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TRÊS LAGOAS
2010
AEMS
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA DO MATO GROSSO DO SUL
FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS
SERVIÇO SOCIAL
TRÊS LAGOAS
2010
MARCELA DE ALMEIDA FRANÇA NUNES
Resultado: ............................................................................................................................
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Orientador: ...........................................................................................................................
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1º
Examinador: .........................................................................................................................
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2ºExaminador: ......................................................................................................................
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Palavra-chave:
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO – I
1. A FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE
É preciso entender que a punição não é física, mas são utilizados outros
mecanismos, fofocas, comentários maliciosos, cujos efeitos envolvem sentimentos de
culpa, agridem a individualidade o respeito à honra e dignidade da pessoa.
Segundo Singly (2000), na década de 90 surgiu a concepção de família
contemporânea trazendo novos modelos de convivência familiar, surgindo uma nova
concepção de relação entre os membros da família, portanto as tendências atuais é
trabalhar as relações de convivência, os sentimentos, as relações entre os casais e filhos.
Diante das mudanças ocorridas na sociedade, MINUCHIN (1982, P. 52), diz:
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A Família como expressão máxima da vida privada é lugar da intimidade, construção de sentidos e
expressão de sentimentos, onde se exterioriza o sofrimento psíquico que a vida de todos nós põe e repõe. E
percebida como nicho afetivo e de relações necessárias á socialização dos indivíduos, que assim
desenvolvem o sentido de pertença a um campo relacional iniciador de relações excludentes na própria vida
em sociedade. É um campo de mediação imperdível. (COSTA. p.271. 2003.)
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/12315/1/Familia-na-Atualidade/pagina1.html#ixzz11cDPVUdX
As novas formas de relações familiares implicaram em novos tipos de
identidades individuais e conseqüentemente o surgimento de conflitos entre o individual e
o coletivo. Assim explica MELO e CAMPOS (2004, p. 61) esclarecendo que:
A família no seu percurso de vida cria a sua historia com passado, presente
e perspectiva com o futuro. É um lugar de pertencimento, de questionamentos,
direcionamento para instituição responsável pela socialização, pela intromissão de
valores, pela formação de identidade e espaço privado que se relaciona com o espaço
público.
É necessário despojar que de preconceitos no intuito de compreender as
composições do que vem a ser família atualmente, que pode ser formada por
mulheres/mães trabalhadoras, parentes ou agregados, casais sem filhos, irmãos sem
pais, casais do mesmo sexo, entre outras formas de organização.
Hoje a presença das mulheres enquanto provedoras da sobrevivência
familiar são muito intensas quanto mais à realidade vivida, com todas as suas dificuldades
de ordem material existem mais dificuldade de viver com uma estrutura adequada,
distanciando o modelo socialmente proposto.
A família pode ser entendida como um sistema aberto um leque,
processando trocas com os outros do sistema familiar e seja influenciado pelo sistema
social em que esta inserida.
Minuchin (1982, p. 64) refere que:
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Tendo presentes a Declaração Universa dos Direitos Humanos (Resolução 217 A (III) da Assembléia
Geral, de 10 de dezembro de 1948); o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (Resolução 2200 A (XXI) da Assembléia Geral, anexo, de 16
de dezembro de 1966); como também outros instrumentos internacionais relativos aos direitos ao bem-estar
dos, entre eles as normas pertinentes estabelecidas pela Organização Internacional do Trabalho. Tendo
presentes, do mesmo modo a Declaração de Direitos da Criança (Resolução 1386 (XIV) da Assembléia
Geral de 20 de novembro de 1959); a Convenção sobre os Direitos da Criança (Resolução 44/ 25 da
Assembléia Geral, de 20 de novembro de 1989); e as Regras Mínimas das Nações Unidas para
Administração da Justiça da Infância e da Juventude – Regras de Beijing (Resolução 40/33 da Assembléia
Geral, de 29 de novembro de 1985),... (FONACRIAD, João Batista Saraiva, 2008, p. 89 e 90).
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FUNDAÇÃO CASA – Livro: Medidas Socioeducativas em Meio Aberto p. 15.
“É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligencia, discriminação, exploração
violência, crueldade e opressão.” (artigo 227 da
CF/1988).
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SANTOS, Juarez Cirino dos, O adolescente infrator e os direitos humanos, site:
www.defensoria.sp.gov.br/.../Juarez%20Cirino%2020O%20ado.%20infrator%20e%20os%20di.
%20humanos.%20AUTORIZADO; 2010.
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CURY, M., MENDEZ, E.G. e Amaral e Silva, A.F., Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado, 3ª.
ed. São Paulo: Malheiros , 2000, p. 370.
2.2.1. DA ADVERTÊNCIA
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PEREIRA, I. e Mestriner, M.L., op. cit., 1999:23.
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“As regras pertinentes à prática de ato intencional contidas na Lei n° 8.069/90, por sua vez, não possuem
natureza punitiva, mas sim, sócio-educativa, pelo que em verdade não se trata, no curso da relação
processual instaurada com vista à aplicação de medida(s) sócio-educativa(s), um conflito entre o jus
puniendi do Estado e o direito à liberdade do acusado, sendo incabível a assertiva de que um adolescente
que viola, ainda que reiteradamente, qualquer tipo penal apenado com reclusão, necessariamente estará
sujeito à aplicação da medida de internação, pois a quantidade ou qualidade de pena in abstracto prevista
ao tipo penal em tese violado é absolutamente irrelevante quando da análise de qual medida sócio-
educativa é mais adequada à espécie”. HABEAS-CORPUS- ECA N° 101.411-9, DE RIBEIRÃO
DO PINHAL, - INFÂNCIA E JUVENTUDE - ATO INFRACIONAL MEDIDA SÓCIO - EDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO- CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO IMPETRANTE: DANIELLE
PATRICIA STAUT CONTER; PACIENTE: A. A. B. (INTERNO); RELATOR: DES. MOACIR
GUIMARÃES.
11
CURY, M., MENDEZ, E.G. e Amaral e Silva, A.F., "Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado", 3ª.
ed,São Paulo: Malheiros, 2000, p. 371.
A obrigação de reparar o dano, prevista no artigo 116 do ECA, é dirigida a atos
infracionais com reflexos patrimoniais, tendo o adolescente o dever de restituir a coisa, ou
promover o ressarcimento do dano por ele causado, ou, por outra forma, compense o
prejuízo da vítima.
O Código de Menores de 10 de outubro 1979, já previa no seu artigo 103 12; a
possibilidade de composição de danos entre as partes Esta composição se dava por meio
de um acordo entre a vítima e o responsável legal do adolescente, e era homologada pelo
juiz competente com natureza sentencial, adquirindo, assim, natureza de título
executivo13.
O artigo 116 do ECA difere substancialmente do artigo 103 do Código de
Menores, pois vai além da mera composição. Enquanto este último impõe ao adolescente
uma obrigação de efeito extra-penal de sentença condenatória transitada em julgado, ou
seja, gera um título executivo que se dará na esfera do direito civil. No ECA a obrigação
imposta ao adolescente é apenas uma medida socioeducativa. Deste modo, a reparação
do dano tem por objetivo não só prover à vítima o reparo do prejuízo econômico, como
também reeducar o adolescente para criar em si o senso de responsabilidade.
Esta obrigação é intransferível e pessoal, ou seja, não passa da pessoal do adolescente,
não pode ser transferidas a terceiros, nem mesmo aos pais do adolescente. Esta regra
segue o que está previsto na Constituição Federal em seu artigo 5º, XLV, no qual a pena
não pode passar da pessoa do condenado.
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Art. 103. Sempre que possível e se for o caso, a autoridade judiciária tentará, em audiência com a
presença do menor, a composição do dano por este causado.
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Montenegro Filho, Misael, Curso de direito processual civil, volume 2: teoria geral dos recursos, recursos
em espécie e processo de execução/ Misael Montenegro Filho. – 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
reconhecimento de sua conduta indevida e a convicção dos próprios valos como ser
humano.
O artigo 117 do ECA estabelece que a Prestação de Serviço à comunidade
consiste na resalização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente
a seis meses, os quais podem ser desenvolvidos nos serviços e programas oferecidos
pelo município aonde o adolescente reside, levando em considerações as aptidões do
mesmo, e devendo ser cumpridas durante uma jornada máxima de oito horas semanais,
aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis que não prejudiquem a freqüência do
jovem na escola ou numa eventual jornada normal de trabalho ( Artigo 117. A execução
deve ser feito por profissional-referência ou orientador socoieducativo que estejam
preparados para acolher a acompanhar o adolescente em seu processo.
Esta medida socioeducativa é baseada no caráter educativo-pedagógico visando
à proteção integral da criança e do adolescente, sustentada por amplo acompanhamento
qualitativo profissional, afastando de modo definitivo as práticas anteriormente assumidas,
as quais expunham os jovens em tarefas vexatórias e punitivas, constrangendo-os
perante a comunidade.
O encerramento da medida efetiva-se ao término do prazo judicial estabelecido
para o seu cumprimento, devendo ser comunicada a sua finalização ao Poder Judiciário.
A municipalidade é competente para execução dessa medida, devendo o mesmo criar e
manter programas de atendimento para a efetivação da medida junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas ou outros estabelecimentos congêneres.
A Liberdade Assistida medida socioedicativa prevista nos artigos 112, inciso IV,
118 e 119, deve ser aplicada aos atos infracionais menos grave, devendo ser adotada
sempre que figurara medidas mais adequadas para o fim de acompanhar, auxiliar e
orientar o adolescente.
Poderá ser aplicada como medida inicial ou nos casos de transferência de
medidas de internação e de semiliberdade. É de suma importância o acompanhamento
sistemático do adolescente, no meio familiar e na comunidade.
Essa medida possui aspectos coercitivos, uma vez que adolescente tem sua liberdade
restringida, ao lhe serem impostos padrões de comportamento e acompanhamento de
sua vida sociofamiliar, comparecendo semanalmente ao programa para o atendimento
personalizado que envolve ações planejadas e complementares (artigo 118, § 1º do
ECA).
Esta medida terá um prazo mínino de seis meses, podendo ser prorrogada a
qualquer tempo. No caso de revogação ou substituição, somente ocorre perante a
presença do orientador, do Ministério Público e o defensor do menor. (artigo 118, § 2º do
ECA).
Será designada uma pessoa capacitada para acompanhar o adolescente, no qual
será seu orientador, que terá o papel de supervisionar junto com a autoridade competente
e promover sociamente o adolescente e sua família, sua freqüência, aproveitamento
escolar e incentivar sua profissionalização e a inserção no mercado de trabalho;
fornecendo orientação e se necessário a inclusão em programas oficiais ou comunitários
de auxílio e assistência sócia e a apresentação de um relatório mensal. (artigo 119 incisos
I, II, III, IV do ECA).
Segundo o art acima diz que deverá ser usados todos os métodos e técnicas possível
para conseguir fazer a sua reeinserção, prevê também obrigações a seguir como a
escolarização e a profissionalização devendo sempre ser usados como recursos á
comunidade,sendo assim não determinando prazo para o termino desta medida, atender
conforme as necessidade do adolescente, mas se necessário fazer a realização da
internação.
Para LIBERTI “por semiliberdade é como regime e política de atendimento
entende-se áquela medida socieducativa destinada ao adolescente infrator.
O autor tem olhar de educador acredita que as medidas vem para garantir a
ressosialização dos adolescentes, e o convívio familiar.
Art120§1ºSao obrigatórias a escolarização e a profissionalização,devendo,sempre que possível,ser utilizados os recursos
SARTI, Cyntia A. Famílias enredadas. Famílias, redes laços e políticas publicam. São
Paulo: Cortez: Instituto de pesquisas especiais – PUC,. SP/2005.
GOLDANI, Ana Maria – Família, gênero e políticas: famílias brasileiras nos anos 90 e
seus desafios como fator de proteção.
Carvalho, Maria do Carmo Brant, Heloisa Szymanski, Elisabete Dória Bilac, Cynthia A.
Sarti, Sylvia Leser de Mello, Jerusa Vieira Gomes, Geraldo Romanelli, Maria Amália Faller
Vitale, Roberto Mauricio Genofre, Maria Lourdes Manzini-Covre.- Família Contemporânea
em Debate, editora Cortez- 7º edição- São Paulo 2006.
Sales, Mione Apolinário, Mauricio Castro de Matos, Maria Cristina Leal.-Politica, Família e
Juventude: Questão de Direitos – editora Cortez- 3º edição.- São Paulo 2008.
Acosta, Ana Rojas , Maria Amália Faller Vitale- Família, Redes, Laços e Políticas
Publicas – editora Cortez- 3º edição – São Paulo 200.
BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Instituí o Código Civil. In: Diário Oficial da
União, Brasília, 11 jan. 2002.