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Hoje em dia lidamos com aparelhos cada vez mais complexos e consequentemente a sua

reparação também se torna mais complexa e exige cada vez mais equipamentos.
Lembro-me que quando conclui o curso de técnico em eletrônica só necessitávamos de
um multímetro analógico, um jogo de chaves, e um guia de equivalência de transistores.
Hoje em dia quem não tiver um computador para esquemas e datasheets, capacimetro,
osciloscópio, multímetro com várias funções, etc. Em vez de consertar acabará
estragando mais o aparelho...

O mesmo ocorre na informática, todo equipamento que possa nos auxiliar a descobrir ou
nos dar certeza do defeito é bem vindo, mas você não precisa ser um técnico para usar,
abaixo daremos noções para que você possa operar um multímetro de maneira
satisfatória.

Devo salientar que darei noções de uso, a leitura do manual deve ser obrigatória e caso
queira saber mais existem livros que ensinam a lidar com o multímetro..

Somente faça as medições em ambiente claro, sossegado e livre de interferências tais


como crianças ou animais, pois um erro ou esbarrão poderá danificar seu equipamento
irremediavelmente. Não invente gambiarras ou ferramentas e sempre tenha atenção ao
que esteja fazendo.

Escolhendo o Multímetro
No mercado teremos um variedade imensa tanto de aparelhos quanto marcas, se
fossemos usá-lo em eletrônica teríamos que escolher um equipamento de maior
confiabilidade e precisão. A marca também teria que ser levada em conta, pois em caso
de defeito ou queima de componentes a troca deveria ser rápida e fácil, para eletrônica
uso um Minipa ET2082A, que apesar de ser um ótimo equipamento já está ultrapassado:
Mas em informática não tenho a necessidade de um aparelho com tantas funções, com
um custo de aquisição mais alto e de maior tamanho e peso. Sem contar que trabalho na
rua e em caso de assalto o prejuízo seria bem maior, por isso em informática uso um
multímetro mais barato, importado do Paraguai e de marca desconhecida:
Já me acompanha a quatro anos e sem problemas, me custou na época R$ 16,50 e hoje
em dia o preço deve ser o mesmo ou com uma ligeira diferença.

Sei que haverá técnicos que acharão a minha sugestão de um multímetro barato ruim,
mas o que adianta a um leigo ou a um técnico em informática a compra de um
equipamento de R$ 200,00 ou mais se não necessita de uma ótima precisão, se usará
somente para leituras de tensões ou usará uma vez ou outra?

Os únicos cuidados na compra serão:

As pontas de prova deverão ser confortáveis e de tamanho suficiente para se segurar


com firmeza.

A impedância de entrada deverá ser alta no mínimo de:

10 MΩ em AC e DC

isso porque em caso de baixa impedância haverá erros na leitura, pois o próprio
aparelho consumirá parte da tensão medida.

Convém que o aparelho possua a opção: Teste de pilhas e baterias, pois ajudará a medir
as bateria CR2032 usadas na placa mãe.

Possuir aviso sonoro na medição de resistência, útil quando medimos continuidade de


cabos, botões, etc. Assim não necessitamos olhar o visor.
Conhecendo as Faixas de Operação
Apesar de haver diferenças entre modelos, os mais baratos geralmente serão parecidos
com este:

1 - DCV: Tensão Continua, a mesma de baterias, pilhas e saídas de fontes. Note que as
faixas de leitura são: 200 mv, 2v, 20v, 200v, e termina em 1.000v.

2 - OFF: A chave deverá ser mantida nesta posição quando não houver leitura ou
quando for guardar o aparelho. O ideal caso o equipamento não seja usado por um
período superior a uma semana é retirar a bateria que alimenta-o evitando assim um
possível vazamento. Outra dica é sempre que terminar uma leitura voltar a chave para
esta posição, assim evita que acidentalmente após usar na escala de continuidade,
coloque na tensão AC que poderia danificar o equipamento.

3- ACV: Tensão Alternada, a utilizada em nossa casa para alimentar luzes, chuveiros,
geladeira, etc. A faixas de leitura são: 750V e 200v.

4 - Hfe: Este é para testar transistores.

5 - DCA: Corrente contínua, para testar a amperagem de linhas DC, as faixas de leitura
são: 200µ, 2m, 20m (10A) e 200m.
6 - BATT: Faixa utilizada para testar pilhas e baterias, para ser testadas de modo
eficiente as pilhas ou baterias tem que ter uma "carga" ou seja uma resistência
compatível para que a leitura seja real, com esta faixa a "carga" será usara internamente
em série com a medição, as faixas são: 9v e 1,5v.

7 - Ω: Resistência, serve para aferir a continuidade de cabos, motores,diodos, medir


resistores e etc. As faixas de leitura: Diodo, 200Ω. 2KΩ, 20KΩ, 200KΩ, 2.000KΩ,
20MΩ e 200MΩ. ( O K significa 1.000 e o M 1.000.000)

Padronização de Cores e Tensões da Fonte de


Computadores
 

Antes de tentar medir as tensões da fonte deveremos saber que as tensões e cores dos
fios são padronizadas, assim sendo todo o fio vermelho será 5v, amarelo 12v e assim
por diante. Note que os conectores poderão ser diferentes, mas as cores nunca.

Para ficar mais fácil aqui uma tabela com as cores dos fios e suas tensões:

Vermelho (+5V)

Branco (-5V)

Preto (Terra ou GND)

Verde (PSO)

Azul (-12V)

Laranja (3.3 V)

Amarelo (+12V)

Roxo (+5VSB)

Cinza (Power Ok)

Fique atento que a variação máxima de uma fonte chaveada é 5% para mais ou para
menos.

Cuidado em medir tensões próximas, em caso de curto-circuitar a fonte desarmará e terá


que ser desconectada da energia elétrica e esperar alguns segundos e ligar de novo.
Todo o cuidado é pouco, pois poderá danificar seu equipamento.

Usando na faixa DCV


Como citado anteriormente a DCV é a tensão de pilhas, baterias e a que alimenta o
computador e periféricos, assim sendo como exemplo testaremos a fonte e suas tensões.

Antes de encostar as pontas de teste coloque a chave na posição: DCV:

Este modelo possui 5 faixas de leitura: 200 mv, 2v, 20v, 200v, e termina em 1.000v,
escolheremos a mais próxima ao qual vamos medir, exemplo:

Iremos medir a linha de 12v de uma fonte de computador, assim sendo a faixa de leitura
mais próxima será 20v. Caso desconheça a tensão a ser medida coloque na faixa mais
alta e vá descendo até ter uma leitura adequada.

Aqui a leitura da linha de 12v:


Note que colocamos a ponta de prova preta no fio preto (GND) e a vermelha no amarelo
(12v) e tivemos a leitura no visor de 11,72v.

Agora iremos verificar a linha de 5v:

A ponta de prova permaneceu no fio preto (GND) e a vermelha foi para o fio vermelho
(5v) tendo a leitura de 5,20v.
As medições acima foram feitas com a fonte conectada ao pc, mas poderiamos testar
uma fonte fora do pc ou uma fonte nova.

NUNCA COLOQUE UMA FONTE NOVA SEM TESTAR TODAS AS TENSÕES!

Já imaginou se a fonte nova esteja com defeito e queime seu computador? Com o
multímetro testaremos as tensões principais. Para darmos partida numa fonte temos que
jumpear o fio verde com o preto faremos isso com um pedaço de clipe de papel:

Agora fecharemos o fio verde (PSO) com o preto (GND):


Agora poderemos aferir as tensões:
 

Note que deixamos a ponta de teste preta no fio preto (GND) e encostamos a vermelha
no fio laranja (3,3v) e tivemos 3,36v.

Claro que o ideal é efetuar as medições da fonte com carga, mas este será tema de outro
tutorial.

Usando a faixa ACV


A faixa ACV compreende a tensão alternada, a mesma que é distribuída pela Furnas,
Light, etc.

Ela está presente nas tomadas de nossas residências e alimenta luzes, motores de
geladeira, ar condicionado, etc.

A fonte do computador é responsável por transformar os 127v AC nas demais tensões


utilizadas pelo nosso computador: 3,3v, 5v, 12v, -5v, -12v e GND todas DC.

Tive um chamado certa vez em que o cliente reclamava que o computador não ligava, e
que havia chamado um outro técnico mas o conserto havia ficado caro demais. Já tenho
o hábito de desconectar os cabos e medir no cabo de força se há os 127v, para minha
surpresa não havia, o defeito era no fio que havia se soltado por detrás da tomada dentro
da parede...
Assim para não passarmos por isso:

Coloque a chave na faixa ACV:

Desconecte o cabo de força da fonte:


Coloque as pontas de teste nos orifícios:

Note que tivemos a leitura de 122,9v.

Assim sendo se a energia chega no cabo e não sai pela fonte o problema está na fonte.

Usando a faixa BATT


 

É a faixa usada para medir pilhas e baterias:


Aqui usaremos para medir a bateria CR2032 a que é utilizada para alimentar o CMOS:

Retire a bateria da placa mãe, a parte de cima possui as inscrições referentes a marca e
modelo, está é a + (positivo) e a parte de baixo é a - (negativo).

Coloque a parte (+) para baixo em cima da ponta de teste vermelha e coloque a ponta de
teste preta na parte superior (-) :

Assim obteremos a leirura que deverá sempre ser superior a entregue pela pilha, por
exemplo: Uma pilha de 3,0v deverá ser obtido uma leitura superior a 3,0v, pois abaixo
provavelmete a pilha está descarregada.

Usando a faixa Ω - Resistência


Acredito que em eletrônica é a mais utilizada, pois usamo-a para: Aferir diodos,
resistores, continuidade de: trilhas, fios, chaves, potenciômetros, etc.
No nosso caso usaremos a prova de continuidade, usaremos a faixa que possui o aviso
sonoro (buzzer) que no meu está em 200Ω. Coloque a chave respectiva faixa:

Note que diferentemente das outras medições o visor não zerou. Quando medimos
resistência o zero significa um circuito fechado ou continuo e o número 1 a esquerda
que significa resistência infinita ou circuito aberto.

Note que se cruzarmos as pontas (curto circuitarmos) zera o visor:


Note que no meu visor aparece 00,8Ω, o que é normal significa a soma da resistência
das pontas de teste, bornes, etc. Pessoalmente o máximo de tolerância que aceito é 1Ω,
após este valor o ideal é trocar o aparelho ou mandar calibrar. No meu caso a medida
00,8Ω é considerada como 0 Ω.

Este as vezes é um incoveniênte de multimetro muito baratos, pois não há como zerar
ou calibrar. Claro que como já citei, para informática e aplicações sem muita
responsabilidade é tolerável.

Agora pegaremos um cabo, no nosso exemplo será o do mouse que após a


desmontagem prenderemos o plugue PS2 (aqui usei um torno, mas poderia ser uma
gaveta, fita adesiva, etc.) para que fique firme e não nos atrapalhe durante o teste:
Agora encostaremos uma ponta de teste do multímetro em um terminal do conector:

Iremos agora na outra extremidade do cabo e testaremos os fios até que o multimetro
acuse ou não a passagem:
Testaremos a continuidade em todos os pinos, quando acharmos o fio que corresponde
tanto no plugue e na placa no visor aparecerá a inscrição 00,0 (no nosso caso 00,8) ou
apitará. Caso algum pino ou todos apresente 1 a esquerda ou resistência infinita o cabo
está partido, geralmente parte em curvas. Através do teste descobrimos a posição de
ligação do conector:

Note que os dois últimos pinos não são utilizados.

Considerações Finais
Demos apenas algumas noções, o ideal é sempre nos aprofundarmos para que o serviço
saia perfeito.

Mas com os passos acima você terá condições de efetuar medições com segurança e
uma certa facilidade. Lembre-se: Prática somente o tempo dará.

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