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Maláriac
Æan 26 2011 Published by admin under ciência e pesquisa, doença gástrica, doença renal,

doença respiratória, doenças de crianças, doenças do sistema nervoso, doenças hepáticas,

doenças sanguíneas

Paludismo, impaludismo, febre palustre, maleita e sezão, ou a


conhecida malária, é uma doença infecciosa aguda ou crônica
causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium,
transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. c

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A malária mata 3 milhões de vítimas ao ano, uma taxa que só pode


ser comparada a da AIDS, e afeta mais de 500 milhões de pessoas
todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das mais
frequentes causas de morte em crianças, mata um milhão delas,
menores de 5 anos ao ano. c
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A transmissão ocorre, normalmente, em ambientes rurais e semi -


rurais, mas pode acontecer em áreas urbanas, principalmente em
periferias. O tempo chuvoso e as águas acumuladas das chuvas
também propiciam a causa do cont ato com o parasita. O risco maior
de aquisição de malária é no interior das habitações, embora a
transmissão também possa ocorrer ao ar livre. A infecção humana
começa quando um mosquito Anopheles fêmea inocula esporozoítos
dos plasmódios a partir da glândula salivar durante a hematofagia. c

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A malária caracteriza-se inicialmente por sintomas inespecíficos, como


dores de cabeça e no corpo, fadiga, febre alta, náuseas, sudorese,
calafrios, palidez, cansaço e falta de apetite. Estes sintomas podem
durar vários dias. No homem, os esporozoítos infectantes se
direcionam até o fígado, dando início a um ciclo que dura,
aproximadamente, seis dias para P 
, oito dias para a P 
  e 12 a 15 dias para a P 
, reproduzindo-se
assexuadamente até rebentarem as células deste local (no mosquito,
a reprodução destes protozoários é sexuada). Mediante esse
processo de amplificação (conhecido como esquizogonia ou
merogonia intra-hepática ou pré-eritrocitária), um único esporozoíto
produz vários merozoítos-filhos. Nas infecções por P. vivax, uma
parcela das formas intra-hepáticas não se divide de imediato,
permanecendo latente, na forma de hipnozoítos, por um período
variável de 3 semanas a 1 ano ou mais, antes que a reprodução
comece, e são a causa das recidivas das infecções. Após esses
eventos, espalham-se pela corrente sanguínea e invadem hemácias,
até essas terem o mesmo fim, causando anemia no indivíduo. Após
esse período, o doente passa por fases periódicas de calafrios e febre
intensa que coincidem com a destruição maciça de hemáceas e com a
descarga de substâncias imunogênicas tóxicas na corrente sanguínea
ao fim de cada ciclo reprodutivo do parasita. Essas crises paroxísticas,
mais frequentes ao chegar o período noturno, iniciam -se por conta da
subida da temperatura até 39/40°C. São seguidas de palidez na pele e
fortes tremores por cerca de 15 minutos e podem chegar até 1 hora.
Depois, os tremores param e a febre permanece por seis horas a
41°C, seguida de vermelhidão na pele e suores abundantes.
Passados esses sintomas, o doente sente -se perfeitamente bem até a
crise seguinte, dois a três dias depois. c

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Se a infecção for de P 


, denominada malária maligna,
podem ocorrer sintomas adicionais mais graves como: choque
circulatório, síncopes (desmaios), convulsões, delírios e crises vaso -
oclusivas. A morte pode ocorrer a cada crise de malária maligna. Pode
chegar, também, a chamada malária cerebral: a oclusão de vasos
sanguíneos no cérebro pelos eritrócitos infectados causa défice s
mentais e coma, seguidos de morte (ou déficit mental irreversível).
Problemas renais e hepáticos graves aparecem pelas mesmas razões.
As formas causadas pelas outras espécies (benignas) são apenas
debilitantes, ocorrendo raramente a morte. c

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Os intervalos entre as crises paroxísticas são diferentes conforme a


espécie. Nos casos de P 
, P  e P    , o ciclo da
invasão de hemácias por uma geração, multiplicação interna na célula,
hemólise (rompimento da hemácia) e invasão pela nova ge ração de
mais hemácias dura 48 horas. Normalmente, há acessos de febre
violenta e tremores no primeiro dia e, passadas as 48 horas, já no
terceiro dia, há novo acesso, classificado de malária ternária. A
detecção precoce de malária quaternária, em que o no vo sintoma de
febre ocorre no quarto dia, é importante, pois esse tipo pode não ser
devido a P 
, portanto, menos perigoso. c

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Ainda não há uma vacina eficaz contra a malária, há apenas estudos
de alcance reduzido sobre testes de uma vac ina sintética
desenvolvida por Manuel Elkin Patarroyo, em 1987. Nos últimos
tempos, o uso de inseticidas potentes, porém tóxicos, proibidos no
ocidente, tem aumentado por conta de os riscos da malária serem
muito superiores aos do inseticida. O uso de rede s contra mosquitos é
eficaz na proteção durante o sono, quando ocorre a grande maioria
das infecções. Cremes repelentes de insetos também são úteis. A
roupa deve cobrir a pele o mais completamente possível durante o dia.
O mosquito não tem tanta tendência para picar o rosto ou as mãos,
onde os vasos sanguíneos são menos acessíveis, enquanto as
pernas, os braços ou o pescoço possuem vasos sanguíneos mais
acessíveis. A drenagem de pântanos e outras águas paradas é uma
medida de saúde pública eficaz. c

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O tratamento farmacológico da malária baseia -se na susceptibilidade


do parasita aos radicais livres e substâncias oxidantes, morrendo em
concentrações destes agentes inferiores às mortais para as células
humanas. Os fármacos usados aumentam essas concent rações. A
quinina, um medicamento antigamente extraído da casca da
, ainda é usada como tratamento. No entanto, a maioria dos
parasitas já é resistente às suas ações. Ultimamente a artemisinha,
extraída de uma planta chinesa, tem dado resultados en corajadores.
Ela produz radicais livres em contacto com o ferro, que existe
especialmente na hemoglobina, no interior das hemáceas, onde se
instala o parasita. É extremamente eficaz em destruí -lo, causando
efeitos adversos mínimos. No entanto, as quantidad es produzidas hoje
são insuficientes. c
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Em 2010, pesquisadores israelenses desenvolveram um açúcar
tóxico, batizado como    (ATSB), para eliminar
o mosquito transmissor da malária. Os testes foram realizados em
uma região semi-árida do Mali e demonstraram a eficácia na redução
de mosquitos de ambos os sexos em até 90%. c

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O elemento fundamental no diagnóstico clínico da malária, tanto nas


áreas endêmicas como não-endêmicas, é sempre pensar na
possibilidade da doença. Como a distribuição geográfica da malária
não é homogênea, nem mesmo nos países onde a transmissão é
elevada, torna-se importante, durante o exame clínico, resgatar
informações sobre a área de residência ou relato de viagens de
exposição ao parasita como nas áreas tropicais. Além disso,
informações sobre transfusão de sangue, compartilhamento de
agulhas em usuários de drogas injetáveis e transplante de órgãos,
podem sugerir a possibilidade de malária induzida. O diagnóstico de
certeza da doença só é possível através da demonstração do parasito
ou de antígenos relacionados no sangue periférico do paciente,
através dos métodos abaixo: c

ñ Gota espessa ± método adotado oficialmente no Brasil para o


diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas
diagnósticas, este exame continua sendo um método simples, eficaz,
de baixo custo e fácil realização. A técnica baseia -se na visualização
do parasito, retirado como amostra da ponta do dedo do paciente, e
visualizado através da microscopia ótica, após uma coloração com
corante vital (azul de metileno e Giemsa), o que permite a
diferenciação específica dos parasitos a partir da análise morfológica,
e pelos estágios de desenvolvimento do parasito encontrados no
sangue periférico. c
ñ Esfregaço delgado ± possui baixa sensibilidade (estima-se que, a gota
espessa é cerca de 30 vezes mais eficiente que o esfregaço delgado
na detecção da infecção malárica). Porém, é o único método que
permite, com facilidade e segurança, a diferenciação específica dos
parasitos a partir da análise morfológica e das alterações provocadas
no eritrócito infectado. c

ñ Testes rápidos para detecção de componentes antigênicos de


plasmódio ± são testes imunocromatográficos, que representam novos
métodos de diagnóstico rápido de malária. Realizados em fitas de
notrocelulose, contendo anticorpo monoclonal contra antígenos
específicos do parasito. Apresentam, também, sensibilidade superior a
95% quando comparado à gota espessa, e com parasitemia superior a
100 parasitos/µL. c

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