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Cirurgia em Suínos

•Cesariana
•Castração
•Herniorrafia
•Prolapso uterino
Cesariana na porca

Indicações
DISTOCIAS
•Raras em suínos ( <1%)
•Existe distocia se :
•Expulsão do 1º leitão não ocorre até 2 horas do inicio do
trabalho de parto
•O intervalo entre cada leitão expulso é superior a 1 hora
•Gestação prolongada ( >116 dias)
Cesariana na porca

Indicações:
1. Inércia uterina: ambientes muito quentes, Hipocalcémia ( eclampsia)
2. Excesso de tecido adiposo no canal obstétrico: condição
corporal excessiva

3. Desproporção feto- maternal:


1. Porcas muito pequenas e imaturas : inseminadas
muito precocemente

2. Fetos enfisematosos ( choque endotoxico) :


devido á Hipotensão e à Toxémia o parto não se desenrola
facilmente, o proprietário por vezes só se apercebe 24-48 horas
após inicio do parto, confundindo a situação com MMA
Cesariana na porca
Indicações:
4. Monstros fetais

5. Má conformação do canal obstétrico devido a


fracturas ou fibrose de partos anteriores

6. Má dilatação ou lacerações no canal obstétrico


devido a manipulações incorrectas : a inflamação
subsequente , diminui o diâmetro do canal obstétrico

7. Produção de leitões livres de patogenios específicos


Cesariana na porca

Alguns exemplos de distocia:

Obstrução do canal obstétrico por distensão da bexiga


Cesariana na porca

Posição incorrecta dos fetos


Cesariana na porca

Prognostico:
1. BOM :
Cirurgia com êxito, sobrevivência da porca e dos leitões
quando realizada no inicio de trabalho de parto ( 6 –12 H).
2.RESERVADO:
Cirurgia realizada há mais de 12h do inicio de trabalho de
parto:
¾Paciente fatigado, com lacerações no canal
obstétrico devido a manipulações incorrectas
¾Fetos já enfisematosos Ä Porcas em choque
Endotóxico com elevado risco cirúrgico e anestésico
Cesariana na porca

PLANEAMENTO CIRURGICO:
1. Sedação/ analgesia
2. Posicionar o paciente
3. Preparação do campo cirúrgico
4. Preparação do cirurgião
5. Procedimentos cirúrgicos
6. Planeamento pós-operatorio
Cesariana na porca

1. PROTOCOLO ANESTESICO ACONSELHADO:


Considerações gerais:
¾Não é aconselhável uma anestesia profunda ( Animais em
choque)
¾Não é aconselhável uma anestesia que provoque depressão
cardio-respiratória dos fetos
¾É desejável que a porca tenha capacidade de alimentar os
seus filhotes logo após a Cirurgia ( anestesia de média
duração)
¾Aplicação do anestésico deve ser possível sem recorrer a
manipulações traumáticas
Protocolos anestésicos aconselhados
Anestesia Sistémica:
•Atropina ( 0,04 –0,09 mg/kg) IM

•Xilazina(2mg /Kg) + Ketamina (20mg / Kg) IM mma seringa


Ou
•Azaperona( Stressnil) – sedação e analgesia (1 – 2mg/Kg : 0,5 a 1
ml/ Kg)IM
+ Ketamina (20mg / Kg)IV
Ou
•Ketamina (20 mg/Kg) + Acepromazina (1.1mg/kg) IM mma
seringa
Protocolos anestésicos aconselhados

Epidural lombosagrada
10 –20 ml lidocaína a 2% ( porca de 120 a 160 Kg)

Anestesia local:
É aconselhada em porcas com choque endotoxico
Deve ser combinada com analgesia
Lidocaína a 2%
Cesariana na porca

Fluidoterapia ?
Em porcas em choque é aconselhável a cateterização de uma veia
periférica ( Auricular )
Vantagens:
•Manter uma via aberta – repor dose anestésica
•Combater o choque
•Administração de outros fármacos – analgésicos, antibiótico,
cálcio...
Cesariana na porca

POSICIONAR O PACIENTE:

Posicionar o paciente em decúbito lateral ( Esq. Ou Dto.), ou dorsal


dependendo do acesso cirúrgico utilizado
Com auxilio de cordas nos membros ( imobilização física), local
asseado, sem poeiras, boa iluminação.
Acessos cirúrgicos de Cesariana:

A. Decúbito lateral:
1. Incisão Vertical na fossa paralombar direita ou esquerda
2. Incisão Horizontal na região paralombar
1. Incisão de Wright
2. Incisão de Walker
B. Decúbito dorsal:
1. Incisão na linha média ventral
Acessos cirúrgicos de Cesariana:

Incisão Vertical:
Fossa paralombar esquerda ou direita
Acessos cirúrgicos de Cesariana:

Incisão Horizontal de Wright:


ƒRegião paralombar esquerda ou direita
ƒ7 – 8 cm paralelamente á cadeia mamaria
Acessos cirúrgicos de Cesariana:
Incisão Horizontal de Walker:
ƒRegião paralombar
ƒ6- 7 cm acima da incisão de Wright
ƒPermite diminuir a tensão da glândula mamaria sobre a
linha de incisão
Acessos cirúrgicos de Cesariana:

Incisão na linha média ventral:


ƒBom acesso aos dois cornos uterinos e região
vaginal
ƒIncisão estende-se desde a região do púbis até ao
umbigo
ƒProporciona menor lesão dos tecidos, sangramento
é mínimo
ƒDificuldade reside em manter a posição de decúbito
dorsal
Cesariana na porca

Preparação do campo cirúrgico:


1. Lavagem com água morna e Solução antisséptica em espuma
2. Tricotomia – remoção das cerdas
3. Antissépsia com povidona iodada intercalada com álcool
etílico a 70º - Durante 3-5 min.
4. Ultima passagem com povidona iodada
Cesariana na porca

5. Aplicação da anestesia local de bloqueio linear ou L


invertido
6. Nova aplicação de anti séptico
7. Aplicação de panos de campo
8. Preparação do cirurgião :
ƒ com luvas a cobrir a totalidade dos braços ( Ex:
Luvas obstétricas e por cima luvas látex esterilizadas)
Técnica cirúrgica com incisão vertical:
Incisão vertical com cerca de 20 cm na fossa paralombar,
distando 6-8 cm dos processos transversos das vértebras, na
zona média entre a ultima costela e a coxa
INCISÃO

• Incisão da pele
• Incisão do tecido adiposo
• Incisão dos músculos abdominais
• Incisão do tecido adiposo sub-peritoneal
• Incisão do peritoneu
EXPLORAÇÃO CAVIDADE ABDOMINAL

• Identificação da bifurcação uterina


• Verificar a existência de lacerações uterinas
• Verificar a existência de fetos extra-uterinos
• Verificar a existência de um feto aprisionado no
corpo do útero
EXTERIORIZAR O CORNO UTERINO:

Após localizar a bifurcação uterina, exteriorizar apenas


uma parte do corno uterino , o mais próximo possível à
bifurcação e evitar retirar todo o útero :
¾ CHOQUE
¾Maior risco de contaminação
¾Difícil manipulação de todo o útero
Incisão do útero:

1. Incisão de 15-20 cm longitudinal através da parede do útero o


mais próximo possível da bifurcação uterina
2. Exteriorizar os leitões por uma única incisão se possível
(diminui tempo de cirurgia)
3. Retirar a placenta se esta se encontrar solta
4. Medicação intra uterina ( Antibiótico)
Sutura do Útero:
1. Fio absorvível:
• Catgut 1 – 2 USP
• Poliglactyn 910 (Vicryl) 1 – 2 USP
• Polidioxanona( PDS) Ploigliconato(Maxon) –
monofilamentar 1 – 2 USP
2. Com agulha atraumática
3. Sutura continua invertida:
ƒ Cushing; Lembert
ƒ Utrecht
4. Sutura dupla em caso de risco de infecção
Sutura da parede abdominal:
1. Musculo e camada subcutânea, são fechados num
só plano
2. Sutura continua simples; Catgut crómico 1- 2 USP
ou material sintético absorvivel

Sutura da pele:
1. Supramid ou Caprolactam nº 2- 3 USP
2. Padrão de sutura:
ƒ Ancorada ou de Ford
ƒ Sutura simples contínua
pós-operatório
1. Local seco e limpo
pós-operatório
Fármacos:
1. Antibiótico largo espectro de acção:
• Penicilina + estreptomicina , SID ou BID , 5-8 dias
2. Ocitocina
• 20-30 UI, BID, 4 dias
3. Aplicação anti -séptico sobre a sutura diariamente
4. Remoção da sutura passados 10 a 14 dias
Castração de suínos
Castração de suínos
Indicações:
1. Melhorar o maneio do bando
2. Melhorar a qualidade da carcaça
3. Promover o aumento rápido de peso
4. Deve ser realizada na primeiras 3 semanas de vida
5. Também pode ser feita em varrascos após a sua utilização
como reprodutores
Planeamento pré-operatório: Castração
de leitões

•Ninhada em perfeito estado de saúde


•Local de castração limpo, sem poeiras
•Evitar dias de calor excessivo
Castração de leitões: (até 3 semanas de
idade)

1. Não é obrigatório a aplicação de anestesia


2. Imobilização física
3. Exame e palpação para existência de Hérnias
4. Direccionar os testículos cranialmente
5. Incisão longitudinal em cima de cada testículo
6. Não suturar no final
CASTRAÇÃO LEITÕES
Castração de varrascos:
I. Requer sedação / anestesia intra testicular:
•Pentobarbital sódico (5-6gr), intratesticular
¾O varrasco entra no plano anestesio em 5 a 10 min.,
efectuando-se a recuperação anestésica em 15 – 20 min.
¾Castração deve ser rápida ( perigo de overdose)
¾Incisão ventral em cada testículo
¾Por tracção exteriorizar todo o testículo com as túnicas
intactas
¾Aplicar emasculador o mais próximo possível á região
inguinal, apertando todo o cordão espermático, deixando
durante 4 minutos.
Castração de varrascos:
II. Sedação (azaperona) e anestesia intra testicular com
lidocaina 2% ( 5 – 10 ml):
Castração de varrascos:
II. Sedação (azaperona) e anestesia intra testicular com
lidocaina 2% ( 5 – 10 ml):
¾ Varrasco posicionado em decúbito lateral
¾ Incisão ventral no escroto, ou na rafe média do escroto
( retirar septo médio)
¾ Exteriorizar o testículo fazendo tracção sobre cordão
espermático
¾ Cortar a túnica vaginal
¾ Adicionar lidocaina no cremaster se houver demasiada
retracção
¾ Colocação de emasculador / ligadura de transfixação(
catgut cromico 3-4 USP)
¾Varrasco posicionado em decúbito lateral
¾Mesmo com Sedação é necessário imobilização física
¾Preparação asséptica do escroto, lavagem, tricotomia e
assépsia
¾Aplicação de anestésico local (Lidocaina) no escroto
ou na rafe média do escroto mediante o acesso cirúrgico
utilizado.
¾Aplicação de anestésico intratesticular ( Lidocaina) cerca
de 5 a 10 ml em cada testiculo.
¾Incisão ventral no escroto, ou na rafe média do escroto
¾Retirar ou desbridar o septo médio até encontrar a túnica
vaginal

Acesso pela rafe mediana do escroto


Incisão ventral do escroto em cada testiculo
¾Exteriorizar o testículo fazendo tracção sobre
cordão espermático

¾Cortar a túnica vaginal


¾Adicionar lidocaina no cremaster se houver demasiada
retracção
¾Colocação de emasculador / ligadura de transfixação(
catgut cromico 3-4 USP)
Emasculador:
deve permanecer durante 4 minutos
¾Ligadura de transfixação:
Colocar uma pinça hemostática e fazer a ligadura de
transfixação abaixo da pinça, cortar o testículo acima da pinça
¾Retirar um emasculador de cada vez e lentamente de forma
a garantir que foi feita uma boa hemostase e não existe
hemorragia.
¾ Não se efectua sutura do escroto, para permitir
drenagem de exsudados inflamatórios, colocar antibiotico
local.
Procedimento pós-cirúrgico:

¾Local limpo e seco


¾Antibiótico sistémico:
¾Penicilina+ estreptomicina, SID, 5 Dias
¾Antibiótico Local ( Spray) BID
¾Duches de água Fria se existir muita inflamação
Herniorrafia em leitões:
Herniorrafia em leitões:
•As Herniorrafias podem ser percebidas na altura da castração
podendo esta ser realizada de forma particular:
•Incisão de 7 cm sobre a pele, tecidos sub-cutâneos acima do
anel inguinal externo
•Testículo e cordão espermático são isolados por dissecção
romba
•Aplica-se torção puxando-os do escroto
•Não seccionar a túnica vaginal
•Reduzir a hérnia com auxilio dos dedos
•Ligadura de transfixação é aplicada sobre o cordão
espermático( catgut cromico nº1-2)
•Sutura da pele com material não absorvível
Herniorrafia inguinal em leitões
Prolapso uterino:
Prolapso uterino:
Causas:
1. Atonia uterina
2. Partos distocicos
3. Lesões no canal obstétrico
4. Mau estado de nutrição
5. Predisposição hereditária
Prolapso uterino:

Prognostico:

Muito Reservado!

Na grande maioria dos casos a morte ocorre devido a choque


hipovolémico ( hemorragia e congestão do órgão)
Procedimentos cirúrgicos:

•Fluidoterapia ( veia marginal da orelha):

9Soro fisiologico isotonico ou Lactato de Ringer


9Permite combater o choque hipovolémico,
9Permite administração do anestésico ( Ketamina)
9Permite manter uma via aberta para medicação de urgência
Procedimentos cirúrgicos:

•Anestesia :
•Atropina + Ketamina ( Dose baixa)
•Evitar a Azaperona ( Bradicardia, agrava a hipotensão,
agrava o choque)
Procedimentos cirúrgicos:
•Imobilização física da paciente:
•Para evitar escoriações suplementares no útero
•Para permitir, sob uma anestesia pouco profunda, efectuar a
redução do prolapso
•Decúbito lateral ou ventral com o terço posterior elevado

•Limpeza do útero
•Com água fria ( vasoconstrição) com antisséptico diluído
•Retirar todos os detritos, identificar lacerações e corrigi-las
Procedimentos cirúrgicos:
•Técnica cirúrgica de redução:
•Incisão no corpo do útero prolapsado
com cerca de 15 cm de comprimento ( o
suficiente para colocar uma mão)
•Redução manual, iniciando-se pela
ponta dos cornos uterinos, dirigindo-os
até á incisão do corpo uterino, através da
qual se colocam dentro da cavidade
abdominal os cornos uterinos
Procedimentos cirúrgicos:
•Técnica cirúrgica de redução:
•Colocar Antibiótico intra-abdominal
•Sutura da incisão com material
absorvível nº 2-3 USP
•Reduzir o corpo do útero e a vagina
•Sutura de contenção da vulva
Procedimentos pós-cirúrgicos:

•Antibioticoterapia sistémica
•Beta-lactamico, BID, 7 dias

•Ocitocina
•20-30 UI, BID, 4 dias
FIM:

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