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AEMS

ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA DO MATO GROSSO DO SUL


FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS
SERVIÇO SOCIAL

MARCELA DE ALMEIDA FRANÇA NUNES

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E DIREITO


ADQUIRIDO

TRÊS LAGOAS
2010
AEMS
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA DO MATO GROSSO DO SUL
FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS
SERVIÇO SOCIAL

MARCELA DE ALMEIDA FRANÇA NUNES

ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI

Trabalho de conclusão de curso


apresentado às Faculdades Integradas de
Três Lagoas - AEMS sob a orientação da
Professora Marilza para a obtenção do
título de Graduação em Serviço Social.

TRÊS LAGOAS
2010
MARCELA DE ALMEIDA FRANÇA NUNES

ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI

Banca Examinadora de monografia apresentada a AEMS, para obtenção de titulo de

Graduação no Curso de Serviço Social.

Resultado: ............................................................................................................................

.............

Orientador: ...........................................................................................................................

................

Examinador: .........................................................................................................................

...................

2ºExaminador: ......................................................................................................................

.......................

Três Lagoas-MS, ............de...............de 2010.


.
AGRADECIMENTO
Resumo

Palavra-chave:
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
CAPÍTULO – I

1. A FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE

Falar em família1 nos tempos atuais principalmente no nosso país implica a


referência de mudanças e padrões difusos de relacionamentos. Com seus vínculos
desgastados, torna–se cada vez mais difícil definir os contornos que a delimitam.
Estamos vivendo em uma época diferente de outras já passadas, que os
valores familiares e afetivos já não são vistos com os mesmos “olhos”, e a família 2 está
sendo abalada tanto por problemas internos como por interferências externas.
Hoje em dia não podemos mais falar de família brasileira de um modo geral,
pois existem vários tipos de formação familiar, tendo cada uma delas sua característica e
não mais seguindo padrões antigos, há famílias de pais separados, chefiadas por
mulheres, chefiadas apenas por homem sem companheiras, casais homossexuais e
ainda a nuclear que seria a formação familiar do inicio dos tempos, formada por pai, mãe
e filhos. A família nuclear ainda é modelo para algumas pessoas. Vem daí a pressão para
que outros membros da sociedade também constituam famílias. Direta ou indiretamente,
ainda exige-se o casamento de papel passado.
Contudo, a família nuclear, faz parte dos padrões culturais de nossa
sociedade. Segundo Foucault (1989, p. 66) a família:

“envolve valores, normas e práticas, que se manifesta mediante objetos e


formas de agir e de pensar, sendo estes transmitidos de geração em
geração. E como padrão cultural, faz com que a maioria das pessoas
sejam o próprio vigilante destinado a punir a violação das “normas” e
“rituais” que fazem parte do processo de constituição de uma família.
1
Art. 226 CF - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
2
Para Osório (1996) a família “é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de relações pessoais
– aliança (casal), filiação (pais/filhos) e consangüinidade (irmãos) – e que a partir dos objetivos genéticos de
preservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas
identidades pessoais, desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de valores
éticos, religiosos e culturais.” http://www.centrodifusao.hpg.com.br/artdef02ef.htm
Assim, os membros de uma comunidade, mediante de diversos
mecanismos disciplinares vigiam e punem, constituindo-se nos olhos
atentos e guardiões.”

É preciso entender que a punição não é física, mas são utilizados outros
mecanismos, fofocas, comentários maliciosos, cujos efeitos envolvem sentimentos de
culpa, agridem a individualidade o respeito à honra e dignidade da pessoa.
Segundo Singly (2000), na década de 90 surgiu a concepção de família
contemporânea trazendo novos modelos de convivência familiar, surgindo uma nova
concepção de relação entre os membros da família, portanto as tendências atuais é
trabalhar as relações de convivência, os sentimentos, as relações entre os casais e filhos.
Diante das mudanças ocorridas na sociedade, MINUCHIN (1982, P. 52), diz:

“A família sempre tem passado por mudanças que correspondem ás


mudanças da sociedade. Tem assumido ou renunciado a função de
proteção e socialização de seus membros em resposta às
necessidades da cultura. Neste sentido, as funções da família
atendem a dois diferentes objetivos. Um é interno – a proteção
psicossocial dos seus membros, o outro é externo – a acomodação
a uma cultura e transmissão dessa cultura”.

No mundo contemporâneo, as mudanças3 ocorridas na família relacionam-se


com perda do sentido da tradição. Vivemos numa sociedade onde a tradição é deixada
para traz com nunca. Desta forma, o amor, o casamento, a família a sexualidade, antes
pré-estabelecidos, passam a ser concebidos como um projeto, onde a individualidade
conta decisivamente e adquire cada vez mais importância.
Muitos são os fatores que vem desfalcando a idéia de família, e isso vem
acontecendo desde a revolução industrial, que separou o mundo do trabalho com o
mundo familiar, o impacto do desenvolvimento tecnológico, e ainda as revoluções
biologias, como reprodução humana e a pílula anticoncepcional.

3
A Família como expressão máxima da vida privada é lugar da intimidade, construção de sentidos e
expressão de sentimentos, onde se exterioriza o sofrimento psíquico que a vida de todos nós põe e repõe. E
percebida como nicho afetivo e de relações necessárias á socialização dos indivíduos, que assim
desenvolvem o sentido de pertença a um campo relacional iniciador de relações excludentes na própria vida
em sociedade. É um campo de mediação imperdível. (COSTA. p.271. 2003.)
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/12315/1/Familia-na-Atualidade/pagina1.html#ixzz11cDPVUdX
As novas formas de relações familiares implicaram em novos tipos de
identidades individuais e conseqüentemente o surgimento de conflitos entre o individual e
o coletivo. Assim explica MELO e CAMPOS (2004, p. 61) esclarecendo que:

“As rupturas das tradições provavelmente propiciam uma quebra nas


relações vinculares. Por isso representam um desarrumo no
percurso do ritmo familiar, o que transforma os laços em desenlaço,
e a ordem de desconcerto criando-se assim vivencia de
transgressivo. Em decorrência, abrem espaço para a vedação aos
direitos e deveres individuais e coletivos”.

No contexto de transformação, a autoridade familiar como primeira forma de


responsabilidade a uma estância ligada à tradição vem sendo questionada. Segundo
MELLO, (2006) as mudanças ocorridas com a reorganização de papeis é responsável por
um período de redefinição das posições de autoridade, com a inserção da mulher no
mercado de trabalho, o aumento dos níveis de separação de casais, aumento de
mulheres sozinhas com filhos, e a gravidez precoce não programada dos adolescentes
contribui também para o surgimento de novos padrões de convivência.
Com estas mudanças surgiram nas famílias novos conflitos, percebem-se
certa exclusão social, que pode ser notada no cotidiano, diante de fatos como: a mulher
que passou a ter uma identidade não mais subordinada e ligada exclusivamente aos filhos
e marido, gravidez resultante de uniões livres ou fora de casamento e a separação
conjugal, embora valores venham sendo mudados a cada dia.
As constantes ondas de exclusão social que vem afetando as famílias,
diante das mudanças ocorridas no decorrer o contexto histórico da mesma, colocam como
exigências radicais e prioridades nas políticas públicas.
Não se pode negar que a família é uma fonte natural de solidariedade. E
que ela diante de necessidades ou carências de pobreza ou exclusão social, estabelece
laços de ajuda mutua entre seus membros, principalmente mediante descasos ou
omissões de instituições sociais.
As mudanças de arranjos familiares sofreram muitas influências inclusive a
mudança da cultura. As famílias sofreram várias influenciam externas, segundo SARTI,
(2005, p. 21):
“... os acontecimentos a ele ligados vão além de respostas
biológicas universais às necessidades humanas... configuram
diferentes repostas sociais e culturais ... em contextos históricos
específicos”.

Os vários fatores internos e externos que sofre a família, associados a


pobreza urbana e rural tem servido para despertar comportamentos destrutivos como a
violência, o uso de drogas, o medo do futuro, a falta de perspectiva futura.
Com os novos modelos familiares os membros da família, se organizam
para reorganizar as diferenças e os papeis que não são pré-estabelecidos, observando a
necessidade negociação.
Na realidade os conflitos fazem parte do contexto da vida social e familiar,
tendo em vista que a família é composta por teias complexa de relações entre seus
membros. As brigas no cotidiano familiar fazem partes de sua realidade.
Assim a historia de uma família é marcada por momentos de crescimento,
encontro e desencontro.
Diante deste contexto torna-se necessário abordar família como peça
fundamental na socialização de criança e adolescente, destacando a influencia da mesma
na formação da identidade do ser em desenvolvimento.

1.2 FAMILIA: PEÇA FUNDAMENTAL COMO NUCLEO SOCILAIZADOR DE CRIANÇAS


E ADOLESCENTES.

A família no seu percurso de vida cria a sua historia com passado, presente
e perspectiva com o futuro. É um lugar de pertencimento, de questionamentos,
direcionamento para instituição responsável pela socialização, pela intromissão de
valores, pela formação de identidade e espaço privado que se relaciona com o espaço
público.
É necessário despojar que de preconceitos no intuito de compreender as
composições do que vem a ser família atualmente, que pode ser formada por
mulheres/mães trabalhadoras, parentes ou agregados, casais sem filhos, irmãos sem
pais, casais do mesmo sexo, entre outras formas de organização.
Hoje a presença das mulheres enquanto provedoras da sobrevivência
familiar são muito intensas quanto mais à realidade vivida, com todas as suas dificuldades
de ordem material existem mais dificuldade de viver com uma estrutura adequada,
distanciando o modelo socialmente proposto.
A família pode ser entendida como um sistema aberto um leque,
processando trocas com os outros do sistema familiar e seja influenciado pelo sistema
social em que esta inserida.
Minuchin (1982, p. 64) refere que:

Família é sujeita à pressão interna que provem de mudanças


evolutivas nos seus próprios membros e subsistemas e a pressão
exterior proveniente da exigência para se acomodar as instituições
sociais significativas que tem um impacto sobre os membros
familiares.

A família influencia os seus membros em todas as partes fazendo deles


prolongamento cultural sendo assim sendo de agente socialização do mundo social.
Socialização nada mais é que processo pelo qual individuo aprende a ser
membro da sociedade; vivencia a imposição de padrão sociais e a conduta individual
assim a socialização, sabendo que tudo dependerá do convívio que estão relacionado a
criança todos os costumes que estiverem a sua volta terá reflexo para sua formação.
Embora a família seja considerada um pequeno sistema social, ao mesmo
teme é um sistema complexo, um todo organizado, onde os elementos são
interdependentes e inter-relacionados: quando o comportamento de um é afetado, afeta
todos os outros. O adolescente faz parte de um sistema familiar, seja qual for sua
constituição - influencia e é influenciado pelos demais membros da família.
É importante lembra que educar é um aprendizado constante da família nem
sempre fácil diante de todas as suas vivencias com outros sistemas como (comunidade,
igreja, escola, etc.). Assim adolescente em cumprimento de medidas socioeducativa, é
necessário tela como parceria durante o desenvolvimento desse processo, incluindo-a
desde o inicio do atendimento, na elaboração, no acompanhamento e na avaliação do
plano individual de atendimento do adolescente, reconhecendo seu papel significativo
para a condução da ação socieducativa.
A família se defronta com varias limitação para assumir as suas
responsabilidades, continua a constituir-se lócus privilegiada de acolhida, defesa de e de
apoio aos seus membros, pois é basicamente um espaço de cuidados mútuos.
A família vem com uma mudança que extrapola no núcleo de parentes mais
próximos-pais, irmãos, avo, tios. Essa questão para os adolescente em cumprimento da
medida socieducativa, devem ser consideradas também outras pessoas que mantenham
vinculo significativos e positivos com esse jovem, que possam lhe oferecer sustentação
durante o desenvolvimento do processo socieducativo e após o cumprimento da medida
fica, portanto evidente que a família desempenha função fundamental para execução do
processo de socialização, a vivencia infracional de um filho ou filha também revela um
contexto social e marginalidade dessa família, necessitando assim ela própria ser objetivo
de cuidados e atenção.
As relações familiares devem ser vista com cuidado, trabalhar com
sentimento de culpa, e vergonha que a família carrega quanto se depara com uma
situação vivida pelo filho, muitas vezes é responsabilidade pelas dificuldades financeira,
pela ausência de disciplina, e pelo cometimento do ato infracional.
A família deve ser encarada como a parceira nesse processo de
socialização, na busca de solução, porém, não como única responsável para superar as
dificuldades, pois existe a co-responsabilidade da sociedade e estado para equacioná-las.
A família deve, assim como o adolescente, ser respeitada também em sua
individualidade e crenças, valores, limitações, dificuldades, habilidades e potencialidade.

1.3. FAMILIA NO CONTEXTO SOCIAL DAS POLITÍCAS PÚBLICAS

Ao falarmos em política pública faz-se necessário falar da família fragilizada


e vulnerável, com mínima capacidade em enfrentar as situações atuais existentes,
enfocar a família em conjunto com suas relações e vivências.
O grupo familiar passou a ser considerado pelos movimentos sócio-culturais,
como uma questão central devido ser o primeiro e continuado espaço de formação de
indivíduos para uma participação cidadã.
As políticas públicas podem ser compreendidas como políticas construídas a
partir de um diálogo entre órgãos governamentais e sociedade civil, inseridas numa
participação cidadã, onde as pessoas são concebidas como formuladores de direitos,
conhecendo a lei e seus direitos conquistados.
As políticas públicas são caracterizadas por processos de decisão voltados
para a formulação, implementação e avaliação de ações ou programas destinados a
atender uma determinada demanda social.
A família como núcleo socializador possui como dever e responsabilidade
proteger e cuidar de seus membros, porém quando esta instituição falha e torna-se
incapaz, a mesma se direciona a política social, tornando-se merecedora de assistência
publica.
É na perspectiva dos direitos que se coloca a questão da família, a qual tem
sido solicitada a solucionar questões relacionadas a crianças, adolescentes, idosos,
portadores de deficiência e pessoas com graves problemas de saúde. No entanto, esta
“depara-se com a falta de perpectiva de recursos das políticas publicas em prol da
proteção social da população em situação ou momentos de vulnerabilidade”. (GUEIROS
2002, pg. 103).
A família em situação de vulnerabilidade vivencia constantemente, a de ser
considerada e inserida com prioridade em políticas publicas e o desafio constante em
oferecer condições concretas para o bom desenvolvimento de seus membros.
As constantes ondas de exclusão social que vem afetando as famílias,
diante das mudanças ocorridas no decorrer do contexto histórico da mesma, colocam
como exigências radicais e prioridades nas políticas públicas.
Os vários fatores internos e externos, que sofre a família: as mulheres
passam a ser chefes de família, às vezes desempregadas e sem proteção social, crianças
e idosos desamparados, associados a pobreza urbana e rural tem servido para despertar
comportamentos destrutivos como a violência, o uso de drogas, o medo do futuro, a falta
de perspectiva futura.
As medidas de proteção a família na maioria das vezes são de iniciativas
emergenciais e descontinuas, tornando-se clientelista, ao invés de medida de
enfrentamento a exclusão social geradora de direitos.
Atualmente as políticas públicas têm considerado a família como realidade
estratégica e importante protagonista para efetivação de políticas públicas com qualidade.
Porém falar em proteção social no Brasil implica referencias politicamente humanitária,
onde o capitalismo demonstra sua face humana, como meio de viabilizar os direitos aos
excluídos através da tutela.
Mesmo sendo dever do Estado assegurar direitos e propiciar para efetiva
participação da família no desenvolvimento de seus filhos, há uma inversão de valores,
onde o investimento da economia brasileira, na área social está mais direcionada ao
desempenho da economia consumista.
Partindo daí, GOMES; PEREIRA (2005), “constata-se a geração da pobreza,
como aquela a que:” falta a oportunidade de gerar renda suficiente para ter acesso a
sustentável aos recursos básicos que garantam uma qualidade de vida digna.”
Assim, com a desigualdade na distribuição de renda e elevados níveis de
pobreza, a família é excluída, de maneira significativa, sendo caracterizado como
vulnerável socialmente. Nessas condições, essas pessoas são consideradas como grupo
de exclusão social, ou seja, excluídas das políticas sociais que abrangem o trabalho, a
educação, a saúde, a habitação e alimentação.
A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) elege a família como um dos
focos de atenção da política publica, sendo assim, a família torna-se um importante eixo a
ser considerado pela política publica de assistência social.
A LOAS promulga como seus objetivos: a proteção a família, à maternidade,
á infância, à adolescência e à velhice, compreendendo que a assistência social realiza-se
de forma integrada às políticas setoriais, visando o enfrentamento da pobreza, garantindo
os mínimos sociais.
Sendo assim a família deve se auxiliada, para promover a iniciação do
aprendizado dos afetos e das relações sociais, e propiciar condições para um pleno
desenvolvimento de seus membros. Pois para uma vida efetiva e eficaz a família deve ter
condições para sua sustentação e manutenção de seus vínculos.
Diante da inobservância da garantia dos seus direitos sociais, das condições
escassas, a família lança seus filhos em busca de trabalhos informais, a fim de contribuir
para o orçamento familiar o que acarreta por muitas vezes o abando escolar.
Portanto verifica-se que além da má distribuição de renda, outro fator de
desigualdade é a educação, uma vez que esta quando não valorizadas ou não garantidas
pelos membros familiares, tende a favorecer a perpetuação do ciclo de pobreza entre
gerações.
As políticas públicas direcionadas as famílias, mesmo que falhas são
espaços de expressão e conquista por cidadania. Tornando-se positivas ao considerar as
famílias, como protagonista das políticas publica.
Ao ser elaborado políticas públicas têm que se pensar, ser crítico, e
cuidadoso em sua elaboração, tendo em vista os diferentes arranjos famílias, diferentes
lugares, pois a família assume diferentes aspectos sociais em determinados lugares.
Sarti (2005. p. 34) nos lembra que ouvir aqueles que se dirigem as políticas
públicas sociais – os pobres – é situá-lo no contexto que lhe dá significado, ou seja, o
contexto deve ser daquele que será atendido e não de quem o analisa.
As políticas públicas de atendimentos a família, tem crescido muito, porém
tem que se pensar se estas políticas vêm de encontro com as reais necessidades das
famílias e se contribuem para inclusão social e autonomia familiar.
È fato que os vínculos familiares asseguram ao individuo o sentido de
pertencimento, e o Estado também desempenha papel similar em sua atuação, mas não
basta realizar a criação de políticas publicas clientelistas é preciso produzir para e com a
família. È necessário ao ser humano o mínimo de segurança, assim como também é
importante vínculos afetivos.
Como o tema principal do nosso trabalho é o adolescente, inserido na maior
parte das vezes em uma família em estado de vulnerabilidade sócia, vamos agora aos
próximos capítulos, falar sobre os adolescentes, levando seu comportamento delituoso e
a sociedade que estão inseridos.
CAPITULO – II

2. ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI:

Com o passar dos séculos, as maneiras a serem tratados os atos infracionais,


praticados por crianças e adolescentes, foram gradativamente sendo mudadas e após a
elaboração de várias declarações, pactos, tratados e convenções sobre o assunto4, do
qual foram neles enfatizada a grande importância dos direitos e garantias fundamentais, e
a elaboração não somente de leis, mas também de medidas de prevenção, direcionada
ao jovem com intuito, de proteger a princípio, a entidade familiar, base e ponto de partida
para o desenvolvimento do jovem no meio social, e também medidas sócio-educativas
para fomentar inserção do jovem infrator no ambiente social, ou seja, a sua
ressocialização.
Na década de 80, muitos foram os movimentos a favor dos direitos dos jovens
que se encontravam em plena articulação para que fossem inseridas na Constituição
Federal questões desse interesse. Após a promulgação da Constituição Federal de 1988,
vários segmentos da sociedade como o Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de
Rua, Pastoral do Menor, organizações governamentais e não-governamentais, juristas de
diversas áreas, o Ministério Público, assinaram um abaixo assinado pela inclusão do
artigo 227, que ficou conhecida como a Emenda Cidadã, na Constituição Federal de
19885, Assim diz o artigo 227 da CF/88:

4
Tendo presentes a Declaração Universa dos Direitos Humanos (Resolução 217 A (III) da Assembléia
Geral, de 10 de dezembro de 1948); o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (Resolução 2200 A (XXI) da Assembléia Geral, anexo, de 16
de dezembro de 1966); como também outros instrumentos internacionais relativos aos direitos ao bem-estar
dos, entre eles as normas pertinentes estabelecidas pela Organização Internacional do Trabalho. Tendo
presentes, do mesmo modo a Declaração de Direitos da Criança (Resolução 1386 (XIV) da Assembléia
Geral de 20 de novembro de 1959); a Convenção sobre os Direitos da Criança (Resolução 44/ 25 da
Assembléia Geral, de 20 de novembro de 1989); e as Regras Mínimas das Nações Unidas para
Administração da Justiça da Infância e da Juventude – Regras de Beijing (Resolução 40/33 da Assembléia
Geral, de 29 de novembro de 1985),... (FONACRIAD, João Batista Saraiva, 2008, p. 89 e 90).
5
FUNDAÇÃO CASA – Livro: Medidas Socioeducativas em Meio Aberto p. 15.
“É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligencia, discriminação, exploração
violência, crueldade e opressão.” (artigo 227 da
CF/1988).

A Constituição Federal de 1988 tratou também no artigo 228, sobre a questão da


inimputabilidade dos menores de dezoito anos, ou seja, dada sua condição em fase de
desenvolvimento, o menor com pressuposto de sua falta de maturidade para o
entendimento de caráter ilícito do ato praticado, fica isentos de sanções do âmbito do
direito penal e são submetido às normas de legislação especial. Muitos acreditam que a
imputabilidade vem ser considera como impunidade, pela exclusão da responsabilidade
penal e que significa, portanto, uma irresponsabilidade pessoal e social. Mas nas palavras
de João Batista Costa Saraiva:

“A circunstância de o adolescente não


responder por seus atos delituosos perante a
Corte Penal não o faz irresponsável. Ao
contrario do que sofismática erroneamente se
propala, o sistema legal implantado Estatuto da
Criança e do Adolescente faz estes Jovens,
entre 12 e 18 anos, sujeitos de direito e de
responsabilidade e, em caso de infração, prevê
medida sócio-educativas, inclusive com
privação de liberdade.” (SARAIVA João Batista,
p. 158, 2008).

O Estatuto da Criança e do Adolescente instituído em 1990 incorporou nova


política de atendimento que trouxe várias inovações, sendo concebido com um
instrumento, cujo pressuposto básico é afirmar que as crianças e adolescentes devem ser
vistos como pessoas em desenvolvimento sujeito de direitos e destinatários de proteção
integral.6

2.1. CARACTERISTICAS DE JOVENS EM CONFLITO COM A LEI

A caracterização dos jovens que se envolvem em atos contrários a lei, se


relaciona estritamente com os fatores econômicos e sociais, o e tipo de estrutura familiar
na qual ele viveu e vive, esta interfere de maneira concreta, na formação de sua
personalidade e na identificação de valores éticos e morais que adquire desde sua
infância até a fase da adolescência.
Mediante as desigualdades sócio-culturais presentes em nosso país, muitas
injustiças são travados pelas classes sociais menos estabelecidas, gerando um
sentimento de revolta na população, e que através de meios ilícitos, procuram seu
sustento, sendo este um fator gerador da criminalidade.
Uma das maiores vítimas dessa sociedade de desigualdades é o adolescente,
que por sua vez, encontram-se numa faze de transição e transformação, muitos
costumam ter atitudes de rebeldia, que leva a cometer atitudes de risco. Essas
características se intensificam ainda mais se o adolescente não possui estrutura familiar,
falta de laços afetivos e difícil situação econômica, por estas razões os deixam
vulneráveis e são facilmente atraídos a cometer atos ilícitos, como o envolvimento com
drogas, prostituição, roubo, furtos entre outros.

2.2. MEDIDAS SÓCIOEDUCATIVAS PREVISTA PELA LEGISLÇÃO BRASILEIRA EM


ESPÉCIES
6
FUNDAÇÃO CASA – Livro: Medidas Socioeducativas em Meio Aberto p.16.
A política adotada pelo ECA, instituiu um novo sistema de instrumentos e
procedimentos jurídico-administrativos para combater o problema do comportamento anti-
social do adolescente, e novas categorias jurídicas foram criadas para expressar seus
conceitos centrais : a lesão do bem jurídico proibida por lei sob pena se sanção, como
sendo um de ato infracional e não crime; a reação oficial como conseqüência jurídica do
ato infracional, chama-se medida sócio-educativa e não pena; a privação de liberdade do
adolescente por medida sócio educativa, chama-se internação e não prisão7.
De acordo com o ECA, as medidas sócio-educativas, deverão ser aplicas aos
adolescentes infratores levando em conta sua capacidade de cumpri-las, as
circunstâncias e a gravidade da infração. Não poderá ser admitida em hipótese alguma o
trabalho forçado e os adolescentes portadores de alguma deficiência ou doenças
receberam um tratamento diverso, individual e especializado em local adequado às suas
condições. As medidas só poderão ser impostas sempre que houver prova da
materialidade do fato e indícios suficientes de autoria. De acordo o artigo 239 do Código
de Processo Penal, “Considera-se indício a circunstância conhecida e provada que, tendo
relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias’. Sendo assim a aplicação da advertência só será legal e, portanto, só se
justifica, quando os indícios de autoria forem suficientes para se alcançar o máximo de
probabilidade de haver o adolescente praticado a infração. Nesta idéia diz Olympio Sotto
Mayor, “o caráter indiciário da autoria não significa, portanto, mera indução, mas sim, a
existência de prova circunstancial veemente, convergente e conclusiva no que tange
àquele a quem se pode atribuir a infração”8.
Destarte, o ECA prevê no artigo 112 uma série medidas sócio-educativas para a
prevenção e punição dos atos infracionais, que são elas: a advertência; obrigação de
reparar o dano; prestação de serviços à comunidade; liberdade assistida; inserção em
regime de semiliberdade; internação em estabelecimento educacional.

7
SANTOS, Juarez Cirino dos, O adolescente infrator e os direitos humanos, site:
www.defensoria.sp.gov.br/.../Juarez%20Cirino%2020O%20ado.%20infrator%20e%20os%20di.
%20humanos.%20AUTORIZADO; 2010.
8
CURY, M., MENDEZ, E.G. e Amaral e Silva, A.F., Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado, 3ª.
ed. São Paulo: Malheiros , 2000, p. 370.
2.2.1. DA ADVERTÊNCIA

A advertência está prevista no artigo 115 do ECA, sendo considerada a medida


mais branda das medidas socioeducativas, pois, é a única que não restringe direitos, e
serve como formar de reprimir e prevenir que ocorra novamente a pratica de atos
infracionais.
A advertência é conduzida pelo Estado na pessoa do Juiz, no qual o mesmo
adverte o adolescente em conflito com a lei, deixando claro que sua conduta esta em
desacordo com a lei e os valores éticos da sociedade, e as regras da convivência
harmoniosa no meio social e que a repetição do ato o submeterá a medidas mais severas.
Segundo Pereira e Mestriner, afirmam que o conceito de advertência; “é uma
reprimenda, um aviso e se reveste de aspectos informativos, formativo e imediato (em
ato)” 9, ou seja, busca uma reorientação do adolescente, a reafirmação dos valores
sociais, que levam a comportamentos considerados apropriados a vida em sociedade,
tem sua característica educativa10, mas censura o ato praticado, prevenindo sua
reincidência, portanto a advertência é considera uma medida de cunho sancionatório com
caráter preventivo11.

2.2.2 DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO

9
PEREIRA, I. e Mestriner, M.L., op. cit., 1999:23.

10
“As regras pertinentes à prática de ato intencional contidas na Lei n° 8.069/90, por sua vez, não possuem
natureza punitiva, mas sim, sócio-educativa, pelo que em verdade não se trata, no curso da relação
processual instaurada com vista à aplicação de medida(s) sócio-educativa(s), um conflito entre o jus
puniendi do Estado e o direito à liberdade do acusado, sendo incabível a assertiva de que um adolescente
que viola, ainda que reiteradamente, qualquer tipo penal apenado com reclusão, necessariamente estará
sujeito à aplicação da medida de internação, pois a quantidade ou qualidade de pena in abstracto prevista
ao tipo penal em tese violado é absolutamente irrelevante quando da análise de qual medida sócio-
educativa é mais adequada à espécie”. HABEAS-CORPUS- ECA N° 101.411-9, DE RIBEIRÃO
DO PINHAL, - INFÂNCIA E JUVENTUDE - ATO INFRACIONAL MEDIDA SÓCIO - EDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO- CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO IMPETRANTE: DANIELLE
PATRICIA STAUT CONTER; PACIENTE: A. A. B. (INTERNO); RELATOR: DES. MOACIR
GUIMARÃES.
11
CURY, M., MENDEZ, E.G. e Amaral e Silva, A.F., "Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado", 3ª.
ed,São Paulo: Malheiros, 2000, p. 371.
A obrigação de reparar o dano, prevista no artigo 116 do ECA, é dirigida a atos
infracionais com reflexos patrimoniais, tendo o adolescente o dever de restituir a coisa, ou
promover o ressarcimento do dano por ele causado, ou, por outra forma, compense o
prejuízo da vítima.
O Código de Menores de 10 de outubro 1979, já previa no seu artigo 103 12; a
possibilidade de composição de danos entre as partes Esta composição se dava por meio
de um acordo entre a vítima e o responsável legal do adolescente, e era homologada pelo
juiz competente com natureza sentencial, adquirindo, assim, natureza de título
executivo13.
O artigo 116 do ECA difere substancialmente do artigo 103 do Código de
Menores, pois vai além da mera composição. Enquanto este último impõe ao adolescente
uma obrigação de efeito extra-penal de sentença condenatória transitada em julgado, ou
seja, gera um título executivo que se dará na esfera do direito civil. No ECA a obrigação
imposta ao adolescente é apenas uma medida socioeducativa. Deste modo, a reparação
do dano tem por objetivo não só prover à vítima o reparo do prejuízo econômico, como
também reeducar o adolescente para criar em si o senso de responsabilidade.
Esta obrigação é intransferível e pessoal, ou seja, não passa da pessoal do adolescente,
não pode ser transferidas a terceiros, nem mesmo aos pais do adolescente. Esta regra
segue o que está previsto na Constituição Federal em seu artigo 5º, XLV, no qual a pena
não pode passar da pessoa do condenado.

2.2.3. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A COMUNIDADE

A Prestação de Serviços a comunidade é um item previsto no Estatuto da


Criança e do Adolescente (ECA), nos artigos 112, inciso III, e 117. A medida destina-se
ao adolescente autor de ato infracional de intensidade mínima. Tem como característica
principal a possibilidade de proporcionar ao adolescente de encontrar seu meio social, no
convívio com pessoas que necessitam de solidariedade, o caminho pedagógico do

12
Art. 103. Sempre que possível e se for o caso, a autoridade judiciária tentará, em audiência com a
presença do menor, a composição do dano por este causado.
13
Montenegro Filho, Misael, Curso de direito processual civil, volume 2: teoria geral dos recursos, recursos
em espécie e processo de execução/ Misael Montenegro Filho. – 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
reconhecimento de sua conduta indevida e a convicção dos próprios valos como ser
humano.
O artigo 117 do ECA estabelece que a Prestação de Serviço à comunidade
consiste na resalização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente
a seis meses, os quais podem ser desenvolvidos nos serviços e programas oferecidos
pelo município aonde o adolescente reside, levando em considerações as aptidões do
mesmo, e devendo ser cumpridas durante uma jornada máxima de oito horas semanais,
aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis que não prejudiquem a freqüência do
jovem na escola ou numa eventual jornada normal de trabalho ( Artigo 117. A execução
deve ser feito por profissional-referência ou orientador socoieducativo que estejam
preparados para acolher a acompanhar o adolescente em seu processo.
Esta medida socioeducativa é baseada no caráter educativo-pedagógico visando
à proteção integral da criança e do adolescente, sustentada por amplo acompanhamento
qualitativo profissional, afastando de modo definitivo as práticas anteriormente assumidas,
as quais expunham os jovens em tarefas vexatórias e punitivas, constrangendo-os
perante a comunidade.
O encerramento da medida efetiva-se ao término do prazo judicial estabelecido
para o seu cumprimento, devendo ser comunicada a sua finalização ao Poder Judiciário.
A municipalidade é competente para execução dessa medida, devendo o mesmo criar e
manter programas de atendimento para a efetivação da medida junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas ou outros estabelecimentos congêneres.

2.2.4. LIBERDADE ASSISTIDA

A Liberdade Assistida medida socioedicativa prevista nos artigos 112, inciso IV,
118 e 119, deve ser aplicada aos atos infracionais menos grave, devendo ser adotada
sempre que figurara medidas mais adequadas para o fim de acompanhar, auxiliar e
orientar o adolescente.
Poderá ser aplicada como medida inicial ou nos casos de transferência de
medidas de internação e de semiliberdade. É de suma importância o acompanhamento
sistemático do adolescente, no meio familiar e na comunidade.
Essa medida possui aspectos coercitivos, uma vez que adolescente tem sua liberdade
restringida, ao lhe serem impostos padrões de comportamento e acompanhamento de
sua vida sociofamiliar, comparecendo semanalmente ao programa para o atendimento
personalizado que envolve ações planejadas e complementares (artigo 118, § 1º do
ECA).
Esta medida terá um prazo mínino de seis meses, podendo ser prorrogada a
qualquer tempo. No caso de revogação ou substituição, somente ocorre perante a
presença do orientador, do Ministério Público e o defensor do menor. (artigo 118, § 2º do
ECA).
Será designada uma pessoa capacitada para acompanhar o adolescente, no qual
será seu orientador, que terá o papel de supervisionar junto com a autoridade competente
e promover sociamente o adolescente e sua família, sua freqüência, aproveitamento
escolar e incentivar sua profissionalização e a inserção no mercado de trabalho;
fornecendo orientação e se necessário a inclusão em programas oficiais ou comunitários
de auxílio e assistência sócia e a apresentação de um relatório mensal. (artigo 119 incisos
I, II, III, IV do ECA).

2.2.5 Regime de semi-liberadade


As medidas em regime de semiliberdade age de maneira em que as medidas inicial,ou
como de transição do adolescente para o meio aberto.
No art120”O regime de semi-liberdade
pode ser determinado desde o inicio,ou
como forma de transição para o meio
aberto,possibilitada a realização de
atividades externas,independente de
autorização judicial.

Segundo o art acima diz que deverá ser usados todos os métodos e técnicas possível
para conseguir fazer a sua reeinserção, prevê também obrigações a seguir como a
escolarização e a profissionalização devendo sempre ser usados como recursos á
comunidade,sendo assim não determinando prazo para o termino desta medida, atender
conforme as necessidade do adolescente, mas se necessário fazer a realização da
internação.
Para LIBERTI “por semiliberdade é como regime e política de atendimento
entende-se áquela medida socieducativa destinada ao adolescente infrator.

O autor tem olhar de educador acredita que as medidas vem para garantir a
ressosialização dos adolescentes, e o convívio familiar.
Art120§1ºSao obrigatórias a escolarização e a profissionalização,devendo,sempre que possível,ser utilizados os recursos

existentes na comunidades os recursos existentes na comunidade.

liberat ,1991,p63 condeca ECA.

2.2.6 Internação em estabelecimento educacional


Tem como idéia de retirar o adolescente infrator do conviveu familiar e social,possui uma
linha pedagógica para a sua reinseção do jovem infrator ao meio familiar e comunitário.
Segundo o Art.121
A internação constitui medida
privativa de liberdade,sujeita aos
princípios de brevidade,excepcional
idade e respeito á condição peculiar
de pessoa em desenvolvimento.
§1º Será permitida a
realização de atividades externas ,a
critério da equipe técnica da
entidade,salvo expressa
determinação judicial em contrário.
§2º.A medida não
comporta prazo
determinado,devendo sua
manutenção ser reavaliada,mediante
decisão fundamentada,no maximo a
cada seis meses.
§3ºem nenhuma
hipótese o período maximo de
internação excederá a três anos.
§4º.Atingido o limite
estabelecido no parágrafo anterior,o
adolescente deverá ser
liberado,colocado em regime de
semiliberdade ou de liberdade
assistida.
§5º.A liberação será
compulsória aos vinte e um anos de
idade.
§6ºEm qualquer
hipótese a desinternação será
precedida de autorização judicial,
ouvido o Ministério Publico.
Art.122 A medida de
internação só poderá ser aplicada
quando
I-tratar-se de ato
infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa;
II-por reiteração no
cometimento de outras infrações
graves;
III-por descumprimento
reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta.
O prazo da internação
poderá ser de superior de três
meses,a medida deverá ser
aplicada em instituição entidade
exclusiva para adolescente em local
distinto daquele destinado
abrigo,obedecida rigorosa separação
por critério de idade,terá a garantia
total de seus direitos privado de
liberdade garantido entre outros que
garante no Art.124
CAPÍTULO III

3. O ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI NA PERSPECTIVA DO MUNICIPIO


DE CASTILHO.

Para atingir o objetivo proposto neste trabalho, foram utilizadas pesquisas


bibliográficas, documental e pesquisa de campo com adolescente do município de
Castilho – SP no ano de 2010.
Durante a pesquisa de campo foram desenvolvidas entrevistas com
adolescente do referido município, onde foi analisado e caracterizado os adolescentes
que cometem atos infracional enfatizando quais são os motivos que os levam a se inserir
na criminalidade hoje e quais as dificuldades que os mesmos encontram para sua
inserção.

3.1 DIAGNÓSTICO DO MUNÍCIPIO DE CASTILHO

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE - 2008), em


1934, Armel de Miranda veio para a região noroeste do Estado de São Paulo,
conseguindo através da família Ferreira Brito, a doação de um terreno para formar o
patrimônio que inicialmente ficou conhecida como Vila Cauê.
Nessa época, chegou à povoação o Engenheiro da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil, Alfredo Castilho, chefe dos trabalhadores que implantavam a Estrada
de Ferro Noroeste do Brasil na região, ligando os Estados de São Paulo e Mato
Grosso (hoje Mato Grosso do Sul), cruzando o rio Paraná na Ponte Francisco de Sá.
O município de Castilho-SP deve sua formação e seu desenvolvimento
agrícola à Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
Em 1937, os trilhos já tinham sido implantados, assim a estação denominada
Alfredo Castilho, ao lado da qual se formou a povoação que teve importante função
comercial na integração da ferrovia com a navegação do rio Paraná. Novos contingentes
de povoadores vieram se fixar, aumentando o patrimônio e lavouras da região, dedicadas
às culturas de algodão, milho, arroz, feijão e amendoim.
Em 1944, a povoação passou a denominar-se Castilho - SP.
A grande fase de desenvolvimento da comunidade iniciou-se somente por
volta de 1965 com os serviços de terraplanagem e construção da Usina de Jupiá,
atual Usina hidrelétrica Engenheiro Sousa Dias, integrante do complexo de Urubupungá,
inaugurado em 1969. O represamento das águas do Rio Paraná evitou as constantes
inundações das terras cultivadas, aliando ainda, a irrigação destas, propiciando altas
produções agrícolas.
Segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) o município de
Castilho - SP conta em 2008, com 16.149 habitantes, sendo 80% residindo na zona
urbana e 20% na zona rural. Com área de 1.094 km², representando 0,43% da área do
Estado, sua densidade demográfica é de 15,20 habitantes por km².

3.2 A os adolescente em medidas sócio-educativa no Município de Castilho e suas


perspectiva de socialização.

Segundo índice de adolescente envolvidos com ato infracional no município


de Castilho – SP é de _____________ Em 2009, ____________ da população total de
Castilho - SP, possuem de ___á____ anos ou mais,

Os principais problemas sociais encontrados no município de Castilho -SP,


segundo o Plano Municipal de Assistência Social (2010), que atinge os adolescente são
de famílias com perda ou fragilidade de vínculos de afetivos, pertencimento e
sociabilidade, convivência social precária.

O município atende hoje _12_dos casos expostos acima envolvendo com


adolescente em conflito com a lei.

Conforme o Plano Municipal da Assistência Social de Castilho – SP, as


Políticas de atendimento a criança e adolescente são;
• Curso programa Educação para o Trabalho-Pet, que atende 80
jovens entre 15 a 21 anos, com objetivo de minimizar a exposição
desses jovens as situação de risco pessoal e social,tais como as de
exploração do trabalho infantil, o uso e trafico de drogas e a
prostituição infantil;

• Ação jovem Programa Estadual de transferência direita de


renda do Governo do Estado de São Paulo, voltado para jovens de 15
a 24 anos de idade. Castilho atende atualmente 100 jovens,como
incentivo para a conclusão da escolaridade básica, ou seja
fundamental e médio.

• Projeto Renascer possui como objetivo atender crianças e


adolescente em situação de vulnerabilidade social, em horário
contrario ao escolar, com atividades esportivas etc.Atende atualmente
85 criança e adolescente, com faixa etária de 07ª 14 anos.

• Oficinas culturais, oferecida pelo departamento de cultura,


esporte e lazer do Município: Aulas instrumentais: de violino,
percussão, bateria, violão, teclado; aulas de capoeira; aulas de
dança; banda marcial e canto coral. O Departamento atende
aproximadamente 1000 alunos, a partir de 07 anos de idade até
adulto.

• Modalidades esportivas: Handebol, participantes com faixa


etária de 08ª 21 anos, em diferente grupos, de sexo feminino e
masculino; basquete, atende adolescente com 17 anos de idade, de
sexo masculino; ftusal masculino a partir dos 8 anos de idade.

• Área de lazer: academia publica e piscina, aberta para todos


os públicos.

• Profissionais que atuam na entidade;

Assistente Social: Cristiane Aparecida dos Santos

Psicólogo: Maria Jose Rodrigues Silva de Almeida


Referencia socioeducativa: SINASE (Sistema Nacional de
Atendimento Socieducativo)

Orientado das medidas socioeducativas: Assistente Social e


Psicóloga

Um aspecto importante dessas transformações é a crescente participação


do adolescente envolvido com a criminalidade em nossa sociedade, principalmente
criança e adolescente que sofrem com a falta de estrutura familiar.
O contínuo crescimento dos atos infracional em nossa sociedade deve-se a
uma combinação de fatores: mudanças nos padrões de comportamento, nos arranjos
familiares onde o adolescente tem um novo papel, tornando responsável pela
subsistência dessa família na maioria das vezes, na falta de afetividade, de estrutura
socioeconômica.
O adolescente quando estão em processo de socialização esta em uma
fazes de reconstrução de valores sentimentais, material e econômico, em nossa
sociedade existe vários preconceito, pouco acolhimento é encontrado para que este
trabalho seja desenvolvido.
A constatação do significativo crescimento das taxas de atividade entre os
adolescente motivou o estudo dos possíveis fatores atuantes nesse processo. Com esse
intuito, a seguir será analisado o porquê dos adolescentes estarem envolvidos com o
mundo do crime tão cedo e focando ainda a sua ressocialização no município de Castilho
– SP.
Gráfico 1:caracterização é por adolescentes em conflito com a lei ,sexo masculino e feminino; Faixa
Etária.

Dentre os 10 adolescente entrevistados no município de Castilho - SP, sobre


a população adolescente em conflito com lei seria de , _10__são do sexo masculino e _
do sexo feminino. Ainda constatamos que 12 possuem idade entre __a ___anos,____
possuem idade entre ____ e ___ anos, entre ____ e____ anos o percentual é de ____ e
com _____anos ou mais o percentual é de _____ constata-se que a faixa etária do
município é variante, porém não tão envolvidos com a criminalidade.
Em análise a população de adolescente em conflito com a lei, podemos
afirmar que dos adolescente são menor de 17 anos de idade são com trafego de
drogas,____contos já estiveram em casa de internação ,10 estão no processo de
medidas,10 liberdade assistidas,_2_prestação de serviço a comunidade. Entre os
entrevistados o menores prevalece, sobre os outros, porém estão em uma face de
construtução de valores e com o fácil acesso na maioria das vezes são adolescente que
tiveram algum trauma na sua infância ou a falta da estrutura familiar e fácil acesso para o
uso de Drogas levando assim para mundo do crime, tornando-os responsáveis por sua
subsistência.

Gráfico 2: Caracterização por uso de drogas envolvimento em ato infracional,


processo de medidas socieducativa, liberdade Assistida, prestação de Serviço a
comunidade, Internação
O nível de escolaridade dos adolescente entrevistados varia muito, pois
declararam ser analfabetos, 7 não completaram o ensino fundamental,_2__ completaram
o ensino médio, _3. Além da idade a falta de escolaridade, tem muita influência no
momento em que os adolescente estão vivendo, com a falta de estrututa torna-se da sua
tragetroria de vida muito complexa pois tudo vai se tornando mais dificil depois da
inserção no mundo da criminalidade, mas ressossialização vem para colocar contra
ataque em todo este contexto, mudar a e historia de vida deste adolescente em nossa
sociedade , pois o mesmo sente que isso é um grande obstáculo quando surge uma
oportunidade socializar

Gráfico 3: Caracterização por Nível de Escolaridade.

Dentre os adolescente entrevistados, __12 moram com família , _____


moram com amigos , ____ usam drogas, _____ vivem praticando ato infracional, desta
maneira os mesmo obtêm a responsabilidade de educá-los. Ainda podemos constatar que
dos _____ entrevistados, ___moram com a família que normalmente é composta por
___a ___ pessoas.
Com a reestruturação econômica e a redução de no laços afetivos fez com
que as famílias tivessem outro olhar para formação de adolescente ocupações
tipicamente masculinas, o crescimento contínuo do trabalho feminino, identifica-se
também, uma tendência de manutenção do nível elevado de atividades produtivas até
idades mais avançadas.
REFERÊNCIA

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