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DISPNÉIA
DYSPNEA
José Antônio Baddini Martinez1; Adriana Inacio de Padua2 & João Terra Filho1
1
Docente. 2 Médica Assistente. Pós-graduanda. Divisão de Pneumologia. Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - USP
CORRESPONDÊNCIA: José Antônio Baddini Martinez. Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Av. Bandeirantes, 3900 - CEP: 14048-900 Ribeirão Preto, SP, Brasil - email: jabmarti@fmrp.usp.br
MARTINEZ JAB; PADUA AI & TERRA FILHO J. Dispnéia. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 199-207, jul./dez.
2004.
199
Martinez JAB; Pádua AI & Terra Filho J
200
Dispnéia
DISPNÉIA
Influências
Comportamentais e Descargas Corolárias
Condicionamentos Córtex
Eferências
Sensorial
Aferências Motoras
(-)
Sensoriais
Tronco Cerebral
Quimiorreceptores IX
PaO2, PaCO2
X Laringe
Corpos Carotídeos
PaO2, PaCO2 XI Faringe
Corpos Aórticos XII Trapézio
PaO2
C1
Vias Aéreas C2 Esternocleido
Fibras C mastóideo
Receptores de Irritação C3
Pressão Laríngea C4 Diafragma
Estiramento Escaleno
Traqueobrônquico C5
C6
Aferências Viscerais Latissimus Dorsalis
Esôfago C7
Peitoral Maior
Coração T1
Estômago
T2
Aferências Musculares .
Fusos Musculares Mesmos . Intercostais
Corpos Tendinosos nervos das
eferências .
Receptores Metabólicos musculares
T11
T12
L1
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tanto, descargas corolárias surgiriam a partir dos neu- vascular, refluxo gastroesofágico, falta de condicio-
rônios motores respiratórios e seriam enviadas para namento físico e quadros psicogênicos. A Tabela 1
áreas sensoriais superiores, ainda não identificadas. contém uma lista de causas selecionadas do sintoma.
Vale salientar que, recentemente, demonstrou-se a Na grande maioria das vezes, o paciente, referindo
ativação do córtex insular em resposta à dispnéia dispnéia, mostra outros sintomas e sinais sugestivos
provocada por elevações discretas da PaCO2 e bai- de uma condição específica. Dessa maneira, através
xos volumes correntes(6). Tal área do cérebro faz par- de uma história clínica e um exame físico bem feitos,
te do sistema límbico e costuma ser ativada por estí- o médico pode pedir exames subsidiários, dirigidos, que
mulos desconfortáveis, como dores e náuseas. permitam uma definição clara do diagnóstico. Entre-
Nos últimos anos, têm-se acumulado sugestões, tanto, numa porcentagem pequena dos casos, o diag-
na literatura inglesa, de que o termo dispnéia é usado nóstico poderá não ser tão óbvio, sendo necessária a
englobando sensações respiratórias qualitativamente indicação de exames subsidiários mais sofisticados,
distintas, que podem se apresentar isoladamente ou, tais como medidas de hiperreatividade brônquica ou
mais freqüentemente, associadas(2,5,7,8,9). Essas sen- testes de exercício cardiopulmonares. A discussão de
sações diversas, muito provavelmente, originam-se a protocolos de investigação para casos de dispnéia de
partir de diferentes mecanismos fisiopatológicos, exis- origem obscura foge dos objetivos desse capítulo. Ao
tindo investigações no sentido de se estabelecer tais invés disso, iremos discutir métodos de avaliação e
associações. Quando a dispnéia foi induzida, em indi- quantificação do sintoma em si.
víduos normais, por meio de estímulos diversos, os
voluntários selecionaram diferentes grupos de frases
Tabe la I - Algumas Condiçõe s As s ociadas ao Surgi-
para caracterizar as sensações surgidas com cada ta-
me nto de D is pné ia
refa. Em pacientes com dispnéia causada por diferen-
tes doenças cardíacas e respiratórias, doenças distin- C a rd í a c a s
tas associaram-se a combinações únicas de frases C ardiomiopatias
empregadas para descrever as características do des- Doença isquêmica
conforto respiratório. A partir desses estudos, algu- Doenças valvulares
mas correlações entre o caráter das sensações respi- Síndrome do marca- passo
ratórias e determinadas condições fisiopatológicas e P ul monares
clínicas começaram a ser traçadas. Como exemplo, DPO C
frases relacionadas à sensação de aumento do esfor- Asma
ço ou do trabalho da respiração são encontradas nor- Doenças intersticiais pulmonares
malmente, em condições caracterizadas por sobrecar- C âncer
gas da mecânica respiratória, como DPOC e doença
C a u sa s D i v e rsa s
intersticial pulmonar, bem como na presença de fra-
Refluxo gastroesofágico
queza neuromuscular. Exemplos de tais frases seriam: Ansiedade e hiperventilação
“Minha respiração é pesada” e “Parece que o ar não Descondicionamento físico
entra”. Indivíduos com asma costumam queixar-se de O besidade
“sufocação” e “aperto no peito”, enquanto pacientes Gravidez
com insuficiência cardíaca congestiva relatam sensa- Hipertensão arterial sistêmica
ção de “sufocação” ou de “urgência para respirar”. Hipertireoidismo
Ainda permanece a ser investigado se a caracteriza-
ção da dispnéia, como sensações diversas, também é
válida para indivíduos que não falem a língua inglesa. A investigação da queixa de dispnéia envolve
uma adequada caracterização do sintoma através da
3- AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DISPNÉIA história clínica(1,2,5). Alguns elementos a serem inves-
tigados são: início: época e hora de aparecimento;
De acordo com Curley(1), 94% dos indivíduos modo de instalação: dispnéia de instalação súbita é
que procuram atendimento médico, com queixas de comum em processos de instalação aguda, como pneu-
dispnéia, podem ser enquadrados em alguma das se- motórax espontâneo ou embolia pulmonar; dispnéia de
guintes situações: doença pulmonar, doença cardio- instalação progressiva é característica de processos
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Dispnéia
evolutivos, tais como DPOC e fibrose pulmonar; du- utilizadas; durante a realização de testes de exercício,
ração: desde o início dos sintomas e duração das cri- ou quando se avalia a efetividade imediata de uma
ses; fatores desencadeantes: tipos de esforços, ex- medicação broncodilatadora, numa crise de asma. A
posições ambientais e ocupacionais, alterações climá- escala analogicovisual consiste de uma linha vertical
ticas, estresse, etc.; comparação: sensação de can- ou horizontal, geralmente de 10 cm, ancorada, numa
saço, esforço, sufocação, aperto no peito, etc; núme- extremidade, na ausência total de dispnéia e, na outra,
ro de crises e periodicidade: ao longo do dia, sema- pela pior sensação de dispnéia imaginada ou já senti-
nas e meses; intensidade: avaliada com emprego de da pelo paciente. Quando do momento da avaliação, o
escalas apropriadas e medidas de repercussão sobre paciente é orientado a marcar um ponto na escala, o
a qualidade de vida; fatores que acompanham: tos- grau do sintoma, posteriormente, sendo facilmente
se, chiado, edema, palpitações, etc.; fatores que me- medido pelo uso de uma régua milimetrada. A escala
lhoram: tipo de medicamentos, repouso, posições as- numérica segue o mesmo princípio, fornecendo, toda-
sumidas e relação com o decúbito. via, um número menor e pré-selecionado de graus de
A avaliação da intensidade da dispnéia é um opção. A escala de Borg foi desenvolvida, original-
elemento importante tanto em condições clínicas como mente, para a percepção do grau de esforço, realiza-
em experimentais. Ao longo dos últimos anos, inúme- do durante o exercício. Inicialmente descrita com uma
ras escalas têm sido desenvolvidas e propostas com pontuação variando entre 6 e 20, atualmente, é utiliza-
essa finalidade. Inicialmente, contudo, é necessário que da na forma modificada com escores entre 0 e 101.
se faça uma distinção entre os conceitos de dispnéia Essa escala permite uma correlação entre a intensi-
atual e dispnéia usual. A primeira condição reflete dade dos sintomas classificados em categorias e uma
as características do sintoma num momento preciso graduação numérica, desenhada para guardar propor-
como, por exemplo, durante ou após a corrida em es- cionalidade com a intensidade do esforço. Entretanto,
teira. A segunda diz respeito às limitações provoca- o grau de distinção entre as categorias é um tanto
das pelo sintoma na execução de atividades do cotidi- confuso, o que leva a uma difícil compreensão por
ano como, por exemplo, para subir escadas. boa parte dos pacientes.
Algumas escalas adequadamente validadas Mais freqüentemente, na prática clínica, esta-
para avaliação da dispnéia atual são a analogicovisual, mos interessados em medir a chamada dispnéia usual.
a numérica e a escala de Borg modificada(10,11,12) (Fi- Essa medida traduz não apenas o tipo e a intensidade
gura 2). Exemplos de condições onde elas podem ser da atividade que desencadeia a dispnéia, como, tam-
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bém, costuma refletir os efeitos do sintoma sobre a aliviado, parcial ou totalmente, com a elevação da por-
qualidade de vida dos pacientes. Inúmeras escalas têm ção superior do tórax pelo uso de um número maior de
sido empregadas nesse sentido, entre elas(13,14,15): a) travesseiros ou pela elevação da cabeceira da cama.
Conselho Britânico de Pesquisas Médicas Modifica- Classicamente, surge em pacientes portadores de in-
da (MRC); b) Diagrama de Custo do Oxigênio (OCD); suficiência cardíaca esquerda e é associada com o
c) Índice Basal de Dispnéia (BDI) e Índice estabelecimento de congestão pulmonar. Nessas con-
Transicional de Dispnéia (TDI) de Mahler; d) Questi- dições, a presença de congestão pulmonar leva a rápi-
onário de Dispnéia da Universidade da Califórnia em das alterações da complacência pulmonar, promoven-
San Diego (UCSDQ); e) Componente referente à do aumento do trabalho dos músculos respiratórios, com
dispnéia do Questionário da Doença Respiratória Crô- conseqüente surgimento de dispnéia. A queda da com-
nica de Guyatt (CRQ). Uma discussão detalhada de placência pulmonar é atribuída a elevações da pres-
todas as escalas acima não seria viável em um capítu- são hidrostática intravascular (coluna de sangue situa-
lo como este, entretanto a escala MRC encontra-se da abaixo do nível cardíaco) nas regiões dependentes
ilustrada na Tabela II. do pulmão, que acabam por ocupar áreas mais exten-
sas, quando a posição deitada é assumida(16). Embora
Ta b e l a I I - E s c a l a d o C o n s e l h o B ri t â n i c o d e
mais freqüente em cardíacos, a ortopnéia também pode
Pe s quis as M é dicas M odificada* ser observada em pacientes com asma ou DPOC. Ela
também é uma queixa característica de indivíduos por-
Grau Descrição tadores de fraqueza da musculatura diafragmática
como, por exemplo, pacientes com doenças neuromus-
S e m d isp né ia , a nã o se r d ura nte e xe rc íc io s
0 culares. Nessa situação, o decúbito dorsal leva à ele-
extenuantes.
vação das vísceras abdominais, que acabam por se
Dispnéia correndo no plano ou subindo uma opor às incursões inspiratórias diafragmáticas.
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inclinação leve. Dispnéia paroxística noturna - É o nome dado
De vid o à d isp né ia , c a minha no p la no ma is à situação na qual o paciente tem seu sono interrompi-
va ga ro s a me nte d o q ue p e s s o a s d a me s ma do por uma dramática sensação de falta de ar, levan-
2 idade ou, quando andando no plano em seu do-o a sentar-se no leito, ou mesmo levantar-se e pro-
próprio ritmo, tem que interromper a marcha curar uma área da casa mais ventilada, visando obter
para respirar. alívio da súbita sensação de sufocação(16). Pode estar
presente ainda sudorese profusa. Dispnéia paroxística
I nt e r r o mp e a ma r c ha p a r a r e s p ir a r a p ó s
noturna é uma condição comum em pacientes porta-
3 c a minha r e m to rno d e 1 0 0 me tro s o u a p ó s
dores de insuficiência cardíaca esquerda. Nesses ca-
andar poucos minutos no plano.
sos, admite-se que, durante o sono, a reabsorção do
A d is p n é ia imp e d e a s a íd a d e c a s a o u edema periférico leve à hipervolemia sistêmica e pul-
4
apresenta dispnéia ao vestir- se ou despir- se. monar, com conseqüente agravamento da congestão
pulmonar. As sobrecargas hemodinâmicas, que ocor-
*Baseada na referência 1
rem em uma fase particular do sono, chamada de fase
dos movimentos rápidos dos olhos (REM), podem con-
4- DISPNÉIA: DENOMINAÇÕES ESPECIAIS tribuir para o agravamento da congestão pulmonar e
facilitar o surgimento desse tipo de dispnéia. No sono
No manuseio de pacientes com dispnéia, fre- REM, documenta-se grande estimulação dos nervos
qüentemente, são utilizados termos descritivos de con- simpáticos sobre o sistema cardiovascular.
dições específicas Asma cardíaca - É um termo inapropriado, usa-
Dispnéia de Esforço - É o nome dado ao surgi- do para designar a queixa de chiado no peito e a pre-
mento ou agravamento da sensação de dispnéia por sença de sibilos em pacientes com insuficiência car-
atividades físicas. É uma queixa bastante comum e díaca esquerda e sintomas de dispnéia. Habitualmen-
inespecífica entre portadores de pneumo e cardiopatias. te, tais achados são encontrados em indivíduos com
Ortopnéia - É a denominação dada ao surgi- ortopnéia e dispnéia paroxística noturna. Admite-se que
mento ou agravamento da sensação de dispnéia com o estreitamento das pequenas vias aéreas por edema
a adoção da posição horizontal. O sintoma tende a ser da mucosa e reflexos gerados a partir de receptores
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Dispnéia
nervosos, localizados no interstício pulmonar, com con- terações do padrão do ritmo respiratório (Figura 3).
seqüente broncoespasmo, estejam envolvidos na gê- Muito embora o surgimento de tais alterações não
nese de tais fenômenos. implique obrigatoriamente na presença de sintomas de
Platipnéia - É o nome dado à sensação de disp- desconforto respiratório e, portanto, na ocorrência de
néia, que surge ou se agrava com a adoção da posi- dispnéia, é conveniente comentá-las devido à seme-
ção ortostática, particularmente em pé. Classicamen- lhança de muitos termos. Além disso, tais alterações
te, esse fenômeno ocorre em pacientes com quadros podem associar-se com distúrbios fisiopatológicos,
de pericardite ou na presença de shunts direito-es- específicos e receber denominações especiais.
querdos. Nesta situação, pode vir acompanhada de Taquipnéia - É o aumento do número de incur-
ortodeoxia, ou seja, queda acentuada da saturação sões respiratórias na unidade de tempo (Figura 3). Em
arterial de oxigênio com a posição em pé. Platipnéia e condições fisiológicas de repouso, esse número, habi-
ortodeoxia são achados clássicos da síndrome hepato- tualmente, gira entre 12 e 20. A denominação taquip-
pulmonar, que se estabelece secundariamente à pre- néia, normalmente, implica também na redução da
sença de dilatações vasculares intrapulmonares. amplitude das incursões respiratórias (volume corren-
Trepopnéia - É a sensação de dispnéia, que te). Diversas condições podem cursar com taquipnéia,
surge ou piora em uma posição lateral, e desaparece tais como síndromes restritivas pulmonares (derrames
ou melhora com o decúbito lateral oposto. É uma quei- pleurais, doenças intersticiais, edema pulmonar), fe-
xa não específica, que pode surgir em qualquer doen- bre, ansiedade, etc.
ça, comprometendo um pulmão mais intensamente do Hiperpnéia - É um termo, geralmente, usado
que o outro. Exemplos dessa condição seriam a ocor- para designar a elevação da ventilação alveolar se-
rência de derrame pleural unilateral ou paralisia cundária, não apenas ao aumento da freqüência res-
diafragmática unilateral. piratória, como, também, ao aumento da amplitude dos
movimentos respiratórios. Pode estar presente em di-
5- RITMOS RESPIRATÓRIOS ferentes situações tais como acidose metabólica, fe-
bre, ansiedade, etc.
A observação atenta dos pacientes, durante o Bradipnéia - Designa a redução do número dos
exame físico do tórax, pode revelar a presença de al- movimentos respiratórios, geralmente abaixo de oito
Taquipnéia
Ritmo de Cantani
Dispnéia Suspirosa
Ritmo de Kussmaul
Ritmo de Biot
Ritmo de Cheyne-Stokes
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incursões por minuto. Pode surgir em inúmeras situa- que a acidose metabólica agrava-se, raramente pode
ções, tais como presença de lesões neurológicas, de- haver o surgimento do ritmo de Kussmaul, traduzi-
pressão dos centros respiratórios por drogas (opióides, do pela alternância seqüencial de apnéias inspirató-
diazepínicos), precedendo a parada respiratória em rias e expiratórias. (Figura 3)
casos de fadiga dos músculos respiratórios, etc. Ritmo de Biot - É o nome dado a um ritmo
Apnéia - É a interrupção dos movimentos res- respiratório totalmente irregular, no tocante à ampli-
piratórios por um período de tempo prolongado. As- tude das incursões respiratórias e à freqüência. (Fi-
sim, por exemplo, pacientes com diagnóstico de sín- gura 3) Aparece em pacientes com hipertensão intra-
drome da apnéia do sono podem permanecer sem res- craniana e lesões do sistema nervoso central.
pirar durante minutos, cursando com hipoxemia acen- Ritmo de Cheynes-Stockes - Caracteriza-
tuada e significantes riscos do surgimento de arritmias se pela alternância de períodos de apnéia, seguidos
cardíacas e morte. Evidentemente, indivíduos em por hiperpnéia crescente e decrescente, até a instala-
apnéia necessitam de suporte respiratório ou então ção de nova apnéia, e, assim, sucessivamente. (Figu-
progredirão para óbito. ra 3) Esse ritmo respiratório ocorre mais comumente
Dispnéia suspirosa - Consiste na presença em pacientes com insuficiência cardíaca, congestiva,
de inspirações profundas, esporádicas, em meio a um grave, podendo também estar presente em vigência
ritmo respiratório normal.(Figura 3) Costuma apare- de lesões do sistema nervoso central e hipertensão
cer em indivíduos com distúrbios psicológicos ou pela intracraniana. Nos casos de insuficiência cardíaca, sua
simples emoção. gênese é explicada pelo aumento do retardo circula-
Ritmo de Cantani - Caracteriza-se pelo au- tório dos pulmões para o cérebro. Nessa situação,
mento da amplitude dos movimentos respiratórios, de ocorre uma dissociação entre os valores de pH e
modo regular, secundariamente à presença de acidose PaCO2 no nível pulmonar e no nível dos quimiorre-
metabólica, encontrada, por exemplo, na cetoacidose ceptores centrais, levando ao surgimento da respira-
diabética ou insuficiência renal. (Figura 3) À medida ção periódica.
MARTINEZ JAB; PADUA AI & TERRA FILHO J. Dyspnea. Medicina, Ribeirão Preto 37: 199-207, july/dec.
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Dispnéia
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