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M O I A

N Ú M E R O 6 , E D I Ç Ã O 1 F E V E R E I R O / 2 0 1 1

FINAL FELIZ
Como sabemos todas as histórias têm um final que pode ser feliz ou não. A história a que nos
referimos é a história dos baldios. É uma história verdadeira, porque provou-se que há terrenos baldios
no Olival, e teve uma final feliz, porque a verdade, o bom senso e a legalidade acabaram por vencer, ao
constituir-se uma assembleia de compartes que, desde 06 de Janeiro do corrente ano, é a responsável
pela gestão dos baldios (excepto os da Barrocaria), através dos seus órgãos eleitos.
A partir de Junho do ano passado, a Junta de Freguesia entrou num desnorte com o anúncio
nervoso de obras a realizar de imediato, quando, até ali, se tinha mantido passiva, respondendo a tudo
que se lhe perguntava que não sabia. Nomeadamente, quando em Maio, lhe foi perguntado, na Assem-
bleia de Freguesia, quando é que o Olival iria ter uma escola condigna, respondeu, pela voz da Senhora
Secretária, que nada sabia. Este desconhecimento e desinteresse manifestados levaram a que a popula-
ção aderisse ao abaixo-assinado, promovido pela associação de pais, a exigir a construção da escola.
Isto incomodou e enervou a Junta e a Câmara, porque foi sinal de que a população não estava mais
disposta a que fizessem dela gato-sapato. Este acontecimento, junto ao facto da tourada ter dado cerca
de 20.000 € de prejuízo, provocou o tal desnorte, tendo Junta e Câmara iniciado um período que se
caracteriza pela forma atabalhoada como procuram apagar o efeito daqueles dois grandes “desaires” e
outros não tão grandes, mas também graves. É assim que a Senhora Vereadora Lucília, em 30 de
Junho, vai à Assembleia anunciar que o complexo escolar iria arrancar em princípio de Outubro e que,
no fim do ano, estariam 25% construídos. Sabíamos que com 5.000 € (quantia disponível até final do
ano) era impossível. Por muito que nos custe, a Junta e a Senhora Vereadora mentiram e sabiam que
estavam a mentir.
Na Assembleia de Freguesia de Setembro, o Presidente da Junta quis que fosse autorizado a
fazer uma escritura de justificação sobre um terreno no Brejo, com cerca de 10.000m2, e dá-lo à
Câmara para esta aí construir um gimnodesportivo. O MOIA, como é sabido, opôs-se porque, tratando-
se de terreno baldio, não era propriedade da Junta, mas sim da população, enquanto comunidade, e, por
isso, ninguém podia dar o que não era seu. O MOIA, ali mesmo, disse à Junta e a toda a Assembleia
que a solução teria que passar, sempre, pela constituição de uma assembleia de compartes e disponibi-
lizou-se para colaborar, indicando, inclusivamente, qual a lei que trata dos baldios. A Junta, mais uma
vez, não quis ouvir e a Mesa da Assembleia decidiu adiar a decisão para uma futura reunião, a realizar,
logo que se confirmasse ou não aquilo que o MOIA afirmava como certo.
SUMÁRIO: A Junta, em vez de ir estudar o assunto com calma e seriedade, desencadeou uma pequena
campanha de descrédito relativamente ao MOIA e, em 17 de Novembro, em nova reunião, volta a
negar que o terreno fosse baldio e consegue autorização da Assembleia para fazer a escritura de justifi-
Final Feliz 1 cação com quatro votos a favor (3 do PS e 1 do membro José Esteves), três abstenções do PSD, tendo,
naturalmente, o MOIA votado contra.
Eleições Pre- 2
Sabíamos, e disso tínhamos alertado a Assembleia de Freguesia, constando em acta, que
sidenciais
nenhum notário faria tal escritura, porque se a fizesse cometeria uma ilegalidade e estaria a dar cober-
Quinta Bioló- 2 tura a um roubo descarado. Na realidade, quando Junta e Câmara se dirigiram ao notário, para fazerem
gica a escritura, receberam deste um não claro e só aqui se convenceram que o único caminho a seguir era o
da constituição da assembleia de compartes. E a verdade é que em 15 dias constitui-se a referida
Complexo 3 assembleia e a Junta ficou na posse da solução do problema. Conclui-se, assim, que quem complicou e
Escolar para demorou todo o processo de cedência do terreno foi a Junta. Outra certeza com que se fica é que se o
quando? terreno não for usado para a construção do gimnodesportivo volta à posse da assembleia de compartes,
não podendo ser-lhe dado outro destino pela Câmara. Fica também claro que, mais uma vez, o MOIA
Editorial 4 foi intransigente na defesa da legalidade. Para o MOIA a pretensão desta Junta e das que a antecede-
ram de se apoderar e de se terem apoderado, no passado, de terrenos baldios por usucapião tem a clas-
sificação de “roubo” e percebe-se porquê: imagine-se que, de hoje para amanhã, algum de nós é con-
frontado com o facto do nosso quintal já não nos pertencer, porque alguém se apoderou dele por usuca-
pião. Ocorrer-nos-ia ao pensamento, por certo e de imediato, a ideia de que tínhamos sido roubados.
Ficamos esperançados que o Conselho Directivo e a Comissão Fiscalizadora da Assembleia de Com-
partes, no uso das suas competências que a lei lhes confere e no cumprimento dos seus deveres que a
mesma lei lhes impõe tudo façam para que justiça seja feita.
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Eleições Presidenciais 2011


Olival
Nulos 1,99
Em Branco 2,44
Defensor de Moura 0,95
José Coelho 2,75
Francisco Lopes 1,89 Série1
Fernando Nobre 9,28
Manuel Alegre 6,53
Cavaco Silva 78,6

* Ainda um esboço infantil, consta Ourém


haver pretensão de construção de uma Nulos 1,72
Em Branco 3,54
variante e duma rotunda para retirar o
Defensor de … 0,77
trânsito do centro da nossa Vila . José Coelho 2,66
Desenvolvimento para o Olival? Francisco Lopes 2,19 Série1
Fernando Nobre 10,71
Claramente discutível!
Manuel Alegre 7,66
Cavaco Silva 76,03

* Sabia que o

Moia

promover
pretende

o 1º
Quinta Biológica no Olival
Encontro de
Quinta Biológica é o destino reservado ao terreno da Câmara Municipal de Ourém, junto à
Olivalenses actual Escola. Segundo os seus dinamizadores, Centro de Apoio Social do Olival, a Câmara
já confirmou a cedência.
Activos para o Há a intenção de desenvolver actividades várias, como a criação de uma horta biológica,
debate de trabalhada pelos idosos, utentes do Centro de Apoio Social e ainda, se possível, dependen-
do de proposta à Escola e respectivo Agrupamento, estabelecer interacção entre idosos e
estratégias futuras crianças, com a passagem dos métodos de trabalho e conhecimentos e de toda uma herança
tradicional como forma de preservação do historial laboral e social.
para a nossa
Importa salientar o aspecto pedagógico deste projecto e como é nosso hábito, o Moia não
Freguesia? Fique poderá deixar de se congratular com a visão de futuro dos seus promotores, Centro de
Apoio Social do Olival, com o apoio da Câmara Municipal.
atento(a)! Bem hajam, em prol de uma Freguesia mais activa!
NÚMERO 6, EDIÇÃO 1 PÁGINA 3

Complexo Escolar para quando?


O Olival espera e desespera pela nova escola, em substituição da velhinha escola cuja construção data de
1940. Temos constatado que a população, em geral, recorda a sua escola com natural carinho e, ao mesmo tempo,
com grande apreensão, quando confrontada com a localização do novo edifício. Toda a gente quer e está consciente
da urgência de uma nova escola, mas a maior parte não entende o porquê da sua construção no Brejo. Ora, feitas as
contas, por alto, a população com idade até aos 75 anos terá frequentado a escola no edifício atual e lança a pergun-
ta: porquê no Brejo e não junto à atual, como estava planeado, desde há uma década, pelo menos, tendo sido, inclu-
sive, adquirido terreno ao Senhor Carlos Manuel Sapata para o efeito?
A Junta não responde à questão, não esclarece a população, como é seu dever. E, quando alguém se atreve
a manifestar opinião contrária à sua, defendendo a construção junto à atual escola, ameaça que ou é no Brejo ou não
há escola para ninguém. Com isto, estes senhores e senhoras mostram ter a população em pouca conta e que só
sabem exercer o poder como pequenos ditadores e não como verdadeiros democratas. A democracia tarda a chegar
ao Olival!
O MOIA, quando se apresentou à população, em 2009, elegeu, como uma das suas prioridades, a educação
e, sobre esta matéria, escreveu então: “Exigiremos que a Câmara inclua nas suas prioridades a construção do par-
que escolar do Olival, porque o existente tem mais de 50 anos e não oferece as condições mínimas de conforto e
exigência”.
Ora, em 2010, quando verificámos que a Câmara apenas tinha 5.000€ (só o projeto custa 25.000€) reserva-
dos à construção da escola do Olival, denunciámos a situação em plena reunião da Assembleia de Freguesia e foi a
partir daqui que Junta e Câmara iniciaram um processo de desinformação e mentira com o intuito de desviar as
atenções e, mais uma vez, fazer crer que o assunto estava para muito breve.
A este propósito, relembramos que, em maio, a Junta nada sabia sobre a nova escola e garantia que não
existia projeto nenhum que viesse da Câmara anterior. Mentiu, porque, como se provou, existia terreno e um proje-
to de uma nova escola com 11 salas para o terreno adjacente à atual escola, já visado pelo Ministério da Educação.
Curiosamente, no final de junho, na Assembleia de Freguesia, a senhora vereadora Lucília apareceu e afirmou que
em outubro arrancariam as obras no Brejo e que quando chegados ao final do ano teríamos 25% da construção efe-
tuada. E a isto a Junta, orgulhosamente subserviente, acenava com a cabeça, que era verdade sim senhor. Infeliz-
mente, foi uma grande mentira, porque a gente passa ao Brejo e nada vê de novas construções. Além da mentira, há
que referir a confusão e a falta de consistência e serenidade com que Junta e Câmara têm vindo a referir-se ao
assunto, se não vejamos:

 Em junho, do complexo escolar fazia parte integrante um polivalente que serviria, nomeadamente a nível de bal-
neários, o complexo desportivo (campo de futebol). Pretendia-se minimizar, assim, os inconvenientes da não cons-
trução do gimnodesportivo, segundo afirmações do Presidente da Junta e Vereadora.

 Passados dois meses, em setembro, já ia haver de novo gimnodesportivo (agora é este que vai servir a escola) e,
por isso, tudo era alterado e surgia um novo problema, era preciso terreno para o efeito. É na sequência disto que se
levanta o problema dos terrenos baldios, assunto tratado na 1ª página deste boletim e já abordado nos anteriores.
Em 06 de janeiro do corrente ano, o Senhor Presidente da Junta, na reunião de compartes dos terrenos bal-
dios, afirmou que o complexo escolar e o gimnodesportivo iriam arrancar, porque os processos estavam concluídos,
nomeadamente as verbas (fundos comunitários) já tinham sido disponibilizadas. Não sabemos em quem acreditar,
porque os documentos previsionais para 2011 dizem:

 Complexo Escolar do Olival - “ Este investimento deverá iniciar-se no final do primeiro semestre de 2011, ten-
do um prazo de execução de 18 meses e estando condicionado à aprovação de candidatura efetuada a fundos
comunitários “ e, segundo os mesmos documentos, terá o custo final de 1.413.500,00€.

 Pavilhão Gimnodesportivo do Olival - “ Este investimento deverá iniciar-se no início do segundo semestre de
2011, tendo um prazo de execução de 18 meses e estando condicionado à aprovação de candidatura efetuada a
fundos comunitários “ e, segundo os mesmos documentos, terá o custo final de 1.764.500,00€.

Apesar das sucessivas expectativas defraudadas, queremos acreditar que, em junho, aqui estaremos, finalmente,
para dar conta do início das obras do tão necessário e desejado complexo escolar.

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico


FICHA TÉCNICA www.moia-olival@blogspot.com

Direcção técnica desta edição:


Distribuição local, gratuita e
_ Pedro Oliveira _ Saul Neves
periódica

O Acto de ser Moiano!


“O acto de ser Moiano” poderia ser o título da sua novela preferida, embora se reconheça que para muitos seria
uma ficção “dantesca”, um cenário catastrófico para o Olival. Mas, bem pelo contrário, esta é real e desprovida de
enredos mirabolantes, nasceu e, inegavelmente, cresceu, ganhando o seu espaço de intervenção. Passado um ano e
uns trocos, é hora de introspecção, de análise nua e crua da nossa vivência sociopolítica na nossa terra, a freguesia
do Olival, para o qual avançaremos brevemente com uma data para um encontro de Olivalenses. É hora de reunir os
apoiantes do Moia, discutir, debater e assumir novos objectivos. A inexistência de qualquer apoio ou ligação partidá-
ria, que para alguns foi considerado argumento de peso, em campanha eleitoral, contra o Moia, veio a transformar-se
numa inquestionável mais-valia para a nossa freguesia: independência quanto baste na análise das propostas, à luz de
princípios e critérios amplamente divulgados, transparência e mais transparência, claramente o oposto do defendido
e ou perpetrado pelos outros grupos: “o segredo é a alma do negócio”.
O Olival, grosso modo, cresceu, os Olivalenses são agora mais interessados pelas temáticas que nos ocupam o dia-
a-dia, e aqui não falo apenas dos potenciais Moianos, mas da generalidade das pessoas. Frequentemente, sou aborda-
do por pessoas que nos apoiam, mas também por pessoas que de nós divergem, esgrimindo os seus argumentos, fun-
damentando as suas opiniões, e isto, meus senhores e senhoras é a nova consciência social que, no Olival, está em
crescendo e que já ninguém poderá parar...à qual todos nos juntaremos, pois é esta a ponte para a outra margem.
Todos!
É este o momento de concertação estratégica para a nossa Freguesia. Objectivos comuns para o desenvolvimento
futuro da Freguesia poderão ser atingidos por caminhos diferentes, independentemente de quem é executivo. Indubi-
tavelmente existem erros crassos, infantis, ingénuos por falta de experiencia, mas existe também prepotência, falta de
visão, de planeamento, de critérios, de abertura ideológica e, evidentemente, de transparência na gestão deste execu-
tivo.
A nossa disponibilidade para trabalhar mantêm-se, pois o futuro precisa de planeamento concertado entre todas as
forças políticas, embora divergindo ideologicamente, o bem-estar social da freguesia é superior e apenas se consegue
com consensos generalizados. Neste ciclo, PS, PSD, MOIA e Independente dos independentes, o tempo urge, e não
podemos andar anos a projectar obras, resultantes de consensos obtidos na Assembleia e, depois, com a mudança de
Executivo são pura e simplesmente guardadas na gaveta ou ignoradas como se inexistentes. Deste modo, ficaremos
eternamente num impasse, nem para a frente, nem para trás!
Não aceitaremos, como aconteceu com o complexo escolar, que os critérios para a construção e localização sejam
do género: é novo, melhor e bonito. Então, o critério do crescimento futuro da população, para mim fundamental,
não conta? Veja-se o caso do Jardim Infantil, construído com uma sala, muito pouco para as necessidades futuras que
se vieram a verificar. Agora será desactivado e deslocado do Centro do Olival, por causa
de um Pavilhão Desportivo que a Câmara aprova e o Tribunal de Contas desaprova.
Que dizer de projectos de construção de um bar e esplanada, no parque de Lazer do Oli-
val, uma variante, para retirar o trânsito do Centro do Olival, sem que haja um plano de
desenvolvimento estratégico concebido para o curto, médio e longo prazos, com a parti-
cipação de todos os elementos da Assembleia e, porque não, da população?

E já agora, o saneamento básico não entraria nesse plano? Sabemos que abastecemos
de água potável quase metade do concelho de Ourém, com o consequente empobreci-
mento das nossas nascentes e terrenos, a montante da captação, que antes jorravam à
superfície e agora se encontram a vinte metros de profundidade. E os nossos esgotos que
se infiltram e inquinam essas águas? São mais do que motivos para que a Junta e a
Câmara Municipal encarem esta problemática como prioritária. Possivelmente, alegarão:
“assunto no segredo dos Deuses”.

Tenham paciência, deixem o vosso umbigo… Pedro Oliveira

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