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CAPITAL INTELECTUAL
CONHECIMENTO TRANSFORMADO EM LUCRO
SÃO PAULO
2010
CENTRO PAULA SOUZA
ETEC SANTO AMARO
CAPITAL INTELECTUAL
CONHECIMENTO TRANSFORMADO EM LUCRO
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à Escola
Técnica Estadual Santo Amaro
para obtenção do grau técnico
em Contabilidade.
SÃO PAULO
2010
CENTRO PAULA SOUZA
ETEC ANTO AMARO
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Ronaldo Leite Paixão Lucas
_______________________________________________________
Fernando Antônio de Campos
_______________________________________________________
Mauro Tadeu Almeida de Oliveira
Dedicamos a todos que
confiaram em nossa
competência para realização
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
TI Tecnologia da Informação
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14
6 - CONCEITO GOODWILL...................................................................................... 41
6.1 - CLASSIFICAÇÃO DO GOODWILL .......................................................................... 42
6.2 - GOODWILL VERSUS CAPITAL INTELECTUAL ......................................................... 43
6.3 - CONTABILIDADE VERSUS CAPITAL INTELECTUAL ................................................. 45
7 - MENSURAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL ................................................. 46
7.1 - MODELOS DE MENSURAÇÃO ............................................................................ 47
7.2 - DIFERENÇA ENTRE VALOR DE MERCADO E O VALOR DE CONTÁBIL ...................... 47
7.3 - MODELO SKANDIA............................................................................................ 48
7.4 - RAZÃO ENTRE VALOR DE MERCADO E O VALOR CONTÁBIL ................................... 50
7.5 - MODELO “Q” DE TOBIN .................................................................................... 51
7.6 – NAVEGADOR DO CAPITAL INTELECTUAL ............................................................. 52
7.7 - BASE LEGAL DE RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL ...... 53
7.8 - VANTAGENS NA MENSURAÇÃO ........................................................................... 53
7.9 - CONTABILIZAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL ....................................................... 54
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 55
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 56
1 – Introdução
Muito se tem comentado, nos últimos tempos, que os relatórios fornecidos pela
Contabilidade Financeira não retratam certas realidades das empresas, tendo em
vista o fato de o valor contábil das ações estarem muitas vezes abaixo do seu valor
de mercado.
Esse contraste entre os dois valores vem sendo identificado como Capital
Intelectual.
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2 - Sociedade do Conhecimento
“1. Estão surgindo tecnologias genuinamente novas. É quase certo que elas criarão novas indústrias
importantes e novos tipos de grandes empresas e que tornarão, ao mesmo tempo, obsoletas as grandes
indústrias e empreendimentos atualmente existentes. (...) As próximas décadas do século passado, quando
nascia uma grande indústria baseada em nova tecnologia poucos anos após o aparecimento de outra, e não
farão lembrar a continuidade tecnológica e industrial dos últimos cinqüenta anos.
2. Estamos diante de grandes mudanças na economia mundial. (...) O mundo tornou-se, em outras palavras, um
mercado, um centro de compras global.
3. A matriz política da vida social e econômica está mudando celeremente. A sociedade e a nação de hoje são
pluralistas.
4. O conhecimento, nestas últimas décadas, tornou-se o capital principal. O centro de custo e o recurso crucial
da economia. Isso muda as forças produtivas e o trabalho; o ensino e o aprendizado; o significado do
conhecimento e suas políticas. “Mas também cria o problema das responsabilidades dos novos detentores do
poder, os homens do conhecimento.”
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2.1 - Definição de Conhecimento
2. Prático como aquele que se procura visando à ação. Exemplo: ética e política;
3. Produtivo como aquele que se procura para poder produzir ou criar algo.
Exemplo: poesia.
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É um recurso ilimitado, pois a pessoa aprimora seus conhecimentos à medida
que os desenvolve diferente de alguns recursos naturais que se esgotam ao passar
do tempo;
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Gerencial, em decorrência da aplicação do conhecimento à ferramenta, processos e
produtos, ao trabalho e a conhecimentos, respectivamente.
Para uma melhor compreensão do contexto atual que vivemos, faremos uma
breve retrospectiva dos grandes momentos de mudanças enfrentados pela
humanidade.
A aplicação do conhecimento em novas tecnologias sempre existiu e este foi
e continua sendo o modelo de desenvolvimento das civilizações. Entretanto, a
aplicação do conhecimento até a Revolução Industrial limitava-se a uma profissão
ou a uma aplicação específica, não sendo utilizado em uma segunda aplicação.
A palavra Tecnologia deriva de technê ( grego), que significa o mistério de
uma habilidade, e de logia, que vem a ser conhecimento organizado, sistemático,
significativo.
Por volta de 1770, na França, ocorreu a formalização da Tecnologia, quando
foi editada a Encyclopédie, por Denis Diderot e Jean d’Álembert. Onde reunia de
forma organizada o conhecimento de todas as profissões artesanais. Como principal
impacto à época, a Encyclopédie dizia que os princípios que produziam resultados
em uma produção artesanal, produziriam resultados em qualquer outra profissão
(Drucker, 1993:10).
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A sistematização e mecanização do trabalho passam a ser o foco
perseguido por todas as organizações aliadas a aplicação das tecnologias
desenvolvidas em busca da diminuição dos custos e do aumento da produção.
Assim, a economia deixa e ter uma base artesanal e manufatureira para firmar-se
como produção industrial e mecanizada.
Com os benefícios trazidos pela divisão e especialização do trabalho para a
organização em termos de eficiência operacional, este conceito foi-se estendendo
para os demais níveis hierárquicos. Ressalta-se, nesse campo, a contribuição de
Henri Fayol, que se ateve aos estudos da separação das funções dentro da empresa
e aos Princípios da Administração.
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• 1ª Grande Onda de Mudança pela qual passou a humanidade foi a AGRíCOLA –
(8000 A.C. até 1750 D.C.), ou seja, demorou quase 10.000 anos para ser concluída.
Algumas Características:
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Na era na qual nos encontramos, na 3ª Onda, o conhecimento é o grande
agregador de valor às organizações. A mola propulsora da sociedade atual não é
mais o capital financeiro, máquinas, ferramentas. E sim o conhecimento e a
informação. Esse capital intelectual é que vai gerar riquezas para as organizações
do presente e do futuro.
Entretanto, muitos países estão sentindo o impacto simultâneo de duas, e
até mesmo de três ondas de mudança, completamente diferentes, todas se
movendo com diferentes velocidades e com diferentes graus de força. Ou seja, pode
estar ocorrendo uma superposição de ondas. E isso tem provocando grandes
turbulências às organizações desses países.
A origem dos estudos do capital intelectual coincide com o surgimento da
Sociedade do Conhecimento, que teve início logo após a Segunda Guerra Mundial,
quando o conhecimento e a informação passaram a ter um importante papel na
sociedade. Praticamente coincide com o início da 3ª Onda.
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serviços, além de possibilitar o acesso a informações de publicidade e propaganda
das empresas;
Certamente, os aspectos apontados por Brooking não só impactam a
estrutura organizacional da empresa em termos de investimentos no sistema de
informações, no planejamento estratégico, para adaptação as condições do mercado
global, no desenvolvimento de novos produtos e serviços, mas também as pessoas
que farão parte de sua estrutura, aplicando seus conhecimentos, que trarão a
vantagem competitiva, a informação esta disponível para todos indistintamente e,
ainda, a tendência de barateamento e da popularização da informática, o diferencial
encontra-se na aplicação da informação, transformando-a em conhecimento.
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Outra conclusão que advém da aplicação do conhecimento nas
organizações é a existência de um líder, aqui entendido como uma pessoa que faça
a diferença para a organização, dada sua capacidade de materializar o
conhecimento possuído, revertendo-o em riqueza, cuja sua saída possa
comprometer os resultados.
Brooking (1196:6) comenta que, em artigo publicado no The Sunday Times,
em 1995, foi associada à existência de alguns líderes aos altos lucros alcançados
pelas empresas a que pertencem, e ainda o impacto que estas sofreriam caso estes
líderes as deixassem, por qualquer motivo.
Entende-se que a organização investe na expertise e se possui um líder, sua
ausência pode causar impacto negativo em seus resultados, mesmo que temporário;
o importante, porém, é que durante sua permanência, esta representa um diferencial
a mais, garantindo (ou contribuindo para) a geração futura de lucros.
Pelo exposto, conclui-se que a capacidade de as empresas se adaptarem as
mudanças, daqui por diante, dependerá muito mais da administração dos recursos
intelectuais do que da coordenação física dos empregados que trabalham na
produção, manuseando os ativos tangíveis, pois a própria automação dispensa tal
tarefa e que, principalmente, o intelecto e o conhecimento agregam valor ao produto,
assim como toda a estrutura desenvolvida para gerenciá-lo, resultando em ganho de
poder.
Assim, esta realidade torna urgente o desenvolvimento de novos conceitos
no tocante a mensuração do valor das organizações, fato que vem impactar
diretamente o poder informativo dos relatórios contábeis.
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4.1 - Breve Histórico da Contabilidade
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natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas
mutações, o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos,
expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios”.
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Drucker (1997:73-89), considerando o Princípio da Continuidade, pondera
que as empresas devem ser administradas como negócios permanentes, para a
criação de riqueza, e que este fato óbvio não reflete nas medições tradicionais, pois
requer informações que possibilitem aos executivos fazer julgamentos informados.
Logo, os gerentes precisam de demonstrações que relacionem a condição atual da
empresa a sua capacidade futura de produção de riqueza, a curto e a longos prazos,
e exemplifica: uma perda de posição no mercado ou o fracasso em uma inovação
não aparecem nas cifras contábeis até que o dano já esteja feito.
Segundo o autor, são necessários quatro conjuntos de instrumentos:
informações básicas, informações sobre produtividade, informações sobre
competência e informações sobre alocação de recursos escassos, que constituem o
instrumental para os executivos administrarem os negócios correntes.
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No decorrer das duas últimas décadas, entretanto, a propagação da
tecnologia, das telecomunicações e a aplicação do conhecimento na busca da
vantagem competitiva produziram benefícios intangíveis que não vem sendo
explorados, ou mesmo percebidos a contento pela Contabilidade tradicional. Este
fato, na opinião de Johnson e Kaplan (1996:201-202), consiste em uma falha do
modelo da Contabilidade Financeira que compromete o papel da lucratividade de
curto prazo como indicador válido e confiável da saúde financeira de uma
companhia. Os autores confirmam a necessidade de não se limitar o cálculo do valor
econômico a soma dos ativos individuais, medindo sob qualquer critério de custo,
devendo-se somar o valor dos ativos intangíveis discutidos até então.
Esses benefícios, por serem vitais para a continuidade das organizações no
ambiente atual, são considerados ativos, e a combinação desses vários ativos
intangíveis vem-se atribuindo o nome de Capital Intelectual.
Dessa forma, entende-se que, se estão sendo incorporados outros itens ao
patrimônio da organização, itens que criarão valor a médio e longo prazo, ou seja,
que reverterão em lucro para a empresa, a Contabilidade deve esforçar-se para
identificar e mensurar tais itens, pois isto é de suma importância tanto
gerencialmente quanto para seus usuários externos.
Em suma, o recurso econômico da Sociedade do Conhecimento é
conhecimento do intelecto. Assim sendo, as organizações necessitam investir
grandes somas no ser humano, detentor do conhecimento, e em sistemas de
informações, pois a informação constitui-se na matéria-prima para a aplicação do
conhecimento. Ocorrem como demonstrado, que nenhum desses dois aspectos, de
suma importância para a continuidade das empresas na economia atual, bem como
os demais decorrentes da aplicação da tecnologia a produtos e processos, vêm
sendo considerados, e muito menos divulgados, pela Contabilidade tradicional, sob
qualquer forma de relatório. Consequentemente, um número expressivo das
empresas encontra-se subutilizadas, proporcionalmente a quantidade do recurso
intelectual utilizado, e outras artificialmente sustentadas. Isto é um fato.
5 - Capital Intelectual
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Analisando-se as citações, pode-se concluir a primeira vista, que o hiato
deixado pela Contabilidade tradicional reflete-se na diferença entre o valor
patrimonial e o valor de mercado, visível no valor das ações em Bolsa. Todavia, dois
outros aspectos que chamam a atenção é que, igualmente, pode-se atribuir a lacuna
deixada pela Contabilidade são identificados: o comportamento inesperado das
ações de certas companhias, mesmo quando essas enfrentam alguma situação
adversa, e a mudança na composição dos custos dos produtos e serviços, pois os
custos tangíveis estão perdendo espaço para o recurso do conhecimento.
Na prática, os ativos intangíveis só vêm sendo avaliados precisamente
quando a empresa é vendida. Entretanto, os gestores necessitam ter conhecimento
(identificação e mensuração) desses ativos que a empresa possui, para administrar
sua continuidade e, assim, divulgar informações mais próximas da realidade para os
interessados.
Conceituar o valor que se encontra “escondido” dentro da empresa, como se
referem alguns autores, ao que se vem atribuindo o nome de Capital Intelectual, é o
objetivo desse capítulo, pois, a exemplo da Intel e da Microsoft, que estão valendo,
juntas, US$ 239 bilhões, sendo que seus ativos tangíveis chegam apenas a US$ 34
bilhões (Exame Informática, 1997:98), existem muitas outras empresas.E, como tão
oportunamente observam Edvinsson e Malone (1998:2), “o valor de uma Intel ou de
uma Microsoft não reside nos tijolos e na argamassa ou mesmo nos estoques, mas
em outro tipo intangível de ativo: o Capital Intelectual”.
Para atender tal intuito, julga-se importante tecer algumas considerações
sobre o Ativo no tocante apenas ao conceito que se firma para o entendimento do
Capital Intelectual, não objetivando, portanto, uma revisão bibliográfica.
5.1 - Ativo
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De forma mais analítica, Iudícibus (1194:106) confirma a visão de Paton ao
assumir a principal característica de um ativo:
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Imobilizado Corpóreo
Exemplo: Imóveis, Veículos e Equipamentos
Investimentos Financeiros
Exemplos: Partes de capital em empresas de grupo, títulos e outras aplicações
financeiras.
Circulante
Existências
Exemplos: Mercadorias e Caixa
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Entretanto, deve-se levar em conta a visão de Bierman Jr. (1963), referente
a essa questão, quando se afirma que é de fato impossível se ter uma estrita
interpretação de evidencia objetiva, a menos que a Contabilidade seja limitada a
mensuração do caixa. O mais perto que um contador pode chegar a exatidão
informacional é no montante de caixa disponível. Parece óbvio que o autor
imaginava um macro ambiente com e economia estável, ou seja, sem inflação ou
deflação, quando fez tal afirmação. Do contrário, até a mensuração do caixa estaria
sujeita a determinado grau de subjetividade.
O Goodwill é um dos componentes dos Ativos Intangíveis e, como tal, vem
sendo alvo de muito estudos e pesquisas, dada sua complexidade, relevância e
discordância entre os autores estudiosos do assunto.
Os Ativos Intangíveis são importantes fontes de valorização das empresas.
Sendo assim, fatores como marcas, patentes, tecnologia, pesquisas,
desenvolvimento e domínio do conhecimento humano tornam essenciais para a sua
valorização. Ele é um subgrupo da Demonstração de Posição Financeira (antigo
Balanço Patrimonial).
Os bens intangíveis não possuem existência física, porém representam
uma aplicação de capital indispensável aos objetivos sociais, que tem como uma
das principais características a potencialidade de gerar benefícios futuros para as
empresas.
Ganharam reconhecimento com as grandes mudanças na elaboração e
divulgação das demonstrações contábeis, de acordo com a Lei 11.638, de 28 de
dezembro de 2007.
Os principais atributos de um ativo são: o controle dos recursos e a
capacidade de proporcionar benefícios futuros para a organização. O termo tangível
vem do latim "tangere" ou do grego "tango" que significa tocar. Logo, os bens
intangíveis são aqueles que não podem ser tocados, porque não possuem corpo
físico. Na composição do ativo de uma entidade, existem ativos materiais ou
tangíveis, e ativos imateriais ou intangíveis.
O valor da entidade não se restringe à soma dos valores de seus ativos
tangíveis, pois se inclui os valores de ativos intangíveis: o surgimento de produtos
inovadores, o conhecimento de processos de produção flexíveis e de alta qualidade,
o talento e a moral dos empregados, a fidelidade dos clientes e imagem dos
produtos, rede de distribuição eficiente, etc.
De acordo com Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, ativo intangível
são direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da
companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio
adquirido.
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5.3 - Definições do Ativo Intangível
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merecedor da atenção do homem educado. A chave para se produzir mais era
trabalhar mais inteligentemente.
Então no ano de 2007 houve um desmembramento do ativo imobilizado,
que, a partir da vigência da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa
a contar apenas com bens corpóreos de uso permanente.
Na contabilidade, o Ativo Intangível representa um elemento sem
substância física, mas com valor econômico, como, as já ditas: patentes, marcas,
direitos autorais, Capital Intelectual, entre outros.
Deve ser ressaltado que, para as companhias abertas, a existência desse
subgrupo "Intangível" já se encontra regulada pela Deliberação Comissão de Valores
Mobiliários - CVM nº 488/05.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis Pronunciamentos Técnico n°
04/2008 diz que alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que
possuem substância física, como um disco (como no caso do software),
documentação jurídica (caso de uma licença ou patente) ou em um filme. Para saber
se um ativo que contém elementos intangíveis e tangíveis deve ser tratado como um
ativo imobilizado ou como ativo intangível, nos termos da presente Pronunciamento,
a entidade avalia qual elemento é mais significativo. Por exemplo, um software de
uma máquina-ferramenta controlada por computador que não funciona sem esse
software específico é parte integrante do referido equipamento, devendo ser tratado
como ativo imobilizado. O mesmo se aplica ao sistema operacional de um
computador. Quando o software não é parte integrante do respectivo hardware, ele
deve ser tratado como ativo intangível.
Pode-se concluir que os Ativos Intangíveis são importantes fontes para a
valorização das empresas. Isto se deve ao fato de que os Ativos Intangíveis
identificam de uma forma dinâmica o potencial da empresa, no presente e a sua
capacidade de gerar benefícios no curto e longo prazo.
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Ativos de propriedade intelectual: os ativos necessitam de proteção legal
para proporcionarem as organizações benefícios, tais como know-how ( segredos
industriais), copyright (patentes), etc.
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- Folhas, galhos e tronco = representam a empresa conforme é conhecida
pelo mercado e expressa pelo processo contábil (parte visível);
- Raiz = capital intelectual (valor oculto).
Para ter bons frutos a árvore precisa ser alimentada por raízes fortes e
sadias. Com raízes bem cuidadas a empresa florescerá; já, com raízes avariadas a
empresa poderá morrer. Raízes fortes podem constituir o único fator que preserva
uma árvore durante uma seca ou uma geada inesperada.
Para Nonaka e Takeuchi (1997), capital intelectual / conhecimento – é um
ativo intangível que está disperso na cabeça das pessoas que integram uma
empresa e em documentos gerados em sua estrutura, como relatórios,
memorandos, arquivos eletrônicos e, especialmente, na sua experiência prática.
Esses autores conceituam o conhecimento explícito (existência concreta) e o
conhecimento tácito (intuitivo).
Na atualidade, o Capital Intelectual pode ser divido em três grandes capitais.
O capital humano, o capital estrutural e o cliente. Todos são intangíveis, mas
descrevem coisas tangíveis para os executivos. É o intercâmbio entre que cria o
Capital Intelectual.
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A gestão do capital humano passa pelo levantamento do potencial humano,
pela identificação das potencialidades estratégicas a desenvolver e pela capacitação
necessária.
O capital humano, portanto, configurando-se como um grande referencial de
sucesso no meio empresarial, é o que vai determinar o futuro da companhia. Sem
um gerenciamento adequado deste requisito, nenhuma empresa terá sucesso com
suas metas e objetivos e, consequentemente, não alcançará os resultados
esperados. Muito menos poderá pretender manter-se competitiva no mercado.
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- os que melhoram a imagem, no qual suas referências e seus depoimentos são
muitos valiosos;
- os clientes que melhoram a organização, esses exigem soluções de ponta,
melhorando a estrutura interna da empresa; e
- os clientes que aumentam a competência, que contribuem com projetos que
desafiam a competência dos funcionários, fazendo que os funcionários aprendam
com eles.
Existe uma metodologia desenvolvida por Sveiby (1998) para avaliação dos
ativos intangíveis, que tem como objetivo criar um sistema de gerenciamento de
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informações para os gestores da empresa, que precisam conhecê-la, acompanhar a
sua evolução e adotar medidas corretivas, quando necessárias.
As avaliações dos ativos intangíveis são feitas para atender as necessidades
de atendimento dos clientes, credores e acionistas ou para uso dos gestores da
empresa.
Para avaliar os ativos intangíveis, o processo é o seguinte: determinação da
finalidade: uso externo e/ou interno; a classificação dos funcionários dentro de uma
das três categorias de ativos intangíveis, que são: competência, estrutura interna e
estrutura externa; a formulação de uma estratégia para gestão do conhecimento;
informações que deverão enfatizar o fluxo, a mudança e os dados de controle;
comparação dos indicadores em relação aos anos anteriores; apresentação dos
indicadores num quadro denominado de Monitor de Ativos Intangíveis.
As informações geradas pela Avaliação do Capital Intelectual são úteis para
os gestores, já que lhes possibilitam: sistematização das informações; identificação
e mensuração de indicadores financeiros e não financeiros; detalhamento da
competência dos profissionais, geradores de receitas da organização; proporcionam
subsídios para tomada de decisões sobre pessoal, investimentos e clientes.
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Para Stewart (1998) os ativos intelectuais de uma corporação, são
geralmente três ou quatro vezes mais valiosos que os tangíveis que constam nos
livros e diz que os passos para administrá-lo são:
- classificar o seu portfólio: o que você tem, o que você usa, onde eles estão
alocados;
- analisar e avaliar o valor do portfólio: quanto eles custam, o que pode ser
feito para maximizar o valor deles, se deve mantê-los, vendê-los ou
abandoná-los;
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banco de dados é consultado; atualização do banco de dados; contribuição ao
banco de dados; volume de uso do sistema de informação (SI); custo do SI por
vendas; lucro por custo do SI; satisfação com o serviço do SI; taxa de
implementação de novas ideias pelo total de novas ideias geradas; número de
introdução de novos produtos; introdução de novos produtos por empregado;
número de equipes de projeto multifuncionais; proporção do lucro dos novos
produtos introduzidos; tendência do ciclo de vida dos produtos nos últimos cinco
anos; tempo médio para planejamento e desenvolvimento de produto; valor das
novas ideias (economias e ganhos em dinheiro).
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habilidade de não permitir que a aflição impeça a capacidade de pensar e
principalmente, o relacionamento em grupo e a empatia.
Goleman (1996:176), referindo-se ao ambiente organizacional, cita o
estudo realizado entre os engenheiros e cientistas que apresentavam os melhores
resultados do teste de Q.I. Acadêmico dos Laboratórios Bell, quais denominou os de
“profissionais-estrelas”. Entretanto, observou que, dentro desse banco de talentos,
alguns despontam como estrelas, enquanto outros têm apenas produção mediana, e
ressalta: “O que faz a diferença entre as estrelas e os outros não é o Q.I. acadêmico
deles, mas o Q.E.
São mais capazes de motivar-se, e de transformar suas redes informais
em equipes improvisadas. Em outras palavras, pode-se concluir que a Inteligência
Emocional envolve a habilidade de resolver problemas e enfrentar situações
adversas, de expor ideias com clareza e rapidez, de ser criativo e saber materializar
sua imaginação.
6 - Conceito Goodwill
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6.1 - Classificação do Goodwill
Goodwill profissional: desenvolvido por uma classe profissional que cria uma
imagem que a distingue dentro da sociedade, propiciando condições de alta
renumeração, como no caso dos médicos, advogados e contadores em alguns
países;
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6.2 - Goodwill Versus Capital Intelectual
Administração superior;
Propaganda eficaz;
Localização favorável.
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Conhecimento, por parte do funcionário, do que representa seu trabalho para
objetivo global da companhia;
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se as classificações de ambos e os fatores responsáveis por suas formações.
Entretanto, a afirmação de H. Thomas Johnson (apud Edvinsson e Malone, 1998:4),
ao considerar que o Capital Intelectual se encontra escondido no interior do “mais
misterioso lançamento contábil , aquele referente ao Goodwill”, dá-nos uma idéia de
complementaridade. Quanto a questão de identificação de tais elementos, esta se
apresenta de forma muito mais complexa do que pode parecer a primeira vista,
conforme a literatura consultada.
Monobe (1986:55), ao se referir a problemática da identificação do Goodwill,
assume que “um dos problemas subsistentes continua sendo a linha divisória entre o
valor atribuível ao Goodwill e aqueles atribuíveis a outros intangíveis, o que acarreta
especialmente dificuldade na sua mensuração”.
Assim sendo, conclui-se que o modelo desenvolvido para mensuração do
Capital Intelectual pode ser entendido como uma tentativa de identificar e mensurar
alguns dos fatores (ativos intangíveis) que contribuem para a geração de lucros
futuros, minimizando a quantidade de intangíveis não identificados e,
consequentemente, o valor do Goodwill.
Conclui-se, portanto, que os idealizadores do modelo estão resolvendo parte
dos componentes subjetivos do Goodwill e não o problema do Goodwill em sua
totalidade, ou melhor, “explicando a diferença entre o valor contábil e o valor de
mercado” como se referem.
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mostram-se cada vez mais estáticos e obsoletos para acompanhar a organização
moderna, com sua estrutura fluida, parceria estratégica, trabalho em equipe,
marketing em rede de multimídia e repositório vitais de recursos humanos
intelectuais. Um dos principais desafios encontrados pela contabilidade consiste na
mensuração do Capital Intelectual.
Beuren e Beltrame apud Wernke (2002), retratam esta dificuldade dizendo
que este é um desafio precisa ser vencido mediante pesquisas e experiências
práticas e que, adicionalmente, é necessário evidenciar o retorno proporcionado pelo
Capital Intelectual. Sua importância consiste basicamente no fato de que em muitas
empresas, notadamente as que utilizam tecnologia de ponta, determinado executivo
de grupo de pessoas (por exemplo, pesquisadores e cientistas) são responsáveis
pela manutenção da parcela de mercado ou liderança em termos de práticas
adotadas e inovações oriundas do conhecimento que estes detêm.
46
realizar uma análise rigorosa de modo a mensurar, relatar e gerir o Capital
Intelectual de uma empresa. Sendo o Capital Intelectual um fator importante em
qualquer empresa, uma das maiores dificuldades encontradas a cerca do tema é a
mensuração.
Padoveze (2000) sensibilizado por esta dificuldade fala que a nomenclatura
Capital Intelectual é usada para diferenciar esse ativo intangível dos demais ativos
da empresa. Dessa maneira, o valor da empresa é o somatório do Capital Intelectual
mais o Capital Físico, representados pelos ativos tradicionais da empresa. Um dos
principais desafios atuais da contabilidade é a mensuração do Capital Intelectual.
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Neste modelo, o valor do capital intelectual é obtido através da diferença
entre o valor contábil e o valor de mercado (valor de cotação em bolsa) de uma
empresa. Este é calculado utilizando-se a equação:
CI = VM – VC
Onde
CI = Capital Intelectual;
VM = Valor de Mercado (preço por ação multiplicado pelo número total de
ações do capital da empresa)
VC = Valor Contábil (valor registrado no Patrimônio Líquido da entidade).
Nos últimos anos, o Grupo Skandia vem despertando o interesse dos meios
acadêmicos e empresariais e da mídia por ter sido o primeiro grupo a divulgar um
relatório contendo dados sobre a avaliação do Capital Intelectual de suas empresas.
Esse relatório foi distribuído aos acionistas em 1995, como suplemento das
Demonstrações Financeiras referentes a 1994.
Considerando que não é objetivo deste artigo apresentar o modelo de
mensuração do Capital Intelectual desenvolvido pelo grupo, optou-se por abordar de
forma bem simplificada a sua essência, dando-se maior ênfase à Fórmula de
Mensuração do Capital Intelectual.
O grupo identificou certos valores de sucesso que deveriam ser
maximizados e incorporados à estratégia organizacional. Esses fatores, por sua vez,
foram agrupados em cinco áreas distintas de foco:
1. Foco Financeiro.
2. Foco Clientes.
3. Foco Processo.
4. Foco Renovação e Desenvolvimento.
5. Foco Humano.
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3. Estabelecer uma variável que capte a não tão-perfeita previsibilidade do futuro,
bem como a dos equipamentos, das organizações e das pessoas que nela
trabalham.
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20.Investimento em novas patentes e direitos autorais.
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7.5 - Modelo “Q” de Tobin
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Enquanto a desvantagem é que está sujeito às mesmas variáveis externas
que influenciam o valor de mercado.
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O Navegador do capital intelectual tem a vantagem da fácil visualização e do
acompanhamento da evolução do desempenho da empresa. Deve-se ter cuidado
especial na escolha dos índices de desempenho, para que sejam adequados à
estratégia da empresa.
Num mercado cada vez mais competitivo, o sucesso nos negócios, depende
basicamente da qualidade do conhecimento que cada organização aplica nos seus
processos coorporativos / empresariais. Nesse contexto, o desafio de se utilizar do
conhecimento residente na empresa, com o objetivo de criar vantagens
competitivas, torna-se mais crucial.
Em relação às vantagens na mensuração do capital intelectual, aponta as
vantagens da mensuração do capital intelectual, entre elas destaca-se: aumento no
potencial informativo da Contabilidade; redimensionamento patrimonial da entidade
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(clareza e adequação); canalização correta dos recursos para investimentos em
capital humano e capital estrutural; facilitar a escolha do investidor; determinar de
que maneira uma melhor gestão do conhecimento ajudará à empresa a ganhar ou a
economizar dinheiro e ainda, evitar danos e injustiças que uma avaliação patrimonial
incorreta traz, gerando lucros ou prejuízos indevidos.
Também identificam as razões pelas quais as organizações estão buscando
mensurar o seu capital intelectual, entre elas, a avaliações do capital intelectual
permite as empresas a formularem suas estratégias, pois a mensuração do capital
intelectual ajuda a organização identificar suas competências corporativas e os
melhores recursos para aproveitar as oportunidades; a avaliação dos indicadores de
desempenho do capital intelectual contribui para as empresas avaliarem suas
estratégias, ao mesmo tempo em que as executam; os indicadores do capital
intelectual ajudam as organizações nas decisões de desenvolver, diversificar e
expandir seus recursos, como no caso de alianças estratégicas, aquisições;
possibilita o uso de medidas financeiras juntamente com as medidas não financeiras
e permite a comunicação aos acionistas sobre os maiores concorrentes, crescimento
do mercado, volatilidade e perigos inerentes nas avaliações incorretas das empresas
e aumento do custo de capital.
VO PASSI
54
Conclusão
55
Bibliografia
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