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Ficha Técnica

Título
E-Generation: Os Usos de Media pelas Crianças e
Jovens em Portugal
Coordenador Científico Gustavo Cardoso

Investigadores Rita Espanha, Tiago Lapa

Inquérito Sociedade em Rede Gustavo Cardoso, Rita Espanha, Maria do Carmo


em Portugal 2006 Gomes

Coordenação Editorial Rita Espanha

Centro de Investigação CIES/ISCTE – Centro de Investigação e Estudos


em Sociologia, Instituto Superior de Ciências do
Trabalho e da Empresa

Apoio à Investigação Fundação Portugal Telecom

1
Índice

1. Introdução................................................................................................................... 25

2. Metodologia e Dados.................................................................................................. 28

3. Caracterização da Amostra......................................................................................... 32

4. Ciber-geografias e mundos online: Padrões de utilização do computador e da internet


........................................................................................................................................ 39
Blogues ................................................................................................................... 83
Serviço de mensagens instantâneas (IMPs)............................................................ 92

5. Padrões de oportunidades e riscos na rede. Representações da utilidade e níveis de


confiança nas TIC......................................................................................................... 112

6. A utilização da televisão entre os jovens portugueses.............................................. 123


Zapping..................................................................................................................... 161

7. A cultura da mobilidade: a utilização dos telemóveis por parte dos jovens............. 165

8. Mundos virtuais: os jogos de computador na cultura juvenil................................... 222

9. Geração Mp3: a música no novo ambiente mediático.............................................. 250

10. Os jovens e os filmes na era digital ........................................................................ 276

11. A Leitura e os jovens na era da internet ................................................................. 298

12. O sistema de oferta mediática múltipla: Multitasking e integração dos media. ..... 304

13. Os media na vida quotidiana dos jovens: Organização no tempo e no espaço. ..... 321

14. Dinâmica familiar e interacção em torno dos media: autonomia dos jovens,
autoridade e controlo paternal sobre os media. ............................................................ 361

15. Conclusão ............................................................................................................... 390

Bibliografia................................................................................................................... 419

2
Índice - Tabelas

Tabela 1: Características dos Inquiridos (%).................................................................. 32

Tabela 2: Vive com quem............................................................................................... 33

Tabela 3: Sobre o teu pai - Até quando estudou? ........................................................... 34

Tabela 4: Em relação ao trabalho, o teu pai ?................................................................. 34

Tabela 5: Se o teu pai tem um emprego, diz se ele: ....................................................... 34

Tabela 6: Sobre a tua mãe - Até quando estudou? ......................................................... 35

Tabela 7: Em relação ao trabalho, a tua mãe ? ............................................................... 36

Tabela 8: Se a tua mãe tem um emprego, diz se ela:...................................................... 36

Tabela 9: Características dos Inquiridos (%).................................................................. 37

Tabela 10: Frequenta algum nível de ensino .................................................................. 37

Tabela 11: Se está no secundário:................................................................................... 37

Tabela 12: Qual é a sua condição perante o trabalho ..................................................... 38

Tabela 13: Região........................................................................................................... 38

Tabela 14: Habitat .......................................................................................................... 38

Tabela 15: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?..................... 39

Tabela 16: Tens ligação à internet em tua casa? ............................................................ 40

Tabela 17: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, emai)?: ................ 41

Tabela 18: Utilizas habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar

ou fazer trabalhos de casa? ..................................................................................... 42

Tabela 19: Utilização das TIC para fins educativos ....................................................... 43

Tabela 20: Tens algum professor que utiliza a internet para explicar a matéria ou que te

incentiva a utilizar a internet para estudar ou praticar matérias da sua disciplina? 44

3
Tabela 21: Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez?

................................................................................................................................ 45

Tabela 22: Qual dos seguintes serviços costuma utilizar: .............................................. 46

Tabela 23: Quando visitas páginas web, quais dos seguintes conteúdos costumas

consultar?:............................................................................................................... 47

Tabela 24: Tens amigos que vêm sites destinados a adultos na internet? ...................... 49

Tabela 25: Já fizeste alguma página web ....................................................................... 49

Tabela 26: Já fizeste algum blogue................................................................................. 50

Tabela 27: Quantas contas de correio electrónico usas? ................................................ 51

Tabela 28: Quando participas em chats, comunicas mais: ............................................. 52

Tabela 29: Quando participas num chat, costumas aparecer tal como és ou finges ser

outro tipo de pessoa? .............................................................................................. 52

Tabela 30: Já conheceste pessoalmente algum dos teus amigos virtuais? ..................... 53

Tabela 31: Quando utilizas a internet costumas estar: ................................................... 54

Tabela 32: Em tua casa, para além de ti, utilizam a internet: ......................................... 55

Tabela 33: Em tua casa, quem utiliza mais a internet?................................................... 56

Tabela 34: Em tua casa, quem é que mais sabe sobre internet? ..................................... 57

Tabela 35: Quem te ensinou a usar a internet?:.............................................................. 58

Tabela 36: Quando utilizas a internet, como te consideras?........................................... 59

Tabela 37: Utilizadores da internet e/ou o correio electrónico....................................... 60

Tabela 38: Utiliza ou já utilizou alguma vez a internet e/ou o correio electrónico........ 60

Tabela 39: Independentemente do local onde utiliza e do motivo, com que frequência

utiliza a internet e/ou correio electrónico ............................................................... 62

Tabela 40: Em que locais tem acesso à internet ............................................................. 63

Tabela 41: Tem hipótese de ter acesso à internet em casa ............................................. 64

4
Tabela 42: Há quantos meses utiliza a internet .............................................................. 64

Tabela 43: Em que ano instalou / passou a ter acesso à internet em sua casa................ 65

Tabela 44: Onde começou a utilizar a internet ............................................................... 66

Tabela 45: Como é que classificaria a sua capacidade de utilizar a internet.................. 67

Tabela 46: Que tipo de ligação à internet é que tem em sua casa .................................. 68

Tabela 47: Qual é o seu fornecedor de internet de banda larga...................................... 70

Tabela 48: Em casa, quem é que utiliza mais frequentemente a internet....................... 71

Tabela 49: Utiliza a internet ou o correio electrónico para: ........................................... 75

Tabela 50: Utiliza a internet ou e-mail para fazer alguma das seguintes actividades: ... 80

Tabela 51: Afirmação que descreve melhor a sua atitude acerca da recepção de correio

electrónico não solicitado ....................................................................................... 83

Tabela 52: Sabe o que é um blogue................................................................................ 83

Tabela 53: Mantém algum blogue .................................................................................. 84

Tabela 54: Costuma navegar pela blogosfera................................................................. 85

Tabela 55: Costuma interagir com blogues .................................................................... 86

Tabela 56: Quantos tem a funcionar............................................................................... 87

Tabela 57: Actualiza-o(s) com que frequência............................................................... 87

Tabela 58: Com que frequência consulta outros blogues ............................................... 87

Tabela 59: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 1º ................ 88

Tabela 60: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 2º ................ 88

Tabela 61: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 3º ................ 89

Tabela 62: Como se informa habitualmente sobre os blogues a consultar:.................... 89

Tabela 63: Os blogues que consulta são:........................................................................ 90

Tabela 64: Tem o cuidado de cruzar com outras fontes a informação que consta dum

blogue ..................................................................................................................... 91

5
Tabela 65: Principal motivo porque consulta um blogue:.............................................. 91

Tabela 66: Utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (IMPs)............................ 92

Tabela 67: Utiliza-o com que frequência: ...................................................................... 93

Tabela 68: Com quem é que comunica, através desse serviço:...................................... 94

Tabela 69: Tem os seus IMPs personalizados através de:.............................................. 95

Tabela 70: Essa personalização é útil para transmitir às pessoas com quem conversa:. 95

Tabela 71: Na sua lista de contactos, tem principalmente pessoas que pertencem a que

grupo:...................................................................................................................... 96

Tabela 72: Com que frequência é que gere a sua presença/ausência utilizando os ícones

que indicam um dado estado de atenção ................................................................ 96

Tabela 73: Três principais motivos porque utiliza os IMPs: .......................................... 97

Tabela 74: Utiliza sites na internet onde cria uma rede de amigos, colegas ou grupos de

interesses (Social Online Environment) ................................................................. 97

Tabela 75: Utiliza-os com que frequência...................................................................... 98

Tabela 76: Através desses sites, interage principalmente com:...................................... 99

Tabela 77: Utiliza algum serviço de Voice Over IP (VOIP).......................................... 99

Tabela 78: Num mês típico, quantas vezes compra produtos ou serviços através da

internet .................................................................................................................. 100

Tabela 79: Acha que as suas compras através da internet ... em relação às compras de

produtos e serviços semelhantes nas lojas habituais ............................................ 101

Tabela 80: Até que ponto é que se sente preocupado(a) com a segurança da informação

do seu cartão de crédito quando o utiliza para comprar ou pagar alguma coisa na

internet .................................................................................................................. 101

Tabela 81: Costuma utilizar o site na internet do seu banco ........................................ 101

Tabela 82: Costuma utilizar caixas Multibanco ........................................................... 101

6
Tabela 83: Diga-me, por favor, se costuma realizar as seguintes operações: .............. 102

Tabela 84: Com que frequência utiliza a internet para:................................................ 103

Tabela 85: Conhece ou já ouviu falar da internet......................................................... 103

Tabela 86: Principal razão porque não usa a internet:.................................................. 104

Tabela 87: Acha que um dia virá a utilizar a internet................................................... 105

Tabela 88: Pediu ou recebeu de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação

ou documentação que tenha sido retirada da internet........................................... 106

Tabela 89: Até que ponto o uso da internet influenciou os seus contactos com: ......... 107

Tabela 90: Depois de começar a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado

familiar acham que passam mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo consigo

.............................................................................................................................. 107

Tabela 91: Existem outros membros da família que utilizam o mesmo computador... 108

Tabela 92: Qual é o sistema operativo que usa habitualmente no seu computador pessoal

.............................................................................................................................. 109

Tabela 93: Utiliza habitualmente aplicações e/ou programas informáticos produzidos

através de software livre ....................................................................................... 109

Tabela 94: Qual a aplicação que utiliza em regime de software livre:......................... 110

Tabela 95: Qual o browser que tem neste momento instalado no seu computador

principal e que utiliza para aceder à internet: ....................................................... 110

Tabela 96: Como é que adquiriu para o seu computador pessoal o último software para

processar/ escrever textos ..................................................................................... 111

Tabela 97: O computador que possui é portátil............................................................ 111

Tabela 98: Utiliza a internet através de equipamentos com acesso sem fios (wireless ou

wi-fi), através do telemóvel ou computador portátil ............................................ 111

7
Tabela 99: Em que local é que utiliza mais frequentemente as tecnologias de acesso sem

fios (wireless) ....................................................................................................... 112

Tabela 100: Desde que utiliza as tecnologias de acesso sem fios (wireless), acha que:

.............................................................................................................................. 112

Tabela 101: Já utilizou acessos grátis à internet fornecidos em espaços públicos

(MCDonalds/hotéis) ............................................................................................. 112

Tabela 102: Tens algum sistema de protecção instalado quando navegas na internet

(anti-virus, filtro de conteúdos)? .......................................................................... 116

Tabela 103: Conheces alguém que esteja totalmente agarrado à internet? .................. 116

Tabela 104: Para mim, a internet:................................................................................. 118

Tabela 105: Riscos na Internet ..................................................................................... 119

Tabela 106: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de notícias publicadas

por empresas/agências .......................................................................................... 120

Tabela 107: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de informação

publicadas por pessoas.......................................................................................... 120

Tabela 108: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: sites de informação do governo

na internet ............................................................................................................. 121

Tabela 109: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: informação proveniente de

motores de pesquisa.............................................................................................. 121

Tabela 110: Costuma fazer apostas na internet nos seguintes jogos de sorte e azar: ... 121

Tabela 111: Quantas televisões existem em tua casa? ................................................. 125

Tabela 112: Tens em tua casa televisão paga (TV cabo, Satélite, etc)? ....................... 126

Tabela 113: Quando vês televisão, costumas estar: ..................................................... 127

Tabela 114: Quem vê mais televisão em tua casa? ...................................................... 128

Tabela 115: Dos seguintes serviços de TV quais é que possui: ................................... 129

8
Tabela 116: Qual é o operador de cabo e/ou satélite que utiliza como fornecedor

principal ................................................................................................................ 130

Tabela 117: Quantas televisões tem em sua casa ......................................................... 131

Tabela 118: Qual o canal de televisão que mais vê (1ºCANAL) ................................. 132

Tabela 119: Qual o canal de televisão que mais vê (2ºCANAL) ................................. 133

Tabela 120: Qual o canal de televisão que mais vê (3ºCANAL) ................................. 134

Tabela 121: Qual o canal de televisão que mais vê (4ºCANAL) ................................. 135

Tabela 122: Para saber notícias em geral vê canais...................................................... 136

Tabela 123: Para se informar sobre acontecimentos nacionais importantes vê canais...

.............................................................................................................................. 136

Tabela 124: Para se informar sobre acontecimentos internacionais importantes vê

canais... ................................................................................................................. 136

Tabela 125: Credibilidade que têm para si, o canal de informação:............................. 137

Tabela 126: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor nacional........... 137

Tabela 127: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção nacional ........... 138

Tabela 128: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor estrangeiras ..... 138

Tabela 129: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção estrangeiras...... 139

Tabela 130: E quanto à origem das telenovelas, a quais é que prefere assistir ............ 140

Tabela 131: Das telenovelas que passaram no último ano na televisão, quais as duas que

mais gostou:.......................................................................................................... 141

Tabela 132: De todas as telenovelas a que assistiu, qual foi a sua preferida................ 142

Tabela 133: Prefere assistir a telenovelas que se baseiam...: ....................................... 143

Tabela 134: Considera que as telenovelas devem...: .................................................... 143

Tabela 135: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que prefere de um modo

geral: ..................................................................................................................... 144

9
Tabela 136: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais credível.. 145

Tabela 137: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais divertido 146

Tabela 138: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é menos interessante

.............................................................................................................................. 147

Tabela 139: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que não consegue

suportar ................................................................................................................. 147

Tabela 140: Dos comentadores da actualidade, a quais é que assiste na televisão: ..... 148

Tabela 141: Gosta de programas de: ............................................................................ 149

Tabela 142: Qual a sua opinião sobre:.......................................................................... 150

Tabela 143: Qual o principal programa que vê habitualmente (1ªREF)....................... 150

Tabela 144: Qual o principal programa que vê habitualmente (2ªREF)....................... 151

Tabela 145: Qual o principal programa que vê habitualmente (3ªREF)....................... 153

Tabela 146: Costuma gravar programas....................................................................... 154

Tabela 147: Por que motivo costuma gravar programas .............................................. 154

Tabela 148: Qual o tipo de programa que costuma gravar (1ªREF.)............................ 154

Tabela 149: Qual o tipo de programa que costuma gravar (2ªREF.)............................ 155

Tabela 150: Qual o tipo de programa que costuma gravar (3ªREF.)............................ 155

Tabela 151: Costuma trocar gravações de programas com os teus amigos.................. 155

Tabela 152: Já se ligou à internet para ver uma página relacionada com um programa de

televisão ................................................................................................................ 156

Tabela 153: Com que frequência se liga à internet para ver uma página relacionada com

um programa de televisão..................................................................................... 156

Tabela 154: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na

internet (1ªREF).................................................................................................... 156

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Tabela 155: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na

internet (2ªREF).................................................................................................... 157

Tabela 156: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na

internet (3ªREF).................................................................................................... 157

Tabela 157: Já participou em algum fórum online sobre um programa de televisão... 158

Tabela 158: Com que frequência.................................................................................. 158

Tabela 159: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (1ªREF) 158

Tabela 160: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (2ªREF) 159

Tabela 161: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (3ªREF) 159

Tabela 162: Os programas de televisão são assunto de conversas com os seus amigos

.............................................................................................................................. 159

Tabela 163: A televisão em casa está ligada às horas das refeições............................. 160

Tabela 164: A televisão em casa está ligada mesmo quando ninguém está a ver........ 160

Tabela 165: Costuma ver algum noticiário televisivo das 20h00................................. 160

Tabela 166: Em qual dos canais costuma ver noticiário televisivo das 20h00: ........... 160

Tabela 167: Habitualmente, vê o noticiário televisivo da noite com quem ................. 161

Tabela 168: É habitual trocar opiniões sobre o que viu: .............................................. 161

Tabela 169: Ao longo do tempo em que diariamente vê televisão, quantas vezes é que

faz zapping............................................................................................................ 162

Tabela 170: Qual é a principal razão porque faz zapping: ........................................... 162

Tabela 171: E durante o mesmo programa, com que frequência é que faz zapping .... 163

Tabela 172: Qual é a principal razão porque faz zapping durante o mesmo programa 163

Tabela 173: Qual o tipo de programa nos quais tem tendência para fazer mais zapping:

.............................................................................................................................. 164

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Tabela 174: O que é que normalmente faz durante os intervalos do seu programa

preferido................................................................................................................ 164

Tabela 175: Se tivesse um aparelho de gravação digital de vídeo retiraria

automaticamente a publicidade das emissões gravadas ....................................... 165

Tabela 176: Tens telemóvel?........................................................................................ 168

Tabela 177: Quem paga as tuas despesas com o teu telemóvel?.................................. 169

Tabela 178: Sabes quanto gastas por semana? ............................................................. 170

Tabela 179: Utilizas o telemóvel, principalmente, para: .............................................. 171

Tabela 180: Com que pessoas costumas comunicar mais?: ......................................... 173

Tabela 181: Com que idade tiveste o primeiro telemóvel? .......................................... 174

Tabela 182: Quem comprou o teu primeiro telemóvel? ............................................... 175

Tabela 183: Se ficasse duas semanas sem telemóvel? ................................................. 176

Tabela 184: Consideras que todas as chamadas que fazes e as mensagens que envias são

necessárias? .......................................................................................................... 177

Tabela 185: Costumas desligar o telemóvel:................................................................ 178

Tabela 186: Costumas receber chamadas ou mensagens quando já estás deitado? ..... 179

Tabela 187: Quantos telemóveis há em tua casa? ........................................................ 180

Tabela 188: Tem telemóvel .......................................................................................... 181

Tabela 189: Quantos aparelhos possui a funcionar neste momento............................. 181

Tabela 190: Com que idade teve o seu primeiro telemóvel ......................................... 181

Tabela 191: Nº de telemóveis no agregado .................................................................. 182

Tabela 192: São na sua maioria equipamentos de 3G .................................................. 182

Tabela 193: Em termos médios, qual o valor que acha razoável gastar na aquisição de

um telemóvel novo ............................................................................................... 183

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Tabela 194: Principal operador de comunicações móveis (aquele a partir do qual faz o

maior número de chamadas)................................................................................. 184

Tabela 195: Utiliza mais do que um operador.............................................................. 184

Tabela 196: Quais são esses outros operadores............................................................ 184

Tabela 197: Qual é a modalidade de pagamento do principal operador de telemóvel . 184

Tabela 198: Em média, quantas vezes carrega o seu telemóvel por mês: .................... 185

Tabela 199: Em média, qual o valor que gasta por mês no seu telemóvel ................... 185

Tabela 200: Quantas chamadas faz em média por dia do seu telemóvel ..................... 187

Tabela 201: Tem telefone fixo em casa........................................................................ 188

Tabela 202: Qual é a operadora de facturação das chamadas ...................................... 188

Tabela 203: Desde que tem telemóvel fala mais tempo, o mesmo tempo ou menos

tempo através do telefone fixo de casa................................................................. 189

Tabela 204: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone

fixo de casa... ........................................................................................................ 189

Tabela 205: Desde que tem telemóvel fala mais...através do telefone fixo do trabalho

.............................................................................................................................. 190

Tabela 206: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone

fixo do trabalho..................................................................................................... 190

Tabela 207: Com quem é que fala habitualmente pelo telefone fixo de casa desde que

tem telemóvel: ...................................................................................................... 190

Tabela 208: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (1ªREF.)191

Tabela 209: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (2ªREF.)191

Tabela 210: Das chamadas que tem no seu telemóvel qual a percentagem que daria a:

.............................................................................................................................. 191

Tabela 211: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel para: .......................... 193

13
Tabela 212: Desde que utiliza o telemóvel passou a:................................................... 194

Tabela 213: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel pelos motivos de: ...... 195

Tabela 214: Supondo, que não tinha telemóvel, realizaria na mesma, através de um

telefone fixo a maioria das chamadas móveis que efectua:.................................. 195

Tabela 215: Costuma pedir a outras pessoas que lhe façam algumas operações

relacionadas com o uso do telemóvel ................................................................... 196

Tabela 216: Qual é a principal operação que pede para as outras pessoas fazerem:.... 196

Tabela 217: Com que frequência costuma utilizar os serviços disponibilizados pelo

operador do seu telemóvel de: .............................................................................. 197

Tabela 218: Grau de concordância em relação à frase: ................................................ 199

Tabela 219: Desliga/coloca em silêncio o seu telemóvel em: ...................................... 200

Tabela 220: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a

uma chamada (1ª opção):...................................................................................... 201

Tabela 221: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a

uma chamada (2ª opção):...................................................................................... 202

Tabela 222: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a

uma chamada (3ª opção):...................................................................................... 202

Tabela 223: Já utilizou o telemóvel enquanto esperava por alguém e se encontrava

sozinho para:......................................................................................................... 203

Tabela 224: Utiliza as deslocações que faz de carro ou em transportes públicos para

resolver assuntos profissionais através do telemóvel: .......................................... 204

Tabela 225: O seu telemóvel tem câmara digital incorporada: .................................... 205

Tabela 226: Em média, quantas fotografias costuma tirar numa semana .................... 205

Tabela 227: E destas, quantas, envia em média, para outras pessoas........................... 206

14
Tabela 228: Qual a principal situação em que utiliza a câmara fotográfica do seu

telemóvel .............................................................................................................. 207

Tabela 229: Tem o seu telemóvel personalizado com uma fotografia, um protector de

ecrã, um toque favorito......................................................................................... 208

Tabela 230: Em média, quantos SMS envia diariamente através do seu telemóvel .... 209

Tabela 231: Em média, quantos MMS envia diariamente através do seu telemóvel ... 210

Tabela 232: Para quem é que envia mais habitualmente SMS através do telemóvel... 210

Tabela 233: Com que frequência costuma enviar SMS para intervir:.......................... 212

Tabela 234: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (1ºREF.)

.............................................................................................................................. 212

Tabela 235: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (2ºREF.)

.............................................................................................................................. 213

Tabela 236: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (3ºREF.)

.............................................................................................................................. 213

Tabela 237: Já viu aparecer a mensagem/pergunta enviada, no ecrã da TV ................ 214

Tabela 238: Costuma utilizar a internet para enviar SMS............................................ 214

Tabela 239: Utiliza as páginas na internet dos operadores:.......................................... 214

Tabela 240: Com que frequência é que utiliza os sites das operadoras de comunicações

móveis na internet para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros ........ 215

Tabela 241: Quais são os sites que utiliza para realizar essas operações:.................... 215

Tabela 242: Costuma utilizar uma linguagem diferente quando escreve SMS, como por

exemplo abreviaturas, letras diferentes, símbolos ................................................ 215

Tabela 243: Já utilizou SMS para:................................................................................ 217

Tabela 244: Com que frequência é que comunica por telemóvel com outros membros da

família................................................................................................................... 218

15
Tabela 245: Tem algum tarifário especial para telefonar/mandar mensagens para

determinados números.......................................................................................... 219

Tabela 246: Habitualmente, costumas jogar com consolas ou computadores?............ 225

Tabela 247: Que tipo de jogos costumas jogar?:.......................................................... 226

Tabela 248: Tens jogos pirateados?.............................................................................. 227

Tabela 249: Com quem costumas jogar?:..................................................................... 228

Tabela 250: Em tua casa, além de ti, utilizam jogos de consola/computador: ............. 229

Tabela 251: Consequências do tempo de uso dos jogos:.............................................. 230

Tabela 252: Costuma utilizar jogos para computador ou consola................................ 233

Tabela 253: Qual o nível de interesse que tem por jogos de computador e consola .... 234

Tabela 254: Em qual das seguintes plataformas costuma jogar: .................................. 236

Tabela 255: Em que plataformas, joga os seguintes tipos de jogos: ............................ 238

Tabela 256: Costuma jogar em rede através da internet:.............................................. 239

Tabela 257: Com quem joga habitualmente em rede através da internet:.................... 239

Tabela 258: Num mês típico, quantos jogos costuma comprar:................................... 240

Tabela 259: E quanto é que gasta em média por mês neste tipo de produtos .............. 241

Tabela 260: Quem é que normalmente compra os jogos que utiliza:........................... 243

Tabela 261: Quando vai comprar um jogo, qual é o principal motivo porque o compra

.............................................................................................................................. 244

Tabela 262: Quando não compra ou não lhe oferecem os jogos que utiliza, eles são na

sua maioria:........................................................................................................... 245

Tabela 263: Qual o montante máximo que estaria disposto a pagar para descarregar da

internet os 10 jogos mais vendidos do mês para PC............................................. 245

Tabela 264: Características dos jogos - Grau de concordância com: ........................... 248

16
Tabela 265: Tens algum leitor de música portátil em que possas utilizar ficheiros MP3?

.............................................................................................................................. 251

Tabela 266: Competências relacionadas com a gravação, troca e descarregamento de

música:.................................................................................................................. 252

Tabela 267: Habitualmente trocas músicas com os teus amigos(as)? .......................... 254

Tabela 268: Já compraste música através de sítios de venda na internet? ................... 255

Tabela 269: Em que sítios compras habitualmente música através da internet: .......... 255

Tabela 270: Costumas descarregar letras das músicas que obténs na internet? ........... 256

Tabela 271: E ainda em relação a música, achas que é mais errado...?........................ 257

Tabela 272: Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em

sítios na internet que disponham desse serviço: ................................................... 258

Tabela 273: Tem algum leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros MP3

.............................................................................................................................. 259

Tabela 274: Qual é a marca desse leitor ....................................................................... 260

Tabela 275: Em que alturas, é que costuma ouvir música no seu leitor de MP3: ........ 261

Tabela 276: Desde que tem o seu leitor MP3, passou a: .............................................. 261

Tabela 277: Por ordem de utilização, em que equipamentos é que costuma ouvir

ficheiros MP3: ...................................................................................................... 262

Tabela 278: Competências relacionadas com a gravação, descarregamento e troca de

música:.................................................................................................................. 263

Tabela 279: Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:............... 265

Tabela 280: Número de CD's gravados no último mês: ............................................... 266

Tabela 281: Compra CDs de música com regularidade ............................................... 267

Tabela 282: Número de CD's que comprou no último mês.......................................... 267

Tabela 283: Quanto é que gastou em média, no último mês em CD's ......................... 268

17
Tabela 284: Costuma comprar ou gravar CD's dos seus grupos música preferidos:.... 269

Tabela 285: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que quer conhecer

melhor:.................................................................................................................. 270

Tabela 286: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que alguém me

aconselhou a ouvir:............................................................................................... 270

Tabela 287: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos portugueses: ........ 270

Tabela 288: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos estrangeiros: ........ 270

Tabela 289: Troca músicas com os seus amigos(as): ................................................... 271

Tabela 290: Compra mais ou menos CDs que tragam também DVDs dos

grupos/músicos: .................................................................................................... 272

Tabela 291: Frequência que compra música através de sites de venda na internet:..... 272

Tabela 292: Sites onde compra habitualmente música através da internet: ................. 273

Tabela 293: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona

ouvem mais, a mesma ou menos música do que há 2 anos atrás: ........................ 273

Tabela 294: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona

compram mais, o mesmos ou menos CDs do que há 2 anos atrás: ...................... 273

Tabela 295: Acha correcto:........................................................................................... 274

Tabela 296: Quanto gastaria num mês para adquirir músicas em sites na internet ...... 275

Tabela 297: Costumas assistir habitualmente a filmes? ............................................... 278

Tabela 298: Através de que meios tens acesso aos filmes que habitualmente assistes?

.............................................................................................................................. 279

Tabela 299: Habitualmente fazes pesquisas na internet sobre filmes?......................... 280

Tabela 300: Costumas assistir a filmes no teu computador?........................................ 281

Tabela 301: Esses filmes são na sua maioria:............................................................... 281

18
Tabela 302: Quando há um filme novo que te interessa ver, o que fazes normalmente?

.............................................................................................................................. 282

Tabela 303: Costuma assistir habitualmente a filmes .................................................. 284

Tabela 304: Em que locais é que costuma assistir a esses filmes: ............................... 284

Tabela 305: Quantas vezes foi ao cinema no último mês............................................. 286

Tabela 306: Os filmes que assiste em casa são: ........................................................... 287

Tabela 307: Tem leitor de DVD's................................................................................. 288

Tabela 308: O leitor de DVDs lê filmes que descarrega da internet ............................ 289

Tabela 309: Quantas vezes é que assistiu em casa a DVD's no último mês................. 290

Tabela 310: Costuma ver filmes no seu computador ................................................... 291

Tabela 311: E esses filmes são na sua maioria............................................................. 292

Tabela 312: Onde é que vê filmes de origem Portuguesa: ........................................... 293

Tabela 313: Onde é que vê filmes de origem Americana: ........................................... 293

Tabela 314: Onde é que vê filmes de origem Europeia:............................................... 293

Tabela 315: Onde é que vê filmes de outras nacionalidades:....................................... 293

Tabela 316: Visionamento de filme - Grau de concordância: ...................................... 294

Tabela 317: Que montante fixo estaria disposto a pagar por mês para poder fazer

descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver no seu PC/Leitor

Dvd ....................................................................................................................... 295

Tabela 318: Quando há um filme novo que lhe interessa ver, o que faz normalmente:295

Tabela 319: Estás a ler algum livro neste momento, sem contar com os que te mandam

ler na escola? ........................................................................................................ 298

Tabela 320: Costuma habitualmente ler livros ............................................................. 299

Tabela 321: Quantos livros comprou no último mês.................................................... 300

Tabela 322: Tem o hábito de ler Jornais....................................................................... 301

19
Tabela 323: Costuma ler jornais gratuitos.................................................................... 302

Tabela 324: Quais os jornais gratuitos que costuma ler: .............................................. 302

Tabela 325: Desde que passou a ler jornais gratuitos, deixou de ler os outros jornais 303

Tabela 326: Qual montante que estaria disposto a pagar num mês para descarregar da

internet os jornais pagos em substituição dos jornais em papel ........................... 303

Tabela 327: Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: .................. 305

Tabela 328: Se tivesses de optar entre internet e televisão, qual seria a tua escolha?.. 307

Tabela 329: Se tivesses de optar entre internet e telemóvel, qual seria a tua escolha? 308

Tabela 330: Se tivesses de optar entre jogos de consola ou computador e televisão, qual

seria a tua escolha? ............................................................................................... 308

Tabela 331: Se tivesses de optar entre telemóvel e televisão, qual seria a tua escolha?

.............................................................................................................................. 309

Tabela 332: Aparelhos electrónicos que possui: .......................................................... 311

Tabela 333: Quantos Computadores Pessoais Fixo Possui .......................................... 312

Tabela 334: Quantos Computadores Pessoais Portátil Possui...................................... 312

Tabela 335: Quantos PDAs Possui............................................................................... 312

Tabela 336: Quantas Câmaras Web Possui .................................................................. 312

Tabela 337: Quantas Agendas Electrónicas (Palm Pilot) Possui ................................. 312

Tabela 338: Quantas Consolas De Jogos Possui .......................................................... 312

Tabela 339: Quantas Câmaras Digitais Possui ............................................................. 313

Tabela 340: Quantos Rádios/Leitor De CDs Possui..................................................... 313

Tabela 341: Quantos Home Cinema Possui ................................................................. 313

Tabela 342: Quantos Auriculares Para A Televisão/Computador Possui .................... 313

Tabela 343: Quantas Pendrive Para Transporte De Dados Possui ............................... 313

20
Tabela 344: Quando se quer informar sobre algum assunto em geral qual a importância

que atribui a: ......................................................................................................... 314

Tabela 345: Quando se quer informar sobre entretenimento qual a importância que

atribui a:................................................................................................................ 314

Tabela 346: Enquanto utiliza a internet, é frequente:................................................... 315

Tabela 347: Quando está a estudar, costuma................................................................ 316

Tabela 348: Consegue ver televisão quando está ao computador ................................ 317

Tabela 349: Pode ver televisão através do próprio computador................................... 317

Tabela 350: Costuma (enquanto está a ver televisão): ................................................. 318

Tabela 351: Enquanto está a passar publicidade na televisão costuma ........................ 318

Tabela 352: O que mais gostas de fazer depois do jantar?........................................... 322

Tabela 353: Tenho um horário para estudar e procuro cumpri-lo................................ 324

Tabela 354: Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os

trabalhos de casa? ................................................................................................. 325

Tabela 355: Quanto tempo passas por dia a estudar e a fazer os trabalhos de casa, sem

contar com as horas na sala de aula? .................................................................... 326

Tabela 356: Onde estão as TVs?: ................................................................................. 327

Tabela 357: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a ver televisão? ............ 328

Tabela 358: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a

ver televisão? ........................................................................................................ 329

Tabela 359: Onde costumas ver televisão?: ................................................................. 330

Tabela 360: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?................. 331

Tabela 361: Onde se encontra o computador que costumas usar em tua casa?............ 332

Tabela 362: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da

escola? .................................................................................................................. 333

21
Tabela 363: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia utilizas

o computador, fora da escola? .............................................................................. 334

Tabela 364: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?: ........... 336

Tabela 365: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas a internet, fora da escola?

.............................................................................................................................. 337

Tabela 366: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia

costumas utilizar a internet? ................................................................................. 338

Tabela 367: Durante a semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: 340

Tabela 368: Ao fim-de-semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet:

.............................................................................................................................. 341

Tabela 369: A que, ou a quem, retiraste tempo desde que utilizas a internet?:............ 343

Tabela 370: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no

computador? ......................................................................................................... 344

Tabela 371: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a

jogar na consola ou no computador? .................................................................... 345

Tabela 372: Em que locais é que estuda normalmente:................................................ 346

Tabela 373: Quantos minutos por semana gasta a utilizar a internet ........................... 346

Tabela 374: Tempo que passa em casa a (Minutos por semana): ................................ 347

Tabela 375: Tempo que passa na escola a (Minutos por semana): .............................. 348

Tabela 376: Tempo que passa no total a (Minutos por semana): ................................. 348

Tabela 377: Numa semana típica, quanto tempo dedica a (em Minutos): ................... 349

Tabela 378: Numa semana típica, quantos minutos dedica a:...................................... 349

Tabela 379: Quanto tempo gasta, em média, a jogar jogos no computador ou consola

(em minutos):........................................................................................................ 350

Tabela 380: Em que locais é que costuma jogar: ......................................................... 350

22
Tabela 381: Horário em que normalmente vê televisão durante a semana: ................. 351

Tabela 382: Horário em que normalmente vê televisão durante o fim-de-semana: ..... 351

Tabela 383: Horário em que normalmente vê televisão sozinho: ................................ 352

Tabela 384: Horário em que normalmente vê televisão acompanhado:....................... 352

Tabela 385: Tem um horário definido para:................................................................. 353

Tabela 386: Actividades que realiza no tempo livre que tem em casa:........................ 354

Tabela 387: Quais actividades costuma fazer em simultâneo: ..................................... 356

Tabela 388: Actividade que faz mais frequentemente antes de jantar: ........................ 358

Tabela 389: Actividade que faz mais frequentemente depois de jantar: ...................... 359

Tabela 390: Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina?

.............................................................................................................................. 361

Tabela 391: Acho que deveria estudar mais................................................................. 362

Tabela 392: Os meus pais acham que eu deveria estudar mais .................................... 363

Tabela 393: Tem alguma ajuda para estudar ou fazer o TPC:...................................... 364

Tabela 394: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ligado à

internet .................................................................................................................. 366

Tabela 395: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que me

ligo à internet ........................................................................................................ 367

Tabela 396: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço quando estou ligado

à internet ............................................................................................................... 367

Tabela 397: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto enquanto estou

ligado à internet .................................................................................................... 368

Tabela 398: O que fazem os teus pais enquanto estás ligado à internet?: .................... 370

Tabela 399: Quando navegas na internet, segundo os teus pais, que coisas não podes

fazer? .................................................................................................................... 371

23
Tabela 400: Os teus pais utilizam a internet como forma de castigo ou de prémio? ... 373

Tabela 401: De que modo?........................................................................................... 373

Tabela 402: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ao telemóvel

.............................................................................................................................. 374

Tabela 403: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que utilizo

o telemóvel ........................................................................................................... 375

Tabela 404: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço enquanto uso o

telemóvel .............................................................................................................. 376

Tabela 405: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em telemóvel ... 377

Tabela 406: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a jogar... 378

Tabela 407: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que jogo

.............................................................................................................................. 378

Tabela 408: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de jogos que gosto .... 379

Tabela 409: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em jogos .......... 379

Tabela 410: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a ver

televisão ................................................................................................................ 380

Tabela 411: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que vejo

televisão ................................................................................................................ 380

Tabela 412: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de programas que vejo

.............................................................................................................................. 381

Tabela 413: Quando vês televisão em família, quem decide que programa ver?: ....... 382

Tabela 414: Os teus pais utilizam a televisão como castigo ou prémio? ..................... 383

Tabela 415: Se sim, de que modo? ............................................................................... 383

Tabela 416: Regras por parte dos seus pais sobre: ....................................................... 384

Tabela 417: Estou satisfeito com:................................................................................. 386

24
Capítulo 1: Introdução

“Nasceram em 1990, mais coisa, menos coisa. Como é? Como é ter 17 anos hoje? É
muitas coisas. Por exemplo, não lhes peçam para fazer uma coisa quando eles podem
fazer várias. Por exemplo: ouvir música ou ter a TV ligada, trocar uma dúzia de frases
no messenger sobre nada, deixar um comentário na página Hi5 de um amigo”
[Jornal Público, 5 de Março de 2007]

A imagem da convivência em família em torno da “lareira electrónica” parece, hoje em


dia, dar lugar à rede convivial, real e virtual permitida pela emergência dos novos media
e das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC). As gerações mais novas
têm crescido no meio de mudanças no domínio da interactividade da comunicação e no
meio de um sistema de múltiplos produtores e distribuidores. Os jovens são assim
particularmente susceptíveis a uma socialização entre várias realidades mediáticas,
concorrentes ou complementares, e crescem entre uma multiplicidade de escolhas no
que respeita às formas de comunicação, entretenimento e informação. Novas
competências parecem estar a ser adquiridas intuitivamente pelos mais novos como a
forma de explorar a interligação entre as várias realidades mediáticas e a forma de
operar vários expedientes mediáticos simultaneamente.

Para além das questões da literacia no uso da internet e das novas tecnologias, há um
conjunto de questões que se prende com a familiaridade e experiência ou ciber-
experiência dos jovens no uso dessas mesmas tecnologias. No que respeita a esta
questão será pertinente identificar, por um lado, os tipos de experiência e os padrões
sociais e de consumo dos media no seu conjunto e, por outro, os tipos de utilizadores.
Pretende-se, assim, compreender os comportamentos específicos dos “consumidores”
mais novos de media em Portugal, tentando perceber os seus hábitos e “dieta”
mediática: da televisão aos jogos, da internet ao telemóvel. Neste âmbito é desenvolvida
uma análise das utilizações da internet; dos sites e temas pesquisados, da frequência de
uso, dos tempos de uso, das consequências do uso dos vários media e um escrutínio dos
objectivos do uso da internet e das fontes de informação.

Pretende-se também apreender os padrões de interacção dos jovens através da utilização


das novas tecnologias, do telemóvel às diversas formas de comunicação mediada por

25
computador. O estudo das práticas mediáticas dos jovens permite antever formas
emergentes de lidar com os media, como o multitasking, entre as mais diversas formas
de comunicação e utilização integrada de vários media. Numa altura onde a oferta
mediática é diversificada, e onde se assiste a um fornecimento múltiplo de informação
pela rede, outro aspecto a avaliar é a forma como é organizada a utilização dos media na
vida quotidiana dos mais novos, tanto no tempo como no espaço. Portanto, será feito um
escrutínio do impacto e da importância da mediação tecnológica nas relações
interpessoais e nas práticas quotidianas.

Desenvolve-se, neste projecto, um mapeamento das ciber-geografias dos jovens e, no


contexto das transformações recentes, podem identificar-se ainda padrões de
oportunidades e riscos no que respeita aos novos media, seja a oportunidade de aceder
rapidamente à informação e a novos instrumentos didácticos, seja os riscos de exposição
a pornografia na internet ou a violência nos jogos. Outra dimensão de análise
relacionada é a percepção que os jovens têm da utilidade das TIC e confiança que
depositam nas novas tecnologias. Portanto, um outro campo de indagação é constituído
pelas representações, usos e expectativas da população jovem face aos novos media.

A apropriação dos media e das novas tecnologias pelos jovens sugere ainda que possam
estar a ocorrer transformações no âmbito da interacção familiar em torno das TIC. Essas
transformações poderão incluir a ocorrência de conflitos específicos em torno do
consumo dos media - por exemplo, em termos dos tempos de utilização e conteúdos.
Deste modo, novos campos de negociação ou de tensão familiar poderão estar a emergir
no que respeita à autonomia dos adolescentes, à autoridade paternal, às regras parentais
e ao controlo caseiro sobre os media.

Apresentação do projecto

Este projecto, realizado pelo CIES-ISCTE (Centro de Investigação e Estudos de


Sociologia), com o apoio da Fundação PT, foi desenvolvido em simultâneo com um
outro, em colaboração com a PT. COM – Comunicações Interactivas, S.A., e no âmbito
de um protocolo de colaboração realizado entre estas instituições, denominado
“Crianças e Jovens: A sua Relação com as Tecnologias e os Meios de Comunicação”.
Ambos tiveram objectivos semelhantes: mapeamento dos estilos de vida mediáticos de

26
jovens e oportunidades de evolução dos mercados; caracterização dos contextos e usos
de media de crianças e jovens em Portugal; e a comparação de resultados a nível
europeu e global – numa primeira fase (2006) entre Portugal e Catalunha e numa
segunda fase EUA, Canadá; Alemanha, Singapura, Índia, Japão, China, Chile,
Argentina, França, Reino Unido, Itália, Suécia e Espanha no quadro do World internet
Project.

A principal diferença entre estes projectos reside na metodologia de recolha de


informação utilizada para cada um deles. O projecto E-Generation baseia-se numa
metodologia de recolha de dados realizada através de um questionário presencial
aplicado a uma amostra representativa da população, com idades entre 8-18 anos. No
caso do projecto desenvolvido em conjunto com a PT.COM, a metodologia escolhida
foi a aplicação de um inquérito online realizado pelo CIES-ISCTE, alojado na rede
SAPO, a jovens utilizadores de internet. O inquérito esteve online durante um mês e
totalizou 1377 respostas, das quais foram consideradas válidas 1353, o que nos permitiu
fazer uma caracterização dos jovens utilizadores de internet que responderam ao
questionário e da sua relação com as tecnologias e os meios de comunicação.

Optámos, neste relatório, por integrar os dados tratados no âmbito do projecto “Crianças
e Jovens: A sua Relação com as Tecnologias e os Meios de Comunicação”, pois a
comparação e complementariedade da informação beneficia em muito a possibilidade
de conhecer melhor a realidade, neste contexto, dos jovens e crianças em Portugal.

27
Capítulo 2: Metodologia e Dados

A recolha dos dados obtidos de duas formas distintas (através da aplicação de um


inquérito online e através da aplicação tradicional, face a face, de um inquérito a nível
nacional) veio de encontro a diferentes objectivos, mas convergentes. Com o inquérito
aplicado presencialmente a nível nacional o nosso objectivo é obter dados
representativos da população portuguesa no que respeita à utilização dos media. O
propósito do inquérito online foi chegar a uma população jovem mais socializada nas
novas tecnologias e assim dispor de um novo recurso metodológico. Com estes dados
podemos assim comparar as práticas de uma parte (crescente) da população mais
socializada nas novas tecnologias e a população nacional, representativa dos vários
sectores da sociedade portuguesa.
Apesar do uso da internet ter proliferado nos últimos anos, o seu uso, por parte das
Ciências Sociais, para conduzir inquéritos por questionário ainda continua bastante
limitado. Apesar das reservas e dos cuidados necessários na aplicação deste método, não
deixa contudo de fornecer um grande potencial e uma versatilidade metodológica,
oferecendo vantagens distintas: proporcionam ao investigador um contacto mais
facilitado com populações geograficamente dispersas; proporcionam uma redução de
custos no processo de investigação e uma agilização do processo de recolha e
armazenamento de dados.
À parte das questões metodológicas, uma dificuldade com que os investigadores se
deparam está relacionada com as competências técnicas necessárias para utilizar este
tipo de técnicas, pelo que, no nosso caso foi bastante frutuosa a parceria com a
PT.COM. Apesar do potencial atractivo dos questionários aplicados online, o seu uso
deve ser justificado e ponderado, tendo em conta os objectivos do projecto de
investigação em causa. Dado o carácter voluntarioso das respostas neste tipo de
inquéritos deve ser pensada uma estratégia amostral para obter as respostas de
indivíduos relevantes para o estudo. A esta questão, esta ligada a ponderação do uso de
incentivos. No caso particular do nosso inquérito foi sorteado um prémio (uma consola
de jogos de vídeo) direccionado para a população jovem. Este tipo de inquéritos deverá
também ser usado de forma ética, garantindo o consentimento explícito de que os dados
estão a ser recolhidos, assim como salvaguardar a confidencialidade e a privacidade dos
dados.

28
Para perceber um pouco melhor importantes diferenças entre a aplicação face a face de
um inquérito nacional e a aplicação de um inquérito online é necessário discutir um
pouco a questão dos erros. Os componentes dos erros totais nos inquéritos tradicionais
são considerados como sendo o resultado da presença de dois tipos diferentes de erros:
os erros amostrais e os erros não-amostrais.
Os erros amostrais são devidos ao facto de os dados recolhidos não cobrirem toda a
população alvo mas apenas um sub-total (ou seja, a amostra). Os erros amostrais,
podem, por seu turno serem subdivididos em:
1. Erro de estimação: que está inerente ao processo aleatório da selecção da
amostra e está intimamente ligado à teoria da inferência estatística. Este tipo de
erro pode ser minimizado modificando as metodologias de selecção e recolha da
amostra, como aumentar o número de amostras, etc.
2. Erro de selecção: que não está directamente associado ao problema da
inferência estatística mas tem origem no risco de escolher uma unidade amostral
desapropriada, isto é, uma unidade diferente da esperada (no caso do inquérito
online, houve vários indivíduos a responder que não eram os esperados).

Os erros não amostrais podem ser divididos, por sua vez em:
1. Erros de observação na fase de recolha: que poderão derivar de erros de medida
ou erros de processamento da informação em que esta não traduz ou traduz
erroneamente a intenção do inquirido.
2. Erros de não-observação: que advém da incapacidade de chegar a uma unidade
ou várias unidades de observação. Em primeiro lugar, os erros de não-
observação poderão derivar da impossibilidade de não chegar a determinados
indivíduos ou destes recusarem a responder ao questionário. A isto se chama
uma unidade de não-resposta. Em segundo lugar, podem originar de taxas de
não resposta a determinadas perguntas, produzindo-se assim erros de não-
resposta. Este caso designa-se de item de não-resposta. Este problema pode ser
solucionado aumentando o tamanho da amostra e minimizando a taxa de não-
respostas reduzindo assim qualquer distorção dos resultados.

29
Os erros específicos de inquéritos online.

No campo específico dos inquéritos online, um tipo especial de erro é bastante


relevante: O erro da auto-selecção. Este termo indica que a distorção que acontece
quando a amostra de respondentes é constituída por voluntários em vez de uma amostra
aleatória ou uma escolhida pelos investigadores. Não é possível neste caso falar em
métodos de selecção probabilísticos (Pineau & Slotwiner, 2003). É de notar que nos
inquéritos online os erros não amostrais têm particular importância. Contudo, os limites
e as possibilidades dos inquéritos online carecem ainda de pesquisas aprofundadas. Uma
coisa parece certa, é a capacidade exponencial de crescimento de pesquisas (académicas
ou de mercado) que utilizem a internet como meio de recolha de informação.

Como podem ser minimizados os erros dos inquéritos online?

O grande desafio que se coloca aos investigadores é como medir cada viés potencial e
aplicar as medidas de ajustamento necessárias para corrigir ou minimizar os erros.
Existem várias abordagens que podem ser adoptadas para limitar os diferentes tipos de
enviesamentos como “limpar” os dados quando possível antes do processamento final
dos dados. Métodos de ajustamento como a utilização de ponderadores também poderão
constituir uma solução. Mas específico da utilização de inquéritos online é a
possibilidade de usar cookies para limitar os problemas inerentes de auto-selecção dos
respondentes, prevenindo-se assim que, por exemplo, a mesma pessoa participe várias
vezes no mesmo inquérito. Além disso, para limitar os efeitos de auto-selecção é
também necessário ter um conhecimento alargado da população em estudo.

Nota metodológica: a utilização de um ponderador no inquérito aplicado


a nível nacional.

Foi aplicado um ponderador ao inquérito aplicado a nível nacional de modo a garantir


que determinados sectores da sociedade não estejam sobre-representados e outros sub-
representados. O ponderador compensa assim o peso de determinadas partes da
população de modo a fornecer um espelho mais fiel da sociedade portuguesa,
aproximando o inquérito dos dados do censos obtidos pelo Instituto Nacional de

30
Estatística. Com a aplicação do ponderador os frequências absolutas deixaram de ser
números inteiros embora estejam arredondados na sua apresentação. Devido a este
facto, poderão observar-se ligeiras discrepâncias nas frequências relativas provenientes
de números absolutos aparentemente iguais (não o são verdadeiramente porque são
números arredondados).

31
Capítulo 3: Caracterização da Amostra

Inquérito online

A população que respondeu ao questionário online é um público constituído por


utilizadores de internet, até aos 18 anos, o que lhe confere características específicas.
Cerca de metade dos inquiridos frequenta o ensino secundário e a esmagadora maioria
partilha ainda a casa dos pais. O número de jovens que responderam ao questionário é
maioritariamente masculino, mas ainda assim 42,9% dos internautas inquiridos são
raparigas. O nível de qualificação dos inquiridos permite perceber que, quanto maior a
formação das pessoas, maior é a utilização da internet.

Tabela 1: Características dos Inquiridos (%)


Sexo dos inquiridos
Masculino 57,1
Feminino 42,9

Escolaridade
2º Ciclo do Ensino Básico (5º
8,4
ao 6º ano)
3º Ciclo do Ensino Básico (7º
33,8
ao 9º ano)
Ensino Secundário (10º ao
12º ano – via geral, 57,8
tecnológico e profissional)

Idade
9 aos 12 anos 11,1
13 aos 15 anos 33,4
16 aos 18 anos 55,5

No quadro a seguir nota-se uma discrepância entre a percentagem de inquiridos que


vive com a mãe (86,2%) e a percentagem de inquiridos que vive com o pai (86,2%) o
que sugere que em caso de divórcio ou de separação dos pais, estes jovens vivem
tendencialmente com a mãe. Perto de 70% afirma ter um ou mais irmãos e apenas 12,4
afirma ter um avô ou uma avó a viver com eles. Os novos media, juntando-se a outros
media tradicionais, como a televisão ou rádio, têm permeado cada vez mais o
quotidiano nos contextos familiares. Poderemos, assim, esperar novos formas de uso

32
familiar dos media, provavelmente novas formas de interacção entre pais e filhos, entre
irmãos, etc., mas também novos focos de conflito, controlo, vigilância e negociação em
torno do uso e consumo dos media.

Tabela 2: Vive com quem

N %
Pai 915 86,2
Mãe 1030 95,3
um irmão/irmã 591 54,7
2 irmãos/irmãs 108 10,0
3 irmãos/irmãs 19 1,8
4 irmãos/irmãs 4 ,4
5 irmãos/irmãs 2 ,2
6 ou mais irmãos/irmãs 5 ,5
Avô/Avó 134 12,4
Outras pessoas 64 5,9

Tratando-se de jovens com menos de 18 anos é pertinente o contexto sociocultural dos


pais: 1,9% dos inquiridos afirma que o pai não acabou o 1º ciclo e 20,6% afirma que o
pai só tem até ao 1º ciclo completo. Contudo, 18,6% dos inquiridos afirma que o pai tem
um curso superior e 20,1% afirma que a mãe tem formação superior. É de assinalar que
estas percentagens estão acima do que se verifica a nível nacional. Os jovens poderão
ser um foco difusor de novos valores e novas práticas e o facto de não terem recursos
escolares significativos não quer dizer que os afaste necessariamente das novas
tecnologias. Contudo, caso a escolaridade dos pais seja mais elevada, essa factor poderá
ser mais um elemento que pode potenciar o uso das novas tecnologias ou a forma como
são usados. Por outro lado, cerca de 60% dos inquiridos declaram que os pais têm um
grau de escolaridade igual ou inferior ao 9º ano. Portanto, se a dupla condição da idade
e da baixa escolaridade parece ser um factor inibidor do uso das novas tecnologias 1, em
especial, da internet, podemos estar perante uma discrepância significativa em termos
de competências no uso dessas tecnologias entre pais e filhos, o que coloca interessantes
questões sobre a transmissão do saber e conhecimento entre gerações e sobre as relações
de poder e controlo no seio familiar.

1 Cardoso, Gustavo, António Firmino da Costa, Cristina Palma Conceição e Maria do Carmo Gomes, A Sociedade em
Rede em Portugal, Porto, Campo das Letras, 2005

33
Tabela 3: Sobre o teu pai - Até quando estudou?

N %
Não acabou o 1º ciclo (4ª
classe) 20 1,9
Tem o 1º ciclo (4ª classe) 223 20,6
Tem o 2º ciclo (6º ano) 158 14,6
Tem o 3º ciclo (9º ano) 185 17,1
Tem o secundário (12º
ano) 227 21,0
Tem um curso superior 201 18,6
Não sabe 67 6,2
Total 1081 100,0

Na grande maioria dos inquiridos, os pais têm um trabalho ou emprego, sendo o


trabalho a principal forma de entrada no consumo de massa e, portanto, no consumo dos
vários media. Apenas uma minoria (4,2%) declara que o pai está reformado, o que seria
de esperar visto os inquiridos pertencerem a uma camada mais jovem e 3% declara que
os pais estão desempregados, o que está abaixo da percentagem de empregados a nível
nacional. Mais de metade dos jovens inquiridos (57,5%) afirma que o pai trabalha por
conta de outrem, enquanto 12% dos pais tem uma empresa com empregados e 16,6%
trabalha por conta própria.

Tabela 4: Em relação ao trabalho, o teu pai ?

N %
Tem um
emprego/trabalho 964 89,2
Está desempregado 32 3,0
Está reformado 45 4,2
Não sabe 40 3,7
Total 1081 100,0

Tabela 5: Se o teu pai tem um emprego, diz se ele:

N %
É empregado numa
empresa ou serviço 624 57,7
Tem uma empresa,
com empregados 130 12,0
Trabalha por conta
própria 179 16,6
Não sabe 65 6,0
Não tem 83 7,7
Total 1081 100,0

34
Como já foi referido há um maior peso das qualificações mais elevadas na mãe nesta
amostra do que na realidade nacional. Para uma percentagem substancial de jovens
(41,1%) a mãe tem pelo menos 12º ano de escolaridade, o que vem reforçar o que foi
exposto atrás. Tendencialmente, os inquiridos têm pais com o mesmo nível de
escolaridade, em especial, se os pais têm o ensino superior. Isto é comprovado pelo teste
do qui-quadrado (sig. <0,001) e pela medida de associação V de Cramer (0,395). 65,2%
dos inquiridos cujos pais têm um curso superior, as mães também têm uma qualificação
académica de nível superior.

Tabela 6: Sobre a tua mãe - Até quando estudou?

N %
Não acabou o 1º ciclo (4ª classe) 17 1,6
Tem o 1º ciclo (4ª classe) 219 20,3
Tem o 2º ciclo (6º ano) 189 17,5
Tem o 3º ciclo (9º ano) 176 16,3
Tem o secundário (12º ano) 227 21,0
Tem um curso superior 217 20,1
Não sabe 36 3,3
Total 1081 100,0

Em relação ao trabalho, há uma menor percentagem de mães (72,5%) inseridas no


mercado de trabalho, contudo podemos concluir que há uma percentagem significativa
de jovens inquiridos em que ambos os pais trabalham. 15,4% dos inquiridos afirma que
a mãe é dona de casa e 8,8% afirma que está desempregada, um valor
significativamente mais alto que a percentagem de pais desempregados. Contudo,
apenas uma ínfima parte dos inquiridos (0,3%) declara que ambos os pais se encontram
desempregados. Ou seja, quase a totalidade dos jovens inquiridos online têm um
mínimo de rendimento que os permite aceder ao consumo dos novos media, em
especial, da internet. O factor económico é sem dúvida de extrema importância no que
respeita a discrepâncias de utilização e ciber-exclusão, embora iniciativas
governamentais, como a proliferação do acesso à internet nas escolas tendem de algum
modo amenizar essa situação. A maioria das mães dos jovens, a par do verificado nos
pais, trabalha por conta de outrem e apenas uma pequena percentagem (4,9%) tem uma
empresa com empregados.

35
Tabela 7: Em relação ao trabalho, a tua mãe ?

N %
Tem um
emprego/trabalho 784 72,5
Está desempregada 95 8,8
Está reformada 17 1,6
É dona de casa 167 15,4
Não sabe 18 1,7
Total 1081 100,0

Tabela 8: Se a tua mãe tem um emprego, diz se ela:

N %
É empregada numa
empresa ou serviço 579 53,6
Tem uma empresa,
com empregados 53 4,9
Trabalha por conta
própria 115 10,6
Não sabe 58 5,4
Não tem 276 25,5
Total 1081 100,0

Inquérito Nacional

No inquérito online verifica-se um maior peso dos mais velhos enquanto que no
inquérito nacional temos um maior peso dos mais jovens, contudo, verifica-se aqui uma
distribuição mais equilibrada do peso das três camadas etárias. Isso reflecte-se nas
percentagens de inquiridos que frequentam os vários graus de ensino. No inquérito
nacional temos um menor peso relativo dos jovens que frequentam o secundário (5%)
em comparação com 20,1% dos jovens que responderam ao inquérito online.

36
Tabela 9: Características dos Inquiridos (%)
Sexo dos inquiridos
Masculino 51,1
Feminino 48,9

Escolaridade
1º Ciclo do Ensino Básico (1º
34,4
ao 4º ano)
2º Ciclo do Ensino Básico (5º
32,6
ao 6º ano)
3º Ciclo do Ensino Básico (7º
28,0
ao 9º ano)
Ensino Secundário (10º ao
12º ano – via geral, 5,0
tecnológico e profissional)

Idade
8 aos 12 anos 39,1
13 aos 15 anos 25,3
16 aos 18 anos 35,6

Verifica-se ainda que a quase totalidade dos inquiridos frequenta algum nível de ensino,
sobrando apenas uma franja da população juvenil (4,6%) que não está inserida no
sistema de ensino, o que se prende com a evolução do ensino em Democracia. Portanto,
os nossos resultados referem-se a uma população estudantil com práticas de uso dos
media relacionadas com esse período do ciclo de vida. Dentro dos que estão dentro
secundário, a esmagadora maioria está inserida no ensino via geral e apenas uma
pequena minoria na via tecnológica e profissional (apenas 3,1% dos casos). Apenas
3,5% dos jovens inquiridos afirma estar inserido no mercado de trabalho que a tempo
inteiro (2,1%), quer a tempo parcial (1,4%).

Tabela 10: Frequenta algum nível de ensino

N %
Sim 263 95,4
Não 13 4,6
Total 276 100,0

Tabela 11: Se está no secundário:

N %

Via geral 60 93,8


Via tecnológica 2 3,1
Via profissional 2 3,1
Total 64 100,0

37
Tabela 12: Qual é a sua condição perante o trabalho

N %
Trabalha a tempo
completo 6 2,1
Trabalha a tempo
parcial 4 1,4
Esta desempregado(a)
4 1,4
sem subsídio
Doméstica 1 ,5
Estudante 261 94,6
Total 276 100,0

O público jovem que participou no inquérito a nível nacional dá-nos uma imagem mais
fiel do panorama nacional, considerando as várias regiões do país. O Norte litoral, o
Grande Porto e a Grande Lisboa totalizam cerca de 60% dos inquiridos o que condiz
com a distribuição da população em Portugal. A menor representação vem do Alentejo
(4,4%) e do Algarve (3,1%). Porém, perto de 50% declara viver numa zona com menos
de 2.000 habitantes e 33% declara viver em cidades com pelo menos 10.000 habitantes.

Tabela 13: Região

N %
Norte Litoral 68 24,8
Grande Porto 35 12,7
Interior 38 13,9
Centro Litoral 47 17,1
Grande Lisboa 66 24,0
Alentejo 12 4,4
Algarve 8 3,1
Total 276 100,0

Tabela 14: Habitat

N %
Menos de 2.000 132 47,8
2.000 a 9.999 53 19,1
10.000 a 99.999 66 24,1
100.000 e mais 13 4,6
Cidade de Lisboa 5 1,8
Cidade do Porto 7 2,5
Total 276 100,0

38
Capítulo 4: Ciber-geografias e mundos online: Padrões
de utilização do computador e da internet

Inquérito online
Entre os inquiridos online, apenas uma minoria muito pequena (2,5%) não tem
computador em casa. A maioria (56,8%) têm um computador em casa, mas há uma
percentagem significativa de jovens inquiridos (40%) que têm dois computadores ou
mais em casa. Há uma percentagem ligeiramente superior de inquiridos mais novos
(4,2%) sem computador em casa, mas curiosamente é entre os mais novos que se
verifica uma maior percentagem de inquiridos com dois computadores ou mais em casa
(49,2%).

Tabela 15: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?

N %
Nenhum 27 2,5
Um 614 56,8
Dois 303 28,0
Três 105 9,7
Mais de três 32 3,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Nenhum 15 2,4 12 2,6
Um 346 56,1 268 57,8
Dois 167 27,1 136 29,3
Três 63 10,2 42 9,1
Mais de três 26 4,2 6 1,3
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhum 5 4,2 8 2,2 14 2,3
Um 56 46,7 202 56,0 356 59,3
Dois 34 28,3 97 26,9 172 28,7
Três 20 16,7 39 10,8 46 7,7
Mais de três 5 4,2 15 4,2 12 2,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

39
A grande maioria dos jovens inquiridos online (87,3%) tem ligação à internet em casa e
é portanto um público que está a socializar na internet e nas possibilidades que a rede
oferece. Observa-se que é entre os mais jovens que há uma maior percentagem daqueles
com internet em casa (94,2%), verifica-se portanto que nos inquiridos de outros escalões
etários temos jovens com competências ao nível da utilização da internet mas sem
internet em casa e que responderam ao questionário noutros locais (escola, cibercafé,
casa de amigos ou familiares, etc...).

Tabela 16: Tens ligação à internet em tua casa?

N %
Sim 944 87,3
Não 137 12,7
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 548 88,8 396 85,3
Não 69 11,2 68 14,7
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 113 94,2 319 88,4 512 85,3
Não 7 5,8 42 11,6 88 14,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Como seria de esperar, verifica-se também que a maior parte dos inquiridos (86%)
costuma utilizar a internet em casa e quase metade (47,9%) usa a internet na escola. Um
quinto dos inquiridos usa ainda a internet em casa de amigos ou familiares e 8,3%
frequenta cibercafés. Não se verificam diferenças muito significativas entre rapazes e
raparigas. Verifica-se apenas uma ligeira tendência para haver uma maior percentagem
de raparigas a usar a internet na escola, e uma percentagem superior de rapazes a
frequentar cibercafés. Os mais novos são aqueles que têm tendência a estar mais
remetidos à casa na utilização da internet. Observa-se uma maior percentagem de
inquiridos mais velhos que declaram usar a internet na escola. A maior percentagem de
inquiridos que costumam frequentar cibercafés verifica-se entre os inquiridos dos 13 aos
15 anos.

40
Tabela 17: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?:

N %
Nenhum, não utiliza a internet 5 ,5
Em casa 930 86,0
Na escola 518 47,9
Num cibercafé 90 8,3
Em casa de um amigo/familiar 219 20,3
Noutro sítio 121 11,2

Masculino Feminino
N % N %
Nenhum, não utiliza a internet
4 ,6 1 ,2
Em casa
534 86,5 396 85,3
Na escola
284 46,0 234 50,4
Num cibercafé
58 9,4 32 6,9
Em casa de um amigo/familiar
121 19,6 98 21,1
Noutro sítio
63 10,2 58 12,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhum, não utiliza a
2 1,7 2 ,6 1 ,2
internet
Em casa
109 90,8 315 87,3 506 84,3
Na escola
48 40,0 162 44,9 308 51,3
Num cibercafé
5 4,2 35 9,7 50 8,3
Em casa de um
27 22,5 78 21,6 114 19,0
amigo/familiar
Noutro sítio
12 10,0 38 10,5 71 11,8

Grande parte dos jovens internautas (90,8%) utiliza habitualmente o computador e a


internet fora da escola para estudar ou fazer trabalhos de casa. Não se verificam
diferenças de registo entre os sexos e entre os escalões etários.

41
Tabela 18: Utilizas habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar ou fazer
trabalhos de casa?

N %
Não utilizo 54 5,0
Só utilizo o computador, não utilizo a internet 45 4,2
Utilizo o computador e a internet 982 90,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não utilizo 33 5,3 21 4,5
Só utilizo o computador, não
utilizo a internet 29 4,7 16 3,4
Utilizo o computador e a
internet 555 90,0 427 92,0
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não utilizo 9 7,5 17 4,7 28 4,7
Só utilizo o computador,
não utilizo a internet 2 1,7 17 4,7 26 4,3
Utilizo o computador e a
internet 109 90,8 327 90,6 546 91,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

A utilização de enciclopédias multimédia é uma realidade para 68,7% dos jovens e


quase a totalidade dos inquiridos (94,2%) utiliza um processador de texto para fazer
trabalhos. Além disso, 88,8% procura informação em páginas Web para estudar ou fazer
trabalhos e 80,6% utiliza o computador para comunicar e pedir ajuda aos colegas. É
também considerável a percentagem de jovens que apresenta trabalhos com o
PowerPoint ou através de páginas Web (73,6%). Pouco menos de metade dos jovens
(45,9%) faz problemas, questionários, teste e simulações online, na internet, 34,6%
utiliza o computador para estudar e fazer exercícios com um CD-ROM e um quarto dos
jovens usa o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD.
24,1% utiliza ainda o computador para comunicar e pedir ajuda aos professores. E,
verificam-se percentagens algo superiores de raparigas a fazerem estas últimas
actividades. Verificam-se percentagens mais elevadas de inquiridos mais novos a
procurar informação em enciclopédias multimédia, a utilizar o computador para estudar
e fazer exercícios com um CD-ROM e para praticar e aprender uma língua estrangeira
também com um CD. Por seu turno, observam-se percentagens mais elevadas de jovens

42
mais velhos a procurar informação em páginas Web, a escrever trabalhos num
processador de texto, a apresentar trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas
Web e a pedir ajuda através da internet a colegas e a professores.

Tabela 19: Utilização das TIC para fins educativos

N %
Procuro informação em enciclopédias
multimédia 743 68,7
Procuro informação em páginas Web
para estudar ou fazer trabalhos 960 88,8

Escrevo trabalhos num processador de


texto, como o Word 1018 94,2

Apresento trabalhos com o PowerPoint


ou através de páginas Web 796 73,6

Utilizo o computador para estudar e fazer


exercícios com um CD 374 34,6

Faço problemas, questionários, testes e


simulações online, na internet 496 45,9

Utilizo o computador para praticar e


aprender uma língua estrangeira com um 271 25,1
CD.
Utilizo o computador para comunicar e
pedir ajuda aos meus colegas 871 80,6

Utilizo o computador para comunicar e


260 24,1
pedir ajuda aos meus professores

Masculino Feminino
N % N %
Procuro informação em enciclopédias
418 67,7 325 70,0
multimédia
Procuro informação em páginas Web
539 87,4 421 90,7
para estudar ou fazer trabalho
Escrevo trabalhos num processador
575 93,2 443 95,5
de texto, como o Word
Apresento trabalhos com o
PowerPoint ou através de páginas 456 73,9 340 73,3
Web
Utilizo o computador para estudar e
187 30,3 187 40,3
fazer exercícios com um CD
Faço problemas, questionários, testes
262 42,5 234 50,4
e simulações online, na internet
Utilizo o computador para praticar e
aprender uma língua estrangeira com 140 22,7 131 28,2
um CD.
Utilizo o computador para comunicar
497 80,6 374 80,6
e pedir ajuda aos meus colegas
Utilizo o computador para comunicar
159 25,8 101 21,8
e pedir ajuda aos meus professores

43
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Procuro informação em enciclopédias
90 75,0 252 69,8 401 66,8
multimédia
Procuro informação em páginas Web
101 84,2 310 85,9 549 91,5
para estudar ou fazer trabalho
Escrevo trabalhos num processador
105 87,5 337 93,4 576 96,0
de texto, como o Word
Apresento trabalhos com o
PowerPoint ou através de páginas 56 46,7 253 70,1 487 81,2
Web
Utilizo o computador para estudar e
50 41,7 139 38,5 185 30,8
fazer exercícios com um CD
Faço problemas, questionários, testes
54 45,0 181 50,1 261 43,5
e simulações online, na internet
Utilizo o computador para praticar e
aprender uma língua estrangeira com 42 35,0 102 28,3 127 21,2
um CD.
Utilizo o computador para comunicar
77 64,2 296 82,0 498 83,0
e pedir ajuda aos meus colegas
Utilizo o computador para comunicar
17 14,2 71 19,7 172 28,7
e pedir ajuda aos meus professores

Verifica-se que 45% dos jovens declaram que pelo menos alguns professores que
utilizam a internet para explicar a matéria ou que incentivam a sua utilização para
estudar ou praticar matérias das suas disciplinas. É entre os inquiridos mais velhos que
há uma maior percentagem de jovens que confirmam a utilização ou a invocação da
internet por parte dos professores para efeitos pedagógicos das suas disciplinas.

Tabela 20: Tens algum professor que utiliza a internet para explicar a matéria ou que te incentiva a
utilizar a internet para estudar ou praticar matérias da sua disciplina?

N %
Não, nenhum 595 55,0
Sim, alguns (menos de metade) 430 39,8
Sim, quase todos (mais de metade) 45 4,2
Sim, todos 11 1,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não, nenhum 343 55,6 252 54,3
Sim, alguns (menos de metade) 240 38,9 190 40,9
Sim, quase todos (mais de metade) 27 4,4 18 3,9
Sim, todos 7 1,1 4 ,9
Total 617 100,0 464 100,0

44
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não, nenhum 85 70,8 208 57,6 302 50,3
Sim, alguns (menos de metade) 32 26,7 139 38,5 259 43,2
Sim, quase todos (mais de metade) 2 1,7 9 2,5 34 5,7
Sim, todos 1 ,8 5 1,4 5 ,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

34,4% dos inquiridos utilizou a internet pela primeira vez quando tinha 10 anos ou
menos. Um pouco mais de metade dos jovens começou a utilizar a internet com 11 anos
ou menos. Os jovens inquiridos do sexo masculino tendem a ter começado a utilizar a
internet pela primeira vez um pouco mais novos do que os do sexo feminino.

Tabela 21: Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez?

N %
10 anos ou menos 372 34,4
11 anos 187 17,3
12 anos 145 13,4
13 anos 105 9,7
14 anos 89 8,2
15 anos 47 4,3
16 anos 12 1,1
17 anos 4 ,4
Não me lembro 119 11,0
Não utilizo a internet 1 ,1
Total 1081 100,0

Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez?
Masculino Feminino
N % N %
10 anos ou menos 233 37,8 139 30,0
11 anos 119 19,3 68 14,7
12 anos 74 12,0 71 15,3
13 anos 57 9,2 48 10,3
14 anos 51 8,3 38 8,2
15 anos 27 4,4 20 4,3
16 anos 6 1,0 6 1,3
17 anos 3 ,5 1 ,2
Não me lembro 46 7,5 73 15,7
Não utilizo a internet 1 ,2 30,0
Total 617 100,0 464 100,0

Os jogos online, os fóruns ou grupos de discussão e o download de música, software ou


filmes são utilizações da Web mais populares entre os internautas do sexo masculino.

45
Além disso, estes procuram mais do que as raparigas conteúdos relacionados com
desporto, jogos, software e informática. Por seu turno, as internautas procuram mais
conteúdos culturais, educativos e relacionados com música.
Há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a privilegiar a comunicação por
chat ou messenger, por correio electrónico ou através de fóruns ou grupos de discussão.
Também se verifica uma maior percentagem de jovens mais velhos a visitar páginas na
Web, a fazer compras online e, em especial, a descarregar música, software e filmes. Por
seu turno, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos a jogarem online.

Tabela 22: Qual dos seguintes serviços costuma utilizar:

N %
Visitar páginas Web
948 87,7
Chat ou Messenger 945 87,4
Correio electrónico 923 85,4
Jogos online 510 47,2
Fóruns ou Grupos de discussão 185 17,1
Compras online 91 8,4
Download de música, software, filmes 472 43,7
Nenhum 3 ,3

Masculino Feminino
N % N %
Visitar páginas Web
545 88,3 403 86,9
Chat ou Messenger
536 86,9 409 88,1
Correio electrónico
512 83,0 411 88,6
Jogos online
330 53,5 180 38,8
Fóruns ou Grupos de discussão
150 24,3 35 7,5
Compras online
69 11,2 22 4,7
Download de música, software, filmes
290 47,0 182 39,2
Nenhum
0 0,0 3 ,6
Outros serviços
0 0,0 0 0,0

46
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Visitar páginas Web
100 83,3 311 86,1 537 89,5
Chat ou Messenger
91 75,8 322 89,2 532 88,7
Correio electrónico
94 78,3 302 83,7 527 87,8
Jogos online
78 65,0 195 54,0 237 39,5
Fóruns ou Grupos de
11 9,2 50 13,9 124 20,7
discussão
Compras online
3 2,5 21 5,8 67 11,2
Download de música,
34 28,3 161 44,6 277 46,2
software, filmes
Nenhum
1 ,8 1 ,3 1 ,2

No que respeita a conteúdos consultados na internet, os mais populares são os conteúdos


referentes a música (consultados por 76,1% dos jovens), seguidos por conteúdos que se
ocupam dos jogos (consultados por 58,6% dos inquiridos). Mais de metade dos jovens
inquiridos (51,2%) consultam ainda conteúdos sobre assuntos desportivos e 42,8%
consulta informação sobre software e informática. Um pouco menos populares são os
conteúdos noticiosos, educativos, culturais e referentes a hobbies. Os inquiridos mais
novos privilegiam conteúdos educativos e sobre jogos. Entre os mais velhos verificam-
se maiores percentagens de inquiridos que prestam atenção aos conteúdos sobre música,
software e informática, hobbies, noticiosos e culturais.

Tabela 23: Quando visitas páginas Web, quais dos seguintes conteúdos costumas consultar?:

N %
Desporto
553 51,2
Jogos 633 58,6
Música 823 76,1
Software e Informática 463 42,8
Notícias 416 38,5
Educativos 349 32,3
Hobbies 386 35,7
Culturais 339 31,4
Nenhum 4 ,4
Outros 279 25,8

47
Masculino Feminino
N % N %
Desporto
390 63,2 163 35,1
Jogos
434 70,3 199 42,9
Música
438 71,0 385 83,0
Software e Informática
374 60,6 89 19,2
Notícias
252 40,8 164 35,3
Educativos
160 25,9 189 40,7
Hobbies
201 32,6 185 39,9
Culturais
160 25,9 179 38,6
Nenhum
0 0,0 4 ,9
Outros
145 23,5 134 28,9

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Desporto 60 50,0 197 54,6 296 49,3
Jogos 101 84,2 239 66,2 293 48,8
Música 73 60,8 291 80,6 459 76,5
Software e Informática 32 26,7 149 41,3 282 47,0
Notícias 27 22,5 111 30,7 278 46,3
Educativos 50 41,7 113 31,3 186 31,0
Hobbies 33 27,5 135 37,4 218 36,3
Culturais 23 19,2 104 28,8 212 35,3
Nenhum 1 ,8 1 ,3 2 ,3
Outros 30 25,0 103 28,5 146 24,3

40,9% dos inquiridos admite que têm amigos que vêm sites destinados a adultos contra
apenas 20,3% que dizem que não conhecem ninguém que o faça. Contudo, é de
assinalar a elevada percentagem de inquiridos que não responderam à questão (38,9%).
Existe uma percentagem maior de rapazes (49,9%) a admitir que tem amigos que vêem
sites destinados a adultos na internet contra 28,9% das raparigas, contudo a percentagem
de não respostas nos rapazes (31,6%) é menor do que nas raparigas (48,5%). É entre os
jovens dos 16 aos 18 anos que se verifica uma percentagem maior de inquiridos que
admitem que têm amigos que vêm sites destinados a adultos (44,5%). Entre os mais
novos, dos 9 aos 12 anos, essa percentagem é de 21,7%.

48
Tabela 24: Tens amigos que vêm sites destinados a adultos na internet?

N %
Sim 442 40,9
Não 219 20,3
Não sabe/não responde 420 38,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 308 49,9 134 28,9
Não 114 18,5 105 22,6
Não sabe/não responde 195 31,6 225 48,5
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 26 21,7 149 41,3 267 44,5
Não 42 35,0 88 24,4 89 14,8
Não sabe/não responde 52 43,3 124 34,3 244 40,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Um pouco mais de metade dos jovens inquiridos (52,6%) já fez um blogue, enquanto
que apenas 36,5% já fizeram alguma página na Web, o que requer mais conhecimentos
técnicos. Os rapazes estão mais inclinados para a construção de páginas Web (42,8%)
do que as raparigas (28,2%) que são porém mais adeptas dos blogues. 56,3% já criaram
um blogue em comparação com 49,9% dos rapazes.
Observa-se ainda que há uma percentagem muito maior de inquiridos mais velhos, dos
16 aos 18 anos que já fizeram alguma página Web (41,8%), em comparação com os
mais novos (13,3%). É entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se verifica a maior
percentagem daqueles que já fizeram algum blogue (57,1%), contudo é uma
percentagem que não é muito díspar com a verificada entre os mais novos (45%).

Tabela 25: Já fizeste alguma página Web

N %
Sim 395 36,5
Não 674 62,3
Não sabe/não responde 12 1,1
Total 1081 100,0

49
Masculino Feminino
N % N %
Sim 264 42,8 131 28,2
Não 348 56,4 326 70,3
Não sabe/não responde 5 ,8 7 1,5
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 16 13,3 128 35,5 251 41,8
Não 101 84,2 231 64,0 342 57,0
Não sabe/não responde 3 2,5 2 ,6 7 1,2
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 26: Já fizeste algum blogue

N %
Sim 569 52,6
Não 502 46,4
Não sabe/não responde 10 ,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 308 49,9 261 56,3
Não 305 49,4 197 42,5
Não sabe/não responde 4 ,6 6 1,3
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 54 45,0 206 57,1 309 51,5
Não 65 54,2 153 42,4 284 47,3
Não sabe/não responde 1 ,8 2 ,6 7 1,2
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

A grande maioria dos internautas tem duas contas de correio electrónico (43,3%) ou três
ou mais (35,1%). Verifica-se que há uma tendência para os inquiridos mais velhos
terem mais contas de correio electrónico.

50
Tabela 27: Quantas contas de correio electrónico usas?

N %
Nenhuma 19 1,8
Uma 215 19,9
Duas 468 43,3
Três ou mais 379 35,1
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Nenhuma 8 1,3 11 2,4
Uma 125 20,3 90 19,4
Duas 261 42,3 207 44,6
Três ou mais 223 36,1 156 33,6
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhuma 4 3,3 8 2,2 7 1,2
Uma 40 33,3 76 21,1 99 16,5
Duas 38 31,7 156 43,2 274 45,7
Três ou mais 38 31,7 121 33,5 220 36,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

É evidente a clara preferência dos inquiridos em comunicarem com pessoas que


conhecem de outros locais (como a escola) nos chats (82,3%). Também é a maioria
(62%) que diz que se mostra como é nos chats, enquanto que 29,2% admite fingir por
vezes ser outro tipo de pessoa e 8,8% admite fingir sempre. 41,9% dos inquiridos diz
não ter nenhum amigo virtual, 32,8% diz ter amigos virtuais mas não os conhece
pessoalmente, 22% afirma conhecer alguns desses amigos e apenas uma pequena
minoria (3,2%) afirma conhecer quase todos.
Existem também mais raparigas a admitir que às vezes fingem ou que fingem sempre
ser outro tipo de pessoa (35,8% e 10,8% respectivamente) do que rapazes (24,3% e
7,3% respectivamente). E entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que se verifica maiores
percentagens de jovens que às vezes fingem ser outro tipo de pessoa (39,3%) e entre os
jovens dos 9 aos 12 anos verifica-se a maior percentagem daqueles que dizem fingir
sempre (15%). É, portanto, entre os jovens dos 16 aos 18 anos que há uma maior
percentagem de inquiridos que dizem mostrarem-se sempre como são (72,3%).

51
Tabela 28: Quando participas em chats, comunicas mais:

N %
Com pessoas que
conheces de outros locais 890 82,3
(amigos da escola,
Com pessoas que
conheceste em chats 191 17,7
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Com pessoas que
conheces de outros locais 524 84,9 366 78,9
(amigos da escola,
Com pessoas que
conheceste em chats 93 15,1 98 21,1
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Com pessoas que conheces
de outros locais (amigos da 99 82,5 292 80,9 499 83,2
escola, etc.)
Com pessoas que
conheceste em chats 21 17,5 69 19,1 101 16,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 29: Quando participas num chat, costumas aparecer tal como és ou finges ser outro tipo de
pessoa?

N %
Mostro-me sempre como sou 670 62,0
Às vezes finjo 316 29,2
Finjo sempre 95 8,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Mostro-me sempre
como sou 422 68,4 248 53,4
Às vezes finjo 150 24,3 166 35,8
Finjo sempre 45 7,3 50 10,8

52
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Mostro-me sempre
como sou 66 55,0 170 47,1 434 72,3
Às vezes finjo 36 30,0 142 39,3 138 23,0
Finjo sempre 18 15,0 49 13,6 28 4,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

32,8% dos jovens afirmam ter amigos virtuais, mas não os conhecem. Porém 22%
afirma já ter conhecido alguns dos seus amigos virtuais e a apenas uma minoria (3,2%)
declara conhecê-los a todos. Por outro lado, existem mais rapazes que já conheceram
alguns ou quase todos os amigos virtuais (24,1% e 4,5% respectivamente), enquanto
que nas raparigas essas percentagens são 19,2% e 1,5% respectivamente. Verifica-se
também que, entre os inquiridos mais velhos, há uma maior percentagem de inquiridos
com amigos virtuais. É, especificamente, entre os jovens dos 16 aos 18 anos, que se
verifica a maior percentagem de inquiridos que conhecem pessoalmente pelo menos
alguns amigos virtuais.

Tabela 30: Já conheceste pessoalmente algum dos teus amigos virtuais?

N %
Não tenho nenhum 453 41,9
Tenho mas não os
conheço 355 32,8
Tenho e já conheci
alguns 238 22,0
Tenho e conheci
quase todos 35 3,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não tenho nenhum 263 42,6 190 40,9
Tenho mas não os
conheço 177 28,7 178 38,4
Tenho e já conheci
alguns 149 24,1 89 19,2
Tenho e conheci
quase todos 28 4,5 7 1,5

53
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não tenho nenhum 68 56,7 142 39,3 243 40,5
Tenho mas não os
conheço 40 33,3 149 41,3 166 27,7
Tenho e já conheci
alguns 5 4,2 63 17,5 170 28,3
Tenho e conheci
quase todos 7 5,8 7 1,9 21 3,5
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Como seria de esperar a grande maioria dos inquiridos (92,3%) utiliza a internet sem
companhia. Mas é mais frequente os jovens utilizarem a internet com um/a amigo/a do
que com familiares como irmãos (19,9%), o pai (13%) ou a mãe (12,9%). Há uma certa
tendência para as raparigas estarem mais acompanhadas com um amigo/a ou com vários
amigos/as quando utilizam a internet (47,6%), do que os rapazes. É entre os mais novos
que a companhia da família é maior, em especial, do pai (32,5%) e da mãe (31,2%),
mais preponderante que a presença de um/a amigo/a (25,8%). Verifica-se também que
há uma menor percentagem de inquiridos entre os mais novos que utilizam a internet
sozinhos, ainda assim, a percentagem de inquiridos dos 9 aos 12 que navegam sozinhos
chega aos 80%.
Tabela 31: Quando utilizas a internet costumas estar:

N %
Sozinho 998 92,3
Com um amigo/a 442 40,9
Com vários amigos/as 181 16,7
Com um irmão/irmã 215 19,9
Com o meu pai 140 13,0
Com a minha mãe 139 12,9
Com o meu namorado/a 88 8,1
Com outras pessoas 98 9,1

Masculino Feminino
N % N %
Sozinho 576 93,4 422 90,9
Com um amigo/a 221 35,8 221 47,6
Com vários amigos/as 96 15,6 85 18,3
Com um irmão/irmã 116 18,8 99 21,3
Com o meu pai 88 14,3 52 11,2
Com a minha mãe 73 11,8 66 14,2
Com o meu namorado/a 42 6,8 46 9,9
Com outras pessoas 56 9,1 42 9,1

54
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sozinho 96 80,0 334 92,5 568 94,7
Com um amigo/a 31 25,8 176 48,8 235 39,2
Com vários amigos/as 10 8,3 68 18,8 103 17,2
Com um irmão/irmã 27 22,5 68 18,8 120 20,0
Com o meu pai 39 32,5 52 14,4 49 8,2
Com a minha mãe 38 31,7 50 13,9 51 8,5
Com o meu
2 1,7 22 6,1 64 10,7
namorado/a
Com outras pessoas 11 9,2 31 8,6 56 9,3

Mais de metade dos inquiridos (56,2%) declaram que têm irmãos com os quais
partilham a utilização da internet. O pai surge em segundo lugar como um utilizador da
internet, para além dos jovens inquiridos (46,4%) e só depois surge a mãe (34,6%).
Entre os jovens dos 9 aos 12 anos, a grande maioria dos inquiridos declara que
partilham o uso da internet com o pai (72,5%) e com a mãe (63,3%). Podemos tirar a
ilação de que em muitos destes a iniciativa da instalação da internet partiu, talvez, dos
pais.

Tabela 32: Em tua casa, para além de ti, utilizam a internet:

N %
O meu pai
502 46,4
A minha mãe 374 34,6
Os meus irmãos/irmãs 607 56,2
Outras pessoas 115 10,6
Mais ninguém 192 17,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
O meu pai 280 45,4 222 47,8
A minha mãe 217 35,2 157 33,8
Os meus irmãos/irmãs 349 56,6 258 55,6
Outras pessoas 65 10,5 50 10,8
Mais ninguém 113 18,3 79 17,0

55
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
O meu pai 87 72,5 183 50,7 232 38,7
A minha mãe 76 63,3 141 39,1 157 26,2
Os meus irmãos/irmãs 59 49,2 201 55,7 347 57,8
Outras pessoas 13 10,8 40 11,1 62 10,3
Mais ninguém 8 6,7 50 13,9 134 22,3

76,4% dos inquiridos admitem ser quem mais utiliza a internet em casa, contudo, entre
os mais novos essa percentagem desde para 45,8%. Mais de um quarto dos jovens dos 9
aos 12 anos (27,5%) afirmam que é o pai quem mais utiliza a internet, o que reforça a
ideia de que nas gerações mais novas a iniciativa para instalar a internet em casa parte
muitas vezes dos pais e muitas crianças começam nos primeiros anos a crescer e dar
como adquirida o acesso à internet no lar.

Tabela 33: Em tua casa, quem utiliza mais a internet?

N %
Eu 826 76,4
Os meus irmãos/irmãs 123 11,4
O meu pai 88 8,1
A minha mãe 25 2,3
Outras pessoas 19 1,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Eu 473 76,7 353 76,1
Os meus irmãos/irmãs 67 10,9 56 12,1
O meu pai 49 7,9 39 8,4
A minha mãe 16 2,6 9 1,9
Outras pessoas 12 1,9 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Eu 55 45,8 279 77,3 492 82,0
Os meus irmãos/irmãs 14 11,7 44 12,2 65 10,8
O meu pai 33 27,5 25 6,9 30 5,0
A minha mãe 13 10,8 9 2,5 3 ,5
Outras pessoas 5 4,2 4 1,1 10 1,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

56
73,8% dos jovens afirma ser quem mais sabe de internet em casa, mas mais uma vez
essa percentagem decresce bastante entre os mais novos, situando-se nos 41,7%. Para
um terço dos inquiridos dos 9 aos 12 anos o pai emerge assim como a pessoa que mais
sabe sobre internet em casa.

Tabela 34: Em tua casa, quem é que mais sabe sobre internet?

N %
Eu 798 73,8
Os meus irmãos/irmãs 140 13,0
O meu pai 105 9,7
A minha mãe 27 2,5
Outras pessoas 11 1,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Eu 470 76,2 328 70,7
Os meus irmãos/irmãs 71 11,5 69 14,9
O meu pai 53 8,6 52 11,2
A minha mãe 16 2,6 11 2,4
Outras pessoas 7 1,1 4 ,9

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Eu 50 41,7 259 71,7 489 81,5
Os meus irmãos/irmãs 14 11,7 47 13,0 79 13,2
O meu pai 40 33,3 42 11,6 23 3,8
A minha mãe 13 10,8 11 3,0 3 ,5
Outras pessoas 3 2,5 2 ,6 6 1,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

69,1% dos jovens inquiridos declaram que aprenderam sozinhos a utilizar a internet.
Portanto, estamos a falar de uma geração que teve de explorar sem a ajuda de ninguém
como usar as novas tecnologias. Contudo, cerca de 16,2% referem a ajuda dos
professores na escola e 11,5% a ajuda do pai. Entre os mais novos a percentagem de
inquiridos que aprenderam sozinhos a utilizar a internet decresce para 44,2% e 35%
destes inquiridos refere que quem os ensinou a usar a internet foi o pai. Uma parte
significativa dos inquiridos dos 9 aos 12 anos já pertence portanto a uma geração que de
certa forma tem crescido com o acesso facilitados às novas tecnologias, recebendo o
apoio dos pais na sua utilização.

57
Tabela 35: Quem te ensinou a usar a internet?:

N %
Ninguém, aprendi sozinho 747 69,1
O meu irmão/irmã 104 9,6
O meu namorado/a 7 ,6
Os meus amigos/as 102 9,4
O meu pai 124 11,5
A minha mãe 53 4,9
O professor/a da escola 175 16,2
Outras pessoas 75 6,9

Masculino Feminino
N % N %
Ninguém, aprendi sozinho 437 70,8 310 66,8
O meu irmão/irmã 54 8,8 50 10,8
O meu namorado/a 7 1,5
Os meus amigos/as 53 8,6 49 10,6
O meu pai 70 11,3 54 11,6
A minha mãe 28 4,5 25 5,4
O professor/a da escola 86 13,9 89 19,2
Outras pessoas 49 7,9 26 5,6

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Ninguém, aprendi sozinho 53 44,2 246 68,1 448 74,7
O meu irmão/irmã 16 13,3 39 10,8 49 8,2
O meu namorado/a _ _ 1 ,3 6 1,0
Os meus amigos/as 4 3,3 32 8,9 66 11,0
O meu pai 42 35,0 48 13,3 34 5,7
A minha mãe 21 17,5 24 6,6 8 1,3
O professor/a da escola 18 15,0 50 13,9 107 17,8
Outras pessoas 12 10,0 27 7,5 36 6,0

Uma grande parte dos jovens inquiridos acha que tem ou um nível médio (46,9%) ou
um nível avançado de utilização da internet (30,9%). 11,2% dos jovens acham mesmo
que são especialistas. Verificam-se percentagens maiores de inquiridos do sexo
masculino a acharem que têm um nível avançado ou que são especialistas (34,8% e
13,5%, respectivamente), em comparação com 25,6% e 8,2% das raparigas,
respectivamente. Sem surpresas, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos
que declaram que são principiantes (17,5%), em comparação com 3,6% de inquiridos

58
dos 13 aos 15 anos e 6,2% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos. Curiosamente, é entre os
inquiridos dos 13 aos 15 anos, e não entre os mais velhos, que há uma maior
percentagem de inquiridos a acharem que têm um nível avançado ou que são
especialistas (35,5% e 11,9%, respectivamente), seguidos pelos inquiridos mais novos
(26,7% e 17,5% respectivamente).

Tabela 36: Quando utilizas a internet, como te consideras?

N %
Um principiante 71 6,6
Tenho um nível médio 507 46,9
O meu nível é avançado 334 30,9
Sou um especialista 121 11,2
Não sei/Não respondo 48 4,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Um principiante 43 7,0 28 6,0
Tenho um nível médio 254 41,2 253 54,5
O meu nível é avançado 215 34,8 119 25,6
Sou um especialista 83 13,5 38 8,2
Não sei/Não respondo 22 3,6 26 5,6

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Um principiante 21 17,5 13 3,6 37 6,2
Tenho um nível médio 41 34,2 156 43,2 310 51,7
O meu nível é avançado 32 26,7 128 35,5 174 29,0
Sou um especialista 21 17,5 43 11,9 57 9,5
Não sei/Não respondo 5 4,2 21 5,8 22 3,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Inquérito nacional

Os utilizadores da internet representam cerca de 70% dos casos, porém apenas 37,7%,
utilizam regularmente tanto a internet como o correio electrónico. Pelo contrário, 27%
dos jovens inquiridos nunca utilizaram a internet em nenhuma situação. Contrastando os
dados de ambos sexos, verifica-se que há uma maior fracção de inquiridos do sexo

59
masculino que utiliza tanto a internet como o correio electrónico (42,4%), em
comparação com 32,7% das jovens inquiridas. Inversamente, observa-se uma
percentagem maior de inquiridas que nunca utilizaram a internet (30,4%), enquanto que
nos inquiridos do sexo masculino essa percentagem é de 23,6%. Sem grandes surpresas,
é nos escalões mais velhos que se verificam as maiores percentagens de utilizadores:
entre os jovens dos 8 aos 12 anos registam-se 57% utilizadores, entre o escalão etário
dos 13 aos 15 anos há 84,3% e no escalão entre os 16 e os 18 anos observa-se uma
percentagem de 76,9% de utilizadores. Apesar da maior fracção de utilizadores
registada se verificar entre os jovens dos 13 aos 15 anos, é entre os inquiridos mais
velhos que se regista a maior percentagem de inquiridos que utilizam tanto a internet
como o correio electrónico (53,7%), enquanto que entre o escalão dos 13 aos 15 anos
verifica-se uma percentagem de 44,8% e entre os mais novos de 18,6%. Contudo, é
entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que se regista a menor percentagem de inquiridos
que nunca experimentaram utilizar quer a internet quer o correio electrónico (13,3%).
Nos mais velhos essa percentagem é de 21,4% e entre os mais novos ascende aos
40,9%.

Tabela 37: Utilizadores da internet e/ou o correio electrónico

N %
Total de Utilizadores 196 71,0
Total de Não utilizadores 80 29,0
Total de Indivíduos 276 100,0

Tabela 38: Utiliza ou já utilizou alguma vez a internet e/ou o correio electrónico

N % % Acumulada

Sim, só a internet 83 30,3 30,3


Sim, só o correio electrónico
8 3,0 33,3
(email)
Sim, ambos 104 37,7 71,0

Sim, mas foi apenas uma vez para


1 ,3 71,2
experimentar

Sim, mas foi com outras pessoas


5 1,8 73,0
que me ajudaram a utilizar

Não, nunca utilizei nada nem


74 27,0 100,0
estive em nenhuma das situações

60
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim, só a internet 41 29,1 42 31,4
Sim, só o correio electrónico
4 2,5 5 3,5
(email)
Sim, ambos 60 42,4 44 32,7
Sim, mas foi apenas uma vez para
1 ,6
experimentar

Sim, mas foi com outras pessoas


3 2,3 2 1,3
que me ajudaram a utilizar

Não, nunca utilizei nada nem


33 23,6 41 30,4
estive em nenhuma das situações

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, só a internet 39 36,4 24 33,7 21 21,0
Sim, só o correio electrónico
(email) 2 2,0 4 5,8 2 2,2
Sim, ambos 20 18,6 31 44,8 53 53,7
Sim, mas foi apenas uma vez para
experimentar 1 1,1

Sim, mas foi com outras pessoas


que me ajudaram a utilizar 2 2,2 1 1,3 2 1,7

Não, nunca utilizei nada nem


estive em nenhuma das situações 44 40,9 9 13,3 21 21,4

Entre os utilizadores da internet 31,2% utiliza a internet todos os dias, 21,4% utiliza três
a quatro vezes por semana e um terço uma ou duas vezes por semana. Portanto, 85,6%
dos jovens usuários da internet são utilizadores regulares. Os utilizadores menos
regulares são uma minoria de 12,9%, utilizando a internet poucas vezes por mês ou até
menos do que uma vez por mês. Quanto às diferenças entre os sexos, regista-se uma
fracção maior de inquiridos do sexo masculino que entram online todos os dias (33,3%)
e é também entre os rapazes que há, no total, uma maior percentagem de usuários
regulares (90,9%), enquanto que entre as jovens inquiridas, 28,9% usam a internet todos
os dias e a fracção de usuárias regulares da internet é de 79,6%. Além disso, é entre os
usuários mais novos que se registam as menores percentagens de utilizadores diários
(23%) e regulares (74%). Inversamente, é entre os maia velhos que se verificam as
maiores fracções de usuários diários (41,6%) e regulares (91,9%).

61
Tabela 39: Independentemente do local onde utiliza e do motivo, com que frequência utiliza a
internet e/ou correio electrónico

%
N %
Acumulada
Todos os dias 61 31,2 31,2
3 a 4 vezes por
semana 42 21,4 52,6
1 ou 2 vezes por
semana 65 33,0 85,6
Pelo menos uma vez
por mês 15 7,5 93,1
Menos do que uma
vez por mês 11 5,4 98,5
Ns/nr 3 1,5 100,0
Total 196 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Todos os dias 35 33,3 26 28,9
3 a 4 vezes por
semana 25 23,6 17 18,8
1 ou 2 vezes por
semana 35 34,0 29 31,9
Pelo menos uma vez
por mês 5 4,5 10 11,0
Menos do que uma
vez por mês 2 1,9 9 9,3
Ns/nr 3 2,8

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Todos os dias 14 23,0 16 26,5 31 41,6
3 a 4 vezes por
semana 11 18,2 12 20,7 18 24,5
1 ou 2 vezes por
semana 20 32,8 25 42,5 19 25,8
Pelo menos uma vez
por mês 8 12,4 4 6,6 3 4,2
Menos do que uma vez
por mês 7 11,6 1 1,7 2 3,2
Ns/nr 1 2,1 1 1,9 1 ,7

Entre os usuários da internet 53,2% tem acesso à internet em casa, mas, no total da
amostra, a fracção de jovens inquiridos com acesso à internet em casa é de apenas
39,9%. Recorde-se que a percentagem de inquiridos no inquérito online que possuem
ligação à internet em casa é mais de duas vezes maior que aquela. Portanto, temos aqui
uma clara clivagem entre os inquiridos no inquérito face-a-face, que reflectem uma

62
realidade próxima daquilo que acontece a nível nacional e os inquiridos online,
largamente socializados nas TIC. 51,2% dos inquiridos no inquérito nacional dizem ter
acesso na escola, o que é uma percentagem bem mais próxima daquela verifica entre os
jovens inquiridos online (47,4%). Entre os utilizadores da internet, a percentagem de
inquiridos que usa a internet na escola ascende aos 73,9%. A percentagem de usuários
na escola é assim cerca de 20% superior à fracção de utilizadores em casa. No geral, a
escola tornou-se num espaço muito importante de integração e socialização dos jovens
nas novas tecnologias da informação e comunicação, sendo portanto, um meio essencial
de combate à info-exclusão de parte da população jovem.
Entre os sexos não há grandes clivagens a registar, apenas que há uma percentagem
maior de inquiridos do sexo masculino que utiliza a internet noutros locais sem ser a
casa, a escola ou o trabalho (27,5%) em comparação com 15,8% das jovens usuárias.
Também entre as faixas etárias não há diferenças muito discrepantes. Contudo, verifica-
se entre os jovens mais velhos 56,4% de usuários em casa, a maior fracção registada,
enquanto que a menor fracção está entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (49,3%).
Também é entre os inquiridos nesta faixa etária, a menor fracção de usuários da internet
noutros locais (15,9%) , porém, é onde se verifica a maior percentagem de utilizadores
na escola (78,9%). A dimensão da info-exclusão por parte daqueles que não têm acesso
à internet em casa é melhor avaliada com os seguintes dados: entre esses jovens, apenas
18,5% afirmam que têm hipótese de ter acesso à internet em casa, os restantes 81,5%
negam essa possibilidade.

Tabela 40: Em que locais tem acesso à internet

N %
Em casa 104 53,2
No trabalho 1 0,5

Na escola 145 73,9

Noutros locais 43 22,0


Total de utilizadores 196 100,0

63
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Em casa 56 54,1 48 52,2
No trabalho 1 1,0
Na escola 76 73,0 68 74,9
Noutros locais 29 27,5 14 15,8

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Em casa 33 53,1 29 49,3 43 56,4
No trabalho 1 1,2
Na escola 44 70,9 46 78,9 55 72,5
Noutros locais 15 24,5 9 15,9 19 24,8

Tabela 41: Tem hipótese de ter acesso à internet em casa

N %

Sim 32 18,5
Não 140 81,5
Total 172 100,0

Em média os jovens usuários já utilizam a internet há 34,74 meses. Metade do


inquiridos utilizam a internet até dois anos e também se verifica um maior número de
inquiridos que utiliza a internet há um par de anos. Entre os inquiridos do sexo
masculino, observa-se uma média maior do tempo de utilização (36,96 meses) do que
entre as jovens usuárias (32,05 meses). A mediana é também maior entre os rapazes o
que quer dizer que metade dos usuários utiliza a internet até 36 meses, enquanto que
metade das raparigas usa a internet até 24 meses. Entre os usuários que têm internet em
casa, 40,6% instalaram a internet no seu lar entre 2004 e 2006 e apenas 4% instalaram a
internet antes do ano 2000.

Tabela 42: Há quantos meses utiliza a internet


Média 34,74
Mediana 24,00
Moda 24,00
Desvio-padrão 23,945
Mínimo 0
Máximo 120
Percentis 25 12,00
Percentis 75 48,00

64
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
Média 36,96 32,05
Mediana 36,00 24,00
Moda 24,00 24,00
Desvio-padrão 25,927 21,154
Mínimo 1 0
Máximo 120 96
Percentis 25 12,00 12,00
Percentis 75 58,68 48,00

Tabela 43: Em que ano instalou / passou a ter acesso à internet em sua casa

N %
1996 1 1,1
1999 3 2,9
2000 10 9,4
2001 11 10,7
2002 7 6,7
2003 7 7,0
2004 20 18,8
2005 18 16,9
2006 5 4,9
NS/NR 23 21,7
Total 104 100,0

Mais uma vez se verifica a importância da escola na aprendizagem e socialização dos


jovens nas novas tecnologias visto que 51,4% dos jovens afirmam que tiveram o seu
primeiro contacto com a internet na escola. Já 35,8% começaram a utilizar a internet em
casa. A escola e o lar são portanto os principais meios de acesso à internet para os
jovens. Uma minoria de 7% dos jovens afirmam ainda que começaram a ter contacto
com a internet na casa de outras pessoas e 2,3% dizem que foi num cibercafé que
começaram a navegar na rede. Pouco mais de 1% dizem que começaram a ter contacto
com a internet numa biblioteca pública e outros tantos no trabalho. Não se verificam
grandes clivagens entre os sexos, apenas é de registar uma maior percentagem de
raparigas que começaram a utilizar a internet na escola (56,2%) do que de rapazes
(47,3%). Por seu turno, perto de 10% de rapazes começou a utilizar a internet em casa
de outras pessoas em comparação com 3,7% de raparigas. Os jovens dos 16 aos 18 anos
registam a menor fracção daqueles que começaram a utilizar a internet na escola
(46,1%), enquanto que nos outros escalões etários essa percentagem situa-se à volta dos

65
55%. Mas verifica-se uma maior percentagem de inquiridos os mais velhos que
começaram a utilizar a internet em casa de outras pessoas (9,3%).

Tabela 44: Onde começou a utilizar a internet

N %
Em casa 70 35,8
Na casa de outras pessoas 14 7,0
No trabalho 2 1,1
Na escola/universidade 101 51,4
Num cibercafé 4 2,3
Numa biblioteca pública 3 1,3
Ns/nr 2 1,1
Total 196 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Em casa 38 36,0 32 35,6
Na casa de outras pessoas 10 9,8 3 3,7
No trabalho 2 2,0
Na escola/universidade 49 47,3 51 56,2
Num cibercafé 2 2,3 2 2,3
Numa biblioteca pública 2 1,9 1 ,7
Ns/nr 1 ,7 1 1,5

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Em casa 22 35,5 21 34,9 28 36,8
Na casa de outras pessoas 4 7,2 2 3,7 7 9,3
No trabalho 1 2,0 1 1,2
Na escola/universidade 34 55,1 32 54,4 35 46,1
Num cibercafé 1 2,2 1 1,7 2 2,8
Numa biblioteca pública 2 3,4 1 ,9
Ns/nr 2 2,8

Entre os jovens inquiridos portugueses, 42,6% classifica a sua capacidade de usar a


internet como razoável e perto de 50% acha que é boa ou excelente. São realmente
poucos os que acham que é má ou muito pois representam apenas 6,3% da amostra.
Verifica-se entre as raparigas uma percentagem de 46,3% de inquiridas que consideram
a sua capacidade de utilização da internet como boa, o que é, curiosamente, uma fracção
visivelmente superior à registada entre os rapazes (29,5%). No entanto é entre os

66
inquiridos do sexo masculino que se regista uma percentagem maior daqueles que
consideram que têm um capacidade excelente (13%), embora a discrepância não seja
muito grande em relação às jovens inquiridas (7,2%). Sem surpresas, é entre os mais
velhos que se registam as maiores percentagens de jovens que consideram as suas
capacidades boas (46,3%) ou excelentes (12,1%). Estas percentagens decrescem nas
faixas etárias mais novas: verifica-se a menor percentagem de inquiridos que acham que
têm boas capacidades entre os jovens dos 8 aos 12 anos (24,8%) e a menor percentagem
de internautas que classificam as suas capacidades como excelentes entre os inquiridos
dos 13 aos 15 anos (7,5%). Em todos os escalões etários apenas uma minoria classifica
as suas capacidades como más ou muito más, porém, é entre os mais novos que há
maiores fracções de inquiridos com essa opinião.

Tabela 45: Como é que classificaria a sua capacidade de utilizar a internet

N %
Muito má 3 1,7
Má 9 4,6
Razoável 83 42,6
Boa 74 37,6
Excelente 20 10,3
Ns/nr 6 3,3

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Muito má 3 3,1
Má 4 3,7 5 5,7
Razoável 49 47,4 34 37,1
Boa 31 29,5 43 46,8
Excelente 14 13,0 7 7,2
Ns/nr 3 3,3 3 3,2

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Muito má 3 4,5 1 ,7
Má 5 8,3 2 3,0 2 2,9
Razoável 26 42,3 29 49,6 28 37,3
Boa 15 24,8 23 39,9 35 46,3
Excelente 7 10,9 4 7,5 9 12,1
Ns/nr 6 9,3 1 ,9

67
A grande maioria dos jovens usuários com internet em casa ou tem ligação ADSL
(38,8%) ou ligação por cabo (27,8%) e apenas 11,9% utilizam a ligação por modem
conectado à linha telefónica. A ligação por placa 3g é ainda muito rara e apenas uma
minoria muito pequena liga-se à internet por WAP. Verifica-se ainda uma percentagem
um pouco superior de raparigas que ainda usam a ligação por modem à linha telefónica
(14,8%) em comparação com 9,8% dos rapazes. A ligação por cabo é mais popular
entre os mais velhos (em 43% dos casos) do que entre os internautas dos 13 aos 15 anos
(22,4%) e entre os usuários mais novos (12,8%). Inversamente, os mais novos usam
mais a ligação por ADSL (44,2%) do que os mais velhos (33,5%). Entre os inquiridos
dos 16 aos 18 anos, apenas uma minoria muito pequena de usuários utiliza a linha
telefónica (1,7%). Inversamente, a fracção daqueles que usam esse tipo de ligação
ganha maior expressão entre os mais novos (14,8%) e entre os inquiridos dos 13 aos 15
anos (23,7%).

Tabela 46: Que tipo de ligação à internet é que tem em sua casa

N %
Por cabo 29 27,8
Por ADSL 40 38,8
Por placa 3g 0 ,5
Por modem (linha
12 11,9
telefónica)
Por telefone móvel
4 3,6
(WAP)
Outra 2 2,2
Ns/nr 16 15,2
Total 104 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Por cabo 15 27,2 14 28,4
Por ADSL 23 41,3 17 35,9
Por placa 3g 0 ,8
Por modem (linha
telefónica) 5 9,5 7 14,8
Por telefone móvel
(WAP) 3 4,9 1 2,2
Outra 1 2,0 1 2,4
Ns/nr 8 14,3 8 16,3

68
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Por cabo 4 12,8 6 22,4 18 43,0
Por ADSL 14 44,2 12 40,6 14 33,5
Por placa 3g 0 1,6
Por modem (linha
telefónica) 5 14,8 7 23,7 1 1,7
Por telefone móvel
(WAP) 1 4,2 2 5,7
Outra 2 6,9
Ns/nr 6 17,1 3 11,6 7 16,2

Entre os jovens portugueses inquiridos, 37,8% têm como fornecedor a Sapo ADSL, que
tem o maior “share” de mercado. Logo a seguir aparecem a Cabovisão e a NetCabo
como os segundos maiores fornecedores, praticamente em ex aequo, com um “share” de
mercado ligeiramente superior a 20% entre os usuários inquiridos. Apenas 9% dos
inquiridos têm como fornecedor a Oniduo e uma pequena minoria de 3,1% usam os
serviços da Clix. Os clientes da Telepac entre os jovens representam apenas 1,8%.
Observa-se que entre os usuários do sexo masculino há uma maior fracção de clientes
da Sapo ADSL (44,8%) do que entre as jovens usuárias (29%). Por seu turno, verifica-
se uma maior percentagem de internautas femininas que são clientes da Cabovisão
(25%), em comparação com 17,6% de internautas masculinos. Entre as internautas
também se regista uma maior percentagem de inquiridas que usam outros fornecedores
não nomeados (10,1%), em contraste com apenas 1,2% de jovens inquiridos do sexo
masculino. Em todos os escalões etários a Sapo ADSL mantém-se no topo dos
fornecedores, contudo há diferenças a registar. Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os
que menos subscrevem a Sapo ADSL (27,7%), enquanto que nos inquiridos mais novos
e nos mais velhos a percentagem de clientes desse fornecedor oscila entre os 41% e os
42%. A Oniduo regista percentagens pequenas de clientes entre os inquiridos dos 8 aos
12 anos (6%) e entre os jovens dos 16 aos 18 anos (2,4%). Porém, entre os adolescentes
dos 13 aos 15 anos torna-se o segundo maior fornecedor onde regista uma fatia de
23,4% de clientes. Curiosamente, a NetCabo começa com uma percentagem de clientes
muito pequena entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (5,4%), mas recupera nos seguintes
escalões etários: 16,9% de clientes entre os 13 e os 15 anos e 31,5% de usuários entre os
16 e os 18 anos. Também é entre os inquiridos mais velhos que se verifica uma maior
percentagem de usuários da Cabovisão (24,7%), enquanto que nas restantes faixas
etárias essa percentagem ultrapassa ligeiramente os 17%.

69
Tabela 47: Qual é o seu fornecedor de internet de banda larga

N %
Sapo ADSL 26 37,8
NetCabo 14 20,6
Telepac 1 1,8
Oniduo 6 9,0
Clix 2 3,1
Cabovisão 15 20,8
Outro 4 5,1
Ns/nr 1 1,6
Total 70 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sapo ADSL 18 44,8 9 29,0
NetCabo 9 21,7 6 19,2
Telepac 1 3,2
Oniduo 3 8,6 3 9,6
Clix 1 2,9 1 3,5
Cabovisão 7 17,6 8 25,0
Outro 0 1,2 3 10,1
Ns/nr 1 3,6

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sapo ADSL 8 42,0 5 27,7 13 41,3
NetCabo 1 5,4 3 16,9 10 31,5
Telepac 1 6,8
Oniduo 1 6,0 4 23,4 1 2,4
Clix 2 11,7
Cabovisão 3 17,1 3 17,7 8 24,7
Outro 3 16,7 0 2,5
Ns/nr 1 6,0

Entre os jovens usuários, 57,9% têm a opinião que são ele próprios quem utilizam mais
frequentemente a internet em casa e apenas 16,1% declaram que são os adultos de casa,
com 18 anos ou mais (esta categoria tanto poderá incluir irmãos mais velhos como os
próprios pais). Estas percentagens são indícios de que os novos media poderão estar a
transformar as relações familiares em torno dos media. Já não são pais que detém todo o
saber em casa, muitas vezes são os filhos os que têm maior experiência em termos de
utilização das novas tecnologias e muitas vezes são eles que prestam assistência aos
próprios pais, verificando-se uma inversão de papéis. As percentagens de ambos os

70
sexos sobre quem utiliza mais frequentemente a internet em casa não divergem muito
ainda assim 60,5% das raparigas confessam que são elas quem mais utilizam a internet
em casa, uma percentagem cerca de 5% superior à da registada entre os rapazes. A
fracção daqueles que declaram que são os próprios que utilizam mais frequentemente a
internet em casa vai aumentando há medida que passamos para escalões etários mais
velhos. Assim sendo, entre os jovens mais velhos, 70,8% afirmam que são eles os
utilizadores mais frequentes da internet enquanto que entre os mais novos 36,8%
declaram que são eles os maiores utilizadores da internet em casa. Por seu turno, é entre
os internautas dos 8 aos 12 anos que se verifica uma maior percentagem daqueles que
afirmam que quem mais utiliza a internet são os adultos da casa (35,1%), enquanto que
entre os mais velhos essa percentagem decresce para apenas 5%. Pode-se calcular que
parte dos inquiridos mais novos tenham pais pertencentes a uma geração que já se
familiarizou com a utilização da internet e que use regularmente a internet em casa.
Noutro segmento dos respondentes mais novos, poderá dar-se o caso de que tenham
irmãos com idade igual ou superior a 18 anos que sejam os usuários mais frequentes da
internet em casa.
Tabela 48: Em casa, quem é que utiliza mais frequentemente a internet

N %
Próprio(a) 60 57,9
As crianças da família (até 13 anos) 1 1,0
Jovens da família (14 a 17 anos) 9 8,2
Outros adultos (18 e mais anos) 17 16,1
Outras pessoas da casa 2 1,6
Ns/nr 10 9,8
Todos elementos do agregado 6 5,4
Total 104 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Próprio(a)
31 55,6 29 60,5
As crianças da família
1 1,8
(até 13 anos)
Jovens da família (14 a
3 4,9 6 12,1
17 anos)
Outros adultos (18 e mais
10 17,7 7 14,3
anos)
Outras pessoas da casa
2 3,0
Ns/nr
5 9,0 5 10,8
Todos elementos do
5 8,0 1 2,3
agregado

71
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Próprio(a)
12 36,8 18 62,6 30 70,8
As crianças da família
1 3,4
(até 13 anos)
Jovens da família (14 a
4 12,1 1 3,9 3 8,1
17 anos)
Outros adultos (18 e mais
11 35,1 3 11,1 2 5,0
anos)
Outras pessoas da casa
2 5,2
Ns/nr
3 11,6 7 16,2
Todos elementos do
4 10,7 2 7,3
agregado

Quanto às actividades que os utilizadores da internet realizam na rede, mais de metade


dos inquiridos transmitem e recebem mensagens de correio electrónico e consultam
bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede. Além disso, 41,4% dos inquiridos
afirmam que navegam pela internet sem objectivos concretos e a mesma fracção de
jovens joga videojogos online. Comparando entre os sexos verifica-se uma maior
fracção de rapazes que transmitem e recebem mensagens de correio electrónico (64%),
que navegam pela internet sem objectivos concretos (47,7%) e que jogam videojogos
online (48,5%), enquanto que entre as inquiridas essas percentagens são de 52,3%,
34,2% e 33,3% respectivamente. Quanto às diferenças etárias, observa-se uma maior
percentagem de jovens entre os mais velhos que transmitem e recebem mensagens de
correio electrónico (75,7%), percentagem essa que decresce nos escalões etários mais
novos atingindo um mínimo entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (42,8%). Também se
verifica uma maior tendência para os mais velhos navegarem na internet sem objectivos
concretos. Mas é entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que há uma maior percentagem
de jogadores que jogam online (48,9%), enquanto que essa percentagem entre os mais
velhos é de 31,7%.
Uma percentagem um pouco inferior a 40% de jovens participam em chats ou
newsgroups e entre 20 e 30% dos jovens combinam ou marcam saídas com os amigos,
contactam os amigos na rede quando estão desanimados ou consultam blogues. Quanto
à participação em chats ou newsgroups, é patente uma clivagem entre rapazes e
raparigas, sendo entre aqueles que há uma maior fracção de jovens, nomeadamente de
47%, que participam em chats ou newsgroups, enquanto que a percentagem de raparigas
que fazem o mesmo decresce para os 29,1%. Metade dos jovens internautas dos 16 aos

72
18 anos participa em chats ou newsgroups enquanto que apenas 26,4% dos mais novos
fazem a mesma coisa. Quanto a combinar ou marcar saídas com os amigos, as
diferenças entre os sexos não são muito marcadas. É entre os diferentes escalões etários
que se verificam as maiores diferenças, em especial, se compararmos os inquiridos mais
novos com os mais velhos. Como seria de esperar, é entre estes que se verifica a maior
percentagem de inquiridos, totalizando 38,4%, que marcam ou combinam encontros
com os amigos através da internet, visto serem mais velhos e gozarem de maior
autonomia e liberdade. Os mais velhos utilizam assim a internet como um meio de
aprofundar as suas relações offline. Entre os mais novos apenas 18,4% afirmam usar a
internet para combinarem ou marcarem saídas. Verifica-se ainda uma percentagem um
pouco maior de rapazes do que de raparigas que contactam com os amigos na rede
quando estão desanimados. Mas mais uma vez é na comparação entre as faixas etárias
que se observam as maiores diferenças. 34% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos afirmam
que contactam os amigos na rede quando estão desanimados enquanto que nos restantes
escalões etários a percentagem de jovens que admitem fazê-lo decresce para os 18,8%.
No que respeita à consulta de blogues, mais uma vez as diferenças mais relevantes
verificam-se comparando os inquiridos de diferentes idades. É entre os jovens dos 13
aos 15 anos que há maior percentagem de inquiridos que consultam blogues na internet
(27,3%) e é entre os mais novos que se verifica a maior percentagem de inquiridos que
o fazem (16,7%).
Ademais, entre 15% a 20% dos jovens descarregam músicas da rede, inteiram-se de
notícias desportivas, pesquisam informação sobre espectáculos programados,
transmitem fotografias suas ou da sua família ou cartões de felicitações electrónicos.
Quanto a diferenças relevantes entre os sexos, há uma maior fracção de jovens do sexo
masculino que descarregam música da rede (25,7%), que se inteiram de notícias
desportivas (20,1%) e que pesquisam informação sobre espectáculos programados
(20,2%) do que de inquiridas, cujas fracções daquelas que utilizam a internet para estes
fins são 11%, 13% e 12,2%, respectivamente. Quanto às diferenças entre faixas etárias,
verifica-se uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que descarregam música
da rede (28%), que se inteiram das notícias desportivas (29,1%), que transmitem
fotografias ou felicitações electrónicas (20,9% e 20,8%, respectivamente) e que
pesquisam informação sobre espectáculos programadas. De um modo geral, as
percentagens de jovens que usam a rede para estes fins diminuem nos restantes escalões

73
etários, em alguns casos, para menos de metade das fracções verificadas entre os mais
velhos.
Outras actividades como pesquisar informação sobre a própria cidade, inteirar-se de
notícias na imprensa geral, pesquisar informação sobre cursos de formação ou
descarregar software da rede são realizados por percentagens de jovens entre os 10% e
os 15%. Há visivelmente, maiores percentagens de rapazes que usam a rede para
inteirarem-se de notícias na imprensa geral (15,8%), pesquisarem informação sobre
cursos de formação (14,9%) e descarregarem software da rede (16,1%), enquanto que
entre as raparigas, essas fracções decrescem para os 8,8%, 8,4% e 5,3%
respectivamente. No que respeita às diferenças etárias, são os jovens dos 16 aos 18 anos
os que mais utilizam a internet para, igualmente, inteirarem-se de notícias na imprensa
geral (17,4%), pesquisarem informação sobre cursos de formação (20,9%) e
descarregarem software da rede (15,5%). Nos restantes escalões etários, as fracções de
jovens que usam a rede para os fins mencionados chega a ser menos de metade das
verificadas entre os internautas mais velhos. Curiosamente, verifica-se uma maior
percentagem de jovens dos 8 aos 12 anos que pesquisam na rede informação sobre a sua
cidade (20,6%), em comparação com apenas 8,5% de internautas dos 13 aos 15 anos.
Observa-se ainda que fracções de jovens inquiridos entre os 5% e os 10% produzem
conteúdos para blogues, pesquisam informações sobre viagens, trabalham a partir de
casa, telefonam através da internet, participam em cursos online, pesquisam informação
sobre serviços públicos, procuram trabalho ou efectuam compras diversas ou pesquisam
informações sobre a sua saúde ou de pessoas próximas. Menos de 5% dos jovens
enviam mensagens de correio electrónico para programas de rádio ou de televisão,
pesquisam receitas na internet, organizam actividades com crianças, pesquisam
informação política ou sindical, compram ou reservam entradas para espectáculos,
compram livros ou música online, fazem reservas de viagens, alojamento ou alugam um
automóvel, procuram apartamento, compram produtos informáticos realizam operações
com o seu banco ou admitem consultar ou descarregar pornografia. Além disso, menos
de 1% dos internautas inquiridos pesquisam informação sobre gays e lésbicas,
participam ou compram num leilão ou compram produtos alimentícios e de limpeza
online.

74
Tabela 49: Utiliza a internet ou o correio electrónico para:

%
Transmitir e receber mensagens de correio electrónico 58,5
Participar em chats ou newsgroups 38,7
Participar ou comprar num leilão ,2
Comprar produtos alimentícios e de limpeza ,2
Comprar livros ou música 2,9
Comprar produtos informáticos 2,3
Comprar ou reservar entradas para espectáculos 3,0
Comprar outras coisas 5,4
Fazer reservas de viagens ou alojamento ou alugar um carro 2,9
Realizar operações com o seu banco 2,0
Trabalhar a partir de casa 8,0
Procurar trabalho 5,4
Procurar apartamento 2,8
Participar em cursos online 6,4
Inteirar-se de notícias na imprensa geral 12,5
Inteirar-se de notícias desportivas 16,8
Navegar pela internet sem objectivos concretos 41,4
Jogar videojogos pela internet 41,4
Transmitir cartões de felicitações electrónicos 15,1
Transmitir fotografias suas ou da sua família 16,3
Descarregar músicas da rede 18,9
Pornografia (consultar, descarregar) 1,9
Pesquisar informação sobre viagens 8,2
Pesquisar informação sobre a sua cidade 14,5
Pesquisar informação sobre espectáculos programados 16,5
Pesquisar informação sobre cursos de formação 11,9
Pesquisar informação política ou sindical 3,4
Pesquisar informação sobre a sua associação profissional 3,0
Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de pessoas próximas 5,1
Pesquisar informação sobre serviços públicos 6,1
Pesquisar informação sobre gays e lésbicas ,7
Descarregar software da rede 11,0
Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas 54,5
Telefonar através da internet 7,7
Combinar ou marcar saídas com amigos 29,8
Organizar as actividades das crianças 3,5
Pesquisar receitas de cozinha 4,9
Contactar com amigos quando está desanimado 24,6
Consultar blogues 21,9
Produzir conteúdos para blogues 9,6
Enviar mensagens de correio electrónico para programas de televisão 2,2
Enviar mensagens de correio electrónico para programas de rádio 4,9

75
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Transmitir e receber mensagens de correio
67 64,0 48 52,3
electrónico
Participar em chats ou newsgroups 49 47,0 27 29,1
Participar ou comprar num leilão 0 ,3
Comprar produtos alimentícios e de limpeza 0 ,3
Comprar livros ou música 5 4,5 1 1,1
Comprar produtos informáticos 4 4,2
Comprar ou reservar entradas para espectáculos 3 2,5 3 3,5
Comprar outras coisas 6 6,0 4 4,7
Fazer reservas de viagens ou alojamento ou
4 3,4 2 2,3
alugar um carro
Realizar operações com o seu banco 2 1,6 2 2,3
Trabalhar a partir de casa 13 12,9 2 2,4
Procurar trabalho 8 7,4 3 3,2
Procurar apartamento 4 3,7 2 1,8
Participar em cursos online 11 10,5 2 1,8
Inteirar-se de notícias na imprensa geral 16 15,8 8 8,8
Inteirar-se de notícias desportivas 21 20,1 12 13,0
Navegar pela internet sem objectivos concretos 50 47,7 31 34,2
Jogar videojogos pela internet 51 48,5 30 33,3
Transmitir cartões de felicitações electrónicos 18 17,2 12 12,8
Transmitir fotografias suas ou da sua família 18 17,3 14 15,1
Descarregar músicas da rede 27 25,7 10 11,0
Pornografia (consultar, descarregar) 3 2,5 1 1,2
Pesquisar informação sobre viagens 9 8,8 7 7,4
Pesquisar informação sobre a sua cidade 15 14,7 13 14,3
Pesquisar informação sobre espectáculos
21 20,2 11 12,2
programados
Pesquisar informação sobre cursos de formação 16 14,9 8 8,4
Pesquisar informação política ou sindical 4 3,8 3 3,0
Pesquisar informação sobre a sua associação
3 2,6 3 3,5
profissional
Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de
7 6,3 3 3,8
pessoas próximas
Pesquisar informação sobre serviços públicos 8 7,2 4 4,9
Pesquisar informação sobre gays e lésbicas 0 ,3 1 1,1
Descarregar software da rede 17 16,1 5 5,3
Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/
atlas 57 54,5 50 54,5

Telefonar através da internet 11 10,8 4 4,2


Combinar ou marcar saídas com amigos 34 32,3 25 27,0
Organizar as actividades das crianças 5 4,4 2 2,4
Pesquisar receitas de cozinha 5 5,2 4 4,6
Contactar com amigos quando está desanimado 29 27,9 19 20,9
Consultar blogues 23 22,4 20 21,4
Produzir conteúdos para blogues 12 11,5 7 7,5
Enviar mensagens de correio electrónico para
3 3,1 1 1,1
programas de televisão
Enviar mensagens de correio electrónico para
6 6,2 3 3,5
programas de rádio

76
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Transmitir e receber mensagens de correio
26 42,9 31 52,9 57 75,7
electrónico
Participar em chats ou newsgroups 16 26,4 22 36,9 38 50,0
Participar ou comprar num leilão 0 ,4
Comprar produtos alimentícios e de limpeza 0 ,4
Comprar livros ou música 3 5,2 3 3,3
Comprar produtos informáticos 3 5,2 1 1,6
Comprar ou reservar entradas para
3 5,6 2 3,3
espectáculos
Comprar outras coisas 3 5,2 3 5,6 4 5,3
Fazer reservas de viagens ou alojamento ou
3 5,2 1 1,8 1 1,8
alugar um carro
Realizar operações com o seu banco 1 1,8 3 3,6
Trabalhar a partir de casa 5 7,4 4 7,4 7 8,9
Procurar trabalho 2 3,7 8 11,1
Procurar apartamento 6 7,3
Participar em cursos online 3 5,2 9 12,5
Inteirar-se de notícias na imprensa geral 7 11,1 5 7,7 13 17,4
Inteirar-se de notícias desportivas 4 7,1 6 11,0 22 29,1
Navegar pela internet sem objectivos
22 35,1 24 41,0 35 46,8
concretos
Jogar videojogos pela internet 28 46,2 29 48,9 24 31,7
Transmitir cartões de felicitações electrónicos 6 10,1 8 13,2 16 20,8
Transmitir fotografias suas ou da sua família 7 11,9 9 14,9 16 20,9
Descarregar músicas da rede 4 6,8 12 19,7 21 28,0
Pornografia (consultar, descarregar) 1 2,0 3 3,4
Pesquisar informação sobre viagens 7 12,1 1 1,8 8 10,0
Pesquisar informação sobre a sua cidade 13 20,6 5 8,5 11 14,2
Pesquisar informação sobre espectáculos
9 14,5 6 9,5 18 23,6
programados
Pesquisar informação sobre cursos de
3 5,2 4 7,3 16 20,9
formação
Pesquisar informação política ou sindical 7 8,9
Pesquisar informação sobre a sua associação
2 3,8 4 4,9
profissional
Pesquisar informação sobre a sua saúde ou
4 6,8 1 1,8 5 6,4
de pessoas próximas
Pesquisar informação sobre serviços públicos 3 5,2 9 11,7
Pesquisar informação sobre gays e lésbicas 1 1,8
Descarregar software da rede 6 9,0 4 7,4 12 15,5
Consultar
bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas 35 56,4 28 48,3 44 57,8
Telefonar através da internet 7 11,7 8 10,5
Combinar ou marcar saídas com amigos 11 18,4 18 30,8 29 38,4
Organizar as actividades das crianças 3 5,2 2 3,7 1 1,8
Pesquisar receitas de cozinha 3 5,2 4 7,6 2 2,7
Contactar com amigos quando está
12 18,8 11 18,8 26 34,0
desanimado
Consultar blogues 10 16,7 16 27,3 17 21,9
Produzir conteúdos para blogues 6 9,2 4 7,2 9 11,7
Enviar mensagens de email para a televisão 1 1,4 3 4,5
Enviar mensagens de email para programas
5 8,4 1 1,7 4 4,6
de rádio

77
A utilização que uma percentagem substancialmente maior de jovens internautas fazem
da internet ou do correio electrónico é procurar informação relacionada com os estudos
(em 86,5%) dos casos. Comparando entre os sexos, verifica-se uma maior percentagem
de inquiridas (93,8%) que procuram informação para os seus estudos do que de
internautas do sexo masculino (80,2%). Curiosamente, verifica-se uma percentagem um
pouco superior de adolescentes que procuram informações sobre os seus estudos online
entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (91%) do que entre os inquiridos dos outros
escalões etários (um pouco acima dos 84% nos escalões mais velhos).
As actividades mais lúdicas são praticadas por percentagens bem menores de jovens.
Estas percentagens indicam uma heterogeneidade de interesses entre os jovens. Jogar
jogos online é uma actividade que 35,3% dos jovens dizem fazer. Os jogos online são
mais populares entre os internautas do sexo masculino visto que 40,2% destes
inquiridos jogam online enquanto que entre as jovens a percentagem de jogadoras é de
29,6%. Os jogos online são também mais populares entre os mais novos onde se
verifica uma percentagem de 41,9% de jogadores. O interesse vai decrescendo nos
escalões etários mais velhos e entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos a percentagem de
jogadores decresce para os 26,8%
Actividades como enviar ficheiros ou fotografias, entrar em chats ou comunidades
virtuais ou ouvir rádio através da internet são práticas por entre 20% a sensivelmente
25% dos jovens internautas. Entre os sexos, as maiores diferenças verificam-se quanto a
entrar em chats ou comunidades virtuais ou ouvir rádio através da internet com 25,8% e
24,5% dos rapazes a realizarem essas actividades, respectivamente, em comparação
com 18% e 15,7% das raparigas, respectivamente. Quanto às diferenças entre os
escalões etários observa-se que a prática de enviar ficheiros e fotografias vai
aumentando com a idade visto que apenas 10,6% e 10,4% dos internautas mais novos
afirmam que enviam ficheiros e fotografias, respectivamente, enquanto que entre os
mais velhos essas fracções são de 36,7% e 31,7%, respectivamente. Entrar em chats ou
em comunidades virtuais é também mais comum entre os mais velhos onde 33,6% o
fazem, sendo uma actividade menos comum entre os mais novos onde 15,3% têm esse
hábito.
Entre 10% e 20% dos internautas inquiridos utilizam a rede para procurarem
informações sobre actividades na sua localidade, descarregarem músicas ou filmes da
rede, lerem opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet ou blogues, ver

78
televisão ou filmes disponíveis na internet ou entrarem numa página da internet
relacionada com um programa de televisão. Observa-se uma maior percentagem de
inquiridas que procuram informação sobre actividades da sua localidade (23,9%) do que
de rapazes (16,4%). Por seu turno, há uma maior percentagem de internautas do sexo
masculino que descarregam músicas ou filmes da internet (22,2%), lêem opiniões de
outras pessoas nas suas páginas online (16%), vêem televisão ou filmes disponíveis na
internet (19,9%) ou que entram numa página relacionada com um programa televisivo
(14,2%), em comparação com 12,8%, 11%, 6,1% e 10,1% das jovens inquiridas,
respectivamente. Comparando as faixas etárias, é curioso verificar uma percentagem
maior de inquiridos dos 8 aos 12 que procuram informações sobre actividades na sua
localidade (25,4%) do que entre os mais velhos (19%), visto que os jovens mais velhos
supostamente gozam de mais liberdade e mais autonomia para sair e portanto estariam,
em princípio, mais interessados em saber o que se passa na sua localidade em termos de
actividades. Todavia, as diferenças percentuais não são suficientemente discrepantes
para podermos tirar grandes conclusões. Quanto a descarregar filmes é claramente uma
actividade mais realizada pelos inquiridos dos escalões etários mais velhos, em especial
pelos inquiridos dos 13 aos 15 anos (24,3%) do que pelos internautas mais novos
(6,6%). Também se verificam percentagens maiores de inquiridos entre os 13 e os 18
anos que lêem opiniões de outras pessoas nas suas páginas online (cerca de 15%) do que
entre os mais novos (10,8%). Quanto a ver televisão ou filmes disponíveis na internet a
maior percentagem de inquiridos que o fazem verifica-se entre os 16 e os 18 anos
(18,9%) e a menor entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (7,5%).
Publicar fotografias na rede, escrever num blogue ou website, investigar sobre um
produto que se quer comprar, descarregar software, comparar preços de um produto e
interagir com a televisão são actividades realizadas por menos de 10% dos jovens
inquiridos. Verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que publicam
fotografias na rede do que de raparigas. Também há uma maior percentagem de rapazes
que investigam sobre um produto que querem comprar, descarregam software,
comparam preços de um produto e que interagem com a televisão através da internet.
Inversamente, uma fracção ligeiramente superior de inquiridas do que de rapazes
escrevem num blogue ou website. Verifica-se também fracções maiores de inquiridos
mais velhos do que de jovens mais novos que publicam fotografias online, investigam
sobre um produto que querem comprar, descarregam software e que comparam preços
de um produto. Inversamente percentagens ligeiramente superiores de inquiridos mais

79
novos do que jovens mais velhos, escrevem num blogue ou website e interagem com a
televisão. Porém, as diferenças percentuais são pequenas e não permitem tirar
conclusões cabais quanto às diferenças entre escalões etários.

Tabela 50: Utiliza a internet ou e-mail para fazer alguma das seguintes actividades:

%
Procurar informação relacionada com os estudos 86,5

Procurar informação sobre actividades na minha localidade 19,9

Enviar ficheiros 25,2

Enviar fotografias 22,7

Publicar fotografias 9,2

Fazer download de música ou filmes da rede 17,8

Fazer download de software da rede 8,2

Investigar sobre um produto que quero comprar 8,6

Comparar preços de um produto 7,5

Escrever num blogue ou website 9,1

Ler opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet ou blogues 13,6

Jogar jogos online 35,3

Entrar em chats ou comunidades virtuais 22,2

Entrar numa página da internet relacionada com um programa de televisão 12,3

Interagir com a televisão 3,2

Ouvir rádio através de internet 20,4


Ver televisão ou filmes disponíveis na internet 13,5

NS/NR 1,3

80
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Procurar informação relacionada com os
84 80,2 86 93,8
estudos
Procurar informação sobre actividades na
17 16,4 22 23,9
minha localidade
Enviar ficheiros
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42 40,2 27 29,6
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15 14,2 9 10,1
com um programa de televisão
Interagir com a televisão
5 5,0 1 1,1
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26 24,5 14 15,7
Ver televisão ou filmes disponíveis na
21 19,9 6 6,1
internet

81
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Procurar informação relacionada com os
56 91,0 49 84,1 64 84,8
estudos
Procurar informação sobre actividades na
16 25,4 9 15,3 14 19,0
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8 12,5 4 7,5 14 18,9
internet

As mensagens spam não são uma preocupação para os jovens que utilizam o correio
electrónico. Destes, 47,1% declaram que não recebem mensagens spam e 14,1%
afirmam que as recebem mas o número de mensagens spam que recebem não chega
para os incomodar. Cerca de 10% dizem que recebem frequentemente muitas
mensagens spam e 5,2% dizem que recebem mesmo muitas dessas mensagens.

82
Tabela 51: Afirmação que descreve melhor a sua atitude acerca da recepção de correio electrónico
não solicitado

N %
Eu não recebo mensagens
spam de correio electrónico 92 47,1

Eu recebo mensagens spam


mas o número que recebo 28 14,1
não me incomoda
Eu recebo frequentemente
muitas mensagens spam 20 10,2

Eu recebo mesmo muitas


10 5,2
mensagens spam
Ns/nr 46 23,5
Total 196 100,0

Blogues

Não deixa de ser relevante, no que respeita à juventude portuguesa, o facto de apenas
40% saberem o que é um blogue. Note-se que entre os inquiridos online mais de metade
já fez um blogue e depreende-se que uma percentagem maior de inquiridos sabe que o é
um blogue e que já visitou blogues. Tal situação marca um contraste entre aqueles
familiarizados e socializados na internet e a população juvenil em geral. Verifica-se
ainda que há percentagem maior de jovens do sexo masculino que pelo menos sabem
que os blogues existem (45,5%) do que de raparigas (34,8%). Como seria de esperar há
uma maior percentagem de jovens inquiridos entre os mais velhos, a partir dos 13 anos,
que sabe o que é um blogue. Cerca de metade dos inquiridos mais velhos sabe da
existência da blogosfera em comparação com apenas 25,1% dos inquiridos dos 8 aos 12
anos.

Tabela 52: Sabe o que é um blogue

N %
Sim 111 40,3
Não 158 57,2
Ns/nr 7 2,5
Total 276 100,0

83
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 64 45,4 47 34,8
Não 72 51,1 86 63,6
Ns/nr 5 3,4 2 1,6
Total 141 100,0 135 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 27 25,1 35 50,5 49 49,7
Não 78 72,6 32 46,3 47 48,1
Ns/nr 3 2,3 2 3,2 2 2,3
Total 108 100,0 70 100,0 98 100,0

Dentro daqueles que sabem da existência dos blogues, apenas 20% mantém algum
blogue. No entanto, é curioso notar que entre estes inquiridos, há uma percentagem
ligeiramente mais elevada de jovens do sexo feminino que mantêm um blogue (22,1%)
em comparação com os rapazes (18,3%). Estes dados são assim coerentes com a
informação obtida online, o que permite concluir uma tendência para haver mais
raparigas a manter um blogue dentro do contexto português. Surpreendentemente, não
se verificam diferenças significativas entre os escalões etários no que respeita à
manutenção de um blogue. Seria de esperar que a percentagem de inquiridos que têm
um blogue na internet fosse maior entre os jovens mais velhos. Pelo contrário, verifica-
se até uma percentagem ligeiramente superior de inquiridos mais novos que mantêm um
blogue, embora essa diferença seja muito pequena o que não permite tirar conclusões
quanto à diferenciação dos jovens em diferentes escalões etários.

Tabela 53: Mantém algum blogue

N %
Sim 22 20,0
Não 86 80,0
Total 108 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 11 18,3 10 22,1
Não 50 81,7 37 77,9
Total 61 100,0 47 100,0

84
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 6 21,9 6 19,1 10 19,5
Não 20 78,1 27 80,9 39 80,5
Total 26 100,0 33 100,0 49 100,0

Mais uma vez, dentro daqueles que sabe da existência dos blogues, apenas uma minoria
(21%) costuma navegar pela blogosfera. A percentagem daqueles que têm por hábito
navegar na blogosfera e daqueles que mantêm um blogue é praticamente idêntica, com
um diferença de apenas 1%. Isto poderá querer dizer que aqueles jovens que navegam
na blogosfera são os mesmo que mantêm um blogue. Esta hipótese é confirmada pelo
teste do qui-quadrado, que testa a relação entre a manutenção de um blogue e a
navegação pela blogosfera, cujo resultado foi estatisticamente significativo (para um
p<0,001). A medida de associação V de Cramer teve como resultado o valor de 0,41, o
que demonstra uma associação mediana mas relevante entre os dois factores.
De facto o blogue é um forma de interacção entre utilizadores da internet com as suas
características próprias. O processo passa em colocar textos, impressões ou descrições
da vida quotidiana que são expostos online e passíveis de serem comentados por outros
utilizadores. Entre os sexos são se verificam grandes diferenças mas curiosamente é há
uma percentagem um pouco mais elevada de inquiridos dos 8 aos 12 anos que têm por
hábito navegar na blogosfera (24,8%) em comparação com os jovens dos 13 aos 15 anos
(22%) e dos 16 aos 18 anos (18,4%).

Tabela 54: Costuma navegar pela blogosfera

N %
Sim 23 21,0
Não 85 79,0
Total 108 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 13 21,9 9 20,0
Não 48 78,1 38 80,0
Total 61 100,0 47 100,0

85
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 6 24,8 7 22,0 9 18,4
Não 20 75,2 26 78,0 40 81,6
Total 26 100,0 33 100,0 49 100,0

Pouco mais de um quarto dos jovens costuma interagir com blogues. Mais uma vez,
verificam-se percentagens semelhantes entre aqueles que têm por hábito interagir com
blogues, aqueles que costumam navegar na blogosfera e aqueles que mantêm um
blogue, o que indicia que estas actividades estão todas correlacionadas. Tal situação é
confirmada pelos testes do qui-quadrado efectuados, que relacionaram estas variáveis,
cujo resultado foi sempre estatisticamente significativo (.para um p<0,001). A medida
de associação V de Cramer entre manter um blogue e interagir com blogues foi de 0,58
e entre navegar na blogosfera e interagir com blogues foi de 0,42, que indicia
associações médias, mas bastante relevantes, entre as variáveis.
Observa-se ainda uma percentagem ligeiramente superior de raparigas que interagem
com blogues (28,5%), embora não seja muito discrepante da verificada entre os rapazes
(25,7%). Além disso, verifica-se que há uma maior percentagem de jovens dos 13 aos
15 anos que interage com blogues (34,1%), em comparação com 26,1% de jovens dos
16 aos 18 anos e com 19,4% de inquiridos dos 8 aos 12 anos. A quase totalidade dos
jovens (95,7%) tem apenas um blogue a funcionar.

Tabela 55: Costuma interagir com blogues

N %
Sim 29 26,9
Não 79 73,1
Total 108 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 16 25,7 13 28,5
Não 45 74,3 34 71,5
Total 61 100,0 47 100,0

86
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 5 19,4 11 34,1 13 26,1
Não 21 80,6 22 65,9 36 73,9
Total 26 100,0 33 100,0 49 100,0

Tabela 56: Quantos têm a funcionar

N %
Um 21 95,7
Entre dois e quatro 1 4,3
Total 22 100,0

Perto de 30% dos jovens actualiza o seu blogue diariamente ou várias vezes por semana,
mas a maioria actualiza o blogue uma vez por semana ou uma vez por mês. Observa-se
também que 38,3% dos jovens consulta outros blogues diariamente ou várias vezes por
semana. Contudo, a maioria apenas o faz uma vez por semana ou com ainda menos
frequência.

Tabela 57: Actualiza-o(s) com que frequência

N %
Diariamente 3 14,4
Duas a três vezes por semana 3 15,3
Uma vez por semana 7 30,8
Uma vez por mês 4 20,0
Ns/nr 4 19,4
Total 22 100,0

Tabela 58: Com que frequência consulta outros blogues

N %
Diariamente 6 16,6
Duas a três vezes por semana 8 21,7
Uma vez por semana 9 22,9
Uma vez por mês 5 13,1
Menos de uma vez por mês 6 16,7
Ns/nr 3 8,9
Total 37 100,0

Entre os jovens que consultam blogues, o entretenimento aparece como o tema mais
relevante para 48,4% dos jovens na primeira opção e para 13,9% dos jovens na segunda
opção. O segundo tema mais popular é a vida pessoal de um círculo de pessoas restrito,

87
o preferido de 22,8% dos jovens na primeira opção e de 13,4% na segunda opção. Entre
as terceiras opções, torna-se mesmo o tema mais relevante, recolhendo 11,5% das
preferências. Os temas polémicos da actualidade são apenas relevantes uma minoria dos
jovens na primeira opção (2,9%), ganhando depois maior relevância como segunda
opção (8,8%) e em especial como terceira opção (10,4%) Os temas relativos a cultura e
comunicação também aparecem como pouco relevantes na primeira e na segunda
opções mas ganha maior relevância entre como terceira opção, chamando a atenção de
10,9% dos jovens.

Tabela 59: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 1º

N %
Cultura e comunicação 1 2,8
Entretenimento 19 48,4
Saúde 1 2,9
Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito 9 22,8
Temas polémicos da actualidade 1 2,9
Outro 3 7,3
Ns/nr 5 12,9
Total 39 100,0

Outro

N %
273 99,0
Aves 1 ,3
Informática 1 ,3
Poesia 1 ,4
Total 276 100,0

Tabela 60: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 2º

N %
Ambiente 4 11,2
Cultura e comunicação 2 4,7
Entretenimento 5 13,9
Saúde 1 2,8
Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito 5 13,4
Assuntos Profissionais 2 5,6
Temas polémicos da actualidade 3 8,8
Nenhum 2 4,7
Outro 1 2,6
Ns/nr 12 32,2
Total 39 100,0

88
Outro

N %
275 99,6
Música 1 ,4
Total 276 100,0

Tabela 61: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 3º

N %
Ambiente 2 5,8
Cultura e comunicação 4 10,9
Saúde 1 2,1
Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito 4 11,5
Temas polémicos da actualidade 4 10,4
Nenhum 4 10,8
Outro 1 2,8
Ns/nr 18 45,7
Total 39 100,0

Outro

N %
275 99,6
Namoro 1 ,4
Total 276 100,0

60,5% dos jovens declara que se informa habitualmente sobre os blogues a consultar
através de avisos de amigos, o que demonstra a importância dos círculos de amigos e
das relações pessoais fora da internet. Apenas 16,4% dos jovens chega a determinados
blogues através de pesquisas em motores de busca e uma percentagem ainda menor
(11,3%) pelos outros blogues que consultam.

Tabela 62: Como se informa habitualmente sobre os blogues a consultar:

N %
Através de avisos de amigos 23 60,5
Pelos outros blogues que consulto 4 11,3
Pesquiso em motores de busca 6 16,4
Ns/nr 5 11,8
Total 39 100,0

89
Uma percentagem significativa dos inquiridos (46%) que navegam na blogosfera,
consulta alguns blogues sobre opinião e não de notícias e 41,1% afirma que consultam
blogues relacionados com os mesmos temas. É relevante ainda a percentagem de
inquiridos que alguns blogues sobre informação repetida relativamente ao noticiado
através dos jornais, da rádio ou da televisão (31,7%) e de jovens que procuram nos
blogues mais uma tertúlia do que um local de notícias (29,9%). Perto de 20% dos jovens
internautas utiliza também alguns blogues para discutir o que se noticia na TV, rádio e
jornais. A consulta de blogues escritos por pessoas que já escrevem em jornais ou falam
em televisões, mantidos por professores do ensino secundário e universitários ou por
pessoas que já fazem política activamente na sua vida diária são menos frequentes.
30% dos jovens inquiridos acham ainda que alguns blogues são quase sempre pouco
credíveis. Contudo, apenas 27,2% dos jovens têm uma postura crítica perante a
informação que obtêm na blogosfera e têm o cuidado de cruzar a com outras fontes de
informação.

Tabela 63: Os blogues que consulta são:

Nenhuns (%) Poucos (%) Alguns (%) Todos (%) Ns/nr (%)
Quase sempre escritos
por pessoas que já
41,2 15,7 13,3 _ 29,8
escrevem em jornais ou
falam em televisões
Quase sempre mantidos
por professores do ensino 41,0 20,2 7,8 _ 30,9
secundário e universitários
Quase sempre mantidos
por pessoas que já fazem
51,6 14,8 13,1 _ 20,4
política activamente na
sua vida diária
Quase sempre informação
repetida relativamente às
notícias que leio nos 32,1 10,0 31,7 _ 26,1
jornais, ouço na rádio ou
vejo na televisão
Quase sempre de opinião
13,3 10,3 46,0 8,3 22,1
e não de notícias
Quase sempre sobre os
22,7 15,8 41,1 _ 20,4
mesmos temas
Quase sempre para
discutir o que se noticia na 41,3 15,8 19,9 _ 23,0
TV, rádio e jornais
Quase sempre mais uma
tertúlia do que um local de 19,1 19,5 29,9 11,0 20,4
notícias
Quase sempre pouco
26,8 12,8 30,0 _ 30,5
credíveis

90
Tabela 64: Tem o cuidado de cruzar com outras fontes a informação que consta dum blogue

N %
Sim 10 27,2
Não 21 54,7
Ns/nr 7 18,2
Total 39 100,0

Ainda no que respeita à consulta dos blogues, a necessidade de procurar informação


sobre um determinado tema é o motivo mais citado pelos jovens, nomeadamente, por
36,9% dos jovens inquiridos. Em segundo lugar, aparece a curiosidade sobre uma
matéria que surgiu na actualidade, e que é um motivo adiantado por 15,1%. Apenas uma
pequena minoria, 5,1% dos jovens inquiridos, declara que o principal motivo porque
consultam um blogue é porque necessitam de mais informação sobre uma
personalidade.

Tabela 65: Principal motivo porque consulta um blogue:

N %
Porque quero saber mais sobre uma
6 15,7
matéria que surgiu na actualidade
Porque necessito de procurar informação
14 36,9
sobre um determinado tema
Porque necessito de mais informação
2 5,1
sobre uma personalidade

Outro motivo 8 21,0

Ns/nr 8 21,4

Outro Motivo

N %
268 97,1
Comentar e ver fotos
dos amigos 1 ,3
Curiosidade 2 ,8
Divertimento 1 ,4
Para entretenimento 1 ,3
Para passar tempo 1 ,4
Para saber dos meus
amigos 1 ,4
Pesquisar 1 ,4
Total 276 100,0

91
Serviço de mensagens instantâneas (IMPs)

Dentro daqueles que têm acesso à internet, 31,5% dos jovens utiliza algum serviço de
mensagens instantâneas (MSN Messenger, Yahoo Messenger, Sapo, etc.). Não se
verificam grandes discrepâncias entre os sexos, por outro lado, observa-se claramente
que os inquiridos mais velhos são os maiores utilizadores e a sua utilização decresce
entre os inquiridos mais novos. Apenas 18,3% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos declara
que utiliza serviços de mensagens instantâneas, entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos
essa percentagem sobe para os 33,1% e entre os mais velhos chega aos 41,1%.

Tabela 66: Utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (IMPs)

N %
Sim 63 31,5
Não 120 59,4
Não sabe do que se trata 14 6,9
Ns/nr 4 2,2
Total 201 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 32 30,0 31 33,2
Não 64 59,7 55 59,1
Não sabe do que se trata 9 8,1 5 5,5
Ns/nr 2 2,2 2 2,2
Total 108 100,0 94 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 12 18,3 20 33,1 32 41,1
Não 42 66,4 36 60,0 41 53,1
Não sabe do que se trata 9 13,8 1 1,7 4 5,3
Ns/nr 1 1,5 3 5,2 0 ,4
Total 64 100,0 61 100,0 77 100,0

Entre os utilizadores de serviços de mensagens instantâneas, 71,3% usa esses serviços


com frequência, isto é, diariamente ou duas a três vezes por semana, estando em
minoria os utilizadores esporádicos. Há mais utilizadores frequentes do sexo masculino
do que do sexo feminino, e entre aqueles 52,8% declara que utiliza IMP’s diariamente

92
em compara com 31,2% das raparigas. Como se verificou há uma menor percentagem
de inquiridos mais novos a utilizar IMP’s, mas estes poucos utilizadores mais novos são
utilizadores bastante frequentes desses serviços: 64,5% utiliza esses serviços
diariamente e os restantes utilizam duas a três vezes por semana. Ao contrário do que
acontece com a utilização simples dos serviços de mensagens instantâneas, a frequência
de utilização decresce entre os escalões mais velhos. Entre os inquiridos dos 13 aos 15
anos, 56,6% utiliza esses serviços diariamente e 17,5% utiliza-os duas a três vezes por
semana. Entre os inquiridos mais velhos essas percentagens decrescem para 24,9% e
34,1% respectivamente. Há, portanto, mais utilizadores entre os mais velhos mas são
utilizadores mais esporádicos, seguindo outros interesses e outras actividades.

Tabela 67: Utiliza-o com que frequência:

N %
Diariamente 27 42,2
Duas a três vezes por semana 18 29,1
Uma vez por semana 11 17,8
Uma vez por mês 3 5,1
Menos de uma vez por mês 4 5,8
Total 63 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Diariamente 17 52,8 10 31,2
Duas a três vezes por semana 9 27,7 10 30,6
Uma vez por semana 5 16,7 6 18,9
Uma vez por mês 1 2,9 2 7,3
Menos de uma vez por mês _ _ 4 11,9
Total 32 100,0 31 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Diariamente 8 64,5 11 56,6 8 24,9
Duas a três vezes por semana 4 35,5 4 17,5 11 34,1
Uma vez por semana _ _ 2 10,3 9 29,0
Uma vez por mês _ _ 1 6,2 2 6,2
Menos de uma vez por mês _ _ 2 9,4 2 5,8
Total 12 100,0 20 100,0 32 100,0

93
Praticamente todos os inquiridos falam com amigos (98,8%) e 30,7% fala com
familiares. É curioso constatar que nenhum dos inquiridos declarou falar com outras
pessoas. 71,4% dos jovens declara ainda que personaliza os seus IMP’s com fotos ou
imagens, sendo menos frequente a utilização de frases pessoais ou pensamentos (34,3%)
e a ainda menos colocar num mostrador do serviço as músicas em audição (10,6%).
Apenas uma pequena minoria (3,6%) declara não usar qualquer tipo de personalização.
54,2% dos jovens afirma que as personalizações servem para demonstrar o seu estado
de alma e 32,1% declaram que serve para afirmar uma causa ou uma ideia, sendo estes
os dois principais motivos das personalizações. 10,6% afirma ainda que as suas
personalizações servem para partilhar o estilo de música de que gostam e para 7,2%
para exibir um símbolo, um herói ou um role model.

Tabela 68: Com quem é que comunica, através desse serviço:

N %
Amigos 62 98,8
Familiares 19 30,7
Colegas de trabalho 4 6,5
Outras pessoas 0 0,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Amigos 31 97,7 31 100,0
Familiares 11 34,8 8 26,4
Colegas de trabalho 3 9,9 1 2,9

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Amigos 12 100,0 20 100,0 31 97,7
Familiares 4 38,4 3 16,2 12 37,0
Colegas de trabalho _ _ _ _ 4 12,9

94
Tabela 69: Tem os seus IMPs personalizados através de:

N %

Fotos ou imagens 45 71,4

Frases pessoais ou
22 34,3
pensamentos
Partilha de músicas em
7 10,6
audição
Não estão
2 3,6
personalizados

Outra forma 0 0,0

Ns/nr 2 3,4

Tabela 70: Essa personalização é útil para transmitir às pessoas com quem conversa:

N %

O seu estado de alma 34 54,2

Para afirmar uma


20 32,1
ideia/causa
Para exibir um
5 7,2
símbolo/herói/role model
Para partilhar o estilo de
7 10,6
música que gosta

Outras 2 2,5

Ns/nr 8 12,2

Dos utilizadores de IMP’s, 89,1% têm principalmente pessoas pertencentes ao grupo de


amigos nos seus contactos e apenas uma minoria possui principalmente contactos de
familiares, de colegas de trabalho ou da escola, ou grupos de amigos ou de familiares.
55,6% dos inquiridos gere os sinais de presença/ausência com frequência ou muita
frequência e apenas 14,9% não faz essa gestão.

95
Tabela 71: Na sua lista de contactos, tem principalmente pessoas que pertencem a que grupo:

N %

Grupo de amigos 56 89,1

Familiares 3 5,4
Colegas de
2 2,7
trabalho/escola
Grupo de
2 3,4
amigos/familiares
Outro 0 0,0
Ns/nr 1 1,2

Tabela 72: Com que frequência é que gere a sua presença/ausência utilizando os ícones que
indicam um dado estado de atenção

N %
Sempre 13 19,7
Muito frequentemente 12 19,3
Frequentemente 11 16,6
Às vezes 16 25,6
Não 9 14,9
Ns/nr 2 3,8
Total 63 100,0

Sem dúvida o principal motivo para a utilização dos IMP’s, adiantado por 74,1% dos
jovens internautas, é conversar com os amigos, colegas e conhecidos, sendo que os
outros motivos são adiantados sempre por uma minoria dos inquiridos. 31% dos jovens
utiliza ainda os IMP’s para combinar encontros e 23,5% dos jovens confessam mesmo
que utilizam esse serviço para passar o tempo ocupado a falar de coisas fúteis e sem
interesse. 17% dos jovens internautas aproveitam esses serviços para discutir temas ou
assuntos da actualidade e 16,1% para saber como está um amigo(a) que não vêm há
muito tempo. Pouco mais de um décimo dos jovens aproveita os IMP’s para trabalhar
ou estudar, combinar encontros com familiares, namorar ou estabelecer contactos
afectivos ou amorosos. 7,9% combina ainda encontros com o/a namorado/a.

96
Tabela 73: Três principais motivos porque utiliza os IMPs:

N %
Combinar encontros
com namorado/a,
5 7,9
marido/mulher,
companheiro/a, etc.
Combinar encontros
com os seus amigos, 20 31,0
colegas
Combinar encontros
7 11,4
com familiares
Conversar com os
amigos, colegas e 47 74,1
conhecidos
Namorar ou estabelecer
contactos 7 11,2
afectivos/amorosos

Trabalhar/estudar 8 12,8

Passar o tempo
ocupado a falar de
15 23,5
coisas fúteis e sem
interesse
Discutir temas/assuntos
11 17,0
da actualidade
Saber como está um
amigo(a) que não vê há 10 16,1
muito tempo

Outro motivo 1 1,2

Entre aqueles que usam serviço de mensagens instantâneas, 37% utiliza ainda sítios na
internet onde é possível criar uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses.
Verifica-se a tendência de haver uma maior fracção de internautas do sexo masculino
que procuram esses sítios. Na nossa amostra essa fracção atinge os 47% entre os rapazes
e é de apenas 26,7% entre as raparigas. É ainda curioso constatar que se verifica uma
maior percentagem de inquiridos mais novos que procuram esses sítios (54,1%), em
comparação com 35,5% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos e 29,5% dos inquiridos dos
13 aos 15 anos.

Tabela 74: Utiliza sites na internet onde cria uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses
(Social Online Environment)

N %
Sim 23 37,0
Não 32 50,1
Não sabe do que se trata 7 11,7
Ns/nr 1 1,2
Total 63 100,0

97
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 15 47,0 8 26,7
Não 16 49,6 16 50,6
Não sabe do que se trata 1 3,5 6 20,3
Ns/nr 1 2,4
Total 32 100,0 31 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 6 54,1 6 29,5 11 35,5
Não 3 28,8 11 54,9 17 54,8
Não sabe do que se trata 2 17,1 2 11,9 3 9,7
Ns/nr 1 3,8
Total 12 100,0 20 100,0 32 100,0

Entre os jovens que procuram sítios onde criam uma rede de amigos, colegas ou de
grupos de interesse, cerca de metade frequenta-os com frequência, isto é, diariamente ou
duas a três vezes por semana. A fracção de jovens que afirmam utilizar esses sítios uma
vez por semana é de 14,1%, e 35,6% utiliza esses sítios de uma forma mais esporádica,
isto é, uma vez por mês ou menos.

Tabela 75: Utiliza-os com que frequência

N %
Diariamente 7 28,5
Duas a três vezes por semana 5 21,9
Uma vez por semana 3 14,1
Uma vez por mês 3 14,0
Menos de uma vez por mês 5 21,6
Total 23 100,0

Os amigos são o principal motivo e o principal contacto para 95,2% dos jovens, no que
respeita a sítios onde os jovens criam uma rede de amigos, colegas ou de grupos de
interesse. É interessante verificar que 26,3% dos jovens internautas declara ainda que
interage com desconhecidos nesses sítios, uma fracção maior do que a de jovens que
interagem com colegas (21,7%) e significativamente mais elevada do que a de jovens
que interagem com familiares (6,5%).

98
Tabela 76: Através desses sites, interage principalmente com:

N %

Amigos 22 95,2

Colegas de
5 21,7
trabalho/escola

Familiares 2 6,5

Desconhecidos 6 26,3

Todas as hipóteses
0 0,0
referidas
Nenhuma das hipóteses
0 0,0
referidas

Nos últimos anos tem-se assistido à emergência de serviços de Voice Over IP ou VOIP,
que têm tentado impor-se como uma alternativa ao telefone. Mesmo dentro daquele
grupo de jovens que comunica na internet, apenas 19,3% utiliza os serviços de VOIP.
Verifica-se ainda que os internautas do sexo masculino são os maiores utilizadores visto
que 31,1% utiliza algum serviço de VOIP em comparação com 7,2% das raparigas.
Curiosamente, na nossa amostra observa-se uma maior percentagem de inquiridos mais
novos que utilizam serviços de VOIP (36,8%), enquanto que apenas 18% dos inquiridos
dos 16 aos 18 anos e 11,2% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos declaram que utilizam
esses serviços. Contudo, o número de casos nos vários escalões etários é reduzido, o que
não nos permite fazer extrapolações para a população portuguesa.

Tabela 77: Utiliza algum serviço de Voice Over IP (VOIP)

N %
Sim 12 19,3
Não 42 66,0
Não sabe do que se trata 8 12,1
Ns/nr 2 2,5
Total 63 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 10 31,1 2 7,2
Não 20 62,8 22 69,4
Não sabe do que se trata 1 3,5 7 21,0
Ns/nr 1 2,7 1 2,4
Total 32 100,0 31 100,0

99
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 4 36,8 2 11,2 6 18,0
Não 4 30,0 15 72,5 24 75,2
Não sabe do que se trata 3 25,9 3 12,5 2 6,8
Ns/nr 1 7,3 1 3,8
Total 12 100,0 20 100,0 32 100,0

Observa-se ainda que a compra de produtos ou serviços através da internet é ainda


muito rara entre os jovens portugueses, visto que num mês típico, 92,8% dos jovens
internautas declara que não faz qualquer compra. Para mais saliente-se o controlo
paternal a este respeito, ainda para mais envolvendo a utilização do cartão de crédito.
Acrescente-se ainda a desconfiança que o pagamento do cartão de crédito através da
internet pode gerar tanto em pais como em filhos. Os dados demonstram que apenas
9,3% estão pelo menos algo preocupados com a segurança da informação do cartão de
crédito, mas uma percentagem maior de jovens (16,5%) diz não ter preocupações a esse
respeito. Contudo, 52,7% dos jovens declara que não tem cartão de crédito, portanto,
não têm autonomia para proceder a compras. Para além disso, a utilização do cartão de
crédito, em especial na internet, é rara entre os jovens pelo que a segurança do mesmo
não faz parte do seu leque de preocupações. Verifica-se ainda que as compras através da
internet, para além de raras, ainda não causam impactos no volume de compras nas lojas
tradicionais.

Tabela 78: Num mês típico, quantas vezes compra produtos ou serviços através da internet

N %
0 72 92,8
2 2 2,3
5 1 1,0
NS/NR 3 4,0
Total 77 100,0

100
Tabela 79: Acha que as suas compras através da internet ... em relação às compras de produtos e
serviços semelhantes nas lojas habituais

N %
Sim, reduziram alguma coisa 1 1,5

Não, mantiveram-se iguais 27 34,6

Ns/nr 36 46,3
Não se aplica 14 17,6

Total 77 100,0

Tabela 80: Até que ponto é que se sente preocupado(a) com a segurança da informação do seu
cartão de crédito quando o utiliza para comprar ou pagar alguma coisa na internet

N %
Nada preocupado(a) 13 16,5
Algo preocupado(a) 4 5,2
Muito preocupado(a) 1 1,0
Extremamente preocupado(a) 2 3,1
Não tem cartão de crédito 41 52,7
Ns/nr 13 16,4
Não se aplica 4 5,2
Total 77 100,0

Verifica-se que é ainda muito rara a utilização do sítio na internet do banco onde os
jovens têm uma conta bancária. Dentro daqueles que responderam, já a utilização das
caixas de Multibanco vai tornando-se uma prática um pouco mais comum entre os
jovens, em especial, entre os mais velhos dos 16 aos 18 anos.

Tabela 81: Costuma utilizar o site na internet do seu banco

N %
Sim 1 1,8
Não 74 96,3
Ns/nr 1 1,9
Total 77 100,0

Tabela 82: Costuma utilizar caixas Multibanco

N %
Sim 52 34,0
Não 94 61,9
Ns/nr 6 4,1
Total 151 100,0

101
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 28 34,9 24 33,2
Não 47 59,1 47 65,0
Ns/nr 5 6,1 1 1,9
Total 79 100,0 72 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 1 2,3 _ _ 51 51,5
Não 38 86,3 8 87,8 48 48,5
Ns/nr 5 11,4 1 12,2
Total 44 100,0 9 100,0 98 100,0

A operação mais comum no multibanco para 97,3% é consultar saldos e movimentos,


de seguida encontra-se efectuar pagamentos de serviços, uma operação habitual para
42,2% dos jovens e 21,4% declara que costuma consultar informações sobre as contas
bancárias (NIB, IBAN, etc.)., apenas uma pequena minoria (pouco acima dos 3%)
efectua transferências interbancárias ou entre contas do mesmo banco.

Tabela 83: Diga-me, por favor, se costuma realizar as seguintes operações:

N %
Consultar saldos e
50 97,3
movimentos
Consultar informações
sobre as contas 11 21,4
bancárias (NIB, IBAN)
Efectuar pagamentos de
22 42,2
serviços
Efectuar transferências
entre contas do mesmo 2 3,2
banco
Efectuar transferências
2 3,5
interbancárias
Pagar impostos e/ou
0 0,0
segurança social

Activar a via verde 0 0,0

Contactar o seu gestor


de conta por correio 0 0,0
electrónico
Fazer aplicações
financeiras (fundos de
0 0,0
investimento, PPR,
PPH, PPA)

Nenhuma 0 0,0

102
Entre os jovens são muito raras as actividades que têm a ver com compras ou
pagamento de serviços online, com reservas de viagens ou alojamento, com serviços de
home-banking ou investimentos. A actividade mais comum, mas ainda assim reservada
para apenas uma pequena fracção dos jovens (13%), é pesquisar informação sobre um
determinado produto.

Tabela 84: Com que frequência utiliza a internet para:


Menos do que
Uma vez por Uma vez por
Nunca (%) uma vez por Ns/nr (%)
mês (%) semana (%)
mês (%)
Pesquisar informação
sobre um determinado 80,9 4,6 4,4 4,0 6,1
produto

Comprar online 92,7 ,6 ,6 _ 6,1

Fazer reservas de
92,4 1,0 _ _ 6,5
viagens/alojamentos

Pagar contas 90,9 1,0 1,5 _ 6,5

Usar os serviços de
92,9 _ ,6 _ 6,5
home-banking
Investir em
92,9 _ ,6 _ 6,5
acções/fundos, etc.

Dentro daqueles que não têm internet, a grande maioria (78,3%) sabe o que é a internet,
contudo, um quinto dos jovens portugueses não sabe o que é mas já ouviu falar. Neste
campo, uma fracção um pouco maior de jovens do sexo masculino (82,8%) está mais
informada, em comparação com 74,6% das raparigas. Claramente, os inquiridos mais
velhos, entre os 16 e os 18 anos (93,2%) e entre os 13 e os 15 anos (90,7%) são os que
estão mais informados visto que entre os mais novos a percentagem daqueles que sabem
o que é a internet decresce para 68,6%.

Tabela 85: Conhece ou já ouviu falar da internet

N %
Sim, sabe o que é 58 78,3
Não sabe o que é
mas já ouviu falar 15 20,6
Ns/nr 1 1,2
Total 74 100,0

103
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim, sabe o que é 28 82,8 31 74,6
Não sabe o que é
mas já ouviu falar 5 14,6 10 25,4
Ns/nr 1 2,6
Total 33 100,0 41 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, sabe o que é 30 68,6 8 90,7 20 93,2
Não sabe o que é
mas já ouviu falar 14 31,4 1 6,8
Ns/nr 1 9,3
Total 44 100,0 9 100,0 21 100,0

Para 54,9% dos jovens , a principal razão adiantada para não usarem a internet, é porque
não dispõem de um computador. 13,4% dos jovens adiantam ainda que não usam a
internet porque é muito caro e 12,9% declaram mesmo que não têm interesse na sua
utilização. 8,3% afirmam que não têm nenhuma ligação de acesso à internet. Apenas
uma pequena minoria dos jovens adianta o motivo de não ter tempo para se dedicar a
navegar online e apenas 1,4% não vê utilidade na internet ou não sabe sequer para que
serve.
Tabela 86: Principal razão porque não usa a internet:

N %
Porque não tem
10 12,9
interesse
Porque não tem
utilidade /não sabe para 1 1,4
que serve
Porque não tem
41 54,9
computador
Porque não tem
nenhuma ligação de 6 8,3
acesso à internet
Porque é muito caro 10 13,4
Porque não tem tempo
para se dedicar/ é 2 3,0
demasiado ocupado
Porque é muito lento 0 0,0
Porque se podem
introduzir vírus 0 0,0
perigosos
Por outro motivo 0 0,0
Ns/nr 3 3,9

104
Só uma pequena fracção dos jovens inquiridos acha que não virá a utilizar a internet.
Um pouco mais de metade dos jovens acha que irá, sem dúvida, utilizar a internet mais
tarde enquanto que 34,9% é mais reticente. Verifica-se uma percentagem próxima dos
60% de rapazes que têm a convicção de que virão a utilizar a internet, sendo que essa
percentagem decresce para 45,3% entre as jovens do sexo feminino. Contudo,
contabilizando em conjunto aqueles que estão convictos e aqueles que estão em dúvida,
rapazes e raparigas estão mais ou menos em pé de igualdade, havendo até uma ligeira
vantagem das raparigas. Na comparação entre escalões etários, considerando também o
conjunto dos inquiridos que acham que irão utilizar a internet, não há grandes diferenças
entre os inquiridos mais novos e os mais velhos. Contudo, verifica-se uma fracção
menor de inquiridos que pensam em vir a utilizar a internet, entre os jovens dos 13 aos
15 anos, mas como o número de casos é aqui reduzido, tal não permite tirar grandes
conclusões.

Tabela 87: Acha que um dia virá a utilizar a internet

N %
Sim, sem dúvida 38 51,4
Sim, talvez 26 34,9
Não 5 7,4
Ns/nr 5 6,3
Total 74 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim, sem dúvida 20 59,0 19 45,3
Sim, talvez 8 24,3 18 43,4
Não 3 9,0 2 6,1
Ns/nr 3 7,7 2 5,3
Total 33 100,0 41 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, sem dúvida 23 51,6 3 35,9 12 57,8
Sim, talvez 18 39,7 2 22,1 6 30,3
Não 1 2,3 2 21,4 2 11,9
Ns/nr 3 6,4 2 20,6
Total 44 100,0 9 100,0 21 100,0

105
Dentro daqueles jovens que não utilizam a internet, apenas uma minoria (13,6%) pediu
ou recebeu, pelo menos uma vez, de algum familiar, amigo ou conhecido alguma
informação ou documentação que tenha sido retirada da internet.

Tabela 88: Pediu ou recebeu de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação ou
documentação que tenha sido retirada da internet

N %
Sim, mais que uma vez 8 11,3
Sim, apenas uma vez 2 2,3
Nunca 49 65,4
Ns/nr 16 21,0
Total 74 100,0

43,3% é da opinião que a internet não influenciou os seus contactos com os amigos e
uma percentagem ligeiramente superior de jovens (44,8%) comunga da opinião de que
os contactos com os amigos aumentaram ou aumentaram fortemente. 27,2% dos jovens
acham que os contactos com pessoas com quem partilham hobbies e outras actividades
recreativas aumentaram, em contraste com 12% que declaram terem diminuído os
contactos. Entre os poucos jovens que trabalham, também mais jovens a declararem que
aumentara ou aumentaram fortemente os contactos com pessoas da mesma profissão
21,8% e apenas 3,8% afirma que esses contactos diminuíram. Verifica-se também que
há uma maior percentagem de jovens inquiridos a dizerem que os contactos com
familiares aumentaram (19,5%), do que a fracção de jovens que afirmam que os
contactos familiares diminuíram (12,4%).
Inversamente, 24,8% dos jovens adianta que os contactos com pessoas com quem
partilham interesses políticos diminuíram ou diminuíram fortemente e apenas 3,9%
afirma que esses contactos aumentaram. Também se verifica uma maior percentagem de
jovens a afirmarem que os contactos com pessoas com interesses totalmente diferentes
dos seus diminuíram ou diminuíram fortemente (19,9%) do que de jovens que declaram
que esses contactos aumentaram (9,7%). Por fim, 18,3% dos jovens afirmam ainda que
o contacto com pessoas com quem partilham a mesma religião diminuiu ou diminuiu
fortemente, sendo que apenas 6,7% dos jovens dizem que esse tipo de contactos
aumentou. É, no entanto, de sublinhar que a grande tendência é para os jovens acharem
que os vários tipos de contactos nem aumentaram nem diminuíram.

106
Tabela 89: Até que ponto o uso da internet influenciou os seus contactos com:
Nem
Diminuiu Aumentou
Diminuiu aumentou Aumentou Ns/nr
fortemente fortemente
(%) nem diminui (%) (%)
(%) (%)
(%)
Pessoas com quem
partilha hobbies e outras _ 12,0 50,7 26,6 ,6 10,2
actividades recreativas
Pessoas com quem
partilha interesses 5,1 19,0 43,0 3,9 _ 29,0
políticos
Pessoas com quem
partilha a mesma 7,5 10,8 44,8 6,7 _ 30,1
religião

Familiares _ 12,3 56,7 16,1 3,4 11,5

Amigos _ 1,0 43,3 31,9 12,9 10,8

Pessoas com interesses


totalmente diferentes 6,2 13,7 55,6 7,5 2,2 14,8
dos seus
Pessoas da sua
_ 3,8 39,8 17,7 4,1 34,6
profissão

Há uma maior fracção de jovens (19,5%), cuja percepção é que, depois de começarem a
utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar acham que passam
menos tempo com elas, em comparação com uma minoria de 2,8% que têm a percepção
de que as pessoas do seu agregado familiar acham que os inquiridos passam mais tempo
com elas. Todavia, a tendência é para os jovens afirmarem que as pessoas do seu
agregado familiar acham que eles passam o mesmo tempo com a família, depois de
terem começado a utilizar a internet dentro de casa.

Tabela 90: Depois de começar a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar
acham que passam mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo consigo

N %
Mais tempo 2 2,8
O mesmo tempo 21 27,9
Menos tempo 15 19,5
Não se aplica/vive sozinho 34 43,9
Ns/nr 5 5,9
Total 77 100,0

Dentro daqueles que têm computador em casa, 87% dos jovens declaram que a
utilização do computador é partilhada com outros membros da família que utilizam o
mesmo computador. Não se verificam diferenças de registo entre os sexos. Na
comparação entre escalões etários, verifica-se uma tendência, entre os inquiridos dos 16

107
aos 18 anos, para a diminuição da percentagem de jovens que partilham o seu
computador com outros familiares, que decresce assim para os 79,8% em comparação
com 92,1% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos e com 90,5% dos inquiridos dos 8 aos 12
anos.

Tabela 91: Existem outros membros da família que utilizam o mesmo computador

N %
Sim 86 87,0
Não 12 11,9
Ns/nr 1 1,1
Total 99 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 45 87,6 41 86,2
Não 5 10,2 6 13,8
Ns/nr 1 2,2
Total 52 100,0 47 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 30 90,5 27 92,1 30 79,8
Não 3 9,5 1 4,0 7 20,2
Ns/nr 1 3,9
Total 33 100,0 29 100,0 37 100,0

Uma grande maioria dos inquiridos usa habitualmente o Windows como sistema
operativo no seu computador pessoal. E 29,1% declara que utiliza aplicações e/ou
programas informáticos produzidos através do software livre. Verifica-se que são os
rapazes que mais tendem a ter programas de software livre, visto que 38,1% dos jovens
do sexo masculino declaram ter esse tipo de software em comparação com 19,3% das
raparigas. Verifica-se também que entre os jovens com mais idade, a partir dos 13 anos,
há uma maior percentagem de inquiridos que utilizam programas de software livre, em
torno dos 34% e dos 35,5%, em comparação com 16,7% dos inquiridos dos 8 aos 12
anos.
Dentro dos inquiridos que utilizam aplicações em regime de software livre, uma maioria
de 76% utiliza aplicações de processamento de texto nesse regime. A segunda aplicação

108
em regime de software livre mais citada, por 38,1% dos jovens, é o browser de
navegação na internet e um terço dos inquiridos referem ainda que utilizam aplicações
de software livre do tipo folha de cálculo. Aplicações como gestores de correio
electrónico e de apresentações são um pouco menos populares, tendo sido citadas por
24,8% e 23,5% dos inquiridos, respectivamente.

Tabela 92: Qual é o sistema operativo que usa habitualmente no seu computador pessoal

N %
Windows 153 94,6
MacOS 1 ,5
Ns/nr 8 4,9
Total 161 100,0

Tabela 93: Utiliza habitualmente aplicações e/ou programas informáticos produzidos através de
software livre

N %
Sim 47 29,1
Não 85 53,0
Ns/nr 29 17,9
Total 161 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 32 38,1 15 19,3
Não 42 49,4 44 56,9
Ns/nr 11 12,5 18 23,8
Total 84 100,0 77 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 9 16,7 15 34,0 24 35,5
Não 29 56,5 20 45,6 37 55,0
Ns/nr 14 26,8 9 20,4 6 9,5
Total 51 100,0 43 100,0 67 100,0

109
Tabela 94: Qual a aplicação que utiliza em regime de software livre:

N %
Processador de texto 36 76,0
Folha de cálculo 15 33,0
Gestor de apresentações 11 23,5
Gestor de correio electrónico 12 24,8
Browser para acesso à internet 18 38,1

Outro software 4 8,9

Outro Software

N %
272 98,5
Gravar CD 1 ,4
PZP 3 1,2
Total 276 100,0

Uma maioria de 66,7% dos inquiridos assevera que utiliza o internet Explorer como o
browser que utiliza para aceder à internet e apenas uma minoria de 4,2% afirma que usa
o Mozzila Firefox, contudo, cerca de um quarto dos inquiridos que utilizam a internet
não sabem ou não responderam à pergunta sobre que browsers utilizam.

Tabela 95: Qual o browser que tem neste momento instalado no seu computador principal e que
utiliza para aceder à internet:

N %
Internet Explorer 99 66,7
Mozzila Firefox 6 4,2

Outro 0 0,0
Ns/nr 38 25,3

Cerca de metade dos inquiridos afirma que o software para processar textos que utiliza
veio com o computador. Apenas 13,9% afirma que o adquiriu numa loja e 6,4% admite
que foi uma cópia que alguém lhe arranjou. Contudo, uma parte apreciável dos jovens
não sabe como foi adquirido e 6,9% não responde.

110
Tabela 96: Como é que adquiriu para o seu computador pessoal o último software para processar/
escrever textos

N %
Adquirido numa loja 22 13,9
Veio com o computador 81 50,4
Foi uma cópia que alguém lhe arranjou 10 6,4
Não se aplica 2 1,4
Não sabe 34 21,0
Não responde 11 6,9
Total 161 100,0

Apenas uma pequena minoria dos jovens (5,3%) possui um computador portátil e
também uma minoria dos jovens (6,9%) utilizam a internet através de equipamentos
com acesso sem fios através do telemóvel ou do computador portátil. Dentro dos que
utilizam esses equipamentos perto de um terço, utiliza tecnologias de acesso sem fios
em deslocações e 29,3%, curiosamente, usa essas tecnologias em casa. Mais de metade
dos inquiridos é da opinião que está mais tempo ligado à internet e que incorporou mais
a utilização da internet como rotina diária (57,7% e 53,1% respectivamente).

Tabela 97: O computador que possui é portátil

N %
Sim 15 5,3
Não 254 92,0
Ns/nr 8 2,8
Total 276 100,0

Tabela 98: Utiliza a internet através de equipamentos com acesso sem fios (wireless ou wi-fi),
através do telemóvel ou computador portátil

N %
Sim 14 6,9
Não 174 86,3
Não sabe do que se trata 9 4,6
Ns/nr 4 2,2
Total 201 100,0

111
Tabela 99: Em que local é que utiliza mais frequentemente as tecnologias de acesso sem fios
(wireless)

N %
Em casa 4 29,3
Na escola/universidade 1 6,6
Em deslocações 5 32,7
Ns/nr 4 31,4
Total 14 100,0

Tabela 100: Desde que utiliza as tecnologias de acesso sem fios (wireless), acha que:

N %
Trabalha mais tempo do que antes 2 14,5
Está mais tempo ligado à internet 8 57,7
Incorporou mais a utilização da
7 53,1
internet como uma rotina diária
Total 14 100,0

A maior parte dos jovens (71%) ainda não aproveitou a possibilidade de aceder a
serviços grátis de acesso à internet em espaços públicos. 12,1% afirmam que utilizam
esses serviços sempre que podem e cerca de 10% dos inquiridos já utilizaram, mas
apenas uma vez como experiência. 4,6% não tem conhecimento sobre esses serviços.

Tabela 101: Já utilizou acessos grátis à internet fornecidos em espaços públicos


(MCDonalds/hotéis)

N %
Sim, utilizo sempre que posso 24 12,1
Sim, já utilizei mas foi apenas para
experimentar 20 9,9
Não, nunca utilizei 143 71,0
Não sabe do que se trata 9 4,6
Ns/nr 5 2,4
Total 201 100,0

Os dados dos dois inquéritos aplicados relevam dois tipos de perfis quanto ao acesso à
internet e às práticas mediáticas associadas. Os respondentes online correspondem a um
tipo jovens que demonstram uma maior familiarização com as novas tecnologias da
informação e comunicação visto que 90% possuem ligação à internet em casa, que é o
local privilegiado de utilização da rede para estes adolescentes. Quanto ao inquérito
presencial aplicado a nível nacional, fracções significativas de jovens evidenciam
menos competências e conhecimentos no que respeita à utilização da internet, para além

112
de haver um segmento importante sem acesso à internet em casa e sem acesso a um
computador. Como uma parte da população juvenil portuguesa não tem acesso à rede no
seu lar, a escola torna-se um local com uma importância estratégica quanto ao
desenvolvimento e promoção da info-literacia de sectores da população jovem. De
facto, metade dos respondentes do inquérito nacional começaram a utilizar na escola, o
que vem reforçar o importante papel da escola no combate à info-exclusão dos jovens
portugueses, dando a oportunidade de estes se familiarizarem com as novas tecnologias.
As actividades mais frequentes entre os jovens internautas são receber mensagens de
correio electrónico, consultar bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede ou
procurar informação relacionada com os estudos. Navegar pela internet sem objectivos
concretos e jogar online ou outras actividades que se prendem com as relações sociais
dos jovens como participar em chats, comunidades virtuais ou newsgroups, combinar ou
marcar saídas com os amigos ou contactar os amigos na rede quando estão desanimados
são igualmente relevantes.
A utilização da internet por parte dos jovens tem provocado um certo desassossego em
parte dos pais e educadores que receiam o isolamento social dos adolescentes. Todavia,
de um modo geral, uma das principais utilizações sociais da rede é a interacção e
comunicação, ainda que mediada, com os pares da escola ou de outros contextos sociais,
seja através de serviços de mensagens instantâneas como o Messenger, chats, fóruns,
grupos de interesse ou da utilização de sítios na internet onde é possível criar uma rede
de amigos. Através da comunicação mediada por computador combinam-se encontros,
fala-se da escola, do dia-a-dia, ou seja, essa comunicação mediada não deixa de revelar
formas de interacção entre o que se passa online e offline. A comunicação mediada por
computador pode constituir igualmente uma forma de apresentação da identidade
juvenil, que é feita muitas vezes através de personalizações. Essas personalizações
servem na maior parte dos casos para demonstrar o estado de alma, uma causa ou ideia,
que os jovens exprimem através de fotos ou imagens, de mensagens com citações
favoritas, frases pessoais, pensamentos ou pela indicação da músicas que estão a ouvir
no momento. Tem-se assistido à emergência de novas possibilidades de expressão e
também de interacção através da criação de páginas Web ou de blogues. Todavia, há
uma clara clivagem entre os inquiridos face-a-face a nível nacional e os respondentes
online que estão mais habituados a navegar ou interagir na blogosfera. Em suma, os dois
públicos diferenciam quanto ao acesso à internet e quanto ao próprio conhecimento das
possibilidades que a internet proporciona.

113
Os respondentes online são igualmente os que fazem o maior uso de novas ferramentas
pedagógicas, como enciclopédias multimédia, software de processamento de texto,
busca de informação útil em páginas na rede. Além disso, de um modo geral,
começaram a utilizar a internet a partir dos 10 ou 11 anos e será de prever que a idade
média em que os internautas começam a utilizar diminua ainda mais no futuro. As
actividades mais frequentes entre os jovens respondentes online são visitar páginas
Web, comunicar num chat ou no Messenger ou ler o seu correio electrónico. Mas, para
além dessas actividades, jogar online e efectuar descarregamentos de música, software
ou filmes são práticas igualmente relevantes. Quanto aos conteúdos que procuram na
rede, nos mais significativos incluem conteúdos relacionados com música, jogos,
informações desportivas e relacionadas com software e informática.
A utilização da internet é, hoje em dia, uma prática essencialmente individualizada,
mas, quando é partilhada pelos jovens, a preferência recai no convívio com os amigos
ou amigas. A presença da família é menos vincada e em alguns casos circunscreve-se a
práticas de vigilância e controlo por parte dos pais. Porém, também se verificam
fracções apreciáveis de jovens internautas que partilham a ligação da internet com os
irmãos e com os pais. Em agregados familiares onde a utilização da internet é comum
entre vários membros do agregado familiar podem caracterizar-se pelo seu elevado
capital cultural no que respeita à utilização das novas tecnologias. Todavia, de um modo
geral, muitos dos jovens e adolescentes têm de explorar por sua iniciativa própria como
utilizar as novas tecnologias.

114
Capítulo 5: Padrões de oportunidades e riscos na rede.
Representações da utilidade e níveis de confiança nas
TIC

Com a internet e as possibilidades das comunicações em rede os jovens estão expostos a


uma séries de oportunidades mas também a actividades de risco. No que respeita aos
jovens e às crianças é necessário tem em conta especiais precauções no que respeita à
protecção dos dados, a uma possível viciação na exposição à internet e aos jogos, na
exposição a mensagens abusivas ou obscenas. Deste modo é necessário dotar os jovens
de determinadas competências para evitar todo um conjunto de riscos e saber tirar
proveito das oportunidades que a internet poderá oferecer, sendo fundamental o papel
de educadores, familiares e dos próprios pares. Contudo, é certo que não vivemos em
condições ideias e mesmo o papel de pais e educadores poderá ser inapropriado por
defeito devido à sua falta de socialização e conhecimento do funcionamento das novas
tecnologias. Neste contexto, não será contudo de menosprezar o espírito crítico e o
desenvolvimento de competências pela iniciativa própria dos mais novos que se vão
socializando nas novas tecnologias da comunicação.

Inquérito online

Como se pode ver em baixo a larga maioria dos jovens inquiridos online (89,8%) tem
sistemas de protecção instalados no computador. Pertence, portanto, ao senso comum a
utilização destes sistemas para uma melhor protecção dos dados do computador e para a
protecção dos próprios jovens, através de filtros de conteúdos. Seria ainda interessante
perceber como, no que respeita aos filtros de conteúdos, se processa a negociação entre
jovens e os seus pais e educadores, nos ditos e interditos no que respeita ao acesso de
determinados conteúdos online.

115
Tabela 102: Tens algum sistema de protecção instalado quando navegas na internet (anti-vírus,
filtro de conteúdos)?

N %
Sim 971 89,8
Não 54 5,0
Não sabe/não responde 56 5,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 563 91,2 408 87,9
Não 31 5,0 23 5,0
Não sabe/não responde 23 3,7 33 7,1

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 105 87,5 327 90,6 539 89,8
Não 3 2,5 12 3,3 39 6,5
Não sabe/não responde 12 10,0 22 6,1 22 3,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

É interessante verificar que mais de metade dos jovens (58%) afirmam que conhecem
alguém que esteja totalmente viciado na internet, independentemente do sexo. Quanto
às diferenças entre escalões etários é de notar que a uma maior percentagem de
inquiridos mais velhos, em especial, dos 13 aos 15 anos (61,5%), a declararem que
conhecem outras pessoas viciadas na internet, em comparação com 41,7% dos
inquiridos dos 9 aos 12 anos.

Tabela 103: Conheces alguém que esteja totalmente agarrado à internet?

N %
Sim 627 58,0
Não 380 35,2
Não sabe/não responde 74 6,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 354 57,4 273 58,8
Não 231 37,4 149 32,1
Não sabe/não responde 32 5,2 42 9,1

116
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 50 41,7 222 61,5 355 59,2
Não 49 40,8 118 32,7 213 35,5
Não sabe/não responde 21 17,5 21 5,8 32 5,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Existe um largo consenso entre os jovens ( para 87,2% dos internautas) de que a internet
é algo muito útil e 36,7% acho mesmo que é algo imprescindível, sendo que apenas
9,1% acha que é um capricho. Verifica-se uma ligeira tendência para os rapazes
acharem que a internet é algo imprescindível (38,7% em comparação com 34,1% das
raparigas). Observa-se ainda a tendência para haver uma maior percentagem de
inquiridos mais velhos a acharem que a internet é algo de muito útil ou mesmo
imprescindível.
26,4% dos jovens internautas é da opinião de que a internet é algo que pode provocar
habituação e 12,9% acham que é algo que pode mesmo provocar isolamento, deixando-
os de procurar os seus amigos. A questão sobre as capacidades de viciação da internet
tem sido aliás um elemento de preocupação de pais e educadores com alguma
ressonância na comunicação social e em alguma investigação científica.
Também são de assinalar críticas feitas à sociedade de consumo e à forma como o
mercado leva os consumidores a criarem novas necessidades. Contudo, os jovens
reconhecem a utilidade das novas tecnologias, embora, como vimos mais de um terço
ache que a internet é imprescindível. Mas os jovens não são elementos passivos, antes
são agentes em desenvolvimento enquanto indivíduos, e esse desenvolvimento inclui
elementos de reflexividade quanto às suas próprias práticas e às práticas dos outros. No
que respeita à utilização da internet, essa condição é tão verdadeira quanto ao resto das
suas actividades quotidianas e que por vezes é um pouco negligenciada nas perspectivas
sobre as relações geracionais. É ainda de acrescentar que a visão do que é uma
utilização adequada ou não da internet parte de uma construção social entre agentes -
jovens, pais e educadores – que negociam, ou entram em conflito sobre as fronteiras de
uma utilização “saudável” das novas tecnologias.

117
Tabela 104: Para mim, a internet:

N %
É algo muito útil
943 87,2
É imprescindível
397 36,7
É um capricho
98 9,1
É algo que pode provocar habituação,
285 26,4
tornando-me viciado
É algo que pode provocar isolamento, que me
139 12,9
leve a deixar de procurar os meus amigos
Para mim, a internet: Não sei/Não respondo
14 1,3

Masculino Feminino
N % N %
É algo muito útil
539 87,4 404 87,1
É imprescindível
239 38,7 158 34,1
É um capricho
62 10,0 36 7,8
É algo que pode provocar habituação,
154 25,0 131 28,2
tornando-me viciado
É algo que pode provocar isolamento,
que me leve a deixar de procurar os 85 13,8 54 11,6
meus amigos
Não sei/Não respondo
7 1,1 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
É algo muito útil 100 83,3 314 87,0 529 88,2
É imprescindível 30 25,0 137 38,0 230 38,3
É um capricho 8 6,7 39 10,8 51 8,5
É algo que pode provocar
habituação, tornando-me 28 23,3 105 29,1 152 25,3
viciado
É algo que pode provocar
isolamento, que me leve a
deixar de procurar os meus 18 15,0 39 10,8 82 13,7
amigos
Não sei/Não respondo 8 6,7 4 1,1 2 ,3

Inquérito nacional

Quanto aos dados do inquérito realizado face-a-face a nível nacional, verifica-se que a
ameaça mais comum (para 23,7% dos inquiridos que utilizam a internet) é receber vírus
no computador. Outra ameaça a que os jovens, e não só, estão sujeitos é receber
mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas. 6,4% dos jovens internautas

118
declara que já receberam mensagens com tais conteúdos. É uma percentagem pequena
mas que chama a atenção para práticas dúbias por parte de determinados agentes que
actuam na internet e que exploram processos como o “spamming”, tentando desta forma
e sem consentimento dos visados reencaminhar os mais incautos a outros sítios na
internet potencialmente perigosos ou que vendem um determinado produto.
4,4% dos jovens internautas já foi contactado por alguém de um país estrangeiro
longínquo através da internet o que coloca um desafio ao conselho paternal de “Nunca
fales com estranhos”. Esta situação poderá não constituir propriamente um risco, pode
aliás ser uma oportunidade para alargar as redes sociais, contudo é um desafio ao
controlo paternal das sociabilidades dos jovens e pode causar algum transtorno e
desconfiança. Uma pequena minoria de jovens afirma ainda que já comprou algo que
estava mal apresentado num sítio da internet (2%) e que já foi contactado por alguém
através da internet pedindo-lhe informações sobre a sua conta bancária (1,3%). Sendo
estas situações, provavelmente pontuais e raras, fazem parte de uma educação para a
utilização da internet.
Tabela 105: Riscos na Internet

%
Receber mensagens de correio
6,4
electrónico abusivas ou obscenas

Receber vírus no computador 23,7


Comprar algo que estava mal
2,0
apresentado num sítio da internet

Roubarem-lhe as informações do seu


cartão de crédito por tê-lo usado na ,9
internet

Ter sido contactado por alguém de um


país estrangeiro longínquo através da 4,4
internet

Ter sido contactado por alguém através


da internet pedindo-lhe informações 1,3
sobre a sua conta bancária

Quanto à confiança e fiabilidade que os jovens internautas atribuem a diversas páginas


publicadas na internet, verifica-se uma percentagem significativa de não respostas em
torno dos 30 e dos 40%. As não respostas têm um significado, podendo expressar uma
genuína não opinião ou simplesmente o facto do os jovens não terem pensado antes
sobre a fiabilidade de determinadas páginas na internet ou talvez também porque a
consulta de determinadas páginas não faça parte do leque de práticas de muitos jovens.

119
Quanto às páginas de notícias publicadas por empresas ou agências, verifica-se há uma
tendência por parte dos inquiridos para confiarem, pelo menos em cerca de metade, na
informação vinculada. Contudo, 26,8% declara que deposita toda ou a maior da sua
confiança nessa informação. Quando a informação é publicada por simples pessoas a
percentagem de inquiridos a confiar, totalmente ou na maior parte, sofre um decréscimo
significativo para os 17,1% e 25,8% apenas não confia ou confia apenas numa pequena
parte dessa informação. Curiosamente é na informação governamental vinculada através
da internet que há um maior número de não respostas (44%), o que vindo de uma
população jovem é compreensível dada, talvez, a sua pouca apetência e o pouco
incentivo prático para navegar em páginas governamentais. Contudo, também não deixa
de ser curioso que apenas 16,4% dos jovens acham que a informação vinculada pelo
governo merece toda ou quase toda a confiança. Inversamente, 23,1% é da opinião que
essa informação não é fidedigna ou que apenas uma pequena parte merece confiança.
Nota-se aqui a cultura de uma desconfiança perante as informações governamentais. A
informação proveniente de motores de pesquisa é a que a inspira confiança para uma
maior percentagem de inquiridos. 45,3% deposita a sua confiança, totalmente ou na
maior parte, nessa informação.

Tabela 106: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de notícias publicadas por
empresas/agências

N %
Nenhuma 21 10,5
Uma pequena parte 16 8,3
Cerca de metade 38 19,4
A maior parte 33 16,9
Toda 19 9,9
Ns/nr 69 35,1
Total 196 100,0

Tabela 107: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de informação publicadas por
pessoas

N %
Nenhuma 20 10,2
Uma pequena parte 31 15,6
Cerca de metade 41 20,9
A maior parte 28 14,4
Toda 6 3,1
Ns/nr 70 35,8
Total 196 100,0

120
Tabela 108: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: sites de informação do governo na internet

N %
Nenhuma 31 15,7
Uma pequena parte 14 7,4
Cerca de metade 32 16,1
A maior parte 17 8,5
Toda 16 7,9
Ns/nr 87 44,3
Total 196 100,0

Tabela 109: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: informação proveniente de motores de
pesquisa

N %
Nenhuma 5 2,8
Uma pequena parte 3 1,6
Cerca de metade 41 20,8
A maior parte 52 26,6
Toda 37 18,7
Ns/nr 58 29,5
Total 196 100,0

No que respeita a jogos de azar como as apostas na internet verifica-se que quase a
totalidade dos inquiridos (97,1%), não faz apostas online.

Tabela 110: Costuma fazer apostas na internet nos seguintes jogos de sorte e azar:

N %
Não faz apostas na
95 97,1
internet

Totobola 2 2,2

Euromilhões 1 ,7

Totoloto 0 0,0

A partir do que foi exposto atrás é de salientar a importância da adolescência para criar
disposições, muitas vezes mais ou menos fixadas na entrada para a vida de adulta. A
socialização nas novas tecnologias tem um impacto na confiança e na percepção da sua

121
utilidade, em especial, num contexto onde proliferam múltiplas fontes de informação e
informação cruzada.
William Dutton e Adrian Shepherd (2006) chamam a atenção para a dinâmica social da
ciber-confiança. Apesar do impacto de experiências negativas com o junk email, o spam
e o fenómeno do correio electrónico não solicitado, a confiança na internet mantém-se
num grupo alargado de utilizadores tendo em conta o seu papel cada vez mais relevante
de meio de comunicação. Contudo, a confiança neste novo ciberespaço online pode em
larga medida influenciar as decisões de um indivíduo de sobre o que fazer online, como
por exemplo comprar ou utilizar o banco electrónico, ou comunicar em chats ou fóruns
entre outras actividades.
As percepções do risco em contextos tecnológicos podem ser tipificadas com respostas
gerais aos riscos, como o fatalismo, moldado por contextos sociais e culturais em que
estão inseridos. Alguns autores (Katz e Rice citado por Dutton e Shepherd, 2006)
adiantam que as pessoas com maior confiança em geral são mais propensas a confiar na
internet. Ora, os dados do Inquérito Social Europeu mostram que os portugueses, tendo
como referente o contexto europeu, têm baixos níveis de confiança social o que poderá
constituir um entrave para haver uma confiança alargada em Portugal em torno da
utilização dos vários serviços disponíveis online.
Dutton e Shepherd sugerem que a ciber-confiança é mais influenciada pela experiência.
A internet pode ser vista como uma tecnologia de ‘experiência’ visto que é difícil as
pessoas entenderem como a internet funciona até que comecem a utilizar a tecnologia e
esta noção pode dar uma melhor interpretação ao estudo da dinâmica social da ciber-
confiança, em especial, numa geração que tem crescido e tem sido socializada nas novas
tecnologias da comunicação.
Os não utilizadores são geralmente mais desconfiados em relação à internet e têm
menos confiança em relação à informação, às pessoas online e às instituições presentes
na internet. Os jovens ao usarem mais a internet ganham experiência e competências
para aceder aos recursos da internet, e vão crescendo e aprendendo, muitas vezes sem
acompanhamento, sobre as oportunidades e riscos associados a essa utilização.

122
Capítulo 6: A utilização da televisão entre os jovens
portugueses

A televisão poderá ter perdido a sua importância relativa face a outros media,
nomeadamente face à internet, ao telemóvel entre outros. Já não é mais a lareira
electrónica visto que, hoje em dia, tem menos capacidade de reunir a família em torno
de um só programa e a sua oferta diversificou-se. A televisão migrou também para
outros espaços do lar. Não está só presente na sala, mas também na cozinha, no quarto
dos pais e no quarto dos jovens. Com o advento das comunicações em rede e com a
emergência das novas tecnologias da informação e comunicação, a televisão não passou
incólume. A televisão ainda é vista pela larga maioria dos jovens, que ainda passam
muitas horas em frente ao ecrã da TV, mas para muitos adolescentes ela deixou de estar
no centro das atenções. É muitas vezes vista em regime de multi-tarefa e divide
atenções com outros meios como a internet e com outras actividades diárias, servindo,
muitas vezes, apenas como um pano de fundo omnipresente em casa. No que respeita à
difusão, um sinal importante da mudança da televisão em Portugal foi a introdução da
televisão por cabo em 1994, quando a Bragatel foi a primeira empresa a ser licenciada
ICP - Instituto das Comunicações de Portugal, assim como foi a primeira a operar. Só
após a criação da Bragatel e estar a operar foi constituída a empresa TV Cabo Portugal
detida a 100% pelo grupo Portugal Telecom, com a intenção de prestar serviços de
distribuição de canais televisivos generalistas e temáticos no território de Portugal
continental. No ano de 1995 a Cabovisão começa a operar em Portugal com o intuito de
prestar serviços de televisão por cabo, internet de banda larga e telefone fixo por cabo.
Contudo, o maior desafio agora é transição do modo analógico de difusão para o modo
digital. De acordo com a Anacom, "a passagem do modo analógico para o modo digital
na difusão da televisão é, em certa medida, uma nova etapa, provavelmente, a última e
de importância crucial neste longo processo de aplicação progressiva das tecnologias
digitais ao conjunto dos canais audiovisuais. É certo que a rede digital não vai
revolucionar a curto prazo toda a paisagem audiovisual. A passagem para o digital torna
possível uma gestão mais económica do espectro das frequências, sendo possível
utilizar as frequências - uma vez acabado o serviço analógico - quer para aumentar o
espectro atribuído à televisão digital, quer para novos usos."

123
Em 1993 começou o projecto Digital Vídeo Broadcasting, com o objectivo de criar as
condições técnicas necessárias à implementação da televisão digital na Europa, ao qual
Portugal se associou. A partir da difusão digital, a televisão interactiva começa então a
dar os primeiros passos, associada à explosão dos computadores pessoais e da internet.
O processo de difusão da televisão digital emprega diversos meios de transmissão, entre
eles: cabo, satélite, difusão terrestre e internet. À data de 2006, ainda não existiam
canais digitais a serem emitidos em frequências terrestres quer em Portugal Continental,
quer nas regiões autónomas (Madeira e Açores). Mas no final de 2006, é concedida ao
grupo Media Capital uma autorização temporária com dispensa de licenciamento para
utilização de canais específicos, com vista à realização de ensaios técnicos relativos às
tecnologias de televisão digital. O início de 2012 é o prazo limite, estabelecido pela
Comissão Europeia, para o encerramento das emissões analógicas em todos os Estados
Membros da UE. Para que Portugal possa atingir esse objectivo, o Governo tem de
aprovar a Lei da Televisão e abrir concurso para operadores da TDT.
Entretanto, em 2007 surgem propostas de visualizar televisão sobre IP (IPTV - internet
Protocol Television), que ainda se encontra actualmente numa fase embrionária. A PT
comunicou em Fevereiro deste ano o facto de se encontrar a lançar uma oferta triple-
play (internet, voz e televisão num só produto) sobre ADSL, enquanto no mercado
existe apenas a SmarTV lançada pela Clix. Entretanto começam a estabelecer-se canais
cujo meio exclusivo de difusão é a internet. Neste âmbito, a TVNET é a primeira
televisão portuguesa da internet. A televisão parece estar a evoluir para uma forma ou
meio de entretenimento e informação, onde o consumidor é um simples espectador.
Têm crescido as formas de interacção com o público que podem assumir várias formas.
Verificam formas mais simples de interacção como as mensagens SMS ou por email
para os vários programas televisivos, a participação em concursos, em fóruns de
opinião, etc. Mas com o advento da televisão digital as formas de interactividade
prometem ser de outra ordem: por exemplo, parar uma emissão em directo e retomá-la
no ponto onde ficou ou organizar uma grelha de programação actualizada de todos os
canais. As possibilidades poderão passar em criar um canal próprio, partilhá-lo com um
círculo de amigos ou família, carregar dados, assistir aos conteúdos carregados por
outros, fazer vídeo-conferência ao mesmo tempo que envia ‘emoticons’ ou ‘winks’ aos
membros de uma comunidade online. Há aqui portanto a promessa de que o consumidor
deixe de ser um espectador passivo e passe a estar no centro da emissão, activamente
responsável pelos conteúdos que são disponibilizados no seu próprio canal, e não no seu

124
destino final. A flexibilidade e a interactividade, parecem ser as novas palavras de
ordem. As novas formas de difusão da televisão vêm aproveitar as potencialidades da
comunicação em rede, entre a qual os jovens estão a crescer. Irá ser mais um acrescento
num ambiente mediático de ofertas múltiplas o qual obriga, em muitas situações, os
futuros consumidores, em especial, os jovens a escolherem aquilo que querem ver e em
que doses.

Inquérito online
Entre os jovens inquiridos online, 60,6% diz ter um aparelho de TV no quarto, mas
voltaremos a esta análise com mais pormenor adiante. Quanto às televisões que existem
em casa, mais de 70% dos internautas tem três ou mais televisões. Não se verificam
grandes diferenças entre os sexos ou entre os escalões etários a este respeito.
Tabela 111: Quantas televisões existem em tua casa?

N %
Nenhuma 1 ,1
Uma 58 5,4
Duas 252 23,3
Três 331 30,6
Quatro 258 23,9
Mais de quatro 181 16,7
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Nenhuma 1 ,2
Uma 34 5,5 24 5,2
Duas 144 23,3 108 23,3
Três 184 29,8 147 31,7
Quatro 150 24,3 108 23,3
Mais de quatro 105 17,0 76 16,4

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhuma 1 ,2
Uma 6 5,0 19 5,3 33 5,5
Duas 25 20,8 72 19,9 155 25,8
Três 40 33,3 112 31,0 179 29,8
Quatro 28 23,3 96 26,6 134 22,3
Mais de quatro 21 17,5 62 17,2 98 16,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

125
Entre os jovens internautas, 58,5% afirma ainda ter televisão paga (TV cabo, satélite,
etc.). Comparando os sexos entre si, verifica-se que há uma percentagem ligeiramente
superior de rapazes que afirmam ter em sua casa televisão paga, contudo como a
diferença entre os dois sexos é pequena não podemos tirar grandes ilações.
Curiosamente, é entre os inquiridos mais novos que há uma maior fracção de inquiridos
com televisão paga em casa (70%). Essa fracção decresce nos escalões etários e atinge o
mínimo entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (56,2%).

Tabela 112: Tens em tua casa televisão paga (TV cabo, Satélite, etc.)?

N %
Sim 647 59,9
Não 416 38,5
Não sabe/não responde 18 1,7
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 380 61,6 267 57,5
Não 231 37,4 185 39,9
Não sabe/não responde 6 1,0 12 2,6

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 84 70,0 226 62,6 337 56,2
Não 30 25,0 128 35,5 258 43,0
Não sabe/não responde 6 5,0 7 1,9 5 ,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Entre os internautas, 80,9% declaram que vêm televisão sozinhos mas, ainda assim, uma
percentagem apreciável de jovens diz ver habitualmente televisão com o pai ou com a
mãe, 60,5% e 68,7% respectivamente. Vislumbra-se portanto a tendência para haver
uma maior percentagem de inquiridos que vêm televisão com a mãe do que de
inquiridos que vêm televisão acompanhados pelo pai. Ver televisão com os irmãos,
também é um hábito para 56,6% dos inquiridos. Menos frequente é ver televisão com
um amigo ou amiga (21,9%), com outro familiar (18%) ou com outras pessoas (11%).
Confrontando os sexos entre si, observa-se que há uma percentagem maior de raparigas
que costuma ver televisão com a mãe (72,6%), com um irmão ou uma irmã (58,8%) e

126
com um amigo ou amiga (25,4%), em comparação com 65,8%, 54,9% e 19,3% dos
rapazes, respectivamente.
Quanto às diferenças entre os escalões etários, verifica-se que há, sem surpresas, uma
menor fracção de internautas dos 8 aos 12 anos que vêm televisão sozinhos. Ainda
assim, essa fracção atinge quase três quartos dos inquiridos. A maior fracção de
inquiridos que vêm televisão sem estarem acompanhados é registada entre os inquiridos
dos 13 aos 15 anos (82,5%). Regra geral, os inquiridos mais velhos são os que menos
vêm televisão acompanhados dos pais, irmãos ou outros familiares. Inversamente, há
uma maior percentagem de inquiridos mais novos que vêm televisão com a mãe
(75,8%) ou com pai (65,8%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem
decresce para os 67,3% e 57,5%, respectivamente. São também os mais novos que estão
mais acompanhados pelos irmãos ou outros familiares. Mas é entre os jovens dos 13 aos
15 anos que se verifica a maior percentagem de inquiridos que vêm televisão com um
amigo ou amiga e, pelo contrário, são os jovens dos 16 aos 18 anos que registam a
menor percentagem (19,2%).

Tabela 113: Quando vês televisão, costumas estar:

N %
Sozinho 874 80,9
Com o meu pai 654 60,5
Com a minha mãe 743 68,7
Com um irmão/irmã 612 56,6
Com outro familiar 195 18,0
Com um amigo/a 237 21,9
Com outras pessoas 119 11,0

Masculino Feminino
N % N %
Sozinho 498 80,7 376 81,0
Com o meu pai 372 60,3 282 60,8
Com a minha mãe 406 65,8 337 72,6
Com um irmão/irmã 339 54,9 273 58,8
Com outro familiar 106 17,2 89 19,2
Com um amigo/a 119 19,3 118 25,4
Com outras pessoas 57 9,2 62 13,4

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sozinho 89 74,2 298 82,5 487 81,2
Com o meu pai 79 65,8 230 63,7 345 57,5

127
Com a minha mãe 91 75,8 248 68,7 404 67,3
Com um irmão/irmã 72 60,0 211 58,4 329 54,8
Com outro familiar 27 22,5 76 21,1 92 15,3
Com um amigo/a 24 20,0 98 27,1 115 19,2
Com outras pessoas 11 9,2 38 10,5 70 11,7

Perto de um terço dos inquiridos online têm a percepção que são eles os que mais vêm
televisão em casa. E para pouco mais de um quarto são os seus irmãos os que mais
olham para o ecrã da televisão. Cerca de um quinto aponta o dedo para a mãe e 14,6%
nomeia o pai. É entre as jovens inquiridas, que há uma maior fracção (37,7%) com a
percepção de que são elas próprias as que mais vêm televisão em casa, enquanto que
entre os rapazes essa fracção é de 26,7%. Por seu turno, há percentagens maiores de
inquiridos do sexo masculino que apontam o dedo à mãe (23%) ou ao pai (16,9%), em
comparação com 15,5% e 11,6% das raparigas, respectivamente. Confrontando os
escalões etários entre si, há visivelmente uma maior fracção de inquiridos dos 8 aos 12
anos (40%) que confessam serem eles quem mais vêm televisão em casa. Essa fracção
vai decrescendo nos escalões etários seguintes e atinge o mínimo entre os inquiridos dos
16 aos 18 anos (27,2%).

Tabela 114: Quem vê mais televisão em tua casa?

N %
Eu 340 31,5
Os meus irmãos 280 25,9
O meu pai 158 14,6
A minha mãe 214 19,8
O meu Avô/Avó 52 4,8
Outras pessoas 37 3,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Eu 165 26,7 175 37,7
Os meus irmãos 159 25,8 121 26,1
O meu pai 104 16,9 54 11,6
A minha mãe 142 23,0 72 15,5
O meu Avô/Avó 32 5,2 20 4,3
Outras pessoas 15 2,4 22 4,7

128
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Eu 48 40,0 129 35,7 163 27,2
Os meus irmãos 26 21,7 90 24,9 164 27,3
O meu pai 26 21,7 50 13,9 82 13,7
A minha mãe 8 6,7 68 18,8 138 23,0
O meu Avô/Avó 6 5,0 11 3,0 35 5,8
Outras pessoas 6 5,0 13 3,6 18 3,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Inquérito nacional

Verifica-se um maior número de jovens inquiridos, que representam 46,5% dos casos,
que afirmam não ter nenhum serviço de televisão. Porém, observa-se uma percentagem
não muito distante de inquiridos (42,8%) que afirmam que têm um serviço pago de
televisão por cabo e 16% dos jovens admitem que têm um serviço não pago de TV por
cabo. Apenas uma minoria usufrui de um serviço pago de TV por satélite e são menos
ainda os que têm um serviço não pago de televisão por satélite (1,7%).

Tabela 115: Dos seguintes serviços de TV quais é que possui:

N %

Serviço pago de TV por cabo 118 42,8

Serviço não pago de TV por cabo 16 5,8

Serviço pago de TV por satélite 7 2,4

Serviço não pago de TV por


5 1,7
satélite

Nenhum serviço 128 46,5

Não tem televisão 3 1,2

Entre aqueles que usufruem de serviços de televisão, pouco mais de três quartos dos
inquiridos usam a TV Cabo como fornecedor principal. A Cabovisão surge em segundo
lugar com 14,8% de clientes entre os jovens portugueses inquiridos e 5,6% dizem ter
outro operador como a TV Tel ou a Bragatel.

129
Tabela 116: Qual é o operador de cabo e/ou satélite que utiliza como fornecedor principal

N %
TV cabo 94 75,7
Cabovisão 18 14,8
Outro 7 5,6
Ns/nr 5 3,8
Total 125 100,0

Outro

N %
269 97,5
Bragatel 3 ,9
TV Tel 4 1,6
Total 276 100,0

Apenas uma pequena minoria de 2,7% dos inquiridos têm apenas uma televisão em
casa. Uma parte bastante significativa dos jovens inquiridos declaram que têm duas ou
três televisões em casa (70,1%) e 22,4% dos inquiridos têm entre 4 a 7 televisões em
casa. O que significa que para a esmagadora maioria dos lares a sala de estar não detém
o monopólio da televisão, ela expandiu para outras divisões da casa e em muitos lares
estará presente em quase todas as divisões como o quarto dos pais, dos filhos ou a
cozinha. Esta expansão da televisão poderá significar uma fragmentação dos interesses
dos membros do agregado familiar. A experiência de ver televisão é hoje mais
individualizada e ter mais do que uma televisão em casa é solução para os interesses
divergentes dos membros do grupo doméstico. Esta evolução da televisão foi
simultaneamente devida a factores económicos, como o maior poder de compra que as
famílias começaram a sentir nas últimas décadas, assim como devida a factores sociais.
Estas transformações foram igualmente acompanhadas pela introdução de novas formas
de difusão, em especial, a TV por cabo. Com a introdução da TDT e da IPTV,
poderemos talvez esperar uma relação cada vez mais individualizada com a televisão,
embora talvez menos passiva e mais activa por parte do consumidor, como já foi dito.

130
Tabela 117: Quantas televisões tem em sua casa

N %
1 4 2,7
2 59 41,0
3 42 29,1
4 16 10,8
5 10 7,0
6 5 3,7
7 1 ,9
NS/NR 7 4,7
Total 144 100,0

Quantas televisões tem em sua casa


Média 2,93
Mediana 3,00
Moda 2
Desvio-padrão 1,207
Mínimo 1
Máximo 7
Percentis 25 2,00
75 3,00

A TVI surge claramente como o canal mais visto pelos jovens a julgar pela maior
percentagem de inquiridos, pouca mais de metade, que escolheram este canal como o
principal canal que vêm. A SIC surge em segundo lugar com 21,2% de jovens
telespectadores a afirmarem que é esse o canal que mais vêm. A RTP1 apenas obtém
4,5% das preferências dos jovens, uma percentagem pouco acima daqueles que
escolheram a SIC Radical (4,3%). O canal Panda, o Disney Channel, o canal Fox e a
MTV, que são canais difundidos por cabo ou por satélite, conseguem obter entre 2,4% e
2,8% das preferências. A SIC Comédia, a AXN e a GNT, também com difusão por cabo
ou por satélite, atraem mais de 1% das preferências, assim como a RTP2. Canais de
televisão como o Discovery, Lusomundo Premium, Odisseia, Sport TV ou Cartoon
Network, obtêm menos de 1% das preferências.
Quanto ao segundo canal preferido, a TVI troca lugar com a SIC. Por outras palavras, a
TVI é o canal preferido de uma maior fracção de jovens e a SIC é a televisão que mais
jovens escolheram como segundo canal favorito (41%). Por seu turno, entre aqueles que
não escolheram a TVI como primeiro canal preferido, 18,5% escolhem este canal como
o segundo canal que preferem. A RTP1 aparece mais uma vez em terceiro lugar,
escolhida por 5,9% dos jovens, mas em ex aequo com a RTP2. O canal Panda aparece
em quarto lugar com 4,2% das escolhas, logo seguido pela SIC Radical que reúne 4,1%

131
das preferências. No que respeita ao terceiro canal favorito, a RTP1 aparece em
primeiro lugar com 35,7% das escolhas e quanto ao quarto canal preferido, a RTP2 é a
que reúne a maior percentagem de preferências (34,1%). Verifica-se portanto que os
canais transmitidos em canal aberto são os principais canais que permutam no que
respeita à hierarquia das preferências.

Tabela 118: Qual o canal de televisão que mais vê (1ºCANAL)

N %
RTP1 12 4,5
RTP2 3 1,2
SIC 59 21,2
TVI 140 50,8
SIC radical 12 4,3
SIC comédia 4 1,6
AXN 4 1,5
Lusomundo Premium 1 ,4
GNT 3 1,2
Fox 7 2,5
Hollywood 3 1,3
Odisseia 1 ,3
Discovery 2 ,8
Sport TV 1 ,3
Disney Channel 7 2,5
Panda 8 2,8
MTV 7 2,4
Outras 1 ,5
Total 276 100,0

Outras

N %
274 99,5
Cartoon 1 ,5
Total 276 100,0

132
Tabela 119: Qual o canal de televisão que mais vê (2ºCANAL)

N %
RTP1 16 5,9
RTP2 16 5,9
RTP N 1 ,4
SIC 113 41,0
TVI 51 18,5
SIC radical 11 4,1
SIC notícias 2 ,6
AXN 10 3,8
Lusomundo Gallery 1 ,3
Lusomundo Premium 1 ,5
GNT 3 1,0
Fox 7 2,4
Hollywood 1 ,5
Odisseia 3 1,1
Discovery 6 2,2
História 3 1,0
Sport TV 2 ,9
TV Shop 1 ,4
Disney Channel 2 ,8
Panda 12 4,2
MTV 8 3,0
Nenhum/mais nenhum 1 ,4
Outras 3 1,2
Total 276 100,0

Outras

N %
272 98,8
MCM 1 ,4
MGM 1 ,4
TVE 1 ,4
Total 276 100,0

133
Tabela 120: Qual o canal de televisão que mais vê (3ºCANAL)

N %
RTP1 98 35,7
RTP2 39 14,3
RTP N 1 ,4
SIC 36 13,2
TVI 29 10,4
SIC radical 6 2,2
SIC mulher 4 1,6
SIC comédia 1 ,5
SIC notícias 1 ,2
AXN 10 3,5
Lusomundo Gallery 2 ,8
Lusomundo Premium 3 1,1
GNT 1 ,4
Fox 4 1,6
Hollywood 1 ,5
Odisseia 12 4,4
Discovery 2 ,9
História 4 1,5
Sport TV 3 1,0
Disney Channel 5 1,7
Panda 3 1,2
MTV 2 ,6
Nenhum/mais nenhum 2 ,7
Outras 4 1,5
Total 276 100,0

Outras

N %
272 98,5
Antena 3 1 ,4
MCM 1 ,4
Record 1 ,3
TV Turbo 1 ,4
Total 276 100,0

134
Tabela 121: Qual o canal de televisão que mais vê (4ºCANAL)

N %
RTP1 54 19,6
RTP2 94 34,1
RTP N 3 1,2
SIC 22 7,8
TVI 17 6,0
SIC radical 4 1,6
SIC mulher 1 ,3
SIC comédia 3 1,1
RTP África 3 1,1
SIC notícias 1 ,4
AXN 6 2,2
Lusomundo Gallery 2 ,8
GNT 2 ,7
Fox 1 ,5
Hollywood 8 3,1
Odisseia 4 1,4
Discovery 2 ,7
História 3 1,2
Sport TV 8 3,0
Disney Channel 7 2,5
Venus 1 ,2
Panda 9 3,3
MTV 2 ,7
Nenhum/mais nenhum 9 3,4
Outras 9 3,2
Total 276 100,0

Outras

N %
267 96,8
Cartoon Network 3 1,0
Eurosport 1 ,5
Ns/Nr 1 ,3
SIC Gold 1 ,3
TV Internacional 1 ,3
VH1 2 ,8
Total 276 100,0

A grande maioria dos jovens (80,9%) vêm canais portugueses para saber notícias em
geral e apenas uma pequena minoria vê canais estrangeiros (1,7%). Todavia, 14,4%
afirmam que vêm ambos. Para se informarem sobre acontecimentos nacionais
importantes, 78,2% vêm canais portugueses, 3,2% preferem canais estrangeiros e 10,5%
vêm ambos. Verifica-se uma menor percentagem, em relação à anterior, de inquiridos
que vêm canais portugueses para se informarem sobre acontecimentos internacionais

135
importantes. Inversamente, a fracção de jovens respondentes que vêm canais
estrangeiros (6,9%) ou tanto portugueses como estrangeiros (15,2%) aumenta quando
estão em causa acontecimentos internacionais.

Tabela 122: Para saber notícias em geral vê canais...

N %
Canais portugueses 223 80,9
Canais estrangeiros 5 1,7
Ambos 40 14,4
Ns/nr 8 3,0
Total 276 100,0

Tabela 123: Para se informar sobre acontecimentos nacionais importantes vê canais...

N %
Canais portugueses 216 78,2
Canais estrangeiros 9 3,2
Ambos 29 10,5
Ns/nr 22 8,0
Total 276 100,0

Tabela 124: Para se informar sobre acontecimentos internacionais importantes vê canais...

N %
Canais portugueses 191 69,2
Canais estrangeiros 19 6,9
Ambos 42 15,2
Ns/nr 24 8,7
Total 276 100,0

O canal de informação que é mais mencionado em primeiro lugar (em 60% dos casos)
como o mais credível é a SIC Notícias. Na segunda posição encontra-se a BBC World
escolhida por 17% dos inquiridos na primeira ordem de credibilidade, em terceiro está a
RTP N (escolhida por 9,8%), que suplanta a CNN (mencionada por 8,9% dos jovens) e
a Sky News (com 6,1% das escolhas). A RTP N é a televisão mais mencionada pelos
jovens inquiridos (42,1%) na sua segunda escolha sobre qual o canal com maior
credibilidade, a Sky News passa a segundo lugar com 15,7% das escolhas, e a CNN e a
SIC Notícias estão praticamente em ex aequo no que respeita à fracção das escolhas que
lhes cabe (14,4% e 14,3% respectivamente. A Sky News passa a ser a estação mais
mencionada (em 30,9% dos casos) quanto ao canal de informação que os jovens acham

136
que está no terceiro lugar na sua hierarquia de credibilidade. A CNN só passa a ser a
estação mais mencionada na quarto voto dos jovens e a BBC World passa a ser a mais
escolhida na quinta e última escolha.

Tabela 125: Credibilidade que têm para si, o canal de informação:


Ordem Ordem Ordem Ordem Ordem
credibilidade 1 credibilidade 2 credibilidade 3 credibilidade 4 credibilidade 5
SIC notícias 60,0 14,3 5,1 9,6 11,0

RTP N 9,8 42,1 16,6 14,3 17,2

Sky news 6,1 15,7 30,9 26,8 20,6

CNN 8,9 14,4 28,8 29,5 18,4

BBC World 17,0 13,5 20,2 18,8 30,6

A TVI é a estação escolhida pela maior percentagem de jovens (39,6%) como o canal
predilecto para assistir a séries televisivas de humor nacional. A SIC obtém a segunda
maior fracção de inquiridos que a escolheram como canal predilecto para assistir a
humor nacional e a RTP1 obtém a terceira maior percentagem (7,5%). A SIC comédia
(com 6,1% das escolhas) não está muito longe da RTP1. A SIC Comédia obtém 3,1%
das escolhas e a AXN e a RTP2, em ex aequo com 1,3%.

Tabela 126: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor nacional

N %
RTP1 21 7,5
RTP2 4 1,3
SIC 83 29,9
TVI 109 39,6
SIC comédia 17 6,1
SIC radical 9 3,1
AXN 4 1,3
Outro 1 ,5
Ns/nr 29 10,7
Total 276 100,0

No que diz respeito a séries televisivas de ficção nacional, a TVI é novamente a estação
mais visionada pelo maior número de jovens telespectadores (que representam 54% da
amostra). A SIC mantém-se na segunda posição com 18,1% de telespectadores
frequentes de séries de ficção nacional nessa estação. A RTP1 surge em terceiro lugar

137
com 8,5% das escolhas e a SIC Radical em quarto lugar (com 3,3%) à frente da RTP2
(com 2,1% das audiências de ficção nacional). Estações como a AXN, SIC Comédia ou
SIC Mulher recolhem 1% ou menos das preferências.
Tabela 127: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção nacional

N %
RTP1 23 8,5
RTP2 6 2,1
SIC 50 18,1
TVI 149 54,0
SIC comédia 1 ,2
SIC mulher 1 ,4
SIC radical 9 3,3
AXN 3 1,0
Fox 1 ,3
Ns/nr 34 12,2
Total 276 100,0

Quanto ao canal mais assistido para ver séries televisivas de humor estrangeiras, a TVI
continua a ser o mais escolhido com 21% das preferências e a SIC continua em segundo
lugar com 14,9% das menções. Curiosamente, a RTP2 surge em terceiro lugar reunindo
9,7% das escolhas, à frente da RTP1 que apenas recolhe 5,8% das respostas. A SIC
Comédia surge logo a seguir à RTP2 com 9,5% das respostas e a Fox aparece logo a
seguir à RTP1 com 5,2% das escolhas. A AXN, a SIC Radical, o canal Hollywood e a
SIC Mulher obtêm todos menos de 5% das preferências.
Tabela 128: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor estrangeiras

N %
RTP1 16 5,8
RTP2 27 9,7
SIC 41 14,9
TVI 58 21,0
SIC comédia 26 9,5
SIC mulher 1 ,3
SIC radical 8 2,9
AXN 13 4,7
Fox 14 5,2
Hollywood 7 2,5
Nenhum 0 ,2
Outro 5 1,8
Ns/nr 59 21,5
Total 276 100,0

138
No que respeita ao canal mais assistido para ver séries televisivas de ficção estrangeiras,
mais uma vez, a TVI é a estação mais visionada pela maior fracção de jovens (24,4%) e
a SIC continua em segundo lugar com 14,9% das escolhas. A AXN passa para terceiro
lugar, reunindo 12,4% das preferências e a seguir surge o canal Hollywood com 6,6%
de telespectadores frequentes. A RTP1 surge em quinto lugar com 5,6% de
telespectadores frequentes, voltando a estar à frente da RTP2 que agora reúne 4% das
escolhas dos jovens inquiridos. As estações Fox e SIC Radical ultrapassam a cifra de
1% de telespectadores frequentes, mas a SIC Comedia e a SIC Mulher obtêm menos de
1% das preferências dos jovens para assistirem a séries de ficção estrangeiras.

Tabela 129: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção estrangeiras

N %
RTP1 16 5,6
RTP2 11 4,0
SIC 48 17,3
TVI 67 24,4
SIC comédia 2 ,7
SIC mulher 2 ,8
SIC radical 4 1,3
AXN 34 12,4
Fox 5 1,7
Hollywood 18 6,6
Nenhum 0 ,2
Outro 9 3,2
Ns/nr 60 21,7
Total 276 100,0

Mais de metade dos inquiridos têm preferência por telenovelas com produção
portuguesa e apenas 9,6% declaram que preferem a produção brasileira. Porém, para
22,5% dos jovens é indiferente a origem das mesmas. Além disso, 13,2% dos jovens
inquiridos afirmam que não assistem a telenovelas.

139
Tabela 130: E quanto à origem das telenovelas, a quais é que prefere assistir

N %
Produção brasileira 27 9,6
Produção portuguesa 140 50,9
Todas, não ligando à
origem das mesmas 62 22,5
Não assiste a telenovelas 37 13,2
Ns/nr 10 3,8
Total 276 100,0

Foi pedido aos jovens para escolherem duas das novelas que mais gostaram de ver no
ano anterior. Sem margem para dúvidas a novela mais mencionada é a “Morangos com
açúcar”, uma das favoritas para uma maioria muito significativa de 83,6% de jovens
portugueses. As preferências por outras telenovelas são mais heterogéneas. Em segundo
lugar, mas a uma grande distância da mais escolhida está a telenovela “Dei-te quase
tudo” com 23,2% das preferências. A novela “New wave” encontra-se em terceiro
lugar, reunindo 16% das escolhas, seguida muito de perto pela novela “Ninguém como
tu” que tem 15,7% das preferências. Em quinto lugar das preferências está a telenovela
“Floribella” sendo uma das favoritas de 9,3% dos jovens telespectadores. É ainda de
registar que a novela “Saber amar” é uma das preferidas de 7,5% dos jovens, a
telenovela “Belíssima” é considerada uma das favoritas por 6,5% dos inquiridos e 6,1%
mencionam a telenovela “Alma gémea”. A novela “Mundo meu” ainda consegue reunir
um pouco mais de 5% das preferências mas as telenovelas “Chocolate com pimenta”,
“O teu olhar”, “Queridas feras”, “Mistura fina”, “Baía das mulheres”, “A lua disse-me”
e “Escrava Isaura” foram todas escolhidas por menos de 5% de jovens telespectadores.

140
Tabela 131: Das telenovelas que passaram no último ano na televisão, quais as duas que mais
gostou:

N %
Saber amar 17 7,5
Queridas feras 4 1,8
O teu olhar 5 2,1
Mistura fina 3 1,5
Baía das mulheres 3 1,4
Ninguém como tu 36 15,7
Mundo meu 12 5,3
Dei-te quase tudo 53 23,2
Morangos com açúcar 191 83,6
Belíssima 15 6,5
A lua disse-me 3 1,3
Alma gémea 14 6,1
Chocolate com pimenta 10 4,4
New wave 37 16,0
Escrava Isaura 1 ,5
Floribella 21 9,3
Outra 2 ,9

A telenovela que uma maior percentagem de jovens (63,1%) considera como a sua
preferida, de todas as telenovelas a que assistiram continua a ser a “Morangos com
açúcar”. Grande parte das telenovelas mencionadas é recente, o que demonstra que a
memória dos produtos mediáticos é curta, em especial, tendo em conta que a amostra é
composta por telespectadores jovens, alguns deles muito jovens com apenas 8 anos.
uma das favoritas para uma maioria muito significativa de 83,6% de jovens portugueses.
Mais uma vez as preferências por outras telenovelas são muito fragmentadas com
pequenas percentagens distribuídas por várias novelas. A “Floribella” surge em segundo
lugar das novelas favoritas mas apenas com 6,2% das preferências. A novela “Alma
gémea” consegue o terceiro lugar com apenas 3,9% de jovens a apontarem a sua
preferência por essa telenovela. A novela “New Wave” reúne 2,8% das escolhas, 2,5%
mencionam a telenovela “Ninguém como tu” e igual percentagem de jovens preferem as
novelas “Dei-te quase tudo” e a novela “Belíssima”. As novelas “Saber Amar” e
“América” ainda conseguem ser as favoritas de ligeiramente mais de 1% dos jovens. Já
as novelas “Chocolate com pimenta”, “Queridas feras”, “Mistura fina” e “Anjo
Selvagem reúnem menos de 1% das escolhas dos jovens inquiridos.

141
Tabela 132: De todas as telenovelas a que assistiu, qual foi a sua preferida

N %
Saber amar 3 1,5
Queridas feras 1 ,6
Mistura fina 1 ,5
Ninguém como tu 6 2,5
Mundo meu 2 ,9
Dei-te quase tudo 6 2,5
Morangos com açúcar 144 63,1
Belíssima 6 2,5
Alma gémea 9 3,9
Chocolate com pimenta 2 ,8
New wave 7 2,8
Anjo selvagem 1 ,4
Floribella 14 6,2
América 2 1,1
Nenhuma 3 1,5
Outra 10 4,4
Ns/nr 11 4,8
Total 229 100,0

Entre os jovens telespectadores, 56,8% preferem assistir a telenovelas que se baseiam


numa história de amor. Em segundo lugar nas preferências estão as histórias cujas
personagens centrais são cómicas, reunindo as escolhas de 17,1% dos inquiridos. As
novelas baseadas em histórias passadas num contexto urbano são as preferidas de 12,7%
dos jovens inquiridos e 9,6% elegem novelas baseadas numa história de traição, ódio ou
vingança. As telenovelas cujas personagens centrais são vilãos ou vilãs, de época ou
baseadas num contexto rural acolhem menos de 5% das escolhas dos jovens
telespectadores.

142
Tabela 133: Prefere assistir a telenovelas que se baseiam...:

N %

Numa história de amor 130 56,8

Numa história de
22 9,6
traição/ódio/vingança

Numa história épica (de época) 9 4,1

Numa história passada em


8 3,4
contexto rural
Numa história passada em
29 12,7
contexto urbano
Numa história cujas personagens
39 17,1
centrais são cómicas
Numa história cujas personagens
10 4,3
centrais são vilãos/vilãs

Quantos aos temas que as novelas devem retratar as opiniões aparecem muito dividas
visto que há percentagens muito similares de jovens que consideram que as telenovelas
devem abordar temas polémicos e actuais da sociedade (61,1%), retratar a realidade
portuguesa (59,6%) e educar a população para intervir em determinadas situações
(59%). Pelo contrário, uma minoria de 27,2% dos jovens acham que as telenovelas
devem tratar apenas de temas que não retratem situações problemáticas.

Tabela 134: Considera que as telenovelas devem...:

N %
Abordar temas polémicos e actuais
140 61,1
da sociedade
Educar a população para intervir
135 59,0
em determinadas situações

Retratar a realidade portuguesa 136 59,6

Tratar apenas de temas que não


62 27,2
retratem situações problemáticas

Entre os apresentadores de noticiários, os que mais colhem as preferências de uma


maior fracção de jovens são o Rodrigo Guedes de Carvalho (com 10,5% das
preferências) e a Manuela Moura Guedes (com 10,4% das escolhas). Todos os outros
apresentadores são da escolha de menos de 5% dos jovens. Entre estes destacam-se o
José Rodrigues dos Santos e o José Alberto Carvalho com 4,9% e 4,1% das escolhas
respectivamente. Estas pequenas percentagens também se explicam para o número de
inquiridos que não responderam à pergunta.

143
Tabela 135: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que prefere de um modo geral:

N %
José Alberto Carvalho (RTP1) 11 4,1
Judite de Sousa (RTP1) 5 1,7
José Rodrigues dos Santos (RTP1) 14 4,9
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC) 29 10,5
Clara de Sousa (SIC) 8 2,8
Ana Lourenço (SIC) 1 ,3
João Adelino Faria (SIC) 1 ,4
Manuela Moura Guedes (TVI) 29 10,4
Lurdes Baeta (TVI) 7 2,7
Pedro B. Moraes (TVI) 2 ,7
Ana Sofia (TVI) 4 1,4
Pedro Pinto (TVI) 6 2,0
Nenhum 40 14,5
Ns/nr 120 43,5
Total 276 100,0

A opinião no que concerne o apresentador de noticiários mais credível, também é muito


heterogénea entre os jovens a exprimirem opiniões muito diferentes. As escolhas dos
jovens inquiridos recaem, em 8,6% dos casos, em Manuela Moura Guedes, sendo esta a
percentagem maior. De seguida, verifica-se que 7% dos jovens acham que o Rodrigo
Guedes de Carvalho é o mais credível, 5,9% fazem recair a sua escolha em José
Rodrigues dos Santos e 4,9% mencionam antes o José Alberto Carvalho. Todos os
outros apresentadores recolhem menos de 4% das preferências.

144
Tabela 136: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais credível

N %
José Alberto Carvalho (RTP1) 14 4,9
Judite de Sousa (RTP1) 7 2,6
José Rodrigues dos Santos (RTP1) 16 5,9
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC) 19 7,0
Clara de Sousa (SIC) 2 ,8
Ana Lourenço (SIC) 1 ,3
Alberta Marques Fernandes (RTP2) 1 ,2
Manuela Moura Guedes (TVI) 24 8,6
Lurdes Baeta (TVI) 1 ,4
Pedro B. Moraes (TVI) 3 1,0
Ana Sofia (TVI) 2 ,8
Pedro Pinto (TVI) 11 3,9
Nenhum 43 15,6
Ns/nr 132 47,9
Total 276 100,0

No que respeita ao apresentador que os jovens consideram o mais divertido, mais uma
vez a Manuela Moura Guedes é a mais escolhida pelos jovens, demonstrando aqui a sua
popularidade, contudo a percentagem de inquiridos que a escolheram representam
apenas 12,3%. José Rodrigues dos Santos consegue alcançar a segundo posição com
9,4% a apontarem-lhe o dedo como o apresentador mais divertido e o Rodrigo Guedes
de Carvalho está na terceira posição com apenas 3,1% das escolhas. Quanto aos
restantes apresentadores as escolhas são bastante fragmentadas e as percentagens de
jovens que os escolheram são muito diminutas não ultrapassando os 3%.

145
Tabela 137: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais divertido

N %
José Alberto Carvalho (RTP1) 8 2,8
Judite de Sousa (RTP1) 1 ,3
José Rodrigues dos Santos (RTP1) 26 9,4
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC) 9 3,1
Clara de Sousa (SIC) 1 ,4
Ana Lourenço (SIC) 2 ,9
João Adelino Faria (SIC) 3 ,9
Vasco Matos Trigo (RTP2) 0 ,2
Manuela Moura Guedes (TVI) 34 12,3
Lurdes Baeta (TVI) 1 ,4
Pedro B. Moraes (TVI) 5 1,9
Ana Sofia (TVI) 3 1,2
Pedro Pinto (TVI) 6 2,2
Nenhum 43 15,7
Ns/nr 133 48,4
Total 276 100,0

Curiosamente, aparece também no topo quanto à percentagem de jovens telespectadores


que opinam quanto ao apresentador de noticiários que consideram o menos interessante.
Porém a fracção de jovens que a escolheram corresponde apenas a 3,9% das respostas.
A seguir está a Alberta Marques Fernandes com 2,8% de jovens a apontar-lhe o dedo e
depois está o Vasco Matos Trigo com 2% das escolhas. Os restantes apresentadores têm
menos de 2% dos inquiridos a considerá-los os menos interessantes.

146
Tabela 138: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é menos interessante

N %
José Alberto Carvalho (RTP1) 3 1,2
Judite de Sousa (RTP1) 3 1,1
José Rodrigues dos Santos (RTP1) 2 ,7
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC) 1 ,3
Clara de Sousa (SIC) 3 1,0
Ana Lourenço (SIC) 2 ,8
Alberta Marques Fernandes (RTP2) 8 2,8
Vasco Matos Trigo (RTP2) 5 2,0
Manuela Moura Guedes (TVI) 11 3,9
Pedro B. Moraes (TVI) 2 ,7
Ana Sofia (TVI) 3 ,9
Pedro Pinto (TVI) 2 ,6
Nenhum 72 25,9
Ns/nr 160 58,2
Total 276 100,0

Mais uma vez, Manuela Moura Guedes é a mais mencionada (em 4,8% dos casos) desta
vez quanto ao apresentador de noticiários que os jovens dizem não conseguirem
suportar. A seguir estão a Judite de Sousa e o Vasco Matos Trigo, em ex aequo, com
1,2% de jovens a escolherem-nos. Os restantes apresentadores têm menos de 1% dos
inquiridos a declararem que não os conseguem suportar.

Tabela 139: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que não consegue suportar

N %
Judite de Sousa (RTP1) 3 1,2
Ana Lourenço (SIC) 1 ,4
João Adelino Faria (SIC) 1 ,4
Alberta Marques Fernandes (RTP2) 1 ,3
Vasco Matos Trigo (RTP2) 3 1,2
Manuela Moura Guedes (TVI) 13 4,8
Lurdes Baeta (TVI) 1 ,5
Pedro B. Moraes (TVI) 1 ,4
Pedro Pinto (TVI) 1 ,2
Nenhum 98 35,4
Ns/nr 152 55,2
Total 276 100,0

Uma maioria expressiva de jovens, que representa 67,4% das respostas, não assiste aos
tempos de antena dos habituais comentadores da actualidade. Porém, o mais visto pelos

147
jovens, embora apenas por 11,4% dos inquiridos, é o Marcelo Rebelo de Sousa, e uma
percentagem não muito distante de jovens, nomeadamente, 9,4% dos inquiridos,
assistem aos comentários de Miguel Sousa Tavares. Apenas 1,2% ouvem o que António
Vitorino tem para dizer e o António Peres Metelo cativa não mais do que uma
pequeníssima minoria de 0,2%.

Tabela 140: Dos comentadores da actualidade, a quais é que assiste na televisão:

N %

Miguel Sousa Tavares 25 9,2


António Vitorino 3 1,2
Marcelo Rebelo de Sousa 31 11,4
António Perez Metelo 1 ,2
Nenhum / não vê 186 67,4
Ns/nr 38 13,8

No que concerne os programas favoritos dos jovens, 81,7% declaram que gostam de
filmes e uma percentagem igualmente expressiva de jovens (78,7%) afirmam gostar de
assistir a telenovelas portuguesas. O terceiro tipo de programa mais escolhido pelos
jovens, são os programas de humor que recolheram 71% das respostas, e uma fracção
muito próxima de inquiridos (70,6%) escolheram os desenhos animados. Os programas
de desporto são ainda do agrado de 57,9% dos jovens inquiridos e 56,3% declaram
gostar de concursos. As séries nacionais também são do agrado de mais de metade dos
inquiridos (53,8%), assim como as séries internacionais (51,8%) e as telenovelas
brasileiras (51,1%). Os restantes programas são escolhidos por menos de metade dos
jovens telespectadores, entre eles os documentários (com 42,5% das preferências), os
reality shows (com 35,3% das escolhas), as notícias (34,8%) e por último os talk shows
(com apenas 18% das preferências).

148
Tabela 141: Gosta de programas de:

N %

Desporto 160 57,9


Reality shows 97 35,3

Concursos 155 56,3

Telenovelas portuguesas 217 78,7

Telenovelas brasileiras 141 51,1


Programas de humor 196 71,0
Séries nacionais 148 53,8

Séries internacionais 143 51,8

Filmes 225 81,7


Talk shows 50 18,0
Desenhos animados 195 70,6
Notícias 96 34,8

Documentários 117 42,5

Cerca de metade dos jovens inquiridos portugueses são da opinião de que a oferta de
programas para a sua idade é regular, mas 13,8% dos jovens acham que a programação
é má. Um terço dos jovens estão mais satisfeitos e acham que a programação é boa mas
apenas 2,2% acham que é muito boa. Quanto aos horários dos programas que
interessam aos jovens, 20,7% expressam a sua insatisfação e 43,9% acham que os
horários são regulares. Ainda assim 31,8% dos jovens inquiridos consideram que os
horários televisivos são bons mas só uma pequena minoria de 3,6% de jovens
consideram os horários muito bons. Apenas 5,3% dos jovens telespectadores
consideram que a qualidade da televisão que vêm é má mas 52,5% são da opinião que é
apenas regular. Perto de 40% são da opinião que a qualidade daquilo que assistem na
televisão é boa porém uma minoria circunscrita de 2,3% de jovens consideram que é
muito boa. É quanto à quantidade de publicidade durante os programas que se regista
claramente a maior fracção de jovens inquiridos insatisfeitos, que ascende aos 52,3%. A
fracção de jovens telespectadores que consideram a quantidade de publicidade regular
decresce para os 27,5% e desce ainda mais para os jovens que sã da opinião que é boa
(18,1%) e apenas 2,2% acham que é muito boa.

149
Tabela 142: Qual a sua opinião sobre:

Má (%) Regular (%) Boa (%) Muito boa (%)


A oferta de programas
13,8 50,3 33,6 2,2
para a sua idade
O horário dos programas
20,7 43,9 31,8 3,6
que lhe interessam
A qualidade da televisão
5,3 52,5 39,9 2,3
que vê
A quantidade de
publicidade durante os 52,3 27,5 18,1 2,2
programas

Apesar de as telenovelas não estarem em primeiro lugar nos programas favoritos –


como vimos estão em segundo lugar com uma percentagem bastante próxima do lugar
cimeiro - são o principal tipo de programas que os jovens assistem (em 53,1% dos
casos). Por seu turno, embora os filmes tenham sido escolhidos por uma maior fracção
de jovens como os programas favoritos, apenas 11,7% dos inquiridos declaram que os
filmes e séries são os principais programas televisivos a que assistem. A seguir
encontram-se os desenhos animados como o principal tipo de programa a que os jovens
assistem habitualmente (com 10,3% das escolhas). Os programas de desporto são
referidos, em primeiro lugar, por 7% dos jovens inquiridos, os concursos por apenas
3,4% e ainda menos jovens telespectadores (3%) escolhem os programas de informação.

Tabela 143: Qual o principal programa que vê habitualmente (1ªREF)

N %
Filmes/series 32 11,7
Telenovelas 146 53,1
Noticias/informação 8 3,0
Desenhos animados 28 10,3
Concursos 9 3,4
Desporto 19 7,0
Outros 19 6,9
Ns/nr 12 4,5
Total 276 100,0

150
Outros

N %
257 93,1
A Herança 1 ,4
Art Attack 3 1,0
Circo das Celebridades 1 ,4
CSI 1 ,4
Curto Circuito 1 ,3
Documentários 2 ,8
Herman SIC 2 ,7
MTV Música 2 ,6
Pimp my Ride 0 ,2
Smack Down 2 ,8
The O.C. 2 ,8
Vida Selvagem 1 ,3
WWE Smack Down 1 ,3
Total 276 100,0

Quanto aos programas que os jovens assistem habitualmente, escolhidos em segundo


lugar, as telenovelas continuam a ser os programas mais referenciados mas agora por
apenas 17,2% dos jovens telespectadores e uma fracção muito próxima (16,6%)
mencionam os filmes como segunda escolha. Os desenhos animados são mencionados
por 16% dos jovens como o segundo tipo de programa que mais assistem habitualmente.
E, enquanto segunda escolha, os programas de informação, com 8,2% das preferências,
ultrapassam os concursos (com 4,7% das preferências) e o desporto (com um peso de
1,4% nas segundas escolhas). Os outros programas que os jovens escolheram como o
segunda escolha distribuem-se por 12,8% das respostas.

Tabela 144: Qual o principal programa que vê habitualmente (2ªREF)

N %
Filmes/series 46 16,6
Telenovelas 48 17,2
Noticias/informação 23 8,2
Desenhos animados 44 16,0
Concursos 13 4,7
Desporto 4 1,4
Outros 35 12,8
Ns/nr 63 22,9
Total 276 100,0

151
Outros

N %
240 87,2
A Herança 6 2,1
Allô Allô 1 ,4
Caçadores de Mitos 1 ,3
CSI 1 ,3
Documentário 3 1,0
Dr.House 3 1,2
Herman SIC 1 ,5
Humor 1 ,4
Maxmen 1 ,3
Música 1 ,3
New Wave 1 ,2
Pista Blue 1 ,4
Prismas da Bruma 1 ,4
Programa de música 2 ,7
Quem quer Ganhar 1 ,4
Raw 2 ,8
Reality Show 1 ,5
Rex 1 ,5
Simpsons 1 ,4
Você na TV 1 ,4
Wrestling 1 ,5
Wetwork 1 ,5
Will and Grace 1 ,4
WWE row 1 ,3
Total 276 100,0

No que concerne os programas que os jovens telespectadores vêm habitualmente


referenciados em terceiro lugar, verifica-se uma grande divisão das escolhas. Os filmes
são os mais mencionados com 9,5% das preferências. Enquanto terceira escolha, os
desenhos animados são referenciados por 5,6% e as telenovelas, que continuam no
grupo de programas mais escolhidos, são mencionadas por 4,9% dos inquiridos. Os
programas de informação são escolhidos por 4,7% como terceira escolha e uma fracção
muito próxima (4,6%) escolhe os concursos. O desporto apenas reúne 2,7% das
terceiras escolhas.

152
Tabela 145: Qual o principal programa que vê habitualmente (3ªREF)

N %
Filmes/series 26 9,5
Telenovelas 13 4,9
Noticias/informação 13 4,7
Desenhos animados 15 5,6
Concursos 13 4,6
Desporto 7 2,7
Outros 25 9,1
Ns/nr 162 58,8
Total 276 100,0

Outros

N %
251 90,9
BBC 1 ,3
Canais música 1 ,4
Concursos 4 1,6
Documentário 4 1,3
Dr. Hope 1 ,3
Em família 2 ,6
Euromilhões 1 ,3
Hora Discovery 1 ,5
Levanta-te e Ri 1 ,4
Ovellalling 1 ,4
Para rir 1 ,4
Prazer dos Diabos 1 ,4
Reality Show 2 ,7
Serviço de Urgência 1 ,4
Tourada 1 ,3
Vida Selvagem 2 ,6
WWE pqperviews 1 ,3
Total 276 100,0

Só uma pequena minoria de 4,6% dos jovens telespectadores tem por hábito gravar
programas. Entre aqueles que o fazem cerca de três quartos afirma que o motivo para o
fazerem é porque não podem ver os programas à hora que são transmitidos. Cerca de
um quarto declaram que o motivo é porque não estão em casa à hora que os programas
passam na televisão.

153
Tabela 146: Costuma gravar programas

N %
Sim 13 4,6
Não 258 93,5
Ns/nr 5 2,0
Total 276 100,0

Tabela 147: Por que motivo costuma gravar programas

N %
Porque não pode ver à hora
que são transmitidos 9 74,7
Porque não está em casa à
hora que passam na 3 25,3
televisão
Total 13 100,0

Os filmes e as séries são o principal tipo de programas gravados por uma maior fracção
de jovens que corresponde a 36,7%. A seguir encontram-se as telenovelas, o principal
tipo de programas gravados por 32,4% dos jovens telespectadores. A percentagem de
inquiridos que gravam habitualmente programas de desporto é mais modesta,
representando 13,6% e os concursos são mencionados em primeiro lugar por 7,4% dos
jovens.
Quanto aos programas gravados regularmente pelos jovens referenciados em segundo
lugar, cerca de um quarto dos jovens declaram que têm por hábitos gravar filmes ou
séries e outros tantos afirmam que gravam telenovelas. A percentagem de inquiridos
que mencionam os concursos em segundo lugar decresce para os 8,9%. Apenas os
filmes e as séries são referenciados como terceira escolha. Ainda entre aqueles que têm
por hábito gravar programas 34,4% costuma trocar gravações de programas com os seus
amigos.

Tabela 148: Qual o tipo de programa que costuma gravar (1ªREF.)

N %
Filmes/series 5 36,7
Telenovelas 4 32,4
Concursos 1 7,4
Desporto 2 13,6
Outros 0 2,6
Ns/nr 1 7,3
Total 13 100,0

154
Tabela 149: Qual o tipo de programa que costuma gravar (2ªREF.)

N %
Filmes/series 3 25,3
Telenovelas 3 25,2
Concursos 1 8,9
Outros 1 7,4
Ns/nr 4 33,3
Total 13 100,0

Outros

N %
275 99,7
Saúde 1 ,3
Total 276 100,0

Tabela 150: Qual o tipo de programa que costuma gravar (3ªREF.)

N %
Filmes/series 1 6,3
Outros 3 25,3
Ns/nr 9 68,5
Total 13 100,0

Outros

N %
273 98,8
Dr.House 3 1,2
Total 276 100,0

Tabela 151: Costuma trocar gravações de programas com os teus amigos

N %
Sim 4 34,4
Não 8 65,6
Total 13 100,0

Apenas uma minoria de 12,5% de jovens já se ligaram à internet para verem páginas
relacionada com um programa de televisão. Entre esses jovens telespectadores, um terço
só navegam nessas páginas raramente, mas 41,7% fazem-no às vezes. Os que o fazem
frequentemente ou muito frequentemente correspondem a cerca de um quarto.

155
Tabela 152: Já se ligou à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão

N %
Sim 34 12,5
Não 236 85,7
Ns/nr 5 1,9
Total 276 100,0

Tabela 153: Com que frequência se liga à internet para ver uma página relacionada com um
programa de televisão

N %
Muito frequentemente 4 13,0
Frequentemente 4 12,2
Às vezes 14 41,7
Raramente 11 33,2
Total 34 100,0

Ainda entre os que já consultaram páginas na internet sobre programas televisivos, o


tipo de programas referenciado por uma maior percentagem de jovens, nomeadamente
48,8%, são as telenovelas. As páginas sobre concursos foram consultadas por 6,5% dos
inquiridos, 3,1% consultaram páginas sobre filmes ou séries e 35,6% referenciam ainda
outro tipo de programas entre os quais o Curto Circuito, o Gato Fedorento, o Circo das
Celebridades, programas de luta livre, entre outros. Alguns inquiridos referem ainda que
visitam as páginas não especificamente de programas mas de estações de televisão.
Quanto às páginas sobre programas consultadas, referenciadas em segundo lugar, 19,2%
afirmam que já consultaram páginas sobre filmes ou séries, 6,1% de telenovelas e 2,6%
de programas de informação. Os programas de informação e os filmes e as séries voltam
a ser referenciados em terceiro lugar, por 3% e 2,6%, respectivamente, dos jovens que
consultam páginas referentes a programas televisivos.

Tabela 154: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (1ªREF)

N %
Filmes/series 1 3,1
Telenovelas 17 48,8
Concursos 2 6,5
Outros 12 35,6
Ns/nr 2 6,0
Total 34 100,0

156
Outros

N %
264 95,6
Caçadores 1 ,4
Circo das celebridades 1 ,4
Curto Circuito 2 ,8
Discovery 1 ,4
Gato Fedorento 1 ,4
Google 2 ,8
TVI 2 ,7
Wrestling 1 ,5
Total 276 100,0

Tabela 155: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (2ªREF)

N %
Filmes/series 7 19,2
Telenovelas 2 6,1
Noticias/informação 1 2,6
Outros 5 15,7
Ns/nr 19 56,4
Total 34 100,0

Outros

N %
270 98,0
Música 1 ,4
Quem quer Ganhar 1 ,4
Wrestling (luta livre) 1 ,4
SIC 1 ,4
Smack down 1 ,4
Total 276 100,0

Tabela 156: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (3ªREF)

N %
Filmes/series 1 2,6
Noticias/informação 1 3,0
Outros 4 12,5
Ns/nr 28 81,8
Total 34 100,0

157
Outros

N %
271 98,4
Philip the Future 3 1,2
Raw 1 ,4
Total 276 100,0

Só uma minoria circunscrita a 1,6% de jovens telespectadores participou em algum


fórum online sobre um programa de televisão e fizeram-no apenas raramente. O
principal tipo de programas sobre o qual participaram em fóruns refere-se a telenovelas
(em 73,9% dos casos). O programa Curto Circuito é também referenciado. Quanto à
segunda referência, 73,9% os jovens telespectadores declaram que frequentaram os
fóruns sobre filmes e séries e a mesma percentagem de jovens mencionam o programa
Philip The Future como terceira referência.

Tabela 157: Já participou em algum fórum online sobre um programa de televisão

N %
Sim 4 1,6
Não 265 96,2
Ns/nr 6 2,3
Total 276 100,0

Tabela 158: Com que frequência

N %
Raramente 4 1,6
Ns/nr 271 98,4
Total 276 100,0

Tabela 159: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (1ªREF)

N %
Telenovelas 3 73,9
Outros 1 26,1
Total 4 100,0

Outros

N %
275 99,6
Curto Circuito 1 ,4
Total 276 100,0

158
Tabela 160: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (2ªREF)

N %
Filmes/series 3 73,9
Ns/nr 1 26,1
Total 4 100,0

Tabela 161: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (3ªREF)

N %
Outros 3 73,9
Ns/nr 1 26,1
Total 4 100,0

Outros

N %
273 98,8
Philip the Future 3 1,2
Total 276 100,0

Uma minoria de 15% dos jovens referem que os programas de televisão nunca são
assunto de conversas com os seus amigos e 17,9% apontam que o são raramente. Perto
de metade afirmam que às vezes são assunto de conversa entre os pares e apenas 15,3%
afirmam que o são frequentemente ou muito frequentemente.

Tabela 162: Os programas de televisão são assunto de conversas com os seus amigos

N %
Muito frequentemente 15 5,3
Frequentemente 29 10,5
Às vezes 136 49,5
Raramente 49 17,9
Nunca 41 15,0
Ns/nr 5 1,9
Total 276 100,0

A esmagadora maioria dos jovens, que representam 91,1% dos casos, afirmam que a
televisão em casa está ligada às horas das refeições e 51,5% confessam que a televisão
fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. Estes dados são indicadores da
omnipresença da televisão em casa mesmo em pano de fundo para as actividades diárias
ou corriqueiras em casa como comer, entre outras.

159
Tabela 163: A televisão em casa está ligada às horas das refeições

N %
Sim 251 91,1
Não 19 6,8
Ns/nr 6 2,2
Total 276 100,0

Tabela 164: A televisão em casa está ligada mesmo quando ninguém está a ver

N %
Sim 142 51,5
Não 119 43,0
Ns/nr 15 5,5
Total 276 100,0

A percentagem de jovens que costumam ver algum noticiário televisivo (45,8%)


reparte-se um pouco com a dos que não costumam (53,5%), embora o pendor seja um
pouco mais para os que não têm aquele hábito. Entre os jovens telespectadores que vêm
o noticiário, há claramente uma maior percentagem a assistir ao da TVI, que
corresponde a 60% dos jovens. Em segundo lugar com 36% de jovens telespectadores
entre os inquiridos encontra-se a SIC e a RTP aparece em último lugar com uma
audiência que corresponde a 20% dos jovens inquiridos. Quase todos os jovens, isto é,
93,1% vêm o noticiário em família e apenas 4,6% afirmam que o vêm sozinho. É ainda
de assinalar que 72,9% dos jovens telespectadores têm por hábito trocar opiniões sobre
o vêm no noticiário.

Tabela 165: Costuma ver algum noticiário televisivo das 20h00

N %
Sim 126 45,8
Não 147 53,5
Ns/nr 2 ,8
Total 276 100,0

Tabela 166: Em qual dos canais costuma ver noticiário televisivo das 20h00:

%
RTP 20,8
SIC 36,0
TVI 60,1
Ns/Nr 2,2

160
Tabela 167: Habitualmente, vê o noticiário televisivo da noite com quem

N %
Sozinho 6 4,6
Em família 116 93,1
Não vê telejornal 1 ,6
Ns/nr 2 1,7
Total 125 100,0

Tabela 168: É habitual trocar opiniões sobre o que viu:

N %
Sim 87 72,9
Não 29 24,3
Ns/nr 3 2,8
Total 119 100,0

Zapping

O acto de fazer zapping é uma realidade para a maior parte dos jovens visto que 28,4%
dos jovens declaram que nunca o fazem. Entre aqueles que o fazem, 27,4% fazem
zapping uma ou duas vezes. 8,8% declaram que o fazem mais de duas e menos de cinco
vezes e 12,4% fazem-no mais de 5 vezes. Para 14,7% fazer zapping é uma constante.
No que respeita as razões porque o fazem, 36,5% dos jovens confessam que a razão
prende-se com a curiosidade ou o prazer de navegar entre canais e 29,5% dizem que o
fazem para evitar a publicidade. Outra razão, adiantada por 23,6%, prende-se com o
desagrado ou o cansaço em relação ao que estão a ver. Outras razões mencionadas
relacionam-se com a vontade de ver determinado programa ou notícia (referida por
6,7% dos jovens telespectadores) ou para saber mais sobre determinada informação
(mencionada por 2,2% dos jovens).

161
Tabela 169: Ao longo do tempo em que diariamente vê televisão, quantas vezes é que faz zapping

N %
Sempre 41 14,7
Mais de 5 vezes 34 12,4
Mais de duas e menos de 5 vezes 24 8,8
Uma ou duas vezes 76 27,4
Nunca 78 28,4
Ns/nr 23 8,3
Total 276 100,0

Tabela 170: Qual é a principal razão porque faz zapping:

%
Para ver determinado
6,7
programa ou notícia
Para saber mais sobre
2,2
determinada informação
Por desagrado ou cansaço
em relação ao que estou a 23,6
ver
Pela curiosidade ou prazer
36,5
de navegar entre canais

Para evitar a publicidade 29,5

Porque não consigo parar de


2,5
mudar

Quanto a fazer zapping durante o mesmo programa, 42,7% dos jovens inquiridos
afirmam que o fazem uma ou duas vezes. Porém a percentagem de inquiridos que faz
zapping com maior frequência diminui: 7,9% dizem que o fazem mais de duas e menos
de cinco vezes, 5,6% fazem-no mais de 5 vezes e 9,8% estão sempre a fazer zapping
durante o mesmo programa. Já 27,2% afirmam que nunca fazem zapping enquanto estão
a ver um programa.
No que concerne as razões porque o fazem, 42,9% adiantam que têm curiosidade ou o
prazer de navegar entre canais e 28,1% tentam evitar a publicidade. O desagrado ou o
cansaço em relação ao que estão a ver é uma razão adiantada por 20,3% e, mais uma
vez apenas uma pequena minoria dos jovens fazem zapping, desta feita durante o
mesmo programa, por causa da vontade de ver determinado programa ou notícia (em
6,7% dos casos) ou para saber mais sobre determinada informação (em 2,2% dos casos).

162
Tabela 171: E durante o mesmo programa, com que frequência é que faz zapping

N %
Sempre 17 9,8
Mais de 5 vezes 10 5,6
Mais de duas e menos de 5 vezes 14 7,9
Uma ou duas vezes 75 42,7
Nunca 48 27,2
Ns/nr 12 6,8
Total 175 100,0

Tabela 172: Qual é a principal razão porque faz zapping durante o mesmo programa

N %

Para ver determinado programa ou notícia 7 6,0

Para saber mais sobre determinada informação 3 2,2


Por desagrado ou cansaço em relação ao que
23 20,3
estou a ver
Pela curiosidade ou prazer de navegar entre
49 42,9
canais
Para evitar a publicidade 32 28,1
Ns/nr 1 ,6
Total 115 100,0

Claramente é durante os espaços publicitários, que uma maior fracção de jovens


telespectadores tendem a fazer mais zapping. As telenovelas estão em segundo lugar no
que respeita à percentagem de jovens (29,4%) que tendem a fazer zapping durante o seu
visionamento. Contudo, este percentagem poderá explicar-se pelo facto de as
telenovelas serem o tipo de programas que os jovens mais assistem. Quanto aos filmes,
27,4% dos inquiridos fazem zapping durante o seu visionamento e 25,1% declara que
fazem zapping durante programas de entrevista. Pouco mais de 23% fazem zapping
durante os telejornais ou quando estão a ver espectáculos de entretenimento. Uma
percentagem de jovens ligeiramente superior a 20% fazem zapping durante os
concursos de televisão e menos de 20% dos jovens telespectadores fazem-no durante
emissões desportivas e durante documentários.

163
Tabela 173: Qual o tipo de programa nos quais tem tendência para fazer mais zapping:

Espectáculos de entretenimento 23,1

Emissões desportivas 19,9

Programas de entrevista 25,1

Telenovelas 29,4

Filmes 27,4

Telejornais 23,5

Documentários 15,3

Espaços publicitários 55,6


Concursos 20,5

Durante os intervalos dos programas favoritos dos jovens, 36,7% aproveitam para
realizarem alguma coisa ou alguma tarefa que necessitam de fazer em casa. Por seu
turno, 34% simplesmente fazem zapping pelos outros canais, todavia, 15,9% afirmam
que vêm a publicidade e 5,7% declaram mesmo que seguem a publicidade com atenção.

Tabela 174: O que é que normalmente faz durante os intervalos do seu programa preferido

N %
Zapping pelos outros canais 94 34,0
Aproveita para fazer alguma coisa que
101 36,7
precisa em casa
Vê a publicidade 44 15,9
Segue a publicidade com atenção 16 5,7
Ns/nr 21 7,7
Total 276 100,0

Entre os jovens telespectadores, 33,2% afirmam que retirariam automaticamente a


publicidade das emissões gravadas se tivessem um aparelho de gravação digital de
vídeo. Uma percentagem menor de inquiridos declaram que não o faria. Contudo, 30%
dos inquiridos simplesmente não costumam gravar programas e 8,9% nem sabem do
que se trata.

164
Tabela 175: Se tivesse um aparelho de gravação digital de vídeo retiraria automaticamente a
publicidade das emissões gravadas

N %
Sim 91 33,2
Não 52 18,9
Não costuma gravar programas 83 30,0
Não sabe do que se trata 24 8,9
Ns/nr 25 9,1
Total 276 100,0

A partir sensivelmente da década de noventa, em Portugal, o panorama audiovisual


começou a alterar-se. Surgiram novos canais generalistas, o acesso à televisão por
satélite tornou-se mais comum e começaram a ser introduzidos servisses pagos de
televisão, nomeadamente, a TV por cabo que distribui conteúdos e programas
televisivos direccionados a públicos mais específicos. Verifica-se que a introdução
desses serviços atinge segmentos significativos da população portuguesa. Entre os
jovens respondentes em ambos os inquéritos, mais de metade afirmam ainda ter
televisão paga (TV cabo, satélite, etc.).
A televisão continua a ser um meio de comunicação central no quotidiano dos jovens,
embora estes possam estabelecer uma relação mais próxima com outros media. Cerca de
um terço dos jovens admitem que são os que mais vêm televisão em casa. E verifica-se
a tendência para haver uma maior fracção de raparigas e de respondentes mais novos
que declaram ser os que mais vêm televisão dentro do seu agregado doméstico. O que é
certo, é que a televisão marca a sua presença, nem que seja como pano de fundo ou algo
olhado de vez em quando, muitas vezes no próprio quarto dos jovens. Quase todos os
jovens inquiridos afirmam que a televisão está ligada às horas das refeições e cerca de
metade confessam que a televisão fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. Por
um lado, os jovens passaram a dividir mais frequentemente a sua atenção entre a
televisão e outras tarefas e actividades e, por outro lado, a manter uma relação mais
individualizada com a televisão em comparação com o que acontecia nas gerações
anteriores, embora o visionamento de programas junto da família ainda se verifique.
Mas, ao mesmo tempo que a televisão declina enquanto “lareira electrónica”, os
aparelhos de televisão estão, hoje em dia, mais presentes em várias divisões da casa
como podemos concluir dos dados recolhidos.

165
As telenovelas surgem como o principal tipo de programas a que os jovens assistem.
Mas também mostram preferência por filmes, programas de humor e desenhos
animados. Além disso, os programas de desporto, os concursos, as séries nacionais e
internacionais também são do agrado da maioria dos jovens. Verifica-se ainda que os
jovens passaram a apreciar as produções nacionais de conteúdos audiovisuais visto que
mais de metade dos jovens inquiridos têm preferência por telenovelas com produção
portuguesa e maioria consideram a novela “Morangos com açúcar” como a sua favorita.
Além disso, entre os canais favoritos surge claramente a TVI no lugar cimeiro, com a
SIC a aparecer em segundo lugar nas preferências juvenis. Observa-se igualmente que o
acto de fazer zapping está hoje bem instituído nas práticas da maior parte jovens, que
procuram evitar a publicidade ou que são movidos essencialmente pela curiosidade ou
prazer de navegar entre canais ou pelo desagrado ou cansaço em relação ao que estão a
ver.

166
Capítulo 7: A cultura da mobilidade: a utilização dos
telemóveis por parte dos jovens

De acordo com um relatório da ANACOM, no final de Setembro de 2004 existiam em


Portugal 9,636 milhões de utilizadores de telemóveis, segundo dados entregues pelos
operadores móveis. Este número está muito próximo da população total portuguesa e
traduz o enorme crescimento que a utilização do telemóvel teve em Portugal desde
meados dos anos 90. Em Setembro de 2004, a taxa de penetração do serviço estava nos
92%, o que coloca Portugal acima da média comunitária que no mesmo período era de
84,4%. Os jovens não ficaram alheios a este grande crescimento e têm sido cada vez
mais incluídos na rede de utilizadores.
Ainda segundo a ANACOM, a maior parte dos utilizadores continua a utilizar cartões
pré-pagos, que correspondem a 79% do total do mercado, enquanto os produtos com
assinatura representam 21% do mercado. Outra informação é que entre Julho e
Setembro de 2004 foram originadas cerca de 1,5 mil milhões de chamadas e 2,7 mil
milhões de minutos nas três redes móveis nacionais, TMN, Vodafone e Optimus.
Também é relevante o facto de que durante o terceiro trimestre do mesmo ano foram
enviadas cerca de 635 milhões de mensagens. Ainda assim, o número de chamadas
mensais por utilizador foi superior ao número de mensagens SMS enviadas. Verifica-se,
portanto, que toda uma realidade de comunicações móveis emergiu em Portugal,
comunica-se mais e das mais variadas formas. E é nesta realidade que as novas gerações
se vão socializando e crescendo, uma realidade que se instalou nos seus quotidianos e
nas suas práticas diárias. O telemóvel tornou-se num acessório quase obrigatório e é
transportado para uma série de situações diárias, desde as aulas, aos tempos lúdicos e
aos tempos passados com a família ou com os amigos.

Inquérito online
A esmagadora maioria dos jovens (96,6%) tem telemóvel. Deste uma grande parte usa
carregamentos e apenas uma pequena minoria tem telemóvel com assinatura. Observa-
se que há uma fracção ligeiramente superior de raparigas que possui telemóvel. Embora,
não seja muito prudente tirar ilações de uma diferença percentual pequena, este
resultado não deixa de ser coerente com a maior importância subjectiva e relativa a

167
outros media que as raparigas atribuem ao telemóvel. Como seria de esperar há uma
maior percentagem de inquiridos mais velhos que possuem telemóvel, a grande
diferença está entre os mais novos, dos 9 aos 12 anos, e os outros inquiridos dos
escalões etários mais velhos. Mas seja como for, mesmo entre inquiridos tão novos
entre os 9 e os 12 anos, 84,2% declaram ter telemóvel. De facto a socialização e
democratização do acesso ao telemóvel deu-se não só entre as pessoas em idade adulta
das várias classes sociais, mas penetrou também maciçamente no quotidiano dos jovens
e mesmo entre aqueles que ainda frequentam o 1º ciclo do ensino básico. Entre os
jovens a partir dos 13 anos o acesso ao telemóvel é quase universal entre os inquiridos
online.
Tabela 176: Tens telemóvel?

N %
Sim, com carregamentos 961 88,9
Sim, com assinatura 83 7,7
Não 31 2,9
Não sei/Não respondo 6 ,6
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim, com carregamentos 532 86,2 429 92,5
Sim, com assinatura 57 9,2 26 5,6
Não 24 3,9 7 1,5
Não sei/Não respondo 4 ,6 2 ,4

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, com carregamentos 90 75,0 312 86,4 559 93,2
Sim, com assinatura 11 9,2 37 10,2 35 5,8
Não 16 13,3 11 3,0 4 ,7
Não sei/Não respondo 3 2,5 1 ,3 2 ,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Averigua-se que em 70% dos casos, quem comporta com a despesa dos telemóveis dos
inquiridos são os pais. Só um quarto dos internautas paga directamente essa despesa.
Entre as raparigas verifica-se uma ligeira tendência para haver uma maior percentagem
de pais que comportam as despesas em comparação com os rapazes, embora as
diferenças entre os sexos sejam demasiado pequenas para podermos tirar conclusões.
Observa-se mais claramente que há medida que os inquiridos se vão tornando mais

168
velhos, há uma tendência para haver uma transferência dos custos com o telemóvel dos
pais para os filhos. Entre os mais novos, apenas 10,8% comporta as suas próprias
despesas com o telemóvel enquanto que entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos essa
fracção ascende aos 35,2%.

Tabela 177: Quem paga as tuas despesas com o teu telemóvel?

N %
Eu 270 25,0
Os meus pais 757 70,0
Outras pessoas 19 1,8
Não sei/Não respondo 35 3,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Eu 164 26,6 106 22,8
Os meus pais 422 68,4 335 72,2
Outras pessoas 8 1,3 11 2,4
Não sei/Não respondo 23 3,7 12 2,6

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Eu 13 10,8 46 12,7 211 35,2
Os meus pais 85 70,8 295 81,7 377 62,8
Outras pessoas 3 2,5 9 2,5 7 1,2
Não sei/Não respondo 19 15,8 11 3,0 5 ,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Mais de metade dos inquiridos (53,3%) gasta menos de 3 euros em telemóvel por
semana e 27,2% gasta entre 3 e 6 euros no mesmo período. Verifica-se ainda uma
ligeira tendência para haver uma maior fracção de raparigas mais gastadoras do que de
rapazes, embora as diferenças sejam de facto pequenas. Os mais novos são os que
tendem a gastar menos, provavelmente por serem alvos de um controlo mais rigoroso
por parte dos pais dos pais e por terem uma menor autonomia financeira e não só. Seja
como for os jovens tentam controlar as suas despesas e mesmo entre os mais velhos
cerca de 80% não gasta mais do que 6 euros por semana.

169
Tabela 178: Sabes quanto gastas por semana?

N %
Menos de 3 euros 576 53,3
Entre 3 e 6 euros 294 27,2
Entre 7 e 12 euros 59 5,5
Entre 13 e 18 euros 9 ,8
Mas de 18 euros 9 ,8
Não sei 134 12,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Menos de 3 euros 345 55,9 231 49,8
Entre 3 e 6 euros 160 25,9 134 28,9
Entre 7 e 12 euros 31 5,0 28 6,0
Entre 13 e 18 euros 7 1,1 2 ,4
Mas de 18 euros 4 ,6 5 1,1
Não sei 70 11,3 64 13,8

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Menos de 3 euros 69 57,5 206 57,1 301 50,2
Entre 3 e 6 euros 17 14,2 93 25,8 184 30,7
Entre 7 e 12 euros 4 3,3 13 3,6 42 7,0
Entre 13 e 18 euros 4 1,1 5 ,8
Mas de 18 euros 1 ,8 4 1,1 4 ,7
Não sei 29 24,2 41 11,4 64 10,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Uma maioria significativa (65,8%) utiliza o telemóvel para fazer ou receber chamadas
mas a utilização mais comum é mandar mensagens, a julgar pela resposta de 88% dos
jovens. 37% dos internautas tem o telemóvel principalmente para receber chamadas.
Outra utilização com relevo para 27,4% dos inquiridos é jogar. As raparigas são as
maiores fãs das mensagens SMS, visto que 92% afirma que utiliza o telemóvel
principalmente para mandar mensagens em comparação com 86% dos rapazes. Por seu
turno, os rapazes são os que mais jogam ao telemóvel visto que 31,9% confessam ser
essa uma das suas principais utilizações do telemóvel em comparação com 21,3% das
raparigas.
Observa-se ainda que há uma maior fracção de inquiridos mais novos (46,7%) que
utiliza principalmente o telemóvel para receber chamadas, em comparação com 34,8%
dos internautas mais velhos. Principalmente entre os mais novos o telemóvel poderá ser

170
um instrumento em favor do maior controlo dos pais. Para além disso, as redes sociais
dos mais jovens são ainda limitadas e muitas vezes cingem-se à escola, ao bairro, ou aos
pares com quem partilham actividades de tempo livre e que vêm regularmente. Têm
também menor liberdade de movimentos e o uso de telemóvel reflecte um pouco essa
condição. Os jovens mais velhos, por seu turno, têm mais liberdade e autonomia e
poderão usar o telemóvel de uma forma que reforce essa autonomia, seja para trocar
mensagens com os seus pares, combinar encontros, alargar os contactos sociais,
namorar, etc. Assim sendo, não é de estranhar que se verifique uma maior percentagem
de internautas mais velhos que mandam mensagens (94%) e que fazem e recebem
chamadas (67,7%), em comparação com 63,3% e 56,7% de inquiridos dos 9 aos 12
anos, respectivamente. Inversamente, constata-se que há claramente uma maior
percentagem de inquiridos mais novos (44,2%) que declaram que jogar é uma das
principais utilizações que fazem do telemóvel em comparação com apenas 20% dos
internautas mais velhos.

Tabela 179: Utilizas o telemóvel, principalmente, para:

N %
Receber chamadas 400 37,0
Fazer e receber chamadas 711 65,8
Mandar mensagens 960 88,8
Participar em chats 6 ,6
Navegar na internet 38 3,5
Jogar 296 27,4
Outras coisas 102 9,4
Não sei/Não respondo 26 2,4

Masculino Feminino
N % N %
Receber chamadas
237 38,4 163 35,1
Fazer e receber chamadas
419 67,9 292 62,9
Mandar mensagens
533 86,4 427 92,0
Participar em chats
4 ,6 2 ,4
Navegar na internet
27 4,4 11 2,4
Jogar
197 31,9 99 21,3
Outras coisas
64 10,4 38 8,2
Não sei/Não respondo
19 3,1 7 1,5

171
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Receber chamadas 56 46,7 135 37,4 209 34,8
Fazer e receber chamadas 68 56,7 237 65,7 406 67,7
Mandar mensagens 76 63,3 320 88,6 564 94,0
Participar em chats 3 2,5 2 ,6 1 ,2
Navegar na internet 6 5,0 12 3,3 20 3,3
Jogar 53 44,2 123 34,1 120 20,0
Outras coisas 18 15,0 39 10,8 45 7,5
Não sei/Não respondo 14 11,7 9 2,5 3 ,5

No geral, os amigos são o principal alvo de comunicação via telemóvel em 80,3% dos
casos. Portanto, revela-se aqui a importância das sociabilidades entre os pares. A família
e, em particular, os pais aparecem atrás dos amigos em ordem de importância com quem
os jovens costumam falar. Entre os pais, é com a mãe que uma maior fracção de
inquiridos costuma comunicar (61,2%) e um pouco atrás está o pai (47,9%). 27% dos
inquiridos revelam ainda que o namorado ou a namorada são das pessoas com quem
comunicam mais ao telemóvel e 25,3% referem os irmãos. São estes basicamente os
círculos de comunicação dos jovens internautas ao telefone.
Quanto às diferenças entre os sexos é curioso constatar que há uma maior percentagem
de rapazes que falam com o pai (52,4%) em comparação com 42% das raparigas. Por
seu turno, há uma maior fracção de raparigas que comunica com os amigos/as (84,7%),
enquanto que entre os rapazes essa percentagem decresce para os 77%.
Como seria de esperar, a comunicação com os pais é mais relevante para uma maior
fracção de inquiridos mais novos. Entre os jovens dos 9 aos 12 anos, 65% declara que a
mãe é das pessoas com quem comunicam mais ao telemóvel e 54,2% afirmam que o pai
também se inclui nesse círculo de pessoas, enquanto que entre os internautas dos 16 aos
18 anos essas percentagens decrescem para os 59,3% e 46,2%, respectivamente. É
apenas entre os inquiridos mais novos que a comunicação com os pais por telemóvel,
em particular com a mãe (com um peso de 65%), assume maior importância que a
comunicação com os amigos (com um peso de 59,2%). Assim a comunicação com os
amigos cresce de peso enquanto que a comunicação com os pais decresce há medida
que os inquiridos se vão tornando mais velhos. Alem disso, como seria de esperar a
importância de relações afectivas, nomeadamente o namoro, aumenta com a idade dos
jovens pelo que 35% dos internautas dos 16 aos 18 anos revelam que o namorado/a está

172
entre as pessoas com quem mais comunicam, enquanto que entre os mais novos essa
percentagem é de apenas 10%.

Tabela 180: Com que pessoas costumas comunicar mais?:

N %
Com a minha mãe 662 61,2
Com o meu pai 518 47,9
Com os meus irmãos/irmãs 274 25,3
Com outros familiares 219 20,3
Com os amigos/as 868 80,3
Com o meu namorado/a 292 27,0
Com outras pessoas 108 10,0
Não sei/Não respondo 30 2,8

Masculino Feminino
N % N %
Com a minha mãe 383 62,1 279 60,1
Com o meu pai 323 52,4 195 42,0
Com os meus irmãos/irmãs 165 26,7 109 23,5
Com outros familiares 137 22,2 82 17,7
Com os amigos/as 475 77,0 393 84,7
Com o meu namorado/a 162 26,3 130 28,0
Com outras pessoas 63 10,2 45 9,7
Não sei/Não respondo 24 3,9 6 1,3

Com que pessoas costumas comunicar mais?:


Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Com a minha mãe 78 65,0 228 63,2 356 59,3
Com o meu pai 65 54,2 176 48,8 277 46,2
Com os meus irmãos/irmãs 22 18,3 78 21,6 174 29,0
Com outros familiares 32 26,7 70 19,4 117 19,5
Com os amigos/as 71 59,2 306 84,8 491 81,8
Com o meu namorado/a 12 10,0 70 19,4 210 35,0
Com outras pessoas 14 11,7 26 7,2 68 11,3
Não sei/Não respondo 16 13,3 8 2,2 6 1,0

Considerando a amostra dos jovens internautas inquiridos online, 72,1% teve o seu
primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. Verifica-se ainda uma maior fracção de
raparigas que obteve o telemóvel com 13 anos ou menos (75,6%) em comparação com
69,4% dos rapazes.

173
Tabela 181: Com que idade tiveste o primeiro telemóvel?

N %
10 anos ou menos 232 21,5
11 anos 186 17,2
12 anos 200 18,5
13 anos 161 14,9
14 anos 147 13,6
15 anos 69 6,4
16 anos 22 2,0
17 anos 5 ,5
18 anos ou mais 1 ,1
Não me lembro 58 5,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
10 anos ou menos 139 22,5 93 20,0
11 anos 95 15,4 91 19,6
12 anos 106 17,2 94 20,3
13 anos 88 14,3 73 15,7
14 anos 87 14,1 60 12,9
15 anos 47 7,6 22 4,7
16 anos 14 2,3 8 1,7
17 anos 1 ,2 4 ,9
18 anos ou mais 1 ,2
Não me lembro 39 6,3 19 4,1

Apenas uma pequena minoria dos jovens (7,8%) comprou o seu primeiro telemóvel a
expensas próprias, 50,5% declaram que foi o pai a comprar e 22% que foi a mãe.
Portanto, para uma maioria significativa dos jovens a iniciativa de comprar o telemóvel
foi tomada em conluio com os pais ou tomada pelos próprios pais. Estes dados poderão
sugerir que os muitos pais poderão fazer questão que os filhos utilizem telemóvel para
que possam estar contactáveis durante o dia. Para muitos jovens, a obtenção do
telemóvel poderá fazer parte de parte de uma estratégia familiar e o grande crescimento
da utilização do telemóvel entre os mais novos aconteceu de certo com o apoio de
muitos pais que têm percepção de que a utilização do telemóvel por parte dos pais traz
vantagens para si.
Há uma maior fracção ligeiramente superior de raparigas do que de rapazes que
obtiveram o primeiro telemóvel através dos pais. Por seu turno, verifica-se uma
percentagem ligeiramente superior de rapazes (9,2%) que compraram com o seu próprio
dinheiro o ser primeiro telemóvel, em comparação com 5,8% de raparigas. Observa-se
ainda que a percentagem de inquiridos que comprou a expensas próprias o seu primeiro

174
telemóvel cresce há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos, com maior
autonomia financeira. Contudo, a iniciativa dos pais em comprar o telemóvel parece
sofrer poucas alterações ao longo das faixas etárias.

Tabela 182: Quem comprou o teu primeiro telemóvel?

N %
Eu 84 7,8
O meu pai 546 50,5
A minha mãe 238 22,0
Um irmão/irmã 34 3,1
Outro familiar 127 11,7
Um amigo/a 12 1,1
Outra pessoa 40 3,7
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Eu 57 9,2 27 5,8
O meu pai 303 49,1 243 52,4
A minha mãe 133 21,6 105 22,6
Um irmão/irmã 21 3,4 13 2,8
Outro familiar 78 12,6 49 10,6
Um amigo/a 2 ,3 10 2,2
Outra pessoa 23 3,7 17 3,7

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Eu 2 1,7 23 6,4 59 9,8
O meu pai 58 48,3 187 51,8 301 50,2
A minha mãe 25 20,8 83 23,0 130 21,7
Um irmão/irmã 4 3,3 9 2,5 21 3,5
Outro familiar 18 15,0 39 10,8 70 11,7
Um amigo/a 1 ,8 4 1,1 7 1,2
Outra pessoa 12 10,0 16 4,4 12 2,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

28,6% dos jovens internautas acha que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas
semanas sem telemóvel enquanto que 66,9% acha que não mudaria nada. É curioso
verificar aqui um efeito de género, visto que há claramente uma maior fracção de
raparigas (36,6%) que considera que a sua vida mudaria para pior se ficasse duas
semanas sem telemóvel, enquanto que essa fracção entre os rapazes é de apenas 22,5%.
Inversamente, 72,6% dos rapazes acham que não aconteceria nada enquanto que entre

175
as raparigas essa percentagem decresce para os 59,3%. Por outro lado, os internautas
mais velhos são também os mais pessimistas visto que 30,5% considera que a sua vida
mudaria para pior se ficassem privados do telemóvel durante um par de semanas,
enquanto que entre os mais novos apenas 20,8% considera o mesmo. Estes dados
poderão dever-se pelo cálculo dos mais velhos de que terão mais a perder se ficarem
privados do telemóvel visto que é um meio para melhorar e aprofundar as suas relações
sociais e a sua maior autonomia.

Tabela 183: Se ficasse duas semanas sem telemóvel?

N %
A minha vida mudaria para melhor 49 4,5
A minha vida mudaria para pior 309 28,6
Não aconteceria nada 723 66,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
A minha vida mudaria para melhor 30 4,9 19 4,1
A minha vida mudaria para pior 139 22,5 170 36,6
Não aconteceria nada 448 72,6 275 59,3

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
A minha vida mudaria
para melhor 6 5,0 18 5,0 25 4,2
A minha vida mudaria
para pior 25 20,8 101 28,0 183 30,5
Não aconteceria nada 89 74,2 242 67,0 392 65,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

45,2% dos inquiridos admite que apenas algumas mensagens são necessárias, 37,1%
acha que muitas são necessárias e apenas 14,3% acha que são todas necessárias. As
diferenças entre os sexos não são grandes o suficiente, nem assume todas o mesmo
sentido para que possamos tirar conclusões. Quanto às diferenças entre escalões etários,
verificamos que há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos maior é a
tendência para haver uma maior fracção que considera que muitas ou todas as suas
mensagens são necessárias.

176
Tabela 184: Consideras que todas as chamadas que fazes e as mensagens que envias são
necessárias?

N %
Não, nenhuma é necessária 36 3,3
Sim, algumas são necessárias 489 45,2
Sim, muitas são necessárias 401 37,1
Sim, todas são necessárias 155 14,3
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não, nenhuma é necessária 27 4,4 9 1,9
Sim, algumas são necessárias 270 43,8 219 47,2
Sim, muitas são necessárias 224 36,3 177 38,1
Sim, todas são necessárias 96 15,6 59 12,7

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não, nenhuma é
necessária 14 11,7 12 3,3 10 1,7
Sim, algumas são
necessárias 56 46,7 181 50,1 252 42,0
Sim, muitas são
necessárias 35 29,2 120 33,2 246 41,0
Sim, todas são
necessárias 15 12,5 48 13,3 92 15,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

A situação em que uma maior percentagem de jovens declaram ter por hábito desligar o
telemóvel é quando estão nas aulas (40,8%), seguida da situação em que os jovens se
encontram no cinema (39,7%). Apenas uma minoria dos jovens declaram que desligam
o telemóvel quando estão a estudar (18,6%) ou quando estão em família, às refeições, a
ver televisão, etc. (11,4%).
Uma fracção ligeiramente superior de rapazes afirma que desligam o telemóvel quando
estão nas aulas (43,8%), em comparação com 36,9% das raparigas. De facto, nota-se
percentagens ligeiramente superiores de rapazes que desligam o telemóvel nas situações
consideradas. São diferenças muito pequenas mas que demonstram uma certa
consistência e que nos permitem considerar que uma maior fracção das raparigas é mais
relutante em desligar o telemóvel em diversas situações.
No que respeita às diferenças entre idades verifica-se, sem margem para dúvidas, que é
entre os mais novos que há maior percentagens de inquiridos a desligar o telemóvel nas

177
diversas situações consideradas. 66,7% e 56,7% dos jovens dos 9 aos 12 anos declaram
que desligam o telemóvel nas aulas e no cinema, respectivamente. Mas entre os jovens
mais velhos, dos 16 aos 18 anos essas percentagens sofrem uma grande queda, sendo
31,3% e 30,3%, respectivamente. Igualmente, fracções maiores de internautas mais
novos desligam o telemóvel quando estão a estudar (30,8%) e quando estão em
situações familiares (19,2%), enquanto que entre os mais velhos essas percentagens são
de 13,3% e 8,5% respectivamente.

Tabela 185: Costumas desligar o telemóvel:

N %
Costumas desligar o Sim 441 40,8
telemóvel: quando estou Não 609 56,3
nas aulas
Ns/nr 31 2,9
Costumas desligar o Sim 429 39,7
telemóvel: quando estou Não 619 57,3
no cinema
Ns/nr 33 3,1
Costumas desligar o Sim 201 18,6
telemóvel: quando estou a Não 849 78,5
estudar
Ns/nr 31 2,9
Costumas desligar o Sim 123 11,4
telemóvel: quando estou Não 928 85,8
em família, às refeições, a
ver televisão, etc. Ns/nr 30 2,8

Idade
Masculino Feminino
N % N %
Costumas desligar o Sim 270 43,8 171 36,9
telemóvel: quando estou Não 328 53,2 281 60,6
nas aulas
Ns/nr 19 3,1 12 2,6
Costumas desligar o Sim 257 41,7 172 37,1
telemóvel: quando estou Não 343 55,6 276 59,5
no cinema
Ns/nr 17 2,8 16 3,4
Costumas desligar o Sim 123 19,9 78 16,8
telemóvel: quando estou a Não 476 77,1 373 80,4
estudar
Ns/nr 18 2,9 13 2,8
Costumas desligar o Sim 76 12,3 47 10,1
telemóvel: quando estou Não 524 84,9 404 87,1
em família, às refeições, a
ver televisão, etc. Ns/nr 17 2,8 13 2,8

178
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Costumas desligar o Sim 80 66,7 173 47,9 188 31,3
telemóvel: quando estou Não 29 24,2 175 48,5 405 67,5
nas aulas
Ns/nr 11 9,2 13 3,6 7 1,2
Costumas desligar o Sim 68 56,7 179 49,6 182 30,3
telemóvel: quando estou Não 38 31,7 169 46,8 412 68,7
no cinema
Ns/nr 14 11,7 13 3,6 6 1,0
Costumas desligar o Sim 37 30,8 84 23,3 80 13,3
telemóvel: quando estou a Não 71 59,2 265 73,4 513 85,5
estudar
Ns/nr 12 10,0 12 3,3 7 1,2
Costumas desligar o Sim 23 19,2 49 13,6 51 8,5
telemóvel: quando estou Não 85 70,8 300 83,1 543 90,5
em família, às refeições, a
ver televisão, etc. Ns/nr 12 10,0 12 3,3 6 1,0

A maioria dos inquiridos (56,3%) afirma ainda que, às vezes, recebe mensagens quando
já está deitado e 18,8% afirma que isso acontece muitas vezes. Verifica-se que há
claramente uma maior percentagem de raparigas que afirma que recebem muitas vezes
mensagens quando já estão deitadas, nomeadamente, 25,4% em comparação com 13,8%
dos rapazes. Inversamente, 31,4% dos rapazes afirmam que tal situação nunca acontece
e apenas 16,2% das raparigas declaram que nunca recebem chamada quando já estão
deitadas. Como seria de prever, os mais novos são os menos recebem chamadas quando
já estão deitadas. 43,3% dos internautas dos 9 aos 12 anos afirmam que recebem
chamadas, às vezes ou muitas vezes, quando já estão deitados, enquanto que entre os
jovens dos 16 aos 18 anos essa percentagem ascende aos 82,8%.

Tabela 186: Costumas receber chamadas ou mensagens quando já estás deitado?

N %
Sim, às vezes 609 56,3
Sim, muitas vezes 203 18,8
Não, nunca 269 24,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim, às vezes 338 54,8 271 58,4
Sim, muitas vezes 85 13,8 118 25,4
Não, nunca 194 31,4 75 16,2

179
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, às vezes 45 37,5 201 55,7 363 60,5
Sim, muitas vezes 7 5,8 62 17,2 134 22,3
Não, nunca 68 56,7 98 27,1 103 17,2
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Pouco menos de 90% afirma que existem três ou mais telemóveis em casa. Portanto
podemos assumir que entre os inquiridos online, seja normal haver um telemóvel por
cada membro da família ou que quase todos os membros do agregado familiar tenham,
cada um, o seu próprio aparelho.

Tabela 187: Quantos telemóveis há em tua casa?

N %
Um 20 1,9
Dois 92 8,5
Três 314 29,0
Quatro 365 33,8
Mais de quatro 288 26,6
Nenhum 2 ,2
Total 1081 100,0

Inquérito nacional
A par do que foi verificado entre os inquiridos online, também se verifica que a uma
grande maioria dos jovens portugueses inquiridos a nível nacional (72,8%) afirmam que
têm telemóvel, embora seja uma fracção menor da registada online. Também se verifica
que há uma fracção maior de raparigas, mais 5%, do que de rapazes que afirmam ter um
telemóvel. Entre os jovens dos 16 aos 18 anos, a posse de telemóvel é quase universal
no panorama nacional, visto que 98,2% declaram ter um. O mesmo já não se verifica
entre os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, entre os quais 45,9% afirmam ter telemóvel.
Contudo, nota-se a clara tendência para uma utilização praticamente universal do
telemóvel entre os adolescentes e mesmo entre os mais novos quase metade já tem o seu
próprio aparelho. Assim, espera-se que os telemóveis sejam cada vez mais utilizados
pelos mais novos. Esta tendência é corroborada pelo facto de que a idade média em que
os inquiridos a nível nacional obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos. A

180
larga maioria (89,6%) tem apenas um aparelho e poucos são os que têm dois ou três
aparelhos.

Tabela 188: Tem telemóvel

N %
Sim 201 72,8
Não 75 27,2
Total 276 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 99 70,0 102 75,7
Não 42 30,0 33 24,3

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Sim 49 45,9 55 78,8 96 98,2
Não 58 54,1 15 21,2 2 1,8

Tabela 189: Quantos aparelhos possui a funcionar neste momento

N %
1 180 89,6
2 18 8,8
3 3 1,6
Total 201 100,0

Tabela 190: Com que idade teve o seu primeiro telemóvel

Média 11,8
Mediana 12
Moda 11
Máximo 6
Mínimo 18
Percentil 25 10
Percentil 75 13
Desvio Padrão 2,4

Outro dado que confirma a penetração praticamente universal dos telemóveis nos lares
dos portugueses é de que apenas 3,2% dos inquiridos afirmam não haver um telemóvel
no agregado familiar. Uma grande maioria dos inquiridos (88,4%) afirma que há pelo
menos dois telemóveis em casa e em 67,9% dos casos há três ou mais telemóveis por

181
agregado, o que confirma a tendência já apontada atrás de que em muitos lares
portugueses existe pelo menos um telemóvel por cada membro do agregado familiar.
O que parece ser mais diminuta é a penetração dos aparelhos de terceira geração nos
lares portugueses, que é de apenas 11,4% entre os lares dos jovens inquiridos. Uma
maioria de 70% afirma que os telemóveis utilizados no agregado não são da última
geração.

Tabela 191: Nº de telemóveis no agregado

N %
Um 23 8,4
Dois 56 20,5
Três 81 29,7
Quatro 59 21,6
Mais de quatro 45 16,6
Nenhum 9 3,2
Total 273 100,0

Tabela 192: São na sua maioria equipamentos de 3G

N %
Sim, 3g 30 11,4
Não, mas tem muitas
funcionalidades aproximadas aos 3g 27 10,2

Não 187 70,0


Não sabe do que se trata 6 2,3
Ns/nr 16 6,1
Total 267 100,0

Os jovens portugueses são da opinião, em termos médios, de que o custo razoável de


um telemóvel novo é de 114,2 euros. Este valor médio superior entre os rapazes
(121,91) do que entre as raparigas (105,15). Além disso, o preço médio que os jovens
inquiridos acham razoável pagar na aquisição de um novo telemóvel aumenta há medida
que aumenta a idade dos inquiridos. Assim sendo, os inquiridos mais velhos, com um
poder de compra e uma liberdade financeira um pouco maior do que os mais novos
acham razoável, em termos médios, gastar 123,36 euros num novo telemóvel, enquanto
que os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, consideram, em média, que 91,04 euros é um
preço razoável.

182
Tabela 193: Em termos médios, qual o valor que acha razoável gastar na aquisição de um
telemóvel novo
Média 114,20
Mediana 100,00
Moda 100
Desvio-Padrão 63,722
Mínimo 0
Máximo 400
Percentis 25 70,00
75 150,00

Sexo do entrevistado

Masculino Feminino
Média 121,91 105,15
Mediana 100,00 100,00
Moda 100 100
Desvio-Padrão 74,171 47,608
Mínimo 0 25
Máximo 400 250
Percentis 25 62,25 73,66
75 150,00 150,00

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
Média 91,04 119,73 123,36
Mediana 60,54 100,00 100,00
Moda 100 100 100
Desvio-Padrão 75,128 56,878 57,889
Mínimo 0 20 50
Máximo 250 250 400
Percentis 25 42,90 90,00 100,00
75 100,01 150,00 150,00

Entre os jovens portugueses inquiridos, 42% têm como principal operador a TMN,
contudo este operador está praticamente em paralelo com Vodafone, que é o principal
operador de 41,5% dos jovens. Como a distinção entre os dois é mínima podemos dizer
que são estes, em par de igualdade, os principais operadores entre os jovens
portugueses, com a Optimus a aparecer como um distante terceiro. Operadores como a
Uzo, entre outros, são muito pouco utilizados pelos jovens portugueses. Verifica-se
ainda que apenas uma minoria dos jovens inquiridos (12,7%) utiliza mais do que um
operador, sendo que a grande maioria (86,1%) mantêm-se fiel a um operador. Quando
os jovens utilizam um segundo operador este é um dos três maiores operadores
presentes em Portugal.

183
Tabela 194: Principal operador de comunicações móveis (aquele a partir do qual faz o maior
número de chamadas)

N %
Vodafone 83 41,5
Optimus 24 11,8
TMN 84 42,0
Uzo 6 3,0
Outro 3 1,3
Ns/nr 1 ,4
Total 201 100,0

Tabela 195: Utiliza mais do que um operador

N %
Sim 25 12,7
Não 173 86,1
Ns/Nr 2 1,2
Total 201 100,0

Tabela 196: Quais são esses outros operadores

%
Vodafone 36,4
Optimus 38,0
TMN 48,5

A quase totalidade dos inquiridos (96%) tem como modalidade de pagamento o cartão
pré-pago e apenas uma pequena minoria de 2,6% utiliza o modo de pagamento por
assinatura individual. Além disso, uma maioria de 61,9% carrega o telemóvel uma vez
por mês, apenas 14,2% têm por hábito carregar duas vezes e uma pequena minoria de
6,7% carrega três ou mais vezes por mês. Muito poucos são também aqueles que
carregam o telemóvel em intervalos de tempo bastante espaçados como de 2 em 2 meses
(4,2%) ou de 3 em 3 meses (0,9%).

Tabela 197: Qual é a modalidade de pagamento do principal operador de telemóvel

N %
Cartão pré-pago 193 96,0
Assinatura individual 5 2,6
Ns/nr 3 1,5
Total 201 100,0

184
Tabela 198: Em média, quantas vezes carrega o seu telemóvel por mês:

N %
0 2 1,1
1 119 61,9
2 27 14,2
3 6 2,9
4 6 3,1
5 0 ,2
10 1 ,5
3 em 3 meses 2 ,9
2 em 2 meses 8 4,2
Ns/nr 21 11,0
Total 193 100,0

Em média, os jovens gastam 18,69 euros por mês no seu telemóvel. É curioso verificar
que são as jovens inquiridas, as mais gastadoras (em média, 21,6 euros por mês), em
comparação com os rapazes (15,58 euros, em termos médios), fazendo assim valer o
estereótipo de que as raparigas comunicam mais ao telefone ou ao telemóvel do que os
rapazes. Ademais, comparando entre escalões etários, como também seria de prever,
observa-se que os jovens dos 16 aos 18 anos são os que mais gastam (23,3 euros, em
média). Nos escalões etários mais baixos os custos vão diminuindo: os inquiridos dos 13
aos 15 anos gastam, em termos médios, 16,72 euros e os jovens dos 8 aos 12 anos
gastam 14,57 euros, em média.
Tabela 199: Em média, qual o valor que gasta por mês no seu telemóvel
Média 18,69
Mediana 15,00
Moda 10
Desvio-Padrão 21,512
Mínimo 5,00
Máximo 200,00
Percentis 25 10,00
75 20,00

185
Sexo do entrevistado

Masculino Feminino
Média 15,58 21,60
Mediana 15,00 15,00
Moda 10 10
Desvio-Padrão 9,300 28,327
Mínimo 5,00 5,00
Máximo 50,00 200,00
Percentis 25 7,50 10,00
75 20,00 20,00

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
Média 14,57 16,72 23,30
Mediana 10,00 15,00 15,00
Moda 10 10 10
Desvio-Padrão 14,955 10,050 28,791
Mínimo 5,00 5,00 5,00
Máximo 100,00 50,00 200,00
Percentis 25 7,50 10,00 10,00
75 15,00 23,27 25,00

Os jovens portugueses inquiridos fazem, em média, 3,56 chamadas por dia. Verifica-se
uma média maior de chamadas diárias entre os rapazes do que entre as raparigas, o que
pode parecer de certa forma uma contradição com o facto de ser as raparigas as que
mais gastam com o telemóvel. Porém, é de sublinhar que a média é uma medida que é
sensível aos valores extremos e como o valor máximo entre os inquiridos do sexo é de
80 chamadas (enquanto que entre as jovens esse valor é de 30 chamadas diárias), esse
valor vai influenciar a tendência central. Por outro lado, mesmo no cenário em que se
possa aceitar que são os rapazes que mais chamadas fazem, poderá acontecer o caso em
que sejam as raparigas a efectuar as chamadas mais longas, podendo assim gastar mais
fazendo menos chamadas. Este cenário parece ser corroborado pela análise dos
percentis, que serve de como medida de controlo da média: até 75% dos rapazes faz até
quatro chamadas por dia, enquanto que entre as raparigas, 75% efectua até três
chamadas por dia.
Quanto às comparações entre escalões etários verifica-se uma média maior de chamadas
diárias (4,76) entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, mas esta média sofre da influência
da média masculina, isto é do valor máximo que é 80, enquanto que entre os jovens dos
16 aos 18 anos o valor máximo é de 30 chamadas e entre os mais pequenos, dos 8 aos
12 anos, é de 10 chamadas por dia. Todavia, verifica-se sem surpresas que são os mais

186
novos os que registam uma média de chamadas menor (2,32), enquanto que os mais
velhos registam uma média de 3,68 chamadas diárias. A tendência para os mais velhos
registarem um maior número de chamadas terá a ver com a sua maior autonomia e
liberdade, assim como a uma rede social maior, em termos médios, do que a dos mais
novos. Olhando para os percentis para relativizar os valores das médias, verifica-se que
75% dos jovens dos 16 aos 18 anos fazem até 4 chamadas por dia, enquanto que entre
os jovens dos 13 aos 15 anos e entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos, 75% efectua até 3
chamadas. Observa-se então a sobrevalorização da média dos jovens dos 13 aos 15 anos
devida aos valores extremos.

Tabela 200: Quantas chamadas faz em média por dia do seu telemóvel

Média 3,56
Mediana 2,00
Moda 1
Desvio-padrão 7,736
Mínimo 0
Máximo 80
Percentis 25 1,00
75 4,00

Sexo do entrevistado

Masculino Feminino
Média 4,18 3,01
Mediana 2,00 1,00
Moda 1 1
Desvio-Padrão 10 5
Mínimo 0 0
Máximo 80 30
Percentis 25 1 1
75 4 3

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
Média 2,32 4,76 3,68
Mediana 1,00 1,00 2,00
Moda 1 1 1
Desvio-Padrão 3 14 5
Mínimo 0 0 0
Máximo 10 80 30
Percentis 25 1 1 1
75 3 3 4

187
Nos dados seguintes observa-se claramente que o telefone fixo está a perder terreno
para os telemóveis, visto que pouco mais de metade dos jovens dizem que têm telefone
fixo em casa, enquanto que a cobertura de telemóveis é, hoje em dia, muito maior. Entre
aqueles que têm telefone fixo, 74,6% tem a PT como operadora de facturação das
chamadas, apenas 9,4% utiliza a Tele 2 e apenas 8% tem como operadora a
Novis/home. A Cabovisão reúne apenas uma minoria de 4% de clientes entre os
inquiridos e 2,4% utiliza outras operadoras.

Tabela 201: Tem telefone fixo em casa

N %
Sim 139 52,3
Não 127 47,7
Total 267 100,0

Tabela 202: Qual é a operadora de facturação das chamadas

%
PT 74,6
Novis/home 8,0
Tele 2 9,4
Cabovisão 4,0
Ns/nr
1,6
Outros 2,4

Desde que os jovens têm telemóvel, 43,7% dizem que falam menos tempo através do
telefone fixo em casa. Este poderá ser portanto um indicador de que a expansão da
utilização do telemóvel terá acontecido às expensas da utilização do telefone fixo. Os
dados divergem um pouco entre os sexos mas a tendência principal mantém-se. Quanto
à comparação entre os escalões etários verifica-se que é entre os jovens dos 16 aos 18
anos que há uma maior fracção de inquiridos (56,1%) que afirmam falar menos através
do telefone fixo desde que têm telemóvel. Para além das vantagens de mobilidade que o
telemóvel garante, é ainda de salientar que a comunicação por telemóvel poderá garantir
em determinadas situações maior privacidade. Outro dado que reforça o exposto atrás, é
que o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de casa diminuíram , segundo
47,9% dos jovens inquiridos.
No que respeita ao telefone fixo do trabalho verifica-se que a transferência de chamadas
do fixo para o telemóvel não foi tão acentuada. Porém, não há um único inquirido a

188
afirmar que fala mais pelo telefone fixo do trabalho. É ainda de salientar que são muito
poucos os jovens inquiridos que trabalham pelo que não é prudente tirar grandes elações
dos dados. Ademais, 23% dos jovens trabalhadores afirmam que as chamadas
efectuadas pelo telefone fixo do trabalho diminuíram e apenas 3,5% dizem que
aumentaram.

Tabela 203: Desde que tem telemóvel fala mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo através
do telefone fixo de casa

N %
Mais tempo 3 2,6
O mesmo tempo 49 41,5
Menos tempo 51 43,7
Ns/nr 14 12,2
Total 117 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Mais tempo 1 1,8 2 3,4
O mesmo tempo 23 38,1 25 45,1
Menos tempo 28 45,6 23 41,6
Ns/nr 9 14,5 6 9,8

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Mais tempo 1 3,2 2 3,8
O mesmo tempo 16 47,9 18 50,9 15 30,8
Menos tempo 12 36,1 11 32,9 28 56,1
Ns/nr 5 16,0 5 13,0 5 9,3

Tabela 204: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de
casa...

N %
Aumentaram 1 1,0
Mantiveram-se 43 36,9
Diminuíram 56 47,9
Ns/nr 17 14,2
Total 117 100,0

189
Tabela 205: Desde que tem telemóvel fala mais...através do telefone fixo do trabalho

N %
O mesmo tempo 9 39,3
Menos tempo 7 29,5
Ns/nr 7 31,2
Total 23 100,0

Tabela 206: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo do
trabalho...

N %
Aumentaram 1 3,5
Mantiveram-se 12 53,1
Diminuíram 5 23,0
Ns/nr 5 20,5
Total 23 100,0

Desde de que têm telemóvel, 63,3% dos jovens falam habitualmente com o amigos pelo
telefone fixo de casa, enquanto que 61,1% afirmam falar com familiares. Confirma-se
portanto, que mesmo no telefone fixo. Apenas uma minoria de 4,8% fala com a colegas
de trabalho sobre assuntos profissionais.

Tabela 207: Com quem é que fala habitualmente pelo telefone fixo de casa desde que tem
telemóvel:

%
Com familiares 61,1

Com amigos 63,3

Com colegas de trabalho sobre assuntos profissionais 4,8

Tal como se verificou entre os inquiridos online, também entre os jovens inquiridos a
nível nacional verifica-se que os amigos ultrapassam os familiares no que respeita com
quem habitualmente comunicam através do telemóvel. De facto, 54,2% dos jovens
referenciaram em primeiro lugar os amigos e 42,7% referenciaram os pais. Quanto à
segunda referencia, as posições invertem-se: 54% dos jovens portugueses inquiridos
referenciam em segundo lugar os pais e 41% referenciam os amigos.

190
Tabela 208: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (1ªREF.)

N %
Com familiares 86 42,7
Com amigos 109 54,2
Com colegas de trabalho sobre
assuntos profissionais 2 ,8
Com outras pessoas 2 ,9
Ns/nr 3 1,4
Total 201 100,0

Tabela 209: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (2ªREF.)

N %
Com familiares 108 54,0
Com amigos 82 41,0
Com colegas de trabalho sobre
assuntos profissionais 3 1,3
Com outras pessoas 8 3,8
Ns/nr 201 100,0
Total

Confirmando o que já foi dito atrás, das chamadas que os jovens têm no seu telemóvel,
a maior percentagem, em termos médios, é atribuída a conversas sociais com os amigos
(49,21% em média) enquanto que, no que toca a conversas com familiares, a
percentagem média desde para os 39,63%. Apenas uma média de 3,25% das chamadas é
atribuída a conversas para a resolução de problemas fundamentais da gestão doméstica e
familiar, uma média de 1,84% das chamadas é atribuída a conversas profissionais (o que
seria de esperar visto que tão poucos jovens declaram trabalhar) e uma média de 6,07%
das chamadas é atribuída a outras conversas.

Tabela 210: Das chamadas que tem no seu telemóvel qual a percentagem que daria a:
Conversas para
resolução de
problemas
Conversas Conversas fundamentais da
Conversas sociais com sociais com gestão doméstica Outras
profissionais amigos familiares e familiar conversas
Média 1,84 49,21 39,63 3,25 6,07
Mediana ,00 50,00 40,00 ,00 ,00
Moda 0 50 50 0 0
Desvio-padrão 5,677 25,194 25,843 8,993 15,248
Mínimo 0 0 0 0 0
Máximo 50 100 100 80 100
Percentil 25 ,00 30,00 20,00 ,00 ,00
Percentil 75 ,00 60,00 50,00 ,00 5,00

191
Entre os jovens utilizadores de telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é
enviar ou receber mensagens SMS: 34,7% dos jovens afirmam que utilizam,
frequentemente o telemóvel para enviar ou receber mensagens e para 42% isso acontece
muito frequentemente. Quanto a falar ao telemóvel, 37,4% dizem que o fazem
frequentemente e apenas 14,7% o fazem muito frequentemente. Outra utilização se
ainda assim se engloba nas mais habituais é a função de despertador utilizada
frequentemente por 13,2% dos jovens e muito frequentemente por 18,1%. 20,7% dos
jovens joga frequentemente ao telemóvel e 6,4% muito frequentemente. Outras
utilizações relevantes são: a função de calculadora, utilizada frequentemente ou muito
frequentemente por 24% dos jovens; e a função de agenda, usada frequentemente ou
muito frequentemente por 21,3% dos jovens. Ouvir rádio ou música são usos que
reúnem pouco mais de 13% de utilizadores frequentes ou muito frequentes. Outras
utilizações como enviar e receber correio electrónico, faxes ou MMS, navegar ou
consultar assuntos na internet, usar programas de mensagens instantâneas, fazer
donativos ou utilizar outras aplicações informáticas não reúnem mais do que 10% de
utilizadores habituais ou muito habituais.

192
Tabela 211: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel para:
Pouco Muito
Frequentemente
Nunca (%) frequentemente frequentemente Ns/nr (%)
(%)
(%) (%)

Falar ao telefone 9,1 36,8 37,4 14,7 2,0

Enviar e receber SMS 5,9 17,4 34,7 42,0

Enviar e receber correio


81,1 7,6 4,7 4,4 2,2
electrónico

Enviar e receber faxes 94,9 3,6 ,6 ,9

Enviar e receber MMS 81,3 11,9 3,3 2,6 ,9

Jogar 40,6 32,4 20,7 6,4

Navegar/consultar
83,2 9,7 3,9 2,7 ,5
assuntos na internet

Utilizar a calculadora 49,7 25,7 16,5 7,5 ,5

Ouvir rádio 79,5 6,4 8,5 5,0 ,5

Ouvir música 81,7 4,1 7,5 6,1 ,5

Utilizar programas de
85,2 4,5 3,5 4,8 2,1
mensagens instantâneas
Fazer donativos para
93,9 2,3 2,6 1,2
campanhas

Utilizar a agenda 57,4 20,3 12,1 9,2 1,1

Utilizar o despertador 48,1 19,5 13,2 18,1 1,1

Utilizar outras aplicações


91,4 2,3 3,7 1,6 1,0
informáticas

Entre os jovens respondentes, 80,7% passaram a felicitar os seus amigos e familiares


pelo seu aniversário através de mensagens SMS e/ou MMS (embora as mensagens
MMS componham uma pequeníssima minoria a julgar pelos dados expostos atrás).
Além disso, uma percentagem próxima de jovens (76,8%) passou a enviar mensagens
de boas festas pelo telemóvel e 64,6% mensagens pessoais. A percentagem de jovens
que passou a enviar mensagens profissionais é a mais reduzida (24%).

193
Tabela 212: Desde que utiliza o telemóvel passou a:

%
Felicitar os seus amigos e
familiares pelo seu aniversário 80,7
através de SMS e/ou MMS
Enviar as mensagens de boas
76,8
festas através de SMS e/ou MMS
Enviar muitas das mensagens
profissionais através de SMS e/ou 24,0
MMS
Enviar muitas das mensagens
pessoais através de SMS e/ou 64,6
MMS

O motivo mais habitual para utilizar o telemóvel, isto é, referido por uma percentagem
maior de inquiridos é combinar encontros: 54,2% dos inquiridos utilizam o telemóvel,
frequentemente ou muito frequentemente, para combinar encontros. Praticamente
metade dos inquiridos referem ainda que utilizam frequentemente ou muito
frequentemente o telemóvel para saber como estão os familiares e amigos e/ou para
conversar sem assuntos concretos com amigos, familiares e conhecidos. Mais de 40%
dos jovens mencionam que saber onde estão os familiares do agregado domestico e/ou
saber onde se encontram outras pessoas da família, motivam frequentemente ou muito
frequentemente as chamadas por telemóvel. Outra motivação que leva, frequentemente
ou muito frequentemente, 38,7% dos jovens a efectuar uma chamada pelo telemóvel é
conversar sobre assuntos afectivos ou amorosos. E 30,2% adiantam que ligam,
frequentemente ou muito frequentemente, pelo telemóvel para avisar que estão
atrasados para uma reunião ou um encontro marcado, enquanto que 26,8% ligam com a
mesma frequência para saber se alguém já chegou a uma reunião ou a um encontro e
26,5% telefonam para avisar que chegaram a uma reunião ou a um encontro. Apenas
uma pequena minoria dos jovens usa o telemóvel frequentemente para resolver assuntos
e problemas profissionais.

194
Tabela 213: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel pelos motivos de:
Pouco Muito
Frequentemente
Nunca (%) frequentemente frequentemente Ns/nr (%)
(%)
(%) (%)

Combinar encontros 11,3 33,9 38,6 15,6 ,6


Saber onde estão os
filhos, pais, ou familiares 20,9 34,4 34,3 7,3 3,0
do agregado doméstico
Saber onde se encontram
outras pessoas da sua 14,7 39,8 37,3 6,3 1,9
família
Saber se alguém já
chegou a encontro/reunião 39,0 31,7 23,7 3,1 2,4
marcado
Resolver assuntos e
79,9 4,8 2,3 13,0
problemas profissionais
Saber como estão
12,6 35,9 40,4 9,2 1,9
familiares e amigos
Avisar que chegou a um
43,6 27,5 23,2 3,3 2,5
encontro/reunião marcado
Avisar que está atrasado
para encontro/reunião 42,1 24,2 25,5 4,7 3,5
marcado
Conversar sem assuntos
concretos com amigos, 19,4 27,8 40,3 9,6 2,9
familiares e conhecidos
Conversar sobre assuntos
32,4 26,5 28,0 10,7 2,4
amorosos/afectivos

Apenas 14,5% dos jovens afirmam que, se não tivessem telemóvel, realizariam a
maioria das chamadas que efectuam através de um telefone fixo. 27,5% afirmam que só
fariam essas chamadas se o motivo fosse realmente urgente e 43,6% afirmam
peremptoriamente que não fariam a maioria das chamadas que efectuam no telemóvel
através do telefone fixo.

Tabela 214: Supondo, que não tinha telemóvel, realizaria na mesma, através de um telefone fixo a
maioria das chamadas móveis que efectua:

N %
Sim, sempre 29 14,5
Sim, mas apenas se o motivo da
55 27,5
chamada fosse mesmo urgente
Não 88 43,6
Ns/nr 29 14,3
Total 201 100,0

Uma esmagadora maioria dos jovens (82,1%) relevam uma grande autonomia no que
respeita a operações relacionados com o uso do telemóvel visto que apenas 5,3 pede, às
vezes, a outras pessoas que lhes façam algumas operações e 10,3% pede

195
frequentemente. Dentro dos jovens que pedem a outras pessoas para realizar operações
relacionadas com o telemóvel, 73,3% pedem para fazer carregamentos do cartão pré-
pago e 15,6% pedem para resolver problemas de funcionamento do equipamento.
Apenas 2,5 pede assistência na escrita, envio ou outras operações relacionadas com
mensagens escritas.

Tabela 215: Costuma pedir a outras pessoas que lhe façam algumas operações relacionadas com
o uso do telemóvel

N %
Sim, frequentemente 21 10,3
Sim, às vezes 11 5,7
Não 165 82,1
Ns/nr 4 2,0
Total 201 100,0

Tabela 216: Qual é a principal operação que pede para as outras pessoas fazerem:

N %
Fazer carregamentos do cartão pré-
pago 23 73,3
Escrever/enviar e/ou ler/apagar
mensagens escritas 1 2,5

Resolver problemas de funcionamento


do equipamento 5 15,6
Outra 3 8,6
Total 32 100,0

O serviço utilizado, frequente ou muito frequentemente, pela maior percentagem de


jovens são os toques, ainda assim essa percentagem é apenas de 16,4%. 12,8% dos
jovens afirmam que utilizam, frequente ou muito frequentemente, o apoio ao cliente e
5,8% utilizam os logos disponibilizados pelos operadores. Mas de um modo geral
apenas pequenas fracções de inquiridos utilizam os vários serviços disponibilizados
como as notícias, informações sobre trânsito ou sobre o tempo, os alertas e/ou
resultados de futebol e outros tipos de serviços.

196
Tabela 217: Com que frequência costuma utilizar os serviços disponibilizados pelo operador do
seu telemóvel de:
Pouco Muito
Frequentemente
Nunca (%) frequentemente frequentemente Ns/nr (%)
(%)
(%) (%)

Notícias 96,6 2,8 ,6

Trânsito 98,3 1,7

Logos 88,1 5,6 4,2 1,6 ,6

Tempo 96,5 ,6 1,3 1,6

Toques 68,9 14,3 13,3 3,1 ,3

Alertas e/ou resultados de


93,8 4,6 1,6
futebol

Apoio ao cliente 56,1 30,7 11,2 1,6 ,4

Outros tipos 4,1 ,5 ,6 1,6 93,3

É de assinalar que uma maioria bastante significativa dos jovens (85,2%) concordam ou
concordam totalmente com a noção de que se sentem muitos mais tranquilos quando
têm consigo o seu telemóvel. 79,4% dos jovens inquiridos também concordam ou
concordam totalmente com a ideia de que têm maiores possibilidades de serem
controlados quando estão com o seu telemóvel. Esta concordância poderá talvez ser
sentida com maior veemência entre os jovens, recebendo o controlo dos pais. Como já
foi exposto, levanta-se a hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel
entre os jovens portugueses, efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa
própria de muitos pais. A habituação ao telemóvel é visível em 57% dos jovens
portugueses inquiridos que concordam ou concordam totalmente com a frase “Sinto-me
muito ansioso/a quando não posso ter o meu telemóvel”. Apenas 27,8% concordam ou
concordam totalmente que têm frequentemente necessidade de desligar o telemóvel para
que as chamadas que recebem não interferirem com as suas relações interpessoais mais
próximas. Inversamente, 74,3% concordam ou concordam totalmente que o seu
telemóvel só lhes é útil se estiver constantemente ligado. Quanto à noção de que o
telemóvel permite aos inquiridos gerir a sua vida privada e familiar de um modo muito
mais eficaz, recebe a concordância ou a concordância total de 62% dos jovens. Apenas
28,3% dos inquiridos concordam ou concordam totalmente que a ideia de atender o
telemóvel em público os incomoda e apenas uma pequeníssima minoria de 3,8%

197
concorda que a maioria das chamadas profissionais que recebem fora do período de
trabalho são incómodas e invadem a sua privacidade individual e/ou familiar. A ideia de
que vida das pessoas sem telemóvel, em geral, seria muito mais feliz e tranquila apenas
acolhe a concordância ou a concordância total de 33,3% dos jovens. O telemóvel já faz
parte do quotidiano dos jovens, penetrou, mesmo sub-repticiamente nas práticas do dia a
dia, podendo servir várias funções mais práticas e outras mais lúdicas, daí que muitos
jovens tenham dificuldade em imaginar uma vida sem telemóvel que fosse mais feliz.
A maior parte dos jovens (em 76,8% dos casos) concordam ou concordam totalmente
com a noção de que os telemóveis poderão ser um instrumento essencial para a
realização de negócios e para a resolução de problemas profissionais a qualquer hora e
em qualquer local. Mesmo que esta questão não lhes diga de momento directamente
respeito poderão já vislumbrar a utilidade do telemóvel num futuro profissional. Apesar
da utilização do telemóvel se ter massificado, ainda assim 44,1% dos jovens mostram a
sua concordância ou a sua concordância total com a frase “o telemóvel hoje em dia
permite identificar o estatuto social”. 46,5% dos jovens concordam ou concordam
totalmente que quando recebem chamadas necessitam de se afastar para falar e 60,2%
corroboram ou corroboram totalmente a ideia de que desde que usam o telemóvel
deixaram de percorrer distâncias tão grandes para resolver os seus problemas. Uma
maioria bastante significativa de jovens (84,7%) concorda ou concorda
peremptoriamente com a noção de que quando estão a falar ao telemóvel não gostam de
ser interrompidos e 69,9% mostram a sua concordância ou concordância total à ideia de
que tentam controlar o volume da sua voz falando mais baixo que o habitual quando
estão a utilizar o telemóvel em locais públicos.

198
Tabela 218: Grau de concordância em relação à frase:
Discordo Discordo Concordo Concordo
Ns/nr (%)
totalmente (%) (%) (%) totalmente (%)
Sinto-me muito mais
tranquilo/a quando tenho o ,9 12,1 63,3 21,9 1,9
meu telemóvel
Tenho maiores possibilidades
de ser controlado/a quando 1,5 17,3 61,0 18,4 1,8
tenho o meu telemóvel
Sinto-me muito ansioso/a
quando não posso ter o meu 6,6 32,6 43,9 13,1 3,7
telemóvel
Tenho frequentemente
necessidade de desligar o
telemóvel para que as
chamadas que recebo não 29,2 37,6 19,8 8,0 5,4
interfiram com as minhas
relações interpessoais mais
próximas
O meu telemóvel só me é útil
se estiver permanentemente 2,5 20,0 53,0 21,3 3,2
ligado
O telemóvel permite-me gerir a
minha vida privada e familiar 6,1 24,3 49,5 12,5 7,7
de um modo muito mais eficaz
A ideia de atender o telemóvel
25,8 39,9 25,4 2,9 5,9
em público incomoda-me
A maioria das chamadas
profissionais que recebo fora
do período de trabalho são
29,4 35,2 3,8 31,5
incómodas e invadem a minha
privacidade individual e/ou
familiar
O telemóvel hoje em dia
permite identificar o estatuto 19,3 24,4 38,6 6,1 11,5
social
A vida das pessoas sem
telemóvel, em geral, seria 9,8 42,3 26,1 7,2 14,7
muito mais feliz e tranquila
Os telemóveis são um
instrumento essencial para a
realização de negócios e para
3,8 14,2 56,8 14,0 11,2
a resolução de problemas
profissionais a qualquer hora e
em qualquer local
Quando recebo chamadas
necessito de me afastar para 11,2 39,4 37,9 8,6 2,8
falar
Desde que uso o telemóvel
deixei de percorrer distâncias
10,9 20,4 49,6 10,6 8,6
tão grandes para resolver os
meus problemas
Quando estou a falar ao
telemóvel não gosto de ser 1,0 10,1 69,7 15,0 4,1
interrompido
Tento controlar o volume da
minha voz falando mais baixo
que o habitual quando estou a 4,4 20,2 59,2 10,7 5,5
utilizar o telemóvel em locais
públicos

A situação onde uma maior fracção de jovens dizem desligar sempre o seu telemóvel é
quando estão em conferências, aulas e palestras (60,6%). 58,6% afirmam que desligam

199
os telemóveis em momentos fúnebres e 54,5% em celebrações religiosas em igrejas.
Mais de metade afirma ainda que desliga sempre o telemóvel quando estão no cinema e
cerca de 40% desliga-o sempre em espectáculos como teatro, ópera ou concertos. As
consultas, os exames e tratamentos médicos, são situações que fazem 38,8% dos jovens
desligar sempre o telemóvel e 31,2% têm a atenção de o desligar sempre em reuniões de
trabalho ou outras. Apenas 16,2% dos jovens inquiridos de desligam sempre o
telemóvel em momentos de comemoração como festas ou jantares íntimos. E cerca de
5% dos jovens desliga sempre o telemóvel em situações como conversas particulares
face-a-face, refeições em restaurantes ou viagens em transportes públicos ou colectivos.

Tabela 219: Desliga/coloca em silêncio o seu telemóvel em:

Sempre (%) Por vezes (%) Nunca (%) Ns/nr (%)

Restaurantes 5,1 23,8 67,0 4,1

Celebrações religiosas em
54,5 14,3 23,0 8,2
igrejas
Espectáculos (teatro,
40,4 19,9 31,6 8,1
ópera, concertos)

Cinema 55,3 21,4 19,5 3,8

Conferências, aulas e
60,6 15,1 18,8 5,5
palestras
Reuniões de trabalho ou
31,2 18,6 34,8 15,4
outras
Momentos de
comemoração 16,2 23,1 57,8 2,8
(festas/jantares íntimos)
Momentos fúnebres
58,6 12,8 20,7 7,9
(velórios, funerais)
Consultas, exames e
38,8 28,1 29,1 4,1
tratamentos médicos
Viagens em transportes
5,0 16,0 76,7 2,3
públicos ou colectivos
Conversas particulares
5,2 21,9 70,3 2,6
face-a-face

Quanto às desculpas que os jovens arranjam quando não atendem ou não respondem a
uma chamada a mais referida em primeiro lugar pela maior fracção de inquiridos
(49,2%) é a de que não ouviram o telemóvel tocar. A seguir, temos 27,8% que utilizam
como principal desculpa o facto de a rede estar em baixo. 8,8% referem que não
conseguiram ouvir as mensagens e 6,6% de que têm um problema com o equipamento
telefónico. Apenas uma pequena minoria de 1,9% refere que utiliza como principal

200
desculpa uma situação doméstica ou familiar para resolver. É ainda curioso verificar
que só 3,3% dos jovens afirmam não ter nenhuma desculpa e que atendem sempre o
telemóvel.
Quanto às desculpas escolhidas como segunda opção, o facto de a rede estar em baixo
passa a ser a mais escolhida, sendo mencionada por 31,2% dos jovens e o facto de não
ouvirem o telemóvel passa à segunda posição recolhendo 24,1% das respostas. 17,6%
têm como segunda opção a desculpa de que não conseguiram ouvir as mensagens e
8,6% preferem utilizar como segunda desculpa eventuais problemas com o equipamento
telefónico. As situações domésticas ou familiares servem como uma segunda desculpa
para 6,8 dos jovens.
No que respeita às desculpas reservadas como terceira opção, a mais mencionada, por
27,9%, é de que os inquiridos não conseguiram ouvir as mensagens e a segunda mais
mencionada como terceira opção é que de tiveram um problema com o equipamento
telefónico (17,3%). 16% reservam como terceira desculpa o facto de não terem
conseguido ouvir o telemóvel tocar e 15,5% o facto de a rede estar em baixo.

Tabela 220: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma
chamada (1ª opção):

N %
O facto de a rede estar em baixo 56 27,8
Não ter ouvido o telemóvel tocar 99 49,2
Não ter conseguido ouvir as
mensagens 18 8,8
Ter um problema com o equipamento
13 6,6
telefónico
Ter uma situação doméstica/familiar
urgente para resolver 4 1,9

Ter uma situação profissional urgente


para resolver 1 ,5

Outra 2 ,9
Nenhuma/atendo sempre 7 3,3
Ns/nr 2 1,1

201
Tabela 221: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma
chamada (2ª opção):

N %
O facto de a rede estar em baixo 63 31,2
Não ter ouvido o telemóvel tocar 48 24,1
Não ter conseguido ouvir as
mensagens 35 17,6
Ter um problema com o equipamento
17 8,6
telefónico
Ter uma situação doméstica/familiar
urgente para resolver 14 6,8

Ter uma situação profissional urgente


para resolver 3 1,6

Outra 2 1,1
Nenhuma/atendo sempre 7 3,7
Ns/nr 11 5,2

Tabela 222: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma
chamada (3ª opção):

N %
O facto de a rede estar em baixo 11,3 15,5
Não ter ouvido o telemóvel tocar 11,6 16,0
Não ter conseguido ouvir as
mensagens 20,3 27,9
Ter um problema com o equipamento
12,6 17,3
telefónico
Ter uma situação doméstica/familiar
urgente para resolver 5,2 7,2

Ter uma situação profissional urgente


para resolver ,6 ,8

Outra 3,3 4,5


Nenhuma/atendo sempre 7,9 10,8
Ns/nr

Dos jovens respondentes, 42,5% já utilizaram o telemóvel enquanto esperavam por


alguém e se encontravam sozinhos para se sentirem mais acompanhados e 37,3%
enviaram mensagens SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto
específico, nas mesmas circunstâncias. 31,3% utilizaram o telemóvel numa situação
similar para resolver assuntos pendentes que consideravam urgentes e 29,5% dos jovens
fizeram o mesmo para que ninguém o incomodasse. 22,4% dos inquiridos aproveitaram
ainda a situação de estarem sozinhos e à espera de alguém para resolver assuntos
pendentes que consideravam urgentes.
Verifica-se que há uma maior percentagem de raparigas (45,6%) do que de rapazes
(39,3%) que usa o telemóvel para se sentirem mais acompanhadas. Uma maior fracção

202
de raparigas (40,9%) do que rapazes (33,5%) tende também a enviar mensagens SMS
para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico na mesma
situação. Além disso, também se observa que 36,9% das raparigas utiliza o telemóvel
quando estão sozinhas à espera de alguém para que ninguém as incomode, enquanto que
entre os inquiridos do sexo masculino essa percentagem decresce para os 21,8%. Por
seu turno, verifica-se que há uma fracção maior de rapazes (35,8%) do que de raparigas
(27%) que aproveitaram, nas mesmas circunstâncias, para resolver assuntos pendentes
que consideravam urgentes.
Em todas faixas etárias, o principal motivo para os jovens inquiridos utilizarem o
telemóvel prende-se com a sensação de se sentirem mais acompanhados, contudo, a
maior percentagem de adolescentes que o fazem está entre os inquiridos dos 13 aos 15
anos (46,2%) e a menor entre os jovens dos 8 aos 12 anos (40,1%). Observa-se também
maiores fracções de inquiridos entre os 13 e os 15 anos que enviam mensagens SMS
para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico (39,9%),
enquanto que nas outras faixas etárias essa percentagem é menor, em especial, entre os
jovens dos 16 aos 18 anos (35,6%). É entre as faixas etárias mais velhas que se verifica
as maiores percentagens de inquiridos (cerca de 35%) que aproveitam as situações em
que estão à espera sozinhos para resolverem assuntos que estavam pendentes e que
consideravam urgentes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem decresce
para os 20,7%.

Tabela 223: Já utilizou o telemóvel enquanto esperava por alguém e se encontrava sozinho para:

Que ninguém o incomodasse 29,5

Se sentir mais acompanhado 42,5

Resolver assuntos pendentes que


31,3
considera urgentes
Resolver assuntos que estavam
22,4
para resolver há muito tempo
Enviar SMS para amigos,
familiares e conhecidos sobre 37,3
nenhum assunto específico

203
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %

Que ninguém o incomodasse 21 21,8 38 36,9

Se sentir mais acompanhado 39 39,3 47 45,6

Resolver assuntos pendentes que


35 35,8 28 27,0
considera urgentes
Resolver assuntos que estavam
23 23,5 22 21,3
para resolver há muito tempo
Enviar SMS para amigos,
familiares e conhecidos sobre 33 33,5 42 40,9
nenhum assunto específico

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %

Que ninguém o incomodasse 15 30,1 22 39,7 22 23,3

Se sentir mais acompanhado 20 40,1 25 46,2 40 41,7

Resolver assuntos pendentes que


10 20,7 19 34,4 34 35,0
considera urgentes
Resolver assuntos que estavam
12 23,5 12 21,7 21 22,3
para resolver há muito tempo
Enviar SMS para amigos,
familiares e conhecidos sobre 19 37,8 22 39,9 34 35,6
nenhum assunto específico

Apenas uma minoria de 4,5% dos jovens utiliza as deslocações que fazem de carro ou
em transportes públicos para resolverem assuntos profissionais através do telemóvel.

Tabela 224: Utiliza as deslocações que faz de carro ou em transportes públicos para resolver
assuntos profissionais através do telemóvel:

N %
Sim 9 4,5
Não 181 90,3
Ns/nr 10 5,2
Total 201 100,0

Um pouco mais de metade dos jovens inquiridos têm câmara digital incorporada no
telemóvel. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que têm uma câmara
incorporada (59,6%) do que raparigas (44%). E é entre os jovens mais velhos dos 16 aos
18 anos que se verifica claramente a maior percentagem de inquiridos que têm câmara
digital incorporada (63%) em comparação com 40,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos.

204
Tabela 225: O seu telemóvel tem câmara digital incorporada:

N %
Sim 104 51,7
Não 97 48,3
Total 201 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 59 59,6 45 44,0
Não 40 40,4 57 56,0
Total 99 100,0 102 100,0

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Sim 20 40,5 23 41,9 61 63,0
Não 29 59,5 32 58,1 36 37,0
Total 49 100,0 55 100,0 96 100,0

Em média, os jovens costumam tirar numa semana 5,88 fotografias. Os jovens do sexo
masculino são os que mais tiram fotografias, em termos médios (6,71), em comparação
com as jovens que tiram em média 4,77 fotos numa semana. Curiosamente, são os
inquiridos mais novos, dos 8 aos 12 anos, que registam a maior média de fotos tiradas
numa semana (8,86) em comparação com as restantes faixas etárias. Os que menos
tiram são os inquiridos entre os 13 e os 15 anos (4,42 fotos semanais, em termos
médios).

Tabela 226: Em média, quantas fotografias costuma tirar numa semana


Média 5,88
Mediana 4,00
Desvio-padrão 7,644
Mínimo 0
Máximo 50
Percentis 25 1,02
75 7,00

205
Sexo do entrevistado

Masculino Feminino
Média 6,71 4,77
Mediana 4,00 3,00
Desvio-Padrão 9,164 4,826
Mínimo 0 0
Máximo 50 20
Percentis 25 1,63 1,00
75 10,00 7,00

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
Média 8,86 4,42 5,51
Mediana 2,05 3,00 5,00
Desvio-padrão 13,954 4,594 5,438
Mínimo 0 0 0
Máximo 50 20 20
Percentis 25 1,99 1,88 1,00
75 15,00 5,00 10,00

Das fotos tiradas por semana, os inquiridos enviam uma média de 1,35 fotos para outras
pessoas. Em termos médios, os rapazes são também os que mais enviam fotos (1,73
fotos), enquanto que a média das raparigas situa-se nas 0,87 fotos. Comparando as
faixas etárias entre si, observa-se que são também os inquiridos mais novos os que mais
enviam fotos (2,56 fotos, em média), enquanto que os inquiridos mais novos enviam
cerca de uma foto, em termos médios.

Tabela 227: E destas, quantas, envia em média, para outras pessoas


Média 1,35
Mediana ,00
Desvio-padrão 3,155
Mínimo 0
Máximo 15
Percentis 25 ,00
75 1,00

206
Sexo do entrevistado

Masculino Feminino
Média 1,73 ,87
Mediana ,00 ,00
Desvio-padrão 3,797 2,036
Mínimo 0 0
Máximo 15 10
Percentis 25 ,00 ,00
75 1,00 1,00

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
Média 2,56 1,26 ,99
Mediana ,00 ,00 ,00
Desvio-padrão 5,003 3,515 1,983
Mínimo 0 0 0
Máximo 15 15 10
Percentis 25 ,00 ,00 ,00
75 3,41 1,00 1,00

Sem margem para dúvidas, a principal razão, invocada por uma maior percentagem de
jovens (61%), para utilizar a câmara fotográfica do telemóvel é para ficar com uma
recordação do momento. 22,1% adiantam ainda que utilizam a câmara incorporada para
mostrar que estiveram presentes numa determinada situação e 12,8% usam a câmara
para poder mostrar objectos a amigos, familiares ou conhecido. Apenas um inquirido,
que corresponde a 0,8% da amostra, afirma que utiliza a câmara fotográfica do
telemóvel por motivos profissionais.

Tabela 228: Qual a principal situação em que utiliza a câmara fotográfica do seu telemóvel

N %
Para mostrar que esteve presente
em determinada situação 23 22,1

Para ficar com uma recordação do


momento 63 61,0

Para poder mostrar objectos ou


pessoas a 13 12,8
amigos/familiares/conhecidos
Por motivos profissionais 1 ,8
Ns/nr 3 3,2
Total 104 100,0

207
A personalização do telemóvel com uma fotografia, um protector de ecrã e/ou um toque
favorito é uma realidade para 63,2% dos jovens. Uma maior percentagem de inquiridos
do sexo masculino tem o telemóvel personalizado (72,2%), enquanto que entre as
jovens essa percentagem é de apenas 54,5%. É também entre os inquiridos dos 16 aos
18 anos, que se verifica a maior fracção de jovens com o telemóvel personalizado
(68,1%) em comparação com 58,7% entre os jovens dos 8 aos 12 anos.

Tabela 229: Tem o seu telemóvel personalizado com uma fotografia, um protector de ecrã, um
toque favorito

N %
Sim 127 63,2
Não 70 34,8
Nem sei como fazer isso e que se
2 ,8
podia fazer isso
Ns/nr 2 1,2
Total 201 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 71 72,2 56 54,5
Não 27 27,8 42 41,5
Nem sei como fazer
isso e que se podia 2 1,5
fazer isso
Ns/nr 2 2,4
Total 99 100,0 102 100,0

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Sim 29 58,7 32 58,8 66 68,1
Não 19 38,9 21 39,0 29 30,3
Nem sei como fazer
isso e que se podia 2 1,6
fazer isso
Ns/nr 1 2,4 1 2,3
Total 49 100,0 55 100,0 96 100,0

Em termos médios, os jovens portugueses inquiridos costumam enviar diariamente


25,72 mensagens SMS através do seu telemóvel. Os jovens do sexo masculino são os
que, em média, enviam mais mensagens (26,42 por dia), em comparação com as jovens
que enviam, em média, 19,26 mensagens num dia. Sem margem para dúvidas, são os
inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, que registam a maior média de mensagens

208
enviadas num dia (33,17), que contrasta claramente com a média de mensagens
enviadas diariamente pelos mais novos (4,65).

Tabela 230: Em média, quantos SMS envia diariamente através do seu telemóvel
Média 25,72
Mediana 10,00
Desvio-padrão 32,309
Mínimo 0
Máximo 99
Percentis 25 3,00
75 34,38

Sexo do entrevistado

Masculino Feminino
Média 26,42 19,26
Mediana 10,00 10,00
Desvio-padrão 31,664 25,804
Mínimo 0 0
Máximo 96 96
Percentis 25 4,00 3,00
75 50,00 25,00

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
Média 4,65 21,56 33,17
Mediana 3,29 10,00 20,00
Desvio-padrão 4,589 25,493 33,270
Mínimo 0 0 0
Máximo 15 96 96
Percentis 25 1,00 3,00 8,00
75 5,00 30,00 50,00

A grande parte dos jovens inquiridos, nomeadamente, 85,7% não têm por hábito enviar
diariamente qualquer MMS. Apenas uma pequena minoria de 5% envia um MMS por
dia e 4,1% envia dois. Só 1,9% envia mais de três MMS por dia.

209
Tabela 231: Em média, quantos MMS envia diariamente através do seu telemóvel

N %
0 172 85,7
1 10 5,0
2 8 4,1
4 1 ,5
7 1 ,5
8 1 ,3
10 1 ,6
Ns/Nr 7 3,4
Total 201 100,0

Claramente, os amigos são os principais destinatários das mensagens SMS a julgar pela
resposta de 77,3% dos jovens. Apenas 17,6% afirmam que enviam mais habitualmente
mensagens para familiares. Comparando os sexos entre si, verifica-se a mesma
tendência clara, embora se vislumbrem umas pequenas diferenças percentuais: observa-
se uma percentagem maior de inquiridos do sexo masculino que envia mensagens para
familiares (19,3%) do que de raparigas (15,9%). Também comparando as diferentes
faixas etárias se verifica a mesma tendência mas existem diferenças de registo. Verifica-
se claramente uma maior percentagem de inquiridos mais novos que enviam mais
habitualmente mensagens SMS para familiares (37%), em comparação com pouco mais
de 11% entre os escalões etários mais velhos. Por outro lado, verifica-se uma
percentagem maior de jovens, entre os mais velhos, que enviam mensagens
preferencialmente para os amigos (83,7%), em comparação com 63% dos inquiridos
mais novos.

Tabela 232: Para quem é que envia mais habitualmente SMS através do telemóvel

N %
Para familiares
34 17,6
Para amigos
148 77,3
Familiares/amigos/colegas
3 1,5
Para outras pessoas
3 1,7
(ex: namorado/a)
Ns/nr
4 1,9
Total
191 100,0

210
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Para familiares 18 19,3 15 15,9
Para amigos 72 76,4 75 78,2
Familiares/amigos/colegas 3 2,9
Para outras pessoas 1 1,2 2 2,1
Ns/nr 3 3,1 1 ,8
Total 95 100,0 96 100,0

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Para familiares 17 37,0 6 11,3 11 11,8
Para amigos 28 63,0 41 78,2 78 83,7
Familiares/amigos/colegas 1 2,1 2 1,8
Para outras pessoas 2 4,3 1 1,0
Ns/nr 2 4,0 2 1,7
Total 45 100,0 53 100,0 94 100,0

Regra geral muito poucos jovens costumam enviar SMS para intervir em vários
concursos ou programas na media e quando o fazem é com pouca frequência. Apenas há
uma pequena minoria de 1,7% que participa muito frequentemente em concursos de
rádio e uma minoria de 1,4% participa frequentemente em concursos gerais de TV. É
também nestes concursos que 6,5% dos jovens afirmam que participam pouco
frequentemente. Além disso, 7,2% dos jovens dizem que utilizam pouco frequentemente
ou frequentemente SMS para obter anedotas, insultos e adivinhas. A participação em
programas de opinião também é pouco frequente e apenas para 3,6% dos jovens. Entre 2
e 3,5% dos jovens utilizam as mensagens SMS para obter músicas ou imagens
publicitadas na TV, rádio e jornais ou imagens do seu clube de futebol. Não ultrapassa
1% a fracção de inquiridos que participam em sondagens de noticiários e programas ou
em concursos sobre futebol na TV.

211
Tabela 233: Com que frequência costuma enviar SMS para intervir:
Pouco Muito
Frequentemente
Nunca (%) frequentemente frequentemente Ns/nr (%)
(%)
(%) (%)

Concursos gerais de TV 91,5 6,5 1,4 ,6

Concursos de rádio 94,3 3,4 1,7 ,6

Sondagens de noticiários
98,4 ,6 ,4 ,6
e programas
Concursos sobre futebol
98,8 ,6 ,6
na TV
Participação em
95,8 3,6 ,6
programas de opinião
Para obter imagens
publicitadas na TV, rádio e 97,1 2,3 ,6
jornais
Para obter músicas
publicitadas na TV, rádio e 96,0 2,9 ,6 ,6
jornais
Para obter anedotas,
92,3 6,6 ,6 ,6
insultos e adivinhas
Para obter imagens do
96,9 2,0 ,6 ,6
seu clube de futebol

As telenovelas são mencionadas por dois dos inquiridos quanto ao principal programa
para o qual já enviaram mensagens SMS. Entre outros programas mencionados pelos
jovens inclui-se o Sixteen indicado por três inquiridos e o Curto Circuito também
referido por dois inquiridos. As Telenovelas e o Curto Circuito são programas que
voltam a ser mencionados na segunda referência. Apenas 12% dos inquiridos já viram
aparecer uma mensagem ou uma pergunta enviada, no ecrã da TV.

Tabela 234: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (1ºREF.)

N %
Telenovelas 2 6,7
Outros 15 56,1
Ns/nr 10 37,2
Total 27 100,0

212
Outros
N %
260 94,5
Curto Circuito 2 ,8
Dia Seguinte 1 ,4
Praça da Alegria 1 ,3
Publicidade 1 ,4
Quem quer Ganhar 2 ,8
Rádio Voz do Camões 1 ,4
Sixteen 3 1,2
Top móvel 1 ,4
Você na TV 1 ,4
Vodafone 1 ,5
Total 276 100,0

Tabela 235: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (2ºREF.)

N %
Telenovelas 1 3,8
Outros 4 16,2
Ns/nr 22 80,0
Total 27 100,0

Outros

N %
270 98,0
Anedotas 1 ,4
Baú 1 ,4
Curto Circuito 1 ,4
Telenovelas 1 ,4
Ns/Nr 1 ,4
Total 276 100,0

Tabela 236: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (3ºREF.)

N %
Outros 4 15,9
Ns/nr 23 84,1
Total 27 100,0

Outros

N %
271 98,4
Ns/Nr 1 ,4
Programas de rádio 1 ,4
SIC 10 horas 1 ,4
Top + 1 ,4
Total 276 100,0

213
Tabela 237: Já viu aparecer a mensagem/pergunta enviada, no ecrã da TV

N %
Sim 3 12,0
Não 19 70,1
Ns/nr 5 17,8
Total 27 100,0

Os jovens portugueses inquiridos que costumam utilizar a internet para enviar SMS
representam uma minoria de 28%. Dentro daqueles que a utilizam para o efeito, 89,7%
usam a página na internet do seu operador de comunicações móveis, 10,3% utilizam a
página de outros operadores e 2% servem-se de outras páginas.

Tabela 238: Costuma utilizar a internet para enviar SMS

N %
Sim 56 28,0
Não 139 69,2
Não sabe do que
2 ,8
se trata
Ns/nr 4 1,9
Total 201 100,0

Tabela 239: Utiliza as páginas na internet dos operadores:

N %
A página na internet do
seu operador de 51 89,7
comunicações móveis
A página na internet de
6 10,3
outros operadores

Outros 1 2,0

Os jovens que utilizam os sites na internet das operadoras de comunicações móveis para
descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros também estão em minoria visto que
apenas 22,1% utilizam esses sites às vezes e só 2,7% usam muito frequentemente esses
mesmos sites. Entre aqueles que utilizam os sites mencionados, uma maioria de 59,9%
utiliza o site da TMN, 34,5% utiliza o da Vodafone e apenas 5,5% utiliza o da
Vodafone.

214
Tabela 240: Com que frequência é que utiliza os sites das operadoras de comunicações móveis na
internet para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros

N %
Muito frequentemente 6 2,7
Às vezes 45 22,1
Nunca 137 67,8
Não sabe do que se trata 8 3,9
Ns/nr 7 3,5
Total 201 100,0

Tabela 241: Quais são os sites que utiliza para realizar essas operações:

%
TMN 59,9

Vodafone 34,5
Optimus 5,5

Uma maioria de 70,2% dos jovens costuma utilizar sempre ou às vezes uma linguagem
diferente quando escreve SMS, utilizando, por exemplo, abreviaturas, letras diferentes
ou símbolos. Verifica-se uma maior fracção de jovens do sexo feminino que utiliza,
sempre ou às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS (74,4%), em
comparação com 66% dos rapazes, contudo há uma percentagem maior de rapazes que
escreve sempre com uma linguagem diferente (43,2%), do que de raparigas (32,7%). Há
uma fracção maior de inquiridos dos 16 aos 18 anos (86,2%) que utilizam abreviaturas,
letras diferentes e símbolos nas mensagens de SMS que escrevem, em comparação com
51,3 dos inquiridos mais novos. Assim sendo, a utilizam de uma linguagem diferente e a
criativa para a usar vai crescendo há medida que os adolescente se vão tornando mais
velhos.

Tabela 242: Costuma utilizar uma linguagem diferente quando escreve SMS, como por exemplo
abreviaturas, letras diferentes, símbolos

N %
Sim, sempre 89 38,1
Sim, às vezes 75 32,0
Não 33 14,0
Depende para quem é a
mensagem 11 4,9
Ns/nr 26 11,0
Total 234 100,0

215
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim, sempre 52 43,2 37 32,7
Sim, às vezes 27 22,8 47 41,7
Não 17 13,9 16 14,1
Depende para quem é a
mensagem 7 5,9 4 3,8
Ns/nr 17 14,1 9 7,6
Total 120 100,0 113 100,0

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Sim, sempre 13 18,1 26 39,5 50 51,9
Sim, às vezes 24 33,2 18 27,3 33 34,3
Não 14 19,2 11 17,0 8 8,1
Depende para quem é a
mensagem 7 10,0 2 3,4 2 2,2
Ns/nr 14 19,4 8 12,8 3 3,5
Total 71 100,0 66 100,0 96 100,0

Quanto a utilizações para fins afectivos das mensagens de SMS, 40,1% dos jovens
afirmam que já utilizaram essas mensagens para namorar e 32,3% aceitaram um
encontro amoroso através do telemóvel. Além disso, 21,2% dos jovens confessam que
já usaram mensagens SMS para seduzir alguém. Parte dos inquiridos também já se
serviram das mensagens durante um encontro amoroso que estava a correr mal (em
15,7% dos casos) ou para terminar uma relação amorosa (14,7%).
Entre os sexos verificam-se algumas diferenças. De um modo geral os rapazes parecem
servir-se mais das mensagens no que toca a assuntos afectivos do que as raparigas.
Verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que afirmam namorar
através de mensagens (41,2%) do que de raparigas (38,9%). Além disso, maiores
fracções de rapazes afirmam que já aceitaram um encontro amoroso (35,8%) ou que já
seduziram alguém por SMS (26,3%), em comparação com 28,5% e 15,75 das raparigas,
respectivamente. Também se verificam maiores percentagens de rapazes que já
terminaram uma relação amorosa por SMS (17,3%) ou que já enviaram uma mensagem
durante um encontro amoroso que estava a correr mal, do que de raparigas (12% e
14,7%, respectivamente).
Como seria de esperar são muito poucos os inquiridos mais novos que utilizam as
mensagens SMS para namorar. A percentagem de inquiridos que namoram via SMS,

216
aumenta bastante entre o escalão etário dos 16 aos 18 anos chegando aos 68,2%. Neste
escalão etário, 57,2% dos jovens já aceitaram um encontro amoroso através de
mensagens de telemóvel e 35,8% já tentaram seduzir alguém. Pouco mais de um quarto
dos inquiridos entre os 16 e os 18 anos já terminaram uma relação amorosa via SMS ou
já enviaram uma mensagem durante um encontro amoroso que estava a correr mal.

Tabela 243: Já utilizou SMS para:

Namorar 40,1

Aceitar um encontro amoroso 32,3

Terminar uma relação amorosa 14,7

Enviar uma mensagem durante um


encontro amoroso que está a 15,7
correr mal

Seduzir alguém 21,2

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Namorar 50 41,2 44 38,9
Aceitar um encontro
43 35,8 32 28,5
amoroso
Terminar uma relação
21 17,3 14 12,0
amorosa
Enviar uma mensagem
durante um encontro
20 16,7 17 14,7
amoroso que está a correr
mal
Seduzir alguém 32 26,3 18 15,7

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Namorar 5 7,3 23 34,4 66 68,2
Aceitar um encontro
4 5,9 16 24,4 55 57,2
amoroso
Terminar uma relação
10 15,1 25 25,4
amorosa
Enviar uma mensagem
durante um encontro
11 16,3 26 26,9
amoroso que está a correr
mal
Seduzir alguém 3 4,5 12 17,9 34 35,8

Entre os inquiridos que comunicam por telemóvel, 36,9% declaram comunicar sempre
ou muito frequentemente com outros membros da família, 37,8% afirmam que só

217
comunicam às vezes e 21,2% declaram mesmo que nunca comunicam. Não se verificam
diferenças muito significativas entre os sexos, apenas há a registar uma percentagem
maior de inquiridos do sexo masculino, cerca de um quarto, que declaram que nunca
comunicam com outros membros da família, enquanto que entre as jovens essa
percentagem é de 17,3%. É curioso constatar que os inquiridos mais novos são os que
menos comunicam com outros membros da família visto que 41,9% dos jovens dos 8
aos 12 anos confessam que nunca comunicam por telemóvel com esses membros da
família, enquanto que entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos apenas 15,7% afirmam que
nunca o fazem e entre os jovens mais velhos só 2,2% declaram que nunca o fazem.

Tabela 244: Com que frequência é que comunica por telemóvel com outros membros da família

N %
Sempre 46 16,7
Muito frequentemente 56 20,2
Às vezes 104 37,8
Nunca 58 21,2
Ns/nr 11 4,1
Total 276 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sempre 26 18,5 20 14,9
Muito frequentemente 26 18,7 29 21,7
Às vezes 51 36,1 53 39,5
Nunca 35 24,9 23 17,3
Ns/nr 3 1,8 9 6,6
Total 141 100,0 135 100,0

Idade
8 - 12 anos 13 - 15 anos 16 - 18 anos
N % N % N %
Sempre 12 11,4 16 22,8 18 18,4
Muito frequentemente 16 14,8 12 17,3 28 28,1
Às vezes 33 31,0 27 38,0 44 45,1
Nunca 45 41,9 11 15,7 2 2,2
Ns/nr 1 ,9 4 6,3 6 6,2
Total 108 100,0 70 100,0 98 100,0

218
Quanto a tarifários especiais, apenas 26,9% dos jovens inquiridos afirmam que têm
algum tarifário especial para telefonar ou mandar mensagens para determinados
números, enquanto que 59,7% dizem que não têm qualquer tipo de tarifário especial.

Tabela 245: Tem algum tarifário especial para telefonar/mandar mensagens para determinados
números

N %
Sim 74 26,9
Não 165 59,7
Ns/nr 37 13,5
Total 276 100,0

Os dados apurados mostram uma grande penetração dos aparelhos de telemóvel entre os
jovens portugueses. Entre os respondentes dos 16 aos 18 anos a posse e utilização do
telemóvel são praticamente universais, mas mesmo nos inquiridos mais novos a
penetração do telemóvel também se pode considerar elevada. Os dados do inquérito
presencial mostram que a idade média de idades em que os inquiridos obtiveram o seu
primeiro telemóvel é de 11,8 anos e entre os jovens inquiridos online, 72,1% teve o seu
primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. Portanto, hoje em dia, o telemóvel marca a
sua presença no quotidiano dos jovens desde muito cedo. Os dados demonstram ainda
que é comum existirem vários telemóveis distribuídos pelos membros dos agregados
domésticos, que reclamam para si o seu próprio aparelho. Por outro lado, a utilização
do telefone fixo está a perder terreno e muitos portugueses optam hoje em dia por não
instalar um telefone fixo em casa. Portanto, a expansão da utilização do telemóvel
poderá acontecido em detrimento da utilização do telefone fixo. Os dados do inquérito
presencial revelam ainda que a TMN e a Vodafone são os principais operadores
utilizados pelos jovens, enquanto a Optimus aparece em terceiro lugar, sendo um
operador utilizado por uma fracção bem menor de adolescentes.

A utilização do telemóvel por parte dos jovens é bem relevadora da sua posição de
dependência económica face aos pais, embora possam usufruir de uma muito maior
autonomia a outros níveis. Na generalidade, são os pais quem comportam os gastos com
os telemóveis, o que poderá implicar que os jovens tenham de justificar os seus gastos e
que as suas despesas sejam controladas. Seja como for, fazer chamadas ou enviar
mensagens SMS tornaram-se práticas diárias bastante comuns, que se vão naturalizando

219
na vida quotidiana. Entre os adolescentes utilizadores de telemóvel verifica-se que a
utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens SMS, que constituem um
importante meio de manter contacto frequente com familiares e, em especial, com
amigos. O envio de mensagens é, hoje em dia, uma prática corriqueira ao longo do dia e
serve também como um meio essencial no envio de felicitações de aniversário ou de
boas festas ou simplesmente como forma de enviar mensagens pessoais ou com fins
afectivos. As mensagens enviadas por telemóvel vieram também provocar uma nova
relação com a linguagem, como a maior utilização de abreviaturas ou de novas
expressões. Verifica-se que os amigos são o principal alvo de comunicação via
telemóvel, enquanto que a família e, em particular, os pais aparecem em segundo lugar
na ordem de importância estabelecida. Todavia, do ponto de vista dos pais, o telemóvel
pode servir como um mecanismo de controlo, que é accionado com maior frequência
entre os respondentes mais novos. Os dados apurados levam à hipótese de que a grande
penetração da utilização do telemóvel entre os adolescentes, efectuou-se em conluio ou
até mesmo pela iniciativa própria de muitos pais. Outro dado que leva a essa hipótese é
que para a maioria dos jovens respondentes, foi o pai ou a mãe que lhes comprou o
primeiro telemóvel.

Como o telemóvel está bastante presente no quotidiano dos adolescentes, a sua


utilização diária tem produzido consequências em termos psicológicos e cognitivos. Os
dados do inquérito presencial revelam que a maioria dos jovens se sentem
desconfortáveis quando não têm consigo o seu telemóvel, ou quando estão
impossibilitados de o usar e a sensação de estar contactável ou de poder contactar
alguém em qualquer lugar é um elemento tranquilizante em termos psicológicos. Além
disso, a maior parte dos adolescentes sentem que o seu telemóvel só é útil se estiver
constantemente ligado e a ausência do telemóvel poderá em muitos casos causar
ansiedade, o que é fruto da habituação psicológica ao telemóvel. De facto, as situações
quotidianas em que o telemóvel não está ligado são a excepção. As situações em que os
jovens desligam o telemóvel são aulas e palestras, momentos fúnebres e celebrações
religiosas em igrejas ou quando os jovens estão no cinema ou em espectáculos.
O telemóvel tornou-se igualmente um objecto personalizado com fotografias,
protectores de ecrã e/ou toques favoritos, fazendo parte da identidade cultural dos
adolescentes. E para além das funções principais, os telemóveis mais recentes permitem
integrar vários media: câmara digital, rádio, leitor de mp3, máquina de jogos, internet,

220
etc. Ou seja, há todo um leque de actividades possíveis: é um meio de passar o tempo,
de jogar, ouvir música, tirar fotografias assim como um instrumento para aprofundar
relações sociais, para combinar encontros, fazer chamadas para saber como estão os
familiares e amigos ou simplesmente para conversar sem assuntos concretos. Veio
possibilitar também a gestão de relações sociais à distância e veio reconfigurar a
geografia das práticas quotidianas. Por tudo isto, não admira que muitos jovens tenham
dificuldade em imaginar uma vida mais feliz sem telemóvel.

221
Capítulo 8: Mundos virtuais: os jogos de computador
na cultura juvenil

É hoje patente que os jogos interactivos e de computador pertencem a uma emergente


cultura multimédia nas últimas décadas, em especial nas camadas mais jovens, baseada
nas capacidades e possibilidades que as novas tecnologias oferecem. Os jogos permeiam
a cultura e as práticas dos jovens no seu quotidiano, nas suas interacções com outros
jovens, nas conversas, nas sociabilidades e até mesmo na construção identitária.
Exemplo disso mesmo é a constituição de clãs, isto é, a formação de comunidades de
jogadores online ou a projecção da identidade em personagens virtuais. O consumo de
jogos que se centrava essencialmente nos adolescentes espalhou-se, simultaneamente,
para um público mais velho (em especial aqueles que se socializaram enquanto jovens
na utilização dos jogos mas que entretanto cresceram) e para um público ainda mais
novo, isto é, crianças.
Várias razões concorrem para a explanação deste desenvolvimento. Partindo de uma
abordagem económica pode-se argumentar que as crianças e os jovens têm uma
importância crescente como consumidores para as indústrias culturais. A indústria dos
jogos de computador e de vídeo cedo se apercebeu que os jovens podem funcionar
como forças impulsionadoras no lançamento de determinados produtos e que o seu
poder de compra não é nada desprezível, lançando estratégias para cativar este público.
Do ponto de vista técnico pode-se apontar a crescente facilidade, em termos
ergonómicos e de interface, em jogar jogos electrónicos. Por exemplo, as consolas de
jogos de vídeo funcionam à base de mecanismos “Plug and Play” não sendo necessários
conhecimentos informáticos específicos. Contudo, como argumenta Fromme (2003) é
essencial perceber as mudanças por parte dos próprios jogadores, isto é, os factores que
os tornam particularmente susceptíveis para o uso e consumo de jogos de vídeo e de
computador. Daí que se relevante perceber como é que os jovens usam e valorizam
diferentes jogos, em que medida os jogos são integrados nas vidas das crianças e dos
jovens (Livingstone, d'Haenens & Hasebrink, 2001) e como é que a mudança nos media
se relaciona com desenvolvimentos sociais mais genéricos.
A relevância cultural e social dos jogos prende-se com a discussão sobre a
“competência dos media e das TIC” ou info-literacia dos jovens e dos modos ou

222
processos informais de aquisição de competências dentro da cultura dos jogos
electrónicos. Greenfield (1984) foi das primeiras autoras que se afastou do medo senso-
comunal de que os novos media são maus educadores porque, por exemplo, instilam nas
crianças e nos jovens comportamentos violentos. Porém, os novos media como
artefactos culturais frequentemente desenvolvem e exigem competências cognitivas
complexas, apreendidas de forma informal e à parte dos contextos da aprendizagem
formal na escola (Greenfield, 1984). Deste modo, muitos alunos já vão para a escola
com competências ao nível do uso de computadores antes da instrução formal de
professores ou de educadores, o que alimenta a sensação que as crianças e os jovens já
“nascem ensinados” no que respeita ao uso de novas tecnologias.
Um melhor conhecimento sobre processos informais de aprendizagem e do seu pano de
fundo torna-se assim necessário para evitar, segundo Fromme (2003), o “choque de
culturas mediáticas”. Esta noção metafórica chama a atenção para o seguinte:
professores, pais e educadores em geral são membros de uma geração que, na sua
socialização primária, cresceram numa cultura mediática diferente e, portanto, têm
experiências mediáticas diferentes que as gerações mais novas. Estas experiências
mediáticas informais não só influenciam os valores privados e as atitudes em relação
aos novos media, como também têm impacto no seus conceitos e nas suas práticas de
educação. Ou seja, os educadores tendem a abordar as culturas mediáticas das crianças e
dos jovens a partir da sua perspectiva geracional que eles representam como a norma
implícita nas práticas e nos discursos educacionais, assim como políticos (Fromme,
2003). Isto implica que os novos media sejam muitas vezes olhados com desconfiança e
cepticismo pelos educadores. Em especial, os jogos electrónicos parecem apelar mais
imediatamente ao lúdico, a uma ética mais hedonista e de satisfação imediata o que
poderá chocar com a “ética protestante” Weberiana mais presente nos adultos assente
num estilo de vida mais racionalizado e em formas específicas de auto-controlo. Daqui
podem surgir conflitos específicos em torno do uso do computador visto que os
educadores poderão querer desviar as crianças e os jovens dos jogos para outras
actividades e ferramentas informáticas tidas como mais educativas e úteis como
trabalhar com processadores de texto, utilizar enciclopédias ou usar ou tipo de software
educacional (Leu, 1993). No entanto, se adoptarmos a análise de Himanen (2001)
podemos levantar a hipótese de que na realidade as gerações mais novas estão a adoptar
uma ética diferente daquela que os seus pais conheceram e que a relação dialéctica entre

223
as duas éticas produz novas formas de relação familiar mediadas pelas experiências
mediáticas do membros do agregado doméstico.

Inquérito online

A grande maioria dos jovens inquiridos online (80,8%) costuma jogar com consolas ou
computadores, ou seja, são um público largamente socializado na cultura dos jogos.
Porém ao efectuarmos uma análise por sexos, verifica-se uma disparidade entre rapazes
e raparigas. A quase totalidade dos rapazes (90%) costuma jogar em comparação com
68,5% de raparigas. Porém, dentro deste público, a percentagem de raparigas que
habitualmente joga é ela própria expressiva, o que significa que o mercado dos jogos
também apela às raparigas. É sintomático do desenvolvimento de produtos que apelam
não só a um público “masculino” como a um público “feminino”, como no caso do
popular jogo de simulação “The Sims”. Mas um dado curioso, é que é entre os mais
novos (dos 9 aos 12 anos) que se verifica a maior percentagem de inquiridos que
habitualmente jogam (94,2%). Um possível factor explicativo poderia ser a maior
percentagem de inquiridos do sexo masculino nesta faixa etária, contudo, tal
desequilíbrio não explica esta diferença entre o escalão etário mais novo e os restantes.
Fazendo um escrutínio entre os inquiridos dos 9 aos 12 anos verifica-se que 96,1% dos
rapazes e 90,7% das raparigas declaram que jogam habitualmente. De facto, verifica-se
que com o avanço da idade há uma menor a percentagem de jogadores regulares. Temos
assim 83,9% de inquiridos dos 13 aos 15 anos que jogam habitualmente e uma menor
percentagem (76,2%) de jogadores entre os 16 e os 18 anos 2. Possíveis factores
explicativos deste decréscimo poderão ser a vida social mais preenchida dos mais
velhos, assim como o requerimento de um maior tempo de estudo. Contudo, fica aqui
em aberto esta questão que será retomada com a análise dos dados do inquérito aplicado
face-a-face a nível nacional.

2
Ao se efectuar uma “Análise de Frequências Múltiplas” verificou-se não existir efeito de interacção
entre sexo e idade no que respeita à prática de jogar em consolas ou em computadores. Confirmou-se,
através do teste do qui-quadrado, uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre os sexos e
entre os escalões etários no que respeita à actividade de jogar.

224
Tabela 246: Habitualmente, costumas jogar com consolas ou computadores?

N %
Sim 873 80,8
Não 208 19,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 555 90,0 318 68,5
Não 62 10,0 146 31,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 113 94,2 303 83,9 457 76,2
Não 7 5,8 58 16,1 143 23,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Os jogos de acção são os mais populares, recolhendo a preferência de 62,8% dos jovens,
seguidos pelos jogos de aventura (56,7%), os de corridas (52,2%) e os de estratégia
(51,5%). É curioso verificar a aparente fraca popularidade de first person shooters
(20,4%) e em especial de role playing games (16,9%), que constituem jogos complexos
não só em termos cognitivos como em termos tecnológicos requerendo muitas vezes
computadores e placas gráficas com um grande poder de processamento. Este tipo de
jogos destina-se geralmente a um tipo específico de jogadores que como podemos
verificar é predominantemente masculino e um pouco mais popular nos jogadores mais
velhos. Outros jogos mais “masculinos” são os jogos de acção, os jogos de corridas, os
de futebol e de outros desportos e os de simulação. Por outro lado é possível identificar
jogos mais “femininos” como os jogos de arcade e, em especial, os jogos de
puzzles/tabuleiro/cartas. Os jogos de futebol e de outros desportos são particularmente
populares entre os mais novos, assim como os jogos de acção, aventura e de corridas.
Estes tipos de jogos são menos exigentes cognitivamente, embora requeiram da parte do
jogador uma grande coordenação de movimentos. Sem surpresas, é entre os inquiridos
mais velhos que há maior percentagem de jogadores de jogos de
puzzles/tabuleiro/cartas, role playing games e de simulação, jogos que requerem
maiores capacidades cognitivas. Os jogos menos populares são os infantis/familiares
(8,2%) recolhendo uma maior preferência por parte das raparigas e, como seria de
esperar, dos inquiridos mais novos.

225
Tabela 247: Que tipo de jogos costumas jogar?:

N %
Acção 679 62,8
Aventura 613 56,7
Arcade (ex: tetris) 193 17,9
Corridas 564 52,2
Infantil/Família 89 8,2
Estratégia 557 51,5
Futebol 458 42,4
Outros desportos 224 20,7
Puzzles/Tabuleiro/Cartas 238 22,0
RPG (role playing games) 183 16,9
Simulação 352 32,6
FPS (First Person Shooters) 221 20,4

Masculino Feminino
N % N %
Acção 460 74,6 219 47,2
Aventura 359 58,2 254 54,7
Arcade (ex: tetris) 81 13,1 112 24,1
Corridas 385 62,4 179 38,6
Infantil/Família 28 4,5 61 13,1
Estratégia 347 56,2 210 45,3
Futebol 363 58,8 95 20,5
Outros desportos 158 25,6 66 14,2
Puzzles/Tabuleiro/Cartas 67 10,9 171 36,9
RPG (role playing games) 162 26,3 21 4,5
Simulação 243 39,4 109 23,5
FPS (First Person Shooters) 201 32,6 20 4,3

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Acção 83 69,2 246 68,1 350 58,3
Aventura 82 68,3 232 64,3 299 49,8
Arcade (ex: tetris) 22 18,3 58 16,1 113 18,8
Corridas 71 59,2 200 55,4 293 48,8
Infantil/Família 26 21,7 31 8,6 32 5,3
Estratégia 53 44,2 198 54,8 306 51,0
Futebol 76 63,3 165 45,7 217 36,2
Outros desportos 41 34,2 94 26,0 89 14,8
Puzzles/Tabuleiro/Cartas 26 21,7 66 18,3 146 24,3
RPG (role playing games) 18 15,0 56 15,5 109 18,2
Simulação 36 30,0 118 32,7 198 33,0
FPS (First Person Shooters) 18 15,0 72 19,9 131 21,8

226
A maioria dos jovens (69,3%) diz não ter jogos pirateados, contudo, a utilização de
jogos pirateados é mais frequente nos rapazes (em 41% dos casos) do que nas raparigas
(apenas em 17% dos casos). Os mais velhos são também aqueles que mais se aventuram
na utilização de jogos pirateados (34,3%) em comparação com 22,5% dos mais novos.

Tabela 248: Tens jogos pirateados?

N %
Não, nenhuns 749 69,3
Sim, alguns 246 22,8
Sim, quase todos 86 8,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não, nenhuns 364 59,0 385 83,0
Sim, alguns 180 29,2 66 14,2
Sim, quase todos 73 11,8 13 2,8

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não, nenhuns 93 77,5 262 72,6 394 65,7
Sim, alguns 22 18,3 78 21,6 146 24,3
Sim, quase todos 5 4,2 21 5,8 60 10,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

A grande maioria (84%) costuma jogar sozinho, apesar de 83% concordar ou concordar
em parte que é muito mais divertido jogar com alguém. Como aponta Fromme (2003),
as qualidades interactivas dos jogos são atractivas em situações em que os jovens se
encontram sozinhos. A percentagem daqueles que joga com amigos decresce para
40,6%, uma percentagem que ainda assim é maior daqueles que jogam com os
irmãos/irmãs (31,5%) e com o pai (9,7%) ou a mãe (3,2%). Podemos então tirar a
conclusão que os jogos estão mais frequentemente ligados às relações entre amigos ou
pares do que ao convívio familiar.
É curioso verificar que há uma maior percentagem de rapazes que joga com amigos
(47,6%) em comparação com 31,3% das raparigas. Estas têm uma ligeira preferência
pelos irmãos (32,1%) e provavelmente jogar um jogo não será motivo suficiente para as
raparigas procurarem amigos com quem partilhar essa actividade. É de relembrar ainda

227
que a internet torna possível que dois amigos joguem entre si sem que isso signifique
estarem próximos fisicamente.
É de realçar ainda que é entre os mais novos que as relações familiares têm particular
importância nas actividades com jogos electrónicos. Sem surpresas, a participação do
pai é muito maior entre os inquiridos dos 9 aos 12 anos (em 27,5% dos casos) do que
entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (4,7% dos casos). E a participação das mães é
sempre menor que a dos pais. Todavia, de um modo geral, os pais ou educadores não
costumam participar nas actividades com jogos electrónicos, pelo menos, de uma forma
activa e interactiva. Os pais são geralmente observadores externos, e apenas alguns
participam na cultura dos jogos dos filhos. Portanto, os jogos não são um media familiar
que agregue a família em seu torno, o que os contrasta com outros media como a
televisão que estão mais integrados nas interacções familiares, em especial, entre
indivíduos de diferentes gerações.
Tabela 249: Com quem costumas jogar?:

N %
Sozinho 912 84,4
Com a minha mãe 35 3,2
Com o meu pai 105 9,7
Com os meus irmãos/irmãs 340 31,5
Com amigos/as 439 40,6
Com namorado/a 59 5,5
Com outras pessoas 86 8,0

Masculino Feminino
N % N %
Sozinho 532 86,2 380 81,9
Com a minha mãe 11 1,8 24 5,2
Com o meu pai 56 9,1 49 10,6
Com os meus irmãos/irmãs 191 31,0 149 32,1
Com amigos/as 294 47,6 145 31,3
Com namorado/a 22 3,6 37 8,0
Com outras pessoas 52 8,4 34 7,3

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sozinho 90 75,0 301 83,4 521 86,8
Com a minha mãe 8 6,7 17 4,7 10 1,7
Com o meu pai 33 27,5 44 12,2 28 4,7
Com os meus irmãos/irmãs 44 36,7 116 32,1 180 30,0
Com amigos/as 52 43,3 163 45,2 224 37,3
Com namorado/a 3 2,5 18 5,0 38 6,3
Com outras pessoas 18 15,0 26 7,2 42 7,0

228
Claramente, além dos inquiridos, são os irmãos/irmãs os utilizadores mais comuns dos
jogos de consola ou de computador, seguidos pelos pais. É ainda interessante verificar
que entre os mais novos, 35,8% indicaram que o pai utiliza jogos de consola e de
computador. Ou seja, é entre os escalões mais novos que os jogos poderão constituir um
media mais familiar partilhado entre irmãos e com a participação do pai. Por outro lado,
poderá também haver uma estratificação do tipo de jogos jogados, fazendo com que os
diferentes jogos não sejam realmente algo partilhado familiarmente entre irmãos de
várias idades ou entre pais e filhos. É ainda de notar a exclusão geral das mães nas
actividades com jogos.

Tabela 250: Em tua casa, além de ti, utilizam jogos de consola/computador:

N %
O meu pai 172 15,9
A minha mãe 67 6,2
Irmão/irmã 575 53,2
Avô/Avó 6 ,6
Um tio/tia 19 1,8
Um amigo/a 101 9,3
Outras pessoas 63 5,8
Ninguém 353 32,7

Masculino Feminino
N % N %
O meu pai 102 16,5 70 15,1
A minha mãe 28 4,5 39 8,4
Irmão/irmã 323 52,4 252 54,3
Avô/Avó 3 ,5 3 ,6
Um tio/tia 10 1,6 9 1,9
Um amigo/a 62 10,0 39 8,4
Outras pessoas 31 5,0 32 6,9
Ninguém 200 32,4 153 33,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
O meu pai 43 35,8 69 19,1 60 10,0
A minha mãe 12 10,0 33 9,1 22 3,7
Irmão/irmã 58 48,3 203 56,2 314 52,3
Avô/Avó 3 ,8 3 ,5
Um tio/tia 4 3,3 9 2,5 6 1,0
Um amigo/a 12 10,0 40 11,1 49 8,2
Outras pessoas 10 8,3 21 5,8 32 5,3
Ninguém 23 19,2 105 29,1 225 37,5

229
Dos jovens respondentes, 55,4% concorda ou concorda parcialmente que os jogos tiram
tempo de estudo. 41,3% concorda ainda, pelo menos parcialmente, que os jogos tiram
tempo para estar com a família sendo mais reduzida a percentagem de inquiridos
(33,9%) que afirmam que os jogos tiram tempo para estar com os amigos. Nestas
questões, é de apontar que não existem grandes diferenças entre os sexos ou os escalões
etários.
Apenas 21,2% concordam ou concordam em parte que estão viciados num jogo mas já
70,1% concordam ou concordam em parte que conhecem alguém que, quando está em
casa, não para de jogar. É mais comum um rapaz concordar que está viciado num jogo
(26,5%) do que uma rapariga (14,2%), contudo, não existe diferenças muito grandes
entre escalões etários. Todavia, no que respeita a conhecer alguém que, quando está em
casa, não para de jogar, já verificam diferenças entre escalões etários. É entre os mais
velhos que existe uma maior percentagem de inquiridos (75,7%), que declara conhecer
alguém que não para de jogar em casa, em comparação com 49,2% entre os mais novos.
É ainda de apontar que 31,3% dos jovens concorda, pelo menos parcialmente, que os
jogos podem torná-los violentos. É curioso constatar que há uma maior percentagem de
raparigas (38,5%) a concordar com essa proposição do que rapazes (25,8%). E são os
jovens inquiridos entre os 13 e os 15 anos que mais tendem a concordar com essa
proposição (em 35,7% dos casos), e os jovens entre os 16 e os 18 os que menos
concordam (em 28,7% dos casos).

Tabela 251: Consequências do tempo de uso dos jogos:

N %
Os jogos tiram-me Concordo totalmente 209 19,3
tempo de estudo Concordo em parte 397 36,7
Discordo em parte 190 17,6
Discordo totalmente 257 23,8
Não sabe/Não responde 28 2,6
Os jogos tiram-me Concordo totalmente 129 11,9
tempo para estar com Concordo em parte 318 29,4
a família
Discordo em parte 259 24,0
Discordo totalmente 354 32,7
Não sabe/Não responde 21 1,9
Os jogos tiram-me Concordo totalmente 117 10,8
tempo para estar com Concordo em parte 250 23,1
os meus amigos
Discordo em parte 217 20,1
Discordo totalmente 475 43,9
Não sabe/Não responde 22 2,0

230
Estou viciado num Concordo totalmente 88 8,1
jogo Concordo em parte 142 13,1
Discordo em parte 129 11,9
Discordo totalmente 690 63,8
Não sabe/Não responde 32 3,0
Conheço pessoas Concordo totalmente 457 42,3
que, quando estão em Concordo em parte 300 27,8
casa, não param de
jogar Discordo em parte 100 9,3
Discordo totalmente 133 12,3
Não sabe/Não responde
91 8,4

Os jogos podem Concordo totalmente 146 13,5


tornar-me violento Concordo em parte 192 17,8
Discordo em parte 179 16,6
Discordo totalmente 518 47,9
Não sabe/Não responde 46 4,3
É muito mais divertido Concordo totalmente 619 57,3
jogar com alguém do Concordo em parte 293 27,1
que jogar sozinho
Discordo em parte 81 7,5
Discordo totalmente 49 4,5
Não sabe/Não responde 39 3,6

Masculino Feminino
N % N %
Os jogos tiram-me Concordo totalmente 129 20,9 80 17,2
tempo de estudo Concordo em parte 239 38,7 158 34,1
Discordo em parte 109 17,7 81 17,5
Discordo totalmente 131 21,2 126 27,2
Não sabe/Não responde 9 1,5 19 4,1
Os jogos tiram-me Concordo totalmente 68 11,0 61 13,1
tempo para estar Concordo em parte 179 29,0 139 30,0
com a família
Discordo em parte 165 26,7 94 20,3
Discordo totalmente 199 32,3 155 33,4
Não sabe/Não responde 6 1,0 15 3,2
Os jogos tiram-me Concordo totalmente 66 10,7 51 11,0
tempo para estar Concordo em parte 150 24,3 100 21,6
com os meus
amigos Discordo em parte 127 20,6 90 19,4
Discordo totalmente 268 43,4 207 44,6
Não sabe/Não responde 6 1,0 16 3,4
Estou viciado num Concordo totalmente 62 10,0 26 5,6
jogo Concordo em parte 102 16,5 40 8,6
Discordo em parte 89 14,4 40 8,6
Discordo totalmente 355 57,5 335 72,2
Não sabe/Não responde 9 1,5 23 5,0
Conheço pessoas Concordo totalmente 262 42,5 195 42,0
que, quando estão Concordo em parte 179 29,0 121 26,1
em casa, não param
de jogar Discordo em parte 59 9,6 41 8,8
Discordo totalmente 73 11,8 60 12,9
Não sabe/Não responde 44 7,1 47 10,1

231
Os jogos podem Concordo totalmente 66 10,7 80 17,2
tornar-me violento Concordo em parte 93 15,1 99 21,3
Discordo em parte 97 15,7 82 17,7
Discordo totalmente 347 56,2 171 36,9
Não sabe/Não responde 14 2,3 32 6,9
É muito mais Concordo totalmente 390 63,2 229 49,4
divertido jogar com Concordo em parte 138 22,4 155 33,4
alguém do que jogar
sozinho Discordo em parte 49 7,9 32 6,9
Discordo totalmente 25 4,1 24 5,2
Não sabe/Não responde 15 2,4 24 5,2

9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos


N % N % N %
Os jogos tiram-me tempo de Concordo totalmente 21 17,5 74 20,5 114 19,0
estudo Concordo em parte 44 36,7 130 36,0 223 37,2
Discordo em parte 25 20,8 57 15,8 108 18,0
Discordo totalmente 24 20,0 89 24,7 144 24,0
Não sabe/Não responde 6 5,0 11 3,0 11 1,8
Os jogos tiram-me tempo Concordo totalmente 17 14,2 46 12,7 66 11,0
para estar com a família Concordo em parte 33 27,5 104 28,8 181 30,2
Discordo em parte 21 17,5 89 24,7 149 24,8
Discordo totalmente 43 35,8 115 31,9 196 32,7
Não sabe/Não responde 6 5,0 7 1,9 8 1,3
Os jogos tiram-me tempo Concordo totalmente 12 10,0 43 11,9 62 10,3
para estar com os meus Concordo em parte 31 25,8 79 21,9 140 23,3
amigos
Discordo em parte 22 18,3 72 19,9 123 20,5
Discordo totalmente 49 40,8 160 44,3 266 44,3
Não sabe/Não responde 6 5,0 7 1,9 9 1,5
Estou viciado num jogo Concordo totalmente 12 10,0 34 9,4 42 7,0
Concordo em parte 15 12,5 50 13,9 77 12,8
Discordo em parte 15 12,5 43 11,9 71 11,8
Discordo totalmente 71 59,2 223 61,8 396 66,0
Não sabe/Não responde 7 5,8 11 3,0 14 2,3
Conheço pessoas que, Concordo totalmente 35 29,2 163 45,2 259 43,2
quando estão em casa, não Concordo em parte 24 20,0 81 22,4 195 32,5
param de jogar
Discordo em parte 14 11,7 40 11,1 46 7,7
Discordo totalmente 28 23,3 47 13,0 58 9,7
Não sabe/Não responde 19 15,8 30 8,3 42 7,0
Os jogos podem tornar-me Concordo totalmente 18 15,0 52 14,4 76 12,7
violento Concordo em parte 18 15,0 77 21,3 97 16,2
Discordo em parte 15 12,5 53 14,7 111 18,5
Discordo totalmente 56 46,7 165 45,7 297 49,5
Não sabe/Não responde 13 10,8 14 3,9 19 3,2
É muito mais divertido jogar Concordo totalmente 70 58,3 225 62,3 324 54,0
com alguém do que jogar Concordo em parte 25 20,8 86 23,8 182 30,3
sozinho
Discordo em parte 8 6,7 25 6,9 48 8,0
Discordo totalmente 10 8,3 14 3,9 25 4,2
Não sabe/Não responde 7 5,8 11 3,0 21 3,5

232
Inquérito nacional

Em comparação com os jovens inquiridos online verifica-se que, no inquérito aplicado


de forma tradicional a nível nacional, há uma percentagem bem menor (45,3%) de
jovens jogadores. Porém, se considerarmos os utilizadores da internet a percentagem de
jogadores habituais sobe para 53,9%, pelo que, quem acede à internet tende a ser um
público um pouco mais socializado na cultura dos jogos. À semelhança do verificado
com o inquérito online, verifica-se uma disparidade entre rapazes e raparigas. Mais de
metade dos rapazes (57,1%) costuma jogar enquanto que nas raparigas a percentagem
de jogadoras regulares desce para 33,1%. Nestes dados as diferenças entre escalões
etários não são tão claras como nos dados do inquérito online. O teste estatístico
efectuado (teste do qui-quadrado), com o intuito de relacionar a idade com a utilização
de jogos electrónicos, não foi significativo, o que não nos permite tirar grandes ilações
dos dados obtidos. Verifica-se, aqui, uma diferença com os dados obtidos online em que
o avanço da idade está relacionado com uma menor percentagem de jogadores
regulares. É, contudo, de relembrar que os inquiridos online constituem um público
específico.

Tabela 252: Costuma utilizar jogos para computador ou consola

Total dos inquiridos Utilizadores da internet


N % N %
Sim 125 45,3 101 53,9
Não 151 54,7 86 46,1
Total 276 100,0 187 100,0

Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 80 57,1 45 33,1
Não 60 42,9 90 66,9

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 49 45,2 34 48,1 43 43,4
Não 59 54,8 36 51,9 55 56,6

233
Como seria de esperar há um interesse elevado ou muito elevado entre a maior parte dos
jogadores (80,6%), uma percentagem muito semelhante ao interesse demonstrado pelos
utilizadores da internet, que é elevado ou muito elevado em 81,3% dos casos. Os dados
mais interessantes vêm da comparação entre sexos, onde se vislumbra uma divisão clara
entre os interesses demonstrados. Quase todos os rapazes que jogam regularmente
(93%) demonstram um interesse elevado ou muito elevado, enquanto que a percentagem
de raparigas com um elevado ou muito elevado grau de interesse desce para 58,4%. É
portanto, claramente verificável aqui um efeito de género na socialização na cultura dos
jogos, tanto em termos mais objectivos, de prática, como em termos mais subjectivos,
de interesse pelos jogos. Quanto à comparação entre escalões etários, verifica-se a
tendência de o interesse pelos jogos diminuir um pouco com a idade. É entre os mais
novos (8 aos 9 anos) que se verifica a maior percentagem de inquiridos com um
interesse elevado ou muito elevado pelos jogos (87,1%). Na faixa etária seguinte (dos
13 aos 16 anos) esse percentagem decresce para 78% e entre os jovens dos 16 aos 18
anos desce para os 75%. Portanto, é no campo subjectivo que encontramos diferenças
entre escalões etários, o que é coerente com a hipótese levantada, aquando da análise
dos dados online, de que os jovens mais velhos provavelmente têm interesses mais
diversificados, são solicitados para ou procuram outras actividades, fruto da sua maior
autonomia pessoal. A correlação não-paramétrica de Spearman entre as variáveis
interesse e idade (em escalões) relevou-se estatisticamente significativa, contudo o valor
do efeito de uma variável sobre a outra é muito baixa (0,184) pelo que devemos ser
cautelosos em relação a estas conclusões, embora os resultados sejam coerentes, em
especial, com os dados analisados no inquérito online.

Tabela 253: Qual o nível de interesse que tem por jogos de computador e consola

Total dos inquiridos Utilizadores da internet


N % N %
Muito elevado 31 24,9 27 26,4
Elevado 70 55,7 55 54,9
Baixo 23 18,5 18 17,6
Muito baixo 1 ,8 1 1,0
Total 125 100,0 101 100,0

234
Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Muito elevado 29 35,6 3 5,6
Elevado 46 57,4 24 52,8
Baixo 6 7,0 18 39,3
Muito baixo 1 2,3

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Muito elevado 18 36,6 5 14,0 9 20,1
Elevado 25 50,5 22 64,0 24 55,2
Baixo 6 13,0 7 22,0 9 22,2
Muito baixo 1 2,5

A consola de jogos é a plataforma mais utilizada para 61% dos jovens inquiridos,
enquanto que o computador aparece logo em segundo lugar, sendo a primeira escolha de
48,8% dos jovens. Em geral, há uma grande tendência (em cerca de 86% dos casos)
para o computador e a consola estarem entre a primeira e a segunda ordem de utilização.
O telemóvel é a plataforma mais preterida se olharmos apenas para a primeira ordem de
utilização. Contudo, se considerarmos a primeira e a segunda ordem de utilização, o
telemóvel ultrapassa a consola portátil, até porque é uma plataforma mais acessível e
comum. Numa análise por sexos, verifica-se claramente que, entre os rapazes, a consola
constitui a plataforma de jogos mais utilizada (em 63,2% dos casos), sendo que o
computador é escolhido em primeiro lugar apenas em 36,9% dos casos. Já para 72,7%
raparigas o computador é a plataforma mais utilizada, ainda assim, a consola é a
primeira escolha para mais de metade (57,8%) das raparigas.
No que respeita à análise por escalões etários, verificam-se as mesmas tendências gerais
apontadas acima para os mais novos e para os mais velhos. É entre os inquiridos dos 13
aos 15 anos que há uma maior percentagem de inquiridos que prefere a utilização do
computador, sendo que a consola de jogos aparece em segundo lugar.

235
Tabela 254: Em qual das seguintes plataformas costuma jogar:

Total dos Inquiridos:


Ordem Ordem Ordem
Ordem
utilização 2 utilização 3 utilização 4
utilização 1 (%)
(%) (%) (%)

Computador 48,8 37,5 11,1 2,6

Consola 61,6 25,0 9,0 4,4

Consola portátil 16,2 11,6 24,3 47,8

Telemóvel 9,6 33,6 37,8 19,0

Sexo Masculino:
Ordem Ordem Ordem
Ordem
utilização 2 utilização 3 utilização 4
utilização 1 (%)
(%) (%) (%)

Computador 36,9 46,3 15,0 1,8

Consola 63,2 23,6 10,1 3,1

Consola portátil 20,1 9,1 24,5 46,3

Telemóvel 10,9 28,7 35,5 24,9

Sexo Feminino:
Ordem Ordem Ordem
Ordem
utilização 2 utilização 3 utilização 4
utilização 1 (%)
(%) (%) (%)

Computador 72,7 19,8 3,2 4,2

Consola 57,8 28,0 6,6 7,6

Consola portátil 7,5 17,4 24,0 51,1

Telemóvel 6,7 44,8 43,0 5,4

8 aos 12 anos:
Ordem Ordem Ordem
Ordem
utilização 2 utilização 3 utilização 4
utilização 1 (%)
(%) (%) (%)

Computador 53,6 38,5 3,8 4,1

Consola 67,3 21,6 8,2 2,9

Consola portátil _ 14,6 34,4 51,0

Telemóvel 6,6 18,6 50,5 24,2

236
13 aos 15 anos:
Ordem Ordem Ordem
Ordem
utilização 2 utilização 3 utilização 4
utilização 1 (%)
(%) (%) (%)

Computador 62,0 33,7 _ 4,3

Consola 54,9 30,2 10,2 4,6

Consola portátil 21,5 23,8 31,4 23,3

Telemóvel 9,0 40,7 35,0 15,3

16 aos 18 anos:
Ordem Ordem Ordem
Ordem
utilização 2 utilização 3 utilização 4
utilização 1 (%)
(%) (%) (%)

Computador 34,7 39,4 26,0 _

Consola 58,7 25,7 9,4 6,1

Consola portátil 29,2 2,6 10,9 57,3

Telemóvel 12,6 43,6 27,8 16,0

O tipo de jogos jogados interliga-se com o tipo de plataformas utilizadas, em especial,


com tipo de tecnologia e interface disponibilizadas por cada uma das plataformas. O
computador privilegia o rato e o teclado enquanto interface, enquanto que na consola o
gamepad ou o comando de jogos constitui o interface com a máquina por excelência.
Assim sendo, não é de espantar que os jogos de estratégia, de simulação, de puzzles/
tabuleiro/ cartas, os role playing games e os first person shooters estejam um pouco
mais associados ao computador, enquanto que os jogos de acção, de aventura, de futebol
e de outros desportos estejam mais associados à consola. No que respeita à consola
portátil verifica-se que os jogos de acção tendem a ser os mais jogados neste tipo de
plataforma, enquanto que os jogos de arcade tendem a ser os mais populares para o
telemóvel.

237
Tabela 255: Em que plataformas, joga os seguintes tipos de jogos:
Consola
Computador Consola Telemóvel Não joga
portátil

Acção 37,7 52,4 7,1 2,3 20,4

Aventura 33,2 41,0 4,5 1,7 28,9

Arcade (ex:tetris) 17,2 13,6 1,7 7,8 61,3

Corridas 32,5 28,6 5,3 2,7 42,1

Infantil / família 15,6 6,4 0,9 0,0 78,1

Estratégia 29,0 19,0 3,5 4,8 49,1

Futebol 26,6 31,8 2,5 3,5 49,6

Outros desportos 13,1 22,2 1,7 2,4 65,7

Puzzles / tabuleiro
28,5 5,7 1,7 1,7 63,7
/ cartas
RPG (role playing
9,8 8,5 0,9 1,9 78,6
games)

Simulação 14,2 10,0 1,7 0,8 75,8

FPS (first person


9,4 7,9 0,0 0,0 83,2
shooters)

Dos jogadores habituais, 20,4% costuma jogar através da internet, mas se considerarmos
apenas os jogadores com acesso à internet verificamos que esse valor ascende pouco,
para 24,3%. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que joga online
(23,7%) do que de raparigas (14,5%). É entre os mais novos que se verifica a menor
percentagem de jogadores online (16,8%) e é entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se
verifica a maior percentagem de inquiridos a jogar através da internet. No escalão mais
velho esse valor decresce para 21,9%. A mais baixa percentagem de jogadores online
entre os mais novos talvez reflicta menores competências para rodar um jogo através da
internet e talvez uma menor autonomia face à utilização do computador e da internet.
Inversamente, os inquiridos dos 13 aos 15 anos poderão distinguir por uma maior
competência adquirida nas TIC e de uma maior autonomia face ao escalão etário
anterior. O decréscimo de jogadores online entre os 16 e os 18 anos poderá talvez ser,
pelo menos em parte, explicado por um interesse menor face aos jogos electrónicos.

238
Tabela 256: Costuma jogar em rede através da internet:

Total dos inquiridos Utilizadores da internet


N % N %
Sim 26 20,4 24 24,3
Não 97 77,3 74 72,9
Ns/nr 3 2,3 3 2,8
Total 125 100,0 101 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 19 23,7 6 14,5
Não 60 74,1 37 83,0
Ns/nr 2 2,1 1 2,5

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 8 16,8 8 24,0 9 21,9
Não 39 79,8 24 72,6 33 78,1
Ns/nr 2 3,5 1 3,3

Fazendo a análise com quem os inquiridos jogam em rede através da internet verifica-se
mais uma vez uma clara preferência pelos amigos, isto é, confirma-se que os jogos estão
mais frequentemente ligados às relações entre amigos ou de pares do que ao convívio
familiar. É curioso ainda constatar que o jogos com desconhecidos verificam na
totalidade entre os rapazes nesta amostra. Igualmente curioso é o facto de serem os mais
novos que mais parecem contactar desconhecidos online para jogarem. Note-se ainda
que importância dos jogos em rede com os amigos aumenta nos escalões etários mais
velhos.

Tabela 257: Com quem joga habitualmente em rede através da internet:

N %

Com amigos e/ou colegas 19 75,6


Com pais/irmãos ou outros
elementos do agregado 3 11,0
familiar

Com outros familiares 1 4,2

Com desconhecidos 7 27,0

239
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Com amigos e/ou colegas 15 78,3 4 67,6
Com pais/irmãos ou outros
elementos do agregado 2 9,3 1 15,9
familiar
Com outros familiares _ _ 1 16,5

Com desconhecidos 7 36,2 _ _

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %

Com amigos e/ou colegas 5 61,1 7 80,8 8 83,8

Com pais/irmãos ou outros


elementos do agregado 2 21,7 _ _ 1 11,0
familiar
Com outros familiares _ _ 1 13,3 _ _
Com desconhecidos 5 72,9 1 5,9 1 5,1

Sem considerar as não respostas, verifica-se que a maior parte dos jogadores não
costuma comprar jogos. 27,9% dos jogadores regulares compra pelo menos um jogo por
mês. Sem grandes surpresas, verifica-se ainda uma maior tendência por parte dos
rapazes para comprar jogos.

Tabela 258: Num mês típico, quantos jogos costuma comprar:

N %
0 41 32,8
1 28 22,1
2 5 3,8
3 2 1,6
20 1 0,4
1-4 ano 2 1,2
Ns/nr 48 38,0
Total 125 100,0

240
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
0 21 25,8 20 45,5
1 20 24,3 8 18,0
2 4 4,5 1 2,5
3 1 1,2 1 2,5
20 0 ,6
1-4 ano 0 ,6 1 2,4
Ns/Nr 35 43,0 13 29,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
0 16 33,8 9 27,2 15 36,2
1 11 22,8 6 17,5 11 24,9
2 3 5,4 2 6,3
3 1 3,3 1 2,2
20 0 1,1
1-4 ano 2 4,6
Ns/Nr 19 38,0 14 41,0 15 35,6

Os jovens inquiridos gastam em média 22,75 euros por mês em jogos, no entanto é de
referir que metade dos inquiridos declaram não gastar nada por mês neste tipo de
produtos. Como seria de esperar são os rapazes os mais gastadores visto que, em média,
gastam 33,26 euros por mês em jogos em comparação com 8,34 euros por parte das
raparigas. No que respeita à comparação entre escalões etários não se vislumbram
grandes diferenças quanto aos gastos médios em jogos.

Tabela 259: E quanto é que gasta em média por mês neste tipo de produtos
Média 22,75
Mediana ,86
Moda 0
Desvio-padrão 32,763
Mínimo 0
Máximo 150
Percentis 25 ,00
75 40,00

241
Sexo Do Entrevistado

Masculino Feminino
Média 33,26 8,34
Mediana 24,71 ,00
Mínimo 0 0
Máximo 150 60
Moda 0 0
Desvio-Padrão 37,62 16,48
Percentil 25 ,00 ,00
Percentil 75 50,00 13,69

Idade
8 aos 12 13 aos 15 16 aos 18
anos anos anos
Média 22,17 25,40 21,62
Mediana 4,33 1,22 9,85
Mínimo 0 0 0
Máximo 120 150 60
Moda 0 0 0
Desvio-Padrão 32,01 45,31 24,75
Percentil 25 ,00 ,00 ,00
Percentil 75 35,00 29,47 50,00

É de realçar que são normalmente os pais que compram os jogos, seja como presentes
seja também como uma compra supervisionada. Apenas 20% dos jogadores declaram
serem os próprios a comprar os seus jogos. É de notar que são os rapazes que tomam
mais a iniciativa de comprar jogos, o que é coerente com os restantes dados. Por outro
lado, há visivelmente uma maior percentagem de jovens mais velhos (39,5%) que
compram eles próprios os jogos, fruto de um maior poder de compra e de uma maior
autonomia e liberdade nas suas compras. Concomitantemente, verifica-se um peso
menor dos pais (38,5%) na compra dos jogos. Inversamente, entre os mais novos
verifica-se que, em 64,9% dos casos, são os pais os comprados dos jogos, efeito do
menor poder de compra e da menor autonomia em escolher os jogos sem a supervisão
dos pais.

242
Tabela 260: Quem é que normalmente compra os jogos que utiliza:

N %
O próprio 25 20,0
Os pais 70 56,3
Outros familiares 11 8,8
Amigos(as) /
2 1,4
namorados(as) / colegas
Não compra 6 5,1

Outras pessoas 2 1,9


Ns/nr 11 8,4

Outras pessoas

N %
123 98,1
Patrão 1 1,1
Todos juntos 1 ,7
Total 125 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
O próprio 20 25,3 5 10,6
Os pais 46 57,3 24 54,4
Outros familiares 3 3,9 8 17,6
Amigos(as) /
namorados(as) / colegas 2 2,1 _ _
Não compra 5 6,5 1 2,5
Outras pessoas 1 1,2 1 3,1
Ns/nr 4 5,4 6 14,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
O próprio 6 12,8 2 5,9 17 39,5
Os pais 32 64,9 22 66,4 16 38,5
Outros familiares 2 4,5 5 15,1 4 8,7
Amigos(as) /
namorados(as) / colegas 2 3,5 _ _ _ _

Não compra 1 2,3 1 3,0 4 10,0


Outras pessoas 2 5,5
Ns/nr 7 14,0 3 9,7 0 1,1

O principal motivo, invocado em 38,7% dos casos, que move os inquiridos a comprar
um jogo é porque se trata de um novo jogo. O segundo motivo mais invocado (em
13,1%) é porque se trata de uma versão nova de um jogo que utiliza com frequência, o
que demonstra a importância das sequelas dos jogos e da marca associada a um jogo.

243
Também parece ter alguma relevância os jogos emprestados que foram experimentados
e que impeliu os inquiridos a comprar (o que aparentemente aconteceu em 8,5% dos
casos).

Tabela 261: Quando vai comprar um jogo, qual é o principal motivo porque o compra

N %
Porque é uma versão nova de um
16 13,1
jogo que utilizo com frequência
Porque é um novo jogo 48 38,7
Porque alguém da minha
1 ,7
família/amigo próximo quer
Porque assisti ao filme que originou o
2 1,8
jogo
Porque alguém me emprestou esse
11 8,5
jogo para experimentar e gostei
Porque jogar novos jogos é mais
7 5,8
divertido do que qualquer outro
Porque os meus amigos(as)/colegas
5 4,2
têm
Não compra jogos 8 6,2
Outro motivo 2 1,7
Ns/nr 24 19,3
Total 125 100,0

É ainda curioso, que quando os inquiridos apontaram outros motivos, assinalaram o


facto de alguns jogos só funcionarem com o disco original. Com a melhoria dos
sistemas de protecção é de esperar que no futuro esta razão se torne mais relevante.

Outro motivo

N %
123 98,3
Só funciona originais 2 1,7
Total 125 100,0

Quando os inquiridos não compram os jogos ou não lhes oferecem os jogos que
utilizam, na maior parte dos casos (76,8%), pelo menos declaradamente, são jogos
emprestados por amigos, colegas ou familiares. Apenas 6,3% confessam que são jogos
copiados a partir dos jogos originais e apenas uma pequena percentagem de inquiridos
(1,6%) afirma que aluga os jogos.

244
Tabela 262: Quando não compra ou não lhe oferecem os jogos que utiliza, eles são na sua maioria:

N %
Emprestados por amigos,
colegas ou familiares 96 76,8
Copiados a partir dos jogos
originais 8 6,3
Alugados 2 1,6
Ns/nr 19 15,4
Total 125 100,0

O montante que, em média, os jovens estariam dispostos a pagar por mês para
descarregar da internet os 10 jogos mais vendidos é de 8,82 euros porém, é assinalável
que mais de metade não estaria disposto a pagar. São os inquiridos do sexo masculino
os mais dispostos a pagar uma quantia mais elevada (11,82 euros, em média) em que
comparação raparigas que estariam apenas dispostas a pagar, em média, 2,9 euros. Os
inquiridos mais velhos dos 16 aos 18 anos estariam dispostos a pagar um pouco mais
(10,71 euros, em média) do que os restantes inquiridos mais novos, dispostos a pagar
apenas pouco mais de 7 euros.

Tabela 263: Qual o montante máximo que estaria disposto a pagar para descarregar da internet os
10 jogos mais vendidos do mês para PC

Euros N %
0 21 51,2
1 3 7,3
5 10 24,4
10 1 2,4
12 1 2,4
15 1 2,4
20 1 2,4
50 2 4,9
120 1 2,4
Total 41 100,0

Média 8,82
Mediana 0,10
Moda 0
Desvio-padrão 22,21
Mínimo 0
Máximo 120
Percentis 25 0,00
75 5,00

245
Sexo Do Entrevistado

Masculino Feminino
Média 11,82 2,90
Mediana ,45 ,24
Mínimo 0 0
Máximo 120 12
Moda 0 0
Desvio-Padrão 26,79 3,71
Percentil 25 ,00 ,00
Percentil 75 7,16 5,00

Idade
8 aos 12 13 aos 15 16 aos 18
anos anos anos
Média 7,10 7,51 10,71
Mediana 1,00 ,00 4,05
Mínimo 0 0 0
Máximo 50 50 120
Moda 0 0 0
Desvio-Padrão 15,52 16,31 28,73
Percentil 25 ,00 ,00 ,00
Percentil 75 5,00 9,08 5,00

É de notar que perto de 50% concorda ou concorda totalmente que os jogos copiados
têm a mesma qualidade que os originais, o que é demonstrativo de que não será a
percepção da qualidade dos jogos pirateados que demoverá estes jogadores de adquiri-
los. É também interessante notar que 65.5% dos inquiridos concorda que os jogos
contêm muitas vezes cenas violentas. Verifica-se, como seria de esperar que são os mais
velhos os que estão mais expostos a cenas de violência, contudo, mais de 50% dos
inquiridos dos 8 aos 12 anos concorda ou concorda totalmente que os jogos contêm
muitas vezes cenas violentas. Além disso, cerca de 40% concorda que a linguagem
utilizada pelas personagens dos jogos de acção é muito mais agressiva e com mais
palavrões do que estão habituados. É entre os mais novos que há uma maior
concordância (47,3% dos casos) de que os jogos têm uma linguagem muito mais
agressiva do que estão habituados, enquanto que entre os mais velhos essa concordância
desde para valores abaixo dos 30%.
Há, portanto evidências de que uma parte significativa dos jogadores está exposta a
cenas violentas ou agressivas quando joga. Contudo, isto é verdadeiro num sistema dos
media, onde os jogos são apenas uma parte, que espectaculariza a violência. Tal pode
alimentar os medos dos pais sobre os efeitos nefastos de uma exposição, pelo menos

246
precoce, a cenas violentas. Tal discussão e receios vêm desde os anos 80 com a
popularização dos jogos electrónicos porém, em larga medida, não se poderá dizer que a
geração que cresceu a jogar nos anos 80 se tenha tornado mais violenta ou agressiva que
as gerações anteriores e os estudos científicos têm se mostrado inconclusivos. E convém
relembrar o papel dos educadores enquanto agentes de filtragem e de acompanhamento
no que respeita ao consumo de media como os jogos electrónicos.
Neste âmbito, é de notar que pouco mais de 40% dos jovens inquiridos concorda ou
concorda totalmente que não utiliza jogos que indiquem não serem adequados para a
sua idade, o que quer dizer que a maioria não só utiliza jogos desajustados para a sua
idade, como têm plena consciência dessa situação. Sem grandes surpresas, é entre os
mais novos que há uma maior percentagem de jogares (52,3%) que utilizam jogos que
não são para a sua idade, enquanto que entre os mais velhos essa percentagem desde
para os 26,3%. Como controlar o acesso dos educandos aos conteúdos dos media é,
aliás, um problema com que se debatem pais e educadores. Um momento-chave do
controlo sobre os jogos é sem dúvida o momento da compra. Porém, parece que os
jovens dispõem de meios e canais alternativos para ter acesso a jogos que não são para a
sua idade. Se isto parece preocupante, não devemos no entanto esquecer que os jovens,
agentes reflexivos, não são recipientes vazios que recebem acriticamente a violência que
vêm e que vivenciam nos jogos.
44,1% dos jovens concorda ou concorda totalmente que jogar certos jogos de acção os
deixam menos stressados e mais descontraídos. Inversamente, são poucos (14,7%) os
que concordam ou concordam totalmente que se sentem mais agressivos quando
terminam de utilizar um jogo violento. Entre os mais novos essa percentagem é ainda
ligeiramente menor (12,4%). Todavia, perto de 70% dos jogadores declaram que não se
inibem de utilizar jogos mais violentos que certos filmes de acção e cerca de 60%
concordam ou concordam totalmente que nos jogos para computador ou consola podem
encarnar personagens com comportamentos violentos ou perigosos que nunca fariam na
vida real. É ainda de notar que 46,2% dos jovens concorda ou concorda totalmente com
a afirmação de que se sentem muito frustrados se não conseguem atingir com sucesso
determinados objectivos dos jogos. Um dado final bastante interessante é que cerca de
60% dos jovens inquiridos preferem divertir-se e passar o tempo a jogar do que a ver
filmes, isto é, a interactividade dos jogos é para esses jovens mais aliciante do que ver
filmes. Entre os mais novos a percentagem daqueles que preferem os jogos aos filmes
ascende praticamente aos 68%.

247
Tabela 264: Características dos jogos - Grau de concordância com:
Discordo Concordo Ns/Nr
Discordo (%) Concordo (%)
Totalmente (%) Totalmente (%) (%)
Os jogos copiados têm a
6,2 21,3 40,8 7,6 24,1
mesma qualidade
Os jogos para computador
ou consola contêm muitas 4,1 19,6 58,7 6,8 10,8
vezes cenas violentas
A linguagem utilizada
pelas personagens dos
jogos de acção para
computador ou consola é 8,5 35,5 36,7 3,9 15,4
muito mais agressiva e
com mais palavrões do
que a que estou habituado
Não utilizo jogos que
indiquem não ser
11,4 37,9 35,3 3,8 11,7
adequados para a minha
idade
Depois de jogar certos
jogos de acção fico muito
1,7 34,8 33,0 11,1 19,5
menos stressado e sinto-
me mais descontraído
O facto de um jogo ser
mais violento do que
1,9 15,6 57,4 11,5 13,7
certos filmes de acção não
me inibe de jogá-lo
Nos jogos para
computador ou consola
posso encarnar
personagens com 5,3 20,5 41,5 19,4 13,3
comportamentos violentos
ou perigosos que eu
nunca faria na vida real
Quando termino de jogar
um jogo mais violento
18,7 52,2 13,1 1,6 14,5
comporto-me de modo
mais agressivo
Sinto-me muito frustrado
se não consigo atingir com
sucesso determinados 5,4 39,4 36,6 9,6 9,0
objectivos dos jogos para
computador ou consola
Para me divertir e passar
o tempo prefiro sem
dúvida jogar no 2,5 28,6 47,0 12,9 9,0
computador ou consola do
que ver filmes

Segundo Fromme (2003), não há evidência empírica que justifique um alarmismo geral
em torno das culturas dos jogos. Esta cultura é muitas vezes acusada de promover
violência ou o isolamento social das crianças e dos jovens. Em geral, mesmo as crianças
e os jovens que estão mais envolvidos nos jogos, em termos de interesse e de frequência
de uso, aparentemente não descuram outras actividades e outros interesses dentro e fora
de casa, integrando-se em relações sociais. Garry Crawford (2006) é outro autor que
explora a importância dos jogos de vídeo e de computador para o mundo social.

248
Segundo este autor a importância de jogos de simulação (futebol, etc.) prende-se com
ligações ‘intertextuais’ entre o desporto ou os acontecimentos offline, o que torna os
jogos passíveis de serem discutidos e usados em contextos sociais. Ou seja, em vez de
vincular uma visão dos jogos ‘enquanto escape’, separadas da experiência do dia-a-dia,
as simulações (em particular, as de futebol) necessitam de ser entendidas no âmbito
mais alargado das situações culturais e sociais. Porém, as qualidades interactivas dos
jogos são atractivas em situações em que os jovens estão sozinhos. Na maior parte dos
casos, os pais ou outros adultos não participam nas actividades com jogos electrónicos,
pelo menos, de uma forma activa e interactiva. Muitas vezes a participação parental é
marcada mais pela vigilância e controlo e jogar jogos electrónicos está ainda longe de
ser um projecto comum da família. Por outras palavras, a educação em torno dos media
parece restringir-se ao controlo vindo de fora e não parece haver um envolvimento mais
activo por parte dos pais. Por outro lado, isto pode ser visto como aceitável num
contexto em que as crianças e os jovens reclamam a necessidade das suas próprias
esferas.

249
Capítulo 9: Geração Mp3 – a música no novo ambiente
mediático

A compra, transmissão e gravação de música tem sofrido bastantes mudanças nos


últimos tempos. Longe vão os tempos do vinil e das cópias através de cassetes de áudio.
Entretanto o CD emergiu como o suporte rei da música mas vê, actualmente, o seu
império em risco através da partilha de ficheiros com o formato mp3 e através da
emergência de lojas online como o iTunes. A indústria fonográfica vê assim emergirem
enormes desafios e os consumos de música diversificam-se. A música espalha-se pela
rede e é descarregada em leitores portáteis e observa-se a integração entre leitores como
o iPod e lojas de música online. Por outro lado, a indústria fonográfica e os direitos de
autor sofrem o desafio da pirataria, visto que muitos daqueles que possuem um
computador, possuem também um gravador de CD’s e o preço dos CD’s virgens é
muito baixo. A indústria fonográfica recorre assim a estratégias variadas para cativar os
consumidores, incluindo pacotes mais atraentes, alguns incluindo extras ou DVD’S de
bónus que cada vez mais se vão tornando a norma. É neste contexto em mudança que
vamos olhar para as práticas e para os consumos dos jovens no que respeita à música.

Inquérito online

71,1% dos inquiridos online afirma ter um leitor de música portátil em que possa
utilizar ficheiros mp3. Não se vislumbram diferenças significativas entre sexos e entre
escalões etários. Verifica-se portanto que aqueles que estão mais socializados com a
internet são aqueles que também tendem a possuir outro tipo de aparelhos. Na verdade a
utilização da internet e a utilização de leitores portáteis de ficheiros de música
complementam-se, notando-se uma integração dos media neste nível.

250
Tabela 265: Tens algum leitor de música portátil em que possas utilizar ficheiros MP3?

N %
Sim 769 71,1
Não 308 28,5
Não sabe/não responde 4 ,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 443 71,8 326 70,3
Não 172 27,9 136 29,3
Não sabe/não responde 2 ,3 2 ,4

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 86 71,7 266 73,7 417 69,5
Não 30 25,0 95 26,3 183 30,5
Não sabe/não responde 4 3,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Verifica-se que a maior parte dos jovens internautas (87%) consegue gravar CD’s de
música no PC, sendo esta uma das competências correntes hoje em dia para quem está
familiarizado com computadores. A este nível não há diferenças significativas entre os
sexos, contudo, como seria de esperar, há uma menor percentagem de inquiridos mais
novos a declararem que têm essa competência: 74,2% em comparação com 89,3% dos
internautas com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos.
64,4% dos inquiridos afirmam serem capazes de descarregar músicas da internet. Há
uma maior percentagem de rapazes (70,2%) do que de raparigas (56,7%) a declararem
que têm esta competência. Também existe uma menor percentagem de inquiridos mais
novos a afirmarem que são capazes de descarregar músicas da internet: 50,8%, o que
está claramente abaixo da percentagem de inquiridos mais velhos que declararam
conseguir fazê-lo (66,2%).
Em geral, 54,5% dos internautas têm a capacidade de utilizar sistemas de troca de
ficheiros (ex: emule, soulseek, etc.), sendo esta uma competência declarada, mais uma
vez, por uma percentagem maior de rapazes (59%) e de internautas entre os 16 e os 18
anos (57,7%), em contraste com as raparigas (48,5%) e os inquiridos mais novos (40%).
Verifica-se uma percentagem ainda menor de inquiridos (44,4%) que declaram serem
capazes de imprimir capas para os CD’s de música que gravam da internet.

251
Curiosamente, não existem diferenças significativas entre os sexos quanto a esta
competência, porém, na comparação entre escalões etários, verifica-se, uma vez mais,
uma menor percentagem de inquiridos mais novos com essa competência.

Tabela 266: Competências relacionadas com a gravação, troca e descarregamento de música:

N %
És capaz de gravar CDs Sim 940 87,0
de música no PC Não 126 11,7
Não sabe/não responde 15 1,4
Total 1081 100,0
És capaz de Sim 696 64,4
descarregar músicas da Não 347 32,1
internet
Não sabe/não responde 38 3,5
Total 1081 100,0
És capaz de utilizar Sim 589 54,5
sistemas de troca de Não 437 40,4
ficheiros (ex: emule,
soulseek, etc) Não sabe/não responde 55 5,1
Total 1081 100,0
És capaz de imprimir Sim 480 44,4
capas para os CDs de Não 553 51,2
música que grava da
internet Não sabe/não responde 48 4,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
És capaz de gravar CDs Sim 535 86,7 405 87,3
de música no PC Não 74 12,0 52 11,2
Não sabe/não responde 8 1,3 7 1,5
És capaz de descarregar Sim 433 70,2 263 56,7
músicas da internet Não 168 27,2 179 38,6
Não sabe/não responde 16 2,6 22 4,7
És capaz de utilizar Sim 364 59,0 225 48,5
sistemas de troca de Não 223 36,1 214 46,1
ficheiros (ex: emule,
soulseek, etc) Não sabe/não responde 30 4,9 25 5,4
És capaz de imprimir Sim 270 43,8 210 45,3
capas para os CDs de Não 324 52,5 229 49,4
música que grava da
internet Não sabe/não responde 23 3,7 25 5,4

252
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
És capaz de gravar CDs Sim 89 74,2 315 87,3 536 89,3
de música no PC Não 25 20,8 43 11,9 58 9,7
Ns/nr 6 5,0 3 ,8 6 1,0
És capaz de descarregar Sim 61 50,8 238 65,9 397 66,2
músicas da internet Não 51 42,5 110 30,5 186 31,0
Ns/nr 8 6,7 13 3,6 17 2,8
És capaz de utilizar Sim 48 40,0 195 54,0 346 57,7
sistemas de troca de Não 66 55,0 143 39,6 228 38,0
ficheiros (ex: emule,
soulseek, etc) Ns/nr 6 5,0 23 6,4 26 4,3
És capaz de imprimir Sim 44 36,7 175 48,5 261 43,5
capas para os CDs de Não 72 60,0 169 46,8 312 52,0
música que grava da
internet Ns/nr 4 3,3 17 4,7 27 4,5
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Verifica-se que entre os internautas, a internet é um dos principais meios de troca de


músicas com os amigos, sendo que 29% dos inquiridos declara utilizar a internet para o
efeito. Além disso, 28,3% dos inquiridos afirma que troca músicas com os amigos
através de CD’s comprados nas lojas e CD’s gravados com ficheiros Mp3. No total
83,6% dos jovens trocam músicas com os amigos, independentemente do meio.
É de notar que apenas 14% dos inquiridos diz que não troca habitualmente músicas com
os amigos, pelo que podemos aferir que a troca de músicas entre amigos é uma prática
comum aos jovens internautas. Não há diferenças muito grandes entre os sexos, mas
curiosamente parece haver uma percentagem um pouco maior de raparigas a trocar
música com os amigos, em especial através de CD’s. Observa-se ainda uma maior
percentagem de inquiridos que não por hábito trocar música com os amigos entre os
mais novos (23,3%), uma percentagem bastante acima do a verifica entre os internautas
mais velhos (12,2%). São ainda os mais novos os que mais trocam, exclusivamente,
CD’s comprados entre os amigos (24,2%) mas os que menos trocam música utilizando a
internet (15,8%). Inversamente, são os jovens entre os 13 e os 15 anos, aqueles que mais
trocam música utilizando a internet (32,7%).

253
Tabela 267: Habitualmente trocas músicas com os teus amigos(as)?

N %
Sim, mas apenas CDs
comprados nas lojas 143 13,2
Sim, mas apenas CDs
gravados com ficheiros 142 13,1
MP3
Sim, de ambos 306 28,3
Sim, utilizando a internet 314 29,0
Não 151 14,0
Não sei/Não respondo 25 2,3
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim, mas apenas CDs
comprados nas lojas 82 13,3 61 13,1
Sim, mas apenas CDs
gravados com ficheiros MP3 80 13,0 62 13,4

Sim, de ambos 150 24,3 156 33,6


Sim, utilizando a internet 189 30,6 125 26,9
Não 102 16,5 49 10,6
Não sei/Não respondo 14 2,3 11 2,4

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, mas apenas CDs
comprados nas lojas 29 24,2 40 11,1 74 12,3
Sim, mas apenas CDs
14 11,7 44 12,2 84 14,0
gravados com ficheiros MP3
Sim, de ambos 21 17,5 103 28,5 182 30,3
Sim, utilizando a internet 19 15,8 118 32,7 177 29,5
Não 28 23,3 50 13,9 73 12,2
Não sei/Não respondo 9 7,5 6 1,7 10 1,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Só uma pequena minoria (1,8%) compra habitualmente músicas na rede e 8%


responderam que compram às vezes, contudo, no total, existem 16,2% de inquiridos que
já adquiriram músicas na rede pelo menos uma vez. Verifica-se ainda que há uma maior
percentagem de internautas do sexo masculino e com mais idade que já compraram
músicas na rede. O sítio mais popular entre os jovens que já compraram músicas na
internet é o Sapo Música (11,2% dos inquiridos afirmam que já compraram músicas
neste sítio), que ultrapassa mesmo o iTunes, onde 9,9% dos inquiridos já compraram
música.

254
Tabela 268: Já compraste música através de sítios de venda na internet?

N %
Sim, compro habitualmente 19 1,8
Sim, compro às vezes 86 8,0
Sim, mas foi apenas uma
vez para experimentar 70 6,5
Não, nunca comprei 890 82,3
Não sei/Não respondo 16 1,5
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim, compro
habitualmente 15 2,4 4 ,9
Sim, compro às vezes 58 9,4 28 6,0
Sim, mas foi apenas
uma vez para 43 7,0 27 5,8
experimentar
Não, nunca comprei 492 79,7 398 85,8
Não sei/Não respondo 9 1,5 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, compro habitualmente 2 1,7 6 1,7 11 1,8
Sim, compro às vezes 7 5,8 23 6,4 56 9,3
Sim, mas foi apenas uma vez
para experimentar 6 5,0 34 9,4 30 5,0
Não, nunca comprei 98 81,7 294 81,4 498 83,0
Não sei/Não respondo 7 5,8 4 1,1 5 ,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 269: Em que sítios compras habitualmente música através da internet:

N %
iTunes 103 9,9
Yahoo Music 25 2,4
Napster 9 ,9
Sapo Música 116 11,2
Não sei/Não respondo 749 72,2
Outros 28 2,7
Não compra 65 6,3
Total 1038 100,0

47% dos jovens internautas costuma descarregar as letras de algumas músicas que
obtêm na internet e 7,4% afirma mesmo que habitualmente descarrega de todas.

255
Curiosamente, esta é uma práticas seguida por uma maior percentagem de raparigas
(58,8%) do que de rapazes (51,1%) e por uma maior percentagem de inquiridos mais
velhos (59,7%) do que de internautas mais novos (32,5%).

Tabela 270: Costumas descarregar letras das músicas que obténs na internet?

N %
Sim, habitualmente
descarrego de todas 80 7,4
Sim, mas só de algumas 508 47,0
Não, nunca descarrego 443 41,0
Não sei/Não respondo 50 4,6
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim, habitualmente
descarrego de todas 48 7,8 32 6,9
Sim, mas só de algumas 267 43,3 241 51,9
Não, nunca descarrego 275 44,6 168 36,2
Não sei/Não respondo 27 4,4 23 5,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, habitualmente
descarrego de todas 6 5,0 32 8,9 42 7,0
Sim, mas só de algumas 33 27,5 159 44,0 316 52,7
Não, nunca descarrego 66 55,0 164 45,4 213 35,5
Não sei/Não respondo 15 12,5 6 1,7 29 4,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Há uma clara tendência (em 66,5% dos casos) para achar que é mais errado vender
músicas ou CD’s pirateados, enquanto que 19,9% acham que é mais errado comprar.
Perto de 10% é da opinião que é errado trocar músicas e/ou CD’s com desconhecidos
através da internet, mas apenas uma pequena minoria acha que é errado trocar música
entre amigos e conhecidos. Não há grandes diferenças entre os sexos, todavia, parece
haver um maior reconhecimento feminino de que é errado trocar música com
desconhecidos através da internet. Há uma menor percentagem de inquiridos mais
novos (15%) com a opinião de que é errado comprar músicas ou CD’s pirateados mas
entre os mais novos há uma maior percentagem de inquiridos da opinião de que é errado
trocar música na internet com desconhecidos. Seja como for a larga maioria não olha

256
para a troca de músicas através da internet, seja com desconhecidos ou seja com
conhecidos e amigos, como algo fundamentalmente errado, apesar de ser um acto
passível de ser punível criminalmente.

Tabela 271: E ainda em relação a música, achas que é mais errado...?

N %
Vender músicas/CDs
pirateados 719 66,5
Comprar músicas/CDs
pirateados 215 19,9
Trocar músicas/CDs
comprados em lojas entre 25 2,3
amigos e conhecidos
Trocar músicas/CDs
entre amigos e
conhecidos através da 16 1,5
internet
Trocar músicas/CDs com
desconhecidos através 106 9,8
da internet
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Vender músicas/CDs pirateados
412 66,8 307 66,2
Comprar músicas/CDs pirateados
125 20,3 90 19,4
Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre
19 3,1 6 1,3
amigos e conhecidos
Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos
12 1,9 4 ,9
através da internet
Trocar músicas/CDs com desconhecidos através
49 7,9 57 12,3
da internet

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Vender músicas/CDs pirateados
80 66,7 233 64,5 406 67,7

Comprar músicas/CDs pirateados


18 15,0 73 20,2 124 20,7

Trocar músicas/CDs comprados em


lojas entre amigos e conheci 2 1,7 11 3,0 12 2,0
Trocar músicas/CDs entre amigos e
conhecidos através da internet 3 2,5 6 1,7 7 1,2

Trocar músicas/CDs com


desconhecidos através da internet 17 14,2 38 10,5 51 8,5

Total
120 100,0 361 100,0 600 100,0

257
Dos internautas, 41% estariam dispostos a pagar até 10 euros por mês para adquirir
músicas em sítios na internet, enquanto que 40,1% não está disposto a pagar nada.
Verifica-se uma maior predisposição masculina, assim como dos inquiridos mais
velhos, para dar largas à bolsa.

Tabela 272: Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na
internet que disponham desse serviço:

N %
Até 5 euros 310 28,7
De 6 a 10 euros 133 12,3
De 11 a 15 euros 43 4,0
De 16 a 20 euros 31 2,9
21 euros ou mais 17 1,6
Nada (não acho que se deva pagar
433 40,1
por descarregar música da internet)
Não sei/Não respondo 114 10,5
Total 1081 100,0

Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que
disponham desse serviço:
Masculino Feminino
N % N %
Até 5 euros 194 31,4 116 25,0
De 6 a 10 euros 75 12,2 58 12,5
De 11 a 15 euros 27 4,4 16 3,4
De 16 a 20 euros 20 3,2 11 2,4
21 euros ou mais 10 1,6 7 1,5
Nada (não acho que se deva pagar
234 37,9 199 42,9
por descarregar música da internet
Não sei/Não respondo 57 9,2 57 12,3

Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que
disponham desse serviço:
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Até 5 euros 18 15,0 97 26,9 195 32,5
De 6 a 10 euros 11 9,2 41 11,4 81 13,5
De 11 a 15 euros 3 2,5 16 4,4 24 4,0
De 16 a 20 euros 1 ,8 17 4,7 13 2,2
21 euros ou mais 3 2,5 7 1,9 7 1,2
Nada (não acho que se deva
pagar por descarregar 60 50,0 150 41,6 223 37,2
música da internet
Não sei/Não respondo 24 20,0 33 9,1 57 9,5
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

258
Inquérito nacional

No que respeita aos inquiridos do inquérito face-a-face aplicado a nível nacional,


estando mais próximo da realidade nacional no seu todo, verifica-se que apenas 28%
dos jovens possuem um leitor de música portátil com a capacidade de ler ficheiros mp3.
Todavia, se considerarmos apenas aqueles que têm acesso à internet em casa verifica-se
que a percentagem de inquiridos com leitores de mp3 sobe até aos 47,5%. Há uma
maior percentagem de rapazes (33,6%) e de inquiridos dos 16 aos 18 anos (32,3%) que
declaram possuir um desses aparelhos, em comparação com 22,2% de raparigas e
21,9% de inquiridos dos 8 aos 12 anos. Perto de um quarto desses aparelhos é da
“Creative”, a segunda marca mais popular é a “Sony” (com 16,1%), estando o “iPod”
em terceiro lugar (com 8,6%).

Tabela 273: Tem algum leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros MP3

Total Utilizadores da internet


N % N %
Sim 77 28,0 49 47,5
Não 190 68,9 50 48,3
Não sabe do que
5 1,8 1 1,0
se trata
Ns/nr 3 1,2 3 3,2
Total 276 100,0 104 100,0

Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 47 33,6 30 22,2
Não 89 63,4 101 74,6
Não sabe do que se
trata 2 1,4 3 2,3
Ns/nr 2 1,6 1 ,8
Total 141 100,0 135 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 24 21,9 22 31,5 32 32,3
Não 83 77,1 45 63,8 62 63,5
Não sabe do que se
trata _ _ 1 1,4 4 4,1
Ns/nr 1 1,0 2 3,2
Total 108 100,0 70 100,0 98 100,0

259
Tabela 274: Qual é a marca desse leitor

N %
iPod 7 8,6
Creative 19 24,6
Sony 12 16,1
Outras marcas 19 24,1
Ns/nr 21 26,6
Total 77 100,0

Outras Marcas

N %
257 93,2
Apple 2 ,8
Bomag 1 ,3
Denver 4 1,4
Inovix 4 1,5
Mitsai 1 ,4
Philips 1 ,4
Rodstar 1 ,2
Samsung 2 ,9
Supertec 1 ,4
Wattson 1 ,3
Worten 1 ,3
Total 276 100,0

Dos inquiridos que possuem um leitor de mp3, 55,7% costumam ouvir música quando
estão a passear e 52% dos jovens ouvem música no seu leitor de mp3 quando não estão
a fazer nada. Além disso, 38,9% dos jovens declaram ainda que aproveitam para ouvir
música no seu leitor de mp3 quando estão em viagem. Estas são portanto as situações
mais vulgares para ouvir música no leitor mp3. 16,7% dos jovens declara ainda que
ouve música nos seus leitores portáteis quando estão nos transportes públicas e 10,5%
enquanto estão a ver televisão. Ouvir música através do leitor portátil enquanto se
realizam outras actividades como trabalhar, ler, navegar na internet ou fazer desporto é
apenas hábito para minorias de jovens que não representam mais do que 10% daqueles
que possuem um leitor de mp3.

260
Tabela 275: Em que alturas, é que costuma ouvir música no seu leitor de MP3:

N %

Quando está a passear 43 55,7

Quando está a trabalhar 7 9,6

Quando está a ler revistas,


7 8,8
livros, jornais
Quando está a utilizar a
5 6,7
internet

Quando está a ver TV 8 10,5

Quando está a fazer


5 7,0
desporto
Quando não está a fazer
40 52,0
nada

Quando está em viagem 30 38,9

Quando está nos


13 16,7
transportes públicos

Não se aplica/não utiliza 1 1,0

Os leitores de mp3 vieram de facto colocar um desafio à rádio e a outros equipamentos


de reprodução de música. 49,3% dos jovens inquiridos com um leitor portátil de mp3
declaram que passaram a ouvir menos música noutros equipamentos e 46,3% declaram
que passaram a ouvir menos rádio. O principal meio de reprodução de ficheiros mp3 é,
sem dúvida o leitor portátil (77,5% dos jovens utilizam este aparelho em primeiro
lugar), seguido por uma larga margem pelo computador pessoal (apenas 23,6% utilizam
o computador com reprodutor principal de mp3). Apenas 9% ouve ficheiros mp3,
preferencialmente, no telemóvel, estabelecendo-se assim a hierarquia.

Tabela 276: Desde que tem o seu leitor MP3, passou a:

Menos (%) Igualmente (%) Mais (%)

Ouvir rádio 46,3 44,1 9,6

Navegar na internet 6,3 84,3 9,4

Ouvir música noutros


49,3 46,3 4,4
equipamentos

261
Tabela 277: Por ordem de utilização, em que equipamentos é que costuma ouvir ficheiros MP3:
Ordem Ordem Ordem Ordem
utilização 1 utilização 2 utilização 3 utilização 4

No computador pessoal 23,6 62,7 13,7 _

No leitor portátil de
77,5 16,5 6,0 _
ficheiros mp3

No telemóvel 9,0 24,0 67,0 _

Noutro suporte 22,6 _ _ 77,4

Os inquiridos com internet em casa têm, em geral, um leque mais alargado de


competências no que respeita às TIC. Considerando o total dos inquiridos, apenas
37,9% dos jovens dizem saber gravar CD’s de música no PC, porém, a percentagem de
inquiridos que sabe gravar CD’s de música sobe para os 64% entre os inquiridos que
têm acesso à internet em casa. Cerca de metade dos inquiridos com acesso à internet no
seu lar sabe descarregar músicas na internet, enquanto que se considerarmos o total dos
inquiridos essa percentagem decresce para os 24%. Ademais, em torno de 40% dos
inquiridos com ligação à rede sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet e
outros tantos sabem imprimir capas para os CD’s de música que gravam com ficheiros
descarregados na internet, em comparação com 18,5% e 22%, entre o total dos
inquiridos, respectivamente. Os dados referentes aos utilizadores da internet estão assim
mais próximos dos dados apurados em relação aos jovens inquiridos online, que como
já vou referido são um público específico, mais socializado nos novos media. Em
coerência com o que foi verificado nos dados obtidos online, é entre os inquiridos do
sexo masculino e os mais velhos, que se verificam as maiores percentagens de jovens
que declaram ter as competências referidas atrás.

262
Tabela 278: Competências relacionadas com a gravação, descarregamento e troca de música:

Total dos inquiridos Utilizadores da internet


N % N %
Sabe gravar CDs de música no Sim 104 37,9 67 64,0
pc Não 35
169 61,3 33,8
Ns/nr 2 ,8 2 2,2
Sabe descarregar músicas da Sim 66 24,0 52 50,3
internet Não 50
207 75,2 47,6
Ns/nr 2 ,8 2 2,2
Sabe utilizar sistemas de troca Sim 51 18,5 42 40,5
de ficheiros na internet (p2p) Não 60
223 80,7 57,3
Ns/nr 2 ,8 2 2,2
Sabe imprimir capas para os Sim 61 22,0 43 41,0
CDs de música que grava da Não 62
internet 214 77,7 59,0
Ns/nr 1 ,4

Total dos inquiridos


Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sabe gravar CDs de Sim 68 48,2 36 27,0
música no pc Não 72 51,0 97 72,1
Ns/nr 1 ,8 1 ,8
Sabe descarregar Sim 45 31,6 22 16,1
músicas da internet Não 95 67,6 112 83,1
Ns/nr 1 ,8 1 ,8
Sabe utilizar sistemas Sim 34 23,8 17 12,9
de troca de ficheiros na Não 106 75,4 116 86,2
internet (p2p)
Ns/nr 1 ,8 1 ,8
Sabe imprimir capas Sim 41 29,3 19 14,3
para os CDs de música Não 100 70,7 115 84,9
que grava da internet
Ns/nr 1 ,7

263
Utilizadores da internet
Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sabe gravar CDs de Sim 41 72,8 26 53,6
música no pc Não 14 25,2 21 44,1
Ns/nr 1 2,0 1 2,4
Sabe descarregar Sim 33 57,7 20 41,5
músicas da internet Não 23 40,3 27 56,2
Ns/nr 1 2,0 1 2,4
Sabe utilizar sistemas Sim 26 45,7 16 34,4
de troca de ficheiros na Não 30 52,3 30 63,2
internet (p2p)
Ns/nr 1 2,0 1 2,4
Sabe imprimir capas Sim 27 48,3 15 32,3
para os CDs de música Não
que grava da internet 29 51,7 32 67,7

Total dos inquiridos


Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sabe gravar CDs de Sim 16 14,6 32 45,6 57 57,9
música no pc Não 92 85,4 36 51,2 41 42,1
Ns/nr 2 3,2
Sabe descarregar Sim 8 7,1 19 27,1 40 40,4
músicas da internet Não 100 92,9 49 69,7 58 59,6
Ns/nr 2 3,2
Sabe utilizar sistemas Sim 5 4,2 15 21,7 31 31,9
de troca de ficheiros na Não 103 95,8 52 75,1 67 68,1
internet (p2p)
Ns/nr 2 3,2
Sabe imprimir capas Sim 9 8,7 16 23,6 35 35,5
para os CDs de música Não 99 91,3 52 75,0 63 64,5
que grava da internet
Ns/nr 1 1,4

Utilizadores da internet
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sabe gravar CDs de Sim 10 30,4 23 80,7 33 78,5
música no pc Não 23 69,6 3 11,6 9 21,5
Ns/nr 2 7,8
Sabe descarregar Sim 7 20,9 18 61,3 28 65,3
músicas da internet Não 26 79,1 9 31,0 15 34,7
Ns/nr 2 7,8
Sabe utilizar sistemas Sim 5 14,0 14 48,2 24 55,7
de troca de ficheiros na Não 28 86,0 13 44,0 19 44,3
internet (p2p)
Ns/nr 2 7,8
Sabe imprimir capas Sim 7 20,9 14 49,8 21 50,3
para os CDs de música Não
que grava da internet 26 79,1 15 50,2 21 49,7

264
Dentro dos inquiridos com capacidade para gravar CD’s de música, grava CD’s de no
seu computador pessoal, exclusivamente para si e 21,5% grava para si, assim como para
as pessoas da casa. Apenas 17,5% afirma que grava CD’s para amigos, familiares ou
colegas e 20,7% afirma que não costuma gravar CD’s. Claramente, verifica-se uma
maior percentagem de raparigas (31,6%) que não grava CD’s, sendo que apenas 14,8%
dos rapazes afirmam que não têm o costume de gravar músicas em CD. Mais de metade
dos rapazes gravam CD’s de música exclusivamente para si em comparação com 32,7%
das raparigas. Porém, há uma maior percentagem de raparigas (26,2%) que grava CD’s
para as pessoas da sua casa em comparação com 19% dos rapazes. É ainda de assinalar
que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a afirmarem que não têm o
costume de gravar CD’s (23,6%), uma percentagem um pouco acima da verificada entre
os mais novos (17,9%) e entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (16,8%). Cerca de
metade dos jovens dos 16 aos 18 anos afirma que grava CD’s de música exclusivamente
para si, enquanto que a percentagem de inquiridos mais novos que grava CD’s só para si
é de 31,8%. Curiosamente, uma maior percentagem de inquiridos entre os 8 e os 12
anos (37%) que gravam CD’s de música para as pessoas da sua casa, enquanto que essa
percentagem entre os jovens dos 16 aos 18 anos é de apenas 10,5%. Note-se ainda que a
média de CD’s gravados pelo inquiridos no mês anterior é de cerca de 4 CD’s e metade
dos inquiridos gravou até 3 CD’s no mês transacto.

Tabela 279: Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:

N %
Exclusivamente
48 45,7
para mim
Para mim e para
pessoas da minha 22 21,5
casa
Para amigos,
familiares ou 18 17,5
colegas
Não costumo
22 20,7
gravar

Ns/nr 3 2,9

265
Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:
Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Exclusivamente para mim
36 52,6 12 32,7
Para mim e para pessoas
da minha casa 13 19,0 10 26,2

Para amigos, familiares ou


colegas 13 18,6 6 15,5

Não costumo gravar 10 14,8 12 31,6


Ns/nr 3 4,4

Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:


Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Exclusivamente para mim
5 31,8 14 43,0 29 51,0
Para mim e para pessoas
da minha casa 6 37,0 11 33,5 6 10,5

Para amigos, familiares ou


colegas 3 16,8 8 23,6 8 14,3

Não costumo gravar 3 17,9 5 16,8 13 23,6


Ns/nr 1 5,3 2 3,8

Tabela 280: Número de CD's gravados no último mês:


Média 4,32
Mediana 3,00
Moda 0
Desvio-padrão 4,513
Mínimo 0
Máximo 20
Percentis 25 1,00
75 7,87

Pouco mais de um quinto dos jovens compra CD’s de música com regularidade. Não se
verificam diferenças significativas entre os sexos mas observa-se que, como seria de
esperar, que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos (cerca de 25%) que
compram CD’s musicais com regularidade.

266
Tabela 281: Compra CDs de música com regularidade

N %
Sim 60 21,8
Não 211 76,5
Ns/nr 5 1,7
Total 276 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 30 21,3 30 22,2
Não 109 77,5 102 75,5
Ns/nr 2 1,2 3 2,2

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 18 16,8 18 25,4 24 24,6
Não 88 81,1 51 73,1 72 73,9
Ns/nr 2 2,1 1 1,4 2 1,6

Dentro daqueles que compram CD’s de música com regularidade, 44,1% comprou um
CD no mês anterior e 26,3% comprou pelo menos 2 CD’s. 29,5% não comprou nenhum
CD. Os inquiridos do sexo masculino e os mais velhos, com maior poder de compra,
demonstram uma tendência para comprar mais CD’s. Os jovens gastaram em média
19,55 euros em CD’s e metade gastou até 18,55 euros. Confirma-se que os inquiridos do
sexo masculino foram mais gastadores no mês transacto (gastaram , em média, 22,15
euros) do que as raparigas, que gastaram, em média, 14,74 euros. Os inquiridos mais
velhos são os que, em média, gastaram mais no mês anterior (23,33 euros), mas os
menos gastadores não foram os inquiridos mais novos, mas sim os jovens dos 13 aos 15
anos (13,67 euros).
Tabela 282: Número de CD's que comprou no último mês

N %
0 16 29,5
1 24 44,1
2 6 11,5
3 3 5,5
4 2 3,3
5 3 6,0
Ns/Nr 6 10,2
Total 60 100,0

267
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
0 8 26,3 8 33,3
1 12 42,1 12 46,5
2 4 14,7 2 7,7
3 1 3,2 2 8,3
4 1 2,5 1 4,2
5 3 11,2
Ns/Nr 1 3,4 5 17,1
Total 29 100,0 25 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
0 5 33,9 6 35,7 5 22,6
1 8 59,7 7 38,3 9 39,4
2 1 6,4 3 19,8 2 8,4
3 _ _ 3 12,7
4 _ _ 1 6,2 1 3,1
5 _ _ 3 13,8
Ns/Nr 5 26,1 1 4,2 1 2,7
Total 13 100,0 17 100,0 23 100,0

Tabela 283: Quanto é que gastou em média, no último mês em CD's


N 37
Média 19,55
Mediana 18,55
Moda 0
Desvio-Padrão 19,730
Mínimo 0
Máximo 120
Percentis 25 5
75 25

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
Média 22,15 14,74
Mediana 18 20
Moda 0 20
Mínimo 0 0
Máximo 120 30
Desvio-Padrão 23,08 10,40
Percentil 25 6 2
Percentil 75 30 21

268
Idade
8 aos 12 13 aos 15 16 aos 18
anos anos anos
Média 20,20 13,67 23,33
Mediana 18 16 20
Moda 15 0 0
Mínimo 15 0 0
Máximo 35 30 120
Desvio-Padrão 7,85 10,91 25,34
Percentil 25 15 3 2
Percentil 75 26 24 30

Sem surpresas, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que compra CD’s dos
seus grupos preferidos (34,6%) e apenas 10,4% declara que compra CD’s de grupos que
quer conhecer melhor. Inversamente, 35% dos inquiridos grava CD’s dos grupos
musicais que querem conhecer melhor enquanto que 24% dos jovens grava CD’s de
bandas favoritas. Menos de 10% compra CD’s no seguimento de um conselho, 32,9%
dos jovens prefere antes não arriscar e gravar CD’s de bandas ou músicos aconselhados
ou sugeridos por terceiros. As percentagem de inquiridos que compram CD’s de grupos
ou músicos portugueses e de bandas ou músicos estrangeiros são muito próximas,
21,6% e 22,3% respectivamente. As percentagens de jovens que gravam CD’s de
bandas portugueses e de bandas estrangeiras também são bastante próximas, rondando
os 27%. A percentagem de inquiridos que não compra ou não grava CD’s mantém-se
estável em torno dos 17%.

Tabela 284: Costuma comprar ou gravar CD's dos seus grupos música preferidos:

N %

Compra CDs 95 34,6

Grava CDs 66 24,0

Não compra/não
45 16,5
grava CDs

Ns/nr 74 26,7

269
Tabela 285: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que quer conhecer melhor:

N %

Compra CDs 29 10,4

Grava CDs 90 32,5

Não compra/não
49 17,6
grava CDs

Ns/nr 111 40,4

Tabela 286: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que alguém me aconselhou a
ouvir:

N %

Compra CDs 26 9,6

Grava CDs 91 32,9

Não compra/não
49 17,6
grava CDs

Ns/nr 112 40,8

Tabela 287: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos portugueses:

N %

Compra CDs 60 21,6

Grava CDs 74 26,8

Não compra/não
47 17,1
grava CDs

Ns/nr 99 35,7

Tabela 288: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos estrangeiros:

N %

Compra CDs 61 22,3

Grava CDs 75 27,1

Não compra/não
47 17,1
grava CDs

Ns/nr 96 34,7

270
Cerca de 48,1% dos jovens troca músicas com os seus amigos/as, sejam CD’s
comprados, gravados ou ambos. Pelo contrário, 47,6% dos inquiridos não têm o hábito
de trocar música com os seus pares. Observa-se que há uma maior percentagem de
inquiridos do sexo masculino (54,8%) e de inquiridos mais velhos (60,5%) que trocam
músicas com os amigos, em comparação, respectivamente, com 41,2% das raparigas e
com 30% dos inquiridos mais novos.

Tabela 289: Troca músicas com os seus amigos(as):

N %
Sim, mas apenas CDs
comprados nas lojas 47 17,0
Sim, mas apenas CDs gravados
com ficheiros mp3 17 6,2
Sim, de ambos 69 24,9
Não 131 47,6
Ns/nr 12 4,3
Total 276 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim, mas apenas
CDs comprados 23 16,3 24 17,8
nas lojas
Sim, mas apenas
CDs gravados 12 8,6 5 3,8
com ficheiros mp3
Sim, de ambos 42 29,9 26 19,6
Não 60 42,5 71 53,0
Ns/nr 4 2,8 8 5,9
Total 141 100,0 135 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, mas apenas
CDs comprados 15 14,2 14 20,3 17 17,7
nas lojas
Sim, mas apenas
CDs gravados _ _ 4 5,7 13 13,5
com ficheiros mp3
Sim, de ambos 17 15,8 23 32,6 29 29,3
Não 71 66,1 24 34,6 36 36,5
Ns/nr 4 3,8 5 6,8 3 3,0
Total 108 100,0 70 100,0 98 100,0

271
Apenas uma pequena minoria dos inquiridos (2,4%) compra mais CD’s que tenham
também DVD’s, 10,5% afirma que compra o mesmo número e 20,4% declara mesmo
que essa não é uma opção que tenha em conta quando compra CD’s musicais.

Tabela 290: Compra mais ou menos CDs que tragam também DVDs dos grupos/músicos:

N %
Compro mais CDs que tenham
também DVDs 6 2,4
Compro o mesmo número
29 10,5
Compro menos CD que tenham
também também DVDs 15 5,3

Não é uma opção que tenha em


conta quando compro CDs 56 20,4

Não se aplica / não compro CDs


144 52,3
Ns/nr 25 9,2
Total 276 100,0

Apenas uma pequena minoria (2,6%) compra habitualmente ou às vezes músicas de


sítios de venda na internet. Dentro dos poucos inquiridos que compram música na
internet, 58% compra habitualmente na loja virtual iTunes, 15,1% compram na loja
portuguesa Sapo Música e outros tantos compram na Yahoo Music.

Tabela 291: Frequência que compra música através de sites de venda na internet:

N %
Habitualmente 3 1,2
Às vezes 4 1,4
Nunca comprou 266 96,6
Ns/nr 2 ,8
Total 276 100,0

272
Tabela 292: Sites onde compra habitualmente música através da internet:

N %
Itunes 4 58,0
Yahoo music 1 15,1
Napster 0 0,0
Sapo música 1 15,1
Outro 0 0,0
Ns/nr 2 26,9

Perto de 20% dos jovens acham que os seus familiares e amigos próximos ouvem mais
música do que há 2 anos atrás, todavia, é menor a percentagem de inquiridos que acham
que os seus familiares e amigos compram mais música (13,6%). Inversamente, apenas
uma minoria de jovens (4,2%) afirma que os seus familiares e amigos ouvem menos
música, contudo, há uma maior percentagem de inquiridos a afirmarem que familiares e
amigos compram menos música do que há 2 anos atrás.
34,8% acham que familiares e amigos ouvem a mesma quantidade de música, enquanto
que uma percentagem próxima de jovens inquiridos (30,9%) são da opinião de que
aqueles que lhes são próximos compram a mesma quantidade de música, porém, uma
parte substancial dos jovens (mais de 40%) não demonstra a sua opinião.

Tabela 293: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona ouvem mais, a
mesma ou menos música do que há 2 anos atrás:

N %
Mais 54 19,7
A mesma 96 34,8
Menos 12 4,2
Ns/nr 114 41,4
Total 276 100,0

Tabela 294: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona compram
mais, o mesmos ou menos CDs do que há 2 anos atrás:

N %
Mais 37 13,6
A mesma 85 30,9
Menos 36 12,9
Ns/nr 118 42,6
Total 276 100,0

Uma grande maioria dos jovens (72,2%) acha correcto trocar músicas ou CD’s
comprados em lojas entre amigos e conhecidos, mas quando se tratar de trocar músicas

273
entre amigos e conhecidos através da internet, apenas 35,3% consideram que tal prática
é correcta. Uma minoria (15,5%) dos jovens acha correcto comprar músicas e ou CD’s
pirateados, mas quando se trata de vender músicas ou CD’s pirateados, a percentagem
de inquiridos que acham essa situação correcto decresce para cerca de 10%. Entre os
respondentes, 11,9% acham ainda correcto trocar músicas com desconhecidos através
da internet. Apenas 1,2% dos inquiridos acham que todas as situações são incorrectas.

Tabela 295: Acha correcto:

N %
Vender músicas/CDs
27 9,9
pirateados
Comprar músicas/CDs
41 15,0
pirateados
Trocar músicas/CDs
comprados em lojas
199 72,2
entre amigos e
conhecidos
Trocar músicas/CDs
entre amigos e
97 35,3
conhecidos através da
internet
Trocar músicas/CDs
com desconhecidos 33 11,9
através da internet

Nenhuma 3 1,2

NS/NR 37 13,4

Cerca de metade dos jovens (51,1%) acham que não se deve pagar nada por descarregar
músicas na internet. Este é um valor um pouco acima do verificado entre os jovens
inquiridos online. Apenas 11,7% dos jovens estariam dispostos a pagar até 5 euros num
mês para adquirir músicas em sítios na internet e verifica-se uma pequena minoria de
jovens (3,1%) que estariam dispostos a pagar mais do que essa quantia.

274
Tabela 296: Quanto gastaria num mês para adquirir músicas em sites na internet

N %
Até 5 € 32 11,7
De 6 a 10 € 8 2,8
De 11 a 15 € 1 ,3
Nada (não acho que se deva
pagar por descarregar música da 141 51,1
internet)
Ns/nr 94 34,1
Total 276 100,0

Verifica-se, em Portugal, no que respeita a equipamentos relacionados com a cópia,


compra e reprodução de música, uma divisão entre jovens inquiridos. Entre aqueles com
maior acesso a todo um conjunto de equipamentos como o computador, a internet e
leitores de mp3 e outros sem acesso a uma parte ou à maior parte desses equipamentos.
Uma percentagem significativa daqueles que estão mais socializados e têm maior acesso
aos novos media ouve música em formatos imateriais como o mp3, o mais comum e
vulgar desses formatos. São também os que têm acesso a um leque mais variado de
música e os que mais trocam, legal ou ilegalmente, música. São também aqueles que
têm acesso à internet que demonstram maiores competências em gravar CD’s,
descarregar músicas na Net ou utilizar programas de trocas de ficheiros peer to peer, o
que não é propriamente do agrado da indústria fonográfica.

Os formatos imateriais têm estado em crescendo em relação aos suportes materiais de


música. Com a facilidade de troca e transmissão de dados e com a crescente
popularização dos formatos digitais é de prever que a música seja cada vez mais
comprada, comercializada, trocada e transmitida em suporte digital. O formato digital
começa a impregnar as culturas juvenis que procuram novos sons e novas experiências
na rede. Todavia, uma parte significativa dos jovens continua a comprar e a trocar
música em suportes materiais. Os jovens não deixaram de comprar CD’s e uma parte
significativa deles pensa que as pessoas que lhes estão próximas compra continua a
comprar música na mesma proporção de há 2 anos atrás e perto de 20% acham que até
compram mais. A troca e gravação de CD’s partem mais de uma descoberta de sons e
músicas desconhecidas. Quando os jovens gostam de uma banda inclinam-se a comprar
o suporte físico original. Os jovens são sem dúvida um importantíssimo nicho de
mercado para a indústria fonográfica mas são ao mesmo tempo um grupo com pouca

275
autonomia financeira, que muitas vezes tenta o acesso a determinados produtos musicais
através da troca de música, da cópia e mais raramente através da obtenção de produtos
piratas. Uma grande parte dos jovens pensa que é correcto trocar CD’s legitimamente
comprados em lojas com aqueles que lhes estão próximos mas já estão em minoria
aqueles que pensam que é correcto trocar músicas noutras condições, utilizando por
exemplo a internet ou recorrendo a fontes piratas. Quando podem ou têm competência
para tal os jovens tendem a trocar música. A maior parte reconhece que muitas das suas
práticas de troca de música não são correctas mas também pensam que não são
propriamente erradas. A troca de músicas habita assim um limbo moral suportado pelo
sentimento de impunidade em relação à troca de músicas e à compra de música
pirateada. Em especial, os jovens tendem a pensar que é mais legítimo trocar música
entre amigos e conhecidos num processo de descoberta e troca de experiências, de
comunicação e de formação de culturas musicais entre os jovens. Até que ponto a era da
troca, mais ou menos livre, de música representa uma ameaça à indústria fonográfica é
algo que o decorrer do tempo dirá.

276
Capítulo 10: Os jovens e os filmes na era digital

O panorama audiovisual tem sofrido mudanças nas últimas décadas. Nos anos oitenta
temeu-se o declínio do cinema com a introdução das cassetes de vídeo. Mais
recentemente assistimos à grande emergência dos DVD’s que têm estado acessíveis
com preços relativamente baixos e que vieram substituir as cassetes de vídeo. Porém, a
quebra dos códigos e da protecção anti-cópia dos DVD’s e a possibilidade de
descarregar filmes na internet veio criar receios de uma pirataria de larga escala à
indústria cinematográfica. Novos formatos como o Divx permitem comprimir um filme
num CD e permitem a sua difusão mais rápida. Se por um lado este tipo de formato
poderá ser um aliado da pirataria, por outro lado, poderá ser a semente de um novo
conceito de televisão ou de clube de vídeo, assente na distribuição de conteúdos na
internet a pedido do cliente. É neste contexto mediático emergente em que os jovens se
movem hoje em dia.

Inquérito online

Quase todos os inquiridos assistem a filmes, em especial, os inquiridos do sexo


feminino e os mais velhos embora as diferenças sejam muito pequenas. Verifica-se uma
maior fracção de inquiridos (29,5%) que os vê através da TV e 28,5% declaram que
frequentam habitualmente as salas de cinema. Além disso, 14% dos jovens declaram
que alugam habitualmente filmes em suporte DVD e 12% têm por hábito comprar
DVD’s. 6,6% visionam filmes emprestados e 4,9% admitem ainda que descarregam da
internet os filmes a que habitualmente assistem, enquanto que 1,7% fazem cópias a
partir de DVD’s originais. Os inquiridos do sexo masculino são os que mais alugam
DVD’s (16%) e os que mais descarregam filmes da internet (6,2%) em comparação com
as raparigas (11,2% e 3,2% respectivamente). São os inquiridos mais velhos que mais
frequentam as salas de cinema (30,7%) em comparação com os mais novos (24,2%).
Entre os jovens, ir ao cinema é uma prática que aumenta, portanto, com a idade. É aqui
de relembrar que ir ao cinema é muitas vezes uma actividade social para os jovens e que
os mais velhos nesse aspecto gozam de mais liberdade. Os mais novos tendem a ir mais

277
vezes acompanhados dos pais ou familiares e têm, regra geral, menos liberdade para
saírem com os seus pares. Os mais velhos são também aqueles que mais alugam DVD’s
(14,7%) e também são aqueles que mais vêm filmes emprestados (7,8%) em
comparação com 10,8% e 0,8% dos inquiridos mais novos, respectivamente. Por seu
turno, curiosamente verifica-se uma maior fracção de inquiridos mais novos que
compram DVD’s (17,5%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem desce
para os 10%. Além disso, observa-se uma maior percentagem de internautas dos 9 aos
12 anos que vêm habitualmente filmes pela televisão (33,3%) em comparação com
27,8% dos mais velhos.

Tabela 297: Costumas assistir habitualmente a filmes?

N %
Sim 994 92,0
Não 81 7,5
Não sabe/não responde 6 ,6
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 561 90,9 433 93,3
Não 53 8,6 28 6,0
Não sabe/não responde 3 ,5 3 ,6

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 107 89,2 328 90,9 559 93,2
Não 10 8,3 32 8,9 39 6,5
Não sabe/não responde 3 2,5 1 ,3 2 ,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

278
Tabela 298: Através de que meios tens acesso aos filmes que habitualmente assistes?

N %
Não assisto a filmes 23 2,1
Nas salas de cinema 308 28,5
Compro DVDs 130 12,0
Alugo DVDs 151 14,0
Através da TV 319 29,5
Faço download da internet
de filmes 53 4,9
Filmes originais
emprestados por 71 6,6
amigos/familiares/colegas
Faço cópias a partir de
DVDs originais 18 1,7
Outro meio. 8 ,7
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não assisto a filmes 13 2,1 10 2,2
Nas salas de cinema 167 27,1 141 30,4
Compro DVDs 71 11,5 59 12,7
Alugo DVDs 99 16,0 52 11,2
Através da TV 178 28,8 141 30,4
Faço download da internet de
filmes 38 6,2 15 3,2
Filmes originais emprestados
37 6,0 34 7,3
por amigos/familiares/colegas
Faço cópias a partir de DVDs
originais 11 1,8 7 1,5
Outro meio. 3 ,5 5 1,1

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não assisto a filmes 5 4,2 9 2,5 9 1,5
Nas salas de cinema 29 24,2 95 26,3 184 30,7
Compro DVDs 21 17,5 49 13,6 60 10,0
Alugo DVDs 13 10,8 50 13,9 88 14,7
Através da TV 40 33,3 112 31,0 167 27,8
Faço download da internet de
filmes 6 5,0 17 4,7 30 5,0
Filmes originais emprestados
por amigos/familiares/colegas 1 ,8 23 6,4 47 7,8
Faço cópias a partir de DVDs
originais 4 3,3 4 1,1 10 1,7
Outro meio 1 ,8 2 ,6 5 ,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

279
Até 76,6% dos jovens internautas fazem pesquisas na internet sobre filmes. Não se
verificam diferenças relevantes entre os sexos. Contudo, verifica-se que uma
percentagem significativamente menor de inquiridos mais novos que fazem pesquisas
na internet (50%) enquanto que nos internautas dos 13 aos 15 anos e dos 16 aos 18 anos
essa percentagem ascende a valores em torno dos 80%.

Tabela 299: Habitualmente fazes pesquisas na internet sobre filmes?

% N
Sim, muito
frequentemente 123 11,4
Sim, frequentemente 115 10,6
Sim, às vezes 320 29,6
Sim, raramente 270 25,0
Não, nunca 224 20,7
Não sei/Não respondo 11 1,0
Não se aplica 18 1,7
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim, muito frequentemente 76 12,3 47 10,1
Sim, frequentemente 69 11,2 46 9,9
Sim, às vezes 180 29,2 140 30,2
Sim, raramente 153 24,8 117 25,2
Não, nunca 129 20,9 95 20,5
Não sei/Não respondo 5 ,8 6 1,3
Não se aplica 5 ,8 13 2,8

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim, muito frequentemente 11 9,2 40 11,1 72 12,0
Sim, frequentemente 4 3,3 40 11,1 71 11,8
Sim, às vezes 20 16,7 116 32,1 184 30,7
Sim, raramente 25 20,8 93 25,8 152 25,3
Não, nunca 51 42,5 66 18,3 107 17,8
Não sei/Não respondo 3 2,5 1 ,3 7 1,2
Não se aplica 6 5,0 5 1,4 7 1,2
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Entre os jovens inquiridos online, 57,2% costumam assistir a filmes no computador.


Essa prática é mais relevante entre os mais velhos, entre os quais 62,7% usam o
computador para ver filmes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem
decresce para os 41,7%.

280
Tabela 300: Costumas assistir a filmes no teu computador?

N %
Sim 618 57,2
Não 451 41,7
Não sabe/não responde 12 1,1
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 354 57,4 264 56,9
Não 256 41,5 195 42,0
Não sabe/não responde 7 1,1 5 1,1

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 50 41,7 192 53,2 376 62,7
Não 68 56,7 163 45,2 220 36,7
Não sabe/não responde 2 1,7 6 1,7 4 ,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Para 25,4% dos inquiridos online os filmes visionados no computador são na sua
maioria alugados e para 25,2% são comprados. Apenas 13% dos jovens inquiridos
assiste no computador a filmes que são na sua maioria descarregados da internet.
Verifica-se ainda uma maior percentagem de inquiridos do sexo masculino que visiona
no computador filmes descarregados da internet (15,4%) em comparação com 9,9% das
internautas do sexo feminino. Verifica-se ainda que há uma maior fracção de inquiridos
mais velhos que visiona filmes alugados no computador (31,2%) e descarregados da
internet (15,3%), em comparação com 10,8% dos inquiridos mais novos, em ambos os
casos.

Tabela 301: Esses filmes são na sua maioria:

N %
Não assisto filmes no
computador 299 27,7
DVDs comprados 272 25,2
DVDs alugados 275 25,4
Filmes descarregados
da internet 141 13,0
Não sei/Não respondo 94 8,7
Total 1081 100,0

281
Masculino Feminino
N % N %
Não assisto filmes no
computador 161 26,1 138 29,7
DVDs comprados 145 23,5 127 27,4
DVDs alugados 166 26,9 109 23,5
Filmes descarregados
da internet 95 15,4 46 9,9
Não sei/Não respondo 50 8,1 44 9,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não assisto filmes no
computador 46 38,3 116 32,1 137 22,8
DVDs comprados 31 25,8 103 28,5 138 23,0
DVDs alugados 13 10,8 75 20,8 187 31,2
Filmes descarregados
da internet 13 10,8 36 10,0 92 15,3
Não sei/Não respondo 17 14,2 31 8,6 46 7,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Sempre que um novo filme é estreado 66,3% dos internautas preferem ir vê-lo ao
cinema. Apenas 6,2% procura normalmente descarregá-lo na internet e só 2,4% diz que
procura comprar uma cópia pirata na rua. Verifica-se um menor percentagem de
internautas mais novos que normalmente vão ver um filme ao cinema, enquanto que a
percentagem de inquiridos mais velhos que normalmente vão ver novos filmes ao
cinema ascende aos 70%. Estes números poderão reflectir uma menor liberdade de
movimentos e capacidade financeira por parte dos inquiridos mais novos.
Tabela 302: Quando há um filme novo que te interessa ver, o que fazes normalmente?

N %
Vou ver o filme ao cinema 717 66,3
Espero até q saia o DVD
para alugá-lo 123 11,4
Espero até q saia o DVD
para comprar uma cópia 64 5,9
oficial
Espero até q saia o DVD
para comprar uma cópia 26 2,4
pirata na rua
Procuro na internet para
fazer download 67 6,2
Espero até que passe na
televisão 84 7,8
Total 1081 100,0

282
Masculino Feminino
N % N %
Vou ver o filme ao cinema 407 66,0 310 66,8
Espero até q saia o DVD
para alugá-lo 70 11,3 53 11,4
Espero até q saia o DVD
para comprar uma cópia 39 6,3 25 5,4
oficial
Espero até q saia o DVD
para comprar uma cópia 12 1,9 14 3,0
pirata na rua
Procuro na internet para
fazer download 44 7,1 23 5,0
Espero até que passe na
televisão 45 7,3 39 8,4

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Vou ver o filme ao
62 51,7 235 65,1 420 70,0
cinema
Espero até q saia o DVD
para alugá-lo 18 15,0 43 11,9 62 10,3
Espero até q saia o DVD
para comprar uma cópia 12 10,0 25 6,9 27 4,5
oficial
Espero até q saia o DVD
para comprar uma cópia 1 ,8 7 1,9 18 3,0
pirata na rua
Procuro na internet para
fazer download 8 6,7 23 6,4 36 6,0
Espero até que passe
na televisão 19 15,8 28 7,8 37 6,2
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Inquérito nacional

85,1% dos jovens inquiridos a nível nacional, portanto uma larga maioria, costuma
assistir habitualmente a filmes. Verifica-se uma fracção ligeiramente superior de
rapazes (87,3%) que costuma assistir a filmes, em comparação com 82,9%. Mas a
diferença entre inquiridos mais velhos e mais novas é bastante clara. Verifica-se uma
percentagem substancialmente superior de inquiridos mais velhos (92,1%) que assistem
habitualmente a filmes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem desce para

283
os 74,8%. Seja como for, em larga medida, ver filmes é uma prática recorrente para os
jovens portugueses, independentemente do sexo e da idade.

Tabela 303: Costuma assistir habitualmente a filmes

N %
Sim 235 85,1
Não 41 14,9
Total 276 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 123 87,3 112 82,9
Não 18 12,7 23 17,1
Total 141 100,0 135 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 81 74,8 64 91,3 90 92,1
Não 27 25,2 6 8,7 8 7,9
Total 108 100,0 70 100,0 98 100,0

Dentro daqueles que vêm filmes habitualmente, quase todos (94,4%) assistem a esses
filmes em casa (própria, de amigos ou de familiares) e mais de metade (57,8%) assiste
aos filmes nas salas de cinema. Uma pequena minoria, assiste a filmes noutros locais
como a escola. Não se verificam grandes diferenças entre os sexos. Contudo, em
concordância do que já foi verificado entre os inquiridos online, são os jovens mais
velhos os que mais vão ao cinema. 68,6% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos declaram
que vão ao cinema em comparação com apenas 43% dos inquiridos mais novos.

Tabela 304: Em que locais é que costuma assistir a esses filmes:

N %

Nas salas de cinema 136 57,8


Em casa (própria, de amigos,
222 94,4
familiares)
Outros locais 8 3,3

284
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Nas salas de cinema 72 58,7 64 56,9
Em casa (própria, de amigos,
117 95,5 104 93,2
familiares)
Outros locais 3 2,5 5 4,1

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nas salas de cinema 35 43,0 39 61,4 62 68,6
Em casa (própria, de amigos,
76 94,3 61 95,8 84 93,5
familiares)
Outros locais 2 3,1 5 8,2

Outros locais

N %
268 97,2
Escola 1 ,4
internet 1 ,4
Na escola 1 ,5
Televisão 4 1,5
Total 276 100,0

Dos jovens inquiridos, 30,2% declaram que foram uma vez ao cinema no mês anterior à
entrevista e 32,1% declaram que foram duas ou mais vezes ao cinema. Na nossa
amostra, verifica-se ainda que os inquiridos do sexo masculino vão mais vezes do que
as raparigas ao cinema visto que entre os rapazes 37,5% declaram que foram duas vezes
ou mais ao cinema no mês anterior à entrevista, em comparação com 26% das raparigas.
Em consonância com o observado atrás, são os inquiridos mais velhos os que mais
vezes vão ao cinema. Entre os inquiridos mais novos 42,5% declaram que não foram ao
cinema no mês anterior, enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos essa
percentagem é de apenas 18,7%. Ademais, entre os mais novos não há nenhum
inquirido que tenha ido ao cinema quatro vezes ou mais e apenas 20,5% foram duas ou
três vezes ao cinema, enquanto que entre os mais velhos, 43,2% foram duas ou mais
vezes ao cinema no mês anterior.

285
Tabela 305: Quantas vezes foi ao cinema no último mês

N %
0 36 26,7
1 41 30,2
2 23 17,1
3 13 9,2
4 3 2,5
5 4 3,3
NS/NR 15 11,1
Total 136 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
0 18 24,8 18 28,8
1 18 25,1 23 35,9
2 16 21,8 8 11,8
3 7 9,5 6 8,9
4 3 5,3
5 4 6,2
NS/NR 9 12,7 6 9,2
Total 72 100,0 64 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
0 15 42,5 10 25,3 12 18,7
1 10 29,4 14 35,0 17 27,5
2 4 11,3 5 13,2 14 22,8
3 3 9,2 2 5,6 7 11,5
4 2 6,1 1 1,7
5 4 7,2
NS/NR 3 7,7 6 14,7 7 10,6
Total 35 100,0 39 100,0 62 100,0

Entre os jovens que assistem filmes em casa, 78,9% vêm filmes que dão na televisão e
48,2% afirmam que assistem a filmes alugados. Uma percentagem bem menor (26,4%)
de jovens assistem a filmes comprados e 23,4% assistem a filmes originais emprestados
por amigos, familiares ou colegas. 12,9% admitem ainda que visionam cópias a partir de
DVD’s originais e 9% confessam que vêm filmes descarregados da internet.
Curiosamente, verifica-se uma maior percentagem de raparigas que alugam filmes
(55,4%), em comparação com 41,9% dos rapazes. Por seu turno, observa-se uma maior
percentagem de rapazes (12,4%) que vêm filmes descarregados na internet, enquanto
que nas raparigas essa fracção é de apenas 5,1%. Os inquiridos mais velhos são os que

286
mais alugam filmes (60,8%), os que mais visionam filmes descarregados da internet
(12,8%) e os que mais vêm filmes emprestados (28,3%), depreendendo-se que são os
que mais trocam filmes entre si. Entre os mais novos, essas percentagens decrescem
para os 35%, 7,1% e 16,8%, respectivamente. Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os
que mais vêm filmes comprados (35,7%) e os que mais visionam cópias (16,8%) dos
originais em comparação com os jovens das outras idades, em especial os mais novos.
Por sua vez, entre os mais novos verifica-se a maior fracção de inquiridos que assiste
aos filmes que passam na televisão (84,6%), enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18
anos essa percentagem desce para os 70,8%.

Tabela 306: Os filmes que assiste em casa são:

N %

Comprados 58 26,4

Alugados 107 48,2


Filmes que dão na televisão 175 78,9
Downloads da internet 20 9,0
Filmes originais emprestados por
52 23,4
amigos/familiares/colegas
Cópias a partir de dvds originais 29 12,9

Outros 1 ,6

Ns/nr 7 3,1

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Comprados 31 26,7 27 26,0
Alugados 49 41,9 58 55,4
Filmes que dão na televisão 93 79,3 82 78,4
Downloads da internet 15 12,4 5 5,1
Filmes originais emprestados por
25 21,7 27 25,5
amigos/familiares/colegas
Cópias a partir de dvds originais 16 13,7 12 12,0
Outros 1 1,2
Ns/nr 4 3,8 2 2,3

287
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Comprados 20 26,4 22 35,7 17 19,6
Alugados 27 35,0 29 47,4 51 60,8
Filmes que dão na televisão 64 84,6 51 82,9 60 70,8
Downloads da internet 5 7,1 4 6,1 11 12,8
Filmes originais emprestados por
13 16,8 15 24,9 24 28,3
amigos/familiares/colegas
Cópias a partir de dvds originais 7 8,8 10 16,8 12 13,8

Outros 1 1,8
Ns/nr 4 4,8 2 3,9 1 ,9

Verifica-se uma grande penetração dos leitores de DVD’s nos lares dos jovens
portugueses, visto que 78,3% dos inquiridos declaram ter pelo menos um leitor em casa.
Este tipo de aparelhos tem vindo a baixar de preço no mercado pelo que tem vindo a
popularizar-se. Curiosamente observa-se uma percentagem ligeiramente superior de
raparigas (80.9%) que declaram ter pelo menos um leitor de DVD’s em casa em
comparação com 75,9% dos rapazes. Mas é entre os escalões etários que se verificam
diferenças que não deixam margem para grandes dúvidas. Há medida que os jovens vão
ficando mais velhos, maior a probabilidade de terem um leitor de DVD’s em casa. De
facto, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos verifica-se que 86,5%, isto é, a grande
maioria, possui pelo menos um leitor de DVD’s, enquanto que entre os mais novos essa
percentagem desce para os 68,3%.

Tabela 307: Tem leitor de DVD's

N %
Sim 184 78,3
Não 51 21,7
Total 235 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 93 75,9 90 80,9
Não 30 24,1 21 19,1
Total 123 100,0 112 100,0

288
Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 55 68,3 50 79,2 78 86,5
Não 26 31,7 13 20,8 12 13,5
Total 81 100,0 64 100,0 90 100,0

Dos jovens respondentes, 31,2% afirmam que o seu leitor de DVD’s tem a capacidade
de ler filmes descarregados na internet, contudo mais de um terço dos jovens (35,2%)
não responde ou não sabe a respeito dessa funcionalidade. Verifica-se que há uma maior
percentagem de rapazes que afirmam que o seu leitor lê filmes descarregados na internet
(40,1%) em comparação com 22% das raparigas. Contudo, em larga medida, esta
diferença poderá ter a ver com o maior desconhecimento das raparigas sobre a
funcionalidade em causa visto que 48% das raparigas não respondem à pergunta ou
afirma não saber se o seu leitor apresenta essa funcionalidade, em comparação com
apenas 22,7% dos rapazes. Por outro lado, também poderá acontecer o caso de que uma
fracção dos rapazes procurar comprar leitores que apresentem essa funcionalidade
específica. O desconhecimento dessa funcionalidade é também maior entre os
inquiridos mais novos, visto que mais de metade dos jovens dos 8 aos 12 anos não
responderam ou não sabem de que funcionalidade se trata, enquanto que entre os mais
velhos essa fracção é de apenas 24,2%. Inversamente, 36,8% dos inquiridos mais velhos
declaram que o seu leitor lê filmes descarregados na internet em comparação com
19,4%. Contudo, como já foi dito, estas diferenças poderão ter a ver, em larga medida,
com o desconhecimento dos inquiridos, em especial por parte das jovens e dos
inquiridos mais novos.

Tabela 308: O leitor de DVDs lê filmes que descarrega da internet

N %
Sim 57 31,2
Não 62 33,6
Não sabe do que se trata 29 15,6
Ns/nr 36 19,6
Total 184 100,0

289
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 37 40,1 20 22,0
Não 35 37,1 27 30,0
Não sabe do que se trata 13 14,1 16 17,1
Ns/nr 8 8,6 28 30,9
Total 93 100,0 90 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 11 19,4 18 35,3 29 36,8
Não 15 28,1 16 31,5 30 38,9
Não sabe do que se trata 13 23,1 5 10,7 11 13,5
Ns/nr 16 29,4 11 22,5 8 10,7
Total 55 100,0 50 100,0 78 100,0

A média de DVD’s visionados em casa no mês anterior à entrevista é de 4,2. Verifica-se


que a média de filmes visionados é maior entre os jovens do sexo masculino (5) em
comparação com 3,4 filmes para as jovens. E observa-se ainda que são os mais velhos
os que vêm, em média, mais DVD’s em casa (5,9) em comparação com uma média de
2,9 para os jovens dos 13 aos 15 anos e com 3 para os inquiridos dos 8 aos 12 anos.

Tabela 309: Quantas vezes é que assistiu em casa a DVDs no último mês
Média 4,22
Mediana 3,00
Moda 2
Desvio-padrão 5,64
Mínimo 0
Máximo 30
Percentil 25 1,00
Percentil 75 4,01

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
Média 5,03 3,38
Mediana 3,00 2,00
Moda 3 2
Desvio-padrão 6,57 4,39
Mínimo 0 0
Máximo 30 30
Percentil 25 2 1
Percentil 75 5 4

290
Idade
8 aos 12 13 aos 15 16 aos 18
anos anos anos
Média 3,02 2,87 5,89
Mediana 2,00 3,00 3,00
Moda 2 3 2
Desvio-padrão 3,67 2,38 7,53
Mínimo 0 0 0
Máximo 20 10 30
Percentil 25 1 1 2
Percentil 75 4 4 6

Entre os que possuem computador, 32,4% costuma ver filmes no computador. Há uma
maior probabilidade de ser um rapaz a visionar um filme no computador (37,7%) do que
uma rapariga (26,2%). Verifica-se ainda uma maior probabilidade para um inquirido ver
filmes no computador entre os jovens de 16 aos 18 anos (35,3%) do que entre os mais
novos (25,8%).
Tabela 310: Costuma ver filmes no seu computador

N %
Sim 48 32,4
Não 101 67,6
Total 149 100,0

Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 30 37,7 18 26,2
Não 50 62,3 51 73,8
Total 80 100,0 69 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 11 25,8 14 34,6 23 35,3
Não 32 74,2 27 65,4 42 64,7
Total 43 100,0 42 100,0 65 100,0

Uma fracção de 34,6% dos jovens declaram que esses filmes são na sua maioria
comprados, contudo 31,7% confessam que esses filmes são descarregados da internet.
20,4% afirmam ainda que os filmes são na sua maioria alugas e apenas uma minoria de
jovens declara que os filmes são emprestados (6,1%). 2,6% declaram ainda que os

291
filmes que visionam no computador são um misto de filmes comprados, alugados e
descarregados da internet.

Tabela 311: E esses filmes são na sua maioria...

N %
Comprados 17 34,6
Alugados 10 20,4
Filmes descarregados da
internet 15 31,7
Emprestados 3 6,1
Comprados/alugados/desc
1 2,6
arregados
Ns/nr 2 4,7
Total 48 100,0

O leitor de DVD é sempre o mais escolhido como primeira opção quer se trate de ver
filmes de origem portuguesa, americana, europeia ou de outras nacionalidades. Depois,
segue-se o cinema como local privilegiado para ver cinema de todas as origens. Mas no
que respeita à principal escolha para ver filmes, há diferenças a registar. Verifica-se
uma maior percentagem de inquiridos que escolheu o cinema como primeira hipótese
para ir ver filmes americanos (50,8%), enquanto que no que diz respeito aos outros
filmes (portugueses, europeus e de outras nacionalidades) a fracção de inquiridos que
escolhe ir ver filmes ao cinema como primeira opção nunca chega aos 50%. Por outro
lado, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que escolheu o leitor de DVD
para visionar filmes portugueses (62,2%), em comparação com os filmes das restantes
nacionalidades em que a escolha do leitor de DVD nunca excede os 60%.
No que respeita a filmes portugueses e europeus, o cinema passa a ser o local mais
escolhido na segunda ordem de preferência, recolhendo nos dois casos mais de 40% das
preferências. Quanto ao filmes americanos e de outras nacionalidades, o leitor de DVD
continua a estar no lugar cimeiro na segunda ordem de preferência, recolhendo também
mais de 40% das escolhas. O computador aparece sempre em último lugar na primeira e
na segunda ordem de preferências, sendo portanto relegado por 71% dos inquiridos
como terceira hipótese para ver filmes.

292
Tabela 312: Onde é que vê filmes de origem Portuguesa:
Ordem de Ordem de Ordem de
preferência 1 (%) preferência 2 (%) preferência 3 (%)

No cinema 41,6 45,6 12,8

No leitor de dvd 62,2 33,6 4,3

No computador 11,4 17,5 71,0

Tabela 313: Onde é que vê filmes de origem Americana:


Ordem de Ordem de Ordem de
preferência 1 (%) preferência 2 (%) preferência 3 (%)

No cinema 50,8 39,2 9,9

No leitor de dvd 54,0 42,3 3,8

No computador 9,7 14,8 75,5

Tabela 314: Onde é que vê filmes de origem Europeia:


Ordem de Ordem de Ordem de
preferência 1 (%) preferência 2 (%) preferência 3 (%)

No cinema 46,7 41,8 11,4

No leitor de dvd 57,5 38,8 3,7

No computador 8,3 16,2 75,5

Tabela 315: Onde é que vê filmes de outras nacionalidades:


Ordem de Ordem de Ordem de
preferência 1 (%) preferência 2 (%) preferência 3 (%)

No cinema 47,2 38,3 14,5

No leitor de dvd 53,4 43,6 3,0

No computador 14,8 14,7 70,4

Pouco mais de metade dos jovens (54,4%) discorda ou discorda totalmente que os
filmes que vêm no leitor de DVD dão filmes que normalmente não iriam ver ao cinema.
Uma maioria mais significativa de jovens de inquiridos (64,4%) discorda ou discorda
totalmente que os filmes que vêm no computador são essencialmente filmes que não
conseguem encontrar nas salas de cinema, em aluguer ou à venda. Portanto, fica aqui

293
claro que para a maioria dos jovens, os filmes que vêm no computador, muitas vezes
descarregados da internet não são muitas vezes filmes de difícil acesso mas antes de
mais uma forma de evitar gastar dinheiro ou visionar um filme sem pagar nada. Além
disso, 64,2% dos jovens discordam ou discordam totalmente que os filmes que vêm no
computador são filmes que não pagariam para ir ver ao cinema. Inversamente, 62,2%
dos jovens concordam ou concordam totalmente que os filmes que visionam no
computador são os seus favoritos. Verifica-se ainda que os jovens estão bastante
divididos entre a concordância e a discordância no que respeita a opção de escolher o
computador como meio de ver filmes para adultos.

Tabela 316: Visionamento de filme - Grau de concordância:


Discordo Concordo
Discordo (%) Concordo (%)
Totalmente (%) Totalmente (%)
Os filmes que vejo no leitor de DVD
são filmes que normalmente não iria 12,5 41,9 24,8 20,8
ver no cinema
Os filmes que vejo no computador
são essencialmente filmes que não
23,3 41,1 29,7 5,9
consigo encontrar nas salas de
cinema, em aluguer ou à venda
Os filmes que vejo no computador
são filmes que não pagaria para ir 18,2 46,0 26,6 9,2
ver ao cinema

Os filmes que vejo no computador


10,2 27,6 41,8 20,4
são os meus preferidos

Se tivesse que escolher um local


para ver filmes para adultos 14,5 33,9 33,1 18,4
escolheria o computador

Dos inquiridos, 45,2% acham que não se deveria pagar para poder fazer descarregar da
internet todo e qualquer filme que quisesse ver. Este resultado poderá ter a ver com a
percepção dos jovens de que é possível, hoje em dia, ter acesso a filmes na internet a
custo zero. Verifica-se também uma percentagem de inquiridos que não têm opinião ou
que não responderam à questão (34,4%). Apenas 11,6% dos jovens estariam dispostos a
pagar até 5 € e só uma minoria de 8,8% aceitariam pagar mais de 5 €.

294
Tabela 317: Que montante fixo estaria disposto a pagar por mês para poder fazer descarregar da
internet todo e qualquer filme que quisesse ver no seu PC/Leitor Dvd

N %
Até 5 € 27 11,6
De 6 a 10 € 13 5,5
De 11 a 15 € 7 2,9
21 € ou mais 1 ,4
Nada (acho que não se
deve pagar por este tipo 106 45,2
de conteúdos)
Ns/nr 81 34,4
Total 235 100,0

Sempre que um novo filme é estreado 39,4% dos inquiridos esperam, muitas vezes ou
sempre, que o filme passe na televisão, enquanto que 32,4% o faz às vezes. Esta é,
portanto, a prática mais comum para os jovens. Os inquiridos que responderam que vão,
muitas vezes ou sempre, ir ver um filme novo ao cinema correspondem a 19,7%,
contudo, uma fracção expressiva de jovens (38,1%) afirma que às vezes vai ver o filme
ao cinema. 12,7% esperam que saia o DVD para alugá-lo mas 30,9% declara que o faz
às vezes. Apenas 6,6% procuram, muitas vezes ou sempre, descarregar um novo filme
na internet, contudo a grande maioria dos inquiridos (75,7%) afirma que nunca ou quase
nunca o faz. 6,1% admitem ainda que procuram, muitas vezes ou sempre, comprar uma
cópia pirata na rua mas mais uma vez a grande maioria (75,8%) declara que nunca ou
quase nunca o faz. Uma minoria de 4,8% afirma que espera, muitas vezes ou sempre,
que saia o DVD para comprar uma cópia oficial contudo 65,7% dos jovens dizem que
nunca ou quase nunca esperam para comprar o DVD original.

Tabela 318: Quando há um filme novo que lhe interessa ver, o que faz normalmente:
Quase Muitas
Nunca Às vezes Sempre Ns/nr
nunca vezes
Vou ver o filme ao
19,0 16,9 38,1 15,4 4,3 6,3
cinema
Espero até que saia o
29,4 16,6 30,9 10,3 2,3 10,4
dvd para alugá-lo
Espero até que saia o
dvd para comprar uma 46,4 19,3 19,0 3,4 1,4 10,6
cópia oficial
Espero até que saia o
dvd para comprar uma 63,3 12,5 8,6 4,8 1,3 9,5
cópia pirata na rua
Procuro na internet para
69,6 6,1 8,0 3,8 2,8 9,6
fazer download
Espero até que passe
8,5 11,6 32,4 25,9 13,5 8,0
na televisão

295
Para quase todos os jovens inquiridos, independentemente de terem sido inquiridos
online ou face-a-face, ver filmes é uma prática enraizada e a televisão é o principal meio
de difusão utilizado pelos jovens. Contudo, o cinema continua a ser bastante importante
e não se vislumbra o seu declínio face a outras formas de ver filmes. Ir ao cinema
continuará, porventura, a ser uma situação social importante para os jovens, pelo
convívio que proporciona com os seus pares, talvez mesmo num cenário de
popularização dos sistemas de home cinema. O cinema pertence assim a uma rede de
mediática onde participam meios de difusão complementares desde a televisão, ao
cinema e aos suportes de DVD, comprados ou alugados. Visionar filmes descarregados
na internet é uma prática que ainda tem pouca expressão e está longe de ser o principal
meio de obtenção de filmes, assim como as cópias.
Entre os inquiridos online, grande parte dos jovens fazem pesquisas sobre filmes na
internet, o que coloca o cinema e a internet numa relação de complementaridade entre o
sistema dos media em rede. Para além disso, mais de metade assiste a filmes no
computador, embora não seja o principal meio de difusão. Podemos ver aqui o embrião
de uma integração cada vez mais profunda de diferentes media no computador, onde
conteúdos cinematográficos são descarregados da internet a pedido do usuário. Em
canais de televisão como a ABC ou a FOX é possível visionar em streaming séries de
televisão com bastante qualidade. Porém, no que respeita aos jovens portugueses, uma
parte substancial dos filmes visionados no computador são DVD’s comprados e
alugados e em comparação os filmes descarregados na internet têm uma menor
expressão mesmo para inquiridos mais socializados no mundo da internet. Verificou-se
ainda que a maioria dos inquiridos online vai habitualmente ver um novo filme ao
cinema.
Ir ao cinema também é uma prática habitual para perto 60% dos jovens inquiridos a
nível nacional. Destes, mais de 60% foi pelo menos uma vez ao cinema no mês anterior.
A nível nacional, a televisão assume muita importância, visto que para quase 80% dos
jovens pelo menos parte dos filmes a que assistem em casa que dão na televisão. Perto
de metade dos jovens recorre a filmes alugados e perto de um quarto a filmes
emprestados. A utilização de cópias representa pouco mais de um décimo e o
visionamento de filmes descarregados da internet não representa mais de um décimo.
Observou-se ainda uma grande penetração do leitor de DVD nos lares portugueses onde

296
vivem jovens visto que perto de 80% dos jovens a nível nacional afirmaram ter um
leitor em casa. Os jovens assistiram em média a pouco mais de 4 DVD’s no mês
anterior à entrevista e o visionamento de filmes tende a aumentar com a idade. Quase
um terço dos jovens inquiridos a nível nacional vê filmes no computador e destes mais
de um terço são filmes comprados, pouco menos de um terço filmes descarregados da
internet e cerca de um quinto filmes alugados. Apesar de, como já foi tido, ir ao cinema
ser uma prática ainda bem presente nos jovens, o leitor de DVD é sempre o mais
escolhido como primeira opção quer se trate de ver filmes de origem portuguesa,
americana, europeia ou de outras nacionalidades. Depois, segue-se o cinema como local
privilegiado para ver cinema de todas as origens. Um pouco menos de metade dos
jovens acha que não se deveria pagar para poder descarregar da internet todo e qualquer
filme que quisesse ver. Este resultado terá talvez origem na percepção de que é possível
obter filmes na internet a custo zero sem que haja represálias por isso.
A importância da televisão é bem patente no facto de que, quando estreia um filme, uma
parte significativa dos jovens inquiridos prefere esperar que um novo filme passe na
televisão. Contudo, uma percentagem menor mas apreciável de jovens prefere ir logo
ver um filme novo ao cinema e são menos ainda os que esperam para alugá-lo ou
comprar o original. Poucos são os que admitem arranjar uma cópia pirata ou descarregá-
lo na internet.

297
Capítulo 11: A Leitura e os jovens na era da internet

Têm sido feitas críticas ao ambiente mediático, mais baseado no consumo imediato e na
satisfação imediata de emoções, nos filmes, nos jogos de computador, na televisão,
incutindo assim uma cultura do imediato nos mais jovens. A leitura teria aqui um
grande desafio perante a uma cultura mediática que celebra a mobilidade, o curto-prazo,
a realização de tarefas em paralelo que vai contra os requisitos da leitura, paciência,
concentração e persistência. Neste capítulo vamos dar conta da realidade da leitura nos
jovens no contexto português.

Inquérito online

Nos quadros seguintes podemos ver que 58% dos jovens inquiridos online declaram que
estão a ler algum livro sem ser escolar. Mas a leitura é uma actividade do agrado de uma
maior percentagem de raparigas (65,5%) em comparação com 52,4% dos rapazes. É
ainda curioso verificar que, entre os inquiridos online, há uma maior percentagem de
leitores nos mais jovens dos 9 aos 12 anos (68,35), do que entre os mais velhos (53,7%).
Isto poderá dever-se ao maior leque de actividades disponíveis para os jovens mais
velhos, que preterem a leitura em favor de outras actividades.

Tabela 319: Estás a ler algum livro neste momento, sem contar com os que te mandam ler na
escola?

N %
Sim 627 58,0
Não 445 41,2
Não sabe/não responde 9 ,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 323 52,4 304 65,5
Não 287 46,5 158 34,1
Não sabe/não responde 7 1,1 2 ,4
Total 617 100,0 464 100,0

298
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 82 68,3 223 61,8 322 53,7
Não 36 30,0 133 36,8 276 46,0
Não sabe/não responde 2 1,7 5 1,4 2 ,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Inquérito nacional

No dados obtidos no inquérito aplicado a nível nacional face-a-face, as tendências


mantêm-se iguais. Como se pode observar 60% dos jovens costuma habitualmente ler
livros, um valor muito próximos dos 58% de jovens inquiridos online que declaram que
estão a ler algum livro. Confirma-se ainda que a leitura é uma actividade que atrai uma
maior percentagem de raparigas (65,7%) em comparação com 54,6% dos rapazes. E
confirma-se ainda que há uma maior percentagem de leitores nos inquiridos mais novos
(dos 8 aos 12 anos), que é de 67,8%, claramente superior aos 55.4% de leitores, entre os
inquiridos dos 16 aos 18 anos.

Tabela 320: Costuma habitualmente ler livros

N %
Sim 166 60,0
Não 110 40,0
Total 276 100,0

Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 77 54,6 89 65,7
Não 64 45,4 46 34,3
Total 141 100,0 135 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 73 67,8 38 54,4 54 55,4
Não 35 32,2 32 45,6 44 44,6
Total 108 100,0 70 100,0 98 100,0

299
Verifica-se ainda que quase metade dos inquiridos (49,1%) não comprou qualquer livro
no mês anterior e 34,4% afirmou que comprou pelo menos um livro. Em coerência com
o que foi exposto anteriormente, há uma ligeira tendência para serem as raparigas as
maiores consumidoras de livros: 37,2% declararam que comprou pelo menos um livro
no mês anterior em comparação com 31,1% dos rapazes. Contudo, entre rapazes e
raparigas, verificam-se percentagens semelhantes de inquiridos que não compraram
qualquer livro. No que respeita às comparações entre escalões etários, são os inquiridos
dos 13 aos 15 anos, os que menos livros compram (em 61,8% dos casos).

Tabela 321: Quantos livros comprou no último mês

N %
0 81 49,1
1 35 21,0
2 13 8,1
3 8 4,7
4 1 ,6
Ns/Nr 27 16,5
Total 166 100,0

Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
0 37 48,4 44 49,7
1 12 15,4 23 25,8
2 7 9,0 6 7,3
3 5 6,7 3 2,9
4 1 1,2
Ns/Nr 16 20,4 12 13,1
Total 77 100,0 89 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
0 32 43,7 23 61,8 26 47,5
1 16 21,8 5 13,3 14 25,3
2 7 9,6 4 10,7 2 4,2
3 4 5,5 2 5,8 2 2,9
4 1 1,9
Ns/Nr 14 19,4 3 8,4 10 18,3
Total 73 100,0 38 100,0 54 100,0

300
Entre os jovens, apenas 31,4% tem o hábito de ler jornais, um hábito que é mais comum
entre os jovens do sexo masculino (em 37,1% dos casos) do que entre as raparigas (em
25,4% dos casos). Além disso, é um tipo de leitura que atrai a atenção de 53,1% dos
jovens dos 16 aos 18 anos. Pode-se verificar que o hábito de ler jornais aumenta com o
aumento da idade. Apenas 12,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos lêem jornais
enquanto que entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, a percentagem de leitores de
jornais sobre para 30,1%. Há portanto uma maior atenção aos acontecimentos que se
passam na sociedade e no mundo em volta por parte dos jovens que estão à porta da
idade adulta.

Tabela 322: Tem o hábito de ler Jornais

N %
Sim 87 31,4
Não 189 68,6
Total 276 100,0

Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 52 37,1 34 25,4
Não 89 62,9 101 74,6
Total 141 100,0 135 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 13 12,5 21 30,1 52 53,1
Não 94 87,5 49 69,9 46 46,9
Total 108 100,0 70 100,0 98 100,0

Entre os jovens leitores de jornais, 45,6% costumam ler jornais gratuitos, havendo mais
jovens leitoras do sexo feminino a ler jornais gratuitos (58,4%) do que rapazes (37,2%).
Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os que mesmo lêem jornais gratuitos. Entre os
jornais gratuitos mais lidos estão o “Destak” (com 40,5% de leitores entre aqueles que
lêem jornais gratuitos) e o “Metro” (que atrai a atenção de 38,3% dos jovens leitores). O
jornal “Dica da Semana” é o terceiro jornal gratuito mais lido (com 18,4% de leitores
entre aqueles que lêem jornais gratuitos), 10% dos jovens leitores lêem ainda jornais
locais ou regionais. A esmagadora maioria dos jovens que lêem jornais gratuitos

301
(95,2%) afirma que não deixou de ler os outros jornais desde que passou a ler aqueles
jornais.

Tabela 323: Costuma ler jornais gratuitos

N %
Sim 39 45,6
Não 47 54,4
Total 87 100,0

Sexo Do Entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Sim 19 37,2 20 58,4
Não 33 62,8 14 41,6
Total 52 100,0 34 100,0

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 7 49,1 8 37,1 25 48,2
Não 7 50,9 13 62,9 27 51,8
Total 13 100,0 21 100,0 52 100,0

Tabela 324: Quais os jornais gratuitos que costuma ler:

N %

Metro 15 38,3

Destak 16 40,5

Dica da semana 7 18,4

Jornais locais/regionais 4 10,0

Outro 4 10,5

Outro

N %
272 98,5
Alerta 1 ,3
Fórum 1 ,3
Record 1 ,5
Odivelas 1 ,4
Total 276 100,0

302
Tabela 325: Desde que passou a ler jornais gratuitos, deixou de ler os outros jornais

N %
Sim 2 4,8
Não 38 95,2
Total 39 100,0

Dos jovens inquiridos, 56,2% não estariam dispostos a pagar para descarregar os jornais
pagos na internet. Apenas 10,5% estariam dispostos a pagar até 5 euros e uma pequena
minoria estaria disposta a pagar 6 euros ou mais.

Tabela 326: Qual montante que estaria disposto a pagar num mês para descarregar da internet os
jornais pagos em substituição dos jornais em papel

N %
Até 5 € 29 10,5
De 6 a 10 € 0 ,1
De 11 a 15 € 2 ,6
De 16 a 20 € 1 ,4
Nada (não acho que se
deva pagar por este tipo 155 56,2
de informação
Ns/nr 89 32,2
Total 276 100,0

Os dados mostram que mesmo em jovens que estão a crescer entre um ambiente
mediático em mudança cerca de 60% dos jovens tem por hábito ler. Não só os jovens
demonstram indicadores de literacia segundo os moldes tradicionais como
desenvolvem, em paralelo, outros tipos de literacia ligados à utilização das novas
tecnologias da informação e comunicação. Verifica-se ainda que 31,4% dos jovens
costuma ler jornais e que à entrada da vida adulta essa leitura tende a aumentar. Crescer
significa também estar mais atento ou atenta ao que se passa em volta, no nosso país e
no mundo.

303
Capítulo 12: O sistema de oferta mediática múltipla:
Multitasking e integração dos media.

Verifica-se hoje em dia um ambiente mediático onde emerge um sistema de oferta


múltipla que acompanha os indivíduos nos tempos e nos espaços do seu quotidiano. A
televisão, enquanto media tradicional, vê a sua relevância reduzida face à emergência de
novos media. O público específico que respondeu ao questionário online partilha
práticas comunicacionais com a generalidade dos portugueses, como é o facto de verem
televisão, mas fazem-no noutros moldes. Neste público, a televisão remete-se cada vez
mais para um papel de contextualização atomizada em rede e é algo que se deixa ligado
em fundo enquanto desenvolvemos outra actividade, como estar na internet3. Esse
aspecto é coerente com o facto de uma parte significativa dos jovens inquiridos preterir
a televisão em relação a outros media, apesar de menos de 1% dos inquiridos afirmar
que não vê televisão. O aumento do uso da internet não significa que esta substitui o
consumo de outros meios comunicacionais. Antes, a internet desempenha um papel de
reforço de informação. Segundo Espanha, Soares e Cardoso (2006), verifica-se também
a tendência para a multiplicação de interesses e actividades por parte dos utilizadores da
internet, reforçando a hipótese de que a utilização das novas tecnologias de
comunicação leva à diversificação e ampliação das capacidades comunicativas.

Inquérito online

Uma maioria significativa de jovens (73,5%) come enquanto olha para o ecrã da TV, em
especial, as raparigas (79,7%) e os inquiridos mais velhos dos 16 aos 18 anos (75,7%).
24,7% admite ainda que estuda enquanto vê televisão e 34,6% que faz os trabalhos de
casa. Claramente há uma maior de raparigas que estuda (31,3%) e/ou que faz os
trabalhos de casa (45%) enquanto vê televisão em comparação com 19,8% e 26,7% dos
rapazes respectivamente. Verifica-se também uma maior percentagem de inquiridas que
afirma que lêem ao mesmo tempo que vêem televisão (12,3%) do que de rapazes

3 Espanha, Rita; Luís Soares e Gustavo Cardoso, “Do Multimedia ao Wireless: As Dietas Mediáticas dos Portugueses”,
in A Sociedade em Rede.- Do Conhecimento à Acção Política”, Colecção Debates, Ed. Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, 2006

304
(7,3%). Por seu turno, há uma maior percentagem de rapazes que afirma que não fazem
nada quando estão a ver televisão (17,8%) do que de raparigas (11,2%). Estes dados
parecem dar alguma razão há ideia senso comunal de que as mulheres têm uma maior
capacidade para realizarem várias actividades ao mesmo tempo. Também é entre os
inquiridos mais novos que se verifica a maior percentagem de jovens que não realiza
nenhuma outra tarefa quando vê televisão (22%) enquanto que apenas 13,7% dos
inquiridos dos 16 aos 18 anos não realiza nenhuma outra tarefa quando vê televisão.
Mas a grande conclusão é que a grande maioria realiza alguma actividade enquanto vê
televisão. É ainda curioso constatar que há uma maior percentagem de inquiridos mais
velhos que dormem enquanto estão a televisão ligada, quer porque haverá mais
inquiridos neste escalão etário com televisão no quarto, quer porque provavelmente têm
a liberdade de ver televisão até mais tarde, podendo adormecer a olhar para o ecrã de
TV.

Tabela 327: Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?:

N %
Estudar 267 24,7
Fazer trabalhos de casa 374 34,6
Comer 795 73,5
Navegar na internet 313 29,0
Ler 102 9,4
Dormir 152 14,1
Não faço nada ao mesmo tempo 162 15,0

Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?:


Masculino Feminino
N % N %
Estudar
122 19,8 145 31,3
Fazer trabalhos de casa
165 26,7 209 45,0
Comer
425 68,9 370 79,7
Navegar na internet
182 29,5 131 28,2
Ler
45 7,3 57 12,3
Dormir
84 13,6 68 14,7
Não faço nada ao mesmo tempo
110 17,8 52 11,2

305
Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?:
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Estudar
25 20,8 88 24,4 154 25,7
Fazer trabalhos de casa
39 32,5 133 36,8 202 33,7
Comer
82 68,3 259 71,7 454 75,7
Navegar na internet
29 24,2 100 27,7 184 30,7
Ler
15 12,5 33 9,1 54 9,0
Dormir
10 8,3 49 13,6 93 15,5
Não faço nada ao mesmo
27 22,5 53 14,7 82 13,7
tempo

No que respeita a preferências em relação aos media, verifica-se que a grande maioria
dos internautas (72,9%) prefere a internet à televisão. 78,9% dos rapazes escolheria a
internet, enquanto que essa percentagem desce para 64,9% para as raparigas. A
preferência pela internet sobre a televisão tende ainda a aumentar com o aumento da
idade.
Quanto à escolha entre internet e telemóvel, um pouco mais de metade dos inquiridos
online prefere a internet. Os internautas do sexo masculino continuam claramente a
preferir a internet (62,6%) ao telemóvel (31,1%). Todavia, no que respeita às internautas
do sexo feminino, os números invertem-se, visto que apenas 40,5% têm preferência pela
internet enquanto que 50,4% optaria pelo telemóvel. Por outro lado, 36,6% das
raparigas acha que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem
telemóvel contra 22,5% dos rapazes. É ainda de notar que a preferência pela internet é
clara entre os inquiridos mais novos dos 9 aos 12 anos e entre os inquiridos dos 13 aos
15 anos. Nestas idades, a preferência pela internet em detrimento do telemóvel ronda os
60%. Contudo, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos a preferência entre a internet e o
telemóvel não é tão clara, dada a uma aproximação da percentagem de jovens mais
velhos que prefere o telemóvel (43,3%) à percentagem de inquiridos que preferem a
internet (48,7%). Registe-se portanto a crescente importância subjectiva do telemóvel
nos mais velhos, provavelmente porque nessa idade, providos de maior autonomia, os
inquiridos alargam as relações sociais e as suas vivências nas quais incluem o telemóvel
como meio essencial de comunicação e interacção social.
No geral, a televisão perde ainda terreno para os jogos de consola ou computador, visto
que 60,3% dos inquiridos online preferem jogar do que ver televisão. Quanto aos

306
rapazes também há uma clara preferência pelos jogos de consola ou computador
(74,4%) em detrimento televisão (19,4%). Apenas 41,6% das raparigas prefere os jogos
de consola ou computador à televisão (50,2%). Adiante-se que também há mais rapazes
que costumam jogar (90%) do que raparigas (68,5%) e são os rapazes que tendem a
passar mais horas a jogar, durante a semana e ao fim-de-semana. Quantos às diferenças
entre escalões etários, são os mais novos aqueles que têm a mais clara preferência pelos
jogos (em 72,5% dos casos) em prejuízo da televisão, que colhe apenas a preferência de
16,7% dos mais novos.
A escolha entre telemóvel e televisão não é tão desnivelada como outras escolhas
apresentadas acima. Ainda assim, o telemóvel recolhe as preferências de 51,7% dos
jovens, levando vantagem sobre a televisão, que é da preferência de 42,3% dos
inquiridos. Entre os rapazes é de notar uma divisão quase equitativa no que respeita às
preferências entre o telemóvel (escolhida por 48,5% dos inquiridos do sexo masculino)
e a televisão (preferida por 47,2% dos rapazes). Entre as raparigas, a escolha é mais
clara, visto que 56% prefere o telemóvel à televisão (favorita em 35,8% dos casos).
Inversamente, entre os mais jovens há uma clara predilecção pela televisão (em 55%
dos casos) sobre o telemóvel (37,5%). É de referir ainda, que nestas idades entre os 9 e
os 12 anos, o telemóvel é muitas vezes um instrumento de comunicação com os pais do
que um meio de comunicação entre os pares. Entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, há
uma certa paridade no que respeita às preferências entre o telemóvel e a televisão e
entre os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, revela-se uma clara inversão de
preferências, ganhando o telemóvel relevo (escolhido por 56,2% dos inquiridos nesse
escalão etário) sobre a televisão (escolhida por 37% dos jovens mais velhos).

Tabela 328: Se tivesses de optar entre internet e televisão, qual seria a tua escolha?

N %
internet 788 72,9
Televisão 208 19,2
Não sei/Não respondo 85 7,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
internet 487 78,9 301 64,9
Televisão 90 14,6 118 25,4
Nenhuma 40 6,5 45 9,7

307
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
internet 80 66,7 263 72,9 445 74,2
Televisão 33 27,5 64 17,7 111 18,5
Nenhuma 7 5,8 34 9,4 44 7,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 329: Se tivesses de optar entre internet e telemóvel, qual seria a tua escolha?

N %
internet 574 53,1
Telemóvel 426 39,4
Não sei/Não respondo 81 7,5
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
internet 386 62,6 188 40,5
Telemóvel 192 31,1 234 50,4
Não sei/Não respondo 39 6,3 42 9,1

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
internet 75 62,5 207 57,3 292 48,7
Telemóvel 36 30,0 130 36,0 260 43,3
Não sei/Não respondo 9 7,5 24 6,6 48 8,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 330: Se tivesses de optar entre jogos de consola ou computador e televisão, qual seria a
tua escolha?

N %
Jogos de consola ou
652 60,3
computador
Televisão 353 32,7
Não sei/Não respondo 76 7,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Jogos de consola ou
computador 459 74,4 193 41,6

Televisão 120 19,4 233 50,2


Não sei/Não respondo 38 6,2 38 8,2

308
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Jogos de consola ou
computador 87 72,5 236 65,4 329 54,8

Televisão 20 16,7 109 30,2 224 37,3


Não sei/Não respondo 13 10,8 16 4,4 47 7,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 331: Se tivesses de optar entre telemóvel e televisão, qual seria a tua escolha?

N %
Telemóvel 559 51,7
Televisão 457 42,3
Não sei/Não respondo 65 6,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Telemóvel 299 48,5 260 56,0
Televisão 291 47,2 166 35,8
Não sei/Não respondo 27 4,4 38 8,2

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Telemóvel 45 37,5 177 49,0 337 56,2
Televisão 66 55,0 169 46,8 222 37,0
Não sei/Não respondo 9 7,5 15 4,2 41 6,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Em suma, este dados parece apontar para a importância dos novos media em relação à
televisão. Porém, quando consideramos o sexo dos jovens inquiridos verificamos
diferenças de género quanto ao uso dos novos media. O telemóvel assume claramente
uma maior importância para as raparigas (mas também para os inquiridos mais velhos)
do que para os rapazes visto que são elas que gostam mais de enviar SMS’s depois do
jantar, há mais raparigas que rapazes a preferir o telemóvel à televisão e, ao contrário
dos inquiridos do sexo masculino, na sua maioria preferem o telemóvel à internet. Para
além disso, há uma maior percentagem de raparigas do que de rapazes a achar que a sua
vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem telemóvel. Quanto às preferências
dos jovens inquiridos do sexo masculino, a internet assume claramente um lugar

309
prioritário em relação aos outros media. No meio de práticas diversificadas de media, o
telemóvel parece assumir maior importância na vida das raparigas e a internet ter
conquistado as preferências dos rapazes que responderam ao questionário online.

Inquérito nacional

Vivemos num ambiente mediático onde proliferam os aparelhos electrónicos e os


gadgets. Os ecrãs e pequenos aparelhos electrónicos estão em algumas casas bem
presentes em quase todos os compartimentos. Esta invasão tecnológica no lar levou a
algumas críticas por parte de alguns autores que olham para o desenvolvimentos
tecnológico das nossas sociedades. Baudrillard (1993) aponta mesmo que os novos
aparelhos electrónicos poderão estar a tornar-se quase como que uma segunda pele:
“The new technologies, with their new machines, new images and interactive screens,
do not alienate me. Rather, they form an integrated circuit with me. Video screens,
televisions, computers and Minitels resemble nothing so much as contact lenses in that
they are so many transparent prostheses, integrated into the body to the point of being
almost part of its genetic make-up: they are like pacemakers” 4.
Entre os jovens, verifica-se que o mais universal aparelho electrónico, não contando
com a televisão, é o rádio ou o leitor de CD, que 69,8% dos jovens declararam ter. Mais
de metade (56,7%) dos jovens possuem um computador pessoal fixo e apenas 8%
declaram ter um computador pessoal portátil. Perto de um terço dos jovens declarou
ainda possuir uma consola de jogos e mais de um quarto afirmou que tem uma câmara
digital. É de notar ainda que 22,6% declararam ter uma pendrive de transporte de dados
e 21,1% afirmaram que possuem auriculares para a televisão ou o computador. Apenas
uma minoria possui um sistema de home-cinema (17,8%) e 15,3% uma câmara Web.
São muito poucos os que possuem uma agenda electrónica (5,1%) ou um PDA (4,3%).

4
BAUDRILLARD, Jean, The Transparency of Evil, Essays on Extreme Phenomena, Londres, Verso,
1993, p. 58

310
Tabela 332: Aparelhos electrónicos que possui:

N %

Possui computador pessoal fixo 156 56,7

Possui computador pessoal portátil 22 8,0

Possui PDA 12 4,3

Possui câmara Web 42 15,3

Possui agenda electrónica (Palm


14 5,1
pilot)

Possui consola de jogos 89 32,3

Possui câmara digital 71 25,7

Possui rádio/leitor de CD 192 69,8

Possui home-cinema 49 17,8

Possui auriculares para a


58 21,1
televisão/computador
Possui pendrive para transporte de
62 22,6
dados

Daqueles que possuem um computador pessoal fixo, a grande maioria (82,1%) possui
apenas um e apenas (4,6%) possui dois ou mais. Daqueles que possuem um computador
portátil, um PDA ou uma agenda electrónica, quase todos têm apenas um aparelho. E
verifica-se que nenhum inquirido declara ter mais do que uma câmara Web. Também se
verifica que os jovens possuem normalmente apenas uma consola de jogos, os
inquiridos que têm mais do que uma consola estão em clara minoria (8,6%). A mesma
tendência verifica-se com as câmaras digitais (apenas 6,4% possuem duas), com os
rádios ou leitores de CD e com os sistemas de home-cinema. Mesmo em aparelhos mais
simples e baratos, como os auriculares ou uma chave USB, a grande maioria dos
inquiridos possuem apenas um aparelho.

311
Tabela 333: Quantos Computadores Pessoais Fixo Possui

N %
1 128 82,1
2 4 2,6
3 3 2,0
Ns/Nr 21 13,3
Total 156 100,0

Tabela 334: Quantos Computadores Pessoais Portátil Possui

N %
1 20 88,5
2 1 5,8
Ns/Nr 1 5,7
Total 22 100,0

Tabela 335: Quantos PDAs Possui

N %
1 11 90,5
2 1 9,5
Total 12 100,0

Tabela 336: Quantas Câmaras Web Possui

N %
1 40 93,5
Ns/Nr 3 6,5
Total 42 100,0

Tabela 337: Quantas Agendas Electrónicas (Palm Pilot) Possui

N %
1 11 75,2
2 1 9,0
Ns/Nr 2 15,9
Total 14 100,0

Tabela 338: Quantas Consolas De Jogos Possui

N %
1 75 84,1
2 3 3,5
3 5 5,1
Ns/Nr 7 7,3
Total 89 100,0

312
Tabela 339: Quantas Câmaras Digitais Possui

N %
1 62 87,8
2 5 6,4
Ns/Nr 4 5,7
Total 71 100,0

Tabela 340: Quantos Rádios/Leitor De CDs Possui

N %
1 157 81,7
2 9 4,5
3 5 2,8
Ns/Nr 21 11,0
Total 192 100,0

Tabela 341: Quantos Home Cinema Possui

N %
1 45 90,9
2 2 3,6
Ns/Nr 3 5,5
Total 49 100,0

Tabela 342: Quantos Auriculares Para A Televisão/Computador Possui

N %
1 48 82,1
2 4 7,7
3 1 1,9
6 1 2,2
Ns/Nr 3 6,0
Total 58 100,0

Tabela 343: Quantas Pendrive Para Transporte De Dados Possui

N %
1 51 81,5
2 3 5,6
3 3 5,1
11 1 2,2
NS/NR 3 5,6
Total 62 100,0

313
No sistema de oferta mediática múltipla verifica-se também uma proliferação de fontes
de informação, o que apela à capacidade crítica dos agentes e a uma filtragem da
informação tida como mais relevante. No que respeita diferentes media, quando os
jovens querem informar-se sobre algum assunto em geral, dão maior importância à
televisão. De facto, 86,2% dão importância ou muita importância à televisão enquanto
fonte de informação, contudo é interessante verificar que o peso das fontes interpessoais
(familiares e amigos) é ainda muito grande e rivaliza com a televisão visto que 86% dos
jovens recorrem a essas fontes. Mesmo quando os jovens querem informar-se sobre
entretenimento, a mesma hierarquia mantêm com a televisão e as relações interpessoais
no topo: visto que 88,9% e 83,6% dos inquiridos atribuem, respectivamente,
importância ou muita importância a essas fontes de informação
Perto de 70% dos jovens atribui importância ou muita importância à internet como fonte
de informação em geral ou de entretenimento. A internet ultrapassa assim, em termos de
importância, a rádio e os jornais enquanto fontes de informação. Seja como for, a
percentagem de inquiridos que atribuem importância ou muita importância à rádio e aos
jornais enquanto meio de informação ronda os 50%.

Tabela 344: Quando se quer informar sobre algum assunto em geral qual a importância que atribui
a:
Nada Pouco Muito
Importante (%)
importante (%) importante (%) importante (%)
internet 17,8 12,4 41,4 28,4

Televisão ,8 13,0 57,3 28,9

Jornais 23,0 26,6 36,7 13,8

Rádio 14,9 29,1 41,1 14,9


Fontes interpessoais
2,9 11,2 54,2 31,8
(familiares, amigos)

Tabela 345: Quando se quer informar sobre entretenimento qual a importância que atribui a:
Nada Pouco Muito
Importante (%)
importante (%) importante (%) importante (%)
internet 20,8 12,5 43,8 22,9

Televisão 2,4 8,7 61,1 27,8

Jornais 28,6 24,3 36,1 11,0

Rádio 19,1 24,7 40,9 15,3


Fontes interpessoais
6,8 9,6 54,4 29,2
(familiares, amigos)

314
A actividade mais frequente que os internautas realizam enquanto utilizam a internet é
ouvir música (em 56% dos casos). Para 20,8% dos internautas é frequente ainda
utilizarem chats ou programas de mensagens instantâneas e 15,6% declararam ainda que
falam ao telefone ou ao telemóvel enquanto estão online. Ouvir rádio e ver televisão é
uma prática frequente em simultâneo com a navegação na internet para 13,1% e 11,8%
dos jovens utilizadores, respectivamente. Saliente que apenas 8,8% declara não realizar
nenhuma das actividades descritas enquanto navegam na internet, mas o que é claro é
que enquanto estão online os jovens, na sua grande maioria estão também a realizar
outras tarefas. Os jovens estão de facto a socializar-se num ambiente mediático que
proporciona cada vez mais oferta de produtos e experiências que podem ser usufruídas
em simultânea. Os mais novos têm sido socializados num tipo de cultura que pode ser
exemplificada pelas janelas do sistema operativo Windows. Janelas, ecrãs, sons e
experiências abrem-se e fecham-se com facilidade, emergem em paralelo e
proporcionam um usufruto multifacetado e simultâneo.

Tabela 346: Enquanto utiliza a internet, é frequente:

Ouvir música 56,0

Ouvir rádio 13,1


Utilizar Chats ou programas de
20,8
Mensagens Instantâneas (Ex: MSN)
Ver televisão 11,8
Falar Ao Telefone/Telemóvel 15,6

Nenhuma destas 8,8

Socializados numa cultura multi-tarefa podemos verificar que 47,2% dos jovens
costumam ouvir música e 43,3% têm por hábito usar o computador enquanto estudam.
Mais de um terço (35,1%) dos jovens inquiridos navega ainda na internet enquanto
estudam, procurando assim informação para os seus estudos e 15,1% procuram,
enquanto estudam, informação na internet que não está relacionada com os estudos. A
rádio e a televisão também marcam a sua presença entre o estudo para 25,6% e 23,5%
dos jovens, respectivamente. Ademais, 21,6% dos jovens inquiridos não resistem a
escrever mensagens SMS enquanto estudam. Verifica-se portanto que o ambiente
mediático diversificado coloca um desafio à concentração nos estudos e entra mesmo
nos tempos de estudo.

315
Contudo, não podemos ver apenas aqui os pontos negativos. A internet veio para ficar
como meio auxiliar de estudo, mas veio ao mesmo tempo colocar desafios à forma
como a informação é recepcionada. A internet veio, por um lado, facilitar o acesso à
informação, mas por outro lado, esse mesmo fácil acesso à informação pode induzir
alguns a uma cultura de facilitismo, recorrendo ao plágio e absorvendo de forma acrítica
informação já triturada. O ambiente mediático emergente não é contudo, por si só, um
desafio aos estudos dos jovens e com iniciativas pró-activas poderá mesmo funcionar
como mais um elemento pedagógico. Por exemplo, já existem universidades britânicas
que disponibilizam aulas em ficheiros com o formato mp3 que poderão ser
descarregados nos leitores portáteis dos alunos. Mas parece claro que a socialização no
ambiente mediático emergente deverá ser acompanhada por pais e educadores, é um
aspecto da educação dos jovens a utilização de dietas mediáticas equilibradas e
pressupõe um leque mais alargado no próprio conceito de “literacia”. Com as novas
tecnologias como a internet os jovens poderão assim procurar informação complementar
aos manuais escolares e poderão até achar informação contraditória ou que coloca um
desafio ao que foi dito nas aulas pelos professores. A “literacia” neste novo contexto
mediático requer assim, não só uma educação por parte dos jovens mas por parte
daqueles que detêm a “autoridade” de transmitir saber.

Tabela 347: Quando está a estudar, costuma

%
Usar o computador 43,3
Navegar na internet (procurando
35,1
informação para o meu estudo)
Navegar na internet (vendo informação
15,1
não relacionada com o meu estudo)
Fazer download de ficheiros através da
8,1
internet
Ouvir rádio 25,6

Ouvir música 47,2


Escrever mensagens de correio
13,1
electrónico e usar o messenger
Ver televisão 23,5

Interagir com a televisão 2,7

Falar ao telefone 10,1


Escrever SMS's 21,6
Jogar jogos de vídeo 4,6
Ler revistas ou jornais 3,7

316
Entre os jovens com computador em casa, cerca de metade consegue ver televisão
quando está ao computador e 22,1% pode mesmo ver televisão através do próprio ecrã
do computador.

Tabela 348: Consegue ver televisão quando está ao computador

N %
Sim 49 49,9
Não 48 48,9
Ns/nr 1 1,1
Total 99 100,0

Tabela 349: Pode ver televisão através do próprio computador

N %
Sim 22 22,1
Não 66 67,2
Ns/nr 10 10,6
Total 99 100,0

Dos jovens respondentes, 55,5% costumam, frequentemente ou às vezes, comer ou fazer


uma refeição enquanto estão a ver TV. Sem contar com as idas à casa de banho (64%
afirmaram que vão, frequentemente ou às vezes, à casa de banho enquanto vêm
televisão) comer ou fazer uma refeição é a actividade realizada mais frequentemente em
simultâneo com o visionamento da televisão. Cerca de um terço dos jovens envia
mensagens SMS através do telemóvel enquanto vê televisão, um quarto fala ao telefone
e 22,6% navega na internet ou escreve mensagens de correio electrónico. O tempo de
ver televisão cruza-se assim com o tempo para fazer outras actividades e nem sempre a
televisão é o principal foco de atenção, constituindo muitas vezes o “pano de fundo” das
actividades dos jovens, um pano de fundo que de vez em quando consegue captar a
atenção dos jovens.

317
Tabela 350: Costuma (enquanto está a ver televisão):
Frequentemente Raramente
Às vezes (%) Nunca (%) Ns/nr (%)
(%) (%)
Navegar na internet ou
escrever mensagens de 4,7 17,9 8,9 65,0 3,5
correio electrónico

Ler jornais ou revistas 4,3 7,8 8,2 76,8 3,0

Enviar SMS através do


10,0 23,9 9,0 54,1 2,9
telemóvel

Interagir com a televisão 6,4 13,4 10,1 65,6 4,3

Falar ao telefone 7,6 17,4 18,9 53,2 2,9

Comer ou fazer uma refeição 18,6 36,9 17,3 23,1 4,2

Ir à casa de banho 14,6 49,4 17,8 15,7 2,5

O tempo de publicidade não é um tempo morto e é muitas vezes um tempo que se


utiliza para outras actividades e é muitas vezes um desafio prender a atenção dos
telespectadores nos intervalos. O tempo de intervalo é essencialmente um tempo onde,
frequentemente ou às vezes, se vai à casa de banho ou à cozinha (em 71,2% dos casos),
se vai comer ou fazer uma refeição (em 58,5% dos casos) ou se vai para outra divisão da
casa realizar outras actividades (em 52,3% dos casos). É também nos intervalos que
cerca de um terço dos jovens aproveitam para enviar mensagens SMS através do
telemóvel, 26,3% aproveitam para falar ao telefone e 30% aproveitam para interagir
com a televisão. A actividade menos realizada nos intervalos dos programas de
televisão é a navegação na internet.

Tabela 351: Enquanto está a passar publicidade na televisão costuma


Frequentemente Raramente
Às vezes (%) Nunca (%) Ns/nr (%)
(%) (%)

Ir para outra divisão da casa 10,5 41,8 22,4 20,8 4,5


Navegar na internet ou
escrever mensagens de 3,5 10,4 12,5 69,2 4,3
correio electrónico
Enviar SMS através do
10,6 22,8 15,5 47,2 3,9
telemóvel

Interagir com a televisão 9,0 21,0 11,2 53,4 5,4

Falar ao telefone 4,9 21,4 18,5 49,6 5,5

Comer ou fazer uma refeição 12,5 46,0 16,8 20,9 3,8

Ir à casa de banho ou à
16,8 54,4 16,6 9,8 2,4
cozinha

318
Os jovens que pertencem a um público específico mais familiariza com as TIC
partilham práticas comunicacionais com a generalidade da juventude portuguesa de
visto que são menos de 1% os inquiridos que afirmam que não vêm televisão. Portanto,
os jovens que utilizam com bastante frequência a internet não deixam de olhar com
maior ou menor frequência para o ecrã da televisão, porém os moldes em que o fazem
são um pouco diferentes. Esses jovens utilizam cada vez mais a televisão como um nó
inserido numa rede estabelecida entre vários media, isto é, os jovens tendem cada vez
mais a utilizar a televisão como algo ligado em pano de fundo enquanto desenvolvem
outras actividades, como estar na internet, jogar e mesmo estudar ou ler 5. Esta reposição
do lugar da televisão numa rede mediática mais vasta é confirmada com o facto de uma
parte significativa dos jovens inquiridos preterir a televisão em relação a outros media.
Além disso, esta reposição, fruto do aumento do uso da internet ou de outros media, não
significa a substituição do consumo de determinados meios comunicacionais por outros.
Pelo contrario, a utilização de vários media desempenham um papel conjunto e
interligado de reforço de informação que acompanha a tendência para a multiplicação
de interesses e actividades por parte dos utilizadores das TIC. O quotidiano dos jovens
está cada vez mais impregnado de um sistema mediático de oferta múltipla. Contudo, os
jovens não escolhem entre práticas mediáticas diversas e que poderão ser concorrentes.
Antes, tentam muitas vezes articular, em simultâneo, diversas actividades, ver televisão,
estudar, navegar na internet, ouvir música e até comer.
O que parece indiscutível é que a televisão vê a sua relevância reduzida face à
emergência de novos media, pelo menos no plano subjectivo das preferências. Os dados
mostram que a televisão continua a ter um peso enorme nas práticas mediáticas dos
jovens, contudo começa a ser muitas vezes preterida em relação a outros media
emergentes. A presença da televisão não está a ser necessariamente mais reduzida na
vida dos jovens, porém, é muitas vezes relegada para “plano de fundo”. A televisão
continua ligada, mas vai fazendo parte de um plano de fundo nas várias actividades que
os jovens realizam. Por sua vez, a emergência e a relevância crescente da internet não
permite dizer cabalmente que veio roubar tempo a outras actividades. Verifica-se que a
navegação na internet é realizada em simultâneo com outras actividades. Para além
disso, a internet, pelas capacidades de acesso à informação que proporciona, não é um

5 Espanha, Rita; Luís Soares e Gustavo Cardoso, “Do Multimedia ao Wireless: As Dietas Mediáticas dos Portugueses”,
in A Sociedade em Rede.- Do Conhecimento à Acção Política”, Colecção Debates, Ed. Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, 2006

319
substituto, pelo menos para já, de manuais e livros, desempenha antes um papel de
reforço de informação. A saturação mediática no quotidiano dos jovens poderá levar a
uma multiplicação de interesses e actividades. De facto é legitimo levantar a hipótese de
que a utilização das novas tecnologias de comunicação por parte dos jovens leva à
diversificação e ampliação das suas competências comunicativas dos jovens.

320
Capítulo 13: Os media na vida quotidiana dos jovens:
Organização no tempo e no espaço.

Nos últimos tempos temos assistido como aponta Livingstone (2002) uma mudança do
público para o privado na vida dos mais jovens, o que se relaciona, por uma lado, com o
declínio da “cultura de rua” e a retirada para a casa ou o apartamento, em especial, em
contextos urbanos, por outro lado, com o declínio do convívio familiar em torno da
televisão e a emergência da “cultura do quarto de dormir”. Ora tais questões ligam com
outras mais gerais sobre o significado do estatuto de “jovem” e do estatuto da família. A
penetração dos media no quotidiano pode traduzir-se em novas formas de organizar
práticas de tempos livres ou de lazer e de estudo. E a utilização dos vários media poderá
de certa forma traduzir o dia-a-dia dos jovens nos seus espaços (casa, escola, outros). A
organização, no tempo e no espaço, do uso dos media traduz ainda maiores ou menores
graus de liberdade dos jovens, é um foco de negociação e de possível conflito com pais
e educadores. Muitos jovens vivem hoje ao abrigo de um verdadeiro sistema de
protecção familiar, uma “welfare family” como nota Machado Pais. “Economicamente
dependentes dos pais, usufruem, porém, de autonomia existencial. Decoram o quarto a
seu gosto, escolhem as suas roupas, decidem sobre os usos do tempo e sobre as
companhias com quem andam” (Público, 5 de Março de 2007). De facto, os jovens, em
especial os mais velhos, vivem numa situação transitiva entre o estatuto de criança e o
estatuto de jovem adulto, o “homenzinho”. Vivem, na maior parte dos casos, sobre a
alçada financeira dos pais mas vão desfrutando cada vez mais de novos campos de
liberdade e os media podem ser vistos como expressão da sua crescente liberdade. Note-
se aqui, portanto, a ligação entre a privatização dos tempos livres, está a par de novas
reconfigurações e negociações no significado de juventude e de família num contexto de
democratização da vida familiar.

Inquérito online

No inquérito aplicado online, quanto ao que os jovens internautas mais gostam de fazer
depois do jantar, a preferência recai sobre a ligação à internet para 38,2% deles. A
televisão aparece em segundo lugar com 28,8% das preferências. Jogar um jogo

321
electrónico (12,9%) e ouvir música (10,6%) são actividades igualmente assinaláveis.
Nota-se ainda que conversar com os pais ou os irmãos é actividade preferida depois do
jantar para a apenas 2,1% dos inquiridos e falar ao telefone (0,6%) e ir dormir (1%) são
actividades menos populares.

Quanto às diferenças entre sexos, verifica-se que existem mais raparigas (34,5%) que
rapazes (24,5%) a dizer que gostam mais de ver televisão depois do jantar. Há
inequivocamente muitos mais rapazes a preferir os jogos (19,6%) do que raparigas
(3,9%). Por outro lado há mais raparigas a preferir ouvir música (13,4%), a enviar
SMS’s (5,6%) e a conversar com os pais e irmãos (2,6%) do que rapazes (8,6%, 1,9% e
1,8% respectivamente). Quanto às diferenças entre idades verifica-se a preferência pela
televisão vai decrescendo nos escalões etários mais velhos (recolhe 36,1% das
preferências nos internautas dos 9 aos 12 anos e apenas 26% dos jovens dos 16 aos 18
anos), enquanto que a preferência por ligar-se à internet aumenta entre os mais velhos
(40,3% entre os jovens dos 16 aos 18 anos e 37,7% entre os internautas dos 13 aos 15
anos em comparação com 29,2% dos rapazes e raparigas dos 9 aos 12 anos). Entre os
mais velhos, a internet sobrepõe-se assim à televisão no campo das preferências. Jogar é
outra actividade cuja preferência decresce à medida que aumenta a idade, enquanto que
a percentagem de jovens que prefere ouvir música depois do jantar aumenta nos
escalões mais velhos.

Tabela 352: O que mais gostas de fazer depois do jantar?

N %
Ver um pouco de
televisão 311 28,8
Ouvir música 115 10,6
Conversar com os
meus pais e irmãos 23 2,1
Ligar-me à internet 413 38,2
Falar ao telefone 6 ,6
Enviar SMS's 38 3,5
Jogar um jogo de
consola/computador 139 12,9
Ir dormir 11 1,0
Nada de especial 25 2,3
Total 1081 100,0

322
Masculino Feminino
N % N %
Ver um pouco de
televisão 151 24,5 160 34,5
Ouvir música 53 8,6 62 13,4
Conversar com os meus
pais e irmãos 11 1,8 12 2,6
Ligar-me à internet 249 40,4 164 35,3
Falar ao telefone 2 ,3 4 ,9
Enviar SMS's 12 1,9 26 5,6
Jogar um jogo de
consola/computador 121 19,6 18 3,9
Ir dormir 7 1,1 4 ,9
Nada de especial 11 1,8 14 3,0
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Ver um pouco de
televisão 44 36,7 111 30,7 156 26,0
Ouvir música 9 7,5 36 10,0 70 11,7
Conversar com os meus
pais e irmãos 2 1,7 5 1,4 16 2,7
Ligar-me à internet 35 29,2 136 37,7 242 40,3
Falar ao telefone 2 ,6 4 ,7
Enviar SMS's 1 ,8 16 4,4 21 3,5
Jogar um jogo de
consola/computador 20 16,7 49 13,6 70 11,7
Ir dormir 7 5,8 4 ,7
Nada de especial 2 1,7 6 1,7 17 2,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Pouco mais de metade dos inquiridos declara que tem um horário para estudar e que
procura, muito ou algo, cumpri-lo. Não se registam grandes diferenças entre os sexos.
Quanto às diferenças entre idades é curioso constatar que é entre os mais novos que há
uma maior percentagem de jovens que declaram que têm um horário para estudar e que
procuram muito cumpri-lo. Este resultado poderá advir de um controlo externo mais
apertado de pais e educadores entre os mais novos,

323
Tabela 353: Tenho um horário para estudar e procuro cumpri-lo

N %
Muito 250 23,1
Algo 316 29,2
Pouco 273 25,3
Nada 242 22,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Muito 143 23,2 107 23,1
Algo 176 28,5 140 30,2
Pouco 171 27,7 102 22,0
Nada 127 20,6 115 24,8
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Muito 45 37,5 89 24,7 116 19,3
Algo 31 25,8 110 30,5 175 29,2
Pouco 23 19,2 81 22,4 169 28,2
Nada 21 17,5 81 22,4 140 23,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Quanto à organização do estudo no espaço, a maioria dos inquiridos online estuda no


quarto (58,6%), sendo que o segundo lugar mais comum é o quarto de estudo ou o
escritório (16,7%). Registe-se ainda a importância da sala de estar para 7,5% dos
inquiridos. 12,1% dos jovens declara ainda que não têm um lugar fixo de estudo.
Existem aliás mais raparigas do que rapazes a declararem que não têm lugar fixo para
estudar (15,1% e 9,9% respectivamente). A importância do reduto do quarto enquanto
local de estudo aumenta nos escalões etários mais velhos, o que poderá ser sinal de um
estudo menos acompanhado por parte desses inquiridos.

324
Tabela 354: Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de
casa?

N %
Não tenho um lugar fixo 131 12,1
O meu quarto 633 58,6
Um quarto de estudo/escritório 181 16,7
A cozinha 23 2,1
A sala de estar 81 7,5
Outro local 18 1,7
Não estudo nem faço os
14 1,3
trabalhos de casa habitualmente
Total 1081 100,0

Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de casa?
Masculino Feminino
N % N %
Não tenho um lugar fixo 61 9,9 70 15,1
O meu quarto 375 60,8 258 55,6
Um quarto de estudo/escritório 100 16,2 81 17,5
A cozinha 17 2,8 6 1,3
A sala de estar 38 6,2 43 9,3
Outro local 13 2,1 5 1,1
Não estudo nem faço os
trabalhos de casa habitualmente 13 2,1 1 ,2
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não tenho um lugar fixo 15 12,5 43 11,9 73 12,2
O meu quarto 57 47,5 205 56,8 371 61,8
Um quarto de estudo/escritório 24 20,0 66 18,3 91 15,2
A cozinha 8 6,7 7 1,9 8 1,3
A sala de estar 12 10,0 31 8,6 38 6,3
Outro local 4 3,3 8 2,2 6 1,0
Não estudo nem faço os
trabalhos de casa habitualmente 1 ,3 13 2,2
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

A maioria dos jovens inquiridos passa uma hora ou entre uma a duas horas a estudar e a
fazer os trabalhos de casa. Perto de 15% passa mais tempo nos deveres escolares e
apenas 8% se furta a esses mesmos deveres. São claramente as raparigas quem mais se
dedicam aos afazeres escolares, pois não só há uma menor percentagem de raparigas
que se furta a esses deveres (4,5% em comparação com 10,7% dos rapazes) como há
uma maior percentagem de raparigas que dedicam mais tempo que os rapazes ao estudo.
Mais de 50% das raparigas dedica-se mais do que uma hora aos estudos.

325
Quanto às diferenças entre escalões etários é curioso constatar que há uma maior
percentagem de inquiridos mais velhos que se furtam aos deveres escolares (11,7% dos
inquiridos dos 16 aos 18 anos em comparação com 1,7% dos inquiridos dos 9 aos 12
anos). Esta clara diferença poderá advir-se ao já referido controlo por parte de pais e de
educadores e de uma expectativa de que os mais velhos sejam capazes de ter a
responsabilidade e a autonomia suficientes para organizar o seu próprio tempo de
estudo. Contudo, é também entre os mais velhos, com maiores responsabilidades
escolares que há uma maior percentagem de jovens a dedicar mais tempo de estudo.

Tabela 355: Quanto tempo passas por dia a estudar e a fazer os trabalhos de casa, sem contar com
as horas na sala de aula?

N %
Nenhum 87 8,0
Cerca de meia hora 255 23,6
Uma hora 270 25,0
De uma a duas horas 311 28,8
De duas a três horas 117 10,8
Mais de três horas 41 3,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Nenhum 66 10,7 21 4,5
Cerca de meia hora 166 26,9 89 19,2
Uma hora 176 28,5 94 20,3
De uma a duas horas 155 25,1 156 33,6
De duas a três horas 42 6,8 75 16,2
Mais de três horas 12 1,9 29 6,3
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhum 2 1,7 15 4,2 70 11,7
Cerca de meia hora 36 30,0 92 25,5 127 21,2
Uma hora 37 30,8 99 27,4 134 22,3
De uma a duas horas 38 31,7 112 31,0 161 26,8
De duas a três horas 5 4,2 33 9,1 79 13,2
Mais de três horas 2 1,7 10 2,8 29 4,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

A importância do controlo da televisão por parte dos jovens está bem patente no facto
de 60% dos inquiridos declararem que têm televisão no quarto. 59,2% dos inquiridos

326
afirmam ainda que têm televisão na cozinha e 56,7% declara que os pais têm televisão
no seu quarto. Estes números demonstram uma tendência para um uso independente dos
aparelhos de televisão que se afasta do paradigma do seu uso familiar apesar da
presença da televisão na sala de estar ser quase universal (92,9% dos casos).
Entre os sexos não há grandes diferenças a registar. Como seria de esperar há uma
maior percentagem de inquiridos dos 16 aos 18 anos a ter televisão no quarto (62%), o
que é coerente com a sua maior autonomia, contudo não deixa de ser assinalável que
51,7% dos jovens dos 9 aos 12 anos declarem ter o aparelho de TV no seu quarto.

Tabela 356: Onde estão as TVs?:

N %
No meu quarto 649 60,0
No quarto do meu irmão/irmã 275 25,4
Na sala 1004 92,9
No quarto dos meus pais 613 56,7
Na cozinha 640 59,2
Noutros locais 239 22,1

Onde estão as TVs?:


Masculino Feminino
N % N %
No meu quarto
378 61,3 271 58,4
No quarto do meu irmão/irmã
159 25,8 116 25,0
Na sala
570 92,4 434 93,5
No quarto dos meus pais
349 56,6 264 56,9
Na cozinha
361 58,5 279 60,1
Noutros locais
135 21,9 104 22,4

Onde estão as TVs?:


Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
No meu quarto
62 51,7 215 59,6 372 62,0
No quarto do meu
26 21,7 102 28,3 147 24,5
irmão/irmã
Na sala
115 95,8 337 93,4 552 92,0
No quarto dos meus pais
68 56,7 218 60,4 327 54,5
Na cozinha
72 60,0 215 59,6 353 58,8
Noutros locais
33 27,5 92 25,5 114 19,0

327
Durante a semana, um pouco mais de metade dos inquiridos vêm entre uma a quatro
horas de televisão por dia, cerca de 25% vêm uma hora ou menos de TV e é muito
residual a percentagem de inquiridos que declaram não ver televisão (0,6%). Cerca de
16% dos inquiridos declaram ainda que vê televisão mais de 4 horas por dia. Durante o
fim-de-semana há uma certa tendência para os jovens verem mais televisão, como seria
de prever. Em coerência com o que já foi exposto, são as raparigas que mais horas vêm
televisão, 51,2% das jovens inquiridas vê 2 ou mais horas de televisão, enquanto que
essa percentagem decresce para os 39,2% entre os rapazes. Durante o fim-de-semana, a
percentagem de raparigas que vê 2 ou mais horas de televisão por dia ascende aos
63,6%, enquanto que a percentagem de rapazes ascende aos 52,2%. Os dados não nos
permitem tirar grandes elações sobre as diferenças entre escalões etários, não se
encontrando divergências muito acentuadas.

Tabela 357: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a ver televisão?

N %
Nenhum 7 ,6
10 minutos ou menos 58 5,4
1 hora 205 19,0
Entre 1 e 2 horas 257 23,8
Entre 2 e 3 horas 187 17,3
Entre 3 e 4 horas 118 10,9
Entre 4 e 5 horas 72 6,7
5 horas ou mais 102 9,4
Não sei 75 6,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Nenhum 5 ,8 2 ,4
10 minutos ou menos 42 6,8 16 3,4
1 hora 140 22,7 65 14,0
Entre 1 e 2 horas 156 25,3 101 21,8
Entre 2 e 3 horas 101 16,4 86 18,5
Entre 3 e 4 horas 51 8,3 67 14,4
Entre 4 e 5 horas 38 6,2 34 7,3
5 horas ou mais 51 8,3 51 11,0
Não sei 33 5,3 42 9,1

328
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhum 1 ,8 1 ,3 5 ,8
10 minutos ou menos 3 2,5 15 4,2 40 6,7
1 hora 28 23,3 69 19,1 108 18,0
Entre 1 e 2 horas 32 26,7 89 24,7 136 22,7
Entre 2 e 3 horas 14 11,7 57 15,8 116 19,3
Entre 3 e 4 horas 10 8,3 46 12,7 62 10,3
Entre 4 e 5 horas 5 4,2 26 7,2 41 6,8
5 horas ou mais 15 12,5 41 11,4 46 7,7
Não sei 12 10,0 17 4,7 46 7,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 358: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a ver
televisão?

N %
Nenhum 7 ,6
10 minutos ou menos 38 3,5
1 hora 121 11,2
Entre 1 e 2 horas 211 19,5
Entre 2 e 3 horas 228 21,1
Entre 3 e 4 horas 187 17,3
Entre 4 e 5 horas 82 7,6
5 horas ou mais 120 11,1
Não sei 87 8,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Nenhum 4 ,6 3 ,6
10 minutos ou menos 31 5,0 7 1,5
1 hora 81 13,1 40 8,6
Entre 1 e 2 horas 139 22,5 72 15,5
Entre 2 e 3 horas 122 19,8 106 22,8
Entre 3 e 4 horas 105 17,0 82 17,7
Entre 4 e 5 horas 37 6,0 45 9,7
5 horas ou mais 58 9,4 62 13,4
Não sei 40 6,5 47 10,1

329
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhum - - 1 ,3 6 1,0
10 minutos ou menos 5 4,2 9 2,5 24 4,0
1 hora 12 10,0 48 13,3 61 10,2
Entre 1 e 2 horas 28 23,3 62 17,2 121 20,2
Entre 2 e 3 horas 22 18,3 79 21,9 127 21,2
Entre 3 e 4 horas 15 12,5 74 20,5 98 16,3
Entre 4 e 5 horas 9 7,5 25 6,9 48 8,0
5 horas ou mais 14 11,7 43 11,9 63 10,5
Não sei 15 12,5 20 5,5 52 8,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Em coerência com o que foi dito atrás, 51,1% dos inquiridos costuma ver televisão no
quarto, mas a sala de estar continua a ser o sítio por excelência do visionamento de
televisão visto que 81% dos jovens declaram que aí vêm televisão. A cozinha é outro
dos locais onde há uma percentagem algo expressiva de inquiridos (34,1%) a ver TV.
As diferenças entre os sexos não são muito significativas. Comparando os escalões
etários, como seria de prever, verifica-se que há uma maior percentagem de inquiridos
dos 16 a 18 anos a ver televisão no quarto (54%) em comparação com os inquiridos
mais novos dos 9 aos 12 anos (40,8%) visto que também há uma maior percentagem de
inquiridos mais velhos com um aparelho de televisão no quarto. É ainda de notar que a
percentagem de inquiridos que vê televisão na sala tende a diminuir um pouco com o
aumento da idade o que poderá significar uma retirada do espaço familiar mais amplo
em alguns casos. Inversamente, há uma maior percentagem de inquiridos dos 9 aos 12
anos a ver televisão no quarto dos pais (13,3%), sendo que apenas 4,7% dos inquiridos
mais velhos declara que vêm televisão nesse espaço.

Tabela 359: Onde costumas ver televisão?:

N %
No meu quarto 552 51,1
No quarto do meu irmão/irmã 43 4,0
Na sala 876 81,0
No quarto dos meus pais 84 7,8
Na cozinha 369 34,1
Noutros locais 88 8,1

330
Masculino Feminino
N % N %
No meu quarto 315 51,1 237 51,1
No quarto do meu irmão/irmã 20 3,2 23 5,0
Na sala 492 79,7 384 82,8
No quarto dos meus pais 35 5,7 49 10,6
Na cozinha 194 31,4 175 37,7
Noutros locais 44 7,1 44 9,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
No meu quarto 49 40,8 179 49,6 324 54,0
No quarto do meu irmão/irmã 7 5,8 19 5,3 17 2,8
Na sala 102 85,0 300 83,1 474 79,0
No quarto dos meus pais 16 13,3 40 11,1 28 4,7
Na cozinha 35 29,2 115 31,9 219 36,5
Noutros locais 15 12,5 30 8,3 43 7,2

A maioria dos jovens inquiridos online (56,8%) declara que tem um computador em
casa, contudo verifica-se uma percentagem apreciável de inquiridos (40,7%) que
declaram ter dois ou mais computadores em casa que sejam utilizados.

Tabela 360: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?

N %
Nenhum 27 2,5
Um 614 56,8
Dois 303 28,0
Três 105 9,7
Mais de três 32 3,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Nenhum 15 2,4 12 2,6
Um 346 56,1 268 57,8
Dois 167 27,1 136 29,3
Três 63 10,2 42 9,1
Mais de três 26 4,2 6 1,3
Total 617 100,0 464 100,0

331
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhum 5 4,2 8 2,2 14 2,3
Um 56 46,7 202 56,0 356 59,3
Dois 34 28,3 97 26,9 172 28,7
Três 20 16,7 39 10,8 46 7,7
Mais de três 5 4,2 15 4,2 12 2,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

39,3% dos jovens afirmam que têm o computador no seu quarto, 31,5% que o
computador está no escritório e 13,5% que está na sala de estar. Apenas 7,9% afirma
que o computador é portátil. É de assinalar que se verifica uma maior percentagem de
rapazes com computador no quarto (43,8%) do que raparigas (33,4%), o que poderá
demonstrar uma maior pressão por parte dos jovens do sexo masculino em ter um
computador no quarto. Além disso, a percentagem de inquiridos com computador no
quarto aumenta entre os escalões etários mais velhos. É aqui importante sublinhar a
importância do quarto dos jovens como um local onde se realizam diversas actividades
e que vem dar substância àquilo que Livingstone designa de “cultura do quarto de
dormir”. Verificamos que os inquiridos a par de utilizar o computador, estudam, vêm
televisão, ouvem música entre outras actividades no quarto, cada vez menos um espaço
privado onde apenas se dorme mas onde se realiza todo um conjunto de práticas ligadas
aos media. Podemos mesmo dizer os sistemas dos media visíveis no espaço público têm
invadido o espaço privado do quarto de dormir, em especial, nas novas gerações. Esta
lógica “do quarto para o mundo” pode provocar novas tensões e reconfigurações da
fronteira entre público e privado.

Tabela 361: Onde se encontra o computador que costumas usar em tua casa?

N %
Não tenho computador 27 2,5
No meu quarto 425 39,3
No quarto de um
irmão/Irmã 46 4,3
Na sala de estar 146 13,5
No quarto dos meus pais 12 1,1
No escritório/Sala de
trabalho 340 31,5
É portátil 85 7,9
Total 1081 100,0

332
Masculino Feminino
N % N %
Não tenho computador 15 2,4 12 2,6
No meu quarto 270 43,8 155 33,4
No quarto de um
irmão/Irmã 21 3,4 25 5,4
Na sala de estar 76 12,3 70 15,1
No quarto dos meus pais 9 1,5 3 ,6
No escritório/Sala de
trabalho 183 29,7 157 33,8
É portátil 43 7,0 42 9,1
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não tenho computador 4 3,3 8 2,2 15 2,5
No meu quarto 33 27,5 128 35,5 264 44,0
No quarto de um
irmão/Irmã 3 2,5 17 4,7 26 4,3
Na sala de estar 19 15,8 52 14,4 75 12,5
No quarto dos meus
1 ,8 7 1,9 4 ,7
pais
No escritório/Sala de
trabalho 48 40,0 130 36,0 162 27,0
É portátil 12 10,0 19 5,3 54 9,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Mais de metade dos internautas utiliza o computador mais de 2 horas por dia, durante a
semana. Há uma maior propensão por parte dos internautas do sexo masculino e mais
velhos para usar o computador mais horas. Sem surpresas, verifica-se ainda a tendência
para haver uma maior utilização do computador ao fim-de-semana.

Tabela 362: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola?

N %
Não utilizo 29 2,7
30 minutos ou menos 83 7,7
1 hora 125 11,6
Entre 1 e 2 horas 213 19,7
Entre 2 e 3 horas 164 15,2
Entre 3 e 4 horas 127 11,7
Entre 4 e 5 horas 77 7,1
5 horas ou mais 192 17,8
Não sei 71 6,6
Total 1081 100,0

333
Masculino Feminino
N % N %
Não utilizo 14 2,3 15 3,2
30 minutos ou menos 47 7,6 36 7,8
1 hora 64 10,4 61 13,1
Entre 1 e 2 horas 114 18,5 99 21,3
Entre 2 e 3 horas 97 15,7 67 14,4
Entre 3 e 4 horas 78 12,6 49 10,6
Entre 4 e 5 horas 43 7,0 34 7,3
5 horas ou mais 127 20,6 65 14,0
Não sei 33 5,3 38 8,2
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não utilizo 6 5,0 12 3,3 11 1,8
30 minutos ou menos 25 20,8 31 8,6 27 4,5
1 hora 18 15,0 48 13,3 59 9,8
Entre 1 e 2 horas 29 24,2 68 18,8 116 19,3
Entre 2 e 3 horas 13 10,8 50 13,9 101 16,8
Entre 3 e 4 horas 7 5,8 48 13,3 72 12,0
Entre 4 e 5 horas 4 3,3 29 8,0 44 7,3
5 horas ou mais 11 9,2 51 14,1 130 21,7
Não sei 7 5,8 24 6,6 40 6,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 363: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia utilizas o
computador, fora da escola?

N %
Não utilizo 57 5,3
30 minutos ou menos 59 5,5
1 hora 79 7,3
Entre 1 e 2 horas 166 15,4
Entre 2 e 3 horas 239 22,1
Entre 4 e 5 horas 178 16,5
5 horas ou mais 244 22,6
Não sei 59 5,5
Total 1081 100,0

334
Masculino Feminino
N % N %
Não utilizo 35 5,7 22 4,7
30 minutos ou menos 27 4,4 32 6,9
1 hora 41 6,6 38 8,2
Entre 1 e 2 horas 83 13,5 83 17,9
Entre 2 e 3 horas 134 21,7 105 22,6
Entre 4 e 5 horas 106 17,2 72 15,5
5 horas ou mais 163 26,4 81 17,5
Não sei 28 4,5 31 6,7
Total 617 100,0 464 100,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não utilizo 10 8,3 12 3,3 35 5,8
30 minutos ou menos 16 13,3 17 4,7 26 4,3
1 hora 16 13,3 28 7,8 35 5,8
Entre 1 e 2 horas 23 19,2 53 14,7 90 15,0
Entre 2 e 3 horas 19 15,8 86 23,8 134 22,3
Entre 4 e 5 horas 13 10,8 73 20,2 92 15,3
5 horas ou mais 14 11,7 75 20,8 155 25,8
Não sei 9 7,5 17 4,7 33 5,5
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

A casa do próprio é sem dúvida o local privilegiado para a utilização da internet por
parte de 86% dos inquiridos. A seguir vem a escola enquanto espaço de utilização
habitual da internet em 47,9% dos casos. É de notar que a escola é um meio essencial
para uma maior democratização do acesso e difusão das novas tecnologias, em especial,
da internet. Verifica-se então que mais de metade não refere a escola como local de
utilização frequente da internet, mas não se sabe se isso se deve a desinteresse visto a
maior parte dos inquiridos já terem acesso à internet em casa se à falta efectiva de
computadores e de infra-estruturas tecnológicas na escola. É ainda de referir a
importância das redes familiares e de pares visto que 20,3% refere que costuma entrar
online a partir da casa de um amigo ou de um familiar. É ainda assinalável que 8,3%
destes inquiridos utiliza ainda os serviços dos cibercafés. Não há diferenças assinaláveis
entre os sexos. Entre os escalões etários verifica-se que os mais novos tendem a utilizar
a internet mais em casa em 90,8% dos casos enquanto que essa percentagem decresce
para os 84,3% entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Um pouco mais de metade destes
inquiridos mais velhos que costuma utilizar a internet na escola em comparação com
40% dos inquiridos mais novos. Os inquiridos mais velhos dos 13 aos 15 anos e dos 16

335
aos 18, com a sua maior autonomia, também costumam utilizar mais a internet nos
cibercafés do que os inquiridos mais novos.

Tabela 364: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?:

N %
Nenhum, não utiliza a internet 5 ,5
Em casa 930 86,0
Na escola 518 47,9
Num cibercafé 90 8,3
Em casa de uma amigo/familiar 219 20,3
Noutro sítio 121 11,2

Masculino Feminino
N % N %
Nenhum, não utiliza a internet
4 ,6 1 ,2
Em casa
534 86,5 396 85,3
Na escola
284 46,0 234 50,4
Num cibercafé
58 9,4 32 6,9
Em casa de uma amigo/familiar
121 19,6 98 21,1
Noutro sítio
63 10,2 58 12,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Nenhum, não utiliza a
2 1,7 2 ,6 1 ,2
internet
Em casa
109 90,8 315 87,3 506 84,3
Na escola
48 40,0 162 44,9 308 51,3
Num cibercafé
5 4,2 35 9,7 50 8,3
Em casa de uma
27 22,5 78 21,6 114 19,0
amigo/familiar
Noutro sítio
12 10,0 38 10,5 71 11,8

Durante a semana 42,5% dos jovens navega mais de duas horas por dia enquanto que
durante o fim-de-semana essa percentagem ascende para perto de 60% dos inquiridos,
portanto, a utilização da internet é maior durante o fim-de-semana. Sem surpresas
constata-se que os rapazes tendem a ficar mais tempo na internet visto que 45% dos
inquiridos do sexo masculino ficam online mais de duas horas por dia em comparação
com 39,5% das raparigas. Este dado é coerente com o facto já descrito atrás de que

336
também são os rapazes desta amostra que ficam mais tempo em frente ao computador.
Claramente, há medida que os inquiridos são mais velhos, tendem a despender mais
tempo por dia a navegar na internet. Durante a semana, quase 50% dos inquiridos mais
velhos passam mais de duas horas por dia ligados na internet, enquanto que apenas
26,7% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos passam mais de duas horas online. Mais uma
vez chamamos a atenção para o maior controlo e vigilância parental no que respeita à
utilização quotidiana dos media. Durante o fim-de-semana confirma-se a tendência para
ser os rapazes e os jovens mais velhos os que tendem a passar mais tempo online.

Tabela 365: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas a internet, fora da escola?

N %
Não utilizo 67 6,2
30 minutos ou menos 138 12,8
1 hora 149 13,8
Entre 1 e 2 horas 199 18,4
Entre 2 e 3 horas 158 14,6
Entre 3 e 4 horas 80 7,4
Entre 4 e 5 horas 65 6,0
5 horas ou mais 158 14,6
Não sei 67 6,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não utilizo 33 5,3 34 7,3
30 minutos ou menos 80 13,0 58 12,5
1 hora 81 13,1 68 14,7
Entre 1 e 2 horas 110 17,8 89 19,2
Entre 2 e 3 horas 89 14,4 69 14,9
Entre 3 e 4 horas 47 7,6 33 7,1
Entre 4 e 5 horas 35 5,7 30 6,5
5 horas ou mais 107 17,3 51 11,0
Não sei 35 5,7 32 6,9
Total 617 100,0 464 100,0

337
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não utilizo 11 9,2 26 7,2 30 5,0
30 minutos ou menos 33 27,5 50 13,9 55 9,2
1 hora 18 15,0 70 19,4 61 10,2
Entre 1 e 2 horas 19 15,8 58 16,1 122 20,3
Entre 2 e 3 horas 9 7,5 43 11,9 106 17,7
Entre 3 e 4 horas 5 4,2 29 8,0 46 7,7
Entre 4 e 5 horas 4 3,3 24 6,6 37 6,2
5 horas ou mais 14 11,7 39 10,8 105 17,5
Não sei 7 5,8 22 6,1 38 6,3
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Tabela 366: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia costumas utilizar a
internet?

N %
Não utilizo 87 8,0
30 minutos ou menos 88 8,1
1 hora 98 9,1
Entre 1 e 2 horas 164 15,2
Entre 2 e 3 horas 182 16,8
Entre 3 e 4 horas 88 8,1
Entre 4 e 5 horas 105 9,7
5 horas ou mais 208 19,2
Não sei 61 5,6
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Não utilizo 48 7,8 39 8,4
30 minutos ou menos 52 8,4 36 7,8
1 hora 53 8,6 45 9,7
Entre 1 e 2 horas 86 13,9 78 16,8
Entre 2 e 3 horas 99 16,0 83 17,9
Entre 3 e 4 horas 49 7,9 39 8,4
Entre 4 e 5 horas 59 9,6 46 9,9
5 horas ou mais 140 22,7 68 14,7
Não sei 31 5,0 30 6,5
Total 617 100,0 464 100,0

338
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não utilizo 9 7,5 24 6,6 54 9,0
30 minutos ou menos 22 18,3 26 7,2 40 6,7
1 hora 25 20,8 32 8,9 41 6,8
Entre 1 e 2 horas 15 12,5 55 15,2 94 15,7
Entre 2 e 3 horas 18 15,0 65 18,0 99 16,5
Entre 3 e 4 horas 5 4,2 30 8,3 53 8,8
Entre 4 e 5 horas 5 4,2 44 12,2 56 9,3
5 horas ou mais 11 9,2 68 18,8 129 21,5
Não sei 10 8,3 17 4,7 34 5,7
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Durante a semana, o período de utilização da internet mais popular é a tarde até às 20


horas com metade dos internautas a declararem que costumam estar online durante esse
período. Entre as 20 e as 22 horas a percentagem de jovens utilizadores decresce um
pouco para os 43,5%. É depois das 22 horas que se verifica uma quebra acentuada de
utilizadores. Entre as 22 horas e a meia-noite a percentagem de utilizadores é ainda
assim apreciável (21,8%), mas apenas uma pequena percentagem costuma navegar na
internet depois da meia noite (4,8%). 12,6% dos jovens declara que utiliza a internet
durante todo o dia. Os inquiridos de ambos os sexos seguem mais ou menos o mesmo
padrão temporal de utilização durante os dias da semana.
O período por excelência de utilização da internet por parte dos inquiridos dos 9 aos 12
é e tarde até às 20 horas visto que quase 70% dos mais novos está ligado durante esse
período. O período seguinte das 20 às 22h, o horário usual do jantar, regista uma quebra
acentuada de utilizadores mais novos, que decresce para 30%. Entre os mais novos
regista-se ainda a menor percentagem de inquiridos que estão online todo o dia (5%). A
percentagem de inquiridos que utiliza a internet todo o dia cresce nos escalões etários
mais velhos chegando aos 16,2% entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Ainda nos
inquiridos mais velhos, o momento do dia com maior afluência passa a ser das 20h às
22h (com 45,8% de utilizadores mais velhos) a par da tarde até às 20 horas (com 43,2%
de utilizadores). Sem surpresas, a utilização das 22 horas à meia-noite regista também
uma acentuada subida de utilizadores nos escalões etários mais velhos. 29,3% dos
inquiridos dos 16 aos 18 anos costumam utilizar a internet nesse período enquanto que
apenas 2,5% dos inquiridos mais novos utilizam a internet nesse período. É ainda

339
significativo não haver nenhum inquirido dos 9 aos 12 anos que declare que utilize a
internet depois da meia-noite.

Tabela 367: Durante a semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet:

N %
De manhã 132 12,2
De tarde até às 20 horas 543 50,2
Das 20 às 22 horas 470 43,5
Das 22 horas à meia-noite 236 21,8
Da meia-noite às 2h da manhã 45 4,2
A partir das 2h da manhã 7 ,6
Todo o dia 136 12,6
Não utilizo a internet 22 2,0

Masculino Feminino
N % N %
De manhã
66 10,7 66 14,2
De tarde até às 20 horas
308 49,9 235 50,6
Das 20 às 22 horas
272 44,1 198 42,7
Das 22 horas à meia-noite
136 22,0 100 21,6
Da meia-noite às 2h da manhã
31 5,0 14 3,0
A partir das 2h da manhã
4 ,6 3 ,6
Todo o dia
82 13,3 54 11,6
Não utilizo a internet
11 1,8 11 2,4

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
De manhã
17 14,2 41 11,4 74 12,3
De tarde até às 20 horas
83 69,2 201 55,7 259 43,2
Das 20 às 22 horas
36 30,0 159 44,0 275 45,8
Das 22 horas à meia-
3 2,5 57 15,8 176 29,3
noite
Da meia-noite às 2h da
- - 5 1,4 40 6,7
manhã
A partir das 2h da manhã
- - 1 ,3 6 1,0
Todo o dia
6 5,0 33 9,1 97 16,2
Não utilizo a internet
6 5,0 8 2,2 8 1,3

340
Durante o fim-de-semana, o período mais popular continua a ser de tarde até às 20 horas
mas com uma menor percentagem de utilizadores (42,1%) em comparação com os dias
da semana. É entre os utilizadores que declaram que utilizam a internet durante todo o
dia que se nota uma subida acentuada, sendo que a percentagem deste tipo de
utilizadores dobra passando de 12,6% durante a semana para 26% durante o fim-de-
semana. Ambos sexos e os escalões etários considerados seguem mais ou menos o
mesmo padrão temporal de utilização semanal durante o sábado e o domingo.

Tabela 368: Ao fim-de-semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet:

N %
De manhã 198 18,3
De tarde até às 20 horas 455 42,1
Das 20 às 22 horas 315 29,1
Das 22 horas à meia-noite 230 21,3
Da meia-noite às 2h da manhã 84 7,8
A partir das 2h da manhã 22 2,0
Todo o dia 281 26,0
Não utilizo a internet 79 7,3

Masculino Feminino
N % N %
De manhã
114 18,5 84 18,1
De tarde até às 20 horas
251 40,7 204 44,0
Das 20 às 22 horas
162 26,3 153 33,0
Das 22 horas à meia-noite
131 21,2 99 21,3
Da meia-noite às 2h da manhã
58 9,4 26 5,6
A partir das 2h da manhã
18 2,9 4 ,9
Todo o dia
174 28,2 107 23,1
Não utilizo a internet
42 6,8 37 8,0

341
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
De manhã
43 35,8 71 19,7 84 14,0
De tarde até às 20 horas
68 56,7 155 42,9 232 38,7
Das 20 às 22 horas
26 21,7 113 31,3 176 29,3
Das 22 horas à meia-
13 10,8 63 17,5 154 25,7
noite
Da meia-noite às 2h da
4 3,3 23 6,4 57 9,5
manhã
A partir das 2h da manhã
- 5 1,4 17 2,8
Todo o dia
22 18,3 95 26,3 164 27,3
Não utilizo a internet
8 6,7 23 6,4 48 8,0

Perto de metade dos inquiridos (46,8%) refere que retirou tempo à televisão para utilizar
a internet, sendo aquela a principal “perdedora” para a internet. Contudo, não nos
podemos esquecer que muitos jovens utilizam vários media em regime de multitarefa,
isto é, vêm televisão ou estudam enquanto navegam na internet. O que se passa muitas
vezes é que a televisão deixa de ser o principal foco de atenção para se tornar um “pano
de fundo”. Cerca de um quarto dos inquiridos afirmam que retiraram tempo ao estudo
para utilizar a internet e cerca de um quinto que retiraram tempo à família. Este último
dado pode dar azo a alguns receios sobre o isolamento de alguns jovens que se “viciam”
no uso da internet, contudo, a internet pode também significar um alargamento e
aprofundamento das relações sociais que se estabelecem fora do seio familiar. 21,1%
referem ainda que retiraram tempo à consola de jogos. 10% ou mais dos jovens, mas
menos do que 20% afirmaram que retiraram também tempo aos amigos, à leitura, ao
lazer e tempos livres e ao desporto. Mas é curioso constatar que apenas uma pequena
minoria (3,4%) afirma ter retirado tempo ao namorado ou à namorada. Perto de um
terço dos inquiridos afirma, contudo, que não retirou tempo a nada para usar a internet.
Verifica-se uma ligeira tendência para as raparigas se afastarem menos daqueles com
quem mantêm relações afectivas (família, amigos) em comparação com os rapazes,
assim como há uma menor tendência das raparigas para retirarem tempo a actividades
de lazer e tempos livres e ao desporto para utilizarem a internet. No cômputo geral, há
uma percentagem superior de raparigas que declaram que não retiraram tempo a nada
para usar a internet (35,1%), do que de rapazes (30,1%).

342
Uma maior percentagem de inquiridos mais velhos revela que retiraram tempo à família
(23,2%), ao estudo (25,8%) e à televisão (50%). Por seu turno uma maior percentagem
de inquiridos mais novos (25,8%) retiraram tempo ao jogos, porém, é também entre os
mais novos que há uma maior percentagem de inquiridos que declaram que não
retiraram tempo a nada para utilizar a internet (39,2%).
Tabela 369: A que, ou a quem, retiraste tempo desde que utilizas a internet?:

N %
Família 225 20,8
Amigos 135 12,5
Namorado/a 37 3,4
Estudo 272 25,2
Televisão 506 46,8
Consola de jogos 228 21,1
Leitura 199 18,4
Lazer/tempos livres 163 15,1
Desporto 108 10,0
A nada 349 32,3

Masculino Feminino
N % N %
Família 134 21,7 91 19,6
Amigos 90 14,6 45 9,7
Namorado/a 22 3,6 15 3,2
Estudo 161 26,1 111 23,9
Televisão 288 46,7 218 47,0
Consola de jogos 185 30,0 43 9,3
Leitura 112 18,2 87 18,8
Lazer/tempos livres 106 17,2 57 12,3
Desporto 73 11,8 35 7,5
A nada 186 30,1 163 35,1

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Família 21 17,5 65 18,0 139 23,2
Amigos 14 11,7 49 13,6 72 12,0
Namorado/a 5 4,2 13 3,6 19 3,2
Estudo 22 18,3 95 26,3 155 25,8
Televisão 42 35,0 164 45,4 300 50,0
Consola de jogos 31 25,8 83 23,0 114 19,0
Leitura 18 15,0 65 18,0 116 19,3
Lazer/tempos livres 18 15,0 57 15,8 88 14,7
Desporto 14 11,7 36 10,0 58 9,7
A nada 47 39,2 114 31,6 188 31,3

343
Durante a semana mais de metade dos inquiridos joga até uma hora por dia e a grande
maioria (68,5%) não joga mais do que duas horas. Os rapazes são jogadores mais ávidos
que as raparigas. Entre os escalões etários, curiosamente, não há grandes discrepâncias a
registar. Como seria de esperar o tempo de jogo aumenta durante o fim-de-semana.
Verifica-se ainda a tendência, durante o sábado e o domingo, de os inquiridos mais
novos passarem mais tempo a jogar. A menor tempo dispendido a jogar por parte dos
mais velhos poderá ser devido à sua maior autonomia e liberdade para sair e desfrutar
outro tipo de interesses.
Tabela 370: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no
computador?

N %
10 minutos ou menos 271 25,1
1 hora 282 26,1
Entre 1 e 2 horas 187 17,3
Entre 2 e 3 horas 95 8,8
Entre 3 e 4 horas 49 4,5
Entre 4 e 5 horas 29 2,7
5 horas ou mais 39 3,6
Não sei 129 11,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
10 minutos ou menos 104 16,9 167 36,0
1 hora 175 28,4 107 23,1
Entre 1 e 2 horas 124 20,1 63 13,6
Entre 2 e 3 horas 65 10,5 30 6,5
Entre 3 e 4 horas 38 6,2 11 2,4
Entre 4 e 5 horas 25 4,1 4 ,9
5 horas ou mais 36 5,8 3 ,6
Não sei 50 8,1 79 17,0

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
10 minutos ou menos 17 14,2 79 21,9 175 29,2
1 hora 38 31,7 101 28,0 143 23,8
Entre 1 e 2 horas 23 19,2 65 18,0 99 16,5
Entre 2 e 3 horas 9 7,5 42 11,6 44 7,3
Entre 3 e 4 horas 4 3,3 17 4,7 28 4,7
Entre 4 e 5 horas 4 3,3 11 3,0 14 2,3
5 horas ou mais 6 5,0 13 3,6 20 3,3
Não sei 19 15,8 33 9,1 77 12,8

344
Tabela 371: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a jogar na
consola ou no computador?

N %
10 minutos ou menos 210 19,4
1 hora 218 20,2
Entre 1 e 2 horas 207 19,1
Entre 2 e 3 horas 136 12,6
Entre 3 e 4 horas 75 6,9
Entre 4 e 5 horas 48 4,4
5 horas ou mais 62 5,7
Não sei 125 11,6
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
10 minutos ou menos 71 11,5 139 30,0
1 hora 116 18,8 102 22,0
Entre 1 e 2 horas 133 21,6 74 15,9
Entre 2 e 3 horas 100 16,2 36 7,8
Entre 3 e 4 horas 59 9,6 16 3,4
Entre 4 e 5 horas 34 5,5 14 3,0
5 horas ou mais 57 9,2 5 1,1
Não sei 47 7,6 78 16,8

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
10 minutos ou menos 9 7,5 54 15,0 147 24,5
1 hora 27 22,5 79 21,9 112 18,7
Entre 1 e 2 horas 27 22,5 65 18,0 115 19,2
Entre 2 e 3 horas 17 14,2 53 14,7 66 11,0
Entre 3 e 4 horas 11 9,2 31 8,6 33 5,5
Entre 4 e 5 horas 5 4,2 23 6,4 20 3,3
5 horas ou mais 6 5,0 22 6,1 34 5,7
Não sei 18 15,0 34 9,4 73 12,2
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Inquérito nacional

A grande maioria dos inquiridos no inquérito aplicado no terreno (85,6%) declara que
estuda no seu quarto. A sala de estar ou de jantar é o segundo lugar mais popular como
lugar de estudo embora só cerca de 30% dos inquiridos usam esse espaço para estudar.

345
Tabela 372: Em que locais é que estuda normalmente:

N %

No meu quarto 213 85,6

Na sala de estar ou na
74 29,7
sala de jantar

Em outro lugar da casa 7 2,9

Na biblioteca do meu
3 1,3
bairro

Noutro local 11 4,3

Ns/nr 1 ,4

Noutro Local

N %
265 96,1
ATL 1 ,5
Casa de amigos 1 ,4
Cozinha 1 ,5
Escola 3 1,3
Escritório 2 ,8
Na varanda no verão 1 ,4
Total 276 100,0

Claramente, é no espaço privado da sua casa onde os inquiridos passam, em média,


mais tempo a utilizar a internet: 611,4 minutos por semana, isto é, mais de 10 horas por
semana em comparação com uma média de utilização de 187,1 minutos por semana na
escola e 163,5 minutos semanais noutros locais. No total, o tempo médio passado na
internet é de 494,8 minutos por semana, muito por força da utilização em casa.

Tabela 373: Quantos minutos por semana gasta a utilizar a internet

Tempo médio
Em casa Na escola Noutros locais passado na
internet
Média 611,4 187,1 163,5 494,8
Mediana 300 120 60 239
Moda 300 60 60 60
Mínimo 0 0 10 5
Máximo 4830 4800 2520 7200
Percentis 25 120 60 30 115
Percentis 75 720 180 171 480
Desvio-padrão 968,2 421,3 324,0 918,2

346
As actividades onde os inquiridos despendem mais tempo em casa, são as actividades
mais lúdicas de jogar jogos, ouvir música e ver vídeos (169,2 minutos por semana).
Contudo, logo a seguir vem a pesquisa de informação para a escola que ocupa aos
jovens 136,1 minutos por semana, em média. Já pesquisar informação por motivos
pessoais e outros fins apenas ocupa 45,6 minutos por semana aos jovens. Uma outra
actividade de relevo é a participação em chats ou grupos de discussão onde os jovens
inquiridos despendem, em média, mais de 120 minutos por semana. No seu espaço
caseiro, os jovens gastam ainda, em média, quase 90 minutos semanais a enviar e a
receber e-mails e o tempo gasto em compras e operações financeiras é muito reduzido
(1,25 minutos por semana, em média).

Tabela 374: Tempo que passa em casa a (Minutos por semana):


Pesquisar
Pesquisar
Jogar informação por
Enviar e Chats ou informação Compras e
jogos/ouvir motivos pessoais
receber grupos de para a operações
música/ver e outros fins
emails discussão escola/ financeiras
vídeos (notícias/receitas/
trabalho
software)
N 94 90 90 95 88 88
Média 89,92 120,42 169,20 136,09 45,64 1,25
Mediana 60,00 11,44 60,00 60,00 ,00 ,00
Mínimo 0 0 0 0 0 0
Máximo 1200 2400 4200 1800 540 90
Percentil 25 10,00 ,00 10,63 30,00 ,00 ,00
Percentil 75 61,50 120,00 120,00 120,00 30,00 ,00

No espaço escolar, a pesquisa de informação para a escola tem claramente a prioridade


visto que ocupa de longe a maior fatia de tempo aos jovens que utilizam a internet na
escola (em média, 105,5 minutos por semana). Ainda assim as actividades lúdicas
(jogar/ouvir música/ver vídeos) aparecem em segundo lugar no que respeita ao tempo
gasto nessas actividades (20,8 minutos por semana, em termos médios), enquanto que
enviar e receber e-mails aparece em terceiro lugar (15,6 minutos por semana), participar
em chats ou grupos de discussão em quarto (14,9 minutos por semana) e a pesquisa de
informação por motivos pessoais e outros fins em quinto lugar (com a qual os jovens
despendem, em média, 13,7 minutos por semana). As compras e as operações
financeiras continuam a ser uma actividade quase negligenciável no que respeita gasto
de tempo.

347
Tabela 375: Tempo que passa na escola a (Minutos por semana):
Pesquisar
Pesquisar
Jogar informação por
Enviar e Chats ou informação Compras e
jogos/ouvir motivos pessoais
receber grupos de para a operações
música/ver e outros fins
emails discussão escola/ financeiras
vídeos (notícias/receitas/
trabalho
software)
N 123 124 126 132 126 127
Média 15,55 14,91 20,80 105,48 13,72 3,10
Mediana ,00 ,00 ,00 60,00 ,00 ,00
Mínimo 0 0 0 0 0 0
Máximo 360 480 600 600 360 180
Percentil 25 ,00 ,00 ,00 30,00 ,00 ,00
Percentil 75 10,00 ,00 30,00 120,00 ,00 ,00

No total, a pesquisa de informação para a escola continua a ser a actividade que mais
tempo ocupa aos jovens que utilizam a internet (em média, 162,3 minutos por semana).
Para aqueles que utilizam a internet, independentemente do local, as actividades lúdicas
(jogar/ouvir música/ver vídeos) ocupam o segundo lugar no que respeita ao tempo gasto
(114,4 minutos por semana, em termos médios). A actividade seguinte em termos de
tempo gasto é a participação em chats ou grupos de discussão em quarto que ocupa, em
média, 79,3 minutos por semana aos jovens. Em termos totais, pode-se adiantar ainda
que são despendidos, em média, 64,5 minutos por semana a enviar e receber e-mails e
35,3 minutos por semana a pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins.

Tabela 376: Tempo que passa no total a (Minutos por semana):


Pesquisar
Pesquisar
Jogar informação por
Enviar e Chats ou informação Compras e
jogos/ouvir motivos pessoais
receber grupos de para a operações
música/ver e outros fins
emails discussão escola/ financeiras
vídeos (notícias/receitas/
trabalho
software)
N 172 168 169 176 166 164
Média 64,51 79,32 114,39 162,29 35,27 2,49
Mediana 20,00 ,00 30,00 90,00 ,00 ,00
Mínimo 0 0 0 0 0 0
Máximo 1200 2400 4200 2040 660 180
Percentil 25 ,00 ,00 ,00 33,38 ,00 ,00
Percentil 75 60,00 60,00 120,00 180,00 30,00 ,00

No que respeita ao tempo dedicado aos média tradicionais, como seria de esperar, a
televisão (que ocupa, em média, 941,2 minutos por semana aos jovens) ganha
claramente sobre a rádio (onde os jovens gastam 356,4 minutos por semana) e os jornais
(com um gasto médio de tempo de 36,7 minutos).

348
Tabela 377: Numa semana típica, quanto tempo dedica a (em Minutos):

Ver TV Ouvir rádio Ler jornais


Média 941,23 356,44 36,36
Mediana 900,00 180,00 ,00
Desvio-padrão 659,410 619,465 82,986
Mínimo 0 0 0
Máximo 5400 5400 603
Percentis 25 480,00 30,00 ,00
75 1230,65 420,00 60,00

Quanto a actividades lúdicas fora do sistema dos media, estar com a família é a
actividade que mais tempo ocupa aos jovens (em média, 939,9 minutos por semana),
contudo, os jovens despendem também um tempo apreciável para estar com os seus
amigos/colegas fora da escola (em média, 730,9 minutos por semana). Fazer exercício
ou participar em actividades desportivas ocupa, em média, 145,6 minutos semanais aos
jovens.

Tabela 378: Numa semana típica, quantos minutos dedica a:

Estar com os seus


Fazer exercício ou
amigos/colegas fora da
Estar com a sua família participar em actividades
escola ou do horário de
desportivas
trabalho

Média 730,93 939,88 145,61


Mediana 600,00 882,65 120,00
Moda 1200 1200 0
Desvio-padrão 659,632 656,899 156,054
Mínimo 30 60 0
Máximo 4200 3600 960
Percentis 25 300,00 451,57 ,00
75 1200,00 1200,00 240,00

Os jovens inquiridos a nível nacional gastam, em média 75,1 minutos por dia a jogar e
418,8 minutos semanais. Dentro dos jogadores habituais, a esmagadora maioria costuma
jogar em casa (em 90,9% dos casos), contudo, ainda assim cerca de um quarto dos
inquiridos costuma jogar em casa de amigos e 8,7% declara ainda jogar no espaço
escolar ou no trabalho. A percentagem daqueles que declaram jogar habitualmente no
cibercafé é muito reduzida (1,9%).

349
Tabela 379: Quanto tempo gasta, em média, a jogar jogos no computador ou consola (em
minutos):

Por dia Por semana

Média 75,06 418,79


Mediana 60,00 300,00
Moda 60 300
Desvio-padrão 78,754 431,423
Mínimo 0 0
Máximo 420 2400
Percentis 25 30,00 120,00
75 90,00 569,60

Tabela 380: Em que locais é que costuma jogar:

Em casa 90,9

Em casa de amigos 24,9

Na
empresa/faculdade/ 8,7
escola

Em cibercafés 1,9

Em lojas ,8

Noutro local 4,0

Durante a semana, o final da tarde (das 18 às 21 horas) é o horário habitual para ver
televisão para 68,8% dos inquiridos e a noite (das 21 às 24 horas) para 47,1% dos
jovens. É portanto durante estes dois horários (“nobres”) que uma larga maioria dos
jovens vê televisão. 18,8% dos jovens vê televisão das 16 às 18 horas e 10% das 7 às 10
horas. Poucos são aqueles que habitualmente vêm televisão no meio da manhã (das 10
às 13 horas) e durante a madrugada (das 24 às 7 horas da manhã).
Durante o fim-de-semana, o final da tarde (das 18 às 21 horas) continua a ser o horário
habitual para ver televisão para 58,3% dos jovens inquiridos, a par do horário da noite
(das 21 às 24 horas), durante o qual 53,2% dos jovens assiste televisão. Verifica-se
portanto que durante fim-de-semana há uma ligeira diminuição da percentagem de
jovens telespectadores que assistem televisão ao final da tarde e um subida da
percentagem daqueles que vêm televisão à noite. Os horários do meio do dia e da tarde
assumem substancial importância durante o fim-de-semana, visto que, respectivamente,
33,7% e 46,8% dos jovens declaram ver habitualmente televisão nesses horários durante

350
os dias de descanso semanal. O período das 7 às 10 horas da manhã é ainda visto
habitualmente por 23,2% dos jovens, período onde habitualmente passam programas de
teor infantil e juvenil. É de assinalar ainda o aumento da percentagem de inquiridos que
assiste televisão de madrugada durante o fim de semana (9,8%).

Tabela 381: Horário em que normalmente vê televisão durante a semana:

N %

Manhã (7.00 - 10.00) 28 10,0

Meio da manhã (10.00 - 13.00) 9 3,4

Meio do dia (13.00 - 16.00) 23 8,3

Tarde (16.00 - 18.00) 52 18,8

Final da tarde (18.00 - 21.00) 190 68,8

Noite (21.00-24.00) 130 47,1

Madrugada (24.00-7.00) 9 3,3

Tabela 382: Horário em que normalmente vê televisão durante o fim-de-semana:

N %

Manhã (7.00 - 10.00) 64 23,2

Meio da manhã (10.00 - 13.00) 15 5,3

Meio do dia (13.00 - 16.00) 93 33,7

Tarde (16.00 - 18.00) 129 46,8

Final da tarde (18.00 - 21.00) 161 58,3

Noite (21.00-24.00) 147 53,2

Madrugada (24.00-7.00) 27 9,8

Não se aplica 9 3,2

É durante o final da tarde e a tarde que há uma maior percentagem de jovens que vêm
televisão sozinhos (25,3% e 21,4% respectivamente), sendo porventura estes os
períodos onde muitos jovens já não têm aulas mas em que muitos dos pais e das mães

351
continuam a trabalhar. No entanto, é de notar que entre o meio do dia e a noite verifica-
se um aumento substancial da percentagem de inquiridos que vê televisão
acompanhado: durante o final da tarde chega mesmo aos 58,6% dos casos e durante a
noite aos 50% dos casos.

Tabela 383: Horário em que normalmente vê televisão sozinho:

N %

Manhã (7.00 - 10.00) 49 17,7

Meio da manhã (10.00 - 13.00) 17 6,1

Meio do dia (13.00 - 16.00) 38 13,6

Tarde (16.00 - 18.00) 59 21,4

Final da tarde (18.00 - 21.00) 70 25,3

Noite (21.00-24.00) 40 14,5

Madrugada (24.00-7.00) 14 5,1

Não se aplica 111 40,3

Tabela 384: Horário em que normalmente vê televisão acompanhado:

N %

Manhã (7.00 - 10.00) 31 11,3

Meio da manhã (10.00 - 13.00) 11 4,0

Meio do dia (13.00 - 16.00) 74 26,8

Tarde (16.00 - 18.00) 101 36,6

Final da tarde (18.00 - 21.00) 162 58,6

Noite (21.00-24.00) 138 50,0

Madrugada (24.00-7.00) 17 6,0

Não se aplica 43 15,6

Cerca de metade dos jovens declara que tem um horário definido para fazer os trabalhos
de casa e 42,2% declaram que têm um horário estipulado para praticar desporto,

352
passatempos e hobbies. Porém, o horário de sono é aquele que está definido para uma
maior percentagem de inquiridos (61%). O sono, a escola e os seus deveres e prática de
desporto, de passatempos e hobbies são as actividades que mais contribuem para a
estruturação do tempo dos jovens. Ainda assim um número apreciável de jovens declara
ter um horário definido para estar com os amigos, ver televisão e estar com a família
(38,2%, 37,9% e 33,5% respectivamente).

Tabela 385: Tem um horário definido para:

N %

Ver televisão 94 37,9

Estar com os amigos 95 38,2

Fazer os trabalhos de
126 50,4
casa

Estar com a família 84 33,5

Praticar desporto,
105 42,2
passatempos e hobbies

Dormir 152 61,0

Verifica-se uma tendência geral para realizar um conjunto de actividades


preferencialmente antes do jantar, sendo que o período depois do jantar é muitas vezes
um tempo um pouco mais morto e de preparação para deitar. Actividade mais popular,
antes e depois do jantar, continua a ser, sem sombra de dúvida, ver televisão (97,1% e
93,5% respectivamente). Estudar ou fazer os trabalhos de casa é a segunda actividade
mais referida em termos percentuais (72,3%) antes do jantar, contudo, a percentagem de
inquiridos que declara ocupar-se dos deveres escolares depois do jantar é de apenas
33,2%. Ouvir música é outra actividade bastante popular entre os inquiridos visto que
60,5% declara que o faz antes do jantar e 40,3% depois do jantar, sendo que esta é a
segunda actividade mais realizada neste período. A utilização do computador antes do
jantar é uma realidade para 40,9% dos inquiridos enquanto que essa percentagem
decresce para 26,7% depois do jantar. Podemos aferir que pelo menos parte desse tempo
passado à frente do computador é dedicado aos jogos visto que 34,2% dos jovens
declaram que jogam antes de jantar e 24,9% depois de jantar (percentagens muito
próximas da utilização do computador). A leitura (de livros, revistas e banda desenhada)

353
é ainda mais frequente antes do jantar, sendo uma actividade para 18,8%, 17,1% e
13,1% dos respondentes, respectivamente.

Tabela 386: Actividades que realiza no tempo livre que tem em casa:

Antes de jantar Depois de jantar


N % N %

Ver televisão 242 97,1 233 93,5

Interagir com a televisão 18 7,2 16 6,3

Ver dvds ou vídeos 30 11,9 30 12,1

Ver programas de TV
12 5,0 7 2,6
gravados

Usar o computador 102 40,9 66 26,7

Usar MSN/chats 26 10,6 16 6,4

Navegar na internet 47 18,9 42 16,7

Ouvir música 151 60,5 100 40,3

Jogar jogos 85 34,2 62 24,9

Fazer downloads de
15 5,8 14 5,7
música na internet
Fazer downloads de
4 1,7 4 1,6
filmes na internet
Fazer downloads de
programas e jogos na 7 2,7 6 2,6
internet

Fazer desporto 30 11,9 4 1,7

Ler livros 47 18,8 36 14,4

Ler revistas 43 17,1 23 9,3

Ler banda desenhada 33 13,1 21 8,6

Estudar/ fazer trabalhos


180 72,3 83 33,2
de casa

Falar ao telefone 33 13,1 29 11,8

Enviar mensagens SMS


80 32,1 68 27,4
a amigo/as

Nenhuma 1 ,4 2 ,6

354
É ainda assinalável a importância de enviar mensagens SMS a amigos/as, actividade
realizada por 32,1% dos jovens inquiridos antes do jantar e, com uma ligeira quebra, por
27,4% dos jovens depois de jantar. Note-se que a percentagem de jovens que envia
mensagens é claramente superior à actividade de falar ao telefone que é perpetrada por
13,1% dos jovens antes do jantar e por 11,8% depois do jantar.
Antes do jantar as principais actividades que os jovens costumam realizar em
simultâneo são ver televisão (em 45,3% dos casos), ouvir música (33,5%) e estudar e
fazer os trabalhos de casa (32,1%). Percentagens ainda apreciáveis de jovens inquiridos
declaram ainda que enviam mensagens SMS a amigo/as (18,9%), usam o computador
(15,8%) e jogam jogos electrónicos (10,7%) em simultâneo com outras actividades.
12,2% dos inquiridos declaram também que não realizam nenhuma actividade em
simultâneo. Depois do jantar mantêm-se as principais tendências, contudo, é de
assinalar que a percentagem de inquiridos que não faz nenhuma actividade em
simultâneo atinge os 26,1%.

355
Tabela 387: Quais actividades costuma fazer em simultâneo:

Antes de jantar Depois de jantar


N % N %

Ver televisão 112 45,3 100 40,0

Interagir com a televisão 6 2,6 9 3,5

Ver DVD ou vídeos 4 1,7 3 1,3

Ver programas de TV
_ _ 1 ,5
gravados

Usar o computador 39 15,8 29 11,8

Usar MSN/chats 5 2,0 6 2,3

Navegar na internet 17 6,7 16 6,6

Ouvir música 83 33,5 57 23,0

Jogar jogos 27 10,7 25 10,2

Fazer downloads de
1 ,5 2 ,8
música na internet
Fazer downloads de
_ _ 1 ,4
filmes na internet
Fazer downloads de
programas e jogos na _ _ 1 ,4
internet

Fazer desporto _ _ 0 ,1

Ler livros 6 2,6 6 2,4

Ler revistas 14 5,8 9 3,7

Ler banda desenhada 5 2,2 11 4,4

Estudar/ fazer trabalhos


80 32,1 32 12,8
de casa

Falar ao telefone 11 4,5 13 5,2

Enviar mensagens SMS


47 18,9 39 15,7
a amigo/as

Nenhuma 30 12,2 65 26,1

356
No que respeita à atribuição de uma ordem de frequência às actividades mais realizadas
antes do jantar, a televisão continua a ter a maior prioridade para 49,9% dos jovens
inquiridos, logo de seguida está estudar e fazer os trabalhos que é da maior frequência
para 39,3% dos inquiridos. Outras actividades relevantes para os jovens na primeira
ordem de frequência estão: usar o computador (14,5%), enviar mensagens SMS a
amigos/as (13,3%) e fazer desporto (13,1%). Outras actividades lúdicas tomam a
segunda prioridade como ouvir música (em 31,2% dos casos) e interagir com a televisão
(em 31,4% dos casos), assim como usar o computador (23,1%), ver DVD’s ou vídeos
(21,4%) e navegar na internet (20,4%). Estudar e fazer os trabalhos de casa (25,1%) é
também uma actividade relevante na segunda ordem de frequência. É ainda de assinalar
que ver televisão, enviar mensagens por SMS, usar o computador e estudar ou fazer os
trabalhos de casa são actividades relevantes em todas as ordens de frequência, e são as
principais actividades que estruturam os tempos livres dos jovens antes de jantar,
independentemente de ser uma actividade a que dedicam grande atenção ou uma
actividade de fundo, como o ir espreitando o que se passa no ecrã da televisão. Não são
actividades que se sobrepõe, mas que convivem essencialmente umas com as outras.

357
Tabela 388: Actividade que faz mais frequentemente antes de jantar:
Ordem Ordem Ordem
N frequência 1 frequência 2 frequência 3 Ns/nr (%)
(%) (%) (%)

Ver televisão 242 49,9 19,7 20,1 10,4

Interagir com a televisão 18 8,9 31,4 5,9 53,7

Ver dvds ou vídeos 30 3,8 21,4 2,2 72,7

Ver programas de TV
12 _ 8,9 6,4 84,7
gravados

Usar o computador 102 14,5 23,1 18,8 43,6

Usar MSN/chats 26 7,2 6,4 15,8 70,6

Navegar na internet 47 6,0 20,4 20,3 53,3

Ouvir música 151 3,4 31,2 20,5 45,0

Jogar jogos 85 3,6 21,7 22,9 51,9

Fazer downloads de
15 _ 17,1 14,8 68,0
música na internet
Fazer downloads de
4 _ 23,7 _ 76,3
filmes na internet
Fazer downloads de
programas e jogos na 7 _ _ _ 100,0
internet

Fazer desporto 30 13,1 8,5 10,7 67,7

Ler livros 47 9,2 14,4 18,1 58,3

Ler revistas 43 14,4 21,2 64,4

Ler banda desenhada 33 2,6 14,8 12,1 70,5

Estudar/ fazer trabalhos


180 39,3 25,1 18,1 17,4
de casa

Falar ao telefone 33 3,4 9,0 8,7 78,9

Enviar mensagens SMS


80 13,3 10,8 20,6 55,3
a amigo/as

Quanto à atribuição de uma ordem de frequência às actividades mais realizadas depois


do jantar, a televisão reforça a sua posição como actividade mais frequente para 67,3%
dos jovens inquiridos, logo de seguida está ver programas de TV gravados (34,2%).
Estudar e fazer os trabalhos de casa continua a ser uma actividade na primeira ordem de
frequência para 27,3% dos inquiridos. Outras actividades relevantes depois do jantar na

358
primeira ordem de frequência estão: enviar mensagens SMS a amigos/as (19,2%), jogar
jogos (13,2%), usar o computador (13,1%), e falar ao telefone (12,5%).

Tabela 389: Actividade que faz mais frequentemente depois de jantar:


Ordem Ordem Ordem
N frequência 1 frequência 2 frequência 3 Ns/nr (%)
(%) (%) (%)

Ver televisão 233 67,3 13,9 11,0 7,9

Interagir com a televisão 16 6,9 35,9 5,5 51,8

Ver dvds ou vídeos 30 6,7 37,2 7,9 48,2

Ver programas de TV
7 34,2 _ 17,2 48,7
gravados

Usar o computador 66 13,1 32,8 20,9 33,2

Usar MSN/chats 16 5,0 30,4 5,8 58,8

Navegar na internet 42 9,9 21,5 28,7 39,9

Ouvir música 100 9,0 29,7 24,6 36,7

Jogar jogos 62 13,2 30,1 22,9 33,8

Fazer downloads de
14 5,5 _ 7,9 86,6
música na internet
Fazer downloads de
4 _ 23,5 28,7 47,7
filmes na internet
Fazer downloads de
programas e jogos na 6 _ _ 14,4 85,6
internet

Fazer desporto 4 7,7 _ 24,0 68,3

Ler livros 36 6,0 30,3 23,0 40,6

Ler revistas 23 _ 26,3 14,1 59,6

Ler banda desenhada 21 6,4 40,7 10,5 42,5

Estudar/ fazer trabalhos


83 27,3 35,1 17,4 20,2
de casa

Falar ao telefone 29 12,5 7,1 28,0 52,4

Enviar mensagens SMS


68 19,2 21,0 21,7 38,1
a amigo/as

Ainda quanto às actividades mais realizadas depois do jantar, na segunda ordem de


frequência destacam-se outras actividades lúdicas como ler banda desenhada (40,7%) e

359
livros (30,3%), ver DVD’s ou vídeos (37,2%), interagir com a televisão (35,9%), usar o
computador (em 32,8% dos casos), usar o MSN e chats (30,4%) e jogar jogos (30,1%).
Saliente-se ainda que estudar e fazer os trabalhos de casa é uma actividade que se
encontra na segunda ordem de frequência depois do jantar para 35,1% dos inquiridos.

Verifica-se uma centralidade do quarto dos jovens enquanto local privilegiado onde se
realizam diversas actividades o que justifica a designação de “cultura do quarto de
dormir” no que respeita ao usufruto dos tempos livres. Os jovens realizam um conjunto
de práticas com os media, em simultâneo ou em exclusivo, utilizam o computador,
estudam, vêm televisão, ouvem música entre outras actividades tudo no mesmo espaço
físico do quarto. Isto também é sinal de novas formas de organização familiar e, em
particular, da organização geográfica das actividades familiares. Não podemos falar que
a sala se tornou irrelevante enquanto espaço familiar comum na utilização dos media.
Verifica-se pelo contrário que continua a ser bastante relevante contudo tem sofrido a
concorrência de outros espaços domésticos, em especial, o quarto que cresce em
importância como local de utilização dos media a par de uma utilização cada vez mais
privatizada de vários aparelhos, cada membro em potência poderá ter direito a ter o seu
próprio telemóvel ou telefone, aparelho de televisão, computador, etc… O quarto torna-
se assim cada vez menos um espaço privado onde apenas se dorme mas onde se realiza
todo um conjunto de práticas ligadas aos media. Podemos mesmo dizer os sistemas dos
media visíveis no espaço público têm invadido o espaço privado do quarto de dormir,
em especial, nas novas gerações. Esta lógica “do quarto para o mundo” pode, no futuro,
lançar novas tensões e reconfigurações da fronteira entre público e privado e novas
reconfigurações e negociações no que se entende por vida familiar.

360
Capítulo 14: Dinâmica familiar e interacção em torno
dos media: autonomia dos jovens, autoridade e
controlo paternal sobre os media.

Neste capítulo queremos dar conta não só das dinâmicas familiares num sentido lato
mas, principalmente, da forma como a apropriação dos media e das novas tecnologias
pelos jovens pode estar a ter impacto no âmbito da interacção familiar em torno das
TIC. Com o rápido aumento do número de agregados familiares com conexão à internet,
surge o interesse em perceber como as novas tecnologias influenciam as relações
familiares e qual o potencial das TICs para mudar a vida familiar, tanto no desempenho
de papéis tradicionais, como na produção de novos campos de possível conflito.
Mas antes de nos debruçarmos com a interacção familiar em torno dos media, vamos
olhar um pouco para a situação escolar dos jovens, que constitui uma importante esfera
de negociação e conflito, e para as percepções de pais e filhos sobre essa realidade, que,
em muitas situações, se interliga com dinâmica familiar em torno dos media. Dos jovens
respondentes, 22,9% afirmam que da última vez que tiveram notas, reprovaram a
alguma disciplina. Existe uma percentagem superior de rapazes (25,4%) do que de
raparigas (19,6%) que reprovou a alguma disciplina, o que é coerente com vários
estudos que demonstram um maior aproveitamento escolar por parte das raparigas.
Além disso, como seria de esperar, são os mais velhos que têm maiores dificuldades na
progressão dos estudos, sendo que 27,2% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos reprovaram
a alguma disciplina, da última vez que obtiveram notas escolares.

Tabela 390: Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina?

N %
Sim 248 22,9
Não 833 77,1
Total 1081 100,0

Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina?


Masculino Feminino
N % N %
Sim 157 25,4 91 19,6
Não 460 74,6 373 80,4
Total 617 100,0 464 100,0

361
Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina?
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 7 5,8 78 21,6 163 27,2
Não 113 94,2 283 78,4 437 72,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

Verifica-se que há uma percepção generalizada dos jovens de que deveriam estudar
mais: 21,8% dos jovens concorda muito que o deveriam fazer e 51,5% concorda algo.
Em coerência com o exposto atrás, há uma maior percentagem de rapazes que acham
que concordam algo (52,5% em comparação com 50,2% das raparigas) e que
concordam muito (23,7% em comparação com 19,4% das raparigas) com a ideia de que
deveriam estudar mais. São também os inquiridos mais velhos que têm uma maior
percepção de que deveriam aplicar-se mais nos estudos.

Tabela 391: Acho que deveria estudar mais

N %
Muito 236 21,8
Algo 557 51,5
Pouco 228 21,1
Nada 60 5,6
Total 1081 100,0

Acho que deveria estudar mais


Masculino Feminino
N % N %
Muito 146 23,7 90 19,4
Algo 324 52,5 233 50,2
Pouco 112 18,2 116 25,0
Nada 35 5,7 25 5,4
Total 617 100,0 464 100,0

Acho que deveria estudar mais


Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Muito 16 13,3 68 18,8 152 25,3
Algo 49 40,8 184 51,0 324 54,0
Pouco 44 36,7 84 23,3 100 16,7
Nada 11 9,2 25 6,9 24 4,0
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

362
É clara a discrepância entre a percepção que os inquiridos têm sobre o que os pais
pensam em relação ao estudo e o que eles próprios pensam. Grande parte dos jovens
afirma que os pais acham muito ou algo que eles deveriam estudar mais (37,4% e 36%
respectivamente). É de sublinhar que para 44,2% dos rapazes os pais acham muito que
eles deveriam estudar mais, enquanto que apenas 28,2% das raparigas acham o mesmo.
Em coerência com o que foi dito atrás, também entre os mais velhos há maiores
percentagens de jovens a afirmar que os pais pensam que eles deveriam estudar mais,
porém, as diferenças entre escalões etários não são tão marcadas como entre os sexos.

Tabela 392: Os meus pais acham que eu deveria estudar mais

N %
Muito 404 37,4
Algo 389 36,0
Pouco 184 17,0
Nada 104 9,6
Total 1081 100,0

Os meus pais acham que eu deveria estudar mais


Masculino Feminino
N % N %
Muito 273 44,2 131 28,2
Algo 226 36,6 163 35,1
Pouco 74 12,0 110 23,7
Nada 44 7,1 60 12,9
Total 617 100,0 464 100,0

Os meus pais acham que eu deveria estudar mais


Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Muito 41 34,2 128 35,5 235 39,2
Algo 39 32,5 133 36,8 217 36,2
Pouco 27 22,5 56 15,5 101 16,8
Nada 13 10,8 44 12,2 47 7,8
Total 120 100,0 361 100,0 600 100,0

É notório que a grande maioria dos jovens inquiridos (72,8%) estuda sozinho, sendo que
a ajuda dentro da família tem pouca expressão. No seio familiar, há uma maior
percentagem de inquiridos a invocar a ajuda da mãe (13,5%) do que a ajuda do pai
(8,4%). 9,9% dos inquiridos declara ainda que vai a casa de um explicador. Não há
grandes diferenças a este respeito a registar entre os sexos. E, sem grandes surpresas,

363
são os inquiridos dos 8 aos 12 anos que mais recebem ajuda para estudar ou fazer os
trabalhos de casa. Claramente, o apoio da família tem um peso preponderante entre os
mais novos, sendo a mãe quem dá mais apoio (em 50,8%), seguida do pai (30%) e dos
irmãos (12,5%). O peso das explicações e dos apoios fora de casa vai aumenta nos
escalões etários mais velhos a par da diminuição do apoio dentro do seio familiar.

Tabela 393: Tem alguma ajuda para estudar ou fazer o TPC:

N %
Não, estudo sozinho 787 72,8
Sim, a minha mãe ajuda-me 146 13,5
Sim, o meu pai ajuda-me 91 8,4
Sim, ajuda-me um irmão ou irmã 76 7,0
Sim, vem um explicador a minha
casa 13 1,2

Sim, vou a casa de um explicador 107 9,9


Sim, vou a um centro de
explicações/externato 50 4,6

Sim, na escola (ATL, estudo


acompanhado, etc.) 33 3,1

Sim, mas é um tipo de ajuda


diferente das indicadas 40 3,7
anteriormente

Masculino Feminino
N % N %
Não, estudo sozinho
450 72,9 337 72,6
Sim, a minha mãe ajuda-me
81 13,1 65 14,0
Sim, o meu pai ajuda-me
47 7,6 44 9,5
Sim, ajuda-me um irmão ou irmã
44 7,1 32 6,9
Sim, vem um explicador a minha casa
6 1,0 7 1,5
Sim, vou a casa de um explicador
60 9,7 47 10,1
Sim, vou a um centro de
23 3,7 27 5,8
explicações/externato
Sim, na escola (ATL, estudo
19 3,1 14 3,0
acompanhado, etc.)
Sim, mas é um tipo de ajuda diferente
23 3,7 17 3,7
das indicadas anteriormente

364
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Não, estudo sozinho 62 51,7 255 70,6 470 78,3
Sim, a minha mãe
ajuda-me 61 50,8 54 15,0 31 5,2

Sim, o meu pai ajuda-


me 36 30,0 37 10,2 18 3,0

Sim, ajuda-me um irmão


ou irmã 15 12,5 33 9,1 28 4,7
Sim, vem um explicador
6 1,7 7 1,2
a minha casa
Sim, vou a casa de um
explicador 5 4,2 25 6,9 77 12,8

Sim, vou a um centro de


explicações/externato 2 1,7 18 5,0 30 5,0

Sim, na escola (ATL,


estudo acompanhado, 6 5,0 13 3,6 14 2,3
etc.)
Sim, mas é um tipo de
ajuda diferente das 5 4,2 12 3,3 23 3,8
indicadas anteriormente

No inquérito online foram feitas perguntas específicas sobre se já houve ou não


discussões e conflitualidade familiar em torno do uso de diferentes media. Verifica-se
que 44,8%, ou seja, perto de metade dos jovens inquiridos, já teve discussões com os
pais por causa do tempo que passa ligado à internet. E é interessante verificar que existe
uma maior percentagem de raparigas (47,2%) do que de rapazes (42,9%) que afirmam
já terem tido discussões familiares relacionadas com o tempo que passam na internet.
Igualmente curioso é verificar que é entre os mais novos que se verifica a menor
percentagem de jovens inquiridos a ter discussões com os pais. Isto poderá ser talvez o
resultado de um controlo paternal mais apertado, onde os pais podem impedir o acesso
ao computador e à internet. Nas camadas mais velhas, relativa aos adolescentes, a
existência de maiores percentagens de jovens que já tiveram discussões com os pais
poderá ser um sinal de maior liberdade e autonomia quanto ao acesso e ao uso da
internet (ou de procura dessa maior autonomia). Mais especificamente, verifica-se que a
etapa onde o conflito parece ser mais propenso é entre os 13 e os 15 anos, baixando um
pouco entre os 16 e os 18 anos. Este declínio poderá ainda cruzar com o (ainda curto)
ciclo de vida do adolescente e com a forma como é negociada a autonomia entre pais e
filhos. Entre os 13 e os 15 anos muitos adolescentes ainda não têm liberdade para sair à
noite ou para organizar determinado tipo de programas com os seus pares, contudo,
poderão já ter liberdade suficiente para um livre acesso à internet. Adolescentes com

365
este grau intermédio de liberdade poderão recorrer mais ao uso da internet, potenciando
o conflito. Além disso, parte da vida social dos adolescentes poderá estar a ser
transferida para os programas de computador que permitem uma mediação por
computador das interacções sociais. Abre-se aqui todo um campo de pesquisa,
necessária para um conhecimento mais aprofundado destas questões.

Tabela 394: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ligado à internet

N %
Sim 484 44,8
Não 584 54,0
Não sabe/não responde 13 1,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 265 42,9 219 47,2
Não 344 55,8 240 51,7
Não sabe/não responde 8 1,3 5 1,1

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 44 36,7 178 49,3 262 43,7
Não 75 62,5 176 48,8 333 55,5
Não sabe/não responde 1 ,8 7 1,9 5 ,8

O período do dia em que os inquiridos se ligam à internet parece gerar bem menos
conflito que o tempo de uso. Apenas 18,5% dos inquiridos assinalam que já tiveram
discussões com os pais em torno do período do dia em que estão online. Mas, neste
campo, são os rapazes os que declaram ter mais discussões (19,8%). E é entre os mais
novos que parece ser um pouco mais propenso o conflito em torno desta questão. A
propensão para o conflito parece ir descendo há medida que a idade dos inquiridos
aumenta. Isto faz sentido se pensarmos que é nas idades mais jovens que há um maior
controlo paternal sobre os horários como os horários das refeições, de deitar e de
levantar.

366
Tabela 395: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que me ligo à
internet

N %
Sim 200 18,5
Não 861 79,6
Não sabe/não responde 20 1,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 122 19,8 78 16,8
Não 484 78,4 377 81,3
Não sabe/não responde 11 1,8 9 1,9

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 24 20,0 70 19,4 106 17,7
Não 95 79,2 283 78,4 483 80,5
Não sabe/não responde 1 ,8 8 2,2 11 1,8

A fonte menos significativa de conflito é o que os jovens fazem quando navegam na


internet. E, sem surpresas, é entre os mais jovens que esse conflito é maior o que denota
um maior controlo paternal nos jovens entre os 9 e os 12 anos, sendo claro que os mais
velhos (dos 16 aos 18 anos) gozam de mais liberdade e autonomia.

Tabela 396: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço quando estou ligado à internet

N %
Sim 92 8,5
Não 968 89,5
Não sabe/não responde 21 1,9
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 55 8,9 37 8,0
Não 550 89,1 418 90,1
Não sabe/não responde 12 1,9 9 1,9

367
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 14 11,7 33 9,1 45 7,5
Não 104 86,7 318 88,1 546 91,0
Não sabe/não responde 2 1,7 10 2,8 9 1,5

Os gastos também só são um foco de conflito para uma minoria dos jovens internautas
(16,7%). Será de esperar que este seja um foco de conflito cada vez menos importante
há medida que aumentarem as ligações de banda larga e há medida que os contractos
com as empresas de telecomunicações tenham limites de tráfego menos restritivos. O
conflito em torno dos gastos parece ser um pouco mais propenso entre os rapazes
(17,8%) e entre os jovens entre os 16 e os 18 anos (17,7%). O conflito em tornos dos
gastos está ligado com o conflito em torno do tempo de uso. Tal foi verificado
estatisticamente utilizando o teste do qui-quadrado (sig. <0,001). A relação entre os dois
conflitos é moderada (V de Cramer =0,49). Portanto, uma parte das discussões em torno
do tempo não será tanto em torno do argumento de que a internet “rouba” tempo para
outras actividades (estudar, estar com a família, etc.) mas pela razão económica que os
pais sentem no bolso. Contudo, não é só entre esses dois conflitos que existem relações
estatisticamente significativas. Elas foram verificadas (para um sig.<0,001) entre todos
os tipos de conflitos. Fica então patente que as discussões com os pais envolvem muitas
vezes as várias dimensões de utilização que constituem um “pacote” completo com o
qual os jovens são confrontados. Por outras palavras, tendencialmente, os inquiridos que
declararam já ter tido discussões com os pais numa dimensão declaram também já ter
tido discussões noutra dimensão de utilização.

Tabela 397: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto enquanto estou ligado à
internet

N %
Sim 181 16,7
Não 883 81,7
Não sabe/não responde 17 1,6
Total 1081 100,0

368
Masculino Feminino
N % N %
Sim 110 17,8 71 15,3
Não 497 80,6 386 83,2
Não sabe/não responde 10 1,6 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 20 16,7 55 15,2 106 17,7
Não 98 81,7 299 82,8 486 81,0
Não sabe/não responde 2 1,7 7 1,9 8 1,3

Perguntar directamente aos jovens o que estão a fazer parece ser a forma mais frequente
de vigilância paternal (38,1%) e logo a seguir está a olhada dos pais sobre os que jovens
internautas estão a fazer (36,9%). As raparigas parecem sofrer uma vigilância um pouco
mais apertada do que os rapazes visto que 41,8% declara que os pais perguntam o que
estão a fazer e 40,7% afirma que os pais vão olhar, contra 35,3% e 34% dos rapazes,
respectivamente. O controlo directo do correio electrónico é muito pouco frequente
(0,6% dos casos), assim como é pouco frequente os pais acederem ao historial dos
browsers para verificar onde os filhos andaram a navegar (2,9%). A percentagem de
jovens que são acompanhados pelos pais que se sentam ao lado do computador também
é bastante minoritária (7,1%), assim como a percentagem de jovens cujos pais os
ajudam a navegar (6,8%). 11,2% dos inquiridos declaram ainda que os pais estão
presentes na mesma sala quando estão ligados à internet. O que é significativa é a
percentagem de jovens inquiridos que afirmam que os pais não fazem nada (53,6%),
contudo, isto não deve ser equacionado com a ausência de controlo por parte dos pais
destes inquiridos. Como seria de esperar a vigilância por parte dos pais é mais apertada
entre os mais jovens. 42,5% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos afirma que os pais
perguntam o que estão a fazer e 47,5% declaram que os pais vão espreitar o que estão a
fazer. Ademais, todas as percentagens relativas à vigilância e à ajuda parental aumenta
nos inquiridos mais jovens. Como seria de esperar essas percentagens descem à medida
que são considerados os inquiridos mais velhos.

369
Tabela 398: O que fazem os teus pais enquanto estás ligado à internet?:

N %
Perguntam-me o que estou a fazer
412 38,1
Dão uma olhadela
399 36,9
Ajudam-me
73 6,8
Estão na mesma sala
121 11,2
Sentam-se comigo
77 7,1
Vão ver, a seguir, por onde andei a
31 2,9
navegar
Vão ver o meu correio electrónico
6 ,6
Não fazem nada
579 53,6

Masculino Feminino
N % N %
Perguntam-me o que estou a fazer
218 35,3 194 41,8
Dão uma olhadela
210 34,0 189 40,7
Ajudam-me
43 7,0 30 6,5
Estão na mesma sala
62 10,0 59 12,7
Sentam-se comigo
40 6,5 37 8,0
Vão ver, a seguir, por onde andei a
19 3,1 12 2,6
navegar
Vão ver o meu correio electrónico
2 ,3 4 ,9
Não fazem nada
340 55,1 239 51,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Perguntam-me o que
estou a fazer 51 42,5 151 41,8 210 35,0
Dão uma olhadela 57 47,5 149 41,3 193 32,2
Ajudam-me 26 21,7 27 7,5 20 3,3
Estão na mesma
18 15,0 40 11,1 63 10,5
sala
Sentam-se comigo 20 16,7 28 7,8 29 4,8
Vão ver, a seguir, por
onde andei a 11 9,2 16 4,4 4 ,7
navegar
Vão ver o meu
3 2,5 1 ,3 2 ,3
correio electrónico
Não fazem nada 43 35,8 177 49,0 359 59,8

As compras e a revelação de informações pessoais são as proibições mais significativas


(41,4% e 38,9% dos casos, respectivamente). A terceira maior proibição é o download
de ficheiros, mas apenas 16,1% dos inquiridos declaram que não têm permissão de o

370
fazer. Nos restantes itens a taxa de proibição é menos elevada não chegando aos 10%.
(É curioso que 5% declaram que não têm o aval para preencher questionários, visto que
a informação aqui exposta foi obtida por questionário ficamos a saber que pelo menos
5% desobedecem aos pais). Uma percentagem substancial de inquiridos (43,1%) declara
não ter qualquer proibição.
As raparigas parecem ser um pouco mais advertidas pelos pais no sentido de não
fazerem compras (43,3%) e de não darem informações pessoais (42,9%) em
comparação com os rapazes (40% e 35,8%, respectivamente). E são mais os rapazes que
declaram não ter qualquer proibição (44,9%), do que raparigas (40,7%).
No que respeita a proibições, verifica-se uma clara estratificação por idades. Os mais
novos são os que menos liberdades têm, como seria de esperar. Apenas 14,2 dos
internautas dos 9 aos 12 anos declara não ter qualquer tipo de proibição. A larga maioria
está proibida de fazer compras e 63,3% afirmam terem sido advertidos para não darem
informações pessoais. Há aqui um claro contraste com os inquiridos mais velhos, visto
que apenas 31% destes jovens estão avisados para não fazer compras e 30% para não
fornecer informações pessoais. 20,8% dos inquiridos mais jovens estão ainda proibidos
de participar em chats e 15,8% de jogar online. 13,3% declaram ainda que não podem
preencher questionários. Uma minoria não pode enviar SMS’s nem enviar mensagens
de correio electrónico (8,3% e 6,7% respectivamente). Nas camadas mais velhas a clara
tendência é para haja menos restrições. A percentagem de inquiridos dos 13 aos 15 anos
que declara não terem proibições explícitas é de 34,6%, e entre os inquiridos entre os 16
e os 18 anos de idade, essa percentagem ascende aos 54%.

Tabela 399: Quando navegas na internet, segundo os teus pais, que coisas não podes fazer?

N %
Fazer compras 448 41,4
Participar em chats 106 9,8
Dar informações pessoais 420 38,9
Preencher questionários 54 5,0
Fazer download de ficheiros (musica, jogos, etc.) 174 16,1
Enviar SMS's 39 3,6
Enviar mensagens de correio electrónico 22 2,0
Jogar online 80 7,4
Não me proíbem de fazer nada 466 43,1

371
Masculino Feminino
N % N %
Fazer compras
247 40,0 201 43,3
Participar em chats
52 8,4 54 11,6
Dar informações pessoais
221 35,8 199 42,9
Preencher questionários
36 5,8 18 3,9
Fazer download de ficheiros (musica,
94 15,2 80 17,2
jogos, etc.)
Enviar SMS's
26 4,2 13 2,8
Enviar mensagens de correio
14 2,3 8 1,7
electrónico
Jogar online
54 8,8 26 5,6
Não me proíbem de fazer nada
277 44,9 189 40,7

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Fazer compras 86 71,7 176 48,8 186 31,0
Participar em chats 25 20,8 47 13,0 34 5,7
Dar informações pessoais 76 63,3 164 45,4 180 30,0
Preencher questionários 16 13,3 20 5,5 18 3,0
Fazer download de ficheiros
37 30,8 62 17,2 75 12,5
(musica, jogos, etc.)
Enviar SMS's 10 8,3 17 4,7 12 2,0
Enviar mensagens de correio
8 6,7 8 2,2 6 1,0
electrónico
Jogar online 19 15,8 26 7,2 35 5,8
Não me proíbem de fazer
17 14,2 125 34,6 324 54,0
nada

Apenas uma minoria dos jovens inquiridos (16,7%) afirma que os pais utilizam a
internet como mecanismo de recompensa ou de castigo. Entre os sexos não há grandes
diferenças. É entre os escalões etários que se notam as principais diferenças, em
especial, entre os inquiridos mais velhos (dos 16 aos 18 anos) e os restantes. Entre os
mais velhos, apenas 11,2% afirmam que os pais usam a internet como prémio ou castigo
enquanto que nos inquiridos entre os 13 e os 15 anos essa percentagem ascende aos
23% e entre os mais novos dos 9 aos 12 atinge os 25%.

372
Tabela 400: Os teus pais utilizam a internet como forma de castigo ou de prémio?

N %
Sim 180 16,7
Não 715 66,1
Não sabe/não responde 186 17,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 105 17,0 75 16,2
Não 404 65,5 311 67,0
Não sabe/não responde 108 17,5 78 16,8

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 30 25,0 83 23,0 67 11,2
Não 71 59,2 219 60,7 425 70,8
Não sabe/não responde 19 15,8 59 16,3 108 18,0

Verifica-se que, tendencialmente, entre os inquiridos a internet é mais utilizada como


mecanismo de punição (em 12,5% dos casos) do que de sanção (em 9,3% dos casos).
Essa tendência é especialmente evidente entre as raparigas e os inquiridos dos 13 aos 15
anos de idade. Já entre os inquiridos mais jovens dos 9 aos 12 anos, verifica-se o
inverso, visto que 17,5% declaram que os pais utilizam a internet como prémio contra
14,2% que dizem que os pais constrangem o uso da internet como castigo. No entanto é
de notar que a maioria dos inquiridos declara que os pais não fazem nada.

Tabela 401: De que modo?

N %
Deixam-me utilizar a
internet durante mais 100 9,3
tempo como prémio
Não me deixam utilizar a
internet ou retiram-me 135 12,5
tempo de útil
Não fazem nada 846 78,3
Total 1081 100,0

373
Masculino Feminino
N % N %
Deixam-me utilizar a internet
durante mais tempo como prémio 68 11,0 32 6,9

Não me deixam utilizar a internet


ou retiram-me tempo de útil 71 11,5 64 13,8

Não fazem nada 478 77,5 368 79,3

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Deixam-me utilizar a internet
21 17,5 45 12,5 34 5,7
durante mais tempo como prémio
Não me deixam utilizar a internet
17 14,2 69 19,1 49 8,2
ou retiram-me tempo de útil
Não fazem nada 82 68,3 247 68,4 517 86,2

Apenas cerca de 20% dos jovens declara já ter tido discussões por causa do tempo que
passou ao telemóvel. Um dado curioso é a discrepância entre a percentagem de
raparigas que já teve discussões com os pais por causa do tempo (27,8%) e a
percentagem de rapazes (13,5%). Por outro lado são os mais velhos que
tendencialmente têm mais discussões em torno do tempo gasto a falar ao telemóvel.
Uma possível explicação será que os jovens mais velhos utilizam mais o telemóvel
como forma de aprofundar e alargar as suas relações sociais, condizendo com a sua
maior liberdade, seja para falar e trocar impressões com parceiros, combinar saídas,
encontros, ou simplesmente namorar.

Tabela 402: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ao telemóvel

N %
Sim 212 19,6
Não 841 77,8
Não sabe/não responde 28 2,6
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 83 13,5 129 27,8
Não 515 83,5 326 70,3
Não sabe/não responde 19 3,1 9 1,9

374
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 17 14,2 70 19,4 125 20,8
Não 92 76,7 279 77,3 470 78,3
Não sabe/não responde 11 9,2 12 3,3 5 ,8

O período do dia em que os jovens falam ao telemóvel só é um foco de claro de conflito


para 9,5% dos inquiridos. Mais uma vez são as raparigas que são mais propensas às
discussões com os pais visto que 11,5% declara já ter tido discussões em torno do
período de utilização do telemóvel, contra 7,8% dos rapazes. Os mais velhos estão são
os que mais declaram já ter tido discussões em torno dos períodos de utilização (10,2),
que poderão ser devido a utilizações tardias do telemóvel, nas horas das refeições, em
momentos inconvenientes, etc.

Tabela 403: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que utilizo o
telemóvel

N %
Sim 103 9,5
Não 953 88,2
Não sabe/não responde 25 2,3
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 48 7,8 55 11,9
Não 551 89,3 402 86,6
Não sabe/não responde 18 2,9 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 10 8,3 32 8,9 61 10,2
Não 100 83,3 318 88,1 535 89,2
Não sabe/não responde 10 8,3 11 3,0 4 ,7

O uso que é dado ao telemóvel é o que gera menos conflito. Apenas 7,7% declara já ter
entrado em conflito com os pais por causa da utilização do telemóvel. Não são de
registar diferenças muito significativas entre rapazes e raparigas, embora se verifique
mais uma ténue tendência para serem as raparigas as mais propensas a entrarem em

375
conflito com os pais por causa do telemóvel. No entanto, é entre os mais novos que é
mais evidente uma maior propensão para o conflito com os pais., talvez fruto do maior
controlo parental a que são sujeitos.

Tabela 404: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço enquanto uso o telemóvel

N %
Sim 83 7,7
Não 972 89,9
Não sabe/não responde 26 2,4
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 46 7,5 37 8,0
Não 553 89,6 419 90,3
Não sabe/não responde 18 2,9 8 1,7

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 15 12,5 27 7,5 41 6,8
Não 95 79,2 322 89,2 555 92,5
Não sabe/não responde 10 8,3 12 3,3 4 ,7

Os gastos com o telemóvel são o principal tópico de discussão com os pais para 31,4%
dos jovens. Conduziu-se o teste estatístico do qui-quadrado para verificar até que ponto
as discussões em torno dos gastos se associam à discussão em torno do tempo gasto em
telemóvel e de facto, mais uma vez, verificou-se uma ligação entre os dois conflitos – o
do tempo e o dos gastos (sig <0,001). Como a medida de associação V de Cramer
verificou-se assim que a associação entre os dois conflitos está entre uma associação
mediana e uma associação forte (V de Cramer = 0,665). Poderemos então dizer, com
propriedade, que grande parte da discussão sobre o tempo é derivada dos gastos com o
telemóvel, até porque muito do tempo que os jovens passam ao telemóvel é invisível
para os pais enquanto tempo, mas revela-se nos custos. Aprofundando a análise
verificamos relações estatisticamente significativas entre todos os tipos de conflitos, o
que sugere que quando é despoletado um conflito familiar em torno da utilização do
telemóvel são discutidos muitas vezes em conjunto as várias dimensões de utilização: o

376
tempo, o período do dia em que se usa o telemóvel, o que se faz com o telemóvel, os
gastos.
E uma vez mais são as raparigas as que revelam maior tendência para o conflito com os
pais, desta vez em torno dos gastos: 37,9% das raparigas afirmam já terem entrado em
conflito com os pais, uma percentagem claramente acima da verificada entre os rapazes
(26,4%). No que respeita à comparação entre os vários escalões etários, já não se
verificam diferenças tão evidentes.

Tabela 405: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em telemóvel

N %
Sim 339 31,4
Não 712 65,9
Não sabe/não responde 30 2,8
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 163 26,4 176 37,9
Não 431 69,9 281 60,6
Não sabe/não responde 23 3,7 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 34 28,3 117 32,4 188 31,3
Não 74 61,7 232 64,3 406 67,7
Não sabe/não responde 12 10,0 12 3,3 6 1,0

Cerca de um terço dos jovens internautas já entrou numa discussão com os pais por
causa do tempo que passou a jogar jogos de vídeo ou de computador, sendo este o
principal foco de discussão. E desta fez a propensão para o conflito é muito mais clara
entre os rapazes, e isto é verdadeiro para todos os tipos de conflito considerados: o
tempo que se passa a jogar; o período do dia em que se joga; o tipo de jogos de que os
inquiridos gostam; e os gastos em jogos. 41,5% dos rapazes declara já ter entrado em
contenda com os pais por causa do tempo passado a jogar, sendo que as raparigas estão
a uma distância de 20 pontos percentuais. 17,2% dos rapazes já tiveram discussões por
causa do período em que estiveram a jogar e pouco mais de dez por cento declara ainda
ter tido discussões em torno do tipo de jogos jogados, enquanto que apenas 7,5% das
raparigas entrou em conflito com os pais por causa do período do dia em que jogaram e

377
só 4,3% afirmam já ter tido discussões por causa do que tipo de jogos que gostam. Os
inquiridos mais novos também estão mais propensos à discussão com os pais nos vários
focos de conflito considerados, mas as diferenças entre escalões etários não são tão
díspares como as diferenças entre rapazes e raparigas.

Tabela 406: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a jogar

N %
Sim 357 33,0
Não 710 65,7
Não sabe/não responde 14 1,3
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 256 41,5 101 21,8
Não 357 57,9 353 76,1
Não sabe/não responde 4 ,6 10 2,2

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 45 37,5 125 34,6 187 31,2
Não 72 60,0 229 63,4 409 68,2
Não sabe/não responde 3 2,5 7 1,9 4 ,7

Tabela 407: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que jogo

N %
Sim 141 13,0
Não 929 85,9
Não sabe/não responde 11 1,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 106 17,2 35 7,5
Não 507 82,2 422 90,9
Não sabe/não responde 4 ,6 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 23 19,2 43 11,9 75 12,5
Não 94 78,3 312 86,4 523 87,2
Não sabe/não responde 3 2,5 6 1,7 2 ,3

378
Tabela 408: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de jogos que gosto

N %
Sim 93 8,6
Não 977 90,4
Não sabe/não responde 11 1,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 73 11,8 20 4,3
Não 541 87,7 436 94,0
Não sabe/não responde 3 ,5 8 1,7

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 19 15,8 42 11,6 32 5,3
Não 97 80,8 313 86,7 567 94,5
Não sabe/não responde 4 3,3 6 1,7 1 ,2

Tabela 409: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em jogos

N %
Sim 112 10,4
Não 957 88,5
Não sabe/não responde 12 1,1
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 83 13,5 29 6,3
Não 531 86,1 426 91,8
Não sabe/não responde 3 ,5 9 1,9

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 19 15,8 40 11,1 53 8,8
Não 98 81,7 314 87,0 545 90,8
Não sabe/não responde 3 2,5 7 1,9 2 ,3

No que respeita à utilização da televisão, o principal tópico de conflito com os pais é o


tempo passado a ver televisão (29,1% dos casos). A seguir vem a contenda em torno do
período do dia em que os jovens vêm televisão (14,7% dos casos) e por último, a
discussão em torno do tipo de programas que os jovens inquiridos vêm (9,1%). As

379
raparigas são mais propensas ao conflito com os pais no que respeita ao tempo
despendido e ao período do dia que os inquiridos passam a ver televisão. Porém, a
situação inverte-se nas discussões em torno do tipo de programas vistos. Os inquiridos
entre os 9 e os 12 anos, com menos liberdade e sujeitos a maior controlo paternal,
constituem o escalão etário mais propenso ao conflito. O conflito poderá até ter maior
incidência neste escalão etário por causa de um processo de negociação contínua entre
pais e filhos, na tentativa destes ganharam territórios de liberdade no que respeita à
utilização dos media.

Tabela 410: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a ver televisão

N %
Sim 315 29,1
Não 755 69,8
Não sabe/não responde 11 1,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 154 25,0 161 34,7
Não 458 74,2 297 64,0
Não sabe/não responde 5 ,8 6 1,3

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 47 39,2 122 33,8 146 24,3
Não 68 56,7 236 65,4 451 75,2
Não sabe/não responde 5 4,2 3 ,8 3 ,5

Tabela 411: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que vejo televisão

N %
Sim 159 14,7
Não 911 84,3
Não sabe/não responde 11 1,0
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 83 13,5 76 16,4
Não 529 85,7 382 82,3
Não sabe/não responde 5 ,8 6 1,3

380
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 25 20,8 51 14,1 83 13,8
Não 90 75,0 306 84,8 515 85,8
Não sabe/não responde 5 4,2 4 1,1 2 ,3

Tabela 412: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de programas que vejo

N %
Sim 98 9,1
Não 969 89,6
Não sabe/não responde 14 1,3
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 67 10,9 31 6,7
Não 543 88,0 426 91,8
Não sabe/não responde 7 1,1 7 1,5

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 17 14,2 38 10,5 43 7,2
Não 97 80,8 319 88,4 553 92,2
Não sabe/não responde 6 5,0 4 1,1 4 ,7

É curioso que uma parte substancial dos jovens inquiridos (58,9%) declara assumir o
controlo sobre o que vê na televisão, mesmo nos inquiridos mais novos. Ao controlo do
próprio só se sobrepõe o paternal (65,3%) que é maior do que o maternal (58,3%), o que
será talvez um espelho das relações de poder entre a família, ou da forma como são, elas
próprias, percepcionadas pelos jovens. 30,9% dos inquiridos declara que os irmãos
também participam na decisão de que programa ver, contudo, é de notar que nem todos
os inquiridos têm irmãos pelo que o peso dos irmãos na decisão sobre que programas
ver pode estar subestimado. O que isto parece querer dizer é que a decisão sobre o que
ver na televisão é um processo negociado entre pais e filhos, provavelmente de um
modo mais democrático e aberto que antigamente, que poderá deixar antever mudanças
no seio familiar e no modo como as decisões são tomadas em família, pelo menos no
que respeita à utilização dos media. É de notar ainda o pouco peso dos avós neste

381
contexto, contudo, hoje em dia, são cada vez menos as famílias onde vivem três
gerações.

Tabela 413: Quando vês televisão em família, quem decide que programa ver?:

N %
Eu 637 58,9
Os meus irmãos 334 30,9
O meu pai 706 65,3
A minha mãe 630 58,3
O meu Avô/Avó 56 5,2
Outras pessoas 39 3,6
Quase nunca vemos televisão juntos 120 11,1

Masculino Feminino
N % N %
Eu 347 56,2 290 62,5
Os meus irmãos 177 28,7 157 33,8
O meu pai 408 66,1 298 64,2
A minha mãe 363 58,8 267 57,5
O meu Avô/Avó 34 5,5 22 4,7
Outras pessoas 25 4,1 14 3,0
Quase nunca vemos televisão juntos 66 10,7 54 11,6

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Eu 72 60,0 213 59,0 352 58,7
Os meus irmãos 36 30,0 119 33,0 179 29,8
O meu pai 80 66,7 240 66,5 386 64,3
A minha mãe 69 57,5 229 63,4 332 55,3
O meu Avô/Avó 7 5,8 23 6,4 26 4,3
Outras pessoas 3 2,5 15 4,2 21 3,5
Quase nunca vemos
15 12,5 35 9,7 70 11,7
televisão juntos

A televisão é mais utilizada como mecanismo de recompensa ou de castigo do que a


internet. 27,9% dos jovens inquiridos afirma que os pais usam a televisão como forma
de castigo ou de prémio. Entre os sexos não existem significativas a diferenças a
apontar, sendo entre os escalões etários que se verificam diferenças, em particular, entre
os inquiridos mais velhos (dos 16 aos 18 anos) e os restantes. Entre os mais velhos,
21,2% afirmam que os pais usam a internet como prémio ou castigo enquanto que nos
inquiridos entre os 13 e os 15 anos essa percentagem sobe para os 35,7% e entre os mais
novos dos 9 aos 12 atinge os 38,3%.

382
Tabela 414: Os teus pais utilizam a televisão como castigo ou prémio?

N %
Sim 302 27,9
Não 658 60,9
Não sabe/não responde 121 11,2
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Sim 172 27,9 130 28,0
Não 378 61,3 280 60,3
Não sabe/não responde 67 10,9 54 11,6

Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Sim 46 38,3 129 35,7 127 21,2
Não 51 42,5 198 54,8 409 68,2
Não sabe/não responde 23 19,2 34 9,4 64 10,7

Ao contrário da internet, a televisão funciona mais como mecanismo de recompensa


(em 56,8% dos casos) do que de punição (em 43,2% dos casos). Contudo, no caso dos
inquiridos mais jovens dos 9 aos 15, verifica-se o inverso.

Tabela 415: Se sim, de que modo?

N %
Deixam-me ver mais
tempo de televisão 614 56,8
como prémio
Retiram-me algum
tempo de televisão 467 43,2
como castigo
Total 1081 100,0

Masculino Feminino
N % N %
Deixam-me ver mais tempo de
televisão como prémio 366 59,3 248 53,4

Retiram-me algum tempo de


televisão como castigo 251 40,7 216 46,6

383
Idade
9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Deixam-me ver mais tempo de
televisão como prémio 51 42,5 173 47,9 390 65,0
Retiram-me algum tempo de
televisão como castigo 69 57,5 188 52,1 210 35,0

No inquérito aplicado no terreno a nível nacional verifica-se que o maior controlo é


sobre a televisão. 40% dos jovens afirmaram existirem regras por parte dos pais sobre o
tempo para ver televisão e 29,5% declarou existirem regras sobre o tempo para jogar,
sendo este o segundo maior foco de atenção dos pais. O tempo de uso do computador e
da internet aparecem com menos destaque (em 24,6% e 22,2% dos casos
respectivamente), porventura, espelhando ainda a falta de acesso a estes media numa
parte da população portuguesa. Considerando apenas os jovens que são utilizadores
regulares da internet, a televisão fica relegada para último lugar enquanto foco das
regras parentais (28,5% dos casos) e a internet ganha um claro destaque (41,1% dos
utilizadores regulares da internet afirmam que existem regras sobre o tempo de uso da
internet). Verifica-se uma transferência do controlo parental da televisão para os jogos
(32,8% dos casos), para o computador (36,2% dos casos) e principalmente para a
internet. As diferenças entre os sexos não são de grande dimensão sendo mais
significativas as diferenças entre os escalões etários, verificando-se uma clara tendência
para um maior controlo parental sobre os inquiridos mais novos.

Tabela 416: Regras por parte dos seus pais sobre:


Total da amostra Utilizadores regulares da internet
(n=249) (N=100)
N % N %
O tempo para ver
100 40,0 28 28,5
televisão
O tempo para jogar
73 29,5 33 32,8
jogos
O tempo de uso da
55 22,2 41 41,1
internet
O tempo de uso do
61 24,6 36 36,2
computador

384
Masculino Feminino
N % N %
O tempo para ver
52 41,1 48 38,9
televisão
O tempo para jogar
39 31,2 34 27,8
jogos
O tempo de uso da
28 22,5 27 21,8
internet
O tempo de uso do
31 24,5 30 24,6
computador

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
O tempo para ver
63 58,6 22 33,1 14 19,3
televisão
O tempo para jogar
45 41,4 20 29,4 9 12,0
jogos
O tempo de uso da
27 25,5 16 23,3 12 16,3
internet
O tempo de uso do
36 33,4 15 21,4 11 14,5
computador

Ainda dentro do tema das relações familiares analisamos questões que se prendem com
a satisfação dos jovens inquiridos em relação a determinadas dimensões das relações em
família. Genericamente os jovens estão satisfeitos no que respeita às relações dentro do
seio familiar. O que parece ser mais consensual é a percepção dos jovens quanto à ajuda
que recebem da família quando acontece algum problema. 71,2% declaram que quase
sempre recebem essa ajuda. Já não parece ser tão consensual entre os jovens o facto de a
família aceitar as suas vontades, de fazer coisas novas e de fazer mudanças no seu estilo
de vida. Ainda assim, 58% dos inquiridos declaram que a sua família aceita quase
sempre essas vontades. Mais de 60% dos jovens entrevistados afirmam ainda que, quase
sempre, a família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas
em conjunto com eles e exprime os seus afectos e sentimentos. Está aqui patente
portanto uma família contemporânea mais democratizada, onde se exprimem afectos e
onde se abrem brechas para a comunicação, o diálogo, a comunicação assim como, não
poderia deixar de ser, o conflito, aberto ou latente. É dentro deste cenário que os jovens
racionalizam a sua situação familiar, onde negoceiam e conquistam a sua autonomia,
onde agem entre os ditos e os interditos. É ainda de notar que 67% dos entrevistados
afirma que se sentem quase sempre satisfeitos com o tempo que dedicam à família.
É curioso notar que, em todas as dimensões de satisfação apresentadas no que respeita
às relações familiares, há sempre uma maior percentagem de raparigas satisfeitas do que
de rapazes. Em quase todas as dimensões a percentagem de raparigas geralmente

385
satisfeitas é superior a 70% e apenas no que respeita à aceitação das vontades de fazer
coisas novas e de fazer mudanças no seu estilo de vida é inferior a essa percentagem
(65,8%). Já os rapazes apresentam taxas inferiores de satisfação, geralmente inferiores a
60%. É de notar ainda que é entre os mais velhos (dos 16 aos 18 anos) que se verificam
as menores percentagens de jovens satisfeitos com as dimensões expostas no que
respeita às relações familiares. Tal resultado poderá advir precisamente da exigência de
maior autonomia e individualização destes jovens dentro da família, que sejam
reconhecidos como elementos com vontades próprias e com exigências de
democratização das relações. Contudo tais exigências poderão ser muitas vezes
problemáticas numa situação transitória entre ser criança e tornar-se adulto, entre querer
ser mais autónomo/a e independente sendo, todavia, económica e emocionalmente
dependente da família.

Tabela 417: Estou satisfeito com:

Quase nunca Às vezes Quase sempre Ns/nr


Com a ajuda que recebo
da minha família quando
,2 22,7 71,2 5,9
acontece algum
problema
Com a forma como a
minha família discute
questões e assuntos de
2,2 27,6 63,6 6,6
interesse comum e
resolvem problemas em
conjunto comigo
Com o facto de a minha
família aceitar as
minhas vontades de
5,6 27,8 58,2 8,5
fazer coisas novas e de
fazer mudanças no
nosso estilo de vida
Com o modo como a
minha família exprime
os seus afectos e 1,4 26,8 64,2 7,5
sentimentos como a
raiva, o perdão, o amor
Com o tempo que
1,9 23,7 67,0 7,4
dedico à minha família

386
Sexo do entrevistado
Masculino Feminino
N % N %
Quase nunca 1 ,5
Com a ajuda que recebo Às vezes 38 26,9 25 18,3
da minha família quando
acontece algum problema Quase sempre 94 66,5 103 76,1
Ns/nr 9 6,7 7 5,1
Com a forma como a Quase nunca 3 2,3 3 2,1
minha família discute Às vezes 46 33,0 29 21,9
questões e assuntos de
interesse comum e Quase sempre 81 57,4 95 70,1
resolvem problemas em Ns/nr
conjunto comigo 10 7,3 8 5,9
Com o facto de a minha Quase nunca 11 7,9 4 3,1
família aceitar as minhas Às vezes 45 31,8 32 23,6
vontades de fazer coisas
novas e de fazer mudanças Quase sempre 72 51,0 89 65,8
no nosso estilo de vida Ns/nr 13 9,3 10 7,6
Com o modo como a minha Quase nunca 3 2,1 1 ,8
família exprime os seus Às vezes 48 34,2 26 19,1
afectos e sentimentos
como a raiva, o perdão, o Quase sempre 79 56,2 98 72,5
amor Ns/nr 11 7,5 10 7,6
Quase nunca 3 2,5 2 1,2
Com o tempo que dedico à Às vezes 42 29,8 23 17,4
minha família Quase sempre 84 59,7 101 74,6
Ns/nr 11 8,1 9 6,8

Idade
8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
N % N % N %
Quase nunca 1 ,7
Com a ajuda que recebo
da minha família quando Às vezes 14 13,0 16 22,2 33 33,6
acontece algum problema Quase sempre 84 78,0 52 74,6 60 61,3
Ns/nr 10 9,0 2 3,1 4 4,4
Com a forma como a Quase nunca 3 3,0 1 1,4 2 2,0
minha família discute Às vezes 19 17,3 20 28,4 37 38,2
questões e assuntos de
interesse comum e Quase sempre 75 69,9 46 65,4 54 55,4
resolvem problemas em Ns/nr
conjunto comigo 11 9,8 3 4,8 4 4,4
Com o facto de a minha Quase nunca 5 5,0 3 4,1 7 7,2
família aceitar as minhas Às vezes 22 20,3 22 31,5 33 33,4
vontades de fazer coisas
novas e de fazer mudanças Quase sempre 67 62,3 39 56,5 54 55,0
no nosso estilo de vida Ns/nr 13 12,4 6 8,0 4 4,4
Com o modo como a minha Quase nunca 1 1,5 3 3,0
família exprime os seus Às vezes 25 23,0 17 23,7 33 33,2
afectos e sentimentos
como a raiva, o perdão, o Quase sempre 72 66,9 47 66,8 58 59,4
amor Ns/nr 11 10,1 6 8,0 4 4,4
Quase nunca 2 1,5 3 3,5
Com o tempo que dedico à Às vezes 19 17,7 16 22,9 30 30,9
minha família Quase sempre 75 69,9 49 70,7 60 61,1
Ns/nr 12 10,8 4 6,4 4 4,4

387
Os dados do inquérito aplicado no terreno a nível nacional e do inquérito online
apontam para uma diversificação do controlo parental que se joga em várias frentes: da
televisão ao telemóvel, dos jogos à internet. Entre os utilizadores da internet, a televisão
deixou de ser o foco principal das regras parentais. Verifica-se assim uma transferência
do controlo da televisão para outros media e em especial para a internet. Esta
diversificação em várias frentes das regras parentais sugere a emergência de vários
campos de negociação entre pais e filhos com repercussões na organização da vida
familiar. As novas tecnologias da informação e da comunicação têm permeado cada vez
mais o dia a dia dos adolescentes o que poderá dar azo à ocorrência de conflitos
específicos em torno do consumo dos media. No inquérito online verificou-se que os
conflitos em torno do tempo de utilização são os mais frequentes, no que respeita à
internet, à televisão e aos jogos. No que diz respeitos à utilização do telemóvel, o
principal foco de contenda são os gastos. Verificaram-se relações estatisticamente
significativas entre os vários tipos de conflito o que indicia que as discussões com os
pais envolvem muitas vezes mais do que uma dimensão de utilização. Isto é, nas
contendas com os pais, os jovens são confrontados com as várias dimensões de
utilização com ao mesmo tempo: o tempo de utilização, o período do dia, o uso que dão
e os gastos monetários. O que quer dizer que estas dimensões serão, porventura,
negociadas em “pacote” entre pais e filhos. Os conflitos em torno da utilização do
telemóvel incidem em especial sobre as raparigas enquanto que o conflito em torno dos
jogos é mais evidente no caso dos rapazes. É ainda patente um maior controlo e uma
maior incidência das regras e das proibições sobre os mais novos.
Um estudo efectuado por Gustavo Mesch (2006) demonstra como a utilização dos
media e especificamente as competências dos jovens na utilização dos novos media
estão a causar impacto nas relações familiares. Segundo este autor, verifica-se um
aumento do conflito entre pais e adolescentes em famílias onde o adolescente era
considerado como o perito na utilização da internet. Tais conflitos eram tanto maiores
quanto maior era a pressão dos pais para tentar reduzir a autonomia do adolescente, ao
controlar o acesso à internet e onde os pais mostravam preocupações negativas sobre o
uso da mesma. Como já foi dito, no nosso inquérito realizado online, grande parte dos
jovens declara serem eles que mais sabem sobre internet em casa e apenas cerca de 10%
declara ser o pai quem mais sabe de internet. A discrepância de conhecimentos sobre a
utilização dos novos media, que muitas vezes pende para o lado dos filhos que

388
demonstram ter maiores competências na utilização das novas tecnologias, poderá
confundir as representações no que diz respeito às relações de poder em casa. Face a
realidades e a tecnologias muitas vezes desconhecidas por parte dos pais, criam-se focos
de incerteza no que respeita a aplicação de regras e emergem novos campos de
negociação ou de tensão familiar no que respeita à autonomia dos adolescentes, à
autoridade paternal e ao controlo caseiro sobre os media.

389
Capítulo 15: Conclusão

Depois de termos olhado para o panorama dos media em Portugal, no que respeita aos
jovens, podemos dizer que as suas relações com o sistema dos media contemporâneo
são bastante diferentes das relações com os media verificadas nas gerações anteriores.
Talvez não seja exagerado falar em descontinuidades em relação a formas anteriores de
relacionamento e consumo de produtos mediáticos. Verificaram-se bastante mudanças a
partir dos anos 90 no panorama dos media, mudanças que se têm aprofundado nos dias
de hoje e que prometem continuar. Uma das grandes mudanças, verificada no sector dos
jovens inquiridos mais familiarizados com as novas tecnologias, é a perda do lugar
central da televisão em termos subjectivos. Não se dá o caso de a televisão ser menos
difundida hoje, antes pelo contrário, ela é difundida por vários meios, por radiodifusão,
por cabo, pela internet, por comunicações móveis. Além disso, os seus conteúdos
diversificaram-se, multiplicaram-se, chegando assim a nichos de mercados e
satisfazendo interesses mais específicos, resultando numa experiência mais individual.
Mas os dias da televisão como “lareira electrónica” e como um media essencialmente
familiar estão em declínio.
A televisão está hoje inserida num sistema dos media mais vasto e diversificado,
inserida numa rede convivial, real ou virtual, permitida pela emergência de novas
tecnologias e de novos media. As mudanças no domínio da interactividade da
comunicação e a emergência de um sistema múltiplo de produtores e distribuidores
poderá parecer confuso para as gerações mais velhas, mas é neste meio que as novas
gerações têm sido socializadas.
O domínio e o manejo das novas tecnologias e dos novos media, a escolha entre
múltiplas ofertas é algo com que os jovens têm crescido, faz parte das suas práticas
diárias e está a introduzir-se na racionalidade prática dos jovens. Por outras palavras,
esta socialização no sistema mediático contemporâneo tem permitido a aquisição
intuitiva por parte dos jovens de novas competências como se pode demonstrar pela
maior facilidade de explorar a interligação entre várias realidades mediáticas e métodos
de operar vários expedientes mediáticos simultaneamente. Assim sendo, ver televisão
ou navegar internet não são práticas que se impõem entre si ou em relação a outras

390
actividades. São antes práticas que se justapõem em regime de multi-tarefa com outras
actividades quotidianas ou mais estritamente mediáticas.

Entre os jovens inquiridos há dois tipos de perfis quanto às práticas mediáticas, em


particular, no que respeita à internet. Os adolescentes inquiridos online são, sem dúvida,
os que demonstram um maior arcaboiço no que respeita à familiarização e utilização de
computadores e da internet. Um segmento significativo de jovens respondentes a nível
nacional evidencia muito menos competências e conhecimentos no que respeita à
utilização da internet. No inquérito nacional, apura-se que cerca de 70% dos jovens são
utilizadores da internet, mas entre estes, pouco mais de metade têm acesso à internet em
casa. O que é um claro contraste com os dados apurados no inquérito online, onde perto
de 90% dos respondentes possuem ligação à internet em casa, que é o local privilegiado
de utilização da rede. Entre os jovens não utilizadores, a grande maioria, que
corresponde quase a 80%, sabe o que é a internet. A principal razão adiantada para a
não utilização da internet é a falta de um computador pessoal. Apenas uma pequena
minoria jovens que não usam a internet declaram que os motivos se prendem com a
falta interesse na sua utilização ou porque não lhe reconhecem utilidade. São igualmente
bastante minoritários os jovens que acham que não irão utilizar a internet no futuro. A
nível nacional, os dados demonstram que a escola é um local com uma importância
estratégica quanto ao desenvolvimento e promoção da info-literacia de vastos sectores
da população juvenil que não têm acesso à internet em casa, nem têm hipótese de o
obter.
A grande maioria dos jovens internautas inquiridos face-a-face são utilizadores
regulares da internet: um pouco mais de metade utiliza a internet pelo menos 3 vezes
por semana e cerca de 85% utiliza-a pelo menos uma vez por semana. Além disso,
metade dos utilizadores já usam a internet há mais de dois anos. Cerca de 35% destes
jovens internautas começaram a utilizam a internet em casa, mas metade começaram a
utilizar na escola, um dado que reforça a ideia de que a escola tem um papel muito
importante no combate à info-exclusão dos jovens portugueses, dando a oportunidade
de estes se familiarizarem com as novas tecnologias. Para aqueles que têm internet em
casa as principais formas de ligação são por cabo ou por ligação ADSL.
As actividades mais populares na rede entre os jovens portugueses inquiridos são
receber mensagens de correio electrónico, consultar bibliotecas, enciclopédias,
dicionários e atlas na rede ou procurar informação relacionada com os estudos. As

391
actividades mais lúdicas são praticadas por percentagens bem menores de jovens e, de
um modo geral, verifica-se uma heterogeneidade de interesses e de formas de utilizar da
internet jovens. Navegar pela internet sem objectivos concretos e jogar online são outras
actividades bastante relevantes entre os jovens. Outras actividades que se prendem com
as relações sociais dos jovens como participar em chats, comunidades virtuais ou
newsgroups, combinar ou marcar saídas com os amigos ou contactar os amigos na rede
quando estão desanimados são também assinaláveis. De facto, ao contrário do medo que
pais e educadores poderão sentir em relação a um possível isolamento social dos
adolescentes que poderá advir da utilização da internet, uma das principais utilizações
sociais da rede é a interacção e comunicação, ainda que mediada, com os pares que os
jovens conhecem da escola e de outros contextos. E a internet faculta ainda novas
possibilidades de partilha e novas formas de interacção que são exploradas pelos jovens
em actividades como enviar ficheiros e fotografias, ou em sítios na internet que criam
uma rede essencialmente de amigos, mas também de colegas, desconhecidos ou de
grupos de interesse. Na rede criou-se assim um mundo social em rede, paralelo ao
existente offline, um mundo social auto-regulado, que emergiu pela própria iniciativa
dos usuários, muitas vezes, sem regras formais mas com modos de conduta e normas
próprias, mesmo que implícitas.
Ouvir rádio através da internet ou consultar blogues são também práticas mencionas por
percentagens relevantes de jovens. Quanto a ouvir rádio na internet prevê-se que seja
uma actividade cada vez mais comum, remetendo para as questões da integração dos
media e de novas formas de difusão de médias tradicionais. Os blogues representam de
facto novas possibilidades de expressão e também de interacção sendo que um dos
principais temas de consulta, para além do entretenimento, é a vida pessoal de um
círculo restrito de pessoas e a principal forma de chegar a um blogue é através de avisos
de amigos. Contudo, apenas 40% dos inquiridos a nível nacional sabem o que é um
blogue e dentro dos que sabem da sua existência apenas 20% mantêm um, o que é um
indicador que os distancia claramente dos respondentes online, entre os quais mais de
metade já fez um blogue. Claramente, os inquiridos face-a-face a nível nacional tendem
menos do que respondentes online a navegar ou interagir na blogosfera. Os dois
públicos diferenciam quanto à utilização internet e quanto ao próprio conhecimento das
possibilidades que a internet proporciona.
Outra forma bastante importante de comunicar com os pares através da rede é a
utilização de serviços de mensagens instantâneas como o Messenger. Normalmente, os

392
seus usuários recorrem a esses serviços diariamente ou com bastante regularidade e
comunicam essencialmente com os seus amigos ou pares que conheceram em contextos
fora da rede. A comunicação com familiares também é relevante, embora, muito menos
do que a com os amigos. São utilizados por uma fracção relevante de inquiridos para
combinar encontros, o que revela formas de interacção entre o que se passa online e o
que se passa offline. A comunicação pelo Messenger constitui também uma forma de
apresentação da identidade juvenil, que é feita através de personalizações. Essas
personalizações servem na maior parte dos casos para demonstrar o estado de alma ou
uma causa ou ideia, para os jovens se exprimirem através de fotos ou imagens, de
mensagens com citações favoritas, frases pessoais ou pensamentos ou pela partilha das
músicas que estão a ouvir.
Serviços como o Voice over IP (VoIP), que poderão constituir uma alternativa ao
telefone, são apenas utilizados por uma minoria dos internautas que ronda os 20%. A
utilização de outros serviços como a compra de produtos, pagar contas através da
internet ou a utilização de serviços de home-banking ainda é muito rara entre os jovens
portugueses e é alvo de vigilância e controlo dos pais.
Como foi dito os jovens que responderam ao inquérito online, constituem, na
generalidade, um público com mais competências informáticas e mais familiarizado
com a internet. Praticamente todos estes jovens têm computador em casa e verifica-se
mesmo uma fracção bastante apreciável de inquiridos, que corresponde a 40%, que
declaram ter dois ou mais computadores em casa. Pode-se presumir que em parte destes
jovens o computador já permeia o seu ambiente mediático da mesma forma como
acontece com outros media, nomeadamente, a televisão e o telemóvel, que são
reclamados pelos vários membros do agregado familiar. Em alguns sectores
profissionais, em que o computador é uma ferramenta de trabalho, os pais utilizam os
seus próprios aparelhos, enquanto que os filhos reclamam para si o seu próprio
computador. Mas no panorama nacional, olhando para os dados do inquérito presencial
verifica-se que na grande parte dos lares dos respondentes com computador, que
correspondem a uma percentagem de 87%, o mesmo computador é partilhado com
outros membros do agregado familiar. Portanto, ainda estamos longe de um cenário em
que cada membro do agregado familiar tem o seu próprio computador, ao contrário do
que já acontece com o telemóvel.
A utilização de novas ferramentas pedagógicas, como enciclopédias multimédia,
software de processamento de texto, busca de informação útil em páginas na rede é uma

393
realidade bastante presente entre os respondentes online e que permeia as suas tarefas
escolares. Quase a totalidade dos inquiridos afirmam que usam um processador de texto
para fazerem os seus trabalhos da escola e quase três quartos apresentam trabalhos
através do PowerPoint ou de páginas Web, uma realidade que é diferente comparada
com outros segmentos juvenis e com aquilo que acontecia há mais de 10 anos atrás. São
um tipo de utilizadores que tiram mais partido de novos expedientes de aprendizagem
como a resolução de problemas, questionários ou teste presentes online, que tendem a
usar mais o computador para fazer exercícios com um CD- ou DVD-ROM ou para
praticar e aprender uma língua estrangeira. Mas o computador também é uma forma de
comunicação para falar sobre os estudos: cerca de 80% dos jovens internautas
comunicam e pedem ajuda aos colegas em chats ou noutras formas de comunicação
online e perto de um quarto contactam os professores.
A grande maioria destes jovens começaram a utilizar cedo a internet, a partir dos 10 ou
11 anos e será de prever que a idade média em que os internautas começaram a utilizar a
internet tenderá a diminuir. Se perguntarmos a um jovem o que está a fazer na internet,
a grande probabilidade é que esteja a visitar páginas Web, a comunicar num chat ou no
Messenger ou a ler o seu correio electrónico. Contudo, jogar online ou efectuar
descarregamentos de música, software ou filmes são também práticas relevantes para
uma fracção superior a 40% dos jovens inquiridos online. Quanto aos conteúdos que
procuram na rede, a música surge à cabeça, seguido dos jogos, das informações
desportivas e relacionadas com software e informática. Os conteúdos noticiosos,
educativos, culturais e referentes a hobbies são os menos populares. Jogar online,
descarregar música, software ou filmes e participar em fóruns ou grupos de discussão
são actividades mais populares entre os jovens do sexo masculino do que entre as
internautas. São também os rapazes, os que mais procuram informação na rede sobre
desporto, jogos, software e informática, enquanto que as jovens internautas tendem a
procurar conteúdos culturais, educativos e relacionados com música. As práticas e
preferências também se diferenciam quanto às idades: há uma maior fracção de jovens
mais velhos que privilegiam a comunicação mediada por computador, seja por chat ou
Messenger, correio electrónico ou através de fóruns ou grupos de discussão, que visitam
páginas na Web, fazem compras online e descarregam música, software e filmes da
rede; os mais novos inclinam-se mais os jogos online e isso reflecte-se no tipo de
conteúdos que procuram na internet. Já os respondentes dos 16 aos 18 anos mostram um

394
maior interesse por conteúdos sobre música, software e informática, hobbies, noticiosos
e culturais.
Os respondentes online tiram também mais proveito de novas possibilidades de
comunicação como criar o seu próprio blogue ou a sua página na rede, práticas que
requerem algumas competências técnicas. São também respondentes que têm em geral
várias contas de correio electrónico, que utilizam mais os chats ou programas tipo
Messenger. Podia-se dizer que são jovens respondentes que levam uma vida mais
virtualizada, todavia, a internet é na maior parte das vezes uma forma de aprofundar as
relações já existentes fora da rede. De facto, para mais de 80% destes jovens verifica-se
a clara preferência em comunicar com pessoas que conhecem de outros locais e, em
especial, da escola. A comunicação com pessoas desconhecidas acontece e a formação
de novas amizades com amigos virtuais acontecem mas são menos comuns. Também
não é comum para a generalidade dos jovens encontrarem-se pessoalmente com amigos
virtuais. A maioria destes internautas afirmam que se mostram como são nos chats e
estão em minoria aqueles que admitem fingir por vezes e não excedem os 10% aqueles
que confessam fingir sempre o que não são nos chats.
A utilização da internet é essencialmente uma prática individualizada entre os jovens.
Mas quando os jovens utilizam a internet acompanhados é mais provável que estejam
com amigos ou amigas. A presença da família, em termos gerais, não se faz sentir tanto.
Porém, fracções bastante apreciáveis de jovens internautas declaram que partilham a
ligação da internet com os irmãos e com os pais. Ou seja, pertencem a lares onde a
utilização da internet é comum entre vários membros do agregado familiar. Assim
sendo, nesses lares podemos falar de um elevado capital cultural no que respeita à
utilização das novas tecnologias. Nalguns lares também poderemos suspeitar que a
iniciativa da instalação da internet poderá ter partido dos pais, em especial, nos lares dos
inquiridos mais novos. Todavia, em termos gerais, a aprendizagem da utilização da
internet efectuou-se em regime auto-didacta para a maioria dos jovens. Por outras
palavras, a presente geração de adolescentes teve de explorar por sua iniciativa própria
como utilizar as novas tecnologias. São adolescentes que tendem a considerar-se os
peritos da internet em casa, o que pode acarretar tensões nas relações familiares e
inverter um pouco as relações de autoridade e de domínio do conhecimento em casa.
Mesmo entre os inquiridos do inquérito realizado presencialmente, mais de 90%
consideram que as suas capacidades de utilizar a internet são pelo menos razoáveis e
perto de 60% afirmam que são os próprios quem utiliza mais frequentemente a internet.

395
As novas tecnologias da comunicação e da informação com a internet abrem novas
possibilidades e oportunidades de acesso à informação e à comunicação em rede, mas as
suas características também acarretam a exposição dos agentes a uma séries de riscos.
Questões como a protecção dos dados, a viciação em relação à utilização da internet e
aos jogos, a exposição a mensagens abusivas, obscenas ou pornográficas preocupam
pais e educadores e têm tido ressonância na comunicação social e em alguma
investigação científica. São ainda apontadas críticas à sociedade de consumo e à forma
como o mercado leva os consumidores e em especial os jovens e adolescentes a criarem
novas necessidades. A info-literacia envolve também o desenvolvimento de
determinadas competências para evitar todo um conjunto de riscos e saber tirar proveito
das oportunidades que a internet poderá oferecer, sendo fundamental o papel de
educadores, familiares e dos próprios pares. Porém, o papel de muitos pais e educadores
poderá ser inapropriado por defeito devido também à sua pouca info-literacia. Muitas
vezes os jovens têm de contar com o seu espírito crítico e com o desenvolvimento de
competências por sua iniciativa própria enquanto vão socializando nas novas
tecnologias da comunicação. Os jovens internautas são agentes reflexivos quanto às
suas próprias práticas e às práticas dos outros e não podem ser considerados meros
elementos passivos no que concerne a utilização da internet e o resto das suas
actividades quotidianas. A visão do que é uma utilização adequada ou não da internet
parte de uma construção social entre agentes de diferentes gerações e de culturas
mediáticas muitas vezes diversas - jovens, pais e educadores – que negociam, ou entram
em conflito sobre as fronteiras de uma utilização “saudável” das novas tecnologias.
A ameaça mais comum, que 23,7% dos inquiridos a nível nacional que utilizam a
internet já sofreram, é receber vírus no computador. Outra ameaça relevante para os
jovens é o recebimento de mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas. O
“spamming”, que tem o intuito de reencaminhar os mais incautos, muitas vezes sem
consentimento dos visados, a outros sítios na internet potencialmente perigosos ou que
vendem um determinado produto, é um risco que a utilização do correio electrónico traz
e que também é apontada por alguns jovens.
Quanto à opinião juvenil da utilidade da internet, verifica-se um largo consenso de que a
internet é algo muito útil e um mais de um terço dos respondentes online acham mesmo
que é algo imprescindível. Verifica-se ainda uma ligeira tendência para os rapazes
acharem que a internet é algo imprescindível, embora as diferenças entre os sexos não

396
seja muito marcadas, mas observa-se também a tendência para haver uma maior
percentagem de inquiridos mais velhos a acharem que a internet é algo de muito útil ou
mesmo imprescindível. Apenas uma minoria de um pouco mais de um quarto dos
jovens internautas é da opinião de que a internet é algo que pode provocar habituação e
é ainda menor a fracção de respondentes que acham que é algo que pode provocar
isolamento. Todavia, mais de metade dos jovens declaram que conhecem alguém que
esteja totalmente viciado na internet.
E é neste contexto, que vale a pena chamar a atenção para a dinâmica social da ciber-
confiança, que é influenciada pela experiência. De facto, a internet pode ser entendida
como uma tecnologia de ‘experiência’ que requer a sua utilização por parte dos
indivíduos de modo a estes entenderem como funciona. A confiança no ciberespaço
pode em larga medida influenciar as decisões de um indivíduo sobre o que fazer online,
como por exemplo comprar ou utilizar o banco electrónico, ou comunicar em chats ou
fóruns entre outras actividades. Experiências negativas como o junk email, o spam e o
fenómeno do correio electrónico não solicitado, não fazem com que um grupo alargado
de jovens utilizadores perca a sua confiança na internet que é um meio de comunicação
cada vez mais relevante. É de notar a importância das experiências que se vivem na
adolescência na formação de disposições, muitas vezes mais ou menos fixadas na
entrada para a vida de adulta. Deste modo, a socialização e a utilização dos novos media
na adolescência têm efeitos duradouros na confiança e na percepção da sua utilidade.
Mas a dinâmica da ciber-confiança não se cinge só ao que acontece online. Um elevado
grau de confiança social presente na sociedade em geral, offline ou online, também tem
um impacto bastante importante nos indivíduos. E estes podem tipificar-se segundo as
suas formas próprias de percepcionarem ou de lidarem com os riscos. As percepções do
risco em contextos tecnológicos fazem parte de respostas mais genéricas aos riscos
presentes na sociedade. Em Portugal, um clima geral de fatalismo, moldado por
contextos sociais e culturais próprios, poderá não ajudar muito a que os portugueses
tenham um elevado grau de confiança nas novas tecnologias, em especial na população
mais velha. Se os jovens portugueses alterarem essa situação, se os adolescentes de hoje
apresentarem um maior grau confiança social em geral, então estarão mais propensos a
confiar na internet e nas novas tecnologias. Por outro lado, os não utilizadores, menos
cientes das possibilidades de uma tecnologia como a internet, são em geral mais
desconfiados e cépticos e poderão demonstrar menores índices de confiança em relação
à informação, às pessoas online e às instituições presentes na internet.

397
A relação que os jovens de hoje em dia têm com a televisão parece ser diferente com
aquela que existia nas gerações anteriores, em especial, no que respeita à importância
subjectiva que os adolescentes lhe atribuem face a outros media como a internet ou o
telemóvel. A sua importância como lareira electrónica que reúne toda a família também
declinou. Nos dias que correm tem uma menor capacidade de reunir a família em torno
de um só programa familiar e a sua oferta diversificou-se, acompanhando a
fragmentação de interesses e a individualização na relação com os media. Todavia, a
televisão não deixa de ser vista pela larga maioria da televisão, muitos jovens ainda
passam muitas horas em frente ao ecrã da TV e parte dos jovens têm a percepção que
são eles quem mais vêem televisão em casa, em especial , as respondentes e os
inquiridos mais novos. Além disso, para a maioria os programas de televisão constituem
assunto de conversas entre os pares.
A geografia da televisão também se alterou: verifica-se uma migração, na generalidade
dos lares, para a cozinha, o quarto dos pais e o próprio quarto dos adolescentes. Além
disso, a televisão tem-se integrado no sistema dos media em rede, servindo, muitas
vezes, apenas como um pano de fundo omnipresente, partilhado em regime de multi-
tarefa com várias actividades quotidianas e mediáticas. A esmagadora maioria dos
jovens inquiridos a nível nacional afirmam que a televisão em casa está ligada às horas
das refeições e cerca de metade confessam que a televisão fica ligada mesmo quando
ninguém está a ver.
A omnipresença da televisão nos lares portugueses é observada tanto no inquérito online
como no inquérito nacional: mais de 90% dos jovens que têm pelo menos duas em casa
e percentagens apreciáveis declaram que têm três ou mais televisões no seu lar. Para
além disso, fracções bastante significativas de jovens, em especial, entre os
respondentes online, declaram que têm um aparelho de TV no quarto. Estes indicadores
poderão ser lidos como uma demonstração de que o visionamento da televisão é hoje
mais individualizado e a multiplicação dos aparelhos de TV será porventura uma
solução para os interesses divergentes dos vários membros do agregado familiar. Como
a televisão é um meio mais universal não se verificam grandes diferenças entre os
inquiridos online e os respondentes do inquérito presencial.
Os serviços de televisão como a TV por cabo tiveram uma grande expansão nas últimas
décadas e em ambos os inquéritos verifica-se que mais de metade usufruem desses
serviços, na maior parte das vezes pagos. Entre os jovens que usufruem de serviços de

398
televisão, para pouco mais de três quartos dos inquiridos, a TV Cabo é o fornecedor
principal, com a Cabovisão a surgir em segundo lugar a grande distância e com a TV
Tel e a Bragatel a servir pequenas minorias dos respondentes.
Quanto aos canais de televisão mais populares entre os jovens, a TVI surge claramente
como o canal mais visto pelos jovens. A SIC surge em segundo lugar em termos de
preferências e a RTP1 aparece em terceiro lugar. Portanto, apesar da maior
fragmentação de gostos, os canais generalistas continuam nos lugares cimeiros em
termos de preferências. A TVI é ainda a estação escolhida pela maior fracção de jovens
para assistir a séries televisivas de humor e de ficção, seja de produção nacional ou
estrangeira, aparecendo a SIC, mais uma vez, em segundo lugar.
As telenovelas são o principal tipo de programas a que os jovens assistem. Os
programas favoritos dos jovens são os filmes, as telenovelas portuguesas, os programas
de humor e os desenhos animados. Os programas de desporto, os concursos, as séries
nacionais e internacionais assim como as telenovelas brasileiras são tipos de programas
que recolhem igualmente as preferências de percentagens bastante significativas de
adolescentes, nomeadamente, mais de metade dos jovens respondentes.
Como se verificou as telenovelas têm uma posição central no tipo de programas
visionados pelos jovens. Nas últimas décadas assistiu-se a um impulso e a um
crescimento da produção nacional que veio, simultaneamente, criar novos públicos e
satisfazer a crescente procura por essa produção. De facto, verifica-se que mais de
metade dos jovens respondentes do inquérito presencial aplicado a nível nacional
preferem telenovelas com produção portuguesa e apenas 9,6% preferem a produção
brasileira. Sem margem para dúvidas, a novela mais mencionada pelos jovens como a
favorita é a “Morangos com açúcar”, sendo que as preferências por outras telenovelas
são mais heterogéneas.
O hábito de ver noticiários televisivos é verificado em pouco menos de metade dos
jovens e entre os jovens telespectadores, há claramente uma maior percentagem a
assistir ao noticiário da TVI. Porém, o canal de informação que é mais mencionado em
primeiro lugar como o mais credível é a SIC Notícias. Na televisão portuguesa existem
algumas figuras de referência: entre os apresentadores de noticiários, o Rodrigo Guedes
de Carvalho e a Manuela Moura Guedes são os que recolhem a preferência de uma
maior fracção de jovens e entre os comentadores da actualidade, o Marcelo Rebelo de
Sousa, aparece como a maior referência para os jovens.

399
Com a diversificação da oferta televisiva, o zapping tornou-se uma prática cada vez
mais comum. De facto, o zapping é um acto recorrente para a maior parte dos jovens.
As principais razões porque o fazem prendem-se com a curiosidade ou o prazer de
navegar entre canais, para evitar a publicidade e com o desagrado ou o cansaço em
relação ao que estão a ver. Claramente, é durante os espaços publicitários, que uma
maior percentagem de jovens telespectadores tendem a fazer mais zapping e apenas
minoria dos respondentes ficam a ver a publicidade e seguem-na com atenção.
Uma mudança que também se tem verificado no panorama televisivo, é a integração de
conteúdos na internet. Hoje em dia, os canais de televisão disponibilizam informação
variada sobre programas televisivos e sobre as grelhas, assim como conteúdos. Porém,
apenas uma minoria de 12,5% de jovens respondentes já se ligaram à internet para
verem páginas relacionada com um programa de televisão. Ainda entre os que já
consultaram páginas na internet sobre programas televisivos, o tipo de programas
referenciado por perto de metade são as telenovelas e só uma minoria muito circunscrita
de adolescentes já participaram em algum fórum online sobre programas televisivos.

Dados recolhidos em Setembro de 2004 apresentados pela ANACOM, mostram que, em


Portugal a taxa de penetração do serviço de telemóveis correspondia a 92%, o que
colocava o nosso país acima da média comunitária na altura, correspondente a 84,4%.
Os nossos dados mostram que os jovens portugueses não ficaram alheios a este grande
crescimento em território nacional e têm sido cada vez mais incluídos na rede de
utilizadores. De facto, grande parte dos jovens portugueses inquiridos a nível nacional,
que correspondem a quase três quartos da amostra, afirmam que têm telemóvel. Entre os
jovens respondentes online, a posse de um telemóvel é quase universal visto que
corresponde a 96,6% dos casos. Em ambos os inquéritos, como seria de esperar há uma
maior percentagem de inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos que possuem
telemóvel, sendo que nessa faixa etária a utilização do telemóvel é praticamente
universal, segundo dados dos dois inquéritos realizados. Porém mesmo nos
respondentes mais novos a penetração do telemóvel também se pode considerar elevada,
em especial, entre os respondentes online. No inquérito realizado presencialmente a
nível nacional, quase metade dos respondentes dos 8 aos 12 anos já têm o seu próprio
aparelho. No inquérito online, entre inquiridos os inquiridos dos 9 e os 12 anos, a taxa
de penetração da utilização do telemóvel é de 84,2% e entre os jovens a partir dos 13

400
anos o acesso ao telemóvel é quase universal. Nota-se, portanto, uma clara tendência
para uma utilização praticamente universal do telemóvel entre os adolescentes e espera-
se que os telemóveis sejam cada vez mais utilizados pelos mais novos. Esta tendência é
corroborada pelo facto de que a idade média de idades em que os inquiridos a nível
nacional obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos. Considerando a amostra
dos jovens inquiridos online, 72,1% teve o seu primeiro telemóvel com 13 anos ou
menos.

A democratização do acesso ao telemóvel em Portugal não chegou só às pessoas em


idade adulta de várias classes sociais, mas foi também penetrando maciçamente no
quotidiano dos jovens, que se converteram num importante nicho de mercado. Vários
dados confirmam a penetração praticamente universal dos telemóveis nos lares dos
portugueses: um deles indica que apenas 3,2% dos inquiridos a nível nacional afirmam
não haver um telemóvel no agregado familiar. Uma grande maioria dos inquiridos,
correspondente a 88,4%, declaram que há pelo menos dois telemóveis em casa e em
67,9% dos casos há três ou mais telemóveis por agregado. Ou seja, em muitos lares
portugueses existe, tendencialmente, pelo menos um telemóvel por cada membro do
agregado familiar. Entre os respondentes online, esta realidade é ainda mais expressiva:
pouco menos de 90% dos jovens afirmam que existem três ou mais telemóveis em casa.
Portanto podemos assumir que, entre os inquiridos online, seja comum haver um
telemóvel por cada membro da família ou que quase todos os membros do agregado
familiar tenham, ou reclamem para si, o seu próprio aparelho.

No período em que a utilização do telemóvel está perto de atingir os seus máximos, a


utilização do telefone fixo está a perder terreno: apenas cerca de metade dos jovens
respondentes dizem que têm telefone fixo em casa, enquanto que a cobertura de
telemóveis é, hoje em dia, muito maior. Desde que os jovens têm telemóvel, 43,7%
dizem que falam menos tempo através do telefone fixo em casa e apenas 14,5% dos
jovens afirmam que, se não tivessem telemóvel, realizariam a maioria das chamadas que
efectuam através de um telefone fixo. Estes dados são indicadores de que a expansão da
utilização do telemóvel terá acontecido às expensas da utilização do telefone fixo.

Entre os inquiridos a nível nacional, a TMN e a Vodafone têm uma taxa de jovens
clientes que ultrapassa os 40%, sendo estes os principais operadores entre os jovens
portugueses, com a Optimus a aparecer em terceiro lugar a uma distância apreciável.
Entre os inquiridos online, averigua-se que, em 70% dos casos, quem comporta os

401
gastos com os telemóveis são os pais dos jovens. Só um quarto dos internautas paga
directamente essa despesa. Portanto, tendencialmente, são os pais que comportam as
despesas, colocando os jovens numa posição de dependência económica, o que implica
que os jovens terão de, muitas vezes, justificar os seus gastos e terão as suas despesas
controladas. No inquérito a nível nacional, mais de metade dos inquiridos gastam menos
de 3 euros em telemóvel por semana e mais de um quarto gastam entre 3 e 6 euros no
mesmo período. No inquérito aplicado a nível nacional, os jovens respondentes gastam,
em média, 18,69 euros por mês no seu telemóvel. As jovens inquiridas são as mais
gastadoras com uma média de gastos de 21,6 euros por mês, enquanto que os rapazes
gastam 15,58 euros, em termos médios. Estes dados fazem assim valer o estereótipo de
que as raparigas falam mais ao telefone ou ao telemóvel do que os rapazes. Além disso,
observa-se que são os jovens mais velhos, dos 16 aos 18 anos, os que mais gastam, 23,3
euros, em média. Os mais novos são os que tendem a gastar menos, provavelmente por
serem alvos de um controlo mais rigoroso por parte dos pais dos pais e por terem uma
menor autonomia financeira.

Os jovens portugueses inquiridos fazem, em média, 3,56 chamadas por dia e costumam
enviar diariamente 25,72 mensagens SMS através do seu telemóvel, o que demonstra a
dimensão com que o telemóvel penetrou no quotidiano dos jovens e com que fazer uma
chamada ou enviar uma mensagem se tornaram práticas regulares no dia a dia. Sem
margem para dúvidas, são os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, que registam a
maior média de mensagens enviadas num dia. Tanto os dados do inquérito nacional
como do inquérito online confirmam a grande importância dos amigos na comunicação
por telemóvel visto que os amigos ultrapassam os familiares no que respeita aos
principais destinatários das mensagens SMS ou das chamadas efectuadas pelos jovens.
Quer no inquérito online quer no presencial, entre os adolescentes utilizadores de
telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens
SMS. Por outras palavras, é mais provável encontrar um jovem a receber ou a mandar
mensagens do que a fazer ou receber chamadas. O envio de mensagens tornou-se de
facto numa prática mediática de grande relevância, não só na troca de mensagens
corriqueiras ao longo do dia. Tornou-se um importante meio de os jovens felicitarem os
seus amigos e familiares pelo seu aniversário, enviarem mensagens de boas festas ou
simples mensagens pessoais. Também é relevante a utilização das mensagens por parte
dos jovens para fins afectivos. Além disso, as mensagens vieram provocar uma nova

402
relação com a língua portuguesa em muitos adolescentes, o que não é, muitas vezes, do
agrado dos educadores. Uma maioria de 70,2% dos jovens costuma utilizar sempre ou
às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS, utilizando, por exemplo,
abreviaturas, letras diferentes ou símbolos. Os jovens portugueses inquiridos
presencialmente que costumam utilizar a internet para enviar SMS representam uma
minoria de 28% e fazem-no utilizando, na maior parte dos casos, a página na internet do
seu operador de comunicações móveis. São também minoritários os jovens que utilizam
os sites na internet das operadoras de comunicações móveis para descarregar logos,
toques e outros efeitos sonoros.
A forma como o telemóvel se introduz na vida dos indivíduos é bem patente em
situações em que se sentem desconfortáveis quando não têm consigo o seu telemóvel,
ou quando estão impossibilitados de o usar (porque não há rede ou porque não têm
bateria, por exemplo). A sensação de estar contactável ou de poder contactar alguém em
qualquer lugar é reconfortante e os nossos dados são indicadores dessa situação: uma
parte bastante significativa dos jovens, correspondente a 85,2%, concordam ou
concordam totalmente de que se sentem muito mais tranquilos quando têm o telemóvel
consigo. Além disso, 74,3% concordam ou concordam totalmente que o seu telemóvel
só lhes é útil se estiver constantemente ligado. Por outro lado, 57% dos jovens
portugueses inquiridos concordam ou concordam totalmente de que se sentem muito
ansiosos quando estão impossibilitados de ter o seu telemóvel, o que constitui outro
indicador da habituação psicológica ao telemóvel. São poucas as situações em que os
jovens não têm o telemóvel ligado, sendo que essas situações são essencialmente
conferências, aulas e palestras, momentos fúnebres e celebrações religiosas em igrejas e
quando os jovens estão no cinema ou em espectáculos.

Segundo dados do inquérito online, em geral, os amigos são o principal alvo de


comunicação via telemóvel, enquanto que a família e, em particular, os pais aparecem
atrás dos amigos em ordem de importância. Entre os pais, é com a mãe que uma maior
fracção de inquiridos costuma comunicar em algum detrimento do pai. Do ponto de
vista dos pais, o telemóvel pode servir como um mecanismo de controlo: dos jovens
respondentes, 79,4% concordam ou concordam totalmente com a ideia de que têm
maiores possibilidades de serem controlados quando estão com o seu telemóvel. Neste
âmbito, a comunicação e o controlo dos pais através do telemóvel é mais visível para
uma maior fracção de inquiridos mais novos do que para os mais velhos. Estes dados

403
permitem levantar-se a hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel
entre os jovens portugueses efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa própria
de muitos pais, que retiram daí vantagens para o exercício do seu papel parental.
Ademais, para a maioria dos jovens respondentes, foi o pai ou a mãe que lhes comprou
o primeiro telemóvel.

A integração da câmara digital no telemóvel, também tem permitido que a tirar


fotografias se tenha tornado uma prática quotidiana mais comum seja para os jovens
ficarem com uma recordação do momento, para mostrarem que estiveram presentes
numa determinada situação ou para poderem mostrar objectos a amigos, familiares ou
conhecido. Outra utilização com relevo para os adolescentes é jogar. O telemóvel
aprofunda assim a sua presença no quotidiana enquanto objecto que pode integrar vários
media, câmara digital, rádio, leitor de mp3, máquina de jogos, internet, etc. O telemóvel
tornou-se também um objecto personalizado com fotografias, protectores de ecrã e/ou
toques favoritos. É um objecto que pode ter um valor sentimental com o qual os jovens
aprofundam as suas relações sociais, combinando encontros, fazendo chamadas para
saber como estão os familiares e amigos ou simplesmente para conversar sem assuntos
concretos com amigos, familiares e conhecidos. O telemóvel permitiu também o
aprofundar das relações sociais à distância e veio reconfigurar a geografia das práticas
quotidianas e da própria gestão da vida familiar. A noção de que o telemóvel permite
aos inquiridos gerir a sua vida privada e familiar de um modo muito mais eficaz, recebe
a concordância ou a concordância total de 62% dos jovens. O telemóvel penetrou sub-
repticiamente nas actividades quotidianas dos jovens, podendo servir várias funções,
umas práticas e outras mais lúdicas, daí que muitos jovens tenham dificuldade em
imaginar uma vida sem telemóvel que fosse mais feliz.

Entre os jovens, verifica-se ainda uma emergente cultura multimédia da qual os jogos
interactivos e de computador fazem parte. Verifica-se uma cultura dos jogos em
segmentos da população jovem que permeiam as suas práticas, interacções,
sociabilidades e conversas. Para muitos jovens a constituição de clãs de jogadores na
internet e de comunidades online é algo normal presente no seu quotidiano, constituindo
palcos virtuais onde se constrói e se projecta a identidade. Além disso, os jogos não
fazem apenas parte do imaginário juvenil, são também utilizados por públicos mais
velhos. Muitos deles cresceram a jogar desde os anos 80 e 90 e ainda hoje não

404
abandonaram essa prática. Também é de notar a diversificação da oferta, o que
corresponde a uma variedade de públicos-alvo: desde jogadores mais novos até
jogadores mais velhos.
Nos inquéritos analisados, verifica-se que são os adolescentes inquiridos online os que
mais estão socializados na cultura dos jogos de vídeo e de computador, visto que 80,8%
afirmam que costuma jogar, uma fracção bastante superior à verificada entre os jovens
inquiridos a nível nacional, 45,3%. Porém, se considerarmos apenas os usuários da
internet no inquérito nacional a percentagem de jogadores regulares cresce para os
53,9%. É assim pertinente levantar a hipótese de que os jovens socializados na internet
tendem e estar também mais socializados noutros tipos de media como os jogos. Apura-
se igualmente que a cultura dos jogos apela mais a um público masculino do que
feminino. A quase totalidade dos respondentes do sexo masculino inquiridos online
declaram que costumam jogar, enquanto que, entre as jovens internautas, a fracção de
jogadoras decresce para os 68,5%. O maior interesse masculino pelos jogos é ainda
corroborado no inquérito nacional onde se apuram 57,1% de jogadores do sexo
masculino e 33,1% de jogadoras. São também os jovens do sexo masculino os que mais
tendem a comprar jogos. Contudo, como se constata, a cultura dos jogos não é
completamente alheia às jovens portuguesas. Em especial, a percentagem de jogadoras
verificada entre as jovens inquiridas online é expressiva e significa que o mercado dos
jogos também apela a segmentos de jovens do sexo feminino. Entre os respondentes do
inquérito online, observa-se que com o avanço da idade há uma menor percentagem de
jogadores habituais, contudo, não se verificaram grandes desfasamentos entre os
escalões etários no inquérito nacional. Sendo no entanto de notar uma percentagem
ligeiramente inferior de jogadores mais velhos. Os possíveis factores explicativos deste
decréscimo, em especial, entre os respondentes do inquérito online, poderão prender
com a maior variedade de interesses ou com uma vida social mais preenchida fruto da
maior autonomia e independência dos inquiridos mais velhos, assim como o
requerimento de um maior tempo dedicado aos estudos. Além disso, entre os inquiridos
a nível nacional, observa-se a tendência para o interesse pelos jogos diminuir com a
idade.
Observam-se também que os vários tipos de jogos são utilizados por perfis diferentes de
jogadores. De um modo geral, os jogos de acção, os jogos de aventura, os de corrida e
os de estratégia são os mais populares. Entre os menos populares estão os first person
shooters e os role playing games, que são jogos mais complexos, por lado, em termos

405
cognitivos, requerendo maior tempo de aprendizagem e de imersão no jogo, e, por outro
lado, em termos tecnológicos, exigindo muitas vezes consolas ou computadores
dispendiosos de última geração. Este tipo de jogos apela mais a um determinado tipo de
jogador, predominantemente masculino e tendencialmente mais velho. Outros tipos de
jogos que apelam mais a um público masculino são os jogos de acção, de corridas, de
simulação, de futebol e de outros desportos. Os jogos de árcade e de puzzles, tabuleiro
ou cartas são os que mais apelam ao público feminino. Além disso, o público mais novo
tem maior atracção por jogos de futebol e de outros desportos, acção, aventura e
corridas. Os jogos de simulação, puzzles, tabuleiro e cartas apelam a um público mais
velho. Entre os inquiridos a nível nacional, apura-se ainda que a consola apela mais a
um público masculino e os jogos no computador a um público mas feminino.
Regra geral, os jogos não são partilhados em família e alguns tipos de jogos apelam a
uma experiência mais individualizada. Esta situação contrasta com a televisão que ainda
é um media familiar que pode agregar a família em seu torno. De facto, a grande
maioria dos inquiridos online, que corresponde a 84,4%, costumam jogar sozinhos.
Quando jogam com outras pessoas a companhia favorita de 40,6% são os amigos e a
seguir estão os irmãos ou irmãs. A preferência pelos amigos é confirmada com os dados
do inquérito aplicado presencialmente, preferência esta que persiste quando os
inquiridos jogam online. Apenas, uma pequena minoria dos jovens respondentes afirma
que jogam com o pai, e menos ainda com a mãe. Portanto, verifica-se na grande maioria
dos casos a ausência parental no que respeita às actividades lúdicas com jogos. A
participação parental, é na maior parte das vezes, de outra índole, marcada pela
vigilância e controlo. É entre os mais novos que a participação activa do pai, jogando
com os filhos, se faz mais sentir. Mas também é entre os mais novos que se verifica uma
maior fracção de pais jogadores. É portanto, neste tipo de famílias que os jogos poderão
constituir um media mais familiar, partilhado entre irmãos e com a participação do pai.
É de realçar ainda que são normalmente os pais a comprarem os jogos, seja como
presente, seja, provavelmente como uma compra supervisionada.
Pode-se dizer que a relevância cultural e social dos jogos está interligada com a
discussão sobre as competências ou info-literacia dos jovens no que diz respeito aos
media. Na sua socialização com os novos médias, entre os quais podemos incluir os
jogos, os jovens desenvolvem processos informais de aquisição de competências. Pais e
educadores, prendem-se muitas vezes a visões dos jogos como maus educadores,
disseminadores de comportamentos violentos ou simplesmente como algo que consome

406
tempo aos jovens, desviando-os de actividades mais produtivas. Esta situação pode criar
um “choque de culturas mediáticas” entre gerações. Pais e educadores são membros de
uma geração, cuja socialização primária se efectuou num cultura mediática diferente da
das gerações mais novas. Diferentes gerações são, deste modo, influenciadas por
experiências mediáticas díspares que influenciam tanto os valores privados e as atitudes
em relação aos media como os conceitos e as práticas de educação. Os educadores
tendem assim a ver as culturas mediáticas das crianças e dos adolescentes a partir da sua
própria perspectiva geracional que apresentam como a norma. Daí que muitos pais e
educadores olhem com desconfiança e cepticismo as práticas mediáticas dos mais
novos. Todavia, os jogos também contribuem para o desenvolvimento de novas
competências cognitivas complexas, apreendidas de forma informal à parte dos
contextos da aprendizagem formal da escola. Muitas crianças já entram na escola com
competências ao nível do uso de computadores antes da instrução formal dos
educadores, o que conduz à sensação de que as crianças já “nascem ensinadas” no que
respeita à utilização de novas tecnologias. Por outro lado, os jogos não são uma esfera
fechada em relação ao mundo social circundante, separados da experiência quotidiana,
ou seja, os jogos podem ligar-se com acontecimentos externos (por exemplo,
desportivos) e são passíveis de ser discutidos e usados entre contextos sociais.

A esfera fonográfica tem sofrido grandes mudanças nos últimos tempos em termos da
forma como se compra, transmite e grava música. O vinil e as cópias através de cassetes
de áudio foram largamente substituídos pelo CD que emergiu como o principal suporte
de música. Porém, a difusão de música em CD e os reprodutores de música associados
sofrem agora a concorrência da difusão e partilha de músicas em formato mp3 e dos
seus reprodutores. A diversificação dos consumos de música parece acompanhar a
forma como a música se espalha pela rede e como é descarregada em reprodutores
portáteis. Além disso, verifica-se a integração entre leitores como o iPod e lojas de
música online. Por acrescento, a indústria fonográfica e os direitos de autor vêm-se a
braços com o desafio da pirataria: muitos daqueles que possuem um computador,
possuem também um gravador de CD’s e o preço dos CD’s virgens é actualmente
bastante acessível. Algumas estratégias de combate à pirataria foram já implementadas:
por exemplo, em alguns países a compra de um CD virgem inclui o pagamento de uma
taxa que reverte a favor de um fundo comum, redistribuído depois por editoras ou

407
agentes da indústria fonográfica. Para além disso, esta recorre a estratégias variadas para
cativar os consumidores, incluindo pacotes mais atraentes, com a inclusão de extras ou
DVD’s de bónus que se vão tornando cada vez mais a norma.

Os jovens inquiridos dividem-se em distintos perfis no que respeita a equipamentos


relacionados com a cópia, compra e reprodução de música consoante o acesso a todo
um conjunto de equipamentos como o computador, a internet e leitores de mp3. Uma
percentagem significativa daqueles com acesso a um conjunto alargado de
equipamentos ouvem música em formatos imateriais como o mp3, têm acesso a um
leque mais variado de música e são os que mais trocam, legal ou ilegalmente, música.
Aqueles que têm acesso à internet demonstram igualmente maiores competências em
gravar CD’s, descarregar músicas na internet ou utilizar programas de trocas de
ficheiros peer to peer.
A possibilidade de troca e transmissão de dados sem grandes conhecimentos
informáticos e a emergente popularização dos formatos digitais permitem prever um
cenário futuro onde uma parte significativa da música é comprada, comercializada,
trocada e transmitida em suporte digital. Porém, uma parte expressiva dos jovens
respondentes continua a comprar e a trocar música em suportes materiais. Além disso, a
compra de CD’s ainda é uma prática comum entre os jovens, pois quando gostam de
uma banda inclinam-se a comprar o suporte físico original se tiverem possibilidade.
É no consumo de produtos culturais que muitas vezes os jovens sentem as contradições
da sua condição de dependentes económicos mas de pessoas independentes no que
respeita a gostos e preferências. Ademais, essa contradição poderá ser agravada pelo
facto de os jovens serem considerados um importantíssimo nicho de mercado para a
indústria fonográfica, doravante a sua pouca autonomia financeira. Neste contexto,
muitas vezes os jovens tentam o acesso a determinados produtos musicais através da
troca de música, da cópia e mais raramente através da obtenção de cópias piratas. De
facto, uma grande parte dos jovens pensa que é correcto trocar CD’s originais com
aqueles que lhes estão próximos mas já estão em minoria aqueles que pensam que é
correcto trocar músicas noutras condições, utilizando por exemplo a internet ou
recorrendo a fontes piratas. Uma parte significativa dos inquiridos tendem a pensar que
é legitimo trocar música entre amigos e conhecidos num processo de descoberta e troca
de experiências, de comunicação e de formação de culturas musicais. Com o auxílio da
internet, os jovens tendem a trocar música quando podem ou têm competência para tal.

408
A maior parte destes adolescentes reconhecem que muitas das suas práticas de troca de
música não são as mais correctas, porém, não as consideram propriamente erradas.
Verifica-se, portanto, um limbo moral no que concerne a troca de músicas, sustentado
pela sensação de impunidade em relação a formas ilegais de obtenção de música. Fica
por apurar o dano que este espírito de troca representa para indústria fonográfica no
presente e, essencialmente, no futuro.

Na era da digitalização dos conteúdos e mesmo com a maior disseminação dos


conteúdos cinematográficos por vários meios, desde a internet aos DVD’s, a ida ao
cinema continua a ser uma prática enraizada entre crianças e adolescentes. Perto de 60%
dos jovens inquiridos a nível nacional vão habitualmente às salas de cinema. Outro
indicador que reforça a relevância do cinema, é o seguinte: entre os inquiridos que
declararam ir habitualmente ao cinema, mais de 60% foi pelo menos uma vez ao cinema
no mês anterior. A ida ao cinema constitui ainda uma importante situação social para os
jovens, pelas sociabilidades que proporciona. Mesmo num cenário de popularização dos
sistemas de home-cinema ou da distribuição de conteúdos via internet, essas práticas
serão talvez complementares à ida ao cinema, visto serem, em princípio, mais
individualizadas. Porém, a televisão é o principal meio de difusão utilizado pelos
jovens. A nível nacional, pelo menos parte dos filmes a que quase 80% dos jovens
assistem em casa dão na televisão. Ademais, a importância da televisão fica reforçada
no facto de que, quando estreia um filme, uma parte significativa dos jovens inquiridos
prefere esperar que um novo filme passe na televisão. Todavia, há uma percentagem
menor mas apreciável de jovens que preferem ir ver um filme novo ao cinema, sem
esperas.
Perto de metade dos jovens recorre a filmes alugados e cerca de um quarto recorre a
filmes emprestados quando quer ver um filme. De facto, verifica-se, entre os lares dos
jovens inquiridos, uma grande penetração do leitor de DVD que atinge perto de 80%.
Apesar de ir ao cinema ser uma prática comum entre os jovens, o leitor de DVD é
sempre o mais escolhido como primeira opção para ver filmes de origem portuguesa,
americana, europeia ou de outras nacionalidades. Só depois surge o cinema como local
privilegiado para ver cinema de todas as origens. O computador surge também como
um meio de visionamento de filmes relevante para perto de um terço dos jovens
inquiridos a nível nacional. Destes mais de um terço são filmes comprados e pouco
menos de um terço são filmes descarregados da internet e cerca de um quinto filmes

409
alugados. Em termos gerais, visionar filmes descarregados na internet ou obter cópias
de filmes são práticas ainda pouco habituais para um segmento largamente maioritário
do público juvenil. Contudo, verifica-se que um pouco menos de metade dos jovens é da
opinião que não se deveria pagar nada para descarregar filmes livremente na internet.
Tal resultado poderá estar relacionado, pelo menos em parte, com percepção dos jovens
de que é possível obter filmes na internet a custo zero sem que haja represálias.
No que respeita à sua relação com conteúdos cinematográficos, os inquiridos online
apresentam traços próprios: entre estes respondentes, grande parte efectuam pesquisas
sobre filmes na internet, colocando assim o cinema e a internet numa relação de
complementaridade. Para além disso, mais de metade deste jovens internautas assistem
a filmes no computador, embora este não seja o principal meio de difusão. Poderá estar
aqui patente uma tendência emergente de utilização integrada de diferentes media no
computador, em especial, numa altura onde se torna possível descarregar da internet
conteúdos cinematográficos ou televisivos a pedido do usuário. Contudo, entre estes
jovens, a maior utilização do computador para visionar filmes não se sobrepôs à ida ao
cinema visto que a maioria dos inquiridos online vai habitualmente ver um novo filme
ao cinema.

Como já foi dito anteriormente, pais e educadores, socializados num contexto mediático
diferente dos jovens de hoje em dia, apontam críticas ao ambiente mediático dos mais
novos, mais baseado no consumo imediato e na satisfação imediata de emoções.
Segundo esta visão, a persistência da leitura enquanto prática habitual entre as crianças
e os jovens, que requer paciência, concentração e persistência, estará a ser desafiada
pela cultura mediática que celebra a mobilidade, o curto-prazo, a realização de tarefas
em paralelo.
Porém, os dados mostram que mesmo em jovens que estão a crescer entre um ambiente
mediático em mudança cerca de 60% dos jovens – tanto os inquiridos online como os
respondentes do inquérito nacional - têm hábitos de leitura. Quanto ao perfil dos
leitores: verificou-se que a há tendência para serem as raparigas as maiores
consumidoras de livros e que há uma maior percentagem de leitores nos inquiridos mais
novos (dos 8 aos 12 anos). Apura-se ainda que 31,4% dos adolescentes costumam ler
jornais, hábito que tende a aumentar entre os jovens que se encontram à entrada da vida
adulta. Estes dados, sugerem a ideia de que crescer, tornar-se adulto, significa também
estar mais atento ou atenta ao que se passa no mundo social em volta. De um modo

410
geral, os dados demonstram também indicadores de literacia nos jovens segundo os
moldes tradicionais. Não há indicadores de que novos tipos de literacia estejam a
sobrepor-se a competências mais tradicionais como a leitura. Antes o que parece estar a
acontecer é o desenvolvimento, em paralelo, de diferentes tipos de competências
mediáticas.

Nos dias que correm, um ambiente mediático permeia a maior parte dos lares com ecrãs
e aparelhos electrónicos, por vezes, bem presentes em todos os compartimentos da casa.
A televisão é o aparelho mais omnipresente em casa estando muitas vezes na sala, nos
quartos, na cozinha. Segundo os dados apurados a nível nacional, os rádios e leitores de
CD aparelhos são os aparelhos mais universais a seguir à televisão. Além disso, mais de
metade dos jovens possuem um computador pessoal fixo, embora apenas 8% declarem
ter um computador portátil. Perto de um terço têm uma consola de jogos em casa e mais
de um quarto afirmam ter uma câmara digital.
Tanto o público juvenil inquirido face-a-face como o público específico que respondeu
ao questionário lança online partilham práticas comunicacionais, cuja evolução não se
dá de um dia para o outro. Contudo, para os respondentes online a televisão é algo que
se insere cada vez mais numa rede de múltiplos media, que se deixa ligado em pano de
fundo enquanto se desenvolvem outras actividades. Verifica-se que os jovens continuam
a realizar actividades tradicionais enquanto vêm televisão: a maioria significativa dos
jovens come enquanto olha para o ecrã da TV ou estudam e fazem os trabalhos de casa,
olhando de soslaio para o que se passa no ecrã. Mas o que se torna agora significativo, é
que entre os jovens respondentes do inquérito online, uma porção não muito distante de
um terço navega na internet enquanto vê televisão. Hoje em dia, o próprio mercado
oferece já produtos que integram vários media e que são procurados pelos jovens. Por
exemplo, cerca de 22% dos respondentes online, afirmam que podem ver televisão
através do próprio ecrã do computador.
Há indicadores, portanto, de uma tendência emergente de integrar várias actividades. No
que respeita ao inquérito aplicado presencialmente, poucos são os inquiridos que
afirmam não realizar nenhuma actividade em simultâneo e percentagens apreciáveis de
jovens respondentes afirmam ver televisão, ouvir música, estudar ou fazer os trabalhos
de casa, usar o computador e enviar mensagens em simultâneo com outras actividades.
A vida diária dos adolescentes é impregnada de um sistema mediático de oferta
múltipla, na qual os jovens vão criando capacidades comunicativas como o facto de

411
aprenderem a integrar as várias possibilidades de oferta e de articular em simultâneo
diversas actividades. Neste sentido, entre os inquiridos online, cerca de metade afirmam
que conseguem ver televisão quando está ao computador. A actividade mais frequente
quando estes inquiridos utilizam a internet é ouvir música, em 56% dos casos, enquanto
que 20,8% usam chats ou programas de mensagens instantâneas e 15,6% falam ao
telefone ao mesmo tempo que estão na rede. Ouvir rádio e ver televisão são outras
actividades relevantes e frequentes para alguns jovens. A cultura multi-tarefa também se
expande para outras actividades como estudar. Perto de metade ouvem música enquanto
estudam, embora se possa dizer que esta não será propriamente uma realidade nova.
Porém, verifica-se uma maior integração do computador nos estudos nos respondentes
online visto que 43,3% têm o hábito de usar o computador enquanto estudam e mais de
um terço navegam na internet procurando informação para os seus estudos. Ademais,
15,1% admitem que procuram informação não relacionada com o estudo, a televisão e a
rádio também marcam presença durante o estudo para cerca de um quarto dos inquiridos
e 21,6% não resistem a enviar mensagens pelo telemóvel.
A televisão continua a ter um peso omnipresente nas práticas mediáticas dos jovens,
todavia, começa a ser preterida em relação a outros media pelo menos no plano
subjectivo das preferências. Parte significativa dos respondentes online, pretere a
televisão em relação a outros media em cenários em que teriam de escolher apenas um
meio de comunicação. Perto de três quartos dos internautas inquiridos online preferem a
internet à televisão e a preferência pela internet tende ainda a aumentar com o aumento
da idade. Também uma maioria dos inquiridos prefere os jogos ou o telemóvel à
televisão. Para além disso, os jovens também aprendem a rentabilizar os tempos mortos
ou os tempos de publicidade entre os programas de televisão. Aproveitam para realizar
actividades corriqueiras, mas também para falar ao telefone, enviar mensagens ou
navegar na internet, embora em menor extensão.
A emergência e a relevância crescente da internet não permitem advogar que esta veio
substituir outras actividades, até porque a navegação é muitas vezes realizada em
regime de multi-tarefa. Para além disso, para os respondentes do inquérito face-a-face a
televisão ainda é das principais fontes de informação: mais de metade dos jovens
inquiridos recorrem à televisão ou a fontes interpessoais para se informarem-se sobre
algum assunto em geral ou sobre entretenimento em comparação com 40% dos jovens
recorrem habitualmente à internet como fonte de informação que, neste caso, se equipa
à rádio em termos de relevância. Mas sem dúvida que a internet veio trazer um reforço

412
da informação e alimentar a tendência para a multiplicação de interesses e actividades e
para a diversificação e ampliação das capacidades comunicativas. A partir das práticas
mediáticas dos jovens, em especial aqueles mais familiarizados com as TIC, podemos
antever formas emergentes de lidar com os media como o multitasking, modos de
utilização mais interactivos e a utilização integrada de vários media. As gerações mais
novas parecem ser cada vez mais socializadas num tipo de cultura que pode ser
exemplifica pelas janelas de um sistema operativo: janelas, ecrãs, sons e experiências
aparecem e desaparecem com a instrução de um clique, emergem em paralelo e
proporcionam aos usuários formas de experienciar os media multifacetadas e integradas.

Quanto aos gastos de tempo na sociedade em rede, os adolescentes inquiridos a nível


nacional dizem que passam, em média, sensivelmente 10 horas semanais em casa a
utilizar da internet, hora e meia a enviar e receber emails e mais de duras horas em chats
e grupos de discussões e a pesquisar informação para a escola. Perto de 3 horas
semanais são passadas, em média, a jogar. Na escola há muito pouco tempo de uso
pessoal da internet visto que a maior parte do tempo - mais de uma hora e meia semanal,
em média – é passado a pesquisar informação para a própria escola. Quanto ao tempo
passado a ver televisão, é, em média, cerca de 15 horas semanais. No que respeita os
horários diários de visionamento da televisão, durante a semana, perto de 70% dos
adolescentes assistem aos programas televisivos entre as 18 e as 21 horas e um pouco
menos de metade das 21 horas à meia noite. Durante fim-de-semana, o principal pico de
assistência por parte da população juvenil situa-se num período mais alargado que vai
das 16 horas até meia noite. E apesar de o visionamento da televisão ser hoje em dia
talvez uma actividade mais privatizada, cerca de um quarto dos adolescentes afirmam
que assistem televisão sozinhos, particularmente, no período das 16h às 21h, enquanto
que mais de metade afirmam que assistem a programas televisivos acompanhados, em
especial no período das 18h à meia noite.
A televisão não deixa de ser o media mais utilizado, embora a sua utilização possa ter,
hoje em dia, outros moldes para muitos jovens. Ver televisão para um jovem de hoje em
dia pode não significar o mesmo para outras gerações. Isto é, o visionamento dos
programas de televisão é muitas vezes repartido simultaneamente com outras
actividades ou, em especial, com a utilização de outros media e pode não significar um
visionamento atento ou exclusivo. Ademais, a televisão mesmo sendo o media mais
presente na quotidiano dos jovens poderá estar perder a sua importância relativa, de um

413
modo geral. Como foi dito, entre os inquiridos online, jovens claramente mais
familiarizados com a utilização das TIC, a televisão perdeu para uma fracção
significativa dos adolescentes inquiridos a sua importância subjectiva face a outros
media e, em especial, face à internet. Sendo de prever o alargamento da utilização da
internet e das TIC, em geral, numa camada significativa da população juvenil é também
de prever a perda da importância subjectiva que a televisão tem na vida dos jovens. Seja
como for, a importância da televisão, hoje em dia, é incontornável e o tempo médio
passado a ver televisão é mesmo similar ao tempo que os inquiridos afirmam estar com
a família, sendo de notar que os dois tempos podem, obviamente, sobrepor-se. Para o
conjunto dos jovens inquiridos, ouvir rádio ocupa-lhes 6 horas semanais, em média.
Observa-se ainda que muito pouco tempo é gasto na leitura de jornais – pouco mais de
meia hora semanal. Contudo, estar com os amigos ou colegas fora da escola ocupa aos
jovens, em média, 12 horas semanais. Fica por esclarecer se este tempo com os amigos
é passado na rua ou em casa uns dos outros. O que seria um indicador interessante para
perceber em que extensão podemos falar do declínio da “cultura de rua”, em especial,
nas relações interpessoais. Por fim, os jogos de computador ou consola ocupam, em
média, 7 a 8 horas semanais do tempo dos jovens
A organização das tarefas diárias e a estipulação de horários atinge mais de 60% dos
adolescentes inquiridos a nível nacional no que respeita aos tempos para dormir e mais
de 50% no que respeita os horários para estudar. Uma percentagem semelhante de
inquiridos online também declaram que têm horários estipulados para estudar e que
procuram cumpri-los.
Os horários e os gasto de tempo inquiridos online, apresentam um perfil um pouco
diferente. Estes jovens inquiridos utilizam, na sua generalidade, mais tempo o
computador, mais de metade usam o computador mais de duas horas por dia. Durante a
semana, acima de 40% navegam na internet mais de duas horas diárias, enquanto que a
fracção de jovens que entram na rede atinge perto de 60%, durante o fim-de-semana.
Alem disso, durante a semana, o principal período de ligação à rede é de tarde até às 20
horas, sendo o período das 20 às 22 horas igualmente relevante. Durante o fim-de-
semana, o tempo passado a navegar na rede tende a aumentar e cerca de um quarto dos
jovens utiliza a internet todo o dia. Observa-se ainda que durante a semana, um pouco
mais de metade dos inquiridos vêm entre uma a quatro horas de televisão, verificando-
se igualmente a tendência para os jovens internautas assistirem mais horas de televisão

414
durante o fim-de-semana. A maioria destes adolescentes passa, por dia, uma hora ou
entre uma a duas horas a estudar ou a fazer os trabalhos de casa.
Também podemos falar em dois perfis no que diz respeito a práticas e preferências
quanto ao que os jovens gostam de fazer. Quanto ao inquérito realizado face-a-face,
apurou-se que praticamente todos os adolescentes assistem televisão antes ou depois do
jantar e que assistir televisão é a actividade mais frequente para a fracção maioritária de
jovens inquiridos. Outras actividades frequentes relevantes são usar MSN/chats, usar o
computador em geral, estudar ou fazer os trabalhos de casa e, em menor dimensão,
navegar na internet, jogar jogos, ouvir música e enviar mensagens SMS aos amigos.
Depois do jantar, a posição da televisão como a actividade mais frequente e mais citada
sai ainda mais reforçada. Jogar jogos, usar o computador ou navegar na internet, ouvir
música são outras actividades que mantêm o seu relevo depois do jantar, embora a
fracção de jovens inquiridos que realizam essas actividades desça. Cerca de 60% dos
jovens ouvem música antes do jantar e cerca de 40% depois. Também há mais
inquiridos que usam o computador antes do jantar (cerca de 40%) do que depois. Cerca
de um terço dos inquiridos jogam ou mandam mensagens SMS aos amigos antes do
jantar, enquanto que depois do jantar cerca de uma quarto dos jovens fazem essas
actividades. Verifica-se ainda um maior relevo das actividades de leitura - ler banda
desenhada, livros ou revistas - depois do jantar. Falar ou telefone ou mandar mensagens
através do telemóvel são actividades que também assumem uma maior relevância
depois do jantar. Por outro lado, estudar ou fazer os trabalhos de casa é uma actividade
com menor relevo: perto de três quartos dos adolescentes inquiridos estudam ou fazem
os trabalhos de casa antes do jantar, enquanto que essa percentagem cai para cerca de
um terço depois do jantar, que é uma altura mais reservada ao lazer, relaxamento e
preparação para dormir.
Os adolescentes inquiridos online apresentam um perfil diferente quanto ao que mais
gostam de fazer depois do jantar visto que, para a maioria, a preferência recai sobre a
ligação à internet em detrimento da televisão, que aparece em segundo lugar. Jogar
jogos de computador ou de consola ou ouvir música são outras actividades assinaláveis
entre as actividades que estes adolescentes gostam de fazer depois do jantar.
De um modo geral, poderá dizer-se que existem sinais de novas formas de organização
familiar e de novos modos de organização geográfica das actividades familiares. A vida
dos jovens está a deslocar-se do público para o privado, situação que está relacionada,
por um lado, com o declínio da “cultura de rua” em segmentos da população juvenil, em

415
especial, em contextos urbanos, e a consequente retirada para a casa ou o apartamento e,
por outro lado, com o declínio do convívio familiar tradicional. Os nossos dados
demonstram, sem sombra de dúvida, que a casa dos jovens inquiridos, nos vários
quadrantes da sociedade portuguesa, é o local privilegiado das actividades relacionadas
com os media. A impregnação dos media no quotidiano dos jovens veio traduzir-se em
novas formas de organizar os tempos livres e as actividades de lazer e de estudo, mas
também deu azo à emergência de uma cultura do “quarto de dormir”, onde os jovens
tendem a concentrar no seu reduto mais privado os media que utilizam. É nesse reduto
que os jovens realizam um conjunto de práticas em simultâneo ou em exclusivo:
navegam na internet, usam o computador, estudam, jogam, assistem a programas de
televisão, entre outras actividades. O quarto de dormir dos adolescentes ganha assim
uma maior centralidade enquanto local privilegiado onde se realizam diversas
actividades. O quarto também serve muitas vezes como um espaço onde os jovens
exercem a sua autonomia, decorando-o e apetrechando-o a seu gosto, é o espaço que
podem apropriar como seu e que podem mais facilmente proteger contra as regras e os
controlos paternais.
Não quer isto dizer que a sala de estar se tenha tornado irrelevante na geografia
doméstica, enquanto um espaço utilizado por todos os membros do agregado para
usufruir de diferentes media. No inquérito realizado online, 81% dos jovens declaram
que aí vêm televisão. Todavia, o visionamento da televisão espalha-se por outros
espaços domésticos e, em particular, do quarto de dormir onde cerca de metade dos
adolescentes inquiridos online costumam ver televisão. Esta expansão é concomitante
com a utilização cada vez mais privatizada de vários aparelhos visto que cada membro
do agregado doméstico poderá ter o direito de reivindicar para si o seu próprio
telemóvel, a sua televisão, o seu computador, etc... É sintomático deste fenómeno, o
facto de mais 70% dos adolescentes que responderam ao inquérito lançado na internet
afirmarem que existem três ou mais televisões em casa. Além disso, 60% desses jovens
inquiridos declaram que têm televisão no seu quarto de dormir. Uma percentagem
igualmente apreciável destes adolescentes, que ronda os 40%, afirmam que têm dois ou
mais computadores em casa e uma fracção similar desses jovens – com tendência para
aumentar nos escalões mais velhos – dizem que têm um computador no seu quarto.
O quarto deixou de ser aquele espaço privado onde se dorme, se estuda ou confinado a
práticas mais íntimas. É onde se realiza cada vez mais todo um conjunto de práticas
ligadas aos media e onde os sistemas de media visíveis no espaço público têm penetrado

416
nesse conclave privado. Por outro lado, verifica-se uma lógica de expansão do quarto
para o “mundo” permitida pelas TIC, o que pode lançar reconfigurações e mesmo
tensões quanto aos significados e fronteiras entre público e privado. Tudo isto acontece
num contexto de autonomia existencial dos adolescentes mas de dependência
económica face aos pais o que pode proporcionar tensões dentro do seio familiar. Com a
individualização e privatização dos tempos livres, os jovens vão conquistando novos
campos de liberdade, novas formas de expressão e consumo e os media podem ser
vistos como uma expressão da liberdade e autonomia juvenil. Estes processos ligam-se
com novas reconfigurações e negociações no significado de juventude e de família num
contexto de democratização da vida familiar.

A apropriação dos media e das TIC pelos jovens está a gerar transformações no âmbito
da interacção familiar. Hoje em dia, o controlo paternal joga-se, no que respeita aos
media, em múltiplas frentes, desde a televisão ao telemóvel, do tempo gasto com os
jogos às formas de utilização da internet. Verificou-se que, entre os utilizadores da
internet, a televisão deixou de ser o foco principal das regras parentais, o que foi
acompanhado por uma transferência do controlo da televisão para outros muito e, em
particular, a internet. As regras parentais têm se diversificado em várias frentes, regras
estas que têm reagido às transformações no campo mediático. O sistema dos media
contemporâneo tem assim despoletado, no seio das famílias, vários campos de
negociação e a ocorrência de conflitos específicos entre pais e filhos em torno do
consumo dos media, com repercussões na organização da vida familiar.
Entre os inquiridos mais familiarizados com a internet, verificou-se que os conflitos em
torno do tempo em que estão na rede, jogam ou vêm televisão são os mais frequentes.
Quanto à utilização do telemóvel, o principal despoletador dos conflitos familiares
prende-se com os gastos, que se traduz obviamente em tempo de utilização, mas que
neste caso poderá ser muito mais “invisível” para os pais. Ademais, existem relações
significativas entre os vários tipos de conflito pelo que as discussões com pais envolvem
muitas vezes a confrontação a respeito de mais do que uma dimensão de utilização dos
media: tempo de utilização, período do dia, actividades efectuadas e os gastos
monetários. Como seria de esperar, os jovens mais novos são alvo de um maior controlo
parental, havendo sobre eles uma incidência maior de regras e proibições.
Entre os adolescentes mais familiarizados com o uso da internet, grande parte afirmam
serem eles que mais sabem sobre internet em casa. Ora, em muitos lares portugueses

417
poderá assistir-se a uma discrepância de conhecimentos entre os pais e os filhos que
demonstram ter maiores competências na utilização das novas tecnologias. Tudo isto
poderá baralhar as relações tradicionais de poder em casa, fazendo com que a utilização
das novas tecnologias por parte dos jovens gere focos de incerteza para os pais na
aplicação de regras e de controlo sobre os filhos. Estudos sugerem mesmo o aumento do
conflito entre pais e adolescentes em famílias onde o adolescente é considerado o perito
na utilização dos novos media e em especial da internet. Adiantam ainda a hipótese de
os conflitos serem maiores quando há pressão dos pais para reduzir a autonomia do
adolescente, controlando o acesso à internet, e quando mostram reacções negativas
sobre o uso da mesma.
A família no início do século XXI encontra-se em processo de reconfiguração e
democratização negocial entre pais e filhos. A família na sociedade contemporânea
poderá, talvez, como sugere Manuel Castells, estar perante o desafio de integrar as
características da sociedade em rede nas relações familiares: flexibilidade, autonomia,
adaptabilidade. A questão que fica é saber se irá adoptar essas características ou lutar
contra elas porque elas são erosivas do poder patriarcal tradicional. Na primeira
hipótese teremos uma família mais democrática e onde o poder é fruto da negociação.
Na segunda hipótese veremos as tensões acumular-se e o possível surgir de relações
fracturadas e extremadas.

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