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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1. Introdução
2. Objetivos
- Promover a intersetorialidade.
- Encaminhar para consulta médica a qualquer agravo e/ou alteração
4. Fatores de Risco
Tendo em vista a realização de uma assistência integral de enfermagem, a criança deverá ser
avaliada, em relação aos riscos identificados ao nascer e alterações que possam adquirir
durante seu crescimento, além de fatores que influenciam na produção da saúde ou da doença
na população infantil. A partir da identificação dos fatores de risco é possível definir grupos
mais vulneráveis e, por ações específicas eliminar ou amenizar os riscos.
Risco ambiental: ausência de saneamento básico, tipo de moradia, morador distante da UBS;
perda materna
Risco biológico: baixo peso ao nascer, prematuridade, patologia com internação após alta
materna, malformação congênita, gemelaridade.
Toda oportunidade de contato com a família e a criança, seja em visita domiciliar pelo Agente
Comunitário de Saúde, em demanda espontânea na UBS, deve ser aproveitada para a
inscrição no programa e início das atividades previstas. Todas as crianças da área de
abrangência da UBS devem estar cadastradas e incluídas no programa de acompanhamento.
Realizar visitas domiciliares nos primeiros sete dias de vida do recém nascido e quando
necessário.
8. Seguimento da Criança
A primeira consulta à criança deve ser realizada pelo médico. As demais podem ser
desenvolvidas pelo(a) enfermeiro(a) ou intercaladas com o médico conforme critério da equipe
desde que a criança seja classificada como sadia.
Os dados antropométricos ( peso, altura e perímetro cefálico) devem ser realizados em todos
os atendimentos e anotados no Cartão da Criança e analisados em curvas de crescimento
adequadas.
O exame não deve ser realizado quando a criança encontra-se co fome e irritada, nem após a
amamentação, pois pode provocar a regurgitação do leite ingerido, além de estar hipotônico e
sonolento. O exame deve ser rápido e completo, pois o recém-nascido tolera pouco a
exposição ao frio, com risco de hipotermia. Inicia-se sempre pela avaliação da freqüência
respiratória (contar 1 minuto) e cardíaca, seguida da ausculta desses aparelhos. Esta etapa do
exame dever ser realizada, de preferência, com o RN ainda vestido, pois a manipulação
desencadeia reflexos primitivos, choro e taquicardia, falseando a avaliação. Na sequência
avaliar a atividade espontânea do RN, sua reatividade e tônus, a qualidade do choro,
temperatura corporal, estado de hidratação, perfusão capilar e reflexos (moro, sucção,
preensão palmar, plantar e de marcha)
- estado de consciência
- aparência
- grau de atividade
- desenvolvimento
Percussão: reflexos
Tórax: Inspeção: forma, simetria, mobilidade, lesões na pele, respiração (tipo,ritmo, amplitude
adventícios
Região Posterior
Ausculta: peristaltismo
articulações,simetria e musculatura
Ortholoni
epispadia)
Coluna Vertebral
Joelhos e Pés: Parada: escoliose, cifose, lordose
dos braços
Medidas e Otoscopia: pressão arterial, temperatura axilar, otoscopia, peso, altura e perímetro
cefálico e torácico
Recém-nascido (RN) é a designação de toda criança do nascer até o 28º dia de vida. Durante
essa fase, o ser humano encontra-se vulnerável, bilógica e emocionalmente, necessitando de
cuidados especiais. Crescimento e desenvolvimento acelerados, imaturidade funcional de
diversos órgãos e sistemas, dependência de um cuidador são algumas das características que
vão exigir uma abordagem diferenciada em relação às outras faixas etárias.
Antecedentes pré e neonatais: realização de pré-natal (PN) pela mãe, intercorrência durante
PN, uso de medicamentos, tipo de parto, intercorrência no parto, intercorrências no berçario,
medidas antropométricas ( peso, estatura, perímetro cefálico e torácico) ao nascer e apgar.
Para estabelecer grupos de risco e ações específicas, o RN deve ser classificado de acordo
com a idade gestacional (IG) e o peso de nascimento (PN). O RN pode ser classificado como:
Peso ao Nascer
RN
Peso elevado
RN
Estimulação da criança.
Atentar para o estado emocional das puérperas, identificando possível depressão pós parto
Incentivo ao Aleitamento materno exclusivo, com orientações de técnicas corretas para pega,
cuidados com as mamas, com episiorrafia, loquiação e sinais de anormalidade
Cuidados com coto umbilical para evitar infecções: uso do álcool absoluto, não utilização de
faixas ou outros produtos no coto umbilical, mantendo-o sempre limpo e seco, nunca cobri-lo
com faixas ou esparadrapos, nunca utilizar moedas, fumo ou qualquer outra substância para
curar o umbigo.
Limpeza da cavidade oral diariamente, no mínimo uma vez por dia (preferencialmente após
última mamada, com fralda umedecida, enrolada no dedo indicador).
Orientar a limpeza da região anal e perianal a cada troca de fraldas com água morna e algodão
para evitar lesões na pele.
Explicar que, nas meninas, a higiene da região anal e perianal deve ser feita no sentido da
vulva para o ânus.
Banho de Sol, sendo 15 minutos, antes das 10 da manhã e/ou após as 16 horas.
Orientar a mãe sobre a consulta de puerpério
A icterícia caracteriza-se pelo aumento das bilirrubinas direta ou indireta e se torna visível
clinicamente quando atinge o nível sérico de 5 mg/dl. Ocorre em mais de 50% dos RN a termo
e em mais de 70% dos RN pré-termo.
A icterícia pode ser precoce ou tardia. A precoce é aquela que se apresenta clinicamente nas
primeiras 24 horas de vida e será abordada nas maternidades. A icterícia tardia é aquela de
aparecimento após 24 horas de vida.
Na visita domiciliar, a avaliação da icterícia deve ser uma prioridade. Todos os casos devem
ser avaliados pelo enfermeiro ou médico.
Clinicamente sua evolução pode ser estimada pelas Zonas de Kramer . A estimativa clínica dos
níveis de bilirrubina proposta por Kramer não deve ser utilizada nos casos de RN prematuros
ou com sinais de hemólise.
Zonas Dérmicas
Variação
Variação
Cabeça e pescoço - I
4,3 7,8
4,1 7,6
5,4 12,2
5,6 12,1
8,1 16,5
7,1 14,8
Tornozelos e punhos - IV
11,1 18,3
9,3 18,4
15
10,5
- Grupo Sanguíneo
- Fator Rh
- Hemograma
PROBLEMA
QUADRO CLÍNICO
CONDUTA
Obstrução Nasal
- Prescrever o soro fisiológico nasal para lavar as narinas. Modo de usar: meio contagotas em
cada narina sempre que necessário
- Orientar a limpeza dos olhos com soro fisiológico várias vezes ao dia
- Na presença de contaminação bacteriana secundária, o tratamento pode ser feito com colírio
à base de aminoglicosídeos ( genta ou tobramicina), de acordo com prescrição médica
Refluxo gastroesofágico
- Os pais devem ser orientados sobre a natureza benigna do refluxo fisiológico. Devem-se
recomendar medidas posturais: berço elevado, decúbito lateral direito para dormir, não
amamentar deitado, permitir que a criança arrote sempre que mamar, evitar deitar o RN logo
após as mamadas.
Cólicas do RN
Granuloma Umbilical
- Tecido de granulação com secreção serosa e hemorrágica que aparece após a queda do
cordão no fundo da cicatriz umbilical
- Tratamento: aplicar o bastão de nitrato de prata no fundo da lesão duas vezes ao dia até a
cicatrização.
Hérnia Umbilical
- A cirurgia deve ser indicada em casos de hérnias muito grandes, em que não se observa
tendência para involução após 2º ano de vida
Hérnia Inguinal
- Tumoração na região inguinal que surge, geralmente, durante o choro ou qualquer esforço.
Quando estrangulada, torna-se irredutível e muito dolorosa. Neste caso, a criança apresenta-se
pálida, agitada e com vômitos freqüentes. O estrangulamento é mais comum em RN,
prematuros e lactentes jovens.
Onfalite
Impetigo
- O RN com impetigo de pequena extensão e sem nenhuma outra alteração pode ser tratado
ambulatorialmente com antibióticos orais
- Nos casos de grande extensão das lesões com ou sem outros sinais e sintomas, o RN deve
ser encaminhado para um atendimento de maior complexidade.
- A avaliação deve ser diária para detectar sinais de sepse em tempo hábil.
- Se em uso de mamadeiras ou bicos, lavar, com água e sabão e ferver mais vezes.
- Tratamento de monilíase perineal: nistatina tópica na região de fraldas após cada troca.
Bossa serosanguinolenta
Ações:
Indagar e registrar informações sobre história atual, pregressa e familiar, além de hábitos de
vida, para obter informações relativas aos focos de atenção que serão avaliados durante a
consulta.
10.1.1. Crescimento
Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos,
metabólicos e malformações) e de fatores extrínsecos (alimentação, saúde, higiene,habitação e
cuidados gerais com a criança). Sendo assim, a altura final do indivíduo é o resultado da
interação entre sua carga genética e os fatores do meio ambiente que permitirão a maior ou
menor expressão do seu potencial genético.
Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos fatores ambientais é muito mais
importante do que a dos fatores genéticos para expressão de seu potencial de crescimento.
Cada contato entre a criança e os serviços de saúde, deve ser tratado como uma oportunidade
para a análise integrada e preditiva de sua saúde, e para uma ação resolutiva, de promoção da
saúde, com caráter educativo.
Peso
Crescimento ponderal
Aquisição de peso:
Toda vez que a criança é pesada, esse peso é marcado com um ponto no encontro da linha
correspondente ao peso observado (eixo vertical) e da linha correspondente à idade da criança
(eixo horizontal). A união desses pontos marcados em cada consulta, formará o traçado do
canal de crescimento da criança naquele período.
Para a avaliação do crescimento individual de uma criança devem ser considerados dois
aspectos:
POSIÇÃO
DO PESO
INCLINAÇÃO
DA CURVA
CONDIÇÃO DE CRESCIMENTO
CONDUTA
97
Ascendente
Alerta: risco de
Sobrepeso ou
obesidade
Ascendente
Satisfatório
Horizontal ou
Descendente
Alerta
- Investigar possíveis intercorrências que possam justificar a diminuição da velocidade do
crescimento e registrá-lo no cartão.
ENTRE P10 E P3
Ascendente
Alerta
- Investigar possíveis causas com atenção especial para o desmame, dentição, intercorrências
infecciosas, formas de cuidado com a criança e afeto, informar a mãe.
ENTRE
P10 E P3
Horizontal ou
Descendente
Insatisfatório
P3
Qualquer
inclinação
Desnutrição
Estatura
Crianças após 2 anos de idade, a medição ocorre em plano vertical, com o auxílio de régua,
apoiando em quatro pontos calcanhares, nádegas, costas e cabeça. A cabeça deverá estar
num plano onde a porção superior da implantação da orelha e o canto externo do olho, esteja
num ângulo reto com o plano vertical.
A atenção especial deve ser dada aos pacientes com percentil estatura-idade menor ou igual a
3. Em casos de déficit de estatura, é provável que a causa seja uma alimentação deficiente em
quantidade e/ou qualidade e histórias de infecções de repetição no passado ou ainda
persistente. Em déficit muito acentuado, essas crianças devem ser encaminhadas ao
atendimento médico da equipe e/ou ao serviço de referência.
Crescimento Estatural
Aquisição de peso:
3º trimestre: 5 cm
4º trimestre: 5 cm
Total no 1º ano de 25 cm
No 2º ano: 10 cm
No 3º ano: 10 cm
O perímetro adequado é expresso na forma de uma faixa de normalidade que situa-se entre os
percentis 10 e 90.
No caso desse índice estar fora da fixa considerada de normalidade, a criança deve-se contar
com o apoio médico da equipe para avaliação da criança.
O perímetro torácico (PT), não se presta para o acompanhamento do crescimento infantil, uma
vez que alterações neste parâmetro são lentas, variando muito pouco com o aumento da idade,
sendo útil para a triagem de prováveis casos de desnutrição (entre os seis meses e cinco anos
de idade).
Acima de 6 meses: PC PT
Obs: Em caso de inversão da relação PC/PT nesse período, se faz necessário a criança ser
encaminhada para avaliação médica.
10.2. Desenvolvimento
Dessa forma a observação dos marcos de desenvolvimento deve começar quando a criança
entra no consultório, no tempo que precede o exame físico, pois ela estará mais tranqüila e
cooperativa.
A detecção precoce dos atrasos promove uma recuperação de 80 a 90% das crianças, através
de uma estimulação simples e oportuna.
Ao longo da evolução do seu crescimento, nos primeiros cinco anos de vida, as crianças vão
adquirindo capacidades que as habilitem a realizar determinados comportamentos/atividades.
De acordo com a ficha anexa, houve uma escolha dos marcos do desenvolvimento a serem
observados, na primeira linha de cada figura temos o marco de desenvolvimento maturativo,
seguido na segunda linha do marco de desenvolvimento psicomotor, na terceira linha do marco
de desenvolvimento social e na quarta linha o marco de desenvolvimento psíquico. A área
sombreada ao lado, corresponde ao período de incidência ou desaparecimento de determinado
marco. Com exceção dos marcos psíquicos. A ficha de Acompanhamento do Desenvolvimento
deve ficar no prontuário da criança e a padronização para seu uso no consultório.
Presença das respostas esperadas para a idade: a criança está se desenvolvendo bem e o
enfermeiro deve seguir o calendário mínimo de consultas da criança.
Como já dito, sabemos que a participação familiar se faz de grande e fundamental importância
nessa evolução do desenvolvimento da criança, assim, em cada etapa do desenvolvimento da
criança é importante reforçar algumas orientações, ensinar como os pais podem acompanhá-
las, conforme as habilidades e necessidades de cada criança e adequadas à sua faixa etária.
Dessa forma, o enfermeiro pode transmitir algumas informações como:
1 a 2 meses
2 a 4 meses
- coloque a criança em decúbito ventral para estímulo cervical, chamando a atenção da criança
à sua frente, também fazendo estimulação visual e auditiva
4 a 6 meses
- ajude a criança ficar na posição sentada com apoio, para que possa exercitar o controle da
cabeça
6 a 9 meses
- proporcione estímulos sonoros à criança, fora do seu alcance visual para que ela localize o
som
- dê AA criança objetos fáceis de serem manuseados, para que ela possa passar de uma mão
à outra
- mantenha constante diálogo com a criança, introduzindo palavras de fácil sonorização (dá-dá,
pá-pá)
- brinque com a criança através de música, fazendo gestos ( bater palmas, dar tchau)
solicitando resposta
- deixe a criança em local onde possa fazer a mudança da posição sentada para a posição de
pé com apoio ( sofá, cama, cadeira) e deslocar-se segurando os móveis
-elogie os progressos do bebê, para que ele acredite em si e para fortalecer sua auto-estima
- proporcione o contato da criança com objetos pequenos, mas sempre vigiando, para que ele
desenvolva a preensão em pinça
- proporcione oportunidade para que ela possa deslocar-se em pequenas distâncias com
segurança para que possa desencadear a marcha livre.
- brinque com a criança, solicitando que ande para frente e para trás, com ajuda
2 a 3 anos
- deixe que a criança brinque de correr, saltar. Observe para evitar acidentes
3 a 4 anos
4 a 5 anos
- estimular a pular corda, saltar obstáculos, subir e descer escadas, andar nas pontas dos pés
e calcanhares
- estimule a atar e desatar cordões, dar laços, abotoar e desabotoar roupas, imitar movimentos
de corpo, caminhar seguindo ritmo de dança ou música
Existe uma relação direta entre o tipo de acidente e o estágio de desenvolvimento da criança.
Dessa forma, para garantir um processo de desenvolvimento seguro, os pais podem se
antecipar e se organizar para a prevenção dos acidentes.
A limpeza da cavidade oral deve ser iniciada o mais precoce possível, pois, os restos
alimentares, inclusive o leite materno, depositam-se sobre a gengiva formando a placa
bacteriana.
A limpeza da cavidade oral, deve ser feita com gaze ou fralda envolvida no dedo e umedecida
em água filtrada ou fervida, principalmente, após as mamadas. Esse procediemnto além de
tornar o meio bucal mais limpo, torna-se o mais adequado para a erupção dos primeiros
dentes.
A partir da erupção do primeiro dente poderá ser utilizada uma escova dental macia. Porém
não é necessário o uso de qualquer dentrifício, devido a possibilidade de ingestão pelo bebê. A
higiene oral das crianças maiores, ocorre pela remoção da placa bacteriana através da
escovação e uso do fio dental.
A orientação alimentar deve ser dirigida à mãe e à criança, com uma dieta equilibrada, evitando
açúcares e favorecendo uma ingesta de fibras e água.
M - Idade em meses
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS