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1. Casos clínicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2. O que é imunodiagnóstico?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
3. Princípios e métodos de imunodiagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2
4. Interpretação dos testes de imunodiagnóstico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
5. O que sabemos, o que pensamos que sabemos e o que não sabemos sobre
imunodiagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
6. Perspectivas ..
6. Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . .
2. O que é imunodiagnóstico?
Testes de imunodiagnóstico são aqueles que se baseiam na especificidade da
resposta imunitária para detectar anticorpos, antígenos ou linfócitos objetivando o
diagnóstico de infecções, de autorreatividade imune, de processos alérgicos ou
neoplásicos, e também para a detecção/quantificação de hormônios ou drogas.
Embora o método mais seguro para se diagnosticar uma infecção seja o
isolamento e a caracterização do agente infeccioso, isto nem sempre é possível ou
prático. São várias as razões: ou porque o agente está localizado em sítios de difícil
acesso (ex.: encéfalo), ou por não se dispor de métodos simples, práticos ou seguros
para seu isolamento ou cultivo (ex.: infecções por vírus), ou porque o paciente está
recebendo drogas antiinfecciosas que impedem o crescimento do agente infeccioso in
vitro. Nessas circunstâncias, as técnicas de imunodiagnóstico são muito importantes já
que permitem confirmar a infecção através da presença de antígenos dos agentes
infecciosos ou, mais freqüentemente, das "pegadas" por eles deixadas ao entrar em
contato com o sistema imunitário: os anticorpos e os linfócitos. Como tanto os
anticorpos como os linfócitos sensibilizados apresentam especificidade para o agente
infeccioso que os induziu, a presença desses componentes do sistema imunitário indica
infecção.
Os testes de imunodiagnóstico são utilizados: (1) para o diagnóstico de doenças
infecciosas, (2) para a detecção de anticorpos contra componentes do organismo nos
casos suspeitos de doenças autoimunes (ex.: anti-ADN no lupus eritematoso e anti-
tireoglobulina nas tireoidites autoimunes), (3) para a detecção de anticorpos contra
alérgenos nas doenças alérgicas, (4) para o diagnóstico de gravidez e (5) para detectar
antígenos de células tumorais ou os anticorpos por eles induzidos.
VP NV
sensibilidade = especificidade=
VP + NF NV + PF
1/1600 e 1/6400 (razão 4) e a reação positiva foi detectada até a terceira diluição.
Neste caso, o título da reação será de 1600. Pode-se também utilizar técnicas
quantitativas sem a necessidade de diluição do soro, como acontece nos testes
imunoenzimáticos, em que existe uma relação entre a quantidade de anticorpo (ou de
antígeno) e a densidade óptica, definida através de espectrofotometria.
condição patológica (ex.: uma infecção). Entretanto, um teste positivo pode indicar uma
resposta residual a um agente infeccioso, que não mais está presente no organismo
(‘cicatriz imunológica’), ou pode decorrer de reação cruzada com outro agente
infeccioso. Por outro lado, um teste negativo indica ausência de contato com o agente
infeccioso, mas pode também ocorrer na presença de infecção recente, que ainda não
desencadeou uma resposta mensurável do sistema imunitário, e pode ainda decorrer
da negativação da resposta imunitária pela presença de uma condição concomitante
(ex.: imunodepressão pelo vírus da imunodeficiência humana).
O que não sabemos sobre imunodiagnóstico: (1) Sua aplicação para o
diagnóstico de todas as doenças. Existem muitas condições patológicas em que os
testes de imunodiagnóstico não são empregados, seja porque existem métodos mais
adequados de diagnóstico, seja porque ainda não se conseguiu padronizar um teste de
imunodiagnóstico confiável; (2) O verdadeiro significado de um teste positivo. Embora
algumas vezes possa indicar proteção (ex.: anticorpos contra os vírus da rubéola e do
sarampo), outras vezes possa indicar prognóstico (ex.: testes intradérmicos com
tuberculina – reação de Mantoux – ou com lepromina – teste de Mitsuda), um teste de
imunodiagnóstico positivo geralmente só pode ser tomado como um indicativo do
contato prévio ou atual com determinado material antigênico (ex.: agente infeccioso,
vacina, alérgeno).
6. Perspectivas
Existe uma tendência para se adotar métodos de imunodiagnóstico cada vez
mais sensíveis, como a imunofluorescência quantitativa e os testes imunoenzimáticos.
Mesmo métodos sensíveis como os radioimunoensaios estão também sendo
substituídos por esses métodos, que não apresentam o inconveniente de se utilizar
substâncias radioativas. Alguns testes deverão continuar em uso, por sua praticidade,
apesar da baixa sensibilidade como os testes de aglutinação direta para tipagem de
grupos sangüíneos (ABO e Rh), teste de Coombs para detecção de anticorpos anti-
eritrócitos e para detecção de anticorpos contra alguns microrganismos.
O rápido desenvolvimento de técnicas de biologia molecular baseadas
principalmente na reação em cadeia da polimerase (PCR) e a popularização de seu
uso em laboratórios de medicina laboratorial tem ampliado os recursos de diagnóstico
de infecções através da detecção do próprio agente infeccioso, com a vantagem sobre
as técnicas de imunodiagnóstico de apresentar altíssima especificidade, capaz de
distinguir sub-espécies ou variantes de microrganismos.
7. Referências bibliográficas
1. Herzenberg LA. Weir’s Handbook of Experimental Immunology, 5th ed, Blackwell Scientific
Publications, 1996
2. Rose NR, de Macário EC, Folds JD, Lane CH, Nakamura RM. Manual of Clinical Laboratory
Immunology. American Society of Microbiology, Washington, DC, 1997
3. Stites DP, Rodgers C, Folds JD, Schmitz J. Clinical laboratory detection of antigens and
antibodies. In Medical Immunology, 9th ed, DP Stites, AI Terr, TG Parslow (eds) Appelton &
Lange, Stanford, CT
4. Virella G. Introduction to Medical Immunology, 4th ed, Marcel Dekker, New York, 1998