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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E TECNONOGIA


DISCIPLINA: ENQ 0247 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS NA INDÚSTRIA QUÍMICA II
ALUNO: ANDRÉ LUIZ DOTTA

CRISTALIZADORES INDUSTRIAIS
Um cristalizador é um equipamento onde ocorre a formação e o crescimento de mate-
riais cristalinos a partir de soluções. O projeto destes equipamentos tem como objetivo criar
um ambiente de supersaturação para produzir a composição desejada do produto cristalino.

CRISTALIZADOR A VÁCUO EM BATELADA

Para aplicações que envolvem quantidades relativamente pequenas de material, ou


quando o material deve ser processado de maneira não contínua, ou ainda em casos especiais
que requerem uma temperatura de operação muito baixa, geralmente é conveniente utilizar
um cristalizador a vácuo em batelada. Tipicamente, o ciclo neste tipo de equipamento dura de
2 a 8 horas. No final do ciclo, o material é descarregado em um tanque agitado, de onde é re-
movido para posterior separação e secagem.

Também é usado quando


o material é resfriado em uma
faixa muito grande de temperatu-
ra. Nestes casos, um intensifica-
dor (booster) é usado durante
parte do resfriamento, para com-
primir o vapor das condições fi-
nais até uma pressão alta o sufici-
ente para condensá-lo sem utili-
zar água de resfriamento.

Todo o ciclo para tal equi-


pamento pode ser automatizado,
porém em pequenas plantas esta
despesa não se justifica. Existe
ainda uma variação no tamanho
dos cristais formados, pois a
quantidade inicial de núcleos não
pode ser controlada de uma bate-
lada para outra. E para materiais
que tem uma tendência maior
para cristalização nas paredes do
equipamento, quando em proces-
so contínuo, uma solução é jus-
tamente o cristalizador em bate-
lada, que possui a capacidade de
auto-limpeza.

Figura 1: Cristalizador a vácuo


em batelada, com booster.
CRISTALIZADOR-EVAPORADOR DE CIRCULAÇÃO FORÇADA

Figura 2: Cristalizador de circulação forçada.

O cristalizador de circulação forçada é semelhante ao evaporador de circulação força-


da, mas inclui as características necessárias para obter uma correta cristalização.
O líquido circulante é forçado através de um aquecedor a vapor. O líquido aquecido
flui para o espaço onde há vapor, no cristalizador. Aqui ocorre a evaporação, reduzindo a
quantidade de solvente na solução (aumentando a concentração de soluto), e levando o líqui-
do-mãe à supersaturação. O licor supersaturado desce através de um tubo, e então a uma área
onde a cristalização acontece por nucleação secundária. Os cristais maiores são retirados en-
quanto o licor é reciclado, misturado com a alimentação e reaquecido.
Características do processo: O uso mais comum deste equipamento é como cristaliza-
dor evaporativo, com materiais que possuam um coeficiente de solubilidade pequeno ou
mesmo negativo, para assim promover a evaporação do solvente, com pequena variação na
temperatura.
Aplicações típicas: É o tipo de cristalizador mais largamente usado, encontrado com
tamanhos variando entre 60 cm a 12 m de diâmetro. É um equipamento de operação com
baixo custo com relação à produtividade. Usado principalmente para cristalização de NaCl,
sulfato de sódio, carbonato de sódio monohidratado, ácido cítrico, uréia, açúcar, entre outros.

CRISTALIZADOR DE SUPERFÍCIE RESFRIADA

Este equipamento consiste em um trocador de calor casco-tubos, onde a lama de cris-


tais em crescimento circula através dos tubos; o cristalizador propriamente dito, com chicanas,
para promover um tempo de retenção; e uma bomba de recirculação.
A taxa de circulação através do trocador de calor geralmente é alta o suficiente para
que a queda de temperatura seja de apenas 1 a 2 °C, Em torno dos tubos fica o meio refrige-
rante, que pode ser água circulante através de chicanas, ou um refrigerante que é vaporizado
pelo calor removido dos tubos. É importante que a diferença de temperatura entre as paredes
dos tubos e a lama circulada seja o mínimo possível.
Características do processo: geralmente usado quando a elevação do ponto de ebuli-
ção (EPE) da solução é muito alta, como no caso de soluções cáusticas, ou quando os níveis de
temperatura são tão baixos que não existe possibilidade real de trabalhar com evaporação a
vácuo.
Aplicações típicas: cristalização de NaCl a partir de soluções cáusticas, carbonato de
sódio a partir de soluções residuais, e clorato de sódio a partir de soluções saturadas de NaCl.

Figura 3: Cristalizador de superfície resfriada Swenson

CRISTALIZADOR COM TUBOS DE TEFLON

Este tipo de cristalizador de superfície resfriada utiliza tubos de Teflon como superfície
de troca térmica. Os tubos de Teflon ficam suspensos dentro do magma em uma posição flexí-
vel ou relaxados, de forma que possam se mover durante a agitação proveniente de turbinas
ou hélices. Os depósitos cristalinos, que usualmente se formariam nas superfícies resfriadas
não aderem aos tubos de Teflon tão prontamente como o fariam em tubos metálicos. O suave
movimento dos tubos de Teflon também é controlado para prevenir a formação de depósitos,
o que é essencial para ciclos de longa operação. Usando esta técnica, longos ciclos de opera-
ção e grandes diferenças de temperatura entre o refrigerante e o magma podem ser empre-
gados, por exemplo, na cristalização do sal de Glauber (sulfato de sódio decahidratado) prove-
niente de salmouras.

Figura 4: Cristalizador com Tubos de Teflon


CRISTALIZADOR SPRAY

Neste tipo de equipamento, a lama a ser cristalizada é nebulizada em uma corrente de


ar, onde ocorre o resfriamento, provocando a supersaturação da solução circulante, com os
cristais. É similar a um cristalizador de circulação forçada, onde uma fonte de calor ou resfria-
mento adiabático é usado para fornecer o calor necessário para vaporizar o solvente. Sistemas
como esse podem operar em épocas de inverno e produzir temperaturas finais menores que
0°C, e podem condensar o calor proveniente de um evaporador de múltiplo efeito, adicionan-
do-se um estágio adicional de cristalização e eliminando a necessidade de uma fonte de água
de refrigeração ou uma torre de resfriamento.
Características do processo e aplicações típicas: Embora seja um equipamento relati-
vamente novo, seu uso está aumentando e já apresenta grande potencial, particularmente em
aplicações onde o tamanho do cristal e a temperatura do líquido final não são pontos críticos,
como na recuperação de KCl, carbonato de sódio decahidratado, e do sal de Glauber.

Figura 5: Fluxograma típico de um cristalizador spray.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOUST, Alan S. et alli. Princípios das Operações Unitárias. LTC, Rio de Janeiro. pp 454-458.

MYERSON, Allan S. Handbook of Industrial Crystallization. Butterworth Heinemann, Woburn


(MA), EUA. pp 115-140.

GEA Process Engineering Inc. http://www.niroinc.com/evaporators_crystallizers/


crystallization.asp, acesso em 10/06/09.

Swenson Technology Inc. http://www.swensontechnology.com/crystal-broch-intro1.html, a-


cesso em 10/06/09.

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