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LEI EM SENTIDO FORMAL E LEI EM SENTIDO MATERIAL

Nota: os apontamentos apresentados foram recolhidos em aula teórica


de Direito Constitucional II, leccionada pela Exma. Professora Doutora
Cristina Queiroz.

 Qualidades da norma jurídica


o Normatividade (≠ validade: não é propriamente uma
qualidade da norma, mas relaciona-se com o resultado geral
da aplicação da norma. As normas jurídicas constituem regras
de conduta ou padrões de valoração;
o Imediatividade: a norma jurídica encontra-se imediatamente
abaixo (subordinação) da Constituição;
o Heteronomia: o conteúdo da Lei é pré-determinado pela
Constituição, em termos de forma e conteúdo propriamente
dito. A Lei não tem capacidade, por si só, de se determinar (≠
autonomia).

 As normas provenientes da autonomia privada, nomeadamente de


uma empresa (por exemplo: Comboios de Portugal) ou de uma
federação (por exemplo: Federação Portuguesa de Futebol) não
preenchem a característica da heteronomia;
 A definição formal de Lei (de origem francesa) consta dos números
1 e 5 do artigo 112.º da Constituição da República Portuguesa (CRP).
Entende-se por lei em sentido formal, toda aquela que é
proveniente de órgão constitucionalmente incumbido do poder
legislativo, cumprindo o procedimento regulamentar.
 Não existe conceito material de Lei tipificado na Constituição;
 No século XIX, o conceito tradicional de Lei abarca toda aquela
dotada das características de generalidade e abstracção, com
temporalidade indefinida. Não abarca, portanto, as leis-medida, as
Leis do Plano, as leis temporárias e as subvenções. A noção de Lei
do século XIX decorre da Teoria Alemã de Direito Público
desenvolvida por Paul Laband, no II Reich (Estado de Direito formal,
Monarquia limitada, sufrágio censitário);
 O Orçamento de Estado é integrado numa Lei de aprovação, que é
Lei em sentido formal (da responsabilidade da Assembleia da
República), mas não é heterónoma (não é lei em sentido material).

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