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Introdução
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Eu Penso... I Encontro de Estudantes de Filosofia da Cidade de Goiás (2009).
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DULCE, Pedro Lucas. Penso, mas para que? Comunicação no Eu Penso... I Encontro de Estudantes de
Filosofia da Cidade de Goiás (2009).
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Jornal o Estadão, acessado em 05/08/2010, no sítio:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100320/not_imp526930,0.php
“Penso, mas para que?”
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Material de divulgação do Eu Penso... II Encontro de Estudantes de Filosofia da Cidade de Goiás,
acessado em 05/08/2010, no sítio: http://www.overmundo.com.br/agenda/eu-penso-ii-encontro-de-
estudantes-de-filosofia
Imerso naquela realidade exógena, tão diferente do alienante „mundo da
vida‟ criado por minha família, percebi que os seres humanos eram criaturas
primitivas que ainda não haviam aprendido a viver em sociedade, apesar de
estarem fadados a isso. Não tenho como ter certeza absoluta de que, um dia,
os homens serão realmente capazes de viver unidos numa comunidade plural,
cosmopolita e republicana, onde os princípios de igualdade e liberdade sejam
permanentemente resguardados por uma vontade geral. No entanto, não seria
razoável, tão pouco, ético fecharmos os olhos para as possibilidades do
homem, através do seu trabalho, eliminar o sofrimento de famílias, povos e
nações alijados das condições mínimas de sobrevivência, dignidade e
desenvolvimento sustentável. Da mesma forma como me parece absurdo não
priorizarmos todas as formas de saber e não usarmos todos os nossos meios
para atingir esse bem maior.
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Entre o Engajamento Intelectual e o Ostracismo da Academia
No início deste ano, uma discussão entre alguns colegas na Lista CAFIL
sobre a universalidade dos valores éticos suscitou um debate acerca da
responsabilidade do intelectual. Na ocasião, Helena Esser dos Reis,
professora de Filosofia Política pela UFG, contribuiu com a seguinte
observação:
Por volta do século VII a.C., os gregos deram início ao que Husserl
chama de “transformação da humanidade.” 8
O filósofo alemão se refere ao
surgimento da filosofia como ciência universal. As ciências particulares surgem,
a partir daí, como ramos da filosofia. Em sua origem, o saber filosófico era
utilizado como alicerce de sustentação do conhecimento das ciências
particulares. De acordo com Husserl, a partir da renascença, dá-se o
agravamento de uma situação já iniciada no período pós-socrático, quando as
ciências começaram a se desenvolver seguindo um caminho orientado mais
pela práxis do que pela filosofia.
Pois bem, após quase 28 séculos desde sua origem na Grécia, hoje
ainda nos perguntamos sobre o papel da filosofia em relação às ciências. Será
que os filósofos de hoje possuem algo de construtivo a dizer e ouvir dos
pedagogos, cientistas sociais, historiadores, pensadores e operadores do
direito? Como promover este diálogo? É possível uma faculdade de filosofia
participar ativamente da construção coletiva de saberes? Tomo como
parâmetro a própria missão da UFG, “(...) gerar, sistematizar e socializar o
conhecimento e o saber, formando profissionais e indivíduos capazes de
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promover a transformação e o desenvolvimento da sociedade”. Posto isto,
questiono como a nossa Faculdade de Filosofia pode colaborar com a nobre
missão da Universidade?
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FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. São Paulo: Ed. Graal, 1979.
8
HUSSERL, E. A crise da humanidade européia e a filosofia. Ed. EDIPUCRS, Rio Grande do Sul: 1996.
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Apresentação Institucional da Universidade Federal de Goiás (UFG). Acessado em 05/08/2010, no
sítio: http://www.ufg.br/page.php?menu_id=109&pos=esq
Centro de Pesquisa, Ensino e Extensão em Justiça Social e Direitos
Humanos
1. Objetivos Gerais
1.2 Específicos
1. Atividades
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Idem.
Cursos de especialização, mestrado e doutorado para pesquisadores
em direitos humanos e justiça social;
Conclusão
A minha esperança é que a comunidade acadêmica reaja com espanto
e indignação aos testemunhos de injustiça e desrespeito aos direitos
fundamentais do homem. É necessário reagir com rigor contra o abuso de
poder, corrupção de valores e violência que ameaçam a sociedade brasileira,
particularmente, a goianiense. Ao dar primazia ao princípio republicano do
Estado e suas instituições como guardiões da liberdade e da igualdade entre
os cidadãos, a Faculdade de Filosofia da UFG poderia se responsabilizar pela
promoção da justiça social e dos direitos fundamentais dos goianienses e de
todos os homens.