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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO AGRÍCOLA
SANTA INÊS – BA
AGOSTO DE 2010
Sumário
1. Introdução............................................................................................................................4
2. Objetivos..............................................................................................................................5
3. A Instituição.........................................................................................................................5
4. Setores Visitados.....................................................................................................................7
4.1 Museu....................................................................................................................................7
4.2 Biblioteca..............................................................................................................................8
4.3 CGAE – Coordenação Geral de Assistência ao Educando...................................................8
4.4 Núcleos de Agricultura (NA) e de Zootecnia (NZ)............................................................10
4.5 Setor de Almoxarifado........................................................................................................12
4.6 Direção................................................................................................................................13
4.7 CIEC – Coordenação de Integração Escola – Empresa - Comunidade..............................13
4.8 SEAD..................................................................................................................................15
4.8.1 Educ.................................................................................................................................17
4.9 Supervisão e Orientação.....................................................................................................17
4.10 CGRH...............................................................................................................................18
4.11 Laboratório de Química....................................................................................................18
4.12 Núcleo de Informática.......................................................................................................19
4.13 Setor de Administração.....................................................................................................21
4.14 Secretaria...........................................................................................................................22
5. Entrevistas com Estudantes...................................................................................................23
6. Aspectos positivos e negativos observados...........................................................................23
7. Conclusão..............................................................................................................................25
9. Referências Bibliográficas....................................................................................................26
ANEXOS..................................................................................................................................27
Lista de Figuras
Conhecer a realidade de outro Instituto Federal, uma instituição com 100 anos de
experiência, que também foi Escola Agrotécnica, e hoje é Instituto Federal;
Estabelecer um contato mais estreito entre servidores que atuam em realidades
diferentes, e deste modo trocar experiências;
Refletir sobre nossa atuação no ambiente escolar onde estamos inseridos, a partir
da visão de um modo de trabalho diferente do nosso;
Estabelecer uma análise entre a realidade que vimos e a que vivemos, de modo a
permitir a inserção de novas técnicas, formatos e modos de trabalho no local
onde atuamos.
3. A Instituição
Sito à Rua Monsenhor José Augusto nº 204, no Bairro São José, o Campus está
próximo de outra importante instituição de ensino, a Escola Preparatória de Cadetes do Ar –
EPCAR, ligada ao Ministério da Aeronáutica. O antigo Aprendizado Agrícola e a EPCAR
tiveram início de suas atividades em 1913. As atividades no Campus iniciam às 7h e encerram
às 22h. As aulas do período da manhã vão das 7h às 11h, à tarde das 13h às 17h e à noite das
19h às 22h.
Em nossas visitas aos setores, muito ouvimos falar sobre o Professor Diaulas Abreu,
e decidimos conhecer melhor essa figura tão querida no Campus.
A relação de Diaulas Abreu com a antiga Escola começou antes mesmo de sua
construção, com a venda de uma fazenda de propriedade de sua família, que serviria para
construção do futuro Aprendizado.
Nomeado seu primeiro Diretor, e pelos próximos 45 anos, Diaulas Abreu, segundo os
registros históricos, era muito exigente. Formado em Direito, nunca exerceu sua profissão de
formação, mas era um apaixonado pelo cultivo da terra, e além de Diretor foi também
professor em disciplinas agrárias. Na concepção pedagógica de Diaulas, o aluno deveria saber
executar todos os trabalhos dentro da Escola, com escalas bem estruturadas, que além das
atividades no campo, possibilitassem que o estudante também participasse das oficinas de
couro, ferro, madeira, indústrias rurais, topografia e práticas de construções rurais, de tal
modo a adquirir um cabedal técnico, que fosse capaz de executar qualquer trabalho no
exercício de sua profissão (SAVASSI, 1988, p. 56).
Os registros afirmam que a Escola era a vida de Diaulas Abreu, participando de tudo
o que nela se fizesse. Em sua homenagem, lhe foi concedida uma comenda da Ordem do
Mérito, e a Escola passou a levar seu nome. Diaulas foi Diretor da Escola até 22/07/1955, data
de sua aposentadoria compulsória.
Dentre as mudanças pedagógicas, físicas e administrativas, as ocorridas no nome da
Instituição refletem um pouco as concepções nacionais vigentes, sendo elas:
1910 – Aprendizado Agrícola de Barbacena
1933 – Escola Agrícola de Barbacena
1947 – Escola Agrotécnica de Barbacena
1955 – Escola Agrotécnica “Diaulas Abreu”
2008 – Instituto Federal do Sudeste Mineiro – Campus Barbacena
4. Setores Visitados
4.1 Museu
O Museu está presente no Campus desde o início da criação da Escola, em 1913.
Diaulas Abreu importou muitos materiais didáticos, vindos da França e Itália, são estátuas
representativas de raças de animais e arcadas dentárias confeccionadas em gesso, amostras
minerais, coleção de conchas e caramujos, instrumentos antigos de laboratórios de química,
física e agrimensura, além de espécies vegetais e animais (arraia, macaco, baiacu, morcego).
No museu trabalha uma servidora, Leila, que conta com a ajuda de dois estagiários.
4.2 Biblioteca
A Biblioteca Dr. Roberval Cardoso possui um acervo de aproximadamente 14.000
títulos, com alguns exemplares raros. Há ainda uma sala de pesquisa com computadores, sala
de estudos, sala de restauração e sala de catalogação.
Os empréstimos são feitos aos estudantes com carteirinha, que além da apresentação
da mesma, digitam sua senha pessoal para a retirada de livros. Atendem neste Setor 7
servidores e 6 estagiários, no horário das 7h às 22h, de sexta à sábado.
Figura 3: Esqueleto de macaco – Museu Figura 4: Prédio da Biblioteca Dr. Roberval Cardoso
O professor nos mostrou mais adiante uma horta feita em terraços, que desde os
tempos de Diaulas Abreu é uma prática adotada no Campus. Essa forma de cultivo, muito
comum entre os povos maias é usada como alternativa para os períodos de grande
precipitação. Chegando no local em que as plantas são lavadas antes de serem transportadas
para o refeitório ou o posto de vendas, encontramos com um funcionário, que durante 4 anos
cultivou um horta orgânica, e atualmente essa área está destinada a outros projetos.
Percebemos um ar de decepção e impotência no rosto desse servidor que trabalha no Campus
há 20 anos. Pela propriedade do Campus passa um rio, que abastece açudes, de onde é retirada
a água para os projetos de piscicultura e irrigação. O abastecimento da água para consumo nos
demais setores é feita através de poços artesianos e pela companhia estadual de
abastecimento.
Avistamos uma área de eucaliptos, muito utilizados para construções no Campus,
como pudemos observar na ida para o setor de Equideocultura. Neste Setor, num projeto
encabeçado pelo Professor Jorge Baumgratz, em parceria com a APAE (Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais) e com o Instituto Maria do Rosário desenvolve acontecem as ações
do Centro Equoterápico do IF Barbacena. Ali, uma equipe multidisciplinar formada por
fonoaudiólogo, pedagogo, psicóloga, terapeuta ocupacional, equitador, técnicos agrícolas e
fisioterapeutas realiza sessões de terapia utilizando-se de cavalos. Fomos avisados que fotos
de pacientes seriam permitidas, mediante autorização dos pais, e após solicitarmos permissão
ao pai do Marcelo, fotografamos esta criança durante sua sessão de equoterapia
4.8 SEAD
1
É um programa que visa à inserção das pessoas com necessidades educacionais específicas nos cursos de
formação inicial e continuada, de nível técnico e tecnológico, nas instituições federais de educação tecnológica,
em parceria com os sistemas estaduais e municipais, bem como o segmento comunitário.
professores abraçarem este projeto. Dos 122 professores que receberam o convite, apenas uma
minoria concluiu o curso (o Setor não possuía os dados até o momento).
O Setor de EAD conta com o apoio do Analista e do Técnico da Informática. Possui
uma Coordenadora, servidora do Campus, professora Valéria, 4 estagiários do curso de
Informática (Ronie, Gisele, Patricia e Tamires), uma Administradora de Ambiente Virtual
(Cristiane) e um funcionário de apoio técnico, Vicente. Estes dois últimos são contratados, via
licitação para prestação de serviços. Os recursos financeiros para implantação do SEAD
vieram do MEC, através do programa E-Tec2. O Setor funciona junto com o prédio do
Alojamento Masculino, com 3 salas (dois laboratórios e uma coordenação). Dentre os
equipamentos, além dos computadores para funções administrativas e pedagógicas, existe
uma lousa digital e webcam para videoconferência. A outra sala constante no local está
destinada para um dos dois Telecentros do Campus. Um dos laboratórios foi equipado com
computadores doados pela Fundação de Ensino e Engenharia da Universidade Federal de
Santa Catarina.
O EAD oferece o curso de Agropecuária, pós-médio, desde março de 2009. Os
estudantes deste curso acessam o Ambiente do Curso, através de um computador conectado à
internet, de suas próprias casas, de lan houses, infocentros ou do Pólo. Uma vez por mês
ocorrem as aulas práticas, em que os estudantes devem se deslocar para uma das unidades
Pólo: Cataguazes e Alfenas, enquanto que Barbacena é considerada Unidade Gestora. Existe
um projeto do MEC para o Campus, através do programa EAD receber um caminhão
equipado para aulas itinerantes. Esse caminhão facilitaria as aulas práticas, pois em
Cataguazes, por exemplo, não existe infraestrutura pronta para as aulas, sendo estas realizadas
em fazendas e propriedades particulares, ao contrário de Alfenas, que pela parceria com a
Universidade Federal daquele lugar, disponibiliza laboratórios e o campo para aulas do EAD.
Os professores do Campus vão até os Pólos para lecionar as aulas práticas. Nos Pólos
existem laboratórios com computadores de informática e a presença dos tutores (Agrônomos
2
Lançado em 2007, o sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec) visa à oferta de educação profissional e
tecnológica a distância e tem o propósito de ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio,
públicos e gratuitos, em regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. Os cursos
serão ministrados por instituições públicas. O MEC é responsável pela assistência financeira na elaboração dos
cursos. Aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios cabe providenciar estrutura, equipamentos, recursos
humanos, manutenção das atividades e demais itens necessários para a instituição dos cursos. A meta é estruturar
mil pólos e atender 200 mil alunos até 2010.
contratados) para auxiliar os estudantes. O estudante recebe todo o material, que é específico
para estudante de EAD. A procura por este curso foi boa, tanto que estão previstos dois novos
cursos, Agroindústria e Secretariado.
Durante nossa permanência no SEAD fomos cadastrados no sistema Comunica, para
realização de treinamento sobre a plataforma Moodle.
4.8.1 Educ
O Educ – Sistema de Apoio educacional ao ensino presencial é um projeto do
Campus Barbacena, idealizado para atuar como forma de mediação e apoio às disciplinas do
ensino presencial no IF, através de um AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem).
Todos os professores com suas respectivas disciplinas possuem um espaço no
Ambiente Virtual, onde o aluno poderá ingressar de qualquer computador com acesso à
internet para realizar as atividades propostas pelo professor.
O início do projeto deu-se em agosto de 2010, após a primeira etapa de capacitação
dos docentes para utilização do ambiente. Segundo seus idealizadores, essa proposta vem
atender a uma necessidade dos estudantes de uma educação reformulada, como também vem
fortalecer os sistema educacional no Instituto e a relação professores/alunos.
4.10 CGRH
A Coordenadora Geral de Recursos Humanos, Josefina nos atendeu prontamente, e
nos informou o quantitativo de servidores do Campus, a saber: 79 professores efetivos, 19
substitutos e 125 técnicos administrativos. Trabalham naquele setor 6 servidores.
4.14 Secretaria
Conversamos com o servidor Magalhães, que nos encaminhou para as servidoras
4
Número de computadores.
responsáveis pelas informações sobre o número de alunos em cada curso. A funcionária
Aurora nos informou sobre transferências, que dependem do número de vagas, mas que
ultimamente não foi divulgado edital informando essas vagas. Trabalham na Secretaria 7
servidores e uma estagiária.
Ainda segundo Aurora, o curso com maior desistência é o de Sistemas para Internet,
em que as turmas iniciam com 30 estudantes e terminam 5 a 6 alunos.
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Fonte: Secretaria e Orientação Pedagógica
* foi realizado no dia 08/08/2010 um vestibular para completar o número de vagas, pois os números
informados são oriundos do SISU (Sistema de Seleção Unificada – MEC).
** Formação Inicial Continuada em Agroindústria (Panificação) - Programa Nacional de Integração da
Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de jovens e adultos na formação inicial
continuada com ensino fundamental - PROEJA FIC. Este curso é ministrado em Argirita e Barbacena.
O Campus de Barbacena prima pela limpeza, tanto interna como externa. Há lixeiras
seletivas espalhadas por todos os lados, inclusive nas áreas distantes (Núcleos de Zootecnia e
Agricultura) e os muitos bancos nos jardins e o coreto, são convites a um bom papo, ou até
uma roda de violão como presenciamos certa manhã.
A altura do pé direito do prédio principal denota a grandiosidade do
empreendimento, além de permitir uma boa ventilação, como recomendavam as boas práticas
de sanidade pública para o convívio coletivo de pessoas, na época de sua construção.
Encontramos com operários restaurando o forro, consertando o telhado e renovando
a pintura, medidas necessárias para a conservação de um dos símbolos da cidade de
Barbacena.
Em algumas salas, o piso está soltando, devido à ação do tempo, requerendo uma
manutenção. Dificilmente encontrávamos papel higiênico ou sabonete nos banheiros dos
alunos, e no Auditório II vimos poucas tomadas laterais, como também um obstáculo na
entrada, pelo formato da porta corrediça, o que pode oferecer um certo risco para quem
adentra distraído no ambiente.
No auditório principal, além da escada ser de difícil acesso pelos portadores de
necessidades especiais, também são poucas as tomadas, necessárias pelo aumento do número
de usuários com computadores portáteis. Alem disso a opção pelo uso do software livre não
deveria se estender aos Auditórios, uma vez que os palestrantes externos nem sempre utilizam
programas livres, fato observado durante o Encontro Regional do TECNEP, em que houve
demora na reconfiguração do equipamento, talvez a solução fosse manter os dois pacotes
(Office da Microsoft e BROffice).
O Campus oferece alojamento exclusivamente masculino, o que de nosso ponto de
vista não condiz com a realidade de uma sociedade que tem devolvido às mulheres seu espaço
e tem reconhecido seu devido valor. A justificativa para a não existência do alojamento é a
preocupação com a gravidez das estudantes, fato raro observado no Campus Santa Inês, onde
desde 2004, após muita luta e greve dos estudantes as meninas puderam, enfim, fazer uso de
seu direito de estudante interno.
Os estudantes com quem conversamos mencionaram a existência de uma caixa de
sugestões, que ficava livre para depositório de questionamentos, criticas e sugestões, mas esse
veículo de informação foi retirado do pátio, embora o diálogo nos pareceu estar sempre
aberto, tanto pela CGE, como pela CIEC, dado o grande número de estudantes que vimos
nestes setores em busca de informações e outros assuntos, a possibilidade de registrar
anonimamente uma reclamação pode deixar os usuários mais à vontade.
Por ocasião do Seminário do NAPNE refletimos sobre as dificuldades que um
estudante deficiente permanente ou temporário enfrenta para freqüentar os espaços escolares.
Há falta de rampas e corredores no Campus.
Achei interessante e bastante pertinente o Refeitório entregar um café aos estudantes
que trabalham no campo, pois esses alunos não tem condições de se deslocar até à cantina
para fazer um lanche, devido à distância, de aproximadamente 4 km do prédio principal.
Percebi a presença do Diretor em vários momentos nos ambientes no Campus, e do
Reitor em duas ocasiões. Essa postura em circular, em estar nos ambientes administrativos e
em contato com os estudantes, em nossa opinião, é salutar para manutenção de um bom clima
organizacional, mesmo porque, nessas “andanças” pelos setores, o dirigente fica informado
sobre o que de fato está acontecendo no Campus.
7. Conclusão
9. Referências Bibliográficas