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Rio de Janeiro
Novembro/ 1999
UM ESTUDO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DO ELEMENTO ÁRABE NO LÉXICO DA
LÍNGUA PORTUGUESA, COM UM RESUMIDO PANO DE FUNDO HISTÓRICO.
Introdução 4
A Presença Muçulmana 6
O Domínio Árabe 6
O Moçárabe 8
A Toponímia 9
A Contribuição Árabe no Léxico Português 10
Referências Bibliográficas 14
Introdução
1
NIMER, Miguel. Influências Orientais na Língua Portuguesa. São Paulo, 1943, p. X.
2
Idem, p. XI.
A Presença Muçulmana
3
ELIA, Sílvio. Língua e Literatura. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971, p. 19 e20.
4
Idem, p. 20.
Assim, a população cristã da Espanha árabe, conhecida como
população moçárabe, acabou constituindo também uma língua medieval de
origem latina, o moçárabe, conhecida pelos seus arcaísmos fonológicos, o seu
considerável léxico de raiz semítica e os seus vestígios que foram deixados
tanto na toponímia, quanto nos regionalismos do centro e do sul da Península
Ibérica, além dos textos líricos medievais, as hardjas.
O Domínio Árabe
O Moçárabe
5
FONSECA, Fernando Venâncio Peixoto da. O português entre as línguas do mundo. Coimbra: Livraria
Almedina, 1985. p. 68 e 69.
6
FONSECA, Fernando V. P. da, op. cit., p. 69.
Há rasgos característicos do português na fala dos Moçárabes... Assim,
nohte, em moçárabe, era mais próximo da nossa noite que o castelhano
noche (de nocte-); conservaram-se o g e o j iniciais, como em português:
jenáir e não enero (cast.). Mais importante é o que se diz respeito aos
ditongos ai, ei, eu, que o castelhano monotongou (zapatero, hoce), e que
se mantinham na língua dos Moçárabes (çapatair, fauchil), como em
português (sapateiro, foice) e leonês, sem sofrerem crase. No grupo mb o
b caiu em espanhol (ex.: Colomera), mas os Moçárabes mantiveram-no
(ex.: Colombaira) como em português (ex.: pomba). O grupo pl-, que em
castelhano dava ll-, era transformado em bl- pelos Moçárabes. Em
moçárabe havia ll (=lh) em vez do j castelhano proveniente de –cl-
intervocálico postônico: uello, velyo (moç.), ojo, viejo (esp.), olho, velho
(port.). Em Toledo, Córdova e Valência também aparece conelyo, que
coincide com o português coelho e não com o espanhol conejo. O dialeto
de Lisboa fazia parte do romanço moçarábico, e nela nunca deixou de
falar-se língua romance.7
A Toponímia
7
Idem, p. 71 e 72.
8
Ibidem, p. 72. Citação de MACHADO, J. P., Breve História da Língua Portuguesa, p. 9.
A Contribuição Árabe no Léxico Português
Referências Bibliográficas
ELIA, Sílvio. Língua e literatura. 6a ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1971.
SOUSA, Fr. João de. Vestígios da língua árabe em Portugal. Portugal: Gráfica
Maiadouro, 1981.