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Fenômenos
De
Transporte
2011
BURITIS / CARLOS LUZ / SILVA LOBO
Objetivos:
Ementa:
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Índice
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1.1. Definição: é a ciência que estuda o comportamento físico dos fluidos e as leis que regem
tal comportamento. Estudo do comportamento dos fluidos em repouso (Fluidoestática) e em
movimento (Fluidodinâmica).
1.2. Objetivo: conhecer, compreender e analisar qualquer sistema no qual um fluido é o meio
produtor de trabalho.
2. Definição de um Fluido
2.1. Introdução: É uma sustância que se deforma continuamente sob a aplicação de uma
tensão de cisalhamento (força tangencial), não importa sua intensidade (figura 1). Os fluidos
compreendem as fases líquida e gasosa (ou de vapor) das formas físicas nas quais a matéria
existe.
A distinção entre um fluido e o estado sólido fica clara ao ser comparado seu comportamento.
Ao ser aplicada uma força tangencial F (fig.2a) sobre um sólido fixado entre as duas placas, o
bloco sofre uma deformação e se estabiliza no novo formato. No regime elástico do material, ao
cessar a aplicação da força, o sólido retorna à forma original. Repetindo a experiência para um
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fluido, ele se deformará continuamente, enquanto existir uma força tangencial atuando sobre ele
(fig.2b).
Figura 2 – Comportamento de (a) um Sólido e (b) um Fluido, Sob a Ação de uma Força
de Cisalhamento Constante.
1a Situação:
Figura 2a
Mantida a Ft constante o sólido deformar-se-á até alcançar uma posição de equilíbrio estático.
2a Situação:
Figura 2b
Sob a ação da Ft deforma-se continuamente, não se alcançando uma posição de equilíbrio
estático.
2.2. A Hipótese do Contínuo: Como o espaço médio entre as moléculas que compõem o fluido
é bastante inferior às dimensões físicas dos problemas estudados, considera-se o fluido como
uma substância que pode ser dividida ao infinito.
2.3. Princípio da Aderência: “Os pontos de um fluido em contato com uma superfície sólida
possuem a mesma velocidade dos pontos desta com os quais estão em contato; não há
deslizamento naquelas fronteiras”. (fig.3)
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3. Métodos de análise
3.1. Sistema: quantidade de massa fixa e identificável; as fronteiras do sistema separam-no do
ambiente à volta; não há transferência de massa através das mesmas, calor e trabalho poderão
cruzar as fronteiras, conforme mostrado na fig. 4 .
3.2. Volume de controle: volume do espaço através do qual o fluido escoa (arbitrário), a
fronteira geométrica é chamada superfície de controle, conforme mostrado na fig. 5.
4. Dimensões e unidades
4.1. Introdução
Dimensões: são grandezas mensuráveis (quantidades físicas: podem ser primárias (básicas) e
secundárias (derivadas)).
Unidades: são nomes arbitrários dados às dimensões.
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A Tab. 2 apresenta prefixos utilizados em engenharia para escrever valores muitos pequenos ou
muito grandes de uma maneira mais concisa.
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A densidade dos gases variam bastante quando são alteradas sua pressão, e/ou sua
temperatura. Ao contrário, a densidade dos líquidos apresenta pequenas variações com
alterações de pressão e temperatura, são, em sua maioria, considerados incompressíveis. Na
Tab. A.1 (Apêndice A), são apresentados valores de massa específica para alguns fluidos, a
20°C e 1 atm. As Tab.s A.2 e A.3 apresentam, respec tivamente, a variação da massa específica
da água e do ar com a temperatura, para a pressão de 1 atm.
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6. Campo de velocidade
Entre as propriedades do escoamento, destaca-se o campo de velocidade. Seja o volume
de fluido mostrado na Fig. 6.
= (x, y, z,t)
O vetor velocidade, , pode ser expresso em termos de suas três componentes escalares.
Chamando estas componentes nas direções x, y e z de, respectivamente, u, v e w, o campo de
velocidades pode ser escrito como:
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A partir de uma certa distância da entrada do duto, a velocidade pode ser descrita pela equação:
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estarão sobre a mesma linha de corrente e, subseqüentemente permanecerão nela. Então num
escoamento permanente, trajetórias e linhas de emissão e de corrente são linhas idênticas no
campo de escoamento.
A forma das linhas de corrente pode variar de instante a instante se o escoamento for transiente.
Neste caso, as trajetórias, as linhas de emissão e as linhas de corrente não coincidem.
Exemplo:
Considere o campo de escoamento , onde a = 0,2 s-2 e b = 3 m/s.
As coordenadas são medidas em metros. Para a partícula que passa pelo ponto (x, y) = (3,1) no
instante t = 0, trace a trajetória durante o intervalo de tempo de t = 0 a t = 3 s. Compare esta
trajetória com as linhas de corrente que passam pelo mesmo ponto nos instantes t = 0, 1 e 3
segundos.
Resolução:
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Exemplo:
O campo de velocidade , onde a = b = 1 s-1, pode ser interpretado como
representando o escoamento numa curva em ângulo reto. Obtenha uma equação para as linhas
de corrente do escoamento. Trace diversas linhas de corrente no primeiro quadrante, incluindo
aquela que passa pelo ponto (x,y) = (0,0).
Resolução:
A inclinação das linhas de corrente no plano xy é dado por:
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Para o campo de velocidade dado, as constantes a e b são fixas. As linhas de corrente são
obtidas definindo valores diferentes para a constante de integração c.
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Tanto forças de superfície quanto forças de campo são encontradas no estudo da mecânica dos
meios contínuos. As forças de superfícies atuam nas fronteiras de um meio através de um
contato direto. As forças desenvolvidas sem contato físico e distribuídas por todo o volume do
fluido são denominadas forças de campo. As forças gravitacionais e eletromagnéticas são
exemplos de forças de campo.
A força gravitacional atuando sobre um elemento de volume, dV, é dada por, onde
ρ é a massa específica (massa por unidade de volume) e é a aceleração local da
gravidade. Segue-se que a força de campo gravitacional é por unidade de volume e
Utilizamos o índice duplo para designar tensões. O primeiro índice (neste caso x) indica o plano
no qual a tensão atua (neste caso a superfície perpendicular ao eixo x). O segundo índice indica
a direção na qual a tensão atua. Também é necessário adotar uma convenção de sinais para a
tensão. Uma componente da tensão é positiva quando o seu sentido e o plano no qual atua são
ambos positivos ou ambos negativos.
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9. Viscosidade
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Como a viscosidade absoluta da glicerina é 1500 vezes superior à viscosidade da água, para
que os fluidos, escoando no interior de tubos com o mesmo diâmetro, tenham comportamentos
semelhantes (mesmo número de Reynolds), a velocidade da glicerina deve ser 1174 vezes
maior do que a velocidade da água.
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Exemplo:
Um eixo com diâmetro externo de 18 mm gira a 20 rotações por segundo dentro de um mancal
de sustentação estacionário de 60 mm de comprimento. Uma película de óleo com espessura de
0,2 mm preenche a folga anular entre o eixo e o mancal. O torque necessário para girar o eixo é
de 0,0036 N.m. Estime a viscosidade do óleo que se encontra na folga anular, em (Pa.s)
Resolução: Para calcular a viscosidade do óleo devemos utilizar a fórmula de tensão de
cisalhamento:
Primeiramente devemos converter a velocidade para uma unidade na qual possamos trabalhar:
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10. Pressão
Força exercida em uma unidade de área.
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A pressão é uma variável dinâmica muito importante na Mecânica dos Fluidos. Um escoamento
só é possível se houver um gradiente de pressão. Para gases ideais, a pressão pode ser
relacionada à densidade e à temperatura através da seguinte expressão:
Onde R é a constante específica de cada gás, relacionada à constante universal dos gases
através da massa molecular do gás MM, sendo MM dada em kg/kmol no sistema Internacional.
A Tab. A.4 apresenta as massas moleculares de alguns gases comuns.
A pressão atuando na base de um recipiente contendo um fluido em repouso pode ser calculada
da maneira mostrada a seguir:
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11. Fluidoestática
É a parte da Mecânica dos Fluidos que estuda o comportamento dos fluidos em repouso.
A condição de velocidade nula do fluido é denominada condição hidrostática. Em um problema
de hidrostática, o objetivo principal é, em geral, a determinação da distribuição de forças ou
pressões em um elemento fluido.
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Para um elemento fluido em repouso, a aceleração deve ser nula e o somatório de todas as
forças deve ser zero. Assim,
Esta é uma equação vetorial, que pode ser decomposta em três equações escalares,
Se o fluido puder ser considerado incompressível, a diferença de pressão entre dois pontos do
fluido será diretamente proporcional à diferença de altura entre eles (Fig.15).
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Conclusões:
1. Não há variação de pressão na direção horizontal, ou seja, dois pontos quaisquer, situados a
uma mesma altura e no mesmo fluido em repouso, estão submetidos à mesma pressão;
2. A pressão varia na direção vertical, sendo esta variação devida ao peso da coluna fluida
(Equação Fundamental da Hidrostática);
3. No limite para ∆z infinitamente pequeno (elemento tendendo a um ponto), Pz = Pn = Px, ou
seja, a pressão em um ponto de um fluido estático é independente da orientação (Lei de
Pascal).
Se o fluido puder ser considerado incompressível, a diferença de pressão entre dois pontos do
fluido será diretamente proporcional à diferença de altura entre eles - Equação Fundamental da
Hidrostática (Fig.15).
11.2. Pressão
Pressão medida tomando-se como referência o valor da pressão atmosférica (Patm).
Patm = 1atm = 101,325 kPa = 1,0332x104 kgf/m2 = 1,0332 kgf/cm2 = 10,332 m.c.a. = 760 mmHg
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Exemplo:
1) Determine a pressão manométrica no ponto “a”, se o líquido A tem densidade relativa dA=
0,75, e o líquido B, dB=1,20. O líquido em volta do ponto “a” é água e o tanque à esquerda está
aberto para a atmosfera.
Resolução:
Para calcular a pressão no ponto´´a´´, devemos calcular a diferença de pressão do ponto em
aberto (Patm), até chegar em ´´a´´.
Primeiramente faremos algumas transformações para simplificar os cálculos:
1 pol = 25,4 mm
36 pol = 0,914 m
15 pol = 0,381 m
10 pol = 0,254 m
5 pol = 0,127 m
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11.6.2. Manômetros metálicos: São instrumentos usados para medir as pressões dos fluidos
através de um tubo metálico curvo (Tubo de Bourdon) ou de um diafragma, que cobre um
recipiente metálico. São os manômetros mais utilizados em aplicações industriais.
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Corpo Imerso:
Corpo Flutuante:
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Situações Possíveis:
• Corpo Afunda
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• Corpo Afunda
Quando o corpo está em equilíbrio, E e W possuem a mesma linha de ação. Se o corpo for
afastado da condição de equilíbrio, pode ocorrer uma das seguintes situações:
• Corpo imerso
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• Corpo flutuante
Se o corpo for inclinado de um pequeno ângulo ∆θ (Fig. 26b), o volume da parte de fluido
deslocado irá se alterar, provocando uma mudança na posição do centro de flutuação do corpo,
que muda de B para B'. A linha vertical passando por B' irá interceptar a linha de simetria do
corpo no ponto M, chamado Metacentro.
Se o metacentro estiver localizado acima do CG do corpo, haverá um momento restaurador, que
tenderá a retornar o corpo para a sua posição de equilíbrio inicial. Neste caso, o corpo se
encontra em equilíbrio estável.
Se o metacentro estiver localizado abaixo do CG do corpo, o momento tenderá a afastar o corpo
ainda mais da posição de equilíbrio inicial. Neste caso, o corpo está em equilíbrio instável.
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13. Fluidodinâmica
13.1. Sistema:
Quantidade fixa e definida de massa fluida. Os limites do sistema podem ser fixos ou móveis,
mas não se verifica transporte de massa através deles.
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sejam escritas para um volume de controle. Se N for uma propriedade extensiva arbitrária
qualquer, o Teorema de Transporte de Reynolds estabelece que:
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É importante ressaltar que a dedução da equação está além do escopo desta disciplina. Para
maiores informações, recomenda-se consultar os livros de Mecânica dos Fluidos sugeridos. Na
equação, é qualquer taxa de trabalho de eixo (potência) realizado sobre ou pelo
volume de controle, é qualquer taxa de trabalho não considerada, como trabalho
produzido por forças eletromagnéticas.
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Exemplo:
Ar entra em compressor a 14 psia, 80ºF com velocidade desprezível e é descarregado a 70 psia,
500ºF, com velocidade de 500 pés/s, se a potência fornecida ao compressor for 3200 hp e a
vazão em massa 20 lbm/s, determine a taxa de transferência de calor.
Resolução: Para calcular a taxa de transferência de calor precisamos recorrer à seguinte
fórmula:
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Para um fluido ideal sem trabalho de eixo, a energia mecânica total se conserva. A energia total
por unidade de peso do fluido (ou carga total do escoamento). A linha energética representa a
altura de carga total. Conforme mostrado na equação de Bernoulli, a altura da linha energética
permanece constante para o escoamento sem atrito, quando nenhum trabalho é realizado sobre
ou pelo fluido. A linha piezométrica representa a soma das alturas de carga devidas à elevação
e à pressão estática. A diferença entre as alturas da linha energética e da linha piezométrica
representa a altura de carga dinâmica (de velocidade).
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A vazão teórica pode ser relacionada ao gradiente de pressão através da aplicação da equação
de Bernoulli para fluidos ideais e da equação de conservação de massa. A equação de Bernoulli
estabelece que
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No entanto, diversos fatores limitam a utilidade da equação anterior para o cálculo da vazão
através do medidor. A área do escoamento real na seção 2 é desconhecida quando a vena
contracta é pronunciada. Em geral, os perfis de velocidade não podem ser considerados
uniformes na seção. Os efeitos de atrito podem se tornar importantes quando os contornos
medidos são abruptos. Finalmente, a localização das tomadas de pressão influencia a leitura da
pressão diferencial.
A equação teórica é ajustada pela definição de um coeficiente de descarga empírico tal que:
Deve ser observado que no cálculo da vazão real a área que deve ser utilizada é a área da
garganta, e não a área do escoamento na seção 2.
São apresentados na literatura valores para os coeficientes dos medidores de vazão, medidos
com distribuições de velocidades turbulentas, completamente desenvolvidas na entrada do
medidor.
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Equações de correção similares estão disponíveis para placas de orifícios com tomadas de
flange e com tomadas de pressão D e D/2.
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Para obtermos a vazão real, devemos considerar o coeficiente de velocidade “CV” responsável
pelas perdas por atrito e choques no orifício, então:
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P: pressão estática (é a pressão termodinâmica, é aquela pressão que seria medida por um
instrumento movendo-se com o escoamento).
Este último termo é denominado perda de carga, (∆HP) que é a energia por unidade de peso do
líquido, dissipada em forma de calor devido à viscosidade e ao desvio de massa pelos
acessórios e, quando turbulento o regime de escoamento, pela rugosidade.
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A perda de carga entre duas seções quaisquer do escoamento pode ser calculada através de
relações empíricas que dependem principalmente do regime de escoamento e da rugosidade
relativa do duto.
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A entrada do escoamento em tubos pode causar uma perda de carga considerável, se for mal
projetada. Na Tab. 4, são apresentadas 3 geometrias básicas de entradas. Para saídas, o
coeficiente de perda local vale 1,0.
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Toda energia cinética do fluido é dissipada pela mistura quando o escoamento descarrega de
um tubo em um grande reservatório ou câmara (saída submersa). Assim, para uma saída
submersa, o coeficiente de perda é igual a α, não importando a geometria.
Um escoamento pode ainda sofrer uma expansão ou contração abrupta. Para este caso, a Tab.
5 apresenta os coeficientes de perda de carga, em função da razão de área AR (razão entre a
menor e a maior área da contração ou expansão).
Para uma expressão abrupta, o coeficiente de perda de carga pode ser modelado pela equação:
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As perdas decorrentes da variação de área podem ser reduzidas pala instalação de um bocal ou
um difusor entre as duas seções de tubo reto. Um bocal é um dispositivo utilizado para a
redução gradual da seção do escoamento (Fig.43). A Tab. 6 apresenta os coeficientes de perda
de carga para bocais, para diferentes razões de área e para diferentes ângulos θ.
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Deve ser observado que as perdas de carga são obtidas ao se multiplicar o coeficiente de perda
por (U2/2g). No entanto, em uma redução ou aumento de seção, há duas velocidades diferentes;
a da maior e a da menor seção. Para estes casos, sempre deve ser usado o maior valor de
velocidade.
As perdas de carga em escoamentos através de válvulas e conexões também podem ser
escritas em termos de comprimentos equivalentes de tubos retos. Estes valores, para cada um
dos acessórios, são mostrados na Tab. 7.
Tabela 7 – Comprimento Equivalente Adimensional para Válvulas e Conexões.
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As válvulas de esfera são válvulas de uso geral, de fechamento rápido, muito usadas para ar
comprimido, vácuo, vapor, gases e líquidos. O controle do fluxo é feito por meio de uma esfera,
possuindo uma passagem central e localizada no corpo da válvula. O comando é, em geral,
manual, com auxílio de uma alavanca. Estas válvulas não se aplicam, a casos em que se
pretende variar a vazão, mas apenas abrir ou fechar totalmente a passagem do fluido.
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As válvulas globo (Fig. 46) possuem uma haste parcialmente rosqueada em cuja extremidade
existe um alargamento, tampão ou disco para controlar a passagem do fluido por orifício.
Servem para regular a vazão, pois podem trabalhar com tampão da vedação do orifício em
qualquer posição, embora acarretem grandes perdas de carga, mesmo com abertura máxima.
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Hman: é a energia por unidade de peso do fluido fornecida pela bomba (altura manométrica). É a
energia fornecida a cada kgf de líquido para que partindo do reservatório inferior atinja o
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Exemplo:
Um conjunto elevatório esquematizado na figura abaixo trabalha nas seguintes
condições:
- Vazão = 100 l.s-1
- Material = Ferro fundido
- Rendimento total = 75%
- Diâmetro da tubulação de recalque = 200 mm
- Diâmetro da tubulação de sucção = 250 mm
Determinar:
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Resolução: Para calcularmos os itens acima, iremos dividir em dois blocos: Sucção e Recalque.
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14.1. Introdução
Sempre que existir um gradiente de temperatura no interior de um sistema ou dois sistemas a
diferentes temperaturas colocadas em contato, haverá transferência de energia por calor.
A transferência de calor é o trânsito de energia provocado por uma diferença de temperatura, no
sentido da temperatura mais alta para a mais baixa.
14.2.1. Condução:
Transferência de calor que ocorre em um meio estacionário, que pode ser um sólido ou um
fluido. É um processo pelo qual o calor flui de uma região de temperatura mais alta para outra de
temperatura mais baixa dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes
em contato físico direto. A energia é transferida através de comunicação molecular direta, sem
apreciável deslocamento das moléculas.
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14.2.2. Convecção:
Transferência de calor que ocorre entre uma superfície e um fluido em movimento, quando
estiverem em temperaturas diferentes. É um processo de transferência de energia através da
ação combinada de condução de calor, armazenamento de energia e movimentação da mistura.
É importante principalmente como mecanismo de transferência de energia entre uma superfície
sólida e um fluido.
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Equações de Taxa
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14.3.1. Condução
Equação de taxa: Lei de Fourier
A taxa de calor pode ser obtida multiplicando-se o fluxo de calor pela área perpendicular à
direção da transferência de calor,
qcond = −kA dT
dx
O sinal negativo aparece porque o calor está sendo transferido na direção da temperatura
decrescente. A lei de Fourier se aplica a todos os estados da matéria (sólidos, líquidos e gases),
desde que estejam em repouso.
Seja a transferência unidimensional de calor em uma parede plana (Figura 55).
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Exemplo:
1) Uma parede de concreto, área superficial de 20 m2 e espessura de 0.30 m, separa uma sala
de ar condicionado do ar ambiente. A temperatura da superfície interna da parede é mantida a
25ºC, e a condutividade térmica do concreto é 1W/m.K. Determine a perda de calor através da
parede para as temperaturas ambientes internas de – 15 ºC e 38 ºC que correspondem aos
extremos atingidos no inverno e no verão.
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14.3.2. Convecção
Equação de taxa: Lei de Resfriamento de Newton
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Exemplo:
1) Um circuito integrado (chip) quadrado com lado w = 5 mm opera em condições isotérmicas. O
chip está alojado no interior de um substrato de modo que suas superfícies laterais e inferior
estão bem isoladas termicamente, enquanto sua superfície superior encontra-se exposta ao
escoamento de uma substância refrigerante a T∞ = 15ºC.
A partir de testes de controle de qualidade, sabe-se que a temperatura do chip não deve
exceder a T= 85ºC. Se a substância refrigerante é o ar, com coeficiente de transferência de calor
por convecção correspondente de h= 200 W/m2.K. Determine a potência máxima que pode ser
dissipada pelo chip.
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14.3.3. Radiação
Lei de Stefan-Boltzmann
A radiação com comprimento de onda de aproximadamente 0,2 µm a 1000 µm é chamada
radiação térmica e é emitida por todas as substâncias em virtude de sua temperatura.
O fluxo máximo que pode ser emitido por uma superfície é:
q“rad =σTs4
Uma superfície capaz de emitir esta quantidade de energia é chamada um radiador ideal ou um
corpo negro. Um corpo negro pode ser definido também como um perfeito absorvedor de
radiação. Toda a radiação incidente sobre um corpo negro (independentemente do comprimento
de onda ou da direção) será absorvida. Embora um corpo negro não exista na natureza, alguns
materiais se aproximam de um corpo negro. Por exemplo, uma camada fina de carbono preto
pode absorver aproximadamente 99% da radiação térmica incidente.
A quantidade de energia liberada de uma superfície como calor radiante depende da
temperatura absoluta e da natureza da superfície. Uma superfície capaz de emitir esta
quantidade de energia é chamada um irradiador perfeito ou “corpo negro”.
O fluxo de calor emitido por uma superfície real é menor do que aquele emitido por um corpo
negro à mesma temperatura e é dado por:
q"rad = εσTs4
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Deve ser ressaltado que o resultado independe das propriedades da superfície maior, já que
nenhuma parcela da radiação emitida pela superfície menor seria refletida de volta para ela.
As superfícies mostradas na Fig. 57 podem também, simultaneamente, trocar calor por
convecção com um fluido adjacente. A taxa total de transferência de calor é dada, portanto, pela
soma da taxa de calor por radiação com a taxa de calor por convecção.
q = qrad + qconv
Exemplo:
1) Uma superfície com área de 0,5 m2, emissividade igual a 0,8 e temperatura de 150ºC é
colocada no interior de uma grande câmara de vácuo cujas paredes são mantidas a 25ºC.
Determine a taxa de emissão de radiação pela superfície?
Resolução: Para calcular a taxa de emissão de radiação devemos utilizar a fórmula referente
à radiação para uma superfície:
A Tab. 9 apresenta um resumo das equações de taxa dos diferentes modos de transferência de
calor.
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15. Condução
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Para uma taxa de calor fixa, um aumento na condutividade térmica representa uma redução do
gradiente de temperatura ao longo da direção da transferência de calor. Esta tendência se deve,
em grande parte, às diferenças de espaçamento intermolecular nos estados da matéria. A
Figura 58 apresenta valores da condutividade térmica para alguns materiais, a 300 K.
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A difusividade térmica (α) é definida como sendo a razão entre a condutividade térmica e a
capacidade calorífica:
Ela mede a capacidade do material de conduzir a energia térmica em relação à sua capacidade
de armazená-la. Materiais com valores elevados de α responderão rapidamente a mudanças
nas condições térmicas a eles impostas, enquanto materiais com valores reduzidos de α
responderão mais lentamente, levando mais tempo para atingir uma nova condição de equilíbrio.
No sistema internacional, a unidade de α é (m2/s).
Em geral, os sólidos metálicos têm maiores difusividades térmicas, enquanto os sólidos não
metálicos apresentam menores valores desta propriedade.
- Num instante (t): a taxa com que as energias térmica e a energia mecânica entram num
volume de controle, mais a taxa com que a energia térmica é gerada no interior do volume de
controle, menos a taxa com que as energias térmica e a energia mecânica deixam o volume de
controle, devem ser iguais à taxa de aumento da energia armazenada no interior do volume de
controle.
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- Num intervalo de tempo(∆t): a quantidade de energia térmica e a energia mecânica que entra
num volume de controle, mais a quantidade de energia térmica gerada no interior do volume de
controle, menos a quantidade de energia térmica e a energia mecânica que deixa o volume de
controle, devem ser iguais ao aumento na quantidade de energia armazenada no interior do
volume de controle.
a equação acima pode ser utilizada em qualquer instante de tempo. A forma alternativa, que se
aplica a um intervalo de tempo (∆t), é obtida pela integração da equação ao longo do tempo:
Em palavras essa relação diz que as quantidades de energia que entram e que são geradas
atuam em favor do crescimento da quantidade de energia acumulada no interior do volume de
controle, enquanto a energia que sai atua diminuindo a quantidade de energia armazenada.
Os termos relativos à entrada e saída de energia são fenômenos de superfície. Ou seja, eles
estão associados exclusivamente aos processos que ocorrem na superfície de controle e são
proporcionais a sua área. Uma situação comum envolve a entrada e a saída de energia por meio
da transferência de calor por condução, convecção e ou radiação. Em situações que envolvem o
escoamento de um fluido através da superfície de controle, os termos também incluem a energia
transportada pela matéria que entra e sai do volume de controle. Essa energia pode
compreender as formas interna, cinética e potencial. Os termos de entrada e saída podem
também incluir as interações referentes ao trabalho que ocorre nas fronteiras do sistema.
O termo da geração de energia está associado à conversão de uma outra forma de energia
qualquer (química, elétrica, eletromagnética, ou nuclear) em energia térmica.
Esse é um fenômeno volumétrico. Ou seja, ele ocorre no interior do volume de controle e é
proporcional a magnitude do seu volume. Por exemplo, uma reação química exotérmica pode
estar acontecendo, convertendo energia química em térmica. Nesse caso, o efeito a ser
computado é um aumento na energia térmica da matéria no interior do volume de controle.
Outra fonte de energia térmica é a conversão de energia elétrica que ocorre devido ao
aquecimento resistivo quando se passa uma corrente elétrica através de um material condutor.
Isto é, se uma corrente elétrica I passa através de uma resistência R no interior do volume de
controle, energia elétrica é dissipada a uma taxa igual a I².R, que corresponde à taxa na qual a
energia térmica é gerada (liberada) no interior do volume de controle. Embora esse processo
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Exemplo:
1) Um equipamento eletrônico possui um dissipador de potência agregado à sua estrutura. Tal
dissipador está em um ambiente cuja temperatura do ar, à qual passa por suas aletas, é de T∞
=27ºC e sua área é de 0,045m2. Qual o coeficiente convectivo de calor do ar (h), cuja
temperatura da vizinhança e da superfície são, respectivamente, Tviz.= 27ºC e Tsup= 42ºC e a
emissividade è de 0,8. A potência dissipada pelo equipamento é de 20 W.
Resolução: Para calcular o coeficiente convectivo do ar devemos utilizar a equação que rege
a lei de conservação de energia em um volume de controle:
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Como o equipamento não gera energia e o termo referente ao armazenamento de energia não
varia com o tempo, temos:
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Exemplo:
1) Uma longa barra de cobre com seção reta retangular, cuja largura W é muito maior que sua
espessura L, encontra-se com a sua superfície inferior em contato com um sorvedouro de calor
de tal modo que a temperatura ao longo de toda a barra é aproximadamente igual à do
sorvedouro, Td = 30ºC. De repente uma corrente elétrica é passada através da barra, e uma
corrente de ar, com temperatura T = 15ºC e coeficiente convectivo h = 10 W/m2.K, é soprada por
sobre a sua superfície superior. A superfície inferior continua mantida a Td. Obtenha a equação
diferencial e as condições inicial e de contorno que poderiam ser usadas para determinar a
temperatura da barra em função da posição e do tempo.
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* Uma vez que W>>L, os efeitos causados pelas superfícies laterais são desprezíveis, e a
transferência de calor no interior de barra é basicamente unidimensional na direção do eixo do x.
A condição de contorno para a superfície inferior sendo esta mantida em um valor constante em
relação ao tempo, temos:
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Percebe-se, portanto, que, no interior da parede, a taxa e o fluxo de calor são constantes.
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No exemplo da parede plana, toda a energia transferida do fluido quente para a superfície é
conduzida através da parede e, por sua vez, para o fluido frio, ou seja, a taxa de calor é
constante.
Pode-se então fazer um circuito térmico, análogo a um circuito elétrico, com a forma
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Pode-se, da mesma forma, fazer um circuito térmico equivalente, em função da diferença global
de temperatura, definindo-se a resistência térmica total Rtot.
Exemplo: 1) Uma casa possui uma parede composta com camadas de madeira, isolamento à
base de fibra de vidro e gesso, conforme indicado no desenho. Em um dia frio de inverno, os
coeficientes de transferência de calor por convecção são de he=60 W/m2.K e hi=30 W/m2.K. A
área total da superfície da parede é de 350 m2.
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a) Para as condições dadas, determine uma expressão para a resistência térmica total da
parede, incluindo os efeitos da convecção térmica nas superfícies interna e externa da parede.
b) Determine a perda total de calor através da parede.
Resolução:
a) Para calcular a expressão para a resistência térmica total da parede devemos utilizar a
seguinte fórmula que rege a resistência térmica, levando em consideração as camadas da
parede.
b) Para determinar a perda total de calor através da parede devemos utilizar uma fórmula que
relaciona a temperatura das extremidades com a resistência térmica total.
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Muitas vezes, é mais conveniente trabalhar com um coeficiente global de transferência de calor
U.
Exemplo:
1) A parede composta de um forno possui três materiais, dois dos quais com condutividade
térmica conhecida, kA= 20 W/m.K e kC= 50 W/m.K, e também espessura de LA= 0,30m e LC=
0,15m. O terceiro material B que se encontra entre os materiais A e C, possui espessura LB=
0,15m, mas sua condutividade térmica é desconhecida.
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Resolução: Para calcular o valor de kB, devemos primeiro calcular o valor da resistência total
do circuito térmico:
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Qualquer substância intersticial que preencha as falhas entre as superfícies em contato e cuja
condutividade térmica exceda a do ar irá causar uma redução na resistência de contato. Duas
classes de materiais são bastante adequadas para este propósito são os metais macios e as
graxas térmicas.
De forma distinta das interfaces anteriores, que não são permanentes, muitas juntas são
aderidas definitivamente. Devido às resistências interfaciais entre o material da superfície
original e o da junta de ligação, a resistência térmica real do contato excede o valor teórico,
calculado a partir da espessura L e da condutividade térmica k do material da junta. A
resistência térmica dessas juntas permanentes também é afetada de maneira adversa por
vazios e rachaduras que podem se formar durante a fabricação da peça ou como resultado de
ciclos térmicos que ocorram durante a sua operação normal.
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Hipóteses:
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A taxa de calor, portanto, é constante para qualquer posição radial (não depende do raio r), o
que não acontece com o fluxo de calor, que é função de r.
Exemplo:
1) Uma barra cilíndrica, de diâmetro 12 mm, possui um revestimento isolante de espessura 20
mm. A temperatura no interior e na superfície do cilindro são respectivamente 800 K e 490 K.
Determinar a perda de calor por unidade de comprimento do cilindro, sendo que o isolante
térmico é silicato de cálcio (k= 0,089 W/m.K).
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Se U for definido em termos da área da superfície interna do cilindro A1 = 2πr1L, tem-se que:
Exemplo:
1) Vapor escoando em um tubo longo, com paredes delgadas, mantém a sua parede a uma
temperatura de 500 K. O tubo é coberto por uma manta de isolamento térmico composta por
dois materiais diferentes, A e B. Suponha existir entre os materiais uma resistência térmica de
contato infinito. A superfície externa está exposta ao ar onde T∞ = 3000 K e h = 25 W/m.K. Qual
é a temperatura na superfície externa TsupB?
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Para se aumentar ou diminuir a taxa de calor retirada do cilindro sem alterar as condições do
escoamento externo, pode-se colocar uma camada de um segundo material sobre o cilindro,
com condutividade térmica diferente do material do cilindro.
A taxa de transferência de calor da superfície interna para o fluido frio irá depender da
espessura de material colocado, ou seja, do raio externo do “novo” cilindro. Como a resistência à
condução aumenta com o raio e a resistência à convecção apresenta comportamento inverso,
deve existir uma espessura capaz de minimizar a resistência térmica equivalente, maximizando
a perda térmica (Fig. 72).
A possibilidade de existência de uma espessura de isolamento ótima para sistemas radiais é
sugerida pela presença de efeitos contrários associados a um aumento nessa espessura, pois
embora a resistência condutiva aumente com a adição de isolante, a resistência convectiva
diminui devido ao aumento da área superficial externa. Para esta espessura a perda de calor
seria mínima, e a resistência total à transferência de calor seria máxima. Na realidade, uma
espessura de isolamento ótima não existe, mas sim, um raio crítico de isolamento, onde o fluxo
de calor é máximo (minimiza a perda térmica graças a maximização da resistência total à
transferência de calor).
Seja um cilindro oco, com a superfície interna exposta a um fluido quente e a superfície externa,
a um fluido frio (Figura 72). A taxa de transferência de calor do fluido quente para o fluido frio irá
depender da espessura de isolamento, ou seja, do raio externo do cilindro. Como a resistência à
condução aumenta com o raio e a resistência à convecção apresenta comportamento inverso,
deve existir uma espessura capaz de maximizar a perda de calor através da parede do cilindro.
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Uma espessura ótima para o isolamento térmico está associada ao valor de r que minimiza o
valor de q’ ou que maximiza o valor de R’tot. Tal valor pode ser obtido a partir da exigência de
que:
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rc = Raio crítico de isolamento. Para valores de r menores que rc a taxa de transferência de calor
aumenta com o aumento da espessura de isolamento; para valores de r maiores que rc a taxa de
transferência de calor diminui com o aumento da espessura de isolamento.
→ O efeito do raio crítico é revelado pelo fato de que, mesmo para uma camada de isolamento
térmico com pouca espessura, a resistência total ainda não é tão grande quanto o valor para o
tubo sem qualquer isolamento.
→ Se r < rcr , a resistência térmica total decresce e, portanto, a taxa de transferência de calor
aumenta com a adição de isolamento.Essa tendência permanece até que o raio externo da
camada de isolamento atinja o raio crítico. De forma contrária, se r > rcr, qualquer adição de
isolamento aumenta a resistência térmica total e, portanto, diminue a perda de calor.
→ Para sistemas radiais, o problema de reduzir a resistência térmica total através da aplicação
de uma camada de isolamento térmico existe somente para o caso de tubos ou fios de pequeno
diâmetro e para coeficientes de transferência de calor por convecção pequenos, onde
usualmente r > rcr.
→ A existência de um raio crítico exige que a área de transferência de calor varie na direção da
transferência, como é o caso da condução radial em um cilindro (ou em uma esfera). Em uma
parede plana, a área normal à direção da transferência de calor é constante , não havendo uma
espessura crítica para o isolamento térmico (a resistência total sempre aumenta com o aumento
da espessura da camada de isolamento).
Como a derivada segunda de qr em relação a r2 é negativa, qr tem o seu valor máximo em r = rc.
O comportamento da resistência total é inverso, como mostrado na Fig. 73.
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Exemplo:
1) Um tubo delgado de cobre, com raio ri, é usado para transportar uma substância refrigerante
que está a uma temperatura Ti, menor do que a temperatura do ambiente T∞ ao redor do tubo.
Existe uma espessura ótima associada à aplicação de uma camada de isolamento térmico sobre
o tubo com h= 5 W/m2.K e k= 0,055 W/m.K?
Uma espessura ótima para o isolamento térmico está associada ao valor de r que minimiza o
valor de q’ ou maximiza o valor de R’tot. Tal valor pode ser obtido a partir de:
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Abaixo do qual q’ aumenta com o aumento de r acima do qual q’ diminue com o aumento de r.
Calculando em termos de raio crítico:
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O fluxo de calor em qualquer ponto da parede pode ser determinado pela equação acima. Note,
contudo, que com a geração interna de calor o fluxo de calor não é mais independente de x.
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O resultado anterior é simplificado quando as duas superfícies são mantidas a uma mesma
temperatura, Tsup,1= Tsup,2= Tsup,. A temperatura máxima, neste caso, encontra-se no plano
intermediário:
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Para relacionar a temperatura da superfície Ts, com a temperatura do fluido, T∞, tanto o balanço
de energia na superfície quanto o balanço de energia total podem ser utilizados.
Exemplo:
1) Em um bastão cilíndrico e longo, com 200 mm de diâmetro e condutividade térmica de 0,5
W/m.K, há a geração de volumétrica uniforme de calor a uma taxa de 24000 W/m3. O bastão
está encapsulado por uma camada cilíndrica com diâmetro externo igual a 400 mm, de um
material com condutividade térmica de 4 W/m.K. A superfície externa desta camada está
exposta a um escoamento perpendicular de ar a 27ºC com um coeficiente de convecção de 25
W/m2.K. Determine a temperatura na interface entre o bastão e a camada cilíndrica, e na
superfície externa em contato com o ar.
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Para determinar agora a temperatura na interface entre o bastão e a camada cilíndrica devemos
utilizar a fórmula que rege a distribuição de temperatura em relação ao raio:
16.1. Introdução
Aleta é um elemento sólido que transfere energia por condução dentro de suas fronteiras e por
convecção (e/ou radiação) entre suas fronteiras e o ambiente. As aletas são utilizadas para
aumentar a taxa de transferência de calor entre um corpo sólido e um fluido adjacente.
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Quando não é possível aumentar a taxa de calor por um destes modos, aumenta-se a área de
troca de calor, através da utilização de aletas (Figura 78), que são elementos sólidos que
transferem energia por condução dentro de suas fronteiras e por convecção (e/ou radiação)
entre suas fronteiras e o ambiente. Elas são utilizadas para aumentar a taxa de transferência de
calor entre um corpo sólido e um fluido adjacente.
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Hipóteses:
• Condução unidimensional de calor
• Regime permanente
• Condutividade térmica da aleta constante
• Radiação térmica desprezível
• Sem geração de calor
• Coeficiente de convecção uniforme
Através de um balanço de energia, pode-se obter a equação da condução de calor.
Considerando-se um elemento infinitesimal de uma aleta de seção reta variável (Fig.81),
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Cada aleta está ligada na base a uma superfície T (0) = Tb e imersa num fluido na temperatura
T∞.
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Para resolver esta equação, falta definir as condições de contorno apropriadas. Uma destas
condições pode ser especificada em termos da temperatura na base da aleta (x = 0)
T(x = 0) = Tb
θ (x = 0) = Tb − T∞ =θb
A segunda condição de contorno deve ser definida na ponta da aleta (x = L). Podem ser
especificadas quatro condições diferentes, cada uma correspondendo uma situação física e
levando a uma solução diferente.
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Exemplo:
1) Uma barra cilíndrica de diâmetro 25mm e comprimento 0,25m, tem uma extremidade mantida
a 100ºC. A superfície da base está exposta ao ar ambiente a 25ºC, com um coeficiente
convectivo de 10 W/m2.K. Se a barra é construída em aço inoxidável, com condutividade térmica
k = 14 W/m.K, determine a temperatura da barra em x=L e a sua perda térmica para a condição
de transferência convectiva de calor.
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Eficiência: Razão entre a taxa de transferência de calor pela aleta e a taxa máxima de
transferência de calor que existiria pela aleta, se toda a aleta estivesse na temperatura da base.
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onde:
qt = taxa total de transferência de calor
At = área total exposta
At = NAf + Ab
A taxa de transferência de calor máxima ocorreria se toda a superfície da aleta, assim com a
base exposta, fosse mantida a Tb .
A taxa total de transferência de calor por convecção das aletas e da superfície exposta (sem
aletas) para o fluido é dada por:
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17.1. Introdução
Condução transiente ocorre em várias aplicações da engenharia e pode ser tratada por
diferentes métodos. De início, deve ser calculado o número de Biot, que relaciona a resistência à
condução no sólido e a resistência à convecção na superfície sólido-líquido.
Se o número de Biot for muito menor que a unidade, o método da capacitância global pode ser
aplicado. Caso contrário, efeitos espaciais ocorrem, e outros métodos são usados.
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18. Convecção
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Como as condições variam de ponto para ponto, q” e h irão variar ao longo da superfície. A taxa
total de transferência de calor é obtida integrando-se o fluxo ao longo da superfície.
Pode-se definir um coeficiente médio de transferência de calor por convecção ħ para toda a
superfície, de maneira a representar toda a transferência de calor
Igualando-se as expressões para a taxa de calor, os coeficientes local e médio podem ser
relacionados por:
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onde:
N”A: fluxo molar da espécie A (Kmol/s.m²)
Hm: coeficiente local de transferência de massa por convecção (m/s)
CA,s: concentração molar de A na superfície (Kmol/m³)
CA,∞: concentração molar de A no fluido (Kmol/m³)
145
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Quando as partículas do fluido entram em contato com a superfície, elas passam a ter
velocidade nula (condição de não deslizamento). Estas partículas atuam no retardamento do
movimento das partículas da camada de fluido adjacente que, por sua vez, atuam no
retardamento do movimento das partículas da próxima camada e assim sucessivamente, até
uma distância y = δ, onde o efeito de retardamento se torna desprezível. A velocidade u
aumenta até atingir o valor da corrente livre, u∞.
1) A espessura da camada limite, δ, é definida como o valor de y para o qual u = 0,99 u∞;
2) O perfil de velocidade na camada limite é a maneira com que u varia com y através da
camada limite;
3) Na camada limite, os gradientes de velocidade e as tensões de cisalhamento são elevados;
fora da camada limite, são desprezíveis;
4) Para escoamentos externos, define-se o coeficiente de atrito local (Cf) a partir do conceito de
camada limite:
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Para o escoamento sobre uma placa plana, o comprimento característico para o qual são
definidos os adimensionais é a distância x a partir da origem.
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Para o escoamento sobre uma placa plana, o comprimento característico para o qual são
definidos os adimensionais é a distância x a partir da origem.
A transição para a turbulência, no interior de tubos, acontecia para números de Reynolds de
aproximadamente 2300. Para o escoamento sobre uma placa plana, esta transição ocorre para
Re=5x105, ou seja, o numero do Reynolds crítico (ou de transição) é dado por:
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Uma outra expressão para o número de Nusselt local, válida para qualquer valor de Prandtl, é
dada por
Quando as camadas limite laminar e turbulenta são comparadas, percebe-se que a turbulenta
cresce muito mais rápido, já que sua espessura varia com x4/5, enquanto no escoamento
laminar, a espessura varia com x½ .
Para escoamentos turbulentos,
δ ≈δt
O número d Nusselt local é dado por
Nux = 0,029Rex4/5Pr1/3, válida para 0,6<Pr<60
No início da placa (x = 0), o perfil de temperaturas no fluido é uniforme, com T(y) = T∞.
No entanto, as partículas do fluido que entram em contato com a placa atingem o equilíbrio
térmico na temperatura superficial da placa, ou seja, T (x,0) = T∞ . Por sua vez estas partículas
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do fluido em contato com a superfície atingem o equilíbrio térmico com essa superfície, e trocam
energia com partículas fluidas em camadas adjacentes, criando um gradiente de temperatura.
1) A espessura da camada limite térmica, δt, é definida como o valor y para o qual:
(Ts − T ) (Ts − T∞ ) = 0,99
2) Na superfície não existe movimentação do fluido e a transferência de calor ocorre unicamente
por condução. Com isso,
onde
kf = condutividade térmica do fluido (W/m.K)
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Apêndice A
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204
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Apêndice B
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