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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

INSTITUTO DE FÍSICA E MATEMÁTICA


CURSO CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

Sistemas Discretos I
Prof. Aline Brum Loreto
****************************************************************************************

Estruturas Algébricas
As estruturas algébricas a serem estudadas são: Grupóides, Semigrupos, Monóides,
Grupos e Homomorfismos.

1. Operações Binárias
O termo operação (pequena) é sinônimo de função parcial.
Tipos de operações:
- operações binárias: cujo domínio é um conjunto resultante de um produto cartesiano;
- operações internas a um conjunto A, ou seja, cujo domínio e contradomínio são
definidos sobre A;
- operações fechadas, sou seja, total.

Definição – Operação Binária, Operação Interna, Operação Fechada


Sejam A, B e C conjuntos. Então:
a) Uma Operação Binária é uma função parcial do tipo:
⊕: A x B →C

b) Uma Operação Interna ao conjunto A é uma operação cujo domínio e contradomínio


são definidos em A (o próprio conjunto A ou o conjunto resultante do produto
cartesiano sobre A). Em particular, uma operação binária interna ao conjunto A é
uma operação do tipo:
⊕: A2→A

c) Uma Operação Fechada é uma operação total (ou seja, é uma função).

Exemplos: Operação
a) Divisão nos reais. A operação div:R2→R, definida como abaixo (suponha
<x,y> ∈ RxR), é uma operação binária interna a R:
div<x,y>=x/y

b) Quadrado nos naturais. A operação quadrado: N→N, definida como abaixo


(suponha n ∈ N), é uma operação interna e fechada:

1
quadrado<n> = n2
c) União. Seja A um conjunto qualquer. A operação ∪: P(A) x P(A)→P(A) é uma
operação binária interna e fechada.

2. Propriedades das Operações Binárias


As principais propriedades das operações binárias, internas e fechadas são:
• Comutativa;
• Associativa;
• Elemento neutro;
• Elemento inverso.

Definição – Comutativa, Associativa, Elemento Neutro, Elemento Inverso


Seja ⊕:A2→A uma operação binária, interna e fechada. A operação ⊕ satisfaz as
propriedades:
a) Comutativa: (∀a∈A)(∀b∈A)(a⊕b = b⊕a)
Se a ordem de operação dos operandos não é importante. Neste caso, afirma-se que a
operação é Comutativa;

b) Associativa: (∀a∈A)(∀b∈A)(∀c∈A) (a⊕(b⊕c) = (a⊕b)⊕c)


Se a precedência na aplicação do operador não é importante e, portanto, os parênteses
podem ser omitidos, ou seja, a⊕(b⊕c) ou (a⊕b)⊕c pode, e equivalentemente, ser
denotado sem parênteses: a⊕b⊕c. Neste caso, afirma-se que a operação é Associativa;

c) Elemento Neutro: (∃ e ∈A)(∀a∈A) (a ⊕ e = e ⊕ a = a)


Se existe um elemento neutro o qual, operado à direita (a ⊕ e) bem como à esquerda
(e ⊕ a), resulta sempre no outro operando. Neste caso, afirma-se que a operação
possui elemento neutro;

d) Elemento Inverso: (∀a∈A)(∃ a∈A)(a⊕a = a⊕a = e)


Se cada elemento tem elemento inverso. Neste caso, afirma-se que a operação tem
inverso.

Exemplos:
a) Propriedades da União. Seja A um conjunto. A operação de união
∪: P(A) x P(A)→P(A) satisfaz as propriedades comutativa, associativa e de elemento
neutro (conjunto vazio);

b) Propriedades da Adição.
b.1) A operação de adição nos naturais +:N2→N satisfaz as propriedades comutativa,
associativa e de elemento neutro (zero);

b.2) A operação de adição nos inteiros +:Z2→Z satisfaz as propriedades comutativa,


associativa, elemento neutro e elemento inverso. Pois, para qualquer inteiro n, basta
tomar –n como elemento inverso:
2
n + -n = -n + n =0

3. Grupóides, Semigrupos, Monóides, Grupos


Uma operação binária e interna ⊕:A2→A é um exemplo de álgebra e é usualmente denotada
como um par ordenado como segue:
<A,⊕>

Obs.: Como a operação ⊕ é interna, a álgebra é denominada de álgebra interna. Em uma


álgebra interna <A,⊕>, o conjunto A é denominado de conjunto suporte.

Tipos mais importantes de álgebras internas e correspondentes propriedades:


Tipo de Álgebra Interna Fechada Associativa Elemento Neutro Elemento Inverso
Grupóide X
Semigrupo X X
Monóide X X X
Grupo X X X X

Existe uma hierarquia entre esses tipos de álgebras, conforme esquema abaixo:

Universo de Todas as Álgebras Internas (uma operação)

Grupóides (fechada)

Semigrupos (fechada+associativa)

Monóides (fechada+associativa+neutro)

Grupos
(fechada+associativa+neutro+inverso)

Figura: Hierarquia das álgebras internas.

A figura acima, representa inclusões próprias, por exemplo:


- todo grupóide é uma álgebra interna, mas nem toda álgebra interna é um grupóide;
- todo grupo é um monóide (respectivamente, semigrupo, grupóide), mas nem todo monóide
(respectivamente, semigrupo, grupóide) é um grupo.

Definição – Grupóide, Semigrupo, Monóide, Grupo


Seja ⊕:A2→A uma operação (binária e interna). Então <A,⊕> é um:
a) Grupóide: se a operação for fechada;

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b) Semigrupo, se <A,⊕> é um grupóide e, adicionalmente, a operação ⊕:A2→A é
associativa;
c) Monóide, se <A,⊕> é um semigrupo e, adicionalmente, a operação ⊕:A2→A satisfaz a
propriedade de elemento neutro. Neste caso, com o objetivo de destacar o elemento
neutro, o monóide é denotado por <A,⊕, e>;

d) Grupo, se <A,⊕,e> é um monóide e, adicionalmente, a operação ⊕:A2→A satisfaz a


propriedade de elemento inverso.

Se a operação for comutativa, então o grupóide, semigrupo, monóide ou grupo é dito,


respectivamente:
• Grupóide Comutativo ou Grupóide Abeliano;
• Semigrupo Comutativo ou Semigrupo Abeliano;
• Monóide Comutativo ou Monóide Abeliano;
• Grupo Comutativo ou Grupo Abeliano.

Exemplo 1: Grupóide, Semigrupo, Monóide: Concatenação


Seja Σ um alfabeto não vazio. Considere a seguinte operação de concatenação:
conc:Σ* x Σ*→Σ*

a qual é fechada, associativa e possui elemento neutro (a palavra vazia ε). Portanto, a álgebra
interna <Σ*, conc> é simultaneamente grupóide, semigrupo e monóide.

Exemplo 2: Grupóide, Semigrupo, Monóide: União e Intersecção


Seja A um conjunto. Considere as seguintes operações de união e de intersecção,
respectivamente:
∪: P(A) x P(A)→P(A) e ∩: P(A) x P(A)→P(A)

as quais são fechadas, associativas, possuem elemento neutro (são, respectivamente, os


conjuntos ∅ e A) e comutativa. Logo, as seguintes álgebras internas são simultaneamente
grupóides abelianos, semigrupos abelianos e monóides abelianos:
<P(A),∪> e <P(A), ∩>.

Exemplo 3: Grupóide, Semigrupo, Monóide, Grupo: Adição e Multiplicação


Considerando as operações de adição e multiplicação, as seguintes álgebras internas são
simultaneamente grupóides abelianos, semigrupos abelianos e monóides abelianos:
<N, +> e <N, *>
<Z, +> e <Z, *>
<R, +> e <R, *>
Adicionalmente, são grupos abelianos as seguintes álgebras internas:
<Z, +>
<R, +>
<R-{0}, *>.

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4.Importantes Propriedades dos Monóides e Grupos
O seguinte teorema mostra que o elemento neutro em um monóide (e, consequentemente,
em um grupo) é único. De fato, o teorema, com a correspondente prova, é uma generalização
do seguinte resultado apresentado quando do estudo das Técnicas de Demonstração (prova
por absurdo):
0 é o único elemento neutro da adição em N.

Teorema – Elemento Neutro de um Monóide é Único


Seja <A,⊕, e> um monóide. Então e ∈A é o único elemento neutro do monóide.
Prova: (por absurdo)
Seja <A,⊕, e> um monóide. Suponha que e não é o único elemento neutro. Portanto, existe
um outro elemento neutro e ≠ e. Então:
• Como e é elemento neutro, para qualquer a ∈A, tem-se que a = e + a = a + e. Em
particular, para a = e, tem-se que:
e =e+e=e+e (1)

• Como e é elemento neutro, para qualquer a ∈A, tem-se que a = e + a = a + e. Em


particular, para a = e, tem-se que:
e =e+e=e+e (2)

• Portanto, pela transitividade da igualdade em (1) e (2), tem-se que e = e, o que é uma
contradição, pois foi suposto que e ≠ e.
Assim, é absurdo supor que o elemento neutro do monóide <A,⊕, e> não é único. Logo, o
elemento neutro de qualquer monóide é único.

O seguinte Teorema apresenta uma importante propriedade para os grupos, a qual generaliza a
intuição sobre operações como a adição nos reais (bem como nos inteiros ou racionais). Por
exemplo, sabe-se que, para a seguinte equação nos reais:
x+3=y+3

obtêm-se x = y. Essa propriedade é denominada cancelamento.

Teorema – Propriedade de Cancelamento dos Grupos


Seja <A,⊕> um grupo. Então a propriedade de cancelamento é satisfeita, ou seja,
simultaneamente:
a) Cancelamento à direita: (∀a ∈A)(∀x∈A) (∀y∈A)(x⊕a = y⊕a →x =y);
b) Cancelamento à esquerda: (∀a ∈A)(∀x∈A) (∀y∈A)(a⊕x = a⊕y →x =y).

Prova:
Suponha <A,⊕, e> um grupo. Para quaisquer a ∈A, x∈A e y∈A, vale:
a) Cancelamento à direita. Suponha que x⊕a = y⊕a. Então:
x= elemento neutro

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x⊕e= elemento inverso
x ⊕(a⊕a)= associatividade
(x⊕a)⊕a = hipótese
(y⊕a)⊕a = associatividade
y⊕(a⊕a) = elemento inverso
y⊕e = elemento neutro
y
Portanto, x=y.

b) Cancelamento à esquerda. A prova é análoga.


Logo, a propriedade de cancelamento é satisfeita.

Teorema – Elemento Inverso em um Grupo é Único


Seja <A,⊕> um grupo. Então, para qualquer a∈A, o elemento inverso de a é único.

Exemplo: Em cada álgebra interna abaixo, considere a operação ⊕ sobre E, verifique se é


Grupóide, Semigrupo, Monóide, Grupo:
a) E=Z e x⊕y = xy+2x
b) E=R e x⊕y= x+y

Tábua de uma Operação


Construção: Seja A = {a1, a2, ..., an} (n ≥1) um conjunto com n elementos. Cada operação
sobre A é uma função (ou aplicação) f: A x A→ A que associa a cada par (ai, aj) o elemento
ai ⊕ aj = aij.
Exemplos:
1) Tábua da operação de multiplicação sobre A = {-1, 0, 1}:

* -1 0 1
-1 1 0 -1
0 0 0 0
1 -1 0 1

2) Tábua da operação mdc sobre E = {1, 3, 5, 15}, isto é, f(x, y) = mdc(x,y):


mdc 1 3 5 15
1 1 1 1 1
3 1 3 1 3
5 1 1 5 5

15 1 3 5 15

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Propriedades:
Vejamos como se pode estudar as propriedades de uma operação ⊕ sobre
A = {a1, a2, ..., an}, quando * é dada por meio de uma tábua.

a) Associativa: é aquela cuja verificação exige maior trabalho. Calculam-se todos os


compostos do tipo ai ⊕ (aj ⊕ ak) com i, j, k ∈ {1, 2, ..., n}; calculam-se todos os
compostos do tipo (ai ⊕ aj)⊕ ak, com i, j, k ∈ {1, 2, ..., n}.

b) Comutativa: chamamos de diagonal principal da tábua de uma operação o conjunto


formado pelos compostos a11, a22, a33, ..., ann. Sabemos que uma operação ⊕ é
comutativa se: ai ⊕ aj = aj ⊕ ai, isto é, se aij = aji para quaisquer i, j=1, 2, 3, ..., n.
Mas aij e aji ocupam posições simétricas relativamente à diagonal principal; portanto
uma operação ⊕ é comutativa desde que sua tábua seja simétrica em relação à
diagonal principal, isto é, compostos colocados simetricamente em relação à diagonal
são iguais.

c) Elemento Neutro: uma operação ⊕ tem elemento neutro desde que exista um elemento
cuja linha e coluna são respectivamente iguais à linha e coluna fundamentais.

d) Elementos simetrizáveis: um elemento ai é simetrizável quando o neutro figura ao


menos uma vez na linha i e na coluna j da tábua, ocupando posições simétricas em
relação à diagonal principal.

Exemplos: A partir de cada tábua abaixo, verifique se ⊕ é associativa, comutativa, se existe


neutro e que elementos são simetrizáveis. Identifique se são Grupóide, Semigrupo, Monóide,
Grupo.
a) A={a, b, c, d} b) A={a, b, c, d}

⊕ a b c d ⊕ a b c d
a c d a b a c a d b
b d c b a b a b c d
c a b c d c b c d a
d b a d c d d d a c

5.Homomorfismos

O termo morfismo é usado genericamente para representar alguma forma de


mapeamento (relação, função, etc.) entre duas estruturas similares, o qual, quando prefixado
por homo, destaca que o morfismo em questão preserva a estrutura.
Um homomorfismo de álgebras é constituído por funções (no caso de álgebras
pequenas) que mapeiam álgebras de um mesmo tipo, preservando as suas estruturas. A seguir,
veremos como as estruturas de grupóides, semigrupos, monóides e grupos (abelianos ou não)
são preservadas por homomorfismos.

Observação: Monomorfismo, Epimorfismo e Isomorfismo de Álgebras

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O conceito de isomorfismo, baseado na existência de um morfismo inverso, pode ser
estendido para as estruturas algébricas em geral.
Duas estruturas algébricas são ditas isomorfas se existe um isomorfismo entre tais estruturas.
Nesse caso, as estruturas são consideradas basicamente a mesma, ou seja, iguais a menos de
isomorfismo e, obrigatoriamente, possuem as mesmas propriedades.

5.1Homomorfismo de Grupóides e de Semigrupos

Um homomorfismo de grupóides é constituído por uma função entre os conjuntos


suportes tal que preserva a operação no seguinte sentido:

a imagem do resultado da operação dos operandos no grupóide origem é igual ao resultado


da operação da imagem dos operandos no grupóide destino.

homomorfismo

<A,⊕>
a1 b1 <B,⊕>
a2 b2
a3=a1⊕a2 b3=b1⊕b2

Figura: Homomorfismo de grupóides preserva a operação.

Um homomorfismo de semigrupos é como um homomorfismo de grupóides, no sentido em


que basta preservar a operação.

Definição – Homomorfismo de Grupóides


Sejam <A,⊕> e <B,⊗> dois grupóides. Um homomorfismo de Grupóides:
h: <A,⊕>→ <B, ⊗>
é uma função entre os conjuntos suportes h:A→B tal que:
(∀a1∈A)(∀a2∈A)(h<a1⊕a2>=h<a1> ⊗ h<a2>).

A notação h: <A,⊕>→ <B, ⊗> destaca o fato de que se trata de um morfismo entre álgebras.
Alguns homomorfismos de grupóides são óbvios, por exemplo:
- identidade;
- inclusão.

Exemplo: Homomorfismo de Grupóides: Identidade, Inclusão


Sejam <A,⊕> , <N, +> e <Z,+> grupóides. Então:
a) Identidade. A função identidade idA:A→A induz o homomorfismo identidade de
grupóides:
id<A,⊕>:<A,⊕>→<A,⊕>

b) Inclusão. A função inclusão incN,Z:N→Z induz o homomorfismo inclusão de


grupóides:
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inc<N, +>,<Z, +>:<N,+>→<Z,+>.

Obs.: Homomorfismo de Grupóides: Na Identidade e Inclusão, os morfismos apresentados


consideram sempre a mesma operação.
Os termos identidade e inclusão consideram toda a estrutura do grupóide, e não apenas o
conjunto suporte.

Exemplo a seguir, ilustra um caso em que, ao ser considerado apenas o conjunto suporte, a
função identidade induz um morfismo o qual não é um homomorfismo de grupóides.

Exemplo: Morfismo Não-Homomorfismo de Grupóides


Seja A um conjunto. Considere os grupóides <P(A),∪>, <P(A),∩> e a função identidade
idP(A):P(A)→P(A). O seguinte morfismo induzido pela função idP(A) não é, em geral, um
homomorfismo de grupóides:

idP(A): <P(A),∪>→ <P(A),∩>.

Considere, por exemplo, A={a,b}, sendo que P(A)={∅,{a}, {b}, {a,b}}. Em particular

idP(A)<{a}∪{b}> = idP(A)<{a,b}> = {a,b}

o que é diferente de:

idP(A)<{a}∪{b}> = idP(A)<{a}> ∩ idP(A)<{b}> = {a} ∩ {b} = ∅

e, portanto, idP(A): <P(A),∪>→ <P(A),∩> não preserva a operação. Logo, não é


homomorfismo de grupóides.

Exemplo: Homomorfismo de Grupóides: Concatenação


Sejam Σ1={a,b,c} e Σ2={r,s} alfabetos. Considere os grupóides <Σ1*, conc1> e <Σ2*, conc2>.
Então:
A função f:Σ1→Σ2 tal que (função entre alfabetos):
f<a> = r
f<b> = r
f<c> = s
induz o seguinte homomorfismo de grupóides (mapeia palavras):
f*:<Σ1*, conc1> → <Σ2*, conc2>
o qual é indutivamente definido como segue:
f*<ε> = ε
para qualquer símbolo x ∈ Σ1, vale f*<x> = w
se x ∈ Σ1 e w ∈ Σ1*, então f*<xw> = f<x> f*<w>.

Por exemplo:
f*<abc> =
9
f<a> f*<bc> =
f<a> f<b> f*<c> =
f<a> f<b> f<c> f*<ε> =
r r s ε = r r s.

Definição – Isomorfismo de Grupóides


Um homomorfismo de grupóides h: <A,⊕>→ <B, ⊗> é dito um Isomorfismo de Grupóides se
e somente se h possui um homomorfismo de grupóides inverso, ou seja, se existe um
homomorfismo de grupóides g: <B, ⊗>→<A,⊕> tal que:

g ° h = id<A,⊕> e h ° g = id<B,⊕>

Exemplo: Isomorfismo de Grupóides


Seja Σ={a} um alfabeto. Considere os grupóides <Σ*,conc> e <N,+>. Seja:
h: Σ → N

uma função tal que h<a> = 1. Então h:Σ→N induz o homomorfismo de grupóides:

h*:<Σ*,conc> → <N,+>
definido indutivamente como segue:
h*<ε> = 0
h*<a> = h<a>
se w ∈Σ*, então h*<aw> = h<a> + h*<w>.

O homomorfismo apresentado mapeia cada palavra no seu correspondente tamanho (número


de símbolos). Por exemplo:
h*<aaa> =
h<a> + h*<aa> =
h<a> + h<a> + h*<a> =
h<a> + h<a> + h<a>+h*<ε> =
1 + 1 + 1 + 0 = 3.

Definição – Homomorfismo de Semigrupos


Sejam <A,⊕> e <B, ⊗> dois semigrupos. Um homomorfismo de Semigrupos:

h: <A,⊕>→ <B, ⊗>


é um homomorfismo de grupóides h: <A,⊕>→ <B, ⊗>.
Um homomorfismo de semigrupos h: <A,⊕>→ <B, ⊗> é dito um isomorfismo de semigrupos
se e somente se h possui um homomorfismo de semigrupos inverso.

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Homomorfismo de Monóides
Em se tratando de mapeamento de monóides, preservar a operação, não necessariamente
implica preservar o elemento neutro. Assim, um homomorfismo de monóides é uma função
entre os conjuntos suportes tal que, simultaneamente
- preserva a operação (como um homomorfismo de grupóides/semigrupos)
- preserva o elemento neutro.

Definição – Homomorfismo de Monóides


Sejam <A,⊕, eA> e <B, ⊗, eB> dois monóides. Um Homomorfismo de Monóides:

h:<A,⊕, eA> → <B, ⊗, eB>

é um homomorfismo de semigrupos (ou de grupóides) h: <A,⊕>→ <B, ⊗> tal que preserva o
elemento neutro, ou seja:

h<eA> = eB.

Analogamente aos grupóides (ou semigrupos), um homomorfismo de monóides é um


isomorfismo de monóides se e somente se possuir um homomorfismo de monóides inverso.

Exemplo: Homomorfismo: Identidade, Inclusão


Sejam <A,⊕,e> , <N, +,0> e <Z,+,0> monóides. Então:
a) Identidade. A função identidade idA: A→A induz o homomorfismo identidade de
monóides:
id<A,⊕,e>:<A,⊕,e>→<A,⊕,e>.
O endomorfismo id<A,⊕,e> é um isomorfismo de monóides.

b) Inclusão. A função inclusão incN, Z: N→Z induz o homomorfismo inclusão de


monóides abelianos:

inc<N, +,0>,<Z, +,0>:<N,+,0>→<Z,+,0>.

Exemplo: Homomorfismo: União


Sejam A ={a,b} e B ={x, y, z} conjuntos. Considere os monóides abelianos <P(A), ∪,∅> e
<P(B),∪,∅>, bem como o morfismo:

h: <P(A), ∪,∅>→<P(B),∪,∅>
tal que:
h<∅> = ∅
h<{a}> = {x,y}
h<{b}> = {y,z}
h<{a,b}> = {x,y,z}.

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Então, h é um homomorfismo de monóides. De fato, além de preservar o elemento neutro,
preserva a operação.
Para exemplificar a preservação da operação, considere o seguinte:
h<{a}∪{b}> = h<{a,b}> = {x,y,z} = {x,y} ∪ {y,z} = h<{a}> ∪ h<{b}>
e portanto, h<{a}∪{b}> = h<{a}> ∪ h<{b}>.

Homomorfismo de Grupos
 Um homomorfismo de grupos é como um homomorfismo de grupóides, no sentido em
que basta preservar a operação.

 Em se tratando de grupos, ao preservar a operação, automaticamente, preserva-se o


elemento neutro e o elemento inverso. Como a composição de homomorfismos de
grupóides é um homomorfismo de grupóides, a composição de homomorfismos de
grupos é um homomorfismo de grupos.

 Um homomorfismo de grupos é um isomorfismo de grupos se e somente se possuir um


homomorfismo de grupos inverso.

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