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3+5=8
Muitas vezes não sabemos nem que objetos estamos
somando. Mas isso não importa: a operação pode ser feita da
mesma maneira. Mas como eram os símbolos que os egípcios
criaram para representar os números?
1 10 100 1.000
10.000
100.000 1.000.000
Os egípcios usavam símbolos para representar esses
números.
Um traço vertical representava 1
unidade:
Um osso de calcanhar invertido
representava o número 10:
Um laço valia 100 unidades:
Uma flor de lótus valia 1.000:
Um dedo dobrado valia 10.000:
Com um girino os egípcios
representavam 100.000 unidades:
Uma figura ajoelhada, talvez
representando um deus, valia 1.000.000:
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e trocarmos os algarismos de lugar, vamos obter outros
números completamente diferentes:
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Os papiros da Matemática egípcia
Quase tudo o que sabemos sobre a Matemática dos
antigos egípcios se baseia em dois grandes papiros: o Papiro
Ahmes e o Papiro de Moscou.
O primeiro foi escrito por volta de 1.650 a.C. e tem
aproximadamente 5,5 m de comprimento e 32 cm de largura.
Foi comprado em 1.858 por um antiquário escocês chamado
Henry Rhind. Por isso é conhecido também como Papiro de
Rhind. Atualmente encontra-se no British Museum, de Londres.
O Papiro de Moscou é uma estreita tira de 5,5 m de
comprimento por 8 cm de largura, com 25 problemas. Encontra-
se atualmente em Moscou. Não se sabe nada sobre o seu autor.
13 * 9 = 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9
+9+9+9+9
A tabela abaixo ajuda a compreender como os egípcios
concluíam a muliplicação:
Número de
Resultado
parcelas
1 9
2 18
4 36
8 72
Eles buscavam na tabela um total de 13 parcelas; era
simplesmente a soma das três colunas destacadas:
1 + 4 + 8 = 13
O resultado da multiplicação 13 * 9 era a soma dos
resultados desta três colunas:
9 + 36 + 72 = 117
Os egípcios eram realmente muito habilidosos e criativos
nos cálculos com números inteiros.
Mas, em muitos problemas práticos, eles sentiam
necessidades de expressar um pedaço de alguma coisa através
de um número.
E para isso os números inteiros não serviam.
Descobrindo a fração
Por volta do ano 3.000 a.C., um antigo faraó de nome
Sesóstris...
“... repartiu o solo do Egito às margens do rio Nilo entre seus
habitantes.
Se o rio levava qualquer parte do lote de um homem, o faraó
mandava funcionários examinarem e determinarem por medida
a extensão exata da perda.”
Estas palavras foram escritas pelo historiador grego
Heródoto, há cerca de 2.300 anos.
O rio Nilo atravessa uma vasta planície.
I V X L
C D M
Como será que eles combinaram estes símbolos para
formar o seu sistema de numeração?
O sistema de numeração romano baseava-se em sete
números-chave:
I tinha o valor 1.
V valia 5.
X representava 10 unidades.
L indicava 50 unidades.
C valia 100.
D valia 500.
M valia 1.000.
II = 1 + 1 = 2
XX = 10 + 10 = 20
XXX = 10 + 10 + 10 = 30
IV = 4 porque 5 - 1 = 4
IX = 9 porque 10 – 1 = 9
XC = 90 porque 100 – 10 = 90
VI = 6 porque 5 + 1 = 6
XXV = 25 porque 20 + 5 = 25
XXXVI = 36 porque 30 + 5 + 1 = 36
LX = 60 porque 50 + 10 = 60
Ao lermos
o cartaz,
ficamos
sabendo que o
exercíto de
Roma fez
numa certa
época MCDV
prisioneiros de
guerra. Para ler
um número
como MCDV,
veja os
cálculos que os
romanos
faziam:
Em primeiro lugar buscavam a letra de maior valor.
M = 1.000
D = 500
Os milhares
Como você acabou de ver, o número 1.000 era
representado pela letra M.
Assim, MM correspondiam a 2.000 e MMM a 3.000.
E os números maiores que 3.000?
Para escrever 4.000 ou números maiores que ele, os
romanos usavam um traço horizontal sobre as letras que
representavam esses números.
Um traço multiplicava o número representado abaixo dele
por 1.000.
Dois traços sobre o M davam-lhe o valor de 1 milhão.
O sistema de numeração romano foi adotado por muitos
povos. Mas ainda era difícil efetuar cálculos com este sistema.
Por isso, matemáticos de todo o mundo continuaram a
procurar intensamente símbolos mais simples e mais
apropriados para representar os números.
E como resultado dessas pesquisas, aconteceu na Índia
uma das mais notáveis invenções de toda a história da
Matemática: O sistema de numeração decimal.
Afinal os nossos números
0 1 2 3 4 5 6 7 8
9
são chamados de algarismos?
Os árabes divulgam ao mundo
os números hindus
Simbad, o marujo, Aladim e sua lâmpada maravilhosa,
Harum al-Raschid são nomes familiares para quem conhece os
contos de As mil e uma noites. Mas Simbad e Aladim são
apenas personagens do livro, Harum al-Raschid realmente
existiu. Foi o califa de Bagdá, do ano 786 até 809.
Durante o seu reinado os povos árabes travaram uma
séria de guerras de conquista. E como prêmios de guerra, livros
de diversos centros científicos foram levados para Bagdá e
traduzidos para a língua árabe.
Os números racionais
Com o sistema de numeração hindu ficou fácil escrever
qualquer número, por maior que ele fosse.
0 13 35 98
1.024 3.645.872
Como estes números foram criados pela necessidade
prática de contar as coisas da natureza, eles são chamados de
números naturais.
Os números naturais simplificaram muito o trabalho com
números fracionários.
Não havia mais necessidade de escrever um número
fracionário por meio de uma adição de dois fracionários, como
faziam os matemáticos egípcios.
O número fracionário passou a ser escrito como uma razão
de dois números naturais.
A palavra razão em matemática significa divisão.
Portanto, os números inteiros e os números fracionários podem
ser expressos como uma razão de dois números naturais. Por
isso, são chamados de números racionais.
A descoberta de números racionais foi um grande passo
para o desenvolvimento da Matemática.
A importância dos Egípcios para a Matemática
Os Egípcios tiveram grande importância para o desenvolvimento da
Matemática, pois foram eles quem criaram os primeiros símbolos para
representar números. Não podemos dizer ao certo quais foram os
primeiros indícios da existência da Matemática no Egito, uma vez que
o material no qual possivelmente existiriam escritas anteriores às
mais antigas encontradas, pode não ter resistido à força do tempo. Os
materiais encontrados que continham inscrições, existem a mais de
três milênios de idade. Um dos mais resistentes materiais, o papiro,
era produzido através de uma planta com o mesmo nome, de folhas
longas e fibrosas, de onde se retirava um miolo esponjoso em forma
de tiras Era seco de modo que toda a seiva fosse retirada,
entrelaçavam-se as tiras e as mesmas eram prensadas, para
posteriormente servir para anotações. Também foram encontradas
inscrições em cunhas (inscrições em barro posteriormente endurecido
pelo Sol). Tão importante quanto aos materiais anteriores eram as
pedras, a principal delas, chamada de Pedra Rosetta, encontrada em
1799 e que continha importantes informações a respeito dos
números. Havia nela uma numeração que baseava-se no sistema
decimal. Determinados símbolos indicavam valores de 10, 100, 1000,
10.000 e 100.000. Por repetição desses símbolos, escrevia-se o
número desejado. Obviamente, os símbolos tiveram de ser
modificados com o tempo, pois não havia praticidade na sua
utilização, mas ficava provada a precisão de contagem dos Egípcios.
Devido as grandes enchentes que ocorriam de julho a outubro, todos
os anos as terras de cada produtor precisavam ser demarcadas para
uma correta cobrança de tributos (trigo e gado) ao Rei Sesóstris
correspondente às terras efetivamente utilizadas. O procedimento
para a medição contava com os chamados “puxadores de cordas”, os
“harpedonaptas” (KARLSON,1961,p.83). A medição utilizava o método
que mais tarde viria a ser chamado de Teorema de Pitágoras.
Consistia em uma corda com nós, formando triângulos retângulos de
lados 3, 4 e 5. Com estes triângulos, eram formatados os retângulos
correspondentes às áreas. Nasce, pois, a Geometria. Inicialmente,
essas medições eram o suficiente, mas com o passar do tempo,
houve a necessidade de se utilizar números fracionários para a exata
medição, não somente de terras. Então surge o Papiro de Rhind. O
Papiro de Rhind, mais conhecido como o Papiro Ahmes, é o maior e
mais importante dos papiros encontrados. É uma das principais fontes
de informação sobre os conhecimentos matemáticos dos egípcios da
época. Tratam-se de escritos hieráticos, diferentes da escrita
hieroglífica. Este papiro data mais de três milênios de anos e
apresenta 84 problemas e soluções, relacionados a cerveja, pão e
outras coisas do cotidiano para se expressar. Ainda, encontra-se no
papiro uma incrível tabela para a transformação de frações gerais em
somas de frações unitárias. Esta tabela demonstrava uma habilidade
aritmética difícil de ser encontrar até mesmo nos dias de hoje, apesar
de nossos recursos técnicos e tecnológicos. A operação aritmética
fundamental no Egito era a adição. A multiplicação e divisão eram
efetuadas no tempo de Ahmes por sucessivas duplações. Na divisão,
inverte-se o processo de “duplação”: o divisor é dobrado
sucessivamente ao invés do multiplicando. Além das notações
citadas, ainda havia inúmeras outras cuja idéia estaria presente em
estudos posteriores, como por exemplo, o Teorema de Pitágoras.
Após a civilização egípcia, surgiram os romanos que passaram a
utilizar as letras do próprio alfabeto para representar os números.
Porém, o sistema de numeração decimal ainda era de difícil
compreensão. Para resolver este problema, surge na Índia, no final do
século VI uma importante notação: a descoberta do algarismo 0
(zero). Este novo algarismo veio para preencher os espaços que
ficavam vazios entre as casas decimais. Quando este surgiu, já havia
outro sistema de numeração, bem parecido ao que utilizamos
atualmente. O novo sistema fora desenvolvido pelos hindus, mas
quem os divulgou pelo mundo foram os árabes (por isso o nome de
Algarismos Hindu-arábicos). A Índia teve grande participação na
História da Matemática, pois deve-se a seus matemáticos o sistema
de numeração decimal que encontramos hoje. Com todos estes
avanços, ainda faltava um ponto de extrema importância para a
História: os números negativos. Eles aparecem pela primeira vez na
China antiga. Os chineses estavam acostumados a calcular com duas
coleções de barras - vermelha para os números positivos e preta para
os números negativos. No entanto, não aceitavam a idéia de um
número negativo poder ser solução de uma equação. Os Matemáticos
indianos descobriram os números negativos quando tentavam
formular um algoritmo para a resolução de equações quadráticas. Um
exemplo disso são as contribuições de Brahomagupta, pois a
aritmética sistematizada dos números negativos encontra-se pela
primeira vez na sua obra. As regras sobre grandezas eram já
conhecidas através dos teoremas gregos sobre subtração, como por
exemplo, (a -b) (c -d) = ac +bd -ad -bc, mas os hindus converteram-
nas em regras numéricas sobre números negativos e positivos. Na
Grécia, enquanto o Helenismo se difundia contra os bárbaros,
Euclides de Alexandria (360 a.C – 295 a.C) cria a famosa Geometria
Euclidiana. Em 300 a.C cria Os Elementos, um conjunto de treze livros
que o torna o mais importante autor de Matemática da Antiguidade
greco-romana. A obra cobria toda a aritmética, álgebra e geometria
conhecidas até então no mundo grego e reunia os trabalhos de seus
predecessores (isso se verifica com maior clareza no texto postado
sobre a importância dos gregos para a matemática).