, que os tutores do buscando meios de se superarem. Alguns que achavam que
curso estão construindo uma comunidade de aprendizagem a internet nunca chegaria até eles, já foram buscá-la. Hoje
mediada pelas tecnologias. Muitos tutores trabalham em vivemos um momento de busca da melhoria na qualidade
escolas municipais e estaduais, sendo assim, além do grupo de do que estamos desenvolvendo no curso, isto está presente
professoras-alunas que participam do PEAD, o trabalho em cada semestre que se inicia. Tanto para o que está
estende-se a outras escolas nas quais os tutores trabalham. sendo proposto para nossas professoras-alunas, quanto
para a nossa prática..
Paulo Freire diz que: “[...] por isso que, na formação
permanente dos professores, o momento fundamental é o Neste extrato T35 podemos perceber a tomada de consciência
da reflexão crítica sobre a prática. É pensando do tutor, comparando o momento inicial do curso com o atual.
criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode A evolução dos tutores no nível III é percebida nas falas, nas
melhorar a próxima prática”. ações e nas interações com as professoras-alunas, o que se dá
dentro da idéia de fomentar a construção-reconstrução do
Nessa fase há uma tomada de consciência das coordenações conhecimento. A criação do Curso de Especialização foi
internas das ações necessárias à tomada de consciência das muito importante para os tutores, pois nesse espaço tiveram a
propriedades menos imediatas do objeto. Quando o sujeito possibilidade de discutir teoria e prática com os colegas, o que
toma consciência das suas ações, ele constrói novas maneiras os deixou mais seguros na sua atuação. Percebendo muitas
de interpretar os conteúdos e de resolver problemas. Ou seja, vezes que a sua dificuldade é a mesma da do colega e
os tutores não se limitavam à tomada de consciência da ação descobrindo na interação com o grupo que podem ser criadas
material, mas chegavam à consciência dos problemas a serem estratégias para contornar essas dificuldades.
resolvidos. Essas ações produzem novidades, possibilitando
ao indivíduo estabelecer relações até então inexistentes para T29 Pbwki 3/09/2007: Como tutor do polo C. sempre
ele. Essas relações, porém, dão-se num plano individual, realizei minhas tarefas com empenho e dedicação,
interno. Não dependem de um processo de repetição, mas procurando estabelecer vínculos não só com as
dependem da busca e das oportunidades para que o sujeito professoras-alunas, mas também como minhas colegas e
tenha uma ampla gama de conhecimentos sobre os quais possa com os tutores de sede – com quem hoje constituímos uma
aplicar suas estruturas, resultantes de abstrações reflexivas verdadeira equipe de trabalho e, ao mesmo tempo, uma
previamente realizadas. Nesse nível, os tutores demonstram grande comunidade de aprendizagem. Na atividade de
muitos avanços na compreensão da proposta do curso. tutoria, estamos continuamente aprendendo, repensando
nossas práticas e refazendo o caminho que se constrói
T40 Lista de discussão 31/03/2008 Olá, Prof. e T30!Bom, conforme vai se fazendo.
achei legal a atividade. Acredito que se pode dizer que ela
pode ser continuada, ou melhor, pode ser aproveitada a T1 Pbwiki 08/07/2008 Por esse ser um projeto pioneiro na
cada semestre pra que cada aluno se organize e trace suas universidade e a maioria de nossos colegas nunca terem
estratégias de aprendizagem. Pelo que circulou na lista trabalhado com educação a distância antes parece-me sim
(agendas, tabelas), eles estão se organizando nessa que estamos construindo algo, mas não se este seria termo
direção, o que é muito bom. Naquele exemplo da atividade apropriado. Talvez um espaço/comunidade de trocas
três, seria legal mudar de "Vais aprender?" para "Vou teórico-práticas de aprendizagem da tutoria. Com certeza!
aprender", assim como nas demais questões, no sentido do No início minhas intervenções eram extensas, pois pensava
sujeito com ele mesmo e não com o outro, com o externo, que devia contemplar todas as questões. Fui
no sentido de uma autonomia do sujeito. compreendendo que a aprendizagem é um processo, aonde
vamos questionando, mas sem sufocar as alunas com
No extrato T40 o tutor sugere à colega e ao professor do perguntas.
Seminário Integrador mudanças no material, para que fique
dentro da proposta do curso, evidenciando, assim, um melhor Nos extratos T29 e T1, os tutores destacam a importância do
entendimento dessa proposta. estabelecimento de vínculos com os colegas. Referem-se à
construção de uma comunidade de trocas, na qual todos
Segundo Becker (1993, p. 18), a experiência efetiva entraram sem experiência e estão construindo, juntos, a função
mostra-se fundamental para a experiência mental, ou de tutores. De acordo com Piaget (1982), não existem estados
seja, o fazer é condição para compreendê-lo e o afetivos sem elementos cognitivos, assim como não existem
conceituar. comportamentos simplesmente cognitivos.
O comprometimento e a interação com o outro leva o tutor a
Conforme Piaget (1978), fazer é compreender em ação certa ter afetividade com o que faz, seja na relação com as
situação e generalizar essa compreensão a outras ações, até professoras-alunas ou com os colegas. Para Piaget, a
que seja possível resolver os problemas dos “porquês” e dos afetividade é o motor do desenvolvimento cognitivo, em que
“como” das ligações constatadas e utilizadas na ação, levando um depende do outro. Os extratos a seguir evidenciam a
a nova compreensão. participação dos tutores para a construção da comunidade
virtual de aprendizagem que faz parte da concepção do curso.

167
propostas do curso, pois as reconstruções são ilimitadas, mas
Como afirma Castells (1999), nas comunidades virtuais marcam um patamar de tomada de consciência que permite
também "constroem-se afinidades, parcerias e alianças conceituar essas mudanças e apoiar as ações de tutoria dentro
intelectuais, sentimentos de amizade e outros, que se das propostas do PEAD.
desenvolvem nos grupos de interação, da mesma forma como É também importante esclarecer que nem todos os tutores
acontece entre pessoas que se encontram fisicamente para apresentaram registros característicos desse nível de
conversar”. consciência das mudanças. No entanto, a partir da leitura
exaustiva dos registros postados nos ambientes, podemos
T38 SGQ 18/12/2007 Acredito que estamos construindo apontar que os tutores, no final do quarto eixo de curso,
uma comunidade virtual de aprendizagem. Vejo que apresentam falas e ações de tutoria compatíveis com os níveis
estamos mais unidos a cada dia, justamente por estarmos II e III, predominando características desse último nível.
fazendo parte de um grupo desde o início do curso, vejo
que as trocas, os aprendizados, as sugestões entre tutores 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
estejam muito mais apuradas a cada dia. As condutas cognitivas e ações de tutoria apresentadas pelos
T29 SGQ 18/12/2007 Com certeza estou participando sujeitos da pesquisa permitiram identificar níveis do processo
ativamente da comunidade, pois através da interação nos de tomada de consciência na compreensão das mudanças
diversos ambientes virtuais: babe-papo, MSN, blogs, propostas pelo modelo interativo de curso.
pbwikis, etc., tenho a oportunidade de auxiliar professoras O acompanhamento dos tutores, desde o período de
alunas e colegas, bem como aprender com os mesmos. É preparação até o final do IV eixo evidenciou a existência de
uma troca virtual constante. um processo evolutivo de tomadas de consciência construção
da função de tutoria, ainda que se observe que os tutores
A compreensão de importantes mudanças propostas pelo apresentaram graus diferenciados nas três categorias
PEAD, como a articulação entre teoria e prática envolvida na analisadas. O conceito de “tomada de consciência”, no estudo
proposta de construção, é compreendida também na sua realizado, perpassa um conjunto de análises, adquirindo
dimensão ética. Os tutores T38 e T29, como podemos ver nos grande importância, pois oferece os meios para se
dois extratos, tomam consciência de princípios norteadores do compreender a maneira como os tutores envolvidos no estudo
curso e das reconstruções na compreensão da tutoria: conseguem evoluir na construção de outras perspectivas de
ação na formação de professores.
Aprendizagem 16/012/2007: Olá pessoal! Teoria e
prática [...] O papel da formação, nesse caso, é auxiliar Na Categoria compreensão das mudanças propostas pelo
que os sujeitos (no caso, os professores que estão cursando curso, nos momentos iniciais, os tutores situavam-se, na sua
o PEAD) dêem sentidos às suas práticas, compreendendo maior parte, no nível I, no entanto, alguns tutores já
tanto a historicidade do que estão produzindo (ou pondo apresentavam registros de atividades que indicavam tomadas
em circulação) em termos de atos pedagógicos quanto que de consciência em nível II. Como o curso era novo e previa
possam poder realizar escolhas éticas. Por que digo isso? uma interação diferenciada com o intuito de Formação de
Ora, pois há escolhas éticas ao, por exemplo, escolher não Comunidades de Aprendizagem, a maioria dos tutores ainda
praticar uma educação bancária (para lembrar Paulo não tinha consciência das ações envolvidas nessa forma de
Freire) e sim uma educação que valorize os saberes e trabalho. As trocas com os colegas ainda mostravam-se
conhecimentos dos educandos, valorizando justamente as incipientes e as ações de tutoria apresentavam, em grande
suas práticas [...] parte, um caráter instrucionista e de baixo acolhimento das
T29 Diário de Bordo 05/011/2007 Para mim está sendo falhas e inseguranças iniciais das alunas.
muito importante e interessante trabalhar com as No decorrer do curso, a maior parte dos tutores apresenta
professoras-alunas, em sua maioria, neste curso, desde a produções e interações que caracterizam a transição dos níveis
nossa preparação no curso até o efetivo exercício do II e III de tomada de consciência. Em alguns extratos, os
mesmo. Vejo que desde o primeiro encontro presencial as tutores relatam que, quando entraram no curso, pensaram que
alunas têm aprendido várias coisas "novas", muitas delas era “mais um” curso a distância. No decorrer do trabalho, os
não tinham costume de utilizar a internet, tanto na vida tutores tomaram consciência dessas características do curso
pessoal quanto profissional, e elas foram aos poucos se baseado no modelo construtivista, pouco adotado na maioria
tornando "cidadãs digitais" podendo ter acesso a todo este das instituições. Também são identificadas nas suas reflexões
mundo tecnológico, fazendo seu e-mail, blog etc. Após esta e intervenções, condutas características do nível III de tomada
inserção neste mundo da tecnologia, estas alunas poderão de consciência, o que evidencia um processo evolutivo no
trabalhar com seus alunos em sala de aula, fazendo sua sentido da compreensão da proposta interativa e
prática mais diversificada metodologicamente. problematizadora do PEAD.
Nesse nível, as ações de tutoria passaram, gradualmente, a
Quando o sujeito toma consciência das suas ações, ele caracterizar-se por intervenções problematizadoras que
constrói novas formas de interpretar os conteúdos e resolver incentivam a discussão de idéias e a reflexão, ao mesmo
problemas. Essas ações produzem novidades, ou seja, tempo em que oferecem novas fontes de informação para
possibilitam ao indivíduo estabelecer relações até então amparar as reconstruções das alunas.
inexistentes para ele. Essas relações, porém, dão-se num plano A maior parte dos tutores realizou sistematicamente
individual, interno. Não dependem de um processo de intervenções que desafiaram as alunas-professoras na direção
repetição, mas dependem da qualidade das interações, da da auto-análise e teorização das suas práticas, bem como
busca e das oportunidades para que o sujeito tenha uma ampla apresentaram maior facilidade no apoio ao processo de
gama de conhecimentos sobre os quais aplicarem suas reconstrução. Nesse estudo, os relatos dos tutores mostram
estruturas, resultantes de abstrações reflexivas previamente que é somente no decorrer da prática da tutoria e de sua
realizadas. Esse último nível (nível III), definido nesse estudo, análise que ocorrem as tomadas de consciência. O grupo de
não significa uma finalização das tomadas de consciência das tutores destaca, ainda, a importância do vínculo e da troca
com seus colegas e docentes para o fortalecimento da

168
comunidade de aprendizagem no curso e também em outros [18] Ziede, M.L; Nevado, R. A. de. 2008. A Formação
espaços de docência. Continuada dos Tutores do Curso de Pedagogia a Distância no
modelo de comunidades de Aprendizagem
<http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2008/artigos/3a_marian
REFERÊNCIAS i gela.pdf>
[1] Becker, Fernando. 1993. Ensino e construção do
conhecimento: o processo de abstração reflexionante.
Educação e Realidade, Porto Alegre, RS, v. 18, n. 1, p. 43-5.

[2] Bogdan, R.; Biklen, S. Investigação qualitativa em i


educação. Portugal: Porto Editora, 1994. Este artigo é parte da dissertação de mestrado intitulada: A
Construção da Função dos Tutores no Âmbito do Curso de
[3] Castells, Manuel 1999. A sociedade em rede. São Paulo: Graduação em Pedagogia na modalidade a Distância da
Paz e Terra. Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul_ Porto Alegre_ RS 2008. Orientadora: Profª
[4] Carvalho, M. J. S., Nevado, R. A., Menezes, C. S. 2005
Drª Rosane Aragón de Nevado.
Arquiteturas Pedagógicas para educação a distância:
concepções e suporte telemático. Anais do XVI Simpósio
Brasileiro de Informática na Educação, Juiz de Fora - MG –
Brasil.
[5] Freire, P. 1996 Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.
(Coleção Leitura).

[6] Nevado, R. A. de, A. Maraschin, C. 1992. O


desenvolvimento cognitivo de crianças com necessidades
especiais em interação com o ambiente LOGO. Psicologia.
Reflexão e Crítica, POA, RS, v. 5, n. 1, p. 101-122.

[7] Nevado, R. A., C. S. Menezes, Carvalho, M. J. S. 2006a


Educação a distância mediada pela Internet: uma abordagem
interdisciplinar na formação docente. RENOTE, v.4, n.2

[8] Nevado, R. A., Carvalho, M. J. S; Bordas, M. C.


Licenciatura em Pedagogia a Distância: Anos Iniciais do
Ensino Fundamental - Guia do Professor. Porto Alegre:
PEAD/UFRGS. 2006

[9] Preti, Oreste 1996 Educação a Distância: uma prática


educativa mediada e mediatizadora. Cuiabá: Ed UFMT,

[10] (org.) 1996 Educação a Distância: inícios e indícios de


um percurso. Cuiabá: Ed UFMT,
[11] Peters, Otto. 2004 A educação a distância em transição:
tendências e desafios. Trad. Leila Ferreira de Souza Mendes.
São Leopoldo, RS: Ed. Unisinos.
[12] Piaget, J. l972 Psicologia e Epistemologia - Para uma
Teoria do Conhecimento. Lisboa, D.Quixote

[13] 1974 A Tomada de consciência. São Paulo: Editora


Melhoramentos.

[14] 1977 Psicologia da inteligência. Rio de Janeiro: Zahar.


[15] 1978 Fazer e compreender. São Paulo: Editora
Melhoramentos.

[16] 1982 Psicologia e Pedagogia Rio de Janeiro: Editora


Forense–Universitária,

[17] Ziede, M.L, Charczuk, S.B., Nevado, R.A., Menezes, C.


S. 2008. Construção de redes virtuais de aprendizagem
utilizando o pbwiki: o caso de um curso de pedagogia a
distância. Anais do XIX Simpósio Brasileiro de Informática
na Educação-workshops. Pág. 1 – 10.

169
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

APRENDIZADO A DISTÂNCIA POR MEIO DA TELEVISÃO


DIGITAL
Leonardo E. Schimmelpfeng, Vânia C. P. N. Valente
Universidade Estadual Paulista
Brasil
leoenricos@hotmail.com, vania@faac.unesp.br

RESUMO Manuel Castells determina em sua obra A Sociedade em Rede, o


A TV Digital até 2012 deve, de acordo com a legislação nacional, paradigma atual de que as tecnologias digitais (como a internet,
ser adotada como sistema padrão de transmissão televisiva no telefones celulares, dispositivos móveis, transmissões digitais via
Brasil. Esse sistema permite alta definição de som e imagem e wireless e fibra ótica) interligadas em redes são os objetos
recursos como multiprogramação, interatividade e mobilidade. responsáveis por mediar a transmissão de informações e encadear
Esta tecnologia potencializa os processos de t-Learning, O as diretrizes dessa nova estrutura social promovendo o fluxo de
aprendizado não presencial, ao poder aproveitar os recursos mensagens e imagens:
oferecidos para trabalhar novas linguagens e formatos que Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades e
otimizem e transformem os processos de t-Learning e m-Learning a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a
na televisão digital interativa em um recurso importantíssimo para operação e os resultados dos processos produtivos e de
a popularização do aprendizado a distancia, conferindo a este uma experiência, poder e cultura. [...] Eu afirmaria que essa lógica de
nova dinâmica e a possibilidade da produção de uma programação redes gera uma determinação social em nível mais alto que a dos
eficiente e qualificada. interesses sociais específicos expressos por meio das redes: o
poder dos fluxos é mais importante que os fluxos do poder. A
Palavras-chave presença na rede ou a ausência dela e a dinâmica de cada rede em
m-Learning, Televisão Digital Interativa, t-Learning,usabilidade. relação às outras são fontes cruciais de dominação e
transformação de nossa sociedade: uma sociedade que, portanto,
podemos apropriadamente chamar de sociedade em rede,
1. INTRODUÇÃO caracterizada pela primazia da morfologia social sobre a ação
Os processos surgidos com as novas Tecnologias da Informação e social (CASTELLS, 1999, p. 565).
Comunicação (TIC) dentro de áreas como a informática e a
microinformática, a genética, o setor eletrônico e de As novas tecnologias também alteraram nossa percepção de tempo
telecomunicações, configuraram um novo paradigma social e espaço. Se antes tínhamos esses dois conceitos bem
pautado no modelo de economia tecnológica e do conhecimento determinados em nosso cotidiano, sabendo dividir o tempo e o
denominado “Sociedade da Informação”. Segundo o Livro Verde espaço de nossas atividades (trabalho, lazer, alimentação etc),
da Sociedade da Informação no Brasil, “A sociedade da atualmente eles se misturam e determinam novas percepções e
informação é o fundamento de novas formas de organização e de confluências em nossa rotina. Para Muniz Sodré a experiência
produção em escala mundial, redefinindo a inserção dos países na habitual do tempo modificou-se profundamente:
sociedade internacional e no sistema econômico mundial. Tem Hoje, num mundo conectado em rede, modifica-se profundamente
também, como conseqüência, o surgimento de novas demandas a experiência habitual do tempo, a da ordem temporal sucessiva,
dirigidas ao Poder Público no que respeita ao seu próprio dando lugar à simultaneidade e à hibridização. Virtualmente
funcionamento” (TAKAHASHI, 2000, p.V). conectados a todos os outros, cada indivíduo pode ser alcançado.
Pesquisadores e acadêmicos se esforçam para criar modelos e Interligados, tempo e espaço, como demonstra a física
sugestões que promovam a difusão e o acesso das TIC à toda a relativística, tornam-se elásticos: aumentada a velocidade, dilata-
sociedade para que estas sejam incorporadas de maneira ampla e se o tempo. Istoé precisamente o tempo real, ou seja, a abolição
democrática, enfatizando iniciativas que levem ao domínio dessas das distancias, dos prazos, assim com dos tempos mortos (a
tecnologias por parte dos usuários, além da exploração em favor reciclagem do ócio pelo sistema de informação), pelos
de produção e difusão do conhecimento. dispositivos técnicos integrados em nossa ambiência cotidiana.
(SODRÉ, 2009, p.29)

Schimmelpfeng, Leonardo., Valente, Vânia . (2010). Aprendizado a Distância por meio


da Televisão Digital. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática
Educativa, Volumen 1, pp 170-173, Santiago de Chile.

170
A Sociedade da Informação demanda proporcionar novas formas segmento - que é a configuração de multiprogramação e
de interação que passam a fazer parte de comportamentos portabilidade (GELONEZE, 201, p.51).
relativos ao trabalho, ao conhecimento, aos meios de informação e
Com isso o ISDB-TB permite que as emissoras possam utilizar
entretenimento e até mesmo ao modo de se relacionar em
um canal em definição Full HD (1080 linhas) ou trabalhar de
comunidade. O meio virtual passa a ser determinante em nosso
maneira segmentada, oferecendo até três canais em Standand
cotidiano modificando de uma maneira irreversível toda a
Definition - SD, aumentando as opções de programação,
sociedade.
trabalhando ainda com a disponibilização de um canal voltado à
transmissão aos dispositivos móveis e portáteis.
2. A TV DIGITAL E O INTEGRATED
SERVICES DIGITAL BROADCASTING 3. T-LEARNING, M-LEARNING E
TERRESTRIAL - ISDB-TB INTEGRAÇÃO VIA CROSSMEDIA
No ano de 2006 o Ministério das Telecomunicações brasileiro dá Uma das áreas que deve ser prioritária dentro do desenvolvimento
largada para a implantação do sistema de Televisão Digital no de políticas públicas e tecnologias na área de televisão digital é a
Brasil, regulamentado no decreto-lei 5.820. Assim surge o educação. Segundo, apud (2009), os modelos baseados em
Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial - ISDB-TB. A processos convencionais de televisão educativa (T-learning) não
evolução do sistema e o desenvolvimento de novas tecnologias incorporam, de forma satisfatória, os novos instrumentos de
trouxe à América Latina um momento ímpar em relação a interatividade. Modelos baseados em internet (E-learning)
integração de plataformas de transmissão. O padrão escolhido foi tampouco se aplicam integralmente às especificidades da
o japonês (ISDB-T), associado à tecnologia de recepção radiodifusão.
desenvolvida pelo Brasil - o middleware “Ginga”. Com sua
evolução o Brasil ganha espaço dentro do cenário latino Para o pesquisador, nota-se, por exemplo, que os formatos
americano de telecomunicações e o ISDB-TB é adotado por educativos tradicionais de televisão, como vídeo-aulas,
inúmeros países. Atualmente, além do Brasil, nove países transmissão de palestras, conferências, debates e telecursos,
adotaram o sistema: Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, oferecem instrumentos limitados para a participação dos
Costa Rica e Paraguai. As Filipinas anunciaram no dia 11 de telespectadores, geralmente com estímulo ao envio de perguntas e
junho ter adotado o padrão ISDB-TB e, no dia 5 de julho a comentários via telefone ou email, de forma dissociada do próprio
Bolívia também aderiu ao sistema, totalizando uma estimativa de canal de transmissão audiovisual e com controle centralizado
550 milhões de usuários. sobre as possibilidades de sua retransmissão.

Esse intercâmbio é de extrema importância para o Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA’s) difundidos na
desenvolvimento do sistema, pois promove o aprimoramento de Internet também são colocados como uma opção restrita. Para os
tecnologias, políticas públicas, conteúdos, interfaces, modelos de pesquisadores Koos Baas, Joop van den Eijnde e Judith Junger, da
negócios e inúmeros outros aspectos que ainda não estão “Open University of the Netherlands, Natural and Technical
delineados dentro do ISDB-TB. A nova configuração permitirá Sciences” o e-Learning, se utilizado de maneira isolada também
que estruturas semelhantes e modelos de produção, transmissão e se torna uma ferramenta ineficaz. Dentre os problemas
recepção televisiva sejam definidos e aplicados de maneira apresentados na pesquisa desses estudiosos são colocados alguns
semelhante nos países que optaram pela adoção deste sistema. problemas: na Internet tem-se algumas incompatibilidades no
tocante à usabilidade devido aos diferentes sistemas operacionais
Dentre as principais características relevantes do o sistema ISDB- e suas configurações distintas; a utilização de estruturas não
TB para este trabalho, podemos destacar os recursos de lineares faz com que muitos usuários acabam se perdendo no
multiprogramação, mobilidade e interatividade. Ao adotar o labirinto de hiperlinks; a linguagem trabalhada nos cursos segue
formato H MPEG-4/H.264, sistema que tem uma alta taxa de premissas da educação tradicional. Percebe-se então que esses
compressão de dados, a intenção foi a de reduzir a utilização da ambientes, apesar de trabalharem com opções interativas, fóruns,
banda, otimizando o aproveitamento do espectro de freqüência. chats dentre outros, ainda não há uma exploração eficaz e
Segundo Fernando Ramos Geloneze, em sua pesquisa “Televisão eficiente de sistemas audiovisuais, infográficos, podcasts e outras
Digital em Dispositivos de Comunicação Portáteis: aplicações que podem ser desenvolvidas pensando-se em uma
Desenvolvimento, características e potencialidades”, uma das linguagem mais dinâmica e atrativa.
características do ISDB/SBTVD é que as tecnologias de
multiprogramação e portabilidade são subdividas em canais de Pensando nas restrições desses dois sistemas, surge uma nova
espectro: possibilidade com a implantação da Televisão Digital Interativa
que traz inúmeras vantagens, como:
Para viabilizar as tecnologias de multiprogramação e
portabilidade, o sistema divide suas transmissões pelos canais do • Multiprogramação - Além da transmissão de imagens
espectro de freqüência em 13 segmentos de envio de dados. Dessa em alta definição e som de qualidade cinematográfica ela também
forma, o sistema pode assumir diferentes arranjos de transmissões permite que os usuários tenham acesso à multiprogramação - na
de dados. Para exemplificar podemos citar formas de arranjos qual uma emissora pode disponibilizar até três canais, quando
como: gerar 1 canal Full HD utilizando 12 segmentos e mais um reduzidas a qualidade de som e imagem. Assim uma emissora
One-SEG utilizando 1 segmento (configurando um arranjo de pode transmitir um canal em High Definition - HD em seu horário
monoprogramação e portabilidade). Ou gerar até 3 canais SD nobre, mas em outros momentos trabalhar em menores definições
utilizando 4 segmentos cada um mais o One-SEG utilizando 1 e disponibilizar também um canal para transmissão de
programação educativa, por exemplo;

171
• Interatividade - Um usuário que conecta o televisor à popularização da plataforma de Televisão digital se dê por meio
internet (diretamente ou por meio do setop Box) e pode enviar e desses dispositivos.
receber dados, além de explorar ferramentas interativas que
O número de serviços e produtos comunicacionais oferecidos para
trazem à televisão uma nova dinâmica da qual o aprendizado a
essa plataforma tende a acompanhar sua expansão. Para os
distância pode ser extremamente privilegiado;
pesquisadores Vítor Medina Cruz, Marcio Ferreira Moreno e Luiz
• Ferramentas de armazenamento e escolha de Fernando Gomes Soares, desenvolvedores do Ginga NCL, as
programação - Vídeo on demand e armazenamento de programas vantagens do sistema brasileiro no tocante às condições de
em disco rígido, podendo uma programação educativa ser vista no transmissão voltada para dispositivos portáteis são evidentes:
momento em que o aluno desejar (on demand), ou “baixar” o
A especificação Ginga-NCL é suficientemente leve para ser
arquivo;
embarcada mesmo em dispositivos portáteis que não foram
• Multiplataformas – por permitir a interatividade e canal direcionados ao uso como receptor de TV. Isso demonstra que seu
de retorno, a televisão interativa pode trabalhar uma programação uso em receptores seguindo a Norma SBTVD-T terá um excelente
educacional em caráter crossmedia, na qual o usuário pode iniciar desempenho. A vantagem da linguagem declarativa NCL frente a
um curso pela transmissão televisiva com interatividade e outras linguagens declarativas, aliada ao poder de expressão de
dinâmica superior aos cursos convencionais; obter complementos Lua e, agora, a comprovada leveza da implementação fazem
e material de apoio pela internet; acessar materiais e antever o acerto da escolha do Ginga-NCL como o padrão
aprofundamentos sob on demand por meio de transmissão brasileiro para dispositivos portáteis [grifo meu] .
televisiva via celular (podendo utilizar o “tempo morto” – no Com perspectivas de um mercado promissor, um serviço de
momento em que está no ônibus ou metrô, por exemplo) para dar qualidade e adesão de inúmeros usuários aos dispositivos
continuidade ao aprendizado. portáteis voltados para a plataforma móvel, a possibilidade de
Todos esses recursos trazem inovadoras perspectivas para o t- levar ao telespectador serviços que tenham em sua essência
Learning, tornando a plataforma de televisão digital interativa em conteúdos voltados para a educação, cidadania e conhecimento
um recurso importantíssimo para a popularização do aprendizado devem ser estudados e colocados em processo de maturação.
a distancia, conferindo a este uma nova dinâmica e a possibilidade Considerando-se um sistema de Televisão que se dedique também
da produção de uma programação eficiente e qualificada. ao conhecimento e cidadania os programas interativos de
Educação a Distancia (EaD), e os de mobile learning (m-
Assim, segundo, o conteúdo de televisão digital difere em seus Learning) devem ser pensados como uma ferramenta de
aspectos audiovisuais do conteúdo de televisão convencional. Sua popularização e consolidação do ensino não presencial
transmissão suporta mais do que imagem e som, incluindo
variados formatos de dados e aplicações, com conteúdo gerado a São inúmeros os desafios encontrados para viabilizar o m-
partir de combinações de vídeo, áudio, texto e animações Learning. Apesar da evolução tecnológica dos dispositivos móveis
interativas que podem ser transmitidas independentemente, com e portáteis (em especial os celulares) nos últimos anos, muitos
ou sem sincronismo, com acionamento controlado pelo usuário e usuários têm dificuldades de usá-las devido às interfaces não
possivelmente conectada a um canal de retorno que permite terem sido re-projetadas para o uso em um produto tão pequeno
comunicação retroativa com a fonte em tempo real. como o celular. Um dos primeiros passos é pensar nas
características técnicas que os dispositivos podem suportar. A
No contexto da televisão digital, essas combinações de produção programação voltada para uma tela reduzida deve ser pensada
midiática com linguagens audiovisuais híbridas têm sido como uma nova linguagem, já que um produto audiovisual
chamadas de objetos de mídia, que fariam parte de aplicações projetado para um televisor não pode ser simplesmente transposto
multimídia baseadas em sincronização temporal e adaptação para uma tela reduzida. Essa transposição compromete conteúdos,
espacial, com oferta de alternativas de exibição. Cabe à linguagem pois interface e usabilidade nesses dispositivos são diferentes das
declarativa o papel de interligar esses conteúdos a partir de uma programadas para a televisão.
estrutura que contemple não apenas associações seqüenciais
lineares entre eles, mas também vínculos, funcionais, baseados em
conexões semânticas e classificações a partir de atributos comuns. Assim, o estudo voltado para o levantamento e otimização da
interface e da usabilidade desses dispositivos, associados às
ferramentas e aplicativos que a Televisão digital Interativa deve
propiciar novos formatos de linguagem e tecnologias, sendo
4. APRENDIZADO COM M-LEARNING extremamente salutar para o desenvolvimento dessa plataforma.
Atualmente os dispositivos móveis e portáteis estão presentes em
nosso cotidiano. Geloneze classifica os dispositivos de 5. USABILIDADE: UM PONTO CHAVE
comunicação portáteis, de acordo com suas principais Atualmente a usabilidade é uma grande preocupação das empresas
características. Seguindo a definição proposta, podemos reunir de tecnologia, entretenimento e comunicação. A sociedade
quatro categorias de dispositivos: os celulares, os PDA (Personal contemporânea tem redefinido as relações de tempo, espaço,
Digital Assistants), os smartphones e os UMPC (Ultra comunicação devido a facilidade de acesso à informação e ao
MobilePersonal Computer). O acesso e a difusão das tecnologias aprendizado proporcionada pelas novas TIC, pela ubiqüidade dos
trouxeram o barateamento e a popularização desses dispositivos, sistemas e as novas formas de interação mobilizadas pela
principalmente de celulares e PDA’s. Com tal grau de tecnologia. Assim tempo e espaço tornam-se cada vez mais
popularização, pode-se inferir que um dos caminhos para a elásticos. Para que essas novas tecnologias sejam difundidas em
grande escala, há a necessidade de que seus usuários tenham

172
domínio pleno dos preceitos básicos de como usá-las e quais são [3] Brennand, E.G.; Lemos, G. Televisão digital interativa:
suas principais ferramentas. A boa usabilidade promove meios reflexões, sistemas e padrões. Vinhedo: Horizonte; São
para que os usuários possam ter o controle das possibilidades que Paulo: Mackenzie, 2007
lhes são oferecidas. [4] Castells, M. A Sociedade em rede: a era da informação:
De maneira geral, os dispositivos tecnológicos digitais apresentam economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
seus conteúdos em estéticas que operam ainda com a forma [5] Cruz, V. M., Moreno, M. F., Soares, L. F. G. TV Digital
aditiva e não expressiva, ou seja, justapõem linguagens de outros Para Dispositivos Portáteis – Middlewares. Relatório
meios passíveis de operarem em um suporte que permite a Técnico; Rio de Janeiro: PUC-Rio –Departamento de
convergência tecnológica e conseqüentemente a inserção de Informática, 2008.
formas expressivas de diferentes meios em uma única plataforma.
[6] Geloneze, F. R. Televisão Digital em Dispositivos
“No que diz respeito ao uso da TV Digital Interativa, a alteração Comunicação Portáteis: Desenvolvimento, Características e
tanto das estruturas de linguagem (produção), quanto de mercado Potencialidades. Dissertação (Mestrado). Faculdade de
(distribuição), são evidentes. De acordo com Rosa (2005, p. 213- Arquitetura, Artes e Comunicação – Universidade Estadual
216), a TV Digital impõe a necessidade de desenvolver sua Paulista“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Bauru, 2010.
linguagem sob duas perspectivas: a linguagem de produção de [7] Guimarães, R.L.; Costa, R.M.R.; Soares, L.F.G. Composer:
conteúdo e a linguagem de uso na qual telespectador/usuário irá authoring tool for iTV programs. In: EUROPEAN
aprender a interagir com a interface. Isso é a usabilidade.” INTERACTIVE TV CONFERENCE, 2008, Salzburg.
[8] Médola, A. S. L. D. ; Teixeira, Lauro H. P. . Televisão
Digital Interativa e o Desafio da Usabilidade para a
6. CONCLUSÃO Comunicação. InTexto, v. 17, p. 1, 2007.
Assim, constata-se a urgência de estudos na área de m-learning
que se adéqüem à plataforma de Televisão Digital Interativa. [9] Cabral, M. S. A .Tempo e Acontecimento. In MORAIS,
Propor referências que possam ser amplamente utilizadas em Osvando José de (Org.) ; Barbosa, Marialva (Org.) ;
cursos a distancia e aprofundamentos que mobilizem o Fernandes, M. (Org.) . Comunicação, Educação e Cultura na
aprendizado devem ser difundidas entre os países que adotaram o Era Digital. 1. ed. São Paulo: Intercom, 2009. v. 1. 421 p.
ISDB-TB. Uma sistematização contínua, em larga escala, [10] Takahashi, Tadao (Org.). Sociedade da informação no Brasil:
desenvolvida de forma integrada e colaborativa deve ser livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia,
articulada para que aja uma evolução rápida, eficaz e eficiente em 2000.
recursos de interface, usabilidade e interatividade, associados a [11] Zhou, W. et al. (Ed.). Advances in Web-based learning. In:
uma dinâmica voltada para a produção de estruturas de conteúdos INTERNATIONALCONFERENCE ICWL’03, 2., 2003,
educativos e formatos de programação que possam desenvolver Melbourne. Proceedings… Berlin: Springer-Verlag, 2003.
aplicações que otimizem e tornem o aprendizado à distancia em (Lecture Notes on Computer Sciences, 2783).
algo agradável, contínuo e prazeroso.
Além disso, pensar e executar projetos que estruturem uma
produção de multiplataformas e crossmedia voltadas para a
educação também deve ser prioridade nas políticas públicas e nos
projetos tecnológicos e educacionais dos centros de referencias e
pesquisa desses países.
Trabalhar a possibilidade do usuário iniciar um curso a distancia
pelo computador, poder galgar sua evolução a qualquer tempo por
meio de canais educativos na televisão (T-learning) e
complementar seus estudos utilizando seu “tempo morto” para ter
acesso a conteúdos via download ou on demand via m-Leraning
são atrativos que colocam o usuário em sintonia com as
multiplataformas e a programação educativa, além de
impulsionarem a popularização e o acesso facilitado ao
aprendizado não presencial.

REFERENCES
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model for the development of web based interactive courses,
Proceedings of the 31st Annual Frontiers in Education
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[2] Belda, F. R.. Um modelo estrutural de conteúdos educativos
para televisão digital interativa. 2009. Tese (Doutorado).
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo, São Carlos, 2009.

173
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

DISEÑOS DIDÁCTICOS COLABORATIVOS PARA


APRENDER UTILIZANDO RECURSOS DE LA WEB 2.0 EN
LOS SECTORES DE HISTORIA, GEOGRAFÍA Y CIENCIAS
SOCIALES Y LENGUAJE Y COMUNICACIÓN
Roberto E. Casanova S, Marcelo M. Arancibia H, Luis R. Cárcamo U, Paulo C. Contreras C.
Instituto de Informática
Universidad Austral de Chile
Chile
prodtextosbffh@gmail.com, marancibiah@gmail.com. luis.carcamo@gmail.com, contrerasuach@gmail.com

RESUMEN K.3.1 [Computer Uses in Education]: Collaborative learning


Este artículo presenta una propuesta de trabajo colaborativo
apoyado por herramientas de la Web 2.0 o web social, cuyo
Tópicos
desarrollo se enmarca en el contexto del proyecto FONDEF Gestión, Medición, Documentación, Diseño, Experimentación,
D08I-1074 1. La primera etapa del proyecto ha sido Factores Humanos.
implementada en aulas de la zona sur austral de país durante el
semestre uno del año 2010, a través de la ejecución de una
Palabras Clave
Aprendizaje colaborativo, comunidades de aprendizaje,
propuesta metodológica cuyo centro lo constituyen Diseños
informática educativa, innovación, Web 2.0.
Didácticos y un Entorno Virtual de Aprendizaje, que en su
conjunto, posibilitan el desarrollo de trabajo colaborativo en las Keywords
aulas participantes de la Comunidad de Aprendizaje Kelluwen. Collaborative learning, learning communities, educational
computing, Web 2.0.
ABSTRACT
This article presents a collaborative working proposal supported 1. INTRODUCIÓN
by Web 2.0 or social web tools. The work is framed in project En la actualidad resulta imposible que las instituciones
FONDEF D08I-1074 called Kelluwen. The first stage of the educativas sean impermeables a los cambios socio-tecnológicos,
project has been implemented in classrooms in the southernmost es más, es en ellas donde mayormente se ha concentrado la
area of the country during the first semester of 2010. This stage discusión respecto del retraso o el avance en algunas sociedades.
has been developed through the implementation of a Con todo, la Educación ha sufrido un proceso de
methodology which main point is the Instructional Design and a reconceptualización no solo estructural, sino también de
Virtual Learning Environment. These two strategies make the sentidos, lo que se expresa en cierta medida en una tendiente
collaborative work possible in the classrooms that take part in desescolarización de la Enseñanza y en la pérdida de
the Kelluwen Learning Community. protagonismo del Profesor en el quehacer pedagógico [6], [14],
[11], [13].
Categorías y descriptores del tema
Las transformaciones sociales paradigmáticas implican un nuevo
modo de conocer, por tanto de aprender. En Educación, el
1
Este trabajo ha sido financiado parcialmente por el Proyecto constructivismo social gana adeptos sobre un aprendizaje
FONDEF D08I-1074. memorístico [7], [10], [16], [11]. En consecuencia, en los
nuevos tiempos la educación formal como institución ha perdido
la tutoría exclusiva del proceso de enseñanza aprendizaje. El
Casanova, Roberto., Arancibia, Marcelo., Cárcamo, Luis., Contreras, Paulo. (2010). computador e Internet en los hogares, permitirán que las
Diseños Didácticos Colaborativos para aprender utilizando recursos de la web 2.0 en personas tengan la información en sus casas, por tanto, entregar
los sectores de Historia, Geografía y Ciencias Sociales y Lenguaje y Comunicación. información deja de ser un rol hegemónico de la escuela, pero sí,
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 174-178, Santiago de Chile. qué hacer con ésta o cómo utilizarla [5].

174
2. BRECHA SOCIAL Y BRECHA y servicios captan la información que sus usuarios generan y son
capaces de usarla para mejorar. Este fenómeno se ejemplifica
DIGITAL bastante bien con Wikipedia y Amazon. En Wikipedia, los
El desconectado del mañana es como el analfabeto de hoy, pues contenidos son aportados y editados en forma continua por toda
el principal punto de desigualdad se hace tangible en el acceso, la comunidad, que también dispone de mecanismos para revisar
uso y control de los medios digitales, expresada hoy en la y corregir. En Amazon, los artículos a la venta son comentados y
denominada convergencia digital. La convergencia digital valorados por los mismos usuarios, y esta información es
supone que la información, independiente de su naturaleza, se aprovechada para recomendarlos, clasificarlos y posicionarlos.
puede codificar por medio de un sistema binario, que permite
tratar datos provenientes de diferentes fuentes con los mismos Asimismo en la Web 2.0 hay un enriquecimiento de la
aparatos y las mismas reglas. Esta opción tecnológica es experiencia de usuario, ya que a partir del principio de que los
fundamental, puesto que los medios en la escuela se presentan usuarios generan valor, el desarrollo de aplicaciones y servicios
como artefactos culturales democratizadores o segregadores para de la Web 2.0 trata de mejorar continuamente la experiencia que
la igualdad o la desigualdad [2]. el usuario tiene al utilizarlas, y con esto atraer y mantener una
comunidad cada vez mayor.
En esta línea, claramente nuestro proyecto aborda la cuestión de
la brecha digital a través de la focalización en establecimientos La naturaleza social de la Web 2.0 tiene una directa relación con
educativos vulnerables de la zona sur austral de Chile, y las teorías constructivistas y conexionistas de aprendizaje y cada
pretende enseñar, por medio de su modelo de transferencia, a los vez más, las herramientas de la Web 2.0 como blogs, Wikis,
profesores a trabajar para las TIC y no tan sólo con ellas. microblogging, social bookmarking, etc., son usadas en
educación. Algunos ejemplos de ello se pueden encontrar en
Por otra parte, la nueva economía, afirma Castells [3], se Alexander [1] y Gewerc [8]. Las potencialidades de interacción
organiza en torno a redes globales de capital, gestión e y colaboración son útiles desde el punto de vista de lograr
información, cuyo acceso al conocimiento tecnológico aprendizajes, pero también la información de la interacción
constituye la base de la productividad y la competencia. En este social es de utilidad para evaluar las estrategias pedagógicas e
aspecto, y como tendencia histórica, las funciones y procesos de investigar sobre el aprendizaje. Aplicaciones en tales ámbitos
lo que este autor denomina era de la información, cada vez se son descritas por Ullrich [17]. Un factor importante dentro de la
organizan más en torno a redes. En esta coyuntura de asociación Web 2.0 – Educación, es que los estudiantes
interpretación económica, las tecnologías de la información y la muestran un gran interés por la tecnología Web 2.0: pocos
comunicación (TIC) no sólo posibilitan la aparición de una desarrollos han sido aceptados tan rápidamente por estudiantes
nueva dimensión sociocultural, sino que además entregan la de todas las edades e intereses, como lo han sido las
infraestructura para nuevos tipos de morfologías socioculturales herramientas y servicios de la Web 2.0 [9], [15].
a escala global. En este escenario, las tecnologías de la
información y comunicación son la base de un nuevo tipo de 4. DISEÑOS DIDÁCTICOS
relaciones: las relaciones de red [3].
COLABORATIVOS KELLUWEN
3. WEB 2.0 O WEB SOCIAL
Hoy en día los usos de Internet no nos muestran como conductas
4.1 Metodología de desarrollo de los diseños
normales ir a los mundos virtuales solamente a recibir didácticos colaborativos
información, como sí sucedía en los años noventa. Actualmente El diseño didáctico (en adelante DD) es entendido como un plan
no basta con ir a esta gran base de datos que es Internet a “leer” a partir del cual el sujeto del conocimiento -el que aprende-, es
información, sino que muy por el contrario, queremos ser decir el estudiante, se apropia del objeto que conocerá. Ambos
protagonistas en ese mundo virtual. Ejemplos de aquello se son el eje central al momento de planear, implementar y evaluar
observa en Second Life, Haboo Hotel, Facebook, Flickr, un diseño instruccional en cualquier ámbito educativo. Si
PicassaWeb o Twitter, plataformas donde ya no basta con recibir partimos de la importancia que representa el estudiante para un
el flujo informativo, ya que el sentido de estas herramientas es diseño didáctico, el fin último de éste es generar actividades de
publicar y además co-construir significados en redes sociales aprendizaje satisfactorias que le involucren y motiven. Por ello,
resulta conveniente plantear cuestiones referentes a un
El término Web 2.0 se refiere a una concepción nueva de la red aprendizaje significativo y colaborativo.
Internet, según explica O'Reilly [12], luego del estallido de la
burbuja de las punto com (Crisis .COM) surgen como relevantes Aprender no solamente consiste en adquirir nuevos
una serie de principios y tendencias que marcan un punto de conocimientos (nueva información), también es consolidar,
inflexión en la forma como la Web es usada y entendida. En el reestructurar y descartar conocimientos que ya tenemos,
centro del fenómeno está la visión original de la Web, dónde el constituyéndose así en un proceso selectivo. En cualquier caso,
contenido es generado por los mismos usuarios y donde el valor siempre conlleva una modificación de los esquemas de
de los servicios aumenta mientras más sean usados. O'Reilly conocimiento y/o de las estructuras cognitivas de los aprendices
[12] relaciona la Web 2.0 con varias tendencias: y en sus modos de vivir el mundo.
La Web 2.0 permite una relación de doble vía a través del Los procesos de aprendizaje son actividades que realizan los
aprovechamiento de la inteligencia colectiva, en la que los estudiantes para conseguir el logro de los objetivos educativos
usuarios aportan el contenido. que pretenden. Normalmente, constituyen una actividad
individual, aunque se desarrolla en un contexto social y cultural,
Permite el crecimiento de servicios donde la colaboración y que se produce a través de un proceso de interiorización en el
participación son los principales pilares. El principio subyacente que cada estudiante concilia los nuevos conocimientos a sus
es los usuarios agregan valor, en la medida que las aplicaciones

175
estructuras cognitivas previas; debe implicarse activamente
reconciliando lo que sabe y cree con la nueva información en un
contexto social culturalmente determinado [4].
Por lo tanto, planear un diseño didáctico debe considerar los
elementos culturales propios al entorno del estudiante, como así
también los referentes potenciales que le pueden ser útiles para
un desenvolvimiento en un contexto social más amplio. Aquí, el
profesor cumple un rol fundamental, pues en conjunto organizan
la Zona de Desarrollo Próximo (ZDP) fundamental a todo
aprendizaje de interés social
En consecuencia, el diseño didáctico propuesto para apoyar
procesos educativos se circunscribe a criterios de órdenes
extrínsecos e intrínsecos. Los primeros relacionados a las
demandas del currículo escolar y los segundos adscritos a las
características y propiedades del recurso que usaremos, en este
caso un Entorno Virtual de Aprendizaje (EVA) y herramientas
de la Web 2.0, para lo cual se sigue el esquema de toma de
decisiones expuesto a continuación:
Respecto de los planteamientos metodológicos, son sugeridas
diferentes vías orientadas según criterios referidos básicamente a
las características propias de cada competencia trabajada y de
los respectivos sectores de aprendizaje asociados, a saber,
comprensión lectora, producción de texto escrito y análisis Figura 1. Diseño Didáctico Colaborativo para el
crítico de textos en los sectores Lenguaje y Comunicación e sector de Historia, Geografía y Ciencias Sociales
Historia, Geografía y Ciencias Sociales.
Mostramos a continuación las fichas de descripción de los dos
En síntesis, en el marco de este proyecto en el primer año se han DD implementados, ejecutados y pilotados durante el primer
desarrollado seis DD para ser trabajados en Lenguaje y semestre del año 2010. Éstos fueron elaborados en consideración
Comunicación e Historia, Geografía y Ciencias Sociales. En el con los objetivos fundamentales y contenidos mínimos para 1º
segundo, año se mejorarán los anteriormente construidos y se año medio en los sectores que hemos indicado, este aspecto es el
someterán a una validación en otros contextos escolares sustento curricular de los diseños didácticos colaborativos,
diferentes a los del piloto del año 1, en ambos casos se hará una delineado en concordancia con el ajuste curricular del año 2009
investigación de carácter cuasi-experimental mixto, cuantitativa dictado por el Gobierno de Chile a través del Ministerio de
(evaluación pre y post test) y cualitativa (Focus group, Educación.
entrevistas y observación no participante).
En el segundo año se construirán seis nuevos DD, los cuales
serán sometidos a un pilotaje en 10 colegios, esta vez en todos
los niveles involucrados en el proyecto, es decir de 7º básico a 2º
medio. En estas experiencias de pilotaje también
desarrollaremos un proceso investigativo mixto de similares
características a lo descrito en el párrafo anterior.
Consistente con lo anterior, los diseños didácticos contemplan
clases gemelas que permitan explotar la pluralidad de contextos
escolares integrantes de la Comunidad de Aprendizaje
Kelluwen. Los diseños didácticos se insertarán en el currículo
escolar chileno acogiendo las múltiples opciones para desarrollar
competencias socio-comunicativas.

176
Figura 3. Representación Esquemática Del Modelo De
Transferencia Y Masificación De Resultados

6. RESULTADOS
En relación a los resultados, un primer ámbito está dado por los
DD colaborativos para el desarrollo de competencias socio-
comunicativas que permitan la integración de los servicios de la
Web 2.0 para los sectores de Lenguaje y Comunicación e
Historia, Geografía y Ciencias Sociales. Un segundo tipo de
resultados corresponde al desarrollo de un Entorno Virtual de
Aprendizaje basado en ontologías que permita integrar los
servicios de la Web 2.0. Un tercer tipo de resultados es la
Figura 2.Diseño Didáctico Colaborativo para el
Comunidad de Aprendizaje Kelluwen, que se crea como red
sector de Lenguaje y Comunicación
social para el sistema educativo de la zona sur Austral.
Estos DD se operacionalizan en cuatro semanas de ejecución, Como se detalla en la metodología I+D, los indicadores de
considerando 16 horas pedagógicas para el sector de Historia, impacto señalan que al finalizar el proyecto 100 colegios habrán
Geografía y Ciencias Sociales, y 24 horas pedagógicas para el sido incorporados de manera efectiva a la Comunidad de
sector de Lenguaje y Comunicación. Toda vez que los DD sean Aprendizaje Kelluwen, para continuar con una cobertura
probados, evaluados cualitativa y cuantitativamente y creciente del 25% de colegios adicionales, llegando a 477
modificados según corresponda en los diferentes contextos colegios en un horizonte de siete años post-proyecto. Este
escolares, quedarán disponibles en la web de la Comunidad de conjunto de colegios tendrá acceso gratuito a contenidos
Aprendizaje Kelluwen (www.kelluwen.cl), para que los educativos e información para la gestión de los aprendizajes.
profesores que lo deseen puedan usar e incluso adaptar a sus
propios contextos a través de simples procesos de inscripción. Con todo, estamos asegurando que las brechas de inserción
cultural de la innovación se reduzcan a través de la
incorporación de estrategias propias de redes sociales de
5. PROCESO DE TRANSFERENCIA Internet, generando una inserción dinámica en educandos
En síntesis, la figura 3 esquematiza la dinámica relacional de la motivados y profesores seleccionados en cada colegio y
Comunidad de Aprendizaje Kelluwen, donde se refleja el cómo reconocidos por su pro actividad. En el proceso de escalamiento,
se suministrarán y transferirán los resultados y productos a los estos docentes se trasforman en agentes de cambio mediante las
colegios socios y comunidad educativa de la zona sur austral del actividades de formación interpares.
País, en general. El óvalo mayor representa precisamente el Finalmente, el componente más importante al momento de
contexto sociocultural de influencia directa de la Comunidad de masificar es la Comunidad de Aprendizaje Kelluwen. El factor
Aprendizaje donde los productos están señalados humano de esta solución es una comunidad educativa de
numéricamente. Estos Talleres, Capacitaciones Interpares, profesores comprometidos con la propuesta en la zona sur
Seminarios, Entorno Virtual de Aprendizaje, Libros y CDs y austral. Para ello, en una primera instancia se conforma un grupo
Revista Electrónica de Diseños Didácticos, se desarrollan en original con profesores de aula de los centros escolares que
conjunto y al modo de una Comunidad de Aprendizaje participarán en el pilotaje de los primeros cuatro DD. El centro
Colaborativo graficada por el óvalo intermedio. Este proceso neurálgico de la red será la inserción didáctica de las TIC en las
les entrega la validez en la fase de acercamiento, y que luego aulas escolares, por tanto no existirá la limitante disciplinaria
conlleva a la masificación hacia toda la Comunidad Educativa. para ser miembro de la red.

177
REFERENCIAS

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for teaching and learning?. En EDUCAUSE Review.
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Bussiness Models for the Next Generation of Software.
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http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/
30/what-is-web-20.html [última revisión: 27/06/2008]
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178
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

USO DA REALIDADE AUMENTADA COMO


FERRAMENTA NO ENSINO DE SÓLIDOS
Suzana da Hora Macedo, José Valdeni de Lima, Felipe Coelho de Azevedo
Instituto Federal Fluminense
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Brazil
shmacedo@iff.edu.br, valdeni@inf.ufrgs.br, Felipe3200@hotmail.com

RESUMO Segundo Lemos e Carvalho, o software educativo “... pode ser a


Propõe-se neste trabalho a utilização de um ambiente interface entre os professores e os estudantes como uma
desenvolvido em Realidade Aumentada como ferramenta no ferramenta auxiliar para melhorar os processos de ensino e de
processo de ensino-aprendizagem dos conceitos de Sólidos. Em aprendizagem de um conteúdo ou assunto educacional ...” (2010,
uma tela de Realidade Aumentada há a presença simultânea de p. 2). Desta forma, a Realidade Aumentada será usada no
objetos reais e virtuais, onde serão inseridos os sólidos no mundo processo de ensino-aprendizagem de Sólidos na disciplina de
real. Foi criado um protótipo com software baseado em Realidade matemática.
Aumentada que será futuramente testado e ensaiado junto aos Neste trabalho, a Realidade Aumentada servirá para ampliar o
alunos. Nesse protótipo, o aluno poderá visualizar e interagir com horizonte do aluno, possibilitando a visualização em três
os sólidos. A partir dos resultados obtidos, poderão ser feitas dimensões e interação com o sólido em estudo, fazendo com que
análises e avaliações para a conclusão do trabalho. ele visualize no mundo virtual objetos que não consegue
visualizar no mundo real. Esse ambiente em Realidade
Classificação ACM Aumentada atuará como Objeto de Aprendizagem. Segundo
H5.2 [Information Interfaces and presentations]: User Kaufmann et. al.: “The main advantage of using AR is that
Interfaces - Graphical user interfaces. students actually see three dimensional objects which they until
now had to calculate and construct with traditional - mostly pen
and paper – methods.” 1 (2005, p. 1-2). Desse modo, os sólidos
Termos Gerais serão demonstrados no mundo virtual, interagindo com o mundo
Experimentation. real.

Palavras-chave 2. PROPOSTAS DE USO DE REALIDADE


Realidade Aumentada, sólidos, ensino-aprendizagem.
AUMENTADA NA EDUCAÇÃO NO
1. INTRODUÇÃO BRASIL
Apesar de relativamente nova, essa tecnologia já vem sendo
Este trabalho propõe o uso da Realidade Aumentada como
utilizada com sucesso em diversas áreas. Outras propostas de uso
ferramenta para visualização e interação do estudante no processo
da Realidade Aumentada na Educação no Brasil serão abordadas a
de ensino-aprendizagem de Sólidos na disciplina de Matemática.
seguir.
A informática permite repensar de forma mais dinâmica e com Lemos e Carvalho (2010) desenvolveram uma proposta de
novos enfoques o universo do conhecimento a trabalhar, criando utilização de um software implementado utilizando técnicas de
novas formas de aprendizagem e de comunicação, estimulando a Realidade Aumentada para apoio no entendimento da relação de
participação ativa dos alunos no processo educativo, instigando- Euler. Esse software atua como Objeto de Aprendizagem, onde o
os a conhecer o mundo de forma mais crítica, contando com o aluno pode ter um melhor entendimento da relação de Euler
professor como orientador desse processo. através da visualização e manipulação de objetos. O software,
Tendo a seu favor a versatilidade de aplicação e a sua chamado de SISEULER foi utilizado em uma experiência positiva
adaptabilidade a diversas atividades, a informática pode promover
a integração curricular, a quebra de barreiras entre as disciplinas e 1
entre as diversas culturas, enriquecendo a formação dos alunos e A principal vantagem da Realidade Aumentada é que os alunos
contribuindo para elevar o nível cultural e tecnológico dos realmente vêem os objetos tridimensionais os quais até agora
educandos. tinham que calcular e construir com os tradicionais métodos –
principalmente papel e caneta. (Tradução livre dos autores)
Da Hora, Suzana., Valdeni, José., Coelho, Felipe. (2010). Uso da Realidade Aumentada
como Ferramenta no Ensino de Sólidos En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano
de Informática Educativa, Volumen 1, pp 179-183, Santiago de Chile.

179
com professores da educação básica que estão cursando mestrado sólidos. Pretende-se utilizar a Realidade Aumentada para uma
profissional em Educação Matemática. melhor demonstração dos sólidos.
A figura 1 mostra o objeto sendo manipulado pelo aluno A Realidade Aumentada, a partir de filmar uma cena em tempo
utilizando o SISEULER. real, e a partir de um marcador, presente na cena traz para a tela
do computador uma cena em um mundo virtual misturado com
um mundo real, que é o mundo em Realidade Aumentada. A
formação do ambiente em realidade Aumentada é exemplificado
na figura 3.

Figura 3. Formação do mundo em Realidade


Aumentada

Figura 1. Objeto sendo manipulado pelo aluno


Para a criação do ambiente em Realidade Aumentada foi utilizado
utilizando o SISEULER
o ARToolKit (Augmented Reality Toolkit), que é uma biblioteca,
com código aberto e gratuita, apropriada para desenvolver
aplicações de Realidade Aumentada (Zorzal et al, 2008). De
Lima et al. Apresentaram em novembro de 2008 o VSTARGD
acordo com Coelho e Bähr:
(Viewer of Torus Surfaces of Descriptive Geometry Through
Reality), onde pode-se escolher entre vinte diferentes opções de Por meio de RA são formadas cenas de um certo local,
modos de visualização de superfícies tóricas, onde três são em tempo real, a partir de cenas do mundo real e de
animadas. A figura 2 mostra a interface do VSTARGD. cenas de um mundo virtual, correspondentes a este
local. As cenas formadas devem dar a impressão de que
objetos virtuais existam no mundo real (2005, p.2925).
A Realidade Aumentada funciona da seguinte maneira:
1-Coloca-se um marcador em um objeto onde se deseja que ocorra
a interação;
2-Esse marcador será visualizado pela câmera do
microcomputador;
3-Se o mesmo for reconhecido, levará a uma biblioteca pré-
estabelecida;
4-Aparecerá, então, na tela do computador, o primeiro objeto
onde estava o marcador, juntamente com o objeto que estará na
biblioteca.
5-Os dois objetos serão fundidos em um mundo misto que
misturará o mundo real com o mundo virtual.

Na figura 4 temos um exemplo de Realidade Aumentada onde a


usuária se encontra no mundo real com um sólido do mundo
virtual em uma mesma tela. No início a imagem da usuária foi
Figura 2. Interface do VSTARGD capturada pela câmera. A seguir, a usuária apresentou à câmera a
imagem do marcador. Um exemplo de marcador se encontra na
desenvolvido pela UFRJ figura 5. A câmera registrou a imagem do marcador e fez o link
com o sólido que estava armazenado em uma biblioteca pré-
estabelecida. A usuária e o sólido encontram-se agora em um
3. PROPOSTA DO USO DE REALIDADE ambiente de Realidade Aumentada.
AUMENTADA NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM DE SÓLIDOS
Neste trabalho, a proposta é de se utilizar a Realidade Aumentada
como ferramenta para visualização e interação no estudo de
sólidos na disciplina de Matemática com o objetivo de se
conseguir uma melhoria no processo de ensino-aprendizagem de

180
Figura 6. A usuária segura um marcador em frente à
câmera
Figura 4. A usuária e o sólido em Realidade
Aumentada
Posteriormente, o marcador é colocado em frente à câmera como
pode ser visto na figura 7.

Figura 5. Exemplo de marcador

A seguir, será demonstrado um exemplo prático e detalhado de Figura 7. Marcador sendo colocado
como funciona a Realidade Aumentada e como se dá a interação em frente à câmera
com o objeto.
Inicialmente a usuária segura um marcador em frente à câmera, o Quando o marcador é capturado pela câmera, o mesmo fará o link
que pode ser visto na figura 6. com uma biblioteca pré-estabelecida. Nesse caso, aparecerá um
cubo, como foi pré-determinado nesta mesma biblioteca. O cubo,
que está no mundo virtual, foi misturado com a usuária que está
no mundo real. Agora, ambos estão em um ambiente de Realidade
Aumentada, onde os dois podem ser vistos. Esse ambiente de
Realidade Aumentada, onde estão o cubo e a usuária pode ser
visto na figura 8.

181
Figura 8. Cubo e a usuária em ambiente de Figura 10. Pirâmide com o vértice superior em
Realidade Aumentada primeiro plano
Com um novo movimento do marcador no mundo real, a pirâmide
mudará de posição no mundo virtual, como pode ser verificado na
Movimentando-se o marcador no mundo real, ocorre semelhante figura 11 onde pode ser vista uma aresta da pirâmide.
movimento no objeto que está no mundo virtual. Nota-se esta
diferença entre as figuras 8 e 9, onde houve uma mudança na
posição do cubo. Primeiramente o cubo está em uma vista de
frente (figura 8) e, posteriormente, já são demonstradas as suas
arestas, ocorrendo a interação do usuário com o objeto, como
pode ser verificado na figura 9.

Figura 11. Vista da aresta da pirâmide


Nesta proposta, será feita uma pesquisa com os alunos, onde os
sólidos serão misturados ao mundo real em ambiente de Realidade
Aumentada.

4. PROPOSTA PEDAGÓGICA
Figura 9. Cubo em uma nova posição após interação Este trabalho será baseado na Teoria da Aprendizagem
da usuária Significativa de Ausubel. De acordo com Moreira (2006, p. 13), a
idéia mais importante da teoria de Ausubel pode ser resumida na
Um outro exemplo de interação será demonstrado a seguir, onde seguinte proposição do próprio Ausubel “[...] o fator isolado mais
um outro marcador foi mostrado à câmera. Tal marcador fez o link importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz
com a biblioteca pré-estabelecida e foi mostrada então a figura de já sabe. Averigüe isso e ensine-o de acordo.” (1980, p. viii)
uma pirâmide, com o vértice superior em primeiro plano, como
pode ser verificado na figura 10. Segundo Moreira (2006), Ausubel está se referindo à estrutura
cognitiva do aprendiz. É preciso que o conteúdo seja aprendido de
forma significativa.
Também, quando Ausubel se refere “àquilo que o aprendiz já
sabe”, para que ocorra a aprendizagem de uma nova informação, o
mesmo está se referindo a aspectos específicos da estrutura
cognitiva.

182
Segundo Moreira (2006, p. 14), averigüar seria descobrir a 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E
estrutura pré-existente, os conceitos, que já existem na mente do
indivíduo, sua organização e suas inter-relações; fazer um PERSPECTIVAS DO TRABALHO
“mapeamento” da estrutura cognitiva, o que também é algo difícil O software em Realidade Aumentada proposto visa apresentar aos
de se realizar. alunos uma forma de interação e visualização em três dimensões
dos mesmos. Com este trabalho, deseja-se propor uma nova forma
Na proposição de Ausubel, “ensine-o de acordo”, Moreira afirma de se ensinar sólidos na disciplina de Matemática. Pretende-se
que significa basear o ensino no que o aprendiz já sabe, e investigar se haverá melhoria no entendimento de sólidos por
identificar isso também não é tarefa fácil. parte dos educandos e, também, se com este aparato tecnológico
Esta pesquisa pretende, a partir de conceitos já existentes na haverá contribuição para o ensino dos sólidos.
estrutura cognitiva do aluno, que o mesmo os utilize como
Com este estudo, espera-se investigar se a visualização e a
subsunçores de forma a alicerçar os novos conceitos a serem
interação proporcionadas pela Realidade Aumentada no processo
apreendidos.
de ensino-aprendizagem contribuirão para o processo de ensino-
Com esta proposta, pretende-se criar um ambiente lúdico de aprendizagem de sólidos.
aprendizagem aliado à interação do aluno com o objeto a ser
estudado. Com o uso da Realidade Aumentada o aluno deverá se
sentir mais motivado para aprender os conceitos dos sólidos.
REFERÊNCIAS
Nessa proposta o aluno também poderá visualizar e interagir com [1] Ausubel, D. P.; Novak, J. D.; Hanesian, H. Psicologia
os sólidos em três dimensões. A motivação é um dos principais Educacional. Tradução de Eva Nick et. al. 2ª ed. Rio de
problemas dos professores. Um indivíduo tem necessidades que Janeiro: Interamericana, 1980.
precisam ser satisfeitas; ao professor cabe fazer com que obtenha [2] ARToolKit versão 2.71. DOI=
satisfação destas necessidades (Mouly, 1963). Portanto, o uso do HTTP://www.hitl.washington.edu/research/shared_space/do
computador na sala de aula de forma lúdica só irá tornar o wnload
processo ensino-aprendizagem mais atraente e, por conseguinte, a [3] Coelho, A. H.; Bähr, H. P. Visualização de Dados CAD e
aprendizagem será mais eficiente, já que, segundo Mouly (1963), LIDAR por Meio de Realidade Aumentada. In XII Simpósio
esta eficiência é proporcional à motivação do indivíduo. de Sensoriamento Remoto, 16-21 de abril de 2005, INPE, pp.
Outra grande vantagem da utilização da Realidade Aumentada é 2925-2932. DOI=
que a mesma significa um investimento muito menor em termos http://marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.11.08.1
de laboratórios. Com a Realidade Aumentada, é possível, por 5/doc/2925.pdf.
exemplo, a construção de sólidos com elevado número de faces, [4] Kaufmann, H; Steinbüegl, K; Dünser, A; Glück, J. 2005.
como mostra a figura 12, o que é bem mais difícil no mundo real, Feneral Training of spatial Abilities by Geometry Education
reduzindo-se consideravelmente as dificuldades e custos. in augmented Reality. In Annual Review of CyberTherapy
and Telemedicine: A Decade of VR, vol 3, pp. 65-76. DOI=
http://www.ims.tuwien.ac.at/media/documents/publications/
CT05_GeomEdu_SpatialAbilities.pdf
[5] Lemos, B. M., Carvalho, C. V., Uso da Realidade
Aumentada para Apoio ao Entendimento da Relação de
Euler. RENOTE. In Revista Novas Tecnologias na
Educação. V. 8, p. 1-10, 2010.
[6] Lima, A. J. R.; Cunha, G. G.; Haguenauer, C. J.; Lima R. G.
R. Torus Surfacesof DescriptiveGeometry in Augmented
Reality. In 5º Workshop de Realidade Virtual e Aumnetada,
2008, UNESP.
[7] Moreira, M. A. A Teoria da Aprendizagem Significativa e
sua Implementação em Sala de Aula. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 2006.
[8] Mouly, Jorge. 1963. Psicologia Educacional, 1 ed. São
Paulo. Livraria Pioneira Editora.

Figura 12. Sólido com elevado número de faces

As turmas que participarão do experimento desta proposta


pedagógica terão também aulas tradicionais, sendo também
utilizados quadro-branco, data-show, livros e apostilas. Além das
aulas tradicionais, serão também submetidos ao experimento que
será realizado com Realidade Aumentada. Finalmente, serão
submetidos aos testes para avaliação da proposta pedagógica.

183
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

A CONSTRUÇÃO DE UMA FLEXQUEST SOBRE


RADIOATIVIDADE COM A INCORPORAÇÃO DE
PROGRAMAS DA TELEVISÃO

Flávia Cristina Gomes Catunda de Vasconcelos, Marcelo Brito Carneiro Leão


Núcleo SEMENTE. Departamento de Química.
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Brasil
flaviacrisgomes@hotmail.com, mbcleao@terra.com.br

ABSTRACT
Neste contexto, cabe refletirmos como os educadores no Brasil
Lately, the habit is common in young people using the Internet
podem utilizar as TICs em sala de aula, em especial, recursos
and television in their day-to-day. As they spend time on the day
como a televisão, vídeo, computadores, internet, softwares,
in school, teachers should incorporate them into teaching practice.
hipertextos/hipermídia, etc., contribuindo para a melhoria do
With that come with teaching strategies with the use of
processo de ensino e aprendizagem.
technological resources, ICT'S, allowing an improvement in the
teaching and learning. Among the features of ICT's, has the
Em relação à televisão, devemos ter em mente, que o
FlexQuest that incorporates the Theory of Cognitive Flexibility,
telespectador que se senta em frente a ela, utiliza-a, normalmente,
allowing the learner to acquire the necessary cognitive flexibility
sem aplicativos de interação, recebendo informações de forma
to transfer the acquired knowledge in a given situation to apply it
passiva [2]. Entretanto, nos últimos anos, é crescente o número de
in another. Thus, we present a FlexQuest on the teaching of
programas que possibilitam a utilização da internet e/ou telefone
radioactivity with the presentation of different situations on the
para que este telespectador possa “interagir” com aquilo que está
subject to enable him to be able to understand the different
sendo transmitido. Neste sentido, a possibilidade de uma televisão
applications on the subject.
mais “interativa”, pode contribuir efetivamente como instrumento
de socialização do conhecimento científico e social [3], e
Keywords contribuir no processo de ensino e aprendizagem, pois quando
utilizamos os meios de comunicação, estamos usando sua
Flexquest, Cognitive flexibility theory, Radioactivity linguagem, e que esta, é a base do processo do conhecer [4].

Como a aplicação de um recurso midiático em sala de aula é


1. Introdução possível a ilustração e a dinamização das aulas, o que pode gerar
um espectador crítico, motivando-o a compreender e discutir
Percebe-se nas duas últimas décadas do século XX, uma grande novas situações de seu cotidiano [5].
inclusão de recursos baseados nas tecnologias da informação e da
comunicação (TIC) em nossa sociedade, que se depara hoje com a Particularmente, neste trabalho, cabe salientar, que a ciência
digitalização de quase tudo que a rodeia. No âmbito educacional, química é uma das que colabora no desenvolvimento crítico,
a utilização das TICs, esta propiciando um auxílio à compreensão possibilitando o estudante a ser mais atuante como cidadão,
de conceitos, tornando, se adequadamente conduzida, uma devido estar presente no cotidiano das pessoas. Esta natureza da
dinamização da prática pedagógica. Cabe ressaltar, que quando química justifica plenamente a necessidade de ensiná-la de uma
utilizamos meios de comunicação suportados pelas TICs estamos forma mais contextualizada, voltada fortemente para a construção
usando sua linguagem, essencialmente áudio-visual, e que esta é a de uma cidadania plena [6].
base do processo de conhecer. É importante salientar, que o meio-
audiovisual não é apenas um recurso didático, mas através dele Dentre diversas estratégias didáticas que podem contribuir neste
pode-se criar um novo meio de haver a (re) construção do processo, este trabalho destaca a estratégia FlexQuest (FQ). A FQ
conhecimento [1]. é uma estratégia derivada do modelo WebQuest (WQ), proposto
por Bernie Dodge [7], que integrada ferramentas da WEB 2.0, e
Gomes, Flávia. , Brito, Marcelo. (2010). A construção de uma FlexQuest sobre
Radioatividade com a incorporação de programas da televisão.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp
184-189, Santiago de Chile.
184
que incorpora a Teoria da Flexibilidade Cognitiva (TFC), incorporadas na estratégia, e que apresentasse alguma informação
proposta por Rand Spiro [8]. A FQ constitui-se de uma sobre radiatividade. Para a construção da FlexQuest, seguiu-se o
metodologia de pesquisa orientada, voltada à utilização de roteiro abaixo:
recursos que podem estar totalmente ou parcialmente disponíveis
na internet, a partir da análise de diversos casos, relacionados a • Inicialmente foi realizada uma busca em sites de
mesma temática em estudo. programas de televisão aberta e fechada transmitidas no
Brasil. Com a escolha dos vídeos fez-se uma
A integração da TFC ao modelo WQ foi o embrião da FQ, tendo categorização de uso.
sido proposta por Veras & Leão [9] (Webquest Modificada –
WQM). Nesta proposta foram implementados recursos de caráter • Na pré-produção da FlexQuest incluiu-se a busca de
multimídia na WebQuest, onde através da linguagem audiovisual, notícias que abordassem diferentes aspectos sobre o
as tarefas foram elaboradas a partir de uma situação-problema, tema escolhido: radioatividade.
para que o aluno, ao resolvê-las, construisse efetivamente o • Com a escolha das notícias da internet e dos programas
conhecimento desejado. Posteriormente, Leão & colaboradoes da televisão, foi iniciada a desconstrução dos casos
[10] propuseram a criação da FQ. A Flexquest parte de casos (notícia e programa da televisão) em mini-casos.
existentes na Internet e não de explicações e interpretações sobre
os conteúdos como ocorrem nas WebQuests. Estes casos são • Em seguida foi realizada a elaboração de três tarefas a
descontruídos pelos professores em mini-casos e posteriormente serem realizadas pelo usuário da FlexQuest
indicadas algumas travessias temáticas com links aos mini-casos Radioatividade. Uma delas apresenta um vídeo
anteriores [11]. Desse modo, com a utilização da estratégia existe incorporado, com fim de análise crítica sobre o assunto
a possibilidade de uma construção flexível de conhecimentos de abordado no mesmo referente à radioatividade.
nível avançado por parte dos alunos, que não só compreende um
• Por fim, iniciou-se a construção da FlexQuest em
determinado conceito em várias dimensões, como consegue
linguagem HTML e disponibilização na rede.
também tranferí-los para outras situações.
Cabe ressaltar que, a desconstrução dos casos em mini-casos
Segundo Carvalho [12], a compreensão de conhecimentos de permite que o aluno analise as informações segundo diferentes
nível avançado necessita de cuidados particulares, exigindo mais pontos de vista, permitindo com isso que cada uma das
que uma mera exposição do assunto ou a aquisição de um desconstruções seja específica e simultaneamente complementar.
conhecimento superficial de um determinado conteúdo. Para isso, Com esse desdobramento de informações sobre um mesmo tema,
é necessário adquirir a necessária flexibilidade cognitiva para a a flexibilidade cognitiva é apresentada como um processo que
transferência do conhecimento adquirido em uma situação para centra num tema ou, neste caso, numa combinação de temas, e
aplicá-lo em outra. Deste modo, deve-se proporcionar ao aluno a apresenta ao aluno situações pertinentes ao assunto temático [13,
visão de uma mesma informação com finalidades diversas, “o que 14].
vai lhe possibilitar obter uma visão multifacetada do assunto a
uma compreensão profunda” [12]. A estratégia apresentada na FlexQuest: Radioatividade permite
analisar o mesmo tópico inserido em diversos contextos,
Por fim, é importante também destacar, que o modelo da possibilitando uma melhor compreensão do assunto, conseguindo
FlexQuest com a desconstrução casos em mini-casos, a partir de aplicá-lo a diferentes situações na qual se possa deparar no dia-a-
notícias disponíveis na Internet, foi utilizado nesta pesquisa, dia, abrangendo algumas características da TFC, as quais
havendo ainda a incoporação do vídeo como recurso midiático no destacamos [10, 12, 14, 15]:
processo de ensino-aprendizagem. Essa incorporação permitiu a 1. Cruzamento de paisagens conceituais: as travessias em
criação da FQ sobre radioatividade, partindo do pressuposto de paisagens conceituais permitem analisar o mesmo
que os alunos assitem televisão e acesam a internet tópico inserido em diversos contextos, possibilitando
rotineiramente. uma melhor compreensão do mesmo;

2. Domínios de conhecimento de estruturação holístico-


2. Objetivo integrativa (pouco estruturados): é o campo de estudo
da TFC, sua aplicação nestes domínios facilita a
Este trabalho, apresenta uma proposta de incorporação de vídeos aprendizagem de um conceito e sua aplicação em
da televisão que apresentam alguma informação sobre diversos contextos;
radioatividade incorporados a utilização da estratégia FlexQuest.
Ambos os recursos fazem parte das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC’s), presente em meios sociais e educacionais, 3. Flexibilidade em oposição à rigidez cognitiva: é
que quando utilizada adequadamente, estabelece um novo necessária uma postura de ensino que priorize a
paradigma, devendo com isso, ser bem planejada e preparada para flexibilização do conhecimento em oposição à mera
que se garanta o sucesso durante sua aplicabilidade. reprodução de informações. A flexibilização seria a
capacidade do sujeito adaptar o que já sabe para aplicar
em situações novas, inesperadas;
3. Metodologia
A criação da FlexQuest requereu pesquisas para o embasamento
teórico sobre FlexQuest e para a escolha dos vídeos a serem 4. Ensino-aprendizagem de acesso aleatório: o acesso
aleatório em documentos hipertexto proporciona ao

185
usuário fazer seu próprio caminho em busca da quatro mini-casos. Os casos e mini-casos estão presentes na
informação. Documentos hipermídia estruturados de Tabela 1, a qual apresenta também os conteúdos que podem ser
forma não-linear (rumo da navegação a ser definida abordados sobre radioatividade.
pelo usuário) permitem esta modalidade de acesso e
proporcionam a agregação dos pressupostos da TFC,
favorecendo a liberdade de escolha do aprendiz e sua
zCASOS MINI-CASOS
autonomia na construção da própria aprendizagem.
Mini - caso 1.1 – Toneladas a venda
- Comércio, preço, consumo do minério
4. Resultados e Discussão Torianita
Caso 1 – Mini – caso 1.2 – Radioatividade comprovada
Traficantes do - Método de comprovação de material
Ressaltamos que, este trabalho faz parte da pesquisa de mestrado
Amapá vendem radioativo
de um dos autores, que tem como objetivo principal incorporar
material - Equipamento utilizados para medição
programas de televisão na estratégia FlexQuest a fim de investigar
radioativo Mini – caso 1.3 – Risco de câncer
o processo de ensino e aprendizagem do usuário. Com isso, este
obtido - Doenças geradas, devido à exposição a
artigo se refere a descrição da construção da estratégia para o
ilegalmente materiais radioativos
ensino de Radioatividade. A mesma já foi aplicada em duas
- Manuseio de materiais radioativos
turmas da educação básica, e os dados levantados estão em
Mini – caso 1.4 – Destino Desconhecido /
análise, os mesmos irão fazer parte dos resultados da dissertação.
Urânio sem controle
- Finalidades de utilização maléfica de
A construção da “FlexQuest Radioatividade” (Figura 1) foi feita
compostos radioativos
com base em uma homepage, com nome symphonic, disponível no
- Arsenal nuclear
site www.freecsstemplates.org que apresenta layouts para
Mini-caso 2.1 – O que faz a radiação no
construções de páginas da web, de modo ilimitado e livre,
alimento? / Efeitos sobre o sabor, cor e textura
podendo ser feito download do modelo escolhido.
- Processo químico de radiação de alimentos,
aplicações
Caso 2 – - Tipos de alimentos que podem ser irradiados
Nutriweb – - Propriedades organolépticas
Alimentos Mini-caso 2.2 – Efeitos sobre a constituição
Irradiados dos alimentos
- Processo químico de radiação de alimentos,
aplicações
- Finalidade de utilização benéfica da radiação
Mini-caso 2.3 – Por que tantos países têm
utilizado a irradiação dos alimentos? /
Alimentos irradiados no Brasil
- Benefícios da utilização da radioatividade
nos alimentos
- Retardamento no processo de
Figura 1. Layout da FlexQuest: Radioatividade amadurecimento; não ação de
microorganismos, insetos e roedores
A editoração com as informações de texto, imagens e layout da Mini-caso 2.4 – Quais são as doses seguras
página, foi realizada com o programa da Adobe® para a saúde?
DREAMWEAVER® CS3, pertencente a empresa Adobe®. A - Medições de radioatividade
linguagem utilizada foi html. As cores definidas foram nos tons de - Escala de mediação
amarelo e cinza, devido a estas serem relacionadas ao símbolo da Mini-caso 3.1 – O que é o Césio 137?
radioatividade (Figura 2). Para editoração dos vídeos introduzidos - Explicações sobre césio-137
na FlexQuest foi utilizado o programa Windows Movie Maker - Aplicações
2.6®, incorporado ao sistema operacional para computador, - Riscos de uso
Microsoft®. Caso 3 – Linha Mini-caso 3.2 – Contaminação
Direta: Césio – - Consequências da exposição ao césio
137 - Reações no corpo
- Meio de contaminação (direta/indireta)
Mini-caso 3.3 – Equipamentos/Detecção da
radioatividade
- Equipamento utilizado
- Descaso com a população quando o
Figura 2. Símbolo da Radioatividade equipamento era desligado
Mini-caso 3.4 – Lixo radioativo
- Onde foi enterrado o lixo
A FlexQuest “Radioatividade” apresenta três casos, cada um com
- Forma de descarte do lixo radioativo
Tabela 1. Descrição dos casos e mini-casos presentes na
FlexQuest ‘Radioatividade’
186
O primeiro caso foi extraído de um site de notícias; o segundo de
uma revista eletrônica da Universidade de Campinas (UNICAMP)
sobre alimentos irradiados, e o terceiro do programa da TV
Globo. Os casos estão presentes no menu RECURSOS (FIGURA
3) e são descritos abaixo:

• Caso 1 – Traficantes do Amapá vendem material radioativo


obtido ilegalmente.

Notícia retirada do site Portal G1, site de notícias vinculada a TV


Globo – Brasil. Este caso fala sobre o contrabando de Torianita,
um minério que tem urânio em sua composição e este pode ser
utilizado em usinas nucleares e na produção de bombas atômicas
(http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1329170-16052,00-
TRAFICANTES+DO+AMAPA+VENDEM+MATERIAL+RADIOATIV
O+OBTIDO+ILEGALMENTE.html).

• Caso 2 - Nutriweb: Alimentos Irradiados.

Revista eletrônica sobre nutrição destinada ao público em geral e


profissionais de saúde. Apresentando diversos artigos
relacionados à alimentação, bem-estar e saúde, dentre eles sobre
irradiação de alimentos, com suas aplicações e técnicas
(http://www.nutriweb.org.br/n0202/irradiados.htm).

• Caso 3 – Linha Direta Justiça: Césio – 137. Figura 4. Layout da FlexQuest sobre o mini-caso 3.1
que se refere ao elementos césio-137
Este caso foi retirado a partir do programa Linha Direta Justiça,
exibido pela TV Globo em 9 de agosto de 2007, intitulado ‘Césio- Este vídeo engloba algumas características de classificação de
137’, que simulava o acidente ocorrido em setembro de 1987, na vídeo segundo Moran [16], como sensibilização, ilustração e
cidade de Goiânia-GO - Brasil. O programa apresentava casos simulação. Seguindo ainda a categorização de Bartolomé [17], o
reais que já tinham sido ditos como encerrados pela justiça mesmo vídeo provoca o espectador a analisar os acontecimentos
brasileira, contando com comentários complementares durante a através do som e das imagens, sendo considerado um programa
exibição do mesmo motivador [18].
(http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYN0-5273-
237676,00.html). Após a desconstrução dos casos, foram construídos os processos e
as três tarefas a serem realizadas pelos alunos. As atividades
foram elaboradas a partir de um conjunto de observações
levantadas pelos autores no decorrer do processo de leitura de
livros e artigos.
Os PROCESSOS foram separados em quatro assuntos, o que
permitiu uma relação entre os diferentes mini-casos. Esta relação
propicia aos alunos uma correlação entre diferentes assuntos
dentro da temática de radioatividade, funcionando com suporte
para a construção das discussões iniciais sobre o assunto.

Em relação às TAREFAS, a primeira se refere a todos os casos, e


compreende um conjunto de perguntas que relacionam os mini-
casos presentes nos PROCESSOS. Em cada tarefa, há sites
Figura 3. Menu RECURSOS: casos da FlexQuest complementares, pré-definidos, permitindo aos alunos terem
acesso aleatório a documentos de hipertexto, o que proporciona a
O vídeo do Césio-137 foi encontrado no site do youtube, dividido estes fazerem seu próprio caminho em busca da informação,
em quatro partes, sendo estes editados em apenas um vídeo favorecendo a liberdade de escolha do aprendiz e de sua própria
(CASO), e depois desconstruídos em 4 vídeos temáticos (MINI- aprendizagem.
CASOS). Na figura 4, verifica-se o layout da página da FlexQuest Com a leitura do livro ‘Os Simpsons e a ciência’ de Paul Herman
com visualização do mini-caso 3.1 que se refere ao elemento [19], foi possível utilizar o episódio: “Homer, o Fazendeiro” da
césio-137. 11ª temporada, escrito por Ian Maxtone-Graham, dirigido por Bob
Anderson, dos Simpsons em uma das Tarefas (TAREFA 2), como
uma das avaliações.

187
O episódio retrata a utilização de polônio em uma plantação de 1) Irradiação em alimentos;
tomate que é germinada junto a sementes de tabaco. (FIGURA 5). 2) Radioterapia, radiofármacos;
A história distorce a utilização de materiais radioativos nos 3) Energia nuclear;
alimentos, mas permite que os alunos relacionem os mini-casos 4) Desarmamento nuclear;
presentes na ferramenta, analisando de forma crítica, as verdades e
mentiras presentes no episódio. Em cada área há links que dão suporte para a construção do
projeto. A aplicação das tarefas fica a critério do professor, que
pode utilizar todas ou parte delas, de acordo com o objetivo de
sua aula. Em relação ao tópico AVALIAÇÃO desta FlexQuest,
são apresentas várias possibilidades de verificação de
aprendizagem, ficando a critério do professor quais utilizar.
Sugerem-se um debate em sala de aula; avaliação das respostas
referentes às perguntas das tarefas; construção de uma cartilha
sobre o assunto a ser entregue aos membros da escola e/ou da
comunidade, bem como o projeto entregue pelos alunos em uma
das tarefas.

Cabe também ressaltar, que a FlexQuest “Radioatividade” visou


oportunizar que o usuário identificasse diferentes aplicações
relacionados à radioatividade e a inter-relação entre essas
aplicações, permitindo com isso, a construção de um
conhecimento flexível a partir de informações advindas da
internet e da televisão.

4. CONCLUSÕES

A produção deste trabalho oferece aos professores mais uma


estratégia de utilização de recursos midiáticos, com a
incorporação de um objeto do cotidiano, a televisão. Com a
incorporação de programas vistos em casa, os alunos podem
apresentar um maior interesse em analisar com um olhar crítico,
aquilo que está sendo transmitido, agregando a análise as
informações presentes nos casos da estratégia FlexQuest.
Espera-se que após a aplicação da estratégia os alunos possam
compreender o tema Radioatividade, bem como as aplicações
maléficas e benéficas relacionadas a ela, em especial sobre a
irradiação de alimentos, a radiação ambiental e radiofármacos.
A FlexQuest: Radioatividade está disponível
(http://semente.pro.br/portal/quests/radioatividade/) no site do
Figura 5. Trechos do Episódio “Homer, o Fazendeiro” Núcleo SEMENTE (Núcleo de Sistemas para Elaboração de
Materiais Educacionais com uso de Novas Tecnologias) do
Diferentemente da categorização de Moran [16], mas com o Departamento de química da Universidade Federal Rural de
mesmo nome, o vídeo dos Simpsons foi utilizado como um vídeo Pernambuco – UFRPE.
avaliação, quando da Tarefa 2. Nesta tarefa, os alunos tiveram
que realizar uma análise do vídeo, relacionando-o com os casos e REFERÊNCIAS
mini-casos presentes na FlexQuest.
[1] Leão, M. B. C. Multiambientes de aprendizaje en entornos
A última tarefa (TAREFA 3) apresenta uma dinâmica em grupo,
semipresenciales. Pixel-Bit Médios y Educación, v.23, p.65-
onde cada grupo de alunos (4 grupos, com número de alunos
68. 2004.
definido pelo professor), estão com uma temática e precisam
elaborar um projeto para receber investimentos relacionados a [2] Crocomo, F. A. TV digital e produção interativa: a
radioatividade. Nesta tarefa está descrita uma situação na qual um comunidade manda notícias. Florianópolis: Ed. da UFSC,
governador tem um investimento financeiro para projetos que 2007.
envolvam a radioatividade. Ressalta-se que o julgamento do [3] Guimarães, G. TV e escola: discursos em confronto. 3. Ed.
projeto será realizado pelo professor. As áreas dos projetos são: São Paulo: Cortez, 2001.

[4] Vasconcelos, F.C.G.C., LEITE, B.S., ARAÚJO, R.V.G., Eletrônicos do IX Congresso Iberoamericano de Informática
LEÃO, M.B.C. O Podcasting como uma ferramenta para o Educativa. Caracas: 2008. Disponível em:
ensino-aprendizagem das reações químicas. Anais

188
[5] <http://www.niee.ufrgs.br/eventos/RIBIE/2008/pdf/podcastin [13] Carvalho, A. A. A. Os Hipermedia em Contexto Educativo.
g_herramienta.pdf> Acesso em: 24 set. 2009. Braga: Ed. Universidade do Minho, p.139-204, 1999
[6] Salinas, J. Interactividad y diseño de vídeos didácticos. [14] Carvalho, A.A.A.; Pinto, C.S.; Pereira, V.S. Desenvolver a
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[12] Leão, M. B. C.; Souza, F. N. Flexquest: incorporando a médicas. 1996.
Teoria da Flexibilidade Cognitiva no modelo WebQuest para [20] Halpern, P. Os Simpsons e a ciência: o que eles podem nos
ensino de química. Anais do XIV Encontro Nacional de ensinar sobre física, robótica, a vida e o universo. São Paulo:
Ensino de Química. UFPR: Curitiba, 2008. Novo Conceito Editora, 2008

189
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONSTRUINDO


CENÁRIOS INCLUSIVOS NA AMÉRICA LATINA
Lucila M. C. Santarosa, Débora Conforto, Romy Britt Hernández Ferrada, Lourenço de Oliveira Basso
Universidade Federal do Rio Grande do Sul NIEE/UFRGS
lucila.santarosa@ufrgs.br, conforto@terra.com.br, ppromy@gmail.com, lourencobasso@gmail.com

RESUMO 1. INTRODUÇÃO
O presente artigo apresenta um curso de formação de professores
A formação docente é uma das temáticas que se faz presente nas
de instituições públicas, na modalidade a distância, em diferentes
agendas pedagógicas que assumem o desafio de qualificar o
cenários socioculturais brasileiros e ibero-americanos, no âmbito
processo educativo no contexto brasileiro. Para responder ao
da Informática na Educação Especial. Promovidos pela
imperativo social e ético de capacitar professores para a docência
SEESP/MEC (Secretaria de Educação Especial, Ministério da
em países de dimensões continentais como o Brasil, ambientes
Educação e Cultura) e desenvolvido sob a responsabilidade da
digitais/virtuais de formação a distância têm operado,
UAB (Universidade Aberta do Brasil) e da UFRGS (Universidade
indiscutivelmente, como interfaces de aprendizagens
Federal do Rio Grande do Sul), esse tempo e esse espaço de
significativas.
formação continuada docente têm assumido como escopo o
respeito e a valorização da diversidade humana. Nessa Na perspectiva da modalidade a distância, por meio de projetos
perspectiva, ao mesmo tempo em que indicamos pontos de patrocinados pelo MEC (Ministério da Educação), em especial
fragilidade no design de cursos em EAD, descrevemos pela SEESP (Secretaria da Educação Especial), a equipe de
possibilidades de projetar e concretizar o conceito de Ergonomia pesquisadores do NIEE (Núcleo de Informática na Educação
Cognitiva e social. Especial) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do
Sul) vem participando ativamente da criação de alternativas
metodológicas para a formação de professores, na modalidade a
ABSTRACT distância, no campo técnico-metodológico da Informática na
This article presents and discusses a course for teachers of
Educação Especial [7].
brazilian and latin American public institutions in distant mode in
the Informatics in Special Education. Hosted by MEC / SEESP Respondendo positivamente às políticas públicas de inclusão
(Ministry of Education and Culture and Department of Special sociodigital, o grupo de pesquisa do NIEE/UFRGS/UAB passou a
Education), and developed under the responsibility of the UAB integrar o Programa de Formação Continuada em Educação, no
(Open University of Brazil) and UFRGS (Federal University of âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Como
Rio Grande do Sul), that time and space for continued education participante da Rede de Formação Continuada de Professores na
teaching have as its objective respect and appreciation of human Educação Especial, pesquisadores do NIEE/UFRGS buscam
diversity. From this perspective, we indicate points of weakness capacitar educadores para apoiar o desenvolvimento afetivo e
in the design of courses in distant mode, and describe, at the same sociocognitivo na área da comunicação para a diversidade
time, the possibilities of constructing and developing the concept humana.
of Cognitive and Social Ergonomics.
Aproximando professores dos saberes e recursos técnico-
metodológicos da Informática na Educação Especial, o Curso de
Categories and Subject Descriptors Formação em Tecnologias de Informação e Comunicação
K.4.2 [Computers and Society]: Social Issues – Assistive Acessíveis justifica-se por assumir como meta a construção do
technologies for persons with disabilities, Handicapped perfil do profissional que mediará o processo educativo junto à
persons/special needs. diversidade humana. Ao trazermos os objetivos presentes nos
documentos assinados pelo MEC/SEESP [3], e que gestam a
General Terms construção da ação inclusiva nas instituições educativas,
Human Factors. apontamos para a relevância do campo de saber das tecnologias
computacionais acessíveis para impulsionar sua concretização:

Keywords • Garantir a transversalidade das ações da educação especial no


Teacher's training; Cognitive Ergonomics; Accessibility, ensino regular. Contemporaneamente, não há como projetar a
Inclusion Sociodigital. transversalidade entre modalidades de ensino – especial e regular
Santarosa, Lucila., Conforto, Débora., Hernández, Romy., De Oliveira Lourenço. (2010).
– sem uma efetiva apropriação das ferramentas de pesquisa,
Formação de Professores: Construindo Cenários Inclusivos na América Latina. comunicação, interação, construção e publicação de conteúdo
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 190-197, Santiago de Chile.

190
para a web. Recursos que passam a ser disponibilizados em passa pela apropriação das funcionalidades técnico-metodológicas
escolas inclusivas, “laptops com sintetizadores de voz, software das ferramentas de Educação a Distância (EAD).
de comunicação alternativa e demais ajudas técnicas” (Decreto
• A garantia de padrão de qualidade dos cursos de formação de
Nº 6571, Art. 3º, parágrafo 2º), conquistam sentido e significado
docentes ofertados pelas distintas instituições formadoras na
ao possibilitar processos de mediação pedagógica, pela interface
modalidade presencial e a distância somente será atingida quando
da rede mundial de computadores, e ao dar visibilidade à
os diferentes campos de saber da Informática na Educação
supressão de barreiras sensoriais e físicas anteriormente impostas
Especial forem percorridos e apropriados pelos profissionais em
aos sujeitos com necessidades educacionais especiais. Conhecer
processo de capacitação. Ações de inclusão sociodigital tendem
as possibilidades educativas das ferramentas da Internet permite
ao êxito quando a utilização das tecnologias de informação e de
que o professor impulsione a construção de práticas de inclusão
para além do tempo e do espaço da sala multifuncional, para fazer comunicação focaliza a transformação e não a tecnologia.
Aproximar educadores do Estado da Arte no campo da
repercutir junto ao professor no espaço da sala de aula, local em
Informática na Educação Especial é projetar uma ergonomia
que, por excelência, a inclusão deve ocorrer.
cognitiva no cenário escolar, é forjar um tempo-espaço
• Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e sociocultural ajustado às especificidades humanas, é abrir novas
pedagógicos que eliminem barreiras no processo de ensino e possibilidades para edificar projetos de vida para sujeitos
aprendizagem [...], assegurar condições para a continuidade de marcados pela face negativa da deficiência. A garantia da
estudos nos demais níveis de ensino. Promover a alfabetização e qualidade do curso de Formação Continuada de Professores em
a fluência digital docente e impulsionar a apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação Acessíveis efetiva-
ferramentas de comunicação e interação síncrona e assíncrona se quando recursos tecnológicos são assumidos como objetos
junto a todos os discentes são ações centrais para que adjetivos catalisadores da inteligência coletiva.
como democrático e universal possam figurar ao lado das palavras
• Pesquisas internacionais e nacionais demonstram que a
Educação Inclusiva.
Informática na Educação Especial tem produzido mais resultados
• A formação de gestores, educadores e demais profissionais da positivos no que se refere ao desenvolvimento cognitivo e sócio-
escola para a educação inclusiva, no que se refere ao campo de afetivo de alunos em diferentes contextos educacionais. Isso
saber das tecnologias de informação e de comunicação, não pode reforça o trabalho do grupo NIEE/UFRGS e motiva a
e não deve ser reduzida somente à apropriação das continuidade na formação de educadores nessa área, na certeza de
funcionalidades de Tecnologia Assistiva. A inclusão sociodigital que, por essa via, as tecnologias digitais de informação e de
é o processo mediante o qual sujeitos obtêm acesso à tecnologia comunicação chegarão aos espaços do sistema educacional
digital e se capacitam para o desenvolvimento de competências brasileiro, contribuindo para a inclusão sociodigital e a criação de
para a promoção de uma maior qualidade de vida. Há espaços digitais para atender a demanda nacional de formação de
basicamente dois espaços para a promoção da inclusão professores.
sociodigital: o primeiro, mais amplo, inclui todos os tempos e
A trajetória do grupo de pesquisadores do NIEE em processo de
espaços não-escolares, e o segundo, mais restrito, é promovido
formação de professores no âmbito da informática na Educação,
por ações de alfabetização tecnológica desencadeadas ao longo do
em especial, na Informática na Educação Especial, possibilitou a
processo de escolarização. Inúmeras iniciativas públicas e
ampliação dos tempos e espaços de atuação para além das
privadas têm respondido ao desafio da democratização e
fronteiras brasileiras. As ferramentas digitais de informação e de
universalização da informação, mas, no contexto brasileiro, em
comunicação, na possibilidade real de compressão do espaço e de
que 95% da população em idade escolar está na escola [5], são as
fluidez do tempo, concretizaram um novo cenário de formação
instituições de ensino que fortemente respondem a esse projeto
para professores que buscavam uma interface de mediação
ético de apropriação de artefatos e técnicas digitais para promover
técnico-pedagógica capacitar educadores para promoção de
e possibilitar a participação de todos, sem exclusão, nos
estratégias de inclusão sociodigital para a diversidade humana.
diferentes tempos e espaços culturais. Tecnologias digitais
operam com interfaces de comunicação e de mobilidade para a Na edição de 2009/2, o Curso de Formação de Professores em
superação de limitações físicas e sensórias, entretanto a conquista Tecnologias de Informação e de Comunicação Acessíveis teve, no
do direito de exercício de cidadania somente assumirá a dimensão conjunto de professores-cursitas, uma turma com educadores de
da equidade social quando a discussão sobre acessibilidade à web, diferentes países da América Latina. Com participação de
objetos de aprendizagem Acessíveis e a análise de altas professores de língua espanhola um importante contexto de
tecnologias digitais chegarem também nos espaços escolares. pesquisa foi forjado, dando visibilidade a diversidade de políticas
e de estratégias de inclusão desencadeadas em cenários
• A formação docente como compromisso com um projeto social,
socioculturais diferenciados.
político e ético que contribua para a consolidação de uma nação
soberana, democrática, justa e inclusiva e que promova a
emancipação dos indivíduos e grupos sociais. Tal princípio 2. CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
aponta para a importância de, em um curso de formação sobre as DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS
tecnologias de informação e comunicação acessíveis, trabalhar de
forma integrada ao processo de aprendizagem de sujeitos com
DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
necessidades educacionais especiais, possibilitando romper com a ACESSÍVEIS
prática reducionista de usuários e consumidores de produtos O curso de formação continuada de professores de escolas
culturais, para assumir a postura de produtores de informação em públicas na perspectiva da Educação Inclusiva, com abrangência
diferentes mídias culturais. A garantia da continuidade de estudos nacional, busca auxiliar docentes no uso das Tecnologias da

191
Informação e da Comunicação Acessíveis e na construção de
ações pedagógicas para o atendimento educacional especializado
(AEE), com o objetivo de apoiar processos de aprendizagem de
alunos com necessidades educacionais especiais, nas respectivas
unidades de ensino. O curso é desenvolvido na modalidade a
distância, utilizando, para isso, as ferramentas de mediação e de
comunicação disponibilizadas pelo ambiente digital de
aprendizagem – TelEduc1. A metodologia de ensino, por ser na
modalidade EAD, prevê o desenvolvimento de estratégias de
aprendizagem e a publicação na plataforma do curso das
atividades previstas para cada componente da base curricular, por
meio de uma sequência de fases: (1) Fase de Sensibilização:
apresentação e sensibilização às temáticas em foco, por meio de
conferências pela Internet, via ferramentas de comunicação
síncrona (chat) e assíncrona (correio eletrônico, fóruns...); (2)
Fase de Imersão: vinculação ao contexto da escola,
diagnosticando a realidade escolar e trazendo casos existentes
para a proposição das possíveis formas de intervenção; (3) Fase
de Problematização: apropriação conceitual por meio de
interações síncronas e assíncronas; (4) Fase de Consolidação:
construção e reconstrução conceitual, apresentando os resultados Figura 1. Estrutura curricular do curso
edificados ao longo do processo de aprendizagem individual e
coletivo. 3. RESPEITO E VALORIZAÇÃO DA
A opção metodológica do curso centra-se na interação de seus DIVERSIDADE HUMANA NA
participantes. Nessa dinâmica, o professor, ao apropriar-se das MODALIDADE EAD: A PRODUÇÃO DE
tecnologias digitais, desenvolve atividades junto aos seus alunos UMA ERGONOMIA COGNITIVA
especiais, compartilha com seus pares, formadores e tutores e
Ergonomia, do grego ergon (trabalho) e nomos (normas, regras,
constrói, coletivamente, soluções e alternativas para a inclusão
leis), aborda amplos e diferentes aspectos que podem intervir nas
escolar e sociodigital. A organização curricular (Figura 1) envolve
atividades sociais, culturais e econômicas, com o objetivo de
seis módulos, configurando um campo de saber técnico-
otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.
metodológico para exercício da docência junto à diversidade
A ergonomia é cognitiva [1] quando seu foco de problematização
humana.
recai sobre os processos mentais que afetam as interações entre os
O curso tem duração de 180 horas apoiado pelos recursos e seres humanos e o sistema sociocultural, entre elas, a interação de
ferramentas do ambiente do curso – espaços de interação e indivíduos com recursos tecnológicos.
comunicação, materiais de apoio teórico e técnico-metodológico,
Colocar em prática os princípios que ratificam a educabilidade da
recursos de software, videoconferência, vídeos –, com o objetivo
diversidade humana, meta assumida pela equipe técnico-
de projetar uma intervenção direta do professor em seu contexto
pedagógica UAB/UFRGS/NIEE, enfrentou, no próprio ambiente
de trabalho junto aos alunos com necessidades educativas
do curso, seu primeiro desafio: projetar sua interface sob o foco
especiais.
de uma ergonomia cognitiva. Em curso de formação a distância,
desenvolvido a partir de 2004, ao contar com a participação de
professores cegos e surdos, pontos de obscuridade e de fragilidade
na funcionalidade das ferramentas do ambiente TelEduc foram
revelados e apontados como aspectos que dificultaram ou, até
mesmo, impossibilitaram a efetiva participação de professores
com necessidades especiais.
Era a fragilidade na interação da diversidade humana que
conquistava visibilidade e colocava em xeque temáticas
abordadas ao longo do curso: a inclusão escolar, o uso de
Tecnologia Assistiva e os princípios de Acessibilidade à Web [4].
A dificuldade experienciada por professores surdos pela frágil
apropriação da linguagem alfabética e a ausência da tradução das
informações para LIBRAS, ou por professores cegos, pela
impossibilidade de usufruir as vantagens de uma comunicação
síncrona, ou pelas restrições impostas por interfaces
1 computacionais extremamente gráficas para os usuários que
O TelEduc é em um AVA gratuito, desenvolvido pelo Núcleo de
Informática Aplicada a Educação do Instituto de Computação utilizam tecnologias de leitores de tela, tornou-se um desafio o
da UNICAMP. Informações mais detalhadas podem ser qual fez com que o projeto técnico-pedagógico do curso de
encontradas no seguinte endereço: http://www.teleduc.org.br/. formação no âmbito da Informática na Educação Especial

192
assumisse uma nova configuração. A investigação trilhou na que foram criadas frente às dificuldades inerentes às diferenças
busca de ações interdisciplinares condizentes com a ergonomia humanas. Para garantir a comunicação em tempo real para todos
cognitiva para orientar a atuação da equipe técnico-pedagógica os participantes do curso, desde 2008, encontra-se em fase final
responsável pelo curso com o objetivo de ajustar a interface do de validação, uma ferramenta de bate-papo falado, EVOC [2], que
ambiente digital do curso aos princípios de equidade sociodigital visa proporcionar acessibilidade a cegos, ampliando a interação
expressos nas diretrizes de Acessibilidade à Web e de Desenho de todos os participantes do ambiente, além do uso de outras
Universal, um movimento projetado para garantir o convite e a ferramentas de comunicação, como os recursos de voz do MSN e
permanência da diversidade no curso por meio do reconhecimento do SKYPE.
do outro e da diferença.
A linguagem alfabética, para sujeitos com limitação auditiva,
A promoção da inclusão sociodigital passa, indiscutivelmente, configura-se como uma forma de comunicação e de pensamento
pela busca da acessibilidade, um conceito que deve trazer em seu inerte e artificial, revelando-se, muitas vezes, como um aspecto
escopo a flexibilização de acesso a usuários que revelam algum restritivo para a apropriação das diferentes temáticas abordadas ao
tipo de fragilidade, especificidades que possam produzir restrições longo do curso. Essa dificuldade já vinha sendo respondida em
aos mecanismos de navegação e à operação com software e com edições anteriores do curso pela equipe técnico-pedagógica da
hardware. No sentido mais amplo, o termo acessibilidade deve ser UAB/UFRGS/NIEE, de forma incipiente, ao designar um monitor
entendido como aproximação, uma ação que possibilite a remoção específico para as turmas que apresentavam professores surdos. A
de barreiras que impedem a diversidade humana de participar partir de nossa investigação, foi possível potencializar essa
efetivamente de atividades socioculturais no contexto da estratégia por meio da adaptação dos materiais do curso à
sociedade, incluindo serviços, produtos e informação. especificidade dos professores-cursistas com limitação auditiva.
Dessa forma, a insatisfação pela perda de autonomia em seu
3.1 A ergonomia cognitiva: na dimensão processo de aprendizagem técnico-pedagógica ao longo do curso
técnica começava a ser respondida com a elaboração de um glossário com
Ambientes tecnológicos para apoiar processos educativos na termos e conceitos apresentados ao longo de cada disciplina do
modalidade a distância, amplamente utilizados no contexto curso.
brasileiro - MOODLE e TelEduc -, vem sendo problematizados Para garantir ao professor-cursista com limitação auditiva uma
por inúmeras pesquisas e começam a dar visibilidade às maior autonomia em seu processo de aprendizagem, a linguagem
fragilidades dessas interfaces em acolher e potencializar uma utilizada na construção das agendas, atividades e leituras foi
interação mais qualificada para a diversidade humana. Como também revista. Responder aos desafios de uma linguagem que se
apontam as pesquisas de Sonza [11], as caixas de contexto para a mostrava como um fator excludente exigiu que aspectos
seleção de opções (editar, ver, abrir, renomear, mover, mudar de linguísticos fossem contemplados na organização da informação
posição), a barra de ícones para formatação de textos nos editores textual: (1) alternância entre letras maiúsculas e minúsculas, para
online e os recursos de filtragem de informações proporcionados tornar a leitura mais fácil e mais rápida, ampliando as
pelas caixas combinadas ilustram recursos computacionais de possibilidades de compreensão do texto; (2) uso de marcadores e
ambientes digitais não-sintonizados com os princípios de Desenho de listas para aumentar a velocidade de leitura do texto; (3)
Universal, aspectos que dificultaram a acessibilidade, a estruturação das informações em pequenos blocos, estratégia de
navegabilidade e a comunicabilidade para usuários com limitação diagramação que retarda a fadiga e aumenta a apropriação do
visual que utilizam leitores de tela. conteúdo disponibilizado na tela do computador; (4) textos com
Para aproximar essa interface dos princípios que normatizam o linhas curtas, diminuindo o esforço de movimentação dos olhos,
Desenho Universal, (1) as imagens foram etiquetadas, ou seja, minimizando o cansaço na leitura; (5) uso de linguagem direta e
todo o conteúdo organizado por meio imagético foi descrito para simples.
garantir sua apropriação por parte dos educadores com limitação Essas estratégias de customização para a organização da
visual; (2) os materiais foram construídos respeitando o contraste informação começaram a atender as necessidades de usuários que
entre cor do fundo e texto, sem a utilização de frames ou de têm na linguagem de sinais sua primeira língua. As palestras e
tabelas para a organização do conteúdo; (3) foram inseridas vídeos disponibilizados pelo curso foram traduzidos em LIBRAS
interfaces mais textuais, com linguagem direta e objetiva, para aumentar a legibilidade do conteúdo problematizado nas
buscando aproximar sujeitos videntes e não-videntes, com o diversas temáticas da Informática na Educação Especial
objetivo de aumentar e impulsionar a cooperação, a autonomia e a desenvolvidas ao longo do curso. Por meio dessas estratégias,
co-responsabilidade pelo processo educativo; (4) todas as leituras buscamos enfrentar o desafio ampliando os espaços digitais e os
discutidas nas disciplinas do curso foram apresentadas nas versões recursos que o grupo de pesquisa do NIEE já desenvolvia. A
.doc e .txt para permitir a apropriação de seu conteúdo para figura 2 sintetiza os recursos utilizados e adaptados para compor a
usuários que utilizam leitores de tela. interface do curso, ampliando a possibilidade de edificar redes de
A comunicação síncrona por meio do bate-papo foi, sem dúvida, a aprendizagem.
ferramenta que revelou o maior número de questionamentos por
parte de professores-cursistas cegos que utilizam leitores de tela.
Subgrupos de pesquisa do NIEE/UFRGS investigam e
implementam ferramentas para dar suporte à comunicação
síncrona, uma vez que essas tecnologias são descritas e
implementadas para um todo normal e homogêneo, sem
considerar a diversidade humana e as normas de acessibilidade

193
ajudas técnicas e de suas possibilidades educativas. Eu não
imaginava que isso era possível.” [D.G.A.S. – Professora-
cursista – 2007].

4. AMPLIANDO ESPAÇOS DE
INTERAÇÃO: PARA ALÉM DAS
FRONTEIRAS BRASILEIRAS
Desde sua primeira edição, no ano de 2000, o Curso de Formação
Continuada em Tecnologias de Comunicação e Informação
Acessíveis, qualificou quase 4000 professores (Figura 3) da rede
pública, atendendo a todos os estados brasileiros.
Número de Professores Capacitados
1200
1200
1200
1200 1000*
Figura 2. Ferramentas e recursos para ampliação da 1000*
1000
1000
acessibilidade ao ambiente do curso
800
800 600
600
500
500 500
600
600 389 500
3.2 A ergonomia cognitiva: na dimensão 389 328
328 319
319
400
400
social 156
156
200
200
Projetada a interface técnica sob a lógica de uma ergonomia
00
cognitiva, é preciso analisar seus efeitos e os movimentos 2000
2000 2001
2001 2005
2005 2006
2006 2007
2007 2008/1
2008/1 2008/2
2008/2 2009/1
2009/1 2009/2
2009/2
desencadeados a partir da customização de interfaces para
projetar um novo design técnico-pedagógico para cursos de Ano
Ano
formação continuada docente. Ao dar visibilidade ao jogo
experienciado entre limites e possibilidades de intervenção para a Figura 3. Número de professores capacitados
superação de práticas educativas que colocam na exterioridade Pensando em expandir o projeto a outros países que têm revelado
das atividades socioculturais a diversidade humana, respondemos em suas políticas públicas educacionais a difusão do uso das
ao terceiro aspecto que compõe a construção de uma ação de Tecnologias de Informação e Comunicação como forma de
inclusão sociodigital: apropriação de tecnologia para edificar maximizar a inclusão e o acesso de todos na educação,
projetos de vida. Muitos são os aspectos que podem ratificar a vislumbrou-se a possibilidade de selecionar alguns professores
concretização desse importante aspecto para promoção da atuantes na área da Informática em Educação Especial em países
inclusão sociodigital; escolhemos um deles, por refletir a ação de latino-americano. Para tanto, na edição 2009/2, incluíram-se
dois atores na apropriação dos saberes e da materialidade da participantes de outros países, os quais foram convidados, por
Informática na Educação Especial: o educador e o aluno. O meio da Redespecial2 e da Fundación FREE3, a ingressar em um
recorte que apresentamos a seguir ilustra os saberes projeto piloto. Teve-se a formação, portanto, de um grupo de 16
problematizados ao longo das seis disciplinas do curso, profissionais, atuantes nos seguintes países: México, Panamá,
cristalizados na conquista de uma menina que, por problemas Costa Rica e Uruguai. Pensou-se em selecionar alguns países da
físicos, ficou à margem de muitas experiências educativas. Um fala hispânica devido à proximidade de projetos já elaborados
novo olhar para a diversidade humana aconteceu no município do entre os mesmos, além da capacitação dos formadores
interior brasileiro, uma ação ética e estética de respeito e selecionados nesta área.
valorização da diversidade humana, ilustrada nas palavras da
professora em processo de formação no âmbito da Informática na
Educação Especial: 4.1 Desafios e superação das dificuldades na
implementação do projeto
“Não tenho palavras para expressar o quanto o curso está Um dos grandes obstáculos previstos na execução do curso de
sendo gratificante para mim. D. é uma linda menina que formação em outros países latino-americanos refere-se ao idioma.
teve parte dos membros superiores e inferiores amputados Uma vez que todos os conteúdos, atividades e palestras do curso
aos 3 anos. Hoje, aos 10 anos de idade, nos surpreendeu eram disponibilizados em português, foi necessária a adoção de
com sua alegria e vontade de vencer tudo que lhe é estratégias para superar a barreira do idioma.
proposto a fazer. No computador, mesmo sem ter contato
antes, parece que já é intima dessa máquina! Dominou o
mouse como qualquer outra criança, ou até melhor. Como 2
A Redespecial é um conjunto de organizações não-
ainda não temos acessórios corretos, ela utilizou para governamentais (ONGs) a serviço das Pessoas com
digitar um lápis com uma borracha na ponta para não Necessidades Educacionais Especiais através do uso das
escorregar nas teclas, mas em breve vou providenciar um Tecnologias da Informação e Comunicação. Esta rede de ONGs
adaptador para que ela possa utilizar os dois braços. possui representantes em diversos países ibero-americanos.
Fiquei admirada com o teclado de conceitos, o ponteiro de 3
cabeça que pode ser afixado diversos tipos de acessórios, Fundação Free - Iberoamericana para la Cooperación en
possibilitando teclar, pintar, pegar objetos, a tela sensível Educación Especial y Tecnología Adaptativa. Informações mais
ao toque, o reconhecimento de voz. Foi fundamental para detalhadas sobre a Fundação Free podem ser encontradas no site
que eu tivesse uma visão mais ampla do funcionamento das http://www.capacidad.es/

194
Optou-se pela adoção do ambiente TelEduc com a configuração usen el site http://intervox.nce.ufrj.br/mexvox/ Creo que
da apresentação das interfaces em espanhol4. Adicionalmente, a esta versión resulta más sencilla para ustedesadecuados".
agenda e as atividades propostas em cada módulo do curso foram [L. O. B. – ferramenta Fórum de Discussão – 28/10/2009]
traduzidas pelos professores responsáveis pela turma.
A diferença de idioma, de uma maneira geral, não mostrou-se
Complementando a apresentação dos conteúdos utilizados no
como impedimento para o intercâmbio de idéias e o processo de
curso, optou-se pela adoção de um tradutor automático5 para a
apropriação da experiência brasileira. No entanto, alguns
tradução dos materiais e textos de apoio. Por fim, eventuais
participantes relataram certa insatisfação com a tradução realizada
esclarecimentos sobre as tarefas a serem executadas, ou sobre
automaticamente, tendo em vista que o resultado final muitas
pontos onde a tradução não tenha sido realizada de forma
vezes apresentava erros grosseiros. Nestes casos, os participantes
adequada, passaram a ser registrados na ferramenta Fórum de
sugeriram que a disponibilização de todos os materiais traduzidos
Discussões do TelEduc. Dessa forma, os esclarecimentos das
facilitaria muito o desenvolvimento do curso, especialmente
dúvidas solicitadas por um participante eram compartilhados com
quando no que se refere às palestras ou vídeos que não contavam
todos os demais, além de abrir espaço para que os próprios
com legenda da transcrição do áudio.
participantes auxiliassem seus colegas com suas contribuições.
Outro ponto que teve de ser considerado no planejamento do
Abaixo apresentamos alguns relatos referentes às impressões
curso foram os horários para os encontros semanais síncronos,
iniciais relacionadas ao idioma:
realizados através da ferramenta Sala de Conversação do
“Gracias viers que me he sentido un poco perdida en el TelEduc. Tendo em vista a grande variedade de fusos horários dos
curso primero por lo del idioma, por que no todo he países participantes, muitas vezes agravados pela ocorrência de
logrado traducirlo y luego con las actividades que hay que adiantamento de uma hora durante o período do verão, teve-se a
realizar no tengo bien definido lo que hay que hacer, me necessidade de encontrar horários para a realização dos bate-
podria explicar disculpando la molestia.” [M. S. V. – papos que fossem aceitáveis para a maior parte do grupo.
ferramenta Correio – 28/09/2009]
Com o passar do tempo todos foram adaptando-se, pois a vontade
“Es asi algunas palabras traducidas por el traductor no de estarem conectados e participando das discussões era maior do
coinciden en el contexto cultural e informático.” [M. A. S. que qualquer obstáculo. Abaixo apresentamos o relato de um dos
B. G. - ferramenta Sala de Conversação – 30/09/2009] participantes que teve dificuldade inicial em adaptar-se ao horário
de bate-papo definido pelo grupo, mas que decorrer do
“[…]El idioma es muy parecido... no encuentro
desenvolvimento das atividades constituiu-se como um dos mais
dificultades.” [S. A. S. – ferramenta Sala de Conversação –
ativos nas seções de bate-papo.
23/09/2009]
“Buenas tardes mira segun la hora aqui en CR serian las
“[…]ya nos estamos haciendo bilingües.” [M. M. C. A. –
dos de la tarde, y aqui no hay ningun cambio,
ferramenta Sala de Conversação – 19/10/2009]
definitivamente este horario no me favorece porque yo
Destaca-se também que todas as interações realizadas nas salas de trabajo de lunes a viernes de 7 a 4:20 de la tarde, el unico
bate-papo, nas trocas de mensagem por correio eletrônico, nas dia que tengo libre es el jueves , sabado y domingo. Si no
discussões presentes nos fóruns e nos comentários adicionados de verdad con mucho gusto pero no me sirve ese horario.”
aos materiais dos portfólios foram sempre realizadas em língua [M. S. V. – ferramenta Correio – 14/10/2009].
espanhola, contando para isso com domínio no idioma pelo
Ficou acordado que os participantes que não tivessem
formador e pelo tutor. A importância destas formas de
disponibilidade de ingressar no bate-papo durante os horários
comunicação pode ser evidenciada no relato abaixo, realizado por
estipulados deveriam realizar, posteriormente, a leitura da
um dos participantes.
discussão desenvolvida na ferramenta, devendo utilizar os
“Los chat son una oportunidad para interactuar mas de recursos de comunicação assíncrona (Fórum e Correio) para
cerca con los compañeros y aprovechar para aclarar dudas participar do debate.
e ir construyendo aprendizaje colectivo.” [M. M. C. A. –
A fim de complementar os encontros síncronos realizados durante
ferramenta Sala de Conversação – 19/10/2009]
o desenvolvimento do curso, foi agendada, para o encontro de
A busca por recursos ou ferramentas alternativas que encerramento de seu último módulo, uma seção de
apresentassem sua interface no idioma dos participantes também videoconferência realizada através da ferramenta Breeze6. Esta
foi constante, o que pode ser exemplificado na mensagem abaixo, experiência potencializou o efeito de agregação do grupo já
enviada por um dos formadores ao grupo de participantes. verificado nas reuniões síncronas anteriores, visto que os
participantes puderam não apenas se comunicar através de textos,
“Gente la versión del DoxVox en español es llamada mas também o fazer falando através de seus microfones e
MexVox, Para los que quieren hacer la descarga directa, podendo visualizar seus pares através de webcams. Os resultados
desse encontro evidenciaram o potencial deste tipo de interação,
4
O ambiente apresenta a opção para seleção do idioma das levando a equipe de professores a crer que se constituiria em um
interfaces em português, inglês ou espanhol.
5
Optou-se pela utilização da ferramenta de idiomas do Google
6
para realizar a tradução on-line dos conteúdos. Para acessar este Ferramenta de videoconferência da Adobe que permite o
recurso utilize o seguinte endereço: compartilhamento de materiais, transmissão de vídeo e áudio
http://www.google.com.br/language_tools dos participantes.

195
importante recurso a ser utilizado no decorrer do desenvolvimento nova turma nos mesmos moldes da sua precursora, está ampliando
de todos os módulos do curso. o intercâmbio de informações referentes aplicação das tecnologias
na educação de pessoas com necessidades especiais. Das 45
Destaca-se também a mobilização dos participantes no sentido de turmas que compõem a atual edição do curso, apresenta-se uma
motivar os colegas menos ativos. Neste sentido, houve grande turma formada por 17 professores do Chile, da Colômbia, da
aproximação dos indivíduos de mesma nacionalidade. O Costa Rica, de El Salvador, da España e do Uruguai.
depoimento abaixo reforça o sentimento de agregação do grupo.
“Me parece bien motivar a los que estan inactivos, puedo 5. RESULTADOS: A PRODUÇÃO DE
enviarles un correo para ver si puedo aclararle sus dudas,
tambien depende del tiempo y el empezo que pongamos en CONHECIMENTO E A CONCRETIZAÇÃO
la realización del curso. No desanimarnos, al final estoy DE UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
segura que tendremos buenos resultados.” [N. R. C. Z. – As palavras das professoras que encerraram a seção anterior deste
ferramenta Sala de Conversação – 29/10/2009] artigo ratificam a importância de processos de formação
continuada, na modalidade a distância, projetada pela
Ressalta-se que experiência de realização deste curso com SEESP/MEC, pela possibilidade de espraiar o saber e a
participantes de diferentes países possibilitou a emergência de materialidade da Informática na Educação Especial nos diferentes
novos e importantes dados para a construção e reflexão de ações pontos do Brasil e, em suas duas últimas edições, para países de
projetadas nas políticas públicas no âmbito da Educação, mais língua espanhola. A partir de instrumentos de avaliação do curso,
especificamente, da Educação a Distância e da Informática na professores afirmam e valorizam o potencial das tecnologias
Educação Especial. Essa ampliação abre um espaço de diálogo digitais acessíveis como pontes e rampas para a inclusão digital e
entre países, além de dinamizar as trocas de experiências entre social de PNE [10]: [...] na contribuição do curso no processo de
povos com dimensões e contexto histórico-culturais similares e, inclusão e no avanço dos alunos no processo ensino e
também, extremamente diferenciados. aprendizagem; na grande vantagem que o curso oferece para que
Os depoimentos feitos pelos professores cursistas revelam dados os professores possam utilizar os recursos disponíveis com os
importantes sobre a experiência realizada. As falas dos seus alunos; no que um curso na modalidade a distância
educadores de língua espanhola, colocadas em destaque a seguir, representa na possibilidade e no caminho para uma socialização
ilustram a relevância da parceira estabelecida entre o Brasil e os sem fronteiras; na possibilidade dos professores terem condições
demais países participantes, permitindo apontar as limitações do de estarem situados em seus locais de trabalho e aprendendo
curso, os aspectos positivos e os desdobramentos que viabilizam sobre as novidades do mundo tecnológico em uma sociedade tão
um curso desse nesse tipo de configuração: excludente onde os alunos necessitam das tecnologias para
estarem inseridos no contexto social.
“En nuestra institución recibieron muy bien toda la
información, hicimos reuniones para compartir el material A produção de conhecimento, fruto da trajetória de pesquisa e de
y esperamos trabajar en un futuro inmediato con el mismo, formação da equipe do NIEE/UFRGS, conquistou visibilidade,
según se presenten alumnos con NEE y tengamos los materializada na produção do livro – Tecnologias Digitais
equipos adecuados.” Acessíveis [8]. Os saberes e as vivências de inclusão sociodigital,
o registro das estratégias técnico-pedagógicas tecidas nas
“Los puntos positivos del curso fue intervenir en una comunidades de aprendizagem forjadas nas diferentes edições do
plataforma virtual con un nivel académico muy bueno, el curso, passa a compor o material didático, entregue a cada
acceso al manejo de recursos tecnológicos y de participante do curso, e de forma gratuita. Acompanha essa obra,
información muy actualizados, la variedad de propuestas um DVD com um conjunto de recursos tecnológicos (softwares
que exigían reflexionar sobre la actualidad de cada educativos e tecnologias acessíveis), materiais de apoio, para
realidad en cada país, conocer el nivel de enseñanza en garantir a continuidade da formação e viabilizar a concretização
otras instituciones y la posibilidad de manejar software de de projetos pedagógicos nas diferentes unidades educativos
actualidad.” brasileiras. Estão inseridas nesse DVD as palestras que trazem o
“Viable e importante dar continuidad al proceso de pensar de diferentes especialistas relacionados à temática da
inclusión digital, hoy en día necesitamos estar Educação Inclusiva. Essa publicação no campo de saber da
actualizados, formar redes de apoyo y de formación, Informática na Educação contou com o apoio financeiro da
estaria en la mejor disposición de continuar recibiendo SEESP/MEC.
cursos como el llevado con ustedes que me permitan
refrescar conocimientos, adquirir nuevas estrategias de 6. REFLEXÕES PARCIAIS
aprendizaje y mediación con los estudiantes con NEE.” Buscamos, com este artigo, colocar em discussão a temática da
É interessante destacar que, ao longo do período de realização do inclusão sociodigital pela interface de um curso de formação a
curso, alguns professores cursistas e formadores puderam ter distância em Informática na Educação Especial. Diminuindo a
contato presencial em eventos realizados pelas instituições sobrecarga cognitiva e vivenciando um exercício de autonomia, o
participantes, tornando possível o debate sobre o curso realizado. Curso de Formação Continuada em Tecnologias de Comunicação
e de Informação Acessíveis vem, ao longo de suas diferentes
Tendo em vista os resultados obtidos com a primeira edição do edições, permitindo aos professores-cursistas a conquista do poder
Curso de Formação em Tecnologias de Informação e da palavra, registrada nas diversas ferramentas do ambiente
Comunicação Acessíveis junto a países da America Latina virtual do curso, para dar visibilidade à riqueza de atuações de
impulsionou a continuação do projeto. Na edição de 2010, uma educadores. Professores-cursistas, em sua maioria isolados no

196
cenário multicultural brasileiro e internacional, vivendo, muitas REFERÊNCIAS
vezes, a carência de recursos materiais e humanos, são [1] Abrahao, J. I.; Silvino, A. M. D.; Sarmet, M. M. Ergonomia,
estimulados e impulsionados pelo saber, pela informação, pela cognição e trabalho informatizado. Psic.: Teor. e Pesq.
formação e, principalmente, pela construção e vivência de um [online]. 2005, vol.21, n.2, pp. 163-171. ISSN 0102-3772.
espaço digital/virtual educativo estruturado para a não- doi: 10.1590/S0102-37722005000200006.
discriminação, um real exercício da lógica da inclusão.
[2] Barwaldt, R. Ferramenta com recurso de voz: uma proposta
Projetar uma ergonomia cognitiva, agora em cenários nacional e para favorecer o processo de interação e inclusão dos cegos
internacional, tem possibilitado que um importante tempo-espaço em ambientes virtuais de aprendizagem. Tese (Doutorado em
sociocultural seja ajustado às especificidades de seus usuários e Informática na Educação) - Universidade Federal do Rio
aberto a novas possibilidades para edificar projetos de vida para Grande do Sul, 2008.
sujeitos marcados pela face negativa da deficiência. Mais do que
[3] Brasil. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe
garantir e valorizar a participação de usuários surdos e cegos,
sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta
pensar a diversidade e projetar a inclusão permitiu à equipe
o parágrafo único do art. 60 da Lei no 9.394, de 20 de
técnico-pedagógica NIEE/UFRGS/UAB, ratificar e sublinhar a
dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no
faceta educativa para o campo de saber da Informática na
6.253, de 13 de novembro de 2007.
Educação Especial. São os recursos tecnológicos operando como
objetos catalisadores da inteligência coletiva e tornando-se [4] Conforto, D. E Santarosa, L. M. C. Acessibilidade à Web:
entidades que propiciam o acolhimento da diversidade. Internet para Todos. Revista de Informática na Educação:
Teoria, Prática – PGIE V.5 N° 2 p.87-102. nov./2002.
Novos tempos e espaços socioculturais foram modelados, na
América Latina, impulsionados pela revolução tecnológica. Esses [5] Fernandes, C. O. Fracasso escolar e escola em ciclos:
contemporâneos movimentos têm potencializado a construção de tecendo relações históricas, políticas e sociais. Disponível
uma configuração de sociedade, que ao distanciar-se da em:
infoexclusão ou exclusão digital, começa a operar o conceito de http://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/fracassoescolareesc
inclusão sociodigital. Presença de TODOS os atores sociais, o olaemciclos.pdf. Acesso em: 26 nov. 2009.
reconhecimento e a valorização da diversidade humana, [6] Freire, P. A pedagogia da esperança: um encontro com a
concretizando o conceito do inédito-viável problematizado por pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Paulo Freire [6].
[7] Santarosa, L. M. C. Projeto Nacional de Informática na
O conceito do inédito-viável acompanha os trabalhos de Paulo Educação Especial. SEESP-MEC. 1997 (Projeto inicial
Freire desde seus primeiros registros, mas mesmo assim, tem sido apresentado, como consultora, a SEESP- MEC).
muito pouco explorado no pensar e no fazer pedagógico. A
[8] Santarosa, L. M. C. (org.); Conforto et al.; Tecnologias
perspectiva do inédito-viável está relacionada à compreensão da
digitas acessíveis. Porto Alegre: JSM Comunicação Ltda.,
história de vida de cada sujeito como uma possibilidade, um olhar
2010.
construído na posição utópica que se opõe à visão fatalista da
realidade e das especificidades humanas. Logo, o inédito-viável é [9] Santarosa, L. M. C. E Conforto, D. Eduquito: uma discussão
o conceito que alicerça a construção de projeto de formação em técnico-pedagógica da inclusão em diferentes cenários
Informática na Educação para a América Latina, uma proposta sociais. In: VIII Congreso Internacional de Informática y
que traz em seu escopo a força da superação, que encerra em si, Educación Especial-CIIEE 2009. San Jose, Costa Rica, 2009.
no ato de sonhar coletivamente, o movimento de transformação [10] Santarosa, L. M. C.; Passerino, L. M.; Carneiro, M. L.;
para a construção de uma sociedade mais justa. Geller, M.; Conforto, D. Formação de Professores:
Tempos e espaços transformadores foram impulsionados para referencias na construção da acessibilidade para ambientes
responder ao desafio, sempre premente, de qualificação dos virtuais de educação a distancia. Educação (Porto Alegre), v.
educadores na perspectiva da Sociedade do Conhecimento. Na 3, p. 531-545, 2007.
vivência de práticas de respeito e de valorização da diversidade [11] Sonza, A. P. Ambientes virtuais acessíveis sob a perspectiva
humana na América Latina, concretizamos o inédito-viável de usuários com limitação visual. Tese de Doutorado –
sonhado por Paulo Freire, uma ação educativa que supera as Programa de Informática na Educação. Universidade Federal
carências e as fragilidades sociais e econômicas do continente sul do Rio Grande do Sul. 2008
americano.

197
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

AVA E FERRAMENTAS ACESSÍVEIS: ESPAÇOS DE


AUTORIA COLETIVA E SÍNCRONA PARA A DIVERSIDADE
HUMANA
Lucila Maria Costi Santarosa, Débora Conforto, Lourenço de Oliveira Basso
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
NIEE/UFRGS
Brasil
lucila.santarosa@ufrgs.br, conforto@terra.com.br, lourencobasso@gmail.com

RESUMO 1. INTRODUÇÃO
Esse artigo apresenta e problematiza os movimentos de
A rede mundial de computadores emergiu como o mais
autoanálise e de autovalidação que cercam a modelagem do
democrático dos espaços socioculturais projetados pela
ambiente Eduquito, e coloca em discussão o conceito freiriano do
humanidade. No entanto, os avanços das representações gráficas,
inédito-viável. Ao mesmo tempo em que revelamos pontos de
das animações e das informações dinâmicas têm sido, muitas
fragilidade na interface e nas ferramentas que o ambiente
vezes, fatores excludentes para um número cada vez mais
Eduquito disponibiliza, apontamos para a modelagem de novos
significativo de sujeitos com necessidades especiais. Assim, por
instrumentos para a superação da exclusão sociodigital.
problemas decorrentes de limitações físicas, cognitivas ou, até
ABSTRACT mesmo, pela incompatibilidade de interfaces tecnológicas, pessoas
This article presents and problematizes the movements of self- com necessidades especiais (PNEs) têm sido impossibilitadas de
analysis and self-validation, which surround the modeling of participar de espaços digitais para impulsionar seu
Eduquito environment, and raises a discussion concerning desenvolvimento sociocognitivo. O desafio projetado por esse
Freire’s concept of “inédito-viável”. Also, it aims at revealing processo de exclusão tem sido apontado e assumido pelo grupo de
points of weakness in the interface and in the tools available in pesquisadores do Núcleo de Informática na Educação Especial
Eduquito environment as well as pointing to a model with new (NIEE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
devices to overcome socio-digital exclusion. ao longo de mais de 20 anos de atuação nesse campo.
Um conceito tem conduzido o fazer tecnicopedagogico do grupo
Categories and Subject Descriptors de pesquisadores do NIEE: a concretização do conceito freiriano
K.3.1 [Computers and Education]: Computer Uses in Education do inédito-viável. A presença de TODOS os atores sociais, o
– Collaborative learning, Distance learning. reconhecimento e a valorização da diversidade humana,
principalmente para as PNEs, concretizam o referido conceito
K.4.2 [Computers and Society]: Social Issues – Assistive problematizado por Paulo Freire [3], quando esse passa a
technologies for persons with disabilities, Handicapped estruturar e a instituir as relações com a diversidade humana.
persons/special needs.
Tal conceito acompanha os trabalhos de Freire desde seus
primeiros registros, mas, mesmo assim, tem sido muito pouco
General Terms explorado no pensar e no fazer pedagógico. A perspectiva do
Design, Human Factors. inédito-viável está relacionada à compreensão da história de vida
de cada sujeito como uma possibilidade, um olhar construído na
Keywords posição utópica que se opõe à visão fatalista da realidade e das
Learning Management System; Accessibility; Persons with especificidades humanas. Logo, esse conceito alicerça a proposta
Disabilities; Authorship. da superação que encerra em si o ato de sonhar coletivamente o
movimento transformador.
A revolução tecnológica tem como fio condutor o conceito
Costi, Lucila., Conforto, Débora., De Oliveira Lourenço. (2010). AVA e ferramentas freiriano do inédito-viável, cada novo ciclo tecnológico é, na
acessíveis: espaços de autoria coletiva e síncrona para a diversidade humana. verdade, a materialização historicamente possível do sonho
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp198-204, Santiago de Chile.

198
almejado. Tecnologias emergem no movimento de superação A certeza de que se pode pensar de modo diferente fez com que
imposto pelo limite do conhecimento técnico-científico. Por isso, esse AVA imprimisse a força da diferença em sua interface: na
aproximar tecnologias digitais e processos de desenvolvimento da dimensão tecnológica, ao ser projetado em sintonia com os
diversidade humana é sempre muito produtivo, pois são duas princípios de acessibilidade e de desenho universal; na dimensão
faces de uma mesma moeda, a superação da situação-limite na pedagógica, ao superar o instrucionismo e ratificar projetos de
possibilidade de transformação. aprendizagem como fio condutor do processo de desenvolvimento
para a diversidade humana.
O ambiente de aprendizagem Eduquito, ilustra a materialização do
conceito freiriano do inédito-viável, ao impulsionar um tempo e Idealizado para operar como um espaço interativo, aberto,
um espaço de aprendizagem projetado para acolher e efetivar a apoiado na concepção epistemológica sociointeracionista,
interação da diversidade humana. Frente a um conjunto de diferencia-se dos demais AVAs por respeitar as especificidades
ambientes virtuais de aprendizagem existentes, o ambiente sensoriais, motoras e cognitivas de sujeitos com necessidades
Eduquito passa a ser modelado a partir de um importante especiais e por impulsionar uma aprendizagem por projetos, uma
princípio: saber se é possível pensar de modo diferente do que se ação pedagógica que coloca o sujeito aprendiz no centro do
pensa e perceber de modo diferente do que se percebe é processo educativo. A arquitetura funcional do ambiente Eduquito
indispensável para continuar a olhar ou refletir. Esse princípio, foi organizada de acordo com a funcionalidade de seus recursos
que orientou o desenvolvimento do ambiente Eduquito, se tecnológicos, sendo a ferramenta Projeto constituída como o
mantém vivo e tem sido o impulsionador de um processo elemento central do ambiente e tendo um conjunto de ferramentas
constante de autoanálise e de autovaliadação. de comunicação, interação, produção, reflexão e gerenciamento
modeladas para apoiar e impulsionar a construção dos projetos de
Esse artigo apresenta e problematiza os movimentos de
aprendizagem. A figura 1 apresenta a interface principal do
autoanálise e de autovalidação que cercam a modelagem do
Eduquito, bem como suas 3 áreas principais: (1) barra de
Eduquito. Tais movimentos revelam alguns pontos de fragilidade
acessibilidade; (2) menu de ferramentas e tecnologias assistivas e
da interface e de ferramentas que o ambiente disponibiliza,
(3) área de conteúdo.
apontando para a modelagem de novos instrumentos e, assim,
favorecendo a inclusão sociodigital. É por meio desse projeto de
autoavaliação de uma plataforma de aprendizagem que o ambiente
Eduquito tem se destacado em seus espaços de atuação, revelando
que o conceito freiriano do inédito-viável deve alicerçar os
projetos de mediação tecnicopedagógica para produzir e gestar o
mundo com maior justiça e equidade social.

2. EDUQUITO, UMA INTERFACE QUE


NASCE PARA A DIVERSIDADE HUMANA
Eduquito é um ambiente virtual de aprendizagem (AVA)
projetado para operar como ambiente de inclusão sociodigital.
Emerge como resultado dos estudos e pesquisas desenvolvidos
pela equipe do NIEE 1, na Faculdade de Educação da UFRGS.
A equipe de pesquisadores do NIEE vem participando e
ampliando a rede de discussão em torno da Acessibilidade à Web
e do Desenho Universal, para responder ao desafio de forjar um
ciberespaço verdadeiramente inclusivo e, assim, concretizar Figura 1. Interface principal do AVA Eduquito
princípios de equidade na configuração da Sociedade da Todo o processo de desenvolvimento do Eduquito foi marcado
Informação. Entre as inúmeras pesquisas desenvolvidas, pelo atendimento aos princípios traçados pela WAI/W3C 3 [10] e
destacamos a realizada por Conforto e Santarosa [2] sobre a por um processo de avaliação de acessibilidade, principalmente na
Acessibilidade à Web, premiada internacionalmente, e as fase de validação com sujeitos reais. As ferramentas
investigações de mestrado e doutorado que assumiram como disponibilizadas no Eduquito foram modeladas em sintonia com
objeto de investigação a relação tecida entre interagentes com os princípios 4 e as recomendações da WCAG 2.0, para torná-los
necessidades especiais e o AVA Eduquito 2. acessíveis para um amplo grupo de sujeitos com limitações

1 3
A equipe de desenvolvimento do Eduquito é constituída por W3C – O World Wide Web Consortium (W3C) é um grupo
pesquisadores e professores universitários, alunos de cursos de internacional responsável por desenvolver padrões a serem
pós-graduação em Educação e em Informática na Educação, adotados na web, sendo a Web Accessibility Initiative (WAI) a
contando com bolsistas de diferentes cursos de graduação. parte da W3C responsável pelas ações no sentido de prover a
2
O AVA Eduquito, em sua versão 1.0, contou com apoio do acessibilidade
4
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Maior detalhamento sobre o atendimento pelo AVA Eduquito
Tecnológico (CNPq) do Ministério de Ciência e Tecnologia aos 4 princípios definidos pelo WCAG 2.0 (perceptível,
(MCT) [5], apoio esse também realizado na já executada operável, compreensível e robusto) pode ser encontrado no
produção da ferramenta Oficina Multimídia [6]. trabalho de Santarosa, Conforto e Basso [7].

199
sensoriais, motoras e cognitivas. Boa parte dos recursos de das discussões tecidas por Silva [9] conforme exposto abaixo e
acessibilidade está concentrada na área superior da interface, na em conjunto com a tabela 1.
barra de acessibilidade. Sempre visível e ativa para o usuário, a
barra de acessibilidade disponibiliza recursos que potencializam a A. Intertextualidade: conexão entre dois ou mais documentos,
interação da diversidade humana ao respeitar e valorizar promovendo o diálogo entre diversos artefatos e áreas do
especificidades sensórias e motoras. conhecimento.

Em complemento às ações da equipe de modelagem e B. Intratextualidade: conexão com outros artefatos em um


desenvolvimento do referido ambiente no sentido de realizar mesmo documento.
avaliações automáticas e manuais da compatibilidade da C. Navegabilidade: percorre caminhos de forma simples e
plataforma com recursos de Tecnologia Assistiva, tais como intuitiva, de fácil acesso e transparência nas informações.
mouses adaptados, acionadores e leitores de tela, destaca-se o
importante movimento de validação do ambiente por usuários D. Mixagem: integrar várias linguagens.
reais. Essa ação responde ao preceito de avaliação de E. Multimídia digital interativa: integração de vários suportes
acessibilidade que coloca toda a relevância na validação com os midiáticos.
sujeitos que constituem o público-alvo da ferramenta. A ação da
diversidade humana com os recursos e a funcionalidade do F. Comunicação interativa síncrona e assíncrona: construção
ambiente Eduquito colocou em destaque pontos de fragilidade social-individual das experiências sociais.
que não foram detectados no processo de avaliação (automática e
G. Ambiência para a avaliação: uso de recursos onde os saberes
manual), realizado ao longo das diferentes etapas de modelagem e
são construídos num processo comunicativo de negociações e a
implementação do ambiente.
tomada de decisões é uma prática constante para a ressignificação
processual das autorias e co-autorias.
3. EDUQUITO, UM PRODUTO DE
H. Multivocalidade: agregar multiplicidade de pontos de vista.
AUTOANÁLISE E DE AUTOVALIADAÇÃO
No decorrer dos processos de validação da interface do ambiente Estratégia Ferramenta/Recurso
Eduquito com usuários reais, teve-se a oportunidade de realizá-la, Intertextualidade
dentre outros grupos, com usuários com limitação visual e
auditiva, processo esse que revelou pontos de fragilidade do Articular o percurso da O ambiente possibilita:
ambiente, os quais começam a ser equacionados pela equipe aprendizagem em caminhos que conexão com outros
técnica do NIEE. Destacamos, a título de ilustração, alguns destes possibilitem a transdisciplinaridade, sites ou documentos,
pontos citados: estilização/formatação do código HTML; poluição ou seja, que o estudante possa criando autorias
sonora pela leitura de itens desnecessários/irrelevantes ou em conhecer o todo e criar relações hipertextuais.
duplicidade, fator gerador de cansaço e desgaste cognitivo; ordem entre as partes (pensamento
de colocação dos botões de rádio e das caixas de seleção; sistêmico) respeitando a integração
necessidade de inserção de botões para ampliação do contraste; das partes de acordo com suas
tamanho de arquivo para upload dos vídeos muito limitado; características pessoais.
qualidade da tradução em Libras. Estas informações foram Intratextualidade
fundamentais para o planejamento pela equipe técnica do NIEE
das ações corretivas para a sua superação. Para conhecer de forma Explorar as vantagens do O ambiente possibilita:
mais aprofundada esse processo de autovalidação desencadeado hipertexto, disponibilizando conexões internas,
pela equipe técnico-pedagógica do NIEE consulte o trabalho de conhecimentos conectados e em criando links sem sair
Santarosa, Conforto e Basso [7] 5. múltiplas combinações de do hipertexto principal.
linguagens e recursos ligados de
Em 2010, trabalho desenvolvido no módulo Análise forma que facilitem o acesso, o
Tecnicopedagógica de Plataformas de Educação a Distância da cruzamento de informações e de
disciplina Ambiente digitais no processo de ensino-aprendizagem participações.
(doutorado em Informática na Educação - UFRGS) permitiu o
Navegabilidade
aprofundamento do processo de valiação do ambiente Eduquito.
A pesquisa desenvolvida por Bagatini e Leithard [1] para a análise Garantir espaços conceituais, onde O ambiente permite:
de acessibilidade e das ferramentas de interação em plataformas os alunos podem construir seus situar-se: saber onde
de Educação a Distância – Teleduc, Moodle e Eduquito, mais próprios mapas e conduzir suas está, como chegou,
especificamente – trouxe significativas contribuições. Quanto ao explorações e criação em um como prosseguir e
critério de acessibilidade, comprovou-se que os princípios território de expressão e opções de saída. Mapa
propostos pela WAI foram respeitados, o que aponta e ratifica o aprendizagem com sinalizações que do site, trilhas,
diferencial do ambiente Eduquito em relação às demais ajudam o aprendiz a não se perder, elementos posicionais e
plataformas de EAD. No que se refere ao critério de mas que ao mesmo tempo redução dos passos de
interatividade, os aspectos analisados foram construídos a partir possibilitando que o aprendiz acesso.
conduza suas explorações.

5
Mixagem
O referido trabalho foi premiado como o terceiro melhor artigo
do SBIE 2009.

200
Utilizar diferentes recursos para O ambiente permite: o múltiplas conexões com diferentes linguagens e áreas do
despertar e manter o interesse e a uso de diferentes conhecimento. Tais territórios devem possibilitar a construção de
motivação do grupo envolvido, na linguagens como texto, tempos e de espaços educativos que respeitem e valorizem as
tentativa de atingir todos os estilos som, vídeo, Internet, especificidades de seus interagentes, sejam essas sensoriais e/ou
de aprendizagem imagens dinâmicas e cognitivas. Nessa perspectiva, o escopo da análise proposta por
estáticas, gráficos, Bagatini e Leithard [1] buscou demonstrar o quanto o ambiente
mapas. Eduquito pode apoiar a interação em um processo de ensino-
aprendizagem. Para cada critério utilizado na investigação foi
Multimídia digital interativa
analisado se uma ferramenta ou recurso estaria presente no
Utilizar diferentes ferramentas úteis O ambiente permite: o ambiente Eduquito e esse impulsionaria ações socioeducativas
na formação e na disseminação do uso de diferentes interativas. Foram utilizadas as seguintes gradações: Satisfeito, se
conhecimento proporcionando suportes midiáticos evidenciar, Parcialmente satisfeito se evidenciar em parte e Não
misturas apropriadas para novas como YouTube, satisfeito se não é possível evidenciar. Na tabela 2, apresentamos
oportunidades de aprendizado. MySpace, Twitter, os critérios utilizados e os resultados evidenciados:
Orkut.
Tabela 2 – Análise da Interatividade no AVA Eduquito
Comunicação interativa síncrona e assíncrona
Critérios Ferramenta/Recurso Eduquito
Desenvolver um cenário de livre O ambiente permite: o Intertextualidade links externos Parcialmente
expressão, de confronto de ideias e uso de ferramentas Intratextualidade links internos Parcialmente
de colaboração entre os estudantes, como chats, correio
identificação do local Satisfeito
aguçando a observação e a eletrônico, mensagens
interpretação das atitudes dos atores instantâneas, listas de opções de saída Satisfeito
envolvidos, de modo a possibilitar a discussão, mapa do site Parcialmente
participação livre, o diálogo, a troca teleconferência, Navegabilidade existe trilhas Parcialmente
e a articulação de experiências. podcast, blogs, quadro elementos posicionais Satisfeito
branco, mural de
reduzir passos de acesso Parcialmente
avisos.
Ambiência para a avaliação Texto Satisfeito
Avaliar o que o aluno é capaz de O ambiente permite: Som Satisfeito
fazer com a ajuda do outro e não o criar atividades que Mixagem Vídeo Satisfeito
que por ele foi aprendido estimulem a construção Imagens Satisfeito
anteriormente, promovendo do conhecimento a mapas/gráficos Parcialmente
oportunidades de trabalho em partir de situações- YouTube Satisfeito
grupos colaborativos, garantindo a problema, onde o Multimídia digital MySpace Satisfeito
exposição de argumentos e o sujeito possa interativa Twitter Satisfeito
questionamento das afirmações, contextualizar questões Orkut Satisfeito
encorajando esforços no sentido da locais e globais do seu Chats Satisfeito
troca entre todos os envolvidos, universo cultural correio eletrônico Satisfeito
implementando situações de encontrada em
mensagens instantâneas Não satisfeito
aprendizagem que considerem as ferramentas como base
Comunicação listas de discussão Não satisfeito
experiências, conhecimentos e de dados, mapas
interativa síncrona Videoconferência Não satisfeito
expectativas que os estudantes já conceituais, portfólio,
e assíncrona Podcast Não satisfeito
trazem consigo. wiki, docs interativos.
Blogs Não satisfeito
Multivocalidade quadro branco Não satisfeito
Elaborar problemas que convoquem O ambiente permite: mural de avisos Não satisfeito
os estudantes a apresentar, defender uso de ferramentas base de dados Não satisfeito
e, se necessário, reformular seus como fórum portfólio Não satisfeito
pontos de vista constantemente, Ambiência para a
avaliação wiki Não satisfeito
favorecendo a participação, docs interativos Não satisfeito
promovendo ocasiões que
mapas conceituais Satisfeito
despertem a coragem do
enfrentamento em público diante de Multivocalidade fórum Não satisfeito
situações que provoquem reações. Tabela 2 . Análise da Interatividade no AVA Eduquito
Fonte: Adaptado de Bagatini e Leithard [1]

Tabela 1. Critérios de Interatividade A investigação realizada pelos pesquisadores Bagatini e Leithard


Fonte: Adaptado de Bagatini e Leithard [1] [1], ao mesmo tempo em que ratificou o diferencial da interface
do ambiente Eduquito em termos de acessibilidade, também
Um ambiente de aprendizagem pode construir um conjunto de apontou para a necessidade de disponibilizar um conjunto de
territórios a serem explorados pelos estudantes, disponibilizando ferramentas que venham a impulsionar e a potencializar práticas
instrumentos e signos para impulsionar a autoria, a co-autoria e as

201
de autoria individual e coletiva mediadas por instrumentos de leitores/autores cadastrados ao ambiente Eduquito. A utilização de
comunicação interativa síncrona e assíncrona. Respondendo a blogs foi uma das soluções encontradas pela pesquisadora para
esse desafio, a equipe de pesquisadores e desenvolvedores do permitir que sujeitos com necessidades especiais pudessem
NIEE passa a modelar novas ferramentas de comunicação experienciar a construção de conteúdo para a web e vivenciar uma
interativa síncrona e assíncrona com o objetivo de forjar tempos e prática de autoria em rede.
espaços de autoria individual e coletiva, mas que respeitam os
A implementação de um blog dentro do ambiente Eduquito
princípios de acessibilidade propostos pela WAI.
justifica-se por possibilitar uma maior visibilidade ao processo e
ao produto dos projetos de aprendizagem desenvolvidos por
4. EDUQUITO: NOVAS FERRAMENTAS interagentes com necessidades especiais. Por meio do blog, a
DE COMUNICAÇÃO SÍNCRONA E socialização da construção individual e coletiva de cada projeto
pode ser ampliada e, com ela, a emergência de novos espaços de
ASSÍNCRONAS PARA A DIVERSIDADE autoria individual e coletiva. A inserção de comentários permite
HUMANA. instituir de uma prática de comunicação social, movimento central
A construção de novas ferramentas de comunicação interativa para ações educativas que buscam a inclusão sociocultural.
síncrona e assíncrona dentro do ambiente Eduquito está alicerçada
no respeito aos princípios de acessibilidade propostos pela WAI, Desenvolver blogs dentro do contexto do ambiente Eduquito
potencializando uma interface que respeite e valoriza as permite problematizar um importante recurso de comunicação
especificidades sensoriais e cognitivas de seus interagentes. social, problematizando sua interface e ajustando-a aos princípios
de acessibilidade elencados pela WAI. Para a modelagem do blog
A fim de suprimir a fragilidade na projeção de espaços de e sua agregação ao AVA Eduquito, fez-se necessária a definição
interação e de autoria individual e coletiva, conforme apontado na de seus requisitos, os quais são listados a seguir:
investigação de Bagatini e Leithard [1], já vinha sendo
desenvolvida a ferramenta Oficina Multimídia [8]. Este recurso A. Acessibilização da interface, sintonizando-a aos princípios de
visa ampliar as possibilidades de mediação tecnológica no AVA acessibilidade da WAI/W3C
Eduquito, buscando minimizar a carência de opções de B. Personalização na identificação do blog, permitindo que os
tecnologias acessíveis para construção coletiva de textos ou usuários possam optar por usar um único blog vinculado a todos
documentos multimídia. A ferramenta Oficina Multimídia permite os projetos ou criar blogs distintos para cada projeto.
agregar recursos em diversos formatos – textos, imagens, vídeos
ou áudios –, o que impulsiona a construção de uma biblioteca C. Customização do layout, disponibilizando ao usuário
com as produções dos diferentes interagentes, promovendo e diferentes layouts, referentes à distribuição espacial dos elementos
configurando um espaço para construções coletivas e individuais. que venham a compor o blog, procurando oferecer ao usuário uma
maior flexibilidade na apresentação visual das suas produções.
Destacamos também o início do desenvolvimento de duas novas
ferramentas a serem incorporadas ao conjunto de recursos de D. Seleção dos recursos, oferecendo ao usuário a possibilidade
comunicação e interação para a diversidade humana: um blog, de inclusão de minigifs, contador, calendário, relógio, blinkies.
denominado Bloguito, e uma ferramenta síncrona para desenho e
E. Publicação e edição de conteúdo, disponibilizando
escrita coletiva, identificado por Quadro Branco. Acredita-se na
ferramentas acessíveis para a construção de materiais em
importância da instrumentalização de sujeitos com necessidades
diferentes formatos.
especiais para o uso de ferramentas no contexto da Web 2.0,
buscando desenvolver habilidades para a atuação em rede, para a F. Inserção de comentários, para garantir uma importante ação
produção da inteligência coletiva. A interface dos blogs e das no âmbito da comunicação interativa: o feedback entre autores e
ferramentas de comunicação síncrona, no contexto do ambiente de leitores da web. O autor poderá definir a política de uso (interno
aprendizagem Eduquito, ratifica e cristaliza o uso do potencial ou externo ao Eduquito) deste recurso.
colaborativo e de autoria da rede mundial de computadores,
disponibilizando instrumentos de mediação tecnológica que G. Visualização do bloguito permitindo ao autor definir a política
possibilitem desencadear novos processos de desenvolvimento de visibilidade do seu Bloguito, podendo fazer restrições quanto
sociocognitivo para a diversidade humana. A seguir, ao acesso externo.
caracterizamos e problematizamos a modelagem As interações para usuários externos à ferramenta Bloguito
tecnicopedagogica dessas novas ferramentas. restringem-se à leitura de blogs e inserção de comentários
naqueles que estejam disponíveis externamente de acordo com a
4.1 Bloguito, espaço para a expressão da política de visibilidade/interação definida pelo autor. Os usuários
internos do Eduquito têm a possibilidade utilização de um maior
diversidade número de funcionalidades da ferramenta. Para que isso ocorra,
Projetos educacionais desenvolvidas por integrantes do NIEE e eles devem de estar devidamente autenticado no ambiente
pesquisadores vinculados ao Programa de Pós-graduação em Eduquito, tendo ingressado em um determinado projeto. O ícone
Educação da UFRGS, no contexto do ambiente Eduquito, têm do Bloguito aparecerá na barra de ferramentas do ambiente, sendo
salientado a necessidade de busca de recursos tecnológicos necessário um clique para acessá-la.
externos ao citado ambiente de aprendizagem. As investigações de
Moro [4], por exemplo, revelaram a carência de editores de Na figura 2, temos a apresentação do modelo entidade-
conteúdo para a web, recursos que permitiriam dar visibilidade ao relacionamento proposta para o desenvolvimento desta nova
produto dos projetos desenvolvidos por PNEs para além dos ferramenta.

202
A ferramenta Bloguito será ampliada para a inserção de outros
elementos e será previsto a sua inter-relação com as demais
ferramentas presentes no AVA inclusivo Eduquito. Os elementos
apresentados possibilitam ter uma idéia geral dessa nova
ferramenta, não esgotando, contudo, outras possibilidades de
recursos que se farão presentes, tendo em vista a dinâmica do que
se cria no âmbito das redes a cada dia. Entretanto, os elementos
básicos para que os PNEs possam construir e socializar suas
produções na WEB estarão assegurados.

4.2 Quadro Branco, um recurso acessível de


autoria coletiva e síncrona
Figura 2. Modelo E-R da ferramenta bloguito Para apoiar e qualificar os projetos desencadeados junto a sujeitos
Ao acessar a ferramenta Bloguito pela primeira vez, o usuário com necessidades especiais a equipe de pesquisadores do NIEE
tenta acessar o blog dentro do projeto em que esteja, será vem desenvolvendo a ferramenta acessível de comunicação
solicitado que ele informe o nome do blog e sua senha para que interativa e síncrona Quadro Branco. A ferramenta teria como
ele passe a estar vinculado ao atual projeto. Um mesmo Bloguito objetivo oferecer aos PNEs um recurso para a criação, edição e
pode ser vinculado a diferentes projetos nos quais o usuário esteja discussão colaborativa online, seguindo o padrão de
participando. Nas demais vezes que o usuário tentar acessar o acessibilidade do ambiente Eduquito a fim de reduzir obstáculos
Bloguito não será mais solicitada esta autenticação, visto que o constatados em algumas ferramentas e sites de utilização de
blog já estará vinculado ao projeto. Caso o usuário ainda não quadro branco.
possua um blog, ele poderá solicitar a sua criação. Depois que o
Para a modelagem do Quadro Branco e sua agregação ao
aluno clicar no link para criação de seu blog, temos a
Eduquito, fez-se necessária a definição dos seguintes requisitos:
apresentação da interface onde ele deverá preencher as
informações essenciais sobre seu blog. A. Acessibilização da interface, sintonizando-a aos princípios de
acessibilidade da WAI.
No momento de sua criação, o Bloguito irá gerar um endereço
externo ao Ambiente Virtual Eduquito, de forma que os pais, B. Customização do layout, projetando uma interface intuitiva,
amigos e outras pessoas que tenham interesse, possam amigável, acessível e de fácil utilização por parte dos usuários.
acompanhar as produções realizadas pelo aluno no ambiente. O
layout do Bloguito está dividido em duas colunas, além de uma C. Ferramentas de comunicação – chat, áudio, vídeo –
barra superior onde são encontrados alguns os recursos de oferecendo um mecanismo de texto para comunicação entre os
acessibilidade, padrão seguido no Eduquito. Na coluna lateral participantes durante a construção e/ou discussão de materiais.
direita aparecerão informações básicas sobre o responsável pelo Será explorada a integração com a ferramenta de bate-papo falado
blog, a possibilidade de busca por alguma informação específica, EVOC, já utilizados no AVA Eduquito, para participação de
as postagens listadas por mês e as categorias. Na coluna lateral sujeitos com diferentes especificidades sociocognitivas.
esquerda tem-se a apresentação do nome do blog na parte superior D. Ferramentas de desenho – lápis, cores, borracha, formas,
e mais abaixo é apresentada a área principal do blog, na qual as linhas, setas e texto –permitindo a escrita com lápis, selecionador
postagens cadastradas podem ser visualizadas. A figura 3 ilustra de cores, inserção de formas, linhas, setas e texto, bem como
esta distribuição espacial dos elementos do Bloguito. limpar o que foi escrito com a borracha, permitindo que usuários
movam e manipulem o conteúdo clicando ou arrastando com o
mouse.
E. Ferramentas para compartilhamento, possibilitando a
inserção de vídeos, apresentações, documentos de texto e páginas
web, que todos os participantes poderão visualizar.
F. Definições de perfis – permissões e compartilhamentos – para
possibilitar que outros participantes do mesmo projeto ou de
outros projetos inscritos no Eduquito possam compartilhar da
mesma ferramenta.
G. Publicação, visualização e gravação, permitindo que a
interação e a colaboração dos participantes sejam gravadas para
posterior visualização.
O acesso ao Quadro Branco dentro do Eduquito será realizado via
barra de ferramentas. Ao acessar a ferramenta, será apresentada
uma tela contendo três opções: rever sessões das quais já
Figura 3. Interface para visualização externa do Bloguito participou, criar uma nova sessão e participar de sessões de outros
projetos desenvolvidos no Eduquito.

203
A tela principal da ferramenta será destinada à interação, tempos e espaços socioculturais. O processo permanente de
colaboração e construção de conhecimento pelos interagentes. Na autovalidação da interface e do conjunto de ferramentas que
barra lateral, à direita, são disponibilizadas as ferramentas de estruturam o ambiente Eduquito, desencadeado pelos
comunicação: chat, áudio e vídeo. Acima desta área temos os pesquisadores e desenvolvedores do NIEE, aproxima-se de um
botões para iniciar e finalizar a gravação da sessão no quadro dos princípios que movem a construção da contemporânea rede
branco. Na lateral esquerda do quadro branco visualizamos mundial de computadores, a projeção de recursos tecnológicos na
ferramentas para compartilhamento (apresentações, vídeos, versão beta perpétuo, ou seja, em um permanente processo de
documentos, páginas web), publicação/visualização dos materiais atualização, ajustando-os as necessidades e ao perfil de seus
produzidos (gravar e salvar) e permissões e colaboração, usuários e às novas demandas da Sociedade da Informação.
conforme apresenta a figura 4.
REFERÊNCIAS
[1] Bagatini D. e Leithard V. 2010. Avaliação de ambientes
digitais de aprendizagem. Disciplina Ambiente digitais no
processo de ensino-aprendizagem. Programação de Pós-
graduação em Informática na Educação. 2010/1.
PGIE/UFRGS. Trabalho de conclusão da disciplina.
Digitado.
[2] Conforto, D. e Santarosa, L M. C. 2003. Accessibility:
Discussing Human-Computer Interaction on the Web . In:
Computers and Education: Towards a Lifelong Learning
Society, Martin Llamas Nistal; Manuel Fernadez Iglesias;
LuisAnido Rifon. (Org.). Espanha: Kluwer Academic
Publisher, v. 1, p. 127-137.
[3] Freire, P. 1992. A pedagogia da esperança: um encontro com
a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
[4] Moro, E. L. S. 2007. O processo de aprendizagem e de
Figura 4. Tela de trabalho do Quadro Branco interação em Ambientes de Aprendizagem com adolescentes
com Fibrose Cística em isolamento hospitalar. Porto Alegre:
5. CONCLUSÕES PARCIAIS UFRGS. Dissertação (Mestrado em Educação).
A constante inquietação do grupo de pesquisa do NIEE/UFRGS [5] Santarosa, Lucila M. C. 2004. Ambientes de Aprendizagem
com o tema acessibilidade e as contribuições já implementadas no Virtuais para Inclusão Digital de Pesssoas com Necessidades
AVA Eduquito, como forma de possibilitar aos PNEs autonomia, Especiais. Projeto de Pesquisa. CNPQ (2004 – 2006)
interação, mediação, construção e socialização de seus
[6] ______. 2007. Ambiente Virtual de Aprendizagem por
conhecimentos, tem marcado sua trajetória na Informática na
Projetos para a Inclusão Digital, Educacional e Social de
Educação Especial. O ambiente Eduquito, como produto dessa
PNES. Projeto de Pesquisa. CNPQ (2007 – 2009)
história de respeito e de valorização da diversidade humana,
encontra-se em processo de socialização no Portal do Governo [7] Santarosa, L. M. C.; Conforto, D. e Basso, L. O. 2009. AVA
Eletrônico do Ministério do Planejamento como software livre. inclusivo: validação da acessibilidade na perspectiva de
interagentes com limitações visuais e auditivas. In: Anais do
Projetar tecnologias digitais acessíveis é, indiscutivelmente, XX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação.
modelar interfaces de cidadania, recursos informáticos que
passam a configurar rampas tecnológicas para a promoção e [8] Santarosa, L. M. C. e Basso, L. O. 2009. Multimedia
concretização do inédito-viável de uma sociedade inclusiva. O Workshop: collective production in learning management
desejo de projetar rampas tecnológicas forja a modelagem das systems with the aim of PSN digital inclusion. In:
ferramentas Bloguito e Quadro Branco, recursos tecnológicos Proceedings of IX World Conference on Computers in
sintonizados com os princípios de acessibilidade que alicerçaram Education.
a construção do AVA Eduquito, espaço principal de atuação [9] Silva, M. 2002. Docência Interativa presencial e online In:
dessas novas ferramentas. O Bloguito e Quadro Branco passam a Valentini, C. B.; Schelmmer, E. (Org.). Aprendizagem em
compor o conjunto de recursos de comunicação e informação ambientes virtuais: compartilhando idéias e construindo
interativos do ambiente Eduquito e a dar visibilidade ao cenários. Caxias do Sul: EDUCS, 2005, v. 1, p.193-202.
permanente movimento dos pesquisadores e desenvolvedores do
[10] W3C. 2009. Recomendações de Acessibilidade para
NIEE para a concretização das Políticas Públicas de Educação
Conteúdo Web (WCAG) 2.0. Disponível em:
Inclusiva.
http://www.ilearn.com.br/TR/WCAG20/. Acesso em 09 de
As idéias problematizadas neste artigo somam-se aos inúmeros maio de 2009.
movimentos de diferentes grupos de pesquisadores no âmbito da
Informática na Educação Especial, no intuito de contribuir para a
inclusão de um número cada vez maior de PNEs nos diferentes

204
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

SUPORTE COMPUTACIONAL ÀS INTERAÇÕES DE UM


CURSO A DISTÂNCIA
Mariangela Kraemer Lenz Ziede Crediné Silva de Menezes
Programa de Pós-graduação em Educação Programa de Pós-graduação em Informática
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Espírito Santo
Brasil Brasil
mariangelaziede@gmail.com credine@gmail.com

Resumo Utilizamos cada vez mais recursos da internet em práticas


educacionais tais como: blogs, wikis e twitter. Já não nos
Neste estudo apresentamos e analisamos alguns dos usos de um
satisfazemos mais em usar a rede apenas para a busca de
ambiente wiki (pbworks) utilizado no Curso de Graduação em
informações, mas também e principalmente para a realização de
Pedagogia-Licenciatura na Modalidade a Distância da
atividades que oportunizem a construção da aprendizagem de
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PEAD/UFRGS).
forma autônoma e criativa. Este avanço parte da percepção de
Este ambiente é utilizado como espaço virtual para agregar
alunos e professores que a internet pode nos oferecer muito mais
conteúdos, trabalhos individuais e em grupo, além de viabilizar
e se materializa a partir do uso destas ferramentas da web 2.0.
a interação e cooperação entre alunas, professores e tutores.
Segundo Primo (2007) a web 2.0 tem repercussões sociais
Discutimos a apreciação das alunas do curso, manifestadas em
importantes, pois possibilita o trabalho coletivo, a interação,
um questionário sobre a utilização do pbworks em cinco
cooperação e a construção do conhecimento apoiada na
interdisciplinas. A partir deste estudo pudemos concluir que o
informática.
pbworks está se mostrando adequado para dar suporte à
metodologia interativa e problematizadora utilizada no PEAD.
Os estudos sobre construtivismo têm auxiliado professores que
trabalham na educação presencial a perceberem que o ensino e a
Palavras – chave: wiki, pbworks; cooperação e interação; aprendizagem não acontecem apenas nas atividades realizadas
educação a distância no espaço físico das suas escolas ou universidades. Professores e
alunos podem acessar ambientes virtuais e ensinar/aprender
Abstract interagindo de casa ou do trabalho (MOORE, 2007).
In this study we present and analyze some of the uses of a wiki
Na prática, conforme Peters (2004), essa mudança tem muitas
environment (pbworks) used in Undergraduate Education-
consequências para professores e alunos que se defrontam com
Degree in Distance Mode from the Federal University of Rio
essa abundância de informações e de facilidades de
Grande do Sul (PEAD / UFRGS). This environment is used as a
comunicação. Os alunos necessitam, pois, se apropriar desses
virtual space to add content, individual and group, and make the
novos conhecimentos com uma nova maneira de selecionar
interaction and cooperation among students, teachers and tutors.
informações, assim como dominar as metodologias de interação
We discuss the students' appreciation of the course, expressed in
apropriadas às suas necessidades. Nesse sentido é mais
a questionnaire about the use of five interdisciplinary pbworks.
promissor favorecer o desenvolvimento do espírito critico dos
From this study we concluded that the pbworks is proving
alunos buscando com isso o desenvolvimento de competências
adequate to support the methodology used in interactive and
para seleção e análise de informações e de ferramentas.
problem-PEAD
Nesta mesma linha Maçada e Tijiboy (1998) descrevem que a
Keywords: wiki, pbworks; cooperation and interaction, educação deve rever seu papel e propor novos rumos,
distance education promovendo o desenvolvimento de cidadãos críticos e
autônomos. Alunos que discutam e resolvam problemas
Categorias e Descritores imprevistos de forma criativa e transformem sua própria
sociedade.

K.3.2 [Computer and information science É de se esperar, portanto que a modalidade de Educação a
education] Distância, a partir do uso de ambientes colaborativos, leve a uma
mudança de paradigma, passando do diretivo e linear para o
interativo e construtivo.

Segundo Peters (2004 p. 133):


Kraemer, Mariangela., Silva, Crediné. (2010). Suporte Computacional às Interações de
Os estudantes não são mais vistos como objetos, mas sim
um Curso a Distância . En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática como sujeitos do processo de aprendizagem. Sua
Educativa, Volumen 1, pp 205-212, Santiago de Chile. aprendizagem não consiste mais em receber e processar o
1. Introdução

205
conhecimento oferecido, mas em debater ativamente com profissional pessoal e social, valorizando a autonomia,
um objeto de aprendizagem que eles mesmos selecionaram cooperação, interação e a formação de comunidades virtuais de
em um contexto que é definido a partir da interação aprendizagem. O curso é concebido de forma interdisciplinar de
simultânea com outros estudantes e no qual eles mesmos maneira que os professores planejem juntos os conteúdos e
desenvolvem ou alteram estruturas cognitivas individuais integrando as atividades e aproveitando as experiências e
Dentro do contexto da formação de cidadãos críticos, autônomos vivências das professoras-alunas visto que a maioria já ministra
e do uso das tecnologias digitais para mediar à aprendizagem, a aula há alguns anos. As estratégias de aprendizagem são
Universidade Federal do Rio Grande do Sul concebeu e está desenvolvidas para desafiar as professoras-alunas a buscar suas
desenvolvendo o Curso de Graduação em Pedagogia- respostas, questionando e sendo questionadas, criando assim uma
Licenciatura na Modalidade a Distância (PEAD), com suporte rede virtual de aprendizagem.
do Governo Federal (Programa Pro Licenciatura).

Os autores, integram 1 a equipe do curso desde a sua preparação,


3. Fundamentação Teórica
tendo participado das discussões sobre a seleção de ambientes e
da formação continuada dos tutores e professores no uso deste Nesta seção apresentamos a metodologia utilizada no Curso e as
ambiente. relações entre os sujeitos ao trabalhar num ambiente de
aprendizagem colaborativa.
Neste estudo temos como objetivo analisar a seguinte questão:
O ambiente Pbworks satisfaz as necessidades de 3.1 Metodologia interativa problematizadora
interação e cooperação contidas na proposta
interativa e problematizadora do Curso?
A metodologia desenvolvida no PEAD privilegia uma
articulação entre a apropriação tecnológica, estudos teóricos e
2 Apresentando o PEAD prática das professoras-alunas. Estas professoras são desafiadas
a pensar nas práticas que desenvolvem com seus alunos nas suas
O público-alvo do curso são 400 professoras-alunas que escolas. O curso é construído e reconstruído semestre a
trabalham na rede municipal e estadual de ensino. Essas semestre, pois muitas vezes necessitam adequar as atividades
professoras estão divididas em cinco polos: Alvorada, Gravataí, previamente planejadas. Esta metodologia está embasada pelas
Sapiranga, São Leopoldo e Três Cachoeiras. Cada polo possui idéias de Paulo Freire que sustenta a necessidade de um novo
um laboratório com uma média de 20 computadores, uma paradigma pedagógico e por Jean Piaget no processo de
biblioteca com exemplares dos livros, CDs e DVDs utilizados construção do conhecimento a partir de descobertas e
nas Interdisciplinas. Um auditório ou sala com espaço para investigação. Nessa metodologia, os professores e os tutores
atividades coletivas e para as aulas presenciais, além de material atuam como possibilitadores da aprendizagem e provocadores
como filmadoras, máquinas digitais, projetor multimídia, etc. de transformações, usando, para tal, duas estratégias
Tendo em vista esse ir além da divisão tradicional dos conteúdos interdependentes e complementares:
em disciplinas isoladas e com conteúdo seqüencial, o currículo
do curso é organizado em interdisciplinas que visam relacionar o Estratégias de problematização e provocação: os professores e
conhecimento teórico e prático ao longo dos semestres. os tutores atuam de maneira a chamar as professoras-alunas à
Para a realização do trabalho, a equipe do PEAD conta com reflexão e à crítica sobre as práticas tradicionais, buscando
cerca de cinco professores por interdisciplina (um professor por incentivar as “explorações” de idéias, de recursos tecnológicos e
interdisciplina/polo – totalizando cerca de 210 professores ao de ações práticas desenvolvidas, promovendo reflexões sobre
longo de todo o curso), 35 tutores de sede (que prestam essas ações e pensamentos. Realizam intervenções que
atendimento aos alunos, preferencialmente a distância), 15 contrapõem idéias de diferentes autores com as das próprias
tutores de polo (que atendem presencialmente os alunos nos professoras-alunas para que aconteça uma análise comparativa
cinco polos). Os materiais são desenvolvidos a partir da entre elas. Em outras intervenções, são solicitadas justificativas
2
concepção de Arquiteturas Pedagógicas Abertas , as quais para as respostas para ver se realmente elas estão seguras em
incentivam a pesquisa e a interação entre os diferentes atores. O suas afirmações.
deslocamento para o uso intensivo dos materiais interativos na
web, em articulação com as outras mudanças propostas no Estratégias de apoio à reconstrução: a estratégia de
curso, viabiliza a construção de conhecimento em comunidades problematização é complementada por uma função de apoio às
de aprendizagem. reconstruções. Se o professor intervém no sentido de
problematizar, ele também age no sentido de incentivar e apoiar
Para o PEAD, EAD, significa Educação a Distância e é voltada a aprendizagem, oferecendo informações e sugestões de leituras
para o desenvolvimento global do sujeito. O Curso é e bibliografias. Essas intervenções visam apoiar as construções
desenvolvido no sentido da construção do conhecimento pelo das professoras-alunas, disponibilizando informações e materiais
educando e do desenvolvimento de capacidades e habilidades. diversificados. Os professores assumem uma postura não-
Tais como a de aprender a buscar a informação, compreendendo- diretiva, sendo as idéias apresentadas não como verdades, mas
a e sabendo utilizá-la de modo criativo no seu cotidiano explicitando-se tratar de postura interpretativa do professor
frente aos conceitos e idéias.
1
Um dos autores atua como Coordenador do Polo de Sapiranga e a 3.2 Cooperação, interação e colaboração nos
autora como coordenadora dos tutores do curso, desde 2006 podendo
acompanhar de perto todas as etapas do trabalho. ambientes virtuais
2
As arquiteturas pedagógicas são, antes de tudo, estruturas de
aprendizagem realizadas a partir da conjunção de diferentes
componentes: softwares pedagógicos, uso de computadores, internet, Segundo Maçada e Tijiboy (1998) a cooperação, pressupõe a
inteligência artificial, educação a distância, concepção de tempo e interação, a colaboração e relações de respeito mútuo e
espaço, pressupostos pedagógicos e curriculares e didáticas específicas. heterárquicas entre os sujeitos envolvidos. Uma postura de

206
tolerância e convivência com as diferenças num processo de Segundo Ziede ET AL (2008) entre as facilidades do sistema
negociação constante. Toda a tomada de decisão num ambiente pbwiki podemos destacar:
de aprendizagem cooperativo leva implícito um consenso de
grupo, onde cada indivíduo que o constitui é autônomo na sua a) O controle de edição a uma página, bloqueando-a
contribuição. E todos precisam estar abertos para escutar as quando um usuário inicia a edição;
opiniões dos colegas, trocarem idéias e discutir sobre a melhor b) Gerência de versões;
maneira de resolver o problema. Segundo as autoras existem três c) Um editor do tipo wysiwig;
elementos essenciais para que ocorra a aprendizagem em d) Permite o uso de diferentes mídias;
ambientes cooperativos a distância: postura cooperativa, e) Controle de acesso que permite a identificação de
estrutura do ambiente e funcionamento heterárquico do autores;
ambiente. As relações entre os sujeitos com postura cooperativa f) Manutenção de um histórico das contribuições dos
são do tipo heterárquicas, possibilitando que as decisões sejam autores;
tomadas pelo grupo como um todo sem um líder ou coordenador g) Suporta diferentes perfis (editor, escritor, leitor,
que tenha a palavra decisiva. A escolha da estrutura do ambiente administrador);
é muito importante para que esta cooperação ocorra. Ele h) Sistema de mensagens (customizavel) que notifica o
necessita ter ferramentas e recursos com os quais seja possível usuário sobre as alterações que lhe interessam e,
que os sujeitos registrem suas idéias compartilhem suas opiniões i) Suporte ao registro de comentários por página, com
e tenham feedbacks constantes para avaliar e retomar as uma estrutura hierárquica que facilita a realização de
atividades que não estejam de acordo com os objetivos debates.
previstos.
5. Coleta de Dados
4. O Ambiente Pbworks
Para contemplar a metodologia interativa e problematizadora Os dados foram coletados nos ambientes dos pólos,
utilizada no PEAD precisávamos de um ambiente virtual que: considerando:
a) O material produzido nas Interdisciplinas: Seminário
a) Facilitasse as interações entre colegas, tutores e Integrador; Representação do Mundo pela
professores; Matemática; Escolarização, Espaço e Tempo na
b) Agregasse os materiais didáticos e socializasse as Perspectiva Histórica e Infâncias de 0 a 10 anos ;
atividades e informações sobre curso; Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais
c) Viabilizasse o acompanhamento do processo de Especiais e,
construção das aprendizagens individuais e coletivas
dos alunos, através de intervenções pontuais junto às b) As respostas a um questionário online desenvolvido
produções; no SGQ e respondido por 43 professoras-alunas
d) Permitisse a publicação de diferentes mídias para escolhidas aleatoriamente nos cinco polos. No
ilustrar o trabalho dos alunos, como fotos e vídeos; questionário tinham três perguntas para cada uma das
e) Facilitasse a autoria cooperativa. interdisciplinas citadas acima, como por exemplo, as
apresentadas sobre o Seminário Integrador::
1. Na Interdisciplina “Seminário Integrador”
A partir desses requisitos selecionamos então o pbworks como a vocês fizeram uma atividade sobre o
ferramenta principal, por reunir características e funcionalidades "caminho da escola”. [Cite os aspectos
necessárias. Um fator importante nesta seleção foi a existência positivos do uso do pbworks.]
de experiências educacionais anteriores, bem sucedidas, usando
o pbworks, vivenciadas por alguns membros da equipe 2. Na Interdisciplina “Seminário Integrador”
vocês fizeram uma atividade sobre o
4.1 Estrutura do Pbworks "caminho da escola”. [Cite os aspectos
negativos do uso do pbworks.]
O pbworks é um ambiente free desenvolvido para construção 3. Na Interdisciplina “Seminário Integrador”
cooperativa de sites na web, com disponibilidade de acesso em vocês fizeram uma atividade sobre o
tempo integral, com tempo de resposta baixo e com uma "caminho da escola”. [Se você fosse
interface amigável. É um sistema do tipo wiki que permite a trabalhar com seus alunos você usaria o
produção de documentos hipermidiáticos de maneira coletiva, pbworks? Justifique.]
com grande facilidade e sem requerer que os usuários
disponham de um servidor próprio para a publicação. Oferece
um espaço virtual compartilhado, que incentiva a aprendizagem
colaborativa. É possível criar pastas e subpastas. com os alunos,
6. Utilização do Pbworks no Pead
ou construir uma seção para colaboração em grupo.
Utilizamos o Pbworks em várias situações, mas para este estudo
As publicações, assim, podem ser adicionadas por vários
optamos pelas seguintes interdisciplinas: Seminário Integrador;
usuários e atualizadas a todo o momento. Desse modo, é
Representação do Mundo pela Matemática; Escolarização,
possível complementar idéias e inserir novas informações; o
Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica e Infâncias de 0 a 10
resultado dessa colaboração é o conteúdo de um Pbworks 3.
anos ; Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais
Especiais, conforme apresentado nas subseções a seguir.

3
Quando iniciamos o curso e até meados de 2009 o Pbworks 6.1 Seminário Integrador
tinha a nomenclatura de Pbwiki.

207
professores, tutores e colegas dos outros grupos. Ele tem um
4
O Seminário Integrador é uma interdisciplina que perpassa as espaço para comentários no qual o professor pode desafiar as
outras interdisciplinas e acontece desde o primeiro eixo 5. professoras-alunas colocando questionamentos e sugestões. O
Os professores do seminário orientam as professoras-alunas em processo de construção do projeto fica registrado, com a
todos os momentos do curso, desencadeando atividades que vão manutenção de um histórico das contribuições, além disso é
se integrando as outras interdisciplinas. Realizam oficinas de mantido um log dos acessos. Estes registros versionados
apropriação tecnológica presenciais e a distância via ambiente facilitam a metacognição, pois as professoras-alunas podem
virtual dando continuidade às discussões realizadas no momento rever as construções e depois, no seguimento do projeto, podem
presencial. No final do eixo realizam o fechamento das repensar sobre o rumo do mesmo e sobre as suas aprendizagens.
interdisciplinas a partir da avaliação e discussão das construções A escolha do pbworks para a realização dos Projetos de
das professoras-alunas no decorrer do semestre. Nessa idéia, a Aprendizagem (PA) nos pareceu acertada, pois seu uso
interação e cooperação favorecem a discussão nos ambientes possibilitou o trabalho com a metodologia do curso. Cada grupo
desencadeando o trabalho em redes de aprendizagens. Umas das criou um Pbworks para o seu projeto, no qual registrou todas as
atividades desenvolvida nesta interdisciplina foi o trabalho com etapas do mesmo. Com a possibilidade de criação de várias
os projetos de aprendizagem. páginas, foi possível organizar todas as etapas do PA. O
ambiente possibilita que os colegas, professores e tutores
questionem e discutam no decorrer do trabalho e tenham
6.1.1 Projetos de Aprendizagem feedbacks constantes para avaliar e retomar as atividades que
O trabalho a partir de projetos de aprendizagem desenvolvido no não estejam de acordo com os objetivos previstos.
PEAD pode ser caracterizado como uma metodologia que
privilegia a aprendizagem das professoras-alunas. Segundo
Fagundes, “o desenvolvimento de Projetos de Aprendizagem é 6.1.1.1Respostas das professoras-alunas ao
uma pedagogia que explora os princípios do construtivismo e dá questionário
suporte ao construcionismo - nela, o estudante constrói
conhecimento a partir da exploração de uma questão de Sobre os aspectos positivos:
investigação” (p. 29). Nesse sentido, essa questão é elaborada  Aparecem todos os passos realizados pelos grupos, as
pelas próprias professoras-alunas partir de suas curiosidades de estratégias e permite trabalharmos individualmente, ao
aprendizagem. mesmo tempo, coletivamente;
 Um ambiente no qual você pode integrar-se em grupo.
Formuladas as questões individuais iniciais, busca-se formar Questionar, descobrir as respostas por meio de pesquisas
grupos de trabalho por afinidades de assuntos. O grupo discute e realizadas com integração e discussões;
se preciso reformula a questão de investigação. Após elencam
 A troca com os colegas, a formação de conceitos a partir da
uma lista de conhecimentos prévios (certezas provisórias) e as
opinião de todos. Permite a construção coletiva do
curiosidades (dúvidas temporárias). No decorrer do trabalho as
conhecimento;
professoras-alunas criam um diário de bordo no qual vão
registrando todo o processo do projeto.
 Organização do projeto. Boa visualização para as pessoas
que os visitam e muitos recursos. Abre um leque de
possibilidades para interação e desenvolvimento do
Nessa abordagem pedagógica, o papel do professor se modifica,
cognitivo.
ele atua como um articulador do grupo que faz questionamentos
as professoras-alunas na busca de suas respostas. Além disso, o
professor pesquisa junto (pois, muitas vezes, não é um Sobre os aspectos negativos:
especialista nos assuntos escolhidos nas questões de  Os que possuem mais facilidade e maior interesse fazem a
investigação) orienta os caminhos de pesquisa e favorece o maior parte do trabalho;
pensar sobre as escolhas e os planejamentos propostos pelo  A atenção é necessária para as postagens no momento de
grupo (FAGUNDES, SATO e MAÇADA, 1999). salvá-las. Podendo perder o que já postou como exemplo um
enorme texto;
Fagundes, Sato e Maçada (1999) destacam que a utilização das  A cada novo semestre ele “surta” com as senhas, e o sistema
tecnologias pode facilitar a realização dos projetos de de recuperação é meio confuso, talvez por causa das
aprendizagem, pois possibilitam a integração dos vários permissões de usuários;
momentos do projeto em um ambiente virtual. Além de permitir  O colega do mesmo grupo, se não souber utilizar
a utilização de várias mídias como fotos, vídeos e imagens num corretamente, pode acabar deletando parte do trabalho. Essa
mesmo espaço de registro, possibilita a visualização do situação aconteceu semestre passado no meu grupo e não
histórico, bem como os comentários de professores e colegas. conseguimos recuperar pelo pbworks. Por sorte, tínhamos
O pbworks foi utilizado para o registro dos projetos de tudo salvo em documentos no Word.
Aprendizagem pela possibilidade de escrita cooperativa. Pela
organização das páginas, acessíveis por links na sidebar e pela Sobre o uso com seus alunos:
facilidade de interação entre os participantes do projeto,
 Sim, da mesma forma possibilitaria a realização de um
trabalho em grupo utilizando a tecnologia, a discussão em
4 grupo, a síntese;
http://peadsapiranga20101.pbworks.com/ Acessado
em20/09/2010.  Aprendizagem seria bem maior e viria de acordo com as
5
O currículo do curso está organizado em torno de eixos que necessidades e curiosidades dos alunos em cima do tema
agregam e articulam os conhecimentos específicos teóricos e gerador;
práticos em cada semestre. Os eixos são compostos por  Sim, pois quanto mais recursos para a construção da
Interdisciplinas (grandes áreas que congregam conhecimentos aprendizagem, mais êxitos terão nossos alunos. E também
específicos) e Seminário Integrador. desenvolver a autonomia, trabalhar na coletividade é muito
importante para o nosso aluno. Proporciona uma gama de

208
oportunidades para descobrir o potencial de um trabalho em trabalho e registrando nossa caminhada;
grupo e faz com que cada participação seja valorada de  O fácil uso, colaborativa, múltiplos usuários ao
forma justa; mesmo tempo;
 Já estou fazendo PA com meus alunos de 8ª série, mas ainda  Facilidade para manuseá-lo, possibilidade de criar
não temos laboratório com internet em todos os páginas e linká-las ao sidebar, facilidade para postar
computadores, apenas em dois, o que dificulta bastante o imagens e vídeospara ilustrar publicações;
acesso, mas certamente usaria se tivéssemos acesso. Se eu,  Uma das vantagens é poder utilizá-lo como servidor
adulta, consegui aprender, imagina os meus alunos, que tem de arquivos, então se tenho uma entrevista em mp3
facilidade com a informática. posso carregá-la para ser baixada direto dele.

Sobre a visão das alunas: Aspectos negativos:

O trabalho é realizado de forma heterárquica, pois todos os  Dificuldade inicial de editar por não conhecer a
participantes têm voz ativa e não tem um representante que toma ferramenta;
as decisões sozinho. E como o pbworks tem um registro das  O uso da língua inglesa;
participações, o grupo logo percebe se algum colega não está  A demora às vezes em baixar um vídeo, ou a
contribuindo no trabalho e retoma as combinações iniciais. postagens de imagens;
Permite a construção do conhecimento, pois os alunos  Algumas vezes ao realizar as postagens, o sistema
questionam e procuram suas respostas ao invés de receberem para de funcionar, ficando travando.
prontas dos professores. Nos aspectos negativos foi citado que o
pbworks “surta com as senhas”, muitas vezes os colegas que Opinião sobre o uso com seus alunos:
criam os pbworks ou as professoras-alunas não anotam as
senhas e esquecem, mas sempre foi possível recuperá-las. E  Sim, pois é um ambiente que permite um alto nível de
quanto a deletar o trabalho dos colegas, que foi citado como integração e socialização de conhecimentos. O professor é
negativo,podemos recuperar todas as postagens através do o facilitador das aprendizagens;
gerenciamento das versões. Talvez a professora-aluna não  Sim, pois ajudaria na realização dos trabalhos e a
tivesse conhecimento desta funcionalidade participação dos colegas;
 Sim usaria. Diante de tantas opções que o pbworks
6.1.2 Caminho da Escola oferece como inclusão de fotos, vídeo, caixa de texto.

As professoras-alunas realizaram esta atividade em etapas.


Primeiro elas descreveram o trajeto da sua casa até a escola onde
Sobre a visão das professoras-alunas:
trabalhavam. Tiraram fotos, fizeram vídeos e algumas
As professoras-alunas nesta atividade agregaram diferentes
colocaram mapas com a localização utilizando o Google Earth.
mídias no pbworks, podendo trabalhar com gráficos, tabelas,
Após uma breve descrição da sala de aula e da turma (número de
vídeos e musicas. Algumas citaram como ponto negativo a
alunos, idade, sexo, nível sócio-econômico, etc.). Relataram as
demora de baixar os vídeos e as imagens ou do sistema trancar
propostas de trabalhos a serem desenvolvidos com eles no
durante o upload. Entretanto estes aspectos citados como
semestre e as metas ou objetivos a alcançar com os alunos (para
negativos, deve-se a velocidade da conexão de cada uma e não a
além do desenvolvimento de conteúdos). Fizeram um
um problema do ambiente. Muitas delas no decorrer do curso
levantamento e tabulação de dados sobre profissão e
compraram computadores novos e aumentaram a velocidade da
escolaridade dos pais dos alunos, n° de irmãos, etc. Se já teve
conexão. A maioria respondeu que usaria o pbworks com seus
acesso a computadores: Onde? O que fez com eles?Desafios no
alunos pela integração e socialização dos conhecimentos e pela
trabalho com a turma e o que mais ocorrer às professoras-
possibilidade do professor atuar como facilitador das
alunas. A partir dos levantamentos transformaram as respostas
aprendizagens.
em gráficos no Excel e publicaram no pbworks. Depois cada
professora-aluna escolheu três colegas e comentou no comments
do pbworks estas atividades. Na etapa final, as professoras- 6.2 Escolarização, Espaço e Tempo na
alunas leram os comentários recebidos e tiveram uma semana Perspectiva Histórica e Infâncias de 0 a 10
para complementar, ampliar, corrigir, alterar a sua descrição ou
rejeitar a crítica de forma justificada.
Anos
No “Caminho da Escola” as professoras-alunas registraram com
fotos, imagens, vídeos e tabelas do seu trajeto diário até chegar à Estas duas interdisciplinas trabalharam juntas durante todo o
escola e o perfil dos seus alunos. As professoras-alunas foram semestre e duas das atividades principais das mesmas foram
desafiadas a registrar minuciosamente suas experiências e construir um memorial da Infância e da Escola. As professoras-
desenvolver um olhar mais detalhado e critico, sobre coisas do alunas fizeram entrevistas de forma semi-estruturada, com
seu cotidiano. Conseguiram agregar os gráficos feitos no Excel, professores. Buscaram fotos de colegas, da família, etc. Enfim
aprendendo outra forma de representação dos dados que haviam fizeram uma volta ao passado para contar suas vivências suas
pesquisado. experiências na família e na escola.

6.1.2.1 Respostas das professoras-alunas ao 6.2.1Respostas das professoras-alunas ao


questionário questionário
Aspectos positivos: Aspectos positivos:

 Interagir com outros usuários mostrando nosso  É uma ferramenta útil para a escola trabalhar o

209
6
memorial e aspectos interdisciplinares; foram propostas atividades pensando na prática das
 Para a educação a distância de adultos o pbwork é professoras-alunas. Além de realizarem as atividades elas
ótimo, comporta textos grandes e é de fácil acesso para os precisavam descrever as estratégias para desenvolvê-las com
professores avaliarem as publicações; seus alunos e registrar como tinha sido a experiência. A equipe
7
 Poder através dessa ferramenta fazer uma escolheu usar o pbworks , para a realização das atividades
retrospectiva sobre a nossa infância e escola, foi individuais ou em grupos, pois precisavam de um espaço para
fundamental para nos percebermos hoje profissionais publicação de textos, fotos, imagens. E um espaço onde os
nessa área; professores e tutores fizessem intervenções constantes no
 Foi possível organizar toda a produção dentro de uma sentido de problematizar, incentivar e apoiar a aprendizagem.
página, podendo colocar links de acordo com a Oferecendo informações e sugestões de atividades e
necessidade encontrada. Outra parte marcante foi a de ver bibliografias. Como a Matemática sempre é vista como “bicho
o resultado do trabalho, ver as fotos, os textos, os papão” os professores tentaram mostrar que era possível
comentários dos colegas, e professores; trabalhar de outra maneira. Usavam jogos online e atividades
 Interação, concretização de textos coletivos com a que fizessem as professoras-alunas pensarem nas suas práticas.
dinâmica de saber o que foi modificado.
6.3.1 Respostas das professoras-alunas ao
Aspectos negativos: questionário
 Os visitantes entram anonimamente, olham nosso
Aspectos positivos:
trabalho e não deixam comentário;
 Conhecer as sugestões dos colegas e aproveitá-las em
 Exposição da pessoa na internet;
nossas aulas também;
 Não gosto do layout dele, é ruim com tabelas;
 Fácil manuseio, muito espaço, (usei uma página para
 A língua inglesa limita a utilização. cada atividade), fácil colocar imagens, tabelas e gráficos;
 Pela possibilidade de inserção de jogos interativos é
Opinião sobre o uso com seus alunos: muito importante;
 Ele permite um dinamismo maior, e visualização; sem
 Talvez, se for possível, mas não com educação contar o aspecto lúdico, permite brincarmos na própria
infantil; página;
 Sim. Gostaria de usá-lo porque é um meio de  Permite que trocas entre sujeitos e interesses afins
intensificar as aprendizagens com os alunos estimulando- ocorram.
os em suas ações;
 Sim, mas cuidando da exposição da pessoa em Aspectos negativos:
paginas abertas;
 Sim, pois seria uma maneira de construir muitos  O domínio da língua inglesa era um dos desafios, mas
saberes em uma atividade só, pois cada vez que que com o uso e a prática vem sendo sanado;
precisassem acessar a página, teriam que recapitular o  Não gosto de trabalhar com tabelas no pbworks, eu
processo, ao inserir o texto produzido, teria que reler e tento, mas elas não ficam como eu queria;
avaliar a produção, verificar se falta algum.
 Alguns colegas não dominavam a ferramenta e por
algumas vezes apagaram a nossa escrita;
Sobre a visão das professoras-alunas  Quando queríamos colocar imagens, era difícil e, às
vezes, desconfigurava tudo.
Estas duas interdisciplinas Escolarização, espaço e tempo na
perspectiva histórica e Infâncias de 0 a 10 anos os professores Opinião sobre o uso com seus alunos:
trabalham juntos integrando as atividades e alguma professoras-
alunas perceberam que é possível usar o pbworks para trabalhar
 Atividades de seriação e classificação exigem
de forma interdisciplinar, como está previsto no Curso. Outro
imagens, os recursos do pbworks permitem trabalhar
aspecto positivo citado foi que todas as etapas das atividades
com facilidade;
ficam registradas, assim os alunos podem rever e repensar no
 Sim, principalmente a parte dos jogos online, que
que foi construído. Assim como elas puderam parar e repensar
podem estar disponíveis dentro da página e utilizados
na sua história de vida a partir da retrospectiva que fizeram
por todos. Já pensou poder utilizar toda semana, ou
como cita a professora-aluna: Poder através desta ferramenta
todos os dias, é realmente um sonho de consumo, mas
fazer uma retrospectiva sobre a nossa infância e escola, foi
ainda não temos como fazer isso na escola;
fundamental para nos percebermos hoje profissionais nessa
área. As professoras-alunas colocaram como aspecto negativo o  Sim. Porque na pratica vimos como esta ferramenta
fato das pessoas entrarem e não comentarem as suas postagens. visa à concentração, dinâmica e a possibilidade de
Esta rede de interação está tão presente no dia a dia delas que trabalhar em grupo;
elas gostariam que todos os internautas comentassem.  Usaria, permite o acompanhamento em tempo real do
que é postado e das interações.
6.3 Representação do Mundo pela
6
Matemática http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo4/matematica/
Acessado em 22/10/2009.
Na Interdisciplina de Representação do mundo pela Matemática
7
http://gruposmatematicasapiranga.pbworks.com/ Acessado em
15/09/2010

210
página e ficou muito feliz ao ver a história dele sendo
Sobre a visão das professoras-alunas: contada, ele se sentiu valorizado e feliz. Eu pude elaborar
um texto para responder as solicitações da interdisciplina,
As professoras-alunas citaram muitos aspectos positivos entre podendo fazer links;
eles “Conhecer as sugestões dos colegas e aproveitá-las em  Permite a coletânea de dados de forma organizada e
nossas aulas também” e “Ele permite um dinamismo maior, e de fácil acesso ao público leitor;
visualização; sem contar o aspecto lúdico, permite brincarmos  A visualização que ficava toda na mesma página ou
na própria página”. Houve muita troca entre elas, pois o ao lado onde o aluno pode escolher por onde quer navegar
Pbworks possibilita a visualização das atividades pelas colegas. sem sair do ambiente criado.
Foram propostos jogos online e elas certamente brincaram com
os mesmos, talvez este tenha sido um dos motivos de quase Aspectos negativos
todas as professoras-alunas respondessem que usariam com seus
alunos. Pelas respostas tivemos a impressão que a matemática
 Inserir algum documento, constantemente ele sumia,
ficou mais “leve”. A língua inglesa aparece como aspecto
tinha que ir ao histórico para resgatar a postagem;
negativo, porém existem sites de tradução que eram indicados
para as professoras-alunas. Este ponto colocado como negativo,  Dificuldades em compreender quando acontecia algo
errado; Às vezes não consigo acessá-lo e está tudo escrito
nunca impediu que os trabalhos fossem realizados.
em inglês;
 Não consegui anexar uma foto, mas o problema não
6.4 Educação de pessoas com Necessidades era com o programa e sim com o tamanho da foto que
Educativas Especiais queria mandar;
 Não tenho paciência para aguardar a demora no
8 carregamento de dados, pois a net é lenta e torna mais
Nesta Interdisciplina as professoras-alunas construíram um
difícil o carregamento.
“Dossiê de Inclusão” nele elas relatavam as suas experiências
com a educação especial e inclusão. Publicavam as atividades
realizadas nas unidades de estudo. (Ex: Unidade 1: Opinião sobre o uso com seus alunos:
Retrospectiva Histórica da Educação Especial). Realizaram
também um estudo de caso de uma criança da sua escola ou do  Claro, pois todos conseguiriam acompanhar
seu bairro que tivesse algum tipo de necessidade especial. Elas claramente o desenvolvimento das atividades, permite a
fizeram relato com vídeos, fotos e depoimentos. Nesse caso o interação e a construção coletiva;
pbworks foi criado privado e com senha, assim só professores,  Sim, pois aprendi muito nesta atividade através da
tutores e colegas com senha poderiam acessar, evitando organização dos conteúdos no wiki bem como a interação
qualquer tipo de exposição de alunos. E por questões éticas não de professoras, tutoras e colegas que passavam por lá e
poderia estar aberto na internet para qualquer pessoa ter acesso. deixavam um recado;
O Dossiê de inclusão foi uma experiência impar para as  Sim. Podemos acompanhar o crescimento do aluno e
professoras-alunas. Elas puderam em cada unidade estudar, suas postagens pelo gmail. É uma ferramenta que desperta
discutir e compartilhar suas duvidas sobre síndromes e a criatividade;
necessidades especiais que muitas vivenciam diariamente nas  Sim, pois sempre é bom ter um espaço de construção
suas salas de aula. Com a lei da inclusão muitas professoras online, até pra ir conscientizando-os de que tudo o que se
recebem alunos portadores de necessidades especiais, mas não produz via internet, fica visível para todos e por isso temos
sabem muito bem quais atividades propor. Todo o processo de que cuidar muito o que escrevemos, como escrevemos e a
construção da interdisciplina ficou registrado assim as maneira que utilizamos.
professoras-alunas podiam retomar e repensar as atividades.
Sobre a visão das professoras-alunas:
6.4.1 Respostas das professoras-alunas ao O pbworks foi criado com senha e privado, mas uma professora-
questionário aluna relatou que o aluno sobre o qual ela fez o estudo leu e se
sentiu valorizado, mas neste caso ela mostrou só para ele. Outra
Aspectos positivos: possibilidade que uma professora-aluna citou foi a de
acompanhar as postagens pelo e-mail. Podemos deixar marcado
 O pbworks pode ser usado como um diário no qual no pbworks que toda vez que uma aluna posta alguma atividade
podemos registrar todo o acompanhamento que fizemos recebemos no e-mail, assim sendo avisados podemos interagir
com o aluno inserindo fotos; com mais agilidade. O pbworks é um espaço de autoria e
 Trabalho fabuloso com o qual aprendi ainda mais no construção coletiva, precisamos cuidar a maneira como
uso das ferramentas, me dediquei mais e o dossiê foi um escrevemos, e o que escrevemos como citou a professora-aluna.
ganho; Os professores discutem sobre isto com as professoras-alunas,
 O menino que eu fiz o estudo de caso teve acesso à pois no inicio muitas não tinham se dado por conta que todos na
rede poderiam ler suas postagens.
8
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/necessidade
s_especiais/ Endereço do site onde estão publicadas as 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
atividades desenvolvidas pelas professoras-alunas do PEAD. A formação das professoras-alunas numa perspectiva da
Acessado em 22/10/2009. reconstrução do conhecimento e da prática pedagógica vem
proporcionando mudança significativa na vida profissional das
mesmas, que a partir do uso dos ambientes virtuais e das
tomadas de consciência estão modificando a sua prática.

211
Uma aprendizagem mais autônoma está implícita na Educação a [8] Minayo, M. C. S. 1994 O desafio do conhecimento
distância a partir do momento em que as professoras-alunas científico: pesquisa qualitativa em saúde. 2. Ed. São Paulo:
podem buscar as informações na rede em vez de simplesmente Hucitec-Abrasco.
recebê-las prontas dos professores. Os alunos tornam-se autores
e construtores do conhecimento. Com a utilização do Pbworks [9] Nevado, R. A., Carvalho, M. J. S; Bordas, M. C. 2006
nesta metodologia é possível respeitar o ritmo dos alunos e Licenciatura em Pedagogia a Distância: Anos Iniciais do Ensino
oferecer atendimento particularizado a partir dos comentários de Fundamental - Guia do Professor. Porto Alegre: PEAD/UFRGS.
tutores e professores que acompanham todo o processo de
construção do conhecimento. [10] Piaget, J. 1971 A Epistemologia Genética, Editora Vozes,
O pbworks tem controle de acesso, com isso, tanto o professor Petrópolis – RJ –Brasil.
como os integrantes do grupo podem saber quem está
participando realmente das atividades e chamar para a discussão [11] Peters, O. 2003 A educação a distância em transição. Rio
quem está mais afastado. As relações cooperativas que são Grande do Sul: Ed.Unisinos.
desenvolvidas no pbworks são heterárquicas permitindo a
decisão do grupo, onde todos têm espaço para expor suas [12] Primo, A. 2003 Quão interativo é o hipertexto? Da interface
opiniões e chegar um consenso. Pelas experiências com o uso do potencial à escrita “coletiva”. In: Fronteiras: estudos
pbworks as professoras-alunas na sua maioria usariam o Midiáticos. São Leopoldo, v.5, n. 2.
pbworks com seus alunos. Apenas uma minoria respondeu que [13] ____________. 2007 A O aspecto relacional das interações
não usaria. Algumas porque não têm computadores na escola, na Web 2.0. XXIX Intercom Brasília, no TP Tecnologias da
outras por não terem se apropriado da ferramenta. Este problema Informação e Comunicação.
da apropriação aos poucos foi sendo resolvido. Os próprios
colegas que tem mais facilidade fazem vídeos, ou tutoriais para [14] Ziede, M. K. L.; Charczuk, S, Bicca; Nevado, R. A.;
auxiliar aqueles que estão com dificuldades no ambiente. O Menezes, C. S.2008. Construção de redes virtuais de
idioma também apareceu como empecilho, porém hoje temos a aprendizagem utilizando o Pbwiki: o caso de um curso de
disposição ferramentas de tradução na Internet. Dependendo do Pedagogia a Distância. In: XIX Simpósio Brasileiro de
navegador que estamos usando, ao clicar com o mouse, é Informática na Educação, 2008, Ceará. XIX Simpósio Brasileiro
exibida a tradução da palavra ou expressão. A maioria de Informática na Educação. Ceará: UFC Virtual.
respondeu que usaria o pbworks com seus alunos pela integração
e socialização dos conhecimentos e pela possibilidade do
professor atuar como facilitador das aprendizagens. Elas tiveram
esta percepção, pois os professores e tutores atuavam dentro
desta metodologia, porque podemos usar o pbworks e trabalhar
de maneira tradicional, só postando conteúdos e atividades sem
questionamentos nem interação.
Pela nossa análise e pelas respostas das professoras-alunas
podemos concluir que o pbworks está satisfazendo, enquanto
ambiente escolhido para contemplar a metodologia interativa e
problematizadora adotada pelo PEAD.

REFERÊNCIAS
[1] Bogdan, R.; Biklen, S 1994.. Investigação qualitativa em
educação. Portugal: Porto Editora.

[2] Carvalho, M. J. S., Nevado, R. A., Bordas, M. C. 2006


Licenciatura em Pedagogia a Distância: Anos Iniciais do Ensino
Fundamental - Guia do Tutor. Porto Alegre: PEAD/UFRGS.

[3] Carvalho, M. J. S., Nevado, R. A., Menezes, C. S. 2005


Arquiteturas Pedagógicas para educação a distância: concepções
e suporte telemático. Anais do XVI Simpósio Brasileiro de
Informática na Educação, Juiz de Fora - MG – Brasil.

[4] Freire, P. 1998 Pedagogia da autonomia - Saberes


necessários à prática educativa. 8. Ed. São Paulo: Paz e Terra.

[5] Fagundes, L.C., SATO, L.S., Maçada, D.L. 1999 Projeto? O


que é? Como se faz? Aprendizes do futuro: as inovações
começaram! Coleção Informática para a mudança na educação.
Ministério da Educação.

[6] Maçada, D.L. Tijiboy, A.V. 1998 Aprendizagem


colaborativa em ambientes telemáticos. IV Congresso RIBIE,
Brasília.

[7] Moore, Michael; Kearsley, Greg. 2007 Educação a distância:


uma visão integrada. São Paulo: Thompson Learning.

212
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

UM FRAMEWORK PARA CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES


COLABORATIVOS PARA MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Eleu Lima Natalli, Crediné Silva de Menezes
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Brasil
elnatalli@inf.ufes.br, credine@inf.ufes.br

ABSTRACT Segundo [Pessoa 2003], a utilização da informática na educação,


The development of new Virtual Learning Environments with no Brasil é tida como uma experiência promissora. Diz que ao
emphasis on collaboration demand great efforts, making it contrário de outros países, onde a introdução dos computadores
difficult to use pedagogically innovative Web 2.0. This work will no ambiente ensino/aprendizagem se deu a partir de pressupostos
be a proposal of a structural and conceptual of the framework for puramente tecnológicos, a comunidade científica nacional tem
the development of environments of this class of applications. The reafirmado a primazia dos aspectos sócio-culturais-cognitivos
aim of the proposal is to facilitate the process of building this sobre estes. E isto tem uma implicação importante: profissionais
class of applications, whether from the composition of existing da educação, das mais variadas áreas de formação intelectual,
solutions or creating new ones. The material covers the concepts participam ativamente da elaboração/construção/seleção dos
in design of environments, the structural and conceptual artefatos de softwares que visam mediar a aplicação da
modeling, the methodology and how it will instantiation. informática na educação do Brasil, em particular na educação à
distância. Grande parte dos esforços pode ser observada em várias
Keywords edições do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, como
Frameworks; Patterns; Collaborative Environments. por exemplo: [Behar 2001], Eureka [Eberspächer 1999], AulaNet
[Crespo 1998], AVA [Crespo 2002], AmCorA [Menezes 2002],
RESUMO REDi@logo [Silva 2002], MOrFEu [Menezes 2008].
O desenvolvimento de novos Ambientes Virtuais de O trabalho e a aprendizagem construídos individual e
Aprendizagem com ênfase na colaboração demanda grandes coletivamente tomaram novo e determinante impulso a partir da
esforços, o que dificulta o uso pedagogicamente inovador da web disseminação das ferramentas de software que atualmente
2.0. Nesse trabalho, será apresentada uma proposta estrutural e compõem os ambientes virtuais baseados na Web. Após um
conceitual de um framework para o desenvolvimento de período de reconhecimento e apropriação desses recursos, o
ambientes pertencentes a esta classe de aplicações. O objetivo da trabalho, o ensino, a aprendizagem e as relações sociais como um
proposta é facilitar o processo de construção desta classe de todo passam a apresentar demandas que os ambientes virtuais
aplicações, seja a partir da composição de soluções existentes ou ainda não conseguem atender, em parte devido à conformação
da criação de novas. O material contempla os conceitos presentes desses ambientes a certos aspectos funcionais mantidos
para concepção de ambientes, a modelagem estrutural e principalmente por tradição. Uma estratégia possível para tratar
conceitual, a metodologia adotada e como se dará a instanciação. esse problema é a concepção e desenvolvimento de ambientes
flexíveis para apoiar a realização de atividades cooperativas,
Palavras-chave propiciando aos usuários uma melhor sintonia entre ferramentas
Frameworks; Padrões; Ambientes Colaborativos.
de apoio e os objetivos e os perfis dos participantes de uma
determinada atividade.
1. INTRODUÇÃO
O surgimento da Internet e, mais tarde, da Web provocou uma O objetivo desse artigo é, baseado na proposta do Projeto
verdadeira revolução na organização e desenvolvimento das MOrFEu [Menezes 2008] , propor um framework que comporte a
atividades humanas, notadamente aquelas realizadas de forma instanciação de novos ambientes colaborativos específicos para
colaborativa [Berners-Lee 2000]. Inicialmente partiu-se das mediação de aprendizagem. Este trabalho difere de outras
conquistas tecnológicas para oferecer ferramentas que pudessem iniciativas dentro do projeto MOrFEu, na medida em segue a
ser usadas no apoio a atividades intelectuais, com ênfase nas linha de trabalho de Engenharia de Software, denominada
formas de trabalho de grupos com maior visibilidade. Hoje, Frameworks, para propor um ambiente para criação de ambientes
busca-se identificar e apoiar as formas de trabalho diferenciadas colaborativos específicos, voltado ao atendimento de uma
de cada comunidade [Menezes, 2008]. determinada arquitetura pedagógica.

Lima, Eleu., Silva, Crediné. (2010). Um framework para Construção de Ambientes


Colaborativos para Mediação da Aprendizagem. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 213-220, Santiago de Chile.
213
2. AMBIENTES VIRTUAIS produções individuais favorece o auto-acompanhamento (e
O virtual no contexto da Internet é mediado pelas tecnologias também o acompanhamento do professor) e a meta-reflexão
Web, sendo um produto da exteriorização de construções mentais responsável pelas transformações nas formas de pensar. A autoria
em espaços de interação [Peirce 1977]. O espaço cibernético coletiva é facilitada pela interação e agilidade no acesso às
transforma um computador pessoal em uma espécie de produções de todos os participantes de uma comunidade de
computador coletivo, oferecendo um espaço de possibilidades aprendizagem. Conforme o trabalho exposto em [Nevado 2007], o
infinitas para a navegação virtual [Lévy 2000]. uso de estratégias pedagógicas para maximizar a aprendizagem em
um ambiente virtual é fortemente recomendado. Ambientes com
A Internet possibilitou/permitiu que cada membro fosse essas características permitem ações pedagógicas, se não libertas,
considerado como produtor e/ou consumidor de informações. A pelo menos afastadas dos modelos orientados pela “lógica” do
existência de ambientes que usuários interagem coletivamente ensino transmissivo que interpõe fragmentações e “barreiras ou
bem como relacionam-se, podem proporcionar a formulação de paredes virtuais” ainda mais resistentes que as paredes materiais e
novas teorias e conceitos, além do amadurecimento de que muitas vezes dificultam a criação de propostas pedagógicas
conhecimentos já adquiridos. abertas e interativas, pela imposição de uma lógica reprodutivista,
traduzida em uma organização rígida dos espaços [Menezes
2.1 Aprendizado em Rede 2008]. Assim, a seção 3 busca retratar uma linha de pensamento
A aprendizagem baseada em atividades colaborativas vem sendo que facilite a concepção de ambientes colaborativos que fazem
defendida por vários autores. Em [Carvalho 2007], encontramos a uso de arquiteturas pedagógicas.
seguinte afirmação:
Partindo do pressuposto que o conhecimento não está 3. EM DIREÇÃO A UMA NOVA
assentado nas certezas, como propõe a ciência mecanicista, CONCEPÇÃO DE AMBIENTES
mas sim nasce do movimento, da dúvida, da incerteza, da
necessidade da busca de novas alternativas, do debate, da COLABORATIVOS PARA MEDIAÇÃO DA
troca. A aprendizagem em rede, não poderá prescindir de APRENDIZAGEM
ações que possam traduzir as idéias (teorias) em práticas. Segundo [Menezes 2008], em vista a plasticidade dos ambientes
Ela necessita de expressão em práticas pedagógicas [...] virtuais e as novas possibilidades de automatização de tarefas
Assim, para proporcionar o aprendizado em rede, os desafios são mecânicas, há necessidade de buscar-se uma nova concepção para
grandes. Como base no que está discutido ainda em [Carvalho criação de ambientes virtuais, pautados pelos seguintes aspectos:
2007], podemos elencar algumas preocupações: plasticidade, ergonomia, redução da repetição de trabalho e
redução da sobrecarga cognitiva. Em [Beltrame 2008], é dito
a) Espera-se criar situações que permitam, aos indivíduos, ainda na viabilidade/demanda de se desenvolver sistemas Web
discutir e solucionar problemas que tenham significado para capazes de gerenciar as idealizações (“sonhos”) de espaços
eles, que os aproximem da realidade; virtuais coletivos, de forma a não limitar a criatividade à
b) Proporcionar situações que privilegiem a busca de percepção inicial dos programadores e possibilitar aos agentes do
informações e interações; ambiente virtual o desenvolvimento contínuo do espaço de acordo
c) Promover atividades de autoria e expressão que permitam que com as suas cognições e suas individualidades.
os sujeitos possam construir e reinventar seus projetos para Buscando criar condições para que a apropriação do mundo
receber e para responder a desafios, para manifestar seu virtual seja realizada de forma mais rápida e efetiva, precisa-se
mundo interior; repensar a concepção destes mundos e ao mesmo tempo oferecer
d) Apoiar a atitude investigativa, permitindo que os sujeitos objetos mais adequados a esta apropriação assim como dar
realizem experimentações, simulações em busca de soluções suporte à percepção das transformações e dos resultados das
para questões significativas do ponto de vista do sujeito; interações que fazemos com estes objetos.
e) Permitir autonomia intelectual (palavra ou ação própria, Seguindo a concepção para modelagem de espaços virtuais
liberando o pensamento do que a tradição ou as ideologias flexíveis proposto em [Menezes 2008], apresentamos a seguir
procuram impor) e autonomia com cooperação para uma concepção de ambientes colaborativos de aprendizagem,
proporcionar aprendizagem discussões de pontos de vista ilustrado através da Figura 1. O registro das produções individuais
divergentes. é realizado através de um ambiente de autoria (Parte 1 da Figura
1). Cada item de registro deve possuir, pelo menos, um autor, um
2.2 Arquiteturas Pedagógicas título e um conteúdo (corpo). A qualquer instante o usuário pode
As arquiteturas pedagógicas são, antes de tudo, estruturas de criar ou editar um elemento básico de autoria, sem a preocupação
aprendizagem realizadas a partir da confluência de diferentes do destino que dará a ela. A cada edição resulta em uma nova
componentes: abordagem pedagógica, software educacional, versão. Uma versão pode ser posteriormente usada e reusada em
internet, inteligência artificial, Educação a Distância, concepção situações de interação. A idéia é armazenar as autorias (e
de tempo e espaço. O caráter dessas arquiteturas pedagógicas é naturalmente seus desdobramentos – versões) de forma
pensar a aprendizagem como um trabalho artesanal, construído na independente e desacoplada de ferramentas de interação.
vivência de experiências e na demanda de ação, interação e meta-
reflexão do sujeito sobre os fatos, os objetos e o meio ambiente Outra questão importante é que os elementos de autoria podem,
socioecológico [Kerckhove 2003 e Carvalho 2005]. possivelmente, ser agrupados por um ambiente de colaboração
(ver Parte 2 da Figura 1). Cada ambiente de colaboração possui
No âmbito dessas arquiteturas, ambientes virtuais flexíveis suas diretrizes de composição (protocolos a serem seguidos –
implicam em favorecer o protagonismo e a autoria individual e protocolos estes criados no momento da confecção do ambiente).
coletiva, oferecendo formas diferenciadas de organizar as Ou seja basicamente tudo se resume a artefatos estruturados e
interações e produções, tendo como referência “espaços de agrupados/conectados segundo algum protocolo. O ato de criar
autoria” reorganizáveis e flexíveis. A visão da totalidade das ambientes virtuais deste modo permite que se elabore uma
214
estrutura de biblioteca (com vista ao reuso) organizada em classe, concepção apresentada no intróito da seção 3. As informações
especialização e instância. Tal hierarquia pode ser observada na criadas pelos usuários ficam armazenadas nos elementos básicos
seção posterior, que será mostrado como se dá uma possível de autoria e estes podem ser relacionados entre si (por exemplo o
modelagem de alguns ambientes segundo esta abordagem. relacionamento “comentários, perguntas e respostas” que designa
uma mensagem enviada a alguém, seja comentando, perguntando
É esperado também que toda produção do usuário seja registrada
ou respondendo) e podem ser associados a outras entidades (por
e versionada, independente das publicações (ato de disponibilizar
exemplo a entidade “sala”, que pode possuir 0 ou vários
um elemento básico em um ambiente colaborativo chama-se
elementos básicos de autoria).
publicar) em ambientes virtuais, ao contrário dos ambientes
convencionais onde o conjunto das produções individuais fica
atrelado às ferramentas – uma mensagem enviada por email fica
armazenada pelo servidor de email, uma mensagem postada em
um fórum faz parte do acervo daquele fórum, se o fórum for
excluído, o autor perde a mensagem. Da mesma forma acontece
com as mensagens escritas em um chat. Em tal concepção, todos
estes tipos de mensagens são materializadas através do elementos
básico de autoria e ficam, antes de mais nada, registrada em um
agregador, associada a cada indivíduo (autor), que podemos
denominar de “Minhas Produções”.

Figura 2. Modelagem de um ambiente para conversas


síncronas (chat)
Um Fórum (ilustrado na Figura 3) também é outro exemplo de
ambiente largamente utilizado e que pode ser facilmente
modelado segundo a concepção aqui defendida. Usuários podem,
Figura 1. O autor cria elementos de autoria (em 1) e, eventualmente, criar tópicos (a informação do tópico é o elemento
possivelmente, os publica em um ambiente virtual (em 2) básico de autoria) e discutirem temas (os elementos básicos de
regidos por um protocolo de interação específico autoria de um certo tópico podem ser comentários de uns, bem
como sofrerem mediação de um administrador).
Cada ambiente colaborativo, buscando a generalização e a
modularidade, pode ter sua forma de visualização e disposição Mas também podem ser descritos ambientes que fogem um pouco
desacoplada com as regras de negócio em si, podendo ser do rotineiro, podendo ser elaborado segundo a demanda que os
associado a diversos outros ambientes virtuais implementados cenários exigem.
(analogamente a relação entre o HTML e o CSS, permitindo uma A Figura 4 representa uma arquitetura pedagógica exemplificada
separação entre conteúdo e visualização/disposição dos por [Nevado 2009] e denominada Debate de Teses. O principal
elementos). E ainda, buscando minimizar o retrabalho, ambientes objetivo de tal arquitetura é promover o aprendizado através do
virtuais podem ser agrupados para realizarem a composição de incentivo de debates com exposição de idéias. Tal debate possui
outro ambiente a ser projetado; bem como serem reutilizados em uma sequência lógica, que pode ser brevemente descrita assim:
diversas situações. teses são cadastradas pelos professores, argumentadores realizam
o posicionamento inicial acerca das teses (expondo seu ponto de
3.1 Modelando Ambientes para Suporte à vista e posicionando-se – representado pelo relacionamento
“posicionamento”).
Arquiteturas Pedagógicas
É evidente que uso de abordagens pedagógicas (como a citada
arquitetura pedagógica), apoiadas por ambientes virtuais, pode
apresentar contribuições com relação à aprendizagem de seus
usuários, ao facilitarem essas atividades de variadas formas. Mas,
para desenvolver arquiteturas pedagógicas utilizando tecnologias
convencionais pode-se deparar com diversas dificuldades.
Dificuldades que decorrem da estrutura destes ambientes estarem
apoiadas pelo conceito de “ferramentas”. Isto significa que
ambientes convencionais são concebidos para propósitos
específicos e restritos, o que implica na necessidade de contornar
tais restrições estruturais para desenvolver propostas de
arquiteturas pedagógicas. Abaixo será descrito brevemente
algumas abordagens pedagógicas e como poderiam ser
representadas segundo a concepção descrita anteriormente.
Chats são aplicações que permitem conversação de modo
síncrono. São largamente utilizados na web. A Figura 2 representa Figura 3. Exemplo de como um sistema de Fórum seria
uma possível modelagem de um sistema de chat segundo a concebido
215
Rrevisores têm a incumbência de revisarem os argumentos Um aspecto variável de um domínio de aplicação é chamado de
inseridos (revisão no sentido de validarem, comprovar o que foi hot-spot (ponto de especialização) [Buschmann, 1996]. Diferentes
argumentado – representado por “revisão”), argumentadores tem a aplicações dentro de um mesmo domínio são distinguidas por um
oportunidade da réplica (outra oportunidade para reescrever seus ou mais hot-spots. Representam as partes do framework que são
argumentos), ao final da réplica é inserido uma conclusão acerca específicas de sistemas individuais. Os hot-spots são projetados
do tema discutido, tratando-se de um reposicionamento – para serem genéricos – podem ser adaptados às necessidades da
representado por “reposicionamento”) e o ultimo passo é o de aplicação.
avaliação. Também há a figura do mediador (professor), que pode
A proposta de um framework com base nas concepções descritas
fazer intervenções pedagógicas em qualquer momento do
na seção 3 representa uma forma alternativa viável de projetar tais
processo.
ambientes, com isso, foram realizadas algumas escolhas para a
concepção do framework de modo que os hot-spots transmitam a
essência do que está sendo proposto (projeto de ambientes não
mais como caráter de “ferramenta”, e sim de modo que seja
possível comportar as idealizações em um espaço coletivo).
Assim, hot-spots permitirão uma forte presença da flexibilidade.

4.1 Requisitos
Segundo os conceitos descritos na seção 3 acerca de uma nova
concepção de ambientes colaborativos para mediação de
aprendizagem, foram definidos requisitos a serem atendidos no
framework a ser proposto:
(i) Flexibilidade: conforme [Fagundes 1999], o conhecimento
não é um produto fixo e acabado, ele é construído num
contexto de trocas, mediante um tensionamento constante
entre o conhecimento atual e as “dúvidas” que recaem sobre
Figura 4. Exemplo de como um sistema de Debate de Teses essas certezas, conduzindo ao estabelecimento de novas
seria concebido, descrito em [Nevado 2009] relações ou conhecimentos. Assim, é importante utilizar
tecnologias flexíveis, maleáveis e adaptáveis;
3.2 Contribuições Esperadas (ii) Reuso: pensar na aprendizagem como um processo de criação
A dificuldade de desenvolver propostas pedagógicas utilizando de novidades, de descobertas e invenções, permitindo que os
suporte tecnológico atual reside principalmente no fato de sujeitos realizem experimentações, simulações em busca de
aplicações serem pensadas para contemplarem fatos específicos soluções para questões significativas do ponto de vista do
além de serem fortemente acopladas (conotação ferramental). sujeito. Para isso, este poderá reutilizar conceitos antes
Segundo a abordagem alternativa aqui defendida, tudo é descrito descritos ou criar novos;
através de composição de elementos de autoria e relacionamentos
(iii) Autoria: pressupõem aprendizes protagonistas (autoria
(na Figura 4, por exemplo, é utilizado “Chat”, que já foi moldado
individual e coletiva); e
em anteriormente. Bem como uma simples alteração de um
relacionamento representa uma mudança em uma atividade). (iv) Coletividade: ambientes que sustentem a aprendizagem em
rede, em comunidades de aprendizagem, de maneira coletiva.
4. EM DIREÇÃO A UM FRAMEWORK
4.2 Visão Conceitual
PARA DESENVOLVIMENTO DE A Figura 5, apresenta uma visão conceitual das principais
AMBIENTES COLABORATIVOS PARA atividades em cada nível conceitual do framework que o artigo
MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM visa propor. São descritos quatro papéis e suas respectivas
Com o crescente desenvolvimento das áreas de hardware, “ações”.
software e das áreas de telecomunicações, novas abordagens de
desenvolvimento de sistemas faz-se necessária para que possa ter
produtos de softwares mais confiáveis, portáveis e,
principalmente, que se possa construir softwares de forma rápida e
competitiva para um mercado hoje muito mais veloz e exigente
[Mattsson 2000]. Com isso, o uso de frameworks no contexto da
confecção de ambientes virtuais (não só no domínio da educação,
mas em outros domínios também) é de extrema importância, visto
que buscam contornar as inúmeras dificuldades inerentes ao
processo de desenvolvimento de software.
De acordo com [Fayad 1999], frameworks orientados a objetos
são soluções de software que têm o objetivo de apoiar o
desenvolvimento de aplicações em domínios específicos. O
objetivo principal é a reutilização de projeto e código em um
esforço para aumentar a velocidade do desenvolvimento e a
qualidade das aplicações desenvolvidas.
216
5.1 Metodologia de Desenvolvimento
Utilizada
No processo de desenvolvimento de uma aplicação, cria-se um
programa que atende a todos os requisitos, passando por fases de
especificação/análise de requisitos, projeto, implementação, testes
e implantação. Mas, segundo [Mattsson 1996], [Bosh 1999] e
[Froehlich 1999], o processo de desenvolvimento de um
framework é mais difícil e trabalhoso, já que se estuda, agora,
soluções para um conjunto de problemas de um determinado
domínio. Assim, para o desenvolvimento do framework proposto
pelo material, foram analisadas algumas das principais
metodologias e adotada a mais conveniente. A escolha da
metodologia a ser utilizada para desenvolver o framework foi
influenciada pelos requisitos descritos na seção 4.1. Com isso, foi
escolhida a proposta descrita por [Pree, 1999], conforme ilustrada
na Figura 6.
Figura 5. Visão conceitual (atores x papéis), de como o
framework é estruturado
Na Figura 5, um “Desenvolvedor” é o perito/especialista em
programação, com o papel de desenvolver o ambiente virtual a
partir do framework proposto. Utilizando o framework, tal ator faz
uso de pacotes, classes, componentes, interfaces, frameworks e
outros mais artefatos de software para projetar o ambiente. O
framework proposto provê tais artefatos voltados para o domínio
brevemente descrito em seções anteriores, com o objetivo de
minimizar desde abstrações até a quantidade de linhas de código
escritas (aumento da facilidade no desenvolvimento). Workflows
poderiam ser utilizados para descreverem passos/fluxos, Figura 6. Metodologia de desenvolvimento adotada para
minimizando a complexidade do sistema e aumentando a elaboração do framework
legibilidade. Outros frameworks podem ser acoplados para
promover facilidades (por exemplo, frameworks de interface Tal metodologia é do tipo desenvolvimento dirigido por Hot-Spot
podem ser utilizados para ajudar o projeto de interfaces mais (“hot-spot driven”), o que significa basicamente que os pontos de
elaboradas, frameworks de persistência podem ser utilizados para flexibilização são a parte central. A essência é identificar os hot-
controlarem todo o ato de persistir objetos, transações, dentre spots na estrutura de classes do domínio e a partir disso construir
outras coisas). Um “Administrador” é o responsável por o framework. A etapas descritas por [Pree, 1999] são as seguintes:
parametrizar o ambiente já instanciado pelo desenvolvedor. (i) Na primeira etapa são feitas a identificação de classes com a
Tratando-se do domínio de softwares voltados para a educação, ajuda de especialistas de domínio;
seria a figura do professor, em que este configura o modo que
desejar o ambiente virtual desenvolvido. O “Usuario” é o usuário (ii) Na segunda etapa são identificados os hot-spots, que devem
final, cadastrado no sistema, que interage e consome os recursos ser documentados com um tipo de documento criado pelo
que exigem cadastro. O “Visitante” é o usuário que faz acesso autor, chamado de cartão de hot-spots;
sem registro, ou seja, mantêm-se no anonimato, mas mesmo assim
(iii) A terceira etapa, projeto do framework, consiste em
pode acessar alguns recursos do ambiente. Tratando-se do
modificar a estrutura de classes inicialmente definida, de
domínio de softwares voltados para a educação, tais atores seriam
modo a comportar a flexibilidade requerida. Essa etapa é
os aprendizes, que ao realizar acesso/interação poderiam realizar
centrada no uso de padrões de projeto para garantir a
um aprendizado.
flexibilidade; e
5. O FRAMEWORK PROPOSTO (iv) Por fim, a quarta etapa consiste num refinamento da estrutura
Conforme descrito em seções anteriores, um framework pode ser do framework a partir de novas intervenções de especialistas
interpretado como um “gerador de aplicações” fato este que acaba do domínio. Se após isto o framework for avaliado como
aumentando muito sua complexidade, com isso, um passo satisfatório, está concluída uma versão do framework, senão,
importante em seu desenvolvimento é a adoção correta de uma retorna-se à etapa de identificação de hot-spots.
metodologia de desenvolvimento. Assim, antes da apresentação
Utilizando tal metodologia, o framework será mais flexível, uma
em si do framework proposto pelo artigo, será descrito
vez que é focada nos hot-spots, havendo etapas exclusivamente
brevemente a metodologia adotada. Em seções subsequentes será
para isso. Ainda há etapa de padrões onde o reuso é largamente
descrito a proposta. Também é importante ressaltar que o artigo se
incentivado. E como a construção de um framework é um
aterá apenas a formalização estrutural e conceitual do framework
processo de maturidade, a metodologia é de natureza evolutiva,
a ser proposto, além de descrever a metodologia de
permitindo a cada passo (iteração) produzir um produto mais
desenvolvimento bem como o processo de instanciação.
“maduro”.

217
5.2 Proposta de Arquitetura o resultado do uso de subsistemas de software. Interfaces verticais
Para promover a reutilização como objetivo da arquitetura têm a desvantagem de serem especializadas para uma necessidade
proposta, é preciso propor uma arquitetura através de composição única, e, dessa forma, muito específicas a uma implementação.
(baseado em componentes). A arquitetura do framework Normalmente, a maioria das interfaces de software não são
apresentado neste artigo pode ser visto na Figura 7. particularmente adequadas para atender necessidades de
intercâmbio e interoperação.
Quando esses subsistemas são considerados como parte de uma
grande classe de subsistemas, é possível definir novas interfaces
que são aplicadas à toda a classe do subsistema, e não somente a
uma instância. Interfaces que se aplicam a uma categoria inteira
de subsistemas são chamadas de interfaces horizontais.
Se existirem vários subsistemas no mesmo sistema que podem ser
categorizados em conjunto, então existe um benefício de
intercâmbio e interoperação imediato. Uma vez que as interfaces
horizontais não são dependentes das implementações internas, é
possível fazer mudanças locais aos subsistemas sem um impacto
Figura 7. proposta arquitetural do framework
no sistema como um todo.
Como é mostrado na Figura 7, o framework proposto é composto
basicamente de quatro partes acopladas: As interfaces verticais e horizontais definem as estruturas estáticas
do sistema. Uma maneira de definir a estrutura dinâmica do
(i) Framework de Interface – responsável por prover facilidades sistema é pela utilização de metadados. Com a utilização de
na manipulação dos objetos de interface (GUI), metadados é possível postergar algumas das decisões do sistema
principalmente quando se manipula objetos de interface nos para a execução, como a instanciação de objetos. A reunião das
ambientes virtuais; interfaces horizontal, vertical e metadados definem o pattern
(ii) Framework de workflow – objetiva proporcionar meios Horizontal-Vertical-Metadata (HVM) [Mowbray, 1997]. Uma
menos árduos para a criação de workflows. Workflows podem representação esquemática desse pattern pode ser visto abaixo, na
ser utilizados para descrever os protocolos internos nos Figura 8.
ambientes projetados, diminuindo a complexidade do
produto, uma vez que menos código é inserido;
(iii) Framework de Domínio – trata de prover os conceitos
presentes na filosofia da concepção apresentada na seção 3,
minimizando assim que o desenvolvedor perca tempo
realizando novas abstrações. Logo, representa a parte central
e mais importante da proposta; e Figura 8. Estruturação interna, o padrão HVM
(iv) Framework de Persistência – tem o papel de persistir todos O uso das interfaces horizontais possibilita aos clientes se
os objetos anteriormente descritos em um meio pré- integrarem com uma grande faixa de objetos implementados, mas
estabelecido. Também busca prover facilidades em consultas, com menos codificação do que se a implementação suportasse
alterações, exclusões, transações, segurança e outras mais. apenas interfaces verticais. O uso de interfaces verticais faz a
O escopo deste material é focado na formalização estrutural do descrição dos metadados mais simples e consistentes. Se esses
framework como um todo (próxima seção, 5.3) e também um metadados fossem tomados com base na interface vertical, seria
detalhamento do framework de domínio. As outras partes que extremamente difícil compô-los e utilizá-los eficientemente. As
compõe a proposta (framework de interface, framework de interfaces verticais podem capturar funcionalidades específicas e
persistência e framework de workflow) não serão detalhados no necessidades de desempenho que não seriam alcançadas pela
material, por motivos estratégicos (a porção principal é o generalização provida pela interface horizontal e pelos metadados.
framework de domínio). Uma importante convenção é que os subsistemas deveriam ser
escritos para interoperarem usando somente interfaces horizontais
5.3 Estruturação Interna da Proposta e metadados, e, só então, integradas às interfaces verticais para
Para se construir sistemas a partir de um conjunto de classes, sem prover funcionalidades especializadas.
levar em consideração a interação com o usuário, três questões Como dito anteriormente, um formato uniforme para composição
principais surgem no que diz respeito ao seu projeto: (i) definição tem uma grande importância para o desenvolvimento de interfaces
das interfaces independentes da implementação (horizontais); (ii) horizontais. Assim, foi escolhido a adoção do design pattern
definição das interfaces dependentes da implementação (verticais) Facade [Gamma, 1994] para a implementação dessas interfaces.
e (iii) definição de um ambiente de execução. A Figura 9 ilustra tal fato:
Quanto a primeira questão, um acesso eficiente às classes de
objetos que já estão implementadas é facilitada pela utilização de
um formato uniforme para a composição como componentes.
Além disso, essa abordagem permite uma fácil extensão, fazendo
com que os novos componentes também obedeçam a esse
formato.
Entretanto, a forma usual de orientação à objeto é baseada quase
que exclusivamente na análise do domínio da aplicação, o que Figura 9. Comparativo entre um subsistema sem o Facade e
produz interfaces especializadas e específicas àquele domínio, com o Facade
chamadas de interfaces verticais. Interfaces verticais também são
218
Conforme ilustrado na Figura 9, o Facade tem como objetivo 5.5 Processo de Instanciação
prover uma interface unificada em um subsistema, definindo uma Um dos principais problemas do desenvolvimento de aplicações
interface de alto nível que torna esses subsistemas mais fáceis de baseadas em framework é a dificuldade de instanciação desse tipo
utilizar. Em “1” na Figura 9 é exposto um subsistema sem o uso de software. Diferente do desenvolvimento de aplicações
do Facade e, em “2” é feito o uso. Questões e detalhes de convencionais, que contam com processos de software bem
implementações (e que tratam a definição do ambiente de estabelecido, tanto o desenvolvimento baseado em framework
execução) fogem do escopo deste material, atendo-se em questões quanto o de aplicações baseadas na Web ainda encontram
estruturais e conceituais. dificuldades pela falta de processos que auxiliem o
desenvolvedor, principalmente nas atividades de especificação das
5.4 Principais Elementos do Framework de aplicações [Bosch 1999 e Conallen 2002]. Para evitar esse tipo de
Domínio problema, é descrito brevemente nesta seção o processo de
A Figura 10 ilustra o atual diagrama de classes (retratando os instanciação do framework proposto (ver Figura 11), com base
conceitos) presentes no framework de domínio (descrito nos processos de Engenharia de Software convencionais e de
brevemente na seção 5.2), que é a principal porção da proposta. aplicações Web, para auxiliar o desenvolvedor a instanciar
Obviamente, a cada iteração relatada na Figura 6, ocorrem novas aplicações utilizando esse framework.
alterações em tal modelo, resultando em um diagrama cada vez
mais completo e abrangente do domínio.

Figura 11. Processo de instanciação do framework


As principais fases do processo de instanciação foram
referenciadas por números na Figura 11. A fase referenciada “1”,
refere-se ao momento da concepção e especificação/análise de
requisitos do problema a ser aplicado o framework. Obviamente,
como se trata de softwares no contexto educacional, a presença de
um professor neste momento para ajudar o
esclarecimento/elucidação do problema, seria de grande valia. No
Figura 10. Diagrama de classes do framework de domínio e em passo posterior, o “2”, trata-se da figura do desenvolvedor
azul os hot-spots (descrito em 4.2) que fará uso do framework proposto para
Em azul é destacado os hot-spots do framework, sendo os locais projetar o ambiente virtual demandado pela fase anterior. No
onde os desenvolvedores podem customizar. São basicamente 8 passo descrito por “3”, o professor (“Administrador”, descrito em
entidades: 4.2) já em posse da aplicação instanciada, poderá configurá-la
através de parâmetros conforme a necessidade. Por fim, em “4”,
(i) Ambiente – busca representar o ambiente a ser desenvolvido;
os aprendizes (“Usuario” e “Visitante”, descritos em 4.2) farão o
(ii) SecaoAmbiente – são as seções que porventura um ambiente uso do produto gerado. Vale enfatizar, que há possibilidade de
virtual pode conter; voltar a etapas anteriores conforme a necessidade e maturidade do
(iii) EspacoVirtual – as coleções de ambientes pode ser agrupadas ambiente projetado.
em espaços virtuais. E tais espaços podem ser customizados;
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
(iv) CaracteristicasAmbientes – os ambientes podem ter suas Neste trabalho apresentamos uma discussão acerca de uma nova
características personalizadas, incrementando as formas de concepção de ambientes virtuais colaborativos para mediação de
descrevê-las; aprendizagem e também uma proposta estrutural e conceitual de
(v) Publicacao – as publicações dos elementos básicos de autoria um framework (ainda em fase de desenvolvimento) para
nos ambientes virtuais (vale enfatizar que esta liga elementos materializar tais conceitos, sendo descrito desde a metodologia
básicos de autoria a aos ambientes de modo desacoplado, ou adotada utilizada em seu desenvolvimento até a elucidação de
seja, o elemento de autoria não depende da existência do como se dá a instanciação deste. Os próximos passos são
ambiente virtual e nem deixa de existir quando este é continuar realizando a metodologia adotada e descrita em 5.1 com
apagado); o intuito de refinar ainda mais o modelo apresentado em 5.4, bem
como os conceitos descritos em 5.3.
(vi) Categoria – as categorias a qual o ambiente pertence;
(vii) PalavraChave – representam as palavras-chave que podem REFERÊNCIAS
ser registradas e associadas com artefatos descritos e, por fim,
[1]Behar, P.; Kist, S. O.; Bittencourt, J. V. A caminho de um
(viii) Funcionalidade – as funções que o ambiente Ambiente para a Educação à Distância: ROODA Rede
desenvolvido provê. cOOperativa De Aprendizagem. XII SBIE, Vitória/ES, 2001.
Como o framework ainda está em fase de desenvolvimento, [2]Beltrame, W.; Monteiro, E. R.; Rangel, V. G.; Cury, D. Multi-
ocorrerá outras iterações (conforme a metodologia descrita na Organizador Flexível de Espaços Virtuais, XIX SBIE,
seção 5.1) com o intuito de refinar ainda mais o modelo além de Fortaleza/CE, 2008.
fazer com que seja permitido o acoplamento de outros frameworks
[3]Berners-Lee, T. Weaving the Web: the original design of the
conforme o modelo arquitetural descrito na seção 5.2 e seguindo
World Wide Web by its inventor. Harper Business, 1st
as escolhas discutidas na seção 5.3.
Edtion, 2000.

219
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[16]Kerckhove, D. D. A arquitetura da inteligência: interfaces do [28]Silva, V. J. I.; Menezes, C. S. REDi@logo: Um Ambiente


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Arte e vida no século XXI - tecnologia, ciência e criatividade.
São Paulo: Editora UNESP, 2003.

220
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

APRENDIZAGEM COM MOBILIDADE (M-LEARNING) NO


CURRÍCULO VIGENTE: POSSIBILIDADE PARA SUPERAR
O PARADIGMA DOMINANTE
Paulo Gaspar Graziola Junior
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
Brasil
pgraziola@gmail.com

RESUMO Assim, fica o questionamento, quais as possibilidades e que


Estamos vivendo um momento de profundas transformações na mudanças se fazem necessárias para o uso dessas TMSF no
sociedade, a partir do uso das Tecnologias Digitais (TDs) nos atual currículo? Os resultados são válidos para provocar a
mais variados domínios que envolvem o nosso cotidiano. No reflexão de professores/orientadores sobre a necessidade de
âmbito da Educação, teorias tradicionais de ensino e de desenvolver práticas pedagógicas capazes de dar conta das
aprendizagem se tornam insuficientes para nos ajudar a especificidades relacionadas ao processo de ensino e de
compreender como os sujeitos se desenvolvem num mundo aprendizagem nessa modalidade e no currículo vigente,
permeado pelas tecnologias, o que provoca o surgimento de superando o paradigma dominante e estando mais perto do
novas teorias e metodologias que contemplam o ensino e a contexto dos sujeitos.
aprendizagem com o uso de diferentes meios tecnológicos
digitais, a fim de promover o desenvolvimento humano. Aliado
Termos Gerais
a isso, a crescente necessidade de mobilidade de pessoas, de Fatores Humanos, Experimentação, Teoria.
acesso e troca de informações em qualquer tempo e espaço, de
compartilhamento de idéias, de experiências e de conhecimento,
Palavras chaves
aprendizagem com mobilidade, diálogo, colaboração,
além da necessidade de ampliar os tradicionais espaços formais
cooperação, currículo
de educação, oportunizam o emprego da emergente
aprendizagem com mobilidade (m-learning), apoiada pelo uso
de Tecnologias Móveis Sem Fio (TMSF), tais como Personal
Digital Assistant (PDAs), palmtops, smartfones, celulares, 1. INTRODUÇÃO
dentre outros. É nesse contexto que surge o problema que deu As mudanças no contexto social e educacional, provocadas pelo
origem a essa pesquisa, na qual me propus a “investigar como as constante avanço tecnológico e científico, e as exigências de um
TMSF podem contribuir para práticas pedagógicas numa mercado de trabalho altamente competitivo, por pessoas cada
perspectiva dialógica, colaborativa e cooperativa”. A vez mais qualificadas, empreendedoras, inovadoras, capazes de
metodologia utilizada foi estudo de caso – entendendo as aprender a resolver problemas cooperativamente são crescentes.
práticas pedagógicas com o uso das TMSF no contexto da No entanto, no âmbito das Instituições de Ensino, há uma
aprendizagem com mobilidade como o caso a ser pesquisado. dificuldade em desenvolver e vivenciar práticas pedagógicas
Assim, a partir da análise de duas situações de práticas efetivamente inovadoras, de forma a contribuir na formação
pedagógicas, a primeira com o Grupo de Sistemas de desse “perfil” de profissional. Diferentes Tecnologias Digitais
Informação (GSI) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, (TDs) têm surgido e contribuido no sentido de propiciar o
por meio de observação direta e, a segunda com um grupo de desenvolvimento de práticas que possam ampliar os espaços
Secretariado da área de Ciências Humanas, da mesma para além da sala de aula formal, minimizando as barreiras
universidade. O presente estudo avança na produção do impostas pelo tempo e pelo espaço, ajudando na ampliação dos
conhecimento na área, na medida em que foca especificamente processos de ensino e aprendizagem e na criação de
na questão que é apresentada como sendo uma das mais frágeis comunidades de aprendizagem. Mas como criar condições para
no contexto da aprendizagem com mobilidade, a questão que isto possa ocorrer? Que TDs efetivamente podem ajudar a
didático-pedagógica. Propõe ainda, não somente analisar uma melhor aproveitar o tempo que temos? Como propiciar práticas
prática pedagógica com o uso de TMSF, buscando subsídios pedagógicas para além do contexto formal físico e presencial?
para compreender como se configura uma prática com o uso As Tecnologias da Informação Móveis e Sem Fio (TMSF),
dessas tecnologias, mas, principalmente, se propõe, a partir aliadas a metodologias adequadas à natureza desse meio, podem
desses subsídios, construir uma prática numa perspectiva representar uma possibilidade de resposta a essas indagações? E
dialógica, colaborativa e cooperativa, analisando esse processo. ainda, que mudanças se fazem necessárias para o uso dessas
TMSF no atual currículo?
Graziola, Paulo. (2010). Aprendizagem com Mobilidade (M-Learning) no
Currículo Vigente: Possibilidade para Superar o Paradigma Dominante. En J.
Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 221-227, Santiago de Chile.

221
Frente a estes questionamentos, no âmbito pedagógico, as Esse objetivo foi perseguido tendo como base a fundamentação
contradições são, talvez, mais evidentes. Difunde-se um teórica apresentada a seguir.
conhecimento fragmentado, e exige-se um indivíduo por inteiro.
Procura-se fazer com que o aluno memorize o máximo de teoria 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
possível, e cobra-se dele, no mercado de trabalho, a formação Segundo [3], uma revolução tecnológica centrada nas
prática necessária a uma boa atuação na profissão. tecnologias da informação e da comunicação está remodelando a
base material da sociedade em ritmo acelerado. Há um
Deixa-se o aluno fora do processo, alienado, e exige-se um movimento intenso e crescente de redes interativas de
cidadão crítico, participativo, inserido no contexto. Apesar da computadores, criando novas formas e canais de comunicação,
flexibilização curricular em todos os níveis exigida pela Leis da moldando a vida e simultaneamente, sendo moldadas por ela.
LDB 1, mantém-se a hegemonia do livro didático que apresenta o Assim, a rápida evolução das tecnologias e das
conhecimento de maneira linear, seqüencial, dividido em telecomunicações provoca mudanças em todos os setores da
unidades arbitrárias, critica-se o aluno por não saber estabelecer sociedade, contribuindo para o surgimento da chamada
relações entre o que aprendeu na escola e a realidade. “Sociedade em Rede”. [6], p. 147, afirma que “hoje, rede
As potencialidades da TMSF precisam ser compreendidas e significa uma estrutura telemática ligada a conceitos como
avaliadas para ampliar e melhorar as práticas pedagógicas e, interatividade, simultaneidade, circulação e tactilidade”.
conseqüentemente, os processos de ensino e de aprendizagem no O planeta está imerso numa cultura global que nasce com o
contexto curricular atual. advento dos meios de comunicação unidos às TDs. A essa
Por meio da análise das interações dos sujeitos que participaram cultura, chama-se Cibercultura. Para [6], a cibercultura é a
do estudo, procuramos compreender como eles se relacionam e associação da cultura contemporânea às TDs, aliando a técnica à
quais as especificidades dos processos elaborados. Também, as vida social. São os nossos novos modos de vida permeados pela
formas pelas quais os sujeitos atingiram os resultados comunicação instantânea, pela rapidez da informação, pela
encontrados, e a maneira pela qual se manifestaram os diferentes possibilidade de intervenção e criação de novas informações que
tipos de interações entre os interlocutores do processo de caracterizam primordialmente a cibercultura. Assim, a
aprendizagem via m-learning. cibercultura indica um novo modelo de viver e de se relacionar
com o outro. O respeito ao outro se faz imprescindível na
Novos meios tecnológicos, nesse caso, as TMSF, por si só não cultura de rede, na comunicação, porque ninguém se comunica
se constituem em inovações nos processos de ensino e de sozinho e a rede só existe na intersecção de diversos “nós”.
aprendizagem, na medida em que a inovação implica na Essas modificações nas formas sociais, nas práticas dessa
superação de paradigmas. Essa compreensão tem povoado a cibercultura, trazem à tona também mudanças em relação a
mente de professores/pesquisadores que se apropriam das reconfigurações de tempo e espaço.
tecnologias, utilizando-as de forma crítica, refletindo sobre o
que representam no contexto do desenvolvimento humano, das Partindo da idéia de que o espaço e tempo estão interligados na
organizações e das sociedades, deslocando a compreensão natureza e na sociedade, [3] faz uma análise sobre o significado
equivocada de que a tecnologia é a inovação, para compreendê- social do espaço e do tempo: “o espaço organiza o tempo na
la como propulsora do surgimento de inovações, as quais sociedade em rede” (p. 403).
surgem no conhecer, portanto no viver e conviver. Na sociedade em rede é o espaço, não mais físico, mas o de
A partir da Revisão de Literatura, no qual realizo um movimento fluxos de informação, que passa a organizar o tempo. Castells
de mapeamento da produção do conhecimento acerca das opõe o novo espaço de fluxos ao espaço de lugares que
práticas pedagógicas com a utilização de TMSF sob a historicamente enraizou a experiência social. Para o autor, o
perspectiva da aprendizagem com mobilidade, entendo que o espaço de fluxos é "a organização material de práticas sociais de
presente estudo avança na produção do conhecimento na área, tempo compartilhado, que funcionam por meio de fluxos. Por
na medida em que foca especificamente na questão que é fluxos entendem-se as sequências intencionais, repetitivas, e
apresentada como sendo uma das mais frágeis no contexto da programáveis de intercâmbio e interação entre posições
aprendizagem com mobilidade, se considerarmos os projetos fisicamente desarticuladas, mantidas por atores sociais nas
existentes, que é a questão didático-pedagógica. O presente estruturas econômica, política e simbólica da sociedade". [3], p.
estudo se propõe não somente analisar uma prática pedagógica 436. Esse novo espaço de fluxos, presente na sociedade em rede,
com o uso de TMSF, buscando subsídios para compreender marca a presença da fragmentação do tempo, anteriormente
como se configura uma prática com o uso dessas tecnologias, considerado linear, irreversível, mensurável e previsível, o qual
mas, principalmente, se propõe, a partir desses subsídios, é definido por [3] como “tempo intemporal”. O tempo
construir uma prática numa perspectiva dialógica, colaborativa e intemporal pertence ao espaço de fluxos, ao passo que a
cooperativa, analisando esse processo. disciplina tempo, o tempo biológico, cronológico, e a sequência
socialmente determinada, caracterizam os lugares em todo o
Assim, o objetivo geral desse estudo consistiu em compreender mundo, estruturando e desestruturando materialmente nossas
“como as TMSF podem contribuir para práticas pedagógicas sociedades segmentadas.
numa perspectiva dialógica, colaborativa e cooperativa”.
Nesse sentido, com o advento das TDs, os efeitos sobre a
dimensão espacial da vida cotidiana das pessoas são inúmeros.
1
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) define e Cada vez mais as pessoas trabalham, administram serviços e
regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos estudam a partir de suas casas. Em função da necessidade de
princípios presentes na Constituição. Disponível em: mobilidade das pessoas distantes tanto temporalmente quanto
http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L9394.htm geograficamente, aliada à flexibilidade propiciada pelas

222
emergentes TMSF, podem ocorrer processos de aceitação Essas TDs priorizam a interação e o diálogo como elementos
(hospedagem) dessas tecnologias pelos sujeitos. Na Teoria da fundamentais para a construção colaborativa e cooperativa do
Metáfora da Hospitalidade, proposta por [1], a tecnologia é conhecimento, propiciando a aprendizagem. Para isso a prática
tratada como um hóspede. Esse hóspede pode ser entendido pedagógica foi fundamentada numa perspectiva dialógica,
como um convidado com o qual se aceita conviver ou como conforme o conceito de [5], p. 376, “prática caracterizada pela
alguém que pode nos ser hostil. Nesse contexto, hospitalidade aprendizagem do professor com seus alunos. Estes, por meio do
refere-se a tratar essa tecnologia com um olhar estranho e diálogo, aprendem também que o compromisso da parceria é
ambíguo, pois ao permitirmos e aceitarmos esse “hóspede” fundamental em uma relação humana horizontal, que não exclui
podemos considerá-lo amigo ou inimigo. do professor a responsabilidade de direção do processo de
ensinar e aprender, nem exime o aluno da responsabilidade de
Assim, ao adotarmos uma tecnologia e a hospedarmos no nosso ultrapassar os limites de sua prática, recriando o espaço-tempo
dia-a-dia é preciso, muitas vezes, redefinirmos a forma como
da reflexão e da cultura em relações democráticas e éticas.”
nos organizamos e desenvolvemos processos de trabalho,
rotinas, atividades, enfim, resignificando-as nesse novo Assim, as TMSF na relação social de
contexto, o que também é imprescindivel quando nos referimos interação/diálogo/cooperação como dispositivos emergentes da
a processos educativos, principalmente no âmbito da própria nova cultura da mobilidade podem contribuir para essa
prática pedagógica. Ao redefinirmos, estamos reinterpretando otimização do tempo assíncrono e fluído, esse espaço de fluxos,
nossas próprias identidades. [1] coloca que as pessoas vão esse tempo intemporal, promovendo uma maior circulação da
interagir e procurar adaptar a tecnologia, tornando familiar o que informação, favorecendo o desenvolvimento da autonomia,
é estranho. propiciando diversos contextos tanto formais quanto não formais
de ensino e de aprendizagem.
Desta forma, ao compreender a prática pedagógica como
articulada a uma educação como prática social e ao As novas formas de aprendizagem, introduzidas pelas TDs,
conhecimento como produção histórica e cultural, datado e como no caso da aprendizagem com mobilidade, podem gerar
situado, entendemos que a Educação na atualidade precisa, uma maior interação entre os participantes. Assim, é preciso
necessariamente, contemplar em suas práticas pedagógicas o uso refletir acerca das modificações que são introduzidas na relação
de diferentes TDs, enquanto uma produção histórica e cultural, sujeito-computador e sujeito-sujeito da interação. No rumo desta
que faz parte do viver e do conviver cotidiano dos sujeitos na reflexão, cabe perguntar: como propiciar espaços que promovam
sociedade atual. a interação e o diálogo de forma que resultem em processos de
colaboração e cooperação como possibilidade no currículo
Novos modelos educacionais estão se desenvolvendo na vigente?
tentativa de possibilitar novas formas de comunicação e de
interação, que permitam aos sujeitos participarem de um 3 APRENDIZAGEM COM MOBILIDADE
processo de crescimento, de diferenciação, de retomada
recíproca de singularidades e de construção de cidadania. (M-LEARNING)
Portanto, além de estudar as novas possibilidades oferecidas A crescente necessidade de mobilidade de pessoas, de acesso e
pelas TDs, devemos ter presente a profunda necessidade de troca de informações em qualquer tempo e espaço, de
entender como ocorre a aprendizagem para poder ser coerente compartilhamento de idéias, de experiências e de conhecimento,
com o modelo epistemológico adotado. além da necessidade de ampliar os espaços formais de educação,
oportunizam o emprego da emergente aprendizagem com
Assim, as práticas pedagógicas foram fundamentadas numa mobilidade (m-learning).
concepção interacionista, priorizando a interação, a ação do
sujeito com o objeto de conhecimento, entendendo como objeto A aprendizagem com mobilidade (m-learning) é possibilitada
de conhecimento tudo o que envolve o sujeito em seu meio por meio do desenvolvimento e aplicação de TMSF, que são
físico e social. É a partir dessa interação, que o sujeito constrói o dispositivos computacionais portáteis, tais como PDAs
conhecimento. Na perspectiva da educação digital, numa (Assistentes Pessoais Digitais), palmtops, laptops, smartphones,
concepção interacionista, o aluno deixa de ser o receptor de dentre outros, que utilizam redes sem fio. O uso de TMSF,
informações para tornar-se o co-responsável pela construção de aliado à interação com atores humanos distantes
seu conhecimento, usando o computador e diferentes TDs para geograficamente e fisicamente, pode propiciar que ocorram
buscar, selecionar, inter-relacionar informações significativas na processos de ensino e de aprendizagem.
exploração, reflexão, representação e depuração de suas próprias Sob o ponto de vista tecnológico, conforme [8], p. 4, “[...] duas
ideias, segundo seu estilo de pensamento. Professores e alunos categorias de sistemas finais começam a ganhar popularidade
desenvolvem ações em parceria, por meio da colaboração, da mundial. A mais antiga é representada pelos PDAs, com uma
cooperação e da interação com o contexto, com o meio ambiente estimativa no Brasil de aproximadamente dois milhões de
e com a cultura circundante. usuários. A segunda categoria é representada pelos chamados
Conforme [12], p. 106, com relação ao uso de TDs no processo telefones inteligentes (smartphones), que além das
educacional, “quando falamos em concepção interacionista, funcionalidades dos bons PDAs, permitem a comunicação por
falamos em ambientes virtuais de aprendizagem, comunidades voz, navegação na internet, disponibilizando em alguns modelos
virtuais de aprendizagem, espaços nos quais os sujeitos podem conexões Bluetooth e Wi-Fi.”
interagir e construir conhecimento. Nesse sentido o computador Sistemas gerenciadores de aprendizagem com código aberto
é visto como uma tecnologia para o desenvolvimento poderão ter suas funcionalidades ampliadas, suportando novas
cognitivo.” aplicações destinadas a migrar ferramentas de comunicação para
PDAs (Correio Eletrônico, Fórum, Diário de Bordo), acrescidas

223
de rotinas para sincronização de dados com o servidor. Desta pesquisa participante serviu como modo de interlocução entre os
forma, tanto o trabalho off-line como o trabalho on-line poderá sujeitos, especificamente no segundo caso. [14], p. 52, colocam
ser efetuado sem restrição de tempo e de espaço geográfico. que “na pesquisa participante parto de um duplo reconhecimento
de confiança em meu ‘outro’, naquele que procuro transformar
Para [9], p. 1, “aprender com mobilidade não é uma idéia nova – de ‘objeto de minha pesquisa’ em ‘co-sujeito’ de nossa
a possibilidade de aprender em qualquer lugar e a qualquer investigação”.
momento sempre foi buscada e potencializada com ferramentas
como livros, cadernos e outros instrumentos móveis (portáteis) Num primeiro momento, ocorreu o processo formativo
que existem há muito tempo. O que hoje ocorre é que as TMSF constituído por um Workshop chamado “Tecnologias Móveis e
podem contribuir para a Aprendizagem com Mobilidade por Sem Fio: o novo paradigma da ubiqüidade e suas possibilidades
disponibilizarem aos sujeitos o acesso rápido a uma grande e de aplicação”, desenvolvido junto a uma equipe de
diversificada quantidade de informações, viabilizando seu colaboradores da GSI (Gerência de Sistemas de Informação) da
recebimento e envio (quando associadas à Internet); além disso, UNISINOS. Ao todo participaram treze colaboradores da GSI.
essas tecnologias promovem a comunicação e a interação entre
pessoas distantes geograficamente e temporalmente, de uma O segundo momento correspondeu a uma oficina temática
maneira sem precedentes.” desenvolvida com uma equipe do SCH (Secretariado de
Ciências Humanas) da UNISINOS. Este segundo Estudo de
[7], p. 3, colocam que, “[...] o m-learning surge como uma Caso teve caráter de pesquisa participante, conforme citado
importante alternativa de ensino e treinamento à distância, na anteriormente e se refere ao desenvolvimento e análise de uma
qual podem ser destacados os seguintes objetivos: prática pedagógica com o uso das TMSF numa perspectiva
- melhorar os recursos para o aprendizado do aluno, que poderá dialogada, colaborativa e cooperativa. Ao todo participaram
contar com um dispositivo computacional para execução de doze colaboradores da SCH.
tarefas, anotação de idéias, consulta de informações via internet,
registro de fatos através de câmera digital, gravação de sons e A pertinência da escolha dos casos está no fato das práticas
outras funcionalidades existentes; pedagógicas se desenvolverem com distintos grupos de sujeitos
- prover acesso aos conteúdos didáticos em qualquer lugar e a que atuam de forma não fixa: os chamados trabalhadores
qualquer momento, de acordo com a conectividade do móveis, cuja interação é tensionada pela introdução de um novo
dispositivo; elemento, no caso ligado às TMSF.
- aumentar as possibilidades de acesso ao conteúdo, Para a pesquisa empírica, foi utilizado um protótipo, o Ambiente
incrementando e incentivando a utilização dos serviços providos Virtual de Aprendizagem com Mobilidade (AVAM)
pela instituição, educacional ou empresarial; denominado COMTEXT, modelado e construído no contexto da
- expandir o corpo de professores e as estratégias de aprendizado pesquisa interdisciplinar “Aprendizagem com Mobilidade no
disponíveis, através de novas tecnologias que dão suporte tanto contexto organizacional” 2. Em ambas capacitações foram
à aprendizagem formal como à informal; utilizados os seguintes materiais/instrumentos: observação, e-
- expandir os limites internos e externos da sala de aula ou da mail, interações realizadas pelos participantes no diário, chat,
empresa, de forma ubíqua; fórum, skype e questionários.
- fornecer meios para o desenvolvimento de métodos inovadores
de ensino e de treinamento, utilizando os novos recursos de
computação e de mobilidade.
Já [10] comentam que o uso das TMSF pode trazer uma série de
vantagens, mas cada vantagem analisada precisa considerar
possíveis contrapontos, por exemplo: é possível aos usuários da
tecnologia despender mais tempo em campo e menos tempo em
tarefas de “bastidores” no escritório ou trabalhar em
determinados “tempos mortos”, muito embora as limitações
técnicas e ergonômicas das TMSF e o próprio contexto do
trabalho móvel possam por vezes impor restrições a isso; é
possível localizar pessoas e ser localizado com maior rapidez e
freqüência, assim como trocar dados de forma mais rápida e
fácil, em diferentes locais e momentos, o que contribui para os
processos de tomada de decisão – por outro lado uma
sobrecarga, muitas vezes gerada pela fácil replicação de dados,
aumenta consideravelmente.
A seguir é realizada uma descrição da metodologia empregada.

4. METODOLOGIA Figura 1. Protótipo COMTEXT (Ambiente de


A natureza da pesquisa fundamentou-se numa abordagem Competência em Contexto) – Módulo Principal e
exploratória e qualitativa. Optou-se por utilizar o método de Módulo Aprender, respectivamente.
“Estudo de Caso” por melhor se adequar ao contexto da
pesquisa. O estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que
contribui para a pesquisa do objeto em relação a seu contexto.
2
Assim, o estudo de caso serviu como recorte metodológico e a Ver mais detalhes sobre o projeto em:
http://www.inf.unisinos.br/~mobilab/ Acesso em: 20/03/2009.

224
Do ponto de vista da equipe do desenvolvimento do projeto, serviram de elementos para subsidiar o desenvolvimento da
para que o m-learning possa oferecer novas possibilidades de Oficina Temática.
aprendizagem num contexto de mobilidade, é necessário,
fundamentalmente, repensar os paradigmas educacionais, as A Oficina temática intitulada “Diálogo, Colaboração e
concepções de aprendizagem, bem como as práticas pedagógicas Cooperação no contexto do trabalho coletivo” teve como
desenvolvidas. Atualmente, um número significativo de objetivo promover a compreensão dos conceitos de Diálogo,
sujeitos-trabalhadores passa por inúmeras experiências Colaboração e Cooperação e sua importância para o
educacionais e verificam que muitas vezes elas são incipientes e desenvolvimento de atividades que exigem articulação em
não atendem as suas necessidades de aprendizagem. Acredita-se equipe, por meio de vivências de práticas pedagógicas
que um modelo que esteja fundamentado por uma concepção colaborativas no contexto da Aprendizagem com Mobilidade.
epistemológica interacionista-construtivista-sistêmica possa dar As atividades foram desenvolvidas na modalidade b-learning,
conta de ajudar os sujeitos-trabalhadores a desenvolver num total de 30 horas, quando tínhamos alguns encontros
competências necessárias para atuar num contexto de presenciais físicos (1h30min de duração – dois por semana) e os
mobilidade. demais presenciais digitais virtuais (o restante das horas
Assim, o desenvolvimento do COMTEXT está fundamentado na trabalhadas), utilizando o Ambiente COMTEXT.
concepção epistemológica interacionista-construtivista- Durante a prática pedagógica, foi proposta a elaboração de um
sistêmica, na qual o sujeito num processo de interação com o projeto de aprendizagem [4] cujo tema emergisse de um
meio físico e social, constrói conhecimentos, entendendo que o consenso conforme necessidades individuais e de grupo e, que
processo de conhecimento é compreendido como sendo um todo fizesse parte de seus contextos profissionais, culminando numa
integrado cujas propriedades fundamentais têm sua origem nas posterior aplicação prática no dia-a-dia. Para desenvolver o
relações entre suas partes. Constituído de sub-sistemas que se projeto de aprendizagem deveriam encontrar parceiros (entre os
inter-relacionam formando uma rede em que estes estão colegas), conforme interesses e curiosidades compartilhados
interligados e são interdependentes, de forma que o todo é maior sobre o problema a ser resolvido. Assim, os participantes
que a soma das partes, pois envolve as partes e fizeram primeiramente um levantamento de suas dúvidas
fundamentalmente as relações entre elas. temporárias e suas certezas provisórias em relação ao problema
A seguir são descritas as características dos dois casos que que gerou o projeto.
fizeram parte da presente pesquisa.
5. ANALISANDO E REFLETINDO...
4.1 Características do Workshop e da Oficina Devido às atuais necessidades de locomoção das pessoas e a
crescente necessidade de buscar uma educação formal e
Temática continuada, torna-se necessário criar ambientes que possibilitem
Ambas as capacitações foram desenvolvidas no contexto da ao sujeito aprendiz continuar a aprender, mesmo estando fora da
Aprendizagem com mobilidade, por meio do uso de iPAQs HP instituição/lugar formal de ensino e/ou seja, em contexto de
4700 Pocket PC e do ambiente COMTEXT. mobilidade.
O Workshop “Tecnologias Móveis e Sem Fio: o novo Em práticas pedagógicas com o uso de TMSF, em relação ao
paradigma da ubiqüidade e suas possibilidades de aplicação” uso de outras TDs, é preciso mais do que nunca, ter um
teve como objetivo promover a compreensão e discussão do planejamento aberto, flexível, isto é, uma dinâmica que se
novo paradigma da ubiqüidade e suas possíveis aplicações para adapte e respeite fundamentalmente o contexto dos sujeitos
a UNISINOS. A escolha se deu, em função de serem envolvidos nesse processo, pois ao usaram as TMSF, dentro da
trabalhadores móveis, isto é, exercerem suas atividades sua prática cotidiana, estes ficam limitados ao espaço de
profissionais em diferentes pontos físicos da UNISINOS e por trabalho diário (físico) e à questão “tempo”:
utilizarem diariamente a tecnologia, uma vez que atuam
gerenciando todo o Sistema de Informação da Universidade. As práticas pedagógicas com o uso de TMSF, estas podem
Dessa forma, além de adquirirem conhecimentos sobre a possibilitar espaços de reflexão, por meio do saber construído
temática do Workshop, puderam contribuir no teste do protótipo (as aprendizagens) do sujeito, no plano individual, e por meio da
COMTEXT, auxiliando assim em melhorias e ajustes para interação e do diálogo com os colegas e o professor-orientador,
práticas posteriores. no plano coletivo, além da reflexão desses sujeitos da influencia
dessas TMSF nas suas práticas diárias, para desse modo,
O Workshop teve a duração de duas semanas, num total de 15 revisarem e reconfigurarem suas práticas.
horas, sendo dois encontros presenciais físicos de 1 hora e 30
minutos de duração (um encontro de abertura e outro de Em relação à possibilidade de atividades no contexto das
encerramento) e os demais, totalizando 12 horas, realizado de práticas pedagógicas utilizando TMSF, é preciso primeiramente
forma presencial digital virtual (online). Nos encontros pensar nos objetivos de seu uso, sobretudo no contexto da
presencias digitais virtuais, que ocorreram num total de oito mobilidade, devido às restrições técnicas e ergonômicas dos
dias, as atividades foram guiadas por perguntas-eixo (tópicos de dispositivos móveis, não se esquecendo de prevalecer as
estudo/discussão), um tópico trabalhado por dia. questões didático pedagógicas em relação às questões
tecnológicas, dando um valor especial às sensações,
Como atividade prática final, o qual faria parte da avaliação do subjetividades, impressões, desejos e afetos dos sujeitos,
Workshop, foi proposta a elaboração de um projeto (hipotético) imbricados no processo educativo. É preciso pensar numa forma
em grupos considerando possibilidades de aplicação dessas de adaptar seu melhor seu uso ao contexto dos sujeitos, para não
tecnologias móveis e sem fio para as atividades da UNISINOS. acabar limitando a participação por parte dos sujeitos e a própria
A partir do primeiro caso (Workshop), algumas questões hospedagem dessas tecnologias.

225
Como o uso de TMSF é restrito e emergente, ainda mais desenvolvimento e fechamento, já que isso envolve um trabalho
relacionado às práticas pedagógicas, e como ainda não há uma comum visando alcançar um objetivo comum.
cultura para seu uso, é preciso propiciar encontros (sejam
presenciais-físicos ou online) como espaços de apoio e de No uso de TMSF é preciso perceber como alguns desafios
“encontro”, principalmente para resolução de dúvidas, trocas, tecnológicos e ergonômicos, de tempo e de espaço, podem afetar
questionamentos e de construção de conhecimento e ou restringir o seu uso nas práticas pedagógicas no contexto da
identidades. Nas discussões cotidianas, quando pensamos em mobilidade, assim como, as possibilidades podem propiciar
currículo pensamos apenas em conhecimento, esquecendo-nos espaços que permitam uma possível hospedagem dessas TMSF.
de que o conhecimento que constitui o currículo está Nas práticas com o uso de TMSF é preciso ter o fator “tempo”
inextricavelmente, centralmente, vitalmente, envolvido, naquilo como sinalizador, pois não basta somente prover acesso aos
que nos tornamos: na nossa identidade, na nossa subjetividade. conteúdos em qualquer lugar e a qualquer momento, uma das
Outro fator imprescindível nas práticas pedagógicas é a premissas da aprendizagem com mobilidade, mas propiciar
importância da mediação pedagógica, numa perspectiva espaços e um tempo hábil para que os sujeitos possam ler,
dialógica entre aluno e professor, na qual o professor tem a estudar, agir, interagir, enfim apreender.
função de orientador, problematizador, não limitando o papel do Ainda é preciso dar uma devida atenção ao próprio contexto de
professor a somente fornecer informações, mas assumindo a cada sujeito, não esquecendo as restrições dos “tempos livres”,
mediação, no contexto das TMSF, das interações entre aluno- pois devido à correria da vida moderna e do mundo do trabalho,
informação-dispositivo-aluno. Quando há um comprometimento quase que inexistem, e pode ocorrer ainda uma dualidade, pois
de parceria na relação professor-aluno, permeado por um se por um lado é interessante o uso desses “tempos livres”, por
constante diálogo, numa relação democrática e ética, no outro, podem trazer uma série de riscos, como por exemplo, uma
momento da prática pedagógica, permite que se criem espaços sobrecarga de informações e um controle informacional.
onde o sujeito possa refletir sobre o seu pensar e sobre seu
processo de aprendizagem, superando assim, a fragmentação do Outro fator que não pode ser esquecido é fator “espaço físico
conhecimento, da comunicação e das relações de diálogo, além (contexto)” que pode de certa forma “limitar” a mobilidade, o
de provocar desequilíbrios cognitivos entre os alunos, bem como uso efetivo dela, devido principalmente às restrições
orientá-los na construção do conhecimento. tecnológicas de acesso a rede em diversos pontos. Esse uso
“efetivo” da mobilidade além de poder expandir os limites das
Como possibilidade de ferramentas que podem propiciar a práticas podem ainda propiciar outras possibilidades de
interação, diálogo, colaboração e cooperação, as ferramentas atividades usando as TMSF, como por exemplo, localização e
chat, fórum e diário são algumas alternativas para as práticas formação de grupos conforme afinidades dos sujeitos, anotações
pedagógicas com o uso de TMSF. de observações em saídas a campo, entre outras.
A ferramenta chat pode ser considerada uma alternativa, mesmo
tendo algumas restrições ergonômicas e tecnológicas, por se
6. CONSIDERAÇÕES
A tarefa educacional efetuada na instituição escolar é realizada
tratar de uma ferramenta de temporalidade síncrona. A função
mediante uma seleção, organização, análise crítica e
do professor-orientador de mediador nessa ferramenta se torna
reconstrução dos conhecimentos, crenças, valores, destrezas e
fundamental para orientar os alunos nos processos de diálogo,
hábitos, que são conseqüência do desenvolvimento sócio-
de colaboração e de trocas entre os sujeitos.
histórico, isto é, construídos e aceitos como valiosos por uma
Como possibilidade de interação e diálogo entre os sujeitos e o sociedade determinada.
professor-orientador, a ferramenta diário pode ser considerada
O currículo pode ser descrito como projeto educacional
uma alternativa por se tratar de um espaço para registro
planejado e desenvolvido a partir de uma seleção da cultura e
individual das aprendizagens, das dificuldades e sentimentos em
das experiências dos quais deseja-se que as novas gerações
relação a elas, além de permitir um feedback do professor-
participem, a fim de socializá-las e capacitá-las para ser
orientador e por meio dele a continuidade do diálogo, a fim de
cidadãos e cidadãs solidários, responsáveis e democráticos.
provocar aprendizagens.
Toda instituição escolar quer estimular e ajudar os alunos a
A ferramenta fórum de temporalidade assíncrona pode ser uma compreender e comprometer-se com a experiência acumulada
alternativa de interação, uma vez que a questão da pela humanidade e, mais concretamente, com a sociedade na
disponibilidade para encontros síncronos pode se tornar um qual vivem. E como vivenciar essas questões?
limitador, oportunizando a participação de todos, cabendo aos
O que percebemos é uma escola que planeja e desenvolve
sujeitos organizarem as regras de funcionamento e relações que
projetos curriculares com módulos disciplinares, favorecendo o
podem e devem ser de preferência de forma heterárquica.
isolamento e a incomunicação profissional entre os diferentes
Os projetos de aprendizagem por se configurarem como uma professores especialistas; cada um deles pode optar por planejar
prática pedagógica que instiga a ação, a interação dos sujeitos, e ir reacomodando suas propostas de tarefas escolares aos alunos
mediada pelo professor-orientador, contribuindo para a sem manter nenhum grau de coordenação com as pessoas
formação de sujeitos autônomos, reflexivos, e com alto nível de encarregadas de outras matérias, com as quais compartilha
autoria, podem ser utilizados como possibilidade de prática no parcelas temáticas ou objetivos educacionais mais transversais.
contexto da mobilidade. O desencadeamento dos projetos de
Neste estudo buscou-se observar as potencialidades motivadas
aprendizagem podem propiciar processos de cooperação, desde
pela interação dos sujeitos com essa tecnologia. A partir da
o momento em que os sujeitos definem um tema/problema por
análise dos dados e dos achados, colocaram-se algumas
meio de um consenso com outros colegas, partindo de suas
reflexões e possibilidades implícitas no uso das TMSF. Essas
curiosidades, dúvidas e questões significativas, continuando no

226
questões e reflexões abrem para uma discussão de como [9] Reinhard, Nicolau; Saccol, Amarolinda Zanela;
enfrentar as mudanças na sociedade escolar e como essas Schlemmer, Eliane; Barbosa, Jorge; Kristoffersen, Steinar.
mudanças incidem no currículo. Aprendizagem com mobilidade no contexto organizacional,
2007. Disponível em:
[11] defende que a primeira mudança – e a mais radical – http://www.inf.unisinos.br/~mobilab/.
consiste em fazê-los compreender que o principal objetivo de
seu trabalho não é ensinar uma disciplina (matemática, inglês ou [10] A. Saccol; N. Reinhard. (2005) Processo de Adoção e
português), mas sim ajudar crianças e adolescentes a descobrir Decorrências da Utilização de Tecnologias de Informação
as chaves de seu tempo, a dar sentido ao mundo à sua volta e Móveis e Sem Fio no Contexto Organizacional. In: XXIX
aproveitar os recursos disponíveis para se converter em cidadãos EnANPAD, 2005, Brasília, v. 1, p. 1-16, 2005.
democráticos e responsáveis. [11] Sancho, Juana. Currículo é tudo o que acontece na escola.
Para isso, terão de aprender, dominar e utilizar diferentes Porto Alegre: Revista Pátio. Ano X, n. 37. Fev/Abr, 2006.
linguagens, códigos e instrumentos. Nesse sentido a formação [12] Schlemmer, E. A aprendizagem com o uso das Tecnologias
dos professores deve contribuir para o desenvolvimento de Digitais: Viver e Conviver na Virtualidade. Série-Estudos
homens e mulheres de seu tempo para que sejam capazes de (UCDB), Campo Grande, v. 1, n. 19, p. 103-126, 2005.
entender e de dimensionar os problemas e as propostas da [13] Silverman, Barry G. Computer Supported Collaborative
ciência, da cultura, da arte, da tecnologia e da política; eles Learning (CSCL). Computers Education, 1995.
deveriam ser multialfabetizados, isto é ser capazes de entender
e de expressar-se em linguagem oral, escrita, visual, digital e [14] Streck, Danilo R. e Brandão, Carlos Rodrigues. A pesquisa
gestual para poder ensinar aos outros. participante e a partilha do saber: uma introdução. In:
STRECK, Danilo R. e BRANDÃO, Carlos Rodrigues
Esta pesquisa consistiu-se em um espaço de experiência e (orgs.). Pesquisa Participante: a partilha do saber.
convite à reflexão sobre o uso das TMSF na educação, fazendo Aparecida, SP: Idéias e Letras, 2006.
um link com o currículo, sem apresentar medidas pontuais e
passageiras, soluções imediatas de trabalho que apontam a
máquina como centro do processo de aprendizagem. A proposta
foi centrada na interação sujeitos-tecnologia-sujeitos, que
viabiliza o processo de produção de conhecimentos
democraticamente nas diferentes áreas do conhecimento.

REFERÊNCIAS
[1] Ciborra, C. The labyrinths of information: challenging the
wisdom of systems. New York: Oxford Press, 2002.
[2] Casimiro, Alice; Macedo, Elizabeth (Orgs). O pensamento
curricular no Brasil, In: Currículo: debates
contemporâneos. São Paulo, Cortez, p. 13-50, 2002.
[3] Castells, Manuel. A sociedade em rede. 8. ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2005.
[4] Fagundes, Léa da Cruz; SATO, Luciane Sayuri; Maçada,
Débora Laurino. Projeto? O que é? Como se faz? In: ____.
“Aprendizes do Futuro: as inovações começaram!” Coleção
Informática para a mudança na Educação. Brasília, MEC.
http://mathematikos.psico.ufrgs.br/textos.html, 1999.
[5] Fernandes, Cleoni Maria Barbosa. In: Morosini, Marília
Costa; Rossato, Ricardo (Ed.) et al. Enciclopédia de
pedagogia universitária: glossário. Brasília: INEP, 2006.
[6] Lemos, André. Cibercultura, tecnologia e vida social na
cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002.
[7] Marçal, Edgar; Santos, Raniery; Vidal, Creto, Andrade,
Rossana; RIOS, Riverson. MuseuM: Uma Aplicação de m-
learning com Realidade Virtual. Seminário Integrado de
Software e Hardware. São Leopoldo: Unisinos.
http://www.lia.ufc.br/ ~great/artigos/museuM.pdf, 2005.
[8] Meirelles, Luiz Fernando Tavares; Tarouco, Liane
Margarida Rockenbach; ALVES, Carlos Vinicius Rasch.
Telemática Aplicada à Aprendizagem com Mobilidade. In:
RENOTE - Revista Novas Tecnologias na Educação, Porto
Alegre. V. 2 Nº 2, novembro, 2004.

227
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

A METÁFORA DA HOSPITALIDADE E O SOFRIMENTO


PSÍQUICO DOS PROFESSORES ANALÓGICOS FRENTE
AOS ALUNOS DIGITAIS
Paulo Gaspar Graziola Junior Maria de Fátima Reszka
Universidade do Vale do Rio dos Sinos- UNISINOS UNISINOS/ULBRA Gravataí/FACCAT
Brasil Brasil
pgraziola@gmail.com mfreszka@zipmail.com

RESUMO Como a pesquisa encontra-se em andamento, procura-se por meio


Este artigo busca refletir sobre a metáfora da hospitalidade e o deste artigo, provocar uma discussão maior sobre esses aspectos e
sofrimento psíquico dos professores em formação diante das possíveis sintomas que desse advém.
tecnologias digitais, que envolvem o conhecimento desses novos
sujeitos que habitam a escola, esse professor em formação e esse
Termos Gerais
aluno zapeador - cidadão virtual, que sabe zapear, utilizar várias Fatores Humanos, Teoria.
tecnologias digitais ao mesmo tempo [21], que irão depender, não
somente, da compreensão dos sofrimentos advindos da vivência
Palavras Chave
hospitalidade, sofrimento psíquico, formação docente, tecnologias
de si mesmo e do outro, mas de todo um envolvimento diante das
digitais.
mudanças nesse contexto. Tem como objetivo analisar as
mudanças ocorridas no contexto da educação, diante do uso das
Tecnologias Digitais (TDs) e o sofrimento psíquico advindo desse
processo, para (re)pensarmos a formação docente. Dentro do 1. INTRODUÇÃO
Grupo de Pesquisa em Educação Digital UNISINOS/CNPq Sabemos o quanto de positivo as tecnologias proporcionam à
(GPEdu), como percurso metodológico, estamos fazendo um educação, mas sabemos o quanto assustador é. Hoje temos alunos
levantamento bibliográfico dos últimos 20 anos e o uso das invadindo a privacidade dos professores, dos colegas, fomentando
tecnologias em escola, visando articular a Teoria da Metáfora da fenômenos como o ciberbulliyng, gerando angústia nos
Hospitalidade buscando luz junto à Psicanálise, para entender o envolvidos. Esses recursos tecnológicos, que, a priori, seriam para
sofrimento psíquico dos professores. Pretende-se ainda, fazer a auxiliar e facilitar a vida das pessoas em todas as áreas,
escuta desses professores, buscando entender o momento que infelizmente estão sendo utilizados de maneira inconseqüente e
esses estão vivendo. Diante da Teoria da Metáfora da perversa, menosprezando e insultando outras pessoas, causando
Hospitalidade [6], entende-se por hospitalidade, o comportamento gravíssimas conseqüências e danos para as vítimas. Mostra-se
que revela o esforço humano para lidar com a incerteza que está preocupante esta nova realidade que nos descortina e acreditamos
sempre envolvida ao hospedarmos uma nova tecnologia, pode-se ser urgente trabalharmos isso em termos de formação de
descobrir a nova tecnologia como um hóspede muito agradável, professores.
ou ela pode, ao contrário, se revelar um inimigo, roubando o
território do hospedeiro e fazendo dele um refém, podendo, dessa O desafio de refletir sobre essa temática que envolve o
forma, desencadear angústias, gerando sofrimentos. O sofrimento conhecimento desses novos sujeitos que habitam a escola, esse
é um entrelaçamento entre as condições subjetivas e as condições professor em formação e esse aluno zapeador, irão depender, não
objetivas histórico-culturais [1]. As mesmas autoras apontam para somente, da compreensão dos sofrimentos advindos da vivência
um mal-estar docente como um sintoma psíquico, que nasce do de si mesmo e do outro, mas de todo um envolvimento diante das
enodamento do corpo com o discurso social e a fantasia do mudanças nesse contexto.
sujeito. Para [15], o sofrimento psíquico de professores deve ser
A partir disto, torna-se fundamental refletir e planejar ações sobre
visto como a expressão de um conflito interno vivido no âmbito
as seguintes questões: Que aluno é esse que temos em sala de aula
da profissão, conflito que denuncia um mal-estar profundo e que
hoje? O professor tem buscado formação para lidar com esse novo
abrange tanto o aspecto profissional quanto pessoal. [8] descreve a
aluno e as tecnologias digitais? Existe sofrimento psíquico
expressão mal-estar docente para entendermos os efeitos
advindo disso? Como ele se manifesta? Existe violência virtual
permanentes, de caráter negativo, que afetam a personalidade do
nesse processo? Aliado a isso, a escola parece ser o palco de toda
educador como resultado das condições psicológicas e sociais em
essa problemática das relações interpessoais, tão intensa e frágil,
que exerce a docência, devido à mudança social acelerada.
onde isso se evidencia. Poderemos conceber uma educação capaz
Graziola, Paulo., Reszka, Maria. (2010). A Metáfora da Hospitalidade e o Sofrimento de ensinar e aprender nesse contexto?
Psíquico dos Professores Analógicos Frente aos Alunos Digitais. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 228-233,
Santiago de Chile.

228
2. CONTEXTUALIZANDO TÉCNICA, Entretanto, [4], p. 26, complementa: “sem duvida a habilidade ou
inabilidade de as sociedades dominarem a tecnologia e, em
TECNOLOGIA, SOCIEDADE EM REDE... especial, aquelas tecnologias que são estrategicamente decisivas
O início da evolução do homem e, consequentemente, o início das em cada período histórico, traça seu destino a ponto de podermos
primeiras sociedades foi marcado diretamente pela influência da dizer que, embora não determine a evolução histórica e a
tecnologia. Como é lembrado por [12], podemos citar alguns transformação social, a tecnologia (ou sua falta) incorpora a
exemplos, tais como: a descoberta do fogo, o cultivo da terra, a capacidade de transformação das sociedades, bem como os usos
domesticação dos animais, a construção de cidades, o domínio da que as sociedades, sempre em um processo conflituoso, decidem
energia, a construção de indústrias, a conquista do espaço dar ao seu potencial tecnológico”.
cósmico, as viagens aos confins da matéria e do espaço-tempo.
Nessa sociedade em rede, emergente, o processo de transformação
[12] cita que etimologicamente o termo Técnica vem do grego tecnológica expande-se exponencialmente em razão de sua
tekhnè que pode ser traduzido por arte. Dessa forma, tekhnè capacidade de criar uma interface entre campos tecnológicos,
compreende as atividades práticas, desde habilidades de contar e mediante uma linguagem digital comum, na qual a informação é
medir até as artes plásticas ou belas artes, consideradas estas gerada, armazenada, recuperada, processada, e transmitida. De
últimas a mais alta expressão de tecnicidade humana. Assim, acordo com [4], p. 50, “as novas tecnologias da informação
técnica pode ser definida como o procedimento ou o conjunto de possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e
procedimentos que têm como objetivo obter um determinado sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em
resultado seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um
em outra atividade. mesmo edifício”.
Complementando, [12] cita que a partir do século XVII, a O planeta está imerso numa cultura global que nasce com o
atividade técnica começa a se ligar ao conhecimento científico, advento dos meios de comunicação unidos às TDs. A essa cultura,
culminando esse processo no século XX por meio dos Centros de chama-se Cibercultura.
Pesquisa e Desenvolvimento, determinando desse modo a junção
definitiva da ciência com a técnica. Assim, “Podemos dizer que a Para o sociólogo [6], p. 10, “[...] o desenvolvimento da
técnica pré-histórica é produto de uma experiência empírica do cibercultura começa com a micro-informática nos anos 70, com a
mundo, sem necessidade de explicações científicas (as primeiras convergência tecnológica e o estabelecimento do personal
ferramentas, instrumentos e máquinas). A técnica é o fazer computer (PC). Nos anos 80-90, assistimos a popularização da
transformador humano que prepara a natureza à formação da internet e a transformação do PC em um computador coletivo
espécie e da cultura humana. Ela é uma provocação da natureza (CC), conectado ao ciberespaço.”
gerando um processo de naturalização dos objetos técnicos na
Para [12], a cibercultura é a associação da cultura contemporânea
construção de uma segunda natureza povoada de matéria
às TDs, aliando a técnica à vida social. São os nossos novos
orgânica, de matéria inorgânica e de matéria inorgânica
modos de vida permeados pela comunicação instantânea, pela
organizada (os objetos técnicos).” [12], p. 40.
rapidez da informação, pela possibilidade de intervenção e criação
O que chamamos hoje de tecnologia ou técnica moderna é de novas informações que caracterizam primordialmente a
justamente a naturalização dos objetos técnicos e de sua fusão cibercultura.
com a ciência. Nesse momento, a natureza e a vida social serão
[12], p. 93, apresenta que, “a cibercultura vai se caracterizar pela
requisitadas como objetos de intervenções tecno-científicas.
formação de uma sociedade estruturada através de uma
Segundo [4], uma revolução tecnológica centrada nas tecnologias conectividade telemática generalizada, ampliando o potencial
da informação e da comunicação está remodelando a base comunicativo, proporcionando a troca de informações sob as mais
material da sociedade em ritmo acelerado. Há um movimento diversas formas, fomentando agregações sociais”.
intenso e crescente de redes interativas de computadores, criando
[12], p. 281, complementa ainda: “a imprensa, o rádio e a
novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e
televisão nos entregam diariamente notícias dessa frente
simultaneamente, sendo moldadas por ela. Assim, a rápida
cibernética (internet, celulares, pagers, PDA, CD-Rom, realidade
evolução das tecnologias e das telecomunicações provoca
virtual,, etc.), como um reflexo de nossa sociedade que se torna,
mudanças em todos os setores da sociedade, contribuindo para o
cada vez mais, impactada e transformada pela simulação, pela
surgimento da chamada “Sociedade em Rede”. [12], p. 147,
comunicação em rede e pelas micro-máquinas que colonizam
afirma que “hoje, rede significa uma estrutura telemática ligada a
nosso cotidiano”.
conceitos como interatividade, simultaneidade, circulação e
tactilidade 1”. Outra característica é que, na Cibercultura, os modos de vida
antigos não são anulados, mas reconfigurados. Assim, conforme
“[...] a tecnologia não determina a sociedade. Nem a sociedade
[12], coisas que fazíamos antes de uma determinada forma, hoje
escreve o curso da transformação tecnológica [...] o resultado final
tem sua lógica, espaço, tempo modificadas, por conta do advento
depende de um complexo padrão interativo [...]. A tecnologia é a
das TDs em rede. Por exemplo, para ir ao banco, não é mais
sociedade, e a sociedade não pode ser entendida ou representada
preciso se deslocar fisicamente, com apenas alguns cliques é
sem suas ferramentas tecnológicas.” [4], p. 25.
possível: transferir, depositar, comprar e pagar, enfim realizar
diversas aplicações financeiras. É possível também dialogar com
várias pessoas ao mesmo tempo, de diversos lugares, sem sair de
1 casa. Na cibercultura tem-se a sensação de onipresença. As mídias
Caráter próprio da condição humana pelo qual cada homem se
de massa perdem sentido numa cultura onde todos podem publicar
encontra sempre já comprometido com uma situação não
seus pensamentos, ideias, poesias, para até mesmo se
escolhida.

229
autopromover. Além de poder manipular imagens, sons, publicar, “a) a ilusão de o profissional possuir todo o conhecimento
enviar, copiar e colar. A liberação desses pólos de emissão é necessário relativamente às necessidades e problemas das crianças
própria das TDs e da rede, com a horizontalização do poder da e jovens;
emissão e recepção: a informação deixa de ser transmitida para ser
dialogada. Além disso, na cibercultura, a figura do espectador b) a ilusão de que as Ciências da Educação constituem um campo
quase inexiste, pois todos podem potencialmente elaborar e emitir coerente de conhecimento racional e aplicável que pode ser
informação 2. transmitido em cursos sistemáticos aos futuros professores;

Assim, a cibercultura indica um novo modelo de viver e de se c) a ilusão de que o profissionalismo docente ser a resultante
relacionar com o outro. O respeito ao outro se faz imprescindível mágica da formação acadêmica realizada, normalmente, de forma
na cultura de rede, na comunicação, porque ninguém se comunica mais ou menos separada dos problemas e práticas quotidianas das
sozinho e a rede só existe na intersecção de diversos ‘nós’. escolas;

Essas modificações nas formas sociais, nas práticas dessa d) a ilusão de o profissional ser capaz de educar os alunos para a
cibercultura, trazem à tona também mudanças em relação ao vida e o trabalho sobre os quais ele não conhece o suficiente;
cotidiano do professor, envolvidas no processo de formação e na e) a ilusão de o profissional ser um servidor do Estado que está
prática desses sujeitos. acima das classes sociais, sem se envolver politicamente nas suas
contradições e antagonismos. [21] , p. 44.”
3. COTIDIANO DO PROFESSOR FRENTE
Nesse meio persistem o educar, e junto a isso mais ambigüidades,
ÀS TECNOLOGIAS pois o termo na sua origem pode ser atribuído tanto a educatio,
[16] como professor e um dos fundadores do Laboratório de
quanto a eductio. [3] nos traz essa distinção apontando que a
Inteligência Artificial, foi o responsável no final dos anos 70 pelo
primeira refere-se a ações de criar, amamentar, cuidar, ensinar
grande avanço para o uso da informática na Educação. Hoje ainda
uma criança. Já o segundo, remete a condição de botar para fora,
podemos considerá-lo como um grande pesquisador, pois o
fazer sair, tirar de dentro, enfim, dar à luz, fazendo com que
mesmo diz em “A maquina das crianças: repensando a escola na
possamos refletir o movimento em que estamos inseridos,
era da informática” que não podemos esquecer a criança que
colocando para dentro e auxiliando a botar para fora, deixando
existe em todos nós, e que ela não a sufocou, mantendo-a viva em
criar, revelando-se.
sua trajetória profissional, deixando transparecer seu lado
profundamente humano. Uma de suas idéias é tornar o estudante o A dita “revolução tecnológica” vem mexer mais ainda nesses
sujeito do processo de aprendizagem e não objeto. conceitos, pois, sabemos que o educar, a escolarização assumia a
tarefa social de transmitir o conhecimento historicamente
Corroborando com isso, Freud [10], afirma algo parecido dizendo
acumulado às gerações juvenis, e o professor se constituía na
que: “Só pode ser pedagogo aquele que encontrar capacidade de
principal fonte desse processo, esse possuía o acumulo cultural e
penetrar na alma infantil, pois nos adultos não compreendemos a
os conhecimentos profissionais, que eram repassados aos alunos.
nossa própria infância”.
Esse lugar vem sendo questionado, apontando que não há mais
O final da década de 80 nasce uma nova geração que tem sentido social na função de professor, alicerçado na transmissão
agregado muito apelidos, geração digital, geração de rede, geração de conhecimento. Reflete-se isso no campo da autoridade,
ciber, nativos digitais, denominações que se referem à colocando em jogo nossa profissão [7].
características especificas de seu ambiente ou comportamento.
A principal função da autoridade é autorizar, autorizar a existir, a
Quando pensamos no homo sapiens, o homem sábio, expressão crescer, a aprender, a ser reconhecido e respeitado em sua
usada por Henri Bérgson, para indicar o homem, único animal dignidade humana, sem exclusões. A autoridade como autorização
inteligente em face dos demais [14], e no homo zappiens, aqui está de acordo com a etimologia do termo, (auctoritas, auctor), ou
chamado de cidadão virtual, que sabe zapear, utilizar varias seja, aumentar o poder da vida e de afirmação pessoal, crescer, ser
tecnologias digitais ao mesmo tempo [21], nos damos conta que autor [11]. O mesmo traz as duas maneiras de ser autor em
um mundo de diferenças se configuram entre um ser e outro, entre educação, uma que consiste em se pretender autor do outro,
o educador e o aluno hoje. Precisamos, então, aprofundar os correspondendo à autoridade que proíbe de se tornar alguém,
estudos desses lugares ocupados, pois pouco conhecemos deles, sendo essa uma autoridade que destrói, e outra, que autoriza o
sendo que os mesmos fazem parte do nosso cotidiano, sendo o sujeito a tornar-se autônomo, sendo a autoridade que constrói.
educador da era analógica, e com alunos da era digital.
Precisamos, dessa forma, resgatarmos a autoridade em educação,
Dentro desse contexto, [2] discorre sobre uma formação ao longo pois sabemos que a mesma está em pane. Precisamos analisar três
da vida (life-long learning) no campo da educação e da formação referencias diante disso. A primeira advém de uma mudança de
de professores, como um tema prioritário do final do século XX e paradigmas em nossa sociedade, pois os modelos de identificação
principio do século XV. [2], ao refletir sobre os problemas e são outros, hoje os adolescentes são modelos. As atitudes em
origens do debate, acerca da necessidade de uma formação relação ao tempo, o aqui e agora governa o jogo dos desejos. A
permanente, destaca algumas ilusões enraizadas na tradição segunda diz do medo do autoritarismo diante as representações
educativa, acerca das potencialidades da formação docente: coletivas, e a ultima diz do papel do professor na atualidade [11].
[20] também nomeia essa crise de legitimidade e de autoridade
junto a nós, pois a tradição universitária já não dá conta em suas
praticas, sendo questionada sistematicamente. O acesso a
2
Conforme [4], p. 45, “Informação são dados que foram informação trouxe grandes mudanças, e essas refletem no fazer
organizados e comunicados”. pedagógico.

230
4. METÁFORA DA HOSPITALIDADE planejado, ou sofrer ajustamentos de acordo com o contexto real
Para entendermos como ocorre o processo de aceitação de uma no qual ela está sendo aplicada. É somente através da interação
nova tecnologia pelo sujeito, vamos utilizar a Teoria da Metáfora contínua entre pessoas e tecnologia que se poderá verificar os
da Hospitalidade de [6] 3. resultados efetivos da adoção”.

Na Teoria da Metáfora da Hospitalidade, proposta por [6], a A metáfora da hospitalidade chama ainda a atenção para as
tecnologia é tratada como um hóspede. Esse hóspede pode ser emoções, também conhecidas como estados-de-espírito (moods 4)
entendido como um convidado com o qual se aceita conviver ou dos sujeitos durante o processo de hospitalidade de uma nova
como alguém que pode nos ser hostil. Nesse contexto, tecnologia.
hospitalidade refere-se a tratar essa tecnologia com um olhar [18] coloca ainda que as pessoas desenvolvem um apego
estranho e ambíguo, pois ao permitirmos e aceitarmos esse emocional com eventos e artefatos (no caso os dispositivos
“hóspede”, podemos considerá-lo amigo ou inimigo. móveis) que não deve ser ignorado. Assim, o processo de
Segundo [19], p.2, “a hospitalidade é então o comportamento que hospitalidade chama a atenção para as características biográficas,
revela o esforço humano para lidar com a incerteza que está éticas e históricas das pessoas envolvidas na adoção de uma nova
sempre envolvida ao hospedarmos uma nova tecnologia: durante o tecnologia.
processo de hospedagem, pode-se descobrir a nova tecnologia [19] descrevem as principais proposições relacionadas com a
como um hóspede muito agradável, ou ela pode, ao contrário, se Metáfora da Hospitalidade, quais sejam:
revelar um inimigo, roubando o território do hospedeiro e fazendo
dele um refém”. • Ao hospedarmos uma nova tecnologia nós reinterpretamos
nossas identidades.
[6] coloca que lidar com essa incerteza, essa ambigüidade, dessa
forma, refletir acerca do que a tecnologia representa, pode ser • Hospedar uma nova tecnologia envolve aprender fazendo e
considerada a essência da hospitalidade, caso contrário, esse improvisação.
processo de hospedagem se configuraria em um processo vazio,
passivo e insignificante. Assim, a verdadeira hospitalidade pode • Durante o processo de hospedagem a tecnologia poderá ir à
ser considerada como o comportamento que revela o esforço deriva.
humano em lidar com a incerteza e o mistério de se hospedar um • Hospitalidade envolve humores e emoções.
estranho.
• Hospitalidade diz respeito à apropriação e cuidado.
Assim, ao adotarmos uma tecnologia e a hospedarmos no nosso
dia-a-dia é preciso muitas vezes readaptarmos nossos • Hospitalidade envolve cultivo.
comprometimentos perante a nova tecnologia (organização,
autonomia, entre outros), processos de trabalho e rotinas. Ao • Não podemos esquecer o caráter dúbio da tecnologia: a
redefinirmos, estamos reinterpretando nossas próprias identidades. tecnologia pode se transformar num inimigo.

Sobre esse aspecto, [6] coloca que se deve considerar que a Por fim, a hospitalidade implica uma apropriação e interesse das
hospitalidade pode implicar uma negociação entre a novidade pessoas pela nova tecnologia, tornando-se, dessa forma, uma
trazida pelo hóspede (mundo externo) e o mundo do seu contexto, hospedagem bem sucedida o que, consequentemente, implica o
interno (sua organização, sua prática cotidiana). É justamente desaparecimento dessa tecnologia na vida diária do sujeito,
nesse confronto entre mundo interno e externo, na hospedagem da integrando-se às rotinas e contextos de trabalho de forma que com
tecnologia (hóspede), que podemos reforçar, impor ou ainda o tempo tende a se naturalizar. Por meio da Teoria da
mudar nossas identidades. Hospitalidade podemos interagir com a nova tecnologia sem
seguir passos pré-definidos, lidando-se assim com o desconhecido
Esse processo é cheio de tensões, pois tanto o hospedeiro quanto o e o imprevisível, como se configuram as práticas do dia-a-dia. O
hóspede podem se tornar reféns um do outro, assim, este é um tipo espaço que essa nova tecnologia irá ocupar ou não deverá ser
de relacionamento que deve ser baseado em confiança. constantemente refletido.
A Teoria da Metáfora da Hospitalidade visualiza esse processo de 5. SOFRIMENTO PSÍQUICO
adoção da nova tecnologia como um processo de aprendizagem Segundo [17], existe uma inversão no papel de autoridade, pois
que envolve tentativa e erro, improvisação e construção de não há diferença entre a autoridade do professor, em relação ao
conhecimento de maneira informal. Podem ocorrer, nesse que fazer com o aluno e em relação à autoridade que o aluno vem
processo de “hospedagem”, adaptações, novos usos da tecnologia exercendo na escola, diante do professor, nessa perspectiva, os
não previstos, quando foi criada, improvisação, dentre outros. [6] professores sentem-se perdidos, frustrados e amedrontados diante
coloca que as pessoas vão interagir e procurar adaptar a a autoridade perdida, e consequentemente, da agressividade e
tecnologia, tornando familiar o que é estranho. violência que têm surgido nos espaços escolares.
[6], p.2, colocam que “como resultado desse processo, a
tecnologia por “ir a deriva” (drift), isto é, ela pode servir a
objetivos não previstos, ser usada de forma distinta do que foi
4
As pessoas entram em situações - incluindo o processo de
3
Cláudio Ciborra foi professor de Sistemas de Informação da adoção de uma inovação - com um determinado estado-de-espírito
London School of Economics. Tem amplas experiências nas áreas que é elusivo, não pode ser controlado ou mesmo representado em
de comércio eletrônico, aprendizagem organizacional. Nasceu em símbolos (por exemplo: medo, ansiedade, felicidade, pânico ou
1951 e faleceu em 2005. tédio). [18], p. 151.

231
Todo esse contexto descreve um professor permeado por O sofrimento atravessa o ser humano durante sua vida, em todos
sofrimento, angústia, incertezas, impasses. O sofrimento é um os aspectos, mais que a tecnologia em si, tem trazido sofrimento
entrelaçamento entre as condições subjetivas e as condições aos professores, potencializando essas angústias, quando esse
objetivas histórico-culturais [1]. As mesmas autoras apontam para professor precisa alfabetizar de forma diferente, seja ensinar
um mal-estar docente como um sintoma psíquico, que nasce do cálculo em lousas interativas, percorrer fatos históricos
enodamento do corpo com o discurso social e a fantasia do instantaneamente, como o caso da tragédia do dia 11 de setembro
sujeito. de 2001, estudar anatomia interagindo com os corpos na forma
virtual, exemplo este, onde a distancia não impossibilita o
Um sintoma psíquico deve ser entendido como um fenômeno conhecimento na modalidade de ensino EAD. Todos esses fatos.
subjetivo que constitui não um sinal de doença, mas a expressão podem gerar conflitos, quando o professor não se apodera desse
de um conflito inconsciente [5]. O sintoma é, então, uma conhecimento. Mais intrigante ainda é pensarmos na situação do
formação do inconsciente, estruturado como uma linguagem, é a professor brasileiro, que com seu baixo salário, não tem acesso ao
verdade do sujeito que surge na falha do saber e que o docente uso das tecnologias de ponta, deixando-o em defasagem perante
manifesta em seu sofrimento gritando, fazendo sintoma, seu aluno. Em resumo, vivemos num país de contos de fadas, pois
metaforizando sua angustia, que muitas vezes não é reconhecida. falamos da tecnologia e muitos de nós não tem acesso.
Em Mal-estar na civilização [10], já referia ser o trabalho uma das Nesse contexto, precisamos rever como as instituições formadoras
fontes do mal-estar na cultura, pois gera conflitos no sujeito e uma estão abrindo espaço para essas discussões, sobretudo diante da
sensação de estranhamento e infelicidade, pois o fato de haver Pedagogia Universitária, das matrizes curriculares atuais e o
comprometimento no relacionamento com os outros desencadeia sofrimento que advêm desse processo, como um sintoma social
um dos maiores sofrimentos. abrangente.
Em Inibição, Sintoma e Angustia [9], chamou de subjetividade de
desamparo, que se refere a angustia com as relações interpessoais, REFERÊNCIAS
sociais e a toda estrutura do sujeito, e sabemos que esse [1] Aguiar, R & Almeida, S. F. C. Mal-estar na educação: o
desamparo é o que instaura o mal-estar na contemporaneidade. sofrimento psíquico dos professores. Curitiba: Juruá
Editora, 2008.
[8] descreve a expressão mal-estar docente para entendermos os
[2] Alonso, L. Perfil profissional e projeto de formação. In: De
efeitos permanentes, de caráter negativo, que afetam a
uma escola a outra – Temas para pensar a formação inicial
personalidade do educador como resultado das condições
de professores. Amélia Lopes (Org.) Porto: Edições
psicológicas e sociais em que exerce a docência, devido à
Afrontamento, Portugal, 2007.
mudança social acelerada.
[3] Camargo, A. C. S de. Educar: uma questão metodológica?
Nota-se com isso, que o professor vem adoecendo, e estamos Proposições psicanalíticas sobre o ensinar e o aprender.
parados no tempo sem repensarmos nosso cotidiano, sem articular Petrópolis: Vozes, 2006.
as dimensões do ensino e pesquisa nos lugares e espaços de
formação, conforme nos aponta [7]. [4] Castells, Manuel. A sociedade em rede. 8. ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2005.
Colaborando, [11], p.118, nos diz que a formação está no centro
[5] Chemama, R. Dicionário de Psicanálise. Porto Alegre:
do problema: “[...] As necessárias analises criticas não devem
Artes Médicas, 1995.
limitar discursos como o formalismo de boa qualidade cultural:
são as praticas de ensino que devem ser iluminadas.” [6] Ciborra, C. The labyrinths of information: challenging the
wisdom of systems. New York: Oxford Press, 2002.
6. FINALIZANDO O QUE PRECISA SER [7] Cunha, M. I. A educação superior e o campo da pedagogia
CONSTANTEMENTE REFLETIDO... universitária: legitimidades e desafios. In: Isaia & Bolzan
Com o intuito de trazer algumas indagações acerca dos (orgs) Pedagogia Universitária e desenvolvimento
professores em formação, diante das tecnologias digitais, profissional docente. Porto Alegre: Edipucrs, 2009, v.4,
podemos compartilhar com todos vocês as mudanças p.351-374.
paradigmáticas que estamos envoltos, desde os meados do século
[8] Esteve, J. M. Mudanças sociais e função docente. In:
XX, com o advento da bomba atômica e da tecnologia digital,
Nóvoa, A (org) Profissão Professor. Lisboa: Porto, 1999,
demarcando dessa forma o nascimento da pós-modernidade como
p.93-122.
uma época de transição de algo.
[9] Freud, S. Inibição, sintoma e angustia. In: Edição Standard
A condição de professor e sujeito hoje, hospedando ou não a das Obras Completas de Sigmund Freud. V.XX, Rio de
tecnologia, aponta-nos que pode ou não ocorrer sofrimento. É Janeiro: Imago, 1976a.
importante trazermos à tona que, hospedando essa tecnologia, está
envolvido um constante “dar conta” do acesso com o mundo, [10] Freud, S. Mal-estar na civilização. In: Edição Standard das
restringindo assim, a privacidade do sujeito, marcando fraturas Obras Completas de Sigmund Freud. V. XXI, Rio de
quanto ao tempo, ao espaço e à ética desse professor e sujeito. Ao Janeiro: Imago, 1976b.
mesmo tempo, não hospedando a tecnologia, sente-se excluído [11] Guillot, G. O resgate da autoridade em educação. Porto
desse processo, influenciando na sua forma de encarar a escola e Alegre: Artmed, 2008.
esses alunos que trabalham diariamente com essas tecnologias
[12] Lemos, A. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura
digitais, gerando sofrimento e angustia, quando ele passa a refletir
contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002.
sua prática no mundo, estando muitas vezes refém dessa
tecnociência.

232
[13] Ciberespaço e tecnologias móveis: processos de [18] Saccol, A. A Teoria da Hospitalidade e o processo de
territorialização e desterritorialização na cibercultura. adoção de Tecnologias da Informação Móveis e Sem Fio.
COMPÓS, Bauru, jun. 2006. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em
[14] Michaelis, Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Administração, Faculdade de Economia, Administração e
Melhoramentos, 2000. Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo,
2005.
[15] Murta, C. Magistério e sofrimento psíquico: contribuição
para uma leitura psicanalítica da escola. In: 3 COLOQUIO [19] Reinhard, N. Processo de Adoção e Decorrências da
DO LEPSI IP/FE-USP, São Paulo, 2001. Disponível em Utilização de Tecnologias de Informação Móveis e Sem Fio
<http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_art no Contexto Organizacional. In: XXIX EnANPAD, 2005,
text&pid=MSC0000000032001000300031&lng=en&nrm=a Brasília. Anais do XXIX EnANPAD 2005, v. 1, 2005, p. 1-
bn>. Acesso em: 12 mai. 2010. 16.

[16] Papert, S. A máquina das crianças: repensando a escola na [20] Santos, B DE S. Pela mão de Alice: O social e o político na
era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. pós-modernidade. Porto: Afrontamento, 1998.

[17] Reszka, M. F. Angustia docente e violência no ambiente [21] Veen, W & Vrakking, B. Homo zappiens: educando na era
escolar. Revista Textual, v.1, n 5, Porto Alegre: Sinpro RS, digital. Porto Alegre: Artmed, 2009.
2005, p.22-30.

233
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

M-LEARNING E MATEMÁTICA: EM BUSCA DE UM


MODELO PEDAGÓGICO
Silvia Cristina F. Batista Patricia Alejandra Behar Liliana Maria Passerino
Instituto Federal Fluminense Universidade Federal do Rio Universidade Federal do Rio
Brasil Grande do Sul - UFRGS Grande do Sul - UFRGS
silviac@iff.edu.br Brasil Brasil
patricia.behar@ufrgs.br liliana@cinted.ufrgs.br

RESUMO 1. INTRODUÇÃO
Neste artigo apresenta-se uma proposta inicial de um modelo
No Ensino Superior, os alunos, muitas vezes, enfrentam
pedagógico para atividades de m-learning (mobile learning) em
dificuldades em Matemática, sendo os períodos iniciais ainda mais
Matemática, o M-learnMat. O referido modelo tem como base a
problemáticos, devido à adaptação à saída do Ensino Médio [1].
Teoria da Atividade e é direcionado ao Ensino Superior. Nesse
sentido, inicialmente, define-se o que este estudo entende por Algumas destas dificuldades, segundo a referida autora, têm causas
modelos pedagógicos, considerando que estes servem para epistemológicas e pedagógicas, não sendo somente decorrentes de
fundamentar o processo de construção de conhecimento, por meio deficiências prévias, em termos de pré-requisitos. Soares e Sauer
de ações organizadas. Além disso, são abordados aspectos [2], ao abordarem as dificuldades dos alunos nas disciplinas de
relacionados à m-learning e princípios básicos da Teoria da Matemática, no curso de Engenharia, defendem que é preciso
Atividade, analisando, então, contribuições desta teoria para a área mudar a concepção do que é ensinar e aprender e dos papéis do
de m-learning. A seguir, apresenta-se o modelo M-learnMat, professor e do aluno.
descrevendo a estrutura do mesmo e requisitos que o compõe.
Nesse sentido, entende-se que certas práticas pedagógicas, no
Ensino Superior, podem contribuir para evitar novas dificuldades e,
Categories and Subject Descriptors ainda, favorecer a superação de algumas já existentes, como as
K.3.1 [Computers and Education]: Computer Uses in Education - relacionadas à falta de pré-requisitos. Nessa busca por caminhos
collaborative learning. mais favoráveis à aprendizagem de Matemática, os dispositivos
móveis podem trazer contribuições. Mobile learning (m-learning) é
o campo de pesquisa que busca analisar como os dispositivos
General Terms móveis podem colaborar para a aprendizagem. De forma ainda
Management, Design, Theory. recente, estudos têm destacado vantagens no uso destes dispositivos
para a aprendizagem de Matemática [3, 4, 5].

Palavras chave Como qualquer outra proposta para a aprendizagem formal,


entende-se que atividades em m-learning devem ser orientadas por
M-learning, Matemática, Modelo Pedagógico, Teoria da Atividade. modelos pedagógicos. Estes modelos permitem organizar práticas
educacionais, possibilitando que as mesmas sejam mais objetivas.
Dessa forma, ações podem ser melhor estruturadas, com objetivos
definidos e estratégias estabelecidas para alcance dos mesmos.
Assim, este artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de
modelo pedagógico para atividades de m-learning em Matemática,
o M-learnMat. O referido modelo tem como base a Teoria da
Atividade e é direcionado ao Ensino Superior. Tendo em vista o
objetivo proposto, na seção 2 é definido o que este estudo entende
por modelo pedagógico.
Batista, Silvia., Behar, Patricia., Passerino, Liliana. (2010). M-learning e Matemática:
em busca de um modelo pedagógico. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano
Na seção 3, são discutidos aspectos relacionados à m-learning e
de Informática Educativa, Volumen 1, pp 234-242, Santiago de Chile. apresentados princípios básicos da Teoria da Atividade para, então,
promover uma análise das contribuições da referida teoria para m-

234
learning. Na seção 4, apresenta-se o M-learnMat, descrevendo sua • Critérios de avaliação: envolve o sentido e o papel da
estrutura e listando diversos requisitos que o compõem. avaliação.
Finalizando, a seção 5 apresenta algumas considerações sobre o
presente trabalho. O processo de ensino e aprendizagem é complexo e envolve muitas
variáveis, o que ressalta a importância da utilização de referenciais
teóricos que ajudem a interpretá-lo [8].
2. MODELOS PEDAGÓGICOS
A Figura 1 mostra a estrutura de um modelo pedagógico, segundo
De maneira geral, um modelo é uma interpretação explícita, Behar [9]. Esta é embasada por uma (ou, possivelmente, mais de
descritiva ou ilustrativa, do que alguém entende sobre uma situação uma) teoria de aprendizagem.
[6]. Um modelo pedagógico, por sua vez, é uma construção teórica
que, fundamentada científica e ideologicamente, possibilita
interpretar, projetar e ajustar a realidade pedagógica [6]. Porém,
essa definição não é consensual, sendo a expressão utilizada,
algumas vezes, como teoria de aprendizagem (como as
desenvolvidas por Piaget, Vygotsky, Wallon, entre outros) ou como
metodologia de ensino [7].
Na mesma linha da definição de Ortiz Ocaña [6], Behar, Passerino
e Bernardi [7], p. 4, afirmam que um modelo pedagógico é “um
sistema de premissas teóricas que representa, explica e orienta a
forma como se aborda o currículo e que se concretiza nas práticas
pedagógicas e nas interações professor-aluno-objeto de
conhecimento”. Este pode ser embasado por uma ou mais teorias de
aprendizagem, mas, em geral, são “reinterpretações” destas teorias,
a partir de concepções individuais dos professores [7]. Neste artigo
entende-se modelo pedagógico segundo esta visão e discute-se o
assunto segundo autores que adotam linhas semelhantes. Figura 1. Estrutura de um modelo pedagógico
Fonte: Behar [9], p. 25 - adaptada
Zabala [8] caracteriza o que denomina “modelo teórico”. Entende-
se, no entanto, que a referida expressão pode ser vista no mesmo O modelo é composto por uma arquitetura pedagógica (AP) e pelas
sentido de modelo pedagógico. Segundo o autor, o modelo teórico estratégias para aplicação da mesma. A AP é a estrutura principal
é a condição ideal, porém, este não leva em consideração o do modelo, na qual estão incluídos aspectos organizacionais,
contexto real no qual é desenvolvida a prática educativa. É no conteúdo ou objeto de estudo, aspectos metodológicos e
contexto real que aparecem os condicionantes que impedem ou tecnológicos [9].
dificultam o desenvolvimento ideal do modelo proposto. Estes
Colocar em prática uma AP requer estratégias que, por sua vez,
condicionantes podem ser espaço e estrutura da escola,
dependem do contexto real de aplicação e são influenciadas pelas
características dos alunos, recursos disponíveis, trajetórias
diversas variáveis que permeiam o processo educativo. As
profissionais dos professores, entre outros [8]. O autor propõe
estratégias para aplicação da AP constituem a dinâmica do modelo
variáveis metodológicas a serem consideradas no modelo:
pedagógico [9]. São ações didáticas direcionadas à articulação e à
• Sequências de atividades (ou sequências didáticas): conjunto adaptação de uma arquitetura a um contexto particular. Assim, uma
de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas, dirigidas a estratégia de aplicação é a forma como o professor irá colocar em
certos objetivos educacionais; prática a AP, já adaptada à sua realidade, de acordo com a teoria de
aprendizagem adotada [9].
• Relações interativas: relações que ocorrem entre professor e
alunos ou alunos e alunos. Estas afetam o grau de comunicação Ressalta-se que o foco discutido por Behar [9] é Educação a
e os vínculos afetivos que se estabelecem; Distância e os elementos do modelo são explicados a partir deste:

• Organização social: a forma de estruturar a dinâmica em grupo • Aspectos organizacionais: englobam a fundamentação do
configura certa organização social na qual os alunos convivem, planejamento/proposta pedagógica e incluem os propósitos do
trabalham e se relacionam; processo de ensino e aprendizagem a distância, a organização do
tempo e do espaço e expectativas relacionadas à atuação dos
• Espaço e tempo: envolve analisar como se concretizam as participantes;
diferentes formas de ensinar, com relação a estes fatores (tempo
e espaço são fatores rigidamente controlados ou haverá • Aspectos relacionados ao conteúdo ou objeto de estudo:
flexibilidade em relação aos mesmos?); incluem materiais didáticos a serem utilizados (textos, apostilas,
objetos de aprendizagem, softwares, entre outros);
• Organização de conteúdos: relaciona-se com a lógica segundo
a qual o conteúdo será organizado; • Aspectos metodológicos: incluem atividades, formas de
interação/comunicação, procedimentos de avaliação e a
• Materiais curriculares: diz respeito ao papel e à importância organização destes elementos em uma seqüência didática que
que os diversos instrumentos didáticos assumem nas várias favoreça a aprendizagem;
atividades;

235
• Aspectos tecnológicos: referem-se à estrutura tecnológica de que nasceram em contato com a sociedade em rede e não imaginam
suporte a ser utilizada nas atividades (seleção de ambientes o mundo antes da Web. Peters [12] afirma que as tecnologias
virtuais de aprendizagem, de ferramentas de comunicação, entre móveis têm possibilitado novas formas de comunicação,
outros). principalmente pelos jovens, para os quais estas formas fazem parte
da interação diária normal, permitindo que estejam conectados a
Estes aspectos não devem ser considerados de forma isolada, pois grupos de amigos geograficamente dispersos em comunidades de
formam um todo no qual uma decisão sobre um aspecto influencia interesse. Assim, a referida autora defende que o setor educacional
nos demais. Além disso, é importante considerar que uma mesma precisa analisar as possibilidades reais de utilização destas
AP pode ser aplicada diferentemente, dependendo das estratégias tecnologias, a fim de buscar uma estratégia para apoiar esse aluno
utilizadas. As estratégias de aplicação tornam a AP individualizada, cada vez mais “móvel”.
pois dependem de variáveis pessoais dos atores envolvidos.
Nesse contexto, estudos e pesquisas têm sido realizados [13, 14,
Analisando as abordagens propostas em [8] e [9], é possível 15] investigando como as tecnologias móveis podem contribuir
verificar que ambas consideram a influência do contexto real sobre para a aprendizagem. Este campo de pesquisa é conhecido como
o modelo proposto. Além disso, os elementos da Arquitetura m-learning (mobile learning). Trata-se de uma área que estuda
Pedagógica, propostos por Behar [9], e as variáveis metodológicas como a mobilidade dos alunos, favorecida pela tecnologia pessoal e
de Zabala [8], de maneira geral, também não diferem muito. Ambos pública, pode contribuir para o processo de aquisição de novos
contemplam aspectos bem semelhantes, embora sob graus conhecimentos, habilidades e experiências [14]. Atividades com
diferentes de especificidade. tecnologias móveis, em geral, apresentam características como
O M-learnMat é um modelo pedagógico para atividades de m- interatividade, mobilidade, trabalho em equipe, aprendizagens em
learning em Matemática, que tem por base a Teoria da Atividade. contextos reais, entre outras. Em caráter mais inicial, estudos têm
Dessa forma, na seção seguinte aborda-se a aplicação da referida buscado verificar como m-learning pode contribuir para o processo
teoria em pesquisas de m-learning. de ensino e aprendizagem de Matemática [3, 4, 5]. As pesquisas
mencionadas apontam vantagens do uso de dispositivos móveis,
como descrito a seguir.

Calle e Vargas [3] relatam um estudo de caso, envolvendo o uso de


3. M-LEARNING E A TEORIA DA Pocket PC® na disciplina “Cálculo de Várias Variáveis” da
ATIVIDADE Engenharia, na Universidade EAFIT (Colômbia). O estudo teve a
participação de 30 alunos de várias engenharias (3º e 4º períodos) e
3.1 M-learning visou verificar a qualidade da aprendizagem utilizando tecnologias
móveis, a partir de uma proposta didática. Segundo os autores, a
Segundo Traxler [10], com o aumento do acesso à informação, em
análise dos dados permitiu verificar: i) desempenhos mais
qualquer tempo e lugar, o papel da educação, particularmente da
favoráveis em atividades individuais e coletivas; ii)
educação formal, vem sendo desafiado. As relações entre educação,
desenvolvimento de habilidades cognitivas, metacognitivas e
sociedade e tecnologia estão cada vez mais dinâmicas. Nesse
processos de interação social; iii) compreensão do uso de
sentido, m-leaning, embora ainda um campo imaturo, tanto em
tecnologias em benefício da aprendizagem matemática; iv)
termos tecnológicos quanto pedagógicos, pode trazer contribuições,
modificação, por parte dos alunos, de procedimentos destinados à
à medida que avançam as pesquisas na área [10].
aprendizagem; v) interesse pela metodologia adotada, que permitiu
A popularização dos dispositivos móveis, em especial os celulares, discussões coletivas e reflexões individuais sobre os conceitos
é um aspecto favorável, em termos educacionais, levando em matemáticos envolvidos [3].
consideração a possibilidade de alcançar um grande número de
Também relacionando dispositivos móveis à Matemática do Ensino
pessoas, sem requerer deslocamentos físicos. Porém, além deste
Superior, a Universidade Tecnológica do Chile, Inacap, participou
aspecto, existem diversos outros, tais como interatividade,
do projeto “Tecnología Portátil en la Sala de Clases con Pocket
mobilidade, prática de trabalho em equipes e aprendizagens em
PC”, desenvolvido pela Pontificia Universidade Católica do Chile
contextos reais, que têm motivado pesquisas associando
[4]. O projeto piloto ocorreu na Inacap, no segundo semestre de
tecnologias móveis e educação.
2008, no âmbito da disciplina Matemática II. Com a participação
A habilidade que os jovens têm para lidar com estas tecnologias, a de quatro professores de Matemática e 51 alunos, o referido projeto
popularização das mesmas e o desenvolvimento de aplicativos teve por objetivo avaliar o efeito da integração de atividades
específicos para as diversas áreas curriculares são fatores que colaborativas, mediadas por tecnologia portátil (Pocket PC®), nos
podem contribuir para introdução desses recursos na educação. O resultados de aprendizagem dos alunos. Além disso, buscou-se
uso destes pode ser importante em escolas com dificuldades avaliar a satisfação dos docentes e alunos ao trabalhar com a
relacionadas a laboratórios de informática ou para alunos que não metodologia [4]. De modo geral, ocorreu uma avaliação positiva do
tenham computadores em casa ou, ainda, para aqueles que precisam projeto, o que permitiu considerar que houve ganhos em termos da
aproveitar seu tempo para estudar onde estiverem. concentração do aluno, interesse nas atividades e aproveitamento
de tempo [4].
Não se trata de optar pelos computadores ou pelos dispositivos
móveis, mas sim, aproveitar as potencialidades destes dispositivos e Baya'a e Daher [5] relatam uma experiência em Matemática com
o fato deles fazerem parte da vida dessa geração de alunos. Prensky alunos mais novos. Esta ocorreu em forma de atividade extraclasse,
[11] caracteriza essa geração como nativos digitais. São pessoas com estudantes de uma escola de Israel (8th grade - Middle

236
School). Os alunos utilizaram aplicativos gráficos para celulares 1, No entanto, uma ação pode ser transformada em atividade. O
específicos para Matemática (trabalhando com funções lineares), e, motivo da atividade pode passar para o objeto da ação e, assim, a
também, recursos dos próprios dispositivos, como fotografias, ação se transforma em atividade. A transformação de motivos
vídeos, entre outros. Segundo os autores, os alunos destacaram as decorre do fato de o resultado da ação ser mais significativo, em
vantagens no uso educacional do celular: i) autonomia na certas condições, do que o motivo que realmente a induziu [18].
exploração dos temas matemáticos; ii) aprendizagem por meio de
Além disso, é preciso definir operações. Estas representam o modo
colaboração e trabalho em grupo; iii) aprendizagem em contexto
de execução de uma ação. Ações são relacionadas aos objetivos e
real; iv) visualização e investigação dinâmica de fatos matemáticos;
as operações, às condições [16]. Em resumo, uma atividade é
v) aprendizagem de Matemática com facilidade e eficiência [5].
regulada por sua motivação e engloba ações regidas por objetivos
Seja na Matemática ou em qualquer outra área curricular, distintos. Cada ação, por sua vez, requer diversas operações, que se
considera-se fundamental um aporte teórico para orientar as adaptam a condições específicas. Uma atividade reflete a sua
atividades em m-learning, tendo em vista o foco principal, que é a motivação, uma ação reflete a sua meta e uma operação reflete as
aprendizagem. Assim, na subseção seguinte apresentam-se, condições da ação [16].
resumidamente, as principais concepções da Teoria da Atividade,
Alguns trabalhos apoiados na TA, na visão de Engeström [19],
tendo em vista a posterior análise das contribuições da mesma para
enfatizavam o papel da mediação na relação sujeito-objeto, mas não
m-learning.
enfocavam, significativamente, os aspectos sociais e comunicativos.
Nesse sentido, este autor propôs uma extensão desta teoria,
buscando representar o contexto social/coletivo em um sistema de
atividade, adicionando elementos relacionados à comunidade,
3.2 Teoria da Atividade regras e divisão do trabalho. Assim, Engeström [19] propõe o
Na base da Teoria da Atividade (TA) estão idéias vygotskyanas. Os diagrama mostrado na Figura 2, que enfatiza a atividade coletiva,
princípios desta teoria foram estabelecidos principalmente por mostrando vários componentes do sistema da atividade e suas
Leontiev, psicólogo russo, colaborador de Vygotsky. O foco da TA relações de conexão e interdependência.
está nas atividades que os indivíduos desenvolvem e as relações
diversas que decorrem destas. A atividade é vista como responsável
pela mediação entre o ser humano e a realidade a ser transformada.
Em uma atividade ocorre a transferência de um objeto para sua
forma subjetiva, em uma imagem, assim como, a transferência da
atividade em seus resultados objetivos [16]. Ou seja, a relação entre
o ser humano (sujeito) e a realidade (objeto da sua atividade) é
dialética, uma vez que não só o objeto se transforma, mas também,
o sujeito, quando são produzidas mudanças em sua psique e em sua
personalidade [17].
Atividades podem variar entre si de acordo com a forma, métodos
de realização, intensidade emocional, requisitos de tempo e de
espaço, entre outros. O principal aspecto que distingue uma
atividade de outra, no entanto, é a diferença entre seus objetos. O
objeto de uma atividade é seu verdadeiro motivo, que lhe dá uma
direção determinada [16]. Entende-se que o motivo pode ser Figura 2. Estrutura de um sistema de atividade
material ou ideal, pode estar presente na percepção ou, Fonte: Engeström [19], p.78 - adaptada
exclusivamente, na imaginação ou no pensamento [16]. É
Na Figura 2, observa-se que a relação entre sujeito e objeto é
importante considerar, no entanto, que certas atividades são mais
mediada por artefatos (instrumentos e signos), o que é representado
relevantes para o desenvolvimento subseqüente do indivíduo do
pelo triângulo que tem esses componentes nos vértices (triângulo
que outras e são, portanto, entendidas como principais [18].
básico vygotskyano). Mas, além dos artefatos, existem também os
É fundamental, ainda, diferenciar dois conceitos: atividade e ação. mediadores sociais da atividade - as regras, a comunidade e a
Atividades são processos psicologicamente caracterizados por divisão do trabalho - indicados na parte inferior do diagrama [20].
aquilo a que se dirigem, como um todo. Este objetivo final da Isso significa que a relação entre sujeito e objeto também é mediada
atividade deve coincidir sempre com o motivo que levou o sujeito a por esses componentes. Ergeström [21] esclarece que a figura
agir [18]. Uma ação é um processo cujo objetivo colabora para o elíptica, no diagrama, indica que ações orientadas para o objeto são
alcance do motivo da atividade. Assim, para que uma ação seja sempre, explícita ou implicitamente, caracterizadas por
executada é preciso que seu objetivo seja entendido de forma ambiguidade, surpresa, interpretação, produção de sentido e
associada ao motivo da atividade a qual pertence. O objetivo de potencial para mudanças.
uma ação, por si só, não estimula a pessoa a agir [18].
Em Engeström [19, 20, 21], o foco está sobre a atividade coletiva e
há uma ênfase na natureza conflituosa da prática social. A
instabilidade (tensões internas) e a contradição são vistas como
forças de mudança e de desenvolvimento.
1
Aplicativos do projeto Math4Mobile
(http://www.math4mobile.com/).

237
Com relação à aprendizagem, a mesma é vista, na TA, como uma aprendizagem, por meio de um framework que é uma adaptação do
atividade, pois se destina a satisfazer necessidades cognitivas [17]. diagrama de Engeström [19].
Nessa concepção, a aprendizagem formal possui um caráter social,
Waycott et al. [24] também analisam contribuições da TA para m-
além do individual, pois ocorre em ativa interação com outras
learning, dentre as quais se destacam: i) possibilidade de análise de
pessoas, por meio de colaboração e comunicação, com mediação de
como o usuário se adapta aos instrumentos, de acordo com sua
instrumentos e signos [17]. Davýdov (1930-1988), com base nas
prática cotidiana e preferências, e de como os mesmos modificam o
contribuições de Vygotsky, Leontiev e Elkonin, aprofundou a
objeto da atividade; ii) reflexões sobre as contradições [19], o que
caracterização e a compreensão da atividade de aprendizagem.
contribui para a compreensão do impacto da introdução de uma
O objetivo da atividade de aprendizagem, na visão de Davýdov nova tecnologia na aprendizagem, tanto em termos das
[22], é o domínio do conhecimento teórico, isto é, o domínio de contradições que a nova ferramenta ajuda a resolver, como as
símbolos e instrumentos culturais disponíveis na sociedade, obtido criadas pela sua utilização.
pela aprendizagem de conhecimentos em diversos campos.
Ratificando as idéias descritas anteriormente, Uden [25] defende
Davýdov [22] distingue dois tipos de pensamento: o empírico e o
que a TA pode fundamentar projetos de m-learning. Segundo a
teórico. O pensamento empírico tem caráter externo, imediato,
autora, essa teoria permite analisar os principais elementos de
ligado à prática. Já o teórico é voltado para a essência, para
contexto em que a atividade ocorre e como estes podem influenciar
relações internas entre objetos e fenômenos. Para o referido autor, o
na aprendizagem. O referido contexto abrange aspectos internos às
ensino essencialmente baseado no pensamento empírico não
pessoas (motivações, objetivos, entre outros) e externos (artefatos,
proporciona o desenvolvimento mental do aluno.
outras pessoas, aspectos ambientais, entre outros). Há, ainda,
Quanto à formação do pensamento teórico matemático, Davýdov aspectos específicos relacionados às tecnologias móveis (aspectos
[22] defende que cada tópico do currículo deve começar com uma técnicos, usabilidade, mobilidade, entre outros). Além disso, a TA
introdução detalhada, apresentando situações que deram origem à incorpora uma forte noção de mediação (atividades mediadas por
necessidade dos respectivos conceitos teóricos. A seguir, os artefatos, em nível interno e externo), de história (atividades se
conceitos devem ser construídos a partir de alguns passos: i) desenvolvem e mudam) e colaboração (uma atividade é exercida
orientação dos alunos em uma situação-problema, cuja solução por um ou mais indivíduos, visando obter resultados desejados,
requer o novo conceito; ii) identificação da relação que serve de dentro de uma comunidade, de acordo com um conjunto de regras).
base para a solução de problemas; iii) estabelecimento de um Nessa visão, Uden [25] propõe uma metodologia, totalmente
modelo simbólico que permita estudar as propriedades em “forma embasada na TA, para projetar o ambiente de aprendizagem e o
pura”; iv) identificação das propriedades da relação delineada, por contexto de utilização em m-learning.
meio da qual foi possível deduzir as condições e os métodos de
Assim, segundo os autores citados, a TA tem potencial para
resolução do problema original [22].
fundamentar atividades em m-learning. Também neste estudo, este
Assim, a TA é entendida, neste estudo, segundo os princípios posicionamento é adotado.
fundamentais propostos por Leontiev e as contribuições de
Engeström, que focalizou as atividades coletivas. Além disso,
aproximando a TA do contexto escolar, em particular da
4. CONSTRUINDO UM MODELO
Matemática, são adotadas as contribuições de Davýdov. PEDAGÓGICO PARA M-LEARNING EM
MATEMÁTICA
3.3 Teoria da Atividade e M-learning Apresenta-se, nesta seção, o M-learnMat, um modelo pedagógico
Nesta subseção são analisados alguns estudos [23, 24, 25] que que está sendo desenvolvido especificamente para atividades de m-
apontam a TA como uma proposta com potencial para atender às learning em Matemática, tendo por base a Teoria da Atividade. Este
especificidades de m-learning. segue a proposta de modelo pedagógico de Behar [9] sem, no
entanto, focalizar exclusivamente a Educação a Distância.
Sharples et al. [23] resumem cinco questões a serem verificadas na
identificação de uma teoria para m-learning: i) a teoria é, O M-learnMat tem por objetivo orientar atividades que envolvam o
significativamente, diferente das abordagens tradicionais? ii) uso (não exclusivo) de dispositivos móveis na Matemática do
permite analisar a mobilidade dos alunos? iii) pode ser utilizada Ensino Superior. Com o mesmo, visa-se que as ações pedagógicas,
tanto na aprendizagem formal quanto informal? iv) teoriza a na referida área, sejam melhor definidas, com objetivos claramente
aprendizagem como um processo social e construtivo? v) permite estabelecidos e estratégias organizadas para o alcance destes.
entender a aprendizagem como uma atividade personalizada e Entende-se que o M-learnMat pode contribuir para um melhor
situada, mediada por tecnologias? aproveitamento das potencialidades dos dispositivos móveis, tendo
em vista a aprendizagem matemática.
Essas questões, para os referidos autores, são bem respondidas pela
TA, pois esta considera a aprendizagem como um processo ativo de As orientações propostas no modelo têm como base a literatura da
construção de conhecimentos e habilidades, por meio de atividades, área de m-learning (geral e relacionada à Matemática), concepções
no contexto de uma comunidade. Além disso, dá suporte não só ao da Teoria da Atividade e experiência das autoras. Para a
processo contínuo de desenvolvimento pessoal, como também às determinação do público alvo (alunos do Ensino Superior), além
rápidas mudanças conceituais da era atual [23]. Assim, os autores das dificuldades nas disciplinas de Matemática, considerou-se que,
defendem a TA para fundamentar atividades em m-learning e muitas vezes, esses alunos já têm diversos compromissos e
descrevem o relacionamento dialético entre tecnologia e precisam aproveitar melhor o tempo, mesmo que em locais não
tradicionais de estudo. Nesse sentido, os dispositivos móveis

238
podem facilitar, por exemplo, o acesso aos recursos e a • Divisão do trabalho: papel e tarefas do professor, aluno e de
comunicação entre os envolvidos. Além disso, considera-se que outras pessoas envolvidas na atividade.
focar em um público alvo mais maduro e com maior necessidade de
apoio tecnológico é mais adequado para a proposta inicial do Essa estrutura permite entender que a relação entre aluno e
modelo, uma vez que um trabalho com crianças ou pessoas muito conceitos matemáticos é mediada por instrumentos (nos quais se
jovens exigiria uma metodologia mais adaptada, devido às encontram os dispositivos móveis) e signos. Mas, além disso, o
especificidades da idade. triângulo entre aluno, conceitos e a comunidade permite entender
que a relação entre estes também é mediada pela comunidade. Da
mesma forma, as regras e a divisão de trabalho são mediadores da
relação aluno-conceitos matemáticos. Assim, esta estrutura permite
a análise de várias relações entre os componentes do sistema,
mostrando a interdependência entre os mesmos.
Como o trabalho com dispositivos móveis tem forte ligação com o
contexto social, entende-se que, para o M-learnMat, a estrutura
mostrada na Figura 3 é fundamental, permitindo a análise dos
componentes envolvidos, de forma integral. Esta estrutura é a base
do modelo proposto e em todos os aspectos descritos a seguir deve-
se levar em consideração seus componentes e o relacionamento
entre os mesmos.

4.2 Aspectos Organizacionais


Estes aspectos são relacionados à preparação da atividade de
Matemática envolvendo m-learning. Isso inclui, por exemplo,
determinação dos objetivos a serem alcançados, definição de papéis
dos participantes e das tecnologias adotadas e questões
relacionadas a tempo e espaço.
Figura 3. Estrutura do M-learnMat
Com relação a estes aspectos, foram identificadas algumas
Para facilitar a explicação do modelo proposto, utilizou-se, na
orientações para as estratégias a serem adotadas pelo professor.
Figura 3, uma metáfora de uma página da Internet, na qual se
Entende-se que estratégias são formas como o professor irá colocar
simula que os elementos da arquitetura pedagógica contêm links
em prática os referidos aspectos, conforme defendido por Behar
que remetem às orientações correspondentes.
[9]. Assim, as orientações a seguir são recomendações a serem
consideradas quando o professor for operacionalizar os aspectos
4.1 Estrutura da Atividade organizacionais da atividade a ser promovida.
Apresenta-se, na Figura 3, uma adaptação do diagrama de • analisar o contexto de aprendizagem, tanto em termos de
Engeström [19] (Figura 2), para o contexto do M-learnMat, aspectos internos às pessoas (motivações, objetivos, entre
considerando: outros), quanto externos (instrumentos, atores envolvidos,
aspectos ambientais, entre outros). Isso inclui, por exemplo,
• Sujeito: aluno do Ensino Superior, que tenha Matemática em
verificar a receptividade dos alunos com relação à proposta de
sua grade curricular;
utilização de dispositivos móveis com fins educacionais;
• Objeto de aprendizagem: conceitos matemáticos;
• identificar os motivos da atividade proposta;
• Resultado: aprendizagem matemática;
• estabelecer as ações a serem promovidas e objetivos a serem
• Instrumentos: tecnologias móveis, computadores, redes de alcançados com as mesmas, assim como operações a serem
conexão, livros, apostilas, entre outros; realizadas;

• Regras: são normas que orientam os procedimentos da • refletir sobre o papel dos dispositivos tecnológicos, como
atividade. Assim, existem regras relacionadas às ações a serem artefatos mediadores, entendendo que instrumentos materiais
desenvolvidas, ao uso das tecnologias digitais, ao tipo de representam métodos e operações e não objetivos;
avaliação, ao trabalho colaborativo, entre outras;
• entender o papel do professor como mediador humano. As
• Comunidade: é formada por todas as pessoas envolvidas no ações do professor devem levar o aluno a sentir necessidade
sistema de atividade. Logo, no M-learnMat, a comunidade é dos conceitos a serem trabalhados;
formada pela turma do Ensino Superior à qual pertence o
• compreender o papel do aluno no processo de aprendizagem,
sujeito (aluno), o professor de Matemática e demais pessoas
suas motivações, interesses, habilidades para estudo, entre
que possam estar relacionadas à atividade. É importante
outros. Assim como, entender o papel dos colegas, atuando
considerar que a comunidade está sempre inserida em contextos
também como mediadores humanos.
sociais, físicos e tecnológicos que não podem ser ignorados;

239
4.3 Aspectos relacionados ao Conteúdo 4.4 Aspectos Metodológicos
O conteúdo matemático, a ser abordado no Ensino Superior, deve No M-learnMat, a questão metodológica é fortemente norteada pela
ser analisado de forma que possa ser trabalhado por meio de Teoria da Atividade e, em particular, pelas concepções de Davýdov
dispositivos móveis. Considera-se que, assim como no caso dos [22]. Estes aspectos incluem questões relacionadas à formação do
computadores, a simples reprodução de material tradicional para pensamento matemático, formas de desenvolvimento das
uso nestes dispositivos não é o diferencial de m-learning, embora atividades, procedimentos de avaliação, integração entre
possa até ser útil em alguns contextos. Um uso mais proveitoso tecnologias, entre outros. Algumas orientações são:
destes dispositivos requer que o conteúdo seja compreendido de
forma mais ampla até mesmo pelo professor. Algumas orientações • considerar que a lógica da formação do pensamento teórico vai
para as estratégias a serem adotadas pelo professor, com relação ao do geral para suas manifestações particulares;
conteúdo, são: • apresentar, para cada tópico abordado, situações que deram
• identificar que partes do conteúdo podem ser bem trabalhadas origem à necessidade do mesmo;
por meio de tecnologias móveis e que partes são melhor • orientar os alunos em uma situação-problema, cuja solução
apoiadas por outras tecnologias (ou mesmo nenhuma); requer o novo conceito;
• elaborar materiais pedagógicos que possam ser • considerar que o principal não é a resolução correta do
estudados/respondidos por meio do dispositivo móvel adotado. problema em si, e sim o pensamento envolvido na resolução,
Nesse sentido é importante considerar que a digitação de que deve possibilitar generalizações;
fórmulas e símbolos matemáticos pode ser problemática em
dispositivos móveis; • identificar a relação geral que serve de base para a solução de
problemas. A relação geral é aquela que está na base de
• organizar abordagens que permitam explorar os recursos do diversos fenômenos, cuja compreensão contribui para entender
próprio dispositivo no estudo dos temas considerados: vídeos, a associação entre os mesmos;
fotografias, músicas, entre outros;
• estabelecer um modelo simbólico que permita estudar os
• considerar conceitos como meios de realização de ações princípios básicos da relação geral;
complexas, que devem ser construídos pelos alunos, de forma
consciente. Assim, a atividade é condição necessária para a • desenvolver atividades específicas que permitam estudar estes
formação dos conceitos; princípios básicos. Estas atividades devem, posteriormente,
passar para um plano mental (internalização);
• selecionar aplicativos que possam subsidiar o estudo do tema,
de acordo com o dispositivo adotado. Nesse sentido, é • analisar o desenvolvimento das atividades, buscando
importante considerar que o aplicativo deve: compreender a natureza das mudanças que ocorrem em
diferentes fases;
 apresentar interface adequada ao público alvo a que se
destina; • identificar contradições internas [19], que podem, por exemplo,
ocorrer em cada um dos componentes do sistema de atividade
 possuir funções da interface (ícones, menus, etc.) fáceis (mostrado na Figura 3) ou entre os mesmos, alterando, algumas
de serem entendidas; vezes, o curso da atividade;
 apresentar as convenções e definições relacionadas à • estabelecer os meios pelos quais será promovida a comunicação
Matemática de maneira correta; entre as pessoas envolvidas;
 permitir o desenvolvimento das capacidades de raciocínio
• incentivar a interação entre as pessoas, por meio do uso de
e de resolução de problemas;
dispositivos móveis;
 possibilitar visualização e investigação dinâmica de fatos
• promover a integração de tecnologias móveis e não móveis;
matemáticos;
 contribuir para a construção de abstrações matemáticas, • promover o uso consciente e crítico dos recursos digitais
evitando a mera memorização de algoritmos; utilizados, assim como a análise das informações obtidas por
meio dos mesmos.
 permitir explorar os conteúdos de forma consistente;
 possibilitar o desenvolvimento da capacidade de avaliar 4.5 Aspectos Tecnológicos
informações criticamente;
Os aspectos tecnológicos estão relacionados à tecnologia móvel, o
 facilitar o entendimento da Matemática como uma que não exclui, no entanto, a utilização de outros recursos. Os
linguagem de comunicação, por meio da qual é possível dispositivos móveis para m-learning, tais como os
modelar e interpretar a realidade. celulares/smartphones e os PDA (Personal Digital Assistants),
devem possibilitar o acesso a conteúdos e recursos educacionais e
 permitir a comunicação entre a comunidade envolvida. Além disso,
devem ter um tamanho que contribua para a mobilidade. Algumas
recomendações:

240
• entender que o uso da tecnologia móvel deve colaborar para visando verificar a adequação do mesmo aos seus propósitos. O
reflexões individuais e para análises coletivas sobre os referido modelo é direcionado ao Ensino Superior, no entanto, a
conceitos matemáticos abordados; pesquisa é um processo que evolui e, nesse sentido, em estudos
futuros, poderão ser desenvolvidos novos modelos, a partir do M-
• analisar alterações na relação professor-aluno, relacionadas à learnMat, adaptados a outros públicos alvo.
utilização de dispositivos móveis;
• utilizar os dispositivos móveis de forma a contribuir para o REFERÊNCIAS
desenvolvimento da autonomia na exploração de temas
matemáticos, bem como para aprendizagens em contextos reais; [1] Palis, G. L. R. 2009. Pesquisa sobre a própria prática no
ensino superior de Matemática. In Educação Matemática no
• identificar o dispositivo móvel a ser utilizado. Recomenda-se, Ensino Superior: pesquisas e debates, M. C. R. Frota e L.
sempre que possível, utilizar os dispositivos dos próprios Nasser, Org. SBEM, Recife, PE, Brasil, 203-221.
alunos, porém deve-se considerar que é preciso:
[2] Soares, E. M. S. e Sauer, L. Z. 2004. Um novo olhar sobre a
 analisar as características físicas, técnicas e funcionais aprendizagem de Matemática para a Engenharia. In
dos mesmos. Isso inclui, avaliar, por exemplo, fatores Disciplinas Matemáticas em Cursos Superiores: reflexões,
limitadores do uso e as implicações destes no relatos, propostas, H. N. Cury, Org. EDIPUCRS, Porto
desenvolvimento das atividades. Por exemplo: tamanho Alegre, RS, Brasil, 245-270.
de tela, praticidade de uso, capacidade de
armazenamento, entre outros. Além disso, existem [3] Calle, R. C. G. y Vargas, J. A. T. 2008. Incorporación de
Tecnologías Móviles para Mejorar el Aprendizaje de Cálculo,
fatores relacionados, como custos de conexão e
Soportada en una Propuesta Didáctica: caso de estudio para
download, que devem ser considerados; Cálculo de Varias Variables. En Actas del IX Congreso
 estar atento a problemas decorrentes da variedade de Nacional Informática Educativa, Redes, Comunidades de
recursos de cada modelo de dispositivo; Aprendizaje y Tecnologia Móvil (Barranquilla, Colômbia,
Julio 09-11, 2008). 1-10.
 permitir o reconhecimento prévio dos recursos, pois http://cimm.ucr.ac.cr/ojs/index.php/eudoxus/article/view/425/
mesmo que o dispositivo seja do aluno, isso não significa 423
que o mesmo tenha familiaridade com todos os recursos
disponíveis. Recomenda-se, nesse sentido, um [4] Eduinnova. 2009. Tecnología Portátil en la Sala de clases:
questionário de sondagem para entender melhor a relação Pocket PC (Proyecto Piloto – Informe Final).
do usuário com o dispositivo. http://colabora.inacap.cl/sitios/ciedu/Documentos%20compart
idos/Archivos_Pag_CIEDU/Informe_final_Eduinnova.pdf
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS [5] Baya'a, N. and Daher, W. 2009. Students' perceptions of
Mathematics learning using mobile phones. In Proceedings of
Na Matemática, em geral, as tecnologias digitais permitem the 4th International Conference on Mobile and Computer
simulações, visualizações, experimentações, levantamento de Aided Learning (Amman, Jordan, April 22). 1-9.
hipóteses, entre outras ações. Com m-learning, adicionam-se http://users.qsm.ac.il/cellmath/Material/Conferences/IMCL20
possibilidades extras, tais como praticidade, mobilidade, alcance de 09/students_perceptions_of_mathemat.pdf
maior número de pessoas, aprendizagens em contextos reais, entre
outras. Nesse sentido, o uso, em dispositivos móveis, de aplicativos [6] Ortiz Ocaña, A. L. 2005. Diccionario de Pedagogía,
específicos, ou mesmo, de recursos gerais, como mensagens de Didáctica y Metodología. Editorial Antillas, Colombia.
texto, fotografias, vídeos, entre outros, pode contribuir para o
[7] Behar, P. A., Passerino, L., e Bernardi, M. 2007. Modelos
processo de ensino e aprendizagem de Matemática. Visa-se tornar
Pedagógicos para Educação a Distância: pressupostos teóricos
este processo mais acessível e mais próximo da realidade do aluno.
para a construção de objetos de aprendizagem. Revista Novas
Modelos pedagógicos que levem em consideração o uso destes Tecnologias na Educação, 5, 2 (Dez. 2007), 1-12.
dispositivos, nas diversas áreas curriculares, são importantes, pois
[8] Zabala, A. 1998. A prática educativa: como ensinar. Artmed,
podem permitir uma organização mais consistente das práticas
Porto Alegre, RS, Brasil.
pedagógicas e melhor aproveitamento dos recursos tecnológicos.
Tais modelos devem considerar aportes teóricos que orientem as [9] Behar, P. A. e colaboradores. 2009. Modelos Pedagógicos em
ações segundo seus princípios. Para a elaboração do M-learnMat, Educação a Distância. Artmed, Porto Alegre, RS, Brasil.
adotou-se a Teoria da Atividade. A aprendizagem, de acordo com
[10] Traxler, J. 2009. Current State of Mobile Learning. In Mobile
esta teoria, ocorre em ativa interação com outras pessoas, tendo os
learning: transforming the delivery of education and training,
instrumentos e signos como recursos mediadores essenciais.
M. Ally, Ed. AU Press: Canada, 9-24.
Entende-se que a própria concepção de aprendizagem, de acordo
com a TA, engloba diversos aspectos pertinentes à m-learning: [11] Prensky, M. 2001. Digital Natives, Digital Immigrants. On the
contextos sociais, mediação por instrumentos, colaboração, Horizon. MCB University Press, United Kingdom. 9, 5, (Oct.
interação, entre outros. 2001), 1-6.
Com o M-learnMat espera-se colaborar para o desenvolvimento de [12] Peters, K. 2009. M-learning: positioning educators for a
atividades de m-learning em Matemática. Após a conclusão de sua mobile, connected future. In Mobile learning: transforming
elaboração, o referido modelo será aplicado em casos de estudo,

241
the delivery of education and training, M. Ally, Ed. AU Press, [19] Engeström, Y. 1987. Learning by Expanding: an activity-
Canada, 113-132. theoretical approach to developmental research. Orienta-
Konsultit Oy, Helsinki, Filand.
[13] Wains, S. I. and Mahmood, W. 2008. Integrating m-learning
with e-learning. In Proceedings of the 9th Conference on [20] Engeström, Y. 1999. Expansive Visibilization of Work: an
Information Technology Education (Cincinnati, OH, USA, activity-theoretical perspective. Computer Supported
October 16 – 18). ACM, New York, USA, 31-38. DOI= Cooperative Work. Kluwer Academic Publishers, 8, 1-2 (Feb.
http://doi.acm.org/10.1145/1414558.1414568 1999), 63–93. DOI= 10.1023/A:1008648532192
[14] Sharples, M., Arnedillo Sánchez, I., Milrad, M., and Vavoula, [21] Engeström, Y. 2001. Expansive Learning at Work: toward an
G. 2009. Mobile Learning: small devices, big issues. In activity theoretical reconceptualization. Journal of Education
Technology-Enhanced Learning: principles and products, N. and Work. Taylor & Francis Ltd, 14, 1 (Feb. 2001), 133-156.
Balacheff, S. Ludvigsen, T. Jong, A. Lazonder, and S. Barnes, DOI= 10.1080/13639080020028747
Ed. Springer, Netherlands, 233-249. DOI=
[22] Davýdov, V. V. 1982. Tipos de Generalización en la
http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4020-9827-7
Enseñanza. Editorial Pueblo y Educación, Havana, Cuba.
[15] Sheng, H., Siau, K , and Nah, F. 2010. Understanding the
[23] Sharples, M., Taylor, J., and Vavoula, G. 2005. Towards a
values of mobile technology in education: a value-focused
theory of mobile learning. In Proceedings of the 4th World
thinking approach. ACM, New York, USA 41, 2 (May 2010),
Conference on Mlearning (m-Learn) (Cape Town, South
25-44. DOI= http://doi.acm.org/10.1145/1795377.1795380
Africa, October 25 – 28, 2005).
[16] Leont’ev, A. N. 1978. Activity, Consciousness, and http://www.mlearn.org.za/papers-full.html
Personality. Prentice-Hall, NJ, USA.
[24] Waycott, J., Jones, A., and Scanlon, E. 2005. PDAs as lifelong
[17] Núñez, I. B. 2009. Vygotsky, Leontiev e Galperin: formação learning tools: an activity theory based analysis. Learning,
de conceitos e princípios didáticos. Liber Livro, Brasília, Media and Technology, 30, 2 (Jul. 2005), 107-130. DOI=
Brasil. 10.1080/17439880500093513
[18] Leontiev, A. N. Uma Contribuição à Teoria do [25] Uden, L. 2007. Activity theory for designing mobile learning.
Desenvolvimento da Psique Infantil. 2001. In Linguagem, International Journal of Mobile Learning and Organisation,
Desenvolvimento e Aprendizagem, L. S. Vigotskii, A. R. Inderscience Enterprises Ltd., 1, 1 (Feb. 2007), 81–102. DOI=
Luria, e A. N. Leontiev. Ícone, São Paulo, SP, Brasil, 59-83. 10.1504/IJMLO.2007.011190

242
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago Chile, 2010

(RE)SIGNIFICANDO A AVALIAÇÃO: UMA ANÁLISE NO


ÂMBITO DE UM CURSO DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES A DISTÂNCIA

Cátia Zilio
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Brasil
catitatpq@gmail.com

ABSTRACT A preparação para a avaliação tem sido um saber


This paper presents a study on the assessment as a process of marginalizado na formação de professores. O uso do
dialogue and training in the context of a Bachelor of Pedagogy in portfólio pode ser uma forma de colocá-lo em debate
Distance mode. It was produced from the construction of the justamente em um dos espaços a ela destinados, o da
Learning Portfolio and analysis of students' productions, formação de professores. Isto requer uma mudança de
accompanied by assistance and mentoring relations triggered by concepção de avaliação: o professor deixa de ser o
such. It can be concluded about the importance of an evaluation “examinador” e o aluno o “examinado”. Atua-se em
process that considers the unity between theory and practice in parceria, sem com isso perder-se o rigor e a seriedade que
training teachers in basic education. a atividade impõe.
O contexto deste estudo terá como foco os registros das alunas
RESUMO vinculadas a um dos polos de apoio presencial do curso. A partir
Este artigo apresenta um estudo sobre a avaliação, enquanto da análise das relações entre as produções das alunas em seus
processo dialógico e formativo no contexto de um Curso de blogs-portfólio, as intervenções e os diálogos desencadeados por
Licenciatura em Pedagogia, na modalidade a Distância. Foi estas, busca-se compreender os processos de construção de um
produzido a partir da construção dos Portfólios de Aprendizagens novo paradigma de avaliação. Concordamos com Santos (2003)
e da análise das produções de alunas, acompanhadas das que a avaliação deve ser concebida de forma constante e inclusiva
intervenções da tutoria e das relações desencadeadas por essas. e, portanto, não está centrada na função examinadora do
Foi possível concluir sobre a importância de um processo professor. Neste sentido a construção dos blogs-portfólio não
avaliativo que contemple a unicidade entre teoria e prática na representa mera transferência da responsabilidade do professor
formação de professores da Educação Básica. para as alunas, mas propõe-se a incluir a autonomia e a autoria
necessárias para a efetiva aprendizagem.
Palavras-chave É importante destacar que a legislação vigente, relacionada à
Avaliação, Educação a Distância, Formação de professores. formação de professores da Educação Básica, conforme Parecer
CNE/CP 9/2001 e Resolução CNE/CP 1/2002, tem como
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO princípio orientador o conceito de simetria invertida, como
Este artigo apresenta uma análise sobre a experiência de apresentam os excertos que seguem:
construção e utilização dos portfólios de aprendizagens ao longo
1.2. É imprescindível que haja coerência entre a formação
do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da
oferecida e a prática esperada do futuro professor
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PEAD/UFRGS),
1.2.1. A simetria invertida
aqui denominados blogs-portfólio. A opção pelos portfólios de
A preparação do professor tem duas peculiaridades muito
aprendizagem fundamenta-se na necessidade de articular a teoria e
especiais: ele aprende a profissão no lugar similar àquele
a prática da avaliação. Acredita-se que essa proposta possibilita
em que vai atuar, porém, numa situação invertida. [...]
vivenciar práticas avaliativas que promovem a aprendizagem e
Não se trata de infantilizar a educação do professor, mas
podem ser transportas para a prática docente das alunas-
de torná-la uma experiência análoga à experiência de
professoras. Segundo Villas Boas (2003, p.120):
aprendizagem que ele deve facilitar a seus futuros alunos.
(Parecer CNE/CP 9/2001, p.30-31)
Zilio, Cátia. (2010). (Re)Significando a avaliação: uma análise no âmbito de um
curso de formação de professores a distância. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 243-248, Santiago de
Chile.

243
Art. 3º[...] a coerência entre a formação oferecida e a pólo, coordenadores de cada interdisciplina, professores, tutores
prática esperada do futuro professor, tendo em vista a de sede (à distância) e tutores de pólo (presenciais).
simetria invertida, onde o preparo do professor, por
A organização curricular do PEAD/UFRGS prevê, a cada
ocorrer em lugar similar àquele em que vai atuar, demanda
semestre, o desenvolvimento de Seminários Integradores 5 que
consistência entre o que faz na formação e o que dele se
agregam e articulam as demais interdisciplinas do semestre às
espera; [...]. (Resolução CNE/CP 1/2002)
teorias, tecnologias e práticas pedagógicas. Sua principal
característica é a flexibilização programática que articula as
2. PRINCÍPIOS E ORGANIZAÇÃO DO particularidades teóricas e metodológicas das diferentes áreas e
CURSO enfoques temáticos, e também atende às necessidades e
Em decorrência Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira especificidades de cada eixo e pólo. Para isso, apóia-se na
(Lei no 9.394/96), em especial no item que trata dos Profissionais seguinte dinâmica:
da Educação e incentivada no Programa Pró-Licenciatura 1, a • encontro presencial realizado no início de cada semestre –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul iniciou, no segundo proposição e discussão das atividades integradoras do eixo;
semestre de 2006, seu primeiro Curso de Graduação na
modalidade a Distância: Licenciatura em Pedagogia – • discussões e construções teóricas realizadas a distância,
PEAD/UFRGS. em ambientes virtuais, no decorrer do semestre;
O planejamento do curso, iniciado em 2004, teve como principal • encontro presencial realizado ao final de cada semestre –
preocupação o desenvolvimento de uma proposta administrativa e momento da avaliação das aprendizagens do semestre envolvendo
pedagógica flexível, sensível às particularidades das alunas 2 que professores e tutores de todas as interdisciplinas;
são, ao mesmo tempo, alunas e professoras. Assim, em
• outros encontros presenciais agendados sempre que são
consonância ao projeto ao qual está vinculado, a proposta do
identificadas necessidades.
PEAD parte das ações pedagógicas desenvolvidas pelas alunas-
professoras em seus espaços de trabalho para a construção de
instrumentos de reflexão, de tal forma que sua experiência 3. A OPÇÃO PELO USO DE BLOGS
cotidiana é enriquecida pelas bases teóricas. Tendo em vista o conceito de simetria invertida, previsto nas
legislações anteriormente apresentadas, entendido como o “efeito
Este curso, oferecido em projeto especial 3, visa formar, em Nível de ‘espelhamento’ produzido na ação docente durante a formação
Superior, professores em exercício na rede pública de ensino do do professor, num processo de reflexividade em que me enxergo e
Estado do Rio Grande do Sul. Para sua implementação foram me construo a partir do outro [...]”. Neste sentido, buscou-se
criados cinco Pólos de Apoio Presencial 4, em parceria com as possibilitar às alunas do PEAD vivências nas quais, a partir do
Secretarias Municipais de Educação. A previsão era que cada pólo papel de alunas do Ensino Superior, pudessem visualizar também
atenderia cerca de 80 alunas, sendo elas professoras em exercício sua ação docente e refletir sobre a atividade de ensinar.
dos municípios circunvizinhos.
Contudo, a restrição da utilização do ambiente virtual oficial da
Com duração de 9 semestres, o curso está organizado numa Universidade impossibilita a experimentação de propostas que
proposta interdisciplinar, materializada nas ações do grupo poderiam ser facilmente transpostas para salas de aula das alunas
constituído pela coordenação geral do curso, coordenadores de do PEAD/UFRGS. A solução encontrada foi a integração de
outros espaços da web ao ambiente do curso, cujos critérios de
escolha baseiam-se em:
1
Sobre o programa Pró-Licenciatura consultar: • facilidade de utilização, em termos de domínio das
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/proli_an3.pdf ferramentas tecnológicas;
• viabilidade na comunicação e construção de redes de
3 aprendizagens, baseadas na interação entre professores, tutores,
As primeiras experiências da UFRGS, em cursos de graduação colegas e web;
na modalidade a distância, foram desenvolvidas em projetos
especiais com entrada única, ou seja, somente um processo • universalidade do acesso, em termos de disponibilidade e
seletivo por edição. Nestes casos é previsto que as alunas gratuidade no cadastro e acesso aos espaços sem precisar,
reprovadas em mais de uma interdisciplina, no mesmo semestre, obrigatoriamente, qualquer vínculo institucional 6.
serão desligadas do curso. Cabe ressaltar que, ao final de cada
Segundo Zílio (2006, p. 4), “Blog é uma página na Internet, fácil
semestre, é realizado um trabalho de Recuperação Intensiva, a fim
de editar, publicar e atualizar, e tudo isto se faz sem as
de reduzir a taxa de desligamentos e garantir uma possibilidade de
complicações ou as programações necessárias para a publicação
aprofundamento dos trabalhos desenvolvidos ao longo do
semestre por parte das alunas que, por motivos os mais variados,
não conseguiram realizá-los em tempo hábil.
4
Segundo artigo 12 do Decreto no 5.622, de 2005: “pólo de apoio 6
A utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, tal como
presencial é a unidade operacional, no País ou no exterior, para o o Rooda utilizado no PEAD/UFRGS, requer a vinculação a uma
desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e Instituição que dispõe de servidor que permite a criação de
administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a turma e o armazenamento dos dados e informações trocados nas
distância”. diversas ferramentas disponibilizadas pelo mesmo.

244
de uma página. Nele qualquer pessoa com um e-mail, portadora aprendizagens das alunas e a prática docente que exercem em seus
de senha ou não, pode expor suas idéias, pensamentos, opiniões locais de trabalho. A freqüência dos registros deve ser quinzenal,
de qualquer lugar do planeta”. No PEAD/UFRGS, utilizamos o no caso especifico do pólo abordado neste estudo.
serviço atualmente oferecido pelo Google (www.blogger.com)
No processo de acompanhamento das aprendizagens das alunas
que compreende o serviço de publicação e de hospedagem na web
são utilizados como instrumentos avaliativos os comentários
e conta com diversos recursos que facilitam a interação e a
realizados pelos tutores de Seminário Integrador e eventualmente
integração de diferentes recursos multimídia, tais como vídeos,
pelos professores. A partir dos mesmos são levantadas as questões
fotos, música, entre outros. Além disso, foi criada e
mais recorrentes evidenciadas nos registros das alunas,
disponibilizada uma lista com os endereços dos blogs-portfólio de
objetivando problematizar, mediar a reflexão teórico-prática e
cada pólo em uma página do pbworks, de forma a agilizar o aceso
instigar seu aprofundamento e continuidade. Para exemplificar
e a navegação de tutores, colegas e professores.
destaco dois comentários realizados pela tutoria nas postagens de
uma das alunas consideradas nesta pesquisa:
Podes qualificar mais esta postagem com mais detalhes sobre tua
4. A INTERDISCIPLINARIDADE DOS proposta e tua reflexão sobre ela:
BLOGS-PORTFÓLIO * por que foi uma atividade tumultuada?
O desenvolvimento acelerado das TICs, que dinamiza os * como foi a tua postura durante a proposta?
diferentes processos de construção do conhecimento, reivindica Em síntese: o que você aprendeu ao ensinar o que eram gráficos
novos ambientes de aprendizagem baseados em concepções para os teus alunos?
pedagógicas e metodologias que reconheçam a Lembre-se que diferente das reflexões semanais postadas no
multidimensionalidade dos indivíduos, sejam eles presenciais ou Pbworks, os registros do blog-porfólio de aprendizagem deve
virtuais. priorizar a reflexão sobre as tuas aprendizagens.
Penso que é importante trazer argumentos sobre o que as
Segundo Nevado, Carvalho e Menezes (2007, p. 29), “as interdisciplinas do PEAD contribuiram para a poposta desta
perspectivas de mudança não residem apenas na disponibilização atividade. Houve diferença entre a forma que trabalhava esta data
de suportes tecnológicos potentes, mas em novas formas de comemorativa antes do curso?
conceber e praticar a educação”. Assim, a principal preocupação
Para qualificar este processo, paralelamente a esta proposta
imposta ao PEAD reside na articulação entre o domínio dos
avaliativa das alunas do PEAD, foram propostas formações à
aparatos tecnológicos com a concepção pedagógica construtivista,
equipe de tutores com o intuito de refletir sobre construção desta
na qual alunas, professores e tutores se inter-relacionam
interlocução com os futuros educadores. Tais discussões
ativamente na construção, tensionamento e reconstrução do
proporcionaram a criação de um roteiro orientador das
conhecimento, aqui entendido como provisório e inacabado.
intervenções nas produções das alunas, especialmente nos blogs-
No 3º semestre do PEAD, teve inicio um momento importante portfólio, observando os seguintes critérios:
para o aprofundamento e exploração das potencialidades do blog • clareza textual: DETALHAMENTO – muitas postagens são
enquanto espaço de registro e reflexão. Não bastava utilizá-lo relacionadas com as atividades das interdisciplinas do PEAD,
como mero repositório de informações, era fundamental interagir porém muitas vezes partem do pressuposto de que a atividade
com outros espaços da web. Neste contexto, tutores e professores realizada é conhecida por todos e, portanto, não a apresentam, não
buscavam estimular as trocas entre colegas nos blogs através de deixam claro o que foi realizado;
proposições tais como: sugerir a visita ao blog de uma colega que
tratasse de questões semelhantes; auxiliar na criação de links entre • foco: APRENDIZAGEM - existe uma preocupação em mostrar
as postagens; orientar na criação de marcadores para classificar e (nos blogs) o que foi feito, a aplicação de uma atividade com os
agrupar as postagens, buscando propiciar o desenvolvimento e alunos. Todavia é fundamental a reflexão sobre a ação, sobre as
ampliação das redes de aprendizagem. Cabe destacar que a aprendizagens de cada aluna-professora;
construção dos blogs-portfólios é um fazer constante, que,
• embasamento:
segundo Cecília Warschauer (1993, p. 62),
1. EVIDÊNCIAS – ações concretas que demonstram as
ajuda a construir a memória compreensiva, que é diferente
aprendizagens da aluna.
daquela repetitiva e mecânica. Ela não é só uma
recordação do aprendido, mas um ponto de partida para 2. ARGUMENTOS – posicionamento. Qual a aprendizagem
realizar novas aprendizagens. (...) Assim, o Diário é identificada? Qual sua relevância e relações com os estudos
também um instrumento que vai alimentando a ligação realizados no PEAD?
entre teoria e prática.
3. REFERÊNCIAS – identificar as ideias de outros autores. De
Considerando particularidades de cada pólo, buscou-se onde vem esta ideia que utilizo para sustentar, argumentar,
aprofundar na construção registros e reflexões para constituir o justificar, contrapor meu pensar?
blog como um espaço de autoria e diálogos e, paralelamente eram
explorados os recursos do blog, enquanto ferramenta da Web. Estas reflexões sobre a elaboração dos comentários produzidos
pelos tutores dos diferentes pólos e interdisciplinas e a solicitação
A proposta de registro nos blogs-portfólio é orientada de modo de seu registro e arquivamento provocou a elaboração de um
que os professores de Seminário Integrador constroem a proposta documento que, além de apresentar uma cópia integral do
da tarefa que contemple a reflexão sobre as atividades realizadas comentário, permitisse a localização em seu contexto original.
pelas demais interdisciplinas do semestre em relação às Este registro, construído em plataforma on-line (Google Docs)

245
devido à sua constante atualização, apresenta as seguintes portfólio constituir-se-á como “[...] um instrumento de
informações: nome da aluna, endereço do blog, data e link estimulação do pensamento reflexivo, facilitando oportunidades
permanente da postagem. Dessa forma, este documento para documentar, registrar e estruturar os procedimentos e a
organizador do acompanhamento dos blogs-portfólio tornou-se própria aprendizagem”.
uma valiosa fonte de pesquisa para a tutoria que otimiza o
Entretanto, ainda se faz muito presente em nós a dificuldade de
processo de instigar a interação das alunas com suas colegas.
lidar com o erro, baseado no pressuposto de que ele deve ser
Assim, na medida que se caminha para a superação do caráter evitado, escondido e eliminado. Este medo de errar aparece em
controlador, punitivo e fragmentado da avaliação, se possibilita justificativas da ausência de postagens, afinal, a grande
um novo olhar para o erro. Segundo Nevado, Basso e Menezes dificuldade na escrita neste espaço público – passível de avaliação
(2004, p. 301): e do olhar do outro – reside no medo de estar errada. Este
sentimento pode ser percebido no seguinte recorte da postagem de
Os erros, que costumeiramente são encarados como resíduos a uma aluna:
serem eliminados, serão entendidos como “erros construtivos” na
medida em que esses tornam-se “observáveis” para o sujeito e, Recebi mais um e-mail, dos tantos com lembranças e cobranças
dessa forma, tornam-se fontes importantes de reconstrução. de datas, postagens, leituras, fóruns etc. (...) Não foi necessário
Conforme Piaget (1987, 1991), do ponto de vista da invenção, um um só segundo para que a resposta fosse enviada. Entre outras
erro corrigido (por regulações) pode ser mais fecundo que um coisas, expliquei de meu desespero, de minha falta de tempo e de
êxito imediato, pois a comparação entre uma hipótese falsa e suas todos os pesadelos que sufocam a mim e a todas do PEAD,
conseqüências proporciona novos conhecimentos e a comparação inclusive a dúvida se estava ou não tendo alguma aprendizagem,
entre erros provoca novas idéias. pela simples razão de não conseguir pensar sobre isso!
É importante destacar que esta superação não acontece como um Diante disto, pode parecer fácil dizer que precisamos romper com
passe de mágica, pois todos os envolvidos – professores, tutores e a dicotomia existente entre critérios de certo e de errado
alunas do PEAD – vivenciaram muitos anos de formação dentro respectivamente, porém este movimento traz algumas dúvidas: é
de um modelo de avaliação que punia toda e qualquer possível pensar além de uma classificação certo/errado?
manifestação do erro. Os blogs-portfólio constituem um espaço de Conseguimos fugir destas categorias? Que outras categorias
grande potencial para a flexibilização e superação desta poderemos usar?
concepção de avaliação e, também, da concepção de ensino e de
Experiências anteriores utilizando o portfólio como procedimento
aprendizagem que lhe é inerente.
avaliativo identificaram, por meio de relatos de professores e
Segundo Paulo Freire (1996, p. 22), “a reflexão crítica sobre a alunos, que o portfólio de aprendizagens não pode ser utilizado
prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a como único instrumento de avaliação.
qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo”. A
No PEAD/UFRGS, a adoção do portfólio de aprendizagens, a
concepção pedagógica do PEAD está centrada na aprendizagem
partir do 3⁰ semestre do curso, constitui mais um elemento para a
colaborativa e, portanto, prioriza a formação de redes de
avaliação processual que articula e agrega as aprendizagens
conhecimento que relativizam as relações hierárquicas entre
relacionadas às diversas áreas de conhecimento que compõem o
alunas, colegas, tutores e professores. Nesse contexto, a utilização
currículo do curso. O blog-portfólio compreende o registro
dos blogs, como espaço para construção dos Portfólios de
individual das aprendizagens consideradas significativas pelas
Aprendizagens, busca a integração das ferramentas tecnológicas e
próprias alunas, acompanhadas das evidências e argumentos que
didáticas às teorias, sendo marcada pelos registros reflexivos do
as caracterizam como tal. Estes registros, que deveriam ser
aprofundamento conceitual e teórico realizado a partir do PEAD e
realizados regularmente ao longo de cada semestre, constituem
suas relações com as práticas docentes das alunas.
uma avaliação processual que promove um constante diálogo
Ao compreender que a principal característica dos blogs-portfólio entre alunas, tutores, professores e conhecimentos. Neles, as
é sua abertura ao diálogo, torna-se fundamental destacar que são intervenções feitas em comentários às postagens objetivam
espaços de trocas e reflexões sobre os processos de aprender em provocar e aprofundar as reflexões.
permanente construção, e não meros repositórios de relatos de
Ao final de cada semestre, as alunas utilizam as postagens
experiência. Cada blog-portfólio se constitui como um artefato
realizadas no blog-portfólio para construir uma Síntese das
que, ao fundir processo e produto, evidencia as construções e
Aprendizagens, tendo como base questões orientadoras elaboradas
aprendizagens em processo. Neles, a participação dos professores
pelos professores das interdisciplinas que compõem cada eixo.
e tutores tem como principal função provocar, motivar e mediar o
Segundo Anastasiou (2003, p. 16):
processo reflexivo na medida em que:
Como a aprendizagem exige a compreensão e apreensão do
Espera-se que a vivência compartilhada com os professores
conteúdo pelo aluno, é essencial a construção de um conjunto
formadores e com os colegas em formação contribua para que
relacional, de uma rede, de um sistema, onde o novo
cada um encontre a sua forma de trabalhar e tenha autonomia para
conhecimento apreendido pelo aluno amplia ou modifica o
dirigir situações de aprendizagem para si e para os outros. (...) No
sistema inicial, a cada contato.
cerne desta proposta está a apropriação e o direcionamento do
Quando isso ocorre, a visão sincrética, inicial, caótica e não
próprio desenvolvimento profissional.
elaborada, que o aluno trazia inicialmente, pode ser superada e re-
Inicialmente, as intervenções, realizadas por meio de comentários elaborada numa síntese qualitativamente superior.
deixados nas postagens, buscam superar a ideia hegemônica de
avaliação baseada no binômio certo X errado. Paulatinamente o

246
Assim, ao promover uma releitura dos registros postados ao longo 5. UM DESFECHO MOMENTÂNEO
do semestre, abre-se a possibilidade de a aluna ampliar ou A prática de construção dos portfólios educacionais, conforme
modificar suas reflexões anteriores. Esta produção escrita não é propõem os estudos de sobre portfólios ( Vieira, 2002; Carvalho e
uma mera cópia daquilo que foi escrito e compartilhado no blog- Porto, 2005; Villas Boas, 2005; e Araújo, 2007), objetiva o
portfólio, mas constitui uma construção qualitativamente superior. desenvolvimento de profissionais reflexivos, que compreendem
Esta síntese deve ser disponibilizada no ambiente virtual utilizado seu processo de formação como algo permanente. Tendo como
pelo curso (Rooda), para ser avaliada por um professor e um tutor, premissa uma concepção de Educação que acredita que a
que apontam elementos que carecem de reformulação ou propõem aprendizagem não é mera transferência, mas um processo
sugestões para qualificá-la. O encontro presencial final de cada construído continuamente nas relações com os outros e com o
semestre é realizado em forma de workshop, no qual as sínteses meio, como também destaca Freire, a utilização dos portfólios de
são apresentadas em grupos de aproximadamente dez alunas e aprendizagem no PEAD/UFRGS “contribui para que a
tendo como banca avaliativa o professor e o tutor que, aprendizagem não seja um momento isolado, proposto somente
anteriormente, avaliaram as sínteses postadas, além dos colegas pelo formador, mas, sim, um evento colaborativo” (CARVALHO
que assistem a apresentação. e PORTO, 2005, p. 57).
Cabe destacar que as sínteses produzidas no segundo semestre de Nesse sentido, as análises das produções nos blogs-portfólio, a
2009 foram especialmente importantes para esta análise, visto que partir dos comentários da tutoria, revelam que estas intervenções
uma das questões orientadoras propunha um olhar reflexivo das são fundamentais para a construção da autoria das alunas.
alunas para a construção de seu blog-portfólio, tal como se Todavia, ainda que as intervenções da tutoria sejam qualificadas e
apresenta na seguinte produção de uma aluna: preocupadas com a produção das alunas, cada uma pode se
Poderia dizer que o blog é um mal necessário, é mais constituir, enquanto autor, em níveis diferentes.
uma atividade a ser realizada, mais uma preocupação, no
entanto já estou me acostumando com ele, só não se torna REFERÊNCIAS
um hábito, como um diário, por, desculpe a sinceridade, [1] Anastasiou, Léa das Graças Camargos. 2003. Ensinar,
ter se tornado tão burocrático, no que diz respeito às aprender, apreender e processos de ensinagem. In:
postagens. É obvio que isso se faz necessário pelas ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir
condições que este está inserido, um curso, uma Pessate (orgs.). Processos de Ensinagem na Universidade:
capacitação, e entendo, mas com certeza quando concluir pressupostos para as estratégias de trabalho em aula.
o curso criarei outro, como muitos que já visitei durante Joinville: UNIVILLE, p. 12 – 18.
os últimos semestres, onde também terei a possibilidade
de colocar minhas construções, minhas dúvidas e trocar [2] Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. DOI:
idéias com outros profissionais da educação, porém de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>.
uma forma mais informal. Acesso em: 21 mar 2010.
[3] Brasil. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002.
Neste relato, ainda fica evidente a ideia do blog-portfólio como
DOI:<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CP012002.p
mais uma tarefa para ser cumprida, baseada numa concepção de
df>. Acesso em: 14 mar 2010.
Educação marcada por relações hierárquicas entre alunos e
professores. Porém, também se pode identificar algumas fissuras [4] Brasil. Parecer CNE/CP 9/2001, de 08 de maio de 2001.
que indicam uma maior apropriação deste espaço de reflexão e DOI: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/009.pdf>.
produção da autoria. Aqui, compartilhamos da idéia de Orlandi Acesso em: 14 mar 2010.
(1996, p. 69-70) segundo a qual: [5] Brasil – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa de
(...) a função de autor é tocada de modo particular pela história: o Formação Inicial para Professores em Exercício no Ensino
autor consegue formular, no interior do formulável, e se Fundamental e no Ensino Médio: Pró-Licenciatura. DOI:
constituir, com seu enunciado, numa história de formulações. O <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/proli_an3.pdf>.
que significa que, embora ele se constitua pela repetição, esta é Acesso em: 14 out 2009.
parte da história e não mero exercício mnemônico. Ou seja, o [6] Carvalho, Marie Jane Soares. PORTO, Leonardo. 2005.
autor (...) produz um lugar de interpretação no meio dos outros. Portfólio Educacional: Proposta Alternativa de Avaliação -
Guia Didático. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005.
Pouco a pouco os comentários são entendidos como um outro
olhar sobre o registro, deixando de ser encarados como sentenças [7] Freire, Paulo. 1996. Pedagogia da Autonomia: saberes
e julgamentos. Passam a ser vistos como uma forma de necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.
colaboração e diálogo, tal como se percebe em nova postagem [8] Nevado, Rosane Aragón de. CARVALHO, Marie Jane
feita pela aluna após questionamento da tutora. Soares. MENEZES, Crediné Silva de. 2007. Educação a
E respondendo à tua pergunta, “tutora”, acredito que os distância mediada pela internet: uma abordagem
comentários e as colocações que são feitos nas postagens, mesmo interdisciplinar na formação de professores em serviço. In:
que não nos agradem muito, sempre servem de aprendizagens, ____ (Org.). Aprendizagem em rede na Educação a
pois não aprendemos só com as críticas boas, mas as construtivas Distância: Estudos e Recursos para Formação de Professores.
que muitas vezes pensamos ser ruins também nos levam a pensar Porto Alegre: RICARDO LENZ, p. 17-33.
e refletir pois tudo que nos incomoda ou desacomoda é [9] Nevado, Rosane Aragón de. Basso, Marcus Vinicius.
aprendizagem! Menezes, Crediné Silva de. 2004. Webfólio: uma proposta

247
para Avaliação na Aprendizagem Conceitos, estudos de Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n°90, p. 291-306,
casos e suporte computacional. In: XV Simpósio Brasileiro Janeiro/Abril 2005. Disponível em:
de Informática na Educação, Manaus. p.299-308. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0
DOI=<http://www.brie.org/pub/index.php/sbie/article/viewFi 101-73302005000100013>. Acesso: 21 mar 2010
le/331/317> . Acesso em: 21 mar 2010. [15] Warschauer Cecília. A roda e o registro: uma parceria entre
[10] Nevado, Rosane Aragon de. Carvalho, Marie Jane Soares e professor, alunos e conhecimento. Rio de Janeiro: Paz e
Bordas, Mérion Campos. 2006a. Licenciatura em Pedagogia Terra, 1993.
a Distância Anos iniciais do Ensino Fundamental: Guia do [16] Zilio, Cátia. Ganhando mundo: A aula que escapa das
tutor. PORTO ALEGRE: UFRGS, paredes do tempo e do espaço. UNIrevista, São Leopoldo,
DOI=<http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/pead- UNISINOS, Vol. 1, n°2., p.1-9, abril 2006. Disponível em:
informacoes/guia_do_tutor.pdf> . Acesso em: 15 mar 2010. http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Zilio.pdf
[11] Nevado, Rosane Aragon de. Carvalho, Marie Jane Soares e [17] Santos, Edméa Oliveira. 2003. Ambientes virtuais de
Bordas, Mérion Campos. 2006b.Licenciatura em Pedagogia a Aprendizagem: por autorias livres, plurais e gratuitas. In:
Distância Anos iniciais do Ensino Fundamental: Guia do FAEBA, v.12, no. 18.
aluno. PORTO ALEGRE: UFRGS,
DOI=<http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/pead- [18] Stecanela, Nilda. SOARES, Eliana Maria do Sacramento.
informacoes/guia_do_aluno.pdf>. Acesso em: 15 mar 2010. Cardoso, Rita Tatiana. A construção do professor reflexivo
na EAD: um estudo sobre indicadores de ‘simetria invertida’
[12] Orlandi, Eni Puccinelli. 1996. Interpretação: autoria, leitura e e de ‘transposição didática’. In: Anais do 13º Congresso
efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis, RJ: Vozes. Internacional de Educação a Distância, 2007, Curitiba.
[13] Vieira, Vania M. O. 2002. Portfólio: Uma proposta de Disponível em:
avaliação como reconstrução do processo de aprendizagem. http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/51200774214PM.
In: Revista: Psicologia Escolar e Educacional. ABRAPEE. pdf Acesso em: 15 set. 2010.
Vol. 6 nº 2 junho/dezembro 2002, p. 149-153.
[14] Villas boas, Benigna Maria de Freitas. O portfólio no curso
de pedagogia: ampliando o diálogo entre professor e aluno.

248
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PERCEPCIONES DE PROFESORES Y ESTUDIANTES


SOBRE LAS CONTRIBUCIONES Y LIMITACIONES DE LAS
TIC AL APRENDIZAJE
Paulina Ruiz Cabello
Centro de Investigación Avanzada en Educación
Universidad de Chile
Chile
pruiz@ciae.uchile.cl

ABSTRACT
El objetivo de la presente investigación es analizar las 1. INTRODUCCIÓN
percepciones de profesores y estudiantes chilenos de secundaria Hace ya más de dos décadas, los sistemas educativos de
que tienen la experiencia de trabajar con TIC sobre las diversos países han ido incorporando las nuevas tecnologías
contribuciones (y limitaciones) que tienen éstas en el (TIC 1) como recursos y herramientas en los establecimientos
aprendizaje en distintos momentos, ámbitos y contextos. La educacionales. La intención ha sido que estas tecnologías no
revisión de bibliografía sobre integración de TIC en la sólo sean recursos de apoyo en la enseñanza, sino que también
educación escolar da cuenta que poco se ha estudiado las constituyan la base de un cambio en la forma de impartir el
percepciones de actores educativos sobre las contribuciones de currículum y que refleje la apertura del sistema educativo a
las TIC, en especial, contraponiendo la mirada de profesores y nuevas formas de concebir el aprendizaje. Se espera que la
estudiantes. Resulta fundamental estudiar cualitativamente a incorporación de TIC de lugar a un proceso de enseñanza-
ambos sujetos dado los desafíos que se han planteado surgen aprendizaje donde los estudiantes y profesores cambian sus
para la educación de la existencia de nativos e inmigrantes roles y tiendan a una pedagogía con un estilo menos jerárquico
digitales. Una de las conclusiones principales es que los y de corte constructivista, que incorpore la forma de aprender de
entrevistados disocian claramente el uso y contribuciones de las los estudiantes en otros contextos [1] y que los prepare para
TIC fuera y dentro de sus escuelas. La simple integración de enfrentar el futuro, tanto en aspectos tecnológicos como éticos y
TIC al mundo escolar no aseguraría la conexión entre distintos ciudadanos [2].
contextos y momentos. Se sugiere crear mecanismos de toma
de conciencia de esta conexión y establecer experiencias que Si bien hay una serie de factores que se han identificado para
unan el aprendizaje con entretención y comunicación, espacios que la incorporación de TIC sea exitosa -como el acceso a las
que para los actores entrevistados no son parte de la tecnologías y las competencias de los profesores- también se ha
experiencia de uso de TIC en el contexto escolar. demostrado que hay en juego una serie de factores de corte
subjetivo para que un nuevo recurso educativo de ese tipo sea
efectivo y tenga sentido para quienes enseñan y aprenden.
Categories and Subject Descriptors Lamentablemente -y esto constituye nuestro problema de
investigación-, los estudios sobre integración de TIC al mundo
General Terms escolar no se han focalizado en las percepciones de los agentes
Human Factors claves del proceso de manera conjunta y con una orientación
cualitativa [3].

Keywords A esto se suma que se ha planteado que estos dos actores en un


TIC, percepciones, profesores y estudiantes, diferencias contexto mediático y tecnologizado se diferencian en su forma
culturales. de pensar, aprender y conocer [4]. Sin embargo, desde las
teorías que contraponen la forma de aprender y la cultura de
profesores y estudiantes, existe poca evidencia empírica para
afirmar una verdadera brecha perceptual entre estos dos agentes
[5]. Así, se hace aún más importante contar con una mayor
caracterización del componente subjetivo de profesores y
estudiantes, actores esenciales en el proceso de integración de

Ruiz, Paulina. (2010). Percepciones de profesores y estudiantes sobre las contribuciones 1


y limitaciones de las TIC al aprendizaje. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano Tecnologías de la Información y la Comunicación.
de Informática Educativa, Volumen 1, pp 249-259, Santiago de Chile.

249
las TIC al mundo escolar y personajes emblemáticos de los los medios de comunicación, lo hace bajo sus propios códigos,
cambios de concepciones sobre el aprendizaje y desafíos a los convirtiéndolos en simples instrumentos. A esto se suma la idea
que nos enfrentamos a partir de ese mismo proceso. más actual de Prensky [14] quien plantea que se trata de una
generación que crea conocimiento y que es capaz de reinventar
A partir de esto, surge la siguiente pregunta: ¿qué nos tienen el colegio por sí misma, pero los establecimientos -que
que decir ambos actores sobre su experiencia con TIC que funcionan en su mayoría con sistemas tradicionales- no están
pueda orientar procesos más efectivos y con mayor sentido para motivando ni comprometiendo a sus alumnos. En otras
ellos, y que a su vez nos permita caracterizar sus puntos de vista
palabras, los estudiantes digitales serían capaces de identificar
en relación al rol que ocupan en dicho proceso? nuevos espacios de aprendizaje que la escuela no incorpora
El objetivo de la presente investigación es analizar las [15].
percepciones de profesores y estudiantes chilenos de secundaria No obstante, en una línea más actual y más empírica [16], se ha
que tienen la experiencia de trabajar con TIC sobre las
planteado que no se puede generalizar la teoría de los nativos a
contribuciones (y limitaciones) que tienen éstas en el todos los estudiantes, ya que no todos los jóvenes estudiantes
aprendizaje en distintos momentos, ámbitos y contextos. De cumplen con las características de un nativo, ya sea por falta de
esta manera, se espera contribuir a la generación de acceso a las TIC o simplemente falta de adquisición de, al
conocimiento sobre diferencias y similitudes en la mirada de menos, habilidades tecnológicas. Bennett, Maton y Kervin [16]
profesores y alumnos respecto al tema de los efectos de las TIC
postulan que para poder sacar conclusiones acerca de la teoría
en la educación formal e informal, a una mayor caracterización de los nativos digitales, se requerirían métodos cualitativos y
del componente subjetivo de actores clave en el proceso de la cuantitativos para poder establecer una línea base sobre el uso
inserción efectiva de TIC en la educación escolar y a la de TIC y percepciones de los estudiantes, y, por ende, para
generación de evidencia sobre los ámbitos donde las TIC serían
justificar cambios en la Educación a partir de una
un aporte. caracterización adecuada de la ‘nueva’ generación de jóvenes.
En este sentido, se trata de no presuponer una brecha entre
2. REVISIÓN BIBLIOGRÁFICA distintos agentes y culturas, sino que se hace necesario un
2.1 Diferencias culturales entre profesores y estudio en contexto. The time has come for a considered and
disinterested examination of the assumptions underpinning
estudiantes claims about digital natives (…) It is to call for considered and
Es posible afirmar que en Chile -así como en otras partes del rigorous investigation that includes the perspectives of young
mundo-, el tema del acceso de las TIC en la educación escolar, people and their teachers, and genuinely seeks to understand
está bastante resuelto [6], pero la integración, es decir, darle the situation before proclaiming the need for widespread
sentido educativo en relación a exigencias de nuestro entorno y change [17]. En la misma línea, Cabra-Torres y Marciales-
generar resultados esperados, no del todo [7]. Uno de los Vivas [18] revisan una serie de estudios sobre nativos digitales,
elementos a considerar al respecto y que ha sido poco estudiado concluyendo que en general se llegan sin mucha empiria a
son las percepciones y el componente subjetivo de actores generalizaciones sobre los jóvenes de hoy. Postulan que se
claves [8]. La mirada de profesores y estudiantes no sólo juega requiere un mayor estudio en contexto desde una mirada más
un rol en el proceso de integración de TIC, sino que su estudio cultural de los estudiantes, así como estudios que indaguen con
toma importancia en cuanto se ha propuesto que estos dos mayor profundidad en la relación entre la generación joven y
sujetos en un contexto mediático y tecnologizado se diferencian generaciones posteriores.
en su forma de pensar, aprender y conocer [9].
A lo anterior se suma que si bien la educación escolar ha sido
Esta es la propuesta de las teorías que plantean la existencia de reacia a incorporar nuevas herramientas desde el contexto
una nueva generación de estudiantes y aprendices. Prensky les cotidiano de los estudiantes [19], con las TIC ha pasado algo
llama ‘nativos digitales’ [10], Oblinger y Oblinger, ‘generación distinto que con otros medios como la televisión o la radio, ya
Net’ [11], Pedró, ‘aprendices del nuevo milenio’ [12]. Estas que su incorporación ha sido generalizada en muchas partes del
teorías afirman que los estudiantes al haber nacido en un mundo. Es en esa incorporación que se esperan variados
contexto tecnologizado e interactuar de manera sistemática con cambios, especialmente en los roles de profesores y estudiantes
las TIC en su vida cotidiana, manejan sus códigos del mismo y en su forma de enseñar y aprender, respectivamente, por lo
modo que un nativo maneja su lengua natal. La interacción que que un estudio de sus percepciones se vuelve más importante
han tenido con ellas es novedosa y variada, por lo que redefine aún para proponer y diseñar nuevas caminos a partir de una
su forma de comunicarse, de pensar y de conocer, y por ende, identificación, en parte, de la ‘verdadera’ brecha entre ellos.
de aprender. Se le opone a este nativo, personas de
generaciones anteriores que han tenido que aprender, al igual 2.2 Percepciones de profesores y estudiantes
que un ‘inmigrante’, el nuevo lenguaje de las TIC, como sería
el caso de los profesores.
sobre las TIC
El interés de estudiar las percepciones de profesores y
Los teóricos hispano-hablantes de la edu-comunicación, estudiantes se fundamenta en la importancia de lo que ‘tienen
algunos años antes que los autores anglosajones, supieron que decir’ ambos actores que se encuentran en el proceso de
exponer la existencia de la brecha generacional, pero desde una enseñanza y aprendizaje formal, específicamente en el contexto
mirada más cultural [13]. Martín-Barbero y Ferrés hablan de de clases donde ambos afectarían mutuamente sus acciones y
una contraposición de la cultura de la escuela (identificada con percepciones [20]. Nuthall [21] plantea que la única manera de
la cultura del libro) con la cultura mediática del entorno actual conocer los procesos de enseñanza es recogiendo, no sólo
(que se asocia a la imagen). Desde los postulados de estos información de los profesores, sino también sobre la
autores, cuando la educación escolar ha tratado de incorporar experiencia individual de los estudiantes, es decir, sobre los

250
cambios que en ellos ocurren a nivel de sus conocimientos, cualitativa. Estos estudios tienen por objetivo identificar
creencias y competencias. diferencias y similitudes en el componente subjetivo de los
profesores y sus estudiantes tanto para mejorar las prácticas que
Se plantea que con la integración de las TIC al contexto
se están estudiando como para mejorar la integración de TIC al
escolar, el estudio se las percepciones se vuelve imperiosa, ya mundo escolar en general. En el caso del estudio de Saye [36],
que con la introducción de TIC y profesores y estudiantes son el análisis encontró que entre profesores y estudiantes existe un
los primeros ‘afectados’ por esos cambios [22]. Incluso, se acuerdo acerca de la contribución de las TIC en la eficiencia y
llega a afirmar que la interacción de ambos y la interacción de
enriquecimiento de las clases, pero no así en el control y
sus creencias influyen en la misma adopción de las TIC [23]. empoderamiento de los estudiantes. Donde sí existe
Area [24] elabora una clasificación de estudios sobre la concordancia clara es en la idea de que se necesitan
relación de las TIC y sistema escolar y una de ellas es competencias tecnológicas como preparación para el estudio y
‘perspectivas, opiniones y actitudes de los agentes educativos trabajo futuros. Un resultado no esperado es que en este estudio
hacia las TIC’. La justificación de la necesidad de realización los estudiantes valoran más un aprendizaje tradicional, donde la
de estos estudios se apoya en el supuesto de que las prácticas tecnología es beneficiosa como medio que ofrece reducción de
de enseñanza con ordenadores está condicionada, entre otros trabajo y disminución de incertidumbre (visión utilitaria), y se
factores, por lo que piensan los docentes en torno al potencial espera que el experto (‘profesor’) sea quien interprete y
pedagógico de dichas tecnologías, por las actitudes que entregue instrucciones. Según Saye [37] esto se explicaría por
mantienen hacia las mismas y hacia la innovación educativa, y razones de corte cultural, donde se les ha inculcado a los
por las expectativas hacia su impacto en el aprendizaje y estudiantes un paradigma de aprendizaje conductista, centrado
mejora de su docencia [25]. En el caso chileno, se puede en el profesor. Por su parte, el estudio de Li [38], a diferencia
constatar que en el ámbito cualitativo existe información sobre del estudio anterior, los resultados de esta investigación
la actitud de directores, profesores y encargados del laboratorio sugieren que las actitudes de los profesores hacia el uso de TIC
de computación, pero no así sobre la mirada de los estudiantes en los establecimientos educacionales tienden a ser negativas,
[26]. mientras que las de los estudiantes, positivas. Los resultados de
ambos estudios, refuerzan la idea presentada en la sección
Respecto a los profesores en particular, se justifica el estudio de anterior sobre la necesidad de tener más estudios que indaguen
sus creencias y actitudes frente al computador en la idea que es en las percepciones de profesores y estudiantes sobre las TIC.
importante no creer que basta con capacitarlos en TIC para
producir un cambio en los procesos de enseñanza-aprendizaje A modo de resumen: aquellos que tienen la experiencia de
[27] y porque el cambio en su rol docente generaría aprender y enseñar con TIC en las escuelas, tienen una mirada y
transformaciones en sus mismas creencias que son importante vivencias sobre los recursos tecnológicos, los procesos que se
de considerar [28]. Es en el estudio de las percepciones dan dentro del aula y la relación de aprendizaje y TIC fuera de
(actitudes y concepciones) donde se puede determinar cómo y la escuela, que son valiosos y resultan imprescindibles de
por qué los profesores adoptarán las TIC en sus métodos de recoger para mejorar la experiencia educativa de uso de TIC.
enseñanza [29]. Como señalan Tejedor, García-Valcárcel y Tener un acercamiento a los avances y retrocesos de la relación
Prada [30]: el uso de las TIC en la enseñanza se asocia, entre entre tecnologías y aprendizaje a través de las percepciones de
otras cosas (como la generación de competencias TIC y profesores y estudiantes nos dará pistas sobre: la cercanía o
condiciones del contexto), al potencial pedagógico que los lejanía de sus miradas respecto a las TIC; un punto de partida
profesores le atribuyan a las tecnologías, a sus actitudes hacia para establecer los tipos de usos deseables y posibles de estas
ellas y a la innovación. herramientas; y un punto inicial para diseñar nuevas propuestas
que nos lleven hacia los nuevos caminos por donde la educación
Por su parte, el estudio de percepciones de estudiantes da quiere transitar.
cuenta que en su mayoría se constituyen como evaluaciones y
no en estudios sobre la experiencia de uso de las TIC [31]. 3. METODOLOGÍA
Según Spires et al [32], los estudiantes tienen un punto de vista La presente investigación tiene como preguntas: ¿qué
cuando se les pregunta por el colegio y tecnologías, por lo que contribuciones y limitaciones perciben profesores y estudiantes,
es importante mirar en sus percepciones sobre las nuevas e que tienen la experiencia común de utilizar TIC en sus clases y
innovadoras formas de enseñar y aprender que están surgiendo, vida cotidiana, existen en el uso de TIC para el aprendizaje en
especialmente si pensamos que en el modelo de aprendizaje distintos momentos, ámbitos y contextos?; ¿esas percepciones
con TIC se lo quiere situar en el centro. Asimismo, el estudio son similares o no entre ambos actores?; ¿cómo se relacionan
de la mirada de los estudiantes se hace valioso en cuanto estos con la propuesta de cambio educativo que surge con la
actores transitan tanto en el aprendizaje que tiene lugar dentro incorporación de TIC al contexto escolar?
de la escuela, como fuera [33]. Según lo que plantea
Wijngaards [34], los estudios que incorporan a los estudiantes Dado que se trata de un estudio exploratorio de corte
se han centrado en el tipo de medios que usan y en la cantidad cualitativo, más que una hipótesis propiamente tal manejamos
de tiempo que eso les toma, pero no se aborda el tema desde la una idea-esperada inicial, a saber, que ambos actores
experiencia con TIC en ambientes de aprendizajes diversos, reconocerán importantes contribuciones especialmente en el
como por ejemplo la mirada que los estudiantes tienen del uso ámbito escolar de las TIC en el aprendizaje, pero serán los
de TIC en la realización de tareas escolares fuera de la escuela estudiantes los agentes que más beneficios verán para el
y las expectativas que tienen sobre el uso de TIC dentro. contexto extra-escuela. En otras palabras, serían los profesores
los que tendrían una mirada más escolarizada sobre la
Sólo se encontró dos estudios [35] que incluyen las contribución de las TIC al aprendizaje que los estudiantes.
percepciones de profesores y estudiantes con una metodología

251
3.1 Instrumento y variables de estudio Media 2009 inferior al IVE Nacional de Media 2009; y
En este estudio se llegará a las percepciones a partir de las alumnos que no estuvieran clasificados ni en GSE “bajo” ni
interpretaciones y opiniones de estudiantes y profesores. Para “alto”, según clasificación SIMCE). Estos requisitos buscan
esa recolección se optó por el método de las entrevistas. En ‘controlar’ el contexto donde se da la experiencia escolar de
concreto se elaboró una pauta de entrevista semi-estructurada usar TIC, evitando que en las entrevistas surjan problemas
muy similar para cada uno de ellos. Las entrevistas se basan en asociados a malas condiciones económicas del establecimiento
temas o preguntas clave que orientan al entrevistador, el cual o a situaciones aisladas que sólo conocen los establecimientos
tienen la libertad de incluir nuevas preguntas para precisar o más acomodados.
explorar nuevos elementos que vaya encontrando [39]. Así, se eligieron tres establecimientos, en los cuales se
Para la definición de las variables de estudio nos tomamos de la seleccionaron intencionalmente profesores y alumnos con las
concepción de aprendizaje asociada a la incorporación de TIC siguientes características: estudiantes de tercero medio (11º
al mundo escolar: se valoran nuevos contextos y fuentes de grado), con experiencia de uso de computador dentro y fuera
conocimiento, el aprendizaje es algo que acontece durante toda del contexto escolar y profesores con al menos un año de
la vida y se le da un mayor énfasis a la generación de experiencia que le impartieran clases al(los) tercero(s) medio
competencias [40]. A las TIC se las define como un recurso en alguna de las siguientes materias: matemáticas, lenguaje,
para el aprendizaje, es decir, como un medio para aprender ciencias e historia. El factor de variabilidad de los profesores
distintos contenidos o habilidades (ya sea dentro o fuera del estuvo dado, primero por la asignatura y luego por el nivel de
contexto escolar). En definitiva, las TIC serán recursos para el uso cotidiano de computador 3; para los estudiantes, el factor
aprendizaje de: a) sectores curriculares; b) competencias TIC fue el nivel de uso cotidiano de computador. No se eligió a
(alfabetización digital); c) competencias de orden superior [41]. actores con menos de 1 hora de uso. Finalmente, se obtuvo una
muestra de 6 profesores de las cuatro asignaturas señaladas y
La construcción de las pautas, así como el análisis de la de 8 estudiantes.
información se hizo a partir del siguiente modelo, que se
elaboró a partir de los momentos, contextos y ámbitos donde se La opción de optar por la experiencia de Enlaces de instalación
espera que las TIC tengan algún tipo de contribución o de salas de computación se debe a que ésta es la más extendida
limitación. en nuestro país: un 95% de los estudiantes del sistema
subvencionado de educación tienen acceso a TICs en sus
Momentos Contextos Ámbitos establecimientos escolares a través de este programa 4. La tasa
Procesos de estudiantes por computador para el año 2009 llegó a 13 [42].
Escuela
Resultados El trabajo de terreno se hizo entre septiembre y noviembre de
Presente
Procesos 2009. Para procesar y analizar los datos se usó el software
Hogar
Resultados NVIVO 8. En el proceso de codificación se le dio espacio a
Estudios superiores Resultados nuevas categorías y sub-categorías que fueron surgiendo,
Futuro especialmente en relación a los factores asociados a la
Trabajo Resultados
contribución de las TIC en el proceso de aprendizaje.
Tabla 1. Variables de estudio
4. RESULTADOS
Dentro de los ámbitos, como se aprecia en la tabla 1, tenemos De modo resumido, se presentan a continuación las
las variables de Procesos y Resultados. Podrán haber contribuciones y limitaciones encontradas a partir del análisis
contribuciones y limitaciones en el a) Proceso de aprendizaje: de las entrevistas (tabla 2). No es posible, por un tema de
en las tareas realizadas cuando facilitan y agilizan el proceso espacio, entregar una descripción detallada de cada una de las
de aprender, a través de mecanismos y características propias contribuciones y limitaciones. No obstante, haremos una
de la tecnología utilizada; b) Resultados: cuando se generan revisión general y la exposición de algunas de las citas
aprendizajes (conocimientos, competencias TIC y de orden recogidas.
superior) y cuando éstos son pertinentes en distintos contextos
y momentos. Asimismo existirá contribución en los resultados
cuando los actores perciben mejora en la retención y
comprensión de contenidos (por ejemplo, materia) y mejora
en el rendimiento.

3.2 Selección de muestra


El muestreo de estudiantes y profesores se hizo a través,
primero, de la selección de tres establecimientos escolares que
formaran parte de la red Enlaces del Ministerio de Educación,
donde la sala de computación tuviera un uso curricular.
3
Adicionalmente, los establecimientos debían contar con otros Cantidad de horas de uso de computador fuera del contexto
requisitos: a) tener un SIMCE 2008 en 2º medio en lenguaje y escolar. Categorías: bajo uso de computador “1 a 4 hrs” y alto
matemáticas superior al promedio nacional y regional; b) no ser uso de computador “más de 4 hrs”.
4
establecimientos acomodados ni vulnerables (no tener un IVE 2 Los establecimientos municipales y particulares
subvencionados representan en conjunto el 93% del total de
establecimientos para el año 2008 en Chile (11.110, de un total
2
Índice Vulnerabilidad Escolar. de 11.907) [43].

252
Momentos Contextos Ámbitos
Procesos (por profesores y estudiantes)
i. (+) Apoyo en la realización de tareas
ii. (+) Mayor motivación en estudiantes
iii. (+) Mayor involucramiento de estudiantes
iv. (+) Apoyo en explicación de materia
v. (+) Apoyo en relación entre compañeros
vi. (-) Distracción y desorden
Escuela vii. (-) Flojera
viii. (-) Calidad de información en Internet (sólo profesores)
ix. (-) Celulares y plagio (bajo control según entrevistados)
Resultados (por profesores y estudiantes)
x. (+) Mayor comprensión y retención de materia.
xi. (+) Competencias y conocimientos: computacionales, selección y búsqueda de
PRESENTE información.
Procesos
Tareas escolares (por estudiantes)
xii. (+) Preferencia del contexto extra-escolar (los profesores opinan lo contrario)
xiii. (+) Apoyo en la realización de tareas
xiv. (+) Resolución de dudas entre compañeros.
Resultados
Hogar Actividades extra-escolares (por profesores y estudiantes)
xv. (+) Competencias computacionales.
xvi. (+) Generación de espacios de comunicación.
xvii. (+) Conocimientos de interés personal de los estudiantes.
Limitaciones
Actividades extra-escolares (por profesores y estudiantes)
xviii. (-) Preocupación sobre relaciones sociales.
xix. (-) Bajo aporte ‘educativo’ de las actividades extra-escolares en el computador.
Estudios Resultados (por profesores y estudiantes)
superiores xx. (+) Competencias necesarias para el futuro: competencias computacionales,
FUTURO algunas competencias de orden superior.
Trabajo xxi. (+) Competencias para el futuro donde contribuyan las TIC: investigación y
búsqueda de información.
Tabla 2. Contribuciones y Limitaciones encontradas según las variables de estudio

En términos generales la tabla 2 muestra que es posible situar motivación, pero no lo relacionan con la entretención. Ambos
las opiniones de profesores y estudiantes en temas comunes, lo actores también valoran la posibilidad que entrega el
que habla de cierto grado de acuerdo. No obstante, como se computador de involucrar más a los estudiantes en las tareas
verá a continuación y en el capítulo siguiente, existen algunas escolares (iii.). Los estudiantes ven este mayor involucramiento
diferencias en cuanto al enfoque que establece cada actor. como como mayor participación, un trabajo más independiente
y la posibilidad de ponerle un sello personal a lo que están
En cuanto al Contexto Escolar Presente, las contribuciones haciendo. Los profesores valoran que las TIC generen espacios
identificadas se concentran en el apoyo para la realización de en que los estudiantes son partícipes de su propio aprendizaje.
tareas (i.). Para los estudiantes esto se debe porque permiten Otra contribución es el apoyo en la explicación de la materia
realizarlas con mayor rapidez, porque requieren de menos (iv.) que se relaciona con la posibilidad que entregan las TIC.
esfuerzo y porque Internet pone a disposición de información Para los profesores, se debe a la cantidad de información y
que facilita la realización de tareas. Por su parte, algunos recursos disponibles en Internet; para los estudiantes, a la
profesores valoran la posibilidad que entregan las tecnologías ventaja de las TIC para visualizar ideas y para ejemplificar a
de adaptar, transformar, sintetizar y corregir información. Se partir de imágenes. Por último, el apoyo en la relación con los
menciona también la mayor motivación (ii.) que genera el uso compañeros (v.) se refiere a la mayor interacción que se genera
de computador en las clases. Para los estudiantes la mayor en la sala de computación entre los alumnos, eso sí, no a través
motivación se relaciona con se trata de clase más relajadas y de las TIC (por ej. chat) sino porque no todos los estudiantes
más entretenidas, con la posibilidad hacer actividades extra- tienen las competencias tecnológicas necesarias, por lo que
académicas (chat, Facebook, navegación). Igual es más necesitan ayuda de sus pares y/o porque el profesor no puede
entretenido. Es que hay que salir de lo común porque estar ayudar a todos personalmente.
aquí sentada en la sala es fome. (…) la sala de computación es
más cómoda, es más grande y… en el computador es más Las limitaciones mencionadas para el Contexto Escolar
entretenido, uno puede hacer más cosas que mirando el Data Presente se relacionan con el potencial de las TIC de sacar a los
(Estudiante). Los profesores también mencionan aumento en la estudiantes del foco de la clase que es la materia. Lo más

253
nombrado por ambos grupos de entrevistados son la distracción Las limitaciones mencionadas para el uso extra-escolar del
y desorden que generaría uso de computador (vi.). En la sala de computador no se pudieron asociar ni a Procesos ni a
clase, yo creo que es mucho más fácil para mí mantener el Resultados. Esto se puede deber a que lo que se entiende por
control del trabajo de las niñas, en la sala de computación proceso de aprendizaje (en este estudio o en general), no se
siempre está el riesgo de que se vayan a otras páginas, o que se puede aplicar al uso de computador en tareas extra-escolares.
dediquen a hacer otras cosas o pierdan la concentración Sólo algunos relatos muestran una preocupación por las
(Profesor). Sólo en algunos relatos aparece la flojera (vii.) y relaciones sociales que se generan a través de Internet (xviii.).
sólo los profesores mencionan la calidad de la información de Sin embargo, en cuanto a las limitaciones lo que se menciona
Internet (viii.) como otras de las limitaciones de las TIC al con especial énfasis en casi todos los entrevistados es el bajo
aprendizaje. Por último, se preguntó explícitamente por el tema ‘aporte’ educativo que tiene el uso extra-escolar del
del plagio y del uso de celulares (ix). Al igual que el caso del computador (xix.). Les preguntamos a ambos grupos de
desorden, los actores dicen que el plagio es algo controlado, entrevistados sobre lo que los alumnos aprenden en el uso
aunque los estudiantes mencionan que tienen ‘técnicas’ para cotidiano de las TIC y ambos creían que el aprendizaje es algo
que los profesores no se den cuenta. Sobre los celulares, los que se relaciona con la materia curricular. Por ejemplo, el chat,
entrevistados consideran su uso algo distractivo para la clase. ‘hola, ¿cómo estás?, ¿qué onda?, qué bacán’ (…) y no hay
como mayores aportes, aparte de ponerte de acuerdo con la
Dentro de la variable Resultados del Contexto escolar,
gente, y ‘viste a la tal’. (...) Entonces no creo que haya una
encontramos solamente contribuciones. Tanto estudiantes como preocupación como de decir ‘oye, ¿qué opinas tú sobre el
profesores señalan que el uso de TIC en actividades escolares ensayo de Erick Fromm?’(Profesor). No, tengo más
permite una mayor retención y comprensión de la materia (x.). comunicación, pero no creo que aprenda mucho, aprendo más
Y en cuanto a la generación de competencias (xi.), los
aquí en el colegio que en la casa (Estudiante). Es posible
entrevistados sólo mencionan las habilidades tecnológicas, las afirmar que en el relato de los entrevistados se disocia
competencias de selección y búsqueda de información. aprendizaje y entretención y aprendizaje y contexto extra-
Se preguntó también por las contribuciones y limitaciones del escolar.
uso de computador en el Contexto Presente del Hogar. Este
Por último, podemos resumir lo encontrado respecto al
contexto, se dividió a su vez en uso escolar del computador y Momento Futuro. Se tenía contemplado distinguir entre 2
uso extra-escolar En cuanto al uso escolar, se les consultó sólo contextos: Estudios Futuros y Trabajo, pero ninguno de los dos
a los estudiantes, por ser ellos quienes tienen la experiencia de grupos de entrevistados distinguió claramente contribuciones
uso en ese lugar. Ellos identifican sólo contribuciones. Al igual
para cada contexto, sino que se consideró el Momento Futuro
que para actividades escolares intra-escuela, señalan que el como un todo. Lo que se recogió sobre el futuro tiene que ver
computador es un apoyo en la realización de tareas (xiii.). con expectativas y no con percepciones desde la experiencia
Valoran, asimismo, el contexto del hogar especialmente porque como los contextos anteriores. Estas expectativas sólo dicen
no hay controles ni de tiempo ni desde el profesor (xii.). Igual
relación con contribuciones. Esta mirada positiva reconoce, por
es que como que cuando estoy sola, como que me concentro una parte, la importancia y necesidad de adquirir competencias
más, leo más, como que aparte no tengo la presión de que van computacionales y, aisladamente, otras competencias como
a tocar y que tengo que terminar el trabajo rápido saber inglés, trabajo en equipo, habilidades para investigar,
(Estudiante). En contraposición, si bien no se les preguntó
para buscar y seleccionar información (xx.). Yo siento que sí
directamente, algunos profesores dicen que no les gusta enviar tienen que manejar, por lo menos, los conocimientos básicos en
tareas para la casa precisamente porque no pueden controlar lo tecnología, como prender el computador, apagar un
que hacen sus alumnos. Finalmente, los estudiantes consideran computador, mandar mail, escanear, fotocopiar, cosas así
que es ventajoso usar el computador en tareas escolares en la
(Profesor). Cuando se les pregunta a profesores y estudiantes si
casa porque permite resolver dudas con compañeros que están estas competencias necesarias para el futuro se logran mejor
conectados en red a través de chat sincrónicos (xiv.). …busco con el uso de TIC, no tienen mucha claridad al respecto. Creen
toda la información, si no entiendo algo, me meto a Internet, que sí para las habilidades computacionales y, en parte, para las
sino entiendo una tarea y me la piden, me meto a Facebook, a
habilidades de búsqueda de información (xxi.).
Messenger, o a lo que sea, o facilito o me facilitan información
(Estudiante). 5. CONCLUSIONES
Ahora pasando al uso extra-escolar del computador en el A continuación se exponen las principales conclusiones, las
Contexto Presente Hogar, tenemos respuestas de ambos cuales pretenden establecer relaciones entre los resultados, así
entrevistados. Las contribuciones que se mencionan están como aportar nuevos antecedentes.
relacionadas con el ámbito de Resultados y se concentran en la
generación de habilidades computacionales en el uso del 5.1 Contribuciones en tareas escolares intra
computador (xv.). Importante señalar que esas competencias no y extra escuela: énfasis en los procesos
serían las mismas que se generan en actividades escolares, Como se esperaba, ambos grupos identifican una serie de
porque precisamente se utilizan otros recursos y herramientas. contribuciones del uso de computador e Internet en las
Asimismo, se menciona la posibilidad que entrega Internet para actividades escolares. A partir del relato de los entrevistados, es
que los estudiantes busquen información sobre sus intereses posible concluir que las mayores contribuciones se encuentran
personales (xvii.). Con más menciones en los profesores, en el Proceso de enseñanza-aprendizaje y menos en los
también se identifica la contribución de generación de espacios Resultados. Esto no sólo por la cantidad de contribuciones
de comunicación (xvi.). Para los estudiantes el computador mencionadas, sino también por la reflexión previa que se notó
facilita la relaciones sociales, para los profesores, éste genera al responder las preguntas. Se identificaron cinco
competencias comunicacionales en sus alumnos. contribuciones del uso del computador en el proceso de este

254
tipo de actividades: apoyo en la realización de tareas; mayor una brecha en el modo en que se percibe el uso de las TIC en
motivación en los estudiantes; mayor involucramiento de los distintos contextos y momentos.
estudiantes; apoyo en explicación de materia; apoyo en relación
entre compañeros. En primer lugar, al igual que en el estudio de Spires et al [54],
los estudiantes relacionan el uso extra-escuela con
Es posible conectar las contribuciones encontradas en este comunicación y entretención y el intra-escuela con aprendizaje
estudio con la evidencia recogida en otras investigaciones 5: o, por contraposición, con deber y concentración. Así también
facilidad y rapidez para hacer tareas [44], especialmente por la sucede con los profesores. Para los dos grupos de actores, el
cantidad de información disponible [45]; apoyo entre pares, uso cotidiano del computador no es un uso educativo. La
relaciones más personalizadas entre estudiantes y mayor brecha se produce cuando parecen cerrarse las puertas para
participación de los estudiantes en actividades escolares [46]; innovar y para insertar habilidades que provienen del uso
mejores explicaciones de los contenidos por las posibilidades cotidiano de TICs en el contexto escolar, como la forma de
de visualización que entregan las TIC [47]; aumento de la colaboratividad a través de herramientas comunicacionales
motivación [48]. digitales que cuentan los estudiantes que se produce cuando
necesitan ayuda en sus casas y que no se da en el colegio
Es importante, no obstante, considerar aquellas contribuciones porque están prohibidos los chats.
que no aparecieron y que pueden deberse al tipo de experiencia
que se eligió en esta investigación que no es de la más Respecto a los momentos presente y futuro, en las
innovadoras que hay, pero sí la más común en muchas partes competencias que se identifican en uno y otro momento, la
del mundo (uso curricular de TIC): apoyo en corrección y conexión se produce con las habilidades computacionales y la
ensayo-error [49]; mayor confianza en competencias capacidad de selección de información. Asimismo, pareciera
individuales [50]; actividades que conectan el uso de TIC intra haber una conexión entre los momentos sólo en el corto plazo,
y extra escuela [51]; mayor relación entre profesores y alumnos en relación a la entrada a la educación superior. En definitiva,
[52]; mejoras en el rendimiento escolar [53]. no hay una mirada de aprendizaje a lo largo de la vida, sino que
se tiene una mirada lineal de etapas, donde el colegio serviría
5.2 Factores asociados a las contribuciones: para entrar a la universidad y donde la etapa del trabajo se
no todo depende de las TIC. desdibuja. Surge la pregunta sobre cuándo y dónde entonces se
Si bien no estaba contemplado en los objetivos específicos de forman esas habilidades necesarias para el futuro, ¿es la escuela
este estudio, fue posible identificar factores asociados a las la que se debe hacer cargo de este aspecto? Según las
contribuciones (y limitaciones) de las TIC al aprendizaje. propuestas de cambio educativo sí, según las teorías de los
nativos digitales, serán los propios estudiantes los que
Es posible concluir del análisis de las entrevistas, que los mostrarán las conexiones entre los diversos usos que les dan a
profesores y estudiantes perciben que por sí solas las TIC no las TIC. Sin embargo, en los resultados de esta investigación
logran una contribución en el aprendizaje, especialmente en los parece difícil concluir estas cosas.
resultados. Los mismos entrevistados condicionan sus
respuestas a una serie de factores cuando se les preguntó por el 5.4 Competencias computacionales:
aporte de las tecnologías en distintos contextos. a) competencias que conectan contextos y
competencias individuales de los estudiantes y sus profesores,
lo que a su vez se relaciona con el interés de cada uno por usar momentos
TIC y saber de computación.; b) lo anterior se ve reflejado en el A pesar de la conclusión anterior, es posible concluir que si
tipo de actividad que se realice con el computador. Por existe algo que une los momentos y contextos son las
ejemplo, si el profesor le interesa y sabe de computación, los habilidades computacionales.
estudiantes perciben que las actividades son distintas: más Por una parte, para los entrevistados, en el mismo uso de TIC
llamativas y entretenidas.; c) asimismo, la existencia de las en los contextos escolar y extra escolar, se adquieren y mejoran
contribuciones se asocia al contexto donde éstas se desarrollan, las competencias técnicas para utilizar el computador. Por otra,
lo que incluye el grado de desorden y posibilidades de aunque en no todos los casos, es posible unir contextos.
concentración, y la presencia del profesor que controla o no lo Algunos profesores perciben que algunos estudiantes pueden
que se hace; d) esto último se relaciona con la existencia o no hacer mejores trabajos si tienen mayor facilidad con el
de apoyo para la realización de actividades, que puede estar en computador en sus casas y, asimismo, algunos estudiantes
Internet, los compañeros o el profesor. La simple presencia de señalan que pueden ayudar en su familia con las competencias
las TICs no lleva a una comprensión a cabalidad de un computacionales que adquieren en su establecimiento escolar,
contenido o materia. lo cual se encuentra en otros estudios [55]. Del mismo modo, e
incluso con mayor énfasis, los entrevistados conectan las
5.3 Contextos y momentos: la verdadera competencias computacionales presentes con las necesarias
brecha para el futuro. Al igual que en otras investigaciones [56], los
Las teorías sobre la cultura de la escuela y de los nativos entrevistados perciben que es imprescindible contar con
digitales plantean que entre los profesores y estudiantes existe habilidades computacionales especialmente para los estudios
una brecha no sólo en las competencias y uso del computador, superiores que seguirán los estudiantes después del colegio.
sino también en las percepciones sobre el aprendizaje y las
TICs. No obstante, en este estudio, los relatos dan cuenta de

5 Se trata de estudios que en su mayoría se enfocaron en las


percepciones de uno solo de los grupos entrevistados.

255
5.5 Percepción de TICs y aprendizaje: una procesos, focos y propósitos de la clase, mucho mejor que los
estudiantes, pero no existe una reflexión igual de acuciosa para
mirada escolarizada distintos contextos y momentos. Por su parte, los estudiantes
Quizás la conclusión más importante de este estudio: los muestran una reflexión muy baja de su propio entorno; a
profesores y estudiantes entrevistados tienen una mirada diferencia de lo que propone la teoría de los nativos digitales, al
escolarizada sobre las TICs y, por sobre todo, del aprendizaje. menos estos entrevistados no podrían proponer nuevas formas
Si se esperaba encontrar esta mirada escolarizada sólo en los de aprendizaje: como verdaderos nativos no pueden dar cuenta
profesores, es posible afirmar que no ha sido así porque los de su propia cultura.
mismos estudiantes también tienen esa percepción. Hay
algunos resultados que nos orientan a esta conclusión: a) es 4. DISCUSIÓN
verdad que los estudiantes ponen mayor énfasis en la
entretención que los profesores, pero esa entretención no es Como señalan Weigel, James & Gardner [57], la idea de una
asumido como aprendizaje. Lo que es distracción en el educación formal que se relaciona con la informal, donde
contexto escolar, es entretención en el extra-escolar; b) por lo conviven medios digitales y análogos, donde existe el
que se puede extraer de los relatos de los entrevistados, si bien aprendizaje autónomo y entre pares, es algo muy desarrollado
se realizan actividades variadas y donde el estudiante participa en el discurso y propuestas gubernamentales, pero no es algo
y se involucra más, hay un foco en aspectos de una educación que aún esté generalizado en la práctica y currículum escolar, y
formal y pedagogía tradicional: transmisión de conocimientos, podríamos plantear que tal vez tampoco en el discurso a nivel
memorización, control por parte del profesor. Las TICs son un micro de muchos profesores y estudiantes.
apoyo, no un cambio en la forma de hacer la clase; c) los Es grande el cambio que se propone y no será fácil cambiar
perjuicios mencionados por los entrevistados tienen que ver percepciones arraigadas hace muchos años sobre la educación,
con el potencial que tiene el uso de tecnologías para desviar la el aprendizaje, las herramientas pedagógicas y los medios de
atención de los estudiantes de las actividades y actitudes comunicación. Y aunque el cambio no depende exclusivamente
académicas: distracción, desorden y flojera. de las percepciones de los actores, vale la pena preguntarse
También refuerzan esta conclusión resultados encontrados en el cómo lograr cambios perceptuales a través de experiencias
contexto extra-escolar. Tenemos, por una parte, esta conciencia escolares de integración de TIC.
clara de ambos actores de la existencia de menos control en el Es posible plantear la existencia de tres fases en el proceso de
contexto escolar, precisamente porque no está presente el transformación del mundo escolar a través del uso de TIC. El
profesor ni los horarios de clases. Por otra parte, si bien los primero dice relación con la incorporación de las tecnologías
estudiantes valoran el contexto extra-escolar por la mayor para resolver un tema de acceso y, en cuanto a formación, el
libertad para la realización de tareas, por la presencia de foco está puesto en alfabetización digital y generación de
compañeros e Internet para buscar información, finalmente los habilidades computacionales. Una segunda fase se orienta al
estudiantes mencionan que quien aprueba o no lo que se hace uso curricular de TIC, en otras palabras, conectarlas con el
en el hogar es el profesor, en otras palabras, se recurre currículum escolar, incorporar la tecnología a la sala de clase.
finalmente a la validación escolar. En cuanto a las tareas extra- Este es el caso de la experiencia analizada en este estudio: usar
escolares, sólo basta recordar el bajo aporte educativo que le la sala de computación para las distintas asignaturas. Por
veían los entrevistados a estas actividades. último, es posible plantear una tercera etapa que dice relación
con la propuesta de conectar contextos y momentos de
5.6 Profesores y estudiantes: no tan lejanos aprendizaje: interdisciplinariedad, alfabetización en medios,
En las percepciones de profesores y estudiantes, nos competencias del siglo XXI, participación y formación de los
encontramos con algunos puntos en los que divergen, pero no estudiantes como ciudadanos. Y es esta etapa la que no tiene
son algo generalizado como para hablar de miradas opuestas. por qué darse con la segunda, como a veces se espera.
Por ejemplo, algunas diferencias en las contribuciones y Asimismo, paradójicamente la integración de TIC a las
perjuicios: a) los estudiantes son más enfáticos en cuanto a los escuelas ha trabajado en mayor parte con los profesores como
perjuicios de las TICs, incluso nombran más la flojera; b) los una manera de poner al centro al estudiante.
estudiantes valoran el ambiente extra-escolar para hacer tareas
Se propone generar experiencias que unan espacios, que hagan
con TIC, los profesores consideran que ese espacio no es el
explícito esa unión, ya que incorporar las TIC a la sala de
adecuado; c) los estudiantes explican que la motivación de usar
clases, no tendría por qué asegurar la conexión de contextos y
TIC viene porque son clases más entretenidas; los profesores,
momentos, la cual que pasa por la mirada de sus agentes claves.
no hablan de entretención. Si bien existen distintas visiones en
Se recomienda revisar experiencias que unan aprendizaje con
algunos puntos, el hecho que ambos actores compartan una
entretención y aprendizaje con comunicación. Experiencias
especie de concepción de aprendizaje escolarizada, permite
donde se vea a las tecnologías no como herramientas, sino
plantear que sus miradas no son tan lejanas.
como medios de comunicación, como fuentes de entretención.
Adicionalmente, un elemento en común que se evidencia en las Sobre video juegos, sobre el juego en la sala de clases, hay
percepciones de los entrevistados, es la poca reflexión que bastantes antecedentes; sobre medios de comunicación en
tienen especialmente respecto a la generación de competencias contextos educativos, aunque en principio la escuela ha sido
de orden superior y sobre otros espacios de aprendizaje reacia a este tipo de recursos, hay experiencias muy valiosa
diferentes a la escuela. Lo que se constata en el relato de los desde las cuales nos podemos basar [58]. Adicionalmente, se
profesores es la acomodación de un discurso nuevo, que les propone generar más información cualitativa sobre la
puede haber llegado de su formación y/o capacitaciones, en experiencia de uso dentro y fuera de la escuela de profesores y
prácticas viejas. Los profesores son capaces de hablar de los estudiantes para diseñar proyectos en esa línea. Es el estudio de

256
los sujetos la que nos abre hacia una discusión que va más allá Prensky, M. 2001b. Digital natives, digital immigrants, part II.
de la sala de clases y más allá de las herramientas pedagógicas Do they really think differently?. En: On the Horizon. NCB
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[49] Ng y Gunstone. Op. Cit.; Ruthven, Hennessy y Brindley.
Op. Cit.; Deaney, Ruthven y Hennessy. Op Cit.; Spires et al.
Op. Cit.
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[51] Ruthven, Hennessy y Brindley. Op. Cit.
[52] Kim, Grabowski y Song. Op. Cit
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259
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

DESENVOLVIMENTO DE UMA PROPOSTA PARA


GERENCIAMENTO DOS PROCESSOS DE GESTÃO EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA O INSTITUTO FEDERAL
DE SANTA CATARINA
Andrino Fernandes, Alessandra Casses Zoucas
Instituto Federal de Santa Catarina
Brasil
andrino@ifsc.edu.br, alessandrazoucas@ifsc.edu.br

bidirecional entre o estudante e o seu professor ou a instituição


RESUMO educativa a qual está vinculado. É necessária essa via de mão
Algumas das dificuldades dos gestores em Educação a Distância dupla para que se estabeleça uma comunicação contínua entre
estão na execução do planejamento e gerenciamento das esses sujeitos e não só nos encontros presenciais.”
informações dos diversos processos que envolvem essa
modalidade de ensino. Além disso, há necessidade em fazer com E complementa: “Pelas suas características, a EAD, ao prescindir
que os prazos sejam devidamente cumpridos e esta complexidade do professor como única fonte de experiência educativa, não ficar
de processos envolve vários atores. A relação com os atores e
processos deve ser estabelecida de forma que os resultados sejam confinada ao ambiente de uma sala de aula e ao permitir ao aluno
alcançados. Diante disso, este trabalho visa divulgar o organizar o seu aprendizado, apresenta-se como uma alternativa
desenvolvimento de uma proposta para o gerenciamento dos aos problemas da educação convencional em um país de
processos que envolvam atividades relacionadas na gestão em dimensões continentais como o Brasil”.
EAD executadas no Instituto Federal de Santa Catarina. Como A EAD está profundamente relacionada aos meios de
muitos dos processos são comuns para aqueles que promovem a comunicação de massa pela sua característica de apresentar-se
EAD, considera-se que esta proposta possa contribuir como democrática, ao proporcionar o acesso ao conhecimento a
efetivamente para a ampliação dos recursos para esta modalidade pessoas geograficamente distantes ou com outro impedimento
de ensino. para frequentar a escola presencial. A partir dessa característica,
Palavras-chave: Educação a Distância, Gestão em EAD. os meios de comunicação de massa são considerados recursos
inestimáveis para o trabalho educativo a distância. Aretio (1987)
complementa, ao analisar as potencialidades das novas
1. INTRODUÇÃO tecnologias de informação e de comunicação: “Embora nem
A Educação a Distância (EAD) vem sendo adotado em mais de 80 sempre disponível, mas pela sua característica de meio de
países, nos cinco continentes, e em todos os níveis de ensino, transporte de informação versátil e muito veloz, o computador,
atendendo a milhões de estudantes (Nunes, 1993). A EAD tem conectado à rede Internet, apresenta-se hoje como um dos meios
sido usada desde treinamento e aperfeiçoamento de professores mais eficientes para se fazer Educação à Distância.”
em serviço a programas de ensino para jovens e adultos em
diversas áreas envolvendo iniciativa privada e governamental. O Entretanto, devemos ressaltar a necessidade de organização,
momento da EAD é crescente, bem como o número de instituições planejamento, execução e controle de todas as atividades
e empresas que desenvolvem programas de cursos profissionais e envolvidas. Diante disso, o papel do gestor caracteriza-se pelo
treinamento através dessa modalidade de educação. planejamento e execução de todas estas atividades integrado-as
entre si e entre várias pessoas.
Quartiero (2007) ressalta que “Na Educação a Distância, as
estratégias e os meios de comunicação, como a correspondência Para a gestão dos processos em EAD busca-se, baseado no
por correio postal e eletrônico, o telefone, o fax, os ambientes modelo estabelecido pela Instituição, a definição do que poderá
virtuais de aprendizagem, a videoconferência e a teleconferência ser viabilizado através de técnicas e/ou recursos computacionais.
são utilizados de forma a proporcionar a comunicação

Fernandes, Andrino., Casses, Alessandra. (2010). Desenvolvimento de uma


Proposta para Gerenciamento dos Processos de Gestão em Educação a Distância
Para o Instituto Federal de Santa Catarina. En J. Sánchez (Ed.): Congreso 260
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 260-267, Santiago de
Chile.
Esta poderá ser uma considerável contribuição para a qualificação Em 2007, após 98 anos de sua criação, o IFSC passa a participar -
dos processos que envolvem a EAD. conveniado com Ministério da Educação e Cultura (MEC) - de
programas na modalidade em EAD, inicialmente com a
Muito se discute sobre a concepção ou resultados em EAD. É Universidade Aberta do Brasil (UAB) com cursos superiores de
fato, também, que os processos estão constantemente em tecnologia. E em 2008, do programa Escola Técnica Aberta do
evolução. A partir daí, como acontece a integração entre todas Brasil (e-Tec Brasil) com cursos técnicos. Neste ano, cursos de
estas atividades? Como funcionam? Como são/podem ser especialização já fazem parte dos cursos na modalidade a
controladas? Qual a metodologia/estratégia para articulação dos distância pelo sistema UAB ofertados pelo IFSC.
processos envolvidos?
A proposta pedagógica que compõem um curso de educação a
Cabe ao gestor, o devido encaminhamento dos objetivos com o distância no IFSC segue a seguinte composição:
esforço e comprometimento das pessoas envolvidas.
- Pólo de apóio presencial: local onde o aluno terá acesso local a
Com isso, a divisão deste trabalho observa a seguinte proposta: biblioteca, laboratório de informática com toda infra-estrutura de
Na seção 2, é apresentado o Instituto Federal de Educação, tecnologia de informação e comunicação e de onde poderá acessar
Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), que é o ambiente os módulos do curso via internet através de um ambiente virtual
onde o trabalho proposto será realizado e o histórico da Educação de aprendizagem e participar da videoconferência. O pólo
a Distância (EAD) dentro do IFSC. Na seção 3, é feita a presencial está composto por um coordenador local, tutor
apresentação da situação atual da EAD no contexto do IFSC. Na presencial e um técnico em informática.
seção 4, é descrito detalhadamente o objetivo principal deste
trabalho que é o gerenciamento dos processos pertinentes às - Equipe de tutores presenciais: são professores que, nos pólos,
atividades para a gestão da EAD. Na seção 5, é feita uma revisão acompanham e orientam os alunos no desenvolvimento de suas
sobre aperfeiçoamento de processo. Na seção 6, é apresentado os atividades, motivando e auxiliando o aluno no processo de
resultados da revisão sobre a abordagem Goal-Question-Metric aquisição de autonomia no seu processo educacional.
(GQM) e o planejamento do aperfeiçoamento dos processos de
- Equipe de tutores a distância: são professores que orientam os
EAD no IFSC seguindo esta abordagem. Por fim, na seção 7, são
alunos em suas dúvidas, de forma individual, estimulando-os na
tecidas as conclusões sobre o trabalho e as considerações finais.
formação de grupos de estudo, incentivando-os para a autonomia,
As referências bibliográficas estão documentadas na seção 8.
orientando quanto ao uso do material e bibliografia,
comunicando-se permanentemente com o pólo de apoio
presencial, dentre outros.
2. O INSTITUTO FEDERAL DE SANTA - Professor: responsável pela organização didático-pedagógica do
CATARINA E A EAD conteúdo e sua unidade curricular, responsável pela elaboração do
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa material de estudo, orientador do aluno no desenvolvimento de
Catarina (IFSC) é uma instituição pública federal vinculada ao sua unidade curricular, orientador da equipe de tutoria,
Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de responsável pelo desenvolvimento integral da sua unidade
Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Tem sede e foro curricular, responsável pela avaliação das atividades
em Florianópolis, com autonomia administrativa, patrimonial, desenvolvidas pelos alunos, dentre outras.
financeira, didático-pedagógica e disciplinar. O aluno recebe material impresso referente a cada unidade
A finalidade do IFSC é formar e qualificar profissionais no âmbito curricular e utiliza um ambiente virtual de ensino e aprendizagem
da educação profissional e tecnológica, nos diferentes níveis e que compõem a plataforma de comunicação que permite o acesso
modalidades de ensino, para os diversos setores da economia, bem dele, do professor e de tutores, às informações em locais e
como realizar pesquisa aplicada e promover o desenvolvimento horários mais convenientes, com exceção de uma prova presencial
tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita que é realizada ao final de cada unidade.
articulação com os setores produtivos e a sociedade, Esta ferramenta – o ambiente virtual de ensino-aprendizagem -
especialmente de abrangência local e regional, oferecendo baseia-se no uso de um computador via internet e através dela o
mecanismos para a educação continuada. aluno tem acesso a todas as atividades programadas para uma
Para garantir a seus alunos uma formação profissional que esteja determinada unidade curricular, com exceção de uma prova
em sintonia constante com as transformações e avanços presencial que é realizada ao final de cada unidade. Além disso, o
tecnológicos é realizada uma avaliação periódica de seus cursos e ambiente contará com as seguintes ferramentas de comunicação:
a criação e implantação de outros que venham ao encontro das assíncronas – correio eletrônico, lista de discussão, fórum de
necessidades emanadas do próprio mundo do trabalho. discussão, e síncronas – chat.

O IFSC é referência para o estado de Santa Catarina em qualidade Outra atividade que valoriza o modelo em EAD estabelecido no
na educação tecnológica e vêm realizando um trabalho sistemático IFSC é a atividade presencial que acontece uma vez por semana
nas várias modalidades de ensino e no desenvolvimento de novas onde o professor expõe o conteúdo para os alunos nos polos de
tecnologias educacionais. Os trabalhos desenvolvidos por seus apoio presencial.
professores estão voltados para pesquisa e desenvolvimento de Quartiero (2007), professora do IFSC, ao escrever seu livro,
novas metodologias de ensino e aperfeiçoamento contínuo do comenta: “Na Educação a Distância, o distanciamento em tempo e
processo ensino-aprendizagem. espaço entre as atividades de ensino e as atividades de
aprendizagem, o que na prática se traduz na separação professor-

261
aluno, pode ser amenizada com momentos presenciais, em que há Todavia, para os gestores, além dos processos e dos atores
interação do grupo entre si e do professor e/ou tutor com os estarem devidamente integrados, deverão também estar
estudantes. Nesses momentos, são realizadas diversas atividades e estabelecidos e mantidos cronologicamente, viabilizando o
as provas individuais... Nos encontros presenciais e nas atividades controle no cumprimento dos prazos. Entretanto, toda e qualquer
a distância, o professor da disciplina e/ou tutor atua como atividade não deve comprometer o objetivo principal da EAD que
mediador da aprendizagem, ao incentivar e auxiliar os estudantes é a oferta de uma educação compromissada com a qualidade.
para superarem suas dificuldades e prosseguirem seus estudos.”
Conforme pode ser observado, a estrutura do modelo utilizada é
composta pelo uso de ferramentas de informação e comunicação.
E estas devem estar corretamente viabilizadas para não
4. OBJETIVO DA PROPOSTA
O objetivo principal deste trabalho é o desenvolvimento de uma
comprometer a continuidade e o êxito do processo.
proposta para o apoio ao gerenciamento dos processos pertinentes
Além disso, cabe ressaltar a necessidade e participação de outros às atividades para a gestão da EAD.
integrantes dessa equipe multidisciplinar ou pessoal de apoio para
Nesse contexto, pretende-se avaliar as situações e fluxo de
as mais diversas atividades e o que variar para cada instituição.
informações atuais em cada atividade, bem como o
Neste contexto e com a perspectiva de ampliação de turmas e relacionamento - articulação e integração - entre as pessoas
cursos ofertados pelo IFSC na modalidade a distância, a envolvidas. Assim, planeja-se modelar os processos de gestão da
implementação de uma ferramenta de apoio aos processos e EAD, o que significa elaborar diagramas (Diagramas de
controle no andamento das atividades, vem se mostrando Processos) que reflitam as atividades realizadas de fato nas
imprescindível para o aperfeiçoamento da agilidade e iniciativas de EAD no IFSC. Com a modelagem dos processos
confiabilidade de todo o processo. estabelecidos, espera-se obter o controle dos atores, informações e
atividades desenvolvidas, além da possibilidade da visualização
cronológica desses processos.
Como todas as atividades estarão de alguma maneira associadas
3. SITUAÇÃO ATUAL ao fator tempo, é pertinente atribuir ao desenvolvimento desse
Atualmente, uma das questões mais pertinente e problemática na
trabalho rotinas ou processos automatizados de envio de
execução das atividades relacionadas à gestão de EAD é o
mensagens ou alertas aos atores responsáveis por determinas
cumprimento dos prazos estabelecidos. Além disso, e por
atividades. Os detalhes ou critérios serão avaliados e
envolver vários atores, estes prazos, eventualmente, não são
determinados de acordo com cada atividade.
cumpridos.
Os modelos de processos são úteis para apoiar a comunicação
Consequentemente, com o não cumprimento dos prazos
entre os envolvidos no processo. Além disso, servem de referência
estabelecidos – e, além disso, havendo descuido por parte do
sobre o que é esperado que seja executado e assim contribuem
gestor ou pessoa responsável por determinada atividade durante o
para facilitar a identificação de inconsistências, ineficiências e
processo – inevitavelmente, a previsão de conclusão de uma tarefa
oportunidades de melhoria, na execução processos. Este uso dos
fica comprometida.
processos confere uma garantia da qualidade dos mesmos e,
Outra questão relevante são as informações objetos de produção consequentemente, a garantia da qualidade do produto que é
nestas atividades que também merecem atenção. Os gerado a partir dele. Por fim, outra utilidade não menos
arquivos/informações entre os atores são geralmente transferidos importante, é a facilitação da transferência do conhecimento sobre
através de e-mail. Desta forma, perde-se o processo evolutivo de a execução dos processos dentro da organização e capacitar as
construção desse arquivo/informação e, além disso, há o risco de pessoas em relação aos seus próprios papéis e tarefas que
gerar informações inconsistentes. É importante considerar que a executam.
maior parte dos processos ocorre concorrentemente.
Para ilustrar, na figura 1 temos o diagrama do processo de
Nos Referenciais de Qualidade para Educação Superior a produção do material impresso, baseado no que acontece no
Distância (SEED/MEC, 2007) ressalta que “Embora a modalidade IFSC.
a distância possua características, linguagem e formato próprios,
De acordo com o diagrama pode-se destacar os seguintes atores
exigindo administração, desenho, lógica, acompanhamento,
participantes no processo:
avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de infra-estrutura e
pedagógicos condizentes, essas características só ganham - Professor conteudista: docente responsável pela produção do
relevância no contexto de uma discussão política e pedagógica da conteúdo e complementação das informações, quando sugeridas
ação educativa.” pelo Avaliador Técnico, Avaliador Dialógico e Ortográfico,
Designer Gráfico e Comissão Editorial;
Ainda sobre os Referenciais: “Os recursos humanos devem
configurar uma equipe multidisciplinar com funções de - Avaliador Técnico: responsável por avaliar o conteúdo técnico
planejamento, implementação e gestão dos cursos a distância, do material e sua adequação em relação a carga horária da
onde três categorias profissionais, que devem estar em constante disciplina;
qualificação, são essenciais para uma oferta de qualidade:
- Avaliador Dialógico e Ortográfico: responsável em estabelecer a
docentes, tutores e pessoal técnico-administrativo.” (SEED/MEC,
comunicabilidade adequada para o material desenvolvido
2007)
buscando contribuir para um material mais interativo com links,

262
-

dicas, glossários e ‘saiba mais’ - além de realizar a análise Controle das atividades pedagógicas com o professor formador:
ortográfica do conteúdo; plano instrucional, atividades obrigatórias, provas presenciais, etc;
- Diagramador: responsável pelo formato gráfico e diagramação - Gerenciamento dos atores envolvidos, bem como, a produção de
do texto e; informações desenvolvidas durante os processos;
- Comissão editorial: equipe que acompanha toda produção do Gestão administrativa e operacional: controle de pagamento de
material, verificando se o mesmo está de acordo com a ementa da bolsas, desenvolvimento dos Planos de Trabalhos Anual, etc.;
disciplina, proposta pedagógica do curso e diagramação.
- Gerenciamento e controle de visitas aos pólos pelos professores;
Segundo Bof (2010), sistemas de EAD são complexos e exigem
- Gerenciamento do registro acadêmico: matrícula, registro notas,
uma gestão eficiente para que os resultados educacionais possam
etc; entre outros.
ser alcançados. Uma vez definidos os objetivos educacionais, o
desenho instrucional, etapas e atividades, os mecanismos de apoio Perry et al. (2006) citam a necessidade da visão sistêmica: “...
à aprendizagem, as tecnologias a serem utilizadas, a avaliação, os destinada a compreender cada um dos itens que compõem este
procedimentos formais acadêmicos e o funcionamento do sistema processo de planejamento e integrá-los de forma dinâmica,
como um todo, é fundamental que se estabeleçam as estratégias e buscando descrever (se possível, quantificar, no tempo e na
mecanismos pelos quais se pode assegurar que esse sistema possa complexidade) da forma mais precisa possível cada uma das suas
efetivamente funcionar de acordo com o previsto. etapas, suas necessidades específicas dentro de um fluxo de
atividades inter-relacionadas.” Eles complementam: “Contudo,
Em função da complexidade das atividades será definido um
acredita-se que encarar as práticas de EAD com um olhar
escopo em uma primeira fase – ou projeto piloto – com o objetivo
sistêmico cria um ambiente propício para as mais diversas
de validação da proposta para, a partir daí, integrar o
investigações, por situar todas as problemáticas dentro de um
desenvolvimento das demais atividades.
contexto maior. Um benefício adicional – não menos importante –
Com o controle dos processos que envolvem as atividades de que pode ser citado é o fato que organizar as práticas e
EAD e, mais especificamente, do projeto e-Tec Brasil ferramentas de gerência traz como resultados: um aumento na
desenvolvido no IFSC destacam-se as seguintes atividades: agilidade dos processos; a diminuição de retrabalhos; maior
garantia de qualidade; possibilidade de reproduzir e estender
- Desenvolvimento e produção de materiais impressos;

263
práticas e resultados e distribuir, reaproveitar e acumular Portanto, é nesta atividade se observa e analisa indicadores
conhecimento dentro da instituição/comunidade de pesquisa.” coletados durante a execução dos processos para apoiar a tomada
de decisão sobre ações de melhoria e aperfeiçoamento dos
Todas as funções devem estar integradas e em sintonia, processos analisados.
construídas de forma participativa considerando que o trabalho de
cada colaborador depende das atividades e comprometimento dos A atividade "Aperfeiçoando" tem como foco central aperfeiçoar a
demais. eficiência, a eficácia e a adaptabilidades dos processos.
Nesta atividade, ações definidas para a melhoria são executadas
em pontos do processo que não estejam adequados. Ou, com
necessidades para implantação novas atividades no processo ou
5. APERFEIÇOAMENTO DE PROCESSO aplicação de ferramentas diferentes visando minimizar o impacto
Como foi apresentado anteriormente, uma maneira de se organizar
de barreiras identificadas no processo como, por exemplo,
atividades é formalizá-las por meio de um processo, identificando
burocracias desnecessárias, atividades que não agregam valor,
seus atores e produtos de trabalho relacionados. A identificação e
erros, etc.
uso de um processo pode impactar positivamente na sua execução,
pois isto visa sistematizar e padronizar as atividades
desempenhadas pelas pessoas envolvidas neste.
Entretanto, um fator relevante é proporcionar a cultura da
participação e passar as informações necessárias aos atores
responsáveis pela realização das atividades dos processos
(SEBRAE, 1994). “A participação fortalece decisões, mobiliza
forças e gera o compromisso de todos com os resultados”
(SEBRAE, 1994). Desta forma, a adoção de um processo requer o
treinamento da equipe envolvida para estarem capacitadas para
sua correta e perfeita execução.
Assim, uma equipe envolvida na execução de um determinado
processo viabilizará para que suas atividades sejam planejadas e
controladas. Entretanto, planejar e controlar um processo
ineficiente não é de grande valia para seu gestor. Segundo
Harrington (1993), alguns processos além de não agregarem valor,
ampliam consideravelmente os custos das organizações tornando-
as ineficientes.
Desta forma, organizações tem procurado - como uma maneira de Figura 2. As Cinco Fases do Aperfeiçoamento de Processos.
aperfeiçoar suas atividades – incluir processos de apoio. Fonte: Harrington (1993, p. 27)
Processos de apoio são aqueles que representam uma atividade,
geralmente transversal, visando garantir o bom funcionamento da
organização (Afnor, 2000). A quarta atividade "Medições e controle" tem por objetivo
implementar mecanismos de controle do processo que possibilite
Para aperfeiçoar processos podemos, por exemplo, realizar coleta de indicadores para análise e assim garantir um
atividades de garantia da qualidade do processo para apoiar a aperfeiçoamento contínuo do processo em questão. Como pode
verificação da aderência da execução das atividades realizadas ser observado na figura 2, os indicadores coletados nesta atividade
com as modeladas e previstas no processo. Estas condições são são a entrada para a atividade "Entendendo o processo", onde
favoráveis para criar visibilidade em relação ao processo e estes são analisados e interpretados. É um ciclo que visa garantir a
fornecer subsídios para seu entendimento e propostas de melhoria. melhoria contínua nos processos.
Harrington (1993) apresenta cinco fases para o aperfeiçoamento A necessidade de melhorar processos, produtos e serviços é
de processos que pode ser observado na figura 2. crucial, e assim, medir passa a ser o objetivo também. Segundo
Tom Demarco (1982), “Não se pode controlar o que não se pode
O objetivo da atividade "Organizando para o aperfeiçoamento" é
medir”.
garantir o sucesso da aplicação do processo, definindo liderança,
entendimento sobre as atividades do processo e comprometimento Medir de forma planejada é um ato que permite saber se,
dos atores envolvidos no processo. realmente, a organização está atingindo suas metas. Soma-se a
isso, o fato de que no momento da implantação de um processo, é
A segunda atividade "Entendendo o processo" tem como
preciso reconhecer se as atividades implementadas estão atingindo
propósito analisar e interpretar os processos em execução.
seu propósito.
Segundo Silva (1999), “uma das maneiras de se entender o
Entretanto, o que tipicamente acontece é que organizações não
processo é conhecer as divisões dos processos nos níveis dos
tem a cultura da medição e isto impacta negativamente, pois não
subprocessos, atividades, atores, até a granularidade que permita
se tem a informação necessária para permitir a visualização
uma análise eficiente dos seus elementos”.
adequada dos resultados do processo. Isto pode levar a uma
situação que pode ser comparado a "lançar um míssil desorientado

264
procurando um alvo impreciso, a uma velocidade imprevisível"
(Rummler e Brache, 1994).
Para Harrington (1993), além da redução de custos e da satisfação
dos envolvidos, o aperfeiçoamento dos processos tem um impacto
positivo na cultura organizacional.
Portanto, processos devem ser medidos e controlados para
melhorar continuamente o desempenho da organização Figura 3. Níveis do GQM.
(Harrington, 1993). Fonte: Adaptado de BASILI (1994)
A quinta e última atividade “Aperfeiçoamento Contínuo” tem De acordo com a figura 3 é possível perceber que o GQM
como meta implantar atividades de aperfeiçoamento contínuo nos apresenta três níveis:
processos.
- GOAL: consiste em levantar e documentar os principais
Desta forma, a proposta para gerenciamento dos processos de objetivos de medição. Estes objetivos são definidos em termos da
gestão em EAD para o IFSC também visa identificar e definir entidade, propósito, atributos de qualidade, ponto de vista e
indicadores de seus processos para serem coletados e analisados ambiente (Briand, 1997).
para, então, servirem de apoio para o diagnóstico da situação atual
e planejamento das ações para a melhoria de problemas - QUESTION: consiste em derivar de cada objetivo identificado
encontrados. no nível GOAL em perguntas que ao serem respondidas permitam
identificar se os objetivos de medição foram atingidos.
Por ser uma abordagem de medição de produtos e processos de
software que tem sido aplicado com sucesso na prática e também - METRIC: neste nível do GQM para cada pergunta definida no
por ser de conhecimento dos autores o Goal/Question/Metric nível QUESTION uma medida deve ser identificada. Assim,
(GQM) (BASILI, 1994) foi selecionado dar suporte para o deve-se determinar medidas que serão coletadas e que ao serem
aperfeiçoamento dos processos pertinentes às atividades para a analisadas apóiem na resposta às perguntas adequadamente.
gestão da EAD no contexto do IFSC. Desta forma, são definidas quatro fases para a abordagem GQM
descritas da seguinte forma:
- Planejamento: é nesta fase em que se define a equipe envolvida
6. PLANEJAMENTO DO na execução do GQM, se seleciona os processos que se deseja
coletar indicadores para poder melhorar, se indica quais projetos
APERFEIÇOAMENTO DO PROCESSO que farão parte da aplicação do GQM e é fornecida a capacitação
Como foi mencionado anteriormente, a abordagem GQM foi
sobre os conceitos necessários para a aplicação do GQM para os
selecionada para apoiar o estabelecimento de indicadores para os
membros da equipe envolvida na execução do GQM.
processos de EAD do IFSC. O objetivo desta abordagem é
fornecer subsídios para o entendimento dos processos, produtos e - Definição: os objetivos de medição (GOAL) e as questões que
atores, e também estabelecer meios de comparação com novas devem ser respondidas (QUESTION) são definidos nesta fase do
execuções do processo (Solingen e Berghout, 1999). Esta GQM. Além disso, também é durante esta fase que são
abordagem tem se demonstrado como um mecanismo adequado estabelecidas as medidas que serão coletadas.
para apoiar o planejamento, estabelecimento de objetivos de
- Coleta de Dados: as medidas estabelecidas durante a fase de
medição e avaliação.
definição norteiam os dados que serão coletados e armazenados
A proposta do GQM consiste obter o entendimento das durante esta fase.
necessidades de informação organizacional que pode ser obtida a
- Interpretação: dados coletados e armazenados anteriormente são
partir do levantamento de informações junto as áreas interessadas.
analisados e interpretados. As conclusões chegadas pela equipe
Assim, são identificados objetivos de medição para guiar o
GQM com base nesta análise podem responder as questões
estabelecimento de perguntas que apoiarão a identificação de
definidas no nível QUESTION.
medidas que podem ser coletadas em um ambiente específico.
A abordagem GQM ainda possui métodos para refinamento de
É importante ressaltar que esta abordagem visa reduzir o
objetivos, geração das questões, especificação das medidas,
estabelecimento de medidas que não sejam úteis para apoiar a
validação, análise, implantação do processo em uma organização,
gestão dos processos. Isto se dá por meio de uma definição top-
etc.
down do conjunto de medidas, isto é, as medidas são
estabelecidas a partir dos objetivos da medição. Até o momento da elaboração da proposta deste trabalho a
abordagem GQM foi apenas selecionada para apoiar as atividades
Já a análise e interpretação dos dados coletados são feitas de
de implementação e gestão dos processos de EAD no IFSC.
forma bottom-up.
Portanto, os objetivos de medição ainda não foram planejadas. Os
Portanto, para se obter maior aproveitamento da adoção do GQM indicadores do processo serão definidos na sequência do trabalho
é relevante que os objetivos estejam claros e definidos proposto.
adequadamente. Assim, é maximizada a probabilidade de que as
Entretanto, um objetivo de medição típico para a implementação
medidas selecionadas para serem coletadas e analisadas
de processos é a melhoria do processo implementado. A partir
posteriormente sejam adequadas (Gomes, 2001).
disso é possível estabelecer questões e medidas. Um exemplo de

265
questão que se poderia fazer neste caso é: Qual é o número de não automação. Assim, com objetivo de melhorar o processo alguma
conformidades encontradas na execução do processo? Assim, um ferramenta para gerenciamento de projetos poderá vir a ser
exemplo de medida que poderia ser coletada é o número de não adotada, ou a implementação de software específico poderá ser
conformidades encontradas na execução das atividades processo. conduzida e posteriormente aplicado.
Após a coleta e armazenamento dos dados, o gestor do processo, a Além disso, como objetivo estratégico, espera-se, no
equipe envolvida na execução do GQM e demais envolvidos (se desenvolvimento do mesmo, a implementação de um processo de
necessário) farão a análise dos mesmos. Um relatório pode ser avaliação para a viabilização da garantia da qualidade dos
gerado para disponibilizar aos interessados o resultado dos dados resultados esperados.
coletados e as conclusões bem como decisões tomadas pela
Enfim, para os gestores, espera-se que este trabalho permita
equipe e gestor do processo. Neste relatório pode ser
contribuir para a efetivação das ações necessárias de forma
documentado se foram encontrados desvios na execução do
sistematizada objetivando o aperfeiçoamento das atividades em
processo e também a necessidade ou não de ações corretivas e
EAD.
seus responsáveis. A intenção deste relatório é formalizar e dar
ciência aos envolvidos no processo sobre informações resumidas e Ainda cabe ressaltar que até o momento da atual pesquisa ainda
relacionadas sobre a quantidade de não conformidades e as ações não foram encontrados trabalhos adotando o GQM fora do
corretivas e de aperfeiçoamento dos processos de EAD do IFSC. contexto de processo de software. Desta forma, os resultados
obtidos com a execução do trabalho proposto podem contribuir
Dando sequência a proposta aqui apresentada, outros processos de
para demonstrar se a aplicação desta abordagem irá impactar
EAD no contexto do IFSC serão elicitados e documentados, bem
positivamente no processo de implementação e gestão dos
como uma capacitação nos processos será realizada para os nele
processos de EAD no IFSC.
envolvidos. Também será definida uma equipe para ser envolvida
na execução do GQM. Todos os processos de EAD que forem
considerados relevantes - inicialmente, apenas o processo de
produção do material impresso - apresentado na figura 1, será
medido através da abordagem GQM. Posteriormente, os demais REFERÊNCIAS
processos que forem modelados também poderão ser medidos por
meio da mesma abordagem. Assim estes processos terão seus
[1] Afnor. 2000. FD X 50-176, Management des processus.
objetivos de medição, questões e medidas estabelecidas. Na
sequência os dados serão coletados e armazenados para [2] Aretio, L. G. 1987. Para uma definição de Educação a
posteriormente serem analisados e interpretados pela equipe Distância. In. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro: v.16
GQM. As conclusões que a equipe GQM chegar com a análise das (78-79), (set/dez . 1987).
medidas coletadas serão usadas para apoiar a tomada de decisão [3] Basili, V. R., Caldiera, G., Rombach, H. D. 1994.
em relação aos processos medidos buscando o aperfeiçoamento Experience Factory. In John J. Marciniak, ed., Encyclopedia
contínuo destes. of Software Engineering, vol.1. John Wiley & Sons.
[4] Bof, A. M. 2010. Gestão de Sistemas de Educação a
Distância. Disponível em <
http://eadbrasildeaaz.blogspot.com/2010/04/gestao-de-ead-
7. CONCLUSÃO 2.html > acessado em agosto/2010.
Existem muitas variáveis envolvidas num sistema de EAD e sua
complexidade não deve ser subestimada. Portanto, faz-se [5] Briand L. C., Differding C. M. e Rombach H. D. 1997.
necessário, considerar estas variáveis, estabelecer mecanismos que Practical Guidelines for Measurement-Based Process
permitam o gerenciamento das mesmas e a efetividade dos Improvement. Software Process Improvement and Practice,
processos, sempre com vistas à concretização dos objetivos vol. 2.
educacionais traçados. [6] Demarco, T. 1982. Controlling software projects, Yourdon
A complexidade envolvida na gestão da EAD deve ser Press Prentice-Hall.
cuidadosamente analisada de forma que o fluxo das informações [7] Folha de São Paulo. 1994. Qualidade Total. 1º Fascículo
esteja predisposto de maneira a favorecer todos os processos. É (pág 4 e 5). SEBRAE.
importante estabelecer todas as variáveis e mecanismos que
[8] Freire, P. 1996. Pedagogia da Autonomia: Saberes
permitam o gerenciamento e efetividade nos processos com o
necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.
objetivo da concretização dos objetivos educacionais definidos.
[9] Gadotti, M. 1999. Convite à leitura de Paulo Freire. São
Segundo Bof (2010), “Torna-se bastante claro, também, que não Paulo: Scipione.
basta o desenvolvimento de uma boa proposta pedagógica ou a
produção de bons materiais instrucionais para garantir o sucesso [10] Gomes, A., Oliveira, K. M., Rocha, A. R. 2001. Métricas
de um curso ou Programa de EAD. A formalização de estruturas, para Medição e Melhoria de Processo de Software. Rio de
mecanismos e procedimentos que viabilizem tanto a gestão Janeiro: COPPE/UFRJ - Programa de Engenharia de
pedagógica quanto a gestão de sistema são fundamentais à Sistemas e Computação.
qualidade e sucesso de qualquer sistema de EAD.” [11] Harrington, H. J. 1993. Aperfeiçoando Processos
Empresariais. São Paulo: Makron Books.
Para continuidade do trabalho, espera-se que com a proposta
desenvolvida sejam identificados no processo ponto passíveis de

266
[12] Moore, M. G., Kearsley, G. 1996. Distance education: a [17] SEED/MEC. 2007. Referenciais de Qualidade para Educação
systems view. Belmont (USA): Wadsworth Publishing Superior a Distância disponível em <
Company. http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.
[13] Nunes, I. B. - Noções de Educação a Distância. Revista pdf> acessado em agosto/2010.
Educação a Distância nrs. 4/5, Dez./93-Abr/94 Brasília, [18] Silva, O. S. 2008. Gestão de Equipes de EAD. Disponível
Instituto Nacional de Educação a Distância, pp. 7-25. em
[14] Perry, G. T. , Timm M. I., … 2006. Desafios da gestão de <http://www.senacead.com.br/pos_trabalhos/professores/gest
EAD: necessidades específicas para o ensino científico e ao_de_equipes_de_ead_2008.pdf> acessado em agosto/2010.
tecnológico. Disponível em < [19] Silva, C. F. 1999. Melhoria da Qualidade em Serviços: uma
http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2006/artigosrenote/a16_ aplicação em hotéis. Florianópolis, Dissertação de Mestrado
21165.pdf > acessado em agosto/2010. – EPS – UFSC.
[15] Quartiero, E. M. [et.al.] 2007. Introdução à Educação a [20] Solingen, R., Berghout, E. 1999. The Goal/Question/Metric
Distância. Florianópolis: CEFET-SC. Method: A Practical Guide for Quality Improvement of
[16] Rummler, G. A., Brache, A. P. 1994. Melhores Software Development. McGraw-Hill.
Desempenhos das Empresas São Paulo: Makron Books.

267
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

USABILIDADE EM T-LEARNING: POTENCIALIDADES E


REFLEXÕES
Maicon Ferreira de Souza, José Luis Bizelli, Vania C. P. N. Valente
Universidade Estadual Paulista
Julio de Mesquita Filho
UNESP – SP
Brasil
maicon.rlz@gmail.com, bizelli@fclar.unesp.br, vania@faac.unesp.br

RESUMO
Este artigo tem por objetivo fazer um levantamento dos potenciais
de interatividade do Sistema Brasileiro de Televisão Digital
(SBTVD) e refletir sobre a usabilidade aplicada a t-learning para
Televisão Digital Interativa (TVDi). Evidenciando a usabilidade
como um fator decisivo para ampliar o ciclo de vida de um
produto em especial um ambiente educacional para a televisão
digital. Explicita os três actantes deste contexto interativo:
usuário, a interface e a emissora, evidenciando a interação e a
engenharia de usabilidade com destaque para a garantia da
consolidação do interatividade do SBTVD. Aborda também o
fator de popularização da banda larga todos “cidade digital” como
condição essencial para a interatividade. Conclui que essa
facilidade de usabilidade, aliada aos avanços tecnológicos digitais
que propiciam as características básicas para romper á o modelo
de telespectador passivo para um telespectador interativo gerando
um novo contingente de telespectadores.

Palavras-chave
Usabilidade; Televisão Digital; Sistema Brasileiro de Televisão
Digital.

1. INTRODUÇÃO
A televisão tem sido utilizada na educação há décadas. O formato
aplicado varia de acordo com o a profundidade do conteúdo em
foco e as características do público alvo.
A TV Digital chegou ao Brasil em dezembro de 2007 com Figura 1. Exemplo da resolução de imagens 1
excelentes possibilidades para ampliar os recursos didáticos da
televisão. A passagem do sistema analógico para o digital (STVD)
permite um ganho significativo na qualidade de som e imagem. A sociedade brasileira mudou muito desde a chegada da TV, a
qual funcionou, no início, como instrumento de coesão através de
Nos canais de TV Analógicos a resolução da imagem é de 480 x uma única rede de telecomunicações com a cobertura nacional e
360 pixels, em média. Na TV Digital, inicia-se em 704 x 480 gratuita. No ambiente complexo em que vivemos, o meio
pixels no formato SDTV (Standart Digital Television) e chega a televisivo ganha espaço como elemento de democratização da
1.920 x 1.080 pixels no HDTV (High Digital Television), é o que cultura, das informações e da cidadania, abrindo novos segmentos
ilustra a Figura 1. de serviços por meio da convergência da TV com a telefonia e
Ferreira, Maicon., Bizelli, José Luis., Valente, Vania. (2010). Usabilidade em t-learning:
potencialidades e reflexões. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
1
Informática Educativa, Volumen 1, pp 268-274, Santiago de Chile. Fonte: http://abandonemicrosoft.net/portal/2007/12/05/tv-de-
plasmalcd-digital-de-alta-definicao

268
com a Internet, desenhando um perfil profissional abrangente para As dificuldades existem. Segundo [1] o próprio conceito de
atender as habilidades necessárias para atuar na área [3]. interatividade provoca dificuldade para a operação de aplicativos
de forma adequada. [8] adverte que usuários desistem de utilizar
O avanço da organização televisiva é profundo e silencioso. De tocadores de CDs e DVDs, computadores ou qualquer outro
acordo com [7], o STVD tem possibilidade de chegar objeto quando se apresentam dificuldades de manuseio.
gratuitamente a 90% das residências brasileiras, difundindo
conteúdo para um universo de mais de 65 milhões de aparelhos, Aprofundar a reflexão sobre as condições de manuseio do
dos quais 50 milhões estão em lares com renda familiar abaixo de instrumento de interatividade constitui um desafio aos
dez salários mínimos. Os 15 milhões de aparelhos restantes pesquisadores que trabalham com o processo de inclusão social
caracterizam um universo de renda superior onde existe quase um através das TIC. Este trabalho busca contribuir analisando a
aparelho por pessoa, contabilizando menos de 10% dos potenciais usabilidade aplicada à interatividade do Sistema Brasileiro de
telespectadores da TV aberta. A audiência entre os ricos é menor, Televisão Digital.
já que concorre com outros meios de entretenimento como a
internet e a TV por assinatura.
2. CICLO DE VIDA DE UMA
A gratuidade da TV aberta em um aparelho multimeios interativo TECNOLOGIA EM RELAÇÃO AO TEMPO
– com canal de retorno – abre novos caminhos para um negócio
que tem potencial, em curto espaço de tempo, para movimentar
E CONSUMIDORES
centenas de bilhões de reais através de patrocínios, garantindo a A tecnologia vem para potencializar as habilidades pessoais,
sustentabilidade das organizações que atuam no setor. acelerar processos e a realização de tarefas. A televisão digital,
Paralelamente ao segmento comercial, o STVDI alarga os como qualquer outra tecnologia, possui um ciclo de vida
horizontes educativos do meio televisivo, aspecto que pode ser conforme descritos na figura 2.
explorado com sucesso desde que obedeça a uma análise
criteriosa de segmentação de mercado por faixa de renda do
interagente.
O desenvolvimento do setor de telecomunicações nos países
latinos, portanto, é bastante promissor. De acordo com [7], Brasil
e México congregam mais da metade dos usuários de internet da
América Latina, mas – dada uma menor desigualdade social – as
taxas de penetração de usuário são mais altas no Chile (42%) e na
Argentina (34%). A utilização da banda larga tem crescido a uma
taxa de 50% ao ano na região, embora só represente 4.9% da fatia
global dos acessos, decaindo quando atrelada ao PIB per capita da
região para uma correlação como outras nações. Quase a
totalidade dos usuários de banda larga no Brasil se encontra nos Figura 2. Ciclo de vida da tecnologia 2
centros urbanos e financeiros, enquanto 72% da população não
A maturação de uma tecnologia passa por alterações segundo o
têm nenhum acesso a redes interativas de informação e
perfil de usuário, o que, por sua vez, coloca o produto diante de
comunicação.
um ciclo de constante modificação: no inicio do processo,
Dados da UNESCO [14] de 2008 revelam que a penetração das entusiastas e visionários guiam as expectativas a respeito de
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), no Brasil, é desempenho e tecnologia dessa novidade; em uma segunda etapa,
baixa, já que em torno de 54% da população nunca usou um os novos pragmáticos discutem com conservadores e céticos que
computador, 67% nunca navegou na internet e grande parte não querem cada vez mais soluções, convergências e rentabilidade,
sabe manusear um telefone celular. Isso propõe um novo campo conforme Figuras 2 e 3.
de reflexão sobre o conhecimento necessário para que o STVDI
possa ter abrangência real e eficácia – visto que pretende atingir
todos os brasileiros, até 2016 – como meio para a disponibilização
da convergência tecnológica de multi-meios: computador, celular
e televisão.
Vencer o desafio brasileiro que está esboçado na música de
Gilberto Gil: Queremos saber, o que vão fazer com as novas
invenções (...) e suas implicações na emancipação do homem, das
grandes populações, homens pobres das cidades, das estepes, dos
sertões (...), ou seja, preparar o cidadão brasileiro, que ainda não
tem a habilidade natural de uso intuitivo do computador, da TVDI
e de outros meios que envolvam as Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC), para incorporar a seu favor as novas
tecnologias encontrando fontes de consolidação da cidadania, 3
Figura 3. Curva de Interesse por produtos
constitui-se como tarefa imprescindível.

2
Fonte: Pedro Campos Apud Norman, 2010 [3]

269
Algumas perguntas, portanto, podem ser colocadas: a televisão

Conhecimento da tarefa
digital deve ser tratada como uma derivação dentro do campo de

a
m
estudo da interação humano-computador (IHC)? Analogamente,

te
sis
as pessoas que usam ou assistem à televisão devem ser tratadas:

do
e
como usuários, como telespectadores, ou como interagentes? A

nt
rie
pe
televisão digital interativa configura-se como um novo processo

ex
rio
sem antecedentes?


Us
Máxima experiência computacional São muitos os questionamentos sobre essa interação que surgem
Mínima experiência computacional junto com a digitalização do sinal, mas sabe-se que o estudo do
a
Desconhecimento da tarefa

relacionamento entre o homem e a televisão digital deve passar


m
te
sis

por três sujeitos envolvidos nessa relação. O homem, como


do
o

telespectador de um programa interativo, interagindo ou sendo


vat
no

convidado a interagir com a televisão por meio de controle


rio

remoto, teclado ou dispositivo móvel; a interface que deve ter a


Us

função de convidar o usuário a ser interagente e, portanto, a atuar;


e a emissora, responsável pela engenharia da interatividade.
O telespectador deve ser abordado conforme seu perfil digital e
Figura 4. Curva de aprendizagem dos usuários no sistema 4
conseqüentemente de acordo com o seu nível sociocultural. Cada
faixa etária apresenta diferentes aspirações e diferentes
Em uma associação simbólica entre as figuras (2,3 e 4), constata- abordagens sobre o que usa e qual conteúdo deve ser abordado na
se que em um primeiro momento os interessados com grande interatividade coletiva e na interatividade particular por meio de
conhecimento sobre a área apresentam as novidades da tecnologia portáteis.
a pessoas que acompanham a evolução como expectadores leigos A Interface tem a função de convidar os interagentes e os
porém empolgados com as possibilidades e oportunidades. Em um telespectadores passivos para atuar junto ao aplicativo de forma
segundo momento, depois do chamado abismo [3], dividem-se personalizada por meio dos princípios de usabilidade e apresentar
dois grupos: os adeptos da inovação, procurando se especializar formas criativas que convidem à participação. A emissora e
na área específica da inovação, adquirindo e produzindo produtora precisam preparar o suporte necessário para
conhecimento, por um lado; e os conservadores e influentes no disponibilizar o acesso pleno as funções da interatividade.
mercado, avaliando os riscos da mudança pretendida.
Ao pensarmos o projeto de um produto que alcance alto grau de
Os sistemas e tecnologias em todos os tempos se voltam ao utilização, nós estaremos dentro do campo da engenharia da
atendimento das necessidades dos usuários no universo usabilidade. Ela atua em consonância com o modelo de
antropocêntrico. Durante o processo de maturação de uma nova comunicação escolhido e com o algoritmo aplicado, ligando-se
tecnologia, há sempre necessidade de pensar em quem está ou diretamente ao processo de produção que deve satisfazer o nível
estará fazendo seu uso, projetando um caminho entre a prática de expectativa e de conhecimento do usuário/consumidor de
anterior e os impactos e mudanças de comportamento resultantes forma a proporcionar um ambiente de interface de uso
das novas aprendizagens produzidas. confortável, eficiente e eficaz.
Quando se trata de pensar a convivência do usuário com a Em seu laboratório de produção na Universidade de Michigan, [5]
Interatividade do STVD, faz-se necessário analisar sua interface explica que o modelo mais funcional de usabilidade na
através do controle remoto, que deve oferecer opções de prototipagem de interface é o Model-Based Evalution, que
abordagem simples, fácil e com alta taxa de auto-aprendizagem. consiste em identificar problemas de aprendizado ou de
Essas condições são fundamentais para manter a satisfação do desempenho, fazendo a comparação entre o desempenho do
usuário, mesmo quando eles têm deficiência de formação. produto e a sua especificação.
A engenharia da usabilidade precisa estar intrinsecamente
3. INTERAÇÃO HOMEM-TELEVISÃO estruturada no processo de planejamento de uma interface para a
DIGITAL E USABILIDADE televisão digital, seguindo algumas diretrizes e metodologia de
A interação na televisão digital vive uma dicotomia conceitual testes. Qualquer falha nessa etapa do processo poderá gerar um
provocada por olhares conflitantes produzidos por agentes custo adicional posterior ao lançamento do produto para
profissionais de diferentes formações. Por um lado, ela é tratada estabelecer o recall.
como um prolongamento das pesquisas da ciência da computação
A Tabela 1 apresenta alguns conceitos relativos à usabilidade.
no segmento web, por outro, há uma tendência a tratá-la como um
campo novo na busca de paradigmas ainda não explorados em
conhecimentos precedentes.

3
Fonte: Pedro Campos Apud Norman, 2010 [3]
4
Fonte: Labituil – UFSC apud Nielsen [10]

270
Autor Ano Conceito

POKORNY 1986 A usabilidade refere-se à


[11] capacidade de um produto de ser
compreendido, aprendido,
utilizado e ser atrativo para o
utilizador, em condições
específicas de utilização.
ISO/IEC 9126 1991 A engenharia de software define
apud usabilidade como uma etapa na
WAISMAN qual se prepara o produto para
(2006) atingir usos específicos com
[15] efetividade, eficiência e satisfação
em um determinado contexto de
uso.
Nielsen 1993 Indica que usabilidade e utilidade
[9] se trabalham concomitantemente
para compor a noção de qualidade
em uso. Portanto, usabilidade é
uma medida da qualidade da
experiência do usuário ao
interagir com alguma coisa, que
pode ser um site na internet, um
aplicativo de software tradicional,
ou qualquer outro dispositivo que
o usuário possa operar e usar de
alguma forma.
Scapin apud 1993 Considera que a usabilidade está Figura 5. Modelo de Processo de Engenharia 5
WAISMAN diretamente ligada ao diálogo na Diversos são os conceitos para usabilidade. Como este ambiente é
(2006) interface e é a capacidade do caracterizado pela convergência de multi-meios, assume-se a
[15] software em permitir que o posição conceitual de usabilidade vinculada a multi-meios,
usuário alcance suas metas de conforme expresso por [16]
interação com o sistema.
Espera-se uma verdadeira transformação do atual conceito de TV
The Hiser 1997 É a propriedade de habilitar o a partir da convergência intensa com a Internet avançada (fixa e
Group usuário a realizar a tarefa para a móvel) e o desenvolvimento de meios eletrônicos interativos
qual está preparado a realizar, minimamente invasivos (dispositivos portáteis, interfaces
[15] naturais, micro sensores e atuadores) [16]
sem a tecnologia atrapalhando-o.
Quico e 2004 A usabilidade preocupa-se Os conceitos de usabilidade aplicados à televisão analógica
Damásio especialmente com seu utilizador sofreram transformações em decorrências da convergência para os
final, as suas características e as multi-meios.
[12]
suas necessidades. [9] – considerado um dos precursores e expoentes dos estudos
sobre usabilidade mundial – começou seu estudo relativo ao
Thais Waisman 2006 A usabilidade visa à minimização
assunto na década de 90, concluindo que a recomendação
[15] do gap entre a máquina e a
principal para a construção de interfaces é o desenvolvimento
percepção do usuário.
através da utilização de elementos simples, sem rebuscamento,
sem uso de tecnologias avançadas ou formatações e gráficos que
Tabela 1. Conceitos de usabilidade possam dificultar ou enriquecer demais a interface, sobretudo
A figura 5 apresente um fluxograma de engenharia de usabilidade quando ela é direcionada ao público com menor experiência.
baseada em avaliação de benchmark. Talvez o maior problema da Nielsen vê a simplicidade e a objetividade como tarefas centrais a
falha no processo de especificação da interface esteja relacionado serem atingidas pelo designer durante a produção de todo e
com a aceitabilidade do produto o que causa problemas de qualquer elemento do projeto. A economia de informação e de
relacionamento com o usuário. elementos é fundamental para o site ser funcional: se a interface
funciona sem um elemento, elimine-o. Ao acessar o site de
Nielsen www.useit.com pode verifica-se um trabalho de criação
predominantemente baseado na linguagem HTML, que é uma

5
Fonte: David E. Kieras. Universidade de Michigan. [5]

271
linguagem declarativa que possui potencialidades limitadas, não [13] observa que a hospitalidade, seja social, privada, comercial
permitindo comportamentos avançados do ambiente web. Nota-se ou virtual, pode construir um diálogo amigável com a Televisão
também a ausência de imagens. [9] Digital, bem como pode ajudar a trabalhar as regras, as condutas,
Conforme [8], uma possível reflexão sobre as afirmações que as formas de acessibilidade e legibilidade, enfim a idéia de
gravitavam em um ambiente de baixa velocidade de transmissão, onipresença da informação. As principais questões levantadas
leva a considerar que com os desenvolvimentos das tecnologias de sobre a hospitalidade em televisão digital são:
rede, a recomendação em não usar elementos lúdicos perdeu sua • a população está preparada para trabalhar com a televisão
utilidade, permitindo a criação de interfaces mais atrativas tanto digital tratando-se de uma mídia diferente?
pelo conteúdo quanto pela forma. Uma base para essa reflexão é a • a hospitalidade privada e a multiprogramação da TV digital
pesquisa realizada por [15] que aponta para a relevância de design abriram espaços para a família se reunir e assistir televisão
e de interface em projetos competitivos. na sala?
Por mais complexo que seja o produto ou o processo • na hospitalidade social, quais serão os laços de
desenvolvido a usabilidade está vinculada à simplicidade de hospitalidade na portabilidade e na mobilidade?
operação. A Corporação Google responsável pelo site • para a hospitalidade virtual, os desenvolvedores de
www.google.com.br, por meio do evento Google-I/O lançou no softwares para a interatividade na TV digital estão levando
mês maio de 2010, a IPTV Google, que promete revolucionar o em consideração o quesito usabilidade – que é a medida da
futuro da televisão. Rishi Chandra observa que a população eficácia, da eficiência e da satisfação que um usuário tem ao
americana assiste aproximadamente 5 horas por dia à televisão e interagir com um sistema? Ou, sob outra indagação, estão
que o mercado publicitário no país movimenta 70 bilhões de fornecendo acessibilidade e legibilidade, fazendo com que o
dólares em propagandas. usuário compreenda e participe do que foi proposto?
A pretensão da Google – web meets TV, TV meets web – é
acoplar as melhores configurações da web com as melhores
características da televisão, criando uma nova plataforma de
4. RECOMENDAÇÃO DE USABILIDADE
vídeo, ou seja, juntar a facilidade e a usabilidade da televisão PARA A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DA
analógica, com a oferta de conteúdos da web. TELEVISÃO DIGITAL
A Google TV – http://www.google.com/tv/ developer/#designing- Nielsen, precursor da simplicidade, elaborou um conjunto de 10
for-tv – disponibiliza orientações para desenvolvedores de regras que devem serem seguidas quando se está trabalhando com
interface IPTV Google: design e usabilidade, todas com foco exclusivamente no
Entenda que o conteúdo é o fundamental. usuário/aluno.
• Faça os usuários chegar ao conteúdo o mais rápido e fácil Heurística de Nielsen – Proposto em 1994 [8]
possível.
• Não interrompa enquanto os usuários estejam assistindo 1) Visibilidade do status do sistema – Conservar o agente
TV. Invés disso faça com que a experiência de assistir seja sempre informado da área onde está navegando e
boa. consequentemente de onde ele está navegando. Retomar
essa informação periódicamente.
Respeite o contexto da sala de estar.
• Pense sobre o que os usuários vão e não vão querer fazer 2) Correspondência entre o sistema e o mundo real – Deve-se
enquanto estão vendo TV com seus amigos e família. usar de mesma língua e linguagem do usuário. Estimular o
• Lembre-se que a TV é social. uso de palavras, conceitos e dialetos familiares, Evitar o uso
• Considere quantos grupos podem usar seu site ou suas de linguagens robotizadas.
aplicações. 3) Controle e liberdade do usuário - Pode acontecer do usuário
• Ofereça formas de uso individual para usar seu site ou selecionar funções erradas contra a vontade, para tal é
aplicativos em contextos sociais. necessário sempre uma rota de fuga, oferecer uma
Aprenda os prós e contras do áudio e da tela. ferramenta de desfazer
• A tela da TV é maior e as cores aparecem diferentes 4) Uniformidade e padrões – Siga a padronização do produto.
• Textos devem ser lidos à distância. Evite que situações e ações diferentes façam a mesma coisa.
• Som agora é um elemento de interface viável
5) Prevenção de erros - O design planejado, evita que os
Torne tudo fácil. usuários errem. Mensagens de erros distanciam a relação
• Ofereça escolhas simples e faça as ações serem obvias e usuário produto. Faça as coisas obvias
fácil de selecionar.
• Proporcione uma navegação que possa ser fácil para um 6) Reconhecer em vez de lembrar – É mais importante que
controle remoto. reconheça a função ao invés de lembrar que a função existe.
As instruções sobre uso devem estarem visíveis e ser de
O interagente precisa ser tratado cordialmente, tendo respeitadas fácil uso.
suas dificuldades, habilidades e expectativas diante da televisão
digital e sua interatividade. Há que se pensar na hospitalidade, 7) Flexibilidade e eficiência de uso – Algumas ferramentas do
que conforme [5] significa: “o ato de acolher; hospedar; a AVA são usadas com maior freqüência que outras, permita
qualidade do hospitaleiro; boa acolhida; recepção; tratamento que cada usuário personalize seu uso a fim de reduzir o
afável; cortês; amabilidade; gentileza”. tempo de chegada ao objeto de desejo.

272
8) Design e estética minimalista – Objetividade nos diálogos, • Flexibilidade – Estimular diferentes graus de
evite informações desnecessárias. As informações flexibilidade na abordagem da informação, oferecendo a
aprofundadas devem estar na documentação. possibilidade de alteração na estrutura de navegação
entre principiantes e experientes.
9) Reconhecer, diagnosticar e recuperar-se de erros – As
mensagens de erros devem ser entendidas por si só,
indicando precisamente qual o problema, indicando uma 5. CONCLUSÃO
sugestão de solução. Hoje, pode-se afirmar com tranqüilidade que as cidades estão se
transformando em Cidades Digitais. Ao lado dos direitos
10) Ajuda e documentação – O ideal é que o sistema seja usado tradicionais: Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e
sem a necessidade de consultas, porém, caso necessário Humano, Cultura, Esporte e Lazer , surgem novos direitos como a
deve-se propiciar uma pesquisa eficiente e fácil que inclusão digital que pode ser proporcionada por um middleware
demonstre as etapas concretas para solução. aberto em Sistema de TV Digital – por exemplo, o Ginga no
Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) – o qual conecta
conteúdos e cidadão.
Como forma de complemento da analise feita por Nielsen, e
aplicando a um AVA (Ambiente virtual de aprendizagem) sugere- Expandem-se os horizontes na direção de permitir que as TIC
se a: revolucionem até mesmo a forma de garantir os direitos sociais
tradicionais através de um sistema integrado de gestão –
• Heurística Educacional – Proposta por Thais Waisman Enterprise Resource Planning (ERP) – de políticas públicas.
em 2006. [15] Delineia-se um papel forte para o setor público: reintegrar o
• Descoberta – Oferecer a possibilidade de procurar, olhar cidadão excluído da sociedade de consumo, através das TICs.
e encontrar informações. Estimular a curiosidade, ação e Constrói-se o ambiente para o governo eletrônico que se utiliza da
reação do individuo. O que tornará o aprendizado mais TV Digital Interativa [2]
interessante. No entanto, considera-se que o sucesso da TV analógica, que hoje
• Envolvimento – Garantir que fique entendido o por que se mostra como um instrumento popular com alta capilaridade e
aquele conceito deve ser aprendido, quais contextos aceitação, está intimamente ligado aos atributos de facilidade de
fazem parte. uso, já que o seu funcionamento básico depende de que o
telespectador apenas conheça três funções básicas: ligar, alterar
• Clareza conceitual – Reforçar por diferentes efeitos, volume e mudar canal.
técnicas e linguagens o que se quer transmitir,
agrupando informações em torno de um mesmo Diante dessa simplicidade, a televisão digital tem dificuldade em
conceito-chave. romper com o costume de 50 anos de uso e parte de sua
preocupação está relacionada com os impactos sociais e
• Positividade - Utilizar o canal de retorno como reforço comportamentais dessa atualização para um sistema digital de alta
positivo do conceito explorado, explicando o resultado tecnologia e com inúmeras inovações, com destaque para a
de forma amigável. interatividade.
• Reflexibilidade – Estimular reflexão e a busca dos Considerando que a digitalização do sinal avança no sentido de
conhecimentos. Gerar argumentações razoáveis sobre o transformar o SBTVDI em um instrumento fundamental de
conceito apresentado. Motivando o usuário a utilizar democratização da informação, faz-se necessário recriar de forma
conhecimentos previamente adquiridos e aplicá-los no simples as relações entre o interagente, a interface e a emissora.
contexto para resolver problemas. Se esta relação for complicada, certamente estarão afastando
possíveis usuários do sistema, uma vez que a efetividade da
• Contextuabilidade – Instigue a aplicação dos conceitos.
interatividade está condicionada à aceitação social, à aceitação
Mostre em que contextos aquela informação pode ser
comportamental e, conseqüentemente, aos atributos relativos aos
aplicada na cultura local, baseando no repertório
três actantes.
coletivo.
Muitos apostam em uma nova forma de criação de um AVA
• Transferabilidade - Facilite a transferência de
relacionado à interatividade na televisão digital, no entanto, esse
conteúdos, utilizando quadros conceituais resumidos.
mercado impulsiona e é impulsionado pela usabilidade da mídia
• Modificabilidade – Trabalhe a habilidade de modificar interativa, condição primordial para sua materialidade.
conceitos do repertorio individual a partir de
Assim, os esforços de engenharia de usabilidade e os estudos da
informações obtidas e apresentando analogias. Estimule
interação homem-televisão digital estão direcionados ao
o uso dos conhecimentos básicos organizados para que
estabelecimento de um relacionamento, seja pela interface ou pelo
possa contribuir para os novos conceitos adquiridos.
conteúdo educacional apresentado simples e amigável levando em
• Temporalidade – Cada individuo tem um tempo de conta as indicações de hospitalidade.
aprendizado, e deve ser respeitado. Ofertar menos
A facilidade de usabilidade, aliada aos investimentos na
conceitos em uma lição pode colaborar com o processo
democratização da banda larga, à prospecção e segmentação do
de aceleração do conhecimento.
mercado consumidor, aos avanços tecnológicos digitais que
permitem qualidade superior aos sinais da televisão e à

273
convergência tecnológica, romperá, certamente com o paradigma [7] FERNEDA, E.; FONTE-BOA, F.; ALONSO, L. B. N. A TV
popular de aluno/usuário passivo, transformando-o em DIGITAL INTERATIVA: uma oportunidade para a
interagente. Assim, os milhões de usuários da televisão analógica socialização do conhecimento. Informação & Sociedade,
migrarão para a TVDI (televisão digital interativa) João Pessoa, v.19, n.3, p. 25-38, set./dez. 2009.
democratizando o consumo das TIC e contribuindo para a [8] KRUG Steve. Não me Faça Pensar. São Paulo : Alta Books,
promoção da cidadania, ou seja, franqueando o Direito à Cidade 2006.
para todos.
[9] NIELSEN, J. Usability Engineering. San Francisco:
Academic Press, 1994.
REFERENCIAS
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122 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) - Usabilidade. Disponível em:
Curso de Pós-Graduação em Informática, Universidade <http://www.labiutil.inf.ufsc.br/hiperdocumento/Engenharia
Católica de Pelotas, 2009. _de_Usabilidade_Nielsen.doc>, Original de 1993. Acesso
em: 20 Junho de 2010.
[2] BIZELLI, J. L. Estado, democracia e gestão da inovação. In:
BIZELLI, J. L. (Org.) e FERREIRA, D. A. O. (Org.). [11] POKORNY, J. e SMITH, V. Handbook of perception and
Governança Pública e Novos Arranjos de Gestão. Piracicaba: human s 1–51. Wiley-Interscience. 1986 performance, v. 1,
Jacintha, 2009 chapter Colorimetry and color discrimination, page.

[3] CAMPOS, P. Interacção Homem-Máquina. A Engenharia de [12] QUICO C.; DAMÁSIO M. J. Televisão Digital e Interactiva:
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<http://dme.uma.pt/edu/ihm/slides/IHM4%20- usabilidade. Oficina IHC. Brasil. 2004.
%20A%20Engenharia%20da%20sabilidade.pdf>. Acesso [13] SOUZA, M. M. M. Thalita. Televisão digital e hospitalidade:
em: 20 Junho de 2010. reflexões iniciais. Intercom. Brasil. 2009. Disponível em:
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Televisores Digitais, PDAs, Telefones Móveis, PCs e Redes /R4-2431-1.pdf> Acesso em 05/07/2010.
Domésticas. Congresso de Tecnologia e Televisão, 2002, São [14] UNESCO, Tecnologia, Informação e Inclusão. Disponível
Paulo. Anais, São Paulo: set., 2002. em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001585/158502
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<http://www.cs.cmu.edu/~bej/CogeModelingForUIDesign/1 ambiente de TV digital. Tese de doutorado. São Paulo: ECA-
b_Model_ Based_Eval.pdf> Acesso em: 18 de Junho de USP, 2006.
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Ritz: um enfoque especial sobre a qualidade. In: DIAS, C. Engenharia de Sistemas Eletrônicos, POLI-USP, São Paulo.
M. M. (Org.). Hospitalidade: reflexões e perspectivas. São
Paulo: Manole, 2002. p. 97-129.

274
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

Reflexões sobre gerenciamento de um ambiente virtual de


ensino aprendizagem

Roziane Keila Grando, Claudine Schons, Alice Theresinha Cybis Pereira


Universidade Federal de Santa Catarina
UFSC – SC – Brasil
kekegrando@yahoo.com.br, schons.schons@gmail.com, pereira@cce.ufsc.br

RESUMO Como exemplo, pode-se citar a conversação presencial, telefônica,


O artigo indica uma reflexão acerca do processo de videoconferência, etc. Já a comunicação assíncrona é aquela em
gerenciamento em uma ferramenta assíncrona. Busca-se com isto, que a relação não se produz em tempo real, a emissão da
enfatizar a interação como componente inerente na absorção do mensagem, a recepção e a possível nova resposta não é produzida
conteúdo, de maneira a expor estas relações, pretende-se analisar simultaneamente, sendo diferida no tempo, durante minutos, horas
o uso do fórum em ambiente virtual de ensino aprendizagem ou dias. Como exemplo, pode-se citar o fórum de discussão,
(AVEA) e avaliar a ergonomia de interface como facilitador do correio eletrônico (e-mail), etc. Segundo Aretio [2], “o
aprendizado. Busca analisar o discurso de um material (e-mail) aprendizado assíncrono refere-se usualmente àquelas formas de
que fala do uso do fórum de um curso de Letras Inglês a Educação a Distância em que a comunicação se dá por meio de
Distância. Esta pesquisa está ancorada metodologicamente na tecnologias da internet que apóiam comunicações assíncronas
categoria exploratória e de natureza qualitativa, sendo baseada por como e-mail, websites e quadros de aviso online”. Desta forma, o
meio de pesquisa bibliográfica sobre Educação e da Análise do acesso aos dados e informações fica mais facilitado.
Discurso. Conclui-se que o cuidado com a organização dos Este artigo busca questionar o gerenciamento de uma ferramenta
Ambientes de ensino por via da comunicação em cursos de ensino assíncrona, neste caso o Fórum, no Ambiente Virtual de Ensino
superior a distância, não pode ser compreendida como um simples Aprendizagem (AVEA). Diante disso, no caso da pesquisa ora
repasse de conteúdos por meio da mídia, o cuidado com as desenvolvida, volta-se o olhar para os movimentos de repetição e
ferramentas é necessário porque o processo de ensino deslocamentos de sentidos utilizando-se de um texto (e-mail). A
aprendizagem acontece de modo construtivo. amostra trata de um aluno/usuário que fala do uso do fórum no
moodle, o ponto que interessa é utilizar deste discurso como
Palavras-chave materialização dos sentidos, sobre como é aprender no ambiente a
Ambiente virtual de ensino aprendizagem; Ferramenta assíncrona, distância. Dessa forma, utiliza-se da Análise do Discurso de linha
Discurso. francesa, como aparato teórico e metodológico [16] que procura
compreender a linguagem e seu sentido, partindo do trabalho
social geral, constitutivo do homem e da história [16].
1. INTRODUÇÃO
O incremento das tecnologias de informação e comunicação Neste sentido, procura-se aplicar a análise de discurso sobre o
doravante TIC, teve um marco significativo na sociedade, questionamento de um aluno/usuário no fórum de discussão da
rompendo barreiras de tempo e espaço trouxe a solução para primeira disciplina de um Curso de Licenciatura em Letras-Inglês
problemas de distância física, uma vez que, em termos de na modalidade a distância, proposto pela Universidade Y, que tem
Educação a Distância, possibilitou um ensino por via de como objetivo a formação de professores do curso de Inglês. O
comunicação assíncrona ou síncrona. No que tange a Curso é semi presencial, portanto tem significativa carga horária a
comunicação síncrona, pode-se dizer que os participantes estão distância, utilizando o Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem
conectados por proximidade ou por tecnologia, tendo como (AVEA) – no caso o moodle e o estudo individual como recursos
característica principal à interação em tempo real e a do processo de ensino-aprendizagem, além de contar com
simultaneidade, enquanto que na comunicação assíncrona, a encontros presenciais nos Pólos de Apoio Presencial de cada
conexão entre os participantes é indireta e as comunicações são cidade que totalizam até 30% da carga horária total do curso. O
recebidas algum tempo depois de enviadas, ou seja, há interação, sistema de acompanhamento ao estudante a distância é composto
mas com atraso. [2] conceitua a comunicação síncrona como de tutoria local e a distância, sendo que para analisar o discurso, o
“aquela em tempo real, simultânea e imediata na produção da que interessa é a tutoria a distância que gerencia o AVEA
mensagem”. juntamente com o professor responsável da disciplina. Além
disso, o curso tem duração de 8 semestres a serem cumpridos em
Grando, Roziane., Schons, Claudine., Cybis, Alice. (2010). Reflexões sobre
Gerenciamento de um Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 275-281,
Santiago de Chile.

275
4 anos. A disciplina X em questão foi iniciada no segundo vasto do que aquele que o cerca. Significa superar as barreiras do
semestre de 2009. No o Ambiente Virtual de Ensino tempo e do espaço. Diferentemente deste foco, do aluno, a
Aprendizagem (AVEA) da disciplina X, pode-se acompanhar a pesquisa busca evidenciar o professor, que atua enquanto figura
agenda de eventos e notícias da disciplina e do curso, trocar mediadora do conhecimento, neste caso, é quem gerencia a
informações e mensagens com o professor, tutor e alunos, realizar ferramenta (fórum). E o bom gerenciamento é algo fundamental
e encaminhar as atividades no fórum a serem realizadas para o para o sucesso da compreensão dos aprendizes.
desenvolvimento da disciplina, além disso, ter acesso a textos e
informações complementares. Sobre o perfil dos alunos, pode-se 3. O MOODLE ENQUANTO AVEA
dizer que é composto de adultos, sendo a maioria do sexo O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning
feminino, com uma ou mais formação acadêmica. Alguns já Environment) foi desenvolvido pelo australiano Martin
possuem conhecimento da língua estrangeira e a maioria possui Dougiamas em 1999 como software livre. Trata-se de um Sistema
domínio da tecnologia. de Gerenciamento de Cursos (SGC) que funciona como
Pelo fato do artigo partir da análise do discurso de um estudante instrumento para educadores, no ensino de qualidade via internet.
sobre um curso de uma Universidade, o potencial de Para que o ensino aconteça efetivamente são necessárias as
generalização é limitado. A fim de preservar a identidade da ferramentas de comunicação, disponibilizadas no AVEA, que
disciplina e da Universidade escolhida, esta foi denominada ao podem ser dividas em “assíncronas: fórum, mensagens,
longo do trabalho de "Disciplina X" e de “Universidade Y”. calendário, tarefas, wiki, entre outros; ou síncronas: sala de bate-
Assim como, não foi disponibilizado o nome verdadeiro do(a) papo, ferramentas que permitem a troca de mensagens
tutor(a) e do(a) aluno(a). instantaneamente e webconferências” [8].
A partir do e-mail analisado, pode-se entender que a educação por Os Ambientes Virtuais de Aprendizagens como o Moodle, podem
via da comunicação em cursos de ensino superior a distância, não ser base concreta para o ensino a distância online. De acordo com
pode ser compreendida somente como repasse de conteúdos por [26]:
meio da mídia, o cuidado com as ferramentas é necessário porque Por Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), ou Virtual
o processo de ensino aprendizagem acontece via debate, Learning Environment (VLE), entende-se um conjunto de
discussão, enfim, através do diálogo e de forma construtiva, caso ferramentas para administração de cursos através de uma rede de
esta discussão não seja produtiva, a construção do conhecimento computadores, como a Internet. Nesse ambiente, o professor pode
fica a desejar. disponibilizar conteúdos, interagir com os alunos, ensinando-os a
distância por meio de recursos multimídia ou outros que
viabilizam variadas formas de comunicação.
2. CONCEITO DE EaD
Entende-se por Educação a Distância, uma modalidade de Segundo Pallof e Pratt [17] os ambientes virtuais de
desenvolvimento pessoal e profissional na qual professores e aprendizagem são motivados pelos novos espaços eletrônicos de
estudantes interagem virtualmente ou presencialmente, interação, que podem ser utilizados para facilitar a aprendizagem
principalmente nas suas versões mais modernas, pois a EaD existe e também como suporte para distribuições de materiais e
há muito tempo. Com o surgimento dos computadores pessoais a complementos aos espaços presenciais de aprendizagem.
EaD ganhou um novo incremento, utilizando as Tecnologias de De modo geral, pode-se dizer que estes ambientes procuram
Informação e Comunicação de maneira eficaz, no que se refere ao características que sejam semelhantes em sala de aula, como no
processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, pode-se ensino presencial e fazem uso das ferramentas de comunicação
considerar que a EaD possui princípios básicos de interação, principalmente para promover a interatividade.
cooperação e autonomia, favorecendo o desenvolvimento social,
emocional e cognitivo do indivíduo. 4. COMUNICAÇÃO ASSÍNCRONA –
Segundo [15] FERRAMENTA FÓRUM
Educação a distância pode ser definida como a família de A crescente introdução do uso das tecnologias de informação e
métodos instrucionais nos quais os comportamentos de ensino comunicação na educação a distância permite o uso cada vez
são executados em separado dos comportamentos de maior das ferramentas comunicativas e eletrônicas como serviço
aprendizagem, incluindo aqueles que numa situação presencial
(contígua) seriam desempenhados na presença do aprendente de
de apoio ao processo de interação no ensino-aprendizagem de
modo que a comunicação entre professor e aprendente deve ser ambientes virtuais de aprendizagem.
facilitada por dispositivos impressos, eletrônicos, mecânicos e Inúmeras são as ferramentas de comunicação oferecidas através da
outros. Moore apud Belloni [4] Internet e que podem ser integradas ao processo de ensino-
aprendizagem no AVEA. Correio eletrônico, Listas de discussão,
A grande vantagem da Educação a Distância é que o aluno
Fóruns, Chats, Blogs são alguns deles.
escolhe a hora e o momento em que pretende estudar, combinando
recursos da modalidade presencial e a distância. A EaD permite Neste sentido em 2002 Martins [13] afirma que:
uma comunicação bidirecional entre os sujeitos envolvidos, As redes eletrônicas estão estabelecendo novas formas de
mesmo que eles estejam distantes no espaço físico ou no tempo. É comunicação e de interação, em que a troca de idéias entre
uma modalidade de ensino flexível e centrada no aluno. O sucesso grupos é essencialmente interativa e não leva em consideração as
nos estudos depende da dedicação e de um planejamento rigoroso distâncias físicas e temporais. Uma das grandes vantagens é que
por parte do educando. trabalham com um grande volume de armazenamento de dados,
facilitando, assim, o acesso à informação, que será utilizada no
Nesse tipo de aprendizagem o aluno precisa estar atento a todas as processo de ensino–aprendizagem, que resultará na construção do
estratégias de ensino utilizadas pela equipe docente e pela conhecimento. Com uma abundância de novos espaços
instituição na qual ele está inserido, e ser participativo em todo o eletrônicos de interação e a explosão da educação à distância, há
processo. Estudar a distância significa aproximar-se das pessoas, a tendência de que esses espaços eletrônicos sejam cada vez mais
mesmo que virtualmente, ter acesso a novos conhecimentos, utilizados para facilitar a aprendizagem, tanto como suporte para
desenvolver atitudes positivas em relação aos desafios do mundo distribuição de materiais didáticos quanto como complementos
276 aos espaços presenciais de aprendizagem. [13]
atual e estabelecer relações interativas com o universo muito mais
Assim, o emprego adequado das ferramentas de comunicação • Aluno-professor: o maior valor deste contato consiste na
aumenta a interatividade entre educadores e educandos, e suas oportunidade de o aluno ser avaliado e ter retorno sobre
habilidades e competências técnicas criam formas mais dinâmicas a realidade de seu processo educacional.
de prática de leitura e escrita, como também, proporciona a • Aluno-aluno: trata-se do relacionamento entre alunos,
aquisição de competências e trocas de experiências na construção com ou sem a presença do instrutor. Este tipo de
colaborativa do conhecimento. interação é apontado como um dos mais ricos no
O que se apresenta a seguir é uma análise conceitual do fórum de processo de construção do conhecimento.
discussão a partir de seu potencial interativo. Nos três tipos de interação entende-se a importância dada à
mesma no que tange o conteúdo, aluno e professor, como
Fórum condição de aprendizagem na EAD. E ressalta-se que a adequação
O Fórum é uma ferramenta que possibilita a discussão coletiva e da interação aluno-conteúdo, até mesmo no uso da comunicação
assíncrona. Para isso, as mensagens enviadas pelos participantes assíncrona, passou a ter um formato dialogado, pois isto é
são armazenadas em um computador conectado a uma rede de essencial para manter o interesse do aluno [26].
computadores e acessadas no momento que alguém deseja lê-las Outro fator que afeta a interação que se pode ter ao utilizar uma
[2]. ferramenta assíncrona é o que se refere a ergonomia de interface.
Proposto por Moore & Kearsley em 2007 [14] o fórum de Neste sentido, a interface é o meio onde acontece a relação de
discussão tem como configuração: comunicação entre um usuário (homem) e um computador.
Segundo Maddix apud [9] a interface é a parte do sistema com o
1) Uma mensagem inicial: Os profissionais que criam o curso qual o usuário entra em contato por meio do plano físico,
preparam uma pergunta que exige uma resposta, o instrutor dá perceptivo e cognitivo.
uma explicação ou reflete sobre algum item do conteúdo ou os
alunos entregam uma tarefa. A noção de interface pode estender-se ainda para além do
domínio dos artefatos. Esta é, por sinal, sua vocação, já que
2) Resposta a mensagem: Espera-se que o instrutor ou os alunos interface é uma superfície de contato, de tradução, de articulação
respondam a uma pessoa por meio de uma elaboração ou idéia entre dois espaços, duas espécies, duas ordens de realidade
alternativa ou uma pergunta. Para assegurar que cada aluno receba diferentes: de um código para outro, do analógico para o digital,
pelo menos uma resposta, o instrutor pode solicitá-la para uma do mecânico para o humano... Tudo aquilo que é tradução,
mensagem que não tenha recebido uma resposta. transformação, passagem, é da ordem da interface Lévy apud [3].

3) Mensagem de acompanhamento: O instrutor ou os alunos A ergonomia e a usabilidade, neste sentido, são fundamentais na
responde as colocações anteriores com uma explicação de como a construção de qualquer interface, pois de acordo com [10] em
segunda mensagem foi útil para aumentar a compreensão do 1990, a ergonomia estuda a adaptação do trabalho ao homem.
tópico e, se possível, acrescentar um comentário independente Essa definição pode compreender desde a adaptação de máquinas
adicional. e equipamento a adequação do ambiente de trabalho. A
4) Resumo da mensagem: O instrutor resume as mensagens de ergonomia que se pretende tratar no presente artigo se refere
todos os membros do grupo para incluir aspectos importantes, àquela que busca a interação do homem com o computador
similaridades e diferenças na compreensão do grupo. (humam-computer) e mais especificamente, a interação entre
homem e interface gráfica (human-computer interface).
Neste sentido, pode-se dizer que o Fórum orienta um tema e as
questões que devem gerar o debate a distância, portanto, é mais Para Hiratsuka [9] em 1996 as contribuições da ergonomia a
diretivo e dirigido para uma temática. construção de uma interface adaptada ao usuário são definidas na
Compete aos formadores participar no Fórum apresentando textos figura abaixo:
ou comentários que suscitem a discussão e moderando as reações
enviadas. Já para os usuários compete participar no fórum
apresentando relatos e reagindo às diferentes participações [24],
pode-se dizer que em um AVEA os fóruns são utilizados na forma
de questionamentos, principalmente, para a produção de
atividades individuais ou em grupo, servindo também para
avaliação do processo de ensino-aprendizagem. Como ferramenta
interativa é excelente na construção colaborativa do
conhecimento.

5. ERGONOMIA DE INTERFACE E A
INTERATIVIDADE
Entende-se a interatividade como um meio que caracteriza a
relação com a internet, que traz mudanças em aspectos
fundamentais em nossa vida “e condição humana e nos processos
de aquisição qualitativa - e não somente quantitativa - do
conhecimento” [1], ou seja, conceito que envolve o usuário e a
tecnologia, principalmente hipertextual.
A interação, todavia, pode ser classificada segundo Moore [15] Figura 1. Contribuições da Ergonomia 1
em 1989 em três tipos:
• Aluno-conteúdo: os alunos refletem sozinhos a respeito
das informações e idéias obtidas através de determinada
mídia de comunicação.
277 1
Fonte HIRATSUKA, [9] em 1996.
[7] apresenta um quadro com as consequências e causas da cores, contrastes e fontes é possível criar áreas de destaque de
interação entre usuário e interface. informação e desenvolver um ambientes que proporcionem uma
visualização agradável e pouco cansativa. Uma cor mal utilizada
pode causar uma fadiga visual no usuário, fazendo com que o
mesmo não consiga ficar muito tempo conectado a interface.
Através da tipologia, a escolha adequada de fontes deve
proporcionar uma maior legibilidade à informação e facilitar o
processo de leitura e compreensão dos textos. [26]

6. PROCEDIMENTOS PARA A ANÁLISE


Figura 2. Causa e consequências da ergonomia 2 DOS SENTIDOS DO AVEA
Com intuito de problematizar as discussões referentes aos
sentidos sobre a ferramenta assíncrona-fórum, mais
Dentre as disciplinas que contribuem com a interação Homem-
especificamente sobre o gerenciamento, fez-se necessário dar
Computador e com a interação do homem com a interface está o
enfoque em um e-mail encaminhado ao tutor(a) do curso de EaD
design como se pode observar através da figura III. O design se
Inglês da Universidade Y, sobre o uso no fórum. Para isso,
apresenta com a função de ordenar os elementos visuais na
utiliza-se da análise do discurso, como suporte para a leitura dos
interface através da apresentação da informação e da comunicação
efeitos de sentidos sobre o que é estudar on-line, e os problemas
visual, sendo o responsável pela criação de uma programação
que podem ser encontrados no AVEA, também se ancora nas
visual para a interface gráfica. É importante destacar que o
teorias da Educação a distância que visa a construção do
usuário (homem) terá sua interação realizada com o computador a
conhecimento baseada nas TIC com o foco na importância da
partir da interface gráfica, por essa razão, a programação visual
comunicação dialógica que envolve os papéis, ou partes
tem importância fundamental como um agente facilitador da
envolvidas no processo de ensino aprendizagem on-line.
aprendizagem.
Hiratsuka [9] em 1996 destaca que a percepção visual e psicologia A partir do discurso materializado no e-mail, procura-se entender
cognitiva são estudadas para a apresentação da informação e o processo de constituição de sentidos sobre a ferramenta, neste
fornecem as informações necessárias para a criação de uma caso, o Ambiente Moodle, e sobre os fóruns, ou seja, processo
programação visual adequada às necessidades do usuário e discursivo, de modo a evidenciar a relação do discurso com a
apresenta um quadro com as contribuições do design na ideologia. A ideologia, neste caso, está relacionada tanto às
concepção de uma interface gráfica. posições dos sujeitos histórica e socialmente constituídos na
produção da linguagem quanto à mesma produção dos sentidos
concebidos pela Análise do discurso não como fechados em si
mesmos. Os sentidos se constituem como uma relação
determinada do sujeito afetado pela língua – com a história [16].
Diante da análise do material (e-mail) que fala do uso do fórum de
um Curso de Letras Inglês a Distância algumas perguntas podem
ser formuladas, tais como:
1. Como o fórum deve ser estruturado, a fim de obter os
melhores resultados em termos da compreensão do
conteúdo dos alunos?
Figura 3. Contribuições do Design 3 2. Como podemos elaborar o fórum para obter a
participação otimizada de cada aluno na interação com
o professor e com os demais alunos?
Um ponto de grande importância ressaltado no quadro de
Hiratsuka é o papel do design dentro da apresentação da
informação, e não apenas na concepção da Comunicação Visual. 6.1 OBSERVAÇÃO DO DISCURSO SOBRE
O design de informação tem grande importância dentro da O MOODLE: DIFICULDADES E
construção de uma interface gráfica, pois este vai atuar nas áreas GERENCIAMENTO
de percepção visual e cognição para codificar as informações,
permitindo assim uma maior aprendizagem e interação. Para análise do discurso (AD), o discurso é efeito de sentidos
entre interlocutores, neste caso, tem-se um discurso materializado
Nessas duas áreas o design vai possibilitar a criação de meios para no e-mail. E os interlocutores, são sujeitos, sujeitos estes inscritos
reduzir o tempo necessário para a aprendizagem de um sistema. numa dada formação discursiva 4, um sujeito marcado sócio-
Através da criação de ícones, por exemplo, baseado nos conceitos historicamente, em que aquela sofre influências de outros
conhecidos pelo usuário é possível reduzir e facilitar os caminhos discursos e que por fim se inscreve numa formação ideológica.
entre o mesmo e a informação. Por isso se diz que é um sujeito duplamente afetado, como um
Na outra grande área de atuação, o design vai criar o layout da sujeito que não está na origem do dizer, pois é afetado
interface gráfica que vai ser composto através da tipologia, cores e pessoalmente e socialmente.
estilo. Nessa fase, a preocupação maior é a apresentação das
informações e da programação visual para o usuário. Através das 4
Segundo Pêcheux [18] o conceito de formação discursiva
compreende o lugar de construção dos sentidos, determinando o
2 que “pode” e “deve” ser dito, a partir de uma posição numa dada
Figura Adaptada de CYBIS [7] em 2002.
3 conjuntura. Sendo assim, a uma dada formação discursiva sempre
Figura Adaptada HIRATSUKA [9] em 1996
obedece a uma dada formação ideológica.
278
Desta forma, entende-se como sujeito aqui, aquele que participa SDs 2 e 3 o momento em que o sujeito discursivo reclama das
de formação discursiva de Estudante, estudante de EaD. Faz-se alterações frequentes no AVEA, assim como em “baixar o que é
uma reflexão acerca do discurso, que nos traz sentidos sobre como possível”, pois aqui são constituídos sentidos que não estão no
são os AVEAs e o seu uso. No caso do presente artigo, o eixo da formulação, precisa-se partir do eixo da memória do dizer
ambiente virtual de ensino aprendizagem é o moodle. Conforme e recuperar os sentidos ligados a o que é estudar na modalidade
propõe Orlandi [16] em 1999 como método se trabalha com a EaD, pois esta modalidade exige um perfil de aluno especifico,
denominada de-superficialização da superfície textual a partir do envolve o controle volitivo do processo de aprendizagem por
levantamento de questões o como se diz, quem o diz, para quem, parte do aluno [17], cabe ressaltar que o conteúdo deve ser
em que circunstâncias, tendo como referência o texto (material de trabalhado com o uso de hipertexto que permite maior interação e
linguagem). Neste primeiro momento tem-se acesso às formações autonomia.
imaginárias que representam as condições de produção do (SD 2) (...) E internet é assim, não linear; navegamos prá lá e prá
discurso, ou seja, a imagem que se tem sobre o AVEA, a imagem cá. Entro no site do curso, (...) volto ao moodle. Vou de item em
que o próprio sujeito, que toma a posição, de estudante faz de si item, observando as frequentes alterações, com receio de perder
mesmo como produtor da linguagem, como organizador de as datas e não poder me acertar no trabalho (40h/aula que não
discursividades, a imagem que o sujeito-estudante faz do posso largar sem mais nem menos). Grifo nosso.
referente, neste caso o fórum. (SD 3) Interrompemos a navegação por uma nova mensagem,
anotar uma idéia que surge, uma ligação...Tenho a preocupação
de baixar o que é possível, e duas vezes (meu notebook e o pc),
para quando ocorrer novamente de o moodle ficar indisponível.
7. REFLEXÕES SOBRE O AMBIENTE : O
Além de sentidos recuperados sobre o perfil do aluno, também se
ENVOLVIMENTO DO ALUNO percebe sentidos ligados à ferramenta, quando se fala da
A análise do discurso de escola francesa adotada, trouxe preocupação em baixar o que é possível, pois o moodle poderá
contribuições significativas para se pensar em questões ligadas à ficar indisponível, as conexões por meio de mídia educacional
linguagem e à interpretação, partindo de uma mudança de padrão, podem oferecer surpresas devido ao suporte técnico. Palloff e
não privilegiando o que é sistêmico em si, mas a língua afetada Pratt [17], comentam que a atenção é imprescindível aos
pelo que é exterior. Entre o que é exterior e sistêmico estão os participantes, que precisam da oportunidade e espaço de
discursos, objeto de análise da análise do discurso, que são manifestar e discutir os “medos e as inseguranças, assim como as
materializados em textos, nos quais os “enunciados funcionam surpresas e os aspectos positivos em tal ambiente”. Ressalta-se
como possibilidade de acesso a língua na dimensão da que os princípios da autonomia e da organização tão necessários
historicidade” [21]. em EAD são conseguidos pelo planejamento de rotinas de estudo,
De acordo com Pêcheux o sentido de palavras, expressões, criadas e sedimentadas pelo uso e acompanhamento do aluno no
formulações não dependem dos sujeitos e de suas vontades, pois o AVEA, além de dispor de conteúdos, técnicas, hábitos, valores e
dizer é significativo pelo trabalho da língua na história, do que se atitudes necessárias para um estudo bem sucedido em EAD.
conclui que o dizer do sujeito é insuficiente para compreender o
que ele quis dizer quando disse algo em determinado momento ou
7.1 O GERENCIAMENTO DO AMBIENTE
situação, pois o já-dito, que sustenta a possibilidade de todo o COM O USO ADEQUADO DAS
dizer, é fundamental para interpretar/compreender o discurso, é o FERRAMENTAS
que se entende quando o aluno diz que “quando sintetizei
‘acompanhamento do moodle’ na sequência discursiva (SD) 1, Falar sobre escrita, leitura, autoria, na análise do discurso implica
pois o sujeito que fala pressupõe que o leitor saiba que isso em falar sobre as formações imaginárias, as quais estão ligadas às
envolve a EaD. formações ideológicas 5 e que a relação do sujeito se dá pelo viés
da linguagem. Entender as formações imaginárias permite
(SD1) (...) Quando sintetizei “acompanhamento do moodle", entendê-las como mecanismos de funcionamento discursivo, e que
significa ler e baixar planos de ensino, textos como os dos fóruns,
não se referem a sujeitos físicos ou lugares exatamente, são
compilação das dicas sobre trabalhos, calendários das atividades,
etc. Como fico conectado(a) por horas, não detalhei porque a
imagens que resultam das suas projeções:
agenda ficaria enorme. (extraído do e-mail encaminhado ao (SD4) (...) Quando estou logado(a), o calendário da disciplina x,
tutor(a). não mostra nenhuma atividade para 28/08. E há duas coisas
previstas, conforme mensagens que chegaram há pouco. Então já
Interpretação aqui envolve história. A interpretação, nessa
não confio no calendário, o que é uma pena.
perspectiva, não é mero gesto de decodificação, de apreensão do
sentido. A interpretação se faz entre a memória institucional – o Entende-se que a imagem que o autor faz do ambiente de ensino é
que tem a ver com o trabalho social da interpretação em que se de algo sem precisão, efêmero:
distingue quem tem e quem não tem direito a ela, (é um aluno (a) (SD5) Aproveitando, comento a vc o seguinte, para evitar
do curso de educação a distância que presencia diariamente os equívocos. O plano de ensino do prof. poderia estar em PDF,
problemas com o sistema), e os efeitos de memória (o como os outros. Para que nada saia do lugar, quando baixamos.
interdiscurso). O texto no formato on-line possui peculiaridades e
Quando se fala em nível de análise intradiscursivo diz-se respeito características específicas que divergem do texto impresso,
à consideração das sequências lingüístico-discursivas, principalmente no que tange a forma e conteúdo. Salgado [22] em
efetivamente formuladas no fio do dizer, enquanto o nível 2002, aponta que os meios visuais diferem-se no texto on-line.
interdiscursivo remete à dimensão não-linear do dizer, às
memórias implícitas que atravessam verticalmente todo o
5
discurso. De acordo com Brandão [6] em 1991 “cada formação ideológica
constitui um conjunto complexo de atitudes e de representações
Para trabalhar na confluência dos eixos de análise dos quais fala
que não são nem ‘ individuais’ nem ‘universais’, mas se
Pêcheux [19], o intradiscurso (formulação/textualização) e o (ii)
relacionam mais ou menos diretamente a posições de classe em
interdiscurso (constituição dos sentidos), pode-se observar nas 279 conflito umas em relação às outras.”.
Segundo a autora, as imagens e os movimentos no formato on-line modo que os alunos saberão o que é desempenho
favorecem a visualização de processos e sequências, os aspectos aceitável.
afetivos e pessoais, já que no texto impresso a utilização de 2. Controle da extensão das mensagens: Manter
símbolos não verbais é restrito e a imagem exerce um papel cada mensagem relacionada a uma idéia ou a um único
complementar ao texto. Pelo fato de esta modalidade trabalhar tema. Para os alunos de Pós-graduação, o máximo pode
em um meio que é baseado em textos, e não tendo na maioria das ser 200 palavras, porém para alguns cursos isso seria
vezes, estímulos sonoros e visuais, os participantes se concentram excessivo.
no significado da mensagem transmitida, por isso a articulação e o 3. Envio de resumos nas mensagens: Isso ajuda a
manuseio adequado dos textos são imprescindíveis na organização minimizar o risco de fragmentação e um meio para
do ambiente: redirecionar a discussão e mantê-lo dentro do limite.
(SD 6) Olha, sou da área de comunicação e posso afirmar 4. Criar tópico que explique procedimentos para
com certeza, que o portal deveria ter uma edição no o uso pela internet: Veicule avisos para manter os
sentido de despoluí-lo. Como na ciência, a elegância é alunos atualizados.
uma meta a perseguir. Não há ser humano com vida O funcionamento do imaginário remete à realidade, à alusão
normal que consiga ler tudo que está sendo postado. E constitutiva do sujeito de pertencimento a uma formação
depois, ao procurar novamente alguma mensagem que nos discursiva (FD), pois o sujeito discursivo se coloca na formação
interessou, tem que passar um tempão rolando tela, discursiva de estudante de EaD, para dizer que “Ser observador
entrando e saindo... As novas mensagens estão lá em não é atitude preguiçosa ou passiva, Imagine reler tudo aquilo.”
baixo. Se observo algo, é no sentido positivo. Acredito em De acordo com Pêcheux [19] em 1998, o sentido se constitui em
ensino público e EAD. cada (FD) “pelas posições ideológicas que estão em jogo no
processo sócio-histórico no qual as palavras, expressões ou
Sobre a identidade visual, apresentação física e formatação proposições são (re) produzidas.
entende-se a importância da ergonomia homem-computador e
interface para uma boa interação e, conseqüentemente, uma maior Com a participação de um Design instrucional (DI), que planeja e
aprendizagem. Adequar a interface ao usuário através da discute o desenvolvimento dos cursos on-line seria possível
utilização de conceitos familiares ao menos pode reduzir encontrar a solução para estes problemas, pois o DI é quem
caminhos e, neste sentido o design pode contribuir planeja o curso EaD pela web em conjunto com uma equipe
significativamente com as outras disciplinas envolvidas no multidisciplinar, poi como falamos anteriormente, ele vai atuar
processo de interação Homem-Computador. Interfaces gráficas, nas áreas de percepção visual e cognição para codificar as
segundo Bonsiepe [5] em 1997, são construídas com elementos informações, permitindo assim, uma maior aprendizagem e
visuais como ícones e menus, estáticos ou animados. Estes interação.
elementos devem funcionar como um facilitador da comunicação Palloff e Pratt [17] em 2002, citando Conrad e Crowell em 1997,
e da aprendizagem, mas se utilizados de maneira inapropriada apresentam alguns passos para se ter controle da situação, e
podem criar barreiras e dificultar a interação entre o usuário e a ressaltam que é importante a resposta do professor aos problemas
interface. e ela deve consistir em “técnicas de gerenciamento de curso, tais
SD7) No moodle, no mínimo a segregação entre pólos deveria ser como boa organização do site e apresentação do material em
bem efetiva, para que o aluno se localize logo no andamento das etapas acessíveis, juntamente com a sensibilidade aos sinais que
coisas do seu pólo. Quando o aluno quiser "passear" e sentir a os estudantes podem dar de que não estejam acompanhando o que
vida dos demais pólos, ele entraria lá no devido lugar. Há uma se ensina”.
profusão de mensagens absolutamente desnecessárias. O social
deveria ficar lá para os blogs, pelo que pude observar dos 8. CONCLUSÃO
conteúdos. Ou o que se espera dos blogs? Algo mais científico, Este artigo buscou analisar o processo de gerenciamento de uma
profissional? Eu não postei nada porque não sei que tipo de blog ferramenta assíncrona no ambiente virtual de ensino
é esperado. E ao contrário da orientação dada em um item,
aprendizagem como opção midiatizada de educação a distância
acredito que só devemos postar quando a contribuição tiver valor
(o velho Grice). Imagine um fórum com 4 tópicos e 50 alunos que proporciona ações interativas na construção colaborativa do
postando. A "edição" do bom senso é salutar. Ser observador não conhecimento.
é atitude preguiçosa ou passiva. Imagine reler tudo aquilo. Neste sentido, constatou-se que gerenciar a rotina que envolve os
(SD8) (...) Bom, é para contribuir. (...) processos de ensino-aprendizagem no AVEA é tarefa complexa
Aqui o autor fala de si, na posição de quem estudou comunicação que exige uma série de eventos e de princípios como de
e tem direito de falar sobre a edição do “portal”, neste sentido tem autonomia, interação e organização.
a visão de que gerenciar é possível. Palloff e Pratt [17] lembram Através da análise de discurso de uma ferramenta de comunicação
dos papéis da aprendizagem eletrônica, e neste caso, o necessário assíncrona foi possível averiguar os mecanismos de interação,
é um facilitador, que tem as funções de “organizador, de autonomia e organização características no processo de ensino nos
animador, comunicador de informações”, no processo e na AVEAS. Neste sentido, foi alcançado pelo viés da Análise do
organização das tarefas, isso poderia ser resolvido por grupos ou discurso, interpretações acerca de onde ocorrem os problemas do
mesmo pela tutoria e o professor da disciplina que tem acesso Ensino a distância. Sendo assim, a Análise discursiva funcionou
total ao portal. como ferramenta que possibilita a detecção dos erros que
aconteceram no gerenciamento do ambiente na disciplina X. Por
meio do discurso de um sujeito que se coloca no lugar discursivo
A respeito do fórum, Moore & Kearsley [14], Aretio [2] e Laaser de estudante da modalidade para significar o ambiente.
[11] ressaltam alguns critérios para a sua boa condução:
Com esse discurso, foi compreendido que a organização do
1. Controle do número de mensagens: Definir o ambiente virtual (AVEA) é necessária para melhor adesão e
que é um número aceitável de contribuições, não a fim compreensão por parte do alunado. E o papel do Design
de ser limitado e exigir um número arbitrário, mas de tal instrucional é a solução para os problemas levantados pelo
280 discurso do(a) estudante, uma vez que ele vai auxiliar nas áreas de
percepção visual e cognição para codificar as informações, [12] LITWIN, Edith. Das tradições à virtualidade.In: LITWIN,
permitindo assim, melhor aprendizagem e interação Edith (org) Educação a distancia: temas para o debate de
Da mesma forma, buscou-se avaliar a ergonomia de interface uma nova agenda educativa.Porto Alegre: Artmed Editora,
como co-responsável pela interação do homem-computador, assim 2001.
como a programação visual tem importância fundamental como [13] MARTINS, Janae Gonçalves. Aprendizagem baseada em
agente facilitador da aprendizagem. problemas aplicada a ambiente virtual de aprendizagem.
As observações e reflexões realizadas até o momento indicam que 2002. 219 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) –
é necessário lembrar que as tecnologias sofrem um constante Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção,
processo de mudança e são estruturadas cada vez mais eficientes UFSC, Florianópolis, 2002.
nos termos de tempo, custo e esforço. LITWIN [12] em 2001 [14] MOORE, Michael G; KEARSLEY, Greg. Educação a
defende que aprender a trabalhar com estas tecnologias implica, distância: uma visão integrada. Tradução Roberto Galman.
aprender as condições de variação do processo de São Paulo: Thomson Learning, 2007.
aperfeiçoamento da TIC. [15] MOORE, Michael. Three types of interaction. The American
Journal of Distance Education, V.3, N.2, p. 1-16, 1989.
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[1] AMARAL, Sergio F. do. As novas tecnologias e as
procedimentos. 3 ed. Campinas, SP: Pontes, 1999.
mudanças nos padrões de percepção da realidade. In:
FREIRE, Fernanda M.P. A leitura nos oceanos da internet. [17] PALLOFF, Rena M. Construindo comunidades de
São Paulo: Cortez, 2003. aprendizagem no ciberespaço/ Rena M. Palloff e Keith Pratt,
trad. Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2002.
[2] ARETIO, Lorenzo García. La educación a distancia: De la
teoría a la práctica. Barcelona: Editora Ariel S.A, 2002. [18] PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso. Trad. Eni
P. de Orlandi. Em F. Gadet & T. Hak (orgs) Por uma Análise
[3] BATISTA, Cláudia Regina. Desenvolvimento de Interface
Automática do Discurso. Uma Introdução à Obra de Michel
para ambiente hipermídia voltado ao ensino de geometria sob
Pêcheux. Campinas: Editora da UNICAMP, 1969.
a ótica da ergonomia e do design gráfico. Florianópolis,
2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), [19] ___________. Semântica e discurso: Uma crítica do óbvio.
UFSC. Trad. Eni Orlandi. Et al. 3ed. Campinas, SP: Editora da
Unicamp, 1998.
[4] BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. 5 ed.
Campinas, SP: Autores associados, coleção completa. [20] PEREIRA, Alice T. Cybis (Org.). Ambientes Virtuais de
Aprendizagem - Em Diferentes Contextos. Rio de Janeiro:
[5] BONSIEPE, Gui. Design: do material ao digital. Trad.
Editora Ciência Moderna Ltda., 2007.
Cláudio Dutra. – Florianópolis: FIESC/IEL, 1997.
[21] RASIA, Gesualda D. S. Entre a indeterminação e a
[6] BRANDÃO, H. H. N. Introdução à análise do discurso.
determinação: o discursivo na materialidade linguística. In:
Campinas: Editora da Unicamp, 1991.
Práticas discursivas identitárias: sujeito e língua. Porto
[7] CYBIS, Walter de Abreu. Abordagem ergonômica para IHC: Alegre: Nova Prova, 2008.
ergonomia de interfaces humano-computador. Florianópolis:
[22] SALGADO, M.U.C. Materiais e sistemas de comunicação
LabIUtil - Laboratório de Utilizabilidade INE/UFSC.
em EAD. Brasília: Salto para o futuro, 2002.
Disponível em
<http://www.labiutil.inf.usfc.br/apostila.html> Acesso em 15 [23] SCHONS, Claudine. O professor de línguas estrangeiras e as
ago. 2010. ferramentas de comunicação: Estudo de caso do portal
Aprenda Espanhol. 2004. 99 f. Trabalho de conclusão de
[8] HACK, Josias Ricardo. Comunicação dialógica na educação
curso. (Especialização em Tecnologias da Informação e
superior a distância: a importância do papel do tutor. Revista
Comunicação em Educação), PUCRS, 2004.
Signo y Pensamiento. Colômbia, Bogotá: Editorial Pontificia
Universidad Javeriana. n. 56, 2010, p. 114-123. (ISSN 0120- [24] SCHONS, Claudine, Beatriz Vieira, Andréa Karla Pereira,
4823) Louise de Lira Roedel Botelho, Francisco Antonio Pereira
Fialho, Neri dos Santos. A construção colaborativa do
[9] HIRATSUKA, Tei Peixoto. Contribuições da Ergonomia e
conhecimento através do ambiente virtual de aprendizagem.
do Design na concepção de interfaces multimídia.
In: I Congresso Ibero-Americano de Gestão do
Florianópolis, 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Conhecimento e Inteligência Competitiva, 2006, Curitiba.
de Produção), UFSC.
[25] Schons, C. Validação de Critérios para Material Didático
[10] IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo:
Assíncrono em Educação a Distância. Dissertação de
Edgard Blücher Ltda., 1990.
Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento,
[11] LAASER, Wolfram. Manual de criação e elaboração de Florianópolis, UFSC, 2009.
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[26] UCHOA, Joaquim Q; Uchoa, Kátia Cilene A. Tutorial do
Universidade de Brasília, 1997.
moodle. Acesso em 9 de julho de 2008.

281
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

UTILIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM POR PROBLEMAS


NUMA DISCIPLINA ON-LINE DE EDUCAÇÃO PARA A
SAÚDE
Isabel Chagas, Cláudia Faria, Dulce Mourato, Gonçalo Pereira, Afonso Santos
Instituto de Educação, Universidade de Lisboa
Portugal
michagas@ie.ul.pt, cbfaria@fc.ul.pt, dmourato@gmail.com, goncalobarreiro@yahoo.com, afonsosantos2003@gmail.com

RESUMO
Os objectivos deste estudo são: i) descrever a experiência de
1. INTRODUÇÃO
utilização da APP em três anos lectivos consecutivos de A participação variável e desigual em cursos/disciplinas
funcionamento de uma disciplina a distância; ii) analisar o ministrados a distância é um problema recorrente, abordado na
ambiente de aprendizagem gerado por esta metodologia; iii) literatura da especialidade. Se já em 1989 Robin Mason enunciava
discutir os impactes observados ao nível da promoção da a regra dos “terços” na participação em fóruns (1/3 coloca muitos
participação activa por parte dos alunos, com base na análise das posts; 1/3 coloca muito poucos e 1/3 limita-se a espreitar) [1], em
participações registadas. 2009, um seu colaborador apresentou um vasto leque de dados
Participaram 30 alunos e 5 tutores em 3 anos lectivos sucessivos. que confirma a permanência desta situação [2], evidenciando o
Todas as intervenções nos fóruns de discussão foram facto dos alunos a distância apresentarem taxas de participação
quantificadas e o conteúdo dessas intervenções foi analisado. desiguais e significativamente reduzidas. A este respeito [3]
Os resultados evidenciam variabilidade na participação dos sintetizam o princípio, consistentemente evidenciado pela
membros de cada grupo assim como o desenvolvimento de investigação e apoiado teoricamente pela perspectiva
dinâmicas próprias que pouco dependem da actividade do tutor o construtivista, de que tanto nos cursos presenciais como nos
qual, na maioria dos grupos, foi reduzindo a sua actividade ao cursos online é essencial que os estudantes sejam participantes
longo do semestre. Foram detectados dois tipos de intervenções e activos para terem sucesso. Consequentemente, uma questão que
um leque alargado de interacções que sugerem diferentes se tem colocado é de como promover essa participação activa. [3],
influências no funcionamento e organização do grupo. [4] têm referido a importância do estabelecimento de métodos de
A discussão destes resultados sugere orientações não só para monitorização da participação e do seu nível de actividade,
investigações futuras relativamente à utilização da APP em associados a um constante feedback por parte do docente/tutor no
ambientes online mas também de natureza prática no que diz sentido do aluno se aperceber da sua progressão no decorrer do
respeito ao desenho de disciplinas a distância. curso. No entanto, a forma de promover e manter essa
participação, e ao mesmo tempo assegurar a qualidade da mesma,
Categorias e Descritores continua longe de ser resolvida, havendo a necessidade de inovar
K.3. [Computers and education]: computer uses in education, as práticas utilizadas no ensino a distância com o fim de
collaborative learning, distance learning. concretizar uma participação significativa, que seja promotora do
pensamento crítico, autonomia e capacidade de resolução de
problemas.
Termos Gerais
Management, Design, Theory. A Aprendizagem por Problemas (APP) tem sido aplicada em
cursos online como método para promover a participação dos
alunos e o trabalho colaborativo [5], [6]. Segundo estes autores, a
Palavras-Chave presente diversidade de operacionalizações da APP tanto em
Aprendizagem por Problemas, Ensino Superior, Formação de contextos presenciais como online, requer investigação que
Professores. clarifique estratégias de uso e seus efeitos nas aprendizagens dos
alunos. [7] concluem que mais investigação é necessária para
estabelecer estratégias pedagógicas baseadas na APP e adequadas
à promoção do trabalho colaborativo em Educação a Distância
(EaD).
Neste artigo apresenta-se um estudo que faz parte de uma
investigação mais ampla sobre a aplicação da APP em programas
Chagas, Isabel., Faria, Cláudia., Mourato, Dulce., Pereira, Gonçalo., Santos, Afonso. (2010).
Utilização da Aprendizagem por Problemas numa Disciplina On-line de Educação para a
Saúde. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 282-287, Santiago de Chile.

282
online de formação graduada de professores no quadro da discussões; os membros restantes do grupo tutorial participam nas
educação para a saúde. Os seus objectivos são: i) descrever a discussões, colaborando para a resolução do problema em estudo.
experiência de utilização da APP em três anos lectivos
A APP é um método que, desde a sua criação na década de 1960
consecutivos; ii) analisar o ambiente de aprendizagem gerado por
para aplicação em cursos de medicina, tem evoluído muito
esta metodologia; iii) discutir os impactes observados ao nível da
rapidamente. Actualmente utiliza-se em diferentes níveis de
promoção da participação activa por parte dos alunos, com base
ensino, não se limitando ao ensino superior, e nas mais variadas
na análise das interacções estabelecidas.
disciplinas. A sua larga adopção pelos professores tanto em
modalidades presenciais como a distância tem dado origem a uma
2. A APP COMO MÉTODO ADEQUADO profusão de práticas que se afastam dos princípios essenciais do
AO TRABALHO COLABORATIVO A método APP que estão na origem e justificam o seu sucesso [10].
O modelo dos sete saltos (seven jumps) desenvolvido e
DISTÂNCIA disseminado pela Universidade de Maastricht [9] tem vindo a ser
A APP é um método promotor de uma aprendizagem activa que se sistematicamente testado e validado pelo que mantém os
processa em torno de um problema autêntico e significativo para o princípios essenciais da APP, assim como revela uma coesão
aluno. O que está em causa não é proporcionar aos alunos a interna e organizacional que torna acessível a sua aplicação em
oportunidade de resolverem problemas mas sim a oportunidade de diferentes contextos.
realizarem aprendizagens significativas partindo da resolução de Ao ser aplicada em ambientes online a APP tem dado provas
problemas. [8] consideram que a APP, no seu nível mais positivas como método pedagógico. Contudo, têm vindo a ser
fundamental, é um método educativo que se caracteriza pela discutidas dificuldades e limitações que exigem uma melhor
utilização de problemas reais como contexto para os alunos compreensão e consequente investigação. A este respeito [5], [6]
desenvolverem competências de resolução de problemas e sintetizam um conjunto de orientações, fundamentadas
adquirirem conhecimento sobre as disciplinas em estudo. empiricamente, a ter em conta para o desenho de qualquer
De acordo com a APP os alunos são colocados perante uma programa
situação-problema que têm de resolver. Para isso, trabalhando em
grupo, envolvem-se num processo em que: clarificam, definem e 3. METODOLOGIA
investigam o problema em causa; acessam, processam e aplicam
informação entre uma variedade de recursos disponíveis; 3.1 Participantes no Estudo
interpretam os resultados dessa pesquisa e propõem soluções; Os participantes neste estudo foram 30 alunos da disciplina online
partilham a informação obtida com os outros elementos do grupo de Educação para a Saúde ao longo de três anos lectivos
com o objectivo de construírem uma resposta em conjunto. É sucessivos: 20 alunos no ano lectivo 2007/2008, 7 alunos no ano
assim, um processo centrado no aluno, no qual é da lectivo 2008/2009 e 3 alunos no ano lectivo 2009/2010. Todos os
responsabilidade individual de cada um garantir uma participação alunos eram licenciados, sendo na maioria dos casos professores
activa, não apenas para a sua própria aprendizagem, mas também no activo. As áreas de formação eram diversificadas, envolvendo
para as aprendizagens dos outros membros do grupo. tanto as humanidades (Filosofia, Línguas) como as ciências da
A forma básica de trabalho, segundo este método, é a tutoria, na natureza. Os níveis de ensino cobertos eram desde o 1º Ciclo do
qual os alunos são organizados em grupos de 6 a 8 que trabalham ensino básico ao ensino secundário, havendo também educadores
com um tutor (grupos tutoriais). [9] chamam a atenção para o de infância. No primeiro ano analisado estiveram envolvidos 4
papel crucial das interacções dos alunos durante as reuniões do tutores (A, B, C, D) (2 tutores - A e C; e 2 tutoras - B e D), um
grupo tutorial. Os autores destacam a importância da elaboração e por cada grupo. No 2º ano considerou-se para análise apenas dois
co-construção para um funcionamento efectivo do grupo. A dos tutores (C e D) e no 3º ano apenas a tutora D. A razão desta
elaboração, processo individual, como resultado da interacção selecção no 2º e 3ºanos prendeu-se com o facto de nalguns grupos
com outros, leva cada aluno ao visionamento do tópico em estudo os alunos terem optado por outros suportes de comunicação além
de uma forma mais rica e mais alargada. A co-construção dá-se dos proporcionados pelo MOODLE.
quando dois ou mais alunos discutem de maneira a atingir uma Ano Nº de Grupos Composição dos Grupos
compreensão partilhada do problema. A falta de elaboração e co- 2007/2008 5 G.1 – 5 (2 alunas e 3 alunos)
construção, resultado de discussões tutorias desorganizadas, é G.2 – 4 (4 alunas)
reconhecida pelos tutores e alunos, como um obstáculo à G.3 – 5 (5 alunas)
aprendizagem e à motivação. O tutor desempenha, assim, o papel G.4 – 6 (6 alunas)
de facilitador da aprendizagem: não tem como função a 2008/2009 2 G.5 – 4 (4 alunas)
transmissão de conhecimento mas sim estimular as discussões de G.6 – 3 (2 alunas e 1 aluno)
grupo e monitorizar as interacções sociais que ocorrem no grupo. 2009/2010 1 G.7 – 3 (3 alunas)
Com a intenção de promover a interacção entre todos os membros Tabela 1. Distribuição dos alunos pelos Grupos por ano lectivo
do grupo, são atribuídos diferentes papéis a cada membro
(mediador, redactor, membro). Estes papéis são rotativos na 3.2 Análise dos Dados
resolução dos problemas que fazem parte de um dado programa.
O mediador assume o papel de orientador da discussão, de Foram analisadas todas as intervenções desenvolvidas ao longo
encorajamento de todos os membros do grupo e de prevenir que dos fóruns de discussão utilizados por cada grupo tutorial na
sejam concretizados os diferentes passos do processo de resolução resolução de cada um dos problemas. Foram quantificadas as
de problemas [9]; o redactor que vai sumariando e sintetizando as intervenções de cada elemento do grupo, assim como as
participações dos restantes membros do grupo ao longo das intervenções de cada tutor. Para a análise da natureza das
intervenções ocorridas nos fóruns de discussão foi realizada uma

283
análise de conteúdo [11] às intervenções registadas. Através de fizeram mas organizam actividades para os colegas realizarem,
um processo iterativo, de leitura e re-leitura dos dados, foram colocarem dúvidas e levantar questões para serem discutidas.
atribuídas categorias aos diferentes tipos de intervenção.
Todas as restantes sessões são a distância. O espaço Moodle da
4. ESTRUTURA DA DISCIPLINA disciplina é organizado da seguinte forma: repositório de
documentos e fóruns. No repositório de documentos são
A primeira edição da disciplina de Educação para a Saúde, disponibilizadas as informações relativas ao funcionamento da
objecto deste estudo, teve lugar no 2º semestre de 2004/2005. disciplina (calendarização, critérios de avaliação, datas
Desde esse ano que tem funcionado todos os anos até ao presente importantes, etc.), assim como vão sendo disponibilizados alguns
como disciplina opcional do 2º semestre, parte integrante de um recursos (artigos de investigação, relatórios nacionais e
programa universitário de pós-graduação que segue o modelo internacionais relacionados com as temáticas, capítulos de livros,
presencial, sendo esta a única disciplina a distância. O MOODLE sites para consulta) considerados relevantes para a resolução de
tem sido o sistema de gestão de aprendizagem utilizado desde cada problema; neste espaço apenas os docentes da disciplina têm
2005/2006, pelo facto deste ter sido difundido nas escolas permissão para colocar recursos; os fóruns são espaços onde todos
portuguesas. A APP foi utilizada pela primeira vez nesse ano os participantes podem e devem intervir. São criados dois tipos de
como modo de dar resposta à desigual participação dos alunos fóruns: fóruns gerais e fóruns de discussão. Nos fóruns gerais, é
observada no ano anterior [12]. A aplicação deste método tem criado um espaço de notícias, no qual são dadas notícias de
vindo a ser aperfeiçoada ao longo dos anos com base em âmbito mais geral associado às temáticas abordadas, um espaço de
evidências resultantes de investigação e também em princípios dúvidas, aberto ao esclarecimento de dúvidas sobre o
teóricos como o “modelo de sete saltos” já referido [9] e as funcionamento da disciplina, e um espaço de partilha, onde os
orientações de [5]e[6]. Por exemplo, adicionou-se um novo papel alunos podem colocar informações e documentos que considerem
ao grupo tutorial, o de relator, que redige as decisões e conclusões importantes. Os fóruns de discussão, são tutorial e geral, são por
tomadas pelo grupo, colocando-as no fórum do grupo no espaço excelência o espaço que cada grupo utiliza para a resolução dos
MOODLE da disciplina, considerou-se grupos mais pequenos dos problemas apresentados.
normalmente utilizados em APP presencial (no máximo 2 alunos).
O papel do tutor também tem vindo a ser analisado e avaliado O trabalho dentro de cada grupo tutorial é organizado de acordo
[13], resultando em orientações para o seu desempenho no grupo com dois tipos de sessões online: sessões síncronas, utilizando o
tutorial. Windows Live Messenger, através de uma sala de conversação, e
o Google Docs, como um quadro branco onde se podem ir
Este estudo centrou-se em 3 anos consecutivos de funcionamento colocando as principais ideias discutidas durante a sala de
da disciplina – 2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010 – em que, em conversação; sessões assíncronas, através dos fóruns de discussão
cada ano, foram apresentadas 3 situações-problema: um problema criados no MOODLE.
de cariz mais prático, relacionado com a investigação acerca das
práticas promotoras de saúde de determinada escola; um problema As sessões síncronas são previamente agendadas pelo grupo,
de cariz mais reflexivo, no qual se pretende que os alunos sendo o tutor a iniciar a sala de conversão com todos os membros
investiguem acerca da evolução histórica e cultural de alguns presentes. Durante o decorrer da sessão, é aberta uma sessão no
conceitos associados à educação para a saúde; e finalmente um Goolge Docs, ao qual todos os elementos do grupo têm acesso,
problema de cariz mais interventivo, na qual se pretende que os que irá funcionar como o quadro tradicional de uma sala de aula,
alunos proponham uma estratégia fundamentada de promoção da e no qual o redactor vai sumariando e sintetizando, no decorrer da
educação para a saúde em contexto escolar. própria discussão, as participações dos restantes membros do
grupo, permitindo assim ir construindo uma linha condutora da
A estrutura geral da disciplina manteve-se ao longo desses 3 anos discussão. Após o término da discussão, toda a sessão é gravada
com três sessões presenciais, dando assim resposta a uma de forma a ser possível aceder às intervenções de cada elemento
orientação de [7] relativamente a alunos não familiarizados com a do grupo. Estas sessões têm sido fundamentalmente utilizadas
APP de que, nestas condições, é aconselhável seguir uma para proceder à discussão inicial dos problemas 2 e 3. Seguindo o
modalidade mista. Na primeira sessão, correspondente à primeira “modelo dos sete saltos” [9], os alunos começam por clarificar os
aula, apresenta-se o programa do curso, a metodologia de APP, termos que suscitam dúvidas no enunciado da situação-problema,
assim como a primeira situação-problema que é analisada através definem o(s) problema(s) a resolver, analisam esse(s) problema(s),
de uma sessão tutorial, na qual se definem os grupos, as regras de discutindo possíveis estratégias de resolução, estruturam as ideias
funcionamento do grupo, e a escolha, por cada membro do grupo, chave e formulam os objectivos de aprendizagem. Definem
do papel a assumir no decorrer da resolução desse primeiro também os papeis a assumir por cada elemento do grupo e
problema. Com base na análise da situação-problema apresentada, discutem dificuldades sentidas quanto ao processo em curso.
cada grupo define os objectivos de aprendizagem a que se propõe
para a resolução do problema proposto. Nas sessões assíncronas, os fóruns são utilizados para a
apresentação dos estudos individuais, sendo o local onde decorre
A segunda sessão presencial ocorre cerca de um mês depois, todo o processo de elaboração da resposta ao problema por parte
aquando da análise da solução do primeiro problema, tendo como do grupo.
principais objectivos a análise e discussão, por toda a turma, das
percepções e dificuldades sentidas pelos participantes no decorrer Relativamente a cada problema é criado um fórum geral onde,
da actividade. Finalmente, a terceira sessão presencial ocorre no após a resolução, cada grupo a apresenta aos restantes membros
final da disciplina e tem como objectivo a apresentação a toda a da turma. O objectivo é comparar e discutir os caminhos seguidos,
turma dos trabalhos realizados por cada grupo. Esta sessão as estratégias utilizadas, os conhecimentos aplicados e os
organiza-se segundo os moldes de um workshop em que os resultados atingidos.
dinamizadores de cada grupo não se limitam a expôr o que

284
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Aluno 1 4 2 1 7
Aluno 2 9 7 3 19
No quadro 1 é apresentado o número de intervenções realizadas
por cada elemento do grupo e do respectivo tutor. Verifica-se que Aluno 3 5 4 11 20
o número médio de intervenções por membro do grupo é variável. Aluno 4 12 2 3 17
Quatro dos grupos tutoriais apresentaram um valor médio de
Total alunos 30 15 18 63
intervenções por elemento do grupo semelhante (entre 16 e 27
intervenções/aluno), e dois dos grupos apresentaram valores Grupo 3. Tutor C 9 4 6 19
extremos (8 intervenções/aluno e 55 intervenções/aluno) (ver Aluno 1 9 4 8 21
figura 1).
Aluno 2 5 7 4 16
Aluno 3 4 8 5 17
Aluno 4 4 12 8 24
Aluno 5 7 7 8 22
Total alunos 29 38 33 100
Grupo 4. Tutor D 16 12 11 39
Aluno 1 7 1 3 11
Aluno 2 7 4 15 26
Aluno 3 15 12 17 44
Aluno 4 7 9 11 27
Aluno 5 7 11 8 26

Figura 1. Número médio de intervenções por aluno e número Aluno 6 8 3 15 26


total de intervenções do respectivo tutor. Total alunos 51 40 69 160
Comparando o valor médio de intervenções por aluno com o Grupo 5. Tutor D 12 6 4 32
número total de intervenções que o tutor realizou em cada grupo,
Aluno 1 10 23 18 51
verifica-se que não se observa uma correlação muito evidente
entre o número de intervenções do tutor e o número de Aluno 2 18 31 24 73
intervenções de cada elemento do grupo (figura 1) (Correlação de Aluno 3 15 22 27 64
Spearman: R=0.631, n=7, p>0.05). Aparentemente cada grupo
Aluno 4 4 14 15 33
apresenta uma dinâmica de funcionamento muito própria, que não
parece depender grandemente da actividade do respectivo tutor. Total alunos 47 90 84 221

Ainda da análise do quadro 1, verifica-se que na maioria dos Grupo 6. Tutor C 8 6 2 16


casos o número de intervenções realizadas pelos alunos não Aluno 1 6 2 1 9
apresenta uma tendência muito acentuada para diminuir com o Aluno 2 2 0 0 2
decorrer do curso. Três dos grupos (grupo 3, 4 e 5) apresentam
mesmo um aumento do número de intervenções ao longo do Aluno 3 1 12 1 14
tempo. Os grupos 6 e 7 parecem constituir uma excepção, Total alunos 9 14 2 25
apresentando uma redução extremamente acentuada do número de Grupo 7. Tutor D 14 3 0 17
intervenções com o decorrer do curso. No entanto, estes dois
grupos são de muito pequena dimensão (3 elementos), e foi Aluno 1 26 2 6 34
referido pelos mesmos que passaram a encontrar-se Aluno 2 11 8 0 19
presencialmente para trabalhar sobre o problema em curso, pelo
Aluno 3 11 5 2 18
que este registo deixou de representar a situação de trabalho real
destes grupos. Total alunos 48 15 8 71
Quadro I. Quantificação das intervenções dos alunos Finalmente, verifica-se que na maioria dos grupos (excepto no
Problema 1 Problema 2 Problema Total grupo 1) o tutor reduziu de forma mais ou menos significativa,
3 dependendo dos grupos, o número de intervenções realizadas o
que poderá apontar para uma maior autonomia por parte dos
Grupo 1. Tutor A 6 5 11 22
alunos na resolução dos problemas apresentados.
Aluno 1 6 4 5 15
Nos quadros II e III são apresentadas as intervenções dos alunos
Aluno 2 4 3 1 8 segundo as categorias analisadas. Verifica-se que ocorreram dois
Aluno 3 4 5 7 16 tipos de intervenções: relacionadas com a resolução das situações-
problema apresentadas, e relacionadas com a gestão interna do
Aluno 4 16 6 8 30
próprio grupo.
Aluno 5 24 1 5 30 No conjunto de todas as intervenções, verifica-se que na maioria
Total alunos 54 19 26 99 dos grupos (excepto no grupo 7), o maior número de intervenções
se relaciona com a resolução das situações-problema apresentadas
Grupo 2. Tutor B 12 5 6 23
(entre 70% a 80% das intervenções observadas), tarefa da qual

285
dependia a avaliação final da disciplina, nomeadamente através da recursos encontrei.”
apresentação aos outros membros do grupo das pesquisas Dar feedback “Concordo com o que disseste.”
individuais realizadas. Porém, na maioria dos grupos (à excepção
positivo “Excelente ponto da situação.”
dos grupos 1, 2 e 6), foi também observado um elevado número
de interacções nas quais um membro do grupo elaborou trabalho Informar os “Vou iniciar as leituras sobre…”
com base no que os outros membros apresentaram, ou seja, outros acerca do “Vou procurar a definição de…”

Funcionamento do grupo
observou-se um processo de construção conjunta e de trabalho seu trabalho
colaborativo na produção e/ou reorganização do conhecimento. Incentivar ao “Falta procurar a definição de…”
trabalho/partici- “Aguardam-se contributos…”
Grupos pação
Categorias
1 2 3 4 5 6 7 Organizar o “É a altura de distribuir tarefas…”
Apresentar 2 32 38 61 96 14 27 trabalho do “Acho que agora nos devíamos
conteúdo 3 grupo
Resolução do

concentrar em…”
problema

Elaborar sobre o 8 5 22 28 63 6 13 Acordar com os “Vamos decidir o que vamos analisar


conteúdo de outros outros sobre que daqui em diante…”
Indicar novos 8 4 1 8 2 1 3 rumo seguir “Parece-me que é uma boa ideia, mas
recursos como poderemos fazer?”
Dar feedback 5 5 10 15 11 2 16 Quadro 3. Análise das intervenções dos alunos segundo as
positivo categorias consideradas
Informar os outros 1 10 7 16 3 1 34
Por último, e da análise conjunta dos dados apresentados,
Funcionamento do grupo

acerca do seu
trabalho
verifica-se que dois dos grupos parecem apresentar uma dinâmica
de funcionamento um pouco diferente dos restantes, os grupos 1 e
Incentivar ao 1 2 3 1 3 1 5 6. No caso do grupo 6, formado apenas por 3 elementos, todos os
trabalho/partici-
alunos apresentavam uma acentuada dificuldade na utilização das
pação
tecnologias de informação e comunicação, tendo demonstrado ao
Organizar o 1 3 9 9 15 1 6 longo de todo o curso grande dificuldade na utilização do fórum
trabalho do grupo de discussão (daí o reduzido número de intervenções observadas).
Acordar com os 1 1 1 1 5 1 5 Provavelmente devido às diferentes competências digitais
outros sobre que apresentadas por cada elemento, os alunos não conseguiram
rumo seguir desenvolver um sentido de pertença ao grupo, observando-se um
Quadro 2. Análise das intervenções dos alunos segundo as enorme desequilíbrio nas participações de cada membro
categorias consideradas (praticamente apenas um dos elementos intervinha no fórum). No
caso do grupo 1, logo de início verificou-se que o grupo parecia
formado por dois sub-grupos distintos, não parecendo existir
No que diz respeito às interacções relacionadas com o grande coesão interna, tendo sido um grupo que desde o início se
funcionamento do próprio grupo, foi possível observar um leque dedicou apenas à resolução dos problemas no sentido de obter as
alargado de diferentes tipos de interacções. Considerando o classificações finais do curso. Quando o tutor procurou intervir no
conjunto de interacções desta natureza, verifica-se que à excepção sentido de promover uma maior coesão, observou-se alguma
dos grupos 1 e 6, as questões relacionadas com o funcionamento incompreensão por parte dos alunos, não tendo sido possível
do grupo apresentaram um peso relativamente forte (entre 20% a inverter a situação.
30%) no decorrer do curso. Para a maioria dos grupos, o maior
número de interacções deste tipo relacionou-se com o dar 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
feedback positivo aos outros membros do grupo e com o informar
A experiência de utilização da APP numa disciplina a distância,
os outros daquilo que cada um está a fazer no momento. Qualquer
descrita e analisada neste estudo, revelou um ambiente de
destas intervenções aponta para a construção e manutenção de
aprendizagem em que os alunos participaram activamente, apesar
uma grande coesão interna no grupo, promovendo a sensação de
das variações detectadas no número de participações em cada
pertença a um todo e o envolvimento de todos. Por outro lado,
grupo; trabalharam colaborativamente e, nalguns casos, terão
foram também observadas intervenções no sentido de promover
reforçado a sua autonomia na resolução de problemas.
uma participação mais activa de todos os elementos, ou de algum
em particular, através de “chamadas colectivas” para a pesquisa de A assinalável variabilidade no número médio de intervenções por
determinada informação, necessária ao prosseguimento do membro de grupo é consistente com o que a literatura da
trabalho, e através da tentativa de fazer o ponto da situação, especialidade relata. Contudo, neste caso, não se verificou a
procurando-se organizar o trabalho futuro. proporção proposta por [1]. Houve de facto alguns alunos que se
evidenciaram pelo relativamente elevado número de intervenções
Apresentar “Deixo-vos o resumo do que já li.” mas houve muitos que participaram regularmente e muito poucos
do

conteúdo os que se mantiveram apenas como que “à espreita.”


Elaborar sobre o “Construí uma grelha com base nas Estes resultados evidenciam as potencialidades da APP como
conteúdo de questões que levantaram…” método promotor de um tipo particular de actividade gerido pelos
Resolução
problema

outros “Fiquei a pensar no que disseste… acho próprios alunos que origina intervenções significativas, com base
que…” nos conhecimentos que vão adquirindo através das pesquisas
Indicar novos “Envio-vos o link de um site que realizadas, dos materiais que vão disponibilizando nos fóruns e

286
das interacções que estabelecem. À medida que se vão [3] Miller, M.D., e Corley, K. 2005. The effect of e-mail
familiarizando com o método e com a tecnologia vão necessitando messages on student participation in the asynchronous on-
cada vez menos do tutor que, no entanto, permanece atento para line course: A research note.
dar a orientação necessária para a resolução do problema e para DOI=http://www.westga.edu/~distance/ojdla/fall43/miller43.
que os objectivos de aprendizagem definidos por cada um sejam html.
atingidos. Segundo [14] este tipo de estratégia poderá ter um [4] Pallof, R.M., e Pratt, K. 1999. Building learning
papel decisivo na promoção de um maior envolvimento dos communities in cyberspace: Effective strategies for the
estudantes na sua própria aprendizagem, pelo facto de lhes online classroom. San Francisco, C.A.: Josey-Bass
proporcionar um maior número de situações de reflexão e Publishers.
discussão, por um lado, e pelo facto de lhes proporcionar mais
tempo para o aprofundamento dos recursos disponibilizados, por [5] Savin-Baden, M., e Wilkie, K. 2006 (eds). Problem-based
outro lado. learning online. Maidenhead: McGraw Hill.
No que diz respeito à avaliação final do desempenho dos alunos [6] Savin-Baden, M. 2007. A practical guide to problem-based
na disciplina tem-se verificado, no decorrer dos três anos em learning online. London: Routledge
análise, que os alunos desenvolvem estratégias de resolução dos [7] Lou, Y., Bernard, R. M., e Abrami, P. C. 2006. Media and
problemas colocados que são extremamente pertinentes, pedagogy in undergraduate distance education: A theory-
relevantes e diversificadas. Estes resultados vão de encontro ao based meta-analysis of empirical literature. ETR&D, 54,
que foi observado por [15], num estudo sobre as percepções de 141–176.
um grupo de estudantes de ciências médicas acerca do ambiente
[8] Albanese, M. A., e Mitchell, S. 1993 Problem-based
de aprendizagem num contexto de APP numa disciplina on-line
learning: A review of literature on its outcomes and
versus um contexto presencial. De acordo com [15], os estudantes
implementation issues. Academic Medicine, 68, 52-81.
reconheceram que esta estratégia favoreceu uma maior
flexibilidade no processo de aprendizagem, aumentou a sua [9] Visschers-Pleijers, A., Dolmans, D., Wolfhagen, I. e Van der
capacidade de apreender os conteúdos envolvidos na disciplina e Leuten, C. 2005. Development and validation of a
promoveu o acesso a uma maior diversidade de recursos questionnaire to identify learning-oriented group interactions
importantes para a sua aprendizagem. in PBL. Medical Teacher, 27, 375-381.
Finalmente, verifica-se que alguns grupos revelaram como que [10] McDonald, J., e Gibbons, A. 2009. Technology I, II, and III:
uma capacidade de autoregulação, sendo capazes de manter a Criteria for understanding and improving the practice of
coesão em diferentes situações, por exemplo, naquelas em que os instructional technology. ETR&D, 57, 377-392.
alunos se revelam geralmente mais frágeis e inseguros aquando do [11] Milles, M.B., e Huberman, A.M. 1994. Qualitative data
início de abordagem de um novo problema, e de demonstrar uma analysis: An expanded sourcebook. Thousand Oaks, CA:
crescente autonomia. A investigação das diferentes dinâmicas dos Sage.
grupos e a identificação de factores que poderão estar na origem
dessa diferenciação (por exemplo, aquele que se percebeu neste [12] Chagas,I., e Mourato, D. 2007. Promoting student
estudo respeitante à familiaridade com o uso das tecnologias), participation in an online course through problem-based
assim como a clarificação do papel do tutor nessas diferentes learning. Comunicação apresentada na Conferência
situações constitui objecto de estudos futuros na continuidade OnlineEducaMoscow2007, 30 Setembro – 3 Outubro. Hotel
deste projecto sobre a aplicação da APP em contextos online. President, Moscovo.
[13] Chagas, I., Faria, C., Pereira, G., Mourato, D., e Santos, A.
7. ACKNOWLEDGMENTS 2009. Problem-based online environments in teacher
education: What roles for the tutor? Poster apresentado na
O presente estudo foi conduzido no âmbito de um projecto de Conferência CAL’09 Learning in digital worlds, 23-25
investigação intitulado “A Aprendizagem por Problemas no Março. Hilton Hotel, Brighton.
Ensino Superior” (financiado pela Fundação da Ciência e
Tecnologia – POCI/CED/59722/2004). [14] Ronteltap, F., e Eurelings, A. 2001. Activity and Interaction
of Students in an Electronic Learning Environment for
REFERÊNCIAS Problem-based Learning. Comunicação apresentada na
Conferência Annual American Educational Research
[1] Mason, R., e Kaye, A. 1989. Mindweave: Communication, Association Conference. Seattle, US.
computers and distance education. Reino Unido: Pergamon
Press. [15] Valaitis, R.K., Sword, W.A., Jones, B., e Hodges, A. 2005.
Problem-Based Learning Online: Perceptions of Health
[2] Rosewell, J. 2009. Equitability and dominance in online Science Students. Advances in Health Sciences Education,
foruns: An ecological approach. Comunicação apresentada 10, 231–252.
na Conferência CAL’09: Learning in digital worlds, 23-25
Março. Hilton Hotel, Brighton.

287
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

MEDICIÓN DE LA ACTITUD AL USO DEL COMPUTADOR E


INTERNET EN PROFESORES DE ENSEÑANZA MEDIA DE LA
REGIÓN METROPOLITANA URBANA, CHILE
Carlos Hernández T1, Eduardo Robles M1, Julio Mella L3
Universidad Metropolitana de Ciencias de la Educación1
Universidad de Chile2
Chile
carlos.hernandez@umce.cl, eduardo.robles@umce.cl, jmella@uchile.cl

RESUMEN

En este artículo se presenta la medición de las actitudes al La información aportada por esta investigación se
uso del computador e Internet en profesores de enseñanza complementa con los resultados obtenidos de la medición
media de la Región Metropolitana urbana de Chile. Para de la actitud de los estudiantes de enseñanza media de la
ello se adaptó y validó un test de medición de la actitud, Región Metropolitana. Con esto, se dispone de mayores
que explora las siguientes dimensiones de ella: Utilidad elementos para propiciar acciones educativas que
Percibida, Afecto y Control Percibido. contribuyan a mejorar la calidad y equidad de la educación.

El cuestionario fue aplicado a una muestra de 318 Palabras Clave: Profesores, Actitud, Computador,
profesores de enseñanza media representantes de las Internet, Chile.
diversas disciplinas del currículum escolar y de los tres
niveles de administración existentes en Chile:
pública/municipal, privada/subvencionada y privada, para ABSTRACT
la medición de su actitud.
In this paper the attitudes to the use of the computer and the
Se compararon las actitudes según diversas variables. Los Internet was measure at the school teachers secondary
resultados muestran que la actitud en general es buena, que education, in the urban metropolitan region, Chile. For it
hay diferencias en la actitud según la edad y que existen was adapted and validated an attitude measurement
también diferencias estadísticamente significativas de la questionnaire, which explores the following dimensions of
actitud en torno a la incorporación de TICs a la actividad it: Perceived Usefulness, Perceived Control and Affection.
docente.
The questionnaire to measure attitude, was administered to
Este estudio muestra que un número importante de a sample of 318 teachers representing the various
profesores considera que los recursos que poseen las disciplines of the school curriculum and the three existing
instituciones educacionales son insuficientes en este levels of management in Chile: public / municipal, private /
ámbito. Se verifica además que la actitud se relaciona con subsidized and private,
el tiempo que el profesor utiliza el computador en la
institución educacional; el porcentaje de su actividad Attitudes were compared according to different variables.
docente que involucra el uso del computador e Internet a la Results show that the overall attitude is good, that there are
semana y el porcentaje de incorporación de TICs differences in attitude according to age and there are also
(multimedia, mail, chat, foro, etc.) a su actividad docente. differences significant attitude regarding the incorporation
of ICTs into teaching.

This study shows that a significant number of teachers


Hernández, Carlos., Robles, Eduardo M., Mella Julio L. (2010). Medición de la
consider that in this area, the resources in the educational
Actitud al Uso del Computador e Internet en Profesores de Enseñanza Media de institutions are insufficient. It also verifies that the attitude
la Región Metropolitana Urbana, Chile. En J. Sánchez (Ed.): Congreso is related to time that the teacher uses the computer at the
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 288-294, Santiago de
Chile. educational institution, the percentage of their teaching that

288
involves the use the computer and the Internet a week and al uso de las nuevas tecnologías, como fundamento de
the rate of incorporation of ICT (multimedia, email, chat, cualquier acción educativa futura. Ello también permite
forum, etc.) to their teaching. tomar acciones correctivas para promover ambientes
favorables para la adecuada incorporación de las TICs.
The information provided by this research is complemented
by results from measurement of the attitude for the Variadas experiencias internacionales, han reconocido la
secondary education students in the metropolitan area. medición de las actitudes al uso del computador, como un
With this we have more elements to promote educational punto de partida para la adopción de las TICs en la sala de
activities that contribute to improve the quality and equity clases y han desarrollado diversos instrumentos para su
of education. medición [4][5][7][9][11][12][13].

En Chile, se desarrolló un instrumento para la medición de


la actitud en estudiantes secundarios [6], que se estructura
Key words: Teachers, Attitude, Computer, Internet, Chile.
en las cuatro dimensiones que reconocen los investigadores
de la medición de la actitud [1]: afectiva, cognitiva,
conductual y de control percibido. El cuestionario consta
INTRODUCCIÓN de 36 ítems, más preguntas de identificación y hábitos de
conducta al uso del computador e Internet.
La incorporación de las tecnologías de la comunicación y
de la información en todos los ámbitos del quehacer social Con el fin de complementar la información conocida de los
es evidente. La educación no es ajena a este fenómeno. estudiantes, esta investigación busca indagar sobre la
actitud al uso del computador e Internet de los profesores
No obstante, el explosivo crecimiento en la disponibilidad de enseñanza media en la región Metropolitana de Chile.
y soporte de hardware, software y alternativas de
comunicación a Internet, no son tantos los profesores que METODOLOGÍA
logran integrar las TICs en sus prácticas educativas;
algunos estudios lo ligan a la edad, entre otros factores [3]. Esta investigación es del tipo exploratoria y descriptiva y
se han utilizado técnicas cuantitativas y cualitativas para la
Al comienzo de los años 90 el Estado de Chile inició el construcción y análisis de la información. Los datos fueron
programa nacional ENLACES [8], para integrar la TICs en obtenidos el año 2009, a través de la aplicación de un
el curriculum, con el propósito de mejorar la calidad de la cuestionario de medición de actitud. El instrumento fue
educación y lograr una mayor equidad en las escuelas con previamente desarrollado y aplicado por el grupo de
financiamiento estatal. investigadores a una población de estudiantes secundarios
[6]. El grupo estudiado corresponde a una muestra
ENLACES proporcionó infraestructura, conectividad, estadísticamente seleccionada de 318 profesores, según
recursos digitales, capacitación a los profesores y soporte dependencia y área disciplinar de desempeño.
en metodologías de enseñanza, con un presupuesto total
sobre los US$ 200 millones en el periodo 1992-2006 (15 El instrumento mide las dimensiones componentes de la
años de operación). No obstante el esfuerzo de ENLACES, actitud: percepción de utilidad, percepción del entorno
ha obtenido escasos resultados en la integración de las afectivo en el uso de la tecnología, percepción del grado de
TICs en las prácticas pedagógicas en el aula [10]. control o dominio, percepción del comportamiento o
conducta en el uso del computador e Internet, a través de
Los cambios más importantes que se relacionan con los reactivos de respuesta tipo Likert, con escala de cinco
factores que contribuyen significativamente en facilitar o opciones que van desde “Muy de Acuerdo” a “Muy en
desalentar el acceso y uso de la TICs para determinados Desacuerdo”.
grupos sociales, provienen de la interacción humana que
involucra el proceso tecnológico. Se hace una aplicación de exploración a un grupo de
sujetos con la finalidad de hacer ajustes de pertinencia de
La actitud, en esta interacción, es uno de los factores los contenidos y preguntas, comprensión, vocabulario y
movilizadores que median la incorporación de las sintaxis y medición de tiempos de respuestas. Se adecúan
tecnologías al quehacer pedagógico, ya que genera un las preguntas de identificación y variables independientes
marco que direcciona la conducta [1][2]. Por ello es (Tabla 1) al contexto de los docentes.
importante medir y conocer la actitud que distintos
protagonistas del proceso de enseñanza-aprendizaje tienen

289
Sexo
Edad Dep / Disc Humanidades Ciencias Artes Total %
Área disciplinar de desempeño profesional
Particular 30 23 17 70 22
Dependencia Administrativa Colegio
Años de Docencia Subvencionado 66 53 42 161 51
Tiene Computador / Internet en casa Municipal 37 28 22 87 27
Tiempo semanal informado de uso Computador / Internet
Total 42% 33% 25% 318
Nivel Dominio informado Computador / Internet
Lenguaje y Matemática Educación
Lugar de acceso principal computador / Internet
Comunicación Artística
Tiempo semanal uso Computador / Internet en el Colegio Historia y Ciencias Educación
Porcentaje Actividad docente que involucra uso Computador / Ciencias Naturales Física
Internet a la semana Sociales
Suficiencia informada de recursos computacionales y conexión Filosofía y Educación Religión
a Internet en el colegio Psicología Tecnológica
Otros
Porcentaje incorporación de TICs a actividad docente

Tabla 1. Variables Independientes Tabla 2. Descripción de la muestra estudio principal

Se selecciona una muestra piloto de 76 profesores para RESULTADOS Y DISCUSIÓN


validar el instrumento final.
La distribución de edad de la muestra está entre los 22 y 66
Se emplean pruebas estadísticas paramétricas y años, siendo el 60% de sexo femenino (Tabla 3 y Gráfico
multivariadas (SPSS v.15) para evaluar la confiabilidad, 1)
consistencia interna, estabilidad temporal y validez del test
de actitudes.

Del universo de profesores de educación media de la


Región Metropolitana urbana, se hace un muestreo según
dependencia administrativa del establecimiento
educacional y área disciplinar de desempeño
(Humanidades, Ciencias, Artes y otros) El resultado es una
muestra de 318 sujetos (Tabla 2), a quienes se les aplica el
test validado para estudiar la actitud al uso del computador
e Internet y compararla en función de las variables
independientes. Con tal fin, se emplea comparación de
medias de grupos (Anova y t de Student), con pruebas post
hoc (Tukey HSD y Games-Howell) y se investigan las
relaciones existentes entre la actitud y variables como Tabla 3. Distribución edad muestra
tiempo y dominio de uso tanto del computador como de
Internet, tiempo uso del computador y de Internet en el
establecimiento educacional y porcentaje de la actividad
docente que implica uso del computador y de Internet,
entre otras.

290
Categoría Rango
Muy Buena 4.21 – 5
Buena 3.41 – 4.2
Gráfico 1. Distribución por Sexo y años de docencia. Neutra 2.61 – 3.4
Mala 1.81 – 2.6
Según lo declarado, más del 50% de los sujetos dice tener Muy Mala 1.00 – 1.8
en sus establecimientos educacionales, recursos
computacionales y acceso a Internet insuficientes (Grafico Tabla 4. Rangos de las categorías de la actitud
2).

Como se observa en el Gráfico 4, la actitud de los


profesores no difiere sustantivamente, según el área
disciplinar de desempeño profesional. Esto se confirma con
el análisis de comparación de medias, no observándose
diferencias estadísticamente significativas en la actitud
(Tabla 5).

Gráfico 2. Considera que los recursos computacionales /


acceso a Internet que dispone Institución Educacional

Analizada la confiabilidad del instrumento, se obtiene un α


de Cronbach de 0,96.

Los resultados globales de este estudio respecto de la


actitud al uso del computador e Internet, muestran que el
72,6% de los profesores de enseñanza media se agrupan en
las categorías buena y muy buena y un 25,8% muestra una Gráfico 4. Porcentaje Profesores por Rango Actitud según
actitud neutra (Gráfico 3 y Tabla 4). Esto muestra un alto Área Disciplinar
potencial para la incorporación de las TICs a la enseñanza,
desde los individuos.

291
Tukey Dominio Computador Dominio Internet
HSD(a,b)
Sum of df Mean F Sig. N 1 2 3 4 N 1 2 3
Squares Square Nulo 4 3,20 4 3,25
Básico 83 3,37 3,37 86 3,36
Actitud Between 1,925 2 0,963 2,588 0,077
Groups Intermedio 161 3,94 3,94 154 3,92
Within 117,17 315 0,372 Avanzado 64 4,26 4,26 66 4,29 4,29
Groups Experto 6 4,62 8 4,80
Total 119,095 317 Sig. ,944 ,064 ,586 ,463 ,980 ,343 ,079

Tabla 5. ANOVA por Área Disciplinar Tabla 6. Dominio declarado agrupado según promedio de la
actitud
Al analizar la actitud por tramos de edad, se observa que
los grupos más jóvenes presentan mayoritariamente una Como podría esperarse, nuestros resultados confirman que
actitud buena o muy buena hacia el uso del computador e a mayor tiempo de uso del computador y a mayor tiempo
Internet. Por su parte, los grupos de mayor edad tienden a de uso de Internet la actitud se incrementa, identificándose
presentar una actitud neutra, pero no mala. En el grupo de agrupaciones diferentes según una u otra variable (Tabla
55 a 60 años la cantidad de sujetos que presenta una actitud 7).
neutra equipara al de los que presentan una actitud positiva
(Gráfico 5). Esto último resulta significativo, ya que a estos Tabla 7: Agrupación Tiempo Uso Computador Internet - Actitud
grupos habría que dirigir acciones específicas para Computador Internet
favorecer su disposición a incorporar herramientas TICs a Tiempo Uso /semana N 1 2 N 1 2
su actividad docente. No usa 9 3,3 12 3,3
1 - 5 horas 116 3,5 143 3,6
6 - 10 horas 78 4,0 81 4,1
11 a 15 horas 52 4,0 28 4,1
Más de 15 horas 63 4,3 54 4,3

Consultados los profesores sobre el tiempo que utilizan el


computador en su institución educacional, se observan
diferencias en la actitud de quienes lo utilizan más o menos
horas a la semana. No se observan diferencias en la actitud
con respecto al uso de Internet en la institución educacional
(Tabla 8). Esto resulta relevante a la hora de querer definir
acciones.
Quienes tienen mejor actitud, utilizan más el computador
en su institución. Por ello tener una estimación de la actitud
puede constituirse como un indicador de uso en una
institución. Por otra parte, para definir estrategias de
- Nuestros resultados muestran que el nivel de dominio que
incorporación de TICs, la actitud se constituye un elemento
los profesores declaran tener del computador e Internet, se
relevante a considerar.
relaciona con la actitud. En efecto, quienes se declararon en
el nivel Nulo de dominio del computador, presentan una
actitud promedio neutra (3,2), en tanto que aquellos que Computador Internet
dijeron ser Avanzados o Expertos muestran una muy buena Tiempo Uso /semana N 1 2 N 1
actitud (mayor a 4,2), según se observa en la Tabla 6. No usa 58 3,6 77 3,7
Valores equivalentes fueron encontrados en estudio sobre 1 - 5 horas 180 3,8 3,8 185 3,9
actitud de estudiantes [6]. Ello confirma que 6 - 10 horas 44 4,0 4,0 34 4,0
11 a 15 horas 17 4,2 12 4,0
transversalmente hay una relación entre un mayor dominio
Más de 15 horas 19 4,2 10 4,1
y una mejor actitud.
Tabla 8. Agrupación Tiempo Uso Computador Internet en
Institución educacional- Actitud

292
- Con relación al porcentaje de la actividad docente que CONCLUSIONES
involucra el uso del computador y de Internet, sí se
observan diferencias en la actitud entre quienes declaran un Se adapta y valida un test para medir las actitudes al uso
porcentaje mayor versus quienes tienen un porcentaje del computador e Internet en profesores de enseñanza
menor en esta variable, siendo todos los promedios de media de la región metropolitana urbana de Chile.
actitud elevados. Aquellos profesores con una mejor actitud
promedio (4,1 – 4,3) declaran que sobre el 50% de su Un gran porcentaje de los profesores de enseñanza media
actividad docente semanal implica el uso de estos recursos de la Región Metropolitana zona urbana (sobre 60%)
(Gráfico 6). declara que los recursos computacionales y el acceso a
Internet que disponen en sus instituciones, es insuficiente o
no tienen. Aplicado este instrumento, los resultados
demuestran que a pesar de esta carencia, los profesores
tienen, en general, una buena actitud. Ello implicaría que la
actitud no está determinada por los recursos disponibles en
los colegios, pero cuando éstos existen, hay un mayor
grado de incorporación.

Para ninguna de las variables estudiadas se observó una


mala actitud. En los grupos de mayor edad la actitud es
neutra y no mala, lo que permitiría acciones específicas
para favorecer su disposición a incorporar las TICs.

Por otra parte, este estudio muestra que la actitud se


Gráfico 6. Actitud promedio vs. Porcentaje de la actividad relaciona con el tiempo que el profesor utiliza el
docente que involucra el uso del computador y de Internet a la computador en la institución educacional, el porcentaje de
semana su actividad docente que involucra el uso del computador e
Internet a la semana y el porcentaje de incorporación de
El 19% de los profesores declara no incorporar TICs TICs (multimedia, mail, chat, foro, etc.) a su actividad
(multimedia, mail, chat, foro, etc.) a la actividad docente y docente. En efecto, estas tres variables independientes
el 78% del total de evaluados declara incorporar menos del tienen mayor presencia cuando hay una mejor actitud. La
25% de TICs a su actividad docente. Se observan actitud en este contexto se convierte en un adecuado
diferencias significativas entre la actitud de quienes indicador de incorporación de TICs.
incorporan más las TICs y quienes lo hacen menos,
teniendo mejor actitud los primeros (Tabla 9). La actitud se Este estudio se complementa con la medición de las
constituye en un indicador del potencial de incorporación actitudes de los estudiantes de enseñanza media donde se
de TICs a la actividad docente. observan variables comunes que inciden en una buena
actitud al uso del computador e Internet, tales como el
dominio, tiempos de uso, etc.

Incorporación TICs a Actividad Medida la actitud al uso del computador e Internet en los
Tukey HSD(a,b) Docente
distintos agentes protagonistas del proceso educativo, estos
N 1 2 3 resultados llevan a sostener que la buena actitud
No Incorpora 62 3,7 posibilitaría la efectiva incorporación de TICs a la
Menos del 10% 102 3,8 3,8 educación, sin embargo median más variables a considerar.
10 a 25% 85 4,2 4,2 Éstas no sólo implican la incorporación de más recursos
25 a 40% (como hardware, software o conectividad). Algunos autores
28 4,4
proponen que la autoeficacia sería otro factor del sujeto,
Sobre 40% 41 4,5 que en conjunto con la actitud predisponen a la
incorporación de tecnologías. Ellas deben ser investigadas,
Tabla 9. Porcentaje de incorporación de TICs a la Actividad aún con mayor profundidad, de forma de garantizar la
Docente agrupado según promedio de la actitud incorporación de las TICs en los procesos de enseñanza
aprendizaje, desde el período de formación inicial de
profesores y su posterior transferencia a su quehacer
profesional.

293
AGRADECIMIENTOS School Students. Computers & Eduaction , 37 (1), 41-
51.
[13] Turcott, R. V. (1999). Medición de las actitudes de los
Agradecemos a la Dirección de Investigación de la
Universidad Metropolitana de Ciencias de la Educación y estudiantes de secundaria hacia la computadora.
al Programa Académico de Bachillerato de la Universidad Validación para la población mexicana. Dirección de
de Chile por el apoyo al Proyecto FIBAS 08/08. Investigación y Contenidos Educativos. México:
ILCE.

REFERENCIAS

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Organizational Behavior and Human Decision
Processes , 50 (2), 179-211.
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Attitudes and Predicting Social Behavior. New Jersey:
Prentice Hall.
[3] Centro de Microdatos, Universidad de Chile (2009).
Uso de TIC por el profesorado chileno: resultado de la
Encuesta Longitudinal Docente. Presentación
Seminario “De la Tiza al Click”, Universidad de
Chile.
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Reliability and Validity of the Hebrew version of the
Computer Attitude Scale. Computers & Education ,
35 (2), 149-159.
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[6] Hernández, C., Robles, E., Mella, J. (2009). Medición
de la actitud al uso del computador e Internet en
estudiantes de enseñanza media en Santiago, Chile.
En J. Sánchez (Ed.): Nuevas Ideas en Informática
Educativa, Volumen 5, pp. 28 – 35, Santiago de
Chile.
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Computer Attitude Scale. Journal of Research on
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http://www.enlaces.cl
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towards Integration of ICTs in Reading Course: A
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Chilean Schools: Lessons learned. Computers &
Eduaction , 51, 1621-1633.
[11] Selwyn, N. (1997). Students' Attitude toward
computers: validation of a computer attitude scale for
16-19 education. Computers & Education , 28 (1), 35-
41.
[12] Tsai, C.-C., Lin, S. S., & Tsai, M.-J. (2001).
Developing an Internet Attitude Scale for High

294
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PROPOSTA DE FORMAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO DAS


TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ÀS
PRÁTICAS DOCENTES DE PROFESSORES DE
MATEMÁTICA
Gilmara T. Barcelos Liliana M. Passerino Patricia A. Behar
Instituto Federal Fluminense Campus Universidade Federal do Rio Grande Universidade Federal do Rio Grande
Campos-Centro do Sul do Sul
Brasil Brasil Brasil
gilmarab@iff.edu.br liliana@cinted.ufrgs.br patricia.behar@ufrgs.br

Palavras-chave
RESUMO
Formação continuada de Professores, Tecnologias de Informação
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) abrem e Comunicação, Matemática
importantes possibilidades para a aprendizagem de Matemática,
sendo assim, é essencial que a formação de professores de
Matemática contemple o uso pedagógico dessas tecnologias.
1. INTRODUÇÃO
Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa com professores da As características das sociedades atuais clamam por mudanças
licenciatura em Matemática de um Instituto Federal e com inovadoras no sistema educacional, embora este, de maneira geral,
egressos do referido curso (professores iniciantes) com o objetivo ainda permaneça enraizado em práticas tradicionais. Em
de buscar características para uma proposta de formação particular, destaca-se a importância do desenvolvimento de ações
continuada. Esta proposta visa a contribuir para integração das inovadoras para o processo de ensino e aprendizagem de
TIC às práticas docentes de professores de Matemática. Neste Matemática, entre outros motivos, devido ao baixo rendimento
artigo, entre outros aspectos, apresenta-se o estado da arte de dos alunos nas avaliações em sala de aula e nos exames oficiais
programas de formação continuada para integração das TIC à nacionais e internacionais e, devido às possibilidades que as TIC
prática docente, a análise dos dados coletados junto a professores oferecem.
da licenciatura em Matemática, por meio de um questionário e a
análise das entrevistas realizadas com os egressos. Além disso, Muitos alunos apresentam dificuldades em compreender a
descrevem-se indicadores da referida proposta de formação. Matemática, uma vez que a veem como um conjunto de regras,
Finalizando, são apresentadas algumas considerações da pesquisa fórmulas, algoritmos e definições, a serem decorados. Já os
realizada e apontam-se formas de continuidade da mesma. As professores percebem as dificuldades dos alunos, têm consciência
análises sinalizaram que é necessário elaborar propostas de de que a metodologia utilizada não atende às expectativas dos
formação continuada para a integração das TIC à prática docente mesmos e nem contribui para a aprendizagem. Porém, na maioria
de professores de Matemática. das vezes, carecem de conhecimentos e estratégias que possam
melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, é
relevante que estudos e ações sejam desenvolvidos para contribuir
Categories and Subject Descriptors com a formação de professores.
K.3.1[Computers and Education]: Computer Uses in Education Segundo Rego e Melo [1], há hipóteses plausíveis sobre a direção
- collaborative learning. das transformações que podem orientar novas políticas de
formação docente. Estas hipóteses, entre outras questões,
General Terms sinalizam preocupação em contemplar aspectos relacionados à
perspectiva da simetria invertida e a integração das Tecnologias
Experimentation, Human Factors, Theory. de Informação e Comunicação (TIC) às práticas docentes.
Simetria invertida é o princípio pelo qual se destaca que o
professor aprende sua profissão no local que vai atuar, porém
Barcelos, Gilmara., Passerino, Liliana., Behar, Patricia. (2010). Proposta de Formação para numa posição invertida, ou seja, como aluno [1]. Sendo assim, é
Integração das Tecnologias de Informação e Comunicação às Práticas Docentes de importante que o professor em formação experimente, enquanto
Professores de Matemática. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática
Educativa, Volumen 1, pp 295-303, Santiago de Chile.

295
aluno, aquilo que poderá oferecer a seus próprios alunos. Quanto construídas, segundo Tardif [7], no início da carreira, entre os três
as TIC, as referidas autoras destacam que é mais urgente e cinco primeiros anos de trabalho. Além de ser o início uma fase
incorporá-las aos currículos de formação docente do que nos crítica, muitas vezes decorrente do confronto inicial com a dura e
currículos da educação primária e secundária. Além disso, complexa realidade do exercício da profissão e do desencanto dos
ressaltam que as TIC devem ser usadas para apoiar a primeiros tempos de profissão [7]. Os aspectos que diferem esta
aprendizagem do professor, possibilitando que o mesmo avalie as proposta de formação continuada das demais é: i) o publico alvo
vantagens e desvantagens do uso destas tecnologias na sua própria (professores iniciantes); ii) o momento em que a formação
aprendizagem. continuada acontecerá (início na carreira docente); iii) o uso de
uma rede social na Internet como suporte para as interações.
Corroborando com as hipóteses citadas, os padrões de
competência em TIC para professores [2] destacam que as Nesse sentido, o objetivo deste artigo é apresentar indicadores da
mudanças na prática pedagógica devem envolver o uso de proposta T-PROIM. Para tanto, na próxima seção apresenta-se
diversas tecnologias, ferramentas e conteúdo eletrônico. Destaca- quatro programas de formação continuada para integração das
se, ainda, que é importante que os professores saibam onde e TIC à prática docente. Na terceira seção, a trajetória da pesquisa é
quando usar (ou não) TIC. Para tanto, é relevante que professores descrita e analisada. Na quarta seção são apresentados alguns
sejam preparados para estas novas práticas, afinal desempenham indicadores da proposta de formação, esses foram criados a partir
papel de destaque na integração da escola na cultura digital. do aporte teórico pesquisado e da análise dos instrumentos de
pesquisas utilizados. Finalizando, são tecidas algumas
Nesta perspectiva, surgem programas de formação continuada considerações da pesquisa realizada e são apontadas formas de
para integração das TIC, a saber: Competências em TIC, ProInfo continuidade da mesma.
Integrado, Projeto Cri@tividade, Digital Education Enhancement
Project, entre outros. Estes foram objetos de estudo para
elaboração deste trabalho e são apresentados na próxima seção. 2. ESTADO DA ARTE: FORMAÇÃO
Em particular na Matemática, as TIC podem apoiar a CONTINUADA - INTEGRAÇÃO DAS TIC
aprendizagem, pois possibilitam a realização de atividades de Descrevem-se, resumidamente, quatro programas, dois nacionais
investigação, entre outras, nas quais o professor observa, orienta, (brasileiros) e dois internacionais: Competências TIC: estudo de
promove questionamentos e reflexões, incentiva a socialização de implementação, ProInfo Integrado, Projeto Cri@tividade, DEEP
ideias e promove a análise crítica dos resultados encontrados. (Digital Education Enhancement Project). Esses foram
Segundo pesquisa européia [3], 86% dos professores escolhidos, pois focam a formação de professor para integração
entrevistados declararam que os alunos se mostram mais das TIC à prática docente e por apresentarem características
motivados e atentos quando são usados computadores e internet importantes para a elaboração da proposta que será criada, seja
nas aulas. Complementando, os referidos autores afirmaram que o para contemplá-las ou completá-las. Vale ressaltar que outros
desempenho dos alunos em diversos temas e nas habilidades programas foram estudados, tais como: Programa Gestão da
consideradas básicas (cálculo, leitura e escrita) melhorou com o Aprendizagem Escolar - Gestar; Pró-letramento, Plano Nacional
uso das TIC. Porém, as TIC ainda são pouco utilizadas nas aulas de Formação dos Professores da Educação Básica, Universidade
de Matemática e muitos professores ainda desconhecem as Aberta do Brasil, Modelo F@R-Formação, Acção, Reflexão, entre
possibilidades dessas tecnologias para a aprendizagem [4]. outros.
Embora as TIC tenham um grande potencial a ser explorado na Em Portugal, no âmbito do “Plano Tecnológico Educação”, foi
aprendizagem, em particular na de Matemática, ressalta-se que, elaborado o programa Competências TIC. Esse é um programa
por si só, estas tecnologias não são a solução para os problemas modular, sequencial e disciplinarmente integrado de formação e
educacionais. A mudança não está na tecnologia em si, mas nas certificação em Tecnologias de Informação, dirigido à
novas relações que esta propicia e, nesse sentido, é fundamental comunidade educativa. Por meio desse programa pretende-se
que ocorra um redimensionamento do papel do professor e do generalizar a formação e a certificação de competências TIC na
aluno: foco no aprender; professor como promotor de comunidade educativa e promover a utilização das TIC nos
intervenções e orientações baseadas em observações processos de ensino e de aprendizagem e na gestão escolar [8].
sociocognitivas dos alunos; atenção às relações que emergem das
interações [5]. Este programa foi regulamentado pela portaria nº 731/2009, de 7
de Julho de 2009. Para a implementação deste programa foi
Diante de todo o contexto descrito, propõe-se construir e analisar realizado um estudo, neste, 39 professores foram entrevistados em
a proposta de formação continuada denominada T-PROIM 2008, com o objetivo de conhecer a visão destes sobre programas
(Tecnologias na Prática docente de pROfessores Iniciantes de formação para integração das TIC [8]. Resumindo, várias foram as
Matemática), tendo como foco o uso pedagógico das TIC na orientações para o modelo de formação a desenvolver, são elas: i)
aprendizagem de Matemática. Esta se destinará aos egressos da que seja suficientemente aberto e flexível; ii) que preveja a
licenciatura em Matemática de um Instituto Federal, nos primeiros adequação da formação ao contexto de sala de aula; iii) que
meses de sua prática docente, na modalidade blended learning. proporcione a ligação entre as competências tecnológicas, o
Segundo Graham [6], esta modalidade é uma combinação de currículo, e os diferentes níveis de conhecimentos de cada
aprendizagem presencial com aprendizagem virtual interativa, ou professor; iv) que seja centrada na escola e nas reais necessidades
seja, uma mistura de modalidades sob demanda. do seu corpo docente e no grupo disciplinar; v) que o sistema de
O período estabelecido para ocorrer a T-PROIM fundamenta-se formação que dê primazia à componente prática e que possa
no fato de que as bases dos saberes profissionais, geralmente, são concretizar-se em regime de blended learning; vi) que sejam
criadas redes de comunicação e de colaboração no âmbito das

296
escolas e destas com as entidades responsáveis pela formação; vii) dos sistemas de ensino responsáveis pelas escolas. Os interessados
que sejam criadas estruturas e equipes com competência para devem procurar a secretaria de educação do seu estado ou
promover o apoio e acompanhamento pedagógico contínuo dos município, pois o programa é uma parceria entre o governo
professores na sua prática letiva com TIC. federal, estadual e municipal. A previsão é de que 240 mil
professores sejam formados até 2010 [10].
O referido modelo de formação possui uma estrutura modular
flexível tanto em termos de resposta à diversidade de situações de O programa oferece quatro cursos, são eles: Introdução à
trabalho quanto dos diferentes níveis de domínio das educação digital (40h), Tecnologias na educação: ensinando e
competências em TIC [8]. A flexibilidade do modelo não é total, aprendendo com as TIC (100h), Elaboração de projetos (40h),
permite que a entidade formadora configure de modo ajustável as Especialização de tecnologias em educação (400h). O primeiro
ações de formação e concede ao formando algumas opções para curso visa a familiarizar professores e gestores escolares para o
escolha de módulos a serem cursados [8]. uso de recursos básicos da informática, usando Linux
educacional. O segundo tem como objetivo possibilitar que
O modelo é composto de quatro módulos obrigatórios e três profissionais da educação possam identificar as novas tecnologias
optativos. Três dos módulos obrigatórios são predominantemente no cotidiano escolar e delas se apropriar, utilizando-as no
orientados para a aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, planejamento das aulas com seus alunos. O terceiro curso visa a
capacidades e atitudes, e o último tem por objetivo integrar as capacitar os professores e gestores escolares para que eles possam
aquisições feitas anteriormente. Os professores devem escolher desenvolver projetos a serem utilizados na sala de aula junto aos
três módulos entre um conjunto de, pelo menos nove optativos, o alunos [10].
que permite a flexibilidade e diversificação de acordo com áreas
disciplinares, necessidades e/ou interesses singulares. Cada Para os formadores, o curso todo é presencial, mas para os
módulo possui carga horária entre seis e nove horas, a ser professores é semipresencial. Os Núcleos de Tecnologia
distribuída de acordo com os interesses e possibilidades de cada Educacional (NTE) planejam, conforme a disponibilidade dos
escola. A carga horária deve incluir atividades de natureza teórica professores e dos laboratórios nas escolas, a distribuição da carga
e prática de assimilação e de observação de práticas com TIC. O horária dos cursos. A avaliação deve ser processual e continuada,
financiamento desta formação é obtido a partir dos mecanismos por meio de procedimentos e instrumentos adequados à proposta
legais existentes, cabendo ao Ministério da Educação e aos seus pedagógica do curso e às necessidades dos participantes de forma
serviços especializados a viabilização do acesso a meios a garantir o desenvolvimento integrado e contínuo das
adequados. aprendizagens. A certificação fica a critério de cada equipe
gestora local constituída pela Secretaria Estadual de Educação
O segundo programa analisado foi o Programa Nacional de [10]. Até o envio deste artigo não foram disponibilizados no site
Formação Continuada em Tecnologia Educacional - Proinfo do Ministério da Educação relatórios contendo análise das ações.
Integrado. Em 2007, no Brasil, por meio do decreto 6300/2007, o Atribui-se este fato ao pouco tempo de vigência desta nova fase
Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo passa a do programa.
ser denominado Programa Nacional de Tecnologia Educacional.
Este contém o Proinfo Integrado. O objetivo geral deste último é O terceiro programa estudado é o Projeto Cri@tividade, este é
promover o uso didático- pedagógico das TIC no cotidiano um projeto brasileiro de formação continuada de professores para
escolar, uma realização da Secretaria de Educação a Distância. uso de tecnologias, criado em 2006, por meio de um convênio
técnico científico entre a Pontifícia Universidade Católica do
Os objetivos específicos do ProInfo Integrado [9], são: i) Paraná (PUC-PR) e a Secretaria Municipal da Educação de
promover o uso pedagógico das TIC nas escolas de educação Curitiba – SME. Tem como finalidade a investigação e formação
básica das redes públicas de ensino urbanas e rurais; ii) fomentar a de professor para a integração das TIC à prática pedagógica,
melhoria do processo de ensino e aprendizagem com o uso das fundamentando esta formação em dois pilares, a formação de um
tecnologias de informação e comunicação; iii) promover a professor-mentor e o planejamento do processo-ensino
capacitação dos agentes educacionais envolvidos nas ações do aprendizagem como instrumento de reflexão da sua prática [11].
Programa; iv) contribuir com a inclusão digital por meio da Este projeto foi inspirado em um modelo canadense.
ampliação do acesso a computadores, da conexão à rede mundial
de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a A formação para a integração da TIC na prática pedagógica é
comunidade escolar e a população próxima às escolas; v) conduzida tendo como eixo norteador a elaboração e aplicação de
contribuir para a preparação dos jovens e adultos para o mercado planos de aula integrando as tecnologias. É importante destacar
de trabalho por meio do uso das tecnologias de informação e que os conteúdos a serem trabalhados em aula não são definidos
comunicação; e vi) fomentar a produção nacional de conteúdos pela equipe. Estes são trazidos pelos professores, de acordo com a
digitais educacionais. As ações do ProInfo Integrado estão proposta de trabalho desenvolvida em cada escola [11].
associadas à distribuição de equipamentos tecnológicos nas
Para encaminhamento da coleta e da análise dos dados deste
escolas, preparação de professores e à oferta de conteúdos e
programa foram definidas oito atividades. Estas são utilizadas
recursos multimídia e digitais oferecidos pelo Portal do Professor,
como referência para apresentar o envolvimento dos participantes
pela TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo
da pesquisa. São elas [11]: i) conscientização da importância do
Banco Internacional de Objetos Educacionais.
planejamento para integração das TIC; ii) atendimento individual
No âmbito da preparação de professores, o público alvo do ao planejamento realizado pelo professor; iii) acompanhamento da
referido programa é composto por professores e gestores das aplicação do planejamento; iv) mostra de trabalhos e objetivação
escolas públicas, contempladas ou não, com laboratórios de da aprendizagem; v) avaliação formativa da pesquisa; vi) reuniões
informática pelo ProInfo, técnicos e outros agentes educacionais mensais; vii) análise de dados; viii) discussão da análise de dados.

297
Paralelo a estas atividades, mensalmente, ocorreram encontros baseado na escola profissional, utilizando várias tecnologias,
entre a equipe de pesquisa e a equipe de formadores, para incluindo computadores de mão. As atividades eram voltadas para
discussão e reencaminhamento das atividades quando necessário. o ensino de alfabetização, Matemática e Ciência. A análise das
A formação, cuja duração foi de aproximadamente 9 meses, atividades realizadas sinalizou que as tecnologias foram utilizadas
comporta atividades presenciais e a distância [11]. A análise das para uma variedade de propósitos e que beneficiaram professores,
ações do projeto, nos anos 2006, 2007 e 2008 sinalizou uma alunos, escolas como um todo, assim como muitas de suas
evolução crescente no processo de aprendizagem do professor comunidades.
para a integração das tecnologias em sua prática pedagógica. Para
Além disso, verificou-se que as tecnologias digitais são
chegar a essa conclusão, foram analisados fóruns, planos de aula e
apropriadas para uso no contexto africano e têm o potencial para
os relatórios entregues pelos 89 professores participantes do
revolucionar a qualidade da formação dos professores, quando
projeto no ano de 2008 e em seguida comparados aos resultados
cuidadosamente integrados nos programas de formação de
de 2006 e 2007. Os dados revelaram que entre os professores que
professores. A frequência escolar melhorou tanto no Egito quanto
participaram dos três anos e os iniciantes, ao final do ano de 2008,
na África do Sul. Os professores, juntamente com os pais,
não havia mais professores classificados nos níveis de integração
governadores, diretores de escolas e membros da comunidade
0 (não utilização), 1 (Tomada de Consciência) e 2 (Exploração).
relataram que o uso das TIC teve efeitos positivos sobre as áreas
Isso sinaliza que o investimento em formação para integração dos
centrais para o Ensino Primário Universal. Finalizando, o estudo
recursos tecnológicos em longo prazo, com acompanhamento
sinalizou que a utilização das TIC em algumas das regiões mais
contínuo, pode representar uma alternativa para a integração dos
pobres do mundo, se bem planejado e executado, pode ter um
recursos tecnológicos disponíveis às atividades desenvolvidas em
impacto significativo na autoimagem, confiança e
sala de aula. Constatou – se, também que professores que
profissionalismo dos professores.
participaram do projeto durante os três anos evoluíram quanto à
integração das TIC e mostraram-se motivados a continuar Analisando os quatros programas, considera-se que ocorreu um
utilizando as TIC. Algumas limitações foram vivenciadas no avanço em relação aos primeiros programas de formação com
decorrer da pesquisa, como por exemplo, falta de dados objetivos análogos. Afinal, todos, em algum momento, destacam
fornecidos pelos professores em seus relatórios. Estes eram que o contexto do professor será considerado no processo,
sucintos demais nos relatórios, fato que dificultou a análise de sinalizam propostas flexíveis e apresentam resultados positivos.
dados [11].
Algumas limitações, ou mesmo lacunas, foram identificadas nos
O quarto e último programa analisado foi o DEEP - Digital programas descritos. Apenas o primeiro programa sinaliza, no
Education Enhancement Project. Este é um programa de estudo de implementação, uma preocupação com o
pesquisa e desenvolvimento que visa a investigar o uso de TIC no acompanhamento dos participantes após a formação, porém como
processo de ensino e aprendizagem. Abrange escolas que atendem está na fase inicial não se sabe se tal fato será concretizado. Todos
comunidades carentes em diferentes partes do mundo. Tem como estão sob gestão pública, ou seja, são programas que nascem fora
público alvo, professores e formadores de professores da África do contexto dos professores que participam do processo de
do Sul e Egito. Todas as informações aqui descritas, assim como formação, fato que tem sido considerado negativo em programas
outros detalhes sobre o projeto DEEP são encontradas em Leach já concluídos. A participação dos professores é pequena ou
et al. [12]. Originalmente, foi fundado pelo Department for inexistente na preparação dos programas descritos. O público alvo
International Development (DFID). Atualmente, o DEEP é uma são professores em serviço, porém não apresentam propostas
parceria entre a Universidade Aberta (Reino Unido) e vários diferenciadas para os professores iniciantes, os quais ainda não
parceiros do projeto: Universidade de Fortaleza (África do Sul acumulam experiências de sala de aula, o que gera necessidades
Hare) Unidade da Fundação Nelson Mandela de Formação e diferentes. Apenas um deles, o DEEP apresenta alguma proposta
Desenvolvimento Rural (África do Sul); Programa de específica para formação de professores de Matemática. Com a
Planejamento e Monitoramento Unit (Egipto), Universidade proposta de formação continuada que será criada pretende-se
Aberta da Tanzânia, Relief International Schools-Online preencher as lacunas deixadas pelos programas descritos. Esta
(Bangladesh), Universidade Aberta do Sudão. Os parceiros do formação também contemplará aspectos identificados, por meio
projeto partilham um compromisso comum: melhorar a qualidade de uma pesquisa qualitativa, em desenvolvimento, que é
de ensino, por meio do desenvolvimento profissional docente e a apresentada na próxima seção.
utilização de ferramentas adequadas. As ações do projeto são
centradas num determinado tema e no desenvolvimento
pedagógico e não nas TIC com fim em si mesmas, todas as
3. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA PESQUISA
atividades têm uma prática em sala de aula. Há uma forte ênfase
no trabalho colaborativo entres os participantes. A maioria dos
3.1 Aspectos metodológicos
recursos tecnológicos é compartilhada entre os professores dentro A pesquisa realizada foi de cunho qualitativo, por meio de estudo
da escola, e entre grupos de escolas. Há também, alguns de casos múltiplos. Os instrumentos de coleta de dados foram,
equipamentos pessoais como, por exemplo, computador de mão. essencialmente, observação, questionários, entrevistas
semiestruturadas. Para análise das transcrições das entrevistas e
A primeira fase da pesquisa (2001-2005) foi realizada em escolas
dos relatórios de observação foi usada análise de conteúdo.
primárias no Egito e África do Sul com 48 professores e 2.000
alunos do ensino primário. A maioria dos professores A pesquisa foi articulada em três grandes etapas: preparação,
participantes e suas comunidades não tinham experiência prévia desenvolvimento e análise dos dados. Na etapa de preparação,
de utilização das TIC. Os professores trabalharam em duplas para foram realizadas a revisão bibliográfica, a identificação dos
implementar e avaliar um curto programa de desenvolvimento sujeitos da pesquisa, a elaboração dos instrumentos de coleta de

298
dados e a especificação das categorias de análise. A segunda Iniciou-se a segunda parte do questionário solicitando o nome da
etapa, desenvolvimento, englobou os procedimentos de coleta de disciplina, da qual os dados seriam explicitados nas demais
dados. Esta coleta foi dividida em três fases, são elas: i) respostas do questionário. Na segunda pergunta, foi solicitado que
distribuição e coleta dos questionários; ii) realização das os professores marcassem, numa lista de quatro itens
entrevistas e observação de práticas docentes; iii) elaboração e (processadores de texto, planilhas de cálculo, softwares
experimentação da proposta de formação continuada. Na terceira educacionais, Internet) quais dessas tecnologias usam em suas
etapa, análise de dados, os dados coletados estão sendo práticas docentes, foi solicitado também a identificação das
analisados com auxílio do referencial teórico adotado e das mesmas. Vale ressaltar que havia um quinto item (“outros”), nesse
categorias de análise. Neste artigo apresenta-se, resumidamente, a o professor poderia citar outras tecnologias usadas.
primeira etapa, e as fases já concluídas da segunda e terceira
Em todas as disciplinas, os professores afirmaram que usam
etapas.
editores de texto; apenas uma professora usa o Writer (BrOffice),
todos os outros usam o “Word” (Microsoft). Este dado sinaliza o
3.2 Descrição, coleta e análise do questionário quanto o software livre ainda não é usado no contexto pesquisado.
Segundo Tardif [7], grande parte do que os professores sabem Os softwares educacionais (usado em 46% das disciplinas)
sobre o processo de ensino e aprendizagem e sobre os papéis do listados pelos professores foram: Calques 3D, Graphmatica, Poly,
professor provém de sua própria história de vida. Afinal, os Winplot, Graphmat, Geogebra, Régua e Compasso, Cabri
professores antes mesmo de começar a trabalhar ficam imersos em Geometre. Destaca-se que há disciplinas nas quais os professores
seu lugar de trabalho durante aproximadamente 16 anos, trajetória não utilizam softwares educacionais, o que é considerado um fato
pré-profissional [7]. Este fato gera uma bagagem de negativo, devido à contribuição desses tipos de recursos para o
conhecimentos, de crenças, de representações e de certezas sobre estabelecimento de conjecturas e, consequentemente, para a
a prática docente. As vivências dos futuros professores, como construção de conhecimentos. Um recurso muito usado foi a
aluno em sua formação docente, tanto inicial quanto continuada Internet (85%), os aplicativos listados foram: e-mail, sites,
podem ser consideradas como constitutiva do papel que exercerão applets, repositórios de objetos de aprendizagem, chat, fórum,
na sua prática docente futura. Sendo assim, nesta seção descreve- vídeos, textos de jornais e revistas. No último item, “Outros”, os
se a análise das respostas do questionário respondido pelos professores mencionaram que usam softwares de apresentação,
professores da licenciatura em Matemática (em 2009) de um Corel Draw e calculadora científica. Os índices apresentados
Instituto Federal. podem ser considerados como indicadores para o estudo do
princípio da simetria invertida, como já citado na introdução.
O questionário possui duas partes: a primeira, intitulada
Afinal, qual é a probabilidade de o futuro professor utilizar TIC
“Identificação”, é composta por quatro perguntas fechadas. A
com seus alunos, se durante sua formação inicial, ou seja,
segunda foi denominada “Dados da Licenciatura em Matemática”.
enquanto aluno, nunca utilizou ou usou de forma incipiente?
Esta parte contém duas perguntas sendo que a segunda é dividida
em quatro subquestões, a última é aberta e as demais são Com objetivo de identificar a finalidade do uso das TIC listadas
semiabertas. A segunda parte do questionário foi respondida para (processadores de texto, planilhas de cálculo, software
cada disciplina que o professor ministra. De maneira geral, as educacionais, Internet e outros), no segundo item ainda da
perguntas permitiram identificar a área de atuação dos segunda questão, foi apresentado um quadro, no qual os
professores, as disciplinas que ministram e as TIC que são professores deveriam assinalar as funções do uso. Assim como no
utilizadas nas práticas docentes, bem como para qual finalidade. item anterior havia espaços para acrescentar funções além das
Além disso, caso as TIC não fossem utilizadas, foi solicitado o listadas. A tabela 1 apresenta os índices de uso das tecnologias,
motivo que justificasse tal postura. apresentadas na primeira linha, nas funções listadas na primeira
coluna da mesma, nas 48 disciplinas nas quais os 14 professores
Em 2009, dezessete professores atuaram na referida licenciatura,
atuam.
todos receberam o questionário, apenas três professores não
devolveram o questionário respondido. Sendo assim, foram Analisando os índices da tabela 1, verificou-se que tanto na
tabulados dados provenientes de quatorze professores preparação de apostilas como na preparação das aulas, os recursos
contemplando 48 disciplinas de um total de 53 que compõem a mais utilizados são processadores de texto, seguido da Internet e
matriz curricular. Os dados foram tabulados numa planilha dos softwares educacionais. Durante as aulas, para introdução
eletrônica, a partir dessa tabulação e do referencial teórico dos conteúdos, para construção de conhecimentos e para a fixação
estudado foi feita a análise das respostas. de conteúdos, os recursos apontados como os mais usados foram,
respectivamente softwares educacionais, processadores de texto e
Antecedendo à apresentação da análise das respostas dos
Internet. Ressalta-se, porém, que todos os índices foram inferiores
questionários, descreve-se, resumidamente, o perfil dos
a 50% o que sinaliza que as TIC ainda não estão integradas,
professores (primeira parte do questionário). Dos quatorzes
efetivamente, às práticas desses professores. Ressalta-se que,
professores que responderam ao questionário, nove são
devido à grande contribuição que a Internet pode oferecer, em
professores de disciplinas de formação Matemática, dois de
particular, para a Matemática, por meio dos applets e de outros
disciplinas de formação de professor e três de disciplinas
recursos, consideram-se muito baixos os índices de uso da mesma.
instrumentais (Física, Português e Educação, Trabalho e
Esse resultado requer um aprofundamento da pesquisa para
Tecnologias). A maioria dos professores (64%) trabalha no regime
descobrir a causa dos baixos índices.
de dedicação exclusiva, não atuando, portanto em outras
instituições de ensino.

299
Processador Planilhas
Softwares
formação inicial e das condições físicas e organizacionais das
Funções de de de Internet Outros
uso texto cálculo
educacionais escolas no uso pedagógico das TIC.
Preparação de apostilas 88% 4% 38% 60% 6% Todos os entrevistados atuavam como professores de Matemática,
Preparação de aulas 71% 8% 29% 54% 0%
no período em que a pesquisa foi realizada. Dois apenas no
Preparação de provas 90% 2% 31% 29% 6%
Durante as aulas para a Ensino Fundamental, dois, somente no Ensino Médio e os demais
21% 4% 33% 8% 2%
introdução dos conteúdos nos dois níveis de ensino. Além de Matemática, três destes
Durante as aulas para
construção do professores davam aulas de Física. A maioria dos professores
25% 6% 40% 23% 6%
conhecimento atuava na rede estadual (62,5%). O tempo de atuação, como
(desenvolvimento da aula).
Durante as aulas para
professor de Matemática variou entre dois meses e meio e, três
21% 6% 33% 17% 2%
fixação do conteúdo. anos, ou seja, todos são professores iniciantes. Designam-se por
Para atividade extraclasse. 44% 15% 29% 56% 0% letras os oito professores: A, B, C, D, E, F, G.
Outro fim. Qual? 0% 0% 0% 0% 0%
Uma das perguntas referiu-se à existência e às condições de
Tabela 1. Finalidade de uso dos recursos tecnológicos laboratórios de informática nas escolas que atuam. Como o
professor B atuava em duas escolas da rede estadual e os
Para atividade extraclasse a Internet é usada pelos professores em
professores D e H em três escolas da referida rede de ensino e os
56% das disciplinas, o que sinaliza que o pouco uso na sala de
demais em apenas uma escola, totalizaram-se treze escolas (três
aula, como comentado anteriormente, não é consequência de falta
particulares e dez estaduais) para o escopo desta etapa da
de conhecimento, mas de outros fatores não questionados.
pesquisa. Apenas as escolas particulares em que os professores C
O terceiro item, ainda da segunda pergunta, questiona-se sobre a e F atuavam não possuíam laboratório de Informática. Em todas
fonte de conhecimento das tecnologias (cursos/oficinas, as demais, havia laboratórios com acesso à Internet. A maioria dos
congressos, jornais/TV, revistas/periódicos, Internet, colegas, entrevistados classificou as condições dos laboratórios (61,5%)
outros) que utilizam nas disciplinas que ministram. As fontes mais como boas ou muito boas, somente dois laboratórios, em duas
citadas foram cursos/oficinas (79%), Internet (58%) e colegas escolas distintas, foram considerados ruins. Três laboratórios não
(69%). Todos os outros índices foram inferiores a 45%. O índice foram classificados, quanto às suas condições, pois os
de cursos/oficinas sinaliza o interesse desses professores por entrevistados nunca os visitaram. É importante destacar que todos
programas de formação continuada, fato que ressalta a os entrevistados consideraram os laboratórios pequenos, o que
importância da criação de propostas deste tipo. segundo estes, inviabiliza o uso dos mesmos, visto que não há
lugar para todos os alunos. Outro aspecto mencionado como
Uma análise geral das respostas do questionário possibilita problematizador foi a falta de um profissional de informática para
afirmar que a integração das TIC às aulas da referida licenciatura oferecer suporte técnico, principalmente, para manutenção dos
em Matemática é limitada. Considera-se que as potencialidades computadores e instalação de softwares.
das TIC para transformar as dinâmicas de sala de aula estão
abaixo do potencial inovador que, normalmente, lhes é atribuído. Todos os professores afirmaram que a formação que tiveram para o
Estas considerações não são particularidades do contexto desta uso pedagógico das TIC na licenciatura em Matemática foi
pesquisa. Embora tenham ocorrido avanços nas últimas duas suficiente para a utilização das mesmas na prática docente. Porém,
décadas no que concerne à integração das TIC nos vários níveis três nunca usaram TIC em suas aulas, quatro usaram apenas uma
educacionais, em muitos países como, por exemplo, a Espanha e vez e, apenas o professor H usou duas vezes, uma vez a cada ano.
países latino-americanos, a referida integração ainda é incipiente A professora D usou o laboratório apenas para os alunos realizarem
[13]. pesquisas na Internet. Os softwares usados pelos outros quatros
professores foram: GeoGebra, Régua e Compasso, Poly e Winplot
para abordar, respectivamente, função afim, semelhança de
3.3 Descrição, coleta e análise das entrevistas triângulo, poliedros e no último software citado, interpretação
Na etapa de preparação, foi realizado um levantamento, junto ao geométrica de sistemas lineares, função seno e função cosseno.
registro escolar do Instituto Federal, do nome dos egressos da Todos os softwares citados foram estudados na disciplina EMT. As
licenciatura em Matemática da referida instituição, que iniciaram atividades realizadas com os softwares para estudo dos conteúdos
o curso em 2004, 2005 e 2006 e concluíram até 2009-1. Este listados, com seus alunos, foram adaptações das que usaram
período foi escolhido, pois foi em 2004 que a disciplina Educação enquanto professores em formação, na disciplina EMT ou em outra
Matemática e Tecnologias (EMT) foi implementada na matriz disciplina da licenciatura que cursaram. Estes dados sinalizam a
curricular. Considera-se que as ações desenvolvidas na disciplina influência das ações desenvolvidas na formação inicial, nas práticas
EMT e em outras, influenciam a prática docente dos sujeitos da docentes dos participantes desta pesquisa, ou seja, ressalta o
pesquisa. Foram identificados 16 egressos, todos foram princípio da simetria invertida.
contactados, por telefone, com o objetivo de identificar quais
Em todas as descrições das experiências de uso pedagógico das
estavam atuando como professores de Matemática do 6º ao 9º ano
TIC, os professores destacaram a importância do papel da
do Ensino Fundamental ou no Ensino Médio. Oito deles
linguagem gráfica na construção dos conhecimentos matemáticos,
declararam que sim, sendo estes então, os sujeitos desta etapa.
como destaca Ponte, Oliveira e Varandas [14]. Foi possível
Paralelamente ao referido levantamento, foram elaboradas as perceber, por meio dos depoimentos, que o uso das TIC foi
perguntas que compõem a entrevista semiestruturada. O objetivo incipiente ou até mesmo muito superficial, pois todos finalizaram
da entrevista foi levantar dados sobre o uso de TIC no processo de a descrição afirmando que poderia ter sido melhor. Este fato
ensino e aprendizagem de temas matemáticos na prática docente sinaliza que estão conscientes de que as potencialidades do uso
dos oito professores iniciantes. Além de identificar a influência da pedagógico das TIC na aprendizagem de Matemática não foram

300
aproveitadas efetivamente. Vale ressaltar, portanto, que mesmo modelo, nos quais o contexto dos professores não é considerado.
assim, todos afirmaram que o uso das TIC despertou interesse dos
Quando questionados sobre algumas características desejáveis
alunos, melhorou o comportamento dos mesmos e ajudou na
para uma proposta de formação continuada para uso pedagógico
resolução dos exercícios tradicionais propostos pelos livros.
das TIC nos primeiros meses da prática docente, aspectos bem
As justificativas para o pouco uso foram às seguintes: i) distintos foram mencionados. Dois professores afirmaram que é
imposição da direção no cumprimento do planejamento; ii) turmas muito importante que haja momentos presencias, destacaram que
grandes; iii) alunos indisciplinados; iv) condições ruins do a presença do professor é fundamental. Este aspecto da formação
laboratório, ou não existência dos mesmos; v) falta de incentivo foi um dos resultados da pesquisa realizado por Jang [17]. Outro
da coordenação da escola; vi) falta de suporte técnico; vii) aspecto destacado por outros dois entrevistados foi a importância
insegurança, pois tudo é muito novo no início da prática docente, de a formação possibilitar troca de experiências, de recursos
entre outros. Considera-se que o pouco uso das TIC nas aulas dos tecnológicos e materiais com outros professores iniciantes, para o
professores iniciantes, sinaliza que não basta à escola ter uso pedagógico das TIC na aprendizagem de Matemática. O
laboratórios de informática e nem mesmo que os professores destaque dado à troca de experiências reforça a ideia de Vygotsky
tenham uma formação inicial de qualidade, para que ocorra o uso [18], quando afirma que as funções no desenvolvimento de uma
pedagógico efetivo das TIC. Destaca-se que o contexto escolar pessoa ocorrem em dois planos distintos: primeiro no social (entre
(condições físicas, suporte técnico e pedagógico, planejamento, pessoas, como categoria interpessoal) e, depois, no individual
gestão escolar, entre outros) desempenha um importante papel (interior da criança, como categoria intrapessoal). Um professor
nesta integração [15]. comentou ser importante que a proposta de formação considere o
contexto do professor. Este aspecto é destacado por Tardif [7]
Todos os entrevistados afirmaram que usam as TIC na preparação quando afirma que saberes docentes são situados.
de material, tais como folha de exercícios e avaliações, além
disso, afirmaram que realizam pesquisas na Internet para preparar De maneira geral, a análise das entrevistas sinalizou que as ações
as aulas e os materiais. O mesmo foi percebido em relação aos realizadas na formação inicial, quanto ao uso pedagógico das TIC,
professores da licenciatura, por meio da análise das respostas do foram importantes para a formação dos professores. Porém, não
questionário, como apresentado na subseção anterior. A foram suficientes para o uso efetivo das mesmas na prática
professora H afirmou que tem compartilhado os softwares que docente. Este fato sinaliza que ações devem ser implementadas em
estudou na licenciatura assim como, as atividades com os demais prol de soluções para os problemas identificados.
professores das escolas em que atua. Estes depoimentos retratam
Considerando a literatura estudada, o levantamento do estado da
que as atividades desenvolvidas na formação inicial influenciaram
arte, a análise das respostas dos questionários e das entrevistas,
de alguma forma, a prática destes professores.
alguns indicadores da proposta a ser criada foram estabelecidos e
Em uma das perguntas da entrevista, questionou-se sobre a são apresentados na próxima seção. Vale ressaltar que ainda
importância do professor mais experiente para o uso pedagógico ocorrerá a observação das práticas docentes dos oito egressos
das TIC no início da prática docente, todos afirmaram que seria entrevistados, esta, provavelmente, sinalizará outras
muito importante. Alguns comentários sinalizaram fortemente, o características a serem contempladas na proposta
sentimento dos professores no início da prática docente, a saber:
“A gente fica muito perdida quando chega.[...] chegando na
escola é tudo muito diferente.”(Professor A); “Eu me sentiria
4. INDICADORES DA PROPOSTA T-
muito mais seguro com apoio de um professor experiente.” PROIM
(Professor B). Estes comentários reforçam a importância do A proposta de formação continuada considerará a formação inicial
acompanhamento, pós-formação, da atividade pedagógica do dos participantes, criando um elo entre a universidade e sala aula,
professor [8]. Além de ressaltar o confronto inicial com a dura e para além dos estágios supervisionados. Esta será destinada,
complexa realidade do exercício da profissão, da desilusão e do inicialmente, apenas aos egressos da Licenciatura em Matemática
desencanto dos primeiros tempos de profissão [7]. As respostas de do Instituto Federal, curso em que uma das autoras deste artigo
todos os entrevistados destacam a importância da mediação atua e que foi investigado por meio dos questionários e das
realizada pelo outro que elabora situações de aprendizagem nas entrevistas apresentadas na seção anterior.
quais instrumentos e signos são, intencionalmente, introduzidos
numa ação [16]. Pretende-se criar uma comunidade de prática que será apoiada por
uma rede social na Internet. A rede será implementada utilizando
Considerando a importância da formação continuada nas práticas a plataforma Elgg (http://www.elgg.org/), esta apoiará e orientará
docentes, questionou-se sobre a participação dos entrevistados em os professores em momentos que não sejam presenciais de forma
programas dessa natureza, após conclusão da licenciatura, assim a garantir maior participação. Além disso, por meio destes
como a aplicação dos conhecimentos obtidos na referida recursos, será incentivado que os professores participantes
formação, na prática docente. Metade dos professores afirmou que compartilhem seus conhecimentos com os demais professores
participou de algum curso, índice considerado positivo devido ao participantes da formação e com os professores das escolas que
pouco tempo que esses professores concluíram a licenciatura. atuam. As atividades propostas serão realizadas considerando o
Todos afirmaram que não aplicaram os conhecimentos adquiridos contexto de sala aula de cada professor, tentando assim minimizar
nos programas de formação continuada de que participaram, nas o problema da não aplicação do que é estudado nos programas de
suas práticas docentes. Resumidamente, usaram como justificativa formação continuada, nas atividades docentes. Além disso, a
que os temas estudados não estavam relacionados ao contexto em proposta T-PROIM considerará as orientações de Imbernón [19],
que atuam. Esta afirmação reflete modelos de formação a saber: i) diagnóstico das formas de atuação dos professores em
padronizados, ministrados por especialistas, composto de lições-

301
suas salas de aula; ii) exploração da teoria, realização de enraizada em aspectos tradicionais, o sistema educacional não
demonstrações, discussões e práticas em situações de simulação; pode se restringir à função de transmissor de conhecimentos, mas
iii) discussão reflexiva; iv) sessões de retorno dos professores e deve constituir em um ambiente no qual os alunos aprendam a
assessoria aprender. Considera-se que a formação pode representar um
caminho para encorajar ações que tornem os professores
Os objetivos da proposta T-PROIM, estabelecidos até a presente
consumidores críticos, produtores de conhecimentos e mediadores
data são: i) fundamentar a utilização das TIC nas escolas nas quais
de processos de mudanças. Tais resultados sinalizam o caráter
os professores/participantes atuam; ii) integrar modalidades mistas
inovador da proposta T-PROIM para o contexto pesquisado.
(“blended”), uma parte presencial e outra a distância com apoio
de de redes de sociais na Internet; iii) considerar o contexto do A próxima etapa desta pesquisa será concluir a elaboração da
professor nas atividades desenvolvidas; iv) criar espaço de proposta T-PROIM, experimentá-la com professores iniciantes de
criação de recursos pedagógicos e de publicação; v) proporcionar Matemática (egressos da licenciatura em Matemática de um
momentos de formação entre pares. Instituto Federal) e analisá-la. Espera-se com a experimentação
provocar mudanças nas práticas docentes por meio da integração
As ações desenvolvidas na formação continuada serão
das TIC na aprendizagem Matemática. Mudanças que não sejam
fundamentadas na teoria sócio-histórica [18]. O processo de
reprodução das práticas docentes tradicionais. Considera-se que a
formação, assim como a teoria vygotskyana considerará as
integração das TIC somente acontecerá quando o professor
interações interpessoais como etapa importante para a
perceber que as tecnologias são instrumentos mediadores
internalização das funções psicológicas superiores. Além disso,
importantes para a aprendizagem. Para tanto, é relevante que
considerará as relações existentes entre formação inicial, contexto
vivencie situações nas quais isso ocorra.
social, história pessoal, saberes docentes, TIC e prática docente. A
estrutura da proposta será baseada no tripé: atividades,
Comunicação – Interação e expressão - produção. Todo o REFERÊNCIAS
processo de formação será baseado na realização de atividades
[1] Rego, T C. e Mello, G. N. 2002. Formação de professores na
práticas. Afinal, a solução não está apenas em aproximar a
América Latina e Caribe: a busca por inovação e eficiência. In
formação dos professores do contexto, mas sim, em potencializar
Anais da Conferência Regional Formação de professores na
uma nova cultura formadora, que gere novos processos na teoria e
América Latina e Caribe. Brasília, DF, Brasil.
na prática da formação [19].
[2] Unesco.2009. Coleção Padrões de Competência em TIC para
A proposta T-PROIM terá três grandes fases. Na primeira fase,
Professores: Módulos de Padrões de Competências. Tradução
denominada “Inicial”, de maneira geral, serão realizados: um
de Cláudia Bentes David. UNESCO, Brasília, DF,
diagnóstico do contexto de trabalho dos professores; uma
Brasil.http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001562/156210
sondagem das estratégias usadas habitualmente durante as aulas
por.pdf
dos mesmos; estudos e pesquisas sobre TIC na aprendizagem
Matemática e a elaboração de recursos pedagógicos (applets, [3] Balanskat, A.; Blamire, R. and Kefalla, S. 2006. The ICT
unidades de aprendizagem, atividades que utilizem TIC para o impact report: A review of Studies of ICT impact on schools
estudo de temas matemáticos, entre outros). Na segunda fase, in europe. European.
denominada “Desenvolvimento”, os professores participantes da http://ec.europa.eu/education/doc/reports/doc/ictimpact.pdf
experimentação, aplicarão em suas turmas o que foi planejado na
etapa anterior. Nesta segunda fase, pretende-se envolver, de forma [4] Bairral, M. A. 2009. Tecnologias da Informação e
indireta, outros professores da escola na qual o professor atua. Na Comunicação na formação e Educação Matemática, v. 1,
terceira e última fase, denominada “Análise” será feita uma Editora da UFRRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
avaliação da segunda fase de forma compartilhada e presencial, ou [5] Valentini, C. B.; Soares, E. M. S.2005. Fluxos de interação:
seja, refletir coletivamente suas experiências. Ainda será definida uma experiência com ambiente de aprendizagem na Web. In:
a certificação que será dada aos professores participantes da Valentini, C. B.; Soares, E. M. S. (Org.). Aprendizagem em
experimentação da proposta. Pretende-se com a proposta T- ambientes virtuais: compartilhando idéias e construindo
PROIM contribuir para que os professores expressem suas ideias, cenários. EDUCS, Caxias do Sul, Brasil. v. 1, 77-86.
necessidades e experiências de modo a tornarem autores de
recursos pedagógicos e construtores de práticas docentes [6] Graham, C. R.2005. Blended learning systems definition,
inovadoras. current trends, and future directions. In: Bonk, C. J.; Graham,
C. R.; Cross, J.; Moore M.G. (Ed.). The handbook of blended
learning: global perspectives, local designs. Pfeiffer
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Publishing, São Francisco, 3-21.
A análise das respostas dos questionários respondidos pelos [7] Tardif, M. 2007. Saberes docentes e formação profissional.
professores da licenciatura e das entrevistas realizadas com 8.ed. Tradução de Francisco Pereira. Vozes, Petrópolis, RJ.
professores iniciantes de Matemática sinalizaram que as TIC não
estão integradas às aulas de Matemática. Possibilitou também, [8] Costa, F. (Coord.). 2008. Competências TIC: estudo de
ratificar que implementar laboratórios com computadores Implementação, v.1. GEPE/ME (Gabinete de Estatística e
modernos e contemplar, na formação inicial, a preparação de Planejamento da Educação), Lisboa, Portugal.
professores para o uso pedagógico das TIC não gera práticas nas [9] Brasil, Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007,
quais as referidas tecnologias estejam integradas. Além disso, foi publicado no Diário Oficial da União de 13/12/2007, p. 3,
possível perceber que a concepção de educação ainda está

302
2007. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Decreto/D6300.htm
[10] Brasil, MEC – Ministério da Educação–ProInfo Integrado,
2009.http://www.sed.sc.gov.br/educadores/proinfo?format=pd
f
[11] Vosgerau, D. S. A. R.; Endlich, E.; Pinto, A.M. e Bolsi, C.
2007. O projeto Cri@tividade: a formação em serviço para
integração das TIC. In: Behrens M. A.; Ens R. T.; Vosgerau
D. S. R. (Org.). Discutindo a educação na dimensão da
práxis. v. 1, Champagnat, Curitiba, PR, Brasil, 165-182.
[12] Leach, J.; Ahmed, A.; Makalima, S.; Power T. 2005. DEEP
IMPACT: an investigation of the use of information and
communication technologies for teacher education in the
global south. United Kingdom: Department for International
Development (DFID).
[13] Coll, C.; Mauri, T.e Onrubia, J. A. 2010. Incorporação das
tecnologias de informação e da comunicação na educação. In:
Coll, C.; Monereo, C e col. Psicologia da Educação Virtual:
aprender e ensinar com as tecnologias de informação e da
comunicação. Tradução de Naila Freitas. Artmed, Porto
Alegre, RS, Brasil, 67-92.
[14] Ponte, J. P.; Oliveira, H. e Varandas, J. M. 2003. O
contributo das Tecnologias de Informação e Comunicação
para o desenvolvimento do conhecimento e da identidade
Profissional. In: FiorentinI, D. (Ed.). Formação de
professores de Matemática: explorando novos caminhos com
outros olhares. Mercado de Letras, Campinas, SP, Brasil,
159-192.
[15] Chen, R.-J. 2010. Investigating models for preservice
teachers’ use of technology to support student-centered
learning. Computers & Education, 55, 1 (August 2010), 32-
42. DOI= 10.1016/j.compedu.2009.11.015.
[16] Baquero, R. 1998. Vygotsky e a aprendizagem escolar.
Artes Médicas, Porto Alegre, RS, Brasil.
[17] Jang, S.-J. 2008. The effects of integrating technology,
observation and writing into a teacher education method
course. Computers & Education, 50, 3 (April 2008), 853-865.
DOI= 10.1016/j.compedu.2006.09.002
[18] Vygotsky, L. S. 2007. A formação social da mente: o
desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 7. ed.
Martins Fontes, São Paulo, SP, Brasil.
[19] Imbernón, F. 2010. Formação continuada de professores.
Tradução de Juliana dos Santos Padilha. Artmed, Porto
Alegre, RS, Brasil.

303
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

LA EDUCACIÓN A DISTANCIA Y PRESENCIAL:


DE LAS TIC A LAS TICC
Guillermo Ospina Gómez
Universidad de Antioquia
Colombia
gospina3@gmail.com

RESUMEN ABSTRACT
Universities are producing significant amounts of content for its
Las universidades producen cantidades importantes de contenidos
employees and students. With the advent of the Internet, began an
académicos para sus estudiantes. Con la aparición de Internet,
opportunity and a fashion. Many institutions were devoted to scan
llegaron tanto una oportunidad como una moda. Muchas
all available content, and place them into some kind of platform
instituciones se dedicaron a digitalizar todos los contenidos
under various multimedia presentations, in order that students of
disponibles, para ubicarlos en algún tipo de plataforma bajo
the two models learn without the barriers of space and time,
presentaciones multimedia, con el propósito de que los
through technologies Information and communication. However,
estudiantes, de los dos modelos aprendan sin las barreras de
despite the substantial increase in bandwidth of the Internet and
espacio y tiempo, a través de las tecnologías de la Información y
new ways of delivering content, the numbers of dropouts and
la comunicación. No obstante, a pesar del incremento sustancial
del ancho de banda de la Internet y de las nuevas formas de
entregar contenidos, las cifras académicas de deserción y los
academic quality of universities are still unfortunate, in the
índices de calidad de las Universidades siguen siendo
distance and face models. This begs the question: what are we
desafortunados tanto en el modelo a distancia como en modelo
doing wrong? In this regard, I can venture to give an answer:
presencial. Surge entonces la siguiente pregunta: ¿qué estamos
We are more impressed with the technology that concentrates on
haciendo mal? Al respecto, puedo aventurarme a dar una
learning, is not enough information and communication
respuesta: estamos más impresionados con la forma que
technologies. We are required to incorporate the real world as a
preocupados por el fondo, no basta con las TIC, pues además de
tecnologías de Información y comunicación, se requiere learning strategy for
incorporar el mundo real como estrategia de aprendizaje para
producir conocimiento (TICC). producing knowledge (TICC).

Palabras clave 1. INTRODUCCIÓN


Sentidos, aprendizaje, interacción, conocimiento, información, La Universidad de Antioquia es una universidad pública con 207
comunicación. años de existencia, 1263 profesores de tiempo completo, 33645
estudiantes, 86 pregrados, 178 posgrados, 44 maestrías y 20
doctorados
Permiso para hacer copia digital o impresa de la totalidad o parte de
este documento, cuando es para uso personal o académico, se otorga La Universidad cuenta también con un programa formal de
sin costo alguno siempre y cuando los ejemplares no sean producido o educación a distancia, llamado Ude@ que en la actualidad ofrece
distribuidos con fines comerciales y que las copias tengan este aviso y la tres carreras de ingeniería (Ingeniería de Telecomunicaciones,
cita completa en la primera página. Ingeniería de Sistemas e Ingeniería Industrial) con un total de
1149 estudiantes, 2640 en otros programas y un programa piloto
dirigido a los estudiantes de grado 10 y 11 de educación
secundaria (bachillerato) en un pequeño municipio distante de la
capital. A partir de enero de 2011 se ofrecerán la carrera de
Ospina, Gillermo. (2010). La educación a distancia y presencial: De las TIC a las Ingeniería Ambiental y especialización en la misma área,
TICC. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, igualmente, se extenderá el programa de bachilleres a seis
Volumen 1, pp 304-310, Santiago de Chile.
poblaciones más distantes de la capital.
Por otra parte, y como estrategia para llagar a poblaciones
remotas con ancho de banda bajo, el programa Ude@ optó por

304
poner la menor cantidad de contenidos pesados en la plataforma y que se ofrecen en la Universidad en el modelo presencial, pero se
usarla más como medio de comunicación. A los estudiantes llevan al resto de la región en la modalidad de distancia.
matriculados se les entregan, para cada curso, libros, guías de
estudio, guías de autoevaluación, todo ligado entre sí, a un CD
interactivo que contiene el mapa conceptual del curso, así como
2.2 El profesor
varios DVD con videos pregrabados de las clases convencionales El otro actor en el escenario somos los profesores, que pasamos
y tutorías con videoconferencia en tiempo real. Se trata de dar al muchos años en el papel pasivo como alumnos y de repente
estudiante un conjunto de posibilidades mediáticas para aquellos estamos en el papel hiperactivo de profesores. Repetimos lo que
que privilegian algunos estilos de aprendizaje (Felder,2002), y de aprendimos y enseñamos como aprendimos. Y, sin lugar a dudas
paso se libera al estudiante, por largos espacios de tiempo, de la somos los culpables de que los estudiantes que midieron el
obligación de conectarse a Internet como medio de comunicación. ladrillo antes mencionado, lo hicieran mal. Recientemente
No obstante todo lo anterior, surge una pregunta fundamental: pregunté a varios profesores en una conferencia introductoria
¿esto nos hace mejores o peores que otras alternativas de sobre aprendizaje efectivo cómo enseñan algunos de ellos y las
educación? A continuación trataremos de responderla mediante el respuestas no se hicieron esperar. De manera rápida y clara
análisis de varios aspectos. algunos profesores describieron su metodología para la
enseñanza. Terminadas esas presentaciones hice la pregunta:
2. EL ESCENARIO “Profesores, ¿ustedes como aprenden?”. Silencio total. La razón
de este silencio es que nuestro entrenamiento está centrado en
2.1 El alumno observarnos a nosotros mismos como agentes definitivos del
cambio cognitivo del estudiante, pero no sabemos cómo es que
El egresado en Colombia de nivel secundario ha pasado por un éste aprende y conoce. Sobre el problema de la enseñanza-
“mundo feliz” por 11 años de su vidda. Es un estudiante que supo aprendizaje y la obvia conexión entre estas dos partes, corren ríos
desde muy temprano que la norma nacional no permitía que de tinta. Sin embargo, aunque los eruditos en este tema no separan
reprobara el año más de 5% del total del grupo de sus los dos procesos, es más común de lo que imaginamos el
compañeros, y por lo tanto se le indujo todo el tiempo a hacer el fenómeno de que la enseñanza se da sin que ocurra el aprendizaje.
menor esfuerzo posible, es decir, copiar tareas y recitar de En alguna medida tendemos a pensar que el aprendizaje es
memoria cualquier cosa que el profesor quiere escuchar cuando el siempre posterior a la enseñanza porque la frecuencia con que
alumno aspira a ser sobresaliente. Comprobé la talla de los enseñamos es mayor que aquella con la cual aprendemos, y por tal
egresados de secundaria cuando en un curso de construcción razón dicha suposición nos parece más probable.
brindado por el SENA (Servicio Nacional de Aprendizaje) en mi
finca, encontré a dos de ellos enfrascados en la discusión sobre la
medida de un ladrillo, con metro en mano. Mientras uno afirmaba
2.3 Las TIC
que la medida era 2 metros de longitud el otro sostenía que era 20 Se nos ha vendido la idea de que las TIC son recursos novedosos
metros, sostuvieron tal resultado con “…de lo que sí estamos y estratégicos para la educación, asociados con la irrupción de la
seguros es que como en mis manos tengo un metro lo que lea es Internet. Sin embargo, esto no es verdad, pues nos informamos
en metros…” O sea, que pasaron 6 años de educación secundaria con los periódicos, la radio, la televisión, los libros, revistas o
y nunca tuvieron en sus manos un metro para medir el aula que documentos impresos, y nos comunicamos con el teléfono, el
habitaron. Esta clase de recurso humano es la que aspira, y a veces correo cuando de distancia se trata, y en buena medida, con la voz
llega, a nuestras Universidades. Hay que aclarar, no obstante, que y la semiología corporal cuando es de manera presencial. Internet
este ejemplo extremo ocurre con mayor frecuencia en colegios integra la mayoría de estos elementos y tenemos el coctel que hoy
estatales ubicados fuera de las ciudades capitales de llamamos TIC, que hasta el momento sólo estimulan la vista y el
departamento, pero casos parecidos, con menos frecuencia, se oído. Ahora, cuando el experto en enseñanza virtual James C.
presentan en otras instituciones educativas, tanto estatales como Taylor (2001) nos anuncia la quinta generación de la educación a
privadas de las ciudades más importantes. distancia, nos preguntamos si habrá diferencia en el aprendizaje
con esta generación si se compara con la primera generación,
La Universidad de Antioquia, entiende este problema como de
donde únicamente se disponía de un documento escrito como
grandes proporciones, pues la norma constitucional predica la
información (un folleto) y el correo postal como comunicación.
igualdad de oportunidades de acceso a la educación para todas las
personas, independientemente de su condición económica, En mi caso particular, conocí de cerca el modelo a distancia de la
política o social. En vista de ello, en la Universidad los primeros primera generación. Un familiar mío se gradúo en 1962 en
cursos son, en la práctica, nivelatorios, tendientes a llenar los Modern Schools en electrónica, radio y televisión. Con ese curso,
vacíos que trae el estudiante desde el bachillerato. Para empujar y mucha práctica, terminó diseñando y fabricando un transmisor
más allá la solución de los nivelatorios, la universidad, se traslada de radio en AM con 1 Kw. de potencia en mi pequeño pueblo, y
ahora a la fuente del problema y creó el programa Los bachilleres con ese conocimiento se hizo a una profesión de la que vivió el
estudian en la Universidad de Antioquia, cuyo propósito es resto de su vida. Ahora yo, después de ejercer como profesor
mejorar las competencias básicas del estudiante de bachillerato titular en la Facultad de Ingeniería de la Universidad de Antioquia
antes de ingresar a la institución. El estudiante se matricula en en el área de las telecomunicaciones, me pregunto: ¿qué pasa que
cursos de, lectoescritura, matemáticas, inglés y ciencias básicas de se necesita tanto esfuerzo, tecnología y tiempo para lograr lo que
la física, con un curso por semestre desde el grado 10 hasta mi familiar logró prácticamente solo? Lo único que se me ocurre
finalizar el grado 11. Estos cursos son exactamente los mismos contestar es que, además de haber estimulado la vista y el tacto,

305
fueron la motivación, la pasión y la práctica, lo que logró en él avance logrado en un curso convencional era de sólo 8%,
resultados significativos. ganancia que se perdía casi en su totalidad cuando se hacía un
nuevo test seis meses después de terminado el curso. Su
conclusión fue que el estudiante que puede “resolver el problema”
2.4 El problema de un examen típico, no necesariamente sabe aplicar sus
En su obra Los cinco sentidos, el eminente filósofo e historiador conocimientos en un contexto ligeramente diferente, y menos aun
de las ciencias francés Michel Serres (2003) sostiene que “… no en el mundo real, donde la mayoría de las veces el problema no
hay nada en el intelecto que no haya estado primero en los está completamente especificado.
sentidos: lo sensible permanece”, y más adelante agrega:
Esta nueva situación puso al profesor Mazur a revisar lo que
“Muchas filosofías se refieren a la vista, pocas al oído y menos
estaba pasando en sus clases. Comprendió que su tarea
aún confían en el tacto o en el olfato. La abstracción divide el
fundamental era estimular el ejercicio de pensar en el estudiante,
cuerpo sensible y excluye el gusto, el olfato y el tacto, sólo cuida
pero también necesitaba hallar en qué estaban concentrados los
la vista y el oído…”. En el espacio donde podemos hacer que el
estudiantes a medida que cubría el material del curso y poder, de
estudiante use más sentidos que la vista y el oído es en el modelo
esta manera, descubrir y corregir cualquier concepto erróneo
presencial, pero a pesar de ello lo sentamos a que escuche y
persistente y asentado en sus cerebros. Entonces, la solución que
aplique la receta que nos describe el especialista en gestión del
encontró fue dar a los estudiantes más responsabilidad, que es el
conocimiento Javier Martínez Aldanondo: “Yo sé, tú no sabes, yo
elemento esencial de la técnica de la enseñanza entre pares.
te cuento, y por lo tanto el profesor hace el 95% del trabajo”.
Si hago memoria de lo que observé con gusto en mi educación 2.6 Un diagnóstico
primaria, tengo que decir que solo fue aquel germinador, en un
frasco de vidrio, trasparente en el que vi paso a paso como crece De acuerdo con lo que afirma Charles W Misner en su prólogo del
una planta a partir de una semilla de maíz o frijol. Pero en el resto libro Peer instruction, de Eric Mazur, “la ecuación F = m.a, es
de mi educación tuve muy pocas oportunidades de tocar el mundo fácil de memorizar, difícil de usar y aún más difícil de entender”.
real como iniciativa de las instituciones, fue más bien pidiendo En lenguaje fácil de esta ecuación permite deducir cuál es el
oportunidades a técnicos e ingenieros amigos de las camino escogido por algunos profesores y estudiantes en nuestros
telecomunicaciones como aprendí a trabajar en el montaje de colegios y universidades y de paso soslayar el concepto. Sin
antenas, torres, enlaces de radio y todo un conjunto de cosas que embargo, me atrevo a afirmar que los conceptos no son visibles,
suelen complicarse y salir mal en el mundo real y perfecto en los muchas veces, porque la matemática los oculta. Es decir, llegamos
laboratorios de la facultad. a una velocidad pasmosa a la manipulación de las ecuaciones sin
aclarar suficientemente bien el concepto en el contexto del curso,
En la academia de la ingeniería solemos recurrir primero a la
en otros contextos y en el mundo real. Acabamos dando prelación
ecuación, y si los estudiantes manejan bien esa ecuación
al lenguaje complejo y compacto de las matemáticas para aclarar
quedamos convencidos de que el tema se aprendió. Con este
conceptos que la mayoría de las veces no están claros en lenguajes
panorama negativo del modelo presencial, que es norma en
más simples, ni siquiera en la lengua materna. Personalmente he
muchas universidades, es seguro que la educación a distancia no
comprobado este problema cuando a estudiantes de último
puede ser mejor que la primera sólo por las TIC. Estos aspectos
semestre de ingeniería electrónica les pregunto por un concepto;
me llevan a contar la siguiente experiencia.
invariablemente titubean y buscan en su cerebro una ecuación
que recitar y los saque del lío.
2.5 La experiencia general De lo tedioso que significa para algunos profesores producir
Un poco de historia. Desde 1984 Eric Mazur, especialista en exámenes cada semestre se aprovechan los estudiantes que
enseñanza interactiva, ha sido un reconocido profesor de los tienen en sus manos una gran cantidad de problemas y exámenes
cursos introductorios de álgebra y física en la Universidad de ya resueltos, “tráfico de exámenes”, a los que se aferran como
Harvard. Se interesa mucho en los temas de la pedagogía de las única tabla de salvación. Estos problemas indefectiblemente
ciencias de la física y además tiene buenas evaluaciones y vuelven a “caer” (es decir, vuelven a incluirse) en el examen del
relaciones con sus estudiantes. Hasta 1990, todo parecía marchar semestre en que están matriculados o en el siguiente; por lo tanto,
bien (en el sentido tradicional) para ambas partes. Pero todo la tarea principal de los estudiantes es hacer de una manera casi
cambió cuando en ese año, Mazur decidió evaluar a sus mecánica el mayor número posible de problemas para tener las
estudiantes usando un instrumento que se había introducido en el mayores posibilidades de pasar la materia, estrategia que casi
tema de la enseñanza de la física. siempre les funciona.
Durante los años ochenta, en Estados Unidos, los físicos David Los profesores y los estudiantes tenemos gran valor al afirmar, los
Hestenes, Malcolm Wells y Gregg Swackhamer, desarrollaron un primeros, que dictan clase, y los segundos, que reciben clase, es
examen de diagnóstico completamente conceptual que sondea a decir, ambos aceptamos de forma inconsciente los papeles de
los estudiantes respecto de la cinemática y la mecánica clásica recipiente y dictador, lo cual empeora el ya de por si bajo nivel de
mediante lo que denominan inventario sobre el Concepto de la comunicación entre unos y otros y aumenta la distancia entre las
fuerza” (FCI), con en el cual Mazur esperaba que sus estudiantes dos partes. Al comienzo del semestre el profesor debe indicar en
de Harvard salieran muy bien librados de una prueba tan “simple” forma detallada los temas que se van a “ver”, y a eso se reduce, es
como la planteada allí, pero se sorprendió al encontrar que no decir, a verlos. Suele ser de tal magnitud la cantidad de temas a lo
resolvieron la prueba tan bien como esperaba. Para confirmar la largo del curso que se crea una carrera contra el tiempo pues el
situación logró medir, con un “pretest” y un “postest”, que el profesor no puede limitarse a trabajar los saberes esenciales y

306
genera un banco de niebla tan espeso con tantos temas que el Problema convencional
estudiante no logra tener una visión de lo fundamental del curso,
ni las conexiones con los demás cursos que le siguen o le
anteceden. Así pues, no hay tiempo para pensar, discutir,
compartir, ensayar, tocar, crear modelos físicos, leer, simplificar,
representar en forma gráfica, representar matemáticamente el
fenómeno, elaborar modelos teóricos y, finalmente, construir
nuevos conceptos.
Como conclusión, podemos decir que los estudiantes tienen varios
contrincantes en el camino. Primero, el exceso de temas y Problema conceptual:
materias; segundo, un bajo nivel de comunicación con sus El circuito serie de la figura tiene tres bombillas idénticas
profesores; el modelo heredado, privilegiadamente conductista conectadas a una fuente como se muestra. Cuando el conmutador
tercero, su interés primordial de aprobar la materia (como sea) y S se cierra, ocurre lo siguiente: se incrementa, disminuye o sigue
su seguro castigo cuando se equivocan; y cuarto, la falta de igual.
estrategias y capacidad, por parte de los profesores, para hacer que
se apasionen y disfruten del aprendizaje.
Para salirle al paso, en parte, a algunos de los problemas que se
han descrito hasta el momento, aparece como una buena
alternativa el procedimiento de la enseñanza entre pares,
planteado por Mazur, que a mi modo de ver merece más bien el S
nombre de aprendizaje y enseñanza entre pares.

(a) La intensidad de las bombillas A y B


2.7 La medición
(b) La intensidad de la bombilla C
Eric Mazur se dedicó a resolver el problema (mediante una
medida objetiva) del porqué tan bajo rendimiento en el aspecto (c) La corriente que drena la fuente
conceptual de los estudiantes de física en Harvard. Para (d) La caída de voltaje a través de cada bombilla
desarrollar una medida creó parejas de preguntas en dos ámbitos,
una en el convencional y otra en el conceptual. Las preguntas (e) La potencia disipada en el circuito
convencionales muestran un grado de dificultad mayor que el de
En la siguiente gráfica se muestra la caída del promedio a un valor
las conceptuales, sobre el mismo concepto de la física.
de 4.9 de los mismos estudiantes sometidos a la pregunta
Mazur presenta en su libro el siguiente ejemplo que ilustra lo conceptual.
mencionado.
Problema conceptual
Problema convencional:
En el circuito mostrado calcule (a) La corriente en la resistencia
de 2 ohm y (b) La diferencia de potencial entre los puntos P y Q

12v 4

Q Como resultado, el profesor Mazur, encontró que estudiantes


2 calificados con un 10 en el examen convencional pueden reportar
un 0 en el examen conceptual, y que 39% de los estudiantes
P
empeoran cuando pasan del examen convencional al conceptual.
6
Inversamente, 9% de los estudiantes empeoran al pasar del
conceptual al convencional. Esta tendencia se confirmó en
8v
muchos pares similares de preguntas.
En la siguiente gráfica se aprecia la distribución de las Según Mazur, estos resultados exponen diversas dificultades en
calificaciones de 0 a 10 de los estudiantes sometidos a la prueba las ciencias de la educación. Primero, es posible para los
convencional, con un resultado de calificación promedio de 6.9. estudiantes hacer bien los problemas convencionales
memorizando algoritmos sin entender el fenómeno físico que
subyace, y segundo, como resultado de esto es posible que un
profesor, incluso con experiencia, esté completamente desubicado
pensando que ha enseñado de una manera correcta. Los
estudiantes están sometidos a la misma falla conceptual: ellos
creen que pueden dominar el material y sufren una severa

307
frustración cuando descubren que sus trucos no trabajan en • Si el porcentaje de aciertos es menor que 90%, el
diferentes problemas. profesor debe disminuir la velocidad, entrar con más
calma a explicar y aclarar a aquellos estudiantes que
“Definitivamente los estudiantes de mis cursos ― continúa Mazur
no lograron entender el concepto.
― están concentrados en aprender recetas o estrategias para
resolver problemas”. Mazur concluye lo siguiente: “Nadie clarifica mejor las ideas y
conceptos que las explicaciones que ellos se dan entre sí”.
2.8 La metodología
La meta primordial de Peer instruction es explotar la interacción y
2.9 La experiencia personal
enfocar la atención de los estudiantes en los conceptos Para 1997, impresionado por los resultados que reportaba Eric
subyacentes. A cambio de seguir un libro guía o unas notas de Mazur, emprendí el reto de experimentar con mis estudiantes de
clase, se desarrolla el siguiente procedimiento diseñado por los cursos de Líneas de transmisión y Microondas el
Mazur. procedimiento descrito, en su libro.
• Se hace una presentación corta, por parte del profesor,
del punto clave que se quiere discutir. Háganme un examen
El curso Líneas de transmisión, del que yo era titular, es del
• Se hace una pregunta conceptual de múltiple
séptimo semestre en la Facultad de Ingeniería Electrónica en el
escogencia, para ser respondida de manera individual
área de Telecomunicaciones. Algún día, en un examen final del
• Los estudiantes muestran su respuesta mediante curso, les pedí a los estudiantes, la mayoría con altas
votación. La gráfica siguiente muestra el resultado de la calificaciones hasta el momento, que cada uno escribiera en una
votación, sobre una pregunta conceptual con tres hoja tres preguntas o problemas con los cuales hacer un examen
opciones en el curso del profesor Mazur, antes de la final de Líneas de transmisión al profesor. Es decir, invertir la
discusión. lógica y hacer que el estudiante pasara a ser el profesor en el
evento más difícil de nuestro modelo, que es el de los exámenes.
Antes de la discusión Se les aclaró que la calificación era 5 sobre 5 para aquel que
“rajara” por completo al profesor, que quien lo hiciera en parte
tendría una nota menor y quien no lograra nada al respecto
perdería el examen. Conclusión: la hoja de examen se entregó en
blanco por 14 de los 22 alumnos, y los restantes sólo atinaron a
preguntas muy sencillas y mal formuladas, que denotaban, más
que falta de conocimiento, pura confusión. Este desacomodo
cognitivo fue el resultado, sin duda, de que cerca de 17 o 18 años
atrás, cuando eran niños, se les quitó el derecho preguntar, y se les
obligó a callar y contestar únicamente cuando se les preguntaba.
Método que se aplicó, dese entonces, tanto en el hogar como en
la escuela, con resultados como el descrito. Sobra decir que tuve
que volver al examen convencional, a fin de evitar un desastre
• Se les pide que discutan, unos minutos, en grupos de académico en mi curso.
dos o tres compañeros y lleguen, si es posible, a un
acuerdo sobre la respuesta correcta.
2.10 Mi adaptación del método de Mazur
• Se les pide de nuevo votar públicamente después de la
El desacomodo cognitivo descrito arriba, me sugirió que podía
discusión. La gráfica siguiente muestra el resultado de
generar un desacomodo cognitivo diferente en mis alumnos
la votación, sobre una pregunta conceptual con tres
haciendo que fuesen también profesores, no en el momento de un
opciones en el curso del profesor Mazur, después de
examen sino a lo largo del curso. Hice algunos ajustes al modelo
la discusión.
de Mazur. Para ello, antes de la siguiente clase se desarrolla un
Después de la discusión trabajo previo de parte de los estudiantes. Cada alumno, luego de
ver unos videos grabados por mí, estudiar previamente el tema de
la clase y visitar, en algunos casos, empresas que tuviesen que ver
con el concepto en estudio, formula una pregunta por escrito,
pero puramente conceptual, con tres o cuatro opciones. Se
reciben las preguntas al inicio de clase, se escoge aleatoriamente
una de ellas y se proyecta en pantalla. La pregunta elegida, obliga
al estudiante autor de la misma a ser el profesor de sus
compañeros. Así que el modelo hace que el estudiante se
convierta en profesor de sus compañeros, profesor del profesor, ó
alumno de alguno de sus compañeros.
A continuación describo la secuencia:

308
• Los compañeros del estudiante elegido, ahora sus En consecuencia, se logra que los estudiantes trabajen
alumnos, individualmente piensan sobre la pregunta intensamente en grupo todo el tiempo en el curso. Se disminuye la
durante dos o tres minutos. tensión académica que generan los exámenes, pero
conceptualmente éstos adquieren fortaleza.
• Luego los estudiantes votan públicamente por la opción
que consideran correcta. Se toma nota de dicha
votación. La gráfica siguiente muestra el resultado de la
2.11 Los resultados
votación, sobre una pregunta conceptual con tres Con la metodología aplicada se obtuvieron los siguientes
opciones en mi curso de Líneas de transmisión formado resultados en los cursos de Líneas de transmisión y Microondas:
por 37 estudiantes.
• Los estudiantes ven el curso desde otra perspectiva; se
Antes de la discusión mejora su sensación de autoestima y seguridad cuando
descubren que pueden llegar a conclusiones importantes
y coherentes a partir de sus propios análisis.

• Los estudiantes regresan a los libros de física para hacer


una lectura más crítica y reposada de los temas afines al
tema de actualidad del curso.

• Los estudiantes se convierten en lectores críticos de los


documentos y libros que se emplean en el curso.

• Los estudiantes crean, sin proponérselo, grupos de


discusión extraclase con base en preguntas que se
formulan entre sí.

• Se establece una competencia sana entre los estudiantes


• Se les pide que discutan, unos minutos, en grupos de con el fin de sustentar de la mejor manera sus
dos o tres compañeros y lleguen, si es posible, a un respuestas, basados en los principios de la física.
acuerdo sobre la respuesta correcta. • Se logra que la sustentación de las respuestas de los
• De nuevo se les pide que voten públicamente. El estudiantes se haga en forma coherente y ordenada.
resultado es sorprendente, pues muy frecuentemente el • Los estudiantes casi siempre encuentran caminos
promedio de aciertos supera el 80%. mejores que los señalados por el profesor para
explicarles a sus compañeros el concepto en discusión.
Después de la discusión
30
• El profesor se ve obligado a arbitrar, muy a menudo, las
discusiones académicas extraclase en las que los
estudiantes se suelen comprometer.
Nro de estudiantes

20 • El profesor descubre que tiene serias dificultades para


hacer preguntas conceptuales más allá de las típicas y
llevar a los estudiantes a manejar con más profundidad
los conceptos.
10
• Aparece el efecto bumerán: las preguntas que los
estudiantes hacen al profesor suelen ser de un grado de
complejidad mayor que de costumbre.
Respuesta
• Se termina la monotonía de la clase tradicional y las
actividades se vuelven totalmente interactivas.
• Luego el estudiante que funge como profesor aclara el
concepto al grupo restante que votó por otras opciones • Desaparece la obsesión puesta por los estudiantes en las
e indefectiblemente más del 90% logra incorporar el notas de calificación.
concepto.
• Desaparece el “tráfico” de exámenes resueltos.
• ¿Y el profesor titular? Éste aparece entonces más como
• Se produce pasión por el aprendizaje.
un tutor, para reforzar al final con ejemplos,
experiencias reales y modelos matemáticos lo
discutido.
3. De las TIC a las TICC
Cuando hayamos logrado que el estudiante entienda que estamos
• Como estímulo final, los estudiantes tienen claro que más dispuestos a calificar su pasión y compromiso que su
los exámenes del curso se desarrollan con las preguntas memoria, y lo exponemos al mundo real antes de atiborrarlo con
que ellos mismo hacen a lo largo del curso.

309
ecuaciones y teorías, podemos pensar que las TIC pueden ser demás sentidos y nos parece perdida de tiempo el contacto con la
recursos utilizados no sólo para estimular la vista y el oído sino realidad en los dos modelos. Por lo tanto, la conclusión obvia que
también para inducir al estudiante a usar otros sentidos haciendo nos queda es que las TIC no son ni el problema ni la solución,
tareas en el mundo real. En ese momento podemos decir entonces sino que somos los humanos quienes no logramos comprender
que el estudiante siente, hace y aprende cosas que le que se aprende más fácil sintiendo, conversando, haciendo y
proporcionan verdadero conocimiento. pensando si queremos facilitar la incorporación de nuevos
conocimientos en nuestros cerebros y en el de los estudiantes. A
Mientras nos llega, de manera masiva, la realidad virtual (RV) con todo esto lo denominamos tecnologías de la información y las
visón 3D y recurso táctil incorporado, las oportunidades para comunicaciones para el conocimiento TICC
aprender abundan en el mundo real. En Ude@ tenemos la
Ingeniería de Telecomunicaciones y un grupo apreciable de
estudiantes a distancia. No existe un solo pueblo, por distante que REFERENCES
sea, que no tenga su red de televisión por cable, receptores de
[1] Felder, R., Silverman L. (2002) “Learning and teaching
televisión satelital, emisora de AM o FM, servicio de telefonía fija
styles in engineering education Consultado el 11 de
y celular, así como enlaces de radiofrecuencia y redes de
septiembre de 2010 en :
computadores. Un estudiante conectado con los técnicos e
http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/ILS
ingenieros que prestan sus servicios allí tiene una oportunidad de
dir/styles.htm
incalculable valor pues aprende que, por ejemplo, balancear una
red de televisión por cable en ese pueblo, escalera y medidor de [2] Martínez, A . (2004) e-learning y los 7 pecados capitales
campo en mano, no es tan fácil como en el programa de Consultado el 15 de junio de 2010
simulación que tiene la universidad. Las preguntas pasarán de http://www.gestiondelconocimiento.com/leer.php?id=340&c
tener tres opciones, como arriba, a preguntas como ésta: ¿Si el olaborador=javitomar
medidor de campo en la red de cable muestra cero, por qué tengo
una excelente imagen en el televisor?, ¿acaso cero no significa [3] Mazur, Eric (1991) Profesor de física básica y algebra.
nada? Universidad de Harvard Peer Instruction Edit. Prentice Hall
USA.
Al respecto, algunos dirán: “Es que mi curso es de geometría,
matemáticas o física”, y a ellos yo les replicaría que el mundo es [4] Serres, M. (2003), Filósofo, profesor de Historia de la
mensurable por todos lados, desde medir el área de un terreno con Ciencia en París I. Universidad de la Sorbona. Los Cinco
base en triángulos hasta averiguar la dirección del viento o sentidos. Edit. Taurus. Colombia.
participar en las lecturas y medidas de las estaciones [5] Taylor, J. C. (2001), Fifth generation: distance
meteorológicas del lugar. Me cuestiona sobremanera cómo en education.(Presidente de International Council for Open and
1896 el filósofo y pedagogo norteamericano John Dewey, cuando Distance Education (ICDE) desde 1982; profesor y
dirigía la escuela-laboratorio de la Universidad de Chicago, era vicepresidente de Global Learning Services). University of
capaz de ver en objetos y tareas elementales fuente de inspiración Southern Queensland (Australia).
para el estudio de un sinnúmero de disciplinas (por ejemplo, a http://www.usq.edu.au/users/taylorj/
partir de los trabajos de la madera, Dewey proponía trabajar
aritmética, botánica, química, historia, física, zoología, geografía [6] Trilla,J y otros (2001) Pedagogo Universidad de Sevilla. El
y mineralogía…) (Trilla, 2001). Es aquí donde encontramos el legado pedagógico del siglo XX para el siglo XXI. Edit.
verdadero problema, pues quienes ejercemos como profesores Graó, Barcelona
venimos de un modelo conductista único que conocemos al http://books.google.com.co/books?id=31urauk4NSgC&pg=P
dedillo y lógicamente es el que repetimos. Se nos vuelve A38&dq=john+dewey+siglo+xxi&hl=es&ei=VhKNTODyGc
imposible creer en la capacidad que tiene el grupo de estudiantes OqlAeWvdRk&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1
para aprender y encontrar soluciones entre ellos mismos, nos da &ved=0CCcQ6AEwAA#v=onepage&q=madera&f=false
dificultad desacomodar cognitivamente al estudiante para
presentarle enfoques que lo obliguen a pensar de manera
diferente, no creemos en la importancia de la inclusión de los

310
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

EDUCAÇÃO PARA UMA GERAÇÃO PÓS-INTERNET:


OLHARES A PARTIR DA FORMAÇÃO INICIAL DE
PROFESSORES

Rafael Cunha Lara, Elisa Maria Quartiero


Universidade do Estado de Santa Catarina
Brasil
rafael_dez@hotmail.com, elisa.quartiero@cnpq.pq.br

RESUMO
ABSTRACT
Neste artigo discutimos resultados parciais de pesquisa sobre a
inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação The aim of this paper is to discuss the partial results on the
(TIC) na formação inicial de professores, mais insertion of the Information and Communication Technologies
especificamente, os usos sociais e formativos entre (ICT) in the teachers’ initial education -more especificaly the
social and formative uses among students and teachers of Arts
estudantes e professores de cursos de licenciatura das courses from Santa Catarina public universities. This investigation
universidades públicas de Santa Catarina. Esta investigação é is motivated by the emergence of a new generation of students
motivada pelo reconhecimento da chegada às escolas de called “digital natives” – in Brazil they are called post-internet
estudantes integrantes de uma geração denominada “nativos generation – who demand, due to their technological capital, the
digitais” – aqui chamada geração pós-internet – que demanda, insertion of the digital technologies in the educational practices.
pelo seu capital tecnológico, a inserção das tecnologias digitais More than the insertion of the technologies, expressed during the
nas práticas educativas. Mais do que a inserção das tecnologias, last 15 years of educational policies, we understand the
expressas nas políticas educacionais dos últimos 15 anos, importance of the practices – which implies the demand for the
entendemos ser importante a questão dos usos postos em prática – teachers’ initial education and makes possible the
o que implica nas demandas à formação inicial de professores e problematization of the uses carried out by the ICT in that
possibilita a problematização dos usos feitos das TIC nesse context. In this sense, the reflection proposed has as central the
contexto. Neste sentido, a reflexão proposta tem como centro os social and formative uses that Arts students and teachers make of
usos sociais e formativos que estudantes e professores de cursos the ICT. Are the potentialities of such technologies being utilized
de licenciatura fazem das TIC. As potencialidades dessas at the teachers’ initial education? If positive, how are they being
tecnologias estão sendo utilizadas nos cursos de formação inicial used? How do the teachers of the Arts courses perceive the
de professores? Em caso positivo, como é este uso? Como os relevance of the ICT on the teachers’ education? How do teachers
docentes dos cursos de licenciatura percebem a importância das and students establish relations between the social and the
TIC no processo de formação de professores? De que forma academic uses of the ICT? These questions organize the analysis
docentes e estudantes estabelecem relações entre o uso social e o of the data collected from eight Arts courses from two public
uso acadêmico das TIC? Estas são questões que organizam a universities in southern Brazil.
análise dos dados coletados junto a oito cursos de licenciatura de
duas universidades públicas brasileiras do sul do país.
Keywords
teachers’ initial formation, ICT insertion in education, networks
Palavras-chave and ICT social uses.
formação inicial de professores, inserção das TIC na educação,
redes e usos socias das TIC. 1. INTRODUÇAO
A discussão sobre o emprego ou não de tecnologias digitais
na educação é parte de uma discussão maior, que desde a última
Cunha, Rafael., Quartiero, Elisa. (2010). Educação para uma geração pós-internet: olhares a
partir da formação inicial de professores. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 311-319, Santiago de Chile.

311
década do século passado, tem procurado analisar sob diferentes oportunizem a inserção das tecnologias no trabalho docente.
enfoques a questão da presença das Tecnologias da Informação e Servem como exemplo dois grandes programas do Ministério da
Comunicação (TIC) em vários contextos da vida social, Educação, o PROINFO e o Programa UCA 1. Estas questões nos
econômica e cultural. interessam, pois a revisão bibliográfica aponta que as tecnologias
digitais estão presentes e vêm sendo utilizadas nas escolas, mas
Parece consenso [1], [2], [3], [4] que vivemos numa
em menor intensidade do que em outros espaços da vida social,
sociedade da informação, numa sociedade tecnológica [5] ou
principalmente dos estudantes [12], [13], [11], [14]. Os autores,
numa sociedade midiática [6], onde constata-se o uso cada vez
em geral associam este fato ao distanciamento entre o estudante
mais freqüente das tecnologias digitais em práticas cotidianas, que
“nativo digital” e os professores “imigrantes digitais”; e em parte
resultam em mudanças ou incorporações de novas práticas sociais
porque a instituição escolar tem dificuldade em visualizar as
[7]. O fato é que as tecnologias digitais assumiram na
potencialidades do uso das TIC para o processo pedagógico. No
contemporaneidade o papel de “tecnologias”, no sentido amplo da
geral, os professores consideram que a formação de professores,
palavra. E assumem também o papel de característica marcante
tanto inicial como continuada, necessita contemplar experiências
das sociedades atuais, sempre atrelada a termos como
de uso destas tecnologias para haver sua incorporação nos
“inovações”, “avanços”, “riqueza” – não meramente material, mas
processos de ensino e de aprendizagem.
em termos de possibilidades.
Nesta perspectiva, partimos do pressuposto que os
A sensação de que a internet e os recursos digitais
movimentos da dita “sociedade da informação” pressionam as
disponíveis atualmente têm proporcionado uma série de
instituições – entre elas as instituições educativas – a
transformações na forma como as pessoas interagem, relacionam-
incorporarem as TIC em suas práticas, assim como acontece em
se e compartilham informações, aliada a fatores como o
diferentes contextos da vida social. No atual contexto de
desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação
“inovações tecnológicas”, assumimos a posição de que o
(TIC); o barateamento dos recursos digitais, uma década atrás
desenvolvimento das TIC e sua aplicação nos processos
disponíveis apenas aos membros das classes econômicas A e B; a
educativos trazem possibilidades de inovação na prática
investida de empresas e organizações no mundo “virtual”,
pedagógica e podem contribuir com a qualidade da educação.
trazendo consigo o crescimento do comércio eletrônico e a
Entretanto, entendemos que apenas a incorporação das TIC não é
popularização de produtos e serviços web e a popularização de
suficiente para promover a melhoria desta qualidade. Não se trata
redes sociais e aplicativos que facilitam a comunicação e o tráfego
apenas de uma questão de promoção de acesso aos recursos
de informações via internet são alguns exemplos do panorama que
tecnológicos disponíveis, mas sim, uma questão de avaliar e saber
desde a última década fundamentam a discussão que envolve as
como empregar tais recursos nas práticas educativas: é necessário
tecnologias digitais.
avançar pela questão da qualidade de acesso, que envolve as
Aliado a isso, temos assistido nos últimos anos a uma possibilidades da rede social; indagar como os estudantes podem
crescente globalização da economia [8], que se fortalece também aprender mais e melhor com os usos das TIC. A partir daí, pensar
com as possibilidades das TIC no tráfego em tempo real de propostas de uso destas ferramentas que permitam instaurar outros
informações, transações, negócios, capital e serviços pelo que processos de aprendizagem, mais coetâneos com o tempo presente
antes era chamada rede mundial de computadores, e que agora é e suas necessidades.
entendida como uma rede social de relacionamentos, de pessoas
Ao entender a importância do professor neste processo e o
conectadas. Mesmo que um grande número da população mundial
papel da formação inicial de professores para a vivência de
ainda esteja à margem das possibilidades deste mundo
experiências sobre o uso das TIC, temos a preocupação em trazer
virtualizado de informação, é inevitável refletir sobre as
à reflexão algumas indagações: quais os usos sociais que
possibilidades de inclusão e comunicação, que há duas décadas se
estudantes e professores de cursos de licenciatura fazem das TIC?
tratavam de reflexões um tanto quanto distantes. Conforme
Os professores dos cursos de formação inicial utilizam as
argumenta Martins [9], “parece ser consenso que vivemos a era do
potencialidades das TIC para a formação de seus alunos? Em caso
excesso de comunicação, ao contrário de outras épocas de
positivo, como usam? Como o estudante (professor em formação)
restrições de ordem política e tecnológica”.
percebe esse uso das TIC? Este estudante atribui importância ao
No âmbito da educação, as discussões mais profícuas são as uso das TIC no seu processo de formação? Existe algum
de como empregar estas tecnologias nos processos educativos, distanciamento entre os discursos presentes em docentes e
quais os usos postos em prática, ou seja: quais as mudanças e estudantes sobre o uso das TIC na formação inicial de
competências que a inserção das TIC está provocando e professores? Como os docentes dos cursos de licenciatura
consolidando entre estudantes e professores dos diferentes níveis percebem a importância das TIC no processo de formação de
de ensino. Os movimentos da sociedade da informação em favor professores? De que forma docentes e estudantes estabelecem
das “inovações tecnológicas” apontam para a necessidade das relações entre o uso social e o uso acadêmico das TIC?
instituições educacionais acompanharem os movimentos de
Acreditamos que o público escolar contemporâneo é
mudança que estão conformando esta sociedade, sob pena de se
composto de integrantes de uma geração denominada “geração
tornarem obsoletas [10], [11].
pós-internet” ou “nativos digitais” [15] que convive e utiliza as
No atual contexto de inovação tecnológica, temos
observado que, no Brasil, as políticas públicas postas em ação e
expressas no discurso governamental nos últimos 15 anos, têm 1
Informações sobre estes dois programas podem ser obtidas no
procurado dotar as escolas públicas com artefatos tecnológicos e site do Ministério da Educação (MEC) através do endereço
promover formações de professores – inicial e continuada – que http://www.mec.gov.br.

312
tecnologias digitais disponíveis em diversos contextos de seu O uso destas novas formas de entretenimento requer certo
cotidiano, mas não da mesma maneira em seu cotidiano escolar. grau de domínio de ferramentas tecnológicas e de inserção no
E, por isso mesmo, as políticas para a inserção das TIC nas meio digital, que por sua vez não dependem necessariamente de
escolas precisam também contemplar a questão da formação uma aprendizagem formal, mas podem decorrer de uma
inicial de professores, que crie condições para formar docentes aprendizagem lúdica. E, ao aprender as tecnologias digitais de
para lidar em consonância com as demais políticas de inserção de forma lúdica, o nativo desta geração pós-internet está também
tecnologias nas escolas e também para criar estratégias e adquirindo novas formas de aprendizagem, mas também de se
possibilidades de uso destas tecnologias diante desta nova geração relacionar com o mundo 5. Em última instância, a geração pós-
de estudantes. internet equivale-se ao conceito de “nativos digitais” utilizado por
vários autores que pesquisam as “novas formas de aprender” desta
geração .
Prensky [15], ao analisar o que chama de declínio da
2. GERAÇÃO PÓS-INTERNET E educação norte-americana, indica que houve uma grande
EDUCAÇÃO descontinuidade, que fez com que houvesse uma mudança radical
Podemos dizer que, para a geração que nasceu na última entre os alunos da atualidade – diferentes daqueles alunos para os
década do século XX (público estudantil predominante nas quais o sistema educacional fora criado. Esta descontinuidade, ou
escolas e que agora está também chegando à universidade) talvez singularidade, segundo ele, seria a chegada e rápida difusão das
as transformações tecnológicas que vivenciamos nas últimas tecnologias digitais, no final do século XX. As mudanças que se
décadas sejam sentidas de outra forma. Afinal, essa geração não processaram entre os jovens não se referem apenas ao estilo, à
conheceu um mundo sem telefone celular; é uma geração que linguagem, às roupas e adornos que utilizam. Esta geração (a que
cresceu ouvindo falar da internet e utilizando-a para as mais se refere como Digital Natives) representa a primeira geração que
diferentes finalidades, desde jogos on-line a redes sociais 2; é uma cresceu com estas novas tecnologias digitais e utilizam o tempo
geração que “nasceu” produzindo e compartilhando conteúdos todo, os mais variados tipos de equipamentos e recursos digitais
digitais, experiências e conhecimento em seus blogs 3 e fotologs; disponíveis. Mais do que isso: ao interagirem com estas
que não precisou freqüentar cursos de informática, como as tecnologias, essas gerações pensam e processam as informações
gerações anteriores, pois seu aprendizado sobre a tecnologia de um modo diferente. De acordo com Prensky [15]:
realiza-se de forma lúdica, por ensaio e erro, produzindo e It is now clear that as a result of this ubiquitous environment and
compartilhando experiências on-line através de suas comunidades the sheer volume of their interaction with it, today’s students
virtuais e redes de relacionamento. Para esta geração, o que talvez think and process information fundamentally differently from
cause impacto de “transformações” seja a não-presença destas their predecessors. These differences go far further and deeper
tecnologias nos processos educativos, como acontece em muitos than most educators suspect or realize. “Different kinds of
casos. Esta geração é também chamada de “Geração Y” 4 ou de experiences lead to different brain structures”, says Dr. Bruce D.
“Geração C” – a geração da conectividade, do conteúdo, do Perry of Baylor College of Medicine. As we shall see in the next
compartilhamento e do conhecimento – mas também do consumo. installment, it is very likely that our students’ brains have
Aqui – por posicionamento teórico e para evitar uma adesão physically changed – and are different from ours – as a result of
aos posicionamentos ufanistas sobre as tecnologias digitais – how they grew up. But whether or not this is literally true, we can
optamos por denominar essa geração como “geração pós- say with certainty that their thinking patterns have changed.
internet”, pois acreditamos que, de modo amplo, as questões Ainda que a premissa de que “tipos distintos de experiências
atinentes à aprendizagem em rede, colaboração e levam à distintas estruturas de pensamento” seja aceitável e
compartilhamento, redes sociais, etc., tem suas origens com a convincente, nos processos educativos – mesmo naqueles
consolidação da internet como um sistema popularizado de uso contextos em que há a presença material das TIC – de modo geral
pessoal para as mais diversas finalidades, dentre as quais, o ainda prevalecem as tradicionais metodologias e as rígidas
entretenimento – que se constitui num atrativo verdadeiramente estruturas de uma era “pré-digital”. Isto acontece, em parte,
inovador para a geração de crianças e adolescentes nascidos na porque a geração de professores existentes nos estabelecimentos
última década, se comparado com as formas de entretenimento das de ensino pertencem, predominantemente, a outra geração digital
gerações anteriores. (a dos “imigrantes digitais”), de quem freqüentemente se ouve
[15] que os aprendizes são os mesmos que sempre foram e que os
2 mesmos métodos que funcionaram para eles – enquanto eram
Sobre os impactos das redes sociais sobre as relaçoes sociais
estudantes – continuarão funcionando agora para seus alunos.
contemporâneas, ver as pesquisas de Raquel da Cunha Requero
em Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. Entendemos que esta geração pós-internet – ou de “nativos
3
Sobre esta geração e suas formas de socializar-se no ciberespaço digitais” – que está na escola e chegando à universidade cada vez
através de Blogs, ver os trabalhos de Alex Primo (2003; 2006; mais jovem, é portadora de um capital tecnológico que é
2007; 2008), Raquel da Cunha Recuero (2003; 2004; 2007;
2008), Carolina Frazon Terra (2006; 2008) e Paula Sibilia
5
(2003; 2004; 2005). Para saber mais sobre o tema, ver os trabalhos de João Mattar,
4
“Geração Y” é um termo oriundo da Sociologia, para designar a como o livro “Games em Educação: como os nativos digitais
geração nascida a partir da década de 1980. Também chamada aprendem” (Pearson Editora: São Paulo, 2010).
de Geração Millenials.

313
predominantemente desarticulado de suas experiências escolares e últimos anos influenciam políticas educacionais de incentivo ao
ainda, que a escola e a universidade, de um modo geral, pouco uso das tecnologias na educação, muito embora esta “pressão” e
contribuem para o aumento deste capital tecnológico, ao estas políticas pareçam estar mais evidentes no plano material (na
preservarem suas rígidas e tradicionais práticas educativas – dado inserção de artefatos tecnológicos nas escolas e às vezes, na oferta
esse constatado na própria pesquisa, conforme será mostrado de cursos para que os professores aprendam a utilizar
posteriormente. É uma geração de usuários da TIC que determinadas aplicações) do que no plano metodológico das
influenciados pela Web 2.0 e pelas redes colaborativas, deixaram práticas educativas, que em última instância passa pela
de ser apenas consumidores de conteúdos digitais e passaram a preparação, pela formação dos professores a quem é designada a
ser, ao mesmo tempo, produtora de conteúdos. Um fenômeno função de “usar” tais artefatos.
recente, que agora começa a ser melhor analisado, como nas obras
O resultado de tal movimento é, como podemos constatar, o
de Tapscott e Williams [8] e Pisani e Piotet [16].
subemprego (ou o não emprego) destes meios – ou do uso dos
Entendemos que o “capital tecnológico” corresponde ao artefatos tecnológicos como mero recurso, com fins instrumentais,
conceito de capital cultural, utilizado por Pierre Bourdieu 6. Nesse sem emprego para a otimização dos processos de aprendizagem –
sentido, mas guardadas as devidas proporções conceituais, e da aparente defasagem dos saberes técnico-operacionais entre
assumimos neste trabalho que capital tecnológico não representa professores (os imigrantes digitais) e seus alunos (os nativos
meramente a posse dos artefatos tecnológicos, que possuem valor digitais). Ainda que se possa desconfiar das intencionalidades das
econômico ou comercial. Capital tecnológico vai além da posse políticas de incremento das tecnologias digitais na educação e
material destes artefatos e representa, antes de qualquer coisa, mesmo que se possa criticar a forma como algumas delas são
todo o repertório de experiências e conhecimentos atinentes às implementadas, não se pode negar a evidência de que, por um
diferentes tecnologias disponíveis culturalmente e adquiridos de lado a escola não pode estar desarticulada da realidade encontrada
forma prática, através dos usos, seus produtos e seus recursos, em outros contextos da vida social, e por outro, não pode ignorar
sem a necessidade de uma aprendizagem formal sobre eles a presença de uma geração habituada ao uso e à convivência com
(embora também possa ocorrer desta forma), mas como uma as tecnologias, onde a escola “não é mais o espaço de
prática social. Este repertório se constitui como “capital” à socialização, sistematização cognitiva e mesmo de inculcação
medida que ganha um valor na “sociedade tecnológica”, ao menos ideológica que era até a década de 50 do século XX” e onde o
a valorização dos conhecimentos sobre os usos e potencialidades aluno “ainda criança, tem se inserido no sistema com uma proto-
dos recursos tecnológicos. consciência cada vez mais articulada pela indústria cultural e pela
experiência da mídia” [18].
Em última análise, podemos dizer que o capital tecnológico
está inserido no próprio capital cultural desta sociedade e Entretanto, o risco que se corre é a tendência ufanista de
enquanto oferta cada vez mais abundante de diferentes alguns educadores que vêem no computador a solução para os
tecnologias, se integra cada vez mais cedo às novas gerações. Isto problemas educacionais, como se a máquina, o equipamento ou as
permite o seu “avanço”, sua “reinvenção”, sua “inovação”, num TIC pudessem sozinhas resolver os problemas históricos da
ritmo cada vez mais rápido [17]. Mas enquanto uma parte de um educação.
capital maior (o próprio capital cultural), o capital tecnológico
É neste sentido que Sancho [13] argumenta que “tende-se a
depende de aspectos e condições sociais, culturais e econômicas,
se pensar que as tecnologias digitais de informação e
seja de um indivíduo ou de um grupo.
comunicação fazem surgir novos paradigmas ou perspectivas
De todo modo, aparentemente o capital tecnológico da educacionais”. Segundo a autora, o fato desta tecnologia ter como
geração pós-internet é maior do que o capital tecnológico de característica genuína a versatilidade e pelo fato do computador
indivíduos de outras gerações de “imigrantes digitais”, pelo uso oferecer um conjunto extremamente diversificado de uso, “ajuda a
que fazem e experiências que adquirem com as tecnologias explicar porque praticamente todas as perspectivas sobre o ensino
digitais em seu cotidiano; capital tecnológico esse que pouco é e a aprendizagem podem argumentar que encontraram no
ampliado em contextos escolares, onde o repertório de usos das computador um aliado de valor inestimável” [13].
TIC ainda é muito restritivo.
Dentre estas perspectivas, segundo a autora, destacam-se
Entretanto, as pressões oriundas de uma sociedade dita da aquelas que vislumbram na programação informática o potencial
“informação” e a ampliação de serviços informatizados nos do desenvolvimento do pensamento lógico; “as visões cognitivas
da aprendizagem e do ensino, que transformaram o computador
6
em metáfora explicativa do cérebro humano”; as que defendem
Para Bourdieu, capital cultural pode ser resumido como uma que “a facilidade de integrar textos, gráficos e linguagens
variedade de produções, obras, habitus, certificados, instituições audiovisual e pictória proporcionada pelos sistemas multimídia
etc., que constituem a cultura dominante. Constitui-se como vem a ser a resposta para os problemas de motivação e rendimento
“capital” na medida em que ganha algum “valor” social, a ponto dos alunos”, para quem defende que o problema da aprendizagem
de ser reproduzido e ensinado como cultura universal. Para “reside na expressividade e na diversificação dos códigos usados
saber mais sobre o conceito de “capital cultural”, de Pierre para representar a informação nos meios de ensino”. A autora
Bourdieu, ver o capítulo intitulado “O Novo Capital”, do livro também acrescenta que, para quem considera que “a
“Razões Práticas: sobre a teoria da ação” (São Paulo: Papirus, aprendizagem se baseia na troca e na cooperação, no
1996). Nele, Bourdieu discute os mecanismos de reprodução e enfrentamento de riscos, na elaboração de hipóteses, no contraste,
distribuição do capital cultural. Sobre a obra bourdieusiana, ver na argumentação, no reconhecimento do outro e na aceitação da
“Bourdieu & a Educação, de Maria Alice Nogueira e Cláudio diversidade” [13], os sistemas informáticos, a navegação pela
M. Martins Nogueira (Belo Horizonte: Autêntica, 2004). informação e a ampliação da comunicação com pessoas e

314
instituições geograficamente distantes podem ser a resposta frente licenciatura selecionados. Itens orientadores para a construção do
às limitações do espaço (físico inclusive) escolar. questionário dirigido ao estudante: identificação dos usos sociais
que fazem das TIC; identificação dos usos acadêmicos das TIC;
Eis os motivos que, para a autora, mostram que “essa identificação da importância que atribuem às TIC para seu
facilidade de adaptação das TIC às diferentes perspectivas sobre o processo de formação acadêmica; identificação da importância
ensino e a aprendizagem é que, em si mesmas, não representam que atribuem ao uso das TIC nos processos educativos e
um novo paradigma ou modelo pedagógico” [13], pois perspectivas de seu uso em sua futura atuação docente.
tradicionalmente a escola incorpora uma nova ferramenta ou nova
técnica, adaptando-a a sua forma de entender o ensino, o que pode 2) Questionário com perguntas fechadas e abertas, dirigido
mascarar por uma falsa idéia de inovação a continuidade e a aos professores dos cursos selecionados. Itens orientadores para a
manutenção do estado das coisas, a preservação das mesmas construção do questionário: identificação dos usos sociais e
práticas tradicionalmente consagradas. acadêmicos que fazem das TIC; identificação da importância que
atribuem às TIC para o processo de formação de seus alunos;
identificação da importância que atribuem ao uso das TIC feito
por seus alunos para sua futura atuação docente.
3. O USO DAS TIC NA FORMAÇÃO Entendemos que as políticas governamentais brasileiras e a
INICIAL DE PROFESSORES: ANÁLISES responsabilidade das universidades pela formação de professores
PRELIMINARES não pode ser analisada por um prisma que desconsidere sua
finalidade de suprir as necessidades da escola básica, em primeira
Por meio de pesquisa realizada em nível de mestrado no instância, a necessidade de professores qualificados para atuar nas
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do escolas. Assim, mesmo que implicitamente, quando falamos de
Estado de Santa Catarina, procuramos realizar um mapeamento formação de professores e do emprego de tecnologias digitais
nos cursos de licenciatura das universidades públicas do estado de nesta formação, trazemos também a preocupação da melhoria da
Santa Catarina (UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina; qualidade da escola e de sua articulação com as aspirações dos
e UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina) sobre os sujeitos que a freqüentam.
usos TIC entre estudantes e professores, tanto no contexto pessoal
quanto no contexto da formação acadêmica. Em um mapeamento Ao mesmo tempo, se considerarmos as questões do
inicial, foram identificados 29 cursos de licenciatura em distanciamento tecnológico entre estudantes e professores,
funcionamento em Florianópolis, delimitação geográfica entre as igualmente constatamos que ele pode se fazer presente em todos
duas universidades, UFSC e UDESC. No total, entre estes cursos, os níveis, inclusive nos cursos universitários, como os de
no momento de realização da pesquisa há cerca de 360 estudantes formação inicial de professores – principalmente se considerarmos
matriculados na última fase (último semestre) das licenciaturas. as premissas de que os estudantes têm chegado cada vez mais
Os cursos, de diferentes áreas, estão segmentados em nove jovens à universidade. A questão da idade dos jovens
diferentes Centros, de acordo com a área de conhecimento da universitários, incluindo os de cursos de licenciatura, permite a
formação. Na delimitação dos sujeitos de pesquisa utilizou-se problematização sobre a questão da formação inicial de
como critério: professores, sob a ótica das TIC.

• a seleção de uma licenciatura por centro, de cada Se afirmamos que há, dentre o público escolar, uma geração
universidade; pós-internet propensa a utilizar as TIC; que existem políticas
educacionais para inserção de artefatos tecnológicos nas escolas
• a seleção de cursos distintos, no caso da mesma públicas e que o desenvolvimento das TIC significam
licenciatura ser oferecida por ambas as possibilidades de inovações nas práticas educacionais mais
universidades, para evitar a incidência de cursos coetâneas com o tempo presente, afirmamos também que existe
repetidos e ter uma maior representatividade de uma necessidade de vivência e experiência de usos destas
áreas de formação de professores; tecnologias no âmbito da formação – sobretudo inicial – de
professores, para que os futuros-docentes possam incorporar tais
• a seleção de cursos de licenciatura presenciais.
usos em sua prática pedagógica.
Aplicados os critérios de delimitação, oito cursos foram
Constatamos que, no âmbito escolar, ainda há uma falta de
selecionados para integrar a pesquisa. Com isso, o público
orientação de o que fazer com os computadores nas escolas. Os
participante da pesquisa, entre os estudantes, representa
usos pedagógicos das TIC estão bem mais assentados em
aproximadamente 30% do total de estudantes matriculados na
propostas e iniciativas isoladas do que na forma de projetos de
última fase de cursos presenciais de licenciatura oferecidos em
uso propriamente dito. Além disso, pesquisas apontam pouca
Florianópolis pela UFSC e pela UDESC.
discussão sobre as escolhas metodológicas dos professores (que,
Os cursos que integram a pesquisa são os seguintes: Artes por sua vez, depende do posicionamento que cada professor tem
Cênicas, História e Educação Física (UDESC); Biologia, Física, sobre a temática “tecnologia” ou suas condições de uso nas aulas,
Geografia, Letras – Inglês e Pedagogia (UFSC). inclusive se a escolha metodológica visa uma melhoria no
processo de ensino ou apenas é um reflexo das tendências de
Para a obtenção dos dados, foram observados os seguintes mercado ou de modismos); falta de competências necessárias para
procedimentos: a utilização crítica do universo de informações disponíveis na
1) Questionário com perguntas abertas e fechadas, dirigido internet – e não apenas competências digitais ou possibilidade de
aos estudantes da turma do último semestre dos cursos de acesso – tanto de professores quanto de alunos [19].

315
A despeito da inserção do artefato tecnológico nas escolas, a das TIC como uma mesma tecnologia educacional reinventada,
questão que nos interessa é quais políticas e que tipos de práticas ou seja, um quadro-negro ou um projetor de transparências
estão sendo desenvolvidas para ampliar o capital tecnológico dos adaptados ao computador, sem que, de fato, a presença material
professores, ou seja, de que forma os professores que atuam e das TIC traga alguma modificação ou inovação das práticas
atuarão no contexto escolar estão sendo formados para utilizar o pedagógicas, conforme apontado por autores como Gvirtz e
aparato digital que está disponível nas escolas e para trabalhar Larronda [19] e Sancho [13].
com as gerações de estudantes pós-internet. E, uma das formas
Outro dado interessante é que a universidade, de um modo
que acreditamos poder contribuir para o aumento deste capital
geral, em nada ou quase nada contribui para a aprendizagem sobre
tecnológico, é justamente a possibilidade da experiência de usos
usos das TIC na opinião dos estudantes, sobretudo entre aqueles
das TIC no processo de formação inicial de professores, ainda na
que se consideram usuários iniciantes de computadores e internet.
universidade, ou seja, nos cursos de licenciatura.
Mesmo entre os usuários que se consideram especialistas ou
Até o momento, de acordo com o mapeamento realizado, usuários avançados das TIC, a universidade tem contribuído
constatamos que ainda há um distanciamento da temática pouco para a aprendizagem sobre o uso das TIC: cerca de 83%
“tecnologia” em relação à formação acadêmica. Apesar da grande destes alunos afirmam que aprenderam pouco ou nada com seus
maioria dos estudantes participantes da pesquisa disporem de professores e 94% afirmam que aprenderam pouco ou nada sobre
acesso à internet (96,4% deles possuem computadores em casa e TIC em disciplinas sobre tecnologia em seus respectivos cursos de
93% possuem acesso residencial à internet) e se considerarem licenciatura. Estes dados estão de acordo com outra constatação
usuários avançados ou especialistas em computador e internet, é da pesquisa: a de que 76% dos estudantes não tiveram em sua
possível constatar indicadores que demonstram uma certa formação acadêmica na licenciatura disciplinas relacionadas à
limitação quanto a aprendizagens e usos na formação inicial de temática Tecnologia e Educação.
professores, diferentes dos usos sociais que estes estudantes fazem
Consideramos estes dados preocupantes, sobretudo ao
dessas tecnologias.
constatarmos que as políticas públicas postas em ação pelo MEC
Além do número de estudantes que possuem acesso a visam dotar escolas, estudantes e professores com computadores,
internet, a pesquisa também constatou que mais de 95% dos entretanto, percebe-se a insuficiência de políticas para que as
professores também dispõe de acesso residencial à internet. Como universidades – as grandes responsáveis pela formação inicial de
dissemos inicialmente, o desafio não é mais a questão do acesso professores no país – incorporem as tecnologias em suas próprias
às TIC, mas recai sobre a necessidade de avançar sobre a práticas formativas.
qualidade do acesso: no caso da formação inicial de professores,
Insistimos em defender que, para aproveitar
isso quer dizer pensar em como e para quê as TIC podem ser
qualitativamente os artefatos tecnológicos inseridos nas escolas,
utilizadas nos processos educativos, para que esses atuais
as experiências e usos das TIC devem se fazer presentes também
estudantes possam vivenciar experiências de usos das TIC que
na formação inicial de professores, o que vai ao encontro da
possibilitem ampliar sua futura atuação docente, sobretudo diante
opinião dos estudantes participantes da pesquisa: 66% deles
de seus estudantes nativos digitais.
consideram muito importante para sua formação acadêmica ter no
Entretanto, no mapeamento de usos das TIC pelos currículo de seu curso uma disciplina com a temática educação e
professores das licenciaturas com os estudantes, constatamos, por tecnologia. E, ainda, 68% dos estudantes consideram que
exemplo, que 70,5% nunca utilizaram a plataforma Linux (o vivenciar o uso das TIC durante a formação inicial será útil para
sistema operacional presente nas escolas públicas); 57% nunca suas futuras atuações como professores. Entretanto, os dados da
utilizaram ferramentas digitais de discussão e debates, como pesquisa apontam que essas aspirações dos estudantes – e, ao
fóruns; 56% nunca utilizaram nenhuma ferramenta de interação mesmo tempo, necessidade do sistema educacional – vem sendo
com seus estudantes e 64% dos professores nunca trabalharam pouco contempladas na prática da formação inicial de professores.
com ferramentas de aprendizagem colaborativa, dentre outras
Ainda que não possamos atribuir às universidades a
modalidades de usos possíveis das TIC e da “Web 2.0” no
responsabilidade integral para “ensinar” aos seus estudantes os
contexto educacional. Esses dados ajudam a retratar a questão dos
usos das TIC, devemos pensar na formação inicial de professores
usos das TIC na formação inicial de professores nas principais
como algo em consonância com as políticas governamentais de
universidades de Santa Catarina e, do mesmo modo, denota o
inserção das tecnologias nas escolas, onde a universidade possa
caminho a ser percorrido por estes estudantes (professores em
ser um espaço de vivências, discussões e de experiências sobre a
formação) para adquirirem as experiências de usos das TIC nas
questão das TIC nos processos educacionais. Identificamos, por
práticas educativas e, talvez, poderem utilizá-las em suas futuras
exemplo, que o Ministério da Educação tem determinado a
atuações docentes nas escolas.
utilização da plataforma Linux (o Linux Educacional é a
Quanto aos conhecimentos sobre as TIC, 85,4% dos plataforma “oficial” que o MEC está implantando nas escolas
estudantes considera-se um usuário “especialista” em computador públicas através dos seus maiores programas educacionais, o
e internet. Entre os professores, curiosamente esse percentual é PROINFO e o UCA), mas que mais de 70% dos estudantes que
praticamente o mesmo, de 85%. Entretanto, apesar desse índice participaram da pesquisa afirmam nunca terem utilizado em seu
entre os professores, 58,5% deles dizem não utilizar ou utilizar curso de formação inicial de professores esta plataforma, o que de
apenas eventualmente os recursos das TIC em aula com seus outro modo revela uma dicotomia entre as políticas educacionais
alunos. Em contrapartida, 76,3% dos professores dizem que para formação de professores e para inserção das tecnologias nas
sempre ou quase sempre utilizam as TIC para preparar ou escolas. Esse dado também é encontrado nas respostas obtidas
apresentar suas aulas, o que denota que os usos que os professores entre os professores dos cursos de licenciatura, onde mais de 90%
fazem das TIC, além de restritivo, ainda está muito ligada à idéia deles afirma ter nenhum ou muito baixo conhecimento sobre a

316
plataforma Linux e, ainda, (conforme já indicamos) mais de 70% no contexto da formação para fins pedagógicos e de como
deles afirmam nunca utilizar essa plataforma em suas aulas no incorporariam essas TIC em sua futura atuação docente.
contexto da formação inicial de professores. Com isso,
Finalmente, postulamos que as possibilidades de uso das
postulamos que a escola possui um artefato tecnológico (nesse
TIC permitem uma maior incorporação destes usos em outras
caso, o Linux Educacional) alheio à formação inicial de
práticas cotidianas dos indivíduos. Este dado é confirmado através
professores realizada na universidade – o que pode significar uma
do repertório de usos das TIC, tanto entre estudantes quanto entre
redução qualitativa das condições de uso desse aparato no
professores dos cursos de licenciatura pesquisados: quanto maior
contexto escolar.
o acesso, maior é o conhecimento sobre as aplicações técnicas das
Outro aspecto evidenciado entre os dados coletados, é a TIC, e conseqüentemente, maior é o número de fins para que as
confirmação de uma tendência demasiadamente perceptível em TIC são utilizadas. Entretanto, percebemos que este repertório é
diversas situações cotidianas, no que se refere à temática mais variado em contextos sociais. No âmbito acadêmico ele
“tecnologias digitais”: a relação da idade dos usuários com as ainda é bastante limitado, pois apesar das várias opções
finalidades e intensidade de uso das tecnologias. Quanto mais tecnológicas existentes com possibilidade de aplicação nos
jovens, maior é o uso das tecnologias e maior é o repertório de processos educativos (ferramentas multimidiáticas, de
uso para diferentes finalidades do cotidiano. aprendizagem colaborativa e ambientes virtuais de aprendizagem,
por exemplo), no âmbito da formação inicial de professores a
Assim, por exemplo, enquanto 86% dos estudantes da maior incidência de usos das TIC recaem quase que
pesquisa utilizam redes sociais de diversos tipos (incluindo sites exclusivamente para a digitação de trabalhos, criação de
de relacionamento, blogs e espaços de compartilhamento de apresentações e pesquisas de trabalhos na internet.
conteúdos digitais), entre os professores este percentual é de 36%.
Além disso, mais de 34% dos professores afirmam que nunca
ouviram falar em “redes sociais”, percentual inexistente entre os 4. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
estudantes das licenciaturas. Dentre algumas categorias de uso das
Até aqui, temos constatado, através dos dados obtidos entre
TIC (pesquisas, trabalho, lazer, conversar com amigos, acessar
estudantes e professores dos cursos de licenciatura, que a
redes sociais, acessar notícias, etc.), percebemos também uma
formação inicial de professores mantém um certo distanciamento
intensidade de usos maior entre os estudantes: a proporção de
dos programas governamentais postos em funcionamento nas
estudantes que utilizou a palavra “sempre” para designar a
escolas para inserção das TIC nas práticas educativas. É
freqüência de uso das TIC para uma dessas operações é de 2,81:1.
necessário repensar até que ponto as políticas educacionais do
Entre professores, a proporção é de 1,2:1.
MEC para inserção de artefatos tecnológicos demandam as
Ainda que estes dados confirmem indicações um tanto universidades para a formação inicial de professores que atuarão
quanto óbvias sobre apropriação tecnológica e usos das TIC, seria nestas escolas, pois temos assistido uma forte política para
precipitado afirmar que os estudantes participantes da pesquisa inserção das tecnologias nas escolas, mas não com a mesma
são predominantemente “nativos digitais”. Primeiro porque, em se intensidade para os programas de formação inicial de professores.
tratando de alunos em fase de conclusão de curso, sua faixa etária A falta de diretrizes do MEC para a formação inicial de
predominante é acima dos 24 anos. Fazemos aqui uma ressalva de professores tem deixado a cargo das universidades esta formação,
que não é idade a única determinante dos usos (quantitativos e nem sempre em sintonia com outras políticas governamentais
diversificados) das TIC: eles envolvem também outros aspectos, concebidas e implantadas nas escolas.
como as trajetórias destes usuários, sobretudo as possibilidades de
Prova disso é a ausência, na formação inicial dos cursos que
acesso que tiveram as TIC. Entretanto, ao analisar as respostas dos
fazem parte da pesquisa, de vivência dos usos das tecnologias no
estudantes que estão na faixa de 20 a 23 anos de idade – que
contexto acadêmico que possam reverter em usos pelos futuros-
representa 29% do público estudantil da pesquisa – percebemos
professores nas escolas. Desde o uso instrumental de softwares
sensíveis diferenças em relação aos conhecimentos e usos das
livres, como a plataforma Linux Educacional, até a exploração das
tecnologias digitais: utilizam mais recursos do computador e da
potencialidades das TIC, como o uso dos recursos colaborativos
internet, utilizam as tecnologias para diferentes finalidades,
da Web 2.0 e das redes sociais – já utilizados tanto por estudantes,
possuem um conhecimento sobre um número maior de aplicações
quanto por professores em contextos sociais, mas não com a
ligadas às tecnologias e afirmam ter um nível de conhecimento
mesma intensidade no âmbito formativo da profissão.
maior sobre essas mesmas aplicações do que seus colegas mais
velhos. Faz-se necessário, ainda, contemplar a própria questão dos
conhecimentos e usos das TIC dos professores que atuam nos
Esse quadro indica, como não poderia deixar de ser, que
cursos de licenciatura e, portanto, formadores de professores. Isto
estudantes mais jovens – talvez das fases iniciais dos cursos –
porque há indicadores evidenciados na pesquisa de que o
tenham, no geral, um perfil predominante diferente dos estudantes
conhecimento sobre as TIC está relacionado à faixa etária dos
que participaram da pesquisa. Talvez mais próximos do perfil de
usuários: usuários mais jovens incorporam em suas práticas
“nativos digitais” de que nos fala Prensky [15] e Veen e Vrakking
cotidianas um repertório e uma freqüência maior de usos das
[20]. E certamente mais próximo ao perfil de estudantes que
tecnologias do que usuários mais velhos. Sabidamente, os
encontramos na escola básica, local onde boa parte do público
professores que atuam nos cursos de licenciatura fazem parte de
pesquisado (estudantes das licenciaturas) irá atuar. E, de todo
uma geração denominada “imigrantes digitais”, que incorporam as
modo, ainda que estes estudantes dos cursos de licenciatura não
TIC em suas vidas de uma outra forma, diferente das gerações
sejam considerados “nativos digitais”, o fosso tecnológico entre
posteriores que atualmente estão na universidade, inclusive nos
eles e seus professores é perceptível – o que reforça nossa
cursos de licenciatura. Suas práticas e seus usos no âmbito
preocupação com as experiências de usos das TIC que vivenciam

317
educativo dependem dos conhecimentos e usos que fazem em [7] BORGES, Martha Kaschny. Educação e Cibercultura:
outros contextos da vida e, conseqüentemente, podem influenciar perspectivas para a emergência de novos paradigmas
de que modo e com que freqüência as TIC podem se fazer educacionais. In VALLEJO, Antonio Pantoja,
presentes nos cursos de formação de professores. ZWIEREWICZ, Marlene (Org.). Sociedade da Informação,
educação digital e inclusão. p. 53-86. Florianópolis: Insular,
Além disso, entendemos ser importante a continuidade de
2007.
pesquisas sobre os usos das TIC na formação inicial de
professores, sobretudo em virtude do constante desenvolvimento [8] TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Wikinomics: a
tecnológico das sociedades e da chegada, aos cursos de formação nova economia das multidões inteligentes. Lisboa: Quidnovi,
de professores, de novas gerações de estudantes “nativos digitais”, 2008.
que lidam de outra forma com as tecnologias digitais e que, uma
[9] MARTINS, Francisco Menezes. Impressões Digitais:
vez incorporada de modo significativo nas práticas educativas,
cibercultura, comunicação e pensamento contemporâneo.
podem trazer avanços na qualidade da educação. Ou seja, em
Porto Alegre: Sulina, 2008.
pouco tempo, predominantemente teremos integrantes da geração
pós-internet tanto nos cursos de formação inicial de professores, [10] PINTO, Mônica Rodrigues Dias. Escola e Linguagens
quanto entre estudantes nas escolas. Aparentemente, a questão dos Contemporâneas: um desafio. Rio de Janeiro. mimeo. 1996.
conhecimento sobre os usos sociais das TIC e experiências de uso
não serão problemas para estes públicos. A questão pendente, [11] FRANCO, Marcelo Araujo, SAMPAIO, Carmen Sanches.
então, será a de como incorporar esses conhecimentos no aspecto Linguagens, Comunicação e Cibercultura: novas formas de
formativo das práticas pedagógicas – questão que recai novamente produção do saber. Disponível em
na formação inicial de professores, pois entendemos que de nada http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/educacao/educa
adianta o conhecimento instrumental das TIC e a presença das cao5-1.html. Acessado em 22/02/2010.
tecnologias nas escolas, se os professores não tiverem condições [12] SANCHO, Juana Maria. (org.). Para uma Tecnologia
de avaliar de que modo a presença das TIC podem trazer Educacional. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.
melhorias para a qualidade da educação. Isso requer não apenas as
discussões sobre as possibilidades do emprego das TIC nas [13] SANCHO, Juana Maria.; Hernández, Fernando. (Org.).
práticas pedagógicas, como também o uso destas tecnologias nas Tecnologias para Transformar a Educação. Porto Alegre:
práticas formativas. Artmed, 2006.

Acreditamos que, em se tratando das TIC, o grande salto [14] MARTINS, Cátia Alves, GIRAFFA, Lucia Maria Martins
qualitativo da educação ocorrerá quando as tecnologias forem (2008). Formação do docente imigrante digital para atuar
incorporadas como cultura e como prática social, e não como com nativos digitais do Ensino Fundamental. Disponível em
mero recurso instrumental que mantenha as mesmas práticas e http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/
mesmas metodologias consagradas pela escola tradicional. Isto 132_220.pdf. Acessado em 08/03/2010.
requer, por parte das políticas educacionais, mais do que [15] PRENSKY, Marc. Digital natives, digital immigrants. MCB
investimento na aquisição de equipamentos informáticos e University Press. Vol. 9, nº. 05, 2001. Disponível em
manutenção dos parques tecnológicos existentes. Requer http://www.marcprensky.com/writing/. Acesso em
investimento na formação inicial de professores. 19/02/2010.
[16] PISANI, Francis; PIOTET, Dominique. La Alquimia de las
multitudes: cómo la web está cambiando el mundo.
REFERENCIAS Barcelona: Paidós Comunicación, 2009.
[1] CASTELLS, Manuel. A Sociedade em rede – A era da [17] LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência: o futuro do
informação: economia, sociedade e cultura. Vol I. São Paulo: pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora
Paz e Terra, 1999. 34, 1993.
[2] JOHNSON, Steven. Cultura da Interface: como o [18] NAPOLITANO, Marcos. Escola e Indústria Cultural. In:
computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. PEDROSO, L. A. e BERTONI, L. M. (Orgs.). Indústria
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. Cultural e Educação: reflexões críticas. Araraquara: JM
Editora, 2002.
[3] BRUNNER, Jose Joaquin. Formación Docente y las
Tecnologías de Información e Comunicación. Disponível em [19] GVIRTZ, Silvia; LARRONDO, Marina. Notas sobre la
http://mt.educarchile.cl/mt/jjbrunner/archives/orealc_prof%2 escolarización de la cultura material. Celulares y
6tic.pdf. Acessado em 25/03/2010. computadoras en la escuela de hoy. Revista TEIAS: Rio de
Janeiro, ano 8, nº 15-16, jan/dez 2007.
[4] KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: o novo
ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007. [20] WIM, Veen; VRAKKING, Ben. Homo Zappiens: educando
na era digital. Porto Alegre: Artmed, 2009.
[5] VIEIRA PINTO, Álvaro. O conceito de tecnologia. Rio de
Janeiro: Contraponto, 2005. Vol. I.
[6] PIMENTA, Selma Garrido. (Org.). Saberes pedagógicos e
atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999.

318
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

GUÍAS ÚTILES PARA EL DISEÑO E IMPLEMENTACIÓN DE


OBJETOS DE APRENDIZAJE PARA DISPOSITIVOS
MÓVILES (OAM)
Aldo Ramírez Arellano, Elizabeth Acosta Gonzaga, José Antonio Rodríguez Mancera
Instituto Politécnico Nacional
México
aramirezar@ipn.mx, eacostag@ipn.mx, jrodriguezm0909@ipn.mx

RESUMEN
En este trabajo introducimos la relación entre los Objetos de En la actualidad el aprendizaje a través de dispositivos móviles,
Aprendizaje (OA) y el aspecto instruccional mediante la intención conocido como m-learning, es un tema de importancia en la
de aprendizaje. Basados en este concepto, ejemplificamos como la investigación, porque le confiere al estudiante independencia del
misma entidad digital puede convertirse en diferentes OA de lugar y del horario, esto se apega al paradigma de aprendizaje
acuerdo a la definición de la intención de aprendizaje. Definimos “anytime and anywhere” [17] [3]. El número de personas que
las características de los Objetos de Aprendizaje para dispositivos utilizan dispositivos como notebooks, PDA y teléfonos móviles se
Móviles (OAM) que son el marco de una serie de guías basadas incrementa día a día. Por lo que la oportunidad que representa el
en diversos estándares. Estas guías tiene la intención de garantizar uso de estos adelantos tecnológicos en el área educativa es
que el OAM sea reusable, interoperable, modular, portable, invaluable [1] [4] [5] [19].
accesible, adaptable entre otras y con ello crear nuevas Los avances tecnológicos como el incremento en el ancho de
oportunidades para el aprendizaje móvil. Como resultado banda, mayor espacio de almacenamiento, incremento del poder
desarrollamos un agente de software denominado VOAM capaz de cómputo, el uso de multimedia, entre otros, dificultan la
de desplegar los OAM diseñados atendiendo las guías propuestas. distribución y visualización de los materiales y contenidos
También nos dimos a la tarea de construir un LMS llamado educativos ya que estas capacidades no son homogéneas en los
Ambiente Cooperativo de Apoyo al Aprendizaje para Funciones dispositivos móviles.
Tutoriales (ACAAFT) que permite a los profesores contar con un
repositorio de recursos digitales y de OAM reutilizables. Los materiales y contenidos educativos diseñados para
computadoras personales y portátiles, encapsulados como objetos
de aprendizaje (OA), no pueden ser fácilmente desplegados en
Términos generales dispositivos móviles por lo que es necesario el establecimiento de
m-learning, objetos de aprendizaje para dispositivos móviles
guías para su diseño. Estas guías deben tomar en cuenta las
(OAM)
tecnologías más recientes y ser independientes de la teoría
instruccional y pedagógica utilizada para la concepción y diseño
Palabras clave de los Objetos de Aprendizaje para Móviles (OAM).
Estándares, m-learning, aprendizaje, móviles.
En particular hay tres aspectos importantes en los cuales la
investigación en esta área está centrada y son [2]:
1. INTRODUCTION
La revolución tecnológica está cambiando nuestras vidas, 1. El desarrollo de modelos pedagógicos apropiados para
actualmente podemos participar en conversaciones prácticamente el aprendizaje en móviles y las restricciones que este
desde cualquier lugar con la infraestructura tecnológica que lo ambiente impone.
hace posible. Los estudiantes están dejando a un lado los medios 2. Usar la experiencia ganada en el aprendizaje basado en
como libretas y lápiz y están sustituyéndolos por herramientas computadoras personales y adaptarlo a ambientes
como computadoras portátiles, teléfonos móviles etc. Además las móviles.
bibliotecas digitales y multimedios educativos han tomado una
relevancia importante en los últimos tiempos como repositorios de 3. Diseñar, desarrollar e implementar los ingredientes
conocimiento. Los medios digitales tienen visibles ventajas con técnicos necesarios para apoyar el aprendizaje en
respecto a los métodos tradicionales y por supuesto también dispositivos móviles.
inconvenientes. En nuestro trabajo nos centramos en las dos últimas áreas
mencionadas anteriormente. En la primera definimos las
Ramírez, Aldo., Acosta, Elizabeth., Rodríguez, José Antonio. (2010). Guías útiles para el
diseño e implementación de Objetos de Aprendizaje para dispositivos Móviles (OAM).
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp
319-326, Santiago de Chile.
319
características de los OAM, buscamos adaptar los estándar IMS microscopio. Inclusive esta entidad digital podría convertirse en
[7] y SCORM [18], usados ampliamente con OA, haciéndolos un OA totalmente diferente si el objetivo fuese resaltar las
más apropiados para entornos móviles considerando las diferencias con una célula animal. En nuestra definición de OA
restricciones de seguridad, memoria, poder de cómputo y espacio establecemos la conexión entre lo tecnológico y lo pedagógico,
de almacenamiento, además proponemos una serie de guías que refiriéndonos e éste último como intención de aprendizaje en un
ayudan al diseño y la construcción de OAM. En la segunda área, sentido muy general que tomará particularidades de acuerdo al
desarrollamos el software que permite visualizar los OAM que diseño instruccional.
atienden las guías propuestas y se apegan a las adaptaciones
hechas de los estándares. Definición 2 Objeto de Aprendizaje para dispositivos Móviles
(OAM). Un objeto de aprendizaje para dispositivos móviles
reúne las características de un OA y debido a la naturaleza
2. DEFINICIONES móvil en términos de espacio y tiempo también debe cumplir lo
La definición de las características de un OA varía de acuerdo al siguiente:
punto de vista del autor, consideramos que debe ser diseñado
pensando en cinco aspectos reusable, portable, interoperable, 1. Individual: En el sentido de que pueda adaptarse al
modular y accesible [13] [15] [16] [19] [20]. Estas características estilo de aprendizaje del estudiante.
obligan el establecimiento y uso de estándares para su 2. Disponible: El OAM debe de estar disponible en
encapsulamiento, distribución, despliegue y navegación de forma cualquier lugar sin importar el medio o la forma de
local mediante un visualizador o a través de Internet con un comunicación con el LMS.
sistema de administración del aprendizaje (LMS por sus siglas en
inglés). 3. Adaptable: Esto significa que el OAM debe adaptarse
al contexto del aprendizaje y a las habilidades y
Definición 1 Objeto de Aprendizaje (OA). Un objeto de conocimientos del estudiante.
aprendizaje es una entidad digital que tiene una intención de
aprendizaje y que además cumple con las siguientes 4. Sencillo de usar: En cuanto a la navegación a través
características. del material y la interacción con los usuarios.

1. Reusable: El LMS es el encargado de entregar el El principal obstáculo para cumplir con lo anterior esta
contenido educativo en forma de un OA, este debe de relacionado de manera directa con la falta de estándares para los
tener una granularidad adecuada para que pueda ser OAM. En la siguiente sección proponemos un par de
usado en un contexto educativo diferente para el cual modificaciones al estándar IMS y SCORM ampliamente usados
fue diseñado. para la construcción OA, de forma que sean más apropiados para
el m-learning. Estas modificaciones permiten utilizarlos en la
2. Interoperable: Esto significa que el OA debe tener construcción de OAM en conjunto con las guías propuestas.
comunicación con el LMS para compartir información
acerca de la interacción del estudiante con el OA. Esta
comunicación se lleva a cabo mediante la API 3. ADAPTACIÓN DE LOS ESTANDARES
ECMAScript de la IEEE [6]. PARA LOS OAM.
La principal dificultad que se enfrenta los diseñadores de OAM,
3. Modular: El OA debe ser lo suficientemente coherente
es la heterogeneidad entre los dispositivos móviles, aunado a que
y visto como una unidad indivisible, pero también lo
los estándares existentes no consideran esta diversidad ni sus
suficientemente pequeño para cumplir con la
limitaciones.
característica de reusabilidad. Aunque el OA es
empaquetado usando IMS, este estándar no especifica A continuación mencionamos algunas guías y las adaptaciones al
la granularidad del objeto, esto permite crear objetos estándar IMS y SCORM necesarias para el diseño e
tan extensos o tan pequeños como sean necesarios. implementación de los OAM.

4. Accesible: Esto significa que el OA debe de tener una Consideramos dos escenarios generales, el primero de ellos
descripción pública de la intención de aprendizaje y cuando el agente de software tiene acceso al OAM de forma local
del contenido educativo, con lo cual pueda ser y el segundo cuando el acceso es remoto a través de un LMS.
descubierto, localizado y reutilizado. Esto es descrito
mediante los metadatos que siguen el estándar LOM
3.1 Reusable
[10]. Como lo hemos expuesto la reusabilidad de un OAM depende del
grado de granularidad y de la modularidad que posea. Los
5. Portable: Este concepto significa que el OA pueda ser estándares IMS y SCORM no imponen límites al tamaño de los
visualizado y consultado a pesar de los cambios objetos por lo que pueden usarse para OAM con diferentes
tecnológicos y del dispositivo usado. granularidades.
En esta definición podemos ver que la intención de aprendizaje 3.2 Interoperable
juega un rol importante en el OA. Una entidad digital, por El estándar SCORM define dos tipos de de recursos de
ejemplo una imagen de una célula vegetal, no puede ser aprendizaje, denominados “Asset” y “SCO” (Sharable Content
considerada un OA si no tiene una intención de aprendizaje, para Objects). Los Asset son los bloques básicos de construcción que
nuestro ejemplo la imagen permite al estudiante conocer su permiten crear otros Asset o SCO. Los SCO a diferencia de los
estructura que posteriormente tendrá que identificar en un Asset permiten una comunicación con el LMS. La interrogante

320
que surge es ¿Cómo podemos logar la comunicación entre el M2. Los nombres de los archivos de los recursos deben ser
SCO y el LMS? únicos en el ámbito del PIF.
G1. El SCO debe comunicarse con el LMS a través del
ECMAScript haciendo uso del Script definido en
3.4 Accesible
En general los OAM deberán tener una descripción haciendo uso
XHTML Mobile Profile [23].
de los metadatos. Esta descripción es útil para la búsqueda
Aunque la implementación del ECMAScript no está definida, será localización y reutilización, por lo que en el escenario local OAM
favorecida si se usa un lenguaje portable como Java atendiendo podrá prescindir de ella. Esto origina lo siguiente:
las limitantes de la JME.
G5. Un OAM debe poseer una descripción usando
3.3 Modular metadatos cuando este alojado en un repositorio de
Cada OAM es modular a través del paquete IMS, que contiene el objetos de aprendizaje (ROA) o en un LMS, de lo
archivo imsmanifest que describe al OAM y además en el paquete contrario los metadatos podrán omitirse.
se encuentran todos los recursos necesarios para desplegarlo. Esta sugerencia permitirá reducir el tamaño de un OAM y por lo
Cada paquete debe de ser autocontenido y garantizar que el agente tanto el ancho de banda para su transmisión. El LMS tendrá que
tenga acceso a todos los recursos en la localización que dicta el ocuparse de eliminar los metadatos cuando el OAM sea entregado
imsmanifest. a un agente de software para su visualización local.

Para los OAM el empaquetado debe atender las siguientes 3.5 Portable
recomendaciones: Los recursos Asset o SCO, pueden contener cualquier tipo de
G2. Si el acceso al OAM es de forma local, este debe estar archivo lo que dificulta la portabilidad. Ambos hacen referencia a
contenido en una carpeta sin subniveles y sin un recurso conocido como punto de lanzamiento y que
compactar que contendrá el archivo imsmanifest y generalmente es una página web.
todos los recursos multimedia necesarios para Esto plantea dos preguntas: ¿Qué tipo archivos deben de incluirse
construir el OAM. en los Asset y SCO para garantizar su portabilidad?, ¿Cómo
G3. Si el acceso es remoto al OAM, a través de un LMS, el podemos garantizar que se muestren al usuario correctamente?
OAM puede estar contenido en un “Package Para esto, proponemos lo siguiente:
Interchange File” (PIF) que este compactado, que
G6. Utilizar archivos de audio de formato wav, arm y mid
cumpla con el estándar RFC 1951 y tenga extensión
como recursos.
.zip. Además deberá contener todos los recursos
multimedia necesarios para construir el OAM. G7. Utilizar archivos de video en formato mpg como
recursos.
Las dos recomendaciones obedecen a las restricciones de acceso
al sistema de almacenamiento que algunos dispositivos imponen, G8. Utilizar archivos de imagen en formato png, jpg o gif
y a la cantidad limitada de memoria y poder de cómputo. como recursos.
Para el escenario local, no existe garantía que se tenga accesos a G9. Utilizar como recursos páginas web que cumplan con el
todos los recursos, sí un Asset apunta a un archivo remoto estándar XHTML Mobile Profile al menos en la
mediante una URL. Al incluir todos los archivos en el PIF conformación del documento y en el uso de estilos.
sorteamos este problema. G10.Los puntos de lanzamiento para los SCO deberán ser
Por otro lado, evitar compactar el PIF ahorra memoria y tiempo páginas web que cumpla completamente con el
de cómputo. Restringir la creación de subdirectorios evita que la estándar XHTML Mobile Profile.
URL´s apunten a recursos almacenados en subcarpetas, de lo G11.Los puntos de lanzamiento para los Asset deberán ser
contrario la creación de subdirectorios es necesaria, tal operación páginas web que cumpla con el estándar XHTML
no está garantizada en todos los dispositivos. Mobile Profile al menos en la conformación del
Estas dos recomendaciones no afectan al OAM remoto, por el documento y en el uso de estilos.
contrario la modularidad del OAM quedará bien limitada a los
recursos almacenados en el paquete y no ha recursos ubicados en 3.6 Individual
sitios remotos. El OAM puede adaptarse al estilo de aprendizaje con ayuda del
LMS, el cual realizará las transformaciones a los recursos basadas
Tampoco afecta a la reusabilidad de los OAM, en este sentido
en el perfil del estudiante.
recomendamos que:
G4. Los recursos remotos a los que apuntan los Asset deben 3.7 Disponible
almacenarse en el mismo paquete que los locales. El escenario remoto requiere que el dispositivo móvil tenga
Derivado de esta recomendación proponemos las siguientes acceso al LMS que se encarga de servir el OAM considerando las
modificaciones a SCORM, útiles para dispositivos móviles. guías de la G5 a la G11. La otra posibilidad es:

M1. Los Asset solo podrán hacer referencia a recursos G12.Si el dispositivo no cuenta con acceso remoto al LMS,
contenidos en el PIF mediante una URL relativa que el OAM debe ser almacenado de forma local siguiendo
apunte a los recursos situados en la carpeta raíz del las recomendaciones G2 y G4.
PIF.

321
3.8 Adaptable razones es prioritario explorar las oportunidades del aprendizaje
Como lo hemos dicho, el LMS deberá tener conocimiento del en dispositivos móviles.
perfil del estudiante para adaptar el OAM de acuerdo a los Como parte de esta investigación encuestamos a un grupo de 100
conocimientos previos y habilidades. Esta tarea demanda poder de estudiantes del nivel licenciatura, los resultados son los
cómputo como se observa en [2], por lo que difícilmente podrá siguientes:
llevarla a cabo un dispositivo móvil. a) El 92% de los estudiantes cuentan con teléfono móvil.
G13.El LMS debe adaptar el OAM móvil de acuerdo al b) El 94% de los dispositivos cuenta con pantalla a color,
perfil del estudiante y al contexto de aprendizaje, el 27% cuenta con servicio de Internet y el 85.7% de los
mediante los elementos de organización y secuencia teléfonos soportan la tecnología Java.
definidos en SCORM.
c) Los principales usos que le dan al teléfono celular en
Esto garantiza que la taxonomía del OAM permanezca intacta y el orden de importancia son:
LMS determine la secuencia de consulta ocultando o
condicionando la visualización de elementos del OAM. 1. Hacer llamadas
Por ejemplo en un curso de fotografía, constituido de una parte 2. Mandar mensajes de texto y multimedia
teórica y una práctica, donde es necesario que el estudiante haya 3. Visualizar documentos
cumplido satisfactoriamente con los créditos teóricos para
4. Tomar fotos y videos
permitirle continuar con la práctica. Posiblemente el estudiante
haya cursado ya el bloque teórico o tomado algún curso 5. Navegar en Internet
equivalente, lo que lo exime de cumplir con los créditos teóricos. 6. Escuchar música
El LMS deberá conocer esta situación y adaptar el OAM.
7. Ejecutar aplicaciones
3.9 Sencillo de usar La visualización de documentos y la navegación en Internet se
Los dispositivos móviles poseen interfaces limitadas en encuentran entre los primeros lugares de los usos del teléfono
comparación con las computadoras personales. Por esta razón es móvil, así que los estudiantes poseen las habilidades necesarias
importante considerar la navegación del contenido educativo en el para llevar a cabo estas tareas. Por otro lado, el acceso a los OAM
OAM, el acceso y su comportamiento. Lo que da origen a la vía Internet pude ser problemático ya que solo el 27% de los
siguiente recomendación. estudiantes encuestados cuentan con este servicio. Considerando
G14.Para el diseño del contenidos educativo de un OAM lo anterior, diseñamos el Visualizador de Objetos de Aprendizaje
debe tomarse en cuenta las recomendaciones del para dispositivos Móviles (VOAM) que permite el acceso local al
Mobile Best Practices [12] OAM o el acceso a través de Internet mediante el LMS llamado
Ambiente Cooperativo de Apoyo al Aprendizaje para Funciones
Tutoriales (ACAAFT).
4. CASO DE ESTUDIO
El Instituto Politécnico Nacional [8], es una de las instituciones 4.1 Arquitectura y diseño
de educación pública en México con presencia en gran parte de su La arquitectura de la aplicación se muestra en la figura 1, consta
territorio, ha adoptado la educación a distancia bajo su modelo de un LMS alojado en un servidor donde el OAM es depositado
educativo y actualmente ofrece programas de posgrado, por el profesor. El VOAM reside en el dispositivo móvil y podrá
licenciatura y bachillerato, donde participan 1398 estudiantes. A tener acceso al OAM de dos formas como se describe a
sí mismo ofrece cursos de formación y actualización con una continuación.
matrícula de aproximadamente 20,000 participantes. Por estas

Figura 1. Arquitectura de la aplicación VOAM

322
El OAM puede ser enviado como un paquete PIF que deberá
descompactarse y ser transferido al dispositivo móvil para su
almacenamiento con ayuda de una computadora personal o a
través de Internet. El LMS también puede servir el OAM como
una página web, por lo que podrá estar disponible si el dispositivo
cuenta con este servicio. Almacenar el OAM en el dispositivo
permite revisarlo el número de veces que el estudiante considere
necesario sin que ello genere un costo por el uso del servicio de
Internet e inclusive cuando no esté disponible.
El VOAM tiene una interfaz amigable, conformada por una barra
de navegación similar a un navegador web y varias opciones
contenidas en un menú, con el cual los usuarios pueden realizar
las tareas de navegar por el contenido, ocultar la barra de
navegación, consultar la ayuda, entre otras (ver la figura 2).

Figura 3. Reproducción del contenido educativo multimedia


El contenido, en nuestro caso, está identificado por la sesión y el
tema al que pertenece, está organizado en diferentes páginas para
facilitar su navegación. Cada liga está claramente señalada, el
contenido de video y audio se muestran en una ventana
independiente (ver la figura 3) permitiendo al usuario regresar al
punto donde interrumpió su revisión.
En el escenario local el VOAM guía la navegación a través del
OAM con información contenida en el archivo imsmanifest. El
VOAM ajusta las imágenes de forma automática de acuerdo al
tamaño de la pantalla, el autor de las páginas web puede explotar
esta ventaja para preservar la relación de aspecto en el contenido
educativo.
Para el escenario de acceso remoto al OAM usamos el ACAAFT
Figura 2. Contenido educativo del OAM que pertenece al mostrado en la figura 4, éste es el responsable de garantizar que la
curso Computación Aplicada navegación por el contenido se lleve a cabo como lo dicta el
imsmanifest, aligerando el procesamiento realizado por el VOAM,
Además identifica las ligas visitadas, permite reproducir clips de que en este caso se limita a desplegar el contenido. Este contenido
audio y video sin la necesidad de una aplicación adicional. A es enviado por el ACAAFT como una página web que cumple con
través del VOAM el usuario puede consultar el OAM almacenado el estándar XHTML Mobile Profile. El ACAAFT es un
en el dispositivo móvil o a través de un LMS, haciendo casi repositorio de recursos digitales como imágenes, clips de video,
imperceptible la diferencia. Desarrollamos el VOMA utilizando la clips de audio y por supuesto OAM, los cuales están disponibles
tecnología Java, ya que cada vez más teléfonos y dispositivos para todos los profesores.
móviles la incluyen. Por otro lado también nos dimos a la tarea de
construir el LMS llamado Ambiente Cooperativo de Apoyo al
Aprendizaje para Funciones Tutoriales (ACAAFT) que permite a
los profesores contar con un repositorio de recursos digitales y de
OAM reutilizables.

4.2 Resultados
Construimos varios OAM siguiendo las guías propuestas y los
estándares señalados. Estos OAM contienen recursos como
páginas web, imágenes, clips de audio y video. Publicamos estos
recursos en el ACAAFT, donde están disponibles para los
alumnos del curso Computación Aplicada del nivel licenciatura,
impartido en modalidad semi-presencial.

323
Figura 4. Ambiente Cooperativo de Apoyo al Aprendizaje
para Funciones Tutoriales (ACAAFT)
Para evaluar la efectividad del aprendizaje formamos dos grupos,
el primero llamado M y el segundo S cada uno con 18 alumnos.
El grupo M revisó la unidad de aprendizaje “Aplicación de
fórmulas y funciones a la bioestadística” mediante los OAM, Figura 5. Calificaciones promedio obtenidas por el grupo S y
mientras que el grupo S consultó los contenidos de la misma M en las evidencias de aprendizaje “Operadores” e
unidad haciendo uso de los OA que se han utilizado a lo largo de “Introducción de fórmulas”
varios ciclos escolares en el curso semi-presencial. Los OAM y Los alumnos que consultaron los OAM opinaron que los
OA incluyen dos evidencias de aprendizaje tituladas materiales están más sintetizados comparados con los del curso
“Operadores” e “Introducción de fórmulas”. Los resultados de la semi-presencial, gracias a que incluyen más videos y clips de
evaluación de estas evidencias fueron analizados usando una audio. Otros opinaron que la navegación es sencilla, similar a una
prueba estadística t con un intervalo de confianza de 95%, este página web. La mayoría considera que los OAM son útiles ya que
análisis nos permite concluir que no existe diferencia entre los pueden consultarlos en el trayecto a casa o en cualquier sitio.
resultados obtenidos por el grupo S y M en la actividad
“Operadores” ni tampoco en la actividad “Introducción de En resumen, el uso del IMS y SCORM para empaquetar y
fórmulas”, aunque en esta última la diferencia es más acentuada distribuir los OAM diseñados les confiere la modularidad. La
como se observa en la figura 5. inclusión de los metadatos siguiendo el LOM habilita al ACAAFT
para eliminarlos cuando el OAM es entregado a un dispositivo
móvil, con el fin de reducir su tamaño. El uso de los estándares
XHTML Mobile Profile y la inclusión de recursos multimedia en
los formatos sugeridos garantizan la portabilidad. La
especificación de la taxonomía del OAM y la secuencia de
navegación como lo dice el SCORM, abre la posibilidad de que el
ACAAFT adapte el contenido y su secuencia, de acuerdo a las
necesidades y estilo de aprendizaje del estudiante cumpliendo con
la adaptabilidad e individualidad. La consideración del Mobile
Best Practices en el diseño de los contendidos educativos permitió
que la interacción y la navegación con el OAM fueran sencillas.
Por último la arquitectura permite consultar el OAM a través de
Internet o ser almacenado en el dispositivo móvil.

5. TRABAJOS RELACIONADOS
El desarrollo de aplicaciones para consultar material educativo en
dispositivos móviles ha recibido bastante atención en los últimos
años. Seong [17] propone varias guías que contemplan las
habilidades y estilos de aprendizaje, la interacción con el
dispositivo móvil y el diseño de la interfaz. Estas guías se enfocan
en el desarrollo de portales educativos y no en objetos de
aprendizaje, dejando de lado la individualidad, la adaptabilidad y

324
la disponibilidad, características de los OAM que proponemos en interfaces de los dispositivos móviles. Otros trabajos incluyen la
este trabajo. representación de la intención de aprendizaje de tal forma que
El problema de la portabilidad ha recibido diferentes enfoques, en permita construir OAM y OA de forma automática o inclusive
[11] [14] los contenidos están limitados a foros y noticias en línea cursos completos, seleccionando los contenidos educativos de un
mientras que en [3] [9] [21] [22] los autores utilizan varios repositorio con la premisa de cumplir con la intención de
agentes inteligentes para determinar el formato del contenido de aprendizaje.
acuerdo al dispositivo, esto significa que el proceso de adaptación
se lleva a cabo por el LMS. Bajo esta propuesta, para transformar REFERENCIAS
los contenidos exitosamente es necesario conocer por anticipado [1] Alexander, B. Going Nomadic: Mobile Learning in Higher
el tamaño de pantalla y los formatos de audio y video admitidos Education. EDUCAUSE Review, Vol. 39, No. 5, 2004, 28–
por la gran variedad de dispositivos móviles que existen hoy en 35.<http://www.educause.edu/pub/er/erm04/erm0451.asp>.
día. La utilización de recursos multimedia en los formatos que
[2] Berri, J., Benlamri, R., and Atif, Y. 2006. Ontology-based
sugerimos permite que el VOAM los adapte en el momento en el
framework for context-aware mobile learning. In
que son consultados, lo que elimina la necesidad de conocer las
Proceedings of the 2006 international Conference on
características a priori. Por otra parte el VOAM es capaz de
Wireless Communications and Mobile Computing
detectar la interfaz del dispositivo móvil, por ejemplo si se trata
(Vancouver, British Columbia, Canada, July 03 - 06, 2006).
de una pantalla táctil, permitiendo al alumno consultar los
IWCMC '06. ACM, New York, NY, 1307-1310.
contenidos con mayor facilidad.
[3] Cao, Y., Tin, T., McGreal, R., Ally, M., and Coffey, S. 2006.
En [2] se usa una ontología descrita en XML para representar los
The Athabasca University mobile library project: increasing
conceptos y las asociaciones que existen entre ellos, lo que facilita
the boundaries of anytime and anywhere learning for
la adaptación de los contenidos según el usuario que los consulta.
students. In Proceedings of the 2006 international
Este sistema comparado con el VOAM, es poco portable ya que
Conference on Wireless Communications and Mobile
solo funciona en un conjunto limitado de PDA.
Computing (Vancouver, British Columbia, Canada, July 03 -
06, 2006). IWCMC '06. ACM, New York, NY, 1289-1294.
6. CONCLUSIONES Y TRABAJO FUTURO
[4] Chan, T., et al. Educational Metadata for Mobile Learning,
En este trabajo establecemos la relación entre los OA y el aspecto
In Procedings 2nd IEEE Int. Workshop on Wireless and
instruccional mediante la intención de aprendizaje, además
Mobile Technologies in Education, 2004.
definimos las características de los OAM, basados en ellas
proponemos varías guías útiles para su diseño e implementación. [5] Chittaro, L. Visualizing Information on Mobile Devices.
Estas guías incluyen el uso de estándares que facilitan el IEEE Computer, March 2006, 40-45.
desarrollo de los OAM. Considerando estas guías desarrollamos [6] IEEE 1484.11.2 Standard for Learning Technology –
un software portable llamado VOAM y el LMS ACAAFT con los ECMAScript Application Programming Interface for Content
cuales los estudiantes pueden navegar a través de los contenidos to Runtime Services Communication (2003).
educativos del OAM. http://www.ieee.org/
Construimos varios OAM apegándonos a estas guías, [7] IMS Content Packaging specification (2003).
posteriormente los publicamos en el ACAAFT donde fueron http://www.imsglobal.org/learningdesign/index.html.
consultados por alumnos mediante una variedad de dispositivos
[8] Instituto Politécnico Nacional http://www.ipn.mx.
móviles. El estudio comparativo realizado nos permite concluir
que no existe diferencia significativa en el aprovechamiento de los [9] Kukka, H. and Ojala, T. 2006. mobileDOK: culture in your
alumnos que consultaron los OAM y los que hicieron lo propio pocket. In Proceedings of the 3rd international Conference
con los OA. on Mobile Technology, Applications &Amp; Systems
(Bangkok, Thailand, October 25 - 27, 2006). Mobility '06,
El uso de estándares le permite al alumno que cuenta con un vol. 270. ACM, New York, NY, 42.
browser y acceso a Internet consultar el OAM sin la necesidad del
VOAM, en esta situación el ACAAFT tiene la responsabilidad de [10] Learning Object Metadata. (LOM) (2002).
guiar la navegación. Las guías propuestas garantizan la http://ltsc.ieee.org/wg12/20020612-Final-LOM-Draft.html
portabilidad del OAM y su visualización sin contar con una [11] Lee, W. and Lu, C. 2003. Customising WAP-based
conexión a Internet. information services on mobile networks. Personal
Ubiquitous Comput. 7, 6 (Dec. 2003), 321-330.
Existen diversas direcciones que deseamos explorar para los
trabajos futuros. Planeamos investigar la posibilidad de adaptar [12] Mobile Best Practices 1.0. http://www.w3.org/TR/mobile-bp/
los OAM y OA a las habilidades, estilos de aprendizaje y [13] Mostefaoui, S. K., Maamar, Z., and Giaglis, G. M. 2008
conocimientos de los estudiantes extendiendo las capacidades del Advances in Ubiquitous Computing: Future Paradigms and
ACAAFT para convertirlo en un LMS inteligente. Otro aspecto de Directions. IGI Publishing.
interés es averiguar la forma de transformar OA en OAM y
viceversa, teniendo en mente que los objetos OAM están sujetos a [14] Nakahara, J., Hisamatsu, S., Yaegashi, K., and Yamauchi, Y.
varias restricciones. 2005. iTree: does the mobile phone encourage learners to be
more involved in collaborative learning?. In Proceedings of
Por otro lado estamos interesados en evaluar las estrategias de Th 2005 Conference on Computer Support For
aprendizaje más apropiadas para los OAM, ceñidas por los Collaborative Learning: Learning 2005: the Next 10 Years!
recursos multimedia disponibles, la capacidad de cómputo y las (Taipei, Taiwan, May 30 - June 04, 2005). Computer

325
Support for Collaborative Learning. International Society of
the Learning Sciences, 470-478.
[15] Polsani, P. R. Use and Abuse of Reusable Learning Objects
Journal of Digital Information, Volume 3 Issue 4, Article No.
164, 2003 -Martinez, M. Designing learning objects to mass
customize and personalize learning. In D. A. Willey (Ed)
(2000).
[16] Ryu, H. and Parsons, D. 2008 Innovative Mobile Learning:
Techniques and Technologies. Information Science
Reference - Imprint of: IGI Publishing.
[17] Seong, D. S. 2006. Usability guidelines for designing mobile
learning portals. In Proceedings of the 3rd international
Conference on Mobile Technology, Applications &Amp;
Systems (Bangkok, Thailand, October 25 - 27, 2006).
Mobility '06, vol. 270. ACM, New York, NY, 25.
[18] The Sharable Content Object Reference Model. (SCORM)
(2004)
http://www.adlnet.gov/Technologies/scorm/default.aspx.
[19] Vavoula, G. N. and Sharples, M. 2002. KLeOS: A Personal,
Mobile, Knowledge and Learning Organisation System. In
Proceedings IEEE international Workshop on Wireless and
Mobile Technologies in Education (August 29 - 30, 2002).
M. Milrad, H. U. Hoppe, and Kinshuk, Eds. WMTE. IEEE
Computer Society, Washington, DC, 152.
[20] Vinha, A. 2005. Reusable learning objects: theory to
practice. SIGCSE Bull. 37, 3 (Sep. 2005), 413-413.
[21] Wains, S. I. and Mahmood, W. 2008. Integrating m-learning
with e-learning. In Proceedings of the 9th ACM SIGITE
Conference on information Technology Education
(Cincinnati, OH, USA, October 16 - 18, 2008). SIGITE '08.
ACM, New York, NY, 31-38.
[22] Wang, S., Chen, Q., and Behrmann, M. 2008. Agent-based
ubiquitous m-learning portal for K-12 teachers. In
Proceedings of the 5th international Conference on Soft
Computing As Transdisciplinary Science and Technology
(Cergy-Pontoise, France, October 28 - 31, 2008). CSTST
'08. ACM, New York, NY, 525-529.
[23] XHTML Mobile Profile. (2004).
http://www.openmobilealliance.org/.

326
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

UMA SOLUÇÃO PARA ACESSIBILIDADE E


INTERATIVIDADE UTILIZANDO NAVEGADORES WEB E
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

Valderi Leithardt1, Débora Conforto1, Lucila Santarosa1, Cláudio Geyer1, Daniela Bagatini2
Universidade de Federal do Rio Grande do Sul1, Laureate International Universities2, Universidade de Santa Cruz do Sul2
Brasil
vrqleithardt@inf.ufrgs.br, conforto@terra.com.br, lucila.santarosa@ufrgs.br, geyer@inf.ufrgs.br, bagatini@unisc.br

São esses espaços que começam a impulsionar o exercício da


ABSTRACT principal função do professor, que de acordo com Marco Silva
Accessibility boosts guaranteed access to interactive features [1], deve operar como o sistematizador de experiências,
available on the Web. Based on this approach, this article aims to disponibilizando possibilidades de múltiplas experimentações e
present a comparative analysis tools for Virtual Learning de expressões, provocando situações, arquitetando percursos,
Environments (AVA). For the construction of this comparative enfim, sendo um agenciador da construção do conhecimento na
analysis, have been defined criteria for evaluating interactivity experiência viva da sala de aula.
and accessibility. With a focus on ensuring access to human
Contudo, adotar um ambiente virtual representa assumir um
diversity, we performed a study of operating systems and web
espaço de convivência em que alunos e professores possam
browsers better known, presenting a proposal for a web browser
pensar, refletir, analisar, discutir, reformular informações e
that meets the criteria of accessibility and interactivity defined
conhecimentos. Estes espaços devem proporcionar caminhos
and researched.
para novos pensares, novas construções, novas produções, novos
olhares, em um círculo construtivo coletivo que permita acesso e
RESUMO conexões com outras culturas sem, no entanto, perder a
A acessibilidade impulsiona a garantia de acesso aos recursos característica da cultura local.
interativos disponibilizado na Web. Com base neste enfoque, o
O grande número de ambientes existentes e de ferramentas de
presente artigo tem por objetivo apresentar uma análise
informação e de comunicação possibilitam criar espaços ricos de
comparativa entre ferramentas de Ambientes Virtuais de
construção. Em meio a pluralidade de plataformas, quais seriam
Aprendizagem (AVA). Para a construção dessa análise
os critérios para determinar a escolha de um ambiente de
comparativa, foram definidos critérios de avaliação de
aprendizagem? Optar por um ambiente em detrimento de outro
interatividade e acessibilidade. Com foco na garantia de acesso à
AVA, como referendar essa escolha? A quantidade de
diversidade humana, foi realizado um estudo sobre sistemas
ferramentas que compõem um AVA não é fator determinante
operacionais e navegadores web mais conhecidos, apresentando
para sua escolha, mas a qualidade e a aplicabilidade destas
uma proposta de um navegador web que atenda aos critérios de
ferramentas ao domínio e aos objetivos dos usuários é que se
acessibilidade e de interatividade definidos e pesquisados.
torna um fator extremamente importante para a adoção de um
Palavras-chave AVA [2].
Interatividade, Acessibilidade, Ambiente Virtual de Ferramentas, segundo [3], entende-se por qualquer artifício que
Aprendizagem. amplie uma ação natural do homem. Agrega a essa possibilidade
de ampliação da atuação humana a projeção de um sistema útil,
ou seja, um conjunto de ferramentas pode influenciar e são
1. INTRODUÇÃO modificadas a medida que são melhor adaptadas e utilizáveis,
Os professores buscam na tecnologia artefatos para tornar o
forjando um sistema em partes, e também o processo da ação das
processo de ensino aprendizagem mais significativo. Ambientes
partes sobre o todo. O conceito de sistema útil é central para
Virtuais de Aprendizagem (AVA) configuram-se como espaços
dimensionar o valor da navegação, em face do grande número de
compartilhados de convivência, cenários que disponibilizam
componentes de naturezas distintas - mecânicos, eletrônicos,
suporte à construção, inserção e troca de informações entre
lógicos e outros - de maneira que uma parte não prejudique ou
grupos de estudantes.
interfira em outra.

Leithardt, Valderi., Conforto, Débora., Santarosa, Lucila., Geyer, Cláudio., Bagatini, Daniela.
(2010). Uma Solução para Acessibilidade e Interatividade utilizando Navegadores Web e
Ambientes Virtuais de Aprendizagem. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 327-334, Santiago de Chile.

327
Ao problematizar a interface e as possibilidades de interação que A modelagem e as estratégias de mediação pedagógica em
AVAs projetam, não podemos nos refutar de pensar a partir de AVAs devem ser alicerçadas na possibilidade de promover a
dois conceitos: a interatividade e a acessibilidade. A interatividade. Interatividade é, sem dúvida, um termo
acessibilidade de uma plataforma implica na garantia de livre desgastado e banalizado pelo marketing comercial, mas que abre
acesso a todas as pessoas, sem nenhum tipo de obstáculo, uma efetiva possibilidade de romper com a passividade e
impulsionando uma atuação com maior autonomia e receptividade no processo pedagógico. Assumimos o conceito de
independência. Baseado nessas premissas este artigo apresenta os interatividade como uma modalidade comunicacional que projeta
resultados de uma pesquisa em que se explora Ambientes uma relação de autoria e de co-participação entre os sujeitos em
Virtuais de Aprendizagem - Moodle, Teleduc e Eduquito -, e processo de aprendizagem. A figura 1 ilustra essa mudança
realiza a análise comparativa das ferramentas sob o ponto de paradigmática que desloca a posição do emissor/receptor de
vista da interatividade e acessibilidade. O resultado dessa análise informação para a de autor e/ou co-autor da informação; de uma
comparativa estimulou a realização de um estudo sobre sistemas mensagem fechada a ao caráter aberto e hipertextual da
operacionais e navegadores web mais conhecidos, apresentando mensagem, uma informação em permanente construção,
uma proposta de um navegador web que atenda os critérios modificável nas redes de aprendizagem em que circula.
definidos e pesquisados.

2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O AVA precisa ser uma obra aberta, um tempo e um espaço para
mediar o processo de aprendizagem em que a imersão, a
navegação, a exploração e a conversação possam fluir na lógica
da complementação. Isso significa que o AVA deve agregar um
conjunto de ferramentas que potencializem estratégias de criação
para todos os participantes, permitindo uma maior interferência
no design e na dinâmica curricular [1]. Ao abordar a lógica da
complementação, é reforçada a importância dos ambientes
proporcionarem a construção social-individual, evidenciando a Figura 1. Modalidade Comunicacional Interativa
teoria construtivista social [4]. A descoberta individual de
princípios é apoiada pelo ambiente social, onde colegas e
professores desempenham papel-chave no desenvolvimento do Nos ambientes de aprendizagem pesquisados – Moodle, Teleduc
estudante. e Eduquito -, ao estabelecer o critério Interatividade, buscamos
Em ambientes de aprendizagem várias são as mídias e recursos verificar a possibilidade de desenvolver atividades por meio de
que podem ser utilizados, o que implica em um re-observar para projetos, estudos de caso, aprendizagem baseada em problemas
o planejamento dos recursos didáticos a serem disponibilizados, (PBL). Sempre no sentido de estimular a pesquisa e desenvolver
instrumentos de mediação pedagógica que não possa se limitar a trabalhos colaborativos e cooperativos [5], contextualizados na
textos e a figuras estáticas, ou simplesmente a garantia de acesso realidade dos alunos.
ao espaço virtual do curso. Por essa razão, a análise realizada Considera-se que o processo de ensino aprendizagem deve ser
neste trabalho tem atenção especial aos papéis dos alunos em pautado na utilização de recursos pedagógicos em uma
atividades colaborativas, à natureza das tarefas desempenhadas e, multiplicidade de formatos, como por exemplo: livro de
principalmente a acessibilidade proporcionada pelos recursos referência, revistas, artigos, resenhas, áudio, filmes, vídeos,
necessários para trabalhar com tais ambientes. simulações, entre outros. Os critérios são [1]:
Um verbo deve acompanhar a modelagem e a ação educação em • Intertextualidade – permite a conexão entre dois ou mais
ambientes digitais / virtuais de aprendizagem – disponibilizar. documentos, promovendo o diálogo entre diversos artefatos
Dispor tecnologias de informação e de comunicação em cenários e áreas do conhecimento.
digitais de aprendizagem não pode e não deve ser reduzida a
• Intratextualidade – permite a conexão com outros artefatos
simples ação de inserção de ferramentas. Nessa perspectiva, três
em um mesmo documento.
aspectos necessitam ser contemplados para a efetiva conjugação
do verbo disponibilizar: • Navegabilidade – é possível percorrer caminhos de forma
simples e intuitiva, de fácil acesso e transparência nas
• Oferecer múltiplas tecnologias e em diferentes
informações.
formatos, que devem ser utilizados de modo interativo,
impulsionando a produção e a socialização de • Mixagem – possibilita a integração de várias linguagens,
conhecimento. como textos, sons e vídeos.
• Forjar e edificar redes de construção de conhecimento, • Multimídia digital interativa – possibilita a integração de
configurações de aprendizagens alicerçadas no vários suportes midiáticos.
conceito de inteligência coletiva e de letramento • Comunicação interativa síncrona e assíncrona – permite a
sociodigital. construção social-individual das experiências sociais.
• Impulsionar aprendizagem e a responsabilidade • Ambiência para a avaliação - possui recursos onde os
individual e coletiva em processos do aprender. saberes são construídos num processo comunicativo de

328
negociações e a tomada de decisões é uma prática constante Multimídia digital interativa - O ambiente permite o
para a ressignificação processual das autorias e co-autorias. Utilizar diferentes ferramentas para a uso de diferentes
• Multivocalidade – permite agregar multiplicidade de pontos formação e a disseminação do suportes midiáticos
de vista. conhecimento sistematizado, como Bolg,
proporcionando misturas apropriadas Gloster,YouTube,
Na Tabela 1, apresentamos os critérios com suas descrições. Na para novas oportunidades de MySpace, Twitter,
coluna Estratégia, descreve-se sobre possíveis estratégias aprendizado. Orkut?
pedagógicas aplicadas aos critérios, de forma a estimular o
envolvimento criativo do aluno como co-autor do processo de Comunicação interativa síncrona e O ambiente permite o
construção do conhecimento em colaboração, considerando suas assíncrona - Projetar um cenário de uso de ferramentas
especificidades sensoriais, motoras, afetivas, cognitivas, livre expressão, de confronto de como chats, correio
culturais, intuitivas, entre outros. No item Recursos AVA são ideias e de colaboração entre os eletrônico, mensagens
realizados apontamentos para os elementos que se espera sujeitos em processo de instantâneas, listas de
encontrar no ambiente para poder aplicar a estratégia pedagógica aprendizagem, aguçando a discussão,
definida. observação e a interpretação, de teleconferência,
modo a possibilitar a participação podcast, blogs,
ESTRATÉGIA RECURSOS AVA livre, o diálogo, a troca e a articulação quadro branco, mural
Intertextualidade - Articular o O ambiente possibilita de vivências. de avisos?
percurso da aprendizagem em conexão com outros Ambiência para a avaliação - O ambiente permite
caminhos que possibilitem a sites ou documentos, Disponibilizar instrumentos para criar estratégias
transdisciplinaridade. Permitir ao criando sites acompanhar e analisar o processo de pedagógicas que
sujeito em processo de aprendizagem hipertextuais? aprendizagem dos interagentes no estimulem a
conhecer o todo e criar relações entre AVA, promovendo oportunidades de construção do
as partes (pensamento sistêmico), trabalho em grupos colaborativos, conhecimento a partir
respeitando a integração das partes de garantindo a exposição de de situações-
acordo com suas características argumentos e o questionamento das problema, por meio
pessoais. afirmações, encorajando esforços no de ferramentas como:
Intratextualidade - Explorar as O ambiente possibilita sentido da troca entre todos os base de dados, mapas
vantagens do hipertexto, conexões internas, envolvidos, implementando situações conceituais, portfólio,
disponibilizando conhecimentos criando links sem sair de aprendizagem que considerem as wiki, docs interativos?
conectados e em múltiplas do hipertexto experiências, cultura, conhecimentos
combinações de linguagens e recursos principal? e expectativas que os estudantes já
ligados de forma que facilitem o trazem consigo.
acesso, o cruzamento de informações Multivocalidade - Forjar estratégias O ambiente permite
e de participações. de mediação pedagógica que uso de ferramentas
Navegabilidade - Garantir estratégias O ambiente impulsionem os sujeitos em processo como fórum de
para conduzir e orientar a exploração disponibiliza de aprendizagem a apresentar-se, a discussão em
e a criação do sujeito em processo de ferramentas de defender e, se necessário, reformular diferentes
aprendizagem disponibilizando orientação para o seus pontos de vista constantemente, possibilidades de
sinalizações que ajudem o aprendiz a aprendiz situar-se, favorecendo a participação, configuração?
não se perder, mas que ao mesmo saber onde está, como promovendo ocasiões que despertem
tempo possibilitando que o aprendiz chegou, como a coragem do enfrentamento em
conduza sua trajetória de exploração: prosseguir e opções público diante de situações que
mapa do site, trilhas, elementos de saída? provoquem reações.
posicionais e redução dos passos de
acesso Tabela 1. Critérios Interatividade
O ambiente permite o
Mixagem - Disponibilizar diferentes uso de diferentes No critério Acessibilidade, como apresenta a Tabela 2,
recursos para despertar e manter o linguagens como colocamos o foco de investigação na análise da configuração da
interesse e a motivação do grupo texto, som, vídeo, interface e das ferramentas disponibilizadas, verificando uma
envolvido, na tentativa de atingir Internet, imagens maior sintonia com as especificidades sensoriais e cognitivas dos
todos os estilos de aprendizagem. dinâmicas e estáticas, usuários. Mais concretamente, significa a busca um projeto de
gráficos, mapas? AVA em que pessoas, independente de suas especificidades,
possam perceber entender, navegar e interagir de uma maneira
efetiva com as ferramentas e recursos didáticos. Para essa análise
selecionamos os seguintes critérios:
• Combinações de cor - apresenta mescla de cores;
• Aviso sonoro - apresenta avisos sonoros;

329
• Descrição em texto em formatos de vídeo - os vídeos 3.1 Interatividade
inseridos apresentam informação textual. Na sala de aula interativa o professor pode construir um conjunto
ESTRATÉGIA RECURSOS AVA de territórios a serem explorados pelos estudantes,
disponibilizando co-autoria e múltiplas conexões, permitindo que
Combinações de cores - Utiliza de O ambiente permite o estudante também possa seguir seu percurso por si mesmo [1].
maneira adequada a combinação de distinguir mudança de Os itens avaliados a seguir demonstram o quanto tais ambientes
cores entre o fundo e o texto das página e de organização podem apoiar a interação em um processo de ensino
páginas e é suficientemente de conteúdo por meio aprendizagem.
contrastante para permitir que a das cores utilizadas?
informação seja visualizada por Item Avaliado – INTERATIVIDADE
sujeitos com limitação visual ou por
usuários que possuem monitores Critérios Recursos Eduquito Moodle Teleduc
monocromáticos. PS S PS
Intertextualidade links externos
Aviso sonoro - Disponibilizar O ambiente permite a Intratextualidade links internos PS PS PS
avisos sonoros ao passar o mou ou descrição na forma de Navegabilidade identificação do
S S S
mudar localização de botões, texto texto para cada local
e até mesmo a página visita. informação inserida no opções de saída S S S
Apresentar a transcrição de formato sonoro e vice- PS PS PS
mapa do site
informações sonoras no formato versa?
existe trilhas PS S PS
texto.
elementos S S S
Texto-vídeo - Apresentar O ambiente permite redução dos PS S PS
informações textuais sobre os uma descrição na forma passos de acesso
vídeos disponibilizados. de texto para cada Mixagem texto S S S
informação inserida no som S PS PS
formato vídeo? vídeo S PS PS
imagens S PS PS
Tabela 2. Critérios Acessibilidade
mapas/gráficos PS PS PS
Multimídia YouTube S S S
digital interativa MySpace S S S
3. ANÁLISE DOS AVAs Twitter S S S
Fazem parte do objeto de análise os seguintes ambientes: Orkut S S S
Eduquito, Moodle e Teleduc. A opção por ferramentas como o Comunicação Chats S S S
Moodle e o Teleduc ocorre pelo fato de serem amplamente interativa correio S S S
utilizadas, já o Eduquito, chama atenção por ter sua concepção síncrona e mensagens
assíncrona NS S NS
focada na acessibilidade. instantâneas
O Eduquito [6] é um ambiente digital/virtual de aprendizagem listas de NS NS
projetado para operar como ambiente de inclusão sociodigital. O videoconferência
NS S NS
TelEduc [7] é um ambiente para a criação, participação e
administração de cursos na Web. O Moodle (Modula Object Podcast NS NS
Oriented Distance LEarning) [8], é um sistema que auxilia a Blogs NS S NS
criação e gerenciamento de cursos via Web, amplamente quadro branco NS NS
utilizado e recomendado para a criação de cursos a distância. mural de avisos S PS S
Para a análise dos ambientes foram elaboradas tabelas de Ambiência para base de dados NS S NS
análise/validação (Tabela 3). Para o processo de a avaliação Portfolio S NS S
análise/validação contemplamos as ferramentas básicas Wiki NS S NS
oferecidas pelo ambiente, ou seja, exceto no item comunicação e docs interativos NS PS NS
ambiência, estratégia de comunicação em que pode ser mapas NS PS NS
necessário configurar o ambiente para utilizar o recurso externo, Multivocalidade Fórum S S S
como é o caso da videoconferência. A classificação demonstra se
uma ferramenta ou recurso está presente em um ambiente AVA. Tabela 3. Itens Avaliados - Interatividade
A classificação ocorre da seguinte forma: Os AVAs permitem criar links internos e externos a arquivos ou
páginas web para textos adicionado ao ambiente. No entanto, no
S - há evidências do recurso (Satisfeito); Eduquito e no Teleduc a inserção de links aparecem no final do
PS - há evidências do recurso, embora apoiada por outros texto. No Moodle é possível que o estudante também insira links
recursos (Parcialmente Satisfeito); em suas respostas (Figura 2 e 3). Nos três ambientes, para incluir
link interno é necessário copiar o endereço da página para depois
NS - não há evidência do recurso (não satisfeito). inserir como link (Figura 4).

330
Tais ambientes possuem boa navegabilidade, utilizam elementos por exemplo, tornar-se propício à aprendizagem, se respeitar o
posicionados que seguem um padrão, como o acesso ao menu modelo de conversação a ser estabelecido no ambiente virtual.
principal. No entanto, ressalta-se o fato de não apresentarem um
mapa geral do ambiente. No Moodle, o percurso feito pelo
estudante para explorar documentos e atividades é dependente da
organização dada pelo professor. Os ambientes Moodle e
Teleduc permitem incorporar diferentes formatos de arquivos.
Mas, exceto o texto, não possibilitam a criação de materiais em
diversos formatos dentro do próprio ambiente. A ferramenta
Oficina Multimídia do Eduquito permite a criação, individual ou
coletivamente, de documentos multimídia com texto, imagem,
som e vídeo. Tais ambientes permitem, através de links, o acesso
aos suportes midiáticos. Figura 2. Eduquito

No item comunicação é descrito e avaliado os recursos e as


ferramentas oferecidos pelo próprio ambiente. O quadro branco e
a lista de discussão são recursos interessantes quando se deseja
um espaço de construção dialogada em grupo, no entanto, essa
ferramenta não aparece em nenhum dos ambientes analisados. É
importante ressaltar que as ferramentas de comunicação
disponibilizam um espaço de colaboração e cooperação, mas são
dependentes de estratégias de aprendizagem que desafiem os
alunos a interagir.
O serviço de chat de todos ambientes apresentam listagem das
sessões já realizadas, com assunto, data e horário de início e
término das sessões. No Moodle, o chat apresenta o tempo em Figura 3. Moodle
que o participante está inativo, oferece um recurso para chamar
atenção de um participante (beep) e, também, deixa visível a foto
de cada um dos participantes. O Moodle também permite a
utilização de emoticons dentro do ambiente de chat, que servem
como elementos de percepção do humor dos participantes. O
Eduquito oferece um serviço diferenciado de chat falado.
No item ambiência para avaliação foram avaliados os recursos e
ferramentas oferecidos pelo próprio ambiente. A base de dados é
uma ferramenta do Moodle que permite o envio de um ou mais
arquivos que pode ser compartilhado entre o grupo de
estudantes. Em relação ao portfólio, a base de dados permite a
organização e recuperação de informações em diferentes
Figura 4. Teleduc - Inserindo link
formatos gerando um sistema de arquivamento de registros. Ao
interagir com uma base de dados estruturada os estudantes
podem fazer buscas por registros específicos, organizá-los em A definição de qual AVA a ser utilizado em um processo de
ordem desejada por campo e recuperá-los a partir de consultas mediação pedagógica precisa levar em consideração aspectos
lógicas, identificando os conceitos e as relações mais relativos à promoção da autonomia do estudante, procurando
importantes. Os estudantes, em grupos, podem organizar dimensionar as atividades como estruturas que não reduzam as
registros de leituras, anotações, observações de pesquisa e possibilidades de interação. A constituição de grupos e o uso do
soluções para problemas. AVA, na perspectiva da mediação interativa e a construção de
Recursos para criação de mapas conceituais e documentos coletivos inteligentes, precisa garantir a igualdade e a
interativos que podem possibilitar organização de ideias e mutualidade na realização das tarefas. A construção de portfólios
argumentação, portanto recursos ricos para estratégias de estudo virtuais pelos estudantes deve levar em consideração que cada
que requer colaboração em grupo, não são oferecidos pelos produção individual possa ser integrada em espaços coletivos,
ambientes ou não de maneira satisfatória. Para desenvolver uma local em que o estudante conquista o status de protagonista. A
discussão em torno de uma questão desencadeadora, todos os participação dos colegas nos portfólios também é facilitada pela
ambientes oferecem a ferramenta fórum. O fórum possibilita, web, a partir da inclusão de sugestões acerca dos trabalhos dos
dentre outras estratégias, a realização de atividades como o seus pares.
desenvolvimento de seminários virtuais.
Tendo como modelo teórico a concepção construtivista acerca da 3.2. Acessibilidade
aprendizagem, acredita-se que a relevância pedagógica do uso de É necessário que os estudantes sejam capazes de mover-se ao
AVAs passa necessariamente pela compreensão das longo do processo de aprendizagem, motivando-o e encorajando-
possibilidades de cada ferramenta dos ambientes. O uso de chats, o à experimentação e à descoberta compartilhada. Segundo [9], a
maioria das pessoas navega utilizando mouse e só se utilizam do

331
teclado para preencher formulários, fazer pesquisas, escrever e- participação da diversidade humana em espaços digitais/virtuais
mails. Os itens avaliados a seguir demonstram o quanto tais de aprendizagem.
ambientes podem apoiar na acessibilidade em um processo de
ensino aprendizagem (Tabela 4). Para se obter acessibilidade e
interatividade em navegadores de acordo com os critérios
definidos, outros pontos fundamentais devem ser considerados.
Conforme [10], a acessibilidade envolve diferentes áreas, dentre
as quais a acessibilidade ao computador. Este por sua vez possui
dois pontos principais para prover a acessibilidade que são o
sistema operacional e, por conseqüência, o navegador utilizado.
De acordo com [11], a interatividade real requer um pouco mais
de inteligência e muito menos trabalho, mas tem uma
compensação muito maior. Figura 5. Comparativo entre sistemas mais utilizados [12]

Item Avaliado – ACESSIBILIDADE


Procurando prover uma maior acessibilidade e,
Critérios Recursos Eduquito Moodle Teleduc consequentemente, permitir a interatividade, independente de
plataforma utilizada buscou-se um ou mais tipos de navegadores
Mescla de que se adaptassem melhor aos critérios definidos nas tabelas 1, 2
Cores
cores para e 3. Os sistemas operacionais mais utilizados, conforme figura 5,
identificação S S S
geralmente já possuem um navegador de acesso incluso que em
de mudanças vários casos não possuem alguns ou todos os requisitos mínimos
de páginas de acessibilidade. Ainda, segundo o grupo [11], aqueles que não
Aplicado em estão familiarizados com os problemas de acessibilidade
botões, relacionados com a modelagem de páginas para web, não
Aviso S NS NS
ferramentas e consideram que o usuário, ao operar em contextos variados,
sonoro
conteúdo pode:
Web
Texto em
• não ser capaz de ver, escutar, mover-se e, assim, não possa
Transcrição S S S interpretar alguns tipos de informações;
formato de
dos videos
vídeo • ter dificuldade na leitura e na compreensão de um texto;
• possuir equipamentos com modems mais lentos e, por isso,
Tabela 4. Itens Avaliados – Acessibilidade desativa as representações gráficas;
• estar trabalhando com equipamentos sem saída para áudio, ou
Em [10] é discutida o desafio da contemporânea temática da
com dificuldade em distinguir entre os sons e uma voz
acessibilidade web, mas não é realizado um comparativo entre
produzida por um sintetizador;
sistemas operacionais e navegadores utilizados em um ambiente
AVA. A partir da pesquisa desencadeada por [12], ao analisar os • não falar ou compreender com fluência a língua em que esteja
sistemas operacionais existentes e mais utilizados atualmente escrito o documento;
(Figura 5), foi projetada a investigação sobre navegadores que • encontrar-se em situações em que seus olhos, ouvidos ou mãos
mais se adapta no contexto de acessibilidade web para ambientes estejam ocupados;
AVA. Essa investigação assume um caráter singular em termos
de acessibilidade para a diversidade humana, por ser o navegador • possuir uma versão anterior do navegador ou um navegador
a primeira interface para conteúdo produzido para a Web, sendo completamente diferente, ou ainda, por possuir um navegador
esses os protagonistas de muitos dos primeiros obstáculos de voz ou um sistema operacional distinto.
enfrentados por sujeitos com necessidades especiais.
Segundo [10], a acessibilidade à Internet deve ser assumida com
a flexibilização do acesso à informação e da interação dos
4. SOLUÇÃO PROPOSTA
Para a análise da acessibilidade foram utilizados os quatro
usuários que possuam algum tipo de necessidade especial no que
princípios da WAI-W3C: Percepção, Compreensível, Operável e
se refere aos mecanismos de navegação e de apresentação dos
Robusto. Aproximando-se de [13] que descrevem como é a
sites, à operação com software e com hardware e às adaptações
colocação “sujeito PC”, “sujeito cego”, “sujeito surdo”; Porém,
aos ambientes e situações. A acessibilidade deve ser entendida
não temos a intenção de realizar uma tentativa de generalizações
como sinônimo de aproximação, um meio de disponibilizar a
para populações específicas, pois os dados apresentados e seus
cada usuário interfaces que respeitem suas necessidades e
respectivos resultados devem sempre levar em consideração as
preferências. Uma das ferramentas primordiais para o acesso à
especificidades dos casos estudados. No nosso entendimento,
internet é o browser de navegação, sem tal ferramenta a
qualquer evento, além de considerar as características específicas
navegabilidade torna-se inviável ou até mesmo indisponível,
de cada sujeito, deve ser contextualizado histórico e
visto que são mecanismos desenvolvidos para tal fim. Nesse
culturalmente, de acordo com o aporte teórico e com a
sentido, a discussão sobre a acessibilidade de navegadores deve
metodologia adotada por esta pesquisa, a tabela 5, apresenta os
preceder aos questionamentos sobre o direito de equidade na
requisitos de acessibilidade web.

332
descritos no período de Março 2009 à Junho 2010, com turmas
variando entre 15 e 60 alunos.

Figura 6. Navegador Utilizando Linux

Figura 7. Navegador utilizando Windows 7

4.1. Especificação do Navegador AVA


O navegador consiste em um protótipo rudimentar de um
navegador WWW interativo com as características mínimas para
navegação em ambientes AVA, onde são especificados os
plugins necessários para acessar os ambientes virtuais. Nesta
Tabela 5. Acessibilidade Web [13] proposta inicial, primeiramente optou-se entre utilizar múltiplos
processos para implementar as "abas" (tarefas ou fluxos
Segundo [13] as características de acessibilidade incorporadas no concorrentes) do navegador. O navegador possui nesta primeira
hardware ou no sistema operativo que promovem a sua versão um processo mestre que deve ser interativo, apresentando
acessibilidade a usuários com ou sem necessidades especiais. as seguintes opções ao usuário:
Essa é a solução preferível, uma vez que as características de 1. Abrir uma nova aba: apenas cria uma aba (processo);
acessibilidade estão disponíveis em todas as estações de trabalho 2. Fechar uma aba existente: apenas termina uma aba (processo);
e podem ser utilizadas em todas as aplicações. Visando atender
os critérios definidos nas tabelas apresentadas, foi proposto um 3. Buscar página em aba: informada uma aba existente, envia a
navegador web em sua versão 1.0, em que se busca atender tarefa de recuperar uma URL (por HTTP-GET) para esta aba;
requisitos de navegabilidade com as funções básicas para 4. Listar abas: imprime uma lista de IDs de abas existentes, bem
acessibilidade na web e multi-plataforma, a figura 6 apresenta a como o seu estado ("aguardando URL" ou "processando URL");
interface do navegador “beta”.
O principal objetivo do navegador desenvolvido é suprir as
A versão beta do navegador utiliza linguagem de programação necessidades descritas na tabela 3 de acessibilidade e,
Delphi 7, e na figura 7, apresentamos a interface do navegador consequentemente, permitir acesso ao AVA e seus recursos de
implementado em uso no ambiente windows 7. O hardware interatividade.
utilizado para os testes foi um notebook Dell modelo Latitude
131L com dual boot de sistema operacional, 1.5 Gb de memória 5. CONCLUSÕES E TRABALHOS
Ram, disco rígido de 60GB e demais dispositivos padrão do
equipamento. Para os testes de navegabilidade na internet foram FUTUROS
utilizadas as seguintes velocidades de banda larga: 256Kbps, Segundo [14] “o construtivismo social é a formação de processos
512Kbps, 1Mbps e 10 Mbps, em que foi possível observar superiores de pensamento que se dá por meio da atividade
nenhum atraso em relação à velocidade a partir de 512Kbps. A instrumental e prática, da interação e da cooperação. Aprender é
escolha dessas variações e testes de velocidades foram baseados um fenômeno social que envolve interagir com outras pessoas,
em pesquisas com os próprios alunos utilizando os ambientes com ferramentas e com o mundo físico, os quais convivem
dentro de um contexto histórico com significados, linguagem e

333
artefatos culturais próprios”. O encorajamento à experimentação REFERÊNCIAS
e à descoberta compartilhada motiva o estudante no [1] Silva, Marco. 2002. Sala de Aula Interativa. Rio de Janeiro:
desenvolvimento de habilidades como análise, argumentação, Quarter.
síntese, hipóteses, encontrar alternativas, entre outras.
[2] Almeida, R. E. R. P.; Siebra, S. A. 2007. Um Estudo
O AVA permite criar espaços para o desenvolvimento dessas Comparativo dos Ambientes de Aprendizagem Colaborativa
habilidades, no entanto, ainda que apresentem uma extensa lista usados no Brasil segundo o Modelo 3C. In: XVIII Simpósio
de funcionalidades é necessário que o professor possa articular Brasileiro de Informática na Educação – SBIE.
conteúdos, atividades de ferramentas segundo objetivos de
aprendizagem, tendo sempre como fio condutor a interatividade e [3] Crespo, Angela; Rodriguez de lãs Heras, Antônio. 1995. In:
a acessibilidade. A promoção de aprendizagens significativas tem Revista Ciência da Informação, Edição 24, N° 2. DOI=
na garantia da equidade na participação de todos os sujeitos em http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/565/514.
processo de aprendizagem sua “pedra fundamental” na Acessado em Fevereiro, 2010.
modelagem de espaços digitais/virtuais de aprendizagem. [4] Vygosky, L. S. A. 1984. Formação Social da Mente:o
A acessibilidade em um ambiente para a web é tratada por alguns desenvolvimento dos processos psicológicos superiores.
desenvolvedores, mas em sua maioria os projetos não finalizam São Paulo: Martins Fontes.
ou acabam por deixar de existir com a finalização de pesquisas [5] Primo, Alex. 2005. Conflito e cooperação em interações
conduzidas nos programas de mestrado e de doutorado. Alguns mediadas por computador. Contemporânea: Revista de
sistemas operacionais abrangem alguns tópicos relacionados à Comunicação e Cultura, v. 3, n. 1, p. 38-74, Jun. DOI=
acessibilidade, mas de forma muito simples ou básica. É http://www.contemporanea.poscom.ufba.br/2aprimo%20j05
importante compreender que mesmo que tenham características w.pdf. Acessado em Junho, 2010.
diferenciadas, os AVAs precisam ser simples, fáceis de usar e
[6] Santarosa, L. M. C.; Conforto, D.; Basso, L. O. 2010.
configurar e, principalmente, agregar valor à experiência de
Eduquito: Ergonomia Cognitiva para a Diversidade
aprendizagem vivenciada pelos estudantes.
Humana. In: Educação, Formação & Tecnologias; vol 3 (nº
Visando atender os critérios interatividade e de acessibilidade extra). DOI= http://eft.educom.pt. Acessado em Abril, 2010.
propostos para a investigação que esse artigo apresentou, foi
[7] TelEduc. 2010. DOI:
proposto um navegador web em sua versão 1.0 que atende alguns
http://teleduc.nied.unicamp.br/teleduc/. Acessado em Julho,
requisitos de navegabilidade com as funções básicas para
2010.
acessibilidade na web e multiplataforma. Na busca por
navegadores acessíveis esse trabalho pretende responder ao [8] Moodle. 2010. DOI= http://moodle.com/. Acessado em
desafio de romper com uma dos primeiros obstáculos enfrentados Julho, 2010.
pela diversidade humana ao acessar ferramentas e conteúdos [9] Bengalalegal. 2010. DOI= http://www.bengalalegal.com
disponibilizados na Web e no mundo tecnológico conforme /capitulomaq.php. Acessado em Janeiro, 2010.
também descrito por Mark Weiser [15].
[10] Conforto, Débora; Santarosa, Lucila M. C. 2002.
Baseado em estudos realizados, apontamos para a necessidade de Acessibilidade à Web: Internet para Todos. In: Revista de
que espaços de aprendizagem possam permitir a interatividade de Informática na Educação: Teoria, Prática – PGIE/UFRGS.
uma sala de aula, seja ela presencial ou virtual, e que a escolha V.5 N˚ 2 p.87-102. Novembro.
um ambiente de aprendizagem não pode ser limitada a questões
técnicas, mas na construção de respostas efetivas quanto a [11] W3C-WAI. 2010. Iniciativa de Accesibilidad a la Web -
possibilidade de uma comunicação interativa e da garantia de WAI. DOI= http://www.w3.org/TR/1999/WAI-
equidade na participação de todos os sujeitos em processo de WEBCONTENT-19990505/. Acessado em Julho, 2010.
aprendizagem. Nessa perspectiva, o desafio que cerca a escolha [12] Marketshare. 2010. DOI=
de ambientes de aprendizagem consiste em transformar as http://marketshare.hitslink.com/operating-system-market-
comunicações em algo construtivo para a aprendizagem. Como share.spx?qprid=8. Acessado em Abril, 2010.
ambientes de aprendizagem utilizam-se de um browser como [13] Lima, Claudia Regina Uchoa de; Santarosa, Lucila Maria
uma ferramenta primordial para o acesso a navegação, não Costi. 2003. Acessibilidade Tecnológica e Pedagógica na
deveria ser o navegador a primeira interface a limitar o acesso e a Apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação
interatividade. Antes mesmo de promover a interatividade entre o por Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais. In:
grupo é necessário o acesso as ferramentas e aos recursos e, XIV Simpósio Brasileiro de Informática na Educação -
principalmente, o acesso para todos para a promoção de espaço NCE - IM/UFRJ.
de aprendizagem de acolhimento e de valorização da diversidade
humana. [14] Filatro, Andrea. 2008. Design Instrucional na Prática. São
Paulo: Pearson.
6. AGRADECIMENTOS [15] Weiser, M. 1991. The Computer for the Twenty-First
Nossos agradecimentos aos tutores e alunos que se dispuseram a Century, Scientific American. DOU=
utilizar e testar o navegador desenvolvido e também ao Instituto http://www.ubiq.com/hypertext/weiser/SciAmDraft3.html.
de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Acessado em Julho, 2009.
pela disponibilização de equipamentos e softwares necessários
para a implementação da solução proposta.

334
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PROPOSTA DE UMA METODOLOGIA VOLTADA AO


ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA USANDO
OBJETOS DE APRENDIZAGEM
Eliseo Berni Reategui
Maria Lucia Pozzatti Flôres Liane Margarida Rockenbach Prof. Dr. PGIE
Doutoranda PGIE Tarouco Universidade Federal do Rio Grande
Universidade Federal do Rio Grande Profª. Drª. PGIE do Sul
do Sul Universidade Federal do Rio Grande Brasil
do Sul
Brasil eliseoreategui@gmail.com
Brasil
mlflores@terra.com.br
liane@penta.ufrgs.br

RESUMO concrete experience, reflective observation, abstract


conceptualization and active experimentation. Finally
Esta proposta consiste numa Metodologia para reusar ou criar
objetos de aprendizagem (OA) de Matemática, usando a will show a practical application of the methodology, to create an
combinação de ferramentas de autoria. As teorias de Gagné e de LO to teach the concept of right triangle trigonometry.
Wiley vão apoiar o sequenciamento de instrução, na construção Key Words: Learning object reuse. Authoring software.
desses OAs. As estratégias de aplicação desses objetos seguirão o
ciclo de Kolb, que sugere que o aprendizado ocorre se houver a
compreensão da experiência e como esta se transforma,
envolvendo um ciclo composto de quatro etapas: experiência 1. INTRODUÇÃO
concreta, observação reflexiva, conceituação abstrata e
experimentação ativa. Por último será mostrado uma aplicação A experiência docente da pesquisadora na disciplina de
prática da metodologia proposta, ao criar um OA para ensinar Matemática levou-a a procurar entender as dificuldades dos
conceito de trigonometria do triângulo retângulo. alunos em transpor o aprendizado da sala de aula para sua vida
prática ou vice-versa. Por exemplo, ao discutir o conceito de
Palavras-Chaves: Objeto de aprendizagem. Ferramentas de função, a partir da verificação de qual salário é mais vantajoso
autoria. entre dois alunos de uma turma. O aluno (1) que ganha um
pequeno salário fixo e mais 3% de comissão sobre as vendas;
enquanto que o aluno (2) ganha 1% do total das vendas do mês,
como salário. A turma de alunos concluíram que a obtenção de
ABSTRACT um salário maior não era apenas questão percentual, mas
This proposal is the construction of a methodology that combines também, dependia da sazonalidade dos seus trabalhos. Esses
ready and reusable Learning Objects (LO), creating and alunos fizeram estimativas mentais procedentes utilizando as
completing parts of these LOs, using a combination of authoring variáveis apresentadas, mas quando desafiados a representar o
software. The theories of Gagné and Wiley will support the modelo matemático dessa função, eles tiveram dificuldades em
sequencing of instruction, construction of Los. The transpor essas variáveis para a escrita algébrica. Este tipo de
implementation strategies for applying these LOs will follow the situação motivou esse estudo.
Kolb cycle’s, which suggests that learning occurs if there is an Este artigo mostra resumidamente, a idéia do projeto de
understanding of the experience and it’s transformation, involving Tese de doutorado da autora. Nele serão analisadas as estratégias
a four stages cycle: típicas realizadas pelos professores para ensinar conceitos e
atividades de Matemática; as dificuldades encontradas nesse
Pozzatti, Maria Lucia., Rockenbach, Liane., Berni, Eliseo. (2010). Proposta de uma ensino e as potencialidades da Tecnologia de Informação e
metodologia voltada ao ensino e aprendizagem de Matemática usando objetos de
aprendizagem. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Comunicação (TIC) voltadas para a área da educação. A autora
Educativa, Volumen 1, pp 335-341, Santiago de Chile. propõe uma metodologia para criar objetos de aprendizagem
(OA), apoiado nas TICs, que prezem estratégias interativas, na

335
qual o aluno tenha participação ativa, podendo aprofundar e (ENADE). Essas provas têm o objetivo de avaliar a qualidade do
ampliar os conhecimentos e as competências do ensino de ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro, a partir de
Matemática. Pela sua vivência no magistério, a autora acredita testes padronizados e questionários socioeconômicos, que
que os alunos tem maior facilidade no aprendizado de buscam uma associação entre os conteúdos da aprendizagem e as
Matemática, quando ela for trabalhada em uma sequência de competências utilizadas no processo de construção do
aprendizado, na qual a experiência, a cada nível facilita a conhecimento. Elas são baseadas em situações-problema e não em
aquisição do nível seguinte. Neste contexto, os OAs criados se questões objetivas que valorizam apenas a memorização de
apoiarão nas teorias de Gagné [5] e de Wiley [19] para a fórmulas, regras e esquemas. Os resultados dessas provas são
organização da instrução, a qual será organizada em ordem preocupantes, sendo que os índices médios de acerto na prova de
crescente de complexidade. E, também, no Ciclo de Kolb [7], o Matemática raramente ultrapassam 40% de acerto nas mais
qual sugere que existe aprendizado se houver a compreensão da diversas regiões do país[10].
experiência e do modo como esse novo conhecimento pode ser
transformado. Por último, será descrito uma aplicação prática O resultado do ENEM de 2009 mostrou que o pior
dessa metodologia. desempenho foi na disciplina de Matemática, sendo que 57,7%
dos estudantes ficaram abaixo da média de 500 pontos. Nessa
edição, a nota mínima em Matemática foi 345,9 e a máxima de
985,1 [12].
2. ESTRATÉGIAS TÍPICAS USADAS NO Notare e Behar [14] afirmam que muitas vezes, os
ENSINO DE MATEMÁTICA alunos resolvem determinados problemas e equações
corretamente, mas não conseguem justificar o procedimento
Analisando as estratégias do ensino da Matemática ao longo da
utilizado, chegando, a casos, no qual nem mesmo dão uma
história, nota-se que nos métodos tradicionais o professor
interpretação para a solução encontrada. Tais situações dão
apresenta o conteúdo oralmente. Normalmente dentro da
indícios de que são realizados operações e cálculos de forma
sequência: a definição de um conceito, após apresenta os
mecânica, sem significado, portanto, sem conceituação.
exemplos, demonstração das propriedades, se tiver, seguido de
exercícios de aprendizagem, fixação e aplicação. Nessa
metodologia o aluno aprende pela reprodução.
Tendências mais atuais, como a construtivista e a sócio- 4. A POTENCIALIDADE DA TECNOLOGIA
cultural, ainda estão se consolidando. Na tendência construtivista, DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO -
o professor prioriza mais o processo que o produto do TIC
conhecimento [15]. Enquanto que, na tendência sócio-cultural, o
ponto de partida do processo ensino e aprendizagem são os O uso integrado de ferramentas suportadas pelo computador,
problemas da realidade, ligados ao cotidiano e à cultura, sendo como exemplo, o OA é apontado como capaz de proporcionar
que o método preferido por essa tendência é a problematização melhorias significativas no processo ensino e aprendizagem,
[3]. dando condições ao aluno de participar de seu próprio
conhecimento [18].
Fonseca[4] afirma que a problematização é um elemento
importante no processo de “fazer matemática”, pois é através dela Basso [1] afirma que os recursos das Tecnologias da
que o aluno desafia a curiosidade, o gosto pelo trabalho mental e Informação e Comunicação fazem parte do contexto dos alunos,
pela descoberta, estabelece relações e hipóteses; possibilita a facilitando assim, a aprendizagem da Matemática. Um dos
reflexão crítica de contextos reais relativos a questões pessoais e objetivos do uso de tecnologias é o de permitir que o estudante vá
profissionais, pelo mundo do trabalho, do esporte, lazer, cultura e além do proposto pelo professor/escola, melhorando a qualidade
assim, na busca pela solução é capaz de desenvolver as do seu processo de aprendizado, do ensino e das aulas dos
competências e habilidades inerentes à questão. professores, pois o “conteúdo” passa a ser objeto de necessidade
do aluno.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN [10]
indicam que tanto a Aritmética, a Álgebra e a Geometria O uso dos computadores pode levar a uma nova relação
sejam abordadas a partir da solução de problemas. Para resolver professor-aluno, marcada por maior proximidade, interação e
um problema, os PCNs [9] pressupõem que o aluno: colaboração. Isso define uma nova visão do professor, que longe
de considerar-se um profissional pronto, ao final de sua formação
• compare seus resultados com os de outros alunos; acadêmica, tem de continuar em formação permanente ao longo
• elabore um ou vários procedimentos de resolução de sua vida profissional [11].
(realiza simulações, faz tentativas, formula hipóteses); e
• valide seus procedimentos. O uso de softwares matemático necessita de uma
estrutura para a formação de profissionais habilitados e requer
tempo e dedicação por parte dos profissionais da educação.
3. AS DIFICULDADES DO ENSINO E Dependendo do software, um curso de poucas horas pode ser
insuficiente para habilitar um professor. Por esse motivo, sugere-
APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA se o uso de ferramentas de autoria, pois elas permitem ao
As dificuldades do ensino e aprendizagem de Matemática vêm professor com pouco conhecimento em informática, desenvolver e
sendo mostradas em exames como: o Sistema de Avaliação da usar objetos de aprendizagem on-line. A seguir a autora apresenta
Educação Básica (SAEB); o Exame Nacional do Ensino Médio uma metodologia para criar ou reusar objetos de aprendizagem,
(ENEM) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes utilizando a combinação de ferramentas de autoria.

336
d) Aspectos tecnológicos - tecnologias a serem utilizadas para
apoiar o processo de ensino/aprendizagem.
5. PROPOSTA DA MEAMOA O objetivo dessa metodologia é mostrar ao professor
A autora acredita que as atividades matemáticas devem levar o como ele pode reusar ou criar OAs apoiado na TIC, organizados
aluno realizar simulações, fazer tentativas; formular hipóteses, conforme uma sequência de atividades aconselhável, combinado
testá-las; comparar seus resultados e validar seus procedimentos. ou não com outros objetos, de forma a ser capaz de atender as
Acredita, também, que os OAs, com atividades contextualizadas, necessidades de aprendizagem de determinado conceito
permitem que os alunos interajam com eles e também com os seus matemático.
pares, tornando-se assim, participantes ativos do processo de
aprendizagem para aquisição do conhecimento matemático. O
computador permite modificar e recriar idéias e informações em
tempo real. Ao manipular as idéias e as informações na tela, o 6. O OBJETO DE APRENDIZAGEM
aluno interage com o computador e se torna autor e co-autor da OA é definido como “qualquer recurso digital que possa ser
construção de seu conhecimento. reutilizado para o suporte ao ensino” [19]. Sendo normalmente
Por esse motivo a autora propõe uma metodologia para criados em módulos que podem ser reusados em diferentes
criar e/ou reusar objetos de aprendizagem (OAs), Metodologia contextos [2]. Eles podem ser contextualizados de maneira similar
voltada ao Ensino e Aprendizagem de Matemática usando OAs ao ambiente do mundo real, podendo ser uma única atividade ou
(MEAMOA). um conjunto de estratégias e atividades.

É importante observar que as atividades dos OAs são Os OAs podem ser padronizados e armazenados em
utilizadas com a finalidade de apropriação do conhecimento, repositórios devidamente identificados e catalogados, assim eles
portanto elas devem ser cuidadosamente planejadas para que a podem ser compartilhados em qualquer parte do mundo que tenha
partir delas seja possível construir conhecimentos, desenvolver acesso à Internet, usados em diferentes situações, onde todos
capacidades, habilidades e competências. Para isto, o professor podem acessá-los e usá-los simultaneamente. Esse fato torna o
deve fazer todo o planejamento desde a motivação, objetivo, pré- desenvolvimento de cursos, tutoriais e outras opções de
requisitos, o conteúdo propriamente dito, aplicações práticas e ensino e aprendizagem, mais dinâmicos e mais simples de serem
como será avaliado o aprendizado do aluno. Esse sequenciamento mantidos atualizados [17].
proposto vem de encontro ao sequenciamento de instrução de Para produzir OAs pode-se usar os princípios de projeto
Wiley [19] e Gagné [5], os quais afirmam que a instrução deve ser instrucional de Gagné [5] que afirma, que é preciso estabelecer:
organizada em ordem crescente de complexidade. os seus objetivos; o público alvo; a interface, as estratégias de
Para ensinar uma atividade de Matemática, o professor interatividade; as ferramentas que serão utilizadas para sua
deve reusar OAs já existentes em repositórios ou parte deles, construção; os recursos humanos e financeiros disponíveis.
completando-os com a criação de outros OAs ou parte deles,
usando para isso a combinação de ferramentas de autoria. Esse
OA final deverá ser padronizado para que ele possa ser 6.1 Ferramenta de autoria
disponibilizado em diferentes plataformas computacionais.
Para Maia [8] as ferramentas de autoria são recursos amigáveis
Na aplicação mostrada neste artigo, a autora usou a usados por não programadores para desenvolver um OA com
combinação da ferramenta de autoria eXe Learning e do rapidez e facilidade, independentes de tempo, lugar ou situação
GeoGebra, que é específico para a área de Matemática. física, um determinado conteúdo ou programa.
Para que a aprendizagem seja realmente efetivada, as Neste trabalho foi usada a combinação das ferramentas:
atividades propostas no OA seguirão o Ciclo de Kolb [7], o qual GeoGebra e eXeLearning (eXe). A ferramenta eXe permite a
sugere usar a vivência do aluno para introduzir um conteúdo criação de OAs, constituídos por iDevices que importa Applets
(experiência concreta); fazer a validação pedagógica dessa Java do tipo GeoGebra. Esse novo objeto deve ser padronizado
experiência pela observação, análise e reflexão crítica (observação podendo, dessa forma, ser compartilhado e reutilizado nos mais
reflexiva); fazer com que os alunos estabelecem ligações entre as diversos sistemas. Essa escolha se justifica por que o eXe foi
suas vivências e as proposições teóricas (conceituação abstrata) e desenvolvido com o objetivo de assistir professores na publicação
por último, testar esse processo cognitivo (experimentação ativa). de conteúdo para Web sem que estes necessitem de
Os elementos dessa metodologia são: conhecimentos aprofundados nas linguagens HTML e XHTML. É
neste contexto que este projeto busca dar a sua maior
a) Planejamento pedagógico, onde estão incluídos - motivação e contribuição, pois, a maioria dos professores de Matemática não
utilização do aprendizado, objetivos educacionais, organização do são especialistas em tecnologias computacionais.
tempo e do espaço, condições para o aprendizado, expectativas na
relação da atuação dos participantes. O eXe é uma ferramenta de autoria para a produção de
materiais educacionais digitais para a Web, livre e de código
b) Objetos de aprendizagem - combinação e/ou criação dos aberto, disponível para download nas versões dos sistemas
materiais instrucionais utilizados na aprendizagem. operacionais Windows, Linux e Macintosh, desenvolvido pela
c) Aspectos metodológicos - etapas, atividades, interações, Universidade de Auckland, Nova Zelândia. O GeoGebra é um
procedimentos de avaliação e a organização de todos esses software de Matemática, livre e dinâmico. Nele pode-se ver o
elementos numa sequência didática para a aprendizagem. objeto matemático em três representações diferentes:
graficamente, algebricamente e em células de uma planilha de

337
cálculo. Cada representação do mesmo objeto se vincula Na metodologia proposta, o professor pode construir
dinamicamente às outras. A interface do usuário do GeoGebra é OAs com a combinação do GeoGebra e eXe, e disponibilizá-lo
flexível e pode ser adaptado às necessidades dos alunos. no MOODLE (Modular Object Oriented Dynamic Learning
Environment). Desta maneira é fornecido ao aluno atividades que
Na Metodologia proposta, os OAs de Matemática, ou simulam vivências concretas, nas quais ele realiza observações e
parte deles, serão localizados em repositórios, podendo ser usados reflexões sobre seu contato com o mundo, elabora conceitos
sozinhos ou sendo combinados entre si, ou ainda serão criados abstratos e generalizações que permitem um novo contato com a
novos OAs ou parte deles. Os OAs de Matemática serão realidade com o objetivo de testar os resultados e suas implicações
construídos usando o software GeoGebra e após serão importados em novas situações por meio de experimentação ativa, levando-o
para o eXe pelo iDevice applet Java. Combinando-se os OAs tem- ao início do ciclo para novas vivências concretas e assim
se um OA completo sobre determinada atividade Matemática. sucessivamente.
.
7. TEORIAS DE APRENDIZAGEM 7.2 O Sequenciamento da Instrução
7.1 Ciclo de Kolb O sequenciamento de instrução é recomendado
principalmente na área das Ciências Exatas, no qual o aluno segue
A metodologia proposta se apoia no Ciclo de uma lógica de raciocínio para aprender um determinado conteúdo.
Aprendizagem de Kolb [7], o qual pressupõe que o processo Para Merril [13], a aprendizagem é facilitada caso se apresente
humano de aprendizagem é composto por quatro etapas aos alunos “organizadores estruturantes e idéias ancoráveis”. As
consecutivas: experiência concreta, observação reflexiva, instruções devem ser organizadas a partir de eixos estruturados
conceituação abstrata e experimentação ativa. O professor deve em torno de uma idéia chave, de um tema.
planejar atividades que façam o aluno passar por todo o ciclo,
conforme a Figura 1. Para que a aprendizagem ocorra, as atividades precisam
envolver o aluno, motivando-o na busca do significado de algum
conceito ou idéia. As atividades devem estar estruturadas em
torno de um tema, para que o aluno não desvie sua atenção, não se
disperse em seus estudos.
A Metodologia proposta seguirá as recomendações de
Wiley [19] e de Gagné [5] para estruturar as atividades de
aprendizagem, as quais serão estudas a seguir.

7.2.1 Proposta de Wiley


Wiley seguiu a teoria da elaboração de Reigeluth [16]
que afirma que a instrução deve ser organizada em ordem
crescente de complexidade. Nessa teoria, a instrução é composta
de duas partes: sumário e desenvolvimento. Sumário significa
encontrar a versão mais simples da tarefa que deve ser ensinada e
Figura 1. Ciclo de kolb [7] que represente a tarefa inteira. Desenvolvimento significa ensinar
aos estudantes versões cada vez mais complexas da tarefa.

Kolb [7] afirma que a transformação da experiência em


7.2.2 Proposta de Gagné
conhecimento pode ser descrita como um processo pelo qual o Gagné [5] afirmou que a aprendizagem de tarefas para
indivíduo reflete sobre sua experiência e, daí emergem novas habilidades intelectuais pode ser organizada em uma hierarquia de
aprendizagens. Portanto, ela pode ser definida como um processo acordo com a complexidade.
que inicia com a experiência seguida pela reflexão, discussão,
análise e avaliação da experiência. Raramente aprende-se da Para ele o desenvolvimento de estratégias instrucionais é
experiência, a menos que ela seja avaliada, e seja concebido o a sequência de nove "eventos”: ganhar a atenção dos alunos;
significado em termos de metas, objetivos, ambições e descrever os objetivos; estimular a conexão com o conhecimento
expectativas. Destes processos surgem os insights, as descobertas anterior; apresentar o material a ser aprendido; orientar a
e o entendimento. Cada parte do processo assume seu lugar e a aprendizagem; propiciar desempenho; dar feedback; avaliar e
experiência toma significado e forma, somando em relação a aumentar a retenção e facilitar a transferência do conhecimento.
outras experiências. Isso é então conceituado, sintetizado e
integrado ao sistema de construção do indivíduo, que lhe impõe o
mundo pelo qual ele vê, percebe, categoriza, avalia e busca 8. APLICAÇÃO DA PROPOSTA
experiência.

338
Problema: O professor de Matemática da 2ª série do Ensino cos(x)= medida do cateto adjacente a x
Médio quer ensinar o conceito de trigonometria do triângulo
retângulo a seus alunos. Para isso, ele seguirá a metodologia medida da hipotenusa
proposta nesse artigo e seguirá os seguintes passos: tg(x)= medida do cateto oposto a x
medida do cateto adjacente a x

8.1 Planejamento pedagógico Nesse momento pode-se sugerir ao aluno que ele resolva
problemas reais, como o problema colocado no início deste
Elaborar o planejamento pedagógico, seguindo Gagné [5]: estudo. O professor deve colocar vários desafios para o aluno
resolver a partir do que ele aprendeu.
Pré requisitos: o aluno deve conhecer as figuras geométricas e
ângulos. O professor deve fazer o aluno recordar as figuras
geométricas e ângulos usando como exemplo o mobiliário da sala
de aula. 8.2 Combinar e/ou criar OAs
Objetivos educacionais: ao final da aula os alunos devem saber A partir do repositório, selecionar OAs, ou parte deles. Nesse
que: exemplo, a partir do repositório BIOE [20], selecionar a atividade
Seno X Cosseno, um objeto criado no GeoGebra, conforme a
• as variações nas dimensões do triângulo retângulo não
Figura 2.
alteram os valores das funções trigonométricas;
• a soma dos ângulos agudos em um triângulo retângulo é
sempre 90º;
• compreender o conceito das funções trigonométricas no
triângulo retângulo;
• aplicar esses conceitos na resolução de problemas reais.
Definição de papéis:
Alunos: devem interagir com o OA disponibilizado através do
MOODLE.
Professor: organizar e incentivar a aprendizagem; fornecer as
informações que os alunos não têm condições de obter sozinhos;
mediar as confrontações entre os alunos.
Motivação: Uma pessoa se perdeu nos desfiladeiros do
Itaimbézinho (RS), está embaixo de uma árvore e vê a sua frente
um paredão. Pela observação, ela calcula que a distância da árvore Figura 2. Atividade Seno X Cosseno (repositório BIOE
até a encosta é de aproximadamente 50 metros, e o ângulo do pé (MEC))
da árvore até o topo da encosta é de aproximadamente de 60º.
Você pode ajudar essa pessoa calcular a altura dessa encosta? Que
medida deve ter uma corda que vai do pé da árvore ao topo da
encosta? Efetue as produções: desenhos, textos, animações, captura de
imagens e sons a partir dos aplicativos que você possui no seu
Organizar o conteúdo: em uma sequência do simples para o computador.
mais complexo, conforme as recomendações de Wiley [19].
Segue também, o ciclo de Kolb [7], quando o professor mostra o Utilize o software de autoria eXe para aglutinar todas as
OA: Seno X Cosseno e o aluno interage primeiramente livre. produções, nesse caso, use iDevice Applets Java (opção
Após o aluno testa o objeto ao variar os ângulos internos do GeoGebra).
triângulo e observa que a soma dos ângulos internos resulta Padronizar o OA final, no padrão SCORM.
sempre 90º. O aluno vai simular diferentes dimensões de
triângulos (seletor) e observar que as funções trigonométricas Disponibilizar ao aluno o OA final, no MOODLE ou no PBworks.
serão sempre iguais, esta propriedade mostra que elas são
invariantes. Também vai simular diferentes ângulos internos e
observar que as funções trigonométricas variam conforme o
aumento ou diminuição de cada ângulo. 8.3 Aspectos metodológicos
Após trabalhar com simulações o aluno vai ser O professor deve seguir o Ciclo de Kolb [7],
desafiado a escrever suas conclusões em modelos matemáticos, trabalhando do seguinte modo:
devendo chegar aos seguintes modelos: Soma dos ângulos • Aproveitar a vivência do aluno para introduzir um
internos: α+β=90º. assunto - recordando as figuras geométricas e ângulos
Definição do seno, cosseno e tangente, respectivamente: usando como exemplo o mobiliário da sala de aula;
• O aluno deverá analisar e refletir sobre a experiência-
sen(x)= medida do cateto oposto a x observando que a soma dos ângulos internos resulta 90º.
Simular, usando o seletor, diferentes dimensões de
medida da hipotenusa

339
triângulos e observar que as funções trigonométricas [4] Fonseca, Maria da Conceição F. R. (Org.) Letramento no
serão sempre iguais, esta propriedade mostra que elas Brasil: habilidades matemáticas. São Paulo: Global, Ação
são invariantes. Simular diferentes ângulos internos Educativa Assessoria, Instituto Paulo Montenegro, 2004.
observando que as funções trigonométricas variam
conforme o aumento ou diminuição de cada ângulo. [5] Gagné, R. Instructional Technology Foundations. Hillsdale,
NJ: Lawrence Erlbaum Assoc. 1987.
• Estabelecer ligações entre as vivências dos alunos e os
[6] Gagné, Robert. Principles of instructional design. Fifth
conceitos teóricos estudados;
Edition, 2005.
• Testar esse processo cognitivo resolvendo os desafios
[7] Kolb, David. Experiential learning: Experience as the source
propostos.
of learning and development. New Jersey: Prentice-Hall.
• O professor deve estimular os alunos a desenvolver os 1984.
desafios. [8] Maia, Carmem. Ferramentas aliadas. Revista Aprender.
• O professor deve dar feedback ao seu aluno. Edição Setembro/Outubro 2002. Disponível em:
www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=970. Acesso
em: 12 de maio de 2010.
8.4 Aspectos tecnológicos: [9] MEC - Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros curriculares nacionais : matemática / Secretaria
• Mostrar os tipos de mídias usadas no OA: texto, de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.
imagens, animações, figura, som.
[10] MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática, 3º e
• Incentivar o aluno a usar os recursos computacionais: 4º ciclos do Ensino Fundamental / Secretaria de Educação
fórum; chat; lição; pesquisa de avaliação; questionário; Fundamental. Brasília : MEC /SEF,1998.
texto online; SCORM/AICC.
• Fazer a combinação de softwares de autoria. [11] MEC- Brasil.Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros curriculares nacionais: matemática. Brasília:
MEC/SEF, 2001.
[12] MEC – Brasil, Ministério da Educação. PDE: Plano de
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Desenvolvimento da Educação: ENEM: Ensino médio:
Matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC,
A principal contribuição dessa proposta é mostrar que existe
SEB, Inep, 2009.
ferramenta de autoria de fácil aceitação pelos professores, os quais
têm pouco conhecimento tecnológico, mostrando a eles como [13] MERRIL, M. D. Instructional transaction theory (ITT):
podem criar OAs mais complexos e consistentes, que prezem as Instructional design based on knowledge objects. In C. M.
estratégias interativas, fazendo com que o aluno tenha Reigeluth (Ed.), Instructional design theories and models: A
participação ativa na sua aprendizagem. new paradigm of instructional theory. (pp. 397- 424).
Através de estudos teóricos, esta proposta vem mostrar que Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 1999.
os OAs podem ser contextualizados de maneira similar ao
ambiente do mundo real, fazendo representações e relacionando [14] Notare, M. R. e Behar, P. A. Aprendizagem de Matemática
essas representações com princípios e conceitos matemáticos. O em Ambientes Virtuais: o ROODA Exata como
uso integrado de ferramentas suportadas pelo computador pode Possibilidade. Revista RENOTE. CINTED-UFRGS V. 7 Nº
proporcionar melhorias significativas no processo ensino e 1, Julho, 2009. Disponível em:
aprendizagem, dando condições ao estudante de participar de seu http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2009/index.html
próprio conhecimento, corroborando com as teorias de Gagné [5], Acessado em 25 de junho de 2010.
de Wiley [19] e do Ciclo de Kolb [7], que deram suporte a esta [15] Piaget, J. Psicologia e epistemologia: Para uma teoria do
metodologia. conhecimento. Lisboa. Publicações Dom Quixote, 1991.
[16] Reigeluth, C. M. The elaboration theory: Guidance for scope
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS and sequence decisions. In C. M. Reigeluth (Ed.),
Instructional design theories and models: A new paradigm of
[1] Basso, M.V.A. Espaços de aprendizagem em rede: novas instructional theory. (pp. 5-29). Hillsdale, NJ: Lawrence
orientações na formação de professores de matemática. Erlbaum Associates. 1999.
Tese (doutorado). UFRGS – Programa de Pós-Graduação em
Informática na Educação. Porto Alegre: UFRGS, 2003. [17] Sá, Clovis Soares; Machado, Elian de Castro. O computador
como agente transformador da educação e o papel do objeto
[2] Dahl, O. J. & Nygaard, K. SIMULA - An algol based de aprendizagem. Disponível em:
simulation language. Communications of the ACM, 9 (9), p. http://www.abed.org.br/seminario2003/texto11.htm. Acesso
671-678. 1966. em:18 jun 2004.
[3] D’ambrósio, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e [18] Valente, J. A. Formação dos professores: diferentes
modernidade. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. abordagens pedagógicas. In: Valente, J.A. (org). O
computador na sociedade do conhecimento. Campinas,
SP: UNICAMP/NIED, 1999.

340
[19] Wiley, D. A. Learning object design and sequencing theory.
Doctoral dissertation, Brigham Young University. 2000.
[20] BIOE - Banco Internacional de Objetos Educacionais, que é
um banco de dados do MEC e está disponível no endereço:
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br . Objeto de
aprendizagem disponível em:
http://www.pion.sbfisica.org.br/pdc/index.php/por/material_d
idatico/seno_x_cosseno
Acessado em: 10 de maio de 2010.

341
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DA


WEB 2.0 NA EDUCAÇÃO: USO DO DIPITY® COMO
INTERFACE DE CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA E
COLABORATIVA
Rogério Antônio de Paiva, Maria Auxiliadora Soares Padilha, Ricardo José de Souza Silva
Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica
Universidade Federal de Pernambuco
Brasil
rogeriopaiva5@gmail.com, dorapadilha@gmail.com, ricardo.silva.br@gmail.com

RESUMO
O objetivo deste artigo é discutir sobre o uso de um recurso da
Palavras chave
Educação online; Educação à Distância, Coreografias Didáticas,
web 2.0, o Dipity® - uma plataforma online que permite criar
Tecnologias de Informação e Comunicação; Web 2.0; Moodle.
linha do tempo e compartilhá-la com o mundo - no contexto de
uma coreografia didática de uma disciplina de Introdução à
Educação à distância ofertada no Curso de Pós-Graduação em
Educação Matemática e Tecnológica no ambiente Moodle, 1. INTRODUÇÃO
levando em conta os novos desafios midiáticos e colaborativos na
prática do professor online. Para tal empreendimento iremos Por causa de diversos fatores, o século XXI tem passado por
analisar as atividades realizadas no Dipity® durante curso de transformações avassaladoras em um espaço de tempo tão curto,
Introdução à Educação à distância contextualizando os conceitos nunca outrora visto. Ainda que não seja o único fator, as
de Coreografias Didáticas na perspectiva do Desenho Didático no Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC - tem
processo de ensino e aprendizagem online da web 2.0 [1]. contribuído para acelerar essas mudanças de maneira catalisadora.
Consideramos que o uso da interface Dipity®, aliada ao Ambiente Na educação, as Tecnologias de Informação e Comunicação
Virtual de Aprendizagem Moodle, confirma a potencialidade das podem auxiliar no processo de ensino aprendizagem, sobretudo a
ferramentas da Web 2.0 para uma coreografia didática interativa, partir do desenvolvimento de ambientes virtuais que favoreçam a
colaborativa e significativa para os aprendentes. A relevância construção colaborativa do saber.
deste artigo se estrutura na ampliação de possibilidades Atentando para o atual contexto educacional percebemos
pedagógicas significativas com recursos da Web 2.0 na educação, necessidades emergentes de apropriação e atualização dos
no sentido de atender às demandas de uma sociedade cada vez docentes na forma como planejam e realizam suas aulas a fim de
mais informada e exigente, no contexto do uso das tecnologias de atender às demandas de uma sociedade cada vez mais informada e
informação e comunicação; e também favorece o desenvolvimento exigente numa época em que o discurso conduz ao
de pesquisas sobre a qualidade da Educação à distância no país. desenvolvimento de valores humanos e profissionais [2]. E mais
especificamente, no âmbito da educação online, os recursos que a
Categorias Web 2.0 favorece podem ampliar significativamente as
Experiência Inovadora com TIC na Educação, Ferramentas e possibilidades de interatividade e colaboração nos processos de
Recursos Baseados na Web. ensino e aprendizagem. Ou seja, a Web 2.0 como a segunda
geração da Web, com seus recursos online disponíveis, permite
processos colaborativos aumentados de aprendizagem.
Termos gerais
Educação online, Educação à distância, Coreografia Didática, Neste sentido, surge a necessidade de se estabelecer,
Tecnologias de Informação e Comunicação, Web 2.0; Moodle, continuamente, uma relação dialógica entre as ideias e as
Linha do Tempo, Ferramentas Web, Situações Colaborativas, necessidades dos professores e alunos em sala de aula com as
Mediação Pedagógica, Dipity. novas possibilidades de construção do conhecimento oferecidas
pelos ambientes virtuais de aprendizagem. Sem se esquecer de
considerar que a mudança na prática docente se dá, sobretudo, a
De Paiva, Rogerio., Soares, María Auxiliadora., De Souza, Ricardo. (2010). Tecnologias partir de uma apropriação das possibilidades pedagógicas e
de Informação e Comunicação da Web 2.0 na Educação: Uso do Dipity® como Interface
de Convergência Midiática e Colaborativa. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 342-346, Santiago de Chile.

342
também técnicas dos recursos didático-tecnológicos Educação à distância vem se ampliando e novas formas de
contextualizados e adequados às realidades dos alunos e da interação tornam-se possíveis nessa modalidade.
instituição.
Neste sentido, é necessário integrar recursos dinâmicos,
Para compreender a prática docente na Educação à distância no interativos e que permitam atividades colaborativas para uma
contexto da Web 2.0 utilizaremos, neste artigo, o conceito de construção de conhecimentos coletiva e significativa. Os recursos
Desenho didático como "arquitetura que envolve o planejamento, da Web 2.0, portanto, tornam-se interfaces importantes na
a produção e a operatividade de conteúdos e de situações de definição do desenho didático de um curso e no estabelecimento
aprendizagem, que estruturam processos de construção do de coreografias didáticas que permitam aos estudantes e
conhecimento na sala de aula online" [7]. Além disso, professores criarem um clima de parceria e coautoria [1].
consideraremos que as atividades propostas pelo professor, neste
desenho são coreografias didáticas que expressam as ações 3. AS COREOGRAFIAS DIDÁTICAS E A
visíveis e invisíveis dos professores e alunos no processo de MEDIAÇÃO ONLINE
ensino e aprendizagem online [11][6]. Neste caso, os recursos
utilizados neste processo são os instrumentos de viabilização das Como foi discutida anteriormente, a Educação à distância vem se
práticas docentes e discentes no processo de construção de modificando e novas formas de interação e colaboração tornam-se
conhecimentos. possíveis nessa modalidade. No entanto, ainda é comum encontrar
cursos online cujo desenho consiste de textos lineares,
Dessa forma, o objetivo desse artigo é apresentar uma experiência digitalizados e fechados em si, como recursos pedagógicos
inovadora em Educação à distância, no ambiente Moodle desprovidos de mecanismos que estimulem a criatividade,
(http://www.gente.eti.br/moodle), durante o curso de Introdução a criticidade e criação coletiva dos alunos. Sendo assim o professor
Educação à distância, com alunos do Mestrado em Educação deve estar convencido de que os recursos, estratégias, e também a
Matemática e Tecnológica utilizando o Dipity® linguagem que disporá no ambiente online irá contribuir para a
(http://www.dipity.com), uma plataforma da Web 2.0 de efetivação da construção de um conhecimento crítico, criativo e
convergência midiática que permite a criação e publicação colaborativo.
colaborativa de linha do tempo.
No sentido de proporcionar a compreensão do processo educativo
como uma via de mão dupla, onde aprender e ensinar não se
2. EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E separam, [12] apresenta o modelo proposto por [6], denominado
EDUCAÇÃO ONLINE Coreografias Didáticas. Segundo esses autores, a prática
educativa, realizada por professores e alunos, pode ser comparada
A discussão sobre Educação à distância vem se tornando
ao mundo do teatro e da dança. O professor marca os passos e
necessária, para quem está refletindo sobre os enfrentamentos da
dança juntamente com os alunos.
educação na sociedade atual. Nestes últimos anos, são inúmeros
os cursos que têm surgido nessa modalidade, desde os mais Conforme a modelagem proposta de [6] as coreografias didáticas
informais até os cursos de graduação e pós-graduação. podem ser estruturadas a partir de quatro componentes, a saber:
O termo “educação online”, no Brasil, surge como forma de (i) A antecipação é um componente não visível e se refere ao
expressar que o significado construído historicamente para a planejamento do docente. É o momento em que ele reflete e
“educação à distância” - modelo de comunicação de massa e cogita nas possibilidades do ambiente, os estilos de
transmissão de informações - tem limitado o uso das aprendizagem dos alunos, e as condições do conteúdo, tudo
potencialidades do ciberespaço. Todavia, diferentemente da visão isto com vista a promover uma coreografia de alta qualidade
simplicista de que seja apenas uma evolução ou ressignificação no sentido de antecipar os resultados de aprendizagem dos
das convencionais práticas de educação à distância, [8] considera alunos;
a educação online como um evento da cibercultura.
(ii) A colocação em cena como um componente visível diz
No entanto, para [4], a educação online, na verdade, é um modelo respeito a todas as ações e esforços empregados pelo professor
de Educação à distância que tem por base as redes digitais, na prática da ensinagem, como: a metodologia, a estrutura da
podendo ser desenvolvido via satélite ou através da Internet. Para aula, a tutoria, recursos ministrados, a forma de apresentação
ele, esse é o modelo que mais cresce no Brasil e se torna muito dos conteúdos e as formas de avaliação [3].
interessante devido à possibilidade de desenvolvimento de
(iii) O modelo base de aprendizagem ou roteiro de
aprendizagens ativas e compartilhadas a partir de estratégias
aprendizagem é um componente não visível e interior, que
dinâmicas e atividades colaborativas.
está relacionado com as operações metacognitivas realizada
Para nós, o certo é que, na medida em que os contextos online, pelos alunos, diante da colocação em cena do professor, a fim
dos ambientes virtuais de ensino e aprendizagem estão sendo de alcançar a aprendizagem.
incorporadas à EAD, novas competências passam a surgir. A
(iv) O Produto da aprendizagem é um componente visível e é
nova onda de demanda requer desenvolvimento de competências
o resultado das operações mentais e/ou práticas desenvolvidas
de interação síncrona a assíncrona e coprodução que diferem
pelos alunos.
daquelas desenvolvidas pelos docentes presenciais e até então à
distância também. A educação à distância, atualmente, exige o A partir desses componentes podemos compreender a coreografia
desenvolvimento de uma coreografia específica em que aprender a proposta pelos professores para a aprendizagem de seus alunos.
aprender de maneira colaborativa em rede é mais importante do Para isso, pretendemos verificar a coreografia proposta pelo
que aprender a aprender sozinho, por conta própria. Assim, a

343
professor, com o uso de uma ferramenta da Web 2.0, o Dipity®, 5. A METODOLOGIA E CONTEXTO DA
para a construção colaborativo do conhecimento dos alunos.
EXPERIÊNCIA
4. WEB 2.0 E O DIPITY® COMO A experiência ora apresentada ocorreu na disciplina Introdução à
RECURSO DE CONVERGÊNCIA Educação à distância, do Programa de Pós-Graduação em
Educação Matemática e Tecnológica, no curso de Mestrado e foi
A Web 2.0, é reconhecida como a segunda geração de serviços e
planejada para 60h. Estavam matriculados 27 alunos entre
aplicativos da Internet que não precisam ser instalados no disco
regulares e especiais. A disciplina foi realizada na modalidade
rígido do computador, mas que permitem maior interação e
semipresencial, com cinco encontros presenciais, correspondendo
colaboração entre os internautas de forma orgânica e social. A
às 20h e o restante da carga horária (40h) à distância, no ambiente
idea é que o ambiente online se torne mais dinâmico e que os
virtual de aprendizagem Moodle.
usuários colaborem para a organização de conteúdo. Essa nova
Internet, cuja natureza efetiva é orgânica, social e emergente, pode O desenho didático foi planejado pensando em privilegiar a
ser explorada no networking, no uso da inteligência coletiva e na fundamentação teórica para Educação à distância, já que a
colaboração [10]. Neste sentido, a Web 2.0 se apresenta como disciplina é de introdução e já havia outra disciplina que enfocava
uma plataforma em potencial no que tange a se alcançar mais a prática. Mesmo assim, após as discussões teóricas foram
aprendizagem com qualidade se usado adequadamente. realizadas atividades práticas, no sentido de proporcionar mais
sentido para a discussão teórica. A antecipação da coreografia a
Em um post de seu blog, em 2006, “web 2.0 Compact Definition:
ser realizada por professores e aprendizes na disciplina considerou
trying again”, [5] define a nova geração da Internet:
essencial a participação colaborativa entre os sujeitos, através de
Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e o interfaces disponíveis no ambiente virtual do Moodle e também
entendimento das regras para obter o sucesso nesta nova de outras interfaces disponíveis na Web, especificamente
plataforma. Entre outras a regra mais importante é desenvolver interfaces da web 2.0, neste caso, o Dipity®.
aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem
Dentre os 16 ciclos semanais, um deles foi sobre o conceito de
melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a
EAD, que após uma discussão bastante interativa, no fórum, a
Inteligência Coletiva (2006. Tradução nossa).
atividade seguinte consistia em construir uma linha do tempo da
Entre algumas potencialidades da Web 2.0 estão: os conteúdos educação à distância na interface Dipity®
integrados com espaços comunicacionais, a integração das mídias (http://www.dipity.com/ead_edumatec). Para esta atividade, além
e linguagens, os softwares sociais e ambientes online de da professora (autora deste artigo), dois alunos (professores
aprendizagem e a interatividade online no processo de autoria. autores deste artigo) também contribuíram para o esclarecimento
de dúvidas da turma, criação de conta de usuário na plataforma e
Dentro deste contexto se encaixa o Dipity®, cujas informações da o apoio à construção da linha do tempo.
linha do tempo podem ser construídas colaborativamente a partir
de diversos serviços online, todos interligados. O objetivo era de que os alunos pudessem, ao construir uma linha
do tempo sobre a história da Educação à distância, compreender o
Ao procurar desenvolver um curso online, numa perspectiva de processo evolutivo de sua construção histórica, não somente no
uma coreografia didática que valorize a construção colaborativa, o Brasil, como também no mundo.
professor pode agregar recursos da Web 2.0 ao ambiente virtual
numa tentativa de ampliar as possibilidades de interatividade entre Essa atividade ocorreu em uma aula presencial, para que os alunos
os sujeitos aprendentes. adquirissem domínio técnico da ferramenta (Dipity®) e uma
semana a distância, quando os alunos iam inserindo notas, vídeos,
Nesse sentido, este trabalho, busca apresentar utilização de um links, etc., sobre a Educação à distância, obedecendo a linha do
desses recursos (o Dipity®) num curso online realizado em um tempo. Essa possibilidade de agregar informações de diversas
Ambiente Virtual Moodle. mídias caracteriza a convergência midiática que a ferramenta
O Dipity® é uma plataforma online que permite a organização e possibilita.
criação interativa e significativa de linhas do tempo sobre Em cada inserção na linha, os demais alunos poderiam visualizar,
qualquer tema. A linha do tempo pode ser construída a partir comentar, ampliar e, inclusive modificar as notas uns dos outros,
notícias, vídeos, fotos, blogs e outras informações que já estão na desenvolvendo o que chamamos de ‘aprendizagem colaborativa’,
Web ou que sejam lá colocadas. O Dipity® ainda permite que o visto que a construção das informações era feita de forma
conteúdo seja visualizada em quatro aspectos: Linha do tempo, colaborativa e coletiva.
Lista de eventos, slides e mapa de localização.
Após essa construção, todo o material ficou disponível não apenas
Esta ferramenta da Web 2.0 permite que os alunos trabalhem para a turma como para a rede, mostrando o potencial de instigar a
colaborativamente na construção de seu projeto da linha do inteligência coletiva que a rede possui. Além disso, esse exercício
tempo. Sendo proveitoso para que os alunos façam suas de construção colaborativa contribuiu também para as demais
representações conceptuais por meio de diversos serviços online atividades da disciplina, pois surgiram interações desde o conceito
cronologicamente. da Educação à distância até a sua regulamentação e
características.

344
6. ANÁLISE DAS ATIVIDADES NO Podemos afirmar que a coreografia didática proposta pela
professora, proporcionou a ampliação do potencial do grupo e dos
DIPITY® DURANTE O CURSO DE recursos disponíveis, ao definir suas estratégias de ação
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO À utilizando-se da linguagem midiática, aplicada ao objetivo de
DISTÂNCIA permitir aos participantes a construção colaborativa do
entendimento sobre a EAD, numa perspectiva histórica, a partir
O Dipity® foi utilizado para desenvolver uma atividade das pequenas porções de linha do tempo, constituintes da linha do
colaborativa acerca do histórico da EAD. O objetivo foi de tempo final.
estabelecer uma linha do tempo do desenvolvimento da EAD no
Brasil e no mundo, com ênfase na sua origem, marcos históricos, Finalmente, o processo educativo evidenciou situações de
instituições pioneiras entre outros fatos marcantes, constituindo educação online colaborativas e de autorias, no momento em que
um ambiente virtual, colaborativo e dinâmico, tornando a os participantes puderam interagir, esclarecer dúvidas e produzir,
compreensão do desenvolvimento da EAD mais intuitivo e de modo virtual, com autonomia constituída na interação com os
detalhado. demais participantes e na apropriação dos recursos tecnológicos
disponíveis.
O ambiente da linha do tempo foi alimentado com vídeos, textos,
imagens e links, como se propõe a plataforma. Todos os alunos Dessa forma, podemos concluir que o uso da interface Dipity®
contribuíram de forma síncrona e assíncrona na construção de aliada ao Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle, confirma a
uma mesma linha do tempo, superando dificuldades técnicas a potencialidade das ferramentas da Web 2.0 para uma coreografia
partir da atuação dos dois alunos que se tornaram tutores virtuais didática interativa, colaborativa e significativa para os
de apoio às atividades no ambiente. Foi criado um Fórum no aprendentes.
ambiente do Moodle, para esclarecimento de dúvidas e
socialização das aprendizagens na ferramenta. O resultado foi um
envolvimento muito maior do que o relacionado às dúvidas REFERÊNCIAS
técnicas, mas à medida que os esclarecimentos eram feitos, os
alunos desenvolviam lógicas e raciocínios articulados com a [1] Silva, Marco. O desenho didático interativo na educação
proposta inicial, facilitado pela estrutura técnica e intuitiva da online. Revista Iberoamericana de Educación (online), v. 49,
ferramenta. p. 267-287, 2009.

Neste sentido, percebe-se a característica de aprendizagem [2] Uma nova didática para o ensino universitário: respondendo
colaborativa que a literatura cita acerca das atividades nos cursos ao desafio do espaço europeu de ensino superior. In: Sessão
[7][4]. Também se reconhece a capacidade dos recursos da Web Solene comemorativa do Dia da Universidade – 95º
2.0 de gerar produtos de forma colaborativa e publicizada. aniversário da Universidade do Porto. Porto: Faculdade de
Observamos, ainda, a possibilidade de agregar diversos outros Psicologia e Ciências da Educação, mar/2006.
recursos da Web 2.0, como vídeos, imagens, textos, áudios, blogs, [3] ANASTASIOU, L das C. Ensinar, aprender, apreender e
entre outros. processos de ensinagem. In: Anastasiou L das C, Alvez LP,
organizadores. Processos de ensinagem na universidade:
7. DISCUSSÃO pressupostos para as estratégias de trabalho em aula.
Durante a construção da linha do tempo sobre o Histórico da Joinville: UNIVILLE; 2007. p.15-43.
EAD, percebeu-se o intenso uso de tecnologias disponíveis na [4] MORAN, José M. Os modelos educacionais na
internet de modo convergente e colaborativo, incentivado pela aprendizagem online. 2007. Disponível em:
ação da professora, a partir do desenho didático proposto para a http://www.eca.usp.br/prof/moran/modelos.htm. Acesso em
coreografia da atividade. 11/10/2009
Surgiram sugestões de uso do Dipity® no sentido de tornar [5] O'REILLY, 2003 - BLOG. Disponível em
algumas atividades mais interativas, dinâmicas e de modo http://www.web2summit.com/web2010 último acesso em
inovador nas áreas de História e Geografia, criar portfólios do abril de 2010.
percurso das aprendizagens dos participantes, além de manter uma [6] OSER, F. K. E BAERISWYL, F. J. Choreografies of
memória digital contínua, com a possibilidade de retroalimentação teaching: bridging instruction to teaching”, in V.
e atualização constantes. RICHARDSON (Editor): Handbook of research on teaching
(4ª ed). Washington: AREA, 2001. pp. 1031-1065.
Para os alunos ficou evidente o poder midiático da Web 2.0 no
contexto do trabalho com convergência de mídias. Foi verificado [7] SANTOS, E. SILVA. M. Desenho Didático para educação.
como potencialidade da plataforma do Dipity® a possibilidade de In:Em Aberto. Brasília, v.22, n.79, jan, 2009.
integrar conteúdos com espaços comunicacionais como twitter®, [8] SANTOS, Edméa. Educação online: cibercultura e pesquisa-
facebook®, youtube® e outros recursos de redes sociais, além de formação na prática docente. Tese (Doutorado). Faculdade
poder integrar mídias de diversos sites. Ademais, verificamos que de Educação da Universidade Federal da Bahia, Salvador,
ao superar as dificuldades técnicas, vários alunos se tornaram 2005.
autores de suas próprias linhas do tempo e coautores na linha do
tempo proposta inicialmente. A colaboração emergiu, como [9] Site oficial do Dipity. Disponível em
sequência das atividades propostas. <http://www.dipity.com>. Acessado em 19/08/2009.

345
[10] VALENTE, Carlos. Second Life e Web 2. Na educação: o
potencial revolucionário das novas tecnologias / Carlos
Valente, João Mattar – São Paulo: Novatec Editora, 2007
[11] ZABALZA, B. M. La universidad y la docencia en el mundo
de hoy. Publication de la Pontificia Universidad Javeriana.
2006.
[12] ZABALZA, M. A.. Pronunciamento durante a Solemne
Lección Inaugural en las 3 Universidades Gallegas - Santiago
de Compostela, Coruña y Vigo. 2005.

346
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

Influencias sobre los estudios de Ingeniería de la


etapa de Bachillerato y del nuevo Espacio Europeo de
Enseñanza Superior (EEES)

José Luis González Fernández, José Carpio, Manuel Castro, Antonio Colmenar
Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED)
España
jlgfernandez@yahoo.es, jcarpio@ieec.uned.es, mcastro@ieec.uned.es, acolmenar@ieec.uned.es

ABSTRACT
Actualmente existe una cierta preocupación por el deterioro de la
Categorías y descriptores de materia
B.8.2: Relación entre la etapa Secundaria y los estudios de
enseñanza en la etapa Secundaria y la posible afectación que ésta
Ingeniería Industrial e I.T. Industrial.
tiene sobre la etapa Universitaria posterior, concretamente en el
marco del nuevo escenario de Espacio Europeo de Enseñanza
Superior (EEES) para estudios de Ingeniería Técnica Industrial e Términos generales
Ingeniería Industrial, en adelante ITI e II respectivamente. Medida, Experimentación, Verificación.
Sobre lo anteriormente planteado y en aras de tener mayor
conocimiento de la opinión de la comunidad educativa sobre la Palabras clave
situación actual, han sido diseñados tres cuestionarios diferentes,
Ingeniería, Tecnología, Educación Superior, cuestionarios,
para así conocer la opinión del alumnado y del profesorado del
exigencia, valoración, encuestas, software.
Bachillerato, concretamente los involucrados en la materia de
Tecnología Industrial y de, alumnos y profesores universitarios de
1º y 2º curso de enseñanzas de ITI e II.
1. INTRODUCCIÓN
Poder valorar a una Universidad o las enseñanzas que imparte no
El presente estudio, ha sido realizado como consecuencia de
es tarea sencilla, ya que deben considerarse diferentes indicadores.
diversas motivaciones. Por una parte; el indudable creciente
Este estudio trata de aportar datos para poder comprender mejor el
interés por los aspectos didácticos y las influencias en los
escenario actual español en esa etapa, teniendo en cuenta la
resultados de los estudios de Ingeniería. Por otro lado; la
percepción de profesores y alumnos de Ingeniería ante la
preocupación por el evidente deterioro de la enseñanza en la etapa
adaptación al nuevo EEES en España. La opinión de la
Secundaria en las dos últimas décadas y la afectación que ésta y el
comunidad educativa ante este cambio es uno de los focos de
nuevo escenario de espacio europeo de enseñanza superior,
interés del estudio, por lo que será analizado a lo largo del mismo.
pueden tener en los estudios de ITI e II. Una clara posible
Otra cuestión que se aborda también en el estudio, es la actual influencia es la que se refiere a la etapa anterior a la Universitaria;
relación entre la exigencia existente en los estudios de Ingeniería la enseñanza Secundaria. Concretamente el estudio se ha centrado
y la posteriores capacidades del Ingeniero recién titulado de cara en la relación entre la materia de Tecnología Industrial en la etapa
al modo en que éste aborde su forma de trabajar. del Bachillerato y los estudios de ITI e II en la etapa Universitaria.
La preparación técnica y la dedicación docente en la Universidad
y en la etapa Secundaria de los autores del estudio, hacen que la
preocupación por la conjunción de ambos perfiles sea aun mayor
González, José Luis., Carpio, José., Castro, Manuel., Colmenar, Antonio. (2010). y más adecuada para su abordaje. Tampoco cabe duda de que hay
Influencias sobre los estudios de Ingeniería de la etapa de Bachillerato y del nuevo un interés creciente entre el propio profesorado técnico, por los
Espacio Europeo de Enseñanza Superior (EEES). En J. Sánchez (Ed.): Congreso aspectos didácticos y las influencias en los resultados de los
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 347-354, Santiago de Chile.
estudios de Ingeniería. Esta preocupación tiene su base en la caída

347
de la calidad de los titulados en Ingeniería en la actualidad 2. OBJETIVOS
respecto a como lo hacían hace años. - Poner de manifiesto los puntos que mayoritariamente afectan a
Además, el profundo cambio en el que las universidades los estudios de Ingeniería, que se arrastran desde la etapa
españolas se hayan inmersas, la adaptación al nuevo marco EEES, anterior, de la enseñanza Secundaria, abriendo posibilidades de
es otro punto en cuanto a la influencia en los posibles cambios de mejora posteriores.
los estudios de Ingeniería. Para conocer la opinión del - Descubrir la influencia de los cambios que se producirán en los
profesorado afectado, tanto los de la etapa Secundaria de estudios de ITI e II debido al nuevo escenario europeo en el que
especialidades directamente relacionadas, como la Tecnología, así se desarrollará la Universidad.
como Profesores de Universidad para detectar principales
preocupaciones en relación a la situación actual de estudios de - Sondear a profesores de Secundaria de especialidades
Ingeniería, se han pasado unos cuestionarios destinados a tal fin. directamente relacionadas con las enseñanzas de materias
básicas para el estudio de Ingenierías y que impartan la materia
Igualmente y para poder conocer las opiniones de muestras de de Tecnología en la etapa de Bachillerato, así como de
alumnos de Secundaria que cursen Tecnología en el Bachillerato y profesores universitarios.
de alumnos Universitarios de 1º y 2º curso de carreras de ITI e II,
se han pasado sendos cuestionarios a cada uno de ellos, - Conocer las opiniones de la muestra disponible de alumnos de
diferentes, aunque con mucha similitud entre sí. Secundaria que cursen Tecnología, tanto de 1º como de 2º de
Bachillerato, así como de alumnos universitarios de 1º y 2º
curso, y de profesores de las diferentes etapas, recabando
información sobre la valoración que profesores y alumnos hacen
acerca de la relación entre la materia de Tecnología de la etapa
Secundaria y la incidencia de ésta en los estudios de Ingeniero
Industrial.

3. REFLEXIONES SOBRE LOS ASPECTOS


DEL ESTUDIO

3.1. El nuevo EEES


En la actualidad, un momento de pleno cambio en el que las
universidades españolas por encontrarse en plena adaptación al
denominado Plan Bolonia (Espacio Europeo de Educación
Superior, EEES), que constituye un cambio de mentalidad, que
en principio se trata de un plan de convergencia cuyo objetivo es
facilitar el intercambio de estudiantes y titulados en los países de
la Comunidad Europea, así como adaptar el contenido de los
estudios a las demandas sociales reales existentes. Todo esto se
complica ya se ha realizado todo el cambio sin, como suele ocurrir
en estos casos, contar con un gran sector de los afectados.
En todo caso, con la nueva orientación, el papel del profesor
varía sustancialmente respecto al tradicional, pues se erige en un
papel “facilitador” del proceso de aprendizaje, siendo su principal
cometido el de enseñar a aprender. Sin embargo cabe pensar de
forma inmediata que, si esto ha de variarse porque no ocurría, los
profesores encargados de este nuevo papel, ¿sabrán hacerlo?
Parece que la respuesta no está del todo clara.
En el nuevo modelo EEES, las lecciones magistrales
tradicionales dejan poco a poco paso a sistemas innovadores en
los que el alumno toma mucho más protagonismo. Sin embargo,
son muchas las voces que se alzan para decir que esto es un
fracaso que ya se ha constatado en otros países de Europa [3].

Figura 1. Proceso del estudio

348
3.2. Las Ingenierías en el nuevo escenario el modo de trasladarlos a aquellos que aprenden sobre el campo
objeto de estudio. Para sostener que es necesaria también la
EEES pedagogía en un grado determinado podría decirse que formar al
Lo cierto es que existen carreras universitarias que requieren alumno y enseñarle, incluso en la Universidad, se hace de forma
mucha mayor carga de fundamentos que otras, pues no cabe duda simultánea e indivisible, por lo que el modo de enseñar debe ser
de que, por citar algún ejemplo, Bellas Artes frente a Medicina, cuidado también. Razón la anterior por la que la Pedagogía tiene
son un contraste en este aspecto. Las carreras de Ingeniería son su parte de importancia. Claro ha de quedar que, ésta no debe
sin ningún lugar a la duda, estudios que requieren de un profundo sustituir al contenido mismo o ser sólo lo importante. El
análisis y de una dedicación importante por parte del alumnado, conocimiento de la técnica o ciencia a enseñar debe ser primordial
pero que requieren al mismo tiempo de una parte importantísima y principal.
de fundamento que, con los métodos planteados por el nuevo
Con respecto a lo ya dicho cabe destacar una frase que resume de
espacio europeo, parece complicado puedan fijarse con las
muy buen modo la postura que aquí se apoya: Una de las
mínimas garantías necesarias para lograrlo.
preguntas más absurdas que se plantean algunos pedagogos es la
Hay autores, que sostienen que un modelo mixto que no sea de si, a la hora de educar, son más importantes los contenidos que
estrictamente el basado en el sistema tradicional español con la formación. Es tan falaz como preguntarse si para fabricar un
escaso margen de maniobra, ni el opuesto con exceso de libertad cañón se ha de empezar por construir el agujero o mejor por el
de elección, es el más adecuado [2]. Puede considerarse que el hierro que rodea al agujero. Forma y contenido, como la cara y la
tradicional sistema-subsistema-componente, en el que los cruz de una moneda, son cosas conceptualmente distintas, pero no
responsables respectivos eran el Ingeniero - Ingeniero Técnico - pueden hacerse realidad por separado, igual que no puede
Técnico, ha dado buenos resultados a nivel organizativo en ordenarse una habitación absolutamente vacía [7].
España, no siendo éste el principal obstáculo de un déficit de
En las Escuelas de Ingenieros, es necesario adaptar de forma
competitividad en nuestro país, sino aspectos más relacionados
progresiva al alumno frente a lo que éste se encontrará en el
con la falta de inversión en I+D+i en España u otros más
mundo laboral: un entorno muy exigente con plazos y una alta
estructurales, como que probablemente en España no haya habido
exigencia de resultados. Si el alumno vive eso ya en el
nunca una estrategia competitiva como nación [8].
Universidad, su adaptación a la empresa y su competitividad,
3.3 Ingeniería y didáctica serán mejores, lo que sin duda redundará en su competencia
Hay quien sostiene que la Ingeniería en todas sus especialidades profesional y en la sociedad en general.
requiere de una didáctica específica [6]. Parece algo aventurado Así, en Ingeniería, con el nivel tan alto de exigencia que existe,
defender una postura rotunda en este sentido, pues se sostiene lo el fracaso escolar está justificado y resulta incluso necesario para
contrario desde diversas organizaciones, dentro y fuera de la que sea posible un éxito escolar, es decir, la competencia entre los
Universidad [7]. En la actualidad existen movimientos que se propios alumnos. Se hace esto necesario para efectuar un corte al
ocupan de la Enseñanza de la Ingeniería en sus diferentes aspectos nivel requerido en este tipo de estudiantes.
y que antes establecían un escaso o prácticamente ningún grado
de preocupación. Por ejemplo, la recientemente creada Comisión Resulta curioso pero hay ciertos autores que sostienen algo que
de Enseñanza de la Ingeniería del Colegio Oficial de Ingenieros parece paradójico: elevar el nivel de exigencia de resultados, en
Industriales de Madrid, que empezó a funcionar en 2010 como un margen tolerable, disminuye el fracaso escolar [2]. Lo dicho
consecuencia de la preocupación del Colegio Oficial por los parece ser exactamente lo acertado. El mejor modo de formar
estudios de II y el rumbo de éstos, o la cada vez mayor profesionales que tendrán una alta exigencia en su profesión, es
abundancia de trabajos de investigación e innovación en la incorporar exigencia en su proceso de formación. El tratamiento
enseñanza de Ingeniería, como el uso de pizarra digital, uso de sin exigencia de las cosas imprime mediocridad, desinterés por
presentaciones interactivas o la realización de simulaciones. parte de los más capaces, ausencia de reto.

Existe discrepancia sobre si la pedagogía es o no necesaria en 3.4 Relación entre la Tecnología Industrial del
algunos campos y en especial en la Ingeniería, o si sólo es Bachillerato y los estudios de Industriales en la
importante el conocimiento técnico. Por ejemplo, en la
Asociación de Profesores de Enseñanza Secundaria de Castilla y Universidad
León, así como en la Federación de Profesores de Enseñanza Hay un conjunto de asuntos, como son el fracaso escolar en los
Secundaria, creada a principios de 2010 como unión de varias primeros cursos de carreras técnicas, especialmente en las
asociaciones de profesores de Secundaria de varias comunidades Ingenierías e Ingenierías Técnicas de la rama Industrial, la tasa
españolas, se sostiene que la Pedagogía ha hecho mucho daño ya elevada de abandono en esas enseñanzas en los primeros cursos,
y que lo realmente importante es el perfil técnico y los con un abandono de entre el 30% y el 50% del alumnado [5], la
conocimientos de un profesor (manifiesto Por una vuelta al evolución de matriculas en la Universidad, con un descenso
sentido común en la enseñanza de la Federación de Sindicatos de global en los últimos años, así como un valor poco real de las
Profesores de Enseñanza Secundaria) [7]. Parece muy lógico que, pruebas específicas para seleccionar al alumnado de la
efectivamente en la línea de lo promulgado por estas Universidad, con muy escasa capacidad de predicción de dichas
organizaciones, lo realmente importante, especialmente en pruebas [4]. Todas estas cuestiones, pueden hacer interesante el
Ingenierías, es la preparación firme de los docentes en sus estudio de la relación existente entre la Tecnología Industrial
materias y áreas a impartir, frente a la Pedagogía, si bien no de como materia del Bachillerato y los resultados de alumnos de los
forma absoluta y estricta, pues es muy importante no sólo saber dos primeros cursos de ITI e II.
qué enseñar, conocer los contenidos, sino también cómo hacerlo,

349
El estudio planteado tan solo pretende establecer una vía de posible Proyecto de Investigación más exhaustivo, así como se
investigación mediante un acercamiento a las opiniones del proponen medidas concretas a tomar.
profesorado y el alumnado respecto a aspectos planteados, como
Se han diseñado 3 cuestionarios diferentes:
los relacionados con la implantación del nuevo espacio europeo
de educación superior, la metodología abordada en los estudios de 1 - Destinado a Profesorado (de Secundaria y de Universidad).
Ingeniería, el fracaso y el nivel de exigencia en estos estudios, así Este es un cuestionario para conocer la opinión del profesorado de
como la posible relación entre la materia de Tecnología de enseñanzas medias que impartan la materia de Tecnología y de
Secundaria y la marcha del alumnado en estas carreras. profesorado universitario que imparta docencia en las escuelas de
ITI e II. El cuestionario se orienta a conocer primeramente el
3.5 Medios para compartir el conocimiento grado de conocimiento del profesorado sobre la ingeniería
Un asunto interesante es el modelo de compartición del (especialmente del profesorado de Tecnología de enseñanzas
conocimiento. No cabe duda de que desde el desarrollo de medias el cual no es necesariamente de esa rama, ni tan siquiera,
Internet a un nivel global, a principios de los años 90, el modelo de naturaleza técnica), la valoración de la situación actual de los
de acceso a la información ha variado de forma general y también estudios de ingeniería, así como relacionar la preparación de la
en la educación. Se ha abierto un gran espectro de posibilidades etapa Secundaria en materia de Tecnología con el rendimiento en
de aprendizaje que antes no existían. No hay duda de que en este dichos estudios universitarios.
sentido podría avanzarse algo más en el sentido de impulsar el 2 - Destinado a Alumnado (de 1º y 2º cursos de Universidad-
software de uso libre, proporcionando posibilidades de cambio del Escuelas Técnicas). Se trata de un cuestionario para conocer la
modelo docente dando lugar a un entorno abierto en educación, opinión del alumnado de ITI e II respecto de la situación actual de
donde se fomenta su uso [1]. En las universidades es muy esos estudios, así como la posible relación existente entre la etapa
importante, pero lo es también en etapas de Primaria y Secundaria Secundaria en la materia de Tecnología Industrial con el
donde el modo de acceso se haga normal de forma libre. En este rendimiento en los estudios de ITI e II.
sentido existen diferentes programas de algunas comunidades
autónomas españolas, donde se ha hecho un esfuerzo importante 3 - Destinadas a Alumnado (de Secundaria que haya cursado
por el desarrollo de software libre, como Castilla La Mancha Tecnología Industrial). El cuestionario trata de conocer la opinión
(programa Molinux) o Extremadura (con el LinEx), impulsando el del alumnado de 1º y 2º de Bachillerato que tiene planeado seguir
sistema operativo bajo LINUX frente al de licencia habitual. estudios de ITI o de II. La encuesta se centra en la opinión del
alumnado sobre la situación actual de los estudios de II e ITI, así
como la incidencia de la Tecnología en el rendimiento en la etapa
universitaria en dichos estudios.
4. METODOLOGÍA
Se basa en el análisis y el contraste de la situación en Secundaria 5.2. Cuestionarios aplicados
en la materia de Tecnología Industrial, su tratamiento, el diseño Nadie pone en duda que una pieza fundamental del sistema
de cuestiones y la aplicación de cuestionarios de forma sistemática educativo es el profesorado, influyendo notablemente en la
y lineal. Tras pasar los cuestionarios al profesorado y alumnado formación, interés y proyección de los alumnos. Sin embargo hay
de ambas etapas, se unifican los resultados y se analizan para multitud de factores y de aspectos de formación previa que
concluir sobre ellos. inciden de alguna manera en el desarrollo posterior de los
estudios del alumnado. El caso de la Tecnología Industrial
Una vez extraídos los datos de los cuestionarios, se analizan los
estudiada en el Bachillerato y la relación de ésta con los estudios
diferentes aspectos que éstas recogen tales como la compartición
de ITI e II, es uno de los objetivos perseguidos en este estudio.
de conocimientos con la difusión libre de software, el modelo
tradicional español de I-IT-T, la incidencia del nuevo Espacio Una vez recogidos los cuestionarios, se procede a analizar los
Europeo de Educación Superior (popularmente denominado Plan resultados mediante el estudio de medias de respuestas con las
Bolonia), así como los niveles de exigencia en las carreras de ITI puntuaciones otorgadas por los encuestados. El tratamiento y las
y de II. conclusiones obtenidas, se hacen de forma cualitativa a partir de
los datos cuantitativos, debido a la naturaleza de los cuestionarios
5. CUESTIONARIOS utilizados. Finalmente se trata de localizar algunas de las
debilidades y fortalezas para poder atacarlas y reforzarlas en cada
5.1. Diseño de cuestionarios caso. El tratamiento que se les dará será por bloques, que
Es de vital importancia la opinión del profesorado de los niveles posteriormente se señalaran y aclararan, de modo que puedan
de Secundaria y de Universidad, por ser los profesionales quienes analizarse de forma global posteriormente.
están en contacto directo con la realidad. Cualquier análisis de un Sin embargo, en el análisis, habrá que tener en cuenta diversos
aspecto debe tener en cuenta como punto de partida, la visión de factores de dispersión, condiciones de ejecución y por supuesto,
aquellos que están en contacto con el problema cada día, como en tomar el resultado de éstos como un posible indicador de un
este caso, los profesores y alumnos a los que se ha solicitado problema y no como una verdad absoluta.
colaboración en el cuestionario. Esta afirmación, por lógica que
parezca, es uno de los grandes aspectos que se suelen obviar en Tras lo anterior, se abren posibilidades como la de establecer
muchos análisis y estudios en general. líneas de mejora acordes a los resultados obtenidos, siendo
coherente con el principio Plan (planificar), Do (hacer), Check
Tras pasar las encuestas se procede al análisis de las mismas, se (comprobar), Act (actuar); PDCA, naturalmente en la etapa de la
plasman las conclusiones del estudio, se abre la posibilidad de un actuación (A; Actuar).

350
Los bloques del cuestionario pasado al profesorado Total Alumnos: 257
(cuestionario 1) son los siguientes:
-Por centros la participación y la muestra ha sido elaborada de la
I.- CONOCIMIENTO DE LA INGENIERÍA POR PARTE DEL siguiente manera:
PROFESORADO PARTICIPANTE
Universidades Públicas:
Se trata de poder establecer el grado de conocimiento de los - Una Escuela Universitaria de Ingeniería Técnica Industrial
profesores con el perfil de conocimiento de la Ingeniería. No todo (Especialidad de Electrónica Industrial), con 20 alumnos
el profesorado, de Secundaria especialmente, es Ingeniero o tiene (Especialidad Electricidad), 15 alumnos (Especialidad Química
un conocimiento estrecho de la realidad de las carreras de Industrial), 30 alumnos (Especialidad Mecánica), 8 profesores.
Ingeniería y necesidades de las mismas.
-Tres Escuelas Técnicas Superiores de Ingeniería; con 100
II.- VALORACIÓN DE LA SITUACIÓN DE LA INGENIERÍA alumnos (I. Industrial), 36 profesores.
(actualidad)
Institutos de Enseñanza Secundaria de régimen público:
En este bloque se trata de extraer el sentir global respecto de la - Ocho Institutos de Educación Secundaria de diferentes puntos
situación actual en los estudios técnicos de Ingeniería, así como la de la geografía española; con 72 alumnos y 20 profesores.
incidencia de los nuevos planes adaptados al espacio europeo, etc.
III.- RELACIÓN ENTRE EN FRACASO EN LAS CARRERAS
DE INGENIERÍA (RAMA INDUSTRIAL) Y EL ESTUDIO 5.3. Cuestionarios a Profesores y alumnos
PREVIO DE TECNOLOGÍA EN SECUNDARIA
En estos cuestionarios se otorgará una puntuación del 1 al 10
Está enfocado a buscar la relación entre la materia de Tecnología correspondiéndose el 1 con del mayor desacuerdo con lo afirmado
Industrial estudiada en el Bachillerato y los estudios de ITI e II. o preguntado y le 10 con la coincidencia total con lo expuesto.
Los bloques del cuestionario pasado al alumnado Universitario Cuestionario 1: Profesores (Secundaria y Universitarios)
(cuestionario 2) y al alumnado de Secundaria (cuestionario 3) I.- CONOCIMIENTO DE LA INGENIERÍA POR PARTE DEL
son: PROFESORADO PARTICIPANTE

I.- VALORACIÓN DE LA SITUACIÓN DE LA INGENIERÍA 1. ¿Conoce USTED las enseñanzas de Ingeniería Industrial con
suficiencia?
(actualidad)
2. Establezca el grado de coincidencia de su preparación
Se pretende extraer el sentir global del alumnado que ya está académica con la Ingeniería Industrial.
cursando estudios Universitarios de ITI e II (cuestionario 2) y del 3. ¿Cuál es el grado de coincidencia de su experiencia laboral con
alumnado de Secundaria que está estudiando Tecnología la Ingeniería Industrial?
Industrial (cuestionario 3) respecto de la situación actual en los 4. Conozco la situación y estructura actual de los estudios de
estudios técnicos de Ingeniería, así como la incidencia de los Ingeniería Industrial.
nuevos planes adaptados al espacio europeo. Obviamente el caso II.- VALORACIÓN DE LA SITUACIÓN DE LA INGENIERÍA (actualidad)
del grupo de alumnos a los que se dirige el cuestionario 3, es más 5. El modelo del espacio Europeo es mejor para la preparación de
una percepción que una vivencia, mientras que en el caso del los futuros Ingenieros respecto del modelo tradicional.
grupo de alumnos a los que se dirige el de cuestionario 3, si se 6. La exigencia en los estudios de Ingeniería Industrial en la
trata de una vivencia. actualidad ha descendido respecto a épocas anteriores.
7. La metodología usada en las ETS de Ingeniería en España está
II.- RELACIÓN ENTRE EN FRACASO EN LAS CARRERAS obsoleta y debe adaptarse a los tiempos y a la realidad de las
DE INGENIERÍA (RAMA INDUSTRIAL) Y EL ESTUDIO empresas y las exigencias del mercado.
PREVIO DE TECNOLOGÍA EN SECUNDARIA 8. El modelo de estructura jerárquica Ingeniero-Ing.Técnico-Técnico
que se ha desarrollado en España es el adecuado.
Al igual que en el caso de la encuesta destinada al profesorado, se
enfoca a localizar directamente la relación entre la materia de 9. El fracaso escolar de los estudios de Ingeniero es excesivamente
elevado.
Tecnología Industrial estudiada en el Bachillerato y los estudios
10. La exigencia que se da en las carreras de Ingeniero Industrial
de ITI e II. En todo caso, los resultados de los cuestionarios 2 y 3
es suficiente.
serán diferenciados por haber sido hechos antes y después de
11. El nivel de exigencia durante la carrera y la capacidad como
iniciados los estudios universitarios, ya que el alumnado del profesional tras el término de la misma, están íntimamente ligados.
cuestionario 3 es de Secundaria.
12. La implantación del modelo europeo de Bolonia en la carrera de
Participantes en la encuesta: Ingeniero Industrial será POSITIVA.
13. La generalización del uso de software libre en las enseñanzas
-Por número de participantes: de Ingeniería Industrial sería un impulso para proporcionar un
Profesores de Universidad: 28 cambio de modelo docente en cuanto a métodos de enseñanza de
las Ingenierías
Profesores de Secundaria: 20 III.- RELACIÓN ENTRE EN FRACASO EN LAS CARRERAS DE
Total Profesores: 48 INGENIERÍA (RAMA INDUSTRIAL) Y EL ESTUDIO PREVIO DE
TECNOLOGÍA EN SECUNDARIA
Alumnos de Universidad: 185 14. Creo que hay una relación estrecha entre la preparación previa
Alumnos de Secundaria: 72 del alumnado, especialmente en Tecnología de Secundaria, con el
fracaso en la carrera.

351
15. El abandono elevado que se da en la carrera de Ingeniero 5. El fracaso escolar de los estudios de Ingeniero Industrial/ I.T.I. es
Industrial se debe en parte a las carencias que los alumnos que excesivamente elevado.
ingresan, arrastran de la etapa secundaria.
6. La exigencia que se da en las carreras de Ingeniero Industrial/
16. La visión que los alumnos tienen sobre su preparación al inicio I.T.I. es demasiado elevada.
de la carrera, es realista respecto de sus posibilidades.
7. El nivel de exigencia durante la carrera hará que al concluir la
17. El abandono elevado que se da en la carrera de Ingeniero carrera, sea un profesional más capacitado.
Industrial se debe en parte a los altos niveles de exigencia que se
8. La implantación del modelo europeo de Bolonia en la carrera de
dan en las ETS de Ingeniería respecto del nivel que tienen de
Ingeniero Industrial o en la de ITI será buena y estaré más y mejor
etapas anteriores.
preparado.

Cuestionario 2: Alumnos (Universitarios) 9. La obligatoriedad en la asistencia a las clases y el tratamiento de


los créditos, así como el papel del profesor en el modelo de espacio
europeo redundará en una mejor preparación del alumno en las
I.- VALORACIÓN DE LA SITUACIÓN DE LA INGENIERÍA (actualidad) ETS de I.Industrial y las EUITI de I.T.Industrial.
1. El modelo del espacio Europeo (Bolonia) será mejor para la
10. La generalización del uso de software libre en las enseñanzas
preparación de los futuros Ingenieros respecto del modelo
de Ingeniería Industrial sería un impulso para aprender más y de
tradicional.
otro modo, fomentando la compartición de conocimientos entre
2. La exigencia en los estudios de Ingeniería Industrial en la estudiantes de las Ingenierías
actualidad es demasiado elevado.
3. La metodología usada en las ETS de Ingeniería Industrial y las
EUITI en España está obsoleta y es antigua. No se adapta a la II.- RELACIÓN ENTRE EN FRACASO EN LAS CARRERAS DE
realidad. INGENIERÍA (RAMA INDUSTRIAL) Y EL ESTUDIO PREVIO DE
TECNOLOGÍA EN SECUNDARIA
4. El modelo de estructura jerárquica Ingeniero-Ingeniero Técnico-
Técnico que se ha desarrollado en España es el adecuado. 11. Creo que la materia de Tecnología Industrial de Bachillerato me
ayudará a afrontar mejor mis estudios de I.Industrial o de
5. El fracaso escolar de los estudios de Ingeniero Industrial/ I.T.I. es
I.T.Industrial.
excesivamente elevado.
6. La exigencia que se da en las carreras de Ingeniero Industrial/ 12. El abandono elevado que se da en la carrera de Ingeniero
I.T.I. es suficiente. Industrial/I.T.I. se debe en parte a las carencias que los alumnos
7. El nivel de exigencia durante la carrera hará que al concluir la que ingresan, traen de la etapa secundaria, es decir a la mala base.
carrera, sea un profesional más capacitado.
13. Creo que si finalmente estudio I.Industrial o I.T.Industrial,
8. La implantación del modelo europeo de Bolonia en la carrera de acabaré la carrera con seguridad.
Ingeniero Industrial o en la de ITI será buena y estaré más y mejor
preparado. 14. Creo que aunque termine la carrera de I.I./I.T.I., seguramente
9. La obligatoriedad en la asistencia a las clases y el tratamiento de tardaré más años que los establecidos en el plan oficial.
los créditos, así como el papel del profesor en el modelo de espacio 15. Es posible que no acabe la carrera, aunque quiero intentarlo.
europeo redundará en una mejor preparación del alumno en las
ETS de I.Industrial y las EUITI de I.T.Industrial. 16. La razón por la que quiero estudiar una ingeniería es porque
10. La generalización del uso de software libre en las enseñanzas Tecnología Industrial me ha gustado mucho y creo que es muy útil.
de Ingeniería Industrial sería un impulso para aprender más y de
otro modo, fomentando la compartición de conocimientos entre
estudiantes de las Ingenierías

II.- RELACIÓN ENTRE EN FRACASO EN LAS CARRERAS DE


6. CONCLUSIONES FINALES
INGENIERÍA (RAMA INDUSTRIAL) Y EL ESTUDIO PREVIO DE Primeramente se detallan los resultados de las encuestas
TECNOLOGÍA EN SECUNDARIA realizadas a profesores de etapas de secundaria y universitaria. En
11. Creo que la materia de Tecnología Industrial ha hecho que esté la tabla se observa el resultado de la media de las valoraciones
mejor preparado para afrontar mis estudios de I.Industrial o de
I.T.Industrial. otorgadas por los profesores a cada una de las preguntas. El
12. El abandono elevado que se da en la carrera de Ingeniero análisis de dichas valoraciones se realiza seguidamente.
Industrial/I.T.I. se debe en parte a las carencias que los alumnos
que ingresan, traen de la etapa secundaria, es decir a la mala base. De igual modo, se detallan los resultados de las puntuaciones
13. Creo que acabaré la carrera con seguridad. otorgadas por alumnos de niveles de Universidad (tabla 2) y de
14. Aunque termine la carrera, seguramente tardaré más años que alumnos de secundaria (tabla 3). Al igual que en el caso anterior y
los establecidos en el plan oficial.
de forma conjunta, el análisis de los mismos se hace seguidamente
15. Es posible que no acabe la carrera.
a la presentación de los datos.
16. En caso de no acabar la carrera, la razón será con seguridad
los niveles de exigencia que son excesivos e innecesarios.

Cuestionario 3: Alumnos (Secundaria)


6.1. Resultados de las encuestas
MEDIA MEDIA
I.- VALORACIÓN DE LA SITUACIÓN DE LA INGENIERÍA (actualidad) PREGUNTA PREGUNTA
1. El modelo del espacio Europeo de estudios Universitarios Pregunta (EEMM) (UNIV) TOTAL
(Bolonia) será mejor para la preparación de los futuros Ingenieros 1 7,35 8,85714286 8,22916667
respecto del modelo tradicional.
2 6,70 8,89285714 7,97916667
2. La exigencia en los estudios de Ingeniería Industrial/I.T.I. en la
actualidad es demasiado elevado. 3 6,80 8,89285714 8,02083333
3. Creo que la metodología usada en las ETS de Ingeniería 4 7,20 9,46428571 8,52083333
Industrial y las EUITI en España está acorde a lo que esperan las
empresas y lo que se necesita en la sociedad de un Ingeniero o 5 4,05 3,28571429 3,60416667
I.Técnico. 6 7,35 8,89285714 8,25000000
4. El modelo de estructura jerárquica Ingeniero - Ingeniero Técnico 7 5,35 3,67857143 4,37500000
-Técnico que se ha desarrollado en España es el adecuado.
8 6,30 8,35714286 7,50000000

352
9 5,45 4,71428571 5,02083333
6.2. Conclusiones
10 7,30 8,42857143 7,95833333
Como cabría esperar, el conocimiento real de los estudios de
11 5,95 8,39285714 7,37500000 Ingeniería es superior en el caso de los profesores que imparten
12 4,30 3,75000000 3,97916667 docencia en Escuelas Técnicas Superiores o Escuelas
13 5,40 6,39285714 5,97916667 Universitarias de Ingeriría. La visión de unos y otros por lo tanto,
14 5,10 2,60714286 3,64583333
será diferente y en muchas ocasiones, dependiente del papel que
cada uno desarrolle. La media de respuestas se sitúa en 8,23 en la
15 3,50 9,21428571 6,83333333 cuestión referente al conocimiento propio de las enseñanzas de II.
16 2,90 2,82142857 2,85416667 La estimación de los profesores universitarios es de 8,85, siendo
17 4,70 8,10714286 6,68750000 más alta entre los que imparten docencia en Escuelas de
Ingenieros frente a los que lo hacen en EUITI (menos de un punto
Tabla 1: Resultados Profesorado (Secundaria y Universidad)
y medio respecto de la media de los de ETS). La media de los
MEDIA profesores de EEMM es aun sustancialmente menor, 7,35, lo cual
Pregunta PREGUNTA parece lógico al ser profesores procedentes de diversas
1 2,64324324 especialidades. Es notorio que los encuestados entre los
2 6,36216216 profesores de EEMM, solo hay un Ingeniero Industrial, 9 I. T.
3 7,92972973
Industriales y el resto (10), son de otras Ingenierías o de otras
carreras no técnicas.
4 6,80000000
5 8,95135135 De forma más global, el Bloque I del cuestionario 1 se destina a
ello, obteniéndose que la propia percepción de los profesores de
6 8,06486486
EEMM es que su conocimiento de la Ingeniería es mucho menor.
7 4,46486486 Esto ocurre con la coincidencia de experiencia laboral, de
8 2,85945946 preparación académica, de conocimiento de los estudios de
9 2,76756757 Ingeniería y la situación actual de los estudios de Ingeniería.
10 7,48648649 En el conjunto del profesorado y del alumnado se da un claro
11 2,61621622 rechazo generalizado al cambio y a la adaptación de los estudios
universitarios al marco europeo EEES (cuestiones 5 y 12 del
12 2,65405405
cuestionario 1; cuestiones 1 y 8 de los cuestionarios 2 y 3).
13 7,23243243
14 8,83783784 Llama la atención de forma clara que en la pregunta 5 (El modelo
del espacio Europeo es mejor para la preparación de los futuros
15 1,55675676 Ingenieros respecto del modelo tradicional) hay una baja
16 9,14054054 puntuación por parte de los profesores de la Universidad (3,29) y
Tabla 2: Resultados Alumnos (Universitarios) también de los de EEMM (4,05). Esto denota un rechazo claro
generalizado al cambio y a la adaptación de los estudios
universitarios al marco europeo.
MEDIA
Pregunta PREGUNTA
Solo cabe destacar que mayoritariamente, los alumnos no
consideran que la obligatoriedad o el nuevo papel del profesor en
1 3,11111111 el marco de las EEES sean positivos, salvo en el caso del
2 6,52777778 alumnado de Secundaria que considera positivamente este
3 4,88888889 aspecto. Como se ha apuntado ya, una posible razón de este
4 4,43055556
resultado podría deberse a que el alumno de Secundaria entiende
la obligatoriedad de un modo diferente al universitario, al no
5 7,79166667 haberse enfrentado de forma autónoma a las materias.
6 7,84722222
La percepción de la evolución de la exigencia en los estudios
7 6,26388889
universitarios de Ingeniería es, por parte del profesorado, a la
8 3,04166667 baja, más acusado en el caso de los profesores universitarios. Los
9 8,83333333 alumnos consideran que la exigencia es suficiente y en ocasiones
10 8,72222222 excesiva. La creencia de que la exigencia lleva ligada una mayor
posibilidad de éxito profesional es compartida por alumnos de
11 9,37500000
EEMM y los profesores Universitarios en mayor medida, siendo
12 5,25000000 menos considerados por alumnos universitarios y por profesores
13 9,26388889 de Secundaria. Los alumnos de Universidad achacan a la
14 4,91666667 exigencia como una posible causa principal de no poder concluir
la carrera de forma exitosa. Los profesores de Universidad ven
15 1,56944444
claro que el desajuste entre las etapas Secundaria y universitaria
16 4,98611111 en cuanto a exigencia, es un factor determinante del abandono
Tabla 3: Resultados Alumnos (Secundaria)

353
(cuestiones 6, 10 y 17 del cuestionario 1; cuestiones 6 y 8 de los 7. RECONOCIMIENTOS
cuestionarios 2 y 3; cuestión 16 del cuestionario 2). Los autores de este artículo desarrollan su investigación,
El profesorado cree que el nivel de los estudios de Ingeniería ha innovación y docencia en la UNED en el “Grupo de Investigación
descendido en los últimos años (8,25 de media de todos los en Ingeniería Eléctrica y Tecnologías Avanzadas en Educación,
profesores) teniendo esto más claro los profesores universitarios Electrónica, Control, Computadores, Energías Renovables,
(media de 8,89). Sostenibilidad, Movilidad y Comunicaciones” del DIEEC y
quieren agradecer a la UNED su apoyo en este trabajo en base a
En la cuestión 6, en la que se pregunta sobre la exigencia en las las ayudas a las redes de innovación educativa y los proyectos de
carreras de ITI e II, el consenso es amplio. Todos los resultados desarrollo de nuevos materiales con contenido multimedia así
son similares. Las medias de puntuación se sitúan en los 8,06 como nuevos programas de televisión educativa.
puntos (universitarios) y los 7,85 puntos (no universitarios).
Excepto los alumnos de EUITI de mecánica (9,46) por exceso y
los de la ETS de Ingeniería de Elche (6,6) por defecto, el resto REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
coinciden prácticamente en las respuestas, si bien los extremos no [1] Castells, Manuel, VVAA.: Declaración de Barcelona para el
son excesivos, debiéndose probablemente a la situación particular avance del software libre (apéndice G). Barcelona, 2004.
de sus escuelas. Además, en el caso del alumnado de mecánica,
dos de cada tres alumnos son de 1º de carrera y habitualmente este [2] De Cuadra García, Fernando.: Ingeniería: esencia y
tipo de alumnos son los que mayores dificultades encuentran en enseñanza. Anales de Mecánica y Electricidad. Colegio Nacional
ellas por el cambio de ritmo con respecto a la etapa Secundaria, de Ingenieros del ICAI. Julio-Agosto 2004.
anteriormente cursada. [3] Die Zeit , 15-04-2009 Nr. 3, 15 de abril 2009
No se llega a ninguna clara conclusión respecto del modelo [4] Escudero, T.: Condicionantes y capacidad predictiva de la
tradicional Ingeniero- Ingeniero Técnico-Técnico al haber selectividad universitaria, Revista de educación, 283 (1984), pp
opiniones dispares. 249-283.
[5] Latiesa, M.: Rendimiento académico en distintos países y
La percepción del fracaso escolar ente el profesorado no es
centros universitarios. La investigación educativa sobre la
excesiva en los estudios de Ingeniería, ni por parte del
Universidad. Madrid, CIDE-MEC, 1991, pp353-384.
profesorado de Secundaria ni del Universitario. El alumnado sin
embargo si piensa que es excesivo (cuestión 9 del cuestionario 1; [6] Molina Álvarez, Ana Teresa.: Problemática actual en la
cuestión 5 de los cuestionarios 2 y 3). enseñanza de la Ingeniería: una alternativa para su solución.
Revista de la Facultad de Ingeniería Mecánica y Eléctrica de la
El uso libre del software no parece un aspecto relevante en el Universidad Autónoma de Nuevo León (Méjico). Volumen III,
impulso de un cambio real de la metodología ni el concepto número 7. Abril-Junio 2000.
docente. Los resultados no son claros en este aspecto.
[7] Moreno Castillo, Ricardo.: Panfleto antipedagógico.
No es determinante el nivel de respuesta sobre la relación entre Barcelona, 2006.
la Tecnología Industrial como materia de Bachillerato, con los
[8] O'Kean, José María.: España competitiva. Madrid, 2010.
estudios de II e ITI. Si hay mayor creencia entre los profesores
de instituto de la influencia, así como de los alumnos de esa etapa. [9] P.de Landazabal, Bilbao, Otero y Caballero.: Formación
No así ente los profesores y alumnos de Universidad (cuestión 14 inicial y rendimiento en física del primer curso Universitario.
del cuestionario 1; cuestión 11 de los cuestionarios 2 y 3). Este Revista de Educación, num.329 (2002), pp 331-347.
resultado va en la línea de algunas investigaciones en este sentido
[9] en la que los profesores de Universidad entienden que no hay
apenas relación entre la preparación previa y el fracaso.

354
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

MODELO DE GESTIÓN DEL CONOCIMIENTO,


PROCESO DE ENSEÑANZA Y APRENDIZAJE (GC + EA)
Marianella Careaga B Juan Matamala
Universidad Católica de la Santísima Concepción Universidad San Sebastián
Chile Chile
mcareagab@ucsc.cl jmatamala@uss.cl

RESUMEN Key words: Knowledge management, teaching and learning,


model, teacher.
En diferentes contextos de aprendizaje durante la praxis educativa
el docente aprende de sus logros y fracasos durante el desarrollo
de su didáctica particular que por lo general este no es compartido
con sus pares para así otorgar un valor incalculable al
1. INTRODUCCION
conocimiento generado.
En este trabajo, se presenta una propuesta de modelo general La sociedad del conocimiento que se caracteriza por la
utilizando las TIC`s como medio para gestionar el conocimiento globalización, la rapidez del cambio tecnológico, la renovación
concebido durante el proceso de enseñanza y aprendizaje en una constante del conocimiento, entre otros, requiere de las
organización educacional. organizaciones un cambio en la forma que administran el capital
intelectual. Toda organización educativa, necesita gestionar el
conocimiento generado a partir de la metacognición de los
Palabras claves: Gestión del conocimiento, enseñanza- docentes en sus prácticas educativas, capital intangible el que por
aprendizaje, modelo, profesor. lo general, no forma un activo importante para las instituciones,
siendo éste un componente estratégico de la organización. La
actividad pedagógica, es en esencia una actividad humana, la cual
se complementa parcialmente por otros medios, como la Internet,
ABSTRACT medios audiovisuales, etc., y en general carece de una estructura
In different contexts of learning in educational practice the teacher administrativa, que fomente el almacenaje de información de
learns from its successes and failures during the development of manera dinámica. Por otro lado, el conocimiento generado no
their particular teaching that generally this is not shared with their siempre está alineado con las definiciones teóricas, por lo cual su
peers in order to provide invaluable knowledge generated. implementación en las organizaciones, requiere de modelos
flexibles y contextualizados que incorporen todas las dimensiones
In this paper, we present a proposal for a general model using ICT involucradas.
as a means to manage knowledge conceived during the process of
teaching and learning in an educational organization.
2.- CONCEPTOS BÁSICOS

2.1.- CONCEPTOS DE CONOCIMIENTO


Careaga, Marianella., Matamala, Juan. (2010). Modelo de Gestión del Conocimiento, Aunque el término conocimiento está ligado a la existencia misma
Proceso de Enseñanza y Aprendizaje (CG+EA). En J. Sánchez (Ed.): Congreso del hombre ha adquirido en el momento actual una especial
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 355-359, Santiago de Chile.
relevancia, con la aparición de un nuevo paradigma que se

355
comienza a identificar como Nueva Economía y se caracteriza por información concluirá en un aumento del conocimiento,
la rapidez del cambio en las tecnologías que le sirven de soporte ampliando así las posibilidades del pensamiento humano y la
específico, la globalización, el incremento de la cultura económica cultura.
del consumidor o cliente y el conocimiento y la información
(intangibles) como elementos que mayor valor añaden al producto A la luz de las lecturas de las conceptualizaciones de
o servicio (Castro Díaz Balart, 2004) conocimiento se puede deducir algunas características de esta
como:
Karl E. Sveiby, entiende el conocimiento como "capacidad de
actuar". El énfasis de la definición está en la acción: una - El Conocimiento es un conjunto integrado por información,
capacidad para actuar, un conocimiento, solo puede ser reglas, interpretaciones y conexiones puestas dentro de un
demostrado con la acción. contexto y de una experiencia, que ha sucedido dentro de una
organización, bien de una forma general o personal.

El conocimiento que se aprende de otro, no abandona al emisor, - El conocimiento sólo puede residir dentro de un conocedor,
pero se añade al conocimiento del receptor. El conocimiento una persona determinada que lo interioriza racional o
existe dentro de las personas y se deriva de la información, irracionalmente.
aunque no es información simplemente. Los datos, son números, - El conocimiento es una capacidad humana y no una propiedad
palabras, sonidos o imágenes no necesariamente organizados. La de un objeto como pueda ser un libro. Su transmisión implica
información, son datos que han recibido un procesamiento y un proceso intelectual de enseñanza y aprendizaje. Transmitir
tienen un significado claro y definido. El conocimiento, sin una información es fácil, mucho más que transmitir
embargo, implica generar acción con la información que proviene conocimiento.
de esos datos.
- El conocimiento carece de valor si permanece estático. Sólo
Según Puleo [1985], el conocimiento como información genera valor en la medida en que se mueve, es decir, cuando
específica acerca de algo puede referirse a dos entidades es transmitido o transformado.
diferentes: su forma y su contenido. La forma es esencial al - El conocimiento genera conocimiento mediante el uso de la
determinar las condiciones por las cuales algo puede llegar a ser capacidad de razonamiento o inferencia (tanto por parte de
objeto del conocimiento. El contenido se produce bajo influencias humanos como de máquinas).
externas y donde se pueden distinguir dos actividades de la mente:
percibir y concebir. - El conocimiento tiene estructura y es elaborado, implica la
existencia de redes de ricas relaciones semánticas entre
entidades abstractas o materiales. Una simple base de datos,
Rakítov [1989] El conocimiento es "una forma especial de reflejo
por muchos registros que contenga, no constituye per se
de la realidad en el cerebro humano"
conocimiento.
Nonaka [1991], el conocimiento es una fuente segura de ventaja
- El conocimiento para su transmisión es necesario que el
competitiva sostenible. Cuando los mercados cambian, las
emisor (maestro) conozca el contexto o modelo del mundo del
tecnología proliferan, los competidores se multiplican y los
receptor (aprendiz).
productos pronto quedan obsoletos, las compañías con éxito son
aquellas que crean nuevos conocimientos, los difunden - El conocimiento puede estar formalizado en diversos grados,
rápidamente por toda la organización y los aplican a nuevas pudiendo ser también informal. la mayor parte del
tecnologías y productos. conocimiento transferido verbalmente es informal.
- El conocimiento es personal, en el sentido de que se origina y
reside en las personas, que lo asimilan como resultado de su
Para Muñoz Seca y Riverola [1997], el “conocimiento es la
propia experiencia y lo incorporan a su acervo personal.
capacidad de resolver un determinado conjunto de problemas con
una efectividad determinada”. - Su utilización, que puede repetirse sin que el conocimiento
“se consuma” como ocurre con otros bienes físicos, permite
“entender” los fenómenos que las personas perciben y
Prieto I. [2005], el conocimiento es el conjunto de imágenes, también “evaluarlos”, en el sentido de juzgar la bondad o
creencias, significados o experiencias que mejoran la capacidad conveniencia de los mismos para cada una en cada momento.
de entendimiento y que determinan la habilidad para la ejecución
de tareas, la resolución de problemas y la adopción de decisiones. El conocimiento es, por una parte, el estado de quien conoce o
sabe algo, y por otro lado, los contenidos sabidos o conocidos que
Naranjo A. [2006]Desde el punto de vista de las nuevas forman parte del patrimonio cultural de los seres humanos.
tecnologías de la Información define el conocimiento como aquél
Conocimiento representa uno de los valores más críticos para
conjunto de datos sobre hechos y verdades almacenadas en una
lograr el éxito sostenible en cualquier organización, este es un
persona – u otro tipo de agente-, que al ser transmitido
resultado de un proceso interactivo: el aprendizaje.
retroalimenta constantemente por medio de la información el
circuito entre el conocimiento, el pensamiento y el lenguaje
acelerando con esto los procesos culturales, por lo que el
desarrollo de las nuevas tecnologías para la difusión de la Estas características convierten al conocimiento, cuando en él se
basa la oferta de una empresa en el mercado, en un cimiento

356
sólido para el desarrollo de sus ventajas competitivas. En la materias primas fundamentales de la economía y sus productos
medida en que es el resultado de la acumulación de experiencias más importantes.
de personas, su imitación es complicada a menos que existan
representaciones precisas que permitan su transmisión a otras
personas efectiva y eficientemente. En definitiva, El Capital Intelectual lo podemos definir como el
conjunto de Activos Intangibles de una organización que, pese a
El conocimiento constituye el activo más valioso de cualquier no estar reflejados en los estados contables tradicionales, en la
organización en la Sociedad de la Información. Así, hablamos de actualidad genera valor o tiene potencial de generarlo en el futuro
la Sociedad del Conocimiento y de la Economía del (Euroforum, 1998).
Conocimiento. La competitividad de las empresas, y por lo tanto
su supervivencia, depende de que este conocimiento pueda
preservarse y utilizarse de forma eficiente. Los conocimientos de las personas clave de la empresa, la
satisfacción de los empleados, la satisfacción de los clientes, etc.,
son activos que explican buena parte de la valoración que el
mercado concede a una organización y que, sin embargo, no son
recogidos en el valor contable de la misma.
2.2.- CAPITAL INTELECTUAL
El concepto de Capital Intelectual se ha incorporado en los
Está claro que existe un capital que nadie se preocupa por medir y
últimos años tanto al mundo académico como empresarial para
del que nadie informa dentro de la organización, pero que sin
definir el conjunto de aportes no materiales que en la era de
lugar a dudas tiene un valor real. Identificar y Medir el Capital
Intelectual (Activos Intangibles) tiene como objeto convertir en
visible el activo que genera valor en la organización.
la información se entienden como el principal activo de las
empresas del tercer milenio.( Brooking, 1997 ).

2.3.- GESTIÓN DE CONOCIMIENTO


Según Brooking (1997), el capital intelectual no es nada nuevo,
sino que ha estado presente desde el momento en que el primer Algunas definiciones de Gestión del Conocimiento:
vendedor estableció una buena relación con un cliente. Más tarde,
se le llamó fondo de comercio. Lo que ha sucedido en el
transcurso de las dos últimas décadas es una explosión en Gestión del Conocimiento es el arte de crear valor a partir de los
determinadas áreas técnicas clave, incluyendo los medios de activos intangibles de una organización. (Karl Eric Sveiby)
comunicación, la tecnología de la información y las
comunicaciones, que nos han proporcionado nuevas herramientas La Gestión del Conocimiento está relacionada con el uso de la
con las que hemos edificado una economía global. Muchas de información estratégica para conseguir los objetivos de negocio.
estas herramientas aportan beneficios inmateriales que ahora se La gestión del conocimiento es la actividad organizacional de
dan por descontado, pero que antes no existían, hasta el punto de creación del entorno social e infraestructura para que el
que la organización no puede funcionar sin ellas. La propiedad de conocimiento pueda ser accedido, compartido y creado. (Robert
tales herramientas proporciona ventajas competitivas y, por K. Logan)
consiguiente, constituyen un activo. Para Brooking (1997), “con
el término capital intelectual se hace referencia a la combinación La Gestión del Conocimiento es la identificación, optimización y
de activos inmateriales que permiten funcionar a la empresa”. gestión dinámica de los activos intelectuales en forma de
conocimiento explícito o tácito poseído por personas o
comunidades.(David Snowden, IBM)
Edvinsson (1996) presenta el Concepto de Capital Intelectual
mediante la utilización de la siguiente metáfora: “Una corporación
es como un árbol. Hay una parte que es visible (las frutas) y una
parte que está oculta (las raíces). Si solamente te preocupas por las
frutas, el árbol puede morir. Para que el árbol crezca y continúe
dando frutos, será necesario que las raíces estén sanas y nutridas.
Esto es válido para las empresas: si sólo nos concentramos en los
frutos (los resultados financieros) e ignoramos los valores
escondidos, la compañía no subsistirá en el largo plazo”.
Steward (1997) define el Capital Intelectual como material
intelectual, conocimiento, información, propiedad intelectual,
experiencia, que puede utilizarse para crear valor. Es fuerza
cerebral colectiva. Es difícil de identificar y aún más de distribuir
eficazmente. Pero quien lo encuentra y lo explota, triunfa. El
mismo autor afirma que en la nueva era, la riqueza es producto del
conocimiento. Éste y la información se han convertido en las

357
Modelo Educativo Institucional el que nos proporciona los
Reevaluación lineamientos para implementar las estrategias de enseñanza y
Retroalimentación Compartir aprendizaje.
CAV Filtrar TIC`s
Identificar Ajustes y mejora continua Organizar
Usar
La funcionalidad del modelo se basa en los siguientes supuestos:
Toma decisión
Contexto de Aprendizaje
Cultura Reflexión
- En el aula se genera un conocimiento tácito que no se
comparte.
D
- Los docentes pueden acceder a la información que se
E
encuentra en el entorno virtual,
C A
Conocimiento - Aportan sus conocimientos a la comunidad académica;
E
- Transfieren sus conocimientos publicando resultados;
- Son capaces de establecer vínculos con sus pares

Figura 1. Modelo GC+EA

4.- ROL DE LA TECNOLOGÍA EN LA


Nomenclatura: GESTIÓN DEL CONOCIMIENTO
D: Docente
EA: Enseñanza-Aprendizaje En la actualidad, existe mucho interés en la gestión del
conocimiento y en como traspasar este concepto a beneficios para
E: Estudiantes una organización. Muchos de los modelos de GC identifican
distintos aspectos internos y externos que se interrelacionan entre
C: Curriculum
sí, y que influyen en la administración del capital intelectual de
TIC’s: Tecnologías de la Información y comunicación cualquier organización. Entre los factores que influyen en la GC
está la tecnología, que es en gran medida un soporte para la
CAV: Comunidad Académica Virtual gestión, más que para el conocimiento en sí, es decir, tendremos a
nuestra disposición los patrones de comportamiento y
experiencias plasmados en un medio que garantiza seguridad,
3.- MAPA CONCEPTUAL DEL MODELO disponibilidad, y actualización automática.

Existen en la actualidad tecnologías a nuestra disposición que nos


El modelo considera: ofrecen una alternativa interesante a la hora de administrar
conocimiento, tales como portales temáticos con potentes
Contexto de aprendizaje: conformado por los docentes, los buscadores y con distintos niveles de usuarios. Sin embargo, este
estudiantes, las estrategias de aprendizaje y el curriculum. En este tipo de soluciones son un aporte significativo al conocimiento
espacio es donde se promueve inicialmente el Conocimiento y libre en la red, más que para una organización privada. En
este puede suceder tanto en el aula tradicional, laboratorio, definitiva, existen muchas tecnologías de apoyo a la GC, tales
biblioteca, aula virtual, taller entre otros. como:
1. Herramientas de búsqueda y recuperación de la información
Tecnologías de la Información y Comunicación: soporte 2. Herramientas de filtrado y personalización de la información
tecnológico que permite el acceso a fuentes de información y
conocimiento, con un potencial de relaciones comunicacionales e 3. Tecnologías de almacenamiento y organización de la
interpersonales, además es el soporte de la retroalimentación, los información
ajustes y mejora continua de los procesos de enseñanza y el
aprendizaje de los docentes. • Sistemas de gestión de bases de datos (SGBD)
• Data Warehousing
• Asignación de metadatos
Comunidad Académica Virtual constituido por los docentes de 4. Herramientas de análisis de información
la institución.
• Minería de datos (Data Mining)
En este modelo se promueven las interacciones entre los docentes • Minería de textos (Text Mining)
de la institución a través de una plataforma tecnológica. • Árboles de decisión y sistemas expertos
• Razonamiento basado en casos
• Tecnologías de autoorganización (redes neuronales y
asociativas)
• Simulación

358
5. Sistemas de gestión de flujos y comunicación transformarse. Este concepto, nos conduce a pensar que la
tecnología es solo un medio y que el aspecto cultural es uno de los
• Representación de diagramas de flujos de datos (DFD) o más complejos a la hora de querer implementar GC, desde el
herramientas CASE punto de vista del cambio de paradigma a nivel organizacional, y
• Elaboración de mapas de conceptuales o de conocimiento también desde el punto de vista individual en el como entregar y/o
• Comunicación y colaboración grupal (Groupware) recibir el conocimiento.
• Flujo de trabajo (Workflow)
• Portales corporativos (PC)
6. Herramientas de aprendizaje y comercio electrónico (sistemas El aprendizaje de una organización, la Gestión del Conocimiento
de e-Learning y e-Commerce) y el Capital Intelectual son conceptos relacionados y
complementarios, estos si reconocen y potencian pueden ser
7. Sistemas de gestión empresarial (GE) elementos primordiales para una mejora en la calidad de la
Educación.
• Enterprise Resource Planning (ERP)
• Customer Relationship Management (CRM)
• Investigación de mercado
• Gestión estadística REFERENCIAS
8. Herramientas de la Web 2.0
• Blogs [1] Andreu, R.; Sieber, S. (2000), “La Gestión Integral del
• Wiki Conocimiento y del Aprendizaje”, pendiente de publicación en
• Google Docs Economía Industrial.
• otras
[2] Brooking , A. (1997), “El Capital Intelectual”, Paidos
Empresa, Barcelona.
Dentro de estas herramientas de la Web 2.0, existe una [3] Castro D (2004). Ciencia Tecnología y Sociedad. 2da
herramienta importante para la GC denominada “Wiki”. Una edición Editorial científico técnica. La Habana. p.69
Wiki, es un sitio Web colaborativo que puede ser editado por
[4] Edvinsson, L. (1996), “Knowledge Management at
varios usuarios. Los usuarios de una Wiki pueden así crear,
Skandia”, en The Knowledge Challenge Conference, MCE,
modificar, borrar el contenido de una página Web, de forma
Brussels, 30-31 May.
interactiva, fácil y rápida; dichas facilidades hacen de la Wiki una
herramienta efectiva para la escritura colaborativa [Wikipedia]. [5] Euforum (1998), “Medición del Capital Intelectual. Modelo
Para tener una “Wiki” propia, se requiere contar con un servidor Intelect”, IUEE, San Lorenzo del Escorial (Madrid).
Web corriendo Apache, una base de datos MySQL, y el software
de Wiki, montados en servidores propios o externos, dependiendo [6] Gallego, J. Ongallo, C. (2004) Conocimiento y Gestión.
de las políticas de externalización de servicios tecnológicos de Pearson Educación, S.A. Madrid.
cada organización. El uso de esta herramienta, otorga una gran [7] Muñoz S, Riverola J. (1997), “Gestión del Conocimiento”,
flexibilidad a la hora de gestionar la información, descentraliza la Biblioteca IESE de Gestión de Empresas, Universidad de Navarra,
captación de la información, y además agiliza el desarrollo de un Folio, Barcelona.
proyecto en particular.
[8] Prieto, I.M. (2005) “Gestión del Conocimiento para el
desarrollo de la capacidad de aprendizaje en las organizaciones”.
Dentro de los usos de una Wiki tenemos: como herramientas de Universidad de Valladolid. Valladolid
gestión de proyectos: para crear y realizar el seguimiento a la [9] Redding, J., Catalanello, (1994)R. Strategic Readiness: The
documentación de todos los proyectos de una empresa. Como Making of the Learning Organization. Jossey-Bass,
base de conocimiento: las comunidades de interés existen dentro
de una empresa se benefician de la recogida y el intercambio de [10] Steward, T.(1997), “La Nueva Riqueza de las
conocimientos sobre el interés común. Como repositorios Organizaciones: EL Capital Intelectual”, Granica, Buenos Aires.
documentación: especialmente cuando la documentación es rápida
y continuamente cambiante.

El conocimiento se nutre de un elemento importante, los datos, el


cual pertenece en muchos casos, a los sistemas de información
automatizados de muchas instituciones. Esto conlleva, a que los
sistemas de gestión de datos se pudieran entrelazar con los de
gestión del conocimiento, para lograr una mayor precisión en
algunos temas y así poder presentar información al resto de la
comunidad de manera grupal y personal.
Redding y Catalanello (1994) conciben la organización que
aprende como, las empresas que agresiva y sistemáticamente
trabajan para desarrollar su capacidad de aprendizaje, y por
consiguiente su habilidad para continuamente adaptarse y

359
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

TUTORÍA ADAPTATIVA MEDIANTE MANIPULACIÓN DEL


CONTEXTO DE APRENDIZAJE EN AMBIENTES TIC
Clara I. Peña de Carrillo Christophe Choquet
Universidad Industrial de Santander Universidad de Maine
Colombia Francia
clarenes@uis.edu.co christophe.choquet@univ-lemans.fr

RESUMEN 1. INTRODUCCIÓN
Este artículo presenta un caso de estudio relacionado con el
Hoy en día, algunos entornos de aprendizaje soportados en TIC
modelado del contexto de aprendizaje en un entorno educativo
delegan el proceso de toma y adaptación de decisiones a los
soportado por Tecnologías de Información y Comunicación
usuarios humanos como el tutor o profesor o al propio estudiante,
(TIC), con el fin de influenciar la toma de decisiones tutoriales e
mientras que otros le ofrecen directamente al sistema la
implicar directamente a los tutores/profesores en procesos de
posibilidad de adaptar dinámicamente su configuración y
ingeniería y reingeniería de sus escenarios pedagógicos. Como
funcionamiento de acuerdo a las necesidades de sus usuarios. En
producto de investigación se considera la adaptatividad de
cualquiera de los casos, lo que se está haciendo es interpretar el
entornos educativos mediados por TIC como el resultado de la
contexto de aprendizaje para facilitar la toma de decisiones.
transformación iterativa de escenarios pedagógicos predefinidos
con base en la manipulación de variables del contexto de Esa interpretación entonces, podría dar respuesta a los siguientes
aprendizaje tales como el estilo de aprendizaje de los interrogantes de los profesores/instructores/tutores/entrenadores
participantes, su nivel de conocimiento, su desempeño durante el que participan en esta modalidad educativa: Quiénes son sus
desarrollo de las actividades, sus preferencias, sus habilidades e estudiantes, Cómo se están desempeñando, Qué necesidades
inhabilidades, el idioma, el medio de acceso, etc. tienen, Quién debe ser atendido en un momento determinado,
Cómo debe ser atendida esa necesidad, etc. E igualmente a los
Aspectos del lenguaje UTL (Usage Tracking Language) utilizado
interrogantes de los estudiantes: Qué aprender, Cuándo hacerlo,
para el cálculo de indicadores que soportan la toma de decisiones
Cómo hacerlo, Por qué hacerlo, etc. En resumen, tanto los
durante la acción tutorial, son introducidos para dar a conocer los
humanos como el sistema requieren información de la situación
usos observados del escenario pedagógico descriptivo y su
de aprendizaje (contexto) para tomar una decisión efectiva de
semántica, incluyendo la definición de las necesidades de
funcionamiento.
monitorización y los medios requeridos para la adquisición de
datos. La actividad de aprendizaje está centrada en la estrategia de Este documento presenta un caso de estudio enfocado al proceso
resolución de problemas para desarrollar en los estudiantes casos de adaptación de acciones tutoriales sincrónicas con base en la
de buenas prácticas en la programación orientada a objetos manipulación del contexto de aprendizaje de los estudiantes. El
utilizando el lenguaje Java. dominio de aprendizaje considerado es la programación orientada
a objetos mediante el lenguaje Java. La estrategia de aprendizaje
Categorías y Descriptores de Temas es la resolución de problemas a través de un editor de
programación en Java (Hop3X), en sesiones prácticas de 3 horas
I. [Computing Methodologies]: Simulation and Modeling – de duración. Las trazas de la actividad son identificadas y
Context Modeling, Data Mining. modeladas a través del lenguaje UTL con el fin de generar
indicadores de comportamiento que orienten la toma de
Términos Generales decisiones tutoriales y el conocimiento de la situación de
aprendizaje por parte de los estudiantes.
Design, Performance.
La información contextual tenida en cuenta para el caso es de dos
tipos: aquella que puede ser capturada directamente mediante la
Keywords aplicación de cuestionarios (antes, durante y después de la sesión
de aprendizaje, según el caso), como por ejemplo, el estilo de
Modelado del contexto educativo, tutoría adaptativa, escenario
aprendizaje (con el instrumento ILS [8] del modelo de estilos de
pedagógico, Usage Tracking Language, estilos de aprendizaje,
aprendizaje de Felder [5]); el nivel de conocimiento (preguntas
entornos de aprendizaje adaptativos.
sobre contenidos del dominio de aprendizaje); las preferencias
(preguntas sobre gustos subjetivos), etc. Y aquella que es
Peña de Carrillo, Clara., Choquet, Christophe. (2010). Tutoría Adaptativa Mediante
Manipulación del Contexto de Aprendizaje en Ambientes TIC. En J. Sánchez identificada o calculada de las acciones llevadas a cabo por los
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 360-367, estudiantes en el ambiente de aprendizaje (contexto interactivo),
Santiago de Chile.

360
como por ejemplo, la infraestructura tecnológica de acceso que organizar recursos y servicios para definir una actividad de
puede definir el formato y el medio de distribución de la acción aprendizaje.
tutorial y, los indicadores, que permiten la definición de las
Estos sistemas son generalmente simples en términos de
competencias, habilidades y destrezas desarrolladas durante la
escenarios pedagógicos porque: a) los profesores no tienen
actividad y que condicionan el cumplimiento de los objetivos de
oportunidad de desarrollar/adaptar recursos efectivos para su
aprendizaje, el secuenciamiento del currículo, la actualización del
actividad y b) los profesores tienen grandes dificultades para
nivel de conocimiento, del estilo de aprendizaje, etc.
“predecir” diferentes alternativas en el escenario de su actividad
Para la formalización de técnicas de minería y análisis de datos así de aprendizaje. En muchos de estos casos ellos se sienten
como para su capitalización como patrones de diseño y análisis frustrados y por lo tanto desmotivados a utilizar efectivamente el
del contexto interactivo, se introducen características del lenguaje sistema.
UTL [3] que permite expresar de manera declarativa y genérica
los métodos automáticos para la recolección de datos y el cálculo
de indicadores significativos [7] para los usuarios (investigadores,
diseñadores de software educativo, profesores y estudiantes) que
pueden ser interpretados por técnicas de minería de trazas [14]
desde cualquier ambiente de aprendizaje basado en TIC.
Este documento está organizado de la siguiente manera: la sección
2 ofrece características del modelado del contexto aplicado al caso
Figura 1. Descripción formal de la acción tutorial
de estudio. En la sección 3 se presenta el desarrollo del caso con
basada en el modelado del contexto
actividades de aprendizaje llevadas a cabo mediante la estrategia
de resolución de problemas y finalmente la sección 4 cierra el Este trabajo trata de ofrecer un puente entre las dos situaciones
documento con las conclusiones más relevantes y propuestas de identificadas. Considerando las dificultades para definir un
trabajo futuro. escenario pedagógico predictivo consistente, el modelado del
contexto estimula la definición de la acción tutorial sobre la
2. MODELADO DEL CONTEXTO marcha y ofrece posibilidades para su capitalización, con la ayuda
de patrones UTL. Luego, este conocimiento se puede utilizar de
2.1 Generalidades dos maneras:
1. Durante la sesión de aprendizaje mediante el reconocimiento
El contexto en escenarios de enseñanza/aprendizaje basados en
y coincidencia de patrones entre contextos capitalizados y
TIC juega un papel importante para la definición de los servicios
efectivos, el sistema puede proponer posibilidades de tutoría
educativos a ofrecer. Su identificación, representación y modelado
al profesor.
son fundamentales para condicionar la manera de actuar de sus
usuarios finales (profesores, tutores y estudiantes). El contexto 2. Después de la sesión de aprendizaje, el conocimiento
educativo para el caso presentado en este trabajo tiene una capitalizado puede ser utilizado por los profesores, para
dimensión global que es el escenario pedagógico considerado en enriquecer el escenario predictivo con la definición de
sus dos niveles de funcionamiento: el nivel del diseño nuevas alternativas (esto es posible también durante una
instruccional y el nivel de aprendizaje/tutoría (escenario sesión de tutoría sincrónica); por los desarrolladores de
interactivo). Modelar este contexto implica encontrar coincidencia software para mejorar el escenario de aprendizaje
entre el contexto del usuario (situación del tutor o del estudiante) propiamente dicho (interfaces, presentación de los objetos de
y el contexto del servicio (por ejemplo, tutoría y aprendizaje) con aprendizaje, medios de acceso, etc.) o por la administración
el fin de ofrecer el servicio apropiado al usuario [1]. institucional para ayudar en el diseño de programas de
entrenamiento/cualificación para profesores en el
La Figura 1 resume a nivel de fórmula la idea del modelado del
mejoramiento de sus habilidades pedagógicas y digitales.
contexto propuesta para llevar a cabo procesos de tutoría
adaptativa en sistemas de aprendizaje basados en TIC. Con esta se En la Figura 2 se puede observar cómo el proceso de modelado
pretende dar respuesta a la siguiente pregunta abierta sobre diseño del contexto se puede articular con las fases de diseño,
instruccional: ¿Cómo involucrar a los profesores/tutores en la implementación y explotación de un escenario pedagógico.
función del diseño de su escenario pedagógico durante el
desarrollo del proceso de ingeniería de un ambiente de
aprendizaje basado en TIC?. Básicamente los actuales entornos se
clasifican en dos categorías:
1. Sistemas que han sido diseñados por expertos en Tecnologías
de Información (IT), como los Sistemas de Tutoría
Inteligente (ITS), por ejemplo, principalmente sin la
participación de los usuarios finales. Luego, estos sistemas
son propuestos a los profesores para su apropiación.
2. Sistemas que han sido diseñados para plataformas genéricas,
como los LMS (Learning Management Systems) donde los
usuarios finales (por ejemplo, los profesores) pueden

361
Figura 2. Articulación del modelado del
contexto en el ciclo de vida de un escenario
pedagógico
2.2 Metamodelo

Figura 3. Metamodelo del proceso de modelado del contexto para el caso de


estudio

El metamodelo que representa el proceso de modelado del variables y relaciones entre elementos de este escenario
contexto para el caso de estudio, involucra y enlaza información pedagógico se describen como sigue:
de: un diseño de aprendizaje particular (para facilitar el 1. La dimensión principal se maneja como una Unidad de
aprendizaje adaptativo); los estudiantes que llevarán a cabo las Aprendizaje soportada por el contexto de modelos de
actividades de aprendizaje; los profesores/tutores o entrenadores aprendizaje, modelos del dominio y teorías de modelos de
quienes ofrecerán apoyo a estas actividades (teniendo en cuenta enseñanza/aprendizaje.
no solo su experticia a nivel de contenidos sino también en la
cultura digital) y el contexto interactivo (hardware, software, 2. El contexto del modelo de aprendizaje involucra
conectividad, políticas institucionales, etc.). Todo esto como elementos del Cómo los estudiantes aprenden de acuerdo a
medio para motivar y asegurar el ciclo de vida del aprendizaje las teorías de aprendizaje propuestas. Las características del
(ver Figura 3.). contexto de la situación de aprendizaje pueden determinar en
un momento dado la filosofía educativa, el modelo
El escenario pedagógico permite la definición de escenarios instruccional o un diseño más práctico de Unidades de
descriptivos y predictivos para aprendizaje adaptativo apoyados Aprendizaje. Por ejemplo, un contexto detallado de este
por el contexto de objetos de aprendizaje estructurados según modelo podría estar relacionado con el Qué aprende un
premisas del modelo de estilos de aprendizaje de Felder [5] y estudiante o grupo de estudiantes; en Cuál dominio
utilizados según [13] para favorecer la personalización de describen, analizan, experimentan, estudian, resuelven
contenidos, retroalimentación y recomendaciones. Este contexto problemas, exploran o responden preguntas; Cómo ocurre el
ofrece actividades a los estudiantes para el logro de uno o más aprendizaje y los procesos de transferencia de conocimiento;
objetivos de aprendizaje interrelacionados, lo cual significa, que Cómo están los estudiantes motivados a llevar a cabo las
una unidad de aprendizaje según las especificaciones de [11] no actividades; Cómo se recolecta el resultado del aprendizaje;
puede ser separada de sus componentes sin considerar su Cuales medios (hardware, software, infraestructura física,
significado semántico y pragmático y su efectividad frente al logro políticas institucionales, etc.) hacen posible el desarrollo de
de los objetivos de aprendizaje. Se pretende además, que este las actividades; Cómo es monitorizada y asistida por los
contexto sea mejorado o refinado tomando como base patrones tutores la actividad de aprendizaje, etc. En resumen, el
tutoriales resultantes del análisis de trazas (en el escenario de modelo de aprendizaje incluye las actividades de aprendizaje
aprendizaje/tutoría en tiempo de ejecución). Las dimensiones, propiamente dichas y su contexto.

362
3. El modelo del dominio, describe el tipo de contenido y su en donde los indicadores juegan el papel de “testigos” de los
organización utilizado para apoyar la actividad (por ejemplo, efectos de las intervenciones tutoriales a través de su positiva
temática, objetos de aprendizaje, reglas de secuenciamiento o negativa evolución. En la Figura 4 se puede observar bajo
del currículo, etc.). el modelo conceptual del UTL, la estructuración del
modelado del contexto propuesto para el caso de estudio
4. En el modelo del estudiante se tienen en cuenta objetivo de este trabajo.
características de los estudiantes participantes como su
identificación, objetivos, estilo de aprendizaje,
competencias, evaluación formativa, intereses, preferencias,
nivel de conocimiento, etc. Normalmente varios de estos
valores pueden definir patrones para adaptación de las
acciones tutoriales. Parte de esta información se está
actualizando continuamente con elementos del contexto de
interactividad.
5. El contexto de análisis de trazas, utiliza el lenguaje UTL para
modelar los indicadores de tutoría y aprendizaje con el fin de
capitalizarlos como patrones de diseño para la creación de
métodos y herramientas que ayuden a los profesores/tutores
en los procesos de monitorización y análisis del progreso de
la situación de aprendizaje del estudiante. Esto permite
orientar la acción tutorial y los procesos de reingeniería de
los escenarios pedagógicos utilizados según como se
requiera. Un indicador en este contexto se define según [10]
como una variable que describe características relacionadas
con: (a) la calidad de la actividad de aprendizaje desde el
punto de vista de proceso cognitivo, b) la calidad del proceso
de interacción o, (c) la calidad del proceso de colaboración,
si la actividad se ha llevado a cabo en un contexto social de
aprendizaje soportado por TIC.
El UTL fue diseñado como un lenguaje genérico para
describir trazas y su semántica, incluyendo la definición de
las necesidades de observación y los medios requeridos para
la adquisición de datos. Este lenguaje también permite la
estructuración de las trazas con base en datos “crudos o en
bruto” adquiridos o generados en un contexto interactivo,
con el fin de facilitar el cálculo de indicadores que ayuden a
los profesores/tutores a modelar su acción tutorial y a los
estudiantes conocer su progreso en el aprendizaje.
Figura 4. Modelado del contexto de tutoría con base en
el modelo conceptual del UTL

3. DESARROLLO DEL CASO


3.1 Objetivos
1. Monitorizar el comportamiento de los estudiantes cuando
resuelven problemas de programación en lenguaje Java con el fin
de ofrecer acciones tutoriales adaptadas al contexto de
aprendizaje.
2. identificar y describir dimensiones para procesos de
reingeniería del escenario pedagógico.
Figura 5. Estructura del dominio de aprendizaje 3. Probar el desempeño del lenguaje UTL y su efectividad en el
cálculo de indicadores determinantes de la acción tutorial.
Gracias a la evolución en el tiempo de estos indicadores, los
profesores/tutores pueden observar el impacto de sus
3.2 Contexto Global Estudiantes/Profesores
intervenciones [9] en el aprendizaje del estudiante e Dos experimentos se llevaron a cabo en modalidades de
igualmente reconsiderar una intervención mediante la aprendizaje mezclado y educación a distancia. Para el caso de
selección de una nueva estrategia remedial. Este proceso se aprendizaje mezclado se desarrollaron 4 sesiones de prácticas en
conoce como el de auto-regulación de la acción tutorial [9] las aulas de informática de la universidad (computadores

363
personales multimedia; sistemas operativos Windows, Linux y El dominio fue estructurado con la propuesta de 12 problemas de
MacOS; red local de 100 Mbps sin acceso a Internet, plataforma programación, secuenciados estáticamente con niveles
Hop3X – editor de programación Java – interfaces estudiante y incrementales de dificultad y tipo de competencia, lo cual
profesor respectivamente), para grupos independientes de 15 significaba que las respuestas o logros de los problemas
estudiantes supervisados y atendidos por 1 tutor. El estilo de precedentes eran requeridos como prerrequisito para continuar
aprendizaje predominante según la clasificación dicotómica de resolviendo la totalidad de los problemas, sin embargo, los
Felder fue: en la dimensión de procesamiento – neutral; en la estudiantes tenían libertad de navegación entre los diferentes
dimensión de percepción – sensitivo; en la dimensión del formato problemas.
de entrada – visual y en la dimensión de progreso – neutral. El
La Figura 5 presenta el esquema XML de la estructura de este
nivel de conocimiento general de inicio fue catalogado como
dominio.
básico dentro de la escala: básico, normal, experto.
Para el aprendizaje a distancia, se realizaron 6 sesiones
igualmente independientes para grupos de 15 estudiantes
supervisados y atendidos por un tutor. El contexto tecnológico fue
similar al utilizado para el aprendizaje mezclado pero con el tutor
actuando desde su oficina a través de la red local. A los
estudiantes se les habilitó el acceso a Internet con el fin de que
pudieran consultar objetos de aprendizaje ubicados fuera del
dominio de la red institucional. El estilo de aprendizaje
predominante considerando la clasificación de Felder fue: en la
dimensión de procesamiento – Activo; en la dimensión de
percepción – neutral; en la dimensión del formato de entrada –
visual y en la dimensión de progreso – neutral. El nivel de
conocimiento general de inicio fue catalogado cómo básico en la
misma escala de básico, normal y experto.
Figura 6. Trazas de acciones de un estudiante
Los estudiantes eran principiantes programadores en Java pero
conocían la programación orientada a objetos porque habían visto
un curso introductorio de la misma en el cual se trataron
conceptos básicos y habían hecho prácticas programando en
lenguaje Ruby. 3.4 Contexto del Entorno de Aprendizaje y
3.3 Contexto del Dominio de Aprendizaje Tutoría
El dominio de aprendizaje se definió como Programación Profesores y estudiantes fueron llamados a realizar sus actividades
orientada a Objetos con Java soportado en temáticas relacionadas correspondientes utilizando el entorno Hop3x, un editor de
con Clases, Objetos, Instancias, Paso de Mensajes, Herencia, programación orientada a objetos programado en lenguaje Java,
Encapsulación, Sobrecarga de Métodos, Redefinición de Métodos funcionando en arquitectura cliente-servidor independiente del
y Polimorfismo. sistema operativo. En este entorno, cada acción realizada a través
de sus interfaces cliente generaba un evento “XML Hop3x” (o
Cómo objetos de aprendizaje se identificaron acciones tutoriales traza, ver ejemplo en Figura 6.) que era enviado al servidor para
prescriptivas y del sistema como: instrucciones para el desarrollo ser utilizado posteriormente en tareas de soporte a tutorías
de la actividad, mensajes personalizados del compilador de Java sincrónicas o asincrónicas como: observación, recarga, re-
(se amplió su descripción y se incluyeron ejemplos de tal manera ejecución, simulación y cálculo de indicadores.
que el estudiante pudiera tener una explicación más amplia del
por qué del evento cuando éste se sucediera), enlace a Los indicadores fueron diseñados previamente por el UTL de
documentos de soporte a las convenciones de programación en acuerdo a las necesidades de observación propuestas por los
Java (java.sun.com/docs/codeconv), apuntes de clase, etc. Y, tutores y se calcularon y clasificaron en tiempo de ejecución en
acciones tutoriales reactivas o proactivas generadas durante la dos categorías: Específicos los que estaban directamente
sesión o consultadas a través del repositorio existente mediante el relacionados con el rendimiento del estudiante durante el
suministro de patrones clave (por ejemplo, se podía buscar por desarrollo de tareas específicas de programación en Java de
temáticas tutorizadas, por estilo de aprendizaje, por tipo de acción acuerdo a lo planteado en los problemas. Por ejemplo, indicadores
tutorial, por dimensión, modalidad o combinaciones de todas las a cerca del conocimiento del estudiante sobre la diferencia entre
variables del contexto tenidas en cuenta en la decisión). sobrecarga y redefinición de métodos; acerca de la existencia o
ausencia de parámetros específicos, etc. Y, transversales, los que
La estrategia de aprendizaje fue definida como aprendizaje no tenían relación directa con el objetivo de la práctica pero si con
basado en problemas (no colaborativo), durante el cual los la manera como se desarrollaban las tareas para lograr los
profesores/tutores fueron llamados a dar soporte al estudiante en objetivos. Por ejemplo, indicadores a cerca del uso de una
el logro de los objetivos y en el logro de buenas prácticas en estructura correcta para el programa, o relacionados con el
programación con el lenguaje Java. número de objetivos de aprendizaje alcanzados, o acerca del
número de veces que compiló o ejecutó el programa, etc. Ver en

364
la Figura 7, un ejemplo del formato en el que se almacenaban los visuales se tratarían de seleccionar formatos multimedia y
datos de estos indicadores. para los estudiantes verbales, formatos textuales o de audio
6. Igualmente si la acción tutorial se empaquetaba en mensajes
textuales o multimedia, se podrían incluir enlaces a otros
3.5 Contexto de la acción tutorial objetos de aprendizaje con el fin de ilustrar mejor las
explicaciones. El análisis de las trazas de los estudiantes
Los profesores/tutores fueron llamados a realizar su acción frente a la visita o no de estos enlaces (logs de servidores
tutorial manejando las siguientes variables de decisión: proxy) podrían generar indicadores interesantes sobre la
1. Tipo de intervención: que podría definirse como reactiva, si efectividad del contenido propuesto.
la acción correspondía a una solicitud directa hecha por el
estudiante, o, proactiva si el tutor decidía llevar a cabo la 3.6 Resultados
acción tutorial porque había hecho un análisis previo del
contexto de la situación de aprendizaje del estudiante. Por 3.6.1 Con relación al desempeño de los profesores
ejemplo, había evaluado sus indicadores de rendimiento en el Los profesores estuvieron muy motivados con el desarrollo de la
desarrollo del problema; había analizado las trazas de la experiencia porque pudieron comprobar la efectividad de sus
actividad realizada hasta el momento, etc. El Cómo construir acciones tutoriales en el aprendizaje del estudiante. Sin embargo,
el mensaje de tutoría, Cuáles objetos de aprendizaje utilizar se notó cierta tendencia a su deseo de continuar siendo actores
para complementar la retroalimentación y por qué medio principales del proceso educativo ya que algunas acciones (20%)
sería distribuido ese mensaje eran resultado del análisis del estuvieron encaminadas a prácticamente darle al estudiante la
estilo de aprendizaje del estudiante y de su contexto solución completa del problema.
tecnológico de acceso (ver interface de consulta en Figura 8).
Las acciones tutoriales recopiladas en el repositorio de la
2. Dimensión de la intervención: que de acuerdo con [4] debía experiencia (500 aproximadamente), permitieron al profesor
ser, didáctica si la acción tenía que ver con los contenidos revisar y corregir su desempeño, para realizar procesos de
enseñados; metodológica si la retroalimentación estaba mejoramiento, autorregulación de actividades futuras y
orientada sobre la manera de llevar a cabo la resolución del reingeniería de los escenarios pedagógicos.
problema; técnica si la acción tutorial estaba encaminada a
solucionar un problema técnico relacionado con el hardware
y software involucrado o motivacional, si el estudiante
requería cierta motivación para desarrollar la actividad a
gusto. Por ejemplo, varias de estas dimensiones se podían
manejar a la vez, ya que si al final se le motivaba al
estudiante con mensajes positivos para que continuara su
actividad, la dimensión podía ser en todos los casos la
directamente relacionada con la situación más la
motivacional.
Figura 7. Formato de datos de un indicador
3. Modalidades de la intervención, siguiendo las orientaciones
de [2] que incluían: vinculación, si la acción tutorial estaba
enfocada sobre los intereses de los estudiantes en torno a los
requerimientos de las tareas; reducción de los grados de
libertad, si la tutoría estaba enfocada en la simplificación de
la tarea por medio de la reducción de pasos para llegar a la
solución; orientación al estudiante, si se trataba de ayudar en
el logro de los objetivos conservando la motivación;
identificación de las características cruciales de la tarea, si
esto era apropiado para su desarrollo; control de frustración,
si la acción tutorial se enfocaba a evitar el abandono de la
tarea y finalmente, presentación de modelos de resolución, si
se consideraban necesarios para ayudar en la resolución del
problema pero sin ofrecer completamente la respuesta.
4. Indicadores, que eran calculados de acuerdo a lo descrito en
la sección 3.4. Estos valores orientaban la acción tutorial
hacia el nivel de conocimiento que tenían los estudiantes
sobre el dominio específico de cada problema o a la situación
general de aprendizaje de la actividad.
5. Finalmente, el mensaje que acompañaba la acción tutorial en
sí, que se podía construir en el formato adecuado
dependiendo del contexto tecnológico del estudiante y de su
estilo de aprendizaje. Por ejemplo, para los estudiantes

Figura 8. Consulta de la situación de aprendizaje


365
.
Se observó que el desempeño efectivo del profesor en este tipo de haya realizado el estudiante para completar el conocimiento
actividades está sujeto a las habilidades y destrezas que tenga requerido. Por ejemplo, si se analizaran las trazas del servidor
frente a la cultura digital y pedagógica requerida. Por ejemplo, proxy, se podría determinar si el estudiante estuvo navegando
cada sesión debe ser preparada previamente en la definición del sobre los objetos de aprendizaje propuestos o si realizó una
dominio de aprendizaje, utilizando una semántica clara y acorde búsqueda por su cuenta de algunos otros, etc. La efectividad de
con la manera en la que fueron introducidos los conceptos en unos u otros en el logro del aprendizaje se podría inferir del
clase; en la identificación de los objetivos de aprendizaje; en la número de visitas realizadas o del tiempo de duración de las
identificación de los perfiles de los estudiantes participantes y del mismas. Y, si por el contrario, no hay registro de este tipo de
nivel de conocimiento con el que ingresan a la práctica, e navegación, se podría identificar si se estuvieron consultando las
igualmente y con la misma importancia, en la búsqueda de ayudas propuestas en el entorno o si simplemente y por descarte,
posibles nuevos objetos de aprendizaje que puedan complementar el estudiante o estuvo revisando las notas de clase o estuvo
las acciones durante el tiempo de ejecución de la tutoría, teniendo realizando actividades ajenas al caso de estudio.
en cuenta un balance para cubrir todos los estilos de aprendizaje
El número de indicadores por “bajo rendimiento” generados
involucrados, con el fin de que esta variable no se convierta en
durante la resolución de cada problema, se redujo cuando el
camisa de fuerza a la hora de definir el “mensaje” tutorial.
estudiante puso en práctica la tutoría recibida. Esta situación pudo
La efectividad en el uso de los indicadores puede ser mayor si el ser identificada por los profesores/tutores para comprobar la
profesor/tutor ha participado previamente en la definición de las efectividad de sus acciones.
necesidades de observación (diseño de los indicadores) que
El rendimiento del UTL en el cálculo de indicadores fue
requiere para su sesión.
excelente, sin embargo se recomienda el manejo de grupos no
3.6.2 Con relación al desempeño de los estudiantes mayores a 15 estudiantes en cualquier modalidad educativa y para
acciones tutoriales sincrónicas si la cantidad de indicadores a
La motivación para llevar a cabo la experiencia fue relativa e calcular es considerable.
influenciada por variables como el nivel de conocimiento del
dominio, las preferencias, la disponibilidad para el uso correcto 3.6.4 Con respecto a la identificación de elementos
del tiempo programado, el deseo por adquirir o mejorar las para procesos de reingeniería
competencias en programación en Java, el estilo de aprendizaje,
los medios tecnológicos de acceso, las políticas institucionales La definición de los objetivos de aprendizaje se debe mejorar en
para evaluación del curso, etc. estructura y claridad. Muchos estudiantes no entendieron por
ejemplo, cómo utilizar efectivamente el tiempo asignado para la
Por ejemplo, como en general la experiencia no tenía más resolución de cada problema, cómo se evaluaría su desempeño
“incentivo” que el deseo individual de cada estudiante por para avanzar en el currículo, en qué consistía exactamente el
desarrollar buenas prácticas en programación, algunos estudiantes “resolver el problema” fuera de obtener unos valores específicos,
no se responsabilizaron de participar en la actividad etc. Esto se pudo deducir de las acciones tutoriales realizadas.
completamente porque prefirieron dedicarle más tiempo a aquellas
por las que sí recibirían una “calificación”. El tiempo de descanso (“coffee break”) para profesores/tutores y
estudiantes se debe determinar claramente al comienzo de la
Los estudiantes tutorizados en general trabajaron correctamente y sesión, esto permitirá el detener y arrancar el cálculo de los
trataron de lograr al máximo los objetivos de aprendizaje indicadores de acuerdo a la disponibilidad de los participantes.
propuestos.
La descripción de los problemas (estructuración del dominio) se
3.6.3 Con relación al desempeño de la plataforma y debe mejorar considerando la misma semántica utilizada en las
del UTL clases para introducir los conceptos, por ejemplo, el problema
relacionado con la “redefinición del método Equals” fue muy
Se observó que la relevancia de los indicadores debe mejorar. complicado de entender, la mayoría de las acciones tutoriales
Hubo mucha información generada a través de estos que no fue estuvieron encaminadas a la explicación del mismo. Se detectaron
utilizada por los profesores/tutores debido a que algunos de ellos en los estudiantes ciertas misconcepciones relacionadas con este
no participaron directamente en la fase de diseño de las proceso.
necesidades de observación antes de ejecutar la sesión.
Los problemas se deben poder asignar dinámicamente teniendo en
El nivel de conocimiento actualizado con patrones ofrecidos por cuenta la evolución de los indicadores relativos al nivel de
los indicadores, en un momento dado puede ayudar a determinar conocimiento del estudiante. Esto evitará los intentos de “copia y
factores para el secuenciamiento del currículo de la experiencia, pegue” en las soluciones y orientará la actividad en la definición
por ejemplo, el nivel de dificultad de los problemas, el tipo de de caminos de navegación según el índice de desempeño de los
competencia, el número de problemas a resolver, etc. estudiantes.
El número de problemas resueltos puede ser un buen indicador La interface Hop3x del profesor debe permitir la distribución de la
resultante de la evaluación del logro de los objetivos de información manejada a través de dos monitores con el fin de
aprendizaje. ofrecer comodidad en la consulta de las variables del contexto en
el momento de la construcción y empaquetamiento del mensaje
El tiempo de inactividad en el escenario propio de resolver el
tutorial.
problema de programación propuesto, puede ser un buen
indicador para determinar las actividades “extra-curriculares” que

366
La acción tutorial debe poder reutilizarse en la sesión de manera analysis in learning systems: existing approaches and
selectiva por tipo o grupo de estudiantes con patrones de scientific issues, 18 (2), 161-184.
comportamiento similares.
[4] Després C. 2001. Modélisation et Conception d'un
Environnement de Suivi Pédagogique Synchrone d'Activités
4. CONCLUSIONES Y TRABAJO FUTURO d'Apprentissage à Distance, Thèse de Doctorat, France.
El lenguaje UTL es una herramienta versátil que puede ser
[5] Felder, R. 1996. Matters of Style. ASEE Prism, 6(4), 18-23.
utilizada para tareas complejas derivadas del análisis de trazas
como el modelado del usuario, modelado del contexto y muchos [6] Felder, R. (2010a). Richard Felder’s Education-Related
otros procesos que involucren gran tratamiento de información. Publications. Retrieved on September 15, 2010 from:
En los sistemas de aprendizaje mediados por TIC, se puede
utilizar a manera de capa transparente para llevar a cabo procesos http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Pap
de personalización y clasificación considerando información ers/Education_Papers.html#Tests
recolectada en trazas. Su arquitectura basada en formatos de datos [7] Harrer, H., Martinez-Mones A., & Dimitracopoulou A. 2009.
XML puede ser procesada fácilmente por sistemas de cómputo sin Users’ data: collaborative and social analysis, Technology-
tener que considerar esquemas complejos de bases de datos. Enhanced Learning – Principles and Products, Eds: Nicolas
Un caso de estudio relacionado con el modelado del contexto para Balacheff, Sten Ludvigsen, Ton de Jong, Ard Lazonder,
ofrecer tutoría adaptativa sincrónica en ambientes de aprendizaje Sally Barnes, Lydia Montandon – Dordrecht : Springer
mediados por TIC, fue presentado como herramienta para Verlag, Chapter 11, 175-193.
involucrar a profesores/tutores en procesos de reingeniería de sus [8] ILS: Index of Learning Styles. Retrieved from:
escenarios pedagógicos. Variables como el estilo de aprendizaje y http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/ILS
el nivel de conocimiento frente al dominio de aprendizaje de la page.html.
programación en Java, fueron considerados como elementos
básicos para definir las necesidades de observación requeridas en [9] Interaction and collaboration analysis supporting teachers’
el análisis de trazas y la generación de los indicadores de tutoría. and students’ self-regulation. 2004. ICALTS JEIRP delivers
1, 2 and 3. Retrieved from:
Los resultados de la experiencia ofrecieron posibilidades de http://www.rhodes.aegean.gr/ltee/kaleidoscope-icalts.
mejoramiento de los productos de investigación relacionados con
la construcción de escenarios pedagógicos abiertos y dinámicos [10] Interaction analysis supporting participants in Technology-
para sistemas adaptativos de aprendizaje basados en TIC. Based Learning activities. 2005. IA JEIRP delivers 1, 2 and
3. Retrieved from:
Actualmente se llevan a cabo a través de los proyectos [13] y [16] http://www.rhodes.aegean.gr/ltee/kaleidoscope-ia.
acciones para la formalización de este proceso de modelado del
contexto con el fin de ofrecer una manera uniforme de especificar [11] Koper, R. 2001. Modeling units of study from a pedagogical
modelos, conceptos, subconceptos, relaciones, propiedades y perspective: the pedagogical metamodel behind EML. OUNL
hechos que permitan compartir el conocimiento contextual y Technical report, Heerlen, the Netherlands.
reutilizar su información básica. [12] LIUM, http://sciences.univ-lemans.fr/L-I-U-M-Laboratoire-
d-Informatique.
5. AGRADECIMIENTOS [13] PEDALO: research project at LIUM lab: support to learning
Los autores agradecen a los proyectos de investigación REDiM Java programming by the Hop3X environment, Université du
[16] y PEDALO [13] de la Universidad de Maine (Francia) [17] Maine, France.
por el soporte financiero a este investigación y a los estudiantes de [14] Peña, C.I. 2008. Adaptive and assisted educational
doctorado y profesores del LIUM [12] que de una u otra manera hypermedia. (ed)VDM Verlag Dr.Müeller e.K.
estuvieron involucrados en los experimentos llevados a cabo para
el desarrollo del caso de estudio presentado. [15] Pham Thi Ngoc D., Iksal S., & Choquet C., 2010. Re-
engineering of pedagogical scenarios using the Data
REFERENCIAS Combination Language and Usage Tracking Language. (5-7
juillet 2010) The 10th IEEE International Conference on
[1] Ariza, C. 2006. Application of a context model in context- Advanced Learning Technologies (ICALT 2010).
aware mobile government services. (Dissertação submetida
para obtenção do grau de Mestre em Sistemas de Informação, [16] REDiM: réingénierie des EIAH dirigée par les modèles :
2006). Universidade do Minho, Portugal. research project at LIUM Lab, Université du Maine, France.
[2] Bruner, J. S. 1983. Child's talk. New York: W. W. Norton. [17] Université du Maine. http://www.univ-
lemans.fr/fr/index.html
[3] Choquet, C. & Iksal, S. 2007. Modeling tracks for the Model
Driven Reengineering of a TEL System. Journal of
Interactive Learning Research (JILR), special issue usage

367
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

Fonoaudiologia e Tecnologia Educacional: O uso do


Áudio Instrucional em Ambientes Virtuais de Ensino e
Aprendizagem

Flávia Cavalcanti da Rocha Dutra Ricardo José de Souza Silva Diogo Oliveira Chaves de Arruda
Departamento de Ensino – Educ. Infantil Programa de Pós-Graduação em Departamento de Informática
e Fundamental I Educação Matemática e Tecnológica Educacional
ARIC Colégio Damas da Instrução Cristã Universidade Federal de Pernambuco ARIC Colégio Damas da Instrução Cristã
Brasil Brasil Brasil
ied.coord@colegiodamas.com.br ricardo.silva.br@gmail.com diogouda@gmail.com

RESUMO
A Escola vive hoje diante de desafios contextualizados com a Palavras chave
sociedade informacional, onde cada vez mais emerge a
necessidade de integrar aos processos de aperfeiçoamento das Fonoaudiologia; Tecnologia Educacional; Informática; Educação;
atividades educacionais, profissionais especializados, dentre eles Aprendizagem; Escola.
o fonoaudiólogo. O presente artigo analisa a inserção do áudio
instrucional, na utilização em Ambiente Virtual de Ensino e 1. INTRODUÇÃO
Aprendizagem, com crianças da Educação Infantil, numa
instituição de ensino de referência da cidade do Recife, Desde os seus primórdios o homem se comunica com o mundo ao
Pernambuco, Brasil. O procedimento metodológico consiste em seu redor através dos diversos tipos de linguagem. Inicialmente, a
descrever o processo de criação do áudio instrucional, a partir do gestual, depois a verbal e, por fim, mais aprimorada e capaz de
desenvolvimento do roteiro técnico, subsidiado pela sequência resistir ao tempo, à escrita [6]. Milênios adiante surge uma ciência
didática da atividade. Detalhamos o planejamento técnico, a voltada ao estudo e compreensão dos processos utilizados pelo
criação do roteiro para gravação do áudio, o seu tratamento em homem para comunicar-se: a Fonoaudiologia. Trata-se do “estudo
software específico, a implementação no ambiente virtual, a da fala e da audição” [12].
utilização com os alunos e a avaliação com o professor e a
Tal ciência, em função de suas origens baseadas numa herança
fonoaudióloga, juntamente com a equipe de Informática
médico organista, inicialmente adotou um perfil clínico de
educacional.
intervenção. Entretanto, gradativamente, constituiu uma base
multidisciplinar ao estabelecer relações estreitas com outras
Categoria ciências, entre as quais, a Linguística e a Educação [9].
Metodologias de uso de Tecnologias de Informação e
No Brasil, a Fonoaudiologia surge seguindo um modelo norte
Comunicação de apoio à aprendizagem.
americano, e desempenhando uma atuação meramente técnica, na
Termos gerais década de 60. Entre os anos de 1920 e 1940 já eram preconizadas
práticas fonoaudiológicas ligadas ao processo educacional. Nessa
Tecnologia, Educação, Fonoaudiologia, Aprendizagem, Escola, época os distúrbios de linguagem consistiam em padrões
TIC, Áudio, Voz, Melodia, Entonação, Vibração, Tom, Textura, lingüísticos divergentes daqueles impostos pela Língua Nacional.
Intensidade, Altura, Inflexão, AVEA. Não eram levadas em conta as variantes ou especificidades
decorrentes dos diversos contextos socioculturais [3].
Após anos de reinvidicações junto ao Ministério da Educação e
Da Rocha Dutra, Flávia., De Souza Silva, Ricardo., Chaves de Arruda, Diogo. (2010). Cultura do Brasil (MEC), por professores e técnicos, houve a
Fonoaudiologia e Tecnologia Educacional: O uso do Áudio Instrucional em Ambientes aprovação do curso de graduação em Fonoaudiologia; e em
Virtuais de Ensino e Aprendizagem. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 368-374, Santiago de Chile. dezembro de 1981 a regulamentação da profissão de

368
Fonoaudiólogo [20]. Ao longo dos anos, tal ciência foi evolução das tecnologias de informação e comunicação, tornou-se
estabelecendo ramificações de acordo com as suas áreas de mais decisivo o conhecimento dos mecanismos de produção e
atuação, e dentre elas, surgiu a Fonoaudiologia Escolar [7]. utilização correta da voz para a conquista dos resultados
esperados [16].
Sobretudo no início, houve confusão, tanto em relação aos
objetivos, quanto à atuação da Fonoaudiologia dentro da Escola. As TIC podem auxiliar neste processo, sobretudo a partir do
Continuava presente a ideia, de uma atuação respaldada em desenvolvimento de ambientes virtuais de ensino e aprendizagem,
intervenções de caráter terapêutico [19]. À medida que uma contextualizados e adequados às realidades dos alunos e da
parcela cada vez maior de profissionais dessa área se insere na instituição, mediados pelo professor. Com os anos 80 chegam, sob
Escola, mais claro vai se tornando o perfil de atuação junto à a denominação de "novas tecnologias da informação e da
equipe psicopedagógica – professores e demais profissionais – comunicação", novas opções apoiadas no desenvolvimento de
pais e alunos. A proposta consiste em criar condições eficazes máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar e
para que as capacidades dos educandos possam ser exploradas ao transmitir, de modo flexível, grandes quantidades de informação.
máximo, não no sentido de eliminar problemas, mas de A "novidade" das tecnologias da informação reside, algumas
incrementar as habilidades e, consequentemente potencializar o vezes, na natureza dos apoios, e outras, como no caso de meios
desenvolvimento e a aprendizagem [18]. convencionais, no uso, na interação dos mesmos com outros
meios [14].
Seguindo essa necessidade de atuação ampla, e não clínica, dentro
da Escola, tornou-se imprescindível ao profissional atuante na A voz falada é a expressão mais autêntica do que são as pessoas e
área estar interconectado aos novos paradigmas do contexto de como se sentem, além de meio de comunicação [11]. A voz
educacional. pode acentuar ou ilustrar uma informação textual; oferece o
mundo às pessoas através dos sons; cada voz é única em suas
vibrações, nos seus tons, na sua textura e musicalidade. Além dos
2. FONOAUDIOLOGIA E TECNOLOGIA aspectos intrinsecamente ligados a voz, tais como os citados
EDUCACIONAL acima, estão também relacionados a melodia, a entonação e a
A tecnologia integra-se cada vez mais à Educação, e neste sentido, parte prosódica da língua [2][13].
o desenvolvimento de Ambientes Virtuais de Ensino e A sua atuação e a sua mensagem será avaliada, segundo a
Aprendizagem (AVEA), utilizados com o computador, enquanto percepção que tiverem em relação a sua imagem vocal.
recurso ou ferramenta assume papel relevante. O AVEA é um Geralmente não é o que você diz que faz essa imagem, mas como
sistema computacional destinado ao suporte de atividades você diz [17]. Como parte integrante da equipe psicopedagógica,
mediadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) num mundo cada vez mais tecnológico e informacional, a
e por um professor-orientador. Integram múltiplas mídias e Fonoaudiologia Escolar associa os seus conhecimentos
recursos, apresentando informações organizadas, proporcionando específicos referentes, sobretudo, à voz, enquanto estímulo
interação entre pessoas e objetos do conhecimento, possibilitando auditivo, às especificidades de outro integrante do processo: a
a socialização, a colaboração e a cooperação no contexto Informática educacional.
educacional.
Neste contexto, este artigo apresenta, dentre várias atividades
O computador consiste num elemento integrador, que incorpora desenvolvidas num laboratório de informática educacional, o
várias mídias (escrita, oral, visual e auditiva), simultaneamente; processo de desenvolvimento do áudio instrucional, para
promove interdisciplinaridade, interatividade e motivação para o utilização em AVEA, com crianças da Educação Infantil, numa
aprendizado. É fundamental, entretanto, a consciência de que a instituição de ensino de referência da cidade do Recife,
simples presença de um computador, onde quer que seja não Pernambuco, Brasil. Nas atividades nos laboratórios de
oferece garantia de um ambiente propício à aprendizagem [8]. informática educacional, os alunos utilizam os AVEA mediados
Evidencia-se, portanto, a necessidade de estratégias estimuladoras pelos professores, constituindo-se num ambiente onde se criam
contextualizadas, visto que: “Todo o conhecimento está conectado tais “possibilidades”, favorecendo, assim, o processo de ensino e
e relacionado, não devendo ser aprendido fragmentando-se o aprendizagem. A mediação e dinâmica empreendidas pelo
ambiente ou o indivíduo da vida real” [5]. professor tornam os alunos participantes ativos deste processo.
O planejamento de AVEA deve considerar a proposta O resultado é que, enquanto vemos muitos cursos tradicionais
construcionista envolvida no planejamento do roteiro do software sustentando-se única e exclusivamente na proximidade natural de
personalizado. Isto fica claro no momento em que o docente suas aulas presenciais, a educação mediada pelas tecnologias não
estabelece uma didática que favorece situações de aprendizagem pára de evoluir e de criar condições para a efetiva redução de
onde o aluno cria seu próprio espaço de interação e construção de distâncias [10]. O computador viabiliza a criação de situações
sua aprendizagem. Assim, priorizamos a voz, no desenvolvimento mais propícias, ricas e específicas para a construção de
das atividades com crianças na faixa etária entre 5 e 6 anos, como conhecimento [4].
um dos instrumentos estimuladores a serem associados ao
computador, que dispõe de mídias diversas, dentre as quais, a O uso de computadores segundo os princípios construcionistas foi
auditiva. proposto por Seymour Papert com base nas ideias de diferentes
pensadores contemporâneos – ideias que não se contrapõem, mas
O fonoaudiólogo é o profissional que estuda e que possui dados se interrelacionam, em um diálogo que as incorpora a um
mais específicos sobre a anatomia e a fisiologia vocal, o que é de processo de descrição-execução-reflexão-depuração. Assim,
extrema importância na escolha de técnicas fisiologicamente mais
adequadas e equilibradas no treinamento vocal. Diante da rápida

369
Dewey, Freire, Piaget e Vygotsky se constituem nos principais O “estudo de caso” diferencia-se dos demais tipos de estratégias
inspiradores do pensamento de Papert [1]. metodológicas por lidar com uma ampla variedade de evidências.
A característica do “estudo de caso” sobre um conjunto de
O procedimento metodológico consiste em descrever o processo
acontecimentos determina uma precisão maior na formulação de
de criação do áudio instrucional, a partir do desenvolvimento do
questões com base na revisão de literatura, esclarecendo que este
roteiro técnico, subsidiado pela sequência didática da atividade.
procedimento é um meio para atingir uma finalidade e não o alvo
Detalhamos o planejamento técnico, a criação do roteiro para
da pesquisa em si [24]. Este método agrega elementos para a
gravação do áudio, o seu tratamento em software específico, a
compreensão de fenômenos organizacionais, por tratar o objeto
implementação no ambiente virtual, a utilização com os alunos e a
estudado como uma reprodução individualizada da realidade. Na
avaliação com o professor e a fonoaudióloga, juntamente com a
medida em que começam a surgir opiniões divergentes
equipe de Informática educacional.
relacionadas ao objeto de estudo, o pesquisador agrega essa
divergência ao estudo, possibilitando que a realidade possa ser
3. METODOLOGIA vista por diferentes perspectivas. No curso da investigação, novos
aspectos estudados foram sendo detectados, visando o
3.1 Abordagem metodológica enriquecimento da pesquisa [23]. Algumas estratégias das
Estabelecer referenciais norteadores contextualizados com os pesquisas, a exemplo da pesquisa exploratória, foram relevantes
objetivos da investigação é fator primordial para a definição da no trabalho investigativo. Vale assinalar que, no tocante à
metodologia a ser adotada. O papel do pesquisador é aquele de estratégia do estudo de caso, a discussão em relação à análise de
imparcialidade, e ao mesmo atento a detalhes que serão um caso único exige do pesquisador um trabalho tenaz de forma a
submetidos no decorrer do evento. Quando estamos empenhados expor as evidências [24].
na caracterização da pesquisa, podemos ser ajudados na 3.3 Campo de pesquisa
concretização desse propósito, se nos detivermos brevemente no
delineamento dela. Isto não é outra coisa que o desenvolvimento O desenvolvimento das atividades aconteceu no laboratório de
hipotético do estudo que queremos realizar [21]. informática educacional, de uma instituição de ensino de
referência, na cidade no Recife, Pernambuco, Brasil.
Para tanto, foi realizado um estudo das opções técnicas,
metodológicas, teóricas e epistemológicas, para assegurar, no 3.4 Participantes da pesquisa
percurso desta investigação, além de uma melhor sistematização,
certo controle de apropriação e articulação sobre as etapas a serem As atividades desenvolvidas envolveu a participação de uma
seguidas. A preocupação com as alternativas nos traz reflexão fonoaudióloga e dois profissionais de Informática educacional,
sobre as estratégias para articulação da aplicabilidade das opções sendo um técnico e um supervisor. Além disso, 100 alunos da
disponíveis, preestabelecidas, estruturadas, relevantes e Educação Infantil, na faixa etária entre 5 e 6 anos, divididos em
necessárias, ao estabelecer uma lógica entre [23]. turmas, juntamente com a professora, durante o momento de
utilização do AVEA no laboratório de informática educacional.
Nesta investigação será adotada uma abordagem qualitativa, com
o objetivo de descrever o contexto da pesquisa. A pesquisa 3.5 Recursos utilizados
qualitativa com apoio teórico na fenomenologia é essencialmente
Os recursos utilizados foram: um computador com recursos de
descritiva. Desta maneira, a interpretação dos resultados surge
multimídia, com os softwares: Adobe® Flash® CS4 e Adobe®
como a totalidade de uma especulação que tem como base a
Soundbooth® CS4. O laboratório de informática educacional
percepção de um fenômeno num contexto. Por isso, não é vazia,
dispõe de 20 computadores multimídia, com fone de ouvido e 1
mas coerente, lógica e consistente [21].
computador para o professor iniciar ou mediar as atividades,
A construção do pesquisador na análise qualitativa é dada a partir sendo este conectado a projetor multimídia e tela retrátil em local
do tratamento do material, que conduz à busca peculiar e interna estratégico do ambiente.
do que está sendo analisado, descobrindo seus códigos sociais a
partir das falas, símbolos e observações [22]. Essa busca do 3.6 Coleta e tratamento dos dados
pesquisador, que pretende compreender e interpretar à luz da O ponto de partida foi o desenvolvimento do roteiro pedagógico
teoria coloca-se como uma contribuição singular e da atividade, pela professora, orientado durante a interação com o
contextualizada ao universo científico. técnico da informática educacional. Este desenvolveu, a partir do
3.2 Método de investigação roteiro recebido, o planejamento técnico da atividade, onde
considerou as inserções do áudio instrucional, relacionando-o
Adotou-se a perspectiva investigatória da pesquisa qualitativa, e, com o design, botões e outras funcionalidades do AVEA (Figura
mais especificamente, o estudo de caso, entre os tipos de pesquisa 1). Para esta pesquisa foram utilizados com instrumentos de coleta
qualitativa característicos, talvez o estudo de caso seja um dos dos dados o planejamento técnico, gerando o roteiro de gravação
mais relevantes. O estudo de caso é uma categoria de pesquisa de áudio e a própria gravação do áudio pela fonoaudióloga.
cujo objeto é uma unidade a ser analisada de forma profunda. Um
dos motivos para a complexidade do estudo de caso pode ser
determinado pelas teorias que dão suporte ao pesquisador, que por
sua vez, tem condições de observar o fenômeno em sua evolução,
bem como suas relações estruturais fundamentais [21].

370
Ao criar o roteiro de gravação do áudio instrucional (Tabela 1), o
técnico contata a fonoaudióloga, para a gravação e edição no
computador (Figura 2). Neste momento, a fonoaudióloga faz uma
leitura de revisão do texto, considerando os aspectos
fundamentais das instruções que serão passadas aos alunos. Após
a leitura, são realizadas inserções, correções ou ajustes no texto e
inicia-se o processo de gravação.
Durante o desenvolvimento da atividade utilizando o software
Adobe®Flash® CS4 Professional, através da linguagem de
programação denominada ActionScript®, usam-se nomenclaturas
e denominações que ao logo do tempo foram aprimoradas para
auxiliar na tarefa de programação, servindo de documentação para
outros profissionais que venham a alterar ou consultar o código-
fonte do AVEA. Na tela inicial de uma aula (AVEA), geralmente
é inserido um botão para que o usuário passe o cursor do mouse
sobre ele, clique e vá para a atividade. Esta ação gera dois
resultados: 1º.) ao passar o mouse sobre o item escolhido, o
Figura 1. Tela inicial do AVEA – “Escolinha do Mar” primeiro áudio será emitido informando-lhe do que se trata a
Esta situação de organização da atividade na prática remete-nos a opção; 2º.) Após a escolha e a ação do clique, este é direcionado
formulação de uma filosofia educacional empírica que propõe a até a atividade em si, onde automaticamente vem a segunda parte
aplicação do método científico em situações de aprendizagem que do áudio contendo informações e orientações para execução da
se caracterizam por um continuum experiencial. Considera a tarefa.
aquisição do saber como fruto da reconstrução da atividade Os textos dos áudios são primeiramente colocados no papel, em
humana a partir de um processo de reflexão sobre a experiência, uma tabela com características próprias, criadas exclusivamente
continuamente repensada ou reconstruída. É de fundamental para a fonoaudióloga fazer a leitura e gravação, com duas colunas
importância à experiência significativa para a criação de um e quantidades de linhas equivalentes à quantidade de falas
ambiente de aprendizagem e descoberta, no qual alunos e necessárias (Tabela 1), a coluna do lado esquerdo abriga os nomes
educadores se engajem num trabalho de investigação científica, abreviados dos botões e dos áudios instrucionais. Existe uma
em que ocorre: o processo cíclico ação-testagem-depuração- relação entre o nome do botão e o nome da atividade, por
generalização; o autodomínio na representação e o exemplo: se uma atividade se chama “jogo da memória”, por
estabelecimento de conexões entre conhecimentos que o aluno convenção e padronização, utilizam-se apenas quatro letras para
possui – o velho – para a construção de um novo conhecimento representá-la no código-fonte, assim tanto o nome da atividade
[1]. quanto o do botão, será chamado de “memo”, no caso do botão
No desenvolvimento de AVEA a questão da técnica é abordada terá uma extensão, que é “_btn” referenciando a palavra “botão”
durante o processo de produção, no momento em que se abreviada. A mesma técnica também vale para o áudio
transforma o roteiro do professor no planejamento técnico. Vamos informativo. A extensão “_inf” deriva da palavra “informação”,
considerar nesta pesquisa, o conceito de tecnologia, como o tomando o exemplo anterior, o nome “memo_inf” significa que se
conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam trata do áudio informativo da atividade do jogo da memória.
ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento Sendo assim, a tabela é formada pelo nome dos arquivos com
em um determinado tipo de atividade; e de técnica, como a terminações especificas para utilização no código e suas
maneira, jeito ou habilidade especiais de lidar com cada tipo de respectivas informações, que serão gravadas para aplicação.
tecnologia, para executar ou fazer algo. A tecnologia é o “estudo Preparado este material, é impresso uma cópia para a
dos processos técnicos de um determinado ramo de produção fonoaudióloga fazer a leitura e se necessário alguma correção,
industrial ou de mais ramos.” Já a técnica, no mesmo dicionário, utilizando o software Adobe® Soundbooth® CS4. Inicia-se o
“compreende todo o conjunto de regras aptas a dirigir eficazmente processo de gravação do texto da aula, o qual posteriormente será
uma atividade qualquer.” A função do planejamento técnico é ouvido e verificado se há a necessidade de outra gravação ou
concretizar, viabilizar e produzir, dentro da concepção de correção, para daí, editar o arquivo, editando as falas e salvando-
aprendizagem do professor, um ambiente que possibilite ao aluno as no formato WAV® (ou WAVE), um formato-padrão de
interagir e construir seu conhecimento [10]. arquivo de áudio da Microsoft® para armazenamento de áudio em
O professor está inserido num contexto desafiador no cenário computadores PC. Um formato sem compressão, que será
educacional, o qual estabelece referenciais diversos com relação à importado pelo o Adobe® Flash® e transformado no formato
sua prática, envolvendo sua formação, ação educativa, forma de SWF (Shockwave® Flash®) que é um formato de arquivo para
planejar e atuar diante dos alunos, o relacionamento político com aplicações Web, tendo por característica suportar conteúdo
a instituição e sua contribuição sociocultural para a comunidade multimídia. Finaliza-se, assim, a implementação do áudio do
educativa. A própria dimensão técnica do professor representa um AVEA da atividade.
ângulo da dimensão política, na medida em que a busca formas
que favoreçam a aquisição do saber. [26].

371
Áudio – Escolinha do Mar – infantil IV - Utilização 11/03/2010

index_inf A Escolinha do Mar!


marq_btn Escolha!
leve_btn Quadro do Doutor Camarão.
musi_btn Descubra!
memo_btn Jogo da memória
pint_btn ---
ligu_btn ---

marq_inf Com o mouse, circule apenas o que podemos


encontrar no mar.
leve_inf Leve ao quadro do doutor camarão, o nome Figura 2. Tratamento do áudio gravado no software Adobe®
de cada figura! Observe a sílaba inicial de Soundbooth®
cada uma!
musi_inf O maestro Villa-Peixes ensina aos alunos Em relação à aula selecionada como referência para este artigo, a
lindas canções! Clique nas imagens e mesma foi desenvolvida a partir da exploração do livro “A
descubra do que se trata casa canção. Em Escolinha do Mar”, da autora brasileira Ruth Rocha, com crianças
seguida arraste os nomes para o local correto. na faixa etária entre 5 e 6 anos, da série Infantil IV.

memo_inf Descubra onde estão os pares, figura e nome, Foram gravados os títulos da aula, as instruções gerais das
através do jogo da memória atividades, como também especificidades: sílabas iniciais, música
e reforços positivos para obtenção de desempenhos satisfatórios.
pint_inf Observe a imagem e pinte bem bonito!
A voz enriquece a transmissão articulada, acrescentando à palavra
ligu_inf Ligue os pontos de acordo com a sequencia
o conteúdo emocional, a entonação, a expressividade,
numérica, e descubra que animal irá aparecer.
identificando o indivíduo tanto quanto sua fisionomia e
Em seguida, escreva do seu jeito o nome
impressões digitais [16]. No decorrer da gravação foram
deste bichinho!
adequados os aspectos referentes à voz, tais como intensidade,
altura e inflexão, objetivando potencializar os estímulos auditivos.
ca.swf CA
O sotaque, os regionalismos, ou seja, as características
pei.swf PEI
socioculturais locais foram sempre respeitadas e encontram-se
tu.swf TU presentes “acusticamente”, dando uma conotação personalizada
pol.swf POL ao texto.

con.swf CON Após a gravação, o técnico edita o áudio e apresenta novamente


para a fonoaudióloga ouvir e fazer suas considerações. Terminado
si.swf SI
o processo, o áudio é implementando no AVEA. Posteriormente,
tuba.swf tubarão é agendada a atividade com os alunos no laboratório de
peix.swf peixe informática educacional, onde no primeiro momento a professora
apresenta as atividades, fazendo a mediação inicial, permitindo
cara.swf caranguejo aos estudantes um primeiro contato com as instruções visuais e
ostr.swf ostra auditivas da atividade.
estr.swf estrela do mar Na sequência, os alunos vão para os computadores, em dupla, e
desenvolvem suas atividades, sendo acompanhados pelo
cama.swf camarão
professor. Após a atividade, é marcado um momento de avaliação
bale.swf baleia com a fonoaudióloga e, posteriormente com a equipe de
polv.swf polvo informática educacional.

Tabela 1. Roteiro técnico para gravação de áudio pela


fonoaudióloga no software Adobe® Soundbooth®

372
4. RESULTADOS / DISCUSSÃO Quanto maior a riqueza de estímulos que a criança receber melhor
será o seu desenvolvimento intelectual; sendo assim, tal dinâmica
As avaliações realizadas em sala de aula, acompanhadas pela vem favorecer aos profissionais de educação (educadores), cujo
fonoaudióloga, após as atividades no laboratório de informática objetivo é garantir o processo de ensino e aprendizagem, através
educacional, trazem resultados satisfatórios referentes ao da obtenção de resultados satisfatórios nas diversas áreas do
desenvolvimento das habilidades e competências relacionadas à conhecimento.
compreensão de situações problema, expressão verbal e/ou escrita
de soluções. A informática educacional atua como grande aliada ao processo
de ensino e aprendizagem, visto que, o computador, utilizado
É possível, portanto, constatar a aquisição do conteúdo explorado, como instrumento de mediação pedagógica, potencializa as
em sua grande maioria, mediante as respostas obtidas, nas quais as possibilidades do estabelecimento deste processo.
crianças cantam as músicas abordadas, estabelecem relações entre
as músicas e os personagens da história, analisam foneticamente Aos profissionais e estudantes de Fonoaudiologia, cria-se mais
as palavras destacadas identificando diferenças e semelhanças, uma área de atuação dentro da Escola, na qual a utilização
realizam o reconto da história com riqueza de detalhes. adequada da voz desempenha papel relevante. Conforme os
objetivos da Fonoaudiologia Escolar, o uso da Informática
Ao longo do percurso metodológico foram desenvolvidos AVEA, acontece, não como uma ferramenta terapêutica, e sim como um
nos quais os estímulos visuais tais como: cores, ilustrações e recurso voltado à ampliação das possibilidades necessárias ao
movimentos, estiveram sempre associados aos verbais, levando-se desenvolvimento dos processos da comunicação.
em consideração a faixa etária, os centros de interesse e o
conhecimento prévio das crianças. A partir de uma integração entre a Fonoaudiologia e Tecnologia
Educacional, as instituições de ensino poderão estabelecer novas
A voz foi empregada, de maneira ajustada, a cada situação situações de aprendizagem, dinâmicas, lúdicas e contextualizadas
específica proposta como desafio e atuou como estímulo com práticas educativas modernas e inseridas no paradigma
potencializador à visão, no que se refere a absorção dos informacional atual.
conhecimentos pedagógicos, em função do enriquecimento que
promove à fala, como refere [16], por meio de aspectos que lhe REFERÊNCIAS
são peculiares: intensidade, altura, inflexão.
[1] Almeida, Maria Elizabeth de. 2000. As bases da proposta de
Desde a interpretação de comandos acústicos fornecidos pelo Papert. In: Proinfo Informática e formação de professores.
computador, a relação do estímulo auditivo com o visual, até o Secretaria de Educação à Distância. Brasília: Ministério da
manuseio do mouse para a execução das atividades; estão sendo Educação, Seed.
trabalhadas habilidades que, posteriormente, são evidenciadas no
[2] Bérard, E. 1996. L´expressivité vocale dans La parole
decorrer do processo de aprendizagem.
chanteé. Semiótica – Revue de L´ Association Internationale
Os resultados obtidos não se restringem, portanto, a soluções de de Semiotique, ECA – USP, v. 111, p. 3-4.
alterações de caráter fonológico. Referem-se ao crescimento [3] Berberian, A. P. 2000. Fonoaudiologia e educação: um
observado no desempenho de atividades perceptuais e cognitivas, encontro histórico. São Paulo: Summus.
vinculadas diretamente à aquisição, compreensão e uso da
linguagem. [4] Bicudo, Maria Aparecida Viggiani (org.); Borba, Marcelo de
Carvalho (org.). 2004. Educação Matemática: pesquisa em
Atingem, consequentemente, todos os alunos e não só aqueles movimento. São Paulo: Cortez.
com necessidades específicas, visto que, tais atividades
[5] Bogus, S. 1995. From the Sophists to Chaos Theory.
potencializam a organização acústico motora, a atenção seletiva e
Disponível em:
até as áreas executivas referentes à capacidade de
http://129.7.160.115/INST5931/parallels.html. Acessado em
julgamento/escolha. As conquistas adquiridas sinalizam vantagens
15 de julho de 2010.
na manutenção e aperfeiçoamento do trabalho.
[6] Cagliari, L. C. 1991. Alfabetização & Linguistica. São
Paulo: Scipione.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
[7] Coimbra, L. M. V; Luque, M. C. F.; Machado, A. F. 1991.
A integração entre os setores de Fonoaudiologia e Tecnologia Fonoaudiologia Escolar: um campo de trabalho em
Educacional, no desenvolvimento dos AVEA, ocorre desde 2008, movimento. In: FERREIRA, L. P. (Org). O fonoaudiólogo e
de modo sistemático, semanalmente; e atende as séries do Infantil a escola. São Paulo: Summus.
III e IV, da Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental.
[8] Forte, L. K. Utilizações da tecnologia informática em
No que se refere aos educandos, os benefícios adquiridos por terapia de linguagem oral e escrita. Disponível em:
meio desta prática, relacionam-se ao desenvolvimento da acuidade http://www.fonologica.com.br/blog/?page_id=206. Acessado
auditiva, ao exercício da atenção, concentração e à capacidade de em 20 de julho de 2010.
análise e seleção de sons. Isso tudo associado aos estímulos
[9] Hayashi, M. C. P. I; Bello, S. F. Fonoaudiologia e Educação
visuais, também presentes na atividade. O direcionamento e uso
Especial: um olhar pela produção científica fonoaudiológica.
de instrumentos tecnológicos avançados e específicos, voltado ao
Disponível em:
contexto educacional, têm gerado mudanças na maneira de
http://www.psiquiatriainfantil.com.br/congressos/uel2007/05
aprender e pensar, por parte dos educandos.
0.htm. Acessado em 22 de julho de 2010.

373
[10] Kenski, Vani Moreira. 2007. Educação e tecnologia: o novo [19] Morais, K. W. Repensar sobre o papel do fonoaudiólogo no
ritmo da informação. Campinas: Papirus. âmbito escolar. Disponível em:
[11] Mello, E. B. S. 1988. Educação da Voz Falada. Rio de http://www.fonoaudiologia.com/trabalhos/artigos/artigo-
Janeiro: Livraria Atheneu. 035/artigo-035-biblio1.htm. Acessado em 20/08/2010.

[12] Michaellis: Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 2000. [20] Sacaloski, M; Alavarsi, G.; Guerra, G. R. 2000.
São Paulo: Editora Melhoramentos. Fonoaudiólogo e professor: uma parceria fundamental. In:
Sacaloski, M; Aalavarsi, G; Guerra, G. R. Fonoaudiologia na
[13] Mendes, E.; Junqueira, L.A.C. 1997. Falar em Público: Escola. São Paulo: Lovise.
prazer ou ameaça?. Pequenos Grandes Segredos para o
Sucesso nas Comunicações Formais e Informais. Rio de [21] Triviños, Augusto N. S. 2009. Introdução à pesquisa em
Janeiro: Quality Mark. ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São
Paulo: Atlas.
[14] Sancho, Juana M. (org.) 1998. Para uma tecnologia
educacional. Porto Alegre: ArtMed. [22] Minayo, Maria C. S. (Org). 2009. Pesquisa social: teoria,
método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes.
[15] Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. 1999. Novo Aurélio:
O Dicionário da Língua Portuguesa: Século XXI, 4ª [23] Gamboa, Silvio Sánchez (org). 2009. Quantidade-qualidade:
impressão. São Paulo: Nova Fronteira. para além de um dualismo técnico e de uma dicotomia
epistemológica. In: Santos Filho, José Camilo dos; Gamboa,
[16] Pedroso, M. I. de L. Técnicas vocais para os profissionais S. S. (org). Pesquisa educacional: quantidade-qualidade. São
da voz. Disponível em: Paulo: Cortez.
http://www.cefac.br/library/teses/a633b6bd7254b3a970c30d
41e968ff88.pdf. Acessado em 15/08/2010. [24] Yin, R. K. 2003. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3.
ed. Porto Alegre: Bookman.
[17] Osborne, John W. 1996. Aprenda a falar bem e impulsione
sua carreira: guia para o executivo. Tradução Eliane [25] Ludke, M; André, M.E.D.A. 1986. Pesquisa em educação:
Carvalho. São Paulo: Nobel. abordagens qualitativas. São Paulo: EPU.

[18] Pacheco, E. C. F. C, Caraça, E. B. 1989. Fonoaudiologia [26] Candau, Vera Maria. 1988. Rumo a uma nova didática.
escolar. In: FERREIRA, L (org). Temas de Fonoaudiologia. Petrópolis: Vozes.
São Paulo: Loyola.

374
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

A WEBQUEST NA PERSPECTIVA DA TAXONOMIA


DIGITAL DE BLOOM - UMA NOVA COREOGRAFIA
DIDÁTICA PARA A EDUCAÇÃO ONLINE

Rogério Antônio de Paiva, Maria Auxiliadora Soares Padilha, Ricardo José de Souza Silva
Universidade Federal de Pernambuco
Brasil
rogeriopaiva5@gmail.com, dorapadilha@gmail.com, ricardo.silva.br@gmail.com

RESUMO
Este artigo irá discutir a metodologia da WebQuest, quanto a suas
1. INTRODUÇÃO
críticas, variedades, proposições e seus principais elementos O objetivo deste artigo é apresentar uma discussão sobre o uso da
estruturadores com o objetivo de situá-la no contexto das media metodologia WebQuest no contexto da modalidade à distância. A
da Web 2.0 conforme a proposta da Taxonomia Digital de Bloom. motivação para este estudo vem da compreensão de que a
Para tal façanha discutiremos sobre os questionamentos e Educação a Distância (EAD) vem crescendo vertiginosamente e,
proposições feitas a esta metodologia analisando uma parte da com ela, a criação e experimentação de metodologias específicas
estrutura da WebQuest, a tarefa, de um curso de Educação a para esta modalidade. Neste cenário, a WebQuest, é uma
Distância, a partir das coreografias didáticas e da Taxonomia de metodologia que pode ser utilizada em cursos à distância para
Digital Bloom, que é uma atualização da Taxonomia de Bloom. facilitar a aprendizagem a partir de processos investigativos, mas
A relevância deste artigo se dá no sentido de ampliar para tal, talvez exija adaptações [5].
possibilidades pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem
on-line como também em desenvolver parâmetros que favorecem Entendemos, assim, que as Webquests são excelentes estratégias
a construção de metodologias mais significativas no ensino on- de ensino e aprendizagem que precisam ser mais exploradas na
line. E ainda, acreditamos que este estudo contribuirá para outras modalidade de educação online. Entretanto, é preciso
pesquisas na área de Ensino a Distância que faz uso do ambiente e compreender que cada metodologia deve ser apropriada e
ferramentas on-line para sua executabilidade. Na análise da tarefa adaptada ao contexto em que é desenvolvida, por isso, buscamos
da WQ estudada se percebe que esta não segue os padrões na Taxonomia Digital de Bloom [2] uma forma de compreender
mínimos de qualidade no tocante a Taxonomia original de Bloom melhor esta proposta a partir de seu contexto mais específico: a
que [4] sugere e muito menos à Taxonomia Digital de Bloom, o internet e os recursos digitais.
que nos levar a considerar a metodologia analisada como uma A metodologia WebQuest foi criada em 1995 por Bernie Dodge,
WebExercise. professor universitário da Califórina. Esta metodologia tem como
objetivo orientar a pesquisa na Web utilizando recursos
Categoria prioritariamente das redes. Desde sua criação, entretanto, esta
Metodologias de uso de TICs de apoio a aprendizagem, proposta tem sido alvo de muitas críticas, mas também de muita
Ferramentas e recursos baseados na Web. aceitação.
Considerando que a metodologia da WebQuest é usada em
Termos gerais processos colaborativos de aprendizagem e que valoriza o diálogo
Tecnologia, Educação, WebQuest, Taxonomia, Web 2.0, Digital, e a participação dos envolvidos, acredita-se que o uso da
Coreografia, Didática. WebQuest se apresentará como um excelente e criativo roteiro
metodológico de pesquisa de conteúdos na construção e produção
do conhecimento em ambientes digitais.
Palavras chave
WebQuest, Educação Online, Taxonomia de Bloom, Coreografia
Didática, Web 2.0.
2. WEBQUEST: DAS CRÍTICAS ÀS
PROPOSIÇÕES
De Paiva, Rogério., Soares, María., de Souza, Ricardo. (2010). A WebQuest na Em um primeiro momento a WebQuest (WQ) foi caracterizada
perspectiva da Taxonomia Digital de Bloom - uma nova coreografia didática para a como uma metodologia baseada na pesquisa orientada, na qual,
educação online. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática quase todos os recursos e as fontes com que os alunos interagem
Educativa, Volumen 1, pp 375-380, Santiago de Chile.

375
para execução das atividades são provenientes da Internet. E ainda As WQs devem contribuir para que os alunos aprofundem o
mais, as WebQuests tem a virtude da simplicidade [3]. Podem ser conhecimento e refletiam no seu próprio processo cognitivo. Na
desenvolvidas para alunos da escola elementar à pós-graduação". construção da WQ é bom considerar as proposições de [4][8] que
E um dos principais benefícios que a WQ proporciona é de é a de promover a construção colaborativa da aprendizagem, bem
orientar o aluno no uso criativo da internet sem interferir nos como permitir que os alunos cheguem a resultados abertos e/ou
rumos da pesquisa. inesperados das tarefas propostas, para não se elaborar apenas
uma folha de exercícios na Web, desprovida de interação entre os
O uso da metodologia de WebQuest, pode ser uma alternativa sujeitos do processo e engessada em uma única resposta pré
pedagógica, que permite: a) garantir acesso a informação anunciada pelo professor, ou seja, uma WebExercise. Por isso
autênticas e atualizadas; b) romper as fronteiras da aula; c) achamos importante aplicar a WebQuest os níveis cognitivos de
promover aprendizagem colaborativa; d) desenvolver habilidades aprendiz de aprendizagem da Taxonomia de Bloom para se evitar
cognitivas; e) transformar ativamente informações; e) incentivar as WebExercise.
criatividade; f) favorecer o trabalho de autoria dos professores; g)
favorecer o compartilhar de saberes pedagógicos [9].
3. WEBQUEST E WEBEXERCISE NA
A WebQuest (WQ) é organizada em cinco estruturas [3][12] que PERSPECTIVA DA TAXONOMIA DE
são: (1) A introdução, que deve instigar os alunos e contextualizar
o problema a ser investigado; (2) A tarefa, que apresenta as BLOOM
questões, os problemas e o foco da pesquisa. A tarefa é concebida A Taxonomia de Bloom classifica os objetivos da aprendizagem
como um trabalho em grupo onde cada pessoa assume diversas no domínio cognitivo em 6 níveis que, geralmente, vai do nível
responsabilidades, de modo que produza aprendizagem mais simples (conhecimento) ao mais complexo (avaliação);
significativa; (3) Os processos onde o professor detalha os passos, considerando que cada nível utiliza as capacidades adquiridas nos
orientando os alunos no desenvolvimento da atividade como um níveis anteriores, mas que não necessariamente tenha que seguir
todo; (4) Os recursos que, em sua maioria são provenientes da uma ordem.
Web; e (5) A avaliação, que é explicitada ao aluno
antecipadamente, assim esse já sabe quais serão os instrumentos e Na figura 1, abaixo, elaborada por [11] com bases em proposições
critérios de sua própria avaliação; de [3] sobre a Taxonomia de Bloom, é possível observar que o
modelo de uma WebQuest deve abranger os níveis mais altos ou
Vários estudos têm sido realizados sobre a contribuição desta complexos de domínio cognitivo para a produção do
metodologia para o processo educativo, principalmente porque as conhecimento por parte do aluno: análise, síntese e avaliação, do
tecnologias mais avançadas, especificamente o computador, vêm contrario estará fadada a ser apenas uma WebExercise.
adentrando no espaço escolar com muita força. Nos últimos anos,
formando professores e discutindo com eles, [12] destaca alguns Como já dito anteriormente, muitas das denominadas WQ só
problemas encontrados na grande maioria das WebQuests contemplam as habilidades de pensamento de nível simples da
analisadas, tais como: a) estrutura baseada na lógica da instrução taxonomia de Bloom, a saber: o conhecimento, a compreensão e a
programada; b) ênfase na disciplinaridade; c) ênfase no aplicação. Segundo [3] na estruturação das tarefas da WQ o
cognitivismo e no trabalho individual; d) a internet como professor deveria levar em conta as habilidades de pensamento de
repositório de informações. nível superior. Isso, porque, nos níveis superiores ou complexos,
exige-se mais elaboração na execução da WQ [3] e, também,
No entanto, apesar de apresentar estas críticas à WebQuest, ela porque os alunos lembram-se mais quando aprendem a abordar
esclarece que os problemas levantados aqui não advêm um tópico desde o nível mais elevado da taxonomia.
exclusivamente da metodologia WebQuest, são dilemas
epistemológicos e metodológicos próprios do modo de produção
industrial, do positivismo, da tradição do currículo moderno, da
mídia de massa, entre outros fenômenos da modernidade que
influenciam direta ou indiretamente as práticas pedagógicas [12].
Em pesquisa realizada por [1], eles destacaram que das 483
WebQuests em língua portuguesa avaliadas, apenas 41% foram
consideradas verdadeiras WebQuests; e que mais da metade
(59%) destas WQs, que estavam disponíveis online entre julho e
outubro de 2007, não passavam de folhas de exercícios com
respostas fechadas e pré-definidas com o formato de uma
WebQuest apenas, à qual [5] denomina de “WebExercises”. Isto
é, atividades simples, com pouca reflexão e interatividade na
produção de respostas, que apenas usam a interface da Web e a Figura 1. Relação da WebQuest com os níveis do domínio
forma de WebQuest para reproduzir conhecimento; e que na cognitivo [11]
verdade em muito se distância da idéia iniciais da WQ. Tal Em contrapartida, numa perspectiva de construção de
situação de WebExercise não conduz o aluno à produção do conhecimentos, que ultrapassa o objetivo de uma WebQuest e
conhecimento, pois o esforço empreendido pelo professor na WebExercise, queremos também discutir a WebQuest sob a
elaboração deste modelo e a atividade que o aluno fará para perspectiva da Taxonomia Digital de Bloom como um dispositivo
respondê-lo não contemplam o processo de análise, síntese e fecundo para a formação na educação online
avaliação, mas apenas o ato de copiar e colar [3].

376
Neste sentido, encontramos na Taxonomia Digital de Bloom – Do lado operacional das WQs, é preciso ter cuidados especiais na
termo apresentado por [2] – elementos que podem nortear a seleção das atividades e media que vão ser vinculadas. Saber
elaboração das tarefas da WQ mais próxima à realidade da Web definir qual o melhor tratamento para os conteúdos que serão
2.0. A Taxonomia de Bloom, em sua forma original, já é trabalhados e qual a melhor forma de apresentá-los a fim de
amplamente utilizada pelos professores como roteiro para eles alcançar os objetivos previstos. As atividades e as media da WQ
elaborarem as tarefas das WQs com alto nível de aprendizagem. servirão apenas para a aquisição e reprodução de conhecimentos
Por esse motivo, introduziremos o conceito da Taxonomia Digital ou oferecerão condições para a produção de novos conhecimentos
Bloom, concepção atualizada da Taxonomia original de Bloom, à e o posicionamento crítico dos alunos?
WebQuest, certo de que assim poderemos trilhar caminhos que
Quanto ao gerenciamento das mídias na educação à distância [6]
aperfeiçoarão a WebQuest no contexto da Web 2.0.
questiona:
É preciso pensar, também, se os estudantes serão simples usuários
ou consumidores de produções já desenvolvidas, ou se terão
4. WEBQUEST INTERATIVA NA condições de usarem os mesmos, ou outros suportes midiáticos,
PERSPECTATIVA DA TAXONOMIA para apresentarem suas próprias criações. Ou seja, nos projetos
DIGITAL DE BLOOM: UMA NOVA dos cursos em EAD, planejam-se condições para que alunos e
professores possam criar seus próprios jornais, revistas,
PROPOSIÇÃO homepages, vídeos, programas de rádio, ou nada disso é
Acreditamos que o impacto da interação e colaboração nas suas considerado? [6].
mais diferentes formas, tem uma influência crescente na
aprendizagem. E isto pode ser potencializado pelos meios digitais, ▲
que a cada dia mais se populariza, principalmente no contexto da Habilidades de Pensamento de Nível Superior
Web 2.0, “que representa a segunda geração da Web, com
interatividade aumentada, oferecimento de hospedagem on-line de
conteúdos, além de programas e ‘suítes’ que aumentam a
produtividade [7]”.
Esta demanda por interação e colaboração online nos introduz,
convenientemente, à relação das ferramentas atuais disponíveis na
Web 2.0 a cada uma das subcategorias da Taxonomia de Bloom:
recordar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar.
Todavia antes de prosseguirmos é importante explicar que a
Taxonomia de Bloom desde sua publicação em 1950 teve algumas
atualizações, a mais recente em 2009, pelo educador neozelandês
Andrew Churches [2] e publicado no site Eduteka sob o título
Bloom’s Digital Taxonomy. A Taxonomia Digital de Bloom
busca atender os novos comportamentos e oportunidades de
aprendizagem que tem surgido à medida que as Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) avançam e se tornam Habilidade de Pensamento de Nível Inferior
onipresentes. ▼
Para [2] a Taxonomia Digital de Bloom não se restringe apenas ao
Figura 2. Taxonomia de Bloom para a Era Digital Aplicada à
âmbito cognitivo. Além dos elementos de níveis cognitivos que já
WebQuest Interativa
trás consigo, também apresenta e relaciona métodos e ferramentas
atualizadas da Web 2.0. Para o autor, a Taxonomia Digital de
Bloom atende às práticas das novas tecnologias e dos processos e
ações associadas a elas como também serve para alcançar os Nesta perspectiva, reconhecemos que as media para criação e
alunos digitais. disponibilização das informações, e as interfaces de comunicação
interativa síncrona e assíncrona são importantes tanto para a
Pensando nisto, é que procuramos aplicar a Taxonomia Digital de mediação pedagógica das WQs como para promover habilidades
Bloom à WebQuest interativa, conforme a figura 2 apresenta. de nível superior dos alunos se bem gerenciadas pelo professor.
Acreditamos que assim estaremos ampliando possibilidades Como representa a figura 3 abaixo.
pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem online.
No entanto, o enfoque desta Taxonomia para a era digital não está
Ainda sobre a Taxonomia para a era digital, Churches (2009) meramente centrada nas mídias nem nas interfaces de
esclarece que o foco não está nas ferramentas nem nas TICs, pois comunicação, pois compreendemos que as ferramentas são apenas
estas são apenas os meios e não o fim. A razão destas mídias os meios para se potencializar o recordar, compreender, aplicar,
online está em como são usadas no processo de ensino e analisar, avaliar e criar no processo de ensinagem. E que mesmo a
aprendizagem para: recordar, compreender, aplicar, analisar, categorização das etapas nesta Taxonomia não significa que elas
avaliar e criar. são hierárquicas, acreditamos que no contexto online isso não
deva acontecer. Na verdade compreendemos que os níveis

377
cognitivos podem transitar entre si, com certo grau de fluidez sem, dois professores da Universidade de Hamburgo, [10] usaram a
no entanto perder a peculiaridade e predominância de cada nível. metáfora da coreografia didática, para modelar tal processo e
vínculo do ensino-aprendizagem. E é sobre esta metáfora que
As setas, na figura 3, representam a fluidez que as ferramentas passamos a falar.
online tem, podendo transitar através dos diferentes níveis
cognitivos. Acreditamos que esta figura 3 nos ajuda a
compreender a mobilidade que há nas interfaces tecnológicas
5. COREOGRAFIA DIDÁTICA
dependendo de como são aplicadas e exploradas no contexto Conforme a modelagem proposta de [10] o ensino e aprendizagem
online. Todavia, fazemos lembrar que geralmente um dos níveis estão interligados assim como os passos de uma dança. As
tem maior evidência sobre o outro, dependendo como seja atitudes que o professor antecipará para sua prática darão
construído a coreografia didática no processo de aprendizagem. condições ou não para que o aprendiz desenvolva seus passos,
assim como os passos dos alunos irão dar condições ou não para
que o professor alcance o proposto em sua coreografia didática. É
neste sentido que [10] estruturam sua metáfora a partir de 4
componentes, que se complementam para se compreender esta
relação vinculada do ensino e aprendizagem:
i. A antecipação é um componente não-visível e se refere
ao planejamento do docente. É o momento em que ele
reflete e cogita nas possibilidades do ambiente, os
estilos de aprendizagem dos alunos, e as condições do
conteúdo, tudo isto com vista a promover uma
coreografia de alta qualidade no sentido de antecipar os
resultados de aprendizagem dos alunos;
ii. A colocação em cena como um componente visível diz
respeito a todas as ações e esforços empregados pelo
professor na prática da ensinagem, como: a
metodologia, a estrutura da aula, a tutoria, recursos
ministrados, a forma de apresentação dos conteúdos e as
formas de avaliação.
iii. O modelo base de aprendizagem ou roteiro de
aprendizagem é um componente não-visível e interior,
que está relacionado com as operações metacognitivas
realizadas pelos alunos, diante da colocação em cena do
Figura 3. Recursos da web 2.0 para a Taxonomia de Bloom professor, a fim de alcançar a aprendizagem. Segundo
para a era digital [10] as sequências deste modelo são estáveis e
generalizáveis o que permite identificar suas etapas.
Nesta figura 3, também reconhecemos que um mesmo dispositivo
tecnológico pode ou não fazer parte de determinada categoria e iv. O Produto da aprendizagem é um componente visível e
isto muito depende de como seja gerenciado sua aplicabilidade na é o resultado das operações mentais e/ou práticas
coreografia didática. Isto fica evidenciado com a interface do desenvolvidas pelos alunos e instigadas pelo professor.
YouTube® que na figura 3 acima está presente em quase todos os A partir desses quatro componentes pode-se compreender que os
níveis cognitivos. Neste sentido, reiteramos que na aprendizagem professores são coreógrafos que põem em cena situações didáticas
muitas ferramentas podem ocorrer em mais de um nível, para que seus alunos aprendam. E para que essa aprendizagem
dependendo de como seja gerenciada pelo professor e/ou aluno no seja profunda e efetiva é necessário considerar: (a) a competência
desenvolvimento de seu produto final. Ora, mesmo que o do professor em planejar as situações didáticas, (b) o papel ativo
professor tenha em seu desenho didático uma boa coreografia para dos estudantes no processo de aprendizagem e, (c) os contextos de
estas ferramentas, se for mal compreendida ou executada por parte onde nascem e se efetivam essas aprendizagens.
do aluno, terá sua potencialidade diminuída.
Assim, pretendemos identificar por meio da tarefa de um
O foco, portanto, não está na ferramenta em si, mas como se faz WebQuest proposta por um professor de um curso a distância se a
uso delas, e a responsabilidade é de ambos, tanto do professor coreografia disposta como estratégia de aprendizagem se
como do aluno. É preciso perceber que apesar destas ferramentas apresenta como uma proposta segunda a perspectiva da
online serem potencializadoras para se efetivar aprendizagens de Taxonomia Digital de Bloom de níveis cognitivos complexos e
níveis cognitivos superiores, o gerenciamento metodológico contextualizados com a Web 2.0.
voltado para o ensino e aprendizagem não devem ser ignorados.
Isto implica em reconhecer que professor e aluno precisam estar
coordenados em seus passos no uso das ferramentas da Web 2.0 6. METODOLOGIA
para que se alcance bons resultados no processo de ensino e Sendo este estudo em caráter exploratório, já que faz parte de uma
aprendizagem. Em se tratando dessa relação de ensinar vinculado pesquisa de mestrado em andamento, o maior objetivo é ampliar a
ao estilo, tipo e forma de como os estudantes aprendem, é que familiaridade com o fenômeno que se vai investigar

378
posteriormente. A pesquisa principal a seguir será planejada com Os verbos usados e subentendidos na tarefa desta WQ são: a)
maior entendimento e precisão a partir da Taxonomia Digital de identificar - repertório dos gêneros textuais; b) elaborar - elaborar
Bloom e dos quatro elementos das coreografias didáticas bem um catálogo; c) listar - de cada item; d) descrever - contendo uma
como critérios outros posteriormente construídos a partir da breve descrição; e) representar - um exemplar. O nível cognitivo
literatura. desses verbos explorado encontra-se nos níveis mais simples na
escala da Taxonomia Digital de Bloom, ou seja, em recordar e
Esta pesquisa foi realizada em um Curso de Licenciatura em compreender. Isto leva-nos a inferir que esta WQ segundo o que
Letras na modalidade a distância, de uma universidade pública de já foi discutido neste texto tem uma coreografia mais para uma
Pernambuco. Neste curso investigamos na disciplina de Língua WebExercise do que uma WQ interativa pois não explora os
Latina uma das estruturas da WebQuest denominada ‘tarefa’. níveis cognitivos mais complexos, como: analisar, avaliar e criar.
Analisamos a tarefa definida pelo professor da disciplina a partir Na antecipação da WQ o professor envolvido em sua elaboração
da Taxonomia Digital de Bloom. deve considerar sim a Taxonomia Digital de Bloom como
Neste curso tivemos 01 professor que planejou a disciplina e parâmetro para que se obtenha uma WebQuest que proporciona
elaborou os materiais didáticos, 01 professor que executou a ao aluno aprendizagem motivadoras e contextualizadas a Web 2.0.
disciplina e 01 tutor. Os alunos que cursaram esta disciplina Quanto à aplicabilidade da WebQuest ao contexto online no qual
participaram de um mesmo ambiente virtual de aprendizagem, o curso está inserido percebemos discrepância no sentido de que
mas faziam parte de vários pólos de educação a distância, ou seja, se deveria promover o uso dos meios mediáticos para a execução
residiam em municípios diversos do estado de Pernambuco. da tarefa bem como para o produto final, conforme a Taxonomia
As atividades da disciplina eram realizadas no ambiente virtual ou Digital de Bloom esclarece nas figuras 2 e 3 acima apresentadas.
presencialmente nos pólos de educação a distância. Todos os O produto final desta WQ ainda está engessado ao modelo
passos da WebQuest foram disponibilizados no ambiente virtual tradicional de apresentação de trabalho. Ou seja, o aluno depois
para os alunos e eles poderiam utilizar este ambiente para discutir de sua pesquisa apresenta o produto em forma de relatório, isto é
e organizar as atividades da WebQuest, mas preferiam fazer isso bem visível quando na tarefa apenas se pede para “elaborar um
presencialmente nos pólos. catálogo”. Nesta tarefa o produto final poderia ter sido mediado
por uma das mídias da Web 2.0 vista pela Taxonomia Digital de
Neste artigo realizaremos uma análise da tarefa sugerida pelo Bloom, em que explorasse os verbos: filmar, "blogear", animar e
professor, na WebQuest. Segundo [5] a tarefa é a parte mais outros que se enquadram nos níveis mais complexos e que exigem
importante de uma WebQuest. Para o autor, ela fornece o objetivo mais criticidade e interatividade entre os alunos. No entanto
e a direção para que os alunos concentrem suas energias, como também reconhecemos que como a Taxonomia Digital de Bloom
também torna concretas as intenções curriculares do professor. é muito recente e pouco difundida não é de conhecimento da
Uma tarefa bem concebida é atraente, e conduz ao pensar mais maioria dos professores que tentam se apropriar da metodologia
complexo dos alunos que vai além da compreensão do objeto da WebQuest.
proposto. A tarefa em uma determinada WebQuest deve sempre
prezar por alcançar os níveis cognitivos mais complexo, para isso
deve pensar quais as mídias fará uso no processo e no produto 7. CONSIDERAÇÕES
final que os alunos deverão apresentar ao final da WebQuest. Entendemos que as WebQuests são excelentes estratégias de
É neste sentido que passamos a analisar a Tarefa da WebQuest ensino e aprendizagem que precisam ser mais exploradas na
abaixo disponibilizada para análise. modalidade de educação online no contexto da Web 2.0. No
entanto, a tarefa da WQ analisada não segue os padrões mínimos
de qualidade no tocante Taxonomia original de Bloom que [5]
A tarefa sugere e muito menos à Taxonomia Digital de Bloom. Quanto aos
Elaborar um catálogo em que conste um repertório dos verbos usados limita-se a explorá-los no âmbito cognitivo simples
gêneros textuais produzidos pelos antigos romanos, contendo da taxonomia, o que nos levar a considerar a metodologia
uma breve descrição e um exemplar de cada item (Tarefa analisada como uma WebExercise.
proposta pelo professor).
Observamos que seria necessária uma maior adaptação das
atividades às mídias da Web 2.0 para que seja possível classificar
Depois de uma introdução contextualizando os gêneros textuais a WQ analisada como uma WebQuest Interativa na perspectiva da
do povo romano e suas colônias, a tarefa analisada resumia-se a Taxonomia Digital de Bloom. A antecipação por parte do
apenas duas linhas dispostas na WebQuest configurando como um professor das Tarefas deve levar em conta os verbos e ferramentas
simples comando a ser executado diante da ordem do professor. A propostos na figura 2 e 3 como aplicabilidade da Taxonomia
tarefa deve ser desenhada na perspectiva de não apenas ser seja Digital de Bloom. Também seria necessário ampliar as
executável, mas também que seja interessante ao aluno, possibilidades de atividades em grupos, que gerassem atitudes
envolvendo-o na aprendizagem. Embora a tarefa desta WebQuest colaborativas e integradoras entre os alunos, buscando motivar a
seja executável, aparenta ser pouco interessante uma vez que construção de um conhecimento crítico, criativo e colaborativo na
requer pouca criatividade do aluno no percurso e finalização do modalidade de ensino online por meios das ferramentas da Web
produto, um catálogo. O professor não contextualiza a tarefa e o 2.0.
objetivo da mesma para o aluno. Isso impossibilita, inclusive, um
Nesse sentido, consideramos que os professores precisam
possível interesse do aluno pela mesma.
conhecer mais a metodologia da WQ e a Taxonomia Digital de
Bloom levando em conta em sua coreografia didática: melhorar a

379
aprendizagem colaborativa dos alunos; melhorar as relações [6] Kenski, Vani Moreira. Gestão e Uso das Mídias em Projetos
sociais do grupo de estudantes; melhorar e incrementar o uso dos de Educação a Distância. Revista E-Curriculum, São Paulo,
recursos que a Web 2.0 disponibiliza como um recurso a mais na v. 1, n. 1, dez. - jul. 2005-2006. Disponível em:
aquisição do conhecimento; melhorar espaço para a co-autoria de http://www.pucsp.br/ecurriculum, acesso em: 10/05/2010
sentidos e significados entre os estudantes, bem como fazer uso da [7] Litto, Fredric Michael. O atual cenário internacional da
linguagem em tom dialógico em que possa aproxima o aluno aos EAD. In: Litto, Fredric; Formiga, Marcos. Educação a
passos do professor nessa coreografia didática. distância. O estado da arte. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2009. p. 14-20.
[8] March, T. The Learning Power of WebQuests. Educational
REFERÊNCIAS Leadership, 61 (4), pp.42-47. 2003.
[9] Mercado, L.P.L.e Viana, M.A.P. Projetos Utilizando
[1] Bottentuit Junior, J.B. & Coutinho, C. P. Análise dos
Internet: A. Metodologia WebQuest na Prática. Maceió-AL:
Componentes e a Usabilidade das Webquests em Língua
Q Gráfica/Marista. 2004.
Portuguesa. Disponíveis na Web: um estudo exploratório. 5º
CONTECSI Congresso Internacional de Gestão de [10] Oser, F. K. E Baeriswyl, F. J. Choreografies of teaching:
Tecnologia e Sistemas de Informação. São Paulo, 2008. bridging instruction to teaching. In V. Richardson (Editor):
Handbook of research on teaching (4ª ed). Washington:
[2] Churches, Andrew. Bloom's Digital Taxonomy. 2009.
AREA, 2001. pp. 1031-1065.
Disponível em
http://edorigami.wikispaces.com/file/view/bloom's+Digital+t [11] Rocha, L. R. A Concepção de Pesquisa no Cotidiano
axonomy+v3.01.pdf, acessado em 05 de fevereiro de 2010. Escolar: Possibilidades de Utilização da Metodologia
WebQuest na Educação pela Pesquisa. Dissertação de
[3] Dodge, B. WebQuests: A Technique for Internet – Based
Mestrado em Educação Curitiba: Universidade do Paraná.
Learning. The Distance Educator, V.1, nº 2. 1995.
2007.
[4] WebQuests: past, present and future. In: Carvalho, A. A.
[12] Santos, Edméa. O. A metodologia da WebQuest interativa na
(Org). Actas do encontro sobre WebQuest. Braga:
educação online. In: Freire, Wendel. (Org.). Tecnologia e
Univerdidade do Minho-PT, 2006.
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[5] WebQuest Taskonomy: A Taxonomy of Tasks. 2002. WAK Editora, 2008, v. 1, p. 107-128.
Disponível em <http://webquest.sdsu.edu/taskonomy.html >
acesso em 17 setembro 2010.

380
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PROPUESTA DE UN SEMINARIO VIRTUAL GUIADO:


APLICADO A LA ENSEÑANZA DE LAS ENERGÍAS
RENOVABLES
Antonio Molina Bonilla, José Carpio, Manuel Castro, Antonio Colmenar
Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED)
Madrid
fisico.antoniomolina@gmail.com, {jcarpio, mcastro, acolmenar }@ieec.uned.es

ABSTRACT
En este artículo se describe una propuesta de seminario virtual La llegada de estas tecnologías al gran abanico de temas
guiado para ser aplicado en la enseñanza de las Energías formativos que existen en la actualidad está siendo desigual
Renovables en el campo de la ingeniería industrial. Éste tiene por debido a la menor o mayor dificultad para acoplar estas nuevas
objeto continuar con el trabajo que en esta materia se viene herramientas a las materias, o también al interés que despierta su
realizando en el Departamento de Ingeniería Eléctrica, Electrónica aplicación que puede hacer que su aceptación sea más rápida o
y de Control (DIEEC) de la Universidad Nacional de Educación a más lenta. Pero es un hecho ya cotidiano que los estudiantes
Distancia española (UNED) desde hace más de una década. A lo actuales están ligados de alguna forma a las nuevas tecnologías de
largo de este trabajo el lector encontrará un repaso por las la información ya sean bases de datos, materiales de estudio o
principales herramientas de software indicadas para su desarrollo, consulta en web, cursos en línea, programas de simulación,
los contenidos temáticos que lo compondrán, la arquitectura de su gestión de la administración o incluso laboratorios remotos y se
flujo de funcionamiento, su interface, los procesos de calidad que ayuden de las mismas en sus tareas de aprendizaje sea cual sea su
se pretenden incorporar y todo ello en un contexto actual donde área formativa. Además otro aspecto que esta introduciendo
confluyen las nuevas tecnologías de la información y el nuevo nuevos retos que a su vez requieren del uso de estas tecnologías es
marco europeo para la enseñanza superior. el nuevo marco de recomendaciones para la enseñanza en los
estudios superiores en Europa, el Espacio Europeo de la
Categories and Subject Descriptors Enseñanza Superior (EEES) [2], en las que se proponen un
K.3.1 [Computer Uses in Education]: Enseñanza a distancia. cambio radical entre el estudio tradicional basado en clases
magistrales, estudio teórico y examen final, hacia una
metodología de estudio basada en el trabajo continuo, evaluación
Términos Generales continua, trabajo colaborativo entre estudiantes, interacción
Gestión, Medida, Documentación, Diseño, Experimentación, profesor-alumno como una unidad de trabajo en equipo, en la que
Estandarización y Lenguajes. el papel del profesor se orienta entonces hacía ser un elemento de
guía o director del aprendizaje, estas metodologías tienen
Palabras clave denominaciones propias como PBL (Project or Problem Based
Seminario, tecnología, renovables, enseñanza, virtual, multimedia, Learning) aprendizaje basado en proyectos y CL (Colaborative
hipermedia, e-learning, b-learning, laboratorio. Learning) aprendizaje colaborativo [3] [4].
En este ambiente de nuevas tecnologías de la enseñanza, y en
1. INTRODUCCIÓN concreto en la enseñanza a distancia se propone con este trabajo
La incorporación de las nuevas tecnologías de la información y de un seminario virtual guiado para el caso concreto de las Energías
la comunicación (TICs) a la enseñanza está provocando una Renovables (ER), una materia que tiene la particularidad de ser
verdadera revolución dando lugar a un replanteamiento multidisciplinar en cuanto a las materias de ingeniería que
generalizado en todas las universidades en sus propuestas intervienen y por ello compleja de tratar al tener que intervenir
educativas [1], ya sea mediante la incorporación de cursos a como se verá, muchas y variadas herramientas de software. El
distancia, antes no contemplables por la necesidad de unas objetivo es que este seminario virtual de continuidad al trabajo
prácticas presenciales ineludibles, como por el mayor número de realizado por el DIECC de la UNED incorporando al mismo los
recursos ofrecidos a los estudiantes en cuanto al acceso a los materiales que constituyen la base teórica y didáctica de las
materiales de los curriculums a estudiar. asignaturas de grado:
Molina, Antonio., Carpio, José., Castro, Manuel., Colmenar, Antonio. (2010).
Propuesta de un Seminario Virtual Guiado: Aplicado a la Enseñanza de las Energías
Renovables. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 381-389, Santiago de Chile.
381
• Centrales de Energías Renovables. • Energía Eólica
• Generación Eléctrica con energías Renovables. Y de Master: • Energía Hidráulica (minicentrales hidroeléctricas)

• Aplicaciones Eléctricas de las Energías Renovables. • Energía de la Biomasa


• Energía Geotérmica
Por lo tanto, se integrará en un sistema e-learning de enseñanza a
distancia universitario mediado por tecnologías informáticas, • Energía Mareomotriz
dirigido a estudiantes que ya han adquirido formación preliminar • Energía de las Olas
básica en todas las disciplinas de ingeniería industrial que
intervienen. • Energía Maremo-térmica

Así como hay bastante material de enseñanza a distancia y en Básicamente, el desarrollo de cada uno de estos nueve capítulos
formatos de e-learning sobre áreas como la electrónica, la responde al siguiente esquema:
computación o la automática [5] y se pueden encontrar con • Origen de la fuente energética,
relativa facilidad trabajos que tratan aspectos concretos de las ER
• Potencial de energía,
con más impacto comercial en la actualidad, como son la energía
solar fotovoltaica, la energía eólica o las mini-hidráulicas [6], en • Tecnologías para su aprovechamiento,
cambio no son muchos los trabajos que se pueden encontrar en • Costes del uso de la misma,
relación a la enseñanza en ER en su conjunto [7], donde además
se encuentra que el tratamiento no es tan global como el que se • Impacto ambiental por su utilización,
pretende en este trabajo y es por ello precisamente una de las • Situación actual de la explotación de la fuente de
motivaciones para su realización. energía en cuestión y
En la segunda sección de este artículo se exponen el temario y • Conclusiones.
contenidos de todos los materiales lectivos que sería conveniente Partiendo de este marco teórico el DIEEC de la UNED desarrolló
tratar y en que profundidad, en la tercera sección se comentan las un material multimedia llamado Biblioteca Multimedia de las
herramientas recomendables para diseñar cada instrumento del Energías Renovables, (BMER) [9] el cual dispone de contenidos
tutorial y los requerimientos base como la compatibilidad con en cuanto a las distintas posibilidades tecnológicas actualmente
sistemas de gestión de contenidos de la enseñanza, en un cuarto disponibles para convertir en calor, combustibles o electricidad la
apartado se desarrolla el diagrama de flujo general y los diagramas energía procedente de fuentes de ER, además de cubrir todos los
específicos por tema, en la quinta sección se comenta aspectos relacionados con el uso de las distintas fuentes de
sucintamente el tipo de evaluación y control de calidad que se energía, como son los tecnológicos, económicos, normativos,
proponen, para finalmente en la última sección ofrecer las sociales, medioambientales, etc. además de una completa
conclusiones y futuro. colección de datos sobre la evolución histórica y uso actual de
estas energías, así como sus previsiones de futuro, centrándose
2. CONTENIDOS DEL SEMINARIO especialmente, en los datos referentes a España y la Unión
VIRTUAL EN ENERGIAS RENOVABLES Europea. El seminario virtual guiado que se propone en este
Como texto base y de referencia para el desarrollo de los trabajo utilizará todo este material editado para incorporarlo a un
contenidos se ha elegido el texto [8] debido al completo sistema de gestión de contenidos de aprendizaje en red (Internet e
tratamiento actualizado que en él se hace de todas las tecnologías intranet) actualizando sus contenidos, adaptándolo a las nuevas
en ER y a que es el texto base de las asignaturas enumeradas en la metodologías de enseñanza e incorporando nuevos recursos como
introducción de este trabajo. son los laboratorios virtuales, documentales tecnológicos y clases
didácticas en video expuestas por los profesores de aquellos
La composición de los contenidos que se proponen aquí constan aspectos claves o de mayor dificultad teórica. Son varios los
de, primero un tema introductorio a las energías renovables en videos planificados por el DIEEC dentro de un proyecto llamado
general definiendo su significado, su relación con la Ciclo audiovisual de Energía y Edificación: Tecnologías y
sostenibilidad y comparándolas con las energías no renovables, Sostenibilidad que se pueden enumerar por:
tanto a nivel económico como medioambiental; después en este
• El sistema energético, la energía eléctrica y la sostenibilidad
mismo tema se hará un repaso por los sistemas básicos de
transformación de la energía colectada en energía eléctrica o en • La energía solar fotovoltaica
otra energía aprovechable como son: la caldera de vapor, turbina • La energía solar térmica (aplicaciones domésticas e
de vapor, intercambiadores de calor, turbina de gas, turbinas industriales)
hidráulica, turbina eólica, generador/motor eléctricos y
transformador eléctrico; para finalmente comentar los sistemas • La energía solar térmica (climatización: producción de calor
modernos de almacenamiento de energía como son las pilas de y frío)
combustible o la transformación en hidrógeno. A continuación se • La energía eólica
desarrollarían en detalle los temas correspondientes a cada tipo de
energía renovable se pueden enumerar por: • Domótica
• Otras energías renovables. Sostenibilidad y energía eléctrica
• Energía Solar Térmica
El segundo y tercer título de los anteriores ya están editados
• Energía Solar Fotovoltaica (2008-2010), el cuarto de la lista está en rodaje y el resto están en

382
vías de desarrollo. El video de Domótica no es un producto para aportar animación, vídeo e interactividad a las páginas Web
específico de las ER pero, se incluye como soporte debido a su de licencia propietaria o Dspace el cual también permite el acceso
directa relación con la sostenibilidad y el uso de ER. y gestión a todo tipo de contenidos digitales como texto,
El último tema se pretende abordar un apartado con carácter imágenes, imágenes en movimiento, video (mpegs) etc., siendo
transversal que sea integrador de todos los aspectos de las este de licencia libre. Cuando se necesite una mayor calidad y
energías renovables como lo es el tema del tratamiento de los sofisticación se pueden utilizar otras herramientas [14] como 3D
sistemas de generación eléctrica distribuidos, es decir, el Studio Max, Studio 2 Editor, PhotoShop y Adobe Encores CS3.
estudio de la combinación de varios sistemas de generación
energética basados en energías renovables, su integración al 3.3 Herramientas de desarrollo de contenidos
sistema de distribución energética general y su influencia en el y lenguajes de programación
ajuste del binomio producción-demanda. Además de los Hay varios lenguajes de alto nivel como son Java, PHP, Python y
materiales comentados a nivel teórico, en el aspecto práctico de C++ que son adecuados para el desarrollo de aplicaciones
desarrollo de un laboratorio virtual en este tema será una generales y desarrollo de contenidos en los entornos de e-learning.
referencia muy interesante el trabajo [10] en el que se trata esta Dependerá del tipo de aplicación y de las preferencias del
problemática mediante la creación de unas plantas virtuales programador lo que determinarán que lenguaje es el más
simuladas que se integran a un sistema de distribución energética apropiado en cada momento. Para documentos interactivos puede
contemplando la variabilidad e inconvenientes de los sistemas de ser necesario un lenguaje que maneje documentos XML como
ER relacionados sobre todo con el bajo factor de carga de los XTutor, para la integración de sistemas puede ser interesante el
mismos y discontinuidad en la producción energética inherente a lenguaje Python o el PHP y para el manejo de las bases de datos
estos sistemas por razones muchas veces simplemente climáticas. MySQL [15]. Hay autores expertos que defienden la conveniencia
El espíritu de este último tema es de síntesis de los temas de utilizar C++ en casos en los que es necesario generar gráficos
anteriores y con el objetivo de que pueda ser trabajado en en 3D o animación de figuras.
equipos, es por tanto aquí donde se quiere introducir una guía
para los estudiantes sincronizada, de forma que puedan desarrollar No obstante el lenguaje de programación por excelencia más
los objetivos del tema de forma colaborativa. utilizado en el desarrollo de aplicaciones de enseñanza virtuales
es el Java, como lo demuestran multitud de trabajos al respecto
3. PREMISAS Y HERRAMIENTAS los cuales abarcan desde desarrollo de contenidos hipermedia,
administración de materiales multimedia a la creación de
RECOMENDABLES PARA SU laboratorios de simulación virtuales. Los diseños realizados con
DESARROLLO Java pueden ejecutarse en una plataforma Java o cuando están en
su forma de Java Applet pueden ejecutarse en cualquier
3.1 Premisas navegador web, lo que hace a este lenguaje ideal para la
Un seminario virtual del tipo que se propone aquí debe cumplir la
enseñanza a distancia. Por otro lado, hay bastantes aplicaciones
máxima de ser integrable en un sistema o entorno de gestión de
con licencia libre que facilitan el trabajo de edición a la hora de
contenidos de la enseñanza, más conocidos con su acrónimo
programar en Java e incluso hay versiones que permiten
anglosajón LMS (Learning Management System), como los ya
programar de forma más amigable como el Visual JVM (Java
utilizados en la mayoría de universidades de todo el mundo, sean
Virtual Machine) propuesto en [16] que proporciona un cómodo
plataformas propietarias como WebCT, Blackboard o plataformas
interfaz gráfico para su manejo.
de software libre como Moodle, Sakai, dotLRN, OpenACS,
Atutor o Ilias [11]. En concreto este tutorial está destinado a ser Además de estos lenguajes de programación más genéricos hay
colgado en la plataforma de gestión de contenidos de la UNED otros lenguajes que están dedicados o especializados en el
llamada Alf [12]. desarrollo de contenidos para aplicaciones en la enseñanza
informatizada como son EML (Educational Modeling Language),
En general el requerimiento anterior se puede cumplir
y PoEML (Perspective Oriented EML) que como derivado del
simplemente utilizando herramientas de uso común en el mercado
anterior mejora el soporte para la creación de modelos
del software aplicativo a la enseñanza. En esta línea es
computacionales y gráficos de unidades didácticas (UD) [17]
conveniente seguir los estándares creados para plataformas
pero, por el momento no tienen soluciones informáticas en forma
educativas IMS (Institutional Management Systems), como son
de editores que permitan su utilización práctica No obstante hay
IMS-CP (IMS-Content Packaging), IMS-LD (IMS-Learning
aplicaciones especializadas en editar UD en acuerdo con los
Design) y IMS-QTI (IMS-Question and test Operatibility) con el
estándares IMS como Coppercore 1 y RELOAD 2 basadas en los
fin de asegurar la compatibilidad, reutilización y actualización de
lenguajes EML que cumplen con las premisas mencionadas en el
los contenidos [13].
apartado 3.1, y también cabe mencionar aquí aunque sea de
soslayo la existencia de programas de ayuda, que no son
3.2 Herramientas multimedia estrictamente un lenguaje de programación, que proporcionan
Como se verá en la próxima sección se propone la utilización de herramientas específicas de apoyo al desarrollo de contenidos web
audiovisuales de tipo video documental, lecciones en video, y como VLeaf [18].
recorridos hipermedia con sonido y fotografías. El desarrollo de
este tipo de materiales necesita un gran trabajo por parte del
profesorado en su preparación y en su posterior edición por lo que 1
son necesarias herramientas que faciliten toda esa labor, por http://coppercore.sourceforge.net
2
ejemplo Adobe Flash, que es una aplicación multimedia usada http://www.reload.ac.uk/ldeditor.html

383
Para el seminario se estudiarán estas soluciones pero, de acuerdo intensidad la implantación de la metodología de enseñanza basada
a las recomendaciones de los trabajos anteriores se concluye que en proyectos o problemas, además de que será también el apartado
principalmente será Java el lenguaje más adecuado para el que brindará más oportunidades de trabajo colaborativo entre los
desarrollo del seminario virtual. estudiantes. Los requerimientos a tener en cuenta para los
laboratorios además de la adaptabilidad a las plataformas de
aprendizaje, son la extensibilidad, esto es deben tener capacidad
3.4 Herramientas para la creación de de ser ampliables fácilmente y su estabilidad, los laboratorios
laboratorios de prácticas deben ser sistemas robustos que permitan trabajar con ellos un
Se contemplan para el seminario virtual las tres modalidades de gran número de horas sin que se produzcan fallos, deben tener
posibles prácticas de laboratorio virtuales y semi-virtuales [19]: límites claros de control y poka-yokes que eviten posibles errores
fatales de operación. Será conveniente en su diseño, construcción
• Laboratorio real controlado remotamente. Este tipo de
y mantenimiento el utilizar las técnicas de control de calidad
laboratorio consta del montaje físico real de un sistema, parte
habituales en la industria.
de un sistema o un sistema minimizado a una determinada
escala de un sistema (se entiende como sistema aquí una Las tres modalidades de laboratorio se contemplan como
planta de conversión energética a partir de energías aplicables en el seminario virtual dependiendo de la tecnología
renovables); luego un conjunto de instrumentos que toman que se trate en el tema y del tipo de práctica a realizar.
medidas de diferentes magnitudes del sistema y en diferentes
puntos del mismo; un interfaz que compila los datos y hace
de vehiculo para el control del sistema y del conjunto de
4. ORGANIGRAMA GENERAL,
equipos de medidas; y finalmente un sistema interfaz que SECUENCIACION Y ADMINISTRACIÓN
permita la conexión remota de los estudiantes a través de la DE LOS CONTENIDOS
plataforma de gestión de enseñanza, equipo que debe además
gestionar que no se produzca congestión en el uso del 4.1 Contexto
laboratorio. Hay trabajos que actualmente defienden que para obtener los
mejores resultados académicos el punto ideal se encuentra en la
• Laboratorio virtual a distancia. Este tipo de laboratorio
combinación de los dos sistemas de enseñanza actuales
constará de en un servidor donde su ubique el software de
manteniendo por un lado el contacto tradicional cara a cara con el
simulación correspondiente y de una aplicación que lo
profesor y por otro, las metodologías de enseñanza a distancia e-
integre en el LMS, que este capacitada para gestionar su
learning dando lugar a lo que se denomina en la literatura
acceso a distancia y que gestione además la conexión
anglosajona “blended learning” (b-learning) [20]. Esta
multiusuario.
hibridación en una universidad a distancia no es posible o es muy
• Laboratorio en casa del estudiante. Este laboratorio tiene complicada a priori, debido a que está conceptualizada como una
dos posibilidades: enseñanza donde el profesor es una figura proveedora de
materiales curriculares que en base a una guía de trabajo propone
o Virtual ejecutable en el computador del al alumno su estudio para ser posteriormente evaluado, la
estudiante.- es decir, una aplicación software que interacción alumno-profesor es muy puntual. Por lo tanto se ve
o bien se diseña y desarrolla en la universidad y se que ya en su metodología de base no esta concebida como la
le suministra al estudiante con la que realizará unos universidad presencial en la que el contacto con el profesor es
ejercicios en su ordenador personal o bien puede habitual pero, el panorama está cambiando, con la ayuda de las
ser una aplicación comercial con licencia parcial TIC se puede hacer un acercamiento al b-learning que podría
libre, versión estudiante o de evaluación, que denominarse como “quasiblended learning” ya que estas
permita hacer unos ejercicios guiados. tecnologías posibilitan una mayor interacción del profesor con los
o Kit hardware.- Aplicaciones electrónicas/ estudiantes mediante clases en formatos multimedia; por un lado
eléctricas de tipo didáctico dirigidas a estudiantes indirectamente con audiovisuales en sus diferentes formatos y por
que pueden comprarse, las construye y proporciona otro directa con la utilización de los sistemas de teleconferencia,
la propia universidad o las puede construir el videoconferencia y foros/chat. Entonces se puede afirmar que con
propio alumno. A partir de las que una vez en la llegada de las TIC, en la enseñanza a distancia se produce un
funcionamiento se realizan unas prácticas avance adicional con respecto a la enseñanza presencial. En esta
obteniéndose unos resultados reportables. última se introduce el ya comentado b-learning como
complemento o apoyo adicional a la universidad presencial pero,
En cada caso hay unas herramientas más adecuadas que otras. Los en la enseñanza a distancia surgen unos nuevos recursos que
programas que más se utilizan en la elaboración de prácticas de permiten un contacto alumno-profesor mucho mayor que el que
simulación virtural son Matlab-Simulink, Scilab, Octave y Scada, tradicionalmente existía. Por lo tanto, se puede considerar válido
para laboratorio remoto el más versátil es Labview y como el concepto reseñado al principio de que en la enseñanza a
ejecutable en el computador del estudiante del que hay más distancia también es viable un b-learning, no al nivel que en la
referencias es de la versión evaluación de Pspice. De forma enseñanza universitaria presencial, y es por esto que se bautiza
general para simulaciones de cualquier tipo y aplicaciones aquí como quasib-learning, basado en una adecuada combinación
dedicadas se utiliza Java (applets). entre los sistemas de enseñanza asíncronos donde el estudiante
Los laboratorios serán un parámetro clave en el diseño del sigue su propio esquema temporal, con entradas síncronas de
seminario virtual, ya que en este apartado recaerán con más interacción alumno-profesor mediante video-conferencias donde

384
se realicen clases lectivas a distancia en tiempo real. La intención seminario y el acceso a un calculador de los tiempos de
de este seminario virtual, además de la obvia introducción de dedicación estimados en estudio y actividades, por temas y
contenidos en ER, es materializar este nuevo concepto en su totales, con respecto a los recomendados por el profesor. Ha esta
desarrollo. página se podrá volver desde cualquier punto del seminario y de
forma automática cuando se seleccione la flecha de avanzar se irá
al último punto en curso.
4.2 Organigrama general
Se propone un organigrama general como el de la figura 1, donde
se puede ver el flujo temático del seminario virtual. En este hay
una secuencia principal donde el primer tema introductorio debe
estudiarse y evaluarse previamente a la posible selección en el
orden preferido por el alumno de cualquiera de los temas base de
cada tipo de energía renovable tratada en el seminario. Una vez
estudiados todas los temas sobre las energías renovables incluidas
en el temario y validado el trabajo efectuado por el estudiante en
cada tema, se pasaría al tema final de síntesis, integración y
consolidación de conocimientos.

Tema 1
Introducción
Figura 2. Muestra interfaz gráfica página; “Inicio”
Validación
La primera vez que se avanza desde la página “inicio” y cuando se
selecciona así desde cualquier punto del tutorial, se pasa a la
página “Índice” (figura 3), centro neurálgico del mismo. Desde
Tema 2 Tema 3 Tema 9 aquí siguiendo el orden secuencial comentado al principio de este
Energía Energía Energía apartado se dispone del acceso al temario. De cada tema se tendrá
Solar Solar Maremo en todo momento el porcentaje de realización del mismo y el
Térmica FV Térmica tiempo dedicado.

V? V? V? V?

Tema 10
Síntesis

Trabajo Colaborativo

Figura 3. Muestra interfaz gráfica página “Índice”.


Figura 1. Diagrama en bloques general
Desde esta página se puede salir del seminario volviendo al LMS
Una vez el estudiante se identifica en el sistema LMS accederá al quedando automáticamente registrado todo lo trabajado hasta ese
curso en ER en el que estará previamente matriculado, grado o momento o volver a la página “Inicio”. Igualmente en todo
master, y una vez dentro del entorno de dicho curso podrá enlazar momento es posible ir al punto de ayuda.
con el seminario virtual del nivel correspondiente a su matrícula.
La intención a priori es que dentro del menú de “actividades” este 4.3 Esquema genérico para cada tema
ubicado el seminario virtual y en la “guía” del estudiante además Cada uno de los temas estará organizado de acuerdo al esquema
de la guía del curso se encuentre una guía rápida de usuario para de la figura 4. Aquí es donde se ubica la filosofía del método
acceder al mismo de forma simple. PBL, planteándose para cada tema una serie de problemas
La interfaz gráfica principal debe ser lo más amigable posible y el centrales a partir de los que el estudiante investigará dentro de los
prototipo de lo que el estudiante encontrará se ilustra en la figura materiales hipermedia y multimedia proporcionados para su
2. El alumno podrá acceder a un video de presentación inicial del resolución. Igualmente también dispondrá de la opción de seguir
curso, podrá visualizar un esquema de su arquitectura, acceder a un recorrido guiado previo. Después se pasa a una validación de
la guía de usuario, ver un gráfico con el grado de completitud del suficiencia teórica por parte del alumno. Este test es generado y
evaluado automáticamente por el sistema informático a partir de

385
una selección aleatoria de cuestiones ubicadas en una base de iconos a la derecha del título de las secciones temáticas. Una vez
datos creada por el profesor. Una vez validado este paso de finalizados los contenidos teóricos se habilita el icono que
evaluación automatizada quedaría registrada la nota de acceso y se activará el test de validación teórica y una vez superado se podrán
pasaría a la parte práctica del tema. En esta parte también se activar las actividades prácticas. Se contempla la posibilidad de
incorporan las nuevas metodologías de enseñanza, proponiéndose introducir en alguna de las prácticas alguna experiencia de tipo de
un proyecto o problema a resolver por el alumno mediante juego educativo, donde se plantee un objetivo al alumno a través
experimentación, utilizando el modelo de laboratorio que se le de un entretejido interactivo en el que vaya superando una serie
asigne en cada tema. de barreras virtuales para las que tendrá que utilizar los
conocimientos adquiridos en la teoría.
Las teclas inferiores permiten el enlace al control de tiempo, curso
completado, salir de la aplicación, ayuda, vuelta a la página
“Índice”, vuelta a la página “Inicio” y bibliografía, en ese orden
desde la izquierda.

4.4 Contenidos virtuales específicos por tema


4.4.1 Tema 1: Introducción
En el primer tema como introducción al curso se plantea realizar
una videoconferencia inicial donde se pueda presentar el profesor
y el máximo número de alumnos matriculados al curso. Después
al ser un tema introductorio puede ser muy interesante, incluir
junto con la documentación guiada hipermedia un video
documental genérico sobre energías renovables.

4.4.2 Tema 2: Energía Solar Térmica.


Introducción teórica guiada por el sistema hipermedia del tutorial,
con audiovisuales que ilustren las tecnologías de captación de
energía solar térmica a media y alta temperatura, por ejemplo en el
primer caso una central de colectores cilíndrico parabólicos (CCP)
y en el segundo caso dos ejemplos, una central térmica de torre y
una central basada en sistemas de disco-Stirling. Como prácticas
de laboratorio se propone realizar un sistema simulado que
Figura 4. Diagrama en bloques por tema permita ver el efecto de las sombras sobre un grupo de colectores
Los datos recogidos en la experiencia son registrados junto con la solares térmicos de baja temperatura y luego un ejercicio de un
serie de conclusiones que se extraigan de la misma, siendo este diseño virtual de un CCP en el que el estudiante pueda modificar
conjunto controlado por una serie de marcas de paso que validen los parámetros de pérdidas geométricas, ópticas y térmicas para
este trabajo. El interfaz gráfico que se propone para cada tema es visualizar el efecto sobre su rendimiento [21][22].
el de la figura 5. Dentro de cada tema, la idea es que el alumno
vaya accediendo al material de una forma guiada a criterio del 4.4.3 Tema 3: Energía Solar Fotovoltaica
profesor pero, se le dará la opción de saltar este guiado y seguir Al igual que con el tema anterior se hace un recorrido virtual
un orden según sus preferencias. guiado por todos sus contenidos tecnológicos, variaciones en los
tipos de instalación actuales e impactos económicos y
medioambientales. Siendo este tema uno de los principales debido
a su gran implantación es conveniente una mayor extensión y
detalle teórico. Se introducirán una o dos lecciones en video sobre
los temas de más contenido matemático y un video documental
que ilustre la fabricación de las células solares y la construcción
física de los paneles fotovoltaicos en una planta de producción.
En cuanto a las prácticas de laboratorio se puede utilizar Pspice
para realizar un ejercicio de un sistema simulado con células
solares y por otro lado es factible la realización de una planta de
generación de energía solar a escala, a modo de laboratorio real
remoto en el que el estudiante pueda realizar algún ejercicio de
control automático de la orientación de los paneles.

4.4.4 Tema 4: Energía Eólica


Figura 5. Muestra interfaz gráfica páginas: “Temas”
La amplitud del contenido teórico será de la misma magnitud y
En cada apartado del tema habrá asignados una serie de recursos detalle que en el tema anterior debido igualmente a la gran
(hipertexto, diaporama, video-lección, documental, ejercicio implantación de los sistemas eólicos; se introducirá un video
interactivo, etc.) a los que se puede acceder directamente con los documental donde se ilustre la fabricación de todos los elementos

386
de las máquinas eólicas. Aquí se propone también la construcción óptima. En este trabajo se quiere promover el trabajo colaborativo
de un laboratorio real a escala (maqueta funcional) que permita entre grupos de estudiantes planteándoles en un entorno virtual un
hacer prácticas de rendimiento de los molinos eólicos variando reto en el que compitan con otros grupos con el objetivo de lograr
determinados parámetros reales y como experiencia práctica la mejor solución, teniendo en cuenta el impacto medioambiental,
adicional un laboratorio virtual en el que el estudiante pueda la sostenibilidad, el rendimiento económico y el servicio a los
comparar rendimientos y acoples a la red eléctrica mediante la usuarios finales de la energía. El trabajo colaborativo se
utilización de generadores síncronos, y asíncronos con control de supervisará mediante foros grupales gestionados por el LMS.
deslizamiento dinámico y sin control de deslizamiento.
5. EVALUACIÓN Y CONTROL DE
4.4.5 Tema 5: Energía Hidráulica CALIDAD
Este tipo de energía al ser más madura la componente tecnológica
Como se aprecia en los esquemas expuestos en los apartados 4.2 y
es conocida ya por el estudiante por lo que la presentación del
4.3, se proponen unas validaciones de conocimientos a lo largo
tema será con más contenido ilustrativo que teórico, mostrando
del seminario que vayan evaluando la asimilación de
las diferentes construcciones con ejemplos audiovisuales. La
conocimientos en la materia que esta recorriendo el alumno. Estas
práctica de laboratorio que se propone aquí es la elaboración de
evaluaciones se propone que sean automáticas tanto en la
un laboratorio virtual simple, realizado con Java que permita la
generación del test, su corrección y registro de resultados. La
reproducción variando parámetros de las curvas características de
superación de los test habilitará el acceso del alumno a nuevos
las turbinas hidráulicas comparando sus potencias y rendimientos
temas y apartados del tutorial de acuerdo a la secuencia principal
para diferentes grados de admisión, caudales y alturas de salto.
y secuencia interna de cada tema, tal como se comento en los
También se puede realizar una práctica similar a la del tema
apartados 4.2 y 4.3. Estos resultados se utilizarán además para un
anterior donde se pueda experimentar comparando la utilización
análisis de la calidad del aprendizaje por el alumno en términos de
de generadores eléctricos síncronos y asíncronos.
asimilación de conocimientos.
4.4.6 Tema 6: Energía de la Biomasa Para el análisis de la calidad de la enseñanza, es decir, de la
La materia de este tema es de índole más descriptiva que en los motivación que siente el alumno a proseguir en el aprendizaje
anteriores, por lo que un documento hipermedia donde se haga un basado en esta plataforma virtual de seminario, se realizará
recorrido por las distintas variaciones de esta tecnología y una también una encuesta a la finalización del primer tema, a la
práctica con un modelo interactivo en el que el estudiante pueda conclusión de los temas específicos y al final del curso Con los
ver modificando parámetros del proceso por ejemplo alguno de datos recogidos en esas encuestas se elaborará un estudio
los sistemas de conversión de la biomasa a biogas o a bio-aceite. estadístico infiriéndose en que aspectos los estudiantes no están
satisfechos y es necesario aportar nuevas mejoras, es decir
básicamente se seguirá un procedimiento de control de calidad
4.4.7 Tema 7: Energía Geotérmica
para encontrar las oportunidades de mejora.
La propuesta en este tema es similar al anterior, un recorrido
hipermedia y después un audiovisual mostrando sus orígenes y
alguna planta en funcionamiento. La parte experimental se 6. CONCLUSIONES Y FUTURO
reducirá a ilustrar los esquemas conceptuales de los sistemas de En este trabajo se han establecido las bases y la forma de la
aprovechamiento de alta entalpía como son el de conversión columna vertebral que hace de sostén de los contenidos que se
directa, de expansión súbita de una etapa, de dos etapas y de ciclo deben contemplar para una propuesta de seminario virtual dirigido
binario, mediante una simulación con Java. a la enseñanza en ER utilizando el estado del arte de las TIC,
donde se hace hincapié sobre todo en la incorporación de los
4.4.8 Temas 8: Energía Mareomotriz; Tema 9: laboratorios virtuales como medio principal para conseguir una
mayor asimilación de los materiales estudiados y para la inclusión
Energía de las Olas y Tema 10: Energía Maremo- del “aprendizaje haciendo”, basado en proyectos o problemas.
térmica
Debido a la baja implantación de estos sistemas será suficiente En los sistemas e-learning uno de los factores más complicados de
con su exposición descriptiva mediante el sistema interactivo de conocer en tiempo real son las sensaciones de los alumnos ante
guiado por los documentos hipermedia que expondrán los los estímulos de este tipo de enseñanza, debido a que no existe un
diferentes aspectos de cada tecnología y algún documento contacto diario con el equipo docente, como lo hay en la
audiovisual de sistemas experimentales implantados que vaya universidad presencial en cuyo entorno el profesor puede de
reforzando la asimilación del contenido descriptivo. alguna forma modular el ritmo de su lecciones de acuerdo a la
respuesta que va obteniendo en los estudiantes. Por lo tanto será
4.4.9 Tema 11: Trabajo de Síntesis un aspecto muy importante a considerar en el desarrollo de este
seminario, el utilizar técnicas de mejora continua de la calidad,
En este tema se propone abordar uno de los problemas actuales
como el TQM [23] que comprueben por un lado el grado de
debido a la implantación de los sistemas de captación de energía
satisfacción de los estudiantes como clientes usuarios que son y
renovables como generadores de energía eléctrica introducida a la
que a la vez evalúe con parámetros de calidad los niveles de
red eléctrica de forma distribuida, es decir no centralizada o poco
asimilación de los contenidos desarrollados y estudiados.
centralizada. Para ello puede ser interesante la simulación de
plantas de energía virtuales [10] con sus características Dado que la orientación de este tutorial es para que sea utilizado
particulares y capaces de reproducir sus rendimientos frente a en cursos oficiales universitarios, otro de los aspectos a considerar
factores ambientales, buscando que el estudiante pueda realizar
distintas combinaciones que le permita llegar a la solución más

387
en el futuro son medidas antiplagio, aunque en general se considera
que la bondad de los alumnos en un ambiente más interactivo [9] Colmenar, A., Castro, M., Biblioteca Multimedia de las
como el planteado aquí será mejor, la sustitución de los exámenes Energías Renovables. Ed. Progensa, 2009.
presenciales por pruebas a distancia necesitará de la incorporación [10] Newman, G., Mutale, J., 2009. Characterising Virtual Power
de nueva tecnología de la información. Plants. International Journal of Electrical Engineering
La puesta en práctica de esta propuesta de implementación de un Education. 46/4-2009.
seminario virtual está ya dando continuidad al amplio trabajo [11] Pastor, R., Tovar, E., Plaza, I., Castro, M., Llamas, M.,
realizado hasta la fecha desde el DIEEC de la UNED en materia Arcega, F., Díaz, G., Falcone, F., Jurado, F., Sánchez, J.A.,
de ER y su enseñanza por medios virtuales de e-learning. Domínguez, M., Mur, F., Carpio, J., 2009. Los recursos
tecnológicos para la teleformación en España: Comparativa
7. RECONOCIMIENTOS e implantación. IEEE-RITA Vol.4, Núm. 1, Feb. 2009
Los autores de este artículo desarrollan su investigación, [12] Pastor, R., Ros, H., Read, T., Castro, M., Distributed Digital
innovación y docencia en la UNED en el “Grupo de Investigación content Access in a Virtual Community Based E-Learning
en Ingeniería Eléctrica y Tecnologías Avanzadas en Educación, Platform. 38th ASEE/IEEE Frontiers in Education Conf.
Electrónica, Control, Computadores, Energías Renovables, S2F-26, October 22-25, 2008, Saratoga Springs, NY.
Sostenibilidad, Movilidad y Comunicaciones” del DIEEC y
[13] García, R., Díaz, F., Vicente, S., Linares, A. 2009. An E-
quieren agradecer a la UNED su apoyo en este trabajo en base a
learning Standard Approach for Supporting PBL in
las ayudas a las redes de innovación educativa y los proyectos de
Computer Engineering. IEEE Transactions on Education,
desarrollo de nuevos materiales con contenido multimedia así
Vol. 52, NO. 3, August 2009.
como nuevos programas de televisión educativa.
[14] González, M.J., Montero, E., Beltrán, A., Martínez, David.,
2010. Integrating digital video resources in teaching e-
REFERENCIAS learning engineering courses. IEEE EDUCON Conference
[1] Bustos Andreu, H., Nussbaum, M., 2007. An Experimental on Education Engineering April 14-16, 2010 – The Future of
Study of the inclusion of Technology in Higher Education Global Learning Engineering Education, Madrid.
Comput. Appl. Eng. Edu. 17: 100-107, 2009 DOI
10.1002/cae.20188. [15] Cabrero, S., Pañeda, X., Melendi, D., Orea, R., Herramienta
educacional para el diseño y configuración de redes de
[2] Castro, M., Colmenar, A. Peire, J., 2008. Future of Distance comunicaciones. IEEE-RITA Vol.5, Núm. 1, Feb. 2010
Education through EHEA. ASEE/IEEE Frontiers in
Education Conference. F4D-1. October 22-25, 2008 Saratoga [16] Garrido, P.P., Grediaga, A., Ledesma, B. 2008. VisualJVM:
Springs, NY A Visual Tool for Teaching Java Technology. IEEE
Transactions on Education, Vol. 51, NO. 1. February 2008.
[3] Raud, Z., Vodovozov, V., 2010. Project-Based DOI 10.1109/TE.2007.906601.
Collaborative Learning of Electrical Engineering Master
Students. IEEE EDUCON Conference on Education [17] Perez, R., Caeiro, M., Anido, L. 2010. Adaptation in a
Engineering April 14-16, 2010 – The Future of Global PoEML-based E-learning Platform. IEEE EDUCON
Learning Eng. Edu., Madrid. Conference on Education Engineering April 14-16, 2010 –
The Future of Global Learning Eng. Edu., Madrid.
[4] Perez, J.E., García, J., Muñoz, I., Sierra, A., 2010.
Cooperative Learning vs. Project Based Learning. IEEE [18] Rico, M., Camacho, D., Pulido, E., 2010. Automatic
EDUCON Conference on Education Engineering April 14- Guidance Tools for Enhancing the Educative Experience in
16, 2010 – The Future of Global Learning Eng. Edu., Non-Immersive Virtual Worlds. IEEE EDUCON Conference
Madrid. on Education Engineering April 14-16, 2010 – Madrid.
[5] Fernández, P., Salaverría, A., Mandado, E., 2010. An [19] Sancristobal, E., Martín, S., Gil, R., Díaz, A., Colmenar, A.,
Integrated System as a Tool for Complex Technologies Castro, M., Peire, J., Gómez, J.M., López, E., López, P.,
Learning. IEEE EDUCON Conference on Education 2008. Integration of Internet Based Labs and Open Source
Engineering April 14-16, 2010 – The Future of Global LMS. IEEE Computer Society. DOI 10.1109/ICIW.2008.45
Learning Eng. Edu., Madrid. [20] Hoic, N., Mornar, V., Boticki, I., 2007. A Blended Learning
[6] Muñoz, J., Díaz, P., 2010. A Virtual Photovoltaic Power Approach to Course Design and Implementation. IEEE
Systems Laboratory. IEEE EDUCON Conference on Transactions on Education. VOL. 52, NO. 1, February 2009.
Education Engineering April 14-16, 2010 – The Future of DOI: 10-1109/TE.2007.914945
Global Learning Engineering Education, Madrid. [21] Castro, M., Colmenar, A., 2000. Energía Solar Térmica de
[7] Efrossini, C.K., Boussiakou, I.K., Boussiakou, l.G., 2004. Baja Temperatura. Monografías Técnicas de Energías
Application of educational theories in restructuring an Renovables. Ed. Progensa.
introductory course in renewable energy engineering. [22] Castro, M., Colmenar, A., Carpio, J., Guirado, R., 2000.
European Journal of Engineering Education. Energía Solar Térmica de Media y Alta Temperatura.
[8] Carta, J., Calero, R., Castro, M. A., Colmenar, A. Centrales Monografías Técnicas de Energías Renovables. Ed.
de energías renovables: Generación eléctrica con energías Progensa.
renovables. Eds. Pearson-UNED 2009.

388
[23] Bernold, L.E., 2006, Applying Total-Quality-management Vol. 134, No. 1. January, 2008. doi: 10.1061/(ASCE)1052-
Principles to Improving Engineering Education. Journal of 3928(2008)134:1(3).
Professional Issues in Engineering Education and practice.

389
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago Chile, 2010

ENCUESTA INTERNACIONAL PARA DOCENTES


SOBRE EL USO DE LA TECNOLOGÍA PARA LA
ENSEÑANZA: RESULTADOS PRELIMINARES DE
AMÉRICA LATINA
Daniel Light Micaela Manso Cecilia Rodríguez
Center For Children and Technology Fundación Evolución Fundación Evolución
Education Development Center Argentina Argentina
Estados Unidos mmanso@telar.org dlight@edc.org
ceciliar@telar.org

ABSTRACT El objetivo de este estudio es desarrollar y


estandarizar a nivel internacional una encuesta para docentes Alrededor del mundo, los ministerios de educación están
sobre el uso de las tecnologías de la información y la recurriendo a las TIC para fortalecer sus sistemas educativos y
comunicación para la enseñanza. Se realizaron encuestas a 847 preparar a los estudiantes para las demandas del siglo XXI. Las
docentes de Argentina, Chile, Costa Rica y México de las áreas políticas educativas en países como Australia, China, Finlandia,
básicas, inglés y tecnología pertenecientes a escuelas públicas Irlanda, Singapur, Corea del Sur y el Reino Unido se sustentan en
secundarias que contaran con equipamiento y conectividad. Los la estrecha relación que existe entre el uso de TIC y el desarrollo
resultados parciales indican que la mayor parte de los docentes de habilidades tales como la creatividad, la construcción del
utilizan computadoras, netbooks o laptops con sus alumnos. Sin conocimiento y la resolución de situaciones problemáticas [5].
embargo, realizan un uso muy bajo de las herramientas TIC más
tradicionales y de las herramientas Web 2.0 disponibles en línea. La mayoría de los datos que existen son acerca de programas, y el
Las herramientas TIC más utilizadas son el procesador de textos, corpus actual de investigaciones cualitativas sobre el uso las TIC
el software de presentación y el uso de Internet como recurso en la educación muestra cuán difícil es lograr un cambio profundo
para la investigación. y definitivo en los sistemas educativo [1, 2, 4, 9]. A pesar del gran
número de proyectos y programas destinados a extender y
Categories and Subject Descriptors fomentar el uso de las TIC en las escuelas, los datos que existen se
limitan a la distribución de recursos TIC y no a su uso [3]. El
K.3 COMPUTERS AND EDUCATION acceso de las escuelas a infraestructura TIC -ya sea en
laboratorios o dispositivos móviles- tanto como el acceso a
General Terms conectividad son los indicadores más utilizados en el área de la
Standardization tecnología educativa. Sin embargo, estos indicadores dicen muy
poco acerca de si los docentes utilizan las TIC en su práctica
Keywords docente, y menos aún acerca del tipo de uso que les dan [3].

Tecnología Educativa, Encuesta, Docentes, Nivel Secundario, Este estudio, que busca generar un instrumento estándar para
Uso de Tecnologías de la Información y Comunicación, medir el uso de las TIC en las aulas de América Latina, se llevó a
Internacional. cabo con el apoyo de Intel®, del Education Development Center
(EDC) de EEUU y en colaboración con la Fundación Evolución
de Argentina, el Centro Costa Digital de Chile, el Instituto de
Estudios Interdisciplinarios de la Niñez y la Adolescencia
1. INTRODUCCIÓN (INEINA) de Costa Rica y Aseguramiento de la Calidad en la
En todos los continentes, si no en todos los países, hay programas Educación y en el Trabajo (ACET) de México.
y proyectos que impulsan la integración de las nuevas tecnologías
de la información y comunicación (TIC) en los sistemas El objetivo último de este estudio es desarrollar y estandarizar a
educativos. nivel internacional una encuesta sencilla que sirva para valorar el
uso general de las TIC en las escuelas. Con este fin se encuestaron
Light, Daniel., Manso, Micaela., Rodríguez, Cecilia. (2010). Encuesta internacional para
docentes sobre el uso de la tecnología para la enseñanza: Resultados preliminares de
América Latina. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 390-396, Santiago de Chile.

390
a aproximadamente 800 docentes de Argentina, Chile, Costa Rica variabilidad provenientes de las diferencias entre las materias
y México. enseñadas, se enfocó en docentes de las asignaturas principales
(lenguas, matemáticas, ciencias, ciencias sociales), de informática
Recientemente, en junio de 2010, finalizó el proceso de y de inglés.
recolección de datos. Este informe constituye una primera
aproximación a los resultados, se espera profundizar el análisis en
el transcurso del estudio. Este es el primer paso en el proceso de 2.2.1 Las Escuelas
estandarización de la encuesta, el siguiente será mejorarla a partir Se seleccionaron entre 10-30 escuelas públicas secundarias por
de lo aprendido en este intento y crear una versión adaptada para país que atendieran a poblaciones de recursos socio-económicos
el mundo árabe. medios o bajos. Las escuelas, para formar parte de la muestra,
debían estar localizadas en áreas urbanas, semi-urbanas o rurales
de la misma y/o diferente localidad. Además, la escuela debía
2. METODOLOGÍA representar a una “típica escuela secundaria pública del país”. Es
2.1. Diseño de la Encuesta decir, debía contar con los recursos tecnológicos o pedagógicos
Para crear el instrumento, EDC y la Fundación Evolución esperables para el contexto. Si las escuelas contaban con acceso a
utilizaron un proceso iterativo donde cada etapa de la programas especiales, podrían ser consideradas para la muestra,
traducción/localización sirvió también para retroalimentar la siempre y cuando estos programas fuesen de acceso público o
encuesta base. Primero, se redactó una versión de la encuesta en formaran parte de una iniciativa o política provincial o nacional.
un inglés neutro, versión internacional que serviría de base para Los criterios de muestreo excluyeron a aquellas escuelas que
ser adaptada a los diferentes contextos. Después, se realizó una formaran parte de proyectos pilotos o fuesen consideradas una
encuesta regional en un español neutro y las instituciones “excepción” dentro del contexto de la provincia o del país. Por
encargadas de su administración en los distintos países se último, la escuela debía brindar a sus docentes acceso a
ocuparon de adaptarlas a sus contextos con los recursos equipamiento informático básico y conectividad. Por ejemplo, a
idiomáticos adecuados o de acuerdo a las especificidades de sus un laboratorio equipado con computadoras que se encontraran
sistemas educativos. actualizadas, en buen estado y con acceso a Internet; o a
dispositivos móviles.
La encuesta busca indagar los siguientes temas, algunos de los
cuales fueron extraídos de y validados por otras encuestas
2.2.2 El Curso
internacionales preexistentes:
De acuerdo a las organización propia de cada sistema educativo, y
- Datos demográficos del docente
respetando el 8o grado en cada país como el grado focal (y un
- Creencias, actitudes y prácticas de enseñanza de los docentes
grado inferior y un grado superior al mismo), a continuación se
[8]
detallan los grados/ años en los cuales se administró la encuesta
- Desarrollo profesional docente (incluyendo desarrollo
en cada país:
profesional en uso de las TIC para la enseñanza)[8]
- Uso de tecnología:
- Chile: 7º y 8º año del nivel básico
o del docente
- México: 1°, 2° y 3° años de Secundaria
o con los alumnos
- Argentina: 1 o 2 año de secundaria en las provincias con una
- Tipos de actividades con Web 2.0 y redes sociales [7, 6]
secundaria de 5 años; o 2do y 3ero en las provincias que
o del docente
tuvieran una secundaria de 6 años.
o con los alumnos
- Costa Rica: 7º, 8º, y 9º del III Ciclo
- Uso de recursos en línea y participación en comunidades
virtuales de aprendizaje en el país y en América Latina 2.2.3 Los docentes
- Infraestructura y recursos de la escuela La encuesta estuvo destinada a los docentes de las escuelas
seleccionadas que enseñaran en los cursos y las materias
asignadas para la investigación en cada país: lengua, matemática,
2.2 Muestreo ciencias sociales y ciencias naturales. También podían ser parte de
la muestra los docentes de informática o computación y los
Como el presente estudio cuenta con recursos económicos profesores de inglés.
limitados, se seleccionó una muestra a partir de la identificación
de algunos criterios clave. Ya que el muestreo resultante no Se puso especial cuidado en que cada escuela mantuviese una
abarcaba a todos los grados o niveles escolares, fue necesario distribución equitativa de estas áreas para garantizar que todas
controlar algunos aspectos de la muestra para poder estandarizar estuvieran representadas en la muestra final. También se hizo
los datos y que estos sirvieran como un punto de referencia hincapié en seleccionar a docentes típicos, por lo tanto no se
internacional. Para reducir los posibles problemas de variabilidad buscó solo a docentes que utilizaran habitualmente las TIC en su
provenientes de las diferencias en las edades de los alumnos, se práctica docente, sino también a aquellos que no las utilizan
decidió seleccionar docentes que atendiesen a una población de cotidianamente.
alumnos de entre 13 y 14 años. Así, en cada país, el 8vo año de
escolaridad se eligió como el grado focal, pero se permitió
encuestar docentes que trabajasen con alumnos en un grado
inferior o un grado superior. Para reducir problemas de

391
2.3 Administración de la encuesta La muestra estuvo compuesta por profesores de aula,
coordinadores de tecnología y otros educadores que no trabajan
La administración de la encuesta tuvo características propias de directamente en el aula.
acuerdo a las particularidades de cada país. A continuación se
detalla el modo en el cual se administró en cada uno de ellos. En
todos los casos la encuesta fue administrada en papel. Los docentes que respondieron a la encuesta enseñan las cuatro
materias principales (Lengua, matemática, ciencia y sociales)
En Argentina, la administración de las encuestas estuvo a cargo de además de ingles y tecnología (Véase Tabla 1).
Fundación Evolución. Fundación Evolución cuenta con una red de Argentina Chile Costa México
facilitadores provinciales que fueron contactados para que Rica
seleccionen las escuelas, los docentes y, asimismo, fueran los
responsables de administrar las encuestas. Diez facilitadores
Lengua 16% 24% 16% 13%
administraron las encuestas en 16 escuelas correspondientes a 8
provincias. Las encuestas se enviaron a la Fundación por correo Matemática 14% 22% 21% 13%
común.
Ciencias 16% 14% 14% 17%
En Chile, la administración de las encuestas estuvo a cargo del Sociales 20% 16% 19% 18%
Centro Costa Digital de Chile. Las encuestas fueron auto-
administradas y se consideró pertinente la participación de Tecnología 10% 11% 3% 8%
encuestadores capacitados para introducir al sujeto de estudio en
la encuesta, con el fin de resolver dudas que surgen en el proceso Ingles 15% 13% 15% 18%
y recepcionar los instrumentos entregados. Se realizó en 31 Otro 9% 0% 12% 13%
establecimientos educacionales de la Quinta región,
específicamente de las Comunas de Valparaíso, Viña del Mar, Total 100% 100% 100% 100%
Quilpuéy Villa Alemana.
n=191 n=202 n=202 n=252
Las encuestas en Costa Rica fueron administradas por el Instituto
de Estudios Interdisciplinarios de la Niñez y la Adolescencia de la
Universidad Nacional. Se seleccionaron 28 escuelas de 6 Tabla 1. Número de docentes que respondieron por
provincias: San José, Heredia, Cartago, Puntarenas, Alajuela y asignaturas por país (porcentajes)
Guanacaste.
Para el análisis, se seleccionaron los 625 docentes que estaban
En México, estuvo a cargo del Aseguramiento de la Calidad en la trabajando en el aula, dictando clases de Inglés, Lengua,
Educación y en el Trabajo (ACET). Se administraron las Matemática, Ciencias Naturales o Sociales. Se seleccionaron los
encuestas en 13 escuelas de la ciudad de México. docentes de estas cuatro áreas principales e Inglés para permitir
una mejor comparación entre países. Quedaron fuera de la
muestra los docentes de Tecnología y los de otras áreas tales
como Educación Física, Arte, Formación Cívica, Religión, etc
(Véase Tabla 2).

Argentina Chile Costa México


Rica

Lengua 24% 27% 20% 22%


Matemática 19% 24% 24% 20%
Ciencias 23% 23% 17% 27%
Sociales 21% 19% 23% 18%

Figura 1.Conformación de la muestra Ingles 14% 15% 17% 14%


Total 100% 100% 100% 100%
n=132 n=176 n=169 n=148
3. DATOS DEMOGRÁFICOS
Después de tabular y procesar todas las respuestas obtenidas, la Tabla 2. Número de docentes en áreas principales e inglés por
muestra quedó conformada por las respuestas de 847 docentes: en país
Argentina respondieron 191 docentes secundarios, 202 lo hicieron
en Chile y Costa Rica y en México contestaron 252 docentes
(Véase Figura 1).

392
3.1 Recursos disponibles Argentina Chile Costa Méxi
Rica co
Para los docentes encuestados, el contar con acceso a las
computadoras no parece ser un obstáculo para la inserción de las
TIC. Este dato no sorprende, ya que era requisito contar con No usan 39% 14% 48% 19%
infraestructura TIC en la escuela para participar en la encuesta. La Usan 61% 86% 52% 81%
mayoría de los docentes, entre un 61% y un 92%, utilizan las TIC
con sus alumnos en el laboratorio de computación. Total 100% 100% 100% 100%
El porcentaje de docentes que no tiene acceso a las TIC en sus
Tabla 5. Porcentajes de docentes que indican que usan TIC
escuelas es muy bajo, solo asciende al 4%, en los cuatro países
con sus alumnos
(Véase Tabla 3).

Argentina Chile Costa México Los resultados indican que la mayoría de los docentes de los
Rica cuatro países utiliza las TIC con sus alumnos (Véase Tabla 5). Sin
embargo, se muestran variaciones importantes entre países.
Mientras que en Chile el 86% de los docentes utiliza
No hay 4% 4% 2% 3%
computadoras con sus alumnos, en Costa Rica las utilizan el 52%.
acceso
Solo en el 81% 61% 92% 79%
laborator 4.1.1 Uso de herramientas TIC tradicionales
io de Últimamente se ha experimentado una gran proliferación en la
cómputo oferta de recursos TIC que los docentes pueden utilizar en el aula.
Esta oferta abarca desde las herramientas tradicionales (Word,
En el 15% 35% 6% 18% Excel, Power Point, etc.) hasta un sinfín de nuevas aplicaciones
laborator Web2.0. La encuesta también indagó sobre los usos que hacen los
io y en el docentes de estos diferentes tipos de recursos. Por ello, se
aula analizaron de manera separada la apropiación por parte de los
Total 100% 100% 100% 100% docentes de estos dos grupos de recursos mediante la generación
de dos índices.
Tabla 3. Puntos de acceso a las TIC para los alumnos
El índice uso de herramientas TIC tradicionales combina los
La presencia en las escuelas de entornos 1 a 1 es todavía muy resultados de las variables de uso de herramientas tales como
reducida en todos los países, pero se aprecia una tasas más altas procesador de textos, hojas de cálculo, software de presentación,
en Chile, que viene llevando adelante, desde hace unos años, una materiales de referencia en línea, software educativo, software de
política nacional que apoyan la provisión de estos recursos. El programación, software gráfico o de imágenes y de creación de
resto de los países están recién comenzando (Véase Tabla 4). películas o videos; y software para elaborar mapas conceptuales
(Véase Tabla 6).
Argentina Chile Costa México
Rica En todos los países es elevado el porcentaje de docentes que
utiliza en un nivel bajo las herramientas TIC tradicionales.
Entorno 1 a 1 0% 8% 2% 3%
Tabla 4. Porcentaje de docentes con un entorno 1 a 1
Argentina Chile Costa México
Rica
4. RESULTADOS
No usan 28% 11% 40% 14%
4.1 Uso de TIC con alumnos
Esta sección ofrece un primer resumen de los resultados de la Uso bajo 51% 52% 43% 54%
encuesta piloto en América Latina sobre el uso de TIC en el aula.
Uso 21% 33% 15% 29%
Como punto de entrada a la indagación sobre el uso de las
medio
mismas, la encuesta consultó a los docentes si utilizaban
computadoras en la clase con sus alumnos. Dada la variedad de Uso alto 0% 4% 2% 3%
equipamientos tecnológicos existentes, se construyó un índice
agrupando el uso de computadoras, laptops y netbooks (mini Total 100% 100% 100% 100%
portátiles) (Véase Tabla 5). Tabla 6. Niveles de uso de herramientas TIC tradicionales
. (porcentajes)

393
Al analizar el uso de diferentes herramientas TIC, se constata el Argentina Chile Costa México
mismo patrón que estudios anteriores en EEUU habían mostrado. Rica
Las herramientas más usadas en todos los países son el procesador
de textos (Ej. Word) y software de presentación (Ej. PowerPoint). No usan 42% 25% 53% 34%
En Chile y México el 70% o más de los docentes usan estas dos
herramientas. El siguiente recurso más usado lo componen los Uso bajo 56% 71% 44% 57%
materiales de referencia en línea.
Uso medio 2% 4% 2% 9%
En Costa Rica las tasas de uso por herramienta reflejan los
Uso alto 0% 0% 1% 0%
resultados obtenidos en el índice herramientas TIC tradicionales.
El recurso más usado es el procesador de texto, pero solo 48% de Total 100 100 100 100
los docentes de aula indican que lo usan (Vease Tabla 7).
Tabla 8. Niveles de uso de herramientas TIC Web2.0
(porcentajes)
Argentina Chile Costa México
Rica
Al igual que con el uso de herramientas TIC tradicionales, la
mayoría de los profesores de tres países indican que realizan un
Procesador 66% 72% 48% 76% uso bajo de las herramientas TIC Web2.0, mientras que en Costa
de textos Rica, la mayoría de los docentes no utiliza la Web 2.0. Se nota un
Hojas de 32% 56% 31% 46% rápido declive en el porcentaje de docentes en los niveles de uso
cálculo medio y alto. En contraste con el patrón de uso de las
herramientas TIC tradicionales, hay una gran cantidad de docentes
Software de 52% 83% 40% 72% que no utiliza ninguna de las herramientas Web2.0: entre el 30% y
presentación el 50% en Argentina, México y Costa Rica; Chile en cambio,
muestra la tasa más baja, 25% (Véase Tabla 8).
Materiales de 52% 47% 34% 74%
referencia en Estos datos ponen en evidencia las complejas relaciones que se
línea establecen en las escuelas entre un bajísimo número de docentes
Software 36% 56% 20% 43% que utilizan la Web2.0 y una gran cantidad de jóvenes que hacen
educativo un uso exhaustivo de estas herramientas en diversos aspectos de
su vida.
Software de 6% 11% 9% 10%
programación
Software 14% 20% 15% 30%
gráfico o de
imágenes
Software de 15% 18% 16% 26%
creación de
películas o
videos
Software 21% 16% 12% 25%
para elaborar
mapas
conceptuales

Tabla 7. Niveles de uso de herramientas TIC tradicionales


discriminados (porcentajes)

4.1.2 Uso de herramientas TIC Web2.0


Este índice representa el nivel de uso de las llamadas tecnologías
Web2.0 y combina los resultados de las variables de uso de redes
sociales, podcasts, juegos de aprendizaje en línea y simulaciones;
marcadores sociales; RSS, blogs, wikis, y foros de discusión. Los
resultados sugieren que los docentes de Latinoamérica están
comenzando un lento proceso de incorporación de este tipo de
recurso a su práctica.

394
Argentina Chile Costa México Argentina Chile Costa México
Rica Rica
Redes sociales 17% 40% 16% 25% Leer blogs o wikis 35% 37% 11% 33%
Podcasts o 6% 9% 7% 15% Publicar su 8% 15% 7% 20%
videocasts/Audio o trabajo en blogs.
video streaming
Publicar su 4% 5% 4% 13%
Usar tecnología el 43% 60% 25% 59% trabajo en wikis.
línea para crear un
producto Publicar su 7% 7% 6% 18%
multimedial trabajo en línea en
algún sitio que no
Generar contenido 14% 24% 13% 25% sea un blog o wiki
en sitios para
compartir fotografía
o video Tabla 10. Formas de usar blogs y wikis (porcentajes)

Usar herramientas 18% 33% 27% 30%


de mapas en línea 4.2 Uso del Internet para investigar
Internet puede ser una fuente importante de información para los
Juegos de 12% 27% 8% 23% alumnos, sobre todo para escuelas que no tienen bibliotecas
aprendizaje en línea grandes o que estén situadas en lugares alejados. Por eso la
y simulaciones encuesta indagó sobre diferentes formas de usar el Internet para la
investigación. Los resultados indican que una gran cantidad de
Sitios de 5% 6% 5% 8% docentes usan Internet principalmente para proponerles a sus
marcadores sociales alumnos la realización de investigaciones independientes. Es
Agregadores de 10% 11% 7% 12% notable el porcentaje de docentes que usan Internet para que sus
noticias (RSS) alumnos puedan acceder a fuentes primarias de información,
sobre todo en Chile y Argentina (Véase Tabla 10).

Tabla 9. Niveles de uso de herramientas TIC Web2.0


discriminados (porcentajes) Argentina Chile Costa México
Rica
Los niveles de uso de las herramientas Web 2.0 todavía son bajos,
solo algunas categorías de recursos logra un nivel de uso por Realizar 61% 77% 39% 79%
encima de un tercio de la población y solo en Chile hay un recurso investigaciones
(redes sociales) cuyo nivel de uso alcanza un 40%. El tipo de independientes en
recurso Web 2.0 más usado está conformado por las herramientas Internet
multimedias en línea, seguidos por servicios de mapas. El uso de
las redes sociales en Chile está notablemente por encima de los Realizar WebQuests u 20% 18% 20% 30%
demás países. Esta situación puede estar reflejando la política otras actividades
nacional que promueve el uso de TIC mediante la red Enlaces. La estructuradas de
categoría mapas en línea es la única que supera un 30% en dos de investigación en
los países (Véase Tabla 9). Internet

El uso de blogs y wikis se trata aparte porque son herramientas Acceder a fuentes 64% 75% 30% 64%
que permiten a los usuarios generar sus propios contenidos, primarias de datos vía
además de simplemente leer el contenido de otros. La encuesta Internet
diferenció entonces estas actividades: leer blogs y wikis, por un
lado, y publicar contenidos propios, por el otro. Los resultados Participar en proyectos 27% 8% 11% 18%
indican que, por el momento, los docentes usan blogs y wikis más colaborativos
para leer que para publicar las producciones de sus alumnos nacionales o
(Véase Tabla 10). internacionales

Participar en grupos de 13% 12% 15% 22%


discusión en línea

Tabla 11. Uso de Internet como recurso de investigación


(porcentajes)

395
5. CONCLUSIÓN 6. AGRADECIMIENTOS
La encuesta desarrollada e implementada en Argentina, Chile, Esta investigación fue posible gracias al aporte de Intel®.
Costa Rica y México, intenta avanzar en la identificación de
indicadores de uso, tan escasos en la actualidad, pero tan REFERENCIAS
relevantes para la toma de decisiones de políticas educativas de
[1] Akbaba-Altun, S. (2006). Complexity of Integrating
inserción de TIC.
Computer Technologies into Education in Turkey.
Journal of Educational Technology and Society, 9(1),
176-187.
En términos generales, el análisis preliminar de los datos muestra [2] Comenius. (2008). Informe Final - Enlaces Portátil:
que la mayor parte de los, casi 800, docentes encuestados Abriendo Camino para un país digital. Santiago: Centro
disponen de acceso a las TIC y conectividad, y utilizan para el desarrollo de innovaciones en educación,
computadoras, netbooks o laptops con sus alumnos. Sin embargo, Universidad de Santiago Chile.
estos docentes realizan un uso muy bajo de las herramientas TIC [3] Fonseca, C. (2009). Deepening Understanding and
más tradicionales y de las herramientas Web 2.0 disponibles en Addressing Key Challenges. Publius Project, 4.
línea. Con respecto al uso de las herramientas TIC tradicionales, Retrieved from http://publius.cc
un segmento muy pequeño de los docentes no las utiliza, pero [4] Grant, M. M., Ross, S. M., Weiping, W., & Potter, A.
también es pequeño el grupo que realiza un uso muy alto de las (2005). Computers on wheels: an alternative to "each
mismas. En cambio, un tercio de los docentes encuestados no las one has one". British Journal of Educational
utilizan las herramientas Web 2.0, Technology, 36(6), 1017-1034.
[5] Honey, M. (2006). Background. In Board on Science
Education (Ed.), ICT Fluency and High Schools: A
Los resultados también indican que las herramientas TIC más Workshop Summary. Washington D.C.: The National
utilizada son el procesador de textos y el software de Academies Press.
presentación. Además, sabemos que el uso de Internet como [6] Interactive Educational Systems Design. (2009). Safe
recurso para la investigación- el cual hemos indagado de modo Schools in a Web 2.0 World Initiative National Online
independiente- es ampliamente utilizado por los docentes. Como a Survey of District Technology Directors Exploring
la fecha, el análisis de la encuesta aún se encuentra en proceso, District Use of Web 2.0 Technologies (pp. 73). New
nuestro próximo paso será analizar la relación entre el uso que los York: IESD.
docentes hacen de estas herramientas TIC (entre otras) y sus [7] New Media Consortium. (2009). NMC Horizon Project:
creencias, actitudes y prácticas de enseñanza para poder describir K-12 Edition. 2009 Preview: New Media Consortium.
mejor el modo en que son utilizadas. (Consortium for School Networking).
[8] Organization for Economic Co-Operation and
Development. (2009). Creating Effective Teaching and
Asimismo, se analizarán las relaciones que se establecen, por un Learning Environments: First Results from TALIS.
lado, entre los usos de las TIC que realizan los docentes y el tipo Paris, France: OECD.
de distribución o los puntos de acceso a las mismas en las [9] Somekh, B., Lewin, C., Mavers, D., Fisher, T.,
escuelas, y por otro, entre los usos docentes y su desarrollo Harrison, C., Haw, K., et al. (2003). ImpaCT2 - Pupils'
profesional. and Teachers' Perceptions of ICT in the Home, School
and Community. London: British Educational
Communications and Technology Agency.
[10] Trucano, M. (2005). Knowledge Maps: ICTs in
Education. Washington, DC: infoDev / World

396
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

LA CARACTERÍSTICA DE INNOVADOR, COMO BARRERA


PARA LA INTEGRACIÓN DE TIC EN EL AULA
Carlos Jiménez G1, Denise Mallouhi W2, Alfonso LLancaqueo H3
1,3
Universidad de la Frontera, 1 Dpto. Matemática y Estadística, 3 Dpto. C. Física, 2 Universidad Mayor Clínica Psicológica
Chile
1
cjimenez@ufro.cl, 3allanca@ufro.cl, 2denise.mallouhi@umayor.cl

Resumen: Aún en este siglo, podemos encontrarnos con docentes que por algún motivo no están dispuestos a incorporar TIC
en sus procesos de enseñanza. Cuando se incorporan innovaciones tecnológicas para el aula o en apoyo a la enseñanza, las
instituciones esperan que todas las personas las adopten. Pero existe un problema no asociado a la disposiciones del
académico sino a como explica el no uso de estos elementos. De acuerdo a la psicología se centraría en los procesos
atribucionales del sujeto. Esta investigación da cuenta de una nueva variable a considerar, siendo esta, la capacidad de
innovación de la persona explicada desde la personalidad, Se sugiere que al conocer estas características, podría ajustar la
Innovación con TIC para un mayor éxito en la integración de la misma.

Palabras Claves: Innovaciones con TIC, Condiciones en el profesor para innovar con TIC, uso de TIC en aula.

1. INTRODUCCION 2.1. Innovación, Contexto e Innovador


En la actualidad se vive una situación compleja, los El éxito de las innovaciones educativas depende de la articulación
establecimientos educacionales integran más tecnología a su entre tres factores [15]: a) la Innovación, b) el Contexto y c) el
infraestructura, pero esta, no se integra de la misma manera a la Innovador. En este modelo, la Innovación se identifica como el
sala de clases [15], [1], [4]. Diversas investigaciones informan que cambio propuesto; el contexto, que hace referencia a la
la adopción de las innovaciones no avanza al ritmo que se infraestructura tecnológica y capital humano, así como de
requiere, incluso en las universidades, la integración de TIC va elementos que apoyen los ritmos de adopción, como por ejemplo,
detrás de los procesos administrativos y productivos [1], [2], [3]. el apoyo social; finalmente, el Innovador, que es la persona o
grupo de personas (sistema social), que debe asumir el cambio.

Por otra parte, se plantea que las innovaciones educativas con TIC
fallarían [4], si al introducirlas no se considera las diferencias
individuales del sistema social donde se introduce la innovación.
Esto debido a que los usos de TIC en el aula responderían a
iniciativas específicas del profesor, quienes teniendo Figura 1. Tipos
características personales distintivas ha logrado generar un de adoptantes [14].
cambio. Respecto del Innovador, se plantea que un sistema social estaría
Así se establece como objetivo de esta investigación el Analizar compuesto por diferentes tipos de adoptantes, los cuales poseen
las características de personalidad asociadas a docentes un conjunto de características: personales, educacionales y
universitarios que realizan innovaciones educativas con TIC. socioeconómicas. Basados en estas, es posible establecer cinco
tipos de adoptantes (Figura 1): (a) Innovadores, o también
llamados Emprendedores, los que por lo general están liderando
las nuevas ideas, transformándose en líderes del cambio. Estos
pueden importar la idea, como crearla, para luego incorporarla
Jiménez, Carlos., Mallouhi, Denise., LLancaqueo, Alfonso. (2010). La característica
a su proceso o al sistema social al que pertenece, son
de Innovador, como barrera para la integración de TIC en el aula. En J. Sánchez
(Ed.):
2. Congreso Iberoamericano TEORICOS
ANTECEDENTES de Informática Educativa, Volumen 1, pp 397-402, considerados como impulsadores del cambio. (b) Los
Santiago de Chile.

397
Primeros Adoptantes, son más cercanos al sistema social que Los procesos de innovación educativa con la utilización de TIC
los Innovadores, son líderes de opinión lo que los hace suelen comenzar, con la disponibilidad y soluciones tecnológicas
importante para el proceso de adopción de innovación, que existan en la institución [12], [13], lo que implica de alguna
manteniéndose en posiciones centrales en las redes de manera que las innovaciones deben considerar los contextos
comunicación. Son líderes “locales” en probar nuevas ideas, existentes. También es importante considerar las características de
no obstante siempre lo hacen con cuidado, por ende tienden a los individuos del sistema social, ya que existen grupos con
aceptar la innovación antes que la mayoría, (c) La Mayoría características distintivas como la personalidad, la cual puede
Temprana, son personas reflexivas, lo cual los hace aceptar generar en el sujeto apreciaciones distintas respecto de la
las nuevas ideas antes que la mayoría de los sujetos. (d) Los innovación [14], [12], [4], [13].
Rezagados, también llamados los escépticos, adoptan la
Existen factores en contra de los procesos de innovación
innovación cuando la mayoría lo ha hecho o cuando ven que
educativa con TIC, entre los cuales podemos nombrar: la falta de
esta es útil, finalmente (e) Los Tradicionalistas, quienes
tiempo, la escasez de recursos materiales, el poco apoyo por parte
cuidan las “viejas formas”, siendo estas predominantes frente
de la institución en el proceso de innovación [14], [9], [8].
a las nuevas ideas [10].
Ertmer proporciona una clasificación de las barreras (tabla 1). Se
2.2. Problemas para Innovar con TIC en el establece dos planos, el primero o de primer orden, son las
Aula. externas al sujeto y las de segundo orden que se refieren al
docente y corresponden necesariamente a características
Por lo general las innovaciones, parten del intercambio de personales de que alguna manera intervienen en el uso e
experiencias dentro de un proceso de formación permanente integración de TIC [5].
siendo posteriormente adaptadas en relación a las características
propias del profesor, así como de la institución a la cual pertenece. Como se aprecia, se habla de elementos que son posibles entender
Al parecer no todas las innovaciones educativas funcionan como desde la personalidad, aunque siempre se refieren a las actitudes
se proyecta, incluso algunas no funcionan. Esto se debería a las [6], pudiendo ser explicadas desde el proceso de innovación.
características individuales que posee cada uno de los integrantes
del sistema social que se está interviniendo. Aunque por otra
3. MÉTODO
parte, se espera que también falle por contexto o por la innovación Se escogió un método cualitativo, utilizándose una aproximación
misma [4]. basada en estudios de casos. Dadas las características del tema y
el cómo debía ser abordada, se escogió realizar un estudio
Barreras relacionadas con características de la
persona descriptivo comparativo de casos particulares, que permitieron
distinguir las características personales que diferencian a una
• Falta de auto-confianza en el uso de TICs. académico de otro con respecto a las innovaciones educativas con
• Experiencias negativas con TICs en el TIC.
pasado.
3.1. Participantes
• Temor a quedar en vergüenza enfrente de los
estudiantes y colegas. Pérdida de estatus y Caso de Estudio: Unidad académica de una universidad pública al
degradación efectiva de sus habilidades sur del país, la cual dentro de sus características se encuentran:
profesionales.
• Es la unidad con más cuerpo docente.
• Dificultades en el manejo del grupo curso
• Atiende a casi el 70% de los alumnos de la universidad.
cuando se usan TICs.
• Es la primera en utilizar plataformas de apoyo al aprendizaje.
• Falta de habilidades para administrar los • Es la unidad que cuenta con mayor cantidad de asignaturas
cambios personales.
críticas (alta reprobación).
• Percepción de que la tecnología no permite • Es la primera unidad en implementar el uso de la pizarra
mejorar el aprendizaje. digital.
• Falta de motivación para modificar prácticas • Postula permanentemente a mejoras tecnológicas para sus
pedagógicas ya asentadas. laboratorios de computación.
• Los docentes de la unidad tienen edades que fluctúan entre
• Percepción de que los computadores son
complicados y difíciles de usar. los cuarenta y setenta años.
• Al menos cuentan con diez años de experiencia.
• Posee una distribución de apropiación tecnológica [11].
Tabla 1. Barreras del Docente para integración de TIC en el
aula [5]

398
3.2. Muestra En términos de validez, Edwards incluye una escala de
consistencia con 15 pares de afirmaciones repetidas de forma
La muestra es de tipo no probabilística- intencionada, donde se idéntica. Esto implica que 195 de los pares son únicos, mientras
selecciona una pequeña muestra, no necesariamente representativa que las 15 dobles, puestas aleatoriamente dentro del test, generar
en terminos de cantidad, con el objetivo de lograr una mayor la estabilidad de las respuestas del sujeto. Este formato, hace que
comprensión del fenómeno. Los participantes debían cumplir con el número de veces que un sujeto haga una elección idéntica
los siguientes criterios de inclusión y exclusión. pueda convertirse en un percentil basados en datos normales.
Inclusión: Respecto de la confiabilidad, el manual presenta la forma test-
retest a corto plazo, bordeando el 0.74 al 0.88, en el proceso por
• Los sujetos debían usar TIC.
mitades esta baja y se mueve entre 0.60 y 0.87.
• 10 años de experiencia docente.
• Ser reconocidos por sus pares como: Innovadores o NO 4. RESULTADOS
Innovadores con TIC.
• Impartir clases de matemática o estadística. 4.1. Perfil de Adoptante

Exclusión: La obtención de un perfil docente respecto del uso de TIC


permitió la categorización del participante respecto de los niveles
• No desee participar de la investigación. adopción de Rogers [14].
El primer elemento que se destacó, se relaciona con el Sentido de
3.3. Instrumentos las TIC, es decir, ¿Qué le provoca al docente al usar las TIC?,
Entrevista mientras más aplicabilidad en aula le otorgue, las usará en mayor
medida y viceversa.
Se diseño para ser aplicada de forma individual, utilizando una
guía de una pauta semi-estructurada. Los tópicos de la entrevistas Esto permitió distinguir tres tipos de docentes: El Tradicional, el
se basaron de acuerdo a las preguntas de investigación, las cuales Profesor que no utiliza TIC en su práctica pedagógica; el
a su vez generan preguntas específicas para profundizar las Adoptador, que es el profesor que usa TIC, como herramientas de
temáticas de interés. No obstante, es posible que en el proceso apoyo al aprendizaje de los alumnos y el Innovador, que es el
aparezcan nuevos elementos que ameriten nuevas preguntas. profesor, que usa TIC como elemento fundamental de la
asignatura y es implementado a todo nivel dentro de esta.
La Entrevista se dividió en los siguientes ejes:
El profesor Tradicional, realizaba las típicas clases de plumón y
• Nivel de Innovación con TIC del Docente: intenta conocer el pizarrón, centrándose básicamente en el contenido. Se ubica
grupo al que pertenece el académico basado en la mayoritariamente frente al curso, ocupando el pizarrón para
configuración propuesta por [14]. entregar los diferentes contenidos. La clase era estructurada y
• Usos de las TIC en la práctica pedagógica: tiene por motivo sistemática, presentando una secuencia didáctica como lo
averiguar acerca de cómo innova con las TIC el académico siguiente: repaso de la materia anterior, entrega de contenidos,
(debe considerarse que la innovación es para él, no para ejemplificación y ejercitación. Las evaluaciones eran típicas, se
todos). preocupa del desarrollo así como de la solución de ejercicios,
• Rol de las TIC en la práctica pedagógica: esta categoría apuntando a un aprendizaje netamente mecánico. Las TIC
desea establecer el significado que le otorga el docente a las utilizadas estaban más orientadas a la comunicación.
TIC, dentro de su práctica pedagógica.
Perfil del Docente respecto del
Observación uso de TIC

El proceso observacional tenía por objetivo recoger la práctica


pedagógica utilizada por el docente en el aula.
Necesidad Necesidad
El Test de Preferencias Personales de Edwards (EPPS) Sentido de las TIC
Intrínseca Extrínseca

La elección del EPPS, se ajustó a las siguientes condiciones: es el


más corto, es de auto-instrucción y auto-aplicación, no requiere de Tradicional
examinador, es de fácil corrección y ha sido ampliamente usado
Adoptador
en el área de la psicología. Temprano

La base teórica del EPPS, es el sistema de necesidades propuesto Innovador


por Murray [6]. Edwards selecciona 15 necesidades de la lista de
Murray y construyó reactivos con validez de contenido para cada Figura 1. Árbol de categorías del perfil del docente respecto
uno. del uso de TIC

399
El docente Adoptador Temprano realizaba sus clases de forma incluso, para el caso de derivadas e integrales, realiza los
similar a la del profesor tradicional, es decir, utilizaba procedimientos paso a paso, convirtiéndose en un tutor adicional.
mayoritariamente pizarra y plumón, posicionándose al frente de El uso de este software le permitió al profesor cambiar el punto de
los alumnos, no obstante, en ocasiones ocupaba los espacios de la foco desde el proceso mecánico del desarrollo de una integral, al
sala. La secuencia didáctica es similar a la del profesor tradicional desarrollo de ejemplificaciones reales, donde el cálculo integral
poniendo énfasis en la ejemplificación. Las evaluaciones eran con permite obtener la respuesta, pero es más importante el establecer
lápiz y papel apuntando también al aprendizaje mecanicista. el modelo correcto y no el cálculo en sí. Otro ejemplo es el uso de
Statgraphics, el software le permitió al profesor, centrarse tanto en
Respecto del uso de TIC en la práctica pedagógica, este tipo de
la aplicación como la interpretación de resultados y no tanto en el
profesor mostraba una mejor relación con la tecnología. Utilizaba
cálculo.
las TIC en la sala de clase, para potenciar la entrega del contenido,
específicamente mostrando software o aplicaciones donde Para otro tipo de profesor, la necesidad se centraba en brindar
visualizan el contenido o ejemplifican directamente la solución de apoyo mediante la plataforma. El profesor construía diferentes
uno o varios ejercicios (Cabri©, Maple©, Geogebra, entre otros). tipos de ejercicios, foros, presentaciones y ocupa diferentes
Otra herramienta que utilizaba era la plataforma Moodle. Esta era estrategias para calificar un proceso actitudinal. Los materiales los
usada no sólo para entregar material de apoyo al contenido, guías, diseñaba directamente en la plataforma con la introducción de una
etc., sino que también para apoyar el aprendizaje a través de las Plug in para escribir, texto en Latex, o mediante Latex
potencialidades de la plataforma, como por ejemplo los foros. directamente, pasándolos a un documento PDF. Desarrollaba
también otros elementos para motivar a participar al alumno,
El otro tipo de docente, el Innovador, si bien utilizaba plumón y
como fue la creación de un juego denominado POOL Matemático,
pizarrón, las clases preferentemente las realizaba en laboratorio de
donde cada bola equivale a distintos tipos de ejercicios y al
computación. La pizarra era utilizada para entregar apoyo y
responderlo bien, genera un puntaje. Otro ejemplo, era la
reforzamiento del contenido y para la ejercitación, tendiendo a
utilización de diferentes tipos de juegos como el AHORCADO,
demostrar las complejidades del proceso manual.
JEOPARDY, SIMON DICE, entre otros. Como se aprecia, el
La cantidad de TIC (equipamiento y aplicaciones), que utilizaba profesor, consideraba un elemento esencial, la motivación, al
sobresale muy por sobre de los otros tipos de profesores. Saca presentar los contenidos de manera diferente, el alumno tendía a
partido de cualquier utilidad que le pueda servir al logro de su participar más.
tarea. El tipo de pruebas tiende a ser digital, para responderla en el
La última categoría que dice relación con Necesidad Extrínseca.
computador o con apoyo de éste. En clases, no sólo a entregaba el
Existen tres elementos importantes que articulan esta categoría: la
contenido del programa sino que también enseñaba a usar un
primera era la necesidad de la universidad por promover y
software, el que era necesario para su clase.
desarrollar como competencia genérica en el estudiante el trabajar
La segunda categoría, dice relación con la Necesidad Intrínseca. con TIC, lo que necesariamente a llevado a los docente y por
El docente requeriría ocupar tecnología, no sólo por cierto a la universidad, a realizar múltiples capacitaciones. El
requerimientos propios de la disciplina, sino porque le gusta, le es segundo elemento importante, era la visión del docente innovador
atractivo y cada vez está en busca de elementos tecnológicos y/o respecto de esta misma competencia, el profesor ve con claridad
aplicaciones que le permitían estar al día respecto de las TIC. que el uso de TIC es una exigencia del mercado laboral actual.
Establecía, que es mucho más eficiente ahora que existe la Por último, el tercer elemento, dice relación con la percepción que
tecnología. tenía de los futuros estudiantes y del contexto al cual pertenece el
alumno. Según el docente, el estudiante se encuentra en la era
La secuencia didáctica variaba por tipo de profesor. El innovador
digital, nace en un ambiente donde las TIC son parte del diario
tendía a introducir los contenidos a través de ejemplificaciones de
vivir, por ende, los profesores deberían estar preparados para
casos prácticos o reales, utilizaba el computador y el DataShow
atender los nuevos requerimientos de este tipo de sociedad.
para transferir los contenidos. Estos estaban preparados en
Powerpoint©, Latex, u otro procesador. Luego seguía con el 4.1. Características personales distintivas
contenido, y continuaba con la ejemplificación, terminando con
ejercitación.
de los docentes innovadores con TIC.
El uso de TIC era preponderante, como ya se menciono, la entrega De acuerdo a las conductas observadas en los participantes entre
de contenido era preferentemente a través de las TIC, pero las su práctica pedagógica y la coherencia de su discurso, fue posible
clases eran realizadas mayoritariamente en un laboratorio de organizar a los académicos en relación a la clasificación de tipo de
computación. El profesor, se dedicaba no sólo a transferir adoptantes [14], como se aprecia en la figura 3.
contenido de manera formal, sino que enseñaba a usar diferentes Al analizar las características de personalidad, se observó que: los
tipos de software, como: Maple©, Geogebra, Statgraphics©, profesores catalogados como Innovadores presentaban algunas
Excel©, R, entre otros. Por ejemplo, el Maple es un software que diferencias en las características de personalidad respecto de los
realiza todo tipo cálculo matemático y trabajo con algebra, otros tipos, como se observa en la tabla 2. Respecto de lo anterior,

400
en los innovadores resaltaban las características de Persistencia, 5. CONCLUSIONES.
Autonomía, Cambio y Logro, en todas con alto nivel de
presencia. Esto significaría una fuerte tendencia a realizar trabajos Cuando se dice innovar, generalmente se entiende por hacer cosas
de forma intensa, por lo general, de modo independiente o nuevas, preferentemente con tecnología. En esta investigación,
autónomo, inclinándose por hacer cosas de nuevas maneras, nos hemos encontrado con que se les pide a los docentes innovar,
orientándose al logro, es decir, presentando la necesidad de pero como veremos, NO todos pueden hacerlo, no necesariamente
superarse y superar a los demás. por recursos, sino por características personales.
Así, el propósito de esta investigación era analizar las
características personales que lleven a recocer al docente
innovador con TIC en sus prácticas pedagógicas.

Es claro que existen diferencias, entre los distintos tipos de


docentes. Si bien, son atribuibles a la personalidad, estos tendrían
incidencia sobre la concepción de Innovación en aula, aún más
cuando se trata de uso de TIC.
Como se aprecia en el perfil de adoptante, cada académico
construiría el significado de uso de TIC en aula, pero ésta
construcción dependería de sus características de personalidad.
Así el Innovador, tendería a usar y/o integrar las TIC en aula, para
Figura 2. Distribución de los participantes de acuerdo al tipo
de adoptante responder al logro de sus metas académicas dentro de la sala,
cambiando de foco, de acuerdo a las necesidades del medio.
Cabe destacar que una característica de los sujetos evaluados fue
su disposición a compartir sus logros, resultados u otros Los clasificados en Mayoría Temprana, harían Innovaciones,
elementos. cuando estén convencidos de ser en extremo necesario. Mientras
puedan realizar sus procesos, de la misma manera, por mucho
tiempo, más les costará realizar un cambio. Respecto de los
Tabla 2. Características personales de los Docentes de acuerdo al clasificados como Tradicionales, sus procesos eran regidos por ser
nivel Innovación con TIC en la práctica pedagógica. incapaz de plantearse nuevas metas y por ende cambiar,
básicamente porque no tenía la necesidad intrínseca ni le dan
Presencia de la Característica suficiente importancia o peso a los nuevos requerimientos del
Mayoría No medio.
Innovadores Temprana Innovadores
El mayor impacto por parte de los adoptantes pertenecientes a los
Logro Alto Medio (+) Bajo
2 grupos menos innovadores (aproximadamente el 50% de la
Autonomía Alto Alto S/T población), estaría en el retardo de los ritmos de adopción de
Cambio Alto Medio (+) S/T innovaciones implementadas en cualquier tipo de institución o
establecimiento, lo que involucra por lo general en mayores costos
Persistencia Alto Alto S/T
y peores evaluaciones.
S/T: sin tendencia
Finalmente, según lo experimentado en esta investigación, los
innovadores y los adoptadores tempranos, tendieron a realizar
También aparece el adoptante de nivel Mayoría Temprana, el cual innovaciones con TIC en su práctica pedagógica mucho más
marca nivel alto en las variables Autonomía y Persistencia, y rápido que el resto de sujetos, por ende, considerando que la
medio en Cambio y Logro. Para los no innovadores, estos tenían innovación estaría asociada a una mezcla de características de
bajos niveles de logro, significando un bajo deseo de superación. personalidad y entendiendo que estas sólo se moderan, no siendo
En los sujetos investigados, esto se condecía con el bajo interés posible modificarlas, entonces, ¿por qué no pensar en adaptar las
por integrar las TIC en las prácticas pedagógicas e incluso por Innovaciones Pedagógicas con Tecnología al grupo con mayor
bajos niveles de apropiación tecnológica. presencia dentro del sistema social?. El desafío se encontraría en
Los elementos que aparecieron como Sin Tendencia, significa que generar estrategias que apunten a intervenir la innovación para
para los sujetos analizados presentaron diferentes niveles desde que sea adoptada rápidamente por la mayoría tardía y por los
bajo a alto. tradicionalistas.

401
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402
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

SISTEMA DE RECOMENDAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE


ALGORITMOS
CONSIDERANDO O ASPECTO AFETIVO FRUSTRAÇÃO
DO ALUNO
Edécio Fernando Iepsen, Magda Bercht, Eliseo Berni Reategui
Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS) - PPGIE
Brasil
edecio@terra.com.br, bercht@inf.ufrgs.br, eliseoreategui@gmail.com

ABSTRACT Nesta disciplina, o desenvolvimento de competências para


This paper addresses a serious problem identified in courses in the resolução de problemas através de procedimentos bem definidos
area of computing: the high dropout rate of pupils due to the se dá pela prática de exercícios. Muitos são os exercícios
difficulties they may find in the contents and skills to be solicitados para os alunos, como se pode observar em livros do
developed in the discipline of algorithms - essentially a discipline assunto. As obras de Ascencio e Campos [2] e de Lopes e Garcia
structured around exercise solving. The proposal presented in this [13], por exemplo, contêm cada uma cerca de 500 exercícios de
paper, which aims to minimize the dropout rate problem, is based algoritmos. Recomendar exercícios de acordo com o nível de
on the development of a Web system which makes personalized conhecimento e habilidades adquiridas pelo aluno em um
recommendations of algorithms for each student, together with the determinado momento pode ser significativo para mantê-lo em
use of Affective Computing techniques to detect the state of formação, evitando que o aluno se espante com o grau de
frustration. The features and operation of the system are exigência da disciplina.
presented, as well as the theoretical background on these two Um dos problemas enfrentados pelo professor na hora de criar e
areas of computing. estruturar os exercícios a serem aplicados para os alunos é dosar o
nível de dificuldade destes exercícios. Verifica-se que para
Categories and Subject Descriptors aqueles alunos que apresentam maiores dificuldades em lógica e
K.3.2 [Computer and I nfor mation Science Education]: cálculos matemáticos, a necessidade é oferecer exercícios com
Computer Science Education soluções mais lineares, com estruturas menos complexas. Por
outro lado, há alunos que apresentam bom desempenho no
General Terms andamento da disciplina e exigem exercícios com um nível maior
Algorithms de complexidade, a fim de se manterem interessados e motivados.
Outros alunos, mesmo tendo realizados todos os exercícios de um
assunto, sempre cobram do professor novos enunciados, pois para
Keywords eles, isso aumenta a sua segurança com relação aos conteúdos e às
Algoritmos, Sistemas de Recomendação, Computação Afetiva. avaliações.
Já para o aluno, a dificuldade da disciplina de algoritmos está: a)
1. INTRODUÇÃO no conhecimento de muitas noções e conceitos referentes às áreas
Diversas pesquisas e reportagens [4], [23] destacam a carência do de aplicação do problema; b) na forma de especificar as ações
mercado de profissionais egressos dos cursos de Computação, para resolução de problemas em formato de procedimentos; c) na
como Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da necessidade de habilidades de abstração. É nos exercícios que
Computação e Engenharia de Sistemas. Dados apontam que um estas dificuldades se evidenciam.
grande número de alunos ingressa nestes cursos de graduação,
mas boa parte deles desiste [15]. Uma das principais causas da A realização de um exercício de algoritmo envolve a compreensão
desistência dos alunos, destacadas em Raabe [19], é a dificuldade do problema, a adoção de um conjunto de ações em sequência de
dos conteúdos, habilidades e competências necessárias para o procedimentos, sua representação em pseudocódigo ou
desenvolvimento de algoritmos, conteúdos presentes nos fluxograma e, em seguida, na sua conversão em um programa,
primeiros semestres desses cursos. descrevendo-o conforme uma sintaxe específica. Nesta última
Iepsen, Edécio., Bercht, Magda., Reategui, Eliceo . (2010). Sistema de Recomendação
de Exercícios de Algoritmos Considerando o Aspecto Afetivo Frustração do Aluno.
En J.Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 403- 409, Santiago de Chile.
403
etapa é que o aluno realmente testa o funcionamento do programa como sendo um elemento indissociável do processo cognitivo.
e ele mesmo pode verificar se o algoritmo por ele criado produziu Conforme Bercht [3], a afetividade é entendida como todo o
os resultados esperados e corretos. Os erros recorrentes domínio das emoções propriamente ditas, dos sentimentos das
encontrados em um algoritmo podem ser um indício de que o emoções, das experiências sensíveis e da capacidade em se poder
aluno ainda não esteja preparado para o nível de complexidade entrar em contato com sensações. Estado afetivo, então, é o
daquele exercício. Este descompasso entre o nível de dificuldade elemento genérico da afetividade. Já a emoção, conforme
do exercício e a capacidade do aluno de resolver um problema Oliveira e Jaques [17], é um estado afetivo, com uma duração
com tal complexidade pode gerar um sentimento de frustração. O normalmente breve (minutos). Sua ocorrência se dá em função de
estado afetivo da frustação pode levar o aluno a ficar desmotivado um estímulo interno ou externo.
a continuar seus estudos. Neste contexto, torna-se importante
Para detectar os estados afetivos dos usuários em um sistema
identificar este estado afetivo no aluno para que se possa
computacional, existem diversos meios. Novos trabalhos de
recomendar-lhe exercícios apropriados.
Picard et al [26], por exemplo, apresentam quatro dispositivos
Diante das considerações anteriores, este artigo propõe o utilizados para realizar esta captura: a) sistemas de detecção da
desenvolvimento de um sistema que auxilie o aluno no expressão facial, utilizando dispositivos como webcam; b) cadeira
desenvolvimento de habilidades para a elaboração de algoritmos com sensor para análise de postura; c) sensor de pressão do
através da recomendação de exercícios. O artigo apresenta o mouse; d) sensores de pele. Aliados àqueles existem outros
Persona-Algo, um sistema que sugere ao aluno exercícios de métodos, como a análise da voz [10] e de variáveis ou
acordo com seu nível de habilidades e competências, de acordo observações comportamentais [3], sendo esta última a base para o
com o grau de dificuldade de cada exercício e com um indicador desenvolvimento deste trabalho.
do nível de frustração inferida do aluno. Os dois parâmetros
Segundo Bercht [3], os estados afetivos detectados a partir das
utilizados para a geração das recomendações são calculados com
observações comportamentais de um usuário são todas as ações
base nas avaliações de dificuldade de cada exercício realizado
deste usuário no ambiente que o sistema pode perceber. São
pelo aluno e na inferência do estado afetivo de frustração. Desta
exemplos de observações comportamentais passíveis de serem
forma, é o próprio aluno que alimenta o sistema para a geração
obtidas em um sistema computacional, o tempo que um aluno
das recomendações.
demora para realizar uma tarefa, o número de erros que ele
Este artigo está organizado da seguinte forma: no capítulo 2 são comete na execução de uma atividade, a solicitação de ajuda, uso
apresentados os marcos teóricos. No capítulo 3, são apresentados do botão voltar e as palavras utilizadas em comentários.
alguns trabalhos relacionados ao tema em estudo. No capítulo 4, é
O estado afetivo frustração foi escolhido neste trabalho por ser
feita a apresentação do funcionamento do sistema. No final, são
comumente observado nos alunos nas aulas de algoritmos e pela
apresentadas as conclusões e sugestões para trabalhos futuros.
existência de estudos recentes que focam neste aspecto, como em
Kapoor, Burleson e Picard [9]. Segundo os autores, desenvolver
2. FUNDAMENTAÇÃO sistemas capazes de detectar se um aluno está frustrado pode
As áreas Computação Afetiva, Sistemas de Recomendação, permitir intervir de forma positiva, auxiliando a aluno a utilizar a
Educação e ensino de Algoritmos formam a base para sua frustração como um indicador de uma oportunidade de
fundamentar a pesquisa. aprendizagem. Outra pesquisa relevante na área é apresentada por
Rodrigo e Baker [21] focando nos processos de detecção do
2.1 Computação Afetiva estado afetivo frustração a partir das interações do aluno com um
Conforme Picard [18], a área de Computação Afetiva procura ambiente de programação.
identificar os estados afetivos dos usuários em sistemas
computacionais. A autora, que primeiro utilizou o termo 2.2 Sistemas de Recomendação
Computação Afetiva, argumenta que um computador com Realizar a escolha de um item, principalmente quando a
inteligência emocional será hábil em compreender e expressar quantidade de opções é muito grande, é uma tarefa que exige
suas próprias emoções, reconhecer emoções nos outros, controlar tempo, paciência e análise de diversos fatores para evitar uma
a afetividade e utilizar o humor e as emoções para motivar decisão incorreta. Geralmente nos sentimos mais confortáveis
comportamentos adaptativos [18]. quando recebemos um auxílio neste processo, que pode ser dado
pelos Sistemas de Recomendação – que observam o
Trabalhos recentes em Informática na Educação fazem uso da
comportamento ou a opinião dos usuários para, em seguida,
Computação Afetiva para a construção de sistemas tutores
direcionar recomendações a eles [16].
inteligentes, agentes pedagógicos e hipermídia adaptativa [11]. A
detecção dos estados afetivos dos alunos, conforme argumenta Segundo Adomavicius e Tuzhilin [1], o objetivo dos Sistemas de
Bercht [3], permite a estes sistemas realizarem ações pedagógicas Recomendação é filtrar informações conforme o perfil de interesse
de auxílio ao aprendiz ou, em um curso à distância, buscarem a dos usuários para gerar recomendações de itens (produtos,
interferência dos tutores condizentes com estes estados inferidos. serviços ou pessoas) que correspondam às suas expectativas e
Alunos que demonstram desânimo ou abatimento, por exemplo, necessidades. Schafer, Konstan e Riedl [22], indicam que os
deveriam receber atenção especial de um agente computacional ou sistemas de recomendação possuem duas propriedades principais:
tutor humano, buscando reanimá-los para a realização das a) incorporar a experiência ou a opinião de uma comunidade; b)
atividades. produzir para os usuários um mapa de escores de itens, um
conjunto de recomendação de itens, um ranking de itens ou a
Vale destacar estudos fundamentados por Damásio [7] que
combinação destes três.
ressaltam a importância da afetividade na subjetividade humana,

404
O uso de técnicas de recomendação permite realizar a de algoritmos. Além disso, o agente procurava identificar
personalização de um sistema, pois é uma das formas de fazer o possíveis alunos tutores para os alunos com dificuldades na
sistema adequar-se automaticamente a cada usuário [22]. disciplina, avaliando a questão afetiva para realizar esta
Personalizar um sistema, portanto, significa adaptá-lo ao gosto e identificação. Nossa proposta nesta pesquisa, entretanto, não é
às características do usuário. Este recurso tem sido utilizado focar nos agentes de interface, mas sim na avaliação do estado
amplamente na internet, principalmente em sites de comércio afetivo de frustração e na compreensão de como este pode
eletrônico, sendo a Amazon.com uma das empresas pioneiras na contribuir no processo de recomendação de atividades.
sua utilização. Já o artigo Masthoff [14] tem como foco específico a questão da
Um dos grandes desafios deste tipo de sistema é realizar a afetividade, avaliando a satisfação do usuário nas recomendações
recomendação adequada entre as expectativas do usuário e o que geradas para um grupo de pessoas. Neste artigo, onde os autores
lhe será oferecido [6]. Uma das técnicas utilizadas para a geração propõem um sistema que realiza a recomendação de sequência de
das recomendações é a Filtragem Baseada em Conteúdo (FBC). itens, é mencionado que, ocasionalmente, pode-se gerar uma
Um exemplo de uso da filtragem baseada em conteúdo foi o jornal recomendação fora do esperado, visando tirar o usuário do
eletrônico Krakatoa, que recomendava notícias a seus usuários sistema do comodismo. Os itens recomendados são sequências de
com base nos seguintes critérios [25]: a) similaridade com o perfil notícias, clipes musicais, etc. O estudo contempla fórmulas para a
do usuário; b) escore médio das avaliações de todos os usuários; geração de recomendações para grupos de usuários,
c) tamanho e composição de cada artigo. diferentemente do nosso projeto, que considera individualmente a
questão da afetividade do aluno.
Assim, os sistemas de recomendação fazem o “casamento” entre o
perfil do usuário e os itens que lhe serão oferecidos. Destaca-se, Outros trabalhos, como Brusilovsky e Nijhavan [4] e
neste processo, a importância da avaliação dos itens consultados. Soonthornphisaj et al. [24], realizam a recomendação de materiais
É a partir desta avaliação que o sistema passa a dispor de dados didáticos para os alunos, não considerando os aspectos afetivos.
sobre o grau de satisfação de quem está utilizando o sistema sobre Já Longhi et al [12] apresentam um estudo sobre os fenômenos
cada item. Desta forma, para o correto funcionamento dos afetivos e cognitivos em softwares educativos, focando nos
sistemas de recomendação, é fundamental o feedback do usuário. aspectos da interface dos projetos. Não é adicionado a este estudo
a ideia da recomendação de atividades para o aluno, como é o
Também relacionado aos sistemas de recomendação está o recurso foco do nosso trabalho.
de obter informações da comunidade de usuários, como
Como destacado anteriormente na introdução deste artigo, as
comentários de texto, a serem posteriormente compartilhados.
dificuldades com os conteúdos e habilidades trabalhados na
Embora exijam um esforço considerável de revisão para evitar
disciplina de algoritmos nos cursos da área de Computação é uma
exageros ou comentários grosseiros, este recurso é geralmente
questão amplamente discutida, o que justifica o desenvolvimento
apreciado pelos usuários [25]. A partir do compartilhamento dos
de diversos trabalhos sobre o assunto. O diferencial do nosso
comentários, cria-se um senso de comunidade, pois se tratam de
trabalho em relação aos demais é o foco na recomendação de
opiniões neutras, não induzidas por um fabricante ou pelo próprio
exercícios de programação, utilizando técnicas de personalização
autor de um livro, por exemplo.
que consideram as dificuldades dos alunos na realização dos
exercícios, bem como, o estado afetivo frustração dos alunos.
3. TRABALHOS RELACIONADOS
Raabe [19] desenvolveu uma proposta de arquitetura de sistema 4. O SISTEMA PERSONA-ALGO
tutor inteligente baseada na teoria das experiências de O Persona-Algo tem por objetivo auxiliar tanto o professor quanto
aprendizagem mediadas. O trabalho focava no auxílio do tutor no o aluno na disciplina de Algoritmos. Ao professor cabe cadastrar
ensino de algoritmos, com a participação do professor no assuntos, exercícios, verificar acessos dos alunos e configurar o
processo. O sistema continha uma série de heurísticas e regras que sistema. O aluno acessa o sistema e verifica quais os exercícios
permitiam a construção de um diagnóstico sobre o aluno. A partir estão em destaque para os conteúdos trabalhados naquele
dele, era possível tomar decisões sobre quais atividades deviam momento. Ele também pode pesquisar por exercícios e visualizar
ser propostas. O destaque deste trabalho foi a inclusão efetiva do as recomendações do sistema de acordo com o seu perfil.
professor como parceiro do tutor inteligente. Contudo, as
atividades propostas não eram recomendadas com base nas O sistema utiliza apenas software livre na sua construção, sendo
interações e avaliações dos próprios alunos, e sim, pelas desenvolvido na linguagem de programação PHP com os dados
heurísticas e regras do sistema. armazenados no banco de dados MySQL. As principais tabelas do
sistema são: alunos, exercícios e resoluções. Na tabela alunos são
Zhu et al [27] propuseram um conjunto de serviços armazenados os dados de identificação do aluno, o número de
personalizados para professores e alunos, a fim de auxiliá-los no exercícios por ele realizados e a média da dificuldade e do
processo de ensino-aprendizagem. Serviço de conteúdo, indicador de frustação do aluno com os exercícios. Na tabela
comunicação, planejamento e monitoramento eram algumas das exercícios, consta o enunciado, as dicas e demais informações
possibilidades. Seu diferencial era contemplar tanto professores cadastradas pelo professor, o número de vezes que o exercício foi
quanto alunos nos serviços disponibilizados. Contudo, os autores resolvido, a média de dificuldade e frustração do exercício,
não enfocavam aspectos afetivos dos usuários destes serviços. obtidas a partir do uso do sistema pelos alunos. Já a tabela
Outro trabalho relacionado foi proposto por Reategui et al [20], resoluções contém a relação dos exercícios realizados pelos
onde era apresentado um agente denominado “Kurrupako”. O alunos, bem como, o valor da dificuldade e do indicador de
objetivo do agente animado era realizar a recomendação frustação do exercício para o aluno naquela particular resolução.
personalizada de conteúdo para os usuários, também na disciplina

405
Para realizar as recomendações dos exercícios o sistema realiza o de consecutivos pares de compilação com o mesmo erro + 0,0002
“casamento” entre as tabelas alunos x exercícios. São * o tempo médio entre as compilações + 0,0005 * o número total
considerados os valores do nível de dificuldade e de frustração, de erros - 0,0109.
conforme o desempenho do aluno. Por exemplo, se um aluno
frust = 0,0033 * ncc – 0,0036 * nce +
realizou um exercício e não conseguiu obter a resposta indicada
ou avaliou aquele exercício no grau máximo de dificuldade e a 0,0002 * tmc + 0,0005 * nte – 0,0109
inferência do sistema sobre o nível do estado afetivo frustração do
aluno também foi alta, o sistema irá recomendar um exercício com Onde:
estes valores (dificuldade, frustração) menores. • ncc: é o número de compilações consecutivas com a edição
A avaliação do grau de dificuldade e a inferência sobre o estado no mesmo local
afetivo frustração são armazenadas nas tabelas resoluções, alunos • nce: é número de consecutivos pares de compilação com o
e exercícios. Na tabela alunos, a fórmula utilizada para o cálculo mesmo erro
da dificuldade do aluno com um exercício é a seguinte:
• tmc: é tempo médio entre compilações
(num_exercícios * dificuldade) + dif_exerc_atual • nte: é o número total de erros
dif =
(num_exercícios + 1) Estas informações são obtidas utilizando o ambiente integrado de
Onde: desenvolvimento BlueJ, para a linguagem Java. O framework
BlueJ envia os dados sobre cada compilação do programa para
• num_exercícios: corresponde ao número de exercícios uma base de dados SQLite rodando em background. Os dados
realizados pelo aluno; armazenados em cada compilação incluem o código fonte do
• dificuldade: é o grau médio de dificuldade dos exercícios já programa, mensagens de erro (se houver), linha da mensagem de
realizados, erro, nome do programa, etc. [8].
• dif_exerc_atual: é o grau de dificuldade informado pelo Os recursos do Persona-Algo nos módulos professor e aluno são
aluno com o exercício em questão. apresentados a seguir.
Nesta fórmula, faz-se uma média aritmética que considera a
quantidade de exercícios já realizados pelo aluno e adiciona-se o 4.1 Módulo Professor
valor da dificuldade do exercício atual, divididos pelo total de O módulo do professor opera como uma área administrativa de
exercícios do estudante. um website, onde o professor cadastra os assuntos e os exercícios
a serem apresentados para os alunos do curso em cada assunto. O
Já na tabela exercícios a fórmula é semelhante, porém é professor pode também verificar a avaliação dos exercícios feita
considerado um peso para a avaliação do aluno (média aritmética pelos alunos, bem como quais alunos acessaram o sistema,
ponderada). Por exemplo, um aluno A avalia a maioria dos quantos e quais exercícios eles fizeram, suas respostas,
exercícios por ele realizados como muito difíceis (valor 5). Um comentários e indicações de dificuldade e frustração. Conforme o
aluno B, entretanto, geralmente considera os exercícios fáceis andamento da disciplina, o professor define quais serão os
(valor 1). O peso de uma avaliação de um novo exercício como exercícios de destaque a serem apresentados para os alunos, na
muito difícil pelo aluno B deve ser maior do que esta mesma página principal do sistema.
avaliação, feita pelo aluno A. Deste modo, a fórmula para o
Também cabe ao professor indicar o grau de dificuldade inicial do
cálculo da média de dificuldade aplicada para a tabela exercícios
exercício, que pode variar entre 1 e 5, dentro de cada um dos
é:
assuntos por ele determinados na estruturação da disciplina. São
(nav * mav * pmde) + (ava * (5 – pmda)) exemplos de assuntos: programação sequencial, condições,
dif = repetições, vetores, strings, etc. A figura 1 exibe o formulário de
(nav * pmde) + (5 – pmda) inclusão de exercícios com os campos a serem preenchidos pelo
Onde: professor.

• nav: número de avaliações do exercício


• mav: média das avaliações
• pmde: peso médio da dificuldade do exercício
• ava: avaliação do aluno
• pmda: peso médio da dificuldade do aluno
Para o cálculo do estado afetivo frustração do estudante foi
utilizado o modelo proposto por Rodrigo e Baker [21], o qual
captura as variáveis comportamentais do aluno a partir das
interações deste com o ambiente de programação. O estudo
mostra que o nível de frustração médio de um estudante em cinco
exercícios de algoritmos, utilizando um framework de
programação é igual a 0,0033 * número de compilações
consecutivas com a edição no mesmo local - 0,0036 * o número

406
médios de cada aluno. Ou seja, o tempo médio que o aluno
necessita para realizar um exercício, o nível de dificuldade que ele
atribui aos exercícios, etc.
No menu Aspectos Afetivos o sistema fornece ao professor
informações relacionadas ao estado afetivo frustração dos alunos,
inferido a partir das ações do aluno no ambiente de
desenvolvimento. Desta forma, além do nível de frustração ser
utilizado para a recomendação de um exercício, estas informações
também podem servir ao professor para identificar os alunos com
possíveis problemas no acompanhamento da disciplina. Com isso,
o sistema possibilita ao professor realizar ações pedagógicas de
auxílio ao aluno, visando evitar que ele venha a evadir do curso.

4.2 Módulo Aluno


Na área reservada aos alunos, o Persona-Algo lhes permite ver
quais exercícios estão destacados pelo professor no momento,
pesquisar novos exercícios e receber as recomendações de
Figura 1. Cadastro de Exercícios na Área do Professor
exercícios do sistema. Também há links para os exercícios mais
Como um exercício de algoritmos possui diversas soluções, sendo acessíveis e os mais desafiadores (com as menores e maiores taxas
que algumas são mais simples de entender, outras mais complexas de frustração, respectivamente). Neste último caso, busca-se
ou de melhor desempenho, existe a possibilidade do professor motivar os alunos que apresentam bom desempenho na disciplina
incluir mais de uma resposta por exercício. Isto pode ser feito a a se sentirem desafiados para a resolução destes algoritmos.
partir do submenu Inclusão de Respostas. Após resolver um exercício o aluno deve informar ao sistema o
No submenu Listagem dos Exercícios o professor pode ver a lista grau de dificuldade deste. Enquanto o estudante resolve o
dos exercícios cadastrados, onde também é possível alterar ou algoritmo, no framework de programação, o sistema captura os
excluir um exercício. Em Estatística dos Exercícios, é apresentado dados que irão indicar o grau de frustração do aluno com aquele
o número de exercícios de cada assunto e o grau médio de exercício.
dificuldade dos exercícios por assunto, indicados pelo professor. O aluno também pode navegar pelas listagens dos exercícios pelos
Já em Avaliação dos Exercícios, no Menu Principal, o professor assuntos, ver o enunciado e os comentários dos alunos que já
pode conferir detalhes da resolução dos exercícios realizadas resolveram aquele algoritmo ou então pesquisar por exercícios
pelos alunos. Nesta listagem constam: número de vezes que o digitando uma palavra-chave na caixa de formulário disponível na
exercício foi resolvido (Nº Acessos), grau médio de dificuldade página principal do sistema. Desta forma o aluno tem a liberdade
indicado pelos alunos, indicador da frustração média dos alunos de escolher um exercício disponível no cadastro ou então, realizar
com o exercício, o tempo médio que os alunos necessitam para o exercício recomendado pelo sistema. A figura 3 exemplifica o
realizar o exercício e o número médio de erros de compilação ao funcionamento da Área do Aluno do Persona-algo.
testar o programa na linguagem de programação utilizada.
Também é possível ver os comentários cadastrados pelos alunos
para cada exercício, clicando no ícone da coluna Comentários. A
figura 2 exibe a tela do item Avaliação dos Exercícios – que
inicialmente permite selecionar o assunto dos exercícios a serem
listados e também a ordem em que esta listagem deve ser exibida.

Figura 3. Fluxo do sistema no módulo Aluno


No primeiro acesso do aluno ao sistema, como não há
informações sobre o seu histórico para gerar uma recomendação,
o aluno irá visualizar os exercícios destacados pelo professor para
Figura 2. Detalhes dos Exercícios Resolvidos pelos Alunos o assunto, pesquisar por programas a partir da digitação de uma
Já no item Desempenho dos Alunos, o professor pode conferir a palavra-chave, ou então, navegar pelos grupos de assuntos dos
lista dos alunos que utilizam o sistema juntamente com os valores programas previamente cadastrados pelo professor. Após a

407
seleção e realização deste exercício, o sistema aguarda pela algoritmos, caracterizada por solicitar a resolução de um grande
resposta do aluno, seus comentários, bem como, pela avaliação do número de exercícios, a proposição de atividades de acordo com o
nível de dificuldade encontrada pelo aluno com aquele exercício. nível de conhecimento de cada aluno pode ser, de igual forma, o
A sequência de informações sobre o nível de dificuldade e de diferencial para mantê-los motivados na continuação do curso.
frustração do aluno com os exercícios por ele realizados é que irá Adiciona-se a este recurso o cuidado com os estados afetivos do
permitir ao sistema fazer as recomendações dos próximos aluno, que tem sido apontado como fator importante nos
exercícios. A figura 4 exibe a tela do módulo aluno, com a processos de ensino-aprendizagem. A detecção do estado afetivo
recomendação de um algoritmo do assunto Repetições. frustração se dá a partir das variáveis comportamentais inferidas
pelas ações do aluno no ambiente de programação, sem necessitar
de um dispositivo adicional ou do preenchimento de longos
formulários de avaliação. Com isso, as recomendações levam em
conta os níveis de dificuldade e frustração identificados nos
exercícios, possibilitando recomendar aos alunos com maiores
dificuldades na disciplina, os exercícios que possuem taxas de
frustração mais baixas. Isso possibilita aumentar a base das
habilidades e competências pela realização ou consulta de
exercícios que estão de acordo com o nível do aluno em um
determinado momento.
Deste modo, a principal contribuição deste projeto está na
demonstração de como o estado afetivo de frustração pode ser
inferido e incorporado aos sistemas de recomendação com vistas a
identificar o nível de dificuldade dos alunos na realização de
atividades, e a partir disso adaptar as recomendações do sistema.
Acredita-se que tal abordagem possa contribuir de forma
significativa para a diminuição dos índices de evasão nos cursos
Figura 4. Área do Aluno do Persona-Algo com uma da área de ciência ou engenharia da computação.
recomendação do sistema
Com relação a trabalhos futuros, pretende-se investigar a
No Persona-Algo, o aluno pode também visualizar a listagem de integração do sistema com outros frameworks de
todos os exercícios por ele realizados e conferir suas respostas. desenvolvimento, além do BlueJ. Um dos frameworks a serem
Esta ação é comumente executada pelos estudantes para relembrar pesquisados para verificar a possibilidade de obter informações
o funcionamento dos fluxos de programação ou fórmulas de que levem à detecção do estado afetivo frustração do aluno é o
cálculos matemáticos utilizados em outros programas e que NetBeans. Assim, busca-se ampliar o número de professores e
podem vir a ser aplicadas no exercício atual. alunos que possam vir a utilizar as funcionalidades do Persona-
Um dos requisitos importantes do Persona-Algo considerados na Algo.
fórmula que gera a recomendação dos exercícios é a preocupação
em incrementar progressivamente o nível de dificuldade dos REFERÊNCIAS
enunciados para aqueles alunos que apresentam bons [1] Adomavicius, G.; Tuzhilin A. 2005. Toward the Next
rendimentos. Já para os alunos que evidenciam dificuldades ou Generation of Recommender Systems: A Survey of the State
estado afetivo frustração elevado, o essencial é manter ou of-the-Art and Possible Extensions. IEEE Transactions on
recuperar exercícios com um grau de dificuldade e indicador de Knowledge and Data Engineering, 734-749.
frustração menor, buscando fortalecer o conhecimento e a auto-
[2] Ascêncio, A.F.G.; Campos, E.A.V. 2007. Fundamentos da
estima dos alunos para que, em seguida, possam avançar na
Programação de Computadores. Editora Pearson Prentice
disciplina e então realizar exercícios mais complexos.
Hall. São Paulo.
Deste modo, o sistema fornece um auxílio ao professor no
[3] Bercht, M. 2001. Em Direção a Agentes Pedagógicos com
desenvolvimento da disciplina e possibilita ao aluno participar
Dimensões Afetivas. Instituto de Informática. UFRGS. Tese
ativamente na construção do seu saber, explorando os recursos do
de Doutorado. Porto Alegre.
sistema e inserindo comentários para outros alunos.
[4] BRASSCOM - Brazilian Association of Information
5. CONCLUSÕES E TRABALHOS Technology and Communication. 2010. Brasil precisa
FUTUROS capacitar 520 mil profissionais de TI até 2010. Disponível
A técnica de personalização de sistemas tem sido utilizada com em
grande sucesso em sites de comércio eletrônico. Em uma livraria http://www.brasscom.org.br/brasscom/box_brasscom_news/b
virtual que possui milhares de livros, por exemplo, recomendar rasil_precisa_capacitar_520_mil_profissionais_de_ti_ate_20
um item adequado para um cliente no momento certo, tem sido 10. Acesso Julho/2010.
um diferencial para as empresas, ampliando o número de vendas e [5] Brusilovsky, P.; Nijhavan. H. 2002. A Framework for
a fidelização do cliente [25]. Adaptive E-Learning Based on Distributed Re-usable
Acredita-se que o emprego da personalização de sistemas na área Learning Activities. University of Pittsburgh
acadêmica possa apresentar este mesmo sucesso. Na disciplina de

408
[6] Cazella, S.C.; Nunes, M.A.S.N.; Reategui, E.B. 2010. A [17] Oliveira, E. ; Jaques, P.A. 2008. Inferindo as emoções do
Ciência da Opinião: Estado da Arte em Sistemas de usuário pela face através de um sistema psicológico de
Recomendação. Em Atualizações em Informática. Editora codificação facial. In: Simpósio Brasileiro sobre Fatores
PUC-RIO. Rio de Janeiro. Humanos em Sistemas Computacionais, Porto Alegre. :
[7] Damásio, A. 1996. O Erro de Descartes: emoção, razão e o SBC/ACM p. 156-165.
cérebro humano. Tradução: Dora Vicente e Georgina [18] Picard, R. W. 1997. Affective Computing. Cambridge: MIT
Segurado. São Paulo: Cia das Letras. Press. USA
[8] Jadud, M. C. 2006. An Exploration of Novice Compilation [19] Raabe, A.L.A. 2005. Uma Proposta de Arquitetura de
Behavior in BlueJ. Doctoral thesis. University of Kent, 2006. Sistema Tutor Inteligente baseada na Teoria das
[9] Kapoor, A.; Burleson, W.; Rosalind W. Picard, R.W. 2007 Experiências de Aprendizagem Mediadas. Tese de
Automatic prediction of frustration. Human-Computer Doutorado, PPGIE / UFRGS. Porto Alegre.
Studies. Elsevier. Redmond – USA. p. 724–736. [20] Reategui E.B.; Boff, E.; Ceron, R.F.; Vicari, R.M. 2006.
[10] Kopecek, I. 2000. Emotions and Prosody in Dialogues: An Kurrupako: Um Agente Animado Sócio-Afetivo para
Algebraic Approach Based on User Modelling. In: ISCA Ambientes de Aprendizagem. UFRGS. Porto Alegre.
Workshop on Speech and Emotions. Proceedings… Belfast: [21] Rodrigo, M. M. T.; Baker, R.S.J. 2009. Coarse-Grained
ISCA, p. 184-189. Detection of Student Frustration in an Introductory
[11] Longhi, M.T.; Behar, P.A.; Bercht, M. 2009. A busca pela Programming Course. ICER’09, Berkeley, California, USA.
dimensão afetiva em ambientes virtuais de aprendizagem. [22] Schafer, J.B., Konstan, J.A., Riedl, J.T. 2003. Recomender
em Modelos Pedagógicos em Educação a Distância. Editora Systems for the Web. In: Visualizing the Semantic Web.
Artmed. Porto Alegre. Springer-Verlag. University of Plymouth, UK.
[12] Longhi, M.T.; Reategui, E.B.; Bercht, M.; Behar, P.A. 2007. [23] SERPRO. 2009. Apagão de mão-de-obra na área de TI.
Um estudo sobre os Fenômenos Afetivos e Cognitivos em Disponível em
Interfaces para Softwares Educativos. Universidade Federal https://www2.gestao.presidencia.serpro.gov.br/secom/folder_
do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre. noticias/2007/11/ti21nov1g. Acesso Julho/2010.
[13] Lopes, A.; Garcia, G. 2002. Introdução a Programação - [24] Soonthornphisaj, N.; Rojsattarat, E.; Yim-ngam, S. 2006.
500 Algoritmos Resolvidos. Editora Campus. São Paulo. Smart E-Learning Using Recommender System. Department
[14] Masthoff, J. 2005. The Pursuit of Satisfaction: Affective of Computer Science, Faculty of Science, Kasetsart
State in Group Recommender Systems. University of University, Bangkok, Thailand.
Aberdeen, Scotland, UK. [25] Torres, R. 2004. Personalização na Internet. Editora
[15] MEC – Ministério da Educação apud Folha. 2010. Novatec. São Paulo.
Matemática e ciências da computação têm alta taxa de [26] Woolf, B.; Burleson, W.; Arroyo, I.; Dragon, T.; Cooper, D.;
abandono Disponível em Picard, R. 2009. Affect-aware tutors: recognising and
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u54657 responding to student affect. Department of Computer
6.shtml. Acesso Jul/2010. Science, University of Massachusetts. Amherst, USA.
[16] Neumann, A. W. 2009. Recommender Systems for [27] Zhu, F.; Ip, H. H. S.; Fok, A. W. P.; Cao, J. 2008. PeRES: A
Information Providers. Ed Physica Verlag – A Springer Personalized Recommendation Education System Based on
Company. Karlsruhe, Germanny Multi-agents & SCORM. School of Computer, Wuhan
University, PR China.

409
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

ASSESSMENT IN 3D VIRTUAL WORLDS: QTI IN


WONDERLAND
Diego Morillo Arroyo, Carlos Delgado Kloos, Maria Blanca Ibañez Espiga[1]
David Pérez Calle, Patricia Santos Rodriguez, Davinia Hernández-Leo[2]
Universidad Carlos III de Madrid[1], Universitat Pompeu Fabra[2]
España
dmorillo@it.uc3m.es, cdk@it.uc3m.es, mbibanez@it.uc3m.es
david.perez09@estudiant.upf.edu, patricia.santos@upf.edu, davinia.hernandez@upf.edu

ABSTRACT
The number of users and platforms of 3D virtual worlds has Since its origin, in the early 90s, with the advances in hardware
grown in the last years. This growth is due to the hardware performance and software development, virtual worlds have
performance and software development that increase the features evolved to the present, where Second Life [1], the more famous
of these worlds. 3D virtual world, has more than 20 million users. Some analysis
published in 2007 [2] [3] predicted a great success of these worlds
3D virtual worlds are a powerful media for instruction and and their adoption in the education in the followings years.
education. They can be used both to create an environment where Although the prediction, 80 percent of active internet users will
students can learn or where they can be assessed. The features of use virtual worlds at the end of 2011, seems to be difficult to
a 3D virtual world make it possible not only to assess knowledge, achieve, the use of these platforms has grown to exceed the 800
but also skills and competences. Nowadays, this new type of millions of virtual worlds registered accounts at the end of 2009
assessment is desired, because with the new generation of students [4], more that the 40 percent of internet users [5].
the traditional educational methods are not sufficiently effective.
3D virtual worlds are a powerful media for instruction and
In this paper, a solution that enables automatic assessment in a 3D education because they provide a shared, realistic and immersive
virtual world is presented. The implemented assessment engine space where users can explore, interact and modify the world, in
supports embedded assessment by combining Open Wonderland, addition to allow communication and collaboration among users.
a virtual world platform, with the newAPIS engine that manages These features make virtual worlds a possible solution to the
test and questions-items that are formatted following the IMS problem of student motivation, according to the results that have
Question & Test Interoperability (QTI) specification. been reported by some researches [6] [7] using River City [8] or
Quest Atlantis [9]. For example (as seen in [7]), in a classroom
Categories and Subject Descriptors that uses a virtual world, the 75% of the students completed
H.5.1 [Information interfaces and presentation]: Multimedia optional activities although they were activities for no credit,
Information System – artificial, augmented, and virtual realities. while in a traditional classroom only 4% did similar activities
despite the benefit of the extra credit.

General Terms Virtual worlds have many features that can be used to improve
Design, Standardization. learning environments. However, these worlds lacks of some
necessary learning elements: learning objects; instructional
design; intended learning outcomes; management of roles; and
Keywords assessment.
Virtual worlds, assessment, IMS QTI, Wonderland.
The aim of this paper is to describe the architecture of an
assessment engine in a virtual world implemented over Open
1. INTRODUCTION Wonderland [10], and using the assessment specification IMS
3D virtual worlds are a genre of online community that takes the QTI [11].
form of a computer-based simulated environment in which users
are represented by an avatar visible to others. In these worlds This paper is organized as follows. In section 2 the possibilities
users, by means of their avatar, can interact with other avatars and that virtual worlds bring to the assessment are discussed, as well
objects. as an introduction of some works in this area. Section 3 presents
the different interactions that can be monitorized in the virtual
Morillo, Diego., Delgado, Carlos., Ibañez, María., Pérez, David., Santos, Patricia.,
Hernández-Leo, Davinia . (2010). Assessment in 3D Virtual Worlds: QTI in
Wonderland. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 410-417, Santiago de Chile.

410
world. Next, in section 4, the assessment engine is described. side-project of Sloodle, has the aim to harness the benefits of
Finally, conclusion and future work are discussed in section 5. web-based learning and assessment while incorporating the
benefits of virtual worlds. This tool is present in the students’
screen and shows information and questions in the form of
2. 3D ASSESSMENT specially created web-content. This content is created by the
Traditional learning is based on knowledge transfer, which is not
educators using their web browser, instead using the virtual
enough nowadays. The implementation of new mechanisms for
world’s tools. QuizHUD has the “Quiz mode” in order to assess
the acquisition and assessment of knowledge and competences are
students’ progress in the same environment in which the learning
necessary.
takes place. This operation mode has two main questions types
In this new educational context, 3D virtual worlds are promising available:
environments to assess knowledge, the outcome of the
assimilation of information through learning; skills, the ability to • Multiple Choice Questions, where the questions and the
apply knowledge and use know-how to complete tasks and solve available answers appear in the quizHUD and students
problems; and competences, the proven ability to use knowledge, have to choose the correct one. This type of questions
skills and personal, social and/or methodological abilities, in work uses the virtual world to give information that the
or study situations and in professional and personal development students can need to give a solution, but does not use
[12]. For example, a virtual world provide a new interface and virtual world elements in any part of the questions.
elements that can be applied to change the way in which the users • Explore Questions, where the question is showed in the
interact with the assessment elements to answer questions instead QuizHUD and the students have to answer it by clicking
of interacting with textual question-items; or an environment in on an object in the environment. This type of questions
which different situations or tools can be simulated, and where all makes the students more active in the learning process,
the actions of the students can be monitored. and incorporates “environment awareness skills”:
The assessment mechanism implemented in virtual worlds should students not only have to choose an element to answer a
be as immersive as possible to maintain what is commonly called question, they also have to look for it in the world. This
flow [13], the state of optimal experience, where a person loses type of questions allows the assessment of knowledge
track of time and is absorbed in the activity: embedded assessment using mechanism inherent to 3D virtual worlds, not only
(or stealth assessment). A virtual world can help to capture and traditional text-based questions.
sustain attention, which has a central role in the education. The
use of an embedded assessment allows obtaining information After all the above, the aim of the implemented assessment engine
about students’ progress without students divert attention of the presented in this paper is the creation of a mechanism of
learning activities. embedded assessment in which: 3D virtual world elements could
be used in any part of a question (prompt, response template or
Currently, different serious games (games designed for a primary feedback); and the students can create new content or modify the
purpose other than pure entertainment) and virtual worlds have existing one if it is necessary.
been used to assess students, highlighted among them:
Despite the advantages provided by virtual worlds, they have
River City, a multi-user virtual environment (MUVE), is a city, certain drawbacks such as the complexity that can result from the
set in the late 1800’s, were the students have to detect and use of a new tool and the additional workload that may involve
decipher a pattern of illness that is sweeping through the virtual the creation of new educational content. To reduce the impact of
community [14] [15]. In this MUVE, the detailed records of these drawbacks in the adoption of this new tool in education, the
student’ actions are automatically collected and stored in a server- following features have been implemented in the created
side database, and offer a great potential for assessing the assessment engine: the assessment content is loaded in the world
behavior of the student while they try to diagnose and solve the from external resources, like XML files, therefore, once the world
problems. The number and level of detail in these records is is created, educators can create new tests, or modify the existing
impossible to replicate in a classroom-based experience. ones, in an easy and quick way; the second feature is the use of a
specification for the creation of the assessment content, so as
Quest Atlantis is an educational computer game for children. In
educators can adapt their existing assessment test and assessment
this game the students are immersed in a 3D virtual world for
items without the necessity of creating new ones. The selected one
completing educational activities. The aim of this game is not only
is the IMS Questions & Test Interoperability Specification that
to assess lower level skills or memory. It uses a portfolio
proposes standard XML language for describing questions and
assessment [16]. In this game each student has a homepage that
test to allow the interoperability of content within assessment
serves as an online portfolio of their activities in the world and
systems. This specification has been selected for being the closest
teacher feedback of these activities.
to a standard that exist, since the rest of specifications are related
The previous games, based on the Active Worlds platform [17], to a particular VLE.
have a disadvantage compared to other virtual worlds, like Second
The intrinsic characteristics that the QTI assessment specification
Life: content creation tools are not available to all users, only for
has (such as its interoperability, flexibility and XML format)
administrators or developers, not allowing certain learning or
enable its use within a virtual world.
assessment task where students are required to create content.
As a first approximation, multiple-choices questions have been
Sloodle [18] is a project which is working on integrating learning
chosen between the different types of questions defined by the
and teaching across Second Life and Moodle, a popular Web-
based Virtual Learning Environments (VLE). QuizHUD [19], a

411
IMS QTI specification to be implemented in this assessment Students also can receive the instructions when they access to a
engine because they are the most common questions. particular zone in the world. These instructions are given using
one of the two ways explained in the previous action, the selection
of an object.
3. INCLUDING ASSESSMENT IN OPEN
WONDERLAND Students can request the instructions of the questions as many
times as they want. In the case of the second action explained, the
3.1 Actions in the virtual world use of the AIML language, they only have to speak with the NPC
The different types of actions that a user can do in a virtual world one time, the next times they request the instructions the NCP
are suitable to be monitorized and can be considered in the design gives them directly.
of each part of a question. The following subsections explain the
actions that have been taken into account in the implementation of 3.1.2 Choices
this assessment engine. Once the student has received the instructions, the different
options of answer are available in the world. The elements of the
3.1.1 Prompt virtual world that represents each of the possible options can be
There are several actions that users can do to get the instructions visible only after students receive the instructions, and they can
of a question, and they can receive them in different ways. disappear when students give their answer.
An NPC (Non Player Character) is a character that is part of the Students may have to choose one between several elements in the
world and it is not controlled by a human. It can give the world. In this case there are three possibilities: (1) they have to
instructions playing a pre-recorder audio file, simulating that this choose the NPC that they think that is the correct answer; (2) they
character is talking to the students. The reproduction of the audio have to choose the correct object; (3) or they have to go to a
file can begin when students are close to the NPC or when they determinate zone.
select it. A button appears in the lower right corner of the To identify the elements that students can choose, a button
wonderland client window when an NPC can be selected and the appears when they are near to an NPC (if it can be selected), or
user is near to it. the cursor shape changes if the mouse is over a selectable object.
There is another way in which an NPC can give the instructions to All the options are represented by the same type of element. It
the users: using the AIML language [20], a XML-based means that if the correct answer is an NPC, all the available
programming language that relates linguist patterns with templates options are NPCs.
that contain the response to a user input. Student can talk with the
NPC, and if the things that they say are which the NPC waits, it There is other way in which students can give an answer, using
gives the instructions to them (see Fig.1 to see a student speaking the AIML language. They have to talk to an NPC, and it can
with an NPC). The simplest example of this type of interaction is finish the conversation using different sentences. Each of these
when the NPC asks to the users if they want to receive the sentences is one of the different options of answer, so, if what
instructions: if they say “yes”, they receive them. students say to the NPC is correct, they receive the correct
answer.

3.1.3 Feedback
There are several ways in which the feedback can be given to the
students; even teachers can indicate that there is not feedback at
the end of a question.
The simplest way in which students can receive the feedback of
their answer is displaying a window that contains it (textual
feedback).
The modification of the world can be used to give this
information. An object, or an NPC, can appear in the world once
students have answered. In the same way, an object can disappear
of the world.
An audio file can be played when the answer to the question is
given. In this case, the element that the student chose is the source
of the audio in the virtual world.
The last possibility to give the information is importing an image
Figura 1. A student speaking with an NPC in the world. This image is included in the world with a security
Other action that users can do in the world is the selection of an component that avoids that the rest of students could see it (only
object, by a click over it with the mouse. The cursor shape of the the student that answers the questions can see it).
mouse change when it is over a clickable object (the typical arrow Besides the feedback of a question, when users finish the last
is replaced by the symbol of a hand). question, a window is displayed in the world. This window shows
In this case, students can receive the instructions of two different the feedback of the complete test and the final score.
ways; in a textual way, a window with the instructions of the
question is displayed in the world; or listening to an audio file.

412
3.2 Help system creates the XHTML of the test which is visualized by the users
One of the disadvantages that students can find answering through a web player. The engine computes the interactions of the
question in a virtual world is the time that they spend between the users when answering the questions. It stores all the assessment
answer of a question and the beginning of the next one. This data, checks the answers of the students and calculates their scores
disadvantage can be very important when students have a using the information contained in the QTI files.
maximum time to complete the test. In a traditional test, students Previously to the work presented in this paper, newAPIS has been
have all the questions in the same paper, so when they complete a combined with an external service in order to extend the
question, they can begin the next one immediately, but in a 3D possibilities of the QTI specification. The objective was to create
virtual world, when they answer a question, they have to look for new types of QTI questions and forms of user’s interactions. An
the element that gives the instructions of the next one. example is the work done by Navarrete et al in [24], where the
Educators can add a track in every question to guide students authors combine QTI with Google Maps with the objective of
toward the element that gives the instructions of the question. extending the specification with new types of geographical
questions. As a result a Middleware that communicates the
A new element has been added to the menu bar of the newAPIS engine with the Google Maps service was implemented.
Wonderland client window. This new menu allows students to
access these tracks. Considering this previous work newAPIS was selected as the
suitable QTI assessment engine that could be combined with the
When students request a track, a HUD (Head-Up Display) appears open virtual world Wonderland in order to extend the QTI
in the lower right corner of the window (Fig. 2). The content of specification with 3D interactions.
this HUD is the track of the next question, or the QTI prompt if
students received the instructions of the question previously. 4.1.2 Open Wonderland
Open Wonderland is a cross-platform, free and open source 3D
virtual world that has been chosen for the “Immerse Education
Initiative” [25] to integrate an ecosystem of platforms for virtual
reality and game-based learning and training systems
The toolkit is written entirely in Java. Its main features are: it
supports desktop application sharing, for example, a web browser
can be executed in the server and it can be accessed by all the
users of the virtual world; integration with external data sources,
for example, the use of devices different to the keyboard or the
mouse pad that allow move the avatar, as a SunSPOT [26]; it has
spatial sound capabilities, it means that the sound has location,
direction and intensity, so the user listens the sounds in the virtual
world in a realistic way; and it allows the communication between
the users using a text chat, that can be read for all people in the
world, or talking directly through their avatars using a
microphone that allow conversations between groups of users.
Two external tools are very useful to create avatars or to build
Figura 2. HUD with the track of the next question objects and NPCs: the online Evolver [27] tool allows a great
customization of the characters (avatars or NPCs), improving the
4. THE WONDERLAND-QTI immersion; and Google SketchUp [28], the tool used in the
creation of the 3D models of the different objects of the world.
ASSESSMENT ENGINE
Wonderland is a distributed client-server architecture [29]. A
4.1 Architecture WebDav-based content repository hosted in the Wonderland
The assessment engine proposed in this paper is formed by two server. This repository stores the data common to all clients.
main components: Open Wonderland, a toolkit engine to deploy These data can be accessed via the HTTP protocol.
collaborative virtual world where students are assessed; and
newAPIS, a QTI engine that exchange information with the The functionality of the virtual world can be extended developing
virtual world to check and store the students’ progress. new modules. Each of the different types of elements in the virtual
world is managed by its own module. These modules manage the
4.1.1 NewAPIS actions that users can do with the different elements. Other actions
NewAPIS [21] is an updated version of the work done in a in the virtual world (play audio files, add images, and so on) are
previous project called APIS [22] (Assessment Provision through managed by their own modules too.
Interoperable Segments). NewAPIS has been developed by the A new module, the Wonderland-QTI Player, is the core of the
Universitat Pompeu Fabra to make the engine compliant with QTI assessment engine: it is the union between Wonderland and
2.1 and support the management of complete tests. newAPIS and it checks the students’ actions in the virtual world
NewAPIS is a modular item-rendering engine that is in charge of to determine if they have to receive the instructions of a new
interpreting QTI v2.1 XML files. These files have to be question or they are answering another one.
previously created by a compliant authoring tool (e.g. Recourse Wonderland enables that an element in the virtual world can be
[23] among others). NewAPIS manages the QTI XMLs and hidden for some of the users. An object can have a security

413
component where is indicated the name of the groups, or users, groups in which users have to be added to see some of
that can access to the object, so, users only can see the object if the objects of the world. For example if the feedback
they belong to one of these groups. used in the question is the disappearance of an object.
In Wonderland, a zone is defined adding a proximity listener to an • The second one, prompt, indicates the interaction that
object, so the zone is defined as a circle which has an object in the users have to do to get the instructions of the question
center. It is possible detect if a user is in the area of the circle. and the way in which it is shown in the virtual world.
The XML element’s start tag identifies the action of the
4.2 The proposed extension of QTI proposed user, and a key word is used to identify the different
The QTI specification uses the XML format to describe tests and
ways to give the instructions. For example, the words
questions and report results. Each type of question is identified by
text and audio are used to differentiate if a textual
a tag (it describes a XML element) and contains all the necessary
prompt is used or an audio file is played.
information to manage it.
This element is related to the “prompt” element in the
Multiple-choice questions are defined in the QTI XML file using
QTI file.
two elements: the “choiceInteraction” element that contains the
“prompt” element and a “simpleChoice” element for each possible This XML element contains the name of the object, or
option in the questions; and a “modalFeedback” element for each NPC, that is used to give the instructions of the
possible option, storing the feedback that is given to the users question. If an audio file is played, it also contains the
when they answer each one of the different options. path of the pre-recorder file. However, if a textual way
is used, it is not necessary more information, because
3D Virtual worlds introduce new interactions that there are not
the text is contained in the QTI file.
considered in QTI, thus the specification cannot be used directly
in Wonderland. • The choices element defines the action used by the
In order to enable the use of QTI to define questions in students to select the answer to the question. It is
Wonderland two different XML files have been used: the QTI identified using the XML element’s start tag. The same
XML files that are managed by newAPIS (and could be used by interaction is used for all the possible options.
any QTI player compliant with the QTI v2.1); and a new file, Each “simpleChoice” element in the QTI file has an
related with the QTI XML files, which contains all the identifier to differentiate one option to another. In this
information needed in the virtual world and that cannot be defined assessment engine, these identifiers are used to relate
in QTI: the actions that students can do in the world to receive the each option in the QTI file to the element that represents
instructions of a question or to answer it and the ways in which it in the virtual world.
they receive the information. From now on this new file is called In this file are stored the name of each element in the
Wonderland QTI file (WL-QTI file). virtual world together the identifier of the QTI
The WL-QTI file is divided in four different XML elements (fig. simpleChoice that it represents.
3), three of them related directly to any of the elements in the QTI This element includes the way in which the options are
file: shown in the world. For example, the objects can be
hidden until users get the instructions of the question,
they can be visible all the time or they can disappear
when students answer the question.
• The last XML element, called feedback, defines the way
in which the feedback information of each question is
shown in the world when the question is answered. The
start tag is used to identify the way. This information is
related to the “modalFeedback” element contained in
the QTI file. The feedback of all the options is shown in
the same way.
Like in the previous section, the identifier of the option
is used to relate the information in the WL-QTI and QTI
file.
This element is related only with the feedback of the
different questions, not with the test feedback. It is
shown in a textual way, showing a window with the
Figura 3. WL-QTI file structure final score and the content of the feedback element in
• The first one, the element initialize, is not related to the the QTI test file, when all the questions have been
QTI file because the information that it contains is not answered.
used in any part of a question. This element contains: the name of the group in which
It includes information that is loaded by the 3D virtual students must be added or removed to make appear or
world when users access to the world. This information disappear objects; the path of the audio file that is
is the track used to guide students in the world and the

414
played; or the path of the image that is included in the
world.

4.3 Communication
The management of newAPIS is transparent for the students. The
Wonderland QTI Player is the responsible for the exchange of
information with the QTI engine.
Fig. 4 shows the communication between the two components,
which has four steps:
1. This step is executed each time a student accesses to the
world. NewAPIS is asked in order to retrieve the list of
questions that the user has not yet answered. Students
can complete a test in different moments, because
newAPIS stores the information related to the questions
that they have answered before.
NewAPIS uses a code number to identify each student.
This number is assigned by Wonderland the first time
that the user accesses to the world. It is stored in a file
that relates the name of the students in the virtual
worlds and their identifier number in the QTI engine.
The test’s identifier is an element contained in the QTI Figura 4. Communication between the components
test XML file. That is used by newAPIS to know the NewAPIS has been adapted in order to enable the communication
test that has to load. This parameter is included in a with the Wonderland client. Instead of showing the assessment
configuration file read by the WL-QTI Player. Different information via XHTMLs, each step of the communication has a
tests can be executed in the same world, modifying only URL associated within the newAPIS server. From Wonderland,
the test’s identifier in this configuration file. the get method is used to send the information to newAPIS,
2. Once the WL-QTI Player has the list of questions, it adding the needed parameters in the URL. The information from
requests to newAPIS the information of each QTI newAPIS is encoded in the response of the URL using a
question in the list. This information is the prompt (the predefined XML format.
instructions of the questions) and the response template
(the choices to choose from in the case of multiple- 4.4 Configuration file
Choices questions). In the WebDav server there is an XML file that contains the
configuration information of the assessment engine, so, it can be
The questions’ identifiers are received by Wonderland
modified without changing the WL-QTI Player. The information
in the previous step.
in this file is:
3. The third step happens every time students answer a
question in the virtual world The WL-QTI Player • The test’s identifier. Teachers can change the test that is
checks the action of students in the world and relates displayed in the virtual world modifying this parameter.
these actions with the selected choice’s identifier, the • The path of the file that contains the identifiers of the
parameter that newAPIS understands. users. This file is stored in the WebDav server.
When newAPIS receives the selected choice’s identifier, • The path where the WL-QTI files are stored. These files
it is stored in its database, so, this question will be can be stored in the WebDav server or in the newAPIS
stored as an answered question. server together the QTI files. Teachers can change the
The feedback of the questions is obtained by newAPIS location of the files, and they only have to change this
after processing the received response. This feedback is parameter, without modify anything more.
sent in the reply to show it in the virtual world. • The URLs that are used to communicate Wonderland
4. The final step is executed once the last question of a test with the QTI engine. Storing this information outside of
is answered in order to obtain the final score and test the WL-QTI Player, for example, change the address of
feedback. the newAPIS server is possible, without change
anything in Wonderland.

5. CONCLUSION AND FUTURE WORK


The use of virtual worlds allows the assessment of students in a
richer way. Even using the same type of questions that many of
the traditional tests use, for example a multiple-choice question,
virtual worlds allow new types of interactions that facilitate the
assessment of more than simple knowledge, as, for example the
understanding of the environment.

415
The use of an assessment specification allows not only the reuse Edition. Retrieved September 3, 2010, from
of existing assessment content, but also the use of an existing EDUCAUSE:
engine, newAPIS, that can manage the actions that are not directly [4] http://net.educause.edu/ir/library/pdf/CSD4781.pdf
related with the virtual world, as the processing of the answer.
[5] KZero Worldswide. 2009. Virtual worlds registered
As a future work our plans include to improve the management of accounts reach 800m. Retrieved September 10, 2010,
the QTI question-items of the WL-QTI engine by allowing the use from KZero Worldswide:
of other types of questions that are defined in QTI, not only http://www.kzero.co.uk/blog/?p=3943
multiple-choices questions. This improvement would involve the
management of new types of actions in the virtual world, for [6] Miniwatts Marketing Group. 2010. Internet Usage
example, the movement of the objects or adding a label to an Statistics. Retrieved September 10, 2010, from
object. Miniwatts Marketing Group:
http://www.internetworldstats.com/stats.htm
The WL-QTI assessment engine will be improved to manage the
different options that can be included in a QTI assessment test, [7] Nelson, B., Ketelhut, D. J., Clarke, J., Bowman, C., and
not only to get the list of questions. For example, to let students Dede, C. 2005. Design-based research strategies for
choose the questions, between all the available ones, that they developing a scientific inquiry curriculum in a Multi-
want to answer in each moment; or to let the processing of all the User Virtual Environment. Educational Technology:
answers when the last question is finished, and not make the The magazine for managers of change in education, 45
processing of each question separately. (1), 21-27
There are other areas where the expansion of the functionalities of [8] Arici, A. D. 2008. Meeting kids at their own game: a
the engine is desired: in the creation of the WL-QTI files and the comparison of learning and engagement in traditional
world. When teachers create the world, they have to add the and 3D MUVE educational-gaming contexts. Doctoral
object in their correct position and must add the different dissertation. UMI Number: 3342204. Indiana University
capabilities that they have (for example, the object is the [9] Harvard University. 2007. The River City. Retrieved
representation of a zone or the object can be selected). A new September 3, 2010 from Harvard University:
feature is desired in the engine that allows adding different
[10] http://muve.gse.harvard.edu/rivercityproject/
capabilities automatically for objects by processing WL-QTI files.
So teachers only have to put the objects in the world. [11] Indiana University. (N.D). Quest Atlantis. Retrieved
September 3, 2010 from Indiana University:
Now, there are different tools that teachers can use to create a QTI
file with the description of a question, but the WL-QTI file must [12] http://atlantis.crlt.indiana.edu/
be created for them. An authoring tool that allows the creation of [13] Open Wonderland Foundation. 2010. Open
the QTI files and the WL-QTI file automatically at the same Wonderland. Retrieved September 3, 2010 from Open
moment is desired. Wonderland Foundation:
Future work also includes evaluating the integration of this http://www.openwonderland.org/
assessment engine in a real educational context in order to obtain [14] IMS Global Learning Consortium, Inc. 2010. IMS
results that would enable us to improve and extend the engine. Question & Test Interoperability Specification.
Retrieved September 3, 2010, from IMS Global
6. ACKNOWLEDGMENTS Learning Consortium, Inc:
This research is supported by the following projects: The Spanish http://www.imsglobal.org/question/
project “Learn3: Towards Learning of the Third Kind” (TIN2008- [15] Ibáñez, M. B., Crespo, R. M., Delgado Kloos, C. 2010.
05163/TSI) within the Spanish “Plan Nacional de I+D+I”, the Assessment of knowledge and competencies in 3D
Madrid regional project “eMadrid: Investigación y Desarrollo de virtual worlds: A proposal. In IFIP TC 3 International
tecnologías para el e-learning en la Comunidad de Madrid” Conference, KCKS 2010. Held as part of WCC 2010
(S2009/TIC-1650). (Brisbane, Australia, 2010), Springer, 165-176
[16] Shute, V. J., Ventura, M., Bauer, M., and Zapata-
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Internet Users will have A “Second Life” in the Virtual 2009, 295-321.
Worlds by the End of 2011.In Gartner [17] Nelson, B. C., Ketelhut, D. J., and Schifter, C.
Symposium/ITxpo 2007: Emerging Trends (Stamford, Embedded Assessments of science learning in
Conn. April 24, 2007). Retrieved September 3, 2010, immersive educational games: The SAVE science
from Gartner, Inc: project. In AIED 2009: 14th International conference on
http://www.gartner.com/it/page.jsp?id=503861 artificial intelligence in Education, (Brighton, IK,
[3] The New Media Consortium and the EDUCAUSE 2009), AIED 2009: 14th International conference in
Learning Initiative. 2007. The Horizon Report 2007 artificial intelligence in education: Workshops
proceedings, 121-124.

416
[18] Global Kids. 2008. [Best Practice] “Using virtual for educational cybernetics, University of Bolton, 175-
worlds for sophisticated assessment” Submitted by Dr. 181.
Chris Dede of the Harvard Graduate School of [27] 2005. APIS QTIv2 Assessment Engine. Retrieved
Education. Retrieved September 3,2010 from RezEd: September 8, 2010 from Geeknet, Inc:
[19] http://rezedhub.ning.com/forum/topic/show?id=204789 [28] http://sourceforge.net/projects/apis/
6:Topic:3042
[29] Griffiths, D., Beauvoir, P., Liber, O. and Barret-
[20] Tuzun, H. Quest Atlantis: A Computer That Transcends Baxendale, M. 2009. From Reload to Recourse:
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[30] Navarrete, T., Santos, P., Hernández-Leo, D. and Blat,
[21] Activeworlds, Inc. 2010. Home of the 3D Internet, J. 2010. QTIMaps: A model to enable web-maps in
Virtual Worlds and Community Chat. Retrieved assessment. Submitted.
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Moodle. The European Journal for the Informatics [32] Sun Microsystems, Inc. 2010. SunSPOTWorld – Home.
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Information System Journal, 13 (1), 20-26. Avatar. Retrieved September 3, 2010 from Evolver,
Corp: http://www.evolver.com/
[24] A.L.I.C.E. AI Foundation, Inc. AIML: Artificial
Intelligence Markup Language. Retrieved September 6, [34] Google. 2010. Google SketchUp. Retrieved September
2010, from A.L.I.C.E. AI Foundation, Inc: 4, 2010, from Google: http://sketchup.google.com/
[25] http://www.alicebot.org/aiml.html [35] Ibáñez, M. B., García, J. J., Galán, S., Maroto, D.,
Morillo, D. and Delgado Kloos, C. 2010. Multi-User
[26] Blat, J., Navarrete, T., Moghnieh, A. and Battle- 3D virtual environment for Spanish learning: a
Delgado, H. 2007. A QTI management system for Wonderland experience. In ICALT 2010: IEEE
service oriented architectures. In Proceedings of the international conference on advanced learning
TENCompetence open workshop on service oriented technologies, (Sousse, Tunisia, 2010), IEEE Computer
approaches and lifelong competence development Society.
infrastructures, (Manchester, UK, 2007), The institute

417
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

LABORATÓRIO DE GEOMETRIA NA REDE

Vanda Santos Pedro Quaresma


ESTGV – IPV / CISUC University of Coimbra CISUC, Department of Mathematics, University of
Portugal Coimbra
vsantos@estv.ipv.pt Portugal
pedro@mat.uc.pt

RESUMO 1. INTRODUÇÃO
O estudo da Geometria, nomeadamente a Geometria Euclidiana,
A área da geometria permite uma ligação fácil entre o abstracto
é muito importante em qualquer grau de ensino, e isto dada a
e o concreto, entre a descrição formal de uma dada construção
facilidade com que se estabelecem pontes entre as teorias
geométrica e uma sua representação concreta. Este facto leva a
geométricas e os seus modelos. Pela facilidade como se
que, de uma forma “natural”, se utilize essa ligação em situações
visualiza uma dada construção, pela facilidade como se
de aprendizagem, seja pela ilustração de um conceito
estabelece a ponte entre uma sucessão de imagens e as
introduzido de forma abstracta, seja pelo confirmar (ou não)
propriedades que estão por de trás de um tal conjunto de
teórico de algo que se visualizou através de uma dada figura
imagens.
geométrica. Desta forma a utilização dos recursos tecnológicos
As ferramentas computacionais de geometria dinâmica na aprendizagem da geometria é muito importante na medida em
(Dynamic Geometry Software, DGS) são, nesta área, auxiliares que providenciam ferramentas que permitem, de forma fácil e
muito preciosos precisamente por permitirem estabelecer as atractiva ao estudante, estabelecer as ligações entre o abstracto e
pontes acima referidas. o concreto, criando ambientes propícios à experimentação.
No presente trabalho descreve-se um sistema, o Laboratório de A utilização dos meios computacionais no ensino da geometria
Geometria na Rede (LabGeoRede) que permite integrar um DGS deve ser encarada como uma forma nova de conceber o ensino,
num ambiente de aprendizagem, alargando deste modo o âmbito ou seja, um novo instrumento de avaliação/diagnóstico durante
de um dado DGS, convertendo-o de uma ferramenta isolada, as aulas. A aprendizagem da Matemática subentende que os
para uma ferramenta em rede a ser utilizada de forma integrada alunos trabalhem, de formas diversificadas na sala de aula, não
num ambiente de sala de aula. só ao nível da interpretação mas também ao nível da criatividade
com recurso à utilização de ferramentas computacionais. No
Como objectivo final do projecto em que ambos os autores deste
caso particular da geometria as ferramentas de geometria
trabalho estão envolvidos pretende-se integrar o LabGeoRede
dinâmica permitem aos alunos desenvolver as suas capacidades
num ambiente de aprendizagem (LMS).
de explorar, conjecturar e raciocinar logicamente. O facto de ser
possível manipular os objectos matemáticos aumenta a
Categories and Subject Descriptors confiança dos alunos, a possibilidade de se apresentar inúmeros
K.3.1 [Computer Uses in Education]: Computer-managed exemplos num curto espaço de tempo permite aos alunos
instruction (CMI). analisarem que algumas propriedades se mantém invariantes.
Estas actividades são também um estímulo à cooperação uma
K.3.2 [Computer and Information Science Education]: vez que é um veículo para a partilha de experiências.
Computer science education.
As ferramentas de geometria dinâmica permitem construir e
explorar uma grande variedade de figuras, demonstrações
Termos Gerais visuais de teoremas (e.g. o teorema de Pitágoras), gráficos,
Management, Human Factors. curvas, etc., que podem ser manipuladas interactivamente sem
alterar as relações matemáticas implícitas na construção. A
Palavras Chave grande vantagem da ferramenta é que une a técnica ao raciocínio
Geometria, DGS, LMS.
dedutivo, valorizando o pensamento geométrico, permitindo
realizar acções independentes. A capacidade de explorar a parte
Santos, Vanda., Quaresma, Pedro. (2010). Laboratório de Geometria na Rede. visual de uma construção é um dos recursos mais fortes que a
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, geometria dinâmica dispõe.
pp 418-425, Santiago de Chile.

418
As ferramentas de geometria dinâmica têm o que é necessário colaborativo. Para os programas de geometria dinâmica falta a
para explorar os conceitos da Matemática, no entanto faltam- capacidade de definir um ambiente de aprendizagem assíncrono
lhes as componentes necessárias à criação de um ambiente de e colaborativo [13]. A utilização deste tipo de ferramenta no
aprendizagem colaborativo. ensino, permite ao aluno aprofundar mais a área da geometria
valorizando as suas competências nesta área, “porque a
geometria é, por excelência, um tema formativo no sentido mais
amplo do termo que, pela resolução de problemas apropriados
2. PROGRAMAS DE GEOMETRIA desenvolve variadas capacidades, desde a observação ao
DINÂMICA & E-APRENDIZAGEM raciocínio dedutivo, ao mesmo tempo que deixa perceber
As construções geométricas são etapas de construções primitivas verdadeiras conexões entre os vários temas da Matemática” [1],
em sequências específicas. Estas etapas de construção segundo o currículo do ensino Secundário em Portugal. Uma
primitivas, chamadas de construções elementares são: ferramenta de geometria dinâmica oferece um impacto visual
mais forte do que a mera explicação analítica através de uma
 construções (com régua) de rectas por dois pontos interface mais atractiva para os alunos.
dados;
 construção de um ponto através da intersecção de duas 3. LABORATÓRIO DE GEOMETRIA NA
rectas (se tal ponto existir); REDE
 construção (com compasso) de um círculo tal que o 3.1 Programas de Geometria
seu centro é um ponto dado e o segundo ponto dado Os programas de geometria dinâmica permitem uma fácil
lhe pertence; construção de figuras geométricas através da especificação de
objectos livres e de objectos obtidos por construção, através de
 construção de intersecções entre uma dada recta e um
um conjunto de passos que implementam as construções
dado círculo (se tais pontos existirem).
elementares referidas acima. Os objectos livres são passíveis de
Ao utilizar o conjunto de construções primitivas podemos ser manipulados modificando a sua posição, sendo que os
definir construções compostas (por ex. construção de um ângulo objectos que foram obtidos a partir deste por construção também
recto, construção do ponto médio de um segmento, construção verão a sua posição modificada de forma a manter a coerência
do segmento bissector, etc.). Na descrição de construções da construção. Os DGS permitem ainda executar tarefas mais
geométricas, é habitual a utilização de construções avançadas complexas, como sejam transformações geométricas. As
assim como as mais elementares [8]. “A geometria dinâmica, vantagens destas ferramentas de geometria dinâmica são várias e
cujas raízes podem ser encontradas nos gregos antigos e em passam pela facilidade na sua utilização, pelo estímulo à
outros matemáticos, como por exemplo em Clairault no século criatividade e por fim pelo processo de descoberta. Várias são as
XVIII, que se baseia na ideia de movimentar elementos de ferramentas de geometria dinâmica disponíveis como por
figuras para ilustrar propriedades geométricas e demonstrar exemplo: GeoGebra, Cinderella, GeometerSketchpad, C.a.R.,
teoremas. A tecnologia dos computadores na década de oitenta Cabri e GCLC [3,5,7, 8,10,11].
possibilitou o desenvolvimento de programas, que permitem a
A maioria das ferramentas de geometria dinâmica referenciadas
manipulação de objectos por computador, com impacto e
permitem criar construções geométricas através de uma interface
sucesso no ensino da Geometria elementar” [12]. A vantagem
gráfico, permitindo manipular os vários objectos, tais como,
dos programas de geometria dinâmica é o de permitir
pontos ou rectas. Alguns pontos e rectas podem ser manipulados
actividades não só de exploração como também de pesquisa,
livremente e outros podem ser criados para estabelecer relações
pelo que constitui um valioso apoio a estudantes e professores.
nas construções. Algumas destas ferramentas podem-se
Pelas potencialidades que a ferramenta de geometria dinâmica
caracterizar e resumir na seguinte tabela:
oferece, o ensino/aprendizagem torna-se mais rico, mais
estimulante e mais desafiante, permitindo ao aluno desenvolver
a sua capacidade para explorar, conjecturar, raciocinar Java Applets
Exporta para

logicamente, utilizar e reflectir sobre a informação disponível. O


Euclidianas

Geometrias

ATP (2)
Licença

a Rede

tema geometria constitui uma área favorável ao


Não

desenvolvimento de tais capacidades. A ferramenta de geometria DGS


dinâmica é então vista como um forte instrumento de ensino da
geometria pelas possibilidades que abre à visualização dinâmica
dos objectos, pela possibilidade dada ao utilizador de alterar as Cabri 1 Sim Comercial Sim Não Não
posições dos objectos primitivos, e o programa, de forma
automática, alterar de um modo consistente, toda a construção. C.a.R. 2 Sim GPL (1) Sim Não Sim
3
A introdução de um programa de geometria dinâmica permite o Cinderella Sim Comercial Sim Sim Sim
estabelecer de pontes entre a natureza formal, axiomática, da
geometria (na maioria das vezes euclidiana), com os seus
modelos (por exemplo, o modelo cartesiano) e correspondentes 1
www.cabri.com/
ilustrações. Com um programa de geometria dinâmica, podemos
2
fazer experiências, ou seja, a aprendizagem pela experiência, e http://zirkel.sourceforge.net/
também podemos ter, de forma limitada, um ambiente 3
www.cinderella.de/

419
(3) apoio a estudantes e professores, devendo a sua utilização
4
considerar-se obrigatória neste programa.” [1].
GCLC Sim GPL Não Sim Não
A resolução de puzzles geométricos permite aos alunos conhecer
Geometer- Sim e explorar melhor as figuras geométricas básicas.
Sim Comercial Não Não
Sketchpad 5 (4)
A exploração do Teorema de Pitágoras do qual existem muitas
GeoGebra 6 Sim GPL Sim Não Sim provas visuais e que, sendo um resultado da antiguidade
Tabela 1. Comparativo DGS clássica, é ainda hoje um resultado muito importante, e com
bastante impacto nos alunos (quem não sabe de cor o enunciado
(1) General Public License (2) Automated theorem proving (3) do Teoremas de Pitágoras) permite-nos uma ligação muito
Com Computer Algebra System (CAS) externo (4) limitado poderosa entre o carácter rigoroso da geometria e as suas
visualizações.

A maioria das ferramentas referidas (excepção para o C.a.R., O Teorema de Pitágoras, fornece-nos um exemplo concreto de
GCLC e o GeoGebra) são de distribuição comercial, o que é situação na qual a utilização dos DGSs é muito importante. O
uma desvantagem para quando se pretende desenvolver um dinamismo que permitem permite-nos trabalhar as
projecto com larga difusão e utilização por alunos e professores demonstrações visuais do teorema de forma muito apelativo
de todos os níveis de ensino. (vejam-se, a este propósito os vídeos disponíveis em
http://www.cs.wichita.edu/~ye). As figuras 1, 2 e 3 ilustram uma
O GeoGebra, destaca-se de entre as ferramentas de distribuição demonstração visual do teorema recorrendo à ferramenta
gratuita descritas por possuir um modo de integração em página GeoGebra.
(Java applet) possuindo ainda uma interface de ligação com
outros programas (API). Estas duas características permitem a A primeira figura, é a construção de um triângulo
sua fácil integração em ambientes de rede como uma ferramenta rectângulo.
(módulo) de um eventual sistema mais complexo.
Em relação ao GeoGebra temos ainda que:
 É um programa de geometria dinâmica que contém
recursos de geometria, álgebra e cálculo, possuindo
todas as ferramentas tradicionais de um programa de
geometria dinâmica: pontos, segmentos, rectas e
secções cónicas, permitem inserir equações e
coordenadas. As possibilidades do programa permitem
mostrar, ao mesmo tempo, duas representações
diferentes de um mesmo objecto que interagem entre
si: a sua representação geométrica e a sua
representação algébrica. É um programa de geometria
dinâmico completo;
 A sua distribuição é gratuita permitindo a
disponibilização do mesmo aos alunos para que estes
Figura 1. Construção de um Triângulo Rectângulo
possam instalar em suas casas. Assim, torna-se
possível poderem praticar e explorar em casa os No segundo passo, ao utilizar o dinamismo, tornado possível
conteúdos leccionados nas aulas. Como os programas pela utilização do DGS, roda-se o triângulo sobre o ponto do
de distribuição gratuita são desenvolvidos pela lado do ângulo recto.
contribuição e partilha de conhecimento, estimula-se
junto dos alunos estas atitudes.

3.1.1 DGS no Ensino


No ensino secundário em Portugal é incentivada a utilização das
ferramentas geométricas, tal como consta no respectivo
programa curricular: “O computador, pelas suas potencialidades,
nomeadamente nos domínios da geometria dinâmica, da
representação gráfica de funções e da simulação, permite
actividades não só de exploração e pesquisa como de
recuperação e desenvolvimento, pelo que constitui um valioso

4
http://www.emis.de/misc/software/gclc/
5
http://www.dynamicgeometry.com/
6 Figura 2. Rotação do triângulo
http://www.geogebra.org/cms/

420
No último passo faz-se a translação do segundo triângulo, e passível de incorporar directamente numa página da Rede, a
unem-se os vértices dos dois triângulos. componente dinâmica do DGS estava ausente.
Com o desenvolvimento do sistema “Laboratório de Geometria
na Rede” (LabGeoRede) 8 pretende-se integrar um programa de
geometria dinâmica, no presente caso o sistema GeoGebra, num
ambiente de rede e com memória individualizada. Isto é,
pretende-se fazer a integração de um DGS numa página da Rede
(através da utilização do Java applet do GeoGebra) com uma
ligação a uma base de dados.
Tal sistema permite: ao professor criar, guardar e disponibilizar
aos seus alunos um conjunto de construções geométricas; ao
aluno permite o acesso às referidas construções assim como a
um “bloco de notas” pessoal, aonde o aluno guarda as suas
próprias construções, soluções dos problemas propostos pelo
professor e/ou as suas próprias actividades de exploração. O
professor tem ainda acesso às construções realizadas pelos
Figura 3. Construção do Trapézio alunos como forma de poder avaliar o trabalho realizado, ou
ainda como forma de disponibilizar o trabalho desenvolvido por
um dado aluno à restante classe.
Podemos concluir que a imagem obtida é de um trapézio
Um tal sistema é fácil de instalar num dado servidor de uma
rectângulo. Com base nas relações das áreas dos triângulos e do
escola, requerendo para tal:
trapézio chegamos à fórmula do Teorema de Pitágoras: “O
quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos  um servidor de rede (local ou mesmo global) o qual
catetos”. albergaria as páginas que constituem o LabGeoRede,
as quais incorporam o DGS (applet), assim como todo
Novamente se verifica que o GeoGebra é uma ferramenta muito
o interface de utilização dos professores e alunos;
versátil para a educação matemática nas escolas secundárias. No
ensino de matemática a ferramenta da geometria dinâmica,  computadores contendo um navegador (“web
GeoGebra, pode ser utilizado de muitas maneiras diferentes, tais browser”) com ligação à rede, para os professores e
como [6]: alunos poderem aceder ao sistema.
 ferramenta para demonstração e visualização; O sistema LabGeoRede está organizado em três módulos
distintos:
 ferramenta de construção;
 O módulo de gestão que permite “inscrever” os
 descobrir a matemática (Os alunos podem organizar o
professores que terão acesso ao sistema;
seu próprio conhecimento);
 O módulo “professores” o qual permite o acesso (com
 preparação de material didáctico.
validação) aos professores. Através deste módulo é
possível fazer a gestão de alunos; dá também acesso à
3.2 Laboratório de Geometria na Rede componente da criação, através do DGS, das
Os autores criaram, numa primeira abordagem, um curso de construções de acesso global; finalmente dá acesso, só
ensino à distância introduzindo a ferramenta GCLC, numa em modo leitura, aos “blocos de notas” dos alunos
página da Rede (http://hilbert.mat.uc.pt/GeoGCLC), onde todos para efeito de validação do trabalho efectuado por
os objectos e construções disponíveis em GCLC [8] são estes;
descritos em detalhe, oferecendo também uma bancada de
trabalho onde o utilizador pode interactivamente usar o GCLC.  O módulo “aluno” dá acesso, através de um processo
Esta página serviu de base à integração do GCLC num curso e- de validação, aos alunos os quais terão, por sua vez,
Aprendizagem sobre os fundamentos da geometria acesso, só de leitura, às construções criadas pelos
implementado numa plataforma de gestão de aprendizagem professores, assim como ao seu “bloco de notas”,
LMS, no caso concreto o Moodle 7, conjunto de construções que cada aluno criará,
(http://hilbert.mat.uc.pt/Moodle/course/view.php?id=34) como utilizando o DGS, e que serão individuais, sendo que
um novo objecto de aprendizagem [13]. Os objectos de cada aluno só terá acesso ao seu “bloco de notas”.
aprendizagem são a base para a criação de conteúdos e para a O LabGeoRede ao implementar um ambiente de Rede com
agregação de conteúdos no domínio da aprendizagem, são memória permite uma interacção fácil com o DGS, sem
definidos como sendo uma qualquer entidade, digital ou não necessidade de instalação do referido programa em todos os
digital, que pode ser utilizada, reutilizada ou referenciada computadores individuais. A imposição de um navegador para
durante a aprendizagem [14]. No entanto, dado que o GCLC é
um executável (criado a partir de um programa em C++), não
8
Uma instalação piloto está acessível em:
7
http://moodle.org http://hilbert.mat.uc.pt/WebGeometryLab

421
utilizar o sistema é, actualmente, não relevante dado a sua Durante a aula os primeiros passos são dados pelo professor,
ubiquidade. seja no próprio sistema recorrendo a um projector de vídeo para
que toda a classe o possa visualizar, seja no quadro (interactivo
Por outro lado a utilização do LabGeoRede não fica confinado à
ou não). A figura 5 ilustra o caso em que o professor recorreu ao
escola podendo ser alargado à rede global, permitindo deste
próprio sistema, tendo o professor construído as bissectrizes. O
modo a sua utilização a partir das casas de cada um dos
professor pode aproveitar para desenvolver o tema sobre
professores/alunos.
congruências.
Por fim, ao individualizar o trabalho de cada aluno, permite um
Dependendo da planificação da aula que o professor tenha
determinado grau de adaptação a diferentes situações de
estruturado, os alunos podem concretizar este primeiro passo,
aprendizagem encontradas pelos diferentes alunos.
individualmente ou com entreajuda, ou então, para deixar tempo
Em termos técnicos o sistema LabGeoRede está pensado de para os outros passos, descarregar as construções feitas pelo
forma a ser independente da plataforma computacional professor e avançar para os passos seguintes de modo a poder
escolhida pela escola para o servidor (Servidor da Rede (e.g. abordar os assuntos pretendidos.
Apache); PHP; MySQL), assim como para os diferentes clientes
(um qualquer Navegador; JavaScript; AJAX; Java). Além disso
na sua implementação teve-se em conta a necessidade de
adaptação a diferentes idiomas, sendo que o sistema é, de base,
internacional (Inglês), existindo desde já algumas adaptações,
nomeadamente ao Português.
O sistema LabGeoRede define um ambiente de rede em que é
possível a gestão de trabalhos, característica que uma simples
inclusão do applet do GeoGebra não nos dá, esta plataforma vai
complementar a acção do GeoGebra no ensino. Esta forma de
abordagem é nova no ensino da Matemática, com a utilização
das ferramentas de geometria dinâmica, pois permite uma gestão
dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, permitindo ao Figura 5. Construção das Bissectrizes
professor um melhor acompanhamento dos mesmos e
permitindo ao aluno a definição de percurso de aprendizagem
individualizados. O professor ao longo da aula poderá sugerir alguns passos na
realização de algumas tarefas e explicar os conceitos que estão
inerentes em cada passo. Na figura 6, através do ponto de
3.2.1 Caso de Estudo intersecção das bissectrizes pode-se construir uma
Vejamos um possível exemplo de utilização do sistema circunferência sendo o raio definido desde o ponto de
LabGeoRede. O objectivo é que o aluno represente os pontos intersecção até um dos lados do triângulo. Finalizando com a
notáveis de um triângulo (incentro, circuncentro, ortocentro e apresentação da solução final da actividade proposta.
baricentro). As figuras seguintes ilustram um possível desenrolar
da aula preparada previamente pelo professor.
O professor poderá disponibilizar uma primeira parte da
construção, que o aluno irá descarregar. Temos por exemplo a
figura 4, que começa pela construção de um triângulo qualquer.
Nesta parte o professor poderá falar sobre as definições dadas
anteriormente sobre ponto, segmento de recta e ângulo.

Figura 6. Construção da Circunferência Circunscrita

No fim da aula o professor poderá explorar as propriedades do


incentro de um triângulo, na figura 7, tais como, “Será que esta
característica é o mesmo em qualquer triângulo?”.

Figura 4. Construção do Incentro de um triângulo

422
As soluções dos restantes pontos podem ser, a seu tempo,
disponibilizadas pelo professor, de modo a permitir ao aluno a
verificação do seu trabalho (figura 10).

Figura 7. Exploração das Propriedades do Incentro

Se for algum trabalho para avaliação o professor poderá ainda


ver e guardar os trabalhos desenvolvidos pelos alunos e encerrar
a aula. Figura 10. Solução do problema
Dado o carácter de aplicação em Rede do LabGeoRede o O mesmo se passa com a construção do ortocentro e do
professor poderá propor, após a aula, aos alunos actividades a baricentro de um triângulo. Nesta fase o aluno terá de recordar
serem resolvidas em casa ou mesmo a exploração de outras os conceitos de altura de um triângulo e o centro de gravidade
actividades a serem avaliadas durante uma próxima aula. de um triângulo, que podemos ver nas figuras 11 e 12,
respectivamente.

Figura 8. Circuncentro
Figura 11. Ortocentro de um triângulo

O aluno, por sua vez, pode continuar a explorar o tema em casa.


Por exemplo pode construir os restantes pontos pedidos, tendo
acesso à resolução/solução dos problemas dados, temos por
exemplo a construção do circuncentro, onde o aluno terá de
traçar as mediatrizes dos lados de um triângulo, (figuras 8 e 9).

Figura 12. Baricentro de um triângulo

O objectivo desta planificação de aula é trabalhar o ponto médio


de um segmento, os ângulos, recta perpendicular, altura de um
triângulo, o segmento de recta e a recta. Após a realização das
Figura 9. Construção das Mediatrizes várias tarefas há ainda a possibilidade do professor explorar e
questionar os alunos sobre o assunto abordado, por exemplo,
“Na construção do incentro, ao traçar as bissectrizes de cada um

423
dos ângulos do triângulo, o que acontece quando movimentamos
os vértices? Será que essa característica acontece em todos os
triângulos?”.
Com o conhecimento prévio sobre a utilização do GeoGebra, os
alunos são capazes de explorar e redescobrir conceitos da
matemática de formas diferentes, utilizando a ferramenta de
geometria dinâmica.

3.2.2 As Limitações do GeoGebra/LabGeoRede


A grande vantagem da ferramenta de geometria dinâmica
GeoGebra é o facto de possuir um Java applet, assim como um
API os quais permitem incorporar o GeoGebra numa página de Figura 13. Teorema de Pappus
rede. No caso do LabGeoRede esse potencial foi aproveitado de
Numa primeira tentativa de integração de ferramentas num
forma a criar uma interface em que a utilização do GeoGebra se
sistema único, construiu-se um curso de e-Aprendizagem com
cruza com o acesso a uma base de dados. Do lado do utilizador a
incorporação de um DGS e de uma base de dados, ver figura 14.
vantagem é o acesso que se obtêm ao DGS que pode ser
Pretende-se no entanto com o trabalho que está a ser
utilizado dentro de um navegador da Rede, sem qualquer
desenvolvido construir um módulo Moodle 9 de geometria
instalação necessária (além do “plugin” do Java) [2] as restantes
dinâmica, de forma a poder aproveitar todas as potencialidades
funcionalidades (acesso à base de dados) são providenciadas
oferecidas por um LMS.
pelo servidor e pela ligação deste ao DGS (API do GeoGebra).
Mas a ferramenta tem limitações que levam a que não possa ser
utilizada como um sistema de gestão de aprendizagem e que a
sua incorporação no LabGeoRede não soluciona completamente.
Um sistema de gestão de aprendizagem tem a particularidade de
criar um ambiente colaborativo, um sistema cujo principal
objectivo é o suporte à aprendizagem (possibilita a
administração, apoio pedagógico, gestão e distribuição de
conteúdos aos alunos), em ambiente síncrono/assíncrono. O
sistema LabGeoRede não possui todas estas capacidades. Em
conclusão, com um sistema como o LabGeoRede ainda não
temos um ambiente colaborativo de aprendizagem, onde o
professor/aluno possam desenvolver uma actividade, explorar e
guardar os seus trabalhos, tal como num módulo de
aprendizagem Moodle que é descrito com pormenor na secção Figura 14. GeoGCLC
seguinte.
O Moodle é um sistema de gestão de cursos capaz de lidar com
4. AMBIENTES DE APRENDIZAGEM um grande número de cursos e utilizadores. É gratuito, de
Com a construção do LabGeoRede pretendeu-se disponibilizar código aberto sob a licença pública GNU, e tem uma interface
uma página da Rede com integração de um DGS (GeoGebra) e para a criação de módulos a qual permite a incorporação de
uma base de dados (MySQL) onde, tanto o professor como os novas funcionalidades ao sistema base [4].
alunos, disponham das ferramentas necessárias ao estudo das
teorias e dos modelos da geometria Euclidiana de forma a Um sistema de gestão de aprendizagem tem como finalidade
entender a ponte que liga estas duas perspectivas, explorando a suportar o processo de aprendizagem de cada aluno, permitindo
natureza axiomática da geometria, como ilustra a figura 13 a cada um e durante a sua aprendizagem, a utilização de meios
(ilustração do Teorema de Pappus). Isto é, pretendeu-se criar um electrónicos, sem barreira físicas e de forma assíncrona. É ainda
ambiente de aprendizagem que permita aos alunos testarem e um meio de aprendizagem colaborativa com a particularidade de
aprofundarem os seus conhecimentos. promover a aprendizagem através de esforços colaborativos
entre os alunos que trabalham numa determinada tarefa na sala
O objectivo final do trabalho que está a ser desenvolvido é o de de aula ou num trabalho de grupo. A integração da ferramenta
incorporar ferramentas interactivas, DGSs e ATPs com o suporte de geometria dinâmica neste tipo de sistemas torna o sistema
de uma base de dados que disponibilize uma memória mais enriquecedor pois permite ao aluno explorar temas de
individualizável, num sistema de gestão de aprendizagem, de geometria de forma a superar algumas (não todas
forma a disponibilizar a alunos e professores um ambiente de e- necessariamente) eventuais dificuldades ou lacunas que possam
Aprendizagem adaptativo. Embora hajam já outras ter.
aproximações em que se pretende integrar as capacidades de
uma plataforma com diferentes tipos de questões abertas com Ao se propor a integração destas três funcionalidades; DGS,
uma ferramenta de geometria dinâmica [9], os autores bases de dados (para uma memória individualizável), e
consideram que a incorporação das ferramentas acima referidas
como módulos de um LMS vai além das actuais propostas. 9
A escola do Moodle deve-se ao facto do mesmo ter sido
adoptado no sistema educativo Português.

424
eventualmente ATPs, num LMS pretende-se disponibilizar a sistema em que o aluno possa também ser desafiado por novos
professores e alunos um ambiente de aprendizagem adaptativo, problemas. Um sistema que permita também criar um ambiente
um espaço de construção de conhecimento. de ensino à distância adaptativo, proporcionando ao aluno a
possibilidade de desenvolver e melhorar o seu estudo na área da
geometria em qualquer lugar, em qualquer hora e ao seu próprio
5. CONCLUSÃO ritmo.
A integração de ferramentas de geometria dinâmica no ambiente
escolar permite diversificar o estudo da geometria potenciando o
seu lado dinâmico. Um dos objectivos é o de colocar o aluno REFERÊNCIAS
frente a uma “demonstração visual” de vários casos de estudo. A [1] Departamento do Ensino Secundário: Matemática A,
capacidade em perceber representações diferentes de uma Cursos Gerais de Ciências Naturais, Ciências e
mesma construção é um ponto estratégico para o Tecnologias, Ciências Sócio-Económicas.
desenvolvimento do aluno e o controle sobre configurações [2] Fest, A. 2010. Adding Intelligent Assessment - A Java
geométricas levam a descobrir propriedades novas e Framework for Integrating DGS into Interactive Learning
interessantes. O processo de aprendizagem permite Activities I2GEO.
experimentar, criar estratégias, fazer conjecturas, argumentar e
deduzir propriedades matemáticas. A partir de manipulação [3] Grothmann, R. 1996. C.a.R. – Compass and Rules.
concreta dos objectos passam para a manipulação abstracta http://compute.ku-
concretizando deduções com mais rigor, conduzindo ao eichstaett.de/MGF/wikis/caruser/doku.php?id=history
raciocínio matemático. Os autores têm a convicção, que : (consultado em Setembro 2010) .
 ao utilizar uma ferramenta de geometria dinâmica o [4] Gutierrez, E. , Trenas, M. A., Ramos, J., Corbera, F. and
aluno desenvolve a capacidade de visualizar; de fazer Romero, S. 2010. A new Moodle module supporting
conjecturas; de trabalhar simultaneamente com automatic verification of VHDL-based assignments. In
números, calcular ou relacionar áreas e volumes; Computers & Education, 562–577, Elsevier.
trabalhar com proporções na semelhança de figuras; [5] Hohenwarter, M. 2002. GeoGebra - a software system for
trabalhar com expressões algébricas; dynamic geometry and algebra in the plane. Master’s
 ao desenvolver o LabGeoRede que concilia um DGS thesis, 228 pages, University of Salzburg, Austria.
num ambiente de estudo, permite criar um ambiente [6] Hohenwarter, M., & Fuchs, K. 2005. Combination of
de ensino integrador de alunos e professores; Dynamic Geometry, Algebra and Calculus in the Software
System GeoGebra. In: Computer Algebra Systems and
 há a necessidade de integrar a ferramenta de geometria
Dynamic Geometry Systems in Mathematics Teaching
dinâmica num módulo de LMS, pois os sistemas de
Conference. Pecs, Hungary.
gestão de aprendizagem (por exemplo, o Moodle,
Claroline 10, WebCT 11) são sistemas que foram feitas [7] Jackiw, N. 2001. The Geometer’s Sketchpad v4.0.
para apoiar o processo de aprendizagem. Com estes Emeryville: Key Curriculum Press.
sistemas é possível criar um ambiente colaborativo [8] Janičić, P. 2006. GCLC — a tool for constructive euclidean
assíncrono (mas também com algumas características geometry and more than that. Lecture Notes in Computer
síncronas), onde a aprendizagem pela experiência Science, 4151:58–73.
pode ser misturado com outras formas de
aprendizagem. [9] Kreis,Y., Dording,C., Porro, V. and Jadoul, R. 2010.
Dynamic mathematics and computer-assisted testing:
GeoGebra inside TAO, I2GEO.
6. TRABALHO FUTURO
[10] Laborde, J. M. and Strässer, R. 1990. Cabri-géomètre: A
A combinação das ferramentas de geometria dinâmica, bases de
microworld of geometry guided discovery learning.
dados de problemas, de demonstração automática de teoremas, e
International reviews on mathematical education-
de sistemas de gestão de aprendizagem, criando uma bancada de
Zentralblatt für didaktik der mathematik, 90(5):171–177.
trabalho onde o estudante possa explorar construções,
transformando-as e até criar novas construções e guardar numa [11] Richter-Gebert, J. and Kortenkamp, U. 1999. The
pasta pessoal de forma a ser possível construir um curso de e- Interactive Geometry Software Cinderella. Springer.
Aprendizagem em que todas estas potencialidades possam ser [12] Santos, J. M. 2003. O Software de Geometria Interactivo
disponibilizadas ao formador e ao estudante é, tanto quanto Cinderella. PortoMat2003.
sabemos, inexistente. A sua concretização é o objectivo do
trabalho que está a ser desenvolvido pelos autores. Um sistema [13] Santos, V. & Quaresma, P. 2008. eLearning course for
dinâmico onde o aluno tem à sua disposição as ferramentas Euclidean Geometry, Proceedings of the 8th IEEE
necessárias para o estudo das teorias e dos modelos da International Conference on Advanced Learning
geometria Euclidiana, perceber as diferenças e ligações entre Technologies, July 1st- July 5th, Santander, Cantabria,
estas duas perspectivas, melhorar os seus conhecimentos. Um Spain, pp. 387–388.
Wiley, D. 2000. Connecting learning objects to instructional
design theory: A definition, a metaphor, and a taxonomy, Utah
10
http://www.claroline.net/ State Universit.
11
http://www.blackboard.com/

425
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

APRIMORANDO A COMUNICAÇÃO NO BATE-PAPO DA


CV-MUZAR COM O USO DE UM SISTEMA MULTIAGENTE
Ana Carolina B. De Marchi, Roberto dos Santos Rabello, Afonso Alban
CCC – ICEG - UPF
Brasil
carolina@upf.br, rabello@upf.br, 97528@upf.br

ABSTRACT Para tanto, foi utilizada a tecnologia de sistemas multiagentes


This article shows a Multiagent System (MAS) proposed to por automatizarem as tarefas que deveriam ser realizadas por
monitor conversations in the chat tool of the Muzar Virtual profissionais quanto à formação e à coordenação dos grupos
Community (Comunidade Virtual do Muzar, CV-Muzar). Thus, [1].
conversational markers and their use in synchronous chat No entanto, apenas a automatização na formação dos grupos
environment are being analyzed to propose a compensation não foi suficiente para identificar e corrigir pequenas falhas
mechanism for the identified communication deficits. The de interação entre os participantes da comunidade,
proposed MAS has five cooperative agents that monitor principalmente no que se refere à conversação síncrona nos
conversations in real time and interfere with the chat interface to bate-papos.
advice and, if necessary, warn the participant. Nos bate-papos a comunicação é dinâmica, interativa e síncrona.
Esse sincronismo possibilita que pessoas geograficamente
Categories and Subject Descriptors distantes dialoguem em tempo real, o que proporciona que sejam
I.2.11 [Distributed Artificial Intelligence]: Intelligent agents estabelecidas relações com um grande número de pessoas ao
and Multiagent systems. mesmo tempo. O bate-papo é uma das ferramentas mais poderosas
para a interação mútua, pois devido à velocidade de intercâmbio
de mensagens textuais, com ou sem imagem anexada, oferece um
General Terms palco para diálogo de alta intensidade e para a aproximação de
Algorithms. interagentes sem qualquer proximidade física, levando a rápida
construção de relações sociais.
Keywords O bate-papo (ou chat) pode simular um diálogo oral que não é
Sistema Multiagente, Comunidades Virtuais de Aprendizagem e mais oral, mas escrito, escrito de modo oralizado e, na grande
Marcadores conversacionais. maioria das vezes, coloquial. Segundo Reid [2], o chat é "uma
forma de comunicação escrita, - ou melhor - digitada, que é
1. INTRODUÇÃO transmitida, recebida e respondida dentro de um período de tempo
A Comunidade Virtual do Muzar (CV-Muzar) foi projetada de que tem sido formalmente relevante apenas para a comunicação
forma a envolver cada vez mais o visitante do museu e torná-lo falada.” Nesta perspectiva, a linguagem no bate-papo é usada
cúmplice da experiência vivenciada, acabando com o destinatário como uma forma de estabelecer e manter interações sociais
passivo do discurso expositivo que se estabelecia unilateralmente, fundamentais para a constituição de discursos sociais. A
oferecendo aos visitantes um espaço de encontros e linguagem é entendida aqui como um instrumento central de
convivências, rompendo fronteiras geográficas e temporais. comunicação em comunidades sociais, servindo de mediadora das
apropriações discursivas. Segundo Catalan [3], “...a primeira
Ao longo dos tempos, várias experimentações foram
função que desempenha a linguagem no desenvolvimento humano
realizadas na CV-Muzar, com visitantes virtuais dispersos
é a comunicação.” A comunicação é uma forma de interação
geograficamente. Nesses momentos foi possível identificar
social entre sujeitos.
melhorias a serem implementadas. Dentre elas, a necessidade
de formar grupos menores de discussão mais pontuais, Para que haja a troca comunicativa em uma conversação, não
possibilitando: i) a aprendizagem em grupo como o intuito de basta que dois ou mais indivíduos falem de forma alternada, é
desenvolver e de melhorar habilidades individuais para o uso preciso que todos os participantes estejam envolvidos na troca e
do conhecimento; ii) a aceitação de responsabilidades pelo engajados com o processo, recorrendo aos diversos procedimentos
aprendizado individual e do grupo; iii) o desenvolvimento de de validação interlocutória. Os cumprimentos, as apresentações,
capacidades para refletir sobre as suas próprias suposições, as saudações e outros rituais desempenham um papel importante,
expressando suas ideias para o grupo; iv) o desenvolvimento mas a validação interlocutória se consolida por meios importantes
de habilidades sociais e de grupo. como o emissor, o receptor e a sincronização interacional.
Uma conversação não bem-sucedida pode caracterizar
dificuldades de sociabilização dentro de uma comunidade virtual
De Marchi, Ana., Dos Santos, Roberto., Alban, Alfonso . (2010). Aprimorando a
comunicação no bate-papo da CV-Muzar com o uso de um sistema multiagente.
de aprendizagem, gerando, muitas vezes, interpretações
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 426-432, Santiago de Chile.

426
equivocadas. Tais interpretações podem ferir, pelo menos, três dos museu e torná-lo cúmplice da experiência vivenciada, acabando
doze princípios das comunidades virtuais apontadas por com o destinatário passivo do discurso expositivo que se
Mongoose [4], a saber: i) a reputação; ii) a comunicação; e iii) a estabelecia unilateralmente [1]. Além da crescente vontade de
confiança entre os participantes. ampliar os canais comunicativos dos museus, oferecendo ao
Durante uma conversação, os marcadores são importantes público acesso a uma vasta quantidade de informações produzidas
para garantir a fluência, a lógica e a compreensão do processo e mantidas por suas equipes.
comunicativo. Estes marcadores são palavras ou expressões Para o desenvolvimento do ambiente foram utilizados os
bastante estereotipadas. Eles aparecem no contexto geral, conceitos de comunidades virtuais para promover as trocas entre
particular ou pessoal da conversação, e não dependem os visitantes e objetos de aprendizagem (OAs). Os OAs favorecem
especialmente de novas informações para o desenvolvimento a expansão comunicativa do museu, uma vez que possibilitam a
do tópico [5]. criação de materiais didáticos simples, pequenos e que podem ser
Nesse sentido, diante da importância da comunicação para a facilmente utilizados fora do ambiente do museu.
interação social de uma comunidade virtual de aprendizagem, O ambiente possui um amplo acervo de informações construído
este trabalho visa apresentar o sistema multiagente que auxilia ao longo de quase três anos de utilização. As informações
na identificação de falhas no uso dos marcadores verbais nos disponíveis são objetos de aprendizagem que compreendem
bate-papos realizados na CV-Muzar. Tal identificação tem materiais desenvolvidos para as exposições, materiais contidos no
como finalidade propor mecanismos de compensação para os Museu e produções dos usuários. Devido a estas produções, o
déficits de comunicação identificados. Com isso, é possível ambiente está em constante atualização e crescimento.
uma maior evolução e fluência nos diálogos, uma participação Para a construção dos elementos básicos do ambiente partimos do
mais efetiva dos envolvidos no chat e, consequentemente, um pressuposto que a essência de um museu é a aprendizagem
melhor resultado no que diz respeito à interação e a formação informal. O objetivo é favorecer a aprendizagem ao longo da vida,
de uma rede social. de uma forma casual e espontânea, sem a existência de uma
Diante do contexto acima apresentado, este artigo está estrutura rígida e curricular. A finalidade é criar laços mais fortes
estruturado em 5 seções. Na seção 2 é realizada a entre os participantes, os aproximando.
fundamentação teórica sobre comunidades virtuais e uma
breve apresentação da CV-Muzar. A seção 3 discute o papel
da comunicação em comunidades virtuais. Os marcadores
conversacionais são apresentados na seção 4. A seção 5 3. A COMUNICAÇÃO EM UMA
destina-se a apresentar o sistema multiagente construído para COMUNIDADE VIRTUAL
o bate-papo da CV-Muzar. Por fim, as considerações finais A conversação é um elemento básico da comunicação
são apresentadas na seção 6. humana, que se caracteriza pela participação de pelo menos
dois sujeitos numa situação de diálogo, ou seja, com
2. AS COMUNIDADES VIRTUAIS DE existência de trocas entre os falantes. Marcuschi [5] identifica
5 características essenciais: i) interação entre pelo menos dois
APRENDIZAGEM E A CV-MUZAR falantes; ii) ocorrência de pelo menos uma troca entre os falantes;
Nos últimos anos, é notável o crescente interesse das pessoas em iii) presença de uma sequência de ações coordenada; iv) execução
utilizar os recursos disponíveis na Internet para aperfeiçoar seus numa identidade temporal; v) envolvimento numa interação
conhecimentos e interagir com outras pessoas. As comunidades centrada.
virtuais de aprendizagem têm se mostrado ambientes propícios
para esta prática, pois seus participantes estão relacionados com Conversação é uma interação verbal centrada, que se desenvolve
objetivos comuns de aprendizagem. durante o tempo em que dois ou mais interlocutores voltam sua
atenção visual e cognitiva para uma tarefa comum [5, p.15].
De acordo com Pallof e Pratt [6], as comunidades virtuais de
aprendizagem são um todo dinâmico que emerge quanto um De acordo com Watzlawick, Beavin e Jackson [7], todo o
grupo de pessoas compartilha determinadas práticas, é comportamento, numa situação interacional, tem valor de
interdependente, toma decisões em conjunto, identifica-se com mensagem, ou seja, é comunicação, isso indica que, por mais que
algo maior do que o somatório de suas relações individuais e o indivíduo se esforce, é impossível não comunicar. Ainda, de
estabelece um compromisso de longo prazo com o bem-estar (o acordo com estes autores, até a própria inatividade ou o silêncio
seu, o de outros e o do grupo em todas as suas inter-relações). agregam a eles um valor de mensagem. Todavia, não se pode
dizer que a comunicação só acontece quanto existe
As comunidades virtuais de aprendizagem são ambientes
intencionalidade, ou quando é consciente ou bem-sucedida, isto é,
complexos, que exigem um desenvolvimento e ferramentas
quando ocorre uma compreensão mútua.
adequadas para suprir suas necessidades.
A comunicação é central para a interação social e esta pode
Esses ambientes, muitas vezes, são caracterizados como ambientes
interferir significativamente no desempenho escolar, no
de aprendizagem informal como é o caso da Comunidade Virtual
profissional ou na comunicação social. Quando o indivíduo se
do Museu Zoobotânico Augusto Ruschi da Universidade de Passo
comunica, permite ao outro que conheça seus pensamentos,
Fundo (CV-Muzar), onde a comunicação online é o principal
sentimentos, necessidades e passa a conhecer os sentimentos, os
veículo de troca de conhecimento, através do uso de ferramentas
pensamentos e as necessidades do outro. Podemos nos comunicar
síncronas e assíncronas.
com o outro escrevendo, dizendo, representando ou mesmo
A CV-Muzar (http://inf.upf.br/comunidade) foi desenvolvida com gesticulando. Todas estas formas de comunicação podem ser
o objetivo principal de envolver cada vez mais o visitante do

427
agrupadas, por alguns estudiosos, no comportamento verbal e fez surgir novos meios de interações sociais como as comunidades
constituem uma aquisição recente da espécie humana. virtuais (CV). Para o autor, uma comunidade virtual “vive sem
Para que haja troca comunicativa, não basta que dois ou mais lugar de referência estável, em toda a parte onde se encontrem
indivíduos falem de forma alternada, é preciso que todos os seus membros móveis... ou em parte alguma”.
participantes estejam envolvidos na troca e engajados com o Na CV-Muzar, por priorizarmos a comunicação para a interação
processo, recorrendo aos diversos procedimentos de validação social, muitas funcionalidades foram automatizadas com o uso de
interlocutória. Os cumprimentos, as apresentações, as saudações e agentes inteligentes e os marcadores conversacionais são
outros rituais desempenham um papel importante, mas a validação elementos fundamentais para o reconhecimento de interação sem
interlocutória se consolida por meios importantes [8], são eles: i) precisar abordar o problema da linguagem natural. Desta forma,
o emissor; ii) o receptor; iii) a sincronização interacional, que se este artigo irá apresentar a estrutura de agentes projetada para
identifica, principalmente, pelo funcionamento dos turnos de fala, auxiliar na conversação online, por meio dos marcadores
comportamentos corporais dos participantes da interação, escolhas conversacionais.
dos temas, registro de troca, entre outros.
Toda a conversação é situada em algum contexto. O discurso é
4. MARCADORES CONVERSACIONIAS
Marcadores são palavras ou expressões bastante estereotipadas.
uma atividade condicionada pelo contexto e que o transforma ao
Eles aparecem no contexto geral, particular ou pessoal da
mesmo tempo. Entre os materiais existentes numa conversação
conversação, e não dependem especialmente de novas
estão: o material verbal, o paraverbal e o não-verbal. Os não-
informações para o desenvolvimento do tópico. De acordo com
verbais podem ser relacionados com aspectos físicos dos
Marcuschi [11], existem relações estruturais e linguísticas entre a
participantes como etnias, roupas, acessórios, sexo; com os
organização da conversação em turnos e a ligação interna em
aspectos cinéticos lentos como distâncias, atitudes e posturas e
unidades constitutivas de turno. Os marcadores do texto possuem
com os aspectos cinéticos rápidos como olhares, mímicas e gestos.
funções tanto conversacionais quanto sintáticas e podem ser
O material verbal além de ser parte do conteúdo do discurso
divididos em três categorias: verbais, não-verbais e supra-
também pode ter funções para restaurar o dialogo, compensar
segmentais.
falhas, manter a atenção do ouvinte, conservar turno, ou seja,
manter e delimitar o contexto. Esse tipo de material verbal é Os não-verbais, tais como o riso, o olhar e franzimento da testa,
denominado de marcador verbal, que são um tipo especial de ocupam um lugar importante na interação face a face e têm a
marcadores conversacionais. Marcadores conversacionais são função de estabelecer, manter e regular o contato. Já os supra-
elementos na conversação que organizam e estruturam a segmentais são de natureza linguística e não-verbal. São as pausas
conversação permitindo a troca de turnos, a junção de idéias, entre e o tom de voz.
outras funcionalidades [5]. Finalmente, os marcadores verbais podem ser divididos em duas
Nos bate-papos a comunicação é dinâmica, interativa e síncrona. categorias que são sinais do falante e sinais do ouvinte. E cada um
Esse sincronismo possibilita que pessoas geograficamente deles pode ter funções conversacionais e funções sintáticas. As
distantes dialoguem em tempo real, o que proporciona que sejam funções conversacionais são consideradas sob dois aspectos: i)
estabelecidas relações com um grande número de pessoas ao sinais produzidos pelo falante, que, geralmente, servem para
mesmo tempo. O bate-papo pode simular um diálogo oral que é manter o turno; ii) sinais produzidos pelo ouvinte, que funcionam
na verdade escrito de modo oralizado e, na grande maioria das dentro do turno de um interlocutor e, muitas vezes, em
vezes, coloquial. Segundo Doell em Recuero [9], o bate-papo sobreposição, servem para dar orientação ao falante em relação à
apresenta uma linguagem híbrida, que possui características tanto recepção.
da linguagem escrita quanto da linguagem oral. As funções sintáticas podem se responsabilizar não somente pela
Os bate-papos virtualizam elementos da oralidade e da escrita com sintaxe da interação, mas, também, pela segmentação e pelo
a possibilidade de utilizar sinais que auxiliam os outros a encadeamento de estruturas linguísticas, o que pode provocar uma
interpretar aquilo que foi dito, acrescentando emoções. Através forte relação entre a sintaxe da interação e a gramatical.
desse canal de interação mútua, os interagentes constroem uma Quanto às posições, os sinais do falante podem vir tanto no início,
relação entre si; debatem diferentes temas em uma velocidade que desenvolvimento ou final de turno, enquanto o ouvinte vem,
pode se aproximar de um encontro face a face; negociam o normalmente, no ponto de discordância ou concordância com os
encaminhamento da interação e possivelmente criam suas próprias sinais do falante e, normalmente, se localiza no desenvolvimento
regras. No diálogo online pode-se encontrar uma linguagem mais do diálogo.
informal e cheia de particularidades, como o uso de abreviaturas
(ex: blz = beleza, vc = você, rs = risos , tc = teclar ), uso de letras Para estabelecer uma conversação síncrona no bate-papo, duas ou
minúsculas e maiúsculas de acordo com a intenção do “falante”. A mais pessoas devem partilhar um mínimo de conhecimento em
objetividade e a rapidez são elementos básicos. Outras comum, onde toda a conversação aconteça mediante a alguma
particularidades como a conversa ser compartilhada com todos ou circunstância ou contexto em que os participantes estão
não (reservadamente) está presente na utilização dos bate-papos envolvidos. Segundo Marcuschi [11], o mais comum é que uma
como ferramenta de comunicação. conversão tenha pelo menos três seções distintas estruturalmente,
ou seja, uma abertura, um desenvolvimento e um fechamento.
Os bate-papos vêm proporcionando o surgimento de novas formas
de sociabilidade, onde indivíduos se aglutinam em torno de A importância dos marcadores é fundamental na construção de
interesses comuns, independente das distâncias espaciais. Para coerência e coesão da conversação, pois podem funcionar como
Lévy [10, p.20], a virtualização da linguagem reinventa uma iniciadores de turno ou unidade comunicativa, ou como
cultura, atingindo até mesmo as modalidades do estar junto, o que finalizadores, funcionando como articuladores e determinando as

428
expressões de interação entre os interlocutores. A ideia de turno − sinais de saída ou entrega de turno: estes sinais aparecem no
está ligada às várias situações em que os membros de um grupo se final de turno com o objetivo de repassar o diálogo do falante
alternam ou se sucedem na consecução de um objetivo comum. para o ouvinte, invertendo os papéis. Normalmente, aparecem
Assim, na análise da conversação, podemos entender turno como na forma indagativa, aguardando na sequência do outro;
aquilo que um falante faz ou diz enquanto tem a palavra,
incluindo também a possibilidade de silêncio. O turno se trata de − sinais de armação do quadro tópico: utilizados para sinalizar em
qualquer intervenção do interlocutor [11]. que ponto se encontra a conversação, como, por exemplo:
“agora que já conversamos sobre isso, podemos falar sobre o
Especialmente interessante são os marcadores verbais, pois estes tempo”;
podem ser lexicados, ou seja, compostos por palavras como
“sabe?”; “eu acho que”; ou, então, não-lexicados com expressões − sinais de convergência ou divergência: são sinais que,
do tipo “ahn”, “eh” etc. Os não-verbais podem ser as pausas mais normalmente, aparecem como sobreposição de turno e servem
alongadas e as ênfases em frases ou sílabas para demarcação. para demonstrar que o ouvinte está prestando atenção ou até
mesmo concordando com o falante;
Na questão semântica, a maioria desses marcadores não apresenta
nenhuma importância para o entendimento do texto, mas, às − sinais de abrandamento: normalmente, aparecem como forma
vezes, expressões como “eu acho que” e “eu tenho a impressão” de atenuar a transmissão de notícias desagradáveis com a
que não contribuem efetivamente para o desenvolvimento do intenção de minimizar riscos.
tópico conversacional (assunto), tem como função revelar um
ponto de vista do falante ou testar o grau de atenção do ouvinte 1.
Estes conceitos abordados sobre os sinais conversacionais verbais
Os sinais conversacionais podem ser observados no quadro de
dão um embasamento para o entendimento dos marcadores
Marcuschi [11] (Figura 1).
conversacionais, importantes para uma análise da conversação e
para o objetivo deste trabalho.

5. O SISTEMA MULTIAGENTE DO BATE-


PAPO DA CV-MUZAR

O termo “agente” é mais aceito pela comunidade científica como


um programa de software que auxilia o usuário na realização de
alguma tarefa ou atividade [12], sendo dotado de inteligência e
autonomia. A autonomia, neste caso, significa que cada agente
possui sua própria existência, operando sem a intervenção de
humanos ou outros agentes e tem controle sobre suas ações e seu
estado interno.
No bate-papo da CV-Muzar foi implementado um Sistema
Figura 1. Sinais conversacionais verbais Multiagente (SMA), o qual consiste em cinco agentes
cooperativos para a análise dos diálogos entre os participantes da
Fonte: Marcuschi [11, p. 71] comunidade nas salas de bate-papo. As conversas são
monitoradas em tempo real com o objetivo de identificar possíveis
Com base na Figura 1, e nos conceitos vistos até agora, é possível déficits no diálogo como, por exemplo, entradas e saídas de
relacionar funções, formas e posições, como disposto nos itens turnos. Nesse caso, os agentes que compõem o sistema podem
abaixo [11]: interferir na interface de conversação para aconselhar e, se
necessário, advertir o participante, conforme suas funções, a
− sinais de tomada de turno: são expressões utilizadas para se seguir descritas:
identificar início ou tomada de turno, como, por exemplo:
“olha”, “veja”, “bom”, etc; − AgenteUm: responsável pela solução de problemas simples;
como a falta de saudações no início de uma conversa e o
− sinais de sustentação de turno: utilizados, normalmente, pelo controle de tempo entre os turnos do usuário falante e o
falante para manter a posse do diálogo, retomar ou obter a usuário ouvinte.
atenção do ouvinte. Normalmente, aparecem no final de uma
unidade comunicativa e na forma de indagação como “acha?”, − AgenteDois: responsável por uma verificação mais
“né?”, “ta”, etc; complexa das frases, como, por exemplo, ausência de
marcadores de início e final de turno e pontuação. Inicia
suas ações ao receber uma confirmação do AgenteUm. Para
1
a análise dos marcadores, utiliza-se a tabela sugerida por
As funções dos marcadores podem ser mais genéricas, como de Marcuschi [11], onde há uma lista de marcadores pré e pós-
articuladores e estruturadores ou mais específicas de posicionados do falante (primeiro turno, que orientam o
monitoramento do ouvinte, da busca de aprovação, ouvinte); e uma série de sinais indicadores de convergência,
sinalizadores de hesitação, de atenuação ou de reformulação indagação ou divergência usados pelo ouvinte (turno
além da intenção e interação do falante. subsequente, que orientam o falante).

429
− AgenteTres: encarregado de interferir no bate-papo – como
se houvesse um terceiro usuário. O AgenteTres adverte
sobre as falhas que o usuário cometeu e deve observar a
coerência da conversa; e, se necessário, confirmar alguma
verificação que não coincidiu com nenhuma ocorrência
cadastrada no banco de dados de marcadores.
− AgenteQuatro: encarregado de cadastrar informações no
banco de dados depois de certo “aprendizado”. A
aprendizagem é uma característica forte nos sistemas de
agentes. Com a ajuda e as confirmações do AgenteTres, é
possível conceber ao AgenteQuatro a capacidade de
aprendizado e cadastramento de novos déficits e novos
marcadores no banco.
− AgenteServlet: responsável por monitorar e realizar a
comunicação do AgenteTres com o bate-papo e com o
AgenteUm, centralizando em um único agente a inferência
do mecanismo de intervenção do bate-papo com o usuário.
Figura 3. Comunicação entre os agentes no Jade
A comunicação entre os agentes está ilustrada na Figura 2 e 3.

O agente interfere sobre o diálogo se alguns destes casos


acontecer:
− um usuário não iniciar uma sessão sem as devidas
saudações pessoais do tipo oi, olá, bom dia, boa
tarde, boa noite, tudo bem, entre outros (Figura 4);
− o usuário ficar durante um tempo considerável sem
interagir com os demais participantes (Figura 5);
− na conversa houver palavras inadequadas vindas de
algum dos usuários;
− caso haja três participantes e o destinatário comum
entre duas pessoas for o mesmo, assim não está
ocorrendo uma interação completa entre os
participantes;
− no caso da falta de uso de marcadores.

O agente, ao perceber tais características vindas do ambiente, fará


o processamento necessário e agirá de forma pouco intrusiva,
apenas orientando os participantes do diálogo como um tutor ou
Figura 2. Esquema de Comunicação entre os Agentes mesmo propondo técnicas de compensação para os déficits
apresentados.
Para a implementação do ambiente foram utilizadas: a linguagem
Java, a plataforma de gerenciamento Jade e os padrões FIPA 2 para
a comunicação dos agentes.
A tecnologia JADE, Java Agent Development 3, mostrou-se
eficiente no suporte, gerenciamento e monitoração do sistema
multiagente, principalmente na parte de comunicação entre cada
instância de agente. A comunicação, por sua vez, segue os
protocolos FIPA para troca de mensagens entre agentes. Um
sistema baseado em agentes funciona com agentes autônomos

2
FIPA, sigla para The Foundation for Intelligent Physical Agents, é uma
organização aceita pela IEEE Computer Society como reguladora de
padrões para interação de agentes e sistemas de agentes
(http://www.fipa.org/).
3
Desenvolvida durante as pesquisas da Telecom Italia, empresa italiana
de telecomunicações disponível no site da Telecom Italia Labs
(HTTP://jade.tilab.com).

430
executando determinadas tarefas; solicitando tarefas a outros
agentes do sistema; ou até mesmo controlando o
nascimento/morte de agentes menores.
Na plataforma, agentes são iniciados através do método setup() e
suas tarefas são determinadas por comportamentos. Cada agente
recebe, em seu nascimento, um conjunto de dados identificando o
serviço prestado e o local de execução de suas tarefas – bem
como, possivelmente, conjuntos de ontologias ou outras
características classificatórias no serviço. Aqui, entende-se como
característica classificatória qualquer informação que permita ao
agente da plataforma identificar capacidades específicas de Figura 5. Exemplo de inatividade
determinado grupo de agentes numa solicitação por determinado
serviço ou método.
Na interação reativa, o diálogo acontece de maneira indireta, e
Juntamente com as características do serviço, o agente pode não bidirecional como uma conversação considerada normal. Ao
receber comportamentos. De forma simplificada, estes contrário da inatividade, os dois interlocutores são ativos, porém,
comportamentos são os programas a serem executados. A um dos participantes se manifesta apenas quando o outro faz uma
diferença é que essa execução pode vir acompanhada de outros mudança de turno, ou seja, se detém apenas a responder às
comportamentos do próprio agente ou de outros do sistema. Por perguntas do outro participante do diálogo.
isso a grande semelhança e a inevitável comparação de agentes
inteligentes com agentes humanos.
O SMA proposto para o bate-papo da CV-Muzar conta com 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
agentes cooperativos para a análise dos diálogos conversacionais Em uma comunidade virtual de aprendizagem nos moldes da CV-
entre os participantes da comunidade. As conversas são Muzar é preciso estabelecer interações sociais que levem a
monitoradas em tempo real com o objetivo de identificar possíveis aprendizagem. Neste contexto, percebe-se que o bate-papo é uma
déficits no diálogo como, por exemplo, entradas e saídas de ferramenta que propicia a conversação. A conversação é um dos
turnos. Nesse caso, os agentes que compõem o sistema podem elementos da comunicação em que os interlocutores podem
interferir na interface de conversação para aconselhar e, se interagir e efetuar trocas. Uma conversação não bem-sucedida
necessário, advertir o participante. O SMA possui agentes pode caracterizar dificuldades de sociabilização dentro de
responsáveis por: i) processar o diálogo; ii) identificar déficits uma comunidade, gerando, muitas vezes, interpretações
conversacionais, utilizando os marcadores propostos por [11] e equivocadas.
iii) interferir, se necessário, para que os interlocutores corrijam as
A preocupação com os aspectos comunicacionais em
falhas cometidas durante a conversa.
ferramentas de bate-papo não é recente. Estudos na área
Na Figura 5 podemos observar a ação do agente responsável por envolvendo Inteligência Artificial podem ser encontrados na
receber o turno e identificar problemas simples como a falta de literatura como, por exemplo, o jXChat [13]. Esse ambiente
saudações e a inatividade. A saudação no inicio de uma conversa efetua um direcionamento da comunicação através de um tutor
é importante para que se possa iniciar um diálogo e proporcionar inteligente, além de outros agentes, com o propósito de
a mudança de turno conversacional com tomada de turno pelo motivar a troca de mensagens entre os usuários, interrogando-
outro individuo participante da interação. A inatividade de um dos os e motivando-os ao debate.
interlocutores pode ocasionar a desistência de manutenção do
No entanto, o bate-papo da CV-Muzar inova ao utilizar
diálogo. Isso acontece quando um dos participantes não está
marcadores conversacionais para identificar déficits do
motivado a dar sequência na conversação. O agente é responsável,
diálogo com o uso de um sistema multiagente implementado
então por advertir o participante e/ou incentivá-lo a continuar a
na plataforma Jade.
conversa.
O SMA desenvolvido na CV-Muzar conta com os três primeiros
agentes; o mínimo necessário para realizar o estudo. O Agente
Quatro, devido a sua complexidade, será desenvolvido
posteriormente. Enquanto isso, o cadastro de novas informações
sobre marcadores e déficits é feito manualmente.
Os agentes estão funcionando como assistentes pessoais que
auxiliam o usuário em suas mais diversificadas tarefas, nesse caso,
eles auxiliam os usuários do bate-papo a interagir com a
ferramenta em si e com os outros usuários da sessão, fazendo com
Figura 4. Exemplo de ausência de saudação
que o haja interação e o diálogo se torne atraente e desafiador.
Além da mediação do ambiente, é importante que o agente não
tire a concentração do usuário no tema debatido, apenas dê
algumas dicas e/ou sugestões, fazendo com que o usuário
continue com a atenção voltada para o diálogo.
Neste sentido, esta pesquisa possibilitou classificar os déficits
conversacionais no bate-papo da CV-Muzar e propor mecanismos

431
de compensação, com objetivo de proporcionar uma maior aprendizagem para apoio à aprendizagem informal em
interação nos diálogos. Este método, principalmente através da museus. Porto Alegre: UFRGS, 2006. 225p. Tese
análise dos marcadores conversacionais, auxilia os participantes (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Informática
do bate-papo a manterem a interação e, consequentemente, fazer na Educação, UFRGS, Porto Alegre.
com que esta ferramenta síncrona de comunicação possibilite
[2] Reid, E.M. Electropolis: Communication and Community on
resultados mais efetivos.
Internet Relay Chat. 1991. Honours Thesis - University Of
O protótipo foi testado com simulações realizadas através da Melbourne. Disponível em:
utilização dos diálogos armazenados na base de conhecimento. <http://eserver.org/cyber/reid.txt>. Acesso em: 14 out. 2005.
Estes diálogos foram utilizados para criar as regras e
posteriormente testar o ambiente no que está relacionado à [3] Catalan, M.A.R. Discurso y Educación. Sevilla, Mercablum,
detecção e compensação dos déficits conversacionais, 2001.
responsáveis pela falta de interação. Obteve-se sucesso no que [4] Mongoose Techology. (2001) The 12 Principles of
está relacionado aos objetivos da pesquisa, ou seja, em todos os Civilization – Guidelines for Designing Interactive Internet
turnos aonde se encontrava necessidade de compensação, os Services. Disponível em: <http://www.mongoosetech.com>.
agentes o propuseram como esperado. Observou-se, contudo, uma Acesso em: 16 ago. 2004.
pequena lentidão no envio e recebimento das mensagens do bate-
papo, a qual se deve a comunicação entre a ferramenta de bate- [5] Marcuschi, L. A Análise da Conversação. Série Principios.
papo da CV-Muzar e a plataforma Jade. Para tanto, está sendo São Paulo: Ed. Ática, 2006.
trocado o servidor para novas experimentações. A ideia é realizar
[6] Palloff, R. M. and Pratt K.. Construindo Comunidades de
uma experimentação com os participantes ativos da CV-Muzar
Aprendizagem no Ciberespaço: Estratégias eficientes para
como trabalho futuro.
salas de aula on-line, Artmed, Porto Alegre, 2002.
Com a implantação do SMA para aprimorar a comunicação do
bate-papo da CV-Muzar, três dos dozes princípios apontados por [7] Watzlawick, P.; Beavin, J. H.; Jackson, D. D. (2000)
[4], como fundamentais para a criação e sustentação de Pragmática da comunicação humana (Pragmatics of human
comunidades virtuais na Web, estão sendo respeitados, a saber: communication). Cultrix, São Paulo.

i) reputação: no momento em que a comunidade virtual tem [8] Orecchini, C. K. (1996) Análise da conversação: princípios e
mecanismos para usar com controle palavras, ações, nível de métodos (Conversation analysis: principles and methods).
participação, número e qualidade das contribuições e o papel Parábola Editorial.
dentro da organização. [9] Recuero, R. da C. (2002) Comunidade virtuais no IRC: o
ii) a comunicação: oferecendo ferramentas que propiciem aos caso do #Pelotas - Um estudo sobre a comunicação mediada
participantes da comunidade dar suas opiniões e partilhar ideias, por computador e a estruturação de comunidades virtuais.
por meio da troca de mensagens e da reciprocidade. Dissertação de mestrado, UFRGS, Porto Alegre.
iii) a confiança entre os participantes: sem a confiança a [10] Lévy, P. (1996) O que é virtual? Ed. 24, São Paulo.
comunidade não funciona. Um diálogo bem-sucedido auxilia na
medida em que os participantes da comunidade podem se [11] Marcuschi, L. A. (2002) Gêneros textuais e ensino. Rio de
conhecer melhor e passam a confiar uns nos outros. Janeiro: Lucerna.
O acompanhamento do diálogo realizado pelo SMA possibilita [12] Wooldridge, M. Introduction to MultiAgent Systems. New
que as falhas conversacionais, que poderiam ferir tais princípios, York: John Wyley & Sons, 2002. 256p
sejam corrigidas sem afetar a interação social, necessária na CV-
Muzar, como em toda comunidade virtual. [13] Martins, F. Ferrari, D. e Geyer, C. jXChat - Um Sistema de
Comunicação Eletrônica Inteligente para apoio a Educação a
Agradecimentos. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Distância. In: Simpósio Brasileiro de Informática na
Científico e Tecnológico pelo apoio através do Edital MCT/CNPq Educação. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
15/2007 – Universal e pela bolsa de iniciação científica e à
Fundação de Amparo a Pesquisa do Rio Grande do Sul, pela
concessão de uma bolsa de iniciação científica.

7. REFERÊNCIAS
[1] De Marchi, A. C. B. (2006) Um ambiente de suporte a
comunidades virtuais baseadas em repositórios de objetos de

432
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

APLICACIÓN MÓVIL SENSIBLE AL CONTEXTO


CARGADORA DE OBJETOS DE APRENDIZAJE LOM
Sergio Martín, Gabriel Díaz, José Carpio, Antonio Colmenar, Juan Peire, Manuel Castro
Spanish University for Distance
Education (UNED)
Madrid
{smartin, gdiaz, jcarpio,acolmenar, jpeire,mcastro }@ieec.uned.es

ABSTRACT 1. INTRODUCCIÓN
Este artículo muestra una aplicación móvil que carga objetos de
Las tecnologías de mayor calado en la sociedad son las que pasan
aprendizaje encapsulados con el estándar LOM según el lugar,
inadvertidas, adelantó hace casi dos décadas el científico
momento y perfil que tenga el usuario. Dicha aplicación está
estadounidense Mark Weiser [1]. En este sentido, durante la
desarrollada utilizando el framework M2Learn, diseñado para
última parte del siglo XX, algunas tecnologías, sobre todo las
facilitar la creación de aplicaciones móviles que hagan uso de
relacionadas con las comunicaciones e Internet, como por ejemplo
geolocalización, plataformas educativas, estándares, y
la llegada de plataformas de e-learning, supusieron una revolución
herramientas de comunicación y colaboración. Como ejemplo de
en algunos aspectos.
la potencia de la aplicación se ha integrado un simulador de un
laboratorio virtual que sirve para mostrar a los estudiantes la Más recientemente, durante la última década, la Web ha
relación entre presión y temperatura. Así mismo, la aplicación evolucionado desde la Web 1.0, donde la mayoría de los usuarios
contiene una herramienta con la que las anotaciones y resultados tenían un papel pasivo, siendo meros lectores, hacia la Web 2.0
que hagan los estudiantes con respecto al experimento, serán donde los usuarios han adquirido un papel más activo, publicando
enviadas al curso virtual de Moodle, con lo que el profesor tendrá sus propios contenidos y colaborando en las redes sociales. Sin
centralizada toda la actividad de los alumnos, independientemente embargo, además de la llegada de esta Web social, otras muchas
de si la realizan en el propio Moodle, o en una aplicación móvil. nuevas tecnologías se están convirtiendo en candidatas a tener un
profundo impacto en la educación, tales como: videojuegos,
Categories and Subject Descriptors realidad aumentada, nuevas interfaces humano-computadora, y
tecnologías móviles y ubicuas.
D.3.3 [Language Constructs and Features]: Framework,
Por otra parte, desde el prisma de la educación de ingeniería, hay
H.3.5 [Online Information Services]: Web-based services otras tecnologías prometedoras que probablemente cambien la
forma en que hoy se imparte, tales como laboratorios virtuales y
J.2 [PHYSICAL SCIENCES AND ENGINEERING]:
remotos.
Electronics, Engineering
Entre todas estas tecnologías, los dispositivos móviles están
K.3.1 [Computer Uses in Education]: Collaborative Learning adquiriendo una relevancia mayor ya que se están convirtiendo en
el vehículo que la mayoría de las otras tecnologías están
General Terms utilizando para crecer y llegar al público. Estas tecnologías están
aprovechando la flexibilidad espacial y temporal que ofrecen los
Algorithms, Experimentation. dispositivos móviles, junto con su atractivo gracias al uso de
interfaces más naturales (como por ejemplo, pantallas táctiles,
Keywords geo-localización, o el reconocimiento de imágenes y
movimientos).
Aprendizaje móvil, geo-localización, LOM, laboratorio virtual.
Esta evolución nos está llevando a nuevos entornos de
aprendizaje, donde las aplicaciones deben ser conscientes de las
Martín, Sergio., Carpio, José., Colmenar, Antonio., Piere, Juan., Castro, Manuel. (2010).
necesidades de los usuarios para personalizar la información y los
Aplicación Móvil Sensible al Contexto Cargadora de Objetos de Aprendizaje LOM. En servicios prestados según su contexto (es decir, localización
J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp geográfica, perfil y preferencias, el contexto de otros usuarios
433-439, Santiago de Chile.

433
cercanos, etc.). Estas aplicaciones deben ofrecer comunicación y Por otro lado, otra desventaja importante inducida por este
colaboración para la construcción de conocimiento social, e aislamiento es que el alumno tiene la información de sus
integrarse con las actuales plataformas de aprendizaje para así actividades (e-portafolio) dispersa entre numerosas aplicaciones y
maximizar la reutilización de servicios. Por último deben plataformas diferentes (por ejemplo juegos, aplicaciones móviles,
interactuar entre sí en un ecosistema digital de aplicaciones y plataformas de e-learning, y etcétera). Este hecho hace difícil
servicios móviles a través de unas normas establecidas, reunir toda esa información en un lugar único,
fomentando la interoperabilidad y la extensibilidad. independientemente del lugar donde la actividad de aprendizaje
haya tenido lugar. En este sentido, en esta tesis proponemos la
Sin embargo, el desarrollo de estas aplicaciones supone una integración del e-portfolio del estudiante en la plataforma de e-
barrera para muchos investigadores y desarrolladores, ya que learning, sin importar de si los datos proceden de aplicaciones
implica la comprensión de muchos protocolos diferentes, aprendizaje móvil, juegos, u otras herramientas.
interactuar con diferentes sensores hardware, crear servicios web
para interactuar con las plataformas de e-learning existentes, así Por último, la mayoría de los proyectos de aprendizaje móvil
como con otras herramientas, sitios web y aplicaciones. sensibles al contexto mediante tecnologías de localización se
enfrentan al problema de tratar con muchos protocolos diferentes
El presente artículo está estructurado de la siguiente manera: El de hardware, APIs, y frameworks. En general, el sensor de
Capítulo II describe los objetivos principales del sistema descrito adquisición de datos puede llegar a ser una tarea compleja ya que
mostrando sus características más en profundidad en el capítulo implica diferentes tipos de sensores:
III. Los capítulos IV y V describen dos aplicaciones desarrolladas
utilizando el framework M2Learn. El capítulo VI explica otros • Localización: GPS, telefonía móvil, Wi-Fi
aspectos involucrados en el proyecto, como la creación de una
plataforma colaborativa para dar soporte a una comunidad de • Identificación: RFID
desarrolladores alrededor del framework, y la documentación del • Reconocimiento de movimientos: acelerómetros,
API. Finalmente el capítulo VII ofrece las conclusiones del brújula digital
artículo.
• Otros: sensores lumínicos, etc.
Este artículo puede resultar de interés a todos aquellos
investigadores involucrados en la creación de aplicaciones Por esa razón, un framework que encapsule toda esta complejidad,
móviles, y especialmente para aquellos dedicados al aprendizaje aceleraría el desarrollo de nuevos proyectos de aprendizaje móvil
con dispositivos móviles. y ubicuo. Esta abstracción permitiría a los desarrolladores centrar
sus esfuerzos en cuestiones más creativas y orientadas a la
educación, en lugar de enfrentarse con la complejidad de sensores
2. APRENDIZAJE MÓVIL y protocolos, así como con problemas de interoperabilidad.
Estudiando las nuevas tendencias de tecnologías que están
cambiando la forma en que se diseñan los nuevos sistemas 3. OBJETIVOS
informáticos (como por ejemplo computación en la nube,
interacción social con la Web 2.0 y la web semántica, etc.) es Los dispositivos móviles son una herramienta muy familiar para
presumible que éstas terminen impactando también el entorno los alumnos. La realidad es que las nuevas generaciones de
educativo, cambiando la forma en que diseñamos los nuevos alumnos están más acostumbradas a entornos digitales
sistemas educativos [2]. interactivos, como los videojuegos, videos, TV, comunicación a
través de dispositivos móviles y la utilización de las tecnologías
En este sentido, es posible observar que un requisito clave para de colaboración (por ejemplo, blogs, wikis, mashups y redes
futuros proyectos de aprendizaje móvil será su capacidad de sociales) que a ser meros oyentes en una clase magistral. Por ello,
interoperabilidad. Las aplicaciones no estarán aisladas, sino están surgiendo nuevas tendencias educativas enfocadas a la
formarán parte de ecosistemas digitales de aplicaciones de utilización de estos dispositivos, lo que ofrecerá a los estudiantes
aprendizaje. Por un lado, la comunicación y la colaboración serán mayor motivación y les permitirá tomar un papel más activo e
fundamentales para apoyar la interacción social requerida. Pero interactivo en el proceso de aprendizaje, más de acuerdo a sus
por otro lado, la reutilización de servicios y conocimientos experiencias.
simplificará la creación de estas aplicaciones, ya que la
replicación de servicios conduce a un aumento considerable del El proyecto M2Learn tiene por objeto dar un paso más en el
esfuerzo de desarrollo. En este sentido, el uso de estándares de estado de la técnica de diseño de aplicaciones móviles de
aprendizaje y la reutilización de los servicios existentes aprendizaje. Facilita el desarrollo de aplicaciones móviles de
desempeñará un papel fundamental. aprendizaje innovadoras que realmente complementan y
enriquezcan la experiencia educativa. Se trata de un paradigma
Sin embargo, la mayoría de los proyectos de aprendizaje móviles centrado en el alumno que no solo fomenta el "en cualquier lugar
son iniciativas aisladas que no hacen uso de los conocimientos y y a cualquier momento", sino que se focaliza en la mejora de las
servicios ya existentes, como por ejemplo las plataformas e- interacciones sociales, proporcionando una experiencia educativa
learning, que en la actualidad centralizan la mayoría de los personalizada a cada alumno. El framework M2Learn tiene como
servicios y contenidos educativos de muchas instituciones. La objetivo ayudar a que los dispositivos móviles encuentren su lugar
reutilización de estos servicios y el conocimiento podría conducir en la educación, como complemento a las enseñanzas
a una mejora sustancial en términos de esfuerzo de desarrollo. tradicionales y en línea, promoviendo enfoques mixtos de
enseñanza, en lugar de reemplazarlos o pretender convertirse en el
centro de la educación.

434
La principal contribución del proyecto M2Learn es construir un
framework de código abierto para simplificar y facilitar el
desarrollo de aplicaciones complejas de aprendizaje móvil. El
objetivo final es hacer más fácil para los diseñadores la creación
de aplicaciones al mismo tiempo que se aumenta su capacidad
para construir aplicaciones más sofisticadas (“lower the floor and
raise the cealing”). Las características principales son:
• Externalización de los servicios de las plataformas
existentes de e-learning (Moodle en la actualidad). Esta
característica permite que aplicaciones externas, como
aplicaciones móviles o juegos, puedan interactuar con
los servicios de estas plataformas. En la actualidad, los
servicios desarrollados se centran en la comunicación,
colaboración y los métodos de evaluación.
• Toda la información del proceso de aprendizaje del,
conocida como e-portfolio, puede ser recogida dentro de Figura 1. Vista general de la arquitectura del framework
una plataforma de e-learning, independientemente de la M2Learn
aplicación donde se generó (por ejemplo, juegos,
aplicaciones móviles, otras herramientas educativas,
etcétera). El framework proporciona colaboración y comunicación dirigida
por los usuarios mediante la inclusión de contenidos en blogs,
• Gestión transparente de sensor de adquisición de datos chats y foros con el apoyo de los servicios existentes en
es, dando soporte a localización a través de GPS, torres plataformas e-learning (en este momento sólo se han desarrollado
de telefonía móvil, Wi-Fi, o identificación a través de los servicios basados en Moodle). Dadas sus características
RFID, así como soporte a sensores de reconocimiento colaborativas y ubicuas, M2Learn promueve la creación de redes
de movimiento como acelerómetros y brújulas sociales P3 (es decir, People-People-Place) promoviendo la
electrónicas. participación en comunidades sociales móviles orientadas al
• Liberación del código fuente del framework, bajo una aprendizaje, principalmente debido a su interfaz hacia el e-
licencia GNU GPL v3. learning y las tecnologías de localización [3].

En resumen, el framework M2Learn encapsula la complejidad M2Learn facilita el acceso a sensores e interfaces multimodales
interna de la gestión de las tecnologías de localización, la (como acelerómetros), que pueden mejorar la motivación del
interoperabilidad con plataformas de aprendizaje, dando lugar a estudiante en las distintas experiencias educativas. Además
sistemas conscientes del contexto y a una gestión sencilla de los permite la gestión trasparente de las tecnologías basadas en
recursos de aprendizaje electrónico. localización (por ejemplo GPS, triangulación de torres de
telefonía móvil, o WiFi) y apoya el Internet de los objetos
mediante la integración de un módulo de identificación por
4. EL FRAMEWORK M2LEARN radiofrecuencia RFID. Todos los datos de estos sensores forman
Para lograr una implantación exitosa de los dispositivos móviles parte del contexto del usuario, que se complementa con datos
en el ámbito educativo se requiere de aplicaciones capaces de provenientes de servicios dedicados a la traducción de
proporcionar el apoyo necesario para la experiencia de coordenadas GPS o identificadores (de RFID) en un nombre de
aprendizaje móvil. Así, los autores han creado el framework área (por ejemplo, habitación, edificio, calle, ciudad y país),
M2Learn, dedicado a apoyar el desarrollo de aplicaciones de favoreciendo así la asociación de servicios y contenidos a
aprendizaje móvil de nueva generación [2] basadas en Windows emplazamientos. La información contextual puede también ser
Mobile. Desde los puntos de vista de escalabilidad y reutilización, utilizada para simplificar el desarrollo de aplicaciones de realidad
el framework soporta configuración plug-and-play, debido a la aumentada ya que los desarrolladores pueden utilizar los datos de
utilización de estándares y definiciones de interfaces localización y movimiento para superponer información a las
públicas. Esta característica permite añadir nuevos servicios al imágenes provenientes de la cámara del dispositivo móvil.
entorno sin necesidad de reprogramar el software (Figura 1). Los datos recibidos de los sensores son procesados por
PostProcessingWrapper que conecta con el servicio web
DomainAreaManager para traducirlos en datos más fácilmente
entendibles por humanos, como área, habitación o edificio (Figura
2). Hay dos tipos de interpretación de los datos ofrecidos por los
sensores:

• De latitud y longitud a nombre de área.


• De identificador RFID a nombre de área.

435
Figura 2. Vista general del PostproccessingWrapper

La secuencia de adquisición de datos del sensor es mostrada en la


figura 3. La compilación final del contexto está compuesta por los
siguientes campos:
• Datos de localización (longitud, latitud). Puede ser
obtenida desde distintos sensores (por ejemplo GPS,
triangulación de torres de telefonía móvil, WiFi, o
incluso a través de RFID).
• Nombre del área donde el usuario está en este momento.
Es obtenido procesando los datos de localización y Figura. 3. Adquisición de datos de los sensores en el
traduciéndolos en información más legible, como ContextManager
nombre de habitación, área, edificio, calle, ciudad,
región, o país. Toda esta información de contexto (por ejemplo, lugar, tiempo,
perfil, calendario, usuarios cercanos o preferencias) se puede
• Dirección: Clase que contiene datos geográficos utilizar para personalizar el acceso a contenidos y servicios. Así,
obtenidos utilizando la base geográfica de GoogleMaps. uno de los módulos que forma parte del framework es un sistema
Contiene los siguientes atributos: dirección completa; de pregunta-respuesta que da resultados personalizados sensibles
país; región; localidad; calle y número; y código postal. al contexto. Finalmente, desde el punto de vista de
personalización y agregación de información, el framework
• Perfil. Contiene el perfil del usuario: estudiante, permite integrar medios de comunicación sociales a través de la
professor, PAS, etc. utilización de datos provenientes de feeds RSS.
• Coordenadas GPS: Esta clase ofrece información Desde el punto de vista de estándares, M2Learn soporta algunas
detallada proveniente del receptor GPS. normas fundamentales del e-learning, como LOM [4] para
• Coordenadas Torres telefonía móvil: Esta clase ofrece Objetos de Aprendizaje, e IMS QTI-para evaluación [5]. Por
información detallada proveniente de la torre de último, como una nueva aplicación móvil de aprendizaje no puede
telefonía móvil más cercana, junto información de bases ser concebida como una aplicación aislada, sino como un
de datos geográficas. ecosistema de servicios y usuarios,M2Learn está diseñado para
facilitar la convivencia de varias aplicaciones que interactúen,
colaboren y se comuniquen entre sí, dando lugar a aplicaciones
globales de valor añadido que tengan en cuenta el contexto del
grupo.
Por otro lado, el framework permite la creación de mashups,
ofreciendo la información contextual a través de una interfaz
externa pública. La figura 2 representa un ejemplo de un entorno
en el que dos aplicaciones móviles construidas sobre M2Learn
están interactuando a través de los servicios existentes en una
plataforma de e-learning.
Esta arquitectura simplifica considerablemente el desarrollo de
aplicaciones móviles para la enseñanza. Por ejemplo, los

436
desarrolladores podrán crear fácilmente sistemas de mashup con
la información de localización en lugar de aprender cómo
funciona el protocolo NMEA de GPS, o comunicarse a través de
un puerto serie con un controlador de RFID para leer la
información de una etiqueta RFID sin necesidad de comprender
los comandos RFID o la organización de datos dentro de la
misma. Por otro lado, la creación de servicios colaborativos, como
un blog móvil se puede implementar fácilmente utilizando los
servicios prestados por las plataformas de e-learning, ya que no es
necesario ningún tipo de codificación en el lenguaje de
programación de la plataforma o entender cómo se estructura su
base de datos. Únicamente se requiere utilizar una sencilla
interfaz que da acceso a la información y servicios prestados por
M2Learn.

Figura 5. Captura de pantalla de la aplicación móvil con un


objeto de aprendizaje cargado referente a un simulador de un
laboratorio de presión
Además, esta aplicación es sensible al contexto, ya que la
Figura 4. Ejemplo de colaboración de dos aplicaciones aplicación carga el recurso que hay asociado a cada una de las
construidas sobre M2Learn áreas (habitaciones) definidas en el sistema. De esta manera,
según donde se encuentre el alumno automáticamente se le
Finalmente, uno de los elementos clave de la arquitectura cargará un recurso educativo u otro. En el ejemplo recogido en la
M2Learn es el ContextHub, que permite compartir el contexto del figura 5 se muestra la simulación de un laboratorio virtual de
usuario con el resto del grupo, posibilitando así la creación de presión, donde el alumno puede estudiar las variaciones de
aplicaciones colaborativas o mashups externos. El otro elemento temperatura y presión. En cuanto al esfuerzo de programación
clave el directorio de contextual de servicios
realizado para el desarrollo de la aplicación, se podría considerar
(ContextualServiceDirectory), que proporciona información sobre
como muy bajo.
los servicios disponibles para cada usuario de acuerdo a su
ubicación y perfil, así como al momento [6].

5. IMPLEMENTACIÓN DE UN
LABORATORIO VIRTUAL MÓVIL,
COLABORATIVO, Y CONSCIENTE DEL
CONTEXTO A TRAVÉS DE OBJETOS DE
APRENDIZAJE
Dentro de la etapa de experimentación del proyecto, se ha
desarrollado una aplicación móvil colaborativa para enseñanza
que carga un objeto de aprendizaje, basado en el estándar LOM
(Figura 5), y ofrece una herramienta de envío de trabajos
interconectada con el servicio de envío de trabajos de Moodle, Figura 6. Captura de pantalla de un curso virtual en Moodle
con lo que toda la actividad que el alumno realiza en el donde aparecen los comentarios realizados por el usuario en la
experimento queda recogida en el curso virtual. aplicación móvil

437
La figura 7 muestra el código de programación en C# aplicaciones de m-learning aprovechando todos los contenidos y
correspondiente a la configuración del framework, y de la servicios ya creados y disponibles. Este nuevo punto de vista
herramienta que permite enviar los comentarios del alumno sobre promueve la interconexión de los paradigmas de e-learning y m-
el experimento al curso virtual de Moodle. Como se puede ver, learning, generalmente separados.
requiere tres líneas de código para su configuración, y sólo una
Por otro lado, el uso del interfaz propuesto simplifica
para el envío del mensaje.
notablemente el desarrollo de aplicaciones, disminuyendo los
M2LearnManager myM2learn = new tiempos y esfuerzos necesarios para su implementación.
M2LearnManager(userName, userId); El uso de este tipo de tecnologías, encargadas de crear
ServiceManager sm =myM2Learn.getServiceManager(); interoperabilidad entre sistemas y tecnologías distintas, al mismo
ChannelWrapper assign=new ChannelWrapper(URL, tiempo que abstraen toda la complejidad inherente a las mismas,
permitirá un mayor desarrollo del campo del m-learning, haciendo
IdForum,userName,idUser);
que los nuevos proyectos se centren más en labores creativas, en
assign.writeElement(message); lugar de tener que lidiar con complejos protocolos y servicios.

Figura 7. Código correspondiente a la creación y 8. AGRADECIMIENTOS


configuración del framework y de la herramienta de envío de
comentarios al curso virtual de Moodle Los autores quieren agradecer al Ministerio de Ciencia e
Innovación Español por el soporte en los proyectos TIN2008-
El modulo encargado de cargar el objeto de aprendizaje y 06083-C01 “s-Labs: Integración de servicios abiertos para
mostrarlo en pantalla también es muy sencillo, ya que únicamente laboratorios remotos y virtuales distribuidos, reutilizables y
requiere tres líneas de código (Figura 8). Primeramente, se obtiene seguros” y CYTED-508AC0341 “SOLITE- SOFTWARE LIBRE
el recurso disponible en la localización actual a través del EN TELEFORMACIÓN”.
ServiceDirectoryWrapper. A continuación debe ser obtenida la
URL del objeto de aprendizaje. Este es cargado en el sistema, para Así mismo, los autores agradencen el apoyo dado por el proyecto
después mostrar en pantalla dicho recurso (a través de su URL) “142788-2008-BG-LEONARDO-LMP mPSS – mobile
utilizando el componente webBrowser. Performance Support for Vocational Education and Training” e
“IPLECS Project – Internet-based Performance-centered Learning
ServiceBean[] serv = Environment for Curricula Support Project ERASMUS 141944-
sm.ServiceDirectoryWrapper.getServiceList(); LLP-2008-1-ES-ERASMUS-ECDSP”. Finalmente, los autores
String URL = serv[0].getURI(); quieren agradecer el apoyo ofrecido por el proyecto e-Madrid,
S2009/TIC-1650, “Investigación y Desarrollo de tecnologías para
webBrowser.Navigate(new LOMWrapper(URL).getURI());
el e-learning en la Comunidad de Madrid”.

Figura 8. Código relativo a la carga del objeto de aprendizaje REFERENCES


en el sistema
[1] Weiser, M., The computer of the twenty-first century.
Scientific American, 1991. September: p. 94-104.
6. M2LEARN: SOFTWARE LIBRE
[2] Castro, C., Colmenar, A., Martin, S., Trends of Use of
Por último, M2Learn está diseñado como un framework de código Technology in Engineering Education. Proceedings on the
abierto. Por ello, la colaboración a través de comunidades de IEEE Engineering Education 2010, April 2010, Madrid
desarrolladores es una parte fundamental de su ciclo de vida. Por (Spain).
esa razón, se ha creado una plataforma para permitir la
colaboración dentro de una comunidad de desarrolladores. [3] Lonsdale, P., Baber, C., Sharples, M., Arvanitis, T. A
context-awareness architecture for facilitating mobile
El código fuente está disponible bajo licencia GNU GPL v3. Otra learning. In Learning with mobile devices, research and
parte fundamental para el éxito de un framework es la development, 2004. Editado por Attawell, J. & Savill-Smith
documentación generada para permitir a los desarrolladores C., pp. 79-85.
utilizar la API. Esta documentación está compuesta básicamente
por: ejemplos y documentación de la API en dos formatos [4] Martín, S., Diaz, G., Sancristobal, E., Gil, R., Castro, M.,and
diferentes: Web y CHM. Peire J., “Supporting M-learning: The location challenge”,
Proceedings on the 2009 IADIS Mobile Learning
Conference, Jan. 2009, Barcelona (Spain).
7. CONCLUSIÓN
[5] Friesen, N., CanCore Guidelines: Introduction. Athabasca
La principal contribución del sistema presentado es el uso de una
University, (2009).
capa abstracta de programación que no sólo ofrece información
contextual basada en varias tecnologías de localización, e [6] IMS Abstract Framework (IAF). IMS Global Learning
identificación, sino también servicios de e-learning y otros Consortium, Inc. 2003. Queried on July 2009:
externos, conectando el mundo móvil con el pilar fundamental de http://www.imsglobal.org/af/afv1p0/imsafwhitepaperv1p0.ht
la metodología de enseñanza en línea: las plataformas de e- ml
learning. Gracias a este nuevo punto de vista, es posible crear

438
[7] Martín, S., Sancristobal, E., Gil, R., Díaz, G., Castro, M. and [8] Twitter. On-line resource, accessed on February 15, 2010.
Peire, J., “A context-Aware Application based on Ubiquitous URL: http://twitter.com
Location”, UBICOMM 2008. Proceeding on The second
[9] M2Learn Community Platform. On-line resource, last
International conference on Mobile Ubiquitous Computing,
accessed on: May 15, 2010. URL:
Systems, Services and Technologies, October 2008,
http://code.google.com/p/m2learn/
Valencia, (Spain).

439
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

CAPACITANDO TUTORES AO LONGO DO PROCESSO DE


DESENVOLVIMENTO DE UM CURSO A DISTÂNCIA

Neide Santos, Rosa Maria E. Moreira da Costa Vânia Marins Nobre, Maria Cristina Pfeiffer
Dept. de Informática e Ciência da Computação LANTE – Laboratório de Novas Tecnologias
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Educacionais
UERJ Universidade Federal Fluminense – UFF
Brasil Brasil
neide@ime.uerj.br, rcosta@ime.uerj.br vania_marins@terra.com.br, pfeiffer@cederj.rj.gov.br

A principal iniciativa, neste sentido é o Sistema Universidade


ABSTRACT Aberta do Brasil (UAB), cuja prioridade é a formação de
The increase of distance courses in Brazil has created the necessity professores para a Educação Básica. Atualmente, a UAB conta
of professionals to work as tutors. This article reports the com, aproximadamente, 150.000 alunos distribuídos em 587
experience obtained from a course of specialization conducted at pólos, com cursos de graduação, lato-sensu e extensão
the Brazilian Open University-UAB, which formed a group of coordenados por 92 universidades públicas e Institutos Federais
tutors during the process of the course execution. Several [6]. Um dos cursos em andamento é o Curso de Especialização em
strategies have been developed and they mainly explored the Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância
resources of the Internet and Web 2.0. This experiment quickly (PIGEAD), no formato semipresencial, para professores, técnicos,
supplied the demand for these professionals in this course and tutores e gestores que irão atuar em cursos superiores a distância.
opened perspectives for the training of new tutors. Este curso se encontra na sua 2ª edição, sendo oferecido pela
Universidade Federal Fluminense, através do Laboratório de
Novas Tecnologias no Ensino (LANTE). O curso é composto de
Categories and Subject Descriptors nove disciplinas: Ambiente Virtual Moodle; Mídias de
A. [General Literature]: Miscellaneous. Comunicação e Fundamentos de EAD; Desenvolvimento de
Cursos a Distância com Foco no Aluno; Produção de Material
Didático Impresso; Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação;
General Terms Sistema de Tutoria em Cursos a Distância; Metodologia do
Experimentation, Human Factors. Trabalho Científico; Gestão de Cursos a Distância; Avaliação da
Aprendizagem e Institucional e Trabalho Final de Curso [12].

Palavras-Chave: Educação a Distância, Formação de A condução das disciplinas fica a cargo de um coordenador de
disciplina, de um coordenador de tutoria e de uma equipe de
Tutores, Exploração de Recursos Computacionais, Internet
tutores. Esta equipe de profissionais possui as seguintes funções:
a) Coordenador de disciplina: gerencia o curso, sua implantação,
1. INTRODUÇÃO acompanhamento da sua execução, revisão e melhoria das ações.
É também responsável pelo desenvolvimento da proposta político-
O esforço de ampliar as oportunidades educacionais via EAD tem pedagógica, seleção/confecção do material didático utilizado, ou
sido uma das prioridades do MEC, através da Secretaria de seja, pelo projeto instrucional do curso. O coordenador do curso
Educação a Distância, em parceria com as Universidades públicas. também observa o trabalho do coordenador de tutoria e dos
tutores; b) Coordenador de tutoria: acompanha a trajetória do
tutor, orientando nas atitudes e habilidades no exercício da tutoria;
e, c) Tutor: atua como facilitador da aprendizagem e acompanha a
trajetória do aluno, estimulando-o no processo de aprendizagem,
ajudando-o a organizar seus objetivos, incentivando-o a analisar
Santos, Neide., Moreira, Rosa María., Marins, Vânia., Pfeiffer, María. (2010). os conteúdos, acompanhando o desempenho do aluno, sobretudo
Capacitando Tutores ao Longo do Processo de Desenvolvimento de um Curso a nas atividades.
Distância en J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 440-447, Santiago de Chile. A tutoria de cursos na modalidade a distância demanda
competências e habilidades que diferem da atividade do docente
no ensino presencial. Em geral, na educação presencial temos o

440
professor como ator principal e responsável pela difusão do técnicas e práticas. A tutoria a distância utiliza todos os recursos
conhecimento. Já na EAD esse papel é dividido entre todos os de comunicação disponibilizados pela Internet, enquanto a tutoria
participantes: docentes, tutores e até mesmo, os alunos. Há uma presencial credita forte ação de presencialidade ao modelo de
descentralização da responsabilidade de disponibilizar EAD [4]. O tutor, esteja ele a distância ou em pólos presenciais,
conhecimentos e apoiar o processo de construção do saber. Além tem papel fundamental nos cursos a distância.
disso, os docentes na EAD devem ter capacidade de compreender
e estabelecer relacionamentos interpessoais mais flexíveis, com Para Celso Costa [8], Coordenador Geral da UAB nos anos de
foco nas negociações. 2007-2010, os tutores devem ser:

A maioria das instituições de ensino superior ainda não está “profissionais bem preparados na metodologia a
formando profissionais para exercerem a docência a distância. distância e na tecnologia de comunicação e interação,
Logo, nem sempre é fácil encontrar pessoas que possuam tanto quanto nos domínios específicos dos conteúdos
experiência de trabalho nesta modalidade de cursos. Neste caso, é didáticos. Esses níveis de qualidade podem ser
necessário encontrar meios para formar esse novo profissional ou atingidos através de programas de capacitação do
capacitar os profissionais ainda pouco experientes. Este quadro corpo de tutores, que, no mínimo, deve prever três
vem demandando o desenvolvimento de novas estratégias de dimensões: capacitação no domínio específico do
formação rápida para que o tutor possa atuar em todas as situações conteúdo, capacitação em mídias de comunicação e
exploradas em um curso a distância. Essa capacitação pode ter capacitação em fundamentos da EAD.” (p.11).
momentos presenciais, mas é importante que ela ocorra em grande As principais atribuições da tutoria a distância são o
parte a distância para que o tutor vivencie a interação a distância e esclarecimento de dúvidas sobre o conteúdo do material didático,
dessa forma, experimente situações semelhantes àquelas que o seu apoio das discussões dos fóruns, correção de trabalhos,
aluno irá enfrentar. participação em videoconferências, apoio através do telefone e
O projeto UAB conta com um corpo de tutores que vêm qualquer outra atividade definida no projeto pedagógico do curso
trabalhando em seus cursos desde sua implantação. Em geral, [8]. Freqüentemente, faz parte de suas atribuições participar dos
estes tutores receberam uma formação básica para se processos avaliativos de ensino-aprendizagem, junto com os
familiarizarem com a tecnologia utilizada e os conceitos teóricos docentes. Ressalta-se ainda a necessidade deste profissional
da EAD. Porém, a oferta de novos cursos está aumentando e possuir habilidades sociais, pois deve manter o grupo unido,
atendendo, em cada nova edição, a um maior número de alunos. ajudar de diferentes formas os participantes a trabalharem juntos
Com esse crescimento de demanda, ainda é comum que cursos da por causas comuns e oferecer aos alunos a possibilidade de
UAB tenham profissionais que estão pela primeira vez atuando desenvolverem sua compreensão sobre a importância da
como tutores. Nestes casos, a coordenação das disciplinas precisa manutenção da coesão do grupo [13].
desenvolver estratégias de apoio ao trabalho dos tutores, visando Vários cursos, hoje em andamento no Brasil, possuem diferentes
aumentar a sua qualificação na área de tutoria. modelos de tutoria, de recrutamento e formação desses
Neste sentido, o objetivo deste artigo é descrever uma experiência profissionais. Os tutores do curso oferecido pela FACED/UFRGS
de capacitação de tutores para cursos a distância, realizada durante foram selecionados entre os alunos de pós-graduação que tinham
o processo de condução de uma disciplina de um curso de alguma experiência em EAD. Eles receberam uma formação
especialização do sistema UAB. Este modelo de capacitação “em básica que discutiu a metodologia do curso em que iriam atuar,
serviço” abre novas perspectivas para suprir a grande demanda da explorou os materiais e o ambiente virtual utilizado [16].
EAD, por pessoas capazes de realizar o processo de tutoria. Com Para ser tutor no Centro de EAD da Universidade Federal de Ouro
este propósito, a seção 2 discute a tutoria em cursos a distância, a Preto é preciso fazer o curso de especialização que é oferecido
seção 3 detalha as estratégias de capacitação de tutores e os pela instituição. Eles também fazem uma formação em serviço,
resultados obtidos e a seção 4 apresenta as conclusões. que fica mais concentrada no aprimoramento dos conhecimentos
específicos de cada disciplina e nas estratégias de avaliação
adotadas [1].
2. TUTORIA A DISTÂNCIA: VISÃO Segundo Kenski [11] a evolução tecnológica ampliou a
GERAL capacidade de comunicação humana, aumentou a qualidade dos
processos de ensino-aprendizagem e impulsionou a criação de
O decreto n. 5622 de dezembro de 2005, o decreto n. 5773 de novos cursos a distância. Entretanto, não temos criado condições
junho de 2006 e as portarias Ministeriais Normativas 1 e 2 de de suprir as necessidades desses cursos com a mesma rapidez.
janeiro de 2007 estabelecem as normas dos cursos a distância e Visando superar essa fragilidade no sistema dos cursos a distância
apontam que as instituições participantes da UAB tenham pólos da Itália, nos anos 80-90 o crescimento da EAD e a falta de
de apoio presencial para a oferta de cursos a distância [6]. Os pessoas com formação em tutoria provocou a organização de
Referenciais de Qualidade da Secretaria de Educação a Distância diversas iniciativas para incrementar a formação de tutores: cursos
do MEC [14] recomendam que os cursos tenham algum tipo de de graduação com ênfase na área de tutoria, especializações e
tutoria presencial nesses pólos e ressaltam a importância da tutoria mestrados organizados por várias Universidades conjuntamente
a distância. com os Departamentos Escolares Regionais [19]. Observamos que
iniciativas semelhantes começam a surgir aqui no Brasil, mas
Em geral, o tutor é o agente do processo educacional que ainda restringem-se a cursos de menor duração, como as
estabelece o vínculo mais próximo do aluno, seja presencialmente especializações [1] e o curso de 60 horas descrito por Bortolozzo
ou a distância [5]. Não há um modelo único de tutoria que sirva de et al. [3], que forneceu os elementos essenciais para um grupo de
referencial, pois cada projeto possui suas características teóricas, professores atuarem como tutores em cursos a distância.

441
Apesar de relatos afirmarem ser a tutoria o ponto crucial dos execução desta disciplina contou com dois coordenadores, dois
cursos a distância [2], os tutores não são, certamente, os elos mais coordenadores de tutoria e um conjunto de 16 tutores, de forma
frágeis de uma cadeia de simplificações do processo educacional e que cada grupo de aproximadamente 40 alunos fosse atendido por
do trabalho docente. Entretanto, a dimensão que a EAD vem um tutor.
adquirindo no Brasil exige um modelo onde o tutor se situe numa
situação estratégica, realizando e apoiando atividades que o
professor/coordenador responsável pela disciplina não pode Um elemento desafiador no planejamento e execução do curso foi
assumir sozinho, dado o grande número de alunos hoje inscritos a diversidade de perfis de alunos. Como o curso é voltado para a
nos cursos a distância. formação de professores, técnicos, tutores e gestores de cursos
Essa percepção é reforçada pelo resultado de uma pesquisa superiores a distância, há alunos com formação universitária em
realizada por Cortinhas [7], com vários tutores presenciais de todas as áreas do conhecimento. Nesta disciplina este desafio se
pólos de todas as regiões do Brasil. O autor recolheu vários fez ainda mais presente, uma vez que sua proposta de execução
depoimentos que reafirmam a importância da tutoria como o meio contemplava o incentivo ao desenvolvimento de competências
de humanizar o processo de aprendizagem na EAD, incentivando básicas de construção de atividades práticas na plataforma Moodle
a autonomia e gerando um diferencial na mediação entre os alunos [15]. Para atingir este propósito, a disciplina foi desenhada para
e o conteúdo dos cursos. que a cada semana tivesse um conteúdo a ser estudado, uma tarefa
a ser realizada e uma discussão em fórum. A atividade e o fórum
3. ESTRATÉGIAS PARA A PREPARAÇÃO foram estrategicamente alinhados de forma que o aluno precisava
ler o texto base e discutir no fórum, para poder realizar a tarefa. A
DE TUTORES A DISTÂNCIA disciplina englobou a realização de seis tarefas. O tema
“criatividade” foi transversal a todos os temas trabalhados e
todas as tarefas realizadas. O Quadro 1 apresenta uma visão das
O curso de PIGEAD ainda não explora o tutor presencial de principais atividades da disciplina em cada semana.
maneira plena, pois atualmente ele é responsável por coordenar e
apoiar atividades administrativas servindo de ligação entre a
coordenação e as demandas do controle acadêmico dos alunos.
4. RELATO DE EXPERIÊNCIA
Neste caso, o foco do trabalho de tutoria junto aos alunos, recai Seguindo a orientação da UAB para o alcance do equilíbrio
totalmente sobre o tutor a distância. geopolítico para definição dos pólos de EaD, os 640 alunos
Seguindo os princípios norteadores da filosofia da UAB, o curso matriculados na disciplina “Ambientes Virtuais e Mídias de
utiliza o espaço de suas disciplinas constituintes para reforçar a Comunicação” vivem nos estados Rio de Janeiro, São Paulo e
preparação de seus tutores, realizando uma capacitação ao longo Espírito Santo, em cidades onde já existem pólos de apoio
da prestação do serviço. A seguir, são descritos o cenário da presencial implantados. A exceção na atuação regional do curso é
disciplina “Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação”, seu um pólo de uma cidade da região Norte, onde a UFF já possui
planejamento e execução. antiga e forte inserção. Neste caso, o curso atende alunos de
diferentes formações profissionais e variadas realidades culturais.

3.1. O cenário Para atender a alunos com perfis tão heterogêneos é preciso haver
uma tutoria versátil e dinâmica. O principal desafio da tutoria a
Os alunos do Curso de Especialização em Planejamento, distância é que ela demanda atitudes, práticas, planejamentos
Implementação e Gestão da EaD quando cursam esta disciplina já específicos considerando a distância e os meios de comunicação.
reúnem informações básicas sobre os fundamentos de educação a Neste caso, temos um foco na mediação, que é realizada,
distância e ferramentas de suporte para cursos on-line, estudados principalmente através de tecnologias de comunicação.
nas disciplinas anteriores. Esta disciplina visa oferecer aos alunos
uma experiência prática, mas também promover o debate e a Como visto anteriormente, como poucos cursos de licenciatura
reflexão, sobre criatividade e sua influência na utilização das incorporaram tal formação em seus currículos e os cursos de
novas mídias de comunicação e na criação de atividades para especialização ainda não suprem a crescente demanda por
cursos a distância. A expectativa é que o aluno, ao final, seja profissionais com este perfil, foi preciso formar um grupo de
capaz de utilizar as mídias de comunicação para apoiar processos tutores capazes de atuarem nos cursos a distância em um curto
educacionais a distância e construir elementos de um projeto a ser espaço de tempo.
desenvolvido pelos alunos. Um fator limitante para o Este tem sido um dos desafios que os cursos de especialização
desenvolvimento da proposta desta disciplina foi a curta duração coordenados pelo LANTE-UFF tem enfrentado. Especificamente,
prevista – 45 horas. Mesmo atentas a este prazo, na fase de nesta edição do curso, com o aumento do número de alunos, não
planejamento das tarefas, tivemos que estendê-lo por mais duas havia pessoas com formação suficiente, para atuarem como
semanas para possibilitar a completa execução dos itens previstos. tutores a distância. Logo, foi necessário empreender estratégias de
formação durante a realização da disciplina.
3.2. O curso
A disciplina “Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação” foi
executada no período de fevereiro/abril 2009, incluindo uma
semana de recesso de Carnaval e atendendo a cerca de 640 alunos
organizados em 16 turmas. Seguindo o modelo do sistema UAB, a

442
Semana Atividades Forma de avaliação
S1 Semana de apresentação para que o aluno se familiarize com colegas Sem avaliação
e tutor, dividindo experiências, motivações e expectativas relativas à
disciplina.
S2 Com base em texto sobre questões envolvidas na construção de Texto crítico, entregue na plataforma Moodle,
interfaces para a EAD, os alunos devem: através de upload de arquivo (valor – 10
a) Pesquisar na Internet sites de conteúdo educacional, selecionar um pontos);
e elaborar uma pequena crítica de sua interface com base nos
conceitos discutidos no texto base; Discussão nos fóruns (valor - 5 pontos).
b) Discutir no fórum a questão. "Como uma interface pode auxiliar o
professor a disponibilizar informação relevante para o aluno em um
mundo saturado de informação".
S3 Recesso de Carnaval
S4 Duas atividades girando em torno do trabalho educacional com os Texto de até 10 linhas, com tema e 5 perguntas
fóruns de discussão. para auxiliar a tutoria na condução da
a) Criar um tema para ser discutido em um fórum de discussão de um discussão. (valor - 10 pontos);
curso a distância, criando uma argumentação introdutória.
b) A partir do texto base da semana (Fórum de discussão, uma mídia Discussão nos fóruns (valor – 5 pontos).
poderosa para a integração e construção do conhecimento), discutir,
no fórum, a importância da ferramenta fórum em cursos a distância.
S5 Criação e/ou utilização de um arquivo de áudio ou de vídeo como Criação de um arquivo de áudio e/ou vídeo
meio de propor uma tarefa ou expor um conteúdo para alunos em um (valor – 10 pontos);
curso a distância.
Discussão, no fórum, do valor pedagógico e da importância da Discussão nos fóruns (valor 5 pontos).
incorporação das ferramentas da Web 2.0 na prática pedagógica.
S6 Publicar um conteúdo ou atividade em uma ferramenta de O resultado da ,tarefa é o endereço do blog,
compartilhamento (Web 2.0), de escolha do aluno (blog, shared, wiki, 4shared, etc publicado no fórum da
wiki, etc). semana (valor – 10 pontos)
Debate sobre a importância das mídias de comunicação na Discussão nos fóruns (valor 5 pontos).
construção dos saberes.
S7 Semana extra para a realização da tarefa da semana 6. Em paralelo, Sem avaliação
ocorreram sessões de chat (não pontuadas), para debates orientados
pelo texto “Uma Nação em Risco” [10].
S8 e S9 Criação de um fórum de discussão e a inserção de um recurso (um Cada atividade valia 20 pontos. Foi aberto um
arquivo formato pdf) em um ambiente de prática criado no Moodle fórum de dúvidas não pontuado.
para este fim. Nestas 2 últimas semanas os alunos trabalharam no
Moodle como se fossem professores/coordenadores de um curso a
distância.
Quadro 1. Atividades e itens avaliados da disciplina “Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação”

4.1. Formação em serviço O perfil dos 16 tutores selecionados para trabalharem na


disciplina era diversificado, porém todos eram professores e
A formação em serviço é uma estratégia que pode ser utilizada muitos deles possuíam grau de mestre em suas áreas de
para suprir objetivamente, demandas de qualificação profissional. conhecimento. Alguns já tinham atuado como tutores em outras
iniciativas UAB, mas para outros, foi a primeira experiência neste
Na disciplina “Ambientes Virtuais e Mídias de Comunicação”, a
tipo de trabalho docente.
formação dos tutores foi fundamentada em três eixos: Aspectos
teóricos, metodológicos e tecnológicos. Em cada uma dessas Para dar início a esta capacitação, foi realizado um encontro
dimensões, diferentes temas foram tratados e integrados entre si. presencial. Em seguida, foram realizadas duas ações principais:
criação no Moodle, de um ambiente de Coordenação de Tutores,
Na parte teórica foram tratados temas básicos sobre a EAD e o
onde foram disponibilizados textos para orientação da condução
conteúdo da disciplina. A dimensão metodológica contemplou as
da tutoria; e criação de um canal permanente de comunicação,
questões associadas às técnicas de atuação do tutor e a exploração
através de fóruns específicos de discussão para debates dos textos
das teorias pedagógicas colaborativas para a formação de
da disciplina e para orientação das atividades teóricas e práticas
comunidades de prática [9]. Neste caso, foi estudado o potencial
associadas. No ambiente Coordenação de Tutores, foram
da Web 2.0 para apoiar processos educacionais e sociais. Já a
oferecidas, por exemplo, orientações gerais sobre o papel do tutor,
dimensão tecnológica explorou a utilização do Moodle e das
enfatizando a necessidade de encorajar a participação do aluno e
ferramentas da Web 2.0.
ressaltando a importância de comentar suas colocações sempre de
forma construtiva, evitando comentários longos e prolixos que

443
inibissem a participação. No outro fórum foram discutidas ► Perguntas que verificam evidências e linhas de raciocínio
possíveis abordagens para a exploração dos textos de cada • Você pode explicar a sua linha de raciocínio?
semana. Com ênfase na necessidade de exploração de estratégias
criativas em todas as atividades docentes. • Como isso se aplica a este caso?
• Existe uma razão para duvidar desta evidência?
Alguns outros aspectos importantes trabalhados nestes fóruns
foram: a importância das mensagens serem curtas e adequadas ao • Mais alguém pode apresentar evidências a favor deste ponto
argumento em questão, de modo que o aluno não tenha de vista?
impaciência ao lê-las; e o atendimento rápido e produtivo aos • Como você chegou a esta conclusão?
alunos, de maneira a conduzi-los ao aprendizado que se objetiva.
Um outro aspecto discutido relaciona-se ao incentivo constante ► Perguntas sobre pontos de vista ou perspectivas
que o tutor deve dar ao aluno para que ele se sinta estimulado a • Em que implica esta afirmação?
pesquisar novas possibilidades de aprendizagem. Neste sentido,
• Quando você diz _____, você subentende _____?
foi elaborado um pequeno guia visando melhorar a produtividade
dos debates tutor-alunos, para embasar a dinâmica dos diálogos, • Mas se isto acontecesse, quais seriam os outros resultados?
incentivando a colaboração entre os alunos. O site do “Teleporto Por quê?
de Educação” [20] apresenta uma lista de questões, adaptadas de • Quais seriam os efeitos disto?
Paul [17], e que foram amplamente debatidas para serem • Isto aconteceria necessariamente ou é apenas uma
exploradas nos fóruns da disciplina. A seguir, algumas dessas possibilidade?
perguntas são listadas.
• Qual é uma alternativa?
► Perguntas de esclarecimento • Se _____ e _____ são verdadeiros, o que mais poderia sê-lo?
• O que você quer dizer quando afirma que ______? • Se dissermos que ____ é ético, o que podemos dizer de
• Qual é o ponto crucial? _____?
• Qual é a relação entre _____ e _____?
► Perguntas que verificam implicações e conseqüências
• Você pode explicar isto de uma outra maneira?
• Como podemos descobrir isto?
• Vejamos se entendi o seu ponto de vista; você quer dizer
_____ ou _____? • Qual é a suposição desta pergunta?
• Qual é a relação entre isto e o nosso • _____ elaboraria esta questão em modo diverso?
problema/discussão/argumento? • Como alguém poderia esclarecer esta questão?
• Maria, você pode resumir com as suas palavras o que o • Esta pergunta é clara? Entendemos isto?
Ricardo disse? ... Ricardo, era isto o que você queria dizer? • Todos nós concordamos que esta é a questão?
• Pode me dar um exemplo? • Como _____ definiria este problema?
► Perguntas que verificam suposições • Porque esta questão é importante?
• Qual é a sua suposição aqui? • Você pode ver a relação disto com ________?
• Qual é a suposição de Maria? Como a disciplina tem um modelo pedagógico baseado na
• O que poderíamos supor em vez disto? proatividade de tutores e alunos, que incentiva a aprendizagem
• Parece que você supõe _____. Entendi corretamente? colaborativa[18], os fóruns da coordenação criaram um canal de
comunicação entre tutores e tornaram-se um excelente espaço de
• Todo o seu discurso depende da idéia de que _____. Porque
troca de informações sobre a condução das atividades da
você baseou a sua hipótese em _____ em vez de em _____?
disciplina, discussões sobre o valor das tecnologias e
compartilhamento de experiências, entre outras (Figuras 1 e 2).
Re: Iniciando a semana 7
por A.
Olá C.,
Relato rápido do chat da turma 7: O chat do dia 21 contou com a participação de doze alunos da turma e de mais dois de outras
turmas, que entraram e saíram rapidamente. Como os dois chats estavam marcados com um intervalo de uma hora entre si, e os
alunos continuavam chegando e conversando, optou-se pelo não fechamento do primeiro horário juntando-o com o início do segundo.
Neles foram debatidos os problemas que a Ead encontra hoje, desde o preconceito dos que não a conhecem, até a necessidade de
fiscalização dos cursos, de formação de tutores qualificados, etc. O chat mostrou ser um bom espaço de socialização, com os alunos
trocando informações sobre outros sites importantes para sua formação, que é uma preocupação do grupo em sua busca pelo
aprimoramento constante de seus conhecimentos.
Figura 1.Mensagem de uma tutora no fórum da coordenação de tutoria

444
Re: Forum Semana 8
por N.
Oi L.,
Estou usando seu passo a passo, que é otimo. Com ele, tenho certeza que os alunos desencantam e fazem a tarefa.
Oi M.,
Enquanto a V. resolve o problema dos tutoriais, mande para a aluna o passo a passo que a L. fez. Acho que vai resolver. É assim:
Acesse www.lanteuff.org/pigead
Entre com seu login e senha: Nº CPF
Ao entrar no link do Ambiente da Turma 12, para fazer a Tarefa 8, siga estes passos:
Ativar Edição + Editar Sumário de Tópico (escrever o seu nome todo no Ambiente de Prática em um tópico vago) + Salvar
Mudanças + Acrescentar Atividade + Fórum (escrever Fórum de Discussão de...) + Digite o texto da problemática+ Salvar e Voltar
ao Curso + Desativar Edição. Em seguida,clique no Fórum que você acabou de criar + Acrescentar Novo Tópico de Discussão +
Digite um pequeno texto dando início ao debate.
Figura 2. Mensagem da coordenadora de tutoria para as tutoras no fórum da coordenação de tutoria da semana 8

Outra estratégia usada pela coordenação da disciplina foi sentido, a mensagem postada pelos coordenadores para os alunos,
definir a dinâmica dos trabalhos a serem desenvolvidos pelos nos fóruns da semana 6 ilustra bem essa prática (Figura 3).
alunos, como forma de apoiar a atuação dos tutores. Neste

Fórum da semana 6 - Leiam o texto base antes de participar


Querido(a) aluno(a),
A partir do texto base da semana, discuta com seus colegas e tutores a importância da ferramenta fórum em cursos a distância.
Pense... e se não existisse um fórum, como ficaria a comunicação dos alunos com os professores e os tutores ? Você concorda com as
idéias de Vygotsky? O que é possível fazer para que a participação no fórum seja algo realmente proveitoso?”
Figura 3. Mensagem da coordenação da disciplina para os alunos

Vários tutoriais, usando ferramentas as da Web 2.0, foram disponibilizar informação relevante para o aluno em um mundo
desenvolvidos, visando apoiar o trabalho dos tutores saturado de informação", foi indicado aos tutores que a partir
(disponibilizados no fórum da Coordenação da Tutoria) e ajudar o dessa semana na abertura de cada fórum, cada tutor deveria
desenvolvimento das tarefas pelos alunos (disponibilizados no explicar a tarefa da semana e fazer um fechamento do fórum da
fórum da disciplina). semana anterior, citando partes relevantes de colocações dos
alunos sobre o tema discutido. Um exemplo de uma das
Logo no início do curso, na semana 2, quando seria debatido no mensagens da coordenação de tutoria para os tutores pode ser
fórum a questão “Como uma interface pode auxiliar o professor a visto na Figura 4.
Queridos tutores,
Esta semana teremos uma tarefa e uma discussão em fórum sobre esta tarefa. Fique atento!
[1] Leia atentamente o material que disponibilizamos para o aluno.
[2] Veja o que é pedido na tarefa e no fórum.
[3] No fórum você pode usar técnicas de visualização da informação como: gráficos, imagens, tabelas, mapas mentais, mapas
conceituais, organização da informação, metáforas, elementos do texto base entre outros. Você tem total liberdade. Seja criativo!
[4] A frase utilizada como ponto de partida para as discussões - "... um mundo saturado de informação" - foi extraída do texto do prof.
M. R. que estamos disponibilizando no ambiente. É interessante que você tenha conhecimento deste texto, pois os alunos já o
utilizaram em uma das disciplinas anteriores.
[5] O fórum deve começar com um fechamento de oito ou dez linhas com pontos significativos do debate no fórum da semana anterior.
Você pode citar nomes de alunos e suas contribuições. Não precisa citar todos os alunos de uma vez. Mas, preste atenção para que ao
final da disciplina cada aluno tenha sido citado pelo menos uma vez. Vejam o exemplo abaixo. Se preferir, você não precisa citar
nomes, mas pode recortar partes das “falas” dos alunos. Esta pratica pode servir de estímulo para a aprendizagem e para os alunos se
reconhecerem como geradores de materiais relevantes.
“Olá pessoal,
Já tivemos muitas intervenções significativas em nosso fórum. Contudo, é sempre bom poder destacar os pontos mais importantes para
que possamos tecer conclusões que englobam diferentes visões, como por exemplo:
A aluna XXX menciona que um dos fatos mais importantes do debate foi colocar em pauta as questões das desigualdades sociais.
Ressalta também que inserir na Universidade pessoas com deficiências na formação, não é uma boa idéia.
A aluna YYY enfatiza com maestria a autonomia da universidade em sempre acompanhar o mercado de trabalho e adequar os
estudantes e os processos a esta realidade.
Já a aluna ZZZ ressalta que se dever dar ênfase à origem do problema, que é a formação educacional das crianças no ensino básico e

445
no ensino médio.
Convido todos a participar da construção do nosso conhecimento coletivo. Observem que já tivemos em torno de 200 visitas neste
fórum, mas apenas 52 participações. Vamos primar pela qualidade nas mensagens e colocar o seu ponto de vista. Vamos evitar
mensagens muito curtas, apenas, manifestando: “muito bem”, “concordo com fulano”...etc.
Um abraço e vamos continuar nossas proveitosas discussões !
Figura 4. Mensagem da coordenação da tutoria para os tutores, contendo algumas diretrizes e um exemplo de fechamento para
eles utilizarem nos fóruns da disciplina

Após iniciar a prática de apresentar um resumo do fórum da - Um fórum discussão da coordenação, onde o grupo de tutores e
semana, citando as mensagens relevantes, tivemos vários relatos coordenadores compartilha informações e experiências, posta
dos alunos, que colocavam a satisfação em ver que sua opinião foi lembretes e notas explicativas sobre tarefas e prazos e propõe
considerada tão valiosa, que mereceu ser citada. Ao longo do alterações e inclusões aos materiais do curso. A coordenação da
desenvolvimento da disciplina, foram postadas mais de 300 disciplina sugere aos tutores, aprofundamentos sobre os temas
mensagens nos fóruns de coordenação da tutoria, mostrando o curriculares e oferece dicas de como conduzir os debates com os
interesse e a participação dos tutores nas atividades alunos, como os avaliar e monitorar seu progresso nas tarefas em
desenvolvidas. curso.
Por outro lado, a experiência de estar também aprendendo e - Uma biblioteca online com uma coletânea de artigos técnicos
discutindo em um ambiente de aprendizagem online, da mesma sobre educação à distância e sobre o conteúdo do curso No futuro,
forma que os seus alunos, permitiu que os tutores avaliassem as esses artigos com comentários estarão disponíveis em um Wiki e
dificuldades sentidas pelos alunos na participação em fóruns de um FAQ, acessíveis através da interface Moodle.
discussão, enriquecendo a experiência prática de cada um. Nossa formação em serviço foi realizada de forma satisfatória,
tendo em vista nossos objetivos. Temos alguns resultados
Em resumo, as práticas dos tutores no curso seguiram as seguintes quantitativos: a nossa taxa de abandono foi baixa (16%) e as nota
estratégias: tratamento individualizado do aluno; respostas em até média dos alunos foi 75 pontos (em uma escala de 0 a 100),
24h.; fechamento dos fóruns semanais com uma mensagem que ligeiramente superior à média dos alunos em outros cursos da
resume a discussão da semana e cita as participações mais UAB. Nossa estratégia de formação em serviço ainda é um
representativas; abertura dos fóruns com mensagens de incentivo trabalho em andamento. Assim, nossos resultados devem ser
e apoio aos alunos. analisados qualitativamente e vistos como um esforço para
atualizar os tutores em uma perspectiva da educação continuada.
Possivelmente, o melhor resultado que podemos oferecer é o fato
5. CONCLUSÕES de que nossos tutores interagem com os alunos de forma mais
A educação é uma via importante para a mobilidade social. Para homogênea, garantindo a igualdade de oportunidades de
os países em desenvolvimento, a educação é um agente aprendizagem para todos os alunos.
fundamental de mudança e de desenvolvimento social. Além Por último, o diálogo constante entre os membros da equipe
disso, investir em educação superior é importante, visto que realmente promove a coesão e reforça a formação teórica e prática
parece haver relação estreita entre desenvolvimento tecnológico e dos tutores. Os espaços de interação e cooperação criados sobre as
a oferta da educação universitária. Isto pode explicar porque a ferramentas disponíveis no Moodle contribuíram para melhorar a
expansão do ensino superior está incluída nas políticas de governo formação dos tutores e podem ser considerados como fator de
da maioria dos países em desenvolvimento. No Brasil, o sucesso para os cursos de educação a distância, já que diferentes
desenvolvimento de programas educativos de grande alcance é soluções são apresentadas e discutidas pelos coordenadores e
uma necessidade imperiosa e o projeto da UAB é o nosso grande tutores, na medida em que surgem as perguntas e dúvidas dos
esforço para oferecer educação superior à distância de massa. alunos
Para esses programas atingirem suas essas metas, justificando os Estamos agora envolvidos na nova edição do curso PIGEAD e
recursos alocados, as normas de qualidade devem ser claramente nossas experiências anteriores têm sido proveitosas. Além de
identificados e executadas. A UAB oferece cursos a distância com adotar metodologia semelhante à utilizada anteriormente,
material didático adequado a diferentes perfis de alunos e para aperfeiçoamos alguns instrumentos de avaliação de aluno e de
variados estilos de cursos. Atendendo a mais de 150 mil suporte à tutoria. Esperamos que, em médio prazo, possamos
estudantes, é vital que a execução dos cursos seja bem desenvolver um guia de orientação para uma didática online
coordenada. A tutoria a distância é peça chave dos cursos a voltado para nossos tutores, incluindo as orientações que
distância, por isso o profissional que exercerá essa função deve estabelecemos.
ser adequadamente treinado e deve receber apoio da equipe de
coordenação para uma formação contínua, de modo que seu REFERÊNCIAS
desempenho seja produtivo, evitando a evasão dos alunos e baixos
[1] Antonini, E., Jorge, G. 2009, A Configuração da
níveis de formação acadêmica.
tutoria no Curso de Pedagogia do CEAD-UFOP:
Como mencionado, os tutores do PIGEAD costumam ter descobrindo possibilidades e criando estratégias, In:
experiência anterior, no entanto, a busca de homogeneidade no Anais do I Encontro Internacional do Sistema
desempenho destes tutores exige o uso da abordagem de Universidade Aberta do Brasil, Brasília.
treinamento em serviço. Atualmente, esta abordagem inclui
algumas ações teóricas e práticas integradas:

446
[2] Barreto, R. G. 2008. As tecnologias na política nacional [16] Nevado, R. A., Carvalho, M. J., Menezes, C. S. 2007.
de formação de professores a distância: entre a expansão Educação a Distância mediada pela Internet: uma
e a redução, Educação & Sociedade, 29, 104, 919-937. abordagem interdisciplinar na formação de professores
em serviço, Aprendizado em Rede na educação a
[3] Bortolozzo, A. R., Kappaum, E. S., Hasper, R., 2010. distância, Nevado, Carvalho, Menezes (eds), Porto
Formação de professores-tutores para atuar em cursos Alegre.
na modalidade a distância da SEED-PR, EDUTEC-PR.
Em: [17] Paul, R. 1993. Critical Thinking: How To Prepare
http://blogs.universia.com.br/edutec/files/2009/05/artigo Students for a Rapidly Changing World, Foundation
_tutoria.pdf. Acessado em agosto de 2010. for Critical Thinking, Santa Rosa, CA, USA.
[4] Campos, F. C. A., Costa, R. M. E. M., Santos, N. 2007. [18] Rezende, W. M., Dias, A. I. S. 2010. Educação a
Fundamentos da Educação a Distância, Mídias e distância e ensino Presencial: incompatibilidade ou
Ambientes Virtuais, Ed Editar, Juiz de Fora. Convergência?. EaD emfoco, 1, 1 (abril/outubro 2010),
6-16.
[5] Campos F., Santos, N., Costa, I. 2008. Coordenação e
Tutoria em Curso de Capacitação em EaD para o [19] Rivotella, P. C. 2008. Depois da Educação a Distância:
Sistema UAB: Relato de uma Experiência. Simpósio tecnologia, educação e formação na Itália, Educação &
Brasileiro de Informática na Educação, Fortaleza. Sociedade, 29, 104, 851-864.
[6] CAPES-Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de [20] Teleporto. 2010. Em:
Nível Superior, UAB. 2010. Em http://www.teleportodeeducacao.com.br/etebras/help.ph
http://uab.capes.gov.br/. Acessado em agosto de 2010. p?file=questions.html. Acessado em agosto de 2010.
[7] Cortinhas, M. S. 2008. Tutoria presencial de pólo de
apoio em EaD: um diferencial para Educação a
Distância, In: Anais do VIII Congresso Nacional de
Educação, Curitiba. Em:
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais
/pdf/326_180.pdf, acessado em agosto de 2010.
[8] Costa, C. J. Modelos de Educação Superior a Distância
e Implementação da Universidade Aberta do Brasil.
Revista Brasileira de Informática na Educação. 15, 2
(Maio a Agosto 2007), 9-16.
[9] Costa, R. M. E. M., Marins, V., Costa, A. C. P.,
Macario, R. 2009. Comunidades de prática e
ferramentas Web 2.0: uma experiência em um curso de
especialização em Matemática. In: Anais do Workshop
de Informática na Escola-WIE2009, Bento Gonçalves.
[10] Elia, M. F. 2005. Uma Nação em Risco. Simpósio
Brasileiro de Informática na Educação 2005, Juiz de
Fora-MG, 331-339.
[11] Kenski, V. M. 2008. Educação e Comunicação:
interconexões e convergências, Educação & Sociedade,
29, 104, 647-665.
[12] LANTE- Laboratório de Novas Tecnologias no
Ensino/UFF. 2010. Em: http://www.lante.uff.br,
acessado em agosto de 2010.
[13] Machado, L. D., Machado, E. C. 2004. O papel da
Tutoria em ambientes de EaD, In: Anais do Congresso
da ABED. Em:
http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/022-
TC-A2.htm. Acessado em agosto de 2010.
[14] MEC-Ministério da Educação-SEED. 2007.
Referenciais de Qualidade para a educação superior a
distância. Em
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/ref
ead1.pdf. Visitado em agosto de 2010.
[15] MOODLE. 2010. Em http://www.moodle.org.br.
Visitado em setembro de 2010.

447
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

EFECTO DE LAS METAS EN EL APRENDIZAJE


CO-REGULADO CON AMBIENTES COMPUTACIONALES
Myriam Cecilia Leguizamón González Omar López Vargas
Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia Universidad Pedagógica Nacional
Colombia Colombia
myriam.leguizamon@uptc.edu.co olopezv@pedagogica.edu.co

RESUMEN Los estudios muestran que cuando se permite a los estudiantes


La investigación examina la relación existente entre el logro que se auto-impongas sus propias metas de aprendizaje cuando
de aprendizaje obtenido en la interacción con un ambiente interactuar en escenarios computacionales, se puede aumentar su
hipermedia sobre operadores tecnológicos y, la formulación motivación y compromiso para lograrlas y, en esta medida, éstos
de metas de aprendizaje auto-impuestas y metas de podrían comprometerse de una forma más dinámica y eficaz con
aprendizaje asignadas en estudiantes de secundaria. La su propio proceso de aprendizaje [42],[52]. Desafortunadamente,
investigación tiene un diseño casi-experimental, con grupos algunos estudios muestran que la mayoría de los aprendices
previamente conformados. Participaron 87 estudiantes de dos presentan dificultades para regular su propio aprendizaje en
cursos de grado séptimo del colegio Panamericano Puente de ambientes computacionales; situación que afecta negativamente
Boyacá – Colombia, quienes interactuaron de forma tanto la construcción de conocimiento como el logro de
colaborativa en el ambiente hipermedia y, al final fueron aprendizaje obtenido. Este aspecto se manifiesta cuando el
evaluados de forma individual. Se realizó un análisis estudiante se enfrenta a temas desafiantes como en el caso del
ANOVA, que mostró diferencias significativas y positivas aprendizaje en el área de las ciencias [4], [9], [15], [22].
sobre el logro académico bajo la condición de formulación de
metas auto-impuestas. Los resultados muestran relaciones Por otro lado, investigadores educativos interesados en las
positivas entre competencias de aprendizaje autorregulación y perspectivas socio-cognitivas del aprendizaje en colaboración
logro de aprendizaje. [37], [49], [50], se han preocupado por comprender cómo
pequeños grupos de estudiantes pueden regular su aprendizaje de
forma autónoma (co-regulación). En este sentido, han propuesto
Palabras claves el término ‘‘regulación compartida”, el cual se refiere al
Metas de aprendizaje, ambiente hipermedia, co-regulación, logro monitoreo y control que ejerce cada uno de los integrantes del
académico, operadores tecnológicos. grupo en el desarrollo de una actividad académica, es decir, en el
desarrollo de la tarea. En este contexto, el monitoreo y control en
el desarrollo de una tarea no se reduce a la actividad de
1. INTRODUCCION construcción de conocimiento individual [49]. La naturaleza de la
La investigación en el diseño de los ambientes de aprendizaje
co-regulación, en situaciones de aprendizaje mediante
basados en computador -AABC-, indica que los estudiantes que
colaboración, es definida como “…coordinación sincrónica de
aprenden en estos ambientes, deben tener habilidades para regular
una actividad de aprendizaje, que es el resultado de un esfuerzo
su propio proceso de aprendizaje debido a la estructura que
continuo para construir y mantener una imagen compartida de
poseen estos sistemas computacionales; es decir, el aprendiz tiene
un problema” (pág. 70) [33]. De acuerdo con los estudios, aún
que tomar decisiones sobre qué aprender, cómo aprenderlo,
falta claridad sobre el efecto que tiene la co-regulación sobre el
cuánto tiempo interactuar con el ambiente, cómo y cuándo
logro de aprendizajes, cuando éste es apoyado con escenarios
acceder a las ayudas que el software tiene implementadas, además
computacionales, además de establecer su influencia sobre el
de establecer la forma de monitorear y controlar su proceso de
desarrollo de competencias de aprendizaje autorreguladoras, en
aprendizaje [15], [9], [22], [2], [1]. En estos escenarios es
donde pequeños grupos de estudiantes comparten la
necesario que los estudiantes comprendan la tarea, establezcan
responsabilidad en el desarrollo de una tarea de aprendizaje
metas específicas, determinen la estrategia de estudio a usar,
apoyado con un ambiente computacional [54],[37].
evalúen, en su momento, la eficacia de las estrategias utilizadas
para el logro de las metas y finalmente, valoren sus procesos de
construcción de conocimiento con el fin de regular su aprendizaje
de una forma más eficaz.
Leguizamón, Myriam., López, Omar. (2010). Efecto de las metas en el aprendizaje
co-regulado con ambientes computacionales. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 448-455, Santiago de
Chile.

448
2. APRENDIZAJE AUTORREGULADO
Para Schunk y Zimmerman el aprendizaje autorregulado es un Los estudiantes que asumen metas de aprendizaje persisten más
proceso a través del cual los estudiantes activan y mantienen tiempo en la resolución de tareas difíciles y le atribuyen el éxito o
cogniciones, conductas y afectos, los cuales están orientados al el fracaso académico a causas internas que son controlables por
logro de sus metas de aprendizaje [43]. Por tanto, se puede ellos mismos [25]. Estos aprendices utilizan, de forma más eficaz,
afirmar, que los estudiantes que regulan su aprendizaje construyen estrategias cognitivas y metacognitivas, además de tener unas
conocimiento de forma significativa y se orientan intrínsecamente creencias motivacionales más adaptativas hacia sí mismos y hacia
para el logro de metas de aprendizaje. En el entorno escolar, los las tareas que emprenden. En el caso de las metas de desempeño,
estudiantes que son capaces de regular su aprendizaje son existe una mayor discrepancia sobre su repercusión en la
promotores activos de su propio proceso de construcción de motivación y en general en el aprendizaje autorregulado. Los
conocimiento y, en esta medida, alcanzan mejores resultados de efectos de las metas de desempeño, en la motivación y en el
logro académico en general. Esto se consigue a través de la puesta rendimiento académico, son diferentes y dependen del objetivo
en práctica de una serie de estrategias cognitivas, motivacionales de comparación social, es decir, se puede perseguir la
y conductuales [55]. La utilización deliberada de estas estrategias, competencia con los demás pares o, simplemente, la meta puede
no solo permite al sujeto, construir conocimiento de forma establecerse para evitar juicios negativos sobre la propia valía
significativa, sino que, conlleva a un autoconocimiento respecto [14] , [29].
de las formas individuales más eficaces para utilizar o aplicar lo En este ámbito de trabajo, las metas pueden se auto-impuestas o
aprendido, con base en las experiencias previas. asignadas por un agente externo. Las primeras hacen referencia a
las metas que el estudiante se fija de forma autónoma y de
Los estudios indican que los estudiantes que regulan su acuerdo a sus intereses, expectativas, percepción de autoeficacia 1
aprendizaje tienen una alta motivación hacia el aprendizaje y, en y conocimientos previos, entre otras [39]. Por el contrario, las
consecuencia, se formulan metas específicas, planifican metas asignadas, se refieren a las fijadas o impuestas por otro(s)
actividades, monitorean el desempeño durante la ejecución de agentes educativos [7] (profesor, compañeros, etc).
tales actividades, se evalúan continuamente de acuerdo con las
metas y criterios fijados y, finalmente, valoran el producto de su 2.2 Aprendizaje co-regulado
proceso de aprendizaje, siendo característico en los mismos, la En el contexto educativo, el aprendizaje colaborativo ha sido
persistencia ante la presencia de dificultades en el desarrollo de objeto de múltiples investigaciones al ser considerado de gran
las tareas [26]. importancia pedagógica. El aprendizaje colaborativo se presenta
cuando "... dos o más sujetos construyen sincrónica y
2.1 Establecimiento de metas recíprocamente una solución común a un cierto problema" [10].
Los estudios muestran que las metas guían el esfuerzo y las En este tipo de aprendizaje se asume que la construcción de
acciones del estudiante en una dirección particular y sirven como conocimiento, de cada uno de los sujetos, se produce a partir de
norma para la autoevaluación de aprendizajes [44]. En este campo las interacciones sociales y de los acuerdos que se alcanzan entre
de trabajo, las metas pueden ser de aprendizaje o de desempeño. los pares [8]. En este orden de ideas, la colaboración entre pares
Las metas de aprendizaje se enfocan en la ganancia de promueve la construcción de conocimiento, el trabajo en equipo y
conocimiento y el desarrollo de habilidades específicas (p.e. la autonomía en el aprendizaje, entre otras.
“quiero aprender mucho de este tema”), mientas que las metas de
desempeño se centran en el cumplimiento de la tarea y en la La colaboración en el aprendizaje se constituye en una estrategia
comparación social sin importar el nivel de dominio o de didáctica para favorecer tanto la capacidad autorreguladora como
comprensión que se tenga de la misma (p.e. “quiero aprobar la el logro académico obtenido por los estudiantes. Lo anterior es
asignatura”) [41]. Los investigadores coinciden en señalar que, válido en la medida en que la colaboración se refiere,
en el contexto educativo, se debe fomentar el uso de metas de básicamente, al hecho de compartir responsabilidades entre los
aprendizaje [13]. Diferentes estudios han encontrado que la miembros de un grupo de trabajo en el desarrollo de una tarea de
orientación hacia metas de aprendizaje se relaciona positivamente aprendizaje. De acuerdo con la perspectiva cognitivo social del
con el uso de estrategias de aprendizaje autorregulado [55], [29]. aprendizaje [6], la colaboración entre pares actuaría como un
Por tanto, el desafío de los profesores es hacer que el estudiante facilitador de la autorregulación propiamente dicha [23].
establezca sus propias metas de aprendizaje. En este sentido,
algunos investigadores piensan que la transferencia de la Los investigadores educativos, interesados en la perspectivas
responsabilidad del aprendizaje hacia el estudiante es equivalente socio-cognitiva del aprendizaje en colaboración, han estudiado
a la transferencia de la meta de aprendizaje [40],[31]. cómo pequeños grupos de estudiantes regulan su aprendizaje
internamente [36], [50]. En el entorno escolar se pueden
La clasificación de las metas, ha sido ampliada en trabajos más identifican varias formas de regulación social. En primer lugar, el
recientes [48], [12]; al respecto, se han propuesto además de las término "regulado por otro" es aplicado en contextos de
metas de aprendizaje y las metas de desempeño, las metas de
evitación de desempeño. Que se refieren a las metas que se 1
imponen los estudiantes para evitar juicios negativos sobre la Con el término autoeficacia nos referimos a los juicios
propia valía. Estas se caracterizan por el establecimiento de metas personales sobre las capacidades propias para organizar y poner
simples, desde un punto de vista comparativo, con respecto a sus en práctica las acciones necesarias con el fin de alcanzar un
compañeros de clase (p.e. “no quiero ser el único que pierda el nivel de logro académico propuesto [6].
curso”).

449
aprendizaje heterorregulados, en donde generalmente, el profesor sistemática, su nivel de comprensión para aplicar los correctivos
es quien decide las metas de aprendizaje y las estrategias de del caso si a ello hay lugar [29], [52], [56].
estudio, entre otras. En segundo lugar, el término ‘‘regulación
compartida”, se refiere al aprendizaje autónomo, es decir, en esta No obstante lo anterior, la mayoría de los estudiantes presentan
dinámica de aprendizaje, los grupos de estudiantes se auto- dificultad en la regulación de su aprendizaje al usar este tipo de
imponen metas de aprendizaje y, a su vez, ejercen un monitoreo y escenarios; situación que afecta negativamente el logro académico
control compartido, no solo sobre la tarea sino, sobre el nivel de obtenido cuando se enfrentan a temáticas desafiantes, como puede
aprendizaje alcanzado por cada uno de los integrantes del grupo ser el caso de la educación en tecnología [1], [21] y [45]. Ante
(co-regulación). esta situación es frecuente que se utilicen estrategias de
aprendizaje ineficaces como copiar información de los ambientes
En esta perspectiva de trabajo, el monitoreo en el desarrollo de la hipermedia o navegar de forma libre por el ambiente, sin tener
tarea no se reduce a la actividad de construcción de conocimiento objetivos claros y metas de aprendizaje específicas [1]. De igual
individual [49] sino que la naturaleza de la co-regulación, en forma, se ha evidenciado a través de estudios que los aprendices
situaciones de aprendizaje mediante colaboración, se basa en la presentan una marcada tendencia a no valerse de la ayuda o
negociación de saberes a partir de las representaciones que tiene asesoría del profesor o de pares más competentes para comprender
cada uno de los integrantes frente a la tarea de aprendizaje [10]; y desarrollar la tarea de aprendizaje cuando aprenden en
[32]. ambientes computacionales. Ellos prefieren aprender de manera
aislada [3].
Algunos investigadores indican que los estudiantes que aprenden
en colaboración con otro par pueden desarrollar habilidades de 2.4 Diseño del ambiente hipermedia
aprendizaje autorregulado a través de las interacciones con su Para el desarrollo del ambiente computacional se eligió el modelo
compañero de equipo. Esto es posible en la medida en que dos o, de aprendizaje autorregulado basado en la teoría del
más aprendices, tienen una visión compartida de la meta de procesamiento de la información propuesto por Winne y sus
aprendizaje, supervisan y evalúan las estrategias de estudio colegas [52] y [53]. El ambiente hipermedia contiene el dominio
utilizadas, comparten juicios sobre sus propias representaciones y de conocimiento sobre resolución de problemas tecnológicos
progresos y proponen diferentes soluciones ante las posibles mediante la utilización de diferentes operadores mecánicos. El
dificultades en el desarrollo de la tarea. En otras palabras, los escenario posee diferentes herramientas computacionales, las
aprendices estarían en la capacidad de desarrollar habilidades cuales fueron diseñadas de forma específica para ayudar a los
como la planificación, supervisión, autoevaluación, fijación de estudiantes a solucionar problemas que integran el uso de
metas y ajuste de estrategias de estudio a partir de la interacción distintos operadores tecnológicos. Por otro lado, éste integra
con sus pares en el desarrollo de la tarea de aprendizaje [18], [47]. diferentes herramientas que facilitan y estimulan la co-regulación
del aprendizaje en pequeños grupos de trabajo (Grafico 1).
2.3 Aprendizaje autorregulado con ambientes
hipermedia Logro
Logro dede Aprendizaje
Aprendizaje

Los sistemas hipermedia son un tipo de AABC, que


fundamentalmente consisten en bases de conocimiento conectadas Metas
Metas
1
Productos
Solución al 1 2 3
Características
Auto-impuestas Diseño de
a través de nodos de información no lineales en donde el aprendiz Retroalimentación
externa 12 2
N.Asignadas
3
Complejidad
E S A
Grado Dominio
Estrategias
estrategia
problema
Características
tecnológico
del estado actual
de la tarea
N. Complejidad
E S A
Grado Dominio

puede acceder a la información desde cualquier nodo y el número Retroalimentación


externa
Conocimientos
prev ios
Resultados de
de veces que desee. La información contenida en estos nodos Tarea de Estrategias de
Conocimientos aprendizaje

Retroalimentación
aprendizaj e
aprendizaje previos Metodología de
Operadores
Autoeficacia proyectos

puede ser representada en varios formatos (texto, gráficos, video,


tecnológicos

PROFESOR
Problemas Estrategias de tecnológicos
CBLEs
tecnológicos aprendizaje
Motiv av ión Retroalimentación interna
Retroalimentación interna
sonido y animación). En teoría, la estructura de estos ambientes le Sistema
Autoeficacia

Hipermedia Monitoreo
permite al estudiante un mayor control sobre los contenidos y Monitoreo
Complej idad 2
GRUPO DE Alcanzado

mejores niveles de interactividad. Por otro lado, se ha ESTUDIANTES


Comparar
características Grado Dominio E
Medio

argumentado que los escenarios hipermedia motivan al aprendiz a ESTUDIANTE

construir su propio conocimiento de forma significativa [18], Colaboración


Asesor
Colaboración

[20], [52] y [24]. ESTUDIANTE ESTUDIANTE


PROFESOR

Los estudios muestran que los ambientes hipermedia pueden ser


usados de forma eficaz si los estudiantes emplean habilidades Grafico 1. Modelo de aprendizaje autorregulado
autorreguladoras cuando interactúan con ellos [3]. Los sistemas
hipermedia, al estar estructurados en un formato no lineal, exigen El escenario está constituido, en primer lugar, por el profesor,
que los estudiantes regulen su aprendizaje en lo motivacional, lo quien cumple el papel de asesor del proceso de aprendizaje y se
cognitivo y lo conductual. Es decir, en este tipo de escenarios, los constituye en un apoyo social con que cuenta el estudiante. En
estudiantes deben analizar la tarea de aprendizaje para fijar las segundo lugar, el grupo de aprendices, como sujetos que se
respectivas metas y determinar qué estrategia deben utilizar. comprometen y se sienten responsables de su propio proceso de
Seguidamente, deben establecer el proceso de monitoreo de su aprendizaje y son capaces de trabajar de forma colaborativa. En
proceso de aprendizaje para realizar las respectivas tercer lugar, el ambiente hipermedia, que posee una base de
modificaciones o ajustes a los planes, metas, estrategias o conocimientos sobre la utilización de diferentes operadores
esfuerzos, en relación con las condiciones contextuales, sí es tecnológicos para solucionar problemas tecnológicos.
necesario. Por otro lado, el estudiante debe valorar de forma

450
El escenario computacional se elaboró en el lenguaje de 4.2 Competencias autorreguladoras
programación visual Basic 6.0, con una base de datos en access Los estudiantes que participaron en la investigación respondieron
2007, para registrar los diferentes eventos de los grupos de el Cuestionario de Estrategias de Aprendizaje y Motivación
trabajo. Este posee tres características: 1) el hipermedia asigna a (MSLQ), desarrollado por Pintrich y sus colegas [27], [28]. Este
un grupo de estudiantes metas de aprendizaje y, a otro le brinda la es un cuestionario de autorreporte en el cual se plantea a los
oportunidad de fijarse sus propias metas, de acuerdo con su estudiantes una serie de preguntas sobre su motivación para el
percepción de eficacia colectiva, conocimientos previos y el valor estudio y sobre las estrategias de aprendizaje que emplea. El
que le asigne a la tarea de aprendizaje, entre otras; 2) el software cuestionario se responde con arreglo a una escala Likert de 7
le facilita al aprendiz la supervisión de su aprendizaje a través de puntos (1=no, nunca;…;7=Sí, siempre) y consta de dos
juicios metacognitivos, de tal manera que el estudiante emprenda componentes principales: Uno dirigido a la motivación y el otro,
las acciones necesarias para regular su motivación, su cognición o al uso de estrategias de aprendizaje. El componente de motivación
su conducta, en función del nivel de progreso de la meta de hace referencia a los procesos a través de los cuales el estudiante
aprendizaje a lograr; y, 3) el profesor estaría en capacidad de inicia y mantiene el interés por el desarrollo de actividades
proporcionar asesoría específica sobre la utilización del software académicas y está compuesto por cinco escalas que relacionan
o sobre el dominio de conocimiento (resolución de problemas diferentes aspectos motivacionales: 1) metas de orientación
tecnológicos mediante operadores mecánicos), siempre y cuando, intrínseca, 2) metas de orientación extrínseca, 3) valoración de la
ésta sea solicitada por los grupos de estudiantes. tarea, 4) creencias de autoeficacia y, 5) creencias de control de
aprendizajes.
3. METODOLOGÍA
3.1 Participantes Por su parte, el segundo componente, estrategias de aprendizaje,
En el estudio participaron 87 estudiantes (36 hombres y 51 está constituido por nueve escalas que evalúan diferentes
mujeres), correspondientes a dos cursos del grado séptimo del aspectos: 1) uso de estrategias de repaso, 2) elaboración, 3)
Colegio Panamericano Puente de Boyacá - Colombia, institución organización, 4) pensamiento crítico, 5) metacognición, 6)
educativa de carácter público. La investigación se llevó a cabo en Manejo del tiempo y ambiente de estudio, 7) regulación del
los espacios académicos de la asignatura de tecnología e esfuerzo, 8) aprendizaje con pares y, 9) búsqueda de ayuda. Es
informática. La edad de los estudiantes oscila entre 10 y 14 años de indicar, que el cuestionario, en su conjunto, tiene una
(promedio =12,26 años, SD=0,895). fiabilidad alta, de 0.901. El valor del α de Cronbach para el
componente de motivación es de 0,880 y, para el componente de
estrategias de aprendizaje es de 0.912.
3.2 Diseño de la investigación
La investigación tiene un diseño cuasi-experimental con grupos
previamente conformados, correspondientes a los cursos regulares 4.3 Ambiente computacional
de la institución. A los estudiantes se les aplicó un test de Durante el trabajo de campo los estudiantes utilizaron el software
autorreporte (Motivated Strategies for Learning Questionnaire - “Operadores tecnológicos” diseñado específicamente para el
MSLQ) para evaluar la capacidad de autorregulación al finalizar desarrollo de la investigación. Básicamente, el ambiente
la experiencia. Además, todos los aprendices de forma individual, hipermedia contiene información gráfica, textual, animaciones y
al final de la experiencia presentaron una evaluación de una herramienta de simulación (taller) conectada a través de
conocimientos, la cual fue tomada como variable dependiente. La nodos en donde el aprendiz puede resolver diferentes problemas
variable independiente fue la formulación de metas con dos tecnológicos. El ambiente computacional se instaló en una sala de
valores: metas autoimpuestas y metas asignadas. El análisis de los informática de la institución. A los grupos de estudiantes les fue
datos se realizó a través del software Statistical Pakage for the asignado un código de identificación para ingresar al escenario
Social Science (SPSS) V-15.0. computacional, el cual registra todos los eventos adelantados por
el grupo de aprendices cuando interactúan con el software.
4. INSTRUMENTOS El ambiente computacional ofrece tres problemas tecnológicos
4.1. Logro de aprendizaje que los estudiantes deben resolver, con base en los operadores que
Los estudiantes presentaron una evaluación de forma individual al se les proporciona y atendiendo a las restricciones propias del
finalizar la experiencia. La prueba de conocimientos fue mismo, como son la cantidad de operadores disponibles y
estructurada en dos partes: la primera referida a dominios teniendo en cuenta las metas. Para cada uno de los grupos que
conceptuales de las etapas la metodología de proyectos participaron en la investigación, el software presentaba dos
tecnológicos y del uso de operadores mecánicos en donde la posibilidades: para el primer grupo, que asignara las metas que
evaluación se realizó a través de preguntas de selección múltiple pretendían alcanzar con respecto a cada uno de los problemas
con única respuesta y se plantearon, adicionalmente, actividades propuestos (metas autoimpuestas), para el segundo grupo le
de apareamiento. La segunda parte se basó en la resolución de dos proponía algunas metas que los equipos de trabajo debían
problemas tecnológicos utilizando operadores mecánicos. La alcanzar (metas asignadas). Este procedimiento se realizaba por
calificación que recibió el estudiante, en cada caso, se basó en las las unidades colaborativas al iniciar el software, previo trabajo
respuestas correctas. Las evaluaciones se administraron en una individual de los participantes, donde cada uno propone una
aplicación computacional, la cual registraba los datos de forma solución a cada problema. Una vez se resolvía el problema el
automática. La evaluación muestra una fiabilidad alta (α de ambiente hipermedia realizaba unas preguntas relacionadas con el
Cronbach de 0,835). cumplimientos de las metas.

451
Durante el trabajo los grupos dialogaban y registraban de manera Los estudiantes que se auto-impusieron metas de aprendizaje
escrita en el software las conclusiones a las que llegaban respecto alcanzaron una media en el logro de aprendizaje de 3.8023 con
a cada paso del proceso, puesto que el ambiente estaba diseñado SD=0,649, mientras que el promedio en el logro de los
con las etapas del proyecto tecnológico, que se basa en una serie estudiantes que se les asigno la meta fue de 3,130 con una
de preguntas para orientar el trabajo. SD=0,615 (grafico 2).

4.4 Procedimiento 5.1 Relaciones entre motivación, estrategias de


Los cursos participantes fueron asignados a una, de las dos
condiciones de trabajo. En cada curso se agruparon de forma aprendizaje y logro académico
voluntaria tres estudiantes los cuales asumieron una de las dos La tabla 2 presenta los coeficientes de correlación (Pearson) entre
situaciones experimentales: grupo 1, trabajo colaborativo con los dos componentes principales del cuestionario MSLQ
metas auto-impuestas; y grupo 2, trabajo colaborativo con metas (motivación y estrategias de aprendizaje) con el logro educativo
asignadas. Los estudiantes trabajaron durante tres semanas en los obtenido por los estudiantes. Se puede evidenciar que el logro de
espacios académicos de la asignatura de tecnología e informática aprendizajes está asociado de forma significativa con la
con el escenario computacional. Al finalizar la experiencia, los motivación (r=0,256 a un nivel de 0.05) y con las estrategias de
aprendices presentaron, de forma individual, una evaluación sobre aprendizaje (t=0,289 a un nivel de 0.01). También se evidencia
resolución de problemas tecnológicos y otra sobre manejos que existe una asociación fuerte entre motivación y estrategias de
conceptuales de la metodología de proyectos tecnológicos y aprendizaje (0.706 a un nivel de 0.01).
operadores mecánicos. Una semana después de finalizar el trabajo
en el aula de informática, les fue aplicado el cuestionario MSLQ. Logro
académico M.A.
M.A. Correlación de Pearson ,256(*)
5. RESULTADOS E.A. Correlación de Pearson ,289(**) ,706(**)
Se realizó un análisis de varianza (ANOVA) en el que la variable Nota 1: ** La correlación es significativa al nivel 0,01 (bilateral). * La
dependiente es el logro de aprendizaje (solución de problemas correlación es significante al nivel 0,05 (bilateral).
tecnológicos, conocimientos conceptuales), con una variable Nota 2: M.A. = Motivación hacia el aprendizaje; E.A.= Estrategias de
independiente (metas auto-impuestas, metas asignadas). Los aprendizaje.
supuestos a tenerse en cuenta en el análisis ANOVA son: 1) la Tabla 2.Correlaciones entre los componentes del MSLQ y
normalidad de la variable dependiente, supuesto que se verificó logro educativo
con el test de Kolmogorov-Smirnov (z= 1,145 p≤0,145); y, 2) la
homogeneidad de varianzas de los grupos, el cual se verificó con A fin de examinar, en mayor detalle, las correlaciones entre el
la prueba de Levene (F (1,85)=0.369 p≤0,545). logro académico y los distintos factores del cuestionario MSLQ,
se realizó un análisis complementario para determinar en qué
Los resultados del ANOVA se presentan en tabla 1. Se evidencia factores se encuentran dichas correlaciones (tabla 3). Se puede
diferencias significativas entre las medias en el logro académico evidenciar que el logro educativo tiene una asociación
entre los estudiantes que se auto-imponen metas de aprendizaje, significativa con tres factores motivacionales y cinco factores de
frente a quienes se les asigna la meta, con una F(1,85) = 24,521 estrategias de aprendizaje. Las correlaciones más altas
con una p≤0,001. corresponde a la puntuación de estrategias de manejo del tiempo y
ambiente de estudio (r=0,385), seguida de las puntuación de
Suma de Media estrategias de pensamiento crítico (r=0,299), estrategias de
cuadrados gl cuadrática F Sig. autorregulación (r=0,298), autoeficacia (r=0,288) y valor de la
Inter- 24,52 tarea (r=0,279) a un nivel de 0.01. Por último, se encuentran las
9,810 1 9,810 ,000
grupos 1 orientación hacia metas intrínsecas (r=0,255), estrategias de
Intra- elaboración (r=0,239) y estrategias de repaso (r=0,222) a un nivel
34,006 85 ,400
grupos de 0.05.
Total 43,816 86
Variable dependiente: Logro de aprendizaje
Tabla 1. Resultados del ANOVA

Nota 1: ** La correlación es significativa al nivel 0,01 (bilateral). * La correlación es


significante al nivel 0,05 (bilateral).
Nota 2: L.A.= Logro de aprendizaje; M.O.I.= metas de orientación intrínsecas;
M.O.E.= metas de orientación extrínsecas; V.T.= valor de la tarea; C.C.A.= control de
creencias de aprendizaje; AUT.= autoeficacia; E.R.= estrategia de repaso; E.E.=
estrategias de elaboración; E.O.= estrategias de organización; E.P.C.= estrategias de
pensamiento crítico; E.A.= estrategias de autorregulación; M.T.A.= manejo de tiempo
y ambiente de estudio; E.P.R.= esfuerzo para la regulación; A.O.P.= aprendizaje con
otro par; P.A.= pedir ayuda
Grafico 2. Medias del logro de aprendizajes Tabla 3. Correlaciones de las categorías del MSLQ entre sí
con el logro educativo

452
Con respecto a las correlaciones entre las diferentes categorías El aprendizaje socialmente compartido hace que los estudiantes
motivacionales y de estrategias de aprendizaje del cuestionario vean a sus compañeros de grupo como recursos importantes, los
MSLQ, la mayor parte de éstas presentan correlaciones cuales les permitirán alcanzar los resultados de aprendizaje
significativas a nivel de 0.01. De los datos presentados en la tabla individual esperados. La composición de los grupos de estudio
3, se evidencia que todas las categorías de motivación presentan permite a los estudiantes maximizar las oportunidades de apoyo
altas correlaciones entre sí, a nivel de 0.01. Del mismo modo, los mutuo, monitoreo compartido y el intercambio de ayuda. Además
datos evidencian que las correlaciones, entre las diferentes de tener un efecto positivo sobre la percepción de eficacia
categorías de motivación y estrategias de aprendizaje, mantienen colectiva, la cual a su vez, facilita el desarrollo de competencias
esta misma tendencia. Sólo un caso no mostró una correlación para la regulación del aprendizaje [51], [46].
fuerte: esfuerzo para la regulación (E.P.R.) y control de creencias
de aprendizaje (C.C.A.). Con respecto a las correlaciones de las Los datos evidencian que la co-regulación social en el
categorías de estrategias de aprendizaje entre sí, los datos dan aprendizaje, crea una percepción de eficacia colectiva positiva en
cuenta de asociaciones significativas entre la mayoría de éstas a el grupo de trabajo que se genera por el intercambio de
nivel de 0.01. Sin embargo, la categoría de esfuerzo para la información y la autoevaluación en conjunto con su capacidad
regulación (E.P.R.) no correlaciona con las categorías de para resolver los diferentes problemas propuestos en la fase de
estrategias de elaboración (E.E.) y con las estrategias de aprendizaje. Consecuentemente con nuestros resultados, podemos
organización (E.O.). afirmar de forma empírica, que la co-regulación social permite a
las parejas de estudiantes construir una percepción positiva de
eficacia colectiva, la cual se origina cuando los aprendices se
6. DISCUSIÓN Y CONCLUSIONES autoimponen una meta y hacen el respectivo monitoreo grupal del
Los resultados obtenidos en la investigación vislumbran la
logro de la misma en función de sus resultados de aprendizaje
existencia de una fuerte relación entre el establecimiento de metas
real. Esta condición de aprendizaje en colaboración hace que los
de aprendizaje autoimpuestas con el logro académico obtenido
estudiantes autoevalúen de forma más positiva sus creencias de
por estudiantes de secundaria que co-regulan su aprendizaje en
eficacia personal y grupal para lograr las metas de aprendizaje
ambientes hipermedia en el área de tecnología e informática. Por
[51], [46].
lo tanto, este hallazgo contribuye, con evidencia empírica, a
demostrar que el logro académico de estudiantes de secundaria
Se evidenció, a través de los registros computacionales, que los
puede ser mejorado a través de la co-regulación. Estos resultados
estudiantes en la condición de metas auto-impuestas van
están en concordancia con los hallazgos de [3], quien encontró
ajustando, de forma eficaz, las metas de aprendizaje en la medida
que estudiantes universitarios que trabajan en solitario y se auto-
en que desarrollan con éxito los diferentes problemas
impone metas de aprendizaje, cuando interactúa con una
tecnológicos. En este sentido, logran que las metas sean más
enciclopedia hipermedia, planean y monitorean su aprendizaje de
concretas, realistas y alcanzables. En relación con la primera
forma eficaz. En nuestro estudio, estos procesos se activaron de
característica de las metas, el uso específico de operadores
forma colaborativa lográndose, de igual forma, resultados
mecánicos permite que los estudiantes den soluciones óptimas a
positivos.
los problemas tecnológicos planteados en el hipermedia. Con
respecto a la segunda, los aprendices son más objetivos con sus
A sí mismo, estos resultados se encuentran en concordancia con
capacidades académicas (autoeficacia) y, con relación a la tercera,
trabajos previos en donde la construcción de conocimiento entre
esta se evidencia en la medida en que los aprendices pueden
compañeros de clase amplía las posibilidades de orientación
alcanzar la meta en los tiempos establecidos. Estos resultados
académica de los estudiantes en relación con el uso de estrategias
están en correspondencia con los hallazgos de [42], quienes
[19], [34] y la motivación hacia el aprendizaje [11], [34] y [35].
encontraron que los estudiantes universitarios que siguieron metas
En nuestro estudio, el aprendizaje socialmente compartido (co-
de aprendizaje logran una mejor percepción de autoeficacia de sus
regulación), ejerce una influencia positiva sobre la motivación
capacidades, siguieron un progreso sistemático en su proceso de
hacia el aprendizaje en ambientes computacionales y tiene un
aprendizaje y desarrollaron más competencias autorreguladoras.
papel importante en la iniciación y mantenimiento de un
aprendizaje autorregulado [16], [37]. En consonancia con los
El aprendizaje co-regulado, facilitó el logro académico individual,
resultados de [16] y [37], los resultados del estudio sugieren que
el cual a su vez, se correlacionó positivamente con factores
la regulación compartida entre los integrantes de un grupo que
motivacionales y el uso de estrategias de aprendizaje (test
interactúan con escenarios computacionales facilita a los
MSLQ). Esto parece indicar que una motivación adecuada, por
aprendices el desarrollo de habilidades de aprendizaje
parte de los integrantes del grupo de estudio, puede influir en el
autorregulado, en la medida en que influencia de forma positiva la
uso eficaz de estrategias de aprendizaje y en consecuencia, en el
motivación para desarrollar la tarea de aprendizaje y a su vez,
rendimiento académico de los estudiantes. Finalmente, nuestros
incrementa el uso de estrategias de planificación, monitoreo y
resultados sugieren que el aprendizaje de la tecnología, entre
control del aprendizaje. Por otro lado, se confirman las
compañeros de estudiantes de secundaria, apoyado por ambientes
conclusiones de [30] sobre la relación que existe entre motivación
hipermedia, puede facilitar el desarrollo de su capacidad de
y estrategias de aprendizaje. Es decir, los resultados de nuestro
regulación en el aprendizaje. En particular, los grupos de
estudio indican que la motivación hacia el aprendizaje está
estudiantes comparten estrategias de aprendizaje y, en la medida
directamente relacionada con el uso de estrategias cognitivas,
en que logran metas, mantienen la motivación durante todo el
metacognitivas y de gestión de recursos en el aprendizaje de la
proceso de aprendizaje. Las características del escenario
tecnología con escenarios computacionales.

453
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455
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

APIS: UNA HERRAMIENTA DE SOPORTE AL


APRENDIZAJE COLABORATIVO DE LA INGENIERÍA DEL
SOFTWARE
Juan Carlos Yelmo, Juan Fernández-Corugedo
Universidad Politécnica de Madrid
España
jcyelmo@dit.upm.es, jfcorugedo@yahoo.es

RESUMEN
En particular, se describe el contexto de evolución de las
En este artículo se describe la experiencia de innovación asignaturas relacionadas para su adaptación a los postulados
educativa en torno al aprendizaje de la materia Ingeniería del docentes y organizativos del Espacio Europeo de Educación
Software en la especialidad de Telemática de la titulación de Superior (EEES), el entorno de laboratorio y de herramientas de
Ingeniero de Telecomunicación en la Universidad Politécnica de soporte al aprendizaje colaborativo de la Ingeniería del Software
Madrid. En particular, se describe un proyecto de adaptación de y, más en concreto, entraremos en detalles en la descripción de
la asignatura Laboratorio de Ingeniería del Software a los la herramienta APIS (Administración de Proyectos en Ingeniería
postulados docentes y organizativos del Espacio Europeo de del Software), herramienta Web desarrollada en el
Educación Superior. En este contexto, se ha desarrollado APIS, Departamento del Ingeniería de Sistemas Telemáticos (DIT-
una aplicación Web para soporte al aprendizaje colaborativo de UPM) para soportar la gestión de procesos de desarrollo de
la Ingeniería del Software. software basados en el modelo iterativo propuesto por el
denominado Modelo de Proceso Unificado [1].
Palabras clave Esta experiencia de innovación educativa se ha llevado a cabo
Ingeniería del Software, Ingeniería Telemática, Aprendizaje principalmente en relación con la asignatura Laboratorio de
Colaborativo, Espacio Europeo de Educación Superior. Ingeniería del Software. Se trata de una asignatura de quinto
curso de la especialidad de Telemática que se imparte desde el
curso 98-99 en el contexto de implantación del Plan 94 de la
1. INTRODUCTION titulación. La asignatura apunta desde el comienzo (anterior a la
declaración de Bolonia en junio de 1999) hacia un enfoque de
En este artículo se describe la experiencia de innovación
metodología docente centrada en el aprendizaje y el trabajo
educativa en torno al aprendizaje de la materia Ingeniería del
colaborativo de los alumnos con seguimiento y tutoría por parte
Software en la especialidad de Telemática de la titulación de
de los profesores de la asignatura y evaluación continua. Los
Ingeniero de Telecomunicación, dentro del plan de estudios
alumnos se agrupan en equipos de proyecto, donde cada
actual (Plan 94 1) de la Universidad Politécnica de Madrid
miembro del equipo tiene asignado un rol y una responsabilidad
(UPM), plan que en breve dará paso a la nueva estructura de
compartida en la consecución de objetivos globales. A cada
Grado y Máster propuesta por el plan de convergencia europea
equipo se le asigna un proyecto de desarrollo de un sistema
en materia de educación.
software, en general una aplicación distribuida o un servicio
telemático, y realizan el proyecto a lo largo del semestre con la
tutoría de un profesor supervisor y el soporte de un conjunto de
1 herramientas de ingeniería del software y una plataforma web
http://www.etsit.upm.es/estudios/ing-telecomunicacion-plan-
de-estudios.html para publicación de contenidos docentes, gestión de proyecto y
trabajo colaborativo distribuido. La evaluación continua se
realiza en base a los documentos, demostraciones,
presentaciones y resultados entregados por los alumnos a lo
largo del semestre.
Yelmo, Juan Carlos., Fernández, Juan . (2010). APIS: Una Herramienta de Soporte al La asignatura está sometida desde su implantación a un proceso
aprendizaje Colaborativo de la Ingeniería del Software. En J. Sánchez (Ed.): Congreso anual de revisión y mejora de sus métodos docentes, esquema
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 456-464, Santiago de Chile. organizativo, herramientas y plataforma telemática de soporte.

456
Este proceso de mejora continua se intensificó desde el curso
2005-06, año en que la asignatura ha sido un proyecto piloto de
implantación de nuevos métodos docentes y evaluadores
vinculados al sistema de créditos europeo (European Credit
Transfer System-ECTS) en el programa de implantación del
EEES y Calidad de la Enseñanza de la UPM. En este contexto,
se revisaron sus objetivos, contenidos y estructura organizativa y
se rediseñó el entorno de herramientas de soporte a la docencia.
En particular, se actualizó una primera versión de APIS, basada
en tecnologías Web y Java EE, que actuaba como front-end de
la plataforma de trabajo colaborativo BSCW [2]. Esta
herramienta se ha utilizado con éxito a lo largo de varios cursos
en la impartición del laboratorio y en el curso 2009-10 ha sido
rediseñada completamente a la luz de la experiencia de uso con
objeto de mejorar su funcionalidad y prestaciones, actualizar sus
tecnologías de implementación y entorno de ejecución y hacerla
autocontenida e independiente de BSCW, de forma que APIS
pueda funcionar con otras plataformas de trabajo colaborativo o Figura 1. La especialidad de Telemática en el Plan 94
de gestión de aprendizaje, en particular Moodle [3].
En el resto del artículo se proporciona información sobre el En resumen, el grueso de la formación en ingeniería del
contexto docente de la formación en ingeniería del software software, dentro de la especialidad de telemática, se lleva a cabo
dentro de la especialidad de Ingeniería Telemática para, a en las asignaturas Ingeniería del Software y Laboratorio de
continuación, describir en detalle la organización y metodología Ingeniería del Software.
docente del Laboratorio de Ingeniería del software y el
propósito y resultados de este proyecto de innovación educativa,
que se concreta en la herramienta APIS en el contexto del
La asignatura de Ingeniería del Software es una típica asignatura
entorno de herramientas de soporte docente del Laboratorio.
teórica con un programa introductorio, amplio y generalista (es
decir no aplicado en exclusiva a sistemas y servicios de
2. LA INGENIERÍA DEL SOFTWARE EN telecomunicación) sobre la disciplina. El propósito es dotar a los
INGENIERÍA TELEMÁTICA alumnos de los conocimientos y capacidades necesarios para
entender y abordar no sólo las facetas técnicas del desarrollo
El plan de estudios 94 de la Escuela Técnica Superior de industrial de sistemas software, sino sus aspectos organizativos,
Ingenieros de Telecomunicación de la UPM contempla la económicos y sociales. La asignatura se estructura en tres
elección de especialidad en el segundo semestre del cuarto curso grandes bloques temáticos:
(es un programa de cinco años), momento en que los alumnos
pueden optar por una de las tres especialidades de la titulación:
Electrónica, Telemática y Comunicaciones. En el caso de la • El proceso de desarrollo de software. Descripción general
especialidad de Telemática, las primeras asignaturas específicas de los modelos de ciclo de vida y los diferentes procesos,
son Software de Comunicaciones e Ingeniería del Software. A técnicas y herramientas involucrados en el de desarrollo de
partir de quinto curso los alumnos cursan el Laboratorio de software, desde la captura de requisitos a la garantía de
Software de Comunicaciones como obligatoria de especialidad y calidad de sistemas software. Estos procesos vienen a
pueden elegir entre un conjunto de asignaturas optativas coincidir básicamente con los procesos del ciclo de vida
agrupadas en dos itinerarios (intensificaciones): Redes y definidos en el estándar ISO 12207 [4] y con las áreas de
Servicios de Comunicaciones y Sistemas Informáticos. En conocimiento definidas en el SWEBOK [5].
función de la definición parcialmente abierta de las
intensificaciones y la oferta de optativas comunes, en la práctica • Técnicas de Orientación a Objetos [1]. En este bloque se
ambas intensificaciones se entremezclan en el itinerario describe una metodología general de análisis y diseño de
académico elegido por los alumnos de la especialidad 2. En sistemas software en base al Modelo de Proceso Unificado
particular, la intensificación de Sistemas Informáticos tiene y al enfoque orientado a objetos, con UML como lenguaje
como laboratorio obligatorio el Laboratorio de Ingeniería del de modelado.
Software, que también puede cursarse como optativa en la
intensificación de Redes y Servicios de Comunicaciones. La • Gestión de proyectos [6]. En este bloque se describen
siguiente figura resumen de forma gráfica la estructura de la conceptos y técnicas de gestión de proyectos de software
especialidad de telemática en el Plan 94. (estimación, planificación, gestión de riesgos, etc.) junto
con aspectos económicos y humanos relacionados con la
gestión de equipos de trabajo en proyectos de desarrollo.

El programa de la asignatura se completa con conferencias


2 invitadas en las que profesionales con responsabilidad en
http://www.dit.upm.es/asignaturas-de-grado.html

457
materia de ingeniería del software en empresas del sector tratan • Coordinación de equipos de desarrollo y división del
temas diversos en relación con la práctica profesional o aspectos trabajo
técnicos avanzados. A modo de ejemplo, algunos de los temas
tratados en los últimos cursos han sido: externalización de • Gestión de configuración en proyectos de desarrollo
actividades de verificación y validación, el estándar ITIL 3 para de software
gestión de servicios TI, arquitecturas de núcleos de ejecución de
servicios bancarios, gestión de la innovación y protección de la
propiedad industrial e intelectual.
• Uso de estándares de modelado y documentación

Esta asignatura ha evolucionado en los últimos años hacia un • Diseño de arquitectura de aplicaciones y servicios
modelo de aprendizaje basado en la evaluación continua y la telemáticos
combinación de clases magistrales con prácticas guiadas y
trabajo en grupo. • Análisis y diseño orientado a objetos de una
En cuanto al Laboratorio de Ingeniería del Software, su aplicación software
objetivo básico es reforzar el aprendizaje de los conceptos y
técnicas de ingeniería del software que los alumnos deben haber • Uso de herramientas de soporte en las diferentes fases
adquirido en la asignatura Ingeniería del Software, o disciplinas del proceso de desarrollo.
complementando los conocimientos teóricos con las habilidades
prácticas necesarias para poder utilizar técnicas, metodologías,
estándares, notaciones y herramientas de soporte de amplio uso Los casos de estudio han de realizarse siguiendo una
y aceptación en el desarrollo industrial de aplicaciones del planificación, un esquema organizativo y un conjunto de
software. técnicas y herramientas similares a los utilizados en proyectos de
desarrollo de software reales en la práctica profesional. Para la
realización de los casos de estudio los alumnos constituyen
En el caso del Laboratorio, se concreta el campo de aplicación equipos de proyecto compuestos por cuatro o cinco miembros.
de la ingeniería del software en los sistemas y servicios de Los equipos de trabajo se organizan con criterios de reparto de
telecomunicación: servicios de Internet móvil, servicios en responsabilidades y división del trabajo, por lo que cada
convergencia, aplicaciones de cloud computing, servicios miembro del equipo ha de jugar un rol principal. El nombre y
telemáticos para el ciudadano, etc. funciones específicas de cada rol dependerán del modelo de
proceso adoptado, pero en general estarán muy próximos a los
La siguiente sección describe en detalle el enfoque organizativo siguientes:
y docente de esta asignatura.
• Responsable de Proyecto. Coordina el equipo de
trabajo y es responsable de la planificación y
seguimiento del proyecto. Es el interlocutor del
3. EL LABORATORIO DE INGENIERÍA equipo de trabajo con el profesor supervisor del caso
DEL SOFTWARE de estudio y presenta los resultados del proyecto.
El Laboratorio de Ingeniería del Software es una asignatura
eminentemente práctica que desarrolla la mayor parte de su • Responsable de Gestión de Configuración. Propone
programa en forma de sesiones de laboratorio y trabajo y pone en práctica procedimientos y herramientas para
colaborativo presencial y remoto libremente organizado por los la evolución controlada del sistema en desarrollo. Es
grupos de prácticas.. Para ello, se propone a los alumnos una responsable de la creación y mantenimiento de la
serie de casos de estudio de desarrollo de software. En general, baseline de proyecto e integrador del sistema final y
se proponen ejemplos de aplicaciones distribuidas y servicios las versiones intermedias.
telemáticos en convergencia que resulten realistas y
motivadores. No obstante, la asignatura pone énfasis en la • Responsable de Análisis. Interpreta y completa los
metodología de desarrollo en si misma y no en el producto requisitos del sistema y los formaliza en un conjunto
software o servicio a desarrollar, limitando el esfuerzo de de modelos de análisis. Como resultado final obtendrá
implementación mediante integración de componentes la especificación de requisitos del sistema.
preexistentes, tanto de desarrollo propio como disponibles en
forma de código fuente abierto, y mediante el uso de emuladores • Responsable de Diseño. Parte de la especificación de
de servicios auxiliares (centros de servicios MMS o SMS, requisitos del sistema para derivar un diseño software
servicios de posicionamiento, etc.). En cualquier caso, las del sistema a desarrollar. Este diseño formaliza la
prácticas están diseñadas para ilustrar los siguientes aspectos: estructura del sistema con suficiente detalle como para
permitir su realización física. Con frecuencia el
• Gestión y planificación de proyectos de desarrollo de responsable del diseño es también el responsable de la
software implementación del sistema.

3
http://www.itil-officialsite.com

458
Una vez que cada equipo de trabajo tiene asignado proyecto, sistema operativo, un conjunto de herramientas comunes a las
comienza su desarrollo propiamente dicho. Las prácticas asignaturas del departamento: entorno ofimático, IDEs, entorno
consisten en la planificación, gestión, seguimiento y realización de ejecución Java, etc.
del proyecto de desarrollo asignado mediante el ciclo de vida y
La red del laboratorio cuenta con varios servidores de propósito
el conjunto de técnicas, notaciones, herramientas y estándares
general para su gestión y operación: Servidor de
propuestos para el caso.
Administración, Servidor Web, Servidor Moodle, Servidor de
control de acceso remoto, Servidores de binarios, Router
(Proxy/firewall), etc.
Respecto del ciclo de vida, se han propuesto diferentes
alternativas a lo largo de los últimos años: ciclo en cascada, El servidor de acceso remoto permite el acceso autenticado a la
modelo de proceso unificado, procesos ligeros, etc. Sin red y servicios del laboratorio desde el exterior (vía Web y
embargo, en los últimos cursos se ha optado por una versión VNC). De hecho, este tipo de acceso es el más frecuente desde
ligera de proceso iterativo inspirada en el Modelo de Proceso hace varios años, ya que la gran mayoría de los alumnos dispone
Unificado [1]. de ordenadores personales y acceso a Internet de banda ancha,
pudiendo trabajar en las prácticas desde cualquier lugar e
Los alumnos presentan el trabajo realizado mediante un
incluso instalando localmente todo el entorno necesario y
conjunto de entregas y presentaciones a lo largo del semestre.
prescindiendo por tanto de los recursos del laboratorio docente
Estas entregas consisten en documentos técnicos y de gestión,
en la UPM.
modelos de análisis y diseño, código fuente, configuraciones
software y, en general, cualquier producto intermedio o final Al margen de estos servicios comunes, cada asignatura del
relevante del proceso de desarrollo de la aplicación software. El departamento que lo precise puede contar con un servidor
plan de entregas depende de ciclo de vida asignado al equipo de virtualizado para gestionar cuentas de grupo o despliegue de
trabajo y del plan de proyecto elaborado por el propio equipo al herramientas y entornos de ejecución específicos. Este es el caso
comienzo del semestre. del Laboratorio de Ingeniería del Software, que cuenta con un
servidor (Odín) donde se instala el entorno específico de
En cuanto a las presentaciones, se realizan una o dos
desarrollo y despliegue necesario para los proyectos propuestos.
presentaciones intermedias ante profesores y resto de alumnos,
Estos componentes varían cada curso en función de la evolución
mediante las que los equipos de trabajo realizan un informe de
tecnológica y del tipo de casos de uso propuestos. En los
progreso del proyecto, justifican decisiones de diseño o
últimos cursos los componentes desplegados en Odín son los
selección de herramientas y tecnologías y tratan de convencer de
siguientes:
las ventajas de su sistema y de la adecuación de su enfoque de
realización. Hay también una presentación final de la asignatura
que incluye además una demostración de la aplicación o servicio
desarrollado. Se trata en general de un prototipo operativo en • Entorno de desarrollo y ejecución: entorno Java, IDE
base a los casos de uso principales del caso propuesto. Eclipse (con plug-ins específicos), Subversion,
Apache, Tomcat, Axis, MySQL, PHP5, etc.
La evaluación del Laboratorio de Ingeniería del Software es
continua y se hace en base a las prácticas realizadas y las • Componentes y emuladores: SMS-C, MMS-C,
presentaciones que los equipos de prácticas hacen a alumnos y Emulador de servicios de posicionamiento (Ericsson
profesores a lo largo del semestre. MPS), eyeOS (desktop web para servicios cloud
computing), etc.
En la presentación final, los alumnos actúan de evaluadores de
las presentaciones de todos los grupos de su aula a excepción • Emuladores de sistema operativo para terminales
del grupo propio. Para ello completan una hoja de evaluación celulares: java ME toolkit, Android, etc.
que entregan al final de cada sesión. La plantilla de evaluación
disponible orienta a los alumnos sobre los diferentes aspectos a
valorar: objetivos, estructura y contenidos, expresión, uso de También se cuenta con licencias de educación de algunas
recursos didácticos, ritmo y duración, interacción con la herramientas comerciales de soporte a la ingeniería del software
audiencia, demostración, etc. como IBM RSA (UML) e IBM Doors (Ingeniería de requisitos).

En resumen, el laboratorio cuenta con los siguientes recursos


4. EL ENTORNO DE HERRAMIENTAS específico: un sitio Web con información pública y restringida,
DE SOPORTE AL APRENDIZAJE una comunidad en la plataforma Moodle del Departamento y un
servidor con un entorno específico para el desarrollo y
El Departamento de Ingeniería de Sistemas Telemáticos de la despliegue de servicios telemáticos.
UPM dispone de dos laboratorio docentes con una capacidad
conjunta de unos 160 puestos de prácticas. Cada puesto cuenta
con un PC que puede arrancar un sistema operativo LINUX o Este entorno se completa con una herramienta de desarrollo
Windows (también hay máquinas con Mac OS X). La imagen propio que soporta el trabajo colaborativo en torno a un proceso
del sistema operativo puede recargarse desde un servidor de de desarrollo de software inspirado en el Modelo de Proceso
binarios disponible en la red del laboratorio siempre que el Unificado. Este herramienta se describe en la siguiente sección.
usuario lo necesite. Esta imagen incluye, además del propio

459
5. APIS, UNA HERRAMIENTA PARA EL front-end o aplicación cliente de BSCW, herramienta de trabajo
colaborativo que se utilizaba para soportar el trabajo en grupo y
APRENDIZAJE COLABORATIVO DE LA la gestión documental de las entregas realizadas.
INGENIERÍA DEL SOFTWARE
Esta herramienta se ha utilizado con éxito a lo largo de varios
El Modelo de Proceso Unificado [1] es una propuesta de cursos en la impartición del laboratorio y en el curso 2009-10 ha
proceso de desarrollo vinculada al Lenguaje Unificado de sido rediseñada completamente con objeto de mejorar su
Modelado (UML) y elaborada inicialmente por la misma funcionalidad y prestaciones y hacerla autocontenida, de forma
empresa (Rational, hoy día adquirida por IBM) y equipo de que APIS pueda funcionar de forma autónoma o con otras
trabajo que propuso este lenguaje de modelado. Se trata de un plataformas de trabajo colaborativo o de gestión de aprendizaje,
proceso iterativo y dirigido por riesgos que se basa en una en particular Moodle [3].
sucesión de mini-proyectos (iteraciones) que refinan y
En las siguientes subsecciones se ofrece una descripción más
completan incrementalmente el sistema en desarrollo hasta su
técnica de la funcionalidad, arquitectura y tecnologías de
versión final de producción. Este conjunto de mini-proyectos
implementación de la aplicación rediseñada.
puede verse como sucesivos recorridos por las secuencia de
actividades de un ciclo de vida en cascada.
5.1 Requisitos funcionales
Desde la revisión docente de la asignatura Laboratorio de
Ingeniería del Software en el curso 2005-06 en el contexto del Como ya se ha descrito, el objetivo principal de APIS es
proyecto de asignatura piloto para convergencia en el EEES, se proporcionar a los usuarios la capacidad de realizar todas las
optó por una versión ligera del Modelo de Proceso Unificado tareas y gestiones involucradas en un proyecto de desarrollo de
como proceso básico a utilizar por los grupos de prácticas del software, guiado por la metodología propuesta en la asignatura
laboratorio. Por ligero, entendemos una adaptación del modelo Laboratorio de Ingeniería Software.
de proceso general que selecciona sólo los artefactos más Las tareas y gestiones concretas que debe proporcionar el
relevantes para documentar el sistema en desarrollo. Además, sistema dependen del tipo de usuario que haga uso de él, así
los alumnos sólo desarrollan las iteraciones correspondientes a como del perfil que utilice dentro del sistema.
las fases de Inicio y Elaboración con los siguientes objetivos:
Actualmente existen tres tipos de usuarios:
 Fase de Inicio: obtener una visión global de los objetivos
y requisitos del sistema y determinar la viabilidad técnica • Alumno: En este conjunto se incluyen todos los alumnos
y económica del proyecto. matriculados en el laboratorio. Podrán acceder al sistema
con dos perfiles distintos: grupo de trabajo o usuario
 Fase de Elaboración: Captura iterativa de la mayor parte individual. Estos usuarios utilizarán la aplicación para
de los requisitos del sistema, determinación de la completar el proyecto asignado a su equipo de trabajo. Los
arquitectura del sistema y desarrollo incremental de ésta en roles que puede asumir cada miembro del equipo han sido
base a los casos de uso principales del sistema. detallados en la sección 3.
• Profesor: En este conjunto se incluyen todos los profesores
Además de estos objetivos principales, los alumnos realizan y personal docente que impartan el laboratorio. Podrán
tareas vinculadas a las disciplinas de Gestión de Proyecto, acceder al sistema con dos perfiles distintos: supervisor o
Gestión de Configuración y Entorno. administrador. Estos usuarios accederán a la aplicación
para realizar un seguimiento tanto del progreso de los
El hito que en el caso de un proyecto de desarrollo real se alumnos asignados a sus proyectos como del
correspondería con el fin de la fase de Elaboración se hace funcionamiento general de la aplicación.
coincidir con el fin del trabajo académico para los alumnos,
momento en que los alumnos realizan una demostración de un • Personal autorizado: En este grupo se incluyen aquellas
prototipo operativo que implementa los casos de uso principales personas que han recibido autorización por parte del
del sistema. En general, la mayoría de los grupos realiza el personal docente del laboratorio para acceder al sistema
proyecto en base a una o dos iteraciones en la fase de Inicio y con el perfil administrador.
dos o tres iteraciones en la fase de Elaboración. La forma más intuitiva de reflejar los requisitos funcionales
El Laboratorio de Ingeniería del Software cuenta con una gráficamente es a través de un diagrama de casos de uso.
aplicación Web de soporte a la versión adaptada del Modelo de
Proceso Unificado. Esta aplicación (APIS) permite definir
proyectos, participantes, roles, iteraciones, artefactos y entregas
y es utilizada por los miembros del proyecto para adaptar el
modelo de proceso a su caso de estudio, registrar los
documentos elaborados y realizar entregas: conjunto de
artefactos que constituyen un compromiso de entrega en un hito
de proyecto.
La aplicación APIS permite el trabajo colaborativo remoto de
los miembros del proyecto y el seguimiento por parte del
profesor supervisor. En su implementación inicial, APIS era un

460
La siguiente figura muestra, a modo de ejemplo, la interfaz de
la aplicación para el perfil supervisor.

Figura 3. Pantalla de control de proyectos de un Supervisor

5.2 Requisitos no funcionales


A continuación se describen algunas conclusiones del análisis
de requisitos respecto de los requisitos no funcionales más
relevantes.

Seguridad
Los requisitos prioritarios en materia de seguridad tienen que
Figura 2. Diagrama de casos de uso ver fundamentalmente con los mecanismos de control de acceso
(autenticación y autorización) y gestión de sesiones. En este
En el diagrama pueden apreciarse cuatro actores distintos. Estos
sentido, se ha propuesto un esquema de control de acceso
actores se han generado en base a los perfiles de uso
basado en roles (RBAC, Role-Based Access Control). Este
identificados más arriba para cada uno de los tipos de usuario de
esquema está basado en la creación de un conjunto de roles
la aplicación.
dentro de la estructura organizativa de los usuarios que
Las características de cada uno de estos actores pueden accederán al sistema. Cada uno de estos roles representa un
resumirse a continuación: conjunto de funciones que pueden llevar a cabo los individuos
pertenecientes a este rol. Para cada una de las operaciones que
• Proyecto: Este actor representa al grupo de trabajo hay en el sistema se define el conjunto de roles que tienen
asignado a un proyecto de desarrollo software concreto. A permiso para realizarla.
través de este actor pueden acceder a la definición inicial y
al estado actual del proyecto todos los usuarios Como gestor de autenticación se hace uso del servidor LDAP de
pertenecientes a un grupo de trabajo. la UPM, el cual tendrá definidas sus políticas de reintentos y
bloqueo de usuarios. De esta manera la herramienta no almacena
• Trabajador: Este actor aglutina todos los roles propios de ninguna de las contraseñas que son usadas para acceder a la
un equipo de desarrollo software: Jefe de proyecto, aplicación, por lo que cualquier actualización o cambio de las
responsable de gestión de configuración, Analista y mismas es transparente para el sistema.
diseñador. A través de él, es posible que cada integrante de
un equipo de desarrollo pueda realizar aquellas tareas que Otro aspecto fundamental de seguridad consiste en la gestión
le han sido asignadas. que realiza tanto la aplicación como el contenedor de servlets de
las sesiones que actualmente están abiertas. Para cada petición
• Supervisor: Este actor representa a los profesores de la recibida se realizan dos validaciones, validez de la sesión y
asignatura, que utilizan la aplicación para proponer casos posible robo de sesión. Estos robos pueden realizarse si un
de estudio y supervisar su desarrollo. usuario malintencionado consigue hacerse con el identificador
• Administrador: Este actor representa a aquellos usuarios de sesión que ha establecido el servidor para ese usuario.
encargados del mantenimiento y supervisión de la
aplicación. Sus funciones son independientes del desarrollo
de los proyectos establecidos.

461
Usabilidad • Aplicación: Esta capa, también conocida como
Controlador, aglutina todos los componentes encargados
Este requisito afecta particularmente al diseño de la interacción de controlar el flujo de datos y de atender las peticiones del
de los usuarios con la herramienta de gestión de proyectos, de usuario y ejecutar la lógica interna del sistema.
tal manera que la captura de datos, la navegación, la
administración, el mantenimiento y la inserción de documentos • Datos: También denominada Modelo. En esta capa residen
sean naturales y ajustadas a las necesidades de los usuarios todos los componentes encargados de interactuar con el
finales de la aplicación. En este sentido se ha cuidado mecanismo de persistencia de datos de la aplicación,
especialmente el diseño de páginas, la disponibilidad de ayuda formada en este caso por una base de datos relacional.
on-line, tanto global como contextual, y la internacionalización
Esta separación en capas hace de la aplicación un sistema
completa de la aplicación.
modular, flexible y extensible, permitiendo la modificación de
aspectos importantes del sistema sin tener que llevar a cabo una
Robustez refactorización completa.
Los factores fundamentales a tener en cuenta en este sentido son La arquitectura puede resumirse en el siguiente esquema visual:
la disponibilidad y el funcionamiento correcto de la aplicación
ante picos de uso intensivo en cuanto a número de usuarios y
transferencia de grandes volúmenes de información. En el caso
de la disponibilidad, se cuenta básicamente con los mecanismos
de mantenimiento generales del Centro de Cálculo del
departamento: monitorización, reinicios programados, política
de back-ups, etc. Para validar el comportamiento de la
aplicación ante su uso intensivo se han realizado pruebas de
stress (ver más adelante)

Mantenibilidad
La mantenibilidad es un requisito importante en cualquier
proyecto y más aun cuando la aplicación no se desarrolla por
parte de una empresa con personal, procedimientos, recursos y
herramientas dedicadas a esta labor. En nuestro caso se trata de
un desarrollo académico, que se lleva a cabo en gran medida por
alumnos becados que dejan la Universidad al acabar sus
estudios, por lo que la evolución de la aplicación se lleva a cabo
por nuevos alumnos que no han participado en su
implementación inicial. En este sentido, se ha cuidado
especialmente el diseño de arquitectura, la documentación del
código y la existencia de manuales y documentación técnica, de
forma que sea viable la evolución del sistema con
desarrolladores en permanente rotación.
Figura 4. Esquema general de la arquitectura
5.3 Arquitectura y selección de tecnologías Las tecnologías utilizadas en la implementación de la aplicación
son las siguientes:
En un primer nivel, APIS está diseñada siguiendo el patrón
estructural Modelo-Vista-Controlador (MVC), impuesto por el • Java (J2EE). Entorno de programación y ejecución de
framework base utilizado para el sistema. aplicaciones.
Las capas en las que está estructurado el sistema son las • Apache Struts. Framework de creación de aplicaciones
siguientes: Web basadas en Java.
• Presentación: Los componentes de esta capa, también • Apache iBatis. Framework de capa de persistencia para
conocida como Vista, tienen por función la realización del correspondencia objeto-relacional.
modelo de interacción con el usuario y la presentación de
información. Como se puede comprobar en el esquema • Javascript y AJAX. Lenguajes de scripting para creación de
(Fig. 4), existen dos circuitos distintos de peticiones: aplicaciones Web interactivas.
Síncronas y asíncronas. Las primeras son consecuencia de • HTML y CSS. Formato de datos y hojas de estilo de
una acción consciente del usuario, que solicita al sistema presentación.
una determinada acción. Las segundas se generan
automáticamente, vía AJAX, sin que el usuario sea • Apache Tomcat. Contenedor J2EE para Servlets y JSPs.
consciente de ello, y no modifican la vista entera, sino solo
• MySQL. Gestor de bases de datos relacionales.
un segmento de la misma.

462
5.4 Validación
Para asegurar en la medida de lo posible el correcto
funcionamiento del sistema se han llevado a cabo una serie de
pruebas sobre los componentes críticos del código, así como
sobre el sistema global para verificar que cumple los requisitos.

Pruebas unitarias
Estas pruebas permiten verificar el comportamiento de los
componentes del sistema por separado.
Se ha puesto énfasis en los componentes de la capa de datos.
Estos componentes se encargan de las operaciones básicas que
el sistema realiza sobre la información que gestiona. Para llevar Figura 6. Tiempos de respuesta durante las pruebas de stress
a cabo estas pruebas se han codificado pruebas de todos los
componentes de la capa de datos utilizando el framework JUnit.

Pruebas de stress
Estas pruebas pretenden verificar y analizar el comportamiento
del sistema frente a situaciones en las que muchos usuarios estén
realizando acciones sobre él simultáneamente.
Se puede simplificar suponiendo dos perfiles de
comportamiento distintos por parte de los usuarios: Los que
realizan una navegación normal sobre la aplicación, consultando
y alterando datos del sistema, y los que manipulan ficheros del
sistema, tanto subiendo nuevos ficheros como descargando los
que ya contiene el sistema.
Figura 7. Consumo de CPU durante las pruebas de stress
Para llevar a cabo estas pruebas se ha utilizado un software
comercial llamado Web Application Testing (WAPT),
configurándolo para que simule peticiones provenientes de
veinte usuarios distintos sobre el sistema. En ambos casos (navegación normal y transferencia de ficheros)
se ha comprobado que el sistema es capaz de asumir una carga
Las siguientes figuras muestran datos de consumo de memoria y muy alta de peticiones sin degradar los tiempos de respuesta del
CPU y tiempo de respuesta durante las pruebas de stress. sistema ni los recursos consumidos por éste.
En cuanto a los tiempos de respuesta, el sistema ha demostrado
tener un comportamiento más que suficiente, presentando unos
tiempos de respuesta adaptados al número de peticiones
concurrentes, pero sin degradar el rendimiento del sistema a
niveles inaceptables.

6. CONCLUSIONES
En este artículo se ha descrito la experiencia de innovación
educativa en torno al aprendizaje de la materia Ingeniería del
Software en la especialidad de Telemática de la titulación de
Figura 5. Consumo de memoria durante las pruebas de stress Ingeniero de Telecomunicación de la UPM. En particular, se ha
descrito el proyecto de adaptación de la asignatura Laboratorio
de Ingeniería del Software a las nuevas directrices docentes
emanadas de la declaración de Bolonia. En este contexto, se ha
descrito en detalle la organización y metodología docente de la
asignatura, el propósito y resultados de este proyecto de
innovación educativa, el entorno de herramientas de soporte
docente del Laboratorio y la herramientas APIS, como ejemplo
de herramienta docente de soporte al aprendizaje colaborativo.
La experiencia nos ha permitido revisar y mejorar notablemente
la eficacia docente de la asignatura en términos de organización,
metodología y entorno de herramientas de soporte al

463
aprendizaje, así como la medida de carga de trabajo real para [4] ISO/IEC 12207:2008 “Systems and software engineering –
alumnos y profesores para proponer una medida realista de Software life cycle processes,” ISO JTC 1/SC 7, Mar.
esfuerzo en ECTS. 2008.
El juicio sobre la mejora docente del laboratorio se sustenta en [5] A. Abran, J. W. Moore. Eds “Guide to the Software
la valoración del profesorado y en las encuestas realizadas a los Engineering Body of Knowledge (SWEBOK)” IEEE
alumnos, tanto en relación directa con el proyecto de innovación computer Society, Mar. 2004.
educativa, como a través de la evaluación que realiza el centro
[6] J.T. Marchewka. Information Technology Project
anualmente. Este procedimiento de evaluación se ha actualizado
Management. Providing Measureable Organizational
en el curso 2009-10, en conformidad con las directrices de la
Value. 3ª Edición. John Wiley & Sons, 2009.
Agencia Nacional de Evaluación de la Calidad y Acreditación
del Gobierno Español, dentro de su programa Docentia.
En la encuesta directamente asociada con el proyecto de
innovación educativa, había un interés especial en medir la
dedicación necesaria del alumno para superar la asignatura. En
este sentido, las encuestas realizadas reflejan una media de
dedicación declarada por los alumnos de unas 110 horas para
superar la asignatura. Estas mismas encuestas reflejan una buena
valoración sobre el grado de aprendizaje de conocimientos
adquiridos en la asignatura y los métodos docentes empleados.
Con los parámetros habituales de cálculo, la carga de trabajo
para el alumno se situaría por tanto en torno a 3,7-4,4 ECTS (en
función de la habitual orquilla de valoración en horas de los
ECTS). A partir de estas cifras, la carga docente real para el
profesorado se sitúa en torno a las 50-55 horas.
Quedan muchos retos por delante y probablemente el más
importante sea adaptar la formación de la materia de Ingeniería
del Software a la nueva arquitectura de la titulación en base a los
dos niveles académicos de grado y máster.

7. AGRADECIMIENTOS
Los autores quieren agradecer la contribución y dedicación a
este proyecto de Mercedes Garijo y Miguel Ángel de Miguel,
profesores del Laboratorio de Ingeniería del Software, de Pedro
Clemente y Luis Mateos, primeros desarrolladores de APIS y
del personal del Centro de Cálculo del DIT-UPM, siempre
dispuestos a apoyar la evolución tecnológica de los laboratorios
docentes. Finalmente, dar las gracias al Vicerrectorado de
Ordenación Académica y Planificación Estratégica de la UPM
por su apoyo y financiación de este proyecto de innovación
educativa.

REFERENCIAS
[1] C. Larman, Applying UML and Patterns. An introduction
to Object-Oriented Analysis and Design and Iterative
Development, 3ª edición, Upper Saddle River, NJ, USA:
Prentice Hall PTR, 2004.
[2] W. Appelt. WWW based Collaboration with the BSCW
System. SOFSEM’99: Theory and Practice of Informatics.
Lecture Notes in Computer Science, 1999, Volume
1725/1999, 762, DOI: 10.1007/3-540-47849-3_4.
[3] P. del Canto et al. Cómo usamos Moodle en nuestras
asignaturas adaptadas al EEES. IEEE-RITA, Vol. 5, No. 3,
Ago. 2010.

464
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

FÚTBOLMATH
Julia María Garzón, Martha González de Rueda, Pablo Amaya Tarazona
Colegio Las Américas I.E.D
Colombia
julyocampo1@gmail.com, magodirueda@gmail.com, pablo.amaya@gmail.com

RESUMEN 1. INTRODUCCIÓN
Recurso educativo digital diseñado en Micromundos Pro, Con el propósito de mejorar los procesos pedagógicos en el
FÚTBOLMATH es un software que presenta al estudiante Colegio Las Américas, tomando como referente las orientaciones
ejercicios que permiten practicar algunos temas de matemáticas y curriculares de la Secretaría de Educación de Bogotá en
un juego de fútbol donde los objetos virtuales se mueven de informática educativa, que promueve la incorporación de la
acuerdo a coordenadas y direcciones dadas por los usuarios del tecnología en los procesos educativos para enriquecer las
software. Este juego se diseñó en un trabajo de integración de prácticas pedagógicas; se buscan estrategias para innovar en
docentes de Informática y Matemáticas del Colegio Las Américas metodologías de enseñanza y crear ambientes de aprendizaje que
I.E.D., para reforzar el aprendizaje de números enteros, plano motiven la adquisición de conocimientos. Como docentes de
cartesiano, ángulos y vectores. informática, somos promotores del cambio en los métodos de
enseñanza, motivadores y asesores de los demás docentes de la
institución en el uso pedagógico de la informática.
Diseño, desarrollo y evaluación de software
educativo En la búsqueda de estrategias para aplicar estas orientaciones, se
encontró que el uso de software constructivista en ambientes
Palabras clave lúdicos es una alternativa viable por sus muchas ventajas. El
software Micromundos Pro fue adquirido por la Secretaría de
Matemáticas, software educativo, juego virtual, plano cartesiano,
Educación distrital para que los docentes (previa capacitación) lo
números enteros.
empleen como estrategia para desarrollar el pensamiento lógico y
crear ambientes de aprendizaje que motiven al estudiante. En este
ABSTRACT caso el diseño de un juego virtual de fútbol -creado a partir de este
software- es un buen pretexto para aplicar nuevas formas de
Digital educational resource designed in Microworlds Pro, integración y aplicación de la tecnología informática.
FÚTBOLMATH is software that introduces the student to practice
exercises that allow practice of some topics in mathematics and a Esta integración con los docentes de aula para mejorar los
football game where the virtual objects move according to procesos de enseñanza es la base pedagógica del software, porque
coordinates and directions given by the users of software. This la informática no es una asignatura aislada, es una herramienta y
game is designed in an integrated work of teachers of Informatics ambiente de aprendizaje en todas las áreas de enseñanza en una
and Mathematics in College Las Américas I.E.D., to reinforce the institución educativa.
learning of integers numbers, Cartesian plane, angles and vectors.
2. JUSTIFICACIÓN
Key words
Mathematics, educational software, virtual game, Cartesian plane, La matemática en la escuela tiene un papel esencialmente
integers. instrumental, que por una parte se refleja en el desarrollo de
habilidades y destrezas para resolver problemas de la vida
Design, development and evaluation of práctica, para usar ágilmente el lenguaje simbólico, los
educational software procedimientos y algoritmos y por otra, en el desarrollo del
pensamiento lógico formal.
Garzón, Julia., González, Martha., Tarazona, Pablo. (2010).
Fútbolmath. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, El conocimiento matemático en la escuela es considerado hoy
Volumen 1, pp 466-473, Santiago de Chile.
como una actividad social que debe tener en cuenta los intereses y
la afectividad del niño y del joven. Como toda tarea social debe
ofrecer respuestas a una multiplicidad de operaciones e intereses
que permanentemente surgen y se entrecruzan en el mundo actual.

465
Su valor principal está en que organiza y da sentido a una serie de confusión proviene, en general de la separación entre la apariencia
prácticas a cuyo dominio hay que dedicar esfuerzo individual y visible de la notación y el significado subyacente de la misma.
colectivo. La tarea del educador matemático conlleva entonces
una gran responsabilidad, puesto que las matemáticas son una De manera más precisa, una gran parte de los alumnos intenta ver
herramienta intelectual potente, cuyo dominio proporciona el significado de una notación, exclusivamente sobre la base de su
privilegios y ventajas intelectuales. apariencia visible, como por ejemplo el "-2" y lo que significa
(sus conexiones, su representación simbólica, sus aplicaciones).
Las reglas mismas deben tener un significado inicial en las que
En los centros educativos públicos y privados, se evidencia un son justificadas en términos significativos, pero es la notación
desagrado por el aprendizaje de las matemáticas debido a la falta formal quien determina la regla. Un alumno que necesita en cada
de innovaciones didácticas que motiven y hagan práctica la paso una referencia significativa, tendrá dificultades de
instrucción de la misma. A la actitud de rechazo al estudio de esta comprensión en los procesos que impliquen manipulaciones
asignatura, se agrega el factor de alta mortalidad en el área que, múltiples, pero comprenderá mucho menos, usando solamente la
especialmente en la secundaria alcanza niveles preocupantes. notación formal, es decir, sin las referencias citadas. Este es uno
de los problemas centrales en la enseñanza - aprendizaje de las
Los medios de enseñanza que se utilizan en la escuela no siempre matemáticas en el uso de los números enteros.
favorecen el logro de los diversos tipos de aprendizaje que se
espera alcanzar, en particular, el planteamiento y análisis para la Cuando se habla en términos significativos en el caso de la
solución de problemas queda relativamente limitado cuando los educación matemática y en el uso de los números enteros se
medios de enseñanza solamente emplean tiza, tablero, profesor y precisa que el lenguaje es un vehículo necesario para la
texto. La exploración por parte de los alumnos de ambientes de comunicación de ideas. En matemática el simbolismo formal es
aprendizaje que sean ricos en situaciones para recrear o llegar al otra manera de realizar la comunicación principalmente escrita.
conocimiento, favorece el aprendizaje conceptual y por
descubrimiento. Este lenguaje escrito de las matemáticas opera en dos niveles, el
primero es el nivel semántico donde los símbolos y las notaciones
Una de las estrategias para crear situaciones favorables es el uso son dadas con un significado claro y preciso, que se identifica con
del computador, porque es un medio que le permite al estudiante el lenguaje ordinario. Los símbolos matemáticos también tienen
interactuar e inferir conceptos, en un ambiente dinámico, un segundo nivel, el sintáctico en el que las reglas pueden ser
agradable y práctico para él. operadas sin referencia directa a ningún significado. Este nivel
sintáctico es un elemento esencial en el desarrollo de las
Esta situación expuesta es una de las razones por las cuales se matemáticas.
cree necesario trabajar el diseño de un software educativo que
permita al estudiante asimilar de una manera fácil y rápida los El lenguaje de las matemáticas debe ser más amplio, el idioma
conceptos de plano cartesiano, números enteros, ángulos y ordinario tiene que ayudar a interpretar el lenguaje simbólico, lo
vectores, y así facilitar la solución de problemas cotidianos, al que produce un conflicto de precisión. El lenguaje ordinario
mismo tiempo haciendo agradable su aprendizaje. puede expresar su significado a pesar de que se cometan abusos
de incomprensión, este lenguaje puede también ser usado para
expresar emociones, dar opiniones, discutir cualidades o valores.
Por el contrario, el lenguaje de las matemáticas es más preciso,
3. MARCO REFERENCIAL está sometido a reglas exactas, no comunica su significado, salvo
por la interpretación exacta de estos símbolos, y no puede
La aplicación transversal de la tecnología Informática brinda a los expresar emociones, juicios o valores. Este es el conflicto
docentes amplias posibilidades de aplicación, en el caso de involucrado en el uso del lenguaje ordinario dentro del contexto
FútbolMath, se eligió un ambiente de aprendizaje lúdico buscando matemático.
aprovechar las ventajas que el juego tiene en la motivación de los
estudiantes, la inclusión de actividades que le permitan jugar al Dichos lenguajes y conflictos se deben considerar para el tema de
estudiante y a la vez aprender un tema permiten convertir el esta investigación, el concepto de números enteros, plano
aprendizaje en una experiencia divertida. El software diseñado en cartesiano, vectores y su uso con relaciones simbólicas gráficas,
el Colegio Las Américas es una simulación virtual de un juego de así como su operatividad suelen presentar al alumno
fútbol que busca reforzar conceptos matemáticos en un ambiente considerables dificultades al encontrarse con ellos en un único
de aprendizaje creado como resultado de un trabajo conjunto escenario o contexto de sus clases de matemáticas, donde son
entre docentes de matemáticas e informática definidos y no hay una relación con las situaciones cotidianas del
estudiante.
En este trabajo se analizaron diversos aspectos pedagógicos y
conceptuales de las áreas en estudio, comenzando por la Los cambios de contexto y de escenarios hacen posible una
semiótica. La matemática ha desarrollado una sintaxis y un relación más amplia del conocimiento, en este caso de los
vocabulario propios, aunque sus símbolos y terminologías no sean números enteros y plano cartesiano; aquí con una apropiación del
en exclusiva de la matemática misma. Esta área del conocimiento lenguaje sintáctico y semántico, un lenguaje gráfico empleado en
tiene una notación que le es propia y hace posible la aplicación el software "FútbolMath" que pretende extender y desarrollar más
formal de las reglas de la aritmética o del álgebra. Esta notación allá del dominio general y de sus aplicaciones. Se establece el
formal de las matemáticas es esencial en el desarrollo de la misma encuentro con el programa de una manera emotiva, en el que
y es causa de confusión en la opinión de los alumnos; esta pueda interactuar y de alguna manera reafirmar lo conceptual, de

466
tal manera que pueda discutir y desarrollar competencias cotidianas de las personas (trabajo, estudio, diversión), muchos
comunicativas democráticas para que pueda acercarse a las niños y adolescentes dedican gran cantidad de tiempo a
competencias de desarrollo de pensamiento como predecir, aprovechar su aspecto más lúdico, los video juegos. Los
conjeturar, establecer inferencias, crear imágenes entre otros, con ordenadores también son empleados en las escuelas como
estrategias de movimiento que se acercan al lenguaje geométrico ambientes de aprendizaje empleando software educativo
con modelos gráficos. especializado; integrar estas aplicaciones de la informática en un
juego diseñado de acuerdo a la metodología y el lenguaje
En este sentido aparecen actividades que permiten expresar matemático planteado en el marco referencial es un reto para los
lateralidad y comprensión lógica espacial del concepto de docentes del Colegio Las Américas.
números enteros, plano cartesiano y vectores: con dos secciones
de práctica y ubicación espacial para dominar el lenguaje propio ¿Cómo motivar y dar sentido desde la informática al uso de los
del software antes de entrar al juego de fútbol donde jugadores y números enteros, el plano cartesiano y vectores mediante la
balón se mueven de acuerdo a coordenadas, direcciones y motivación con situaciones lúdicas y recursos multimediales en
desplazamientos en el plano cartesiano de la superficie de juego. un juego virtual?.

Este campo virtual de práctica acerca más al estudiante a la 5. OBJETIVOS


apropiación de conceptos, porque los números enteros asociados a
un punto de la recta numérica pertenecen a un nivel más abstracto Integrar las asignaturas de matemáticas, geometría e informática
con relación a lo operacional, sin embargo, los jóvenes están para desarrollar competencias y habilidades en plano cartesiano y
acostumbrados a manejar la recta numérica, como un recurso números enteros con un juego diseñado en el programa
didáctico en sus trabajos con las operaciones de números enteros, Micromundos Pro.
puede que esta identificación y relación de valores no sea tan
compleja. El énfasis en la asociación de los enteros a un punto Reforzar y motivar con actividades lúdicas el aprendizaje de
debe estar dirigido a superar las dificultades y problemas que los algunos temas de geometría y matemáticas a través de un juego de
jóvenes tienen con esta representación. La utilización de la recta fútbol virtual.
numérica puede presentar algunos problemas. Los resultados de
algunas investigaciones sugieren que la interpretación de números Diseñar un juego con un lenguaje gráfico que le de significado y
enteros y fraccionarios mediante recta numérica es especialmente sentido real a la simbología de las matemáticas.
difícil para los niños (Novillis 1977).
Vincular a los docentes de matemáticas en el uso de los recursos
Todo ello hace pensar que el desarrollo del software "FútbolMath" tecnológicos para fortalecer los procesos de aprendizaje.
acompañado con la accesibilidad está modificando diversos
aspectos de la enseñanza de las matemáticas en el Colegio Las 6. METODOLOGÍA DE
Américas. Tradicionalmente se realizan en algunas situaciones el
desarrollo de un gran número de procedimientos mecánicos y INVESTIGACIÓN
rutinarios en particular de los algoritmos en enteros. Con la
propuesta del software se pretende modificar esos escenarios, el Luego de planteado el problema de investigación y ver la
tiempo que se dedica exclusivamente a la práctica algorítmica, aplicación transversal del proyecto, la metodología llevó a la
puede ser un refuerzo empleado en profundizar los conceptos y en Investigación acción con la participación de docentes de
desarrollar la interdisciplinariedad que pueda tener con otras matemáticas e informática y estudiantes, a valorar las necesidades
áreas; también se pueden desarrollar destrezas de un nivel actuales del proceso pedagógico. Se identifica la situación actual
cognitivo más alto como puede ser el cálculo aproximado, la de motivación en la enseñanza aprendizaje y los recursos con que
estimación entre otros. cuenta la institución para desarrollar alternativas de apoyo y
facilitar el diseño de un juego con el uso de la herramienta
Por otra parte, el lenguaje simbólico y gráfico de los vectores (con informática (Software), para facilitar y reforzar el conocimiento
tamaño, dirección y sentido), el estudiante lo ve como algo en matemáticas. Para ello se realizó el diálogo de saberes,
abstracto, sin conexión con su entorno físico, el espacio virtual observación in situ, (diarios de clase, planes de estudio, trabajo
creado permite probar y reafirmar los conceptos en el campo de de estudiantes con Micromundos Pro), de los procesos y de allí se
juego de Fútbolmath. concluye que es importante reforzar desde otros ambientes la
apropiación de conocimientos para facilitar y diversificar
Así pues, la lúdica y el centro de interés se desplaza hacia una metodologías que permitan el manejo y la inclusión de docentes y
mejor comprensión del concepto y del significado de las estudiantes en el uso de las tecnologías aplicadas.
operaciones, no siendo menos importante el desarrollo de la
comunicación, la generación de acuerdos, creación e interacción. Esta metodología permite evaluar y ajustar continuamente el
Esta posibilidad de herramienta de enseñanza-aprendizaje es un proceso a partir de las observaciones y sugerencias de los
complemento al trabajo de aula que sin más, no deja de ser más docentes involucrados en el proyecto y el análisis de la
importante que el desarrollo de la misma. interacción de los estudiantes con el recurso digital en reuniones
periódicas donde se planifican las modificaciones al software, se
diseñan guías aplicación y se evalúan los resultados del proceso.
4. DESCRIPCIÓN DEL PROBLEMA
De acuerdo a estas consideraciones, este software tiene como
Ahora que los computadores están involucrados en tareas función primordial el apoyo en contenidos de matemáticas, mas

467
no pretende desarrollar habilidades en lógica de programación, grados 5º, 6º y 7º (tercer ciclo), para realizar ajustes al software y
por lo que se considera un recurso educativo digital diseñado por comenzó su aplicación en el segundo semestre. Desde entonces el
docentes para mejorar el aprendizaje de las matemáticas en los Colegio Las Américas cuenta con un recurso propio que está a
estudiantes del Colegio Las Américas, de acuerdo a necesidades disposición de docentes y estudiantes para enriquecer los procesos
detectadas en el diagnóstico inicial y el análisis pedagógico pedagógicos.
realizado con docentes de matemáticas.
La propuesta pedagógica se diseñó estudiando el lenguaje formal
7. DISEÑO E IMPLEMENTACIÓN DE de las matemáticas empleado en los temas a practicar, buscando la
mejor forma de crear un ambiente virtual para reforzar y darle un
LA PROPUESTA PEDAGÓGICA sentido y significado en otros contextos al aprendizaje de plano
cartesiano, números enteros, ángulos y vectores. El rol de la
En el año 2005, en un curso de capacitación de la Secretaría de informática en este caso es de mediador o facilitador del proceso
Educación Distrital sobre aplicaciones pedagógicas de para que la notación formal de las matemáticas sea más fácil de
Micromundos Pro se comenzó el diseño y programación del interpretar.
juego, comenzaron las reuniones con docentes de matemáticas, se
discutió sobre aspectos didácticos de esta asignatura y se fue
creando el lenguaje gráfico usado en el juego.

El primer contacto de los alumnos con el juego fue ese mismo


año, cuando se realizó una prueba piloto con 20 estudiantes de

Figura 1. Esquema de la propuesta pedagógica

Por todo lo expuesto arriba, el proyecto no se enmarca en un aspectos de cada uno de ellos; así por ejemplo de la escuela
modelo pedagógico específico, sino que obtiene diferentes activa se toma la utilización múltiple y variada de los recursos

468
didácticos, que permitirán que el alumno aprenda por su propia aprendizaje tenga significado para el estudiante y lo pueda
experiencia y vaya poco a poco descubriendo ideas y afianzando emplear en diversos contextos. “El propósito de que el propio
su aprendizaje, ya que manipular es aprender. docente elabore, seleccione o modifique el software que utilizará
en sus clases, es que el alumno vea a la computadora como
Estos recursos múltiples resultan de combinar las estrategias del generadora o disparadora de conocimiento y al mismo tiempo
docente de matemáticas en el aula de clase y salidas pedagógicas, como vínculo entre su conocimiento y el de los demás.” (Mónica
junto con las posibilidades del ambiente virtual. Salas, Cecilia B. Cané – 2007).

Del modelo conductista se toma la parte de estímulo respuesta, Luego de este recuento de los modelos empleados se reafirma el
reforzamiento sobre todo en el manejo del software, ya que el concepto de que el docente en su trabajo cotidiano construye sus
juego y las posibilidades de acertar o ganar motivan la propios modelos de acuerdo al contexto social donde se
ejercitación y práctica del software. encuentre, los recursos disponibles, los objetivos del “Proyecto
Educativo Institucional” de la institución donde trabaja y la
Del modelo constructivista se establece como punto de partida interacción con los estudiantes. El quehacer pedagógico es
en la realización del ambiente virtual los saberes previos del dinámico y debe responder a los retos que plantea la educación en
estudiante, en cuanto se refiere al manejo de los números enteros, la era de la información.
sus operaciones, y en general el conocimiento matemático
previamente establecido.

El estudiante estará construyendo y reconstruyendo su 8. RESULTADOS Y PROYECCIÓN


conocimiento a través de las acciones planteadas y de las que
puedan surgir, de acuerdo con sus inquietudes personales. El Después de 5 años de diseñado el juego, uno de los logros más
maestro estará propiciando diferentes medios para que el alumno significativos del proyecto se ve en la motivación y entusiasmo de
construya su propio conocimiento y desarrolle su actividad los estudiantes cuando interactúan con el software, también se
cognoscitiva. aprecia las destrezas que desarrollan en ubicación espacial en el
plano cartesiano y manejo de los números enteros en diversos
Para realizar esta construcción de conocimiento también se contextos; habilidades detectadas por los docentes de 6º que han
siguieron los procesos del construccionismo, modelo creado por facilitado la apropiación de los conceptos objeto de práctica en el
Seymour Papert con base en el micromundo de Logo, en este software.
ambiente, las computadoras son consideradas objetos para pensar,
donde los estudiantes no son simples usuarios pasivos del La evidencia en la asimilación de dichos conceptos la apreciaron
ordenador, pueden interactuar y desarrollar su creatividad. los docentes del Colegio Las Américas, viendo la interacción de
los alumnos con el software, donde la identificación de
contenidos matemáticos en un escenario diferente del cuaderno o
los libros, ha cambiado la percepción que algunos estudiantes
tenían de las matemáticas como una asignatura ajena a la
diversión.

Por estas razones, en el día de la Ciencia y la Tecnología en el año


2007, se realizó un campeonato de fútbol virtual en la institución
con gran entusiasmo de los estudiantes. Esta motivación también
se ve en los docentes nuevos de matemáticas que llegan al colegio
cuando conocen el juego, le ven nuevas posibilidades y
aplicaciones diversas, también contribuyen con sus sugerencias y
asesoría pedagógica en la actualización y mejoramiento del
software.

Para realizar los cambios necesarios en el proceso de mejoras del


juego, se encuentran dificultades con el software privativo
Micromundos Pro, porque la Secretaría de Educación Distrital
adquirió la licencia de esta versión de Logo, pero no las
actualizaciones a las versiones siguientes que han salido al
mercado. El diseño con la interfaz actual genera inconvenientes
Figura 2. Construccionismo en la adaptación a las nuevas herramientas de la web 2.0.

Con estas herramientas dadas por los docentes, el estudiante Estas limitantes técnicas, motivan un cambio en el software base
relaciona los conocimientos previos con sus nuevos saberes en el de programación del juego para ampliar sus posibilidades
uso de la informática. Como lo explica Ausubel en su teoría del pedagógicas e interactividad, se proyecta cambiar la plataforma
aprendizaje significativo, es importante la forma como el de desarrollo a otro software constructivista y libre como Scratch
estudiante relaciona la nueva información con lo que ya sabe, en o Squeak, que permita su ejecución en diversos navegadores;
este punto el docente que maneja las herramientas informáticas también implementar niveles de dificultad para trabajar números
puede planear su uso pedagógico de forma que el nuevo decimales y manejar otras escalas de numeración.

469
actividades para manejar coordenadas, rotar y trasladar la tortuga
en un plano rectangular con centro del campo en el origen de
9. CONTENIDO DEL SOFTWARE coordenadas y extensión de 600 unidades en el eje horizontal y
300 unidades en el eje vertical.
Fútbolmath tiene cinco secciones o páginas interactivas en su
menú principal:
En esta sección hay controles deslizantes para asignar valores a
las coordenadas y distancia de los objetos a mover, los cuadrantes
9.1 ¿Cómo se juega? del plano tienen colores diferentes para una mejor ubicación de
En esta sección están las instrucciones generales para el manejo los valores para desplazar los objetos.
del software, descripción de los objetos de la interfaz y
recomendaciones. Enlace a dos video - tutoriales con
demostraciones del juego.

9.2 Plano cartesiano


Ejercicios de reconocimiento y ubicación en el plano cartesiano:

Figura 3. Plano cartesiano

9.3 Direcciones – rumbos Cada cuadrante del círculo tiene un color diferente como
Ejercicios sobre ángulos para obtener destrezas en direcciones en referencia para ejercicios y preguntas que el docente puede
una circunferencia con grados sexagesimales, se emplea un formular para trabajar intervalos de grados y operaciones.
control deslizante para seleccionar los grados a girar.

470
Figura 4. Direcciones

9.4 Partido de fútbol coordenadas, se elige un jugador para que se dirija a ese lugar, si
Sección principal del software, campo de juego en un plano la ubicación del balón es correcta, se valida la acción y se puede
cartesiano (con la misma escala de la sección 2), los objetos patear, esta acción se realiza con un ángulo y distancia
virtuales se mueven de acuerdo a coordenadas y direcciones dadas programados por el jugador. Se puede jugar con uno o dos turnos
por los usuarios del juego. por usuario.

En esta interfaz en cualquier momento se puede ver el plano


Esta sección cuenta con un enlace a la ayuda donde se explica el cartesiano como ayuda para ubicar el balón con un clic sobre el
reglamento del juego como una guía para comenzar a jugar, arquero, también se puede ver la circunferencia con las
aunque los estudiantes pueden cambiar las reglas e interactuar en direcciones al cliquear el balón.
diversas formas con el software.

El juego consiste en ubicar el balón en el campo de juego (plano


cartesiano), identificar y asignar un valor con los controles a sus

471
Figura 5. Partido de fútbol.

[3] De Subiría S. Julián. Tratado de Pedagogía Conceptual.


9.5 Acerca de Fútbolmath Fundación Alberto Merani, Santafé de Bogotá 1999.
Información sobre el software, autores, contactos, requerimientos [4] Otte. M, Formación y Vida Profesional de los
técnicos. Profesores de Matemáticas, en Nuevas Tendencias
en la enseñanza de las Matemáticas, UNESCO, PARÍS,
El software tiene en las tres secciones de juego, instrucciones para 1979.
interactuar y aprovechar mejor sus posibilidades pedagógicas, [5] Palomino N.W. (Agosto 2007). Teoría del aprendizaje
aclarando los conocimientos previos que debe poseer el estudiante significativo de David Ausubel. Recuperado el 20 de
para interactuar con el software de una manera más efectiva. septiembre de 2009 en
www.monografias.com/trabajos6/apsi/apsi.shtml
Fútbolmath se puede descargar en: [6] Pérez Gómez. A. Paradigmas Contemporáneos de
http://tecnoclases.wordpress.com/futbolmath/ Investigación Didáctica, Gimeno Y., y Pérez. A,
Akal, Madrid 1985.
[7] Salas, Mónica & Cané, Cecilia. (Septiembre 2007).
REFERENCIAS Curso Desarrollos en Clic y Neobook. Recuperado el 2
de marzo de 2010 en http://www.tizaypc.com/cip-
[1] Badilla, S. Eleonora & Chacón, M. Alejandra. (Junio cursos/curso8.php
2004). Construccionismo: Objetos para pensar, Entidades
públicas y Micromundos. Recuperado el 10 de marzo de 2008 en
http://revista.inie.ucr.ac.cr/articulos/1-2004/construccionismo.php

[2] De La Ossa Sierra Henry y otros. Cultura informática:


educación, sujeto y comunicación. Secretaría de Educación del
Distrito Capital, Bogotá, 2005.

472
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

AMBIÊNCIA VIRTUAL: CONTRIBUIÇÕES DA


TEORIA ECOLÓGICA DE BRONFENBRENNER
Jaqueline Costa Castilho Moreira, Vanessa Matos dos Santos, Ritta Minozzi Frattini
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP- Campus Araraquara
Brasil
jackycastilho@uol.com.br, vanessa@tvu.unesp.br, rittinha148@yahoo.com.br

Assim as construções escolares, acompanhando a valorização da


RESUMO Educação, deveriam ser edifícios imponentes neoclássicos, de
O avanço tecnológico na Educação a Distância (EAD), assim espaços arquitetônicos planejados, envoltos em materiais nobres.
como as investigações a respeito da interatividade e das Porém, um espaço destinado a alguns seletos. No início do século
capacidades relacionais dos envolvidos na díade bidirecional XX, adequando-se às necessidades quantitativas apregoadas pelas
composta por “ensinar-aprender”, tem tido papel relevante na políticas educacionais,
melhoria da qualidade do ambiente virtual desta modalidade de
ensino. O presente artigo trata da relação entre a conceituação de aos discursos pedagógicos e às necessidades locais, iniciou-se a
uma ambiência educacional e a Educação a Distância, bem como construção rápida de prédios utilitários e baratos, rompendo com
na interpretação e entendimento desta problemática sob a luz do a importância de serem identificados como “espaços próprios da
enfoque teórico centrado na Teoria de Bronfenbrenner (1977). A atividade educativa” (SOUZA, 1998). Fato ocorrido
investigação se originou a partir das inquietações sobre as especialmente a partir de 1960, para suprir a ampliação do
possíveis formas de interatividade, construídas por meio das número de vagas escolares pretendida. Entretanto, os ambientes
“díades” virtuais; relações entre duas pessoas, que, segundo educacionais não são apenas caracterizados pelos espaços físicos,
Bronfenbrenner (1977), se fazem necessárias para o que lhes são próprios; mas também, pelos arranjos sociais
desenvolvimento humano. Assim, os estudos aqui recuperados, compostos para que a pluridimensionalidade de tarefas sejam
contemplaram as diversas formas de relação aluno e ambiente executadas. Vale ressaltar que este trabalho não depende apenas
virtual, por meio dos processos de ensino-aprendizagem em EAD. de “iniciativas, intenções ou qualidades do professor”, mas
também de suas respostas, às demandas que lhe são colocadas
(SACRISTÁN, 2000, p.205). Uma classe presencial revela um
Categorias e Descritores de Assunto agrupamento de alunos classificados em conformidade com o
D.2.6 [Evolution Support Environment]: Miscellaneous nível de conhecimento, com a faixa etária e com os critérios de
graduação do sistema de ensino, merecendo um enfoque
Termos Gerais diferenciado por refletir, entre outros aspectos, o direcionamento
Theory - Teoria ecológica de Bronfenbrenner pedagógico adotado, a gestão, as políticas nacionais, bem como o
sistema cultural vigente, ou seja, múltiplos contextos. No cenário
apresentado, a finalidade da escola e a representação social que
Palavras-chave esse ambiente concreto propicia como encontro dos seres
Interação, ambientes virtuais, Bronfenbrenner. humanos com conhecimentos diversos e com os saberes,
constitui-se em uma das unidades fundamentais da organização do
1. INTRODUÇÃO trabalho educacional. Porém, o que acontece quando este
Os primórdios da História da Educação Brasileira evidenciavam a ambiente de ensino-aprendizagem torna-se virtual? Como o aluno
ausência de um espaço formal escolar. O ensino era ministrado desenvolve a sensação de ambiência escolar, não estando
por preceptores, nas casas da elite; ou ainda, realizado por fisicamente num contexto concreto de sala de aula com seus
religiosos, visando prioritariamente à catequese, no espaço da pares? Com acontecem as interações com as novas figuras
aldeia. Com a República, houve o processo de laicização do representativas do conceito de “professor”? Como são formadas
ensino, prevalecendo não só a presença do Estado na Educação, as díades bidirecionais compostas pelo “ensinar-aprender”? O que
mas um otimismo de que a escola seria o espaço “redentor do deveria ser levado em conta em relação aos ambientes virtuais de
pecado da ignorância” e “fator do progresso social”. aprendizagem? Tentando dar conta dessa problemática, o objetivo
deste estudo se constituiu na revisão bibliográfica acerca da
Costa, Jaqueline., Matos, Vanessa., Minozzi, Ritta. (2010).
Ambiência virtual: contribuições da Teoria Ecológica de Bronfenbrenner. relação entre a conceituação de uma ambiência educacional
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, virtual e a Educação a Distância, procurando citar investigações
pp 465-472, Santiago de Chile.

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realizadas nesta área e suas interpretações, a luz do enfoque duplo fluxo de informações e a construção coletiva do
teórico de Bronfenbrenner. conhecimento. Os chamados ambientes virtuais de
aprendizagem surgem como fomentadores dessa nova ambiência,
2. A COMPOSIÇÃO DE UMA AMBIÊNCIA sendo que neste caso, a relação é estabelecida por meio da
VIRTUAL plataforma utilizada, dos materiais de apoio, das avaliações,
enquanto que o ambiente social virtual é criado pelo aluno, os
2.1 Parâmetros para conceituação orientadores e fóruns, enfim pela interação existente entre eles.
Os estudos sobre a temática apontam, de forma geral, um
consenso entre os autores sobre a integração das dimensões 3. A TEORIA BIOECOLÓGICA
espaciais com as estruturas sociais presentes e atuantes à
conceituação do termo “ambiente”. Lee (1976, p. 42) sugere que o 3.1 Proposições originais de Bronfenbrenner
ambiente seja formado por esquemas socioespaciais e enfatiza a Buscando compreender os processos de formação de uma
relação do ambiente com a “representação interior de objetos ambiência virtual educacional, a perspectiva teórica da
físicos e sociais numa forma integrada”, ou, ainda, o ambiente “Bioecologia do Desenvolvimento Humano” de Bronfenbrenner
como estruturas sociais isomórficas, de formas semelhantes às (1977), auxilia na compreensão do que possa constituir uma
estruturas espaciais. A constituição de um ambiente está sujeito as “ambiência virtual”, ressaltando a importância da
ações de variáveis externas e internas. Nas externas tem-se: as interdependência das relações pessoa-ambiente. O autor,
físicas, as biológicas não humanas, as biológicas e demográficas baseando-se na fórmula clássica de Kurt Lewin de que o
humanas, as sociais, as econômicas, as estruturais e as comportamento é uma função conjunta da pessoa e do ambiente;
combinadas e, as variáveis internas são constituídas pelas reações substitui o termo “comportamento” por “desenvolvimento” e
fisiológicas e psicológicas. É relevante destacar a contribuição de insere a questão temporal ao processo. Segundo Narvaz e Koller
Reichard (1975) e Kates (1975), apresentando o conceito de (2004), inicialmente Bronfenbrenner enfatizava em seus estudos
“ambiência”. Reichard (1975) relaciona-o à qualidade do principalmente aspectos do ambiente, em detrimento dos aspectos
ambiente quanto à percepção; adaptação (que ocorre por das pessoas. Neste momento destaca-se a conceituação do que
processos socioculturais); reversão (alteração da ambiência ou seria contexto, que para o autor deve ser visto como fenômeno
mobilidade em direção ao outro ambiente) e preferências relativas envolto em vários sistemas.
a tempo (ações de curto, médio e longo prazos). Já Kates (1975) 3.1.1 A conceituação dos Sistemas
define “ambiência” como sendo, a forma com que o homem,
Segundo Bronfenbrenner (1996) coexistem:
percebe o seu meio ambiente e as atitudes adotadas para com ele.
- Microssistemas, contextos imediatos, nos quais a pessoa está
Apenas para ilustrar, esse autor salienta que há diferenças de
inserida e é participante, exemplificado através das relações com a
percepção entre os homens que vivem em um mundo natural e os
família, colegas, bairro, escola. Cada um dos microssistemas
que vivem em um mundo artificial; os que o horizonte não
engloba um padrão de atividades, papéis sociais, relações sociais e
apresenta qualquer obstáculo ou entre os quais o horizonte natural
relações interpessoais experienciadas pela pessoa em
é limitado. As relações que ocorrem através da mediação artificial
desenvolvimento, em dado contexto face-a-face;
por meio de um suporte eletrônico obedecem a padrões
- Mesossistemas, que envolvem a interação dos microssistemas,
diferenciados. Sua capacidade de mediar pode ser
compreendendo os elos e processos ocorridos em dois ou mais
operacionalizada por muitos fatores, mas sempre relacionados ao
contextos que contêm a pessoa em desenvolvimento, pois a pessoa
aspecto comunicacional. Os pares podem se comunicar com as
se engaja em atividades, papéis e relações interpessoais diferentes,
mais variadas freqüências, pressupondo a troca de muito ou pouco
conforme o contexto em que está;
capital social ou cultural. De uma forma geral, a pesquisa
- Exossistemas são ambientes sociais indiretos, elos e processos
conduzida por Santos (2007) revelou que, numa situação de
que ocorrem em dois ou mais contextos, sendo que, pelo menos
comunicação mediada por computador (CMC), existe troca de
em um deles, a pessoa em desenvolvimento não está contida, mas
informações complexas e difíceis, suporte emocional,
os eventos que aí ocorrem são influentes no contexto imediato no
comunicações incertas e equivocadas, comunicações que geram
qual a pessoa vive;
idéias, criam consensos, suplantam relações sociais ou suportam
- Macrossistemas, consiste no padrão de características do
comunidades virtuais. Isso quer dizer que, o ambiente é criado
conjunto estabelecido pelos três sistemas anteriores, de uma dada
pela interação do grupo; a distância física neste caso não é um
cultura, sub-cultura ou estrutura social mais extensa, com
elemento definidor do processo. Assim, mesmo que em uma
referência particular para os sistemas de crenças, recursos,
situação educacional em que professor e aluno se encontrem em
perigos, estilos de vida e opções de intercâmbio social, que são
diferentes espaços físicos, caracterizada pela separação
investigadores do desenvolvimento e estão imersos nestes
geográfica, também é possível a construção de uma ambiência. O
sistemas mais amplos. Dentro dessa perspectiva, o ambiente
aluno desenvolve a sensação de ambiência por meio da interação
educacional virtual deve acompanhar estas modificações de
(SANCHO, 1998). Isto significa que, independentemente da
paradigmas, e incorporar essa noção relacional de sistema. Perante
situação (presencial ou a distância), a questão da interação social
o exposto, um aluno da educação a distância está inserido e
continua exercendo a centralidade do processo. Conforme Valente
participa dos vários sistemas. Um contexto imediato
(2005, p. 91) a interação é obtida através do “estar junto virtual”,
(microssistema) poderia ser representado pelas aulas presenciais,
que é: “que prevê um alto grau de interação entre professor e
no qual ele se relaciona presencialmente com os
alunos, que estão em espaços diferentes, porém interagindo via
orientadores/tutores e com seus pares. A interação dos
internet”. O uso da tecnologia em si não se traduz numa
microssistemas, assim como as atividades em que o aluno se
dificuldade; um dos obstáculos é desenvolver sistemas que visem
engaja para realizar seu curso seriam exemplos do mesossistema.
e realmente suportem as dinâmicas interacionais, permitindo o
O exossistema estaria bem próximo do conceito de se “estar

474
virtual”, o aluno além de não estar contido fisicamente em o fluxo de comunicação entre pessoas que nunca se conheceram
determinado contexto, pouco pode agir sobre ele ou influenciá-lo; pessoalmente. A composição dessas relações deixa de ser derivada
e o macrossistema representaria o conjunto mais geral dessas somente dos atributos sociais dos participantes do processo.,
interações permeadas por características culturais e de estrutura privilegiando os conteúdos das mensagens Assim as díades
social intensa, inclusive virtual da grande rede. estabelecidas na ambiência virtual são capazes de transcender as
estruturas hierárquicas e estimular a participação dos que
3.1.2 A proposição das Díades permanecem na periferia dessas redes sociais.
Os estudos de Bronfenbrenner são focados no desenvolvimento Outra aproximação possível entre as díades propostas por
infantil (as crianças são chamadas por ele, de pessoas Bronfenbrenner relaciona-se com os processos de interação e
desenvolventes), mas seus conceitos são perfeitamente aplicáveis interatividade do ambiente virtual. Vale realizar um parenteses,
em adolescentes e adultos, embora com os últimos, esse processo que diferencie os dois conceitos. Frequentemente, a interatividade
tende a ser mais dificultado, em função de sua cultura educacional é tomada como sinônimo de interação social, todavia, autora
ainda fazer referência ao modelo tradicional – transmissionista e Belloni (2003 p.58), sugere a interação como uma ação recíproca
composto de estruturas físicas concretas e presenciais de ensino. entre dois ou mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é, o
O autor utiliza conceitos, hipóteses e proposições com intuito de encontro de dois sujeitos, que pode ser direta ou indireta
estabelecer as propriedades e princípios sobre as díades (sistema (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, por
de duas pessoas), expostos a seguir, de acordo com a afinidade exemplo, carta ou telefone); e a interatividade, termo que vem
com a temática virtual aqui apresentada. Bronfenbrenner (1996, p. sendo usado indistintamente com dois significados diferentes em
46) apresenta o seguinte conceito: “Sempre que uma pessoa em geral confundidos: de um lado a potencialidade técnica oferecida
um ambiente presta atenção às atividades de outra pessoa, ou por determinado meio (por exemplo CD-ROMs de consulta,
delas participa, existe uma relação”. A relação bidirecional é a hipertextos em geral ou jogos informatizados), e, de outro, a
condição mínima e definidora para a existência de uma díade. A atividade humana, do usuário de agir sobre a máquina, e de
díade é importante, porque ela se constitui num contexto crítico receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele. Por este
para o desenvolvimento e porque ela serve como o construtor viés, nota-se a existência de duas concepções diferentes de
básico de um microssistema. A díade pode assumir três formas interatividade. A primeira forma diz respeito às potencialidades
funcionais diferentes: técnicas e tecnológicas, que com o decorrer do tempo, tem se
- Díade observacional, que ocorre quando um membro está adaptado às necessidades educacionais. Isto se faz perceptível por
prestando uma cuidadosa e continuada atenção à atividade do meio da evolução dos chamados ambientes virtuais de
outro, que por sua vez, pelo menos reconhece o interesse sendo aprendizagem (AVA), que buscam ser ambientes de suporte ao
demonstrado. processo ensino-aprendizado. Já Silva (2000) sugere
- Díade de atividade conjunta. São aquelas que ocorrem quando interatividade como um produto, uma comunicação, um
duas pessoas se percebem fazendo algo, juntas; podendo ser equipamento, uma obra de arte. Para o autor todos estes elementos
atividades complementares. Este tipo de díade, pode se são de fato interativos quando imbuídos de uma concepção que
intensificar quando há reciprocidade (o feedback mútuo motiva os contemple a complexidade, a multiplicidade, a não linearidade, a
participantes, e as trocas tendem a se tornar mais rápidas e bidirecionalidade, a potencialidade, a permutabilidade
intrincadas, acelerando o ritmo e a complexidade dos processos de (obrigatória), a imprevisibilidade, etc, permitindo ao usuário-
aprendizagem quando ela flui); equilíbrio de poder (em um interlocutor-fruidor a liberdade de participação, de intervenção e
momento, um indivíduo é evidenciado na relação e em outra de criação.
ocasião, o outro participante; oferecendo oportunidade de Por ser a interatividade uma produção bastante elaborada, ao
aprender a conceituar e a manejar com as relações de poder permitir vários graus de interferência, bem como o uso de diversas
diferenciais de forma espontânea) e relação afetiva (em díades são linguagens e estímulos sensoriais diferenciados, enquadra-se nas
desenvolvidos sentimentos positivos e negativos recíprocos, três formas de díades propostas por Bronfenbrenner: a
dependendo de como acontece a condução da relação; facilitando observacional, a de atividade conjunta e a primária.
ou dificultando a formação do terceiro tipo de sistema, que são as Por ser a díade, um sistema de duas pessoas, expande a discussão,
díades primárias). o questionamento sobre a criação de díades a partir de softwares
- Díade primária é aquela que continua existindo para ambos os que criam ambientes interativos de aprendizagem. Jonassen
participantes mesmo quando não estão juntos. Essa forma de (1988) para quem a interatividade é descrita como elemento que
relação exerce uma poderosa influência na motivação para a implica uma relação entre dois organismos, é possível que a
aprendizagem e na orientação do curso do desenvolvimento. As aplicação de mecanismos computacionais que busquem envolver
díades de forma geral, geram empatia ou “apego”, importante na o aluno em um diálogo verdadeiro, destaca que, se este diálogo
construção de laços relacionais. for bem sucedido, uma interação de qualidade resultaria numa
Para Garton et. al. (1997), esses laços são estruturas responsáveis função da natureza da resposta do aluno e do retorno (feedback)
por manter as ligações entre os Sujeitos envolvidos na relação. O fornecido pelo computador. Se esta resposta for consistente com
laço pode ser caracterizado por uma única relação ou adotar a as necessidades de processamento informacional do aluno,
multiplicidade, isto é, ligam mais de uma relação. Quanto à pressupõem-se que a interação foi significativa. Nesse sentido de
natureza, os laços podem ser fortes ou fracos. Enquanto os raciocínio, infere-se que os multimedia interativos têm que ser
primeiros unem relações mais íntimas e estáveis, os laços fracos mais do que apenas o software que se instala e clica em uma
são notáveis por situações do cotidiano, utilizados para manter janela que emite um pop-up ou um texto-menu diferente. Deve ser
aberto o canal de comunicação. No entanto, é importante lembrar envolvente e personalizado. Não se trata de um uso que se faz de
que, especificamente na ambiência virtual, um laço eletrônico algo para aprender, mas de algo que passa a fazer parte do
combinado com um laço organizacional é suficiente para permitir indivíduo ao aprender. Este conceito de interatividade inclui não

475
somente componentes navegacionais, mas também alguma forma alguma atividade do aprendiz. Paiva (2001, p.2) amplia essa
de possibilitar um envolvimento, uma mudança educativa, mas o compreensão ao definir feedback como: “reação à presença ou
desenvolvimento do indivíduo. Outro autor que também adota o ausência de alguma ação”. No entanto, cabe destacar que no
modelo não-excludente para explicar a interatividade é Lévy contexto interacional educacional online, a necessidade de
(2003, p. 79) para quem a escala de graus representa a melhor feedback é ainda maior se comparada ao contexto tradicional
solução na medida em que: “a possibilidade de reapropriação e de presencial, fazendo-se presente e necessário em todas as formas de
recombinação material da mensagem por seu receptor é um interatividade. Na EAD, as tarefas/atividades assumem inúmeros
parâmetro fundamental para avaliar o grau de interatividade do papéis. São mais que instrumentos de avaliação, representam
produto”. Para ele, interatividade não é unicamente dupla via de estímulos, assim como feedbacks. Mostram-se como instrumentos
comunicação pressuposto do diálogo e de interações em tempo que potencializam a interação bidirecional aluno-professor, jpa
real com videogames, hiperdocumentos etc. A interatividade de que permitem que os sujeitos se conheceçam melhor e tateiem
Lévy é a comunicação estabelecida com uma matriz de parâmetros das interações e relações que estabelecem na
informações. Para ele, o grau de interatividade de uma mídia ambiência virtual. Essee aporte ao significado das
(dispositivo de comunicação) pode ser medido com base em tarefas/atividades é corroborado por Sacristán (2000) que ressalta
eixos: - As possibilidades de apropriação e de personalização da o caráter social das tarefas “escolares”. Para ele, as tarefas são
mensagem recebida, seja qual for a natureza dessa mensagem. caracterizadas como campo de socialização global da
- A reciprocidade da comunicação (a saber, um dispositivo personalidade, já que propõem esquemas de conduta e
comunicacional “um-um” ou “todos-todos”). pensamentos, com alto poder socializador. Por meio delas,
- A virtualidade, que enfatiza aqui o cálculo da mensagem em concretizam-se as condições da escolaridade e do currículo e
tempo real em função de um modelo ou dados de entrada. expõem-se a organização social de cada centro educativo.
- A implicação da imagem dos participantes na mensagem. Sacristán (2000) utiliza-se das teorias de Bronfenbrenner ao tratar
- A telepresença. as “tarefas” como mediadoras da qualidade do ensino, através da
Contrapondo-se ao otimismo de Lévy, Primo (2003) alerta para a mediação da aprendizagem. Bronfenbrenner apud Sacristán
possível existência de uma pseudo-interatividade mascarada por (2000, p. 217) revela que o “desenvolvimento de uma pessoa é
uma situação de reatividade. Isto é, máquinas que respondem a função da variedade substantiva e da complexidade estrutural das
inputs simplesmente. No entanto, cabe lembrar que todos os atividades básicas nas quais se envolve...” A aproximação de
estudos que focam a relação homem-tecnologia primam pela Sacristán com Bronfrenbrenner reflete numa nova concepção de
apropriação da segunda pelo primeiro em nível máximo. Pode tarefa. Para Sacristán (2000, p. 217) a tarefa, por seu formato
parecer paradoxal, mas, como afirma André Lemos (2004, p. peculiar “modela o ambiente e o processo de aprendizagem,
113): “A evolução da relação homem-tecnologia vai no sentido de condicionando assim os resultados que os alunos podem extrair de
privilegiar a interação.” Isto é, cada vez mais a tecnologia passa a um determinado conteúdo e situação”. Em salas de aula concretas,
ser vivenciada, deixando de ser uma intermediária para se tornar as tarefas atuam como pontes entre o ambiente e o processamento
parte das relações sociais cotidianas, inclusive dos processos de informação, tornando-se microcontextos de aprendizagem.
educativos, exigindo-se assim de todos os participantes, o estar Complementando as proposições das díades de Bronfenbrenner
preparado para trabalhar com: a imediatez, a imprevisibilidade, o (1996), o autor assevera a relevância de considerar a influência
caráter histórico (por se prolongarem no tempo), o controle indireta da terceira pessoa sobre a interação entre os membros de
técnico rigoroso ou “negociação” e com o envolvimento pessoal uma díade. A influência indireta de outras pessoas na interação da
real ou virtual, de forma sistêmica e bidirecional. Este trabalho díade é também caracterizada como efeitos de segunda ordem.
multidimensional não depende apenas de “iniciativas, intenções Esses efeitos tanto podem ser facilitadores quanto inibidores do
ou qualidades do professor”, mas também de suas respostas, às processo de interação. Interessa-nos neste ponto, especialmente, a
demandas que lhe são colocadas. Em situações de EAD, as influência do contexto social porque é um determinante
respostas tornam-se feedbacks, que ganham ou perdem força de importante das dinâmicas interacionais. É importante destacar
acordo com sua prontidão e aprofundamento. A ausência de que, em situações educacionais virtuais, o contexto social está
feedback por parte do receptor gera desconforto no emissor da presente em cada um dos sujeitos envolvidos no processo e são as
mensagem, podendo inclusive, prejudicar seu entendimento. Cabe dinâmicas sociais que vão, em última análise, determinar o modo
ressaltar que a ausência já carrega em si, um um significado de interagir em ambiente virtual. Isso acontece porque, embora
negativo, para os membros envolvidos no processo. É através do estejamos tratando de ambiências virtuais, culturalmente ainda
feedback que se pode reavaliar e regular o sistema. A necessidade somos os mesmos e necessitamos desenvolver laços de
de feedback também é constatada na relação homem-máquina; e proximidade e ambiências nestes novos contextos de
assim sendo, muitos esforços por parte de profissionais da aprendizagem. As dinâmicas interacionais são fomentadas em
computação de grandes empresas do ramo – a exemplo da ambientes virtuais à medida que ocorre reciprocidade por parte
Microsoft – têm sido registrados na tentativa de implementar dos outros integrantes do grupo. Não só uma terceira pessoa, mais
sistemas computacionais mais responsivos, resultando em também uma câmera de vídeo, ou mesmo a tela de um
interfaces gráficas que servem para indicar que o comando está computador, pode produzir o efeito de segunda ordem. Tal efeito
sendo processado ou ainda para acalmar a ansiedade do usuário. pode ser tanto inibidor quanto facilitador; tanto as mudanças
Paiva (2001, p. 5) explica que, nesse sentido, o feedback deve ser temporárias quanto as duradouras no tamanho do sistema podem
entendido em sua dimensão interacional, “[...] como qualquer tipo produzir efeitos de segunda ordem. Deve-se considerar que as
de sinalização de que estamos atentos ao outro ou mesmo de que terceiras pessoas podem, também, tornarem-se fontes de distração
algo está sendo processado quando a interação se dá com a e serem percebidas como rivais. Isso pode prejudicar os
máquina”. No caso dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, o relacionamentos primários, outrora estabelecidos. Nos ambientes
feedback é reconhecido como resposta específica do tutor a virtuais de aprendizagem as interações também podem partir do

476
pressuposto de igualdade entre os membros envolvidos no mantém os processos de desenvolvimento. O outro se refere aos
processo e, por conta dessa característica, os relacionamentos Recursos Biopsicológicos que envolvem as experiências, as
primários – quando estabelecidos e fortemente enraizados por habilidades, as competências, assim como as deficiências. E o
meio do desenvolvimento de afetividade – são mais fortes e último grupo é composto pelas Demandas, que incitam ou
dificilmente serão rompidos diante de fontes de distração, mesmo impelem as reações do ambiente social, inibindo ou estimulando o
porque os fatores de distração podem ser controlados desenvolvimento de processos proximais na pessoa. No que se
tecnológicos. Nesses novos contextos, o aluno mais maduro e refere ao perfil das pessoas que realizam cursos por meio de
mais intencionalmente motivado, opta por colocar as fontes de ambientes virtuais de aprendizagem, Belanger e Jordan (2000)
distração de lado, em nome do desenvolvimento das díades já destacam que bons resultados são obtidos quando o foco está
estabelecidas. claro para o aprendiz. Os autores falam em maturidade do
aprendiz, mas isto não ligado, necessariamente, à idade.
3.2. A Ampliação da Teoria Retornamos aqui mais uma vez à idéia de competência do docente
Na segunda fase da obra de Bronfenbrenner, seu foco passou a em deixar claro para o aprendiz os objetivos do curso e como
recair sobre quatro componentes: os processos, a pessoa, o utilizar as ferramentas de interação disponíveis. O papel do
contexto e o tempo. aprendiz, no entanto, também precisa ser destacado. Barros
(2009) acrescenta que as pessoas têm estilos de aprendizagem,
3.2.1. Os Processos dependendo de suas características, preferências e habilidades,
Nesta nova perspectiva de Bronfenbrenner, a principal variável quais sejam: ativo, reflexivo, teórico e pragmático. Esses estilos,
passou a ser o processo proximal de desenvolvimento, que são no entanto, precisam ser bem explorados pelos docentes.
interações gradativamente mais complexas das pessoas em
desenvolvimento com objetos e símbolos, chegando até às 3.2.3. O Contexto
interações pessoais mediadas por tecnologias. Estes processos Compreende a interação dos quatro níveis ambientais: micro,
definem-se a partir de alguns aspectos: o engajamento da pessoa meso, exo e macrossistemas, como já mencionado. Articulando a
em uma atividade; a efetividade e regularidade do oferecimento noção desses sistemas de Bronfenbrenner com o aparecimento das
das atividades e sua apresentação progressivamente mais novas tecnologias que permitem uma massificação do ensino por
complexa ao longo de um tempo; existência de reciprocidade nas meio do EAD, suas proposições aproximam-se bastante aos
relações interpessoais, até mesmo com uso de objetos e símbolos modelos de interação virtual sugeridos por Van Dijk (2000).
presentes no ambiente imediato que estimulaem a atenção, a Mesmo que sejam pesquisadores isolados, a linha de investigação
exploração, a manipulação e a imaginação da pessoa em de Van Dijk assemelha-se aos sistemas de Bronfenbrenner,
desenvolvimento. Bronfenbrenner assevera que esses processos apontando diversas formas de interação vitual: Interação humano
podem produzir: efeitos de competência, que consistem na – humano; Interação humano – meio- humano e Interação humano
aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e – meio. Juntando as três formas de interação, temos que:
capacidades para conduzir e direcionar seu próprio
comportamento e efeitos de disfunção, manifestação recorrente de
dificuldade em manter controle e a integração do comportamento,
em diferentes domínios do desenvolvimento. Os resultados de
disfunção ou competência dependem da exposição dos processos
proximais; e variam de acordo com a duração do período de
contato; a freqüência do contato ao longo do tempo, interrupção
ou estabilidade da exposição, timing da interação, intensidade e
força do contato. Nesse sentido, os aspectos tratados por
Bronfenbrenner encontram reflexo no princípio de que trabalhar o
desenvolvimento de propostas para EAD mais amigáveis já faz
parte de uma competência específica (KERBAUY; SANTOS,
2010) que tem como pressuposto uma interatividade pedagógica.
Na concepção da autora, a interatividade pedagógica em
ambientes virtuais de aprendizagem está muito mais ligada a uma
questão de competência do docente que abarca desde aspectos
afetivos até conhecimento das ferramentas de comunicação Figura 1. As três interações
disponíveis para criar a sensação de ambiência virtual. Fonte: adaptação de Van Dijk; De Vos (forthcoming - site).

3.2.2. A Pessoa Assim, pode-se explicar o sistema acima representado em


O componente pessoa é caracterizado por Bronfenbrenner, como contextos. O contexto maior no qual se insere todo o processo é a
um organismo biopsicológico complexo em desenvolvimento realidade cotidiana e cultural. As interações ocorrem dentro do
ativo, integrado por processos psicológicos, desde cognitivos, sistema cultural, porém um subsistema (representados pelo
sociais, afetivos, emocionais aos motivacionais, e que estão em contexto 1B e 2B). Neste caso, estes contextos podem ser
interações mútuas. O autor valoriza tanto as características natas, experienciados em tempo e espaços diferentes. As interações
quanto às características construídas na interação com o ambiente. ocorrem conforme as marcações A, B1 e B2, C, respectivamente:
Bronfenbrenner faz alusão a três grupos de características que Interação humano - humano, Interação humano - meio - humano e
atuam no desenvolvimento do componente pessoa. Um deles é Interação humano - meio. As indicações B1 e B1’ prestam-se a
denominado de Força, ou seja, elementos que desencadeam ou explicar que se trata de uma mensagem emitida pelo Sujeito

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(mensagem B1) e, passando pelo meio de comunicação (ambiente reportagem “Educação a Distância vale a pena? verdades e mitos
virtual) alcança o Sujeito X (mensagem B1’) em outro contexto. no EAD”, constantes na revista brasileira Nova Escola
O mesmo ocorre com outro Sujeito e a mensagem por ele emitida (MARTINS; MOÇO, 2009).
(B2). Destaque-se, entretanto, a complexidade deste processo: é Suas variáveis foram categorizadas na tabela a seguir:
possível, por exemplo, que o Sujeito X experiencie um mesmo
contexto com um Sujeito Z estando outro Sujeito Y no local onde
VARIÁVEL POSICIONAMENTO DA JUSTIFICATIVA
o Sujeito X está sendo representado no modelo. A interação CONTEXTUAL/ REVISTA NOVA
humano-humano (A) é representada entre os Sujeitos Z e Y que CATEGORIAS ESCOLA
experienciam o mesmo contexto. Entretanto, como já explicado, é Faixa etária VERDADE O curso não é adequado para
os mais jovens
possível que o Sujeito X também esteja presente neste contexto. A Necessidade de um bom VERDADE É preciso ter um bom
interação humano-meio é representada pela letra C e computador e uma boa computador e uma boa
conexão com a internet conexão de internet);
diferentemente do que ocorre com a interação humano-meio- Situação socioeconômica MITO É ideal para quem tem pouco
humano que encontra seu extremo no homem (por isso B1 e B1’), dinheiro);
Qualidade do curso MITO O diploma é fácil
este tipo de interação encontra seu fim no meio de comunicação MITO As avaliações não são
(no caso o ambiente virtual) e, por isso, não se fala em C’. difíceis
Posto isso, a partir do paralelo das teorias de Bronfenbrenner com MITO A dedicação exigida é menor
VERDADE As instituições investem mais
as de Van Dijk, pode-se perceber as várias possibilidades de em tecnologia do que em
interação e relação entre as variáveis, o que amplia o conceito conteúdo
VERDADE Os professores são menos
para “ambiência”. Além disso, considera-se que a ambiência qualificados
virtual possibilita diferentes tipos de interação, com maior ou Ensino-aprendizagem VERDADE A turma de um curso a
distância é maior do que a de
menor grau de profundidade. Enquanto esta segunda é um presencial
proporcionada por níveis tecnológicos oferecidos, a primeira faz MITO Os alunos aprendem menos
do que no curso presencial)
referência a uma sensação humana experimentada, que pressupõe Motivação (intrínseca e MITO A evasão é maior
a ausência do estranhamento inicial, bem como o extrínseca) do aluno MITO É possível estudar quando
desenvolvimento biopsicológico do indivíduo interagindo e se quiser
VERDADE Quem é disperso não se dá
relacionando com outras possibilidades de espaço e de tempo, bem;
diferentes dos propostos pelos ambientes educacionais formais. MITO Não é preciso sair de casa;
Grau de interatividade MITO O aluno fica isolado e não
interage com os colegas
3.2.4. O Cronos Comportamento do VERDADE É mais difícil conseguir
O tempo é apontado como o quarto componente da teoria de Mercado emprego

Bronfenbrenner, sendo analisado em três níveis: microtempo


Tabela 1. Mitos e verdades
(referindo-se a continuidade e descontinuidade em processos de
desenvolvimento dentro de pequenos episódios); mesotempo Simulando a articulação da teoria ecológica com este material,
(periodicidade de episódios em dias e semanas, com efeitos considerou-se como fenômeno central o desenvolvimento de uma
cumulativos) e macrotempo (expectativas e eventos em mudança ambiência em situações educacionais virtuais. As variáveis de
na sociedade ocorrida ao longo de gerações). A análise do cronos predição: o aluno e os aspectos que compõe o ambiente virtual
consiste também na investigação da experiência total de vida de com o qual este aluno estabelece relação: o orientador de curso,
uma pessoa, sua história cultural e social. No que se refere a este orientador de disciplina, colegas do mesmo curso etc. A variável
aspecto, Santos (2007) explica que a experiência prévia de produto referiu-se aos processos de ensino-aprendizagem no
vivenciada pelos aprendizes influencia decisivamente o nível de EAD. Na determinação das variáveis contextuais, elencou-se a
aceitação deles com relação aos ambientes virtuais de faixa etária, o ensino-aprendizagem, a motivação e a
aprendizagem. Isto é, experiências negativas estão geralmente interatividade. Focando apenas o “ensinar-aprender”, para
ligadas à percepção de ausência docente por parte dos aprendizes. Bronfenbrenner essa variável é uma díade bidirecional entre
Com relação à questão do tempo, a autora ainda ressalta que a “professor-alunos”, complexa e carregada de intencionalidades e
constância de participação por parte do docente faz com que a motivações e muito dependente da “relação estabelecida” e “em
sensação de ambiência virtual seja melhor experienciada pelos desenvolvimento” entre os participantes, os estudos de
aprendizes. A contribuição de Bronfenbrenner para a Bronfenbrenner (1996) podem acrescentar novas perspectivas na
compreensão da ambiência virtual pode ser bastante inovadora abordagem dessa variável dentro do ambiente virtual pelo EAD.
por sua abordagem bidirecional, que considera a interdependência Mencionar a importância da faixa etária ou da maturidade, como
das variáveis, a unicidade do ambiente (contexto complexo foi observado em estudos sobre EAD ganham outra perspectiva
permeado de inter-relações) e pressupondo a ausência de com Bronfenbrenner. O autor salienta a importância de se
neutralidade. Seu enfoque sobre as estruturas interpessoais como observar as atividades molares e os relacionamentos diáticos
contextos de desenvolvimento humano clarificam e dão primários. As atividades molares são comportamentos
consistência teórica aos estudos sobre interatividade em ambientes apresentados pelas pessoas em desenvolvimento, que servem
virtuais de aprendizagem. como indicadores do grau e natureza do crescimento psicológico.
São também o principal veículo para a influência direta do meio
ambiente sobre a pessoa em desenvolvimento. Assim,
4. SIMULANDO A TEORIA NA PRÁTICA considerando-se as interações dos participantes em EAD como
Apenas ilustrando como os pressupostos do teórico atividades molares, quando articula-se a hipótese de
Bronfenbrenner podem colaborar no paradigma da Educação a Bronfenbrenner (1996, p.49) de que a aprendizagem e o
Distância, tomou-se os dados de um estudo pronto apresentado na desenvolvimento são facilitados pela participação do

478
desenvolvente em padrões mais complexos de atividades mero depósito de conteúdos didáticos e quase nunca pode ser
recíprocas, “com alguém a quem se desenvolveu um apego caracterizada por proporcionar interação entre professor e aluno.
emocional sólido e duradouro, e quando o equilíbrio do poder As díades, portanto, não conseguem se estabelecer porque não há,
gradualmente se altera” em favor do desenvolvente. Por exemplo, em suma, a formação de uma “ambiência”. Dessa forma, o uso da
esse apego emocional sólido e duradouro é encontrado no “valor” tecnologia em si não se traduz numa dificuldade; a superação está
que é conferido ao “ensinar-aprender” e à aquele que é seu em desenvolver sistemas que visem e realmente suportem as
mediador. A maturidade na relação “ensinar-aprender”, envolve dinâmicas interacionais e favoreça o desenvolvimento das díades
ter consciência e conseguir perceber os jogos de poder sociais; já primárias, permitindo o duplo fluxo de informações e a
que “ensinar-aprender” é também uma relação assimétrica de construção coletiva do conhecimento. A ambiência virtual a ser
poder (ter ou não conhecimento); reflete no comprometimento, na construída pela EAD, deve ser pensada para ser incompleta, de
responsabilidade e até mesmo no planejamento de um equilíbrio, modo que as pessoas desenvolventes possam também em alguns
mesmo que momentâneo, na díade. Outros aspectos poderiam ser momentos apropriar-se dela, transformando-a com suas ações e
aprofundados nos resultados apresentados nesta reportagem, suas interações.
tendo em vista a Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner.
Entretanto, não foi este o objetivo deste artigo. Isto posto, REFERÊNCIAS
acredita-se que uma investigação, originalmente centrada nos [1] Barros, D.M.V. 2009. Guia didático sobre as tecnologias da
pressupostos do teórico, poderia colaborar na construção dos comunicação e informação. Vieira and Lent: Rio de Janeiro,
preceitos de uma “ambiência virtual”. Brasil.
[2] Belloni, M. L. 2003. Educação a distância. Autores
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Associados, Campinas, Brasil.
Este artigo salientou a relevância de se estabelecer relações entre a [3] Bronfenbrenner, U. 1977. Toward an experimental ecology
Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner com a Educação a of human development. American Psychologist, 32, 513 –
Distância. Embora o autor desenvolva seus aportes teóricos 531.
voltado para crianças em contextos de sala de aula concreta, por [4] Bronfenbrenner, U. 1996. A ecologia do desenvolvimento
esta revisão inferiu-se existir a possibilidade da pessoa em humano experimentos naturais e planejados. Artes Médicas,
desenvolvimento, aluno, desenvolver a sensação de ambiência Porto Alegre, Brasil.
escolar mesmo em ambientes virtuais por conta das dinâmicas [5] Casalegno, F. Exploring the notion of presence in
interacionais suportadas pelo aparato tecnológico. Tais dinâmicas collaborative environments. Dossiê IAMCR. In: Revista
podem ser reforçadas pelo desenvolvimento da afetividade que é, FAMECOS, 24, 4 (Jul. 2004). PUC-RS, Porto Alegre, Brasil,
por sua vez, mola propulsora da reciprocidade e 84-93. DOI=
bidirecionalidade. As díades de ambientes concretos são http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamec
igualmente estabelecidas em contextos virtuais e sustentadas pela os/article/view/3268/2528
interação nesses ambientes virtuais. Nesse sentido, o feedback [6] Garton, L. and Harthornthwaite, C. and Wellman, B. 1997.
deve ser entendido em sua dimensão interacional como qualquer Studying Online Social Networks. Journal of Computer
tipo de sinalização portadora de informação significativa para o Mediated Communication, V 3, issue 1 (1997). Disponível
outro ou mesmo de que algo está sendo levado em conta quando a em: http://www.ascusc.org/jcmc/vol3/issue1/garton.html.
interação se estabelece com a máquina. No entanto, é justamente o Acesso em 02/11/2010.
uso indiscriminado e desprovido de estudos científicos dos [7] Jonassen, D.H. 1988. Instructional Designs for
ambientes virtuais de aprendizagem que faz com que a mediação Microcomputer Courseware. Lawrence Erlbaum Associates,
em ambiente virtual seja considerada paliativa ou menor. Hillsdale,NJ.
Desconsidera-se, no entanto, que a comunicação mediada é muito [8] Kates, R. W. 1975. De que modo o homem percebe sua
mais complicada que a modalidade face-a-face, vez que na ambiência. In O homem e seu ambiente: coletânia de artigos
mediação não dispomos de elementos paralinguísticos para da Internacional Social Sciences Journal, 22, 4 ,1970. Ed.
diminuição das incertezas. Ou seja, em situação presencial esses Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, Brasil, 161-181.
elementos acabam regulando a interação, o que não ocorre em [9] Kerbauy, M. T. M.; Santos, V. M.. 2010. A formação de
ambiente virtual em que um mal-entendido pode permanecer professores e as novas dimensões da tecnologia: debatendo a
insolucionável. Não se trata, de buscar novas ferramentas interatividade. In: Costa, M. L. F. (Org.). Educação e novas
tecnológicas somente, mas, sobretudo de explorar ao máximo as tecnologias: fundamentos, políticas e práticas. Maringá:
possibilidades interacionais das ferramentas disponíveis. Em EDUEM, Brasil.
outras palavras, trata-se de estabelecer ritmos para a comunicação [10] Koller, S. (Org.) 2004. Ecologia do desenvolvimento
com vistas a criar e estimular a “ambiência”, que deve ser aqui humano: pesquisa e intervenção no Brasil. Casa do
entendida dando conta dos diversos sistemas ambientais da Psicólogo, Brasil.
concepção de Bronfenbrenner. Sobre este aspecto, destaca-se a [11] Lee, T. 1976. Psicologia e meio ambiente. Zahar, Rio de
necessidade de que a virtualidade reflita efetivamente uma nova Janeiro, Brasil.
“ambiência” e não tão somente um novo lugar a ser ocupado. O [12] Lemos, A. 2004. Cibercultura: tecnologia e vida social na
grande desafio está em transformar o lugar em espaço, e o espaço cultura contemporânea. Porto Alegre / RS: Sulina, Brasil.
em “ambiência”. As tarefas desenvolvidas em ambientes virtuais [13] Lévy, P. 2003. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, Brasil.
de aprendizagem não tem se traduzido em pontes, por conta do [14] Martins, A.R. and Moço, A. 2009. 2009. Educação a
baixo nível de interação promovido pelos suportes tecnológicos e distância vale a pena? Nova escola. 227(Nov. 2009), 52-59.
também pela inexperiência do professor, em fomentar debates. A DOI= http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-
maioria dos ambientes virtuais de aprendizagem é utilizada como inicial/vale-pena-entrar-nessa-educacao-distancia-diploma-

479
prova-emprego-rotina-aluno-teleconferencia-chat- Comunicação Midiática). Faculdade de Arquitetura, Artes e
510862.shtml?page=5>. Comunicação – FAAC da Universidade Estadual Paulista
[15] Overton, W. and Reese, H. 1977. General models for man- “Júlio de Mesquita Filho. São Paulo, Brasil.
environment relations. In: Ambrose (Org.). Ecological [21] Silva, M. 2000. A sala de aula interativa. Quartet, Rio de
factors in human development. North- Holland Publishing Janeiro, Brasil.
Company, Netherlands. [22] Souza, R.F. 1998. Templos de Civilização: A implantação da
[16] Paiva, V. L. M. O. Feedback em ambiente virtual. 2003. In. Escola Primária Graduada no Estado de São Paulo (1890 –
A interação na aprendizagem das línguas estrangeiras. V, 1910). Editora UNESP, São Paulo, Brasil.
Leffa,. Pelotas, RS: Educat, p. 219-254, Brasil. [23] Valente, J.A. 2005. A espiral da espiral de aprendizagem: o
[17] Reichardt, R. 1975. Como medir a ambiência. In O homem e processo de compreensão do papel das tecnologias de
seu ambiente: coletânia de artigos da Internacional Social formação e comunicação na educação. Tese de Livre
Sciences Journal, 22, 4, 1970. Ed. Fundação Getúlio Vargas, Docência. Instituto de Arte, Universidade Estadual de
Rio de Janeiro, Brasil, 183-202. Campinas. Brasil.
[18] Sacristán, G. 2000. O currículo: uma reflexão sobre a [24] Van Dijk, J. and Vos, L. de (forthcoming). 2000. Searching
prática. Artmed, Porto Alegre, Brasil. for the Holy Grail: Images of Interactive Television. New
[19] Sancho, J. M. 1998. Para uma tecnologia educacional. . Media and Society, Sage Publications. In: Vos, L. de.
Artmed, Porto Alegre, Brasil. Searching for the holy grail: images of interactive television.
[20] Santos, V. M. 2007. O processo de comunicação em University of Utrecht, The Netherlands. DOI=
ambiente virtual. 240f. Dissertação (Mestrado em http://www.globalxs.nl/home/l/ldevos/itvresearch/total.pdf

480
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

Movimentos interdisciplinares no trabalho de um grupo de


professores em um Curso a Distância

Simone Bicca Charczuk, Rosane Aragón de Nevado


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Brasil
sibicca@gmail.com, rosane.aragon@gmail.com

RESUMO Categorias e Descritores


Nesse artigo, investigamos a constituição de movimentos
interdisciplinares no trabalho de um grupo de professores em um K.3.2 [Computer and information science education]
Curso de Pedagogia a Distância. Para tanto, utilizamos o
referencial teórico piagetiano para apresentar o conceito de Termos Gerais
interdisciplinaridade e conceitos afins. Analisamos o processo de Teoria, Documentação
elaboração de um instrumento de avaliação do curso através de
debates dos professores da interdisciplina Seminário Integrador
em uma lista de discussão. Os dados foram organizados em torno
Palavras-chave
Interdisciplinaridade, cooperação, Piaget, educação a distância
de duas categorias: escala comum de valores e cooperação. Os
eventos reunidos na categoria escala comum de valores podem ser
compreendidos como possibilitadores das situações reunidas na Keywords
categoria cooperação. Através das trocas realizadas pela lista, Interdisciplinarity, cooperation, Piaget, distance education
podemos inferir que os professores compartilham uma escala
comum de valores, bem como realizam trocas cooperativas na
elaboração do referido instrumento. Acreditamos que a existência
1. INTRODUÇÃO
Debates e problematizações sobre o conceito de
de uma escala comum de valores e a troca cooperativa são
interdisciplinaridade e possibilidades de práticas interdisciplinares
condições de possibilidade para realização de um fazer
são recorrentes na educação e, atualmente, também se inscrevem
interdisciplinar.
no contexto da Educação a Distância (EaD). No que se refere a
ABSTRACT esta modalidade, a proposta de cursos cujo currículo privilegie
uma organização interdisciplinar é anunciada nos Referenciais de
In this paper, we investigate the constitution of interdisciplinary Qualidade para Educação Superior a Distância, documento que
movements in the work of a group of professors in a distance orienta a proposição e oferta de cursos de EaD. De acordo com os
pedagogy course. For this we used the Piaget’s theorical reference Referenciais, “... a superação da visão fragmentada do
in order to show the interdisciplinary concept and it’s related conhecimento e dos processos naturais e sociais enseja a
concepts. We analyzed the elaboration process of a course estruturação curricular por meio da interdisciplinaridade e
evaluation instrument through “Seminário Integrador” contextualização” (p. 9). Porém, mesmo apresentando tal
interdiscipline professors debate in a discussion list. The data definição, esse documento não esclarece como a
were organized around two categories: common scale of values interdisciplinaridade pode ser caracterizada e como é possível os
and cooperation. The events brought together in the category cursos implementarem um currículo e uma prática interdisciplinar.
common scale of values can be understood as enablers of the Tendo em vista o exposto anteriormente, neste artigo enfocamos o
situations met in category cooperation. Through the exchanges estudo da interdisciplinaridade na EaD amparados na proposta
made in the list, we could infer that professors share one common piagetiana de compreensão do conceito. Para tanto, abordamos
scale of values as well as do cooperative exchanges in order to uma discussão sobre as possibilidades da prática interdisciplinar a
elaborate the instrument. We believe that the existence of a partir de um estudo de caso (YIN, 2005) no qual analisamos o
common scale of values and cooperative exchange are conditions trabalho em grupo realizado por professores do Curso de
of possibility to do a interdisciplinary work out. Pedagogia a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (PEAD). Tal Curso foi escolhido para análise, pois sua
proposta visa ir além da divisão tradicional dos conteúdos em
Bicca, Simone., Aragón, Rosane. (2010). Movimentos interdisciplinares no trabalho de disciplinas isoladas e com conteúdo seqüencial, aproximando-se
um grupo de professores em um Curso a Distância. En J. Sánchez (Ed.): Congreso assim de um fazer que se almeja interdisciplinar. Igualmente, as
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 481-489, Santiago de Chile.

481
interdisciplinas 1 do Curso são compartilhadas por professores de Piaget distingue três níveis de relações de acordo com o grau de
diferentes áreas de conhecimento. Nosso objetivo é investigar interação que podem ser estabelecidos entre disciplinas: o
como movimentos interdisciplinares se desenvolvem tendo como primeiro nível é denominado multidisciplinaridade, sendo esta
objeto empírico de estudo o trabalho do grupo de professores de concebida como um patamar inferior que pode ser encontrado
uma interdisciplina denominada Seminário Integrador. quando a solução de determinado problema requer informações
Em um primeiro momento, apresentamos o conceito de provenientes de duas ou mais disciplinas ou áreas de
interdisciplinaridade e conceitos afins, conforme caracterizado por conhecimento, mas sem que elas possam ser modificadas ou
Piaget (1966, 1971, 1972, 1973a) e seu posterior desdobramento enriquecidas por essa interação. Esse nível pode ser considerado
proposto por Rolando Garcia (2007), a fim de refletirmos sobre a como “estado de partida [...] que pode ser observado em grupos
efetivação de práticas interdisciplinares no trabalho desses de pesquisadores reunidos com um objetivo interdisciplinar, mas
professores. A seguir, a proposta do Curso e alguns momentos de que permanecem em um nível de informação mútua e cumulativa,
trabalho em grupo são analisados à luz dos conceitos expostos. sem interações”. No segundo nível, o interdisciplinar
Finalmente, são apresentadas considerações finais acerca deste propriamente dito, as colaborações conduzem a interações, ou
trabalho. seja, há reciprocidade nas trocas 3 que possibilitam um
enriquecimento mútuo das disciplinas envolvidas. A
interdisciplinaridade resultará de uma pesquisa de estruturas 4 mais
2. INTERDISCIPLINARIDADE: ALGUMAS profundas que os fenômenos e que se destinam a explicar estes.
NOTAS SOBRE O CONCEITO Finalmente, o transdisciplinar é concebido como uma etapa
Para delimitarmos o conceito de interdisciplinaridade a partir da superior que sucede o interdisciplinar. Conforme o autor, esse
proposta piagetiana, propomos resgatar as principais idéias do nível “não se restringe a interações ou reciprocidades entre
autor sobre ele. Em seus textos, Piaget (1966, 1971, 1972, 1973a) pesquisas especializadas, mas situa essas ligações no interior de
faz uma crítica à abordagem positivista da ciência, principalmente um sistema total, sem fronteira estáveis entre as disciplinas” .
das ciências experimentais, que se ocupam somente com a Quanto à prática interdisciplinar, podemos dizer que para tornar
descrição, a medida e a relação entre os fenômenos, ou seja, estão possível a viabilização das relações entre disciplinas é necessário
limitadas à análise dos observáveis 2 chegando somente à que aqueles que as representam, ou seja, pesquisadores ou, no
descoberta de um conjunto de leis funcionais. Segundo o autor, é nosso contexto, professores, possam trabalhar em conjunto. Nesse
a partir desta idéia de ciência que surge “a fragmentação do real sentido, de acordo com Garcia (2007, p. 35), o que integra um
em certo número de territórios mais ou menos separados, grupo “é um marco conceitual e metodológico comum, derivado
correspondendo então a domínios bem delimitados das diversas de uma concepção compartilhada da relação ciência-sociedade,
disciplinas científicas” (p. 113). Para Piaget, a partir dessa que permitirá definir a problemática a estudar a partir de um
fragmentação do real é que vão surgir as especializações. mesmo enfoque”. É justamente a elaboração desse marco
conceitual comum que permite a articulação de ciências diferentes
e o desenvolvimento de uma prática convergente entre diversos
profissionais.
* Permissão para fazer cópias digitais ou de disco rígido de todo ou Garcia (2007) afirma que a interdisciplinaridade só se efetiva em
parte deste trabalho para uso pessoal ou em sala de aula é concedida equipe, e um trabalho interdisciplinar é sempre resultado de uma
sem taxa desde que as cópias não sejam feitas ou distribuídas para o
lucro ou vantagem comercial e que as cópias contenham esta
notificação e a citação completa da primeira página. Para copiar, ou 3
De acordo com Piaget: “o equilíbrio de uma troca de
republicar, para postar em servidores ou redistribuir a listas, requer
pensamento supõe assim: 1º. um sistema comum de sinais e de
autorização prévia específica e / ou uma taxa. Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa’10, Dezembro 1–3, 2010, definições (escala comum de valores), 2º. uma conservação das
Santiago, Chile. proposições válidas obrigando quem as reconhece como tais e
Copyright 2010 ACM 1-58113-000-0/00/0010…$10.00. 3º. uma reciprocidade de pensamento entre os parceiros” .
1
Interdisciplina, no Curso, é compreendida como uma área para a 4
Piaget concebe os progressos do estruturalismo como fator
qual convergem diferentes disciplinas, mesmo que uma delas principal que favorece a interdisciplinaridade. Conforme ele, “se
seja predominante em determinado momento. A proposta é que a pesquisa de ‘estruturas’, no sentido de sistemas subjacentes de
estas disciplinas possam prever atividades integradas. Nesse transformações, já se constitui um fator fundamental de
sentido, a interdisciplinaridade pode ser compreendida como interdisciplinaridade, é claro que toda epistemologia interna,
grande área que congrega conhecimentos específicos, ou seja, visando caracterizar as relações existentes em uma ciência, entre
ela se configura como campo de abordagem e não como uma os observáveis e os modelos utilizados, será solidária da
disciplina. epistemologia das ciências vizinhas, não somente porque os
2
Para Piaget “um observável é aquilo que a experiência permite mesmos problemas epistemológicos são reencontrados por toda
constatar por uma leitura imediata dos fatos por si mesmos parte, mas ainda porque as relações entre sujeito e objetos não
evidentes” (1976, p. 46). Em Méthodologie des relations poderia desprender-se de visões comparativas”. Também aponta
interdisciplinaires, Piaget (1971) exemplifica a relação entre os algumas propriedades das estruturas que possibilitam pensar as
observáveis e as ciências, explicando que as fronteiras entre elas relações interdisciplinares: a) a estrutura introduz no real um
são fundadas justamente a partir dos observáveis, “por exemplo: conjunto de conexões necessárias e b) a estrutura ultrapassa a
a psicologia tem como domínio a conduta, considerada um fronteira dos fenômenos, ou seja, suas manifestações são
comportamento diretamente observável, a biologia tem como observáveis, mas o sistema só é acessado por dedução, por
domínio o organismo material, etc” (p. 539). ligações não observáveis

482
equipe multidisciplinar. Pondera que a atuação de vários O primeiro semestre letivo do curso ocorreu em 2006/2 e
especialistas em equipe é condição necessária, mas não suficiente atualmente, participam deste curso cerca de 350 professoras-
para que essa prática se efetive, pois a simples justaposição de alunas dos municípios de Alvorada, Gravataí, Sapiranga, São
especialistas não produz a interdisciplinaridade. Para que isso seja Leopoldo, Três Cachoeiras, sendo estas as cidades-pólo, e alguns
possível, é necessário que haja trabalho cooperativo. municípios circunvizinhos, todos pertencentes ao estado do Rio
Para compreendermos o que caracteriza um trabalho cooperativo é Grande do Sul/BR. Cada pólo conta com uma infra-estrutura
necessário nos aproximar da idéia piagetiana de cooperação e de composta de um laboratório com 20 computadores (em média),
descentração. No que se refere ao conceito de cooperação, ele foi uma biblioteca com exemplares dos livros adotados nas
abordado por Piaget em algumas obras, especialmente no livro Interdisciplinas, um espaço para atividades coletivas e espaços
Estudos sociológicos. Neste, concebe a cooperação como para as aulas presenciais – além de material de apoio, como
“operações efetuadas em comum ou em correspondência filmadora, máquinas digitais, aparelhos de DVD e projetor
recíproca”. Para que haja essa operação em comum, os parceiros multimídia.
que realizam trocas intelectuais precisam ajustar suas operações Para a realização do trabalho, a equipe do curso conta com um
individuais por meio de novas operações de correspondência, quadro de cerca de cinco professores para cada uma das
reciprocidade ou complementariedade. Para que o equilíbrio nas interdisciplinas (um professor por interdisciplina/pólo –
trocas intelectuais seja atingido, é necessária a coordenação de totalizando cerca de 210 docentes ao longo de todo o curso), 38
pontos de vista, que pressupõe uma escala comum de valores 5, a tutores de sede (que prestam atendimento aos alunos,
conservação das proposições propostas como válidas e a preferencialmente à distância), 15 tutores de pólo (que atendem
reciprocidade de pensamento entre os parceiros. Igualmente, as presencialmente os alunos nos cinco pólos), serviço de secretaria
relações entre pontos de vista diversos tornam-se possíveis e alguns monitores responsáveis pela parte de programação. Em
quando o sujeito descentra-se intelectualmente. Essa descentração relação à equipe docente, o curso prevê o compartilhamento de
sinaliza a passagem do primado da perspectiva própria, ou seja, interdisciplinas por professores oriundos de diferentes áreas de
egocêntrica, à coordenação de perspectivas, ocasionando a conhecimento. Ainda visando à integração de todos que trabalham
liberação com relação a um ponto de vista subjetivo. durante o semestre, são previstas reuniões presenciais e online de
Quando o sujeito é capaz de descentrar-se, ele se desprende de um planejamento conjunto de atividades com os professores
aspecto delimitado do real para levar em consideração outros responsáveis pela integração do eixo/semestre, além da formação
aspectos e coordená-los. Assim, é capaz de ações cooperativas de tutores realizada ao longo de todo o curso e, preferencialmente,
através das quais pode se modificar a partir dessa relação e antes do início de cada semestre.
entender as diferentes perspectivas, acolhendo o argumento do Conforme mencionado anteriormente, tendo em vista ir além da
outro e conservando-o. Nesse sentido, Garcia (2007) propõe que é divisão tradicional dos conteúdos em disciplinas isoladas e com
necessário que os membros de um grupo tenham capacidade de conteúdo seqüencial, o currículo do curso é organizado em
descentração para que seja possível compreender e apreciar os interdisciplinas que visam relacionar o conhecimento teórico e
problemas colocados ao seu próprio domínio desde outros campos prático ao longo dos eixos/semestres. Propõe ainda a “autonomia
e para perceber que alguns problemas de seu domínio se relativa da organização curricular, a articulação dos componentes
prolongam em outros, tornando-se necessário formulá-los de curriculares entre si nas distintas etapas e ao longo do curso,
forma adequada facilitando, assim, movimentos de troca e relação entre Práticas Pedagógicas e Pesquisa” e a interligação da
trabalho conjunto. teoria com as experiências docentes das professoras-alunas.
Além dessa articulação entre os componentes curriculares, a
3. INTERDISCIPLINARIDADE NA proposta do curso prevê a ligação do currículo com as
PROPOSTA DO PEAD experiências e práticas pedagógicas realizadas pelas professoras-
alunas nas escolas onde trabalham. Pretende-se que as propostas
3.1 Caracterizando o PEAD de atividades partam da realidade da sala de aula, da escola e
O Curso de Pedagogia a Distância, ao qual nos referimos neste comunidade das professoras-alunas, sendo que as interdisciplinas
artigo, está inserido no Programa Federal Pró-Licenciatura Fase 1, são convidadas a proporcionar um trabalho articulado, evitando
que tem por objetivo a oferta de vagas em cursos de licenciatura, práticas isoladas e contemplando a reflexão dos problemas com os
na modalidade a distância, em áreas em que há maior carência de quais a escola se defronta, “posto que estes são sempre
professores graduados para a educação básica. Ele foi elaborado interdisciplinares”.
com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais Brasileiras para os De acordo com as idéias apresentadas acima, a
Cursos de Licenciatura (Res. CNE 01/2002) e nos Referenciais de interdisciplinaridade proposta no currículo é concebida como algo
Qualidade da SEED para Cursos a Distância. Seu público-alvo necessário, pois a ênfase está em uma situação complexa, qual
são professores (professoras, na sua maioria) que trabalham nas seja, o mundo das professoras-alunas e não nos conteúdos
redes municipais e/ou estaduais do Rio Grande do Sul/Brasil e propriamente ditos das disciplinas. Em relação a este aspecto, a
que não possuem formação superior em pedagogia. proposta do curso se aproxima das proposições de Piaget que
enfatizam a interação entre diversas disciplinas como necessária
para a compreensão e resolução de problemas complexos. Nesse
sentido, torna-se necessária a abordagem de diversas disciplinas
5
De acordo com Piaget, “toda escala de valores corresponde a para a proposta de explicação da realidade.
uma coletividade de co-valorização constituída pelo conjunto
A proposta do curso busca inverter a lógica comumente
dos indivíduos co-permutadores segundo esta escala.”
encontrada em educação: aprender para depois aplicar, ou seja,
(PIAGET, 1973b, p. 131).

483
receber os conteúdos para depois vivenciá-los na prática. A independentemente do conteúdo de sua interdisciplina estar
organização curricular e pedagógica procura trazer para o contemplado diretamente na produção lida. Podemos considerar
primeiro plano as questões e problemáticas do cotidiano escolar a esse momento como a culminância da integração das equipes que
partir das quais se busca subsídios teóricos que auxiliem a trabalham em cada pólo durante o semestre, conduzida pela
compreendê-las. Assim, é possível retornar às práticas após a equipe do Seminário Integrador.
leitura teórica com a possibilidade de modificá-las, mas também
questionar as teorias a partir das práticas. O curso adota como 3.2 O trabalho do grupo de professores
proposta metodológica a integração entre teoria e prática, Para analisarmos os movimentos interdisciplinares no trabalho do
“fazendo com que a teoria seja usada como ferramenta de análise grupo de professores da interdisciplina Seminário Integrador do
de seus trabalhos e ao mesmo tempo possa servir de instrumento PEAD, realizamos uma investigação caracterizada como estudo de
para reflexões e reformulações de suas práticas”. caso (YIN, 2005). Elegemos como contexto de análise alguns
A proposta da ocorrência de Seminários Integradores 6 em todos debates sobre a elaboração das atividades avaliativas de final do
os semestres visa promover as articulações tanto dos componentes semestre, pois, conforme mencionamos anteriormente, tal
interdisciplinares do currículo, quanto da equipe que trabalha em momento pode ser caracterizado como representante dos
cada pólo durante o semestre. Uma das características mais processos de integração entre as equipes que trabalham durante
marcantes desta interdisciplina é justamente o seu caráter de cada eixo/semestre. Nesta análise foram enfocados os debates
articulação com as demais interdisciplinas em cada semestre e no sobre a elaboração desta atividade nos semestres 2008/1 (eixo 4
decorrer do curso. De modo geral, essa interdisciplina ocupa-se do curso) e 2009/1 (eixo 6 do curso). Optou-se por analisar estes
com atividades que envolvem “iniciação à pesquisa, ‘ferramentas semestres, considerando que eles marcam dois momentos distintos
intelectuais’ e metodologias para apoiar e integrar o trabalho do curso, composto por nove semestres.
pedagógico em cada eixo (semestre)”. Portanto, o Seminário No que se refere ao eixo 4 (semestre 2008/1), tal eixo foi
Integrador pode ser considerado a interdisciplina que fomenta e composto pelas interdisciplinas Seminário Integrador IV,
tenta dar suporte às iniciativas interdisciplinares das demais Representação do Mundo pela Matemática, Representação do
interdisciplinas vigentes em cada semestre. Para tanto, conduz Mundo pelas Ciências Naturais, Representação do Mundo pelos
algumas das atividades, quais sejam, a construção de portfólios de Estudos Sociais e Educação e Tecnologias da Comunicação e
aprendizagem e a avaliação final do eixo/semestre. Informação 7. Um dos focos dessa avaliação foi o trabalho com os
No que se refere à atividade de portfólios de aprendizagem, ela é conceitos de espaço e tempo explorados pelas diversas
lançada no começo de cada semestre e é conduzida e interdisciplinas vigentes no eixo. O eixo 6 (semestre 2009/1) foi
acompanhada pelos professores e tutores do Seminário Integrador. composto pelas interdisciplinas Seminário integrador VI,
As professoras-alunas são convidadas a contemplarem nos seus Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais,
blogs (ferramenta na qual são construídos os portfólios) postagens Filosofia da Educação, Questões Étnicos Raciais na Educação:
de todas as interdisciplinas que ocorrem no semestre. O Sociologia e História, Desenvolvimento e Aprendizagem sob o
acompanhamento dos portfólios de aprendizagem pelos tutores e Enfoque da Psicologia II 8.
professores via comentários permite que as professoras-alunas Os debates referidos envolveram a construção dos documentos de
possam re-orientar o trabalho, revendo conteúdos de atividades, avaliação denominados Síntese do Portfólio e foram realizados em
adequação das intervenções e/ou prazos das tarefas a partir das uma lista de discussão agregada ao servidor da Universidade que
dificuldades expressas pelas professoras-alunas nas suas arquiva os emails enviados pela lista. Cabe ressaltar que a maioria
postagens sobre aprendizagens construídas nas interdisciplinas do dos debates deste grupo de professores, bem como a tomada de
eixo). decisões quanto à organização das atividades da interdisciplina
As postagens no portfólio dão subsídios para a avaliação de final ocorrem nesta lista de discussão.
de semestre, constituindo-se como um elemento da mesma. Tal Quanto às interlocuções referentes ao período 2008/1, foram
avaliação visa contemplar os conteúdos trabalhados em todas as analisadas todas as participações realizadas na lista e que foram
interdisciplinas do eixo caracterizando-se como um instrumento agregadas no servidor em torno dos assuntos “Síntese do portfólio
que os integra. Ela é dividida em dois momentos: a elaboração de – Eixo 4” e “Proposta para o documento-base da Síntese do
um documento-síntese, no qual procura-se contemplar uma Portfólio – Eixo 4”, totalizando a troca de 29 mensagens. O
integração de aspectos trabalhados no semestre, e a posterior debate na lista ocorreu durante o mês de junho de 2008 e
apresentação deste em um workshop realizado nos pólos. O envolveu a participação de 6 professores da referida
workshop é composto em forma de bancas das quais participam interdisciplina. Para a análise das interlocuções do período 2009/1
um professor e um tutor para cada grupo de 12 alunos em média. enfocou-se todas as participações realizadas na lista em torno dos
Antes da apresentação da síntese, cada professora-aluna tem sua assuntos “Preparação para o workshop de avaliação 2009/1” e
primeira versão lida por um professor que avalia seu trabalho “Preparação para o workshop 2009/1 pelo SI de cada pólo”,
totalizando a troca de 20 mensagens. O debate na lista ocorreu
6 durante o mês de junho de 2009 e envolveu a participação de 4
O grupo de professores e tutores dessa interdisciplina
acompanha o trabalho das professoras-alunas e do grupo de
professores das demais interdisciplinas durante todo o curso. Os 7
professores são formados em diversas áreas, entre elas: Mais informações sobre o trabalho nesse eixo disponíveis em:
pedagogia, filosofia, matemática, biologia, psicologia, http://pead.pbworks.com/eixo4.
8
informática. Nessa interdisciplina atuam dois professores e dois Mais informações sobre o trabalho nesse eixo disponíveis em:
tutores por pólo. http://pead.pbworks.com/EixoVi.

484
professores do seminário integrador e 3 professores de outras Mensagem enviada para a Lista na Quinta Junho 5 de
interdisciplinas do eixo. 2008 20:29:29
Para a análise das trocas intelectuais entre os participantes foram Achei ótimo, pois na terça passada, na nossa reunião de
consideradas duas categorias, a saber, escala comum de valores e pólo, apresentando e discutindo o workshop com nossas
cooperação. Em relação às categorias propostas, a escala comum tutoras, a equipe de Matemática comentou que eles
de valores deve ser compreendida como condição para a trabalharam mais ESPAÇO que TEMPO, então OU/OU
construção de trocas cooperativas. Tais categorias foram geradas a é melhor. Abs. Prof 6.
partir do referencial teórico, considerando que ambas são Também podemos visualizar a proposta de construção de uma
importantes como condição de possibilidade para a realização de escala comum de valores, que se concretiza em levantamento de
um fazer interdisciplinar por parte do grupo de professores. conceitos comuns, para a avaliação do eixo 6 nessa seqüência de
Partindo dessas categorias geradas em concordância com o mensagens enviadas para a lista de discussão:
referencial teórico escolhido, passou-se a codificação das
interlocuções, realizadas pelos professores na referida lista de Mensagem enviada para a Lista Sábado Junho 6 de
discussão, com base na proposta de análise de dados qualitativos 2009 11:06:02
exposta por Gibbs (2009). De acordo com o autor, a codificação Prezados coordenadores do Eixo VI,
“envolve a identificação e registro de uma ou mais passagens de É com satisfação que me dirijo a vocês para solicitar a
texto [...], como parte do quadro geral que, em algum sentido, colaboração no encaminhamento do Workshop de
exemplificam a mesma idéia teórica e descritiva” (GIBBS, 2009, Avaliação. A avaliação final é um momento
p. 60). Optou-se por essa metodologia de análise por tratar-se de compartilhado entre todas as Interdisciplinas.
dados qualitativos no escopo de um estudo de caso de caráter Desejamos que vocês leiam e, caso considerem
exploratório, ou seja, com a eleição e codificação de tais necessário, indiquem acréscimos ou alterações. Nossa
categorias pretendeu-se uma aproximação inicial e descritiva do intenção é contemplar todas as Interdisciplinas de um
objeto de estudo deste trabalho, qual seja, as possibilidades de modo que mostre a interdependência dos conceitos para
relações interdisciplinares entre o grupo de professores do PEAD. pensar o cotidiano da escola.
Escala comum de valores
Mensagem enviada para a Lista Sábado Junho 6 de
No que se refere ao conceito de escala comum de valores, 2009 11:35:17
podemos considerá-la como um modo de avaliar e comparar ações Considero muito boa a proposta de trabalho. Apenas
dos indivíduos em interação, demonstrando aprovação ou faria uma ressalva quanto ao quadro. Quando aparece
desaprovação, concordância ou discordância. Segundo Piaget Estágios de desenvolvimento, sugiro substituir apenas
(1973b), a existência de uma escala de valores compartilhada por Desenvolvimento. No mais, considero a proposta
traduz-se por uma valorização recíproca das ações e é ela que bastante apropriada. Prof. X.
garante a possibilidade de troca entre interlocutores, garantindo
assim a cooperação do grupo. A existência de uma escala de Mensagem enviada para a Lista Domingo Junho 7 de
valores compartilhada entre os professores pode ser exemplificada 2009 11:33:24
nas seguintes interações referentes ao eixo 4: Caros/as Colegas, achei muito interessante a proposta. A
Mensagem enviada para a Lista na Terça Junho 3 de reflexão baseada nesse filme [Entre os muros da escola]
2008 22:19:35 pode, de fato, ser um bom elo que articula esses
Prezada prof 1, Estou de acordo com a proposta. A conceitos. Sugiro apenas inserir EDUCACIONAIS ao
inclusão do tópico II permite uma elasticidade nas fazer referência às NECESSIDADES [....] ESPECIAIS.
reflexões, em diferentes níveis, contemplando o Um abraço, Prof Y.
conjunto dos cursistas. Uma excelente idéia. Prof. 4.
Mensagem enviada para a Lista na Quarta Junho 4 de Podemos visualizar, nessas interações, um movimento de acordo
2008 11:37:33 mútuo, fundado e amparado pela valorização recíproca dos
interlocutores. Tal valorização é expressa principalmente na
Colegas, Estou de acordo com a sistematização proposta manifestação do professor 4, quando menciona que a proposta da
pelo prof 4. Um abraço, Prof 1 colega é “uma excelente idéia”, bem como da professora 6 que
Mensagem enviada para a Lista na Quinta Junho 5 de refere “achei ótimo”. Igualmente, tal valorização ocorre quando o
2008 15:04:34 professor X menciona a proposta de trabalho como “muito boa” e
o professor Y a considera “muito interessante”. De acordo com
Colegas, também conversei com a coordenadora e
Piaget (1973b), a construção de uma escala comum de valores
depois com a tutora x e percebi que "tempo" não foi
pode ser compreendida como condição preliminar para a
trabalhado em todas as interdisciplinas, então concordo
existência e permanência de uma coletividade de valorização
com as alterações. Quanto à segunda questão, teria
recíproca. Sem essa escala, as trocas entre os sujeitos são
apenas duas palavras a acrescentar: "por quê?"
estabelecidas ao acaso não possibilitando o trabalho coletivo. A
De tudo o que você viu, ouviu, participou, escreveu, presença da valorização recíproca é exemplificada pelo autor
pensou e fez no Eixo IV, o que você destaca como mais quando os sujeitos, nos movimentos de trocas intelectuais,
importante para a sua aprendizagem pessoal ou expressam concordância ou compartilham os mesmos gostos.
profissional, por quê? Um abraço, prof 2.
A concordância é expressa, nessas interlocuçãos, pelos
professores 4, 1, X e Y. A partir desses excertos podemos refletir

485
que, conforme propõe Piaget (1973b), a manutenção dessa
coletividade e, consequentemente, o trabalho cooperativo, se dá
amparada pela construção e manutenção de uma escala comum de
valores e da garantia de que as trocas entre os parceiros atinjam
benefícios recíprocos. Se os benefícios recíprocos são garantidos
nas trocas a coletividade pode ser considerada estável, pois existe
a promoção de um enriquecimento mútuo entre os interlocutores.
Esse processo pode ser considerado condição de possibilidade de
um trabalho cooperativo e interdisciplinar.
Cooperação
Através da análise das interações, pode-se inferir que, além de
estarem amparadas em uma escala comum de valores, as trocas
intelectuais que foram estabelecidas entre os interlocutores
correspondem a uma operação efetuada em comum (PIAGET,
1973b). Nesse sentido, as trocas podem ser caracterizadas como
cooperativas, envolvendo principalmente a complementaridade
entre as operações individuais dos participantes:
Mensagem enviada para a Lista na Terça Junho 3 de
2008 08:28:19
Colegas, envio minha contribuição a partir da do prof 2.
bjs, prof 3
Como anexo desta mensagem, a professora 3 propõe
alguns adendos e reformulações ao texto original
lançado pela coordenação do curso como proposta
inicial de documento de avaliação:

Figura 1. Mensagem na Lista em 3 de junho de 2008 08:28

Mensagem enviada para a Lista na Terça Junho 3 de


2008 09:22:38
Prof 1 e colegas, Segue minha sugestão considerando
as da prof 3 e as do prof 2 no anexo (contribuições
sublinhadas). Abs
No anexo desta mensagem seguem as proposições
conforme mencionadas no email:

486
Figura 3. Mensagem na Lista em 3 de junho de 2008 11:46

Mensagem enviada para a Lista na Terça Junho 3 de


2008 14:41:21
Olá prof 4 e colegas, As sugestões de redação da prof 3,
prof 6 e prof 2 vou incorporar, bem como outras
sugestões de vocês. Vou tentar agregar o que vocês
enviaram agora a tarde e envio para vocês para mais
uma rodada. Abs, prof 1.
A complementaridade, ou composição coletiva, também pode ser
visualizada nessas interlocuções referentes à elaboração do
documento de reflexão-síntese do Eixo 6:
Mensagem enviada para a Lista na Segunda Junho 15
de 2009 11:15:03
Prof 1 e demais colegas, ontem eu e a prof Z discutimos
o instrumento para construção do Portfólio e ela fez uma
sugestão que me parece deixar mais claro o enunciado
A. Vou enviar, pois talvez ainda haja tempo de
considerarmos as sugestões dela (refere-se ao item 3). Já
aviso que só iremos alterar se isso for compartilhado
pelos demais polos. Abraços, prof. B
*A PROPOSTA DE TRABALHO*
PROPOSTA A
1. Selecione e descreva uma cena do filme [Entre os
Figura 2. Mensagem na Lista em 3 de junho de 2008 09:22 muros da escola] que contemple o maior número de
conceitos do quadro;
2. Identifique os conceitos na cena e justifique sua
Mensagem enviada para a Lista na Terça Junho 3 de escolha;
2008 11:46:29 3. Considerando as aprendizagens construídas nas
Oi pessoal, fiz tb reformulações. Para facilitar, coloquei Interdisciplinas, as reflexões postadas no Blog Portfólio
em cima do anterior. O que é negrito, fonte 14 foi o que de Aprendizagens, as vivências escolares e os conceitos
acrescentei. Um abraço, prof 5 identificados, produza uma análise crítica da cena,
O prof. 5 envia suas sugestões no anexo desta apresentando argumentos acompanhados de evidências
mensagem: recortadas da mesma. [Prof B: eu inverteria a forma
de enunciar o item 3, pensando numa forma mais
direta e clara de dizer. Ficaria assim:"Analise
criticamente a cena, apresentando argumentos e
evidências e utilizando, como base da argumentação,
os conceitos identificados, as contribuições das
diferentes interdisciplinas do semestre (suas
diferentes perspectivas), as aprendizagens
evidenciadas no Portfólio, bem como as vivências
escolares”]. Mas é apenas uma sugestão.

487
Mensagem enviada para a Lista na Segunda Junho 15 professores que atua no Curso de Pedagogia a Distância da
de 2009 11:32:34 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PEAD/UFRGS) a
Olá colegas, acho que a sugestão da prof Z torna a fim de visualizarmos práticas que se aproximam de um fazer
demanda mais direta. Fiz uma pequeníssima alteração. interdisciplinar, partindo de uma leitura piagetiana do conceito.
Já alterei no documento e espero o aval de vocês. Abs, Analisamos as interações dos participantes em uma lista de
prof A. discussão para a elaboração de documentos de avaliação de final
“Analise criticamente a cena, apresentando argumentos de semestre. Em análise dos dados obtidos na lista, pode-se
e evidências. Use, como base da argumentação, os perceber que na medida em que os professores lançam propostas
conceitos identificados, as contribuições das diferentes na lista, caracterizando assim uma ação individual, estas irão
Interdisciplinas do semestre (suas diferentes repercutir nas propostas dos demais interlocutores, sendo que tal
perspectivas), as aprendizagens evidenciadas no proposta pode ser aceita, rechaçada ou ignorada. Acredita-se que,
Portfólio, bem como as vivências escolares” se os interlocutores compartilham uma escala de valores entendida
como comum ao grupo, abre-se a possibilidade de trabalho
A partir desse conjunto de interlocuções realizadas, cooperativo, pois as propostas de cada membro serão acolhidas
principalmente através da composição do documento cujas pelos demais e poderão ser incorporadas tendo em vista a
versões foram sendo enviadas para a lista na medida em que os produção do grupo compreendida como um fim comum.
professores iam propondo alterações e complementações ao
documento, podemos compreender que os professores em diálogo Neste sentido, o trabalho realizado de forma cooperativa contribui
procuram acolher as sugestões dadas pelos colegas, configurando para a efetivação de movimentos interdisciplinares conforme
assim um documento que é gestado por todos através da propõem Piaget (1972) e Garcia (2007). Podemos pensar que a
complementação de idéias. Nesse sentido, podemos pensar que própria proposta pedagógica e a metodologia de trabalho
essa interlocução ultrapassa um nível multidisciplinar de trabalho. orientadora do curso podem ser consideradas fundantes do marco
As informações e construções gestadas pelo grupo não são apenas conceitual e metodológico comum (GARCIA, 2007) que norteia a
cumulativas, mas resultado de uma interação propriamente dita, prática empreendida pelos professores. Além disso, pelos excertos
aproximando-se assim da idéia de prática interdisciplinar analisados, podemos inferir que os professores que compõem a
conforme proposta por Piaget (1972). Cada troca de mensagem equipe da interdisciplina Seminário Integrador desenvolvem uma
ressalta a acolhida do argumento proposto pelo interlocutor prática que visa promover a articulação e coordenação de
antecedente, principalmente nas interlocuções referentes ao perspectivas, expressas nos pontos de vista de cada professor
semestre 2008/1, incorporando novas idéias a partir dele e participante da lista e que contribui para a elaboração de um
promovendo reciprocidade nas trocas e um enriquecimento mútuo trabalho conjunto tendo em vista um mesmo enfoque (GARCIA,
na construção cooperativa do documento de avaliação. Cabe 2007). Assim, resgatando os conceitos de multidisciplinaridade e
destacar que a participação de cada interlocutor era tomada como interdisciplinaridade propostos por Piaget (1972), podemos
base para as propostas, conservando assim as propostas de todos a pensar que a prática deste grupo supera o fazer multidisciplinar,
cada troca de mensagem. Já nas mensagens referentes ao processo pois não se restringe à informação mútua e cumulativa dos
de elaboração do documento-síntese do Eixo 6, prof. B destaca participantes, mas visa uma construção conjunta, amparada em
que sua contribuição é uma sugestão proposta a partir de uma uma escala comum de valores que possibilita o trabalho
conversa anterior com outro prof. e destaca que somente será cooperativo e a prática interdisciplinar e não apenas a
implementada com o aval do grupo. justaposição de disciplinas e práticas isoladas.
Consideramos que nestas interações se estabelece uma ação Igualmente, acreditamos que cursos a distância preocupados com
cooperativa, pois cada um dos participantes acolhe o argumento a elaboração de um trabalho cooperativo, no qual os profissionais
do outro e conserva-o (PIAGET, 1973b). Esse movimento pode que compõem as equipes dos cursos não apenas contribuem com
ser percebido na proposição do prof. 5 quando comenta que seus saberes específicos, mas se engajam na produção de um saber
reformulou a proposta dos colegas, colocando “encima do coletivo, potencializam práticas interdisciplinares, pois a atuação
documento anterior” (conservando-o) e ampliando a proposta para e planejamento conjuntos de profissionais que representam áreas
além do que já estava escrito. Igualmente, podemos visualizar esse de saber diversas tencionam as fronteiras disciplinares
processo quando a prof A ressalta que fez uma pequena alteração compreendidas como naturais, possibilitando justamente um
na proposta a partir da sugestão anterior. Além disso, pode-se trabalho que mobiliza espaços de permeabilidade entre as
perceber uma valorização recíproca do trabalho do outro na disciplinas.
medida em que cada participação é considerada, o que possibilita A partir dos resultados obtidos na análise de dados proposta nesse
pensarmos o grupo de professores como co-valorizantes estudo, consideramos que a abordagem apresentada neste artigo
(PIAGET, 1973b), ou seja, se caracterizando como interlocutores pode ser compreendida como uma aproximação inicial com as
que estabelecem trocas apoiando-se em uma escala comum de temáticas da interdisciplinaridade e EaD. Novos estudos sobre as
valores, desenvolvendo assim uma prática convergente e possibilidades e limites do fazer interdisciplinar nessa modalidade
cooperativa (GARCIA, 2007). educativa são requeridos a fim de ampliarmos o debate sobre
essas práticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho aproximamos o debate acerca das temáticas
interdisciplinaridade e Educação a Distância a partir da análise de
movimentos interdisciplinares em um curso nesta modalidade.
Para tanto, enfocamos o trabalho realizado por um grupo de

488
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [7] Nevado, R. A.; Carvalho, M. S. C.; Bordas, M. C. 2006.
[1] Brasil. 2007. Referenciais de Qualidade para a Educação a Licenciatura em Pedagogia a Distância: guia do professor.
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pdf interdisciplinar e mecanismos comuns. Lisboa: Livraria
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avaliação interdisciplinar no curso de pedagogia a distância d'enseignement et de recherche dans les universites. Paris -
(PEAD/UFRGS). In: I Seminário Webcurrículo, 2008, São France, Organization de Coperation et developpement
Paulo. Anais do I Seminário Webcurrículo. v. 1. p. 1-8. Économiques.
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interdisciplinaria. Barcelona: Gedisa Editorial. [12] Piaget, J. 1966. La psychologie, les relations
[5] Gibbs, G. 2009. Análise de dados qualitativos. Porto Alegre: interdisciplinaires et le systeme des sciences. Bulletin de
Artmed. Psychologie, 20, no. 254, p. 242-254.
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metamorfoses no currículo e na prática pedagógica. Anais do Porto Alegre: Bookman.
XVI Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino.
Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.

489
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

Instrumento para el Desarrollo de Actividades


Colaborativas
José Luis Filippi, Daniel Pérez, Sofía Aguirre
Universidad Nacional de la Pampa
Argentina
filippij@ing.unpam.edu.ar, h.daniel.perez@gmail.com, sofia_aguirre22@hotmail.com

Abstract Resumen
The ubiquitous-learning or u-learning makes learning La formación ubicua permite el aprendizaje en cualquier
possible in any time or place, using ubiquitous computing momento y en cualquier lugar utilizando las tecnologías de
technologies. informática ubicua.
Our aim consists in developing and introducing new Nuestro objetivo consiste en desarrollar e implantar nuevas
technologies in order to improve the relation between the tecnologías para mejorar la relación entre la institución
institutional training and the social context. It also achieves escuela y el contexto social. Incluye lograr una
a fluent communication between the different users: comunicación fluida entre los diferentes actores, docentes,
teachers, students, parents, among others, and to actively alumnos, padres, entre otros, e involucrarlos activamente en
involve them in the actions of the school organization. las acciones del gobierno escolar.
The purpose of the following article, we set out to show the La finalidad del presente artículo es mostrar los avances
reached advances in the development of an ubiquitous tool alcanzados en el desarrollo de una Herramienta Ubicua que
that permits to set up teaching and learning activities permita implementar actividades de enseñanza y
jointly, taking into account the services that must provide aprendizaje en forma colaborativa, respetando los servicios
all telematics platform, introduced in different que debe proveer toda plataforma telemática, implantados
technological devices, webs and mobiles. en distintos dispositivos tecnológicos, webs y móviles. Se
This tool is developed to achieve improvements in the desarrolla ésta herramienta con el objetivo de lograr
teaching and learning activities in different educational mejoras en las actividades de enseñanza y aprendizaje en
levels, showing the variables that take place in an education los diferentes niveles educativos, mostrando las variables
mediated by technological devices, achieving a permanent que entran en juego en una educación mediada por
increase in the interaction between students and teachers diferentes dispositivos tecnológicos, logrando un
and providing learning assistance in line with the incremento de la interactividad entre alumnos y docentes en
educational demand. forma permanente y prestando una asistencia formativa
conforme a la demanda educativa. Además ofrecerá
Besides, it shall offer communication, dynamism in the comunicación, dinamismo en la presentación de
outline of contests, use of multimedia, text and elements contenidos, uso de multimedia, texto y elementos que
that allows users to assist with different learning styles, all permiten atender a los usuarios con distintos estilos de
in the same place: the computer with Internet access. aprendizaje, todo en un mismo sitio: la computadora con
Filippi, José Luis., Pérez, Daniel., Aguirre, Sofía. (2010). Instrumento para el conexión a Internet.
Desarrollo de Actividades Colaborativas. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 490-495, Santiago de Chile.

490
Palabras claves: Aprendizaje Ubicuo. Dispositivo informática ubicua tiene una gran oportunidad. El
Móvil. Aprendizaje Colaborativo. desarrollo de un ambiente de estudio ubicuo combina las
ventajas de un ambiente de enseñanza adaptativa con los
1. Introducción beneficios de la informática ubicua y la flexibilidad de los
dispositivos móviles. Los estudiantes tienen la libertad de
aprender dentro de un ambiente de aprendizaje que les
El ámbito de aprendizaje se extiende más allá de los límites ofrece la adaptabilidad a sus necesidades individuales y a
físicos que nos muestran las instituciones educativas. sus estilos de aprendizaje, así como la flexibilidad de
Aprendemos cualquier cosa, en cualquier momento y en sistemas informáticos penetrantes y discretos [2]. Lo
cualquier lugar utilizando tecnologías e infraestructuras de fundamental es proveer a los educandos la información
informática ubicua. Uno de los objetivos primarios de la correcta, en el momento indicado y del modo correcto,
enseñanza es ampliar la calidad de nuestra vida. Así, el ofreciendo respuestas adecuadas a las necesidades del
sujeto esencial de aprendizaje existe en nuestro ambiente aprendiz. Para ello es necesario adaptar la información
diario, no en aulas o libros de texto. Tradicionalmente, es según lo resaltado en el perfil del usuario y en su historial
muy difícil aprender desde nuestro entorno habitual, porque educativo.
no tenemos método para ello. Recientemente, el desarrollo f. Proveer seguridad y confiabilidad. Un
de la tecnología de informática ubicua nos permite aula virtual debe ser el espacio donde el alumno
compartir información y comunicarnos sin esfuerzo, pueda adquirir conocimientos, experimentar,
constante y continuamente a lo largo del día [1]. aplicar, expresar , comunicar, medir sus logros y
saber que del otro lado está el profesor, instructor
o responsable de esa clase, que le permite aprender
Para que un aprendizaje sea considerado ubicuo debe en una atmósfera confiable, segura y libre de
desarrollarse bajo una infraestructura en la cual los riesgos.[3]
elementos que la componen surgen de una adaptación del
aprendizaje tradicional, con el agregado de adelantos Las instituciones educativas como principal organismo
tecnológicos que permiten accesibilidad a diferentes tipos educador de nuestros jóvenes, tienen en su haber un gran
de usuarios, y en la que se modelen situaciones educativas desafío, que consiste en implementar el uso de las nuevas
tradicionales a nuevas formas de teleformación. herramientas tecnológicas, permitiendo la emergencia de
nuevos modelos educativos en coexistencia con los clásicos
[4].
Tal infraestructura debe permitir: Con el objetivo de lograr un sistema educativo que
a. Almacenar en forma permanente la información incorpore el uso de las tecnologías ubicuas disponibles en
que el docente provee como material de el contexto social, se propone analizar los servicios
formación, incluyendo comentarios que se imprescindibles que debe poseer cualquier plataforma de u-
efectúen en el transcurso de la clase. learning [5], como paso previo al objetivo final, crear una
nueva plataforma educativa ubicua que identifique al
b. Accesibilidad permanente a través de diferentes usuario y a partir de su perfil, le proporcione servicios de
tecnologías móviles, a todo tipo de contenidos que información consciente, haciendo uso de diferentes
se encuentren disponibles en el aula, según el dispositivos tecnológicos.
perfil del usuario.
c. Una nueva forma de interactuar entre los
diferentes actores (docentes, alumnos, tutores, 2. Instrumento para el Desarrollo de
administrativos) permitiendo el intercambio de Actividades Colaborativas
ideas y experiencias, mediados por los servicios
que proveen las plataformas ubicuas a través de la Las actuales plataformas de formación mediadas por las
comunicación con las máquinas e incluso entre nuevas tecnologías de la información y la comunicación
máquinas sin intervención humana. están orientadas principalmente a facilitar la tarea de los
docentes, proporcionan servicios web para que los alumnos
d. Actividades educativas situadas, la información puedan acceder al material educativo, con la presencia de
que llega al educando debe ser pertinente con el foros, encuestas, estadísticas, seguimiento de secuencias de
grado de necesidad y acorde al contexto en que se aprendizajes, entre otras posibilidades.
encuentre el individuo y en nuestro caso el
estudiante. Sin embargo carecen de herramientas que permiten al
docente y alumno interactuar en tiempo real, bajo la
e. Aplicar métodos de enseñanza que se adapten al premisa de efectuar actividades en forma sincrónica y
estilo de aprendizaje del estudiante. En este contexto la

491
colaborativa, programando encuentros de formación acceder al aula ingresar a www.aula1.com.ar y accedemos
estipulando fecha y hora, a solicitud del docente o el a la pagina de inicio. (Figura 1)
alumno.
El trabajo colaborativo permite integrar un conjunto de
personas en busca de un objetivo en común, donde cada
uno aporta su punto de vista a partir de los conocimientos,
experiencia de vida, etc., con que cuenta, generando un
espacio de discusión rico en propuestas e ideas que
conlleva a un logro de mayor alcance que el producido por
el trabajo de un solo individuo.
En el ámbito educativo las actividades de aprendizaje
colaborativas permiten desarrollar en los educandos un
cúmulo de habilidades relacionadas directamente con el
objetivo que persigue la educación moderna, la formación
en competencias que posibilitan al alumno integrarse en Figura 1
una nueva sociedad mediadas por las nuevas tecnologías
digitales, donde el docente cumple con una labor
fundamental, dinamizador, orientador y asesor de todo el En primera instancia tanto el alumno como el docente se
proceso de enseñanza y aprendizaje. [6] deben registrar en el sistema telemático y participar en
forma activa según el rol que le compete. Para registrarse
La herramienta ubicua que está en fase de desarrollo, se se debe contar con una cuenta de correo electrónico válida,
efectúa bajo la premisa del trabajo colaborativo, además que se utilizará como identificador para el usuario. (Figura
supone la presencia de equipamiento informático, 2).
conectividad a internet, disponibilidad de contenidos
digitales y las competencias de los recursos humanos que
se encuentran presente en la institución educativa, para una
futura aplicación a las actividades de formación que allí se
implementan. El ambiente de aprendizaje colaborativo
permite que los educandos puedan realizar actividades en
forma colaborativa y sincrónica, concernientes con
diferentes temas, de carácter educativo, político,
económico, etc., propuestos con anterioridad por el docente
o tutor.
3. Herramienta Ubicua
Figura 2
La operatividad del trabajo requiere tomar decisiones sobre
el diseño de la herramienta ubicua. El diseño es accesible a
A partir de la registración los docentes podrán crear una o
través de la Web y conforma uno de los objetivos
más aulas correspondientes con las asignaturas que tengan
propuestos en nuestro proyecto de investigación, como
a su cargo. Con la existencia del aula, los alumnos ingresan
herramienta telemática que hace posible el aprendizaje en
con previa autorización del docente. La herramienta está
forma colaborativa en las instituciones educativas en sus
diseñada para controlar un número ilimitado de aulas
diferentes niveles.
permitiendo la participación de una vasta cantidad de
La aplicación cuenta con variadas opciones que permiten estudiantes en cada una. (Figura 3)
interactuar alumnos y docentes en forma sincrónica siendo
este medio sumamente rico en el sentido de velocidad de la
comunicación, habilidad para compartir archivos, y
facilidad para discutir en grupos distintos temas de la clase.
Este tipo de comunicación limita a aquellos que no pueden
cumplir con horarios de encuentros virtuales. La
herramienta prevé para ésta situación un mecanismo de
grabación permanente, de todas las conversaciones que se
efectúan en el aula y luego pone la información a
disposición de la clase para consultas posteriores. Para

492
tratando, asignándole el rol de tutor, de igual forma debe
cerrar el aula dando por terminado el encuentro.

Al Docente o Tutor:

a. Controlar a partir de un sistema de permisos el


ingreso de los estudiantes al aula.

Figura 3
Permiso de lectura: el alumno puede
ingresar al aula como oyente.
El aula tiene dos vistas, una para el docente y otra para el
alumno. Permiso de escritura: el alumno tiene
La vista del docente le permite acceder a funciones que permitido participar activamente.
controlan aspectos que hacen al funcionamiento de la clase,
permisos de acceso al aula, de escritura, asignación del rol
tutor, gestión de la lista de oradores, entre otras Permiso de Tutor: el alumno puede
opciones.(Figura 4) desempeñar el rol de tutor.

Elimina Solicitudes: brinda la posibilidad


de eliminar aquellas solicitudes de ingreso al aula
a personas que no cumplen los requisitos.

b. Gestionar la lista de oradores.


Durante el desarrollo de una clase transcurren
distintos momentos: el docente imparte clase,
Figura 4 efectúa preguntas a sus alumnos o a un alumno en
particular, el alumno expone un tema, los alumnos
preguntan, etc. El control de la lista de oradores, a
La vista del estudiante cuenta con funciones que le cargo del docente, no obliga a seguir el orden de
permiten interactuar con el docente y con otros estudiantes, solicitud de palabra, logrando establecer un nuevo
solicitar la palabra, ver el perfil de cualquier integrante del orden que se corresponda con un interés particular.
aula y consultar el historial de clases. (Figura 5)
Es atributo del docente o tutor asignar los
permisos para que uno o más alumnos puedan
efectuar una exposición en el aula. De igual forma
puede asignar permisos a todos los alumnos,
convirtiendo el aula en una sala de chat.

b.1. Autoriza a hablar a la/s


personas que se encuentran seleccionadas en la
Figura 5 lista de oradores.

El docente es el encargado de moderar la clase o en su


ausencia tiene la posibilidad de delegar su función a un b.2. Una vez que ha finalizado de
integrante de mayor experticia en el contenido que se esté hablar la persona que posee la palabra, la opción

493
detener, permite al docente quitar la palabra al que
la posee. f. Examinar el historial de las
diferentes clases transcurridas. La herramienta
efectúa la grabación en forma autónoma, de todas
las clases. Tal acción permite mantener en
b.3. Quita de la lista de oradores a resguardo la información que se genera y ser
algún integrante. utilizada con posterioridad, con diferentes
objetivos: a modo de revisión académica, como
medio de prueba de lo conversado, etc.

b.4. Configura el tiempo que se le


asigna a los oradores para hablar. Si el docente no 4. Resultados Obtenidos
asigna tiempo, el orador que hace uso de la El primer resultado alcanzado es el diseño de una
palabra puede hablar en forma indefinida, en caso herramienta ubicua, accesible a través de la web, lograda a
contrario se activa un reloj en forma automática partir de:
que indica el lapso de tiempo transcurrido,
destellando en rojo cuando el orador ha excedido a. El análisis de diferentes plataformas de e-learning,
su tiempo. entre las que podemos mencionar moodle,
claroline, entre otras.
b. La lectura y el estudio de variados trabajos de
Al Docente y Alumnos: investigación realizados por autores reconocidos
en el área.
c. La consulta permanente de material bibliográfico
de autores reconocidos a nivel nacional e
internacional.
c. Consultar en forma El segundo resultado es el desarrollo del software “Aula1”,
permanente el listado de estudiantes presentes en a partir del análisis efectuado en la etapa anterior.
la clase, contando con un sistema de rastreo, que
detecta la salida del alumno del aula sin previo El tercer resultado consiste en la registración y publicación
aviso, haciendo posible la actualización del listado de la herramienta ubicua en su versión 1.0, accesible a
en forma autónoma. través de la web www.aula1.com.ar, permitiendo a
docentes y alumnos de las instituciones educativas
desarrollar actividades en un ambiente de aprendizaje
colaborativo en forma sincrónica.
d. Conocer el perfil de cada uno de los En éste momento se está desarrollando un paquete
integrantes que participan en la clase, tanto distribuible, para que las instituciones educativas en sus
alumnos como profesores. diferentes niveles puedan implantar la herramienta en la
intranet escolar o en su sitio web.

5. Conclusiones
e. Participar activamente con el uso de
la palabra. El alumno debe solicitar la palabra para Diferentes autores consideran que la incorporación de las
efectuar ponencias en el aula, conformando una tecnologías ubicuas ofrecen nuevas posibilidades de
lista de oradores, que el docente gestiona según un enseñanza y aprendizaje, que hoy no se están aprovechando
interés particular. El docente asigna la palabra sin en su máxima expresión. [7] La implantación de las NTICs
límite de tiempo o con determinado tiempo, para en las instituciones educativas conlleva a tratarlas como
ello el sistema provee de un reloj que muestra el una disciplina más, sin pensar en la posibilidad de recurrir a
tiempo transcurrido utilizado por el orador. ellas como una tecnología de apoyo a las disciplinas
Igualmente el sistema permite al docente restantes.
interrumpir o suspender el uso de la palabra
cuando lo crea necesario. La herramienta ubicua propuesta está concebida como un
instrumento complementario a la educación presencial,
permitiendo a los docentes brindar soporte educativo a sus
alumnos en diferentes horarios, facilitando el desarrollo de

494
actividades educativas encomendadas en horario Bibliografía
extracurricular.
[1] Sakamura y Koshiznka. Observatorio
El objetivo que se pretende alcanzar es lograr un ambiente Tecnológico.
educativo ágil, que pueda adaptarse a los cambios http://observatorio.cnice.mec.es/modules.php?op=
tecnológicos que la sociedad moderna propone, con actores modload&name=News&file=article&sid=727
- directivos, docentes y alumnos - que participen
activamente en comunidades virtuales educativas, donde se [2] Vicki Jones and Jun H. Jo. Ubiquitous learning
desarrollen prácticas en forma colaborativa, con mejor y environment: An adaptive teaching system using
mayor interacción con el contexto sociocultural, aligerando ubiquitous technology.
la fluidez del manejo informacional con otras instituciones http://www.ascilite.org.au/conferences/perth04/pr
y los actores que en ellas se encuentran, etc. [8] ocs/jones.html

Finalmente la evolución de las escuelas no dependerá [3] Norma Scagnoli, (2000), "El aula virtual: usos y
únicamente de la tecnología disponible en el mercado, sino elementos que la componen."
de cómo las escuelas desean atender las demandas http://students.ed.uiuc.edu/scagnoli/pubs/AulaVirt
teleinformáticas al contexto social, para lo cual deberá: ual.pdf
[4] Farrel, G. (1999). The Development of Virtual
Education: A global perspective. The
a. Evaluar las demandas y expectativas de los Commonwealth of Learning.
diferentes actores, padres, alumnos, docentes, http://www.col.org/virtualed/.
directivos, entre otros.
b. Evaluar las competencias digitales de los [5] Richards M, Woodthorpe J, (2009), Introducing
diferentes actores que intervienen directamente en TU100 "My Digital Life": Ubiquitous computing
la prestación de éste servicio. in a distance learning environment. Ubicomp
c. Evaluar la accesibilidad tecnológica de los actores 2009.
intervinientes. [6] Grupo CHICO, (2001). AULA : Un sistema
ubicuo en la enseñanza de idioma.
[7] Bill Cope and Mary Kalantzis, (2009) Ubiquitous
6. Trabajos Futuros Learning.
En una primera etapa se implementarán pruebas pilotos que [8] Instituto Nicholas Burbules. University of Illinois.
nos permitirá efectuar los ajustes necesarios de la What is Ubiquitous Learning?
herramienta ubicua “Aula1”, para su óptimo
funcionamiento. http://education.illinois.edu/uli/about.html

En una segunda etapa se propone difundir el uso de


“Aula1”, a partir de la organización de un evento público a
desarrollarse en nuestra comunidad educativa, con docentes
y alumnos pertenecientes a la Facultad de Ingeniería,
UNLPam.
En una tercera etapa se efectuará la recopilación de
información a partir de la opinión de los diferentes actores
involucrados en la etapa anterior. Esto servirá para mejorar
la herramienta a partir de las sugerencias recogidas, y por
otro lado dar solidez al trabajo realizado, permitiendo la
extensión de “Aula1” a otras instituciones educativas
(a nivel local, regional, provincial y nacional) que deseen
implementar nuestra herramienta.

495
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

NARRATIVAS DIGITALES EN EL AULA. LA PRODUCCIÓN


AUDIOVISUAL DE JÓVENES ESPAÑOLES. UN ESTUDIO
DE CASO.
Edna Manotas Salcedo
Magister en Estudios Culturales – Máster en Ing. de Medios para la Educación
Profesional Ministerio de Educación
Colombia
emanotas@mineducacion.gov.co

ABSTRACT El objetivo, es " dar voz a los que no tienen voz", dándoles la
oportunidad de usar dispositivos digitales para contarse a sí
This studio describes and analyzes the production of stories from a mismos. La visibilización es uno de sus principales objetivos, en
group of High School students in Spain. The main purpose was to cuanto, la tecnología, ha permitido que circulen otros discursos
identify the attitudes, meanings and representations created in the distintos a los oficiales, tradicionalmente difundidos por el Estado,
Audiovisual Communication Class. This project was a thesis in the la iglesia o las grandes empresas mediáticas.
Mass Master Engineer for Education from European Commission.
Los cambios tecnológicos han cambiado las prácticas de
producción, por lo que la mayoría de las personas, pueden crear,
RESUMEN ahora, historias basadas en los medios. Con la explosión de
Internet y la proliferación de canales en línea es más común y más
Este estudio describe y analiza la producción de historias digitales sencillo publicar, subir fotografías, hacer vídeos y participar de
de un grupo de alumnos de primero de bachillerato, en España, con redes sociales en donde se generan relatos en red (Ohler 2006).
la intención de conocer en primera persona las actitudes, usos,
prácticas, sentidos y representaciones que se producen en una clase Muchas personas y comunidades han utilizado el término"
de Comunicación Audiovisual. Se presentó como tesis en el Máster narrativa digital" para describir una amplia variedad de nuevos
Ingeniería de Medios para la Educación de la Comisión Europea. medios de comunicación y nuevas prácticas de producción (Center
for Digital Storytelling 2008).
Palabras claves
Sin embargo, al revisar experiencias sólo se encuentra información
Narrativas digitales – TIC – Educación – comunicación positiva sobre el tema. La mayoría de la documentación sobre TIC
audiovisual. en el aula está dentro de la etiqueta: " experiencias exitosas",
tomando como referente sólo aquellas experiencias en donde los
1. INTRODUCCIÓN alumnos participaron pero desde el punto de vista investigativo,
resulta también "exitoso" poder conocer las situaciones
El relato digital es un tipo de narrativa breve, usualmente personal problemáticas y los puntos críticos durante el proceso.
contada en primera persona, presentada como una película corta
para exhibirse en una pantalla de televisión o de computador o En este sentido, el estudio que aquí se presenta, buscó describir y
proyectarse en una pantalla más grande 1(Davis 2006). analizar la producción de historias en la clase de Comunicación
Los relatos digitales son usados por distintas organizacionea Audiovisual de los alumnos de primero de bachillerato del Instituto
gubernamentales que trabajan con el tema de la edu – Dr. Marañón, en Alcalá de Hénares, España, año escolar 2008,
comunicación, como Soul City, una organización africana que quienes no mostraba ningún interés por la clase, pese a ser una
realiza talleres con inmigrantes sobre construcción de relatos asignatura opcional.
personales para que éstos expresen sus historias de vida.
Se intentó establecer los tipos de usos e interacciones con medios
que surgen a partir de la creación de historias en el aula de clase,
identificar los problemas más frecuentes durante el proceso y
Manotas, Edna. (2010). Narrativas Digitales en el aula. La producción audiovisual de observar el desarrollo del trabajo en equipo durante las actividades
jóvenes Españoles. Un estudio de caso. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano propuestas.
de Informática Educativa, Volumen 1, pp 496-502, Santiago de Chile.

496
2. LAS TIC COMO ACCESORIO
El caso, un grupo de 24 alumnos españoles entre 16 y 19 años, no
desarrollaba los trabajos propuestos, y presentaba serias ¿Qué se necesita para contar una buena historia? Es la pregunta
dificultades para contar historias y encontrar el objetivo de su que salta a la vista, cuando un periodista, escritor o libretista, se
comunicación, por lo que se hizo necesario describir, analizar y enfrenta al terror de la página en blanco. Luego de varios años de
comprender qué es lo que sucede en estas clases tan en boga en los ejercicio se llega a la conclusión que lo mejor, cuando se comienza
currículos escolares. Durante los cuatro meses que duró la en el oficio, es hablar de lo que se conoce o se ha vivido
intervención se logró observar la producción de: cortometrajes personalmente. En el terreno, llevar esas historias a un medio
(grabados con cámara de vídeo y con el móvil), blogs, fotologs y tecnológico implica un reto estético, creativo y profesional de
diaporamas. grandes proporciones, que debe tener como objetivo principal,
comunicar a un público heterogéneo la intención de nuestras ideas,
A lo largo del Marco Conceptual se hizo una revisión de la visión del mundo y emociones.
literatura sobre el estado de la discusión actual del tema educación
para los Medios, la construcción de conocimiento con los Mass Al llevar esta experiencia a la escuela, surgen distintas
Media, la juventud y los medios de comunicación; y se presentan problemáticas que se derivan del espacio formal y académico en el
distintas experiencias de aplicación a nivel mundial. que se desarrolla. Con el auge de las tecnologías de información y
comunicación y el reflujo mediático, los colegios se han casi
impuesto, tener clases relacionadas con artes, televisión y
En cuanto a la metodología, se optó por un abordaje cualitativo: el periodismo, pero, finalmente, estas, muchas veces resultan ser
estudio de caso; y el corpus fue constituido a partir de técnicas de accesorios dentro del currículo.
observación, participante y entrevistas. Durante el trabajo de
campo se organizaron talleres de cómo contar historias, escritura A toda este panorama político y social, hay que sumarle la
creativa, narración y sensibilización artística. Como herramientas dificultad que tienen los estudiantes de pasar de ser, receptores de
para la recolección de datos, se redactó también un diario de medios, a productores y creadores de historias.
campo.
De igual manera, según varios autores consultados, la asignatura de
Para el análisis de los datos se aplicaron los conceptos ofrecidos Comunicación Audiovisual dentro del contexto educativo español
por The Grounded Theory -Teoría Fundamentada - lo que es vista de modo subsidiario, al respecto, Segovia (1993) citado
permitió reconocer cinco categorías con las que se analizó y por Ledesma (2006) afirma: Los esfuerzos de la administración
explicó el fenómeno estudiado. Las categorías que emergieron educativa - en España - para modernizar los curricula nacen
fueron: desfasados y se limitan tímidamente a proponer nuevos temas de
estudio (como la educación audiovisual) repartidos entre diferentes
Usos e interacciones: ideas relacionadas con los dispositivos y asignaturas (como expresión plástica y lenguaje), que adquieren el
medios de comunicación que usan; Institucionalidad, ideas rango de añadidos y son tratados como temas monográficos y
relacionadas con el colegio; contenidos: ideas relacionadas con los puntuales.
guiones y las historias que produjeron; trabajo en grupo: ideas
sobre el trabajo colaborativo y Amenazas y problemas: Ideas Con esta tendencia generalizada, se parte del hecho que las clases
relacionadas con los obstáculos durante el proceso. relacionadas con medios de comunicación entran a "refrescar" el
plan académico, sin embargo, es evidente que cuando las
En cuanto es un estudio cualitativo no se pretendió establecer asignaturas están simplemente puestas sin conexiones, ni
generalizaciones, sino, presentar diferentes perfiles de un justificaciones válidas, pierde la significación, no sólo para los
fenómeno que se revela a partir de la percepción del investigador. alumnos sino para la estructura escolar. En el mismo sentido,
Según Area (2005) "los estudios sobre los usos y prácticas que se Gabelas, (2006), dice: “La historia de la alfabetización en medios
apoyan en la metodología cualitativa y son desarrollados en en el estado español ha estado caracterizada por una serie de
contextos reales de centros y aulas, son relativamente recientes. Es altibajos, discontinuidades y reduccionismos. Las Instituciones
una perspectiva en crecimiento ya que proporciona conocimientos educativas no se han tomado en serio la enorme importancia que
valiosos sobre lo que ocurre en la realidad escolar y tienen el tienen los medios y sus pantallas (...) urge diseñar un programa que
potencial de ser transferidos de unos contextos a otros". coordine e integre la alfabetización audiovisual y multimedial en el
currículo escolar”.
Se trata entonces de un estudio cualitativo mixto. Al respecto, el
mismo autor explica: La situación problemática, pasa entonces, desde aspectos de tipo
político, hasta cultural porque, entre otras cosas, tradicionalmente
El eclecticismo de métodos y planteamientos de investigación el libro tiene mejor estatus que el vídeo. Los elementos que
debieran ser una de las características de aquellos estudios significan a la escuela son el propio edificio escolar y el libro
destinados a querer obtener una visión global e integrada del (Gabelas 2006). Es por esto que en muchos casos, los alumnos no
conjunto de variables, fenómenos, situaciones y prácticas que le encuentran ninguna utilidad a este tipo de asignaturas, aparte de
ocurren y acompañan a todo proceso de innovación pedagógica a divertirse y pasar un rato diferente.
través de la integración escolar de las tecnologías digitales (Area
2005). Al respecto, en los textos sobre el uso de las tecnologías de
información y comunicación en la escuela, revisados, se da por
hecho que todos los alumnos participan de modo activo de las

497
clases y pocas veces se encuentran descripciones, diarios de campo tipo de valores podían observar y si sentían que la trama era
o análisis que den cuenta de las actitudes de los estudiantes frente a desarrollada por los libretistas o si en realidad hacia parte de las
las tareas asignadas o qué factores influyen en el desarrollo de las vivencias espontáneas de los participantes.
actividades.
En el diálogo con los alumnos, expresaron desconocer que los
El término experiencia exitosa en uso de TIC se puso de moda y tal realities show tuvieran libretistas y guionistas. Algunos se
vez, por miedo a la censura, los profesores, pocas veces hablan de sorprendieron, pero afirmaron disfrutar del programa porque les
sus frustraciones dentro del proceso o si piensan que tal vez, gusta ver cómo personas normales se convertían en estrellas.
hubiera sido mejor utilizar otro tipo de didáctica. Es decir,
pareciera que en el uso de las tecnologías en el aula, todo se vale. A los estudiantes se les sugirió, a partir de las fotos y de los videos
sobre el programa Fama, que intentarán re-escribir una nueva
historia. El objetivo de este ejercicio era que desarrollarán la
3. ¿CÓMO SE HIZO? creatividad, estilo y redacción y trabajaran sus habilidades
narrativas. El ejercicio sólo fue realizado por dos alumnas,
El trabajo de campo comenzó el 28 de Marzo de 2008. La clase de cibernavegadoras. Fue interesante ver cómo en las historias
Comunicación Audiovisual se impartía en cuatro horas semanales. desarrolladas, las estudiantes hicieron alusión a que eran familiares
La intervención se realizó en las clases de los lunes y los viernes y de los participantes. En las historias que desarrollaron contaban
algunas veces, se trabajó durante martes y miércoles. En total se que eran primas o hermanas de los bailarines. "Se está generando
completaron cuatro meses de observación hasta finales del una multiplicidad fragmentaria de subculturas digitales de usuario,
semestre académico, antes del verano de 2008. rica por causa de la diversidad funcional disponible, pero con
ciertas patologías imputables a un exceso de funcionalidad
Para la fecha en que comenzó la intervención, los alumnos habían difícilmente asimilable" (Vacas 2007).
accedido a una formación previa sobre elaboración de guiones,
realización de Story Board, así como al manejo de herramientas de El ejercicio les permitió usar uno de sus programas favoritos en
grabación y edición de vídeo. Sin embargo, el proceso de clase y de este modo, se pudo revisar y practicar estilos de
producción de las historias estaba estancado. Cuando comenzó el redacción, ortografía y gramática.
estudio, los alumnos se encontraban en el proceso de producción 3.1.
en grupo de cinco cortos en vídeo, sin embargo, a mediados de Los que tenían cuenta en estas redes sociales como Facebook,
semestre, solo tres grupos habían presentado un esbozo de guión y podían utilizarlas para hacer los ejercicios de redacción. Fue algo
el resto, no había completado la entrega de ninguna tarea asignada. distinto, porque como evaluador, se procedía a ingresar a la red
social de modo participativo y ver cuáles eran las otras historias
Se le al profesor de la asignatura, realizar los talleres de expresión que contaban. Como participantes de la red, están todo el día
y narración escrita sin tocar ningún medio técnico, durante algunos redactando comentarios, haciendo post y qué mejor manera de que
días. David estuvo de acuerdo, según sus palabras: "llevaba 3 años revisaran su estilo de redacción que haciendo lo que más les gusta.
impartiendo la asignatura y lo vi como una oportunidad de
mejorar, de ver qué podíamos cambiar y la experiencia valió la Como reflexión, dentro del proceso de intervención se pudo ver,
pena". que tal cómo está estructurada la clase, es difícil estructurar la
asignatura de comunicación audiovisual desde una perspectiva
Lo primero que se hizo fue conocer a los estudiantes. El distinta al marco curricular vigente. Los talleres necesitan más
diagnostico previo, permitió reconocer sus gustos, aficiones y tiempo de consolidación y los alumnos, por su edad y por sus
opiniones sobre la clase. De igual modo, se conoció el estado de propios intereses personales, requieren de otros procesos previos
avance de los cortos, los guiones que estaban proponiendo y los para dotar de sentido expresivo la experiencia.
grupos que habían conformado según sus gustos y afinidades.
Durante los primeros días, los alumnos demostraron poco 4. LO QUE SE CONTÓ. RESULTADOS
conocimiento de las historias que querían contar. Al preguntarles,
por el objetivo de sus guiones o intención comunicativa, la
4.1. Categoría Institucional: Las historias se
respuesta era siempre la misma: no lo sabemos. El proceso
comenzó con talleres de repaso sobre los componentes claves de producen en el sistema
una historia: punto de giro, construcción de personales,
construcción de diálogos, argumentación e intención. Después de La experiencia demostró, que los resultados en otras asignaturas
este primer taller, se realizaron pequeños ejercicios de creatividad afectan los procesos de la producción: los alumnos suspendidos no
y sensibilización, como tocar distintas texturas, hablar en público, vuelven a la clase y no pueden continuar con sus roles dentro del
describir fotografías y hablar de experiencias de infancia. Como se grupo. Así mismo, como se trata de una asignatura opcional, no
describe en el diario de campo, los alumnos se sentían un poco llevan una continuidad con los mismos compañeros. Es decir,
cohibidos a participar, pero después de finalizada toda la trabajan con personas que ven ocasionalmente. Al respecto, autores
experiencia, expresaron su gusto por las actividades. como San Martín (1995) citado por Ledesma (2006) afirman: “un
Uno de los ejercicios realizados durante la intervención, fue el currículo prescrito que incluye escasamente y de manera
análisis de los programas que más les gustaban. Entre sus favoritos subsidiaria la educación audiovisual crítica en contraste con otras
y sugeridos para el ejercicio estuvo Fama, emitido por el Canal 4, materias curriculares. Se critica que en nuestro currículo nacional,
de carácter privado en España. Los mismos estudiantes analizaron (España), las referencias a la educación audiovisual son escasas y
la estructura del programa, se les preguntó por qué les atraía, qué

498
que además el valor que se asigna a ésta es secundario respecto a
otros contenidos, áreas o disciplinas tradicionalmente académicas”.
4.2. Categoría: Usos e interacciones. La relación
De igual manera, la disposición de la sala de clase no favorece el
pasiva con los medios.
trabajo creativo y lúdico. Se trata de ordenadores dispuestos en
forma circular, con mesas de trabajo en el centro. Se dan la espalda
La experiencia demostró que los alumnos prefieren ver qué hacer,
entre unos y otros y no pueden verse a los ojos, ni desplazarse con
ya que generalmente mostraban y expresaban su gusto por ver
holgura. Sin embargo, los alumnos dicen que es diferente a todas
vídeos, por ejemplo, en Youtube, pero son pocos los que había
las demás clases: " es creativa" afirman: " podemos hacer otras
producido y subido un material audiovisual en la web. De los 24
cosas". Sin embargo, la actitud es la misma que en otra clase
alumnos sólo uno ha subido algún vídeo en Youtube, pero es una
convencional: el tipo de enseñanza formal.
de las páginas más visitada por 20 de ellos, seguida por Google.
Afirman entrar sólo para ver vídeos Los alumnos realizan un
Esta actitud va en directa relación con las respuestas obtenidas
escaso repertorio de actividades con las TIC en el centro (un 35%
durante las entrevistas sobre las razones para tomar la asignatura.
de alumnos dicen no utilizarlo nunca o casi nunca). Por ejemplo,
Catorce, de los 24 alumnos, afirmó cursarla por considerarla "la
en la (Educación Secundaria Obligatoria), ESO, 64% nunca usa
más fácil". Tal como se ha prefigurado el ámbito curricular, la
Internet para buscar información, 59% hacer trabajos con
alfabetización audiovisual no tiene un valor prioritario, ni es
procesador de textos, 77% escribir e-mail. 2.
considerada como un elemento central en el currículo básico, sino
que adquiere “un claro carácter subsidiario y residual, de mero
Esta relación pasiva con los medios también se evidenció durante
soporte no imprescindible para otros aprendizajes verdaderamente
las sesiones en las que debían ver películas o analizar videos
importantes", San Martín, (1995)
musicales. Estaban más receptivos y dispuestos a la clase, que
cuando debían entregar los guiones, por ejemplo, o salir a grabar o
Parece entonces que la clase no tiene el peso suficiente y es tomada
terminar de editar. Durante la producción se les proponían vídeos y
para la diversión, hacer algo nuevo y tal como cita el mismo autor:
películas para tener en cuenta. Los días en que no había recursos
"lo audiovisual llena los tiempos muertos como preámbulo a los
audiovisuales y debían trabajar, los alumnos estaban tensos y sin
asuntos que realmente tienen interés formativo", San Martín
ganas de hacer nada. Al respecto, Masterman, (1993) citado por
(1955) citado por Ledesma (2006).Los alumnos insisten en tener
Ledesma (2006) dice que los alumnos se muestran resistentes a
demasiada carga escolar y Comunicación Audiovisual es "un
estas metodologías activas y críticas porque están atrapados (al
relleno más" que pretenden pasar sin mucho esfuerzo.
igual que los profesores) por la organización académica del
currículo y por las relaciones jerárquicas docente-discente, porque
Al expresar lo que no les gusta de la clase, la mayoría afirmó que
están habituados a trabajar pasiva y dependientemente.
lo que menos les gusta es: "Escribir y contar historias": Esto va en
correspondencia con su actitud, es decir, les gusta la clase, pero no
Expresan y muestran facilidad para manejar los equipos. Al
hacen nada.
respecto, 23 de los alumnos afirmó manejar Adobe Premier y
Movie Maker para editar y sólo uno afirmó que no sabe utilizarlos.
Siguiendo con el mismo análisis, en este instituto no hay otras
asignaturas previas sobre creación de historias o escritura creativa.
Sobre lo que ven y consumen y su relación en el momento de
Los alumnos reciben formación en nuevas tecnologías, pero no en
producir las historias, los alumnos hacen mucha referencia a los
narración u otras técnicas de expresión artísticas que privilegian
programas de televisión que ven y a las películas que prefieren -
contar. Es decir, el currículo está separado de la asignatura y sus
Aida, La familia Mata, Operación Triunfo, Fama, Los hombres de
objetivos.
Paco - 3 Los guiones hacen clara alusión a series como Bety la Fea,
Siamesas, Scary Movie, entre otras series norteamericanas.
Sobre el tema de los materiales, este Instituto cuenta con una sola
cámara de grabación y al no poder organizar los tiempos de
Sobre el uso del ordenador, expresan el gusto por redes sociales
grabación adecuadamente, los alumnos, dejaron para el último día
como Tuenti, My Space y los fotolog, pero sólo cuatro alumnos
de la entrega de los vídeos la captura de imágenes, lo que ocasionó
tiene y mantiene fotologs o blogs constantemente, prefieren entrar
que una larga lista de espera para realizar las tareas. La cámara
a ver y comentar.
estuvo también, fuera de servicio durante algunos días. En cuanto a
los equipos de edición, los alumnos cuentan con los materiales
Cabe anotar que antes de realizar los trabajos en el ordenador, por
suficientes, pero no tienen horas extras para completar los trabajos
lo menos dedican 15 minutos a revisar su cuenta de correo, ver
y muchos afirman no tener tiempo, ni los programas en casa para
algún vídeo en Youtube, ver las noticias deportivas y revisar el
terminar las tareas de edición.
Tuenti. El rol con los medios es totalmente pasivo y el consumo
cultural es de tipo comercial.
Para usar los equipos informáticos los alumnos deben llenar una
ficha de utilización antes de comenzar, no pueden descargar
programas sin autorización previa y deben dejar los equipos 2
Algunas notas del informe: LAS TIC EN EDUCACIÓN (2005-
apagados al finalizar. Realmente fueron pocas las sesiones en los 2006). Informe de la implantación y el uso de las TIC en los
que cumplieron con estas labores. Es decir, no estamos hablando centros docentes de primaria y secundaria. 2008.
de un estudio de producción de medios audiovisuales, sino de un
curso que pretende ser adaptado para que los alumnos " se
expresen".

499
alumnos. Con este ejercicio disfrutaron al escoger su música
Según sus propias palabras y en sintonía con lo observado, por favorita, sus propias imágenes, sin tener que negociar con nadie. Es
ejemplo, en cuanto a preferencias de uso de Internet. Todos tienen claro, es un trabajo netamente individual, que le exige largas horas
conexión en casa, prefieren el Internet antes que la televisión, pero de navegación buscando imágenes y que les permite usar el
para leer, prefieren los impresos. El Internet es sólo usado para software de edición de manera personal.
diversión.
El contenido de los diaporamas estuvo relacionado con sus
Es innegable la existencia de una estrecha vinculación |entre la cantantes, como el grupo "El Canto del Loco". Los temas
cultura escolar académica y la tecnología impresa deducible por el privilegiados: el amor y el romance. También, estuvo entre sus
uso monopolizante del libro de texto en las aulas (como favoritos el Rap, en los que expresaron su descontento
instrumento productor y mediador de dicha cultura) y por el hecho primordialmente por el capitalismo y el culto a la imagen. Es decir,
de que quien tiene dificultad para decodificar y utilizar el lenguaje con tiempo y con un sistema más flexible y distinto se puede
escrito fracasa en los centros educativos (al ser éste predominante lograr que los jóvenes hablen desde sus propias experiencias, sin
en ella), aunque fuera de la escuela los modos de comunicación que lo vean como una pesada carga obligatoria.
más influyentes y difundidos son los visuales (San Martín 1995).
El hecho de que privilegien ver que producir, incide directamente
Usan Internet para diversión: revisar el correo, chatear, ver en su paso de ser consumidores a productores. El contenido es el
fotologs, ver video. Esto en correspondencia con su marcado gusto reflejo de su actitud y de sus usos durante las clases.
por Youtube.

4.3. Categoría: Contenidos. La dificultad para 4.4. Categoría: Trabajo en equipo. Creando con
crear mensajes propios mis pares. Identidad y reconocimiento.
La experiencia demostró que los alumnos en sus guiones hacen La experiencia demostró que los alumnos se sienten incómodos al
referencias a los programas de televisión o películas que han visto. conformar grupos de trabajo con nuevos compañeros. Siempre se
Las historias presentan pocas variaciones y no proponen otro tipo sientan en los mismos puestos y trabajan con las mismas personas.
de alternativas a partir de la historia original. Mostraban inconformismo y pereza al proponerles cambios de
puestos o alternancia de roles.
La película más referenciada fue Transpoiting y el diseño de
personajes se basaba en referencias de personajes vistos en la Al preguntarles por sus gustos y aficiones, era bastante sencillo
televisión o el cine. Sin embargo, al pedirles una descripción del identificar los grupos por su forma de vestir, hablar y la temática
personaje por escrito eran pocos los que podían explicarlo en que escogían para sus historias. Al respecto Martín - Barbero
detalle. afirma:

Solo uno de los grupos propuso para contar una historia real: no Se les dificulta el mantenimiento de los roles al interior del grupo.
ficción. Esto se relaciona con la poca capacidad que presentaban Generalmente todo el trabajo es desarrollado por una o dos
para expresar sus ideas personales y el poco tiempo que queda para personas. Se notaba la dependencia del líder del grupo cuando este
hacer talleres de escritura antes de usar la cámara. La dificultad faltaba a clases: todos los procesos se paralizaban y no los demás
para expresarse, para decir lo que piensan libremente dentro del miembros del grupo no estaban informados o involucrados en las
contexto escolar. tareas a realizar. No tienen hábitos de estudio o de trabajo
colaborativo, ni mucho menos rutinas. Al respecto, autores como
Como se explicó anteriormente, los guiones entregados hacen están Johnson explican las bases del aprendizaje colaborativo, tales
basadas en historias como Bety la Fea, Scary Movie, Gemelas y como la responsabilidad individual o el procesamiento por el
Transpoiting. grupo, pero particularmente, en este caso, a pesar de tener muchas
afinidades de tipo identitario y de gustar estar juntos en los mismos
Al preguntarles ¿Qué quieren contar? ninguno de los alumnos grupos, a la hora de trabajar, de liderar un proyecto, estas
pudo expresar claramente el sentido de su historia o las características no fueron ampliamente desarrolladas.
motivaciones personales o si tenía intención de contar algo.
Mostraron mucha dificultad para trabajar. Se mostraban de mal
El contenido de los vídeos, además de hacer alusión a historias del genio y discutían mucho, pese a que ellos mismos decidieron,
cine comercial de forma directa y literal, fueron grabados, en según sus gustos y preferencias, con quien trabajarían.
muchos casos, horas antes de la entrega final, en los mismos El trabajo fue desarrollado de forma fragmentada y el líder de
pasillos del colegio, sin mirar el guión, haciendo un plano a cámara grupo terminaba haciendo todo, desde el guión hasta las imágenes.
alzada, con rapidez e improvisación. Este grupo expresaba que no Las decisiones no eran tomadas en equipo, sino que dependían del
harían nada porque habían reprobado las demás asignaturas y les estado del ánimo del líder y de si estaba o no en la clase. Se notaba
daba igual si pasaban o no, Comunicación Audiovisual. claramente que no confiaban en sus propias capacidades y la
dificultad de establecer lazos con estudiantes que además no ven
En contraposición a toda la lucha para que hicieran los vídeos, la en otras clases. El trabajo creativo grupal requiere, por lo menos,
realización de los diaporamas fue completada por todos los entre adolescentes escolares, todo un proceso de conexiones

500
sensibles, que no se puede desarrollar en los tiempos escolares Menchén, (2007) "lo central no es la temática que se aprende, sino
tradicionales y con los horarios que actualmente se manejan. desde dónde se está para aprenderla. Porque si estoy aquí y me
interesa, lo voy aprender. Si no me interesa no lo voy aprender
4.5. Categoría: Problemas y amenazas. Falta de nunca. Porque es que no tengo cómo. Porque voy a estar en otra
parte".
motivación
Cuántos no hemos estado en otra parte durante nuestros años
La experiencia demostró que la falta de motivación es la principal
escolares. Sea cual sea la materia, si es creativa, divertida o no,
amenaza en el desarrollo de las historias. Tal como se explicó,
sino hace parte de un significado global de enseñanza es imposible
afirman tomar la clase porque es la más fácil dentro de las
aprehenderla y aprenderla.
asignaturas optativas que pueden tomar. Sólo cuatro alumnos
afirmaron tomar la clase porque estudiarían una carrera relacionada
Así mismo, se propone la documentación de experiencias en uso de
con el tema al graduarse. Entre estas dificultades, algunos autores
TIC, a través de distintos modos; estudios de seguimiento,
señalan “ existe desconsideración de los alumnos españoles hacia
observación; A través de estrategias que privilegien la opinión de
el trabajo escolar con estos materiales audiovisuales valorados
los estudiantes y los cambios de enseñanza. Los métodos
como de segunda categoría, la ingenuidad de los alumnos respecto
cualitativos y mixtos, combinables y no tan rígidos de
a los documentos mediáticos y la resistencia de los alumnos a estas
investigación procuran una visión más cercana y más descriptiva
nuevas propuestas metodológicas críticas (Ledesma 2006).
de los procesos que ocurren en contextos escolares. Al mismo
tiempo, para todas las clases que impliquen creación y desarrollo
Desconocen los objetivos de la clase: qué más pueden aprender o
de contenidos, se sugiere comenzar con talleres de sensibilización
lo que podrían descubrir de sí mismos y del mundo, no está entre
y expresión escrita, antes de que los alumnos comiencen a
sus preocupaciones. Al respecto, Martín-Barbero, (2007) dice: hoy
manipular equipos informáticos. Este ejercicio, requiere entonces,
nos encontramos con un sujeto mucho más frágil, más quebradizo,
de otros tiempos y ritmos de clase, así como de otra infraestructura,
pero paradójicamente mucho más obligado a asumirse, a hacerse
e inclusive de nuevos horarios, bloques de horas compactas,
responsable de sí mismo, en un mundo en el que las certezas en los
pueden ayudar a desarrollar procesos de creación estable.
planos del saber, como en el ético o el político, son cada vez
menores (...) Mientras la sociedad más les exige que se hagan
Urge revisar de qué modo las asignaturas relacionadas con TIC
cargo de sí mismos, no les ofrece una mínima claridad sobre su
deben ser insertadas dentro del plan de estudios, y si éstas aportan
futuro laboral, profesional o moral.
o no en la construcción de conocimiento. Si no, estaremos dando
saltos al vacío, pensando que con sólo tener una clase con vídeo,
Su sorpresa ante las actividades propuestas era evidente. Todo les
narraciones digitales, TIC y computadores basta.
daba igual, pero se sentían contentos con lo que pasaba en los
talleres. Su apatía para hacer, no se reflejaba cuando tenían que
solo ver películas o vídeos musicales. Esa era su parte favorita de REFERENCIAS
la clase. Del mismo modo, la poca importancia que le dan, también [1] Davis, A. 2006. Co-authoring identity: Digital
tiene que ver, con su rendimiento en otras asignaturas. Al storytelling in an urban middle school. Disponible en:
reprobar 4 asignaturas, por ejemplo, pierden todo el semestre y con http://thenjournal.org/feature/61/
ese dato, ya simplemente asisten por cumplir el requisito y no por [2] Ohler, J. 2006. El mundo de las narraciones digitales.
tomar su propia decisión de querer contar, arriesgar y expresar. Disponible en:
http://www.eduteka.org/NarracionesDigitales.php
5. LAS TIC POR SÍ SOLAS NO HACEN [3] Center of Digital Storytelling. 2008. Disponible en:
http://www.storycenter.org/index1.html
MILAGROS… [4] Segovia, B. 1993. En: Ledesma, M. 2006. Problemática
curricular en la integración de los medios audiovisuales y
Este estudio evidenció, entre otras cosas, que para potenciar el de los medios de comunicación de masas en la escuela.
valor expresivo de los estudiantes en contextos escolares formales Una investigación postestructural en torno a un estudio
es necesario transformar profundamente la organización escolar. de caso. Tesis Doctoral. Madrid: Universidad
Complutense de Madrid.
Es necesario conectar asignaturas relacionadas con la expresión y [5] Area, M. 2005. Tecnologías de la información y
narración con los discursos conexos de sus propias vidas y comunicación en el sistema escolar. Una revisión de las
experiencias. Sin embargo, visto como una utopía, se sugiere, líneas de investigación. Disponible en:
entonces, comenzar por pequeños pasos en este colegio, como la http://www.uv.es/RELIEVE/v11n1/RELIEVEv11n1_1.h
capacitación de los docentes de Bellas Artes, Español y Literatura tm
o Ciencias Sociales en la integración de Medios de forma dinámica [6] Ledesma, M. 2006. Problemática curricular en la
y actual. integración de los medios audiovisuales y de los medios
de comunicación de masas en la escuela. Una
De igual manera, es necesario que esta escuela pueda ofrecer otro investigación postestructural en torno a un estudio de
tipo de contexto curricular, que permita al joven adquirir caso. Tesis Doctoral. Madrid: Universidad Complutense
gradualmente durante sus años de estudios, la capacidad para de Madrid.
potenciar su creatividad y que de esta manera pueda darle sentido a [7] Martín-Barbero, J. 2003. Saberes hoy: diseminaciones,
sus experiencias de aprendizaje. De esta forma, podrá transformar competencias y transversalidades. Disponible en:
su entorno. Tal como afirma Maturana (2003), citado por http://www.rieoei.org/rie32a01.htm

501
[8] Menchén, F. 2000. Descubre tu creatividad. Disponible [11] San Martín, A. 1995. La escuela de las tecnologías.
en: Universitat de Valencia. Valencia.
http://www.iacat.com/revista/recrearte/recrearte07/Seccio [12] Masterman, L. 1993. La Enseñanza de los medios de
n6/6.%20Menche%C3%A7Ponencia.pdf comunicación. Madrid. Ediciones de la Torre
[9] Gabelas, J. A. 2007.Una perspectiva de la educación en
medios para la comunicación en España. Revista
Científica de Comunicación y Educación. Buenos Aires:
Comunicar.
[10] Vacas, F. 2007. Tecnologías para la vida cotidiana.
Disponible en: http://www.telos.es/editorial.asp?rev=73

502
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

A MULTIAGENT SYSTEM FOR PERSONALIZED


RECOMMENDATION OF LEARNING OBJECTS

Ana Casali, Valeria Gerling, Claudia Deco and Cristina Bender


Facultad de Ciencias Exactas, Ingeniería y Agrimensura, Universidad Nacional de Rosario
Argentina
acasali@fceia.unr.edu.ar, valeria.gerling@gmail.com, {deco, bender}@fceia.unr.edu.ar

ABSTRACT Moreover this is an interesting domain, where user's preferences


In this paper a multiagent Educational Recommender System is and restrictions need to be considered. Because of the variety of
presented. The purpose of this system is to select the best learning possible needs, recommender systems can be modeled at different
objects from a federation of repositories according to levels of complexity and knowledge-based approaches appear to
characteristics and preferences of each user. This system has a be very suitable [1]. In this work we focus on learning objects
multiagent architecture and one of its main agents, the recommendation, where a learning object (LO) is “any digital
Personalized Search Agent (PS-Agent), is modeled as a graded resource that can be reused to support learning” [6]. LOs can be
BDI agent. The graded BDI agent model allows us to specify an used by a student who wants to learn a subject, or may be used by
agent architecture able to deal with graded mental attitudes. We a teacher who wants to prepare materials for his/her class. LOs are
focus on the implementation aspects of the recommender system described with metadata usually in the standard LOM
and especially on the PS-Agent development. Also a case study, (http://www.ieee.org). Users can retrieve LOs through searches in
which shows promising results in learning objects ranking, is web repositories. Examples of such repositories are: FLOR
presented. (http://www.laclo.org), Ariadne (http://www.ariadne-eu.org), and
OER Commons (http://www.oercommons.org).

Categories and Subject Descriptors Given a topic query, a user has as result the same list of LOs.
I.2.11 [Distributed Artificial Intelligence]: Multiagent Systems. Generally, he/she checks only the top results, but in many cases
these top results are not suitable if the search is performed
considering only topic keywords. This is because users have
General Terms different characteristics and preferences, which should also be
Design, Experimentation. considered at search time. Recommender systems arise to solve
this kind of problem because they can select the material that is
Keywords most appropriate to user's needs and preferences. Our approach is
Recommender System, Information Retrieval, User Needs, to achieve the customization of search results taking into account
Education. LO metadata, with semantic descriptions, and a user profile,
including characteristics and preferences.
1. INTRODUCTION Respect to recommender systems in education, Zhu et al. [14]
In the last years, Artificial Intelligence community has carried out propose a multi-agent architecture of personalized
a great deal of work on recommender systems [11]. This kind of recommendation system, which can provide personalized services
systems can help people to find out what they want, especially on for learners and instructors. Six software agents coordinate work
the Internet. These systems take personal preferences into hierarchy with each other to offer functions including
account, and infer and intelligently aggregate opinions and personalized recommendation. Wang et al. [13] propose an
relationships from heterogeneous sources and data. Furthermore, adaptive personalized recommendation model in order to
we want such systems to be scalable, open, privacy-protecting and recommend SCORM-compliant learning objects. They use a
we want to get the recommendations with the least possible work hybrid method that recommends LOs, using two algorithms:
on users' behalf. Thus, agent technology makes it possible to preference-based and correlation-based. Lu [10] presents a
specify distributed, complex and autonomous recommender personalized learning material recommendation framework and
systems. develops two related technologies: a multi-attribute evaluation
method to justify a student's need, and a fuzzy matching method.
Among recommender systems we particularly concentrate on the García Salcines et al. [8] present a collaborative recommender
educational domain, because there is a great amount of diverse system that uses distributed data mining for the continuous
resources that can contribute to the teaching-learning process. improvement of e-learning courses. It allows teachers with similar
profiles, to share their research results as a result of applying data
mining locally on their own courses. In this work, we follow a
Casali, Ana., Gerling, Valeria., Deco, Claudia., Bender Cristina. (2010). A Multiagent
System for Personalized Recommendation of Learning Objects. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 503-510, Santiago de Chile.

503
multiagent content-based approach, and we take into account the defined as a group of interconnected units: 〈{C i } i∈I ,∆ br 〉, where
user profile, the LO metadata and domain knowledge to obtain a each context C i ∈ {C i } i∈I is the tuple C i =〈L i ,A i ,∆ i 〉 where L i , A i
recommendation. and ∆ i are the language, axioms, and inference rules respectively.
Respects to agent technology, several architectures have been When a theory T i ∈ L i is associated with each unit, the
proposed to provide agents with a formal support. Among them, a specification of a particular MCS is complete. The deduction
well-known intentional formal approach is the BDI architecture mechanism of these systems is based on two kinds of inference
proposed by Rao and Georgeff [12]. This model is based on the rules, internal rules ∆ i , and bridge rules ∆ br , which allow
explicit representation of the agent's beliefs (B), desires (D), and embedding formulae into a context whenever the conditions of the
intentions (I). The agent´s beliefs represent all the information the bridge rule are satisfied.
agent has about the environment, the agent´s desires are the states In the g-BDI agent model, we have at least mental contexts to
of the world the agent wants to reach (the agent´s desires may be represent beliefs (BC), desires (DC) and intentions (IC). This
ideal and sometimes unachievable). Some of these states are the model also considers two functional contexts: for Planning (PC)
goals the agent is committed to achieve; these are the agent's and Communication (CC). In summary, a g-BDI agent model is
intentions. Indeed, this architecture has evolved over time and it defined as:
has been applied, to some extent, in several of the most significant
multiagent applications developed up to now. A g = ({BC, DC, IC, PC, CC}, ∆ br ).
A more flexible BDI architecture to design and develop agents The overall behaviour of the system will depend on the logic
potentially capable of having a better performance in uncertain representation of each intentional notion in the different contexts
and dynamic environments has been proposed in [3, 4]. In this and the bridge rules. In order to represent and reason about graded
work the authors have proposed a general model for graded BDI notions of beliefs, desires and intentions, the agent model uses a
(g-BDI) agents specifying an architecture able to deal with the modal many-valued approach. For instance, let us consider a
environment uncertainty and with graded mental attitudes. In this Belief context where belief degrees are to be modelled as
agent model, belief degrees represent to what extent the agent probabilities. Then, for each classical formulaϕ, we consider a
believes a formula is true. Degrees of positive or negative desires modal formula Bϕ which is interpreted as “ϕ is probable”. This
enable the agent to set different levels of preference or rejection modal formula Bϕ is then a fuzzy formula which may be more or
respectively. Intention degrees give also a preference measure but, less true, depending on the probability ofϕ. In particular, we can
in this case, modeling the cost/benefit trade off of reaching an take as truth-value of Bϕ precisely the probability ofϕ. Moreover,
agent's goal. Consequently, agents having different kinds of using a many-valued logic, it can express the governing axioms of
behavior can be modeled on the basis of the representation and probability theory as logical axioms involving modal formulae.
interaction of these three attitudes. This agent architecture has Then, the many-valued logic machinery can be used to reason
solid logic formalization and has been used previously to design about the modal formulae Bϕ, which faithfully respect the
and implement a tourism recommendation agent [5]. uncertainty model chosen to represent the degrees of belief. It has
In this work we present the development of a recommender been set up an adequate axiomatization for the belief context logic
system of learning objects where one of its main agents, the combining axioms for the different formulae. The same many-
Personalized Search Agent (PS-Agent), is modeled as a graded valued logic approach is used to represent and reason under
BDI agent. The system goal is to recommend learning objects graded attitudes in the other mental contexts. The formalization of
from a federation of repositories, according to user's the logics for the different contexts is described in [3].
characteristics and preferences. A preliminary and Spanish
version of this work has been proposed in [2]. Now, we focus on
the system prototype implementation and in addition, a case study
is presented. This paper is organized as follows: in Section 2 the 3. RECOMMENDER SYSTEM
g-BDI model of agent is given. Then, in Section 3 the architecture ARCHITECTURE
for the Recommender System of Learning Objects is proposed. In
Section 4 we described the design of the PS-Agent. In Section 5
We present the architecture of a recommender system of learning
we present the implementation of the Recommender System
objects where the system’s goal is to recommend Learning
prototype. Next, in Section 6 we analyze a case study and finally,
Objects (LOs) from a federation of repositories, according to
we present some conclusions and future lines of work.
user's characteristics and preferences. We found very suitable to
design this system using a multi-agent architecture because it can
manage heterogeneous and distributed information, such as LOs
Repositories, and have a high degree of modularity and autonomy.
2. g-BDI AGENT MODEL Furthermore, these systems are highly scalable and open. This
system includes several types of agents according to their different
The architecture proposed in [3, 4] is specified using multi- roles. The architecture proposed is shown in Figure 1 and some
context systems (MCS). This approach is suitable to represent details of the agents' functionalities are described next.
complex logical system, allowing to represent in different contexts
local logical aspects and then, combining them by inter-context The Interface Agent (I-Agent) interacts with the user through a
rules. The MCS specification contains three basic components: graphical interface. It captures data submitted by the user, and
units or contexts, logics, and bridge rules, which channel the displays search results. This agent provides user preferences and
propagation of consequences among theories. Thus, an agent is restrictions to the UP-Agent. Also it provides the search topic to

504
SR-Agent. Then, it receives from PS-Agent the recommendation is suitable for the PS-Agent, since it allows to represent in an
(ranking of LOs) that it will be given to the user and finally, explicit way graded positive and negative preferences (i.e. as the
receives the user feedback. agent's desires) and uses them to conduct the agent to the best
intention (i.e. the LO more suitable for the educational goal). The
g-BDI agent model has contexts to represent the agent beliefs
(BC), the agent desires (DC) and the agent intentions (IC), and we
have chosen an appropriate reasoning model to deal with graded
attitudes in the different contexts. We describe the principal
characteristics of these contexts and give an example of a bridge
rule in the PS-Agent.
Belief Context (BC): This context represents the information the
PS-Agent has about education environment, including
characteristics of the LOs. These characteristics are described by
metadata according to LOM standard and encoded in XML. From
the LOM metadata set, we have selected the most relevant to the
recommender agent such as Language, Learning Resource Type,
Interactivity Level, Intended End User Role, Context, Difficulty,
Typical Learning Time and Cost. These metadata will be
considered by the agent to infer the degree of preference
satisfaction namely, to compute the belief degree b ik with that an
Figure 1. Multiagent System Architecture object O i is expected to satisfy a particular user preference p k .
This is represented by the formula B(O i , p k , b ik ). For example, the
belief degree in a LO satisfaction of the user's preference that the
The Semantic Refiner Agent (SR-Agent) produces the search resource would be “practical”, considering that its type of
strategy, using as input the set of terms that describe the topic of resource is specified as [exercise, lecture], is computed as 0.6 in
interest, disambiguating them and expanding each term by the BC and is represented by B(O i , style=practical, 0.6).
incorporating synonyms and semantically related terms [7]. The A set of rules have been established for each kind of preferences
output of this agent is a search strategy that will be provided to (e.g. interaction, role, learning style, language, etc.) and an
each search agent. adequate distance is used for each case (for a complete description
The User Profile Agent (UP-Agent) receives user data, user of these rules the reader is referred to [9]). Next, we present an
preferences and restrictions from the Interface Agent, in order to example of rules for some kinds of preferences:
build his/her profile. This agent provides to the Search Agents - Interaction
(S i -Agent) some restrictions (called primary restrictions) that can
collaborate to filter LOs, for example, if the materials have or (R1) IF InteractivityLevel(O i )= ‘low’
have not cost. In addition, this agent provides to the Personalized
THEN B(O i , interaction=low, 1)
Search Agent preferences and remaining restrictions of the user,
so that the objects are properly sorted. (R2) IF InteractivityLevel(O i )= ‘high’
Each Search Agent (S i -Agent) searches, in a LO repository, THEN B(O i , interaction=low, 0.2)
objects that match user search strategy and some of the primary
- Role
restrictions. For this, it adapts the search strategy to the syntax of
the repository to which it accesses and then it establishes a (R3) IF IntendedEndUserRole(O i )=[learner,. . . ]
communication with the repository through a communication
protocol. Each result is parsed, transformed into a common format THEN B(O i , role=learner, 1)
(e.g. XML), and sent to the Mediator agent which stores this (R4) IF IntendedEndUserRole(O i )=[a,b,c, teacher,. . . ]
result in a local repository.
and a,b,c ∈ {learner, author, manager}
The Mediator Agent (M-Agent) integrates these results and solves
conflicts in order to have consistent data. Finally, it stores the THEN B(O i , role=teacher, 0.4)
information in the local repository.
- Learning style
The Personalized Search Agent (PS-Agent) takes this information
(R5) IF LearningResourceType(O i )=
and produces an ordered list of recommended objects and it is
described in some detail in the following subsection. [exercise,narrative text,slide]
THEN B(O i , style=mixed, 1)
4. DESIGN OF THE PERSONALIZED
(R6) IF LearningResourceType(O i )=[exercise,lecture]
SEARCH AGENT
THEN B(O i , style=practical, 0.6)
The Personalized Search Agent (PS-Agent) has been specified Desire Context (DC): The global desire of the PS-Agent is to find
using the g-BDI model presented in Section 2. This agent model

505
the LO that best fits the user profile, taking into account the DC : ( D + p1, d 1),..., ( D + pn, dn); BC : B (Oi, p1, bi1),..., B (Oi, pn, bin )
selected subject, restrictions and preferences. In this context we (1)
IC : I ( P, Oi, ri )
represent the user preferences (e.g. language or academic context)
This degree of intention is then used to rank the LOs in the agent
and the restrictions (e.g., maximum duration) that he/she wants for
final recommendation.
the LOs. Preferences and restrictions may be graded (with values,
called priorities, in [0, 1]) expressing respectively different levels The function f to compute the degree of intention r i associated
of preference and rejection. An extract of an example of user with each O i , f(d 1 , ..., d n , b i1 , ..., b in ), may be defined in different
profile is shown in Table 1. ways. For example, in our prototype implementation we have
defined it as the average of the expected satisfactions of all the
Preference Priority Description
user´s preferences.
Mother language=“Spanish” Mother language
∑d
n

Language=“Spanish” 1.0 Document j × bij


j =1
Language=“English” 0.8
languages ri = (2)
that the users n
Language=“French” 0.6 wants.
Other factors may be included in the bridge rule (1) as, for
Interaction=“low” 0.8 Degree of example, the cost of the resource (if there is any) or the reliance
interaction the on the source of the learning object (e.g. institution, author, etc.).
user wants Also, different functions can be used to compute the intention
degree, modeling in this way different behaviors of the PS-Agent.
Restriction Priority Description
In the following section we present a simple example to illustrate
Max-duration=“60” 0.8 Maximum time
the different features and interactions of the agents in the
that the user
multiagent system.
expects
it takes to work
with the object. 4.1 Example
Suppose that José is an engineering student who is
Table 1. Extract from a user profile looking for documents with information about Matrix as he is
studying a first course of Algebra. On the other hand, he has great
This table shows that the user strongly prefers that the LO
knowledge of English, and understands some French. José wishes
language should be Spanish (degree equal 1), also he is satisfied
that the learning style should be practical. He wants that the time
with a resource in English (degree equal 0.8) and may be in
that takes the development of the material will not exceed 60
French with a lower degree of preference (0.6). Furthermore, the
minutes and also, that the selected object will has no cost.
user desires, with degree 0.8, that the interactivity with the LO
should be low. Regarding restrictions, the user indicates with When José performs the search, he provides as input the word
priority 0.8, that he/she does not want objects which duration “matrix”. The Semantic Refiner Agent interacts with the user and
exceeding 60 minutes. Formally, this is represented by: constructs the associated search strategy. Then, the User Profile
Agent builds the profile of José through an input form. From this
D+ (language = Spanish, 1)
interaction, his profile contains among other data, the information
D+ (language = English, 0.8) shown in Table 2.
D+ (language = French, 0.6) Suppose now, that the Search Agents based on the resulting
search strategy and the primary restrictions (Cost = “no”),
D+ (interaction = low, 0.8) retrieved from the repositories a set of four learning objects (O 1 ,
D- (Max-duration = 60, 0.8) O 2 , O 3 , O 4 ) with their metadata. After the Mediator Agent solves
potential conflicts and integrate data, these LOs are stored into a
local repository. Table 3 shows the most relevant metadata (LOM
Intention Context (IC): Intentions are the educational goals that standard) of these retrieved objects O i , i ∈ {1…4}.
the user will try to reach through the best object (or objects) Preference Priority
selected. It is expected that the user's learning process will be
improved by the LOs that fit best his/her profile. Mother language=“Spanish”
Language=“Spanish” 1.0
The intention to reach the goal (of satisfying a set of preferences
P={p k | k = 1…n}) by a particular O i , has a degree r i and is Language=“English” 1.0
represented by the formula I(P, O i , r i ). To compute r i the agent Language=“French” 0.6
consider each preference p k degree d k and the expected Role=“learner'” 1.0
satisfaction of this preference through an educational resource O i ,
represented by b ik . These variables are combined through an Interaction=“low” 0.7
appropriate bridge rule (see rule (1)) that using belief and desire Learning style=“practical'” 1.0
formulas, determines the degree of intention r i of each O i to Academic context=“university”
satisfy all the preferences.
Knowledge level =“initial” 1.0

506
Restriction 5. PROTOTYPE IMPLEMENTATION
Max-duration =“60” 0.7
Cost=“no” A preliminary prototype of the Recommender System composed
Table 2. Extract user profile of José by the Personalized Search Agent (PS-Agent), the Interface Agent
(I-Agent) and one Search Agent (S-Agent) has been implemented.
For the development of this prototype it was used the languages
LO O1 O2 O3 O4 SWI-Prolog and Ruby on Rails. The PS-Agent is implemented
using SWI-Prolog because it is an open source logical
Lang. English Spanish French English programming language. Moreover, it is multithread allowing
Learning lecture [exercise, slide exercise representing in a suitable way the agent logical architecture and
Resource lecture] deductions. Ruby is used to implement the I-Agent and the S-
Type Agent, since it supports the ability to consume Web Services with
SOAP, which is necessary to communicate with the repositories
Interactivity low low very low high using the SQI protocol.
Level
Through a graphic interface the user introduces the current
Intended learner learner learner teacher preferences and restrictions in his/her profile. Figure 2 shows the
End User prototype user interface (it is in Spanish language as it is for
Role regional purpose).
Context higher higher school higher
education education education
Difficulty medium easy medium difficult
Typical 40 50 20 50
Learning
Time (min)
Cost no no no no
Table 3. Relevant metadata of the objects recovered

All these objects satisfy the user’s needs and the restriction of
having no cost. Now the PS-Agent starting from the remaining
restrictions and preferences will select those that are most
appropriate for José. First the agent applies the rule of maximum
duration restriction. As each O i , i ∈ {1…4} satisfies this
condition and also, the language of each one is selected by the
user (at different level of priority), then the four LOs are
considered for the ranking.
The PS-Agent using the rules in the Context Belief (defined in
Section 4) calculates the expected satisfaction of each user's
preferences (e.g., interaction = low, language = Spanish) through
the different characteristics of each O i . From these rules, the PS-
Agent compute the belief degree b ij with that an object O i is
expected to satisfy a particular user preference p j , B(O i , p j , b ij ). Figure 2. User Interface; subject, preferences and
Then PS-Agent calculates the intentions to reach their goal by restrictions of the LO
applying the bridge rule (1) and the function defined by the The Interface Agent (I-Agent) acquires and saves in a data file the
equation (2). information of the user's search. This data file stores also the user
search history, keeping the chosen subject and his/her preferences
Computing these values for the four objects, the following degrees
(languages, role, interaction, etc.), for statistical post processing.
of intention are obtained:
Then, the I-Agent communicates the subject of interest to the
r 1 = 0.72 r 2 = 0.86 r 3 = 0.6 r 4 = 0.608 Search Agent (S-Agent) and the information related to preferences
and restrictions to the Personalized Search Agent (PS-Agent).
Finally, the PS-Agent sorts the objects by decreasing the value of
the degree obtained: O 2 , O 1 , O 4 , O 3 . Then the system The first search of LO (i.e. a subject search) is made by the S-
recommends to José the course O 2 as the most suitable and also Agent. The S-Agent sends a query according to the selected
gives an ordered list of the other alternatives. subject to a repository (or federation of repositories) and waits for
a response. In this first prototype we use the repositories Ariadne
and FLOR. The S-Agent can communicate with these repositories
through the SQI protocol and the query language VSQL. As

507
response, the S-Agent receives an XML file containing the from the stored data. Example of the use of these data will be seen
metadata, according to the LOM standard, of each of the LOs that in the case study presented in Section 6.
satisfy the selected subject. Furthermore, the S-Agent creates an
XML file for each of these objects, and stores them in the local
repository. Also, it creates a file with the number of objects and
the name of each XML file describing each object. Then, this file 6. CASE STUDY
is communicated and used by the PS-Agent to generate the
ordered list that the Interface Agent presents to the user. To test the recommender system, Ariadne repository was used,
After receiving from the S-Agent the resulting LOs retrieved from since it has a high percentage of loaded LO educational metadata.
the repositories, the PS-Agent selects the more suitable ones and This allows the recommender to build the ordered list of LOs that
provides them to the I-Agent. For achieving this, the PS-Agent satisfy the user profile. For this case study, users were students
generates a file with the ranked results and displays the top 10. and professors of the Computer Science career of our University.
For each of the selected LO, it is shown its identification (ID) and Tables 4 and 5 show different user profiles according to the
the following characteristics: title, description and location. information captured by the Interface Agent. User characteristics
Figure 3 illustrates a result recommendation together with the of interest are his/her Mother Language and Subject to search.
details of one of the selected LO. Also, the interface captures user priorities for: different languages
(French, English and Spanish), Role, Interaction, Style, Context,
Max-duration, and captures if the user wants LO with or without
Cost. The value for Role may be teacher or learner. Interaction
refers to the level of interaction the user prefers (i.e. low, medium,
high) expressing his preference about the LO. Style value may be
theoretical or practical. The Context (university, school, etc.) has
also a Level (advanced, medium, initial). All these different kinds
of preferences may have a Priority, an integer number in [0, 10],
expressing different level of preferences.

Profile User1 User2 User3


Mother language Spanish Spanish Spanish
Subject java java java
Language Spanish Pr 10 10 10
Language English Pr 9 10 10
Language French Pr 0 9 9
(Role,Pr) (l,10) (l,10) (l,10)
(Interaction,Pr) (medium,5) (ignore,-) (ignore,-)
(Style,Pr) (theo,9) (theo,9) (p,9)
(Context,Level,Pr) (u,i,9) (u,i,10) (u,m,10)
Figure 3. Result of the recommendation and detail of the tenth (Max-duration,Pr) (0,-) (0,-) (0,-)
object
Cost no no no
After receiving the recommendation the user can express its
Table 4. Profiles of User1, User2 and User3
opinion through the interface selecting one of the following three
options:
- Correct: when the ranked list of objects satisfies the user. Profile User4 User5 User6
Mother language Spanish Spanish Spanish
- Different order: when the user is in accordance with the
selected objects but the order does not match his preferences. Subject java java java
Then, the user can indicate which he/she considers the best Language Spanish Pr 10 10 10
top three.
Language English Pr 10 10 10
- Incorrect: when the user is not satisfied with the list of
Language French Pr 9 9 9
recommended objects. Then, the interface enables him to
introduce a textual comment. (Role,Pr) (t,8) (t,8) (t,7)
In this prototype there exists a user with an administrator profile. (Interaction,Pr) (ignore,-) (high,7) (ignore,-)
This administrator can view the search history of all users and (Style,Pr) (theo,10) (theo,10) (p,10)
their personal data and, in order to evaluate the system
(Context,Level,Pr) (u,i,9) (u,a,9) (u,i,7)
performance, he/she can access to different statistics obtained

508
(Max-duration,Pr) (0,-) (0,-) (90,9) Context higher higher higher higher higher higher
Cost no no no educ. educ. educ. educ. educ. educ.
Difficulty unkn. unkn. unkn. med. med. unkn.
Table 5. Profiles of User4, User5 and User6
Typical 90 135 90 60 90 3
Learning
For space reasons, the notation we use is as follows: Priority (Pr), Time (min)
university (u), initial (i), medium (m), advanced (a), learner (l),
teacher (t), theoretical (theo), practical (p). Table 6. Relevant metadata of some of the objects recovered

We decided to search LOs about Java, because this topic is known


for these users and also Ariadne has free accessible material on User Distance Worst Case
this topic in languages known by these users. The search filtered
User2 6.0 66.0
27 of 263 objects, leaving only those LOs about java whose
language was English, French or Spanish. The Recommender User3 14.0 55.0
System offers to each user an ordered list of objects according to User4 9.0 66.0
his/her preferences. For example, for User2 the system
recommends the following ordered list of LOs: User5 25.0 67.0
User6 14.0 72.0
{Id 12 , Id 11 , Id 13 , Id 7 , Id 6 , Id 8 , Id 4 , Id 15 , Id 26 , Id 2 }
Average 13.6 65.2
Table 6 shows the most relevant metadata of some of these
retrieved objects, sorted by object identification. The first column Table 7. Distances computed from successful cases
contains the LOs metadata of interest: Language, Learning
Resource Type (the kind of LO), Interactivity Level (the degree of User1 is excluded because he/she evaluated the response of the
interactivity characterizing this LO), Intended End User Role recommender as Incorrect and therefore, there is neither an order
(principal role for which this LO was designed), Context (is the suggested nor the distance may be computed.
principal environment within the use of this LO is intended to
take place), Difficulty (how hard it is to work with or through this PS-Agent performance depends mainly on the completeness of
LO for the typical intended target audience), and Typical Learning LO metadata in the repository and on the quality of this
Time (in minutes). To reduce space, the notation we use is as information. For example, we can see that some of the LO
follows: French (fr), English (en), unknown (unkn), medium metadata in Table 6 has the value unknown (for the metadata
(med), and education (educ). Interaction level and Difficulty). Taking this problem into account
and considering that we have obtained a distances average of
After receiving the ranked list, the user can give his/her opinion 13.6, with an average of 65.2 in the worst cases, we can say that in
about the recommendation results. User2 was satisfied with the most cases the list of recommended objects is not so distant from
objects but the order does not match exactly his preference and the user´s one. Thus, we can claim that the preliminary
suggests Different Order, proposing that the first three objects performance of this recommender system gave us promising
should be: results. However, results may not satisfy a user since, although a
{Id7, Id6, Id8}. document satisfies his/her preferences set in the interface, this
specification may not fit what really the user want, because there
To evaluate proximity between PS-Agent recommended ranking are subjective factors that are difficult to capture and model.
and the user's own ranking, we use Manhattan distance, which is
suitable to capture distances between positions. This distance was Analyzing this case study we found some difficulties associated
calculated between positions of the first three items ordered by the with metadata information. In some cases, an incorrect
user with the corresponding positions in the recommended list, classification of metadata was found. For example, a document
taking into account the degree of intention of each object in the had metadata Language=English, but it had only the title in
list. Table 7 shows distances calculated on the five successful English and the document body was in French. Also, we found
cases. metadata that classified correctly a document from the point of
view of the file type, but they do not adequately describe the
LO Id 6 Id 7 Id 8 Id 11 Id 12 Id 13 document contents. For example, a document had metadata
Language fr fr fr en en en LearningResourceType=narrative text, but it was actually a Java
program to solve the traveling salesman problem; so it should be
Learning slide slide slide slide slide narra- better classified as an exercise or example. This classification of
Resource tive the resource as narrative text makes that the application of rules
Type text has the highest degree of belief that the object satisfies the
Interactivity unkn. unkn. unkn. med. high unkn. theoretical style, which is not true.
Level
Intended learner learner learner learner learner learner
End User
Role

509
7. CONCLUSIONS AND FUTURE WORK Intelligence, Vicenç Torra, Yasuo Narukawa, Masahiro
Inuiguchi, Eds. Vol. 5861, Awaji Island, Japan, Springer,
(November 30, 2009) 5-20.
In this paper we have presented the architecture and
implementation of an educational recommender system. This [5] Casali, A., Von Furth, A., Godo, L. and Sierra, C. 2008. A
architecture is based on a multiagent system which allows work Tourism Recommender Agent: From theory to practice. In
with flexible, scalable, heterogeneous and distributed information Revista Iberoamericana de Inteligencia Artificial, AEPIA,
from LO repositories. In particular, we designed the Personalized Vol 12:40 (2008), 23-38.
Search Agent (PS-Agent) as a graded BDI agent since it is [6] Chiappe, A., Segovia, Y. and Rincon, Y. 2007. Toward an
suitable to deal with user's graded preferences. A prototype was instructional design model based on learning objects. In
implemented using Ruby on Rails for Interface Agent and Search Educational Technology Research and Development.
Agents, and SWI-Prolog for the PS-Agent. The case study has Boston: Springer, 671-681.
shown promising results in LOs ranking. In this first stage, users [7] Deco, C., Bender, C., Saer, J., Chiari, M. and Motz, R. 2005.
evaluated whether objects were useful and if the recommended Semantic refinement for web information retrieval. In
order was correct, according to his/her opinion. One problem for Proceedings of the 3rd Latin American Web Congress. IEEE
the experimentation was the lack of information on many of Press. 106-110.
educational metadata of the learning objects in the repositories.
Another difficulty presented was that many objects could not be [8] García Salcines, E., Romero, C., Ventura, S. and de Castro
accessed. Currently, we are working in the integration of the Lozano, C. 2008. Sistema recomendador colaborativo
recommender system as part of an assistant to help teachers to usando minería de datos distribuida para la mejora continua
assemble LOs according to an instructional design, considering de cursos e-learning. IEEE-RITA 3(1): 19-30.
their students characteristics and preferences. In another line of [9] Gerling, V. 2009. Un Sistema Inteligente para Asistir la
research, we are working on the automatic extraction of metadata. Búsqueda Personalizada de Objetos de Aprendizaje. Degree
Thesis on Computer Science. National University of Rosario.
8. ACKNOWLEDGMENTS DOI=www.fceia.unr.edu.ar/lcc/t523/tesina.php?campo1=21.
The authors acknowledge partial support by the Project JARDIN [10] Lu, J. 2004. A Personalized e-Learning Material
LACCIR-RFP2008 (Latin American and Caribbean Collaborative Recommender System. In Proceedings of the 2nd
ICT Research and Microsoft) and Project 219308 SECTEL, International Conference on Information Technology for
Gobierno de Santa Fe. Application (ICITA 2004). China, 374-379.
[11] Montaner, M., López, B. and de la Rosa, L. 2003. A
REFERENCES Taxonomy of Recommender Agents on the Internet. In
Artificial Intelligence Review 19: 285-330, Kluwer.
[1] Burke, R. 2000. Knowledge-based recommender systems. [12] Rao, A. and Georgeff, M. 1995. BDI agents: From theory to
Encyclopedia of Library and Information Systems, 69. practice. In Proceedings of the 1st International Conference
on Multi-Agents Systems, 312-319.
[2] Casali, A., Gerling, V., Deco, C. and Bender, C. 2009. An
Intelligent System to Assist the Personalized Search of [13] Wang, T.I., Tsai, K.H., Lee, M.C. and Chiu, T.K. 2007.
Learning Objects. In Revista CyT. Universidad de Palermo, Personalized Learning Objects Recommendation based on
Vol. 9. Buenos Aires, diciembre 2009. 113-127. the Semantic-Aware Discovery and the Learner Preference
Pattern. Educational Technology & Society, 10 (3), 84-105.
[3] Casali, A., Godo, L. and Sierra, C. 2005. Graded BDI
Models For Agent Architectures. J. Leite and P. Torroni, [14] Zhu, F., Ip, H. and Cao, J. 2008. PeRES: A Personalized
Eds. CLIMA V, LNAI 3487, 126-143. Recommendation Education System Based on Multi-agents
& SCORM. In Advances in Web Based Learning (ICWL
[4] Casali, A., Godo, L. and Sierra, C. 2009. g-BDI: A Graded
2007), LNCS 4823/2008, 31-42.
Intensional Agent Model for Practical Reasoning, Modeling
Decisions for Artificial Intelligence, 6th International
Conference, MDAI 2009. Lecture Notes in Artificial

510
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

AFETIVIDADE X EVASÃO NA EAD - ESTUDO DE CASO

Arnaldo Fonseca Borges Salete Leone Ferreira Simone Fernandes Gonçalves


Fundação de Apoio a Escola Centro Universitário de Volta Universidade Federal do Estado do Rio de
Técnica - FAETEC Redonda – Fundação Oswaldo Aranha Janeiro - UNIRIO
Brasil FOA Brasil
profarnaldoborges@gmail.com Brasil profsifernandes@hotmail.com
salete_leone@yahoo.com.br

RESUMO
Este estudo aborda a Educação a Distância com foco na formação
1. INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia e principalmente com o advento da
técnica do educando e não com vistas à graduação como
internet mudanças ocorreram no modo de interagir com o mundo.
comumente se vê. Têm por objetivo demonstrar a importância da
Estes processos favoreceram inclusive a educação que em um
afetividade na atuação do professor-tutor na EaD do ensino
novo contexto torna-se possível a um número maior de pessoas
médio. Como problema foi detectado que o perfil do aluno no
distantes dos grandes centros ou com dificuldades de praticá-la
ensino médio, na EaD, faz com que o uso da afetividade pelo
em seus horários e dias habituais, ou ainda por questões sociais,
professor-tutor torne-se mais preponderante para que se sintam
eis que surge a Educação a Distância - aliada a tecnologia,
mais motivados, autônomos e com isso determinados a concluir o
favorecendo o aprendizado por todo o Brasil. Esta metodologia
curso. Como hipótese identificou-se que a metodologia adotada
dissemina o conhecimento por meio da máquina e torna o aluno o
na EaD, requer do professor-tutor uma "nova" postura que traga
agente principal para que o processo de aprendizagem ocorra.
mais proximidade com o educando buscando alcançar maior
eficácia no processo de ensino aprendizagem. Metodologicamente Assim, este estudo aborda a Educação a Distância com foco na
foram adotados: pesquisa bibliográfica, estudo de caso do e-Tec formação técnica do educando e não com vistas a graduação como
Brasil - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia - comumente se vê.
Campus Nilo Peçanha Pinheiral/RJ-IFRJ, pesquisa de campo por
meio de entrevista com a Coordenadora Geral e de Ensino a No entanto, segundo [1], a Educação a Distância teve seu
Distância do e-Tec Brasil - IFRJ, pesquisa documental em surgimento no mundo no século XV, com a invenção da imprensa
dois fóruns de discussão das Unidades I e VI das disciplinas na Alemanha por Johannes Guttemberg. A difusão da Educação a
Introdução do Ensino a Distância e Ética e Cidadania e pesquisa Distância no mundo se deve principalmente à França, Espanha e
quantitativa por meio de questionário, junto a 100 alunos. Os Inglaterra, pois tinham os centros educacionais mais
resultados encontrados confirmaram a hipótese proposta pelo desenvolvidos e sendo a corrente mais predominante registrada na
estudo. Suécia, em 1833, sendo a primeira experiência nesse campo de
ensino, segundo [2].

Categorias e Descrição dos Assuntos Gradualmente outros países passaram a adotar metodologias de
K.3 [Computação e Educação]: Educação a Distância. Focando EaD até chegar ao Brasil em 1904 com o ensino por
nas metodologias para a utilização das TIC para apoiar a correspondência. Segundo [3], este modelo foi consagrado com a
aprendizagem. criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, concebida por um
grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto (1923), e
Termos Gerais também com o surgimento do Instituto Monitor (1939), do
Teoria e verificação. Instituto Universal Brasileiro (1941) e de outras organizações
similares.
Palavras-chave [2], afirma que em praticamente todos os países existem
Educação a Distância, afetividade, evasão, e-Tec Brasil, programas educativos sendo transmitidos por várias mídias, que
Ambientes Virtuais de Aprendizagem, TelEduc, Moodle, permitem a democratização da educação, combinando-os às
AulaNet. tecnologias educacionais mais modernas.
Fonseca, Arnaldo., Leone, Salete., Fernandes, Simone . (2010). Afetividade X Evasão “A EAD não é um privilégio dos países ricos ou de organizações
na EaD - Estudo de Caso. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de poderosas. É, na verdade, um dos melhores instrumentos para a
Informática Educativa, Volumen 1, pp 511-518, Santiago de Chile.

511
inclusão social e para a melhoria quantitativa e qualitativa da também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o
educação.” [2]. vídeo, o CD-ROM, a telefone, o fax e tecnologias semelhante.”
Existem no Brasil cerca 220 mil escolas, sendo públicas e Em termos de tecnologia, atualmente a mais utilizada, em
privadas e 2.300 de ensino superior. Apesar de não existir um Educação a Distância trata-se da internet, com o emprego dos
levantamento preciso sobre as unidades de ensino que adotam a Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA’s), dentre os mais
modalidade à distância, os indicadores revelam que não passam de utilizados atualmente destacam-se TelEduc, Moodle e AulaNet
250 credenciadas oficialmente. Sendo que, 35% são de educação que correspondem a plataformas abertas e de livre utilização e o
básica e 65% superior, segundo [4]. Blackboard.
Conforme dados da Rede Federal de Educação Profissional, A respeito de como se dá o processo de aprendizado nestes
Científica e Tecnológica, a Rede Federal de Ensino Científico, ambientes, aproveita-se as considerações de Bruner (apud [7])
Profissional e Tecnológico, segundo [4], entre Institutos Federais, como sendo um processo ativo, baseado em conhecimentos
Universidade Tecnológica, CEFET´s e Escolas Técnicas prévios e nos que estão sendo estudados. O aprendiz filtra e
vinculadas a Universidades contam com 366 unidades, dentre transforma a nova informação, elabora hipóteses e toma decisões.
essas 17% adotam a modalidade à distância. Adicionam-se os É participante ativo no processo de aquisição de conhecimento. A
cursos livres, entidades e empresas especializadas e as chamadas instrução é relacionada a contextos e experiências pessoais. [8]
"Universidades Corporativas", que não têm nenhum controle do demonstra como se dá o processo de aprendizado por meio da
Poder Público Federal, Estadual ou Municipal. Educação a Distância, totalmente focado no aluno, que se torna o
artífice de seu conhecimento.
Os últimos dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação
Aberta e a Distância [5], revelam que um em cada 73 brasileiros Neste contexto, no entanto, o professor torna-se tão importante
estudaram na modalidade à distância no ano de 2007. Estudos quanto o aluno, conforme [9] “Os professores são tão importantes
demonstram também que 2,5 milhões de estudantes já foram neste processo quanto os alunos, pois, dependendo do seu
beneficiados, sendo que, 73% das instituições que utilizam a EaD conhecimento técnico e de suas características afetivas,
são particulares. influenciam diretamente nas relações entre os participantes e nos
resultados de todo o processo educativo considerado.” Conforme
Neste contexto, o objetivo deste estudo consiste em demonstrar a
[10] “No diálogo há construção de conhecimento tanto por parte
importância da afetividade na atuação do professor-tutor na EaD
do educador como do educando e esta construção está atravessada
do ensino médio. Como problema percebe-se que o perfil do
por aspectos, não só cognitivos, mas também afetivos.”
aluno no ensino médio, na EaD, faz com que o uso da afetividade
pelo professor-tutor torne-se mais preponderante para que se
sintam mais motivados, autônomos e com isso determinados a 2.1 Evasão
concluir o curso. Acredita-se como hipótese que a metodologia Segundo uma pesquisa realizada pela FGV-EAESP - Escola de
adotada na EaD, requer do professor-tutor uma "nova" postura Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio
que traga mais proximidade com o educando buscando alcançar Vargas, (apud [10]) em 2005, sobre o índice de evasão em
maior eficácia no processo de ensino aprendizagem. educação superior à distância, os cursos totalmente a distância
têm maior evasão (30%) que os cursos semipresenciais (8%).
A metodologia a ser utilizada consiste em pesquisa bibliográfica,
estudo de caso do e-Tec Brasil- Instituto Federal de Educação A atuação do professor-tutor torna-se primordial principalmente
Ciência e Tecnologia-Campus Nilo Peçanha - Pinheiral/RJ – para evitar um dos maiores problemas desta modalidade de ensino
IFRJ, pesquisa de campo por meio de entrevista com a a evasão que conforme [10] “Considera-se evasão a desistência do
Coordenadora Geral e de Ensino a Distância do e-Tec Brasil - curso, incluindo os que, após terem se matriculado, nunca se
IFRJ e pesquisa documental em dois fóruns de discussão das apresentaram ou se manifestaram de alguma forma para os colegas
Unidades I e VI das disciplinas Introdução do Ensino a Distância e mediadores do curso, em qualquer momento.”
e Ética e Cidadania, do curso técnico de Serviços Públicos, do I e
III Trimestres de 2010 e pesquisa quantitativa por meio de 2.2 Motivação
questionário aplicado durante a aula presencial em 27 de junho de Para [10] um dos motivos para a evasão dos alunos da EaD vem
2010, junto a 100 alunos do I Trimestre da disciplina Introdução do fato de “[...] na sua grande maioria, tem uma característica em
do Ensino a Distância e 36 alunos do III Trimestre da disciplina comum, que é a solidão, isto é, uma sensação de abandono que o
Ética e Cidadania do curso técnico de Serviços Públicos. cerca durante todo o curso, principalmente quando não ocorre
uma maior interação entre os atores deste processo.” Porém, [10]
2. AMBIENTES VIRTUAIS DE diz que “[...] quando num Ambiente Virtual de Aprendizagem
APRENDIZAGEM (AVA), ocorre diálogo entre educadores e educandos e entre os
educandos, é possível observar que o percentual de evasão
Conforme [6]:
diminui”, fato que evidencia a importância do professor-tutor
“Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, como agente fomentador deste processo de interação e
mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão conseqüente permanência.
separados espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem
A respeito da motivação do educando [10] dizem que “Neste
onde professores e alunos não estão normalmente juntos,
sentido, um educador pode colaborar bastante se construir um
fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por
diálogo coletivamente, com seus educandos, através de chats,
tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas

512
fóruns ou outros tipos de comunicação que são permitidas nos cidadãos na retomada da formação educacional de nível médio e
ambientes virtuais.” democratizar, expandir e interiorizar a oferta de ensino médio
técnico nos municípios do Estado do Rio de Janeiro. Os Cursos
Cabe ao professor-tutor criar espaços que favoreçam e estimulem
Técnicos em Serviços Públicos e Técnico em Lazer foram
a interação entre os participantes dos cursos a distância, pois para
selecionados após um estudo de demanda realizado pelas
Freire e Piaget “[...] um sujeito tem mais chances de aprender
Prefeituras da região.
quando aprende a agir cooperativamente, na relação com o outro,
onde estes podem dialogar na busca de um novo conhecer, Os primeiros Pólos onde esses cursos foram implantados foram:
fortalecendo as trocas que ocorrem.” apud [10] Resende, Engenheiro Paulo de Frontim, São José do Vale do Rio
Preto e Pinheiral e posteriormente Barra Mansa e Volta Redonda.
2.3 Afetividade Em 2010 houve a abertura de novos Pólos nos Municípios: Porto
Em relação à afetividade pode-se dizer que se refere a uma busca, Real, Rio Claro, Piraí e Complexo do Alemão no Rio de Janeiro.
tendo em vista a origem da palavra Afeto - do latim affecare, que Em relação à expansão dos cursos acrescentou-se o Técnico em
quer dizer “ir atrás”, [10]. Ao relacionar o afeto na EaD, esta Agente Comunitário de Saúde. Os cursos são semipresenciais e o
busca pode ser por segurança, aceitação ou respeito, dentre outros número de aulas presenciais está prevista na grade curricular de
sentimentos que favorecem o processo de interação. Conforme cada curso.
Rubens Alves (apud [10]) “[...] toda a experiência de
aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva.” Para Coordenadora, a primeira dificuldade encontrada para
realização dos cursos esteve relacionada à falta de mão de obra
Desta forma, torna-se necessário a construção da afetividade na qualificada para trabalhar nessa modalidade de ensino. Para
EaD, de forma a favorecer o processo de interação e troca, que solucionar o problema foi montado um curso de capacitação,
levarão ao conhecimento desejado. Para [10] “Num ambiente primeiramente com profissionais do consórcio CEDERJ –
virtual, quando o educador mantém um diálogo com seus Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do
educandos, através de chats, fóruns, e-mails, etc., mantendo o Estado do Rio de Janeiro - CECIERJ. Atualmente um grupo de
interesse dos educandos aceso e colocando os textos (as profissionais formado no próprio Núcleo de Educação a Distância
mensagens) de forma problematizadora, mas também mantendo (NEAD) do IFRJ- Campus Nilo Peçanha - Pinheiral/RJ, oferece
uma linha de afeto faz com que estes se sintam parte do processo essa capacitação para todos os professores (formadores e
como um todo.” Ao se sentir parte do processo o educando professores-tutores) que irão atuar nos cursos.
percebe-se mais confiante e com isso tende a produzir mais e
melhor, postura que favorece sua permanência no curso. Outra dificuldade encontrada refere-se ao material didático a ser
utilizado nos cursos. Para o Curso Técnico em Serviços Públicos
Para enfatizar a importância do professor-tutor no processo de já existe algumas disciplinas elaboradas por Universidades
EaD buscou-se as definições de [11] “O tutor é a figura mais designadas pelo MEC, mas para os outros dois cursos ainda não
próxima dos alunos e o relacionamento entre estes dois grupos é existe nenhum material pronto. Para os professores que se
sempre estruturado em um grau de afetividade bastante candidataram a elaborar esse material, chamados de conteudistas,
considerável.” [11] afirma ainda que, “Em todos os estudos sobre o MEC está oferecendo capacitação visto que esse material
EaD é consenso a importância do papel da tutoria no sucesso da precisa ter toda uma formatação e linguagem próprias para
aprendizagem e na manutenção destes alunos no processo. Em Educação a Distância.
alguns casos, verifica-se que o papel do professor-tutor é mais
importante do que o material utilizado ou as plataformas de A terceira dificuldade apontada pela Coordenadora diz respeito à
aprendizagem disponíveis.” dificuldade dos alunos com a informática. “Nosso público é
constituído, em sua grande maioria por pessoas mais maduras que
já estão fora da escola há algum tempo e não dominam os
3. ESTUDO DE CASO - IFRJ conhecimentos necessários para a utilização do Ambiente Virtual
de Aprendizagem. Infelizmente essas dificuldades levam a um
3.1 Entrevista com a Coordenadora de EAD- número muito elevado de evasão. Somada a essa dificuldade
Campus Pinheira/RJ - IFRJ percebemos também o desconhecimento por parte dos alunos do
O histórico deste estudo de caso está fundamentado em entrevista que seja fazer um curso a distância que exige disciplina,
realizada com a Coordenadora de Ensino a Distância do Instituto organização, força de vontade e dedicação. Trabalhamos na linha
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - construtivista onde a participação dos alunos em fóruns de
IFRJ, Campus Nilo Peçanha – Pinheiral/RJ em 06 de agosto de discussão e execução de tarefas, além da prova presencial é fator
2010. preponderante para que desenvolvam uma autonomia e busquem a
construção do próprio conhecimento. O tutor é apenas o
Segundo seu relato os cursos técnicos na modalidade à distância, motivador no processo”.
semipresencial, pertencem ao Programa do Sistema Escola
Técnica Aberta do Brasil (E-tec Brasil), criado em 2008, a partir Para sanar essas dificuldades observadas a equipe de coordenação
da política de expansão da educação profissionalizante do juntamente com as orientadoras pedagógicas está estudando a
Ministério da Educação por meio da articulação da Secretaria de possibilidade de uma capacitação efetiva dos alunos no AVA,
Educação à Distância e Secretaria de Educação Profissional e antes dos mesmos iniciarem efetivamente seus cursos.
Tecnológica.
A quarta questão apontada pela Coordenadora refere-se à
Esses cursos buscam atender os arranjos produtivos locais de importância da afetividade na interatividade. Ela tem observado
modo a fortalecer o mercado local e regional, incentivar os que “a afetividade têm conseguido criar laços a distância que

513
muitas vezes não ocorre na educação presencial.” Acrescenta a inseguros, com isso acredito que a afetividade contribui muito
importância do acolhimento do aluno de forma afetiva para que os para que se sintam motivados. Percebo que são carentes de
mesmos sintam-se seguros para fazer suas colocações sem medo atenção e quando se sentem acolhidos ficam mais a vontade em se
de se expor ou de errar. Insiste na importância da condução do colocar, sem ter medo do que o professor vai pensar dele ou os
processo para que o aluno não se sinta sozinho ou desamparado e seus colegas, pois se percebe que o professor tem afetividade e
percebe que quanto maior a atenção do professor-tutor menor a carinho para com ele, se sentem mais seguro ao se colocar.“
chance do aluno evadir-se.
Diz ainda, que tem visto os alunos nos encontros presenciais,
Diz ainda que, existe um acompanhamento do trabalho dos falarem “nossa você existe mesmo?!”, que ficam querendo colocar
professores-tutores a distância por parte dos coordenadores e a mão nos professores de tanta alegria em encontrá-los
equipe pedagógica para se avaliar se esse requisito, afetividade, presencialmente. Em relação aos professores, no conselho de
está sendo cumprido: se os professores-tutores estão atentos a classe solicitaram que a primeira aula presencial seja na primeira
participação dos alunos nos fóruns de discussão não deixando semana do curso, pois perceberam que após os encontros
nunca de responder os questionamentos de forma clara; se estão presenciais os alunos participaram mais e ficaram mais motivados,
explicando o porquê das notas obtidas com críticas saudáveis; se deslancharam nos fóruns de discussão, sentindo-se mais a vontade
estão demonstrando sentir a falta dos mesmos quando ficam um em se colocar, por perceberem que há uma acolhida, uma
período de tempo sem participarem ou quando não cumprem as compreensão com suas dificuldades.
tarefas propostas. Comenta que existe um “espaço” no AVA onde
Acrescenta que após uma análise de todo o processo desenvolvido
eles podem postar seus questionamentos diretamente aos
até o presente momento, desde sua criação, evoluiu-se muito,
coordenadores ou professores-tutores quanto a outros assuntos
inclusive em decorrência do fortalecimento da equipe e das
que não dizem respeito diretamente aos conteúdos das disciplinas
melhorias implantadas como resultado das experiências
e ainda outro ”espaço livre” chamado de “ponto de encontro”
vivenciadas por todos os atores envolvidos no processo, desde
onde todos podem conversar sobre assuntos de seu cotidiano, ou
coordenação até os servidores que trabalham na secretaria do
postar alguma mensagem. Afirma que estes são alguns exemplos
NEAD/IFRJ que atendem prontamente com carinho e presteza
de ações voltadas aos alunos visando criar laços e estimulando a
todos os alunos e professores que tem alguma dúvida ou
afetividade por meio da interatividade.
dificuldade no acesso ao AVA. Ressalta ainda, que ”não podemos
Conforme a Coordenadora a afetividade também é estimulada esquecer que na construção do conhecimento o aluno é o ator
durante o curso de preparação para professores-tutores, onde é principal. Essa construção se dá somente dentro dele com
pedido carinho, atenção e dedicação no trato com os alunos. permissão e esforço dele. O computador é apenas um instrumento
Relata que se trabalha também com o professor-tutor presencial, facilitador assim como o material didático, mas não podemos
para quem é solicitado que “(...) sente junto ao aluno diante do esquecer que o professor-tutor, mesmo sendo apenas um
computador, que pegue na mão se preciso for e que tenha um estimulador ou instigador do processo, mesmo a distância, sem o
olhar diferenciado para cada um.” Informou que tem contato físico, mas apenas o virtual, é de grande importância. Não
acompanhado o êxito dos alunos quando essas posturas são somos máquinas e sim seres humanos movidos a sentimentos e a
adotadas pelos professores-tutores presenciais e afirma que os afetividade é sem dúvida o maior sentimento de estímulo para que
relatos tem sido de experiências altamente gratificantes. nossos alunos almejem não somente adquirir conhecimentos, mas
transformar-se em cidadãos mais sábios”.
Comentou o depoimento de uma professora-tutora a distância
durante o conselho de classe realizado no mês de agosto de 2010,
por considerar que suas colocações refletem na afetividade junto 3.2 Análise da atuação dos professores-tutores
aos alunos: elogiou a convivência dentro do NEAD/IFRJ, pelo por parte dos alunos
apoio mútuo, onde se procura falar a mesma linguagem entre Abaixo seguem duas tabelas com a avaliação dos alunos da EaD
todos os professores-tutores e formadores e que este do IFRJ Pólo de Pinheiral. Esta pesquisa foi do tipo quantitativa
comportamento é percebido pelo aluno, embora esteja “à aplicada por meio de questionários estruturados, durante aula
distância”, sentem que existe uma sintonia entre os membros do presencial em 27 de junho de 2010, junto a 100 alunos do I
processo. Outra professora-tutora testemunhou que após os Trimestre da disciplina Introdução a Educação a Distância e 36
encontros presenciais a participação dos alunos no AVA tem um alunos do III Trimestre do curso técnico de Serviços Públicos, da
aumento significativo. disciplina Ética e Cidadania.
Outra atividade a qual se propõe para um reforço da afetividade I TRIMESTRE DISCIPLINA INTRODUÇÃO A EDUCAÇÃO A
no processo é responder a todas as mensagens que recebe dos DISTÂNCIA - 2009.1
alunos, resultando em sentimentos de agradecimento e de
PÓLO/ Atendimento do professor-tutor a
importância por estarem obtendo retorno da Coordenadora Geral
CURSO Distância (presteza, retorno das
do E-Tec. Também considera importante o fato de acompanhar os
(%) atividades, conhecimento do conteúdo)
professores-tutores e formadores aos Pólos durante os encontros
presenciais, assim consegue um contato mais próximo com os 5 4 3 2 1 0
alunos, percebendo suas reais necessidades. SPSJ- Serviço 30,7 51,3 10,3 5,1 - 2,6
Público
Coordenadora ressalta que “Os alunos do ensino médio são SPSJ- Lazer 50 - 50 - - -
diferente dos da graduação em relação a EaD, e os do Instituto são LDH1 - Serviço 44,4 40,7 7,4 - - 7,4
ainda mais, porque em sua grande maioria já estão fora da escola Público
há muito tempo e com isso ficam mais carentes, pois ficam LDH1 - Lazer 75 12,5 6,2 3,1 - 3,1

514
Delgado (35,3% = 3,0), ambos no curso técnico de Serviços
PÓLO/ Atendimento do professor-tutor a Públicos.
CURSO distância (cumprimento dos horários, Nas tabelas 1 e 2, além de demonstrarem a satisfação dos
(%) atendimento extra horário) educandos com seus professores-tutores, revelam as primeiras
5 4 3 2 1 0 experiências do Instituto com a evasão, ocorrida no decorrer
SPSJ - Serviço 35,9 43,6 18 - - 2,6 destes três períodos (2009 a 2010), por tratar-se de duas de suas
Público primeiras turmas, onde no Colégio Professor Delci Horta Delgado
SPSJ - Lazer 50 - 50 - - - no curso técnico de Serviços Públicos houve a diminuição de 27
LDH1 - Serviço 44,4 37 7,4 - - 11,1 para 8, no curso técnico de Lazer de 32 para 6; já no São José do
Público Rio Preto no curso técnico de Serviços Públicos de 39 passou
LDH1 - Lazer 71,9 6,2 9,4 - - 12,5 para 17 e no curso técnico de Lazer de 7 para 5 alunos.
Tabela 1. I Trimestre da Disciplina Introdução a EaD
Fonte: IFRJ 3.3 Análise do Fórum
A utilização do fórum de discussão em Ambientes Virtuais de
Legenda: 5- Muito Satisfeito; 4 – Satisfeito; 3 – Pouco Satisfeito;
Aprendizagem se mantém constante na prática docente, propicia a
2 – Insatisfeito; 1 – Nada Satisfeito e 0 – Não Avaliado
interatividade por ser uma interface digital que possui como
LDH – Colégio Professor Delci Horta Delgado (Serviço Público - características a participação-intervenção, a bidirecionalidade-
27 e Lazer -32) hibridação e a permutabilidade-potencialidade, segundo [12].

SPSJ - São José do Rio Preto (Serviço Público - 39 e Lazer - 07) Ainda segundo o autor para que haja interatividade fazem-se
necessários três fundamentos:
Para 23% dos entrevistados a atenção dos professores-tutores foi
considerada como ponto positivo do curso, 14% consideraram participação-intervenção, onde o emissor permita a participação-
como ponto negativo, que houve demora nas repostas dos intervenção do receptor, interferindo ao ponto de modificar a
professores-tutores em relação a suas dúvidas e 1% considerou mensagem;
negativo a ausência de um professor ao seu lado.
bidirecionalidade–hibridação, onde o emissor deve ser receptor
III TRIMESTRE DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA – 2010.1 em potencial e vice-versa, a comunicação é produção conjunta
PÓLO/ Atendimento do professor-tutor a dos dois pólos assim como a mensagem deve ser codificada e
CURSO distância (presteza, retorno das decodificada por ambos, é uma proposta co-participativa;
(%) atividades, conhecimento do conteúdo) permutabilidade–potencialidade, é necessário que o emissor
5 4 3 2 1 0 disponibilize múltiplas redes articulatórias, pois se a proposta for
SPSJ – Serviço 33,3 33,3 - 16,7 16,7 - muito fechada, as articulações também serão limitadas, tirando do
Público receptor a ampla liberdade de associações e significações.
SPSJ - Lazer 75 25 - - - -
Contudo, com o aprofundamento dessas características, apontadas
LDH1 - Serviço 35,3 23,5 35,3 - 5,9 -
como fundamentos da interatividade, são potencializadoras da
Público
aprendizagem colaborativa, considerando-se a aprendizagem
LDH1 - Lazer 20 20 - 20% 40 - enquanto processo construtivo, sócio-interacionista e mediado.

PÓLO/ Atendimento do professor-tutor a Menciona [13] “[...] a compreensão é uma forma de diálogo [...]
CURSO distância (cumprimento dos horários, Compreender é opor a palavra do locutor uma contrapalavra [...]”
(%) atendimento extra horário) e também como forma de significação, ainda segundo [13]:
5 4 3 2 1 0 “[...] a significação não está na palavra nem na alma do falante,
SPSJ - Serviço 50 16,7 16,7 - 16,7 - assim como também não está na alma do interlocutor. Ela é o
Público efeito da interação do locutor e do receptor produzido através do
SPSJ - Lazer 75 25 - - - - material de um determinado complexo sonoro. É como uma
LDH1 - Serviço 17,6 58,8 23,5 - - - faísca elétrica que só se produz quando há contato dos dois pólos
Público opostos”.
LDH1- Lazer 20 20 20 - 40 - A partir das grandes possibilidades interativas oferecidas pelo
Tabela 2. III Trimestre da Disciplina Ética e Cidadania ambiente on-line, surge a efetivação da dialógica nos processos de
Fonte: IFRJ ensinar e de aprender, e está além do próprio processo, pois desse
diálogo surgirão a compreensão e a significação.
LDH – Colégio Professor Delci Horta Delgado (Serviço Público -
8 e Lazer -6) Contudo, [14] em seu estudo sobre o desenvolvimento proximal
(ZDP) nos mostra o caminho percorrido pelo sujeito na
SPSJ - São José do Rio Preto (Serviço Público – 17 e Lazer - 5)
construção do conhecimento, onde o processo está além de
Em relação aos valores: presteza, retorno das atividades, ensinar e de aprender, que a retórica inicial do professor ao
conhecimento do conteúdo por parte do professor-tutor, cresce a apresentar o problema/conteúdo deve desencadear-se e desdobrar-
insatisfação por parte dos alunos do Pólo de São José do Rio se numa dialógica de construção, que permita ao sujeito o diálogo,
Preto e também do Pólo do Colégio Professor Delci Horta a intervenção, a participação.

515
No fórum de discussão em Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Professora-Tutora:
cabe ao educador-mediador a incentivar, provocar os diálogos de
Muito bom o comentário, embora tenham respondido a segunda
construção do conhecimento, a fim de modelar as habilidades de
questão “Será que toda tecnologia existente é benéfica para o
pensamento crítico e formular perguntas e comentários,
homem?” Percebi que vcs ainda não responderam totalmente a
propiciando assim a construção coletiva do conhecimento,
questão propostas no enunciado do fórum, vou repetir as
potencializada pela aprendizagem individual.
perguntas para que vcs percebam o que ficou faltando, ok?!
Os fóruns de discussão são considerados pelos aprendizes como
1 - Como você definiria tecnologia?
uma ferramenta que propicia maior interação entre os docentes e
discentes, por ser uma ferramenta assíncrona, e pela dialógica de 2 - Será que toda tecnologia existente é benéfica para o homem?
construção do conhecimento, possibilita a construção coletiva do
conhecimento e estendendo as relações afetivas e sociais. Estejam atentos se as respostas estão adequadas ao que é
solicitado, pois vcs serão avaliados conforme o que está sendo
Para [15], “todos os participantes têm a oportunidade de se pedido.
expressar, interferir e receber interferências, se constituir a partir Se tiverem dúvidas, estou aqui! Podem contar!!!!!
da constituição do outro e da percepção do outro sobre a
expressão do primeiro”, promovendo a aprendizagem e a Abrs para todos!!!
interações onde se produzem novas possibilidades de EXEMPLO 2:
aprendizagem.
Fórum 2: Unidade VI
Porém, através dessas premissas fundamentadas, estas
considerações puderam ser vivenciadas no campo de pesquisa. A Professora-Tutora:
seguir são apresentados trechos de dois fóruns de discussão das Bom Dia!!!!!! Onde estão vcs?
disciplinas de Introdução a Educação a Distância (I Trimestre) e
Ética e Cidadania (III Trimestre). No primeiro fórum (Unidade I) Estou aguardando por vcs nesta nova Unidade!!!
demonstra a atividade inicial da turma e o segundo fórum
Abrs
(Unidade VI), representa a última atividade realizada pelos
alunos, ambos foram escolhidos para relatar a evolução dos Aluno 1:
educandos e a interação professor-tutor/alunos e alunos entre si.
Olá colegas,
EXEMPLO 1:
Enquanto que o aluno de ensino a distância é um sujeito ativo no
Fórum 1: Unidade I processo, - o que já foi discutido por nós em um fórum anterior-
que interage com colegas, professores e tutores na busca pelo
Professora-Tutora:
saber, sempre aprendendo a aprender, onde ele exerce o papel de
Bom Dia!!!!!! autonomia na construção do seu conhecimento.
Onde estão vcs? Estou aguardando! Abraço a todos!
Abrs Professora-Tutora:
Aluno 1: Olá, alunos! Boa noite!!!
"Tecnologia é um instrumento de evolução, que facilita a vida do Gostei das colocações em relação ao papel do tutor e já que
ser humano, significando tudo, praticidade, modernidade, estamos falando sobre tutoria, me deixem aproveitar a
informação..." Não. Acredito que nem toda tecnologia é benéfica oportunidade e fazer uma pergunta para todos vcs: Como vocês
ao homem, tendo em vista que nem todos usam a chamada avaliam minha tutoria? Sou presente, sou ausente, consigo
"tecnologia" para o bem. Utilizando deste instrumento para fins motivar vcs? Auxilio de que forma? Esta é a minha primeira vez
próprios como no caso das armas nucleares por exemplo. O ser como tutora e a resposta de vcs vai me ajudar a melhorar. Ok?!
humano alcançou enormes avanços tecnológicos que facilitou Por isso, gostaria que respondessem a estes questionamentos Tb,
sua vida em todos os campos, mas com isso veio a "involução' além dos do fórum, Pode ser?! Obrigada! Bjs
Aluno 2: Aluno 2:
Olá colegas e tutores, Olá!
Boa tarde! Avaliando sua tutoria, vejo que você procura sempre interagir
com a gente, o que contribui muito em nossa aprendizagem, pois
Muito interessante a discussão sobre o tema! Também concordo sem dúvida nos motiva bastante. Você além de nos auxiliar nos
com vocês que a tecnologia é um instrumento criado pelo homem, fóruns, nos auxilia também em nossas tarefas, pois não apenas dá
através do pensamento científico e tecnológico, para facilitar sua a nota, mas também aponta o que achou de certo ou o que
vida em diversos campos. Então, acredito que se utilizada de poderia melhorar você está de Parabéns!!! Beijos...
forma correta, a tecnologia pode ser bastante benéfica ao
homem; caso contrário ela apresentara vários males a vida do Professora-Tutora:
mesmo, como já foi citado anteriormente pelos colegas.
Ola alunos!
Abraços a todos!!!

516
Estamos quase encerrando nossa disciplina eu começo a me um espaço interativo, dialógico e auxilia na construção do
despedir, ficarei por aqui e vcs seguirão em busca de novos conhecimento, através de processos colaborativos de interação.
conhecimentos, de novas experiências no curso e do merecido
Contudo, as estratégias utilizadas pela professora-tutora a
certificado. Sentirei saudades, já estou sentindo, mas peço que
distância nos fóruns de discussão 1 e 2 mostram a importância da
continuem assim: corajosos, lutadores e juntos vcs são fortes!
interação no processo de aprendizagem, enfatizando a valorização
Levem esta experiência para as outras disciplinas e apóiem-se
da construção do conhecimento. Essa forma de trabalho segundo
uns aos outros, assim ficará mais fácil alcançar o objetivo
[11] é característica de Aprendizagem Colaborativa.
desejado. Parabéns pela atuação de vcs. Bjs
Com isso, o fórum de discussão em Ambientes Virtuais de
Observa-se, que as novas práticas implementadas nos fóruns de
Aprendizagem tornou-se, mais um recurso didático que vem
discussão das disciplinas pesquisadas proporcionaram aos
auxiliando docentes e discentes, de forma colaborativa e
aprendizes uma percepção clara de que o fórum é um espaço
cooperativa, em seus processos educacionais, beneficiando-se da
interativo, dialógico e auxilia na construção do conhecimento,
dialógica e de todas as possibilidades proporcionadas por este
através de processos colaborativos de interação, conforme
recurso.
fundamentadas na análise do fórum, item 3.3.
Na pesquisa, percebeu-se que pode existir diálogo e interação ao
As estratégias utilizadas pela professora-tutora a distância nos
utilizar as ferramentas oferecidas no AVA e que os alunos foram
fóruns de discussão 1 e 2 mostram a importância da interação no
instigados cooperando mutuamente entre eles motivados pelo
processo de aprendizagem, enfatizando a valorização da
professor-tutor, e que, ao se sentirem parte do processo,
construção do conhecimento. Essa forma de trabalho segundo
perceberam que não estariam a sós, permitindo assim um
[11] é característica de Aprendizagem Colaborativa.
crescimento no aprendizado e conseqüentemente uma menor
evasão.
4. CONCLUSÃO
Com base nos autores percebeu-se que o Instituto Federal de Encerrando este estudo, observam-se diversas estratégias
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ, vem utilizadas pela professora-tutora que produziram em seus alunos
desenvolvendo e incentivando junto a sua equipe de trabalho atitudes que contribuíram para o aprendizado colaborativo.
ações que visam a motivação de seus educandos por meio da Estratégias essas que incentivaram a busca pela autoria, bem
afetividade, principalmente após os levantamentos da evasão como à participação e incentivo no compartilhamento do saber, de
ocorridos nas primeiras turmas do Instituto - IFRJ conforme forma mais afetuosa e acolhedora por parte dos envolvidos. Cabe
demonstrado nas tabelas 1 e 2. Muitas ações ainda estão por vir, ressaltar que o assunto não se encerra neste artigo, cabendo novas
porém as que já vêm sendo implementadas demonstram que a pesquisas acerca do tema.
Instituição acredita na importância da afetividade como meio de
manutenção do vínculo para a aprendizagem na EaD, REFERÊNCIAS
minimizando a evasão. [1] Alves, João Roberto M. Educação a distância e as novas
tecnologias de informação e aprendizagem. Artigo do
Constatou-se também que em qualquer organização que tenha
Programa Novas Tecnologias na Educação, 1998.
como finalidade a Educação a Distância, não só os professores-
tutores, mas todos os envolvidos têm de estar imbuídos no [2] Alves, João Roberto Moreira. Os reflexos da nova
propósito da afetividade. No caso do Instituto - IFRJ regulamentação da educação a distância nas escolas de
especificamente torna-se mais fácil, pois sua Coordenadora já educação básica e superior e nas instituições de pesquisa
possui esta mentalidade contagiando toda a equipe de trabalho. científica e tecnológica (Estudo técnico sobre os Decretos
n.os 5.622, de 19 de dezembro de 2005 e 6.303, de 12 de
No entanto, como o professor-tutor representa a figura mais dezembro de 2007). Rio de Janeiro, 2007.
próxima junto aos alunos, tem em seu compromisso acrescentado
a responsabilidade de promover a afetividade no Ambiente [3] Litto, Fredric M. The Hybridization of Distance Learning in
Virtual de Aprendizagem. O resultado deste relacionamento, além Brazil. An Approach Imposed by Culture. In: The
de propiciar o alcance de maior eficácia no processo de ensino International review of research in open and distance
aprendizagem, minimizará a evasão escolar. Conforme o perfil learning. Disponível online =
dos alunos dos cursos do IFRJ descritos por sua Coordenadora. O http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/65/133,
uso da afetividade pelo professor-tutor torna-se ainda mais 2002. Acesso em 20 de Agosto de 2010.
importante, para que os mesmos se sintam mais [4] Mec, Ministério da Educação. Disponível online =
motivados, autônomos e com isso determinado a concluir o curso. http://www.mec.gov.br. Acesso em 20 de agosto de 2010.
Dado a sua importância neste processo, o professor-tutor terá de [5] Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a
possuir como característica pessoal, além do domínio técnico do Distância Disponível online =
conteúdo, a facilidade de comunicação e interação com seus http://www.abraead.com.br/default.asp. Acesso em 20 de
educandos, de forma que caracterize em seus relacionamentos a agosto de 2010.
afetividade. [6] Moran, J.M. O que é educação à distância. Esse texto foi
Observou-se também, que as novas práticas implementadas nos publicado a primeira vez com o título: Novos caminhos do
fóruns de discussão das disciplinas pesquisadas proporcionaram ensino à distância, no informe CEAD - Centro de educação a
aos aprendizes uma percepção clara de que o fórum de discussão é Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano1, n.5 out-dez. 1994,
p. 1-3.

517
[7] Zacharias, Vera Lúcia Câmara. Vygotsky e a educação. São [11] Carvalho, Ana Beatriz. Os Múltiplos Papéis do Professor em
Paulo: 2007. Disponível online = Educação a Distância: Uma Abordagem Centrada na
http://www.centrorefeducacional.com.br/vygotsky.html. Aprendizagem In: 18° Encontro de Pesquisa Educacional do
Acesso em: 12 de setembro DE 2010. Norte e Nordeste – EPENN. Maceió, 2007.
[8] Bruner, Jerome – O Processo da Educação, Lisboa, Nova [12] Silva, Marco. Sala de aula interativa. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Biblioteca 70, 1995. Quartet, 2002.
[9] Cunha, Cláudio Rodrigues da Cunha, Silva, Júlia Marques [13] Bakhtin, Mikhail (Volochinov). Marxismo e filosofia da
Carvalho da, Bercht Magda. Proposta de um Modelo de linguagem. Tradução Michel Lahud e Yara F. Vieira,
Atributos para o Aprimoramento da Comunicação Afetiva colaboração de Lúcia T. Wisnik e Carlos Henrique D. C.
para Professores que atuam na Educação a Distância. Cruz. São Paulo: Hicitec, 2004.
R.S.2008. Disponível online = http://ceie- [14] Vygotsky, L.S. A Formação social da mente. Tradução José
sbc.educacao.ws/pub/index.php/sbie/article/viewFile/746/73 Cipolla Neto, Luís S.M.Barreto e Solange Castro Afeche.
2. Acessado em 12 de setembro de 2010. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
[10] Favero, Rute Vera Maria, Franco, Sérgio Roberto Kieling. [15] Kratochwill, S.; Sampaio, D.R. “As Possibilidades
Um estudo sobre a permanência e a Evasão na Educação a Dialógicas do Fórum de Discussão no Ambiente Virtual de
Distância. RG, 2006. Disponível online = Aprendizagem”. 2006. Disponível online = http://e-
http://www.cinted.ufrgs.br/renote/dez2006/artigosrenote/251 revista.unioeste.br/index.php/ideacao/%20article/viewFile/84
03.pdf. Acessado em 12 de setembro de 2010. 6/%20715. Acessado em: 08 de fevereiro de 2010.

518
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

EVALUATING ICT IN EDUCATION: DESIGN STRATEGIES


FOR
MULTISTAKEHOLDER PARTNERSHIPS
Jon K. Price Martina Roth
Program Manager, Research & Evaluation Director of Global Strategy, Research and Policy
Estados Unidos Alemania
jon.k.price@intel.com martina.roth@intel.com

ABSTRACT Keywords
Through a survey of evaluation data and reports collected from
Education, Technology, Evaluation, Partnerships, Collaboration.
studies of successful ICT use in schools across 50 countries, the
contextual factors regarding how schools can effectively
integrate ICT is examined. By reviewing the history of Intel’s 1. INTRODUCTION
evaluation reports and studies collected, this paper describes the Across the globe, conversations are taking place about the
process of applying a strategic evaluation design and discusses challenges facing education systems in transforming the
the systemic factors associated with understanding classroom classroom into a teaching and learning environment that enables
level change. In addition, guiding principles that encompass new ways to explore, learn, and share knowledge. These
multistakeholder partnerships in education as they relate to conversations are increasingly turning to the role of technology
monitoring and evaluation of education technology initiatives in education. Inevitably, these same conversations turn to
will be presented. As a result, overcoming the challenges of questions regarding the effectiveness of technology integration
creating an evaluation strategy for new programs, the challenges and what impact technology plays in the quality of teaching and
of sustaining programs on a global scale, and the challenges of learning in today’s classroom.
effectively managing ongoing evaluation efforts are confronted
through carefully designed collaboration strategies. By For those in the private sector who are involved in the many
referencing the early design components of the Intel® education aspects of education technology, the questions frequently
initiatives for teacher professional development and informal challenge both the motives for their involvement and the efforts
education programs, this paper will illustrate the challenges associated with understanding the effectiveness of these efforts.
associated with maintaining a single agency partnership and the There is rarely agreement on the roles and methods of such
successful transition that resulted in collaborative efforts with private sector involvement, but there is agreement that as the
over two dozen agencies worldwide. Transforming education demand for high-level skills continues to grow, the tasks
systems and supporting national competitiveness are difficult, associated with transforming traditional models of schooling to
long-term endeavors. On-going, embedded evaluation can help meet these demands are often hidden within the complex
create policies that support real change. The paper will political, social, and educational systems in which they are so
conclude with discussions of a technology enriched local school deeply embedded. Increasingly, the private sector is
development plan involving multiple internal partnerships, and a establishing partnerships with governments, non-governmental
large scale, education reform initiative involving multiple organizations, academia and each other to address the challenges
ministries of education, non-governmental agencies and three associated with the numerous education reform efforts. For the
multinational corporations. Although the projects are multinational corporation, their global presence provides a
significantly different, both cases illustrate necessity for a perspective that can inform agencies intent upon transforming
common framework to be understood that begins with clear learning environments in local and global ways. Identification
goals and objectives, implementation strategies, and local of the activities that support a shift from traditional education
contextual dependencies. systems to the desired innovative learning environment will
require exploration beyond the classroom to include the wide-
ranging systemic change of programs, practices, and policies
based on the application of a clear theory of change.
Price, Jon., Roth, Martina. (2010). Evaluating ICT In Education: Design Strategies for
Multistakeholder Partnerships. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 519-525, Santiago de Chile.

519
The goal of this paper is to discuss an effective strategic A key element of the Intel® Teach program is maintaining
evaluation design adopted by the Intel education initiatives and localized content and administration through a train-the-trainer
help audience participants address some of their own concerns model where local training agencies recruit and train master
in designing an evaluation strategy involving partnerships. By teachers who will each train additional classroom teachers. In
referencing established, yet evolving components of its addition, Intel® partners with governmental entities to address
evaluation design and key findings, the Intel® Teach and Intel® various components of the education system including: policies,
Learn evaluation strategies will be presented. In addition, the professional development, pedagogy, curriculum, assessment,
larger, systemic factors associated with multistakeholder information and communications technology (ICT) use, school
involvement in understanding classroom level change will be organization, and at the higher education level, the development
discussed. The paper will conclude with a brief discussion of a of technical curricula and research programs. Intel’s
new interactive online community of to support education involvement is intended to help educational systems move from
reform.. an approach that emphasizes the acquisition of knowledge, to
one that emphasizes conceptual understanding and the
application of concepts to real-world situations. All of the
2. BACKGROUND programs are designed to improve the effective use of
For over a decade, Intel® Corporation has been helping K–12
technology to enhance the quality of education, to promote the
teachers to become more effective educators by training them on
development of 21st century skills, and to encourage excellence
how to integrate digital technology into their lessons, and to
in mathematics, science, and engineering. 6
promote problem solving, critical thinking and collaboration
skills among their students. Following the introduction of
In addition to program and infrastructure investments, Intel®
computers in US classrooms in the early 1990’s, there were few
has also invested in rigorous program evaluation to establish and
teacher professional development programs available to help
sustain continuous improvement of these educational products
teachers use this new technology in their efforts to improve
and activities. The research and evaluation compiled for this
student learning.1 The critical issue at the time was if teachers
purpose has not only enabled the improvements of the program
understood how technology contributed to classroom
development efforts, but now also comprises a comprehensive
instruction. As a result, the type of teacher professional
body of evidence that demonstrates program impact. 7 As a
development—meaning the methods of teacher-training, the
result of these efforts, critical evidence has emerged that may
length of that training, and the training content—began to shift
inform efforts to measure impact related to ICT in education in
beyond hardware and software use to emphasize the
terms that extend beyond student assessment to address complex
instructional purpose of the technology and the impact on
systemic factors.
education2, as well as the need for an improved quality and
nature of teacher-training.3
3. EVALUATION DESIGN
By the end of the decade, U.S. Secretary of Education Richard The Intel® Education programs worldwide are evaluated by
W. Riley stated in a speech at the National Conference on local research teams which conduct studies within individual
Education Technology, “Teaching and learning that uses country and language contexts. To ensure a consistent approach
technology effectively can lead to greater academic success and across the international programs, these local teams are based
make a real difference in the lives of students.” He also added upon a framework that begins with a conversation between the
that, [technology] “…is not a substitute for solid teaching and evaluators and the program managers to articulate clear goals
learning - but a tool to help teachers teach and help students and objectives, implementation strategies, and local contextual
learn at the highest levels and helps teachers teach more dependencies of the project. From these conversations, the
effectively. Technology is one part of a comprehensive quality evaluator can begin to identify specifics around the intervention,
learning experience that, at its very core, involves the concept of the theory of change, and the research questions that identify
teaching people to think and to continue to learn throughout measureable indicators of success.
their lifetimes so that they can benefit from change”. 4
The evaluations vary depending on country context as well as
To address the need for teacher professional development that program maturity. A look at the multiple dimensions of this
moves beyond applications, the Intel® Foundation contracted comprehensive evaluation program considers a developmental
with the non-profit Institute of Computer Technology in March approach to identify phases of evaluation in relation to program
1998 to collaborate on content development and to create a maturity. Evaluations of programs in early stages of
program designed to train classroom teachers how to integrate development, or pilot efforts, focus on formative data collection
computers into their existing curriculum. In 2008 the program within the areas of localization, adoption, and comprehension.
began to be recognized as the Intel® Teach Program, and had As program evaluation results were compared to the stated goals
trained more than five million teachers in more than 40 and objectives of the programs, a set of indicators have been
countries. To date, the program has trained more than seven identified that address relevant questions about program
million teachers in more than 50 countries to be more effective performance. Findings from independent evaluation resulting
educators by providing content and instruction in ways to from the analysis of existing longitudinal end of training
effectively integrate technology into their lessons to promote evaluation data indicate that after completing the teacher
problem solving, critical thinking and collaboration skills among professional development program, teachers feel more prepared
their students, and is committed to reaching 13 million teachers to address the challenges involved in making ICTs a part of
by 2011. 5 everyday classroom activity and to feel more aware of good

520
instructional practice regarding effective integration of large-scale and well-known educational technology initiatives
technology in schools. 8 throughout its more than 25 years of evaluation research work.

Exploring evaluation efforts that enable program expansion For Intel, EDC/CCT investigates the roles that technology can
while maintaining attention on continuous improvement play in improving teaching and learning inside and outside the
processes and learner impact, or application of new skills within classroom. The organization evaluates educational initiatives,
the classroom environment follow. Findings from independent projects, and programs, and conducts basic, applied, formative,
evaluation six months after training reveals that teachers: 1) use and partnership research in collaboration with educational,
technology much more for their own productivity and corporate, government, and research institutions. EDC/CCT is
professional development, 2) use technology in more varied responsible for creating initial end-of-training and impact survey
ways with their students, and 3) use different teaching evaluations and reports that informed the course implementation
approaches (e.g., project-based learning and formative and revisions of the global of Intel Teach program.
assessment) than they did before the training. In addition, 91%
of teachers report their students are more “motivated and Since 2003, the Center for Technology in Learning at SRI
involved” in their learning and 81% say student projects show International has conducted a global impact investigation of
“more in-depth understanding”. 9 Intel Learn. SRI International is an independent, nonprofit
research institute that conducts client-sponsored research and
Upon maturity, long-term follow-up evaluations focus on development for government agencies, commercial businesses,
sustained learner-centered teaching, technology use and foundations, and other organizations. SRI International works
activities. This strategy is designed to identify key outcomes closely with the corporate Intel evaluation team and local
through consistent evaluation standards and using effective evaluators in the countries where the program is implemented to
quasi-experimental designs, including such tools and methods as design and coordinate a comprehensive model for evaluating
participant surveys, site observations, interviews, case studies, program implementation and impact of the informal educational
focus groups, and reviews of student work when applicable. It ICT curriculum.
is a result of these follow-up studies that the complexities that
influence teacher changes in attitude, knowledge, and behavior Essential to each of the primary evaluation agencies role is the
begin to emerge, and also reveal important environmental interaction that enables the funding agency to articulate clear
factors that must also be understood, in order to optimize goals and strategies based on sound theories of change.
teacher professional development efforts focused on classroom
activities [Fig. 1]. A theory of change illustrates the connection between the
intervention—consisting of inputs, activities, and outcomes—
and the population affected. As a result, a knowledgeable
evaluation agency can make use of theory-based evaluation to
provide clarification regarding the steps embedded in a logic
model of how activities lead to impact. Identifying accurate
variables and metrics requires awareness and attention to a
program's goals and objectives and its underlying theory of
change. 10

In order to transform general project goals and objectives into


observable and measurable phenomena, it is crucial to have a
clear and realistic understanding of the project design and
reasonable expectations. The evaluation design must consider
that schools are full of complex political and social dynamics.
As such, robust methods for monitoring and measuring progress
Figure 1. Logic Model of the Intel® approach to effective toward these goals are developed with stakeholder participation,
Teaching and Learning with specific consideration to the context of the intervention.

4. PARTNERSHIPS BETWEEN To understand effective teaching and learning we must apply


analytic approaches that look at patterns and profiles of skills
ORGANIZATIONS & EVALUATORS and practices in addition to the quantitative differences. There
Intel® Education programs worldwide are evaluated by local
are two main types of evaluation, and each type has a different
research teams conducting studies within individual country and
function. Formative evaluation seeks to provide feedback on
language contexts. To ensure a consistent approach across the
program implementation and design to improve the overall
international programs, these local teams are guided by the Intel
program, and summative evaluation seeks to understand how
corporate Education Research Manager and two key global
and whether a program has affected an outcome. Furthermore,
research partners: EDC/CCT and SRI International.
there are two main methods of data collection, both are
necessary in order to generate a complete picture of the impact
Since 2003, Intel has entrusted the worldwide evaluation of the
of an intervention in the complex education system.
Intel Teach program to the Education Development Center
Quantitative methods, like surveys, can indicate that a change in
(EDC)’s Center for Children and Technology (CCT). This
practice or performance may or may not have taken place, but
research organization has conducted investigations for numerous

521
they provide only a superficial understanding of these changes. collect comparable data, create data tables, conduct local
Qualitative methods, like observations or interviews, can analysis, and then submit the data to allow a global synthesis
provide a more complete understanding of why and how these report to be produced.
changes have developed. 11
Challenges in managing evaluation efforts such as these on a
The multifaceted approach designed by the objective, third party global scale are to be expected. Challenges encountered while
evaluators such as the SRI and EDC teams is intended to developing a global evaluation strategy for the Intel Teach
provide enough different measures to determine whether the program included: 1) scale, working with over two dozen
Intel programs are teaching students better ways to use and agencies worldwide, 2) responsiveness – getting all evaluators to
integrate technologies and helping students to acquire 21st produce reports on time, and 3) consistency – getting all
century skills, including technology skills, collaboration, and evaluators to provide data in forms that can be merged together.
critical thinking. In addition, they also support local evaluators However, many have been addressed by developing resources
around the world with the design and development of studies that ensure consistency within the data collection process,
that take into account the challenges and needs of unique partnerships that enable discussion and collaborative analysis,
geographical contexts. and finally, sustained support for the local agencies through
consultation, training, and an online community of practice.
5. DEVELOPMENT, GROWTH AND
To address these challenges, standards of practice and
SUSTAINABILITY: BUILDING standardized data collection and reporting forms were
COLLABORATION ON A GLOBAL developed, and timelines and deadlines were developed and
SCALE built into proposal templates and agreements. Today, the Intel
Moving beyond partnerships with the primary evaluation Teach evaluation portfolio of resources has contributed to how
agencies, a global deployment strategy requires resources many smaller, local evaluation agencies have developed their
beyond what is feasible for a single or even shared agency evaluation capacity. In turn, new evaluation design process
capacity. Although a centralized structure is critical to provide benefit from insight and input now available at the local level.
a systematic approach and ensure consistency at such a broad
scale, there are significant challenges one will face in • Support capacity building activities by involving an
collaborating across multiple countries and multiple agencies. evaluator from the very beginning, maintaining accurate
records & making reports accessible.
When the challenge of creating an evaluation strategy for a new
• Establish that all projects offer meaningful roles for
program is overtaken by the challenge of expanding and
partners that allow them to co-develop and create the
eventually sustaining the program on a global scale, effectively
resources instead of relegating to pure execution and
managing expanding evaluation activities may be accomplished
implementation.
by revising and expanding collaboration strategies as well. In
the case of the Intel programs, the evaluation strategy addressed • Participate in collaborative discussion to clearly
varying levels of understanding and practice, while transitioning understand the “logic model” or “theory of action” of the
from a centralized structure to include the collaborative efforts specific intervention(s).
of over two dozen agencies worldwide. Transforming education
systems and supporting national competitiveness are difficult, • Identify key personnel with interest & desire for student
long term endeavors. On-going, embedded evaluation can help centered learning through technology: teachers, teacher
create policies that support real change. In order to evaluate the leaders, tech staff, and/or administrators.
Intel Teach program around the world, Intel could not do this
• Build a culture of whole school reform through support
work alone. A strategy was developed to coordinate between
and development of teacher & leader knowledge,
the Intel evaluation managers, the primary central agencies
attitudes, and behaviors. 12
(EDC, SRI) and local evaluators who understood the local
context and could inform the process at the country level and Figure 2. Partnerships at the point of impact
could collect the required data in the field.
6. PARTNERSHIP IN ACTION
Initial steps of the Intel evaluation strategy reinforced the early Current research and evaluation findings of the Intel® education
design components of the Intel Teach teacher professional initiatives suggest that student-centered education reform using
development program. First, fidelity of the core curriculum ICT requires much more than just the introduction of a new tool
localization and implementation was established by maintaining or one new practice. Instead, change begins by deeply
a close relationship between local curriculum teams and local reshaping life in the classrooms, starting with educators’
evaluators to monitor translation efforts as they would apply knowledge, attitudes and behaviors regarding effective teaching
within each individual context. Initiating formative evaluations and learning within a student centered approach. As such,
of early stage pilot training sessions were key to successful teachers must find relevance and points of engagement between
curriculum development and training plans. Survey data was models of ICT use and their own teaching. Evaluation and
collected following each training session, and later during assessment efforts that go beyond monitoring and accountability
follow-up with participants establishing benchmarks for key and identify the possibilities and limits within a given context
pedagogical shifts in teaching and learning strategies. Core, can both document and support education transformation
standardized protocols and instruments allowed each agency to

522
opportunities within the classroom that inform all phases of the Frechtling describes this process of providing a visual depiction
teaching and learning process, especially that of professional of how a program is supposed to work in, Logic Modeling
development, curriculum and content. The following provides Methods in Program Evaluation.13
examples where the process of applying a strategic evaluation • Describe the inputs, activities and outcomes of a program.
designs and systemic factors associated with developing
partnerships has enabled education transformation in new and • Visually connect program inputs with short-term and long-
innovative ways. term outcomes.
• Specify how the program activities relate to the ultimate
6.1 Internal Collaboration outcomes of the program.
Often, collaborative partnerships develop within a single • Provide causal links between the operations of the program
organization as the potential for impact extends beyond the to short-term and long-term outcomes.
scope of any single interest. These internal partnerships may
experience a level of tension comparable to cross organizational • Clarify the relationship between the program and the
collaborations which, in turn, may challenge and strengthen the problem (and its determinants).
partnership simultaneously. Although the strategies to
coordinate an internal partnership are comparable to those one 6.2 Collaboration Across Multinational
would pursue in establishing a cross organizational partnership, Corporations, Non-Governmental
they may in fact, become more challenging due to divergent
interests and or desired outcomes. Developing consistent
Organizations, Academia and Ministries of
strategies and coordinated efforts to manage these shared Education
projects are necessary to address the separate and distinct facets While technology has made profound changes in 21st century
of a single program. business and everyday life, most educational systems operate
much as they did at the beginning of the 20th century. As
Recently, a regional office within Intel’s Corporate Affairs contemporary business and social practices engage people in
Group was involved in the development of a new technology collaborative efforts to solve complex problems and create and
focused high school centered on project-based learning that uses share new ideas, traditional instructional practices require
technology and investigation to engage students in 21st Century students to work individually as they recall facts or perform
teaching and learning. Central to the Corporate Affairs Group simple procedures in response to pre-formulated problems
mission is engaging in strategic corporate social responsibility within the narrow boundaries of individual school subjects.
initiatives that enhance innovation by transforming policy, Often student work is done without the aid of computers, social
education, environmental and community agendas that effect networks, or other outside resources. School work is commonly
positive change around the world. In addition, the Corporate shared with and graded by only the teacher, with little feedback
Affairs Group also plays a critical role in partnering with Intel to the student or opportunity for revision.
business groups and outside organizations to create a positive
socio-economic environment and identify new opportunities in Today, significant reforms are underway within education
areas such as education. systems around the world. What is learned, how it is learned,
how it is taught, and how schools are organized are being
Through coordinated efforts to minimize overlap, a model of studied, monitored and subjected to systems of accountability
synergistic collaboration was established between the regional beyond efforts of recent years. Many previous, well-meaning
corporate affairs office, the education research and strategy and well-resourced attempts to reform education have stumbled
group, the Enterprise Solutions Group, and the school district to because they were not able to demonstrate improvement on
identify shared goals, define guiding principles, and develop the standardized tests designed for last century’s education or
framework for a mutually acceptable approach in the new because teachers declined to implement them, believing that
school’s design and development. Following a planning period, their students would do poorly on these assessments.
implementation of the shared vision resulted in consultation
with school officials on systems architecture and enterprise Yet assessment reform, itself, is a major challenge that requires
technologies, using technology to promote inquiry-based the efforts, resources, and expertise of not only governments,
learning and enhance collaboration, teamwork and but industry, academia as well as non-governmental institutions.
communication skills, and finally in hosting workshops for For this reason, the three companies — Cisco, Intel, and
students on computer care and internet safety. Microsoft, individually and together, are committed to facilitate
research and development to improve education, worldwide.
Although each group had specific interests, regular planning They share a belief that high-quality education is important to
meetings allowed discussions to take place that allowed a logic society and the economy around the world. Each company has
model to emerge that could illustrate the inputs, activities, an extensive record of support for educational improvement.
outputs, and desired outcomes of the new school. Such And together, the companies have worked with UNESCO and
discussions proved invaluable to identifying the resources that the World Economic Forum and other partners to support the
each could invest, the events associated with the technical development of the UNESCO ICT Competency Standards for
access and infrastructure, the desired results of the innovative Teachers and the Global Education Initiative.
methods of teaching and learning, and finally the sequence of
changes anticipated. Based on discussions and even direct requests for support from
governments and academia, a joint Education Taskforce was set

523
up by the three companies, in the summer of 2008, to review the institutions, Intel has chosen a partnership model, using multiple
range of problems, issues, and opportunities in education. The evaluators in its program evaluation practice, because:
Taskforce chose to target assessment reform as the key factor
• This approach allows the company to tap into a broader set of
that will unlock transformation of the educational system across
strengths represented across the organizations,
the world. The Taskforce consisted of representatives from the
three companies, and of Dr. Robert Kozma, commissioned to • Local partnerships strengthen benchmarks and program
formulate a call to action and develop initial plans for a joint success, and
effort that would support assessment reform. Working within a
shared philosophy that assessment reform was a challenge that • Perhaps most importantly, multiple evaluation partners help
no single segment of the education community or society could provides a more balanced, objective point of view.
resolve, the taskforce set out to explore new ways of measuring Recommendations from the Intel education global evaluation
student performance. Such an effort required not only expertise strategy include, first, identifying stakeholders and building
in measurement; it also required political commitment, relationships as the foundation for an evaluation design that
technological capability, financial resources, and collaboration takes into account the context of the intervention. The addition
with the respective institutions. The Task Force consulted with of a local partner provides flexibility, cultural, social, and
policy makers, key academics, and assessment organizations, political awareness, and derives from an understanding that key
including experts associated with OECD’s Programme for systemic components of a process must be maintained but “one
International Student Assessment (PISA) and with the size does not fit all.” Furthermore, local partnerships foster
International Association for the Advancement of Educational ownership in activities that can lead to the identification of
Achievement. The result was the formulation of the Assessment creative approaches and local capacity building. 14
and Teaching of Century 21 Skills (ATC21S) project. In its first
year, working groups were established to analyze the range of Second, conducting a needs assessment to establish benchmarks
problems that inhibit assessment reform within their specified will allow program managers to focus activities and localize
area and specify potential solutions that can advance assessment processes for greatest impact. Utilizing cross-site program
reform. Their deliberations included input from over 250 benchmarks and systems specifically designed to measure
researchers across the globe. In addition, 6 pilot countries were changes in knowledge, attitudes and behaviors is critical for
identified, with a lead government representative on the optimal gain from standardized protocols and instruments.
Executive Board of the Initiative resulting in the formulation of Only after a sufficient support network has been established
an advisory board that also included the Director of PISA and does the planning process begin. At this point, an internal
Chair of IEA, the organization that sponsors TIMSS. review of the technical capacities is necessary. Once
infrastructure and access are understood, agreed upon and
At the end of its first year, these working groups developed five
realistic timelines, budgets, methods, human resources, and
white papers to serve as the basis for the project’s subsequent
reporting processes follow.
work in formulating 21st Century skill assessments. The intent
of the project is not to develop an assessment of its own. Next, during the implementation phase, mutually acceptable
Rather, the project will provide research, methodology, policy goals and objectives, and local contextual dependencies of the
framework, and a structure by which this international project must be defined. A review of the logic model and
community can draw on and share existing knowledge and applicable theory of change is then aligned to implementation
create effective solutions to address the problems, issues, and strategies. A discussion of methodology, protocols,
barriers associated with the identified skills and foster wide- instrumentation, resources and timelines should be the last step
scale adoption of assessment reforms. All products generated by before field work is conducted.
the project will reside in the public domain.
Finally, analysis, synthesis, and review of the findings among
For more information on the project, please visit the project key stakeholders informs the development of the final report and
website at http://www.atc21s.org. consideration of both format and structure that are useful for key
audiences.
7. CONCLUSION
Evaluation and assessment can serve as important components 8. ACKNOWLEDGMENTS
of a holistic master plan for ICT integration. Each can provide Our thanks to Intel’s principle evaluators for their review and
valuable data to inform both the technology infrastructure and support in this design paper. Specifically, the authors would
access component beyond consideration of only the various like to thanks Vera Michalchik and Ann House at SRI
usage models, learning environments, and professional International, Center for Technology and Learning, and Daniel
development efforts. Such a strategy begins with an Light at Education Development Center (EDC)’s Center for
understanding of clear goals, theories of change, and models Children and Technology (CCT).
that can be used to measure impact, ensure consistency, and
reduce variability in the evaluation designs. 9. ABOUT THE AUTHORS
The inclusion of additional stakeholders or partners is often Dr. Jon K. Price: Intel® Corporate Affairs Group Program
necessary to implement education reforms. Although the Manager for Research and Evaluation has been managing the
challenges of managing multi-stakeholder partnerships require education technology program evaluation efforts for Intel’s
constant attention to balancing and negotiation between various global K-12 education initiatives since 2003. In 2008 his

524
responsibilities expanded to include additional research and [10] Brest, P. 2010. The Power of Theories of Change. Stanford
evaluation into how effective integration of technology into Social Innovation Review.
multiple levels of education can impact teaching, learning,
Online: http://www.kipp.org/news/stanford-social-innovation-
education reform, and economic growth. Jon is a graduate of
review-the-power-of-theories-of-change- July 1, 2010.
The University of New Mexico, the Harvard Graduate School of
Education and received his PhD in Education from the Texas [11] Douglas, Karen, 2009. Sharpening Our Focus in Measuring
A&M University College of Education. Jon currently lives in Classroom Instruction. Educational Researcher, Vol. 38,
Albuquerque, New Mexico, USA. No. 7, pp. 518-521.
Dr. Martina A. Roth: Director of Global Strategy, Research and [12] Price, J. 2009. Impact of ICT in the Classroom: Change &
Policy at Intel® Corporate Affairs Group is responsible for Innovation. Presentation given at the KERIS-World Bank
global strategy, research & related policies, Intel® engagement Global Symposium. Nov. 10, 2009, Seoul, Korea
with strategic alliance partners like the Global Education
Initiative of the World Economic Forum, UNESCO, OECD, [13] Frechtling J. 2007. Logic Modeling Methods in Program
IEA, EUN, ATC21S. She is Board member of various Evaluation. San Francisco: Jossey-Bass.
Education Initiatives, the Austrian Research Studios, the
[14] Mayberry, R., Daniels, P., Henry Akintobi, T., Yancey, E.,
ESTABLISH Advisory Board. Prior to her global role she has
Berry, J., & Clark, N. 2008. Community-Based
served as Director of the Intel® Education Group for Europe,
Organizations’ capacity to plan, implement, and evaluate
Middle East and Africa region responsible for the development
success. Journal of Community Health, 33(5).
and implementation of education programs covering
approximately 50 countries on three continents. Dr. Roth holds
a M.A. in Pedagogy and a Ph.D. in Philology from the
University of Jena, Germany.

REFERENCES
[1] West, P. 1990. Teachers’ Computer Skills Self-Taught, Not
a Result of Training, Survey Finds. Education Week.
Online: http://www.edweek.org /ew/ewstory. cfm?slug=
09390010.h09& . May 9, 1990.
[2] Makrakis V. 1991. Computer-resource teachers: A study and
a derived strategy for their use in in-service training.
Computers Education, 16(1), 43-49.
[3] Hannifan M.H., Dalton, D.W., & Hooper S. 1987.
Computers in education: Ten myths and ten needs.
Educational Technology, 27(10), 8-14.
[4] Riley, RW. (1999) Remarks as prepared for delivery by U.S.
Secretary of Education Richard W. Riley, National
Conference on Education Technology, Washington, DC.
[5] Intel 2008. http://www.intel.com/education/teach/index
.htm?iid=ed_nav+teach
[6] Light, D., Strother, S., & Polin, D. K.. 2009. Emerging
changes in ICT-Rich learning environments: The Intel®
Teach Essentials Course and changing teacher practice in
India, Turkey, and Chile. Center for Children and
Technology Education Development Center, Inc. New
York, NY.
[7] Michalchik, V. Light, D. & Price, J. 2010. The Role of
Program Evaluation in Intel® Corporate Educational
Philanthropy. Unpublished manuscript, Menlo Park, CA.
[8] Martin, W. and Shulman S. 2006. Intel Teach Essentials
Instructional Practices and Classroom Use of Technology
Survey Report. New York, EDC/Center for Children and
Technology.
[9] Light, Daniel. 2006. Intel® Teach Evaluation Methodology.
Second National ICTs in Basic Education Congress. Cebu
City, Philippines. Sept, 2006.

525
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

SISTEMA DE APOYO PARA EL DESPLAZAMIENTO DE


PERSONAS CON DISCAPACIDAD VISUAL EN ENTORNOS
CERRADOS
Francisco Vásquez, Luis Guerrero
Universidad de Chile
Chile
fvasquez@dcc.uchile.cl. luguerre@dcc.uchile.cl

RESUMEN Estos mismos problemas persisten en el caso de entornos


La movilidad en espacios cerrados se puede convertir en una gran cerrados, donde simples objetos como sillas, mesas y escaleras
dificultad para personas no videntes o con problemas de visión, pueden convertirse en una molestia innecesaria e incluso ser
sobre todo cuando estos espacios son visitados por primera vez. causantes de graves accidentes.
En este artículo se presenta un sistema de apoyo que permite
ayudar a personas con algún tipo de discapacidad visual a realizar Para las personas con discapacidades visuales, el tener que estar
desplazamientos complejos en entornos cerrados. El sistema lidiando con este tipo de situaciones de forma cotidiana, en
utiliza los controles de la consola Nintendo Wii para determinar la muchos casos se puede convertir en una limitación importante
posición exacta del usuario y capturar toda la información que para el desarrollo normal de sus actividades, teniendo que dedicar
pudiera ser relevante para su desplazamiento, dada la posición en mucha atención (y una importante carga cognitiva) al entorno,
la que se encuentra y la dirección en la que se mueve. La además de la atención prestada a la tarea que quieren desarrollar
información considerada relevante es entregada a través de un allí. Incluso el hecho de tener que acudir por ayuda de otras
sistema de voz, de tal forma que pueda ser fácilmente reconocida personas en estas situaciones puede afectar de forma considerable
por la persona con discapacidad visual y le sirva de apoyo en su su sentido de independencia, mermando las opciones de decisión
desplazamiento por el entorno. que una persona con esta clase de discapacidad pudiera tomar bajo
circunstancias idóneas.
La idea general del sistema es que sea útil para las personas con
discapacidad visual y que además sea accesible en términos de las Teniendo en cuenta los posibles problemas que enfrentan las
herramientas necesarias para que el sistema sea implantado. personas con discapacidades visuales en entornos cerrados, se ha
procurado desarrollar un sistema que permita proveerles ayuda en
Categories and Subject Descriptors los desplazamientos que deben realizar en estos entornos.
H.5.1. [User interfaces]: voice input/output, K.4.2. [Social Decidimos trabajar en entornos cerrados, pues muchas de las
Issues]: Assistive technologies for persons with disabilities. soluciones propuestas para espacios abiertos (basadas
principalmente en sistemas de GPS), no siempre funcionan en
General Terms lugares bajo techo, debido a la incapacidad del GPS de proveer
Software, Human-Computer Interaction, Voice Interface. información precisa cuando una persona se encuentra en lugares
Keywords cerrados.
Wiimote, personas con discapacidad visual, desplazamientos El objetivo principal de este proyecto fue el desarrollo una
complejos, HCI. solución que sea útil para este importante grupo de personas. Es
decir, que les permita tomar las mejores decisiones según los
1. INTRODUCCIÓN desplazamientos que deben realizar en espacios cerrados, tomando
Las personas con discapacidades visuales siempre han tenido que en cuenta todos los objetos que puedan convertirse en potenciales
lidiar con los frecuentes problemas que se presentan al llegar a “obstáculos” para moverse por el espacio. Además, se pretende
lugares que no están preparados para su presencia, donde muchos presentar una solución que sea accesible en término de las
de los objetos “cotidianos” allí presentes, se convierten en tecnologías usadas y los costos económicos implicados.
verdaderos obstáculos para ellos, poniendo en riesgo incluso su
integridad física.
Vásquez, Francisco., Guerrero, Luis. (2010). Sistema de Apoyo para el Desplazamiento
de Personas con Discapacidad Visual en Entornos Cerrados. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 526-533,
Santiago de Chile.

526
A esto último se le confiere gran importancia, puesto que a encuentren en el suelo, sin embargo no lo sería para objetos altos
menudo ocurre que buenas propuestas quedan estancadas o no o elevados, puesto que no serían identificados por las cámaras
pueden ser traspasadas de forma masiva a los usuarios, debido a debido a su posición.
los altos costos de implementación, por lo que solo quedan en
buenos prototipos. En un trabajo posterior, Hub, Hartter y Ertl [4] fueron un poco
más allá en el concepto presentado en el párrafo anterior, e
Por esta razón, se procuró que cada una de las herramientas incluyeron la capacidad de realizar un seguimiento de varios tipos
utilizadas por el sistema, sean herramientas ya existentes en el de objetos móviles. Luego, a través de un algoritmo similar a la
mercado o cuya construcción sea simple y económica, de tal percepción humana, procuraron identificar dichos objetos en base
forma que no se requiera un equipo de personas especializado a comparaciones de color y forma, con objetos de entrenamiento.
para implantar el sistema. Puesto que este trabajo es una extensión del presentado en el
párrafo anterior, hereda los mismos problemas.
Este artículo está organizado de la siguiente manera: en la sección
2 se muestran algunos trabajos relacionados con nuestra 3. EL SISTEMA PROPUESTO
propuesta. En la sección 3 se describe, en extenso, el sistema El objetivo principal de nuestro sistema consiste en proveer a
propuesto. En la sección 4 se muestran algunas líneas de trabajo nuestros usuarios con problemas visuales, la capacidad de
futuro y, finalmente, en la sección 5 se presentan algunas orientarse en entornos que son nuevos para ellos, de forma tal que
conclusiones. puedan reconocer posibles obstáculos en el nuevo ambiente, y
puedan, por tanto, recorrerlo con libertad y seguridad.
2. TRABAJO RELACIONADO
En primer lugar, cabe destacar que en el área de asistencia en la Para resolver el problema, necesitamos identificar tres elementos
navegación o movilidad de personas con discapacidades visuales principales: la posición actual del usuario en el entorno, la
se han hecho investigaciones en los siguientes campos (ver [1]): dirección en que el usuario se está moviendo, y los objetos que
Ambientes cerrados (ej: [4, 5, 8]), Ambientes abiertos (ej: [3, 6, pueden convertirse en posibles obstáculos. Después de obtener los
7]) y Ambientes Mixtos, que contempla una combinación de los datos necesarios sobre estos tres elementos, es preciso que el
anteriores (ej: [2]). A continuación se describen algunos de los sistema le entregue al usuario la información requerida de la
trabajos más interesantes encontrados en la literatura. mejor forma, de modo que pueda contemplar esta información en
la toma de sus decisiones de movimiento.
Para ambientes abiertos, se distinguen las tecnologías de “micro
navegación”, que proveen asistencia en cuanto al ambiente La innovación que presenta nuestro sistema, en comparación con
inmediato, y de “macro navegación” que proveen asistencia con otros construidos para solucionar el problema de orientación en
respecto al ambiente distante [1]. En estos casos ha resultado espacios cerrados, estriba en la utilización de herramientas y
bastante conveniente el uso de sistemas de posicionamiento global tecnologías conocidas y accesibles a todas las personas, en
(GPS) para reconocer la posición de la persona. particular para realizar el trabajo de captura de los datos relativos
a la posición del usuario con respecto al espacio o la habitación en
En ambientes cerrados, área que abordamos en este trabajo, la que se encuentra. De esta forma, cuando se deba traspasar el
existen una serie de tecnologías “ad-hoc” que han debido sistema al usuario, se podrá hacer de forma más sencilla, puesto
desarrollarse para la entrega de información útil [1], debido a la que las herramientas a usar serán accesibles al usuario a un costo
incapacidad de otras herramientas, basadas principalmente en razonable.
sistemas de GPS, para entregar información de posicionamiento
en entornos cerrados. La principal herramienta utilizada en este proyecto fue el control
de la consola de juegos “Nintendo Wii”, conocido como
Sonnenblick [8] implementó un sistema de navegación en “Wiimote” o “Wii Remote”. Este control nos servirá para detectar
ambientes cerrados basado en la utilización de guías infrarrojas, la posición del usuario y la dirección en que se mueve.
ubicadas convenientemente a lo largo de los lugares de
desplazamiento de las personas con discapacidad. Luego, a través 3.1 El control “Wiimote”
de un dispositivo especial, se interpretan esas guías y se entrega El control “Wiimote” es la herramienta básica requerida por
información adecuada para que la persona pueda ubicarse nuestro sistema para obtener la posición de la persona con
espacialmente. El problema que se presenta con esta solución discapacidad visual, y de esta forma ser capaces de entregarle
gravita en el hecho de que para captar las guías infrarrojas, el información relevante a su desplazamiento.
dispositivo debe apuntar directamente hacia la dirección de las
guías, perdiéndose la naturalidad en la integración del dispositivo Este control cuenta con una serie de interesantes características.
con el ambiente. Sin embargo, en este proyecto utilizaremos sólo una de ellas, la
cámara infrarroja, que se encuentra ubicada en la parte frontal del
Por otro lado Hub, Diepstraten y Ertl [5] desarrollaron un sistema control (ver figura 1).
para determinar la posición de objetos y personas en un ambiente
cerrado, utilizando cámaras para detectar los objetos y sensores de Esta cámara es capaz de reconocer objetos emisores de luz
dirección para reconocer la dirección en la cual la persona se está infrarroja, lo que le permite al “Wiimote” calcular y entregar una
moviendo. El problema que se presenta en este caso se resume en posición, relativa a su propia posición, de la fuente que emite
la accesibilidad de esta tecnología, puesto que se requiere de un dicha luz. De este modo, fijando el Wiimote en un entorno
dispositivo especializado para que el usuario interactúe con el cerrado, y conociendo su posición exacta, podemos reconocer la
ambiente. Además, por la ubicación sugerida para las cámaras, posición exacta de objetos que emitan luz infrarroja en ese
nuevamente se presenta una falta de naturalidad en la interacción, entorno. Esta captura de infrarrojos, usada por el sistema, se
puesto que el usuario tendría que apuntar su bastón hacia los explicará más adelante.
objetos. Esto podría resultar una forma natural para objetos que se

527
Figura 2. Representación de dos puntos a los que el Wiimote
les asocia el mismo valor (pertenecen al mismo ángulo) pero
que no tienen el mismo valor para otro tipo de eje genérico
Figura 1. (Arriba) Vista superior del Wiimote. (Abajo) Vista
frontal con cámara infrarroja del Wiimote en primer plan Ahora bien, una vez que podemos reconocer la “posición” de los
objetos que emiten luz infrarroja con el Wiimote, el siguiente paso
Para ser un poco más precisos en este sentido, se debe establecer será transmitir esta información a un computador. Para poder
el significado de los datos que entrega el Wiimote. La cámara comunicarse con un computador, el “Wiimote” cuenta con un
infrarroja del control es capaz de entregar un punto en dos dispositivo bluetooth que le permite transmitir cierta información.
dimensiones, asociado al plano cuya normal puede ser Esta información es recibida e interpretada por el sistema a través
representada por el vector de visualización del Wiimote (plano de una biblioteca creada para estos efectos (ver [9]), y disponible
perpendicular al Wiimote). Este vector indica hacia donde está de forma gratuita en la Web (ver
observando la cámara infrarroja del control. Ahora bien, http://www.codeplex.com/WiimoteLib). La librería contiene todos
matemáticamente existen infinitos planos que cumplen con la los requerimientos básicos de comunicación necesarios para la
condición de ser perpendiculares al vector de visualización del aplicación, por lo que solo se tuvieron que hacer unas pequeñas
Wiimote. En términos prácticos, esto indica que la cámara modificaciones para adaptarla completamente a las necesidades de
infrarroja es incapaz de entregar datos asociados a la profundidad la aplicación a desarrollar.
en la que se encuentra un emisor infrarrojo. Además, puesto que
la cámara infrarroja tiene un ángulo de visualización no recto, es Además, para un correcto funcionamiento de la comunicación,
decir, su rango de visibilidad es más amplio a medida que se recomendamos la utilización de BlueSoleil como software
encuentra más distante el emisor infrarrojo, el valor de cada eje Bluetooth en el computador que recibirá la información, debido a
entregado por el Wiimote no puede ser interpretado como un que la librería utilizada fue creada utilizando ese software, lo que
desplazamiento en un sólo eje, sino que debe entenderse como un garantizaría un correcto funcionamiento. De todas formas,
ángulo. La figura 2 representa esta idea. Cabe destacar que el pruebas preliminares indican que también funciona correctamente
Wiimote entrega valores normalizados para cada eje, es decir, con otros controladores Bluetooth.
valores dentro del rango de [0,1]. Se hace notar que el ángulo de
apertura de visualización del Wiimote corresponde a 3.2 Captura de datos iniciales del entorno
aproximadamente 22°. Para poder entrar en funcionamiento, el sistema requiere obtener
algunos parámetros iniciales, asociados a la habitación o entorno
cerrado, y a la posición de los “Wiimotes”, que le permitirán
asociar los datos obtenidos a través de los controles, y que
permitirán ubicar a la persona espacialmente en la habitación.
Estos datos deben ser obtenidos de forma preliminar y forman
parte del proceso de implantación del sistema, ya que el fijarlos
como parte de la implementación, limitaría considerablemente la
generalidad de la solución planteada en este sistema.
Los datos del espacio o habitación son guardados en un archivo
bajo un formato XML estándar, el cuál puede ser fácilmente
revisado para garantizar su correctitud a través de un esquema y/o
para modificarlo en caso de que el entorno cambiara. Además, el
formato elegido permite representar todos los datos de una forma
comprensible y ordenada. De esta manera se genera una
estandarización para el manejo de los datos del sistema, lo que

528
facilita la comunicación con futuros sistemas que quieran representar un objeto. En primer lugar, se presenta el nombre del
interactuar con éste. objeto, entre los tags <object_name> </object_name>, nombre
que corresponde al que la aplicación le indicará a la persona con
Con respecto al esquema mencionado antes, se generó utilizando
discapacidad visual, si el objeto se interpone en su trayectoria. En
el lenguaje de esquema XML Schema, con el cual se definió la el caso del ejemplo el nombre corresponde a “Coffee table”.
estructura válida y las restricciones de los contenidos incluidos en Luego, se definen los puntos que componen las esquinas del
cualquier archivo XML que quiera ser usado como representación objeto. Se nota que cada uno de estos puntos es definido entre los
de los datos relevantes del espacio cerrado. De esta forma, cada
tags <point> </point>. Además, dentro de estos tags se definen
vez que un nuevo archivo XML sea cargado por el sistema, será por separado los valores para el eje X (dentro de los tags <x_axis>
posible verificar el cumplimiento de los estándares propuestos. </x_axis>) y para el eje Y (dentro de los tags <y_axis>
Esto puede ser realizado a través de un pequeño programa, que es </y_axis>). El valor de cada punto es representado a través de
parte de la solución propuesta, el que usa este documento de
números, donde se asume que la distancia esta medida en metros.
esquema como pauta de verificación de la correctitud de los Para la definición de cada punto se sigue un orden predefinido de
archivos. De esa forma se evita que un archivo malformado sea la siguiente forma: en primer lugar se indica el punto inferior
introducido al sistema e induzca un fallo al tratar de obtener la izquierdo del objeto, dada la orientación deseada para el mapa (la
información necesaria, al no ser reconocido a tiempo por la
cual debe ser consistente con el resto de las definiciones del
aplicación. archivo). El resto de los puntos se definen a medida que se
Algunos de los datos requeridos en el archivo XML son los presentan, bordeando el objeto en sentido horario. Se destaca que
siguientes: largo y ancho de la habitación, posición de cada uno de para cualquier objeto definido, se debe seguir está regla básica de
los “Wiimotes” en relación a la habitación, ángulo en el cuál definición de puntos. Además, los puntos registrados en el archivo
fueron fijados los controles en relación a los muros y dirección en XML deben ser al menos cuatro, de otra forma, el archivo no
la que “miran”, y la posición en relación a la habitación de cada pasará la revisión de correctitud realizada. Esta restricción es
componente o posible obstáculo que hay en ésta (escaleras, razonable, dada la forma habitual de los objetos que pueden ser
muebles, puertas, etc.). Algunos de estos datos pueden ser encontrados en una habitación común.
encontrados directamente en el archivo XML, mientras que otros Al registrar cada uno de estos datos se genera un mapa completo
pueden ser inferidos a partir de los datos entregados de forma de la habitación, con el cual se puede reconocer el entorno en el
explícita en el documento XML. que se encuentra el usuario.
A continuación se presenta un ejemplo de cómo agregar un nuevo
En la Figura 4 se presenta un ejemplo de un mapa generado, el
objeto de la habitación al documento XML. Se nota que este es que es representado en una estructura de árbol para una mejor
solo una porción del documento XML, que para su completitud, visualización. En el mapa se presentan tan solo las posibles
depende del resto de los elementos definidos en el documento, por relaciones existentes entre los objetos del archivo XML, no se
lo que con esto solo se pretende mostrar de qué forma se
presenta la cantidad de instancias de un objeto en cada
conforma el documento. componente de la estructura. Por ejemplo, en el caso de un objeto
en la habitación (room_object), se exige un mínimo de 4 puntos
<room_object> (point) en su representación, tal como se vio en el ejemplo
<object_name>Coffee table</object_name> presentado con anterioridad, mientras que en la estructura
<point> presentada en la Figura 3 no se aprecia eso, sino solo la relación
<x_axis>1.5</x_axis> existente.
<y_axis>5</y_axis>
</point> Utilizando esta estructura, es posible representar cualquier espacio
<point> o habitación y todos los objetos contenidos en ella. El siguiente
<x_axis>1.5</x_axis> paso será determinar la exacta posición del usuario, y mapearla en
<y_axis>6</y_axis> esta estructura.
</point>
<point>
<x_axis>2</x_axis>
<y_axis>6</y_axis>
</point>
<point>
<x_axis>2</x_axis>
<y_axis>5</y_axis>
</point>
</room_object>

Figura 3. Ejemplo de objeto agregado al documento XML Figura 4. Estructura de árbol del mapa XML

En este ejemplo se puede observar cómo, en primer lugar, se 3.3 Reconocimiento de la posición del usuario
agrega un tag <room_object>, el cual indica que todo lo que sigue El reconocimiento de la posición del usuario es el punto central de
corresponde a un objeto de la habitación. Dicha definición termina la aplicación desarrollada. La posición exacta del usuario se
con el tag </room_object>. Luego se comienzan a definir, también obtiene a través de los datos obtenidos con los “Wiimotes”, y se
a través de tags, las distintas componentes necesarias para asocia (mapea) espacialmente con el resto de la habitación. De

529
esta forma podremos entregarle información valiosa al usuario bien, se nota que está restricción depende solamente de la forma
con respecto a los obstáculos cercanos. en la cual se mire la habitación, por lo que cualquier esquina del
cuadrilátero indicado puede corresponder a la esquina inferior
Para comprender el modo en que se realiza esta captura de datos y
izquierda. Por tanto, al fijar este punto se debe respetar la
el mapeo con el árbol XML, se debe entender primero cómo los convención para la definición de todas las otras posiciones
controles Wiimote capturan la posición del usuario. descritas en el documento XML que representa la habitación.
Tal como se había explicado previamente, cada “Wiimote” cuenta Este resultado general es bastante interesante, puesto que permite
con una cámara infrarroja, la cuál es capaz de detectar la posición
modelar muchas habitaciones de forma muy similar, describiendo
de cualquier objeto que emita este tipo de luz. Por esta razón, el los muros como objetos en la habitación, de tal forma que se
usuario debe ser dotado de un emisor infrarrojo, que puede ser tan informe al usuario de su presencia.
simple y pequeño como un LED conectado a una pila simple o un
conjunto de LED’s si se desea emitir luz infrarroja en distintas La única limitación encontrada en el sistema se presenta en el
direcciones. Este emisor puede ser ubicado convenientemente, de caso de una habitación cuadrada. En este caso particular, el
tal forma que no entorpezca el normal desplazamiento del usuario. algoritmo impide que dos Wiimotes sean ubicados en las esquinas
Por ejemplo, podría ser ubicado sobre el bastón de ayuda, que opuestas de la habitación y en el mismo ángulo con respecto a los
generalmente la persona con discapacidad visual usa (ver sección muros. Si ese fuera el caso, el algoritmo no es capaz de triangular
3.5). la posición del usuario. ¿La razón? Al estar ubicados de forma
perfectamente simétrica, los Wiimotes miran el mismo plano, por
Cuando el “Wiimote” detecta la presencia de un emisor infrarrojo, lo que entregan la misma información al algoritmo, la que es
es capaz de determinar la posición (o ángulo, tal como se explicó insuficiente para poder calcular la posición del usuario. ¿Cómo se
en la sección 3.1) en la que éste se ubica en un plano
puede lidiar con esta limitación? La solución en este caso se limita
perpendicular a la dirección en la cual apunta la cámara infrarroja. sencillamente a ubicar los controles de tal forma que compartan
Sin embargo, este dato, a pesar de ser necesario, no es suficiente un muro o que sean ubicados con ángulos distintos con respecto a
para determinar la posición del usuario relativa a la habitación. los muros aunque permanezcan en esquinas opuestas. De esa
Para lograr esto, se debe utilizar un segundo “Wiimote” que
forma se elimina la simetría y cada Wiimote sería capaz de
determine la posición del emisor infrarrojo desde otra perspectiva. presentar datos asociados a distintos planos para calcular la
Teniendo estas dos vistas es posible determinar la ubicación del posición del usuario, permitiendo realizar la triangulación sin
emisor y, por tanto, del usuario, a través de un proceso de ningún problema.
triangulación.
Las ecuaciones utilizadas para realizar el cálculo de las rectas y el
El proceso de triangulación consiste en tomar los datos de cada proceso de triangulación se presentan en las figuras 5 y 6.
“Wiimote” y generar dos rectas. Estas rectas deben pasar por el
punto en el cual el “Wiimote” está ubicado, punto que es conocido Una explicación gráfica de la forma en que estas ecuaciones son
gracias a los datos iniciales (parámetros iniciales) que son utilizadas para realizar el cálculo del proceso de triangulación, se
almacenados en el documento XML, y por el punto en el cual se muestra en la Figura 7. El entorno o habitación se ve como un
ubica el usuario, el cual se desconoce a priori. Sin embargo, como sistema de coordenadas en dos dimensiones, donde el punto de
es posible, gracias al “Wiimote”, conocer el ángulo generado por origen del plano (X=0, Y=0) corresponde a la esquina inferior
esta recta, se puede calcular de forma precisa, la ubicación de la izquierda. En este plano, los dos Wiimotes (colocados uno en la
proyección de esta recta en el muro opuesto de la habitación. Con esquina inferior izquierda y el otro en la esquina superior
este segundo punto, para el cual ya se tienen los datos, es posible izquierda) permiten definir un espacio “triangulable”, de modo
calcular la ecuación de la recta asociada. Como esto se realiza que cualquier objeto dentro de este espacio puede ser mapeado
para ambos “Wiimotes”, se puede calcular la intersección de las con exactitud.
dos rectas, que corresponde a la posición exacta del usuario, que
es precisamente lo que deseábamos obtener.
A priori esto es útil sólo para habitaciones rectangulares. Por
tanto, ¿es posible generalizar esta solución para cualquier tipo de
habitación? La respuesta es afirmativa. Esto es posible puesto que
los muros descritos anteriormente no deben ser “reales”. Para una
solución general, el sistema es capaz de crear muros “virtuales”,
los que corresponden a los lados del cuadrilátero que circunscribe
a la habitación. De esta forma es posible proyectar la recta sobre
los lados de este cuadrilátero y así obtener los mismos resultados
explicados anteriormente, sin importar la forma de la habitación.
El hecho de que la proyección “traspase” los límites de la
habitación no debiera convertirse en problema puesto que aunque
esto ocurra, la intersección de las dos rectas jamás debiera estar Figura 5. Ecuación general para dos rectas cualquiera
fuera de los límites de la habitación. generadas en el proceso de triangulación
En el caso general, cabe destacar que la posición del punto de
origen debe corresponder a la esquina inferior izquierda del
cuadrilátero que circunscribe a la habitación. Esta convención
permite simplificar los cálculos realizados por el algoritmo. Ahora

530
Figura 6. Solución utilizada para la intersección de dos rectas,
dada la Ecuación de la Figura 5
Realizando esta iteración para el cálculo de la triangulación de los
objetos en el entorno de forma constante, es posible reconocer la
dirección en la que la persona se está desplazando. Teniendo estos
dos datos, es decir, la dirección en la que se dirige y su posición,
es posible determinar si se está acercando a alguno de los
obstáculos que han sido registrados en el mapa XML del espacio
o habitación.
Esto permite indicarle al usuario la ubicación de los obstáculos de
distintas formas. Por ejemplo, podría indicarle al usuario la
ubicación de un objeto cercano sólo si se dirige hacia él. También
podría ser capaz de describirle todos los objetos que se encuentran
a su alrededor, a una cierta distancia, indicándole el ángulo en el
que se encuentran los objetos, dada la dirección en la que se está
moviendo el usuario. Este paradigma de orientación es bien
conocido por las personas con discapacidades visuales, y se le
conoce por el “paradigma del reloj”.
En la figura 8 se presenta un prototipo de la aplicación
desarrollada. El bastón contiene un LED infrarrojo en la parte
superior, mientras que al fondo, sobre el pedestal de madera que
se observa, se puede ver uno de los “Wiimotes” captando los Figura 7. Ejemplo de triangulación con "Wiimotes"
datos de posición y desplazamiento.
3.4 Transmisión de la información
Se recomienda también que, para maximizar el área de Puesto que se tiene la posición del usuario y se reconoce si se
visualización de los Wiimotes y, en consecuencia, el área de dirige a algún obstáculo, es necesario que el sistema sea capaz de
mapeo de la aplicación, los Wiimotes sean ubicados en las transmitirle esta información a la persona que se desplaza. Para
esquinas de la habitación. Así es posible aprovechar de mejor lograr esto, se implementó una segunda aplicación que es capaz
forma el ángulo de apertura con el que cuentan los Wiimote. de transmitir dicha información al usuario de forma auditiva, del
tipo "text-to-speech". De esta manera, un usuario con
discapacidad visual puede recibir la información, sin mayor
problema, como un mensaje de alerta (de voz) emitido por el
computador a través de un parlante simple.
El tipo de información o mensajes entregados a estas personas no
tiene por objetivo indicarle los movimientos precisos que debe
realizar, sino que se le entrega una guía que le permite decidir
cuál es la siguiente acción de desplazamiento a tomar. Por
ejemplo, si la persona se dirige a una mesa, el sistema no puede
indicarle si debe esquivarla, puesto que no sabe si se dirige a ella a
buscar algo. Por esta razón, el sistema se limita a indicarle al
usuario si se dirige a un objeto y le indica qué objeto es. Esta
información le debiera permitir al usuario decidir qué acción
tomar.
Para transmitir el audio se requiere un parlante conectado a un
computador, ya sea un laptop o un PC de escritorio. En la Figura 8
se presenta un ejemplo del laptop y los parlantes utilizados en el
prototipo desarrollado.

531
“objetos candidatos”. Entre estos objetos, además del bastón, se
incluyeron varios elementos de vestir como anteojos, zapatos,
sombreros y abrigos. Como siguiente paso se hizo una descripción
sintáctica y semántica de cada objeto, utilizando las plantillas que
se proveen en [11].
Con toda esta información se seleccionó el mejor candidato para
ser el objeto a aumentar, es decir, el objeto que mejor puede ser
aumentado con las funcionalidades requeridas, sin que esto
signifique una carga cognitiva importante en la persona que utiliza
ese objeto. La metodología utilizada tiene como objetivo,
precisamente, el aumentar los objetos de uso cotidiano que
representen el mejor esfuerzo cognitivo para los usuarios finales,
y todo esto como parte de un proceso tradicional de Ingeniería de
Software.
Se determinó que un LED infrarrojo en la parte superior del
bastón, era la mejor solución. Las baterías podían estar
incrustadas en el mismo bastón, de modo que pasarían
Figura 8. Prototipo. El usuario sostiene un bastón con un inadvertidas. Un pequeño interruptor permitiría encender y apagar
emisor infrarrojo. Al fondo (sobre pedestal de madera) se este LED, de modo que el usuario solamente lo encendiera en
encuentra un Wiimote captando los datos de posición y espacios habilitados con la solución propuesta.
desplazamiento
El diseño completo del objeto aumentado no se implementó en
nuestro prototipo. Se agregó un LED a un bastón, pero no se
agregó el interruptor que permite encenderlo y apagarlo. Sin
embargo, este bastón nos proveyó con la funcionalidad requerida
para probar el prototipo.

4. TRABAJO FUTURO
El trabajo presentado en este paper muestra las principales
características con las que cuenta el sistema, sin embargo, hay
ciertas mejoras que pueden ser realizadas y que serán parte de la
línea de trabajo en el futuro.
Con respecto a la captura de datos inicial, se trabajará en una
aplicación que permita realizar el almacenamiento de datos de una
forma más intuitiva que la actual. Se propone para esto el
desarrollo de un nuevo sistema que permita dibujar el mapa
asociado a la habitación, pues la aplicación actual solamente se
encarga de interpretar este mapa y generar el archivo XML con
los datos necesarios para su funcionamiento.
Figura 9. Prototipo con parlantes y computador usados en la
aplicación Con respecto al bastón aumentado, se deben hacer aún algunas
pruebas, sobre todo se debe crear y probar un prototipo con la
3.5 Bastón aumentado funcionalidad completa (descrita en la sección anterior). Sin
Tal como se ha mencionado en las secciones anteriores, en embargo, pruebas preliminares han permitido comprobar que no
nuestro prototipo se utilizó un LED emisor de luz infrarroja, es posible utilizar un sólo LED infrarrojo para la detección de la
incrustado en un bastón. ubicación del usuario, puesto que en este caso el LED es incapaz
de ser captado por los Wiimotes en todos los ángulos posibles. Por
El último paso en la implementación de nuestro prototipo requería esto se realizarán pruebas con un conjunto de LED’s infrarrojos,
un “objeto aumentado” [10]. Para determinar el mejor objeto a de tal forma de ser capaces de ampliar el espectro de localización.
aumentar, se utilizó la metodología propuesta en [11]. Además, se propone como trabajo futuro integrar al sistema un
El primer paso en esta metodología consistía en determinar las programa que permita individualizar a las personas dada una
características que se debían incorporar al objeto, sin definir aún orientación o patrón en los LED’s infrarrojos. De esta forma el
cuál sería este objeto. Las características o requisitos funcionales sistema podría ser generalizado para ser utilizado por varias
que debía tener el objeto eran: (1) debe ser capaz de emitir una luz personas en una misma habitación.
infrarroja que pueda ser captada por el Wiimote; (2) debe estar Finalmente, otro aspecto a evaluar como trabajo futuro
ubicado en el usuario, pues debe moverse conforme el usuario se corresponde a la integración de esta aplicación con un dispositivo
mueve; (3) debe ser lo suficientemente pequeño y liviano como móvil (PDA o Smartphone) que le provea directamente la
para no entorpecer el movimiento del usuario. información al usuario. De esa forma se podrá permitir que varios
Una vez que se tenían las características o nuevas funcionalidades usuarios con discapacidad visual puedan utilizar el sistema y
a agregar en el objeto aumentado, se procedió a buscar todos los moverse por la habitación simultáneamente, usando audífonos o

532
alguna interfaz háptica. El prototipo actual está limitado a un [5] Andreas Hub, Joachim Diepstraten, and Thomas Ertl.
único usuario desplazándose por el entorno. Design and development of an indoor navigation and
object identification system for the blind. In Julie A.
5. CONCLUSIONES Jacko and Andrew Sears, editors, Proceedings of the
Las pruebas preliminares realizadas al sistema son bastante ACM SIGACCESS Conference on Computers and
alentadoras, puesto que muestran la correcta funcionalidad de Accessibility, ASSETS 2004, Atlanta, GA, USA,
éste. Sin embargo, es importante continuar realizando pruebas en October 18-20, 2004, pages 147-152. ACM, 2004.
entornos reales, con grupos cada vez más grandes y [6] J. Sánchez and C. Oyarzún. Asistencia móvil basada en
representativos de las personas con discapacidad visual, para de audio para la movilización por medio de microbús de
esta forma no sólo mostrar la correctitud de la aplicación, sino personas ciegas. In Sánchez J., editor, Nuevas Ideas en
también la generalidad y la utilidad de ésta. Experimentos más Informática Educativa, páginas 377-396. Lom Ediciones
rigurosos deben ser diseñados y realizados. Sin embargo, el S.A., 2007.
prototipo desarrollado cumplió con todas las expectativas. [7] J. Sánchez and M. Saenz. Orientación y movilidad en
espacios exteriores para aprendices ciegos con el uso de
Por otro lado, es importante notar que se ha desarrollado un
dispositivos móviles. Revista Anales de la Universidad
sistema accesible en cuanto a las herramientas y tecnología
metropolitana, 8(2):47-66, 2008. Venezuela.
utilizadas, de forma que pueda ser efectivamente implementado
[8] Y Sonnenblick. An indoor navigation system for blind
con un costo muy bajo. El prototipo desarrollado nos muestra que
individuals. Proceedings of the 13th Annual Conference
es posible realizar un buen aporte a la integración e independencia
on Technology and Persons with Disabilities, 1998.
de las personas con discapacidad visual, que deben movilizarse en
[9] Amanda Williams and Daniela Karin Rosner. Wiimote
entornos cerrados.
hackery studio proposal. In Marcelo Coelho, Jamie
Un aspecto importante a destacar, es que la solución propuesta no Zigelbaum, Hiroshi Ishii, Robert J. K. Jacob, Pattie
solamente le permite a un usuario con discapacidad visual Maes, Thomas Pederson, Orit Shaer, and Ron Wakkary,
moverse en un entorno cerrado evitando obstáculos. También le editors, Proceedings of the 4th International Conference
podría ayudar a interactuar con el entorno, dado que se tienen on Tangible and Embedded Interaction 2010,
mapeados todos los objetos que allí se encuentran. Por ejemplo, si Cambridge, MA, USA, January 24-27, 2010, pages 365-
el usuario quiere sentarse a descansar, el sistema le puede indicar 368. ACM, 2010.
dónde se encuentra una silla o un sillón. El prototipo actual ya [10] Ishii, H., and Ullmer, B. Tangible Bits: Towards
permitiría hacer esto. Solamente habría que crear un segundo Seamless Interfaces between People, Bits and Atoms.
“modo” de interacción con el sistema: además del “modo de Proceedings of ACM CHI’97, Atlanta, Georgia, USA,
orientación y movilidad evitando obstáculos”, se puede fácilmente 1997.
crear un segundo “modo de interacción con los objetos que hay en [11] Guerrero, L. A., Ochoa, S. and Horta, H. Developing
el ambiente”. Augmented Objects: A Process Perspective. Journal of
Universal Computer Science, Vol. 16, No. 12, 2010, pp.
Reconocemos que al ser un primer prototipo, aún existen mejoras 1612-1632.
y desafíos que deben ser considerados para robustecer la solución
propuesta. Sin embargo, las pruebas realizadas demuestran que la
solución presentada resuelve el problema inicialmente planteado.

AGRADECIMIENTOS
Este trabajo fue parcialmente apoyado por el Fondo Nacional de
Desarrollo Científico y Tecnológico (Fondecyt) de Chile,
proyecto No. 1090352.

REFERENCIAS
[1] Nicholas A. Bradley and Mark D. Dunlop. An
experimental investigation into wayfinding directions
for visually impaired people. Comp, 9:395-403, 2005.
[2] Vlad Coroama. The chatty environment - a world
explorer for the visually impaired. In Adjunct
Proceedings of Ubicomp 2003, pages 221-222, Seattle,
Washington, USA, October 2003.
[3] Simon Holland, David R. Morse, and Henrik Gedenryd.
Audio GPS: Spatial audio in a minimal attention
interface. In 3rd International Workshop on HCI with
Mobile Devices, pages 28-33, 2001.
[4] A. Hub, T. Hartter, and T. Ertl. Interactive Localization
and Recognition of Objects for the Blind. In
Proceedings of the California State University,
Northridge Center on Disabilities 21st Annual
International Technology and Persons with Disabilities
Conference (CSUN 2006); March 20-25; Los Angeles,
CA, USA, 2006.

533
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PREDICTORES DEL APRENDIZAJE EN LA WEB: UNA


EXPERIENCIA
Rubén Darío Martínez, Yolanda Haydeé Montero, María Eugenia Pedrosa
Universidad Nacional de Mar del Plata
Argentina
rdmarti@mdp.edu.ar, ymontero@mdp.edu.ar, mpedrosa@mdp.edu.ar

ABSTRACT
The purpose of this investigation was to have a better
1. INTRODUCCIÓN
understanding about some factors that could be related to the La difusión y penetración de las tecnologías de la información y la
students’ mathematical performance, in a short Internet-based comunicación en general, e Internet en particular, configuran un
learning experience. It was used a multiple linear regression soporte sobre el cual se vehiculizan profundas mutaciones de
model. The independient variables were: a) previous students’ índole fundamentalmente cultural. Como todo cambio, el mismo
mathematical performance, b) skills of self-regulated learning, c) habilita nuevas actividades mientras otras se tornan obsoletas [1,
attitudes towards Internet-based learning environments, and d) 2]. El problema de integrar esas herramientas a la educación
perceived self-efficacy beliefs to perform certain web-based formal no es nuevo; en efecto, hace cerca de tres lustros ya se
activities. Participants were forty seven last year secondary school advertía que tal integración implicaba dos problemas: por una
students. The regression model accounted for 82.7 % of the parte, incorporarlas personalmente, y, por la otra, incorporarlas al
variance in the students’ mathematical performance measure. The trabajo didáctico modificando ciertas prácticas, lo cual representa
four predictor variables were significant, but its influence were una transición mucho más difícil que el agregado de la
very different; its percentages of the explained variance were: infraestructura correspondiente [3]. En la medida que dichas
´previous performance´, 61.0 %; `self-regulation`, 13.2 %; tecnologías se difunden socialmente y amplían sus horizontes, las
`attitudes´, 7.1 %; and `self-efficacy´, 2.4 % preocupaciones educativas tienden a la diversificación y a la
profundización.
Keywords Investigaciones realizadas en la ciudad de Mar del Plata, Provincia
Self-regulated learning, Attitudes, Self-efficacy, Multiple de Buenos Aires, revelan una alta penetración de Internet entre los
regression. adolescentes escolarizados que transitan la última etapa de la
escuela secundaria, denominada polimodal en el medio local. En
RESUMEN efecto, un estudio ha permitido constatar una muy alta difusión del
El propósito de esta investigación fue alcanzar una mejor correo electrónico, como así también el desarrollo de una amplia
comprensión sobre algunos factores que podrían estar gama de actividades de entretenimiento, educativas y sociales, con
relacionados a la actuación matemática de los estudiantes, en una diferentes porcentajes de adherentes [4]. Dentro de ese panorama
breve experiencia de aprendizaje basada en Internet. Para ello fue general, estudios más específicos han revelado que una porción
utilizado un modelo de regresión lineal múltiple. Las variables importante de tales actores ha desarrollado estrategias bastante
independientes fueron: a) calificaciones previas de los estudiantes elaboradas para la búsqueda y validación de información en la
en matemática, b) habilidades de aprendizaje autorregulado, c) web [5]. Por otra parte, en una breve experiencia de aprendizaje
actitudes hacia los ambientes de aprendizaje basados en Internet, y autónomo sobre temas de matemática, con apoyos para el tema en
d) creencias de autoeficacia percibida para realizar ciertas estudio, y utilizando diferentes portales para recoger información,
actividades basadas en la web. Los participantes fueron cuarenta y los estudiantes mostraron rendimientos similares a los alcanzados
siete estudiantes del último año de la escuela secundaria. El en el aprendizaje presencial convencional [6].
modelo de regresión dio cuenta de un 82.7 % de la varianza en la
actuación de los estudiantes. Las cuatro variables predictoras Los antecedentes señalados en el parágrafo precedente resultan
fueron significativas, pero su influencia muy diferente; sus motivadores para intentar profundizar esas experiencias
porcentajes de varianza explicada fueron: `calificaciones previas`, intentando evaluar el papel de potenciales predictores del
61.0 %; `autorregulación`, 13.2 %; `actitudes`, 7.1 %; y aprendizaje mediado por la web. Como se detallará más adelante,
`autoeficacia`, 2.4 %. esta investigación estuvo orientada a establecer, en forma al
menos aproximada, un modelo de regresión lineal múltiple
Palabras Clave adecuado para apoyar interpretaciones, explicaciones y/o
Aprendizaje autorregulado, Actitudes, Autoeficacia, Regresión predicciones sobre el aprendizaje autónomo mediado por Internet,
múltiple. a partir del conocimiento de ciertas variables que podrían actuar
como predictoras. Para finalizar esta breve introducción, es
importante señalar que las investigaciones basadas en ese tipo de
Martínez, Rubén., Montero, Yolanda., Pedrosa, María. (2010).
Predictores del Aprendizaje en la Web: Una experiencia. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
modelo requieren un estudio cuidadoso sobre la linealidad de las
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 534-542, Santiago de Chile. dependencias, la normalidad de las variables y las diferencias

534
entre los valores encontrados y los predichos por el modelo, Por último, diferentes investigaciones han demostrado la
también conocidos como residuos. Aunque en algunos pasajes su importancia de las creencias del estudiante sobre su autoeficacia
lectura tal vez pueda resultar algo árida, tal estudio es el que le da en el dominio de las habilidades requeridas para hacer un uso
fundamento matemático al modelo propuesto. diestro de Internet [16, 17]. La autoeficacia percibida se suele
definir como un conjunto de creencias acerca de las capacidades
2. MARCO TEÓRICO personales para producir determinados niveles de desempeño.
Un breve análisis sobre las características del desarrollo Tales creencias influyen sobre procesos cognitivos,
matemático del estudiante permite distinguir algunos aspectos motivacionales, afectivos y de selección y actúan como una suerte
esenciales del mismo. En efecto, un punto básico implica la de filtro entre la persona propiamente dicha y las acciones que la
distinción entre conocimiento y metaconocimiento. En su devenir misma lleva a cabo [18]. Las creencias de autoeficacia no deben
por la escuela el alumno acumula el conocimiento de hechos, observarse como una cualidad global, sino, más bien, como una
como ser definiciones y propiedades, pero también estrategias y colección de creencias vinculadas a diferentes territorios de
heurísticas, creencias y actitudes; por otra parte también va actuación; por ello, las escalas de autoeficacia percibida deben
desarrollando la regulación de su conocimiento, entendida como ajustarse a determinado dominio, de acuerdo al objeto de interés
aquellos mecanismos que utiliza para la toma de decisiones y para sobre el cual se enfoca una investigación [19]. En particular, la
el monitoreo de las mismas [7]. Con esto queremos destacar el autoeficacia en el uso de Internet puede definirse como las
carácter acumulativo del conocimiento matemático y su lento creencias que tiene el sujeto sobre sus propias capacidades para
desarrollo en diferentes niveles de abstracción; proceso que afecta organizar y ejecutar acciones con Internet con el propósito de
a todos los estudiantes, independientemente de la calidad de su alcanzar determinados objetivos [20].
formación. De esto se sigue que, en cualquier situación de
actuación matemática, la propia historia del alumno puede ser un 3. OBJETIVOS
buen predictor de la misma. El propósito de esta investigación apuntó a lograr una
aproximación a un modelo de regresión lineal múltiple que
Los ambientes educativos tradicionales ofrecen, a través de la pudiera servir de soporte a la interpretación, la explicación y,
presencia del docente, un conjunto de soportes para guiar el eventualmente, a la predicción del rendimiento de los estudiantes
trabajo del alumno: observación directa de sus acciones, en un contexto de aprendizaje autónomo basado en Internet, sobre
realimentación inmediata mediante comentarios, indicaciones y temas de matemática. Se tomó como variable dependiente el
sugerencias. El tránsito de este tipo de ambientes a otro virtual, rendimiento alcanzado por los alumnos en un tema estudiado de
mediado por Internet, implica un mayor nivel de exigencia en la acuerdo a lo expresado previamente, mientras que las variables
medida que el estudiante debe asumir una mayor actividad independientes que se consideraron como potenciales predictoras
autorreguladora y acreditar responsabilidad y compromiso en la de dicho rendimiento, fueron las siguientes: a) las actitudes hacia
organización de sus estudios [8, 9, 10]. Como consecuencia de la el aprendizaje mediado por Internet; b) las creencias de
difusión de la tecnología, se han incrementado las propuestas de autoeficacia operativa en el manejo de Internet y recursos
entornos de enseñanza- aprendizaje virtuales y, paralelamente, asociados; c) el nivel de autorregulación del propio aprendizaje; y
fue creciendo el interés por estudiar la autorregulación académica, d) el rendimiento previo en matemática. Por lo expuesto, el trabajo
en la medida que distintas investigaciones sugieren que las se desarrolló en las siguientes etapas: i) la recuperación de los
habilidades para el aprendizaje autorregulado parecen ser datos correspondientes a las variables independientes, ii) la
especialmente importantes en los ambientes basados en la web y, entrega a los alumnos de las consignas y recomendaciones para el
por ello, buenas predictoras de la actuación en dichos contextos estudio autónomo del tema “Sucesiones” del programa de
[11, 12]. De acuerdo a Pintrich, la autorregulación se puede matemática, iii) las pruebas evaluativas, y iv) el estudio de los
caracterizar como un proceso constructivo activo, por medio del resultados obtenidos y la construcción del correspondiente
cual el estudiante establece metas de aprendizaje e intenta modelo.
monitorear, regular y controlar su cognición, motivación y
actuación, acciones que son guiadas y restringidas, 4. PARTICIPANTES
simultáneamente, por las metas propuestas y las características Participaron de esta investigación cuarenta y siete estudiantes,
contextuales del ambiente de aprendizaje [13]. treinta y cinco mujeres y doce varones, pertenecientes a dos
Un factor influyente sobre la actuación en ambientes de cursos del último año de la enseñanza media (denominada
aprendizaje mediados por Internet, el cual debe ser especialmente Polimodal en el medio local) de gestión privada, con una edad
observado, es la actitud del sujeto hacia ese tipo de aprendizaje. promedio de 17.2 años, como así también las docentes de los
En efecto, la investigación muestra en qué medida las actitudes citados cursos. Todos los participantes contaron con amplio
influencian la decisión de tomar o no un curso de esas acceso a Internet fuera de la escuela. Para estudios como el
características y, en caso de tomarlo, de qué manera impactan presente, la literatura estima conveniente que el tamaño de la
sobre la actuación del estudiante [14]. La actitud se define como muestra sea entre diez y quince veces superior a la cantidad de
una tendencia psicológica que es expresada mediante la variables independientes [21]; dado que, en este caso, se tienen
evaluación de una entidad particular con cierto grado de favor o cuatro variables independientes resulta una relación de 11.75
disfavor. Esta tendencia psicológica puede ser observada como un veces, la cual queda dentro de las cotas señaladas.
tipo de sesgo que predispone al individuo a respuestas evaluativas
positivas o negativas. En términos de esta definición, la actitud es 5. INSTRUMENTOS
un constructo hipotético y, como otros constructos hipotéticos, las a) Autorregulación del aprendizaje. Con el propósito de conocer
actitudes no son directamente observables sino que pueden ser este perfil de los estudiantes se utilizó el segmento de estrategias
inferidas a partir de respuestas observables [15]. de aprendizaje del Motivated Strategies for Learning
Questionnaire (MSLQ) [22]. Dicho cuestionario está considerado

535
como uno de los instrumentos sobre el cual hay acumulada mayor 6. RESULTADOS
cantidad de investigaciones y experiencias en diferentes países,
habiendo demostrado su validez, confiabilidad y dimensionalidad 6.1 Datos de las variables
en distintos contextos [23, 24]. En particular, merece destacarse En este apartado reportaremos los promedios y sus desvíos
que el mismo ha sido traducido y sometido a una validación estándar, junto con un estudio comparativo de medias.
preliminar en el contexto español [25]. La escala de las estrategias
de aprendizaje consta de 50 ítems y comprende nueve subescalas; 6.1.1 Promedios y desvíos
el instrumento se puede utilizar asignando un valor a la escala en En la Tabla 1, se muestran los valores medios de todas las
su totalidad, o bien se pueden tomar separadamente las subescalas variables incluidas en este trabajo, incluyendo su error estándar.
correspondientes. Con el propósito de no incrementar en exceso la Recordamos que el rango de variación de las mismas es el
cantidad de variables independientes, en este estudio se tomó la siguiente: a) Evaluación y Rendimiento Previo tienen un mínimo
escala en su totalidad, asignando un único valor estimativo del de 1 y un máximo de 10; b) Autorregulación del aprendizaje: tiene
grado de autorregulación a cada participante. La puntuación de un valor mínimo de 1 y un máximo de 7; c) Actitudes hacia el
cada ítem y el promedio general de la escala se ubican entre 1 y 7, aprendizaje mediado por Internet: tiene un mínimo de 0 y un
en autorregulación creciente, con una media de 4 unidades. máximo de 3; y d) Autoeficacia percibida para el manejo de
Internet y recursos asociados: tiene un mínimo de 1 y un máximo
b) Autoeficacia. Para conocer el grado de competencia, en el uso
de 4 puntos.
de Internet y recursos asociados, que cada participante se atribuye
subjetivamente a sí mismo, se utilizó como base una investigación
previa, la cual informa que se detectaron catorce actividades que
los jóvenes realizan mediante Internet, con distinto grado de Valor Error
Variables Medio Estandar
frecuencia [4]. Dicha taxonomía se consideró apropiada para este
trabajo, por cuanto la misma se construyó sobre una masa
estudiantil de edades similares a las de este estudio y perteneciente Evaluación 7.70 1.29
a contextos sociales análogos a los de esta investigación. Cada
entrada del cuestionario indica una actividad y el participante debe Autorregulación 4.35 1.10
indicar el grado de competencia que considera poseer para la
acción enunciada; las opciones de competencia son: nula, escasa, Actitudes 2.43 0.36
buena y alta, puntuadas de 1 a 4, respectivamente; de esto se sigue
que el promedio general del instrumento se ubica entre 1 y 4 Rendimiento 7.49 1.59
puntos, con una media de 2.5. Previo
c) Actitudes hacia la instrucción mediada por Internet. Para Autoeficacia 3.08 0.68
conocer las actitudes hacia el uso educativo de Internet se elaboró
un instrumento tomando como base el Attitude Toward Using the Tabla 1. Medias de las Variables en Estudio
Internet for Education [26], ajustando y modificando parte de sus Tanto en la variable dependiente como en las cuatro variables
consignas de acuerdo a las características de los participantes y los independientes no se detectaron casos atípicos (ubicados a más de
objetivos de esta investigación. El instrumento finalmente 2.5 desvíos estándar de las medias correspondientes).
utilizado quedó conformado por dieciocho ítems en formato Likert
de cuatro puntos, 0 mide la actitud más negativa, 3 la más
6.1.2 Diferencia de medias
Con el propósito de comparar los promedios de los estudiantes en
positiva; se sigue que el promedio general se ubica entre 0 y 3
su “Rendimiento Previo” y los valores alcanzados por los mismos
puntos, con una media de 1.5.
en la “Evaluación”, se efectuó un estudio comparativo de medias
d) Rendimiento previo de los estudiantes. Listado con los utilizando la distribución de Student. Los cálculos arrojaron un
promedios de las calificaciones obtenidas en matemática por los valor de t igual a 1.464, con una significación irrelevante de
participantes, previo a la realización de la experiencia; puntajes 0.150. Asimismo, interesó evaluar en qué medida los valores
comprendidos entre 1 y 10. medios obtenidos para “Autorregulación”, “Actitudes”, y
“Autoeficacia” se distancian estadísticamente de los valores
e) Guía de aprendizaje autónomo. Elaborada por las docentes de promedio de las escalas correspondientes: 4, 1.5 y 2.5,
los cursos para que los estudiantes tuvieran una secuencia respectivamente. Los valores obtenidos fueron los siguientes: a)
detallada de los temas, subtemas y alternativas que debían ser “Autorregulación”, se obtuvo un valor de t = 2.149 con
aprendidas a través de materiales colectados de la web. La guía significación del 0.037; b) “Actitudes”, se alcanzó un valor de t =
venía acompañada por un recordatorio de criterios para 17.781 con significación del 0.000; y c) “Autoeficacia”, se
seleccionar fuentes de información confiables. computó un t = 5.770 con significación del 0.000.
f) Prueba evaluativa del aprendizaje alcanzado en el tema
“Sucesiones”. Elaborada por las docentes de los cursos. Dicha 6.2 Adecuación de las variables
prueba abarcó los siguientes conceptos: i) sucesiones en general, Para la construcción del modelo sobre bases consistentes, se
ii) sucesiones aritméticas y geométricas, iii) término general, iv) realizó un estudio previo sobre las variables bajo estudio, a saber:
sumas parciales, y v) problemas descriptos en lenguaje natural. a) identificación de eventuales pautas no lineales entre la variable
Como es usual, la evaluación quedaba comprendida entre 1 y 10, dependiente (“Evaluación”) y cada una de las variables
según su grado de corrección. independientes (“Autorregulación”, “Actitudes”, “Rendimiento
Previo”, y “Autoeficacia”); b) estudio del grado de

536
desplazamiento de la simetría; c) estudio del valor de la curtosis 6.2.3 Curtosis
(“aplanamiento” o “apunamiento”); y d) test de normalidad.

6.2.1 Gráficos de Dispersión Curtosis


En la Figura 1 se muestran los gráficos de dispersión
Variables Estad. Er.Est. Z Sig.
correspondientes a los siguientes pares de variables: a)
“Evaluación” (eje y) -“Autorregulación” (eje x); b) “Evaluación” Evaluación -0.914 0.681 -1.302 0.193
- “Actitudes”; c) “Evaluación” - “Rendimiento Previo”; y d)
“Evaluación” - “Autoeficacia”. Autorregul. 0.382 0.681 0.561 0.575
Actitudes -0.583 0.681 -0.856 0.392
10,00 10,00

Rend.Previo -0.462 0.681 -0.678 0.498


9,00 9,00

Autoeficacia -0.580 0.681 -0.852 0.394


8,00 8,00
Evaluación
Evaluación

Tabla 3. Grado de Curtosis


7,00 7,00

6,00
La Tabla 3 muestra los valores obtenidos sobre el estadístico que
6,00

mide el grado de curtosis para las cinco variables incluidas en el


5,00 5,00
estudio, junto con su error estándar. También en este caso se
1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40 2,60 2,80 3,00

Autorregulación Actitudes brindan los valores del estadístico z, junto con su grado de
10,00 10,00 significación. De la lectura de la tabla se sigue que ninguna de las
9,00 9,00
variables ha resultado significativamente más “punteaguda” o más
“aplanada” que la distribución normal.
8,00 8,00
Evaluación

Evaluación

7,00 7,00
6.2.4 Test de Normalidad
En la Tabla 4 se muestran los valores obtenidos, para todas las
6,00 6,00

variables bajo estudio, al aplicar el Test de Kolmogorov- Smirnov;


5,00 5,00 en ella se indican los valores del estadístico correspondiente, junto
3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00

Rendimiento.Previo Autoeficacia con su grado de significación. Como es posible observar, en


Figura 1. Gráficos de Dispersión ningún caso se puede rechazar la hipótesis de normalidad de las
variables involucradas.
Como es posible observar, no se observan pautas no lineales entre
la variable dependiente y cada una de las cuatro variables Variables Estad. Sig.
independientes; en general se observa una correlación positiva en
cada uno de los cuatro gráficos. Evaluación 0.081 >0.200
Autorregulación 0.121 0.082
6.2.2 Simetría
Simetría Actitudes 0.082 >0.200

Variables Estad. Er.Est. Z Sig. RendimientoPrevio 0.120 0.087

Evaluación 0.078 0.347 0.550 0.582 Autoeficacia 0.106 >0.200


Tabla 4. Test de Normalidad
Autorregul. 0.395 0.347 1.138 0.255
Test de Kolmogorov-Smirnov con corrección de Lilliefors.
Actitudes -0.408 0.347 -1.176 0.240
Rend.Previo -0.135 0.347 -0.389 0.697
6.3 Relaciones entre las variables
Este apartado está destinado a mostrar las correlaciones existentes
Autoeficacia -0.447 0.347 -1.288 0.198 entre las variables bajo estudio y, por otra parte, a mostrar la
contribución que haría cada una de ellas si se las tomara
Tabla 2. Desplazamiento de la Simetría individualmente para predecir el resultado de la evaluación.
En la Tabla 2 se muestran los valores del estadístico que mide el 6.3.1 Correlaciones bivariadas
desplazamiento de la simetría para las cinco variables, junto con
La Tabla 5 muestra la matriz de correlaciones entre las cinco
los correspondientes errores estándar. Asimismo se exhiben los
variables (una dependiente y cuatro independientes) incluidas en
valores obtenidos para la variable z y su grado de significación;
la investigación.
como es posible observar, el grado de alejamiento de la simetría
en ningún caso resulta significativo.

537
explicada. A estos efectos se ha establecido el criterio de utilizar
Variables Eval AReg Actit RPrv AEfi la probabilidad del estadístico F, con un nivel del 0.05 para
incorporar una variable y de 0.10 para eliminarla.
Evaluac 1 0.571 0.407 0.781 0.455
(.000) (.005) (.000) (.001) La primera variable en incorporarse al modelo es “Rendimiento
0.571 0.107 0.285 0.240 Previo”, consistente con el hecho que la misma es la que tiene
ARegul 1 mayor correlación con la variable dependiente. Este primer paso
(.000) (.473) (.052) (.105)
indica un coeficiente de determinación que, como hemos visto en
Actitudes 0.407 0.107 1 0.155 0.326 la Tabla 6, resulta igual a 0.610 (ajustado a 0.601).
(.005) (.473) (.298) (.025)
Con respecto a las restantes variables independientes, es de sumo
RPrevio 0.781 0.285 0.155 1 0.217 interés observar las correlaciones parciales, los valores del
(.000) .052 (.298) (.143) estadístico t y las significaciones de cada una de ellas, una vez que
0.455 0.240 0.326 0.217 1 `Rendimiento Previo` se ha incorporado al modelo. Ese
AEficac
(.001) (.105) (.025) (.143) comportamiento de las restantes variables independientes se
muestra en la Tabla 7. De la misma se deduce que la variable que
Tabla 5. Matriz de Correlaciones le sigue en importancia a ‘Rendimiento Previo’, es
La Tabla 5 muestra los coeficientes y, entre paréntesis, la ‘Autorregulación’, en la medida que es la que mantiene una mayor
significación de los mismos. Como se puede apreciar, la variable correlación parcial. Agregada esta variable al modelo, resulta que
dependiente “Evaluación” está significativa y positivamente el mismo tiene una capacidad explicativa, reflejada en su
correlacionada con las cuatro variables independientes; entre las coeficiente de determinación, de 0.742 (ajustado 0.731), con lo
variables independientes entre sí aparece una correlación positiva cual el mismo se ha incrementado en 0.132.
de cierta significación entre las variables “Actitudes” hacia el
aprendizaje mediado por la web y “Autoeficacia” percibida por los Variables no Correlación
participantes en el dominio operativo de Internet y recursos Incluidas Parcial t Sig
asociados. Si se fija una cota del 0,05, la ligera correlación que
muestran las variables “Autorregulación” y “Rendimiento Previo” Autorregulación 0.583 4.758 0.000
no llega a ser significativa.

6.3.2 Contribuciones Aisladas Actitudes 0.463 3.464 0.001


Si pretendemos explicar la variable dependiente “Evaluación” en
función de las variables independientes tomadas, cada una de Autoeficacia 0.469 3.523 0.001
ellas, en forma aislada, se tiene la Tabla 6. Tabla 7. Correlaciones parciales (después del paso uno)

Variables Coeficiente de Error Continuando, observemos en la Tabla 8 cómo quedan ahora las
Independientes Determinación Estándar Sig correlaciones parciales de las dos últimas variables no incluidas:

Autorregulación 0.326 1.070 0.000 Variables no Correlación


Incluidas Parcial t Sig

Actitudes 0.165 1.191 0.005


Actitudes 0.523 4.024 0.000
Rendimiento 0.610 0.815 0.000
Previo Autoeficacia 0.449 3.296 0.002
Autoeficacia 0.207 1.161 0.001 Tabla 8. Correlaciones parciales (después del paso dos)
Tabla 6. Variables independientes - Explicación aislada Del mismo modo que en el caso previo, de la Tabla 8 se deduce,
Esta tabla muestra los coeficientes de determinación de cada por una parte, que la correlación parcial de ambas variables con la
variable tomada individualmente, el error estándar de los mismos variable dependiente es significativa y, por la otra, que tal
y su grado de significación. Recordamos que el coeficiente de correlación es muy similar con una ligera ventaja para la variable
determinación nos indica qué proporción de la variación de la ‘Actitudes’. Al incorporar esta variable al modelo, el mismo
variable dependiente ‘Evaluación’ se debe a la variación de la alcanza un coeficiente de determinación igual a 0.813 (ajustado
variable independiente respectiva. 0.800), con un incremento de 0.071 respecto de su valor previo.
Luego de la incorporación de esta tercera variable independiente
6.4 El modelo de regresión al modelo, la correlación parcial de la variable ‘Autoeficacia’
En este apartado se efectuará el desarrollo del modelo de regresión respecto a la variable dependiente ‘Evaluación’, resulta igual a
múltiple. 0.361, con un estadístico t ubicado en 2.510 y con una
significación del 0.016; esto nos está indicando que esta última
6.4.1 Estimación del modelo variable también amerita ser incorporada al modelo. La
En lo que sigue utilizaremos el método por pasos para tener un incorporación de esta última variable lleva el coeficiente de
mayor conocimiento de la forma en la cual las variables determinación a 0.837 (ajustado 0.822), con un aporte de 0.024.
independientes se van incorporando al modelo, junto con la En resumen el modelo resultante de incorporar las cuatro variables
contribución de cada una de ellas a los porcentajes de variación independientes bajo estudio es el que se indica en lo que sigue.

538
6.4.2 Resumen del modelo los valores encontrados para todas las variables independientes
La Tabla 9 muestra los valores del modelo una vez incorporadas muestran un grado bajo de multicolinealidad. Recordemos que el
las cuatro variables independientes. Los valores indican que el problema de la multicolinealidad hace referencia a la existencia de
modelo explica un 83.7 % de la varianza (82.2 % ajustado) de los fuertes correlaciones entre las variables independientes, que
valores obtenidos en “Evaluación”, influenciada por las variables afectan seriamente la precisión de los coeficientes del modelo.
independientes “Rendimiento Previo”, “Autorregulación”,
“Actitudes” y “Autoeficacia”. Variables
Ecuación Tolerancia V.I.F.
R2 Error
R2 Ajustado Estándar Rend.Previo 0.889 1.125

Modelo 0.837 0.822 0.545 Autoregulación 0.886 1.129


Tabla 9. Variable Dependiente ‘Evaluación’
Actitudes 0.886 1.129
6.4.3 Análisis de la varianza
Autoeficacia 0.838 1.194
Por su parte la Tabla 10 exhibe los valores obtenidos en el análisis
de la varianza correspondiente. El valor del estadístico F, para los Tabla 12. Multicolinealidad
grados de libertad especificados, muestra que el modelo de
regresión múltiple es significativo. 6.5 Valor teórico de la regresión
Con el propósito de evaluar el valor teórico de la regresión se
Suma Med. realizó un estudio sobre los residuos.
Cuadr. G.L. Cuad. F Sig.
6.5.1 Gráfico de residuos
Regresión 64.088 4 16.022 54.023 0.000 Con el fin señalado previamente se construyó un gráfico, ubicando
a los residuos basados en la distribución t de Student en el eje de
Residuos 12.456 42 0.297 las ordenadas y los valores de la predicción estandarizados en el
eje de las absisas.
Total 76.544 46
Tabla 10. Análisis de la Varianza
Scatterplot

6.4.4 Coeficientes del modelo


En la Tabla 11 se muestran los valores de los coeficientes del Dependent Variable: Evaluación

modelo. Como se puede apreciar, en la misma se indican los 2


Regression Standardized Residual

valores de los coeficientes no estandarizados, su error estándar,


los coeficientes estandarizados Beta, el valor del estadístico t y su 1

grado de significación.
0

Coefic. no Coef.
Variables Estandarizados Estand Estad. -1

Ecuación t Sig.
Coef. E.Est. Beta -2

-2 -1 0 1 2
Constante -0.622 0.660 -0.942 0.351 Regression Standardized Predicted Value

Figura 2. Gráfico de residuos


Ren.Prev 0.498 0.053 0.615 9.319 0.000
Como se puede apreciar en la Figura 2, la nube de puntos no
Autoreg. 0.388 0.077 0.332 5.014 0.000 muestra una pauta de aumento o disminución de los residuos ya
que los mismos se distribuyen en forma más o menos aleatoria
Actitudes 0.788 0.237 0.220 3.329 0.002 con una media cercana a cero; este comportamiento está
indicando, por una parte, linealidad en la ecuación de regresión, y,
Autoefic 0.322 0.128 0.171 2.510 0.016 por la otra, varianza constante del término de error.

Tabla 11. Coeficientes - Variable Dependiente “Evaluación” 6.5.2 Normalidad de la distribución de residuos
En la Figura 3 se puede observar el trazado del histograma de
residuos estandarizados, contrastado con la curva de distribución
6.4.5 Multicolinealidad
normal.
Para evaluar el grado de multicolinealidad que pudiera presentar el
modelo se calcularon las medidas de tolerancia y su factor de
inflación de la varianza para las variables independientes
incorporadas al modelo. Como se puede apreciar en la Tabla 12,

539
Donde la variable dependiente “Evaluación” (Eval), aparece
vinculada linealmente a las variables independientes
“Rendimiento Previo” (RPr), “Autoregulación” (AReg),
Histogram
“Actitudes” (Act) y “Autoeficacia” (AEf). .

Dependent Variable: Evaluación 7. DISCUSIÓN


De los resultados de la Tabla 1 y del estudio de medias posterior,
7 se sigue que los valores medios obtenidos en “Autorregulación”
6
del aprendizaje, “Actitudes” hacia el aprendizaje mediado por
Internet y “Autoeficacia” percibida, resultaron estadísticamente
5
más altos que los valores promedio de las correspondientes
Frequency

4 escalas: significativo al 0.05, en la primera de las variables, y


3
significativo al 0.001 en las dos restantes. Esto implica parámetros
potencialmente positivos para el aprendizaje mediado por la web.
2
Por otra parte, se puede observar que las calificaciones alcanzadas
1 por los estudiantes, en la “Evaluación” de la experiencia, fueron
Mean = -6,44E-15
0
Std. Dev. = 0,956 ligeramente superiores a las correspondientes de su “Rendimiento
N = 47
-2 -1 0 1 2 Previo”, aunque tal diferencia carece de significación estadística.
Regression Standardized Residual
El estudio de adecuación de las variables permitió un testeo
previo, necesario para que la construcción del modelo pudiera
Figura 3. Histograma de Residuos avanzar sobre bases firmes. Los resultados obtenidos en los
gráficos de dispersión, los desplazamientos de la simetría, el grado
Por su parte, la Figura 4 muestra el gráfico de probabilidad de curtosis, y, por último, el test de normalidad, confirmaron que
normal; en este caso la distribución normal traza una línea las variables incluidas en la experiencia cumplían con las
diagonal, mientras que los residuos figuran graficados en exigencias que requiere el modelo a desarrollar.
pequeños circulitos, con lo cual se puede visualizar su
acercamiento o alejamiento de la distribución normal. Los resultados obtenidos al construir la tabla de correlaciones
permiten confirmar la hipótesis formulada al plantear este trabajo:
que las variables independientes consideradas están positiva y
0,0

0,2
0,0 0,2
Observed Cum Prob
0,4 0,6 0,8 1,0

significativamente correlacionadas con la variable dependiente


borP muC detcepxE

0,4

0,6

0,8

1,0
Dependent Variable: Evaluación

“Evaluación”. También se pueden observar ciertas correlaciones


cruzadas entre las variables predictoras, que ameritan algún grado
de interés. En primer término tenemos la correlación positiva entre
“Actitudes” y “Autoeficacia”, significativa al 0.05; esto sugiere
que los alumnos que tienen una mayor creencia personal sobre su
eficacia en la operatividad de Internet tienen, a su vez, una actitud
más positiva hacia la instrucción mediada por la web. Por otra
parte, la correlación positiva entre “Rendimiento Previo” y
“Autorregulación”, aunque la misma queda en los umbrales de la
significación con un valor de 0.052, estaría indicando que los
alumnos con mayor rendimiento académico tienden a mostrar
mayores niveles de autorregulación. La incidencia, individual e
independiente, de cada variable predictora sobre “Evaluación”,
también se puede observar en la Tabla 6, en la cual se muestran
los coeficientes de determinación, significativos en todos los
casos.
La estimación del modelo de regresión, construido paso a paso,
permitió observar en detalle de qué manera se va incorporando
Figura 4. Gráfico de Probabilidad Normal cada variable, y la contribución que cada una de ellas aporta al
porcentaje de varianza explicada. Este aporte permite, una vez
Analizando en conjunto ambos gráficos se puede afirmar que la desarrollado el modelo, apreciar el grado de incidencia de cada
distribución de residuos no se aleja significativamente de la variable predictora. En efecto, “Rendimiento Previo” aporta un
normalidad. 61.0 %, “Autorregulación” un 13.2 %, “Actitudes” un 7.1 % y,
finalmente, “Autoeficacia” un 2.4 %, sumando un total del 83.7
%; esto significa que el 83.7 % de la variación de la variable
6.6 Ecuación del modelo “Evaluación” es explicado por las variaciones de las cuatro
Habiendo establecido la viabilidad del modelo en los distintos variables independientes consideradas, cada una con su diferente
estudios mostrados previamente, podemos pasar a establecer la grado de influencia. Esta escala de importancia decreciente de
ecuación correspondiente. De acuerdo al valor de los coeficientes cada variable independiente, la podemos corroborar analizando los
mostrado en la Tabla 11, se sigue la siguiente ecuación: valores de los coeficientes Beta (coeficientes homogeneizados),
mostrados en la Tabla 11. En efecto, el valor de los mismos
Eval = -0.622 +0.498.RPr +0.388.AReg + 0.788.Act + 0.322.AEf

540
resulta ser el siguiente: 0.615 para “Rendimiento Previo”, 0.332 [7] Garofalo, J. & Lester, F. (1985). Metacognition, cognitive
para “Autorregulación”, 0.220 para “Actitudes”, y 0.171 para monitoring, and mathematical performance. Journal for
“Autoeficacia”; estos valores también son importantes para Research in Mathematics Education, 16, 163-176.
eventuales comparaciones con otras investigaciones análogas a la [8] Boekaerts, M., Pintrich, P. R., & Zeidner, M. (2000).
presente. Handbook of self-regulation. San Diego, CA, Academic
Como se puede apreciar a partir de la Tabla 12, el modelo no Press.
presenta problemas de multicolinealidad. Por último, para [9] Anderson, M. (2000). Individual characteristics and Web-
constatar el valor teórico de la regresión, el estudio realizado sobre based courses, en C. R. Wolfe (Ed.) Learning and teaching
los residuos estandarizados indica que no se pueden rechazar las on the World Wide Web (pp. 47-72). San Diego, CA:
hipótesis de linealidad de la ecuación, de varianza constante del Academic Press.
término de error, y de normalidad en la distribución de los
[10] McManus, T. F. (2000). Individualizing instruction in a
residuos.
Web based hypermedia learning environment: Non-
De los resultados de este estudio se podría afirmar que, en linearity, advance organizers, and self-regulated learners.
ambientes de aprendizaje matemático mediados por Internet, el Journal of Interactive Learning Research, 11(3), 219-251.
mejor predictor sobre el rendimiento del estudiante lo constituye [11] Dabbagh, N., & Kitsantas, A. (2004). Supporting self-
la actuación previa del propio alumno en las clases de matemática regulation in student-centered Web-based learning
convencionales. En segundo lugar, también se constata la environments. International Journal on E-Learning, 3(1),
incidencia positiva de las habilidades de aprendizaje 40-47.
autorregulado, y, en menor medida, de las actitudes hacia este tipo
de entornos de estudio, y de la autoeficacia operativa en el uso de [12] Kinzie, M. B. (1990). Requirements and Benefits of
Internet; es decir, aunque en menor medida, estas variables Effective Interactive Instruction: Learner Control, Self-
también pueden calificar como potenciales predictoras del Regulation, and Continuing Motivation, en Educational
aprendizaje en la web. Por último y como se señalara al plantear Technology Research & Development, 38(1), 5-21.
los objetivos, los resultados de este trabajo no pretenden ser más [13] Pintrich, P. R. (2000). The role of goal orientation in self-
que una aproximación al complejo problema de encontrar regulated learning, en M. Boekaerts, P. R. Pintrich, & M.
parámetros objetivos que puedan anticipar, con cierta Zeidner (Eds.) Handbook of self-regulation, 452-494. San
aproximación, los resultados de aprendizajes matemáticos en Diego, CA: Academic Press.
ambientes mediados por la web. De esto se sigue que el mismo no
[14] Brinkerhoff, J. & Koroghlanian, C.M . (2005). Student
debería extrapolarse a otras disciplinas o contextos sin cuidadosos
computer skills and attitudes toward Internet-delivered
análisis previos.
instruction: An assessment of stability over time and place,
REFERENCIAS en Journal of Educational Computing Research, 32(1), 27-
[1] Duggan, A., Hess, B., Morgan, D., Kim, S, & Wilson, K. 56.
(2001). Measuring Students´ Attitudes Toward Educational [15] Eagly, A.H., & Chaiken, S. (1993). The Psychology of
Use of the Internet, en Journal of Educational Computing Attitudes. Fort Worth, TX: Harcourt College Publishers.
Research, 25(3), pp. 267-281. [16] Lim, C. K. (2001). Computer self-efficacy, academic self-
[2] Wolfradt U. & Doll, J. (2001). Motives of adolescents to concept, and other predictors of a satisfaction and future
use the Internet as a function of personality traits, personal participation of adult distance learners. The American
and social factors, en Journal of Educational Computing Journal of Distance Education, 15(2), 41-51.
Research, 24(1), pp. 13-27. [17] Joo, Y., Bong, M., & Choi, H. (2000). Self-efficacy for self-
[3] Fabry, D.L., & Higgs, J.R. (1997). Barriers to the Effective regulated learning, academic self-efficacy, and Internet self-
Use of Technology in Education: Current Status, en Journal efficacy in Web-based instruction. Educational Technology,
of Educational Computing Research, 17(4), 385-395. Research and Development, 48(2), 5-17.
[4] Martínez, R.D., Montero, Y.H., y Pedrosa, M.E. (2008). [18] Schunk, D. H. (1989). Self-efficacy and cognitive skill
Adolescentes y Actividades con Internet: Un estudio breve. learning, en C. Ames & R. Ames (Eds.) Research on
XIII Taller Internacional de Software Educativo, 2 al 4 de motivation in education. Vol. 3: Goals and cognitions, 13-
diciembre de 2008. Santiago de Chile: Universidad de 44. San Diego: Academic Press.
Chile. [19] Bandura, A. (2006) Guide for Constructing Self-Efficacy
[5] Martínez, R. D., Montero, Y. H. y Pedrosa, M. E. (2010). Scales, en F. Pajares y T. Urdan (Eds.) Self-Efficacy Beliefs
Creencias epistemológicas, estrategias de búsqueda de of Adolescents, pp. 307-337. Greenwich, CT: Information
información y criterios para validar la información de la Age Publishing.
web. Revista Electrónica de Investigación Educativa, 12 [20] Eastin, M.S., & LaRose, R. (2000) Internet Self-Efficacy
(1), 1-26. and the Psychology of the Digital Divide, en Journal of
[6] Martínez, R.D., Montero, Y.H., y Pedrosa, M.E. (2009). Computer Mediated Communication, 6(1), 1-12.
Aprendizaje Mediado por Internet: Una breve experiencia. [21] Hair, J. F., Anderson, R. E., Tatham, R. L., y Black, W. C.
X Encuentro Internacional Virtual Educa, 9 al 13 de (1999). Análisis multivariante (5ta. ed.). Madrid: Prentice
noviembre de 2009. Buenos Aires: Universidad Católica Hall Iberia.
Argentina.

541
[22] Pintrich, P. R. & Smith, D. A. F., Garcia, T. & McKeachie,
W. J. (1991). The motivated strategies for learning
questionnaire (MSLQ). Ann Arbor, MI: NCRIPTAL, The
University of Michigan.
[23] Baumert, J., Klieme, E., Neubrand, M., Prenzel, M.,
Schiefele, U., Schneider, W., Tillmann, K., & Weib, M.
(2000). Self-Regulated Learning as a Cross-Curricular
Competence. Berlin, Alemania: OECD-PISA.
[24] Wolters, C.A., Pintrich, P.R., & Karabenick, S.A. (2003).
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of Positive Development Conference, 12 y 13 de marzo de
2003.Trends. Washington, DC: Child Trends, Bureau of
Labor Statistics Conference Center.
[25] Roces, C., Tourón, J. y González, M. C. (1995). Validación
preliminar del CEAM II (Cuestionario de Estrategias de
Aprendizaje y Motivación II). Psicológica, 16(3), 347-366.
[26] Duggan, A, Hess, B., Morgan, D., Kim, S, & Wilson, K.
(2001) “Measuring Students´ Attitudes Toward Educational
Use of the Internet”, en Journal of Educational Computing
Research, 25(3), 267-281. Amityville, NY: Baywood
Publishing Co.

542
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

AULAS VIRTUALES EN EL POSGRADO DE LA


UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO
Dr. José Pedro Rocha Reyes, Mtro. Jorge León Martínez
Universidad Nacional Autónoma de México
México
rocha@unam.mx, jorge_leon@cuaed.unam.mx

Esto conduce, según Turpo (2006) a reflexiones sobre los fines,


RESUMEN retos y formas que debe adoptar la educación ante estas nuevas
La Coordinación de Universidad Abierta y Educación a Distancia demandas y necesidades urgidas, y si estas son a su vez
(CUAED) y la Coordinación de Estudios de Posgrado (CEP), pertinentes con la dinámica social y el avance científico y
ambas de la UNAM, ponen a disposición de los docentes de tecnológico de la denominada sociedad de la información.
Posgrado el Proyecto de Aulas Virtuales, las cuales permiten el
trabajo sincrónico y asincrónico para la realización de actividades Esta revolución científico-tecnológica y el desarrollo de Internet
académicas y de investigación. constituyen uno de los mayores fenómenos culturales,
promoviendo innovaciones significativos en la transmisión de la
En éste documento se presentan los avances y actualizaciones del información, lo cual repercute en la cantidad y velocidad de
desarrollo del proyecto y su impacto en diferentes áreas de la producción del conocimiento, y modificando las modalidades
Universidad. tradicionales del trabajo académico a través de mecanismos como
teleconferencias, correo electrónico, coloquios vía Internet y
Palabras Clave revistas científicas y técnicas disponibles en la red global,
Aulas Virtuales, Posgrado UNAM, Elluminate, TIC posibilitando que profesores e investigadores puedan elegir
interlocutores afines en cualquier parte del mundo para completar
1. INTRODUCCIÓN y consolidar sus conocimientos (Reséndiz, 1999).
La importancia de las Tecnologías de la Información y la
Ya no se trata solamente de intercambio de conocimiento, si no de
Comunicación (TIC) y del impacto significativo que estas tienen
desarrollar la habilidad para producirlo y utilizarlo.
en nuestro pensamiento y comportamiento, radica en las
modificaciones que producen en la sociedad, la cual a través de Educación Virtual y Aulas Virtuales
estas tecnologías, se encuentra cada vez más interconectada
superando barreras de espacio y tiempo. A partir de la década de los noventa, la creación de los sistemas de
educación a distancia a través de redes telemáticas se propone
La globalización, como proceso cultural y educativo, se como un factor fundamental que contribuye al cambio estructural
manifiesta en la nueva “sociedad del conocimiento”, que obliga a de los sistemas de educación superior que deben atender una
realizar de forma permanente innovaciones científicas y creciente población de jóvenes (Amador, 2006).
tecnológicas para mantener la competitividad y el liderazgo
(Mendoza, 2000). La educación virtual se concibe como un sistema abierto y
permanentemente fundamentado en un nuevo enfoque pedagógico
Ya no es posible concebir actividades humanas que no que favorece el estudio autónomo e independiente del estudiante;
contemplen el uso de las TIC: la Medicina, la Física, la que propicia con la ayuda de un cuerpo de tutores profesionales, la
Arquitectura, la Administración Pública, la Cultura y por ende, la autogestión formativa, el trabajo en equipo colaborativo en
Educación. García (2008) nos dice que “…los recursos virtuales y ambientes virtuales, la generación de procesos interactivos
a distancia vienen experimentando un desarrollo continuo, y en la académicos con soportes tecnológicos y de comunicación
actualidad no hay oferta educativa seria y de calidad que no avanzados, con actividades de aprendizaje diseñadas para ser
incluya en todo o en parte alguno de estos medios”. realizadas tanto en el interior como al exterior del campus
universitario, con el fin de que cada vez más jóvenes y
profesionales tengan acceso al conocimiento y a la actualización
de los saberes (Torres, 2000).
Rocha, José., Martínez, Jorge. (2010). Aulas Virtuales en el Posgrado de la Universidad
Nacional Autónoma de México. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 543-550, Santiago de Chile.

543
Al respecto, la UNESCO (1998) señala que la educación superior Se han presentado importantes avances a lo largo de este año
debe hacer frente a los retos que suponen las nuevas tecnologías, 2010.
que mejoran la forma de producir, organizar, difundir y controlar
el saber y de acceder al mismo. 3. OBJETIVO
Las universidades no pueden ser ajenas al potencial que los Eliminar las barreras geográficas y temporales en la realización de
nuevos espacios de relación virtual aportan. Ante la rápida actividades académicas y de investigación en el Posgrado de la
evolución tecnológica, ahora más que nunca, la educación debe UNAM, ofreciendo a los docentes una herramienta tecnológica
mostrarse claramente y se debe situar a la tecnología en el lugar que facilite la presentación de información y la comunicación en
que le corresponde: de medio eficaz para garantizar la educación, tiempo real entre profesores y alumnos, a través de reuniones
la interacción, la información y el aprendizaje. virtuales.
En este contexto, las Aulas Virtuales están siendo protagonistas,
ya que proveen un espacio educativo en el que tutores y 4. PRELIMINARES
estudiantes encuentran un espacio para desarrollar actividades 4.1 Población Sujeta a Utilizar Aulas Virtuales
académicas y de investigación, en el que interactúan con una • 40 Programas de Posgrado
comunidad propia que les permite, desarrollar su capacidad
crítica, comunicativa, reflexiva, sin ataduras físicas de espacio y • 13,487 Estudiantes de Posgrado ( Maestría y Doctorado)
tiempo, y en el que las tecnologías facilitan el proceso de
• 5,449 tutores de maestría y doctorado
enseñanza-aprendizaje (Ricci, 2007).
El Aula sin paredes (Bello 2007), cuyo mejor exponente actual es 4.2 Estudio Comparativo
la Red de Internet, no es desarrollada con la finalidad de sustituir Se llevó a cabo un estudio comparativo de algunas de las
el trabajo docente, sino para apoyar su quehacer pedagógico, plataformas de colaboración disponibles en la actualidad para la
donde a través de trabajo sincrónico y asincrónico, responda a las evaluación de sus componentes y requerimientos. La
necesidades del alumno de hoy y el entorno en el que nos determinación de la herramienta más adecuada se realizó
desenvolvemos. mediante la calificación de los siguientes aspectos:

2. JUSTIFICACIÓN • Especificaciones técnicas. Se evaluaron los requisitos


La Educación abierta y a distancia responde a la problemática de mínimos de sistema operativo y equipo para hacer un
un sector de nuestra comunidad por no poder asistir a las aulas en buen uso y manejo de la plataforma.
horarios predefinidos, por lo que se planteó este nuevo sistema • Funciones de la herramienta. Se compararon las
alternativo para dar una solución a la demanda educativa con aplicaciones que cada herramienta ofrece, a partir de las
flexibilidad en el estudio pero manteniendo los altos criterios de necesidades del Posgrado.
calidad que exige la educación en la Universidad Nacional
Autónoma de México. • Facilidad de uso. Se evaluó el diseño de la plataforma y
la medida en que se pueden predecir los procedimientos
Desde hace ochenta años, el Posgrado de la UNAM ha sido líder en el uso de las aplicaciones.
en la formación de científicos y tecnólogos del más alto nivel,
pero para responder a los criterios de calidad establecidos por las • Disponibilidad. Se buscó que la herramienta no
necesidades sociales de nuestro país se han comenzado a utilizar dependiera de alguna persona u organización para
las herramientas de educación virtual como complemento a la solicitar algún tipo de autorización o licencia, además de
presencial. Una de las herramientas más importantes generadas la posibilidad de utilizarla sin restricciones de horario.
como apoyo a esta nueva forma de trabajo son las Aulas Virtuales.
Aulas Virtuales es un proyecto de colaboración asincrónica y
sincrónica, realizado entre la Coordinación de Universidad
Abierta y Educación a Distancia (CUAED), y la Coordinación de
Estudios de Posgrado (CEP) de la UNAM, y surge en un primer
momento para apoyar las Asesorías de Doctorado del Comité
Tutor. Cabe señalar que el contenido de este escrito es referido al
Aula Virtual Sincrónica.
Este proyecto responde a las Líneas rectoras del plan de desarrollo
2007-2012:
1) Mejorar la calidad y pertinencia de la formación de los
alumnos y aumentar la equidad en el acceso a los
elementos que favorezcan su desempeño.
2) Incrementar la cobertura y mejorar las capacidades del
Posgrado.
3) Impulsar la movilidad nacional e internacional de
académicos y alumnos.
4) Incrementar la vinculación de la investigación con los
problemas prioritarios para el desarrollo nacional.

544
En enseñanza En tutorías
Plataforma Descripción
Cursos a distancia Tutoría virtual personalizada
Todo el Software esta en inglés lo que Atraer más estudiantes o en grupo
sería una barrera para los que no hablan Interacción en tiempo real Comunidades Online
o leen el idioma. Tiene un manejo poco Habilitar a los estudiantes Eventos
lógico, y el programa hace uso de gran para colaborar en proyectos Conferencias
administración de la PC, lo que significa Grabar sesiones Seminarios
no se pueden tener muchas aplicaciones Pre-cargar contenidos Cursos de formación
abiertas, ya que disminuye la velocidad Demostraciones en directo En reuniones
de la maquina. Se adquiere por medio de vía webcam Sin coste de desplazamiento
Internet y el soporte técnico se maneja Compartir documentos y Puesta en común
solo por preguntas a un foro. aplicaciones Actualizar contenidos
Participación de expertos de
La página tiene muy buen diseño y otros lugares en la clase
distribución, así como un fácil manejo de Actividades de aprendizaje
cada una de las herramientas. La multimedia
navegación de la misma es muy intuitivo. Realización de exámenes
Se maneja por un número ilimitado de Tabla 2. ¿Qué se puede hacer con Elluminate Live!?
sesiones. El problema, es que es un
portal donde administras las sesiones y
solo se puede interactuar con otras Optimizada con distintas Compartir aplicaciones
personas programando fechas. Webex se velocidades de conexión Fácil de realizar
maneja por licencias, la persona que permite hablar hasta con 6 Permite revisar el trabajo del
tiene al licencia es el que puede convocar personas simultáneamente alumno in situ
a otras personas. Accesibilidad Permite mostrar al alumno
Desde PC, Mac y Linux aplicaciones diversas.
Pizarra Blanca Interactiva El profesor puede otorgar el
Tiene una buena administración de los Públicas y privadas control remoto de la
recursos y herramientas. Además de que Marcadores para señalar aplicación
es un software de fácil manejo. Pero, Insertar imágenes Salas Independientes
aunque su manejo es fácil se necesita de Importar presentaciones Con audio. Pizarra y
práctica para utilizarlo al 100% de su Publicar resultados de compartir aplicaciones
capacidad. exámenes y encuestas privado
Es una herramienta con diversas Guardar e imprimir el Grabación de las sesiones
funciones además de un fácil manejo, contenido Haciéndolas disponibles
viene en español, lo que ayudara al buen Transferencia de archivos desde el servidor
desempeño del software. Es una muy Posibilidad de traducción a
buena herramienta aunque a primera mp3 y mp4
impresión resulta un poco compleja. Tabla 3. Características de Elluminate Live!

Tiene un diseño muy sencillo, y un fácil


manejo de sus herramientas que puede 4.3 Interfaz del Sistema
hacerse de forma intuitiva, muy similar a Elluminate es un software canadiense especializado en ingeniería
DEN. Se ve amigable tanto el uso como del aprendizaje, que brinda apoyo a los procesos de construcción y
manejo, además de que hay muchos administración del conocimiento. Es utilizado en más de 184
videos y archivos de soporte. países, con oficinas centrales en Calgary, en la provincia de
Alberta, Canadá, y en Pleasanton, California, USA.
Tiene gran cantidad de herramientas que
permite comunicación síncrona por Éste espacio de comunicación permite reuniones virtuales, de
video, audio, chat y una pizarra colaboración y educación a distancia soportando voz y video,
interactiva, reproduciendo de forma mensajes de texto instantáneos, presentación de escritos con
virtual un salón de clases común. posibilidad de compartirlos, encuestas, evaluaciones y recorridos
por la Web. Esta herramienta permite a las personas participar o
Tabla 1. Descripción de las plataformas comparadas moderar/administrar una reunión virtual desde cualquier
Cabe señalar que la evaluación de las herramientas fue realizada ubicación, con una conexión a Internet.
por expertos en educación, específicamente educación a distancia
y virtual, de la Coordinación de Universidad Abierta y Educación Requerimientos mínimos:
a Distancia y de la Coordinación de Estudios de Posgrado, de tal • Windows 98/ME/2000/XP/Vista
forma que, el software elegido cumpliera con la sencillez
suficiente para que los docentes del posgrado con conocimiento de • Procesador Pentium III 500 Mhz
las TIC o no pudieran predecir su funcionamiento, además de que
• 128 MB de RAM
las herramientas proporcionadas por la plataforma pudieran
equipararse con las clases en un aula tradicional. • 20 MB de espacio libre en disco duro
A partir de un análisis minucioso, se comparó diferente software • Tarjeta de sonido
libre y comercial y partiendo de los resultados, se eligió la
plataforma Elluminate Live! para el desarrollo del proyecto. • Conexión a Internet
545
• Diadema con micrófono y bocinas 5. METODOLOGÍA
5.1 Presentación a las Coordinaciones de
4.4 Estructura del Espacio Posgrado
El Aula Virtual Elluminate se compone de cuatro ventanas
Para difundir la implementación del proyecto a la comunidad del
principales:
Posgrado, se realizó una reunión informativa en la que se expuso
el objetivo, beneficios e implicaciones, a los Coordinadores de los
Programas de Posgrado.

a 5.2 Capacitación Para el Uso de la


Herramienta
d La estrategia que se utiliza para la capacitación en el uso de la
herramienta electrónica consiste en un curso-taller de una sesión
b de dos horas de duración aproximadamente, en el que se revisan
las principales herramientas de la plataforma y sus actualizaciones
de versión si es el caso, aplicando ejercicios prácticos.

c Los cursos se ofertan en dos modalidades, dependiendo de las


necesidades de los docentes:

Figura 1. Pantalla Principal - Reuniones presenciales. Donde cada asistente cuenta con un
equipo de cómputo, diadema de audio y cámara Web, para poner
en práctica las tareas que el sitio permite realizar.
a) Participantes, permite a los usuarios ver quién está
participando en la sesión y qué derechos tiene cada uno. - Reuniones a distancia. Para los interesados que no podían asistir
al salón por cuestiones de tiempo o espacio geográfico.
b) Chat, permite conversaciones escritas entre los participantes.
Pueden enviarse mensajes a todos los participantes, al moderador, La mecánica que se sigue en el curso-taller se enfoca en:
o a algún miembro en particular.
- Identificación del espacio, es decir, ubicar las 4 ventanas
c) Audio, permite crear conversaciones de voz entre los principales: de participantes, chat, audio y pizarra.
participantes y controlar el volumen del audio.
- Identificación, mediante ejemplos del instructor, de las
d) Pizarra, permite colocar documentos para ser trabajados en herramientas con las que cuenta cada ventana.
grupo. También tiene herramientas para escribir y modificar los
- Aplicación práctica de estas herramientas por los
documentos presentados.
participantes.
Igualmente cuenta con una Barra de Herramientas con las que
Revisando los siguientes contenidos de forma secuencial:
podrá complementar el trabajo de la sesión aplicando encuestas
compartiendo archivos, elaborando exámenes entre otras. 1. Importancia del uso de aulas virtuales
2. Portal del Sistema de Aulas virtuales
a. Acceso docentes
b. Acceso invitados
c. Solicitud de aulas
3. Ventana de participantes
a. Tipos de participantes
b. ¿Qué es un permiso y cómo utilizarlo?
Figura 2. Barra de Herramientas c. Herramientas de la Ventana de Participantes
Un icono importante en la Barra de Herramientas es el de video, 4. Ventana de chat
utilizado para transmitir conferencias, clases, o simplemente para a. ¿Cómo utilizar la ventana?
conocer a los participantes.
b. Tipos de mensajes
5. Ventana de Audio
a. Micrófono
b. Volumen
6. Grabar una sesión
7. Pizarra
a. ¿Cómo funciona?
b. Barra de navegación
c. Herramientas de la pizarra
d. Subir presentaciones
Figura 3. Ventana de Video 546
8. Barra de herramientas 5.4 Soporte y Retroalimentación
a. Encuestas Se puso a disposición de la comunidad docente y estudiantil el
sitio Web http://aulasvirtuales.cuaed.unam.mx, exclusivo para el
b. Video
Sistema de Aulas Virtuales de la Universidad, ya que
c. Evaluaciones anteriormente se utilizaba el portal del SUAyED (Sistema de
d. Compartir documentos Universidad Abierta y Educación a Distancia).
e. Otras herramientas
La Coordinación de Universidad Abierta y Educación a Distancia
de la UNAM (2000) define al tutor y/o asesor como alguien que
se dedica a impartir educación bajo el principio de libertad de
cátedra e investigación, para formar profesionistas, investigadores,
profesores universitarios y técnicos útiles a la sociedad; organizar
y realizar investigaciones sobre temas y problemas de interés
nacional, desarrollar actividades conducentes a extender con la
mayor amplitud posible los beneficios de la cultura, así como
participar en la dirección y administración de las actividades
mencionadas, en pocas palabras es la persona que guía y orienta
los procesos de aprendizaje y fomenta el estudio independiente.
Como se menciono al inicio de este documento, las Tecnologías
de la Información y la Comunicación ofrecen diversas y ricas Figura 4. Portal del Sistema de Aulas Virtuales de la UNAM
posibilidades para el desarrollo de propuestas virtuales y de
contenidos educativos con fines de docencia e investigación, tales
como la difusión masiva de cursos en diversos niveles vía internet La estructura y organización del nuevo portal facilita el acceso e
así como la posibilidad de consultar por este medio diversas incluye toda la información relacionada con las Aulas Virtuales:
fuentes documentales, las facilidades de interacción entre alumnos
y tutores entre otras. 5.4.1 Procedimiento de activación y acceso a las
La función del tutor en la educación virtual es considerada como aulas
el elemento nuclear para el buen desarrollo de los procesos de La solicitud un Aula Virtual, se realiza en la página del Sistema de
aprendizaje orientados a la construcción del conocimiento en los Aulas Virtuales, llenando un formulario de registro con los
alumnos. Así, los tutores que orientan el aprendizaje y los sujetos principales datos del solicitante, los cuales sirven para validar su
que aprenden mantienen una comunicación interactiva que genera pertenencia a la UNAM.
nuevas formas de transmitir contenidos, conocimientos e
información a través de los diversos medios tecnológicos
(Garduño, 2007).
En la UNAM se busca mantener educación e investigación de
primer nivel a través de diversas estrategias, una de ellas es poner
al alcance de alumnos y docentes medios de apoyo basados en las
Tecnologías de la Información y Comunicación, tal y como son
las aulas virtuales.
Con la capacitación no sólo buscamos que conozcan el aula
virtual, sino que también pretendemos familiarizar a los
profesores con los contenidos y herramientas virtuales y de esta
forma sensibilizarlos hacia su uso, haciendo hincapié en los
beneficios que pueden obtener de su manejo. Es un primer
acercamiento directo a la transición de profesor presencial hacia
tutor virtual.

Figura 5. Formulario de solicitud de Aula Virtual


5.3 Aulas Asignadas
Se asignaron aulas virtuales para las Coordinaciones vía solicitud
por correo electrónico u oficio por parte de los coordinadores, en Al ser atendida la solicitud se asigna un usuario y contraseña
la primera etapa del proyecto. (mismos que se envían por correo electrónico), que son requeridos
Actualmente se cuenta con un apartado de solicitud de aulas en el para poder acceder al aula desde la página del Sistema. Allí
sitio Web del proyecto (el cual se detalla más adelante), donde al mismo se registran las aulas creadas, para que los invitados
llenar un formulario se autogenera un correo electrónico para que puedan ingresar por este medio.
la solicitud sea atendida, respondiendo con los datos de acceso
para el docente y un calendario de cursos de capacitación para
que, si lo considera necesario, se le brinde asesoría en el uso de la
herramienta.

547
Figura 8. Sección de Soporte Técnico
Figura 6. Forma de Acceso

Cuando los alumnos e invitados entran, sólo tienen que colocar el 6. ESTADÍSTICAS
nombre del docente que buscan y acceder a su aula virtual. 6.1 Aulas Asignadas
A lo largo del desarrollo del programa, se han asignado 2472
Cuando son los docentes los que acceden al Sistema, después de aulas virtuales para las 40 Coordinaciones de Posgrado,
ingresar su usuario y contraseña, aparecerán en pantalla los datos cubriendo el 100% de los Tutores del Doctorado.
de su cuenta con las opciones para ingresar a sus aulas, cambiar su
contraseña y cerrar su sesión. La asignación de aulas se ha realizado de manera proporcional en
las cuatro áreas del conocimiento del posgrado de la UNAM, ya
que el interés por el desarrollo del programa a ha sido
generalizado, principalmente se han asignado al área de Ciencias
Biológicas, Químicas y de la Salud (ver figura 9), ya que del total
de las aulas creadas el 35% pertenecen a los posgrados de esta
área.

ÁREA DE LAS
AULAS VIRTUALES POSGRADO ÁREA DE LAS
CIENCIAS SOCIALES HUMANIDADES Y DE
19% LAS ARTES
20%

ÁREA DE LAS ÁREA DE LAS


CIENCIAS FÍSICO- CIENCIAS
MATEMÁTICAS Y DE BIOLÓGICAS,
LAS INGENIERÍAS QUÍMICAS Y DE LA
26% SALUD
Figura 7. Vista de la Página Principal del Docente 35%

Figura 9. Aulas asignadas por área del conocimiento

5.4.2 Soporte Técnico 6.2 Capacitación para el uso de la herramienta


Donde encontrarán información, manuales y soporte técnico en De los 40 Programas de Posgrado de la UNAM, 300 docentes han
línea y por correo electrónico a través de un formulario, con el sido capacitados para el uso de la herramienta, de forma
propósito de canalizar preguntas, permitiendo una sencilla presencial y a distancia.
interacción entre los académicos y estudiantes y el espacio.
Cabe señalar que la gran diferencia entre aulas asignadas y
profesores capacitados se debe a que la facilidad de uso de la
herramienta es tal que la mayoría de los académicos realizan un
aprendizaje autodidacta de la herramienta apoyándose en los
manuales que están disponibles en el Sistema de Aulas Virtuales.
Aún así, implementamos los cursos de Capacitación de forma
periódica para atender las inquietudes y dudas de los profesores
que no tengan la habilidad de manejar estos espacios.

548
7. IMPACTO INSTITUCIONAL Y Aún así, es necesario mencionar que la barrera más importante
para el proyecto es la mentalidad y la resistencia al cambio por
RESULTADOS parte de algunos profesores. El papel de los docentes no puede
Como respuesta al uso de las Aulas Virtuales se presentan algunos seguir siendo el mismo que en el pasado, su tarea es la de enseñar
ejemplos: el oficio de aprender para que el individuo sea artífice de su
- Seminarios a distancia por parte de Programa de Maestría y propia formación a la largo de la vida.
Doctorado en Urbanismo Este proyecto es de aplicación definitiva, constante y que necesita
- Impartición de tutorías por parte del Posgrado en Ciencias del continuidad. Se seguirá capacitando a los responsables de las
Mar y Limnología a alumnos que se encuentran en otros estados actividades académicas en el Posgrado y de Universidad Abierta y
de la República. Educación a distancia de la UNAM y se evaluará el nivel de
utilización y aceptación de la herramienta.
- Aplicación de exámenes de grado por parte del Programa de
Maestría en Ciencias (Neurobiología) Perspectivas
Se pretende que a mediano plazo más docentes, en las
- Exámenes de selección de postulantes al doctorado de
modalidades presencial y a distancia, de las entidades académicas
Arquitectura y al Doctorado de Urbanismo.
involucradas se vayan apropiando de estas tecnologías y las usen
- Transmisión y explicación de una cirugía en vivo, para una de forma cotidiana en su labor académica, de tal manera que las
clase de la Facultad de Medicina Veterinaria y Zootecnia. 40 Coordinaciones de Posgrado y las 14 facultades y escuelas
cuenten con el 100% de profesores con aula virtual para beneficio
- Fortalecimiento de los Posgrados a Distancia y Presenciales, de la educación pública en México.
debido al fácil empleo de la herramienta y las opciones de
comunicación e interacción que ofrece.
REFERENCIAS
Estos resultados pueden ser comprobados en los sitios Web de las [1] Amador, R. (2006) La universidad en red: un nuevo
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549
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2°, México. superior en el siglo XXI: visión y acción.

550
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

OS FATORES MOTIVACIONAIS E OS ESTADOS DE ÂNIMO


EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Magalí T. Longhi, Patricia A. Behar, Magda Bercht,
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
Brasil
mlonghi@cesup.ufrgs.br, pbehar@terra.com.br, bercht@inf.ufrgs.br

RESUMO
Este artigo trata da investigação dos aspectos afetivos e
1. INTRODUÇÃO
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) são espaços na
comportamentais em ambientes virtuais de aprendizagem, nem
internet para organização de cursos e disciplinas, administração de
sempre percebidos pelo professor em EAD. Os aspectos
conteúdos de estudo e acompanhamento do progresso dos alunos
comportamentais, identificados em termos de fatores
nas modalidades presencial, semi-presencial (blended learning) e
motivacionais, como confiança, esforço e independência, são
a distância (e-learning). Conduzem a transformações no ensino e
importantes para inferir os estados de ânimo do aluno (ser/estar
aprendizagem que, por sua vez, inspiram pesquisas direcionadas
animado/desanimado, satisfeito/insatisfeito). Busca-se averiguar o
ao desenvolvimento de novos modelos pedagógicos,
valor afetivo a partir dos padrões de comportamento nesses
especialmente na Educação a Distância [1].
ambientes. Os resultados preliminares apontam para a existência
de correlação entre as variáveis de padrão comportamental e as Tais ambientes são constituídos por uma infra-estrutura
afetivas. Estas últimas definidas em termos dos estados de ânimos tecnológica (interface gráfica, comunicação síncrona/assíncrona e
do aluno. outras funcionalidades) e pelas relações que se formam (afetivas,
cognitivas, simbólicas e comportamentais). Reúnem
Palavras-chave potencialidades para além de simples repositórios de conteúdos,
Padrões comportamentais, estados afetivos, ambientes virtuais de de organização de uma disciplina ou de contato entre os
aprendizagem. participantes.
As tecnologias de informação e comunicação integradas a esses
ABSTRACT ambientes suportam um universo virtual composto não somente
This paper deals with the student’s behavioral and affective pelo aparato tecnológico e gerenciamento das informações, mas
aspects in virtual learning environments, not always noticed by também pelos sujeitos participantes e suas interações. Disto
the Distance Education teacher. Behavioral aspects here are deriva uma nova abordagem para os AVAs, cujas funcionalidades
understood in terms of motivational factors such as confidence, tecnológicas representam fontes importantes para a busca dos
effort, and independence. We believe that they are important to aspectos cognitivos, sociais, afetivos, simbólicos e
infer the student´s mood (interested/disinterested, comportamentais dos alunos.
satisfied/dissatisfied). The aim is to investigate the affective value Na teoria piagetiana [2][3][4][5], o desenvolvimento cognitivo
from student behavioral patterns in these environments. ocorre em função de quatro aspectos inter-relacionados, os quais,
Preliminary results show the correlation between affective and embora distintos, são indissociáveis: a dimensão biofisiológica, a
behavioral variables. Affective variables are defined in terms of dimensão social, a dimensão cognitiva e a dimensão afetiva. O
the student’s mood. comportamento é concebido por Piaget como um conjunto de
ações que o sujeito exerce sobre o meio para modificar seu estado
Categories and Subject Descriptors ou transformar sua situação em relação a ele.
H.1.2 [Models and Principles]: User/Machine Systems— Assim, entende-se o termo cognição não só pelo viés do
Human factors, Human information processing, software processamento de informações ou do funcionamento mental, mas
psychology; K.3.1 [Computer and Education]: Computer uses in também pela capacidade de reagir àquilo que afeta o sujeito no
Education— Distance learning. seu mundo interno e externo. Isso inclui a afetividade e as ações
do sujeito em AVA. Nesse sentido, este artigo trata da
General Terms investigação dos estados afetivos e comportamentais em EAD,
Human Factors, Verification, Experimentation. nem sempre percebidos pelo professor.
Longhi, Magalí., Behar, Patricia., Bercht, Magda. (2010). Os fatores motivacionais e os Os estados afetivos podem ser classificados em estados
estados de ânimo em ambientes virtuais de aprendizagem. En J.Sánchez (Ed.): Congreso emocionais (ou simplesmente emoções) e estados de ânimo (ou
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 551-558, Santiago de Chile.

551
emoções de segundo plano[6]). Tal classificação é estabelecida Sistemas Tutores Inteligente (STI) [11] [12] [13]. Tais sistemas
em função da intensidade e duração com que ocorrem [6][7]: os demonstram que a inferência dos aspectos afetivos e sua aplicação
primeiros acontecem de forma repentina, em que as reações são resultam em sistemas adaptativos e funcionalmente mais
bem marcadas; já os segundos permanecem mais tempo, nem eficientes.
sempre percebidos ou entendidos.
Alguns trabalhos, como o de Graf [15] e o de Peña e
Neste estudo, utiliza-se a noção de estados de ânimo que podem colaboradores [14], incorporam a inferência de estilo de
ser originados a partir dos estados emocionais. Segundo aprendizagem em AVAs. Graf apresenta o DeLeS, ferramenta que
Scherer[7], estado de ânimo é definido como um episódio difuso, analisa diferentes padrões de comportamento do aluno a partir do
de baixa intensidade, de longa duração, sem causa aparente. MOODLE. Para tanto, utiliza as variáveis observáveis: número de
Compreende, de um lado, um processo cognitivo de valência acessos e de postagens em fórum, número de vezes em que
positiva (estímulos atrativos) ou negativa (estímulos repulsivos). participa em chat e o tempo que leva para fazer exercícios. Já
De outro, um conjunto estruturado de crenças, como a de Peña e colaboradores introduzem um sistema multiagente
experimentar, em futuro próximo, prazer ou dor. adaptativo conhecido por MAS-PLANG. Esse recurso foi
incorporado ao ambiente USD (Unitats de Suport a la Docència),
No ambiente de aprendizagem, um aluno pode se deparar com
que dá suporte ao ensino e aprendizagem via web na Universidade
sentimentos negativos (decepções, frustrações, sentimentos de
de Giorona, Espanha. A partir do modelo de aluno e das ações
culpa e vergonha, ciúmes, inveja, humilhação, etc.) ou positivos
sobre o sistema USD, o MAS-PLANG infere o estilo de
(entusiasmo, interesse, orgulho, etc.). A valência das emoções
aprendizagem do aluno e seleciona os conteúdos didáticos e
(positiva ou negativa) depende dos eventos disparadores (internos
estratégias navegacionais mais coerentes.
ou externos) e das crenças e desejos do aluno. Os estados
emocionais afetam o processo de aprendizagem. Porém, os Cocea e Weibelzahl [16] utilizam os log files 1 de dois sistemas de
estados de ânimo são os que mais influenciam na tomada de e-learning (HTML-Tutor e iHelp) da Universidade de
decisão [6], nas táticas e no comportamento que o aluno adota Saskatchewan, Canadá, para analisar e predizer a motivação do
para atingir seus objetivos [9]. aluno ao monitorar suas ações no ambiente. O padrão de
comportamento é obtido por meio de técnicas de mineração de
Os aspectos comportamentais podem ser pensados em termos de
dados e de aprendizagem de máquina. As variáveis consideradas
processos físicos e vivenciais, constatados por métodos de auto-
são: o decurso de tempo em uma página de leitura de conteúdo, o
observação, de observação alheia e de investigação de
tempo decorrido em responder a uma questão, o número de
desempenho [10]. Assim, em AVA, é possível inferir certos
respostas corretas, o número de respostas incorretas e o número de
padrões de comportamento do aluno em função das ações que
vezes que o aluno acessou o manual, glossário e outros materiais
toma no ambiente, cuja orientação depende de seu estado
de ajuda.
motivacional.
Propõe-se, através desta investigação, apresentar as conexões 3. ROODA
entre a abordagem teórica assinalada anteriormente e os dados O ROODA 2 (Rede cOOperativa De Aprendizagem),
coletados em um AVA, no caso o ROODA, institucionalizado institucionalizado pela UFRGS em 2005, é um AVA
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O desenvolvido com base em princípios construtivistas, tendo
propósito é atribuir valores afetivos aos padrões comportamentais implícita a concepção epistemológica interacionista [2].
do aluno constatados em tal ambiente. Nas duas seções seguintes, Encontram-se cadastrados 43.875 usuários (alunos e professores
são apresentados trabalhos relacionados (seção 2) e o ambiente de de graduação, pós-graduação e de extensão); e 3.326 disciplinas já
aplicação ROODA (seção 3). Na seção 4, evidenciam-se as aderiram a essa rede.
variáveis observáveis no ambiente, que indicam os padrões
comportamentais. A seção 5 trata da relação entre os estados de A figura 1 mostra o diagrama geral dos eventos do ROODA em
ânimo e os padrões comportamentais no AVA ROODA. A seção que, após permitido o acesso ao ambiente e selecionada a
6 apresenta o framework BFC (Behavioral Factor Calculation) disciplina, o aluno escolhe um dos quatro grupos de
para cálculo dos graus dos fatores motivacionais e os resultados funcionalidades: o de Recursos Gerais, o de Acompanhamento de
encontrados na aplicação da ferramenta. Na última seção, fazem- Atividades, o de Publicação de Materiais ou o de Comunicação.
se considerações a propósito do trabalho em desenvolvimento.
O grupo de funcionalidades que contém Recursos Gerais permite
verificar e alterar dados cadastrais (Dados pessoais), personalizar
2. TRABALHOS RELACIONADOS a interface (Configurações), registrar compromissos
A maioria dos trabalhos na literatura aponta para o (Compromissos) com a disciplina, verificar o histórico de tempo e
reconhecimento dos aspectos afetivos e comportamentais em número de acessos às funcionalidades (InterROODA) e acessar o
ambientes dedicados a um domínio de ensino. É o caso dos item Ajuda para os problemas com o ambiente. As
funcionalidades de Acompanhamento de Atividades são
Permission to make digital or hard copies of all or part of this work for
personal or classroom use is granted without fee provided that copies are
not made or distributed for profit or commercial advantage and that 1
Também são conhecidos como arquivos de eventos, em que é possível
copies bear this notice and the full citation on the first page. To copy descobrir quais páginas são acessadas, quais arquivos são baixados ou
otherwise, or republish, to post on servers or to redistribute to lists, colocados do/no servidor e para quem se enviam mensagens ou de
requires prior specific permission and/or a fee. quem são recebidas.
Conference’10, Month 1–2, 2010, City, State, Country. 2
Disponível em HTTP://www.ead.ufrgs.br/rooda
Copyright 2010 ACM 1-58113-000-0/00/0010…$10.00.

552
responsáveis pela disponibilização dos conteúdos (Aulas e meio. Dessa forma, os padrões de comportamento sinalizam o
Biblioteca), dos exercícios (Exercícios) e da participação de grau motivacional (Confiança, Esforço e Independência) do aluno
enquetes (Enquete). Já os recursos Webfólio pessoal e de grupo em AVA, que, por sua vez, é um indicador do seu estado de
constituem as funcionalidades de Publicação de Materiais. Por ânimo (Animado, Desanimado, Satisfeito ou Insatisfeito) nas
fim, as ferramentas de comunicação síncrona (Bate-papo e A2) e atividades de aprendizagem. Estudos sobre os possíveis estados
assíncrona (Fórum, Diário de Bordo, Lista de Discussão e de ânimo a serem extraídos do ambiente ROODA podem ser
Contatos) integram o grupo de funcionalidades de Comunicação. encontrados em Longhi et alli [23].
Essas possibilitam encontros virtuais e espaços de convivência,
Cada funcionalidade do AVA ROODA tem seu conjunto próprio
sustentando o movimento de negociações, discussões e
de variáveis relacionadas ao comportamento observável do aluno,
coordenações durante a realização da disciplina.
a saber:

• Número de acessos (NA) – definido pelo ato de abrir ou


entrar na funcionalidade, em relação à turma.

• Número de contribuições (NC) – calculado pela média


de indicações de materiais (sites, arquivos, etc.), em
relação à turma.
• Frequência de participação (FP) – obtida pelo número
de vezes em que o aluno participa na funcionalidade,
em relação à turma.
• Modo de participação (MP) – verificado a partir da
forma como o aluno participa na funcionalidade, isto é,
o modo como ocorre a interação.
• Pedidos de ajuda ou presta ajuda (PA) – indicam a
maneira como o aluno solicita dicas e ajuda (entrando
em contato com formadores/colegas ou sistema) ou
oferece ajuda aos colegas.
• Aproveitamento (AP) – número de acertos nos
exercícios.
• Entrega de atividades (AT) – averiguada a partir da
Figura 1. Diagrama geral de eventos do AVA ROODA disponibilização das atividades para correção no prazo
exigido pelo formador.
4. FATORES MOTIVACIONAIS • Abertura de sala (AS) – indica a abertura de novas salas
Originada da palavra latina movere (mover), a motivação é o que de bate-papo.
incita o aluno a escolher uma ação, a iniciá-la, a nela permanecer
e a concluí-la [17]. Alguns estudos teóricos apontam as • Geração de mensagens ou tópicos (TO) – indica a
dimensões representativas da motivação. Keller [18], por criação de novas mensagens em um tópico ou novos
exemplo, apresenta o modelo ARCS composto pelos fatores: tópicos para a funcionalidade Fórum.
atenção (A), relevância (R), confiança (C) e satisfação (S). A • Número de vistas ao tópico (NV) – definido pela
abordagem desenvolvida por Qu e colaboradores [19] trata de três frequencia com que um usuário visita um tópico do
aspectos: confiança, esforço e desorganização. O modelo proposto fórum, em relação à turma.
por Vicente [20] resume-se a duas categorias motivacionais:
traços e estados. Os traços são variáveis de característica • Tempo de permanência na sessão (TP) – representa a
permanente, representados pelos elementos: controle, desafio, média de tempo despendido em uma sessão (conexão no
independência e imaginação. Os estados são variáveis transientes, AVA).
tais como relevância, confiança, interesse sensorial, interesse A seguir, apresenta-se a forma como cada variável pode ser
cognitivo, esforço e satisfação. valorada nas funcionalidades Fórum (FOR), Bate-papo (BPP),
O reconhecimento dos estados afetivos pode ser inferido a partir Contatos (CON) e Diário de Bordo (DDB) do ambiente ROODA,
da forma pela qual o aluno age quando em interação em AVA. a partir dos fatores motivacionais Confiança, Esforço e
Bercht [11], influenciada pelos trabalhos de del Soldato e du Independência.
Boulay [21], apresenta o modelo afetivo do aluno a partir dos
fatores motivacionais: confiança, esforço e independência. Para 4.1 Fator Confiança
identificá-los, a autora elencou variáveis relacionadas ao Um aluno é reconhecido por confiante quando permanece calmo e
comportamento observável do aluno quando em interação no STI tem autocontrole em situações de estresse durante a
EletroTutor [22] . O modelo de Bercht inspirou esta investigação. aprendizagem; preocupações pessoais não interferem em seus
Nesta pesquisa, um padrão de comportamento é entendido como estudos; acredita na sua capacidade de aprender; é otimista; é
um conjunto constante de ações adotado por um sujeito em um

553
paciente e perseverante; ajuda os colegas em dificuldades; e sente- professor e aos colegas, presume-se que tenha realizado a tarefa e
se gratificado pelos resultados obtidos. seja confiante (o grau de confiança será incrementado de 1 a 2
pontos).
O fator confiança indica com que grau de segurança um aluno
desenvolve uma atividade e participa no AVA. Uma atividade A variável tempo de permanência (TP), utilizada por outros
pode ser definida como a realização de uma tarefa ou conjunto de autores (ver seção 2), não participa do modelo Confiança. Embora
tarefas a serem realizadas e disponibilizadas dentro do prazo a brevidade do período em que um aluno permanece numa
estabelecido. A participação indica, em termos quantitativos funcionalidade possa sugerir confiança, o tempo inferior à média
(frequência) e qualitativos (modo de manifestação), o grau de pode tão somente significar que o aluno apenas acessou a
adesão a uma determinada funcionalidade. funcionalidade ou que nela permaneceu o mínimo possível de
tempo.
Uma escala de valores (muito baixo [-22,-14), baixo [-14, -5),
médio [-5,+5], alto (+5, +14], muito alto (+14, +22]) identifica o
grau de confiança. A escala de valores é obtida por meio de 4.2 Fator Esforço
incrementos e decrementos variando, conforme a funcionalidade, Um aluno é considerado esforçado quando procura conhecer em
de um a dois ou a três pontos, positivos ou negativos. No início da todas as dimensões o objeto de estudo; testa todas as
atividade, a confiança é indeterminada, por isso assume valor possibilidades; é perseverante; procura ajuda com colegas e
neutro (igual a zero). A tabela 1 descreve, em relação ao modelo professor; é incansável na colaboração ou cooperação; interessa-
Confiança, os eventos e variáveis associadas e indicativas do se pelo objeto de estudo; acredita que alcançará a um resultado
padrão de comportamento do aluno nas funcionalidades Fórum, satisfatório; e tem persistência na resolução de problemas.
Bate-papo, Contatos e Diário de Bordo do ambiente ROODA.
O modelo de Esforço é definido pelo grau de empenho ou
Funcio- Situação Fator tenacidade (muito baixo [-30,-19), baixo [-19, -7), médio [-7,+7],
nalidade alto (+7, +19], muito alto (+19, +30]) na participação das
diferentes funcionalidades. Os eventos e as variáveis associadas e
Geral Inicial 0 indicativas do padrão de comportamento do aluno nas
NA: inferior à média -1 funcionalidades Fórum, Bate-papo, Contatos e Diário de Bordo
NA: igual ou superior à média +1 do ambiente ROODA para o fator Esforço são apresentados na
NV: inferior ao número de acessos -1 tabela 2.
NV: igual ou superior ao número de +1 Neste caso, entende-se que a variável tempo de permanência (TP)
acessos é um indicador do empenho do aluno em relação à turma. As
Fórum MP: Responde ao formador +2 variáveis quantitativas (TP, NA, NC e FP) avaliam o esforço de
MP: Responde ao colega +1 participação do aluno no AVA. Já as qualitativas (MP, PA e AT)
MP: Não responde ao colega -1 o modo como o aluno se esforça. O modelo construído para a
MP: Não responde ao formador -2 funcionalidade Contatos informa que o aluno se esforça ao
MP: Não participa do fórum -3 procurar ajuda a todos os participantes do ambiente.
TO: Cria sua própria mensagem +1
TO: Cria um novo tópico +2
FP: extremamente ativa (>= 75%) +3
4.3 Fator Independência
O aluno caracteriza-se pela autonomia quando se adapta a
FP: ativa (>= 50% e < 75%) +2
situações imprevistas; é organizado; explora outros caminhos
Bate-papo FP: pouco ativa (>= 25% e < 50%) +1 além dos apresentados pelo professor; é criativo; toma iniciativas
FP: ínfima (> 0% e < 25%) -2 para apresentar novas ideias ou modos diferentes para alcançar o
FP: Não participou (= 0%) -3 objetivo; e é receptivo a novas ideias ou modos diferentes para
PA: a todos -3 chegar à solução.
PA: ao formador -2
Contatos O modelo Independência leva em conta o grau de autonomia
PA: aos colegas -1
PA: não pede ajuda +3 (muito baixo [-7,-5), baixo [-5, -1), médio [-1,+1], alto (+1, +5],
FP: extremamente ativa (>= 75%) +3 muito alto (+5, +7]) do aluno em relação ao uso das
FP: ativa (>= 50% e < 75%) +2 funcionalidades do AVA ROODA. A tabela 3 apresenta os
Diário de eventos e variáveis relativas ao fator motivacional que podem ser
FP: pouco ativa (>= 25% e < 50%) +1
bordo extraídas nas funcionalidades Fórum, Bate-papo e Contatos. O
FP: ínfima (> 0% e < 25%) -2
recurso Diário de Bordo não foi considerado neste modelo porque
FP: Não participou (= 0%) -3
se entende, e devido a suas características, não ser relevante para
Tabela 1. Eventos e variáveis observáveis nas funcionalidades o cálculo do grau de independência em AVA.
do ROODA para o fator Confiança

Observa-se, na tabela 1, que os eventos a serem apurados


demonstram, quantitativa (NA, NV, FP e NC) e qualitativamente
(MP, AS, TO, PA e AT), a participação do aluno nas
funcionalidades e a realização ou não das atividades. No modelo
apresentado para a funcionalidade Fórum, se o aluno responder ao

554
sentido, a maneira dele solicitar ou oferecer ajuda também é
Funciona- Situação Fator
considerado no cálculo do grau de independência.
lidade
Inicial 0
Geral
5. ESTADOS DE ÂNIMO
TP: igual ou inferior à média da turma -1 O mapeamento do estado de ânimo do aluno é feito através da
TP: superior à média da turma +1 Roda dos Estados Afetivos - REA 3 [23], que congrega as
NA: inferior à média -1 dimensões de estudo: animação, desânimo, satisfação e
NA: igual ou superior à média +1 insatisfação. Cada uma dessas dimensões engloba famílias
FP: extremamente ativa (>= 75%) +3 afetivas, classificadas a partir dos tipos de emoções consideradas
FP: ativa (>= 50% e < 75%) +2 logrativas (satisfação), antagônicas (insatisfação), resignativas
FP: pouco ativa (>= 25% e < 50%) (desânimo) e condutivas (ânimo). Uma família afetiva é definida a
+1
partir de determinado grupo de emoções. Por exemplo, o
Fórum FP: ínfima (> 0% e < 25%) -1 estado de ânimo Satisfação abrange quatro famílias afetivas que
FP: Não participou (= 0%) -3 agrupam termos que caracterizam a dimensão: satisfação, alegria,
MP: Responde ao formador +2 entusiasmo e orgulho. Por sua vez, o grupo da Alegria reúne os
MP: Responde ao colega +1 termos (ser/estar/ter/sentir-se): alegre, amoroso, bem-humorado,
MP: Não responde ao colega -1 caloroso, carinhoso, contente, deleite, ditoso, divertido,
MP: Não responde ao formador -2 encantado, feliz, iluminado, lisonjeado, merecedor, assim por
MP: Cria sua própria mensagem +1 diante.
FP: extremamente ativa (>= 75%) +3
Nesse sentido, verifica-se que as famílias afetivas constituídas
FP: ativa (>= 50% e < 75%) +2
pelas emoções logrativas, antagônicas, resignativas e condutivas
Bate-papo FP: pouco ativa (>= 25% e < 50%) +1 têm forte correlação com os fatores Confiança, Esforço e
FP: ínfima (> 0% e < 25%) -1 Independência. Valores altos para tais fatores reforçam as
FP: Não participou (= 0%) -3 emoções logrativas e condutivas. As primeiras induzem ao estado
PA: a todos +3 de ânimo Satisfação marcado pela celebração do sucesso por ter o
PA: ao formador +2 aluno alcançado seus objetivos. Já as segundas imbuem, no aluno,
Contatos
PA: a colegas +1 o estado de ânimo Animação, que o leva a explorar novos
PA: não pede ajuda -1 caminhos, a desenvolver outras possibilidades ou a empenhar-se
FP: extremamente ativa (>= 75%) +3 para atingir os objetivos. Valores baixos para todos os fatores
FP: ativa (>= 50% e < 75%) +2 reforçam as emoções antagônicas (Insatisfação) e resignativas
Diário de
FP: pouco ativa (>= 25% e < 50%) +1 (Desânimo). Em estado de Insatisfação, o aluno apresenta certa
bordo
FP: ínfima (> 0% e < 25%) -1 insegurança ou desequilíbrio para obter os objetivos, podendo
FP: Não participou (= 0%) -3 fomentar intenções de represália ou vingança. Enquanto que no
Tabela 2. Eventos e variáveis observáveis nas funcionalidades que tange ao estado de Desânimo, todos os fatores são
do ROODA para o fator Esforço negativados, o que sugere que o aluno esteja propenso a desistir.

6. O FRAMEWORK BFC E RESULTADOS


Funciona- Situação Fator A verificação da influência dos padrões comportamentais sobre os
lidade estados de ânimo é realizada através do framework BFC
Inicial 0 (Behavioral Factor Calculation). O BFC é composto por três
Geral módulos: módulo de extração de dados (retira da base ROODA os
TP: igual ou inferior à média da turma +1 valores referentes às variáveis observáveis), módulo de cálculo
TP: superior à média da turma -1 dos fatores motivacionais (realiza incrementos e decrementos) e
NV: inferior à média -1 módulo de consolidação (apresenta uma normalização dos
Fórum
NV: igual ou superior à média +1 resultados que serão utilizados na inferência dos estados de
TO: cria um novo tópico +1 ânimo).
AS: cria sala de bate-papo +1
Bate-papo Dentro do período de contabilização solicitado pelo formador, são
AS: não cria sala de bate-papo -1
extraídos os dados correspondentes às variáveis observáveis em
PA: a todos -2
cada funcionalidade para determinado aluno. Esses dados são
PA: ao formador -1
Contatos processados com o intuito de identificar o fator de incremento ou
PA: aos colegas +1
decremento conforme os modelos dos fatores motivacionais
PA: não pede ajuda +2 construídos para cada funcionalidade. A soma algébrica é
Tabela 3. Eventos e variáveis observáveis nas funcionalidades efetuada e o resultado final é normalizado no módulo de
do ROODA para o fator Independência consolidação, já que as escalas de valores para os fatores
motivacionais são diferentes. Combinados, os graus
Considera-se que o aluno demonstra certa autonomia no
ambiente, ao tomar a iniciativa de criar novos tópicos (TO) e ao
3
visitar os tópicos do Fórum (NV), como também, ao abrir uma A REA foi definida a partir de extenso estudo teórico e justificativas
sala de bate-papo (AS) para discutir com os colegas. No mesmo empíricas realizadas por Scherer [7] e Tran [24].

555
representativos de Confiança, Esforço e Independência subsidiam
Aluno FOR BPP CON DDB Resultado
a inferência dos estados de ânimo. Salienta-se que os graus
motivacionais são dados de entrada em uma máquina de 33285 0,52 -3,00 3,00 3,00 3,52
inferência dos estados de ânimo, baseada em uma rede bayesiana. 33292 1,18 1,00 -3,00 3,00 2,18
Para validar e verificar a acurácia do framework BFC, foram 33293 1,36 -1,00 3,00 3,00 6,36
analisados os padrões de comportamento de seis alunos da
disciplina Tópicos Especiais, ministrada entre maio a agosto de 33297 2,00 -1,00 -2,00 3,00 2,00
2008 no Programa de Pós-Graduação em Informática na 33298 -0,91 -3,00 -2,00 1,00 -4,91
Educação/UFRGS, modalidade DINTER 4. A disciplina
33486 -0,91 -3,00 3,00 3,00 2,09
transcorreu, em sua maior parte, a distância. O AVA ROODA deu
suporte às trocas entre os alunos a respeito das temáticas Tabela 4. Padrões de comportamento para o fator Confiança
desenvolvidas na disciplina.
Alun
FOR BPP CON DDB TP Resultado
Durante a disciplina, o professor responsável abriu quatro tópicos o
de discussão sobre os conteúdos de aprendizagem. Os alunos 33285 -1,25 -3,00 -1,00 3,00 -1,00 -3,25
também criaram tópicos no Fórum para tratarem de assuntos
33292 -0,50 1,00 3,00 3,00 1,00 7,50
relacionados ao conteúdo ou às atividades. A disciplina contou
com um encontro síncrono, através da funcionalidade Bate-papo 33293 0,00 -1,00 -1,00 3,00 -1,00 0,00
(BPP). Ao menos uma vez por semana, os alunos deveriam 33297 1,00 -1,00 2,00 3,00 1,00 6,00
registrar na funcionalidade Diário de Bordo (DDB) suas
33298 -2,50 -3,00 2,00 1,00 -1,00 -3,50
impressões sobre o processo pessoal de aprendizagem. A
funcionalidade Contatos foi utilizada para os alunos pedirem 33486 -2,00 -3,00 -1,00 3,00 -1,00 -4,00
ajuda ou informações sobre os processos da disciplina. Tabela 5. Padrões de comportamento para o fator Esforço
Todas as interações que ocorrem no ambiente são registradas no
banco de dados do AVA ROODA. Os registros representam as Aluno FOR BPP CON TP Resultado
variáveis observáveis, a partir do que se procede ao cômputo dos
fatores motivacionais. As tabelas 4, 5 e 6 informam os valores 33285 2,00 -1,00 2,00 1,00 4,00
encontrados no cálculo dos padrões de comportamento para os
33292 2,00 -1,00 -2,00 -1,00 -2,00
fatores Confiança, Esforço e Independência.
33293 2,00 -1,00 2,00 1,00 4,00
Na tabela 4, percebe-se que o aluno 33298 revela baixo grau de
confiança, enquanto que o 33293 parece ter um grau muito alto de 33297 1,00 -1,00 -1,00 -1,00 -2,00
autonomia. Com relação ao grau de esforço (tabela 5), o empenho 33298 2,00 -1,00 -1,00 1,00 1,00
do aluno 33292 é bastante alto, enquanto que o 33293 parece não
se esforçar ao atuar no ambiente. Isso, todavia, não significa que 33486 2,00 -1,00 2,00 1,00 4,00
o aluno seja displicente ou indiferente em relação aos conteúdos
Tabela 6. Padrões de comportamento para o fator
de aprendizagem. Conforme é mostrado na tabela 4, o aluno em
Independência
questão apresenta um alto grau de confiança. Talvez por tal
característica, o aluno não necessita empregar maior esforço no
seu processo de aprendizagem.
O resultado do cálculo do grau de independência dos alunos de
estudo (tabela 6) indica que três deles parecem apresentar grau de
independência bem alto, enquanto os demias estão na faixa média.
Os resultados apresentados para o aluno 33298 servem de alerta
para o professor de EAD. O aluno dá sinais de que não apresenta
confiança, é pouco independente e se esforça muito pouco na
forma como atua no AVA. A figura 1 apresenta o gráfico de
normalização dos fatores motivacionais dos alunos de estudo.

Figura 1. Normalização dos fatores motivacionais Confiança


(C), Esforço (E) e Independência (I)

4
Programa de Doutorado Interinstitucional – projeto do governo
brasileiro, cujo objetivo é viabilizar a formação de doutores que se
encontram longe dos grandes centros educacionais.

556
Em uma pré-análise 5, os alunos 33285 e 33486 revelam [6] Damásio, A. (1996) “O Erro de Descartes: emoção, razão e o
características semelhantes. O mesmo ocorre com os alunos 33292 cérebro humano”. São Paulo: Cia das Letras.
e 33297. As características do primeiro grupo indicam alunos [7] Scherer, K. R.(2005) ”What are emotions? And how can they
confiantes, altamente independentes e resolvendo suas atividades be measured?” In: Social Science Information 44 (4), 695–
no ambiente com pouco esforço. Tais características podem 729.
imprimir um estado de ânimo satisfeito. Já o segundo grupo,
embora pareça que os alunos necessitem da ajuda dos formadores [8] Rosenberg, E.L. (1998). “Levels of analysis and the
e colegas (tem pouca independêcia), verifica-se que envida grande organization of affect”. Review of General Psychology, 2,
esforço para atuar no ambiente. Isso denota certa animação, 247-270.
vontade de atingir os objetivos. [9] Linnenbrink, E. (2007) “The Role of Affect in Student
As interações efetuadas pelo aluno 33298 sugerem, na figura 1, Learning: A Multi-Dimensional Approach to Considering the
que possa estar insatisfeito ou desanimado com as atividades Interaction of Affect, Motivation, and Engagement”. In: Paul
desenvolvidas, ou que, eventualmente, apresente problemas de A. Schutz & Reinhard Pekrun (Eds.). Emotion in Education,
uso do ambiente virutal de aprendizagem. Academic Press, Burlington, 2007, Pages 107-124.
[10] Dorsch, F., Häcker, H. & Stapf, K. H. (2008). “Dicionário de
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS E Psicologia Dorsch”. Petrópolis, RJ: Vozes.
TRABALHOS FUTUROS [11] Bercht, M.. (2001) “Em Direção a Agentes Pedagógicos com
De modo a inferir os estados de ânimo (animação, desânimo, Dimensões Afetivas”. Instituto de Informática. UFRGS. Tese
satisfação e insatisfação) quando da interação do aluno em AVA, de Doutorado.
faz-se necessário examinar os eventos que ocorrem nesse [12] Jaques, P. A., & Vicari, R. (2005) “Considering Student's
ambiente. A percepção de um evento em AVA pode ser obtida a Emotions in Computer Mediated Learning Environments”.
partir das ações adotadas pelo aluno nas diversas funcionalidades, In: Z. Ma (Ed). Web-based Intelligent e-Learning Systems:
registradas no sistema computacional. Technologies and Applications (pp.122-138). Hershey, PA:
No ambiente ROODA, plataforma utilizada para a realização Information Science Publishing.
deste estudo, analisaram-se eventos nas funcionalidades Aulas, [13] Rodrigues, L. M. L. & Carvalho, M. (2005) “STI-I: Sistemas
Bate-papo, Biblioteca, Contatos, Diário de Bordo, Enquete, Tutores Inteligentes que Integram Cognição, Emoção e
Exercícios, Fórum, Lista de Discussão, Webfólio, das quais Motivação”. In: Revista Brasileira em Informática na
apenas quatro foram apresentadas nesta investigação. Para cada Educação, v. 13, no 1, p. 20-34, RBIE 2005.
evento, determinam-se a pontuação e a operação (soma ou
[14] Peña, C. I., Marzo, J. L., & de la Rosa, J. L. (2005).
subtração) para o tipo de fator motivacional. Durante a análise dos
Intelligent agents to improve adaptability in a web based
padrões do aluno, o framework BFC calcula as médias, verifica as
learning environment. In C. Ghaoui, M. Jain, V. Bannore, &
condições e procede aos incrementos e decrementos necessários.
L. C. Jain (Eds.), Knowledge-based virtual education;
O framework encontra-se em fase final de ajustes. Testes Studies in fuzziness and soft computing, (Vol. 178, pp. 141-
efetuados em protótipo indicam correlação entre as variáveis de 170). Springer Berlin:Heidelberg.
padrão comportamental e as afetivas. Na próxima etapa da [15] Graf, S. (2007). “Adaptivity in Learning Management
pesquisa, a experimentação envolverá uma amostra mais Systems Focusing on Learning Styles”. Ph.D Thesis, Vienna
representativa, visando verificar se as correlações encontradas se University of Technology.
confirmam.
[16] Cocea, M. & Weibelzahl, S. (2009) “Log file analysis for
disengagement detection in e-Learning environments”. User
REFERENCES Modeling and User-Adapted Interaction, 19 (4), 341-385.
[1] Behar, P. A. (2009) “Modelos Pedagógicos em Educação a
[17] Weiner, B. (1992). “Human Motivation: Metaphors,
Distância”. Porto Alegre: Artmed.
Theories, and Research”. Newbury Park, London: Sage
[2] Piaget, J. (1973) “Estudos Sociológicos”. Rio de Janeiro: Publications Inc.
Forense. 1973.
[18] Keller, J.M. & Susuki, K. (2004) “Learner motivation and E-
[3] Piaget, J. (1977) “Comportamento motriz da evolução”. learning design: a multinationally validated process”.
Porto: Res. Learning, Media and Technology, 29/3, 229–239.
[4] Piaget, J. (1995) “Abstração reflexionante: relações lógico- [19] Qu, L., Wang, N. & Johnson , W. L. (2005) “Detecting the
aritméticas e ordem das relações espaciais”. Porto Alegre: Learner’s Motivational States in an Interactive Learning
Artes Médicas. 1995. Environment”. Artificial Intelligence in Education. C.-K.
[5] Piaget, J. (2005) “Inteligencia y afectividad”. Buenos Aires: Looi et al. (Eds.), IOS Press, p. 547-554
Aique. Publicação original: Piaget, J. (1954). “Les relations [20] Vicente, A. (2003) “Towards tutoring systems that detect
entre líntelligence et láffectivité dans le développement de students' motivation: an investigation”. Ph.D. thesis, School
l’enfant”. of Informatics, University of Edinburgh, UK.
[21] del Soldato, T. and du Boulay, B. (1995). “Implementation
5 of motivational tactics in tutoring systems”. Journal of
A máquina de inferência dos estados de ânimo encontra-se em
construção.
Artificial Intelligence in Education, 6(4):337-378.

557
[22] Silveira, R.A. (2001) Modelagem orientada a Agentes [24] Tran, V. (2004) “The influence of emotions on decision-
aplicada a Ambientes Inteligentes Distribuídos de Ensino: making processes in management teams”. Faculte De
JADE - Java Agent Framework for Distance Learning Psychologie et des Sciences de l’Education. Université de
Environment. Doutorado em Ciência da Computação, Genève. Thèse No 323.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
[23] Longhi, M. T.; Behar, P. A. & Bercht, M. (2009) “AnimA-K:
recognizing student’s mood during the learning process”. In:
WCCE 2009 - 9th IFIP World Conference on Computers in
Education, Bento Gonçalves, RS, Brazil. July 27-31.

558
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PARA ALÉM DA TECNOLOGIA: POR UMA


INTERATIVIDADE PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO DE
JOVENES E ADULTOS

Vanessa Matos dos Santos Maria Teresa Miceli Kerbauy


Doutorada na Universidade Estadual Paulista Docente na Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” “Júlio de Mesquita Filho”
Campus de Ararquara e Docente na Universidade Sagrado Campus de Ararquara e Campus de Bauru
Coração / Bauru Brasil
Brasil kerbauy@travelnet.com.br
vanmatos.santos@gmail.com

RESUMO 1. INTRODUÇÃO
Em sendo um processo educativo, com uma forte interface
comunicacional, o debate sobre o desenvolvimento de uma 1. A sociedade e a tecnologia: um mundo
interatividade pedagógica perpassa todo o tecido social do atual de ambiguidades
contexto da educação, e merece especial destaque por
proporcionar autonomia aos Sujeitos envolvidos na educação de
jovens e adultos. Superando a enfoque puramente técnico, este A ruptura da linearidade espaço-temporal marca a inauguração da
artigo trata a questão da tecnologia a partir de diferentes nova sociedade. Esta nova concepção da sociedade, embora ainda
dimensões, mas principalmente como elemento constituinte do em formação, já trouxe mudanças para a vida do homem e
processo educativo que é capaz de potencializar o exercício da continua alterando as antigas estruturas tradicionais que antes
autonomia. A interatividade é, neste caso específico, respaldada desenhavam a vida em sociedade. Este fenômeno não corre, no
no debate que se faz em torno da tecnologia analógica e da entanto, desprovido de questionamentos e tensões. As
tecnologia digital. Nosso objetivo é mostrar que a interatividade é ambigüidades ficam evidentes à medida que as transformações se
um meio – e não apenas um fim – desde que compreendida numa processam. Se por um lado é preciso se adaptar ás mudanças, por
dimensão maior: antes de um fenômeno tecnológico, trata-se de outro é preciso também refletir sobre elas e as conseqüências
um nível alcançado num processo comunicativo com fins desencadeadas pela adoção de uma tecnologia. O debate é mais
estritamente educacionais comprometidos com o exercício da amplo do que parece e implica em outras dimensões, quais sejam:
autonomia dos Sujeitos. políticas, econômicas etc. A conseqüência imediata dessas
transformações é a impossibilidade de compreensão do contexto
que nos cerca apenas com base nos aportes do Saber clássico.
Dada a extensão e abrangência das modificações – com destaque
Categorias e Descritores de Assunto específico para a área da Educação – torna-se essencial o esforço
[Metodologías de uso de TICs de apoyo al aprender]: reflexivo rumo à compreensão das ambigüidades da sociedade
Miscellaneous que, não podendo mais ser considerada puramente tecnológica,
também não pode negar o quanto sente as conseqüências dessa
Termos Gerais nova configuração influenciada pelas mídias digitais.Conforme as
Interatividade Pedagógica, Novas tecnologias tecnologias foram desenvolvendo-se, também o hiato entre uma e
outra foi diminuindo, fazendo com que a distância entre elas fosse
cada vez menor. O homem agora, através dos meios de
Palavras-chave comunicação e seus dispositivos tecnológicos, subverte a noção
de tempo e espaço e vivencia uma nova revolução tecnológica
Novas tecnologias; Interatividade pedagógica; Autonomia; com o diferencial de que a matéria-prima em questão é a
Comunicação. informação.
O paradigma da nova sociedade torna-se o pressuposto da
valorização da informação e da geração de conhecimento. O
sistema produtivo é classificado numa nova face identificada por
Castells (2002) como “Capitalismo Informacional”, uma vez que a
informação estratégica tem valor agregado no contexto da
Vanessa, Matos., Miceli, Maria Teresa . (2010). Para além da tecnologia: por uma
interatividade pedagógica na educação de jovens e adultos. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 559-565,
Santiago de Chile.
559
sociedade; mais que simplesmente obter o Saber, importa aplicar 2. Como transitar entre a tecnologia
o conhecimento gerado às situações do cotidiano, principalmente
num momento histórico marcado pela globalização. analógica e a tecnologia digital?
O conhecimento passa por um processo de evolução contínua;
muitos são os inventos do último século (uso de novos materiais e O debate entre a tecnologia analógica e a tecnologia digital é
formas de energia, explosão demográfica, domínio do espectro ainda bastante recente e, talvez por isso, amplamente discutido.
eletromagnético) e, por essa razão, Santos (1997) destaca que a No entanto, as discussões em sua grande maioria ainda são
aceleração contemporânea desencadeia a “sensação de um concebidas pela dualidade (bom X ruim / moderno X
presente que foge”, dada a mobilidade das fronteiras e a ultrapassado) em detrimento das reais características de cada
velocidade das transformações. formato. De qualquer forma, a informação pode ser transmitida
Estamos vivendo um novo momento histórico em que as novas através dos dois formatos. Interessa-nos, no entanto, conhecê-las
tecnologias de informação e comunicação recriam novos para melhor aplicá-las pedagogicamente.
conceitos para espaço e tempo. A tecnologia agora é digital e Com as novas tecnologias, as experiências começaram a sofrer
podem-se traduzir milhares de informações em alguns bits através alteração. As novas informações já não se sujeitavam à analise
de um sistema binário composto por 0 e 1 (zeros e uns). A comparativa. Lima (2000, p. 3) explica que o “novo” era tão
Internet é expressão dessas novas tecnologias que se baseiam na diferente que “não tínhamos referências anteriores para fazer uso e
convergência 1; é áudio, imagem, entre outros. A interatividade e aprender pelas diferenças e semelhanças com o já conhecido ou
simultaneidade do ambiente comunicacional virtual inauguram dominado”. Trata-se de um novo alinhamento do processo mental
novas formas de sociabilidade e, por conseqüência, novas relações humano em que o movimento de descontinuidade faz com que a
espaço-temporais. construção de idéias ocorra através de combinações de
No Brasil as tecnologias são inseridas no contexto da sala de aula informações de acordo com a necessidade e a situação do homem.
a partir da década de 50 com os chamados pacotes de instruções É o rompimento com o encadeamento cíclico com foco na gestão
metodológicas. Nesses pacotes, o professor executava propostas da Informação. Isso quer dizer que a informação é sempre
elaboradas por especialistas, separando claramente, os que resgatada em função das nossas necessidades. Com a nova matriz
pensam dos que efetivamente fazem. O debate sobre a de pensamento, não se trata somente de ter acesso à informação,
conveniência, riscos e modalidades de aplicação das tecnologias mas sim de como armazená-la para posterior realização de
acirram-se na década de 80 quando novos modelos de ensino associações e combinações.
começam a ser analisados Kenski (2008). A autora destaca que a No caso da rede mundial de computadores, a informação está
entrada das tecnologias na maioria das escolas públicas, no situada em algum ponto físico (embora não consigamos delimitá-
entanto, tem se dado de forma muito sobressaltada, tendo em vista lo especificamente). Trata-se, portanto, de uma forma de estar,
o fato de tais escolas não terem acompanhado o progresso não estando; aqui e lá; perto e longe, ao mesmo tempo. As novas
tecnológico e se encontrarem num estágio de carência muito dimensões espaço-temporais acrescentadas são possíveis por
grande destes meios, em que o quadro-negro e o livro didático são conta da tecnologia. Isto é, embora o fenômeno em si seja antigo,
os recursos mais comuns da prática docente. Ou seja, as a tecnologia veio proporcionar a experiência inovadora com esta
tecnologias chegam as nossas escolas ainda de forma restrita e nova dimensão da realidade. Isto quer dizer que o nível de
sem o entendimento pleno de sua utilização por parte dos imersão na realidade virtual depende diretamente do que a
educadores. Ainda assim, essas tecnologias continuam sendo tecnologia é capaz de proporcionar.
incorporadas ao contexto da sala de aula tradicional e, cada vez
A tecnologia em si não é boa ou ruim; tudo depende do uso que se
mais, rompem a lógica da barreira física das quatro paredes.
faz dela. As tecnologias, inseridas no cotidiano escolar, podem
No entanto, o mero uso da tecnologia não altera o cenário atual servir tanto para reforçar uma visão autoritária, conservadora,
que se desenha, prova disso é o fato de que muitas propostas e individualista como uma visão progressista. A pessoa com postura
experiências realizadas envolvendo o uso das tecnologias digitais autoritária poderá utilizar a tecnologia para reforçar ainda mais o
no processo pedagógico não alcançaram êxito em virtude do controle / dominação sobre os demais. Por outro lado, uma
predomínio da chamada “pedagogia da transmissão” (CATAPAN, postura diferenciada, pautada por uma atitude interativa utilizará
2002). Na concepção de Fainholc (1999) somente o veículo da as tecnologias para possibilidades diversas com foco na ampliação
mediação é que foi alterado, mantendo-se as mesmas estruturas. da interação.
No fundo, o processo em si é o mesmo. Alteram-se as ferramentas
Não existe, no entanto, neutralidade já que as escolhas são, antes
utilizadas para viabilizar o processo.
de tudo, políticas. Mas, ainda assim, a perpetuação de dualismos
Isto pode ser explicado pelo fato de que embora estejamos só faz com que o foco se perca; no fundo, as iniciativas em torno
vivenciando uma nova configuração da sociedade (povoada pelas da democratização das novas tecnologias (como a internet)
potencialidades das Novas Tecnologias de Informação e necessitam ser re-direcionadas em suas mais variadas dimensões,
Comunicação - NTIC), culturalmente ainda somos os mesmos e sejam elas política, econômica, social etc. para que realmente
tendemos a reproduzir, na virtualidade proporcionada pela desempenhem as atividades para as quais foram genuinamente
máquina (internet) aquilo que faríamos presencialmente. Cabe ao criadas.
professor o papel de nortear os usos dessas novas tecnologias sem
A crítica deve perdurar como forma de resistência à banalização;
perder de vista sua prática pedagógica, mas estando aberto para
questionar a realidade precisa ser uma constante em nossas vidas.
transitar entre o analógico e o digital. A seguir, algumas pistas
O professor precisa compreender as novas possibilidades
para pensar esses formatos.
educacionais que se descortinam com as NTIC para que não caia
na tentação de usar recursos digitais sem, contudo, dominar uma
metodologia específica para essas mídias ou mesmo sem ter a
certeza de que estes recursos são os mais indicados em detrimento
1
Jenkins (2008) explica que convergência é a combinação de da metodologia tradicional.
várias funções dentro de um mesmo aparelho tecnológico. Ou
560 O professor também sofre as pressões da sociedade para que
seja, pode-se ter áudio, imagem e texto com o uso do mesmo
utilize as NTIC em suas aulas, como se isso fosse necessariamente
suporte tecnológico.
sinônimo de progresso e melhor qualidade de ensino. De fato, as A emergência das novas tecnologias faz com que o professor, por
tecnologias digitais proporcionam novas experiências espaços- vezes, se sinta forçado a utilizá-las em sala de aula, sob pena de
temporais e o mergulho palpável na virtualidade. Mas, isso não ser considerado retrógrado por seus alunos, ou mesmo por seus
quer significar que as mídias interativas sejam mais eficientes em pares. No entanto, não raro, todo o esforço do professor acaba
todos os processos educativos. empregado no estudo da oferta multimídia de produtos e
Se por um lado, ainda existe um certo receio não declarado de que dispositivos.
a tecnologia venha substituir o professor, na outra extremidade A complexidade da ação educativa fica esvaziada em seu
ocorre o que Delors (2005, p. 218) chama de pressão por um novo significado maior e o contexto puramente tecnológico toma a
perfil. “As novas responsabilidades que caberão aos professores cena, como se o simples uso da tecnologia em sala de aula fosse
do século XXI supõe um perfil profissional quase que solução para os mais variados problemas escolares. O contexto da
inteiramente novo”. convergência das mídias contribuiu muito para esta concepção,
Neste contexto, interessa-nos especialmente compreender como pois enquanto a Computação desenvolvia sistemas mais
este novo profissional vai se apropriar das novas possibilidades dialógicos do ponto de vista operacional, a Comunicação
pedagógicas e comunicativas oferecidas pelas NTIC nesta nova preocupava-se em proporcionar novas formas de interação em
sociedade. ambientes virtuais. O resultado desse processo foi o
desenvolvimento de sistemas mais fáceis do ponto de vista do
usuário e um incremento maior das interações em ambientes
virtuais, quer seja por texto, áudio, vídeo ou uma junção de todas
as formas possíveis. Desta forma, o sucesso ou o fracasso dos
3. SOCIEDADE E TECNOLOGIA: A processos em ambientes virtuais terminou por ser percebido a
FORMAÇÃO NECESSÁRIA partir da relação homem-máquina. Isto é, nesta concepção, quanto
mais facilidades a máquina permitir, melhor será o desempenho
do homem em ambientes virtuais (NIJHOLT, 2004).
3.1 Professores para o novo contexto da Esses processos alcançaram a sala de aula, mas vieram
desprovidos das contribuições do campo da Educação que, por
sociedade muito tempo, ignorou as transformações tecnológicas na
sociedade. Como conseqüência, a idéia de sucesso e fracasso para
A educação é um processo que se estabelece na relação entre a educação em novos contextos de tecnologias digitais também
Sujeitos que apresentam diferentes níveis de conhecimentos. O esteve pautada na relação homem-máquina. Hoje, a luta se faz em
professor, no caso da educação escolarizada, é o ator profissional torno de uma apropriação realmente pedagógica das novas
responsável por organizar este processo ao longo de toda a cadeia tecnologias ao contexto da sala de aula. Trata-se, sobretudo, de
educacional. construir um novo modelo que permita abordar os processos
tecnológicos como componentes da ação de formação do
A corrente pedagógica que centra sua ênfase nos saberes docentes professor.
vem ganhando terreno no país nas duas últimas décadas, a
exemplo de Tardif, Lessard e Lahaye (para os quais a prática Na concepção de Jacquinot (apud ALAVA, 2002), a introdução
cotidiana do professor é capaz de constituir o seu saber), Nóvoa das novas tecnologias ao contexto escolar precisa ser
(que enfatiza a observação da experiência do professor) e, compreendida a partir de um olhar global sobre os dispositivos de
notadamente, Perrenoud que valoriza a idéia de competências formação. Ou seja, as novas tecnologias de informação e
específicas para a prática da docência. Nesse sentido, tomando por comunicação traduzem-se como dispositivos de formação em
base esta corrente pedagógica, questiona-se frequentemente quem última instância. E, assim sendo, necessitam da interferência
é o professor atualmente, como formá-lo para esta nova realidade didática do professor. A ausência de preparo específico faz com
que se coloca - em que os tradicionais saberes professorais são que, por vezes, o professor utilize o suporte tecnológico interativo
postos em cheque todos os dias. Quais são as competências como simples suporte de transmissão de informação.
exigidas para este novo contexto em permanente mutação? Como É preciso atentar para o fato de que as novas tecnologias não são
formar este novo professor, principalmente levando-se em resultantes da inovação didática; é preciso reorganizar as práticas
consideração o contexto da educação de jovens e adultos? de ensino em função das novas possibilidades apresentadas. A
Para iniciar esta reflexão, torna-se necessário explicitar que, aqui, partir desta constatação, é possível prever que muitas
o ciberespaço traduz-se como lugar de construção coletiva de responsabilidades respingarão na formação do professor. Ou seja,
saberes e sua utilidade como recurso pedagógico está inserida na até que ponto o professor recebe formação específica para o atual
interação necessária entre tecnologia e sociedade. Isto é, as contexto? A formação superior garante preparo adequado para
tecnologias são, antes de tudo, dispositivos de comunicação e transitar neste novo cenário educacional?
informação que se propõem a diminuir e gerir as distâncias A preparação do professor para exercer novos papéis e,
verificadas entre os Sujeitos envolvidos na ação educativa consequentemente docentes aptos a desenvolver novas práticas de
(ALAVA, 2002). Essa distância não é restrita ao aspecto ensino, tem sido foco de variados estudos por parte de
unicamente geográfico, visto que existem muitas situações em que pesquisadores das Ciências da Educação, a exemplo do
professor e aluno partilham do mesmo espaço ao mesmo tempo e, mapeamento dos cursos superiores de Pedagogia em território
mesmo assim, não partilham do sentimento de proximidade; neste nacional feito por Gatti (2009). A pesquisa mostra que, entre 2001
caso, estamos falando da distância afetiva. e 2006, houve um crescimento de 70% na oferta do curso em
Ainda assim, é inegável que os recursos tecnológicos são, de fato, questão. No entanto, o acréscimo no número de vagas foi de
capazes de gerar a sensação de proximidade por meio da aparente apenas 27%, demonstrando que o número de alunos não
redução da distância e favorecimento da interação. Isso não nos aumentou na mesma proporção que a oferta de cursos.
deve fazer esquecer que, mais relevante que o dispositivo Interessa-nos especialmente dar relevo aos dados obtidos no que
tecnológico em si, é a observação das práticas dos atores 561
se refere à composição das grades curriculares dos cursos de
envolvidos no processo. licenciatura em Pedagogia. A pesquisa listou 3.513 disciplinas
(3107 obrigatórias e 406 optativas) nas grades curriculares dos
cursos de Pedagogia verificados e, em seguida, foi feita uma É preciso, sobretudo, e aí já vai um destes saberes indispensáveis,
categorização que permitisse dar conta de variados aspectos que o formando, desde o princípio mesmo de sua experiência
concernentes à formação de professores. Dentre as sete 2 formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do
categorias levantadas na pesquisa, destacamos a categoria 3 saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir
(Conhecimentos relativos à formação profissional específica). conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou
Nesta categoria, estão condensados os saberes relacionados à a sua construção. (FREIRE, 2002, p. 12)
tecnologia: (Gestão de Mídias Educacionais, Informática Aplicada Ou seja, para ele, o educador é antes de tudo um aprendiz e sua
à Educação, Recursos Tecnológicos para a Educação), conforme aprendizagem deve ser permanente. Ensinar, portanto, não se faz
descrito no relatório da pesquisa. com a transferência de conhecimentos. Para ele, o processo
No que se refere às disciplinas obrigatórias dos cursos analisados, educativo se faz com base em uma relação entre seres que, embora
apenas 22 disciplinas - o que equivale a 0,7% de um total de diferentes, formam-se mutuamente, inter-relacionam-se,
3.107 - privilegiam o grupo das Tecnologias. Quando a análise é influenciam-se mutuamente. Em síntese, Paulo Freire (2002, p.12)
feita com as disciplinas optativas, esse percentual sobe e chega a destaca que “quem forma se forma e re-forma ao for-mar e quem é
3,2% - o que equivale a 13 disciplinas de um total de 406. formado forma-se e forma ao ser formado”.
Esses dados revelam que, embora o contexto da nova sociedade Isso acontece porque o educando não é um sujeito sem forma,
exija cada vez mais um profissional preparado para trabalhar com desprovidos de saberes prévios. Nesta perspectiva, não há
as novas tecnologias, as instituições de formação ainda não se docência sem discência 3, entendida aqui como o esforço do
deram conta de realizar as alterações necessárias em suas educador por aprender e partilhar o universo do educando. Isso
estruturas curriculares. Este cenário toma outras proporções significa que as novas tecnologias devem se prestar a facilitar o
quando visualizamos a seguinte trecho do relatório da mesma processo de partilha de informações e construção colaborativa do
pesquisa: conhecimento. Não é o que se tem observado, visto que a
No grupo de disciplinas voltadas a outras modalidades de ensino utilização que tem sido feita destas tecnologias encontra respaldo
(Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, entre outras) na exploração econômico-financeira descomprometida
e à educação infantil, encontra-se nas ementas o mesmo cenário. educacionalmente. No entanto, a perspectiva que aqui colocamos
Os cursos estão incorporando tais questões em um conjunto de é, senão uma pequena semente, uma forma diferente de enxergar a
disciplinas que acentuam abordagens mais genéricas ou tecnologia digital, pensando a interatividade a partir de uma
descritivas das questões educativas com poucas referências às perspectiva pedagógica, amparada no processo comunicativo que
práticas associadas. Poucos cursos dão a devida atenção a essas potencializa as vozes dos Sujeitos envolvidos no processo.
modalidades educacionais, seja mediante a oferta de optativas,
seja de tópicos e projetos especiais, mas neles não é possível
detectar a predominância de elementos voltados para as práticas 3.2 Pensando a interatividade: em busca da
docentes propriamente ditas, como uma construção integrada a autonomia
conhecimentos de fundo. (GATTI, 2009, p.12)
O professor se depara com exigências para as quais não recebeu
Enquanto suporte comunicacional que possibilita novas
formação específica e essa lacuna perdura por muito tempo. Esse
potencialidades pedagógicas, uma das características mais
quadro só agrava ainda mais a situação de insegurança do
importantes da Internet é a interatividade. Fragoso (2001) explica
professor frente às novas tecnologias quer seja por sua natural
que a interatividade é apontada como elemento principal “na
resistência, quer seja porque, cada vez mais, ele se depara com as
redefinição de formas e processos psicológicos, cognitivos e
novas dinâmicas virtuais ocorrendo no interior da sala de aula
culturais decorrentes da digitalização da informação”. A
tradicional. O incômodo gerado por estas situações faz com que o
digitalização da informação apresentou novas possibilidades e, em
professor, por vezes, abandone antigas – mas eficientes – práticas
grande medida, também contribuiu para que tudo passasse a ser
educativas. Existem práticas que são erroneamente entendidas
vendido como interativo. Nesse ponto, forma-se a miscelânea de
como ultrapassadas e, com isso, esquece-se que as mesmas
entendimentos e interpretações quanto aos termos e seus
competências é que estão em cena. A falta de compreensão deste
significados.Tal miscelânea encontra respaldo na falta de
processo e mesmo sua incorporação de forma acrítica faz
compreensão e conceituação dos termos interatividade e interação,
com que o círculo vicioso da educação bancária (FREIRE, 2002),
bem como a relação deles com a comunicação. O termo
que já existia antes mesmo da inserção das tecnologias digitais ao
interatividade era, nos anos 80, indefinido. Hoje, no entanto,
contexto da sala de aula, seja potencializado e explorado por
muitos pesquisadores já se colocam a pensar diferentes conceitos
pessoas e instituições não verdadeiramente comprometidas com a
para o termo. O modelo proposto por Rafaeli (1988) propôs um
formação do cidadão.
modelo de interatividade que segue sendo muito atual. As várias
A autonomia, segundo sua concepção, reflete e reflexo da atuação conceituações sobre o que vem a ser interatividade privilegiam o
do educador em sala de aula. Existem saberes que são modelo clássico emissor - mensagem - receptor. No caso deste
indispensáveis à prática pedagógica, mas: modelo, proposto por Rafaeli (1988), um componente é
adicionado ao processo: o feedback. Isto ocorre, em especial
porque, na visão do autor, os avanços nas ciências, se
considerados apenas pelo viés tecnológico, privilegiaram questões
técnicas como, por exemplo, o aumento da largura de banda,
2
As categorias elencadas no trabalho de Gatti (2009) ignorando por vezes o viés sociológico, pedagógico e
foram: 1) Fundamentos teóricos da educação, 2) Conhecimentos comunicacional. Para Rafaeli (1988, p. 112) a interação foi alvo
relativos aos sistemas educacionais, 3) Conhecimentos relativos à de estudos da Sociologia e da Comunicação e era vista como um
formação profissional específica, 4) Conhecimentos relativos às
modalidades e níveis de ensino específicos, 5) Outros saberes, 6)
Pesquisa e trabalho de conclusão de curso (TCC) e 7) Atividades 3
Referência ao nome do Capítulo I da obra “Pedagogia da
complementares. 562
Autonomia” de Paulo Freire (vide referência completa no fim
do artigo)
veículo por meio do qual a interação se tornava possível; assim as Assim, a comunicação face a face pode ser reconhecida no fluxo
pessoas se envolviam em processos interacionais e, de acordo com unidirecional de transmissão de informação. A segunda,
essa ótica, a comunicação era uma subdivisão da interação.O comunicação reativa exige, além da característica da primeira,
estudo de processos de comunicação bilateral e reativa (estímulo) também que as mensagens presentes refiram-se ou sejam
constitui-se em um verdadeiro fenômeno que permite que os seres coerentes com as mensagens anteriores. Isto é, deste modo ocorre
humanos sejam livres em suas interações dialógicas e rompam uma reação a um estímulo.
com a opressão (FREIRE, 1987) que, atualmente, tem sido Já a comunicação plenamente interativa difere da reativa porque,
exercida também, e de forma contundente, pelas tecnologias além de incorporar referenciais de conteúdo, natureza e formato,
digitais. Nesta perspectiva, estamos tratando da potencialização da exige que a mensagem atual corresponda a uma seqüência de
reciprocidade no processo comunicacional. A reciprocidade, neste mensagens anteriores. Ou seja, trata-se de resgatar a seqüência da
caso, necessariamente, reflete-se nas relações sociais, uma vez mensagem inicial. Aqui é possível fazer um resgate de Lévy
que, processando-se juntamente, a reciprocidade e o envolvimento (2003, p.80) para quem “a possibilidade de apropriação e de
nas relações sociais podem ser potencializados pelos progressos personalização da mensagem recebida” é um ponto importante na
tecnológicos. O avanço tecnológico não deve ser compreendido determinação do nível de interatividade do dispositivo de
como um possibilitador ou mesmo regulador da interatividade, comunicação em questão.
então a essência do conceito em questão estaria na compreensão
do modelo proposto pelo autor com base em três níveis de A interatividade é, então, na concepção de Rafaeli (1988), o
comunicação, sendo eles: comunicação bidirecional (two-way feedback que estabelece relações tanto com mensagens anteriores
communication), comunicação reativa (reactive communication) e quanto com o trajeto que estas mesmas mensagens estabeleceram
comunicação plenamente interativa (interactive communication), com outras que as precederam. É um processo contínuo de re-
conforme figura abaixo: apropriação e reaproveitamento da mensagem; somente o
feedback por si não possibilita interatividade. E, neste sentido,
nem toda reação é necessariamente feedback. A reação pressupõe
uma resposta instantânea enquanto que o feedback pressupõe um
processamento do estímulo para, então, emitir o retorno.
Portanto, quando não há apropriação (e conseqüente
reaproveitamento) da mensagem anterior pela posterior, então
tudo o que houve foi reação a um estímulo. Embora a prerrogativa
de percepção dessa característica esteja a cargo de cada
comunicador envolvido no processo, fica claro pela citação de
Rafaeli (1988) que a interatividade estabelece conexão com todos
os outros componentes do modelo teórico informacional -
podendo ser o emissor (pessoa) ou, por exemplo, o canal
(máquina).
O modelo proposto por Rafaeli trata a interatividade como algo
Fonte: Rafaeli (1988, p. 120) que pode ser desenvolvido com ou sem a tecnologia digital. Em
outras palavras, este modelo privilegia a ação humana e concebe a
Fluxo comunicacional de Rafaeli interatividade como algo que não é dependente da tecnologia para
acontecer; a interatividade neste sentido depende muito mais de
uma postura pessoal. Ou seja, um processo de comunicação pode
Legenda
ser altamente interativo por envolver um nível elevado de
P = Sujeito A subjetividade – dado pela apropriação do histórico seqüencial das
O = Sujeito B mensagens –, ainda que não esteja mediado pelo computador e a
internet.
M1 = Mensagem 1
Ainda assim, o modelo de Rafaeli não estabelece a diferenciação
M2 = Mensagem 2 entre interação e interatividade. Frequentemente, a interatividade
M3 = Mensagem 3 é tomada como sinônimo de interação social. Belloni (2003 p.58)
estabelece a diferenciação entre os termos ao afirmar que:
M4 = Mensagem 4
É fundamental esclarecer com precisão a diferença entre o
M5 = Mensagem 5
conceito sociológico de interação – ação recíproca entre dois ou
mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é, o encontro de
A primeira situação tratada por Rafaeli (1988) demonstra a dois Sujeitos – que pode ser direta ou indireta (mediatizada por
comunicação face a face; neste modelo o Sujeito A (P) transmite algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta ou
uma mensagem (M1) para o Sujeito B (O), este último por sua vez telefone); e a interatividade, termo que vem sendo usado
a recebe e transmite uma mensagem (M2) para o Sujeito A (P) – indistintamente com dois significados diferentes em geral
sempre num processo contínuo. confundidos: de um lado a potencialidade técnica oferecida por
determinado meio (por exemplo CD-ROMs de consulta,
A comunicação reativa, por sua vez, pressupõe que a mensagem hipertextos em geral ou jogos informatizados), e, de outro, a
(M1) emitida pelo Sujeito A (P) é incorporada pelo Sujeito B (O) atividade humana, do usuário de agir sobre a máquina, e de
que a elabora para, então, emitir outra mensagem (M2). O receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele.
processo da comunicação interativa, no entanto, pressupõe uma
apropriação de mensagens anteriormente emitidas que vão se
somando ao processo comunicativo, daí a razão da marcação
M3/M2/M1. Isto é, houve uma apropriação e utilização das
563 Isto quer dizer que existem duas concepções diferentes de
mensagens 1, 2 e 3 que resulta na emissão de uma mensagem 4
interatividade. A primeira forma diz respeito às potencialidades
(nova) que, por sua vez, também será somada ao processo.
técnicas e, com o decorrer do tempo, tem-se observado que os
recursos tecnológicos estão se adaptando aos poucos às contribuir para a construção de um ambiente em que a construção
necessidades educacionais. Isto pode ser percebido por meio da de conhecimento ocorre de forma compartilhada, sem que
evolução dos chamados ambientes virtuais de aprendizagem implique na figura do professor descartável, mas exigindo uma
(AVA) que buscam ser ambientes de suporte ao processo ensino- nova formação. A formação debe pautar-se para o
aprendizado. desenvolvimento do ser humano e se faz em relações humanas
No que se refere especificamente à formação de professores, a profícuas. (GATTI, 2009). O saber não está mais somente no
segunda concepção de interatividade interessa-nos especialmente, professor, mas sim na relação que se estabelece entre ele e seus
visto que as experiências de implantação das novas tecnologias na pares, entre ele e seus alunos. Mas, quando se trata de educação
escola têm mostrado que a formação deles é fundamental e traz escolar, os professores são os Sujeitos que proporcionam o
consigo novas exigências. Trata-se, sobretudo, de uma nova espaço para a mediação.
concepção de educação que envolve não apenas uma preparação
para a prática pedagógica com o uso de mídias, mas, sobretudo,
com o uso da virtualidade.
Ainda assim, equipar a sala de aula com a tecnologia disponível e 4. CONCLUSÃO
ofertar cursos de capacitação aos professores para a utilização das
NTIC em sala não garante a inauguração de uma nova concepção
O imperativo mercadológico da tecnologia a vende como
pedagógica, conforme explica Valente (2009, s/n), “existem
progresso e, independemente do que se deseja, existe uma enorme
outras barreiras que nem o professor nem a administração da
pressão para que a educação escolar siga o fluxo das inovações.
escola conseguem vencer sem o auxílio de especialistas na área”.
Na cena do cotidiano escolar, proliferam-se as imagens de
E, neste sentido, a formação assume uma dinâmica nova em que o
computadores como se o simples fato de existirem no contexto da
curso de formação deixa de ser uma simples oportunidade de
sala de aula fosse sinônimo de bom aprendizado.
transmissão de informação para se tornar a expressão da vivência
que contextualiza o conhecimento que o professor constrói na A reflexão e o exercício da crítica nos prova que isso não é real.
relação com o aluno. E, que portanto, a tecnologia é útil ao contexto escolar à medida
que seu potencial pedagógico pode ser amplamente explorado
Cabe aqui ressaltar a importante contribuição deste modelo ao
pelos Sujeitos do processo e não como forma de opressão ou
conceber a interatividade como algo diretamente dependente da
forma de sobreposição de um ser humano sobre outro. Falamos
ação humana e, portanto, nesta perspectiva, o professor pode
aqui de uma nova formação do professor baseada em novas
desenvolver ações interativas ainda que não disponha de
formas de relação nos mais variados âmbitos e níveis. Mais que
elementos tecnológicos para este fim. Os insumos tecnológicos, a
saber utilizar de forma eficiente as mídias digitais com fins
infra-estrutura proporcionada pela instituição de ensino etc,
educativos claramente definidos, o professor do século XXI
traduzem-se em condições necessárias, mas, não são capazes de
precisa estar em compasso com as transformações deste século.
garantir a efetivação de processos educacionais mais humanos. A
Isto não quer dizer apenas domínio da tecnologia, mas também –
essência desta transgressão em nome de processos educativos
e sobretudo – enxergar o ser humano que existe atrás da carteira, o
mais igualitários reside na comunhão entre os homens (FREIRE,
ser humano que envia um e-mail em busca de esclarecimentos
1987).
sobre um determinado tópico da aula dada. A afirmação de que o
Neste sentido, a formação dos professores, suas formas de professor emprega pouco esforço sistemático em aspectos
participação em sala de aula - envolvido num programa importantes do relacionamento humano é real e isso acontece
educacional - sua inserção na instituição e no sistema, são pontos porque, não raro, os próprios cursos de formação não contemplam
essenciais para a implementação de qualquer proposta pedagógica as novas necessidades da sociedade.
que queira traduzir-se como inovadora.
As tecnologias digitais de modo algum podem substituir o
O reflexo desta formação nas ações didáticas pode ser professor, mas exigem dele uma nova postura frente às NTIC, não
considerado formas de interatividade pedagógica já que esta no sentido de frear as modificações, mas sim na busca de formas
pressupõe um estímulo pedagógico apropriado e deliberadamente para potencializar positivamente a utilização delas em sala de aula
planejado para este fim. Ressalte-se ainda que a interatividade no nível micro e na formação de cidadãos no nível macro. Isto
pedagógica traduz-se muito mais numa competência do professor posto, podemos afirmar a necessidade urgente de respaldar as
- auxiliado por um sistema de gestão que privilegie este aspecto - ações pedagógicas na interação e numa prática pedagógica
do que em uma possibilidade tecnológica. Fainholc (1999) compartilhada (FREIRE, 2002) e que rompa com os padrões da
reafirma a interatividade pedagógica como competência do educação bancária que aí está e tem sido rotineiramente oferecida
professor e, nesta ótica, diz respeito a qualquer atividade aos homens e mulheres como uma forma de educação menor,
educativa que tenha como pressuposto a formação do indivíduo, paliativa e, sobretudo, como forma de dominação e opressão
não importando se esta atividade ocorre em ambiente presencial (FREIRE, 1987).
ou a distância. Neste caso, a interatividade pressupõe uma relação
O caminho é longo, mas já dispomos de arsenal teórico-prático
entre duas ou mais pessoas. Soma-se a isto, a “atividade
para direcionar nossas ações. É certo que vamos errar muito, mas
pedagógica”, que tem por princípio intervir e propor ações
só o exercício pode nos tirar da zona de conforto do tradicional,
didáticas para a elaboração de conceitos e competências nos
rumo a uma prática pedagógica inovadora, plenamente interativa e
aprendizes. A interatividade pedagógica é, portanto, resultado de
que, sobretudo, possibilite a autonomia dos Sujeitos do processo
uma ação didática realizada entre duas ou mais pessoas que supõe
educativo.
a potencialização do processo entre as duas extremidades do
processo educativo. Potencializar a ação educativa supõe fazer
partícipes e protagonistas tantos os professores quanto os alunos,
por meio de situações didáticas e materiais que permitam o
5. AGRADECIMENTOS
intercâmbio multidirecional de significados (FAINHOLC, 1999). A todos que colaboraram com a produção deste artigo.
A interatividade pedagógica depende diretamente do professor e 564
supõe a potencialização do processo comunicativo. Trata-se,
também, de despir-se do papel de professor tradicional e 6. REFERÊNCIAS
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Aleph.
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0/1490.pdf. Acesso em: 27 nov 2009. Acesso em: 10 nov 2009.

565
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

SISTEMA DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA: PERCEPÇÃO


DOS ALUNOS SOBRE APRENDIZAGEM NO AMBIENTE
VIRTUAL NA UNUEAD
Antonio T Guimarães, Carla Conti de Freitas, Francisco Severo de Almeida, Diany Duaraes
Universidade Estadual de Goiás
Brasil
teodoroguimaraes@uol.com.br, carlacontif@gmail.com, serevo@ueg.br, dianyduaraes@ueg.br

RESUMO
Este artigo aponta evidências a respeito das percepções dos alunos A segunda geração (1960 a 1985) já possui um modelo
sobre a aprendizagem no ambiente virtual do Curso de multimídia, por meio de impressão, fitas de áudio e de vídeo,
Deficiência Mental no Contexto da Educação Inclusiva, ofertado rádio, TV, telefone, fax, ou seja, múltiplas tecnologias sem
pela Unidade Universitária de Educação a Distância - UnUEAD, computadores. A terceira geração (1985 a 1995) é caracteriza pelo
da Universidade Estadual de Goiás - UEG - em parceria com a modelo de teleaprendizagem, com a audioconferência, a
Universidade Aberta do Brasil e a Secretaria de Estado da videoconferência, a comunicação audiográfica, a
Educação de Goiás. Inicialmente, apresenta-se um levantamento audioteleconferência, o CD, o chat, a internet. A partir disso,
bibliográfico sobre o histórico, os conceitos e os fundamentos pode-se dizer que a terceira geração da EAD é caracterizada,
importantes sobre a Educação a Distância, apresentando também principalmente, pelas múltiplas tecnologias incluindo os
um breve histórico da UnUEAD. No segundo momento, computadores e as redes de computadores.
apresenta-se a metodologia utilizada e os resultados da pesquisa, Na quarta geração (1995 a 2005), o modelo de aprendizagem é
apontando para as percepções dos alunos de Educação a Distância flexível, utilizando-se de multimídia interativa (IMM) online,
quanto à aprendizagem no ambiente virtual. acesso a recursos www, baseado na internet, correio eletrônico,
chat, transmissões em banda larga, interação por vídeo e ao vivo,
Categories and Subject Descriptors videoconferência, fóruns, blogs, fax, papel impresso. Suas
K.3.1 [Computers and education]: Distance learning características principais são, então, as múltiplas tecnologias,
incluindo o começo das tecnologias computacionais de banda
General Terms larga.

Human Factors, Languages, Theory, Verification. A quinta geração (2006) apresenta um modelo flexível de
aprendizagem inteligente, caracterizada por multimídia interativa
Keywords (IMM) online, acesso a recursos www, baseado na internet,
comunicação estabelecida por computador usando sistemas de
Deficiência Mental. Educação Inclusiva. Educação a Distância. respostas automatizadas, além de acesso via portal a processos e
recursos institucionais. São características da quinta geração:
1. INTRODUÇAO múltiplas tecnologias e recursos tecnológicos que permitem maior
A concepção da Educação a Distância - EAD - evoluiu de uma interação entre os agentes envolvidos: professor, tutor, aluno,
simples transmissão de informações, sem a menor interação com o monitor. Já se fala em sexta geração de EAD, com base no
professor, até um modelo que promove domínio dos mundos virtuais, a exemplo do simulador Second
Life.
uma alta interação, num “estar-junto-virtual” por meio de textos
audiovisuais, hipertexto, hipermídia e internet, cuja concepção é a A Educação a Distância, impulsionada pelos avanços da
construção do conhecimento através de uma maior cooperação e informática e das telecomunicações, revoluciona o processo
colaboração. educacional com o emprego das Novas Tecnologias da
Informação e da Comunicação - NTICs. Fala-se, hoje, em e-
Segundo os modelos e as Tecnologias de Informação e business, e-commerce, e-pesquisa, e-ciência, e-produção, e-
Comunicação - TICs utilizadas, a EAD é classificada em gerações trabalho, e-governo, e-cultura, e-saúde. Os sistemas de e-educação
(GOMES, 2008; NOVA, 2004). A primeira geração (1833 a contribuem com os avanços da Educação, mediante a
1960) caracteriza-se pelo modelo por correspondência, material disponibilização de bibliotecas digitais, videoconferência, grupos
impresso – a mono-mídia. eletrônicos. É importante salientar o papel das novas tecnologias
Guimarães, Antonio., Conti, Carla., Severo, Francisco., Duaraes, Diany . (2010).
Sistema de Educação a Distancia: percepção dos alunos sobre aprendizagem no
ambiente virtual na UNUEAD. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 566-570, Santiago de Chile.
566
para a democratização da EAD, pois amplia o universo do sociedade, mediante a realização de cursos, seminários, palestras e
conhecimento e insere o aluno como sujeito de seu processo de outros eventos na área de Educação, com intuito de disseminar o
aprendizagem, com a vantagem de que ele também pode descobrir conhecimento, atender às necessidades de formação e
a forma de tornar-se sujeito ativo da pesquisa e do compartilhar de democratização do acesso ao ensino de qualidade.
conteúdos.
Em 2004, o CEAD participa da formação do Consórcio
Nesse sentido, salienta Peters (2004) que a “nova forma” de Setentrional com as seguintes Universidades Públicas Federais e
perceber e de conhecer o mundo configura-se como um fenômeno Estaduais: Universidade de Brasília, Universidade Federal de
da atualidade, gerando novas interfaces que têm influenciado os Goiás, Universidade Federal do Pará, Universidade Estadual do
mecanismos de interação com o saber, distintas daquelas Mato Grosso do Sul, Universidade Federal do Mato Grosso do
tradicionalmente observáveis e que vinham servindo como Sul, Universidade Estadual de Santa Cruz, Universidade Federal
parâmetros para o processo didático-pedagógico. Para esse autor, da Amazônia e Universidade Federal de Tocantins. Desta união
a sala de aula não pode ser percebida hoje do mesmo modo como surge o projeto de Licenciatura em Biologia a Distância, em
a percebia quem apreendia o mundo basicamente através dos parceria com a Universidade Federal de Goiás e a Universidade de
livros e da tradição oral. Portanto, cabe às instituições que Brasília, ofertando 450 vagas distribuídas nas Unidades
promovem a EAD buscar desenvolver seus programas de acordo Universitárias de Anápolis, Ceres, Formosa, Luziânia, Porangatu
com os quatro pilares da educação, definidos pela UNESCO e Quirinópolis.
(2003) que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
O CEAD, no decorrer do ano de 2006, neste período vinculado à
viver juntos e aprender a ser.
Pró-Reitoria de Graduação - PRG, integra-se ao grupo de trabalho
Por outro lado, a adoção da EAD pelas instituições de ensino formado pela Universidade Estadual de Goiás, Universidade
requer de seus agentes a construção de um sistema de avaliação Federal de Goiás, Universidade Federal do Pará, Universidade
que permita acompanhar e avaliar sistematicamente as questões Estadual de Santa Cruz, Universidade Católica Dom Bosco e
relacionadas ao ensino, ao Ambiente Virtual de Aprendizagem - Universidade Católica de Brasília, para desenvolver o curso de
AVA e à infraestrutura física e tecnológica. Cabe, também, neste Licenciatura em Física (Programa de Licenciatura Fase 2, do
contexto, destacar a importância das questões relacionadas ao Ministério da Educação). Implanta também em 2008, em conjunto
processo de ensino-aprendizagem. O processo de avaliação de com a Universidade Federal de Goiás, o curso de Licenciatura em
aprendizagem em EAD, por exemplo, tem como objetivo analisar Física nas Unidades Universitárias de: Anápolis, Formosa e Iporá,
a capacidade de reflexão crítica do aluno frente a suas próprias oferecendo 175 vagas.
experiências, a fim de que possa atuar dentro de seus limites
É destaque também a parceria com a Secretaria de Estado da
sobre o que o impede de agir para transformar aquilo que julga
Educação de Goiás. Ainda sob a denominação de CEAD, dá-se
limitado.
início ao Programa de Formação Continuada de Professores da
Em suma, a decisão de utilizar a EAD requer das Educação Especial, por intermédio do curso de capacitação
instituições de ensino um compromisso com o processo de Deficiência Mental no Contexto da Educação Inclusiva. Em 2008,
avaliação do seu sistema de ensino e de suas práticas. Portanto, foram capacitados 540 professores das redes municipais e
este artigo tem como objetivo apresentar um estudo empírico estaduais.
sobre as percepções dos alunos sobre o Sistema de Educação a
No segundo semestre de 2008, no bojo da Reforma
Distancia, em especial os aspectos relacionados à Aprendizagem
Administrativa do Estado, por meio do Decreto publicado no
Virtual do Curso de Extensão Deficiência Mental no Contexto da
Diário Oficial do Estado de Goiás, o CEAD transforma-se em
Educação Inclusiva, ofertado pela Unidade Universitária de
Unidade Universitária de Educação a Distância - UnUEAD,
Educação a Distância, da Universidade Estadual de Goiás e em
autônoma, descentralizada e vinculada diretamente à Reitoria.
parceria com a Universidade Aberta do Brasil e a Secretaria de
Estado da Educação de Goiás. A partir daí, a UnUEAD, em parceria com a Universidade Aberta
do Brasil - UAB, vem se estruturando e ampliando cada vez mais
suas ações de Educação a Distância no âmbito da UEG. Além dos
2. UM BREVE HISTÓRICO DA cursos já em andamento: Licenciatura em Biologia (Consórcio
Setentrional) e Deficiência Mental no Contexto da Educação
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA UEG Inclusiva; no decorrer do ano de 2009, iniciaram-se os cursos de
A experiência em Educação a Distância, na Universidade Estadual graduação em Licenciatura em Biologia UEG/UAB e
de Goiás, iniciou-se com a criação da UEG Virtual em 2001, com Bacharelado em Administração Pública, além dos cursos de
o propósito de participar de projetos em consórcio com extensão Gênero e Diversidade na Escola e Reflexões sobre a
Instituições de Ensino Superior - IES públicas de todo o Brasil, Diversidade no Contexto da Deficiência Mental/Intelectual. No
em destaque com a UNIREDE e o Univir-CO. ano de 2010, terá início o curso de Licenciatura em Informática e
Licenciatura em História, ambos pelo Plano Nacional de
A partir da UEG Virtual, foi criado o Centro de Educação Aberta Formação de Professores da Educação Básica - PAR; os cursos de
Continuada e a Distância - CEAD, em setembro de 2002, ligado pós-graduação latu sensu: Gestão Pública, Gestão Pública
organicamente à Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Municipal, Gestão Pública em Saúde, Gestão de Políticas
Estudantis. O CEAD estrutura-se, então, com o objetivo de Públicas em Gênero e Raça, além do curso de extensão
desenvolver e estimular os processos de Educação a Distância na Atendimento Educacional Especializado.
UEG, dar suporte às Unidades Universitárias e promover
atividades educacionais para alunos egressos da UEG e da

567
3. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE EAD DA serviços de EAD, como: Conteúdo de Ensino, Ambiente Virtual
de Aprendizagem e Avaliação da Tutoria pelo Discente.
UNUEAD
A análise dos dados circunstanciou-se mediante o uso de recursos
Para garantir que os objetivos da EAD sejam alcançados, é de estatística descritiva e seus dados foram expressos em
fundamental a avaliação do processo de educação nesta freqüência relativa percentual. A pesquisa dos aspectos
modalidade. A avaliação visa mensurar resultados tanto da socioeconômicos e dos aspectos de avaliação dos serviços de
formação do indivíduo, quanto do desempenho da própria EAD foram estruturados de forma independente, mas com inter-
instituição de ensino que, posteriormente, a partir de dados relação e integração, visando possibilitar a visão do todo,
obtidos, descritos e analisados, fundamentam a reafirmação permitindo a interpretação e a compreensão do estudo para análise
administrativa e pedagógica da instituição de ensino ou norteia as empírica-descritiva das variáveis.
mudanças necessárias neste âmbito para melhorar seu
desempenho e eficácia.
Nesse sentido, a avaliação se constitui como um processo 4.1 Resultados da Pesquisa
intencional em que há engajamento e compromisso e que tem o
suporte de diversas ciências, revestindo-se de um caráter teórico, Dos 625 (seiscentos vinte e cinco) alunos matriculados no curso
que se aplica a qualquer prática, no sentido de obter resultados. Deficiência Mental no contexto da Educação Inclusiva, 434
Segundo Haydt (2002), avaliar é atribuir um julgamento ou (quatrocentos trinta quatro) equivalente a 69,4% (sessenta nove,
apreciação de alguma coisa ou de alguém com base em uma escala quatro por cento) responderam ao questionário eletrônico da
de valores. Logo, a avaliação consiste em coletar e interpretar pesquisa proposta pela UnUEAD. Estes estão em faixa etária entre
dados quantitativos e qualitativos de critérios previamente menos de 20 (vinte) anos a 50 (cinquenta) anos ou mais, sendo
estabelecidos, valendo-se de indicadores mensuráveis que, por sua aproximadamente 97% (noventa e sete por cento) dos alunos do
vez, implicarão a análise dos dados coletados e das relações sexo feminino.
estabelecidas entre todas as dimensões da vida cotidiana Para este artigo, foram considerados três aspectos: Conteúdo de
acadêmica. Ensino, Ambiente Virtual de Aprendizagem e Avaliação da
Diante disso, é possível enunciar as dimensões a serem avaliadas Tutoria pelo Discente cuja analise apresenta-se a seguir.Quanto à
no curso Deficiência Mental no contexto da Educação Inclusiva avaliação sobre Conteúdo de Ensino, foram apresentadas quatro
da UnUEAD que são: Conteúdo de Ensino, Ambiente Virtual de variáveis para análise, como ilustra a Tabela 1:
Aprendizagem e Avaliação da tutoria pelo discente.
A Avaliação da Aprendizagem dos cursos da UnUEAD tem como
princípios: a Totalidade que compreende o envolvimento de toda
a unidade (UnUEAD), bem como de suas atividades; a
Continuidade que se refere ao movimento contínuo e processual
de desenvolvimento da avaliação institucional e a Transparência
que garante a possibilidade de acesso aos dados objetivos e
divulgação irrestrita das informações, dos procedimentos e
resultados.

4. METODOLOGIA
Tabela 1. Conteudos de ensino
Esta é uma pesquisa de caráter empírico e descritivo, envolvendo
a coleta de dados realizada por meio de um questionário
eletrônico elaborado pela UnUEAD, com perguntas fechadas Na análise dos resultados da percepção dos alunos em relação às
voltadas para o objetivo de avaliar o Sistema de Aprendizagem variáveis aplicação prática, experimentos e conexão dos
Virtual do curso Deficiência Mental no contexto da Educação conteúdos, existe uma afirmativa quanto a relação entre a teoria e
Inclusiva. Este curso é uma proposta de formação continuada na a prática nos conteúdos de ensino. Foi possível verificar esta
modalidade a distância do Ministério da Educação e Cultura - afirmativa, a partir dos dados estatísticos apresentados na Tabela
MEC, para a formação de professores dos sistemas Estadual e 1, na qual as opções referente a “percepção do cursista” nas
Municipal de Ensino, numa perspectiva inclusiva, que visa o categorias frequentemente (3) e sempre (4), obtiveram as
Atendimento Educacional Especializado. freqüências relativas acumuladas respectivamente de: 94,4%
(noventa quatro, quatro por cento), 95,6% (noventa cinco, seis por
A investigação foi desenvolvida em duas etapas. A primeira etapa
cento) e 93,3% (noventa e três, três por cento).
constitui-se de pesquisa bibliográfica e documental; e a segunda,
de pesquisa empírica, mediante a aplicação do questionário online Na mesma tabela, a pergunta negativa “O conteúdo é estritamente
estruturado com questões fechadas. O questionário foi teórico, não estabelecendo associação entre teoria e pratica?”
disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) – confirma por meio das respostas nas categorias nunca (1) e
Moodle, envolvendo aspectos sócio-econômicos: faixa etária, raramente (2) e, a partir da freqüência relativa acumulada de
gênero, escolaridade, empregabilidade e aspectos de avaliação dos 71,4% (setenta um, quatro por cento). Desta forma entende-se
que no Curso de Deficiência Mental no contexto da Educação

568
Inclusiva estabeleceu-se a interação teórica e prática dos
conteúdos estudados. Quanto à avaliação sobre o Ambiente
Virtual de Aprendizagem, foram consideradas sete variáveis
descritas na Tabela 2. Nos dados estatísticos da Tabela 2, as
opções referentes a “percepção do cursista” nas categorias
frequentemente (3) e sempre (4), obtiveram as freqüências
relativas acumuladas respectivamente de: 95,8% (noventa cinco,
oito por cento), 94,7% (noventa quatro, sete por cento), 83,7%
(oitenta e três, sete por cento), 93,3% (noventa e três, três por
cento), 70% (setenta por cento), 82,5% (oitenta e dois, cinco por
cento) e 87,3% (oitenta sete, três por cento).

Tabela 3. Avaliaçao discente

A partir dos dados estatísticos apresentados na Tabela 3, percebe-


se que as freqüências relativas acumuladas são respectivamente:
96,3% (noventa seis virgula três por cento); 84,8% (oitenta quatro
virgula oito por cento); 77,8% (setenta e sete virgula oito por
cento); 81,6% (oitenta um virgula seis por cento).
A partir destes dados, é possível afirmar que no Curso de
Deficiência Mental no contexto da Educação Inclusiva, os
Tabela 2. Ambiente de aprendizagem instrumentos avaliativos são diversificados e coerentes com o
Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Desta forma, pode-se afirmar que o Ambiente Virtual de
Aprendizagem, no curso de Deficiência Mental no contexto da
Educação Inclusiva, atende aos quesitos referentes às variáveis: CONSIDERAÇÕES FINAIS
funcionamento, interação, facilidade na utilização de recursos,
utilização para estudos, utilização para atividades não
obrigatórias, utilização dos recursos de forma correta, interação Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de compreender a
entre os alunos. percepção dos alunos sobre três aspectos do Sistema de Educação
Na variável “As questões postadas no fórum para a interação dos a Distancia: os Conteúdos de Ensino, o Ambiente Virtual de
alunos com os demais cursistas realmente motiva o aluno a Aprendizagem e a Avaliação dos alunos quanto à tutoria e os
participar?”, por exemplo, há uma afirmativa importante de esta é instrumentos de avaliação do Curso Deficiência Mental no
uma característica fundamental da Educação a Distância. contexto da Educação Inclusiva. A partir da análise dos dados
coletados pelo questionário eletrônico, foi possível identificar
Verificou-se, também, uma afirmativa dos alunos com relação ao pontos relevantes com relação às variáveis.
Ambiente Virtual de Aprendizagem. Nesse sentido, o AVA foi
configurado de forma a proporcionar a interação dos alunos entre Sendo assim, destaca-se a relevância desta pesquisa para o
si e também da interação destes com o professor-tutor. Da mesma Sistema de Educação a Distancia, pois permite uma avaliação dos
forma, durante o curso, os recursos disponíveis foram explorados cursos oferecidos pela UnUEAD e sua estruturação, garantindo a
de acordo com o tema estudado. aprendizagem e o envolvimento dos alunos com esta modalidade
de ensino, reafirmando o importante papel da Educação a
O terceiro aspecto considerado nesta análise trata da avaliação da Distancia na construção de saberes e na formação dos professores
tutoria pelos alunos, isto é, a percepção do aluno sobre a tutoria e neste pais.
os instrumentos de avaliação. Assim, na análise dos resultados
com relação à Percepção do Discente sobre a tutoria e os REFERENCES
Instrumentos de Avaliação, consideram-se as variáveis: exigências
[1] Haydt, R. C. 2002. Avaliação do Processo Ensino-
nas avaliações, pontuação, instrumentos avaliativos e avaliação
Aprendizagem. 6ª ed. São Paulo: Editora Ática.
escrita, como mostra a Tabela 3.
[2] Litto, F. e Formiga, M. 2009. Educação a Distância: o
estado da arte. São Paulo: Pearson Education,
[3] Maia, C. e Mattar, J. 2007. ABC da EAD: a Educação a
Distância hoje. São Paulo: Pearson Education,.
[4] Gomes, M.J. 2008. Na senda da inovação tecnológica
na Educação a Distância. Revista portuguesa de

569
pedagogia. Braga, v.42, n. 2, 181-202. [8] Peters, O. 2004. A Educação a distância em transição:
http://74.125.47.132/search?q=cache:-ZVCbTpfQoJ: tendências e desafios. Trad. Leila Ferreira de Sousa
Mendes. São Leopoldo: Unisinos.
[5] Harvard university extension school distance education.
2009. http://www.extension.harvard.edu/2009- [9] Rezende, F.A. 2008. EaD: um espaço de relações.
10/DistanceEd/ Simpósio Internacional Janelas para o Mundo FGV. São
Paulo: UNICAMP,
[6] Nonato, E.R.S. 2007. EAD, TIC e Internet: ainda
http://www.slideshare.net/Flaviarez/ead-espao-de-
estranhos à escola. 12 f. Relatório de pesquisa.
relacoes2008-janelas-para-o-mundo.
Educação universitária, Universidade do Estado da
Bahia, Salvador, maio 2007.
http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/54200711574
7PM.pdf>
[7] Nova, F. 2004. Gerações de EAD marcadas por
diferentes tecnologias
http://portal.webaula.com.br/noticia.aspx?sm=noticias&
codnoticia=195.

570
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

DESARROLLO DE COMPONENTES DE SOFTWARE EN


BASE AL PATRÓN DE DISEÑO MEDIADOR: EL CASO DEL
ORGANIZADOR GRÁFICO INTERACTIVO
Francisco A. Almarza M, Héctor R. Ponce A, Mario J. López
VirtuaLab-USACH
Universidad de Santiago de Chile
Chile
francisco.almarza.m@usach.cl, hector.ponce@usach.cl, mario.lopez@usach.cl

RESUMEN Keywords
Interactive graphic organizer, software component, mediator
Este artículo presenta el rediseño una aplicación de software pattern design.
denominada organizador gráfico interactivo (OGI) utilizando una
arquitectura basada en componentes de software y el patrón de
diseño mediador. La aplicación OGI original presentaba alto 1. INTRODUCCIÓN
niveles de acoplamiento y una interfaz de comunicación primitiva,
lo que generaba problemas en la composición de aplicaciones de En general, la utilización de esquemas que combinan elementos
software de mayor complejidad. Los resultados obtenidos fueron lingüísticos, tales como palabras y frases, y elementos no
una nueva versión del OGI que cumple cabalmente con las lingüísticos, tales como símbolos, figuras y flechas, para
características asociadas a los componentes de software, en representar relaciones se conocen como organizadores gráficos
particular, una interfaz robusta; y principalmente, un bajo [1],[2].
acoplamiento derivado de la utilización del patrón de diseño
mediador. Esta nueva versión ha permitido la reutilización del La utilidad de los organizadores gráficos radica en su capacidad
nuevo OGI en la composición de aplicaciones de mayor para representar visualmente una operación cognitiva [3]. Por
complejidad. ejemplo, existen formas visuales que ayudan a establecer
relaciones causales, componer analogías, identificar similitudes y
Palabras claves diferencias, establecer secuencias y presentar un argumento
Organizador gráfico interactivo, componente de software, patrón estructurado. Existen organizadores gráficos específicos para
de diseño mediador. representar y desarrollar cada una de estas habilidades cognitivas
[4], [5], [6].
ABSTRACT Por ejemplo, a través de un diagrama de similitudes y diferencias
[7], el alumno cuenta con una técnica visual que le permite
This article presents the redesign of a software application efectuar comparaciones entre dos o más objetos o sucesos.
denominated interactive graphic organizer (IGO) using a software Cognitivamente, el procedimiento requiere establecer los
component architecture and the mediator pattern design. The elementos a ser comparados, indicar los atributos de comparación
original IGO application presented high level of coupling and y contraste, escribir en los nodos del centro las similitudes y en
primitive communication interface which generated problems in los nodos laterales las diferencias [8].
the composition of more complex software applications. The main
results were a new IGO version that fulfills the characteristics
associated with software components, in particular, a robust
interface; and mainly, a low coupling level derived from the use
of the mediator pattern design. This new version has permitted the
reuse of the IGO in the composition of more complex
applications.
Almarza, Francisco., Ponce, Héctor., López, Mario. (2010 Desarrollo de Componentes
de Software en Base al Patrón de Diseño Mediador: El Caso del Organizador Gráfico
Interactivo. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 571-578, Santiago de Chile.

571
Sin embargo, la aplicación OGI originalmente desarrollada
presentaba algunos problemas arquitecturales que hacían
necesario un rediseño utilizando un nuevo patrón de diseño,
debido a su alto acoplamiento interno; actualizar aspectos
relacionados con la interfaz de comunicación, debido a su baja
capacidad de composición y aprovechar las nuevas características
ofrecidas por ActionScript 3.0 en relación al desarrollo de
software basado en componentes.

Por lo tanto, el objetivo de este artículo consiste en presentar un


rediseño de la versión inicial del OGI utilizando un esquema de
desarrollo basado en componentes de software y la utilización del
patrón de diseño mediador.
Figura 1. OGI de diferencias y similitudes

Los organizadores gráficos constituyen también una herramientas 2. MARCO CONCEPTUAL


efectiva y poderosa para la representación y estructuración de
contenidos, facilitando su comprensión, ya que permiten al
profesor exponer contenidos complejos en un lenguaje accesible e 2.1 Patrón de diseño Mediador
integrar y relacionar nuevos conocimientos con los conocimientos
previos del estudiante [9],[10],[11]. En aspectos generales, un patrón tiene la particularidad de
describir un problema que ocurre una y otra vez en un entorno,
Los organizadores gráficos también ayudan al aprendiz a describiendo también el núcleo de la solución a dicho problema,
organizar, secuenciar, y estructurar su conocimiento y facilitan la de tal forma que pueda ser utilizado miles de veces sin la
aplicación de nuevas estrategias a los desafíos de aprendizaje que necesidad de hacer dos veces lo mismo [16]. Orientado al
enfrente. También facilitan el descubrimiento de patrones, desarrollo de software, un patrón de diseño, consiste en una
interrelaciones e interdependencias y el desarrollo del descripción de clases y objetos que se comunican entre ellos. Así,
pensamiento creativo [12]. esta descripción está adaptada para resolver una problemática de
diseño general en un contexto particular [17].
Diversos estudios también indican efectos educativos importantes
en la utilización de organizadores gráficos. Por ejemplo, en Actualmente, es posible encontrar una variedad de patrones de
estudios utilizando técnicas de meta-análisis, el tamaño promedio diseño, orientados a soluciones para variados problemas
de los efectos (“effect size”) reportados vas desde 0,5 a 1,31; generales. Por ejemplo, el patrón de diseño Modelo Vista
implicando ganancias percentiles de un 20% a un 40% [2]. Controlador (MVC), patrón Observador, patrón Fachada, entre
muchos otros [17].
Dadas las importantes ventajas de utilizar organizadores gráficos
en contextos educativos, en el año 2005, iniciamos el desarrollo El patrón de diseño mediador consiste en definir un objeto que
de un conjunto de componentes de software que denominamos tenga como finalidad encapsular la interacción presente en un
Organizadores Gráficos Interactivos (OGI). La aplicación de conjunto de objetos. Con esto se logra estimular la pérdida de
software resultante es un conjunto de OGI implementados en acoplamiento, ocultando así las referencias explícitas entre los
Adobe Flash utilizando Action Script 2.0. Cada OGI está objetos, modificando así su interacción de forma independiente.
básicamente dotado de:
• Funcionalidades, que le permiten crear, modificar, eliminar, La idea básica del patrón mediador es que cada uno de los objetos
guardar, recuperar e imprimir lo que el estudiante va presentes se comunique con otro a través de un mediador central,
desarrollando o ha concluido. el que a su vez, conoce a cada uno de los objetos que están a su
• Interactividad, mediante la agregación y edición de formas alcance, pudiendo manipular sus estados de ser necesario.
gráficas.
El patrón mediador necesita de dos requerimientos principales. El
Además, cada organizador es de fácil integración con otras primero es una clase conocida como “mediador”. Esta define la
plataformas compatibles con Adobe Flash, tales como insertarlo interfaz y las funcionalidades genéricas de la misma. Dependiendo
en una diapositiva de una presentación de Microsoft PowerPoint de las necesidades, se pueden implementar mediadores concretos
[13] o bien utilizarlos para construir otras aplicaciones de para implementar funcionalidades específicas. El segundo
software de características similares [14] requisito son todos los objetos que se encuentran juntos al
mediador y se definen como “colegas”. Estos se basan en clases
Durante dos años de desarrollo, se logró implementar un total de que se puedan comunicar con él. La estructura básica de este
100 organizadores gráficos en idioma español y otros 100 patrón de diseño se presenta a continuación (Figura 2):
organizadores equivalentes en idioma inglés. Además, fue posible
con dicha tecnología desarrollar otras aplicaciones de mayor
complejidad, como el programa de formación en estrategias
lectoras e-PELS [15].

572
Es importante destacar que una interfaz no ofrece la
implementación de sus operaciones. Simplemente las nombra y
provee sus descripciones y protocolos. La división realizada
permite significativas mejoras, entre ellas:
• La posibilidad de realizar cambios en la implementación sin
cambiar la interfaz. Esto permite realizar mejoras en el
componente sin tener que reconstruirlo.
• Al incluir nuevas interfaces (e implementaciones) no es
necesario cambiar la implementación existente, pudiendo así
mejorar la adaptabilidad del componente.

3. PROBLEMA

Figura 2. Estructura básica del patrón mediador [17] El Organizador Gráfico Interactivo (OGI) consiste en una
aplicación de software que consta de un diagrama visual editable e
independiente, de un tipo y objetivo específico con una interfaz de
2.2 Desarrollo de software basado en de utilización, que puede ser accedido tanto de forma
componentes independiente como de la Web y desarrollado en Adobe Flash
(ActionScript 2) [13] (ver figura 1).
Se define un componente de software como una unidad de
composición con una interfaz contractualmente especificada y El OGI consiste técnicamente en una vista que permite la
explícita sólo con dependencias de un contexto, el que puede ser inclusión de diversas formas básicas (cuadriláteros, círculos,
desplegado de forma independiente o sujeto a la composición de óvalos, flechas, entre otros) en conjunto a una iconografía
terceros [18]. sugerente según el organizador utilizado. Esta vista es controlada
por una barra de herramientas ubicada en su parte superior y que
Es importante destacar el hecho que, más allá de su definición, permite acceder a todas sus funcionalidades. El OGI puede
existen un conjunto de características necesarias para un dividirse gráficamente en dos partes claramente marcadas: el
componente de software. Para este artículo, son consideradas las espacio de trabajo y la barra de herramientas (Figura 3).
que se definen a continuación [19],[20]:

Composición: consiste en la capacidad del componente para


agruparse con otros componentes y así obtener un componente de
mayor granularidad.
Encapsulamiento: consiste en la capacidad del componente para
ocultar los detalles de su implementación, funcionando como una
caja negra.
Interoperabilidad: consiste en la posibilidad del componente de
trabajar tanto de forma independiente como interactuando con
otros componentes permitiendo funcionalidades de mayor
complejidad.
Multiplataforma: consiste en la capacidad del componente para Figura 3. Estructura visual del OGI
funcionar, independiente del sistema operativo y hardware
utilizado. Esto permite, aumentar su reutilización. Espacio de trabajo: En esta área se incluye la mayor parte de los
Auto-contenido: consiste en la capacidad del componente de elementos presentes en la aplicación, los que se pueden clasificar
trabajar con mínima dependencia de otros componentes o en: (1) elementos de diagrama: correspondientes a las diversas
aplicaciones para realizar sus operaciones. Para lograr dicho estructuras gráficas que se incluyen en el diagrama y que
objetivo, el componente debe presentar un bajo acoplamiento y almacenan la información principal del OGI; y (2) elementos de
una alta cohesión. observaciones: corresponden a las estructuras gráficas incluidas
para almacenar información complementaria a la incluida en los
2.3 Interfaz de componentes elementos de diagrama.

De acuerdo a lo presentado anteriormente, es crucial que un Barra de herramientas: Área correspondiente a la parte superior
componente de software cuente con un punto de acceso único y de la vista del OGI. En esta sección se incluyen los diversos
estandarizado para lograr su interoperabilidad con otras elementos gráficos (botones) que permiten la interacción entre el
aplicaciones. Este punto de acceso es su interfaz. usuario y la aplicación.

Se define una interfaz como la especificación de su punto de Luego de iniciar la aplicación OGI, ésta le presenta al usuario los
acceso. Es a través de ese punto por el cual el cliente accede a los diversos elementos posibles de utilizar, tanto el espacio de trabajo
servicios que provee el componente [21]. como la barra de herramientas. Además, pone a disposición de
este un conjunto de funcionalidades realizables en el espacio de

573
trabajo, entre ellas: crear, guardar, imprimir y cargar organizador; elementos que implican mayor esfuerzo de programación. En este
insertar y eliminar elementos del diagrama, agregar y eliminar último caso se hace necesaria la revisión de posibles efectos
observaciones. colaterales con los elementos que componen el OGI debido a que
son parte de la misma capa visual. Además, si el cambio aplica a
Luego de utilizar los OGI en diversos proyectos, tanto evaluando todos los OGI, será necesario hacer dichas modificaciones en el
el organizador gráfico [13], como en el desarrollo de nuevas código de cada OGI, demandando tiempo y esfuerzo de
aplicaciones [15],[16], surgieron nuevos requerimientos y programación.
demandas sobre el OGI que hicieron necesario el desarrollo de
una nueva versión. Los principales problemas generados por la Por las circunstancias anteriormente explicadas, fue necesario
versión original del OGI fueron: realizar un rediseño del OGI, de tal forma que la nueva versión
cumpla con un conjunto de nuevas características. Entre ellas:
Alto acoplamiento: El OGI cuenta con una gran cantidad de
elementos gráficos (bloques, figuras, avisos, entre otros) que • Que presente una arquitectura adecuada para un software
interactúan internamente y con el usuario. Todos estos elementos pequeño, reutilizable y actualizable.
se incluyen en la misma capa visual provocando un alto • Reestructurar el OGI de forma que los elementos no se
acoplamiento, lo que dificulta interacción entre los elementos y acoplen, mejorando el acceso e interacción con los mismos.
observándose algunos problemas de usabilidad derivados de dicho • Una comunicación e interacción rápida y transparente, sean
acoplamiento (ejemplo: interposición de elementos). La figura 4 estos OGI u otras aplicaciones que requieran de sus
muestra una vista del entorno de desarrollo del OGI donde se servicios.
observa dicho acoplamiento. • Que la aplicación esté abierta a nuevas modificaciones y
actualizaciones, las que puedan ser realizadas de forma
rápida y en un tiempo aceptable.
• Que la estructura adoptada, permita facilitar y potenciar las
características de la arquitectura a utilizar.

4. REDISEÑO DEL OGI


A continuación, se describen las etapas más significativas
desarrolladas en el rediseño del OGI orientado a componentes de
software.

Como requisitos de entrada para el rediseño, se decidió revisar el


conjunto de experiencias recopiladas acerca del OGI, realizadas
con profesores y alumnos [15]. Estas experiencias incluían
Figura4. Entorno de desarrollo de la versión previa del OGI evaluaciones de usabilidad, pruebas con usuarios, y desarrollo de
nuevas aplicaciones que requerían la utilización de los OGI. En
Interfaz primitiva: El OGI está orientado a su utilización tanto dichas experiencias se logró obtener una gran cantidad de
de forma independiente como en conjunto a otras aplicaciones. En sugerencias de mejoras para la nueva versión del OGI.
este ámbito, el OGI puede ser incluido sin problemas tanto en
aplicaciones Web como de escritorio. Pero no cuenta con un Junto a iniciar el rediseño y construcción del nuevo OGI basado
punto de acceso para servicios o eventos, presentando falencias en una arquitectura de componentes de software, se decide utilizar
como componente, entre las que se destacan: el patrón de diseño mediador dado las características de la
• Composición: El OGI puede incluirse en otras aplicaciones problemática generada por el OGI inicialmente implementado.
y/o componentes, pero no es posible acceder a sus servicios, Entre los aspectos considerados relevantes para utilizar el patrón
esto porque no cuenta con un punto de acceso para compartir mediador estaban:
dichos servicios. Por lo tanto, no puede ser utilizado en la • Permitir desacoplar los diversos objetos incluidos en el
composición de componentes de mayor granularidad. componente.
• Encapsulamiento: en la versión original del OGI el • Simplificar la comunicación entre los objetos.
encapsulamiento es total debido a la carencia de interfaz de • Abstraer el cómo cooperan los objetos.
comunicación. • Centralizar el control del componente.
• Interoperabilidad: El OGI puede trabajar de forma
independiente y funcionar en plataformas compatibles con
Flash. Sin embargo, al no comunicarse con otros
4.1 Diseño arquitectural del OGI
componentes, no puede interoperar para componer una
aplicación de mayor complejidad. De acuerdo a lo especificado en la problemática, los diversos
elementos del OGI fueron agrupados en capas. Cada una de las
capas obtenidas está asociada con una característica específica del
Barreras de actualización: Al tener un alto grado de
componente, permitiendo la utilización del patrón de diseño
acoplamiento, cualquier modificación realizada al OGI implica
mediador. Las capas propuestas para el OGI fueron:
desde modificar pequeñas líneas de código hasta agregar nuevos

574
Diagrama: esta capa contiene los elementos principales del OGI
(flechas, bloques de contenidos, entre otros).
Barra de herramientas: esta capa incluye una barra de botones
para interactuar con el diagrama.
Observaciones: esta capa incluye y maneja bloques de contenidos
adicionales para complementar la información del diagrama.
Avisos: esta capa contiene todos los elementos que presentan
mensajes al usuario para realizar alguna acción.

Para la comunicación entre las capas, se debe contar con una


entidad coordinadora central, evitando así la comunicación directa
entre las demás capas. En la Figura 5 se puede apreciar la
aproximación realizada.
Figura 7: Diagrama de clases del OGI

A continuación se procedió al diseño de la interfaz de


comunicación requerida para un componente de software.

4.2 Diseño de interfaz


En la fase de desarrollo de la interfaz, se establecieron las
Figura 5. Modelamiento inicial del OGI especificaciones para que el OGI pudiese interactuar con otros
componentes o aplicaciones externas, solicitando y prestando
Tal como indicó anteriormente, de los diversos patrones de servicios. Para el OGI se definen dos tipos de prestaciones:
diseño, el patrón de diseño mediador permite a un coordinador servicios y eventos.
central encargarse de la comunicación entre un conjunto de
objetos, desacoplando los diversos elementos dentro del Servicios: Corresponden a acciones que una aplicación o
componente. componente externo solicita al OGI para que entregue
información de su estado o contenidos. O bien, para incorporar
La nueva estructura del OGI, basada ahora en el patrón mediador, nuevos datos o la realización de tareas específicas.
consiste en una unidad central conocida como mediador, la que
interactúa con un conjunto de capas independientes entre sí Eventos: Corresponde a la técnica para especificar determinadas
conocidas como colegas (es decir, las capas). Cada una de las tareas que deben realizarse como respuesta a acciones concretas.
capas tiene sus propias funcionalidades, manteniendo Estas acciones son originadas por la interacción entre el usuario y
funcionalidades comunes de comunicación exclusiva con el el entorno del componente (ejemplo: presionar un botón y realizar
mediador (Figura 6). un cambio en la interfaz gráfica). En los eventos pueden
identificarse tres elementos importantes:
• Origen del evento: Corresponde al objeto o componente que
gatilla el inicio del evento. También se denomina objetivo
del evento, debido a que el entorno le asigna un evento a
ejecutar.
• Evento: Corresponde a la identificación del evento
propiamente tal. Esto permite individualizarlo de un
conjunto de eventos distintos cuyo origen es el mismo
objeto.

Figura 6. Estructura mediador asociada al OGI Respuesta: Corresponde al procedimiento a seguir luego que se
activó el evento desde el objeto origen.
Cada una de las divisiones realizadas tiene sus propias
características y funcionalidades, pero también debe heredar Los diversos servicios ofrecidos por el OGI son definidos por una
funcionalidades comunes con las otras capas, tales como la clase Interface, en las que se incluye el nombre, los parámetros
comunicación con el coordinador central. Esto hace que se requeridos y el retorno de dicho servicio, si fuese necesario. Esta
requiera la definición de un diagrama de clases (Figura 7). clase estandariza la comunicación con otras aplicaciones. Dicha
clase la hemos denominado como IgoApi. Los eventos, por su
parte, serán generados por el componente al momento que se
realice alguna acción en particular, principalmente sobre acciones
acerca del manejo de contenidos (guardar, cargar y nuevo
diagrama, entre otras).

575
El listado de los servicios y eventos en el OGI se presentan a La implementación del patrón de diseño mediador también
continuación (Figura 8). requirió el desarrollo de las funcionalidades de comunicación
entre el mediador (coordinador) y los colegas (capas). A
continuación, se definen dichas funcionalidades:

ListernMediator: funcionalidad que es implementada por los


colegas. Dicha funcionalidad pide una referencia al mediador para
que escuche las solicitudes de servicios realizadas por los colegas
(Figura 11).

Public override function listenMediator(m:Mediator):void


{
this.objetoMediador=m;
}
Figura 11. Implementación del método listenMediator en una
clase colega

Send: funcionalidad que permite el envío de información desde


los colegas (Figura 12) hacia el mediador (Figura 13). Esto
Figura 8. Especificación de la interfaz de comunicación del permite la primera parte de la mediación, consistente en el envío
OGI de una solicitud por parte de los colegas hacia el mediador
4.3 Diseño detallado solicitando los servicios requeridos.

La aplicación OGI, como componente de software, es una parte public override function send(mensaje:String):void{
this.objetoMediador .send(mensaje,colega.id);
fundamental que puede operar tanto de forma independiente como
}
dentro de una aplicación con la que se comunique. A
Figura 12: Implementación del método send en una clase
continuación, se presenta el modelamiento interno del OGI en
colega
base a la nomenclatura usada en el modelo de componentes
JavaBeans, mostrando el patrón de diseño mediador utilizado
public override function send(mensaje:String,id:String):void
(Figura 9). {
switch(mensaje){
// Lista de mensajes posibles
case "ACCION1":
// Notifica a diagrama que ingrese elemento
diagrama.notify("ACCION1");
break;
default:
// No es acción normal
Trace(“Mensaje no corresponde”);
}
}
Figura 13. Implementación del método send en una clase
mediador
Notify: funcionalidad que permite el envío de información desde
el mediador hacia los colegas. Esta información puede ser tanto
una respuesta del mediador hacia un colega, una orden para
ejecutar un método, o bien, la solicitud para una configuración a
Figura 9. Modelamiento interno del componente OGI realizar en dicho colega (Figura 14).
public override function notify(mensaje:String):void
La incorporación de la interfaz IgoApi es importada como librería {
a la clase que implementa al mediador concreto del OGI (Figura switch(mensaje){
// Lista de mensajes posibles
10).
case "ACCION1":
// El colega debe ejecutar la acción solicitada
// Se importa la interfaz accion1();
import clases.Interfaz.IgoApi; break;
// La clase principal hereda de MovieClip e implementará los métodos default:
// definidos en la interfaz IgoApi // No es acción normal
public class concreteMediator extends MovieClip implements IgoApi { Trace(“Mensaje no corresponde”);
// Código de la clase }
} }
Figura 10. Inclusión de la Interfaz IgoApi en el OGI Figura 14. Implementación del método notify en una clase
colega

576
5. RESULTADOS OBTENIDOS Composición: Al incluir la interfaz de comunicación IgoApi, se
genera un punto de acceso para que el OGI cuente con un
Luego de desarrollar el OGI, fue posible desprender un conjunto conjunto de prestaciones disponibles para cualquier componente
de ventajas obtenidas por la utilización de los nuevos recursos. A con el que se deba componer para lograr un componente de mayor
saber: complejidad.
• Desacoplamiento de las diversas partes del OGI. Encapsulamiento: el OGI cuenta con un encapsulamiento
• Desarrollo del OGI como un componente de software. adecuado debido a que funciona como una caja negra, esto es, el
componente que quiera trabajar con las prestaciones del IGO sólo
• Actualización y mejora de las diversas partes del
debe acceder a su interfaz de comunicación, sin tener que saber lo
componente.
que realiza el OGI internamente.
Interoperabilidad: Luego del rediseño, y gracias a su interfaz de
5.1 Desacoplamiento de los elementos del OGI comunicación, el OGI permite la composición y encapsulamiento.
Estas características le permiten al IGO tanto trabajar de forma
En el rediseño del OGI, se consideró el problema del alto independiente como en conjunto a uno o más componentes que
acoplamiento provocado porque todos los elementos estaban en la requieran de sus servicios para lograr una aplicación de mayor
misma vista, dificultando la interacción entre ellos. Este hecho se complejidad.
identificaba principalmente en funcionalidades que involucraban Multiplataforma: Al estar basado en Flash, el OGI puede ser
arrastre e intersección entre elementos. La idea a seguir consistió incluido en cualquier navegador que tenga el plug-in de Flash
en agrupar los elementos en capas de funcionamiento común Player, sea este Windows, Linux o Mac.
pasando a ser, según el patrón mediador, clases colegas que Auto-contenido: El OGI presenta un muy bajo acoplamiento
permiten desacoplar los elementos presentes en el componente. La interno, ya que las capas son controladas por el mediador,
figura 15 visualiza el desacoplamiento realizado en el OGI. generándose de esta forma una alta cohesión funcional [22].

5.3 Actualización y mejora de las capas


El proceso de actualización/mejora en un OGI era complejo, esto
porque era necesario revisar el impacto de agregar un nuevo
elemento sobre los demás ya incluidos, originado por el alto grado
de acoplamiento presente en la vista. El desarrollo basado en
componentes y principalmente el patrón de diseño mediador,
permitieron el desacoplamiento de los elementos presentes en la
vista a capas de funcionalidades comunes. Esto logró que, para
realizar cambios en una capa en particular, sólo debe manejarse
dicha capa sin tener que revisar el efecto en las demás. El peor
caso consiste en la inclusión de nuevas características para la
capa, haciendo que el mediador deba ser modificado, sin tener que
alterar las demás capas presentes (Figura 16).
Figura 15. Desacoplamiento de los elementos gráficos del OGI

Este desacoplamiento, basado en el patrón de diseño mediador,


significa una gran ventaja debido a la posibilidad de interactuar
con un elemento de una capa en particular sin afectar el estado de
las otras capas presentes. Esta característica es muy importante al
momento de controlar los diversos elementos presentes en el OGI,
ya que es una aplicación orientada a estructurar información
gráficamente.

Figura 16. Modificaciones a una capa en el OGI sólo afectan al


5.2 Desarrollo como componente de software mediador
Como componente de software, el OGI cumplía de forma parcial Para el caso de incluir una nueva capa en el componente, el
con las características básicas de un componente de software. En mediador debe ser modificado para que reconozca los servicios
su rediseño, se optó por seguir el desarrollo basado en que ofrece dicha capa. Se deben incluir los llamados a las
componentes, incluyendo y/o corrigiendo dichas características funcionalidades que gestionará el mediador hacia la nueva capa
que lo limitaban como componente propiamente tal. Esta decisión (Figura 17).
permitió contar con varias ventajas como lo son la reutilización y
la adaptabilidad. A continuación, se indican las características de
un componente de software presentadas previamente y de qué
forma el OGI cumple con ellas.

577
[7] Parks, S. y Howard, B (1990). Organizing thinking: graphic
organizers. Pacific Grove, CA: Critical Thinking Press &
Software.
[8] Ponce, H., López, M., Labra, J. (2008). Organizadores
Gráficos Interactivos. En Farias, M y Oblinovic, K. (eds.)
Aprendizaje Multimodal-Multimodal Learning, pp. 183-190.
Santiago: PUBLIFAHU-USACH
[9] Stull, A. y Mayer, R. (2007). Learning by doing versus
learning by viewing: three experimental comparisons of
learner-generated versus author-provided graphic organizers.
Figura 17. Modificaciones a una capa en el OGI sólo afectan al
Journal of Educational Psychology, 99 (4), 808–820.
mediador
[10] Strangman, N., Hall, T. y Mayer, A. (2004). Graphic
organizers and implications for universal design for learning:
6. CONCLUSIONES Curriculum Enhancement Report. US National
[11] Witherell, N. y McMackin, M. (2005). Teaching writing
De los resultados obtenidos es posible concluir que el desarrollo through differentiated instruction with leveled graphic
de software orientado a componentes presenta ventajas organizers. New York: Scholastic.
importantes para el desarrollo de software educativo. Los [12] Campbell, L, Campbell, B. y Dickinson, D. (2000).
componentes presentan características que los hacen reutilizables Inteligencias múltiples: usos prácticos para la enseñanza-
en diversos tipos de aplicaciones, junto con la posibilidad de aprendizaje. Buenos Aires: Editorial Troquel.
realizar cambios de forma rápida y efectiva. [13] López, M, Ponce, H., Labra, J, Jara, H. (2008).
Organizadores Gráficos Interactivos: Add-in para MS
Otro factor importante fue la incorporación de un patrón de PowerPoint. XIII Taller Internacional de Software
diseño que aporta una estructura ordenada para el nuevo Educativo, TISE. Diciembre 2, 3 y 4. Santiago, Chile
componente desarrollado. Dicha estructura, además de orden, [14] Ponce, H., López, M., Labra, J. (2007). Programa de
entrega posibilidades de abordar nuevos requerimientos de forma Formación en Estrategias de Aprendizaje Lector. En J.
rápida y efectiva. Por ejemplo, basta con cambiar la capa del Sánchez (Ed.) Nuevas Ideas en Informática Educativa,
diagrama del OGI para cambiarlo por otro diagrama Volumen 3, pp. 193-216, Santiago de Chile: LOM
completamente distinto y, por ende, un nuevo OGI, pero con las Ediciones.
mismas funcionalidades aportadas por las demás capas. Las [15] Ponce, H., López, M., Labra, J., Brugerolles, J., Tirado, C.
nuevas características en rediseño permitieron, generar una 2007. Evaluación experimental de un programa virtual de
comunicación clara y ordenada entre el OGI y otras aplicaciones entrenamiento en lectura significativa (e-PELS). Revista
que lo contendrán. Electrónica de Investigación Psicoeducativa, Nº 12. Vol 5(2),
2007. P 399-432.
REFERENCIAS [16] Alexander, C., Ishikawa, S., Silverstein, M., Jacobson, M.,
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instruction that works: research based strategies for Addison-Wesley Professional.
increasing student achievement. Virginia: Association for [18] Szyperski C. (1998). Component Software Component
Supervision and Curriculum Development. Software Beyond Object–Oriented Programming. Edinburgh
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[5] Gallavan, N. y Kottler, E. (2007). Eight types of graphic [21] Crnkovic I. & Larsonn M. (2002). Building reliable
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education. Journal of Physical Education, Recreation &
Dance, 74 (9), 42-47.

578
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PROPUESTA GRÁFICA PARA LA CARACTERIZACIÓN


DE LA DINÁMICA DE ETIQUETADO

Fernando Sánchez-Zamora, Martín Llamas Nistal, Manuel Fernández Iglesias


Departamento de Telemática
Universidade de Vigo
España
ferjsz@det.uvigo.es, martin@det.uvigo.es, manolo@uvigo.es

ABSTRACT Desde el punto de vista del usuario, tanto a nivel de contenidos –


Este trabajo presenta una propuesta visual para la micro estructura -como a nivel de relaciones entre usuarios –
caracterización gráfica de la evolución de un individuo respecto macro estructura-, podemos hablar de redes en constante
a las actividades llevadas a cabo en el contexto de los sistemas evolución, como así lo pone de manifiesto el auge en el uso de
de etiquetado colaborativo como Delicious o Bibsonomy. La redes sociales tanto en el ámbito profesional como de ocio (ej:
evolución de la forma de etiquetado de cada individuo Facebook 1, Twitter 2, LinkedIn 3).
caracteriza los estilos cognitivos del usuario, en lo que al Desde el punto de vista del alumno-usuario se vislumbra un
procesamiento de la información y el conocimiento en web se espacio propio de aprendizaje formado por una colección de
refiere. Se trata por lo tanto de dotar de una nueva perspectiva aplicaciones que pueden operar entre sí, lo cual nos lleva a la
visual de análisis de las actividades de etiquetado, poniendo de idea de Entorno Personal de Aprendizaje (Personal Learning
manifiesto patrones y tendencias en el etiquetado, así como otros Environment). En contraste con los Sistemas de Gestión del
tipos de características comunes a las gráficas. Aprendizaje, los Entornos Personales de Aprendizaje proponen
un enfoque dirigido al usuario y centrado en las acciones que un
Categories and Subject Descriptors estudiante puede realizar a nivel comunicativo con otros
estudiantes (blogs, chat, videoconferencias).
Keywords Esta sugerencia de cambio de enfoque hacia el usuario hace que
Etiquetado social; redes complejas; dinámica; visualización; las herramientas educativas se centren en las fases de
información; conocimiento. adquisición de datos del usuario – en forma de conocimiento que
se desea registrar y comunicar – en su análisis y en su
1. INTRODUCCIÓN representación, usualmente en forma de tablas. Si bien este
El conectivismo como nueva forma de aprendizaje sugiere el paradigma aporta cambios en cuanto al enfoque de las
uso de herramientas sociales en el entorno Web para el apoyo a herramientas de aprendizaje electrónico, no profundiza en las
la enseñanza, a la vez que concibe la Red como el espacio cuestiones relativas a la clasificación de los distintos estudiantes,
idóneo donde de forma natural debería evolucionar la a la búsqueda de comportamientos predictivos o a la evolución
informática educativa [1]. Se propone por lo tanto la Red como en el tiempo del propio aprendizaje del estudiante.
un nuevo espacio de comunicación y comprensión del Una primera aproximación a la idea de red de conceptos de un
conocimiento, caracterizada por la variedad de fuentes de usuario es la representación en forma de mapas conceptuales,
información, que potencialmente se transforman en mapas temáticos y/o mapas mentales de un campo del saber.
conocimiento, y por el constante cambio de dichas fuentes, lo Para la construcción de este tipo de relaciones existe un amplio
cual lleva a la visión de una red de nodos conectados entre sí en escaparate de software, estando su uso extendido, como así lo
función de sus categorías. Se enfatizan las redes por encima de demuestra la conferencia bianual que tiene lugar en torno al uso
las estructuras estáticas, además del cambio y la adaptación: las de mapas conceptuales y a la herramienta para la creación de los
redes emergen y fluyen con el tiempo. mismos CmapTools 4.

1
http://www.facebook.com/
2
http://twitter.com/
Sánchez, Fernando., Llamas, Martín., Fernández, Manuel.(2010). Propuesta Gráfica 3
para la Caracterización de la Dinámica de Etiquetado. En J. Sánchez (Ed.): Congreso http://www.linkedin.com/
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 579-586, Santiago de Chile. 4
http://cmap.ihmc.us/

579
Si bien las herramientas para la creación de mapas conceptuales, directamente relacionado con las estrategias cognitivas
mapas mentales y/o mapas temáticos se puede realizar de forma personales [3].
colaborativa, un acercamiento masivo a lo que denominamos A continuación presentamos las definiciones para el estudio del
redes de conceptos o redes de etiquetas se inicia con los conjunto de etiquetas de un usuario, en el contexto de los
sistemas sociales de etiquetado como Delicious 5 o Bibsonomy 6, sistemas de etiquetado colaborativo como Delicious o
los cuales permiten al usuario clasificar las páginas web Bibsonomy, los cuales básicamente producen lo que se
visitadas mediante palabras clave o etiquetas para su posterior denomina una folksonomía.
consulta y recuperación. De esta forma se crea un espacio
personal de etiquetas relacionadas entre sí mediante los  Una folksonomía es un tupla (U,T,R,Y) donde U, T y
contenidos visitados. Este espacio de etiquetas es un espacio de R son conjuntos finitos, y cuyos elementos se denominan
conocimiento que puede ser tratado como una red, en el que se usuarios, etiquetas y recursos respectivamente, e Y es una
define de manera concisa la relación entre dos etiquetas de la relación ternaria entre ellos, es decir, . Un
siguiente manera: dos etiquetas están relacionadas si ambas post es una tripleta con y un
aparecen en el conjunto de etiquetas utilizadas para categorizar
una página web. conjunto no vacío

En un trabajo previo [2] presentamos el prototipo de una interfaz  Frecuencia de una etiqueta. Sea la frecuencia de
que permite el marcado de páginas web mediante etiquetas que una etiqueta viene dada por el número de post que contienen
son tratadas como conceptos, entre las que se pueden definir sus , es decir:
relaciones de la misma forma en cómo se realiza la construcción
de un mapa conceptual. Además de esta característica, se
posibilita la inclusión de la definición de cada etiqueta para
 Red de Co-ocurrencia. Dada una folksonomía (U,T,R,Y),
aliviar los problemas de desambiguación, característicos de los
se define el grafo o red de co-ocurrencia entre etiquetas
sistemas de etiquetado colaborativo. como un grafo ponderado no dirigido cuyos vértices son el
En el presente artículo nos centraremos en dos objetivos: i) el conjunto de etiquetas T. Dos etiquetas t 1 y t 2 están
estudio de las propiedades de la red de etiquetas de un usuario conectadas por una aristas si y sólo si existe al menos un
particular, utilizadas para clasificar las páginas web visitadas. post (u, T ur , r) con t 1 , t 2 perteneciendo a T. El peso o
Para ello profundizaremos en la teoría de redes y grafos, para ponderación de esta arista viene dada por el número de post
mostrar que si bien en un principio la red de conocimiento que contienen ambas etiquetas t 1 , t 2 , lo que daría lugar a
formada por el conjunto de etiquetas y sus relaciones podría una red de co-ocurrencia pesada o ponderada.
parecer caótica, haciendo uso de los principios de la teoría de
redes, podemos extraer ciertas propiedades que la caracterizan  Frecuencia de co-ocurrencia (Grado) de una etiqueta.
más allá de la pura aleatoriedad. ii) la caracterización gráfica de Sea la frecuencia de co-ocurrencia de una etiqueta o
la dinámica o evolución de la red de etiquetas a lo largo del grado de una etiqueta (denotado mediante k i ) viene dado por
tiempo. Motivados por las directrices de la ‘visualización de la el número de etiquetas que co-ocurren con , es decir:
información’ trataremos de esgrimir las propiedades más
notables que caracterizan la evolución de las redes de etiquetas. .
Los resultados de ambos objetivos pretenden mejorar el Siendo <k> la media de los grados del conjunto de etiquetas.
entendimiento de las actividades de los usuarios, su propio
conocimiento, e incluso servir para la mejora de los motores de  Matriz adyacente. La matriz adyacente de un grafo
búsquedas y de sugerencias de contenidos. simple, también denominada a veces matriz de conexiones,
es una matriz cuyos valores de filas y columnas están
La siguiente sección introduce algunas definiciones y
definidos por los vértices del grafo, siendo 1 ó 0 en la
características propias de los sistemas de etiquetado
posición (v i , v j ) en función de si v i y v j son adyacentes (co-
colaborativo, para luego presentar la teoría de redes y las
ocurrentes) o no.
propiedades que son objeto de estudio. A continuación se
describe la propuesta de caracterización gráfica de la dinámica Basándonos en las definiciones previas podemos establecer las
de etiquetado, seguida de análisis de los patrones para un siguientes propiedades para la colección de etiquetas/páginas
conjunto de usuarios del sistema Delicious. Finalizamos el web de un usuario particular.
artículo con una serie de conclusiones sobre los resultados
obtenidos. 3. REDES COMPLEJAS
En el contexto de la teoría de redes, una red se define en
2. ETIQUETADO SOCIAL términos generales como cualquier sistema que admite una
El proceso de etiquetado de un recurso web implica por parte del representación matemática abstracta en forma de grafo, cuyos
usuario la selección de un conjunto de palabras claves o nodos (vértices) identifican los elementos del sistema y en los
etiquetas para categorizar dicho recurso. Cuando se etiquetan cuales el conjunto de enlaces de conexión (aristas) representan
recursos con etiquetas comunes, se pone de manifiesto la la presencia de una relación o interacción entre los elementos.
relación entre dichos recursos. Este tipo de actividades ilustran En este sentido, las redes proporcionan un marco teórico de
estrategias básicas de conocimiento en web, lo cual está trabajo que permite una representación conceptual conveniente
de las relaciones dadas en sistemas complejos [4]. Las redes
complejas definidas a partir de las relaciones entre etiquetas y
5 como consecuencia directa de las actividades de etiquetado
http://www.delicious.com/
6
http://www.bibsonomy.org/ llevadas a cabo en los sistemas de marcadores sociales

580
(definidas formalmente en la sección anterior como redes de co- 3.3 Agrupamiento
ocurrencia) pueden ser caracterizadas por la terminología y las Una propiedad común de las redes sociales es la tendencia al
propiedades que se describen a continuación [5]: agrupamiento de un conjunto de nodos, lo que representa
3.1 Redes de ‘Mundo pequeño’ círculos de amigos o conocidos en los cuales cada uno de los
El concepto de ‘Mundo pequeño’ (‘Small World’), en términos miembros conoce a todos los miembros del círculo de amistades.
sencillos, describe el hecho de que a pesar de que las redes son a Esta tendencia inherente al agrupamiento es cuantificada por el
menudo de gran tamaño, en la mayoría de ellas existe un camino coeficiente de agrupamiento [9], el cual se calcula para cada uno
relativamente corto entre dos nodos cualesquiera. La distancia de los nodos de la red, para posteriormente hallar la media de los
entre dos nodos se define como el número de aristas a lo largo valores calculados.
del camino más corto que los conecta. El ejemplo más popular El coeficiente de agrupamiento para el caso de una red de
de redes con la propiedad de mundo pequeño es el concepto de conocimiento basada en etiquetas, muestra el grado de conexión
‘seis grados de separación’, descubierto por el de los términos utilizados, por lo que sirve para caracterizar uno
sociólogo/psicólogo Stanley Milgram (1967), quien concluyó de los aspectos –la conectividad semántica- de la red de
que entre la mayoría de las personas de Estados Unidos se podía conocimiento de un usuario.
encontrar un camino con un tamaño (distancia) de seis
conocidos [6]. La propiedad de mundo pequeño parece 3.4 Autosimilitud y fractalidad
caracterizar la mayoría de las redes complejas: los actores en Un objeto autosimilar es exactamente o aproximadamente
Hollywood, la topología de la World Wide Web, ciertos similar a una parte de si mismo, es decir, el todo tiene la misma
procesos neuronales, el lenguaje o las células. Si bien el forma que una o más de sus partes. Los objetos del mundo real
concepto de mundo pequeño parece intrigante, no es un que muestran las mismas propiedades estadísticas en sus
indicador de un principio de organización particular. De hecho, diferentes partes a diferentes escalas, tales como las líneas de
como Erdös and Rényi han demostrado [7], la distancia típica costa, son autosimilares [10]. La autosimilitud es una propiedad
entre dos nodos cualesquiera en un grafo aleatorio crece como lo típica de los fractales. El estudio de las similitudes y variaciones
hace el logaritmo del número total de nodos. Se concluye por lo de las propiedades en diferentes escalas se conoce como análisis
tanto que los gráficos aleatorios tienen también la propiedad de de las fluctuaciones de escala [11]. Ejemplos de autosimilitud
mundo pequeño. en redes complejas incluyen [12]: la web, como colección de
recursos conectados por una red de hiperenlaces; el mundo del
Otra de las medidas utilizadas para caracterizar las redes es el cine y sus actores, donde los nodos se corresponden con los
tamaño medio de los caminos, definido como la media de las actores, habiendo relación entre ellos cuando comparten al
distancias mínimas entre dos nodos cualesquiera. menos un mismo reparto; las redes biológicas de interacción
3.2 Distribución de grado: redes libres de entre proteína-proteína, halladas en Escherichia Coli y Homo
Sapiens; o la red de células construidas a partir de la base de
escala datos del genoma (WIT integrated-pathway genome database).
No todos los nodos en una red tienen el mismo número de
aristas, es decir, el mismo grado para todos los nodos. La 3.5 Dinámica de las redes: evolución a lo
distribución del grado de los nodos viene dada por una función largo del tiempo
de distribución P(K), la cual estima la probabilidad de que un Una primera aproximación a la dinámica de redes, y en
nodo seleccionado aleatoriamente tenga exactamente k aristas. particular en el contexto de los sistemas de marcadores, es
Debido a que en un grafo aleatorio las aristas se definen detectar la aparición de patrones y tendencias en el etiquetado,
aleatoriamente, la mayoría de nodos tiene aproximadamente el así como de subconjuntos de relaciones que enfaticen algún
mismo grado, cercano al grado medio <k> de la red. La grupo de etiquetas o páginas web por encima de los demás.
distribución de grados de un grafo aleatorio es un distribución de
Poisson con un pico en P(<k>). Uno de los resultados más En las siguientes secciones, haremos una revisión de las
interesantes para el entendimiento de redes complejas fue el propiedades arriba establecidas para redes individuales de
descubrimiento de que para la mayoría de redes de gran tamaño, etiquetas. Como anticipo, confirmamos que la mayoría de las
la distribución de los grados se desviaba de manera significativa redes de etiquetas cumplen la propiedad de ‘mundo pequeño’ y
de una distribución Poisson. En particular, para un gran número de libre escala, mientras que algunas de ellas presentan una
de redes, incluyendo la World Wide Web, Internet o redes topología de tipo fractal.
metabólicas, la distribución de los grados siguen una 4. RESULTADOS
distribución de ley de Potencia.
Para nuestros propósitos de caracterización de la red de etiquetas
Este tipo de redes se denominan redes ‘libres de escala’ (scale de un usuario, tomamos los datos asociados al sistema de
free) [8], y establece una de las diferencias con las redes etiquetado colaborativo Delicious. Este sistema es una de las
complejas aleatorias generadas mediante los modelos de Erdös– primeras aplicaciones en web que permite el etiquetado de
Rényi y Watts-Strogatz, ya que éstos no cumplen la propiedad páginas web, lleva activo desde el año 2003 y tiene un número
de libres escala. Utilizando el modelo de Barabási-Albert, de usuarios cercano a los cinco millones, además es uno de los
podemos obtener una red compleja aleatoria libre de escala. El preferidos como herramienta de aprendizaje 7. En este sentido,
mecanismo utiliza el concepto de conexión preferencial, que las ventajas que ofrece son el descubrimiento de nuevos
suele explicarse mediante la metáfora ‘el que más tiene más materiales, la libertad en la categorización y el fomento de la
recibe’. serendipia. Como desventaja principal presenta problemas de

7
http://www.c4lpt.co.uk/recommended/top100-2010.html

581
desambiguación generado por el uso de sinónimos, homónimos, siendo el número de aristas que se dan entre las etiquetas
plurales y términos en distintos idiomas. Si bien algunas pertenecientes al grado de la etiqueta i.
soluciones apuntan a la inclusión de un lenguaje controlado para
Para el cálculo de la media de las distancias de los caminos más
solventar estos problemas, desde nuestro punto de vista esta
cortos en una red aleatoria utilizamos la fórmula:
solución disminuye el potencial que aporta el uso del lenguaje
natural en funciones de categorización.
Puesto que nuestro primer objetivo es mostrar que efectivamente
las propiedades arribas descritas se cumplen para las redes de donde N es el número total de etiquetas.
etiquetas (el estudio sistemático del total de usuarios del sistema Los resultados los mostramos a continuación en la Tabla 2.
está fuera del alcance de este artículo), tomamos para ello un
reducido número de usuarios, si bien cada uno de ellos presenta
diferentes relaciones entre el número de páginas web y el Usuario Distancia Media Media del Coeficiente de
número de etiquetas. Debido a que los usuarios de este sistema (D.M. aleatoria) Agrupamiento
varían en gran medida, tanto en sus propósitos de (M.C.A. aleatorio)
categorización, como en la forma de uso de las etiquetas, así 1 3.546 < (4.094) 0.281 >> (0.009)
como en el rango de objetos – en este caso páginas web - a 2 2.684 < (2.825) 0.514 >> (0.034)
categorizar, además de su localización, idioma natal, cultura, 3 2.804 < (3.170) 0.444 >> (0.026)
intereses, etc, cualquier patrón que se cumpla para estos 4 2.021 < (3.045) 0.274 >> (0.010)
usuarios puede hacerse extensible a toda la comunidad de 5 1.918 > (1.612) 0.670 > (0.164)
usuarios. Por otra parte, la diversidad representa un reto a la 6 2.477 > (2.353) 0.541 >> (0.031)
hora de dar sentido al comportamiento de cada uno de los 7 2.782 < (3.227) 0.404 >> (0.030)
usuarios; puesto que no conocemos el objetivo particular que 8 3.508 < (6.540) 0.356 >> (0.008))
cada usuario tiene en mente, no podemos valorar la idoneidad de 9 2.654 > (2.594) 0.554 >> (0.018)
su comportamiento al categorizar. La Tabla 1 presenta los 10 3.061 > (3.036) 0.588 >> (0.019)
valores de los datos extraídos para el estudio de las propiedades 11 2.850 > (3.024) 0.348 >> (0.012)
antes comentadas.
12 2.163 > (1.700) 0.507 > (0.110 )
Tabla 1. Propiedades básicas de una muestra de 20 usuarios. 13 3.049 < (3.491) 0.611 >> (0.011)
Usuario Número de Número de Días Grado 14 2.418 < (2.742) 0.920 >> (0.048)
Etiquetas Marcadores de uso medio <k> 15 3.516 < (3.725) 0.348 >> (0.005)
1 1175 470 265 4.493 16 2.757 > (2.625) 0.386 >> (0.034)
2 1163 182 372 6.308 17 2.973 < (3.077) 0.517>> (0.015)
3 970 200 251 5.32 18 3.090 > (2.754) 0.334 >> (0.016)
4 961 1024 230 9.744 19 2.812 < (46.417) 0.168 >> (0.008)
5 950 117 323 19.196 20 2.723 < (3.639) 0.175 >> (0.017)
6 943 400 188 12.76 Tabla 2. Distancia media y media del coeficiente de
7 932 167 365 4.886 agrupamiento. En ambos casos entre paréntesis aparece el
8 912 311 321 2.405 valor estimado para una red aleatoria
9 896 695 286 12.457
10 891 372 301 7.027 Para el cálculo del Coeficiente de Agrupamiento de una red
11 874 696 330 8.707 aleatoria con el mismo número de nodos, utilizamos la fórmula:
12 872 211 382 23.289
13 872 574 470 6.171
14 867 119 261 5.714
15 856 1225 381 6.744 A pesar de que la media de los caminos más cortos sea más
16 842 231 352 7.948 pequeña en comparación con la media de una red aleatoria
17 821 510 198 7.584 (segunda columna), para afirmar que una red cumple la
18 814 671 283 10.626 propiedad de mundo pequeño debemos comparar el coeficiente
19 798 142 179 1.113 de agrupamiento con el estimado en una red aleatoria y ver que
20 790 263 117 4.623 efectivamente es mayor (tercera columna) [16]. Como podemos
Tabla 1. Propiedades básicas de una muestra de 20 observar en la Tabla 2, las redes de conocimiento de los usuarios
usuarios con número {5, 6, 8, 9, 10, 11, 12, 16, 18} son redes con la
propiedad de ‘mundo pequeño’.
• Redes de ‘mundo pequeño’
• Redes libres de escala
Nuestro siguiente objetivo es demostrar efectivamente que las
redes de nuestra muestra cumplen la propiedad de mundo Como ya hemos comentado existen una gran cantidad de redes
pequeño. Para ello calculamos el coeficiente de agrupamiento de libres de escala. A continuación vamos a demostrar (ver [8] para
una red mediante la fórmula: más detalles) que una selección aleatoria de las redes de nuestro
experimento cumplen dicha propiedad.

582
La Figura 1 muestra que la distribución es lineal en escala La Figura 2 muestra la distribución del número de cajas
logarítmica, por lo que podemos concluir que las seis redes necesarias para cubrir la red de etiquetas de dos usuarios. Las
presentan la propiedad ‘libres de escala’. gráficas demuestran que las dos redes de etiquetas cumplen la
propiedad de autosimilitud topológica. La propiedad de
autosimilitud trata de explicar la naturaleza libre de escala de las
redes complejas, a la vez que sugiere una dinámica de auto
organización común.

Figura 2. La distribución del parámetro l_B (‘box covering


method’). Ambas distribuciones son lineales en escala
logarítmica
La mayoría de los trabajos previos en el contexto de las redes
complejas tratan sobre patrones en grafos estáticos,
identificando propiedades a partir de una extensa colección
acumulativa de comportamientos individuales, o a partir de un
relativo corto número de instantáneas [16]. Como tal, las
anteriores propiedades tratan sobre las características
Figura 1. Distribución de grados en escala logarítmica, para topológicas de una red compleja, por lo que en la siguiente
seis usuarios escogidos al azar, los coeficientes de correlación sección nos centraremos en una posible representación gráfica
son respectivamente: R = 0.89, R = 0.92, R = 0.92, R = 0.89, de la dinámica de una red compleja.
R = 0.91, R = 0.95 5. GRÁFICA PARA LA DINÁMICA DEL
• Autosimilitud y fractalidad ETIQUETADO
Mientras que algunos estudios [13] cuestionan la relación entre Como hemos visto a lo largo de este trabajo, las actividades de
fractalidad y autosimilitud en redes de escala libre, este trabajo etiquetado de un usuario pueden ser representadas mediante una
confirma la existencia de la propiedad de autosimilitud red compleja de etiquetas, en las cuales los recursos o páginas
topológica para la redes de etiquetas objeto general de este web etiquetadas nos dan una medida –el peso (ver definición de
estudio, utilizando el método de la cobertura mediante cajas red ‘pesada’ en la sección 2 - de cada una de la relaciones. Las
(‘box covering’) [14]. Este método se basa en la aplicación de representaciones radiales, así como los gráficos dirigidos por
un procedimiento de renormalización que granula el sistema en fuerzas, se encuentran entre las representaciones más utilizadas
cajas, las cuales contienen nodos dentro de un tamaño dado. Una (ver figura 3) para la visualización de redes. Sin embargo, en
vez realizado el granulado se identifica una relación de ley de este tipo de representaciones es difícil visualizar la dinámica o
potencia entre el número de cajas que se necesitan para cubrir la evolución de la red, debido fundamentalmente a que el tiempo
red y el tamaño de las cajas, definiendo un exponente finito no es considerado como una variable independiente en la
autosimilar (el parámetro l_b). Debemos apuntar que para la representación. Como consecuencia la extracción de tendencias
realización de este método es necesario computar el número y/o patrones constituye también una tarea complicada, cuando
mínimo de cajas para cubrir la red, que es un problema de no imposible.
optimización que pertenece a la clase de complejidad NP-
completo, análogo al problema de coloración de grafos. Nuestra
solución recae en la implementación de algoritmo Floyd-
Warshall [15], el cual proporciona mejores aproximaciones que
otros acercamientos, tales como el algoritmo Dijkstra 8.

8
http://www.springerlink.com/content/uu8608u0u27k7256/

583
la figura 5(b) se corresponde con la agrupación de los posts en
intervalos diarios, incluyendo los días de inactividad (espacios
verticales en blanco), y la figura 5(c) excluye los días de
inactividad, dando como resultado una gráfica más compacta en
el eje x.

Figura 3. Tres representaciones de la misma red. Nótese que


los mecanismos de formación de la red no son fáciles de
apreciar
Figura 5. Tres representaciones de la dinámica de etiquetado
La siguiente figura 4 ilustra nuestra propuesta para la para una misma colección de etiquetas/posts (en torno a dos
representación de la dinámica o evolución de una red de años de actividad). (a) Gráfica de la dinámica de etiquetado
etiquetas de un usuario dado, en el contexto de los sistemas de para el conjunto completo de posts. (b) Gráfica de la
etiquetado social. En el eje x situamos el tiempo mediante la dinámica de etiquetado agrupando los post en intervalos
colección de post en orden cronológico (de izquierda a derecha), diarios e incluyendo los días de inactividad como espacios en
mientras que en el eje y situamos la colección de etiquetas (de blanco. (c) Similar a la gráfica b, excluyendo los días de
abajo a arriba), también en orden cronológico. Por cada evento inactividad
de marcado o post acaecido en el tiempo t, y por cada una de las
etiquetas utilizadas en dicho post, situamos un cuadrado en la
La anterior propuesta de caracterización para la evolución de la
coordenada (t,etiqueta). El gráfico resultante lo denominamos
red de etiquetado conserva las propiedades estáticas de la red, es
‘gráfica para la dinámica del etiquetado’.
decir, a partir de la gráfica (a) de la figura 5 es posible
reproducir las relaciones de co-ocurrencia de la red de etiquetas,
además es posible inspeccionar visualmente las siguientes
propiedades:
• Actividad media, número de etiquetas, número de posts.
Estas medidas básicas del comportamiento general del
usuario se reflejan en la longitud de los ejes (eje x para el
número de post, eje y para el número de etiquetas),
pudiendo apreciarse la cantidad de posts no sólo en el
periodo completo de actividad, sino también en el periodo
deseado.
• Forma y pendiente de la envolvente de la gráfica. Una
inspección visual de la envolvente de la gráfica nos revela
la información cualitativa sobre las distintas fases y
periodos de actividad, diferenciándose un
aumento/disminución en el número de nuevas etiquetas en
Figura 4. Propuesta de representación de la dinámica del relación al número de posts.
etiquetado para una red de etiquetas • Localización y densidad de los puntos interiores a la
gráfica. Ilustran la relación temporal entre las etiquetas, así
Para un mismo periodo largo de actividad de etiquetado que como la tendencia a la reutilización /desuso de etiquetas.
incluye cientos de etiquetas y posts, la Figura 5 muestra dos 5.1 Estilos en el etiquetado
variaciones de la anterior representación: la figura 5(a) se A continuación presentamos una aproximación hacia la
corresponde con la gráfica anterior para el total de la actividad, caracterización de los estilos llevados a cabo por los usuarios en

584
Figura 6. Nueve ejemplos de la dinámica de etiquetado con diferentes propiedades y características típicas. Los rectángulos en los
casos (D, E, F, G, H, I) recalcan la tendencia hacia la verticalidad/horizontalidad del conjunto de puntos, así como otras
características especial en los casos (A, B, C)
sus tareas de gestionar la colección de etiquetas/posts a lo largo crecimiento continuo (pendiente constante) y densidad de
del tiempo, así como de la búsqueda de patrones y tendencias puntos internos uniforme. Dentro de esta categoría se dan
contenidos en ellos. Dichos estilos pueden emparentarse con los gráficas con tendencia a la convexidad (caso A), lo cual
patrones de adquisición de información/conocimiento en web y denota a su vez prácticas de reutilización de contenidos; y
representan la base de futuras investigaciones en torno a la gráficas con tendencia a la concavidad (caso B), denotando
adecuación de cada uno de ellos en cuanto a propósitos de prácticas de desuso de etiquetas.
aprendizaje se refiere.  Tendencia hacia patrones horizontales de etiquetado. Las
El siguiente resumen (ver Figura 6) es el resultado del análisis figuras 6. D, F, G, H ilustran un estilo de etiquetado
visual de una larga colección de gráficas de la actividad de progresivo caracterizado por un continuo y débil aumento de
etiquetado de los usuarios como la presentada en la figura 5 (c), nuevas etiquetas. Al igual que en la tendencia hacia la
en donde se excluyen los días de inactividad y los posts se verticalidad existen casos que presentan tendencias hacia una
agrupan en intervalos diarios, para así obtener una distribución gráfica cóncava (casos. D, H) y hacia una gráfica convexa
temporal uniforme. A continuación presentamos una descripción (caso F).
de cada uno de ellos: Otras características especiales que aparecen en las gráficas y que
 Tendencia hacia patrones verticales de etiquetado. Las se dan junto con las anteriores propiedades son:
figuras 6. A, B, C ilustran un estilo de etiquetado progresivo  El incremento en el número de etiquetas se estabiliza en
caracterizado por un continuo y rápido incremento de nuevas cierto punto. La figura 6. E. I. ilustra la compleción del
etiquetas. Este hecho conlleva un enriquecimiento progresivo conjunto de etiquetas utilizadas por el usuario, es decir, a
de los conceptos asociados con las etiquetas, por lo que partir de un periodo inicial de incremento de nuevas etiquetas,
podríamos afirmar que el usuario tiende hacia la ampliación los recursos web son anotados por una colección estable de
del léxico utilizado para la anotación de los recursos web. etiquetas, lo cual reafirma el uso de la colección de etiquetas
Nótese que este estilo de etiquetado se corresponde con un

585
en las tareas de adquisición de información/conocimiento en en entornos docentes se vislumbran como el escenario ideal para
web. este tipo de prácticas que conlleva el análisis de las estrategias de
 Fluctuaciones de escala. Algunas partes de la gráfica tienden etiquetado y aprendizaje de los estudiantes.
a la repetición en diferentes escalas, especialmente nos llama 7. AGRADECIMIENTOS
la atención la repetición de la gráfica completa con respecto a Este trabajo ha sido realizado en el seno de la acción de
un reducido periodo inicial. La figura 6. C ilustra un patrón de coordinación CYTED código 508AC0341 "SOLITE: Software
repetición básico (indicado por los rectángulos), mientras que Libre en Teleformación". (http://remo.det.uvigo.es/solite).
la figura 6. A. muestra el caso especial antes comentado,
donde un periodo reducido al comienzo de la actividad (en REFERENCIAS
torno a 30 días) tiende a la similitud con el periodo total (en [1] Chatti M. A., M. and Quix C. 2010. Connectivism: the
torno a 350 días). network metaphor of learning, International Journal of
 Importación de posts. Una amplia línea vertical indica que el Learning Technology, vol. 5, no. 1, pp. 80-99.
usuario ha importado una serie de posts desde otro sistema de [2] Sanchez-Zamora, F.; Llamas-Nistal, M. 2009. Visualizing
marcado. Esta característica suele darse al comienzo de la tags as a Network of Relatedness. Frontiers in Education
actividad y en algunos casos se repite más de una vez (ver Conference. FIE '09. 39th IEEE
rectángulos verticales en la figura 6. B.)
[3] Bateman, S. et. al. 2007 Applying Collaborative Tagging to
 Subconjuntos de puntos con tendencia a la E-Learning, Tagging and Metadata for Social Information
verticalidad/horizontalidad. Los rectángulos en la figura 6 Organization. WWW07.
(D, E, F, G, H, I) recalcan la tendencia a la
verticalidad/horizontalidad en el etiquetado, donde el primero [4] Cattuto C. et. al. 2007. Network Properties of Folksonomies,
indica cortos periodos de extensa actividad y uso de etiquetas, AI Communications 20, 245. Special Issue on Network
mientras que el segundo revela el uso continuo y prolongado Analysis in Natural Sciences and Engineering.
de una misma etiqueta o conjunto de etiquetas [5] Boccaletti, et. al. 2006. Complex networks: Structure and
Cabe notar que usualmente las gráficas resultantes de la actividad dynamics. Physics Reports, Volume 424, Issues 4-5, Pages
de etiquetado son composición de varios de los tipos arriba 175-308, ISSN 0370-1573.
indicados. [6] Milgram S. 1967. The Small World Problem, Psychology
Today. Vol. 2, 60-67.
6. CONCLUSIÓN
A pesar de que cada usuario debe considerarse como una entidad [7] Erdos, P. 1960. Publications Mathematicae 6, 290 P. Erdos,
individual en lo que respecta a la adquisición de la información A. Renyi. Publ. Math. Inst. Hung. Acad. Sci 5: 17. 1960.
y/o el conocimiento en web, la propuesta gráfica para la dinámica [8] Barabási, A. L. 2003. Scale-Free Networks. Scientific
del etiquetado pone de manifiesto que una adecuada American, 288:60-69.
representación de las actividades facilita información relevante
[9] Albert R., Barabási A.-L.2002. Statistical mechanics of
para la base de una caracterización de estilos cognitivos y
complex networks. Reviews of Modern Physics 74: 47–97.
estrategias de adquisición de información en web. Como resultado
del análisis gráfico de un conjunto extenso de usuarios se ha [10] Mandelbrot, B. 1967 How long is the coast of Britain?
puesto de manifiesto que la evolución de las actividades y forma Statistical self-similarity and fractional dimension. Science.
de etiquetado tiende a seguir patrones de tipo similar, como los New Series, Vol. 156, No. 3775, pp. 636-638.
expuestos en la sección 5.1. [11] Eisler Z, Bartos I, Kertész J. 2008. Fluctuation scaling in
Además, para las redes de etiquetas, se han confirmado las complex systems: Taylor's law and beyond. Advances in
propiedades de ‘mundo pequeño’, libre de escala y autosimilitud Physics, 57 (1), 89-142.
topológica, siendo esta última una propiedad que no resulta del [12] Song C, Havlin S, Makse H. A (2005) Self-similarity of
todo esperable para las redes de etiquetas consideradas en este complex networks. Nature, vol. 433, no. 7024, pp. 392-395.
estudio.
[13] Kim J S, et al. Fractality and self-similarity in scale-free
En el aspecto de la dinámica del etiquetado cabe señalar que la networks (2007) New J. Phys. 9 177.
caracterización gráfica obtenida puede variar en función de los
intervalos de tiempo considerados (en nuestro caso tomamos [14] Song C, Havlin S, Makse H. A. 2005. Self-similarity of
intervalos diarios), por lo que para un análisis sistemático complex networks. Nature, vol. 433, no. 7024, pp. 392-395.
deberían considerarse variaciones en la escala temporal. Por otra [15] Floyd, R. W.1962. Algorithm 97: shortest path.
parte, debido a que no conocemos con exactitud los propósitos de Communications of the ACM 5 (6): 345.
etiquetado de cada usuario, debemos ser cautelosos a la hora de [16] Leskovec J, Kleinberg J, Faloutsos C. 2005. Graphs over
comparar y evaluar las estrategias de etiquetado en términos, por time: densification laws, shrinking diameters and possible
ejemplo, de eficiencia en el aprendizaje. En este sentido, un explanations. ACM SIGKDD International Conference on
experimento controlado, basado en el análisis del etiquetado de Knowledge Discovery and Data Mining (KDD).
los usuarios sobre un conjunto dado de recursos web, aportaría
más información sobre este asunto. Las actividades de aprendizaje

586
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE: INFORMÁTICA


EDUCATIVA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS DAS SÉRIES
INICIAIS

Cristiane Rodrigues de Rodrigues, Suzana Maria Coelho, Aline Scaramuzza Aquino


PUCRS
Brasil
cris2r@gmail.com, coelho@pucrs.br, alinescaramuzza@yahoo.com.br

ABSTRACT

RESUMO This paper is the result of a research carried out following the
qualitative methodology approach regarding the education of
future primary school teachers in a context using virtual and
experimental methodologies based on constructivist precepts. The
Este trabalho é resultado de uma pesquisa com abordagem
objective was to investigate the future teacher’s epistemologic
metodológica qualitativa sobre a formação em Ciências Físicas de
profile features; positive reactions and obstacles identified along
futuros professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, em
the process were also analyzed culminating with the elaboration of
um contexto de metodologias experimentais e virtuais, tendo-se
a teaching unit on “Lightening and Thunder Storms”. The results
adotado uma concepção caracterizada por pressupostos
have pointed out conceptual, psycho-cognitive and
construtivistas. O objetivo foi investigar traços do perfil
methodological obstacles. However, they have also pointed out
epistemológico desses futuros professores, analisando-se,
positive reactions such as concern of the subjects with their own
também, reações positivas e obstáculos identificados no decorrer
education and with student learning. It was realized that
do processo, que culminou com a elaboração de uma unidade
methodology could promote awareness in the subjects as to the
didática sobre a temática “Raios, Relâmpagos e Trovões”. Os
importance and necessity of experimental teaching in Physics with
resultados apontam obstáculos de ordem conceitual, psico-
computer aid as a pedagogical resource in Primary School,
cognitiva e metodológica. Por outro lado, indicam reações
offering the opportunity for questioning, reflecting and
positivas, como a preocupação dos sujeitos com a própria
constructing besides favoring an autonomous form of education
formação e com a aprendizagem do aluno. Constatou-se que a
and the adoption of new methodological concepts in teaching.
metodologia desenvolvida pôde promover, nos sujeitos, uma
tomada de consciência acerca da importância e da necessidade do Keywords
ensino experimental de Física, com o auxilio do computador
Science Education. Computer aided education.
como recurso pedagógico, nas séries iniciais do Ensino
Fundamental, oportunizando um contexto de questionamentos,
reflexões e construções, favorecendo uma educação autônoma e a
apropriação de novas concepções metodológicas de ensino. 1. INTRODUÇÃO
O ensino de Ciências nas séries iniciais abre espaço para uma
Palavras-chave nova leitura dos processos de educação em Ciências, promovendo
Ensino de Ciências. Informática Educativa. debates e questionamentos sobre a realidade em que os alunos
estão inseridos, não se tratando apenas de incentivar a
experimentação e o uso do computador nas aulas de Ciências, mas
de explorar esses recursos para enriquecer e facilitar a
Rodrigues, Cristiane., Coelho, Suzana., Scaramuzza, Aline.(2010). Formação inicial aprendizagem das crianças, despertando o gosto pela Física.
docente: Informática Educativa para o Ensino de Ciências das Séries Iniciais.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 587-594, Santiago de Chile.

587
O professor, nesse sentido, desempenha importante papel na Nesse sentido, a preocupação com a inclusão do ensino de
construção desse conhecimento, mas, para isso, necessitará de Ciências desde os primeiros anos escolares, na busca de
conhecimentos teóricos e práticos, domínio de métodos e de alternativas que contemplem uma aprendizagem significativa,
técnicas, apropriação de ferramentas tecnológicas e, sobretudo, de possibilitando o desenvolvendo de habilidades, atitudes e valores
metodologias que contemplem esses elementos, a fim de que nas crianças, vem sendo demonstrada por diversos autores
atividades considerando a educação em Ciências adquiram [13][10][20][22] que apresentam resultados de pesquisas
significado para seus alunos. Diante dessas questões, surge a realizadas nesse âmbito, focalizando o ensino de Ciências na
necessidade da formação inicial e continuada do professor, Educação Fundamental.
visando promover uma educação de maior qualidade, Sabe-se que os fenômenos físicos, estando diretamente ligados à
desenvolvendo sua capacidade reflexiva e a consciência natureza, fazem parte do cotidiano dos alunos, sendo,
investigativa, além de criar espaço para o diálogo, o seguidamente, trazidos e questionados por eles em sala de aula e,
questionamento, a interação e, principalmente, para as portanto, assumindo grande relevância para a aprendizagem nessa
reconstruções metodológicas baseadas em pressupostos etapa escolar.
construtivistas que contemplem o saber e o saber fazer [2][4]. Porém, para que o ensino de Física passe a fazer parte da
Esta pesquisa teve por objetivo investigar traços do perfil realidade escolar, primeiramente, torna-se necessária sua
epistemológico de futuros professores de séries iniciais, num apropriação pelos próprios professores. Pesquisas realizadas nesta
contexto de vivência e construção de uma metodologia área [18] indicam uma deficiência ou ausência de disciplinas de
experimental e virtual em Física, tendo como temática a Ciências nos cursos de formação de professores. Percebe-se,
eletricidade estática. Analisaram-se reações positivas e obstáculos assim, a importância de estudos específicos sobre a formação de
identificados durante essa vivência, estudando-se quais os professores de séries iniciais, no que se refere ao ensino de
elementos da metodologia experimental foram investidos pelos Ciências. Quando o professor planeja e organiza suas aulas,
sujeitos durante o processo de elaboração de uma unidade desenvolvendo-as de modo a problematizar temas e assuntos
didática, culminando com a construção de um software educativo relacionados à realidade de seus alunos, a fim de contemplar as
para o estudo da temática “Raios, Relâmpagos e Trovões”, potencialidades de sujeito, respeitando seu ritmo e limitações, se
utilizando como recursos o Microsoft Power Point e a Internet. A envolvem com processos investigativos que “[...] precisam de uma
existência de lacunas na formação de professores de séries iniciais epistemologia da prática marcada pela união reflexiva de pensar e
em Ciências, assim como o reduzido número de pesquisas fazer” [10]. Segundo Schein [19] “o professor que se identifica
realizadas na área, considerando a importância da experimentação com uma postura epistemológica construtivista cria espaço para o
e da utilização da Informática Educativa como recurso auxiliar ao desenvolvimento de pesquisa e elaboração de questionamentos em
ensino de Física, justificam a presente pesquisa e sua relevância. sala de aula, manisfestando flexibilidade e tolerância em suas
ações”. Neste sentido, a educação em Física, desde as primeiras
fases escolares, poderá contribuir para o desenvolvimento
cognitivo do aluno, introduzindo noções de conceitos e
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA fenômenos do cotidiano, visando despertar o aluno para as
Ciências, bem como contribuir para a formação de cidadãos
Uma das grandes preocupações de educadores e da comunidade conscientes, agentes participativos e transformadores da sociedade
escolar tem sido com relação a “o que ensinar” e a “como que integram.
desenvolver estratégias de ensino mais significativas à
aprendizagem”. Diversas reflexões surgem neste âmbito, Ainda que, em nível de séries iniciais, a criança não tenha
referindo-se a problemas de aprendizagem relacionados a ações desenvolvido plenamente suas estruturas cognitivas, a educação
conteudistas e aulas expositivas, como reflexo de uma em Ciências, nesse nível, possibilita um trabalho de sensibilização
metodologia tradicional de ensino, vivenciada pelos atuais às Ciências nas crianças, que pode ocorrer por meio de atividades
professores quando discentes. Essa problemática supera a investigativas e desafiadoras, visando desenvolver atitudes,
aplicabilidade superficial e inadequada de métodos e técnicas e habilidades e valores, assim como promover o desenvolvimento
avança em direção a uma atitude reflexiva sobre a visão cognitivo [20].
epistemológica do professor e o papel desempenhado pelo aluno
neste processo. Os desafios que podem surgir nesse contexto,
remetem a obstáculos [2][3] vivenciados na prática, uma vez que Entretanto, além da necessidade de inclusão e realização de um
o futuro professor tende a reproduzir modelos observados. trabalho experimental desde as séries iniciais, outro desafio que a
Pesquisadores [12][16][17] vêm defendendo a idéia de que o educação encontra diante de si está relacionado à utilização de
conteúdo deve ser selecionado a partir da realidade em que o novas tecnologias como recurso de aprendizagem. Discussões
aluno está inserido, relacionando ações do cotidiano a relacionadas à influência do computador sobre o comportamento e
pressupostos teóricos que embasam novas reconstruções de capacidade de construção de conhecimento pelas crianças estão
conhecimento. Processos educacionais baseados em abordagens sendo cada vez mais necessárias, despertando interesse e atenção
construtivistas podem promover a construção e reconstrução da de pesquisadores, educadores e instituições, num movimento de
própria realidade do aluno, problematizada e mediada pelo reflexão sobre a utilização do computador como recurso
professor, valorizando situações e questionamentos, apresentados educacional. Segundo Valente [21]:
por seus alunos, relativos ou não ao contexto escolar, mas que
igualmente merecem atenção, pois poderão tornar-se fonte de
reflexão e de novas aprendizagens. [...] as novas modalidades de uso do computador na educação apontam
para uma nova direção: o uso desta tecnologia não como "máquina de

588
ensinar", mas, como uma nova mídia educacional: o computador passa a 2.1 METODOLOGIA
ser uma ferramenta educacional, uma ferramenta de complementação, de
aperfeiçoamento e de possível mudança na qualidade do ensino. Isto tem
acontecido pela própria mudança na nossa condição de vida e pelo fato de Optou-se por uma abordagem metodológica qualitativa [11][1],
a natureza do conhecimento ter mudado. considerando-se o estudo de caso etnográfico como estratégia de
pesquisa. Constituíram os sujeitos da pesquisa um grupo de oito
Aulas de Ciências, que ocorrem em laboratório de Informática, futuros professores, sendo quatro estudantes de Pedagogia, uma
enfrentam essas mesmas dificuldades e acabam tornando-se professora de Física, uma estudante de Física, uma professora de
cansativas e difíceis, tentando “adestrar” a criança em esquemas Educação Infantil e um estudante de História, com interesse
de condicionamento operante [9], nos quais o estímulo recebido comum no Ensino de Ciências e que compartilhavam a intenção
conduz a uma resposta, reforçando positivamente determinado de exercer sua prática docente nas séries iniciais do Ensino
tipo de comportamento na criança, sem que a mesma consiga Fundamental. Os dados foram coletados a partir das técnicas de
compreender, muitas vezes, o significado do que está sendo observação participante e do princípio do estranhamento [1],
estudado. Essa aprendizagem mecânica produz uma passividade segundo as quais há interação do pesquisador com os sujeitos da
no aluno e a momentânea memorização de conceitos, para um fim pesquisa, enfatizando-se mais o processo do que o produto,
imediato, sem qualquer perspectiva de construção cognitiva. mantendo-se, por outro lado, certo recuo do pesquisador em
relação aos participantes e à situação estudada, o que permite
compreender e retratar melhor a perspectiva dos sujeitos da
Enquanto ferramenta de auxilio à educação em Ciências, a pesquisa nesse contexto.
utilização da Informática Educativa possibilitará o
desenvolvimento de aplicativos educacionais que, entre outras
habilidades e atitudes, poderão oportunizar momentos de Constatou-se, em entrevista inicial para levantamento do perfil
questionamentos, investigação, criação e reflexão, enriquecendo dos sujeitos, que os participantes possuiam diferentes níveis de
os processos de experimentação vivenciados na dimensão real, conhecimentos em Física e em Informática Educativa, entretanto
com a exploração virtual dos experimentos. Ostermann [14] todos com a possibilidade de atuação nas séries iniciais.
reconhece a viabilidade de projetos investigativos com a
utilização da Informática Educativa como estratégia pedagógica Oficinas constituíram o contexto para a coleta de dados da
no Ensino Fundamental. pesquisa, ocorridas em encontros semanais de duas horas e meia,
totalizando uma carga horária de cinqüenta horas. As oficinas
Experimentos construídos concretamente exigem tempo para sua tiveram por objetivo criar um espaço para reflexão e construção
construção e teste de hipóteses ou simulações com novos de novas metodologias, envolvendo atividades experimentais com
materiais, técnicas e procedimentos. Na dimensão virtual, essa materiais de baixo custo e a elaboração de um software para o
aprendizagem pode ser realizada com mais rapidez e agilidade, ensino de Ciências nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
possibilitando que investigações a respeito de fatores que Definiu-se, conjuntamente com os participantes, o tema “Raios,
intervêm nos fenômenos, por exemplo, sejam efetuadas Relâmpagos e Trovões” visando à elaboração de uma unidade
realizando-se uma maior gama de operações, observações e testes didática, uma vez que esses fenômenos fazem parte do cotidiano,
em menor espaço de tempo, sendo essa uma vantagem da despertando curiosidade e interesse nas crianças e, algumas vezes,
experimentação virtual em relação ao experimento real. A sendo pouco compreendidos pelos professores [4]. Nesse sentido,
Informática Educativa aplicada como complemento em atividades também se objetivou que os futuros professores, além de estudar,
experimentais, nas aulas de Ciências, pode contribuir para reconhecer e compreender os fenômenos atmosféricos
alfabetização científica das crianças, despertando o interesse, a eletrostáticos em questão, pudessem conscientizar as crianças
curiosidade e o gosto pelas Ciências e por novas tecnologias, em sobre algumas medidas de segurança e proteção em dias de
sala de aula. tempestades.
Na etapa concreta, foram utilizadas situações de montagem e de
Essas questões conduzem a uma reflexão sobre a necessidade de teste dos dispositivos experimentais em atividades investigativas
formação inicial e continuada do professor, de seu olhar atento à como Pêndulos Eletrostáticos, Eletroscópios Lúdicos, Gaiola de
realidade do aluno e da apropriação e utilização dos recursos Faraday, Garrafa Leyden e Pára-Raios, utilizados com o objetivo
tecnológicos em benefício da aprendizagem. de estudar e compreender processos de eletrização por atrito,
Segundo Falkembach [5] e Freire [6], não basta ao professor saber contato e indução, bem como noções de materiais isolantes e
utilizar o computador, mas é importante que aprenda a selecionar, condutores, envolvendo o conceito de carga elétrica. A escolha
planejar e desenvolver seu próprio material instrucional, para usar desses dispositivos está relacionada à elaboração da unidade
o computador no interesse de objetivos educacionais. didática que se destinou a esclarecer questões referentes aos
processos de eletrização das nuvens, descargas elétricas e medidas
Por uma formação em Ciências e Tecnologia, o professor pode de proteção contra as mesmas, visando facilitar a compreensão
tornar-se melhor preparado para enfrentar os desafios que a dos fenômenos dos raios, relâmpagos e trovões para sua possível
educação em Ciências enfrenta nas séries iniciais e anos inclusão no ensino de Ciências das séries iniciais.
subseqüentes.
Essa etapa foi sucedida por atividades virtuais que ocorreram em
um dos laboratórios de Informática da universidade para a criação,
pelos sujeitos da pesquisa, do software educacional. A utilização

589
do programa Microsoft Power Point, além dos recursos de As discrepâncias acima identificadas constituem indicadores de
Internet, se justifica por sua acessibilidade, tanto do ponto de vista possíveis conflitos epistemológicos, revelando que concepções
técnico como financeiro. construtivistas permeiam o referencial teórico compreendido pelos
sujeitos, mas, no entanto, permanece no discurso a utilização de
terminologia característica da visão tradicional de ensino.
A coleta de dados ocorreu por meio de gravações em fita cassete,
Segundo Astolfi [2], existe uma tendência de os professores
a fim de se manterem os registros de falas dos participantes e
reproduzirem os modelos que vivenciaram em sua vida
intervenções dos pesquisadores, esse tendo sido um dos principais
acadêmica, tomados como exemplo, e uma resistência em
instrumentos de coleta para posterior transcrição e análise de seu
modificar esses modelos educacionais cristalizados, sendo este um
conteúdo. Recursos fotográficos, produções escritas, questionários
obstáculo que exige superação.
e diários de campo também foram utilizados, além do próprio
software criado.

3.2 Obstáculos de ordem conceitual


Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo [11], na elaboração
das categorias referentes ao perfil epistemológico, a obstáculos de
ordem conceitual, psico-cognitiva e metodológica e a reações As dificuldades conceituais, devido à falta de conhecimentos em
positivas dos sujeitos, criadas em função dos objetivos da Física dos sujeitos, foram um dos principais obstáculos
pesquisa, da fundamentação teórica dos pesquisadores e de suas encontrados na construção dos dispositivos. Essas dificuldades
vivências e validadas com base em pressupostos construtivistas e puderam ser identificadas como um dos principais obstáculos
em conhecimentos de Física. Outros aspectos relevantes para enfrentados no processo de formação vivenciado pelos sujeitos da
análise dos dados foram, por um lado, os próprios dados pesquisa. Salientou-se, nessa situação, a busca de elementos de
empíricos, que possibilitaram a leitura de novas informações e, resposta nos registros visuais da memória, encontrados em livros
por outro lado, a interação e o diálogo entre os pesquisadores. que foram vistos durante o período escolar.
Pesquisadora: O que é um eletroscópio? Para que serve um eletroscópio?

3. RESULTADOS Sujeito D: [...] A finalidade eu não sei, mas pode ser como um condutor,
ou um fio terra [...] lembro só do livro, que eu estudei. A imagem do livro
que eu tenho na minha cabeça é aquela coisa assim: [...] aqueles + e -!

3.1 O perfil epistemológico dos participantes A situação anteriormente citada revela limitações dos
participantes no conteúdo de Física, pois são evidenciadas
características de um conhecimento livresco, em que apenas é
Os dados apresentados nessa categoria foram obtidos em lembrada a imagem de um livro, sem descrições ou argumentações
entrevista de sondagem inicial e indicam preocupação dos sujeitos com base em conceitos de eletricidade para fundamentar sua
com a própria formação, manifestada na busca de conhecimentos resposta.
específicos de Física e de conhecimentos metodológicos para o
ensino de Ciências, principais motivos revelados para
participarem do curso. O extrato que segue exemplifica 3.3 Obstáculos de ordem psico-cognitiva
motivações do sujeito C.
Sujeito C: [...] é interessante para nós, não é? Porque surgem muitas
perguntas dos pequenos, [...] e muitas vezes até os professores não sabem Um segundo tipo de obstáculo identificado durante o processo de
responder, já vai ter um embasamento para dar um algo mais, um montagem dos dispositivos refere-se a reações de ordem psico-
diferencial. cognitiva, relativas a dificuldades atitudinais e procedimentais
O exemplo acima ilustra o interesse do sujeito em adquirir constatadas nos participantes. Observou-se, em alguns
conhecimentos específicos da área científica, para mediar questões participantes, ansiedade para iniciar a prática. Constatou-se,
e dúvidas dos alunos, que podem surgir no contexto escolar. nesses sujeitos, maior dificuldade e insegurança durante a
Porém, apesar de a maioria dos sujeitos manifestarem um perfil construção dos dispositivos como, por exemplo, não saber qual
epistemológico permeado por idéias que refletem pressupostos material utilizar ou como começar a montagem. Abaixo, segue um
construtivistas, evidenciaram-se incoerências no discurso de extrato que exemplifica reações e atitudes dessa natureza, no
alguns, no qual se percebem, reflexos de um modelo transmissivo momento de construção do Pêndulo Eletrostático.
do conhecimento, este último identificado pela utilização de
termos como “passar” e “transmitir”.
Sujeito C: Primeiro, o que a gente faz? Acho que primeiro a gente tem
que cortar aquela coisinha ali.
Sujeito F: Eu vejo a dificuldade dos estudantes, então é uma maneira de Sujeito D: Se eu riscar não tem problema também, né? Não vai alterar
eu saber passar, aprender essa didática [...] nada, né?
Sujeito D: Eu tenho a pretensão de dar aula, né, e aí vai agregar ao
conhecimento que eu vou poder passar adiante.
Os resultados dessa categoria apontam para a falta de vivência
com atividades experimentais e conhecimentos elementares em
Física, como fatores que justificam esses obstáculos identificados.

590
Nesse sentido, vários autores [2][4][9][19][20] defendem a
importância da formação em Ciências, visando-se à alfabetização
científica dos sujeitos.

3.4 Obstáculos de ordem metodológica

Para a análise do software considerou-se aspectos referentes à


existência ou não de pressupostos construtivistas, os experimentos
que foram investidos, ou não, da dimensão real para a virtual, os
conceitos envolvidos nas atividades e a organização da estrutura
lógica do software. Constataram-se obstáculos metodológicos,
bem como dificuldades técnicas para a execução das atividades.

O planejamento de estratégias, para transpor à dimensão virtual o


conteúdo estudado nas atividades experimentais e metodologias
vivenciadas no plano concreto e compor a unidade de
aprendizagem no plano virtual, envolveu a elaboração de um
roteiro inicial que deu origem a três tipos de atividades: uma
história em quadrinhos, um jogo e um blog. O produto final
resultou em um software educacional denominado “Eletricidade
Divertida”, composto por quarenta e sete slides.

O jogo disponibilizou um menu com três opções, sendo elas


“Eletroscópios”, “Gaiola de Faraday” e “Raios , Relâmpagos e
Trovões”, que possibilitaram a abordagem de temas como
materiais isolantes e condutores, processos de eletrização, noção
de fio terra, funcionamento de eletroscópios, diferença entre raios,
relâmpagos e trovões e medidas de proteção contra descargas Figura 1. Estratégia adotada pelos sujeitos, revelando
elétricas. concepções como obstáculos a uma prática de ensino
significativa. Fonte: Sujeito D
Tais temáticas foram abordadas com tarefas do tipo perguntas e
respostas, as quais não exigiam o desenvolvimento de processos
cognitivos necessários à aquisição dos conceitos, reduzindo-se a Essa proposta metodológica difere do processo reflexivo e
respostas do tipo asserção e razão, envolvendo a memorização investigativo característico da abordagem baseada em
mecânica das respostas, reforçadas com expressões do tipo pressupostos construtivistas que permearam as atividades
“parabéns você acertou”, e pouco contribuindo para a elaboração desenvolvidas na etapa experimental que antecedeu a etapa
de reflexões e questionamentos sobre os conceitos e fenômenos virtual.
apresentados nas questões (Figura 1).

3.5 Reações positivas observadas

A história em quadrinhos explorou a formação do raio, a


simulação de descargas elétricas, o estudo das medidas de
proteção contra as mesmas, como o sistema de blindagem, e
noções de carga elétrica.
Nesse segmento, percebe-se a busca de adequação do cenário ao
universo infantil. Pôde-se perceber (Figura 2) a busca de
adequação do cenário, a utilização de linguagem simplificada,
analogias e imagens do cotidiano, demonstrando uma
preocupação com a estrutura cognitiva do aluno.

591
Figura 2. Estratégia adotada pelos sujeitos, revelando preocupação com o nível cognitivo do aluno: adequação de cenário, linguagem
e utilização de analogias. Fonte: Sujeito E

Observa-se a utilização de analogias com a presença de elementos consciência dos processos de construção do conhecimento e
antropomórficos, como a associação da formação do raio na avaliaram a metodologia utilizada nas situações de aprendizagem
nuvem com a gestação de um bebê. Embora a utilização de que vivenciaram.
analogias e de elementos antropomórficos sejam passíveis de
Sujeito H: Eu achei bem interessante a forma de trocar informações, em
discussão, quanto ao seu papel para uma aprendizagem termos de aluno e professor. O aluno construir primeiramente, [...] de ele
significativa, considera-se sua aplicação, neste contexto, positiva, construir o conceito, as suas idéias.
sendo um indício da preocupação do professor com o nível
cognitivo do aluno.
Evidenciou-se, nesta etapa, reflexão dos sujeitos sobre a própria
O blog apresenta exemplos de fenômenos do dia-a-dia, sugerindo
aprendizagem e sobre a maneira como melhor poderão contribuir
a realização de experimentos referentes à produção das descargas
para a aprendizagem de seus alunos. Constatou-se que todo o
elétricas, a questões de segurança como a Gaiola de Faraday e
processo e retomadas das características de uma concepção
oferecendo um espaço para postagem de dúvidas e links para
construtivista que aconteceram no decorrer da metodologia
páginas da internet associadas à temática.
proposta, fez com que os participantes repensassem a idéia do
É fundamentalmente no blog que as atividades propostas aluno como centro; a relação entre concreto e abstrato e a
adquirem um caráter investigativo, tendo a experimentação como importância do professor partir do concreto, do real, para então
principal foco. Parte das propostas aos alunos constituía-se de abstrair.
atividades experimentais, nas quais o futuro professor pretende
que a ação do sujeito sobre o dispositivo experimental facilite
inter-relações entre saberes teóricos e empíricos.
Observou-se no decorrer do processo que os participantes tiveram
oportunidades para comentar e refletir sobre o quê e como
aprenderam, ou seja, foi possível analisar como tomaram

592
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS [7] Giordan, A. e Vecchi, G. 1987. As Origens do Saber.
Delachaux & Niestlé, Paris.
[8] Klein, J. T. 1998. Ensino Interdisciplinar: didática e teoria.
Em sua maioria, os sujeitos tomaram consciência da importância In Fazenda, I. Didática e Interdisciplinaridade (Campinas,
das atividades experimentais e do uso do computador como São Paulo, 1998).
recurso pedagógico, no ensino de Física em séries iniciais do
Ensino Fundamental. Evidências de pressupostos construtivistas [9] Lombard-Platet, V.L.V., Watanabe, O.M. e Cassetari, L.
foram percebidas na construção do software educativo, como, 2003. Psicologia Experimental: Manual Teórico e Prático
utilização de analogias, contextualização com o cotidiano, de Análise do Comportamento. Edicon, São Paulo, SP.
adaptação da linguagem e escolha de situações e de personagens
[10] Lima, M.C.B. e Alves, L de A. 1995. Pra quem quer ensinar
relacionados ao universo infantil.
Física nas séries iniciais. Cad. Cat. de Ens. de Fís. 12, 2
(1995), 107-122.
Perceberam-se, entretanto, resistências no rompimento de [11] Minayo, M.C.S. 1998. Pesquisa Social-Teoria, Método e
obstáculos, relacionados à epistemologia dos professores. Mesmo Criatividade. Vozes, Petrópolis, RJ.
tendo noções sobre pressupostos construtivistas e tendo
[12] Moraes, R. e Lima, V.M.R. 2004. Pesquisa em sala de aula:
vivenciado metodologias experimentais em oficinas com esse
tendências para a educação em novos tempos. EDIPUCRS,
enfoque, alguns dos sujeitos continuaram a reproduzir concepções
Porto Alegre, RS.
tradicionais de ensino na dimensão virtual.
[13] Ostermann, F. e Moreira, M. 1990. O Ensino de Física na
A falta de apropriação de recursos tecnológicos e de
Formação de Professores de 1a a 4a séries do 1o grau:
conhecimentos em Física, por parte dos sujeitos, resultou em
entrevistas com docentes. Cad. Cat. de Ens. de Fís. 7, 3
dificuldades de transposição dos fenômenos físicos da dimensão
(1990), 171-182.
experimental para a virtual, ficando assim evidente a carência de
uma educação em Ciências e em Informática Educativa nos [14] Ostermann, F., Prado, S. D. e Ricci, T. dos S. F. 2006.
Cursos de Pedagogia. Desenvolvimento de um software para o ensino de
fundamentos de Física Quântica. Física na Escola. 7, 1
(2006), 22-25.
REFERÊNCIAS [15] Perrenoud, P. 2000. 10 Competências para Ensinar. Artes
Médicas Sul, Porto Alegre, RS.
[1] André, M.E.D.A. 2005. Estudo de Caso em Pesquisa e
Avaliação Educacional. Líber Livro, Brasília, DF. [16] Rodrigues, C.R. 2008. Ensino de Física nas Séries Iniciais:
um estudo de caso sobre formação docente com ênfase na
[2] Astolfi, J. e Develay, M. 2002. A Didática das Ciências.
experimentação e na Informática Educativa. Dissertação em
7.ed. São Paulo: Papirus.
Educação e Ciências e Matemática, Pontifícia Universidade
[3] Carvalho, A.M.P.; Gil-Pérez, D. 2006. Formação de Católica do Rio Grande do Sul.
Professores em Ciências: tendências e inovações. Cortez,
[17] Rodrigues, C.R., Coelho, S.M. e Aquino, A.S. 2009. Ensino
São Paulo.
de Física nas Séries Iniciais: um Estudo de Caso Sobre
[4] Coelho, S.M., Nunes, A.D. e Wiehe, L.C.N. 2008. Formação Formação Docente. Cad. Bras. de Ens. de Fís., 26, 3 (2009),
continuada de professores numa visão construtivista: 575-608.
contextos didáticos, estratégias e formas de aprendizagem no
[18] Santos, E.I., Piassi, L.P.C. e Ferreira, N.C. 2004. Atividades
ensino experimental de Física. Cad. Bras. de Ens. de Fís. 25,
experimentais de baixo custo como estratégia de construção
1 (2008), 7-34.
da autonomia de professores de física: uma experiência em
[5] Falkembach, G. A. M. 2005. Concepção e Desenvolvimento formação continuada. In IX Encontro de Pesquisa em Ensino
de Material Educativo Digital. Novas Tecnol. na Educ. – de Física (São Paulo, 2004).
Cinted – UFRGS. 3, 1 (2005). Disponível em:
[19] Schein, Z.P. e Coelho, S.M. 2006. O Papel do
<http://www.cinted.ufrgs.br/renote/maio2005/artigos/a23_m
Questionamento: intervenções do professor e do aluno na
aterialeducativo.pdf> (Jan. 2008)
construção do conhecimento. Cad. Bras. de Ens. de Fís.. 23,
[6] Freire, F. M. P. e Prado, M. E. B. B. 2000. O computador em 1 (2006), 72-98.
sala de aula: articulando saberes. UNICAMP/NIED,
Campinas, SP.

593
[20] Schroeder, C. 2004. Um currículo de Física para as quatro
primeiras séries do ensino fundamental. Dissertação
Profissionalizante em Física, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
[21] Valente, J.A. Computadores e Conhecimento: Repensando a
Educação. 1993. Disponível em:
<http://www.nied.unicamp.br > (Mar. 2008)
[22] Zimmermann, E. e Evangelista, P.C.Q. 2007. Pedagogos e o
ensino de Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Cad. Bras. de Ens. de Fís.. 24, 2 (2007), 261-280

594
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

DESARROLLO DE UNA BITÁCORA VIRTUAL PARA EL


REGISTRO DE INTERACCIONES EN CLASES
PRESENCIALES
Katherine Inalef, Julio Guerra, Carolina Aros, Eliana Scheihing
Universidad Austral de Chile
Valdivia, Chile
katherineinalef@gmail.com, jguerra@inf.uach.cl, carolinaaros@gmail.com, eliana.scheihing@gmail.com

RESUMEN Esto hace que las aplicaciones de las TIC en educación no


siempre resultan pertinentes y muchas veces no promueven una
transformación de los procesos de enseñanza-aprendizaje [15].
Para medir y evaluar el aprendizaje colaborativo es necesario
contar con herramientas que promuevan y registren las
interacciones que se producen en y entre aulas. Considerando los
requerimientos de la comunidad de aprendizaje Kelluwen y los
1.2 Aprendizaje Colaborativo
El aprendizaje colaborativo es el uso instruccional de pequeños
Diseños Didácticos que en ella se desarrollan, comparten y
grupos de estudiantes, de tal forma que trabajen juntos para
ejecutan, además de una revisión sobre plataformas de aprendizaje
maximizar su propio aprendizaje y el de los demás [7].
colaborativo, es que surgió la necesidad de implementar un
módulo de Bitácora Virtual en la plataforma de gestión de El aprendizaje colaborativo cambia el enfoque del aprendizaje,
Experiencias Didácticas de dicha comunidad. La finalidad de la estableciendo que el profesor no es el único responsable del
Bitácora Virtual es constituirse en un espacio virtual, donde aprendizaje de los alumnos, sino que además son los mismos
profesores y estudiantes puedan interactuar y donde tales alumnos los que colaboran en sus propios aprendizajes. Este
interacciones queden registradas de manera permanente método de aprendizaje no se opone al trabajo individual, sino que
apoyando los procesos de retroalimentación y evaluación de los lo complementa a través del trabajo colaborativo logrando un
estudiantes. aprendizaje global por parte de los alumnos.
En este modelo de colaboración los profesores “invitan” a sus
Palabras claves estudiantes a definir los objetivos específicos dentro de la
temática que se está enseñando, brindando opciones para
actividades y tareas que logren atraer la atención de los alumnos,
Bitácora virtual, red social, aprendizaje colaborativo, educación,
animando a los estudiantes a evaluar lo que han aprendido. Los
API, TIC
profesores estimulan a los estudiantes al uso de su propio
conocimiento, asegurando que compartan su conocimiento y sus
estrategias de aprendizaje. Los profesores ayudan a los estudiantes
1. INTRODUCTION a escuchar diversas opiniones, a soportar cualquier crítica de una
temática con evidencia, a comprometerse en desarrollar
1.1 Educación en Chile e Incorporación de las pensamiento crítico y creativo y a participar en diálogos a abiertos
TIC y significativos [7].
Para nuestro país la incorporación de las TIC al sistema de Esta renovación también afecta a los desarrolladores de programas
educación es un objetivo de importancia y en el cual el Ministerio educativos. Las herramientas colaborativas deben enfatizar
de Educación ha estado trabajando desde hace tiempo. Lo aspectos como el razonamiento, el autoaprendizaje y el
anteriormente dicho queda de manifiesto con la inclusión de aprendizaje colaborativo [7].
tecnologías a la educación como objetivo transversal en el cambio
de currículo de la reforma educacional [17]. Un aspecto que Algunas pautas para producir aprendizaje colaborativo son: a)
caracteriza al proceso de incorporación de TIC, que ha ocurrido estudio pormenorizado de capacidades, deficiencias y
también en otros países, es que comienza con la provisión de posibilidades de los miembros del equipo; b) establecimiento de
infraestructura en términos de equipamiento y conectividad en los metas conjuntas, que incorporen las metas individuales; c)
establecimientos educacionales y no proviene del desarrollo de elaboración de un plan de acción, con responsabilidades
innovaciones didácticas que requieran la incorporación de TIC. específicas y encuentros para la evaluación del proceso; d)
chequeo permanente del progreso del equipo, a nivel individual y
Inalef, Katherine., Guerra, Julio., Aros, Carolina., Scheihing, Eliana.(2010). Desarrollo de
una Bitácora Virtual para el Registro de Interacciones en Clases Presenciales.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 595-602, Santiago de Chile.

595
grupal; e)cuidado de las relaciones socio-afectivas, a partir del 2. PLATAFORMAS PARA EL
sentido[5].
APRENDIZAJE COLABORATIVO

1.3 El Proyecto Kelluwen


Kelluwen es una comunidad de estudiantes, profesores e Previo al desarrollo de una herramienta para el aprendizaje
investigadores centrada en construir, usar y compartir Diseños colaborativo se realizó una Revisión Sistemática en relación al
Didácticos colaborativos, cuyas actividades se apoyan en tema y que nos permitió definir requerimientos para desarrollo de
herramientas de la Web 2.0. El proyecto Kelluwen pretende manera pertinente y actualizada. Esta Revisión se hizo siguiendo
mejorar las competencias socio-comunicativas de jóvenes las pautas de [10], la cuales son un resumen de [2-4, 13-16].
estudiantes entre 7mo básico y 2do medio. Las principales
oportunidades que explota el proyecto son, en primer lugar, el
entusiasmo que muestran los jóvenes como usuarios de los 1.3.1 Metodología
servicios de la web, y segundo, la creciente infraestructura y oferta Basados en la pregunta de investigación ¿Qué redes sociales
de conectividad y acceso a la tecnología en los establecimientos educativas o plataformas de aprendizaje colaborativo existen? Se
escolares [17]. estructuró una consulta de búsqueda y se aplicó en la biblioteca
digital de la ACM. Una vez obtenidos los resultados de la
El proyecto Kelluwen considera la creación de una comunidad búsqueda, se procedió a seleccionar sólo los artículos que
virtual que vincule a profesores, estudiantes e investigadores en contenían información relevante, según los criterios de selección
torno al uso, mejoramiento, valoración, ejecución e intercambio expuestos más adelante. .Posteriormente se analizaron y
de Diseños Didácticos colaborativos. Además pretende facilitar a resumieron los resultados.
los profesores la adopción de las tecnologías de la Web social
(herramientas y servicios) [17]. Al respecto, conviene definir el 1.3.2 Criterios de selección
alcance del concepto de Diseño Didáctico: un Diseño Didáctico es
A partir de los resultados de la búsqueda, se seleccionaron
un plan que organiza el proceso de enseñanza aprendizaje de
aquellos artículos que presenten una descripción sobre el
manera global e integral, ya que contempla las cuatro dimensiones
desarrollo de un prototipo o la implementación de una plataforma
de un modelo didáctico (profesor, estudiante, contenido y
o herramienta que incluya entre sus funcionalidades dar soporte a
contextos), debido a esto se considera como un tipo de diseño
alguno de los siguientes tópicos:
instruccional, ya que considera las fases de análisis, diseño,
desarrollo, implementación y evaluación, propias a todo sistema • comunicación síncrona y/o asíncrona.
de instrucción. • registro de información e interacción
Los Diseños Didácticos colaborativos elaborados por Kelluwen • gestión y memoria de grupos.
contemplan el trabajo en conjunto, para algunas actividades, de • análisis y monitoreo de las actividades que se realicen
aulas de distintos establecimientos educacionales. Cuando dos en ella.
aulas se encuentran trabajando de esta forma, se denominan “aulas
gemelas”. Esta modalidad de trabajo plantea un desafío, ya que es
necesario contar con herramientas que permitan la comunicación
1.3.3 Extracción de información
entre dichas aulas. Además las actividades incluidas en los Con el objeto de facilitar el análisis de los artículos seleccionados,
Diseños Didácticos son definidas para ser ejecutadas en el aula y la información extraída se clasificó en:
por lo tanto, a diferencia de actividades que se realizan • Modelos propuestos/descritos
completamente en el medio virtual, gran parte de la interacción y
del trabajo no queda registrada de ninguna forma. La información • Herramientas y funcionalidades que implementan
de las interacciones producidas en la sala de clases es valiosa para
• Usos y experiencias
realizar análisis y evaluación de proceso.
• Arquitectura y tecnología utilizada
El objetivo del presente trabajo es detallar el desarrollo de la
primera versión de una herramienta informática que permite tanto • Otros hallazgos relevantes
el registro permanente de las interacciones producidas al interior
de la sala de clases, como a su vez facilita la interacción entre 1.3.4 Resultados de búsqueda
aulas gemelas. La sección 2 presenta una Revisión Sistemática de Al ejecutar la consulta definida, se obtuvieron un total de 615
artículos relacionados con plataformas de aprendizaje resultados. De los 615 se rescataron 52 artículos que cumplían
colaborativo. Esta revisión aporta información relevante para con los criterios de selección anteriormente definidos. Los 52
formular requerimientos para la Plataforma Kelluwen. La sección artículos seleccionados fueron descargados y leídos por completo.
3 describe las características de la Plataforma Kelluwen de gestión Finalmente, 23 fueron descartados quedando 29 artículos para
de Experiencias Didácticas, sistema en el que se incluye la resumir y extraer la información relevante para este trabajo.
herramienta de bitácora virtual, descrita en detalle en la sección 4.
La sección 5 presenta resultados de una encuesta de satisfacción Inmediatamente pudo constatarse en los resultados de la selección
aplicada a estudiantes y profesores. Por último, la sección 6 el creciente aumento en los últimos años del número de artículos
presenta conclusiones y posibles mejoras. que tratan sobre el tema (ver Figura 1). La búsqueda se realizó a
mediados del año 2009 y por lo tanto sólo una parte de los
trabajos publicados ese año son reportados.

1.3.5 Principales hallazgos y factores claves


Dentro de los artículos seleccionados se encontraron herramientas
de apoyo al aprendizaje colaborativo a distancia y presencial, de
596 estas herramientas se rescataron importantes aspectos comunes y
que caracterizan a las herramientas para el aprendizaje
colaborativo en general. Hay que recordar que la herramienta Didáctico, como por ejemplo usuarios, grupos, interacciones,
que se quiere desarrollar debe apoyar el desarrollo de clases productos, etc.
presenciales donde los estudiantes aprenden mediante
interacciones producidas por el trabajo en equipo, proponiendo y 2.2 Características Generales
compartiendo ideas para resolver una tarea o desarrollar una La comunidad de aprendizaje Kelluwen necesita de una
actividad. plataforma que les permita a sus integrantes gestionar la ejecución
de Diseños didácticos (Experiencias Didácticas), donde la
herramienta de interacción corresponde a un módulo disponible
dentro de dicha plataforma. El desarrollo de la plataforma de
gestión se hizo en paralelo al desarrollo del módulo de
interacción.
La Plataforma Kelluwen se encuentra estructurada en distintos
módulos (ver Figura 2).

Figura 1. Resultados agrupados por año de publicación

Para que una herramienta de soporte al aprendizaje colaborativo


es fundamental que considere estrategias para el registro de las
interacciones y el trabajo realizado, tanto individual como
grupalmente. El registro es conocimiento tácito, que puede ser
utilizado en la evaluación del proceso de enseñanza aprendizaje.
Los factores claves, obtenidos como resultado de la revisión
sistemática, para lograr un aprendizaje colaborativo son:
Figura 2. Plataforma de gestión de Experiencias
• Distribución inteligente de grupos (respecto a Didácticas
habilidades personales y sociales de los estudiantes).
[18] La Plataforma cuenta con un módulo de resumen de ejecución,
• Los integrantes deben tener explícitamente objetivos donde profesores y estudiantes pueden ver cuál es la actividad que
comunes, es decir, deben compartir el mismo fin, para se encuentra en curso, grado de avance, etc., es decir información
así asegurar el cumplimiento de la meta. [11] destinada a facilitar a profesores y estudiantes la puesta en marcha
en su sala de clases de los Diseños Didácticos (ver Figura 3).
• Existencia de roles definidos dentro del grupo (ciclo de
vida de un grupo). [11, 19]
• Las herramientas para el aprendizaje colaborativo deben
ofrecer soporte para la comunicación y registro del
trabajo de los grupos, además de herramientas para el
espacio de trabajo. [8, 9,12, 6] Figura 3. Resumen de avance
• Proveer mecanismos para retroalimentación fácil, válida
y relevante (tagging, valoración, comentarios). [6] El módulo principal (módulo de Gestión de Avance) ofrece
• Los productos generados por los usuarios deben tener funcionalidades para la gestión de Experiencias Didácticas,
valor, de la misma manera que su participación, permitiendo a profesores y estudiantes visualizar en detalle las
cualquiera sea el nivel de experiencia de los usuarios. etapas y actividades contenidas dentro de un Diseño Didáctico,
[1] teniendo la posibilidad de cambiar el estado de las mismas a
comenzado y finalizado, indicando así la actividad que se
Gracias al desarrollo de la Revisión Sistemática se identificaron encuentra en curso y las actividades que han sido finalizadas,
factores claves que debe contener una plataforma con soporte además permite descargar los archivos adjuntos para una
para el aprendizaje colaborativo. Dichos factores claves fueron actividad. También, este mismo módulo, le permite al profesor
tomados como requerimientos para el diseño de de la Plataforma dejar comentarios sobre su experiencia en el desarrollo de cada
Kelluwen de gestión de Experiencias Didácticas y también para la actividad, así como también ver los comentarios de otros
herramienta de registro de interacciones. profesores que se encuentran desarrollando la misma actividad,
permitiendo la retroalimentación entre los miembros de la
comunidad (ver Figura 4).
2. PLATAFORMA KELLUWEN PARA LA
GESTIÓN DE EXPERIENCIAS
DIDÁCTICAS
2.1 Experiencias Didácticas
Se distinguió del concepto de Diseño Didáctico el concepto de
Experiencia Didáctica; una Experiencia Didáctica es la ejecución
de un Diseño Didáctico por un curso de un establecimiento
educacional en particular. Cada Experiencia Didáctica tiene 597
asociada una serie de datos adicionales a los propios del Diseño
Cabe mencionar que la Plataforma Kelluwen y por tanto el
módulo de interacción se diseñaron para ser usados, en una
primera etapa, por estudiantes de 1° medio de establecimientos
educacionales vulnerables de la zona sur de Chile.

3.1 Planteamiento de una Solución


Cuando se trata con el desarrollo de una herramienta que
responde a los requerimientos de la comunidad que la conforma,
es necesario pensar en un desarrollo incremental y constante
donde el usuario rápidamente tiene acceso a herramientas
funcionales para así mediante retroalimentación conseguir
mejoras. Es por esto que para esta primera etapa se pensó en el
desarrollo de una herramienta simple que respondiera de manera
justa a los requerimientos iniciales de la comunidad para así
mediante el uso, encontrar o recoger próximos requerimientos o
Figura 4. Módulo de Gestión de Avance mejoras.

Otro módulo importante es el de Testimonios donde todos los 3.1.1 Requerimientos


profesores que están ejecutando el mismo Diseño Didáctico Ya que los requerimientos para el desarrollo del módulo de
pueden dejar su experiencia final de la ejecución del mismo (ver interacción nacen de una red de usuarios, es que se clasificaron
Figura 5). según si correspondían a requerimientos del profesor o
requerimientos del estudiante, además se incluyeron
requerimientos del equipo de investigación, a cada requerimiento
se le asigno prioridad y estimación de tiempo para su desarrollo.
Del desarrollo de la Revisión sistemática se identificaron ciertos
factores claves para conseguir el aprendizaje de forma
colaborativa. Dichos factores fueron incluidos como
requerimientos para la plataforma y para la herramienta de
interacción.
Listado de requerimientos principales:
• Publicar micropost (profesor y estudiantes)
• Leer los micropost publicados por los participantes de la
experiencia (profesor y estudiantes)
Figura 5. Módulo de Testimonios
• Publicar micropost que contengan productos, trabajos
El ingreso a la plataforma depende del rol que posea el usuario finales de una actividad (estudiantes)
registrado, contando en este momento con un rol profesor (con • Filtrar lo mensajes, para facilitar su revisión, por grupo,
todos los permisos de gestión), un rol estudiante y un rol por persona, por producto ,mi clase y mi clase gemela
colaborador (con los mismos privilegios del profesor, solo que la (profesor y estudiantes)
Experiencia Didáctica no se encuentra a su cargo).
La plataforma fue programada en PHP y javaScript, también fue 3.1.2 Análisis y diseño
usado el framework javaScript JQuery para mejorar el despliegue Dadas las características con que debe cumplir la herramienta se
de las páginas Web y la interacción con el usuario. pensó en el desarrollo de una Bitácora Virtual, donde los
participantes de una Experiencia Didáctica (profesores,
3. MÓDULO BITÁCORA estudiantes y colaboradores) pudieran registrar mediante mensajes
La plataforma descrita anteriormente cumple con gestionar el cortos (microposts) lo que sucede en la sala de clases, pudiendo
desarrollo de Experiencias Didácticas, pero como se mencionó registrar todas las interacciones producto del desarrollo de las
previamente, además es necesario contar con una herramienta que actividades. Esta Bitácora Virtual debe ser compartida y visible
permita interactuar, en la sala de clases y entre salas de clases, y lo para todas las aulas que se encontrasen trabajando de forma
que es más importante aún, registrar de manera permanente dichas gemela, promoviendo así la comunicación entre todos los
interacciones para revisiones posteriores y de esta forma ser un participantes.
real aporte a la evaluación del proceso realizado por los Analizando en conjunto todos los requerimientos se llegó a la
estudiantes en el desarrollo de las actividades educativas. Por esto conclusión de que este tipo de funcionalidad se ajusta con la
es necesario que la herramienta a desarrollar sea de fácil uso y que ofrecida por Twitter, ya que mediante etiquetas (hashtags) en los
además proporcione mecanismos para filtrar y agrupar los mensajes se puede identificar aquellos que correspondan a una
mensajes por usuario, por grupo y por clase, simplificando así la Experiencia Didáctica en particular, a experiencias que son
revisión de estos, tanto por parte del profesor como por parte de gemelas, a un usuario o a un grupo.
los estudiantes. La herramienta además debe contar con soporte
de grupos, es decir, ser capaz de identificar el grupo al que
pertenecen los estudiantes y servir como medio para la
3.1.3 Twitter y su API
comunicación entre grupos (características definidas como
resultado de la Revisión Sistemática). 598 Twitter es una aplicación Web que funciona como una red de
información en tiempo real, dicha información es proporcionada
por los millones de usuarios que posee en todo el mundo. Los
usuarios de Twitter publican información a través de entradas de
microblogging de no más de 140 caracteres, lo cual genera una
amplia variedad de tópicos en la información que se publica. Se
destacan entre las principales finalidades de la información
publicada: noticias, tendencias, lo que pasa en el mundo, cuales
son los temas más hablados o que se habla sobre un tema en
particular.

Como definición, una API o Interfaz de Programación de


Aplicación (Application Programming Interface) es un conjunto
de funciones y procedimientos, ofrecidos a través de una
biblioteca, para ser usados por otra aplicación.
La API de Twitter nos permite acceder a los datos y
funcionalidades que ofrece Twitter, desde nuestra propia Web,
permitiéndonos crear nuevas aplicaciones basadas en las
características e información que posee Twitter, sin necesidad de
entrar a su sitio.
Actualmente la API de Twitter está compuesta de tres partes: dos
API REST y una API Streaming. La API Streaming permite
acceso, en casi tiempo real, a los distintos subconjuntos de
estados que se publican en Twitter. Una de las APIs REST
llamada API REST proporciona funciones para acceder a datos Figura 6. Wireframes de la Bitácora
básicos de Twitter (información de usuario, datos de estado, etc.)
y también permite replicar desde nuestro propio sitio Web las Al modelo de datos correspondiente a la plataforma de gestión de
funciones ofrecidas en Twitter (envío de mensajes, actualización Experiencias Didácticas se añadió una tabla correspondiente al
de estados, etc.). La otra API REST llamada API SEARCH registro de las interacciones y a algunas tablas ya existentes se les
proporciona funciones para obtener información relacionada a añadieron campos propios para el funcionamiento de la Bitácora
búsquedas y tendencias en la información que se publica en (etiquetas o hashtags).
Twitter. Debido a que la API de Twitter sólo añade a sus resultados de
búsqueda tweets con una semana máximo de antigüedad, es que
3.1.4 Especificación de etiquetas o hashtags fue necesario crear un módulo de Historial Bitácora donde se
Un hashtag es una palabra o frase que sirve para etiquetar un visualicen los mensajes publicados almacenados de manera
mensaje y que tiene como prefijo un símbolo de hash (#), un permanente en nuestra Base de Datos, es decir, la interacción
ejemplo de hashtag es #chile. En Twitter los hashtags se usan para clase a clase se realiza a través de Twitter, pero los mensajes se
agrupar tweets (mensajes) que hablen del mismo tema y así van guardando en nuestra Base de Datos para ser visualizados en
facilitar la búsqueda de la información, es decir, si queremos un historial.
escribir un mensaje que tiene relación con Chile usamos el
hashtag #chile, de la misma forma si queremos buscar los 3.1.6 Bitácora Virtual
mensajes en relación a Chile, podemos hacer una búsqueda por el Para el ingreso a la Bitácora es necesario contar con una cuenta de
hashtag #chile. usuario en Twitter la cual es solicitada al comienzo (ver Figura 7).
Para la creación de la Bitácora Virtual se definieron distintos Una vez dentro del la Bitácora el usuario cuenta con 5
hashtag (código) para así agrupar los mensajes correspondientes a funcionalidades principales, la publicación de mensajes, la lectura
una Experiencia Didáctica, a experiencias gemelas, a un grupo, de los mensajes de la Bitácora correspondientes a la experiencia
productos, etc. Estos Hashtag se agregan de forma automática en en la que está participando, aviso de mensajes no leídos (ver
los mensajes publicados por los usuarios, pudiendo así Figura 8) y la de filtrar lo mensajes disponibles (ver Figura 9).
implementar filtros basados en búsquedas en Twitter mediante
hashtags.

3.1.5 Implementación
Para el desarrollo de la Bitácora Virtual se crearon en conjunto
una serie de wireframes 1 para describir la interfaz de la Bitácora,
además se definieron las funciones a implementar y los cambios
necesarios al modelo de datos de la Plataforma Kelluwen (ver
Figura 6).

Figura 7. Ingreso a la Bitácora

599
1
Representación esquemática de una página web
Figura 8. Envío, lectura y aviso de nuevos mensajes

Figura 10. Módulo Bitácora implementado

4. Validación de la Bitácora Virtual


Figura 9. Detalle de los filtros disponibles La Bitácora fue probada en el desarrollo de los pilotajes de la
primera etapa del proyecto Kelluwen. Allí fue usada por 253
La Bitácora Virtual fue utilizada por los miembros de la estudiantes pertenecientes a 9 experiencias distintas. Como
comunidad Kelluwen en el desarrollo de Experiencias Didácticas resultado del desarrollo de los pilotajes se registraron un total de
durante un primer pilotaje realizado en los meses de mayo y junio 3019 mensajes con un promedio de 53 mensajes por grupo.
del 2010. El pilotaje incluyó la participación de 9 aulas y la Un primer análisis de los resultados obtenidos indica que la
ejecución de dos Diseños Didácticos en los subsectores de Lengua Bitácora tuvo una amplia aceptación por parte de estudiantes y
Castellana y Ciencias Sociales e Historia para el nivel Primer Año profesores, aún en aquellos que no eran inicialmente usuarios de
de Enseñanza Media (ver Figura 10). Twitter. De acuerdo a lo reportado por los profesores, el uso de la
La Bitácora Virtual actualmente está siendo usada por los Bitácora Virtual como herramienta de registro de proceso por
miembros de la comunidad Kelluwen que se encuentran parte de los estudiantes, requirió guía adicional en algunos casos.
desarrollando Experiencias Didácticas. La validación se hizo mediante una encuesta de satisfacción de la
usabilidad, en la cual se midió mediante 12 afirmaciones el grado
de satisfacción de los usuarios, encontrando de esta manera los
puntos fuertes y débiles. El grado de satisfacción se midió con una
escala de 1 a 5, siendo 1 el grado de satisfacción más bajo y 5 el
grado de satisfacción más alto y fue aplicada a 82 estudiantes y 5
profesores.
Como resultado de la encuesta los estudiantes y profesores
calificaron la Bitácora Virtual con un grado de satisfacción con
media número 3,9 y moda número 4 (de un máximo de 5) . Siendo
aspecto mejor evaluado la identificación de los mensajes de mi
clase con una media de 4,47 y el peor evaluado el uso de los
filtros con una media de 3,4. De los análisis de las respuestas se
pudo ver que no se identificaron aspectos especialmente
sobresalientes ni aspectos especialmente críticos (ver Figura 11),
permitiéndonos hacer un resumen de respuestas a las afirmaciones
de la encuesta (ver Figura 12).

600
Agradecimientos
Este trabajo ha sido parcialmente financiado por FONDEF bajo el
código D08i-1074 correspondiente al proyecto “Kelluwen:
Investigación, desarrollo y validación de diseños didácticos
colaborativos apoyados en servicios de la Web 2.0. Estrategias
para el desarrollo de competencias socio-comunicativas en
estudiantes de colegios vulnerables de la zona sur de Chile”.
Colaboradores en el desarrollo de este articulo:
- Luis Cárcamo Ulloa, luis.carcamo@gmail.com, Universidad
Austral de Chile.
- Marcelo Arancibia, marancibiah@gmail.com, Universidad
Austral de Chile.
Figura 11. Media de las respuestas a las 12 afirmaciones de
la encuesta - Paulo Contreras, contrerasuach@gmail.com, Universidad
Austral de Chile
- Roberto Casanova, robertocasanovaseguel@gmail.com,
Universidad Austral de Chile.

REFERENCIAS
[1] Amy Bruckman. Social Support for Creativity and Learning
Online. 2008. Second IEEE International Conference on
Digital Game and Intelligent Toy Enhanced Learning.
[2] Biolchini et al. 2005. Systematic Reviews in Software
Engineering. Technical report RT-ES 679/05.
[3] Biolchini et al. 2007. Scientific research ontology to support
systematic review in software engineering. Advanced
Engineering Informatics, 21, 133-151.
Figura 12. Resumen de respuestas a afirmaciones positivas
en relación a la usabilidad de la Bitácora [4] Brereton et al., 2007. Lessons from applying the systematic
literature review process within the software engineering
5. DISCUSIÓN Y MEJORAS domain. Journal of Systems and Software, 80, 571-583.
De los requerimientos planteados previos al desarrollo de la [5] Calzadilla M. 2000. Aprendizaje colaborativo y tecnologías
herramienta se logró implementarlos en su mayoría. El mayor de la información y la comunicación. Revista Ibero
problema que nos encontramos fue la inestabilidad de Twitter, Americana de Educación.
ocurriendo por ejemplo que se encontraba offline o que no
agregaba los mensajes a las búsquedas. Además es importante [6] Carlo Torniai, Jelena Jovanovic, Dragan Gaševic, Scott
destacar que este tipo de herramientas sufren cambios frecuentes Bateman, Marek Hatala. 2008. E-Learning meets the Social
debido a la innovación constante en la que se encuentran, por lo Semantic Web. IEEE International Conference on Advanced
que no es posible confiar en su permanente disponibilidad. Es por Learning Technologies.
esto que se decidió la desvinculación total con Twitter y solo [7] Collasas, C., Guerrero, L., Vergara, A. (sin fecha).
mantener el modelo planteado por él, es decir, la lógica de las Aprendizaje colaborativo: un cambio en el rol del profesor.
etiquetas para agrupar los mensajes, pero replicando las funciones [8] Denis Gillet, Sandy El Helou, Chiu Man Yu, Christophe
ofrecidas por Twitter de manera local. Salzmann. 2008. Turning Web 2.0 Social Software into
De los seis factores definidos como” factores claves para el logro Versatile Collaborative Learning Solutions. Proceedings of
del aprendizaje colaborativo”, descritos entre los hallazgos de la the First International Conference on Advances in Computer-
Revisión Sistemática sección 2.3.5, la Bitácora Virtual concede a Human InteractioFu-Chien Kao, Chia-Wei Liu, Zhi-Hua Ji,
la Plataforma Kelluwen dos de ellos, ya que cumple con ser Chia-Liang Kuo. 2006. The Design of Internet Collaborative
soporte para comunicación y el registro del trabajo en grupo y Learning System with Embedded Load-Balancing Broker.
también satisface la función de ser un mecanismo para la IEEE International Conference on Advanced Learning
retroalimentación constante, a través de mensajes, del trabajo de Technologies.The First International Conference on
los participantes y del desempeño de los profesores en su Advances in Computer-Human Interaction.
ejecución. [9] Fu-Chien Kao, Chia-Wei Liu, Zhi-Hua Ji, Chia-Liang Kuo.
Las mejoras principales para la segunda etapa corresponden a 2006. The Design of Internet Collaborative Learning System
mejoras de usabilidad, es decir, el desafío es trabajar en el with Embedded Load-Balancing Broker. IEEE International
despliegue y distribución de la información en la Bitácora Virtual, Conference on Advanced Learning Technologies.
para que los mensajes se muestren de forma más clara y los filtros [10] Genero, Marcela. Julio 2009. How to Perform Systematic
sean más eficientes mejorando así la experiencia del usuario. Uno Reviews: Theory and Examples. Presentación realizada en
de los cambios más importantes es el incluir el historial de la Valdivia,
Bitácora dentro de la misma, para así tener una visión completa de
toda la información disponible sobre cada actividad en la que se [11] Henri Eberspächer, Michelle Joab. 2006. Virtus: Group
haya participado. Support Using Role-Based Collaboration. Proceedings of the
601 Sixth IEEE International Conference on Advanced Learning
Technologie.
[12] Irene Y.L. Chen, Addison Su, Jeff Huang3, Blue Lan, Yen-
Shih Shen. 2006. Ubiquitous Collaborative Learning in
Knowledge-Aware Virtual Communities. Proceedings of the
IEEE International Conference on Sensor Networks,
Ubiquitous, and Trustworthy Computing.
[13] Kitchenham, B. 2004. Procedures for Performing Systematic
Reviews. Joint Technical Report TR/SE-0401.
[14] Kitchenham et al., 2007. Guidelines for performing
Systematic Literature Reviews in Software Engineering.
Version 2.3 EBSE-2007-01.
[15] Nussbaum, M y Rodríguez, P, 2010, Perspectivas de la
inclusión de las TIC en educación y su evaluación en el logro
de aprendizajes. Conferencia Internacional Impacto de las
TIC en Educación. Unesco,Brasil
[16] Mendes, E., Kitchenhamn, B. 2004. Protocol for systematic
review. http://www.cs.auckland.ac.nz/emilia/srspp.pdf
[17] Scheihing, E., Arancibia, M., Cárcamo, L., Contreras, P.,
Guerra, J. (2009) Kelluwen, estrategias para desarrollar
competencias socio comunicativas usando servicios de la
web 2.0, VirtualEduca 2009.
[18] Shuangyan Liu, Mike Joy, Nathan Griffiths.
iGLS: Intelligent Grouping for Online Collaborative
Learning. Ninth IEEE International Conference on Advanced
Learning Technologie, 2009.
[19] Vasaki Ponnusamy, Rathija Subramaniam, Thiruchelvi
Murugiah. 2009. Promoting Better Learning Skills through
Online Discussion Boards. International Conference on
Future Computer and Communication.

602
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

CONSTRUÇÃO DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM


VOLTADO PARA PESSOAS IDOSAS

Leticia Machado, Patricia Alejandra Behar


Universidade Federal do Rio Grande Do Sul (UFRGS)
Brasil
leticiarmachado@yahoo.com.br, pbehar@terra.com.br

ABSTRACT Os objetos de aprendizagem aparecem como sendo


The digital divide as well as the public's interest in old qualquer recurso digital, interativo e dinâmico que possui
courses that enable an initiation for improving the objetivos educacionais. Desta forma a construção de um
technological tools are in ascendancy, both as a goal of objeto de aprendizagem que possa auxiliar professores
re-entering the job market like for the update on the neste processo é indispensável. Apesar do OA
technology and its languages. What can be seen in INICIANET ser construído para o público idoso com
Brazilian repositories of learning objects is a shortage of uma linguagem mais perto do cotidiano desta faixa etária,
material that supports this public. From the needs este poderá, futuramente, ser utilizado em cursos de
identified, we construct a learning object (LO) diferentes faixas etárias de instrumentalização, já que é
Introduction to the Internet (INICIANET) that aims to um recurso que propicia a construção do conhecimento
introduce the elderly population in the basic concepts of
the Internet as well as their tools. Learning objects appear Categories and Subject Descriptors
to be any digital resource, which has interactive and K.3 [Computers and Education]: Computer Uses in Education
dynamic educational goals. Thus the construction of a - Distance learning. K.3.2 Computer and Information Science
learning object that can assist teachers in this process is Education
indispensable. Although LO INICIANET be built for the
elderly population with a language closer to everyday life General Terms
in this age group, this may in future be used in courses of Design, Experimentation, Human Factors, Theory.
different ages instrumentation, since it is a feature that
enables the construction of knowledge. Keywords
Learning Object, elderly, internet.
RESUMO
A inclusão digital assim como o interesse do público 1. INTRODUÇÃO
idoso em cursos que possibilitem uma iniciação as Aos poucos, o avanço das tecnologias vem incorporando
ferramentas tecnológicas para aperfeiçoamento estão em novas formas de ver/rever o futuro. Ensino e
crescente ascensão, tanto como objetivo de reingressar ao aprendizagem, com as tecnologias de informação e
mercado de trabalho como para a atualização sobre as comunicação, contêm mistérios principalmente para o
tecnologias e suas linguagens. O que pode-se perceber idoso, como possível usuário inexperiente.
nos repositórios brasileiro de objetos de aprendizagem é
uma carência destes materiais que dê suporte a este Na medida em que as tecnologias são atualizadas
público interessado. A partir das necessidades surgem novas formas de utilizar estes recursos com o
apresentadas, foi construído o objeto de aprendizagem público idoso a fim de beneficiá-los na suas vidas. A
(OA) Iniciação à Internet (INICIANET) que tem por inclusão digital pode oferecer ao público idoso condições
objetivo introduzir o público idoso nos conceitos básicos que favorecem a curiosidade intelectual, numa
da internet assim como as suas ferramentas. compreensão de que a educação possa estar presente,
considerando os múltiplos aspectos do cotidiano. Hoje
Machado, Leticia., Behar, Patricia.(2010). Construção de um Objeto de Aprendizagem
voltado para Pessoas Idosas. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 603-608, Santiago de Chile.

603
eCom a educação continuada, os idosos podem aprender 2. DEFINIÇÃO DE OBJETOS DE
a resgatar a dignidade, rompendo preconceitos através de APRENDIZAGEM
oportunidades de socialização, de reinserção na sociedade Atualmente, com a crescente inclusão de tecnologias na
[Palma, 2000]. educação, houve um aumento pela procura de novos
A educação como um processo continuado materiais que possam contemplar a demanda exigida pela
necessita de estímulos concretos para proporcionar o sociedade. No contexto brasileiro, os objetos de
desenvolvimento de habilidades, a tomada de decisão na aprendizagem estão cada vez mais presentes,
busca de uma melhor qualidade de vida. Segundo principalmente no que tange à educação formal nos
Tarouco et al [2006], é necessário criar espaços efetivos, diferentes níveis do ensino. O aumento na utilização de
prazerosos e qualificados para auxiliar no processo de objetos de aprendizagem se dá por ser um recurso que
construção da aprendizagem. tem por objetivo organizar e estruturar materiais
educacionais digitais [Tarouco et al, 2006].
Com a complexidade da contemporaneidade, cabe
aqui a aplicabilidade de uma educação continuada para Os objetos de aprendizagem aparecem como
idosos, buscando o aperfeiçoamento integral. A educação recursos interativos e dinâmicos que possibilitam ao
continuada pressupõe uma combinação de oportunidades professor deixar de ser um transmissor do conhecimento
que favorecem a promoção e a manutenção da qualidade para ser o mediador deste processo de aprendizagem
de vida. Igualmente, não é possível entendê-la estagnada [Behar et al, 2009].
e separada do tempo e do espaço tecnológico. Para que Conforme Behar et al [2009], o uso de objetos de
idosos possam aprender melhor, convém que o ambiente aprendizagem se popularizou devido à possibilidade de
educacional incentive o questionamento e apresente adaptação, já que inclui “[...]as diferentes necessidades,
novos desafios [Arruda, 2004]. tais como de público, conteúdo, tempo e prática
Atualmente os cursos desenvolvidos à distância pedagógica” [2009, p.66].
estão em grande expansão. Ao mesmo passo, cresce o Ainda existem muitas discussões sobre a definição
interesse do público idoso em cursos à distância para do que seria um objeto de aprendizagem. No entanto, o
aperfeiçoamento, reingresso ao mercado de trabalho ou conceito mais comum que se encontra é o descrito por
simplesmente atualização. No entanto, o que se percebe, Wiley [2000, p.4-5], onde objeto de aprendizagem é
através de buscas em repositórios de OAs como o “qualquer entidade, digital ou não digital, que pode ser
RIVED, CESTA é a falta de materiais digitais que dêem utilizada, reutilizada ou referenciada durante a
suporte a este público interessado, principalmente na aprendizagem apoiada na tecnologia”.
modalidade EAD.
Behar et al [2009] considera um objeto de
A partir das necessidades apresentadas, foi aprendizagem, qualquer material digital (vídeos, sons,
construído o objeto de aprendizagem (OA) “Iniciação à páginas HTML, animações, etc) que possua fins
Internet” (INICIANET) que possui por objetivo educativos com embasamento pedagógico e que “São
introduzir o público idoso nos conceitos básicos da destinados a situações de aprendizagem tanto na
internet assim como em suas ferramentas. modalidade à distância quanto semipresencialmente ou
O objeto de aprendizagem INICIANET foi presencialmente” [2009, p.67].
desenvolvido em 2009/2 com o intuito de auxiliar o Tarouco et al [2003, p.2] escreve que “Objetos
professor no curso de extensão "Introdução a recursos da educacionais podem ser definidos como qualquer recurso,
web para Educação a Distância com idosos", voltado para suplementar ao processo de aprendizagem, que pode ser
pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. A partir reusado para apoiar a aprendizagem”. Wiley [2000],
da aplicação da primeira versão do objeto de Macêdo et al [2007], Behar et al [2008] e Vaz [2009]
aprendizagem INICIANET, percebeu-se a necessidade de complementam que, em relação aos objetos de
mudanças pertinentes para contemplar as carências aprendizagem, não existe definido um tamanho.
expostas durante o curso deste público. Desta forma, foi
reconstruído o objeto de aprendizagem INICIANET. Existem alguns fatores que facilitam a utilização de
objeto de aprendizagem na educação, entre eles a
Diante disto, destaca-se a relevância na construção flexibilidade (fácil reutilização e manutenção),
de materiais digitais, como objetos de aprendizagem, para interoperabilidade (possibilidade de utilização em
uma educação continuada e inserção dos idosos na qualquer plataforma em todo o mundo) e atualização
contemporaneidade, através das tecnologias de (fácil atualização e adaptação) [Macêdo et al, 2007]
comunicação e informação.

604
3. INICIANET – RECONSTRUÇÃO DO No novo formato não há rigor na utilização dos
OBJETO DE APRENDIZAGEM recursos em forma de semanas, mas a liberdade do aluno
A criação de materiais digitais educacionais exige para escolher o que deseja aprofundar, possibilitando uma
planejamento, comunicação, conhecimento da tecnologia liberdade também na mediação do professor (Figura 2).
e intensa motivação para o desenvolvimento dos mesmos.
Conforme Tarouco et al [2006, p.2], na construção de
objetos de aprendizagem deve-se “[...]levar em conta
tanto aspectos inerentes a teorias de aprendizagem como
combinar o conhecimento de áreas como ergonomia,
engenharia de sistemas além de levar em conta as
potencialidades e limitações da tecnologia envolvida”.
Desta forma, fica evidente a complexidade na construção
de objetos de aprendizagem.
Desta forma, o objeto de aprendizagem
INICIANET foi construído a partir das etapas sugeridas
por Amante e Morgado [2001]:
a) Concepção do Projeto (o que, para quem e de
que forma pretende-se desenvolver o objeto -
idéias iniciais);
Figura 1. Primeira versão do objeto de aprendizagem
b) Planificação (colocar em prática a primeira fase INICIANET
do que foi projetado, o chamado storyboard-
maquete do que será criado, através de seleção dos
materiais e conteúdos, definir a quantidade e
relevância das informações, construção de
esquemas e protótipos, design da interface);
c) Implementação (todos os pontos planejados
durante o desenvolvimento do projeto e
planificação serão colocados em prática nesta
etapa, construção do produto);
d) Avaliação (conjunto de procedimentos
avaliados e validação do produto).

A partir da primeira versão do INICIANET


(Figura 1) ocorreram alterações no que tange ao layout,
que foi reestruturado em um formato mais claro e aberto
(Figura 2) para atender a uma das características dos
objetos de aprendizagem que é a reutilização. Figura 2. Segunda versão do Objeto de Aprendizagem
INICIANET
A nova versão baseou-se nos depoimentos dos
usuários a partir de um projeto piloto que foi aplicado.
Outra mudança expressiva foi os conteúdos de
Observou-se a necessidade de uma não linearidade nos
cada tópico, onde na primeira versão não era possível a
conteúdos diferentemente de como era na primeira versão
visualização de textos introdutórios para cada ferramenta
(dividido em semanas), já que esta parcela da população
(Figura 3), o que fazia com que os idosos ficassem
necessita, na sua aprendizagem, um tempo mais longo
perdidos na utilização do objeto de aprendizagem por
[Both, 1999; Kachar, 2003; Machado e Ferreira, 2008;
faltar uma explicação acerca do assunto. Também houve
Sales et al, 2009] no que tange as tecnologias e a
a inclusão de novos conteúdos solicitados e indicados
construção do se conhecimento. Como fica claro no relato
pelos participantes idosos do curso no qual foi aplicado a
de um dos idosos: “-Penso que para o nosso bom
primeira versão do INICIANET. Entre os conteúdos
aprendizado e necessário que as matérias sejam
adicionados destacam-se: Comunidades Virtuais, Blogs e
explicadas mais lentamente, porque somos idosos e
Flogs.
temos dificuldades para fixar as coisas”

605
Outra necessidade contemplada foi o formato das ambiente virtual de aprendizagem tendo um professor
atividades de cada tópico. Houve mudanças que como mediador deste processo.
possibilitassem uma interatividade maior por serem
Os tópicos que compõem o objeto de
disponibilizados, não apenas tarefas que exigem a
aprendizagem INICIANET são: Internet - histórico e
utilização de ferramentas do ambiente virtual utilizado
conceitos básicos sobre o tema; Comunidades virtuais -
(como o fórum), mas também a realização de atividades
ferramentas disponíveis e sua utilização; E-mail -
lúdicas e dinâmicas no próprio objeto de aprendizagem,
conceito, serviços disponíveis e sua forma de utilização
através de jogos (como quebra-cabeça, palavras cruzadas,
(Figura 3); Pesquisa na Internet – como realizar uma
escolha múltipla, entre outros). Como relatam dois dos
pesquisa na internet e sites de busca disponíveis; Blogs e
idosos participantes do curso: “-São tarefas que nos
flogs – conceito e forma de utilização, bem como serviços
exigem e nos fazem crescer” e “-É ótimo fazermos
disponíveis sobre o assunto; Wikis – conceito e serviços
trabalhos em casa. Pesquisando se aprende muito”, é
disponíveis; Páginas da Internet – conceito e criação de
evidenciado o quão importante é a realização destas
páginas pessoais online.
atividades para os alunos.
Conforme foi visto, o objeto de aprendizagem
INICIANET atualmente (Figura 2) possui seis tópicos
(conteúdos) que contemplam, em cada um, atividades
interativas além de recursos multimídias como
apresentações, animações, vídeos, áudios e hipertexto
pertinentes sobre os temas. A seguir, as etapas
desenvolvidas e detalhadas:
a) Concepção do Projeto: o objeto de
aprendizagem INICIANET foi construído para ser
aplicado em usuários que iniciaram a utilização das
ferramentas da internet, principalmente pessoas idosas.
O objeto de aprendizagem INICIANET foi
projetado e construído numa abordagem construtivista
[Freire, 1996], no qual o aluno irá construindo o seu Figura 3.Interface de um dos conteúdos do OA INICIANET
conhecimento através da descoberta, interação,
cooperação e pesquisa, já que “Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua O objeto também conta com Guia que serve de
produção ou a sua construção” [Freire, 1996]. Ou seja, a base para o usuário entender o que é, para que serve e
partir deste objeto de aprendizagem pretende-se criar como utilizar o OA. Em Materiais de apoio, são
situações problemas em forma de atividades, no qual o disponibilizados artigos, sites complementares e tutoriais
usuário possa construir suas concepções através de de algumas ferramentas. No Glossário, listam-se os
cooperação e colaboração. principais termos trabalhados no objeto.
Para tanto, foi construído o storyboard (Figura 4)
b) Planificação: No seu desenvolvimento foram da última versão do objeto de aprendizagem através da
utilizados recursos multimídias, como texto, vídeo, som, ferramenta CmapTools (http://cmap.ihmc.us/), onde foi
animações e imagens. Para tanto, optou-se em empregar o planificado o planejamento detalhado da reconstrução do
programa Flash Cs4 na sua construção, a fim de englobar objeto, contemplando os recursos que foram
a concepção do projeto e sua planificação. desenvolvidos.

c) Implementação: Em cada tópico, o aluno terá


acesso a um texto introdutório do assunto. Nos Materiais
de apoio, o usuário poderá entrar em sites
complementares, ler dicas sobre o tema e tutoriais
explicativos. Também poderá realizar as atividades que
são divididas em interativas (realizadas no próprio
objeto) e tarefas a serem realizadas utilizando um

606
utilizar o computador transmite à pessoa idosa a sensação
de estar participando de forma ativa e competente na
sociedade contemporânea
.Ainda existe uma carência de materiais digitais que dêem
suporte ao professor que trabalha com inclusão digital,
principalmente de pessoas idosas. Desta forma a
construção de um objeto de aprendizagem que possa
auxiliar professores neste processo de inclusão é
indispensável.
Apesar do objeto de aprendizagem INICIANET
ser construído para o público idoso com uma linguagem
mais perto do cotidiano desta faixa etária, o INICIANET
poderá, futuramente, ser utilizado em cursos de
Figura 4. Storyboard da segunda versão do objeto de instrumentalização ou inclusão digital como um recurso
aprendizagem INICIANET que propicia a construção do conhecimento. Ou seja, um
recurso que os professores poderão utilizar para auxiliá-
d) Avaliação: A reavaliação ocorrerá durante a los durante as aulas.
validação do objeto em 2010/2 em cursos de extensão No decorrer deste ano, será aplicado, reavaliado e
que serão ofertados para o público idoso. A partir dos revalidado o referido objeto de aprendizagem. Pretende-
dados levantados através de questionários e entrevistas, o se aperfeiçoá-lo com outros materiais importantes para a
objeto de aprendizagem será aperfeiçoado de acordo com temática, como por exemplo, a questão dos direitos
a demanda. Por fim, o INICIANET será incluído no autorais dos materiais salvos da internet. Espera-se que
repositório de objetos CESTA - Coletânea de Entidades este objeto de aprendizagem sirva para futuras pesquisas
de Suporte ao uso de Tecnologia na Aprendizagem e no desenvolvido de outros materiais digitais que
(http://www.cinted.ufrgs.br/CESTA/), se tornando objetivem auxiliar a população de pessoas mais velhas.
público para a utilização por possíveis usuários (tanto
professores como alunos).
Uma das principais características deste objeto é 5. REFERÊNCIAS
sua possibilidade de ampliação de uso, já que, apesar de [1]Amante, L; Morgado, L. Metodologia de concepção e
ser pensado para ser trabalhado com o público idoso, o desenvolvimento de aplicações educativas: o caso dos
INICIANET pode ser aplicado em cursos de extensão, materiais hipermedia. In: Discursos, III Série, nº especial,
disciplinas de graduação e pós-graduação que necessitem p.125-138, Universidade Aberta, 2001.
de material introdutório aos conceitos básicos da Internet. [2]Arruda, MP. A prática da mediação em busca de um
Este objeto poderá estar vinculado ou não a um ambiente mediador de emoções. Pelotas: Seiva; 2004.
virtual de aprendizagem, podendo ser utilizado de forma
presencial ou à distância, conforme a metodologia do [3]Behar, P [Col]. Modelos Pedagógicos em Educação a
professor. Distância. Ed. Artmed, Porto Alegre, 2009.
[4]Behar, P. A.; Macedo, Alexandra Lorandi. Ambientes
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS virtuais e objeto de aprendizagem como apoio às práticas
colaborativas. Fonte [Belo Horizonte], v. 8, p. 74-82,
Sabe-se que hoje há uma grande demanda de pessoas que
2008.
acessam a internet, envolvidos pela dinamicidade, a
possibilidade de livre expressão e a coletividade. Sendo [5]Both, Agostinho. Gerontogogia: educação e longevidade.
assim, o professor deve utilizá-la como ferramenta de Passo Fundo: Imperial, 1999.
ensino e aprendizagem, já que “A Internet existe; é [6]Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
impossível desconsiderá-la. O que se pode fazer é prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
pesquisar meios de como torná-la uma ferramenta para
[7]Kachar, Victoria. Terceira idade e informática: aprender
melhorar as condições de aprendizagem [...]” [Tajra, revelando potencialidades. São Paulo: Cortez, 2003.
2002, p. 26-27].
[8]Macêdo, L.N. et al. Desenvolvendo o pensamento
O computador pode facilitar o cotidiano de pessoas proporcional com o uso de um objeto de aprendizagem.
idosas, como telebanking, compras via internet, In: Prata , Carmem Lúcia; Nascimento, A.C.A.A.
declaração de imposto de renda, entre outros. Além [Orgs].Objetos de aprendizagem: uma proposta de recurso
destas vantagens práticas e concretas, a capacidade de pedagógico. Brasília: MEC/SEED, 2007.

607
[9]Machado, Leticia Rocha; Ferreira, Anderson Jackle. Inclusão
digital de idosos: desenvolvendo potencialidades. In:
Ferreira, Anderson Jackle; Fraquelli, Angela Aita;
Schwanke, Carla Helena Augustin; Wehmeyer, Claudia
Tacques; Machado, Leticia Rocha; Terra, Newton Luiz;
Schneider, Rodolfo Herberto; Lindoso, Zayabba
Christine. (orgs). Inclusão Digital de Idosos: a descoberta
de um novo mundo. Porto Alegre: Edipucrs, 2008.
[10]Mendiondo, MSZ; Bullla, LC. Suporte Social para Idosos.
In: Dornelles, B; Costa, GJC. [Orgs] Investindo no
Envelhecimento Saudável. Porto Alegre: EDIPUCRS;
2003.
[11]Palma, LTS. Educação permanente e qualidade de vida:
Indicativos para uma velhice bem-sucedida. Passo Fundo:
UPF; 2000.
[12]Sales, Márcia Barros; Mariani, Antonio Carlos; Alvarez,
Ângela Maria. Informática na terceira idade. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna, 2009
[13]Tajra, SF. Informática na educação? Novas ferramentas
pedagógicas para o professor na atualidade. São Paulo:
Érica, 2001.
[14]Tarouco, Liane Margarida Rockenbach; Konrath, Mary
Lúcia Pedroso; Carvalho, Marie Jane Soares; Avila,
Bárbara Gorziza. Formação de professores para produção e
uso de objetos de aprendizagem. Rev. Novas Tecnologias
na Educação, v. 4 nº 1, Julho, 2006. Disponível em:
http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2006/artigosrenote/a20
_21173.pdf
[15]Vaz, Maria Fernanda Rodrigues. Os padrões internacionais
para a construção de material educativo on-line. In: Litto,
Fredric M.; Formiga, Marcos [orgs] Educação a distancia: o
estado da arte. São Paulo: Pearson. 2009.
[16]Wiley, D. Connecting learning objects to instructional
design theory: A definition, a metaphor, and a taxonomy.
2000. In: Wiley, D.A [ed.], Instructional Use of Learning
Objects. Association of Educational Communications and
Technology. Disponível em:
<http://wesrac.usc.edu/wired/bldg-7_file/wiley.pdf>.
Acesso em: 04 de maio de 2009.

608
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago Chile, 2010

HELLO KEYPOINT
PROPUESTA INTEGRAL PARA LA ENSEÑANZA Y EL
APRENDIZAJE DE LA INFORMÁTICA
José Francisco Amador Montaño
Universidad Tecnológica de Pereira
Colombia
jamador@utp.edu.co

Resumen Introducción
En este paper presento la serie de textos escolares Hello La serie Hello KeyPoint es una colección de 9 textos escolares
KeyPoint, una propuesta para el desarrollo de la asignatura de que están concebidos para orientar la clase de informática en los
informática educativa, en entornos educativos formales, que centros educativos desde el grado 1 hasta el 9 (educación
toma como centro el aprendizaje de las herramientas básica). Esta serie de textos es una respuesta a la situación
informáticas de uso cotidiano para la solución de problemas particular de los docentes de esta área del saber, debido a que en
académicos y la formación integral. Aborda los recursos su mayoría han enfrentado la pregunta qué hacer en clase con
computacionales en un entorno del aprendizaje reflexivo y estudiantes que cada día interactúan más con estas tecnologías
activo dando un ambiente apropiado para el análisis permanente que ofrecen espacios de formación integral.
por parte de los estudiantes y a la diversidad metodológica en los
docentes que a diario enfrentan el reto de orientar la clase de La especialidad de los docentes de esta área va desde ingenieros
informática. y licenciados en distintas áreas, técnicos en electrónica y
computación hasta psicólogos. Aquí se encuentra una de las
Categoría primeras consideraciones alrededor de qué hacer en el aula de
Metodologías de uso de TICs de apoyo al aprender. clase de informática, pues estos matices profesionales dan para
muchas acciones. Tales como el uso del computador para
armarlo y desarmarlo, el aprendizaje de la programación, la
Condiciones generales creación de materiales editoriales, el diseño, el desarrollo y
Experiencia implementada seguimiento de proyectos, la producción de juegos,
Palabras clave micromundos.

Informática educativa, libros de texto, ambiente de aprendizaje, Entre tanto, se ve una aparente necesidad de dotar a los
proyectos informáticos, enseñanza primaria y secundaria, estudiantes de recursos computacionales para la formación
robótica educativa. profesional y el desempeño laboral, habida cuenta, que los
artefactos computacionales (Ministerio, 2008) han inundado el
mercado y ejercer una profesión ya no es concebible sin el
conocimiento de éstos. La respuesta desde las aulas a esta
situación presenta una gama alta de opciones y en ese proceso la
formación integral de los estudiantes queda a expensas de la
iniciativa de quien orienta la asignatura. En este contexto, las
instituciones intentan integrar este saber con otras áreas y
adecuarlo en los proyectos educativos institucionales.

En respuesta a esta evolución del uso del computador, en las


instituciones educativas, la serie Hello KeyPoint es una
estrategia de formación integral desde la tecnología informática,
Amador, José Francisco. (2010). Hello KeyPoint Propuesta integral para la enseñanza y considerando la solución de problemas cotidianos en el ejercicio
el aprendizaje de la informática. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 609-612, Santiago de Chile. del aprendizaje del área misma y de otras, en la formación de
valores, competencias ciudadanas, trabajo en equipo,

609
competencias laborales y tecnológicas, competencias lado se encuentra el proyecto de iniciativa empresarial que
comunicativas, aprendizaje autónomo y guiado, desarrollo de pretende evidenciar en los estudiantes sus capacidades de
destrezas y aprendizajes que posibilitan la integración del saber liderazgo, de organización del tiempo y de actividades en la
específico con otras áreas. puesta en escena de la elaboración de un producto con su saber.
Para concluir con una etapa de educación en tecnología,
1. Objetivo de la serie afinando así su reconocimiento, su apropiación, la importancia
en la solución de problemas y su respectivo impacto en la
Orientar la formación integral de los y las estudiantes desde el sociedad.
aprendizaje de la tecnología informática a través de los
diferentes saberes que se estudian en la educación básica. Cada unidad cierra con una evaluación por competencias para
reconocer los avances de los estudiantes en materia de
construcción del conocimiento en aspectos argumentativos,
2. Estructura de la serie interpretativos y propositivos. También, en el CD hay
evaluaciones que complementan este proceso.
La serie tiene dos etapas: la primera que está orientada a los
grados 1 a 5 y la segunda de 6 a 9. En ambas cada libro está Los libros de la segunda etapa están orientados a los grados
acompañado por un CD que contiene recursos para apoyar y superiores de la educación básica (de 6 a 9) en ellos las unidades
ampliar el proceso de aprendizaje. comienzan con la presentación de una situación problémica que
se resolverá en una situación soluciónica utilizando los
Los libros de la primera etapa están concebidos para estudiantes contenidos de la sección (Gutiérrez, 2009). Esta situación será el
de grados iniciales en la educación básica y el desarrollo de los eje orientador de la temática. Como elementos adicionales con
contenidos está presentado en formato de cómic con dos gorilas respecto a la primera sección se encuentran el proyecto de
que se les nombró como Bito y Bita en razón de (Bit), pues, robótica que explora la solución de problemas con
ellos, a través de diálogos, preguntas e inquietudes van conocimientos de lógica, electricidad, mecánica y la utilización
presentando los temas. Gráficamente se han ilustrado con de materiales y herramientas de fácil consecución por parte de
acciones que se acercan al propósito de lo que están explicando. los estudiantes. La robótica se trabaja como un elemento
Estos personajes tienen la misma participación en el guión, pues, integrador de saberes tecnológicos y desarrollo de destrezas, de
en unas oportunidades Bita es la que cuestiona e interroga y Bito formas de trabajo y estudio. Otra parte que constituye esta etapa
responde y en otras lo contrario, de manera equilibrada, es la presentación de diferentes profesiones donde se describen
garantizando la equidad de género. las áreas del saber que las constituye y su relación con la
informática a fin de ofrecer un lugar a la exploración vocacional
Alrededor de las explicaciones de los dos personales se van de los estudiantes. Por último, se hay un aparte dedicado a la
presentando los pasos (algoritmos), de manera gráfica, que tecnología, lugar donde se encuentran las características de
permiten realizar una actividad en particular con un recurso algunos recursos tecnológicos, sus usos y la importancia de ellos
computacional y que es útil en las actividades cotidianas de los en la sociedad y de igual forma, su relación con la tecnología
estudiantes. En esta parte también se encuentran algunos Tips de informática.
historia de la tecnología y de la informática, con el doble En esta etapa también hay acompañamiento de un CD, en cada
propósito (Ángel, 2008) incentivar la curiosidad por la evolución libro, donde se explora mediante animaciones el proyecto de
de la tecnología y de encontrar puntos de diálogo entre los robótica, con formatos de apoyo a la realización de los proyectos
estudiantes y éstos con sus docentes. A cada tema le corresponde de robótica y de iniciativa empresarial.
una sesión de ejercicios que están orientados a la investigación,
a la contrastación, a la exploración sistemática, a la evaluación, a
la identificación de otras opciones y funciones, a la 3. Del conocimiento especializado
comparación, a la participación, a la descripción, a la síntesis.
Como complemento de los ejercicios hay una parte que invita a En los libros de la serie Hello KeyPoint hay conocimiento
la interacción con el CD en el que van a encontrar cuentos que especializado en el área de informática educativa, por eso cuenta
apoyan la formación en valores, talleres de los temas vistos, el con explicaciones que van desde el funcionamiento de los
seguimiento de los pasos de la herramienta en forma de video, cajeros automáticos hasta la creación de bases de datos y la
juegos con el propósito de que compartan las estrategias para gestión de la información que a diario maneja un estudiante en
ganarlos; motivando así la comunicación de conocimientos su computador.
especializados y lenguajes apropiados para el logro de acciones,
visita a páginas Web donde hay más recursos e información de La información especializada, tal como los pasos a seguir en la
interés para los estudiantes y los docentes, y consultas al operatividad del uso de un programa, para la elaboración de un
diccionario. proyecto y la solución de problemas, cuenta con las
características necesarias y suficientes para que una persona
Como ámbito de reflexión y de integración del conocimiento pueda trabajar en un entorno computacional, es decir, los
informático se propone una sección por cada unidad donde se algoritmos de la tecnología informática se encuentran
dan sugerencias para que los estudiantes realicen con docentes condensados en cada una de las páginas de los libros donde haya
de otras áreas teniendo en cuenta el grado. lugar a tal uso o actividad.
También hay trabajo con proyectos (Gutiérrez, 2009)
relacionados directamente con la informática, en la búsqueda de Tecnológicamente la serie cuenta con la formalidad que
solución de problemas con el conocimiento adquirido. De otro corresponde a cada caso, es decir, las estrategias y la
información especializada se encuentran en su totalidad para

610
brindar a la comunidad educativa la seguridad de hallar los específica y su respectiva integración con la tecnología
contenidos correspondientes al saber específico. informática.

4. De las y los estudiantes Otro aporte significativo de la serie Hello KeyPoint a la


formación de los y las estudiantes es el desarrollo de proyectos
La serie Hello KeyPoint es un apoyo educativo para que los mediante una metodología apropiada, éstos van desde la
estudiantes aprendan sobre tecnología informática, y que a construcción de una cartelera hasta la de robots, donde se pone
través de este proceso de aprendizaje vean otras opciones en escena la gestión de actividades, el trabajo en grupo, la
mediante la integración de los diferentes saberes. integración de saberes, la interacción con materiales y
herramientas, el desarrollo de estrategias para la ejecución de
Cuenta con un desarrollo temático atinente a los diferentes cada paso del proyecto mismo. Pero por encima de todo, está la
estadios de la evolución del pensamiento, por eso las posibilidad de socializar entre pares, de establecer relaciones
explicaciones, las actividades y los contenidos se presentan interpersonales mediante la experiencia del trabajo coordinado.
teniendo en cuenta los intereses, competencias y habilidades de Y claro, como componente de apoyo metodológico se tiene un
los estudiantes. conjunto de formatos o plantillas que guían el desarrollo de cada
estadio de los proyectos.
En los libros de primaria se tiene un formato de cómic, para
captar la atención de los estudiantes que se encuentran en estas Desde la lúdica, se tuvo en cuenta espacios para tal fin, pues, el
edades, de tal suerte que mediante el diálogo amable de dos juego y la recreación son escenarios apropiados, no solo para la
personajes se van desarrollando las distintas temáticas. Esto diversión sino también para la motivación del aprendizaje y el
tiene como objetivo que los estudiantes accedan al conocimiento desarrollo de habilidades cognitivas, estéticas, logísticas y
mediante la lectura y la interacción con la tecnología informática estratégicas, de acuerdo con esta razón en los CDs hay juegos,
con ayuda de sus docentes o en forma autónoma, pues, el texto cuentos , cómics y hasta rompecabezas que promueven el reto, la
permite que el estudiante vaya desarrollando el contenido de lectura, la organización de las ideas para el logro de un propósito
manera independiente, lo que le brinda un momento para que que cuenta con otros agentes motivantes para la satisfacción
identifique sus fortalezas investigativas y de aprendizaje. personal, como es el hecho de ganar y comunicar. Esta parte del
CD está diseñada para que en medio de la diversión se
Resulta importante resaltar el diseño gráfico con el que se dio identifiquen elementos de la naturaleza, del medio ambiente, de
formato a la serie, pues, cuenta con una policromía utilizada en la tecnología y de la comunidad.
forma equilibrada posibilitando el acceso visual a los contenidos Por último, los estudiantes encuentran formación en
mediante una iconografía que comunica saberes en cada instante competencias empresariales a través de acciones concretas como
(Cabero, 2008). Por eso, los estudiantes encuentran agradable la consulta a empresas y empresarios, para que en la interacción
ver el contenido del libro, ya que en cada milímetro impreso fue con estas organizaciones y personas, los estudiantes vean la
elaborado y diseñado con la laboriosidad necesaria para que la dinámica de una sociedad económicamente productiva, para que
información sea un motivo de formación, para que comunique identifiquen cómo su conocimiento es significativo para el
en forma clara y sencilla, sobretodo, para que promueva el gusto ejercicio diario de las empresas.
por el aprender (Victoria, 2007).
5. De las profesoras y los profesores
Las actividades son un aporte a la indagación y a los inicios de
la investigación, pues, muchas de ellas llevan a que los La serie Hello KeyPoint está diseñada para que los docentes
estudiantes realicen consultas para resolver problemas concretos hallen un soporte didáctico en sus clases de informática.
y específicos de sus edades, así como de otras asignaturas. Teniendo como referentes permanentes la indagación, la lectura,
Debido a esta postura frente al conocimiento, se hacen en forma la escritura, el análisis de situaciones cotidianas, la solución de
permanente invitaciones a los estudiantes para que visiten sitios problemas que encuentran respuesta a través del conocimiento
Web recomendados, que se encuentran en el CD y exploren informático, la formación de valores y de competencias
otras opciones informativas y comunicativas con el propósito de tecnológicas, ciudadanas, laborales, empresariales y
buscar respuesta a interrogantes que en la práctica les posibilitan vocacionales.
resolver problemas cotidianos de su actividad como estudiantes
y en el futuro como profesionales. Los temas están organizados de manera que las actividades y
proyectos avanzan en complejidad y en responsabilidad en la
La serie Hello KeyPoint está diseñada para apoyar la formación aplicación del conocimiento. La integración con otras áreas tiene
en valores y convocar a la reflexión sobre las competencias en cuenta los currículos de otras asignaturas por grados
ciudadanas, para que el proceso educativo pueda ser escolares, de tal manera que la informática tenga contacto con
acompañado mediante elementos significativos que redunden en otros saberes.
los derechos fundamentales del hombre, la sana convivencia y
los valores que promueven una sociedad más justa y amable con Una de las opciones de mayor relevancia en cada libro es la
los seres humanos, la naturaleza y el medio ambiente. De otro cantidad de ejercicios, actividades, proyectos y propuestas de
lado, se implementó, mediante lecturas, un conjunto de acciones en la formación integral mediante el conocimiento de la
reflexiones acerca de la formación vocacional, mostrando la informática. Cada actividad está diseñada para que los
esencia de algunas profesiones, su impacto en la sociedad, los estudiantes las logren realizar, es decir, son posibles de llevar a
conocimientos que le son propios, las habilidades y destrezas cabo con y sin asistencia del docente. Se proponen proyectos
que se deben tener en cuenta para formarse en una profesión para realizarlos en grupo y de manera individual.

611
Por último, hay evaluaciones que se realizan desde cuatro
frentes: la autoevaluación, la evaluación de grupo, la evaluación La posibilidad de escribir libros de texto para estudiantes de
del docente y la evaluación integral. educación básica es una oportunidad que debe considerar la
formación de nuevas generaciones con proyección sobre sí
6. Modelo pedagógico mismos y sobre su medio ambiente, con la posibilidad de
fortalecer los valores sobre los cuales las comunidades erigen
La serie está concebida desde la pedagogía activa (Gutiérrez, sus principios. Hay que ofrecer opciones para mejorar la
2009) donde busca que los agentes interactuantes en el proceso comunicación entre las personas con la finalidad de aprender de
educativo sean participativos en la construcción del los demás y de respetar la diversidad y la alteridad. La serie de
conocimiento a través de la solución de problemas mediante el informática educativa Hello KeyPoint está hecha pensando en
uso y diseño de estrategias computacionales con el objeto de los seres humanos adultos de los próximos años que hoy son
desarrollar el pensamiento computacional y su respectivo nuestros estudiantes, por eso, está concebida para el futuro, de
componente algorítmico siempre respaldado por procesos ahí, que, su estructura, su diseño pedagógico y su orientación
comunicativos. estén comprometidos con la construcción de una sociedad
Las estrategias de aprendizaje están basadas en la indagación, la inteligente, coherente y responsable con su destino.
categorización, el análisis, la descripción, la síntesis. Con el fin
de fortalecer la actividad académica desde procesos formales. Resultados a la fecha
Cada acción que se emprende en la serie está transversalizada La serie se encuentra en circulación en Panamá, Colombia, El
por la formación en valores, el respeto al medio ambiente y la Salvador y Guatemala, desde inicios de este año (2010). Los
integración con otras áreas del saber con el propósito de ofrecer resultados de esta interacción se obtendrán a partir del año
un escenario de formación integral a través del aprendizaje de la entrante, que será la continuación de esta ponencia. Ya se tiene
informática. una estrategia para la recolección de información. En este
momento está en marcha la propuesta. Por ahora, puedo afirmar,
7. Consideraciones culturales que los textos han sido aceptados por docentes de educación
básica con el fin de orientar la asignatura de informática. Las
En el diseño de la serie Hello KeyPoint se tuvo en cuenta que apreciaciones que tengo son de tipo personal, a través de visitas
fuera posible su utilización en diferentes culturas y regiones. El a escuelas, colegios e instituciones donde están trabajando con
lenguaje en que están escritos los textos es comprensible por los estos libros.
estudiantes en el nivel que corresponde y en países donde se
habla español.

Conclusiones
Actividades extraclase
La serie cuenta con una colección de actividades en los libros y en
los CDs. Dependiendo de la intensidad horaria que los colegios
dispongan para la realización de esta asignatura, los docentes
determinarán cuáles de ellas serán realizadas en tiempo fuera de
clase. No hay especificado en ninguna parte del material qué
actividades son para hacer en casa o con ayuda de los padres.

Bibliografía
[1] Ángel, S. (2008). Eucación en tecnología. Bogotá:
Magisterio. Cabero, J. (2008). La informaciónen
Internet. Bogotá: Magisterio.

[2] Gutiérrez, M. y. (2009). Los proyectos de aula. Bogotá:


Red Alma Mater.

[3] Litwin, E. (2005). Tecnologías en las aulas. Buenos


Aires: Amorrortu editores.

[4] Ministerio, d. e. (2008).


http://www.mineducacion.gov.co. Recuperado el 30 de
ener de 2009, de /1621/articles-
160915_archivo_pdf.pdf

[5] Victoria, A. (2007). Usos de los libros de texto escolar:


actividades, funciones, y dispositivos didácticos.
Pereira: Postergraph.

612
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

INTERNETÊS NA ESCOLA: AVANÇO, RETROCESSO OU


DIVERSIDADE DA LINGUAL?
Elisangela Leal de Oliveira Mercado
Universidade Federal de Alagoas
Brasil
elisangelamercado@gmail.com

RESUMO Essa linguagem é oriunda da familiarização dos jovens com a


Este estudo apresenta uma reflexão entre o internetês e a escola. O proliferação das tecnologias digitais. Nesses espaços interativos,
internetês é visto por muitos professores como um problema, por os usuários se comunicam por meio de enunciados rápidos e
reforçar a pobreza lingüística dos alunos ou regressão da Língua criativos, criando signos com menos letras para interlocução,
Portuguesa. Outros defendem que o internetês é uma nova forma adicionando desenhos à escrita. Os significados veiculados
de comunicação e, como tal, deve ser considerado e tendem a garantir uma comunicação dinâmica e precisa entre o
compreendido pela escola. Esse impasse requer uma discussão emissor e o receptor, protagonistas de uma cultura jovem.
sobre a presença da linguagem da Internet na sala de aula, O uso do internetês tem provocado nos espaços escolares
oportunizando a escola repensar sua prática de leitura e escrita. A calorosas discussões, por desviar-se muito da língua escrita
proposta se dá num contexto em que a língua é considerada viva, padrão e por reforçar a pobreza lingüística dos alunos ou
dinâmica e mutável, conforme a situação, o uso, a função e o regressão da Língua Portuguesa. Muito professores tem se
propósito comunicativo. A partir dos estudos de vários autores, colocado, terminantemente, contra essa modalidade de escrita. Ao
busca-se identificar a relação oralidade e escrita na construção do defender que tal forma “emburrece” e empobrece a Língua
internetês através de marcas lingüísticas utilizadas em ambiente Portuguesa, assim como a internet tem feito com o cérebro de seus
virtual –chat– com alunos do Ensino Fundamental e Médio de alunos. Outros têm sido mais maleáveis, ao defender que o
uma Escola Pública Estadual de Alagoas. A comunicação mediada internetês é uma nova forma de comunicação e, como tal, deve ser
por computador e sua influencia no ambiente escolar recoloca a considerado e compreendido pela escola. Sua inclusão deu-se a
necessidade de desmistificarmos os preconceitos ligados à partir do ingresso das novas tecnologias em sala de aula, por isso
linguagem da Internet versus a necessidade da língua padrão. deve-se refletir sobre as diversas linguagens midiáticas e sua
aplicabilidade.
Ao longo deste texto, refletiremos como se constitui a linguagem
Área e Linha de Trabalho dos internautas e quais os efeitos dessa nova forma de linguagem
Los Aspectos Sociales de las TICs e contextos educativos em ambiente escolar, partindo dos seguintes questionamentos:
esta nova forma de linguagem provoca um “assassinato” ou uma
diversidade da língua? Qual o significado desta nova linguagem?
Palavras-chave De que forma os educadores poderão tratar o uso do internetês em
Linguagem; internetês; prática pedagógica
sala de aula?

1. INTRODUÇÃO Partindo da hipótese que a espécie humana organiza-se a partir de


diversas práticas e complexas ações, mediadas por uma gama
Se você tem mais de 40 anos, não convive com adolescentes, nem
variada de manifestações da linguagem, nessa perspectiva, os
é adepto de blog, Orkut, Twitter, salas de chat deve desconhecer a
homens interagem, produzindo combinações diferenciadas de
linguagem que a maioria dos jovens utiliza no seu dia-a-dia. O
línguas e de gêneros. As formas de comunicação baseadas nas
internetês é uma linguagem surgida em meados do final do século
novas mídias trouxeram conflitos a diversas ações na
XX em ambientes virtuais, baseada na simplificação, na
comunicação e nos processos interacionais. A apropriação das
abreviação ou na supressão de letras em palavras, utilizadas nos
ferramentas da internet pelos internautas possibilitou que uma
enunciados da comunicação interpessoal.
nova forma de linguagem mais rápida e dinâmica se manifestasse.
Leal, Elisangela. (2010). Internetês na Escola: avanço, retrocesso ou diversidade da Compreender esta manifestação é um dos papeis da educação,
lingual?. En J.Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 613-619, Santiago de Chile.

613
pois diz respeito à inclusão e a permanência do sujeito no proliferação de novos gêneros surgidos a partir das tecnologias
ambiente digital. digitais: e-mail, chat, blog, Orkut, Twitter, Messager (MSN). A
interface digital da tecnologia moderna nos aponta para o
A organização deste texto configura-se num primeiro momento, surgimento de novas linguagens, novos gêneros e nova
no desvelar do internetês como uma nova forma de linguagem plasticidade do texto e da imagem. A prática da escrita e da leitura
oriunda do ambiente midiático, a partir de uma concepção de no ciberespaço já é uma realidade, e há uma forte tendência de
língua como organismo vivo, dinâmico e mutável, presente EM utilização desse espaço virtual cada vez mais freqüente no futuro.
vários estudos [1, 2, 3, 4 e 5] ao descreverem sobre a língua, seu
uso, função e propósito comunicativo. Num segundo momento, Estudos sobre o hipertexto [3] com um novo espaço de escrita e
identificaremos a relação oralidade e escrita na construção do leitura defende que no ambiente virtual, a leitura e o texto não são
internetês, através de marcas lingüísticas utilizadas em ambiente lineares. O hipertexto abre várias possibilidades de caminhos a
virtual – chat, blog – por alunos do Ensino Fundamental e Médio serem navegados pelo leitor, conforme a sua necessidade. Nessa
de uma Escola Pública Estadual de Alagoas e a forma como os perspectiva, ler é mais do que decodificar, é interpretar, interagir,
educadores podem tratar o uso do internetês em sala de aula. explorar, fazer escolhas e buscar novos sentidos. Enquanto que,
escrever não é mais apenas uma relação assíncrona, pois os chats
A relevância deste estudo consiste na abertura de um espaço são ferramentas que utilizam a escrita de forma síncrona e híbrida
democrático de discussão sobre os novos paradigmas da com integração de imagens, sons, oralidade e acúmulo de
linguagem a partir do avanço das TIC, contribuindo, assim, para a representações semióticas. A fim de compreendermos melhor
comunidade acadêmica, educadores e pesquisadores repensarem como se organiza a escrita no ambiente midiático decorremos
os efeitos da linguagem midiática no ambiente escolar: avanço, sobre as peculiaridades do internetês.
retrocesso ou diversidade?

3. CARACTERÍSTICAS DO INTERNETÊS:
2. O SURGIMENTO DO INTERNETÊS
Com o surgimento da Internet no final do século XX, a ESCRITA-ORALIZADA OU ORALIDADE
velocidade e a disponibilidade de um enorme número de ESCRITA
informações em tempo real trouxeram a proximidade entre A comunicação na Internet é um acontecimento textual baseado
pessoas e também, uma nova forma de linguagem entre seus na linguagem escrita. Os internautas costumam relacionar a
participantes. Os mundos virtuais [6] podem ser enriquecidos e variedade lingüística da Internet como uma "escrita-oralizada", ou
percorridos coletivamente, tornando-se um lugar de encontro e um seja, uma transposição da fala para a escrita. Porém, essa relação
meio de comunicação. não acontece de forma tão direta e tranqüila. A escrita em
ambientes virtuais está entremeada por aspectos fonéticos,
Decorrente da rapidez na interação e do exíguo tempo para digitar
ortográficos e por representações semióticas.
uma mensagem, oriundos dessa forma de comunicação, os jovens
usuários se comunicam com enunciados rápidos, criando signos Para compreendermos a relação oral/escrito na tecnologia digital é
com menos letras e os significados garantem uma comunicação preciso nos debruçarmos sobre as implicações sociais e cognitivas
entre o emissor e o receptor. Essa linguagem é conhecida como da escrita nas sociedades orais. A civilização iniciou sua formação
internetês e, antes restrita aos técnicos de informática, vem com a oralidade e só posteriormente, com o surgimento da escrita
ganhando força entre os jovens com a disseminação dos correios e o advento da imprensa, tornou-se letrada, chegando a uma
eletrônicos, passando a fazer parte da escrita cotidiana e, de forma cultura que tem, usa e sofre os efeitos da escrita. O internauta
invasiva, da escrita escolar. percebe que teclar nas salas de chat apresenta usos diferentes da
escrita de um texto escolar ou profissional, exigindo a formação
O internetês está conduzindo o indivíduo a uma cultura eletrônica,
de um novo gênero discursivo e de uma nova reflexão sobre a
uma nova economia da escrita presente na Internet, nas
língua.
telecomunicações, na televisão interativa e noutras áreas da
tecnologia. Diante disso, um canal de TV a cabo criou o Cyber Pesquisadores fazem ligação entre o movimento de início da
Movie, no qual ocorrem sessões de filmes legendados em escrita da humanidade e esta nova forma de escrever, o internetês:
internetês. Para os jovens, esse feito permite que a leitura de “inventar e alterar linguagens por meio do uso é talvez a mais
legendas de filmes se torne mais fácil e rápida, permitindo uma humana das capacidades. Convencionar abreviações é tão antigo
melhor compreensão dos filmes, possibilitando, assim, assistir a quanto a invenção da escrita”. [7] Assim, não há nada de original
mais filmes. na criação do internetês, na verdade os jovens estão apenas
reproduzindo os passos que a humanidade levou séculos para
Esse é um dos cenários em que tecnologia e cultura interagem de
construir. Entender essa relação entre o internetês e a evolução da
forma sistemática e significativa [3] para interferir nas práticas de
escrita humana nos possibilita demarcar o movimento
escrita contemporâneas. As possibilidades de uso da internet
oralidade/escrita na criação de um sistema vivo, dinâmico e
como ferramenta educacional vem aumentando periodicamente e
modificado pelo uso, a Língua Portuguesa.
os limites dessa expansão ainda são ignorados por muitos. A cada
dia surgem novas formas de uso da internet como recurso para Os pictogramas, primeiro sistema de comunicação escrita
enriquecer e favorecer o processo de ensino e aprendizagem e, o inventado pelo homem, corresponde a desenhos utilizados para
uso do internetês já começa a influenciar a escrita em salas de expressar as ações desenvolvidas no dia-a-dia, ou narração de
aula. fatos acontecidos. Até muitas dessas escritas ainda podem ser
vistas em cavernas do centro-oeste e nordeste do Brasil, serviram
A grande provocação que se apresenta aos educadores é a
como precursores da escrita alfabética, surgindo posteriormente os
familiarização com as múltiplas linguagens decorrentes da

614
ideogramas, sistema onde o grafema ou desenho utilizado para quadro 3 relaciona a escrita em internetês e a escrita convencional
escrever não representa mais o objeto em si, e sim apenas uma ou padrão da Língua Portuguesa.
idéia sobre sua representação. Essa forma de escrita representa
também as expressões, emoções e intenções do autor parecido Tanto na escrita padrão, quanto no internetês existe a preocupação
como os emoticons (Quadro 1) caracteres disponíveis no teclado com a análise profunda dos sons que compõem a sílaba. Mas a
do computador que, dispostos numa certa ordem, representam letra que irá representar esse som pode apresentar algumas
uma idéia. Desse modo, as emoções humanas viram expressões diferenças, por exemplo, na escrita das palavras aki, akele,
passíveis de serem registradas por meio de um teclado. colokei, daki, kebrar, arkivo e baskete o conjunto QU foi
substituído por apenas um grafema, a letra K. O mesmo acontece
na escrita das palavras axar, xegou e xamou, que tem o conjunto
CH substituído por X. Os usuários do internetês alegam que tais
:-) estou contente abreviações são necessárias, pois em ambiente virtual a
comunicação tem que ser rápida e a capacidade de espaço para
:-( estou triste texto é pouca, dependendo do veículo.
:´( estou chorando
Internetês com característica alfabética
:-/ estou indeciso
:-D estou sorrindo aih – aí ekipamento –
akele – aquele equipamento
;-) piscadela aki – aqui entaun – então
amigu - amigo eskecer – esquecer
;-X eu não devia ter dito isso anaum – anão falow - falou
Quadro 1. emoticons básicos arkivo – arquivo indu - indo
Na historicidade da escrita, posteriormente, os fenícios axar – achar issu – isso
desenvolveram a escrita silábica, na qual apenas os valores baskete - basquete kebrar – quebrar
consonantais das palavras eram registrados. Se na escrita fenícia beijaum - beijão naum – não
apenas as consoantes eram grafadas, com o internetês a colokei – coloquei tenhu – tenho
emergência de grafarmos algumas vogais surge para assegurar o daki - daqui xamou – chamou
sentido do que é dito. Em algumas formas de escrita presentes no xegou – chegou
internetês. A regra de registrarmos apenas uma letra para cada Quadro 3. linguagem online (alfabética)
emissão sonora (sílaba) se mantém, mas essa letra agora pode ser
tanto vogal como consoante, depende da palavra a ser grafada. O
quadro 2 representa o internetês apenas fazendo uso do sistema A linguagem da internet tem normas para ser construída [8]. Para
de escrita silábica. Ao lado escrevemos a tradução para que se economizar caracteres, o autor enumera as seguintes normas:
torne mais fácil a sua leitura. cortar quase todas as vogais; aproveitar o som dos vocábulos,
como mas+é=mazé; empregar muitos sons onomatopéicos, como
ronc, miau, quá, fiu, cof, rsrsrs, kkkkk; suprimir os espaços; valer-
Internetês com característica silábica se de todos os signos do teclado; usar maiúsculas só em
abreviaturas e siglas ou em situações que signifiquem gritos; usar
abs – abraços msg - mensagem a letra h para acentuação, abreviaturas e siglas; exterminar os
blz – beleza pq – porque acentos e alguns sinais de pontuação; substituir o ch=x, qu=k.
ctz – com certeza qd – quando
O uso das estratégias sugeridas por este pesquisador, também,
d+ =demais qt – quanto
pode ser observado tanto no inglês como no português (Quadro
flw – falou t+ - até mais 4).
gnt – gente tb – também
hj – hoje tc – teclar
Internetês na língua inglesa
kbça – cabeça td - tudo
adr – adress
kd – cadê tds- todos
aml – all my love
ksa – casa vc – você
b4 – before
mt – muito vlw – valeu
bc / bcoz – because
Quadro 2. linguagem online (silábica) btw – by the may
gl – good luck
No processo evolutivo, temos os gregos que ao conhecerem o
l8r – later
sistema silábico de escrita, se apropriam e o adaptam incluindo a
sme1 – someone
esta escrita as vogais, constituindo, assim, o nosso sistema de
thx – thanks
escrita, o alfabético. Nesse sistema cada sílaba pode ser
ttys / ttyl – tlak to you soon / talk to you later
representada por apenas uma letra, por duas, três, quatro ou até
cinco, por exemplo: TRANS DIS CI PLI NA RI DA DE. Se u – you
algumas escritas em internetês mantêm essa característica, em que ur – you are
se diferenciam da escrita convencional da Língua Portuguesa? O x – kiss
Quadro 4. "Dicionário" de SMS e Internetês

615
Assim como na língua portuguesa a língua inglesa também tem as internautas para justificar o uso do internetês como nova forma de
vogais suprimidas, como em ‘gl’ (good luck), ‘thx’ (thanks), ‘btw’ escrever.
(by the way). A apreensão fonética é requisitada para decifrar Pesquisa realizada com jovens internautas [10], questiona por que
itens como ‘x’ (kiss), ‘b4’ (befoure), ‘bcoz’ (becaiuse), ‘sme1’ na Internet a escrita é diferente da solicitada pela escola nos textos
(someone) ou ‘l8r’ (later). Mas para quem não está familiarizado impressos. Para justificar a criação dessa forma própria de escrita
com a linguagem dos ambientes virtuais, ‘ttyl/ttys’ (talk to you o jovem entrevistado por esse pesquisadores responde: “Assim, na
later/talk to you soon) são apenas siglas e não uma forma de Internet você conversa com várias pessoas, quanto mais rápido
despedida. Novas convenções sempre aparecem, pois "todo você escreve melhor [...] assim, quanto mais rápido você escreve
usuário tem liberdade d criar as suas mensagens e tb + normas… e melhor, então, assim, às vezes vale a economia de letras sabe?
tudo é admitido dd q t compreendam." [8]. Após fatigantes Você coloca tipo abreviações, é... igual a gente usava direto várias
análises da comunicação em ambientes virtuais de usuários abreviações, nem escrevia as palavras inteiras”.
falantes da língua inglesa, Thurlow e Brown (2010) resumem suas
investigações propondo três paradigmas que regem a comunicação Quando este jovem fala “igual a gente usava direto várias
em ambientes virtuais. abreviações, nem escrevia as palavras inteiras” ele está se
remetendo a uma prática comum de muitos alunos, ou seja,
O primeiro relaciona-se a redução de tempo e espaço impostos à abreviar o texto que o professor dita ou escreve no quadro. A
interação síncrona e dependem da agilidade e rapidez do forma como cada um abrevia as palavras ditas, também, é
internauta. A capacidade de recuperação de vogais requer a diferenciada, pois de acordo com o seu entendimento, o tempo
intuição lingüística do remetente e do receptor. O internauta deve dado e as convenções criadas, cada um acaba fazendo diferentes
excluir apenas as vogais que facilmente o remetente recuperará, versões para uma mesma escrita. O fato de diferentes grupos
sem ambigüidades. No inglês ‘omg’ (oh my god) e no português sociais empregarem o mesmo sistema lingüístico proporciona um
‘blz’ (beleza). manifesto das palavras com valores ideológicos, tendo o seu
O segundo está relacionado às percepções lingüísticas do sentido firmado pelo contexto em que ocorrem. O sentido se
internauta procura alternativas para comunicar mais, com menos evoca a partir da situação social.[11].
espaço e de forma cada vez mais rápida. O uso de números,
kba, kbça = cabeça
homofonia é uma alternativa muito engenhosa que agiliza a
interação. No inglês, ‘l8r’ (later) e no português ‘9idade’ n, ñ, não, naum, naun = não
(novidade). qq, qqr, qqer = qualquer
Por fim, o terceiro refere-se a aproximação fonológica, qdo, qnd, qndo = quando
representando a quebra das convenções ortográficas em favor da
economia e agilidade na comunicação. O ‘x’ representa o som de No cerne dessas questões, a linguagem é uma prática social que
‘ch', portanto é mais econômico utilizar apenas um único grafema tem na língua a sua realidade material. A língua passa a ser vista
para representar esse fonema. como um “processo de evolução ininterrupto, constituído pelo
fenômeno social da interação verbal, realizada através da
Para se comunicar em ambientes virtuais, o internauta deve
enunciação […] penetra na vida através dos enunciados concretos
dominar a norma padrão da sua lingual [9], pois a recuperação de
que a realizam” [11], que situa a língua, bem como aos indivíduos
vogais suprimidas, a substituição de sílabas por números e a
que a usam, em um contexto sócio-histórico dinâmico e vivo, que
leitura de termos homofônicos só pode ser feita por um internauta
não pertence a ninguém e está a serviço de qualquer ser humano e
que tenha intuições lingüísticas aguçadas. Observe: Gnt e mta
de qualquer juízo de valor.
9idade p/1 so kbça (gente é muita novidade para uma só cabeça).
Se o internauta receptor não domina a norma padrão da língua e A discussão sobre a forma de abreviação do internetês e seus
não tem intuição lingüística para decodificar a mensagem o efeitos em textos fora do ambiente virtual tem dividido opiniões.
diálogo não se estabelece. A necessidade do domínio da norma Entendo que as línguas mudam com o tempo. Esta mudança não
padrão para o uso da variedade lingüística da Internet demonstra se processa de maneira instantânea ou abrupta, mas sim de
que o jovem é um leitor e usuário da língua perspicaz. Muitos maneira gradual e com resistências. Os falantes mais
professores abominam essa forma de comunicação por não amadurecidos costumam preservar mais as formas antigas,
compreender os mecanismos lingüísticos necessários que estão enquanto que os mais novos ousam e experimentam mais as várias
por traz de nova forma de escrita. Os internautas devem dominar possibilidade que a língua abre na sua dinamicidade e
de forma plena e concomitante a tecnologia e a norma padrão da heterogeneidade.
língua que se comunica, para estabelecer relações comunicativas Entretanto, com o advento de um novo cenário lingüístico virtual
no ambiente virtual. a Internet suscita outras convenções, que não estão presentes em
As abreviaturas presentes e a própria sintaxe do texto torna a nenhum manual de produção textual dado em instituições de
língua/linguagem complexa. A escrita no ambiente virtual parece ensino ou em alguns contextos de escritas sociais. As variações
estar resgatando o processo de escrita da humanidade, embora lingüísticas ocasionadas por esse recurso tecnológico corroboram
saibamos que há uma mesclagem com outros movimentos de para a construção de novos sentidos. Com o intuito de
escrita oriundos da criação de outras tecnologias, não tão recentes, apresentarmos estas “outras convenções” presentes no internetês
como a taquigrafia e o telégrafo. Sem dúvida, esses sistemas tomamos como exemplo alguns diálogos produzidos em chat por
trouxeram a emergência de uma escrita cifrada e rápida, muito alunos do ensino médio de uma escola pública estadual de
utilizada nas guerras e no mundo do trabalho. Essa emergência Alagoas.
encontra-se hoje, também, presente nos argumentos dos

616
.....\..~~~~~~~ /..................Hoje.......................................
4. O INTERNETÊS DESVELADO EM
......\................./............................e.....................................
CHATS DE ALUNOS DA ESCOLA .......\_______/......................DIAAAAAAAA de.............
PÚBLICA ............[ ]........................................................BJRRR......
O uso da internet em sala de aula tem crescido nos últimos anos, ......___[ ]____............................mtoooooooooo..............
apesar da compreensão sobre as possibilidades e a diversidade de Quadro 6. Exemplo de Chat realizado com alunos do ensino médio de
linguagem desse recurso não ter alcançado o mesmo êxito. As TIC uma escola pública estadual de alagoas
na educação mostra-se como um importante aliado no processo de
ensino e aprendizagem, mas traz consigo os desafios e
enfrentamentos de outra forma de linguagem. Na análise de escrita dos chats dos quadros 5 e 6, percebe-se o
A diversidade da língua utilizada na comunicação em ambientes conjunto de regras básicas na linguagem de ambientes virtuais [9,
virtuais não pode ser taxada como avanço ou retrocesso, ao 9], chamadas netiquetas, regras necessárias à boa comunicação em
contrário, existem regras complexas e dependentes do chats, Orkuts, blogs, Twitter, MSN, dentre outros, além de,
conhecimento da norma padrão que o internauta tem que conhecer orientarem a linguagem utilizada, são também um conjunto de
e saber utilizar. Seria, pois um continuum? A língua em sua regras da convivência na Internet que divulga alguns cuidados que
materialidade digital é outra [12], a língua formal é destituída do o internauta deve ter para não ser pego de surpresa em situações
lugar de modelo linear de transmissão de pensamento e passa a ser complicadas. Algumas das regras manifesta nos chats acima:
atrelada a uma velocidade e a uma instantaneidade que se impõe e a) Escrever em letras maiúsculas é mais ou menos o mesmo que
que não podemos negligenciar, um lugar onde é organismo vivo, gritar, ferindo assim a etiqueta desse ambiente. Podemos perceber
dinâmico e de emersão de novos sentidos. no primeiro exemplo de chat coletado na Internet quando Bia
Se o internetês surge como necessidade de conversar utilizando o chama Sharon de PERUUUUUUAAAAAAAAAAAA (perua) e
teclado do computador de forma ágil, consequentemente, isso faz Sharon sutilmente corta o diálogo com Bia Desculpe, to tc com
com que os jovens rapidamente transformem escritas lineares e outra pessoa, ;-) (Desculpe, estou teclando com outra pessoa).
estanques, em movimentos dinâmicos e semióticos, capaz de Mas há também alguns casos em que o uso da escrita maiúscula
revelar sentimentos e emoções, como podemos perceber no não serve para gritar, no sentido de ser ofensivo e sim, de mostrar
exemplo de dois chats (Quadro 5 e 6), realizados com uma turma euforia ou chamar atenção, como podemos observar no segundo
de alunos do 9º ano do ensino fundamental e uma turma de aluno exemplo de chat no diálogo de Sharon com Xandynho OI MO
do 2º ano do ensino médio durante a aula de língua portuguesa. BLZ (oi amor, beleza) ou de Samia com Walkiria E HOJEEE (é
hoje);
x@ndynho Kd vc???????????????????????????
10:55:21 fala com b) O alongamento de vogais, consoantes, sinais de pontuação ou
Sh@ron enter com valor entonacional é uma outra característica do
Sh@ron 17:31:33 OI MO...............................BLZ.............................. internetês que já estava presente em histórias em quadrinhos,
fala com
textos de novelas ou teatro. No dialogo entre Walkíria e Samia, o
X@ndynho
alongamento das vogais serve para expressar euforia e chamar a
Bi@ 17:35:25 LuuuuuuuuuuuPERUUUUUUAAAAAAAAAAAA
atenção para o dia tão esperado por elas:
Fala com Sh@ron
MIGAAAAAAAAAAEHOJEEEEEEEEEE (amiga, é hoje!);
Sh@ron 17:40:50 Desculpe, to tc com outra pessoa, :-)
fala com Bi@ c) A criação de figuras semióticas i utilizando símbolos do teclado,
Quadro 5. Exemplo de Chat realizado com alunos do ensino entre as escritas observadas em chat. Esta em especial chama a
fundamental de uma escola pública estadual de alagoas atenção. A criação de figuras que ao mesmo tempo ilustra e
comunica um fato é a expressão mais criativa dos internautas
A professora estava discutindo com os alunos como a língua se
nessa forma de comunicação. No momento que Marcela entra na
comporta em diferentes gêneros textuais. Nesta aula os alunos
sala e começa a interagir com Walkiria e Samia ela de certa forma
foram instruídos a observarem e utilizarem a escrita em diferentes
representa o que está deixando Samia tão ansiosa, e Walkiria tão
gêneros textuais, presentes no ambiente online. A escolha pelo
eufórica. O desenho de uma taça simboliza que elas irão a uma
chat nesta pesquisa ocorreu por este ter sido o único gênero no
festa. Interpretação confirmada pela frase dita em seguida: Hoje é
qual o internetês se manifestou. Essa manifestação pode ter
dia de beijar muito.
ocorrido apenas no chat, talvez, porque esse é considerado pelos
alunos o único gênero que não é estudado e normatizado pela Após esta análise, podemos perceber que do ponto de vista do uso
escola. da lingual [13] a pontuação é quase abolida, há a proliferação de
abreviaturas que não concorda com a norma padrão, a estrutura
das frases é extremamente simples (não há frases com períodos
W@lkiri@ compostos) e a escrita é semi-alfabética, baseada na pauta sonora.
14:54:20 fala
com S@mi@
MIGAAAAAAAAAAEHOJEEEEEEEEEE Já do ponto de vista na enunciação, observa-se o emprego de
semioses, por meio da arte ASCII. Esse é um movimento típico do
S@mi@
14:59:54 fala
internetês ao demonstrar que as TIC têm efeito na língua utilizada.
...E HOJEEE..... so de pensar fico gelada.....
com W@lkiri@ A variedade lingüística utilizada na Internet é organizada e
M@rcell@ ................===.................................................................. complexa. Ainda assim, o internetês é um assunto que vem
15:03:26 angustiando alguns professores e, consequentemente, criando um
................/ /........................................................................
......____/ /____.................................................................. alarde nas instituições de ensino. Um desses mitos está

617
relacionado à influência negativa que, a proliferação de Assim como uma tese exige linguagem formal e um bate-papo,
abreviaturas e o uso de semioses podem trazer para o ensino e a descontração. A comunicação em ambiente virtual necessita de
escrita da língua padrão. Alguns professores, independente do códigos e sinais mais rápidos e curtos, conforme o grau de
grau que lecionam, são totalmente contra essa nova linguagem e interrelação entre os internautas. Gírias com os amigos e
acreditam que ela seja um retrocesso ou massacre à Língua abreviaturas no computador são adequadas a determinadas
Portuguesa. Entretanto, há também aqueles que não vêem situações comunicativas, num currículo ou carta comercial, a
problemas com o internetês, pois a proliferação de abreviaturas já norma padrão é necessária e determinante. Os alunos devem ser
aconteceu em outros momentos da nossa história motivados pela preparados para o futuro, devem dominar tantas linguagens e
tecnologia da época. Assim, com a substituição ou inclusão de tecnologias; quantas forem as oportunidades que se existirão para
vogais, consoantes especificas ou números nas frases para afastar eles. Apesar de considerarmos o internetês em sala de aula, não
a bisbilhotice alheia. Eles acreditam que essa forma de linguagem podemos deixar de lado o ensino da norma padrão, pois a
demonstra que a língua é viva, dinâmica e complexa e seu uso capacidade de compreender as mensagens em situação de
necessita de conhecimento e ousadia. interação virtual está ligada ao conhecimento lingüístico. A escola
é responsável pela correlação entre a norma e o uso da língua,
5. O INTERNETÊS PODE ENTRAR NA adequada a demanda de novos ou emergentes gêneros discursivos.
ESCOLA? A escola deveria ocupar-se de como se produz um e-mail e outros
gêneros do “discurso eletrônico” ou bastaria apenas continuar
Por desviar-se muito da língua escrita padrão, essa linguagem analisando como se escrevem cartas pessoais, bilhetes e outros
virou motivo de preocupação para alguns educadores. Eles alegam gêneros impressos?.[4] Será que o modelo de interação proposto
que a maioria dos jovens ”plugados” na Internet e assíduos pela sociedade da informação deve ser mantido a parte da
freqüentadores dos chats não conseguem dissociar o internetês da ambiente educacional? Essa e outras questões vêm sendo
norma culta da língua e, que a utilizam inclusive na escrita sobre largamente debatidas por pesquisadores que acreditam que a
papel, em situações onde a escrita padrão formal seria a mais função social da escola é formar cidadão capazes de participarem
adequada. Estes educadores acreditam e defendem que a forma das varias instâncias sociais e ter garantido o direito de aprender.
cifrada de escrita do ambiente midiático prejudica o aprendizado
da língua portuguesa “padrão”, além de servir para empobrecer ou Os gêneros textuais são frutos de complexas relações entre meio,
“estragar” o idioma materno, uma vez que nada tem a ver com a uso e linguagem [4]. No meio eletrônico os usos da linguagem são
gramática normativa e a ortografia, além de subverter a semântica, sociais, culturais e comunicativos. Pensar a escrita enquanto
dificultando um conhecimento satisfatório da nossa língua. prática sociocultural oportunizada pela Internet provoca o
Movimentos como eu sei escrever (www.euseiescrever.com.br), seguinte questionamento: que mudanças a linguagem escrita
criado pelo colunista Paulo Couto, revelam um posicionamento de transformada pelas novas tecnologias estão imprimindo ao nosso
negação do internetês, defendendo a necessidade consciente do meio educacional? Como o internetês interfere no processo de
uso do nosso idioma na Internet e com isso, ajudar a combater a ensino e aprendizagem? Quando ela entra na sala de aula há um
exclusão digital. Essas pessoas crêem que as marcas de oralidade avanço ou um massacre da nossa língua?
não podem fazer parte de textos escritos ou formais ou, ainda, que Existem questões importantes a serem consideradas. Não se trata
a língua é apenas um conjunto de signos fechado e organizados e aqui de discutir se a Internet ou outras mídias podem ou não
de regras utilizadas ‘para falar e escrever bem’. imprimir mudanças no sistema lingüístico, mas sim de refletir
Entretanto, há educadores que defendem que a polêmica entre o sobre a linguagem e seus usos, pois são estes que fundam a língua
português formal e o internetês foi criada por cidadãos que e, não o contrário [2].
acreditam que a língua e a fala são dois objetos diferenciados, Pensar sobre essa questão leva o educador a preparar o educando
sendo o primeiro superior e imutável, composto de regularidades parar pensar criticamente as diversas formas de linguagem, bem
e poder. Já a fala é informal, assistemática e submissa ao padrão como usá-la de maneira adequada conforme a situação, o
de língua estabelecido pela norma culta. Com essa concepção, propósito comunicativo, a audiência (o interlocutor), as
eles disseminam a idéia de que há movimento na língua e convenções culturais e as restrições de gênero. Esse
continuum na relação oralidade-escrita. Para eles, assim como posicionamento deve ser amplamente discutido no todo da escola,
muitos internautas, as abreviaturas e os criptogramas usados na refletindo sobre o uso de cada linguagem considerando o seu
comunicação midiática criam outra forma de escrita, tão rica e lugar e situação social. Finalmente, o professor pode permitir ao
desafiadora quanto a usada em outros contextos de escrita. Para o aluno, num ambiente virtual, fazer uso do internetês, mas num
professor e apresentador Sergio Nogueira “a língua é viva, evolui, trabalho ou prova escrita deve cobrar a língua formal, sem
se transforma, isso é natural,” [14] acrescentando serem muito abreviações ou criptogramas. Problematizar e refletir sobre
importantes os professores de Língua Portuguesa procurar questões como esta ajuda a esclarecer ainda mais a temática
conhecer o código. perene e sempre instigante da relação linguagem escola, levando o
O internetês provoca uma inclusão digital [5], pois o jovem que professor a tomar decisões sensatas e responsáveis no âmbito
tem mais acesso a tecnologia é instigados a ler e a escrever. Para educacional.
se criar uma nova linguagem é necessário um conhecimento
básico da língua natural ou vernácula. Educadores que se 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
posicionam a favor dessa reflexão, sobre a nova variedade
Com a Internet surgiram novas palavras e expressões, muitas
linguística “proveniente” dos meios tecnológicos, devem valorizar
ainda sem significado direto em nossa língua. A universalização
a linguagem dos alunos, mostrando a adequação e diferença de
da língua dos ambientes virtuais fez surgir uma linguagem híbrida
cada forma de uso da linguagem de acordo com contexto.
que utiliza idéias, símbolos fonéticos e representações pictóricas.

618
Essa nova linguagem é uma verdadeira revolução nas relações [4] Marcushi, L. A. 2010. O hipertexto como um novo espaço de
humanas [6]. escrita em sala de aula. Disponível em:
O internetês é uma forma de comunicação que instiga ao usuário http://wwwpucsp.br/~fontes/In2sem2006/f_marcuschi.pdf.
da língua conhecer as diversas possibilidades de escrita oferecidas Acesso em: 07 set. 2010.
pelo idioma [5], cabendo a este fazer suas próprias escolhas e [5] Bagno, M. 2007. Nada na língua é por acaso: uma
eleger as opções adequadas à mídia utilizada, mesmo que elas pedagogia da variação lingüística. São Paulo: Parabolal,
sejam menos aceitáveis por parte de membros de outras camadas 2007
sociais diferentes da dele. Por isso, a escola não pode negar a este [6] Lévy, P.1999. A ideografia dinâmica: rumo a uma
aluno o conhecimento de todas as opções possíveis de imaginação artificial? São Paulo: Loyola.
comunicação e linguagem.
[7] Gois, A. 2005."Pq jovens tc axim?" Folha de S. Paulo, São
Os professores não precisam temer o internetês, pois essa nova Paulo, 24 abr 2005. Disponível em:
linguagem não atinge a estrutura morfológica, sintática ou http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=
fonológica da língua, mas sim o seu uso. São novas formas de 326ASP008. Acesso em: 07 set. 2010
textualização que surgem e devem ser analisadas com cuidado, em
especial quanto aos processos de condução tópica, produção de [8] Freitag, R. M. 2010. Internet y la lengua portuguesa:
sentido e relações interpessoais [3]. O internetês ao fazer uso das ¿cambios a la vista?. Disponível em:
abreviações, dos recursos semióticos, escrita síncrona termina http://www.cibersociedad.net/congres2006/gts/comunicacio.
dando origem a uma linguagem mais farta e mais completa, php?id=96. Acesso em: 07 set. 2010
exatamente, pelo continuum oralidade e escrita. [9] Thurlow, C. & Brown, A. 2003. Generation Txt? The
Portanto, esse texto buscou ao desvelar essa nova linguagem, sociolinguistics of young people's text-messaging. Discourse
compreender seu surgimento e suas características básicas. analysis online, 2003. Disponível eletronicamente em:
Acreditamos que é função docente refletir sobre esse http://www.shu.ac.uk/daol/articles/v1/n1
conhecimento em ambiente escolar, cabendo ao professor instigar /a3/thurlow2002003-paper.html. Acesso em: 07 set. 2010.
seus alunos a identificar e respeitar as diferentes variedades sócio- [10] Pereira, A. P. & COSTA, S. R. 2002. Conceitos e
estilísticas da língua, entre elas a linguagem da Internet fazendo as (pre)conceitos sobre escrever na internet e na escola. Rev.
correlações entre a norma e o uso da língua. Existe uma realidade Presença Pedagógica. v. 8, n. 48, p. 35-51, nov/dez 2002.
de exclusão digital no Brasil [15], e a escola tem a função de
[11] Bakthin, M. 1997. Estética da criação verbal. São Paulo,
aproximar o educando das novas ferramentas tecnológicas e
Martins Fontes, 1997, p. 277-326.
refletir sobre suas linguagens. Assim, estimular os alunos ao uso
consciente da linguagem apropriada para os diversos espaços de [12] Dias, C. 2010. O discurso sobre a língua na materialidade
comunicação parece ser o melhor caminho para compreender a digital. Disponível em:
importância da linguagem oral e escrita na sociedade e na vida. http://aledcol.org/documentos/ponencias3.pdf. Acesso em:
02 abr. 2010
REFERENCIAS [13] Crystal, D. 2001. Language and the Internet. Cambridge,
[1] Marcushi, L. A. 2003. Da fala para a escrita: atividades de Cambridge University Press.
retextualização. 4 ed. São Paulo: Cortez. [14] Consolaro, H. 2010. Entre o português e o internetês, a
[2] Marcushi, L. A. & XAVIER, A. C. 2004. Hipertexto e polêmica. Disponível em:
gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna. http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=polem
[3] Marcushi, L. A. 2010. Gêneros textuais emergentes no ica/docs/entreoportugues. Acesso em: 07 set. 2010
contexto da tecnologia digital. Texto revisto de conferência [15] Freire, P. 2005. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz
apresentada no 50º Seminário do GEL - Grupo de Estudos e Terra.
Lingüísticos do Estado de São Paulo, realizado na USP em
maio de 2002. Disponível em:
http://salasvirtuais.universiabrasil.net/cgibin/maioabrirave.pl
?comunidade=livre/&ave=18jul102144245 Acesso em: 07
set. 2010a

619
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

APRENDIZAGEM DE ALGORITMOS EM
DISPOSITIVOS MÓVEIS ATRAVÉS DA TECNOLOGIA
BLUETOOTH, SMS E MMS
Ricardo José dos Santos Barcelos Liane Margarida Rockenbach Tarouco
Instituto Federal Fluminense Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Brasil Brasil
ricardo@iff.edu.br liane@penta.ufrgs.br

ABSTRACT
Education institutions are facing challenges of a Os professores que ministram este conteúdo percebem uma
technologically advanced learning in order to improve the lacuna entre o ensinado e o aprendido pelo estudante, pois a
efficiency of teaching and learning. Permeabilize the learning partir da solução de problemas de computação percebem as
style of students with technology is important in improving the dificuldades na resolução de problemas de programação.
educational process. This paper presents the use through the
learning styles of students with mobile devices. Learning
through mobile devices provides the ability for users to learn
anytime and anywhere.

RESUMO
As instituições de ensino estão diante de desafios de uma
tecnologia avançada de aprendizagem com o objetivo de
melhorar a eficiência do processo de ensino-aprendizagem.
Disseminar o estilo de aprendizagem dos alunos com as
tecnologia é importante na melhoria do processo educacional.
Este trabalho apresenta a utilização através dos estilos de
aprendizagem dos alunos com os dispositivos móveis. A
aprendizagem através de dispositivos móveis fornece a
capacidade aos usuários de aprender a qualquer hora e em
qualquer lugar.

Palavras-chaves
aprendizagem móvel, Bluetooth, ensino de algoritmos
Figura 1. Estratégias no uso das TICs
1. INTRODUÇÃO
A utilização das TICs no Ensino de Algoritmos foi A Figura 1 mostra as estratégias tecnológicas utilizadas para
possibilitado através do acompanhanamento do processo fins educacionais e os fatores que influenciam na utilização
ensino-aprendizagem para algoritmos no Instituto Federal destas tecnologias. Entre elas, podemos citar a mobilidade
Fluminense, em Campos dos Goytacazes, pode-se constatar a proporcionada pelo celular e internet, as limitações dos
enorme dificuldade experimentada pelos alunos. A criação de celulares, bem como as peculiaridades de determinados
ambientes que apoiem esse aprendizado é de grande interesse, conteúdos didáticos, além de apresentar estilos de
já que o processo de construção do conhecimento necessário à aprendizagem dos alunos. A Figura 1 também aponta para o
produção de algoritmos para a programação constitui uma aumento da utilização de internet e celular nos últimos anos, o
árdua tarefa ao estudante, como enfatiza [1]. que transforma esses instrumentos em excelentes meios para
difusão de conhecimentos.
A aprendizagem de algoritmos é objeto de diversos sistemas
que foram criados especificamente para este fim. O A aprendizagem utilizando dispositivos móveis não é
desenvolvedor destes sistemas para esta aprendizagem em exclusividade dos celulares, pois o rádio, a televisão, o livro, a
muitos casos, multidisciplinares, tem experimentado diversas telefonia, a câmara fotográfica, o bloco de notas são utilizados
abordagens no ensino dessa disciplina, testes de mesa, nesta modalidade, o que pode ser considerado como fator
sistemas via web entre outros. Existe consenso, entre os diferenciado é que através das tecnologias digitais
professores da área, de que não é suficiente apresentar um especificamente os dispositivos móveis podem surgir
algoritmo de forma explicativa no quadro para que o estudante estratégias de aprendizagem através das funcionalidades e
seja capaz de entendê-lo completamente e de criar algoritmos características destes dispositivos.
similares ou derivados daquele, nem de tornar-se capaz de
resolver problemas com esses instrumentos [2]. Explicitar aprendizagem móvel é definir a utilização e
possibilidades sobre a forma de como as tecnologias móveis
Dos Santos, Ricardo., Rockenbach, Liane. (2010). Aprendizagem de algoritmos em
inserirá no processo educacional, [3] aponta para o potencial
dispositivos móveis através da tecnologia Bluetooth, SMS e MMS. En J.Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 620-627,
Santiago de Chile. 620
que estas tecnologias apontam em termos de estratégias de estes alunos utilizam com extrema habilidade a tecnologia
aprendizagem como construtivismo, interação, curiosidade, moderna através do uso de diversos artefatos tecnológicos.
complexidade, colaboração, desafio.
Por isso, a integração destas tecnologias e dos dispositivos
Num contexto de aprendizagem para mobile learning, isto é, a móveis no processo de aprendizagem é parte importante do
mobilidade é um dos pilares, também devemos considerar desenvolvimento e implementação de formas avançadas de
diversos fatores como: i) aprendizagem ao longo do tempo; ii) ensino e neste campo é fundamental a questão da
a informalidade e iii) e o que denominamos de apropriação do disponibilidade do material, bem como sua adaptação,
conhecimento pelo aluno. tornando atraente e flexível a educação móvel.
Em países em desenvolvimento, o acesso a Internet através Este trabalhou investigou a utilização de conexão Bluetooth,
dos dispositivos móveis ainda de alto custo para o estudante, o que é mais rápida, de fácil acesso para um estudante
que dificulta seu uso como recurso de ensino aprendizagem. A compartilhar dados entre os diversos dispositivos móveis
aprendizagem utiliza dispositivos móveis como computadores como: celulares para celulares, laptop para PDAs, laptop para
de bolso (PDAs), telefones celulares, smartphones, notebooks celulares, laptop para smatphones. Também foi utilizada a
Tablet PCs, assim como é caracterizada por estar em qualquer tecnologia SMS, que é a transmissão de mensagens de texto
lugar e a qualquer momento [4]. Todavia, mediante o uso de de no máximo 160 caracteres para o envio de solução de
dispositivos móveis, agregando sistemas de suporte problemas, mensagens de incentivo, avisos de trabalhos já
apropriados para acesso aos materiais de aprendizagem, torna- realizados. A tecnologia MMS possibilita o envio de objetos
se possível ampliar o leque de possibilidades em termos de educacionais com formatos além de textos e vídeos.
uso da TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) para
ampliar a população estudantil com acesso a recursos Segundo [9], as futuras aplicações educacionais e serviços
educacionais diferenciados, usando multimídia e necessitarão de recursos para tornar mais fácil sua utilização,
interatividade para promover uma aprendizagem significativa. como: baixar materiais em diferentes tipos de formato, texto,
voz e vídeo, “rodar” sem a utilização de adaptações, assim
A iniciativa para a utilização dos dispositivos móveis no como viabilizar a redução do custo de acesso a internet, pois
processo de aprendizagem tem sido na maioria no ensino as características de funcionalidades dos aparelhos se
presencial, porém a proposta deste trabalho é seja observada a diferenciam de fabricantes e modelos.
aprendizagem forma do ambiente escolar, isto é, os alunos
têm a possibilidade de “baixar” os objetos de aprendizagem Este trabalho apresenta um sistema móvel de aprendizagem
nos dispositivos móveis e a partir daí, serem acessados para como reforço para os alunos na melhoria do processo de
aprendizagem no momento que melhor entender. ensino através da transferência de material didático na forma
de texto, assim como um quiz a ser respondido utilizando os
O uso de dispositivos móveis como recurso educacional não é dispositivos móveis dos alunos através da tecnologia
trivial, pois as características dos equipamentos diferem Bluetooth.
substancialmente dos que são normalmente usados em casa e
nos laboratórios nas escolas, a começar pelo tamanho da área O mundo tem avançado tecnologicamente, em especial na
de apresentação de informações visuais. Outro fator a utilização das TICs, o que tem como conseqüência, a
considerar é o processo de transferir o conteúdo educacional necessidade de técnicos especializados nessa área. Isto
de uma forma mais econômica, pois o custo do acesso à acarreta uma maior responsabilidade por parte das instituições
Internet via rede de telefonia celular ainda é bastante elevado de ensino, que oferecem cursos formadores, em preparar
no Brasil. Neste trabalho é relatada uma experiência em que adequadamente esses profissionais, tanto em qualidade quanto
foi explorada outra forma para transferir material de em quantidade. A pesquisa a que se propõe este trabalho visa
aprendizagem para dispositivo móvel dos alunos, usando a justamente a acrescentar novas estratégias para que se obtenha
tecnologia sem fio denominada Bluetooth e SMS. sucesso nesta missão.

Os ambientes que utilizam a web para facilitar o processo de O ensino de algoritmos vem apresentando no IFF um dos
aprendizagem incluem atividades como armazenamento de maiores índices de reprovação. Um levantamento realizado
informação, compartilhamento e colaboração. Estas mesmas pelo autor, no IFF–Campos–RJ, no curso técnico e nos cursos
funções também existem na aprendizagem utilizando superiores, aponta os resultados apresentados no Gráfico 1,
dispositivos móveis móbile learning (mlearning) [5]. abrangendo os últimos quatro semestres entre primeiro
semestre de 2008 (2008-1) e o segundo semestre de 2009
O mlearning pode ser definido como aprendizagem através da (2009-2).
utilização dos dispositivos e de tecnologia sem fio [5]. Esta
diferença é necessária, pois um livro, uma apostila pode
também ser uma forma aprendizagem em qualquer local e
hora. De acordo com [6], esta aprendizagem através de
dispositivos móveis (Móbile learning) é observada por ser
sem a presença física permanente no processo educacional.
Os dispositivos móveis possibilitam a aplicação desta
tecnologia denominada sem fio que é de fácil utilização e de
controle assim como realizar comunicação assíncrona /
síncrona entre alunos e professores, alunos e alunos. Os
celulares e outros dispositivos de alta tecnologia são muito
bem aceitos pela geração jovem, denominada de nativos
digitais, como definidos por [7], e esta forma de ensino-
aprendizagem torna-se atraente principalmente para estes
alunos. Há uma quantidade de alunos do ensino técnico e Gráfico 1. Reprovados em Algoritmos
superior que possuem dispositivos móveis e [8] afirma que

621
O Gráfico 1 mostra que, nos semestres 2008-2 a 2009-2, os mesmo nas mais simples; e i.3) valorizar o uso de técnicas na
percentuais de reprovação com índices de 30% em todos os resolução de problemas; ii) destacar o pensamento crítico,
Cursos Superiores. Também podemos destacar os altos cuidados são observados, pois os alunos possuem pouca
índices de reprovação no Curso de Desenvolvimento de experiência na resolução de problemas envolvendo a
Sistemas - 94%, 84% e 83% respectivamente - e no Curso matemática e tendem a acreditar em qualquer demonstração.
Técnico de Informática, de 2008-2 a 2009-2, em média de Este tipo de comportamento deve ser desestimulado. É
34% de reprovação dos alunos de algoritmos. Isto se tornou essencial que os alunos tenham pensamento crítico a qualquer
motivação para um trabalho de investigação visando à resolução de problemas sendo estimulado a obter novas
melhoria na aprendizagem dos alunos. soluções para o mesmo problema pois a partir de dúvidas
saudáveis e uma nova resolução e percepção apresentará
As causas para este alto nível de insucesso não são específicas importância do trabalho teórico. Ainda nesse sentido, um
da área. De modo geral, [2] observa que os alunos não recurso valioso o conjunto de exercícios que possibilitem os
apresentam desenvoltura na organização de raciocínios, alunos identificarem falhas de argumentação, erros em
elaboração de estratégias de resolução de problemas, atenção, algoritmos ou algoritmos que poderiam ser melhorados. iii) a
concentração, estímulo ao processo de cálculo mental. Sendo teoria na prática. A experiência mostra que os alunos em geral
assim, as habilidades envolvidas nesse processo, tais como não se sentem motivados e, por considerarem extremamente
tentar, observar, conjeturar, deduzir e que compõem o que abstrata a aprendizagem de algoritmos, logo por essa
chamamos de raciocínio lógico, não estando apropriadamente argumentação, acredita-se ser importante utilizar como
desenvolvidas, interferem na aprendizagem de praticamente recurso didático exemplos reais. A inclusão de projetos de
todas as áreas cognitivas, mas, em especial, afetam esta área implementação, em disciplinas teóricas ou em disciplinas
do conhecimento. específicas, torna este conteúdo menos abstrato.
Em contrapartida, os alunos demonstram uma desenvoltura
ímpar na utilização de recursos tecnológicos. Para dirimir esta
dificuldade, aproveitando a motivação e vocação dos alunos
para o uso da tecnologia, novas estratégias vêm sendo
investigadas quanto ao uso de recursos de informática na
educação, com a finalidade de potencializar habilidades que
visam ao desenvolvimento do raciocínio, segundo [10].

2. Objetivo
O objetivo deste trabalho é disponibilizar, através da
tecnologia Bluetooth, os materiais pedagógicos de algoritmos
para os dispositivos móveis. Em paralelo os alunos são
cadastrados através do número do celular, para que recebam
pequenos textos e mensagens através de SMS. Para os alunos
faltosos da aula presencial são enviados textos, informando
sobre os assuntos abordados na aula presencial e trabalhos a
serem desenvolvidos. Também foi utilizado o envio de objetos
educacionais por MMS.
Figura 2. Peculiaridades no ensino de algoritmos
A utilização desta forma aprendizagem são consideradas,
neste trabalho como reforço à sala de aula. Segundo [11],
esse recurso é indicado para melhoria da aprendizagem em A Figura 3 mostra as peculiaridades do processo ensino-
dois momentos essencialmente diferentes: (1) logo após a aprendizagem de algoritmo, pois apresenta uma série fatores
aprendizagem inicial, quando pode ocorrer parte do que interferem nesse processo. Na aprendizagem de
esquecimento do conteúdo, para consolidar o conteúdo algoritmos a resolução de problemas, abstração, lógica,
aprendido de forma mais eficaz e, também, originar a raciocínio, as avaliações são peculiaridades que necessitam ter
aprendizagem de gradações e de implicações mais sutis, não estratégias investigadas para que os alunos tenham melhor
apreendidas na primeira apresentação; (2) após certo tempo, desempenho nas atividades. Este trabalho investiga as forma
quando pode ocorrer um esquecimento considerável, de aprendizagem dos alunos para possibilitar as estratégias de
possibilitando ao estudante uma oportunidade de tirar proveito aprendizagem assim como a inserção de uma tecnologia na
(evitar apresentações posteriores) da própria consciência de aprendizagem já se constitui um fator de motivação para esta
fatores negativos (tais como ambiguidade ou confusão com aprendizagem.
idéias semelhantes) responsáveis pelo possível esquecimento. Esse conjunto de fatores é que possibilita a melhoria ou o
Diversas peculiaridades são importantes no processo de insucesso da aprendizagem. Em primeiro lugar, torna-se
aprendizagem de algoritmos conforme a seguir: i) coerência essencial entender o que vem a ser um algoritmo. Sua
com os objetivos fundamentais de algoritmos e que o definição torna-se, assim, importante para uma perfeita
professor deve construir na construção desta aprendizagem compreensão dessas peculiaridades, pois o algoritmo é uma
para os alunos: i.1) expressar de forma objetiva as idéias, os seqüência de instruções ordenadas, sem ambigüidades,
conceitos e as técnicas perante os alunos caso o professor apresentada de forma lógica, para a resolução de uma
apresente os algoritmos confusos na aula presencial ou nas determinada tarefa ou problema. O algoritmo é uma
transparências, os alunos não objetivam de forma clara na formulação matemática, um pedaço de código, e se encontra
resolução dos problemas envolvendo esta aprendizagem, os localizado entre a entrada e a saída para transformar o
resultados esperados dos algoritmos propostos não são claros primeiro no segundo. É o caminho para a solução de um
nas respostas dos alunos); i.2) destacar a importância dos problema e, em geral, através destes caminhos podem ser
resultados teóricos e mostrar rigor formal nas situações obtidas diversas soluções.

622
O sistema H-Sicas que [12] apresentam como uma versão Gráfico 2. Idade dos alunos de algoritmos Módulo1
atualizada e adaptada do sistema SICAS para ser utilizado nos Diurno
dispositivos move para o ensino de algoritmos. Este ambiente, O conhecimento, por parte do educador, das formas nas quais
todavia não utilizam funcionalidades como sons, que são ocorrem a aprendizagem contribuem sensivelmente para a
importantes na aprendizagem através dos dispositivos móveis melhoria da qualidade do trabalho desenvolvido em sala de
e não caracteriza os alunos quanto aos estilos de aula bem como utilizando recursos tecnológicos. Todavia,
aprendizagem. devido a quantidade de alunos nas instituições de ensino é
difícil este conhecimento individualizado assim como prover
as estratégias de aprendizagem também de forma individual.
3. Análise de alternativas dos sistemas de Este trabalho propõe suprir esta lacuna através de objetos
algoritmos educacionais construído especificamente para dispositivos
As estratégias de aprendizagem dos sistemas pesquisados móveis. De acordo com Kolb (2010) o estilo de aprendizagem
podem também ser analisadas com relação à aprendizagem visual (A) de que toda aprendizagem envolve a percepção
colaborativa. Diversos sistemas utilizam a colaboração entre visual ou observação de objetos, incluindo fotos, diagramas,
os usuários, porém esta colaboração é estabelecida entre demonstrações, displays, folhetos, filmes, flip-chart, entre
alunos e tutores. [13] afirmam que existem três segmentos outros. O estilo de Aprendizagem Auditivo (B) envolve a
para a construção dos sistemas para esta aprendizagem: as transferência de informação através da escuta de palavras, de
ferramentas, as estratégias e a união de ambas. Quando sons e ruídos. O estilo de Aprendizagem Cinestésico (C)
ocorreu a união das ferramentas e as estratégias na época em envolve experiência física - tocar, sentir, segurar, realizar
que esses sistemas foram propostos, a tecnologia dos experiências práticas.
dispositivos móveis ainda não estava completamente
difundida na sociedade, ao contrário do que se observa nos Já para os alunos de estilos de aprendizagem do tipo
dias de hoje. Por isso para poderem ser utilizadas, hoje em acomodador que têm características como intuição e são
dia, estas estratégias precisam ser compatíveis com as lógicos com abordagem prática, os objetos de aprendizagem,
necessidades dos alunos e devem vir associadas às como videoaulas, são construídos através de exemplos
ferramentas tecnológicas. práticos de algoritmos. Os tipos de materiais a serem
Em particular, o sistema H-Sicas adaptado do sistema Sicas, disponibilizados, portanto, devem atender aos diferentes
foi projetado para ter sua utilização nos dispositivos móveis, estilos de aprendizagem dos alunos o que requer uma acurada
porém ainda não possui visibilidade de qualidade em todos os análise em seu emprego. Adequar os estilos de aprendizagem
aparelhos de celular, somente para aparelhos mais dos alunos aos objetos educacionais foi necessário caracterizar
sofisticados. Também não se encontra instrumentalizado de os tipos de apresentação destes objetos,conforme a seguir.
forma que proporcione uma aprendizagem de forma interativa
e colaborativa, é uma adaptação do sistema construído para 5. Estratégia Pedagógica
web e não utiliza os recursos de mídias e de interatividade que
possuem os dispositivos móveis. 5.1 Texto
As estratégias de aprendizagem que utilizam texto são as mais
4. Caracterizando o público alvo comuns, o que é feito através de diversas formas como papel
Inicialmente foi investigado a idade de dos alunos de duas (manuais, apostilas), chats online, questões de discussão,
turmas do Curso Técnico de Informática Módulo 1 da Manhã blogs, wikis. Para a maioria dos alunos, esta ainda é a forma
e Módulo 2 do período da Tarde do Instituto Federal mais acessível de aprendizagem e também a de maior
Fluminense. Em paralelo investigou-se os estilos de comodidade, pois possivelmente, alunos e professores
aprendizagem destes alunos, baseado no modelo [14] que cruzaram décadas na aprendizagem baseada em textos. Com a
define os estilos de aprendizagem dos alunos. utilização das TIC, o texto continua amplamente utilizado,
mas pode ser aperfeiçoado através de inserção de gráficos e
A idade dos alunos, conforme Gráfico 2, apresenta quatro
áudio. O maior benefício do texto é ser examinável e portátil.
alunos com dezoito anos, seis alunos na faixa de 15 a 17 anos
e três na faixa de 28 e 29 anos. Neste caso há uma
heteregoneidade em relação ao grupo de alunos, pois enquanto
a faixa de 15 a 29 anos pode ser considerada como de nativos
digitais, a faixa de 45 a 50 anos, segundo [10], se caracteriza
de como imigrantes digitais.

Figura 3. Textos na aprendizagem

5.2 Áudio
O áudio tem sido um componente utilizado na educação
à distância durante décadas. Atualmente, os podcasts
1
(que é uma forma de publicação de arquivos de mídia
digital, reavivaram o interesse em áudio para a
aprendizagem. Os maiores benefícios são para os alunos
do tipo auditivo e têm, como vantagem a velocidade de

1
Mídia digital é composta pela sincronização de áudio,
vídeo, fotos, etc.

623
transmissão e acesso. Através dos podcasts pode-se colaboração é possibilitada em fóruns, chats, emails,
aumentar o acesso a materiais educacionais, entre outros.
proporcionar oportunidades para uma revisão adicional.
Mas para uma utilização eficaz, os podcasts devem ser
integrados a aprendizagem. Como exemplos, pode-se
citar o utilizado neste trabalho, a gravação de aulas
presenciais, com inclusão de apresentadores externo e
notícias de atualizações relacionadas ao curso.

Figura 7. Aulas interativas na aprendizagem

5.6 Estilo de Aprendizagem


Na pesquisa realizada com a turma do Curso Técnico de
Informática Módulo 1 Diurno, o Gráfico 5 mostra o estilo de
Figura 4. Áudio no processo de aprendizagem aprendizagem dos alunos da turma do Curso Técnico Módulo
1 Diurno, composta de 15 alunos, sendo que 53%
5.3 Visual apresentavam no primeiro semestre de 2010 o estilo de
A Internet é um meio visual. Uma das características é a aprendizagem auditiva.
possibilidade e a capacidade de animar o texto existente
com o uso de gráficos, diagramas, porém apresentam
como desvantagem o custo elevado.

Figura 5. Vídeos educacionais

5.4 Jogos e Simulações Gráfico 3. Estilo de Aprendizagem Módulo 1


Os jogos e simulações são considerados por diversos O Gráfico 6 mostra os estilos de aprendizagem por sexo os
autores como uma aprendizagem lúdica, isto é, o alunos do sexo masculino tem a preferência por aprendizagem
estudante tem a possibilidade de aprender num contexto de forma auditiva e no sexo feminino tem a preferência por
não tradicional de aprendizagem. Tem como benefícios visual. Os objetos de aprendizagem foram construídos com o
a reutilização e, como fator de desvantagem, o custo, objetivo de atender a maioria das preferências dos alunos,
pois os jogos e as simulações são de alto custo, tanto de possuem textos, vídeos, pois os vídeos são visuais e auditivos.
infraestrutura quanto em profissionais para a criação
que pode ser complexa, assim como exige tempo para
que novos usuários possam se familiarizar.

Figura 6 - Jogos e Simulações no processo educacional

Gráfico - 4 Estilo de aprendizagem por sexo


5.5 Aulas interativas, colaborativas e online
A interação no ambiente de aprendizagem possui 6. Metodologia
benefícios porém tem como desvantagem o custo, A forma de disponibilizar os conteúdos para os alunos de
acordo com os estilos de aprendizagem. Foram apresentados
quando utilizam a web, pois os ambientes interativos e
três conteúdos programáticos com suas respectivas formas de
colaboracionistas são de custo elevado. Nessas aulas apresentação (vídeoaula, texto, e simulações). Utilizando
empregam-se utilizadas sistemas que utilizam a web, MLE, Bluetooth e SMS – Na etapa 1, a construção de um quiz
como por exemplo, Moodle, Amadeus, que possibilitam (perguntas) sobre algoritmos com figuras e sons utilizando o
aos alunos interagir de forma assíncrona ou síncrona e a MLE (Mobile Learning Engine) foi a solução apresentada
neste trabalho. Este sistema é open source (código fonte livre),

624
gratuito e com capacidade de personalização e o acesso ao alunos: i) Obrigado pela Informação; iii) Bom feriadão!; pra
MLE pelo celular é realizado através da tecnologia Bluetooth. vcs tb;.
O MLE é disponibilizado em dois idiomas, alemão e inglês e
oferece diversas ferramentas como mostrado a seguir: i)
Material Didático: Consiste de um conjunto de páginas,
finalizando com uma questão com alternativas de resposta. ii)
Quiz: É um teste constituído a partir de múltipla escolha,
verdadeiro ou falso, e perguntas de respondas curtas. Cada
tentativa é automaticamente marcada, e o professor pode
escolher de que forma ocorrerá a interação com estudante, isto
é, as respostas serão enviadas ou apresentar as respostas
corretas para a imediata correção do estudante.
Através do MLE é construído um objeto especial para
aprendizagem denominados de Móbile Learning Objects
(MLOs) que pode ser armazenado no celular e posteriormente
utilizado, sem qualquer conexão à internet este forma é
considerada como (off-line). A aprendizagem através dos
Figura 8. Quiz no celular
MLOs implementa todas as funcionalidades do MLE,
O ambiente mostra diversas perguntas sobre algoritmos, além
incluindo: interatividade entre perguntas instantâneas com
de possuir um texto já enviado anteriormente em formato .txt.
correção automática, resposta a quizes, questionários de
O material didático para consulta é baixado no celular do
simples e múltipla escolha.
estudante para que, em caso de necessidade, possa ser
Foram enviados e disponibilizados para os alunos objetos de consultado. O sistema implementado em MLE, apresenta
aprendizagem em forma de vídeos com os seguintes assuntos perguntas a que o estudante responde e envia as respostas e as
e tempo de duração: i) introdução, tempo – um minuto e seis dificuldades para o professor, conforme Figura 10.
segundos; ii) tipos de dados, tempo – dois minutos e trinta seis
O objeto de aprendizagem construído para serem utilizados
segundos; iii) sequencia, tempo – dois minutos e cinqüenta
nos dispositivos móveis exigiu uma série de observações
segundos; iv) repetição, tempo – dois minutos e dezesseis
como: tamanho de caracteres, cores, sons entre outros. A
segundos; iv) decisão ou seleção, tempo– três minutos e seis
Figura 12 apresenta como exemplo o conteúdo no dispositivo
segundos; refinamento, tempo – dois minutos.
móvel.
A utilização da tecnologia SMS neste projeto foi utilizada de
diversas categorias. Os temas para o envio de mensagens SMS
pelo celular foram selecionadas três categorias de mensagens.
1. Mensagens Administrativas: São as mensagens de conteúdo
especificamente sobre a parte operacional e administrativa do
ambiente do curso. Por exemplo, mensagens informando a
disponibilidade dos conteúdos, data de entrega de atividade,
os conteúdos abordados na atividade presencial, etc. Exemplo
de mensagens enviadas: i) Faltam 2 dias para a entrega do
trabalho sobre Se...Então...Senão; ii) O conteúdo da atividade
presencial do dia 04/08 foi a construção Se... então...senão; iii)
Hoje dia 11/08 estamos iniciando o Se...Então...Senão;
2. Mensagens Pedagógicas: mensagens de conteúdo
relacionado ao assunto do curso. Por exemplo, dica de sites
com conteúdo relacionado, sugestões de leituras, etc. Exemplo
de mensagens: i) Envie uma mensagem para um colega sobre
quais as questões você já resolveu do trabalho; ii) Pergunte a
outro colega quais as questões ele resolveu do trabalho? iii)
Você tem alguma dificuldade nos problemas a serem Figura 9. Expressões aritméticas
resolvidos.
3. Mensagens Motivacionais: Nas mensagens que propiciem a Além desta técnica de vídeos com os conteúdos de algoritmos
motivação para a aprendizagem e a resolução dos problemas foram construídos vídeos demonstrativos de funcionamento
propostos e as objetivo individuais: i) as mensagens que utilizando uma das técnicas denominada Teste de Mesa,
propiciem ao estudante incentivo para o interesse ao apresentada por [15] que consiste em seguir instruções do
aprendizado de algoritmo. ii) mensagens que geralmente estão algoritmo de forma seqüencial e precisa, armazenando os
fora do contexto do curso especificamente. Por exemplo, possíveis valores das variáveis para verificar os
tenha um bom feriado ou informação do bom desempenho nas procedimentos utilizados na construção do algoritmo.
atividades. Exemplo de mensagens: i) Vai resolver problemas
neste feriado?; ii) Quando for resolver o problema 5 tente por
SE..Então; i) Bom fim-de-semana; ii) Aproveite o feriado!;
iii); iv) .
O trabalho sinalizou todos os retornos das mensagens de texto
seja também por meio de SMS, por ligação telefônica ou por
e-mail. Exemplos de mensagens de respostas enviados pelos

625
Figura 13. Teste de mesa no dispositivo móvel um pequeno espaço de memória, estes objetos são
A Figura 13 mostra a sequencia de construção do teste de subdivididos em pequenos objetos de acordo com o conteúdo,
mesa. Este teste possibilita comparar os resultados com o porém esta metodologia possibilitou que os alunos acessassem
objetivo do algoritmo e os possíveis erros durante a execução. os conteúdos que são os objetivos dos alunos no momento
Os professores também os utilizam em ambientes de desta aprendizagem e também proporcionando ao sistema
aprendizagens através da web. É uma técnica que prioriza a vantagem em termos de desempenho e velocidade de
percepção visual. transmissão. O formato .txt é o que possibilita a um maior
número de celulares acessarem os arquivos, pois o
7. Dificuldades e Discussão determinados aparelhos não lêem formatos como .doc, .pdf.
Na medida em que os fabricantes de dispositivos inovarem,
Assim que os alunos foram informados sobre a utilização do
implementando outras funções, aumento de memória etc, os
celular como dispositivo educacional, a reação foi muito
arquivos educacionais devem ser construídos especificamente
reticente pois não “acreditavam“ e também não entendiam
para utilizar esses novos dispositivos.
como o celular poderia ser utilizado nas atividades
educacionais. Na medida em que foram conscientizados da Dentre as dificuldades outra relatada pelos alunos foi o custo,
metodologia a ser utilizada e a aprendizagem com os recursos no caso do envio de SMS para outros alunos e professores,
tecnológicos. Os resultados decorreram de entrevistas prejudicando a interatividade. No que diz respeito às
individuais com os alunos, levando em consideração questões dificuldades educacionais, os alunos “gostariam de ter mais
pontuais como a utilização do celular do estudante (acesso, material de consulta durante a aprendizagem fora da sala de
perspectivas didático-pedagógicas, interface, cooperação, aula”, mais material didático, isto é, vídeos com outros
ferramentas síncronas e assíncronas, adequação e usabilidade. conteúdos de algoritmos. De um modo geral, os alunos
Observou que apenas um dos alunos não tinha celular com a entenderam que a utilização dessa tecnologia para a
função Bluetooth. aprendizagem foi de grande valia e esperam que seu uso se
converta em resultados positivos em seus desempenhos na
Numa abordagem deste projeto inicialmente os alunos
aprendizagem. Os quinze alunos responderam às perguntas
estavam apreensivos em relação a aprender utilizando os
nos dias de sábado e domingo e no trajeto trabalho/escola e
dispositivos móveis para a aprendizagem e também como as
principalmente, quando não tinham acesso a computador.
informações sobre este conteúdo, ou seja, como aprender
utilizando estes dispositivos não só teoria, mas para resolver
problemas. Diversos relatos de alunos foram importantes 8. Resultados
neste trabalho: Aluna F1: “Eu não tive dificuldades em utilizar Com relação aos estilos de aprendizagem dos alunos do sexo
o meu celular, mas como vamos aprender?”. Aluno M1: “A masculino somente um com estilo de aprendizagem visual e
atividade foi muito interessante, pois as aulas são sempre cinestésico, bem como, aluno do sexo masculino com
iguais”. Aluno M2: “Eu estava convicto de que não veria um preferência de aprendizagem auditiva não obteve nenhuma
fluxograma de algoritmo no celular”. reprovação. Os alunos reprovados foram entrevistados e
relataram que a experiência com relação ao conhecimento dos
Os resultados obtidos mostraram que os alunos possuem uma próprios estilos de aprendizagem foi de forma benéfica para a
visão tecnológica desenvolvida, e as relações destes com os aprendizagem e atribuíram ao fraco desempenho a problemas
vídeos foram as melhores, pois eles manifestaram o desejo de extra classe, pois faltaram a avaliação. Porém relataram ainda
acessar e assistir ao vídeo relativo ao conteúdo a ser que sentiam a prosseguir no processo e ser reavaliado a partir
ministrado na aula presencial do dia. do reforço com os objetos educacionais. O Gráfico mostra o
Podemos afirmar que os alunos se identificaram com o resultado de aprovação na disciplina de Algoritmos dos alunos
formato dos objetos, principalmente quando tinham pleno do Curso de Informática no de 2010-1 que o desempenho foi
conhecimento de seus estilos de aprendizagem. Assim, satisfatório, pois no ano de 2009-2 o índice de reprovação foi
solicitavam os materiais que melhor proporcionasse a de (29%) e no ano de 2010-1 este índice foi de 13%.
aprendizagem, todavia também acessavam outros formatos de
objetos.
Sob o aspecto da tecnologia utilizada os alunos apresentaram
como dificuldade, na transmissão dos vídeos
notebook/celular, nesta metodologia o muito tempo para
“baixar” os arquivos nos dispositivos. Na execução do sistema
devido pouca memória dos celulares que os alunos lamentam
devido a o tamanho do arquivo a ser enviado.
As dificuldades na construção dos objetos educacionais
relatadas a seguir: i) a diversidade de modelos de aparelhos
celulares. Com relação aos materiais a serem consultados
pelos alunos, dois aparelhos houve a necessidade de instalar o
Java pois não continham de os “plugins” necessários para
rodarem os materiais, isto é, os dispositivos que não “rodam“
arquivos com extensão .doc, .pdf. A solução encontrada foi
converter os arquivos na extensão .txt, (em formato de texto), Gráfico 5. Desempenho e algoritmos 2010-1
porém de forma resumida, pois neste formato não contém as Através de relatos dos alunos a que atribuíam ao desempenho
ilustrações contidas no material original, servindo apenas para satisfatório nesta disciplina os mesmo apontam para diveros
consulta rápida sobre conceitos sobre determinado assunto, fatores conforme a seguir: i) O uso dos dispositivos móveis
disponibilizando o acesso ao conteúdo do curso aumenta a
Outro fator relevante é a capacidade de armazenamento, pois motivação e oportunidade de aprendizado, conforme mostra o
com o objetivo de que os objetos de aprendizagem ocupem desempenho. Tendo em linha de conteúdos e à direita na

626
ponta dos dedos dos alunos praticamente em apenas um [5] Caudill, J., The Growth of M-learning and the Growth of
clique, encontram-se os conteúdos que lhes permite aprender Mobile Computing – Parallel Developments,
onde quer que estejam, apesar das limitações das International Review of Research in Open and Distance
responsabilidades familiares, horários de trabalho ocupado, Learning, 2007.
viajando, etc.. Além disso, como os alunos alcançaram o
sucesso e progresso através de exercícios, eles afirmam terem [6] Boyinbode O. K. and Akinyede R. O., Mobile Learning:
sido motivados a aprender mais através da utilização de An Application Of Mobile And Wireless Technologies In
tecnologias; ii) Outro fator foi a estratégia de aprendizagem Nigerian Learning System, International Journal of
de algoritmos de forma individualizada possibilitada pela Computer Science and Network Security, VOL.8 No.11,
convergência de tecnologia de comunicação e informação e a 2008, p.p. 386-392.
estratégia utilizada; iii) a aprendizagem de algoritmos através [7] Prensky, M - Digital Natives Digital Immigrants Marc
da oportunidade de interação entre os alunos. A Prensky Digital Natives, Digital Immigrants, Marc
disponibilidade dos objetos de aprendizagem deve incluir a Prensky From On the Horizon, 2001.
oportunidade para os alunos para interagir com outros alunos
e com o professor para relatar as dificuldades, as soluções [8] Jacob S. and Issac B., The Mobile Devices and its Mobile
encontradas na resolução dos problemas propostos. Os alunos Learning Usage Analysis, Proceedings of the
entendem que os dispositivos móveis estão se tornando parte International MultiConference of Engineers and
integrante do ensino. Computer Scientists, Vol. I, 2008.
[9] Sharples, M., Big issues in mobile learnin, Report of a
9. Conclusão Workshop by the Kaleidoscope Network of Excellence,
A utilização de mobile learning no ensino de algoritmos levou Mobile Learning Initiative, University of Nottingham,
a uma melhora significativa do desempenho dos alunos, pois 2007.
favoreceu a colaboração, ensejando o uso de apoios [10] Grabe, M. E., Kamhawi, R. & Yegiyan, N. (2009).
multimídias tais como vídeos, gráficos. A aprendizagem Informing citizens: How people with different levels of
através dos dispositivos móveis em consonância com os education process television, newspapers, and web
estilos de aprendizagem dos alunos, bem como a motivação news. Journal of Broadcasting & Electronic Media,
deles com a inserção desta tecnologia tornou o ensino de 53(1), 90-111.
algoritmos mais atraente e, por consequência, possibilitou a
melhoria da aprendizagem. [11] Azubel P. D. Aquisição e retenção de conhecimentos:
Uma perspectiva cognitiva. 1.ª Edição pt-467-Janeiro de
Dos quinze alunos do módulo 1, s quatorze participaram 2003 ISBN 972 - 707 - 364 – 6 tradução 2002.
ativamente dos trabalhos e treze obtiveram aprovação sem
necessidade de uma terceira avaliação para recuperação. [12] MARCELINO, M.; MIHAYLOV, T.; MENDES, A., H-
Pode-se, portanto, afirmar que a experiência contribuiu para o SICAS, a handheld algorithm animation and simulation
desenvolvimento do pensamento lógico e facilitou o tool to support initial programming learning. Frontiers
acompanhamento da trajetória acadêmica. Constatou-se, in Education Conference, 2008. FIE 2008. 38th Annual ,
nesses alunos a melhoria da abstração, do raciocínio lógico e vol., no., pp.T4A-7-T4A-12, 22-25 Oct. 2008.
de seu desempenho na aprendizagem, confirmando um Disponível em:
diferencial em relação aos demais alunos Que não http://ieeexplore.ieee.org/stamp/stamp.jsp?arnumber=47
participaram do projeto, ainda que, evidentemente, outros 20530&isnumber=4720249
fatores possam também interferir na aprendizagem.
[13] Rapkiewicz, Clevi Elena; Falkembach, Gilse; et. al.
Estratégias pedagógicas no ensino de algoritmos e
Referências programação associadas ao uso de jogos educacionais -
CINTED-UFRGS. Novas Tecnologias na Educação. V.4
[1] Bercht, M., Ferreira, L.F. e Silveira, S.R. Aprendendo a
Nº 2, Dezembro, 2006.
construir algoritmos através da mediação digital –
Cinted-UFRGS Novas Tecnologias na Educação. V.3 [14] Kolb, A. Y. & Kolb, D. A. Entries for: “Experiential
Nº 1, maio, 2005. learning theory”, “Kolb’s learning styles”, “Meta-
cognitive experiential learning”, “learning identity”,
[2] Barcelos, R.J.S., Tarouco, L.M.R., O uso de mobile
“Experiential learning space”, “Experiential learning
learning no ensino de algoritmos CINTED-UFRGS
spiral” & “learning style”. In Seel, N. M. (Ed.)
Novas Tecnologias na Educação. V. 7 Nº 3, dezembro,
Encyclopedia of the sciences of learning. N. Y.:
2009.
Springer Science+Business, LLC, 2010.
[3] Valentim, H.. Para uma Compreensão do Mobile
[15] Medeiros, Clavius Leandro, Dazzi, Rudimar Luís
Learning. Reflexão sobre a utilidade das tecnologias
Scaranto. Aprendendo algoritmos com auxilio da web.
móveis na aprendizagem informal e para a construção
II Congresso Brasileiro de Computação – CBComp
de ambientes pessoais de aprendizagem. Tese de 2002.
mestrado em Gestão de Sistemas de e-Learning,
Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2009.
[4] Georgiev, T., Georgieva E., Smrikarov A., M-Learning -
a New Stage of E-Learning, Proceedings of the
ComSysTech’2004, 2004, p.p. IV.28-1-IV.28-5.

627
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

LOCALIZADOR DE OBJETOS DE APRENDIZAJE


DISTRIBUIDOS
Regina Motz, Rodrigo Saavedra, Diego Vallespir
Instituto de Computación, Universidad de la República
Uruguay
rmotz@fing.edu.uy, rodrisaa@gmail.com, dvallesp@fing.edu.uy

RESUMEN El Comité de Estandarización de Tecnología Educativa IEEE


En este artículo presentamos una propuesta de arquitectura de (IEEE LTSC, del inglés “Learning Technology Standards Committee”),
software para localizar y recuperar objetos de aprendizajes define a los objetos de aprendizaje como “una entidad, digital o no
distribuidos, describimos la implementación realizada y digital, que puede ser utilizada, reutilizada y referenciada durante el
discutimos líneas futuras de extensión para los metadatos aprendizaje apoyado con tecnología”. Es así que los repositorios
soportados por los repositorios de objetos de aprendizaje. de objetos de aprendizaje brindan la posibilidad de localizar y
recuperar los OA, de forma independiente a la plataforma de
administración del curso.
Palabras Claves
Federación de Repositorios,Objetos de Aprendizaje, Metadatos
Un ROA (Repositorio de Objetos de Aprendizaje)[1] es una
colección de recursos (objetos o unidades de aprendizaje) que son
1. INTRODUCCION accesibles a través de una red. El objetivo de un repositorio es
facilitar la reutilización de recursos educativos, facilitando el acceso
Actualmente se vive en una era en donde la información y el
a los recursos almacenados en el mismo.
conocimiento implican el desarrollo de una sociedad globalizada,
donde se atraviesan fronteras y límites geográficos, a esto se lo
conoce como “sociedad de la información”. La información es el Las funciones básicas que debe proveer un ROA (según la ADL,
nuevo y preciado recurso al cual se debe proporcionar la capacidad Advanced Distributed Learning), con el fin de lograr satisfacer tanto al
de acceso de forma universal. Esta cantidad de información que usuario como la interoperabilidad con otros Sistemas, son:
caracteriza la sociedad moderna impone más que nunca la
necesidad de conseguir localizar de forma precisa la información Buscar. Es la habilidad para localizar un objeto de aprendizaje
adecuada. apropiado. Esto incluye la habilidad para su despliegue.

En el escenario de eLearning las herramientas más utilizadas son Recuperar. Recibir un objeto de aprendizaje que ha sido pedido.
los Sistemas de Administración de Aprendizaje o LMS (Sistemas
de Gestión de Aprendizaje, del inglés “L earning M anagement Enviar. Entregar a un repositorio un objeto de aprendizaje para ser
Systems”) que automatizan la administración de acciones de almacenado.
formación: gestión de usuarios, gestión y control de cursos, gestión
de los servicios de comunicación, etc. Estos sistemas gestionan los Almacenar. Poner dentro de un registro de datos un objeto, con un
contenidos almacenados generalmente en repositorios. Presentan identificador único que le permita ser localizado.
algunas carencias (como poca formalización y estructuración del
conocimiento, poca adaptabilidad a los estándares, contenidos Colectar. Obtener metadatos de los objetos de otros repositorios
demasiado expositivos, etc.) que los configuran como herramientas por búsquedas federadas.
con limitaciones para la recuperación y re-utilización en otros
ambientes de los recursos educativos. Por otro lado, los LCMS
Publicar. Proveer metadatos a otros repositorios.
(Sistemas de Gestión de Contenidos, del Inglés “L earning C ontent
M anagement Systems” ) se definen como un sistema basado en Web
que es utilizado para crear, aprobar, publicar, administrar y La eficiencia de los sistemas para indexar, recuperar y re-utilizar
almacenar recursos educativos y cursos en línea. Es en este los OA depende básicamente de los metadatos que se dispongan
contexto que se identifica el concepto de objeto de aprendizaje (OA) sobre los OA. A través de los metadatos se tiene un primer
especialmente orientado para facilitar la recuperación y la re- acercamiento con el objeto, conociendo rápidamente sus
utilización de los recursos educativos. principales características. Son especialmente útiles en los recursos
que no son textuales y en los que su contenido no puede ser
Motz, Regina., Saavedra, Rodrigo., Vallespir, Diego. (2010). Localizador de Objetos indizado por sistemas automáticos, por ejemplo, los multimedios o
de Aprendizaje Distribuidos. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de un audio. Uno de los estandares de metadatos más extendidos es
Informática Educativa, Volumen 1, pp 628- 634, Santiago de Chile.

628
LOM [2] (Learning Object Metadata) propuesto por el IEEE En el esquema propuesto se puede observar que la gestión del
LTSC en 2002. Se trata de un esquema conceptual que permite repositorio se basa en un conjunto de funciones, que la
describir los contenidos educativos a través de una jerarquía de especificación agrupa en los siguientes pares de funciones:
elementos agrupados en nueve categorías. Un elemento puede ser
simple o compuesto, y los elementos simples tiene un tipo de datos Buscar / Exponer: El usuario especifica los atributos que servirán
y un dominio, por lo general un vocabulario predefinido o una para discriminar sobre los metadatos de los objetos de aprendizaje.
referencia a otra norma. Ha habido muchas críticas de la La respuesta es un conjunto de metadatos.
generalidad de LOM [3, 4], el IEEE reconoce que LOM es
genérico, y describe la forma de extenderlo, a través de perfiles de Enviar / Almacenar: Esta funcionalidad hace referencia a la
aplicación. Algunos proyectos [5] han desarrollado sus propias forma de almacenar un objeto en un repositorio y la forma que
plataformas desacopladas sobre la base de repositorios de objetos tomará una vez almacenado para hacer posible su recuperación. El
descritos por LOM, en la mayoría de los casos extendiendo LOM a lugar desde el cual se coge el objeto para su almacenamiento
través de un perfil de aplicación. puede ser otro repositorio, un sistema enseñanza, el disco duro del
desarrollador, o cualquier punto de la red.
En primer lugar e independiente de los metadatos asociados a los
objetos de aprendizaje y de la plataforma sobre la que esté Alertar / Exponer: La especificación contempla esta
implementado cada uno de los repositorios, se quiere poder funcionalidad cómo un posible componente de un repositorio
realizar búsquedas federadas y presentar al usuario la información, digital o un servicio intermedio encargado de mandar correos
de forma que pueda acceder al objeto de aprendizaje y al conjunto electrónicos.
de metadatos que lo describen, se construyen así las llamadas
Federaciones de Repositorios de OA. Una federacion de ROA
Colectar/ Exponer: Corresponde a la activación periódica del
permite al usuario obtener objetos de aprendizaje de repositorios
mecanismo de búsqueda. Esta funcionalidad proporciona la forma
externos a partir de criterios de búsqueda específicos.
de escribir los meta datos que van a servir para las búsquedas, la
forma de agruparlos para facilitar los sondeos futuros y la manera
En este trabajo presentamos una arquitectura de software para una en que se tienen que agregar para formar nuevos repositorios
federación de repositorios de objetos de aprendizaje, que permite (estos almacenes estarán disponibles para las funciones de
localizar y recuperar objetos de aprendizaje distribuidos en búsqueda y alerta). Esta funcionalidad interactúa con el repositorio
diferentes repositorios, independientemente de su tecnología de de dos maneras diferentes. La primera consiste en solicitar
almacenamiento. Además de presentar este federador, el presente metadatos del repositorio, mientras que en la segunda ofrece al
trabajo discute algunas líneas interesantes para la extensión de los almacén meta datos para que sean almacenados.
metadatos de LOM que agregarían valor a la utilización de los
repositorios de objetos de aprendizaje, en particular los metadatos
Solicitar / Entregar: La función Solicitar es la petición de acceso
educativos y los metadatos de valoración de los objetos de
a un recurso que realiza un usuario del sistema una vez lo ha
aprendizaje.
localizado gracias a los meta datos que lleva asociados. Entregar se
refiere a la respuesta que le da el repositorio, que le otorga o le
2. FEDERACIONES DE ROA niega el acceso al recurso.
La IMS DRIWG (“IMS Digital Repository Interoperability Working
Group”) [6] es una especificación de normas y recomendaciones, 2.1 Simple Query Interface
que facilita un esquema funcional de la arquitectura del sistema y
Simple Query Interface es una API para el establecimiento de
un modelo de referencia completo para la interoperabilidad de
sesión y realización de consultas síncronas y asíncronas que define
repositorios. Permite a los repositorios interactuar entre sí,
los servicios que un repositorio debe de tener disponibles para
ignorando su arquitectura interna, para lograr esto el esquema de
recibir y responder consultas de otros repositorios.
funcionamiento propuesto es el que se detalla en el recuadro de la
Figura 1.
Es parte de la arquitectura para la interoperabilidad de repositorios
educativos LORI (en inglés, L earning Object R eview I nstrument), la
cual define los servicios necesarios para permitir la
interoperabilidad entre estos repositorios. SQI [7] sólo se encarga
del envío y recepción de consultas, no teniendo en cuenta en
ningún momento la estructura de las mismas, lo que lo hace
sencillo de implementar en una gran variedad de sistemas
heterogéneos. Los servicios brindados incluyen servicios básicos
como por ejemplo servicios de autenticación, gestión de la sesión y
servicios de aplicación como gestión de las consultas. Las ventajas
de SQI vienen asociadas a que es neutral respecto al lenguaje de
consultas utilizado en el manejador de BD y en el modelo
semántico seguido por el repositorio.

SQI presenta dos escenarios diferentes: en el escenario síncrono el


destino devuelve los resultados a la fuente, por lo tanto la
recuperación de los resultados es iniciada por la fuente. El proceso
Figura 1. Esquema de funcionamiento de la IMS DRI [6]

629
es el siguiente, la fuente realiza la consulta y a través de otros En conclusión, uno de los puntos a destacar de esta arquitectura
métodos accede después a los resultados. son las búsquedas federadas sobre repositorios heterogéneos en
lenguaje de consultas a través de la API de SQI, de esta manera un
En el escenario asíncrono la transmisión de resultados es repositorio para pasar a ser parte de la federación debe de exponer
responsabilidad del destino, es decir una vez iniciada la consulta y a una interfaz SQI a través de servicios Web y devolver los
medida que se obtienen los resultados, éstos son trasmitidos a la metadatos de los OA en la especificación LOM. También brinda,
fuente. Para hacer posible este escenario la fuente tiene que tener la una vez realizada la búsqueda, el filtrado de los metadatos
capacidad de identificar una consulta enviada a un destino obtenidos de acuerdo a los valores ya fijados para los metadatos de
particular, por ejemplo si la misma consulta fue enviada a las categorías de LOM (Catalogo, Tipo, Formato, Contexto,
diferentes destinos. También, la fuente, debe de implementar un Lenguaje).
punto de acceso para la recepción de los resultados. Tanto en el
escenario síncrono como asíncrono es importante hacer notar que La principal desventaja es que impone una arquitectura y
es posible realizar múltiples consultas por sesión, inclusive plataforma fijas para los repositorios que se quieren integrar a la
simultáneamente. federación, brindando poca flexibilidad al uso de otro tipo de
tecnología. Otra desventaja, no resuelve la heterogeneidad de los
2.2 Federaciones ROA Relevantes metadatos, exigiendo a cada repositorio que se quiera integrar a la
federación que sus metadatos deben estar especificados siguiendo
La existencia de un gran número de repositorios de Objetos de la representación LOM. En este punto cabe destacar que existe una
Aprendizaje ha generado ya la creación de varios federadores para marcada tendencia en el área de utilizar el esquema LOM para
estos repositorios. Considerando los más relevantes, por su amplia representar los metadatos de los objetos de aprendizaje.
difusión y por la cobertura que tienen, seleccionamos para analizar
los Federadores Ariadne, Globe y Agrega.
GLOBE (Global Learnining Objects Brokened Exchange) es un
consorcio internacional [9] que tiene como objetivo el compartir
ARIADNE (Alliance of Remote Instructional Authoring & Distribution recursos a través de una red distribuida de objetos de aprendizaje
Networks for Europe) [8] es el repositorio de un proyecto de la Unión estandarizados. La interoperabilidad con los repositorios que
Europea que tiene como objetivo fomentar el intercambio de forman parte de esta federación, es resuelta, al igual que en
experiencias en el área de la educación abierta y a distancia. ARIADNE, a través de la API SQI. El esquema de metadatos
Consiste en una red europea de recursos educativos distribuidos usado por esta federación, sigue el estándar LOM.
alrededor del cual se han creado una serie de herramientas que
ayudan a la compartir y reutilizar el material educativo. Provee una
plataforma para compartir la información a través de la instalación Los parámetros de consulta que se pueden especificar en un
de un servidor o nodo, mediante el cual se pueden almacenar y búsqueda federada son: palabra clava a buscar y los repositorios en
consultar los objetos de aprendizaje en línea que se generan en la los cuales se desea llevar a cabo la búsqueda.
comunidad, teniéndose así una base de OA distribuida en todos los
nodos que componen la plataforma. Una de sus principales ventajas es que no impone una arquitectura
de los repositorios que forman la federación, así como tampoco de
Un nodo de ARIADNE está formado por un repositorio local de la plataforma sobre la que este implementado el repositorio. En
almacenamiento (KLP) y un servidor de cursos (AMI/ALI), estos dos aspectos brinda la flexibilidad en la integración de un
pudiendo estar ambos en la misma PC o distribuido en distintas nuevo repositorio a la federación, de forma que el nuevo
computadoras. El repositorio local de conocimiento se almacena repositorio deberá brindar acceso a través de la API de consulta
todos los objetos de aprendizaje y sus metadatos, mientras que el SQI y sus metadatos deben estar en el estándar LOM; pero nada
servidor de cursos provee una interfaz Web para la administración exige en cuanto a la plataforma sobra la que este implementado el
y consulta sobre el repositorio. Todos los nodos locales se repositorio.
comunican con un nodo especial, el nodo central, encargado de
mantener la información actualizada de todos los objetos de Una desventaja de la federación, es que no permite especificar una
aprendizaje y así poder compartir la información entre nodos búsqueda por valores en los metadatos que describen los OA, no
locales. Para esto una vez al día el nodo central solicita a los nodos logrando tener una búsqueda demasiado específica y por lo tanto
locales todos los OA dados de alta a partir de la última consulta y influyendo en la calidad de los resultados devueltos de la consulta.
actualiza su catálogo de OA, este proceso es conocido como En este sentido no se hace un real aprovechamiento de los
replicación. metadatos de un objeto de aprendizaje, dificultando la tarea de
localización del material deseado por parte del usuario final. Otra
ARIADNE permite realizar búsquedas en repositorios externos de las desventajas, es que no ofrece acceso a todos los metadatos
donde los lenguajes de consulta de cada repositorio no tienen del objeto de aprendizaje, sino que únicamente permite acceder al
porque ser los mismos. Estas búsquedas se realizan utilizando SQI contenido asociado al OA.
de manera transparente al usuario y resolviendo la heterogeneidad
con los repositorios que desean unirse a la federación. La federación AGREGA [10] consiste en un conjunto nodos
interoperables, cada uno de estos nodos se corresponde a un
Además de brindar la funcionalidad de descarga de contenido repositorio de objetos de aprendizaje los cuales tienen una
ofrece la posibilidad de exportar sus metadatos en LOM, logrando arquitectura particular tal como se detalla a continuación.
así una mayor reutilización de los OA con el único inconveniente
que el usuario final tenga que realizar una transformación de LOM En cada uno de los nodos se puede buscar, visualizar y descargar
al tipo de metadatos que use su repositorio. contenidos. En el caso de la búsqueda se puede hacer una
búsqueda en el nodo local o una búsqueda global, es decir en todos

630
los nodos que integran la federación. A su vez es posible filtrar las 3. PROPUESTA DE FEDERADOR
búsquedas por: propiedades de contenido, área curricular, por
La arquitectura propuesta para un federador con capacidades de
tesauro y por ámbito.
localizar y recuperar objetos de aprendizajes distribuidos está
basada en SOA y en la ultilización de servicios web.
El acceso a la federación puede realizarse de dos formas, como
usuario no registrado o como usuario registrado. En caso de
La arquitectura se descompone en las siguientes capas:
hacerlo como usuario no registrado se podrá buscar, visualizar y
descargar de lo contrario se tiene acceso a todas las funcionalidades Capa de Acceso y Presentación: esta capa es el punto de acceso
de la herramienta, pudiendo agregar nuevos contenidos y para que usuarios puedan interactuar con el sistema y para que
proponerlos para compartir. El acceso a la federación es también otros sistemas externos puedan interactuar con la
independiente del navegador o dispositivo usado para acceder. La aplicación, de forma de poder llevar a cabo las funcionalidades
arquitectura de cada nodo Agrega se compone de un conjuntos de propuestas.
módulos especializados interoperando unos con otros. Sigue la
filosofía Service Oriented Architecture (SOA) donde los dos Capa Lógica: es esta capa se encierra la lógica de la aplicación,
grandes bloques de elementos lógicos, el nodo de objetos de siendo responsable de contener la forma en que es llevada a
aprendizaje y las aplicaciones clientes se integran usando como cabo cada una de las funcionalidades.
interfaz un conjunto de servicios.
Capa de Comunicación: se encarga de gestionar la
comunicación del Sistema con todos los sistemas externos (los
Una de las ventajas del repositorio AGREGA, es que al igual que
repositorios de OA) a los que se quiere acceder, esta
en el caso de Ariadne, comparte sus contenidos permitiendo el
comunicación se realiza de manera bidireccional.
acceso a través del API SQI haciendo fácil de integrar a una
federación. Otra, es el contenido rico en metadatos, tanto en Capa de Datos y Sistemas existentes: en esta capa se encuentra
calidad como en cantidad. el modelo de datos de la aplicación, manteniendo toda la
información relevante al Sistema como ser usuarios,
Se puede ver como una desventaja el no permitir integrar configuraciones del Sistema e información de todos los sistemas
repositorios heterogéneos, ya que al momento de la integración el externos a los que se quiere acceder, es decir los repositorios de
nodo debe cumplir con la estructura indicada en la arquitectura y OA.
con las tecnologías definidas a priori.
A continuación se muestra en detalle cada una de las capas, se
2.3 Conclusiones describen los componentes de cada una y de qué manera
Del análisis de las tres federaciones anteriores surge que su interactúan para llevar a cabo cada una de las funcionalidades
comparación está dada por los siguiente ejes: Comunicación: refiere a ofrecidas por la aplicación. Para una mejor comprensión de la
como es resuelta la comunicación de la federación con los estructura de capas, se comienza la descripción partiendo de la
repositorios. Tipo de comunicación: muestra a través de qué medios se capa de más bajo nivel y pasando a las que están en niveles
comunican la federación y repositorios. Metadatos: esquema usado superiores.
en cada repositorio para representar los metadatos, se observa que
el estandard LOM de la IEEE es ampliamente utilizado. Plataforma Capa de Datos y Sistemas existentes. El objetivo de la
Heterogénea: refiere a la plataforma sobre la que están arquitectura es hacer transparente el acceso a los múltiples
implementados cada uno de los repositorios. En el caso de tratarse repositorios que conforman la arquitectura, por lo que el nivel más
de una plataforma heterogénea no hay ninguna condición exigida bajo se compone de todos los repositorios que contienen los
sobre la plataforma del repositorio para formar parte de la objetos. Almacena toda la información referente a los usuarios del
federación. Descarga OA: refiere a las posibilidades de descarga del Sistema y toda la información referente a cada uno de los
OA, en el caso de ser total, permite acceder a la especificación de repositorios que forman parte de la federación, como ser el modo
los metadatos y al contenido del OA. Para el caso parcial solo da de acceso, ubicación, lenguaje de consultas utilizado, etc. Los
acceso al contenido del OA. Empaquetador SCORM: refiere a si el servicios que brinda son todos aquellos encargados de la
repositorio brinda alguna posibilidad de empaquetamiento de los persistencia y recuperación de la información almacenada en el
OA, generando paquetes SCORM. Tipo de búsqueda: en el caso de la Sistema. Algunos de estos servicios son: Alta/Baja/Modificación
búsqueda simple solo se permite buscar por palabra clave e indicar de Repositorios y Alta/Baja/Modificación de Usuarios. Esta capa
sobre que repositorios lanzar la búsqueda. La búsqueda avanzada se abstrae del manejador de base de datos utilizado (DBMS), de
adicionalmente permite especificar valores para los distintos forma que la aplicación es independiente de cuál sea el manejador
metadatos sobre los que se quiere buscar. elegido en la construcción del prototipo y teniendo así un sistema
adaptable a cualquier DBMS.
De acuerdo a lo analizado, se puede observar que la propuesta del
Proyecto Agrega es una de las más completas en cuanto a las Capa de Comunicación. Esta capa es la que relaciona los
funcionalidades ofrecidas y que plantea una amplia a los problemas repositorios distribuidos con nuestra aplicación, conteniendo los
de integración e interoperabilidad de la federación con los distintos servicios que se encargarán de la búsqueda federada. En esta
repositorios. Sin embargo tiene la desventaja de no permitir nodos arquitectura se accede a cada repositorio a través de servicios Web,
heteroéneos. En este sentido nuestra propuesta de Federador desconociendo los detalles de implementación del repositorio al
extendiende esta limitación y mantiene la busqueda completa por que se está accediendo. Cada repositorio deberá exponer sus
metadatos servicios a través de la API SQI (detallada en puntos anteriores).
De esta manera el Sistema podrá interactuar de manera
transparente e independientemente de la plataforma, lenguaje de

631
consulta o lenguaje de implementación en la que esté basado el la arquitectura es la modularidad, adaptabilidad y extensibilidad,
repositorio. contempla el caso en que los resultados devueltos no sigan el
esquema de metadatos bajo el estándar LOM, permitiendo adaptar
El alcance de la propuesta arquitectónica da soporte a la el Federador a través de la extensión y el mapping de los
comunicación entre el federador y los repositorios a través de metadatos para trabajar con algún otro esquema de metadatos.
Servicios Web haciendo uso de la API SQI, donde cada conjunto
de metadatos es presentado en el esquema LOM. Dada que una de Registro de repositorios: a partir de recoger los datos indicados por el
las características deseadas es la extensibilidad, para hacer posible la usuario, que describen el repositorio, en la capa de presentación, se
comunicación con otros repositorios que no presentan acceso a llama al servicio en la capa de comunicación encargado de registrar
través de la API SQI y/o a través de servicios Web, alcanza con la el repositorio en el Sistema.
incorporación de un módulo en esta capa que se ajuste al acceso
brindado por el repositorio al que se quiere incorporar al Capa de Acceso y Presentación. En este nivel se describe como
Federador. es la interacción de un cliente con el Sistema. Se describen la
principales interfaces y la invocación a los servicios de la capa
Por otro lado, esta capa brinda a la Capa Lógica un servicio Lógica. Una vez que el usuario accede, puede llevar a cabo tres
encargado del registro de un nuevo repositorio en la federación. acciones:
Este servicio será encargado de verificar el acceso al repositorio de
acuerdo a las configuraciones indicadas, en caso de acceder al Búsqueda de metadatos: en este caso deberá ingresar el texto o palabra
repositorio se llama al servicio de la Capa de Datos encargado de clave a buscar y seleccionar el/los repositorio/s donde buscar. El
persistir las configuraciones asociadas al repositorio y el repositorio resultado será presentado al usuario indicando la información más
es dado de alta en el Federador. En caso contrario no da de alta el relevante para cada metadato encontrado.
Repositorio y se le informa a la Capa Lógica.
Búsqueda avanzada de metadatos: en este caso el usuario deberá
Capa Lógica. En esta capa se tienen las funcionalidades detalladas completar el formulario seleccionando en este caso los metadatos
en los casos de uso, es decir los servicios que el usuario invoca a de interés y para cada uno de ellos los valores a buscar. Además
través de la capa de acceso y presentación. Estos servicios opcionalmente podrá seleccionar los repositorios sobre los que se
desencadenan llamadas a servicios que se encuentran en las capas va a llevar a cabo la búsqueda
inferiores. Estos servicios son:
Autenticación como administrador: una vez indicado el nombre de
Búsqueda de contenidos: desencadena las llamadas a servicios que están usuario y contraseña se accede a la interface de administrador,
en la capa de comunicación para llevar a cabo la búsqueda sobre pudiendo llevar a cabo todas las operaciones vinculadas con este
los repositorios seleccionados. En este caso no se lleva a cabo una usuario, como el ABM de repositorios de OA, el ABM de usuarios
catalogación de los resultados obtenidos. administradores y el seteo de configuraciones generales de la
búsqueda (máximo de resultados devueltos, tamaño devuelto en
Búsqueda de contenidos avanzada: a partir de un conjunto de valores una consulta y tiempo máximo de ejecución de la consulta).
para los metadatos seleccionados por el usuario y sobre los
repositorios indicados, se hacen llamadas a servicios de la capa de
comunicación, recibiendo de ésta conjuntos de metadatos. Una vez
4. IMPLEMENTACION
obtenido los resultados de la búsqueda federada, se invoca al En esta sección se describe la implementación del sistema,
servicio de Catalogación en esta misma capa. mostrando las decisiones que se tomaron para la selección de las
tecnologías usadas. La selección de tecnologías usadas estuvo
Catalogación de metadatos: consiste en, para cada uno de los conjuntos basada en ser Software libre y con el potencial para resolver los
de metadatos evaluar las coincidencias entre los valores de los problemas planteados.
metadatos del conjunto (resultado de la búsqueda) y los valores de
los metadatos especificados por el usuario. De esta forma se tendrá El sistema es full Web y fue desarrollado utilizando la plataforma
para cada conjunto un valor que llamaremos “indicador de PHP en su versión 5.2.10. Para los aspectos visuales se utilizaron
coincidencia”, éste será calculado a partir de la cantidad de hojas de Estilo (CSS) de forma de lograr una presentación
coincidencias encontradas en un conjunto de metadatos para el uniforme y minimizar el impacto ante un eventual cambio en la
subconjunto de valores de metadatos indicado por el usuario. Se presentación. Adicionalmente se utilizo Java Script y Ajax
considera que un metadato (que llamaremos A) es coincidente con (Asynchronous JavaScript and XML) para los aspectos funcionales de
el mismo metadato (que llamaremos B), sí el valor A está la presentación, evitando recargar toda la interfaz en cada petición
contenido parcialmente y/o totalmente en el valor de B. En al servidor, disminuyendo el tráfico en cada petición cliente-
resumen, un metadato del subconjunto de metadatos indicado por servidor y por lo tanto aumentando la velocidad en la
el usuario es coincidente con el mismo metadato del conjunto de comunicación. Por otra parte brinda al usuario una interfaz
metadatos devuelto en la búsqueda, si el valor de primero está sumamente responsiva dado que no pierde de vista la información
contenido en el segundo. original del documento, sino que únicamente se actualizan algunas
secciones de éste según el proceso de navegación. Para la el
El alcance de la propuesta en este punto trabaja con el esquema de desarrollo de JavaScript y Ajax se utilizo el framework jQuery
metadatos bajo el estándar LOM, tanto al momento del usuario 1.3.2. Este ofrece numerosas ventajas al trabajar con estas
especificar los valores para cada uno de los metadatos como al tecnologías, principalmente simplificando el desarrollo con Ajax y
obtener los resultados de la búsqueda federada, pero no se limita a Java Script en las aplicaciones Web, y garantizando la
este esquema. Dado que algunas de las características deseadas en

632
independencia del navegador, de manera transparente al aprendizaje distribuídos no es solamente para su re-utilización,
desarrollador. también interesa obtener información de cuales son los OAs más
utilizados, por quienes y para qué. Mucha de esta información
Para encapsular el acceso a los datos y asegurar la portabilidad será útil para la toma de decisiones en cuanto a inversiones para
entre los distintos manejadores de base de datos se utilizo la generar nuevos OAs, para definir estrategias pedagógicas para
librería ADOdB para PHP. Con esta librería es posible cambiar el nuevos cursos o para dar reputación a los autores de los OAs
manejador de base de datos y su ubicación sin necesidad de más utilizados y mejor evaluados. Si bien estas necesidades son
reescribir cada llamada a la base de datos en la aplicación, evidentes, del relevamiento de varios repositorios y federadores
asegurando así la portabilidad. de objetos de aprendizaje (entre ellos Merlot, CAREO,
CeLeBraTe, ELENA/Edutella, LORI, AGREGA, GLOBE,
En cuanto a la comunicación del sistema con los repositorios que ARIADNE) resulta que los datos actuales que manejan los
componen la federación, la cual se lleva a cabo a consumiendo repositorios carecen de la mayoria de l ainformación requerida
servicios Web, se utilizo la librería NUSOAP. Como servidor de por otrras aplicaciones que no sean solamente recuperar el OA.
aplicación se uso Apache http Server en su versión 2.2.11.Como En este sentido estamos trabajando en trres direcciones de
manejador de base de datos se utilizo MySQL, versión 5.0. ampliación de los metadatos de los OAs: (I) Una dirección es
extender los metadatos LOM para poder representar con mayor
La Figura 2 resume las tecnologías utilizadas en cada capa. Como precisión las propiedades educativas de los OAs, (ii) otra
servidor web de aplicaciones se usó Apache. dirección es incorporar a los metadatos valoraciones de calidad
respecto a los OAs y (iii) registrar quienes consultan cada OAs y
pedirles información de si usaron el OAs y en qué contexto.
Esta última extensión por el momento se está trabajando a través
de la recopilación de datos en un cuestionario a los usuarios
registrados en el federador, se espera poder mejorar esta
PH C JQu Aj recopilación a través del uso de web mining en un futuro
cercano.
Respecto a las dos primeras extensiones de LOM contamos con
las siguientes propuestas que están siendo implementadas:
PH AD (I) Metadatos Educativos
La categoría Educación de LOM ha sido ya previamente
criticada [3, 11] y es en ella donde hemos realizado la extensión.
Para diferenciar mejor los conceptos de educación propiamente
dichos proponemos que el elemento Tipo se distinga en los
P NuS SQ AD nuevos elementos Tipo de Soporte y Tipo de Instrucción. Por
Tipo de Soporte, se propone el vocabulario: texto, diagrama,
figura, gráfico y diapositivas; mientras que para el Tipo de
Instrucción, se propone el vocabulario: Ejercicio, Ejemplo,
Simulación, Pregunta, Cuestionario, Examen, Indice,
MyS Experimentación, Planteamiento del problema, Autoevaluación
y Conferencia. A su vez en el elemento Objetivo de la
Educación se especifica para describir explícitamente el Verbo
del Objetivo según la taxonomía revisada de Bloom[12]. Por lo
tanto, proponemos para cada una de las categorías de Bloom el
Figura 2. Tecnologías utilizadas en cada capa del Federador siguiente vocabulario:
Categoría Conocimiento: Listar, Nombrar, identificar, Mostrar,
El federador desarrollado está siendo utilizado actualmente en la Definir, Reconocer, Recuperar, Visualizar, Describir, Etiquetar,
Universidad de la República y puede ser accedido a través de la Examinar, Catalogar, Registrar.
página web del grupo CSI:
https://www.fing.edu.uy/inco/grupos/csi/wiki/csi/index.php/Po Categoría Comprensión: Resumir, Explicar, Interpretar,
rtada Describir, Comparar, Parafrasear, Diferenciar, Demostrar,
Convertir, Defender, Distinguir, Ejemplificar, Predecir y
Reconocer.
Categoría Aplicación: Resolver, Ilustrar, calcular, Usar,
Interpretar, Relacionar, Manipular, Aplicar, Modificar,
5. QUE HAY ADEMAS DE LA Completar, Experimentar, Descubrir, Clasificar.
LOCALIZACION DE OAs? Categoría Análisis: Analizar, Organizar, Deducir, Contrastar,
Qué otras funcionalidades hay sobre un federador de
Comparar, Distinguir, Discutir, Criticar, Planificar, Diagramar,
Repositorios de OAs además de la localización de los Objetos
Inspeccionar, Examinar, Categorizar, Parafrasear, Diferenciar,
de Aprendizaje? Es evidente que la localización de objetos de
Justificar.

633
Categoría Síntesis: Esquematizar, Dise;ar, Compilar, Explicar, REFERENCES
Resumir, Organizar, Combinar, Componer. [1] Guzmán, C. Los Repositorios de Objetos de Aprendizaje
Categoría Evaluación: Evaluar, Juzgar, Criticar, Defender, como soporte a un entorno e-learning. Tesis doctoral,
Argumentar, Estimar, Revisar. Universidad de Salamanca, 2005.
[2] IEEE Learning Technology Standards Committee (2002).
Estamos trabajando para extender estos vocabularios con la
Draft Standard for Learning Object Metadata (LOM) IEEE
definición de conceptos más amplios guiados por ontologías.
1484.12.1. available from
(II) Metadatos de Valoración de OAs http://ltsc.ieee.org/wg12/files/LOM_1484_12_1_v1_Final_
Draft.pdf
La valoración de los objetos de aprendizae no tiene una
extensión en LOM bien resuelta, si bien existen algunos [3] Ullrich, C: The Learning-Resource-Type is Dead, Long
elementos que pueden ser usados para este fin. Nuestra Live the Learning-Resource-Type! Learning Objects and
propuesta de metadatos a utilizar para la valoración de los OAs Learning Designs, 1(1):7–15, 2005.
consiste en obtener métricas para las propiedades clásicas de [4] Canabal, M., Sarasa, A., Sacristán, J.C.: LOM-ES: Un
calidad de datos [13], como ser: Actualidad del OA, perfil de aplicación de LOM. Simposio SPEDECE, V
Reputación o Confianza, Accesibilidad del contenido (por Simposio Pluridisciplinar sobre Diseño y Evaluación de
ejemplo en caso del OA contener citas o enlaces a otros recursos Contenidos Educativos Reutilizables, Salamanca, Octubre
que éstos esten accesibles, en caso de ser un recurso multimedia 2008. M., Sarasa, A., Sacristán, J.C.: LOM-ES: Un perfil
que esté en un formato adecuado para el ancho de banda de aplicación de LOM (2008)
disponible, etc.), Correctitud Sintáctica del OA o sea el OA
[5] ActiveMath Project www.activemath.org
debe ser sintácticamente correcto (por ejemplo en caso del OA
estar escrito en castellano no debería contener subtextos en [6] IMS Digital Repositories Interoperability
inglés o contener siglas no explicadas en el glosario), Nivel de http://www.imsglobal.org/digitalrepositories/driv1p0/imsdri_inf
Auto-contenido del OA, Nivel de Iteratividad, Nivel de ov1p0.html
Dificultad , Nivel de Ejercicios y Nivel de Ejemplos contenidos
en el OA . Algunas de estas propiedades de calidad ya existen en [7] Van Assache, F., Duval E., Massart D., Olmedilla D.,
la definición de LOM, como ser Nivel de Dificultad, Densidad Dimon B., Soberain S. Ternier S. & Wild F., Spinning
Semántica, y Nivel de Iteratividad del OA, aunque no están Interoperable Applications for teaching & Learning using
categorizados como elementos de una categoria calidad, en the simpleQuery Interface, Education Technology &
nuestro juicio son elementos que aportan para evaluar la calidad Society, 9(2) 51-67
de adecuación del OA a ciertos modelos pedagógicos. [8] Ternier, S., Masart, D. , Campi, A., Guinea, S. Ceri, S. ,
También la cantidad de Ejercicios y Ejemplos que contiene el Duval, E.. Interoperability for Searching Learning Object
OA son de especial interés para determinar a qué tipo de estilo Repositories, D-Lib Magazine,Volume 14 Number 1/2,
de aprendizaje se aplica mejor el OA. La medición de estas dos January/February 2008, ISSN 1082-9873.
propiedades se puede hacer a través de un tratamiento [9] GLOBE - Global Learning Objects Brokered Exchange
automatizado del OA. www.globe-info.org
En este sentido es interesante observar que algunos metadatos [10] Agrega- Plataforma de Objetos Digitales Educativos
es posible de medirlos de forma automática en los OA si se www.proyectoagrega.es
cuenta con los metadatos ya especificados en LOM, por ejemplo
para actualidad del dato se puede utilizar la fecha de creación [11] Wiley, D. A. “Connecting learning objets to instructional
del OA y también se puede procesar el contenido del OA para design theory: a definition, a metaphor and a taxonomy, in
extraer la actualidad de las referencias utilizadas; para el caso de D A Wiley (Ed.), The instructional Use of Learning
la reputación se cuenta en LOM con el metadato del autor del Objects, Available at:
OA que puede ser correlacionado a través de herramientas como http://reusability.org/read/chapters/wiley.doc, 2000
Google Académico (Scholar Google) con una valoración de [12] Krathwohl D. , A Revision of Bloom's Taxonomy: An
reputación en el área temática; la dificultad del OA p inferido a Overview. In THEORY INTO PRACTICE, Volume 41,
partir de la propiedad densidad semántica LOM que indica la Number 4, Autumn 2002.
relación entre la extensión del OA y la dificultad de [13] Strong, D.M., Lee, Y.W., Wang, R.Y. Data Quality in
comprensión del mismo, aunque este metadato debe ser indicado Context. Communications of the ACM, Vol.40, No.5, May
por el autor del OA. 1997.
Uno de los trabajos en desarrollo en este momento es extender
los metadatos que maneja el repositorio local del federador con
los metadatos que pueden ser usados para dar una valoración de
la calidad del OA.

ACKNOWLEDGMENTS
Our thanks to ACM SIGCHI for allowing us to modify
templates they had developed.

634
Nuevos aprendices y usos de TICs
Jaime Sánchez1, Claudia Mendoza1, Eduardo Meyer2, David Contreras2, Jorge Valdivia3
Universidad de Chile1, Pontificia Universidad Católica de Valparaíso2, Universidad de Concepción3
Chile
jsanchez@dcc.uchile.cl, cmendoza@c5.cl, emeyer@ucv.cl, dcontrer@ucv.cl, jvaldivi@udec.cl

RESUMEN El masivo acceso y uso de TICs entre los más jóvenes ha llevado a
Esta investigación se enmarca en una línea de trabajo desarrollada numerosos autores a plantear la existencia de una generación
por los investigadores en un trabajo anterior (Sánchez et al., socializada en un mundo mediático, familiarizada con sus
2009), del cual surge la necesidad de analizar cómo se expresa o lenguajes, que se siente cómoda desarrollando diversas tareas
si existe una distancia y conflicto entre la escuela y sus alumnos simultáneamente, acostumbrada a la inmediatez y con una
respecto a los conocimientos y usos que ellos hacen de las capacidad para aprender procesando rápidamente información
tecnologías. Se busca conocer si esto es un rasgo privativo de las paralela y discontinua (Carstens & Beck, 2005; Montgomery,
generaciones actuales, o bien forma parte estructural de una 1996; Oblinger & Oblinger, 2005; Pedró, 2006; Prensky, 2001;
institución que por definición enfrenta a culturas y generaciones Rideout et al., 2005; Tapscott, 1999).
distintas. Tapscott (1999) fue el que primero se refirió al acceso, uso,
Los datos obtenidos muestran que las TICs están muy presentes beneficios e influencias que ha traído aparejado para las nuevas
en la vida cotidiana de los estudiantes, son importantes para generaciones la incorporación de las TICs en su entorno más
mantener canales de comunicación y coordinación, pero no cercano, llamándola NetGeneration. Después, surgieron otros
sustituyen a los espacios de sociabilidad cara a cara y a la autores, como Prensky (2001), que las denominó, Nativos
comunicación directa. Asimismo, surge evidencia que indica que Digitales, en la que las diversas pantallas digitales fueron
existe diversidad de prácticas y usos de las TICs entre los connaturales a su crecimiento. Otra acepción, fue dada por
estudiantes, presentándose ciertas diferencias por género y niveles Bringué & Sádaba (2008), que las llamaron Generaciones
socioeconómicos, lo que indicaría que no nos encontramos ante Interactivas, y que ponen énfasis en la permanente necesidad y
una generación con características homogéneas. búsqueda de interacción con diversos soportes y contenidos como
medio para conseguir fines determinados.
Este estudio buscó relacionar los comportamientos de
socialización y comunicación con TICs, como eje transversal de La hipótesis de una nueva generación de aprendices genera
los nuevos aprendices, con aspectos socioeducativos formales y discusión y controversia. Bennet, Maton y Kervin (2008), por
no formales. ejemplo, señalan que los argumentos de Tapscott y Prensky tienen
un débil sustento empírico y la hipótesis del surgimiento de una
Categories and Subject Descriptors nueva generación no consideraría la variedad de experiencias que
K.3.1 [Computers and Education]: Computer Uses in Education tienen los sujetos con la tecnología (Bennett et al., 2008;
Kennedy, Judd, Churchward, & Gray, 2008). A estas objeciones
hay que agregar la pregunta sobre la validez de la hipótesis en
General Terms contextos sociales y culturales distintos a aquellos de las
Human Factors sociedades desarrolladas donde se origina.
Los datos obtenidos por distintos estudios señalan que son las
Palabras clave generaciones más jóvenes las que muestran más y cada vez más
Nativos digitales, TICs y educación formal, TICs y educación no sofisticados usos de la tecnología digital (IGD, 2008). Por
formal, nuevos aprendices. ejemplo, en el Índice Generación Digital de 2008, que mide año a
año datos de uso y acceso entre niños y jóvenes en edad escolar en
1. INTRODUCCIÓN grandes ciudades de Chile, ha mostrado que la tenencia de
computador en el hogar pasó de 46% a 76%, entre el 2004 y
Las tecnologías de información y comunicación (TICs) han
2008. De estos últimos, el 67% está conectado a Internet. Del
provocado profundos cambios en las formas en que los individuos
mismo modo, el uso y conocimiento de estas herramientas se ha
realizan sus actividades cotidianas en diferentes ámbitos de sus
incrementado en el período, así como la valoración de Internet
vidas (Castells, 2000a). Diversos estudios a nivel internacional
para la educación. Según esta fuente, los alumnos que se
muestran que las generaciones más jóvenes son aquellas que
consideran expertos en Internet y que conocen bien la red,
muestran más familiaridad con la tecnología digital (Adimark,
aumentó de 32,5% en 2004 a 62,8% el 2008. Disminuyen los que
VTR, & EducarChile, 2005, 2008; Bringué & Sádaba, 2008;
saben poco y aumentan los que saben mucho. Respecto a la
Rideout, Roberts, & Foehr, 2005; Wan & Gut, 2008).
valoración que los jóvenes usuarios le dan a la conectividad, el
Jaime Sánchez., Claudia Mendoza., Eduardo Meyer., David Contreras., 81% considera que es importante y absolutamente esencial
Jorge Valdivia. (2010). Nuevos aprendices y usos de TICs . En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp
635- 641, Santiago de Chile.

635
acceder a un computador, y el 85% opina lo mismo respecto de su experiencia cotidiana, pero los usarían de distinto modo y con
Internet. distinta intensidad. De este modo, la imagen que surge de dicho
El sistema educativo no ha estado exento de presión por estudio no coincide con la imagen de una generación más bien
responder a las transformaciones de su contexto producto de la homogénea, como plantea Prensky (2001) y se acerca mucho más
creciente importancia de esta tecnología (Peres & Hilbert, 2009). a lo que Bennet, Maton y Kervin (2008) plantean respecto de
De un lado, se señala que las tecnologías de la información y los jóvenes que tienen una variedad de experiencias culturales.
procesos asociados a su masificación y creciente importancia en la Los datos muestran también una cierta distribución de género en
sociedad exigen formación de nuevas competencias y los usos predilectos. Mientras los videojuegos tienden a ser más
conocimientos (Partnership for 21st Century Skills, 2009; Vegas preferidos por los hombres, las aplicaciones de sociabilidad
& Petrow, 2008). tienden a ser más preferidas por las mujeres (Sánchez et al.,
La inserción de TICs en el ámbito educativo ha generado una 2009). Esta distribución social de los usos coincide con los
demanda por cambios en las prácticas pedagógicas de los trabajos de Pedró (2006), Rideout et al. (2005) y Bringué y
docentes (Sánchez, 2000, 2001; OECD, 2001; Vegas & Peltrow, Sádaba (2008). En estos textos se destacan las diferencias de
2008). En palabras de Prensky: “Nuestros instructores inmigrantes género en los usos de TICs entre los jóvenes y niños.
digitales, quienes hablan un lenguaje desactualizado (el de la era Estudios realizados en Estados Unidos muestran tasas de
predigital), están luchando para educar una población que habla participación diferentes entre hombres y mujeres en relación a la
un lenguaje completamente nuevo.” (Prensky, 2001 p. 2). Las tecnología. Aquellas de carácter más masivo tienen una tasa de
estrategias que se han seguido en Chile han tendido a participación similar entre ambos géneros (tales como la telefonía
democratizar el acceso por medio de la instalación de celular), pero los usuarios más sofisticados y con uso más intenso
infraestructura y la alfabetización digital de los docentes de tecnología tienden a ser hombres (Horrigan, 2007).
(Arancibia & García, 2002; CIDE, IGL, & Universidad Alberto En el ámbito de las TICs, la experiencia de los sujetos en Chile no
Hurtado, 2004; Sánchez & Salinas, 2008). Esta demanda tiene sus es homogénea y tiende a distribuirse según patrones etáreos,
raíces en las transformaciones del contexto donde se mueven los socioeconómicos y de género (PNUD, 2006).
sujetos, pero también en las formas de trabajar, aprender y pensar
de los actuales alumnos que viven en una sociedad En Estados Unidos, en el año 2004 otro estudio basado en una
tremendamente medial, con procesos de globalización complejos, muestra nacional mostró que las personas entre 8 y 18 años, en
y con tensiones identitarias importantes. Estos procesos han promedio, usan videojuegos 49 minutos diarios. Esto significa
estado al centro del debate sobre los cambios sociales y culturales que ellos dedican un poco más de tiempo a estos videojuegos que
del país en las últimas décadas (Castells, 2005; Brunner, 2001; a leer diarios, revistas o libros (43 minutos), y levemente menos
Moulian, 1997; Tironi, 2003). tiempo del que dedican a hacer tareas (50 minutos) (Rideout,
Roberts & Foehr, 2005). Además, otros estudios realizados en
Un trabajo previo realizado por los autores (Sánchez et al, 2009) Estados Unidos muestran que son los hombres quienes más
relacionado con la actual generación de estudiantes y su relación intensivamente usan videojuegos (Jackson, Zhao, Kolenic,
con las TICs, provee información empírica cualitativa y Fitzgerald, Harold, & Von Eye, 2008).
cuantitativa obtenida en el contexto chileno sobre rasgos que
serían distintivos de esta generación a partir de la experiencia de Se sugiere por algunos autores (Prensky, 2001) que el uso
profesores y alumnos entrevistados en el estudio. continuo de las tecnologías digitales tendrá importantes
implicaciones en el desarrollo de las competencias intelectuales y
Los datos obtenidos en dicho estudio muestran que los alumnos de las capacidades cognitivas, pudiendo generar incluso
tienen un amplio acceso a las TICs, pero aunque su consumo es estructuras de pensamiento muy distintas a las conocidas. En
muy frecuente, hay diferencias en la intensidad de este uso. En esta línea, Seymour Papert acuñó el término "grasshopper mind”
ninguno de los casos entrevistados el uso de TICs reemplaza a para designar la tendencia a cambiar rápidamente de un tema a
aquellas actividades que para los alumnos tienen mayor otro, algunas veces hacia delante y hacia atrás, en lugar de prestar
significación y valor, como son las vinculadas a su sociabilidad. atención de forma continua e intensa a un único objeto (Papert,
El encuentro con los amigos en el colegio o en el barrio es una 1994). De este modo, los jóvenes serían impacientes si la
actividad altamente valorada por todos. Estos hábitos y información no la obtienen de manera instantánea y tenderían a
costumbres culturales no son reemplazados por otros basados en no fijar la atención en una misma cosa durante mucho tiempo.
herramientas digitales en el contexto social y cultural chileno
(Sánchez et al., 2009). Esto muestra la necesidad de analizar las Para los grupos con usos más sofisticados, no se encuentran
prácticas de uso de tecnología y medios de comunicación evidencias claras que las prácticas asociadas a las TICs impliquen
tradicionales en el contexto de otras prácticas de uso del tiempo el desarrollo de nuevas habilidades y competencias, distintas y
libre y sociabilidad presentes en la vida cotidiana de los jóvenes, distintivas de aquellas presentes en generaciones anteriores. En el
lo que está más bien ausente de los textos de Pedró (2006) y estudio previo encontramos que usan varios medios al mismo
Prensky (2001). tiempo y ventanas del computador abiertas simultáneamente, pero
de aquí no se puede concluir que sean multitareas o tengan
Los datos obtenidos en el trabajo previo de los autores (Sánchez capacidades especiales de procesamiento paralelo de información,
et al., 2009) apuntan a que la experiencia con TICs está como afirman Pedró (2006) y Prensky (2001), sino una gestión de
distribuida socialmente, de modo tal que los rasgos de una la atención más sofisticada.
generación de nativos digitales serían propios, si acaso, de grupos
sociales específicos, nichos, en donde esta experiencia digital es La distancia y conflicto que existe entre las prácticas con TICs de
distintiva. Los alumnos tendrían como rasgo compartido una los estudiantes y la escuela es recogida por varios autores.
amplia presencia de las TICs y otros medios de comunicación en Prensky, por ejemplo, explica esa distancia a partir de la

636
pertenencia a generaciones distintas. Mientras los profesores 2.1 Muestra
serían inmigrantes, los alumnos serían nativos (Prensky, 2001). Para las entrevistas en profundidad y para los focus group se
Pedró, a su vez, analiza el desafío que presenta a la escuela una utilizó una muestra intencional de casos, los cuales fueron
generación de nuevos aprendices con habilidades y competencias seleccionados según los criterios de diversidad y saturación de la
que ponen en tensión a la escuela (Pedró, 2006). Si se sigue la información, de manera de favorecer la capacidad de proveer
lógica anterior, podría ser que los cambios resultantes en los claves interpretativas en profundidad sobre el fenómeno
nuevos aprendices serán distantes o francamente estarían en estudiado. Para obtener una muestra diversa se usaron como
conflicto con las prácticas de enseñanza tradicionales fundadas en criterios el género de los participantes y el nivel socioeconómico
la palabra, la reflexividad, y en la organización secuencial de los de los establecimientos a que ellos asisten (determinados según su
saberes (Pedró, 2006). Como indica Prensky (2001), los nuevos Índice de Vulnerabilidad Escolar, IVE). La muestra de las
aprendices pueden ser considerados "nativos digitales", hablantes entrevistas estuvo compuesta por 6 estudiantes, 3 hombres y 3
nativos del lenguaje digital de los computadores, de los mujeres de 3º y 4º año de enseñanza media. Se realizaron 6 focus
videojuegos e Internet, pudiendo generar situaciones conflictivas group, con paridad de géneros en cada uno de ellos, contando con
con sus profesores y la institucionalidad escolar. la participación de un promedio de 8 estudiantes de 3º y 4º año de
En la investigación anterior realizada por los autores (Sánchez et enseñanza media, en cada focus group. Estas muestras fueron
al., 2009) surgió la necesidad de analizar si esta distancia y distribuidas de maneras iguales en las tres regiones.
conflicto entre la escuela y sus alumnos es un rasgo privativo de En el caso de las encuestas, la muestra estuvo constituida por
las generaciones actuales, o bien forma parte estructural de una estudiantes regulares durante el año 2010, de 7º año de educación
institución que por definición enfrenta a culturas y generaciones básica a 4º año de educación media técnico profesional y
distintas. científico humanista, de régimen diurno, de establecimientos
Los datos obtenidos muestran que las TICs están muy presentes, educacionales de las regiones mencionadas.
son importantes para mantener canales de comunicación y Para la aplicación del cuestionario se realizó un muestreo
coordinación, pero no logran sustituir a los espacios de probabilístico polietápico por conglomerados. Este tipo de
sociabilidad cara a cara y a la comunicación directa. muestreo es óptimo para universos muy grandes, dispersos y
Este estudio buscó relacionar los comportamientos de diversos, y presupuestos restringidos (Vivanco, 2005; Hernández,
socialización y comunicación con TICs, como eje transversal de Fernández y Baptista, 2003).
los nuevos aprendices, con aspectos socioeducativos formales y En primera instancia se consideran como unidades de muestreo
no formales. los establecimientos educacionales de la Región de Valparaíso,
Biobío y Metropolitana, los cuales cumplen la condición de
2. METODOLOGÍA conglomerados, distribuyéndose de manera proporcional. Dentro
El estudio presentado tuvo un carácter correlacional. Se buscó de cada establecimiento se seleccionaron cuotas de acuerdo a los
describir las variables consideradas de importancia para el cursos. La muestra de estudiantes fue de 915 (Tabla 1).
fenómeno abordado, especificando propiedades, características y Frecuencia Porcentaje
perfiles interesantes para el estudio, para luego visualizar cómo se
relacionaban o vinculaban diversas variables entre sí. Valparaíso 170 18,6
El diseño de la investigación fue de tipo no experimental, ya que Metropolitana 665 72,7
se recogieron los datos de manera directa en el contexto que se Biobío 80 8,7
desarrolla el fenómeno, sin intervención en las variables que lo
determinan; y transeccional, con medición en sólo un momento Total 915 100,0
del tiempo. Tabla 1. Distribución de la muestra por región
Además, el estudio presentó un carácter mixto, es decir, se integró
una metodología de carácter cualitativo y cuantitativo. A través de 2.2 Instrumentos
la metodología cualitativa se recopiló información entregada por Para la realización de las entrevistas en profundidad y de los focus
los sujetos de investigación (estudiantes), que permitió group se utilizaron pautas semiestructuradas. A través de estos se
comprender las representaciones, significados y experiencias que buscaba recopilar datos que privilegiaran las percepciones y
los propios actores dan a sus prácticas sociales y su relación con comportamientos de los alumnos/as en torno al acceso y uso de las
la tecnología. Con la metodología cuantitativa, se buscó TICs, tanto en el ámbito de la educación formal como informal.
caracterizar la distribución de los atributos de la generación actual La encuesta tuvo la forma de un cuestionario estructurado, que
de estudiantes, y analizar estadísticamente sus opiniones y medía variables demográficas, sociales, escolares, y de relación
características, identificando eventuales diferencias y tipologías con las TICs, siendo validado a través de la aplicación del
según variables demográficas (lugar de residencia, edad), sociales instrumento a una muestra de características similares a la muestra
(grupo socioeconómico, capital cultural y social de la familia) y seleccionada. Se estableció que éste se encontraba bien calibrado
escolares (formal e informal). según el análisis general de fiabilidad aplicado a todas las
El estudio fue desarrollado en tres regiones de Chile, Valparaíso, dimensiones en conjunto; arrojando un Alfa de 0,971.
Metropolitana y Biobío.
2.3 Procedimiento
La recolección de los datos se compone de dos partes. La primera
de ellas se concentra en la revisión de antecedentes secundarios

637
provistos por estudios nacionales e internacionales sobre El 61,4% de los estudiantes señalan que cuando utilizan el
educación y TICs, en temas relacionados con las dimensiones computador tienen varias pestañas o ventanas abiertas a la vez, de
socioeducativas y sociodemográficas. Además, se incluyó ellos las mujeres son las que más realizan esta práctica. Estas
información obtenida de la investigación anterior llevada a cabo prácticas en el tiempo libre se encuentran relacionadas al género
por el equipo de investigación (Sánchez, et al., 2009), que (Chi squared = 12.93; df=2; p < 0.01) y su nivel socioeconómico
proporciona antecedentes de relevancia para el marco de esta (Chi squared=21,64; df=8; p<0.01), siendo ambas
investigación. estadísticamente significativas. En esta línea, los resultados se
La segunda parte consistió en la recolección directa de datos condicen con evidencias encontradas a nivel internacional (EIAA,
empíricos que permitieran caracterizar y describir la situación 2006). Como se ha señalado, Seymour Papert propuso el término
existente en nuestra realidad, en base a una etapa cualitativa y una "grasshopper mind” para designar la tendencia a cambiar
cuantitativa. Inicialmente, en la etapa cualitativa se realizaron las rápidamente de un tema a otro en lugar de prestar atención de
entrevistas y focus group con los estudiantes, asistiendo a los forma continua e intensa a un único objeto (Papert, 1994).
establecimientos educacionales. En un segundo momento, se En los relatos de los estudiantes encontramos posiciones diversas
aplicó el cuestionario vía online, para lo cual un encuestador al respecto, desde quienes señalan que con el computador todo es
asistió a cada una de las escuelas, y acompañó a los estudiantes en tan fácil como “copiar y pegar” (60.9% copia y pega información
el proceso de respuesta en los laboratorios computacionales. en sus tareas “siempre” o “casi siempre”), hasta quienes
consideran que esta es una herramienta, pero la tarea principal es
2.4 Análisis de datos de ellos.
La información contenida en las entrevistas y los focus group fue En cuanto al conocimiento que declaran los estudiantes sobre
analizada con el método de análisis categorial, identificando aplicaciones o tecnologías, las diferencias por género son bajas en
categorías y subcategorías de análisis. el conocimiento de internet, celular y uso de herramientas de
Los datos obtenidos en la encuesta fueron procesados usando productividad. Donde existe diferencia significativa es en el
herramientas estadísticas uni y multivariadas. conocimiento acerca de los videojuegos entre géneros. Estos datos
se condicen con la evidencia encontrada en estudios
internacionales (Jackson, Zhao, Kolenic, Fitzgerald, Harold, &
3. RESULTADOS Von Eye, 2008; Bringué & Sádaba, 2008).
3.1 Usos y prácticas con TICs En los distintos niveles socioeconómicos se observan diferencias
estadísticamente significativas en los conocimientos declarados
sobre el computador, internet, cámara digital, procesador de texto,
Los estudiantes en su mayoría tienen acceso a las tecnologías en
presentaciones multimedia, chat y enviar correo electrónico. No
su casa, 98.1% a la TV, 77.7% a PC y a Internet, el 68.6% a MP3
se observaron diferencias en lo declarado acerca del conocimiento
y el 50% a notebook. Sólo alrededor de un 8% de los estudiantes
sobre uso de celular y planilla de cálculo.
señala no tener acceso a computador o a internet.
De esta manera, un 89.7% de los estudiantes busca información
Los estudiantes señalan que en promedio a los 10 años
en internet para hacer sus tareas escolares “siempre” o “casi
comenzaron a ocupar el computador con internet de manera
siempre”, 83.9% señala que “Rara vez” o “Nunca” ha ocupado
regular. Los resultados dan cuenta de que el mayor porcentaje de
software específicos para hacer los deberes escolares. Entregar las
los estudiantes aprendió por sí mismo a usar el computador o
tareas por email es más ambivalente puesto que un 49.7% señala
internet (57%), lo que se observa en todos los estratos
que lo utiliza “siempre” o “casi siempre”, pero un 50.1% señala
socioeconómicos. En el nivel socioeconómico bajo y medio bajo,
que lo ocupa “rara vez” o “nunca”.
los amigos tienen un papel relevante, con 22,5% y 16,6%
respectivamente. Otra fuente de aprendizaje son los padres en los
estratos más altos (15.2% en el nivel Alto y 15% en Medio Alto) 3.2 Socialización y comunicación con TICs
(gráfico 1). La importancia que tiene la tecnología, para reunirse con los
amigos es alta, tan solo un 11,9% de los hombres y un 13,3% de
las mujeres consideran que la tecnología no es importante para
reunirse con sus amigos, el resto le atribuye algún grado de
importancia entre “poco importante”, “importante” e
“imprescindible”. Esta relación entre género e importancia de la
tecnología en las reuniones con sus amigos, presenta diferencias
estadísticamente significativas (Chi square=11.746; df=3; p
<0.01). También las diferencias son significativas entre la
importancia que se le otorga a la tecnología y el nivel
socioeconómico (Chi square=35,388; df=12; p <0.01),
marcándose grandes diferencias entre los estratos alto y bajo.
También, la importancia que le otorgan a que sus amigos tengan
Gráfico 1. Principal forma por la cual aprendió a usar el acceso a las tecnologías es alta, un 84,4% de las mujeres y un
computador e internet 73.2% de los hombres la define como “muy importante” o
“bastante importante”, diferencias que resultan estadísticamente
significativas (Chi square=21,891; df=3; p <0.01).

638
Las tecnologías son consideradas importantes como medios de <0.05). En el caso de las mujeres el 63,2% señala utilizar algunas
expresión, destacándose en ello Facebook, Youtube, y el celular, de las redes sociales digitales (Facebook, Chat, Blog, Mail, etc.), a
en los cuales la magnitud de las diferencias se expresa por género diferencia de los hombres, entre los cuales un 44,4% declara no
y por nivel socioeconómico. En el caso de Facebook es más utilizar alguna de las redes sociales digitales. En el caso de los
importante en los niveles bajo y medio bajo que en los altos (Chi niveles socioeconómicos, si bien en todos los casos el nivel de
square=29,735; df=12; p <0.01). En el caso de la valoración de utilización es superior al 50%, donde más se utilizan es en el nivel
Blog y celulares como medios de expresión, la diferencia alto (71,3%) y en el medio alto (64,1%), mientras en el nivel bajo
estadísticamente significativa se da en torno al nivel llega sólo al 52%.
socioeconómico (Chi square=27,034; df=12; p <0.01) y no por Los alumnos dan cuenta de usos de las tecnologías dentro de la
género, sin embargo, un alto porcentaje (sobre 50%) considera escuela que se acercan a formatos “clásicos”. Se destaca que los
que no es nada importante esta aplicación. Twitter y foros estudiantes son muy críticos de los usos de tecnologías que
virtuales, no presentan diferencias estadísticamente significativas realizan los profesores, donde las presentaciones con usos de
en género ni en nivel socioeconómico. Esta valoración de la proyectores les parecen muy monótonas y poco explicativas.
tecnología como medio de expresión, se condice con los
resultados obtenidos en otros estudios (Bringué y Sadaba, 2008). En cuanto al aprendizaje formal utilizando la tecnología, los
alumnos se manifiestan en promedio muy de acuerdo o de acuerdo
con que el uso de tecnología estimula el aprendizaje y no es ajeno
3.3 Usos educativos formales e informales a su mundo. Sin embargo, en general se manifiestan en
En referencia a la forma en que se utilizan los computadores en
desacuerdo con las afirmaciones que atribuyen una importancia
los establecimientos educacionales se observa que un 27.9% de
fundamental a la tecnología en el aprendizaje.
los estudiantes señala que trabaja solo con un computador, un
57.9% de los estudiantes señala que trabajan con un compañero y Los relatos dan cuenta de que los alumnos prefieren usar y seguir
un 14.2% señala que tiene que trabajar de a 3 o más compañeros aprendiendo a usar las tecnologías desde su hogar. Las razones
por computador. Los datos dan cuenta de que no alcanza a ser un son múltiples y van desde contar con mayor libertad a tener más
tercio el número de estudiantes que puede trabajar en una tasa de tiempo para hacer lo deseado.
1 a 1 cuando realizan trabajos que utilizan el computador en el
colegio. 4. CONCLUSIONES
En cuanto a las actividades que se realizan con el uso de Los resultados obtenidos en la investigación coinciden con
tecnologías para educación destacan “investigar un tema para una diversos estudios internacionales que muestran que las
tarea escolar” (94.5%), “Investigar un tema de interés personal” generaciones más jóvenes muestran gran familiaridad con la
(89.3%), “Comunicarse con amigos” (88.7%) y “Escribir un tecnología digital (Adimark, VTR y EducarChile, 2005, 2006;
informe” (81.5%). Bringué y Sádaba, 2008; Rideout, Roberts y Foehr, 2005; Wan y
Gut, 2008). Se observa además que la existencia de diferencias
Los colegios si están incorporando las nuevas tecnologías de por géneros y niveles socioeconómicos da cuenta de que no
comunicación digital, pero esto tiene una importante brecha según estamos frente a una generación que se relaciona o se comporta de
el nivel socioeconómico del que se trate. En el nivel alto un forma homogénea frente a las tecnologías.
62,4% de los colegios está incorporando estas tecnologías,
mientras que en el nivel bajo esto llega a un 44,1%. En nivel Numerosos autores han planteado la existencia de una generación
medio bajo tiene aún más bajo porcentaje, 41%, probablemente socializada en un mundo mediático, familiarizada con sus
porque las políticas de implementación digital afecten en primera lenguajes, que se siente cómoda desarrollando diversas tareas
instancias a aquellos colegios de nivel socioeconómico bajo. En simultáneamente, acostumbrada a la inmediatez y con una
este caso, las diferencias son estadísticamente significativas (Chi capacidad para aprender procesando rápidamente información
square=26,723; df=3; p <0.01) (ver gráfico 2). paralela y discontinua (Pedró, 2006; Prensky, 2001; Rideout et
al., 2005; Tapscott, 1999). Podemos señalar que efectivamente
esta generación se encuentra muy familiarizada con las
tecnologías, pero las evidencias indican que esto no se da de
manera homogénea según las características sociodemográficas de
los estudiantes (Bennet, Maton y Kervin, 2008).
La autonomía que declaran los estudiantes en su aprendizaje de
las tecnologías se condice con lo señalado por Bringué y Sádaba
(2008) respecto a la Generación Interactiva Iberoamericana.
Como señalan en la investigación, el colegio se constituye en un
espacio inicial o alternativo al aprendizaje, el cual ocurre
mayoritariamente de manera informal.
Tal como se presenta en los resultados, en general se presentan
Gráfico 2. Uso de comunicación digital según Nivel
diferencias en relación a las características sociodemográficas y
Socioeconómico de los establecimientos
de género de los estudiantes. De la misma manera como lo
indicaban los datos obtenidos en el trabajo previo de los autores
También la utilización de redes sociales tiene relación con el de esta investigación (Sánchez et al., 2009), los resultados
género y el nivel socioeconómico del establecimiento, lo que apuntan a que la experiencia con TICs está distribuida
resulta estadísticamente significativo (Chi square=5,467; df=1; p socialmente, de forma que los rasgos de una generación de nativos

639
digitales serían propios, si acaso, de grupos sociales específicos, [9] Castells, M. (2005). Globalización, desarrollo y democracia:
en donde esta experiencia digital es distintiva. Chile en el contexto mundial. Santiago, Chile: Fondo de
La presencia de las TICs y otros medios de comunicación en la Cultura Económica.
experiencia cotidiana de los estudiantes es muy amplia, aún [10] CIDE, IGL, & Universidad Alberto Hurtado. (2004).
cuando los usos que de ellos hacen se presentan en modos e Evaluación en profundidad programa red tecnológica
intensidades distintas. Las evidencias muestran que la educacional enlaces: Informe final (pp. 360). Santiago:
caracterización que surge de la investigación realizada no Ministerio de Educación.
coincide con la imagen de una generación más bien homogénea, [11] EIAA (2006). European Interactive Advertising Association.
como plantea Prensky (2001) y se acerca mucho más a lo que Disponible en: http://www.eiaa.net/research/media-
Bennet, Maton y Kervin (2008) plantean respecto de jóvenes que consumption.asp?lang=6
tienen una variedad de experiencias culturales.
[12] Hernández, R.; Fernández, C.; Baptista, P. (2003).
Las evidencias no apuntan a la existencia de una generación de Metodología de la Investigación. México: Mc Graw Hill.
nuevos aprendices con prácticas compartidas, fuertemente
vinculadas a las TICs y con nuevas formas de trabajar y aprender. [13] Horrigan, J. (2007). A typology of information and
Si se evidencia en el relato de los alumnos la existencia de una communication technology users. Washington, D.C.: Pew
distancia y conflicto entre la escuela y la experiencia extraescolar Internet & American Life Project.
en el ámbito de las TICs. Los alumnos señalan que en el [14] IGD (2008). Estudio Indice Generación Digital. VTR,
establecimiento hay un uso de las TICS que se considera Educarchile & Adimark. Santiago. Chile
“clásico”, aprovechando escasamente sus potencialidades. Esto
[15] Jackson, L. A., Zhao, Y., Kolenic, A. ., Fitzgerald, H. E.,
contrasta con el abundante tiempo que los niños y jóvenes
Harold, R., & Von, E. A. (January 01, 2008). Race, gender,
dedican a prácticas de uso del computador e Internet para fines no
and information technology use: the new digital divide.
escolares, y se condice con las evidencias entregadas por Prensky
Cyberpsychology & Behavior: the Impact of the Internet,
(2001) y Pedró (2006) en sus investigaciones.
Multimedia and Virtual Reality on Behavior and Society, 11,
4, 437-42.
[16] Kennedy, G., Judd, T., Churchward, A., & Gray, K. (2008).
5. AGRADECIMIENTOS First year students' experiences with technology: Are they
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641
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

DISEÑO, DESARROLLO Y EVALUACIÓN DE UN SISTEMA DE


GESTiÓN DE PROYECTOS EMPRENDEDORES

Natalia Castañón, María Alejandra Aguilar


Universidad Metropolitana
Venezuela
nataliacastanon@unimet.edu.ve, maguilar@unimet.edu.ve

RESUMEN Desde el punto de vista académico, esta asignatura tiene


como objetivo que los estudiantes estén en capacidad de
El objetivo principal es implantar un sistema de gestión que formular una propuesta de valor que contenga la solución a
permita el acceso a la comunidad de la Universidad un problema o necesidad detectada en el entorno,
Metropolitana a los proyectos generados en la asignatura fundamentándose para ello en el marco lógico de la
“Proyecto Emprendedor”. Para llegar a este objetivo se elaboración de un Plan Estratégico de Empresa (PEE).
propone el diseño, desarrollo y evaluación de un software.
Este PEE presentado por los estudiantes, es un documento
El sistema que se está proponiendo permitirá gestionar, en que resume los principales aspectos del proyecto propuesto
información y conocimiento, los proyectos generados en la
asignatura indicada, lo cual se extiende al área docente en la (con o sin fines de lucro), permitiendo una evaluación
optimización del los proyectos, al área de investigación en la pormenorizada de la propuesta, es decir: descripción del
posibilidad de realizar consultas para establecer parámetros y proyecto, justificación, objetivos, análisis del sector general y
al área de extensión en el comienzo de incubaciones de datos del mercado, aspectos técnicos relacionados con la
empresa. implementación de la solución, valoración económica y
financiera del proyecto, entre otros aspectos.
ABSTRACT
Cada sección de esta asignatura tiene alrededor de 35
The main objective is to introduce a management system that estudiantes proveniente de diferentes carreras a cargo de un
allows the access of the campus community to the projects profesor-facilitador. Los estudiantes deben elaborar sus
generated by the course "Proyecto Emprendedor”. Four proyectos en equipos interdisciplinarios de no más de 6
phases are proposed in order to achieve this objective: design, integrantes por lo que cada sección elabora alrededor de 5 o 6
development, evaluation and implementation. proyectos.
This system proposed will allow the information and Hasta la fecha se han generado alrededor de 366 proyectos.
knowledge management of the projects generated in the Cada proyecto contiene información valiosa que debe
course mentioned above, which extends to the area of compartirse para:
education regarding project optimization; it will also cover
the area of research, allowing the possibility of making • Que los profesores de la asignatura conozcan los
consults to establish parameters and the area of university proyectos que se llevan a cabo en otras secciones,
extension at the beginning stages of creating a business identificando sinergias y/o complementariedad entre
venture. las temáticas trabajadas.
• Evitar la repetición de proyectos con el mismo tema,
1. PLANTEAMIENTO
y en todo caso promover mayor profundidad o
A partir de año académico 2002-2003, la Universidad alcance en un mismo tema.
Metropolitana establece en su plan de estudio una asignatura
obligatoria para todos los estudiantes de pregrado • Conocer e indagar sobre las características de los
denominada “Proyecto Emprendedor” con las siguientes proyectos. Poder conocer información relevante
características administrativas: [1] como: áreas, tema en concreto, solución, estudio de
mercado, jurado, datos de estudiantes, entre otros.
• Estudiar la posibilidad de llevar a cabo los proyectos
que pueden ser útiles para la solución de problemas
en nuestro entorno.
Castañón, Natalia., Aguilar María. (2010). Diseño, Desarrollo y Evaluación de un
Sistema de Gestión de Proyectos Emprendedores. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 642-648, Santiago de Chile.
• Mejorar la calidad de los proyectos, entre otros.

642
En definitiva, tomando en cuenta los avances tecnológicos, la e. Técnicas de análisis de datos
gestión de la información y la necesidad de compartir la
La técnica de análisis de datos que se utilizó es cualitativa de
información de los proyectos generados por los estudiantes de
tipo descriptiva, debido a que se considera que es la apropiada
la asignatura “Proyecto Emprendedor”, en el presente plan de
para apreciar a través de gráficos y porcentajes las
intervención se propone diseñar y desarrollar un sistema de
necesidades e intereses manifestadas por la muestra del
gestión de los proyectos generados por los estudiantes. [2]
estudio.
f. Procedimiento
2. OBJETIVOS DE LA INVESTIGACIÓN El resultado definitivo (mediano plazo) es la implementación
Objetivo General de un sistema de gestión que permita acceso a la comunidad
unimetana a los proyectos generados por los estudiantes en la
Diseñar, desarrollar y evaluar un sistema de gestión que asignatura Proyecto Emprendedor.
permita el acceso a la comunidad de la Universidad
Metropolitana a los proyectos generados en la asignatura Para llegar a este resultado se deben cumplir cuatro fases.
“Proyecto Emprendedor”. Fase 1: Diseño
3. MARCO METODOLÓGICO Esta fase tuvo dos objetivos principales:
a. Tipo de investigación 1. Conocer el contexto y por tanto aplicar los
instrumentos diseñados para recoger la información
Se puede considerar esta investigación como proyectiva o
proyecto factible, debido a que se trata de una propuesta 2. Aplicar la metodología de Lenguaje Modelado
como solución a un problema específico de un grupo de Unificado (UML) lo cual apoyará al desarrollo del
personas [3]. El presente estudio tiene como objetivo sistema de gestión. [4]
implementar un sistema de gestión que permita acceso a la
En esta oportunidad, la investigación arroja resultados de esta
comunidad unimetana a los proyectos generados por los
fase de diseño, la cual permitió conocer los resultados y
estudiantes en la asignatura Proyecto Emprendedor.
concebir el sistema de gestión a través de la metodología de
Para llevar a cabo esta propuesta, en primer lugar se exploró y Lenguaje Modelado Unificado (UML) que siendo el lenguaje
describió el contexto que rodea los proyectos junto con los de modelado de sistemas de software más utilizado
requerimientos académicos y administrativos. actualmente [5]
b. Diseño de investigación Para implementar la metodología UML se llevaron a cabo
varios diagramas dependiendo de los aspectos de las
Este estudio se basó en un diseño no experimental de tipo entidades representadas. Los elementos o formatos que se
transversal descriptivo. Es no experimental, debido a que en desarrollaron son:
ningún momento las variables son manipuladas, simplemente
observadas, se exploró el contexto y en base a ello se diseñó y - Objetivos: descripción corta y clara del proyecto.
desarrolló el sistema de gestión que se quiere desarrollar. La
- Requerimientos: clasificación de los requerimientos del
situación que se observa e indaga es natural, en ningún
proyecto en tres grandes grupos: consultas e informes,
momento se manipularon de forma intencional las variables.
almacenamiento y procesamiento.
Es de tipo transversal descriptivo, porque los datos se
- Casos de Uso: diagrama que permite representar la
recogieron en un período corto de tiempo, 3 meses,
funcionalidad completa del sistema mostrando su interacción
posteriormente se diseñó en blanco y negro para luego
con los agentes externo y definiendo los conjuntos de
desarrollar el sistema de gestión.
funcionalidad.
c. Población y muestra
- Subcasos de Uso: hacen referencia a la descomposición del
La población para esta investigación estuvo conformada por punto anterior y se dan cuando existe una relación entre dos
estudiantes, profesores, gerentes académicos de la casos de uso.
Universidad Metropolitana y empresarios relacionados o
- Descripción del Caso de Uso: este formato muestra una
vinculados con la asignatura “Proyecto Emprendedor”.
descripción para ayudar a comprender los casos y subcasos de
La muestra estuvo conformada por: ochenta y seis (86) uso.
estudiantes, ocho profesores de la asignatura, cuatro
- Eventos: se establecen los eventos que pueden ser generados
empresarios y tres gerentes académicos.
por el actor y van a ser atendidos y expresados por cada Caso
d. Técnicas e instrumentos de recolección de datos de Uso.
Se utilizó el cuestionario y las entrevistas como técnicas de - Diagrama conceptual: se muestran los conceptos, los
recolección de datos, las cuales permitieron indagar la atributos de los conceptos y la relación o asociación entre
información académica y administrativa más relevante para el ellos.
desarrollo del sistema de gestión propuesto.

643
- Diagrama de clase: tipo de diagrama estático que describe la Y adicional a lo mencionado, los empresarios suman
estructura de un sistema mostrando sus clases, atributos y las importancia cuando expresan que realizar un Plan Estratégico
relaciones entre ellos. de Empresa prepara a los estudiantes para enfrentarse a la
realidad que les espera en un futuro.
- Diagrama de interacción: son diagramas de secuencia o de
colaboración que conforman el diseño de la aplicación y se Estas coincidencias manifestadas por la gran mayoría de los
crean a partir de los diagramas de Casos de Uso y el encuestados parece indicar que desarrollar un Plan
Conceptual. Estratégico de Empresa realmente resulta importante para el
desarrollo profesional y personal del estudiante y para su
- Diagrama de entidad-relación: diagramas que muestran
futura incorporación a la vida laboral, ya que permite la
entidades relevantes para un sistema de información, sus
adquisición de conocimientos básicos y sólidos, habilidades,
interrelaciones y propiedades.
destrezas, competencias necesarias para incorporarse de
4. RESULTADOS manera efectiva al campo laboral.
FASE 1. DISEÑO 3. La importancia que tiene para fututos estudiantes de la
asignatura Proyecto Emprendedor, el desarrollo de PEE por
A continuación se presenta un análisis de los resultados generaciones anteriores.
arrojados por los instrumento de recolección de datos
aplicados a la muestra descrita, es decir, de los instrumentos Esta pregunta implica, de manera tácita, el compartir la
respondidos por los estudiantes, los profesores de la materia información de los Planes Estratégicos de Empresa realizados
de Proyecto Emprendedor, los gerentes académicos y los con nuevas generaciones. En este sentido, un porcentaje
empresarios se pueden evidenciar coincidencias, las cuales importante de la muestra de estudiantes, profesores de la
han sido claves para el diseño de este sistema de gestión de materia y gerentes académicos resaltan la importancia de los
proyectos. En líneas generales estas coincidencias radican en: Planes Estratégicos de Empresa desarrollados por
generaciones anteriores, ya que les pueden servir como punto
1. La opinión que se tiene acerca de la materia. de referencia, guía y orientación a los nuevos estudiantes para
Esta coincidencia se presenta en las respuestas de los realizar sus proyectos, lo que puede evitar la repetición de
profesores de la materia Proyecto Emprendedor, los gerentes temas o ideas de negocio. Igualmente le dan importancia
académicos y los empresarios, quienes concuerdan en porque les puede proporcionar conocimientos básicos para
considerar que la materia Proyecto Emprendedor posee iniciar un negocio propio, así como pueden ayudar a mejorar
características que la pueden diferenciar y es que desarrolla la el desarrollo del proyecto o mejorar las ideas ya iniciadas.
capacidad emprendedora, fomenta el trabajo en equipo, es Ahora bien, es importante mencionar que hubo encuestados
dinámica y lo más importante es que permite que el de la muestra de empresarios, profesores y gerentes
estudiante viva una experiencia lo más cercana a lo que vivirá académicos que hicieron hincapié en la necesidad de proteger
en la realidad, porque lo conecta con el mundo real al llevar a los derechos de propiedad intelectual. Hay quienes consideran
cabo una idea de negocio y llegar a concretarla. [6] que compartir la información de los proyectos con los
Esto parece indicar que el objetivo de la materia de estudiantes debe ser cuidadosamente planificado y diseñado,
desarrollar la capacidad emprendedora mediante la puesto que puede propiciar, según las condiciones, la
realización de un Plan Estratégico de Empresa, queda posibilidad de plagio.
evidenciado y es percibido no sólo por parte de la comunidad De hecho, el sistema ha sido diseñado de manera que la
unimetana, sino también por externos como son los información de los Planes Estratégicos de Empresa que allí se
empresarios vinculados o relacionados con dicha materia. [7] presente no pueda ser copiada de manera digital.
2. La importancia de desarrollar un Plan Estratégico de 4. Formas eficientes de compartir la información de los PEE
Empresa (PEE).
Profesores de la materia Proyecto Emprendedor, gerentes
Para gran parte de la muestra estudiantil desarrollar un Plan académicos y empresarios hacen varias propuestas para
Estratégico de Empresa ha resultado importante porque, en compartir, de manera eficiente, la información de los Planes
base a lo que mencionan, les permite conocer los pasos para Estratégicos de Empresa, pero en la que la mayoría de ellos
iniciar una empresa propia a la vez que adquieren coincide es en diseñar un sistema digital con una base de
conocimientos para llevar a cabo un proyecto. datos pública que permita almacenar la información de estos
En coherencia con estos resultados, los profesores de la proyectos de manera organizada.
materia Proyecto Emprendedor y los Gerentes Académicos El diseño del sistema contempló esta propuesta, el cual
consideran que elaborar un Plan Estratégico de Empresa efectivamente tendrá una base de datos pública en la que se
resulta importante para la formación profesional y personal de registren los datos de los usuarios que ingresen al sistema y
los estudiantes porque desarrollan habilidades, destrezas y número de visitas o consultas realizadas.
capacidades que le permiten alcanzar una visión de negocio, a
la vez que desarrollan un proyecto bajo condiciones Estas respuestas indican que el sistema diseñado que se
particulares. pretende implementar responde a la forma eficiente de
compartir la información en la que parte de la muestra

644
coincide, por lo que se pudiera deducir que será bien recibido posible el riesgo de copia de de información de proyectos que
por la comunidad unimetana. estará publicados al alcance de toda la comunidad unimetana.
5. Utilización del sistema de gestión de proyectos Finalmente, resulta importante destacar que fundamentado en
los resultados obtenidos en esta investigación se comprobó y
En este caso, existen respuestas diferentes, ya que todos los
se consideró pertinente y funcional el diseño del sistema de
profesores de la materia, que pudieran ser los interesados
gestión de proyectos propuesto, el cual, según la muestra
directos de este sistema, utilizarían este sistema y la mayoría
posee elementos positivos y negativos. Los elementos
de ellos recomendaría que sus estudiantes lo consultaran antes
positivos beneficiarán a la comunidad unimetana a corto
de desarrollar su Plan Estratégico de Empresa. Y dentro de
plazo y conocer los posibles elementos negativos permite
los gerentes académicos hay quienes lo utilizarían y quienes
tomar previsiones en la programación del mismo (Fase 2)
lo recomendarían.
para controlar y disminuir, hasta evitar, este tipo de atentados
Esto permite inferir que el sistema de gestión diseñado será contra la propiedad intelectual.
utilizado por parte de la comunidad unimetana, la menos por FASE 2. DESARROLLO
la población interesada que son los estudiantes y profesores
de la materia Proyecto Emprendedor. A continuación se encontrarán la información necesaria para
la posterior programación en lenguaje UML. Esta
6. Publicación de los proyectos completos información es producto de un story board o guión técnico
El sistema fue diseñado para mostrar información relevante elaborado en función de los resultados arrojados por las
de cada parte del Plan Estratégico de Empresa, respondiendo respuestas de la muestra seleccionada.
tanto a las peticiones del 56.98% de los estudiantes Requerimientos
encuestados que sugirieron publicar el proyecto completo,
como a aquellos profesores, gerentes académicos y Para la realización y mantenimiento del Sistema de Gestión
empresarios que recomendaron que se publicara sólo algunas de Planes Estratégicos de Empresa es necesario un servidor
partes del proyecto o sólo el resumen ejecutivo argumentando con los siguientes requerimientos:
la posibilidad de plagio. Entonces, para responder a las - MySQL Server 4.1 o superior
peticiones realizadas y por la misma conveniencia de la
asignatura, se publicará un resumen de cada parte del Plan - PHP 5
Estratégico de Empresa.
- Espacio suficiente de disco para el almacenamiento del sitio
7. Las ventajas de contar con un sistema de gestión de web y de los proyectos que se vayan agregando. El tamaño
proyectos inicial estimado del sitio web es de 5MB. Para tener espacio
suficiente para el funcionamiento del sitio web durante el
Existe una lista importante de ventajas realizadas por la tiempo se recomienda tener al menos 50MB de disco libres
muestra de esta investigación. Sin embargo, los estudiantes, para poder agregar proyectos.
profesores de la materia Proyecto Emprendedor, Gerentes
Académicos y Empresarios coinciden que una de las ventajas Descripción de casos de uso, sub casos de uso y eventos
de contar con un sistema de gestión de proyectos es que éste
servirá de guía u orientación, ayudando a facilitar el
desarrollo del proyecto. Igualmente, se contaría con una base .
de datos importante que proporcionará información
interesante, organizada y útil sobre los proyectos, lo cual
podría ayudar a los estudiantes a mejorar las nuevas
propuestas de ideas de negocio. Por otro lado, los empresarios
agregan que implementar un sistema de gestión de proyectos
ayudará a la verificación y control de plagio.
Cabe destacar que parte de la muestra manifestó que contar
con un sistema de gestión de proyectos ofrece más ventajas
que desventajas, por lo que se podría inferir que el diseño de
este sistema de gestión resulta una excelente iniciativa.
8. Las desventajas de contar con un sistema de gestión de
proyectos
En cuanto a las desventajas, hay una en la que coinciden
estudiantes, profesores de la materia de Proyecto
Emprendedor y gerentes académicos, y es la posibilidad de
plagio, lo cual pone en riesgo el tema de propiedad
intelectual. Sin embargo, cabe destacar que se tomaron
previsiones para evitar o al menos disminuir lo máximo Figura 1. Diagrama Conceptual

645
Se muestran los conceptos, los atributos de los conceptos y Dependiendo de la clasificación que tiene el usuario, el
la relación o asociación entre ellos. acceso es de manera diferente. Ejemplo: el administrador de
proyectos crea categorías, tiene acceso a ver todos los
La dirección de este espacio web
proyectos, etc. El creador de proyectos solo puede crear el
es: http://www.trialien.com/emprendedorWeb/emprendedor/g
mismo, copiar la información y al cerrarse el sistema no tiene
estionPlanesEmpresa.html (correo: admin@unimet.com y
más acceso.
clave: AdminUnimet) que permitirá almacenar y gestionar los
proyectos.
También existe la posibilidad de crear tipos de usuario, para
A continuación se hace una descripción general del sistema. este sistema se creo: administrador (diferentes tipos),
estudiante, profesor y empresario.
Al usuario acceder al sistema deberá introducir un login y una
clave, automáticamente sale un mensaje informativo, tal
como se refleja en la siguiente pantalla:

Una vez que se accede a la lista de proyectos se permite


visualizar todos los proyectos almacenados y de allí se hacer
el link para ir al proyecto que se requiera de interés.
El sistema puede registrar a tantos usuarios como accedan a él
y los mismos pueden tener acceso a cada uno de los
proyectos. El nivel de los usuarios varía desde administrador
de los proyectos a solo observador de los mismos.

El administrador de los proyectos puede conocer la lista de


usuarios que acceden al sistema con los datos de los mismos,
lo que permite la posibilidad de interacción entre el
administrador y los clientes (profesores, estudiantes y
empresarios).

646
tecnológicos, en vista de que es un instrumento probado,
validado y que arroja los resultados en función de lo
solicitado y salvo pequeñas modificaciones se adaptó
eficientemente a la evaluación del sistema de gestión
diseñado.
El instrumento modificado consta de tres secciones:
1. Aspectos funcionales. Utilidad (5 preguntas)
2. Aspectos Técnicos y Estéticos (7 preguntas)
3. Aspectos Psicológicos (2 preguntas)
Obteniendo finalmente una valoración global de la página
web en función de los anteriormente evaluado.
Las preguntas de selección están orientadas, básicamente, a
determinar la opinión sobre la funcionalidad, tecnicidad,
estética y psicología del sistema de gestión, en función de lo
Cada proyecto contiene la información del plan estratégico de que se determinó en la fase inicial.
empresa de la idea generada por los estudiantes. Esta
información se pasea desde el resumen ejecutivo, estudios de En esta fase participaron diez (10) estudiantes que ya
mercado, viabilidad financiera y hasta los resultados de la cursaron la materia de Proyecto Emprendedor y 2 profesores
evaluación de los expertos, entre otros. que dictan o han dictado dicha materia.
Luego de haber evaluado el sistema de gestión desarrollado,
También permite indicar por quién está elaborado el proyecto sin lugar a dudas gestionará, en información y conocimiento,
y a qué categoría pertenece. los proyectos generados por los estudiantes de la asignatura
Proyecto Emprendedor, lo cual resultará de gran apoyo tanto
Otra forma de acceder a los proyectos es la opción por para los alumnos como para los profesores de esta materia, ya
categorías. Ejemplo: se puede indicar al sistema que existe que evidentemente organiza y concentra la información
interés conocer solo los proyectos desarrollados en el área de permitiendo tener mayor control y mejor verificación en
turismo y se despliegan los mismos. temas de propiedad intelectual, además de que permitirá
evitar la repetición de ideas como se planteó en la propuesta
inicial.
En base a los resultados expuestos por profesores y
estudiantes, a pesar de que no fue posible contar con la
colaboración de la muestra completa que se planteó en un
inicio, lo arrojado pudiera dar indicios de lo que será el uso
masivo en la implementación del sistema de gestión de
proyectos estratégicos de empresa de la materia proyecto
emprendedor, logrando el objetivo de mejorar la calidad de
los proyectos e ideas de negocio a presentar por parte de los
estudiantes, así como compartir el conocimiento y
experiencia adquiridos por los autores con la comunidad
unimetana.
Finalmente, el sistema de gestión desarrollado posee
múltiples áreas de oportunidades en términos de
mejoramiento, pero este prototipo inicial permitirá alcanzar
objetivos claros pautados y solventar infinidad de amenazas
que pueden afectar el desarrollo y sentido de la asignatura.

FASE 3. EVALUACIÓN
Para evaluar la funcionalidad del sistema desarrollado que
permite gestionar, en conocimientos y en información, los 5. CONSIDERACIONES CONCLUSIVAS
Planes Estratégicos de Empresa (PEE) realizados por los
estudiantes de la asignatura de Proyecto Emprendedor y que Más allá de una herramienta tecnológica, el sistema que se
esté al alcance de la comunidad unimetana, fue pertinente diseñó permitirá gestionar, en información y conocimiento,
diseñar un instrumento, tomando como base el diseñado por los proyectos generados por los estudiantes de la asignatura
Perez Márques (1999) para la evaluación de recursos Proyecto Emprendedor, lo cual resultará de gran apoyo tanto

647
para los estudiantes como para los profesores de la materia, [2] Leiva, J. (2000). "Un sistema universitario de apoyo
ya que se organizaría y concentraría la información al espíritu emprendedor: La experiencia del Instituto
permitiendo tener mayor control y mejor verificación en Tecnológico de Costa Rica".
temas de propiedad intelectual, además de que permitiría [3] Universidad Pedagógica Experimental Libertador
evitar la repetición de ideas como se planteó en la propuesta (UPEL) (1990). Vicerrectorado de Investigación y
inicial. Posgrado. Manual de trabajo de grado de
Especialización y Maestría y Tesis Doctorales.
Si bien se está atendiendo y resolviendo un aspecto en el área
Caracas.
docente de la Unimet, se visualiza que este sistema pudiera
[4] Canchala, L (2004). UML, ejemplo sencillo sobre
tener impacto en el área de investigación y extensión. En el
Modelado de un Proyecto.
área de investigación ya que el sistema permite la consulta
[5] Web:http://www.cs.ualberta.ca/~pfiguero/soo/metod/
para establecer parámetros, caracterizaciones, tendencias y en
Fecha de consulta: 14 de febrero de 2008.
definitiva indagar sobre los diferentes proyectos. Ejemplo:
[6] Figarella, X. (2005). Políticas y estrategias para el
conocer las áreas de los proyectos más recurrentes, el
desarrollo de capacidad emprendedora en
rendimiento académico de los estudiantes, verificar si se
instituciones de educación superior. Cuadernos
ejecutan los proyectos, entre otros. En el área de extensión se
unimetanos, #2. p.23-27.
refleja el comienzo de incubaciones de empresa y el posible
[7] Castillo, C., Ramos, R. y Rusque, A., (2005).
interés del sector productivo de consultar y/o llevar a cabo
Capacidad Emprendedora y Capital Social.
algunos de los proyectos propuestos.
Web:http://aplicaciones.icesi.edu.co/ciela/anteriores/
En definitiva, la implementación de este sistema de gestión Papers/edem/12.pdf.
diseñado busca el mejoramiento de la calidad de los proyectos Fecha de consulta: 22 de junio de 2005.
e ideas de negocio a presentar, así como compartir el
conocimiento y experiencia adquiridos por los autores con la
comunidad unimetana.

Referencias
[1] Universidad Metropolitana (2004).
Web: http://www.unimet.edu.ve/
Fecha de consulta: 22 de julio de 2007 en la World
Wide Web.
Web:http://www.uv.es/motiva/MotivaRES/LEIVA00.
PDF
Fecha de consulta: 21 de julio de 2007 en la World
Wide Web.

648
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

LA ENSEÑANZA DEL CICLO DE KREBS DESDE LA


PERSPECTIVA CONSTRUCTIVISTA SOPORTADA
EN PLATAFORMA COMPUTACIONAL MOODLE,
DIRIGIDA A ESTUDIANTES DE CIENCIAS BÁSICAS
DE LA FUNDACIÓN UNIVERSITARIA DEL ÁREA
ANDINA. BOGOTÁ COLOMBIA

Luis Alfonso Caro B Bernardo Ortiz R Chicri Paris T


Fundación Universitaria Del Fundación Universitaria Del cparis@areandina.edu.co
Área Andina Pedagogía y Área Andina Pedagogía y Semillero de investigación
Didáctica para la Enseñanza de Didáctica para la Enseñanza de PEDSALUD
las Ciencias Básicas las Ciencias Básicas Colombia
(Categoría D- Colciencias) (Categoría D- Colciencias) cparis@areandina.edu.co
Colombia Colombia
lcaro@areandina.edu.co bortiz@areandina.edu.co

Summary
Resumen: The learning of the topic Krebs's cycle allows that the students
El aprendizaje del Ciclo de Krebs permite que los estudiantes should reach high degrees of knowledge in topics related to the
alcancen altos grados de conocimiento en temas relacionados con clinical biochemistry, the pharmacology, the morphology, the
la bioquímica clínica, la farmacología, la morfología, la physiology, between other areas of the biological knowledge.
fisiología, entre otras áreas del conocimiento biológico. Likewise this topic registers a high degree of complexity for his
Así mismo este tema registra un alto grado de complejidad para learning, according to a poll of opinion realized with the titular
su aprendizaje, según un sondeo de opinión realizado con los teachers of the subjects Molecules I - the IInd, in the inter-half-
docentes titulares de las asignaturas Moléculas I – II, en el yearly period 2009, and the results of the analysis of the
periodo inter-semestral 2009, y los resultados del análisis de las evaluations applied to the students on this topic, they have
evaluaciones aplicadas a los estudiantes sobre el mismo, han thrown information that it allows to focus as educational and
arrojado información que permite focalizar como problema pedagogic problem to the education and the learning of the C.K,
educativo y pedagógico a la enseñanza y el aprendizaje del C.K, since it is the base for the conceptualization and construction of
puesto que es la base para la conceptualización y construcción de knowledge related to the integral formation of the students of the
conocimientos relacionados con la formación integral de los areas of the health. It incorporates learning environments and
estudiantes de las áreas de la salud. Se incorporan ambientes de virtual learning, supported by the platform moodle, from a
enseñanza y de aprendizaje virtual, soportados por la plataforma constructivist teaching methodology appropriate for a virtual.
moodle, a partir de una didáctica constructivista apropiada para
una metodología virtual. Key words:
Constructivism, didactics, platform moodle, biochemistry,
Krebs's cycle,
Palabras clave: metabolism, energy.
Constructivismo, didáctica, plataforma moodle, bioquímica, ciclo
de Krebs, metabolismo, energía.
Introducción:
Uno de los temas de mayor dificultad para la enseñanza y el
aprendizaje en estudiantes de Ciencias Básicas, es precisamente
el relacionado con los procesos metabólicos celulares y en
particular con la respiración celular, proceso conocido como
Caro, Luis., Ortiz Bernardo., Paris, Chicri. (2010). La Enseñanza del Ciclo de Krebs
desde la Perspectiva Constructivista soportada en Plataforma Computacional Moodle,
dirigida a Estudiantes de Ciencias Básicas de la Fundación Universitaria del Área
Andina. Bogotá Colombia. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 649-652, Santiago de Chile.

649
Ciclo de Krebs. (CK). Desde la perspectiva de la bioquímica este hiperglucémicos, dependiendo del tipo de diabetes se utilizan
ciclo es bastante particular y complejo, ya que los carbonos tratamientos insulino dependientes o no: (Glibenclamida,
incluidos en el grupo acetilo se oxidan a CO 2 y los electrones Metformina, Insulina de alto o bajo peso molecular).
pasan a los transportadores de electrones. Al igual que en la
glucólisis, en cada paso interviene una enzima específica la En el contexto de las ciencias de la salud, la comprensión del
coenzima A, que es el nexo entre la oxidación del ácido pirúvico ciclo de Krebs, como proceso metabólico es importante ya que
y el ciclo de Krebs. los estudiantes que abordan estos estudios deben generar
competencias que permitan la articulación entre el conocimiento
En el curso de estos pasos, parte de la energía liberada por la y aprendizaje ciclo de Krebs, con los procesos metabólicos y a su
oxidación de los enlaces Carbono Hidrógeno y Carbono y C- vez con el impacto que este produce en la estabilidad y
arbono, se usan para convertir ADP en ATP (una molécula por equilibrio bioquímico del organismo humano, en este aspecto
ciclo), y otra parte se usa para producir NADH y H+ a partir del cabe resaltar la relación con diferentes patologías asociadas al
NAD (tres moléculas por ciclo). Además, una fracción de la metabolismo. Los conceptos involucrados en este proceso, son de
energía se utiliza para reducir un segundo transportador de bastante complejidad para los estudiantes por ello se hace
electrones, el FAD. Por cada giro del ciclo, se forma una necesario generar nuevas didácticas soportadas con TIC´s,
molécula de FADH 2 a partir de otra molécula de FAD. No se aplicadas a la enseñanza de las ciencias y en particular sobre el
requiere O 2 para el ciclo de Krebs; los electrones y los protones tema del Ciclo de Krebs.
eliminados en la oxidación del carbono son aceptados por el
NAD+ y el FAD. Se necesitan dos vueltas del ciclo para
completar la oxidación de una molécula de glucosa. Así, el 1. Marco referencial:
rendimiento energético total del ciclo de Krebs para una El aprendizaje de las ciencias básicas (Química, física, Biología)
molécula de glucosa es dos moléculas de ATP, seis moléculas de ha sido históricamente uno de los problemas fundamentales
NADH y dos moléculas de FADH 2 . manifestados como obstáculos epistemológicos que inciden de
una manera directa en la formación y desarrollo de competencias
Así mismo y desde la perspectiva clínica, el Ciclo de Krebs cognitivas, en estudiantes de los primeros semestres de los
establece una relación directa entre lo metabólico y las patologías programas de salud de un alto porcentaje de las universidades del
asociadas. En los procesos que se llevan a cabo por el organismo país. Este problema puede ser abordado desde la perspectiva de
humano, el ciclo de Krebs, ocupa sin lugar a dudas el primer la formación tradicional, para ello se recurre a la memorización
lugar de estudio ya que a partir de la actividad bioquímica, da de conceptos y a la preparación mediante la repetición, para las
como resultado la obtención de fuentes de energía necesaria para pruebas calificativas. De otro lado existen las condiciones para
todos los procesos vitales, de esta manera cuando esta generar procesos alternativos de enseñanza y de aprendizaje,
producción energética aumenta o disminuye, se traduce en sobre la base del constructivismo escolar y en el caso particular
enfermedad; por ejemplo: una mayor oferta portal de ácidos de la enseñanza a la didáctica de las ciencias y a la didáctica
grasos libres reduce la depuración hepática de insulina y aumenta constructivista, como herramienta pedagógica para generar
la secreción de VLDL (colesterol de muy baja densidad) y procesos educativos.
glucosa. De esta forma comienza a gestarse un estado de riesgo
hepático. La insulina, lograría reducir la liberación hepática de Se ha tomado como referencia para la formulación de esta
glucosa a través de la interrupción de la llegada de ácidos grasos propuesta dos criterios:
al hígado al suprimir la lipólisis. Un estudio sobre los estilos de evaluación de los docentes del
No obstante, frente a un estado de insuficiencia hepática programa de Ciencias Básicas y una encuesta aplicada a los
periférica la capacidad de la insulina para reducir el flujo de profesores del Departamento sobre la pregunta: ¿Cual de los
ácidos grasos procedentes del tejido adiposo estaría temas de Biología representa mayor obstáculo para la enseñanza
menoscabada, existiendo una constante llegada de ácidos grasos y el aprendizaje de los estudiantes de los programas de salud de
al hígado, condicionando la mayor liberación de glucosa Fundación Universitaria del Área Andina? En un 90% los
hepática. El tejido adiposo está dividido fundamentalmente en 2 docentes coinciden con que el Ciclo de Krebs es uno de los temas
tipos: el subcutáneo, que representa el 80% de la masa adiposa con mayor dificultad tanto para la enseñanza como el
total y el visceral, que constituye alrededor del 15% en sujetos de aprendizaje, a pesar de que muchos de los docentes se apoyan en
peso normal. El aumento de peso implica ganancia de grasa ayudas educativas como: animaciones, películas, videos,
corporal, con modificaciones de estas proporciones. El tejido presentaciones digitales, entre otras para explicar la complejidad
adiposo visceral ha sido ampliamente comprometido con del tema, sin embargo los resultados obtenidos al aplicar las
hipersecreción insulínica y el síndrome plurimetabólico en evaluaciones correspondientes, han sido muy bajos y son
general dada su mayor actividad metabólica respecto al tejido causales de repetición de cursos y semestres en los estudiantes
adiposo subcutáneo y su ubicación anatómica. inscritos en los programas de salud así mismo dificultan el
aprendizaje de temas relacionados al ciclo de Krebs en semestres
Lo anterior se refleja en dos patologías ampliamente conocidas posteriores.
como lo son la obesidad y la diabetes, patologías de altísima El grupo de pedagogía y didáctica para la enseñanza de las
incidencia de mortalidad en los Estados Unidos y Latinoamérica, Ciencias Básicas (D Colciencias), quiere avanzar en este campo
por tal razón se hace indispensable hacer frente a sus avances por con la propuesta sobre La enseñanza del ciclo de Krebs desde la
medio de medicamentos que incidan positivamente en el manejo perspectiva constructivista soportada en plataforma
de las disfunciones en el ciclo de Krebs, por ejemplo fármacos de computacional Moodle, dirigida a estudiantes de Ciencias
la familia de las Estatinas (simvastatina y lovastatina) son los Básicas de la Fundación Universitaria del Área Andina. Esta
más utilizados, igualmente los Gemfibrozilos; por parte de los propuesta esta centrada en tres criterios claves:

650
-Diseñar un modelo didáctico constructivista para la enseñanza Contextualización y análisis de las experiencias obtenidas en el
del tema Ciclo de Krebs dirigida a estudiantes de segundo contexto de la revisión bibliográfica, con el fin de socializarlas y
semestre de los programas de salud de la fundación Universitaria protocolizarlas.
del Área Andina.
-Aplicar el modelo diseñado con el soporte de las plataformas Durante el desarrollo del proceso investigativo, se generó al
computacionales. interior del grupo de investigación la necesidad de construir un
-Evaluar y contrastar con un grupo piloto el aprendizaje formulario tipo test, con la intención de tomar información por
significativo del tema C.K mediante la aplicación de parte los estudiantes y los docentes sobre el tema de la
instrumentos evaluativos pertinentes. evaluación.
-¿El primero de ellos surge de la pregunta como se están siendo
Con los resultados obtenidos podemos determinar los factores enseñados los conceptos del ciclo de Krebs en los estudiantes de
que inciden en los procesos de formación y en particular del primer y segundo semestre de los programas de salud de la
aprendizaje del concepto C.K en estudiantes de los programas da Fundación Universitaria del Área Andina?
salud de la FUAA, estandarizando un curso virtual como soporte -¿En segundo lugar, a partir de la pregunta Ud, como estudiante
a las clases presenciales tanto de estudiantes como docentes cree que el tema Ciclo de Krebs, ha sido comprendido a partir de
sobre la base conceptual de la didáctica constructivista. las explicaciones y ayudas proporcionadas por sus profesores?
-¿El tercer aspecto gira alrededor del tema como lo gustaría que
se le enseñara este tema de la Bioquímica?
2. Objetivo general: -¿El cuarto aspecto, que aplicabilidad ve Ud. En su profesión la
Diseñar e implementar un modelo didáctico para la enseñanza del comprensión del ciclo de krebs?
ciclo de Krebs desde la perspectiva constructivista soportada en
plataforma computacional Moodle, dirigida a estudiantes de Del análisis de la información obtenida en la aplicación de los
Ciencias Básicas de la Fundación Universitaria del Área Andina instrumentos, se generaron los siguientes resultados:

3.1 Objetivos Específicos: -Test diseñado por los estudiantes para ser aplicado en el II ciclo
-Formar la cultura investigativa en educación al interior del del 2010.
Departamento de Ciencias Básicas y de la Fundación -Información obtenida con base en la revisión bibliografía sobre
Universitaria del Área Andina. las estrategias encontradas en la red sobre el aprendizaje del ciclo
de krebs.
-Generar un modelo didáctico para la enseñanza del tema C.K
aplicado a los estudiantes de la FUAA. -Información obtenida con base en la revisión bibliografía sobre
-Estudiar sobre el impacto que tiene en el aprendizaje de los metabolismo y patología que hacen referencia con el ciclo de
estudiantes de los programas de salud, la aplicación de un krebs.
modelo didáctico soportado en plataformas computacionales
sobre el tema de CK. A partir de la socialización de los temas propuestos por el grupo
investigador en compañía con los estudiantes del semillero de
-Diseñar estrategias didácticas propias de la enseñanza de las investigación “PEDSALUD”, se formularon las estrategias para
ciencias básicas para permitir aprendizajes significativos en la construcción del test que será aplicado en el segundo ciclo del
estudiantes de la FUAA. 2010, a los estudiantes de ciencias básicas en primer y segundo
semestre de los programas de salud de la Fundación Universitaria
del Área Andina.
3. Resultados obtenidos:
Durante el tiempo que se lleva en la investigación se generaron 4. Aspectos Metodológicos
diferentes niveles de discusión sobre la base conceptual, la Tipo de estudio: Descriptivo – Cualitativo IA.
didáctica, las competencias y las formas de evaluación del Ciclo Desde la perspectiva de la investigación social, la Investigación
de Krebs. Para ello se hizo necesario establecer un mínimo de Acción, aplica una metodología de corte cualitativo, es decir que
competencias que debe desarrollar el estudiante con el apoyo del para el desarrollo de ésta investigación, incluiremos estrategias
grupo docente en el contexto de las ciencias básicas se destacan que permitan y faciliten los cambios de paradigma de la
las siguientes competencias: enseñanza de las ciencias básicas y en particular lo concerniente
al ciclo de Krebs.
-Iinterpretación de textos, revisiones bibliográficas. La construcción, e implementación de un modelo para la
enseñanza de éste concepto permite incorporar elementos
-Formulación de las nociones generales del ciclo de Krebs, su didácticos modernos, situados en el contexto de las TIC`s, como
interdisciplinaridad y transdisiplinaridad en el contexto de la soporte a los procesos de aprendizaje significativo. No es
profesión. excluyente que para consolidar los resultados de la investigación
utilicemos criterios cuantitativos que estarán representados en los
-Operativización del lenguaje básico del saber disciplinar. instrumentos que se aplicarán para la recolección de la
-Interpretación y comprensión del contexto a partir de un información y estructura del marco teórico y el diseño
modelo ABP aprendizaje basado en problemas. experimental.

-Revisión bibliográfica sobre la aplicación de criterios del


metabolismo frente a la patología.

651
5. Ficha técnica: [7] Díaz Barriga, F. (2000). Metodología de Diseño
Institución: Fundación Universitaria del Área Andina (Bogotá curricular para Educación. Superior. . Trillas. México.
D.C.) [8] Ídem….. (2000). Didáctica y Currículo. Edición
Investigador principal: Luís Alfonso Caro Paidós. México
Coinvestigadores: Bernardo Ortiz R - Chiri París T. [9] Estebaranz, García, A. (1999). Didáctica e Innovación
Grupo de Investigación: Pedagogia y Didática para la Enseñanza Curricular. Segunda Edición. Universidad de Sevilla.
de las Ciencias Básicas (Grupo categoría D Colciencias) España.
Semillero de Investigación PEDSALUD [10] Gagner, R. Y Briggs, L. (2001). La planificación de la
Entidades: Departamento de Ciencias Básicas. enseñanza. Trillas. México.
Tipo de estudio: Investigación básica [11] Hernández, F. (1993). El currículum. Cuadernos de
Método: Investigación Acción Participativa IAP Pedagogía. Nº 185. Madrid
Población: Estudiantes de primer y segundo semestre de los [12] Lehninger, A.B. 1975. Biochemistry. North Publishers
programas de: salud, de la Fundación Universitaria del Área Inc.componentes. Universidad de Málaga. España.
Andina. [13] Pérez G, A. (1990).Comprender y enseñar a
Muestra: 60 estudiantes: Grupo piloto. 30 estudiantes: Grupo comprender. Morata Madrid.
experimental [14] Pinto VIU, R. (1992). Saber enseñar. CECSA. México.
Instrumentos: Historia de vida como recurso etnográfico [15] Pérez G, A. (1988). Currículum y Enseñanza: Análisis
Evaluación y seguimiento: Sistema de portafolio Esquemas para de sus Sacristán G, (1996). Comprender y transformar
la presentación de ensayos y protocolos. Proyectos Pedagógicos la enseñanza. Morata. España.
de Aula PPA. Programa cmap tools, entrevistas, grabaciones, [16] (1989). El currículum una reflexión sobre la práctica.
filmaciones, encuestas, test de preguntas, grupos de discusión Morata. Madrid.
(comunidades virtuales – grupos sociales) [17] (1985). Teoría de la enseñanza y desarrollo del
currículum.
[18] Saenz Barrios, O. (1994). Didáctica General. Un
Bibliografía enfoque curricular. Marfil. España.
[1] Álvarez de Zayas, C. (2005). Perfeccionamiento de los [19] Salcedo, I. (2002). Metodología de la enseñanza de la
planes de estudio de la Educación Superior. ENPES. Biología. Centro Gráfico de Holguín. Cuba.
Cuba. [20] Sancho, J.M. (2001). La problemática de la evaluación.
[2] Angulo, F y Blanco, n. (2004). Teoría y desarrollo del LAIA. Barcelona
currículum. Morata. España. [21] Stryer, L. 1975. Biochemistry. W.H. Freeman and
[3] Arnaz. J.A. (1981). La planeación curricular. Trillas. Company.
México. [22] Segel, I.H. Biochemical Calculations. Ohn Wiley and
[4] Brunner, J. (1988). Desarrollo Cognitivo y Educación. Sons.
Madrid: Morata. [23] Stenhouse, L. (2007). Investigación y desarrollo del
[5] Corral, R. (2002). Teoría y diseño curricular: Una currículum. Morata. Madrid.
propuesta desde el enfoque histórico cultural. ENPES. [24] Tunerman, C. (2006). La Educación Superior en el
Cuba. umbral del siglo XXI. .CRESAL UNESCO. Caracas.
[6] De Alba, A. (19991). Evaluación Curricular. Venezuela.
Conformación conceptual del campo. Editorial. [25] Tyler, R. (1990). Principios básicos del currículo.
Universidad Nacional Autónoma de México. México. Antología de Evaluación curricular. UNAN. México.

652
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

METADADOS EDUCACIONAIS PARA OBJETOS DE


APRENDIZAGEM: PROJETO BROAD

Ana Cláudia Souza, Fernanda Campos, Regina Braga1


Camila Rabello2
Neide Santos3
Núcleo de Pesquisa em Qualidade de Software Mestrado em Modelagem Computacional1
Núcleo de Pesquisa em Qualidade de Software Mestrado em Educação Matemática2
Departamento de Ciência da Computação Mestrado de Engenharia de Computação3
Universidade Federal de Juiz de Fora – MG1,2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro3
Brasil
[anaclaudia@ice.ufjf.br, fernanda.campos@ufjf.edu.br, regina.braga@ufjf.edu.br]1
[milarabello@bol.com.br]2
[neide@ime.uerj.br]3

ABSTRACT A Informática na Educação está à procura de uma infra-estrutura


This paper describes BROAD learning object metadata and its que permita a concepção, a reutilização, a anotação, a validação
decision process. It is focused on learning criteria as it wants to e o compartilhamento de artefatos computacionais. Entre estes
ensure more than the traditional educational metadata, but also a artefatos estão os objetos de aprendizagem.
checklist with information about the learning object usage No domínio de e-learning, existem muitos artefatos a serem
scenarios. Future works address to refine BROAD standards compartilhados e reutilizados por desenvolvedores de software,
and try out the metadata in other different educational scenarios em especial os materiais de aprendizagem e os objetos de
aiming at allowing LO developers to catalogue their products aprendizagem. No entanto, a busca, a recuperação e as condições
and users can get through the BROAD BROAD search more de uso destes artefatos permanecem como um aspecto crítico
adherent to their goals. para a disseminação dos OA. Para fazer buscas realizando a
recuperação semântica em repositórios de objetos de
Categories and Subject Descriptors aprendizagem é preciso adotar um modelo de metadados
J. Computer Applications. Interoperability standards. Metadata. semânticos para descrever e cadastrar os OA. Para Bonifácio e
Learning Objects standards. J. 1. Administrative Data Heuser (in http://www2.uel.br/pessoal/ailton/Trabalhos/
Processing. Subjects: Education SemanaAcad-Ailton.html), atualmente, muitos métodos de
descoberta de informação não buscam objetos correntes nas
General Terms coleções; preferencialmente, eles elaboram metadados
Design descritivos sobre os objetos. Os metadados descritivos são
frequentemente organizados como texto; entretanto, eles podem
Keywor d: Objetos de aprendizagem, padrões, Web . ser usados para descrever informações que estão em outros
formatos, como imagens, mapas e programas de computador.
1. INTRODUÇÃO A localização e recuperação de OA exigem cadastro prévio a
As atividades de Educação a Distância estão crescendo ao redor partir de um modelo robusto de metadados capaz de descrevê-lo
do mundo, acompanhadas por uma proliferação de dados, de forma completa e correta, com vistas a facilitar seu uso.
objetos de aprendizagem (OA) e ferramentas. Este novo cenário Ocorre que há muitos padrões disponíveis, como será discutido
traz novos desafios, como por exemplo, como organizar esses neste artigo, mas eles quase sempre são difíceis de serem
recursos, como compartilhar e reutilizar objetos de adotados, extensos e complexos e quase sempre negligenciam os
aprendizagem bem-sucedidos e como propiciar a aspectos educacionais envolvidos no OA.
interoperabilidade entre dados e ferramentas de diferentes locais,
de forma que eles sejam usados por pessoas com perfis
diferentes.

Souza, Ana., Campos Fernanda., Braga, Regina., Rabello, Camila., Santos, Neide.
(2010). Metadados Educacionais para Objetos de Aprendizagem: Projeto BROAD.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 653-659, Santiago de Chile.
653
1.1 Objetivos exercícios), artigos, estudos de caso, fóruns de discussão,
O objetivo principal deste artigo é discutir metadados para simulações, dramatizações, simulações de software, projetos de
cadastrar OA, com foco nas informações de cunho educacional pesquisa e testes de desempenho.
que deveriam fazer parte deste cadastro. Objetos de Aprendizagem são catalogados a partir de
Para atingir o objetivo proposto, a seção 2 discute OA e metadados, que descrevem todos os dados do OA em questão.
metadados, apresentando os modelos mais usados; a seção 3 Metadados são dados sobre os dados, sendo um conjunto de
apresenta BROAD, um esquema base de metadados, que inclui características e atributos que representam ou descrevem um
elementos para cadastrar características educacionais dos OA, objeto. Os metadados geralmente têm a finalidade de localizar,
em uma visão dos cenários de uso; por fim, a seção 4 oferece as avaliar, descobrir, analisar ou citar o objeto a que se referem,
conclusões do estudo e suas perspectivas futuras. não se limitando a essas funções (in bdtd2.ibict.br/index.php).
Uma contribuição do trabalho é propor um modelo inicial para Para padronizar os metadados de um OA é necessária a
cadastro e busca de OA, que será utilizado no Projeto BROAD - utilização de um padrão de metadados.
Busca e Recuperação de Objetos de Aprendizado a Distância em Existem muitos e diversificados metadados a serem cadastrados
desenvolvimento por nosso grupo de pesquisa. Trabalhamos sobre um OA. Por isso, vários padrões têm surgido para tornar
com tecnologias como ontologias, agentes, serviços web os objetos mais acessíveis. Para [5], os metadados de um OA
semânticos e workflow científico no desenvolvimento de infra- descrevem características relevantes que são utilizadas para sua
estruturas com anotações semânticas na Web em repositórios catalogação em repositórios de objetos educacionais reusáveis,
heterogêneos de dados. podendo ser recuperados posteriormente através de sistemas de
busca ou utilizados através de learning management systems
2. OBJETOS DE APRENDIZAGEM E (LMS) para compor unidades de aprendizagem.
METADADOS Um objeto de aprendizagem é geralmente identificado por um
E-Learning é um campo abrangente que engloba as formas conjunto de descritores de metadados, tais como os propostos
como as tecnologias de comunicação e informação podem pelo LOM (Learning Object Metadata) [6] e SCORM (Sharable
enriquecer o processo de aprendizagem, no que está se Content Object Reference Model) [http://www.scorm.com/] Os
convencionando chamar de aprendizagem on-line ou educação elementos de dados que constituem uma instância de metadados
baseada na Web. Na medida em que cresce o interesse pela de um OA são organizados em uma hierarquia, fornecendo
educação a distância, cresce também o interesse por recursos informações sobre nove categorias: características gerais, ciclo
educacionais, ou artefatos educacionais, disponíveis na Web. de vida, meta-metadados, requisitos técnicos, características
Esses artefatos são descritos como objetos de aprendizagem, que educacionais, propriedade intelectual, relações entre outros OA,
prometem larga reutilização e automação. OA é um conceito anotações e sistema de classificação de OA. A Advanced
central da maioria das pesquisas atuais na área da educação Distributed Learning [7] cita quatro requisitos fundamentais
baseada na Web, e muitas instituições se dedicam à sua para que um Objeto de Aprendizagem possa ser reutilizado,
investigação e padronização [1]. O conceito de objetos de descritos na Tabela 1.
aprendizagem é baseado nas tecnologias de ensino e na ciência Requisito Descr ição
da computação[2]. A tecnologia instrucional tem sido um fator
de mudança na direção de um processo de aprendizagem Accessibility Capacidade de localizar e acessar facilmente para
(Acessibilidade) ser utilizado em diversos locais.
centrado no aluno, incentivando a aprendizagem baseada em
problemas e a aprendizagem autônoma e ativa. A ciência da Interoperability Habilidade para ter componentes de ensino
(Interoperabilidade) desenvolvidos em um sistema e utilizá-los em
computação, por sua vez, tem contribuído com idéias associadas outro sistema.
à programação orientada a objetos. A abordagem orientada a
objetos baseia-se na criação de componentes digitais (chamado Durability Capacidade de suportar as mudanças tecnológicas
(Durabilidade) ao longo do tempo sem a necessidade de
de "objetos") que podem ser utilizados e reutilizados em reconfiguração ou recodificação.
contextos diferentes e até mesmo para fins diferentes.
Reusability Capacidade de reutilizar componentes de ensino
[3] descreve o objeto de aprendizagem como "pequenos pedaços (Reusabilidade) em outras aplicações, aulas, cursos e contextos.
reutilizáveis de recursos educacionais”. Esses objetos são Tabela 1. Requisitos fundamentais a um OA (ADL, 2010)
"blocos modulares altamente interoperáveis e reutilizáveis para
atividades de e-learning baseadas em conteúdo, com base em
especificações compartilhadas e padrões já certificados" (A
Networker, 2003, in [2]). Um padrão de objetos de [8] acrescentam três requisitos fundamentais aos OAs citados na
Tabela 1 (Tabela 2).
aprendizagem especifica sua sintaxe e semântica, definidos
como os atributos necessários para descrever adequadamente um
objeto (http://ltsc.ieee.org/wg12/index.html). Exemplos de OA
incluem conteúdo multimídia, conteúdo instrucional, objetivos
de aprendizagem, software educacional, ferramentas de
software, pessoas, organizações, documentos técnicos e
relatórios de pesquisa. O guia prático para objetos de
aprendizagem, compilado pela American Society for Training
and Development (ASTD & Smartforce [4] enumera os
seguintes tipos de objetos de aprendizagem: aulas (uma
combinação de texto, gráficos, animações, áudio, questões e

654
Requisito Descr ição que fazem sentido somente no contexto no contexto particular de
uma organização. O padrão SCORM incorporou dados do
Adaptabilidade Adaptável a qualquer ambiente de ensino.
ARIADNE e do IMS, entre outros, sendo composto de três
Granularidade Conteúdo em pedaços, para facilitar sua subespecificações:
reusabilidade.
 seção de empacotamento de conteúdo especifica como o
Metadados Descrito de acordo com um padrão de conteúdo deveria ser empacotado e descrito. É baseado
metadados para facilitar sua localização e
fortemente em XML;
reutilização.
 seção de run- time especifica como o conteúdo deveria ser
Tabela 2. Requisitos fundamentais a um OA (Mendes, 2005) lançado e como se comunica com o sistema de
gerenciamento da aprendizagem. É baseado fortemente no
ECMAScript (JavaScript); e
2.1 Padrões de Metadados para Objetos de seção de seqüenciamento especifica como o aluno navega entre
Aprendizagem as partes do curso. É definido por um conjunto de regras e
Várias organizações criam padrões buscando caracterizar melhor atributos escritos em XML. d) O padrão Learning Object
um OA. Com isto, existem muitos padrões, entre eles destacam- Metadata [6] foi desenvolvido pelo LTSC do IEEE e tem como
se Dublin Core, ARIADNE (Alliance of Remote Instructional objetivo facilitar a busca, a avaliação e o uso de OAs, além de
Authoring Distribution Networks for Europe), LOM (Learning facilitar a acessibilidade e a interoperabilidade. As normas LOM
Object Metadata), SCORM (Sharable Content Object Reference privilegiam o conjunto mínimo de atributos necessários para
Model) e, mas recentemente a proposta brasileira de permitir que esses objetos de aprendizagem sejam gerenciados,
padronização OBAA (Objetos de Aprendizagem Baseados em localizados e avaliados. Para cada elemento de dados, o esquema
Agentes). de base define:
 Nome: o nome pelo qual o elemento de dado é
a) O padrão Dublin Core (http://dublincore.org/) é um esquema
de metadados que visa descrever objetos digitais, tais como, referenciado;
 Explicação: a definição do elemento de dados;
videos, sons, imagens, textos e sites na web. Aplicações de
 Tamanho: o número de valores permitidos;
Dublin Core utilizam XML e RDF (Resource Description
 Ordem: se a ordem dos valores é significativa (aplicável
Framework). O Elemento de Metadados Dublin Core Simples
(Core Metadata Element Set, DCMES) consiste de quinze apenas para os elementos de dados com múltiplos valores);
 Espaço de valor: o conjunto de valores permitidos para o
elementos de metadados, conforme quadro 1:
elemento de dados - normalmente sob a forma de um
1. Title: Título 6. Contributor: Contribuidor 11. Source: Origem
2. Creator: Criador 7. Date: Data 12. Language: Idioma vocabulário ou uma referência a outra norma (como vCard,
3. Subject: Assunto 8. Type: Tipo 13. Relation: Relação ISO8601 para a representação de datas, etc);
4. Description: Descrição 9. Format: Formato 14. Coverage:
 Tipo de dados: um conjunto de valores distintos;
5. Publisher: Publicador 10. Identifier: Identificador Abrangência
15. Rights: Direitos  Exemplo: um exemplo ilustrativo.
Quadro 1. Dublin Core: Elementos de metadados Se for o caso, o OA pode também incluir os atributos
pedagógicos, como o estilo de interação, o nível de ensino e pré-
Cada elemento Dublin Core é opcional e pode ser repetido. O requisitos desejáveis. A figura 1 ilustra o esquema base dos
Dublin Core Metadata Initiative estabeleceu maneiras metadados do LOM.
padronizadas para refinar os elementos e encorajar o uso de
esquemas de codificação e vocabulário, mas não há ordem no
Dublin Core para apresentar ou usar os elementos.
b) No padrão ARIADNE [http://www.ariadne-eu.org/], o
esquema de metadados é organizado nas seguintes categorias de
descritores que são apresentados em uma sequência lógica como
obrigatórios para qualquer recurso educacional a ser indexado
(quadro 2).

1. Informação geral do recurso


2. Semântica do recurso
3. Atributos pedagógicos
4. Características técnicas
5. Condições de uso
6. Meta-metadados.
Quadr o 2. ARIADNE - Categor ias
c) No padrão SCORM (www.scorm.com), os metadados podem
Figura 1. Elementos e estrutura do esquema conceitual de
ser contexto-independente ou contexto-dependente. Metadados
dados do LOM extraído de
contextos-independentes referem-se normalmente a metadados
http://www.imsglobal.org/metadata/mdv1p3/imsmd_bestv1p
imutáveis que descrevem objetos de conteúdo, por exemplo.
3.html
Metadados contextos-dependentes dizem respeito a metadados

655
e) O padrão Objetos de Aprendizagem Baseados em Agentes Com base nos padrões LOM e OBAA e na necessidade de
(OBAA) foi proposto em julho de 2009, pela Fundação de cadastrar OA para apoiar as buscas em nossa arquitetura, é
Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul proposto o padrão de metadados BROAD.
(FAURGS). O objetivo é criar um padrão de metadados
compatível com o padrão LOM, mas que permita a 3. PADRÃO DE METADADOS BROAD
interoperabilidade dos OAs nas plataformas Web, TV Digital e Metadados são muito importantes em áreas que necessitam
dispositivos móveis, além de suportar requisitos de buscar e recuperar mídias diversificadas, como é o caso da
acessibilidade para pessoas com necessidades especiais e Educação. Segundo [13],a importância da interoperabilidade de
registrar informações educacionais específicos do contexto informações entre as comunidades produtoras e/ou usuárias de
brasileiro [9]. A figura 2 ilustra o mapa mental das categorias de OAs é evidente, uma vez que, ao se compartilhar dados - por
metadados do padrão. meio de padrões de metadados - minimiza-se o tempo no
desenvolvimento de pesquisas acerca da produção desse tipo de
tecnologia, bem como se reduz o tempo de tratamento das
informações geradas.
A seleção dos metadados para o projeto BROAD iniciou-se pela
verificação de quais os metadados estão mais presentes nos
padrões e os mais usados para catalogação de OAs em
repositórios. O trabalho foi desenvolvido em três etapas: na
primeira etapa foram selecionados os metadados considerados
essenciais, numa segunda etapa foram definidos metadados
educacionais e na terceira e última etapa foi selecionado um
conjunto de características de qualidade para os OA a serem
validados. Os objetivos das etapas 2 e 3 foram não só expandir o
conjunto, mas também proporcionar aos usuários do repositório
BROAD uma avaliação que identificasse melhor os cenários de
uso do objeto de aprendizagem.

3.1 Metadados Essenciais


Analisando os padrões disponíveis para catalogação de OA,
observa-se que os padrões LOM e OBAA são os mais completos
e bastante semelhantes. OBAA usa onze categorias, sendo que
destas, nove são coincidentes com as categorias propostas pelo
LOM, a saber: Características gerais, Ciclo de vida, Meta-
Figur a 2. Mapa mental de OBAA (par cial e extr aído de metadados, Requisitos técnicos, Características educacionais,
http://www.por talobaa.or g/obaac/padr OA- Propriedade intelectual, Relações entre outros OA, Anotações e
obaa/OBAA.mm/view) Sistema de classificação de OA.

Os trabalhos relacionados sobre a reutilização de objetos de A figura 3a) e 3b) mostra as semelhanças e as diferenças. OBAA
aprendizagem utilizam, quase sempre, a especificação IEEE ou cria dois novos metadados: Acessibilidade e Segmento e estende
LOM para cadastrar e recuperar os OA. As orientações CanCore o esquema de dados das categorias Requisitos técnicos e
(http://cancore.athabascau.ca/en/), por exemplo, foram Características educacionais.
desenvolvidas e estruturadas em torno das nove categorias
propostas pelo LOM. O trabalho de [10] e [11], na área de OAs,
também utiliza o padrão LOM e considera os elementos
granularidade (fragmento de conteúdo, o objeto de conteúdo e o
próprio OA), papel educacional (definição, exemplo, palavra-
chave, etc.) e contexto de apresentação (exercício, simulação,
questionário, diagrama, figura, gráfico, índice slides, quadro,
texto narrativo, exame, experimento, etc.) na descrição destes
objetos. [12] desenvolveu uma plataforma para recuperação de
materiais de aprendizagem e também utilizou as categorias
LOM. O trabalho de [13] também utiliza os padrões LOM,
mas utiliza ainda Dublin Core para a construção de objetos de
aprendizagem funcionais. OA funcionais são artefatos
computacionais cuja funcionalidade deve possibilitar a interação
entre entidades, sejam elas digitais ou não, podendo ser
utilizados e/ou reutilizados na mediação do processo de ensino
aprendizagem. Essa interação entre entidades pode ocorrer entre
homem-máquina, homem-homem ou máquina-máquina, com
agentes automatizados atuando sem a participação de um agente
humano. Figura 3a)

656
Figura 3b)
Figura 3. Destaque para a categoria Educacional nos
padrões LOM e OBAA
Como mencionado, os padrões disponíveis são extensos e
complexos o que dificulta sua ampla adoção. Uma questão a ser Figura 4. Metadados essenciais BROAD no segundo nível
pesquisada é se seria possível extrair, do conjunto de categorias de detalhamento
de metadados dos padrões correntes, um subconjunto de
metadados tidos como essenciais? Foram selecionados sete 3.2 Metadados Educacionais
metadados que estão listados na Tabela 3, sendo que estes são
No desenvolvimento da pesquisa, verificamos que o software
descritos através de vários sub-metadados, representados num
que irá realizar buscas de OA na Web, desenvolvido pelo grupo,
primeiro nível de expansão na figura 4.
poderia recuperar objetos com maior qualidade educacional, se o
cadastro destes OA dispusesse de um conjunto mais detalhado e
qualitativamente mais rico de informações educacionais. Na
Metadado Descrição
etapa 2, trabalhamos na seleção desses metadados. Os elementos
s
dos metadados educacionais, presentes tanto nos padrões LOM
Geral Características gerais do OA. e OBAA estão destacados na figura 5a) e 5b).

Ciclo de Características referentes à atual situação do


Vida OA.
Técnico Características técnicas do OA.

Educacion Características educacionais do OA.


al
Direitos Características de direitos autorais do OA.

Classificaç Itens que classificam o OA.


ão
Acessibili Características referentes à acessibilidade do
dade OA.
Tabela 3. Metadados BROAD

Figura 5a)

657
3.3 Qualidade Educacional de OA
A qualidade educacional dos objetos de aprendizagem é uma
parte acessória, mas importante, de nossa pesquisa. Nesta
direção, foi elaborada, a partir de uma revisão de literatura na
área de padrões de OA, uma lista de características, definidas
como características de qualidade, de OA, que refletisse os
requisitos necessários à escolha de um objeto de aprendizagem
para um cenário de uso pré-estabelecido. O objetivo era
selecionar um conjunto de atributos que expressassem a visão do
usuário/professor sobre a qualidade do objeto de aprendizagem
quando em um ambiente especificado dentro de um contexto de
uso, chamada na ISO/IEC 9126 de qualidade em uso
(http://www.iso.org/iso/catalogue_detail.htm). Essa visão da
qualidade mede o grau com o qual os usuários podem alcançar
seus objetivos, em um ambiente particular, com efetividade,
produtividade, segurança e satisfação, ao invés de medir as
propriedades do software em si.
A validação desta lista contou com seis profissionais da
Figura 5b)
educação, especialistas na criação e uso de objetos de
Figura 5. Destaque para a categoria Educacional nos aprendizagem. De uma relação inicial de 47 características,
padrões LOM e OBAA quatorze delas foram consideradas como imprescindíveis
(Tabela 5).
O projeto BROAD estende os metadados educacionais e os
descreve através de sub-metadados constantes na tabela 4. Esta Características
categoria permite a descrição das características educacionais e é
tipicamente usada por professores, gestores, autores e alunos. Fundamentado com a proposta pedagógica

Adequado às necessidades e objetivos do professor


Nome Descrição Opções
Possuir facilidade no acesso às informações
1.Tipo Nível de interatividade. • ativo; expositivo;
interatividade misto. Contextualizado com o conteúdo trabalhado
2. Tipo Descreve o tipo do arquivo. •exercício; simulação;
questionário ; Coesão de linguagem e gramática
diagrama ; figura ;
gráfico; apresentação; Clareza na exposição das informações
planilha; texto;
avaliação; experimento; Favorecer a interatividade
problema;
autoavaliação;
3. Nível A interatividade neste contexto se refere . muito baixo; baixo; Possuir um Projeto Pedagógico, um Plano de
interatividade ao grau em que o aluno pode influenciar o médio; alto; muito alto. Ensino ou uma Proposta Educacional
aspecto ou o comportamento do
componente. Valorizar a troca de experiências entre os alunos e o
trabalho cooperativo
4. Usuário final Representa o principal usuário(s) para • professor; autor;
que o objeto foi projetado. aluno; gestor. Possuir uma linguagem de acordo com o nível de
compreensão do aluno
5. Contexto Foco em qual o objeto se aplica. • fundamental; médio; A animação, o som, as cores e outras mídias devem
superior; treinamento;
ser utilizadas com equilíbrio
outro
6. Média de idade Intervalo de idade
Pertinência ao programa curricular
7. Dificuldade Nível de dificuldade. • muito fácil; fácil; Corretude dos conteúdos
médio; difícil; muito
difícil Possibilidade de adaptação
8. Tipo conteúdo Especificação educacional do tipo do • factual; conceitual;
conteúdo do objeto de aprendizagem. procedimental;
atitudinal.
9. Interação Especifica a interação educaciona Tabela 5. Características de Qualidade Educacional BROAD
proposta por este objeto de aprendizagem
e seu(s) usuário(s).
9.1. Percepção Especifica a forma sensorial pela qual o • visual; auditiva;
aluno receberá as informações do objeto de mista; outra Essa proposta de metadados está sendo implantada no Projeto
aprendizagem.
9.1.2. Co- Especifica a utilização de mecanismos que BROAD que desenvolve um repositório de OA, onde além de
presença auxiliem a identificação de outros usuários garantir a sua interoperabilidade com outros repositórios, a
no ambiente.
9.1.3. Forma de relacionamento entre os
busca semântica, através de uma ontologia de objetos de
Reciprocidade usuários, necessária para o funcionamento aprendizagem, trará para os usuários respostas mais aderentes às
deste objeto de aprendizagem.
suas solicitações.
Nesse sentido, o esforço de selecionar os metadados
Tabela 4. Metadados Educacionais BROAD educacionais, já presentes em outros padrões, e um outro

658
conjunto que identifique características mais detalhadas das Tecnologias na Educação, CINTED-UFRGS, volume 1,
possibilidades do uso desse objeto foram o foco desse trabalho. número 1, Fevereiro.
Esse serviço de cadastro, busca e recuperação de OA estará
disponível na plataforma Moodle. [6] LTSC - Learning Technology Standards Committee (2010)
“Learning Object Metadata (LOM) Working Group 12”,
4. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS http://www.ieeeltsc.org:8080/Plone/working-group/learning-
object-metadata-working-group-12. (Acesso Outubro 20
FUTURAS 2010).
O foco deste trabalho é definir metadados para cadastrar OA e [7] ADL – Advanced Distributed Learning (2010). Creating
suas principais contribuições são propor um modelo inicial para Reusable Content with SCORM® 2004, Documentation
cadastro e busca destes objetos - o Projeto BROAD e propor Suite, SCORM 2004 4ª Edição, Junho.
uma lista de características de qualidade para OA, visando
selecionar um conjunto de atributos. A seleção de metadados [8] Mendes, R. M.; Souza, V. I.; Caregnato, S. E. (2004). A
realizada teve um resultado positivo, pois atendeu o objetivo de propriedade intelectual na elaboração de objetos de
reduzir quantitativamente os dados a serem cadastrados de um aprendizagem. Encontro Nacional de Ciência da Informação,
Objeto de Aprendizagem. Acredita-se no entanto que o conjunto 5., 2004, Salvador. Anais. Salvador: Editora da Universidade
de dados selecionado seja representativo do ponto de vista Federal da Bahia
qualitativo. Além disto, identificou-se que estes metadados
[9] Bez, M.R.; Silva, J.M.C.; Santos, E. Primo, T. Bordignon,
possuem características educacionais. Com os metadados
A. (2009). OBAA project: An approach to interoperable
selecionados esta sendo desenvolvido o repositório BROAD,
learning objects based on Web and digital television. In:
como um serviço Web, em fase de validação na plataforma
Proceedings of World Conference on Computers and
Moodle. Os primeiros OA já foram cadastrados e a escolha dos
Education.
metadados se encontra em fase de consolidação
[10] Knight, C., Gaševic, D., Richards, G. (2005). Ontologies to
Como trabalhos futuros, pretende-se refinar os padrões de
integrate learning design and learning content, Journal of
BROAD e experimentar os metadados com características
Interactive Media in Education (Special Issue on Advances
marcantemente educacionais em cenários educacionais mais
in Learning Design), 2005/07.
diversificados, onde os desenvolvedores de OA cadastrem seus
produtos e os usuários consigam, através do repositório [11] Knight, C., Gašević, D., Richards, G. (2006). An
BROAD, respostas de busca mais aderentes aos seus objetivos. Ontology-Based Framework for Bridging Learning Design
As tecnologias de ontologias e web semântica representam and Learning Content. IEEE Educational Technology &
conhecimentos imprescindíveis para o desenvolvimento do Society, Vol. 9, No. 1, pp. 23-37.
repositório e em breve o projeto BROAD terá evoluído com a
adoção de tecnologias de workflow para a composição de objetos [12]Araújo, M. (2003) Educação a Distância e a Web
de aprendizagem. Semântica: Modelagem Ontológica de Materiais e Objetos
de Aprendizagem para a plataforma CoL. Tese de
AGRADECIMENTOS Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo. Brasil.
(in Portuguese) Available in
Este projeto foi parcialmente financiado pelo CEAD/UFJF com http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3141/tde-
recursos da UAB/MEC. 22072005-165858/. (Acesso Outubro 20 2010)
Referências Bibliográficas [13] Gomes, S. R. Gadelha, B. F.; Castro Júnior, A. N. (2009).
Objetos de Aprendizagem Funcionais: Uma Abordagem
[1] Wang, X; Fang, F; Fan, L (2008) Ontology-Based Prática. XX Simpósio Brasileiro de Informática na
Description of Learning Object. ICWL 2008, 7th Educação, Anais do SBIE 2009. Florianópolis - SC – 2009. .
International Conference on Web-based Learning, Jinhua,
China, August 2008. Proceedings. Lecture Notes in [14] Dziekaniak, G. (2007) Mapeamento do uso de padrões de
Computer Science 5145 Springer 2008, 468-476 metadados por comunidades científicas. In: XXII Congresso
Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, 2007,
[2] Clyde, L. A. (2004). Digital Learning Objects. InfoTech. Brasília. Anais do XXII CBBD.
Volume 31, Number 4, April
[3] Wiley, D. A. (2000). Connecting learning objects to
instructional design theory: A definition, a metaphor, and a
taxonomy. In D. A. Wiley (Ed.), The Instructional Use of
Learning Objects: Online Version. Retrieved October 6th
2009from the World Wide Web:
http://reusability.org/read/chapters/wiley.doc
[4 ]ASTD & Smartforce (2002). A Field Guide to Learning
Objects. Learning Circuits. Retrieved October 1, July from:
http://www.learningcircuits.org/field_guides
[5] Tarouco, L. M. R.; Fabre, M. J. M.; Tamusiunas, F. R.
(2003) “Reusabilidade de objetos educacionais”. Novas

659
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

ESTUDIO DE PLATAFORMAS PARA EL


DESARROLLO DE JUEGOS EDUCATIVOS DE
"POINT AND CLICK"

Silvia Cuetos Begega, Martín Llamas Nistal


Universidade de Vigo
España
silvia.cuetos.begega@gmail.com, martin@uvigo.es

ABSTRACT La dinámica de este tipo de juego consiste en ir avanzando por


Actualmente los juegos educativos, y dentro de estos los de el mismo a través de la resolución de diversos rompecabezas,
”point and click”, tienen un papel cada vez más importante en planteados como situaciones que se suceden en la historia,
la educación. El presente artículo presenta los resultados de un interactuando con personajes y objetos a través de un menú de
estudio sobre las plataformas abiertas orientadas al desarrollo acciones o interfaz similar, utilizando un cursor para mover al
de este tipo de juegos. El objetivo del estudio es poder decidir personaje y realizar las distintas acciones, de ahí la
qué plataforma es la más idónea atendiendo a factores tales denominación de juegos de ”point and click”. El concepto
como los conocimientos previos necesarios y la facilidad de clásico de aventura gráfica incluía la visión de los personajes
uso de las mismas, el coste de desarrollo de los juegos y las en tercera persona la mayor parte del juego, aunque algunas de
aplicaciones de todas ellas. las aventuras gráficas más importantes se planteasen en
primera persona.
Keywords
Para crear los distintos tipos de videojuegos, ya sean acción,
Serious games, point and click
educativos o de aventura existen diferentes herramientas
disponibles en Internet. La elección de una u otra plataforma
1 Introducción depende del tipo de juego que se desee crear, es decir, juegos
en 2D o 3D, juegos de aventura, juegos de acción, etc.
Los videojuegos se pueden clasificar en géneros dependiendo También influye en la elección el grado de conocimientos en
de su representación gráfica, el tipo de interacción entre el programación del desarrollador del juego. Algunas de estas
jugador y la máquina, la ambientación y su sistema de juego, plataformas son Clic 3.0, Blink 3D, AGS, Game Maker, etc.
siendo este último el criterio más habitual a tener en cuenta.
Ahora bien, cada vez es más habitual que un videojuego El presente estudio se enmarca dentro de las plataformas de
contenga elementos de diversos géneros, cosa que hace difícil software libre y de fácil acceso, orientadas principalmente al
su clasificación. desarrollo de juegos educativos ”point and click”. Conforme a
estos requisitos se elegieron para este estudio a e-Adventure,
Los juegos ”educativos”, son aquellos que enseñan mientras Adventure Maker, OpenSim y JMonkey Engine.
promueven diversión o entretenimiento. A diferencia de una
enciclopedia, tratan de entretener mientras se memorizan El resto del artículo está organizado de la siguiente manera. En
conceptos o información. En algunos casos se duda de que la sección 2 se describen cada una de estas plataformas. En la
sean un género de videojuegos, ya que el concepto no está sección 3 se hace un análisis comparativo entre ellas, lo que
muy desarrollado. nos lleva a elegir dos, para a continuación en la sección 4
presentar los resultados del desarrollo de un juego en esas dos
Además del género anterior, también están los juegos de plataformas. Finalmente en la sección 5 presentamos las
”aventura gráfica”. conclusiones de este estudio.

Cuetos Silvia., Llamas Martín . (2010). Estudio de Pltaformas para el Desarrollo de


Juegos Educativos "POINT AND CLICK". En J.Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 660-667, Santiago de Chile.

660
permite su almacenamiento y posterior búsqueda en
2 Plataformas repositorios basados en estándares de contenido educativo.
Además, pueden exportarse como autoejecutables ”.jar”
2.1 e-Adventure facilitando así su distribución.

La plataforma <e-Adventure>[1] es un proyecto de Las características principales de esta plataforma son:


investigación opensource que aspira a facilitar la integración • OpenSource
de juegos educativos y simulaciones basadas en juegos, en • Sin programación
procesos educativos en general y Entornos Virtuales de • Juegos educativos de ”point and click”
Aprendizaje (VLE) en particular. Esta plataforma ha sido • Juegos en 1ª y 3ª persona
desarrollada por la Universidad Complutense de Madrid, con • Libros, transparencias, videos
tres objetivos principales: • Conversaciones
• Animaciones e inventario
• Reducción de los costes de desarrollo para juegos
• Perfiles de adaptación y evaluación
educativos.
• Exportaciones OA y JAR
• Incorporación de características educativas específicas
en herramientas de desarrollo de juegos. 2.2 Adventure Maker
• Integración de los juegos resultantes con material Adventure Maker [2] es una plataforma diseñada para la
educativo en el contexto de los Entornos Virtuales de creación de juegos ”point and click” y software multimedia de
Aprendizaje. manera muy sencilla. Esta plataforma es similar a la ya
conocida <e-Adventure>, pero en este caso estamos ante una
La utilización de <e-Adventure> como plataforma para la aplicación con licencia freeware, y no ante una plataforma
creación de juegos educativos se debe a las herramientas que opensource. La edición libre nos permite crear juegos muy
ofrece y la facilidad de uso de las mismas. similares a los creados con <e-Adventure> y al igual que esta
no es necesario tener ningún conocimiento de programación.

La aplicación es bastante completa y fácil de usar, incluso


puede crear juegos para PSP, iPod y para iPhone, pero como
veremos algunas de sus características sólo son
implementables para Windows. Con este programa también se
pueden realizar juegos en primera y tercera persona, tours
virtuales, presentaciones, visitas interactivas y programas de
aprendizaje. Tan solo se necesita la secuencia de imágenes que
dispararán los eventos, e incluso si no se dispone de las
imágenes, se puede usar un editor gráfico que está incorporado
en Adventure Maker para hacer los mapas necesarios para el
juego.

Figure 1. Entorno de trabajo e-Adventure

Los usuarios o desarrolladores pueden usar el editor gráfico


para crear juegos, o acceder directamente a los documentos
fuente que describen las aventuras utilizando un lenguaje de
marcado XML. Con el motor de juegos <e-Adventure> y el
editor gráfico <e-Adventure>, instructores (o incluso estu-
diantes) pueden crear aventuras gráficas educativas sin ningún
tipo de formación en programación. El motor <e-Adventure>
incluye un mecanismo de evaluación del contenido que puede
ser usado para evaluar automáticamente al estudiante o para
Figure 2. Entorno Adventure Maker
generar informes leíbles por personas, que posteriormente
podrán ser procesados por instructores o profesores con
propósitos de evaluación. Una vez terminado el proyecto, se guardará como un único
archivo EXE con autoinstalación, de manera que se puede
Adicionalmente, el motor soporta las modificaciones a tiempo distribuir fácilmente (”full edition”) o bien como un conjunto
real del comportamiento del juego con la intención de de ficheros compilados (necesario instalar Adventure Maker
proporcionar experiencias educativas adaptables. Los juegos, para ejecutarlo). Adventure Maker permite además guardar los
pueden ser encapsulados como Objetos Educativos con meta- datos de una partida del juego para su posterior uso, en cuyo
datos estandarizados (IMS CP, AGREGA, SCORM, etc.), que caso el juego se retomaría en el punto donde se dejó
661
anteriormente. Incluso da la posibilidad de aumentar las
capacidades de un juego tras su distribución, esto sería
proporcionándoles a los usuarios del juego un paquete ZIP con
las ampliaciones y indicándoles que descompriman el ZIP e
incluyan los archivos en el directorio donde hayan instalado el
juego. Además, Adventure Maker nos proporciona una serie
de herramientas externas, incluido en el paquete, para la
edición de distintas imágenes, música, efectos de luz, etc.

Las características más destacables de Adventure Maker son:


• Freeware
• Sin programación
• Juegos, vistas interactivas, presentaciones, revistas
interactivas
o Figure 3. Consola y Visor de OpenSim
• Panorámicas 360 (Full Edition)
• Juegos en 1ª y 3ª persona (Full Edition) persona
• Software para Windows, PSP, iPod y iPhone Muchos de los elementos que forman parte del juego, se
• Conversaciones pueden editar a través del visor, pero la mayor parte de las
• Animaciones e inventario funcionalidades de OpenSim, se implementan a través de la
• Ondas de agua y humo línea de comandos o mediante la programación, por lo que son
• Música y videos necesarios unos conocimientos previos. OpenSim puede
• Mensajes por pantalla ejecutarse de manera independiente o autónoma, en un PC, o
• Scripts (Full Edition) bien en modo grid, es decir en red. Es aconsejable ejecutarlo
• Ficheros autoejecutables (Full Edition) previamente de forma autónoma y comprobar que el
funcionamiento es el deseado, antes de utilizarlo para
2.3 OpenSim conectarse a una red o ejecutar una red propia. Los modos de
funcionamientos se distinguen básicamente por los servicios
OpenSimulator [3] es un servidor de aplicaciones 3D que se
UGAIM (User, Grid, Asset, Inventory, Messaging).
utiliza para crear mundos virtuales a los que se puede acceder
desde distintos clientes, con distintos protocolos. Está liberado
En el modo independiente, la región proporciona sus propios
bajo Licencia BSD por lo que su código es abierto, tanto para
interfaces de servicio de UGAIM y estos son controlados en
uso doméstico como comercial. Además OpenSim es
un único proceso. Además, en este modo, las regiones externas
considerado software alfa, es decir, aún está en fase de
no podrán ser adheridas. El modo grid, es más complicado de
madurez, por lo que sus características y funcionalidades
utilizar que el modo autónomo. Ahora los cinco servicios
varían constantemente.
UGAIM mencionados con anterioridad no son parte del
servidor de la región, sino que pueden funcionar por separado
Nos encontramos entonces ante una plataforma para controlar
en la misma máquina o bien dispersos en varios equipos. Esto
un mundo virtual que soporta múltiples e independientes
quiere decir, que cada servicio se ejecuta en procesos
regiones conectadas a un sólo grid centralizado. En cierto
separados y cada proceso puede ejecutarse en diferentes
modo es similar a la Web, donde todo el mundo puede poner
máquinas, lo que potencia el crecimiento del número de
en marcha su propio servidor Web, y enlazarlos a través de
usuarios. Entonces, se podrá servir a una o más regiones que se
Internet. También puede ser usado para crear grids privados,
comunicarán con los servidores centrales activos, inventarios y
como si fuera una intranet privada.
otros datos de gestión. Por lo tanto, hay que configurar y
ejecutar cada uno de los servicios por separado.
A grandes rasgos lo que nos permite es crear múltiples
mundos, múltiples clientes y protocolos accediendo al mismo
Para la creación de los distintos elementos u objetos que
mundo, edición del avatar, simulaciones físicas en tiempo real
forman parte de las regiones existen distintas bibliotecas
y la posibilidad de utilizar diferentes lenguajes. Para poder
(Torley textures, The Freesound Project, etc.) o editores
trabajar con OpenSim es necesario tener descargado e
(GIMP, Blender, Wings 3D, Qavimator, L3DT, Audacity,
instalado, en la máquina, un cliente compatible, que actuará de
etc.). En OpenSim podemos crear texturas, editar terrenos,
visor. Los hasta ahora compatibles con OpenSim serían Linden
incluir sonidos, etc.
Client, Hippo Viewer, RealXtend, Meerkat Viewer y Emerald
Viewer.
Las funcionalidades de OpenSim, que como hemos visto aún
está en fase de desarrollo y está orientada al mundo virtual,
La forma más rápida de empezar a utilizar OpenSimulator es
son:
crear una cuenta en OSGrid y luego conectarse a él a través de
• OpenSource
alguno de los visores mencionados anteriormente. También se
• Necesidad de programación Java, Scripts, etc.
puede conectar fácilmente a cualquiera de las muchas redes
• Aún en desarrollo
públicas en Internet o bien se puede ejecutar un simple
• Similar a la Web
OpenSim independiente (OpenSim en modo autónomo) en el
• Simulaciones en tiempo real
escritorio del PC para crear y previsualizar el contenido. El
• Múltiples clientes, protocolos y mundos
entorno de trabajo es el que se muestra en la figura 3.
• Modo autónomo o red
662
• Librerías y editores externos de usuario. En la figura 4 podemos observar el entorno para el
• Login y logout desarrollo del juego, utilizando en este caso Eclipse.
• Creación de grupos
• Inventario y animaciones
• Sonidos
• Perfil de usuario
• Agua, texturas, nubes, viento, etc.
• Limitación de acceso
• Comprar/vender tierra

2.4 JMonkey Engine


JMonkey Engine (jME) [4] no es una plataforma para la
creación de juegos, sino un motor gráfico 3D en tiempo real de
alta velocidad. Es de código abierto bajo licencia BSD y fue
diseñado para cubrir las carencias de los motores gráficos
escritos en Java. En la actualidad, está siendo usado tanto para
el estudio de juegos comerciales como para las clases de juego
en las universidades, ya que facilita la creación de juegos a los Figure 4. Entorno de Eclipse
usuarios de manera que se pueda poner en marcha un juego en
poco tiempo.
Como ya se comentó, jME se basa en el gráfico de escena, que
Este es un motor que es compatible con OpenGL a través de es una agrupación de nodos ordenados de forma jerárquica en
LWJG y con OpenAL (para los sonidos). función de su localización espacial, es decir, una estructura de
datos en forma de árbol que mantiene los datos del mundo o
JME se basa en el gráfico de escena (scene graph) que permite juego. Los nodos hoja representan los elementos principales
la organización de los datos del juego en una estructura de del juego que serán procesados, mientras que los nodos
árbol. Además, proporciona las clases que facilitan la intermedios ayudarán a gestionar dichos datos. Esta
construcción de los elementos del juego junto con figuras organización en forma de árbol facilita notablemente el
primitivas y facilita la exportación de los distintos elementos desarrollo y procesamiento de los juegos.
desde los editores compatibles. Esto hace que se pueda crear
un juego rápidamente y de manera eficiente. La librería jME nos proporciona siete tipos de juego distintos:
BaseGame, SimpleGame, StandardGame,
Dado que es un motor para la creación de juegos en Java y no SimpleHeadlessGame, FixedFramerateGame,
un creador de juegos, es necesario tener un alto conocimiento FixedLogicrateGame y VariableTimestepGame. Si bien cada
de programación en dicho lenguaje. uno de los diferentes tipos de juego tienen características
únicas y específicas de su propósito, AbstractGame
Para poder trabajar con jME es necesario disponer de los proporciona un conjunto de funciones que no son comunes en
siguientes componentes: todos los tipos de juego y que hay que tener en cuenta. Para
ello se deben de consultar los javadocs que nos proporciona la
• JDK (Java Development Kit): Herramientas necesarias Web de jME.
para el desarrollo del proyecto. Incluye el compilador
de Java y el entorno de ejecución entre otras cosas. Para facilitar el desarrollo de los juegos, existen distintos
• Ant: Herramienta para automatizar la construcción, editores gráficos que nos permiten diseñar los elementos del
prueba y ejecución. juego. Entre otros, tenemos Monkey W3D [5], Blender [6] y
• SVN Subversion: Controlador de las versiones del Wings3D [7]. Los editores nos ayudan a crear los elementos de
archivo. Utilizados para descargar la última versión de las escenas, ya sean animaciones ,texturas, objetos y demás
las fuentes jME. que posteriormente se pueden exportar a JME para ser
• Editor de gráficos 3D (Blender, Wings3D): He- utilizados. Pero el resto de los componentes del juego bien
rramientas para la creación de modelos 3D. sean conversaciones, interacción con los objetos y otras, deben
• LWJGL OPenGL/OpenAL Game Library: OpenGL de ser programadas mediante java.
para los gráficos 3D y OpenAL para el sonido.
• Código fuente de jME: Motor para los juegos 3D. Una vez creado el modelo con Blender o con algunos de los
distintos editores de gráficos 3D que tenemos, debemos
Si no se desea descargar e instalar cada uno de los exportar dicho modelo a un formato que se pueda adaptar al
componentes anteriores, en el orden descrito, se puede utilizar motor gráfico jME. El objetivo es elegir un formato adecuado
una herramienta IDE para facilitar los pasos antes de comenzar de exportación y por lo tanto un script que dote al editor de la
a trabajar. Un IDE es un programa compuesto por un conjunto capacidad de exportar archivos a dicho formato. Uno de estos
de herramientas de programación, que funciona con distintos script de exportación es JME XML Export V2, el cual se puede
lenguajes de programación. Un ejemplo de esto son Eclipse y descargar de la página de nuestro motor gráfico
Netbeans, y en ellas ya se incluye los componentes jMonkeyEngine y cuya ejecución nos proporcionará un fichero
mencionados, facilitando la construcción de interfaces gráficas de salida .xml. Después de tener nuestro fichero de salida en el
formato que se desea y siguiendo los pasos que se indican en
663
los tutoriales que nos ofrece la Web de jME, podremos utilizar empleando las mismas imágenes, tanto para personajes como
el modelo diseñado en el editor de gráficos 3D para la creación elementos.
del juego con jMonkeyEngine.
4.1 Juego 1
Por último observamos las características de jMonkey Engine,
que a diferencia de las anteriores no es una plataforma sino un El juego creado, es un juego educativo de ”point and click”
motor que nos proporciona las librerías para la creación de que pretende mostrar el Camino de Santiago a los usuarios, y
juegos desarrollados en Java: en concreto, el camino Francés ya que es el más universal.
• OpenSource
• Motor/Librería En este caso, para nosotros, el juego comenzará en la primera
• Necesidad de programación Java localidad gallega del camino Francés. Esta localidad es O
• Basado en ”scenegraph” Cebreiro, a 154 kilómetros de Santiago de Compostela
• Uso de editores 2D y 3D externos (España). Esta distancia es suficiente para lograr la
• Importación y exportación de archivos Compostelana (mínimo 100 kilómetros a pie), por lo que los
• Mapeo y texturizado usuarios del juego deberán avanzar a lo largo del mismo
• Efectos de agua, oleaje, partículas, etc. respondiendo a distintas cuestiones, y así lograr puntos para
• Colisiones llegar a Santiago y obtener dicha Compostelana.
• Modelos MD2, MD3, MD5, OBJ, etc.
• OpenGL A lo largo de dicho juego, el jugador podrá ir viendo las
• Formas primitivas (esferas, cubos,etc.) y librerías distintas localidades por las que pasa el Camino, y en cada
etapa encontrará información sobre su Historia y alguna de sus
peculiaridades. En cada escena, se pondrán a prueba los
3 Análisis comparativo conocimientos del jugador, y dichos conocimientos son los
Después de ver las características de las cuatro plataformas, que le ayudarán a obtener la Compostelana.
realizaremos un análisis comparativo de las mismas, desde
distintos puntos de vista, como el coste de desarrollo, En primer lugar, se desarrolló el juego con la plataforma <e-
aplicaciones, conocimientos previos o facilidad de uso. En la Adventure> (ver figura 5), y posteriormente, se procedió a
tabla 1 se muestra el resumen de esta comparación bajo los implementar ese mismo juego en Adventure Maker (ver
puntos de vista mencionados anteriormente. figura 6), intentando que fuesen lo más parecidos posibles, con
el fin de comparar ambas plataformas.
A medida que los conocimientos previos necesarios aumentan,
disminuye la facilidad de uso y por tanto aumenta el coste de Tras realizar el juego en ambas plataformas, y ver los
desarrollo de los juegos, ya que el tiempo de desarrollo será problemas encontrados, podemos compararlas desde distintos
mayor. Con respecto a las aplicaciones <e-Adventure> y puntos de vista. En la tabla 2 podemos observar,
Adventure Maker, están orientadas principalmente al desa- resumidamente, las conclusiones obtenidas tras dicha
rrollo de juegos educativos ”point and click”, mientras que comparación.
OpenSim está más orientada al mundo virtual (relaciones
sociales, chat), y JME permite crear cualquier tipo de juego.
4.2 Juego 2
Una vez analizadas, elegimos a <e-Adventure> y Adventure
Maker (”Free Edition”) para desarrollar un juego y poder hacer Debido a la facilidad que proporciona <e-Adventure> para la
una mejor comparación. evaluación del jugador, nos motivó para desarrollar un juego
de ”point and click” orientado a la docencia y evaluación, y en
El motivo principal para la elección de estas dos plataformas concreto para una asignatura de Arquitectura de Ordenadores
ha sido que ambas son plataformas libres y gratuitas, que se imparte en el segundo curso de Inegniería de
orientadas principalmente al desarrollo de juegos educativos Telecomunicación en la Universidad de Vigo. Para este
”point and click”, y el coste de desarrollo de juegos en ellas es desarrollo partimos del material de evaluación en dicha
mínimo. Además, ambas plataformas proporcionan un entorno asignatura [8].
de trabajo parecido y bastante intuitivo, no siendo necesario
ningún conocimiento previo de programación, por lo que <e-Adventure> permite crear juegos de manera sencilla,
pueden ser utilizadas por cualquier persona. No sería lógico incluso por personas sin conocimientos en dicha plataforma,
comparar, el desarrollo de un juego, con OpenSim y jME ya como material didáctico, donde se puede realizar la evaluación
que como vimos el coste, los conocimientos, la facilidad de del jugador/alumno. El alumno, en este juego, podrá evaluar
uso y sus aplicaciones difieren bastante. sus conocimientos en la representación de números, según
distintos convenios de almacenamiento en memoria y los
distintos formatos, el conocimiento del lenguaje Ensamblador,
4 Juegos el Controlador de Interrupciones, etc.
Para poder comparar mejor y comprobar las características de
las plataformas <e-Adventure> y Adventure Maker se
desarrolla un juego de muestra. Dicho juego se implementará
en ambas plataformas buscando las mismas funcionalidades y

664
Ptos. de vista e-Adventure Ad. Maker OpenSim JME
Conocimientos previos No son necesarios No son necesarios salvo Programación en Java, Programación en Java
para trabajar con Full Scripts, conocimiento fluida
Edition del funcionamiento de
la red, etc.
Facilidad de uso Fácil de utilizar por Sencilla de utilizar, Menor facilidad de uso, Mayor dificultad
cualquier persona similar a <e- trabajo por línea de dependiendo de los
Adventure> comandos conocimientos de los
desarrolladores
Coste de desarrollo Mínimo coste Mínimo coste (Free Mayor coste debido a Coste mayor, mayor
Edition), funcionalidad los conocimientos tiempo de desarrollo y
limitada previos y al tiempo de más conocimientos
desarrollo necesarios
Aplicaciones Orientada a juegos edu- Juegos educativos, Orientada al mundo vir- Permite la creación de
cativos ”point and visitas interactivas, tual cualquier tipo de juego
click” panorámicas, etc.
Table 1: Comparación de las plataformas

Pto. vista e-Adventure Adventure Maker


Entorno Fácil de entender y utilizar, todos los elementos
Fácil de entender aunque no proporciona a simple
editables visibles vista todos los elementos editables
Facilidad de uso Fácil de utilizar, manual completo Sencilla de utilizar, necesaría una base de ingles,
manual muy simple
Funcionalidad Permite juegos en 3ª persona, conjuntos de diapo- No permite 3ª persona (Free Edition), ni conjuntos
sitivas, exportaciones ”.jar”, conversaciones de diapositivas, ni exportaciones ”.jar”, y además
(sintonizadas o no) asociadas a los personajes las conversaciones sólo se asocian a los frames
Tiempo/Coste Menor tiempo de desarrollo Mayor tiempo de desarrollo debido a la edición de
las conversaciones y variables
Problemas Introducción de conjuntos elevados de diapositivas No permite el uso de conjuntos de diapositivas, ni
en un solo bloque, sintonizador de voz de baja libros, ni la fácil edición de cuestiones tipo test
calidad
Aplicaciones Juegos educativos con posibilidad de evaluación Juegos educativos donde no se incluyan
del jugador conversaciones con cuestiones multirrespuesta
Table 2: Comparación e-Adventure versus Adventure Maker

Figure 5. Edición de escenas e-Adventure Figure 6. Unión de escenas en Adventure Maker

665
El alumno, puede elegir los ejercicios en el orden que desee, y manera sencilla, realizando el menor número de modi-
cuando pulse sobre alguno de ellos se dirigirá a la escena ficaciones posibles.
correspondiente del ejercicio. En las distintas escenas de los
ejercicios (figura 7) el alumno observará en la parte superior
izquierda, la figura que represente el ejercicio, bien sea una
5 Conclusiones
porción de la memoria o bien parte de código. Después de haber estudiado estas cuatro plataformas, teniendo
en cuenta entre otras cuestiones el tipo de juego que se desee
En la parte superior de algunas escenas se le proporcionan al desarrollar, el coste y el tiempo de desarrollo del que se
jugador los pulsadores para acceder a la documentación, y en disponga, se puede elegir una u otra, nos conducen a las
la parte central estará el profesor. Lo que debe hacer el alumno siguiente conclusiones sobre ellas:
en cada escena, es observar la figura que represente al
ejercicio, y ver la documentación, si es que la hay, antes de • JMonkey Engine: Nos permite crear cualquier tipo de
dirigirse al profesor para hablar con él. Este personaje del juego, sin limitacion de funcionalidades, pero a un
profesor le indicará sobre qué trata el ejercicio y le mostrará coste mayor, debido a los conocimientos que han de
las cuestiones de evaluación. tener los desarrolladores y al tiempo empleado en su
creación.

• OpenSim: Permite crear juegos educativos en 3D, pero


está más orientada al mundo virtual, donde se pueden
realizar visitas virtuales, mantener relaciones sociales
en tiempo real, etc., que a los juegos educativos ”point
and click”. El coste de obtención de un juego en esta
plataforma, al igual que en la anterior, no es desdeñable
debido a los conocimiento de los desarrolladores y al
tiempo empleado.
• Adventure Maker: Plataforma que nos permite crear
juegos educativos ”point and click”, visitas
interactivas, presentaciones, etc. de manera muy
sencilla, sin ningún conocimiento en programación, por
lo que el coste de desarrollo de un juego en ella, es
mucho menor que en OpenSim o JME.

Figure 7. Ejemplo escena de ejercicio de juego 2 en e-adventure • <e-Adventure>: Es la plataforma, de entre las cuatro,
más sencilla de utilizar y con la cuál se obtienen juegos
Al finalizar el juego se le mostrarán los resultados obtenidos educativos ”point and click”, con mayor número de
en las preguntas, por medio del informe de evaluación (figura funcionalidades, a un menor coste.
8) que aparecerá por pantalla y que si se desea, puede ser
configurado para enviar al profesor (bajo consentimiento del Elegimos las <e-Adventure> y Adventure Maker como las más
alumno). apropiadas para desarrollar el juego, basado en el Camino de
Santiago, por ser gratuitas, por su facilidad de uso, similitud y
el bajo coste de desarrollo de juegos en ellas. Tras haber rea-
lizado el análisis del desarrollo de dicho juego y ver los
problemas encontrados, podemos concluir:
• La plataforma Adventure Maker no es tan eficiente
para crear juegos educativos en los que se incluyan
cuestiones tipo test, donde el jugador deba conversar
con un personaje y darle una respuesta.

• Adventure Maker está más orientada a los juegos


”point and click” en los que no hay interacción directa
entre personajes y jugador, a través de conversaciones
multirrespuesta. Es muy útil para crear visitas
interactivas (sin dicho tipo de conversaciones),
presentaciones, etc., tal y como se vió en el capítulo
correspondiente.

• La plataforma <e-Adventure> es muy útil para crear


juegos con cuestiones tipo test, ya que el editor
Figure 8. Informe de evaluación. proporciona la creación de conversaciones con nodos
específicos para ese fin.
Dado que el juego está destinado a utilizarse como material de
• <e-Adventure> proporciona más funcionalidades de
apoyo en la asignatura, se desarrolló teniendo en cuenta dicho
manera más sencilla, lo que hace que el tiempo de
fin, de forma que el profesor pueda modificarlo según desee de
666
desarrollo sea menor y por lo tanto se obtenga un buen
juego a un menor coste.

• Además, <e-Adventure>, permite adaptar los juegos a


los distintos usuarios y evaluarlos, gracias a los perfiles
de adaptación y evaluación, característica no
implementada en Adventure Maker.

Por lo tanto, en el contexto del estudio realizado y con los


objetivos planteados en el mismo [9], <e-Adventure> puede
considerarse la mejor de las plataformas para el desarrollo de
juegos educativos ”point and click”, ya que proporciona mayor
número de funcionalidades, permite la evaluación del jugador
y la adaptación de los juegos a los distintos usuarios, facilita la
creación de conversaciones tipo test y permite la creación de
un juego en poco tiempo, por lo que se obtienen buenos juegos
con un coste mínimo.

6 Agradecimientos
Este trabajo ha sido realizado en el seno de la acción de
coordinación CYTED código 508AC0341 "SOLITE 1:
Software Libre en Teleformación"

References
[1] <e-Adventure>: http://e-adventure.e-ucm.es.[Último
acceso Marzo de 2010]
[2] Adventure Maker Freeware:
http://www.adventuremaker.com.[Último acceso Marzo
de 2010]
[3] OpenSimulator: http://opensimulator.org.[Último acceso
Marzo de 2010]
[4] jMonkeyEngine.com Serious Monkey. Serious Engine:
http://www.jmonkeyengine.com.[Último acceso Marzo
de 2010]
[5] Monkey World 3D: http://mw3d.org. [Último acceso
Marzo de 2010]
[6] Editor gráfico Blender: http://www.blender.org. [Último
acceso Marzo de 2010]
[7] Editor gráfico Wings3D: http://www.wings3d.com.
[Último acceso Marzo de 2010]
[8] Martín Llamas Nistal y Manuel J. Fernández Iglesias.
”Arquitectura de Ordenadores I: Ejercicios de
Examen”.Tórculo Edicións. España. ISBN84-8408-362-
4, Octubre 2005
[9] Silvia Cuetos Begega (Tutor: Martín Llamas Nistal).
”Estudio de Plataformas para el Desarrollo de Juegos
Educativos”.Proyecto Fin de Carrera. E.T.S. Ingenieros
de Telecomunicación. Universidade de Vigo. España.
Julio 2010

1
http://remo.det.uvigo.es/solite
667
668
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

MODELO PEDAGÓGICO DE GESTIÓN DEL


CONOCIMIENTO Y MODELO INCREMENTAL DE
PROTOTIPOS APLICADOS AL DESARROLLO DE
PLATAFORMAS EDUCATIVAS
Marcelo Careaga Butter Angélica Avendaño Veloso Laura Jiménez Soto
Universidad Católica de la Santísima Universidad de Concepción Universidad Católica de la Santísima
Concepción Facultad de Medicina Concepción
Chile Chile Chile
mcareaga@ucsc.cl aavenda@udec.cl ljimenez@ucsc.cl

RESUMEN
Las nuevas formas de enseñar y de aprender, en contextos mixtos
de aprendizaje (presencial+ virtual), emergen como demandas de Palabras claves
los paradigmas educativos que se configuran en la transición hacia Diseño, Plataformas Educativas, Modelos, Gestión del
la postmodernidad. El desarrollo de Plataformas Educativas, como Conocimiento, Prototipos.
parte de dichos contextos, requiere considerar modelos
epistemológicos y de diseño tecnológico, que permitan obtener
ambientes de trabajo pedagógico eficaces. Los escenarios de 1. INTRODUCCION
aprendizaje virtuales, pueden conformarse como comunidades La irrupción de las Tecnologías de Información y Comunicación
inteligentes, capaces de pensarse a sí mismas y de gestionar su (TIC) en la sociedad y la cultura trajo aparejada una nueva
conocimiento, complementando la docencia presencial con epistemología, la Epistemología Virtual. Ésta es una forma nueva
docencia virtual. Se necesita asociar la integración curricular de de comportamiento del conocimiento que basa su dinámica en la
TIC con nociones de Gestión del Conocimiento [1], para agregar conformación de redes de colaboración, establecidas entre
valor epistemológico al uso de tecnologías para el aprendizaje. personas e instituciones, que sustentan su quehacer en generar
También, para considerar y resolver la complejidad del diseño de Capital Social a partir de la transferencia del Capital Intelectual
estos ambientes, es necesario aplicar una metodología de individual. Dichos procesos se desencadenan porque existen
desarrollo que sea incremental, interdisciplinaria y escalable, relaciones, entre complejos tramados de decisiones automatizadas
garantizando que los aspectos comunicacionales, pedagógicos, radicadas en sistemas comunicacionales digitales, con sujetos
didácticos, tecnológicos y de gestión hayan sido debidamente inteligentes que las activan a partir de decisiones muy simples,
considerados y resueltos equilibradamente. para lograr administrar información y transferir conocimiento
distribuyendo eficazmente sus constructos intelectuales y sus
Este artículo da cuenta de dos modelos de referencia, Modelo experiencias.
Pedagógico de Gestión del Conocimiento y Modelo Incremental
de Prototipos, para el desarrollo de Plataformas Educativas. Sin embargo, este comportamiento epistemológico inédito,
Incorpora, a manera de ejemplos de aplicación de dichos modelos, encierra una de las paradojas más notables de esta nueva era. La
tres experiencias de investigación y desarrollo, realizadas en Gestión del Conocimiento, como disciplina emergente propia de
distintos niveles del Sistema Educacional chileno, las que han la transición cultural hacia la postmodernidad, de manera bastante
tenido como finalidad conformar redes de contactos, para incomprensible se integró con naturalidad y casi con exclusividad
desarrollar redes de colaboración y afianzar redes de confianza, en en las grandes empresas, con el propósito de mejorar la eficiencia
torno a personas e instituciones que han compartido propósitos productiva, generando una especie de Gestión del Conocimiento
educativos de interés común. Productivo y, sin existir una razón aparente, aún se mantiene muy
alejada de los ámbitos educacionales. Dado este contexto, es
Categorías y descriptores del tema aconsejable iniciar todos los esfuerzos para integrar
J. Aplicaciones computacionales. Educación. curricularmente la Gestión del Conocimiento en ámbitos
académicos, en los que sea posible generar las condiciones para
Términos generales que docentes y alumnos construyan su conocimiento
Diseño. colaborativamente.

Careaga, Marcelo., Avendaño, Angélica., Jiménez, Laura. (2010). Modelo Pedagógico


de Gestión del Conocimiento y Modelo Incremental de Prototipos aplicados al
Desarrollo de Plataformas Educativas. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano
de Informática Educativa, Volumen 1, pp 668-675, Santiago de Chile. 669
Una de las formas pedagógicas más naturales, que asume la CREACIÓN de conocimiento: implica que los gestores de
integración curricular de TIC, la constituyen las Comunidades conocimiento, utilizando como marco de referencia las fuentes de
Virtuales de Aprendizaje (CVA), en las cuales es posible información obtenidas de sus investigaciones, incorporan su
desarrollar gestión del conocimiento. Dichas CVA se sustentan en experiencia y conocimientos previos, recogen los propósitos
Plataformas Educativas, las que necesitan ser concebidas desde demandados de su centro de interés e integran los aportes nuevos
enfoques epistemológicos y metodologías interdisciplinarias que que emergen como resultados de sus reflexiones teóricas o
logren resolver los aspectos teóricos, pedagógicos, tecnológicos y aproximaciones prácticas a la cosa, hecho, fenómeno,
de gestión asociados a su diseño, desarrollo y seguimiento. circunstancia, símbolo o idea indagada (consiste en logros de
aprendizaje, ideas, proyectos, propuestas, etc. que son creadas).
El referente epistemológico consiste en un Modelo Pedagógico de
Gestión del Conocimiento [2] que se aplicó en las experiencias TRANSFERENCIA de conocimiento: en educación implica que
más adelante detalladas. Considera un circuito iterativo que los gestores son capaces de difundir sus logros de aprendizaje y
caracteriza las formas de acceder y representar información, de recursos utilizados para aprender, en Redes de Gestores de
crear y transferir conocimiento. Su finalidad es promover, como Conocimiento, en las cuales comparten espacios virtuales donde
dinámica del aprendizaje, el desarrollo de constructos construyen colaborativamente la didáctica (consiste en transferir
intelectuales y prácticos que emergen como resultados de las conocimientos para establecer redes de colaboración dinámicas
propias experiencias de aprender, para transformar dichos donde todos, desde su capital intelectual (individual), contribuyen
constructos en un potencial de distribución de conocimiento. a un capital social (colaborativo).
Cuando los constructos quedan disponibles en el ciberespacio,
para transferirlos a través de redes de colaboración pedagógica, se Este modelo implica una nueva epistemología, la Epistemología
hace posible sostener una economía del conocimiento sostenida en Virtual. Ésta es una forma nueva de comportamiento del
un circuito virtuoso de Gestión del Conocimiento Educativo. conocimiento que basa su dinámica en la conformación de redes
de contactos, que se desarrollan como redes de colaboración y se
afianzan como redes de confianza. Dichas redes son establecidas
entre personas e instituciones, que sustentan su quehacer en
generar Capital Social a partir de la transferencia del Capital
Intelectual individual. Dichos procesos se desencadenan porque
existen relaciones, entre complejos tramados de decisiones
automatizadas radicadas en sistemas comunicacionales digitales,
con sujetos inteligentes que las activan a partir de decisiones muy
simples, para lograr administrar información y transferir
conocimiento distribuyendo eficazmente sus constructos
intelectuales y sus experiencias.
El referente utilizado para el diseño y desarrollo de las
plataformas fue el Modelo Incremental de Prototipos para
Plataformas Educativas. [3]

Figura 1. Circuito pedagógico de la Gestión del Conocimiento


Considera cuatro niveles relacionados: acceso y representación de
información, creación y transferencia de conocimiento. Subyacen
tres procesos: desarrollo del Capital Intelectual, capitalización del
conocimiento y desarrollo del Capital Social. Esto implica que el
modelo se aplica para vincular administración de información con
Gestión de Conocimiento.
ACCESO a la información: significa que los gestores de
conocimiento (consiste en compartir fuentes de información, que
pueden ser de interés, para las temáticas de estudio y trabajo
profesional) comparten un centro de interés acerca del cual
investigan y obtienen fuentes primarias y secundarias de
información relevante.
REPRESENTACIÓN de información: acerca de los resultados de Figura 2. Modelo Incremental de Prototipos para Plataformas
las indagaciones (implica aportar aproximaciones, conceptuales o Educativas
prácticas, relacionadas con la temática que se está estudiando).
Los gestores experimentan una primera aproximación conceptual, La aplicación del modelo implica la conformación de equipos
en la cual se involucran intelectual y cognitivamente con los interdisciplinarios integrados por: especialistas en informática
contenidos o experiencias investigadas, aportando un primer nivel educativa y gestión del conocimiento, ingenieros informáticos,
de análisis conceptual que puede ser de tipo descriptivo o programadores, especialistas en los contenidos, metodólogos,
comprensivo. didactólogos y expertos en evaluación.
Considera las siguientes fases:

670
INCUBACIÓN: Discusión acerca de la idea fuerza sustentada en en investigación-acción, se indagó acerca de los niveles de
requerimientos pedagógicos. Considera un "análisis preliminar" conocimiento tecnológico de los docentes y alumnos
que permita depurar, profundizar y fundamentar la idea en cuatro universitarios, los distintos tipos de uso de TIC y acerca de la
circuitos equilibrados: teórico, pedagógico, tecnológico y de innovación en las prácticas docentes asociadas a estos usos.
gestión.
La muestra estuvo conformada por 46 docentes y 380 estudiantes
PROTOTIPO 1: Debe incluir los diseños: pedagógico, universitarios. Algunos antecedentes, acerca de la información
comunicacional, didáctico, técnológico y de gestión. Considera obtenida, se pueden representar de la siguiente forma:
sub-fases de evaluación y optimización.
Criterio 3: Conocim iento y Habilidades Tecnológicas
3.2.- Por favor, m arque todos los sistem as, utilitarios y/o program as
PLAN PILOTO: Fase experimental en que los diseños se someten com putacionales que usted sabe usar:
a situaciones pedagógicas y tecnológicas límites (mínimas y
máximas) probando el funcionamiento de los sistemas y el
desempeño de los usuarios en contextos reales de aplicación.
Creación pág. Web 47
14
PROTOTIPO 2: Versión optimizada de los diseños pedagógico, 17
Proc. De audio 5
comunicacional, didáctico, técnológico y de gestión. 17
Proc. De videos 5
RUTINIZACIÓN: Fase de funcionamiento sostenido en el Videoconferencias 3
10

tiempo, en el cual el sistema pedagógico y tecnológico New s o listas 15


50

demuestran su robustez. Chat 18


60,0

Nav. en Internet 100


EXPANSIÓN: Fase que itera el ciclo ampliando la cobertura de 30
Correo electrónico 100 Porcentaje
influencia de la solución pedagógica y tecnológica que se ha 30
20 Docentes
Paquetes estadist. 6
desarrollado y validado.
Proc. De Imágenes 50
15
Dibujador 80
24
Dis. Present. 93,3
28
2. EXPERIENCIAS I&D EN LAS QUE SE Bases de datos 60
18
APLICARON LOS MODELOS Hoja Cálculos 28
93,3

Proc. De Textos 96,7


29
2.1 Red Interuniversitaria para la Window s'98/2000 30
100

Investigación Colaborativa Window s'95 27


90

MS-DOS 57
17

0 20 40 60 80 100 120
En el año 2002, se conformó una Red Interuniversitaria para la
Investigación Colaborativa [4] (Careaga, M.; 2004), integrada por
12 universidades chilenas, las cuales colaboraron integrando Figura 4. Modalidades de uso de TIC en la docencia
curricularmente TIC para innovar la docencia de pregrado. Su universitaria
finalidad consistió en influir positivamente, a través del uso de
(TIC), en la gradual instauración de nuevos modelos curriculares
en el Sistema de Educación Superior Chileno, con el fin de
promover una cultura de innovación en el quehacer pedagógico.
Se trabajó colaborativamente en una Plataforma Virtual de
Comunicaciones, en la cual se promovió la Gestión del
Conocimiento, a través de espacios de colaboración en red.

Figura 5. Procesamiento cualitativo tendencias de opinión


relacionadas con expectativas de uso de TIC de alumnos
universitarios
Las conclusiones principales, de esta I&D relacionada con
Figura 3. Plataforma Red Interuniversitaria Gestión del Conocimiento en Educación Superior, fueron:

Con un diseño de investigación de tipo cuali-cuantitativo, basado  La información obtenida no da cuenta de modelos de

671
innovación asociados al uso de TIC en la docencia presenciales de asesoría pedagógica, talleres y seguimientos,
universitaria. acompañadas de trabajo pedagógico en ambientes virtuales
soportados en una plataforma multimedial en línea.
 Existe dispersión en las competencias tecnológicas de los
docentes y estudiantes.
 El uso de TIC impacta positivamente la docencia, mejorando
la motivación y la autonomía del aprendizaje.
 Existe una brecha entre la oferta metodológica con uso de
TIC que hacen los docentes y las expectativas de uso de los
estudiantes.
 Los estudiantes que están ingresando a las universidades
constituyen una generación de transición en cuanto a
intensidad, diversidad y expectativas de uso de TIC en el
quehacer académico.
 Los docentes, cuando participan en procesos de innovación
con uso de TIC, aumentan la intensidad de uso y mejoran la
diversidad de su oferta metodológica.

2.2 TIC-ETP: Integración de TIC en


Educación Técnico Profesional
Figura 6. Plataforma TIC-ETP
Durante los años 2004-2006, el Área de Estudios y Proyectos, de
la Red Enlaces del Ministerio de Educación de Chile, adjudicó
financió un Plan Piloto relacionado con aplicaciones de TIC en la
El Modelo de Gestión de Conocimiento aplicado en este proyecto
Enseñanza Media Técnico Profesional. La finalidad era mejorar
fue el siguiente:
las prácticas pedagógicas transfiriendo recursos didácticos y
logros de aprendizaje para promover una corriente innovadora,
basada en redes de colaboración pedagógica conformada por
profesores y alumnos.
El modelo de aplicación incluyó cuatro líneas de trabajo:
1. Conformar una Red de Focos de Innovación: Establecida
sobre la base de experiencias pedagógicas, desarrolladas en 9
liceos y colegios Técnico Profesionales de las regiones V,
VIII y Metropolitana, que sean representativas de las
especialidades de mayor impacto en la economía regional.
2. Disponer de insumos curriculares: Basados en la realización
de estudios curriculares sustentados en: a) análisis acerca de
los módulos de las especialidades ETP; b) en la evaluación
de las expectativas y tendencias de opinión acerca de los usos
de TIC, de profesores y alumnos participantes; c) en la
evaluación de las necesidades de desempeño profesional,
demandadas desde el mundo productivo; y d) en la
triangulación de esta información para detectar los niveles de
consistencia existentes entre el diseño curricular, las
prácticas pedagógicas, los perfiles de egreso y los
desempeños profesionales. Figura 7. Modelo de Gestión del Conocimiento TIC-ETP
3. Diversificar la oferta metodológica: Por medio de la
complementación de los escenarios de aprendizaje
Considerado este modelo para promover la Gestión del
presenciales con ambientes virtuales que favorezcan la
Conocimiento, es posible extrapolar cinco propósitos que
investigación, la colaboración y la gestión del conocimiento.
justifican la transferencia de experiencias pedagógicas con uso de
4. Optimizar experiencias pedagógicas para promover su TIC en la Educación Técnico Profesional:
transferencia: Aplicando diseños de investigación-acción a
1. Se transfiere conocimiento para impulsar la creación de
las prácticas pedagógicas relacionadas con uso de TIC en la
nuevas experiencias o lograr la diversificación de las
ETP, para promover la robustez pedagógica y tecnológica de
mismas.
dichas experiencias, con la finalidad de lograr su
transferencia a otros establecimientos. 2. Se promueve la transferencia para lograr una ampliación de
la capacidad de producción pedagógica y el aumento de la
Su estrategia fue mixta (tipo b-learning), considerando instancias
cobertura sobre la cual impactan las experiencias.

672
3. Se busca establecer contactos de colaboración para permitir
compartir las experiencias y capacidades pedagógicas y Proporción docum entos editados en
tecnológicas instaladas. Plataform a TIC-ETP

4. El propósito asociado más importante es el mejoramiento de 8% 11%


las experiencias disponibles.
5. La finalidad es crear un entorno en el cual los que innoven 44%
constituyan un aporte efectivo a la creación de una corriente 37%
de innovación en educación escalada a nivel nacional e
internacional.
Experiencias pedagógicas Foros Focos Innovación
Diario Mural Páginas personales
Principales indicadores de funcionamiento de la red fueron los
siguientes:
Figura 8. Edición de documentos en la Plataforma TIC-ETP
 Conformación de una red de 9 liceos y 20 Focos de
Innovación Pedagógica.
Los resultados más relevantes, de esta I&D relacionada con
 Asesoría prestada por 4 universidades: Universidad de Gestión del Conocimiento en Educación Técnico Profesional,
Concepción, Católica de Valparaíso, de Santiago y Católica fueron:
del Maule.
 La totalidad de los Focos de Innovación publicaron sus
 Se diseñó una plataforma de comunicaciones para la Red de Fichas de Experiencias.
Focos de Innovación y se registró el dominio TIC-ETP.
 Todos los profesores responsables al menos publicaron un
 Participaron 66 profesores, considerando profesores Modelo de Transferencia.
responsables y asesores en liceos.
 Los alumnos publicaron numerosos productos pedagógicos.
 Participaron 665 alumnos.
 En todos los Focos de Innovación se constituyeron las Mesas
 Se registraron 23 profesores acreditados en los focos de de Trabajo Pedagógico.
innovación.
 Fueron provistos todos los Insumos Curriculares
 Se acreditaron 12 visitas. comprometidos.
 En total participaron en la plataforma 766 personas.  En los Focos de Innovación se promovió la diversificación
del uso de TIC.
 Fueron efectuadas 1.140.- publicaciones, entre modelos de
transferencia, productos pedagógicos y recursos didácticos.  Se acreditaron 23 docentes externos en los Focos de
Innovación, para promover la transferencia.
 Hubo un tráfico de 21.676.- eventos en ambientes virtuales
comunes, tales como Foros de Asesores, Profesores  No se aplicó seguimiento a la Transferencia, por limitaciones
Responsables, Alumnos y Centro de Recursos. de tiempo y porque no estaba considerado en el diseño del
Plan Piloto.
 Se efectuaron 206.619.- visitas de lectura a la plataforma.

2.3 Formando Profesores en Redes de


Gestores de Conocimiento
Este proyecto se realizó el año 2008. Tuvo como finalidad innovar
en la formación de profesores, introducir nociones de
epistemología virtual a la pedagogía, para modernizar las formas
de enseñar y las formas de aprender. La estrategia que se aplicó
fue mixta (vitual+presencial). Consistió en conformar Redes de
Gestores de Conocimiento, integradas por docentes y alumnos de
Tabla 1. Participantes Plataforma TIC-ETP Formación Inicial Docente (FID) vinculados con profesores en
ejercicio y alumnos de escuelas (5° Básico) y liceos (2° Medio),
quienes se asociaron para construir colaborativamente la didáctica
relacionada con las tareas escolares. El proyecto fue financiado
por el Ministerio de Educación de Chile y requerido por el Centro
de Educación y Tecnología – ENLACES. La institución ejecutora
fue la Facultad de Educación de la Universidad Católica de la
Santísima Concepción, quien lo implementó en la VIII región. El
Centro CostaDigital, de la Pontificia Universidad Católica de
Valparaíso, fue institución colaboradora que replicó el proyecto
en la V región. Los agentes principales fueron los estudiantes de
pedagogía quienes desarrollaron sus competencias pedagógicas

673
TIC innovando en las formas de enseñar y aprender, conformando
Redes de Gestores de Conocimiento, con alumnos de
establecimientos básicos y medios. La muestra estuvo conformada
por 4 escuelas y 4 liceos, 291 alumnos (básicos y medios), 14
profesores de aula, 60 estudiantes universitarios de pedagogía y 9
docentes universitarios.
El diseño de evaluación se sustentó en un enfoque de tipo cuali-
cuantitativo asociado al desarrollo de una investigación-acción.
Consideró una fase de investigación diagnóstica (tipo pre-test),
basada en la utilización de instrumentos tipo encuestas. Además,
se realizaron seguimientos de procesos aplicando la técnica de
focus group, para obtener información sobre tendencias de
opinión y evaluaciones de salida aplicando encuestas a manera de
post-test.

Área Pedagógica

Aspectos Sociales, Éticos Competencias TIC Fundamentos Figura 10. Modelo de Economía del Conocimiento para Redes
Aspectos Técnicos de Gestores del Conocimiento
Formación Inicial de Profesores UCSC

Investigación empírica
La estrategia consistió en trabajar en las aulas y la plataforma,
complementando contextos presenciales y virtuales de
Estudiantes de Pedagogía Docentes Facultad Profesores en ejercicio Alumnos establecimientos
aprendizaje. El contexto presencial fue conformado por los
alumnos de los establecimientos, los mentores (alumnos de
Encuesta Pre y Post Focus group
pedagogía), los profesores de aula y un representante del equipo
de gestión del proyecto. El contexto virtual se constituyó por los
Triangulación mismos actores anteriores, más el aporte de los docentes
universitarios, y en algunos casos, jefe de UTP y profesores de
aulas de otro curso que no fue intervenido por el proyecto. Toda
Figura 9. Modelo de investigación Redes de Gestores de esta Red se consolidó con el objetivo de desarrollar competencias
Conocimiento TIC en los alumnos de Formación Inicial Docente que
participaron del proyecto.
En relación con la integración en el marco curricular chileno y en
las orientaciones de las políticas de Enlaces del modelo educativo- Las principales estrategias metodológicas, involucradas en la
pedagógico utilizado, se definió que: intervención, fueron:

 El Modelo de Gestión del Conocimiento utilizado aporta un 1. Apresto pedagógico y tecnológico: Consistió en la creación
referente epistemológico, que orienta la integración de las condiciones pedagógicas y tecnológicas para la
curricular de TIC, especialmente en las aulas de clases, en las integración curricular de TIC, atendiendo preferentemente
cuales las tecnologías contribuyen a mejorar las tareas las prácticas pedagógicas mixtas (presencial+virtual) y su
escolares, por medio de la transferencia de conocimiento y relación con la Gestión del Conocimiento y la construcción
recursos didácticos entre los estudiantes que aprenden. colaborativa de la didáctica.

 El modelo busca vincular a los estudiantes de pedagogía, a 2. Intervención pedagógica con uso de TIC: La estrategia mixta
través de prácticas pedagógicas progresivas con TIC, a las se sustentó principalmente en la vinculación de los alumnos
aulas de clases. Se experimenta una práctica pedagógica de pedagogía con los alumnos de los establecimientos de la
mixta, en la cual se complementa la docencia presencial con muestra, quienes establecen relaciones pedagógicas
docencia virtual. horizontales con el propósito de gestionar conocimiento
relacionado con las tareas escolares, para en conjunto
 Se trata de crear condiciones para que los estudiantes de construir colaborativamente la didáctica. Se implementó a
pedagogía adviertan que es posible utilizar pedagógicamente través de mentorías presenciales y tutorías virtuales.
las TIC sobre la base de un paradigma epistemológico nuevo,
basado en la gestión del conocimiento, por medio del cual se 3. Apoyo docente a la innovación pedagógica con uso de TIC:
busca vincular el capital intelectual (que es individual) con la Los Docentes de la Facultad y los profesores en ejercicio,
conformación de capital social (que es colectivo), a través de que participaron en el estudio, establecieron relaciones de
una economía del conocimiento, entendida como la colaboración pedagógica, compartiendo información y
capitalización de conocimiento que se logra cuando éste se experiencias en Foros Pedagógicos Virtuales.
transfiere. El apoyo a las tareas escolares, organizado en
torno de comunidades virtuales de aprendizaje, permite llevar
este modelo a la práctica pedagógica.

674
En el caso de los alumnos de los establecimientos involucrados, se
puede concluir que, el hecho de haber trabajado con esta
metodología y haber utilizado los recursos TIC como
complemento a sus clases presenciales, provocó en ellos
motivación y felicidad por aprender matemática, y en el caso de
los alumnos de enseñanza media, aprender biología. En el último
caso, hubo cierto inconformismo con los recursos existentes en
sus establecimientos por estar fuera de época y por ser poco
eficientes. Esta situación provocó lentitud en el desarrollo del
mismo proyecto.
Figura 11. Modelo de mentorías presenciales y tutorías
virtuales Redes de Gestores del Conocimiento
2.4 Observatorio virtual para la gestión del
Un ejemplo de información relevante obtenida: conocimiento en educación
En el trabajo académico virtual, con los alumnos de nivel
Criterio 4: Uso de TIC en el quehacer universitario
universitario, son aplicables algunos de los elementos que los
4.10.- Participar en grupos virtuales de colaboración
para apoyar los aprendizajes
distintos enfoques y modelos de Gestión del Conocimiento hacen
referencia. En primer lugar, todo lo que dice relación con el
100% 90,90% compromiso de la organización para favorecer, estimular y
80%
retroalimentar las iniciativas tendientes a innovar las prácticas
54,5% pedagógicas, es una de las condiciones que progresivamente se ha
60% Pretest
36,36% estado aplicando en las organizaciones universitarias. Sin
40% Postest
embargo, aún hay mejoras que pueden incorporarse en forma
20% 9,00% gradual de modo de ofrecer cada día mejores condiciones de
0% aprendizaje, tanto para alumnos como para docentes. Entre estas
Sí No se pueden destacar: mejorar la infraestructura informática y de
comunicaciones, para promover la gestión de conocimiento
Figura 12. Uso de TIC estudiantes de pedagogía Redes de basada en la colaboración en red, la publicación de los constructos
Gestores del Conocimiento intelectuales, avances científicos y teóricos logrados por los
alumnos y docentes universitarios; aumentar la cobertura de la
Efectuada la triangulación entre la información cuali-cuantitativa, docencia virtual, especialmente la docencia mixta, la que permite
las principales conclusiones son las siguientes: complementar los espacios de los lugares con los espacios de los
 Tanto los resultados cuantitativos como cualitativos flujos [5] (Castells, 2001), para superar las limitaciones de tiempo
demuestran que los estudiantes de FID aumentaron sus y espacio y potenciar la capacidad de transferir conocimiento; la
competencias TIC relacionadas con el uso de tecnología flexibilidad organizacional, que el caso de las organizaciones
como apoyo a sus procesos metodológicos, pedagógicos y académicas, puede permitir flexibilizar y distribuir el currículo,
como uso personal. ampliando los ámbitos de acción de la universidad hacia
segmentos sociales que tradicionalmente no han tenido acceso a la
 Estas competencias son también desarrolladas en otros formación de pregrado, postgrado y perfeccionamiento.
actores involucrados en el trabajo pedagógico en Redes de
Gestores de Conocimiento, profesores de aula y docentes Otro aspecto interesante es el aprendizaje colaborativo que se
universitarios. realiza en ambientes virtuales, a través del aprendizaje individual,
de captación, estructuración y luego de transmisión y de compartir
 Los estudiantes plantean sentirse favorecidos de haber el conocimiento, es posible llegar a postular que existe el
participado en un proyecto que involucrará las TIC en su aprendizaje organizativo. Si existe este aprendizaje organizativo,
proceso de formación, ya que no las habían utilizado de esta es posible aumentar las capacidades de la organización y esto,
forma. aplicado a las instituciones educativas, tiene gran valor para todos
los miembros de la comunidad educativa. La información
 Los docentes consideran que la construcción colaborativa de
expuesta y disponible, utilizando plataformas virtuales, en el que
los procesos de enseñanza- aprendizaje, junto a los alumnos,
cada uno de los miembros de la organización, aporta experiencias,
favorece el clima de trabajo y creen que también mejora la
datos, recursos pedagógicos, investigaciones y otros recursos, se
motivación para realizar las actividades de aprendizaje, pues
convierten finalmente en conocimiento, el cual contribuye a
el utilizar estos medios hace que ellos se sientan más
aumentar el capital intelectual de la organización. Se hace
partícipes de sus procesos.
indispensable contar con el soporte tecnológico, y con todas las
 Tanto docentes como alumnos consideran que se debe saber herramientas que sean necesarias para que los participantes sean
seleccionar y utilizar de forma eficiente estas herramientas y efectivos en la creación de los procesos, y logren investigar,
plantean que es de suma importancia que en los procesos de capturar, sintetizar, valorar, distribuir y compartir el
formación profesional sean utilizadas desde los inicios, de conocimiento.[6] De este modo los actores del proceso de
esta forma los futuros profesionales se sentirán más aprendizaje logran gestionar conocimiento eficientemente. En
preparados para los requerimientos que la sociedad está cuanto a la relación pedagógica que se establece trabajando en
demandando, teniendo la oportunidad de conocer una mayor ambientes virtuales de aprendizaje colaborativo, en donde cada
variedad de estrategias para abordar diversos contenidos uno de los participantes de la organización realiza su aporte,
pedagógicos. cambia en comparación con la relación pedagógica tradicional.

675
Esta relación se hace más personalizada, fluida, horizontal, tiene mixto (presencial+virtual) de las metodologías de enseñanza-
la posibilidad de retroalimentación inmediata, permite traspasar aprendizaje.
las barreras del tiempo y del espacio y permite que el
conocimiento expuesto crezca en forma exponencial. El trabajo  Complementar, la pedagogía presencial con pedagogía
académico en ambientes virtuales permite que el aprendizaje, virtual, implica intervenir en la modificación de la cultura
entendido como un proceso mediante el cual se integran docente integrando curricularmente las TIC. Este proceso
conocimientos, habilidades y actitudes para lograr cambios de involucra cambios profundos en las formas de comprensión
conductas, tome el conocimiento como punto de partida y sobre acerca de cómo se administra información, y cómo se crea y
este conocimiento se hacen y estructuran los aportes personales, transfiere conocimiento, por lo tanto, modifica las formas de
los cuales se exponen a la comunidad virtual y de esta forma enseñar y las formas de aprender.
pueden generar un nuevo conocimiento a manera de capital social.  La Gestión del Conocimiento es un enfoque epistemológico
Para disponer de espacios ágiles y distribuidos de exploración, asociado a la integración curricular de TIC. Cuando los
análisis, discusión, colaboración y transferencia de conocimiento, profesores y los alumnos participan activamente en redes de
en el cual el modelo epistemológico que subyace es la Gestión del colaboración pedagógica tienden a acceder y representar
Conocimiento aplicada a ámbitos educacionales, se ha concebido información disponible en Internet y en otros medios, pero, si
un Observatorio Virtual para la Gestión del Conocimiento en son asesorados pedagógicamente pueden completar el
Educación. [7] circuito virtuoso de la gestión creando y transfiriendo
La finalidad, de dicho observatorio, es conformar redes de conocimiento, lo cual implica que pueden transformar su
personas e instituciones vinculadas con educación, que compartan Capital Intelectual en Capital Social.
el interés común de integrar curricularmente las TIC sobre la base 3. RECONOCIMIENTOS
de un paradigma epistemológico adecuado para la transición hacia
Gracias a todos los docentes y alumnos que participaron en los
la Sociedad del Conocimiento. La dinámica que pretende lograr es
proyectos.
conformar redes de contactos, para articular redes de
colaboración que se afianzan en redes de confianza. REFERENCIAS
Existen socios fundadores, quienes sentaron los cimientos del [1] Gallego, D. y Ongallo, C. (2004) Conocimiento y Gestión.
observatorio a partir de la generosidad que implica estar Madrid: Pearson Educación.
disponibles para transferir, sin fines de lucro, sus experiencias y [2] Careaga, M. (2008) http://marcelocareaga.blogspot.com/
conocimientos.
[3] Careaga, M. (2009) http://marcelocareaga.blogspot.com/
También, participan instituciones colaboradoras, las que están [4] Careaga, M. (2004) TIC en la docencia de universidades
disponibles para construir capital social, a partir de los aportes chilenas. Relaciones entre expectativas de uso e innovación
inteligentes de organizaciones capaces de pensarse a sí mismas y de las prácticas en la pedagogía universitaria. Tesis
de compartir con otras personas y organizaciones su propio Doctorado. UNED, España
conocimiento.
[5] Castells, M. (2001) La era de la información. Madrid:Alianza
El observatorio mantiene un consorcio de instituciones
patrocinantes, las que comparten su prestigio avalando el sentido [6] Careaga, M.; Parada, D. y Pizarro, P.
y valor altruista que este observatorio tiene para la mejora www.redinnovemos.org/content/view/351/43/lang,sp/
potencial de la calidad de la educación http://www.observatoriogce.cl/
Se incorporan incrementalmente colaboradores, que son personas
naturales, profesores, investigadores, académicos y profesionales
relacionados con ámbitos educacionales, quienes encuentran en el
observatorio espacios proclives para la colaboración en red.

Figura 13. Observatorio Virtual para la Gestión del


Conocimiento en Educación
En este contexto de innovación educacional se puede concluir
que:
 Es posible promover, en la Educación Superior, una
propuesta de innovación pedagógica basada en un enfoque

676
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

UNA PROPUESTA DIDÁCTICA PARA EL ÁREA DE


LENGUAJE CON UN ENFOQUE CONSTRUCTIVISTA, Y
APOYADA EN UN SOLO COMPUTADOR, UN
VIDEOPROYECTOR, Y RECURSOS DE INTERNET
DISPONIBLES EN EL AULA
Octavio Henao Alvarez - Doris Adriana Ramírez S.
Grupo Didáctica y Nuevas Tecnologías
Facultad de Educación-Universidad de Antioquia
octahenao@gmail.com, dorisaramirez@gmail.com
Medellín-Colombia

RESUMEN

El propósito de esta investigación fue diseñar, experimentar, y Pero ni los alumnos ni los maestros aprovechan
evaluar el impacto de una propuesta didáctica para el área de adecuadamente el potencial que tienen estas herramientas
lenguaje en los grados tercero, cuarto y quinto, con un enfoque como dispositivos para explorar, aprender y construir
constructivista, y apoyada en el uso de un solo computador, un conocimiento en las diversas disciplinas.
videoproyector, y recursos de Internet disponibles en el aula de
clase. Participaron 548 estudiantes matriculados en siete Expertos e investigadores en el área sostienen que la
instituciones oficiales y privadas de Medellín. La propuesta incorporación adecuada de TIC al entorno educativo puede
didáctica tuvo en cuenta los estándares básicos de competencias propiciar cambios importantes en los métodos de enseñanza y en
en lenguaje, y se experimentó durante todo el año escolar, con una la calidad del aprendizaje, así: (1) Una mayor variedad
intensidad de 4 horas semanales. El análisis de los resultados en las formas que utilizan los docentes para presentar
indica que la propuesta permitió a los docentes presentar en clase contenidos; (2) un rol más activo de los estudiantes en el
temas, conceptos e ideas utilizando diversos recursos y formatos, proceso de aprendizaje; (3) el uso de procedimientos y
ofreciendo así a los estudiantes múltiples maneras de conectar, estrategias didácticas que reconocen diferencias en los estilos
integrar, entender, y elaborar sus aprendizajes. Así mismo, cognitivos; (4) mayores oportunidades para la interacción entre
generó un ambiente de trabajo que estimuló la interacción y los estudiantes, y entre éstos y los docentes; (5) la
cooperación entre los estudiantes, fomentó una perspectiva disponibilidad en el aula de un mayor número de recursos para
interdisciplinaria frente a los problemas, los motivó a expresar la enseñanza y el aprendizaje; (6) el paso de las tareas o trabajos
libremente sus ideas, a cuestionar las opiniones de sus puntuales a proyectos que involucran los estudiantes en
compañeros, y a construir conocimiento trabajando en proyectos investigaciones de cierta profundidad sobre un tema; (7) trabajo
y productos que tengan sentido y valor. conjunto de docentes y alumnos para explorar entornos y
recursos que trascienden los límites del aula: visitas a museos y
laboratorios virtuales, entrevistas y comunicaciones con expertos,
1. INTRODUCCIÓN salidas de campo, consultas a bibliotecas, y portales en Internet
[1, 2, 3, 4].
La forma como se están utilizando las tecnologías de información
y comunicación (TIC) en muchas instituciones educativas de La disponibilidad en el aula de un computador, un
Colombia requiere una mejor orientación pedagógica y didáctica. videoproyector y conexión a Internet abre la puerta a nuevos
Los estudiantes van al aula de informática a aprender cómo roles y relaciones del maestro y los alumnos. Los docentes
funcionan y se manejan algunas herramientas (hojas de cálculo, pueden utilizar el computador para dirigir más fácilmente la
editores de páginas web, bases de datos, editores gráficos, atención de la clase hacia lo que van a exponer o explicar,
buscadores de información, procesadores de textos etc.). hacer consultas en fuentes actualizadas, proporcionar
información, ilustrar o demostrar conceptos, modelar una
actividad, orientar una búsqueda, estimular una discusión o un
Henao, Octavio., Ramírez, Doris. (2010). Una propuesta didáctica para el área de
lenguaje con un enfoque constructivista, y apoyada en un solo computador, un
videoproyector, y recursos de Internet disponibles en el aula. En J. Sánchez (Ed.):
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 676-681,
Santiago de Chile.
677
debate, formular preguntas, e involucrar los estudiantes en la
solución de problemas y la toma de decisiones. Igualmente los • Conocimiento del potencial que ofrecen las TIC para
estudiantes tienen la posibilidad de socializar y compartir sus facilitar el aprendizaje, estimular el desarrollo intelectual,
ideas, proyectos e informes a través de presentaciones [5, 6]. y las habilidades comunicativas de los alumnos.

En esta ponencia se reportan resultados de una investigación • Un buen nivel de seguridad y confianza en el manejo de
cuyo propósito fue avanzar en el proceso de apropiación TIC por parte de los alumnos.
pedagógica de las TIC, y optimizar su utilización en las
instituciones educativas. Se diseñó y experimentó una propuesta • Comprender de qué manera las TIC están cambiando las
didáctica para el área de lenguaje en los grados 3º, 4º y 5º, con un formas en que se representan y exponen la información y
enfoque constructivista, y apoyada en el uso de los siguientes el conocimiento.
recursos ubicados en el salón de clases: un computador, un
videoproyector, y conexión a Internet. Específicamente se analiza • Docentes capacitados para desarrollar materiales
la experimentación de esta propuesta didáctica, tratando de didácticos apoyados en TIC, que motiven a los alumnos.
establecer si responde a condiciones propias de la enseñanza
constructivista. • Entender cómo y cuándo utilizar las TIC para actividades
de aprendizaje individuales, en pequeños grupos, o
2. REFERENTES CONCEPTUALES colectivas.

Constructivismo y TIC Diversas experiencias [8, 10, 12, 13] han mostrado que las TIC
constituyen un gran soporte para la aplicación de varios
Las TIC ponen a disposición todo un abanico de recursos que principios constructivistas en los procesos de enseñanza y
soportan y facilitan una educación constructivista, por ejemplo: aprendizaje:
herramientas de comunicación sincrónica y asincrónica,
programas para hacer simulaciones, herramientas para el diseño y (1) La interacción del estudiante con sus compañeros, con el
la composición de textos, acceso fácil y rápido a información maestro, y con otros adultos es crucial para el aprendizaje y el
actualizada, medios para crear y presentar contenidos en formato desarrollo cognitivo. Como las TIC son medios poderosos de
audiovisual. Así mismo, estas tecnologías ofrecen innumerables comunicación e interacción, apoyan de manera eficaz la
oportunidades para enriquecer el valor, el sentido, y el propósito colaboración en el desarrollo de proyectos y la solución de
de la comunicación oral y escrita [7]. problemas.

El correo electrónico, el chat, la mensajería instantánea, los foros, (2) Los hipermedios permiten presentar información
los blogs, las wikies son medios eficaces para el diálogo, la utilizando una estructura hipertextual, sonidos, imágenes,
discusión, el debate, la búsqueda de información, y la animaciones, videos. Tales recursos pueden ser muy eficaces
construcción colectiva de conocimientos. Los estudiantes pueden para desarrollar contenidos que compensen los desniveles o
consultar y analizar algún tema con sus compañeros, con los vacíos de conocimiento que presentan algunos estudiantes, y
profesores, y con profesionales ubicados en lugares distantes del que les impiden lograr objetivos de aprendizaje.
aula. Esta interactividad soporta y fomenta la construcción social
de significados; además los alumnos toman conciencia de (3) Se deben ofrecer al alumno experiencias de aprendizaje en
semejanzas y diferencias en la forma de interpretación, debidas a contextos significativos, por ejemplo donde sea posible aplicar
aspectos culturales y sociales. Estos medios también constituyen los conocimientos. Las TIC permiten simular e interactuar con
una plataforma eficaz para llevar a cabo experiencias de escritura fenómenos complejos, agrupar comunidades sin restricciones
colaborativa. Los estudiantes pueden escribir para una audiencia espacio-temporales, explorar y compartir conocimientos
real que responde en forma inmediata y participa en actividades previos sobre algún tema, negociar significados entre los
de escritura colectiva [8, 9]. integrantes del grupo, y construir interpretaciones propias.

Otros recursos que ofrecen las TIC pueden contribuir al (4) Las TIC son un recurso estratégico para relacionar
aprendizaje significativo. Por ejemplo, las simulaciones experiencias escolares del alumno con experiencias del mundo
desarrollan las estrategias de pensamiento de los estudiantes y su exterior. Por ejemplo, a través del correo electrónico e Internet
capacidad para resolver problemas. Los multimedios e los estudiantes pueden disponer de insumos necesarios para
hipermedios son textos que por su interactividad, navegabilidad, realizar un proyecto: información de expertos, documentos,
y componentes audio-visuales atraen e involucran intensamente a fotografías, mapas, archivos periodísticos, videos.
los lectores. Las herramientas de composición, edición, y
presentación ayudan a lograr un objetivo importante del trabajo Un computador en el aula
académico: la divulgación y publicación [10].
Autores como Ashmus y Lohse [5, 6] han descrito y explicado
Algunos autores [11] sugieren que la integración de TIC a los el potencial didáctico que representa disponer en el aula de un
procesos de enseñanza y aprendizaje en el aula debe hacerse bajo computador con conexión a Internet. Un maestro con un buen
premisas como: nivel de capacitación puede utilizar estos recursos para
múltiples tareas y funciones, así:
• Una comprensión razonable de las posibilidades que ofrecen
las TIC para la enseñanza en cada disciplina.

678
• Para registrar observaciones sobre el trabajo de los alumnos, productos y procesos, mejores condiciones para el trabajo
almacenar documentos u otro material didáctico, recibir y cooperativo, mayor control individual en la selección de
enviar correo, hacer pruebas o exámenes, procesar y reportar contenidos de aprendizaje, y mejores posibilidades de integrar
las notas, realizar búsquedas de información en Internet. la comunicación verbal y visual.
• Para proyectar una película o un clip de video; analizar
colectivamente un gráfico, un mapa conceptual, o un Desde el año 1986 algunos integrantes del grupo Didáctica y
esquema; revisar información con el grupo; demostrar Nuevas Tecnologías vienen realizando en Colombia
procedimientos; realizar con los alumnos actividades de investigaciones sobre el impacto de las TIC en la enseñanza y
ejercitación, planeación, o lluvias de ideas. aprendizaje de la lecto-escritura. Henao Alvarez y Giraldo
López [14] llevaron a cabo una investigación para establecer
• Como estación de comunicación: estudiantes y profesores el impacto de un procesador de textos y gráficos en el
pueden participar en una sesión de chat, en un foro, en una desarrollo de actitudes y destrezas para la expresión escrita de
audio-conferencia, en una video-conferencia, o en un blog; un grupo de estudiantes de sexto grado que participó en un
pueden enviar y recibir documentos, mensajes, fotografías o taller de escritura. Henao Alvarez, Ramírez Salazar, y Giraldo
videos. López [15] diseñaron y experimentaron una propuesta didáctica
para desarrollar habilidades de escritura en alumnos de
• Como estación de referencia y consulta en tiempo real: educación básica, apoyada en el correo electrónico y otras
Durante la clase, y conjuntamente con los alumnos, el herramientas informáticas. Se involucró a los alumnos en
docente puede buscar información en una base de datos, en actividades de lectura, análisis y producción de textos de los
un CD u otro dispositivo de almacenamiento, en una página géneros poético, epistolar, narrativo y expositivo, en forma
de Internet, en un diccionario, en una enciclopedia, en un individual y grupal, utilizando recursos digitales e impresos
atlas, o en una biblioteca digital. como libros, enciclopedias, diccionarios, y páginas de Internet.
Henao Alvarez [16] realizó una investigación para explorar y
• Como un centro de escritura y publicación: El docente lidera contrastar el procesamiento cognitivo y los niveles de
y coordina la producción grupal del periódico escolar, comprensión que logran estudiantes de educación básica cuando
boletines, diarios de clase, o folletos; trabaja en la leen textos sobre un mismo tema diseñados en formato impreso
planeación, producción, y revisión de un ensayo; analiza y en formato hipermedial. Henao A., Chaverra F., Villa O.,
aspectos como el estilo, la gramática o la ortografía de un Bolivar B., y Puerta B. [17] investigaron el nivel de
texto; diseña y monta páginas en Internet en las cuales se aprendizaje, las estrategias de composición, la calidad de los
publiquen producciones de los alumnos. textos, el estilo de composición, y la actitud hacia la escritura
de un grupo de estudiantes de educación básica que realizaron
• Como un recurso para la práctica y aprendizaje: El docente proyectos de escritura con una herramienta hipermedial
utiliza programas sobre temas específicos para mejorar, (HyperStudio) y con un procesador de textos (Word).
ampliar o reforzar la comprensión de un concepto; analizar y
resolver un problema. Revisa y comenta con los estudiantes En un estudio piloto que realizaron Henao Alvarez y Ramírez
un texto, una imagen, un gráfico, una animación, o un video; Salazar [18], se instalaron un computador y un videoproyector
registra información en una base de datos. en tres aulas de escuelas que participaban en el programa
Computadores para Educar, así: en un aula de segundo grado
• Como un centro de simulación: El docente utiliza programas perteneciente a una institución localizada en el municipio de
para mostrar o hacer simulaciones de procesos y fenómenos Envigado, en un aula de tercer grado perteneciente a una
en las distintas áreas curriculares, y organiza actividades en institución localizada en el municipio de Bello, y en un aula de
las cuales se hagan predicciones. tercer grado ubicada en el municipio de la Estrella. El
propósito era diseñar, experimentar, y evaluar una propuesta
didáctica para el área de lecto-escritura apoyada en estos
• Para que los alumnos puedan mostrar, compartir, discutir, y
recursos. La propuesta se desarrolló durante 4 horas semanales
socializar con los compañeros sus proyectos, informes o
en el espacio de las clases correspondiente al área de lenguaje,
tareas.
por un período de cuatro meses. En cada aula se trabajó con un
promedio de 40 alumnos. Los resultados revelan que la
propuesta didáctica posibilitó interacciones maestro-alumno,
3. ANTECEDENTES DEL PROYECTO dinámicas de trabajo cooperativo, y situaciones auténticas de
lectura y escritura que emulaban un ambiente constructivista.

Hace varias décadas que la literatura especializada viene Objetivos


reportando experiencias e investigaciones que evidencian el
potencial de las TIC para soportar el rediseño de estructuras Los objetivos específicos de la investigación cuyos resultados
curriculares, enfoques pedagógicos, ambientes, condiciones, se reportan parcialmente en este artículo fueron:
métodos, y materiales didácticos. Una adecuada incorporación y
utilización de TIC en el entorno educativo puede fomentar - Diseñar una propuesta didáctica para el área de lenguaje en
cambios importantes en las concepciones y prácticas escolares, los grados tercero a quinto, apoyada en el uso de un solo
tales como: un mayor énfasis en la construcción del computador con conexión a Internet, y un video-proyector
conocimiento, respeto por los ritmos de aprendizaje, atención a ubicados en el aula de clase, e inspirada en principios
los alumnos menos aventajados, evaluación más centrada en pedagógicos constructivistas.

679
Incluye sesiones sobre el texto narrativo; sobre el relato
- Experimentar esta propuesta didáctica durante un año escolar en mítico; sobre el adjetivo y la descripción; sobre la descripción
doce grupos (cuatro de tercer grado, cuatro de cuarto grado, y y el sustantivo.
cuatro de quinto grado), analizando si responde a condiciones
propias de la enseñanza constructivista. El módulo 2, denominado “La poesía”, busca entre otros
logros, que los estudiantes comprendan, disfruten, y produzcan
- Evaluar el impacto de la propuesta didáctica en algunas textos poéticos, aprovechando creativamente diversos recursos
competencias lingüísticas y comunicativas de los alumnos del lenguaje. Incluye las siguientes sesiones: acercamiento a la
involucrados en la experimentación. poesía, poesía y narración, el verbo en la poesía, concurso de
poesía, el blog como espacio de escritura.

4. METODOLOGÍA El módulo 3, denominado “El teatro”, tiene entre los


objetivos que los estudiantes entiendan y disfruten el teatro
Sujetos: Participaron en esta investigación199 estudiantes de como medio de expresión y desarrollo cultural del ser humano.
tercer grado, 174 de cuarto, y 175 de quinto, matriculados en Incluye las siguientes sesiones: montajes teatrales, el guión
instituciones oficiales y privadas, y aleatoriamente asignados a un teatral, el monólogo teatral, definiendo términos teatrales, y
grupo control (226 estudiantes) y un grupo experimental (322). presentación de una obra teatral.

Procedimientos: Durante la fase inicial del proyecto se diseñó la El módulo 4, denominado “Fotografía”, se propone entre
propuesta didáctica, teniendo como referentes la pedagogía otros logros, que los estudiantes capten las posibilidades
constructivista, postulados actuales sobre la enseñanza del significativas de diferentes tipos de imágenes. Incluye las
lenguaje, los estándares básicos de competencias en lenguaje, y siguientes sesiones: contrastando imágenes, noticias e
utilizando numerosos recursos de Internet. En la fase siguiente se imágenes, fotografía y publicidad, y relatos visuales.
experimentó esta propuesta durante todo el año escolar, en el
espacio de las clases correspondiente al área de lenguaje, con una El módulo 5, denominado “Prensa y radio en-línea”, tiene
intensidad de 4 horas semanales. Cuatro docentes licenciados en entre los objetivos que los estudiantes reconozcan diferencias
Español y con un sólido conocimiento de la propuesta, se entre una noticia en la radio y una noticia en la prensa escrita.
desplazaron a cada institución llevando un computador portátil y Incluye las siguientes sesiones: el texto informativo, la radio,
un videoproyector. Aunque la conexión a Internet fue un requisito noticias y podcasts, el mensaje comercial en la radio, y la
para la participación de las instituciones, los docentes podían entrevista.
conectarse a Internet utilizando un dispositivo móvil.
El módulo 6, denominado “La ortografía”, se propone entre
Instrumentos: Para evaluar algunas competencias lingüísticas y otros logros, que los estudiantes reconozcan la utilidad de los
comunicativas de los estudiantes se utilizó una prueba compuesta signos de puntuación en un texto escrito. Incluye las
de 3 partes: Comprensión de Lectura, Lectura de imágenes, y siguientes sesiones: el valor de la ortografía, las reglas
Nociones sobre la lectura y la escritura. La sub-escala de ortográficas, periódicos en-línea y video podcasts, la carta y el
Comprensión Lectora incluye 15 ítems que evalúan los correo electrónico.
siguientes factores: Reconocimiento de Información, dominio
léxico, manejo estructural, capacidad inferencial, capacidad 5. RESULTADOS Y ANÁLISIS
crítica. La sub-escala denominada Lectura de imágenes incluye
un dibujo relacionado con el texto de la sub-escala anterior, y las Los hallazgos que se reportan en este artículo evidencian en
siguientes preguntas: Qué puede estar pasando entre los dos qué medida la propuesta didáctica, aplicada en un contexto
personajes del centro de la imagen; describa lo que tienen en escolar real, emula y replica algunas condiciones propias de
común el texto y la imagen; qué personajes encuentra en la la pedagogía constructivista. Para tal fin, utilizando registros
imagen?. Para evaluar las Nociones sobre la lectura escritura, se de observación, videograbaciones, y diarios de campo, se
formularon las siguientes preguntas abiertas: Qué es leer bien?; analizó un conjunto de 14 sesiones de trabajo
para qué te sirve leer bien?; qué es escribir bien?; para qué te sirve correspondientes a tres módulos: la poesía, el teatro, prensa y
escribir bien?. radio en-línea. En estas sesiones se estudian aspectos como:
interacciones docente-estudiantes, formas de presentar
La propuesta Didáctica contenidos, dinámicas de trabajo grupal, oportunidad de
confrontar preconceptos, grado de interés que despiertan las
Está integrada por un conjunto de seis módulos, para los cuales se actividades de enseñanza, participación de los alumnos,
especifican los respectivos estándares e indicadores de logro. A su aplicación de conceptos nuevos a situaciones concretas,
vez cada módulo está formado por cierto número de sesiones que estrategias de producción y revisión textual. Los resultados de
incluyen las siguientes fases o componentes: actividad inicial, este análisis muestran que la propuesta didáctica (apoyada en
actividad central, actividad final y productos, sugerencias el uso de un solo computador y un videoproyector en el aula,
metodológicas para los docentes, herramientas y recursos recursos de Internet, y un enfoque constructivista):
utilizados.
• Generó un ambiente de trabajo que estimuló la
El módulo 1, denominado “Cuento mito y leyenda”, tiene entre interacción y cooperación entre los estudiantes, fomentó
sus objetivos, que los estudiantes reconozcan la estructura y los una perspectiva interdisciplinaria frente a los problemas,
elementos que conforman un cuento, un mito y una leyenda.

680
los motivó a expresar libremente sus ideas, y a cuestionar las vivencial el circuito de la comunicación, que en este caso
opiniones de sus compañeros. cobraba gran dinamismo.

• Estimuló a los estudiantes para que consulten, analicen, y


exploren nuevas comprensiones; para que intenten generar
nuevas ideas en vez de repetir y consumir pasivamente
información; para que construyan conocimiento, trabajando CONCLUISIONES
en proyectos y productos que tengan sentido y valor.
Esta investigación hace dos aportes concretos a la comunidad
• A través de Internet, los docentes tuvieron acceso a una educativa: 1- Una propuesta didáctica para el área de lenguaje
colección abundante de recursos audiovisuales que facilitan y inspirada en principios pedagógicos constructivistas, apoyada
redimensionan su capacidad de ilustrar y ejemplificar en el uso de un computador y un video-proyector ubicados en
conceptos, situaciones o procesos. el aula de clase, y contenidos de Internet; 2- Un documento en
formato multimedial e interactivo sobre el desarrollo de la
• Así mismo, los docentes lograron presentar en clase temas, propuesta en las aulas, que ilustra audiovisualmente los
problemas, o teorías utilizando diversas ayudas y medios diversos momentos, estrategias, actividades, y materiales que
soportados en TIC, que facilitaron a los estudiantes su integran la propuesta didáctica. Estos dos productos,
comprensión y aprendizaje. representan un avance importante en la comprensión y
apropiación del potencial pedagógico y didáctico que ofrecen
• El trabajo en proyectos, como la producción de un programa las TIC, muestran en detalle cómo utilizar algunas TIC para
radial, y la socialización en clase, despertó gran motivación mejorar el desarrollo de competencias comunicativas, y
en los estudiantes, y estimuló el desarrollo de diversas constituyen recursos estratégicos valiosos para apoyar la
habilidades en el marco de las competencias comunicativas: capacitación docente en el área de lenguaje.
fluidez en expresión oral, corrección y pertinencia
articulatoria, intención comunicativa, redacción de guiones,
creación de textos, trabajo en grupo, aprendizaje REFERENCIAS
colaborativo, etc.
[1] Gray, L., Thomas, N., and Lewis, L. 2010. Teachers’ Use
• Las TIC utilizadas ofrecieron a los estudiantes of Educational Technology in U.S. Public Schools: 2009
oportunidades para desarrollar su propia comprensión de un (NCES 2010-040). National Center for Education Statistics,
tema interactuando con los compañeros y el profesor; para Institute of Education Sciences, U.S. Department of Education.
examinar los problemas desde una perspectiva Washington, DC.
interdisciplinaria; y para comunicar con libertad sus ideas,
justificarlas, y discutirlas en el grupo. [2] Goh, A. y Lim, C. 2004. Teachers and students as
investigators: The collaborative Project in technology-based
• El trabajo con blogs y Wikis posibilitó a los estudiantes la learning environments. Educational Technology, 44(6), 50-54.
revisión y edición colectiva de textos, y la publicación de sus
producciones poéticas; igualmente, les permitió pensar en [3] McFarlene, A. 2003. Learners, Learning and New
una comunidad potencial de lectores, y pasar de Technologies. Educational Media International, 40 (3-4), 219-
consumidores pasivos de información, a un rol más 227.
protagónico de autores.
[4] Hartman, D. K. 2000. What will be the influences of media
• Pudo evidenciarse que los estudiantes utilizaron la imagen on literacy in the next millenium?. Reading Research Quarterly,
35(2), 281-282.
como vehículo para la construcción de sentido, para la
producción de textos poéticos. Hubo mediación de la
imagen, el sonido y la música en el proceso de interpretación [5] Ashmus, D. 2006 But I Don't Have a Computer Lab!
Using One Computer in the Classroom en
poética.
http://www.serve.org/seir-tec/present/onecomptr.html
Documento consultado el 24/05/2006.
• La activación de hipervínculos como mecanismo de una
lectura no lineal ni secuencial, permitió abordar con el grupo
[6] Lohse, B. D. 2006. How can I use the one computer in
los conceptos de intertextualidad e hipertexto.
my classroom when I have 20 students (or more) in my class?.
En http://www.warrennet.org/fellowship/index.htm
• Mediante el seguimiento y resumen de una misma noticia
Documento consultado el 23/05/2006).
durante varios días, los estudiantes mostraron a sus
compañeros, no sólo como se iba desarrollando un
[7] Ng’ambi, D., & Johnston, K. 2006. An ICT-mediated
acontecimiento, sino también cual era su perspectiva frente Constructivist Approach for increasing academic support and
él, y su propia construcción del concepto de realidad local y
teaching critical thinking skills. Educational Technology &
nacional.
Society, 9 (3), 244-253.
• El análisis del lenguaje publicitario en comerciales de radio,
permitió que los estudiantes entendieran con facilidad el
concepto de intención comunicativa, captaran de forma más

681
[8] Scrimshaw, P. 2004. Enabling teachers to make successful
use of ICT. En http://www.becta.org.uk Documento consultado el
18/06/2007

[9] Walton, M., y Archer, A. 2004. The Web and information


literacy: scaffolding the use of web sources in a project-based
curriculum. British Journal of Educational Technology, 35 (2),
173-186.

[10] Cuadrado, I. y Fernández, I. 2009. Funcionalidad y niveles de


integración de las TIC para facilitar el aprendizaje escolar de
carácter constructivista. Revista Iberoamericana de Informática
Educativa, 9, 22-34.

[11] Cox, M., Webb, M Abbott, C., Blakeley, B., Beauchamp, T.,
y Rhodes, V. 2003. ICT and Pedagogy. A review of the research
literature. [www.becta.org.uk/research/]. Documento consultado
el 20/09/2007.

[12] OCDE 2007. Regular computer users perform better in key


school subjects, OECD study shows. En
www.oecd.org/document/17/0,2340,en_2649_201185_35992849_
1_1_1_1,00.html Documento consultado el 19/04/2007.

[13] Pich, A. y Kim, B. 2004. Principles of ICT in education and


implementation strategies in Singapore, the province of Alberta
in Canada, the United Kingdom, and the Republic of Korea. J.
Educational Technology Systems, 22 (4), 315-335.

[14] Henao Alvarez, O. y Giraldo López, L.E. 1992. Efectos del


uso de un procesador de textos y gráficos en el desarrollo de
habilidades de escritura de niños de sexto grado. Revista
Informática Educativa, Vol. 5 (1), 23-34.

[15] Henao Alvarez, O., Ramírez Salazar, D. y Giraldo López, L. E.


2001. Memorias I Coloquio Internacional y III regional d la
Cátedra UNESCO para la lectura y la escritura en América Latina
(Organizado por UNESCO y la universidad del Valle), Cartagena,
Colombia, Diciembre 9 al 15.

[16] Henao Alvarez, O. 2002. Procesamiento cognitivo y


comprensión de textos en formato hipermedial. Medellín: Editorial
Universidad de Antioquia.

[17] Henao Alvarez, O., Chaverra, D. I., Bolivar B., Wilson, Puerta,
D. L., y Villa, N. H. 2006. “La producción escrita mediada por
herramientas informáticas. La calidad textual, el nivel de
aprendizaje y la motivación”. Lectura y Vida (Revista
Latinoamericana de Lectura), Buenos Aires, Argentina, Año XXVII,
No. 2, pp. 6-13.

[18] Henao Alvarez, O. y Ramírez Salazar, Doris A. 2008. Una


propuesta didáctica para el área de lecto-escritura apoyada en el
uso de un computador y un video-proyector en el aula. Medellín,
Colombia: Universidad de Antioquia. Documento sin Publicar.

682
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago Chile, 2010

DISEÑO DE OBJETOS DE APRENDIZAJE PARA


POTENCIAR EL DESARROLLO DE COMPETENCIAS Y SU
EVALUACIÓN CON HEODAR
Erla M. Morales Morgado Francisco J. García Peñalvo Susana Olmos Migueláñez
1 2 1
Grupo de investigación en InterAcción y Facultad de Ciencias Facultad de Educación
eLearning (GRIAL), Universidad de Salamanca Universidad de Salamanca
Universidad de Salamanca España España
España fgarcia@usal.es solmos@usal.es
erlamorales@usal.es
ABSTRACT Para que esto sea posible, los recursos a gestionar deben cumplir
El concepto de objeto de aprendizaje (OA) ha sido ampliamente con un estándar para el elearning que les permita ser gestionados
estudiado por las posibles ventajas que supone su uso para bajo una estructura concreta, posibilitando su exportación en
gestionar recursos educativos a través de plataformas elearning, diversos tipos de plataformas.
sin embargo, debido a la gran variedad de definiciones, no existe Sin embargo, este concepto es hoy en día ampliamente discutido
claridad con respecto a su diseño para que pueda cumplir con las debido a discordancias entre su significado y diseño. En ocasiones
características propias de este concepto. A través de este trabajo, un OA puede cumplir con estándares para el elearning y
se presenta una propuesta para diseñar OAs como unidades posibilitar así su interoperabilidad, pero su diseño tal vez no
educativas independientes, de diversos tamaños o niveles de promueva objetivos pedagógicos de forma independiente y no
granularidad, con el fin de promover el conocimiento necesario cumplan con objetivos mayores de aprendizaje en su conjunto.
para el desarrollo de competencias. Para promover la calidad de
estos recursos sobre aspectos pedagógocos y técnicos, se presenta Hoy en día, si hablamos de recursos educativos no podemos dejar
el uso y aplicación de la herramienta HEODAR (Herramienta de de tomar en cuenta el desarrollo de competencias, debido a que es
Evaluación de Objetos Didácticos de Aprendizaje Reutilizables). una de las principales metas educativas. Sobre esta base, en la
sección 2 presentamos una propuesta de diseño de OAs con el
objetivo de que puedan ser reutilizadas con sentido pedagógico de
Categories and Subject Descriptors forma independiente y en su conjunto pormover el desarrollo de
D.5.2 [Information Systems]: Information Interfaces and competencias.
presentation– evaluation, methodology.
La sección 2.1 presenta una propuesta concreta para el diseño de
K.3.1 [Computing Milieux]: Computers and education– OAs tipo lección. La sección 2.2, presenta una propuesta para el
computer managed instruction (CMI), distance learning. diseño de una unidad didáctica compuesta por OAs
independientes y la sección 2.3 presenta una propuesta para el
General Terms diseño de un curso, compuesto por unidades didácticas y
Management, Measurement, Performance, Design, lecciones estructuradas como OAs independientes.
Standardization. Debido a que una de las principales características de los OAs es
su reutilización, consideramos que la evalución de estos recursos
Keywords debe ser contínua, por esta razón, tal como se explica en la
Objetos de Aprendizaje, Evaluación, Estándares y sección 3, hemos diseñado la herramienta de evaluación de OAs
especificaciones elearning. HEODAR, la cual puede ser integrada como una actividad más
dentro de los módulos de Moodle. Finalmente, la sección 4
presenta las conclusions y el trabajo a futuro.
1. INTRODUCTION
El aprendizaje a través de sistemas elearning está adquiriendo
cada vez más adeptos debido a la multiplicidad de facilidades y 2. DISEÑO DE OBJETOS DE
ventajas para los usuarios. La adecuada gestión de los recursos APRENDIZAJE EN BASE A
educativos en este tipo de sistemas, ha sido y sigue siendo uno de
los principales temas de interés de los investigadores.
COMPETENCIAS
Compartir objetos de aprendizaje de alta calidad a través de
El concepto de objeto de aprendizaje (OA) ha surgido, en Internet, desarrollado por pocos y usado por muchos permite un
términos simples, como consecuencia del desarrollo web ante la desarrollo costo-efectivo y el despliegue de estos caros recursos
necesidad de reutilizar recursos para reducir los costes de su [14].
producción.
Los desarrolladores de contenidos y plataformas, al seguir ciertos
Morales, Erla., García, Francisco., Olmos, Susana. (2010). Diseño de Objetos de formatos estándares para su desarrollo, posibilitan que los
Aprendizaje para potenciar el desarrollo de competencias y su evaluación con
HEODAR. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa,
Volumen 1, pp 682-689, Santiago de Chile.

683
recursos puedan ser reutilizados independiente de la plataforma de actividades de evaluación y práctica (opcional).
uso, sin tener que construirlos desde cero. Es así como entre las
Sobre la base de los niveles mencionados, se propone la estructura
principales características de los OAs, se encuentran: reusabilidad,
del diseño de OAs, para que éstos puedan ser independientes con
granularidad, interoperabilidad y accesibilidad [11]
sentido pedagógico, sin embargo, cuando hablamos de objetivos
La interoperabilidad o posibilidad de exportar los recursos a educativos, no podemos dejar de considerar el concepto de
diversos tipos de plataformas y accesibilidad o capacidad de ser competencia hacia el cual orientar el diseño de los OAs.
buscado y localizado a través de los metadatos (datos sobre datos)
Una competencia es definida como “una característica subyacente
es posible gracias al uso de estándares eLearning como ADL
en una persona que está casualmente relacionada con el
SCORM [1] e IMS http://www.ims.org. La aplicación de
desempeño, referido a un criterio superior o efectivo, en un
estándares en recursos educativos es bastante accessible para los
trabajo o situación” [2][13][15]. Entre los componentes de una
usarios, ya que existen programas para la creación de cursos que
competencia se encuentran [2]:
facilitan esta tarea como eXelearning (http://www.exe-
spain.es/wiki/doku.php), Courselab (http://www.courselab.com/), • Conocimientos: Adquisición sistemática de
Coursebuilder (http://www.coursebuilder.com.au/). Para crear conocimientos, clasificaciones, teoría, etc. Relacionados
exámenes, se encuentran hot potatoes (http://hotpot.uvic.ca/), con materias científicas o area professional.
respondus http://www.respondus.com/ etc.
• Habilidades y destrezas: Entrenamiento en
La característica de granularidad, está estrechamente relacionada a procedimientos metodológicos aplicados relacionados
la capacidad de reutilización. se pueden encontrar ejemplos de con materias científicas o area professional (organizar,
OAs con un nivel de granularidad muy pequeño como una aplicar, manipular, diseñar, etc.)
imagen, la cual puede ser altamente reusable, pero carecer de
sentido pedagógico ó de un tamaño muy grande como un software • Actitudes y valores: Actitudes y valores necesarios para
específico que dificulte su reutilización [12]. el ejercicio profesional: responsabilidad, autonomía,
iniciativa ante situaciones complejas, cordinación, etc.
Estos grupos de OAs que darán forma a nuevas unidades
educativas de diversos niveles, deben ser clasificadas para saber Actualmente, exiten algunas propuestas de diseño de OAs [3][8],
concretamente qué tipo de OA se está gestionando. Considerando sin embargo, con el objetivo de orientar el diseño de OAs hacia el
el nivel de granularidad propuesto por IEEE LOM [4] en esta desarrollo de competencias, se presenta a continuación una
propuesta se sugiere la siguiente clasificación [5]. propuesta de diseño para una lección, unidad didáctica y curso.

• OA nivel 1: Se refiere al nivel más atómico o granular


de agregación, ej: imágenes, segmentos de texto o 2.1 Diseño de una lección
vídeos [4]. Para diseñar una lección en un OA, consideramos la definición
que engloba los requisitos mínimos necesarios para que pueda ser
• OA nivel 2: Una lección con un objetivo de aprendizaje reutilizado como unidad educativa, es decir, el nivel 2. Para que
específico, con un tipo de contenido (datos y conceptos, este nivel de tamaño o granularidad tenga sentido pedagógico,
ó procedimientos y procesos ó reflexión y actitud) el sugerimos los siguientes componentes:
cual puede estar conformado por varios OAs de nivel 1,
y finalmente y actividades de evaluación y práctica • Introducción al tema, en donde se debe definir los
(opcional). objetivos según el nivel cognitivo y el nivel de
dificultad. El temario estará asociado a tipo de
• OA nivel 3: Un módulo de aprendizaje compuesto por contenido específico. La indicación explícita de las
un conjunto de lecciones (OA nivel 2) con un mínimo palabras claves relacionadas al OA pueden ser de
de tres tipos de contenidos (datos y conceptos, o utilidad para buscar otros recursos relacionados.
procedimientos y procesos o principios) y actividades
de evaluación y práctica (opcional). • Contenidos relacionados a un tipo específico de
conocimiento necesarios para lograr una determinada
• OA nivel 4: Un curso compuesto por un conjunto de competencia, esto es: “saber qué” (datos y conceptos) ó
módulos (OA nivel 3) con un mínimo de tres tipos de contenidos “saber cómo” procedimientos y procesos ó “saber
(datos y conceptos, o procedimiento y proceso o principios) y acerca de” o reflexión y actitud.

684

Figura 1. Diseño de un Objeto de Aprendizaje tipo lección


• Actividades de práctica y evaluación, que pueden ser conceptos) y “saber cómo” procedimientos y procesos y
opcionales según sea el caso, en ellas se especifican “saber acerca de” o reflexión y actitud.
claramente tipos de actividaes, modalidad de trabajo y
• Actividades de práctica y evaluación opcionales, que
estrategias.
ayuden a reforzar los conocimienros de cada tipo de
Teniendo en cuenta el diseño indicado anteriomente, es posible contenido y conectar los tres en conjunto para
componer unidades mayores de aprendizaje, como por ejemplo, promover el logro de las competencias descritas en la
una unidad didáctica y un curso, tal como se explicará en los lección.
siguientes apartados. La figura 2, presenta la composición de un módulo, basado en
lecciones independientes.
2.2 Diseño de una unidad didáctica
Para diseñar una unidad didáctica o módulo, se tendrá en cuenta 2.3 Diseño de un curso
el nivel de granularidad número 3, definido en la sección anterior, El diseño del curso estará compuesto por módulos y lecciones
dirigido en este caso a desarrollar una o varias competencias. independientes, que puedan ser reutilizadas según las necesidades
Para promover este objetivo, debería estar compuesta por varias educativas, al tener cada lección y módulos, objetivos muy
lecciones, las cuales deberían contener como mínimo y de forma concretos y todos los elementos necesarios para su logro.
independiente, los tres tipos de contenidos mencionados que se
necesitan para lograr una determinada competencia. • La introducción al curso, debe especificar las
competencias que buscar desarrollar y las unidades
Los componentes y elementos sugeridos para diseñar una unidad didácticas y lecciones que lo componen. Es importante
didáctica son: especificar las actividades, estrategias, modalidad de
• Introducción a la unidad didáctica indicando las trabajo, evaluación y medios a utilizar.
competencias que se pretenden desarrollar, las
• Conjunto de unidades didácticas, con la composición
lecciones que lo componen, objetivos necesarios para
descrita en el apartado anterior.
lograr un determinado nivel cognitivo, el nivel de
dificultad. etc. • Actividades de práctica y evaluación opcionales, que
• Contenidos relacionados a los tres tipos de
conocimientos específicos necesarios para lograr una
determinada competencia, esto es: “saber qué” (datos y

Figura 2. Diseño de unidad didáctica, formada por Objetos de Aprendizaje tipo lección

685
Figura 3. Diseño de un curso, formado por Objetos de Aprendizaje tipo unidad didáctica

ayuden a reforzar los conocimienros de cada tipo y conectar los Dentro del área pedagógica se encuentra la categoria
tres en conjunto, para así promover el logro de las competencias psicopedagógica y didáctico-curricular. La categoría
descritas en el curso. psicopedagógica permite evaluar aspectos asociados al usuario
(significatividad psicológica), en cambio la categoría didáctico-
curricular permite valorar aspectos relacionados al currículo
Una vez hecho el diseño, se requiere de la creación del OA a (significatividad lógica).
través de alguna aplicación que permita empaquetarlo conforme a
Ambas categorías contienen rúbricas, sobre las cuales se han
algún estándar. A continuación, el OA puede exportarse a una
definido criterios espcíficos que son evaluados por los usuarios.
plataforma para ser utilizado junto a otros recursos educativos.
La tabla1, presenta las rúbricas correspondientes a los aspectos
Para valorar la calidad de esos recursos a través de una pedagógicos. La categoría psicopedagógica presenta 10 criterios a
plataforma, existe la herramienta de evalución de OAs HEODAR, evaluar en total y la categoría didáctico curricular 21, los cuales se
que se explicará a contiuación. muestran a través de una interfaz (ver figura 6).

3. USO DE HEODAR PARA EVALUAR


OBJETOS DE APRENDIZAJE
La herramienta de evaluación de objetos didácticos de
aprendizaje reutilizables (HEODAR) se ha diseñado tomando en
cuenta criterios específicos desde un punto de vista pedagógico y
técnico [6], lo cual es el resultado de la revisión de diversas
propuestas de evaluación de recursos educativos, como también
un análisis comparativo con la herramienta de evaluación de OAs
LORI [10] y una propuesta para la evaluación de OAs a través del
aseguramiento de competencias [9].

686
funcional dentro de la propia plataforma y que pueda ser
Aspectos Pedagógicos desplegado sobre ella [7].
Categoría Psicopedagógica Categoría Didáctico-
Curricular Obviamente, y dadas las características de la herramienta, en la
cual existe una clara interrelación tanto con los tutores como con
- Motivación y Atención - Contexto
los responsables del contenido, se decide la definición
- Desempeño professional - Objetivos
arquitectónica y funcional en forma de módulo de actividad [7].
- Nivel de dificultad adecuado a - Tiempo de Aprendizaje
las características de los Una vez instalada la herramenta como un modulo más de Moodle,
estudiantes para poder utilizarla es un requisito indispensable que exista un
- Interactividad - Contenidos OA empaquetado con la especificación SCORM en el curso.
- Creatividad - Actividades
En ese caso, se tiene que activar edición y seleccionar HEODAR
- Realimentación
dentro del listado de actividades en Moodle.

Tabla 1. Rúbricas para la evaluación pedagógica de los objetos


de aprendizaje a través de HEODAR

Por otra parte, se proponen criterios para valorar aspectos del


diseño de interfaz y la navegación [10].
Asepectos de Usabilidad
Diseño de Interfaz Diseño de Navegación
- Texto - Página de Inicio
- Imagen - Navegabilidad
- Animaciones
- Multimedia
- Sonido
- Vídeo
Tabla 2. Rúbricas para la evaluación técnica de los objetos de
aprendizaje a través de HEODAR

Figura 4. Selección de la HEODAR dentro del módulo


Para valorar cada uno de los criterios en se ha definido un rango, que actividades de Moodle
comprende una valoración numérica del 1 al 5, siendo el cinco la más
alta. Presenta un ítem de comentarios donde el evaluador además
indicar valoraciones sobre la calidad de los OAs, de esta manera Para configurar HEODAR, se solicita la mínima información
se puede obtener una valoración cuantitativa y cualitativa [6]. indispensable para la creación de una actividad de evaluación, la
cual está constituida por un nombre, con el cual aparecerá en el
Cuando se envían las respuestas, los resultados son traducidos a
curso, una descripción y, principalmente, uno de los OAs de los
números, los cuales pueden ser vistos por los evaluadores,
vinculados actualmente al curso que haya sido utilizado por los
observando la puntación obtenida y una representación gráfica
estudiantes, los cuales son obtenidos de forma directa de los datos
que se explicará en el siguiente apartado.
disponibles en la plataforma para el curso sobre el cual se está
Las caracteristicas de HEODAR han sido consideradas como configurando la actividad de evaluación. Se puede observar un
idóneas para ser diseñada e implementada de modo experimental a ejemplo en la figura 5.
través de una herramienta software en la plataforma Moodle de la
Universidad de Salamanca (“Studium” http://studium.usal.es) con
el fin de ser utilizada para mejorar la calidad de los materiales
didácticos que ahí se gestionan y aumentar las posibilidades de la
propia herramienta. A continuación, se describe cómo se
configura y funciona la herramienta y se explica brevemente los
resultados obtenidos durante su utilización.

3.1 Configuración de HEODAR


Desde el punto de vista de HEODAR, y dado el carácter
colaborativo con el que ha sido concebida (referencia), no se
considera adecuado su diseño y desarrollo como un complemento
externo, sino ser definida y desarrollada como un elemento

687
Para valorar cada uno de los criterios se ha definido un rango, que
comprende una valoración numérica del 1 al 5, siendo el cinco la
más alta. Es obligatorio seleccionar una evaluación, en caso de
que el recurso no tenga el criterio mencionado, el evaluador
debe marcar la opción N/S, que no afecta en el total de la
puntuación.
Número Valor
Muy alta 5
Alta 4
Acepable 3
Deficiente 2
Muy deficiente 1
N/S No puntúa
Tabla 3. Rango de evaluación de HEODAR

En la imagen se puede apreciar un resumen de la evaluación. La


representación gráfica está formada por dos barras de estrellas, la
barra superior indica la valoración media que ha obtenido la
calidad del recurso sobre cinco estrellas, en este caso (3.52 sobre
Figura 5. Ejemplo de la selección del OA a evaluar a través de 5). La barra de estrellas inferior representa la valoración
HEODAR ponderada sobre el número de usuarios que han evaluado el OA,
en este caso es 0.18.

Una vez que se selecciona el OA a evaluar, al guardar los cambios Finalmente, el porcentaje representa el número de usuarios que
se puede observar el ícono de la herramienta en el curso con el han respondido en relación al total del curso.
nombre que se haya configurado. Otro aspecto importante de destacar, es la posibilidad de mostrar
específicamente los aspectos mejor y peor valorados, de esta
Al abrir la herramienta aparecen todos los criterios dentro de las manera es posible mejorarlo y adaptarlo a su reutilización. Los
categorías pedagógocas y de usabilidad a evaluar con HEODAR.
La figura 6, muestra un ejemplo de la interfaz de la herramienta.

Figura 6. Parte de los criterios de HEODAR para evaluar aspectos Psicopedagógicos

688
peor valorados son los criterios que han obtenido una puntuación de recursos pensando en una adecuada gestión del conocimiento a
media menor de 1.5 sobre 5 y los mayor valorados son los que través de la Red. La información contenida en los metadatos
han obtenido una puntuación media mayor de 4.5 sobre 5 [4]. facilita la búsqueda y recuperación de este tipo de recursos en
Para conocer la opinión de los evaluadores sobre la herramienta repositorios de almacenamiento.
HEODAR, se les solicita contestar a una encuesta que contiene El seguimiento de un modelo para diseñar OAs con el objetivo de
preguntas acerca de la adecuación, pertinencia y cantidad de los desarrollar determinadas competencias, da un valor agregado a la
criterios, forma de manejar la herramienta, utilidad, visualización principal característica de éstos, que es su reutilización, es así
de los resultados y desarrollos futuros. También incluye un campo como se facilita la tarea al docente para seleccionar de forma
de texto para recoger valoraciones cualitativas que permitan independiente recuros necesarios para potenciar el desarrollo de
mejorar la herramienta. objetivos educativos específicos. Por otra parte, el diseño de OAs
Hasta ahora la herramienta se ha aplicado a estudiantes de un no significa una actividad complicada para los docentes, porque la
Máster en Infomática de la Universidad de Alcalá de Henares el propuesta considera elementos básicos de diseño instrucional,
año 2009, Máster en Learning de la Universidad de Salamanca, además hay programas que ayudan a estructurar los recursos
años 2009 y 2010 y el curso de verano “Aspectos básicos para su conforme a un estándar elearning, sin que ellos tengan que ser
Diseño, Creación, Gestión y Evaluación” impartido el año 2010 a expertos en el tema.
través del Centro Internacional de Tecnologías Avanzadas (CITA) La implementación de HEODAR como ejemplo de herramienta de
de Peñaranda de Bracamonte. evaluación, ha supuesto un cambio en la concepción de este tipo
Entre los resultados obtenidos, se puede destacar que la de desarrollos, esto es debido a que permite la evaluación directa
valoración general de la herramienta ha sido muy positiva, debido de estos elementos de conocimiento en el propio entorno en el que
a que está integrada en la plataforma donde se encuentra el OA, lo son empleados por tutores y alumnos: una plataforma LMS
cual permite su inmediata evaluación. Por otra parte, la (Learning Management System). La extracción de resultados de
visualización de los resultados permite observar claramente los forma automática a partir de los datos generados por las
aspectos que pueden ser mejorados. evaluaciones de los actores implicados, servirán para la mejora de
los OAs almacenados en los repositorios de la institución
En cuanto a los aspectos pedagógicos, se ha comentado agregar correspondiente.
algunos criterios de valoración, como por ejemplo, si la
interactivadad ha contribuído a la contrucción del conocimiento y Esto supone una clara ventaja de esta plataforma con respecto a
evaluación cognitiva del alumno. En cuanto a aspectos técnicos se aquellas que no integran aún el módulo desarrollado, dado que se
ha sugerido valorar el aporte de los archivos multimedia y la permitirá la mejora continua de los contenidos, lo cual se espera
posibilidad de exportar los resultados como un documento de produzca un incremento de la satisfacción de los estudiantes. Este
texto e imprimir los resultados para su análisis. hecho se plasmará al constatarse la previsión de que todos
aquellos OAs que hayan pasado por varias evaluaciones
Sobre los desarrollos a futuro, gran parte de los evaluadores ha obtendrán cada vez mejores calificaciones, en promedio, por parte
estado de acuerdo en la posibilidad de exportar los resultados de de los evaluadores.
HEODAR a dispositivos móviles.
Ante estos resultados, ya se está trabajando en una nueva versión
En cuanto a la mejora de la visualización de los resultados, la de la herramienta, que además de proveer las funcionalidades ya
mayoría ha estado conforme, pero se echa en falta la visualización mencionadas, permita a los usuarios revisar los resultados antes
de gráficos que representen de una forma más clara los aspectos a de enviarlos y tener la posibilidad de exportarlos como un
ser mejorados. documento, para guardarlos o enviarlos a dispositivos
electrónicos.
También se ha mencionado la falta de criterios para evaluar
aspectos relacionados a los estándares, sin embargo, si el OA está Finalmente, se considerará la adaptación de HEODAR a diversos
en una platafoames porque realmente cumple con el estándar tipos de evaluadores, como por ejemplo, expertos en estándares y
SCORM porque de otra menra no sería posible evaluarlo con especificaciones elearning, con la finalidad de que los OAs sean
HEODAR, ya que la herramienta solamente puede ser activada si evaluados antes de ser entregados a través de una plataforma y
el OA tiene este formato. también otra adaptación dirigida a los estudiantes para que éstos
realicen una valoración del OA en un contexto educativo, que
ofrezca realimentación no sólo en relación al OA, sino también, a
4. CONCLUSIONES la interacción con los docentes y desarrollo del curso.
El desarrollo web hacia la semántica condiciona la necesidad de
disponer de información específica según las necesidades de los
usuarios. En el ámbito educativo no es una excepción, hoy en día REFERENCIAS
el uso de las tecnologías de la información para la enseñanza nos [1] ADL. 2005. Advanced Distributed Learning Initiative.
facilita el acceso a grandes cantidades de información, en donde Disponible en http://www.adlnet.org.
lo importante no es disponer de una gran cantidad de ella, sin más [2] De Miguel Díaz, Mario (Dir). 2006. Modalidades de
bien, seleccionar y tener acceso a la que nos puede aportar el enseñanza centradas en el desarrollo de competencias.
conocimiento necesario para una determinada situación educativa. Modalidades de enseñanza para promover el cambio
metodológico en el espacio europeo de educación superior.
El diseño de OAs presentado como unidades independientes con
Ediciones Universidad de Oviedo.
sentido pedagógico, de diversos tamaños o niveles de
granularidad, constituye un paso importante para diseñar este tipo

689
[3] Hamel & Ryan-Jones. 2002. Designing Instruction with [9] Muñoz, J., Ruiz, R.E., Álvarez, F. 2007. Evaluación de
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[5] Morales, E. M., García, F. J., Barrón, Á. 2007. Definición Research and Assessment Network Bowman, M., Debray, S.
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[6] Morales Morgado, E. M., Gomez, D.A., Garcia Peñalvo, F.J. y Objetos para el Aprendizaje.
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la formación on-line. Aproximación metodológica a la
elaboración de contenidos, Editorial Ariel Educación

690
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

METODOLOGÍA DE GESTIÓN DE PROYECTOS APLICADA


AL DESARROLLO DE OBJETOS DE APRENDIZAJE
Ludy Gelvez Carolina Mejia Clara I. Peña Ramón Fabregat
U. Industrial de Santander Universidad de Girona Universidad Industrial de Universidad de Girona
UIS UdG Santander UdG
Colombia España UIS España
lgelvez@uis.edu.co carolina@eia.udg.edu Colombia ramon@eia.udg.edu
clarenes@uis.edu.co

RESUMEN
Este documento presenta la metodología MetOA que fue diseñada En ese orden de ideas, este trabajo plantea el uso de MetOA [6],
con base en los lineamientos de gestión de proyectos de la guía una metodología desarrollada con el fin de aplicar herramientas y
PMBOK del Project Management Institute (PMI) [12], con el fin técnicas para establecer, administrar y coordinar principalmente
de dar soporte a la implementación y evaluación de Objetos de tres aspectos durante el ciclo de vida de este tipo de proyectos: 1)
Aprendizaje desarrollados por un grupo multidisciplinario de el recurso humano participante, que para el caso se consideran los
profesores, investigadores y estudiantes de diferentes programas profesores de las asignaturas a las cuales se les piensa dar soporte
académicos de educación superior. El ciclo de vida de MetOA lo con los Objetos de Aprendizaje generados; los estudiantes que
constituyen 6 etapas secuenciales como son: la definición del colaboran en el planteamiento, desarrollo y pruebas de los
proyecto que permitirá desarrollar el OA, el diseño instruccional productos; los diseñadores gráficos que dan vida a la imagen que
del mismo, el diseño y producción del OA, la integración y
evaluación del OA en los procesos educativos pertinentes, la
puesta en marcha y finalmente las conclusiones y cierre. El pueden tener esos Objetos; los generadores de recursos
seguimiento y control de todo este proceso se lleva a cabo de multimedia, que saben crear y poner funcional el producto; los
manera paralela a cada una de las fases mencionadas. El OA pedagogos que dan soporte al diseño instruccional del mismo; los
resultante una vez liberado queda utilizable por cualquier investigadores de TIC aplicadas a la educación que de una u otra
plataforma de gestión de aprendizajes (LMS). manera prueban sus propuestas, etc. 2) el tiempo y los recursos
financieros y tecnológicos necesarios y 3) el cumplimiento de
Categorías y descriptores de temas estándares, lineamientos y objetivos generales.
K.6.1 [Project and People Management]: lifecycle, Systems En la siguiente sección se describen los detalles de esta
analysis and design, Systems development, Training. metodología junto con su aplicación y el documento se cierra con
algunas conclusiones y propuestas de trabajo futuro.
Términos generales
Design, Documentation, Management, Performance. 2. GENERALIDADES DE MetOA
2.1 Perfiles de usuarios
Palabras clave Un OA o conjunto de OAs se desarrolla bajo MetOA a partir de 4
Gestión de proyectos, objetos de aprendizaje, TIC, PMBOK, subproyectos (trabajos de grado de estudiantes en modalidad de
diseño instruccional, MetOA. práctica en docencia) [15], con una duración aproximada de 6
meses cada uno. En estos subproyectos participa un grupo
interdisciplinario de personas con los siguientes perfiles:
1. INTRODUCCIÓN
El diseño y desarrollo de Objetos de Aprendizaje para la • Gerente de proyecto: quien se encarga de administrar, dirigir
educación mediada por Tecnologías de Información y y coordinar el talento humano, los recursos económicos,
Comunicación (TIC) es un proceso complejo que compromete materiales, logísticos e informáticos para lograr objetivos y
importantes recursos financieros, tecnológicos y humanos. Una resultados previamente determinados. En términos
buena metodología para la gestión de los mismos garantiza su uso académicos es el codirector del proyecto de grado ante el
eficiente y la generación de productos finales funcionales y de respectivo ente académico.
calidad. • Coordinador tecnológico: quien asesora y verifica que las
herramientas tecnológicas implementadas cumplan con los
estándares [1] y lineamientos de accesibilidad [16]
previamente definidos.
Gelvez, Ludy., Mejia, Carolina., Peña, Clara., Fabregat, Ramón. (2010). Metodología de
Gestión de Proyectos aplicada al Desarrollo de Objetos de Aprendizaje. En J. Sánchez
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 690-697,
Santiago de Chile.

691
• Coordinador pedagógico: quien asesora y coordina desde la • Participar en la selección, dirección y reubicación del
óptica pedagógica la elaboración del diseño instruccional de personal que hace parte del equipo de proyecto.
la asignatura, siguiendo los lineamientos generales
• Plantear lineamientos para la realización del diseño
previamente definidos para la construcción de diseños
instruccional de las asignaturas.
instruccionales para la formación por competencias [11].
• Investigar, proponer y hacer seguimiento a los estándares y
• Coordinador de diseño gráfico y producción multimedia:
lineamientos de accesibilidad para la construcción de OA.
quien asesora la elaboración del diseño gráfico, los
lineamientos de usabilidad y la producción de los recursos • Investigar, proponer y hacer seguimiento a la aplicación de
multimedia. estilos de aprendizaje en la construcción de los OA [5].
• Docente de la asignatura: quien asesora la construcción de • Crear y actualizar periódicamente las guías de usabilidad y
los OA con base en su experticia temática. En términos estilos de diseño gráfico.
académicos es el director del proyecto de grado ante el • Establecer lineamientos para la producción de recursos
respectivo ente académico. digitales en formatos multimedia así como para el desarrollo
• Estudiantes en proyecto de grado: quienes colaboran en el de simuladores, herramientas software y estructuras
planteamiento y desarrollo de los OA. multilingüe.
• Estudiantes que cursan la asignatura: quienes como usuarios • Diseñar y actualizar periódicamente la plantilla para la
finales del producto chequean su funcionalidad y generan construcción del OA.
retroalimentación para su mejoramiento. • Elaborar y realizar la presentación de informes generales de
• Demás docentes de la asignatura: quienes se encargan de avance y dar a conocer los indicadores de gestión.
realizar aportes significativos durante todas las etapas del • Hacer seguimiento y control de calidad a los OA liberados
proceso, con el fin de que los productos logren un con el fin de mejorar su funcionamiento y sus efectos en el
mejoramiento continuo. aprendizaje.
2.2 Oficina de Gestión de Proyectos OGPOA • Crear y administrar el repositorio de proyectos organizados
Para centralizar y coordinar la dirección de proyectos en MetOA por Escuelas y programas académicos.
se propuso la creación de la Oficina de Gestión de Proyectos para • Crear y administrar el repositorio de OA para apoyar el
la Construcción de Objetos de Aprendizaje OGPOA encargada aprendizaje de las asignaturas.
de:
• Establecer y verificar el cumplimiento de los objetivos
• Desarrollar cursos de capacitación y charlas informativas. generales de los proyectos.
• Asignar y coordinar los recursos compartidos para el • Socializar los resultados obtenidos tanto a nivel interno
desarrollo de los proyectos. institucional como a nivel externo (comunidad académica
• Planificar y coordinar la ejecución de proyectos y nacional e internacional) y administrar la información
subproyectos. compartida.
• Coordinar la comunicación entre proyectos y unidades • Establecer y coordinar los estándares generales de calidad y
académicas interesadas. garantizar el cumplimiento de MetOA para su mejoramiento
continuo.
• Establecer formatos para el seguimiento de los proyectos y
coordinar el equipo de apoyo para el desarrollo de los 2.3 Ciclo de Vida de MetOA
mismos. Es responsabilidad de cada líder de proyecto supervisar el
• Construir y administrar una plataforma guía para gerentes de cumplimiento de los lineamientos establecidos a través de la
proyecto. OGPOA, seguimiento llevado a cabo durante todo el ciclo de vida
del proyecto. La Figura 1 muestra la arquitectura del proceso de
• Supervisar de forma centralizada los proyectos de grado con
construcción de OAs estructurada en siete fases de la metodología
base en los planes aprobados.
propuesta.
• Tomar decisiones clave durante la etapa de cada proyecto si
fueran necesarias.

Figura 1. Ciclo de vida de MetOA


692
A continuación se describen cada una de estas fases: Conclusiones y cierre. El objetivo de esta fase es la explicación
del grado de aceptación de los usuarios con respecto al producto
generado. Se analizan en conjunto con el usuario final, los
resultados obtenidos de la explotación de un primer prototipo del
producto y se realizan las evaluaciones oportunas de satisfacción
y control de calidad, definiendo también nuevos pasos y
Definición. El objetivo de esta fase es la creación y la apertura de
recomendaciones para llevar a cabo durante los meses siguientes.
un proyecto estableciendo la planificación del mismo. Esta
De forma periódica la OGPOA hará seguimiento y mejoramiento
planificación ofrece un resumen de alto nivel para supervisar el
continuo para que se explote al máximo el producto.
progreso y cumplimiento de los objetivos del proyecto, siendo una
referencia desde el principio hasta el final del mismo. Se detallan Seguimiento y control de calidad. Durante esta fase se constituye
las fases que componen el proyecto, así como el tiempo y los un comité de seguimiento y control designado por la OGPOA, que
recursos necesarios para llevarlas a cabo. será el encargado de la supervisión y aprobación de cada una de
las fases del proyecto, toma de decisiones necesarias y evaluación
Diseño Instruccional. El objetivo de esta fase es la obtención de
de resultados. Obtener la evolución del proyecto real a nivel de
una especificación detallada del proyecto de forma que satisfaga
tareas, compararla con la planificada, establecer la satisfacción del
las expectativas educativas planteadas y sirva de base para las
usuario en cuanto al servicio ofrecido y definir los puntos críticos.
siguientes fases. La participación activa mediante el aporte y la
Esta fase permanece en funcionamiento paralelo al desarrollo de
unificación de criterios del equipo de expertos temáticos
las demás fases.
conformados por los docentes encargados de la misma asignatura,
y de los pedagogos, constituye un aporte significativo hacia la 2.4 Grupo de Procesos de Gerencia de
construcción de un diseño instruccional que satisfaga los
objetivos de aprendizaje [11]. Proyectos
A continuación se describen los grupos de procesos de gerencia
Diseño y Producción de OA. El objetivo de esta fase es diseñar y de proyectos que se llevan a cabo en cada una de las fases del
producir OAs con base en el diseño instruccional llevado a cabo. ciclo de vida MetOA, sus entradas, salidas y la documentación
Los OA se estructuran en lecciones que constituyen el soporte a general utilizada. Como se muestra en la Figura 2, los grupos de
cursos académicos. Su diseño y desarrollo debe cumplir los procesos de iniciación, planificación, ejecución, seguimiento y
estándares de e-learning para garantizar su interoperabilidad, control y cierre, se distribuyen e interrelacionan a lo largo del
reusabilidad, escalabilidad, accesibilidad, durabilidad, ciclo de vida del proyecto y constituyen una parte fundamental
adaptatividad y autocontención conceptual [10]. Estos OAs una dentro de la metodología.
vez construidos deben ser catalogados y publicados en el
repositorio [2], dispuesto para organizar recursos digitales por Grupo de Procesos de Iniciación. Se compone de procesos que
diferentes categorías con el fin de facilitar su consulta por parte de determinan el comienzo de un nuevo proyecto y de los
la comunidad académica y de investigación a nivel nacional e compromisos adquiridos por el equipo de trabajo para el
internacional. Los lineamientos para la publicación de OAs son desarrollo del mismo (ver Tabla 1).
establecidos por la OGPOA. Grupo de Procesos de Planificación. Este grupo de procesos se
Integración y Evaluación de OAs en la Plataforma LMS. Para desarrolla con el fin de lograr una proyección de las actividades a
el caso se ha seleccionado una plataforma con características realizar, la metodología a seguir, el tiempo estimado y los
hipermediales adaptativas [3] desarrollada con tecnología recursos requeridos. (Ver Tabla 2).
multiagente y fundamentada en las premisas de la “Ingeniería Grupo de procesos de Ejecución. El objetivo fundamental es la
Instruccional” producto de la convergencia de los modelos de construcción de OA para el desarrollo de competencias de las
conocimiento, el diseño instruccional, los materiales y los diferentes asignaturas de acuerdo a la planificación obtenida. El
recursos tecnológicos que apoyan los procesos educativos en línea uso de MetOA durante esta fase garantiza el soporte continuo al
[8], porque era en su momento, la plataforma de experimentación trabajo colaborativo, la organización y el seguimiento de
del proyecto de investigación y transferencia de conocimiento actividades, el cumplimiento de estándares y especificaciones de
para el cual se pusieron en marcha estas iniciativas [9]. Por eso e-learning, el seguimiento de lineamientos de accesibilidad, el
era importante considerar la estructura multilingüe que el OA cumplimiento de políticas generales, la reutilización y el uso
debía seguir, lo mismo que la evaluación de su funcionamiento adecuado de los recursos disponibles. En la Tabla 3 se listan los
con otros elementos (foro, pizarra, etc.) y su integración con los procesos de ejecución que intervienen en el proceso de
demás recursos disponibles. construcción de un OA.
Puesta en marcha. El objetivo es incorporar la utilización del Grupo de Procesos de Seguimiento y Control. Su principal
nuevo sistema en la dinámica de trabajo. Durante el desarrollo de objetivo es el control de todas las actividades desarrolladas a lo
este subproyecto se evalúa el grado de aceptación de los usuarios largo del ciclo de vida del proyecto. Es una de las labores más
(docentes encargados y estudiantes que cursan la asignatura). Una importantes en MetOA, su seguimiento adecuado permite vigilar
vez puesto en funcionamiento el OA, se establece un periodo de el cumplimiento de los objetivos generales del proyecto y evitar o
recolección de retroalimentación utilizándolo en asignaturas detectar a tiempo las desviaciones en el cronograma (ver Tabla 4).
reales con compromisos reales durante el transcurso de un periodo
Grupo de procesos de Cierre. En este grupo de procesos se
académico. Esta retroalimentación posteriormente permitirá
aprueba el proyecto o una fase del mismo. No se puede considerar
realizar los ajustes finales y liberar el producto profesionalmente.
terminado un proyecto hasta que la OGPOA verifique y reciba a
conformidad todos los entregables. (Ver Tabla 5).

693
Figure 2. Grupo de procesos para la gerencia de
proyectos – adaptado del PMBOK [13]

Proceso Entrada Salida Documentación


Reunión informativa. Docentes y - Descripción general del -Informe de la reunión.
estudiantes en proyecto.
proyecto de grado - Participación (si/no).
interesados.
Asignación del Equipo de Equipo de trabajo - Notificación al equipo -Acta de constitución del proyecto.
trabajo. asignado por la de trabajo. -Agenda del proyecto.
OGPOA. - Elaboración del acta de
constitución del proyecto.
Reunión de apertura del Reunión convocada -Designación de roles y -Informe de la reunión.
proyecto. por el gerente del compromisos. - Acta de compromiso para el trabajo
proyecto. -Establecimiento de de grado.
horarios y lugares de
- Guía de actividades a realizar para
encuentro.
iniciar el trabajo de grado.
Actividades Convocatoria a - Equipo de trabajo -Seguimiento de actividades.
complementarias de reuniones y cursos capacitado e informado. - Control de asistencia a cursos de
iniciación. de capacitación, capacitación.
entre otras
actividades.
Tabla 1. Grupo de procesos de iniciación

694
Proceso Entrada Salida Documentación
Establecimiento del Planeación de Cronograma de hitos y -Cronograma de informes.
calendario las entregas. entregas de acuerdo al -Ciclo de vida de MetOA.
calendario académico.
-Guía para la propuesta del trabajo de
grado.
Revisión de la Plan de Plan de proyecto revisado -Guía para la elaboración del plan de
planificación. proyecto. y aprobado. trabajo de grado.
-Plan de proyecto.
Aceptación de la Plan de Plan de proyecto Carta de aprobación del plan de proyecto de
planificación. proyecto ante aprobado por la Escuela. grado expedida por la Escuela responsable.
la Escuela.

Tabla 2. Grupo de procesos de planificación

Proceso Entrada Salida Documentación


Iniciación. Revisión de la Establecimiento del plan -Metodologías pedagógicas.
planeación. de ejecución. -Contenidos de la asignatura.
-Plan de ejecución del proyecto.
Elaboración Plan de Diseño instruccional -Guía básica del diseño instruccional.
del diseño ejecución. aprobado. -Lineamientos para la aplicación de estilos de
instruccional aprendizaje.
-Guía de medios didácticos.
Diseño y -Diseño - OA dispuestos en el - Lineamientos para la construcción de objetos de
producción instruccional. repositorio. aprendizaje.
de OA. -Plan de - Seguimiento de los -Plantilla guía para el desarrollo de los mismos.
ejecución. OA.
Integración -OA -Integración de los OA -Guía para la integración de OA en la plataforma LMS
y evaluación -Plan de en la plataforma. -Guía para la evaluación de los OA.
en ejecución. -Evaluación de los OA
plataforma. -Guía de trabajo colaborativo.
integrados.
-Ajustes a los OA.
Puesta en -Primera - Utilización del -Guía de evaluación del OA.
marcha. versión del producto durante un -Formato para realizar el control de calidad del OA.
producto. periodo académico.
-Encuesta de satisfacción del usuario.
-Plan de -Ajustes y mejoramiento
ejecución. continuo.
Conclusione -Versión final - Conclusiones y -Formato cierre del proyecto.
s y cierre. del producto. recomendaciones.

Tabla 3. Grupo de procesos de ejecución

695
Proceso Entrada Salida Documentación
Seguimiento Tareas en Revisión del estado de la - Informe de seguimiento.
de tareas. desarrollo. tarea en el momento del - Cronograma de informes.
seguimiento.
- Control de cambios.
Gestión de Incidencia. Impacto producido en -Informe de seguimiento.
incidencias. cuanto a tareas y fechas de -Control de cambios.
entrega afectadas.
-Cronograma de informes.
Finalización Notificación de Tarea revisada y dada por -Informe de seguimiento.
de la tarea. tarea concluida. concluida por el -Cronograma de informes.
coordinador de la misma.
-Guía para la elaboración del libro
del trabajo de grado.
Aceptación. Verificación del Aceptación de la tarea por -Informe de seguimiento
cumplimiento. parte del coordinador de la -Cronograma de informes.
misma
- Libro del proyecto aprobado.
Tabla 4. Grupo de procesos de seguimiento y control.

Proceso Entrada Salida Documentación


Inclusión histórica de Soporte Soporte del OA - Productos entregados en formato
proyectos. magnético OA. organizado. digital organizados según los
lineamientos.
Archivo de la Documentación Documentación -Archivo de la documentación física
documentación de de la gestión del archivada. y digital según los lineamientos de
gestión del proyecto. proyecto. la OGPOA.

Tabla 5. Gr upo de pr ocesos de cier r e.

2.5 USO de MetOA Asignaturas Proyectos


A finales del año 2008 y durante el 2009, la OGPOA reportó un Escuela con OA de grado
total de 120 Objetos de Aprendizaje desarrollados bajo los Escuela de Ingeniería 10 10
lineamientos de MetOA. 80 trabajos de grado dieron soporte a la Eléctrica, Electrónica y de
generación de estos productos que apoyaron el aprendizaje de 55 Telecomunicaciones
asignaturas de los programas académicos de Ingenierías y
Escuela de Estudios 10 15
Ciencias de la universidad [13] (ver distribución en Tabla 6). En
Industriales y Empresariales
la Figura 3 se presenta un ejemplo del proceso de construcción de
OA para la asignatura Estática [4], del programa académico de Escuela de Ingeniería 17 19
Ingeniería Mecánica [14] siguiendo el ciclo de vida de MetOA. Mecánica
Escuela de Ingeniería de 15 26
Sistemas e Informática
Escuela de Matemáticas 2 7
Escuela de Idiomas 1 3
Tabla 6. Relación de proyectos de grado para la construcción
de objetos de aprendizaje.

696
Figura 3. Construcción de un OA con base en MetOA para la asignatura Estática del
programa académico de Ingeniería Mecánica

necesidades especiales de educación (impedimentos visuales y


3. CONCLUSIONES Y TRABAJO FUTURO auditivos, problemas motrices, etc.), con el objetivo de brindar
La Metodología de gestión de proyectos para la construcción de
una mayor equidad en la distribución de la educación mediada por
Objetos de Aprendizaje MetOA constituye un avance significativo
TIC. También se analizará la construcción y/o refinamientos de
para el apoyo a los gerentes de proyecto y al equipo de
algunos lineamientos con base en sugerencias y apreciaciones por
profesionales que trabaja en el desarrollo de este tipo de recursos.
parte de profesores y estudiantes quienes han sido los principales
Su seguimiento, propuesto bajo estándares internacionales y
usuarios de MetOA.
lineamientos de accesibilidad facilita la producción masiva de
objetos de alta calidad, haciendo un adecuado uso de los recursos
humanos, materiales y financieros. Esta propuesta metodológica
4. AGRADECIMIENTOS
Los autores agradecen al personal científico del Laboratorio de
se hace extensible para instituciones educativas, empresas de
Investigación y Desarrollo del CENTIC 1 a los profesores y
desarrollo de software y demás entidades que trabajen en la
construcción de objetos de aprendizaje.
Como trabajo futuro, se van a diseñar e implementar los 1
CENTIC: Centro de Tecnologías de Información y
lineamientos requeridos para la construcción de Objetos de Comunicación, Universidad Industrial de Santander,
Aprendizaje que soporten la inclusión de estudiantes con Bucaramanga, Colombia.

697
estudiantes colaboradores por su compromiso y apoyo para sacar [12] Project Management Institute, Inc. 2004. Guía de los
adelante las iniciativas presentadas en este documento, así como fundamentos de la dirección de proyectos, Guía del PMBOK.
al programa de becas de la Universitat de Girona, referencia Tercera edición. PMI Publications, Four Campus Boulevard
BR08/09 por su apoyo a la investigación en el área del uso de TIC Newtown Square, Pennsylvania 19073-3299 EE.UU.
en los procesos de enseñanza/aprendizaje. [13] Universidad Industrial de Santander (UIS),
http://www.uis.edu.co.
[14] Universidad Industrial de Santander. Programa Académico
REFERENCIAS de Ingeniería Mecánica.
https://www.uis.edu.co/portal/info_academica/facultades/fac
[1] Advanced Distributed Learning Initiative. 2004. The ultades.html
SCORM Overview. [15] Universidad Industrial de Santander. 1982. Reglamento
http://www.adlnet.gov/downloads/DownloadPage.aspx Académico Estudiantil de Pregrado. Acuerdo del Consejo
?ID=237. Superior No.72 de 1982. Bucaramanga, Colombia.
[2] Biblioteca Digital de Recursos Didácticos UIS (BDRD), [16] WAI Web Accessibility Initiative,
http://torcaza.uis.edu.co:8080/bdrd/. W3C,http://www.w3.org/WAI/.
[3] Brusilovsky, P. 1996. Methods and techniques of adaptive
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Comunicaciones en la Educación (SINTICE 2007),
International Thomson Editores Spain, S.A., ISBN: 978-84-
9732-597-4, España.

698
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

USO DE LA WEB 2.0 EN EL ÁMBITO EDUCATIVO.


CONSTRUCCIÓN COLABORATIVA DE UNA BASE DE
DATOS POR ESTUDIANTES QUE SE INICIAN EN LA
MAESTRÍA EN ENSEÑANZA DE LA BIOLOGÍA Y DE LA
QUÍMICA.

Marta Matos
Instituto Pedagógico de Caracas
Venezuela
martamlmq@gmail.com

RESUMEN O´Reily, indica que las aplicaciones Web 2.0 son aquellas que
Se trata de la presentación de una experiencia con una sacan partido a las ventajas intrínsecas de la Web, ofreciendo un
herramienta Web 2.0. Los participantes del curso propedéutico servicio continuamente actualizado que mejora cuanto más
“Manejo de fuentes de información bibliográfica y bases de gente lo use, utilizando y remezclando los datos de múltiples
datos” de la maestría en Educación, Menciones: Enseñanza de la recursos, incluyendo los usuarios individuales, a la vez que
Biología y Enseñanza de la Química de una reconocida ofrecen sus propios datos y servicios de tal forma que pueden
universidad venezolana, como una actividad final de dicho ser reutilizados por otros, creando una “arquitectura de
curso, crearon una base de datos on-line colaborativa a través participación” en red, yendo más allá de la página Web 1.0 para
del marcador social “Delicious”. Durante el desarrollo del curso ofrecer experiencias de usuario cada vez más ricas [2].
cada participante creó su propia base y la fue enriqueciendo, Son variadas las herramientas Web 2.0 que nos ofrece Internet.
tomando en consideración técnicas de búsqueda de información En el Cuadro 2, se presenta la clasificación que hace McGee y
on-line y, al final del mismo, se recopilaron todos los recursos Díaz [3] de la herramientas Web 2.0 de acuerdo a su tipo y
en una sola base que es la que se presenta en este artículo. El función.
uso de esta herramienta les será de utilidad a los participantes en Estas herramientas tienen la ventaja de ser cada vez más
el desarrollo de la carrera de postgrado en la que se están sencillas de utilizar, su manejo es intuitivo y amigable,
iniciando. permitiendo así que el usuario se centre en el proceso de
Palabras claves comunicación, que debería ser y es lo más importante, y no en el
Base de datos, marcador social, delicious, Web 2.0 manejo instrumental de la herramienta. Con la Web 2.0 dejamos
de ser simples lectores para convertirnos en usuarios
participativos. “Internet ha pasado de ser un espacio de lectura a
1. LA WEB 2.0 ser de lectura-escritura” [4] y en consecuencia ha pasado a ser
En la actualidad tenemos un conjunto de herramientas Web que un espacio para la interacción. Las interacciones en la Web
nos permiten compartir ideas e información y trabajar en forma generan lo que se denomina inteligencia colectiva. Wikipedia
colaborativa de una forma rápida y sencilla sin tener grandes [5] la define como una forma de inteligencia que surge de la
conocimientos de programación ya que son simples e intuitivas. colaboración y concurso de muchos individuos, mientras que el
Ellas constituyen lo que se ha llamado Web 2.0. Informe Horizon 2008 [6], utiliza el término para designar “el
El Cuadro 1 nos muestra las diferencias entre la Web 1.0 y la conocimiento incrustado en las sociedades o grandes grupos de
Web 2.0 [1]. Se observa que entre ellas hay drásticas individuos”.
diferencias. Una de las herramientas que recoge parte del flujo de
información que nutre esta inteligencia colectiva es la que se
conoce como Marcador social. Esta herramienta permite colocar
en la Web las direcciones electrónicas de nuestro interés de
Matos, Marta. (2010). Uso de La Web 2.0 En El Ámbito Educativo. Construcción manera que éstas puedan ser compartidas y así aprender los unos
Colaborativa de una Base de Datos por Estudiantes que Se Inician en la Maestría en de los otros.
Enseñanza de la Biología y de la Química. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 698-702, Santiago de Chile.

699
2. MARCADORES SOCIALES almacenar, clasificar y compartir enlaces en Internet o en una
Al almacenar las direcciones de sitios Web de interés en los Intranet” [7]. Los Marcadores Sociales (Social bookmarking)
“favoritos” de nuestra computadora personal generamos una son aplicaciones de Internet que nos permiten almacenar,
base de datos a la cual tenemos acceso sólo cuando nos organizar, buscar y gestionar nuestros sitios Web favoritos. Este
conectamos a Internet desde nuestra computadora. Lo deseable conjunto de enlaces, que hemos decidido almacenar, los
es que nuestra lista de fuentes de información electrónica sea organizamos a través de etiquetas (“tags”), que son las palabras
on-line, es decir, que esté disponible cuando nos conectemos a claves con las cuales describimos el recurso. Este etiquetado da
Internet desde cualquier computadora, lo que nos permitiría lugar a la folcsonomía o folksonomía la cual es “una indexación
mayor accesibilidad a las fuentes de datos que hemos social, es decir, la clasificación colaborativa por medio de
seleccionado y nos permitiría compartirla con otros usuarios. etiquetas simples en un espacio de nombres llano, sin jerarquías
Justamente, los marcadores sociales son “una forma de ni relaciones de parentesco predeterminadas” [8].

Web 1.0 (1993-2003) Web 2.0 (2003- )


Muchas páginas Web para ser vistas a través de un Multitud de contenidos compartidos a través
navegador de servicios de alta interactividad.
Modo Lectura Escritura compartida
Mínima unidad de Página Mensaje-Artículo-Post
contenido
Estado Estático Dinámico
Modo Navegador Navegador, lector RSS
visualización
Arquitectura Cliente- Servidor Servicio Web
Editores Webmasters Todos
Protagonistas Personas Expertas Aficionados
Cuadro 1. Diferencias entre la Web 1.0 y Web 2.0

TIPO FUNCIÓN HERRAMIENTA


De comunicación Para compartir ideas, información y creaciones. Blogs
Audioblogs
Videoblogs
Mensaje instantáneo
Podcats
Webcams
De colaboración Para trabajar con otras personas por un De edición y escritura
propósito específico, en un espacio de trabajo Comunidades virtuales de práctica
compartido.
Wikis
De documentación Para recolectar o presentar evidencia de Blogs
experiencias, producciones, líneas de Videoblogs
pensamiento en el tiempo, etc..
e-portafolios
De creación Para crear algo nuevo que puede ser visto y/o Aplicaciones Web híbridas
usado por otros Comunidades virtuales de práctica
Mundos virtuales de aprendizaje
De interacción Para intercambio de información, ideas, Objetos de aprendizaje
recursos, materiales. Marcadores sociales
Comunidades virtuales de práctica
Mundos virtuales de aprendizaje

Cuadro 2. Herramientas de la Web 2.0

700
Este conjunto de etiquetas pueden ser compartidas con otros versión de Delicious fue creada y puesta en marcha por Joshua
usuarios. Así, al realizar una búsqueda a través de etiquetas, los Shachter, en setiembre de 2003. Este servicio acuñó el término
otros usuarios pueden acceder a los recursos que hemos de marcación social (social bookmarking) y el de etiquetado
seleccionado y, de la misma forma, nosotros acceder a los (tagging). En julio de 2008 es lanzada la versión 2.0 de fácil
recursos almacenados por otros usuarios. El conocimiento que manejo e interfaz sencilla la cual es utilizada por muchos
se va generando con nuestras aportaciones, al ser compartido, se usuarios [10], es por estas razones que se ha seleccionado como
enriquece con el aporte de los otros y permite localizar usuarios aplicación para la construcción de la base de datos que nos
con intereses comunes con los cuales podemos trabajar ocupa. La información en Delicious se presenta de una manera
colaborativamente. sencilla. En la Figura 1 se muestra la primera página de
Hasta el momento han aparecido cuatro grandes gestores de marcadores en Delicious del usuario “Postgrado Bioyquímica”
marcadores sociales: Delicious, Blinklist, Furl y Mister Wong. Como puede observarse en la Figura 1, en primer lugar, aparece
También hay iniciativas de orden académico en las que algunas la identificación del usuario que ha registrado las direcciones en
universidades han instalado un software específico para que sus Delicious (“Postgrado Bioyquímica”). A la izquierda de las
usuarios puedan crear sus listas de favoritos y compartirlas, direcciones, la fecha en que fueron guardadas las mismas, a la
como por ejemplo el servicio links de la Yale University Library derecha de éstas, y encerrado en un rectángulo azul, el número
o, a un nivel mucho más desarrollado, PennTags de la de usuarios de Delicious que también ha marcado esta dirección
University of Pennsylvania [9]. y, finalmente, bajo el rectángulo azul, las etiquetas o tags que
ha utilizado el usuario de la cuenta para guardar la dirección
3. EL MARCADOR SOCIAL DELICIOUS electrónica.
Delicious es uno de los primeros sistemas de gestión de
marcadores sociales y uno de los más conocidos. La primera

Esta página también permite que los visitantes conozcan hacemos clic sobre este rectángulo, aparecerá una nueva página
nuestras etiquetas. Éstas pueden ser mostradas a través de una de Delicious en la cual aparece la lista de usuarios que también
lista (como en la Figura 1) o a través de una nube de etiquetas. han guardado la misma dirección y bajo qué etiquetas lo han
Esta información le da una idea al que revise nuestra cuenta hecho. Esta acción nos permite conocer otros usuarios con los
acerca del tipo de información que está allí referenciada. Por mismos intereses. Por ejemplo, al hacer clic sobre el rectángulo
otra parte, el número que se muestra en el rectángulo azul nos azul correspondiente a la tercera dirección (en el cual aparece un
indica qué “tan popular” es el enlace que allí se exhibe y, si 11), se despliega la pantalla que se muestra en la Figura 2..

701
Aparece la lista de los 11 usuarios que registraron la dirección También es posible buscar información a través de la barra
específica. También aparece cómo etiquetaron la dirección y los superior que aparece en la página de usuario. Como se puede
comentarios y notas que les colocaron. Éstas informaciones son observar en la Figura 3, puede ser a través de marcadores
importantes para encontrar en la aplicación usuarios con (Bookmarks), de autores (People) y de etiquetas (Tags).
intereses comunes.

A través de marcadores, colocamos la URL de un recurso de A través de etiquetas, podemos explorar los recursos registrados
Internet para saber qué otros usuarios de Delicious lo han en Delicious en función de las etiquetas asignadas por los
señalado, ver las notas que le han colocado y cómo lo han usuarios.
etiquetado.

DE INFORMACIÓN BIBLIOGRÁFICA Y BASE DE


Por lo señalado hasta ahora, observamos que el marcador social DATOS”.
Delicious es una poderosa herramienta de información y
colaboración. 4.2 Aplicación utilizada
El marcador social Delicious debido a su facilidad de manejo, su
4. EL PROYECTO interfaz sencilla y usable y la cantidad de personas que la utiliza.
4.1 Objetivo
Construir, con el uso de la aplicación Delicious, una base de
4.3 Procedimiento
El curso se desarrolló en cuatro sesiones presenciales de tres
datos on-line, con recursos relativos a la enseñanza de la
horas cada una. Los participantes realizaron las siguientes
biología y enseñanza de la química, por parte de los
actividades: a) creación de una Wiki por parte de cada
participantes del curso propedéutico “MANEJO DE FUENTES

702
participante para ser utilizado por ellos como portafolio [10] Wikipedia, 2010. Delicious. Consultado en:
electrónico, b) creación de una cuenta en Delicious por cada http://es.wikipedia.org/wiki/Delicious (07/2010).
participante, c) Investigaciones documentales relacionadas con
la búsqueda de información y bases de datos, d) trabajo práctico
de búsqueda de información en un tema específico relacionado
con la enseñanza de la biología y de la química, e) actualización
continua del Delicicious de cada participante y finalmente, f)
construcción colaborativa de una base de datos grupal del curso
“MANEJO DE FUENTES DE INFORMACIÓN
BIBLIOGRÁFICA Y BASE DE DATOS”.

4.4 Dirección electrónica de la base de datos


http://www.delicious.com/bpostgrado

4.5 Conclusiones
Delicious es una aplicación muy versátil, que permite al usuario
acceder a sus recursos on-line desde cualquier computador con
conexión a Internet, también guardar recursos desde cualquier
computador y poder acceder a los recursos guardados por otros
usuarios, así como contactar a usuarios que estén interesados en
las mismas temáticas. La construcción colaborativa y
actualización de la base de datos de recursos on-line por parte de
los participantes del curso “MANEJO DE FUENTES DE
INFORMACIÓN BIBLIOGRÁFICA Y BASE DE DATOS”
constituye un insumo muy importante en el desarrollo de los
estudios de postgrado que estos participantes están iniciando.

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703
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

NICHE ADAPTATION OF INTERNATIONAL CORPORATE


EDUCATIONAL PHILANTHROPY: A CASE STUDY OF
INTEL LEARN IN CHILE
Denise Sauerteig Isabel Obrien
SRI International c/o SRI International
Estados Unidos Estados Unidos
denise.sauerteig@sri.com isabel.obrien@gmail.com

Abstr act
Critiques of corporate philanthropy and technology transfer often The Intel® Learn Program fits squarely within these criteria:
are based on notions of mismatch with respect to target contexts, promoting the development of new technological skills in service
citing self-interest for donor agents and the unintended impacts on to broader goals that connect to real-world issues and future
local communities, among other concerns (Michael, 2003; Porter possibilities for action (Michalchik et al., 2007). The program
& Kramer, 2006; Sharp, 2006; Steiner-Khamsi, 2008; Wulfson, was designed to bring hands-on, computer-based learning
2001). In this paper, we dig deeply into the adaptive activities to underserved young people ages 8 to 16 in informal,
implementation of one corporate philanthropic effort sponsored community technology settings throughout the world. To date,
by the Intel Foundation that represents, on the one hand, an 1.2MM children have participated in the program. The program’s
extreme of centralized global educational offerings and, on the pedagogy, which represents a shift from the didactic
other, a model of effective transfer with support for appropriate “transmission” models of teaching, stresses the following
and highly localized adaptation. This study examines social and approaches: thematic instruction, problem identification and
contextual factors surrounding the implementation of the solution, relevance to learners’ lives, active exploration, choice
programs in multiple sites in Chile and uses a learning sciences and autonomy, cycles of creation, collaboration and
framework to consider impacts on individuals and communities. communication, authentic feedback, teachers as facilitators, and
We show that the digital inclusion, critical thinking, and the use of 21st-century tools. Core strengths of the Intel Learn
collaborative learning goals of the program are met, though program are the vividness of its exemplification of progressive
sometimes in ways unintended by the program sponsors. We also pedagogy and the wide adaptability of essential program elements
argue that the aggregate effect on the communities involved across ages and contexts, making it a model for new forms of
leverages the core and essential elements of the curriculum, community-based and, even, grass-roots education worldwide.
training, and other aspects of the program, taking advantage of the
opportunities Intel’s support and materials afford for social good. Until recently, although evaluation studies had shown individual
cognitive outcomes, no research had been conducted on life
trajectory or community impacts of the program. In this paper,
Objectives and Theor etical Fr amewor k we focus our analysis on evidence of the types of benefits Chilean
communities experience as a result of members participating in
Supports for learning how to use digital tools have been shown to Intel Learn programs. We position these benefits in the context of
be critical in increasing digital inclusion and providing the the adaptations Intel and partners made to successfully scale and
concomitant individual and social benefits associated with digital contextualize the program in Chile.
equity (Kozma, 2008; Michalchik et al., 2006). As with any new
tool, learning how to use technology occurs most effectively in We argue that beyond learning outcomes, digital access and
well-designed learning environments. Such environment generally technological skills can have powerful community impacts. For
include opportunities to address real problems or create real example, positive relationships built between adults and
products; to build on the foundation of existing experiences that underserved youth can provide clear role models for educational
bridge of prior and new knowledge; and to create possibilities for attainment and possibility, potentially shaping the youths’
further development and application of new knowledge expectations for what they, too, can achieve (Holland & Farmer-
(Bransford et al., 2006; Gutierrez & Rogoff, 2003). Hinton, 2009; Martinez & Klopott, 2002). Studies of resilience
and youth development show that building external resources in
Sauerteig, Denise., Obrien, Isabel . (2010). Niche Adaptation of International Corporate informal education programs can have significant positive effects
Educational Philanthropy: A Case Study of Intel Learn in Chile. En J. Sánchez in helping at-risk youth overcome obstacles to higher education
(Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 703-708, (Botrell, 2009).
Santiago de Chile.

704
Intel Learn programming in Chile has developed during the 5 • Does the value to the community of the facility or space
years of its implementation from an informal program for rural in which Intel Learn is conducted shift after holding
youth boarding at high schools to an offering for broad age ranges Intel Learn courses? If so, how?
in a wide array of contexts—including adult education programs,
vocational training, and university orientations and curricula.
Youth outcomes are one example of results we present within a Methods
typology of community impacts that derive from the program as We relied on our research questions in preparing the interview and
locally adapted and implemented across diverse communities in observation guides that we used for data collection, which took
Chile. place within the methodological framework of rapid ethnography.
Rapid ethnography takes its basic research methods from classic
Resear ch Questions ethnography, but applies them within a time-constrained
evaluation context. In the rapid ethnographic approach, members
The primary purpose of our case study was to investigate the of the community participate in the study even as the conceptual
community impacts of the Intel Learn Program in Chile, which is framework for the study is evolving. Thus the approach
currently in its fifth year. Because this type of research has not capitalizes on the knowledge and capabilities of collaborative
previously been conducted in relation to the Intel Learn Program, teams, including local specialists and insiders in the field, and on
we approached the site visit with a purposely broad, open-ended, the use of local teams for data collection and interpretation of
and interrelated set of research questions that aligned with the findings. This approach is iterative: the preliminary data gathered
exploratory nature of the research. In developing research is then used to help guide subsequent decisions about additional
questions, we relied on a set of concepts and themes based on our data collection in the field.
knowledge of the Intel Learn Program.
Taking this approach, we spent significant time gathering data
The research questions that informed our approach included the before entering the field. We held extended discussions with the
following: Chilean Intel Learn team, read all materials available about the
• What are the short- and long-term impacts on program (including several reports and data from annual internal
participants of Intel Learn? evaluations of Intel Learn Chile), and familiarized ourselves with
the landscape of Information and Communication Technology
• Are members of the community, outside of the (ICT) educational interventions in Chile over the past two
participating learners themselves impacted? If so, how? decades. We also administered surveys (using SurveyMonkey™,
an online survey administration tool) to youth alumni and
• Is the community as a whole impacted as a result of
facilitators of the summer camp program to gather background
Intel Learn? If so, how?
information. As mentioned, 292 learners and 31 facilitators
• What are the impacts on program facilitators, both completed our surveys.
professionally and personally? In the field, we generated more than 200 pages of field notes
• Does the “new pedagogy” impact facilitators and based on discussions and observations across the dozen or so sites
learners outside the Intel Learn classroom? If so, how? visited. We conducted semistructured interviews with learners,
facilitators, parents, administrators, and researchers affiliated with
• Do learners take on new roles in the community after the program, and audio-taped several of those interviews. For the
participating in the program? If so, how? most part, group interviews were held, often following recent
program participants’ presentations of their final projects. Data
• Do learners gain a different sense of their role/agency in
have been analyzed using a grounded-theory approach (Strauss &
the community as a result of Intel Learn? If so, how
Corbin, 1998).
does that change manifest itself in their lives?
• Does the community service aspect of Intel Learn Results
impact learners’ or facilitators’ relationships with their
communities? Does their interest in other community Typology of Programs
activities change?
Keeping in mind that the Intel Learn program was designed as an
• Does gaining digital literacy help learners communicate after school youth program, we identified four major types of Intel
and access resources online to create new, positive life Learn programming in Chile: (1) out-of-school youth programs,
outcomes? (2) in-school youth programs, (3) specialized university trainings
for preservice education students, and (4) adult education, either
• Does the gain in digital literacy affect learners’ ability as a stand-alone offering or as a supplement to more
to navigate among online communities? comprehensive adult vocational programs.
• Do relationships change across facilitators,
administrators, learners, and their families as a result of Youth Programs in Out-of-school Time
Intel Learn? If so, how? The out-of-school implementation of the Intel Learn Program
• How do stakeholders view the program? Do follows the original program design and curriculum. These
stakeholders’ relationships in their professional programs are typically held in school buildings after school, on
communities change as a result of administering Intel weekends, or in the summer and are sponsored by many different
Learn? If so, how? funding and support sources. Facilitators for these programs
include schoolteachers, adult volunteers, university students, and
high school students (working with elementary students). The

705
program has been adopted for use in technology programs offered Accounting and Work (Tecnología, Contabilidad y Trabajo),
outside of school time because, as one project leader said, it sponsored by Chile’s national job retraining agency (National
includes “the best mix of fun and structure for learning.” One Service for Training and Employment [Servicio Nacional de
interesting adaptation of the Intel Learn programming was a Capacitación y Empleo—SENCE]), includes basic digital literacy
summer camp serving hearing and speech-impaired children. training, 30-hour versions of both Intel Learn units, and additional
Recognizing the responsiveness of Intel’s implementation accounting content. A stand-alone version of the course using an
agency—a small, local NGO named Corporación El Encuentro— unmodified curriculum was implemented by the Catholic
to the needs of the community, an Intel Learn facilitator whose University of Maule (Universidad Católica del Maule) with adults
daughter is hearing and speech impaired proposed adapting the at Villa Baviera, who, as discussed in detail on p.19, below, had
program for her and her classmates. recently been freed from a highly restrictive and repressive cult to
rejoin Chilean society. Other unmodified versions of the program
In-School Classes for Youth have also been included in literacy training for the elderly and
offerings for adult small business entrepreneurs.
The success of Intel Learn in out-of-school time has motivated in-
school implementations. These include: (1) mandatory and
elective courses offered at boarding schools throughout the
country, originally supported by the Chilean Ministry of Community Adaptations and Impacts
Education (Mineduc)’s Enlaces initiative and now continuing only
with local funding, (2) in the municipalities of Alto Hospicio and Based on our analysis of our field notes, survey, and interview
Vicuña, locally funded programming for public high school and data, we found that:
elementary students (with high school students as facilitators) 1. The program has been adapted to fit a wide variety of
overseen by Corporación El Encuentro, and (3) at two schools in social needs and niches.
Puerto Montt, courses held during morning class periods that
technology teachers offered to university student facilitators to 2. The program has been transformative across contexts
implement Intel Learn course. not just at the level of individual learning, but also at the
level of community impact.
University Programs These two findings are highly interrelated. As the program has
A particularly valuable and adaptive use of Intel Learn in Chile met the needs of populations ranging from elementary children in
has been as specialized programming for undergraduates at school, to university faculty, to adults with minimal education, it
universities around the country. Universities are using the has also promoted collective changes in pedagogical vision,
program to provide incoming preservice teachers with experience community action, and social development.
in progressive, student-centered pedagogy and 21st-century skills Youth programming with Intel Learn in Chile has been far-
to lay a solid foundation for the rest of their higher education. For reaching and impacted children’s lives by:
many students, the Intel Learn Program serves as the main focus
of their orientation when they arrive for their first year. In some • Empowering them to take on new challenges using
cases, students who participate in Intel Learn serve as facilitators digital tools and systematic approaches to create useful
with youth in the area; in other cases, preservice teachers’ products with the tools
participation in the program serves as a basis for learning how to
incorporate technology and new pedagogies in classroom • Providing them with distinct and meaningful
teaching. We visited two of the universities that use Intel Learn: connections to people and groups with resources to
one in Puerto Montt, where university students facilitated the offer.
program with local primary schools, and a second in Talca, where Adult programming of Intel Learn in Chile has had dramatic
faculty as well are taking the program to become familiar with the impacts on the lives of participants. Adults we spoke with were
Intel Learn pedagogy and tools. committed to using their Intel Learn experiences for:
Intel Learn for Adults • Developing personal tools for microenterprises and
other practical benefits
Through Mineduc’s Enlaces initiative, Intel Learn is offered to
adults as part of programming available to the public; the • Enacting social change in their communities and better
shortened version of the traditional format—18 hours for each of addressing the needs of their families.
the 2 Intel Learn units instead of 30, preceded by two additional
18-hour preparatory units—provides adults with basic Impacts of the Intel Learn course extend to facilitators, as well.
technological skills and literacy. The shortened versions of the Our findings indicate that, because of the program, facilitators for
course have removed some content deemed less relevant, such as Intel Learn in Chile become:
the nursing unit in Technology at Work. The program is typically • Deeply engaged in providing service to the greater
implemented at school sites that also offer Intel Learn to children. community
Piloted in 2008, the program had more than 8,200 participants in
2009, after pilot study results showed that more than 95% of the • Experienced in both learning and teaching with
participants rated the program very highly and would want to nontraditional pedagogy.
continue taking additional Intel Learn courses. Intel Learn has
The program is supporting community change by:
also been successfully incorporated into adult vocational
programs, typically delivered in community centers by municipal • Promoting gains in human capital that readily translate
agencies or nonprofits administering state and federal vocational into new capacities and improvements in the community
programs. A 100-hour, business-oriented course, Technology,

706
• Instilling appreciation of and interest in community Youth also repeatedly stressed how much they liked the
service facilitators personally, in addition to how exciting and interesting
they found their teaching style. The relationships built between
• Benefiting from the combined effects of the the facilitators and these underserved youth provided clear role
participation of many people from the same community models for educational attainment and possibility, potentially
in capacity-building experiences. shaping the youths’ expectations for what they, too, can achieve
• Supporting connections to networks of helpful people, (Holland & Farmer-Hinton, 2009; Martinez & Klopott, 2002).
useful organizations, and valuable information Many facilitators we spoke with noted that they continue to
communicate with the children they have taught, answering
• Creating linkages across communities and questions about computers or academic work; the facilitators also
organizations, helping them grow and succeed felt it likely that these relationships will continue over time. One
facilitator’s comments reflected others’ comments regarding their
• Contributing to the infrastructure for modernizing Chile experiences with teaching the course:
in the digital age, thereby creating powerful societal
impacts. The recognition and love the kids have given me is what
I have enjoyed the most.
Studies of resilience and youth development shows that these kind
of external resources can have significant positive effects in
helping at-risk youth overcome obstacles to higher education
Two Exemplary Cases of Community Impact (Botrell, 2009). These studies also point to the acquisition of
problem-solving skills and the development of intellectual
Case 1: Puerto Montt capacities as factors that improve youth outcomes, both of which
the Intel Learn Program works to strengthen (Unger, 2009).
Puerto Montt, a small port city in the scenic Lake Region of
southern Chile, where the Intel Learn Program has reached more Case 2: Villa Baveria
than 500 youth between the ages of 11 and 15. The program’s
positive effects were apparent during our visit to area schools as Villa Baveria was formerly an isolated and cult-like German
children excitedly shared stories about their time in the course, commune. It has an exceptionally dark history. Before the Chilean
their final projects, and their friendships with facilitators, who are government dismantled the commune in 2005, its members were
oppressed, forcibly shielded from modern life, and segregated
first-year university students in the Department of Physical
Education Sciences from the University of Los Lagos. from the Chilean society around them. For almost 50 years,
residents of Villa Baviera had had little agency in making their
When asked how this program differed from the school’s own decisions. Dissenting opinions were not tolerated. The
computer classes, students answered with comments like the commune’s leader ordered that men and women be separated, that
following: people work alone in their jobs, and that they speak German
exclusively. Various types of abuses were prevalent.
I learned more deeply and a lot more.
Once “freed,” adults who had stayed in the community indicated
We didn’t move on to the next thing until the whole that they wanted nothing more than to be accepted by Chileans—
class knew what was going on. to be free as were other Chileans to live their lives as they wished
We loved working in groups, even though sometimes it and to be perceived of as normal, friendly compatriots. They also
was hard. needed new sources of income to sustain the community and were
developing the basis for bringing tourists to their rural wooded
I like the facilitators a lot because they were patient in area. It was in this context that several of the adult members took
going through the lessons. the Technology and Community course as designed for youth,
Students in the program were quick to point out differences preceded by a few basic lessons on computer use, such as how to
between the type of education they had received in some of their turn on the computer and maneuver the mouse. The adults who
courses—didactic, rote, memorization based—and the dynamic, participated in the Intel Learn course had had no exposure to
student-centered approach in Intel Learn. Although held in school digital technology and were just beginning to learn Spanish when
computer labs, but after school hours, the program nonetheless they took the course.
differed from their typical school classes. More than anything, the
program encouraged these youth to develop ideas and content Several of the participants discussed how significant it was to
related to their own communities and interests. Course projects work collaboratively and to develop their own agency in sharing
ranged from advocacy of simple physical improvements at the their opinions and ideas for final projects—experiences new for
children’s school, to ways of caring for stray animals, to them. During our interviews and focus groups, they presented
consideration of means for combating domestic violence and drug their final projects to us with exuberance, addressing topics such
and alcohol abuse. The children noted how helpful the program as changing others’ perceptions of them, building single-family
had been for their schoolwork, and they showed great enthusiasm homes to be able to live with their spouses, and developing small
for extending what they had learned to blogs and Web pages business opportunities such as selling herbal tinctures and
about social issues that mattered to them and around which they medicinal plants. The course structure for developing a final
could build shared interest communities —a powerful model for project and following specific steps to complete it was
deepening children’s engagement in learning activities and transformative for this community, given its members had not had
technological skills (Ito et al., 2008). the opportunity to do something like this previously. Even though
they had taken the Technology and Community course 2 years
before our visit, participants repeatedly referred to the project

707
planning aspect of the course as having notable long-term influences of the curriculum, pedagogy, and instructional
impacts, especially as residents of Villa Baviera continued to approach on individuals, families, and communities. At the same
work on learning how to take control of their lives as adults. time, we documented many of the strategies and principles that
Remarkably, participants attributed the transformation of an entire have guided program development and implementation
community to the project development cycle built into Intel systemically throughout Chile, noting the particular social needs
Learn—plan, do, review, share. the program has been geared to address. The types of program
impacts and the choices made regarding whom to serve and how
F actors of Program Success to do so are closely related issues. That is, how a program is
Both contextual and strategic factors have made the Intel Learn designed and implemented—the types of partnerships,
Program highly successful in Chile. Much of the Intel Learn adaptations, and supports that shape the program—are often
Program implementation has occurred in conjunction with critical with respect to whether or not it is a success.
Enlaces, a national government ICT initiative begun in 1992
The successes of Intel Learn in Chile when viewed in terms of its
(Alzamora, 2009). At the same time, Intel and Corporación El
impacts on people’s lives are dramatic. Youth and adults,
Encuentro have developed strategic partnerships for adapting the
facilitators and faculty, community organizations, and local
program to a wider variety of niches in which it can function well.
business endeavors all have been shaped by the course. It has
The strategic approach has entailed considering fit and potential
repeatedly been adopted to fill particular niches by providing
impacts in multiple new geographical and programmatic areas,
technology training that is engaging, rigorous, and relevant to
piloting Intel Learn in those areas, and adjusting implementation
specific personal and community goals. As such, it has fit within
on the basis of the pilot results. The nimbleness of this approach
the ecology of offerings in municipalities across the country, and
has made it possible to use Intel Learn in Chile effectively across
become a key tool for schools, universities, and community-based
a wide range of environments.
organizations to promote social and economic development by
A key factor in Intel Learn’s success lies in the compatibility enhancing a broad range of attitudes, skills, and values that
between Intel’s operating principles and the capabilities, outlook, underpin positive community change.
and ethical commitments of its implementation agency. We
believe the following operating principles have allowed Intel This study can inform research on community impacts of informal
Chile to produce the positive impacts we have documented: education and provide a model for successful adaptation of an
international development program in education. It shows the
• Make few assumptions about what will work, and try potential for diverse uses of this specific program towards social
new approaches frequently. and economic development goals, the preparation of human
resources, and the enhancement of social capital, and also
• Maintain an attitude of ongoing reflection and learning. provides a basis for examining how corporate philanthropic
efforts can be adapted at the local level to the advantage of the
• Work with organizations excited about and committed target community.
to the program. No one who is dragged, coaxed, or
pushed into a partnership will have the dedication References
needed to make the program work.
[1] Alzamora, M. V. 2009. Informe final “Programa
• Be willing to alter or discard plans in favor of Aprender en Enlaces y Comunidad.” Santiago, Chile:
developing and maintaining appropriate relationships. Ministerio de Educación, Gobierno de Chile.
For example, as one of its partner organizations
[2] Botrell, D. 2009. Dealing with disadvantage: Resilience
underwent staffing changes, Intel Chile suspended joint
and the social capital of young people’s networks. Youth
activities for the year, allowing the new staff time to
& Society 40 (4), 476-501.
develop and the option of pursuing the partnership
further or not doing so.
[3] Gutiérrez, K. D., & Rogoff, B. 2003. Cultural ways of
• Prioritize diversity and adaptation, taking seriously an learning: Individual traits or repertoires of practice.
ecological model of how the program fits in niches. Educational Researcher, 32(5), 19-25.
[4] Holland, N. E. & Farmer-Hinton, R. L. 2009. Leave no
• Do not push for numbers or results. Instead, strive to schools behind: The importance of a college culture in
attain healthy and sustainable relationships and the urban public high schools. The High School Journal, 92
results will follow. (3), 24-43.
• Choose collaborators of clear and demonstrated capacity [5] Ito, M., Horst, H., Bittanti, M., boyd, d., Herr-
who share a similar value of dedication to those served Stephenson, B. Lange, P.B. et al. (2008). Living and
and flexibility in approach. Learning with New Media: Summary of findings from
the digital youth project. The John D. and Catherine T.
Conclusion MacArthur Foundation Reports on Digital Media and
Learning. Retrieved from:
Our study of the Intel Learn Program in Chile was intended to http://digitallearning.macfound.org
investigate the ways in which Intel Learn has been implemented
and the types of impact it may have had on the lives of [6] Kozma, R. 2008. ICT, education reform, and economic
participants and the people and institutions most closely growth: the role of the Intel® education initiative.
associated with the program. Accordingly, we looked for Retrieved from

708
http://www.intel.com/education/evidenceofimpact/Paper
s.htm [12] Porter, M.E. & Kramer, M.R. 2006. Strategy & Society:
[7] Lohr, S. 2007. The Intel Ministry of Education. The The link between competitive advantage and corporate
New York Times. Retrieved July 22, 2010, from social responsibility. Harvard Business Review.
http://bits.blogs.nytimes.com/2007/09/27/the-intel-
ministry-of-education/ [13] Sharp, J. 2006. Corporate social responsibility and
development: An anthropological perspective.
[8] Martinez, M., & Klopott, S. 2002. How is school reform Development Southern Africa 23(2): 213 - 222.
tied to increasing college access and success for low-
income and minority youth? Washington, DC: Pathways [14] Steiner-Khamsi, G. 2008. Donor logic in the era of
to College Network. Gates, Buffett, and Soros. Current Issues in
[9] Michalchik, V., Sussex, W., & Gorges, T. 2007. Intel® Comparative Education, 10 (1/2).
Learn Program evaluation findings. Menlo Park, CA:
SRI International. [15] Wulfson, M. 2001. The ethics of corporate social
responsibility and philanthropic ventures. Journal of
[10] Michael, B. 2003. Corporate Social Responsibility in Business Ethics, 29(1-2), 135-145.
International Development: An Overview and Critique.
Corporate Social Responsibility and Environmental [16] Strauss, A. & Corbin, J. 1998. Basics of qualitative
Management, (10), 115–128 research: Techniques and procedures for developing
grounded theory (2nd ed.). Thousand Oaks, CA: Sage.
[11] Millen, D.R. 2000. Rapid Ethnography: Time
Deepening Strategies for HCI Field Research. In: [17] Unger, M. 2004. A constructionist discourse on
Proceedings of the Conference on Designing Interactive resilience. Youth & Society, 35 (3), 341-365.
Systems, New York City, New York, pp. 280-286.

709
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

CASOS DE ESTUDO COM A BOLSA DE OBJECTOS DE


APRENDIZAGEM: ANÁLISE NA PERSPECTIVA DA
COMPUTAÇÃO SOCIAL
Alberto Rodrigues da Silva Patrícia Dinis
INESC-ID & Instituto Superior Técnico INESC-ID & Escola Jaime Moniz
Portugal Portugal
alberto.silva@acm.org patricia.dinis@gmail.com

RESUMO Se se aproveitar os recursos tecnológicos na reutilização dos OA,


pode-se alterar os seus conteúdos, mudar a sequência de
A existência de comunidades online em torno de objectos sociais apresentação dos mesmos, ou até eliminar ou adicionar outros
é cada vez mais habitual na Internet, tendo algumas enorme OA, por forma a providenciar a cada indivíduo conjuntos de OA
popularidade. Este trabalho enquadra-se no âmbito de personalizados de acordo com as suas reais necessidades.
comunidades online na área do ensino e aprendizagem, ao propor
Pelo facto de existirem inúmeros OA disponíveis na Internet, é
o sistema BOA (Bolsa de Objectos de Aprendizagem) como uma
fundamental que cada indivíduo possa localizar e obter os OA
plataforma de Objectos de Aprendizagem (OA) versátil e
mais relevantes e convertê-los em conhecimento [9]. A descrição
configurável, que introduz conceitos inovadores para promover a
dos OA através de metadados permite que estes sejam
colaboração entre utilizadores, privilegiando uma competitividade
compreendidos por humanos e por computadores de modo a
saudável e consequente qualidade dos OA submetidos. O BOA
poder [9-11]: (1) localizar os OA de acordo com distintos critérios
baseia-se na metáfora da "bolsa de valores" em que o valor dos
de pesquisa; (2) identificar os OA; (3) juntar ou relacionar OA
OA pode variar consoante a sua popularidade. Por outro lado, os
semelhantes ou que partilham um mesmo assunto ou mesma
utilizadores são recompensados com créditos sempre que
disciplina; (4) distinguir OA; e (5) informar sobre a localização
interagem no BOA, quer seja pela submissão de OA ou ao
dos mesmos.
colaborarem, associando informação importante como
comentários, classificações, experiências educativas assim Na sequência de nosso trabalho de investigação anterior [24], de
aumentando o valor inerente de cada objecto. Este artigo introduz análise de repositórios de OA existentes, tais como MERLOT
os principais conceitos e aspectos de utilização do BOA e discute [12], EdNA [13], ARIADNE [14], CAREO [15], WISCONSIN
dois casos de estudo da sua aplicação: o caso BOA-GPI e o caso [16], SMETE [17], Porto Editora [18-19], E-ESCOLA [20],
BOA-RAM. Para ambos os casos são analisados os seus contextos reconhecemos que estes se distinguem em termos de popularidade
organizacionais, requisitos e regras de funcionamento, e referidos pela quantidade e qualidade dos respectivos OA. Os repositórios
os principais indicadores da sua utilização. Com base na de OA diferenciam-se ainda pelas funcionalidades fornecidas aos
experiência obtida destes casos são apresentadas as principais utilizadores, sendo ainda que quantos mais utilizadores existirem,
reflexões segundo a perspectiva da área da computação social. maior é o nível de dinamismo, competitividade e massa crítica da
comunidade.
Neste contexto, i.e. no âmbito das tecnologias de suporte ao
Palavras Chave. Objectos de Aprendizagem, e-Learning, ensino-aprendizagem (LCMS, Learning Content Management
Comunidades de Ensino e Aprendizagem, Plataformas System) e de objectos de aprendizagem (LO, Learning Objects)
Colaborativas, Computação Social. [1-9, 21-22] identificámos as seguintes questões que têm vindo a
orientar este trabalho de investigação, designadamente: (1) Como
promover e estimular a colaboração entre participantes que sejam
1. INTRODUÇÃO autores ou utilizadores de OA; (2) Como recompensar
A popularidade dos modelos e das tecnologias de e-learning têm utilizadores-autores que criam e submetem os OA; (3) Como
vindo a contribuir para a maior produção, divulgação e mesmo recompensar os utilizadores que contribuem para a melhoria de
comercialização de OA (Objectos de Aprendizagem) [1-7]. Os qualidade dos OA; e (4) Como conceber um sistema que satisfaça
OA estão a revolucionar a forma e os métodos de ensino e as questões referidas e ainda possa ser adaptado a diferentes
aprendizagem, em particular ao tirarem partido da Internet como cenários de aplicação.
um ambiente ubíquo, de acesso fácil e propício para uma
aprendizagem personalizada [1,7,8]. Destas questões resultou a proposta de concepção e
desenvolvimento do sistema BOA (Bolsa de Objectos de
Rodrigues, Alberto., Dinis, Patrícia. (2010). Casos de Estudo com a Bolsa de Objectos de Aprendizagem) [25,26] que introduz aspectos inovadores
Aprendizagem: Análise na Perspectiva da Computação Social. En J. Sánchez(Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 709-717, Santiago de Chile.

710
relativamente a repositórios de OA mais tradicionais [12-20]. 2.1 Principais Conceitos
Designadamente, a concepção do BOA foi inspirada na metáfora Os conceitos principais subjacentes ao BOA são sugeridos na
da "Bolsa de Valores" e suportada por um correspondente Figura 2. Um Grupo agrega logicamente um conjunto de
mecanismo de créditos, que permite simultaneamente avaliar o Utilizadores e de OA devidamente categorizados segundo uma
nível de colaboração dos utilizadores assim como o próprio valor hierarquia de Tópicos (definida ao nível de cada Grupo).
dos OA. Essa avaliação é realizada continuamente de acordo com
o interesse dos utilizadores, promovendo os OA mais populares e O OA é o elemento central da plataforma e agrega a informação
consequentemente recompensando os seus autores. submetida pelo respectivo autor: (1) o conteúdo propriamente
dito, i.e. um ficheiro segundo um formato aceite pelo sistema (e.g.
Adicionalmente, o BOA pode ser considerado como uma PDF, DOC, PPT); (2) os respectivos metadados que o descrevem;
plataforma de suporte à constituição de comunidades electrónicas (3) informação complementar, submetida pelos utilizadores que o
em torno do objecto social do tipo OA. Segundo a visão da adquiriram previamente, tais como informação relativa a
computação social, uma comunidade constitui-se em torno de classificação do OA, comentários, sugestões de melhoria,
"objectos sociais", que são os seus principais atractores e sobre os experiências educativas, ou boas práticas de utilização; ou ainda
quais os indivíduos estabelecem relações [21,22]. Como exemplo, (4) informação submetida pelos seus revisores. Os metadados
são de destacar sistemas como o YouTube, Flickr ou SlideShare seguem o Dublin Core [28] com algumas extensões que
com, respectivamente, os seguintes objectos sociais: vídeos, completam a informação dos OA, e.g., o valor inicial e o valor
imagens ou apresentações. Entre outras as referências [30,31] mínimo aceite para venda do OA.
apresentam contributos muito relevantes para a concepção deste
tipo de sistemas, e em particular o ecossistema de padrões de
interfaces sociais reunidos por Crumlish e Malone [31] constitui
uma referência e inspiração fundamental para discutir e avaliar a
plataforma BOA nesta perspectiva da computação social.
Este artigo tem por principal objectivo apresentar e discutir dois
casos de aplicação do BOA em diferentes contextos de ensino e
aprendizagem: o caso BOA-GPI e o caso BOA-RAM. Para além
destes casos demonstrarem a estabilidade e configurabilidade do
BOA, pretende-se principalmente partilhar as reflexões
decorrentes destas experiências e apresentar uma crítica ao nível
dos aspectos de usabilidade, de modo a traçar linhas de trabalho
futuro.
O artigo encontra-se organizado em 6 secções. Na secção 2
apresenta-se o sistema BOA, em particular os seus principais
conceitos e funcionalidades. Nas secções 3 e 4 apresentam-se e
discutem-se dois casos de estudo de aplicação do BOA em
cenários reais, respectivamente o BOA-GPI e o BOA-RAM. Para
cada um destes casos, é apresentado o contexto organizacional, os
principais requisitos e regras de funcionamento, e os indicadores
que medem aspectos das respectivas comunidades. Na secção 5
apresenta-se as principais reflexões e avaliação do BOA na
perspectiva da análise dos casos de estudo e da computação
social. Por fim, a secção 6 conclui o artigo e refere o trabalho em
curso no âmbito desta iniciativa.

2. O SISTEMA BOA
O sistema BOA (Bolsa de Objectos de Aprendizagem) 1 é um
repositório de Objectos de Aprendizagem flexível e configurável,
concebido para se aplicar a diferentes situações e cenários de Figura 1. Página inicial da instância BOA-GPI
utilização. O BOA é uma plataforma Web que pretende promover Por outro lado, o conceito de Grupo traduz adequadamente a
a partilha e a colaboração entre os seus utilizadores. A Figura 1 noção de "comunidade electrónica", e permite suportar sobre uma
apresenta um ecrã da página inicial do BOA-GPI. mesma instância do BOA diferentes grupos com regras distintas e
Apresenta-se de seguida os principais conceitos, mecanismos e mecanismos de configuração, gestão e utilização independentes
workflows inerentes ao sistema BOA. Para mais detalhes entre si.
consulte-se [25,26].

1
BOA também referido por LOP (Learning Object Pool) em
textos escritos em Inglês.

711
Utili zador
+membro
atribuir uma classificação ou efectuar um comentário. Salienta-se
Informaç ão o facto de todas estas informações, associadas ao OA,
Comple mentar
constituírem um valor acrescido e um factor determinante para os
+autor
utilizadores que o pretendam adquirir.
Grupo
OA
Metadados
2.3 Mecanismos de Configuração do BOA
A versatilidade e a flexibilidade do BOA decorre da existência de
mecanismos de configuração e parametrização extensa do sistema.
Tópico Ficheiro
Por um lado, pelo facto do BOA ter sido concebido e
implementado sobre o sistema WebComfort, plataforma de gestão
de conteúdos e aplicações Web, que oferece inúmeros aspectos de
configuração e administração [27]. Por outro lado, pelo facto do
BOA ter sido concebido também com mecanismos de
Figura 2. Principais conceitos do BOA configuração, quer ao nível global do sistema, quer ao nível dos
Grupos definidos.
A cada Grupo são associados Utilizadores, podendo-lhes atribuir
distintos papéis, designadamente: (1) consultor, que permite A tabela da Figura 4 sugere alguns parâmetros de configuração do
pesquisar, pesquisar e comprar OA desse grupo; (2) membro, que BOA para se adaptar a diferentes cenários de aplicação. Como
adicionalmente, permite submeter OA nesse grupo; (3) revisor, exemplo, pode-se definir (1) a quantidade de créditos que cada
que permite rever OA submetidos; e (4) gestor, que permite gerir autor recebe após a submissão de um OA; (2) se esse valor é
os vários aspectos funcionais do grupo. Entre outros, é da determinado por uma percentagem do valor do OA ou se é um
responsabilidade do gestor do grupo a gestão de utilizadores, a valor fixo igual para todos os OA; (3) os valores de créditos
definição de uma hierarquia de tópicos (usados para categorizar os atribuídos para a colaboração dos utilizadores; e (4) a
OA desse grupo), a atribuição de revisores, e a publicação de OA. percentagem de valorização após a compra ou mesmo a
desvalorização caso não tenham sido realizadas compras.
2.2 Mecanismo de créditos Este mecanismo de configuração permite ajustar o comportamento
Uma das principais inovações do BOA, que o distinguem de do sistema para se adaptar a diferentes cenários ou a possíveis
outros repositórios de OA, é a adopção da metáfora da "bolsa de alterações ao longo do tempo.
valores" que permite traduzir facilmente o valor de cada OA (e da
própria bolsa na sua totalidade) ao longo do tempo, como medida
da sua utilização e popularidade.
Esta metáfora é concretizada por um mecanismo de créditos que
permite atribuir inicialmente um determinado valor a cada OA e
que esse valor seja actualizado periodicamente, de acordo com a
sua popularidade. Possibilita ainda quantificar a colaboração dos
utilizadores, não só pela criação e publicação de OA, mas também
formas de colaboração como a avaliação de OA ou o registo de
boas práticas de utilização dos OA. As diferentes formas de
colaboração previstas no BOA permitem definir um ambiente de
saudável competição entre os utilizadores, estimulando a
colaboração entre todos os actores interessados na produção e
utilização de OA. A Figura 3 sugere os dois principais elementos
que estão directamente associados ao mecanismo de créditos: os
OA e os utilizadores.
Figura 4. Tabela de Configuração do BOA (visão parcial)

2.4 Workflow de Submissão de OA


A Figura 5 sugere o processo de submissão do OA no sistema. O
autor, para além de submeter o ficheiro do OA, regista ainda os
respectivos metadados e atribui o valor inicial e o valor mínimo.
A submissão do OA pode ficar sujeita à análise por parte do
Figura 3. Créditos atribuídos a OA e a utilizadores revisor, que deve aprovar a sua publicação de acordo com a
O valor dos OA varia consoante o número de compras que se qualidade do OA e dos critérios de negócio para os valores
efectuam ao longo do tempo. Tipicamente, o utilizador ao propostos pelo autor. Caso seja aceite, o revisor efectua uma
registar-se no BOA recebe uma quantidade de créditos, que é revisão que fica associada ao OA atribuindo-lhe também uma
depois gasta na compra de OA existentes. Essa quantidade classificação, por exemplo, numa escala de 1 a 5. O OA fica
dispendida de créditos pode ser recuperada consoante o nível de disponível no BOA juntamente com a informação associada pelo
participação e colaboração do utilizador ao associar informação revisor, que representa o primeiro indicador de qualidade do OA.
relevante ao OA que acabou de adquirir, como por exemplo

712
Figura 5. Workflow de Submissão de OA
Caso o revisor rejeite o OA, deve informar o autor das razões
dessa decisão, indicando sugestões de melhoria ou de reavaliação
dos valores propostos. Como o valor do OA varia com o número
de compras, o valor inicial é o que o OA assume no dia da sua
publicação. O valor mínimo representa o limite inferior pelo qual
o OA poderá ser adquirido, uma vez que a ausência de compras
do OA leva a uma diminuição do seu valor. Uma vez atingido o
valor mínimo, este mantém-se inalterado até que sejam efectuadas Figura 7. Workflow de Compra de OA
compras que possam provocar novamente a sua variação
Os utilizadores podem ver a informação associada ao OA, como
ascendente.
os seus metadados, comentário do revisor, classificação e outro
tipo de informação submetida pelos utilizadores. Caso pretendam
2.5 Workflow de Compra de OA obter o OA, necessitam apenas de possuir o número de créditos
Existem diferentes formas de se ter acesso à página de um OA (a correspondente ao valor do OA. Após a compra do OA, o
Figura 6 apresenta ecrã de página de um OA): por exemplo a utilizador pode ainda submeter informação relevante,
partir dos rankings de OA em destaque ou a partir da lista de OA nomeadamente sugestões de utilização ou relato de experiências
na página de um determinado utilizador. Todavia, a forma mais de aprendizagem. Ao submeter este tipo de informação, além de
flexível é através do mecanismo de pesquisa simples ou avançada estar a complementar e a enriquecer o OA, recupera parte ou
de OA. Após o resultado dessas pesquisas, é apresentada uma lista mesmo a totalidade dos créditos despendidos na compra do
com os OA que satisfazem os critérios pretendidos. respectivo OA. O processo de pesquisa, compra e submissão de
informação complementar está sugerido na Figura 7.

3. CASO DE ESTUDO BOA-GPI


3.1 Contexto Organizacional
O caso de estudo BOA-GPI retrata a aplicação do BOA à
disciplina GPI (Gestão de Projectos Informáticos) oferecida a
alunos do MEIC (Mestrado em Engenharia Informática e
Computadores, 2º ciclo de Bolonha) do Instituto Superior Técnico
da Universidade Técnica de Lisboa.
O BOA-GPI encontra-se disponível em http://isg.inesc-
id.pt/BOA-GPI e foi concebido e utilizado originalmente de forma
a permitir testar num contexto real os conceitos teóricos e o
protótipo inicial do BOA. Iniciado em Setembro de 2008, tem
vindo a suportar as actividades lectivas das edições de GPI de
2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011, constituindo-se como o
principal repositório de materiais digitais da disciplina.
O BOA-GPI contém todos os materiais disponibilizados pelos
docentes ao longo do tempo, tais como: apresentações das aulas
Figura 6. Página de um OA teóricas, enunciados de projectos, enunciados de exames, guias de
apoio às aulas de laboratório; mas também os materiais
produzidos pelos alunos e avaliados pelos docentes, relatórios dos
projectos, apresentações de tópicos da disciplina, exercícios
relativos a perguntas e respostas resolvidas.

713
3.2 Regras de Funcionamento 3.3 Indicadores
O BOA-GPI tem como principais destinatários os alunos e Os principais indicadores do BOA-GPI estão sintetizados na
docentes de uma disciplina do ensino superior, e como tal é de Tabela 1. Estão definidos 5 grupos conforme referido
acesso restrito apenas a estes actores. Neste contexto, além de anteriormente.
poderem partilhar e disponibilizar online todos os materiais de Tabela 1. Indicadores do BOA-GPI (dados de 7/9/2010)
apoio, o sistema permite contabilizar a colaboração dos alunos
relativamente às eventuais tarefas e desafios submetidos pelos Nº de Grupos 5
professores. O BOA-GPI encontra-se disponível ao público no Nº de Utilizadores 321
endereço acima referido, pelo que qualquer indivíduo pode
pesquisar e consultar a página dos OA, sem contudo os poder Nº de OA Publicados: 668
comprar (i.e. fazer o seu download), já que tal é apenas possível Não Publicados: 160
para os utilizadores registados.
Nº total de Compras 3641
Estão definidos 5 grupos de acordo com as necessidades de
Nº total de Visualizações 23239
funcionamento da disciplina ao longo dos anos lectivos.
Nomeadamente há três grupos (i.e., GPI2008, GPI2009 e Valor global do BOA-GPI 4375,4
GPI2010) em que os alunos submetem os seus OA,
respectivamente, nos anos lectivos 2008/2009, 2009/2010 e
2010/2011. Complementarmente, há o grupo "GPI-Docentes" que O BOA-GPI tem 321 utilizadores registados, na sua maioria
contém os OA submetidos pelos docentes ao longo do tempo. Por alunos das edições de 2008 e de 2009 (neste momento ainda não
fim, existe o grupo "Geral" que contém OA que não sejam foram registados os alunos referentes à edição de 2010/2011); 668
facilmente submetidos nos anteriores grupos. Como cada grupo OA publicados e 160 não publicados (na generalidade os OA não
permite definir uma hierarquia de tópicos distintos, e definir publicados são relatórios de projectos submetidos pelos alunos
diferentes regras de configuração, a organização dos OA por estes que não se pretende divulgar).
grupos permite satisfazer adequadamente as diferentes regras de Por outro lado, estão contabilizadas 3641 compras e 23239
avaliação e funcionamento de GPI ao longo dos anos. visualizações de OA, sendo que os OA mais populares
Como o BOA-GPI é de acesso restrito, o registo de utilizadores correspondem aos materiais pedagógicos disponibilizados pelos
encontra-se centralizado no administrador/gestor da plataforma, docentes, nomeadamente: apresentações das aulas teóricas,
que é responsável pela atribuição de papéis, associação de enunciados de projectos, e enunciados de exames. Por fim, o valor
utilizadores a grupos, etc. Em geral, após o seu registo é atribuído global do BOA-GPI é de 4375 correspondendo à soma do valor
um número fixo de créditos fixo (e.g. 250 créditos) a cada individual de todos os OA publicados.
utilizador o que permite que possa iniciar imediatamente a compra
de OA.
4. CASO DE ESTUDO BOA-RAM
Relativamente à submissão de OA os docentes podem submeter
OA em qualquer dos grupos (todavia, sendo expectável que 4.1 Contexto Organizacional
submetam apenas no grupo "GPI-Docentes"), enquanto que os O caso de estudo BOA-RAM retrata a aplicação do BOA às
alunos podem submeter os seus OA apenas no grupo escolas da Região Autónoma da Madeira (RAM), aberta a todos
correspondente ao seu ano lectivo. Os OA submetidos no grupo os professores de todos os níveis de ensino.
"GPI-Docentes" não passam por qualquer processo de revisão
O BOA-RAM encontra-se disponíveis em http://www.boa-
formal e são publicados automaticamente, sendo-lhes atribuído
ram.net/ e foi concebido para permitir que as escolas e os
um valor inicial e mínimo fixo (e.g. 25 créditos). Por outro lado, a
professores da RAM, aos vários níveis de ensino, tenham acesso e
cada OA submetido pelos alunos num dos grupos "GPI20xx" é
participem na construção de um repositório de OA, com um
também atribuído um valor inicial e mínimo fixo (e.g. 25
conjunto significativo de informação associada, a qual possa ser
créditos), mas passa por um processo de revisão formal
partilhada e reutilizada. Como consequência da construção deste
predefinido pelo gestor do respectivo grupo. Por exemplo, o
repositório de OA, os seus utilizadores (em particular os
gestor pode especificar o período de submissão de determinados
professores, educadores e outros técnicos) poderão pesquisar e
OA (através da especificação de restrições temporais) e indicar as
seleccionar os OA mais adequados, de forma a serem utilizados
pessoas responsáveis pela respectiva revisão.
no contexto de sala de aula (ou como complemento) e melhorar o
Após a revisão, o OA poderá ser publicado e ficar disponível para seu desempenho na actividade docente.
download (i.e. no estado "Available") ou manter-se indisponível
A plataforma foi apresentada publicamente em Junho aos
para consulta e download (i.e. manter-se no estado "Reviewed").
Presidentes dos Conselhos Directivos das Escolas da RAM.
Actualmente, os relatórios de projectos submetidos pelos alunos
Foram enviados Posters e panfletos de divulgação para todas as
encontram-se nesta situação, de forma a não permitir a alunos da
escolas. Foi ainda apresentado a todos os coordenadores TIC para
edição actual terem acesso directo a relatórios de anos anteriores.
respectiva divulgação e disseminação da informação, em
Relativamente ao workflow de compra, os alunos e os docentes Setembro de 2009, no início da Actividade Escolar.
podem pesquisar, consultar e comprar qualquer OA
Durante o ano lectivo surgiram algumas notícias nos jornais ou
independentemente do grupo em que estes se encontrem. O valor
em portais da especialidade. Estas notícias foram reunidas na
de compra dos OA submetidos pelos docentes tem valor zero, o
plataforma na secção do Blog. Foi feita também uma entrevista na
que permitem aos alunos fazer o seu download sem dispenderem
quaisquer créditos.

714
rádio Jornal da Madeira a dois administradores do BOA tendo A Figura 8 apresenta alguns dos parâmetros de configuração de
como objectivo a sua divulgação. funcionalidades e os valores utilizados nesta plataforma. A título
O BOA-RAM contém todos os materiais disponibilizados pelos de exemplo, podemos observar que aquando do registo, o
docentes ao longo deste ano lectivo, tais como tutoriais, manuais, utilizador recebe 2500 créditos que pode utilizar de imediato na
apresentações, documentos de apoio a actividades lectivas. aquisição de OA existentes. Ao submeter um OA, os respectivos
autores, recebem 500 créditos (divididos pela respectiva
percentagem de autoria). Adicionalmente, por cada compra os
4.2 Regras de Funcionamento autores recebem 100% do valor do respectivo OA.
Qualquer professor da RAM pode efectuar o seu registo no BOA-
RAM que, após a confirmação dos seus dados pelo gestor da Em termos do ritmo de actualização dos valores dos OA, por cada
plataforma, valida o seu registo. Com o registo, o professor venda diária, o OA aumenta 1% do seu valor; enquanto por cada
adquire um conjunto significativo de créditos (2500), que lhe dia de ausência de compra, decresce 1% do valor.
permite de imediato comprar OA existentes.
Os utilizadores registados podem submeter os seus OA dentro 4.3 Indicadores
do(s) grupo(s) a que pertencem, sendo que todos podem submeter Os principais indicadores do BOA-RAM estão sintetizados na
no grupo Geral. Ao submeter um OA, o autor deve indicar o seu Tabela 2. Estão definidos 6 grupos que correspondem aos 5 níveis
valor e o valor mínimo pelo qual está disponível para partilhar o de ensino existentes em Portugal e um grupo de índole Geral.
seu OA. Ao submeter um OA, os autores recebem um O BOA-RAM regista, no início de Setembro de 2009, 234
determinado número de créditos (500) que é dividido pelos utilizadores, 139 OA publicados e 134 compras realizadas.
autores nas respectivas percentagens de autoria. O valor global do BOA-RAM é de 28.155 enquanto o do BOA-
Os utilizadores podem adquirir qualquer OA existente, GPI é de 4.375, apesar do BOA-GPI agregar um número superior
independentemente do grupo a que pertencem, desde que tenham de OA. Esta diferença deve-se ao facto dos OA no BOA-RAM
os créditos necessários. Efectuada a compra, esse OA ficará terem sido submetidos com valores mais elevados. De facto, a
sempre disponível para download por esse utilizador. Após a questão do “valor de um OA” tem sido tratada de forma subjectiva
compra de um OA, o utilizador pode recuperar alguns dos e individual por cada autor (no momento da submissão dos seus
créditos dispendidos ao submeter uma avaliação ou registando OA), mas requer uma análise e investigação em trabalho futuro.
comentários, experiências de utilização ou sugestões de melhoria. Tabela 2. Indicadores do BOA-RAM (dados de 7/9/2010)
Verificou-se que estas funcionalidades foram muito pouco
exploradas pelos utilizadores, registando-se apenas 20 Nº de Grupos 6
comentários e 22 classificações de OA. Nº de Utilizadores 234
De acordo com os Termos Gerais de Utilização, o BOA-RAM não Nº de OA Publicados: 139
reclama a autoria dos conteúdos nele alojados submetidos pelos
seus Utilizadores. No entanto ao colocar os seus conteúdos, Não Publicados: 14
marcando-os como públicos, o Utilizador está a atribuir uma Nº total de Compras 134
licença gratuita, universal e não exclusiva para que o BOA-RAM
Nº total de Visualizações 7487
possa colocar à disposição do público os seus conteúdos, com o
objectivo de divulgar os mesmos. Em particular, os autores Valor global do BOA-RAM 28155,01
aceitam distribuir os seus OA de acordo com a licença da Tabela 2. Indicadores do BOA-RAM (dados de 7/9/2010)
Creative Commons do tipo ATTRIBUTION (ver
http://creativecommons.org/ para mais informações) que permite
que outros utilizem, distribuam, alterem, reutilizem os seus OA 5. DISCUSSÃO
para qualquer fim, incluindo comercial, desde que referenciem o O BOA é um sistema que permite a criação e dinamização de
OA original. O Utilizador garante também que os conteúdos comunidades online centradas no objecto social do tipo OA e, por
disponibilizados não violam as regras de direitos de autor e conseguinte, comunidades de interesse relacionadas com
direitos conexos de que qualquer terceiro seja titular, sendo processos de ensino e aprendizagem. Os dois casos de estudo
integralmente responsável pelo incumprimento destas regras. apresentados neste artigo reflectem este facto.
O caso BOA-GPI retrata uma comunidade restrita de professores e
alunos de uma disciplina de um curso de mestrado que partilham
conteúdos e têm vindo a constituir desde 2008 um relevante
repositório de materiais na área da gestão de projectos
informáticos (GPI). A comunidade subjacente ao BOA-GPI é
formal, as pessoas conhecem-se e estabelecem contacto presencial
ao longo de um semestre lectivo, envolvendo todos os indivíduos
que participaram ou participam ao longo dos anos nessa
disciplina. Do lado dos alunos a sua contribuição na submissão e
partilha de OA e outro tipo de colaboração é mandatória, i.e. os
alunos são obrigados a produzirem os seus OA e a submetê-los no
BOA-GPI como parte integrante do processo de avaliação.
Adicionalmente, considerando que os OA submetidos pelos
Figura 8. Valores de Configuração do BOA-RAM alunos passam por um processo formal de revisão (realizado pelos

715
professores) e que, em geral, estes são relevantes, o repositório de Os padrões Send/Share Widget e Embedding para permitirem
OA do BOA-GPI vai-se constituindo como importante fonte de divulgar e partilhar os OA (ou referências para os OA) em redes
informação para um estudo individual e autónomo de cada sociais populares como o Facebook, LinkedIn, ou em blogs ou
estudante, e por conseguinte para esta comunidade em particular. noutros websites institucionais, aumentando por esta forma a
Por outro lado, o caso BOA-RAM retrata uma comunidade aberta, visibilidade e popularidade dos OA mas também da plataforma
mas com restrições de registo e utilização (inicialmente o BOA- em que estes se encontrem registados.
RAM foi dirigido exclusivamente para professores do ensino não Invitations, com os padrões Send Invitation e Receive Invitation,
superior da Região Autónoma da Madeira), sendo os seus para permitir alargar a comunidade de utilizadores interessados
principais destinatários professores e educadores. segundo um processo de marketing viral, i.e. em que a promoção
Na comunidade BOA-RAM a contribuição (na partilha de OA e e divulgação da plataforma não seja feita pelos seus gestores, mas
de outro tipo de colaboração) realiza-se deliberadamente de forma sim pelos próprios utilizadores, que poderão enviar convites
voluntária, sendo expectável que em particular professores e personalizados aos seus contactos para se juntarem à plataforma, e
educadores venham a submeter os seus materiais, de forma a assim sucessivamente. Associado a estes padrões poderá ser
partilhar as suas experiências com a comunidade. Todavia, os considerada a possibilidade dos utilizadores receberem créditos
resultados da experiência realizada ao longo do ano lectivo pelo registo dos seus contactos no sistema, assim como os
2009/2010 ficaram aquém dos objectivos definidos inicialmente, convites serem transformados em "presentes" (como sugere Jyri
verificando-se uma limitada partilha, divulgação e participação. Engestrom entre outros) ao se considerar a oferta de um
Consideramos que convergem vários factores para esta situação. determinado número de créditos no momento do registo/adesão
Por um lado, factores socio-culturais, nomeadamente a resistência no sistema.
dos professores a partilharem os seus OA e exporem de forma
pública e alargada os seus materiais ou as suas experiências. Por
outro lado, uma limitada promoção e divulgação da plataforma,
6. CONCLUSÃO
O BOA é uma plataforma de objectos de aprendizagem que
tendo sido realizada apenas no âmbito regional da Madeira, e com
promove a colaboração activa dos seus utilizadores, tanto na
maior intensidade no início do ano lectivo referido.
produção e submissão de OA, como na submissão de informação
Resultante da análise e avaliação destas experiências, bem como relevante para a compreensão ou utilização mais eficaz dos OA
de análise de outros sistemas centrados em objectos sociais (e.g., pela adição de comentários, partilha de experiências educativas,
Facebook, YouTube, SlideShare ou Flickr), identificámos também boas práticas de utilização e até sugestões de melhoria. Essa
algumas limitações relacionadas com a usabilidade e o desenho de promoção consiste numa forma de distinguir e recompensar os
interfaces sociais do sistema BOA. Considerando os cinco utilizadores que mais contribuem na produção de OA de
princípios para construção de sistemas centrados em objectos qualidade. Por outro lado, e complementarmente, o BOA também
sociais, propostos por Jyri Engestrom [32] − nomeadamente (1) permite recompensar a colaboração activa e regular dos
definir o objecto, (2) definir os respectivos verbos, (3) tornar os utilizadores finais, uma vez que o envolvimento destes é crucial
objectos partilháveis, (4) transformar convites em presentes e (5) para o sucesso deste tipo de sistema. Essa forma de “distinção e
cobrar a quem publica e não aos espectadores − verifica-se que compensação” foi concretizada através de um mecanismo de
apenas os dois primeiros princípios − i.e., (1) definir o objecto e créditos que contabiliza o nível de colaboração dos utilizadores.
(2) definir os respectivos verbos −, são satisfeitos na versão Este mecanismo permite alterar de forma dinâmica o valor dos
actual do BOA. Considerando como referencial para análise e OA de acordo com a sua popularidade segundo a metáfora da
desenho de interfaces sociais o trabalho reunido por Crumlish e bolsa de valores, i.e., OA com maior procura vêem o seu valor
Malone [31], identificamos os seguintes padrões que deverão aumentar, enquanto os OA não adquiridos vêem o respectivo
merecer um desenvolvimento em trabalhos futuros no BOA, valor baixar até um determinado limiar inferior. Esta variação de
designadamente: Profile, Personal Dashboard, Favorites, Sign-in valores dos OA é manifesta na publicação, também dinâmica, de
Continuity, Displaying, Send/Share Widget e Embedding, e vários rankings (e.g., OA com maior valor, OA mais populares,
Invitations [31]. OA mais valorizados, Autores com mais OA, Autores mais
Os padrões Profile, Personal Dashboard e Favorites são populares) promovendo um ambiente de colaboração mas também
essenciais para permitir que cada utilizador possa gerir de forma de saudável competitividade.
mais eficaz a sua utilização no sistema, e.g., os seus OA, os OA e Contrariamente a outros repositórios de OA mais tradicionais,
utilizadores favoritos, os grupos a que pertence, etc. como o MERLOT, EdNA, ARIADNE, CAREO, e-Escola [12-
O padrão Sign-in Continuity, nomeadamente em comunidades 20], que providenciam funcionalidades mais comuns (e.g.,
abertas como o BOA-RAM, para permitir que qualquer utilizador submissão de OA, consulta e pesquisa de OA), o BOA pode ser
possa realizar o seu registo (sign-in) no sistema − e.g. na melhor considerado como uma plataforma Web 2.0, no sentido de
sequência de um processo de consulta e de compra/download de providenciar mecanismos de interacção social, e permitir reunir o
um OA que tenha interesse − sem ter de perder o respectivo conhecimento produzido, não apenas por um número reduzido de
contexto de navegação. autores, mas também pelos restantes utilizadores, ao providenciar
funcionalidades para que estes possam classificar, comentar,
Os padrões relacionados com Displaying, para providenciarem sugerir melhorias, e partilhar experiências ou boas práticas na
formas mais atractivas de visualização de listas de OA, e de cada utilização desses OA.
OA, e também mecanismos de extracção e pré-visualização de
pedaços de conteúdo dos ficheiros dos OA (e.g., pre-visualização Das experiências de aplicação do BOA, realizadas ao longo dos
de pedaços de PDF, PPT) de forma a permitir aos potenciais últimos dois anos, com os casos BOA-GPI e BOA-RAM,
interessados uma prévia análise da sua relevância. discutidos neste artigo, identificamos vários aspectos que podem

716
convergir para o sucesso das comunidades online suportadas por valor inicial do OA que seja adequado. Essa investigação
este tipo de plataforma. implicará a existência de um modelo de referência de valoração de
Por um lado, mantêm-se os aspectos de carácter socio-cultural OA, e de mecanismos de análise e introspecção automática de
relacionados com as motivações que podem levar um indivíduo a ficheiros, para os formatos mais comuns.
partilhar com a comunidade os seus OA ou outro tipo de Por fim, consideramos que a experiência realizada no âmbito da
contribuições; este assunto tem sido abordado e investigado pela plataforma BOA-RAM exige a sua abertura à comunidade,
comunidade científica [21-23]. eliminando as restrições iniciais, i.e. permitindo que quaisquer
Um outro aspecto a considerar, diz respeito à noção de "massa utilizadores possam registar-se e tirar partido da plataforma
crítica" que uma comunidade deste género tem de apresentar para independentemente da região ou mesmo país, e alargando a outros
ter sucesso efectivo. Neste âmbito, os indicadores que se perfis, não apenas professores e educadores, mas também
conseguem obter da utilização do BOA (e.g., número de OA, considerando estudantes, pais, ou quaisquer outros interessados.
número de utilizadores, número de compras e de visualizações de
OA) permitem monitorizar adequadamente diferentes parâmetros
da actividade dessas comunidades, o que nos permitirá investigar
Agradecimentos
Os autores agradecem a colaboração de todas as entidades e
quantitativamente as razões para a sua evolução.
pessoas que têm participado nesta iniciativa. Este trabalho tem
Por outro lado, um aspecto mais técnico a ser considerado em sido realizado no âmbito do SOLITE - Rede de cooperação Ibero-
trabalho futuro relaciona-se com a análise e melhoria dos aspectos Americana para a área das tecnologias da área do ensino-
de usabilidade e de interfaces sociais no sistema BOA. aprendizagem (SOftware LIbre en TEleformación) [29]. O caso
Nomeadamente, pretende-se vir a integrar padrões sociais como BOA-RAM foi realizado no âmbito de Protocolo de Cooperação
Profile, Personal Dashboard, Favorites, Sign-in Continuity, entre o INESC-ID e a Direcção Regional de Educação da Região
Displaying, Send/Share Widget e Embedding, e Invitations [31], Autónoma da Madeira, Portugal.
que se encontram actualmente em vários sistemas populares como
o Facebook, YouTube, SlideShare ou Flickr.
Outro aspecto a merecer investigação futura é a determinação do
valor dos OA, para permitir que o utilizador quando submete um
OA tenha um feedback automático, dado pelo sistema, sobre o
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717
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Plataformas de Objectos de Aprendizagem, in Proceedings of Community at the Heart of Your Site, O'Reilly Media, 2009.
the 6th Iberoamerican Congress on Telematics (CITA-2006),
May2006. [31] Crumlish, C. and Malone, E., Designing Social Interfaces,
O'Reilly Media, 2009.
[25] Carlota, J., Silva, A.R., and Dinis, P., “The Learning
Object Pool and the BOA-GPI Case Study”, in Proceedings of [32] Engestrom, J., Building Sites Around Social Objects - Web
the Iberoamerican Congress on Telematics (CITA-2009), May 2.0 Expo SF 2009, Disponível em:
2009. http://www.slideshare.net/jyri/building-sites-around-social-
objects-web-20-expo-sf-2009
[26]Dinis, P. and Silva, A.R.,“Application Scenarios for the
Learning Objects Pool”, Journal of Universal Computer
Science, Vol. 15, No. 7, 2009.

718
CAPÍTULO II

Pósters
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

PETROLITO “EDUCACIÓN CON TECNOLOGÍA AL


ALCANCE DE TODOS”
María López, Brenda Martínez, Carlos Medina, Palmariz Arrieta
MENPET
Venezuela
mari_pili@cantv.net, martinezbt@pdvsa.com, carloscompq@gmail.com, arrietapc@pdvsa.com

RESUMEN individualismo, del capitalismo, del egoísmo, [hay que] crear


nuevos valores y eso sólo se logra a través de la educación” [7].
La Dirección General de Fiscalización e Inspección del
Ministerio del Poder Popular para la Energía y Petróleo, en el A pesar de la brecha digital, un número cada vez mayor de
año 2005 tomó la iniciativa de desarrollar un producto organismos públicos están decididos a hacer un uso intensivo de
multimedia interactivo enmarcado en la cadena de valor de los las Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC’s)
hidrocarburos, esto con el propósito de estimular su uso con miras a lograr la reestructuración de las organizaciones
permanente, entretenido y atractivo como un elemento de administrativas, promover la descentralización, mejorar las
distracción y plataforma cultural al servicio de la comunidad, relaciones con los ciudadanos y utilizar formas alternativas de
garantizando así la transferencia del conocimiento y gestión de servicios públicos para la sociedad civil. Venezuela
contribuyendo a la formación de una sólida conciencia de es una potencia energética y una de sus principales fuentes de
soberanía petrolera en el pueblo venezolano. El resultado ingresos económicos se deben gracias a la explotación del
obtenido del proyecto fue un juego instruccional con todas las petróleo, el cual forma parte de la cultura de sus pobladores, sin
características de la multimedia, un software que soporta embargo en muchas ocasiones la realidad no va acorde a los
funcionalidad para ser accedido vía Web o para ser ejecutado planteamientos y un gran número de venezolanos desconocen en
desde una instalación local. El juego esta basado en un gran medida la historia y la importancia del petróleo, lo cual
personaje principal con un diseño perfectamente adecuado a la limita en principio la poca apropiación y apreciación del tema
idiosincrasia de nuestro pueblo, el cual lleva por nombre por parte de la población.
“Petrolito”, quien será el guía para los diferentes retos que se La Dirección General de Fiscalización e Inspección del
presentan en cada una de las etapas comprendidas en el juego. Ministerio del Poder Popular para la Energía y Petróleo, en el
año 2005 tomó la iniciativa de desarrollar un producto
Categorías y Descriptores del tema interactivo, con el propósito de estimular un uso permanente,
Clasificación: Software Instruccional, multimedia, juego entretenido y atractivo para el usuario, poniendo este como
interactivo elemento de distracción y además como plataforma cultural al
servicio de la comunidad, para garantizar la transferencia del
Condiciones Generales conocimiento, contribuyendo así en la formación de una sólida
conciencia de soberanía petrolera en el pueblo venezolano.
Los términos generales de la investigación son: Documentación,
Actuación, Diseño. Se estableció como estrategia instruccional el desarrollo de un
juego interactivo con todas las características de la multimedia,
Palabras Claves: un software que soportara funcionalidad vía web accediendo a
un servidor o ejecución desde una instalación local. Las
Multimedia, Web, Hidrocarburos, Informática, Juegos. características de su personaje y su diseño fue perfectamente
adecuado a la idiosincrasia de nuestro pueblo, el cual lleva por
INTRODUCCIÓN nombre “Petrolito”, además cuenta con un equipo de Amigos,
Si bien es cierto que la era información tiene una cara distinta en
los cuales lo acompañaran por todos los niveles de la cadena de
los países menos desarrollados, las organizaciones privadas y
valor de los procesos petroleros.
públicas no pueden quedarse rezagadas en un escenario
movilizado por la fuerza del conocimiento. “La educación no La versión 1.0, del juego fue presentada en Junio de 2007 en la
tiene que ver sólo con el estudio de una materia determinada o ciudad de Barcelona (Venezuela), esta versión cuenta con el
con sacar el sexto grado, no. personaje principal “Petrolito”, un niño el cual físicamente
López, María., Martínez, Brenda.,
representa el resultado de las mezclas y armonía de las razas de
Es mucho más que eso: Medina, Carlos.,
se trata de los Arrieta, Palmariz.
valores, la (2010).
cultura, la Venezuela, Petrolitto guía al usuario del juego, el cual le
PETROLITO “Educación con Tecnología al alcance de todos”. En J. Sánchez
solidaridad.
(Ed.): Hay que de Informática
Congreso Iberoamericano demoler Educativa,
los viejosVolumenvalores del
1, pp 718-726, presenta una serie de retos y para poder superarlos o alcanzar un
Santiago de Chile. puntaje mayor, el jugador debe acertar entre preguntas

719
relacionadas a la historia del petróleo o armar rompecabezas de la idea es hacer el aprendizaje divertido proporcionándole algún
fotografías relacionadas a la industria petrolera Venezolana, los tipo de entretenimiento o diversión”. El diseño y la
cuales se presentan en la medida que el usuario interactúa con la implementación de multimedia o software educativos, son una
aplicación actividad creciente, para la cual se han desarrollado un número
considerable de productos, que están diseñados con principios
educativos los cuales son aplicables a cualquier objetivo y
1. PLANTEAMIENTO publico objetivo.
El Proyecto nace en un principio en la idea de buscar La elaboración de un producto interactivo estimula un uso
métodos para que permitan hacer de la educación un permanente, entretenido y atractivo para el usuario, poniendo
mundo más divertido e interactivo por ello se establecieron este como elemento de distracción y además como una base de
mesas de trabajo, conformada por diferentes expertos, en el tema conocimiento aplicable para la difusión de la Actividad petrolera
petrolero, informática, diseño gráfico, entre otros, y se llega a la venezolana. El desconocimiento de las Actividades petroleras,
conclusión de contemplar 4 puntos clave que hicieron posible el limita en principio la poca apropiación y apreciación del tema
concepto y desarrollo del mencionado proyecto: Petrolero por parte de la población, y en caso de personal
En primer lugar se destaco la importancia de la educación adscrito a la institución petrolera, el desconocimiento de estos
general del petróleo y la mejor vía o medio para que este pudiera promueve la desorientación, aplicación de políticas erróneas y
llegar a un mayor número de personas. poca coherencia en el sistema laboral.

Se concluye que un software educativo específicamente un En la industria petrolera venezolana, existe un multimedia
juego interactivo sería el método ideal para estimular e denominado “El Pozo Ilustrado”, el cual se enmarca dentro del
incentivar el aprendizaje haciendo de esto una técnica más fácil programa de educación petrolera, que lleva a cabo la industria
para aprender. petrolera de Venezuela. Este multimedia, permite a sus usuarios
conocer a través de una estructura no lineal, las principales
Es elegida la multimedia orientada a servicios web (Internet) actividades y procesos de la industria petrolera en la época de
como la opción ideal para facilitar el acceso a una cantidad muy su publicación. Este soporte estuvo y fue diseñado para estar
alta de participantes. siempre fuera de la red o de una base de datos accesible,
limitando la proyección del conocimiento solo al área
Finalmente fueron seleccionadas las plataformas de desarrollo y
institucional, delimitando así el acceso al personal externo a la
el personal de recursos humanos necesario para poner la puesta
industria petrolera para quien fue diseñado.
en marcha al proyecto.
De igual forma existe “El ABC”, un sistema estándar interactivo
El multimedia representa actualmente un elemento de alto nivel
que se utilizó y se utiliza para impartir conocimiento técnico en
en el medio de las telecomunicaciones, por tener un número
el área de hidrocarburos de la empresa petrolera del país,
importante de usuarios, su fácil accesibilidad, uso e
resultados objetivos los cuales han sido excusa para la
interactividad, es así un objeto de comunicación vasto desde el
aplicación de este modelo en diversas áreas del sistema
punto de vista conceptual y de mercadeo. La combinación de
instruccional de la empresa. Esto establece que existe una
elementos visuales y formas de comunicación constituyen un
aceptación tanto tecnológica como psicológica de los individuos
multimedia, este representa la posibilidad de incluir gran
y el sistema, demostrando así un campo amplio para la
cantidad de información, siendo comunicada de diferentes
implementación de sistemas multimedios interactivos. El diseño
formas a los usuarios, quienes de manera selectiva pueden
de un producto multimedia proporciona la versatilidad y la
acceder a la información.
facilidad de crear un medio interactivo y atractivo para la
Según [2]. “El multimedia está jugando un papel muy proyección de conocimiento y puede ser capaz de adaptarse a
importante en la actualidad en el mundo de la informática”. Por niveles de entendimiento complejo.
este un producto con capacidades interactivas entre el usuario y
el objeto que favorecen el acceso a la información sin atenerse
necesariamente a un esquema secuencial, sino navegando o 2. OBJETIVOS
moviéndose dentro de un universo de datos guiados por una
serie de iconos y palabras que nos indican el camino a seguir, o
2.1 Objetivo General
Diseñar y desarrollar un juego educativo que permita la
también guiado en una secuencia lineal según sea necesario.
apropiación de los conocimientos relativos a la historia y
La utilización de medios multimedia en la sociedad venezolana actividad petrolera del país (todas las áreas del negocio petrolero
se refleja de forma tangible en el mercado donde son como exploración, explotación, producción, procesamiento del
innumerables los productos complementarios de este sistema. Se gas natural, refinación y mercadeo).
ha desarrollado en diferentes aspectos de nuestra sociedad,
cuenta con un número considerables de aplicaciones, es decir, se 2.2 Objetivos Específicos
puede ver la existencia de diversos tipos. Las nuevas tecnologías
- Estimular la participación del ciudadano en las actividades
facilitan la creación de medios interactivos más atractivos para
propias de la actividad petrolera a través de la colocación de
el usuario, dando lugar a la creación de métodos interactivos en
material divertido y formativo en el portal de la Dirección
diversos niveles de nuestra sociedad.
General de Fiscalización e Inspección.
Los multimedia educativos según [2]. “Son una nueva categoría
de software educativo que une la educación y el entretenimiento,

720
- Facilitar la familiarización del ciudadano con el petróleo, - Requerimientos funcionales: Estarán definidos por el sistema
principal recurso del país. interactivo a utilizar, y la cantidad de elementos que en este se
produzcan.
- Familiarizar al jugador con la política petrolera nacional.
- Desarrollo de guiones de producción: Establece las pautas a
3. JUSTIFICACIÓN seguir para el desarrollo del producto en forma sistemática y
ordenada, describiendo desde la narrativa hasta la ubicación
La carencia palpable y el desconocimiento de los ciudadanos en
dentro de la estructura de navegación, sonidos diálogos, etc. es
el tema petrolero, su historia y sus actividades primordiales, han
decir todos y cada uno de los elementos que construyen el
dado como resultado el desapego de la misma por parte de las
producto.
nuevas generaciones, y de las actividades que realizan
actualmente los entes encargados de su producción, distribución - Diseño de interfaces: El diseño de interfaces es posterior al
y fiscalización, el multimedia será utilizado posteriormente desarrollo del guión de producción, pues es en este donde se
como material didáctico tanto en las aulas de clases, espacios pautan las interfaces gráficas que se utilizaran.
recreativos, planes vacacionales, e inclusive jornadas especiales
para permitir la participación de personas de todos los niveles - Producción general: esta depende de todas las fases
económicos; el software estará diseñado para la Web anteriores, pues son ellas quienes darán las determinantes a
(multimedia Online), para abarcar un campo más extenso y seguir, para la creación de un diseño funcional y aplicable.
accesible para difusión de conocimiento de las actividades
petroleras. 6. PRUEBAS
Este soporte o línea de diseño es definido por su gran capacidad Las primeras pruebas al software instruccional Petrolito se
de almacenamiento, versatilidad para su aplicación, sus bajos dividieron en 2 etapas bajo el nombre de pruebas alfa y beta
costos de producción y reproducción, y su eficacia usuario- respectivamente.
producto, es decir tomando en cuenta la interacción que se logra - Pruebas alfa: En este nivel se comprobó su funcionamiento,
entre ellos; elemento de suma importancia si se toma en cuenta poniendo el producto en línea, una vez verificada y corregida su
el publico al que esta dirigido y diseñado el producto. El funcionalidad se pasó a la prueba siguiente.
multimedia, es la media más significativa para la proyección del - Pruebas Beta: Previa verificación del funcionamiento, se
conocimiento, reproducible en grandes cantidades, rápida proporcionara el multimedia a un grupo de usuarios, quienes
implementación y unos costos de reproducción accesibles, para serán los que proporcionen los resultados finales de la
llevar el conocimiento a la mayor cantidad de escuelas y entes funcionalidad del multimedia Instruccional.
educativos donde será impartida la información.
7. RESULTADOS
4. ALCANCE
El software instruccional Petrolito se hizo con la intención que 7.1 Versión 1.0
este pueda ser establecido en un servidor Web con lo cual Contempla el diseño de la primera fase del juego, el cual abarca
contando con una conexión intranet o Internet se pueda accesar la exploración, la explotación y la producción de crudo en el
a la ruta en la cual este ubicado. A su vez se propuso que área del occidente de Venezuela, específicamente el Estado
Petrolito se pudiera ejecutar en local teniendo por lo cual se Zulia y Falcón. Es importante destacar que las actividades
realizaron copias del programa empaquetado en cds. de 3.5 cm. desarrolladas en esta área petrolera, son ejecutadas directamente
por PDVSA E&P Occidente y las denominadas empresas
5. DISEÑO INSTRUCCIONAL mixtas, actividades éstas fiscalizadas y controladas por el estado
- Documentación: Se basa en las actividades principales de la venezolano, a través del Ministerio del Poder Popular para la
industria petrolera Exploración, Explotación, Infraestructura y Energía y Petróleo (MENPET). A continuación se detallan cada
comercialización. para la cual se cuenta con un experto en el una de los niveles o etapas contenidas en la presente versión:
tema petrolero adscrito al Ministerio del Poder Popular para la Manejo del Petróleo: Consiste en un juego didáctico en el cual
Energía y Petróleo. se interactúa con el mapa de Venezuela dividido por cuencas.
Al seleccionar el Estado Zulia aparecen figuras de algunas
- Delimitación del contenido: Se basa en principio del usuario
instalaciones petroleras como: Puerto Miranda, Oleoductos,
objetivo, en base a este principio la profundidad de cada una de
Punta Palma, Patios de Tanque, Refinería Cardón y Amuay, las
las actividades están sujetas a su nivel de comprensión
cuales se deben mover al mapa a fin de colocarlas en el lugar
(desarrollo cognoscitivo de aprendizaje).
correcto según su forma y color.
- Adaptación del contenido: Se desarrolla el perfil psicológico
del usuario.
- Selección del contenido de las Pantalla: Previamente es
necesario culminar la fase de documentación.
- Selección del sistema interactivo: Posterior a la selección del
contenido de las pantallas y a la estructuración del perfil
psicológico del usuario.

721
Figura 1. Manejo de Petrolito

Figura 4. Bienvenido

La biblioteca digital: en la cual el jugador puede encontrar


información teórica que le servirá de base para la realización de
los juegos.
* La biblioteca esta organizada de la siguiente manera:
El Petróleo, definición, de donde proviene, historia, formación
del petróleo, antecedentes, historia, composición del petróleo,
composición química, localización del petróleo, localización,
como se extrae.
* La Exploración contiene la siguiente estructura:
Figura 2. Manejo de Petrolito
La Exploración, tipos de reservas probadas, probables, posibles,
El laboratorio: consiste en un conjunto de preguntas sobre el cuencas petrolíferas, cuencas en Venezuela, la cuenca de
petróleo, en el cual el jugador tiene varias alternativas para Maracaibo (historia y tipo), la cuenca de falcón (historia y tipo),
responder. Son un total de 14 interrogantes, al finalizar de la cuenca de oriental (historia y tipo), la faja del Orinoco
contestar todas le aparecerá el resultado con total de respuestas (historia y tipo).
correctas e incorrectas y la puntuación final expresada en
porcentaje (%). * La construcción de pozos comprende:
Áreas de Construcción (métodos e historia), sistemas de rotación
(método), tipos de pozos, pozo vertical, pozo horizontal, pozo
direccional, sarta de perforación.
* En el área de Infraestructura tenemos:
La Infraestructura, línea de flujo, estación de flujo, separador de
producción, deshidratación, oleoducto, destilación en refinería
(como se hace), productos de la refinería, derivados, gasoducto,
planta de gas.

Figura 3. Laboratorio
Algunas preguntas del cuestionario son:
¿Que es el Petróleo?
¿Como lo llamaron los indígenas?
¿Los Romanos le dieron al petróleo el nombre de?
¿De que roca proviene el Petróleo?
¿Donde podemos encontrar Petróleo?
Figura 5. El Petróleo
¿Quienes pueden identificar si existe Petróleo? En la siguiente imagen podemos observar un monitor para
¿Que método permite conocer la roca que contiene el petróleo? computadora donde se aprecian en movimiento los 5 motores de
la Revolución Bolivariana.

722
José
“el llanero”

Paty
“la caraqueña”

Alberto
Figura 6. Motores de la Revolución “el margariteño”

El rotafolio: es un juego didáctico que consiste en la


construcción de un balancín petrolero mediante formar un
rompecabezas, completando pieza a pieza la imagen del
balancín, ubicando cada pieza en su posición correcta. 7.2 Segundo Resultado: Pruebas Alfa y Beta
En la búsqueda continua del fortalecimiento de este proyecto, se
contemplo dentro de sus actividades, una fase de prueba, la cual
fuese dirigida a niños en edades comprendidas desde los 5 hasta
los 15 años, de esta manera obtener resultados que permitieran
evaluar las fortalezas y debilidades obtenidas en la primera fase
del desarrollo de Petrolito, lo que permitirá una acertada de
decisiones que serán implementadas en la siguiente fases del
proyecto.
Debido a lo mencionado con anterioridad el 20 de agosto de
2008, la DGFI, a través de la Dirección Regional Maracaibo,
conjuntamente con la Asociación de Ayuda para la Infancia
Necesitada (ADAIN), realizo una primera evaluación de este
juego interactivo a unos 29 niños en edades comprendidas desde
Figura 7. Construcción de Pozos los 9 a 15 años, pertenecientes a la comunidad del El Marite,
Durante toda la ejecución del programa se puede escuchar de ubicada en el municipio Maracaibo del Estado Zulia.
fondo música venezolana. Recursos Utilizados: A continuación se describen el hardware,
En esta primera versión de Petrolito, se contemplo el diseño software, metodologías y el personal que permitieron la puesta
inicial del resto de amigos que acompañarán a Petrolito en las en marcha de este proyecto.
siguientes versiones del juego. Es importante destacar que estos
personajes interactuaran con el personaje principal de acuerdo al
área a contemplar en todo el proceso petrolero. Ejemplo, para el
área occidental venezolana, ha sido diseñado un personaje con * Hardware utilizado en la evaluación
la idiosincrasia de la zona, a fin de que los jugadores también se
Para el logro de la actividad fue utilizado como principal
familiaricen con las diferentes culturas existentes en el país.
insumo un Infobus, asignado a ADAIN, a través del Ministerio
Tabla 1: Tabla con imágenes de los personajes del juego del Poder Popular para la Ciencia y la Tecnología, el cual se
instruccional encuentra ubicado en la comunidad antes mencionada. El
Petrolito infobus dispone de 1 computador principal, 1 video beam, 36
computadoras portátiles, routers, Internet, aire acondicionado
con temperatura graduable, cámaras de video interna de 4
puntos de observación, sistemas operativos Ubuntu 8.10 con
actualización para la visualización de archivos con extensiones
swf y lo mas interesante de este centro de computo tan
María equipado, es que todo el robusto sistema se encuentra ubicado
dentro de un BUS adecuado para alojar cómodamente cada uno
“la guajirita”
de los dispositivos nombrados.
* Metodología
Decisiones claves para la realización de la actividad: Antes de
ser iniciada la actividad se aplicó un instrumento, a través del
personal de Adain. Al momento de iniciar la actividad se decidió
aplicar un segundo método de evaluación, a través de la

723
definición de 5 preguntas, las cuales se les formularía a los 1.- ¿Que fue lo que más le gusto al niño de la aplicación?
usuarios en el transcurso de la interacción que tuvieran con la En esta oportunidad al formular esta pregunta todos los niños
aplicación, tomando la decisión importante de dividir el grupo respondieron que el rompecabezas del mapa del Zulia, en el
de 29 niños en dos partes, siendo el primer grupo de cual se utilizan elementos que conforman un pozo petrolero,
participantes un total de 18 niños en edades comprendidas de 11 para armar un rompe cabezas, inclusive se aprecio durante la
a 15 años y un segundo grupo conformado por 11 niños con participación que un grupo de 3 niños una vez lograban terminar
edades entre los 9 a 10 años. el reto, lo iniciaban una y otra vez para volverlo a armar. Se
Plan Vacacional El Marite 2008 esperaba que el grupo conformado por niños de 9 a 10 años
Comunidad: 12 de Marzo I tendrían mucha dificultad para lograr terminar el reto que
presenta el manejo del petróleo sin embargo se pudo observar
Fecha: 20/08/08 que luego de la misma orientación que se le diera al primer
Actividad: Uso del software interactivo Instruccional Petrolito grupo los niños entendieron la dinámica del juego, lo que
supone que la dificultad del juego es ideal.
Facilitador: Carlos Medina Ramírez
2.- ¿Que no le gustó al niño de los juegos y opciones que se
Puntos evaluados en la actividad
presenta en la aplicación?
1.- ¿Que fue lo que más le gusto al niño de la aplicación
La aplicación menos favorecida fue la biblioteca por lo que 65%
Petrolito?
de los participantes, del primer grupo comentaron que los libros
2.- ¿Que no le gusto al niño de los juegos y opciones que se eran aburridos. Se quejaron de no escuchar bien los sonidos de
presenta en la aplicación? la aplicación, por lo cual se recomienda la utilización de
3.- ¿Que intentó el niño hacer que no pudo debido a que la audífonos o cornetas pequeñas, debido a la falta de tiempo al
aplicación no lo permitía? segundo grupo no se fue posible realizar la evaluación completa
por lo cual solo se emplearía la herramienta de la observación la
4.- ¿Que tipo de fallas presentó la aplicación? cual no permite un resultado acertado a esta pregunta, sin
5.- ¿Cuanto tiempo en promedio le tomo a los niños finalizar los embargo a pesar de esto al apreciar que la mayoría de los niños
retos que se presentan en la aplicación? se interesaban por el rotafolio y el manejo del petróleo se puede
* Introducción a la actividad palpar el poco interés de este segundo grupo hacia la biblioteca
y las pruebas en el laboratorio.
Para la evaluación de Petrolito el primer paso fue conocer un
poco acerca de los conocimientos que contaba cada uno de los 3.- ¿Que intentó el niño hacer que no pudo debido a que la
participantes, en el cual se obtuvo como resultado general que aplicación no lo permitía?
de los 18 niños en evaluación del primer grupo de participantes, En ambos grupos se pudo observar que los niños trataban de
solo 5 de ellos habían utilizado computadores entre los cuales hacer que petrolito se moviera y por lo general le daba clic a
solo 2 de ellos acotaban haber tenido frecuentemente contacto objetos que no tienen programación, siendo estos objetos solo
reciente con el uso de computadoras, en contraste con el imágenes dan un complemento con el objetivo de dar armonía a
segundo grupo conformado por 11 niños 6 de ellos confirmaron la interfaz gráfica, debido a esto sería interesante que algunas de
haber usado alguna vez una computadora y por último el grupo las imágenes fueran sensibles al clic de el ratón, ofreciéndole al
completo contestó que nunca habían tenido la oportunidad de usuario un ambiente de mayor interactividad.
operar un computador portátil. 4.- ¿Que tipo de fallas presento la aplicación?
Tomando como referencia este primer resultado, fue necesario Problemas continuos con la navegación, en ocasiones se perdía
antes de realizar el test de la aplicación Petrolito, dar una charla el navegador mostrando una pantalla en blanco lo cual
explicativa de cómo usar un computador, describiendo interrumpía la evaluación.
fundamentalmente el funcionamiento del touch pad y el teclado.
5.- ¿Cuanto tiempo en promedio le tomo a los niños finalizar los
* Inicio de la actividad para la evaluación de Petrolito retos y cuanto fue el puntaje obtenido?
Para realizar la evaluación se percató de dejar una carpeta con el En promedio los juegos eran concretados a los 6 minutos de
programa de Petrolito en el escritorio de cada una de las iniciados y un máximo de 18 minutos. Por lo general el juego
computaras, también se tomó cuenta el uso de vídeo beam. que mas se tardaron fue en el rompecabezas del mapa del Zulia
* Orientación para accesar al juego: brevemente se informa a ya que cuando las piezas quedaban mal encajadas se hacia muy
los participantes como acceder a la carpeta desde el sistema difícil encontrar el error de la ubicación de la pieza, debido a
operativo para ejecutar la aplicación de Petrolito. Una vez esto es necesario que la solución de emitir alertas al participante
iniciado el juego se dedico tiempo al entendimiento del cuadro sea realizada en todos los juegos posteriores a desarrollar y así
de controles que permite utilizar el juego. Luego se hizo un se evita que el reto se torne aburrido o imposible de realizar.
ejemplo guiado en la opción “El manejo del Petróleo” con la Entre los resultados más sobresaliente se tiene que el estudiante
finalidad que todos los participantes jugaran al mismo tiempo el Marbel Torres con tan solo 13 años, logra armar el
juego sobre armar un rompecabezas referente a la cadena rompecabezas del Zulia primero que el resto de sus compañeros,
petrolera del mapa del Zulia. los puestos segundo, tercero y cuarto fueron ocupados por niños
Posteriormente se les dio libertad a los participantes a utilizar la con edades de 15 años. El puesto sexto en el rompecabezas se lo
aplicación y las actividades que integran. llevo Osdari Villalobos que tan solo de doce años destaco por
obtener la puntuación de 77% en las preguntas del laboratorio,
- Resultados del segundo método de evaluación.

724
puntaje al igual obtenido por Adaluz Mendoza compartiendo imprescindible unificar los esfuerzos en torno a la creación de
ambos la primera posición, sin embargo luego de pasar por la usos de métodos y procedimientos más generales, más
biblioteca en su segundo intento Osdari Villalobos subió su productivos, que complementen los diferentes métodos que de
puntaje hasta 92% ocupando la primera posición de esta prueba. forma coherente integren la acción de las diversas áreas del
En promedio la mitad del grupo estuvo en el rango del 60% conocimiento que influyen sobre el individuo, en pro de lograr
como resultado positivo en las preguntas realizadas en el su mayor participación colectiva y consciente, estimulando el
laboratorio y se estima que el 90% adquirió un mejor resultado desarrollo de su pensamiento, de su imaginación, la formación
en su segundo intento luego de haber estudiado en la biblioteca. de valores y su creatividad.
Sin embargo Adaluz Mendoza fue la única en la que en su
segundo intento mantuvo el mismo resultado de 77% en ambas 7.3.4 Factores Claves del Aprendizaje
oportunidades. - El aprendizaje se estimula con retos y se inhibe con amenazas.
- Mientras más diversión más aprendizaje.
7.3 Tercer Resultado - Las personas aprenden mejor las cosas si las descubren por
ellas mismas
7.3.1 Nuevos lineamientos
Tras la realización de las pruebas al juego así como también el Sólo hay aprendizaje si cambia el comportamiento.
adiestramiento en búsqueda de la mejor vía para hacer llegar el Basados en estos factores se propone que el software educativo
aprendizaje se realizó una investigación en la cual se cita que la deberá de entrada hasta el final presentar retos donde el usuario
siguiente fase del juego será de vital importancia reforzar la tenga que resolver los problemas y en el proceso se presentará
aplicación con 4 nuevos elementos con la finalidad de una retroalimentación de diversión, los resultados por cada reto
aprovechar importantes mejoras producto de la experiencia conseguido deberán estar asociados directamente a un resultado
obtenida con versiones anteriores de Petrolito. de aprendizaje. Se hace un énfasis en alentar al individuo en el
Para esta fase se reforzará la metodología de desarrollo transcurso de la actividad, inclusive cuando éste no haya logrado
poniendo en práctica los siguientes elementos que se describen completar un objetivo o reto propuesto.
a continuación: Se propone que dentro del ambiente del juego se haga énfasis en
Según los principios de [2] se aplicará la metodología de las decoraciones de nuestra cultura, así como también detalles de
técnicas de aprendizaje acelerado, cooperativo, participativo y fechas históricas importantes de nuestro país, el propósito es que
experiencial. cada lugar o ambiente del juego posea un aporte de aprendizaje
histórico o cualquier otro aprendizaje que se pudiera generar sin
Las bases del juego serán reforzadas en su interfaz gráfica con
tener que ser parte del tema en el cual está basada el desarrollo
imágenes patrióticas y el entorno representará la cultura de
del programa de juego instruccional.
nuestro país.
La aplicación se desarrollara bajo plataforma y entornos de 7.3.5 Estimulación sensorial
programas libres, con la finalidad de establecer licencias GNU al Unas de las ventajas principales de los juegos como módulos de
producto obtenido. aprendizaje es que permiten estimular varios sentidos en el
individuo a la vez. Por lo tanto, el juego instruccional deberá
7.3.2 Tercer Motor Constituyente poseer las siguientes características:
MOTOR CONSTITUYENTE Moral y Luces Educación con
Imágenes: Dentro del aspecto visual se propone un concepto de
valores socialistas
dibujos animados que nuevamente como se ha mencionado con
“La educación no tiene que ver sólo con el estudio de una anterioridad deberá representar la cultura de nuestro país. Otro
materia determinada o con sacar el sexto grado, no. Es mucho punto importante es que visualmente el juego sea llamativo y
más que eso: se trata de los valores, la cultura, la solidaridad. transmita sensaciones positivas a los usuarios, para lograrlo se
Hay que demoler los viejos valores del individualismo, del propone que el juego debe comprender las siguientes
capitalismo, del egoísmo, [hay que] crear nuevos valores y eso características gráficas:
sólo se logra a través de la educación”.
Dibujos, esquemas de llave, diagramas, caricaturas, imágenes,
gráficos, flujogramas, símbolos, mapas mentales.
7.3.3 Métodos de aprendizajes modernos
En la pedagogía tradicional se busca esencialmente la formación Música: La música es clave para complementar las experiencias
de un pensamiento empírico, el educando al aprender es un que deseamos que el individuo experimente en el transcurso del
receptor pasivo y el docente al enseñar es activo, el aprendizaje, de ser bien ejecutada la música puede llegar a ser
conocimiento es asimilado por aproximaciones sucesivas, se ese factor final que permitirá fijar el aprendizaje.
ofrece como verdades acabadas y generalmente existe un El uso apropiado del sonido en este proyecto tendrá el propósito
insuficiente vínculo con la vida. de Relajar y reducir el estrés, fomentar la creatividad, estimular
Aunque se han realizado intentos por atenuar los aspectos la imaginación, crear ambientes específicos y generar estados
negativos de la didáctica tradicional en virtud de las necesidades emocionales que propicien el aprendizaje.
actuales de la sociedad, lo cierto es que aún persiste esta Jugabilidad: En los juegos de videos dependiendo del tipo de
concepción en la práctica de enseñanza en las instituciones y interacción que el jugador realice se logra estimular el tacto, la
lamentablemente ésta ha sido llevada a los programas de vista, el oído y aunado a esto una coordinación de cada uno de
computadoras instruccionales. Por lo antes expuesto es estos sentidos en combinación de coordinación motora, lo que

725
conlleva al jugador a una estimulación simultánea de varias 7.3.8 Software para entorno de desarrollo.
áreas del cerebro las cuales regularmente no experimentamos en El Decreto 3390 publicado en Gaceta Oficial Nº 38.095 de fecha
la vida diaria. 28 de Diciembre de 2004, el cual declara: la Administración
Según estudios internacionales se ha demostrado que la Pública Nacional empleará prioritariamente Software Libre
estimulación del cerebro en estos entornos de juegos permite desarrollado con Estándares Abiertos, en sus sistemas, proyectos
elevar la capacidad de aprendizaje y determinación en el y servicios informáticos. A tales fines, todos los órganos y entes
individuo, por ello se busca que el juego constituya todos los de la Administración Pública Nacional iniciarán los procesos de
elementos nombrados y a su vez que se apliquen metodologías migración gradual y progresiva de éstos hacia el software libre
de aprendizajes donde estas dinámicas se asocien a estimular las desarrollado con Estándares Abiertos. El Gobierno Venezolano
áreas que con las propuestas de los especialistas se quieran gracias a las virtudes del software libre decretó su uso
desarrollar. obligatorio para todas las dependencias públicas de carácter
oficial a nivel nacional decretando así el artículo 3390, a
7.3.6 Recurso Humano continuación se nombran los programas factibles a utilizar.
Se propone reestructurar el equipo de desarrollo en la cual la Sistemas operativos: Linux Debían, Sid, Etch, Linux Mandriva y
participación del grupo de trabajo será predefinida y establecida Linux Ubuntu
desde el inicio de las primeras etapas que se involucraran para el
Aplicación Vectorial: Inkscape 0.45: Diseño y diagramación
desarrollo de esta segunda fase del proyecto. Se nombrará al
vectorial y Skencil 0.6.16: Diseño y diagramación vectorial.
menos 2 analistas encargados en velar por el cumplimiento de
que cada uno de los miembros involucrados cumpla con la Programas Fotográficos: The Gimp 2.2 y Painter 5 ambos
nueva metodología a emplear al proyecto. Ya que permiten Diseño y montaje fotográfico.
entendemos por juegos instruccionales de computadoras, todo Diseño de Modelado y Animación 3D “INFOGRAFIA”
aquel programa que brinda al usuario una interfaz gráfica
Blender 2.35: Modelado y Animación 3D.
interactiva por medio la cual el usuario puede aprender del tema
en el cual está enfocada la aplicación, puesto que se considera el Poser 4: Animación 3D de Personajes.
juego como un software de computadora los pasos a seguir para Alternativa libre de flash: Scalable Vector Graphics (SVG).
la creación de este tipo de aplicación tiene mucha similitud a la
hora de realizar un programa de aplicación tales como:
procesadores de texto, hojas de cálculo, administrador de tareas
8. CONCLUSIONES
entre otros. Es importante destacar que el proyecto presentado, hace sólo
algunos meses eran ideas, que sin ningún recurso económico
A pesar de lo expuesto anteriormente se considera que el adicional han adquirido forma y algunas de ellas incluso,
desarrollar un juego para ordenadores por lo general hay que generado resultados importantes. Además de los resultados
prestar atención a muchos más detalles en comparación al técnicos mostrados, Petrolito ha propiciado un cambio de
desarrollo de aplicaciones de trabajo por lo cual a continuación paradigma dentro de la institución donde puede evidenciarse
se citan los siguientes aspectos a tomar en cuenta: efectos de una mejor actitud ante los cambios planteados, el aporte de
sonido, música, soportes visuales, guiones, api, animación, nuevas ideas e incluso la generación de nuevos proyectos. Es de
modelado, entre otros por lo cual a partir de esto se definirá la hacer notar que tal cambio no solo tiene un impacto positivo en
estructura organizativa del grupo de trabajo desde niños, la institución, sino que supone un consecuente mejoramiento
psicólogos, analistas de sistemas, diseñadores gráficos, como plataforma cultural al servicio de la comunidad, para
diseñadores instruccionales, ingenieros de sonidos y otros. garantizar la transferencia del conocimiento, creando una sólida
conciencia de soberanía petrolera en el pueblo venezolano y así
7.3.7 Hardware requerido alcanzar la suprema felicidad, enmarcada en las líneas de acción
El hardware requerido no varía mucho, se trabajará en los social del Gobierno Bolivariano.
mismo sistemas en los cuales se desarrolló la aplicación anterior, Cabe señalar que el continuo avance tecnológico, así como el
a continuación se nombra las configuraciones físicas que deben constante cambio de las condiciones y exigencias del proyecto
contar las computadoras para el desarrollo de la propuesta. país que nos mueve hacia el desarrollo de este tipo de
Características de los Ordenadores. iniciativas, llevan al convencimiento de que el proyecto no tiene
Procesadores de 1500Mhz en adelante. fecha de finalización, solo se puede marcar el inicio y fin de un
conjunto de fases que se espera sean extendidas en el tiempo,
Disco duro de 80gb. garantizando el mejoramiento continúo no solo del proyecto en
Tarjetas Madres Intel – AMD o compatibles. sí, sino también y en consecuencia, de los procesos y el
desempeño de la Dirección.
Tarjetas de vídeo de 32mb en adelante.
Existe entonces un largo camino por recorrer y se espera que el
Unidad DVD-RW (no limitativo).
objetivo planteado nos permita: “Avanzar hacia un Estado
Monitor con resolución igual o mayor 1024*768. Moderno, ágil y eficiente al servicio de los ciudadanos”.
Impresora a color de alta definición.
Actualmente el Menpet cuenta con configuraciones y la REFERENCIAS
disponibilidad para satisfacer los requerimientos de cómputo [1] Cesarone, B. Juegos de videos: Investigación, puntajes y
mencionados. recomendaciones EDO-PS-00-10 .Octubre, 2000.

726
[2] Pere Marquès:2000): Las claves del éxito. Cuadernos de
pedagogia.pp55-58.nº291. Mayo 2000.Cisspraxis.S.A.
[3] Etxeberria Balerdi F.(1997): Videojuegos y educación.
Ediciones Universidad de Salamanca.
[4] http://www.quadernsdigitals.net/articles/quadernsdigitals/q
uaderns12/q12videojuegos.html
[5] Pere Marquès:2000), UAB VIDEOJUEGOS: Efectos
psicológicos Revista de Psiquiatría Infantil y Juvenil. nº 2,
1992, 106-116.
[6] El gobierno Bolivariano de Venezuela en el tercer motor
constituyente Hugo Chávez Frías (2007).
[7] Vaughan (1995:13).
[8] Antonio Lopez (1997:8)

727
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

MATEMÁTICAS BASADAS EN PROYECTOS, SOFTWARE


DE ANIMACIÓN, ROBOTS, LENGUAJES DE
PROGRAMACIÓN Y CÁMARA DIGITAL
Manuel Escalante, Teresita Montañez, Cinhtia González, Michel García
Universidad Autónoma de Yucatán, Facultad de Matemáticas, Unidad Multidisciplinaria Tizimín
México
manuel.escalante@uady.mx, monmay@uady.mx, gsegura@uady.mx, michel.garcia@uady.mx

RESUMEN 1. INTRODUCCIÓN
Se describen diversos ambientes de aprendizaje para impartir En la actualidad, la tecnología está presente en toda actividad
cursos obligatorios del área de matemáticas en la licenciatura en realizada por el hombre. La educación no es la excepción, aunque
Ciencias de la Computación de la Universidad Autónoma de en América-latina la introducción de la tecnología ha sido lenta
Yucatán, donde el estudiante desarrolla proyectos que le ayudan a sobre todo en el área de matemáticas; las investigaciones y
visualizar problemas reales empleando herramientas tecnológicas experiencias actuales avalan la importancia de su uso [3], [5], [6],
como el software de animación SCRATCH, los robots LEGO [12]. Ya no se discute sobre su necesidad y utilidad, sino sobre la
NXT, el lenguaje de programación Matlab y la Cámara Digital. mejor forma de usarlas y las ventajas que ofrece su utilización en
En la construcción progresiva de dichos proyectos el alumno va el proceso de enseñanza-aprendizaje, pensando en los nuevos
conociendo, manejando y entendiendo los principales conceptos, modelos educativos que pretenden poner como columna vertebral
definiciones y teoremas de sus asignaturas de matemáticas. Se del proceso de enseñanza-aprendizaje al estudiante y no al
muestran ejemplos de proyectos finales y ejercicios realizados por docente. La creación de ambientes de aprendizaje con tecnología
los estudiantes. Se presenta un análisis comparativo dentro del propicia un mayor contacto, intercambio y participación de los
periodo 2001 a 2010 que muestra el impacto favorable que ha estudiantes. El uso de técnicas didácticas como el aprendizaje
tenido la incorporación de tecnología para incrementar el basado en proyectos (ABP) permiten confrontar de manera directa
porcentaje de aprobación de los cursos. Además se explica como al estudiante con el contenido de enseñanza, esto tiene como
se ha iniciado la extrapolación de esta experiencia académica en el consecuencia que el alumno logre “aprender haciendo”, esta
nivel educativo medio superior. técnica didáctica a demostrado en muchas ocasiones su utilidad
[1], [9], [11], [13], [14]. Este artículo describe brevemente la
Categorías y Descriptores forma de utilizar la metodología dinámica ABP, así como el uso
D.3.2 [Programming Languages]: Language Classifications— de herramientas tecnológicas tales como el software de animación
Scratch, LEGO NXT-G, Matlab; D.3.m [Programming SCRATCH, los robots LEGO NXT, el lenguaje de programación
Languages]: Miscellaneous K.3.2 [Computers and education]: de Matlab, la cámara digital para impartir los cursos obligatorios
Computer and Information Science Education—Computer science de matemáticas de licenciatura en Ciencias de la Computación de
education. la Universidad Autónoma de Yucatán, aprovechando las
habilidades con las que ingresan los estudiantes a la carrera, que
Términos Generales en un 95% cuenta con un bachillerato de perfil tecnológico.
Algorithms, Experimentation, Human Factors, Languages. Además se muestra de que manera esta metodología ha impactado
en los índices de aprobación de las asignaturas, se presenta un
Palabras clave análisis comparativo de los resultados obtenidos de 2001 a 2010.
Aprendizaje, Matemáticas, Proyectos, Lenguajes de Al final se describen el trabajo que se está realizando actualmente
Programación, Software de Animación, Robots, Cámara Digital, con profesores del nivel educativo medio superior.
Porcentaje de Aprobación.
Escalante, Manuel., Montañez, Teresita., González, Cinhtia., García, Michel. (2010). 2. CARACTERÍSTICAS DE LOS CURSOS
Matemáticas basadas en Proyectos, Software de Animación, Robots, Lenguajes de Durante el transcurso de la licenciatura, el alumno debe cursar
Programación y Cámara Digital. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de siete asignaturas obligatorias del área de matemáticas puras:
Informática Educativa, Volumen 1, pp 727-735, Santiago de Chile. Cálculo Diferencial, Cálculo Integral, Cálculo Vectorial, Álgebra
Superior I, Álgebra Superior II, Ecuaciones diferenciales y
Probabilidad. En las dos primeras, desde el año 2005 se ha podido

728
implementar la técnica didáctica ABP e introducir paulatinamente 3. DESCRIPCIÓN DE PROYECTOS
las tecnologías ya mencionadas. El objetivo general de los cursos La realización de proyectos durante los cursos permite llevar a la
de cálculo en nuestra Facultad de Matemáticas es muy similar al práctica los conceptos teóricos abordados durante los mismos, ya
de cualquier carrera de ingeniería de América latina y consiste en que estos proyectos permiten que el estudiante valore la utilidad
que el estudiante conozca, maneje, entienda y aplique los de los conocimientos adquiridos durante las clases. Además, lo
principales conceptos, definiciones y teoremas del Cálculo. Esto anterior despierta en el estudiante un interés por la investigación y
se ha logrado introduciendo el siguiente esquema de actividades, la búsqueda de soluciones que generen nuevo conocimiento.
además de las tradicionales: Debido a que los jóvenes se integran en equipos para desarrollar
• Durante los meses de julio y agosto los alumnos de nuevo los proyectos, esto permite que desarrollen y pongan en práctica
ingreso toma tres talleres obligatorios uno de robótica valores y actitudes tales como: la honestidad, respeto, creatividad,
(LEGO NXT), otro de animación (Scratch) y otro de responsabilidad, solidaridad y trabajo en equipo.
programación básica (Matlab), 20 horas para cada taller. 3.1 Simulador de trayectorias poligonales 2D
• Los primeros días de clase, por medio de la proyección de
videos, se plantean al alumno problemáticas reales en de robots transportadores
diversas áreas (ciencia, industria, comercio, salud, etc.), El proyecto consiste en lograr la simulación de trayectorias
donde interviene la tecnología (computadoras, robots, sencillas como son las líneas rectas partiendo de las posibles
cámaras digitales, etc.) como apoyo. Se le menciona a los aplicaciones que esto tiene en la vida real. La implementación
estudiantes que las matemáticas que se desarrollarán inicia con el modelado de las trayectorias y finaliza con la
durante el curso junto con la herramienta tecnológica que programación en entornos simulados y reales. El proyecto se
aprendieron a manejar en los talleres le permitirán realiza en el curso de cálculo diferencial. Las actividades
resolver dichos problemas realizadas son las siguientes:
• Inmediatamente después los alumnos forman equipos de a) Proyección de los videos “fábrica sistematizada por robots
trabajo de tres individuos (en algunas ocasiones surge un móviles” y “laboratorio clínico robotizado”. Los videos
equipo de dos o cuatro integrantes). ilustran aplicaciones reales en las que se aplica el tema en
• A continuación se realiza un análisis del papel que juega cuestión. Véase Figura 1.
el profesional de las ciencias de la computación en las b) Una primera solución propuesta se basa en la utilización
diversas situaciones planteadas y se pide a los estudiantes de sensores ultrasónicos o de luz. Véase Figura?
que visualice las soluciones y las exponga al grupo. c) En papel (Figura 2) los estudiantes realizan el modelado
• Al terminar las actividades anteriores se definen los de trayectorias utilizando conceptos de geometría
proyectos que se realizarán y se les designa un nombre. analítica, trigonometría, funciones real-valuadas y
• El profesor les comunica el tiempo que tienen para funciones paramétricas para líneas rectas.
desarrollar cada proyecto, justificando esta disposición. d) Utilizando el software Scratch [8] los estudiantes animan
• De manera progresiva, a lo largo de curso cada equipo va las trayectorias previamente modeladas. Véase Figura 3.
proponiendo soluciones a las problemáticas planteadas de e) Se implementan las trayectorias en un ambiente real
cada proyecto, en caso que exista alguna dificultad con la utilizando los robots LEGO NXT [4] y el entorno de
tarea el profesor retroalimenta y propone junto con los programación gráfico de la misma compañía. Figura 4.
alumnos mejoras ó cambios a las soluciones o bien a la f) Simulación de trayectorias utilizando el lenguaje de
tecnología utilizada. programación de Matlab [7].Véase Figura 5.
• En los tiempos establecidos para entregar sus proyectos
cada equipo expone su propuesta o solución final,
explicando la justificación matemática de la que se
sustenta su solución y presenta generalmente en más de
una herramienta tecnológica la implementación de su
solución.

Una de las actividades más enriquecedoras tiene lugar cuando se


realiza la retroalimentación de cada proyecto, es un momento de
crecimiento para ambas partes (alumno y profesor). Durante esta
etapa, el alumno propone ideas originales basadas generalmente
en el método del ensayo y error, con lo cual resuelven
parcialmente los problemas planteados. Este es el momento
adecuado para sugerirle al alumno que considere algunos
conceptos matemáticos para complementar su solución.
A continuación se dará una descripción de nueve de los proyectos
más relevantes de los cursos impartidos. Los primeros cuatro
proyectos corresponden al curso de cálculo diferencial y los cinco Figura 1. Imagen del video proyectado
restantes al curso de cálculo integral.

729
3.2 Simulador de la trayectoria 2D de un
avión en vuelo
El proyecto consiste en lograr la simulación de trayectorias mas
complejas como son las circunferencias y las elipses partiendo de
las posibles aplicaciones que esto tiene en la vida real. El proyecto
se realiza en el curso de cálculo diferencial. Las actividades
realizadas son las siguientes:
a) Proyección del video “Videojuego CLOUD SOLDIER”
en el que se observan diversas trayectorias recorridas por
objetos del videojuego.
b) Una primera solución propuesta se basa en representar a
los círculos con pentágonos regulares y las elipses con
Figura 2. Modelado con funciones paramétricas hexágonos simétricos. Véase Figura?
c) Modelado de trayectorias en papel, utilizando funciones
paramétricas para líneas rectas, circunferencia y elipses.
La Figura 6 ilustra los cálculos realizados.

d) Animación de las trayectorias modeladas, utilizando el


software Scratch. Ver Figura 7.
e) Simulación de trayectorias utilizando el lenguaje de
programación de Matlab. Ver Figura 8.

Figura 3. Simulación de la trayectoria en Scratch

Figura 6. Modelado de funciones paramétricas

Figura 4. Implementación con robots LEGO NXT-G

Figura 7. Animación de trayectorias en Scratch

Figura 5 Simulación de la trayectoria en Matlab

730
Figura 8. Simulación de trayectorias en Matlab

3.3 Simulador del Zoom de una cámara


digital
El objetivo de este proyecto es que por medio de la simulación y
la geometría el estudiante logre comprender el concepto de límite
definido por Weierstrass [10]. El proceso de acercamiento
denominado zoom que se encuentra implementado en una camara
digital o en la computadora ilustra de manera natural dicho
concepto. El proyecto se realiza en el curso de cálculo diferencial.
Las actividades que se realizan son las siguientes:
a) Proyección de los videos “Operación ocular con rayo
láser” y “micro-soldadura de tanques de combustible con
brazo robótico”.
b) Una primera solución propuesta se basa en la utilización
del ensayo-error para determinar un delta “d” adecuado,
dado un épsilon “e”, esto para un polinomio de grado uno
y para un polinomio de grado dos. Figura 9. Modelado en papel y simulación en Matlab
c) Modelado del proceso de acercamiento a un punto que
esta sobre una curva (curva representada por una función 3.4 Prototipo robótico de trayectorias 2D
polinómica de grado n), utilizando funciones y la tangenciales
definición de Límite según Weierstrass (epsilon- delta). EL objetivo de este proyecto es que el alumno descubre la
f) Simulación del Zoom de una cámara digital utilizando el importancia de las trayectorias tangenciales cuando un objeto
lenguaje de programación de Matlab. sigue un camino suave no lineal (camino con curvas). El proyecto
Las dos últimas actividades se ilustran en la Figura 9. se realiza en el curso de cálculo diferencial.. Las actividades que
se realizan son las siguientes:
a) Proyección de los videos “fábrica sistematizada por robots
móviles” y “laboratorio clínico robotizado”.
b) Una primera solución propuesta se basa en la utilización
del ensayo-error para determinar el ángulo necesario para
pasar en forma tangencial en cada punto de la trayectoria.
c) Modelado de trayectorias tangenciales, utilizando
funciones paramétricas, funciones rectangulares y la
derivada de una función. Ver Figura 10.
d) Implementación del recorrido de las trayectorias con los
robots LEGO NXT. Ver Figura 11.

Figura 10. Modelado de las trayectorias tangenciales

731
Figura 12. Modelado de la trayectoria tangencial

Figura 11. Implementación en robots LEGO NXT

3.5 Simulador de la trayectoria 2D tangencial


de un avión que aterriza
El proyecto consiste en lograr la simulación de trayectorias mas Figura 13. Simulación en Scratch y Matlab
complejas con un efecto real es decir el objeto en movimiento se
encuentre en posición y dirección adecuada. El proyecto se realiza 3.6 Simulador de fenómenos relacionados con
en el curso de cálculo integral. Las actividades realizadas son las caída libre y tiro parabólico para cualquier
siguientes:
gravedad propuesta
a) Proyección del video “Aterrizaje en piloto automático de Este proyecto es similar al 3.5, pretende simular de manera real
un avión” dos fenómenos como son la caída libre y el tiro parabólico
b) Modelado de trayectorias, utilizando funciones utilizados de manera frecuente en la programación de
paramétricas, funciones rectangulares, derivada de una videojuegos, una de las áreas de su práctica profesional como
función, antiderivada de una función. Ver ilustración en futuros egresados de la licenciatura. El proyecto se realiza en el
Figura 6. curso de cálculo integral. Las actividades realizadas son las
c) Animación de trayectorias utilizando el software Scratch. siguientes:
d) Simulación de trayectorias utilizando Matlab. a) Proyección de los video “animación de pelota rebotando”.
La Figura 7 ilustra lo realizado en las actividades c y d. b) Modelado de tiro parabólico y caída libre, utilizando
funciones paramétricas, funciones rectangulares, derivada
de una función, antiderivada de una función.
c) Animación de los fenómenos utilizando el software
Scratch
d) Simulación de los fenómenos utilizando el lenguaje de
programación Matlab.
La actividad b se ilustra en la Figura 14 y la Figura 15
corresponde a las actividades c y d.

732
Figura 14. Video proyectado y cálculos del modelado

Figura 15. Animación en Scratch y Matlab Figura 16. Video y simulaciones del proyecto

3.7 Sistema Automático de Cálculo de Áreas 3.8 Sistema Automático de Cálculo de Masa y
El objetivo de este proyecto consiste en desarrollar un sistema que Centro de Masa
recibe una foto de un objeto que deseamos cálcular su área y de El objetivo de este proyecto consiste en desarrollar un sistema que
forma automática el sistema nos proporcione una excelente recibe una foto de un objeto que deseamos determinar su masa y
aproximación al área del objeto. Este proyecto permite introducir centro de masa para poder levantarlo sin correr el riesgo de que se
al estudiante de manera natural al concepto de integral definida resbale. En este proyecto se muestra una aplicación del área de
según Riemmann [10]. El procesamiento digital de imágenes es visión artificial utilizada de manera frecuente en la industria
un área de las ciencias computacionales que nos permite abordar automotriz. El proyecto se realiza en el curso de cálculo integral.
el concepto de manera sencilla. El proyecto se realiza en el curso En este proyecto se realizan las siguientes actividades:
de cálculo integral. En este proyecto se realizan las siguientes
actividades: a) Proyección del video “ensamblaje de automóviles”.
b) Una primera solución propuesta para el cálculo de masa
a) Proyección del video “ultrasonido de mujer embarazada” se basa en la utilización del proyecto anterior para cácular
y “elaboración de planos de terrenos”. el área y esta área multiplicarla por un grosor (definido
b) Una primera solución propuesta se basa en la utilización con anterioridad). Ahora para hallar el centro de masa una
de figuras como triangulo, rectángulos para dar una buena primera propuesta es encerrar al objeto en la figura
aproximación al área del objeto. geométrica (triangulo, rectángulo, polígono regular o
c) Modelado que permita calcular áreas irregulares irregular) más parecida ya que estas figuras su centro de
basándose en cuadrados cada vez más pequeñas, esto es masa es fácil de determinar.
el concepto de límite según Riemann (integral definida). c) Modelado para el cálculo de la masa y centro de masa de
d) Elaboración de un sistema que proporcione una buena un objeto con masa distribuida uniformemente y no
aproximación al área de una figura irregular basándose en uniformemente, utilizando la suma de Riemann, integral
una imagen digital de la figura real, utilizando una cámara definida, el teorema del valor medio para integrales y la
digital y el lenguaje de programación de Matlab. Ley de Momentos (física), temas correspondientes al
curso de cálculo integral.
e) Se realiza un sistema que proporcione una buena
aproximación a la masa y centro de masa de un objeto con
masa distribuida uniformemente y no uniformemente
basándose en una imagen digital de un objeto real,
utilizando una cámara digital y el lenguaje de
programación de Matlab.

733
a) Proyección del video “Reconstrucción de piezas
arqueológicas”.
b) Modelo que le permita calcular el volumen de un objeto
basándonos en tres imágenes de el (frente, lado, arriba).
f) Sistema que proporcione el volumen y la reconstrucción
3D del objeto basándonos en tres imágenes de el (frente,
lado, arriba), utilizando una cámara digital y el lenguaje
de programación Matlab.

Figura 17. Video de ensamblaje de automóviles

Figura 20. Video proyectado y modelado del objeto

Figura 18. Modelado del cálculo de la masa y su centro Figura 21. Reconstrucción en 3D del objeto original
Es importante mencionar que los proyecto 3.1 y 3.7 fueron
implementados inicialmente en talleres dirigidos a estudiantes del
último año del nivel medio superior con gran éxito, en las
Jornadas de Computación y Matemáticas de nuestra institución,
un evento que se realiza anualmente y cuyo propósito es divulgar
la ciencia y la tecnología en los diversos niveles educativos. Lo
anterior indica que las estrategias mencionadas pueden ser
aplicadas en diversos niveles educativos y no solamente en
educación superior.

4. ANÁLISIS COMPARATIVO
Los resultados avalan los beneficios obtenidos al emplear recursos
tecnológicos para impartir los cursos. Las estadísticas indican que
el promedio general pasó de 58.5 pts. (2001-2005 curso
tradicional) a 73.8 pts. (2005-2010 curso con tecnología). El
porcentaje de aprobación pasó de 57.3% (2001-2005) a 73.2%
Figura 19. Aproximación de la masa de un objeto y su centro
(2005-2010), como se muestra en la Tabla 1 y en la Tabla 2.
3.9 Sistema Automático de Reconstrucción Otro aspecto que vale la pena mencionar está relacionado con el
3D basado en tres fotos grado de satisfacción que el estudiante experimenta durante los
El objetivo de este proyecto consiste en desarrollar un sistema que cursos, el cual no ha sido medido de manera directa aunque se
recibe tres fotos en diferentes posiciones (frente, lado y arriba) de puede percibir en las expresiones e interés demostrado por los
un objeto que deseamos reconstruir tridimensionalmente. En este estudiantes durante los cursos impartidos. Además, parte de esta
proyecto se muestra una aplicación del área de graficas por satisfacción se refleja en las calificaciones que los estudiantes
computadora utilizados de manera frecuente en la arqueología, otorgan al evaluar los cursos mediante encuestas anónimas. En la
arquitectura, criminalistica etc Tabla 3 se incluyen algunas preguntas de la encuesta de
evaluación y sus respectivas calificaciones otorgadas a los cursos
Este proyecto permite introducir al concepto de integrales dobles, de Cálculo Diferencial y Cálculo Integral cuando fueron
tema que se profundiza en el curso de Cálculo Vectorial. Con evaluadas por los estudiantes que las cursaron.
algunos grupos, no con todos, se ha tenido tiempo de trabajar en
él. Para este proyecto se realizan las siguientes actividades:

734
Año 2001 2002 2003 2004 2005 • Los alumnos tienen una mayor carga de trabajo
Curso D I D I D I D I (aproximadamente un 30% más), debido a los cursos extras
y los proyectos que tienen que desarrollar.
Alumnos 24 20 20 18 22 12 22 15 • El profesor tiene una mayor carga de trabajo
Promedio semestral 51 58 66 65 63 58 47 60 (aproximadamente un 50% más) ya que requiere invertir
tiempo en investigar temas tales como: técnicas de
% Aprobación sem. 63 55 75 67 41 50 41 67 enseñanza, uso de tecnología en la educación, las
Promedio método 58.5 competencias profesionales de los futuros egresados.
% Aprobación método 57.3
Tabla 1. Calificaciones obtenidas con métodos tradicionales
6. TRABAJO PRESENTE Y FUTURO
Año 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Actualmente se está capacitando a un grupo de 10 profesores de
nivel medio superior de nuestra comunidad (Tizimín, Yucatán)
Curso D I D I D I D I D I para la utilización de robots, software de animación, lenguajes de
Alumnos 21 20 21 21 21 17 18 14 27 26 programación, la cámara digital y la estrategia de enseñanza
aprendizaje basado en proyectos en asignaturas del área de
Promedio semestral 76 69 76 62 70 76 72 83 79 75 matemáticas, física e informática, pues se ha constatado que
% Aprobación sem. 86 55 71 52 71 72 74 86 81 84 utilizando los ejemplos adecuados se consiguen resultados
excelentes. Además, se está trabajando en la elaboración de un
Promedio método 73.8
programa de diplomado que tenga como base la utilización de este
% Aprobación método 73.2 tipo de tecnologías, dirigido a profesionales de la educación, con
Tabla 2. Calificaciones obtenidas empleando tecnología la intención de beneficiar a un mayor número de profesores.
Internamente se trabaja en la adopción de estas ideas en las
demás asignaturas del área de matemáticas puras de nuestra
2007 2008 2009 licenciatura.
Aspecto evaluado I D I D I D
REFERENCIAS
Interés y Motivación 90 89 92.2 94.6 92.4 92.8
[1] Aliane N., Bemposta S., Fernández J., Egido V. 2007. Una
Uso de ejemplos experiencia práctica de aprendizaje basado en proyecto en
90 92 92.2 96 91.2 95.6
actuales y útiles una asignatura de robótica. Actas de las XIII Jornadas de
Uso adecuado de Enseñanza universitaria de la Informática, pp. 139--144.
83.2 90.6 93.2 90.6 92.7 92.2
tecnología Madrid, España.
Relación estudiante-
93.2 89.2 92.4 96 91.5 92.8 [2] Arlegui, Javier. Pina, Alfredo. 2010. Enseñanza-aprendizaje
profesor
Promedio general de la constructivista a través de la Robótica Educativa. CiDd: II
87.6 89.8 91.2 93.4 90.2 90.8 Congrés Internacional de DIDÁCTIQUES. URL:
evaluación
http://www.udg.edu/portals/3/didactiques2010/guiacdII/ACA
Tabla 3. Calificaciones otorgadas por estudiantes a los cursos
BADES%20FINALS/269.pdf
El promedio general de la evaluación que se incluye en la Tabla 3 [3] Doswell J., Mosley P. 2006. An innovative approach to
considera las 35 preguntas de la encuesta de evaluación, aunque teaching robotics. In Proc. 6th IEEE Int. Conf. on Advanced
en dicha tabla únicamente se detallan las preguntas relacionadas Learning Technologies, pp. 1121--1122. Kerkrade,
con los aspectos de satisfacción incluidos en dicha encuesta. Netherlands.
[4] Floyd, James. 2007. LEGO Mindstorms NXT-G
5. CONCLUSIONES Programming Guide. Technology in Action Press.
Considerando los aprendizajes logrados con ayuda de todas las [5] González C., García M., Montañez T., Escalante M. 2009.
actividades realizadas por los estudiantes y el profesor durante los Cálculo Diferencial con Aprendizaje por Proyecto
cursos, se pueden observar los siguientes beneficios: empleando Matlab y Robots LEGO NXT. Memorias de la
• Estudiantes interesados, motivados, productivos, que Conferencia Conjunta Ibero-americana sobre Tecnologías
valoran la utilidad de los conocimientos adquiridos en clase, para el Aprendizaje 2009, pp. 118--127. Mérida, México.
consientes de la responsabilidad inherente en el uso [6] Gawthrop P., McGookin E. 2006. Using Lego in control
adecuado de tales conocimientos. education. In Proc. 7th IFAC Symp. Advances in Control
• Profesores más comprometidos por renovar sus Education, pp. 31--38. Madrid, Spain.
conocimientos, no sólo en su área de investigación si no en [7] Haubold, A. 2007. Matlab for first-year college engineers,
el área enseñanza – aprendizaje (convencidos de los Frontiers In Education Conference - Global Engineering:
beneficios). Knowledge Without Borders, Opportunities Without
• Alumnos y Profesores satisfechos. Passports, 2007. FIE '07. 37th Annual , vol., no., pp.F1H-7-
Las desventajas que se han presentado se pueden resumir en los F1H-12, 10-13 Oct. 2007. doi: 10.1109/FIE.2007.4418108
siguientes puntos:

735
[8] Malan, David J., Leitner, Henry H. 2007. Scratch for animación con Scratch. Memorias de la Conferencia
Budding Computer Scientists. SIGCSE’07, Covington, Conjunta Ibero-americana sobre Tecnologías para el
Kentucky, USA. Aprendizaje 2010, pp. 103--106. Mérida, México.
[9] Sitio web de la McMaster University, URL: [13] Thomas J. 2000. A Review of Research on Project-Based
http://www.chemeng.mcmaster.ca/pbl/pbl.htm Learning. Tesis Doctoral, Buck Institute for Education.
[10] Spivak M. 1998. Cálculo infinitesimal. 2a Ed. Ediciones California.
Repla. México. [14] Universidad de Aalborg, URL: http://adm.aau.dk/
[11] Spong M. 2006. Project based control education. In Proc. 7th
IFAC Symp. Advances in Control Education, pp. 40--47.
Madrid, Spain.
[12] Tec B., Uc J.,González C., García M., Montañez T.,
Escalante M. 2010: Análisis comparativo de dos formas de
enseñar Matemáticas Básicas: Robots LEGO NXT y

736
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

O USO DO AVA MOODLE EM UMA IES PRIVADA NA


SEMIPRESENCIALIDADE DE UMA UNIDADE DE ENSINO DE
PORTUGUÊS DO CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS
DE INFORMAÇÃO DA FAMINAS-MURIAÉ-MG.

Ricardo Esteves Kneipp1, Roberto Santos Barbieri2, Olga Cordero de Barrientos3


Facultade de Minas - MG [1,2]
Instituto Superior de Tecnologia em Ciência da Informação de Petrópolis-P [1]
Centro de Educación la Distancia del Estado del Río de Janeiro [1]
Fundación Educacional de Caratinga – MG [2]
Brasil
Universidad Católica de Santa Fé [1,3]
Argentina
ricardo.kneipp@gmail.com, barbieri@faminas.edu.br, draolgabarrientos@hotmail.com

RESUMO Categoria
Ferramentas e recurso baseados na web
Com a expansão da informatização nas instituições privadas de
ensino superior e a propagação da educação a distância no Brasil,
as instituições de ensino superior estão se preparando para atender Keywords
a oferta desta nova modalidade de ensino. Assim este trabalho se EaD, Moodle, Semipresencial.
propõe a utilizar o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle
integrado a um Software de Gestão Empresarial como instrumento 1. INTRODUÇÃO
para possibilitar a oferta da unidade de ensino de português na
modalidade de ensino semipresencial para o curso de Bacharelado É notória a expansão da informatização nas instituições de
em Sistemas de Informação da Faculdade de Minas-Muriaé, educação superior (IES) privadas, tanto para o ambiente
analisando se este mecanismo de aprendizagem atende as acadêmico quanto para a gestão dos procedimentos
expectativas dos alunos que estão participando das aulas desta administrativos. Infere-se ainda, uma análise comparativa entre o
modalidade, assim como, verificar se a tecnologia utilizada atende investimento em tecnologia, expressamente necessário para a
as expectativas das pessoas envolvidas. sobrevivência da IES no mercado e o investimento em sistemas de
informação que propiciem sinergia entre os processos da
ABSTRACT organização como um todo.

Outro fator de destaque é a propagação da educação a distância no


With the expansion of computerization in private institutions of
Brasil, as instituições de ensino superior estão investindo em
superior education and the spread of distance education in Brazil,
tecnologia e na preparação de equipes, envolvendo professores e
superior education institutions are preparing to supply this new
profissionais de perfis específicos, com conhecimentos de
teaching form. So this work proposes to use the Moodle Virtual
didática, computação e tecnologia educacional.
Learning Environment integrated with an Enterprise Resource
Planning Software as a tool to enable the provision of teaching Neste contexto novas tecnologias são utilizadas para propiciar às
unit of Portuguese in the semi-distance form of education for the IES meios para que possam se adequar à Portaria MEC no 4.059
Bachelor in Information Systems of Faculdade de Minas-Muriaé, de 10/12/2004, que possibilita a oferta de unidades de ensino na
examining whether the mechanism of learning meets the modalidade semi-presencial, integral ou parcialmente, desde que
expectations of students who are attending classes this way, so as esta oferta não ultrapasse 20% da carga horária total do curso,
to verify whether the technology meets the expectations of the tendo sua previsão de desenvolvimento definida no plano de
ones involved. ensino de cada unidade de ensino do projeto pedagógico do curso
Esteves, Ricardo., Santos, Roberto., Cordero,Olga. (2010). O uso do AVA Moodle em [1]. Cabe à instituição realizar um planejamento do processo,
uma IES privada na semipresencialidade de uma unidade de ensino de Português do
curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da FAMINAS-Muriaé-MG.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 736-739, Santiago de Chile.
737
definindo os rumos desta nova ação educativa, na qual Carline e O ambiente virtual de aprendizagem AVA Moodle utilizado pela
Tarcia [2] destacam que para um bom planejamento deve-se FAMINAS é integrado ao software de gestão empresarial
considerar as seguintes questões: a quem ensinar?; por que Enterprise Resource Planning (ERP) da empresa de produtos e
ensinar? como ensinar?; e, que recursos usar? serviços TOTVS, do Brasil. O ERP tem como objetivo integrar
todos os setores de uma empresa, com o propósito de se obter
Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar se na unidade de ensino informações profícuas e possibilitar aos gestores a tomada de
Português, ofertada na modalidade ensino semipresencial para o decisões eficazes e eficientes [3,4].
curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da Faculdade de
Minas-Muriaé, as expectativas relativas ao processo de ensino e O AVA Moodle funciona em qualquer sistema operacional que
de aprendizagem e à tecnologia utilizada atendem às pessoas possibilite um servidor web interpretar a linguagem PHP e
envolvidas e se os resultados obtidos estão em consonância com comportar uma base de dados compatível com o sistema. Embora
as ações planejadas. exista compatibilidade com diversos sistemas operacionais e de
banco de dados, alguns sistemas possuem melhor desempenho
2. MÉTODOS: que outros. No nosso caso, a melhor performance no todo, foi
obtida através da utilização do sistema operacional Linux e do
A pesquisa foi realizada com 42 (quarenta e dois) alunos do sistema de gerenciamento de banco de dados MySQL.
primeiro período do curso de Sistemas de Informação da
Faculdade de Minas - FAMINAS-Muriaé-MG, durante o Faz-se necessário então a integração do ERP ao AVA Moodle,
desenvolvimento da unidade de ensino de Português no primeiro possibilitando que todas as informações desse ambiente de
semestre letivo de 2010, visando verificar as dificuldades de aprendizagem estejam disponibilizadas no ERP, permitindo às
acesso e de uso do sistema virtual de aprendizagem AVA Moodle pessoas envolvidas com a modalidade do ensino semipresencial
utilizado pela IES. obterem dados necessários para conduzirem este novo modelo de
ensino de forma amigável e funcional.
A unidade de ensino de Português em apreço teve carga horária
total de 68 (sessenta) horas distribuídas nos 100 (cem) dias letivos É salutar destacar que esta integração se fundamenta no uso
do primeiro semestre, com início das atividades em 26 de março de software livre e proprietário de forma harmônica.
de 2010.

A amostra, de uma população com quase 300 (trezentos) alunos 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
da referida unidade de ensino dos vários cursos da IES, foi Na Figura 1 tem-se uma visão da tela de acesso ao sistema virtual
submetida a 3 (três) avaliações presenciais com duração de 100 de aprendizagem AVA-Moodle da FAMINAS.
(cem) minutos cada, sendo a primeira e a terceira delas compostas
por 20 (vinte) questões objetivas cada, e a segunda, por 10 (dez)
questões objetivas e 3 (três) discursivas. A realização de cada
avaliação presencial caracterizava o final de uma etapa avaliativa.

Cada uma das avaliações presenciais foi valorizada com 20 (vinte)


pontos, sendo os outros 40 (quarenta) pontos, distribuídos em
atividades virtuais em cada uma das etapas do processo.

No desenvolvimento da pesquisa, averiguou-se, também, a


qualidade do material disponibilizado pelo professor conteudista.

3. FERRAMENTAS
O MOODLE (Modular Object-Oriented Dynamic Learning
Figura 1. Tela de acesso ao ambiente EaD FAMINAS
Environment) é um software livre 1 distribuído sobre a licença
GNU General Public License, cujo projeto inicial foi A Figura 2 apresenta a distribuição o número de acesso aos
desenvolvido por Martin Dougiamas [5]. sistema virtual de aprendizagem da FAMINAS nos primeiros 30
(trinta) dias do início das atividades didáticas da unidade de
Existem, hoje, 50.775 sites registrados do MOODLE em 215
ensino de Português no curso de Sistemas de Informação,
países. Dentre estes 3.260 sites são brasileiros; à frente do Brasil,
percebendo-se que, mesmo na condição de ensino a distância, 3
em número de sites registrados, existem apenas a Espanha (4.434)
(três) dos alunos (7% deles), não fizeram qualquer acesso ao
e os EUA (9.110).
mesmo.

1
Software livre: é um tipo de sistema que permite aos usuários
rodar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software.
Definição criada pela Free Software Foundation.

738
Figura 2. Número de acessos ao ambiente EaD FAMINAS no Figura 4. Grau de facilidade de acesso ao ambiente EaD
primeiro mês atividades FAMINAS

Em decorrência de atitude positiva da Coordenação do Curso de Verificou-se que 35 (trinta e cinco) alunos (85% deles) não
Sistemas de Informação, a partir da informação de alunos que não tiveram quaisquer dificuldades de acesso e, ainda, se
haviam acessado o ambiente, a partir de então, o acesso passou a posicionaram favoravelmente ao uso da modalidade
ser integral e contínuo. semipresencial no processo de ensino e de aprendizagem da
unidade de ensino. Os outros 7 (sete) alunos (15% deles)
Ao final da primeira etapa da unidade de ensino, caracterizada indicaram como dificuldade no processo o fato de não possuírem
pela realização da primeira avaliação, verificou-se que 5 (cinco) computadores em casa ou no trabalho e, consequentemente,
alunos, mesmo tendo acessado o ambiente, deixaram de enviar posicionaram-se favoráveis ao ensino na modalidade presencial.
suas atividades avaliativas.
Na Figura 5 está apresentado o desempenho acadêmico frente às 3
Em levantamento realizado durante o desenvolvimento da (três) avaliações praticadas no desenvolvimento da unidade de
segunda atividade avaliativa da unidade de ensino, verificou-se ensino de Português.
que todos os alunos haviam acessado o ambiente, porém
observou-se, ainda, que 2 (dois) dos alunos deixaram de enviar as
atividades avaliativas. Posteriormente, durante o desenvolvimento
da terceira atividade avaliativa, verificou-se que o número médio
de acessos ao ambiente havia aumentado, porém, 6 (seis) dos
alunos deixaram de enviar atividades avaliativas.

Na Figura 3 apresenta-se a variação do número de atividades


avaliativas no ambiente virtual que deixaram de ser enviadas pelos
alunos.

Figura 5. Desempenho acadêmico em termos de porcentual de


acertos por etapa avaliativa presencial

Na primeira avaliação, com questões exclusivamente objetivas, a


média de acertos na prova presencial foi de 52%, correspondentes
a 11 (onze) acertos em média; enquanto na terceira avaliação,
também exclusivamente objetiva, observou-se um melhor
desempenho, que passou para 65% de acertos, correspondentes a
Figura 3. Número de atividades avaliativas virtuais não 13 (treze) acertos em média.
entregues pelos alunos no ambiente EaD da
FAMINAS De certa forma, é destacado o melhor rendimento apresentado na
segunda avaliação, composta por questões objetivas e discursivas.
Em vista deste fato, os alunos da unidade de ensino foram Observou-se que nas 10 (dez) questões objetivas dessa etapa, a
questionados sobre as facilidades de acesso ao ambiente virtual da média de acertos foi de 60%, enquanto que nas 3 (três) questões
FAMINAS (Figura 4). discursivas, o rendimento chegou a 90%.

739
O menor desempenho observado na primeira atividade avaliativa, oriundos de dificuldades encontradas, que surgiram de situações
deve-se, provavelmente, à novidade do ensino semipresencial para imprevistas para a semipresencialidade, a partir de uma
os alunos, todos calouros do primeiro período do curso de experiência do ensino presencial.
Sistemas de Informação.
5. CONCLUSÕES
A pesquisa incluiu ainda, uma avaliação do material desenvolvido
pelo professor conteudista, que foi disponibilizado aos alunos no O desempenho significativamente maior dos alunos (90%) na
ambiente virtual de aprendizagem, conforme apresentado na unidade de ensino de Português do curso de Sistemas de
Figura 6.. Informação nas questões discursivas da segunda etapa avaliativa,
em relação aos desempenhos nas questões objetivas das 3 (três)
Para 35 dos alunos (83% deles), o material didático etapas (52%, 60% e 75%, respectivamente), estimula o
disponibilizado correspondeu totalmente ao processo de ensino e prosseguimento da pesquisa, visando o desenvolvimento didático-
de aprendizagem, não havendo nenhum caso em que os alunos pedagógico na elaboração dessas questões objetivas.
tenham se posicionassem que tal material não atendia aos
propósitos da unidade de ensino. Cabe destacar que 40 (quarenta) pontos da nota global na unidade
de ensino foram distribuídos em atividades virtuais em cada uma
das etapas do processo, sendo todas elas de caráter discursivo.
Assim, nas próximas edições da unidade de ensino, as atividades
virtuais deverão incluir também exercícios objetivos.

De qualquer forma, ao considerar apenas os resultados obtidos nas


questões objetivas das avaliações presenciais, houve um
crescimento ao longo do período letivo, conseqüência do número
crescente de acessos à plataforma EaD, à melhor ambientação dos
alunos e a maior interação dos mesmos com os tutores da unidade
de ensino.

Na continuidade do trabalho, paralelamente ao levantamento de


novos dados, pretende-se incluir outras variáveis para análise,
como a avaliação dos questionários sócio-econômicos dos alunos
e a navegabilidade no ambiente EaD.
Figura 6. Qualidade do material didático disponibilizado aos
alunos no ambiente EaD FAMINAS
REFERENCIAS
Foi considerado como “atendendo totalmente ao processo de [1] MEC. Portaria MEC 4.059/2004. Disponível em
ensino e de aprendizado”, a interface amigável, a fácil <http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/nova/acs_portari
compreensão do material e o linguajar claro e objetivo, que a4059.pdf>. Acesso: 10 jul. 2010.
possibilitava aos alunos a devida compreensão, praticamente
[2] CARLINI, Alda; TARCIA, Rita Maria. 20% a distância: e
tornando desnecessária a presença do professor, como no ensino
agora?: orientações práticas para o uso de tecnologia de
presencial.
educação a distância. São Paulo: Pearson, 2010 192 p. ISBN
A FAMINAS é uma IES que se preparou previamente para a 978-85-7605-559-4.
oferta de unidades de ensino usando metodologias do ensino a [3] LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane Price. Sistemas de
distância, usando como modelos cursos de extensão, unidades de informação: introdução a sistemas de bancos de dados. 4. ed.
ensino optativas e unidades de ensino em regime de dependência Rio de Janeiro: LTC, 1999. 389 p. ISBN 85-216-1182-X.
e de adaptação. Em decorrência disto, nesta primeira experiência [4] STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de informação: uma
da Instituição na oferta de unidades de ensino na modalidade abordagem gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 1998. 451 p.
semipresencial, o planejamento sofreu modificações ao longo do ISBN 85-216-1132-3.
período, buscando atender às necessidades de todos os
envolvidos, assim como, foi necessário erradicar problemas [5] Comunidade Moodle. <www.moodle.org>. Acesso: 10 jul.
2010.

740
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

SCRATCH Y PITÁGORAS EN EL MUNDO DE LOS


SIMPSON
Wilsmar dos Santos Andrea Barisano Elizabeth Silva Layes
Docente de Matemática Docente de Informática Docente de Informática
CERP del Litoral CERP del Litoral CERP del Litoral
Salto - Uruguay Salto - Uruguay Salto - Uruguay
spikesantos@hotmail.com abarisano@adinet.com.uy elisil@adinet.com.uy

ABSTRACT Particularmente, en el área de las matemáticas muchos docentes


El advenimiento de las nuevas tecnologías informáticas aplicadas han comenzado la búsqueda de nuevas estrategias de enseñanza y
a la educación ha impulsado la búsqueda de nuevas estrategias de de aprendizaje de la asignatura que incluyan a las nuevas
enseñanza en las diferentes disciplinas. Un ejemplo de aplicación tecnologías.
de la informática educativa es la que se está llevando a cabo en
Uruguay a través del proyecto denominado Plan Ceibal, que tiene 2. DISEÑO DE LA ACTIVIDAD
como objetivo principal acercar al docente y al estudiante a esta El diseño de la actividad consiste en narrar -a través de diferentes
nueva forma de enseñanza y aprendizaje. Este artículo introduce escenas y con diálogos planteados entre dos de los personajes de
un aporte para contribuir en el diseño y la elaboración de nuevas Los Simpson (serie estadounidense de comedia)- el desarrollo
propuestas educativas. histórico del Teorema Recíproco de Pitágoras. La elaboración de
esta actividad se realiza con el software Scratch (lenguaje de
Descriptores de Categorías y Temas programación que permite crear historias interactivas, juegos,
K.3.1 [Computadoras y Educación]: Uso de computadoras en la música y animaciones). Luego de finalizado el diálogo entre los
educación – Aprendizaje colaborativo. personajes –donde Lisa intenta que Bart aprenda el tema
mencionado-, Lisa invita al estudiante a resolver dos ejercicios
prácticos, que deben ser respondidos correctamente para que
Términos Generales pueda continuar con la historia. Durante el proceso de elaboración
Diseño. de las respuestas, el estudiante puede utilizar otros programas
incluidos en las XO, como por ejemplo Dr. Geo (software que
Palabras claves permite crear figuras geométricas), Calculadora (programa para
Educación, matemática, informática educativa, didáctica, software realizar cálculos), Escribir (procesador de textos), a través de los
educativo, Scratch, XO, Teorema Recíproco de Pitágoras. cuales visualiza, conjetura, prueba y evalúa sus respuestas y
justifica sus procesos. Los ejercicios planteados tienen puntaje por
respuesta correcta, pudiendo el estudiante volver a formularla si
1. INTRODUCCIÓN es incorrecta, en cuyo caso el programa le restará puntos por cada
El software educativo es uno de los recursos tecnológicos que ha intento de respuesta. Al finalizar la actividad el programa exhibe
tenido mayor auge en el aula en estos últimos años. Uruguay no es en pantalla el puntaje total obtenido. Tiene una duración de 60
ajeno a esta realidad, y en este aspecto se observan cambios minutos y permite evaluar el nivel de comprensión del tema
significativos que han acompasado la implementación del Plan trabajado, otorgándose 80 puntos si todas sus respuestas son
Ceibal (Conectividad Educativa de Informática Básica para el correctas y 20 puntos adicionales por su fundamentación, en el
Aprendizaje en Línea)- basado en el proyecto OLPC (One Laptop caso de respuestas incorrectas se restan 5 puntos por cada una. La
Per Child)-, el cual tiene como principal objetivo que los docentes actividad es aplicada y evaluada por los docentes de la asignatura
y alumnos de las escuelas primarias, y los estudiantes de las Matemática en cada grupo, utilizándose una XO por alumno.
escuelas secundarias públicas tengan una computadora portátil –
denominada XO- con conexión a internet. Este proyecto tiene sus
inicios en el año 2007, comenzando en la enseñanza primaria, y
extendiéndose paulatinamente a la enseñanza media básica. El
surgimiento de este proyecto ha llevado a los docentes en estas
dos ramas de la enseñanza a plantearse una nueva forma de
afrontar este proceso.
Dos Santos, Wilsmar., Barisano, Andrea., Silva, Elizabeth. (2010). Scratch y Pitágoras
en el mundo de Los Simpson. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de
Informática Educativa, Volumen 1, pp 740-743, Santiago de Chile.

741

Figura 1. Pantalla inicial de una XO.


3. HIPÓTESIS
La implementación de un software elaborado para servir de apoyo
a la enseñanza y aprendizaje de contenidos matemáticos
promueve un acercamiento de los docentes al uso de las TIC’s en
el aula, y permite mejorar el nivel de comprensión de los alumnos
de los temas planteados.

4. OBJETIVOS
El proyecto tiene como objetivo general potenciar el uso de las
XO en el área de matemáticas en el ciclo básico –estudiantes
entre 12 y 15 años de edad-. Como objetivos específicos se
orienta a promover el acercamiento de los docentes al uso de las
TIC’s en el aula y el diseño de propuestas de enseñanza
innovadoras, que permitan al alumno interactuar con las nuevas
tecnologías, logrando que sean partícipes en la construcción y
Figura 2. Escena de la narración. evaluación de su propio conocimiento.
El proyecto pretende lograr de manera interactiva el aprendizaje
del Teorema Recíproco de Pitágoras, dado que es un tema que
tiene escaso desarrollo en los niveles básicos de enseñanza media
y técnica.

5. MARCO CONCEPTUAL
La utilización de distintos software en el aula ha generado
cambios en la enseñanza de las distintas disciplinas. El uso de las
TIC’s en particular en la asignatura de matemática ha permitido
cambios a nivel didáctico importantes ya que con esto es posible
combinar los datos de forma numérica, simbólica y gráfica,
Figura 3. Escena de la narración. permitiendo probar, ver generalidades, descubrir y realizar
conjeturas de manera más dinámica y veloz. Se transforma de esta
manera la antigua concepción de la matemática -que se ha
heredado de generación en generación en el colectivo de
estudiantes- en una que desafía constantemente al alumno en
visualizar la resolución de problemas como un “juego” que exige
conocer los contenidos conceptuales de la materia. En este sentido
la enseñanza de la geometría hoy en día es más interactiva y
retoma su esencia de ser una herramienta de investigación, con la
incorporación del software [4].
Investigaciones recientes sobre educación, matemática y
Figura 4. Applet en Dr. Geo.
tecnología como las llevadas a cabo por Weigand y Weth [1]
donde muestran el potencial del uso del computador en
actividades algebraicas y geométricas hasta ahora difíciles de
comunicar naturalmente. Sin embargo, tal como lo señala Castro
Filho, existe otra realidad, en donde los programas no siempre se
encuentran disponibles a todos, o de estarlo, su utilización es
superficial. El problema, señala el autor, está en el desfasaje entre
el desenvolvimiento conceptual que el docente pueda tener y las
habilidades procedimentales en el uso del recurso. Aunque esto
ocurra, son aspectos subsanables desde el momento que el
docente comience a investigar las herramientas del software y
según Chaachoua a modificar la relación enseñanza- aprendizaje
(docente-alumno) por una más compleja pero desafiante.

Figura 5. Ejercicio en Calculadora.

742
6. METODOLOGÍA
6.1 Actividad
En el desarrollo de la actividad se utiliza una lógica cualitativa y
cuantitativa. El empleo en conjunto de estos métodos nos brindan
percepciones que ninguno de los dos podría conseguir por
separado [3].
Se ha puesto énfasis en la dinámica de grupo y en la interacción
con los diferentes software de las XO, que le permitan al
estudiante, reafirmar y comprobar conceptos adquiridos durante el
proceso de la actividad, respetando los tiempos educativos, la
subjetividad y la individualidad de cada uno en su entorno grupal.
La población de estudio está conformada por 4 docentes de la
asignatura Matemática y 80 alumnos de ciclo básico cuyas edades
oscilan entre los 12 y 15 años, provenientes de instituciones
públicas (urbanos y rurales) y privadas.
Al finalizar la actividad se le entrega al alumno una encuesta
anónima compuesta por 4 preguntas. La encuesta al docente se
realiza a través de 3 preguntas, 2 de las cuales deben ser
respondidas antes del desarrollo de la actividad y una al
finalizarla.
Siguiendo la metodología tradicional cuyo propósito es el control
de variables, aplicamos el instrumento a grupos del mismo nivel
educativo (educación media básica).

6.2 Evaluación
En la evaluación se recogen y analizan datos cuantitativos a través
de encuestas de carácter cerrado, contemplando variables
vinculadas a la experiencia didáctica, y preguntas de carácter
cerrado con opción múltiple, contemplando variables vinculadas
al resultado del proceso de enseñanza y aprendizaje del Teorema
Recíproco de Pitágoras.

Preguntas Formuladas a los Alumnos


1) La tarea que has realizado con las XO, ¿te pareció
interesante?
2) ¿Las secuencias de las actividades fueron claras?
3) ¿Pudiste seguir la historia en los tiempos propuestos en la
actividad?
4) ¿Te gustaría que haya otras propuestas de este tipo?
Preguntas Formuladas a los Docentes previas a la
aplicación de la actividad
1) ¿Ha utilizado software educativo en sus clases?
2) En caso de no haber utilizado software educativo en sus
clases se ha debido a:
a) Falta de interés
b) Carencias en el manejo de las TIC’s
c) Dificultad para encontrar una aplicación que se
adapte a sus necesidades

Pregunta Formulada a los Docentes posterior a la


aplicación de la actividad
1) ¿Le gustaría que haya otras propuestas de este tipo?

743
8. CONCLUSIONES
Del análisis de la actividad realizada a través de preguntas
cerradas de múltiple opción se ha detectado una percepción
favorable para la realización de este tipo de actividades e
incorporación de nuevos contenidos. Se concluye que la
elaboración de una propuesta dinámica e interactiva, que resulte
motivadora y de interés para el estudiante, logra potenciar las
competencias de comunicación, resolución de problemas, y una
postura crítica en su argumentación y reflexiva en sus resultados.
Datos estos comprobados a través de la evaluación al alumno,
realizada por los docentes luego de finalizada la actividad.

9. AGRADECIMIENTOS
Agradecemos a las diferentes instituciones de Educación
Media y Técnica que nos permitieron llevar a cabo la actividad
propuesta, al Centro Regional de Profesores del Litoral donde
diseñamos y coordinamos el proyecto, a los docentes de Didáctica
de la Matemática y a los alumnos de 4to. Año del profesorado de
Matemática del CERP del Litoral, que colaboraron en su
aplicación en diferentes instituciones educativas.

7. RESULTADOS REFERENCIAS
La población de análisis se conforma de 80 estudiantes (62% de [1] Beline, W., Meneguelo Lobo da Costa, N. 2010. Educação
mujeres y 38% de varones) y 4 docentes de Matemática. Con matemática, Tecnologia e Formação de Professores:
respecto a los resultados obtenidos por los alumnos, un 90% pudo Algunas Reflexões. Ed. FECICAM.
terminar la actividad sin inconvenientes, el 10% de los restantes
no pudieron hacerlo debido a la falta de interacción previa del [2] Bernardis, S., Moriena, S. 2008. Análisis de pruebas en un
estudiante con diferente software de la XO. Lograron culminar la entorno de geometría dinámica. Fac.de Humanidades y
actividad 72 estudiantes, de los cuales un 70% obtuvo 100 puntos, Ciencias. Universidad Nacional de Litoral. Argentina.
un 22% obtuvo 80 puntos, un 4% obtuvo 75 puntos y un 4% [3] Cook, T.D., Reichardt, Ch. 2005. Métodos cualitativos y
obtuvo aproximadamente 50 puntos. Del análisis de las encuestas cuantitativos en investigación educativa. Ed.Morata. España.
cerradas realizadas se observa que un 90% de los estudiantes [4] De Villiers, M. 2000. El futuro de la geometría en la escuela
considera interesante la propuesta planteada, un 95% considera secundaria. La lettre de la Preuve.
adecuada la secuencia de actividades en el desarrollo del tema
expuesto, así como también los tiempos en que fueron pautadas [5] Fernández García, J. 2005. Donde se trata de si la geometría
las diferentes escenas que hacen a la historia propuesta. Respecto puede ser dinámica. Dr.Geo. Revista: Educación Linux
a la pregunta formulada sobre la expectativa de nuevas propuestas User.
similares a la desarrollada, un 95% se encuentra de acuerdo en [6] Linn, P. 2009. Plan Ceibal, Implementación técnica por el
que estas se realicen. LATU. Uruguay-Ciencia. http://www.uruguay-ciencia.com
Del análisis de los resultados obtenidos de las encuestas [7] MIT Media Lab. 2009. Guía de Referencia Scratch Versión
efectuadas a los docentes se concluye que el 50% ha utilizado 1.4. Edutecka.
software educativo en sus clases, en tanto el 50% restante no ha
utilizado, respondiendo estos afirmativamente a la opción c) de la
segunda pregunta –‘dificultad para encontrar una aplicación que
se adapte a sus necesidades’-. Respecto a la pregunta formulada
luego de efectuada la actividad, acerca de si le gustaría que haya
otras propuestas de este tipo, un 100% responden
afirmativamente.

744
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

MATOOLTO TV: DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS


INTERATIVAS E EDUCACIONAIS PARA TV DIGITAL
Elizama das Chagas Lemos Kaio Ramon Oliveira de Morais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(IFRN) (UFRN)
Brasil Brasil
elizama@ifrn.edu.br kaio_307@yahoo.com.br

RESUMO Entretanto, para que haja esse estreitamento com o


público, os profissionais que “fazem televisão” precisam estar
Este poster pretende discorrer sobre o projeto do Matoolto TV inteirados dessas novas tecnologias e fazer um uso coerente delas.
que tem como objetivo principal desenvolver aplicações Muitos deles não possuem conhecimento avançado sobre as
interativas de forma simplificada para usuários sem linguagens de programação utilizadas no padrão brasileiro, o que
conhecimentos avançados em linguagens de programação. Serão dificulta o seu manuseio. É nessa situação que o desenvolvimento
explicados os pacotes pertencentes ao sistema, bem como os de softwares específicos para esse fim é viabilizado. E é com esse
módulos já implementados. Por fim, disporemos os resultados pensamento que o Matoolto TV está sendo desenvolvido.
alcançados e trabalhos futuros para esse sistema.

2. MATOOLTO TV
PALAVRAS-CHAVE O Matoolto TV consiste num projeto para facilitar o
Matoolto TV, TV Digital, Interatividade, Módulos, Enquete, desenvolvimento de aplicações interativas para um usuário com
Chat. limitados conhecimentos da área de informática, portanto, o
público-alvo da aplicação são os profissionais da área de
educação, marketing, comunicação, ou seja, pessoas não
1. INTRODUÇÃO envolvidas no desenvolvimento de aplicações digitais em uma
visão mais aprofundada, do ponto de vista de um desenvolvedor
As vantagens em se ter uma TV digital interativa vão além da
de software.
qualidade e otimização da transmissão. Como afirmam Montez e
Becker [11], “A interatividade não se resume no simples aumento Para implementação do sistema, foi utilizada a
da comodidade das partes envolvidas na transmissão televisiva. linguagem Java, a IDE Eclipse Europa, a ferramenta JUDE 3.1
Envolve também aspectos financeiros, ao aumentar a quantidade e para geração dos diagramas UML e o banco de dados MySQL
a qualidade dos serviços oferecidos”. Ou seja, uma série de outras para persistência das informações. O Xletview foi a ferramenta de
vantagens, que variam entre o técnico e o social, também é testes utilizada como simulador das classes Java de TV Digital.
enumerada. Uma delas, a mais enfatizada neste estudo, é a O desenvolvimento do projeto foi dividido em dois
interatividade, pois, apesar dela já estar inserida há bastante tempo módulos: Design e Builder. Basicamente, o módulo Design ficou
na televisão, contava com o auxílio de outros meios de responsável em gerar a IDE de construção do lado do cliente para
comunicação entre o transmissor e o receptor, seja a Internet, o que, no módulo Builder, seja gerado um arquivo contendo o Xlet
telefone ou até a carta. da aplicação gerada e os arquivos inclusos nela como imagens,
Não mais utilizando meios externos à televisão como arquivos de áudio ou vídeo, entre outros. Pensando no modelo
forma de haver comunicação entre emissor e receptor, agora o arquitetural do Matoolto TV, foi definido que o sistema apresenta
telespectador terá o controle remoto como maior fonte de quatro camadas: Apresentação, Negócio, Persistência e Domínio.
interação. Esse passo no desenvolvimento da influência mútua O modelo em camadas foi escolhido porque as camadas podem
também está atrelado ao fato de que, com o advento da TV digital, ser facilmente substituídas, desde que sigam o mesmo padrão,
convergências entre tecnologias estão sendo empregadas, como, promovendo menor repetição de código. Isso aumenta a
por exemplo, o uso da Internet, que traz uma gama de manutenibilidade e a robustez, visto que códigos repetidos
possibilidades para estabelecer um laço cada vez mais forte com o acarretam mais tempo de manutenção e maior probabilidade de
público apreciador. erros de programação. O modelo em camadas tem também por
objetivo, o paralelismo das atividades, levando a uma maior
Das Chagas, Elizama., Oliveira, Kaio. (2010). Matoolto TV: Desenvolvimento de divisão das tarefas e conseqüentemente, uma redução no tempo de
Ferramentas Interativas e Educacionais para TV Digital. En J. Sánchez (Ed.): Congreso
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 744-747, Santiago de Chile. desenvolvimento.

745
Pacotes ou Subsistemas O sistema não precisa de mais de um mecanismo de
persistência. Portanto, o uso de padrões de projeto como Fábrica
2.1.1 Pacote de apresentação Abstrata não se faz necessário, visto que é um padrão de
O meio de acesso ao sistema é a Internet, e se faz necessário que considerável complexidade para ser implementado, aumentando o
usuários, como clientes e administradores, acessem o sistema tempo de desenvolvimento e diminuindo o trabalho de
independentemente de onde estejam. Nenhum outro meio de manutenção.
acesso está planejado, mas é importante que este pacote contenha 2.2 Módulos desenvolvidos
toda e somente a lógica de apresentação, para que seja fácil a
adição de novos meios de acesso como desktop, celular, etc. Pensando nas funcionalidades do sistema, foram desenvolvidos
dois módulos: um para o desenvolvimento de Enquetes e outro
Esse pacote é subdivido em dois pacotes: Visão e para a criação de salas de chat. Ambos serão detalhados nas
Controle. Eles representam os componentes de mesmo nome do seções posteriores.
padrão arquitetural MVC.
A Visão é responsável pela lógica de renderização. No
sistema Matoolto TV, ela conterá basicamente as JSP’s e arquivos 2.2.1 Módulo Enquete
auxiliares, como arquivos de texto para include. A Enquete consiste na primeira ferramenta interativa que o
O Controle é responsável por localizar informações na sistema Matoolto TV permite criar. Quando o usuário aciona a
Visão e repassá-las ao pacote de negócio. Será formado por função de desenhar uma Enquete, uma tela para construção é
Servlet’s e quaisquer classes auxiliares, desde que elas não apresentada (figura 1), onde podem ser inseridos dados relativos à
executem nenhuma lógica que não seja a obtenção e transmissão configuração do objeto como alternativas inseridas, posição,
das informações. cores, imagens de fundo, entre outros.
Neste pacote será utilizado o padrão de projeto
Comando.

2.1.2 Pacote de Negócio


O pacote de negócio é parte integrante do componente Modelo,
do padrão arquitetural MVC.
O pacote de negócio conterá, inicialmente, apenas um
módulo. Ele será voltado ao controle de Enquetes para TV
Digital.
Utilizaremos neste pacote o padrão Fachada para
diminuir a dependência entre a camada de negócio e a de
apresentação. Figura 1. Tela inicial para desenhar a Enquete

As Enquetes desenvolvidas pelo usuário ficarão salvas


2.1.3 Pacote de Persistência no sistema, o que permite que ele possa alterá-las o quanto quiser
O pacote de persistência no padrão arquitetural MVC, pertence ao antes de gerar a aplicação propriamente dita. O módulo Design
componente Modelo. segue padrões da Web 2.0, utilizando a biblioteca para interface
Os dados devem ser persistido em um banco de dados com o usuário do Yahoo!, que contém uma série de utilidades e
MySQL. A Java Persistence API (JPA), pode atuar como um controles escritos em Javascript, para construção de aplicações
facilitador na persistência. Entretanto, a linguagem do JPA para usando DOM, DHTML e AJAX. Por isso, possibilita que o
realizar consultas (EJBQL), possui ainda várias deficiências, indivíduo, ao construir sua ferramenta, visualize o resultado final
como por exemplo, ordenar consultas através de campos antes mesmo de fazer o download do produto.
calculados. A solução apresentada pelo JPA para esses casos é Ao finalizar a construção da ferramenta, o usuário pode
construir uma consulta nativa, que o próprio JPA processa, porém acionar a função de Gerar Jar da Enquete, que irá originar uma
ela é escrita na mesma linguagem do banco de dados, e não em aplicação interativa pronta para ser utilizada no servidor da TV
EJBQL. Digital. Ela conterá as informações acerca da Enquete produzida
Portanto existem duas saídas: Fazer consultas EJBQL num arquivo XML, um Xlet que lerá todas essas informações,
sempre que poder ou fazer somente consultas nativas. outros arquivos como imagens e sons e os demais arquivos
necessários para que a aplicação possa ser devidamente
Como a natureza da maioria das consultas aparenta ser empregada. Todas as Enquetes produzidas são feitas a partir de
de baixa complexidade, é melhor a primeira alternativa. Desse um jar padrão, que contém todas as informações em comum a
modo, se tivermos que mudar o banco de dados não teremos que todas as aplicações e que será modificado a partir dos dados
reescrever todas as consultas, apenas aquelas em linguagem nativa variantes: arquivos XML, imagens, áudio.
do banco que possuírem elementos de sintaxe diferentes dos da
linguagem do novo banco.

746
A figura 3 ilustra um modelo de como o usuário, após
digitar o titulo do chat, visualizaria a tela para edição do chat.
Tendo total liberdade de edição, este usuário não só pode mudar o
titulo inicial do chat, como também pode colocar uma imagem de
plano de fundo (Background) para caracterizar o Chat em si,
como também adicionar outras imagens, ou até mesmo áudio ou
vídeo, que para a educação seria uma vídeo-aula, por exemplo.
A região maior representa a tela da televisão, e as três
regiões internas representam a Exibição do Programa, o Histórico
de Mensagens e o Espaço para digitar as mensagens, que esta
ultima seria a entrada de dados (texto) vindos do teclado ou
controle remoto.
Em se tratando de liberdade de edição, o usuário que
estivesse editando o visual do chat, não poderia apagar as regiões
que se referem ao histórico de mensagens e o espaço para entrada
do texto digitado, pois se deletados, descaracterizaria o Chat.
Este módulo chat pode ser aplicado nas mais diferentes
situações, como por exemplo, uma monitoria ao vivo com o
Figura 2. Enquete interativa professor, que estaria encarregado de editar o chat na interface
O sistema na atual versão também oferece a escolha de web e disponibilizar aos alunos que interajam com perguntas,
layouts predefinidos ao construir uma Enquete, dando opções de dicas, sugestões, entre outros.
escolha para o usuário, para que possa diversificar a forma como
suas Enquetes serão apresentadas.

2.2.2 Módulo Chat


Enquanto que o módulo Enquete gera produtos Enquetes na
linguagem de programação Java, e o Modulo Chat gera seus
produtos na linguagem de programação NCLua (NCL com Lua).
Entretanto, o módulo Chat segue os mesmos padrões que o
módulo de Enquetes, possuindo quatro camadas e dois módulos:
web e builder. Também nesse módulo, o chat irá ser gerado como
um arquivo rar, que, posteriormente, seria carregado num
servidor de TV Digital.
Tal arquivo rar contém todas as configurações que o
usuário o atribuiu, além das imagens associadas e os arquivos
necessários para que este funcione corretamente no servidor.
Após a autenticação do usuário, Na primeira tela de
construção do chat, é permitida a criação, atualização, busca e
remoção de um determinado chat, sendo que nesta tela, na hora de Figura 4. Exemplo visual de um chat gerado pelo novo
efetuar a criação, primeiramente é digitado o nome, ou título, do módulo do Matoolto TV
chat, para então seguir para a próxima tela de edição.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A TV Digital no Brasil ainda está engatinhando, depois de sua
inauguração no dia 2 de dezembro de 2007, mas ainda assim as
expectativas quanto ao seu uso livre e aberto, quanto o seu poder
de interatividade com telespectadores são boas. Ela dispõe de
ferramentas de interação que, se bem empregadas, podem vir a ser
uma poderosa ferramenta de inclusão digital para a população,
auxiliando nesse processo de democratização da informação.
A API Lua e Java TV vieram a auxiliar e melhorar o
padrão de TV Digital brasileiro, provendo aos desenvolvedores
uma gama extensa de ferramentas que propiciam o
desenvolvimento de variados tipos de aplicações e de interação
com os telespectadores. Porém, são linguagens que são difíceis de
manuseio para os profissionais que atuam na televisão, o que
propicia o desenvolvimento de sistemas como o Matoolto TV,
Figura 3. Tela para edição do Chat para facilitar esse acesso.

747
O Matoolto TV foi concebido para ser utilizado em prol [13]. Silva, Lincon David Nery. Suporte para desenvolvimento de
da educação, fornecendo ferramentas para auxiliar os professores aplicações multiusuário de multidispositivo para TV digital
a explorar esse meio de comunicação da forma mais com Ginga. Disponível em:
enriquecedora possível, entretanto, o sistema também se adéqua a https://portal.fucapi.br/tec/imagens/revistas/011_ed012_supo
outros contextos como publicidade, jornalismo, entre outros. Ele rt_desen_aplic_multusua_dispo_TVDigi_Ginga.pdf. Acesso
ainda se encontra numa fase embrionária, de fato, existem muitas em: 13 nov. 2009.
possibilidades de crescimento para fazer deste projeto cada vez [14]. Carvalho, Rafael. Introdução as linguagens NCL e LUA:
maior, atendendo diversas demandas de utilização e tornando-o Desenvolvendo Aplicações interativas para TV Digital.
uma verdadeira ferramenta de construção de aplicações. Portanto, [15]. Damasceno, Jean Ribeiro. Middleware Ginga. Universidade
sugere-se, para trabalhos futuros, que esta ferramenta seja cada Federal Fluminense (UFF), 2008.
vez mais incrementada. Por possuir uma arquitetura que facilita
seu crescimento, a adição de novos módulos fica bastante
simplificada. Pensar em novos módulos, ou em funcionalidades
semelhantes às atuais, porém destinadas a outros terminais como
dispositivos móveis, por exemplo, são possíveis indicações para
trabalhos futuros.
Por estar em fase de desenvolvimento, estão sendo
desenvolvidas metodologias de avaliação para averiguar questões
de usabilidade e portabilidade das aplicações, por meio de
questionários e relatórios com usuários, a fim de levantar novos
requisitos e funcionalidades, colher dados de auxílios às
ferramentas existentes e validar as interfaces até então geradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]. Américo, Marcos. A Produção de Conteúdos Audiovisuais
Educacionais Interativos para TV Digital. Disponível em
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/
R0813-1.pdf. Acesso em: 12 nov. 2009.
[2]. Copyleft. Em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Copyleft. Acesso
em: 05 nov. 2009.
[3]. Conceitos Televisão Digital. Disponível em:
http://hyperdeclarativo.wordpress.com/2009/02/28/conceitos
-televisao-digital-parte-3. Acesso em: 06 nov. 2009.
[4]. Ginga. Em: http://www.softwarepublico.gov.br/spb/ver-
comunidade?community_id=1101545. Acesso em: 28 set.
2009.
[5]. Ginga. Disponível em: http://www.ginga.org.br/. Acesso em:
06 nov. 2009.
[6]. Ginga NCL. Disponível em: <http://www.gingancl.org.br/>.
Acesso em: 06 nov. 2009.
[7]. Licença GPL. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Licen%C3%A7as_BSD_e_GPL
Acesso em: 05 nov. 2009.
[8]. Lua: Introdução. Disponível em:
http://blog.itvproducoesinterativas.com.br/2009/03/13/lua-
introducao. Acesso em 06 nov. 2009.
[9]. Manual de Referencia de Lua 5.1. Disponível em:
http://www.lua.org/manual/5.1/pt/manual.html. Acesso em 6
nov. 2009.
[10]. Padrões de Middleware para TV Digital. Disponível em:
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialtvdpadrao/pagina_
3.asp. Acesso em: 28 set. 2009.
[11]. Montez, Carlos; Becker, Valdecir. TV Digital Interativa:
conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil. 2. ed.
Florianópolis: UFSC, 2005.
[12]. Noções de Lua 3.1. Noções básicas da linguagem de
programação Lua. Disponivel em:
http://piotrkosoft.net/pub/mirrors/lua/nocoes-3.1.pdf. Acesso
em: 17 nov. 2009.

748
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

AMBIENTE VIRTUAL MOODLE E RECURSOS MULTIMÍDIA


PARA A CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES DA REDE
PÚBLICA
Fabiana Marques Costa Célia Regina Rossi Maria Teresa Mendes de Oliveira Lima
Universidade Estadual de Campinas Universidade Estadual Paulista Universidade Estadual Paulista
UNICAMP UNESP UNESP
Brasil Brasil Brasil
fmcosta_ead2002@yahoo.com.br celiarr@rc.unesp.br teresa@rc.unesp.br

RESUMEM
Esta encuesta fué baseada en la primera edicion del curso de Palavras-Chave
"Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a
Distância", un curso de Formación continuada de profesionales de
la Educación basica, que hace parte del proyecto de la Educação a Distância, Formação de Professores, TICs na
“Universidade Estadual Paulista - UNESP” con el Programa Educação.
Anual de Capacitacion Continuada del Sistema Universidad
Abierta del Brasil – UAB, coordinado por la “Coordenação de 1. INTRODUÇÃO
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES”. Este O mundo encontra-se na era da informação, comunicação e
fué ofrecido como curso de extensión con carga horaria de 40 conhecimento. Com isso, é possível perceber que as Tecnologias
horas para los profisionales de la Educación interesados en actuar da Informação e Comunicação (TIC) influenciam a educação, por
en la educación "on-line", en la función de tutores o causa dos recursos tecnológicos a disposição de todos,
coordenadores de los cursos. El objetivo fué proporcionar principalmente dos alunos.
dessarrollo de las habilidades asociadas a las competencias de
tutoría o sea, familiaridad com las herramientas tecnológicas; A Educação a Distância (EaD) está sendo usada para uma grande
destrezas de motivación y desarrollo de trabajo asíncrono, por variedade de matérias e públicos em vários contextos (formais,
medio de fóruns y discusiones, acompañamiento de los cursistas a não formais, de alta tecnologia ou não) nos países em
la distáncia y supervisión del desarrollo de la tarea del desenvolvimento e nos desenvolvidos igualmente.
curso. Como objetivo principal, la formación continuada de O impacto da informação e comunicação digital se dirige a quarta
profesionales de educación para impartir classes como tutores en fase de revolução pedagógica, em que o uso crescente de
cursos "on-line" de várias temáticas y los tutores son ambientes informatizados de aprendizagem e rede, coloca
multiplicadores de conocimiento, creando condiciones para la pesquisadores teóricos e profissionais da área, a fazerem face aos
ampliación de este sistema a nivel estadual por medio del sistema avanços das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
de la Universidad Abierta del Brasil (UAB). La formación Usá-los significa que a educação também se dará em um território
proporcionó a los maestros de la red pública, una nueva realidad desconhecido, o espaço virtual de aprendizagem e ensino, o que
para la promoción de discusiones acerca de las especifidades de la causa grandes mudanças estruturais e de longo alcance no
educación a distância (EaD), de sus modelos del gestión y processo de ensino-aprendizagem, segundo Ricardo (2005) [1].
aprendizaje; discutir la actividad de tutoría y la formación y
A modalidade à distância mediada por computadores conectados à
consolidación de comunidades virtuales; aunque crea una
internet, nesta quarta fase, está em constante desenvolvimento
comunidad virtual para intercámbio de experiencias de tutores de
com novas tecnologias aplicadas à educação, entre outros
la red de Educación para la Diversidad.
recursos. Desta forma, surgem novos conceitos, características e
metodologias de trabalho em ambientes tecnológicos, para que se
Categoria possa atender a professores e alunos na otimização do tempo e na
Metodologias de uso de TICs de apoyo al aprender. organização do trabalho pedagógico. Mesmo com o professor e o
aluno separados no espaço-tempo, o controle do aprendizado é
Termos Gerais realizado mais intensamente pelo aluno, o que é uma alteração na
Experimentação. prática pedagógica, e a comunicação entre alunos/professores e
alunos/alunos, é mediada por ferramentas tecnológicas em
Marques, Fabiana., Rossi, Célia., Mendes, Maria Teresa. (2010). Ambiente virtual ambientes virtuais, tais como: chats, blogs, fóruns, listas de
Moodle e recursos multimídia para a capacitação de professores da Rede Pública.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 748-751, Santiago de Chile.

749
discussão, correio, entre outras, como aponta Ramos, Costa & distância e supervisão do desenvolvimento do trabalho do curso,
Silva (2006) [2]. assim como se apropriar com fundamentação teórica adequada, da
O que enriquece de fato os cursos desta modalidade é justamente temática de sexualidade, relações de gênero, homossexualidade,
a interação entre os participantes por meio das ferramentas de raça e etnia, orientação sexual e diversidade sexual.
comunicação dos ambientes virtuais, onde é evidenciada a A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um sistema integrado
participação dos agentes, entre eles, os alunos e professores. É por universidades públicas que ofertam cursos de nível superior
neste formato de comunicação colaborativa, que se dá a para camadas da população com dificuldade de acesso à formação
contribuição dos colegas e professores na motivação pelo estudo universitária, por meio do uso da metodologia da educação a
de “algo novo” ou mesmo, na formação continuada e na distância (EaD). O projeto GDE coordenado pela UNESP atende
exploração de velhos temas, no estímulo ao aprendizado, na a 9 pólos da UAB no estado de São Paulo, com o curso de
formação de alguns novos conceitos, através da discussão ou da formação de tutores em Gênero, Diversidade na Escola - GDE.
“rediscussão” de um determinado assunto, provocando novas Veja na figura 1 a localização aproximada de cada pólo.
estratégias em sala de aula e nas práxis cotidianas de sala de aula.
É neste contexto que temos uma alteração fundamental, o papel
do aluno muda, passando de um expectador (atuação passiva no
processo de ensino e aprendizagem) a um papel pró-ativo.
A implementação de programas federais de formação continuada
de professores demanda formação específica de profissionais da
educação a nível estadual e municipal no Brasil. A lei de
Diretrizes e Bases da Educação brasileira, nº 9.394/96 (LDB), ao
estabelecer que no prazo máximo de dez anos "somente serão
admitidos professores habilitados em nível superior ou formados
por treinamento em serviço" (art.87, parágrafo 42), e
posteriormente o Plano Nacional de Educação (PNE) indicam a
necessidade de formação também de professores, para possibilitar
o atendimento das metas do plano. Em uma resposta à enorme
demanda de formação só poderá ser oportunizada com a utilização
de tecnologias educacionais e formação na modalidade à
distância. Desta forma, faz-se necessário, a formação de corpo de
profissionais com habilidades específicas da Educação a Distância
(EAD), para atuarem como tutores e coordenadores de cursos,
contribuindo, também, para o próprio desenvolvimento
educacional, social e político desses profissionais que poderão Figura 1. Mapa do Estado de São Paulo com a localização
atuar com qualidade nas formações na modalidade de EAD. aproximada dos 9 pólos da UAB que a sede UNESP – Rio Claro
atende
Face à demanda e à preocupação, não somente com o aspecto
quantitativo, mas, principalmente, com o aspecto qualitativo dessa O curso de “Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em
formação, evidencia-se a necessidade de ampliação dessa Educação a Distância” foi planejado, utilizando a EaD no
iniciativa, elaborando-se projetos para a criação de cursos que ambiente MOODLE como meio de interação educativa. O aluno é
sejam oferecidos na modalidade de Educação a Distância (EAD). quem gerencia seu tempo para estudar os conteúdos de GDE,
A EAD amplia a dimensão espaço - temporal do ensino assim como da ferramenta MOODLE e desenvolver as atividades
presencial, possibilitando que professores tenham acesso a propostas, em sua maioria, não presenciais e algumas oficinas
formação continuada, importante formação para a atualização dos presenciais, acessíveis pela Rede Mundial de Computadores -
professores e profissionais de gestão em exercício. Internet. O curso fundamenta-se, portanto, na capacidade que o
aluno tem em organizar-se com autonomia diante das
necessidades do processo de apropriação e domínio dos
2. CURSO DE FORMAÇÃO DE TUTORES conteúdos, direcionado por sua motivação, interesse pessoal e
O Curso de formação de tutores para atuar juntos aos alunos profissional.
(professores de redes de ensino estadual ou municipal de ensino
público) faz parte do projeto da Universidade Estadual Paulista –
UNESP, em convênio com o Programa Anual de Capacitação
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Continuada do Sistema da Universidade Aberta do Brasil – UAB, As atividades de ensino são por princípio comunicações entre
coordenado e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento pessoas. Entretanto, a sofisticação dos meios não significa
de Pessoal de Nível Superior (CAPES). automaticamente avanço didático. A modalidade EaD se
caracteriza não somente pelo uso de ferramentas tecnológicas
Trata-se de um curso de formação continuada de professores de avançadas, mas pela metodologia que é empregada. A partir da
educação básica, na modalidade de curso de extensão, com carga década de 1990 ela se revitalizou (PETERS, 2003) [3],
horária de 40h, para que profissionais da educação atuem na principalmente pelo uso da comunicação pela internet, sendo
educação a distância, na função de tutores ou coordenadores de possível considerar a interatividade entre professor/aluno e
cursos em Gênero, Diversidade na Escola – GDE, atuando como alunos/alunos em atividades assíncronas (horários diferentes) e
mediadores junto dos professores/alunos. O objetivo do curso é síncronas (no mesmo horário).
proporcionar o desenvolvimento das habilidades associadas à
função de tutoria, tais como, familiaridade com as ferramentas Para Moore (2002) [4], EaD não é uma simples separação
tecnológicas, habilidades de motivação e desenvolvimento de geográfica entre alunos e professores, mas sim, e mais importante,
trabalho síncrono (via chats), acompanhamento de cursistas à um conceito pedagógico, pois descreve um universo de relações

750
destes agentes que se dão quando estão separados no espaço ou no atividades pela web e/ou presencial; e trabalho de forma
tempo. Este universo de relações pode estar pautado na estrutura colaborativa e registros escritos de sua atuação diária.
dos programas educacionais, na interação entre os agentes e na
natureza e o grau de autonomia do aluno, a isso se denomina
distância transacional. Vide tabela 1.

Tabela 1. Tipos de atividades EaD segundo parâmetros da


distância transacional de Moore (2002). Fonte: Adaptado de Figura 2. Ambiente Moodle – Curso de Formação de Tutores
Peters (2003:64) O Curso foi organizado em 5 módulos, perfazendo um total de
Na preparação do curso foram elaborados roteiros de estudos para 40h de formação, conforme vide tabela 2.
cada módulo (5 módulos: Diversidade, Sexualidade, Relações de
Gênero, Raça e Etnia, Avaliação) e inserção no ambiente virtual
com a escolha de ferramentas adequadas ao desenvolvimento do
conteúdo abordado pelos alunos. Neste curso pode-se considerar
os princípios da inter-estruturação do conhecimento (NOT, 1981)
[5], segundo o qual a construção do conhecimento se dá de uma
maneira pró-ativa, pela atividade do aluno em interação direta
com o professor e com os conhecimentos. Procurou-se organizar o
curso com baixa distância transacional professor/aluno (MOORE,
2002) [4].
Na execução do curso consideramos os sujeitos educacionais: a) o
coordenador/professor; que organiza o planejamento, projeto
instrucional, que tem conhecimento prévio dos conteúdos, da
metodologia, tem capacidade de análise dos dados para a
avaliação e conhecimento da teoria geral da educação; b) o
formador/professor (tutor), que trabalha em colaboração e em Tabela 2. Ementa do curso de Formação de Tutores
equipe, que detém conhecimento básico das tecnologias utilizadas Além das ferramentas citadas, a plataforma MOODLE oferece
além de habilidades em comunicação interpessoal, linguagem oral ferramentas de controle de acessos e acompanhamento da
e escrita, conhecimento em EaD; e c) o aluno, que deve pensar, frequência dos alunos no espaço virtual, que resultam em
escrever e fazer, buscando desenvolver novas habilidades práticas, relatórios e gráficos de dados quantitativos, indicando as
isto é, deve ser estimulado e iniciado como pesquisador e interações de professores e alunos no ambiente virtual.
investigador na transformação do conhecimento.
Este curso fora desenvolvido de forma predominantemente à 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
distância, por meio do ambiente virtual MOODLE, em que o Os cursistas estiveram mais envolvidos na realização das
aluno tem acesso por meio de login e senha, no seguinte endereço: atividades em grupo, pois utilizaram ferramentas como: fórum e
http://s-cecemca.rc.unesp.br/moodle//. Neste ambiente os alunos chat para desenvolvê-las, trazendo contribuições baseadas nas
desenvolveram atividades diferentes para cada módulo e atuaram trocas de experiências sobre as temáticas abordadas e estudadas
como interlocutores de literaturas para aprofundamento dos no curso. Com a utilização de Roteiros de estudos para cada
estudos. Vide o ambiente na figura 2. módulo e ferramentas de comunicação, foi possível verificar os
A dinâmica do curso on-line foi desenvolvida em uma edição, princípios da teoria de Not (1981) [5], a inter-estruturação do
com carga horária de 40 horas, disponível em 5 semanas. A maior conhecimento, por meio da atividade do aluno em interação direta
parte dos alunos conseguiu acompanhar o curso e desenvolver as com o professor e com os conhecimentos através das ferramentas
atividades práticas. A forma de interação entre alunos e de comunicação do ambiente, buscando uma baixa distância
professores se fez por meio das ferramentas de comunicação do transacional entre o professor/aluno (MOORE, 2002) [4].
ambiente MOODLE, que permitiram a comunicação de forma Consideramos que os trabalhos decorreram de maneira similar ao
síncrona (no mesmo horário – ferramentas: Chat e tipo +D e –S (menor distância transacional), embora tal
Webconferência) ou assíncrona (em horários diferenciados classificação não possa ser aplicada integralmente em todas as
segundo a disponibilidade do participante – ferramentas: Fórum, atividades dos módulos, uma vez que as atividades, usando
Diário, Wiki); acesso aos materiais didáticos multimídia: tutoriais, vídeos entre outros recursos, possam se parecer em
Hipertextos, Vídeos, Áudios (para leitura e estudos); realização de alguns momentos, mais como atividades do tipo – D e + S (tabela
1) e os fóruns e chats como atividades + D e – S; é preciso
encontrar a melhor relação possível dos três grupos de variáveis
751
entre si e determinar a distância transacional que mais se adapte reflexão dos diferentes participantes e uma atuação que
exatamente a situação que se deseja alcançar como resultado. possibilitou a equidade de condições para todos. Esse objetivo
Foi possível compartilhar, problematizar e discutir seriamente pressupõe que os alunos entrem em contato ou revisitem um
muitas questões e conceitos abordados no curso, possibilitando conteúdo conceitual específico; o conteúdo pedagógico implícito;
outro olhar na construção de elementos, para que os a elaboração de planos de trabalhos e projetos de aplicação
alunos/tutores mediassem a temática da diversidade, sexualidade, contextualizados e viáveis e a interação colaborativa e reflexiva
assim como das TIC, no curso que atuaram junto aos professores. entre os participantes. Com esta modalidade, o educador adquiriu
Os alunos aprovaram o momento presencial, pois garantiu a novo papel, não mais como o guardião dos saberes e sim o co-
oportunidade de integração entre professores pesquisadores, construtor destes na relação com seu grupo, com os diferentes
coordenação, tutores e cursistas. E foi possível constatar que após conceitos e suas possibilidades em um determinado tempo e
o encontro presencial os grupos tornaram–se mais interligados e espaço. O educador reflexivo tem uma atuação contextualizada,
coesos para o trabalho através da plataforma. Ao término do dialogando frequentemente com a realidade ao mesmo tempo
curso, elaborou-se o site do GDE onde alguns resultados foram flexível, no que diz respeito a diversos aspectos: tempo, espaço,
disponibilizados, bem como, outras informações relevantes para a gênero, classe, etc. É nesse movimento, nessa possibilidade de
gestão do projeto, além de prestar suporte aos participantes. O interlocução, nas reflexões feitas na prática e a partir destas
acesso pode ser realizado por meio do seguinte endereço: reflexões, que novas possibilidades surgem, saberes são re-
http://sites.google.com/site/gdeunesp/home. Vide figura 3. configurados e produzidos. Ou seja, na trama destas inúmeras
relações, o educador: tutor e professor se constituíram como um
profissional reflexivo.
A baixa distância transacional expressa pelo acompanhamento
tutorial com os recursos tecnológicos interativos por meio do
ambiente Moodle fora identificada como uma valiosa solução para
o trabalho de formação continuada na modalidade EaD, por
permitir a troca de significados, conceitos e conhecimentos. O
curso ofereceu um rico manancial de estratégias tecnológicas,
pedagógicas teóricas e práticas, e na medida em que a EaD faz
progressos na utilização de novas mídias de informação e
comunicação, adapta seus métodos às novas possibilidades do
ambiente informatizado de aprendizagem em rede. Pela trajetória
do curso, que teve uma boa recepção junto aos professores e
tutores, no que tange a novas práxis escolares, tanto de
sexualidade, como de TIC, se planeja uma nova edição, no intuito
de complementar os conhecimentos da temática do GDE e ampliar
Figura 3. Site de auxilio à gestão do projeto e divulgação de as possibilidades da utilização do ambiente virtual e novas
resultados tecnologias no apoio a aprendizagem.
Dos alunos matriculados por meio de edital público para o curso
de Formação de Tutores, houve a aprovação de 81 % dos REFERÊNCIAS
cursistas. Estes concluíram com ótimo desempenho e logo após o [1] Ricardo, E. J. (Org.). Educação Corporativa e Educação a
mesmo, foram classificados como tutores presenciais e a distância Distância. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
de cada pólo, para atuarem na primeira edição do curso na [2] Ramos, E. M. de F., Costa, F. M., Silva, D. A.. Introdução a
modalidade a distância denominado Gênero e Diversidade na Educação a Distância (EaD) – Aula 1. Publicação Avulsa.
Escola (GDE), no papel de tutores. Os alunos de outrora, agora Rio Claro, SP: CECEMCA-UNESP, 2006.
denominados tutores, aprenderam a criar novas estratégias e [3] Peters, O. Didática do ensino a distância. São Leopoldo, RS:
recursos tecnológicos ampliando suas possibilidades de organizar Editora da UNISINUS, 2003.
a comunicação com seus alunos, a busca de formas mais
adequadas de integrar várias tecnologias e procedimentos [4] Moore, M. G. Teoria da distância transacional, traduzido
metodológicos em suas atividades didáticas, além de dominar as por Wilson Azevedo, Revista Brasileira de Aprendizagem
formas de comunicação interpessoal e as comunicações áudio- Aberta e a Distância, ISSN 1806-1362, São Paulo, 1 (1),
visual e telemáticas. Outro fato significativo foi a garantia da julho, 2002. Disponível em:
plataforma ser um espaço velado, que possibilitou aos professores http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2
desvelar inquietações, angústias, dúvidas das temáticas abordadas 002_Teoria_Distancia_Transacional_Michael_Moore.pdf,
junto aos tutores. Acessado em 20 jul 2010.
[5] Not, L. As pedagogias do conhecimento. São Paulo:
DIFEL, 1981.
5. CONCLUSÃO
O objetivo do curso foi alcançado, por promover a discussão de
temas complexos presentes no cotidiano escolar, propiciando a

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Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

AKUMAJA, UNA OPORTUNIDAD PARA EL


ENCUENTRO CON SENTIDO PARTICIPATIVO.

Marlín Alicia Aarón G, Patricia Choles Quintero


Universidad de La Guajira
Colombia
maaron@uniguajira.edu.co, pcholes@uniguajira.edu.co

RESUMEN.
En este documento se presenta el proceso con el cual se puso en Palabras claves.
marcha un escenario virtual que nació con el propósito de
construir espacios para compartir el saber hacer desde la Plataforma virtual, saber hacer, espacio, encuentro, sentido
investigación, propiciar el encuentro entre los investigadores, participación.
docentes y estudiantes a través de redes, buscando responder a
una estrategia en la cual se concretiza la acción formativa, que
se fortalece continuamente a través del diálogo de saberes, el “Hay esperanza para quienes creemos que comunicar va más allá
trabajo colaborativo y el uso apropiado de los medios y las de hablar y escuchar. La cotidianidad nos muestra a cada
tecnologías de la información y las comunicaciones en el momento que esto es asì ”.
proceso docente educativo.
Grupo Motivar. Uniguajira.

ABSTRACT.
1.INTRODUCCION.
This paper presents the spirit with which launched a virtual scenario
was created with the purpose of building space to share know-how El cruce entre las necesidades y las intenciones.
from research, foster the encounter between researchers, teachers
and students through networking, and since their claim is La popularización y crecimiento de las tecnologías de la
considered as an educational strategy through which strengthens the información y la comunicación conocidas como TIC, plantea de
dialogue of knowledge, collaborative work and the proper use of modo constante el reto de acercar a sus consumidores a nuevos
media and information technologies and communications in the escenarios donde se dé con fuerza el ejercicio de la comunicación.
educational process.

En estos espacios y escenarios, se busca propiciar el sentido de la


participación a través de la comunicación sobre intereses comunes
Categorías y Descriptores del tema. que al ser reconocidos entre sí, empieza a gestarse el sentido
Diseño de espacios interactivos: Sentido de participación, hacia lo colectivo. Dicha interacción posibilita que se inicie la
distribución de la información, promoción del encuentro entre generación y construcción de conocimiento entre los participantes,
docentes investigadores. a la vez que de manera implícita se vayan identificando desde sus
necesidades e intereses comunes, elementos de reconocimiento que
reafirman la presencia activa de ser parte de esos escenarios.
Cómo se integra la cultura en un mundo como este?. Las
respuestas pueden ser muchas, en últimas lo valioso es posibilitar
Aarón, Marlin., Choles, Patricia. (2010). Akumaja, Una oportunidad para el que estos escenarios virtuales sean parte de la cotidianidad en la
Condiciones Generales.
encuentro con sentido participativo. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano
de Informática Educativa, Volumen 1, pp 752-754, Santiago de Chile. que interactúan los miembros de un colectivo real. Que el
Gestión, documentación, Diseño. acercamiento sea parte de la rutina y que nada de lo que allí se
haga signifique más de lo que la recepción simbólica de los
sentidos puedan comprender.

753
Este trabajo representa para la comunidad en que fue construido,
una de las respuestas tangibles sustentadas en el diseño de la
plataforma denominada “Akumaja”, cuya intención radica en la
pretensión de convertirse en un escenario de la vida real en el
espacio virtual. Y ser parte del hacer. Es decir ser parte de una
realidad. Es un escenario donde el sentido de la participación está
fuertemente articulado a la necesidad de intentar generar y
producir conocimiento para todos los miembros que la conforman
Akumaja, desde su concepto, es una Plataforma virtual, concebida
desde la Universidad de La Guajira, como el espacio interactivo
de carácter académico, donde es posible encontrar el saber pero
también la modernidad. Donde el sentido de la participación está
ligado a elementos propios de la comunicación efectiva, tales
como: la creatividad en las ideas, la descripción de la vivencia y el
intercambio de opiniones, donde es posible hablar y también Figura 1.Filosofia de la Plataforma Virtual Akumaja
escuchar. Donde es posible la palabra critica, con sentido, reflexiva
y argumentada. Es decir, donde es posible comunicarse para
formarse.

Akumaja, nace de la preocupación de un Grupo de Investigación de


la Universidad de La Guajira, Motivar, por tener un escenario
donde compartir el SABER HACER, con la intención de posibilitar
un espacio donde la comunidad académica pueda comunicar e
interactuar entre sí, esperando fortalecer su actuación a través del
dialogo de saberes, respetando el sentir de la comunidad.

2. SU FILOSOFIA.
Desde la concepción del grupo de investigación, este espacio se
convierte en un escenario de aprendizaje que está disponible para
ser usado por otros, cuyo crecimiento y fuerza, está en la capacidad
que tiene de interactuar con el entorno, buscando generar una
cultura participativa de compartir el saber hacer, la cual resulta de
Figura 2. Marco conceptual de la Plataforma Akumaja
la puesta en marcha de procesos investigativos con resultados
probados y/o en construcción

4. SU METAFORA GRÁFICA.
http//: virtual.uniguajira.edu.co

Fue diseñada teniendo en cuenta el entorno. Toma elementos de la


cosmovisión de la sociedad guajira, y haciendo uso de una palabra
del wayunaiki que trata de significar el saber hacer, intenta
representar a través de su metáfora gráfica la cultura y el entorno
de nuestra glocalidad. Toma el mundo y la globalidad y lo trata de
volver parte de la localidad.
Este escenario permite entre otros, un espacio para que quienes lo
visiten puedan expresar como se sienten, y lo representa utilizando
un elemento que es común para todos los guajiros: el chinchorro.
Este
3. SU SOPORTE CONCEPTUAL.
Ilustrado a través del siguiente mapa conceptual

754
REFERENCIAS.
[1] Burr, Vivien (1995/1997): Introducció al construccionisme
social. Barcelona: Edicions de la UOC.
[2] Dirección de Informática Académica. DIA. Pontificia
Universidad Católica del Perú. Moodle, Aprendizaje
cooperativo. TIC en Educación. Grupo
4..http://blog.pucp.edu.pe/item/26858/moodle-y-apredizaje-
cooperativo. Accesado 05/10/07.
[3] Monagas, O. 1998. Mapas conceptuales como Herramienta
Didáctica. Universidad Nacional Abierta, Venezuela julio,
1998.
[4] Sukia, Logic. Blog. Pedagogía construccionista social.
http://www.sukialogic.com/aprendizaje/71-pedagogia-
construccionista. Sabanilla de Montes de Oca. San José Costa
Rica. Accesado el 10/10/07.
Figura 3. Imagen gráfica Akumaja

espacio esta dispuesto para promover la acción discursiva de todos


los que allí lleguen . Un espacio para el dialogo social.
Y Akumaja, a través de lo que el Grupo denomina Redes, en el que
sigue haciendo uso de la cosmovisión y mitología de la cultura
guajira, va penetrando en el mundo académico y va mostrando
resultados de proyectos de investigación que dispone para el
intercambio, la reflexión y la discusión crítica y con sentido. El
saber hacer .

Desde el sentido de ser un escenario producto del proyecto de


Investigación que le dio vida, Akumaja está dispuesta para
favorecer otras formas de comunicarse, para divulgar, y consolida
su intencionalidad a partir de este mapa conceptual

Figura 4. Pensamiento consolidado Plataforma Akumaja. Mapa


expuesto el dia de la presentación de la plataforma ante el
auditorio de estudiantes y docentes de la Universidad de La
Guajira

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Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

A IMPORTÂNCIA DO E-LEARNING PARA A EVOLUÇÃO


DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Sérgio Luiz Freire Costa, Silvia Helena de S. L. Morais, Guilherme Paiva de C. Martins
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN
Brasil
sergioluiz@uern.br, silviahslm@hotmail.com, guimemartins@gmail.com

ABSTRACT Com a reforma de 1968, que se definiu pelo modelo de


universidade, embora sem adequada implementação, fez surgir
With technological advances of recent years is the inevitable algumas centenas de instituições ditas isoladas, que foram
spread of knowledge through the use of information technologies crescendo ao longo das décadas de 70 e 80, atingindo
and communication, called ICT and distance education, called complexidade suficiente para permitir sua transformação nos anos
distance learning, with the aim of further democratizing recentes em universidades. Todavia, a mudança de perfil do
education, bringing the light of knowledge those who have no sistema, de predominância de instituições isoladas para
access to education. To do so, communicators educators, universidades, não apresentou significativas mudanças em termos
professionals who make use of various media in their teaching de relevância e diversificação da oferta, de novas alternativas no
activities, has a fundamental role in this context, in order to processo ensino-aprendizagem e de resultados diferenciados na
optimize resources and disseminate knowledge in the best qualidade dos produtos oferecidos (MEC, 2005).
possible way. Among the means of dissemination, we find the e- Atualmente, o país sofre com a crescente e desenfreada expansão
learning, which is the result of a combination occurred between do ensino superior privado, com qualidade e padrões aceitáveis,
teaching with the aid of technology and distance education. With mas com um custo de acesso e manutenção altíssimos, o que
this fantastic combination was possible to disseminate information inviabiliza a instalação e permanência dos mesmos em regiões
and knowledge especially to students who longed for more rapid extremamente carentes. Vale salientar que, segundo a ONU, o
methods that would provide more flexibility in the exchange of Brasil ocupa o segundo lugar mundial em desigualdades sociais,
content with the teachers. Besides agility, e-learning has enabled fazendo-se necessário e urgente uma reforma educacional voltada
access to shared content, anywhere, any time of day, available to ao ensino público, gratuito e de qualidade, para que se possa
the student when necessary. reformular e recriar uma sociedade mais justa.
Do ponto de vista institucional e voltada ao ensino superior, o
Keywords: Education. Technology. E-learning. Brasil apresenta atualmente, segundo o MEC, 2457 instituições
que atuam com ensino superior, seja elas universidades,
instituições de ensino superior, escolas técnicas federais ou
centros universitários, além de públicas ou privadas.
Como é de fácil percepção, o ensino superior no Brasil apresenta-
INTRODUÇÃO se de forma irreal, onde as regiões mais carentes e inóspitas
apresentam números de instituições abaixo do necessário para
atender as demandas da população. No âmbito de financiamento
O sistema de ensino superior brasileiro, apesar de sua limitada do ensino, podemos observar que o ensino superior privado é
existência histórica, apresenta problemas e sinais críticos de infinitamente maior que o público, o que mostra claramente a
manutenção. Sua expansão acelerada na década de 70, estimulada deficiência de políticas públicas para a expansão do ensino
oficialmente e sem planejamento prévio, fez surgir um conjunto público superior, para minimização das desigualdades sociais.
heterogêneo de instituições com diferentes tipos de serviços sem a
garantia de um padrão mínimo de qualidade, sendo abordado nos DESENVOLVIMENTO
dias de hoje como prioridade.
Como podemos perceber no decorrer do trabalho, a oferta de
ensino superior no Brasil mostra-se, no tocante ao número de
Freire, Sergio., Morais, Silvia., Paiva, Guilherme . (2010). A Importância do e-learning instituições, bastante aceitável, com um a média de uma
para a Evolução da Educação a Distância no Brasil. En J. Sánchez (Ed.): Congreso instituição para cada 2,4 municípios, mas vale salientar que se
Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1, pp 755-758, Santiago de Chile.
apresenta bastante concentrada, apresentando mais de 48% de

756
suas instituições localizadas na região mais desenvolvida do país, Educação à distância ainda é a mídia impressa, em seguida o e-
região sudeste. Já no tocante a cerne das universidades habilitadas Learning desponta como a ferramenta mais utilizada.
no ensino superior brasileiro, lembramos que são basicamente A grande maioria das regiões segue este padrão, à exceção da
privadas, perfazendo mais de 89% das instituições de ensino região Centro-oeste, que utiliza CD-Rom, mais do que e-
superior no Brasil (MEC, 2008). Learning. Na tabela abaixo, é possível perceber que o uso maior
A alta seletividade no ensino superior brasileiro e as dificuldades do material impresso é dos estudantes de cursos como o EJA ou
em ampliar significativamente seu atendimento, num país com as cursos técnicos, já nos cursos de graduação e pós graduação, o
dimensões continentais e a péssima distribuição de renda como é uso maior é do e-Learning. Abaixo, segue amostra das mídias
o caso do Brasil, especialmente nos últimos anos, tem sido um mais utilizadas por região geográfica.
argumento sobre o qual inúmeros programas de ensino a distância
se firmaram. Como estratégia inovadora de ensino, a EAD vem
tomando força gradativamente, representando uma alternativa de Mídias mais utilizadas por região
ampliar as oportunidades de ingresso dos indivíduos nos
diferentes níveis educacionais, sobretudo no nível superior.
O crescimento da EAD nos últimos anos pode ser explicado por
uma razão muito simples: sua viabilidade financeira e praticidade
pedagógica em termos de aproximação ao ensino presencial. No
setor privado, um dos pontos mais valorizados é a redução de
custos que possibilita economia em escala. Para Mata (2001), a
EAD revela não apenas situações de vantagem em relação ao
ensino convencional, mas assume o papel de responder às
exigências do mundo do trabalho, em termos de qualificações e
competências, à socialização do saber e à posse de informações
em curto prazo. Ela, portanto, ganha validade não somente “como
alternativa tecnológica, mas como alternativa de democratização
da educação”. Complementando tal aposição, Belloni (2001)
ressalta que vale lembrar que as condições impostas por um
modelo capitalista são de competitividade, tanto em nível
nacional, quanto internacional para uma “economia globalizada e
altamente tecnologizada” e, por esse motivo, somente um modelo Figura 1. Fonte: ABRAEAD/2007
de educação que supere os limites de tempo e espaço é capaz de
oferecer condições permanentes de aprendizagem ao longo da Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
vida. e Estatística (IBGE/PNAD-2006) existe no Brasil uma forte
Com relação à região nordeste, uma das maiores do país e a mais relação entre educação, renda, acesso e uso da internet. Apenas
assolada por desigualdades sociais, apresenta-se um quadro que 12,6% das pessoas com até 7 anos de instrução tiveram algum
exprime preocupação. No tocante ao número de instituições que tipo de acesso á internet no ano de 2005. Já para aqueles que
trabalham com ensino superior, mostra-se com o segundo maior possuem mais de 15 anos de escolaridade, o acesso foi possível
contingente do país com 453 instituições, cerca de 18% do total. para 76,2. Os dados refletem grandes disparidades regionais no
Mas o mais preocupante é que a região mais castigada por Brasil. 21% da população brasileira acessa à internet, no estado de
desigualdades sociais no Brasil apresente apenas 61 instituições Alagoas, por exemplo, esse número cai para 7%, enquanto que no
que atuam no ensino superior público, restando 392 atuantes no Distrito Federal, 41% da população possui acesso a internet.
setor privado. A mídia impressa ainda é a mais utilizada por instituições que
Como forma de justificar essa expansão do ensino privado, a ofertam cursos em EAD por sua acessibilidade, tendo em vista o
região nordeste nos últimos cinco anos tem apresentado índices de aluno pode manusear o material impresso em qualquer hora e
crescimento maiores que do Brasil, atraindo assim, investimentos lugar.
para região, passando a exigir mais qualificação de sua população, O e-Learning foi o segundo tipo de mídia mais utilizado,
formando-se então, um nicho de mercado para as instituições de principalmente o modelo síncrono, com o usufruto de ferramentas
ensino privadas. como fóruns, chats, salas de bate-papo e salas virtuais, que
De forma mais notória, podemos observar que, mesmo sendo uma permitem uma maior interatividade entre alunos e professores. No
região de tamanho continental e com todas as suas tocante a interatividade do e-Learning, segue as mais utilizadas.
particularidades climáticas e financeiras apresentadas, a região
nordeste apresenta apenas um quantitativo irrizório de instituições
que atuem com EAD no ensino superior, dificultando assim, a
disseminação do conhecimento a valores justos e aceitáveis a
região.
Diante disso, a figura do educomunicador, torna-se de
fundamental importância para que a aplicação das diversas mídias
educacionais sejão efetivas e eficientes, sempre voltadas para a
disseminação do conhecimento, de qualidade e baixo custo.
Segundo dados do anuário brasileiro de Educação aberta e à
distância do ano de 2007, a mídia mais utilizada na modalidade de

757
Mídias Utilizadas
CONCLUSÃO
Conforme observado, nota-se claramente os problemas evidentes
na educação brasileira, independente do nível e grau, fazendo-se
necessário um planejamento de ações de modificação drásticas,
sempre voltadas a melhoria da qualidade do ensino, com
conseqüente expansão. Vale salientar que, graças a vasta área
geográfica brasileira, o financiamento da educação no Brasil
torna-se ainda mais difícil e onerosa, devido as distâncias
continentais entre cidades, além das populações localizadas em
regiões quase inóspitas, como o semi-árido é em alguns lugares.
Com o passar dos anos, observa-se uma diferença gritante de
Figura 2. Fonte: ABRAEAD/2007 avanço, seja tecnológico ou educacional, entre as diversas regiões
do Brasil, tornando ainda mais um país de contrastes. Esses
Quando se fala em apoio tutorial, as instituições fazem uso de contrastes são oriundos de necessidades básicas, que se agravam e
diversas, sobressaindo-se o telefone e as salas de bate-papo. distanciam ainda mais a população mais carente dos serviços
básicos. Como alternativa de solução na educação aparece a
Apoio Tutorial educação a distância.
No Brasil, vê-se uma necessidade de aplicação da educação a
distância, que se reduz a amplitude devido o baixo nível
tecnológico do país, dificultando o atendimento via multimídia
das populações mais carentes. Contudo, o investimento do
Governo Federal tem ampliado a sua difusão, através de
iniciativas com a Universidade Abeta do Brasil.
No semi-árido, objeto de nosso estudo, nota-se claramente a
investida desenfreada das instituições particulares da região
sudeste em busca dessa demanda pouco explorada, com foco
unicamente financeiro e mercantilista, fugindo do real motivo da
existência da educação a distância: a disseminação do
conhecimento.
Resta uma ação efetiva das autoridades com vistas a regulamentar
a instalação de instituições que não são da região, analisando
Figura 3. Fonte: ABRAEAD/2007 qualitativamente seus cursos e emitindo pareceres rigorosos sobre
a instalação de novos centros.
Entretanto, um dado bastante curioso e que reflete uma Destarte, a educação a distância tem apresentado um papel
contradição, é o fato de o e-mail ter sido o recurso de apoio fundamental na disseminação do conhecimento em várias esferas,
tutorial mais freqüentemente oferecido pelas instituições de seja no ensino fundamental, médio ou superior, diminuindo
Educação a Distância em 2006, 88,5% ofereceram. O telefone foi sobremaneira as desigualdades educacionais no Brasil, mas ainda
o segundo tipo de apoio mais oferecido (73,1%), seguido pelo de forma muito tímida, haja vista tal modalidade de ensino exigir
professor on-line (73,1%) e pelo professor presencial (61,5%). um grau de maturidade para que a mesma possa atuar de forma
Segue demonstrativo da relação recursos utilizados e região efetiva e satisfatória, como já acontece em países desenvolvidos e
geográfica. com os programas de educação corporativa atuantes no Brasil.
Assim, se faz necessário uma gestão apurada dos cursos baseados
Apoio Tutorial por Região em EAD, bem como uma preparação de todos os entes envolvidos
neste sistema: instituição, professor e aluno.

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TRANSDISCIPLINARIDADE. Vitória, ES, 2005.

759
IE 2010
Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

ESCENARIOS DE INNOVACIÓN EDUCATIVA PROYECTO


PILOTO UNO A UNO
Fabiola Bayona Caro
Docente Escuela Normal Superior de Nuestra Señora de Fátima
Colombia
fbayonac@gmail.com

ABSTRACT 1. INTRODUCTION
El proyecto tiene como propósito el propiciar que la institución
La Escuela Normal Nuestra Señora de Fátima, como Institución
educativa, lleve a cabo con apoyo de las Tics, experiencias
Formadora de formadores, considera de vital importancia
colaborativas, innovadoras, debidamente diseñadas,
desarrollar el pensamiento lógico, racional, crítico, científico y
desarrolladas y evaluadas, con las cuales se contribuya al
tecnológico en sus estudiantes, porque, en un futuro cercano,
mejoramiento de la calidad de la educación a nivel regional,
ellas liderarán los procesos educativos de las nuevas
dentro del contexto de sus proyectos educativos institucionales y
generaciones de colombianos, de allí que se considere relevante
los lineamientos de la Ley General de Educación en lo que
el desarrollo de tecnologías integradas a las destrezas,
concierne a Educación, Tecnología e Informática.
habilidades y competencias éticas, pedagógicas, comunicativas y
científicas. . Es por esto que la Escuela Normal Superior Nuestra
Señora de Fátima haciendo uso de la TIC, se reafirma en su Es importante resaltar que este programa está enmarcado en una
misión de acompañar la formación de las jóvenes, para que en propuesta educativa innovadora que aporta un valor agregado al
sus desempeños sean competentes, con un alto sentido de Proyecto Educativo Institucional, ya que convierte a los
responsabilidad social, conscientes de la necesidad de docentes en actores más participativos en el quehacer
transformar su entorno para que resulte más justo y equitativo, Institucional y con una mayor resonancia de sus logros, tanto a
capaces de generar una reflexión de carácter pedagógico que dé nivel interno como a nivel local y regional.
origen a proyectos colaborativos de aula, de tal manera que se
puedan establecer espacios de significación y re-significación de
los conocimientos subjetivos, intersubjetivos y objetivos. La
Escuela Normal Superior Nuestra Señora de Fátima ve en el
Proyecto Piloto 1 a 1 la posibilidad de enriquecer su dinámica 2. TYPESET TEXT
curricular en torno a las metas expresadas en los párrafos
anteriores y por ello ha asumido con la mejor disposición en el
desarrollo del mismo. La tecnología como fenómeno cultural ha hecho posible
trasformaciones que han mejorado la vida del hombre porque al
igual que la educación está en permanente cambio.
Categories and Subject Descriptors
Accesibilidad y Usabilidad de Tics para la educación;
El Ministerio de Educación Nacional propone construir un
modelo en TIC que responda a las necesidades individuales,
sociales y culturales de las estudiantes, que tenga una visión
interdisciplinaria y como misión prepararlas en la comprensión,
uso y aplicación racional de las mismas.
General Terms
Experimentation, Human Factors, Languages,
Entonces, se asume la educación en tecnología en la Escuela
Keywords Normal Superior Nuestra Señora de Fátima como el proceso
permanente y continuo de adquisición y transformación de
Uso de Tics, competencias, producción, currículo. conocimientos, valores, comprensión y producción de textos
Bayona, Fabiola. (2010). Escenarios de Innovación Educativa Proyecto Piloto Uno a Uno. mediados por las TIC.
En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, Volumen 1,
pp 759-762, Santiago de Chile.

760
• Trabajo por proyectos
La Influencia que ejercen los nuevos medios de generación y Se centra en el estudiante, orientado a la solución de problemas
transmisión de información, ha ido creciendo año tras año, es o tareas teniendo en cuenta una necesidad o conflicto basada en
por esto que el proceso de enseñanza – aprendizaje debe ir el contexto y favoreciendo de este modo la adquisición de
cambiando acorde a las innovaciones. De acuerdo con lo conocimiento mediadas por las TIC.
anterior las estudiantes desarrollan sus capacidades reflexivas,
críticas, creativas, comunicativas, de liderazgo y de asombro que
las ayude a ubicarse en su realidad y de esta manera se En la ejecución de esta metodología las estudiantes tienen la
comprometan a ser gestoras de cambio, conservando su oportunidad de desarrollar sus habilidades que le permiten
autonomía y libertad, enfatizando que es indispensable ver la trabajar de manera individual y colectiva.
tecnología desde una perspectiva positiva y humana, lo que se
establece como un criterio de uso de las TIC. Durante la utilización de las estrategias antes mencionadas el
docente utiliza una o varias de las siguientes herramientas
tecnológicas que hoy aporta la Web 2.0 y para lo cual los
En consonancia, la Escuela Normal Superior Nuestra Señora de docentes de la Normal están capacitados:
Fátima desde su enfoque crítico social permite concebir el
proyecto de incorporación de los portátiles a labor escolar, con 1. Sistemas de gestión de recursos didácticos
el cual se pretende desarrollar potencialidades interactivas
propias de los sistemas de información y propiciar nuevas - Utilizado como apoyo a la clase presencial. El alumno realiza
dinámicas para el trabajo autónomo. ejercicios que tienen como soporte los recursos del blog.
Es el modelo de utilización más sencillo y extendido que se
emplea actualmente entre los edublogs.
Por otro lado, las estudiantes desde las emergencias y/o
dificultades producidas por la conectividad descubren nuevas Proporciona instrucciones sobre las tareas a realizar por el
posibilidades comunicativa y de interacción con la información alumno.
y con los otros a partir de la constitución de redes, la Establece aclaraciones, comentarios, ampliaciones, etc. de lo
participación en espacios de socialización, las actividades de tratado en la clase presencial.
búsqueda y elaboración de información explorando alternativas
para el trabajo autónomo y colaborativo.
2. Multiblogs de alumnos
Se basa en la colaboración entre el alumnado sobre temas o
Además, El carácter hipertextual e hipermedial de los tareas que se desarrollan siguiendo varias líneas de trabajo.
contenidos que se consultan y se producen en y para Internet Desde blogs temáticos protagonizados por pequeños grupos
como para aplicaciones independientes de la red constituye una hasta trabajos multidisciplinares asesorados por profesores de
potencialidad en los principios cognitivos de los sistemas distintas especialidades.
hipertextuales tendientes al desarrollo de las habilidades del
pensamiento 3. Webquest
Herramienta creada para fomentar el trabajo colaborativo de los
alumnos y la planeación de la navegación en Internet por parte
Para la Escuela Normal Superior Nuestra Señora de Fátima es
dl docente, de manera que puede controlar las actividades que
importante que sus estudiantes se apropien del mundo y de la
los alumnos realizan en las páginas web consultadas.
cultura con el fin de desarrollar aprendizajes significativos
mediante el uso de las TIC, y por consiguiente, beneficiarse de En la ejecución de esta metodología las estudiantes tienen la
su carácter interdisciplinario. oportunidad de desarrollar sus habilidades que le permiten
trabajar de manera individual y colectiva.
De acuerdo con los objetivos de formación y los lineamientos
curriculares tanto del MEN como de la Normal, el trabajo del En la Escuela Normal Superior Nuestra Señora de Fátima se
docente en el aula podrá acudir en diferentes momentos y promueve el trabajo de proyectos discursivos, con los cuales se
oportunidades a estrategias como las siguientes: pretenden dar un sentido al conocimiento, basado en la
búsqueda de las relaciones entre fenómenos naturales, sociales y
• Trabajo autónomo personales, para comprender mejor la complejidad del mundo y
diseñar estrategias para investigar problemas que van más allá
Se caracteriza porque el estudiante asume responsablemente su
de la división entre áreas o disciplina permeados por la
propio aprendizaje. Es el protagonista de su conocimiento, no
reflexión permanente del quehacer docente en contextos
sólo a nivel conceptual sino actitudinal. Tiene presente un
específicos.
compromiso personal e individual de trabajo.
Se puede decir que , el uso de equipos contribuyó al trabajo más
• Trabajo colaborativo ordenado en el salón.
Permite en la estudiante la construcción del conocimiento
El uso de los dispositivos en la escuela superó la cuestión
individual a partir de interacciones discursivas con pares que se
instrumental, se combinó con propuestas nuevas, con la
hacen por una tarea u objetivo común y se llevan a cabo en un
motivación por la investigación y la innovación y con la idea de
grupo de trabajo con el fin de generar una producción conjunta.

761
trabajar en una modalidad educativa diferente para un mejor 4. GESTIÓN ESCOLAR – GESTIÓN
resultado en la generación de conocimientos y aprendizajes.
ACADÉMICA
Lecciones
3.1 Title and Authors aprendidas
ESCENARIOS DE INNOVACIÓN Par
EDUCATIVA PROYECTO PILOTO UNO Element Diagn
Para a Suger
Guía de componentes para la
mejor rep encia
A UNO os óstico
ar lica s
charla
Fabiola Bayona Caro r
1. 1.1. Sensibilización del proyecto
Docente ENS Nuestra Señora de Fátima
Desarroll 1.2. Talleres y capacitaciones
o de las realizadas
fbayonac@gmail.com compete 1.3. Estado competencias docentes
ncias de en TIC
los 1.4. Identificación necesidades de
docentes formación
2. 2.1. Sensibilización del proyecto

PROPUESTA PEDAGOGICA Desarroll


o de las
compete
2.2. Talleres y capacitaciones
realizadas
2.3. Estado competencias
ncias de estudiantes en TIC
los 2.4. Identificación necesidades de
estudiant formación
es
3. Diseño 3.1 Integración de las TIC al Plan
Pedagógi de estudios
co 3.1.1 Estrategia pedagógica
(curricul 3.1.2 Organización de áreas y
ar) asignaturas
3.1.3 Estructura de los contenidos
3.1.4 Proyectos transversales
3.1.5 Criterios de evaluación y
promoción
3.1.6 Estrategias de uso de de las
TIC como material didáctico
3.2 Enfoque metodológico
3.3 Recursos para el aprendizaje
3.4 Jornada escolar
3.5 Evaluación
4. 4.1 Opciones didácticas para las
Prácticas áreas, asignaturas y/o proyectos
pedagógi transversales
Table 1 cas 4.2 Estrategias para las tareas
escolares
4.3 Uso articulado de los recursos
para el aprendizaje
4.4 Uso de los tiempos para el
aprendizaje
5. 5.1 Planeación de clases
Gestión 5.2 Evaluación en el aula
de aula
6. 6.1 Seguimiento a los resultados
Seguimie académicos
nto 6.2 Seguimiento a la asistencia de
académic los estudiantes
o 6.3 Actividades de recuperación
6.4 Apoyos pedagógicos
adicionales para estudiantes con
necesidades educativas especiales

762
7. Otros

REFERENCIAS

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763
IE 2010
Segundo Congreso Iberoamericano de Informática Educativa
Jaime Sánchez, Editor
Santiago, Chile, 2010

UNA MIRADA DE GÉNERO AL USO DE TIC EN LA


EDUCACIÓN SUPERIOR

Rossana Ponce de León Leiva, Nancy Castillo Valenzuela


Universidad del Bío-Bío
Chile
roponce@ubiobio.cl, ncastill@ubiobio.cl

ABSTRACT Los resultados muestran que el grupo femenino presenta, en


This paper presents preliminary results of a research titled “A general, un mayor nivel de uso académico de TIC que el
study on the level of use and integration of Information and masculino. Entre las conclusiones se aprecia, tomando la
Communication Technologies (ICT) in teacher education percepción que cada grupo tiene de si mismo respecto del uso
programs at Universidad del Bío-Bío, Implications for the académico avanzado con tecnología, la presencia de estereotipos
incorporation of ICT standards for Initial Teacher Education”. que marcan dominios específicos para mujeres y hombres, lo que
Questionnaire data from students was analysed considering a pudiera limitar el avance de las futuras maestras en el área
gender perspective. One of the objectives was to compare results tecnológica, al no considerarla un ámbito propio.
ICT uses between student teachers, female and male students. Keywords: Uso académico de TIC – Perspectiva de Género-
Quantitave methods of analysis supported by the statistical Educación Superior
software SPSS version number thirteen were used. Differences
between male and female students were found through the U 1. INTRODUCCION
Mann-Whitney Statistical Test. Among the results it was found Desde los resultados de la investigación principal “Estudio sobre
that there are differences between male and female students el nivel de uso e integración curricular de las tecnologías de
regarding academic use of ICT. Also it was possible to información y comunicación (TIC) en las carreras de educación
acknowledge some stereotypes that show specific domains for de la Universidad del Bío-Bío. Implicancias para la
females in opposition to males, which may limit progress in future incorporación de los Estándares TIC en la formación inicial
samples regarding the field of technology if they are considered docente”, cuyos objetivos se centran en conocer el nivel de uso y
areas of non expertise by any of both groups. formas de integración de estas tecnologías en las prácticas
pedagógicas de los docentes y estudiantes de las carreras de
RESUMEN Educación, surgen nuevas preguntas relacionadas con las
posibilidades de inclusión social y educativa que genera el uso de
Se presentan resultados parciales de la investigación “Estudio TIC, especialmente en los países latinoamericanos, marcados por
sobre el nivel de uso e integración curricular de las tecnologías elevados índices de exclusión social y, de manera particular, en las
de información y comunicación en las carreras de educación de mujeres de América Latina. Las TIC han sido reconocidas como
la Universidad del Bío-Bío. Implicancias para la incorporación herramientas democratizadoras y facilitadoras de procesos de
de Estándares TIC en la formación inicial docente”. El objetivo desarrollo, pues han aportado a la formación de capital humano, lo
específico fue “Comparar los resultados del uso académico de que tendería a favorecer la Inclusión social y/o educativa de
TIC entre los estudiantes de Pedagogía, desde una perspectiva de sectores menos privilegiados, denominándosele ‘eInclusión’.
género” El método de trabajo fue cuantitativo, con un diseño no Desde este paradigma, que analiza discursos y prácticas sociales
experimental transeccional, de tipo descriptivo-comparativo, vinculados al uso de tecnología desde diferentes ámbitos, pueden
donde se recolectó información a través de un Cuestionario que detectarse nuevas formas de exclusión o brechas al interior de las
mide el uso académico de TIC, estableciéndose las diferencias sociedades. En este sentido, se ha considerando analizar los
estadísticas entre los grupos encuestados mediante la Prueba U de resultados de la investigación desde uno de los ámbitos de
Mann-Whitney. Los datos fueron procesados utilizando el Inclusión y eInclusión: la perspectiva de género, desde la visión
software estadístico SPSS versión 13. feminista de la Sociología de la Educación, buscando conocer cuál
es el uso académico de TIC que hacen lo/as estudiantes de las
carreras de Pedagogía de la Universidad del Bío-Bío y las
repercusiones que dicho uso puede acarrear no solo en el
Ponce, Rossana., Castillo, Nancy . (2010). Una mirada de Género al uso de Tic en la aprendizaje de las propias estudiantes, sino también proyectándolo
Educación Superior. En J. Sánchez (Ed.): Congreso Iberoamericano de Informática
Educativa, Volumen 1, pp 763-770, Santiago de Chile.

764
a su trabajo futuro como educadoras. lugar a la llamada tercera ola del feminismo, representada por
corrientes como las posmodernas y dialógicas. Mientras la postura
posmoderna se divide en aquellas que “se centran en el concepto
2. REVISIÓN DE LA LITERATURA de diferencia así como aquellas que cuestionan el pensamiento
2.1. La perspectiva de género y su aporte a las sociedades de binario (hombre / mujer) y proponen la disolución de las
América Latina categorías de género” [13]), la postura dialógica, por su parte, se
aprecia más inclusiva al preocuparse por aquellas mujeres
Al considerar la perspectiva de género hay que señalar,
ignoradas por el feminismo tradicional -que era principalmente
primeramente, que corresponde “a la visión científica, analítica y
academicista-, como amas de casa, mujeres sin estudio o mujeres
política” [13] de las teorías feministas, reconociendo que los
del tercer mundo, defendiendo “la necesidad de un feminismo
movimientos feministas han contribuido fuertemente a las
basado en la igualdad de diferencias y centrado en la inclusión
reivindicaciones sociales de la mujer.
de todas las mujeres en el movimiento, especialmente de aquellas
En segundo lugar, es necesario evidenciar el concepto de género que padecen mayor exclusión social y que no han sido siempre
que orienta este estudio, definiéndolo como: tenidas en cuenta por el feminismo” [13].
Conjunto de creencias, rasgos personales, actitudes, Desde esa perspectiva feminista dialógica, que tiende hacia la
sentimientos, valores, conductas y actividades que diferencian a transformación social, pudiera relevarse la situación de la mujer
hombres y mujeres a través de un proceso de construcción social latinoamericana en el siglo XXI, inmersa en una sociedad que
que tiene varias características. En primer lugar, un proceso sigue caracterizándose “por altos niveles de iniquidad, exclusión
histórico que se desarrolla a diferentes niveles tales como el y fragmentación social”[7], abordando los problemas de género
estado, el mercado de trabajo, las escuelas, los medios de como parte de las exclusiones que se enfrentan en países
comunicación, la ley, la familia y a través de las relaciones tercermundistas como los nuestros. No es casual que los pueblos
interpersonales. En segundo lugar, este proceso supone Latinoamericanos y del Caribe hayan señalado, a través de
jerarquización de estos rasgos y actividades de tal modo que a distintos Encuentros, Foros y Cumbres, la necesidad urgente de
los que se definen como masculinos se les atribuye mayor valor. construir sociedades inclusivas, esto, porque la mayor parte de sus
[13]. poblaciones, y especialmente la femenina, sufre la ausencia de
La identidad de género, de acuerdo con la misma autora, se participación tanto del desarrollo económico como político y
construye a partir de los procesos de socialización, articulados en social [22].
tres instancias que constituyen la base de la diferenciación sexual Lograr, entonces, países Latinoamericanos

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