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Fonética
A palavra falada é formada por combinações de unidades mínimas de som (fonemas). Na escrita, a representação
do fonema ocorre através de letras. Por isso, o fonema não pode ser confundido com a letra. O fonema é a menor
unidade sonora da língua, enquanto a letra é um sinal gráfico e visual, cuja função é representar o fonema de acordo
com as normas da língua.
A correspondência entre letra e som não ocorre em todas as situações, pois uma mesma letra pode representar
fonemas distintos, como o x nas palavras: próximo, exato e feixe.
Mas, há casos em que letras distintas representam o mesmo som, como acontece com as palavras seco, cedo, laço
e próximo.
Por fim, nota-se que uma letra pode representar mais de um fonema, como fixo, cuja leitura é "fikso", enquanto
existe letra que não tem som, como o h em hora. Temos ainda os sons ora representados por uma só letra, ora por
duas como xícara/chinelo, gato/guitarra e rabo/carro.
As vogais são sons produzidos sem obstáculos para a passagem de ar, que passa livremente pela boca, oriundo
do pulmão. Sua emissão é independente de outro fonema, por isso constitui a base da sílaba.
Os sons das vogais produzem-se a partir do diferentes posicionamentos dos músculos da boca, constituídos pela
língua, pelos lábios e pelo véu palatino, formando o seguinte quadro:
vogais orais: a corrente de ar vibrante passa pela cavidade bucal, formando sete fonemas vocálicos orais: i,
e, é, a, ó, o, u (fica, veja, vela, pá, bola, coma, pula).
vogais nasais: corrente de ar vibrante passa pelas cavidades bucal e nasal, formando cinco fonemas
vocálicos nasais: linda, tenta, banda, onda, fundo.
vogais anteriores: emitidas com abertura média da boca (linda, fica, tenta, vela, veja).
Essa abertura da boca também estará relacionada à consoante que segue a vocal, por isso a pronúncia precisa ser
casada entre posição de abertura da vogal e da consoante.
vogais altas: máxima elevação da língua para o céu da boca (fica, linda, pula, fundo).
vogais médias: a elevação é média (veja, tenta, vela, coma, tonta, bola).
vogais baixas: a elevação é mínima (pá, banda).
As consoantes são fonemas produzidos através da obstrução do ar proveniente do pulmão, precisando de uma
vogal para ser emitidos. Esses obstáculos podem ser totais ou parciais, a partir da posição da língua e dos lábios.
modo de articulação: responsável pela identificação do obstáculo que ocorre durante a passagem do ar
pela boca.
Se a corrente de ar encontrar um obstáculo total, essas consoantes serão classificadas como oclusivas (p, b, t, d, k
e g).
Se o obstáculo for parcial, as consoantes serão chamadas constritivas (compressão), podendo ser fricativas
(fricção do ar através de uma fenda no meio da boca), laterais (o ar sai pelos lados da boca) e vibrantes (quando
ocorre a vibração da língua ou do véu palatal).
- constritivas fricativas: f, v, s, z, x, j;
- constritivas vibrantes: r, rr
ponto de articulação: identifica em qual ponto da cavidade bucal localiza-se o obstáculo para a passagem
do ar.
O ponto de articulação classifica-se em consoantes bilabiais (contato entre os lábios superior e inferior),
labiodentais (o lábio inferior tem contato com os dentes incisivos superiores), linguodentais (contato entre a língua e
a face interna dos dentes incisivos superiores), alveolares (contato da língua com os alvéolos dos dentes incisivos
superiores), palatais (o dorso da língua toca o céu da boca) e velares (parte posterior da língua tem contato com o véu
palatino).
Essa classificação permite a seguinte divisão das consoantes quanto ao ponto de articulação:
- bilabiais: p, b, m;
- labiodentais: f, v;
- linguodentais: t, d, n;
- alveolares - s, z, l, r;
- velares: k, g, rr.
papel das cordas vocais: permite observar se ocorre ou não vibração das cordas vocais. Quando ocorrer a
vibração a consoante é chamada de sonora, já quando não ocorre, ela é chamada de surda.
As consoantes surdas e sonoras da língua portuguesa podem ser divididas em seis pares:
SURDAS SONORAS
p b
t d
k g
f v
s z
x j
papel das cavidades bucal e nasal: verifica se a passagem do ar ocorre somente pela cavidade bucal ou
se passa pela cavidade nasal.
De acordo com a passagem do ar as consoantes são classificadas em orais ou nasais. As consoantes nasais da
língua portuguesa são três (m, n, nh), todas as demais são orais.
Já as semivogais sempre acompanham um vogal, formando sílaba com ela. Na língua escrita às semivogais são
representadas pelo "i" e "u", podendo em alguns casos serem representadas pelo "e" e "o".
Deve-se observar também que a é sempre vogal e se estiver acompanhada de outra vogal na mesma sílaba, esta
será semivogal.
1.3 Sílaba:
A sílaba é conjunto de sons que pode ser emitido numa só expiração. Na língua portuguesa a parte central da
sílaba sempre é a vogal.
Assim, na estrutura da sílaba existe, uma vogal, à qual se juntam, ou não, semivogais ou consoantes.
A maneira mais fácil para separar as sílabas é pronunciar a palavra lentamente, de forma melódica.
Na língua portuguesa, os vocábulos são classificados de acordo com o número de sílabas que apresentam,
podendo ser:
A consoante inicial não seguida de vogal fica na sílaba seguinte (pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co). Se a consoante não
seguida de vogal estiver dentro do vocábulo, ela fica na sílaba precedente (ap-to, rit-mo). Na questão, baseadas em
texto de Gustavo Franco, marque o item em que a substituição da seqüência sublinhada pela alternativa proposta
acarreta prejuízo à coerência ou à correção gramatical.
hiatos: é a seqüência de duas vogais em sílabas diferentes. (saúde, cooperar, ruim, crêem)
ditongos: ocorre quando uma vogal e uma semivogal são pronunciadas numa só sílaba, independente da
ordem destas.
Os ditongos podem ser classificados em decrescentes (pouco) ou crescentes (série) e orais (todos aqueles que não
são nasais) ou nasais (pão).
tritongos: são constituídos por uma vogal entre duas semivogais numa só sílaba. (Paraguai, iguais).
Os tritongos também podem ser classificados em nasais ou orais, seguindo as mesmas regras dos ditongos.
Cuidado com os falsos ditongos, pois quando átonos finais, os encontros (ia, ie, io, ao e ua) são normalmente
ditongos crescentes, mas também podem ser hiatos. Se esses grupos não forem finais nem átonos, só podem ser
hiatos (memória, democracia, viela).
Os encontros de palavras como praia, maio, feio, goiaba e baleia são separados de forma a criar um ditongo e uma
vogal sozinha depois.
O encontro consonantal é a seqüência de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, que não sejam
dígrafo. Esse encontro pode ocorrer na mesma sílaba ou não (carpete, bíblia).
Os encontros consonantais (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns. Quando eles aparecem no início da
sílaba são inseparáveis. Quando estão no meio criam uma pronúncia mais difícil (pneu/advogado). No uso coloquial,
há uma tendência a destruir esse encontro, inserindo a vogal i depois da consoante surda.
Quando x corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro consonantal fonético. Nesse caso, x é chamado
de dífono.
1.6 Dígrafo:
O dígrafo é o grupo de duas letras que representa um único fonema. São dígrafos da língua portuguesa: lh, nh, ch,
rr, ss, qu (seguidos de e ou i), gu (seguidos de e ou i), sc, sç, xc e xs.
Os encontros gu e qu se forem usados com trema ou acento, não serão dígrafos, uma vez que o u será
pronunciado.
Além desses, existem também os dígrafos vocálicos formados pelas vogais nasais: am, an, em, en, im, in, om, on,
um e un.
1.7 Separação silábica:
Na língua portuguesa, a divisão das sílabas deve ser feita a partir da soletração, usando o hífen para marcar as
sílabas (con-ver-sí-vel).
grupos consonantais que ocorrem no início dos vocábulos são inseparáveis: psi-co-se, dra-ma, pneu-mo-ni-
a.
2. Ortografia.
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto
da língua.
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo
significados diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do
latim, significa música vocal). As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a mesma grafia (gosto,
substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o mesmo som (paço, palácio ou
passo, movimento durante o andar).
O fonema s:
as palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent.
Exemplos: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir
aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa /
recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir - consensual
os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir
ou meter
Exemplos: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso /
percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão
quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por s
Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - ressurgir
os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu.
Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço
após ditongos
O fonema z:
os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos.
após ditongos
os sufixos izar (desde que o radical da palavra de origem não termine com s)
O fonema j:
Observação
Exceção: pajem
O fonema ch:
depois de ditongo.
Observação:
Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
As letras e e i:
os ditongos nasais são escritos com e: mãe, põem. Com i, só o ditongo interno cãibra.
os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com e: caçoe, tumultue. Escrevemos com i, os
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia e pela grafia i: área
(superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão
(de estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
3. Acentuação.
crítica - substantivo
Dentro da língua portuguesa é a pronúncia que permite ao leitor identificar o significado das palavras acima, porque
ora damos entonação maior para uma sílaba, ora para outra.
Essa sílaba pronunciada com uma entonação maior recebe o nome de sílaba tônica: cô-mo-do, quen-te.
palavras oxítonas, a última sílaba é a tônica. São acentuadas, quando terminarem em A, E, O, seguidos ou
não de S, E em EM, ENS: caju, japonês, Corumbá, maracujá, maná, Maringá, rapé, massapê, filé, sapé, filó,
rondó, mocotó, jiló, amém, armazém, também, Belém, parabéns, armazéns, nenéns, Iguaçu, caqui, aci.
palavras paroxítonas, a penúltima sílaba é a tônica: porta, miudeza, hora.
palavras proparoxítonas, antepenúltima sílaba é a tônica: cômodo, sonâmbulo.
Já os monossílabos são palavras que apresentam apenas uma sílaba. Eles podem ser tônicos ou átonos.
Os monossílabos tônicos apresentam acento próprio, portanto, pronunciado com intensidade (gás, faz). Já os
monossílabos átonos não se destacam e estão ligados às palavras mais próximas (o homem, de madeira).
As palavras oxítonas terminadas em i, is e u, us; somente serão acentuadas quando formarem hiatos: baú, açaí.
us: vírus
r: revólver
x: tórax
l: fácil
ps: bíceps
São acentuados I e U, seguidos ou não de S, tônicos e que formam hiato: saúde, egoísmo, juiz, ruim.
Acentua-se também as primeiras vogais dos hiatos oo e eem, se tônicos - vôo, crêem.
O U dos grupos gue, gui, que, qui se forem tônicos levarão acento: averigúe, averigúes, averigúem, apazigúe,
apazigúes, apazigúem, obliqúe, obliqúes, obliqúem, argúi, argúis, argúem.
ás (substantivo)
às (contração)
pôr (verbo)
por (preposição)
pára (verbo)
para (preposição)
Ter e vir na 3ª pessoa plural recebem acento: ele tem, eles têm, ele vem, eles vêm
Observações:
Alguns problemas de acentuação devem-se a vícios de fala ou pronúncia inadequada de algumas palavras.
Nos nomes compostos, considera-se a tonicidade da última palavra para efeito de classificação. As demais palavras
que constituem o nome composto são ditas átonas.
MORFOLOGIA
1. Os elementos da morfologia:
O radical é a forma mínima que indica o sentido básico de uma palavra. Alguns vocábulos são constituídos apenas
por radical (lápis, mar, hoje). Os radicais permitem a formação de famílias de palavras: menin-o, menin-a; menin-ada,
menin-inho, menin-ona.
A vogal temática é a vogal que, em alguns casos, une-se ao radical, preparando-o para receber as desinências:
com-e-r.
O tema é o acréscimo da vogal temática ao radical, pois na língua portuguesa é impossível a ligação do radical
com, com a desinência r, por isso é necessário o uso do tema e.
As desinências estão apoiadas ao radical para marcar as flexões gramaticais. Podem ser nominais ou verbais:
Já as verbais indicam tempo e modo (modo-temporais / fal-á-sse-mos) ou pessoa e número (número-pessoais / fal-
á-sse-mos) dos verbos.
Os afixos são morfemas derivacionais (gramaticais) agregados ao radical para formar palavras novas. Os afixos da
língua portuguesa são o prefixo, colocado antes do radical (infeliz) e o sufixo, colocado depois do radical (felizmente)
A vogal e consoante de ligação são elementos mórficos insignificativos que surgem para facilitar ou até
possibilitar a pronúncia de determinadas construções (silv-í-cola, pe-z-inho, pobre-t-ão, rat-i-cida, rod-o-via)
Já os alomorfes são as variações que os morfemas sofrem (amaria - amaríeis; feliz - felicidade).
1.1 Morfemas:
São unidades mínimas de significação, integrantes da palavra, que não admitem subdivisão em unidades
significativas menores. Quanto à significação, podem ser:
morfemas lexicais (lexemas ou semantemas) de significação externa, ou seja, cujo significado está ligado ao
mundo objetivo, indicando o significado da palavra.
morfemas gramaticais (gramemas ou formantes) de significação interna, relacionados ao universo lingüístico,
isto é, tem significado ligado somente ao sistema gramatical da língua.
As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a língua um fenômeno vivo que acompanha o
homem. Por isso alguns vocábulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologismos) e outros
mudam de significado com o passar do tempo.
Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras encontramos a seguinte divisão:
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conhecimento dos seguintes processos de formação:
Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radicais. São dois tipos de composição.
Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o acréscimo de afixos. São cinco tipos de
derivação.
parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo, à palavra primitiva (em + lata +
ado). Esse processo é responsável pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se substantivos abstratos por derivação
regressiva de formas verbais (ajuda / de ajudar);
imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é
um judas" - de substantivo próprio a comum).
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para formação de palavras, como:
Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas
diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide,
alcoômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo - africano e grego /
burocracia - francês e grego);
Onomatopéia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau);
Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr.,
obs.)
Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma seqüência de palavras (Academia Brasileira de
Letras - ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)
Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que adquirem um
novo significado.
O significado de algumas palavras pode ser identificado através da estrutura de seus elementos mórficos.
Na seqüência veremos os prefixos, os sufixos e os radicais, a partir de sua origem grega ou latina e a relação com a
língua portuguesa.
a-, ab-, abs- (indica afastamento; separação = aberrar, abdicar, abster, abstrair, amovível, aversão);
a-, ad-, ar-, as- (movimento para; aproximação; direção = adjunto, adnominal, adjetivo, adventício, advogado,
abordar, apurar, arribar, arraigar, associar, assimilar);
ante- (anterioridade; precedência = antepor, anteceder, antebraço, antecâmara);
di-, dir-, dis- (dualidade, divisão, separação, movimento em muitos sentidos = disforme, discutir, disseminar,
dirimir, dilacerar, difundir);
entre- (posição intermediária = entreato, entrelinha, entretela, entremeio);
ex-, es-, e- (movimento para fora, afastamento, estado anterior = extrair, expectorar- exportar, escorrer,
esquecer, emigrar, emergir);
extra- (posição exterior = extraordinário, extravasar, extramuros);
in-, im-, i-, ir-, em-, en- (movimento para dentro, tendência, mudança de estado = incrustar, ingerir, investigar,
impressão, imigrar, irromper, enterrar, embarcar, enformar);
in-, im-, i-, ir- (sentido exclusivamente negativo, de privarão [é de etimologia diferente do in- anterior] =
indecente, inerte, impróprio, imberbe, ilegal, imoral, ignorar, irrestrito, irregular);
intra- (posição interior = intravenoso, intrapulmonar, intramedular);
intro- (movimento para dentro = introduzir, intrometer, intróito, introspecção);
justa- (posição ao lado, perto de = justaposto, justafluvial, justalinear);
ob-, o-, os- (posição em frente, diante de, oposição = objeto, obstáculo, ofuscar, opor, ocupar, ostentar);
per- (movimento através = perpassar, permeável, perfurar, pernoitar);
sub-, sus-, su-, sob-, so- (movimento de baixo para cima, estado inferior, redução = sublevar, subir,
subalterno, suspender, suspeitar, sufocar, sobpor, sopé, sonegar, soerguer, soterrar);
super-, sobre-, supra- (posição em cima, posição acima, excesso, intensidade = superpor, supercílio,
supérfluo, sobrecarga, sobreviver, supra-renal, supramencionado);
trans-, trás-, tres- (movimento para além de; posterioridade, posição excedente = transmontano, transpor,
transportar, transbordar, trasladar, trespasse, tresmalhar);
ultra- (posição além de, excesso = ultramar, ultrapassar, ultra-som);
vice-, vis- (substituição, em lugar de = vice-presidente, vice-rei, visconde).
an-, a- (sentido exclusivamente negativo, privação = anarquia, anônimo, ateu, acéfalo, afônico);
aná- (ação ou movimento contrário, repetição = anagrama, anáfora, análise);
en-, em-, e- (posição interna, posição sobre = encéfalo, energia, entusiasmo, emplasto, elipse);
endo-, end- (posição interior, movimento para dentro = endotérmico, endoscopia, endosmose);
epi- (posição superior, movimento pura, cm direção a = epiderme, epílogo, epitáfio, epístola, epíteto);
eu-, ev- (bem, bom, felizmente = eucaristia, eufonia, eufemismo, evangélico);
meta-, met- (movimento de um lugar para outro, mudança = metamorfose, metáfora, meteoro, metonímia);
para-, par- (proximidade, comparação = paradigma, paradoxo, parasita, paródia, paralelo);
sin-, sim-, si- (simultaneidade, reunião, companhia = sinfonia, sincronia, síncope, símbolo, simpatia, silepse,
sílaba).
1.3.3 Sufixos:
sufixo nominal: aquele responsável pela formação de nome (substantivo ou adjetivo): pad-eiro, favel-ado.
sufixo verbal: aquele responsável pela formação de um verbo: computador + izar.
sufixo adverbial: aquele responsável pela formação de advérbio; em português apenas o sufixo -mente:
feliz-mente
Sufixos aumentativos:
-anzil (corpanzil);
-ão (chorão, sapatão);
Sufixos diminutivos:
-aco(a) (relação íntima, estado íntimo, origem = austríaco, maníaco, cardíaco, demoníaco, amoníaco,
zodíaco);
-ado(a), -ato(a) (posse, instrumento, matéria, quantidade = barbado, avermelhado, bispado, paulada,
cacetada, bananada, laranjada, boiada, noitada, temporada, sensato, cordato);
-agem (ação, resultado de ação, relação íntima = viagem, miragem, imagem, homenagem, folhagem,
selvagem);
-aico (referência, pertinência = prosaico, judaico, arcaico, incaico, hebraico);
-al, -ar (pertinência, coleção, quantidade, cultura de vegetais = genial, mortal, areal, pantanal, curral, tribunal,
arrozal, bananal, familiar, militar);
-alha (quantidade pejorativa = canalha, gentalha, parentalha);
-ção, -são (ação, resultado da ação = condição, traição, extensão, prisão, visão);
-dade (qualidade, modo de ser, estado = dignidade, bondade, maldade, castidade, crueldade, normalidade,
ruindade, falsidade);
ouro(a) (pertinência, ação = vindouro, ancoradouro, manjedoura);
-dura, -tura, -sura (resultado da ação, instrumento de uma ação = assadura, armadura, ditadura, criatura,
abertura, tintura, mensura, clausura);
-edo (cheio de = arvoredo, vinhedo, olivedo, rochedo, lajedo, passaredo);
-el (formador de adjetivos = cruel, fiel);
-ença, -ência (ação ou resultado da ação = crença, doença, presença, diferença, violência, falência,
ocorrência, prudência);
-engo(a) (relação, pertinência, posse = mulherengo, flamengo, realengo);
-eno(a) (referência, origem = terreno, chileno, nazareno, obsceno);
-ense, -ês(a) (origem, procedência, relação = parisiense, piauiense, fluminense, português, francês, cortês,
burguês, inglesa);
-ente, -ante, -inte (agente, ação, qualidade, estado = doente, poente, agente, navegante, pedinte, ouvinte,
constituinte);
-ento(a) (agente, cheio de, que tem o caráter de = barulhento, poeirenta, ciumento, avarento, lamacento);
-esco(a), -isco(a) (relação, semelhança, qualidade = carnavalesco, quixotesco, parentesco, gigantesco,
mourisco);
-este (relação = agreste, celeste);
-ez, -eza (formam substantivos abstratos = altivez, surdez, palidez, riqueza, beleza, safadeza, avareza,
tristeza);
-ia (qualidade, estado, propriedade, profissão = moléstia, alegria, chefia, diretoria, filosofia);
-iça, -ícia (formam substantivos abstratos = justiça, preguiça, cobiça, malícia);
-ice, -ície (formam substantivos abstratos = velhice, meninice, doidice, imundície, calvície);
-ício(a), -iço(a) (relação, referência = alimentício, natalício, adventício, patrício, movediço, quebradiço);
-ismo (doutrina, escola, teoria, sistema, modo de proceder ou pensar, ação = socialismo, capitalismo,
comunismo, romantismo, ostracismo, realismo, anarquismo, terrorismo, exorcismo);
-ista (partidário ou sectário de doutrina, sistema, teoria, principio, agente, ocuparão, origem = socialista,
capitalista, comunista, simbolista, realista, anarquista, dentista, artista, pianista, budista, paulista, sulista, nortista);
-ita (origem, pertinência = eremita, jesuíta, israelita, selenita);
-ite (inflamação = amigdalite, bronquite, gastrite, estomatite);
-mento(a) (instrumento, coleção, ação ou resultado da ação = ferramenta, vestimenta, fardamento, ferimento,
casamento, sentimento, armamento);
-onho(a) (propriedade hábito constante = risonho, medonho, tristonho, enfadonho);
-or (qualidade, propriedade = sabor, amargor, fervor);
-(d)or, -(t)or, -(s)or (agente, profissão, instrumento de ação = trabalhador, corredor, escritor, inspetor, leitor,
agressor, professor, confessor);
-oso(a) (abundância, plenitude = famoso, apetitoso, meticuloso, medrosa, saudosa, venenosa);
-oz (formador de adjetivos = veloz, atroz, feroz);
-tério (instrumento, lugar onde se faz algo = saltério, cemitério, necrotério, batistério);
-tico(a) (relação = rústico, aromático, aquático, fanático, lunático);
Considera-se sufixo verbal o conjunto formada pelo sufixo mais a terminação verbal (vogal temática + desinência),
como ocorre em -izar, do verbo computadorizar.
-ear, -ejar (ação durativa [prolongada]; o processo se repete [iterativo] - indica transformação, mudança de
estado = cabecear, verdejar, gotear, gotejar);
-cotar (ação durativa - qualidade, modo de ser, mudança de estado (factitivo) = amamentar, amolentar,
ensangüentar);
-ficar, -fazer (ação durativa - modo de ser, mudança de estado (factitivo) = liquidificar, liquefazer, mumificar,
retificar);
-icar, -iscar (o processo se repete [iterativo] - diminutivo = bebericar, mordiscar, chuviscar, adocicar);
-ilhar; -inhar (iterativo - diminutivo = dedilhar, cuspilhar, cuspinhar, patinhar);
O único sufixo adverbial, na língua portuguesa, é o sufixo -mente, formador de advérbio de modo. O sufixo -mente
é, sempre que possível, acrescentado a um adjetivo feminino (lentamente, completamente, dignamente, fielmente,
apressadamente, humanamente).
Radicais gregos:
Radicais latinos:
sabatina, sabalismo;
saçarífero, Sílcarose;
sacarina sesquicenlenário;
se-squipedal sexülogía, assexuado sideral;
7. Colocação pronominal:
A regra geral diz que se deve colocar o pronome enclítico, desde que não haja fator de próclise ou seja um dos
futuros do indicativo, com atenção aos casos especiais.
- oração negativa, desde que não haja pausa entre o verbo e as palavras de negação.
a) Ninguém se mexe.
b) Nada me abala.
a) Deus te guie!
- conjunção subordinativa.
b) Isso te pertence.
Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa. Este fator, entretanto, não pode quebrar o
princípio dos fatores de próclise.
Por questão de eufonia, pode-se preferir a próclise ao invés da ênclise, quando o sujeito vier antes do verbo
Você viu-o.
Você o viu.
O uso de mesóclise:
Respeitados os princípios de próclise, far-se-á mesóclise caso o verbo esteja nos tempos futuros do indicativo.
Usa-se ênclise:
- junto ao infinitivo não flexionado, precedido da preposição a, em se tratando dos pronomes o/a (s).
Estando o infinitivo pessoal regido da preposição para, é indiferente a colocação do pronome oblíquo antes ou
depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio não.
Admite-se também a próclise se o infinitivo não-flexionado vier precedido de preposição ou palavra negativa (para te
servir / servir-te, não o incomodar / incomodá-lo)
Se o infinitivo vier flexionado, prefere-se a próclise (desde que não inicie o período)
A próclise é obrigatória se: o gerúndio vier precedido da preposição em ou se o gerúndio vier precedido de advérbio
que o modifique diretamente, sem pausa (Em se tratando de colocação pronominal, sei tudo!)
- particípio,
Sem auxiliar não admite próclise ou ênclise e sim a forma oblíqua regida de preposição.
- auxiliar + infinitivo (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise, ora ao verbo
auxiliar, ora à forma nominal.)
Auxiliar + particípio (os pronomes se juntam ao auxiliar e jamais ao particípio, de acordo com as circunstâncias.
8. Curiosidades ortográficas:
A fim ou afim?
Escrevemos afim, quando queremos dizer semelhante. (O gosto dela era afim ao da turma.)
Escrevemos a fim (de), quando queremos indicar finalidade. (Veio a fim de conhecer os parentes. / Pensemos
bastante, a fim de que respondamos certo. / Ela não está a fim do rapaz.)
A par ou ao par?
A expressão ao par significa sem ágio no câmbio. Portanto, se quisermos utilizar esse tipo de expressão,
significando ciente, deveremos escrever a par.
A cerca de significa a uma distância. (Teresópolis fica a cerca de uma hora de carro do Rio.)
Há cerca de - significa que faz ou existe(m) aproximadamente. (Mudei-me para este apartamento há cerca de oito
anos. / Há cerca de doze mil candidatos, concorrendo às vagas.)
Ao encontro de ou de encontro a?
Ao encontro de - quer dizer favorável a, para junto de. (Vamos ao encontro dos nossos amigos. / Isso vem ao
encontro dos anseios da turma.)
De encontro a - quer dizer contra. (Um automóvel foi de encontro a outro. / Este ato desagradou aos funcionários,
porque veio de encontro às suas aspirações.)
Há ou a?
Quando nos referimos a um determinado espaço de tempo, podemos escrever há ou a, nas seguintes situações:
A - quando o espaço de tempo ainda não transcorreu. (Ela voltará daqui a dez minutos.)
Haver ou ter?
Embora usado largamente na fala diária, a gramática não aceita a substituição do verbo haver pelo ter. Deve-se
dizer, portanto, não havia mais leite na padaria.
Se não ou senão?
Emprega-se o primeiro, quando o se pode ser substituído por caso ou na hipótese de que.
Se não chover, viajarei amanhã (= caso não chova - ou na hipótese de que não chova, viajarei amanhã).
Se não se tratar dessa alternativa, a expressão sempre se escreverá com uma só palavra: senão.
Nada mais havia a fazer senão conformar-se com a situação (senão = a não ser).
"As pedras achadas pelo bandeirante não eram esmeraldas, senão turmalinas, puras turmalinas" (senão = mas).
Apenas a primeira opção é correta, porque a palavra "vista", nessa expressão, é invariável.
A expressão em vez de significa em lugar de. (Hoje, Pedro foi em vez de Paulo. / Em vez de você, vou eu para
Petrópolis.)
A expressão ao invés de significa ao contrário de. (Ao invés de proteger, resolveu não assumir. / Ao invés de
melhorar, sua atitude piorou a situação).
A forma por que é a seqüência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). É equivalente a "por qual
motivo", "por qual razão", vejamos:
Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto: final, de interrogação ou exclamação, ou um
ponto de reticências, a seqüência deve ser grafada por quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo que passa
a ser tônico.
Existem casos em que por que representa uma seqüência preposição + pronome relativo, equivalendo a pelo qual,
pelos quais, pelas quais, pela qual. Em outros contextos por que equivale a "para que":
A forma porque também é uma conjunção, equivalente a pois, já que, uma vez que, como:
Porque também pode indicar finalidade, como: para que, a fim de. Trata-se de um uso mais freqüente na linguagem
atual.
A forma porquê representa um substantivo. Significa causa, razão, motivo e normalmente surge acompanha de uma
palavra determinando, um artigo, por exemplo.
Creio que os verdadeiros porquês mais uma vez não vieram à luz.