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Florianópolis
2009
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Florianópolis
2009
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_________________________________________________________
Profa. e orientadora Maria Lucia Pacheco Ferreira Marques, Drª.
Universidade do Sul de Santa Catarina
_________________________________________________________
Tenente Coronel PM Valdemir Cabral, Esp.
Polícia Militar de Santa Catarina
_________________________________________________________
Major PM Ruy Araújo Júnior, Esp.
Polícia Militar de Santa Catarina
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AGRADECIMENTOS
Ao meu grande amigo Cap PM Marcos Barreto Valença, que nunca duvidou do
meu êxito.
A minha orientadora, Profa. Drª. Maria Lucia Pacheco Ferreira Marques a qual
esteve ao meu lado durante todo o desenvolvimento deste trabalho, mostrando sempre os
melhores caminhos a serem seguidos e suas palavras de incentivo davam-me forças para
continuar na árdua caminhada.
A meus pais, que mesmo distante, através de preces pediam a Deus que me
iluminasse, derramando bênçãos de paz, de harmonia e de fé, para que a vitória chegasse.
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Studies of Law Enforcement shootings clearly indicate that a high percentage of all
these shooting take place during nighttime hours. In fact, more than two out of there
fatal officer shootings occur during the hours of darkness or in locations where the
light is diminished.
Outside, you may have only the light of the stars or moon, or a street lamp a block
away. When the light dims the problems can begin.
RESUMO
ABSTRACT
We seek with the present work, show the importance of the Group COBRA/BOPE/PMSC in
the context of the Public Safety in Santa Catarina's State and the great technical and tactical
value that involves the equipments of individual tactical illumination through lanterns, in the
occurrences resolution of high risk for the which one are designated the members of the
Group COBRA/BOPE. The use of flash lights in low-light conditions is so imperious that
other factors, like vision physiology, brightness, cycle OODA among others are involved in
its utilization withdrawing them from the anonymity for the operational tactical vanguard. Its
apparent simplicity hides a powerful equipment that will help in the invigoration of any
tactical team, when correctly employed.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE ABREVIATURAS
Perm. – Permanente
PM – Polícia Militar ou policial militar
PEQ-2 – Target AN/PEQ-2 Ponteiro / iluminador / Aiming Light (TPIAL)
RR – Reserva Remunerada
SI – Sistema Internacional
Ten-cel – Tenente Coronel
TV – Televisão
UV – Ultravioleta
V – Volts
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LISTA DE SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................21
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA................................................................................22
1.1.1 Justificativa....................................................................................................................24
1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................................24
1.2.1 Objetivos específicos......................................................................................................24
1.3 METODOLOGIA...............................................................................................................25
1.4 BREVE DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS........................................................................25
2 O EMPREGO DA LUZ COMO “FORÇA”......................................................................28
2.1 A LUZ – PRIMEIRA EXPERIÊNCIA ATRAVÉS DO FOGO.........................................29
2.2 A LUZ NO CAMPO DE BATALHA..............................................................................33
2.3 NOTAS INTRODUTÓRIAS SOBRE OS GRUPOS DE OPERAÇÕES ESPECIAIS.....36
2.3.1 Operações Especiais e Forças Especiais – conceituação..........................................36
2.3.2 Forças Especiais – Origem............................................................................................36
2.3.3 SWAT – Origem.............................................................................................................42
2.3.4 Forças Especiais no Brasil – Origem.........................................................................42
2.3.5 Batalhões de Operações Especiais nas Polícias Militares (BOPE) – Origem........45
2.3.6 BOPE da Polícia Militar de Santa Catarina – Origem..............................................47
3 LUMINOSIDADE................................................................................................................50
3.1 A INVENÇÃO DA PILHA................................................................................................50
3.2 A INVENÇÃO DA LÂMPADA........................................................................................54
3.3 A INVENÇÃO DA LANTERNA......................................................................................57
3.3.1 Razões para uso da lanterna por policiais...................................................................60
3.3.2 Características de uma boa lanterna para uso policial..............................................61
3.3.3 Princípios........................................................................................................................63
3.3.3.1 Princípio um: “ler” a luz...............................................................................................63
3.3.3.2 Princípio dois: opere no nível mais baixo de luz..........................................................64
3.3.3.3 Princípio três: veja da direção oposta...........................................................................65
3.3.3.4 Princípio quatro: luz e movimento................................................................................65
3.3.3.5 Princípio cinco: dê poder com luz................................................................................66
3.3.3.6 Princípio seis: alinhe três coisas....................................................................................67
3.3.3.7 Princípio sete: leve mais de uma lanterna.....................................................................68
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3.4 LUZ.....................................................................................................................................69
3.4.1 Luz – conceito.................................................................................................................69
3.4.2 Iluminamento...................................................................................................................71
3.4.3 Fluxo luminoso................................................................................................................72
3.4.4 Intensidade luminosa........................................................................................................73
3.4.5 Luminância.......................................................................................................................73
3.5 COR DO UNIFORME........................................................................................................75
3.6 FISIOLOGIA DA VISÃO..................................................................................................77
3.6.1 A visão.............................................................................................................................78
3.6.1.1 A anatomia do olho humano.........................................................................................79
3.6.1.2 O processo da visão.......................................................................................................80
3.6.2 A ação da luz no olho humano em baixa luminosidade...................................................81
4 PRINCIPAIS TÉCNICAS COM LANTERNA E TOMADA DE DECISÃO................85
4.1 AMBIENTE EXTERNO....................................................................................................85
4.2 AMBIENTES CONFINADOS...........................................................................................85
4.3 TÉCNICAS.........................................................................................................................87
4.3.1 Federal Buerau of Investigation (FBI)..........................................................................88
4.3.2 Harries.............................................................................................................................92
4.3.3 Chapman.........................................................................................................................94
4.3.4 Ayoob...............................................................................................................................97
4.3.5 Rogers..............................................................................................................................98
4.3.6 Neck índex ou puckett.....................................................................................................99
4.3.7 Keller..............................................................................................................................101
4.3.8 Marine corps..................................................................................................................102
4.3.9 Hargreaves.....................................................................................................................103
4.3.10 Técnica lite-touch........................................................................................................104
4.3.11 Técnica FBI modificada para arma portátil............................................................105
4.3.12 Técnica cross-support.................................................................................................106
4.3.12.1 Técnica cross-suport variação nº 1...........................................................................106
4.3.12.2 Técnica cross-suport variação nº 2...........................................................................107
4.3.12.3 Técnica cross-suport variação nº 3...........................................................................107
4.3.13 Técnica flashlight on the primary weapon technique…………………...…………108
4.3.14 Técnica mount light....................................................................................................109
4.4 CICLO OODA..................................................................................................................111
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1 – INTRODUÇÃO
Em razão das ocorrências atendidas pela Polícia Militar à noite, pelo grau de
dificuldade proporcionado pela diminuição da acuidade visual, há a necessidade de que os
policiais militares estejam portando, além de seus equipamentos de proteção individual,
equipamento de iluminação individual capaz de proporcionar identificação do local e o trajeto
a ser percorrido. Este equipamento de iluminação ainda pode servir como equipamento
neutralizador do agente, como instrumento auxiliar do armamento que estará portando o
policial militar, durante as modalidades de abordagem.
Por tratar-se de ocorrências em horários onde há baixa ou ausência de
luminosidade, o equipamento de iluminação portátil individual a ser empregado pelo Grupo
COBRA/BOPE deverá atender as necessidades operacionais, de maneira eficiente, sem que
haja qualquer tipo de questionamento quanto à capacidade técnica dos equipamentos
disponíveis, durante o seu emprego tático.
O desenvolvimento tecnológico atinge todas as áreas profissionais em nossa
sociedade, as quais buscam o aprimoramento de suas ações, através de pesquisas e troca de
informações apresentadas em Congressos ou Seminários, onde o objetivo é o de suplantar,
muitas vezes, um obstáculo até então inexistente.
Assim caminham as Forças Policiais no mundo e em nosso País não poderia ser
diferente. Estamos igualmente inseridos numa sociedade emergente, na qual a velocidade das
informações mostra em todos os campos do conhecimento o que há de melhor e qual a
maneira mais adequada na sua execução. A Polícia Militar, muitas vezes, também se faz
presente no engendramento tecnológico para a busca de novos equipamentos que a auxilie na
solução dos mais diversos conflitos e tipos de agressores sociais. Por tratar-se de profissionais
altamente qualificados, às vezes são protagonizadores de novos equipamentos, em razão das
dificuldades vivenciadas na atividade operacional. No entanto, a grande contribuição,
evidentemente, é oriunda da indústria bélica e tecnológica, que cria e produz equipamentos
diversos, os quais terão seu aval final nas ações reais envolvendo policiais e agressores
sociais.
Neste patamar, no Estado de Santa Catarina, é designado ao Grupo
COBRA/BOPE, a missão de solucionar os piores conflitos, as ocorrências mais delicadas que
possamos supor. O lema, estampado na fachada do quartel do BOPE, “não pergunte se somos
capazes, dê-nos a missão”, retrata o nível de comprometimento desses policiais, mas também,
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Considerando que a Polícia Militar atua vinte e quatro horas por dia, nos mais
diversos terrenos e ambientes, estará o COBRA, diante da importância capital que representa,
equipado adequadamente para fazer frente as sua missões nas mais diversas situações que
envolvem a baixa ou ausência de luminosidade? Os equipamentos emissores de luminosidade
através de lanternas proporcionam segurança operacional aos componentes do COBRA, para
que prestem um atendimento operacional que seja capaz de produzir um excelente resultado
ou estaremos por falta muitas vezes de conhecimento técnico, considerando irrelevante tais
equipamentos?
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1.1.1 Justificativa
O projeto de pesquisa tem sua relevância, antes de tudo, pela perfeita integração
de sua temática quando contraposto ao direcionamento Institucional que, diuturnamente,
busca a sua excelência no atendimento finalista a que estão submetidos os policiais militares
integrantes do COBRA/BOPE.
Resta claro, pelo acima exposto, que é imprescindível, atendermos com primazia a
sociedade catarinense que deseja uma Polícia Militar bem selecionada, treinada e equipada.
1.2 OBJETIVOS
1.3 METODOLOGIA
Considerando que o estudo por nós proposto diz respeito, em suma, ao emprego
da luz como força em operações policiais, novamente recorremos a História e, nela
encontramos as primeiras manifestações sobre os efeitos da luz na visão do homem. O
conhecimento técnico e científico que nos separa daquela época pré-histórica é inversamente
proporcional a evolução tecnológica, atingida nas últimas décadas do século XX e nessa
primeira década do século XXI.
O domínio através de uma força, seja qual for, representa poder e sabendo
dominá-la pode-se subjugar um oponente com relativa facilidade. Vejamos de forma breve
como tudo isso começou.
Deixemos nos levar pela História e busquemos no início da vida do homem sobre
a Terra, a origem dos nossos ancestrais, trabalhando e lutando em grupos em busca de sua
sobrevivência, os seus encantamentos pelas primeiras descobertas e a propulsão na vida do
homem que foram capazes de nos proporcionar.
Em toda a sua trajetória pela Terra, o homem fez parte de fatos fantásticos, que
seriam capazes de assombrar a mente de seus antecessores e que hoje fazem parte de nossa
História. Poderíamos escolher qualquer um, todavia em razão do assunto a que nos propomos,
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iremos nos ater a dois importantes fatos históricos: a descoberta da luz, através do fogo e o
emprego da luz pela primeira vez nos campos de batalha.
Aqui podemos ter uma idéia do quanto foi longo o período de escuridão do
homem, que vagava muito em busca de alimento. A ausência da luz fazia com que o homem
se mantivesse no lugar onde estava à noite e como durante o dia, caminhava muito em busca
de alimento, à noite passou a ser o momento em que o cansaço e o sono o dominavam.
Quando existia a presença do sol, a sua visão conseguia avistar outros homens,
mesmo que não estivessem tão perto; visualizava os animais, as plantas, as árvores, os rios,
etc. Quando aquela bola de fogo – o Sol - lá do alto “sumia”, tudo se tornava escuro, sem
brilho, sem cor e uma estranha sensação de medo e insegurança o dominava.
1
Período pré-histórico compreendido de 30000 a.C. a 10000 a.C..
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Não se sabe ao certo se conseguiram aquecer-se ao fogo nas noites frias. É provável
que quando um raio caía nas proximidades, ateando fogo à vegetação, eles
apanhassem um galho em chamas e o transportassem para outro lugar. Quando o
galho estava quase todo queimado e o fogo por se extinguir, juntavam-lhe outro
galho. O fogo era tão valioso que, uma vez obtido, era tratado com desvelo; ainda
assim, o fogo podia extinguir-se por descuido, apagar-se sob uma chuva forte ou por
falta de madeira seca ou gravetos. Enquanto conseguiam manter o fogo, devem tê-lo
levado em suas viagens como um objeto precioso, como faziam os primeiros
nômades australianos.
Esse objeto precioso que é citado por Blainey (2009), quando se refere a imagem
do homem primitivo pelo fogo, que foi dramatizado de forma ímpar no filme “A Guerra do
Fogo”2, onde temos uma idéia do que representou para aquele homem primitivo do período
paleolítico, a descoberta e posterior domínio sobre o fogo. No início dessa importante
descoberta, cuidou do fogo, como se “cuida de um filho”, pois acreditava que se “sumisse”
(fosse apagado), jamais voltaria. Mantê-lo abrasado era preciso a qualquer preço. Um dia,
num descuido ele se foi. A descoberta de como iniciá-lo novamente e mantê-lo acesso foi um
grande feito e a partir desse momento tudo começaria a mudar.
As noites escuras já não são as mesmas. O homem descobre algo que é capaz de
dar-lhe uma agradável sensação durante a noite, principalmente naquelas mais frias; que faz
com que seja capaz de enxergar uma distância um pouco maior durante a noite; que a
presença daquela luz – o fogo -, mantém afastado animais perigosos que até então se
aproximavam dele durante a noite para atacá-lo.
A descoberta do fogo é assim apresentada por Vicentino (2007, p.12): “um dos
maiores avanços nesse período foi a descoberta e o controle do fogo, permitindo o
aquecimento durante o frio, a defesa ao ataque de animais e a preparação de alimentos.”
2
Nome original: La Guerre du feu. Um filme do diretor Jean-Jacques Annaud, produzido em 1981. Roteiro: J.H.
Rosny Sr e Gérard Brach.
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Eram tão numerosos os usos do fogo, que até recentemente, foi a ferramenta de
maior utilidade da raça humana.
Através do filme “A Guerra do Fogo” (1981), podemos ter uma noção sobre as
primeiras experiências vivenciadas pelo homem primitivo envolvendo a ausência de luz.
Quando a noite chegava, quando o breu o envolvia, se uma tocha dele se aproximava,
instintivamente suas mãos eram levadas junto ao rosto, pois aquela luz lhe cegava
momentaneamente. A reação natural produzida pelo seu organismo, evidentemente, não era
diferente da atual, uma vez que ocorria de imediato o fechamento da íris, originando assim a
sua incapacidade temporária de visualização.
A partir da descoberta do fogo, passou a andar cada vez mais em grupo e a busca
pela caça teve um melhor resultado. O trabalho em grupo se estendeu para a manutenção do
espaço conquistado e na disputa com outras tribos rivais.
A cada dia que se passava o homem primitivo aprendia a dominar cada vez mais
sua descoberta e a partir dela, nunca mais sua vida seria a mesma. Um novo período em sua
trajetória histórica se iniciava. A luz proporcionada pelo fogo se tornou a luz para uma nova
vida.
O fogo passou a fazer parte da vida do homem, na caça, onde era utilizado para
assar a carne; na caverna onde se abrigava durante a noite, era o fogo que o aquecia; nas
disputas com outras tribos descobriu que aquelas pequenas labaredas de fogo conduzidas em
pequenas e arcaicas tochas serviam para afastar seus inimigos, pois machucavam e causavam
muita dor se entrasse em contato direto com o corpo. Essa dor que por certo experimentou, o
fez também passar a temer sua descoberta. Com o passar do tempo, já sabia que em algumas
situações o fogo lhe trazia coisas boas e em outras poderia lhe causar algo de ruim.
última glaciação, entre 100000 a.C. e 10000 a.C. aproximadamente, ocorreram profundas
alterações climáticas e ambientais que estimularam a intensa migração de animais e seres
humanos [...] levando os homens primitivos a ocupar, ainda que de maneira esparsa, as
diversas regiões do globo [...]” (VICENTINO, 2007, p. 13)
Neste sentido Vicentino (2007, p. 13) quando trata dessas transformações, assim
destaca:
Assim podemos notar que a vida do homem passou naturalmente a ficar restrita a
uma determinada área geográfica, pois ali começou a encontrar o seu sustento. Essas
transformações aliadas a descoberta da luz, através do fogo, mudaram a História do homem
das cavernas, mudaram a História do Mundo.
A noite sem lua em Bagdá virou dia. Um dia assustador, aquele que o mundo inteiro
esperou durante cinco meses e meio, primeiro descrente de que chegaria, depois
torcendo para que não viesse e por fim quase que se curvando diante da fatalidade da
marcha da História. Sobre o berço da civilização, a Mesopotâmia fértil dos livros de
escola, a Babilônia dos delírios de poder de monarcas do passado, de grandes
batalhas e vícios inconfessáveis, a primeira guerra quente do mundo pós-Guerra Fria
começou pouco antes das 3 horas da madrugada de quinta-feira no Golfo Pérsico.
Uma guerra pós-moderna, como nunca se viu antes fora das telas do cinema e dos
monitores de videogame. Uma guerra com nome de filme - Tempestade no Deserto -
, assistida ao vivo pela televisão [...]
De acordo com a revista Veja (2003), na seção Internacional, essa trata do poder
bélico Americano, onde encontramos o seguinte relato:
[...] A estrutura militar enviada pelos Estados Unidos para cercar o Iraque é
impressionante. Tome-se o caso da e-bomb, que ao explodir não destrói prédios. Em
vez disso, ela emite pulsos de energia eletromagnética que queimam equipamentos
3
Aliados é a denominação dada às forças militares, lideradas pelos Estados Unidos da América, que contaram
com o apoio da Inglaterra e outros países.
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Podemos perceber que o investimento no campo bélico militar é muito grande por
parte dos Estados Unidos, conforme se pode constatar nas reportagens acima, contudo, muitos
dos equipamentos que são desenvolvidos para a guerra, por vezes após o seu emprego nos
campos de batalhas, são disponibilizados as polícias daquele País. Embora, os óculos de visão
noturna não disponham de um sistema de emissão de luz para o ambiente, o sem emprego na
guerra em larga escala, demonstra a preocupação nos combates à noite.
Segundo o documentário “A Força Militar do Século 21 – Força de Ataque”
(2008) esse apresenta todo o poder bélico de que dispõem os Estados Unidos, onde são
destacados os Tanques M1A2 Abram e Bradley; os helicópteros Apache, Blackhawk e Kiowa;
os mísseis Stinger e TOW, os veículos de locomoção por terra chamados de Humvee; além
dos diversos equipamentos e armamentos utilizados pelos soldados americanos, bem como
seu treinamento. Aqui temos uma idéia do quanto o homem evolui a cada dia no campo
militar, descobrindo e inovando seu arsenal bélico. Neste documentário, a presença de
lanternas acopladas às armas portáteis dos militares se faz presente.
Este autor teve a oportunidade de comprovar tal fato, durante o Curso Super
SWAT realizado em abril de 2007 nos Estados Unidos da América, ao visitarmos o
Departamento de Polícia da cidade de Austin, no Texas. Lá nos foram mostrados alguns dos
equipamentos que aquele Departamento de Polícia havia recebido como doação do Exército
norte-americano após o conflito no Golfo Pérsico.
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Conforme Magnoli (2008), o emprego de grupos especiais em atuação por trás das
linhas inimigas, passou a ser explorado pela primeira vez, durante a Segunda Guerra Mundial,
e durante a Primeira Guerra do Golfo foi utilizado com grande sucesso. Essas tropas
especiais são empregadas em diversas situações, inclusive podem ter a missão de auxiliar para
que agentes de informações sejam infiltrados no campo inimigo em busca de subsídios que
serão repassados aos comandantes militares.
Ainda no mesmo artigo, o seu autor, Cap PMSP Luca, estabelece que embora
tenhamos um espaço temporal que nos separa daquela Guerra, podemos perceber o quanto é
ínfimo quando nos mostra que as principais características daqueles guerreiros de outrora,
estão presentes nos militares e policiais militares que compõem os Grupos de Operações
Especiais da atualidade, quando assim continua seu pensamento: “Percebe-se dessa narrativa
alguns elementos muito típicos das Tropas de Comandos presentes até hoje. A ação audaz,
engenhosa, furtiva, letal e com objetivo definido caracteriza esse tipo de combatente.”
A este propósito, o sítio Suapesquisa (2009) expõe o conflito: “A Guerra de Tróia
foi um conflito bélico entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a Grécia Antiga) e
os troianos, que habitavam uma região da atual Turquia. Esta guerra, que durou
aproximadamente 10 anos, aconteceu entre 1300 e 1200 a.C.”.
Ainda sobre esse combate épico, o sítio Brasilescola (2009) nos traz a seguinte
informação:
Ainda na antiguidade, outras tropas que podemos citar como voltadas a Operações
Especiais são a Guarda Pretoriana e as Legiões Romanas.
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A história da Guarda Pretoriana começa nos últimos anos do século I a.C. e nos
primeiros do século I d.C. com Augusto, [...]. O termo Guarda Pretoriana quer dizer
"A Guarda do Pretório", o praetorium, era a parte central do acampamento de uma
legião romana e onde ficavam alojados os oficiais superiores dessa legião. [...]
Pelo ano 13 a.C. Octavio, agora Augusto, imperador de Roma, regulamentou a
Guarda Pretoriana como uma unidade especial militar, cuja função era a
proteção da Família Imperial. (grifo nosso)
[...]
Considera-se Tibério como um segundo fundador da Guarda Pretoriana, e por ter
sido Tibério o criador da Praetoria Castrates, a Guarda Pretoriana passou usar o
escorpião, que era o signo de Tibério, como distintivo da unidade militar, nos
seus escudos e no seu estandarte, o vexillum. (grifo nosso)
[...]
Os melhores cavaleiros eram enviados para uma centúria especial e eles
formaram a unidade de elite do Guarda Pretoriana, chamada de speculatores
augusti, que formavam a guarda mais próxima do imperador. Eles eram o seu
escudo pessoal, sempre a sua volta, os seus homens de extrema confiança [...]. Os
pretorianos geralmente chegavam a Guarda através de seus serviços nas legiões.
Eles tinham que ser muito bem recomendados, passar em alguns exames,
conhecimentos e testes físicos exaustivos e servir como candidato ou probatus por
um certo tempo [...] (grifo nosso)
Outra força militar histórica e talvez uma das maiores de todos os tempos,
também encanta a estudiosos e apaixonados por Forças Militares Especiais: as Legiões
Romanas. Acreditamos que a citação a seguir é mais que uma narrativa histórica da origem e
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formação desta importante Força Militar que outrora teve seu poderio incontestável, quiçá
seja o berço de sentimentos, doutrinas e táticas ainda hoje consideradas válidas.
O Império romano foi a maior potência de sua época. [...] Portanto, Roma era uma
potência mundial, a primeira potência européia em escala mundial.
[...]
O poder de Roma era materializado na legião romana, corpo militar que superou
tudo o que até então se conhecia em termos militares na Antigüidade. Não é sem
razão que da palavra legio (legião), força bélica, extraiu-se a palavra legge (lei).
A lei, para os juristas romanos, respaldava-se em última instância na força.
[...]
Os romanos aproveitaram o máximo das capacidades das suas legiões, como a
disciplina, a resistência, a tecnologia superior, e principalmente a faculdade de
atuar como um corpo único, que transformava cada legião num mini-exército
altamente eficiente, para realizar as suas grandes conquistas. (grifo nosso)
[...]
Cada legião romana completa tinha um efetivo de 5.000 a 6.000 soldados [...].
Disciplinados e bem treinados [...] (grifo nosso)
A organização e a disciplina das legiões era impar em sua época. Os legionários
eram capazes de, arrumados em linhas (veliti, manipoli di astati, principi, e di
triarii), onde recrutas e veteranos se intercalavam, enfrentar contingentes de forças
muito superiores as suas, graças à coesão e às táticas de luta em conjunto em que se
exercitavam [...]
Os recrutas e soldados novos recebiam adestramento constante de manhã e à tarde;
nem a idade nem o conhecimento serviam de desculpa para eximir os veteranos da
repetição diária daquilo que já haviam aprendido completamente.
[...]
Os soldados eram diligentemente instruídos a marchar, correr, saltar, nadar, carregar
grandes pesos; manejar qualquer espécie de arma que fosse usada para ataque ou
defesa, quer no combate à distância, quer na luta corpo a corpo; fazer variadas
evoluções; [...]
O maior elemento de triunfo no exército romano da República estava na disciplina.
[...]
A lealdade das tropas romanas aos seus estandartes, em que estava a águia e as
letras SPQR (Senatus Populesque Romanus - Senado e Povo de Roma), era
inspirada pela influência conjunta da religião e da honra. A águia que rebrilhava à
frente da legião tornava-se objeto da sua mais profunda devoção; era
considerado tão ímpio quão ignominioso o abandono dessa insígnia sagrada numa
hora de perigo. (grifo nosso)
[...] (TROPASELITE, 2009).
Como podemos verificar, a presença militar sempre fez parte de nossas vidas,
desde a antiguidade, pois nos triunfos, nas conquistas, na ordem das cidades, na soberania dos
Imperadores, lá estavam presentes as Forças Militares, como abnegados guerreiros detentores
de sentimentos muito fortes, os quais podiam ser observados em sua simbologia, em seus
fardamentos e em sua disciplina, características que, os identificavam como integrantes da
mais forte representação do poder de um Imperador naquela época.
Outras heranças daquela época são a disciplina de campo; o reconhecimento e a
inteligência; o serviço militar; a preocupação com as rações e provisões; equipamento e
alimento individual e o corte do cabelo. (TROPASELITE, 2009).
Desde 1967, a Polícia de Los Angeles de Armas e Táticas Especiais Team (SWAT)
tem fornecido uma pronta resposta a situações que estavam além das capacidades do
Departamento normalmente equipadas e pessoal treinado. Desde o seu início,
LAPD SWAT os membros da equipa têm afectado a segurança da salvação de
numerosos reféns, detidos pontuação de suspeitos violentos e ganhou centenas de
comendas e citações, incluindo várias Medalhas de Valor, o Departamento do maior
prêmio de heroísmo na linha de dever. Hoje, o LAPD SWAT é conhecido
mundialmente como uma das primeiras unidades policiais tático na
contemporaneidade da aplicação da lei. (grifo nosso)
História nos conduz a histórica Força Expedicionária Brasileira (FEB) e sua participação num
dos piores conflitos de nossa História: a 2ª Guerra Mundial. Inúmeras foram as batalhas
durante o período de sua participação no conflito. (TROPASELITE, 2009).
Como podemos observar, o Brasil tem uma rica História militar, que nos revela
participações de uma magnitude sem igual. Somente conhecendo essa História é que
poderemos compreender nosso presente.
Apesar das Forças Especiais estarem presentes também na Marinha e na
Aeronáutica, é no Exército que encontraremos o embrião para que no futuro fossem criados os
Batalhões de Operações Especiais nas polícias militares.
Essa busca pela origem, nos conduz as Tropas Comando da 2ª Guerra Mundial e
no sítio da PMRN (2009), encontramos um artigo que assim cita:
Esse modelo de Tropa de Comandos deu tão certo que acabou por inspirar vários
grupos táticos nas polícias do mundo todo; o maior vetor nesse sentido foram as
SWATs na década de 60 nos Estados Unidos e seguindo um modelo semelhante
foram criados o GSG9 na Alemanha, GIGN na França, GEO na Espanha, as Fuerzas
Especiales na Argentina e no Brasil os vários grupos especiais das Polícias Federal e
Estadual, sendo o BOPE do Rio de Janeiro o mais antigo [...]
A onda chegaria ao Brasil nos anos 70. Foi quando a Polícia Militar de São
Paulo criou sua tropa mais temida, a Rota. Também é uma tropa de reserva,
como aquela de Xangai: o papel dela não é fazer patrulhas, mas entrar em ação
enquanto o crime estiver acontecendo e resolver a questão. Enquanto a Rota já
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estava na rua por aqui, uma polícia de elite dos EUA começava a ganhar fama
mundial. Ele mesma: a Swat (sigla em inglês para “Armas e Táticas Especiais”).
(grifo nosso)
[...] Operações Especiais em Santa Catarina, que foram iniciadas com a criação do
extinto Pelopes da PMSC.
Desde 1978, a atividade de operações especiais na PMSC sofreu grandes
modificações, sempre no sentido de acompanhar da melhor maneira a dinâmica
sócio-jurídica nacional. Naquela época, a unidade surgiu com um propósito de estar
simplesmente voltada às ações de contra-guerrilha revolucionária.
Hoje, o batalhão procura cada vez mais estar voltada para uma realidade
extremamente diferenciada: está diuturnamente pronto para garantir a proteção e
defesa do cidadão, a garantir a vida, a integridade física e o cumprimento da lei.
Inicialmente, a unidade recebeu a denominação de Pelopes. Posteriormente, se
transformou em Companhia de Polícia de Choque, onde exista o Grupo de
Operações Especiais (GOE).
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Essa tropa passou a se distinguir dos demais integrantes da Polícia Militar, pelo
rigoroso treinamento do homem, pelo aparato bélico e pelo uniforme, denominado camuflado
urbano, hoje, substituído pelo preto.
A Polícia Militar de Santa Catarina editou no ano de 2001 a Diretriz Permanente
nº 034/Cmdo-G com o fito de definir e delinear as ações das Operações Especiais,
Patrulhamento Tático e Ações de Choque, em nosso Estado.
Segundo a Diretriz Permanente nº 034/Cmdo-G/PMSC (2001) o BOPE dentre as
missões que lhe são afetas em todo o território catarinense, destacam-se as operações de
altíssimo risco, dentre as quais destacamos: operações em favelas; resgate de reféns; tomadas
de pontos sensíveis; controle e dissuasão, quando necessário, em apoio à tropa de choque no
manifesto de movimentos sociais; cumprimentos de mandados de prisão; localização e
desarmamento de artefatos explosivos; etc.
Para fazer parte desse seleto Batalhão, o candidato deverá ser aprovado em um
dos cursos de operações especiais que são disponibilizados na Unidade, que possuem duração
e conhecimento disponibilizado variável, conforme o curso.
São os seguintes cursos a que um policial militar que queira fazer parte do BOPE,
poderá freqüentar:
Curso de Táticas Policiais;
CATE - Curso de Ações Táticas Especiais;
COESP - Curso de Operações Especiais.
49
Para fazer parte desse Grupo de Elite, o policial militar deverá necessariamente ter
realizado aquele que é considerado o mais rigoroso e exaustivo Curso na Polícia Militar: O
COESP.
O rigor e as exigências a que são submetidos os candidatos a se tornarem um
policial de Operações Especiais faz com que a cada edição do Curso, nem todos consigam
concluir o mesmo. Os policiais militares que pretendem participar do Curso sabem que deles
será exigido o máximo, pois quando em situações reais, estas pelas características especiais
que as revestem, lhes exigirão terem tido o melhor treinamento operacional. (NARLOCH,
RATIER e VERSIGNASSI, 2007, p. 62-68).
50
3. LUMINOSIDADE
[...] teve a idéia de amplificar o efeito elétrico colocando vários pares de metais
diferentes em contato sucessivo (associação em série, no jargão dos especialistas),
através de um terceiro condutor um papel ou tecido embebido em salmoura. Para
isso, construiu um aparelho que repetia, sistemática e alternadamente, discos de
prata, zinco e papel ou tecido umedecido com água e sal. Cerca de 30 desses
conjuntos de três discos foram mantidos empilhados, apoiados em suporte de hastes
verticais de madeira. Quando aproximava as extremidades de dois fios de cobre, um
previamente ligado à base e outro ao topo da pilha, saltava uma faísca elétrica. A
descarga do artefato também causava a contração muscular da perna da rã. Por isso,
Volta chamou seu aparelho de órgão elétrico artificial. Ele acabava de inventar a
pilha.
Volta, através de seu conhecimento e movido por grande obstinação, construiu a
primeira bateria, em 1799, que consistia de dois pedaços de metal distintos,
formados por zinco e prata, os quais eram separados por discos de papelão
umedecidos por uma salmoura e ligados em série, através dos quais conseguiu obter
choques e faíscas elétricas. (AMPÉRES AUTOMATION, 2008).
Não houve participação do acaso; ela foi o resultado de uma longa série de pesquisas
e experiências engenhosas inspiradas em sucessivas deduções lógicas. A descoberta
não será exclusivamente objeto de estudo, oferece um meio de pesquisa
potentíssimo, fecundo, universal; devido a ela a ciência poderá oferecer ao homem
uma energia multiforme, destinada a produzir uma mutação na civilização humana
tão profunda, que poderá ser comparada somente ao uso do fogo em tempos
remotos. (HOTTOPOS, 2008).
Sua solução decisiva surgiu em 1800, com a “pilha voltaica”, uma pilha de discos
alternados de prata e zinco, intercalados com camadas de papelão encharcadas de
água com sal. Ao ligar um fio de cobre nos lados desse aparelho e fechar o circuito,
Volta descobriu que ele produzia uma corrente elétrica regular. Ele havia criado a
primeira bateria.
[...]
52
A figura nº 13 nos mostra a imagem original da pilha construída por Volta e que
encantou Napoleão. A figura nº 14 nos mostra a imagem de uma pilha atual, comumente
encontrada no comércio.
Comparando as duas figuras, temos uma idéia do quanto evoluiu a forma de
armazenarmos energia, contando com baterias cada vez menores e mais potentes.
[...] a pilha voltaica continuou sendo a única forma prática de eletricidade do início
do século XIX. [...]
O passo seguinte foi o desenvolvimento, em 1859, de uma “bateria de chumbo e
ácido” por Gaston Plante.
[...] No final do século XIX, o “dínamo” e a “lâmpada elétrica” haviam sido
inventados. [...] houve a necessidade de sistemas de armazenamento de energia
elétrica.
[...] Existem dois grandes grupos de baterias: as primárias e as secundárias. As
baterias primárias (chamadas vulgarmente de pilhas), como as que utilizamos em
uma lanterna, são utilizadas até que percam a carga, sendo descartadas em seguida,
já que as reações químicas que fornecem energia são irreversíveis, e depois do
término da reação não há possibilidade de serem reutilizadas.
[...] Apesar de a simples definição do que são e para que servem as baterias [...] a
variedade e o benefício delas não podem ser subestimados.
53
Item Vantagem
Tensão Terminal tensão de lítio de 3 volts em comparação a 1,5 para as pilhas alcalinas.
Uma pilha de lithium mantém bastante constante tensão para até 95% da sua vida,
dependendo da taxa de quitação. No moderado a elevado quitação de taxas, bateria
Tensão manutenção alcalina tensão cai rapidamente devido à resistência bateria interna, que Resíduos
poder. A grande reação área lithium fornecida por uma bateria da ferida placa de
construção prevê muito baixa resistência interna, ideal para alta corrente cargas.
Entendemos que somente iremos atribuir o real valor a esse gênio se retirarmos de
nossas vidas, quaisquer uma de suas invenções. Será que conseguiremos imaginar nossas
vidas, sem a lâmpada elétrica, sem a transmissão de eletricidade, sem discos, sem cinema e
sem telefone. Em cada uma dessas invenções, Thomas Edison, figura como um dos inventores
ou contribuiu para o seu aperfeiçoamento. (BALCHIN, 2009, p. 197-198).
Embora não fosse um cientista, mas sim um autodidata, com uma invejável
marca de mais de mil invenções patenteadas, tinha enorme capacidade de aproveitar
conhecimentos existentes para a produção de efeitos práticos e de grande valor comercial.
Mas, podia acontecer também, como disse Ricardo Bonalume Neto, em seu artigo do Jornal
“Folha de São Paulo”, em 12 de janeiro de 1997, divulgado no site do Centro Federal de
Educação Tecnológica de São Paulo (CEFET-SP, 2008).
O CEFET/SP (2008), ainda faz uma referência a Thomas Edison, quando traça
um paralelo entre seus inventos e a tecnologia, ao escrever: “Geralmente a tecnologia, ou
„ciência aplicada‟, surge da utilização dos conhecimentos científicos para fins práticos. Com
55
Edison aconteceu o contrário. A partir de seus experimentos de objetivo prático, surgia novo
conhecimento.”
Com perseverança, paciência e obstinação, características marcantes desse
importante personagem de nossa História, ele fez diversos experimentos, testando modelos
de filamentos diferentes; voltagens e materiais para as sua lâmpadas. Somente em 21 de
outubro de 1879, suas tentativas chegaram ao fim. O sonho de ver uma lâmpada brilhar
ocorrera, uma lâmpada brilhou por 40 (quarenta) horas consecutivas.
testes que fez. Materiais como a platina, o carbono. Edison não tinha mais dúvida de que o
carbono era o material que melhor se propunha a sua tarefa, em razão de sua elevada
temperatura de fusão que é de aproximadamente 3.500º C.
A tabela a seguir, demonstra como foi que ocorreu a evolução da lâmpada até
nossos dias.
Ano Tipo
40 mil anos Conchas e pedras esculpidas foram usadas como lâmpadas; queimavam óleo vegetal ou
atrás animal.
400 d.C. Lâmpada de metal a óleo 1853.
1853 Lampião a querosene e vela de parafina.
1870 Camisa incandescente para lampião.
Thomas Alva Edson usou filamento de algodão carbonizado e conseguiu uma lâmpada que
1879
durou 40 horas.
1893 Lâmpada de arco fechada com bulbo.
1091 Lâmpada de mercúrio.
1907 Filamento de tungstênio, usado até hoje.
1910 Néon que usa gás carbônico.
1919 Lâmpada sem bico, o vácuo passa a ser feito pela base.
Holofotes para aeroportos. Bulbo fosco. Faróis de carro e lâmpadas para projeção. Coloridas
1920
decorativas.
Luz de bronzeamento artificial. O sódio começou a ser usado como meio luminoso,
produzindo uma luz amarelada, típica da iluminação de rua. 10 mil watts para aeroportos e
estúdios de fotografia. Miniaturas para uso cirúrgico. Flash para fotografia com bulbo de
1930 vidro. Lâmpada de mercúrio de alta pressão para grandes ambientes. Incandescente tubular.
Fluorescente : o bulbo é revestido de um material que aumenta a quantidade de luz emitida.
Refletor para teatro. Primeiro farol de carro com refletor.
Luz mista: mercúrio de baixa pressão e filamento incandescente. Luz negra que só deixa
passar radiação ultravioleta, que faz brilhar objetos claros. Fluorescente circular com
1940
revestimento de sílica.
Uma nova lâmpada de sódio emitia luz branca em vez de amarelada. Lâmpada que misturava
vários e sódio. Além de econômica, produzia excelente definição de cores. Fluorescentes de
Década de 90 roscas adaptáveis ás instalações domésticas habituais.
Friedel (1986 apud PHILBIN, 2006, p. 20) afirma que “ela alterou o mundo onde
as pessoas trabalhavam, brincavam, viviam e morriam...foi o tipo de invenção que remodelou
o face da Terra e o modo pelo qual as pessoas encaravam as possibilidades no mundo.”
A luz que esse gênio foi capaz de produzir jamais se apagaria e a História iria se
encarregar de colocá-lo no topo mais alto da fama, junto a outros mestres das grandes
descobertas e invenções.
equipamento? O que no passado ainda não existia, o presente solidifica a sua importância
singular.
As lanternas evoluíram ao longo dos anos de sua História, na relação diretamente
proporcional a evolução das pilhas e das lâmpadas. (PHILBIN, 2006, p. 325).
Muitas vezes passa desapercebido por nós a velocidade com que as novas
tecnologias se apresentam em nossas vidas, mas isso nem sempre foi assim. Após a invenção
da pilha, o homem precisou de mais oitenta anos, até chegar à invenção da lâmpada e mais
dezenove anos foram necessários para que a primeira lanterna de mão fosse criada.
A invenção da lanterna é atribuída a David Misell, quando Philbin (2006, p. 325),
assim trata o assunto:
A primeira lanterna elétrica tubular foi inventada por David Misell, que também
inventou uma das primeiras lanternas para bicicleta. Em 1895, um a bateria com
mais de 15 centímetros de comprimento e pesando mais de 1,3 quilo era necessária
para produzir luz suficiente. (grifo nosso)
A lanterna, com sua aparente singeleza teve uma participação importante, por
exemplo, na primeira reação nuclear, assim descrita:
59
Ela talvez não seja o equipamento mais importante que o policial militar estará
portando, mas à noite se tornará imprescindível pelas seguintes razões:
4
Tradução livre feita por este autor.
62
Potência
A potência mínima para que uma lanterna possa ser empregada taticamente em
ações policiais devem ter uma potência mínima de 65 lúmens. Essa potência poderá
proporcionar uma ação bastante eficiente sobre o agente agressor, podendo “cegá-lo”
momentaneamente.
Peso
A variedade de marcas/modelos no mercado nacional e internacional nos
oferecem inúmeras opções. Entendemos que quando se trata de lanternas não acopladas ao
armamento, as que nos proporcionam uma capacidade de maior agilidade, são aquelas que
apresentam menores dimensões e consequentemente peso.
Apresentar um valor para esse item, em que as diferenças de peso entre os
principais modelos existentes limitam-se a gramas, acreditamos ser irrelevante.
Durabilidade
Este é um item bastante significativo para quem compra e também muito
considerado para quem fabrica. No mercado encontraremos inúmeras marcas/modelos,
contudo, para emprego tático policial, há uma redução deste universo. A durabilidade de uma
lanterna tática, face ao seu emprego quase diário, tem que apresentar uma composição em sua
estrutura, que lhe garanta uma vida útil bem mais longa do que as lanternas de 1ª geração, por
exemplo.
Acionamento
Existem basicamente duas maneiras de acionarmos uma lanterna. O primeiro e
mais comum, apresenta o mecanismo de acionamento através de botão ou tecla no corpo da
lanterna, no terço proximal da lâmpada.
O segundo apresenta o mecanismo de acionamento através de botão na parte final
do corpo da lanterna, em sua base, ou seja, no lado oposto onde se encontra a lâmpada.
Tronco de iluminação
Refere-se ao cone de iluminação produzido pela lanterna, a partir de sua lâmpada.
Esse cone deverá apresentar a menor dispersão de luz possível, a fim de que a máxima
emissão de luz seja projetada na direção desejada.
63
3.3.3 Princípios
Durante o emprego de uma lanterna em uso operacional, precisamos conhecer
alguns preceitos sobre o uso de lanternas em ambientes com baixa ou ausência de
luminosidade. Esses ambientes podem ser abertos (ao ar livre) ou confinados.
Esses conhecimentos ajudarão os policiais militares a usarem as potencialidades
oriundas da luz produzida pelas lanternas a seu favor, como meio de segurança e de arma não-
letal em desfavor do agressor.
5
Os princípios que serão apresentados a seguir são uma tradução livre deste autor.
64
Meio-dia com sol alto e brilhante: Área bem iluminada, nível alto de detalhe,
percepção de profundidade excelente, identificação do objetivo é excelente.
Amanhecer e crepúsculo: luz suficiente para distinguir formas, textura e cor de
objetos com áreas de sombra notável, identificação de objetivo é prejudicado.
Lua cheia baixa: luz ambiente mínima, fontes artificiais fracas como a luz de
uma rua distante, emissão leve de outro quarto, formas somente, distanciam julgamento e
identificação do objetivo ficará severamente prejudicada.
Nenhuma luz ambiente: raramente encontramos, mas tipicamente existem em
estruturas subterrâneas, como em armazéns fechados hermeticamente e outros ambientes
artificiais; a identificação do objetivo não existe sem iluminação.
bolso! Quanta luz eu devia usar? Quanto tempo eu devia mantê-la em uma dada situação?
Estas perguntas e as deles mesmos encapsulam a arte e ciência de aplicação adequada da luz.
Todo operador precisa aplicar os primeiros três princípios - leia a luz, opere do
nível mais baixo de luz, veja da perspectiva oposta - então intuitivamente decida o que deve
ser feito em termos de emissão ativa da ferramenta de iluminação.
Quem observa de fora nunca sabe realmente onde ou quando o próximo flash
aparecerá. O número verdadeiro de "vagas-lume" é desconhecido. Isto tende a manter as
ameaças desorientadas e torna isto difícil para eles terem uma precisão para avaliar a situação
concretamente e desenvolve facilidades para implementar uma solução de disparo. Luz, então
movimento. Se mexa. Se você utilizar sua ferramenta de iluminação, é porque está preparado
para caminhar para outro local.
Quando você vir um ponto escuro, elimine o ponto escuro, pesquise fora
quaisquer ameaças potenciais e ofereça cobertura "dando poder com luz." Quando você não
isolou suas ameaças, você devia provavelmente mudar de direção "luz e movimento" usando
o outro lado da moeda. Uma vez que você bloqueou o local da ameaça e outras áreas de
ameaça potencial são identificadas e responderam, então você devia se mover para o princípio
"dê poder com luz". É um balanceamento que só você pode orquestrar.
Uma das mais estressantes e desorientadoras coisas que você pode fazer para um
ser humano é sujeitá-lo a um relampejar de luzes. Experimente criar um show de luzes
pulsantes, movendo em ângulos constantemente variáveis quando estiver abordando em áreas
de perigo. Este tipo de aplicação torna extremamente difícil para o oponente fazer uma leitura
da sua distância exata, altura e abordagem quando executada de forma rápida.
Freqüentemente ocorre que os olhos imediatamente fecham; há virada de cabeças;
mãos surgem; e equilíbrio é rompido. Nós afetuosamente chamamos isto um "Momento de
Kodak".
6
Tradução livre deste autor.
69
3.4 LUZ
Portanto, temos ondas eletromagnéticas que são visíveis aos nossos olhos e outras
que em razão de seu comprimento, não conseguimos visualizar. Nas figuras a seguir, temos
representações que ilustram essa situação e que demonstram a importância para o policial que
atuará em ambientes com baixa ou ausência de luminosidade.
No sítio da Educar (2009) temos o seguinte conceito para luz: “A luz é uma
modalidade de energia radiante que se propaga através de ondas eletromagnéticas.”
Segundo o sítio da Indumatec (2009), “a luz nada mais é do que o espectro que é
percebido pelo o olho humano e que vai de 380 nm até 780 nm, ou seja, entre as cores violeta
e vermelho.”
3.4.2 Iluminamento
A OSRAM do Brasil (2009), assim define iluminamento:
7
Segundo a Convertworld (2009), nanômetro (nm) é a milionésima parte do milímetro.
8
Segundo o sítio da Abril (2009), esse nome é atribuído ao fisiologista experimental checo Jan Evangelista
Purkinje (1787-1869), que descreveu tal efeito como sendo a sensibilidade às cores, que se modificam quando
passamos do escuro para o claro e vice-versa.
72
Expressa em lux (lx), indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre
uma superfície situada a uma certa distância desta fonte. É a relação entre
intensidade luminosa e o quadrado da distância (l/d2). Na prática, é a quantidade de
luz dentro de um ambiente, que pode ser medida com o auxílio de um luxímetro.
Para obter conforto visual, considerando a atividade que se realiza, são necessários
certos níveis de iluminância médios. Os mesmos são recomendados por normas
técnicas (ABNT - NBR 5413).
Fig. nº 28 - Iluminamento
Fonte: Wikipédia
Encontramos ainda, a seguinte definição para fluxo luminoso, que corrobora com
as anteriores citadas:
3.4.5 Luminância
A OSRAM do Brasil (2009) diz que:
“ [...] das grandezas mencionadas, até então, nenhuma é visível, isto é, os raios de
luz não são vistos, a menos que sejam refletidos em uma superfície e aí transmitam a
74
Fig. nº 31 – Luminância
Fonte: Wikipédia
E = A A ou
Iluminamento ou A quantidade de luz recebida por uma
Lux Lx
Iluminância superfície.
E = (I d²) cos
A luz que se propaga em uma dada
Intensidade
Candela Cd direção. I =
Luminosa
Candela por
Luz recebida pelo olho de uma L= I superficie A'
Luminância metro Cd / m²
superfície (refletida).
quadrado
onde: d - é a distância entre a fonte e a superfície.
- é o ângulo formado entre a direção da luz e a normal das superfícies.
- ângulo sólido é uma medida do espaço tridimensional.
A - é área real da superfície.
Com base nas informações constantes no sítio da Ceante (2008), criamos o quadro
a seguir, contendo alguns dos padrões que foram adotados, principalmente do século XX até
nossos dias, por alguns países. Nesse quadro, evidentemente não estão todos os uniformes
adotados pelos países nele mencionados, mas nos dá uma noção da preocupação com a
camuflagem para uso no teatro de operações.10
9
No apêndice C, apresentamos um quadro ilustrativo de camuflagem, utilizado por algumas Forças Armadas no
mundo, no período de 1857 a 2006.
10
Lugar onde se desenrola operações, guerra.
76
principalmente ao longo dos últimos anos, têm dado a escolha de um determinado padrão das
cores de seus fardamentos, pois sabem o quanto esse item é importante.
No sítio da Ceante (2008) essa nos traz ainda importantes esclarecimentos sobre a
camuflagem, conforme se seguem:
Destacou ainda que se evitou o preto devido ao contraste que este apresenta para os
intensificadores de imagem, e por não ser uma cor comum na natureza. (grifo
nosso)
[...]
Contra esta tecnologia a camuflagem deve se basear em cores que refletem a luz
residual (luar e estrelas principalmente) na mesma intensidade que o fundo. Vale
dizer que o reflexo das cores variam de acordo com o material e cor. Luvas,
bandoleira, cintos, cotoveleiras e joelheiras, capacete, mochila e arma podem ser
facilmente notados se não tiverem preparo adequado. [...] As cores escuras são
ruins para conter os OVN11, pois não refletem a luz e dão contraste escuro. As
camuflagens escuras no rosto e armas escuras aparecem facilmente. Até a sombra
pode denunciar a presença. A camuflagem noturna deve ser a mesma da
camuflagem diurna, [...]. Uma tropa avançando a noite com rosto com camuflagem
escura pode ser detectada como pontos escuros se movendo na mata. O campo de
batalha atual já está sentindo a presença da ameaça dos óculos de visão noturna.
Soldados americanos no Afeganistão enfrentaram insurgentes equipados com
modelos de OVN semelhantes. (grifo nosso)
Até mesmo nas favelas do Rio de Janeiro já foi apreendido óculos de visão noturna
na mão de traficantes e bandidos. Um risco a mais para a Polícia Carioca e Brasileira
se preocupar. Por causa disto, estar camuflado apenas não basta quem faz o uso
precisa levar em consideração algumas questões relevantes como, pro exemplo:
1) Fundos. Fundos são importantes, e o combatente deve se misturar com eles o
máximo possível. As árvores, arbustos, grama, terra, lama e estruturas artificiais que
formam o fundo variam em cor e textura. Isto torna possível para o soldado se
misturar com eles. Deve-se selecionar árvores ou arbustos ou outros fundos para se
misturar com a camuflagem e absorver a sua figura. O soldado deve sempre
considerar que o inimigo pode conseguir observá-lo.
2) Sombras. Um soldado é facilmente visto ao ar livre em um dia claro, mas nas
sombras é difícil de ser visto. As sombras existem na maioria das condições, dia e
noite e em vários ambientes. Sempre que possível a movimentação deve ser feita nas
sombras.
3) Silhuetas. Uma silhueta baixa é mais difícil de ser vista pelo inimigo. Então, o
soldado deve se manter abaixado, agachado ou deitado a maior parte do tempo.
4) Reflexos brilhantes. Refletir a luz é quase que suicídio. Uma superfície brilhante
chama a atenção imediatamente e pode ser vista a grandes distâncias. Por isso todas
as superfícies brilhantes devem ser camufladas de forma criteriosa. Deve-se ter
muito cuidado com óculos e lentes de binóculos.
5) Linhas do horizonte. Podem ser facilmente vistas figuras na linha do horizonte de
uma grande distância, mesmo a noite, porque um esboço escuro se salienta contra o
céu mais claro. Uma patrulha deve usar a cobertura do terreno e só cruzar áreas
abertas apenas nos pontos mais estreitos.
6) Alterar de esboços familiares. Equipamentos militares e o corpo humano são
esboços familiares ao olho humano. O soldado propositadamente alterar essas
silhuetas ou disfarçá-las usando, por exemplo, capas de camuflagem (ghillie suit).
Deve-se também sempre que possível alterar os seus esboços da cabeça às solas das
botas.
7) Disciplina de ruídos. De nada adianta a mais perfeita camuflagem se os soldados
não guardam silêncio. Um simples ruído ou barulho da voz humana pode ser
detectado pelo inimigo. O soldado deve manter o silêncio o máximo possível,
11
Óculos de visão noturna.
77
A farda negra, que rendeu fama ao Bope, "faz silhueta" em ações noturnas em
favela, o que pode significar a morte para o soldado. Deve dar lugar à cor
acinzentada, com "camuflado digital", semelhante à da Força Nacional de
Segurança. (grifo nosso)
O comandante do Bope, tenente-coronel Pinheiro Neto, confirmou à Folha que há
um estudo para escolher o melhor uniforme para a tropa.
Em ações do complexo do Alemão, o Bope chegou a usar o uniforme da Força
Nacional e o Caveirão, mas como estratégia para confundir os criminosos.
O cabo PM Cyro, da área de instrução do Bope, explicou que à noite, após os olhos
se acostumarem à escuridão, é possível identificar o vulto de preto. "É mais
difícil perceber alguém com farda de camuflado digitalizado", comparou. (grifo
nosso)
Só o Grupo de Resgate de Reféns continua com a cor escura. "O preto aumenta a
dimensão do policial e aparenta maior número, o que é fator psicológico negativo
para o oponente", disse Pinheiro Neto.
Assim, podemos verificar que há mais um fator decisivo nas ações policiais
desenvolvidas a noite e que merecem toda a atenção para que sejam buscados os melhores
meios para os policiais que estarão diretamente envolvidos em ações de alto e altíssimo risco,
como é o caso específico do efetivo do COBRA/BOPE.
3.6.1 A visão
Segundo Parker (2008, p. 20), entre todos os sentidos que o ser humano possui é
por intermédio da visão e da audição que o homem obtém o maior número de informações e
as processa em seu encéfalo. Aproximadamente ¾ das informações que são processadas pelo
nosso encéfalo. Em nossos olhos estão contidos 70% de todos os receptores sensoriais que
possuímos. Nossos olhos trabalham em conjunto, numa perfeita harmonia com os órgãos da
audição. São esses dois importantes órgãos do sentido, que nos deixam em alerta diante de um
perigo eminente.
Para que tenhamos uma melhor visualização a que se refere Nishida (2007, p. 86),
a autora apresenta a imagem a seguir, que elucida a nomenclatura anteriormente mencionada.
A visão consiste na percepção das imagens dos objetos. O órgão que capta as
imagens é o olho, as quais são enviadas até o centro cortical da visão por intermédio
das vias ópticas. É um órgão par, situado na cavidade orbital, constituído por três
membranas: esclera, membrana mais externa do olho, composta de tecido conjuntivo
fibroso; coróide é a membrana média do olho, formada de uma fina membrana
vascular; retina membrana nervosa, tornando-se assim muito delicada, sobre a qual
são recebidas as imagens dos objetos exteriores. Sua superfície externa está em
contato com a coróide e a interna com o corpo vítreo, cápsula onde contém um
líquido denominado humor aquoso.
De acordo com a Skill Security (2003), a luz é fundamental para a visão. Os olhos
captam os raios de luz que podem ser emitidos por fontes luminosas - como o sol, a lâmpada,
a tela da TV ou do computador - ou serem refletidos pelos mais diversos objetos - cadeiras,
mesas, livros etc.
Para Parker (2008. p. 20) “a luz penetra no olho através da pupila, um pequeno
orifício escuro no seu centro. A quantidade de luz que entra é controlada pela íris, o anel
colorido em volta da pupila.”
Nesse caminho em busca de entendermos um pouco mais sobre importante campo
da ciência, precisamos agora compreender como se processa as imagens que são captadas pela
visão e enviadas ao nosso cérebro.
Neste sentido Nishida (2007, p. 85-6), apresenta uma noção mais profunda desse
processo, quando assim o descreve:
O olho dos vertebrados é semelhante a uma câmara fotográfica, porém bem mais
complexo. O olho possui um mecanismo de busca e de focalização automática do
objeto de interesse, um sistema de lentes que refratam a luz (uma fixa e outra
regulável), pupila de diâmetro regulável, filme de revelação rápida das imagens e
um sistema de proteção e de manutenção da transparecia do aparelho ocular. As
células sensíveis à luz estão na retina e através de um processo fotoquímico, os
fotorreceptores transformam (“transduzem”) fótons em mudanças do potencial de
membrana (potencial receptor). Antes dos sinais visuais se tornarem conscientes
no cérebro, estes são pré-processadas na retina por uma camada de células
nervosas. As informações aferentes chegam ao encéfalo através do nervo óptico (II
81
Em condições com pouca luz, como será que funciona o sentido da visão na
identificação dos objetos e das cores que eles refletem? Segundo a Skill Security (2003), a
visão humana em baixa luminosidade, é assim apresentada:
As células denominadas cones que são as responsáveis pela visão colorida são
menos sensíveis que os bastonetes que distinguem apenas intensidade de brilho,
correspondendo a uma visão em preto e branco. Dessa forma, tudo o que estiver
ao nosso redor irá adquirir uma tonalidade em cinza. (grifo nosso)
As informações acima são corroboradas por Fox (2007, p. 268-9), quando afirma:
Os fotorreceptores – bastonetes e cones [...] – são ativados quando a luz produz uma
alteração química de moléculas de pigmento contidas nas lamelas membranosas do
segmento externo das células receptoras. Os bastonetes contêm um pigmento de cor
púrpura denominado rodopsina. O pigmento parece púrpura (uma combinação de
vermelho e azul) porque ele transmite luz nas regiões vermelha e azul do espectro,
enquanto absorve energia luminosa na região verde. [...] Em resposta à luz
absorvida, a rodopsina se dissocia em dois componentes: o pigmento retinaldeído
(também denominado retineno ou tetinal), que deriva da vitamina A, e a proteína
denominada opsina. Essa reação denomina-se reação de branqueamento. [...] Essa
reação de dissociação em resposta à luz inicia alterações na permeabilidade iônica
da membrana celular dos bastonetes e, por último, acarreta a produção de impulsos
nervosos nas células ganglionares. Como conseqüência desses efeitos, os
bastonetes provêem a visão em preto e branco sob condições de baixa
luminosidade. (grifo nosso)
83
Segundo a Skill Security (2003) não se sabe ao certo a origem da seguinte frase
popular: "À noite, todos os gatos são pardos", todavia, ela pode ter uma explicação física.
Ocorre que a noite, quando a luminosidade é pouca, o olho humano é mais sensível à região
azul do espectro da luz, menos sensível ao amarelo e menos ainda ao vermelho.
85
Todas as técnicas que serão apresentadas são válidas também para ambientes
externos, todavia, pelo fato de estar mais exposto, o acionamento da lanterna será mais
restrito. A experiência profissional nos tem mostrado, nesta situação, que acionamentos curtos
e intervalados ficarão restritos a algumas situações específicas, como por exemplo:
identificação do terreno, durante um deslocamento;
visualização de uma bússola;
leitura rápida de alguma informação que chegou por escrito ao teatro de operação;
visualização de um mapa cartográfico;
preparo de dispositivo mecânico ou eletrônico; etc.
há vítimas? Quantas?;
número de agressores;
a casa é de alvenaria ou madeira;
a casa tem um pavimento ou mais de um;
número de cômodos;
a casa está com energia elétrica? Etc.;
subtítulo é tratarmos do uso da lanterna nestas situações, não iremos nos ater as características
destas técnicas de entrada de modo pormenorizado.
Nas entradas dinâmicas, que são caracterizadas pela surpresa, ação vigorosa e
velocidade, a lanterna estará acionada desde o início da ação até a neutralização do(s)
agressor(es) e salvamento da(s) vítima(s). Estas características também estão presentes nas
entradas cobertas ou silenciosas, entretanto, acontecem somente quando os policiais chegam
ao cômodo onde está(ão) o(s) agressor(es).
4.3 TÉCNICAS
Antes de iniciarmos a tratar das principais técnicas existentes, precisamos
entender o que venha a ser técnica e tática policial militar.
De acordo com a Polícia Militar do Estado de São Paulo (1985, p. 21) a
conceituação de técnica e tática policial militar são:
Ainda na preparação tática que deve ter o policial militar, Lima (2007, p. 46)
assim a destaca, dentre os componentes aos quais denominou “ciclo de sobrevivência”12:
Preparação tática são as ferramentas mental e física para realizar ou atingir uma
meta. As táticas envolvem o modo como negociamos, pois cada tarefa ou contato é
inigualável e requer flexibilidade no uso e seleção de táticas específicas. Os policiais
que estabelecem os primeiros contatos em qualquer situação deveriam ter um grande
ou maior conhecimento tático que qualquer outro policial. Todas as táticas têm um
tempo e um lugar, e todo policial não deveria deixar de lado treinamentos táticos
porque nunca enfrentou ocorrências nessa circunstância. Treinar as diversas
situações que poderá enfrentar pode ser a melhor tática possível, pois o policial deve
ser especialista em “ler” as circunstâncias em todas as situações operacionais em,
que se vê envolvido.
É uma das técnicas mais antigas ensinadas nas academias de polícia quando
falamos sobre confrontos policiais à noite.
A Polícia Militar de Santa Catarina (2002, p. 274) em seu manual de instrução
módulo X, apresenta a seguinte assertiva:
Essa técnica de tiro foi desenvolvida e, ensinada pelo F.B.I., porém não é a mais
recomendada.
Este método consistia em manter a mão que segura a lanterna longe do corpo,
devendo o braço ficar esticado lateralmente e a outra mão que empunha a arma à
frente.
Este método não é tão seguro, pois a luz da lanterna pode iluminar o policial ao lado,
além de ser uma posição cansativa.
12
Segundo Lima (2007) o ciclo de sobrevivência é composto pela preparação mental, preparação física, táticas,
equipamentos e habilidade em tiros.
89
A Polícia Militar de Minas Gerais (2002, p. 64) em seu manual de prática policial,
refere-se a essa técnica como sendo “mais apropriada para lanternas de grande comprimento.
Em caso de utilização da arma de fogo, a posição não é muito firme e a qualidade de tiro deve
ser observada, devido a empunhadura ser simples.”
Embora, atualmente, ela não seja mais ensinada na Academia do FBI, e por
muitos é considerada ultrapassada, para alguns cenários táticos, como por exemplo, nas ações
que antecedem o adentramento a um ambiente por um time tático, na tentativa de localizar o
agente, tem sua valia.
Segundo Franco (2002), esta poderá ser adotada por policiais quando há uma
abertura, como por exemplo, uma porta, onde um ficará em pé de frente para a parede ou
lateralmente a esta, empunhando uma lanterna com seu facho de luz direcionado para o
interior do ambiente a ser verificado. O outro policial irá posicionar-se deitado com
empunhadura simples, enquanto segura com a outra mão o tornozelo de seu companheiro. A
medida que o policial que segura o tornozelo de seu companheiro, faz movimentos para cima
ou para baixo, para direita ou esquerda, aquele que empunha a lanterna acompanha esse
movimento com a lanterna.”
Em relação a esta técnica ainda temos a seguinte abordagem:
Muitas vezes mal falada técnica FBI, provavelmente é a técnica mais antiga
ensinada nas academias de polícia. Com a lanterna empunhada como espada ou
picador de gelo (conforme o tipo de acionamento), a lanterna é usada com o braço
estendido e afastado, originalmente criada para manter a luz afastada do corpo do
atirador, em teoria, denunciar seu posicionamento exato, fazendo com que qualquer
ameaça seja atirada em direção da luz e não do atirador. Muitos pregam que a
técnica está ultrapassada, entretanto em certos cenários táticos a técnica tem a sua
valia. (TEES BRAZIL, 2004, CD-ROM).
90
Fig. nº 37 – Técnica FBI Fig. nº 38 – Técnica FBI Modificada com arma portátil13
Fonte: Surefire Institute Fonte: Surefire Institute
Vantagens
Funciona bem com lanternas pequenas ou grandes de acionamento no corpo ou
base;
Elimina deslocamento da faixa de luz em relação a arma durante o disparo;
Minimiza possibilidade de gerar confusão motora entre as mãos (aciona gatilho em
vez do botão de acionamento da lanterna e vice-versa);
Possibilita busca sem uso da arma, bastante útil para buscas em áreas grandes;
De fácil transição para Técnica de Indexação e Técnica Keller para lanternas de
acionamento na base;
Facilmente adaptado para uso com armas longas semi-automáticas;
Iluminação periférica auxilia a enxergar a alça e massa de mira;
Se aplica bem ao conceito de iluminar e deslocar seguido para táticas de CQB em
baixa luminosidade.
Desvantagens
Limita o atirador a usar somente a mão forte para atirar;
Difícil de manter a luz alinhado [sic] com a ameaça;
Cansativo se usado por muito tempo, especialmente para lanternas de grande
porte;
Alinhamento rápido com lanterna e arma sob ameaça exige treino.
A Surefire Institute (2009) além das vantagens anteriormente citadas e que estão
presentes em seu sítio, que essa técnica proporciona que seja criada uma máscara que
minimiza a exposição do corpo do usuário e como conseqüência cause uma imprecisão do
13
É aquela transportada por um só homem.
91
Conforme Lawrence (2005)14, essa variação da Técnica FBI é usada quando não
queremos que saibam exatamente onde estamos, enquanto procuramos nosso objetivo.
Podemos perceber pela Fig. nº 35, que o braço e o antebraço da mão que segura a
lanterna, formam um ângulo de 45º.
14
Tradução livre, realizada por este autor.
92
Como podemos perceber a técnica FBI e/ou FBI Modificada pode não ser hoje a
mais utilizada, mas tem a sua eficiência no campo policial em situações que requerem o seu
emprego tático operacional diante de circunstâncias específicas como as afirmadas pelos
autores que a ela se referenciaram até então.
4.3.2 Harries
A técnica Harries é uma das mais populares e uma das preferidas dos policiais
quando em atendimento a situações que envolvem confronto em baixa luminosidade.
Esta técnica foi desenvolvida pro Mike Harries, norte-americano, instrutor de tiro.
Foi desenvolvida em cima da posição de tiro “Weaver”, criada pro Jack Weaver.
O método consiste em manter o corpo de lado em direção ao alvo, com os braços
pouco, dobrados, porém com uma alteração nas mãos, ambas se encontram em
forma de X, dando um apoio maior, sendo que a mão que segura a lanterna passa por
baixo do braço que está a arma.
[...] mais conhecida como costas da mão contra costas da mão, leva o nome de um
dos pioneiros do tiro prático Michael Harries. Talvez seja uma das empunhaduras
mais populares criado [sic], no início da década de 70 e adotado, e difundido, pelo
Cel. Jeff Cooper da GUINSITE. Foi originalmente desenvolvido para aplicação com
lanternas táticas de corpo grande (tipo Maglite), mas também se aplica muito bem as
lanternas de combate modernas de acionamento na base (tipo surefire) e adapta-se
com naturalidade à postura tipo Weaver.
Para empregar a Técnica Harries, a lanterna deve ser segurada como um picador de
gelo, refletor ou lente do lado oposto do seu dedão [sic].
Para lanternas de acionamento no corpo, o dedo indicador deve ser usado para
ativar/desativar. No caso de lanternas de acionamento na base, use o dedão [sic]. O
atirador deve alinhar os pulsos das mãos, pressionando firmemente as costas
das mãos uma contra a outra, desta forma criando a tensão isometrico [sic]
estabilizadora. (grifo nosso)
Para as lanternas de grande porte o corpo da lanterna pode ser apoiado no antebraço
do atirador.
Vantagens
94
Desvantagem
A faixa de luz tem tendência de desalinhar durante o disparo, exigindo maior
tempo de recuperação para realinhamento com o cano;
O cano pode varrer a mão no caso de apresentação às pressas;
Para atiradores destros, pode gerar reflexo em paredes ou cantos, prejudicando a
visão noturna do operacional e silhuetando o resto da equipe;
Luz fica localizada no centro da massa do atirador;
Péssimos ergonômicos para qualquer outra postura de tiro a não ser Weaver;
Não se aplica muito bem para o tiro barricado lado fraco. (TEES BRAZIL, 2004,
CD-ROM).
Na análise inicial acerca da Técnica Harries procedida pela Tees Brazil, que
acima foi exposta, poderemos perceber que esta é totalmente contrária a afirmação feita pela
Polícia Militar de Minas Gerais em seu Manual de Prática Policial.
Segundo a Nrpublications (2009), além das afirmações já mencionadas pela Tees
Brazil, a Técnica Harries não causa uma fadiga durante o seu uso prolongado, mesmo quando
empregamos lanternas grandes. Considera, no entanto, que há uma pobreza em sua ergonomia
quando necessitar utilizar outra posição de tiro que não a Weaver.
Lawrence (2005) se refere a Técnica Harries como a técnica de pulsos cruzados.
A lanterna será segura pela mão que não estará empunhando a arma. A mão que está
segurando a lanterna cruzará por debaixo da mão que está empunhando a arma próximo ao
pulso e com um dedo ou polegar da mão que segura a lanterna, irá controlar o interruptor
ligando/desligando.
4.3.3 Chapman
A Polícia Militar de Santa Catarina (2002, p. 274) assim apresenta a técnica:
Esta técnica foi desenvolvida por Ray Chapman, ex-policial e ex-campeão mundial
de tiro prático. Chapman, adaptou a posição “Weaver Modificada”.
O método consiste em empunhar a lanterna segurando-a com apenas os dedos
polegar e indicador, os três restantes seguem firmemente, segurando a mão que
empunha a arma, dando um, maior apoio e estabilidade.
95
Também conhecido como a Técnica Paralelo [...] é uma técnica que se adapta bem a
postura de tiro isósceles e suas variantes. A lanterna é segura com o polegar e
indicador da mão fraca, e os demais dedos da mão que seguram a lanterna auxiliam
na empunhadura da arma. A técnica [sic] desenvolvido [sic] para o uso com
lanternas de corpo grande e acionamento no corpo.
Vantagem
Funciona bem com lanternas grandes e pequenas;
Faixa [sic] de luz é alinhado automaticamente com o cano da arma;
De fácil assimilação e adapta-se bem a posturas isósceles e variantes;
Desvantagem
Limitado [sic] a uso de lanternas com acionamento no corpo;
Difícil de executar se o atirador tiver mãos pequenas ou lanterna muito grande;
Lanterna é desalinhado [sic] com a arma durante o disparo;
Tentativas de alinhar luz com ameaça pode desalinhar em relação ao cano e virse-
versa [sic];
Foco de luz fica localizado no centro de massa do atirador.
Como podemos perceber ao ser descrita a maneira como deve ser executada a
Técnica Chapman, mesmo não sendo tão rígida quando Suarez a ela se refere, essa possibilita
que o policial tenha uma “semi-empunhadura” dupla, o que contribuirá para uma melhor
estabilidade durante o tiro.
Esta técnica consiste em deixar o corpo meio curvado e de frente para o alvo, sendo
que as pernas ficam um pouco flexionadas com os pés na mesma linha horizontal, e
os braços esticados a frente formando um triângulo, tendo como base os ombros,
ficando a mão fraca apoiada à mão forte.
As figuras nº 42 e 43, a seguir, nos dão uma idéia precisa de como é a posição de
tiro isósceles.
97
4.3.4 Ayoob
Essa técnica foi desenvolvida pelo policial Massad Ayoob, policial e escritor
norte-americano, foi baseada na posição de tiro “isósceles”. (POLÍCIA MILITAR DE
SANTA CATARINA, 1989, p. 38).
O método consiste em levar juntas a mão que segura a lanterna e a que empunha a
arma à frente, os braços ficam esticados em direção ao alvo e os polegares ficam
juntos, lado a lado.
Ayoob, somente recomenda tal técnica, para distâncias pequenas, entre 05 e 07
metros, podendo efetuar um disparo preciso, cegando o alvo com a luz da lanterna.
Para distâncias maiores, Ayoob recomenda a posição de tiro “Chapman.”
A Tees Brazil (2004, CD-ROM), faz alusão a uma variação da Técnica Ayoob
assim descrevendo:
Uma variante desta técnica é segurar a lanterna como se fosse uma espada [sic]
entretanto [sic] usando somente o dedão [sic] e dedo indicador para segurar a
lanterna e os outros três dedos se enrolam em volta da empunhadura da arma, desta
forma oferecendo uma semi-empunhadura.
Vantagem
Funciona bem com lanternas grandes ou pequenas;
Faixa de luz e [sic] alinhada automaticamente com o cano da arma;
Adapta-se bem com a [sic] posturas isósceles e variantes;
A empunhadura mais parecido [sic] com empunhadura dupla natural do atirador.
Desvantagem
Limitado a uso de lanternas com acionamento no corpo;
Difícil de executar se o atirador tiver mãos pequenas ou lanterna muito grande;
Lanterna é desalinhada com arma durante disparo;
Tentativas de alinhar luz com a ameaça pode desalinhar em relação ao cano e
virse-versa [sic];
Foco de luz fica localizado no centro de massa do atirador.
4.3.5 Rogers
A Tees Brazil (2004, CD-ROM), assim assevera acerca desta técnica:
Bill Rogers, antigo agente FBI foi um dos primeiros a perceber a genialidade das
lanternas táticas/combate e depois a desenvolver uma empunhadura para as
primeiras lanternas da Surefire [...].
[...] é a mais adequada para as lanternas com acionamento na base [...] é a única
técnica que permite uma empunhadura que podemos chamar de “dupla”.
A arma é empunhada com a mão forte. A lanterna é segurada como se fosse um
charuto entre o dedo indicador e dedo médio. Os dois [sic] sobrando são envoltos na
mão forte da empunhadura da arma. A lanterna é acionada pressionando a base
contra a palma da mão fraca.
99
Vantagem
Permite uma empunhadura dupla;
Indicada para posturas de tiro tipo isósceles e variantes.
Desvantagem
Aplica-se somente a lanternas de pequeno porte com acionamento na base;
Exige destreza na aplicação.
[...] ensinando desde os inícios dos anos 90 pelos instrutores Ken Good e David
Maynard [...] ganhou o nome de Técnica Puckett em 1994 quando Brian Puckett
escreveu uma matéria sobre os [sic] virtudes da técnica. Especificamente
desenvolvido [sic] para ser aplicado [sic] com uma lanterna de combate tipo surefire,
com acionamento na base, para aproveitar ao máximo a potência das lampadas [sic]
de xenon com a potencia [sic] das baterias de lithium.
100
A lanterna é segurado [sic] na mão fraca e posicionado [sic] na altura da cabeça logo
abaixo da orelha, para lanternas de porte grande como a Maglite o corpo da lanterna
pode ser apoiado no ombro do atiradores [sic].
Vantagens
Ilumina bem alça e massa de mira;
Transição natural entre a Técnica FBI e Keller;
Funciona bem com ambos [sic] lanternas pequenas e grandes;
Adaptável a lanternas de acionamento no corpo e na base;
Minimiza cansaço do atirador ao usar lanterna de grande porte, pois o corpo
sorve [sic] absorve a maior parte do peso;
Minimiza possibilidade de “confusão motora”;
Permite varrer com a lanterna sem varrer com a arma;
Lanterna pode ser usada como arma de impacto, pois se encontra “engatilhada”
acima do ombro – aplicando conceito de golpear com lanterna enquanto retraia a
arma para fins de retenção;
Excelente para disparos em deslocamento lateral;
Permite usar com braço ferido pois simula posição de “flipper” típico de membro
ferido;
Fácil assimilação pois é igual a posição de entrevista adotado por policiais
durante abordagem;
Excelente por reter arma e usar lanterna como arma de impacto (opções de
força).
Desvantagens
Atirador atira com apenas uma mão;
Atirador pode causar iluminação em excesso na alça de massa;
Lanterna é posicionado [sic] próximo a cabeça do atirador.
4.3.7 Keller
15
Tradução livre deste autor.
102
A Tees Brazil (2004, CD ROM), ainda acrescenta como vantagem, que “contrário
a Técnica Harries, a Técnica Keller é ergonomicamente favorável a posturas tipo isósceles e
variantes.”
16
Tradução livre realizada por este autor.
103
A proximidade das mãos aumenta a chance de uma contração involuntária da mão que
segura a arma de fogo quando o interruptor lateral for apertado, podendo ocorrer
confusão e vice-versa;
tentativa de alinhar a lanterna na direção do objetivo pode alterar o alinhamento da
arma em relação ao objetivo e vice-versa;
A luz é localizada no centro de massa do atirador.
4.3.9 Hargreaves
Vantagens
Simples, eficaz e de fácil assimilação e memorização em relação a outras técnicas
mais complexas;
Automaticamente alinha lanterna com a arma.
Desvantagens
Técnica é limitada a lanternas com acionamento na base;
Não oferece uma plataforma estável para o tiro;
104
Cautela deve ser tomada durante disparos múltiplos para que a mão fraca não entre
na frente do cano;
Vantagens
Oferece maior precisão e estabilidade durante o tiro, com um mínimo
deslocamento do feixe de luz da lanterna;
105
Desvantagens
Funciona somente quando temos o botão de ligar/desligar da lanterna,
transmitido a um dispositivo de pressão localizado no cabo do armamento;
É difícil de usar com uma ferida física, e à luz está localizado centro de massa.
A técnica FBI modificada para armas portáteis é idêntica a utilizada com arma de
porte.
Desvantagens
A abordagem irá sucumbir, durante o tiro, deslocando o feixe de luz, em razão
do recuo.
Vantagens
Podemos bloquear a arma, com o auxílio da mão que empunha a lanterna.
Desvantagens
Em razão de sua pobreza no que diz respeito a ergonomia, é possível o seu uso
somente com a posição de tiro Weaver;
A abordagem irá sucumbir, durante o tiro, deslocando o feixe de luz, em razão
do recuo.
Ideal para uso somente com lanternas que possuem acionamento em sua base.
A técnica que a seguir apresentaremos nas figuras nº 71 e 72, acreditamos que seja
uma das menos conhecidas, porém, merece nosso conhecimento, pois poderá um dia nos ser
útil na atividade operacional.
Na Flashlight on the primary weapon technique, segundo Lawrence (2005), esta é
usada quando a arma primária ou principal (rifle ou shotgun) tem uma lanterna montada nela.
108
Se tivermos um mau funcionamento da arma, ainda assim sua lanterna poderá ser
usada. Simplesmente segure a arma com a mão fraca. Aponte a lanterna da arma primária ou
principal na direção do objetivo e com a arma secundária (pistola) efetue o disparo usando a
técnica de disparo de empunhadura simples.
Fig. nº 65 – Técnica Mount Light com arma de porte Fig. nº 66 – Técnica Mount Light com arma portátil
Fonte: Surefire Institute Fonte: Surefire Institute
109
Nessa técnica conforme podemos perceber nas figuras nº 65 e 66, a lanterna está
completamente acoplada ao armamento. Existem armas que possuem trilhos especiais para a
fixação da lanterna e outras, principalmente armas longas, utilizam mecanismos tipo anéis
onde a lanterna é introduzida e fixada.
Considerando que, a maioria das armas necessitam que nelas sejam instalados
dispositivos que são chamamos de trilhos, para que outras ferramentas sejam acopladas,
apresentamos a seguir, dois modelos, sendo que existem uma variedade grande, que são
adaptáveis em diversos calibres.
Na matéria que faz alusão a arma apresentada na fig. nº 70, a qual a PMSC já
dispõem há algum tempo, temos uma enfática análise das novas tendências, quando assim
narra o seu autor: “a nova carabina da Taurus já nasce com importantes atualizações
tecnológicas como o trilho para aposição de lanterna tática e a possibilidade de emprego de
luneta de projeção holográfica”. (TENDLER, 2003, p. 36).
por parte dos operacionais quando enfrentam situações onde ao portarem armamento longo,
não sabem de que maneira utilizar a lanterna em ocorrências policiais de baixa luminosidade.
A Skill Security (2003) faz uma referência importante que nos remete as tomadas
de decisões a que são submetidos os policiais durante as ocorrências em que participam, onde
segundo a “Surefire Institute, 80% (oitenta por cento) dos engajamentos entre policiais e
marginais em ocorrências com troca de tiros acontecem numa distância de até 10 metros, e
deste percentual, 93% (noventa e três por cento) acontecem numa distância de 03 a 05
metros.”
Esta informação embora seja baseada em um estudo realizado de ocorrências
atendidas nos Estados Unidos da América, nos dão um parâmetro que acreditamos não seja
muito divergente de outros países, com níveis de atendimento onde a incidência seja
semelhante. Serve como um alerta ao policial a atentar para uma correta observação do
ambiente em que esta adentrando ou para as distâncias existentes entre ele e o objetivo de sua
abordagem (pessoa, edificação, terreno, veículo, etc.).
A Skill Security (2003) ainda faz alusão a outro procedimento que está inserido
em nossa opinião na observação quando “como sugestão para uma correta visualização de um
112
ambiente, o policial além de atentar para as particularidades do uso da visão periférica poderá
adotar o seguinte protocolo de visualização: Observar Perto – Médio – Longe; Observar Baixo –
Médio – Alto.”
Observar sempre o que se encontra mais próximo a ele, pois o perigo eminente é
diretamente proporcional a essa distância. A partir desse ponto é que irá observar para os
locais que se encontram a distâncias mais afastadas de onde se encontra. Para tanto, poderá
adotar de forma prática e rápida as etapas abaixo:
Observar Perto – Médio – Longe;
[...] foi proposto em meados da década de 70, por John Boyd, um jovem capitão da
Força Aérea dos Estados Unidos. Atualmente, o modelo é largamente empregado no
meio militar, mais especificamente na atividade de Comando e Controle.
O conceito surgiu quando John Boyd foi designado par estudar o combate aéreo
entre aeronaves americanas e coreanas, durante a Guerra da Coréia. Nesse conflito,
os aviadores americanos se saíram vitoriosos. Para cada avião abatido, o inimigo
perdia 10. Por quê?
A primeira hipótese levantada por John Boyd foi a de que os americanos
simplesmente tinham melhores aeronaves, mas estudos revelaram que o F-86
americano possuía muitas qualidades inferiores às do inimigo, que utilizava MIG 15,
uma aeronave de fabricação russa. O MIG podia subir e acelerar com maior
velocidade e curvar mais rapidamente do que o F-86, no entanto, tinha duas
vantagens sobre o MIG-15: primeiro, o piloto podia ver melhor; segundo, tinha
controles hidráulicos mais potentes e ágeis do que o MIG. Isso significa que,
embora o MIG pudesse realizar várias manobras – curvar, subir e acelerar – com
desempenho melhor que o F-86, este podia passar de uma manobra a outra muito
mais rapidamente do que o MIG, em função de seus controles de vôo. (grifo nosso)
[...]
113
Como podemos perceber as análises realizadas por John Boyd passam a nos
conduzir a importância de nos anteciparmos em relação ao oponente, seja em que área for,
para que venhamos obter um resultado favorável e no campo policial isso não é diferente.
Vejamos a seguir como John Boyd analisou esse ciclo, utilizando-se de outros
fatos históricos, além do anteriormente mencionado, para verificar sua eficácia. Neste sentido,
Coram (2002 apud BERNABEU, 2008, p. 239) faz a seguinte assertiva:
O que os vencedores desses casos têm em comum? A resposta de John Boyd é que
eles consistentemente percorriam o ciclo OODA mais rapidamente do que seus
oponentes, ganhando, assim, uma vantagem tática. Enquanto os adversários se
preocupavam e reagiam a uma ação, a parte que detinha a iniciativa já estava
pensando em realizar ou executando uma atividade diferente. A cada ciclo, as ações
do lado mais vagaroso eram menos apropriadas à situação e cada vez mais
distantes de uma resposta adequada à ação em curso. Isso aconteceu em muitas
das mais decisivas batalhas históricas, como na vitória de Aníbal sobre os romanos,
em Cannae; a vitória dos alemães sobre os franceses, em 1940; ou dos japoneses
sobre os ingleses na Malaya, em 1941. Em todos os casos, quem decidiu mais
rapidamente consagrou-se vencedor. (grifo nosso)
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OBSERVAÇÃO
AÇÃO ORIENTAÇÃO
DECISÃO
Para que possamos fazer uma breve análise acerca de uma doutrina no campo
operacional da Polícia Militar de Santa Catarina, tendo como cerne da questão o emprego de
equipamento emissor de luz (lanterna) na atividade policial militar, precisamos, antes de
navegarmos nesse tema, definirmos o que venha a ser doutrina.
Se recorrermos ao dicionário da língua portuguesa - Aurélio -, lá encontraremos a
seguinte conceituação: “Conjunto de princípios que servem de base a um sistema filosófico,
científico, etc.”
A Polícia Militar de Santa Catarina (2002, p. 169) define doutrina como sendo o
“conjunto de valores, processo e técnicas, baseados na área do conhecimento e da
realidade, tendo por finalidade explicar a conjuntura e modificá-la no sentido da aproximação
do bem comum”. (grifo nosso)
Doutrina de Polícia Militar para Valla (1999, p. 93) é assim definida:
Nesta fase de nosso trabalho, buscamos aquelas diretrizes que de alguma maneira
fazem menção ao emprego de equipamento emissor de luz (lanterna) na atividade policial
militar, estabelecendo um contraponto com as técnicas e táticas atuais mais empregadas em
nossa atividade.
Precisamos antes de passarmos a uma análise sobre as diretrizes que a seguir
elegemos para nosso estudo, considerarmos a data de suas respectivas edições, época em que
o assunto baixa luminosidade era praticamente desconhecido do ponto de vista doutrinário e
nas formações dos profissionais de segurança pública não era se quer citado. Precisamos sim,
117
nos preocuparmos com a atualização das mesmas, sob pena de pagarmos com o mais alto dos
preços: a vida.
Extraímos ainda, um ponto que julgamos importante, pois retrata o vazio existente
do conhecimento que tínhamos há quase vinte anos atrás em relação ao atual. Vejamos o que
descreve o legislador, no item a seguir:
Temos aqui, o único momento em que a diretriz se refere ao uso da lanterna tática
e técnica, onde, embora não seja citado o nome da técnica acima, o legislador está fazendo
menção à técnica FBI, contudo, esta é uma das menos utilizadas atualmente, ainda que,
tenhamos situações em que ela terá excelente empregabilidade tática, como nos exemplos
aventados por Franco (2002, p. 61). Quanto à emissão de luz, não se pode definir que será
intermitente, pois o momento, a situação e as ordens emanadas do policial que estará no
comando da operação é que definiram. Mais uma vez, nota-se claramente que não há uma
adequação apropriada da Diretriz, as técnicas e táticas atualmente desenvolvidas e a realidade
de uma ação operacional.
119
Essa Diretriz foi editada em 1989 trata das operações policiais militares e faz
menção a diversas situações as quais podem nos levar a criação de inúmeros cenários
imaginários de alguns teatros de operações, contudo, o foco principal da mesma é a
caracterização de cada um dos tipos de operações, que definem o que venha a ser Comando de
Trânsito, Varredura, Pente Fino, Cerco e Bloqueio Relâmpago. Colhemos alguns trechos que
nos revelam a preocupações do legislador, contudo, entendemos que deveriam ser mais
aprofundadas ou mencionar onde se encontram os itens de segurança a ser seguidos e de que
forma devem ser realizados, bem como, as técnicas e táticas a serem adotadas. Vejamos os
trechos levantados:
[...]
f) Os PM não deverão esquecer de por em prática técnicas como: progredir no
terreno, aproveitando os abrigos e cobertas, sempre protegidos, levando em
conta: ONDE VOU? QUANDO VOU? e POR QUE VOU?; (grifo nosso)
[...]
i) Procedido o cerco, determina-se aos delinqüentes que acendam as luzes (se for
noite) e saiam com as mãos sobre a cabeça, após o que, serão algemados, se for o
caso, e revistados; a edificação será cuidadosamente revistada (inclusive
observando-se frestas de paredes, portas e janelas) com vistas a existência de outros
delinqüentes em seu interior. Para essa revista, o PM deve abrir rapidamente a porta,
tomando uma posição junto a parede interna que lhe de visão ampla do ambiente e o
torne um alvo difícil. Em se tratando de edificação térrea, o PM devera tomar
cuidados especiais com o teto, mormente se este for de madeira, sobre o qual
os delinqüentes poderão ocultar-se; (grifo nosso)
j) Se a ordem não for acatada, os PM farão uso do armamento químico, tais como
bombas fumígenas e de gás lacrimogêneo, o que forçosamente obrigara os marginais
a deixarem o interior da edificação.
- É preciso muita atenção quando da saída dos indivíduos, pois poderão tentar abrir
caminho a bala, dai a importância do emprego, por parte dos PM, dos cuidados
individuais, relativos a progressão no terreno, aproveitamento de cobertas e abrigos
e proteção individual.
l) Em seguida, o local será totalmente vasculhado, quando, então, os PM farão as
buscas, visando a encontrar objetos furtados ou roubados, armas e tóxicos;
n) A lanterna deve ser usada afastada do corpo, somente o necessário, e com
facho de luz intermitente. (grifo nosso).
Mais uma vez está presente aqui, a Técnica FBI que mesmo não sendo
expressamente citada, está caracterizada pela descrição que é mencionada do movimento que
o policial deve adotar com a lanterna em relação ao seu corpo. Mas que tipo de lanterna
devemos usar; que características e que potência mínima em lumens deverá ter essa lanterna,
para que possa ser empregada de forma técnica e tática? Essas são perguntas que não podem
ficar sem respostas em uma ação policial.
120
Essa Diretriz que foi editada em 1989, em seu item 5 (cinco), que trata da atuação
da guarnição de rádio-patrulha com dois policiais militares, assim assevera:
Passaram-se alguns anos após a criação do BOE e hoje BOPE, para que a Polícia
Militar de Santa Catarina edita-se diretrizes atinentes a atividades na área, de operações
especiais, dentro de uma realidade que há muito tempo já se fazia necessária nas ações
envolvendo tropas dotadas de treinamentos mais especializadas. Surgem então, as Diretrizes
Permanentes n° 34/01 e 35/01, as quais tratam de operações especiais, patrulhamento tático e
ações de choque; porte e emprego de armas de fogo e munições na PMSC, respectivamente.
capacitação do efetivo. A atividade finalista nelas exaltadas, não é mais uma célula isolada no
processo, mas sim parte de um complexo mecanismo onde cada parte tem importância
singular.
Segundo Santana (2009) o efetivo atual do BOPE é de 111 (cento e onze) policiais
militares, sendo que deste total, 18 (dezoito) são pertencentes ao Grupo COBRA.
Realizamos uma pesquisa quantitativa com o esse Grupo, onde foi aplicado um
questionário aos 18 (oito) policiais militares. Atingimos 100% do Grupo, na pesquisa
formulada por este autor.
123
Embora tenhamos uma divergência nos dados apresentados pela pesquisa, por
parte dos entrevistados, podemos observar pelo gráfico, que 89% dos entrevistados afirmam
que no máximo 05 (cinco) lanternas estão disponíveis ao Grupo COBRA/BOPE. Entendemos
ser um número suficiente se considerarmos estas sendo disponibilizadas para a guarnição de
serviço, todavia, se considerarmos o Grupo que é composto de 18 (dezoito) integrantes e
devendo ser esse equipamento individualizado, o número é insuficiente.
2 – Qual(is) a(s) marca(s) das lanternas disponibilizadas pela Polícia Militar utilizadas pelo
COBRA/BOPE? (poderá ser marcada mais de uma alternativa)
124
O tempo máximo em que podemos operar com a lanterna Maglite com bateria
recarregável ininterruptamente é de 120 min., conforme as especificações técnicas do
fabricante.
6 – Há uma manutenção pela reserva de armas do BOPE nas lanternas disponibilizadas pela
Polícia Militar?
Gráfico nº 06 – Manutenção
Fonte: desenvolvido por este autor
Mais da metade dos entrevistados (61,11%) não sabe se é realizada algum tipo de
manutenção nas lanternas existentes no BOPE. Acreditamos que esse fato ocorra em razão de
que o acesso ao interior da reserva de armas seja restrito; local este onde ocorrem as
manutenções de primeiro escalão de todos os armamentos e equipamentos.
9 – A lanterna que você utiliza durante o seu turno de serviço, fica acondicionada em que
local?
Entendemos que a lanterna a ser utilizada pelo policial militar deva estar
acondicionada em um porta-lanterna no seu cinto de guarnição ou no colete tático. No porta
luvas poderá estar uma ou mais lanternas reservas.
128
11 – O COBRA/BOPE possui armas de porte ou portátil com trilho ou outro dispositivo para
acoplamento de lanternas?
As únicas armas de porte que a PMSC possui atualmente que lhes possibilita
acoplar uma lanterna, como por exemplo, a da marca/modelo Streamlight TLR-1 é a Pistola
PT 100 e PT 24/7. As demais armas, de porte ou portátil de que dispõem a PMSC,
necessitariam de trilhos especiais destinados ao acoplamento de lanternas, miras telescópicas
e miras lasers.
129
Essa é a dura realidade aqui relatada, onde a prática tem demonstrado na opinião
desses profissionais (94,44%), que o equipamento para uso em baixa luminosidade não atende
as suas necessidades.
Gráfico nº 15 – Treinamentos
Fonte: desenvolvido por este autor
Assim como qualquer outro treinamento, somente a sua constância fará com que
tenhamos uma memória muscular reflexa, fazendo com que determinado movimento ocorra
automaticamente quando diante de uma situação dele venhamos a necessitar.
131
16 – Em relação a pergunta anterior, se a resposta foi afirmativa, com que freqüência realizam
treinamentos?
17 – Você utiliza lanterna fornecida pela Polícia Militar ou usa lanterna particular?
5.3 ENTREVISTAS
O modelo das perguntas que este autor desenvolveu e aplicou aos Oficiais
anteriormente citados, encontra-se no apêndice “B”.
2 – As lanternas fornecidas pela Polícia Militar, utilizam qual(is) o(s) tipo(s) de pilhas ou
baterias? (poderá ser assinalada mais de uma alternativa).
Pilha alcalina Bateria recarregável Lithium Outras
Maj Cardoso: - Pilha alcalina e bateria recarregável.
Cap Santana: - Bateria recarregável.
3 - Há uma preocupação por parte dos policiais militares que trabalham na reserva de armas,
com a manutenção, conservação e acondicionamento das lanternas?
Maj Cardoso: Sim.
135
4 – Há alguma recomendação por parte desse Comando, através da 4ª Seção, aos armeiros,
para cuidados coma a manutenção, conservação e acondicionamento das lanternas? Justificar.
Maj Cardoso: Sim, procurar manter as lanternas carregadas ou com pilhas novas
sem viciar as baterias ou exudar as pilhas.
Cap Santana: Não há recomendação específica com relação a estes equipamentos,
porém devemos ressaltar que de forma geral todos os materiais destinados a unidade sob
responsabilidade e guarda dos profissionais devem ser mantidos em perfeito estado de
conservação e emprego operacional. Assim, na prática constatamos que sempre que há
aquisição e distribuição destes equipamentos, são também repassadas orientações quanto aos
cuidados gerais no tocante ao emprego (uso), limitações, conservação e manutenção, aspectos
que são repassados pela chefia junto aos seus usuários.
b) registro no livro de alterações da reserva, constando o problema existente sendo alguns dos
mais comuns: dano físico, deficiência de absorção de carga pelas baterias, foco queimado ou
diminuto, botão de acionamento danificado, dentre outros;
c) recolhimento dos equipamentos danificados pelo responsável pela Seção;
d) encaminhamento do(s) equipamentos danificados para o CMB, através de nota ou ofício;
e) reposição do equipamento quando consertado ou descarte do equipamento (baixa) quando
não é possível consertá-lo, ou quando o custo benefício não se mostra compensador.
6 – O efetivo utiliza as lanternas fornecidas pela PMSC ou faz uso de lanternas particulares?
9 – Qual o grau de importância que esse Cmdo atribuiria de 1 a 4, à visão que os integrantes
do COBRA, são as ocorrências em baixa ou na ausência de luminosidade?
1 – sem importância 2 – pouco importante
3 – importante 4 – muito importante
Grau de importância
10 – Na opinião desse Cmdo, qual é o mínimo em lumens para uma lanterna ser empregada
com eficiência técnica e tática?
Maj Cardoso: 65 Lumens.
Cap Santana: A quantidade mínima de lumens adequada para o emprego técnico e
tático para a atividade policial geral sugerida é de 45 lumens e para a atividade de operações
especiais de no mínimo 65 lumens.
b) Peso: o peso dos equipamentos adquiridos é excessivo, sugerindo uma perda gradativa de
qualidade quando conjugado seu uso com armas de porte;
c) Sistema de acionamento: posicionado em local inapropriado (frente da lanterna) o que
dificulta o seu acesso e acionamento do aparelho por parte do operador;
d) Baixa qualidade de iluminação: tal fator deriva da quantidade diminuta ou inadequada de
lumens existentes nestes equipamentos, o que importa em baixa eficácia nas ações de
polícia (varreduras táticas, dissuasão psicológica de suspeitos, tiro em baixa luminosidade
e outros);
e) Emprego tático: tais ainda não possuem qualquer tipo de acessório necessário ou que
possibilite o seu acoplamento às armas policiais, tampouco sistema de fecho tático que
propicie a sua condução junto ao corpo pelo operador;
f) Finalidade: normalmente desenvolvidas pela [sic] empresas para fins civis (camping,
prevenção a blackout, etc.) sendo adquiridas e empregadas aleatoriamente (de forma
empírica) na atividade policial.
De forma geral estes fatores e deficiências fazem com que os operadores comprometidos
com a atividade policial procurem adquirir e usar outros sistemas de iluminação (lanternas
táticas) mais adequados ao serviço operacional e os displicentes em não utilizá-los por
serem pouco amistosos ao serviço (dimensões, peso, etc.).
13 – Quais as técnicas de uso de lanternas, não acopladas as armas, que são mais utilizadas
pelos policiais militares dessa unidade?
Maj Cardoso: Não há técnicas definidas, ficando a critério dos PPMM empregar a
técnica que melhor se adapte. Este oficial prefere o método Harris.
Cap Santana: As técnicas mais difundidas e utilizadas na rotina operacional são as
seguintes: Métodos Harries, Chapman e Ayoob, de tal sorte, que a opção ou adoção por parte
do operador por uma ou outra destas técnicas depende muito do grau de adestramento
individual, habilidade, compleição física e adequação ao ambiente onde opera.
Sim Não
baixa luminosidade. Quanto a seguir alguma Diretriz Específica, ressaltamos que não há na
Instituição, tampouco no BOPE, qualquer normatização específica nesta área em estudo,
sugerindo assim a necessidade de análise e formulação dado a sua importância para a
atividade e rotina policial.
16 – Se esse Cmdo fosse atribuir um grau de importância, de 1 a 4, que grau atribuiria as
ocorrências em baixa luminosidade? Justifique.
1
2
Fig. nº 73 – Lanterna Maglite
Fonte: sítio da Maglite
3 5 4
1 – Bateria recarregável
2 – Carregador de berço
3 – 120 VAC Conversor
4 – Dois suportes
5 – Adaptador de 12 volts
Para que possamos estabelecer qualquer tipo de análise sobre a lanterna que a
Polícia Militar disponibiliza ao efetivo do BOPE, por mais singela a forma que busquemos
para estabelecer relações em qualquer ordem, necessitamos compará-la a outras existentes no
mercado nacional e/ou internacional.
Como já frisamos aqui anteriormente, uma lanterna para uso policial militar ou
militar, exige características como vimos, que não são as mesmas que deverão estar presentes
nas lanternas de uso comum para o “mundo civil”. O fim a que se destina uma lanterna para
uso policial militar ou militar, faz com que seja projetada visando ações táticas e operacionais,
que exigem dela, requisitos mínimos necessários para que possa ser empregada, garantindo
aquele que dela fará uso, eficiência e eficácia capaz de atender aos quesitos mencionados nos
itens 3.3.2 e 3.3.3 e seus subitens.
Existe no mundo uma infinidade de marcas/modelos de lanternas para uso civil e
para o uso policial militar e militar, essa realidade também se apresenta em um bom estágio,
em nossa opinião. A seguir, apresentaremos uma tabela comparativa de valores entre algumas
peças e marcas/modelos de lanternas táticas, para que possamos ter uma idéia sobre as
possibilidades que podemos encontrar.
Preço
Marca Peça Modelo
(R$ ou U$)
Lâmpada Todos U$ 12,95
Streamlight
Bateria de Lithium 3V U$ 1,95
MN03 U$ 18,00
Lâmpada
MN10 U$ 31,00
P60 U$ 19,00
Lâmpada/Refletor
Surefire P61 U$ 29,00
Bateria de Lithium
3V U$ 21,00
(cx. 12)
B65 U$ 19,00
Bateria recarregável
B90 U$ 22,00
6. CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho, procuramos cumprir cada etapa a que nos propomos no
projeto que lhe deu início e através dessas etapas, buscamos mostrar a importância do Grupo
COBRA/BOPE para a Polícia Militar de Santa Catarina e consequentemente para o cidadão
catarinense. Como podemos observar historicamente, a 30 (trinta) anos atrás começava em
nossa Corporação uma preocupação com situações que fugiam da normalidade, requerendo
que para tal fossem necessários policiais militares com treinamento diferenciado. O embrião
do que hoje conhecemos por BOPE, começava a ser gerado. Daquela época para a atual,
muito foi feito, muitas mudanças ocorreram na seleção do profissional, no seu treinamento e
nos equipamentos que lhes foram disponibilizados; até porque a busca pela excelência que
envolve o trinômio seleção, treinamento e equipamento, deve ser incansável. Acreditamos que
somente uma coisa não mudou: o policial militar (“o guerreiro”) que faz parte do atual BOPE.
A vontade desses profissionais em querer serem os melhores para prestar um excelente
serviço à sociedade, não mudou com o tempo.
Essas três partes do trinômio seleção, treinamento e equipamento devem ser fortes
e a quem cabe isso se não a própria Corporação e Governo do Estado. Investimentos se fazem
necessários e são fundamentais para quem se propõem e tem a missão de prestar atendimentos
em ocorrências policiais militares de altíssimo risco, como é o caso do BOPE.
O que algumas pessoas leigas em Operações Especiais e muitas vezes
responsáveis por proporcionar condições adequadas de trabalho aos profissionais de
segurança pública não entendem é que no caso específico do BOPE, não adianta fardar os
seus integrantes de maneira a serem reconhecidos como diferentes dos demais policiais
militares, mas o que os tornará diferenciados é um conjunto que obrigatoriamente passa pela
premissa do já mencionado trinômio. É o fortalecimento desse trinômio que os torna homens
de Operações Especiais.
Quando nos propusemos a desenvolver um tema ligado a área de Operações
Especiais, buscamos por dois motivos bem simples: o primeiro é a próprio conhecimento e
148
Vejamos o que pensa um dos Oficiais por nós entrevistados sobre a importância
do tema:
de nosso trabalho. Mesmo assim, os dados a seguir, por si só demonstram que devemos sim,
considerar e muito os atendimentos envolvendo o BOPE no período noturno.
Queremos mais uma vez frisar que os dados acima não foram trabalhados, ou seja,
precisaríamos partir para uma segunda etapa, que seria a identificação dentro desse total,
quantas ocorrências envolveram efetivamente o Grupo COBRA; em quantas houve disparo de
arma de fogo; se nas que houve disparo de arma de fogo, se tivemos feridos civis e/ou
policiais militares. Somente a partir dessa segunda etapa, onde efetivamente estudaríamos os
dados é que uma realidade mais clara envolvendo o Grupo COBRA/BOPE nos seria
apresentada, contudo, mesmo sem essa análise trabalhada dos dados, já podemos consagrar
como importante tal assunto, uma vez que ele nos mostra que mais de 44% (quarenta e
quatro) por cento das ocorrências atendidas pelo BOPE em 2008 foram após às 20h00.
Quando passamos a realizar uma análise dos equipamentos de iluminação
(lanterna) tática individual, colocado à disposição do COBRA/BOPE pela PMSC foi a fase
150
mais tranqüila de nosso trabalho, tendo em vista que os equipamentos destinados a este fim
específico se restringem a uma única marca/modelo que é a Maglite/recarregável descrita em
detalhes no item 5.4.
Para que possamos trazer a baila, a discussão da importância do assunto que ora
elencamos para nosso estudo, se faz necessário que não esqueçamos jamais que nossa
Doutrina, presente principalmente nas diretrizes de ação operacional, sejam revistas
urgentemente, sob pena de pagarmos com a vida de um policial militar, que dela se rebuscou
para amparar determinada atitude ante uma ocorrência. Neste sentido, os treinamentos e
ensinamentos, adquiridos em cursos em nossa Corporação, ou em outras Instituições policiais,
se faz necessário, para que busquemos, sempre o que há de melhor no que diz respeito a
seleção, treinamento e equipamento. Se determinada doutrina já é consagrada
151
Para que venhamos a traçar uma relação de custo versus benefícios quando nos
referimos a equipamentos, precisamos enquanto governantes e administradores substituir esse
parâmetro anacrônico por um mais moderno e evoluído, qual seja: não há preço versus vidas.
É exatamente assim que precisamos entender tudo o que se refere à vida. Se todos
nós a aceitamos, como sendo o maior de todos os bens, a que se economizar nos instrumentos
que ajudarão profissionais a salvá-las? Acredito que se fizéssemos essa pergunta a qualquer
pessoa, a resposta seria a mesma.
Durante uma intervenção cirúrgica, que equipamentos, treinamentos e técnicas
esperamos que possua o cirurgião médico que irá nos assistir? Obviamente queremos que
tenha o que há de melhor, afinal, nossa vida estará nas mãos dele. Que equipamentos, que
treinamentos e técnicas esperamos que outros profissionais, como por exemplo, um bombeiro,
um eletricista, um juiz, um professor, possuam para nos atender? Esperamos sempre o melhor,
153
pois nossas vidas, nosso futuro está depositado nas mãos desses profissionais, quando deles
nos socorremos e, de um policial militar isso não é diferente, é imperioso.
A impressão que temos quando o BOPE chega a uma ocorrência, é a do limiar da
solução. Se essa tropa não for capaz de resolver uma determinada ocorrência, ninguém o será.
Essa premissa sempre tem de ser verdadeira; e para que não se torne falsa, ações concretas de
Governos e Comandos devem estar voltadas em envidar todos os esforços na disponibilização
de recursos financeiros, os quais possibilitarão treinamento e aquisição de equipamentos “de
ponta”, para que os profissionais de segurança pública possam desempenhar suas atividades
num patamar de excelência.
Em todas as áreas tecnológicas, inovações são constantes, pois a velocidade com
que se processam atualmente é muitas vezes inimaginável e assombra até mesmo os seus
maiores protagonizadores. Congressos e Seminários estão a ocorrer em diversas partes do
mundo e a Polícia Militar, como uma das principais Instituições do Estado na defesa do
cidadão não pode ficar fora desses métodos pela busca e divulgação de conhecimentos. A
exemplo disso, podemos citar um fato histórico em nossa Corporação: o I Seminário para
Oficiais de Material Bélico. Esse evento inédito no Brasil foi projetado e organizado pela
Polícia Militar de Santa Catarina, através do seu Centro de Material Bélico (CMB). É nesse
diapasão que precisamos caminhar, vislumbrando sempre atingirmos alto grau de capacitação
técnica que resultará num pronto-atendimento eficiente a sociedade.
A exemplo do Seminário mencionado, anualmente na América do Sul ocorre a
Feira Internacional de Segurança, onde diversas palestras afins ao tema são realizadas, além
de mostra de equipamentos voltados ao setor. Foi a partir de uma dessas feiras, que chegou a
Polícia Militar de Santa Catarina, as primeiras informações sobre a Taser, equipamento não-
letal, capaz de incapacitar temporariamente um agressor, reduzindo drasticamente o uso de
outros equipamentos de choque e armas letais. Em novembro de 2008, a Polícia Militar fez a
aquisição do primeiro lote desse equipamento. Devemos aqui, fazer um registro que julgamos
muito importante, que foi a importação desse equipamento. Em que pese à enorme burocracia
que envolve a importação de qualquer mercadoria em nosso País, acredito que a Polícia
Militar de Santa Catarina deu o primeiro passo para a busca de novos equipamentos,
independentemente da fronteira que nos separam deles. A primeira porta para obtermos o que
há de melhor na tecnologia bélica foi dado pelo CMB/PMSC. Ainda estamos nos primeiros
passos, mas ninguém atinge um objetivo pela inércia.
Assim necessitamos proceder com a aquisição de equipamentos de iluminação
individual, para emprego tático. As lanternas são tão importantes como qualquer outro
154
equipamento, quiçá em grau superior a muitos que são considerados primordiais a atuação
policial. Poderemos a exemplo disso, criarmos um teatro de operações imaginário e lá
postarmos uma equipe tática, altamente treinada, a qual deverá adentrar numa determinada
edificação à noite e salvar uma vítima, dominando o agressor. Se essa equipe dispuser dos
melhores armamentos, mas lhe faltar uma boa lanterna que lhes auxiliem na ação, como
poderão realizar com êxito a missão? Se conseguirmos efetivamente imaginar tal situação,
entendo que iremos concluir não ser um devaneio meramente acadêmico, mas uma realidade
tão próxima e presente, que requer o máximo de nossa atenção.
Como verificamos quase a metade do total das ocorrências atendidas pelo BOPE,
entre janeiro e dezembro de 2008, foram no período noturno. Essa não é uma situação fictícia,
mas uma realidade concreta, baseada em fatos reais, envolvendo vidas humanas. Nessa
realidade são protagonistas policiais e civis, todos, envolvidos na trama mais importante de
suas vidas e nas quais, sempre buscamos um final feliz. Precisamos do que mais para
despertar para essa realidade? Precisamos que vidas sejam ceifadas para que dirigentes
entendam a importância da aparente simplicidade de um equipamento? Não podemos
conceber que tal situação aconteça. Devemos caminhar pela difusão do assunto interna
corporis, uma vez que ainda em nosso meio, é algo bastante desconhecido.
Nas tabelas nº 07 e 08, apresentamos algumas informações, as quais julgamos as
mais importantes referentes a algumas marcas/modelos de lanternas comercializadas no Brasil
e/ou exterior, sendo que na totalidade das elencadas, todas são importadas, todavia, não se
enfrentaria a mesma dificuldade que vivenciou o CMB/PMSC no processo de aquisição das
Taser, se considerarmos que quase todas estão disponíveis no mercado nacional.
Como poderemos comprovar, esses equipamentos apresentam baixo custo,
quando comparados, em contrapartida, aos benefícios inimagináveis que deles podemos
extrair, quando empregados dentro da técnica e tática.
ocorrências que envolvem uma de suas piores facetas que são aquelas ambientadas na baixa
ou na ausência de luminosidade.
Gostaríamos que, a Diretoria de Apoio Logístico e Finanças (DALF) buscasse
junto aos Oficiais do BOPE, os quais possuem indubitavelmente conhecimento técnico, as
especificações mínimas que devem ter um equipamento de iluminação para emprego tático,
para que não continuemos a comprar e disponibilizar, ferramentas já sabidamente como não
sendo as mais adequadas para determinada função. Neste sentido, gostaríamos de apresentar
uma em especial, recentemente divulgada e que acreditamos esteja ainda em fase de testes,
para uso policial, que é a lanterna denominada incapacitator.
Essa é mais uma prova do quanto a tecnologia está ao nosso alcance, cabendo as
pessoas responsáveis pelos destinos de uma Instituição, buscar os meios necessários para
tornar realidade aquilo que melhor resposta pode propiciar aos profissionais de segurança
pública.
156
2 – Qual(uais) a(s) marca(s) das lanternas disponibilizadas pela Polícia Militar utilizadas pelo
COBRA/BOPE? (poderá ser marcada mais de uma alternativa)
Surefire Maglite Police Streamlight Scorpion Outras
6 – Há uma manutenção pela reserva de armas do BOPE nas lanternas disponibilizadas pela
Polícia Militar?
9 – A lanterna que você utiliza durante o seu turno de serviço, fica acondicionada em que
local?
Sim Não
11 – O COBRA/BOPE possui armas de porte ou portátil com trilho ou outro dispositivo para
acoplamento de lanternas?
Sim Não
Sim Não
Sim Não
Sim Não
160
16 – Em relação a pergunta anterior, se a resposta foi afirmativa, com que freqüência realizam
treinamentos?
17 – Você utiliza lanterna fornecida pela Polícia Militar ou usa lanterna particular?
Sim Não
Grau de importância
20 – Você gostaria que lhe fosse proporcionado mais conhecimento técnico e treinamento
sobre tiro e/ou abordagem em baixa luminosidade?
Sim Não
Sim Não
161
2 – As lanternas fornecidas pela Polícia Militar, utilizam qual(is) o(s) tipo(s) de pilhas ou
baterias? (poderá ser assinalada mais de uma alternativa).
Pilha alcalina Bateria recarregável Lithium Outras
3 - Há uma preocupação por parte dos policiais militares que trabalham na reserva de armas,
com a manutenção, conservação e acondicionamento das lanternas?
4 – Há alguma recomendação por parte desse Comando, através da 4ª Seção, aos armeiros,
para cuidados coma a manutenção, conservação e acondicionamento das lanternas? Justificar.
6 – O efetivo utiliza as lanternas fornecidas pela PMSC ou faz uso de lanternas particulares?
9 – Qual o grau de importância que esse Cmdo atribuiria de 1 a 4, à visão que os integrantes
do COBRA, são as ocorrências em baixa ou na ausência de luminosidade?
1 – sem importância 2 – pouco importante
3 – importante 4 – muito importante
Grau de importância
10 – Na opinião desse Cmdo, qual é o mínimo em lumens para uma lanterna ser empregada
com eficiência técnica e tática?
13 – Quais as técnicas de uso de lanternas, não acopladas as armas, que são mais utilizadas
pelos policiais militares dessa unidade?
Sim Não
início da guerra
1942 De três cores. Os italianos
Telo mimetico Itália usaram uniformes
monocromáticos no deserto.
Exército usa durante a 2ª Guerra
Cáqui mostarda Japão
Mundial.
Marrom Para uso nas praias.
EUA Exército.
Verde Para uso nas selvas.
Transliterado De três cores. A maioria usou
Tryokhtsvetnyy uniformes monocromáticos
Exército usa durante a 2ª Guerra
1944 Maskirovochnyy Rússia marrons.
Mundial.
Kostyum
(TTsMKK)
1945 Leibermuster Alemanha Não chegaram a utilizar. De cinco cores.
Engineer Research Sistema de quatro cores. Foi
1948 and Development EUA usado também no Vietnã.
Laboratory (ERDL)
Chocolate Brown, Uniforme com padrão de três
1953 médium Green e França cores. Foi chamado de
light Green Exército. “lagarto”.
Russisches
1956
Tarnmuster
Alemanha
Sistema de quatro cores, que
Oriental
1959 Flächentarnmuster substituiu o Russisches
Tarnmuster.
Usado pelo Exército nos
1960 Verde-oliva Canadá
campos de batalha.
Sistema composto por duas
Alemanha
1965 Strichmuster cores (cor de terra e um fundo
Oriental
field-grey)
Kombinezon
maskirovochnyy
1968
letniy URSS
-69
kamuflirovannyy
(KLMK
Disruptive Pattern Sistema de quatro cores.
1969 Exército.
Material
Britânicos
"Pattern 1968
1970
DPM"
Depois de várias
experimentações. Sistema de
Alemanha cinco cores. Entrou em
1976 Flecktarn
Ocidental serviço em 1980. Esse foi o
padrão adotado após a
unificação.
1980 "Mediterranean Os Fuzileiros Navais adotaram Um complexo sistema de
Itália
spray" esse padrão. cinco cores.
“Fang” Japão Sistema de quatro cores.
Foi um desenvolvimento do
Exército. ERDL. Usa duas tonalidades
1981 “BDU” EUA de verde, uma de marrom, e
uma de preto em uma mistura
de fibra sintética e algodão.
Exército adota um padrão de Um sistema de quatro cores.
"Woodland" Itália
1990 inspirado nos EUA.
Exército utilizou durante a Um sistema de quatro
DPM Iraque
Guerra do Golfo. tonalidades de marron.
Exército. Substituiu o padrão anterior.
1991 Flecktarn Japão
Na guerra do Golfo, adotaram
166
OBS.: Tabela desenvolvida por este autor com base nos dados fornecidos pela Ciante (2008).
Tabela nº 09 – Camuflagem de uniformes
Fonte: sítio da Ciante
167
Fig. nº 83 – G2 Nitrolon
Fonte: Surefire Institute
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