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A História de Israel
Testamento
A Serviço do Mestre!
APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO
E porei o meu tabernáculo no mei de vós, e a minha alma não se enfadará. E andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus... Lv 26.11,12.
APOSTILA DE ESTUDO TEOLÓGICO
A SERVIÇO DO MESTRE!
GILVAN NASCIMENTO
PROFESSOR
BACHAREL EM TEOLOGIA
LICENCIANDO EM GREGO
ANTIGO TESTAMENTO
A HISTÓRIA DE ISRAEL
Salvador
2008
APRESENTAÇÃO
ANTIGO TESTAMENTO
A HISTÓRIA DE ISRAEL
"E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. E
andarei no meio de vós, e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo".
(Lv 26.11,12)
Salvador
2008
Sumário
Apresentação ............................................................................................ 05
A Torah
O Pentateuco ............................................................................................ 31 - 33
História de Israel
Introdução ................................................................................................ 60
O Livro de Jó ............................................................................................. 61 - 62
Os Profetas
Introdução ................................................................................................ 71 - 72
O Período Interbíblico
Os Romanos ............................................................................................. 78
Um Pouco de Atualidade
Conclusão ................................................................................................. 84
Bibliografia ............................................................................................... 85
Apresentação
Os escritores bíblicos, por sua vez não registravam datas, apenas citavam os
acontecimentos. Geralmente as datas, quando citadas, tomavam por base eventos
particulares como construção de cidades, coroações de reis, etc.
Sendo assim, não podemos considerar como exata a cronologia bíblica, pois
se trata de uma ciência auxiliar da história, onde suas datas devem ser tomadas apenas
como aproximadas. Mas, essa aproximação é o suficiente para que tenhamos melhor
compreensão dos acontecimentos do que se fizermos uma leitura na seqüência em que
os livros estão dispostos em nossa Bíblia.
“Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis
os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando“.
(Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6)
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Os Livros
O Pentateuco: A Torah:
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Visão Panorâmica
- Recordação da lei;
- Chamada à obediência;
- Advertência ao cuidado.
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Livros Históricos:
- Total de 12 Juízes;
- Tema: Pecado, Servidão, Arrependimento e Salvação;
- Período de transição:
* Juízes para Reis;
* Tribal para Monarquia;
* Governo de Deus (Teocracia) para o Governo do Homem.
8
- Da Morte de Saul até o decreto do rei Ciro.
Obs.: Os livros de Crônicas são registros oficiais dos reis, e por isso repetem
muitas das narrativas já apresentadas em Reis e Samuel, alem de antecipar alguns fatos
que seriam mais bem compreendidos após a leitura dos livros pré-exílio babilônio.
10. Escritos São livros que suas histórias estão inseridas nos diversos períodos acima.
- Jó (O livro mais antigo, talvez escrito por Moisés quando esteve no deserto);
- Salmos (Orações/cânticos citados por diversos homens em diversas situações);
- Provérbios, Eclesiastes e Cantares (Escritos pelo rei Salomão);
Obs.: Como o nosso maior propósito, na primeira parte desta disciplina, o Antigo
Testamento I, é compreender a história de Israel, não estudaremos os livros poéticos.
11. Os Profetas Esses livros também se encaixam dentro do período dos Reis, e
somente serão estudados na disciplina Antigo Testamento II.
Reconstrução de Jerusalém
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Noções de Geografia Bíblica
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O Fértil Crescente
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As Planícies
Os Vales
Foi no Vale de Acor que Acã foi apedrejado em conseqüência de sua cobiça
(Js 7.24-26). No Vale da Benção o rei Josafá venceu uma coligação formada por Amom,
Moabe e Edom (2Cr 20.26). No Vale de Hinom o rei Davi derrotou aos filisteus duas
vezes (2Sm 5.17-25 e 1Cr 11; 14.9-16), aqui também servia de palco para que as
crianças fossem sacrificadas ao deus Moloque (1Rs 11.7; 2Rs 16.3). No Vale Aijalom
Josué ordenou que o sol se deter-se (Js 10.12-50). O Vale de Escol refere-se ao local
onde os espias de Moisés levaram os cachos de uvas (Nm 13.22-24). O Vale de Hebrom
foi palco de inúmeras experiências de Abraão (Gn 18.1-15; Gn 23.2). No Vale de Sidim
Abraão resgata seu sobrinho Ló (Gn 14.1-24), e refere-se ao local de Sodoma e Gomorra
(Gn 14.10; 18.24,28; 19.23-28).
12
Os Montes
O Monte é uma notável elevação de terreno acima do solo que o cerca. Via
de regra é menor que uma montanha, e maior que um outeiro. Os montes serviram de
palco para o salmista Davi (Sl 125. 1,2).
13
morreram Saul e seu filho Jônatas (2Sm 1.21) e no Monte Hatim acreditam
ter sido sobre ele que Cristo proferiu o Sermão da Montanha.
Eventos: O Monte Basam é comparado por Davi com o Monte de Deus (Sl
68.15). No cume do Monte Pisga Moisés contemplou a terra prometida (Dt
34.1,6) e no Monte Peor Balaão se colocou para amaldiçoar os filhos de
Israel (Dt 4.3).
Monte Hermom: Este monte domina toda a Terra Santa. Foi mencionado
poeticamente por Davi (Sl 133.3). Mas os israelitas tinham muitas reservas sobre esse
monte, pois ali ficava o santuário-mor de Baal. Segundo a tradição, foi nele que Jesus
transfigurou-se diante de seus discípulos.
Os Desertos
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Jericó: Esse deserto localiza-se no território benjamita, formando um longo
desfiladeiro de aproximadamente 15 km que desce de Jerusalém a Jericó. Jesus utilizou-
se dessa área como cenário para a Parábola do Bom Samaritano. Bete-Áven e Gabaom
são outros importantes desertos de Jericó. Em Gabaom Josué obteve vitória sobre os
habitantes de Canaã.
A Hidrografia
Os Mares
Mar Morto: Está localizado na foz do Rio Jordão, entre os montes de Judá e
Moabe. Em virtude da sua alta densidade de sal (300 partes de sal para cada mil de
água), é chamado de Mar Salgado pelos escritores bíblicos (Js 3.16). O Mar Morto
constitui-se na mais profunda depressão da Terra, encontra-se a mais de 400 metros
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abaixo do nível do Mediterrâneo. Possui 80 Km de comprimento por 17 de largura e
ocupa uma área de 1.020 Km2. Nessa região ocupada pelo Mar Morto, ficavam
provavelmente Sodoma e Gomorra (Gn 19). Sendo esse, o símbolo da conseqüência do
pecado. Mas, dessas águas, Israel extrai riquezas avaliadas em trilhões de toneladas de
cloreto de magnésio; cloreto de sódio; cloreto de cálcio; cloreto de potássio e brometo de
magnésio. Nessa região a temperatura pode chegar a 50º centígrados, levando o Mar
Morto a parecer um gigantesco tacho em ebulição.
Mar Vermelho: Recebe esse nome por concentrar em suas águas uma
grande quantidade de alga conhecida como trichodesmium erythraeum que, ao morrer,
assume uma tonalidade marrom-avermelhada. É apresentado nas Escrituras como Mar
de Junco. E embora não pertença à Terra Santa, está estritamente ligado a história do
povo israelita.
Mar Cáspio: Ocupa o extremo nordeste do mundo bíblico, e possui uma rica
bacia petrolífera. Embora não tenha saída para outros mares e receba águas de vários
rios, entre os quais o Volga e o Terek, o Mar Cáspio vem apresentando um lento, porém
contínuo decréscimo de seu nível.
Mar Negro: Embora não seja citado nas Sagradas Escrituras, o Mar Negro
aparece em todos os mapas bíblicos devido a sua proximidade com as terras que
serviram de cenário à História Sagrada.
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Os Rios
Rio Sorec: O Sorec despeja suas águas no Grande Mar, entre Jope e
Ascalom, ao norte do antigo território filisteu. Suas nascentes ficam nas
montanhas de Judá a sudoeste de Jerusalém.
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Rio Besor: Atualmente é chamado de Sheriah. Mas, não é propriamente um
rio, e sim um ribeiro que se acha nas imediações de Ziclaque, no Sul de
Judá. É o mais caudaloso dos wadis que deságuam no Mediterrâneo.
Rio Jordão: O Jordão possui três fontes: Banias, Dan e Hasbani. Elas não
nascem em território israelense; começam a correr a partir do monte
Hermom, localizado na Síria. Apesar de sua importância, com apenas 252
km de extensão, o Jordão é um rio pequeno, mas de beleza exuberante
conforme descreveu Ló (Gn 13.10,11). Possui águas escuras e barrentas e o
clima nessa área é quente e sufocante.
Rio Iarmuque: Esse rio não é mencionado nas Sagradas Escrituras. Mas,
quando da conquista de Canaã, este serviu de fronteira entre a tribo de
Manassés e a região de Basã. Após deslizar pelos montes, o rio penetra no
Jordão, a 200 metros abaixo do nível do mar.
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Lagos
Golfo Pérsico
O Clima
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Diversas Teorias do Gênesis
Teoria do Big-bang
A teoria do big-bang diz que uma minúscula partícula, menor que a cabeça
de um alfinete e de massa infinita, vagava pelo vácuo infinito a 4,5 bilhões de anos
atrás, quando de repente, por acaso, ela explodiu e formou o universo perfeito.
As Teorias da Mesopotâmia
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(1782-1750). Importante salientar que todos esses códigos antigos influenciaram na
formação da lei de Deus para seu povo (Hebreus).
As Lendas eram para Israel como para todos os outros povos, o repositório
das recordações históricas.
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Uma lenda que também participa como Mito é a procura da imortalidade,
narrada na epopéia de Gilgamexe (Rei de Quis), por causa da morte do seu amigo
Enquidu, transpondo as portas do sol e das águas da morte, até chegar a um paraíso,
onde se encontrava seu antepassado Uta-Napistim, o herói do dilúvio, o qual foi levado
pelos deuses para receber a imortalidade. Então Uta-Napistim revela o segredo da
“Planta da Vida“. O herói colhe a planta, mas a serpente lhe rouba ... restando apenas ao
homem “Criar para se um nome“ na História e depois morrer.
Conclui-se que o Mito e a Lenda não eram simples produtos de fantasia, mas
servia para uma séria reflexão, a cerca da existência humana.
A Epopéia de Atra-Hasis
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A epopéia nos mostra que o dilúvio ocorreu porque os homens perturbaram
na sua tranqüilidade. Já na Bíblia o dilúvio aconteceu por causa da imoralidade dos
homens, respondendo pelo seu próprio destino, e não sujeitos a transformação divina.
A Bíblia nos mostra um pensamento radical novo, onde Israel rompe com
todos os sistemas religiosos do Oriente Antigo, prestando culto a um só Deus. Todas as
forças cósmicas, cultuadas pelos antigos povos voltam a situação real de criatura e
Yahweh, o Deus que se manifesta aos Patriarcas e a Moisés, torna-se, a partir da saída
do Egito, o único Deus digno de receber culto.
O nome El, era dado aos deuses antigos, demonstrando sua divindade.
Para não se mostrar igual a outros deuses antigos, Deus, utiliza o nome El
na Bíblia acompanhado de epítetos, tais como:
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A Criação do Mundo nos Textos Egípcios
Diferentes Cosmogonias
Temas Cosmogônicos
Textos Egípcios
Textos das Pirâmides - Trata-se aqui dos textos mais antigos do Egito,
gravados nas paredes internas das pirâmides da 5ª e 6ª dinastias, eles contêm uma
coleção de formulas de origem heliopolitana, destinados a garantir ao rei a sobrevivência
e a Glória.
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Ensinamentos a Merikaré - Trata-se de um escrito de sabedoria na tradição
dos compêndios de máximas elaborados nos antigos impérios, entre os funcionários
reais.
Papiro Salt 825 - Trata-se de mostrar a origem divina dos diversos produtos
utilizados. O processo consiste em prender cada um deles a uma secreção do corpo
divino.
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A língua Ugarítica é também assim como a hebraica uma língua semítica, o
que não é o caso da Egípcia. Elas pertencem ao mesmo grupo o semítico norte ocidental
diferenciando do Acádico proveniente do semítico oriental.
Sempre o mesmo Deus El, atribui-se o epíteto de bnk bnwt “Criador das
coisas criadas“. A expressão é tão clara que dificilmente encontraria outra mais evidente
na Bíblia. El seria, pois, criador em Ugarit, como Yahweh o é em Israel, sabemos, aliais
que Yahweh, em sua luta contra a religião Cananéia, assumiu muitas das características
do deus El cananeu ao qual se assimilou sem dificuldade.
Outra expressão Ugarítica, diz do deus El, que ele é ab adm, expressão que
pode ser traduzida por “pai do homem”, dando ao “homem” sentido coletivo de
humanidade. Observamos que a palavra Ugarítica refere-se ao nome dado pela Bíblia ao
nosso primeiro pai. Evidentemente, o fato provoca uma discussão já resolvida entre os
especialistas: o nome do nosso primeiro pai não é nome próprio, mais nome comum,
“homem”. Em todo caso, ab adm, “pai da humanidade“ atribuído ao deus El., parece
confirmar ser esse o criador do homem.
26
A Formação do Homem
“Para permitir aos deuses morarem em uma habitação que satisfaça o coração do Deus
Marduk, formou a humanidade“.
27
O Dilúvio
2. O Dilúvio em Acádico
28
Gênesis na História Sagrada
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Conclui-se então que o Historiador Sacerdotal conhece tanto o escrito Javista
como o Mesopotâmico, porém da visão Mesopotâmica extrai apenas a imagem figurada e
da Javista o ato de Deus criador e a instalação do mundo em que o homem deve viver.
Portanto, quanto a doutrina o Javista e o Sacerdotal diferem totalmente do mito
Babilônio.
30
O Pentateuco
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que
convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos
profetas, e nos Salmos”. Lc 24.44
Obs: Porém há autores que contesta essa autoria, como podemos ver no
livro Introdução ao Antigo Testamento, da editora Vida Nova, de autoria de Willian S.
31
Lasor, David A. Hubbard e Frederic W. Bush, o qual depois de vários comentários
relacionados à época e costumes, diz:
“O Pentateuco é uma obra anônima. Moisés não é mencionado como seu autor, assim
como ninguém mais. A ausência do nome do autor harmoniza-se com a prática do Antigo
Testamento em particular e com as obras literárias antigas em geral. No antigo Oriente
Médio, o “autor” era basicamente um preservador do passado, limitando-se ao uso de
material e metodologia tradicionais. A literatura era mais uma propriedade comunitária
que particular”.
Complexidade
Por exemplo:
Outras complexidades:
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Visando esclarecer essas complexidades, alguns estudiosos procuraram
separar as diversas fontes, desenvolvendo assim a “teoria documental”.
Judá entre 950 e 850 a.C., que compreende Gn 2 a Nm 22-24 e apresenta Deus em uma
linguagem antropomórfica, onde Deus é descrito em termos humanos;
nome de Deus como Elohim até a revelação de seu nome Javé a Moisés (Ex 3; 6), depois
disso passa a empregar ambos os nomes para Deus. Muitos estudiosos localizam o
ambiente de E no norte de Israel, pois dispensa atenção especial a Betel, Siquém e às
tribos de José, Efraim e Manasses.
33
A História de Israel
Gênesis
O chamado de Abrão:
“Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te
mostrarei”. Gn 12.1-5
Neste período, Abrão era da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de
Harã para irem a terra de Canaã.
Quando Abrão passa a ter a idade de noventa e nove anos, apareceu Deus a
ele, e muda o seu nome:
“E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai
da multidão de nações te tenho posto”. Gn 17.1-5
Devido a fome que assolou em Canaã, Jacó e seus filhos entraram no Egito
(Gn 47.1-6), e os descendentes de Abraão ficaram satisfeitos e prosperaram (Gn 47.27).
Durante algum tempo podem ter tido a impressão de haver feito uma boa troca ao deixar
Canaã, a terra escolhida por Deus para eles, que no momento não estava sendo
produtiva, e se mudaram para o Egito, a terra de Gósen. Os filhos de Israel frutificaram e
multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu
deles (Ex 1.6-7). Mas, depois que José faleceu, e todos os seus irmãos, e toda aquela
geração, se levantou um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José (Ex 1.8). E
temendo o grande crescimento do povo de Israel, os transformaram em escravos
desamparados, sem esperança. Mas quanto mais o povo sofria, mais se multiplicava (Ex
1.11-12). Vendo isto, o rei ordenou as parteiras, que quando fossem ajudar as hebréias
34
a dar a luz, só lhe poupasse as meninas, e vendo que era menino o matassem, porém as
parteiras com muito temor a Deus, não obedeceram ao Faraó (Ex 1.15-17).
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descobrem-se semelhanças com o código mosaico, sem que ocorra a alguém o
pensamento de querer estabelecer um parentesco entre os primeiros e o segundo.
Providências semelhantes surgem espontaneamente de necessidades sociais do gênero.
No decálogo, porém, e na doutrina religiosa que lhe forma a base inconcussa (20.2-17),
reside a verdadeira prerrogativa do povo de Israel; nada de semelhante se encontra em
nenhum outro povo.
Numa teofania impressionante, Deus faz aliança com o povo e lhe dita sua
Lei. Mal fora concluído, o pacto é violado pela adoração do bezerro de ouro, mas Deus
perdoa e renova a aliança. Uma série de prescrições regula o culto no deserto.
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O Tabernáculo
“Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. Então falou o Senhor a Moisés
dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem
cujo coração se mover voluntariamente...”. (Ex 24.18b; 25.1,2)
No monte Sinai o Senhor levou seu servo para receber instruções de como
deveria construir o tabernáculo. Deus queria habitar no meio do seu povo, e obviamente
para isso Ele não precisava do uso de nada material para se revelar aos seus. Mas,
devido ao nível espiritual do povo, Deus se utilizou do tabernáculo visível e de seus
muitos objetos como lições palpáveis, através de símbolos e tipos, e também para que
servisse de lembrança contínua aos israelitas. Mas, o propósito mais excelente do Senhor
era a revelação da verdade preliminar na busca e expectativa da encarnação de seu Filho
Jesus.
Para muitos o tabernáculo significa apenas uma antiguidade judaica sem voz
e significado. Mas, quando estudado considerando os tipos que ali são vistos e apontado
de forma adequada ao antítipo, encontramos nele o Senhor Jesus Cristo.
A Estrutura
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O Átrio (27.9-17)
Por estarem vagando pelo deserto, era necessário que os israelitas tivessem
uma construção que pudesse ser facilmente desmontada e erguida. O tabernáculo era
feito de 48 tábuas cobertas de ouro e colocadas em encaixes enterrados na areia. Havia
20 dessas tábuas em cada lado e 8 nos fundos (26.15-30). A construção não tinha
soalho, mas o teto era uma coberta maravilhosamente lavrada, composta de 10 cortinas
presas uma a outra (26.1-6), bordadas com as figuras dos querubins, as criaturas
celestes. Estas cortinas esticavam-se no alto e caíam quase até o chão em cada lado da
construção. Sobre elas havia uma coberta de pêlo de cabra branco (26.7-13); e acima
desta uma coberta de pele de carneiro tingida de vermelho (26.14); sobre a coberta de
pele de carneiro, para a proteção contra as intempéries, havia uma coberta de peles,
ocultando do lado de fora toda a beleza do seu interior (26.14). Formando ao todo um
total de 4 cobertas.
O Mobiliário
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O Simbolismo do Tabernáculo
40
Depois do altar de bronze, o próximo passo é a bacia, a qual representa
Cristo como nosso Purificador e Regenerador (Jo 3.5). Depois precisamos
nos alimentar de Cristo como o pão da vida (Jo 6.35) – os pães da
proposição. A seguir Ele precisa ser a nossa Luz e Guia (Jo 14.13-14) – na
figura do candelabro. Então Cristo aparece na figura do altar do incenso,
como nosso intercessor, conduzindo-nos ao santo dos santos – a arca da
aliança.
Os Sacerdotes
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Levítico – Leis, Instituições Civis e Religiosas, Culto e Festas
Este livro traz o nome de Levítico, por tratar quase exclusivamente dos
deveres sacerdotais. Poder-se-ia compará-lo a um ritual.
42
O sacrifício, o ato mais sagrado de Israel, isto é, oferecer a Deus vítimas,
animais ou vegetais, não foi instituído por Moisés, mas remonta às próprias origens da
humanidade (Gn 4.3-4). Moisés encontrou o seu uso estabelecido e arraigado entre
todos os povos. Moisés, com suas leis, só regulamentou e consagrou ao culto do
verdadeiro Deus um cerimonial já praticado, deixando ainda toda essa legislação dos
sacrifícios separada das condições essenciais do pacto celebrado entre Deus e o seu
povo. Nesse sentido deve-se entender aquele protesto do próprio Deus contra os judeus,
por boca de Jeremias (Jr 7.22-23):
"Em matéria de sacrifícios e holocaustos, eu nada disse e nada ordenei aos vossos pais
ao tirá-los do Egito; dei-lhes somente esta ordem: Escutai a minha voz; eu serei vosso
Deus e vós sereis o meu povo” (cf. Êx 19.5).
O Ritual: sete dias oferece-se oferta queimada ao Senhor. Havia uma santa
convocação no dia 15 e no dia 21.
43
Pentecostes (Festa das Semanas): dia 06 de Sivã (3º mês), ou 49 dias
após a oferta das primícias.
Festa dos Tabernáculos: dia 15 de Tisri, durante sete dias (7º mês).
44
2ª parte – Viagem através do deserto: Do Sinai a Cades: partida e ordem
de marcha (10.11-36), murmuração do povo, as codornizes (11), a lepra de Mirian irmã
de Moisés (12). Parada em Cades: missão dos doze exploradores e queixas do povo (13-
14); repetição de diversas leis (15); sedição de Coré, Datan e Abirão, e sua punição e
confirmação do sacerdócio na família de Arão (16-17); os deveres e direitos dos
sacerdotes e levitas (18.1-32;19); sedição do povo por falta de água (20.1-13). De
Cades ao Jordão: os edomitas negam passagem pelas suas terras (20.14-21); morte de
Arão (20.22-29); queixas do povo e castigo, a serpente de bronze (21.1-9); vitória sobre
os amorreus e a conquista de Basan (21.10-35).
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Deuteronômio – Repetição das Leis
46
Direito familiar e privado: Grande variedade - os pontos principais são:
matrimônio (21.10-14, 22.13-30), filhos (21.15-21), levirato (25.5-10), deveres de
humanidade (22.1-12; 23.15-20; 24.7), honestidade (25.13-19), votos (23.21-23),
primícias e dízimos (26).
47
A Conquista de Canaã (Josué)
Muitos estudiosos crêem que os seis primeiros livros formam uma unidade,
por estarem alicerçados sobre fontes comuns de informação, assim eles agrupam o livro
de Josué juntamente com o Pentateuco, formando então o Hexateuco. Em sua forma
atual, muitos acreditam ser um produto essencial da escola deuteronômica de
historiadores, também chamada fonte informativa D. No entanto, também acreditam que
material mais antigo foram acrescentados na narrativa, proveniente das fontes J e E.
Suas partes:
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Em todo livro de Josué, como também nos demais livros do AT, mostram
que as vitórias e a prosperidade de Israel sempre dependeram da obediência espiritual
às exigências da lei divina.
Autoria:
Se de fato Josué foi o autor, então o livro pode variar entre 1400 – 1200
a.C. Mas, muitos eruditos modernos acreditam que se trata de uma obra anônima,
compilada em alguma data posterior a conquista da Palestina. A maioria dos eruditos
liberais parte do pressuposto de que o livro foi escrito algum tempo antes, ou bem pouco
tempo depois do cativeiro babilônio (586 a.C.). Outros acreditam que Finéias pode ter
sido o autor de certas partes do livro de Josué. Ele era filho e sucessor de Eleazar, o
sumo sacerdote, e foi uma das colunas de Israel, naquele tempo (Nm 25.7-13). Ele
também foi figura proeminente na solução das disputas em torno do altar erigido pelas
duas tribos e meia que residiram na parte oriental do Jordão (Js 22.10-34).
Propósito:
“... A tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates.“.
(Gn 15.18)
49
Juízes (Os Libertadores)
Também domina nesse livro a crença comum aos livros históricos do AT, de
que Israel prosperava quando obedecia à lei de Deus, mas caía em desgraça, decadência
e destruição quando não obedecia a Lei Sagrada (Jz 2.13-23).
“Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus
olhos“. (Jz 21.25)
Suas partes:
Caps 17-21 um apêndice que fala sobre a migração dos danitas e o conflito
interno contra os benjamitas.
50
Autoria:
Este livro também está envolvido na teoria das fontes informativas. Alguns
advogam que o bloco principal do livro (2.6-16.31) tenha procedido da escola
deuteronômica de historiadores, que teriam tido acesso a informes históricos mais
antigos, que seriam as fontes informativas J e E.
Os Juízes:
Eli e Samuel: Esses dois homens foram também considerados como juízes,
os quais promoveram uma forte liderança. Eli era sacerdote principal em Silo (1Sm 1.3;
4.13). Samuel tinha uma liderança não-hereditária. Ele governava de diversos lugares
em Israel, em seus circuitos pela nação (1Sm 7.15-17). Devido à requisição nacional por
um rei, o próprio Samuel, ainda que com relutância, cedeu diante da exigência do povo
(1Sm 8.1-7). Esse pedido popular foi considerado uma apostasia, da teocracia original
para o governo humano.
51
Monarquia – Saul, Davi, Salomão e outros reis (Divisão)
Durante toda história dos hebreus sucedeu o governo teocrático, seja por
meio dos sacerdotes ou através dos juízes. A monarquia foi uma concessão de Deus
(1Sm 8.7; 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já
havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8.22,23), e na escolha de
Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9.6), equivale à rejeição da teocracia (1Sm 8.7),
visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1Sm 8.7; Is 33.22). A própria terra
era conservada como propriedade divina (Lv 25.23).
Quanto ao aspecto espiritual, o rei era ajudado pelos sacerdotes levitas. Ele
tinha o seu cronista (2Sm 8.17). Possuía seu administrador (Is 22.15), seus
companheiros (1Rs 4.5), sua guarda pessoal, com um capitão (2Sm 20.23), bem como
os oficiais sobre seus armazéns, tesouros, plantações, vinhas, etc. (1Cr 27.25-31).
Também havia um comandante do exército as ordens do rei (2Sm 11.1; 20.23; 1Cr
27.34), e conselheiros reais, equivalentes a ministros (1Cr 27.32; Is 3.3; 19.11,13).
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O Rei Saul: Escolhido segundo a vista dos homens, Saul era de grande
vitalidade física e de muita força de vontade, embora não-dotado de profunda
espiritualidade, foi ungido rei por Samuel (1Sm 10).
“... O Senhor tem rasgado de ti hoje o reino de Israel, e o tem dado ao teu próximo,
melhor do que tu“. (1Sm 15.28)
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O Rei Davi: O poder do reinado foi anexado à sua linhagem, que então
passou a ser hereditária. O trono, preferencialmente, era dado ao filho mais velho. No
entanto, essa norma nem sempre era observada (1Rs 1.17). Os reis eram ungidos pelo
sumo sacerdote do momento, um gesto que refletia a teocracia (1Sm 10.1; 15.1; 16.12;
1Rs 1.34,39), ao menos simbolicamente.
Em 2Sm 7.16 se diz pela primeira vez que o Messias seria descendente de
Davi.
O Rei Salomão: Esse era filho de Davi, e levou a nação de Israel a seu
ponto culminante de poder e prosperidade (2Cr 1.1), em um período essencialmente
pacífico. Foi nesse período que o Templo de Jerusalém foi edificado, o que adicionou uma
nova dimensão ao caráter nacional de Israel. Salomão, em meio ao grande luxo em que
vivia, naturalmente envolveu-se em alguns vícios, primeiramente com mulheres, e
então, com a idolatria.
Sua história é narrada em 1Rs 1.30-11.43; 1Cr 23.1; 28-29 e 2Cr 1-9.
Salomão encontrou dificuldades onde a maioria dos monarcas orientais escorregava. Um
numeroso harém era um dos luxos mais cobiçados da época (2Sm 5.13; 1Rs 11.1; 20.3).
Salomão foi o mais luxuoso e sensual deles todos, tendo tido mil esposas e concubinas.
Foi exatamente devido aos erros de Salomão que Deus intentou dividir a
nação. Mas, por amor que tinha a Davi deixou para fazer isso nos dias de Roboão, seu
filho.
54
A Divisão – Roboão e Jeroboão
Roboão ainda tentou dominar sobre todo o Israel (1Rs 12.1-15), mas
seguindo conselhos insensatos de amigos ambiciosos, anunciou que sua política seria
ainda mais dura que a do pai. Assim, liderados por Jeroboão, os israelitas declararam
independência.
1. Jeroboão – 937 a.C. (1Rs 11.28) 1. Roboão – 937 a.C. (1Rs 11.43)
2. Nadabe – 915 a.C. (1Rs 14.20) 2. Abias – 920 a.C. (1Rs 14.31)
3. Baasa – 914 a.C. (1Rs 15.16) 3. Asa – 917 a.C. (1Rs 15.8)
4. Elá – 891 a.C. (1Rs 16.8) 4. Jeosafá – 878 a.C. (1Rs 15.24; 22.41)
5. Zinri – 890 a.C. (1Rs 16.15) 5. Jeorão – 851 a.C. (2Rs 8.16; 2Cr 21.1)
6. Onri – 890 a.C. (1Rs 16.16) 6. Acazias – 843 a.C. (2Rs 8.25)
7. Acabe – 876 a.C. (1Rs 16.29) 7. Atalia – 842 a.C. (2Rs 8.26)
8. Joás – 836 a.C. (2Rs 11.2; 12.2)
8. Acazias – 856 a.C. (1Rs 22.40)
9. Amazias – 796 a.C. (2Rs 14.1)
9. Jorão – 854 a.C. (2Rs 1.17)
10. Azarias/Uzias – 777 a.C. (2Rs 14.21; 15.3)
10. Jeú – 842 a.C. (1Rs 19.16; 2Rs 10.28,29)
11. Jotão – 750 a.C. (2Rs 15.5,34)
11. Jeoacaz – 814 a.C. (2Rs 10.35)
12. Acaz – 734 a.C. (2Rs 15.38)
12. Jeoás – 797 a.C. (2Rs 13.10)
13. Ezequias – 727 a.C. (2Rs 16.20; 18.3)
13. Jeroboão II – 781 a.C. (2Rs 14.23)
14. Manassés – 697 a.C. (2Rs 21.1)
14. Zacarias – 741 a.C. (2Rs 14.29)
15. Amon – 642 a.C. (2Rs 21.19)
15. Salum – 741 a.C. (2Rs 15.10) 16. Josias – 640 a.C. (1Rs 13.2; 2Rs 22.2)
16. Manaém – 740 a.C. (2Rs 15.14) 17. Jeoacaz – 608 a.C. (2Rs 23.30)
17. Pecaias – 737 a.C. (2Rs 15.23) 18. Jeoiaquim – 608 a.C. (2Rs 23.30)
18. Peca – 736 a.C. (2Rs 15.25) 19. Joaquim ou Jeconias – 598 a.C. (2Rs 24.6)
19. Oséias – 730 a.C. (2Rs 15.30) 20. Zedequías ou Matanias – 598 a.C. (2Rs
24.17)
55
“Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, tornou-lhe o povo a
responder, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de
Jessé. Às tuas tendas, ó Israel!“ (1Rs 12.16).
56
Os Cativeiros – Assírio e Babilônico
Cativeiro Assírio
Todos os fatos que seguem abaixo, formaram o cenário para que a ira de
Deus fosse manifesta, permitindo que a Assíria se levantasse contra o Israel norte:
É provável que o movimento mais nocivo tenha sido sua aliança com a
próspera cidade fenícia de Tiro, um pacto selado com o casamento de seu filho, Acabe,
com Jezabel, filha do rei de Tiro (1Rs 16.24-33). É verdade que nessa aliança haviam
interesses comerciais sobretudo, mas acabou tendo um inconveniente desastroso que
anulou por completo seus benefícios: acabou fortalecendo Acabe e Jezabel, que se
aproveitaram da posição real e dos recursos para promover o culto a Baal em Israel.
57
Nesse cenário Deus levantou uma testemunha poderosa para se contra por
àquela política e promover a fé verdadeira. Daí em diante os embates entre Elias e Acabe
conduzem a trama de 1Rs 17-22. Como tema principal, os conflitos detalham onde Israel
errou e descrevem o julgamento divino que virá sobre Israel.
Após a ascensão de Elias aos céus (2Rs 2.11), toda oposição de Deus contra
os reis perversos de Israel continuou através do profeta Eliseu (2Rs 3.14; 9.10,35).
Porém, o Senhor ainda continuava usando de sua misericórdia (2Rs 13.23).
Assírio
721 606
Cativeiro Babilônico
Outros reis também se levantaram em Judá, e fizeram o que era mau aos
olhos do Senhor (2Rs 17.19). Por isso também a Assíria, por meio de Senaqueribe,
tomou todas as cidades fortificadas de Judá (2Rs 18.13), exigindo o pagamento de
impostos. Mas, ainda não se satisfez e desejou tomar Jerusalém (2Rs 18.17), chegando
58
ao ponto de blasfemar do Deus de Judá (2Rs 19.6). Entretanto, esse desejo do rei da
Assíria foi frustrado, porque na época Ezequias, um rei reto, governava sobre Judá, e a
mensagem recebida do profeta Isaías era de vitória (2Rs 19.7-8,28,32).
Ezequias era co-regente de Judá com seu pai, Acaz, desde 729 a.C. Depois
governou sozinho de 716 a 687. Ele aprendeu lições importantes com a queda de Israel.
Incentivado pelo profeta Isaías, ele perseguiu dois atos louváveis: tentou romper o
domínio político da Assíria e purificou a fé de Judá, abolindo o culto aos deuses cananeus
e assírios.
O Egito também estava ansioso por romper com a Assíria. Isso fez com que
Isaias profetizasse contra toda tentativa de aliança por parte de Judá (Is 30.1-3). Do
outro lado, a Babilônia compartilhava com os egípcios a fome de liberdade. Naquele
tempo Merodaque-Baladã era o rei de Babilônia e tentou fazer aliança com Judá (2Rs
20.12-19). Ezequias lhes mostrou os tesouros reais, os suprimentos, e a casa de armas.
Daí Isaias profetizou que todos esses tesouros, um dia, seriam levados para Babilônia
(2Rs 20.17). Um século mais tarde, as palavras de Isaias tornaram-se. Por três vezes o
exército babilônio atacou Judá e seus vizinhos. Eles deixaram os muros e o templo de
Jerusalém em ruínas e deram um fim amargo ao reinado da linhagem de Ezequias (2Rs
25.1-10).
Obs.: O reino do sul (Judá) foi tomado pela Babilônia em 586 a.C.
59
Os Livros Sapienciais - Introdução
“... importava se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos“. (Lc 24.44)
Desses cinco rolos, dois são utilizados nas festas dos judeus:
60
O Livro de Jó
Alguns eruditos pensam que editores de uma época posterior, tivessem feito
adições que só teriam servido para lançar confusão no livro. O capítulo 21,
diferentemente dos capítulos 1º ao 19º, retrata um Jó cético, que condenou a si mesmo
e, então, foi levado à sabedoria divina no capítulo 28. Os capítulos 30 e 31 seriam
basicamente, um paralelo aos discursos dos capítulos 3º ao 19º. Nos capítulos 32-37
aparece uma reprovação desnecessária por parte de certo Eliú. Nos capítulos 38 e 39 o
61
próprio Deus força Jó a retratar-se. Isso posto, parece haver consideráveis mudanças de
atitude no livro. E alguns estudiosos supõem que isso reflita adições feitas
posteriormente. Todavia, o autor Norman Champlin acredita que isso poderia ter sido
reflexo apenas de um confuso arranjo e tratamento, por parte do próprio autor sagrado
que, ao abordar uma questão espinhosa, não se mostrou muito metódico quanto, talvez,
gostaríamos que ele tivesse sido.
Em relação aos conselhos dados pelos homens que são apresentados nos
diálogos com Jó, não poderiam ser diferentes, pois eles somente poderiam perceber
aquilo que era comum ao seu contexto, ou seja, a retribuição divina, devido a mesma ser
tão regular e previsível segundo a antiga doutrina judaica encontrada na Torah.
62
Os Salmos
1. Salmos de lamentação
2. Salmos de ação de graça e louvor
3. Hinos majestáticos
4. Salmos reais
5. Salmos messiânicos
6. Salmos litúrgicos
7. Salmos de sabedoria
8. Salmos de história sagrada
9. Chamada à adoração
10. Salmos de confiança
11. Cânticos de Sião
12. Louvor à lei
13. Salmos implorando proteção e dando
louvor
14. Tipos mistos
15. Oração implorando vitórias
16. Salmos didáticos
17. Doxologia de louvor
Salmos Penitenciais
O Saltério em sua forma final está dividido em cinco livros: Salmos 1-41;
42-72; 73-89; 90-106; e 107-150. É provável que a divisão siga o padrão do Pentateuco.
63
Aliás, o número dos salmos (150) segue de perto o número de seções em que o
Pentateuco é dividido para leitura na sinagoga (153). A prática corrente nas sinagogas no
período pós-bíblico pode ter exigido o uso de um salmo para cada leitura do Pentateuco.
Cada um dos livros termina com uma doxologia: 41.13; 72.18s.; 89.52; 106.48; e 150,
que também serve como doxologia final da coleção toda. O propósito das doxologias é
dar louvor pelo que foi revelado acerca de Deus em cada livro. Essa ênfase no louvor
concorda com o título hebraico para o livro todo "louvores". Também se harmoniza com
uma mudança de queixa na primeira metade do Saltério para o louvor na segunda
metade. Ainda que alguns salmos se concentrem nos interesses humanos em relação a
Deus, o propósito do livro como um todo se concentra em Deus.
As Coleções
As Modalidades Literárias
64
mencionado? Palavras como "ungido", "filho"ou "escudo" denotam sua relação com Deus
e Israel?
Provérbios
65
Como já foi citado, este livro cobre vários séculos de produção literária. São
quase 300 anos, pois há composições de Salomão (971 a.C.), seleção dos sábios de
Ezequias (700 a.C.) e obras de prováveis contemporâneos de Ezequias como Agur e
Lemuel.
Salomão foi o homem mais sábio que já viveu sobre a face da terra (I Rs
4.29-32), e esta sabedoria foi recebida de Deus, a qual também está ao nosso alcance
(Tg 1.5,6).
O tema central deste livro é a sabedoria de forma prática, não apenas para
viver uma “boa vida”, mas para viver no temor do Senhor. Todas as máximas
apresentadas no livro objetivam gerar homens saudáveis e redimidos, bem sucedidos na
vida, segundo o projeto de Deus para nós. Os princípios de vida são divinamente
inspirados e apresentados sob a forma de ditados, que por contraste ou comparação,
retratam as experiências, características e o caminhar do sábio e do tolo, do justo, do
preguiçoso, do bom e do mau, do insensato, da mulher virtuosa, etc.
Esta sabedoria atravessa gerações e deve ser a base para o nosso viver
diário, bem como parâmetro para avaliação de nossa conduta. Os provérbios não são
princípios infalíveis de sucesso, mas normas gerais de Deus trabalhar. As exceções, por
exemplo, um justo que não goza a paz, felicidade ou longevidade, deve-se a projetos e
propósitos particulares de Deus para aquelas vidas. É ampla a gama de assuntos no livro
abordado: o uso das riquezas, o tratamento para com os pobres, amigos e vizinhos, o
controle da língua, a honestidade, a justiça, a obediência aos pais, etc.
66
Eclesiastes
67
Em Eclesiastes há um tom de tristeza, desalento e perplexidade, ao ver o
fracasso da sabedoria natural ao tentar resolver os problemas humanos e obter a
perfeita felicidade. Depois de seu afastamento de Deus (I Rs 11.1-8), Salomão ainda
tinha riquezas e sabedoria. Possuído destas, começou a sua investigação pela verdade e
a felicidade sem Deus. Tendo como resultado a expressão “tudo é vaidade” (significa
vazio, sem valor). Salomão aprendeu que sem a bênção de Deus, a sabedoria, posição e
riquezas não satisfazem, muito pelo contrário, trazem cansaço e decepção.
Conclusão
Essas palavras servem como referencial para que tenhamos a certeza de que
a vida à parte de Deus não tem valor algum, mesmo sendo detentor de riquezas e
conhecimento humano.
“De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos;
porque isto é o dever de todo homem.” Ec 12.13
68
Cantares de Salomão
Salomão já era rei (965 a.C.), e já tinha expandido seu reino até Jezreel,
porem seu harém ainda era relativamente pequeno (Ct 6.8,9). Cantares parece
corresponder ao inicio do reinado de Salomão, assim como provérbios ao meio de seu
reinado e Eclesiastes ao final. Em torno de 965 a.C..
“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios”. Ct 6.3
Certo dia ele volta, e vem com grande séquito proclamando-a sua esposa,
levando-a então para o palácio. É aí no palácio que o poema é cantado, fazendo-se
recordações do passado.
69
É preciso conhecer bem o estilo de escrita de Cantares para que o possamos
entender e dividir: as falas parecem por vezes confundirem os personagens e o
desenvolvimento da história não é simples de se compreender. Alem das muitas
metáforas na linguagem poética este poema é um idílio lírico, ou seja, uma história
campestre, contada sob a forma de um poema onde o relato não segue uma seqüência
lógica cronológica, mas há “flash-backs” e coros entrecortando o relato.
Conclusão
70
Os Profetas
Introdução
Entre os dias de Josué e Eli “as visões não eram freqüentes” (1Sm 3.1), o
que significa que o ofício profético estava em baixo nível. Mas esse ofício ressurgiu no
período dos reis com o aparecimento das escolas de profetas, que surgiram nos dias de
Samuel, e devido ao encorajamento que ele lhes deu (1Sm 19.20; 2Rs 2.3,5; 4.38; 6.1).
71
Diversos Profetas
72
Os Profetas - Pré-cativeiro Assírio
- (3) Amós [786-746 a.C.] e (4) Óseias [782-725 a.C.] Pré-cativeiro Assírio;
O cativeiro Assírio pôs fim (em 721 a.C.) à linhagem dos profetas do reino
do norte, Israel, e o povo de Israel continuou através da nação de Judá. Realmente, as
dez tribos de Israel perderam sua identidade.
- (1) Joel [837-800 a.C.] e (5) Isaias [758-698 a.C.] Pré-cativeiro Babilônico;
- (7) Naum [640-630 a.C.] e (8) Sofonias [640-610 a.C.] Pré-cativeiro Babilônico;
- (11) Daniel [606-534 a.C.] e (12) Ezequiel [592-572 a.C.] Durante o cativeiro
Babilônico;
- (13) Obadias [586-583 a.C.] Era do Norte, estava no Sul e profetiza para Edom;
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Sargão II (722-705 a.C.) Toma o Reino do Norte 2Rs 15.29; 16.5-7.
Pré-assírio
Reconstrução de Jerusalém
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Período Interbiblico
Introdução
Foi considerado o período em que não houve revelação divina escrita e antes
de iniciar o estudo do Novo Testamento, é de extrema importância a compreensão dos
fatos que ocorreram pós-exílio até o advento de Cristo, iniciando então a Era Cristã. O
qual envolve um período de 400 anos, onde os fatos históricos formaram o cenário ideal
para a manifestação de Jesus o Filho de Deus, conforme está escrito em Gl 4.4-5:
“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de
recebermos a adoção de filhos”.
Cenário
A nação de Israel apostatou da fé, quebrou a aliança com o Deus criador dos
céus e da terra, e por isso foi extremamente afligido com os cativeiros Assírio (721 a.C.)
e Babilônico (606-536). No período do exílio babilônico surgiram as sinagogas, local onde
os israelitas se reuniam para estudar, copiar e ensinar as Escrituras.
Obs.: O reino do sul (Judá) foi tomado pela Babilônia em 586 a.C.
75
Alexandre o Grande
Nesse período o império passou de uma mão para outra mão, por várias
vezes até 301 a.C., quando o Egito e a Síria mediram forças (Egito: 301-198 / Síria:
198-167).
Embora tenha reinado por um período bastante curto, mas foi muito rápido e
passou a influenciar o mundo da época como nunca antes havia ocorrido. Disseminou a
cultura e a língua grega por toda extensão do seu império.
Antioco Epifânio
Em 175 a.C., subiu ao trono da Síria, Antíoco Epifânio (Antíoco IV). Ele
colocou em seu coração o desejo de exterminar os judeus e em 168 a.C., arrasou
Jerusalém, profanou o templo erigindo um altar a Júpiter e sacrificou uma porca sobre o
altar do holocaustos. Como se não bastasse, também decretou pena de morte para quem
praticasse a circuncisão e adorasse a Deus. E também destruiu todas as cópias que
encontrou das Escrituras.
76
A Revolta dos Macabeus
Jerusalém mais uma vez estava arrasada, seu povo revoltado com a
situação que se encontravam, até que Matatias, que vivia em Modim (entre Jope e
Jerusalém), podemos assim dizer: “deu o grito de independência”. Com muita bravura
venceu diversas batalhas, mas no ano 167 a.C., no mesmo ano da revolta veio a falecer.
Os Macabeus Romano
167 476 d.C.
63 Queda do Império Ocidental
---
1453 d.C.
Império Oriental
Queda de Constantinopla 77
Os Romanos
- Hircano II (63-40):
- Antígano II (40-37):
- Herodes o Grande (37-4 a.C.):
“E tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes..., eis que uns
magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: onde está aquele que é nascido rei dos
judeus? Porque vimos sua estrela no oriente e vimos a adora-lo. E Herodes, ouvindo isto,
perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.” Mt 2.1-3
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Diversas Contribuições
Contribuição Romana
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Ex. Culto ao imperador romano
Contribuição Grega
Obs: Os homens até hoje tentam criar uma língua universal para que
possam comunicar suas idéias uns aos outros.
80
A filosofia apenas aspirava por Deus, fazendo dEle uma abstração, jamais
revelava um Deus pessoal como o do cristianismo.
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A sinagoga – criada na ausência do templo durante o cativeiro babilônico,
eram freqüentadas por judeus e muitos gentios, os quais se familiarizavam com uma
forma superior de viver.
Raízes do Conflito
Estado Duplo
As Guerras
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colinas de Golán e Jerusalém leste. Em 1973, Egíto e Síria lançaram uma ofensiva contra
Israel no feriado de Yom Kippur, o Dia do Perdão, mas foram novamente derrotados.
A Intifada
O Cisma Palestino
83
Conclusão
“Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo“.
(Jo 1.17)
Gilvan Nascimento
84
Bibliografias
• PACKER, James – O Mundo do Antigo Testamento. Ed. Vida, 1ª Edição 1988. 185
pág.
• ANDRADE, Claudionor – Geografia Bíblica. Ed. CPAD, 11ª Edição 2001. 314 pág.
• JENSEN, Irving – Êxodo – Estudos Bíblicos. Ed. Mundo Cristão, 2ª Edição 1987.
107 pág.
• ALMEIDA, Abraão – O Tabernáculo e a Igreja. Ed. CPAD, 13ª Edição 2001. 144
pág.
85