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OSCAR NIEMEYER

AUDITÓRIO, SÃO PAULO-SP


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INDICE:
 1. Historia...............................................................2

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 O Auditório Ibirapuera, criado por Oscar Niemeyer,
foi aberto ao público em outubro passado. O prédio
possui simplicidade volumétrica desconcertante:
um bloco único que em planta é um trapézio e, em
corte, um triângulo. Ele completa o conjunto de
edifícios do parque paulistano, tal como desenhado
na década de 1950.

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 Concebido para a apresentação de espetáculos
musicais, o Auditório Ibirapuera possui volumetria
simples. O bloco único opõe-se à proposta - vigente
desde a concepção da Ópera de Paris, no século 19 -
de separação em três partes, legíveis a partir do
exterior: foyer, platéia e palco. A simplicidade leva em
conta a composição, juntamente com a Oca, de uma
entrada principal para o parque. Esse conjunto de
acesso, com dois edifícios de volumes puros e alvos, é
considerado por Niemeyer - desde o desenho original
do Ibirapuera, em 1951/54 - o mais importante do
projeto, do ponto de vista arquitetônico. A articulação de
ambos seria feita por uma grande praça cívica e uma
marquise/passarela, ambas não realizadas.

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 Assim como os demais prédios do parque, e
grande parte da obra do arquiteto, o auditório é
inteiramente branco - concreto armado com pintura
impermeabilizante. Nas laterais, por exemplo, é
possível observar a paginação das fôrmas da
estrutura. Os únicos elementos que destoam - ou
se destacam - são a marquise de acesso e a porta
do fundo, ambas pintadas de vermelho. A marquise
marca o acesso principal e, executada em metal,
dá identidade ao prédio, caracteriza o volume puro
e o diferencia dos demais. Sua monumentalidade
dá idéia do ambiente interno. 5
 A simplicidade volumétrica exterior é acompanhada
pela organização interna. Junto à entrada, na parte
mais baixa, está o foyer. O conjunto palco/platéia,
por sua vez, ocupa a porção oposta, mais alta. No
subsolo estão bar, administração, escola de música
e camarins. Desses espaços, os dois principais
possuem a marca registrada de Niemeyer: o foyer
(principalmente) e a platéia. No primeiro, a
monumentalidade ganha um aliado importante: a
gigantesca escultura de Tomie Ohtake, que ocupa
parte das paredes e do forro. A obra seria realizada
em aço, mas por questão de custo e prazo é de
gesso.

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 Em contraposição a ela, a rampa de acesso à
platéia ocupa a lateral esquerda do foyer, no
sentido de quem entra. Até o início da construção,
estava previsto que esse elemento de circulação
serpentearia por quase todo o espaço. Assim que a
artista plástica nipo-brasileira apresentou seu
trabalho para o arquiteto, em uma pequena
maquete, ele achou por bem implantar a rampa
somente na lateral, para não prejudicar a leitura da
escultura. Vale uma curiosidade: as fundações da
rampa, inicialmente projetadas, repousam, inteiras,
no subsolo. A cor escolhida por Tomie, também
vermelho, não foi pré-combinada com o arquiteto: a
coincidência gerou um diálogo espontâneo entre os
dois autores.

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MATERIAIS E ACABAMENTO
 Embora utilize poucos materiais de acabamento, o
detalhamento possui certo nível de sofisticação.
Uma solução interessante, por exemplo, é a saída
do ar-condicionado no foyer através de uma grande
fresta entre o forro e as paredes laterais. Estas são
duplas, com vão de um metro, que possibilita
esconder os pilares de contraventamento, possui
função acústica e constitui shaft para as
instalações. Outros detalhes que chamam a
atenção são o rodapé e o guarda-corpo de madeira
da rampa - que entrou na última hora, por
exigência da legislação. 8
A PLATÉIA
 A platéia propriamente dita é o segundo espaço
onde se percebe o traço do mais aclamado
projetista brasileiro, mesmo que com menor
intensidade em relação ao foyer. Ela possui
dimensões incomuns: é larga e tem pequena
profundidade. Traduzindo em números: entre a
primeira e a última fileira existe uma distância de
16 metros e a boca do palco possui 28 metros. A
configuração espacial é ovalada; as paredes
receberam acabamento de ripas desencontradas.
Depois das primeiras apresentações oficiais, a
acústica - que teve projeto desenvolvido por José
Nepomuceno (leia o quadro abaixo) - foi elogiada
pela crítica musical. 9
 No fundo da construção, uma porta com 20 metros
de largura permite a utilização do palco para platéia
externa. Apesar da simplicidade do volume, a
estrutura possui grandes vãos, uma vez que a
cobertura está apoiada nas laterais triangulares. Os
únicos pilares situados no sentido transversal, no
miolo do volume, são duas peças que dividem o
foyer e a platéia. Assim, no maior vão do prédio, na
extremidade do palco, há mais de 50 metros.

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 O subsolo é dividido em duas partes, sem ligação
entre si. Uma delas, sob a área da entrada - que
corresponde à parte onde a cobertura encontra o
solo -, abriga um bar e um espaço de reuniões. A
área sob o foyer não possui subsolo. A outra fica
embaixo da platéia e do palco. Ali estão a
administração, uma escola de música, os camarins
e a sede do Instituto Música para Todos (IMT), uma
organização da sociedade civil de interesse público
que, além de administrar o auditório (em parceria
com a Secretaria da Cultura paulistana), cuida da
escola. Nessa área, os espaços são fragmentados,
sem maior interesse. O ponto focal é o painel de
Vallandro Keating, que marca a área de
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convivência.
ACÚSTICA
 Iniciamos a consultoria do auditório do Ibirapuera,
em 2002, com dois obstáculos importantes a
enfrentar: indefinições de programa e as
dimensões do espaço. Quando a equipe do
Instituto Música para Todos se aproximou do
projeto, a idéia de um espaço musical ganhou
corpo e culminou com a inclusão da escola de
música no prédio. Permanecia o desafio da
acústica para esse programa.

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 A platéia muito larga - com 43 metros - diminui os
benefícios da energia acústica lateral e coloca
riscos significativos nesse campo. Tem capacidade
para 800 lugares, mas com volumetria acústica de
salas para 1.500 pessoas ou mais. Tudo conduzia
para um espaço de música amplificada. Persegue
uma sonoridade clara, transparente e presente,
que não é típica de espaços de som amplificado.
Queríamos extrair o clima acústico contido no
desenho arquitetônico. São questões sofisticadas e
requerem repertório para seu entendimento.
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 Usa-se uma simulação computacional sofisticada e
modelos físicos para testar a resposta acústica do
auditório, e definimos inclinações de parede, forro,
revestimentos, posicionamento do sistema de som.
Niemeyer acompanhou cada progresso, sempre atento
aos resultados. As paredes laterais foram projetadas
para ajustar o volume da platéia e promover reflexões
úteis entre platéia e palco. Os lambris de madeira
constituem um sistema de absorção e difusão de som
com réguas de topos diferentes e aberturas irregulares.
O lambril é interrompido nas proximidades do palco
para criar um clima acústico vivo, como os músicos
preferem.
A porta que se abre para o parque, e que chama a
atenção, pesa mais de dez toneladas, devido à
necessidade de isolamento acústico.
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 Ao seu término, fez-se testes acústicos para
avaliação dos parâmetros de resposta e os
resultados foram muito bons. Tempo de
reverberação de 1,4 segundo e índices de
inteligibilidade excelentes. Posteriormente,
realizamos testes de escuta crítica com o pianista
Marcelo Bratke, que ficou entusiasmado com o
clima acústico do local. E, por último, foram feitos
os testes de ajustes e sintonia do sistema de
sonorização.

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FICHA TÉCNICA

Auditório Ibirapuera
Local
São Paulo, SP
Início do projeto
2002
Conclusão da obra
2005
Área construída
7.000 m2
Arquitetura
Oscar Niemeyer (autor);
Hélio Pasta e
Hélio Penteado (colaboradores)
Luminotécnica
Peter Gasper
Acústica
Acústica & Sônica
Sonorização
Akustiks e Acústica
& Sônica
Cenotécnica
Solé Associados
Consultoria de fundação
Ber-Far
Consultoria estrutural
Consultest
Gerenciamento
Kel
Construtora
OAS
Obras de arte
Tomie Ohtake e
Luís Antônio
Vallandro Keating
Fotos
Nelson Kon
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