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Palestra Prof. Dr.

Kevin Leander
Mídias e novas tecnologias, construções identitárias e relações com a aprendizagem
A palestra foi realizada a partir da abordagem de três tópicos, sendo que não houve
aprofundamento de nenhum deles:
 as práticas sociais dos jovens, relacionadas à mídia;
 como a escola recusa as novas tecnologias e por quê;
 as possibilidades de usos das novas tecnologias na escola.

Sobre o primeiro tópico, o palestrante focou na importância que a mídia tem para o
jovem como forma de expressão, inclusive ampliando essa noção para a idéia de
identidade, de multiplicidade de identidade que o espaço virtual proporciona,
possibilitando a participação em diversas comunidades, estabelecendo diversas redes.
Apresenta a idéia de que jovem e objeto fundem-se nesse ambiente virtual, não existe
distância entre objeto e espectador. Essa imersão do jovem no objeto é de difícil estudo,
já que a metodologia moderna é uma metodologia racional e ainda utilizada nas
pesquisas. Nesse momento pontua as dificuldades metodológicas em relação à
pesquisa, mas não há um aprofundamento sobre isso nem apresenta qualquer proposta.
Sinaliza que investigamos as práticas sociais com uma metodologia inapropriada.
Traz o questionamento sobre o que significa identidade num ambiente virtual e o que
significa identidade num ambiente escolar. Num ambiente virtual você pode escolher
quem quer ser, de como forma você se expressará. Na escola isso não é possível.
Outra idéia apresentada é a de continuidade no mundo virtual, por exemplo, quando um
adolescente joga um game, ele sabe que haverá uma continuidade, senta na frente do PC
e continua de onde parou. Já na escola, diariamente os alunos perguntam ao professor:
“o que vamos fazer hoje?”, é como se não houvesse um link entre o ontem e o hoje da
sala de aula. No virtual a continuidade é contínua e não episódica como na escola. Num
game, por exemplo, você pode assumir a personalidade do jogador, há uma
permanência. Um de seus interesses de pesquisa é compreender a relação entre
identidade e objeto. Para isso, recorre à Bruno Latour, segundo o qual o objeto também
poder de atuação. Segundo Kevin, o objeto no mundo virtual é fundamental e a ciência
moderna não presta atenção suficiente no objeto. A interação entre agente, textos e
objeto também gera identidades.
Para falar da recusa da escola por utilizar as novas tecnologias, o palestrante apresenta a
realidade de uma escola americana, super equipada, onde os alunos possuem laptops,
inclusive há na própria escola técnicos que consertam os laptops, a fim de evitar a falta
de uso do equipamento. A escola é de educação básica, somente para meninas. Mesmo
com toda a estrutura, os professores desta escola não utilizam a mídia de forma potente.
Uma das razões apresentadas é a de que existe conflito de valores da escola e os valores
intrínsecos à tecnologia. Segundo o palestrante, Rodes teorizou sobre essa questão e,
segundo ele, uma das possibilidades de aproximação da escola das novas tecnologias,
seria a compreensão de que a concepção de tempo e espaço mudou. Aqui, fica claro que
a escola se configura num tempo diferente do tempo do aluno. Para melhor explicar essa
diferença de concepção de tempo e espaço, apresenta o percurso da web 0.0 até web 2.0
e pontua que a escola funciona na web 1.0, ou seja, limita-se à utilização das novas
tecnologias como recurso didático.
Nessa escola pesquisada, as professoras mandavam as alunas desligarem os laptops,
uma vez que em sala de aula a comunicação era global e não local, ou seja, não é
permitido falar com quem não pertence à sala de aula. Professoras estavam reclamando
que as alunas não tinham comunicação face a face.
As práticas associadas ainda dizem respeito à web 1.0, como por exemplo, a criação de
um jornal online, buscas para informações, etc. Assim, a perspectiva espaço/temporal
das práticas continua sendo a mesma. Por que não usam práticas mais participativas?
Algumas professoras sinalizaram que há uma sequência a ser seguida, ou seja, o
percurso a ser feito não pode ser hipertextual ( minha fala ).
Ainda em relação à comunicação, professores preferem a modalidade assíncrona,
enquanto os alunos preferem síncrona. Existe uma singularidade no tempo – tempo do
aluno é diferente do tempo do professor.
Outra concepção apresentada pelos professores da referida escola, é a de que o texto
impresso tem mais valor que o virtual. As professoras levam as Alunas à biblioteca e lá
mandam desligar o laptop.
Para concluir a palestra, Dr. Kevin apresenta como possibilidade de uso das tecnologias
na escola, o que ele denomina de processos transformadores através de uma pedagogia
paralela, cujo objetivo é a expansão social para o contexto escolar, alternando práticas
mais tradicionais com práticas mais inovadoras, através da prática integradora de uma
narrativa digital – dgitaland print memoirs.

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