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Joaquim Guilherme Gomes Coelho, nasceu no Porto, na antiga Rua

do Reguinho, a 14 de Novembro de 1839, e faleceu na mesma cidade, na Rua


Costa Cabral, numa casa que já não existe, a 12 de Setembro de 1871. Júlio
Dinis era filho de José Joaquim Gomes Coelho, cirurgião, e de Ana
Constança Potter Pereira Gomes Coelho;

Júlio Dinis sofria de Tuberculose e apenas com trinta e dois


anos morreu aquele que foi o mais «suave e terno romancista português,
cronista de afectos puros, paixões simples, prosa limpa». Essa doença,
também vitimou a mãe, em 1845, bem como todos os seus oito irmãos.
Foi o criador do romance campesino e as suas personagens, tiradas, na
sua maioria, de pessoas com quem viveu ou contactou na vida real, estão
convencidas de tanta naturalidade que muitas delas nos são ainda hoje familiares.

É o caso da tia Doroteia, de «A Morgadinha dos Canaviais», inspirada


por sua tia, em casa de quem viveu, quando se refugiou em Ovar, ou de Jenny ,
para a qual recebeu inspiração da sua prima e madrinha, Rita de Cássia Pinto
Coelho.

Júlio Dinis viu sempre o mundo pelo prisma da amizade, do optimismo,


dos sentimentos sadios do amor e da esperança. Quanto à forma, é considerado
um escritor de transição entre o romantismo e o realismo.
 A Morgadinha dos Canaviais

 As Pupilas do Senhor Reitor


“ Defronte do campo, donde, com as melhores intenções deste mundo, o reitor
estava espionando, e separado apenas dele pela estreita e húmida rua, de que
já falamos, estendia-se um trato de terreno inculto, muito coberto de tojo e
de giestas, e dessa espontânea vegetação alpestre, que, no nosso clima,
enflora ainda mais os montes mais áridos e bravios.

Dispersas por toda a extensão deste pasto, erravam as ovelhas e cabras de


um numeroso rebanho, de que eram os únicos guardadores, um enorme e
respeitável cão pastor e uma rapariguita de, quando muito, doze anos de
idade.”

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