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Teste de Língua Portuguesa

7º ano
Nome : ____________________________________ nº: ______ Classificação :

_______________________ A professora : ____________________________ O E. E. :

______________________________________

I
Lê atentamente o excerto que se segue, retirado do conto "Arroz do Céu" de José
Rodrigues Miguéis e responde ao questionário que o segue.

Ora, à esquina de certa rua, no Uptown, há uma igreja, a de São João Baptista e
do Santíssimo Sacramento, a todo o comprimento de cuja fachada barroca e cinzenta
os respiradouros do subway formam uma longa plataforma de aço arrendado. Os
casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O
arroz chove às cabazadas em cima dos noivos, à saída da cerimónia, num grande
estrago de alegria. Metade dele some-se logo pelas grelhas dos respiradouros, outra
parte fica espalhada nas placas de cimento do passeio. Depois dos casamentos, o
sacristão ou porteiro da igreja, de cigarro ao canto da boca, varre o arroz para dentro
das grades, por comodidade. Provavelmente é irlandês, o arroz não lhe interessa, nem
se ocupa de pombos: pombos é lá com os italianos, que, apesar de se dizerem
católicos, são uma espécie de pagãos. O que se derramou no pavimento da rua, lá fica:
é com os varredores municipais.[...]

Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala no plano inclinado do


respiradouro, e, se não adere à sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é
pouco dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do subterrâneo, numa estreita
passagem de serviço vedada aos passageiros.

A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a
estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do
lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com
mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as
pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que
viria tanto arroz? Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez para o Alto [...]. Mas o
respiradouro, [...] e a grade, ela própria, ficava-lhe invisível do interior. Era dali, com
certeza, que caía o arroz, como as moedas, a poeira, a água da chuva e o resto. O
limpa-vias encolheu os ombros, sem entender. Desconhecia os ritos e as elegâncias.
No casamento dele não tinha havido arroz de qualidade nenhuma, nem cru, nem doce,
nem de galinha.
Até que um dia, depois de olhar em roda, não andasse alguém a espiá-lo,
abaixou-se, ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e encheu com eles um bolso
do macaco. Chegado a casa, a mulher cruzou as mãos de assombro: alvo, carolino, de
primeira!

José Rodrigues Migueis, Gente da Terceira Classe

1- Escolhe a opção correcta, de acordo com o texto que acabaste de ler.


(6 pontos)

1.1- O sacristão varre o arroz para dentro das grades porque...

a- ... é mais cómodo.


b- ... o mandam.
c- ... o limpa-vias precisa dele.
1.2- A mulher cruzou os braços porque...

a- ... estava assustada.


b- ... estava contente.
c- ... estava com fome.
1.3- Havia muitos casamentos naquela igreja porque...

a- ... ela era chique.


b- ... ela era bem frequentada.
c- ... ela tinha muito arroz.

2- Completa as afirmações seguintes de acordo com a informação do texto.


(10 pontos)

2.1- A primeira vez que viu o arroz, o limpa-vias


_________________________________________.

2.2- No seu casamento não houve ________________________________________.

2.3- Quando viu o arroz que o marido trazia, a mulher do limpa-vias


_________________________.

2.4- A fachada da igreja é _____________________________________________.

2.5- O sacristão varre o arroz depois dos ____________________________.

3- Responde às questões seguintes de forma clara e completa. (34 pontos)

3.1- Qual foi a reacção do limpa-vias a primeira vez que viu o arroz? (4 pontos)

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3.2- Situa a acção no espaço, exemplificando com uma expressão do texto. (6


pontos)

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3.3- Como era o arroz que o limpa-vias via? (4 pontos)


________________________________________________________________________________________
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3.4- . «Depois dos casamentos, o sacristão ou porteiro da igreja, de cigarro ao canto da


boca, varre o arroz para dentro das grades, por comodidade.» (l. 7)

3.4.1- Caracteriza o sacristão, tendo em conta o seu comportamento. (4 pontos)

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3.4.2-0 limpa-vias não tem conhecimento do que faz o sacristão. Porquê? (6 pontos)

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4- Compara a utilidade do arroz nos casamentos com a que o limpa-vias lhe dá. (6
pontos)

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5- 5. Explica o título atribuído ao conto. (4 pontos)

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II
1- Completa o quadro que se segue com as palavras abaixo apresentadas. (10
pontos)

Nome Verbo Adjectivo advérbio

ARROZ – VARRIA – CEDO – UTILIDADE – POLIDO – ALI – INVISÍVEL – SACRISTÃO –


LONGA – PROVAVELMENTE – CRUZOU

2- Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas nas frases seguintes. (10


pontos)

Os casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a


igreja. Depois dos casamentos, o sacristão ou porteiro da igreja, de cigarro ao canto da
boca, varre o arroz para dentro das grades, por comodidade. Provavelmente é
irlandês, o arroz não lhe interessa, nem se ocupa de pombos: pombos é lá com os
italianos, que, apesar de se dizerem católicos, são uma espécie de pagãos.

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3- Preenche o quadro seguinte com uma palavra por categoria (segue o


exemplo apresentado). (10 pontos)

Palavra Campo lexical Campo semântico


Área vocabular Família de palavras
boca Lábio (dente, Bocarra 1- Parte do corpo
língua…) ( boquiaberto…) 2- Flor (boca-de-lobo)
chuva

macaco

III
( 20 pontos)

Escolhe apenas um entre os dois temas que te são propostos. Redige


um texto coerente, claro e conciso de aproximadamente quinze linhas.

A- O limpa-vias tinha uma profissão que não agradava a toda a gente. Qual a
profissão que tu queres exercer mais tarde? Apresenta as tuas razões, as
vantagens e também alguns inconvenientes dessa profissão.

B- Este conto, que analisaste nas aulas, conta-nos a história de uma personagem
pobre que imigrou para outro país. Constrói um texto narrativo que envolva um
imigrante.

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Bom trabalho.

Anabela Maranhão

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