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Publicidade e Propaganda
Professor Marcos Lopes
Comunicação Visual
Alfabetização em uma Sociedade Informatizada
Daniel D. Rade
“Se as pessoas não podem escrever bem, e se elas não podem pensar bem, outras vão
pensar por elas”. (George Orwell)
“Há cerca de uma década atrás, o termo " alfabetização universal" referia-se à
possibilidade de todo homem dominar as aptidões da leitura e da escrita. Mas, o termo
vem se modificando à medida em que os meios de comunicação mudam. Hoje,
alfabetização refere-se à aptidão do homem em manipular os diversos meios de
comunicação de massa. Ainda é importante saber ler e escrever. Mas, na época dos
multi-meios, muito mais do que isto é necessário”. (Neil Postman)-
Alvin Tofler refere-se à “Terceira Onda”. Daniel Bell fala da emergência de uma
“sociedade pós industrial”. Eugene Garfield fala sobre uma sociedade da informação e de
uma sociedade consciente da informação. Seus argumentos são impressivos e
convincentes, abertos a poucas questões. A indústria baseada na informação,atualmente
absorve mais do que 50% da força de trabalho e mais do que 50% do Produto Nacional
Bruto (Molnar,1981).
Uma mudança fundamental como essa deve ter implicações para a educação. O objetivo
da educação tem tradicionalmente sido o de ensinar as aptidões necessárias para que o
indivíduo tenha uma função produtiva na sociedade. Mas, se a sociedade mudar, então as
aptidões necessárias para ser produtivo nessa sociedade também devem mudar.
A questão com que se defronta a educação é o que significará ser alfabetizado em uma
sociedade dominada pela informação?
O Processo da Informação
Antes de tentar responder a esta questão, deve-se perguntar e responder à outra. O que
é informação? Informação é uma mensagem (Taylor, 1979). Informação é a substância da
comunicação, de acordo com Wilber Scharmm . Scharmm afirma que a informação reduz
as incertezas em uma situação. O grau em que seres humanos podem processar
informações é uma das características que separam os homens de outros animais. Os
seres humanos aprenderam a abstrair informações em linguagem. Eles aprenderam a
escrever e a guardar informação. Talvez o mais importante, os seres humanos
aprenderam a multiplicar informação, fazendo-a transportável e disponível na ausência do
criador da informação (Schramm, 1973).
Conhecimento por si só é mais útil do que apenas informação. Seu significado é mais
amplo. Mas, conhecimento também pode ser processado, pode ser avaliado em termos
de valores e atitudes para formar sabedoria. O processo de informação é relacionado a
dois atos: à análise dos dados que cria informação e à análise da informação que cria
conhecimento. Estes dois atos são cruciais para que se possa funcionar produtivamente
numa sociedade de informação.E deveriam ser o centro de interesse da educação em
uma sociedade de informação.
Inacreditável como possa parecer, não é de cidadãos informados que uma sociedade de
informação necessita. Daniel Boorstin acertadamente afirma que ser informado é como
ser entretido, uma atividade passiva. Nós esperamos que algo mais nos informe:
televisão, rádio, jornais, livros, revistas. Por sua natureza, informação é aleatória e
miscelânia (Boorstin, 1980). É alta a incerteza.
A educação terá que refletir esta mudança no significado de “saber” para atender suas
finalidades em uma realidade de informação.
Existe, simplesmente, muita informação para as escolas fazerem uso de maneira efetiva.
Os dias do professor comunicando informação pessoalmente, “de um palco” para os
alunos, estão contados. Os dias de livro-texto ocupando um lugar proeminente na
educação estão também contados. Ambos estes métodos tradicionais implicam em
“possuir” informação e conhecimento. “Possuir” informação e conhecimento é uma idéia
que tem pouca utilidade em uma sociedade de informação.
Ao invés, a escola se tornará um canal para informação e sua função como tal, será
dupla. Primeiro, proverá ao estudante acesso à informação e ao conhecimento.
Segundo,será um filtro para o ruído. Existe tanta informação disponível, que o estudante
precisará de ajuda para distingüir o significado do ruído. O professor estará interessado
em ajudar o estudante através do processo de análise e de síntese. Estas aptidões
levarão à descoberta de conceitos. Conceitos são as substâncias do conhecimento.
Alfabetização da escrita
Alfabetização Oral
Através do uso generalizado do rádio, gravações e telefones, a alfabetização oral tornou-
se importante. Televisão e filmes também fazem amplo uso de mensagens orais em
combinação com mensagens visuais. Para se entender mensagens orais, é necessário
escutar. Para se criar mensagens orais, é preciso falar. Mas, criar é mais complicado do
que produzir fala. Para se criar fala em uma sociedade de informação, de maneira
produtiva, é preciso também manipular os meios orais: equipamentos de gravação,
transmissores e amplificadores.
Alfabetização Visual
Para compreender mensagens visuais, deve-se olhar, enxergar ou ver. A Tradução ocorre
quando a mensagem visual é descrita. Para que o indivíduo seja alfabetizado
visualmente, é essencial que ele seja capaz de criar visuais. Dançar, tirar uma fotografia,
fazer um trabalho de arte é criar uma mensagem visual. Mas como mensagens orais,
mensagens visuais e a sua criação, são dependentes do uso competente dos meios
visuais. Um pincel, uma linguagem de corpo e uma máquina fotográfica, precisam ser
dominados para produzir uma mensagem visual. Avaliação é um outro elemento essencial
em alfabetização visual. Apesar de muita informação que recebemos ser visual
,compreendemos pouco dos efeitos visuais no nosso pensamento e ações. Crianças,
mesmo adultos, deixam a desejar na discriminação de mensagens visuais.
Alfabetização no computador