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LENDA DOS TRIPEIROS

PORTO
Conta a lenda que há muito, muito tempo, junto
às margens do rio Douro, os homens de mestre Vaz
ocupavam-
ocupavam-se a construir naus e barcos. Ninguém
sabia muito bem por que razão eram necessárias
tantas embarcações, mas nem esta incerteza fazia
com que estes homens trabalhassem com menos
entusiasmo. As madeiras eram içadas até uma tal
altura que parecia entrarem pelo céu; as tábuas
eram serradas cuidadosamente;
cuidadosamente; os panos das velas
eram cozidos para resistirem aos ventos… Nada
era deixado ao acaso.

Na verdade, cada um tinha uma opinião diferente:


- Tanto homem e tanto barco… Só pode ser para
levar o nosso rei D.João I a fazer uma grande
viagem.
- Você está enganado, homem! Eu ouvi dizer que
são os infantes que vão até Itália, para se casarem!

Certo dia, chegou àquele local o Infante D.


Henrique. Queria saber junto do mestre se faltava
alguma coisa e como estavam a correr os trabalhos.
Ficou surpreendido
surpreendido com o que viu, realmente
satisfeito, mas achou que aqueles homens ainda
podiam fazer mais.

Perante o entusiasmo dos seus homens, mestre Vaz


tranquilizou o Infante, dizendo:
-Não se preocupe, senhor. Estou certo de que
aos meus homens não faltará
faltará garra, coragem nem
força de vontade.
- Fico contente com o que me dizes, mestre Vaz.
Tens feito um óptimo trabalho!

O mestre sentiu-
sentiu-se orgulhoso, mas queria que o
Infante saísse dali com a certeza de que este
empenho que ele pedia aos seus homens
homens não iria
limitar-
limitar-se a palavras.
Queria dar-
dar-lhe uma garantia de que tudo iriam
fazer:

- Esteja certo que nós, as gentes do Porto, somos


pessoas capazes de qualquer sacrifício.

Para aumentar a confiança do Infante, mestre


Vaz acrescentou:

- Por isso, senhor, fique sabendo que, quando


partir nestes barcos, levará consigo toda a carne da
nossa cidade. Assim, haverá alimento para muito
tempo e, para nós, os que ficamos, chegarão apenas
as tripas.

- Mas isso é de uma atitude de muito orgulho,


meu homem! Obrigado!
O Infante percebeu: tinha à sua frente um grande
homem que, acima de tudo,
tudo, amava a sua pátria.
A promessa de mestre Vaz não foi esquecida e, na
viagem para Ceuta, seguiu também toda a carne
que existia na cidade do Porto. O seu povo ficou
apenas com as tripas e com elas se alimentou.
Naquela cidade, depressa começaram a fazer-
fazer-se
pratos deliciosos de tripas e receitas inesquecíveis.
Desde então, com muita honra, passou a dar- dar-se o
nome de “tripeiros” às gentes daquela cidade.

Na verdade, o povo do Porto dedicou-


dedicou-se,
empenhou-
empenhou-se e sacrificou-
sacrificou-se. Quis e foi capaz de
mostrar o seu grande valor e, assim, tudo mudou.

Para as gentes do Porto


Este nome de “tripeiros”
É notável, importante,
Um orgulho verdadeiro!

FIM
VAMOS CANTAR!
SER TRIPEIRO
Tripeiros
Esta alcunha já antiga
Deixa-nos muito orgulhosos!
Tripeiros até ao fim:
Patriotas corajosos!
Ser tripeiro é ser capaz
De fazer um sacrifício!
Dar a carne a quem precisa,
São os ossos do ofício…

Refrão

Trabalhar sem descansar,


Pensar nos outros primeiro,
Esquecer o frio e a fome…
Tudo isto é ser tripeiro!

Tripeiros
Sabemos que esta energia
Não é muito frequente…
Essa é a nossa mania,
Ajudar eficazmente!
E fazer o que pudermos,
O que está na nossa mão…
Ficam para nós as tripas,
Não há qualquer discussão!

Refrão

Mestre Vaz
Tenho orgulho em ser tripeiro!

Tripeiros
Foi o mestre que ensinou:
É grande o valor de quem
Pelos outros se arriscou!

Refrão
VAMOS CANTAR!
PARTIR À CONQUISTA

Infante D. Henrique
Ora viva mestre Vaz!
Dá gosto chegar aqui:
O trabalho é bem pesado,
O empenho não tem fim.
Todo este esforço que vejo
Exige motivação!
Mestre Vaz
É uma equipa de valor
Quer cumprir bem a missão!

Refrão

Tripeiros
Nós trabalhamos a sério,
Se soubermos para quê,
São esforços, recompensados!

Infante D. Henrique
Trabalham com tanto afinco
Que bem merecer saber…
Mestre Vaz, reúna os homens,
Tenho coisas a dizer.
O destino da viagem
Tem-se mantido em segredo,
Mas vou revelá-lo agora;
Não é tarde nem é cedo!

Refrão

Infante D. Henrique
Nestas naus que construíram
Vamos partir à conquista!
Avançaremos por mar,
Gritaremos: “Ceuta à vista!”
É por isso que vos peço
Energia redobrada.

Tripeiros
Agora que já sabemos,
Não pararemos por nada!

Refrão

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