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Introdução:
O fogo é conhecido pela humanidade desde os primórdios, mas durante muito tempo
foi apenas um fator de perigo e destruição, tais como incêndios, erupções vulcânicas
etc.... Isto, porque o homem não podia controla-lo.
Hoje, a combustão é uma arte e o fogo o melhor de nossos servos. Porém, sem a
cuidadosa supervisão de alguém que conheça a arte e a ciência da combustão, não se
consegue obter o uso eficiente dos combustíveis, como exige a competitividade de
nossos dias.
Entretanto o ar em nossa atmosfera (troposfera) não contém apenas gases, mas também
uma mistura de partículas sólidas, tais como poeira, areia, fulígem e cristais de sais,
carregadas pelos ventos.
Nas grandes cidades o número destas partículas pode chegar à 500.000 por m3.
Nos cumes das grandes montanhas não são encontradas estas partículas, e também nota-
se a escassez de gases pesados como o Oxigênio. Porém, é poluido por poeira cósmica.
Estima-se que 14 milhões de toneladas de poeira cósmica caem por ano sobre a terra.
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O Oxigênio contido na atmosfera é necessário para suportar os processos de
metabolismo (combustão lenta) pelos quais nosso organismo converte os carbohidratos,
as proteínas e as gorduras dos nosso alimento em calor e energia. Em média uma
pessoa consome aproximadamente 740 l de Oxigênio ( 1 kg de O2) por dia.
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Pressão de um gás - O que é: As moléculas de um gás submetido à uma temperatura
qualquer, estão animadas de uma energia cinética cuja média é a temperatura à que
estão submetidas. Portanto estas moléculas se movem e quando encerradas em um
recipiente, colidem com as paredes deste recipiente. Ao efeito integrado destas
colisões, chamamos pressão do gás.
onde:
Cp = calor específico com pressão constante (kcal/(kg.ºC))
Cv = calor específico com volume constante (kcal/(kg.ºC)) e:
mCp = mCv + 1,99;
m = massa de um mol do gás (peso molecular).
Cp/Cv = k
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O fato de que o volume de um mol a uma determinada pressão e temperatura é o mesmo
para qualquer gás, é muito significativa quando equacionado dentro da lei geral dos
gases. Se Vm é o volume de um mol de gás, na temperatura e pressão de referência,
então para 1 mol de qualquer gás:
P . Vm = R . T
P . V = m . R . T; R=R/M
Mol = Volume que contém, no sistema de unidades usado, a massa com o mesmo
número que a massa molecular do gás em questão.
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Por exemplo:
Massa Elemento Condições de temp. e pressão
32,00 kg O2 15 ºC (288 ºK) e 100 kPa (1 bar)]
02,00 kg H2 15 ºC (288 ºK) e 100 kPa (1 bar)]
28,00 kg N2 15 ºC (288 ºK) e 100 kPa (1 bar)]
28,96 kg de ar 15 ºC (288 ºK) e 100 kPa (1 bar)]
Têem sempre o mesmo volume.
Então:
R = J/([M kg].ºK) R = R/M = J/([1kg].ºK) (P.V) (cte) = R.T
P = kPa V = m3
m = massa em kg R = J / ([m . kg] . ºK) específico para o gás
T = ºK M = Massa molecular do gás kg / kmol
R = Constante universal dos gases = 8314 J /(kmol . ºK)
O ar está saturado quando a pressão parcial do vapor d’água for igual a pressão de
saturação do vapor d’água à temperatura existente.
Quando o ar é resfriado a pressão constante, então a pressão parcial será igual à pressão
de saturação no “ponto de orvalho”.
Qualquer resfriamento adicional provocará condensação da umidade, e uma parte da
água será separada.
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Por Dalton e Amagat: P = Pa + Pv. Mas:
Por exemplo:
Ar à 30 ºC com UR = 75% 75 = Pv x 100 / P(sat)
Pv = (30/31,599) (1/0,252) = 0,814 kPa
75x 0,814/100 = P(sat) P(sat) = 0,611 kPa abs.
t(sat) = 31,599x 0,6110,252 = 27,9 ºC.
Macete:
t(sat) = UR0,252 . t P(sat) = Pv/UR . 100
Pv = (t/31,599)(1/0,252) P(sat) = (t(sat)/31.599) (1/0,252)
Obs:
A água tem a propriedade de se evaporar à qualquer temperatura, e isto se faz
diretamente proporcional à temperatura e inversamente proporcional à pressão.
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Referências
* Standard Atmophere
N.A.S.A. standards for stens jet ejectores.
* Manual do ar comprimido.
Atlas copco.
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Parte 2: Princípio básico da combustão.
Combustão:
O que é combustão?
Combustão ou queima, é a combinação rápida do
oxigênio com um combustível, resultando em
liberação de calor.
A maior parte dos combustíveis contém carbono, hidrogênio e algumas vezes enxofre.
Para simplificar, podemos dizer que combustão consiste nos três seguintes processos:
Os três produtos da combustão são compostos químicos e são feitos de moléculas, nas
quais os elementos são combinados em proporções fixas. Por exemplo, a molécula de
dióxido de carbono contém um átomo de carbono e dois de oxigênio; A molécula de vapor
d’água contém dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
Como a matéria não pode ser criada ou destruída numa reação química, o calor liberado no
processo de combustão é o resultado de que: Na natureza, o equilíbrio está sempre no nível
de menor energia, portanto este calor é o excesso de energia liberado pelas moléculas para
se adaptarem à nova forma.
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2H2 + O2 ===> 2H2O + Calor
Combustão perfeita:
Se muito oxigênio é fornecido (excesso de ar) nós dizemos que a mistura é pobre e que o
fogo é oxidante. O resultado é uma chama que tende a ser curta clara e limpa. O excesso
de oxigênio não toma parte do processo, por exemplo, se quatro átomos de oxigênio (ao
invés de 2) são misturados com um átomo de carbono, dois átomos de oxigênio vão
sobrar. (assim como ter seis rodas para um chassis).
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Se muito combustível (ou oxigênio insuficiente) for fornecido, dizemos que a mistura é
rica e que o fogo é redutor.
O resultado é uma chama que tende a ser mais longa e muitas vezes fumarenta.
Por exemplo, se misturarmos dois átomos de carbono (em vez de um) com dois átomos de
oxigênio, os átomos de carbono podem dividir entre si os átomos de oxigênio, mas
nenhum deles terá o suficiente para se transformar em dióxido de carbono. Então, eles se
tornam em monóxido de carbono (CO). Um composto que mais tarde pode também se
queimar, tornando-se dióxido de carbono, se mais oxigênio for fornecido à mistura.
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mais tarde,
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Ar primário é aquele que é misturado no combustível ou no queimador.
Ar secundário é aquele usualmente soprado em torno do queimador.
Ar terciário é todo ar admitido na câmara, após o ar secundário, intencional ou não.
Carbono, hidrogênio e enxofre são freqüentemente queimados em suas formas puras, mas
a maior parte dos combustíveis são misturas de compostos químicos chamados
hidrocarbonetos (combinações de hidrogênio e carbono) . Quando queimados, o produto
final é dióxido de carbono e vapor d’água, se não faltar oxigênio. Se faltar, o produto pode
conter também monóxido de carbono, hidrogênio, hidrocarbonetos não queimado e
carbono livre.
Até aqui, temos falado apenas do produto final da combustão. Contudo, este produto final
que é normalmente limitado aos mesmos e poucos componentes para todos os
combustíveis chamados hidrocarbonetos, não necessariamente é produzido pelo mesmo
processo de combustão. Com os diversos tipos de chamas, muitos, variados e
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desconhecidos processos e produtos intermediários ocorrem, mesmo sendo os mesmos os
produtos finais.
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gotículas do líquido, conseguindo uma imensa superfície para evaporação. O calor
proveniente das chamas próximas, irá muitas vezes causar a decomposição do combustível
ou a quebra de suas moléculas, antes que ele possa evaporar. Este cracking, normalmente
produz um hidrocarboneto mais leve (que queima como gás) e outro hidrocarboneto mais
pesado (que pode queimar como carbono sólido, produzindo uma chama amarela muito
luminosa ).
Quando o carbono sólido é queimado, o processo é bastante complicado pelo fato de que
cada átomo de oxigênio precisa entrar em contato com a superfície do carbono, formar
CO, então mover-se de tal maneira a encontrar mais oxigênio. Portanto a combustão de
sólidos consiste no fenômeno de transporte de massas (do oxigênio até a superfície e do
CO para fora da superfície), mais mistura, mais combinação química.
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que a chama de um fósforo é capaz de transmitir, portanto, nenhuma parte da axa terá
calor suficiente para entrar em combustão. Entretanto, a palha tem a maior parte de sua
superfície exposta à chama do fósforo e também pequena massa para absorver o calor;
portanto, um ponto quente tão localizado pode se desenvolver em chamas.
Estabilidade de chama. O que pode diferenciar uma combustão útil, de outra totalmente
inútil, é a função: configuração do queimador. Um queimador posiciona a área
destinada à combustão, de tal forma que:
Por exemplo, 1 kg de óleo leve libera cerca de 42,989Mj se o produto for coletado a 15,6
ºC, mas libera apenas 37,919 Mj se coletado a 260 ºC.
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Quando uma mistura perfeita de combustível e ar, originalmente à uma temperatura de
15,6 ºC é queimada e seu produto de combustão resfriado à 15,6 ºC, O calor total liberado
é chamado poder calorífico superior ou calor bruto do combustível. O termo poder
calorífico inferior (PCI) ou calor líquido do combustível também é muito usado, e
significa o valor do poder calorífico superior (PCS) menos o calor liberado pela
condensação do vapor d’água do produto de combustão. Nas aplicações práticas da
combustão, freqüentemente se usa o PCS.
Temperatura da chama.
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A liberação de calor, pela reação química entre ar e combustível,
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Uma fórmula simplificada para a temperatura da chama adiabática é:
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Num queimador de chamas estáveis, a frente da chama parece estar parada. Isto, porque
a chama está se movendo para o queimador com a mesma velocidade com que a
mistura ar-combustível sai do queimador. (O que pode ser comparado com um peixe
nadando contra a corrente a 5 km/h, em uma corrente com fluxo de 5 km/h).
Se a mistura que alimenta o queimador é muito rápida, a chama oscila sendo “soprada
para fora” (blow-off) [como um peixe nadando a 5 km/h em um fluxo de 6 km/h].
porém, a maior parte dos queimadores, aceita por projeto de seu bocal, um considerável
range de fluxo de alimentação.
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Os limites de inflamabilidade também são conhecidos por limites explosivos (LEL e
UEL), são expressos como volumes percentuais de combustível numa mistura ar-
combustível.
COMBURENTE
GÁS
Ar Oxigênio
Limites LEL (%) UEL (%) LEL (%) UEL (%)
Metano 5,0 15,0 5,0 60,0
Etano 3,0 12,4 3,0 66,0
Eteno (etileno) 2,7 36,0 2,9 80,0
Propano 2,8 9,5 2,3 45,0
Propeno (propileno) 2,0 11,1 2,1 52,8
Butano 1,8 8,4 1,8 40,0
Monóxido de carbono 12,0 75,0 - -
Hidrogênio 4,0 75,0 4,0 94,0
Acetileno 2,2 80 / 85(*) 2,8 93,0
Gás e comburente a 20ºC e 1 atm
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Referências
Scholte, T.G. and Vaags, P.B.: The burning of hidrogen – Air mixtures and mixtures of
some hidrocarbons with air, combustion and flame.
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Parte 3. Combustíveis do processo industrial.
Salvo indicação contraria, o termo carbono, usado neste estudo, significa carbono
disponível.
A combustão completa de 1
kg de carvão libera um
calor bruto de 33,73 Mj.
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Nos combustíveis líquidos e gasosos, o carbono aparece como hidrocarbonetos compostos
ou monóxido de carbono.
Hidrogênio. Tem um poder calorífico muito alto quando comparado com o do carbono.
O hidrogênio tem uma velocidade de chama maior que a maioria dos combustíveis
gasosos o que parcialmente faz com que tenha pequena quantidade de calor (em base de
volume de chama).
O termo hidrogênio disponível se refere ao hidrogênio que não está combinado com o
oxigênio. Salvo indicação contraria, o termo hidrogênio neste estudo, se refere ao
hidrogênio disponível.
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A presença de gases compostos de enxofre podem abaixar o ponto de orvalho (dew point)
do vapor d’água nos gases de combustão, agravando os problemas de corrosão.
As análises nem sempre completam a soma de 100 %, porque alguns combustíveis contém
CO2.
Portanto um metro cúbico de gás com o calor total de 37,25 Mj, requer 10 m3 de ar para
queimar completamente, e um litro de óleo com o calor total de 40 Mj, requer 10,738 m3
de ar para sua queima completa.
Esta regra é bastante aproximada, e na prática, muito mais usada para determinar o ar
necessário para os combustíveis comerciais ou medir seu poder calorífico que os cálculos
da análise química.
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Propriedade dos combustíveis sólidos
Análise química. A maior parte dos combustíveis líquidos são derivados de petróleo,
consistindo de misturas de compostos hidrocarbonetos.
A análise química dos compostos que formam estas misturas é muito difícil, portanto é
prática comum que se faça uma “análise química típica” ou diversas medições físicas, em
seu lugar.
Uma análise típica, lista a porcentagem (por peso) dos diversos elementos químicos no
combustível. Do ponto de vista teórico, o conhecimento das percentagens de carbono e
hidrogênio é útil para a determinação do ar necessário e análise do gás de exaustão.
O tipo ou a classificação de um óleo não pode ser determinada apenas por uma análise
típica.
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A maior parte dos óleos contém de 83 à 88% de carbono e 6 à 12% de hidrogênio, por
peso.
Devido a todo óleo combustível ser quimicamente similar, e devido as propriedades físicas
afetarem grandemente as operações dos equipamentos de queima de combustíveis, as
propriedades físicas do óleo são muito mais freqüentemente medidas e especificadas pelos
seus produtores.
O peso específico da água é 1000 kg/m³, a densidade da água é 1,00 e o grau API da água
é 10,00º. A relação entre estas várias unidades é dada a seguir.
141,5
a) sp gr 60 / 60 F onde ºAPI medido à 60 F
º API 131,5
140
b) sp gr 60 / 60 F onde ºBe medido à 60 F
º Be 130
lb / ft ³
c) sp gr 60 / 60 F onde lb/ft³ medido à 60 F
62,3
lb / gal
d) sp gr 60 / 60 F onde lb/gal medido à 60 F
8,34
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Viscosidade. A viscosidade de um fluido é a medida de sua
resistência interna para fluir. Viscosidade é o oposto de
fluidez. Um óleo altamente viscoso aproxima-se do estado
sólido e não irá fluir facilmente, todavia um óleo de baixa
viscosidade flui rapidamente. Quanto mais viscoso um óleo,
maior o custo de seu bombeamento e maior a dificuldade de
atomiza-lo.
Quando a temperatura aumenta, a viscosidade de um óleo diminui e ele flui mais rápido.
Portanto óleos viscosos são freqüentemente aquecidos para um bombeamento mais barato
e também para uma atomização mais eficiente.
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O flash point e ponto de ignição, indicam a
extensão do fracionamento. Eles são
interessantes do ponto de vista da
segurança e das características de
acendimento. Embora um pouco arbitrário,
eles servem para indicar o perigo relativo de
armazenamento de vários combustíveis.
O resíduo de carbono pode ser medido pelo teste de Conradson, que é feito com chama
aberta, ou o de Ramsbottom, em “banho maria”. Os resultados não são os mesmos. Mas
existem fórmulas para converter um no outro. Estes testes são arbitrários; seus valores são
falsos para mostrar o potencial relativo de formação de fuligem dos óleos. A possibilidade
de formação de carvão não deve ser totalmente julgada por estes testes, pois a
carbonização também é influenciada pelo projeto e operação do queimador.
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Teor de enxofre e emissão de SO2 na queima de óleo combustível.
Segundo os órgãos ambientais brasileiros, em média, um kg de óleo combustível contém
10.000 kcal, ou seja: 104 kcal = 1 kg de óleo combustível.
E portanto: 106 kcal = 100 kg de óleo combustível.
Se o teor de enxofre neste óleo é de X%, então, a massa de “S” neste mesmo óleo será:
Ms = 1.000 g * X / 100 = 10 * X g / (kg de óleo) = 1.000 * X g/(106 kcal) [ou 100 kg]
Sabendo-se que:
Massa atômica do S = 32;
Massa atômica do O = 16;
Implica que a massa atômica do SO2 = 64 = ( Ao dobro da massa de enxofre)
Por exemplo: A queima completa de 100 kg de óleo combustível com 3,5% de enxofre,
liberará: Mso2 = 2.000 * 3,5 g/(106 kcal) = 7.000 g de SO2 = 7.000.000 mg de SO2
Ou ainda:
O teor de enxofre máximo admitido no óleo combustível, pode ser calculado pela
seguinte fórmula:
S%(max) = Mso2 (admitida) / 2.000
onde:
S%(max) = Máximo teor de enxofre do óleo (em percentual).
Mso2 (admitida) = Máxima emissão de SO2 admitida por lei, para 106 kcal (100 kg) de
óleo combustível (em gramas).
Por exemplo: Se a máxima emissão de SO2 admitida por lei, para 106 kcal (100 kg) de
óleo combustível for 2.750.000 mg, o máximo teor de enxofre será:
Ponto sólido (Pour point). Se uma amostra de óleo for resfriada gradualmente, a
temperatura atingirá um ponto onde o óleo não mais fluirá, o ponto sólido, que depende
principalmente da quantidade e tipo de graxa contida no óleo.
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Padrões. Como o petróleo de cada origem é diferente em sua composição, e cada país,
aplicação e fornecedor tem seu ponto de vista econômico, existem diversos padrões para
óleos combustíveis. porém, todos eles baseados nas propriedades físicas acima
mencionadas.
Poder calorífico. Embora possa ser calculado por análise química do gás, prefere-se a sua
medição, nas condições de fluxo com pressão constante, através de um calorímetro.
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Poder calorífico dos gases:
Gás PCS (kJ/Nm³) PCS (kJ/kg)
Hidrogênio 12767 141859
Metano 39893 55607
Etano 69906 51906
Eteno ou etileno 63209 50316
Gás natural de Campos 42111 67838
Gás natural de Santos 44736 66788
Gás natural da Bolívia 41684 69044
Propano 101301 50358
Propeno ou propileno 93766 48976
n-Butano 133533 49520
iso-Butano 132696 49437
Buteno-1 125161 48474
iso-Pentano (líquido) - 48558
GLP (médio) 117208 49897
Acetileno 58520 49947
Monóxido de carbono 12617 10092
Hidro carbonetos condensáveis. Os termos seco e úmido, indicam se os gases têm menos
ou mais que 1,34 litros de hidrocarboneto condenável (geralmente gasolina natural) por
100 m³ de gás.
Intercambialidade de combustíveis
Gás para gás. O índice de Wobbe, a fórmula (a) abaixo, é usada para avaliar a
intercambialidade, com relação aos itens 1 e 2. Se o gás substituto tem o mesmo índice de
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Wobbe que o substituído, não serão necessárias mudanças de válvulas ou ajustes na troca
de combustíveis.
Se o gás substituto, que pode ser uma mistura ar-combustível, tiver maior densidade que o
substituído, menos metros cúbicos fluirão através da tubulação, válvulas ou restrições,
com a mesma queda de pressão. Para compensar este efeito, a mistura substituta tem que
ter um poder calorífico maior, para liberar a mesma quantidade de calor original, no
queimador. Inversamente, se o substituto tem menor densidade, deverá ter um menor
poder calorífico para manter os mesmos ajustes. Isto significa que:
G0 cfh G0 H
a) Necessariamente = m ou = 0
Gm cfh0 Gm Hm
Onde:
G = densidade relativa ao ar
H = PCS
o = Original
p = substituto puro
a = ar
m = mistura substitua, constituída de p e a.
H0 Hm
b)
G0 Gm
c) Gm %a
%p
x Gp x Ga ,
100 100
x G p 1
%p
mas Ga = 1 e % a = 100 – p; Portanto Gm 1
100
d) H m %a
%p
x Hp x Ha ,
100 100
%p
mas Ha = 0, então, H m 1 x Hp
100
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Combinando as fórmulas acima, a porcentagem de substituto puro em uma mistura com ar,
que será intercambiavel com o gás original, tanto na liberação de calor quanto nas
condições de fluxo, será:
200
e) % p 2
Hp
1 G p G p 1 4 x G0 x
2
H0
Nº de Wobbe sup
GÁS Superior (kJ/Nm³)
Hidrogênio 48256
Metano 53309
Etano 68223
Eteno (ou etileno) 63849
Gás Natural de Campos 53736
Gás Natural de Santos 55703
Gás Natural da Bolívia 53723
Propano 81108
Propeno (ou propileno) 77077
n-Butano 92368
iso-Butano 92008
Buteno-1 88500
GLP (médio) 86880
Acetileno 61346
Monóxido de carbono 12809
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pré mistura são geralmente mais sensíveis, Os queimadores mais modernos, de
“estabilidade inteligente”, não têm normalmente problemas com os combustíveis de gases
fósseis.(metano, etano, propano, etc...). Mas estes gases, muitas vezes contém formadores
de fulígem não saturados, tais como propileno e butileno.
Gás para óleo. A única maneira de queimar óleo em substituição ao gás, através de um
queimador de gás existente, é com um sistema vaporizador externo, acoplado à um
queimador de pré mistura. Se a entrada por queimador puder ser no máximo 73,275 kW
(250.000 BTU/h), é normalmente mais barato trocar cada queimador a gás por um
queimador duplo (dual burner). Estas conversões de sistemas (vaporizadores ou
queimadores duplos) são bem mais caros que o custo da transformação gás para gás, mas
podem ser economicamente viável. Na seleção do equipamento de conversão, deve-se
atentar para os três primeiros aspectos listados no início desta seção de intercambialidade.
O quarto aspecto, padrões de liberação de calor, é diferente para óleos, porque sua
chama é mais luminosa. (embora existam alguns poucos queimadores projetados para
produzir chama azul com óleo, e também queimadores de chama amarela longa e
luminosa, com gás). Portanto, é necessário observar bem o comprimento da chama e a
distribuição do calor através do equipamento. Também o volume final dos gases resultante
da combustão é importante, pois interfere diretamente na velocidade de exaustão e
consequentemente na eficiência da troca térmica. Se o espaço para a combustão é muito
pequeno, ou se grande radiação da chama for prejudicial para o processo, a conversão para
óleo (ou para o gás) pode exigir de uma revisão da câmara de combustão.
Com a mesma Produção de vapor.
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O quinto aspecto, atmosfera do forno. Foi uma grande preocupação para a forjaria
industrial americana, quando da conversão do gás natural para combustível mais barato,
nos anos 50, mas efeitos sérios como formações de crostas não puderam ser provados
exceto em uma porção de casos especiais muito críticos. Assim como na substituição gás
para gás, os efeitos da variação de enxofre ou da razão C/H têm que ser avaliadas para
cada combustível e processo.
Com a mesma Produção de vapor.
Contudo esta comparação pode levar a enganos, devido a uma série de razões, como
veremos.
O poder calorífico total dos combustíveis não é disponível nos equipamentos práticos de
queima, porque a temperatura de exaustão dos gases de combustão não é baixa o suficiente
para condensar o vapor d’água do produto da combustão. O que também muitas vezes não
é desejável.
O PCI pode ser facilmente calculado para combustíveis sólidos e gasosos, mas seu cálculo
para combustíveis líquidos é altamente discutível, devido aos diferentes processos de
refinação e armazenamento.
Por exemplo, combustíveis que possuem grande teor de hidrogênio produzem gases de
combustão de alto calor específico; então as perdas pela chaminé serão muito maiores.
Geralmente combustíveis gasosos ou líquidos podem ser queimados com maior eficiência
que os sólidos, porque exigem um menor excesso de ar e portanto um menor consumo de
calor em suas combustões.
36
As cinzas nos combustíveis sólidos também causam perdas, pois para serem removidas,
elas carreiam calor para fora do processo e também porque, nesta hora, algum combustível
não queimado pode ser retirado com elas.
Combustíveis líquidos tem que ser bombeados, armazenados e muitas vezes aquecido.
Na operação, os revestimentos das câmaras de combustão e exaustão têm que ser trocados
com maior freqüência com alguns combustíveis. Portanto, a determinação do custo do
equipamento e sua operação é um problema especial para cada caso em particular.
Danos provocados em caldeira FT, devido à troca de combustível de Óleo 1A Para Gás Natural,
sem limitação da potência
Danos provocados em caldeira AT, devido à troca de combustível de Óleo 1A Para Óleo 4A, sem
limitação da potência
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Referências
Heap, M.P. et al: The influence of fuel caracteristics on Nitrogen Oxide formation.
38
Parte 4: Análise da combustão.
Freqüentemente é necessário predizer o ar necessário para queimar um combustível, seus
produtos de combustão e as perdas térmicas que resultarão de um processo de combustão.
Existem dados tabulados, dos combustíveis típicos que podem fornecer estes dados.
Porém, se nenhum dos combustíveis listados se aproxima de suas necessidades, os
métodos mostrados nesta parte, devem ser usados.
Em nossos estudos, estamos assumindo que todos os volumes medidos, de gases e ar, são
mas CNTP, isto é 15,6 ºC e 1014 kPa, salvo quando houver indicação em contrario.
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Combustíveis gasosos. A quantidade de ar necessária para queima perfeita de um metro
cúbico de qualquer combustível gasoso é dado pela fórmula:
Volume de ar
1) [(%CH4 x 0,0956) + (%C2H6 x 0,1673) + (%C3H8 x 0,239) + (%C4H10 x 0,311) +
Volume de combustível
(%H2 x 0,0239) + (%CO x 0,0239) - (%O2 x 0,0478)] x [1 - % XSA / 100]
Onde todos os percentuais são volumétricos. Os não combustíveis não afetam a quantidade
de ar requerida pela combustão. Na fórmula 3) os volumes de gás e ar, tem que ser
medidos nas mesmas condições de temperatura e pressão. Se houver qualquer diferença
nestas variáveis, correções tem que ser feitas, para o uso destas fórmulas.
V2/V1 = P1/P2
V2/V1 = T2/T1
Lei geral dos gases: Pela combinação das leis de Boyle e Charles e da lei
de Poison, encontramos:
2) e 3) P.Vk/T = Constante
40
Combustíveis líquidos e sólidos. A quantidade de ar requerida para a combustão
perfeita de 1kg de qualquer combustível líquido ou sólido é dado pela fórmula:
m³ de ar
4) (%C x 2,426) + (%H x 7,276) + (%S x 0,910) – (%O x 0,910)
kg de combustível
Onde todas as percentagens são por peso. Os metros cúbicos para a fórmula 4,
necessariamente são medidos nas CNTP. Para outras temperaturas e pressão, serão
necessárias correções, conforme indicado no parágrafo anterior.
m³ de ar
5) (254,8 x sg) – (50,7 x (sg)²) quando sg entre 0,825 e 0,876
m³ de óleo
m³ de ar
(254,0 x sg) – (50,7 x (sg)²) quando sg entre 0,876 e 0,934
m³ de óleo
m³ de ar
(253,3 x sg) – (50,7 x (sg)²) quando sg entre 0,934 e 1,007
m³ de óleo
m³ de ar
(251,1 x sg) – (50,7 x (sg)²) quando sg entre 1,007 e 1,076
m³ de óleo
Produtos de combustão.
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Em qualquer destes casos, volumes devem ser corrigidos utilizando-se as leis de gases,
considerando-se temperaturas e pressões. Lembre-se também que excessos de ar devem
ser somados à volumes e massas dos produtos da combustão perfeita. (Excessos de
oxigênio e nitrogênio).
Quando existe deficiência de ar, é mais difícil predizer os volumes ou a análise dos
produtos da combustão. Mas a massa total dos produtos, será igual à massa do
combustível, somada à massa de ar fornecido.
A análise dos gases de exaustão é usada para indicar a relação ar/combustível e também
o grau de queima completa. Se a mistura não é homogênea, um excesso de ar deve ser
fornecido, de tal forma que todas as partículas de combustível entrarem em contato com
o ar e se queimem. Se a chama, ou produtos intermediários de combustão, quentes,
entram em contato com uma superfície fria, ou encontram um sopro de ar frio, gás ou
água, ele pode subitamente ser resfriado à um nível de temperatura no qual a reação de
combustão não pode ser completada. Esta ação extintora pode resultar em combustão
incompleta, com gases tais como O2, CO, H2 e aldeídos nos produtos de exaustão, como
resultado de mistura não homogênea.
Para aplicações que requerem combustão oxidante ou então redutora, as análises dos
gases de exaustão devem ser usadas como meio de repetição das condições desejadas.
Com uma mistura não homogênea, tal como carvão moído, ou gás ou óleo queimados
em queimadores de mistura retardada, a maneira como a análise do gás efluente varia
com a variação da razão ar/combustível é uma função do ajuste físico do queimador e
da câmara de combustão.
As curvas para misturas não homogêneas (normalmente mostradas como padrão) são
apenas uma das muitas possibilidades. Todavia, estas curvas demonstram que as
análises dos gases efluentes podem ser usadas como indicação da razão ar/combustível
ou da relatividade de combustão completa.
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Referências
Hougen, O.A., Watson, K.M. and Ragatz, R.ª: Chemical Process Principles.
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Parte 5: Combustão: Hidrocarbonetos (Óleos ultra-viscosos A e B)
Normalmente, em nosso país, a composição em massa, destes óleos é:
C = 48 % MA = 12 HHV = 32,781 Mj/kg 48 / 12 = 4
H2 = 10 % MA = 1 HHV = 141,853 Mj/kg 10 / 1 =10
S = 1,5 % MA = 32 HHV = 9,257 Mj/kg 1,5 / 32 = 0,047
MC = 4 x 12 = 48
MH = 5x2x1 = 10
MS = 0,047 x 32 x 1 = 1,504
M in = (100 – soma) = 42
Mfo = 100
MO = (9,547 x 16 x 2) = 209,504
Mar = 209,504 / 0,20677674 = 1013,189
Mar / Mfo = 1013,189/ 100 = 10,13189
Var = 10,13189 / 1,21 = 8,373466
MCO2 = 4 x (12 + 16 x 2) = 176
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O2 = 20,677674 - 1,363857 . C O2
C O2 = (20,677674 - O2) / 1,363857
Onde :
O2 = Percentual mássico de O2 na saída de gases (O2 que não entrou na combustão)
CO2 = Percentual mássico de CO2 na saída de gases
20,677674 = Percentual mássico de O2 no ar atmosférico
1,363857 = MO / MO no CO2 (razão mássica entre O2 que entrou na combustão e O2
que formou CO2)
% 2A 3A 4A 5A 6A 7A 8A 9A
1A 3 10 19 25 30 36 41 47
2A 7 16 22 27 33 38 44
3A 9 15 20 26 31 37
4A 6 11 17 22 28
5A 5 11 16 22
6A 6 11 17
7A 5 11
8A 6
t = ºC
r = kg / m3
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Viscosidade do óleo combustível:
cs = 2,1333 . SSU -1,5712
cp = cs . r
Tarefa SSU
Manuseio 2000—5000 (3000)
Queim. Ar comp P=cte 130 –180 (150)
Copo rotativo 90 – 125 (110)
ar baixa pressão 60 – 90 (80)
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Referências
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Parte 6: Segurança em sistemas de combustão:
Conforme dito anteriormente, o fogo pode ser o melhor de nossos servos, mas também,
se fora de controle, o pior de todos os flagelos.
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convexão e condução, protegendo assim, o trabalhador e o patrimônio, contra
possíveis queimaduras, incêndios e outros danos, tornando-se portanto, no segundo
EPC do sistema. Normalmente é usado uma estrutura de aço, revestida internamente
com cimento refratário e externamente com lã de vidro ou outro material isolante
térmico.
3- Explosões:
Origem: As explosões ocorrem, quando uma apreciável quantidade de combustível,
atomizado, com temperatura acima de seu ponto de fulgor e em presença de uma fonte
de ignição, entra em contato súbito com uma massa de comburente (ar ou oxigênio).
Esta situação não é difícil de ocorrer dentro de uma câmara de combusão. Basta que a
uma chama “rica” (com excesso de combustível) se sobreponha um regime de chama
“pobre” (com excesso de ar). Os principais momentos em que esta situação pode
ocorrer, são:
Prevenção: Nos sistemas atuais, tanto a chama do piloto quanto a chama principal são
monitoradas por um “detetor de chamas” que por sua vez é supervisionado por um
dispositivo programavel, geralmente um PLC, que controla os tempos de acendimento
e a estabilidade das chamas em questão. Caso o piloto apague ou fique instável, o
dispositivo programador aciona uma válvula “shut-off” na linha do combustível
principal, impedindo sua alimentação. Esta “shut-off” é manualmente rearmada e sua
abertura somente é permitida pelo sistema, após o ciclo de pós-purga, com tempo igual
ao da pré-purga.
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A chama de uma combustão emite luz, numa gama de frequências que vai desde o
infra-vermelho, passando pelo espectro visível, até o ultra-violeta. Porém, para um
detetor de chamas, não é aconselhável que ele trabalhe com o espectro visível, pois a
iluminação ambiente (caso haja algum vazamento de luz para o interior da câmara de
combustão) pode ser confundida com “chama estável”. Por outro lado, um sensor
infra-vermelho, vai detectar a “temperatura do refratário” da câmara de combustão,
como chama estável. Portanto, sempre recomendamos que os detetores de chama
sejam apropriados para a detecção de chamas, na faixa do ultra-violeta.
24 70
20 60
16 H2O 50
H2O O2 dry
basis
12
CO H2 CO2
8 CO2
H2O
O2 dry
4
basis
CH4
CO2
0
60 40 20 0 20 40 60 80 100 500 900
o Fixos: Neste caso, o equipamento opera com posições pré ajustadas e relação
ar-combustível, fixas:
Fogo alto,
Fogo baixo,
Desligado.
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Prevenção: Costuma-se manter neste tipo de sistema, para cada ponto operacional,
uma regulagem da relação ar-combustível, com excesso de ar, superior ao exigido pela
combustão eficiente. Perde-se em eficiência mas ganha-se em segurança.
O grande problema é que este fato é pouco divulgado e é muito comum encontrarmos
equipamentos deste tipo que foram “recalibrados” para operar com “maior eficiência”
e estão oscilando perigosamente na zona da atmosfera explosiva.
Sua operação é muito crítica com cargas baixas (partidas e paradas) e cargas no limite
de sua potência máxima.
Este controle também não responde muito bem quando a modulação é rápida ou opera
com óleo pesado, sujeito a entupimentos e/ou falsas “informações de pressão” na
cabeça da válvula de relação, criando condições de geração de atmosfera explosiva na
câmara de combustão.
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Estes sistemas, também por precaução, são regulados com um excesso de ar
“confortável” não admitindo maiores eficiências na combustão (são melhores que os
sistemas fixos e tecnicamente mais aceitaveis), porém não desejaveis para sistemas de
maiores potências.
Por este motivo, as empresas que consideram segurança com a mesma prioridade que
qualidade e custos, acabaram por desenvolver um aperfeiçoamento deste controle,
fazendo que nas modulações de carga, a programação opere de forma diferente do
resto do processo (segurança) e mantenha um mínimo de excesso de ar nas partes
estaveis de potência (economia).
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Referências
Hougen, O.A., Watson, K.M. and Ragatz, R.ª: Chemical Process Principles.
PFCP
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