You are on page 1of 27

UFRRJ

DECANATO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


INSTITUTO DE AGRONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO AGRÍCOLA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO PEDAGÓGICO

CLAUDIA BOCCHESE DE LIMA


Aluna da Turma 1/2009

PROFESSORA SANDRA SANCHEZ

SANTA INÊS – BA
AGOSTO DE 2010
Sumário

1. Introdução............................................................................................................................4
2. Objetivos..............................................................................................................................5
3. A Instituição.........................................................................................................................5
4. Setores Visitados.....................................................................................................................7
4.1 Museu....................................................................................................................................7
4.2 Biblioteca..............................................................................................................................8
4.3 CGAE – Coordenação Geral de Assistência ao Educando...................................................8
4.4 Núcleos de Agricultura (NA) e de Zootecnia (NZ)............................................................10
4.5 Setor de Almoxarifado........................................................................................................12
4.6 Direção................................................................................................................................13
4.7 CIEC – Coordenação de Integração Escola – Empresa - Comunidade..............................13
4.8 SEAD..................................................................................................................................15
4.8.1 Educ.................................................................................................................................17
4.9 Supervisão e Orientação.....................................................................................................17
4.10 CGRH...............................................................................................................................18
4.11 Laboratório de Química....................................................................................................18
4.12 Núcleo de Informática.......................................................................................................19
4.13 Setor de Administração.....................................................................................................21
4.14 Secretaria...........................................................................................................................22
5. Entrevistas com Estudantes...................................................................................................23
6. Aspectos positivos e negativos observados...........................................................................23
7. Conclusão..............................................................................................................................25
9. Referências Bibliográficas....................................................................................................26
ANEXOS..................................................................................................................................27
Lista de Figuras

Figura 1 – Localização do IF Sudeste de Minas Gerais 5


Figura 2 – Fachada do Campus Barbacena 6
Figura 3 – Esqueleto de maçado - Museu 8
Figura 4 – Prédio da Biblitoeca Dr. Roberval Cardoso 8
Figura 5 - Horta 11
Figura 6 – Estufa de bromélias 11
Figura 7 – Construção com eucaliptos 12
Figura 8 – Marcelo em sua sessão de equoterapia 12
Figura 9 – Coral de Rio Pomba – Mostra de Artes 14
Figura 10 – Laboratório de Redes 21
Figura 11 – Laboratório de Manutenção 21

Lista de Quadros e Tabelas

Tabela 1 – Cursos do Campus de Barbacena 22

Quadro Resumo do Campus de Barbacena 25


1. Introdução

No presente documento constam registradas as atividades desenvolvidas e


observações feitas no decorrer do Estágio Pedagógico, em consonância com o estabelecido
pelo regimento interno do Programa de Pós-graduação em Educação Agrícola (PPGEA), em
seu artigo 13.
As páginas a seguir contém informações sobre o Campus, coletadas nos Setores, e
também opiniões da estagiária sobre as situações vivenciadas.
Neste período em que passamos no Campus, tivemos uma ótima acolhida,
conversamos com servidores, alunos e estagiários e tivemos acesso a quase todos os
ambientes da Instituição.
As 80h estabelecidas para o Estágio foram ultrapassadas, pois buscamos participar
efetivamente da vida no Campus, prestigiando eventos, como a Semana de Artes e o Encontro
Regional de Núcleos de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais, além das visitas aos
setores e observações em sala de aula e laboratório.
2. Objetivos

 Conhecer a realidade de outro Instituto Federal, uma instituição com 100 anos de
experiência, que também foi Escola Agrotécnica, e hoje é Instituto Federal;
 Estabelecer um contato mais estreito entre servidores que atuam em realidades
diferentes, e deste modo trocar experiências;
 Refletir sobre nossa atuação no ambiente escolar onde estamos inseridos, a partir
da visão de um modo de trabalho diferente do nosso;
 Estabelecer uma análise entre a realidade que vimos e a que vivemos, de modo a
permitir a inserção de novas técnicas, formatos e modos de trabalho no local
onde atuamos.

3. A Instituição

O Instituto Federal do Sudeste Mineiro, um dos cinco Institutos Federais do Estado


de Minas Gerais, é composto pelos campi de Juiz de Fora, onde também está localizada a
Reitoria, o Campus de Muriaé, o Campus de Rio Pomba, o Campus de Barbacena, local de
realização deste estágio, e dois campi avançados, Santos Dumont e São João Del Rei.

Figura 1: Localização do IF Sudeste de Minas Gerais

O Campus de Barbacena está localizado na região próxima ao Quadrilátero Ferrífero,


no alto da Serra da Mantiqueira, a 1.164 m de altitude, distante 160 km da capital, Belo
Horizonte. Localizado na zona urbana da cidade, numa área de 479 ha, sendo que destes, 120
ha são de mata nativa.
O Instituto impressiona o visitante, que avista o prédio imponente, com sua torre
característica no alto de uma colina. Sua construção foi iniciada logo após a criação do
Aprendizado Agrícola de Barbacena, pelo Presidente Nilo Peçanha (Decreto nº 8.358 de 9 de
novembro de 1910) e foi projetada pelo arquiteto-paisagista belga Arséne Puttemans,
seguindo linhas de estilo normando. A fachada original sofreu algumas modificações em
relação ao projeto original em 1933, devido ao desgaste natural, especialmente de
componentes de madeira e janelas, sem que no entanto, essas mudanças comprometessem o
estilo original, que por sinal é muito bem preservado, fato que pode ser observado pelas
janelas, pisos, mobiliário, acervo documental e material.

Figura 2: Fachada do Campus Barbacena. (GDRocha)

Sito à Rua Monsenhor José Augusto nº 204, no Bairro São José, o Campus está
próximo de outra importante instituição de ensino, a Escola Preparatória de Cadetes do Ar –
EPCAR, ligada ao Ministério da Aeronáutica. O antigo Aprendizado Agrícola e a EPCAR
tiveram início de suas atividades em 1913. As atividades no Campus iniciam às 7h e encerram
às 22h. As aulas do período da manhã vão das 7h às 11h, à tarde das 13h às 17h e à noite das
19h às 22h.
Em nossas visitas aos setores, muito ouvimos falar sobre o Professor Diaulas Abreu,
e decidimos conhecer melhor essa figura tão querida no Campus.
A relação de Diaulas Abreu com a antiga Escola começou antes mesmo de sua
construção, com a venda de uma fazenda de propriedade de sua família, que serviria para
construção do futuro Aprendizado.
Nomeado seu primeiro Diretor, e pelos próximos 45 anos, Diaulas Abreu, segundo os
registros históricos, era muito exigente. Formado em Direito, nunca exerceu sua profissão de
formação, mas era um apaixonado pelo cultivo da terra, e além de Diretor foi também
professor em disciplinas agrárias. Na concepção pedagógica de Diaulas, o aluno deveria saber
executar todos os trabalhos dentro da Escola, com escalas bem estruturadas, que além das
atividades no campo, possibilitassem que o estudante também participasse das oficinas de
couro, ferro, madeira, indústrias rurais, topografia e práticas de construções rurais, de tal
modo a adquirir um cabedal técnico, que fosse capaz de executar qualquer trabalho no
exercício de sua profissão (SAVASSI, 1988, p. 56).
Os registros afirmam que a Escola era a vida de Diaulas Abreu, participando de tudo
o que nela se fizesse. Em sua homenagem, lhe foi concedida uma comenda da Ordem do
Mérito, e a Escola passou a levar seu nome. Diaulas foi Diretor da Escola até 22/07/1955, data
de sua aposentadoria compulsória.
Dentre as mudanças pedagógicas, físicas e administrativas, as ocorridas no nome da
Instituição refletem um pouco as concepções nacionais vigentes, sendo elas:
1910 – Aprendizado Agrícola de Barbacena
1933 – Escola Agrícola de Barbacena
1947 – Escola Agrotécnica de Barbacena
1955 – Escola Agrotécnica “Diaulas Abreu”
2008 – Instituto Federal do Sudeste Mineiro – Campus Barbacena

4. Setores Visitados

4.1 Museu
O Museu está presente no Campus desde o início da criação da Escola, em 1913.
Diaulas Abreu importou muitos materiais didáticos, vindos da França e Itália, são estátuas
representativas de raças de animais e arcadas dentárias confeccionadas em gesso, amostras
minerais, coleção de conchas e caramujos, instrumentos antigos de laboratórios de química,
física e agrimensura, além de espécies vegetais e animais (arraia, macaco, baiacu, morcego).
No museu trabalha uma servidora, Leila, que conta com a ajuda de dois estagiários.
4.2 Biblioteca
A Biblioteca Dr. Roberval Cardoso possui um acervo de aproximadamente 14.000
títulos, com alguns exemplares raros. Há ainda uma sala de pesquisa com computadores, sala
de estudos, sala de restauração e sala de catalogação.
Os empréstimos são feitos aos estudantes com carteirinha, que além da apresentação
da mesma, digitam sua senha pessoal para a retirada de livros. Atendem neste Setor 7
servidores e 6 estagiários, no horário das 7h às 22h, de sexta à sábado.

Figura 3: Esqueleto de macaco – Museu Figura 4: Prédio da Biblioteca Dr. Roberval Cardoso

4.3 CGAE – Coordenação Geral de Assistência ao Educando


O Professor Paulo Henrique nos recebeu nesta Coordenação, nos fornecendo as
informações que precisávamos. Trabalham na Sala da Coordenação do CGAE 7 servidores e
um estagiário. O Professor explicou que a ação da Coordenação é ampla no Campus, com
diversos setores envolvidos, abrangendo:
 o Alojamento Masculino, com 114 estudantes alojados. Os internos ficam sob
supervisão de dois funcionários, que também realizam o controle via câmeras de
vídeo. Conversando com um desses funcionários, o Tico-Tico, ficamos sabendo que os
estudantes não levam suas botas de trabalho no campo para o quarto. Achei essa
medida higiênica, e acredito que isso venha sendo praticado desde os tempos em que
Diaulas Abreu era Diretor. Cada aluno deposita sua bota numa sala própria para isso,
antes de subir para os quartos, e a chave fica com o funcionário.
 o Refeitório, composto pela Cozinha e a Panificação, onde são servidos em torno de
400 almoços diariamente, preparados por 13 servidores, entre efetivos e contratados.
O refeitório serve café da manhã e jantar para os internos. Há a cobrança de R$ 2,00
pelo almoço e R$ 1,00 para o jantar, exceto para estudantes bolsistas. Do café da
manhã participam apenas os estudantes alojados. Duas vezes ao dia, às 9 e às 15h é
servido lanche aos servidores em seus setores, como também aos estudantes de
Agropecuária e Agroindústria que estejam em aulas práticas nesses horários. A
produção dos Núcleos de Agricultura e Zootecnia garante ao refeitório suficiência de
verduras, leite e carne, sendo adquiridos os demais alimentos através de
pregão/licitação. Como forma de redução de custos, o Campus irá substituir os copos
de vidro por copos produzidos em material plástico, em conformidade com os atuais
critérios de redução de impactos ambientais. Durante o almoço um estudante é
encarregado de observar se há desperdício de alimentos, e caso essa situação seja
percebida, o estudante tem autorização para chamar a atenção do colega. Os horários
de atendimento são das 6h30min até 6h50min para o café, das 11h20min às 12h25min
para o almoço e das 17h40min às 18h05min para o jantar;
 as áreas desportivas, agendadas previamente na CGAE, que também realiza o
empréstimo dos materiais esportivos;
 os treinos extra-classe: o professor nos informou de que o time de futsal do Campus
foi Campeão Brasileiro nos últimos jogos estudantis, ocorridos em junho, em Brasília.
Os treinos extra-classe são coordenados pela CGAE, com um professor de Educação
Física responsável por cada modalidade;
 o empréstimo de retroprojetores, projetores multimídia, notebooks, módulos de
amplificação sonora e o fornecimento de pincéis de quadro branco para os professores;
 o gerenciamento dos horários da Piscina Térmica, onde são desenvolvidos projetos em
convênio com o Campus, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos)
e os Correios, atendendo 500 crianças carentes, que fazem aulas de natação duas vezes
por semana. Além desse projeto, a Piscina também é utilizada por pessoas da
comunidade, com pagamento de mensalidades, para aulas de hidroginástica e natação,
ministradas por professores contratados pela FAPE – Fundação Diaulas Abreu, e
ainda, aos sábados pelos estudantes do Campus que dispõe do horário das 13 às 16h
para a prática livre de natação. O Professor Henrique mencionou o início do Curso de
Licenciatura em Educação Física, previsto para o ano de 2011, levará o Campus a
rever o uso da Piscina, em função de que pedagogicamente esse espaço será usado
com maior intensidade;
 a observância às normas disciplinares e aos regimentos do Instituto, inclusive com
advertências e punições em casos de descumprimento;
 pessoalmente o professor Henrique é orientador do Grêmio Estudantil, que possui um
espaço próprio, no andar inferior do refeitório, oferecendo aos estudantes mesa de
pebolim, sinuca e tênis de mesa);
 os setores da área de enfermagem e odontologia. Visitamos este Setor, atendido por 3
enfermeiras e 2 odontólogas, que atendem toda a comunidade interna. O atendimento
de enfermagem é ambulatorial, não sendo administrados medicamentos. Em casos
graves os pacientes são encaminhados ao Hospital da cidade. Estagiários do curso de
Enfermagem eventualmente fazem seus estágios no Setor. No prédio da Área de Saúde
também são realizadas, em sala própria, aulas práticas dos estudantes desse curso.
 a contratação e gestão de servidores terceirizados também ocorre a cargo da CGAE,
atualmente são 73 funcionários trabalhando no Campus, nos diversos setores.

4.4 Núcleos de Agricultura (NA) e de Zootecnia (NZ)

A convite do colega de mestrado, professor José Alcir, fomos visitar os Núcleos de


Agricultura e de Zootecnia. Como o local é distante uns 4 km do prédio principal, aguardamos
a carona do motorista encarregado de levar o lanche para os estudantes no período da manhã,
Sr. Silvio.
No caminho para o local, o motorista foi nos mostrando os pomares de limões,
laranjas, peras, uvas e rosas. Na chegada, fomos conhecer uma horta de cultivo de ervilhas,
feita por estudantes da Empretec Jr. Também visitamos uma estufa para produção de mudas
de bromélias de duas espécies encontradas no Campus. Os estudantes utilizaram como
bandejas as proteções de isopor que vem nas caixas de monitores de LCD, que normalmente
vão para o lixo. Alguns experimentos já brotaram, sendo possível estabelecer uma análise
sobre o tipo de solo cultivado, retenção da umidade e o grau de germinação das sementes.
Em seguida fomos até a horta, onde são cultivados a couve-flor, o repolho, o alface,
o espinafre, o repolho roxo, a mostarda, algumas, das 20 olerícolas cultivadas no Campus. O
professor nos explicou que naquela área as olerícolas são cultivadas até o mês de novembro,
pois depois desse período iniciam as chuvas, deixando o terreno encharcado, impróprio para o
plantio. Diferenciou o emprego da palavra olerícola, que refere-se ao cultivo exclusivamente
de hortaliças, enquanto que horticultura é mais ampla, abrangendo, além das olerícolas, inclui
também o cultivo de frutas, árvores, flores e o paisagismo.

Figura 5: Horta Figura 6: Estufa de bromélias

O professor nos mostrou mais adiante uma horta feita em terraços, que desde os
tempos de Diaulas Abreu é uma prática adotada no Campus. Essa forma de cultivo, muito
comum entre os povos maias é usada como alternativa para os períodos de grande
precipitação. Chegando no local em que as plantas são lavadas antes de serem transportadas
para o refeitório ou o posto de vendas, encontramos com um funcionário, que durante 4 anos
cultivou um horta orgânica, e atualmente essa área está destinada a outros projetos.
Percebemos um ar de decepção e impotência no rosto desse servidor que trabalha no Campus
há 20 anos. Pela propriedade do Campus passa um rio, que abastece açudes, de onde é retirada
a água para os projetos de piscicultura e irrigação. O abastecimento da água para consumo nos
demais setores é feita através de poços artesianos e pela companhia estadual de
abastecimento.
Avistamos uma área de eucaliptos, muito utilizados para construções no Campus,
como pudemos observar na ida para o setor de Equideocultura. Neste Setor, num projeto
encabeçado pelo Professor Jorge Baumgratz, em parceria com a APAE (Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais) e com o Instituto Maria do Rosário desenvolve acontecem as ações
do Centro Equoterápico do IF Barbacena. Ali, uma equipe multidisciplinar formada por
fonoaudiólogo, pedagogo, psicóloga, terapeuta ocupacional, equitador, técnicos agrícolas e
fisioterapeutas realiza sessões de terapia utilizando-se de cavalos. Fomos avisados que fotos
de pacientes seriam permitidas, mediante autorização dos pais, e após solicitarmos permissão
ao pai do Marcelo, fotografamos esta criança durante sua sessão de equoterapia

Figura 7: Construção com eucaliptos Figura 8: Marcelo em sua sessão de equoterapia

Para realização do projeto, o Campus cede suas instalações, cavalos e alguns


servidores, enquanto que os profissionais, vinculados às instituições parceiras, desempenham
suas atividades. Os pacientes não pagam pelas sessões. Na sala em anexo há um consultório
com uma maca e alguns instrumentos onde os pacientes são avaliados.
Visitamos em seguida o Núcleo de Zootecnia, com seus rebanhos de búfalos, bois,
cavalos, ovelhas e cabras. Não estivemos no local, mas fomos informados de que também há
criação de suínos e frangos e um local próprio para criação de alevinos. Na área destinada aos
açudes, o professor nos mostrou a rede central de fornecimento de água, em que os tanques
são abastecidos individualmente, sem a passagem da água de um açude para outro, assim
como a saída da água do tanque, que também é individual.
O setor está passando por reformas de ambientes, como o fenil, que recentemente foi
recebeu piso novo, pintura e mesas para refeições dos funcionários e o silo, que se tornará
auditório.

4.5 Setor de Almoxarifado


O servidor “Alemão” nos foi apresentado pelo Professor Paulo Henrique, e
prontamente nos mostrou as salas do Almoxarifado. São muitos itens, que vão desde materiais
para construção, para escritório, alimentos e material de limpeza. Alemão foi o responsável
por organizar o setor do Almoxarifado, onde trabalha há 14 anos.
4.6 Direção
Nossa conversa com o Diretor ocorreu no seu Gabinete, localizado no segundo piso
do prédio central, abaixo da Sala da Saudade. O acesso à sala se dá por escadarias cobertas
por um tapete vermelho. O local é amplo, com móveis antigos compondo a decoração.
Conversamos sobre os desafios para o Campus neste novo cenário de Instituto, e na opinião
do Professor José Roberto Ribeiro Lima, ou Zé Roberto, como é conhecido as novas relações
entre as instituições que formam o Instituto é que precisam ser trabalhadas, pois se
anteriormente as Escolas e Uneds tinham sua autonomia, agora precisam ser geridas juntas,
tanto no aspecto didático como no administrativo. Também internamente precisam ser
trabalhadas as consciências, que devem estar preparadas para os avanços. Citou o exemplo da
criação da Superuniversidade, formada por Universidades de Juiz de Fora, São João Del Rei,
Viçosa, Lavras, Alfenas e Itajubá, que será a maior universidade do país. A universidade vê os
institutos como seus concorrentes, e está articulando novas formas de relacionar-se e de
conduzir o ensino, como por exemplo os 70% de matriz de base comum entre os campi que
farão parte da Superuniversidade. Falou sobre o plano de metas, que até 2016 o Campus
deverá atingir os 3000 alunos. O professor falou da necessidade de contratação de uma
empresa para organização do arquivo geral do Campus, pois são muitos os documentos que
precisam ser catalogados e preservados.

4.7 CIEC – Coordenação de Integração Escola – Empresa - Comunidade


Este foi o primeiro Setor que conhecemos no Campus, através de sua Coordenadora
a servidora Aparecida, que atendente alunos, professores, público externo e empresas nas
diversas atividades desenvolvidas naquela Coordenação. Além de administrar os convênios de
estágios com empresas da cidade e região, a Coordenação divulga vagas de emprego e
oportunidades de estágio no site do Campus, e também mantém um banco de currículos,
deixados pelos estudantes egressos. As empresas parceiras são das mais diversas áreas, pois
há uma variedade de cursos ofertados pela Instituição. O controle dos egressos e outras
informações de responsabilidade do Pesquisador Institucional para o INEP/ MEC é feito pela
Secretaria.
Além disso, o Setor participa efetivamente dos eventos promovidos interna e
externamente, como a Festa das Rosas, em que há a participação efetiva dos estudantes do
Curso de Turismo, desde o planejamento até a execução. Na Exposição Agropecuária os
estudantes montam uma fazendinha, de modo a expor as atividades e projetos desenvolvidos
no Campus. No Dia do Voluntariado Jovem, promovido pelo SESI/SENAC estudantes
realizaram atividades
teatrais numa comunidade
carente, escolhida como
local de ação, no ano de
2008, e em 2009 as ações
foram numa Escola, onde
os estudantes
demonstraram como fazer
sabão com óleo reciclado.

Figura 9: Coral de Rio Pomba - Mostra de Artes

Conversamos sobre o A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública), um


programa do Ministério do Meio Ambiente, iniciado em 1999, que objetiva a sustentabilidade,
fazendo com que as instituições repensem seus hábitos e reduzam seus padrões de consumo.
Como ação efetiva, o Campus realiza campanhas para redução de papel ofício, uso
dos dois lados do papel na copiadora e impressora, uso de copos de vidro no refeitório,
separação do lixo, colocação de lixeiras seletivas em todas as salas. Todo o material recolhido
é separado e armazenado em local próprio no Campus, chamado de Galpão, de onde será
recolhido por uma Associação de Catadores. Como forma de conscientização, era apresentada
no Campus uma peça teatral (hoje ex-alunos). Neste ano será realizada uma Gincana
Ecológica, com data de início em 17/08 e término no final do ano letivo. O setor está à frente
da organização de eventos, nesta semana de estágio presenciamos a Mostra de Artes, que
contou com a organização e divulgação da CIEC, onde assistimos a peças de teatro (O auto da
barca do inferno e Quiprocó), apresentação da banda marcial da Polícia Militar, apresentação
do Coral Vozes de Pombas e Músicos resgatando o ritmo maracatu. Visitamos 4 salas de artes,
com pintura, desenho, literatura e fotografias.
Também, durante a semana de realização do estágio, aconteceu o Seminário Regional
Sudeste de Educação Profissional Científica e Tecnológica Inclusiva, com a presença do
Coordenador do programa do MEC TECNEP1 para educação profissional inclusiva,
organizado pelo setor da CIEC e pelo NAPNE (Núcleo de apoio às pessoas com necessidades
educacionais especiais). Assistimos ao evento de abertura e do encerramento, com
apresentações artísticas de portadores de necessidades especiais, como o Basquete sobre
Rodas, depoimento da preparadora física da seleção brasileira de futebol sentado e
depoimento do campeão mineiro de MotoCross free style, Panda.
O Coordenador do Tecnep no Mec, Professor Franclin Nascimento falou sobre os
selos de acessibilidade que as Instituições receberão, (ouro, prata ou bronze), de acordo com
as condições de acesso e facilidade aos portadores de necessidades especiais, que não se
restringe à construção de rampas.
A divulgação de eventos e notícias através dos meios de comunicação do Campus
também estão sob coordenação da CIEC onde trabalha a Bianca, jornalista e comunicadora da
Instituição. As notícias são comunicadas através da página (www.eafb.org.br/comunicacao) e
do Noticiário Interativo, uma publicação com tiragem de 2000 exemplares, distribuídos entre
a comunidade interna. Esses noticiários também estão disponíveis em formato eletrônico na
página supracitada.

4.8 SEAD

Minha visita ao Setor de Educação à Distância (SEAD) era mais a título de


conhecimento, pois planejava desenvolver alguma atividade junto ao Setor de Informática. No
entanto, após conversa com a Administradora do Setor, Cristiane, ela nos informou sobre um
projeto em andamento, o Educ, que tem previsão de implantação em agosto deste ano. Este
projeto tem estreita relação com o projeto de pesquisa que estamos realizando neste mestrado,
e portanto, decidimos ficar mais tempo naquele Setor. O Educ é um programa de
complementação para os estudantes dos cursos presenciais, incluindo todos os cursos e
disciplinas. A idéia surgiu por parte do Diretor de Ensino com apoio do SEAD, e diversas
reuniões foram realizadas para elaboração do projeto. Em ambiente Moodle, o mesmo
utilizado para as aulas em EAD (Educação à Distância) os professores e alunos
desenvolverão atividades, a fim de complementar a carga horária dos sábados e também dos
alunos em defasagem de aprendizagem. O SEAD enfrentou um pouco de dificuldade dos

1
É um programa que visa à inserção das pessoas com necessidades educacionais específicas nos cursos de
formação inicial e continuada, de nível técnico e tecnológico, nas instituições federais de educação tecnológica,
em parceria com os sistemas estaduais e municipais, bem como o segmento comunitário.
professores abraçarem este projeto. Dos 122 professores que receberam o convite, apenas uma
minoria concluiu o curso (o Setor não possuía os dados até o momento).
O Setor de EAD conta com o apoio do Analista e do Técnico da Informática. Possui
uma Coordenadora, servidora do Campus, professora Valéria, 4 estagiários do curso de
Informática (Ronie, Gisele, Patricia e Tamires), uma Administradora de Ambiente Virtual
(Cristiane) e um funcionário de apoio técnico, Vicente. Estes dois últimos são contratados, via
licitação para prestação de serviços. Os recursos financeiros para implantação do SEAD
vieram do MEC, através do programa E-Tec2. O Setor funciona junto com o prédio do
Alojamento Masculino, com 3 salas (dois laboratórios e uma coordenação). Dentre os
equipamentos, além dos computadores para funções administrativas e pedagógicas, existe
uma lousa digital e webcam para videoconferência. A outra sala constante no local está
destinada para um dos dois Telecentros do Campus. Um dos laboratórios foi equipado com
computadores doados pela Fundação de Ensino e Engenharia da Universidade Federal de
Santa Catarina.
O EAD oferece o curso de Agropecuária, pós-médio, desde março de 2009. Os
estudantes deste curso acessam o Ambiente do Curso, através de um computador conectado à
internet, de suas próprias casas, de lan houses, infocentros ou do Pólo. Uma vez por mês
ocorrem as aulas práticas, em que os estudantes devem se deslocar para uma das unidades
Pólo: Cataguazes e Alfenas, enquanto que Barbacena é considerada Unidade Gestora. Existe
um projeto do MEC para o Campus, através do programa EAD receber um caminhão
equipado para aulas itinerantes. Esse caminhão facilitaria as aulas práticas, pois em
Cataguazes, por exemplo, não existe infraestrutura pronta para as aulas, sendo estas realizadas
em fazendas e propriedades particulares, ao contrário de Alfenas, que pela parceria com a
Universidade Federal daquele lugar, disponibiliza laboratórios e o campo para aulas do EAD.
Os professores do Campus vão até os Pólos para lecionar as aulas práticas. Nos Pólos
existem laboratórios com computadores de informática e a presença dos tutores (Agrônomos

2
Lançado em 2007, o sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec) visa à oferta de educação profissional e
tecnológica a distância e tem o propósito de ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio,
públicos e gratuitos, em regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. Os cursos
serão ministrados por instituições públicas. O MEC é responsável pela assistência financeira na elaboração dos
cursos. Aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios cabe providenciar estrutura, equipamentos, recursos
humanos, manutenção das atividades e demais itens necessários para a instituição dos cursos. A meta é estruturar
mil pólos e atender 200 mil alunos até 2010.
contratados) para auxiliar os estudantes. O estudante recebe todo o material, que é específico
para estudante de EAD. A procura por este curso foi boa, tanto que estão previstos dois novos
cursos, Agroindústria e Secretariado.
Durante nossa permanência no SEAD fomos cadastrados no sistema Comunica, para
realização de treinamento sobre a plataforma Moodle.

4.8.1 Educ
O Educ – Sistema de Apoio educacional ao ensino presencial é um projeto do
Campus Barbacena, idealizado para atuar como forma de mediação e apoio às disciplinas do
ensino presencial no IF, através de um AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem).
Todos os professores com suas respectivas disciplinas possuem um espaço no
Ambiente Virtual, onde o aluno poderá ingressar de qualquer computador com acesso à
internet para realizar as atividades propostas pelo professor.
O início do projeto deu-se em agosto de 2010, após a primeira etapa de capacitação
dos docentes para utilização do ambiente. Segundo seus idealizadores, essa proposta vem
atender a uma necessidade dos estudantes de uma educação reformulada, como também vem
fortalecer os sistema educacional no Instituto e a relação professores/alunos.

4.9 Supervisão e Orientação


Quem nos atendeu neste setor foi a servidora Vivian, nos informando sobre o
funcionamento geral do Campus, e sobre o número de turmas de cada curso. Os documentos
institucionais, como Projeto Político Pedagógico, Projeto Político Institucional, Regimento
Interno e Estrutura Administrativas estão sendo reelaboradas, vistas à transformação da
Escola em Instituto. O Regimento Interno já foi elaborado e aprovado pelo Conselho do IF, e
ficou disponível no site do Instituto para consulta pública. O Regimento Interno, elaborado
por cada Campus ainda não começou a ser redigido.
Sobre o sistema de avaliação, a servidora nos informou que os pesos das notas anuais
são 20 para os dois primeiros bimestres e 30 para os dois últimos.
No Campus existe a prática da Semana de Provas, em que o estudante, para
aprovação precisa obter 60% de aprovação.
Sobre o processo de seleção para preenchimento das vagas, no início de 2010 50%
das vagas foram preenchidas pelo SISU e 50% por vestibular. Neste segundo semestre foi
necessário realizar novamente o vestibular, pois apenas 16 das 40 vagas foram preenchidas
pelo SISU.
No processo através do vestibular, o candidato desembolsa R$ 50,00 (cinqüenta
reais) se for estudante de escola particular, R$ 25,00 (vinte e cinco reais) se for estudante de
escola pública, e é gratuito para aqueles que recebem Bolsa do Governo Federal.
Sobre o gerenciamento dos horários, Vivian nos informou que são feitos à mão, sem
o uso de algum software. Cada coordenador elabora o horário de seu curso e depois todos são
conferidos pela Supervisão Escolar, inclusive os do Ensino Superior.
Perguntamos se as turmas são divididas em algumas disciplinas, como Química,
Física ou Informática, e ela nos respondeu que não.
O Setor está sob coordenação do Professor Robson, e trabalham ali 5 servidoras
(pedagogas e técnicas em assuntos educacionais).
Perguntamos sobre os projetos de Pesquisa, e fomos informados pelo Professor José
Emílio, coordenador de pesquisa, que o Campus concorreu e foi contemplado com dois
projetos pela FAPEMIG (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), um
deles, intitulado “Levantamento de espécies medicinais no Campus Barbacena do IF Sudeste
MG” com duas bolsas e um orientador. O outro projeto “Avaliação da ocorrência do
ectoparasita Haematopinus tuberculatus no rebanho de búfalos do IF Sudeste MG – Campus
Barbacena”, também com dois bolsistas e um orientador.

4.10 CGRH
A Coordenadora Geral de Recursos Humanos, Josefina nos atendeu prontamente, e
nos informou o quantitativo de servidores do Campus, a saber: 79 professores efetivos, 19
substitutos e 125 técnicos administrativos. Trabalham naquele setor 6 servidores.

4.11 Laboratório de Química


Nossa visita aos Laboratórios de Química foi acompanhada pela presença de uma
estagiária do setor. Ela nos mostrou as instalações, que do ponto de vista estrutural muito se
parecem.
4.12 Núcleo de Informática
Logo no primeiro dia do estágio visitamos o Núcleo de Informática onde fomos
apresentados à estagiária, Eláisa, ao servidor Fabio, Analista de Sistemas e ao servidor
Ronaldo, Técnico em Informática. Neste Núcleo muitas ações são desenvolvidas, direta ou
indiretamente, como o projeto Cidade Digital com os Telecentros, Educ (Projeto descrito no
Item 4.8), EAD (Ensino à Distância), SIGA (Sistemas de Informações Gerenciais). Esses dois
últimos profissionais chegaram ao Campus no início deste ano, anteriormente eram os
professores quem coordenavam as atividades técnicas, além das pedagógicas.
Visitamos a sala onde ficam os servidores (computadores que armazenam, distribuem
e controlam o tráfego de informações, e realizam a conexão com a internet). Por ali chega o
sinal de internet vindo da RNP (Rede Nacional de Pesquisa), e dali ela é distribuída para os
diversos setores do Campus.
Fomos até a sala de manutenção, que começou a ser organizada após a chegada do
técnico Ronaldo. Ele nos falou da importância da padronização de equipamentos, pois a
variedade de modelos e marcas exige um repositório de peças variadas e dificulta a
implantação de sistemas mais modernos de gestão de equipamentos do que se eles fossem
todos da mesma marca e modelo.
Um dos assuntos que abordamos com este servidor foi a adoção do sistema
operacional Linux, nos computadores do laboratório, que além de ser um software livre, isto
é, não há necessidade de legalização (pagamento) da licença, ele é menos vulnerável ao
ataque de vírus do que o sistema operacional Windows, que em contrapartida goza de uma
popularidade muito maior entre os usuários.
Tanto nos laboratórios, como nos setores administrativos não é utilizado o pacote
Office (Word, Power Point, Excel), e sim os programas abertos (OpenOffice e BrOffice), por
não exigirem licença de uso.
Conhecemos também os Laboratórios de Manutenção e Laboratório de Redes. O
professor Marlon, responsável pelo Laboratório de Manutenção, e docente do Campus desde
1996, nos explicou que o laboratório foi sendo modificado, desde o início do curso, em 1995,
faltando ainda a instalação de uma estante para colocação do material e mochilas dos
estudantes.
Antigamente funcionava no local um alojamento para estudantes, e que na opinião do
professor não é um local projetado para o Laboratório, pois ficaram alguns resquícios da
antiga instalação, como encanamentos, ralos, torneiras e o piso que não tem boa aparência. À
noite ficam alguns pontos escuros, sendo necessária a instalação de lâmpadas e também de
tomadas individuais, pois algumas estão sendo compartilhadas por dois computadores. O
laboratório também não tem uma rede instalada, os computadores não tem comunicação uns
com os outros. O professor falou sobre a importância de adquirir equipamentos de qualidade,
daí a necessidade de elaboração do pedido ser feito por alguém que realmente entenda, uma
vez que não se pode mencionar marca de produto, deve-se detalhar a solicitação de modo que
somente empresas com um bom suporte podem atender às requisições de licitação e pregão.
O laboratório possui bancadas revestidas com borracha, a fim de evitar que a energia
estática danifique equipamentos, além de servir como proteção para o estudante. São 30
computadores, dispostos em bancadas com uma prateleira superior, onde fica o monitor de
vídeo e uma caixa de ferramentas individual. A visita a esse laboratório foi fundamental pela
experiência de 14 anos do curso no IF Barbacena, que nos serve de modelo, para que a partir
da organização que observamos, possamos solicitar melhorais através de projetos em nosso
Campus.
O professor falou da persistência que os professores do serviço público precisam ter
quando pretendem implantar um laboratório ou projetos novos, dada a demora e os trâmites
legais para aquisição de novos equipamentos.
Os laboratórios para pesquisa permanecem abertos nos três períodos, atendidos por
estagiários. O acesso é livre, e não notei que houvesse controle de tempo, mesmo porque a
quantidade de computadores atende a demanda dos estudantes.
Outro laboratório que solicitamos a visita foi o de Redes de Computadores, sob
responsabilidade do professor Erlon. Contou-nos o professor que o laboratório tem uns 5 anos
de funcionamento, e seus equipamentos foram obtidos através de um projeto enviado ao
MEC, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Atualmente o professor disse que irá
encaminhar novo projeto para ampliações, com a colocação de roteadores da marca CISCO,
para que o IF possa ministrar cursos e certificar profissionais nesta marca.
Realizamos nossa visita a esse laboratório durante o intervalo de um treinamento
para os responsáveis pelos Telecentros3 de cidades da região. Os laboratórios de pesquisa
ficam abertos os três períodos, sempre com um aluno estagiário coordenando e controlando o
uso dos computadores.
3
Os Telecentros são parte do Projeto Cidade Digital do Ministério das Comunicações. São salas com
computadores, equipados com webcam e fone de ouvido, impressora e também uma câmera de monitoramento
da sala, com controle em Brasília, com acesso à internet banda larga. Na cidade de Barbacena existem outros 21
Telecentros, e no Campus foram instalados dois. O IF é o órgão responsável pelo gerenciamento técnico dos
Telecentros, como também pelo treinamento dos responsáveis. São previstos 41 Telecentros para esta cidade.
Assistimos a duas aulas ministradas aos alunos do curso técnico, uma pelo Professor
Marlon, na disciplina de Teoria de Hardware e outra, pelo Professor Lucas, de
Desenvolvimento Web.
O setor de Informática é composto pelos Laboratórios de Informática Básica (30) 4,
Estudos e Pesquisas (20), Laboratório de Hardware (30), Desenvolvimento de Sistemas (30),
Pesquisa computacional (16), Redes (30). As aulas são ministradas por 8 professores, que
contam com o apoio de 15 estagiários, 1 técnico e 1 analista.

Figura 10: Laboratório de Redes Figura 11: Laboratório de Manutenção

4.13 Setor de Administração


Conversamos com a servidora Luciana, de quem solicitamos o organograma da
Instituição. Ela nos informou que o que está em vigor está desatualizado, não existindo um
organograma em consonância com a nova organização do Instituto.
Nossa conversa foi rápida, e tratamos de alguns assuntos administrativos, e
mencionamos a ausência de câmeras de segurança pelo Câmpus, com exceção do Alojamento.
A servidora nos informou que existe a preocupação da administração com a segurança de
alunos e servidores e também com possibilidade de furtos nos laboratórios (microscópios
novos em tamanho compacto e mouses da Dell, que os estudantes estavam furtando, devido a
ser um mouse caro, em relação a outras marcas), e por isso estavam preparando um processo
para aquisição e instalação de sistemas de segurança.

4.14 Secretaria
Conversamos com o servidor Magalhães, que nos encaminhou para as servidoras
4
Número de computadores.
responsáveis pelas informações sobre o número de alunos em cada curso. A funcionária
Aurora nos informou sobre transferências, que dependem do número de vagas, mas que
ultimamente não foi divulgado edital informando essas vagas. Trabalham na Secretaria 7
servidores e uma estagiária.
Ainda segundo Aurora, o curso com maior desistência é o de Sistemas para Internet,
em que as turmas iniciam com 30 estudantes e terminam 5 a 6 alunos.

Tabela 1: Cursos do Campus Barbacena

Nível Cursos TURMAS ALUNOS


Engenharia Agronômica 1 15*
Bacharelado em Administração 1 16 *
Superior de Gestão Ambiental 1 35
SUPE
RIOR

Superior de Gestão de Turismo 1 29


Superior de Licenciatura em Química 1 19
Superior de Sistemas para Internet 3 57
171
Técnico em Administração 1 34
Técnico em Enfermagem 2 65
Técnico em Informática 2 39
Técnico em Nutrição e Dietética 2 62
Técnico em Meio Ambiente 1 32
Técnico em Segurança do Trabalho 2 55
Técnico em Química 1 23
TÉCNICO

EAD - Técnico em Agropecuária 1 53


363
Integrado Agroindústria 3 71
Integrado Agropecuária 11 405
Integrado Hospedagem 3 108
Integrado Química 1 31
Proeja Cuidador de Idosos 3 44
659
Proeja Fic 1 30**
Ensino Médio não Articulado 2 65
MÉDIO
ENS.

1288
Fonte: Secretaria e Orientação Pedagógica
* foi realizado no dia 08/08/2010 um vestibular para completar o número de vagas, pois os números
informados são oriundos do SISU (Sistema de Seleção Unificada – MEC).
** Formação Inicial Continuada em Agroindústria (Panificação) - Programa Nacional de Integração da
Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de jovens e adultos na formação inicial
continuada com ensino fundamental - PROEJA FIC. Este curso é ministrado em Argirita e Barbacena.

5. Entrevistas com Estudantes


Conversamos com alguns estudantes, a respeito do motivo de terem escolhido o
curso e o Campus de Barbacena, como também suas expectativas depois que concluírem seu
curso.
O estudante Kelington, 16 anos, é oriundo de Governador Valadares, e está cursando
o primeiro ano do curso de Agroindústria. Sua família trabalha na zona rural como
empregados. Escolheu o Campus porque é mais completa, com ensino médio e técnico. Não
achou dificuldades em viver no internato, pois está sempre indo para casa. Pretende arrumar
trabalho na cidade, em alguma empresa, pois no campo, onde moram seus pais, não existe
agroindústria.
Helenice, aluna do terceiro ano do curso de Turismo mora em Barbacena com sua
família. Escolheu o Campus porque é uma referência de ensino público, e o curso técnico
junto com o médio é um referencial a mais para o mercado de trabalho. Optou pelo curso
porque não gosta das áreas de agropecuária e agroindústria. Como estágio já participou da
elaboração do inventário de circuitos turísticos, visitando vilas e fazendas da região,
levantando locais naturais com potencial, hotéis e restaurantes, num projeto da Secretaria
Estadual de Turismo. Ao concluir o curso pretende fazer faculdade de Educação Física,
preferencialmente à noite, no próprio Campus, quando esse curso começar. Não pensa em
trabalho imediatamente, mas se aparecer, vai trabalhar sim.
Leandro, aluno do curso de Agropecuária, é oriundo de Santa Rita do Ibitipoca, a 53
km de Barbacena. Elogiou a organização do Campus, especialmente dos Núcleos (NA e NZ).
Está “atrasado” na escola, segundo ele, e fazer o técnico com o médio foi uma boa opção.
Escolheu o curso porque já trabalhava na roça, e tem experiência nesse ramo,
pretende arrumar trabalho como técnico agrícola e quer fazer faculdade de Veterinária. Tem
um gasto mensal de aproximadamente R$ 200,00, mantidos por sua família.

6. Aspectos positivos e negativos observados

O Campus de Barbacena prima pela limpeza, tanto interna como externa. Há lixeiras
seletivas espalhadas por todos os lados, inclusive nas áreas distantes (Núcleos de Zootecnia e
Agricultura) e os muitos bancos nos jardins e o coreto, são convites a um bom papo, ou até
uma roda de violão como presenciamos certa manhã.
A altura do pé direito do prédio principal denota a grandiosidade do
empreendimento, além de permitir uma boa ventilação, como recomendavam as boas práticas
de sanidade pública para o convívio coletivo de pessoas, na época de sua construção.
Encontramos com operários restaurando o forro, consertando o telhado e renovando
a pintura, medidas necessárias para a conservação de um dos símbolos da cidade de
Barbacena.
Em algumas salas, o piso está soltando, devido à ação do tempo, requerendo uma
manutenção. Dificilmente encontrávamos papel higiênico ou sabonete nos banheiros dos
alunos, e no Auditório II vimos poucas tomadas laterais, como também um obstáculo na
entrada, pelo formato da porta corrediça, o que pode oferecer um certo risco para quem
adentra distraído no ambiente.
No auditório principal, além da escada ser de difícil acesso pelos portadores de
necessidades especiais, também são poucas as tomadas, necessárias pelo aumento do número
de usuários com computadores portáteis. Alem disso a opção pelo uso do software livre não
deveria se estender aos Auditórios, uma vez que os palestrantes externos nem sempre utilizam
programas livres, fato observado durante o Encontro Regional do TECNEP, em que houve
demora na reconfiguração do equipamento, talvez a solução fosse manter os dois pacotes
(Office da Microsoft e BROffice).
O Campus oferece alojamento exclusivamente masculino, o que de nosso ponto de
vista não condiz com a realidade de uma sociedade que tem devolvido às mulheres seu espaço
e tem reconhecido seu devido valor. A justificativa para a não existência do alojamento é a
preocupação com a gravidez das estudantes, fato raro observado no Campus Santa Inês, onde
desde 2004, após muita luta e greve dos estudantes as meninas puderam, enfim, fazer uso de
seu direito de estudante interno.
Os estudantes com quem conversamos mencionaram a existência de uma caixa de
sugestões, que ficava livre para depositório de questionamentos, criticas e sugestões, mas esse
veículo de informação foi retirado do pátio, embora o diálogo nos pareceu estar sempre
aberto, tanto pela CGE, como pela CIEC, dado o grande número de estudantes que vimos
nestes setores em busca de informações e outros assuntos, a possibilidade de registrar
anonimamente uma reclamação pode deixar os usuários mais à vontade.
Por ocasião do Seminário do NAPNE refletimos sobre as dificuldades que um
estudante deficiente permanente ou temporário enfrenta para freqüentar os espaços escolares.
Há falta de rampas e corredores no Campus.
Achei interessante e bastante pertinente o Refeitório entregar um café aos estudantes
que trabalham no campo, pois esses alunos não tem condições de se deslocar até à cantina
para fazer um lanche, devido à distância, de aproximadamente 4 km do prédio principal.
Percebi a presença do Diretor em vários momentos nos ambientes no Campus, e do
Reitor em duas ocasiões. Essa postura em circular, em estar nos ambientes administrativos e
em contato com os estudantes, em nossa opinião, é salutar para manutenção de um bom clima
organizacional, mesmo porque, nessas “andanças” pelos setores, o dirigente fica informado
sobre o que de fato está acontecendo no Campus.

Quadro resumo do IF Sudeste de Minas Gerais, Campus Barbacena

Tempo de atuação 100 anos


Área da propriedade 479 ha
Número de alunos 1288
Meta do número de alunos 3000
Número de cursos técnicos 14
Número de cursos superiores 6
Professores Efetivos 79
Professores Contratados 19
Técnicos Administrativos 125
Profissionais terceirizados 73

7. Conclusão

A experiência de estagiar no Campus Barbacena foi enriquecedora, pois muito mais


aprendi do que pude efetivamente contribuir com minha experiência ou sugestões.
Nesse tipo de vivência, é inevitável a comparação com nosso local de trabalho e
nossa realidade cotidiana. Por muitas vezes desejamos que nosso Campus tivesse os mesmos
recursos e estrutura física do local que visitamos.
No entanto, nos encontramos em outra realidade cultural, geográfica e econômica, e
obviamente os obstáculos e também as condições são diferenciadas.
Isso nos serviu, não para nos menosprezarmo-nos ou sentirmo-nos em pior situação,
mas para reconhecermo-nos diferentes, em contextos diferentes.
As experiências de sucesso que observamos nos animam a seguir adiante; os contatos
estabelecidos nos permitirão trocas que podem encurtar caminhos e ao observar o modo de
trabalhar de outros professores refletimos sobre nosso próprio modo de atuar em sala de aula.
Pela proximidade com o Campus Rio Pomba poderíamos realizar o estágio em dois
locais, o que também seria uma experiência interessante, no entanto, ao optar por passar as
duas semanas no mesmo Campus nos possibilitou uma vivência mais profunda do que se
tivéssemos pretendido visitar os dois locais.
Passamos a ser reconhecidos por funcionários e alguns estudantes, e isso para nós foi
motivo de satisfação.
A participação nos eventos do NAPNE nos levaram a ver perceber o ambiente
escolar como importante para integração dos portadores de necessidades especiais na
sociedade.
Os objetivos deste estágio foram plenamente cumpridos, e é elogiável a formatação
deste programa de mestrado que oportuniza esse tipo de vivência aos seus participantes.
O período de Estágio é ímpar na formação do estudante, contribuindo para seu
crescimento pessoal e profissional.
De modo algum, em sala de aula, ou mesmo em campo, como atividade pedagógica
pode-se oferecer um ambiente tão rico quanto a própria realidade de um trabalhador.

9. Referências Bibliográficas

SAVASSI, Altair José. Personalidades em destaque. Poder Legislativo. Câmara Municipal


de Barbacena. Palácio da Revolução Liberal, 1988.
Site do IF Sudeste Mineiro Campus Barbacena. WWW.eafb.org.br
ANEXOS

You might also like