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ILHA BRASILEIRA

BREVE NOTÍCIA HISTÓRICA

Wilson R.M. Krukoski *

1) INTRODUÇÃO

A questão da "Ilha Brasileira" foi levantada pelo Uruguai (oficialmente


formulada por uma Nota de Reserva de 1940), reclamando da Convenção
Complementar de Limites entre o Brasil e a Argentina, celebrada em 27 de
dezembro de 1927.
Nessa nota o governo uruguaio reclama que no acerto feito entre o Brasil e a
Argentina, para definir o limite em um pequeno trecho da fronteira entre os dois
países (no extremo sudoeste do Brasil - no Rio Grande do Sul), defronte à
chamada Ilha Brasileira, não foram levados em consideração os interesses do
Uruguai - o que sería uma "res inter alias acta".

REGIÃO DA BARRA DO QUARAI

As principais objeções levantadas, desde então pelo Uruguai, para apresentar


esta questão, resumem-se nos seguintes argumentos:
- A Ilha Brasileira não é uma ilha na foz do rio Quaraí, mas sim uma ilha
localizada ao sul dessa foz, já no rio Uruguai. Portanto a ilha aínda não foi
"demarcada".
- O marco Principal 13-P, no extremo sul da ilha, alega o Uruguai, foi
construído pelo Brasil em 1862, de maneira unilateral.

2) HISTÓRICO

Vamos iniciar a recapitulação histórica, tomando em consideração os estudos


preliminares e as negociações feitas pelo representante uruguaio Andrés Lamas,
no Rio de janeiro, para a conclusão do Tratado de Limites de 1851. O assunto
foi então perfeitamente definido em seus apontamentos, transcritos em diversos
livros, onde encontramos este trecho, bastante esclarecedor:
"Los Plenipotenciarios imperiales que cedieron de los límites de 1819,
obligándose por ello a contrariar a la población del Rio Grande y a quitarle sus
más queridas esperanzas, cedieron también las aguas vertientes del Cuareim y
se limitaron a pedirme que les diese una sola estancia - la del Barón de Cerro
Largo - tomando el gajo del Cuareim que llaman de la Invernada y la isla de la
embocadura de ese río en el Uruguay - isla que es también de propiedad
brasilera - para poder establecer allí depósitos de carbón, etc. para la
navegación que va a sernos común".
O Tratado de Limites de 1851 estabelece, com referência a esse trecho da
fronteira, em seu Artigo III, item 2º - "... até o ponto em que começa o galho do
Quaraí, denominado arroio da Invernada pela carta do Visconde de S.
Leopoldo, e sem nome na carta do coronel Reyes, e desce pelo dito galho até
entrar no Uruguai; pertencendo ao Brasil a ilha ou ilhas que se acham na
embocadura do dito rio Quaraí no Uruguai."
Logo que foi firmado o Tratado de Limites, em outubro de 1851, houve
dificuldade para a sua ratificação pelo legislativo uruguaio. Inicialmente, o
tratado pretendia dar ao Brasil, além da soberania exclusiva da Lagoa Mirim,
também a possibilidade de ocupar a margem de rios uruguaios (o Cebollati e o
Taquary) na costa ocidental da lagoa. Foi necessária uma "Declaração", feita
por Notas Reversaes de 3 de dezembro de 1851, sobre a genuina e autêntica
inteligência do parágrafo 2º do artigo III e do artigo IV do Tratado de Limites de
outubro de 1851. Nesse documento lemos, "Pelo parágrafo 2º do artigo III do
enunciado Tratado se declara que pertencem ao Brasil a ilha ou ilhas que se
encontram na embocadura do rio Quaraí, no Uruguai." e acrescenta "Ao fazer-
se esta declaração ficou subentendido, de acordo com todos os princípios
admitidos nas estipulações relativas à navegação das águas comuns, que o
Brasil não se servirá da ilha ou ilhas da embocadura do Quaraí para
embaraçar ou impedir a livre navegação dos ribeirinhos."
Não podem existir dúvidas sobre a qual ilha estavam se referindo os
negociadores do tratado, nesses três documentos históricos do século XIX.
Vamos ver como se realizaram os trabalhos de "Demarcação" da fronteira, em
cumprimento ao que estava previsto no Tratado.
Os trabalhos da Comissão Mista tiveram início em 1853 pelo lado do Atlantico,
no extremo leste, junto ao arroio Chui, e estenderam-se até 1857/1858.
Foram assinadas quatro Atas, sendo as duas últimas:
- Em 28.abr.1856 - 3ª Ata. Acordando sobre o limite na região do Arroio
Invernada.
- Em 1º e 6.abr.1857 - 4ª Ata. Voltando a tratar da região das Retas do Aceguá
e São Luiz.
Na 3ª Ata, ficou escrito " ... no Arroio Invernada, por cujas águas continuará a
linha até a sua foz no rio Quarai, ... Que, em conformidade com o mesmo
Tratado, a linha seguirá pelas águas do Quarai até sua foz no Urugugai ..."
Pela farta documentação (cartas e relatórios) deixada pelo Barão de Caçapava
(Delegado Demarcador Brasileiro), contando detalhadamente todos os
problemas encontrados, divergências e acertos feitos para cumprir o que estava
estabelecido no tratado, verificamos que os demarcadores consideravam, nessa
ocasião, práticamente resolvido o assunto, uma vez que desse ponto em diante
(definido o arroio Invernada e sua foz no Quaraí), a linha de limites se
restringiría ao curso do rio Quaraí até a sua foz, portanto, não podendo mais
haver divergências.
A necessidade de uma 4ª Ata, foi para acertar as questões das duas retas que
deveríam ser traçadas na região do Aceguá e do São Luiz.
O trabalho de construção dos marcos de fronteira seguia normalmente, realizado
pela equipe brasileira, que em 1855 terminou a colocação dos marcos da região
do Chuí e em 1857 estava assentando os marcos da região do Aceguá e do São
Luiz. Foi nessa ocasião que aconteceram os primeiros incidentes levantados por
autoridades locais uruguaias.
Para facilitar os trabalhos da colocação dos marcos de fronteira na região, foram
expedidos diversos oficios pelo governo da República Oriental do Uruguai,
dando instruções aos chefes politicos dos departamentos envolvidos, para que
não se opusessem aos trabalhos.
Entre os governos, foi acertado um "Acordo de 30 de julho de 1858" que diz
"Das explicações dadas ao governo pelo coronel de engenheiros D. José Maria
Reyes, comissario da Republica para a demarcação ... resulta: ... Que assentado
e demarcado pelas duas comissões ... continuou o comissario oriental a
demarcação da linha até sua terminação no Uruguai, ... foi solicitado pelo
comissario do Brasil para a designação dos pontos em que deveriam colocar-se
os marcos na linha reta entre S.Luiz e Aceguá, de conformidade com a
demarcação praticada pelas comissões dos dois Estados.
O Sr. comissário imperial incumbiu os seus engenheiros subalternos dessa
operação, tendo o comissario da Republica encarregado o engenheiro auxiliar
D. Julio Reyes de retificar a exatidão desse trabalho ...
Sendo esta ultima operação meramente secundaria e subordinada a presente
demarcação dos comissarios, o governo considera que ficaram perfeitamente
garantidos o acerto e a exatidão da operação pelos conhecimentos científicos
dos respectivos auxiliares de ambas as comissões, associadas pela confiança de
seus governos a uma operação de alta transcendência para os dois países
visinhos e aliados, e tão honrosa para os encarregados de pratica-la."
No início de 1860 a comissão uruguaia, por decreto, foi desativada. Os trabalhos
de colocação dos marcos continuaram, sendo desta data, ou pouco depois, a
construção dos marcos na região de Sant'Ana do Livramento. O chefe da
delegação brasileira, em janeiro de 1861, comunicou que estava ultimando a
contrução dos marcos, estimando o término dos trabalhos até o final do ano.
De fato, em janeiro de 1862, foi comunicada a construção do último marco de
fronteira, na ponta da ilha da barra do Quaraí (Marco 13-P).
Seguiram-se anos bastante confusos na região do Prata - revolução de Venancio
Flores, queima dos próprios tratados pelo governo "blanco" em dezembro de
1864 (depois restaurados, em fevereiro de 1865) - sobrevindo então a guerra da
Triplice Aliança, do Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai.

3) INICIO DO QUESTIONAMENTO URUGUAIO

Em 1916, Uruguai e Argentina chegaram a assinar um tratado sobre delimitação


das ilhas do rio Uruguai. A linha divisória seguia pelo "talweg" deste rio, o que
era desfavorável para o Uruguai (na parte mais ao sul, o "talweg" corre junto à
sua costa, ocasionando a perda de soberania de ilhas tradicionalmente
urugaias); por este motivo o tratado não foi ratifidado.
O interessante neste tratado é que, como na época não havia qualquer dúvida na
região, encontramos em seu artigo 1º " - La línea divisoria entre la República
Oriental de Uruguay y la República Argentina, desde la desembocadura del
Cuareim, seguirá por el "thalweg" de dicho rio Uruguay hasta la
desembocadura de éste en el estuario del Plata, quedando bajo el dominio
uruguayo las islas situadas al oriente de la línea divisória y bajo el dominio
argentino ...
Art. 2º - En virtud de lo dispuesto en el articulo 1º se declaran pertenecientes a
la República Oriental del Uruguay las islas ... " sem qualquer referência à ilha
Brasileira "pertenecientes a la República Argentina, las islas denominadas
Correntina (2) ..."
Como vimos, até a década de 1930, nenhum problema havia nas relações
fronteriças do Brasil com o Uruguai. Já tinha sido acertada a situação da Lagoa
Mirim (em 1909) pelo Barão do Rio Branco, que em um ato unilateral do Brasil,
abriu mão da soberania exclusiva de suas águas, para trazer o limite para uma
linha quebrada no meio desta lagoa (não mais pela costa ocidental, como previa
o Tratado de 1851).
Foi nessa época que teve inicio no Uruguai, um movimento liderado por certos
geografos-historiadores, que imaginaram que o Brasil podería ser mais
condescendente e liberar outras áreas para serem incorporadas ao Uruguai. Este
tipo de raciocinio talvez tenha feito parte das dificuldades e das contestações
encontradas pelo Barão do Rio Branco no Brasil, quando iniciou as manobras
políticas no Parlamento, para a aprovação do Tratado de 1909 da lagoa Mirim.
Assim, é da década de 30 o início das contestações do Uruguai referentes ao
"Rincão de Artigas", que hoje chamamos caso "Masoller / Vila Albornoz", as
quais foram seguidas pelo caso da "Ilha Brasileira", transformando-se em dois
falsos "problemas de fronteira" encontrados por alguns uruguaios para tentar
dificultar o bom relacionamento dos dois países.

4) SITUAÇÃO DA "ILHA BRASILEIRA"

Conforme apresentado inicialmente, a região da Ilha Brasileira é próxima à


fronteira do Brasil com a Argentina. O trecho dessa fronteira em direção ao
norte, subindo pelo rio Uruguai, já tinha sido acertado em 1898. Faltava
regularizar a maneira como devería ser considerado o limite pelo rio Uruguai
defronte à Ilha Brasileira. Para isso, foi assinada em 27 de dezembro de 1927
uma "Convenção Complementar de Limites", que reza em seu artigo 3º "... A
linha divisória entre o Brasil e a República Argentina, no rio Uruguai, começa
na linha normal entre as duas margens do mesmo rio, e que passa um pouco
águas abaixo da ponta sudoeste da Ilha brasileira do rio Quaraí, também
chamada Ilha Brasileira, segue, subindo o rio, pelo canal navegavel deste,
entre a margem direita, ou argentina, e a margem ocidental e setentrional da
ilha do Quaraí ou Brasileira, passando em frente da boca do rio Quaraí, que
separa o Brasil da República Oriental do Uruguai, e prosseguindo do mesmo
modo pelo rio Uruguai, vai encontrar a linha que une os dois marcos
inaugurados em 4 de abril de 1901, um brasileiro na barra do Quaraí, outro
argentino, na margem direita do Uruguai."
REGIÃO DA BARRA DO QUARAI

Veja uma foto do Marco 13-P


Em 1940 (13 anos após) o Uruguai apresentou uma Nota de Reserva (de 8 de
setembro de 1940), dizendo que o assunto foi acertado entre o Brasil e a
Argentina, sem levar em consideração o interesse do Uruguai.
Em 1961 o Uruguai e a Argentina, finalmente, conseguiram chegar a um acordo
para dar solução ao problema de limites que subsistia em sua fronteira pelo rio
Uruguai, decidindo adotar uma linha de carater misto, que contempla as
particularidades desta fronteira. Um tratado bastante complexo, onde a linha de
limite segue pelo rio, em locais independentes da localização das ilhas, onde
temos ilhas uruguaias encravadas em águas argentinas. Porém, nesta parte do
rio, sem grandes particularidades para o estudo de nosso problema. Estabelece
este tratado em seu artigo 1º que "El límite entre la República Argentina y la
República Oriental del Uruguay en el Río Uruguay, desde una línea
aproximadamente normal a las dos márgenes del Río que pase por las
proximidades de la Punta sudoeste de la Isla Brasillera hasta ... estará fijado
en la siguinte forma: A) Desde la línea anteriormente mencionada que passa
por las proximidades de la punta sudoeste de la isla Brasilera hasta ... el límite
seguirá la línea de media del cauce actual del Río. Esta línea hará las
inflexiones necesarias para dejar bajo jurisdicción uruguaya ... y bajo
jurisdicción argentina las seguintes islas e islotes, islote Corentino, isla
Corentino ..."
Ao subscrever esse Tratado, o Uruguai formulou a seguinte reserva: "En el acto
de firmar, como plenipotenciario de la Republica el Tratado de Límites en el
Río Uruguay, ... debo, por expresa instrucción de mi Gobierno reiterar del
modo mas solemne - como así lo hago - la reserva ya formulada en 1940 de los
derechos que corresponden a mi país en la zona del río Uruguay deslindada
entre la República Argentina y los Estados Unidos del Brasil, por la Convención
Complementaria de Límites de 27 de deciembre de 1927".
Desde então, por diversos documentos e artigos em jornais do país, o Uruguai
vem apresentando esse contencioso, que estaría para ser resolvido com o Brasil.
O governo uruguaio, em 1974, baixou um decreto determinando que os mapas
oficiais passassem a assinalar como "limite contestado" a ilha localizada na foz
do Quaraí.

5) ÚLTIMAS NOTAS SOBRE O ASSUNTO - Deste 1988

As últimas notas trocadas entre o Brasil e o Uruguai, sobre este assunto são:
- Nota do Uruguai de 17 de agosto de 1988 (esta nota veio acompanhada de
outras duas, com mesma data; uma versando sobre um suposto erro de
demarcação na parte da fronteira denominada Rincão de Artigas, e a outra
sobre o aproveitamento das águas do rio Quarai).
A nota uruguaia sobre a "delimitação de jurisdições entre o Brasil e o Uruguai
na região da Ilha Brasileira, no rio Uruguai", teve a seguinte continuação:
- Nota do Brasil nr. 270 de 4 de dezembro de 1989, resposta do Brasil,
pedindo que sejam aduzidas informações adicionais, sobre o objeto da nota
anterior.
- Nota do Uruguai nr. 366 de 22 de outubro de 1990, esclarece o Uruguai que
"el tramo contiguo a la desembocadura del rio Quaraim ... una zona de contacto
... que nunca ha sido delimitada" pois que o Tratado de 1851 "... estabeleció los
límites entre ambos paises, exclusivamente hasta la desembocadura del Rio
Quaraim en el Rio Uruguay". E acrescenta que "en la negociación que se
deberá llevar a cabo ... se requiere establecer, sobre bases técnicas el lugar
especifico en que se encuentra la desembocadura ... efectuandose los
correspondientes estudios hidrológicos ..." e relembra também, que o curso
fluvial do rio Quaraí é de "álveo" e conforme acordado pelo Estatuto Jurídico
(de 1933) a jurisdição de cada ribeirinho chegará até a margem oposta.
- Nota do Uruguai nr. 259 de 28 de julho de 1997, nesta nova nota uruguaia,
feita por não ter recebido resposta à Nota 366 de outubro de 1990, é chamada a
atenção para a falta de definição dos pontos de contato entre as jurisdições
respectivas dos três ribierinhos, Brasil, Argentina e Uruguai.
Esta é a situação oficial entre os dois países até o momento.

6) SITUAÇÃO ATUAL DA ILHA BRASILEIRA

Esta ilha nunca foi utilizada para depósito de carvão, como fora vaticinado no
século XIX, nem tampouco para embargar a navegação desse rio.
Esporadicamente utilizada por pescadores ou contrabandistas no passado, a ilha
tem sido ocupada nos últimos 30 a 40 anos pelo brasileiro José Jorge Daniel e
seus familiares, que mantêm sua pequena casa de madeira (Veja a foto) e
modesta plantação nas poucas áreas que continuam secas nas épocas de cheia do
rio Uruguai. O restante da ilha é coberta por mata densa que alaga nas épocas de
cheia.

7) AS ÁGUAS PRÓXIMAS À ILHA BRASILEIRA

Fazendo um estudo retrospectivo sobre a situação das águas próximas à Ilha


Brasileira, não encontramos grande problema em estabelecer:
ÁGUAS NA REGIÃO DA BARRA DO QUARAI

O ponto tripartite Brasi-Uruguai-Argentina sería o ponto "A".


Deste ponto para o sul, na direção "AB", temos águas uruguaias e argentinas.
Do ponto "A" para montante do rio Uruguai, na direção "C" e "D", temos águas
brasileiras e argentinas.
As águas ao sul da Ilha Brasileira, conforme estabelecido no "Estatuto Jurídico -
1933", em seu artigo XXI são águas em regime de "álveo", ou seja de
comunidade das águas, onde a jurisdição de cada ribeirinho chega até a margem
oposta, mas sem alcançar a sua parte terrestre.

8) CONCLUSÃO

Conforme vimos, este contencioso apresentado pelo Uruguaia é impossível de


ser aceito, quando questionada a adjudicação da Ilha Brasileira - assunto já
estabelecido no próprio Tratado de Limites de 1851.
O que se pode e deve-se estudar, é o estabelecimento exato do ponto "tri-partite"
entre o Brasil o Uruguai e a Argentina, que deverá ser feito tomando-se como
referência as coordenadas exatas do Marco 13-P e estabelecendo-se uma
distância e um azimute até o ponto estabelecido.
A dificuldade apresentada para se encontrar este ponto resume-se no detalhe
referente ao regime de fronteira estabelecido no tratado de 1961 entre Argentina
e Uruguai, que diz seguir o limite pela "línha média do leito do rio", enquanto
que o tratado de 1927 entre o Brasil e a Argentina diz que a linha segue pelo
"meio do canal navegavel".
Este assunto poderá ser esclarecido convenientemente pelo concurso amigável
dos três países, desde que interessados em resolver definitivamente o assunto.
Quanto à possibilidade do Brasil vir a ceder esta ilha para o Uruguai, é um
assunto impossível de ser conseguido, pois implicaría numa modificação do
próprio tratado de 1851 (semelhantemente ao efetuado pelo tratado de 1909), o
que não acreditamos seja viavel junto ao parlamento brasileiro.
Ficamos então sempre na esperança de que o Uruguai, que teve a iniciativa de,
unilateralmente levantar este problema, venha um dia a retificar sua posição,
cancelando o decreto de 1974 e esquecendo para sempre este pequeno caso,
inconveniente para a relação de dois países tão amigos.

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* - Este trabalho representa o pensamento do autor e é o resultado de suas
pesquisas e estudos sobre o assunto.
Veja outra questão levantada pelo Uruguai - "Masoller / Vila Albornoz" .
- Maiores informações sobre as FRONTEIRAS E LIMITES DO BRASIL
podem ser encontradas no "site":
http://www.info.lncc.br/wrmkkk.

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