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SOCIEDADE
Para uma teoria geral da política
A grande dicotomia:
PÚBLICO x PRIVADO
• É denominada uma grande dicotomia por dois
motivos:
Sociedade de desiguais
• O Estado é caracterizado por relações de subordinação ente
governantes e governados, entre detentores do poder de comando e
destinatários do dever de obediência, que são relações de desiguais.
Sociedade de iguais
• A sociedade natural dos jusnaturalistas ou a sociedade de mercado dos
economistas são relações de iguais (também chamada de
coordenação), na medida em que são elevados a modelo de uma
esfera privada contraposta à esfera pública.
NOTAS
IGUAIS DESIGUAIS
-Estado de natureza -Estado civil
-Esfera econômica -Esfera política
-Sociedade civil -Estado político
-CONTRATO -LEI
O uso axiológico da grande
dicotomia
• Público/privado possuem também um significado
valorativo. No seu uso descritivo comum, como
visto anteriormente, são tidos como
contraditórios. Do mesmo modo, o significado
valorativo de um tende a ser oposto ao do outro,
no sentido de que se um é tido como positivo, o
outro será visto como negativo, ou vice-versa.
Daí derivam duas concepções diversas da relação
entre público e privado: o PRIMADO DO
PRIVADO sobre o público e o PRIMADO DO
PÚBLICO sobre o privado.
O primado do privado
• Se afirma através da difusão e recepção do direito
romano no Ocidente. Assim, o direito privado
romano, embora tendo sido na origem um direito
positivo e histórico, transforma-se através da obra
secular de juristas, glosadores e outros, num direito
natural, até tornar-se novamente em positivo, com
validade absoluta, considerando-o dessa forma como
direito da razão, isto é, de um direito cuja validade
passa a ser reconhecida independentemente das
circunstâncias de tempo e lugar.
O primado do privado
• Hegel: direito privado é o “direito abstrato” e direito
público é o “direito constitucional”.
• Marx: quando fala de direito e desenvolve uma
crítica ideológica a ele, refere-se sempre ao direito
privado. A este, ele critica sua identificação com o
direito burguês, e ao direito público, a sua
concepção tradicional do Estado e do poder político.
• Kelsen: direito privado é como relações jurídicas,
como relações “de direito”, no sentido mais próprio
e estrito do termo, enquanto o direito público é visto
como relações de poder.
O primado do privado
• Um dos eventos que revela a persistência do direito privado
sobre o público é a resistência que o direito de propriedade
opõe à ingerência do poder soberano, e portanto ao direito
por parte do soberano de expropriar os bens do súdito.