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Grupos operativos

Grupos operativos

Teoria e técnica desenvolvida por


Enrique Pichon-Rivière.

Roteiro de exposição elaborado a partir do artigo de Chafi Abduch –


Grupos Operativos com Adolescentes. Cadernos Juventude Saúde
e Desenvolvimento, v. 1. Brasília, DF. 1999.
Grupos operativos
Consiste numa técnica de trabalho com grupos que busca:

• Promover um processo grupal de aprendizagem;


• Fazer uma leitura crítica da realidade com uma
apropriação ativa dessa mesma realidade;
• Estimular nos participantes uma atitude investigadora,
na qual cada resposta obtida se transforme
imediatamente em uma nova pergunta;
• Ter a aprendizagem como sinônimo de mudança.
Grupos operativos

Aplicado em grupos de adolescentes e jovens tem trazido


bons resultados quando se pretende trabalhar:

• auto-estima;
• juízo crítico;
• plano de vida e
• criatividade.
Grupos operativos
A técnica pode ser utilizada ainda em muitos contextos:

• familiares;
• grupos de terceira idade;
• grupos de trabalho;
• grupos de pais;
• grupos teatrais e esportivos;
• de egressos de sistemas privativos de liberdade;
• de drogaditos, etc
Princípios organizadores de um grupo operativo:
o vínculo e a tarefa

Vinculo

Do ponto de vista teórico o vínculo tem uma estrutura psíquica


complexa - sempre há uma personagem do mundo interno que
interfere nas relações.

Todas as relações humanas, de acordo com essa referência, comporta


uma contínua interação com a internalidade dos sujeitos – origem
de fantasias inconscientes. A fantasia inconsciente é então produto
de interação de vínculos entre sujeitos.
Vinculo

Do ponto de vista prático é um processo motivado que tem direção e


sentido – tem um porquê e um para quê?

O vínculo é estabelecido quando somos internalizados pelo outro e o


internalizamos também – ocorre aí uma mútua representação
interna: deixamos a indiferença e o esquecimento e passamos a
pensar, a falar, a nos referir, a nos interessar, a nos complementar,
a nos irritar, a competir, a discordar, a invejar, admirar, a sonhar
com o outro e com o grupo.

Os modelos inaugurais de vinculação são determinados pelas matrizes


de aprendizagem de cada um. Nessas circunstâncias o sujeito
tende a repetir padrões deixando assim de levar em conta a
realidade externa – favorável ou desfavorável, acolhedora ou
ameaçadora.
Tarefa
Modo pelo qual cada integrante reage a partir de suas
próprias necessidades.
Para Pichon-Rivière as necessidades constituem-se um
pólo norteador de conduta.
O processo de compartilhar necessidades em torno de
objetivos comuns constitui a tarefa grupal.
Nesse processo emergem dificuldades de várias naturezas
pessoais;
projetivas e transferenciais;
de conceitos e referências;
do conhecimento formal propriamente dito.
Aprender na ótica pichoneana é sinônimo
de mudança
A situação de mudança mobiliza medos básicos:
• medo de perder o estabelecido, o conquistado e o conhecido;
• medo de ataque é o sentimento em relação a situação
desconhecida – do que está por vir a ser...mas ainda não é.
São ansiedades a serviço da resistência à mudança.

O processo de elaboração dessa resistência indica que o grupo está a


caminho do projeto - é uma etapa conhecida como de pré-tarefa.

Quando o grupo passa a problematizar os obstáculos que emergem na


concretização de seus objetivos é porque entrou em tarefa – pode
então elaborar um projeto viável e dessa forma tornar-se um grupo
que opera mudanças.
O grupo operativo está centrado na tarefa

Um grupo passa por diversas etapas antes de se tornar


operativo
• de estruturação, desestruturação e reestruturação.
• momentos confusionais que o coordenador deve estar
atento para não deixar o grupo desfazer-se

• Compreender e avaliar a operatividade de um grupo


demanda do coordenador reconhecer os principais
vetores de avaliação.
Vetores de avaliação

• Afiliação – primeiro grau de identificação que os


integrantes tem com a tarefa e com os demais
membros;
• Pertença – é o grau subseqüente alcançado na
medida em que o grupo avança na identificação
e integração possibilitando a elaboração da
tarefa. Percebem que o projeto lhes pertence,
deixam de ser espectadores e passam a ser
seus próprios protagonistas
Vetores de avaliação

• Cooperação – é uma contribuição ainda


silenciosa para a tarefa grupal. É a possibilidade
dos integrantes assumirem e desempenharem
papéis diferenciados, complementares. Cada
qual contribui com o que sabe e o que pode.
• Pertinência – é o centramento na tarefa. Em
oposição a pré-tarefa onde se trabalha o medo
da mudança agora os medos básicos que
alicerçam as resistências estão superados.
Vetores de avaliação

• Comunicação – é o elemento considerado vital para a


interação do grupo. Ela pode se dar pelas vias verbal,
gestual, atitudinal, afetivas e emocionais. Funciona para
os grupos operativos analogamente a teoria física de
vasos comunicantes – possibilita o nivelamento de
conteúdo sem perda de identidade do continente.
Algumas formas:
– de um para todos – quando a recepção dos demais torna-se
passiva pode criar dependência de um “líder”
– de todos para um – observar se não ocorre a depositação de um
“bode expiatório”
– entre dois - que se isolam do grupo e podem criar sub-grupos.
– entre todos – quando o que é falado é escutado pelos demais e
a comunicação se torna fluída entre todos.
Vetores de avaliação

• Aprendizagem – se desenvolve a partir das informações


em saltos de qualidade que incluem tese, antítese e
síntese. Mudanças quantitativas que preparam
transformações qualitativas e estruturais. Implica
criatividade, elaboração de ansiedade, e uma adaptação
ativa à realidade.
• Tele – é o vetor que diz respeito ao clima que o grupo
desenvolve. A disposição pró ou contra para trabalhar a
tarefa grupal. São sentimentos de atração ou rejeição, e
portanto tele positiva ou negativa. Significa que toda
situação de encontro, é por sua vez, um reencontro com
figuras do mundo interno, da história dos integrantes, as
quais se reeditam na nova situação.

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