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Revista de Ciências
Revista filiada à:
Editora da UFSC
UNIVERSIDADE FEDERALDE SANTACATARINA
EDITORA DA UFSC
Conselho Científico Alcir Pécora (UNICAMP); Artur Cesar Isaia (UFSC); Car-
men Silvia Rial (UFSC); Cecile Helene Jeanne Raud Mattedi (UFSC); Cleci Maraschin
(UFRGS); Darlei Dall’Agnoll (UFSC); Edmilson Lopes Junior (UFRN); Erly Euzébio
dos Anjos (UFES); Fernando Ponte de Souza (UFSC); Franz Josef Brüseke (UFSC);
Grauben Assis (UFPA); Héctor Ricardo Leis (UFSC); Jane Russo (UERJ); João Cleps
Junior (UFU); José Carlos Zanelli (UFSC); Leila Christina D.Dias (UFSC); Luis Hen-
rique Araújo Dutra (UFSC); Magda Ricci (UFPa); Márcio Lopes da Silva (UFV);
Maria Angélica Motta-Maués (UFPa); Maria Bernardete Ramos (UFSC); Maria Cecilia
Maringoni de Carvalho (UNICAMP); Maria Cristina Alves Maneschy (UFPa); Maria
Teresa Santos Cunha (UDESC); Mauricio Roque Serva de Oliveira (PUC-PR); Mauro
Pereira Porto (UNB); Olga Lucia Castreghini de Freitas Firkowski (UFPR); Oscar
Calavia Sáez (UFSC); Pedro Paulo da Costa Coroa (UFPa); Rafael Raffaelli (UFSC);
Saint-Clair C. da Trindade Júnior (UFPa); Silvio Paulo Botomé (UFSC); Walquiria
Krüger Corrêa (UFSC).
ISSN 0101-9589
Semestral
ISSN 0101-9589
Sumário
Apresentação................................................................................07
Pedrinho A. Guareschi1
Laura Helena Pelizzoli2
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Resumo Abstract
Introdução
de apelar para leis naturais para esmagar seres humanos que se opu-
nham a determinados regimes, levou à rejeição de uma ordem humana e
social determinada por uma lei natural preestabelecida. O critério ético
passa a ser o que foi escrito e promulgado. É a lei positiva. Tal paradig-
ma é denominado também de Contratualismo. Uma vez promulgada uma
lei, ela passa a ser válida. Com isso se evitaria a arbitrariedade e poder-
se-ia apelar para algo objetivo que foi formulado e promulgado. Pode-
mos nos libertar, assim, de uma natureza cega, de um lado, e dos mandos
e desmandos autoritários de governantes e grupos, de outro.
Como o paradigma da lei natural, o da lei positiva também sofre
restrições. Se eventualmente as leis fossem justas, discutidas democra-
ticamente e aplicadas da maneira o mais imparcial possível, o estado de
direito poderia ser um forte defensor do direito e das liberdades dos
seres humanos. No entanto, o que acontece quando os governadores e
os juizes são autoritários e quando alguns legislam em causa própria? O
que dizer quando grupos e minorias poderosas forçam a criação de acor-
dos e negociações em proveito próprio? Pode-se ainda dizer que o que é
instituído é ético? Vejamos a história recente do Brasil e da maioria dos
países da América Latina onde se instalaram ditaduras legitimadas pela
Doutrina da Segurança Nacional e onde se modificaram as Constitui-
ções dos países na base da força e da pressão. Se é a lei, o instituído, o
critério que fundamenta a ética, dever-se-ia dizer que os crimes e assas-
sinatos cometidos nesse período estariam legitimados.
Pelo que se viu até aqui, entende-se que o fundamento da ética é
colocado por alguns na lei natural (dado essa lei ser originada por um Deus
Criador ou por estar radicada na dignidade do ser humano e de seus direi-
tos inalienáveis) ou num positivismo jurídico, que se radica no texto de uma
lei escrita e promulgada. Examinamos as limitações e os perigos que se
originam de tais pressupostos. Que fazer, então? Haveria alternativas para
fundamentar a dimensão ética? É o que passamos a discutir.
Se as colocações discutidas mostram suas limitações e precarie-
dades, ao mesmo tempo, indicam pistas de por onde se pode iniciar a
busca de uma fundamentação ética para as ações e relações. Todavia,
é decisivamente importante que, ao perseguirmos tais fundamentações,
tenhamos sempre em mente suas possíveis limitações, como exige
toda postura crítica. Enquanto permanecermos dentro do que é hu-
manamente instituído, sem apelar para o eterno e o transcendente,
É importante ainda notar que tanto uma postura teórica, que procu-
ra a transformação e a emancipação, como uma postura que toma a
ciência como uma prática que diz “como as coisas são” pressupõem,
implicitamente, posturas éticas. A primeira, ao assumir claramente que
as ações devem levar à iluminação e à libertação. Já a segunda, ao dizer
que as coisas devem permanecer como estão, assume postura de manu-
tenção do status quo, impedindo que as coisas mudem. Por isso, ser
conservador, permitindo que as coisas permaneçam como estão ou im-
pedindo que elas mudem, é uma ação tão ética quanto lutar pela mudan-
ça, procurando fazer com que a situação se transforme4.
A dimensão da relação
Alguém sozinho pode ser alto, branco, simpático, etc., pois isso não im-
plica “relação”, isto é, não implica “outros”. Agora, justo, ninguém con-
segue ser sozinho, pois a justiça, ou a injustiça, somente entram em cena
no momento em que alguém se relaciona com os outros. Isso quer dizer
que se pode aplicar o adjetivo “justo” somente a “relação”. Tal adjetiva-
ção não pode ser dita de um pólo apenas da relação. Eu sou justo quando
estabeleço relações com outros que sejam justas, isto é, que respeitem
os direitos dos outros. Justiça tem a ver com o respeito aos direitos das
pessoas. Há justiça quando os direitos das pessoas são respeitados.
Do mesmo modo ocorre com a ética. Dizer que ética é relação
ou dizer que ética só se pode aplicar às “relações” é afirmar que nin-
guém pode se arvorar do predicativo de “ético”, a partir de si mesmo,
como quer, exatamente, o liberalismo. O pensamento liberal, ao partir
da definição de ser humano como “indivíduo”, centraliza tudo no “eu”,
no sujeito da proposição. Assim, perdemos a dimensão relacional e,
como conseqüência, mistificamos o verdadeiro sentido de ética. Che-
gamos, assim, a absurdos sociais como os vividos hoje, em que os di-
reitos de um terço da população não são garantidos e nos blasonamos
como éticos ou como um país onde existe ética. Por incrível que pare-
ça, quem decide se somos ou não éticos são os outros. Isso parece
chocante e de fato é-o, dentro da cosmovisão egocêntrica e individua-
lista, como é a cosmovisão do liberalismo.
No documento Exigências Éticas da Ordem Democrática, da
CNBB (1994), a seguinte afirmação mostra quem é o juiz da ética numa
verdadeira democracia: “a existência de milhões de empobrecidos é a
negação radical da ordem democrática. A situação em que vivem os
pobres é critério para medir a bondade, a justiça, a moralidade, enfim, a
efetivação da ordem democrática. Os pobres são os juizes da ordem
democrática de uma nação” (n.72).
É importante ainda, como o faz Dussel (1986), distinguir moral e
ética. Moral são os costumes vividos numa determinada sociedade, aquilo
que os grupos e as pessoas estabeleceram como sendo comum, neces-
sário para o andamento e prosseguimento da ordem normal estabeleci-
da. Nesse sentido, todo poder constituído “estabelece as próprias práti-
cas como boas” (DUSSEL, 1986, p.43), sejam elas quais forem. A ética,
porém, refere-se aos princípios fundamentais, como a justiça, igualdade
e solidariedade. A ética está continuamente na busca de uma sociedade
Método
A traição ao cotidiano
Muitos se perguntam por que Big Brother não poderia ser um progra-
ma que levasse ao crescimento humano e psicológico das pessoas, a uma
crítica do cotidiano e a uma vivência do cotidiano em suas profundas dimen-
sões de humanidade, partilha, felicidade e amor? – à exceção do romance
de Sabrina e Dhomini, um caso de traição e amor fugaz. Ao contrário, o
programa produz e apresenta um cotidiano artificial, mesquinho, as vezes
degradante. No dizer da psicanalista Maria Rita Kehl (2003, p.87), os reality
shows “vendem aos espectadores o espelho fiel de sua vida amesquinhada
sob a égide severa das ‘leis de mercado’. Vendem a imagem da selva em
que a concorrência transforma as relações humanas”.
Talvez por isso, a melhor palavra para classificar o programa seja
mesmo “traição”. Poder-se-ia criar algo construtivo, humanizante, en-
grandecedor, mas o que se vê é a traição de um pressuposto que está, ao
menos implicitamente, no direito de toda uma população, o de que a
mídia lhe apresente algo positivo e não uma série de mesquinharias, “cons-
pirações, traições, armadilhas, estratégias descaradas para passar a per-
na nos companheiros e garantir a própria permanência [...] trata-se de
“sadismo”, sim, mas não sexual” (Idem).
Domenico de Masi, sociólogo italiano, falando sobre o Big Brother,
assim se expressa:
Competição
Mercado e dinheiro
Liberdade, intimidade
Obscenidade
Alternativas
Referências bibliográficas
Resumo Abstract
O procedimento arqueogenealógico
cuidar da alma, como tarefa para toda a vida, meditar, armar o sujeito de
uma verdade sobre si, por meio da escuta de conselhos. Observe-se que
não se trata de chegar ao que o sujeito é mesmo, mas refletir para que
sua vida e aquele seu dia fosse proveitoso. A confissão no cristianismo
foi outras dessas práticas em que o “conhece-te a ti mesmo” exigia um
exame de atos, sonhos, desejos, uma hermenêutica de si voltada para a
elisão dos pecados da carne e da concupiscência. Uma vida ascética
levaria a alma à vida eterna. A moral do cristianismo codifica o que é
permitido e o que é proibido, levando a uma ética da renúncia de si.
Santo Agostinho aconselhava a dominar a libido, numa moral sexual
com obrigações restritivas, o que mostra um tipo de constituição da
subjetividade, em dependência de um auto-exame e de um comporta-
mento rigidamente regrado.
Mais uma vez, temos Foucault mostrando que tudo se dá na super-
fície histórica de práticas criadas por necessidades humanas. Nos dois
últimos volumes de História da sexualidade, a abordagem volta-se para
a problematização da ética. Para ele, ética implica não códigos ou regras
morais, mas a constituição de um sujeito moral, por meio de seus atos,
importando a atividade e a reação pessoais, a conduta que requer auto-
nomia, e não a obrigação a um universal “tu deves”.
Assim, a substância ética, isto é, a relação consigo mesmo, entre
os gregos, eram os prazeres, o corpo saudável, o bom uso desses praze-
res, e não a sexualidade. Era preciso cuidar, não desperdiçar o simples e
direto desejo, realizado de modo que o indivíduo não perdesse o controle
de si, pois se autogovernar é também saber governar a polis. O prêmio,
evidentemente, não é a vida eterna, mas cuidar de modular os prazeres a
fim de exercitar-se em uma vida exemplar.
Para os gregos, era preciso fazer de sua existência uma bela
existência, sem os constrangimentos de regras impostas para compor-
tar-se. Por exemplo, é virtuoso aquele que é fiel a sua esposa, não
porque há uma regra imposta, mas porque, para ter uma bela existên-
cia, vale mais governar-se a si próprio; sem autodomínio, o cidadão
torna-se inapto e indigno de bem governar os outros. O modo de sujei-
ção à regra vem de uma escolha pessoal, que modula essa regra. Mui-
to diversamente, a partir do cristianismo, a fidelidade passou a ser uma
obrigação legal, jurídica, justificada pela religião. A substância ética
para os cristãos era a carne e, para nós, modernos, ocidentais, são os
sentimentos, a sexualidade.
Revista de Ciências Humanas, Florianópolis: EDUFSC, n.35, p.37-55, abril de 2004
Inês Lacerda Araújo — 51
Ela não serve para apagar desejos e prazeres, mas para estabele-
cer, para si mesmo, o se quer, como se quer e o quanto se quer.
Esse domínio exercido sobre si não vem do saber nem do poder de
um outro, não é ditado de fora, não é imposto. É guiado e sugerido
por técnicas de si, pode levar a uma transformação da pessoa e
representa liberdade, criatividade, enfim, uma boa e bela vida.
Referências bibliográficas
ARAÚJO, I. L. Foucault e a crítica do sujeito. Curitiba: Editora da
UFPR, 2000.
DREYFUS, Hubert; RABINOW, Paul. Michel Foucault, un parcours
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ERIBON, Didier. Michel Foucault, 1926-1984. São Paulo: Compa-
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FOUCAULT, M. L’archéologie du savoir. Paris: Gallimard, 1969.
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FOUCAULT, M. A ordem do discurso. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1999.
Trad. de Laura Fraga de Almeida Sampaio.
FOUCAULT, M. Histoire de la sexualité. L´usage des plaisirs. Paris:
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FOUCAULT, M. Histoire de la sexualité. Le souci de soi. Paris:
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FOUCAULT, M. Les mots et les choses. Paris: Gallimard, 1966.
HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade. Lis-
boa: Publicações Dom Quixote, 1990. Trad. de Ana M. Bernardo et al.
Resumo Abstract
Assim como Pandora deixa escapar todos os males e somente lhe sobra
a esperança, com exceção da Escola de Frankfurt, todos os outros auto-
res tinham uma réstia de esperança quanto à possibilidade de superação
das patologias da modernidade. Esse assunto, pouco evidenciado pelos
comentadores, é o que tratamos nos parágrafos abaixo.
A crítica sociológica depositou sobre as costas de grande parte da
tradição alemã a insígnia de um lirismo escatológico que não permitia
novos espaços para propostas de superação das mazelas que assolavam
a experiência humana. Nesse quadro fatalista atribuído a essa tradição,
a atividade do pensar restringia-se a um diagnóstico apático e conforma-
do, perante o lento e dramático desmoronamento da Vida. O espírito
decadentista impedia o vislumbre ao mais além. A mesma crítica a essa
tradição, em momentos mais exaltados, culpava-a de cúmplice indireta
da tragédia nazista.
Todas essas críticas, excetuando-se as que procuram ligações es-
cusas com o desastre nazi-fascista, trazem conteúdos pertinentes para o
entendimento da tradição sociológica alemã. No entanto, pouquíssimas
críticas dão relevância a certos aspectos da obra dos sociólogos clássi-
cos alemães, nos quais, em alguns mais e outros menos, timidamente
aparecem propostas de reversão do destino trágico imposto.
A diminuta visibilidade que tais propostas tiveram na recepção da
sociologia alemã não se deve apenas a sua pouca ênfase no conjunto da
obra dos sociólogos clássicos alemães, pois outro fator também compõe
esse quadro: o modelo de ciência do século XX.
O caminho que a ciência trilhou no século XX foi marcado pelo
impacto de suas transformações objetivas no devir da sociedade. Nesse
quesito, as ciências sociais destacam-se também por meio de suas obje-
tivações, sejam políticas ou sociais. Em vista disso, como se “encaixa-
ria” a tradição alemã?
A maioria de suas análises, como veremos a seguir, trata de ques-
tões radicalmente subjetivas, isto é, trata de como seres humanos viven-
ciam as experiências sociais e a elas dão significado, estuda a ação hu-
mana nas formas de interação social, envolve campos epistemológicos
excluídos do núcleo central da ciência moderna.
Nem Simmel, nem Weber, nem Tönnies realizaram diagnósticos
trágicos, a fim de a eles se curvarem, como se avalia recorrentemente.
Resumo Abstract
Método
Caracterização da pesquisa
Participantes
Procedimento
Resultados
Figura 1
Dendograma da classificação hierárquica descendente sobre a
distribuição das classes estáveis das respostas referentes à
relação homem mulher: grupo de mulheres com e sem parceiro
fixo (n = 40)
RS e prevenção da aids e
métodos de anticoncepção
RS de aids e prevenção
Prevenção da aids
Mulheres com par- Mulheres sem par- O medo e a proxi- Métodos de anti-
ceiro fixo falam da ceiro fixo falam so- midade da aids concepção dos dois
segurança frente à bre insegurança grupos
aids e confiança frente à aids
nos maridos
Figura 2
Dendograma da classificação hierárquica descendente sobre a
distribuição das classes estáveis das respostas das entrevistadas
sobre RS e prevenção à aids e métodos de anticoncepção –
grupo de mulheres com e sem parceiro fixo. Florianópolis, 2003.
Revista de Ciências Humanas, Florianópolis: EDUFSC, n.35, p.79-98, abril de 2004
Andréia Isabel Giacomozzi — 93
Discussão
Considerações finais
Resumo Abstract
Introdução
Fundamentação teórica
até porque os seres humanos são sabedores. Como coloca Boff (1999), a
Terra, em sua biografia, conheceu cataclismos inimagináveis, mas sempre
sobreviveu, sempre salvaguardou o princípio da vida e de sua diversidade.
No entanto, é mister o reconhecimento, a concepção da situação
atual, com objetivo de estabelecer um ponto de partida para uma estraté-
gia de mudança consciente, fundamentada, elaborada, opondo-se a um
programa que é uma seqüência de ações predeterminadas, que deve
funcionar nas circunstâncias que permitem o seu cumprimento, caso
contrário, pára ou fracassa (MORIN, 1990).
Deve-se se desprender do pensamento mutilador, simplificador, que
conduz às atividades semelhantes, à uma patologia da idéia, ao idealismo
que oculta a realidade que se encarrega de traduzir e se considera como
a única real, como definido em Morin (1990), optando-se por uma visão
de meio ambiente como um
Metodologia
Pesquisa em educação
Resultados e discussão
Tabela 1
Palavras de maior destaque nas associações de palavras dos
alunos do primeiro e do quarto ano de Engenharia Ambiental
Considerações finais
Educação ambiental
Resumo Abstract
Introdução
250 1234
249
1234
1234
1234
1234 227
1234 1234
1234
227
1234 1234 22512345
123412345
200 1234
1234 1234
1234 1234
123412345
12345
169 1234 123412345
185 123412345
1234 123412345 123412345
164123 1234 123412345 123412345
1234 123412345 1234
123412345
156 1234123 1234 123412345 12345
150
12345
1234
12345
1234123 1234
1234 1234
123412345
12345 1234
123412345
1234123
12345 1234138 123412345 123412345
12345 12345
12345
12345
1234123 1234 1234 123
12345138 123412345136 12345
1234123
12345
1234
12345 1234
1234 1234
12345
12345136 1234
1234 123
12345
12345 123412345123
123412345 12345 1991
1234123
12345 1234 1234
12345 1234 123
12345 123412345123 12345
12345
1234
12345
1234123 1234
1234 1234
12345
12345 1234
1234 123
12345
12345 1234
123412345123 12345
100 1234123
12345 1234 1234
12345 1234 123
12345 123412345
12345123 12345 1995
1234123
12345
1234
12345 123
1234
1234 1234
12345
1234
12345 1234
1234 123
12345
123
12345 1234
123412345
12345123
123 123
123
12345
1234123 1234
12345
1234 123412345
123 123412345123 123
12345
1234 1234
12345 123412345 123412345 1999
12345
1234
12345
1234123
123
1234
1234 1234
12345
1234
12345
1234
1234 123
12345
123
12345
1234
1234
12345
12345123
123
12345
1234 1234
12345 123412345 123412345
50 1234123 1234 123 123
12345
1234 1234
12345 123412345 123412345
12345
12345
1234123 1234
1234 1234
12345
12345
1234
1234 123
12345
12345
123412345
123412345123
1234123
12345 1234 1234
12345 1234 123
12345 123412345123
12345
1234
12345
1234123
123
1234
1234 1234
12345
1234
12345
1234
1234 123
12345
123
12345
1234
1234
12345
12345123
123
12345
1234
1234123
12345 1234
12345
1234 1234
12345 123412345
123
123412345 123412345
123412345123
0
France Télécom Brasil Telecom NTT DeutscheTelekom
Figura 1
Emprego nas operadoras tradicionais de telecomunicações na
França, no Reino Unido, no Japão e na Alemanha – 1991, 1995,
1999 (em milhares)
1200
12345
1070
12345
1000 12345
12345
12345
12345
900
123412345
123412345
123412345
800 1234
123412345
123412345
12345
123412345 12345
1234
123412345 12345
600 123412345
12345 12345
12345 1995
1234
123412345
12345 12345
123412345 12345
1234
123412345
12345 12345
12345 1999
123412345
400 1234
123412345
223 123412345
12345 245
12345 1234
123412345
12345 243
12345
1234
1234
217
123412345 123412345 123451234
200 123412345 123412345 123451234
1234
123412345
12345 1234
123412345
12345 12345
123451234
1234
123412345 90 69 123412345 9 1 12345
99 123451234
123412345 1234 81 1234
123412345
1234
123412345 12341234 12345 52 12345 123412345
12345
12345
123451234
1234
123412345 1234 1234 123451234
12345 1234
123412345 123412345 12345
123451234
0 123412345 12341234 1234 12345 123412345 1234
Alemanha Canadá Espanha EUA Itália Japão
Figura 2
Emprego total no setor de telecomunicações em países selecio-
nados – 1995 e 1999 (em milhares)
1200
1070
1234
1000 993 1234
1234
12341234
1234 1234
12341234
1234 1234
800 12341234
1234
1234
1234
1234
12341234
12341234 12345
1234 1234
12341234
12345
12345 1995
600 12341234
12341234 12345
1234
1234
1234
1234 12345
12345
12341234 12345 1999
1234 1234
400 12341234
12341234
1234 1234
12341234 214
12341234
1234
1234
1234
1234 12345
12345
200 1234
1234
1234
1234 168 170
1234
12345
12345
180
12341234 123451234
1234 1234 123451234
12345
1234 101
1234 79 69 46 123451234
1234
29 19 12341234 12345
1234 123412345 123451234
1234 1234 12345
1234 1234
123412345
1234
123412345
12345 123451234
0 1234
12345 12341234
1234 12345
1234 12345 12345
123451234
1234
Argentina EUA Reino Unido Itália Espanha Japão
Figura 3
Emprego em tempo integral no setor de telecomunicações em
países selecionados – 1995 e 1999 (em milhares)
Tabela 1
Mudanças na Companhia Riograndense de
Telecomunicações7 – 1995 a 1999
14000
13333
123456
123456
12000 123456
123456
123456
123456
10000 123456 12345
12345
123456 12345
12345 1997
123456
7182
123456
123456
12345
12345
8000 12345678 123456 12345 1999
12345678 6601 123456 123
12345678 123456
12345678
12345678
12345678
123456
12345678
12345678
123
123 2001
4000 123456
12345678
12345678
12345678
12345678 123456
12345678
12345678
12345678 123456
12345678
12345678 123456
12345678
12345678
12345678
12345678 123456
12345678
123456
2000 12345678
12345678
123456
12345678
12345678
12345678
12345678
12345678
12345678 123456
123456
641 618
12345678
12345678
12345678
12345678
123456
250 12345678
12345678 123456
12345678
123456
0 12345678
12345678 1234567812345678
123456
12345678 1234567812345678
Empregos Estabelecimentos
Figura 4
Telecomunicações no Rio Grande do Sul (1997, 1999, 2001)
IA IB IC
digitalização de cabo metálico e fibra óptica instalação terminais
centrais 350 funcionários 920 funcionários
3500 funcioná- faturamento: R$ 33 milhões faturamento: não revelado
rios
faturamento: II B
R$ 4 bilhões cabo metálico e fibra óptica II C 2
95 funcionários cabo metálico
faturamento: R$ 12 milhões 1 funcionário
II A
faturamento: R$ 40 mil
fibra óptica III B
80 funcionários cabo metálico e fibra óptica II C 1
faturamento: 110 funcionários cabo metálico e
R$ 6 milhões faturamento: não revelado instalação de terminais
IV B 80 funcionários
cabo metálico faturamento: R$ 900 mil
30 funcionários
faturamento: não revelado III C
instalação de terminais
nenhum funcionário
Figura 5 faturamento: R$ 48 mil
Organograma da nova trama produtiva
Fonte: Pesquisa empírica, Região Metropolitana de Porto Alegre, 2000.
__________________________________________________
10
Os segmentos de fornecedores são os grupos de empresas subcontratadas para a execução de
frações especializadas de tarefas, geradas pela divisão horizontal do processo produtivo:
atendimento aos clientes; vigilância; fotocópias; manutenção dos sistemas elétricos, hidrá-
ulicos e de refrigeração dos prédios; instalação e manutenção de terminais telefônicos
públicos, comerciais e residenciais; construção de redes de fibra óptica e de cabo metálico
(infra-estrutura); instalação e digitalização de centrais de comutação telefônica. Os níveis
de fornecedores são as sucessivas camadas de empresas subcontratadas, em face da divisão
vertical do processo produtivo. A empresa central terceiriza diferentes tarefas a “empresas
terceiras” (primeiro nível de fornecedores), as quais terceirizam tarefas a “empresas quar-
tas” (segundo nível) e assim sucessivamente.
Quadro 1
Tipos de relações interfirmas
Fonte: Composição a partir de pesquisa empírica, Região Metropolitana de Porto Alegre, 2000.
__________________________________________________
11
Para detalhamento da dinâmica das relações interfirmas, ver Ruduit Garcia (2002a).
Quadro 2
Uso e gestão da força de trabalho nas empresas
Condições de emprego
Quadro 3
Condições de emprego nas empresas
Considerações finais
Paulo J. Krischke1
Universidade Federal de Santa Catarina
Resumo Abstract
Introdução
Modernização (e “pós-materialismo”)3
__________________________________________________
3
Trechos desta seção foram atualizados de trabalho anterior (KRISCHKE, 2000).
4
Há farta documentação sobre esse assunto, por exemplo, ver Andrade (1979) e
Lindenberg (1990).
5
Por exemplo, ver Talcott Parsons (1951, p.182-191) e S. M. Lipset, 1960. Esteves (1999)
mostrou “A Auto-refutação do Determinismo”, desde uma perspectiva filosófica.
Essa interpretação geral dos grupos, dos quais veremos logo alguns de-
talhes, veio confirmar inicialmente a hipótese traçada pela pesquisa, de que
Tabela 1
Objetivos mais importantes para o Brasil por cidade,
Curitiba e Porto Alegre
Tabela 2
Importância dos valores a para construção de uma sociedade ideal
Tabela 3
Valorização da política por faixa etária
Tabela 4
Tolerância (atitude em relação aos que pensam diferente) por
faixa etária, Curitiba e Porto Alegre
Tabela 5
Inserção em grupo ou atividade no tempo livre
É assim que o interesse pela política, que supera entre os mais jovens a
tradicional rejeição das instituições por parte da população brasileira,
pode unir-se a atitudes de respeito ao meio ambiente, tolerância e auto-
realização, abrigando valores menos salientes – como o da alegria e
outros, mais típicos dos jovens –, junto aos valores majoritários entre o
conjunto dos entrevistados das duas cidades, a favor da justiça, liberda-
de, do desenvolvimento e da igualdade.
Esses últimos valores, que recebem o apoio principal da maior par-
te da população, passam a receber uma nova conotação emergente, a
partir das novas gerações. Tal inovação retoma também as categorias
de Inglehart sobre materialismo e pós-materialismo, dando-lhes outro
contexto e significação. A Tabela 6, a seguir, relaciona as respostas a
essas alternativas por faixa etária, conjuntamente nas duas cidades,
mostrando marcantes contrastes com os supostos de Inglehart.
Tabela 6
Objetivos mais importantes para o Brasil por faixa etária,
Curitiba e Porto Alegre
Considerações finais
Referências bibliográficas
ANDRADE, Regis. The Economics of underdevelopment, the state
and politics in ECLA”s Doctrine. Occasional Papers, 29, University
of Glasgow, 1979.
ALEXANDRE, Agripa Faria. Ambientalismo político, seletivo e dife-
rencial no Brasil. 2003. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-gradua-
ção Interdisciplinar em Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis.
BERMEO, Nancy. Democracy and the lessons of dictatorship. Compa-
rative Politics, 24, Abril: 273-91, 1992.
BOHMAN, James. Communication, ideology and democratic theory.
American Political Science Review, 84:93-109, 1990.
BROWN, Robert e CARMINES, Edward. Materialists, Postmateria-
lists, and the criteria for political choice in U.S. Presidential Elections.
Journal of Politics, 57: 483-494, 1995.
CHILTON, Stephen. Grounding political development. Boulder:
Lynne Rienner, 1990.
CLARK, Terry Nichols e INGLEHART, Ronald. The new political
culture. Changing dynamics of support for the welfare state and
other policies in post-industrial societies. ISA Congress. Madrid,
July, (41p), 1990.
_________________________________________________
32
Habermas (1979) notou as relações com a tradição que permitem a consolidação da
mudança cultural, quando se entende essa mudança “[...] como processos de aprendiza-
gem, através dos quais as estruturas de racionalidade já latentes podem ser traduzidas em
prática social, de modo a encontrar finalmente uma corporificação institucional, colo-
cando-se a ulterior tarefa de identificar o potencial de racionalização das tradições”
(p.39 da tradução brasileira).
Anexo
Gráfico 1
Cluster analysis - Porto Alegre
C A S E 0 5 10 15 20 25
Label Num +————+————+————+————+————+
OBEDIENC 13 -+-+
TRADICAO 18 -+ I
CONFORTO 2 —+-+
PRAZER 4 —+ +-+
TEMORDEU 12 ——+ I
RELIGIOS 5 ———+——+
ALEGRIA 7 ———+ I
AUTOREAL 10 ——————+—————+
FRATERNI 11 ——————+ I
PRESENAT 15 ——————+ I
DISCIPLI 8 ——————+-+ +———————————+
COMPETEN 9 ——————+ +-+ I I
DEDICTRA 3 ———————+ +-+ I I
DESENECO 14 ————————+ +——+ I
RESPMEIA 1 —————————+ I
JUSTICA 16 ———————+-+ I
IGUALDAD 17 ———————+ +————————————+
LIBERDAD 6 ————————+
Fonte: Pesquisa Clivagens Geracionais...
Gráfico 2
Cluster analysis - Curitiba
C A S E 0 5 10 15 20 25
Label Num +————+————+————+————+————+
OBEDIENC 13 -+-+
TRADICAO 18 -+ +-+
CONFORTO 2 —+ +——+
PRAZER 4 ——+ +—+
ALEGRIA 7 —————+ I
AUTOREAL 10 ———————+—————+
PRESENAT 15 ———————+ I
DEDICTRA 3 —————————+ +——————————+
COMPETEN 9 —————————+-+ I I
RESPMEIA 1 —————————+ I I I
FRATERNI 11 ————————+ +——+ I
TEMORDEU 12 ————————+-+ I I
RELIGIOS 5 ————————+ +-+ I
DISCIPLI 8 —————————+ I
LIBERDAD 6 —————————+—+ I
IGUALDAD 17 —————————+ +——————————+
DESENECO 14 ——————————+-+
JUSTICA 16 ——————————+
Resumo Abstract
nem sempre eram totalmente re- lifestyles, which were not always
novados. É uma busca das perma- renewed. According to Freyre it is
nências, das constâncias, das aco- the quest for stability, constancy, ac-
modações e das quebras de aco- commodations and the ruptures in
modações que emergiram com o them that emerged during the pro-
processo de urbanização. Celso cess of urbanization. In his turn, ho-
Furtado, no entanto, centra em suas wever, Furtado focuses on chan-
análises as mudanças que se pro- ges that occurred since the middle
cessaram a partir de meados do of the 19th Century, given that, ac-
século XIX, já que a expansão ca- cording to him the expansion of
feeira, mesmo obedecendo à mes- coffee agriculture—even though it
ma lógica – fundada na demanda took place according to the same
externa – dos demais ciclos eco- logic of former economic cycles
nômicos anteriores, teria formado based on the needs of the foreign
as bases para a expansão industri- market—furnished the bases to the
al no país. country”s industrial development.
Introdução
o Brasil da metade do século XIX não diferia do que fora nos três séculos
anteriores. A estrutura econômica, baseada principalmente no trabalho es-
cravo se mantivera imutável nas etapas de expansão e decadência. A
ausência de tensões internas, resultante dessa imutabilidade, é responsá-
vel pelo atraso relativo da industrialização” (FURTADO, 2000, p.34).
O elemento diferenciador, por excelência, desse processo de gera-
ção das bases do desenvolvimento industrial teria sido a expansão cafe-
eira na segunda metade do século XIX.
__________________________________________________
21
“Em síntese, podemos afirmar que o processo de formação de um capitalismo industrial, no
Brasil, encontrou obstáculos de natureza estrutural, cuja superação parece impraticável
dentro do presente marco institucional e pelos meios a que estão afeitas as classes dirigen-
tes” (FURTADO, 1964, p.133).
Considerações finais
Conforme foi apontado, uma das mais relevantes, a que define todo um
modo de conceber a vida social brasileira, é a maneira de o primeiro
conceber a história. Se ela não é um processo aberto, pelo menos não
em todos os seus aspectos, para o autor de Casa Grande & Senzala,
ela é-o inteiramente na visão do autor de Formação Econômica do
Brasil. A multiplicidade de desafios colocados aos diversos agentes so-
ciais em razão da formação e da expansão das atividades urbano-indus-
triais revela que, para Celso Furtado, o padrão de organização social e o
padrão de domínio em momento algum estiveram petrificados em torno
de permanências e constâncias definidas por um dado padrão cultural
que dispensasse as rupturas.
É válido assinalar que tanto Freyre quanto Furtado estavam volta-
dos para a compreensão das atuações dos agentes sociais ante as mu-
danças e as resistências às mudanças. Todavia enquanto o primeiro bus-
cava os elementos indicadores de uma circularidade histórica positiva
que ia no sentido de acomodação, quebra de acomodação, antagonismo,
nova acomodação e, assim, sucessivamente, o segundo destacava que o
país, ao caminhar em círculos, negava a possibilidade de superação de
seus entraves principais, tais como os traços da economia colonial que
resistiam ao processo de industrialização, o subdesenvolvimento que se
assentava na dualidade estrutural e a política oligárquica que se acomo-
dava às novas condições, sobrevivendo após a década de 1930 e mar-
cando o desenvolvimento das atividades urbanas.
Referências bibliográficas
BASTOS, E. R. Gilberto Freyre e a questão nacional. In: MORAES,
R.; ANTUNES, R.; FERRANTE, V. L. B. (Orgs.). Inteligência bra-
sileira. São Paulo: Brasiliense, 1986.
BOMFIM, M. A América Latina: males de origem. Rio de Janeiro:
Topbooks, 1993.
BOTTOMORE, T. B. Conservadorismo e radicalismo na sociologia e o
homem conservador. In: A sociologia como crítica social. Rio de Ja-
neiro: Zahar, 1976.
FREYRE, G. Casa grande & senzala. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1994.
Lauro Mattei1
Universidade Federal de Santa Catarina
Resumo Abstract
Introdução
aquelas unidades familiares que persistem porque são viáveis, aquelas que
vivem em estado de pobreza por falta de alternativas no mercado de tra-
balho e aquelas que persistem por razões de qualidade de vida, uma vez
que as fontes básicas de renda não provêm mais da agricultura.
Nesse sentido, os autores supracitados concluem que há uma ten-
dência diferente em relação ao passado, uma vez que, naquele período,
as crises e o empobrecimento conduziam ao desaparecimento das uni-
dades familiares de produção. Atualmente, parte dessas unidades per-
siste em função dos baixos investimentos que executam, das rendas não-
agrícolas obtidas por parte dos membros da família e das transferências
de recursos públicos e privados.
Esse debate também foi enfrentado por outros autores. Dentre eles,
destaca-se Harriet Friedmann3, devido à grande polêmica causada pelas
suas teses. Partindo do princípio de que o conceito de “modo de produ-
ção4” tem apresentado uma base analítica limitada, Friedmann (1980)
argumenta que o conceito central para analisar as relações sociais agrá-
rias deve se situar na “forma de produção5”, a qual é concebida por meio
da dupla especificação da unidade de produção e da formação social, no
tocante às unidades mínimas da organização produtiva. Assim, cada for-
ma de produção é caracterizada por relações sociais específicas e tam-
bém por cadeias técnicas específicas.
Com isso, a autora afirma que a análise da persistência ou do desa-
parecimento de diferentes formas de produção é facilitada pelo conceito
de reprodução e de transformação. A reprodução refere-se à renovação
de um circuito de produção por outro, com elementos técnicos e sociais
e com uma quantidade de relações entre ambos. Já a transformação
refere-se à recombinação de alguns elementos velhos de produção que
resultam em novas relações. Esses dois conceitos focalizam os aspectos
dinâmicos da organização produtiva e requerem, em todos os casos, a
criação e a distribuição do produto social de tal modo que:
__________________________________________________
3
Especificamente em relação à persistência da produção familiar, dois trabalhos são centrais:
Household Production and the National Economy: Concepts for the Analysis of Agrarian
Formations (1980) e World Market, State, and Family Farm: Social Bases of Household
Production in the Era of Wage Labor (1976).
4
O conceito de modo de produção caracteriza historicamente as instituições específicas que
estão envolvidas nos aspectos econômicos, políticos e ideológicos das organizações sociais.
5
O conceito de forma de produção refere-se às unidades atuais das organizações produtivas
(empresas capitalistas etc.). Cada forma de produção é caracterizada por relações sociais
específicas e por cadeias técnicas específicas, sendo que cada uma dessas formas precisa ter
uma relação particular no âmbito geral das relações sociais.
Considerações finais
Sirlândia Schappo 1
Universidade Estadual de Campinas
Resumo Abstract
êxodo rural e evasão. Uma delas, utilizada com freqüência, êxodo rural,
pode limitar os movimentos demográficos à passagem de um meio tradi-
cional para um meio técnico urbanizado.
Para Mendras (1978, p.166) êxodo rural restringe-se ao movimen-
to de massa que conduz os camponeses às cidades industrializadas. Se-
gundo o autor, “A transferência para a cidade de populações rurais em
uma época de rápida industrialização é, ao mesmo tempo, a passagem
de uma civilização camponesa tradicional a uma civilização industrial
tecnicista e urbanizada”.
No entanto, a Mesorregião Oeste de Santa Catarina, além da mi-
gração rural-urbana, apresenta o que Mendras (p.166) denominou “mi-
gração de agricultores”, ou seja, o deslocamento de agricultores do seu
local de origem para outras regiões, onde continuam a exercer seu ofí-
cio. Um exemplo disso é o grande número de ex-agricultores familiares
assentados nos projetos de reforma agrária e envolvidos no Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), no Oeste Catarinense.
O êxodo, para Mendras, seria o resultado de uma avaliação por
parte de quem se põe em “movimento”, diante do que ele denominou
perda de vitalidade da sociedade aldeã e a possibilidade de um ambiente
acolhedor a sua espera:
Figura 1
Origem das famílias acampadas na Mesorregião Oeste
de Santa Catarina
123456789012345678901234567890121234
123456
1234567890112
123456789012345678901234567890121234
123456
1234567890112
123456789012345678901234567890121234
12345612
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612
12345678901
123456789012345678901234567890121234
123456
12345678901
1234567890112
123456789012345678901234567890121234
123456
1234567890112
123456789012345678901234567890121234
12345612
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612 12345
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612
12345678901
123456789012345678901234567890121234
123456
1234567890112 12345
12345
12345678901
123456789012345678901234567890121234
123456
1234567890112
123456789012345678901234567890121234
12345612 12345 Oeste Catarinense
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612 12345
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612 12345
12345678901
123456789012345678901234567890121234
12345612 12345
12345678901 12345
123456789012345678901234567890121234
123456
12345678901 12345 Região Serrana
123456789012345678901234567890121234
123456
12345678901 12345
123456789012345678901234567890121234 12345
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
12345
12345 Norte Catarinense
123456789012345678901234567890121234 12345
123456789012345678901234567890121234 12345
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
12345
12345
123456789012345678901234567890121234 12345 Sul Catarinense
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234
123456789012345678901234567890121234