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Fitoterapia

O que é a fitoterapia? Fitoterapia é a utilização de vegetais em preparações farmacêutica


(extratos, pomadas, tinturas e cápsulas) para auxílio ao tratamento de doenças,
manutenção e recuperação da saúde. Fitoterapia vem do idioma grego e quer dizer
"tratamento" (therapeia) "vegetal" (phyton). O uso de plantas medicinais na fitoterapia
vai desde as formas mais empíricas e tradicionais até as científicas.
A fitoterapia acompanha a humanidade desde os povos primitivos, que já utilizavam
plantas medicinais para curar doenças, e hoje em dia vem ganhando cada vez mais
popularidade no mundo todo. Porém, é preciso ter cautela ao utilizar a fitoterapia, uma
vez que um produto natural não significa necessariamente que seja livre de efeitos
colaterais. Todos os medicamentos, inclusive os fitoterápicos, devem ser usados com
orientação médica.
No Brasil, desde março de 2004, a Anvisa estabeleceu regulamentação para garantia da
qualidade dos medicamentos fitoterápicos para o consumidor. Para isso, exige a
reprodutibilidade dos fitoterápicos fabricados com os lotes desses medicamentos
produzidos com a mesma quantidade de um conjunto de moléculas denominado
marcador. Outro critério obrigatório é a comprovação da eficácia e segurança dos
medicamentos fitoterápicos

Um misto de ciência e curandeirismo: assim se pode definir o uso terapêutico de plantas


ao longo da história humana. E, apesar do respaldo científico que vem ganhando nos
últimos anos, o conhecimento da ação medicinal das ervas é baseado no empirismo
popular.

A fitoterapia, apesar de ser erroneamente considerada por muitos como uma terapia
alternativa, não é uma especialidade médica e faz parte do arsenal terapêutico
habitualmente utilizado.

Vantagens e riscos
Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo,
utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na
maioria das vezes desconhecidos. O estudo desses mecanismos e o isolamento do
princípio ativo (a substância ou conjunto delas que é responsável pelos efeitos
terapêuticos) da planta é uma das principais prioridades da farmacologia.
Enquanto o princípio ativo não é isolado, as plantas medicinais são utilizadas de forma
caseira, principalmente através de chás, ultradiluições, ou de forma industrializada, com
extrato homogêneo da planta.
Ao contrário da crença popular, o uso de plantas medicinais não é isento de risco. Além
do princípio ativo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas, a
grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir a reação alérgica, pode haver
contaminação por agrotóxicos ou por metais pesados e interação com outras
medicações, levando a danos à saúde e até predisposição para o câncer.
Além disso, todo princípio ativo terapêutico é benéfico dentro de um intervalo de
quantidade - abaixo dessa quantidade, é inócuo e acima disso passa a ser tóxico. A
variação de concentração do princípio ativo em chás pode ser muito grande, tornando
praticamente impossível atingir a faixa terapêutica com segurança em algumas plantas
aonde essa faixa é mais estreita. Na forma industrializada, o risco de contaminações
pode ser reduzida através do controle de qualidade da matéria prima, mas mesmo assim
a variação na concentração do princípio ativo em cápsulas pode variar até em 100%.
Nas ultradiluições, como na homeopatia, aonde não há virtualmente o princípio ativo na
apresentação final, não há nenhum desses riscos anteriores, mas a eficácia desse
tratamento não foi comprovada cientificamente.
À medida em que os princípios ativos, são descobertos, os mesmos são isolados,
refinados de modo a eliminar agentes tóxicos e contaminações e as doses terapêutica e
tóxica são bem estabelecidas, de modo a determinar de forma precisa a faixa terapêutica
e as interações desse fármaco com os demais.
No entanto, o isolamento e refino de princípios ativos também não é isento de riscos.
Primeiro porque pretende substituir o conhecimento popular tradicional e livre, testado
há milênios, por resultados provindos de algumas pesquisas analítico-científicas que
muitas vezes são antagônicas. Segundo, porque a simples idéia de extrair princípios
ativos despreza os muitos outros elementos existentes na planta que, em estado natural,
mantêm suas exatas proporções. Assim sendo, o uso de fitoterápicos de laboratório
poderia introduzir novos efeitos colaterais ou adversos inesperados, devidos à ausência
de [sinergia|sinergismo] ou antagonismo parcial entre mais de um princípio ativo que
apenas seriam encontrados na planta.

Exemplos de plantas medicinais


Abacateiro (Persea americana C Bauh)
Açoita-cavalo (Luehea divaricata Mart.)
[Amora] (Morus alba L)
Angico-Branco (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan)
Angico-do-cerrado (Anadenanthera falcata (Benth.) Speg.)
Araçá (Psidium cattleianum Sabine)
Araçá-roxo (Psidium rufum DC.)
Ariticum (Rollinia sylvatica (St. Hil.) Mart.)
Ariticum-de-porco (Rollinia rugulosa Schlecht.)
Aroeira-salsa (Schinus molle L)
Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius Raddii)
Árvore-do-paraíso (Ailanthus altissima (Mill.) Swingle)
Bergamoteira (Citrus spp)
Bugreiro (Lithraea brasiliensis Marchand)
Cafeeiro (Coffea arabica L.)
Cambará (Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera)
Canafístula (Cassia leptophylla Vogel)
Canela-guaica (Ocotea puberula (Rich.) Nees)
Canela-imbuia (Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez)
Canela-ramo (Cinnamomun zeilanicum (Breyn.) Bl.)
Canela-sassafrás (Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer)
Cânfora (Cinnamomun camphora (L) J Presl)
Capororocão (Myrsine umbellata Mart.)
Capororoquinha (Myrsine ferruginea (Ruiz & Pav.) Spreng.)
Carobinha (Jacaranda micrantha Cham.)
Casuarina (Casuarina equisetifolia L.)
Cataia (Drimys brasiliensis Miers)
Cerejeira (Eugenia involucrata DC.)
Cidreira-brava (Lantana fucata Lindl.)
Cocão (Erythroxylum deciduum A. St.-Hil.)
Corticeira (Erythrina falcata Benth.)
Corticeira-do-banhado (Erythrina crista-galli L.)
Cuvatã (Cupania vernalis Cambess.)
Cuvitinga (Solanum mauritianum Scop.)
Erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.)
Espinheira-santa (Maytenus aquifolium Mart.)
Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia (Schrad.) Planch.)
Espirradeira (Nerium oleander L.)
Ginkgo (Ginkgo biloba L.)
Guabijú (Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand)
Guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa O. Berg.)
Guaçatunga (Casearia decandra Jacq.)
Guaçatunga-da-graúda (Casearia lasiophylla Eichler)
Guaçatunga-preta (Casearia sylvestris Sw.)
Guapuruvu (Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake)
Ingá-feijão (Inga marginata Willd.)
Ipê-amarelo (Tabebuia alba (Cham.) Sandwith)
Ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo)
Ipê-verde (Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart.)
Jaborandi (Piper gaudichaudianum Kunth)
Jabuticabeira (Plinia trunciflora (Berg) Kaus.)
Jurubeba-do-sul (Solanum variabile Cham.)
Leiteiro (Sapium glandulatum (Vell.) Pax)
Leiteirinho (Sebastiana brasiliensis Spreng.)
Limoeiro (Citrus limon (L.) Burm)
Liquidamba (Liquidambar styraciflua L.)
Louro (Laurus nobilis Cav.)
Magnólia-branca (Magnolia grandiflora L.)
Mamão-do-mato (Carica quercifolia (A. St.-Hil.) Hieron.)
Mamica-de-cadela (Zanthoxylum rhoifolium Lam.)
Miguel-pintado (Matayba elaeagnoides Radlk.)
Monjoleiro (Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan)
Paineira (Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna)
Pata-de-vaca (Bauhinia forficata Link)
Pau-amargo (Picramnia parvifolia Engler ex. Chart.)
Pau-de-andrade (Persea major (Nees) Kopp)
Pau-pelado (Myrcianthes gigantea (Lerg.) Lerg.)
Pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis (Cham. & Schlecht.) D. Dietrish)
Pinhão (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze)
Pinhão-doce (Castanea sativa Mill.)
Pitangueira (Eugenia uniflora L.)
Quebranteira (Lantana camara L.)
Romã (Punica granatum L.)
Sete-capotes (Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg)
Sete-sangrias (Symplocos tetrandra Mart.)
Sinamomo (Melia azedarach L.)
Tenente-josé (Aeschrion crenata Vell.)
Umbú (Phytolacca dioica L.)
Uvaia (Eugenia pyriformis Camb.)
Uvarana (Cordyline dracaenoides Kunth)
Vacum (Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.)

O uso indiscriminado de plantas no tratamento de doenças deve ser visto com mais
atenção pelas pessoas. Plantas aparentemente inofensivas e utilizadas como
medicamento são comprovadamente perigosas dependendo da forma com que são
administradas. Esse perigo está mais presente quando a pessoa concilia o uso com
remédio indicado pelo médico para o tratamento de doenças. Pesquisa realizada no
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB)
comprova que, no caso dos portadores de HIV (sigla em inglês para vírus da
imunodeficiência humana, causador da Aids), as plantas medicinais podem reduzir a
eficácia ou aumentar os efeitos colaterais dos medicamentos essenciais à saúde desses
pacientes.
Plantas medicinais podem interferir na ação de remédios convencionais, revela pesquisa
da UnB com portadores do vírus da Aids.

A cura através das plantas


Esquecidas durante muito tempo pelos ocidentais, as ervas medicinais hoje reassumem
seu papel como o mais valioso recurso terapêutico
oferecido pela natureza.

A fitoterapia consiste no conjunto das técnicas de utilização dos vegetais no tratamento


das doenças e na recuperação da saúde. Comporta
numerosas escolas que estudam e empregam as plantas medicinais, da mais simples e
empíricas, às cientificas e experimentais.
Como método terapêutico, a fitoterapia faz
parte dos recursos da medicina natural e está presente também na tradição da medicina
popular e nos rituais de cura indígenas.
Em sua forma mais rigorosa, abrange os princípios e as técnicas da
botânica e da farmacologia.

Embora muitas pessoas ignorem a importância das plantas medicinais, sabe-se que
toda farmacologia tem como base exatamente os princípios ativos das plantas. Na
verdade,a farmacologia moderna não existiria sem a
botânica, a toxicologia e a herança de conhecimentos adquiridos através de séculos de
prática médica ligada ao emprego dos vegetais. Apesar do avanço da tecnologia, que
diariamente cria novos compostos e
substâncias sintéticas com poderes medicinais, mais de 40% de toda a matéria-prima
dos remédios encontrados hoje nas farmácias continua sendo de origem vegetal.

Farmácia que brota da terra


A cura por meio das plantas, ou fitoterapia, passa da boca do povo para os livros e
mentes de pesquisadores. Na Universidade de Brasília (UnB), é estudada no curso de
Farmácia, que reúne e analisa extratos de plantas do cerrado, no Instituto de Ciências
Biológicas (IB), que guarda uma das maiores amostras do país desse bioma, e na
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), que auxilia agricultores com
técnicas de produção de qualidade em larga escala. Eles contestam o mito de que o que
é natural nunca é nocivo ao organismo, mas valorizam propriedades medicinais de
algumas plantas, especialmente do cerrado.

A Fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pela utilização de plantas medicinais em


suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas,
ainda que de origem vegetal, cuja abordagem incentiva o desenvolvimento
comunitário, a solidariedade e a participação social.

As plantas medicinais têm sido a base dos principais produtos para a saúde desde a
Antigüidade, endossada pelos dados da Organização Mundial de Saúde, de que 80% da
população mundial utiliza estas plantas ou preparações destas no que se refere à
atenção primária de saúde. O reconhecimento de seu valor como recurso clínico,
farmacêutico e econômico tem crescido progressivamente em vários países, os quais
vêm normatizando e legislando acerca dos diferentes critérios de segurança, eficácia e
qualidade que devem envolver esses produtos.

A ampliação das opções terapêuticas ofertadas aos usuários do Sistema Único de


Saúde, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços
relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da
integralidade da atenção à saúde, é importante estratégia para melhoria da atenção à
saúde da população e à inclusão social. Aliado a isto, o Brasil possui vantagens e
oportunidades para desenvolvimento da terapêutica, aliadas ao crescente interesse
popular e institucional no fortalecimento da fitoterapia no Sistema Único de Saúde.

Neste sentido, o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Assistência


Farmacêutica, vem desenvolvendo de forma participativa, democrática e transversal
com todos os níveis e instâncias do governo e da sociedade, diversas ações voltadas ao
desenvolvimento da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, com vistas
à ampliação do acesso a produtos e serviços aos usuários do SUS, na perspectiva da
integralidade da atenção à saúde.

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