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CONTABILIDADE GERAL I

Docente: Ms JAIR ANTONIO FAGUNDES

Discente:
....................................................................
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A GESTÃO...............................................................................................................................................................3
REGIMES CONTÁBEIS:........................................................................................................................................4
a) O Regime de caixa:...........................................................................................................................................4
.............................................................................................................................................................................4
b) O regime de competência ...............................................................................................................................6
O PLANO DE CONTAS..........................................................................................................................................8
TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS. ...................8
1.- ATIVO:....................................................................................................................................................10
2.- PASSIVO:..................................................................................................................................................11
3 - RESULTADO DO PERIODO:..................................................................................................................11
a) OS LIVROS UTILIZADOS NA CONTABILIDADE.......................................................................................19
O DIÁRIO..........................................................................................................................................................19
O LIVRO RAZÃO..............................................................................................................................................20
O LIVRO CAIXA...............................................................................................................................................21
O LIVRO CAIXA E O IMPOSTO DE RENDA............................................................................................21
TRATAMENTO CONTABIL/TRIBUTÁRIO DAS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS..............................27
a) CONTABILIZAÇÃO DAS ENTRADAS DE MERCADORIAS.................................................................27
EMPRESAS COMERCIAIS.........................................................................................................................27
EMPRESAS INDUSTRIAIS. ........................................................................................................................28
COMPRA DE BENS ATRAVÉS DE CONSÓRCIOS..................................................................................32
A AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES E O CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS......................................34
O INVENTÁRIO PERMANENTE....................................................................................................................41
A AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES E AS DISPOSIÇÕES DO DECRETO-LEI N. 1.598/77..........................42
O CAPITAL PRÓPRIO OU PATRIMÔNIO LIQUIDO.........................................................................................43
O CAPITAL SOCIAL (OU INDIVIDUAL). .....................................................................................................43
RESERVAS ........................................................................................................................................................44
LUCROS ACUMULADOS................................................................................................................................47
A DEPRECIAÇÃO.................................................................................................................................................48
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO......................................................................................................................50
APRESENTAÇÃO DAS DEPRECIAÇÕES NO BALANÇO PATRIMONIAL...............................................57
BAIXA DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO................................................................................................58
...........................................................................................................................................................................58
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.....................................................................................61
RELATÓRIOS CONTÁBEIS.............................................................................................................................61
O BALANÇO PATRIMONIAL..........................................................................................................................62
- O ATIVO.......................................................................................................................................................64
2 - PASSIVO...................................................................................................................................................72
3 - Patrimônio Líquido ...................................................................................................................................75
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO...............................................................................79
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS.......................................................85
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS.........................................................88
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO..........................................................89

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CAPITULO I

A GESTÃO.

Até este ponto vimos considerando o patrimônio num determinado momento de seu
processo evolutivo. Na verdade, patrimônio estático não existe. Herrmann Junior, já afirmava
que "a situação patrimonial, revelada pelo balanço, no fim de cada exercício, corresponde a um
instantâneo apanhado das operações em marcha."

As empresas iniciam-se com uma dotação em dinheiro que é aplicada em meios


econômicos e serviços para serem, posteriormente, reconvertidos em dinheiro que voltará a ser
aplicado e assim sucessivamente, até o término de sua existência; quando seu capital será
reduzido à sua expressão inicial, que é o dinheiro. A diferença entre o que a empresa possuía
no início de suas atividades e o que ela apurou no final de sua existência vai indicar o resultado
de suas atividades, o resultado de sua gestão.
A gestão é o conjunto de operações que visam diretamente alcançar os objetivos que
a empresa se propôs. A gestão desenvolve-se através das ações dos órgãos da empresa; ações
voltadas à obtenção dos fins colimados pela empresa e que, geralmente se resumem na
obtenção de lucros.
Não obstante ser única a gestão, iremos apreciá-la sob dois aspectos ou momentos
distintos: o econômico e o financeiro. Daí falar-se em gestão econômica e gestão financeira.
A gestão financeira desenvolve-se em entradas e saídas de dinheiro (monetárias) e
tende a assegurar o equilíbrio financeiro indispensável a qualquer empresa. A gestão
econômica relaciona-se com a formação dos réditos (resultados), sua distribuição ou aplicação.
Entre as entradas e saídas de numerário - fenômenos financeiros - e os ingressos e
custos - fenômenos econômicos - existem correlações que se manifestam de forma direta e
imediata. Não é pois possível traçar uma linha separando a gestão financeira da gestão
econômica.
Os fenômenos econômicos próprios de cada empresa processam-se de forma
ininterrupta na busca da formação do resultado por ela visado. A formação das receitas e das
despesas é um fenômeno contínuo, sem interrupção. A gestão não se interrompe por ocasião
do encerramento do balanço.

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É evidente que uma empresa não pode aguardar até o encerramento de suas
atividades para apurar o resultado verificado nas suas transações. Em conseqüência, adotou-se,
por imperiosa necessidade dos proprietários da empresa, que necessitam analisar
periodicamente as atividades de sua gestão, e por imposição legal, para que os agentes do
governo possam apurar o montante dos tributos devidos, a divisão da vida da empresa (gestão)
em unidades de tempo de igual duração chamados de "exercício financeiro"
A unidade de tempo em que se divide a existência - a gestão - das empresas para
apuração parcelada dos resultados denomina-se, pois, "exercício financeiro". A escolha da
unidade de tempo a ser adotada como exercício financeiro deveria decorrer de critério
totalmente convencional e de exclusivo interesse da empresa. Hoje, no Brasil, por imposição
de norma legal, o exercício financeiro coincide com o ano-calendário para as empresas de
pequeno e médio porte; já as empresas de maior porte (as que recolhem o imposto de renda
pelo lucro real), estão obrigadas a encerrar mensalmente seus balanços o que implica em dizer
que o exercício financeiro fiscal para estas empresas equivale a um mês.
A divisão da gestão em exercícios financeiros, para os efeitos de apuração periódica
dos resultados, trouxe, por via de conseqüência, o surgimento de vários problemas que a
contabilidade teve de enfrentar e resolver, especialmente em relação aos fatos ainda em
processo de formação por ocasião do término do exercício financeiro.
Um dos problemas enfrentados consiste em decidir-se se as receitas e as despesas em
formação devem ser imputadas ao exercício em que são formadas ou ao exercício em que
sejam pagas ou recebidas, respectivamente.

REGIMES CONTÁBEIS:

a) O Regime de caixa:

A solução mais simples está consagrada no chamado Regime de caixa. No regime de caixa as
receitas e as despesas são imputadas ao exercício em que os valores tenham sido recebidos ou
pagos, não importa o período a que correspondam.
Exemplo:
A assinatura anual de uma revista técnica, paga em março de 19x1, seria considerada
como despesa ao mês de março. Não importa que seja recebida mensalmente, de março de
19x1 a fevereiro de 19x2.

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Os ordenados relativos ao mês de março de 19x1, são pagos no dia 5 de abril. Pelo
regime de caixa a despesa relativa ao ordenados só será contabilizada no dia 5 de abril.

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ASSINATURA DE REVISTAS TÉCNICAS


Mercado de Capitais – Março 19x1 a fev. 19x2 1.200,00
a CAIXA
Mercado de Capitais – Recibo 7.452 1.200,00

ORDENADOS
Folha de pagamento março 19x1 15.000,00
a BANCOS
Cheques nr. 37224 a 37240 15.000,00

b) O regime de competência

Pelo regime de competência, as receitas e despesas são consideradas como encargos do


exercício em que se formam, independentemente do fato de seu pagamento ter ocorrido no
mesmo ou em outro exercício.
No caso da assinatura anual da revista, o pagamento da assinatura seria normalmente
registrado conforme segue:

ASSINATURA DE REV. TÉCN. A APROPRIAR


Mercado de Capitais – Março 19x1 / fevereiro 19x2 1.200,00
a CAIXA ou BANCOS
Mercado de Capitais – Recibo 7.452 1.200,00

Mensalmente, a parcela da despesa que corresponde a cada mês desta assinatura, será
apropriada com o lançamento a seguir:

ASSINAT. DE REVISTAS TÉCNICAS (Despesas)


Parcela apropriada relativa ao mês de março 19x1 100,00

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a ASSINAT. DE REVISTAS TÉCNICAS A APROPR.


Valor apropriado – março 19x1 100,00

No caso dos salários de março e que só virão a ser pagos no dia 5 de abril; o primeiro
lançamento a ser feito corresponde ao registro da despesa com a concomitante formação da
dívida:

ORDENADOS (Despesa)
Folha de pagto relativo à março 30.000,00
a ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circ.)
Valor da folha de março 19x1 30.000,00

No dia 5 de abril, com o pagamento dos ordenados faz-se o registro da baixa da


obrigação e da concomitante saída de numerário:

ORDENADOS A PAGAR (Passivo Circ.)


Pagamento folha de março 19x1 30.000,00
a CAIXA ou BANCOS
Folha de pagamento de março 19x1 30.000,00

CAPITULO II.

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O PLANO DE CONTAS.
O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, com
a finalidade de mantê-la ordenada de forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois
instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício.

Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma estrutura do
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício.

O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o interesse da empresa em
informações detalhadas; inexistem regras que estabeleçam o número máximo ou o número
mínimo de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se saiba, todavia, que o
plano de contas deve ser suficientemente elástico afim de permitir a inclusão de novas contas,
sempre que elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento do plano de
contas varia segundo o interesse do contador e da empresa levando em consideração, sempre,
a necessidade de registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa.

TÉCNICA DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS.

O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os
valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma
detalhada a fim de não ocorrerem confusões.

Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos


menores - do geral para o particular.

Assim, podemos dizer que o nosso plano de contas pode se dividir em quatro grandes
grupos;

a) CONTAS PATRIMONIAIS: 1.- ATIVO


2.- PASSIVO e PATRIMONIO LÍQUIDO

b) CONTAS DE RESULTADO; 3.- RECEITAS


4.- DESPESAS

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Ou, visando a elaboração da demonstração do resultado do exercício, em apenas três:

1. ATIVO;
2. PASSIVO e PATRIMÔNIO LIQUIDO
3. CONTAS DE RESULTADO.

Este último será o sistema que usaremos em aula.

A codificação do plano de contas


Inexistem regras estabelecidas sobre a forma de codificar o plano de contas. Como, porém os
números oferecem uma maior facilidade de ordenamento, geralmente adota-se um código
numérico.

Adotado o código numérico, as contas de primeiro grau serão designadas pelos


seguintes dígitos:

1, designando as contas do ATIVO


2, designando as do PASSIVO e do PATRIMONIO LIQUIDO
3 – designando as CONTAS DE RESULTADO

Assim, para buscarmos uma conta representativa de um bem ou direito (uma conta
ativa) procuraremos uma cujo dígito codificador inicial seja "1"; quando quisermos uma conta
representativa de uma obrigação (uma conta passiva) ou uma conta que represente uma parte
do patrimônio líquido procuraremos uma conta cujo dígito inicial seja "2", já as contas de
resultado serão procuradas pelo dígito 3, indicativo do grupo a que pertencem.

O grau das contas -


O sistema de graduação das contas funciona como se fosse uma árvore (ou melhor, três
árvores), uma para o ativo, uma para o passivo e outra para as contas de resultado.

As contas de primeiro grau representam os agrupamentos principais:

1. ATIVO:
Agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa;

2. PASSIVO:
Agrupando todas as contas que representam as obrigações da empresa e o
capital próprio (Patrimônio líquido);

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3.- CONTAS DE RESULTADO:.


Agrupando as contas de resultado. Seu saldo representa uma receita, um
ingresso, um lucro, quando credor, ou uma despesa, um gasto, uma perda,
quando devedor.

As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de contas em


que se divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo ordenamento em que é
feita a apresentação das demonstrações contábeis; assim, teremos dentro do ativo, os seguintes
grandes grupos:

1.- ATIVO:

1.1 - ATIVO CIRCULANTE -


Este grupo agrega as contas que representam os valores disponíveis em caixa,
em bancos, os valores a receber até a data do próximo balanço, os estoques e as
despesas pagas antecipadamente e que influenciarão os resultados do exercício
seguinte. Este grupo pode ser dividido em outros subgrupos de acordo com as
necessidades e conveniências.

1.2 - ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO -


Este grupo agrega as contas que representam os valores a receber (0s direitos)
que só venham a vencer após o balanço seguinte.

1.3 - ATIVO PERMANENTE – Neste grupo agregam-se as contas


representativas dos bens adquiridos com caráter permanente, adquiridos com a
intenção de usá-los, sem a intenção de revendê-los. Este grupo se divide em três
outros grupos distintos:

1.3.01 – INVESTIMENTOS -
Agrupa as contas que representam as aplicações de recursos
financeiros em outras empresas ou em bens que não mantenham
relação com a atividade objeto da empresa;

1.3.02 – IMOBILIZAÇÕES – Aqui se agrupam as contas que


representam as aplicações de recursos financeiros que visam a
manutenção da atividade objeto da empresa e a s respectivas contas
de regularização.

1.3.03 – DIFERIDO -
Este é o grupo que agrega as contas que representam as despesas que
influenciarão o resultado de vários exercícios futuros, tais como:

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despesas pré-operacionais
benfeitorias em imóveis de terceiros.

2.- PASSIVO:

2.1 - PASSIVO CIRCULANTE -


Reúne as contas representativas das obrigações da empresa, vencíveis no
decurso do exercício seguinte (antes do próximo balanço);

2.2 - PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO - Agrupa as contas que


representam as obrigações que tiverem seu vencimento após o decurso do
exercício seguinte (após o próximo balanço)

2.3 - RESULTADO DE EXERCICIOS FUTUROS -


Neste grupo são reunidas as contas que representam as receitas e despesas
relativas a obras cujo ciclo operacional seja superior a um ano. Ex.: a
construção de um edifício; etc..
Este grupo não será utilizado em nosso exercício.

2.4 - PATRIMÔNIO LIQUIDO -


Este grupo de contas representa o patrimônio líquido da empresa, formado
pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados.

3 - RESULTADO DO PERIODO:

Este é o grupo que agrega as contas de toda natureza que representem ingressos,
receitas ou lucros de um lado e, de outro, as contas que representam custos, despesas ou
perdas

3.1 - RECEITA BRUTA - Reúne as contas que representam a receita bruta


das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços, ou apenas de
serviços;

3.2 - ABATIMENTOS DA RECEITA BRUTA - Reúne as contas que


representam as vendas anuladas, os descontos incondicionais e os impostos
incidentes sobre as vendas, dos quais o comerciante é mero repassador
(ICMS, PIS e COFINS).

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3.3 - CUSTO DAS VENDAS - Neste grupo se reúnem as contas utilizadas


na apuração do Custo das mercadorias vendidas: Mercadorias estoque (EI);
Compras à vista; Compras a prazo; Fretes sobre compras e Devolução de
compras.

3.4 - DESPESAS OPERACIONAIS -


Todas as despesas necessárias à atividade geral da empresa, tendo em vista o
fim a que ela se propõe.
Este grupo, geralmente, é dividido em subgrupos de acordo com o interesse
da empresa. (Despesas com vendas, Despesas administrativas, Despesas
Financeira, etc.)

3.5 - RECEITAS NAO OPERACIONAIS -


São as receitas que não mantém vinculação com a atividade objeto da
empresa. A receita apurada na venda de um bem do ativo imobilizado é um
exemplo de receita não operacional.

3.6 - DESPESAS NÃO OPERACIONAIS - Despesas que não mantém


vinculação com a atividade a que a empresa se propôs. A baixa, pelo valor
contábil , de bem do ativo permanente alienado.

Os lançamentos serão sempre feitos nas contas de 5º grau, este registro será
automaticamente transferido para as contas de 4.º daí para as de 3.º grau, destas para as contas
de 2.º grau e destas para as de l.º grau. A representação gráfica abaixo ilustra esta afirmação.

========================================================================

I GRAU
^ < II GRAU

^ < III GRAU

^ < IV GRAU

^ < V GRAU

COD. DA CONTA COD RED TITULO DA CONTA GRAU


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1 19 ATIVO 1

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1.1 27 ATIVO CIRCULANTE 2


1.1.01 35 DISPONIBILIDADES 3
1.1.01.001 43 CAIXA GERAL 4
1.1.01.001.0001 51 Caixa matriz 5
1.1.01.001.0002 60 Caixa filial 5
1.1.01.002 78 BANCOS C/MOVIMENTO 4
1.1.01.002.0001 94 B do Brasil S/A 5
1.1.01.002.0002 108 Bradesco S/A 5
1.1.01.003 116 APLIC.LIQUIDEZ IMED. 4
1.1.01.003.0001 124 Bco. Real S/A 5
1.1.01.003.0002 132 Bco. Itau S/A 5
1.1.02 140 DIREITOS REAL.A C.PRAZO 3
1.1.02.001 159 CLIENTES 4
1.1.02.001.0001 167 Alvaro Dias 5
1.1.02.001.0002 175 Bernardo Souto 5
1.1.02.001.0003 183 Carlos Borba 5
1.1.02.001.0004 191 Décio Constante 5
1.1.02.001.0005 205 Edvino Soares 5
1.1.02.001.0006 213 Fernando Salvio 5
1.1.02.001.0007 221 Guilherme Souto 5
1.1.02.001.0008 230 Ildefonso Camargo 5
1.1.02.001.0009 248 Henrique Costa 5
1.1.02.001.0010 256 José Souto 5
1.1.02.002 264 VALORES DESCONTADOS 4
1.1.02.002.0001 272 (-) Títulos descontados 5
1.1.02.002.0002 280 ... 5
1.1.02.003 299
1.1.02.003.0001 302
1.1.02.004 310 VALORES A RECUPERAR 4
1.1.02.004.0001 329 ICMS a recuperar 5
1.1.02.004.0002 337 Adiant. a funcionários 5
1.1.02.004.0003 345 Depósitos judiciais 5
1.1.02.004.0004 353 IR recuperável 5
1.1.02.005 361 ESTOQUES 4
1.1.02.005.0001 370 Mercadorias 5
1.1.02.006 388 DESP. DO EXERC. SEGUINTE 4
1.1.02.006.0001 396 Seguros antecipados 5
1.2 400 ATIVO REALIZ. A LONGO PRAZO 2
1.2.01 418 CREDITOS E VALORES 3
1.2.01.001 426 CONTAS A RECEBER 4
1.2.01.001.0001 434 A. Couto 5
1.3 442 ATIVO PERMANENTE 2
1.3.01 450 INVESTIMENTOS 3
1.3.01.001 469 PARTICIP.EM OUTRAS EMPRESAS 4
1.3.01.001.0001 477 Frigovale S/A 5
1.3.01.001.0002 485 Curtisinos S/A 5
1.3.02 493 IMOBILIZAÇÕES 3
1.3.02.001 507 VALOR ORIGINAL CORRIGIDO 4
1.3.02.001.0001 515 Terrenos 5
1.3.02.001.0002 523 Móveis e Utensílios 5
1.3.02.001.0003 531 Veículos 5
1.3.02.001.0004 540 Máquinas e equipamentos 5
1.3.02.002 558 DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS 4
1.3.02.002.0001 566 (-) Depr.acum. Móv. Utensílios 5
1.3.02.002.0002 574 (-) Depr.acum. veículos 5
1.3.02.002.0003 582 (-) Depr.acum. máq.e equip. 5
1.3.03 590 DIFERIDO 3
1.3.03.001 604 DESPESAS DE EXERC. FUTUROS 4
1.3.03.001.0001 612 Desp. Pré-operacionais 5
1.3.03.002 620 AMORTIZAÇOES ACUMULADAS 4
1.3.03.002.0001 639 (-) Amort.Acum. Desp.Pré-oper. 5

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2 647 PASSIVO 1
2.1 655 PASSIVO CIRCULANTE 2
2.1.01 663 EXIGIVEL A CURTO PRAZO 3
2.1.01.001 671 BANCOS C/EMPRÉSTIMOS 4
2.1.01.001.0001 680 B Brasil S/A 5
2.1.01.001.0002 698 Bradesco S/A 5
2.1.01.002 701 FORNECEDORES 4
2.1.01.002.0001 710 A & Souza Ltda 5
2.1.01.002.0002 728 B & Campos Ltda 5
2.1.01.002.0003 736 C & Camargo 5
2.1.01.002.0004 744 D & B Ltda 5
2.1.01.002.0005 752 E. Fortes & Cia. 5
2.1.01.002.0006 760 F & Cunha Ltda. 5
2.1.01.002.0007 779 G. Gaveta Ltda 5
2.1.01.002.0008 787 H & H Ltda. 5
2.1.01.002.0009 795 Irmo Castro Ltda. 5
2.1.01.002.0010 809 Justo Falido S/A 5
2.1.01.003 817 CONTAS A PAGAR 4
2.1.01.003.0001 825 Ordenados a pagar 5
2.1.01.003.0002 833 Férias a pagar 5
2.1.01.003.0003 841 13º. Salário a pagar 5
2.1.01.003.0004 850 Inss a pagar 5
2.1.01.003.0005 868 Fgts a pagar 5
.1.01.004 876 IMPOSTOS A PAGAR 4
2.1.01.004.0001 884 IRPJ a pagar 5
2.1.01.004.0002 892 Contr. Social a pagar 5
2.1.01.004.0004 906 Icms a recolher 5
2.1.01.004.0005 914 Pis a recolher 5
2.1.01.004.0006 922 Cofins a recolher 5
2.1.01.004.0007 1775 IRRF a recolher 5
2.2 930 PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO 2
2.2.01 949 EMPRESTIMOS E FINANCIAMENTO 3
2.2.01.001 957 INSTITUIÇOES FINANCEIRAS 4
2.2.01.001.0001 965 B.do Brasil S/A 5
2.2.01.001.0002 973 Bradesco S/A 5
2.3 981 PATRIMONIO LIQUIDO 2
2.3.01 990 CAPITAL PROPRIO 3
2.3.01.001 1007 CAPITAL SOCIAL 4
2.3.01.001.0001 1015 Capital integralizado 5
2.3.01.002 1023 RESERVAS 4
2.3.01.002.0001 1031 Reservas de capital 5
2.3.01.002.0002 1040 Reservas de reavaliação 5
2.3.01.002.0003 1058 Reservas de lucro 5
2.3.01.003 1066 RESULTADOS ACUMULADOS 4
2.3.01.003.0001 1074 Lucros acumulados 5
2.3.01.003.0002 1082 Prejuízos a compensar 5

2.3.01.004 1090
2.3.01.004.0001 1104
2.3.01.004.0002 1112

3 1120 RESULTADO DO PERIODO 1


3.1 1139 RESULTADO OPERACIONAL 2
3.1.01 1147 LUCRO BRUTO 3
3.1.01.001 1155 RECEITA LIQUIDA 4
3.1.01.001.0001 1163 Vendas à vista 5
3.1.01.001.0002 1171 Vendas a prazo 5
3.1.01.002 1180 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 4
3.1.01.002.0091 1198 Vendas anuladas 5
3.1.01.002.0092 1201 Icms s/ vendas 5
3.1.01.002.0093 1210 Pis 5
3.1.01.002.0094 1228 Cofins 5

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3.1.02 1236 CUSTO 3


3.1.02.001 1244 CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS 4
3.1.02.001.0001 1252 Compras à vista 5
3.1.02.001.0002 1260 Compras a prazo 5
3.1.02.001.0003 1279 Fretes s/compras 5
3.1.02.001.0004 1287 Devoluções de compras 5
3.1.02.001.0005 1295 Custo Merc. vendidas 5
3.1.03 1309 DESPESAS OPERACIONAIS 3
3.1.03.001 1317 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 4
3.1.03.001.0001 1325 Ordenados 5
3.1.03.001.0002 1333 Férias 5
3.1.03.001.0003 1341 l3.o salário 5
3.1.03.001.0004 1350 Contrib.Previdenciárias 5
3.1.03.001.0005 1368 Depreciações 5
3.1.03.001.0006 1376 Amortizações 5
3.1.03.001.0007 1384 Prêmios de seguros 5
3.1.03.002 1392 DESPESAS COM VENDAS 4
3.1.03.002.0001 1406 .....
3.1.03.002.0002 1414 Títulos incobráveis 5
3.1.03.002.0003 1422 Comissões pagas 5
3.1.03.002.0004 1430 Publicidade 5
3.1.03.003 1449 DESPESAS FINANCEIRAS 4
3.1.03.003.0001 1457 Juros e desc passivos 5
3.1.03.003.0002 1465 Variações monet passivas 5
3.1.03.003.0003 1473 Despesas bancárias 5
3.1.03.004 1481 RECEITAS FINANCEIRAS 4
3.1.03.004.0001 1490 Juros e desc ativos 5
3.1.03.004.0002 1503 Variações monet ativas 5
3.1.03.004.0003 1511 Comissões recebidas 5
3.1.03.004.0004 1520
3.2 1538 RESULTADO NAO OPERACIONAL 2
3.2.01 1546 DESPESAS NAO OPERACIONAIS 3
3.2.01.001 1554 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 4
3.2.01.001.0001 1562 Perda na venda do imobilizado 5
3.2.01.001.0002 1570 Baixa de ativo 5
3.2.02 1589 RECEITAS NAO OPERACIONAIS 3
3.2.02.001 1597 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 4
3.2.02.001.0001 1600 Ganho na venda do imob. 5

3.3 1619
3.3 01 1627
3.3.01.001 1635
3.3.1.1.1 1643
3.3.1.1.2 1651
3.4 1724 PROVISOES P/ TRIBUTOS S/ LUCROS 2
3.4.01 1732 PROVISÕES P/ TRIBUTOS S/ LUCROS 3
3.4.01.001 1740 PROVISOES P/ TRIBUTOS S/ LUCROS 4
3.4.01.001.0001 1759 Provisão para o IRPJ 5
3.4.01/001.0002 1767 Provisão p/ Contrib. Social 5
3.9 1660 APURAÇÃO DO RESULTADO 2
3.9.01 1678 RESULTADO DO PERÍODO 3
3.9.01.001 1686 RESULTADO DO EXERCICIO 1999 4
3.9.01.001.0003 1716 Resultado do Exercício 5

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Função e funcionamento das contas.

Além das descrições acima, o plano de contas deve conter um roteiro em que sejam
descritas a função, a posição dentro do elenco patrimonial, seu funcionamento, a natureza e
destinação de seu saldo. Para um melhor entendimento, apresentaremos a ficha de alguma
conta dentre as apresentadas no elenco.

Conta: Caixa Matriz


Código: 1.1.01.001.0001 Reduzido: 51
Posição: 1. Ativo
1.1 Ativo Circulante
1.1.01 Disponibilidade

Função: Registra a movimentação financeira da empresa através das entradas e saídas de dinheiro.

Funcionamento:
Debita-se: Para registrar os valores numerários entrados em caixa;
Credita-se: Para registrar as saídas de valores numerários (dinheiro) da caixa

Saldo: Representa a quantia de valores numerários existentes em caixa e será sempre devedor

Conta: Móveis e Utensílios


Código: 1.3.02.001.0002 Reduzido: 523

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Posição: 1 Ativo
1.3 Ativo Permanente
1.3.02 Imobilizações

Função: Registra o valor de aquisição dos imóveis, seus acréscimos em virtude dos registros da Correção
monetária e suas reduções decorrentes de alienação ou baixa por obsolescência..

Funcionamento:
Debita-se: Para registrar o seu valor de aquisição, os acréscimos por novas aquisições;.
Credita-se: Para registrar as reduções quer por baixa ou Venda.

Saldo: Representa o valor atualizado dos móveis e utensílios existentes na data do balanço e será
sempre devedor.

Conta: Depreciações acumuladas de móveis e Utensílios.


Código: 1.3.02.002.0001 Reduzido: 566
Posição: 1 Ativo
1.3 Ativo Permanente
1.3.02 Imobilizações

Função: Conta retificadora do ativo. Registra o valor da depreciações acumuladas período a período da conta
móveis e utensílios

Funcionamento:
Debita-se: Para registrar a baixa da depreciação acumulada dos móveis e utensílios baixados;
Credita-se: Para registrar, como contrapartida, o valor dos encargos com depreciação acumulados até
a data do balanço.

Saldo: Representa o valor total dos encargos com depreciação acumulados até a data do balanço. Será
sempre credor e não poderá ser de valor superior ao da conta que está retificando.

Conta: Vendas à vista


Código: 3.1.01.001.0001 Reduzido: 1163
Posição: 3 Resultado do período
3.1 Resultado operacional
3.1.01 Lucro bruto

Função: Registra o valor das vendas à vista efetuadas no período:

Funcionamento:
Debita-se: No final do período para transferir o valor do seu saldo para a conta Resultado do Período.
Credita-se: Para registrar o valor das vendas efetuadas à vista.

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Saldo: Representa o montante das vendas à vista efetuadas. Será sempre credor. Transfere-se ao final
do período para a conta Resultado do período.

Conta: Resultado do Período.


Código: 3.9.01.001.00032 Reduzido: 1716
Posição: 3 Resultado do período
3.3 Resultado acumulado do período
3.3.01 Resultados do período

Função: Conta de existência efêmera. Tem por finalidade receber em transferência o saldo de todas as
contas de resultado para apurar o resultado do período. Só é movimentada ao final do exercício.

Funcionamento:
Debita-se:
Para receber em transferência o saldo das contas que representam custos e despesas
Para transferir o saldo dos lucros obtidos para formar as provisões correspondentes aos tributos a
recolher em decorrência dos resultados obtidos;
Para transferir o saldo final para a conta Lucros acumulados.
Credita-se:
Para receber, em transferência, o saldo das contas que representam receitas, ingressos.
Para transferir o saldo - quando apresenta prejuízo para a conta Prejuízos a compensar.
Saldo: Esta conta não apresenta saldo, salvo durante a apuração do resultado.
-------------------------------------------------------

CAPITULO III

09/02/08 18-92
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A) OS LIVROS UTILIZADOS NA CONTABILIDADE.

Os principais livros utilizados na contabilidade são: o Diário, o Razão, o Caixa e o


Inventário. Outros livros auxiliares que variam em quantidade e espécie, de acordo com a
natureza e as necessidades de cada empresa, também podem ser usados.
Existem também os livros exigidos pela legislação fiscal, cujo valor, sob o aspecto
contábil, é bastante reduzido, entre eles citamos:
1.- Livro registro de entradas de mercadorias;
2.- Livro registro de saídas de mercadorias;
3.- Livro de apuração do ICMS;
4.- Livro de apuração do IPI;
5.- Livro razão em Ufir;
6.- Livro de apuração do lucro real e outros
Os livros podem ser classificados segundo seus fins:
a) Obrigatórios: Os livros exigidos por lei;
b) Facultativos: Os livros escriturados no interesse exclusivo do
comerciante.
Segundo sua natureza:
a) Cronológicos:
Aqueles em que a escrituração é feita em ordem cronológica, isto é,
segundo a sucessão de dia, mês e ano;
b) Sistemáticos:
Aqueles em que os lançamentos são feitos em ordem sistemática,
agrupando-se os registros segundo sua natureza e finalidade;
Segundo sua utilidade:
a) Principais:
São os livros que oferecem todas as informações relativas à
contabilidade. Servem de fonte de informação sobre todas as operações
realizadas;
b) Auxiliares:
São os livros que particularizam as operações, oferecendo, em separado,
uma análise específica e quantitativa de determinados valores.

O DIÁRIO.

O livro diário é obrigatório e registra todas as operações e transações realizadas pela


empresa. Os lançamentos neste livro obedecem a ordem cronológica de dia, mês ano. Os
registros podem ser feitos agrupadamente em partidas mensais, desde que utilizados livros
auxiliares em que estas operações estejam individuadamente registradas em ordem cronológica
de dia, mês e ano.

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O livro diário. bem como os demais livros de escrituração devem se revestir de certas
formalidades denominadas:
a) Formalidades extrínsecas: os livros devem ser encadernados, ter suas folhas
numeradas, estar autenticados na Junta Comercial, conter os termos de abertura e de
encerramento;
b) Formalidades intrínsecas: Os lançamentos devem ser feitos (à mão, mecânica ou
eletronicamente ) em tinta preta ou azul, sem emendas, rasuras, raspaduras ou borrões,
linhas em branco, em ordem cronológica, mantendo um método de contabilidade
uniforme, em moeda e idioma nacional.
O livro Diário pode ser desdobrado em vários livros auxiliares, todos revestidos das
mesmas formalidades, cada um para o registro de fatos de determinada natureza. Assim,
podemos ter o diário auxiliar de clientes, o diário auxiliar de fornecedores e outros. No livro
diário geral far-se-á o registro do resumo dos lançamentos contidos nos livros auxiliares
Os lançamentos no livro Diário devem ser feitos em ordem cronológica; respeitadas
as formalidades intrínsecas. Os erros cometidos na escrituração do livro Diário são corrigidos
através de estornos ou de lançamentos complementares. Não se admite raspar (apagar) um
erro cometido na escrituração do diário. Nem tampouco o uso de verniz corretivo.

Os lançamentos no Diário devem ser feitos de forma clara e concisa, e compõem-se


de cinco partes importantes e indissociáveis:

1) - a data em que se realizou a operação;


2) - a conta devedora;
3) - a conta credora;
4) - o histórico;
5) - o valor.

O LIVRO RAZÃO.

O livro Razão é um livro sistemático e, apesar de facultativo é um livro de grande


utilidade e importância na Contabilidade. A legislação tributária atualmente exige a manutenção
deste livro pelo período de cinco anos, caracterizando-o como um livro obrigatório perante as
leis fiscais.
O livro razão é um livro sistemático - destina uma folha para cada conta -
selecionando operações relativas a cada elemento específico do patrimônio. Os lançamentos
no livro razão são feitos em ordem cronológica dentro de cada conta. O razão também pode
ser escriturado em fichas, utilizando-se uma destas para cada conta.
Cada lançamento no Diário, implica necessariamente na sua transcrição para o livro
Razão. A conta debitada no Diário será, também, debitada no razão; e vice-versa, a conta
creditada no diário, será também, necessariamente, creditada no razão.

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O LIVRO CAIXA

O Caixa é o livro onde são registradas todas as operações que envolvam bens
numerários. É portanto um livro de ordem sistemática, muito embora as operações financeiras
venham a ser registradas em ordem cronológica. O livro Caixa é um livro facultativo, apesar da
sua grande utilidade nas empresas, sendo considerado mesmo indispensável nos grandes
empreendimentos.
A escrituração do livro em análise divide-se em duas partes:
a) - uma para o débito - onde são lançadas todas as entradas de dinheiro;
b) - uma para o crédito - onde se registram todas as saídas de bens numerários.
O saldo apresentado pelo livro Caixa deve coincidir com o saldo da conta "Caixa"
apresentado pela contabilidade e com os valores existentes em cofre.

O LIVRO CAIXA E O IMPOSTO DE RENDA.

O artigo 18 da Lei n. 8.541/92 determina que as empresas que optem pela tributação
simplificada devem escriturar os recebimentos e os pagamentos de cada mês em um livro Caixa
(exclusão feita às empresa que mantiverem escrituração contábil). Não mantendo os registros
contábeis completos, a escrituração do livro Caixa torna-se obrigatória, mesmo que a empresa
mantenha os outros livros fiscais escriturados regularmente.
Neste livro são registradas todas as operações que envolvam as disponibilidades da
empresa, tanto em Caixa quanto em Bancos; assim, mesmo os rendimentos de aplicações
financeiras; as despesas bancárias normalmente lançadas diretamente na conta bancária do
investidor, ainda que não transitem pelo Caixa, devem ser registradas no mesmo. Também os
valores creditados diretamente em conta bancária correspondentes a qualquer importância
recebida, bem como os pagamentos efetuados mediante cheque bancário, precisam ser
registrados neste livro "Caixa".
O saldo deste livro representa o montante dos valores disponíveis em Caixa mais o
saldo das contas representativas das disponibilidades existentes em depósitos bancários.

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b)- TRANSAÇÕES DIVERSAS


Apresentaremos, neste capítulo, a forma de se efetuar o registro contábil
(lançamentos no Diário) das diversas transações que mantenham algum grau de dificuldade e
que ocorrem com relativa freqüência em qualquer tipo de entidade.

1.- A empresa entrega, para desconto, no Banco do Brasil S/A, as duplicatas n. 116 e 117,
emitidas contra L. Bandeira e C. de Castro, no valor de $ 26.000,oo e 32.000,oo,
respectivamente. O Banco descontou as despesas no valor de $ 7.300,oo e depositou o
restante na conta movimento da empresa:

B DO BRASIL S/A – C/MOVIMENTO


- Importância depositada n/data. 50.700,00
DESPESAS BANCARIAS
- B do Brasil SA cfe extrato. 7.300,00
a TITULOS DESCONTADOS.
- L Bandeiras. 26.000,00
- C. Castro. 32.000,00

2.- Chegado o vencimento, o B do Brasil avisa que L. Bandeira liquidou sua conta:

TITULOS DESCONTADOS
L. Bandeira. 26.000,00
a CLIENTES
L Bandeira 26.000,00

3. Avisa também que C. Castro não efetuou o pagamento no vencimento, devendo o título ser
reembolsado:

TITULOS DESCONTADOS.
C. Castro.. 32.000,00

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a B DO BRASIL C/ MOVIMENT.
Valor reembolsado. 32.000,00

4.- A empresa perdeu $ 1.500,00 com clientes,:

TITULOS INCOBRAVEIS
Perda com clientes. 1.500,00
a CLIENTE.
Tulio Ventosa, n/ dupl. 116.. 1.500,00

5.- Pagamento de despesas (seguros) que serão apropriadas na medida que o encargo se
consubstancie como tal.

SEGUROS ANTECIPADOS (Ou) A APROPRIAR).


Novo seguros – Apólice 2.420. 4.800,00
a CAIXA ou BANCOS.
Apólice 2420 da Novo Seguros. 4.800,00

6.- Apropriação da despesa com seguro relativa ao mês em curso. A despesa paga corresponde
a um ano, logo: 4.800,00 / 12 = 400,00

SEGUROS CONTRA FOGO.


Apropriação despesa de março 19x1. 400,00
a SEGUROS A APROPRIAR.
Valor transferido p/ Seguros c/ fogo. 400,00

7.- O Aluguel relativo ao mês de março de 19x1 só será pago no dia 10 de abril. Adotado o
regime de competência precisamos fazer o registro da despesa correspondente e o
provisionamento para liquidação da divida na data do vencimento.

ALUGUEIS PASSIVOS.
Valor correspondente a março. 5.000,00
a ALUGUEIS A PAGAR.
Luiz E. Krause. 5.000,00

8.- Os ordenados também são provisionados ao final do mês de março para serem pagos no
inicio de abril. Ao ser provisionado o valor do ordenado a pagar também será registrada a
divida da empresa pelo valor da contribuição ao INSS descontada do empregado.

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ORDENADOS.
Valor da folha de pagamento março 19x1 10.000,00
a ORDENADOS A PAGAR.
Líquido a pagar – março 19x1 9.100,00
a INSS A RECOLHER.
Valor retido 900,00

9.- Provisionado o valor dos ordenados a pagar, registram-se, também, os encargos da


empresa com o FGTS e INSS.

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIARIAS.
Encargos da empresa – folha de março. 2.800,00
a INSS A RECOLHER.
Relativo a folha de março 19x1 2.000,00
a FGTS A RECOLHER.
Relativo a folha de março 19x1. 800,00

10.- A duplicata nr. 7.452, emitida por Leoncio Gauderio, no valor de $ 15.000,oo foi paga
antecipadamente, com desconto de $ 1.500,00.

FORNECEDORES..
LEONCIO GAUDERIO –
S/ Duplicata 7452 15.000,00
a CAIXA ou BANCOS
Duplicata 7452 – Leoncio Gauderio 13.500,00
a DESCONTOS OBTIDOS.
Duplicata 7452 – Leoncio Gauderio 1.500,00

11.- Por sua vez, a duplicata 2.457, no valor de $ 63.000,00, emitida por Omega, foi paga
depois de vencida, com juros de Cr$ 2.000,oo

FORNECEDORES.
OMEGA
. Duplicata 2.457. 63.000,00

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JUROS PASSIVOS.
Omega – Sua duplicata 2.457 2.000,00
a CAIXA ou BANCOS.
Omega – Sua duplicata 2.457. 65.000,00

12 - . Registro do Custo das mercadorias vendidas, utilizando-se das seguintes informações;


a- Saldo da conta mercadorias, representando o estoque inicial..( D )...............$ 20.000,00
b- Saldo da conta compras à vista..............................................( D )................$ 35.000,00
c- Saldo da conta compras a prazo............................................( D ).................$ 45.000,00
d- Saldo da conta fretes s/compras...........................................( D )................. $ 12.000,00
e- Saldo da conta Devolução de compras..................................( C )................. $
3.000,00
f- Estoque de mercadorias existente no final do período.................................... $ 35.000,00

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 112.000,00


Valor transferido p/encerramento do exercício
a MERCADORIAS – Estoque
Valor que se transfere p/ CMV 20.000,00
a COMPRAS À VISTA
Valor transferido para C M V 35.000, 00
a COMPRAS A PRAZO
Valor transferido para C M V 45.000,00
a FRETES S/ COMPRAS
Valor transferido para C M V 12.000,00

DEVOLUÇÃO DE COMPRAS
Valor transferido para C M V 3.000,00
a CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
Valor transferido de Devolução de compras 3.000.00
MERCADORIAS – Estoque
Valor do estoque existente em 31.12... 35.000,00
a CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
Valor do estoque existente em 31.12....s 35.000.00

13- Compras a prazo de mercadorias para revenda no valor de $ 100.000,00, ICMS embutido
no preço (12%) = 12.000,oo

COMPRAS.
J. Tavares – s/ Nota Fiscal 312 88.000,00
ICMS A RECUPERAR..
N.Fiscal 312 de J. Tavares. 12.000,00
a FORNECEDORES.
J TAVARES
S/ Nota Fiscal 312. 100.000,00

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14- Venda à vista de mercadoria adquirida para revenda, no valor de $ 100.000,oo. O ICMS
incidente sobre esta venda é de 17%, ou seja $ 17.000,00.

CAIXA
Vendas à Vista cfe Notas Fiscais 01 a 16. 100.000,00
a VENDAS À VISTA
Notas Fiscais 1 a 16. 100.000,00
ICMS S/VENDAS (Abatim.Rec.Bruta)
Imposto contido nas vendas.. 17.000,00
a ICMS A RECOLHER (passivo circ.)
Valor e recolher 17.000,00

15- Ao final do mês o montante do ICMS a recolher é apurado mediante a comparação


contábil do saldo das contas "ICMS a recuperar" e "ICMS a recolher"

ICMS A RECOLHER (passivo circ.)


Valor transferido de ICMS a recuperar. 12.000,00
a ICMS A RECUPERAR (ativo circ.).
Valor transferido para ICMS a recolher 12.000,00

===============================================================

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CAPITULO IV

TRATAMENTO CONTABIL/TRIBUTÁRIO DAS OPERAÇÕES COM


MERCADORIAS.

a) CONTABILIZAÇÃO DAS ENTRADAS DE MERCADORIAS.

Inicialmente, convém analisar o que devemos entender por mercadoria. Para evitar
distorções no entendimento, passaremos a considerar como mercadoria qualquer bem móvel,
novo ou usado, que tenha sido adquirido com a finalidade de revendê-lo ou alugar o seu uso,
no mesmo estado em que foi adquirido ou submetido a qualquer processo de industrialização.
É irrelevante a distinção entre mercadoria (bens adquiridos para serem revendidos no
mesmo estado) e produtos (bens adquiridos para serem revendidos depois de submetidos a
algum processo de industrialização).
Por força de disposição contida na legislação do Imposto de Renda (IN SRF 51/78)
as empresas devem, nas entradas de mercadorias destinadas a revenda, assim como nas
entradas de matérias-primas a serem empregadas na industrialização de produtos a serem
revendidos , excluir o montante dos impostos recuperáveis acrescidos ao preço da mercadoria
ou produto e destacados na nota fiscal. Isto significa que o ICMS que vem destacado na Nota
Fiscal deve ser contabilizado em separado do valor da mercadoria adquirida através do referido
documento; significa, também que o valor do IPI, acrescido ao preço da mercadoria e lançado
na mesma Nota Fiscal deve ser contabilizada separadamente do valor da mercadoria adquirida.
Uma Nota Fiscal no valor de R$ 100,00 está representando uma compra de
mercadorias no valor de R$ 83,00 e um crédito de ICMS de R$ 17,00.
Quando as mercadorias forem destinadas ao consumo ou uso próprio do adquirente,
não se destinando a revenda nem a industrialização para posterior revenda, os impostos
indiretos não são recuperáveis e, por isso, integram o seu custo de aquisição.
========================================================================

EMPRESAS COMERCIAIS.

As empresas comerciais contabilizarão em separado apenas o ICMS recuperável,


cobrado junto com o valor das mercadorias adquiridas, já que o IPI, quando houver, será
computado como custo de aquisição, pois além de não ser recuperável, integra o custo das
mercadorias vendidas.

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Contabilização:
a) Compras em que não houve incidência do IPI:

Exemplo:
Valor das mercadorias constante na N.Fiscal.................... 100.000,00
Valor do ICMS embutido................................................: 17.000,00
= Valor liquido das mercadorias......................................: 83.000,00

COMPRAS
Trevisan & Cia. – Nota Fiscal 234. 83.000,00
ICMS A RECUPERAR
Nota Fiscal 234 – Trevisan & Cia 17.000,00
a CAIXA.
Trevisan & Cia. Ltda - Nota fiscal 234 100.000,00

b) Compras de mercadorias sujeitas ao IPI e ao ICMS simultaneamente:

Exemplo:
Valor das mercadorias constantes na Nota Fiscal......... ... 100.000,00
+ Valor do IPI cobrado................................................... 8.000,00
= Total da compra........................................................... 108.000,00
ICMS destacado na Nota Fiscal...................................... 12.000,00

COMPRAS
Dias & Dias Ltda – Nota Fiscal 444 96.000,00
ICMS A RECUPERAR.
Nota Fiscal 444 de Dias & Dias Ltda.. 12.000,00
a CAIXA
Dias & Dias Ltda. – Nota Fiscal 444 108.000,00

========================================================================

EMPRESAS INDUSTRIAIS.

As empresas industriais contabilizarão as entradas de mercadorias a serem utilizadas


como matéria-prima ou material secundário em separado do valor do ICMS e do IPI, que
serão, ambos, recuperados através do sistema de créditos nos livros fiscais correspondentes

09/02/08 28-92
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a) Operações em que não há incidência do IPI.

Quando, na operação, não houver incidência do IPI, o lançamento deve ser feito da
mesma forma que se faz no comercio.

Exemplo:
Valor da Nota Fiscal............................................... 100.000,00
ICMS destacado na Nota Fiscal............................ 12.000,00
Valor líquido das mercadorias.............................. 88.000,00

COMPRAS
Marcondes Viana, s/ Nota Fiscal 16 88.000,00
ICMS A RECUPERAR
Nota Fiscal n. 16 – M. Viana. 12.000,00
a CAIXA
Marcondes Viana, Nota Fiscal n. 16 100.000,00

b) Operações sujeitas ao ICMS e ao IPI simultaneamente

Exemplo:
Valor da fatura..................................... 100.000,00
+ mais IPI............................................. 8.000,00 108.000,00
ICMS destacado............................ 12.000,00

COMPRAS
C. Polidoro, s/ Nota Fiscal 416 88.000,00
ICMS A RECUPERAR
Nota Fiscal 416 – C. Polidoro. 12.000,00
IPI A RECUPERAR
Nota Fiscal 416 – C. Polidoro 8.000,00
a CAIXA.
Pago Nota Fiscal 416 de C. Polidoro 108.000,00

========================================================================

b) CONTABILIZAÇÃO DAS SAÍDAS DE MERCADORIAS.

POR EMPRESAS INDUSTRIAIS;

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a) O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)


Na contabilização das saídas de mercadorias não se inclui na receita bruta o valor do
Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), que é cobrado do comprador ou contratante
adicionado ao valor das mercadoria ou produto, do qual o vendedor dos bens ou serviços é
mero depositário.
Exemplo: Determinado fabricante vende produto de sua fabricação por $ 100.000,oo
e cobra, junto com o produto vendido $ 8.000,oo de IPI (Valor total da Nota Fiscal $
108.000,00).

CAIXA.
Vendas à Vista cfe. Notas Fiscais 17 a 35. 108.000,00
a VENDAS A VISTA
Notas Fiscais 17 a 35 100.000,00
a IPI A RECOLHER
Valor retido – Notas Fiscais 17 a 35 8.000,00

b) O ICMS.
Como se sabe, o ICMS integra a sua base de cálculo, isto é, ele está incluído no preço
de venda da mercadoria ou produto.

No exemplo anterior, o preço do produto vendido por $ 100.000,oo estava assim


distribuído:

Valor da mercadoria.............. 83.000,00


ICMS incluído no preço....... 17.000,00.

Assim, se o ICMS integra a receita bruta, dela precisa ser excluído (abatido) afim de
se obter o valor da receita líquida.

O lançamento da venda corresponde ao modelo apresentado antes. O lançamento de


exclusão do ICMS é geralmente feito no final de cada período de apuração , conforme modelo
abaixo:

ICMS S/VENDAS
Valor do ICMS embutido nas vendas. 17.000,00
a ICMS A RECOLHER.
Valor a recolher 17.000,00

Para facilitar o entendimento dos lançamentos anteriormente efetuados, vamos analisar


a função de cada uma das contas apresentadas:

- ICMS S/ VENDAS é conta de resultado e se constitui em um abatimento da


receita bruta;

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- IPI A RECUPERAR e ICMS A RECUPERAR - são contas ativas e


representam um direito, um valor a ser abatido do montante dos impostos
(IPI e ICMS) devidos no período. São contas integrantes do ativo circulante..
- IPI A RECOLHER e ICMS A RECOLHER - são contas representativas
do montante dos impostos (IPI e ICMS) devidos pelas operações realizadas
no período.

O encerramento do período.

Ao final de cada período de apuração torna-se necessário apurar se os impostos


detêm saldo favorável a empresa ou se a empresa tem impostos a pagar. Com esta finalidade
verifica-se o saldo das contas IPI A RECUPERAR, ICMS A RECUPERAR comparando-os
com o saldo das contas IPI A RECOLHER e ICMS A RECOLHER, respectivamente.

Vimos, em nosso exemplo, que as contas que estamos estudando, apresentam os


saldos abaixo descritos:

Contas Saldo Devedor Saldo Credor


ICMS A RECUPERAR 17.000,00
ICMS A RECOLHER 17.000,00
IPI A RECUPERAR 12.000,00
IPI A RECOLHER 8.000,00

ICMS A RECOLHER.
Valor que se transfere de ICMS a recuperar. 17.000,00
a ICMS A RECUPERAR
Valor que se transfere para ICMS a recolher 17.000,00

Com este lançamento, as duas contas passam a apresentar saldo "zero", significando
que a empresa não deve nada em relação ao ICMS, mas também não detêm saldo favorável.
Vejamos agora o lançamento de apuração do IPI:

IPI A RECOLHER
Valor que se transfere de IPI a recuperar 8.000,00
a IPI A RECUPERAR
Valor que se transfere para IPI a recolher. 8.000,00

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Feito este lançamento, a conta IPI A RECOLHER apresenta saldo "zero" e a conta
IPI A RECUPERAR fica com um saldo de $ 4.000,00o, significando que a empresa nada deve
em relação ao IPI e inicia o período seguinte com um saldo favorável de $ 4.000,00.

Como regra geral, podemos afirmar que, na elaboração do conta corrente fiscal
transfere-se o valor da conta que apresenta menor saldo para a conta cujo saldo é maior. Este
lançamento encerra uma das duas contas, permanecendo aberta apenas uma delas, que indica o
valor do imposto favorável ao contribuinte aproveitável nos meses subsequentes, ou, em caso
contrário o valor do imposto devido.

COMPRA DE BENS ATRAVÉS DE CONSÓRCIOS.

A empresa que adquirir bens através de consórcio poderá se defrontar com duas fases
distintas, que refletem, necessariamente, procedimentos diversos:

- a primeira evidencia o período que antecede o recebimento do bem,


mas que implica desembolso efetivo do consorciado;

- a segunda surge com o recebimento, seja mediante sorteio ou


antecipação (lance), remanescendo ou não saldo devedor.

Nestas condições deverá registrar:

I - Na primeira fase, os desembolsos iniciais como adiantamento a fornecedores, ou


seja, as parcelas pagas antes do efetivo recebimento do bem, em conta do ativo imobilizado,
sendo admissível, a critério da própria empresa, o registro no circulante ou no realizável a
longo a longo prazo, desde que efetuado de acordo com os princípios de contabilidade
recomendados para cada caso específico.

ADIANTAMENTO A FORNECEDORES
Pago quota n. 1. 692.00
a CAIXA
Consórcio Krause – Quota n. 1 692.00

II - Na segunda fase, por ocasião do recebimento do bem: em conta específica e


definitiva do ativo permanente, pelo valor constante da nota fiscal pelo qual o bem foi faturado
que terá como contrapartida:

a) conta do ativo que registrou as antecipações pagas;

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b) conta do passivo que irá registrar o saldo devedor na época do recebimento do


bem, obtido através da multiplicação do número de parcelas a vencer pelo valor
da parcela na data do recebimento do bem;
III - As variações do saldo devedor que vierem a se verificar, decorrentes da alteração
do valor das prestações serão refletidas nas contas que registram a obrigação, tendo como
contrapartida a conta de VARIAÇÃO MONETARIA PASSIVA ou VARIAÇÃO
MONETÁRIA ATIVA.
Exemplo: A empresa participa de um consórcio para aquisição de um caminhão. Os
valores pagos estão representados no saldo da conta ADIANTAMENTO A
FORNECEDORES que soma a $ 15.900,00 e representa o valor de 30 quotas pagas. Ao
receber o caminhão, faltam, portanto, 20 quotas a serem saldadas. O caminhão foi faturado
por $ 34.600,00; o valor da quota mensal, na data do recebimento do bem, é de $ 692,00.

- Valor da quota na data do recebimento do bem: $ 692,00;


- Número de quotas que ainda faltam ser pagas: 20;
20 x 692,00 = 13.840,00 (representa o saldo devedor da empresa consorciada na
data do recebimento do bem).

Lançamento a ser feito na data do recebimento do bem:

VEICULOS
Recebido cfe. NF n. 16 de Consórcio Krause 34.600,00
a ADIANT.A FORNECEDORES
Valor transferido em virtude recbto do bem. 15.900,00
a FORNECEDORES
Débito correspondente a 20 quotas pendentes 13.840,00
a VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS
Diferença apurada no recebimento do bem 4.860,00

IV - A partir da 21a. prestação, será considerado como liquidação de débito o valor


correspondente à par cela de $ 692,00; qualquer valor pago a menor será registrada como
VARIAÇÃO MONETARIA ATIVA e todo o valor pago a maior será registrado como
VARIAÇÃO MONETARIA PASSIVA..- Assim, se a quota nr. 21 fosse de $ 650,00,, o
registro contábil seria feito como a seguir:

FONECEDORES
CONSÓRCIO KRAUSE
– Quota 21. 692,00
a CAIXA
Consórcio Krause – Quota 21 650,00
a VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS
Diferença apurada na liquidação quota 21. 42,00

Caso contrário, se o valor da quota atingisse o importância de $ 75.000,00, o


lançamento seria o seguinte

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FORNECEDORES
CONSÓRCIO KRAUSE
Quota 21 692,00
VARIAÇÕES MONETÁRIAS PASSIVAS
Dif. Apurada quota 21 – Cons. Krause 58,00
a CAIXA
Quota 21 – Consórcio Krause 750,00

CAPITULO V

A AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES E O CUSTO DAS MERCADORIAS


VENDIDAS
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações, que somados
algebricamente determinam a posição da riqueza de uma entidade
O conjunto de bens, direitos e obrigações apresentados de maneira descritiva, nada
representa; não nos basta saber que possuímos uma mesa, duas cadeiras e um dívida de $
200,oo se não soubermos o valor da mesa e das cadeiras. Sem os valores correspondentes a
informação deixa de ser útil. É preciso que os componentes do patrimônio sejam convertidos a
uma unidade de medida comum, a moeda, para que possamos estabelecer comparações. E'
preciso avaliar os componentes do patrimônio. Avaliar significa determinar o valor monetário
de um bem, direito ou obrigação.
A operação que converte os componentes do patrimônio a uma unidade de medida
comum (a moeda) é a avaliação.
A forma da avaliação depende da finalidade com que ela e' feita. Os bens e direitos
podem ser avaliados pelo seu custo de aquisição, pelo seu custo de fabricação, pelo seu preço
de venda, pelo seu preço de reposição, ou ainda, por uma série interminável de métodos.
Vamos nos preocupar com a avaliação das mercadorias para fins de apurar o rédito
(resultado) do exercício. Para apuração do resultado (lucro ou prejuízo) das atividades de uma
empresa comercial importa conhecer os métodos adotados para avaliação dos estoques.

Métodos de avaliação dos estoques.


Cada método apresenta uma característica diferente, com resultados também
diferentes, que passaremos a examinar a seguir:
1 Método pelo custo específico
2 Método pelo custo mais recente;
3

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Método do preço médio unitário das compras;


4 Método do preço médio ponderado;
5 Método Fifo ou PEPS
6 Método Lifo ou UEPS;
7. Método do preço médio ponderado variável

Método pelo custo específico.

Por ocasião do levantamento inventarial cada artigo está marcado com seu custo de
aquisição através de uma etiqueta ou de qualquer outra simbologia convencionada.

Exemplo:
Consideremos as seguintes transações;

1.- Compras pelo custo de aquisição:

01.01.a 1.000 unidades a $ 55,00, cada 55.000,00


02.01.a 600 unidades a $ 60,00, cada 36.000,00
04.01.a 400 unidades a $ 65,00, cada 26.000,00

2.- Vendas pelo preço de venda:

03.01.a 1.250 unidades a $ 64,00, cada 80.000,00

3. - O estoque, existente no final do exercício, estava assim constituído:

110 unidades a $ 55,00 cada 6.050,00


240 unidades a $ 60,00 cada 14.400,00
400 unidades a $ 65,00 cada 26.000,00
Soma: 750 unidades, no valor total de 46.450,00

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Folha do razão:
MERCADORIAS
Compras: Vendas
1000 unidades a 55,00 55.000,00 1250 unidades. a 64,00 80.000,00
600 unidades a 60,00 36.000,00 Estoque final (750 Unidades) 46.450,00
400 unidades a 65,00 26.000,00
Lucro bruto 9.450,00
Soma 126.450,00 Soma 126.450,00

Método pelo custo mais recente.

Os bens são avaliados pelo preço da última aquisição. Não importa que esta tenha
sido de apenas l ou 2 unidades e existam, digamos, 60, 80 ou 100 unidades do mesmo bem ou
mercadoria.

Em nosso exemplo, a última aquisição foi feita ao preço de $ 65,00 cada unidade,
assim, o nosso estoque, avaliado por este sistema, valerá (750 x 65,oo) = $ 48.750,00

MERCADORIAS
Compras Vendas:
1.000 unidades a $ 55,00 55.000,00 1250 unidades a $ 64,00 80.000,00
600 unidades a $ 60,00 36.000,00 Estoque Final (750 unidades) 48.750,00
400 unidades a $ 65,00 26.000,00
Lucro bruto 11.750,00
Soma Soma 128.750,00
128.750,00

Método FIFO ou PEPS.

FIFO = First in, first out.


PEPS primeiro a= Primeiro a entrar, primeiro a sair.

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A primeira mercadoria que entra é, sempre, a primeira a ser vendida. Vendem-se


sempre as mercadorias mais velhas, consequentemente, as mercadorias existentes em estoque
correspondem às mercadorias adquiridas mais recentemente

Este método é aceito normalmente pela legislação brasileira para as empresas que não
possuem controle de estoque permanente.

Vimos, que em nosso exemplo restaram 750 unidades em estoque.- Como as


mercadorias existentes correspondem sempre às mais recentemente adquiridas, concluímos que
as nossas existências são formadas por:

400 unidades adquiridas a $ 65,oo cada....= 26.000,00


350 unidades adquiridas a $ 60,oo cada....= 21.000,00
Soma.................................. = 47.000,00

MERCADORIAS
Compras Vendas
1000 unidades a 55,00 55.000,00 1.250 unidades a $ 64,00 80.000,00
600 unidades a 60,00 36.000,00 Estoque final (750 unidades) 47.000,00
400 unidades a 65,00 26.000,00
Lucro Bruto 10.000,00
Soma 127.000,00 Soma 127.000,00

Método LIFO ou UEPS.

LIFO = Last in, first out.


UEPS = Último a entrar, primeiro a sair.

Este método, considera que as mercadorias ou produtos vendidos correspondem


sempre às últimas aquisições, assim, permanecem em estoque sempre as mercadorias
adquiridas a mais tempo.

Para a apuração dos estoques por este método recomendamos a utilização das fichas
de estoque; uma vez que nem sempre será a mercadoria adquirida a mais tempo a que restará
por ocasião do inventário.

Entradas Saídas Saldos


Data Qtde Pr.Unit Total Qtde Pr Unit Total Qtde Valor
01.01.a 1.000 55,00 55.000,00 1.000 55.000,00
02.01.a 600 60,00 36.000,00 1.600 91.000,00
03.01.a 600 60,00 36.000,00 1.000 55.000,00
03.01.a 650 55,00 35,750,00 350 19.250,00

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04.01.a 400 65,00 26.000,00 750 45.250,00

MERCADORIAS
Compras Vendas
1.000 un. a 55,00 55.000,00 1250 unid. a 64,00 80.000,00
600 unid. a 60,00 36.000,00 Est. Final (750) 45.250,00
400 unid. a 65,00 26.000,00
Lucro bruto 8.250,00
Soma 125.250,00 Soma 125.250,00

Método do Preço médio unitário.

Por este método os estoques são avaliados através de um simples artifício


matemático: somam-se os preços unitários pelos quais foram feitas as aquisições e o resultado
divide-se pelo número de aquisições efetuadas no período.

Em nosso exemplo teríamos a seguinte situação: (55,00 + 60,00 + 65,00) / 3 =


60,00

O número de unidades existente, multiplicado pelo preço médio unitário das compras
resultará no valor do estoque existente na data do inventário.
(750 x 60,00) = 45.000,00

MERCADORIAS
Compras: Vendas:
1.000 un. a 55,00 55.000,00 1250 un. a 64,00 80.000,00
600 un. a 60,00 36.000,00 Estoque final (750 un.) 45.000.00
400 un. a 65,00 26.000,00
Lucro Bruto 8.000,00
Soma 125.000,00 Soma 125.000,00

Método do Preço Médio Ponderado.

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Este método aproxima o preço médio ao custo das mercadorias em estoque, quando
não for possível obter o custo específico de cada artigo.

Quantidade Preço Unitário Total


1.000 55,00 55.000,00
600 60,00 36.000,00
400 65,00 26.000,00
Soma ... 2.000 Soma. 117.000,00

Preço médio ponderado => 117.000 / 2.000 = 58,50

Valor do estoque => 750 x 58,50 = 43.875,00

MERCADORIAS
Compras: Vendas:
1000 unidades a 55,00 55.000,00 1250 unidades a 64,00 80.000,00
600 unidades a 60,00 36.000,00 Estoque Final (750 unidades) 43.875,00
400 unidades a 65,00 26.000,00
Lucro Bruto 6.875,00
Soma 123.875,00 Soma 123.875,00

Método do Preço Médio Ponderado Variável.

Várias são as formas de avaliação dos estoques pelo preço médio ponderado. Este
método pode ser usado, fazendo as avaliações, por períodos de tempo determinado, como
uma semana, um dia, como pode também, ser usado em cada operação.

Entra das Saídas Saldos Preço


Data Qtde P.Unit Total Qtde P.Unit Total Qtde Valor Médio
01.01 1.000 55,00 55.000,00 1.000 55.000,00 55,00
02.01 600 60,00 36.000,00 1.600 91.000,00 56,88
03.01 1.250 56,80 71.100 350 19.900,00 56,88
04.01 4400 65,00 26.000,00 750 45.900,00 61,20

MERCADORIAS
Compras Vendas
1.000 unidades a 55,00 55.000,00 1.250 unidades a 64,00 80.000,00

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600 unidades a 60,00 36.000,00 Estoque final (750 un.) 45.900,00


400 unidades a 65,00 26.000,00
Lucro bruto 8.900,00
Soma 125.900,00 Soma 125.900,00

Comparação entre os métodos


Estoque Final Lucro Bruto
Método Quantidade Valor
Custo específico 750 46.450,00 9.450,00
Custo mais recente 750 48.750,00 11.750,00
Método FIFO/PEPS 750 47.000,00 10.000,00
Método LIFO/UEPS 750 45.250,00 8.250,00
Preço Médio Unitário 750 45.000,00 8.000,00
Preço Médio Ponderado 750 43.875,00 6.875,00
Preço Médio Ponderado Variável 750 45.900,00 8.900,00

Conclusão.

Observando a tabela acima podemos, com toda a facilidade, concluir que o lucro
bruto varia aritmeticamente na mesma proporção que varia o valor do estoque, donde
podemos afirmar que um estoque superavaliado aumenta os lucros e um estoque subavaliado
reduz os lucros da empresa pelo mesmo valor, ou seja:
Quando se avalia o estoque para mais, o lucro bruto aumenta da mesma
importância com que se aumentou o valor dos estoques;
Quando se avalia o estoque para menos, o lucro bruto diminui da mesma
importância com que se diminuiu o valor dos estoques.

Outros critérios.

Outros critérios de avaliação dos estoques podem ser utilizados, segundo a


necessidade e a finalidade a que se aplicam. Damos como exemplo alguns outros critérios:

Avaliação dos estoques pelo custo de reposição - Para conseguir maior eficácia na
administração das vendas, as empresas costumam adotar o critério de avaliação pelo
custo de reposição com a finalidade de obter um lucro real. Sabendo-se o custo de
reposição, aplica-se sobre ele um percentual de lucro para se saber o preço de venda da
mercadoria.

Exemplo: Determinada mercadoria, adquirida em fevereiro, teve um custo de


aquisição de $ 10,oo, está para ser vendida em agosto do mesmo ano. Será suficiente

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aplicar um percentual de lucro bruto sobre o custo desta mercadoria para ofertá-la à
venda, ou seria conveniente verificar seu custo de reposição, que na data da venda
estaria por volta de $ 50,oo e sobre este custo aplicar a margem de lucro ? Para quem
pretende continuar a negociar é de extrema importância analisar a possibilidade de repor
o estoque vendido, para tanto a mercadoria deve, sempre, ser vendida por um preço
superior ao seu preço de reposição.

Avaliação dos estoques pelo preço de venda ou de mercado - Esta modalidade de


avaliação seria adotada no caso de venda de estabelecimento, quando todas as
mercadorias seriam avaliadas pelo valor provável da venda futura e consiste na atribuição
de valor para todas as mercadorias com base no preço vigente no mercado ou por um
preço negociado entre as partes.

A Lei nº 6404/76, em seu artigo 183, $ 4º prescreve: "Os estoques de mercadorias


fungíveis destinados à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse
for o costume mercantil aceito pela técnica contábil." Ex. agropecuária.

Avaliação pelo custo histórico ou preço de mercado, o que for mais baixo - Este
critério é considerado como raciocínio conservador ou de prudência, este critério não se
presta para avaliações em países com altos índices inflacionários.

O INVENTÁRIO PERMANENTE.

Fica evidente, após os estudos efetuados que hoje em dia não é mais possível deixar
um intervalo de tempo muito grande para efetuar o controle das existências de mercadorias. A
própria legislação, obriga a se efetuar um levantamento mensal dos estoques existentes e como
o levantamento físico dos estoques todos os meses é, em muitos casos, impraticável, torna-se
necessária a existência de um sistema que permita o controle permanente das mercadorias e
produtos existentes em estoque, um inventário permanente.

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A AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES E AS DISPOSIÇÕES DO DECRETO-LEI N.

1.598/77.

Inicialmente, convém que se saiba que o decreto-lei n. 1.598/77, regulamentou a Lei


n. 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) e estendeu seus efeitos às demais espécies de
empresas.
Neste Decreto-lei foram estabelecidas normas para a avaliação dos estoques das
empresas sujeitas a tributação pelo imposto de renda, o que alcança, enfim, a grande maioria
das empresas.
As mercadorias, matérias-primas, bens de revenda ou ingredientes de produção,
adquiridos de terceiros, devem ser avaliados pelo seu custo médio (neste capítulo denominado
de "Preço médio ponderado variável") ou aos preços de aquisição mais recentes.

O preço médio de trata o referido Decreto-lei nada mais é do que o Preço Médio
Ponderado Variável (assunto tratado ponto 1.7, deste capítulo), enquanto o critério de
avaliação pelo preço de aquisição mais recente, é' especificamente, o método de avaliação pelo
sistema FIFO (First in, first out. ) ou PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair).
Em conclusão, a empresa que não possuir um sistema de controle permanente dos
estoques deverá definir o valor de suas existências, ao final de cada período, por contagem
física ao preço praticado nas compras mais recentes.
Mantendo um sistema de contabilidade de custos integrado e coordenado com o
restante da escrituração, a empresa poderá utilizar este custo para avaliar os estoques dos
produtos em fabricação e dos acabados.
Resumindo: Os estoques podem ser avaliados:

a) - Mercadorias e matérias-primas:

a-1) empresas que possuam inventário permanente:


1.- pelo preço médio ponderado variável;
2.- pelo preço das aquisições mais recentes.
a-2) empresas que não possuam inventário permanente:
através de contagem física. Avaliado ao preço das últimas aquisições

b) - Produtos acabados e em elaboração:


b-1) para quem tenha contabilidade de custo integrada e coordenada com a
contabilidade mercantil:
1.- Pelo custo médio ponderado de produção;
2.- Pelo custo das produções mais recentes.
b-2) Nos demais casos: por arbitramento, adotadas as seguintes bases::
Os produtos acabados - por 70% do maior preço de venda,
alcançado no período base, excluído o valor do ICMS;
Os produtos em fabricação - por 80% do valor dos produtos
acabados ou, por uma vez e meia o maior custo das matérias-
primas adquiridas no período base.

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CAPITULO VI.

O CAPITAL PRÓPRIO OU PATRIMÔNIO LIQUIDO

O Capital próprio de uma empresa é o excedente do total dos valores ativos sobre o
total dos valores passivos. O capital próprio é a parcela do patrimônio de uma entidade que
restaria após a realização de todos os valores ativos e a liquidação total dos valores passivos.
O Capital próprio, ou Patrimônio Líquido, é a parcela dos valores que restam do ativo de uma
empresa, depois de dar cobertura à todas suas dívidas.
Já vimos, no estudo da contabilidade introdutória que os valores do ativo não surgem
por si só; eles tem sua origem nos capitais - nos capitais de terceiros (por compra de
mercadorias a prazo e por empréstimos recebidos) e nos capitais próprios da empresa.
Justifica-se, assim, a denominação de SITUAÇÃO LIQUIDA ATIVA, dada ao patrimônio
liquido.
Costuma-se dividir o capital próprio em vários grupos, de acordo com a natureza
jurídica e financeira dos valores que o compõem.
O Capital próprio (patrimônio líquido) se divide em:
Capital social ou individual;
Reservas;
Lucros acumulados

O CAPITAL SOCIAL (OU INDIVIDUAL).

O Capital social ou individual é também conhecido como "Capital nominal" e tem,


geralmente, origem externa. É a parcela em dinheiro ou outros bens que os sócios entregam
para a formação da empresa. Representa o valor originalmente investido na empresa. Este
capital pode ser posteriormente alterado por:

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a) - recursos externos - admissão de novo sócio, novas integralizações, etc.


b) - recursos internos - proveniente dos lucros oriundos da atividade objeto da
empresa.
O valor do capital social da empresa consta de seu contrato social e deve ser
registrado junto aos órgãos competentes. Qualquer alteração no capital social, seja para mais
ou para menos, implica na alteração deste instrumento e no cumprimento de uma série de
formalidades legais, o que contribui para lhe dar o sentido de invariabilidade. Esta é a razão
pela qual os lucros ou prejuízos apurados em cada período, são registrados em contas especiais
("Lucros acumulados" ou "Prejuízos a compensar") sem alterar diretamente a conta "Capital
social".
No Balanço o Capital social é apresentado dedutivamente. Apresenta-se o Capital
subscrito (ou Capital social) e dedutivamente o Capital a integralizar, o resultado (ou saldo) é
o Capital Integralizado.

Enquanto o capital próprio é essencialmente variável, o capital social permanece, em


geral, sem alterações.

RESERVAS

As reservas têm como objetivo fortalecer, isto é, aumentar a potencialidade do capital


próprio e não tem uma finalidade específica.
As reservas podem ser examinadas sob os seguintes pontos de vista:
a - quanto às suas origens;
b - quanto à sua base jurídica;
c - quanto à sua exposição;
d - quanto à sua segurança.

As reservas estudadas quanto à sua origem: Quanto à sua origem, dividimos as


reservas em:

a–
Reservas de lucro;
Reservas de capital;

Reservas de reavaliação do ativo.

a) - As reservas de lucro - As reservas de lucro são formadas pela retenção de parte dos
lucros líquidos alcançados no exercício. Significa que os lucros que poderiam vir a ser
distribuídos entre os sócios da empresa ficam retidos na entidade como se tivessem sido
retirados e depois entregues novamente, como se estivessem integralizando novas quotas de

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capital. A formação das reservas não altera o capital social registrado; elas figuram como uma
espécie de prolongamento (reforço) do capital social.
Reservar, no verdadeiro sentido da palavra representa um gesto de previdência que
consiste em reter parte dos lucros líquidos, não os distribuindo com a finalidade de reforçar o
patrimônio líquido da entidade, fortalecendo a empresa.

.
b) - As Reservas de capital - As reservas de capital são constituídas pelo valor
correspondente à correção monetária da conta "Capital" que é calculada por ocasião de cada
balanço e da própria conta "Reservas de Capital".. Como o valor da conta "Capital" só pode
ser alterado mediante alteração do contrato/estatuto social, o valor da correção monetária não
pode ser lançado diretamente na conta mencionada. O registro desta correção monetária é
feito em conta aberta especialmente para este fim: Reserva de Capital.
Outra forma de constituição da reserva de capital decorre do ágio cobrado no ato do
lançamento de novas ações de empresas em funcionamento. A cobrança deste ágio se justifica
pelo seguinte: Um sociedade anônima, emitiu, na época de sua instalação 1.000 ações, no valor
nominal de $ 5,00, cada uma; assim, seu capital social era de (1.000 x $ 5,00) = $ 5.000,00.
Durante certo período de sua existência conseguiu acumular reservas de lucro no montante de
$ 2.000,00; desta forma, seu capital próprio se apresentava da seguinte forma:
1.- Capital social - 1.000 ações no valor de $ 5,00 cada. 5.000,00
2.- Reservas de lucro.......................................................... 2.000,00
Patrimônio líquido........................................................ 7.000,00
Isto significa que cada ação tem um valor nominal de $ 5,00 e um valor real de $ 7,00
(7.000,00 / 1.000). Admitindo novos sócios, é evidente que eles deverão pagar, no mínimo,
$ 7,00 por cada ação: $ 5,00 pelo valor nominal e $ 2,00 de ágio. Este ágio formará a
"Reserva de capital".

c) - Reservas de reavaliação do ativo -


Em época de inflação, o valor histórico dos bens, mesmo depois de corrigidos, fica bastante
aquém de seu valor atual real. Esta diferença de moeda entre o valor atual do bem e o valor
registrado na escrituração contábil apresenta reflexos no patrimônio líquido da empresa através
do surgimento da "Reserva de Reavaliação do Ativo".
Essa valorização ocorre sem interferência da desvalorização da moeda o que significa
um aumento real do capital próprio, eis que a diferença constituída pela aumento do valor
contábil do imóvel representa um lucro. É um lucro que não deve ser distribuído entre os
sócios, mas deve formar uma reserva de reavaliação.

As reservas analisadas quanto à sua base jurídica. Quanto à base jurídica


dividimos as reservas em:

a) - Reservas legais;
b) - Reservas estatutárias ou contratuais; e

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c) - Reservas voluntárias ou livres.

a) - Reservas legais As reservas legais são constituídas por força de lei e referem-se às
sociedades anônimas para fortalecer seu patrimônio liquido, dar maior segurança aos credores
e aos próprios acionistas da empresa.
A constituição da reserva legal, prevista na Lei das Sociedades Anônimas (Lei n.o
6.404/76) será formada pela dedução de 5% (cinco por cento) do lucro líquido e deixará de ser
obrigatória quando atingir a 20% do capital social.

b) - Reservas contratuais ou estatutárias


Consideram-se reservas estatutárias as constituídas por força de disposição estatutária. A
formação desta reserva depende da vontade dos acionistas que, ao elaborar o estatuto da
empresa decidem sobre sua formação ou não. Sua formação se torna obrigatória quando o
estatuto da empresa assim o dispuser
As reservas contratuais, por sua vez, são aquelas formadas por força de disposição
contratual. Não existe lei que obrigue sua formação, porém, uma vez que constem do contrato
social tornam-se obrigatórias para os dirigentes da empresa

c) - Reservas voluntárias ou livres


Existem reservas cuja formação depende exclusivamente da
livre vontade dos sócios, sua formação independe de disposição
legal, estatutária ou contratual. A reserva livre é formada
por manifestação dos sócios que decidem reservar parte do
lucro para formar reservas e assim reforçar o patrimônio
líquido.

As reservas analisadas quanto à sua exposição.

Quanto à forma de sua exposição podemos dividir as reservas em:


a) - Reservas expressas;
b) - Reservas tácitas ou potenciais;
c) - Reservas ocultas; e
d) - Reservas fictícias.

a) - Reservas expressas Reservas expressas são aquelas que aparecem clara e expressamente
no Balanço Patrimonial das empresas. Elas aparecem de forma visível no grupo de contas do
Patrimônio Líquido e participam de forma expressa no capital próprio da empresa.

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b) - Reservas tácitas ou potenciais As reserva tácitas ou potenciais surgem de subavaliações


involuntárias dos valores ativos. Um exemplo de reserva tácita são as depreciações que,
quando calculadas pelos índices aceitos pela legislação, ultrapassam o valor real do encargo,
reduzindo o valor das imobilizações além da realidade. A diferença entre estes valores indica a
formação de uma reserva potencial, ou tácita.

c) - Reservas ocultas Uma subavaliação intencional dos valores ativos gera uma reserva
oculta. Também originam reserva ocultas a falta de reavaliaçào dos bens do imobilizado,
quando comprovada sua necessidade.

d) - Reservas fictícias
Necessitando criar uma demonstração contábil que favoreça a opinião de terceiros,
interessados na empresa, em gestões pouco escrupulosas usa-se o artifício de superavaliar os
bens do ativo.
Superavaliando os bens do ativo, cria-se um patrimônio líquido maior do que a
realidade; como o capital social só varia mediante alteração do contrato social, surge uma
reserva fictícia.

Uma análise das reservas quanto à sua segurança.

Quanto à sua segurança, podemos dividir as reservas em:


a) - Reservas não cobertas; e
b) - Reservas cobertas.

a) - Reservas não cobertas -


O passivo representa a soma dos capitais de terceiros e capitais próprios dos quais se
originaram os valores ativos deste mesmo balanço.
Todos os valores ativos tem sua origem em algum valor lançado no passivo. Depois de
algum tempo de funcionamento não se torna mais possível afirmar que estes ou aqueles valores
ativos tenham se originado deste ou daquele valor registrado no passivo. Assim, as reservas
fictícias, por não encontrarem a aplicação correspondente no ativo, são reservas não cobertas.

b) - Reservas cobertas - Ao contrário das reservas não cobertas, as reservas cobertas são
aquelas que tem no ativo sua correspondente aplicação, mesmo que seja impossível destacar
precisamente o valor da aplicação a que corresponda esta reserva, é uma reserva coberta..

LUCROS ACUMULADOS.

Ocorre freqüentemente que parte do lucro líquido fica retido até que seja decidida sua
destinação. Mais cedo ou mais tarde este lucro acumulado receberá sua destinação específica,
podendo ser distribuído entre os sócios, transformado em reservas ou utilizado no aumento do
capital social. Por falta de desatinação específica, este lucro retido faz parte do patrimônio
líquido da empresa.
Varias são as causas da existência dos lucros acumulados nas demonstrações
contábeis. Entre elas citamos:

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 na data do encerramento do balanço os sócios ainda não decidiram sobre a destinação


do resultado apurado;
 a destinação do lucro cabe a certos órgãos, como a assembléia geral das sociedades
anônimas;
 os sócios, por falta de dinheiro, esperam uma oportunidade para retirar seus lucros. Até
então consideram conveniente que eles permaneçam no grupo que representa o
patrimônio líquido

CAPITULO VII

A DEPRECIAÇÃO.

Depreciação é a perda de valor útil de um bem físico, em função do uso, da ação do


tempo, da obsolescência e de outros fatores. Somente os bens físicos, (corpóreos, tangíveis)
podem ser depreciados.
A depreciação pode também ser considerada como uma parcela que se retira do lucro
com o fim específico de formar uma provisão que permita substituir o bem depreciado sem a
necessidade de recorrer a capitais de terceiros. Retira-se do lucro, anualmente, uma parcela
igual a dez por cento (ou vinte no caso de veículos) do valor do bem; como se trata de uma
despesa que não implica em saída de recursos financeiros, o valor do prejuízo ficará dentro da
empresa formando uma provisão até a extinção da vida útil do bem, quando o valor da
provisão (depreciação acumulada) terá atingido valor igual ao valor contábil do bem do ativo
permanente.
Sob outra ótica, os bens do ativo permanente têm uma vida economicamente útil
relativamente longa e durante essa vida útil o valor do bem, desde que destinado a produção
deve ser encarado como custo de produção, o que é feito através da depreciação.
Os bens intangíveis, como as marcas e patentes, o fundo de comércio, os direitos
autorais, as despesas pré-operacionais, (realizadas antes de se iniciar as atividades da empresa,

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bem como as benfeitorias edificadas em imóveis de terceiros), entre outros, são "amortizáveis",
amortizam-se.
Os recursos naturais, tais como as florestas, as minas e outros, são exauridos, sofrem
de "exaustão". Apesar de tratar de fenômenos diferentes, com nomes diferentes, os cálculos e
os procedimentos contábeis no tratamento das depreciações, amortizações, e exaustões são os
mesmos.
Contabilmente depreciam-se os bens físicos pertencentes ao ATIVO PERMANETE -
no grupo das IMOBILIZAÇÕES
A perda do valor útil de um bem não pode ser contabilizada, pois sabemos que os atos
e fatos administrativos, para serem contabilizados, precisam ter seu valor expresso em uma
unidade de medida comum; assim, a perda da vida útil de um bem para poder ser registrada na
contabilidade deve, em função do princípio da HOMOGENEIDADE, ser convertida à unidade
de medida usual da contabilidade: a MOEDA.

Causas da depreciação.

As principais causas da depreciação são:


a) O uso
b) A ação do tempo
c) A obsolescência

Bases da depreciação.

Três são os elementos que contribuem para a apuração do valor da depreciação:

1- 1- O Custo total - que compreende o custo do bem acrescido de todas as


despesas necessárias, incorridas até o momento de sua entrada em
funcionamento;
2-
3- 2- O valor residual - que compreende o valor diretamente recuperável do
bem, quando retirado de uso, depois de transcorrida sua vida útil;
4-
3- O tempo de vida útil - apurado tecnicamente, pelo serviço de engenharia -
indica o percentual a ser utilizado no cálculo da depreciação. Como exemplo,
digamos que um bem cujo valor seja de $ 200.000,oo e que deve ser
depreciado integralmente (100%) teve sua vida útil estimada em 5 anos, a
depreciação será calculada na base de (100 / 5 = 20), ou 20% ao ano.
Utilizam-se, em larga escala, os índices técnicos aprovados pela
Secretaria da Receita Federal.

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Apropriação facultativa dos encargos – A apropriação como custo ou despesa


operacional dos encargos com depreciação, amortização é facultativa, não constitui obrigação
da empresa, mas sim uma faculdade. A empresa pode utilizar taxas inferiores ou pode mesmo
não considerar qualquer valor a título de encargo com depreciação. O que ocorre quando a
empresa utiliza percentuais inferiores aos admitidos é a conseqüente dilatação do prazo
previsto para a depreciação, estabelecido de acordo com sua vida útil estimada.
Se a empresa não depreciar ou adotar taxas inferiores de depreciação, não perde o
direito à apropriação que pode ser feita nos anos seguintes, as importâncias não apropriadas,
no entanto, não poderão ser recuperadas através da utilização de taxas superiores às máximas
anualmente permitidas.

Exemplo: Veículo adquirido em 07.01.97 foi depreciado â taxa anual de 20% em 1997, 1998 e
1999, não foi depreciado em 2000; em 2001 não poderá ser utilizada taxa superior aos 20%
anuais, isso, todavia, não impede a apropriação de 100% dos encargos, mesmo que isso
implica na dilatação do prazo de vida útil do bem.

MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

Vários são os métodos (teóricos) utilizados no cálculo do valor das depreciações.


Entre eles citaremos os seguintes métodos:
a - depreciação por taxa constante;
b - por taxa crescente;
c - por taxa decrescente;
d - por quotas proporcionais.

a) - Método da depreciação por taxa constante.

Alguns autores preferem denominar este método como "método linear", isto é,' o
método em que as depreciações seguem uma linha, de valor uniforme.

Principais taxas de depreciação. (Tecnicamente aceitas e aprovadas pela Secretaria da


Receita Federal.

Computadores e seus periféricos:


(Hardware e software) 20%
Edifícios e construções 4%
Equipamentos 10%
Ferramentas 10%
Instalações 10%

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Máquinas em geral 10%


Móveis e utensílios 10%
Semoventes (animais de tração) 20%
Caminhões fora de estrada 25%
Motocicletas 25%
Tratores 25%
Veículos de passageiros e carga 20%

a-1) Método aplicado sobre o valor de aquisição:

Baseia-se na hipótese em que a depreciação ocorre de maneira uniforme durante o


tempo de vida útil do bem. E' o método mais utilizado:

Quota anual de depreciação = Valor de aquisição / Número de anos vida útil.


Ou seja, considerando que o valor de aquisição do bem seja representado por 100
(100%), teremos apurado a taxa de depreciação: = 100 / 5 = 20%.

Exemplo:
Consideremos um veículo cujo valor de aquisição tenha sido de $ 200.000,00 e que
tenha uma vida útil estimada em 5 anos.

Ano Valor Inicial % Depr. Depreciação Deprec,Acum. Valor Final


1 200.000,00 20% 40.000,00 40.000,00 160.000,00
2 160.000,00 20% 40.000,00 80.000,00 120.000,00
3 120.000,00 20% 40.000,00 120.000,00 80.000,00
4 80.000,00 20% 40.000,00 160.000,00 40.000,00
5 40.000,00 20% 40.000,00 200.000,00

a-2) Método aplicado sobre e valor original menos o valor residual.

Este método tem como fundamento de que mesmo fora de atividade (depois de
esgotada sua vida útil) o bem manterá um valor, por menor que seja: o valor residual.

Assim, temos:
Quota de depreciação = (Valor de Aquisição – Valor Residual) X Taxa de
Depreciação

Ou

Quota de depreciação = (Valor de Aquisição – Valor Residual) / Vida Útil do


Bem

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Exemplo:
O veículo do exemplo anterior deve ser depreciado, permanecendo um valor residual
da ordem de $ 2.000,00.
Valor do bem.............................. ..20.000,00
Valor residual............................... . 2.000,00
Valor p/cálculo da depreciação.... ..18.000,00
Cálculo do valor a ser depreciado: (20.000,00 - 2.000,00) = 18.000,00
donde: Cota anual de depreciação: 18.000,00 x 20% = 3.600,00

Ano Valor Inicial %Depr. Depreciação Deprec.Acumul. Valor Final


1 20.000,00 20% 3.600,00 3.600,00 16.400,00
2 16.400,00 20% 3.600,00 7.200,00 12.800,00
3 12.800,00 20% 3.600,00 10.800,00 9.200,00
4 9.200,00 20% 3.600,00 14.400,00 5.600,00
5 5.600,00 20% 3.600,00 18.000,00 2.000,00

a – 3) Bens adquiridos usados -


A taxa de depreciação de um bem é fixada em função da sua vida útil, contudo, quando
se tratar de bem adquirido depois de usado, o prazo de ida útil admissível para fins de
depreciação desses bens será o maior dentre os seguintes:
1. a metade do prazo de vida útil, admissível para o bem adquirido novo, ou
2. o restante de vida útil do bem considerando esta em relação à primeira instalação
para utilização.
Exemplo: Um veículo, cujo vida economicamente útil seja de cinco anos, foi adquirido
depois de três anos e meio de uso. Cinco anos de vida útil equivalem a 60 meses; três
anos e meio a 42 meses.
Vida útil estimada.................................... 60 meses
Vida útil decorrida................................... 42 meses
Vida útil restante............................................................. 18 meses
Metade da vida útil estimada (2,5 anos)........................... 30 meses
Vida útil a ser considerada para efeito de cálculo da depreciação................ 30 meses,
ou seja 3,33% ao mês do valor do bem adquirido depois de parcialmente usado.

Outro exemplo – Um veículo adquirido depois de um ano de uso (vida útil de 5 anos):
Vida útil estimada: 5 anos = .......................................60 meses
Vida útil decorridas: 1 ano = ......................................12 meses
Vida útil restante: 4 anos.=.........................................48 meses
Metade da vida útil estimada (2,5 anos)......................30 meses
Vida útil considerada para efeito de cálculo da depreciação (o maior entre 48 e 30
meses) = 48 meses, ou seja 25% ao ano ou 2,0833% ao mês.

a – 4) Consertos e reparos de bens - Admite-se o registro das despesas com reparos e


conservação de bens e instalações como custo ou despesa operacional destinadas a mantê-las

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em condições de perfeita operacionalidade. No entanto, se em decorrência dos reparos


efetuados houver aumento da vida útil do bem por prazo superior a um ano as despesas
correspondentes devem ser acrescidas ao valor de aquisição do mesmo para que possam servir
de base à depreciação futura.
Consideram-se gastos com reparos e conservação os recursos aplicados no sentido de
recuperar o bem para recolocá-lo em condições de funcionamento, mantidas suas
características iniciais
Como a legislação do Imposto de Renda impede a dedução como custo ou despesas
operacional o valor das despesas correspondentes ao valor não depreciado do bem adota-se o
seguinte procedimento:
a) aplicar o percentual de depreciação correspondente à parte não depreciada do
bem sobre o custo total das partes ou peças que estiverem substituindo as
antigas;
b) registrar o valor apurado na letra “a” a débito da conta de resultado;
c) diminuir do valor total dos custos de substituição o valor apurado na letra “a”;
d) registrar o valor obtido na letra “c” a débito da conta do ativo imobilizado que
registra o valor contábil do bem.

Exemplo:
1. Valor do bem, registrado no ativo imobilizado na data dos reparos.... 10.000,00
2. Depreciação acumulada até a mesma data (45%).......................... .... 4.500,00
3. Parte não depreciado do bem (55%)............................................ .. 5.500,00
4. Custo dos reparos efetuados......................................................... 5.000,00
5. Percentual da parte não depreciado do bem (55%) – Despesa........... . 2.750,00
6. Diferença – a ser lançada no ativo imobilizado................................ 2.250,00

b ) - Método da depreciação por taxa crescente

b-1) - Método da progressão aritmética crescente.

O percentual total a ser depreciado (100%) deve ser dividido pelo número de anos de
vida útil do bem; o resultado indicará a percentagem média de depreciação. Esta percentagem
média consistirá na depreciação do ano central do período a ser depreciado (Período a ser
depreciado: 5 anos - ano central = 3).
Exemplo: um bem com uma vida útil estimada em 5 anos terá sua depreciação total
(100%) dividida por 5 = 20%. Vinte por cento será a depreciação do ano central (3.o ano). A
razão da progressão poderá ser arbitrada.
Digamos que pretendemos depreciar um veículo cujo valor de aquisição tenha sido $
20.000,oo e cuja vida útil tenha sido estimada em cinco (5) anos, adotando-se a progressão
aritmética crescente com a razão de 3%.

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Ano Valor do Bem % de depreciação Deprec.do Período


1 20.000,00 20-3-3 = 14% 2.800,00
2 20-3 = 17% 3.400,00
3 20 = 20% 4.000,00
4 20+3 = 23% 4.600,00
5 20+3+3 = 26% 5.200,00
20.000,00

b-2) - Método da progressão aritmética crescente por divisão proporcional de COLE


(conhecido como método da “soma dos dígitos”).

O valor do bem a ser depreciado será dividido pela soma do número de anos de vida
útil do bem. O resultado obtido, denominado "coeficiente de proporcionalidade" será
multiplicado pelo dígito correspondente ao ano que se quer depreciar.

Utilizando o exemplo anterior teremos: 20.000,00 / (1 + 2 + 3 + 4 + 5) = 20.000,00 / 15 =


1.333,33

1.333,33 x 1 = 1.333,33 – quota de depreciação do primeiro ano.


1.333,33 x 2 = 2.666,67 – quota de depreciação do segundo ano
1.333,33 x 3 = 4.000,00 – quota de depreciação do terceiro ano
1.333,33 x 4 = 5.333,33 – quota de depreciação do quarto ano
1.333,33 x 5 = 6.666,67 - quota de depreciação do quinto ano
Soma......... 20.000,00

Ou, simplesmente:

1º. ano.... 20.000,oo x 1/15 = 1.333,33


2º. ano.... 20.000,oo x 2/15 = 2.666,67
3º. ano.... 20.000,oo x 3/15 = 4.000,oo
4º. ano.... 20.000,oo x 4/15 = 5.333,33
5º. ano.... 20.000,oo x 5/15 = 6.666,67 20.000,oo

c) - Determinação da depreciação por taxa decrescente.

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c-1) - Método da progressão aritmética decrescente - E' a aplicação em ordem


inversa, do método da progressão aritmética crescente

c-2) - Método da progressão aritmética decrescente por divisão proporcional de


COLE E' a aplicação em ordem inversa do método de progressão aritmética crescente
por divisão proporcional de COLE. (item 4.2.2).

MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO POR QUOTAS PROPORCIONAIS.

Apropriação conforme as horas trabalhadas -


Estimada a vida útil em horas trabalhadas, a depreciação é calculada com base nestas horas.

Apropriação por unidades produzidas -


Estimada a quantidade de bens a serem produzidos, a depreciação é calculada com base na produção
destes bens.

Apropriação por hora/operário - Critério idêntico ao da apropriação por horas trabalhadas.

CONTABILIZAÇÃO DAS DEPRECIAÇÕES.

Existem dois métodos para a escrituração das depreciações;


o método direto e
b) o método indireto
c)
d)
Para deixar mais clara a distinção entre os dois métodos de escrituração, analisemos o
seguinte exemplo:

- Valor de aquisição de uma máquina. .$ 20.000,00

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- Valor residual desta máquina............. .$ 2.000,00


- Valor a depreciar em 5 anos................$ 18.000,00 / 5 = 3.600,00

1. Quota de depreciação no l.o ano............$ 3.600,00


2. Quota de depreciação no 2.o ano...........$ 3.600,00
3. Quota de depreciação no 3.o ano...........$ 3.600,00
4. Quota de depreciação no 4.o ano...........$ 3.600,00
5. Quota de depreciação no 5.o ano...........$ 3.600,00
Total.........................................$ 18.000,00

a) - Método direto de registro das depreciações - Pelo método direto de registro das
depreciações, o valor do encargo é subtraído diretamente do valor da máquina ao mesmo
tempo que o encargo é considerado como uma despesa, uma perda.

DEPRECIAÇÕES
Encargos do período 3.600,00
a MÁQUINAS
Registro da depreciação 3.600, 00

A conta "Depreciações" é uma conta de resultado, extingue-se ao final de cada ano


com a transferência de seu saldo para a conta "Resultado do Exercício”, ao passo que a conta
"Máquinas" é uma conta patrimonial, seu saldo permanece e vai se reduzindo a cada ano. No
fim 5.o ano o valor contábil da máquina é de $ 2.000,oo, que é o seu valor residual, deixando,
pois, de ser depreciável.

MAQUINAS
Data Histórico Movi mento Sal dos
Débito Crédito Devedor Credor
01.01.01 Aquisição veículo 20.000,00 20.000,00
31.12.01 Quota anual deprec. 3.600,00 16.400,00
21.12.02 Quota anual deprec. 3.600,00 12.800,00
31.12.03 Quota anual deprec. 3.600,00 9.200,00
31.12.04 Quota anual deprec. 3.600,00 5.600,00
31.12.05 Quota anual deprec. 3.600,00 2.000,00

b) - O método indireto de contabilização escrituração das depreciações - Pelo


método indireto de contabilização, o valor da depreciação atinge de forma indireta o valor da
conta "Máquinas". O valor da depreciação é registrado numa conta de perdas e tem como
contrapartida uma conta credora, que representa o valor total já depreciado do bem registrado
no ativo.

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Desse modo o valor contábil do bem só se revela através da comparação da conta de


máquinas, que é uma conta ativa, com a conta credora "Depreciações acumuladas de
máquinas", que é uma conta retificadora do ativo.

Para esclarecer o método indireto de escrituração das depreciações, aproveitamos o


mesmo exemplo numérico já apresentado.

DEPRECIAÇOES
Encargos do período 3.600,00
a DEPREC. ACUMULADAS DE MÁQUINAS
Depreciação do período 3.600,00
A conta "Depreciações" é uma conta de resultado , seu saldo é, periodicamente encerrado com
a sua transferência para "Resultado do Exercício”. A conta "Depreciações acumuladas de
máquinas" é uma conta patrimonial funcionando como conta retificadora do ativo, isto é,
apesar de apresentar saldo credor ela aparece no ativo como conta redutora da conta
"Máquinas".

APRESENTAÇÃO DAS DEPRECIAÇÕES NO BALANÇO PATRIMONIAL.

No exemplo apresentado, permaneceram abertas as contas "Máquinas" e


"Depreciações acumuladas s/máquinas". A primeira com seu saldo original de $ 20.000,00,
devedor; a segundo com o saldo de $ 18.000,00, credor; a conta "Depreciações" vinha sendo
encerrada ao final de cada período, seu saldo, portanto, é zero. A diferença entre o saldo
(devedor) da conta "Máquinas" que é de $ 20.000,00 e o saldo (credor) da conta
"Depreciações acumuladas máquinas" que é de $ 18.000,00, corresponde ao valor residual
que, de inicio ficou decidido que permaneceria ($ 2.000,00).

B ALAN Ç O PAT R I M O N I A L

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ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades Fornecedores
Direitos curto prazo Financiadores
Estoques Contas a pagar
Despesas antecipadas
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGIVEL A LONGO PRAZO
Direitos longo prazo Contas a pagar
PERMANENTE Financiadores
INVESTIMENTOS
Participações em outras empresas PATRIMÔNIO LÍQUIDO
IMOBILIZADO Capital social
Veículos 20.000,00 Reservas
Deprec acumulada veículos (18.000,00) Lucros acumulados
DIFERIDO
Despesas pré operacionais 6.000,00
Amortização Acumulada (3.200,00)
Total do Ativo Total do Passivo

BAIXA DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO

O resultado obtido na alienação, baixa ou liquidação de bens ou direitos integrantes


do Ativo Permanente, classifica-se como resultado não operacional, determinado pela diferença
entre o valor contábil do bem e o valor obtido pela sua alienação.
A baixa do bem na contabilidade deve corresponder à baixa física do bem do
patrimônio da empresa.
Os bens classificados no Ativo Permanente não podem ser transferidos para contas do
Ativo Circulante a pretexto de que serão destinados à venda, devendo permanecer no Ativo
Permanente até o momento de sua efetiva baixa. Um dos motivos que justifica essa exigência é
o fato de que os resultados não operacionais obtidos pelas empresas na alienação, baixa ou
liquidação desses bens tem influência na formação do lucro operacional. Portanto, um bem
destinado à utilização na exploração do objeto social ou na manutenção das atividades da
empresa somente poderá ser excluído do Ativo Permanente na ocorrência de sua alienação,
baixa ou liquidação.
Valor original do bem é a importância pela qual a aquisição tenha sido registrada na
contabilidade da empresa. O valor contábil do bem é constituído do custo de aquisição (valor
original do bem), diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão
acumulados.
As empresas que mantém controle individual do bens deverão dar baixa do valor
contábil do bem (valores registrados como valor do bem e da depreciação). Essa baixa será
registrada como Despesa não operacional:

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31.03 DESPESAS NÃO OPERACIONAL


BAIXA DE BEM DO ATIVO PERMANENTE
Valor contábil do veículo placas AS 1456, vendido nesta
Data para Nelson de Camargo 12.000,00
VEÍCULOS
Venda do automóvel placas AS 1456, à vista, conforme
N/ Nota Fiscal nº 616 19.800,00
DEPRECIAÇAO ACUMULADA DE VEÍCULOS
Baixa da depreciação calculada até a data da venda 7.800,00

31.03 CAIXA
Valor recebido de Nelson de Camargo, p/ venda do
Veículo placas AS 1456, conforme n/ Nota Fiscal 616 14.000,00
RECEITA NÃO OPERACIONAL
RECEITA DA VENDA DE IMOBILIZADO
Valor recebido de Nelson de Camargo, p/ venda do
Veículo placas<AS 1456, conforme n/ Nota Fiscal 616 14.0000,00

31.03 RECEITA NÃO OPERACIONAL


RECEITA NA VENDA DE IMOBILIZADO
Valor transferido para apurar o ganho ou perda de ca-
pital 14.000,00
DESPESAS NÃO OPERACIONAL
BAIXA DE BEM DO ATIVO PERMANENTE
Valor transferido para apurar o ganho ou perda de ca-
tal 12.000,00
GANHOS DE CAPITAL
Valor apurado na venda do veículo placas AS 616 2.000,00

As empresas que não possuírem controle individual dos bens deverão:


a) identificar o valor e a data de aquisição do bem;
b) calcular o valor da depreciação acumulada até a data da alienação
(Dividindo o valor de aquisição do bem pelo número de meses de vida
economicamente útil do bem, multiplicando pelo número de meses
decorridos entre a data da aquisição do bem e a de sua alienação.
Exemplo:
Um veículo adquirido em 01.10.98, por R$ 13.800,00, vendido em
30.03.00.
Tempo de vida economicamente útil: 5 anos = 60 meses.. 13.800,00
/60 = 230,00
Tempo de vida decorrido entre a data da aquisição e a da baixa por
alienação = 3 meses em 98, 12 meses em 99 e 3 meses em 2000 (3 +
12 + 3 = 18): 230,00 x 18 = 4.140,00.
c) efetuar os lançamentos de venda ou baixa, conforme acima.

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CAPITULO VIII

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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.

RELATÓRIOS CONTÁBEIS

Por relatório contábil entende-se a exposição resumida e ordenada de dados colhidos


pela contabilidade.

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“Art. 176 - Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará


elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as
seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com
clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações
ocorridas no exercício:

i – balanço patrimonial;
ii – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
iii - demonstração do resultado do exercício;
iv – demonstração das origens a aplicações de recursos.
Parágrafo 1º - As demonstrações de cada exercício serão
publicadas com a indicação dos valores correspondentes das
demonstrações do exercício anterior.
Parágrafo 2º - Nas demonstrações, as contas semelhantes
poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser
agregados, desde que indicada sua natureza e não ultrapassem
0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é
vedada a utilização de designações genéricas, como “Diversas
contas” ou “Contas correntes”.
Parágrafo 3º - As demonstrações financeiras registrarão a
destinação dos lucros segundo a propostas dos órgãos da
administração, no pressuposto de sua aprovaçao pela
assembléia geral.
Parágrafo 4º- As demonstrações serão complementadas por
notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações
contábeis necessários para esclarecimento da situação
patrimonial e dos resultados do exercício. (...)” (Lei n.º
6.404/76)

O BALANÇO PATRIMONIAL

“Art. 178. No Balanço as contas serão classificadas segundo


os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
financeira da companhia.
Parágrafo 1º - No ativo, as contas serão dispostas em ordem
decrescente do grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos:
a) ativo circulante;
b) ativo realizável a longo prazo;
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo
imobilizado e ativo diferido.

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Parágrafo 2º - No passivo as contas serão classificadas nos


seguintes grupos:

a)
passivo circulante;
b)
passivo exigível a longo prazo;
c)
resultado de exercícios futuros;
d)
patrimônio líquido dividido em capital social,
reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas
de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.
Parágrafo 3º - Os saldos devedores e credores que a companhia
não tiver direito de compensar, serão classificados
separadamente.” (Lei n.º 6.404/76.)
O Balanço Patrimonial é um relatório contábil apresentado de forma gráfica, onde
(ativo = passivo + patrimônio Líquido).
É o relatório através do qual o gestor apresenta o resultado da aplicação dos recursos
a ele confiados.
O Balanço Patrimonial é uma representação gráfica dos elementos que constituem o
patrimônio de uma entidade em um determinado momento, normalmente no fim do ano ou
de um período prefixado.

BALANÇO PATRIMONIAL – ENCERRADO EM 31.12.B Modelo


ATIVO Anterior Atual PASSIVO Anterior Atual
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades Fornecedores
Direitos curto prazo Financiadores
Estoques Enc. sociais, trab. e tribut.
Despesas antecipadas

REAL. L. PRAZO EXIG L. PRAZO


Direitos a longo prazo Financiadores
Outras Outras contas a pagar

PERMANENTE RESULT EX FUT


INVESTIMENTOS Receitas exerc. futuros

Participações - Custos e desp. corresp.

IMOBILIZADO
Bens móveis, imóv., veíc. PATR LÍQUIDO
(-)Deprec acumuladas Capital integralizado

DIFERIDO Reservas de reavaliação


Despesas pré-operac Reservas de lucros
(-)Amortiz acumuladas Lucros/prej acumulados

Total Total

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- O ATIVO

Conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa, monetariamente mensuráveis,


que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa.
Bens – (elementos capazes de satisfazer as nossas necessidades, que detenham as
características de exterioridade, acessibilidade e transferibilidade) – dinheiro,
ferramentas, veículos, máquinas, estoques, instalações etc.
Direitos – (valores, monetariamente mensuráveis, de propriedade da empresa, em
poder de terceiros) – contas a receber, duplicatas a receber, ações, depósitos
bancários, investimentos, títulos de crédito etc.
De propriedade da empresa – uma rodovia pública em ótimas condições de
trafegabilidade, constantemente utilizada pelos veículos da empresa é um bem,
pode até valorizar economicamente a empresa, mas não é um ativo, pois não é de
sua propriedade. O Leasing é caso de discussão.
Monetariamente mensuráveis – uma equipe de técnicos eficientissima, hoje já
conhecida como capital intelectual, não pode ser evidenciada no ativo; seu valor
não pode ser monetariamente mensurado.
Que representem benefícios presentes ou futuros para a empresa – Um lote de
mercadorias deterioradas existente no estoque, sem perspectivas de
comercialização não deve permanecer como ativo da empresa, pois não trará
vantagens para a empresa – não lhe trará benefícios nem presentes, nem futuros.

1.1 Ativo Circulante


“Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos
realizáveis no curso do exercício social subsequente e as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.” (Lei
n.º 6.404/76)
O ativo circulante é o grupo de maior liquidez no Ativo da empresa. Agrupa as contas
que representam os bens e direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

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A Lei das sociedades por ações recomenda que os bens e direitos sejam classificados
na ordem do grau de liquidez decrescente; isto faz com que as contas do ativo circulante
estejam posicionadas após as disponibilidades de acordo com a rapidez com que se
converterão em dinheiro.
Na literatura contábil o Ativo Circulante é tratado pelos seguintes sinônimos:
• Capital de Trabalho – É com o ativo circulante que o administrador trabalha
para produzir riquezas atendendo o objeto social da empresa;
• Capital em giro – É o ativo circulante que o administrador movimenta,
procurando girar mais rapidamente possível, visando melhorar a rentabilidade
empresarial;
• Ativo corrente – É o ativo circulante que corre, gira e trabalha no sentido de
trazer benefícios à empresa;
• Capital circulante –É o ativo circulante que assume dentro de um ciclo diversas
formas, iniciando-se com dinheiro, transformando-se em mercadorias,
posteriormente em duplicatas e, novamente, em dinheiro.

1.1.1 - Critérios de avaliação do ativo circulante (excluídos os estoques)


A avaliação do Ativo Circulante, assim como dos outros ativos, está sujeita aos
preceitos estabelecidos na Lei das Sociedades por Ações (6.404/76), extensivos a todos os
tipos de sociedade pelo Decreto 1598/76:
a) Os direitos, títulos de créditos e outros valores mobiliários não
classificados como investimentos serão avaliados pelo custo de
aquisição ou pelo valor de mercado, se este for menor;
b) Os estoques (mercadorias, matérias-primas, produtos em fabricação e
bens em almoxarifado) serão avaliados pelo custo de aquisição ou
produção, deduzido da provisão para ajustá-lo ao valor de mercado
quando este for menor.
No ativo circulante, portanto, o critério exposto tanto pela Lei como pela teoria da
contabilidade é o critério do “Custo ou mercado, o mais baixo”. De acordo com este critério,
se o valor de mercado (preço de reposição) for menor que o preço de custo deverá prevalecer
o preço de mercado (de reposição); possibilidade bastante remota em uma economia
inflacionaria.

1.1.2 - Significado dos termos contábeis

a) Disponível -
As disponibilidades representam numerário em caixa, saldos em bancos e direitos de liquidez
imediata que não estão sujeitos a restrições de qualquer natureza para sua utilização. São
recursos da empresa utilizados para fazer frente a seus compromissos imediatos ou para
qualquer outra aplicação relativa à sua atividade.
Caixa - Representa o dinheiro à disposição da empresa. Pode incluir cheques (à vista)
recebidos ainda não depositados. Cheques a receber (prédatados), vales concedidos a
título de adiantamento salarial devem ser registrados em contas especiais (Cheques a

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receber, Adiantamentos etc.)e não figurar no caixa. Seu saldo representa o montante
de dinheiro existente no Caixa.
Bancos c/ movimento (Depósitos bancários à vista)- Representa os depósitos
efetuados em conta bancária que a empresa pode movimentar livremente mediante a
emissão de cheques. Seu saldo representa o montante de dinheiro existente em
depósito naquela data.
Aplicações financeiras de liquidez imediata - São aplicações de liquidez imediata,
ou seja, aplicações que podem ser resgatadas (transformadas em dinheiro) a qualquer
momento, sem qualquer tipo de restrição. Seu saldo representa o montante das
aplicações existentes.

b) Clientes (Duplicatas a receber) -´


A duplicata é um documento que comprova a dívida de um cliente com a empresa em
decorrência de uma operação mercantil. Origina-se de vendas de mercadorias/produtos ou
prestação de serviços a prazo. O saldo da conta “Duplicatas a Receber” ou “Clientes”
corresponde ao valor das duplicatas emitidas e ainda não liquidadas.

c) (Duplicatas descontadas) -
A duplicata é cedida ao banco pela empresa por meio de endosso. O Banco antecipa à empresa
o valor registrado na duplicata, descontando o juro correspondente ao período entre a entrega
da duplicata e a data do seu vencimento. O impagamento da duplicata ao Banco que efetuou a
operação, na data do seu vencimento, implica no reembolso, pela empresa emitente, do valor
da duplicata. O saldo desta conta representa o valor da soma das duplicatas entregues para
desconto que ainda não foram pagas ou reembolsada. Como forma de se evidenciar o risco por
tal responsabilidade os valores descontados são apresentados como conta retificadora da conta
Clientes.

d) Estoques -
Os estoques são ativo tangíveis (ou aplicações de recursos visando a sua obtenção) destinados
à venda, à distribuição, à transformação ou ao uso próprio no curso normal das atividades.
Estão representados basicamente por: Mercadorias para revenda; produtos acabados; Produtos
em elaboração, Matérias-primas, Almoxarifado e Importações em andamento.
Os estoques cuja realização esteja prevista para ocorrer no exercício social (ou ciclo
operacional) seguinte ao da data do balanço devem ser classificados no ativo circulante; os
demais no ativo realizável a longo prazo.
O estoque assume grande importância no contexto do Balanço Patrimonial e seus
reflexos são imediatamente sentidos no Patrimônio Líquido.
Incluem-se como custo de aquisição: o preço da matéria-prima ou mercadoria,
inclusive os impostos não recuperáveis, o valor da comissão, da embalagem, do frete e do
seguro, quando forem de responsabilidade do adquirente (os impostos recuperáveis não
integram o custo de aquisição das mercadorias e matérias-primas). No caso de importação
incluem-se ainda o imposto de importação, as despesas aduaneiras, de despachante etc., que se
fizerem necessárias até a saída da mercadoria da área do porto de desembarque.
A legislação do IPI e do ICMS contém as regras para o registro e controle dos
estoques através do Livro Registro de Estoques (modelo 3), enquanto a legislação do imposto
de renda cuida dos critérios de controle e, especialmente, dos critérios de avaliação. O valor do
IPI não integra o valor dos estoques na indústria, ele é recuperável; pela mesma razão o valor
do ICMS é excluído do valor dos estoques tanto na indústria como no comércio.

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Critérios de avaliação:(mais usuais)


Mercadorias e matérias-primas -
As empresas que tem controle permanente de estoques poderão fazer o inventário
quantitativo com base em seus assentamentos, mediante atribuição de preços
médios ponderados ou utilização do sistema FIFO ou PEPS (primeiro a entrar,
primeiro a sair). O uso do método LIFO ou UEPS (Último a entrar, primeiro a
sair) não é admitido pela legislaçao brasileira para avaliação dos estoques. Razão:
os estoque ficam subavaliados diminuindo o lucro da empresa naquele exercício.
Mercadorias que não podem ser avaliadas pelo preço médio ou pelo método PEPS
devem ser avaliadas pelo custo efetivo. Exemplo: o comércio de veículos usados.
Produtos acabados e em fabricação -
A empresa que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e
coordenado com o restante da escrituração, poderá, durante esse período utilizar
os custos assim obtidos para avaliar seus estoques.
Na falta de contabilidade de custos integrada e coordenada com o restante
da escrituração os estoque de produtos acabados e em fabricação deverão ser
avaliados:
a) Produtos acabados – 70% do maior preço de venda praticado no período de
apuração, excluído o valor do ICMS;
b) Produtos em fabricação – 80% do valor atribuído aos produtos acabados no
mesmo período. Por opção da direção da empresa, os produtos em
fabricação também podem ser avaliados na base de 150% do valor da
matéria-prima empregada na sua elaboração.
Produtos agrícolas -
Os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos poderão ser avaliados aos
preços correntes de mercado, conforme as práticas usuais em cada tipo de
atividade. Essa faculdade antecipa a tributação pelo Imposto de Renda.
O gado das empresas rurais, existente na data do balanço, deverá ser inventaria do
preço corrente no mercado ou pelo preço real de custo, quando a organização
contábil tiver condições de comprová-lo.

e) Despesas do exercício seguinte


Aplicações de recursos em despesas que permitirão um benefício no próximo
exercício e que, pelo princípio da confrontação devem ser apropriadas no exercício do
benefício, independentemente da época do pagamento. São classificadas no ativo circulante
por que representam o direito da empresa contratante receber um benefício no exercício
seguinte.
Inclui, normalmente as seguintes contas:
Prêmios de seguro;
Aluguel pago antecipadamente;
Assinaturas e anuidades;
Antecipação de comissões e prêmios

1.2 - Ativo Realizável a Longo Prazo

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Art. 179 As contas serão classificadas do seguinte modo:


(...)
II – no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis
após o término do exercício seguinte, assim como os derivados
de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades
coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes
no lucro da empresa que não constituam negócios usuais na
exploração do objeto da companhia.
(...)
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da
empresa tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o
prazo desse ciclo. (Lei n.º 6.404/76).

O ativo realizável a longo prazo distingue-se do circulante sob dois aspectos:


• quando ultrapassar o exercício seguinte;
• independente do prazo, quando se tratar de valores a receber
oriundos de vendas, adiantamentos ou empréstimos que não se
constituam em negócios usuais na exploração do objeto da
empresa, a:
• sociedades coligadas ou controladas;
• diretoria

- acionistas ou participantes no lucro da companhia.

1.3 - Ativo Permanente

O ativo permanente divide-se em três grandes grupos: Investimentos, imobilizado e


diferido. A classificação de um bem ou direito no ativo permanente depende exclusivamente da
intenção com que foi feita sua aquisição.

a) Investimentos

“Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:


I – (...)
II – (...)
III – Em investimentos: as participações permanente em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis

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no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da


atividade da companhia ou da empresa.” (Lei 6.404/76)

Tratam-se de aplicações relativamente permanentes, algumas destinadas a produzir


renda para a empresa. São participações, voluntárias ou incentivadas, em empresas e bens ou
direitos adquiridos que não se enquadram no ativo circulante (foram adquiridos sem a intenção
de revende-los), nem no imobilizado, pois não se destinam à atividade operacional da empresa.
Os investimentos classificam-se em Investimentos permanentes e investimentos
temporários, distinguindo-se um do outro pela intenção de permanência com que foi feita a
aquisição.
Os investimentos permanentes, por sua vez, classificam-se em:
• Participações voluntárias – ações e quotas de outras entidades adquiridas
pela empresa como forma de aplicar seus recursos ociosos visando uma
vantagem futura (lucro ou valorização). Este tipo de participação ocorre,
geralmente, nos casos de sociedades coligadas ou controladas.
• Participações incentivadas – participações efetuadas através de incentivos
fiscais em determinadas áreas e/ou setores, mediante dedução de parte do
Imposto de Renda devido, tais como Reflorestamento, Turismo (Embratur)
pesca (Sudepe) etc.
• Outros investimentos permanentes – direitos de qualquer natureza que não
se destinem à manutenção das atividades da empresa, como imóveis alugados a
terceiros, terrenos adquiridos para uma provável expansão, obras de arte etc.

a-1 – Critérios de avaliação -


gundo critérios estabelecidos pela Lei das S/A, os investimentos em
participação no capital de outras sociedades serão avaliados pelo “custo de
aquisição”, deduzido da provisão para perdas prováveis na realização do seu
valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente.
Outra forma de avaliação dos investimentos permanentes é o “Método da
Equivalência Patrimonial”. A aplicação do Método da Equivalência
Patrimonial subordina-se à satisfação cumulativa de dois requisitos básicos:

- Que o investimento seja relevante para a companhia investidora;


- Que a empresa investida seja controlada, ou, se coligada que a
empresa investidora tenha influência sobre sua administração, ou
participe com 20% ou mais de seu capital social.
Por sua vez, considera-se relevante o investimento:
- Em cada coligada ou controlada se o valor contábil for igual ou
superior a 10%(dez por cento) do valor do patrimônio líquido da
empresa investidora;
- No conjunto das sociedades coligadas ou controladas se o valor
contábil for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do
patrimônio líquido da empresa investidora.
Aplicado o Método da Equivalência Patrimonial o valor do investimento será
determinado mediante a aplicação da percentagem de participação no capital
social da coligada ou controlada sobre o valor do Patrimônio Líquido
determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação

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levantado na mesma data ou até 60 dias antes da data do balanço da


investidora.

b.- Imobilizado
“Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I – (...)
II – (...)
III – (...)
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto
bens destinados à manutenção das atividades da companhia e
da empresa, ou exercidos como essa finalidade, inclusive os de
propriedade industrial ou comercial.” (Lei n.º 6.404/76).
Ativo de natureza relativamente permanente, utilizado na atividade operacional da
empresa que não se destina à venda. A circunstância que determina a razão de um bem
adquirido com a intenção de não revende-lo ser lançado no imobilizado ao invés de ser lançado
no investimento é o fato de ser ou não utilizado na consecução dos objetivos da empresa.
A receita Federal (Legislação do Imposto de Renda) não admite que os bens
classificados no Ativo Permanente sejam transferidos para o Ativo Circulante ou no Realizável
a Longo Prazo a pretexto de que serão brevemente vendidos, devendo permanecer no Ativo
Permanente até sua baixa efetiva.
Os bens que compõem o ativo imobilizado podem ser classificados em duas espécies:
• Bens tangíveis – bens corpóreos, que tem uma substância física, concreta,
podem ser tocados: Edifícios, equipamentos, terrenos, obras de arte,
reservas minerais, florestas etc.
• Bens intangíveis (incorpóreos) – ativos que não têm substância física, que
sem serem abstratos não podem ser tocados: Fundo de comércio (goodwill),
direitos autorais, patentes relativas à invenções, marca de indústria ou
comércio (capital humano).
Uma das características dos bens que compõem o ativo imobilizado é sua vida
relativamente longa. Pode-se entender por longa uma vida superior a um ano.
Os gastos com aquisição de bens devem ser lançados no imobilizado, salvo se o bem
adquirido tiver valor unitário inferior a R$ 326,61 (ano de 1999), não pertença a um conjunto
maior (cadeiras de teatro, cinema, bar etc.) ou tenha uma vida útil inferior a um ano. Exemplo:
um grampeador que custa menos de R$ 326,61, deve ser registrado como despesa (material de
consumo).
O valor dos gastos com manutenção ou reparo de bens do ativo imobilizado, desde
que aumente a sua vida útil, deve ser contabilizado como acréscimo ao valor do bem. Não
aumentando a vida útil do bem, o valor gasto com manutenção ou reparos deve ser registrado
como despesa.
A legislação do imposto de renda também admite que se contabilize como despesa ou
custo operacional, os gastos incorridos com conservação e reparos de bens, desde que não
resultem em aumento de sua vida útil.

b.1 – Depreciação, amortização e exaustão

A maior parte dos bens do ativo imobilizado (exceção feita a terrenos e obras de arte)
tem uma vida útil limitada, quer dizer, serão úteis à empresa por um conjunto de períodos
finitos de tempo. A medida que esses períodos forem decorrendo os bens vão perdendo sua

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utilidade e valor em função do uso, da ação do tempo e da obsolescência. O custo de um bem


do imobilizado pode ser considerado como uma despesa incorrida nos períodos contábeis em
que este bem seja utilizado, esta despesa é chamada de depreciação. A depreciação pode,
portanto, ser tratada como a conversão gradativa do ativo imobilizado em despesa, ou um
valor que se provisiona com a intenção de se substituir um bem, depois de transcorrida sua
vida útil. Pode também ser considerada como uma provisão formada durante o tempo de
utilização economicamente útil do bem com a finalidade de renovar o equipamento por ocasião
de sua obsolescências.
A taxa anual de depreciação é estabelecida em função do prazo de vida útil do bem a
depreciar. Um bem com uma vida útil de 5 anos será depreciado a uma taxa anual de 100 / 5 =
20%; um bem com uma vida útil de 25 anos será depreciado a uma taxa anual de 100 / 25 = 4
%.
A apropriação dos encargos com depreciação, amortização e exaustão é facultativa,
não constitui obrigação da empresa, nem seu percentual é predeterminado. Uma empresa pode
utilizar taxas inferiores âs admitidas ou, também, a seu critério, pode não considerar qualquer
valor a título de encargo com depreciação, amortização ou exaustão. Não pode, todavia,
apropriar no ano seguinte ou em anos posteriores os valores apropriados em percentuais
inferiores aos admitidos junto com os do ano em tela, utilizando taxas superiores às máximas
atualmente permitidas. O uso de taxas inferiores implica na conseqüente dilatação do prazo
previsto como tempo de vida útil do bem. Neste caso, convém lembrar que, a alteração de
critérios que possam vir a alterar os resultados da empresa devem ser noticiados nas Notas
Explicativas.

Percentuais de depreciação normalmente utilizados:

Descrição do bem Vida útil Deprec.


Bens móveis em geral 10 anos 10%
Edifícios e construções 25 anos 4%
Bibliotecas 10 anos 10%
Ferramentas 5 anos 20%
Máquinas e Instalações Industriais 10 anos 10%
Veículos em geral 5 anos 20%
Tratores 4 anos 25%

O cálculo da depreciação pode ser feito de várias maneiras, entre elas citam-se:
• Método linear (quotas constantes);
• Método da progressão aritmética crescente e decrescente; (utilização não prevista
na legislação tributária (IR)
• Método de Cole; (idem, idem.)
• Método das horas trabalhadas;
• Método das unidades produzidas;
• Todas com e sem valor residual.

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A perda do valor do capital investido em ativos intangíveis (também do ativo diferido)


chama-se de amortização. A amortização é calculada dividindo-se o valor do direito pelo
número de anos de duração desse direito. Os encargos com a amortização são registrados
como custos – quando se tratar de um bem empregado na produção - ou despesas
operacionais – tratando-se de bem não empregado diretamente na atividade produtiva. A
amortização acumulada – contrapartida da amortização - é conta retificadora do ativo.
A perda de valor decorrente da exploração de direitos cujo objeto sejam recursos
minerais ou florestais e dos bens aplicados nessa exploração chama-se de exaustão. Os
encargos com a exaustão são registrados como custos – quando se tratar de um bem
empregado na produção - ou despesas operacionais – tratando-se de bem não empregado
diretamente na atividade produtiva. A exaustão acumulada – contrapartida da exaustão - é
conta retificadora do ativo. A exaustão é calculada levando em conta:

1. O custo de aquisição corrigido monetariamente (sic);


2. O volume da produção no ano;
3. A razão entre o potencial conhecido da mina ou da floresta e o volume de produção do
período;
4. O prazo de duração do contrato, quando for o caso.

c.- Diferido
A Lei das S/A, no inciso V do art. 179 define o diferido como “as aplicações de
recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício
social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder
o início das operações sociais.”
O ativo diferido agrega as contas que se referem à:
• Gastos de implantação e pré-operacionais;
• Pesquisas e desenvolvimento de produtos;
• Gastos de implantação de sistemas e métodos;
• Gastos de reorganização;
• Benfeitorias em imóveis de terceiros.
Amortização é a operação que consiste em transportar uma parcela periódica do ativo
diferido para custo ou despesa. A amortização das despesas ativadas no Diferido deve ser feita
no prazo mínimo de 5 anos e no máximo de 10, a partir do momento em que o resultado desta
despesa ativada entre em funcionamento.
A amortização acumulada é uma conta retificadora do ativo diferido.

2 - PASSIVO

Normalmente encontramos o passivo dividido em dois grandes grupos:


• o passivo exigível, conhecido como capital de terceiros, e
• o patrimônio líquido, denominado de capital próprio.
Existe, no entanto, um terceiro grupo que não se enquadra como capital de terceiros e
não se constitui em capital próprio: o Resultado de Exercícios Futuros, que constitui as
receitas recebidas antecipadamente e que contribuirão para o resultado de exercícios futuros.
Assim, pode-se concluir que o passivo engloba três grupos:
• Passivo Exigível que compreende o circulante e o exigível a longo prazo;
• Resultado de Exercícios Futuros

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• Patrimônio Líquido.

2.1 - Características do passivo exigível

“Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição


de direitos do ativo permanente, serão classificados no ativo circulante, quando se vencerem
no exercício seguinte, e no passivo exigivel a longo prazo se tiverem vencimento em prazo
maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179.” (Lei n.º 6.404/76)
As obrigações classificadas no passivo exigível devem atender a quatro
características:
• um exigível requer um dispêndio de dinheiro no futuro;
• um exigível é o resultado de uma transação do passado e não de uma
transação futura;
• um exigível tem de ser passível de mensuração ou de aproximação razoável;
• um exigível deverá ter uma contrapartida no ativo ou nas despesas.
Exigíveis onerosos e não onerosos. Exigíveis onerosos são aqueles que estão
custando à empresa juros e outros encargos. Exigíveis não onerosos compreende as obrigações
que não implicam em acréscimos por ocorrência de encargos financeiros: salários a pagar,
fornecedores.

2.2 - Critérios de avaliação do passivo exigível

Os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios,


segundo determina a Lei das Sociedades por Ações (art. 184):
a) as obrigações, encargos e riscos, reconhecidos ou calculáveis, serão computados
pelo valor atualizado até a data do balanço (acrescidos dos juros calculados até a
data do balanço);
b) as obrigações em moeda estrangeira com cláusula de paridade cambial, serão
convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;
c) as obrigações sujeitas à variação de índices preestabelecidos (UFIR, TR, CUB
etc.)serão atualizada até a data do balanço

2.3 - Passivo Circulante.

Regra estabelecida pela Lei das S/A estabelece que as obrigações da companhia
quando vencerem no exercício seguinte sejam classificadas no passivo circulante. Também

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serão classificadas no passivo circulante as obrigações que se vencerem dentro do ciclo


operacional quando este tiver duração maior que um ano.
As obrigações que compõem o passivo circulante devem ser liquidadas dentro do
exercício social seguinte ou dentro do período compreendido pelo seu ciclo operacional, se
este for superior a um ano. O passivo circulante compõem-se, basicamente, das seguintes
contas:
a) Fornecedores
b) Salários e encargos a pagar
c) Impostos a recolher
d) Empréstimos bancários
e) Provisões
f) Outras obrigações.
• Fornecedores – Contrapartida das compras a prazo de matérias-primas e/ou
mercadorias. Registro contábil das relações entre os fornecedores e a empresa.
O saldo desta conta (ou grupo de contas) representa o montante da dívida com
os fornecedores na data do balanço (balancete).
• Salários e encargos a pagar – engloba a folha de pagamento (salários,
ordenados) e os encargos previdenciários (Inss e Fgts). O Saldo representa o
montante a ser pago dentro do curto prazo.
• Impostos a recolher – Corresponde aos impostos cujo fato gerador já ocorreu
mas que ainda não foram recolhidos aos cofres públicos.
• Empréstimos bancários – representa os empréstimos bancários recebidos e
que deverão ser pagos dentro do que se define por curto prazo.
• Provisões (para férias, para 13º, para gratificação a empregados) –
corresponde ao provisionamento da despesa para pagamento das férias de seus
empregados, do 13º salário, das gratificações aos empregados, respeitados os
limites estabelecidos pela legislação do Imposto de Renda.
• Provisões para contingências – corresponde ao provisionamento de
prováveis perdas futuras tal como acontece com débitos fiscais ou trabalhistas
em litígio.
• Receitas antecipadas – representa o valor das receitas que tenham sido
recebidas sem que a respectiva contraprestação tenha ocorrido. É o princípio
da confrontação.

2.4 - Passivo Exigível a Longo Prazo


Agrupa as contas que representam obrigações vencíveis após o término do próximo
exercício ou o ciclo operacional, se este for mais longo. O passivo exigível a longo prazo
geralmente agrupa as contas representativas de financiamentos obtidos junto a terceiros.

2.5 – Resultado de Exercícios Futuros

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Art. 181. Serão classificadas como resultados de exercícios


futuros as receitas de exercícios futuros, diminuída dos custos e
despesas a elas correspondentes. (Lei n.º 6.404/76).
Pelo princípio da realização da receita, esta não pode ser reconhecida antes de ser
efetuada a entrega da mercadoria, ou prestado o serviço objeto da venda.
O grupo “Resultado de Exercícios futuros” agrupa as contas que representam receitas
recebidas antecipadamente subtraídas dos custos já incorridos ou a elas vinculados. Este
grupo representa uma espécie de mini apuração de resultado onde as receitas e despesas
relativas a uma operação ou prestação de serviços são confrontadas.
A impressão inicial é de que neste grupo seriam registrados todos os adiantamentos
recebidos. A realidade não é bem esta, só podem ser lançados neste grupo os adiantamentos
que não sejam passíveis de devolução. Exemplo: Contrato de locação com cláusula de não
reembolso no caso de devolução do imóvel antes do término do contrato.
Havendo risco de devolução, o adiantamento deve ser registrado no Passivo exigível
a longo prazo.

3 - Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido nada mais é do que o resultado da equação patrimonial básica:


AT = PT + PL, apresentada de forma diferente:
AT – PT = PL
Os valores que compõem o Patrimônio Líquido não existem, fisicamente. O
Patrimônio Líquido resulta de uma operação matemática. A soma dos valores que compõem o
ativo, subtraída da soma dos valores que compõem o passivo, resulta no Patrimônio Líquido.
Qualquer erro na avaliação dos ativos ou qualquer variação no valor das obrigações implica na
alteração do valor do Patrimônio Líquido.
0 Patrimônio líquido representa o valor líquido que seria recebido pela empresa se ela
vendesse todos os seus ativos (pelo valor contábil) e pagasse todos os seus passivos (também
pelo valor contábil). Em outras palavras, o patrimônio líquido representa a riqueza da empresa,
representa o seu capital próprio.
O Patrimônio Líquido é constituído:
a) pelo Capital social;
b) pelas Reservas;
c) pelos Lucros ou prejuízos acumulados

3.1 - Capital social


“Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.” (Lei
n.º 6.404/76)
Exemplo:
Capital Subscrito............................................................. 100.000,00
Capital a integralizar....................................................... 20.000,00
Capital integralizado....................................................... 80.000,00
Representa o investimento aplicado na empresa pelos seus associados por ocasião de
seu ingresso na sociedade, tem, geralmente, origem externa. É a parcela em dinheiro ou outros
bens que os sócios entregam para a formação da empresa.

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Esse capital pode ser posteriormente alterado por:


a) recursos externos – admissão de novos sócios, novas integralizações, etc.,
b) recursos internos – proveniente dos lucros oriundos da atividade objeto da
empresa.

O valor do capital social da empresa consta de seu contrato social e deve ser
registrado junto aos órgãos competentes. Qualquer alteração no capital social implica na
alteração desse instrumento e no cumprimento de uma série de formalidades legais, o que
contribui para lhe dar o sentido de invariabilidade. Enquanto o capital próprio é
essencialmente variável o capital social permanece, em geral, sem alterações.

3.1 - Reservas

São parcelas que se retiram dos lucros com a finalidade de reforçar o Patrimônio
Líquido utilizadas, geralmente, para aumentar o capital social.

3.1.1- Reservas de capital

“Art. 182 ....


Parágrafo 1º - Serão classificadas como reservas de capital as
contas que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o
valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem
valor nominal que ultrapassar a importância destinada à
formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debentures ou partes beneficiarias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição;
c) o prêmio recebido na emissão de debêntures;
d) d) as doações e as subvenções para investimento.” (Lei n.º
6.404/76)
e)
As reservas de capital não se originam do lucro da empresa, elas tem como origem o
ágio obtido na venda de ações da companhia, o valor apurado na alienação das partes
beneficiárias, as doações e subvenções recebidas para investimentos, (Ex.: terreno para
instalação da indústria recebido em doação da Prefeitura).

3.1.2- Reservas de reavaliação

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“Art. 182. ...


Parágrafo 3º. Serão classificadas como reservas de
reavaliação as contrapartidas de aumento de valor atribuídos a
elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em
laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela assembléia
geral.” (Lei n.º 6.404/76)

Ao ser feita a reavaliação de um bem está sendo feita a reavaliação da riqueza da


empresa. A reserva de reavaliação é a contrapartida do lançamento da reavaliação dos bens do
ativo.
Embora aumentando o valor do Patrimônio Líquido, a reserva de reavaliação não
transita pelo Resultado do Exercício pois seu valor não pode ser considerado como
financeiramente disponível. Não transita pelo Resultado do Exercício e também não é
tributada pelo imposto de renda enquanto não for realizada.
O bem reavaliado é considerado realizado quando:
alienação sob qualquer forma;
depreciação, amortização ou exaustão (proporcionalmente),
baixa por perecimento.

A reserva de reavaliação é considerada realizada e, consequentemente alcançada


pela tributação do Imposto de Renda, quando:
for utilizada para aumentar o capital ou compensar prejuízos;
for transferida para outra reserva;
for apropriada em conta de resultado (depreciação, amortização ou
exaustão)

A contrapartida da baixa da reserva de reavaliação será a conta de “Lucros


acumulados” ou “Receitas não operacionais”. No caso de ter sido baixada pela conta de
“Lucros acumulados”, sem transitar pelo Resultado do Exercício, deve ser adicionada ao
Lucro liquido para fins de apuração do Lucro Real.
. O valor registrado como reserva de reavaliação, decorrente ao aumento do valor
de elementos do ativo em virtude de novas avaliações somente poderá ser computado como
lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações, depois de sua realização.

3.1.3 Reserva de lucros

“Art. 182. ...


Parágrafo 4º. Serão classificadas como reservas de lucros as
contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.”
(Lei n.º 6.404/76)
A reserva de lucro é uma espécie de Reserva Legal e como tal sua utilização está
restrita à compensação de prejuízos e ao aumento do capital social.
Classificam-se como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de
parcela do lucro da empresa.

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A Reserva de lucros classifica-se em:


a) Reserva legal – Tem por fim assegurar a integridade do Capital Social e só
pode ser utilizada para aumentar o capital ou compensar prejuízos. A Lei das
S/A estabelece a obrigatoriedade de se aplicar 5% do lucro, antes de qualquer
desatinação, para formação da Reserva Legal, que não deverá exceder de
20% do capital social. Reservas estatutárias – O estatuto social pode criar
reservas desde que, para cada uma:
1) indique a sua finalidade de modo preciso e completo;
2) fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos
destinados a sua constituição,
b) Reservas para contingências – A assembléia geral, por proposta dos órgãos da
administração, poderá destinar parte do lucro à formação de reserva com a
finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro
decorrente de perda julgada provável.

3.1.4 Reserva para contingências

“Art. 195. A Assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos


da administração, destinar parte do lucro líquido à formação
de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro,
a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável,
cujo valor pode ser estimado.
Parágrafo 1º. A proposta dos órgãos da administração deverá
indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razoes de
prudência que a recomendem, a constituição da reserva.
Parágrafo 2º. A reserva será revertida no exercício que
deixarem de existir as razoes que justificaram a sua
constituição ou em que ocorrer a perda.
O objetivo da constituição dessa reserva é segregar uma parcela de lucros,
correspondente a prováveis perdas extraordinárias futuras que acarretarão diminuição dos
lucros com a finalidade de não distribui-lo como dividendo. Sua reversão ocorrerá no exercício
em que se confirmarem as perdas previstas.
Fenômenos que afetam as operações e a rentabilidade das empresas:
a) geadas ou secas;
b) cheias, inundações e outros fenômenos naturais que podem ocorrer
ciclicamente.
3.2 Lucros acumulados ou Reservas de Lucros.
É a parcela dos resultados apurados no exercício, cuja distribuição aguarda
deliberação da Assembléia Geral. O objetivo de sua constituição é evidenciar a parcela de
lucros não realizada financeiramente.

3.3 – Ações em Tesouraria.

As ações da companhia que forem adquiridas pela própria sociedade são denominadas
Ações em Tesouraria. As ações, enquanto mantidas em tesouraria não terão direitos
patrimoniais ou políticos.
O preço de aquisição das ações não poderá ser superior:
a) ao valor de mercado,

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b) ao valor fixado para resgate, na hipóteses de aquisição de ações que


possuam prazo predeterminado para resgate.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

“Art. 187. A demonstração do resultado do exercício


demonstrará:
i – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das
vendas, os abatimentos e os impostos;
ii – a receita liquida das vendas e serviços, o custo das
mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
iii – as despesas com as vendas, as despesas financeiras,
deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e
outras despesas operacionais;
iv – o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não
operacionais;
v – o resultado do exercício antes do imposto de renda e a
provisão para o imposto;
vi – o lucro ou prejuízo liquido do exercício e o seu montante
por ação do capital social.
Parágrafo 1º. Na determinação do resultado do exercício serão
computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período,
independentemente da sua realização em moeda;
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos
correspondentes a essas mesmas receitas e rendimentos. (Lei
n.º 6.404/76).
A cada final de exercício social a empresa elabora suas demonstrações contábeis,
entre elas a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. Esta demonstração evidencia o
grande indicador de eficiência empresarial: o retorno do capital investido pelos proprietários da
empresa (associados).
A Demonstração do Resultado do Exercício é apresentada de forma dedutiva, isto é,
tomando como ponto de partida as vendas totais ocorridas no período, deduz-se: a) os
abatimentos; b) o custo das vendas; c) as despesas operacionais para atingir o resultado
operacional. Vide modelo simplificado abaixo:

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – 31.12.B Modelo

DESCRIÇÃO ANTERIOR ATUAL


RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de mercadorias
Vendas de serviços
ABATIMENTOS DA RECEITA BRUTA
Devolução de vendas
Descontos e abatimentos incondicionais
Impostos s/ vendas (ICMS, PIS, COFINS)
RECEITA LIQUIDA
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
LUCRO BRUTO
DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas com vendas
Despesas administrativas
Despesas (- Receitas) financeiras
RESULTADO OPERACIONAL
RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
RESULTADO ANTES DO IMP DE RENDA
Provisão para o Imposto de Renda
Provisão para a Contribuição social s/ o lucro
PARTICIPAÇÕES
RESULTADO LIQUIDO DO EXERCÍCIO
Lucro por ação (LL / Número de ações)

Principais conceitos

a) Receitas – Receita pode ser definida como o acréscimo de benefícios econômicos


durante o período contábil na forma de entradas de ativos ou decréscimos de
exigibilidades e que redundam num acréscimo do Patrimônio Líquido;
b) Lucro – é o que se pode consumir durante um determinado período de tempo e
sentir-nos tão bem no final como nos sentíamos no início, Isto é, pode ser
consumido sem que venha a nos fazer falta.
c) Ganhos – acréscimo de benefícios econômicos provenientes de itens não
repetitivos, que podem ou não surgir das atividades normais da empresa.
d) Renda – deve ser entendida como sinônimo de “rendimento” que é o evento que
cria para a empresa uma disponibilidade financeira;

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e) Despesa – o sacrifício de ativos realizado em troca da obtenção de receitas. O uso


ou consumo de bens e serviços no processo de obtenção de receitas. Algumas
receitas correspondem a sacrifícios incorridos em função direta da obtenção de um
receita específica, outras vezes o sacrifício tem uma relação com a manutenção das
atividades da empresa;

f) Perdas – evento econômico diminutivo do patrimônio líquido, não associado com


as atividades relacionadas ao objetivo da empresa: Baixa de bens e direitos que
perderam a utilidade para empresa; efeitos de geada, granizo, inundações, quando
não acobertadas pela “Reservas para contingências”
g) Custos – utilização de bens ou serviços na produção de outros bens ou serviços.

Conceituação da legislação

O Princípio da realização da receita e o Princípio do confronto das despesas, fazem


parte do regime de competência em que as receitas, custos e despesas são considerados como
tais no período da ocorrência do seu fato gerador e não quando são recebidos ou pagos.
Conseqüências desses princípios:
a) a receita de venda é considerada por ocasião da venda e não quando do
seu recebimento;
b) o custo da mercadoria é considerado por ocasião da venda da mesma;
c) as despesas com salários e seus encargos são reconhecidas no mês em que
se recebeu a prestação do serviço, mesmo sendo paga no mês seguinte;
d) a compra de mercadoria ou matéria-prima é contabilizada quando do
recebimento da mercadoria, não quando do seu pagamento;
e) a despesa com o Imposto de Renda é registrada como provisão no mesmo
período em que foram apurados os lucros e não no exercício em que é
declarada e paga.
1 - Receita operacional bruta
A Receita Bruta se constitui do valor total da receita proveniente das vendas de
mercadorias e produtos (na indústria e comércio) e dos serviços prestados (nas entidades
prestadoras de serviços).
O valor do IPI não integra a Receita Bruta, pois sendo cobrado à parte do preço de
venda, também deve ser contabilizado à parte. O IPI é um imposto do qual a entidade, quando
indústria, faz o papel de mero depositário.
Para que a apuração dos resultados não sofra distorções, não são computados no
custo de aquisição das mercadorias adquiridas para revenda e das matérias-primas os impostos
não cumulativos que devem ser recuperados. Nota: Como o comércio, excetuado o atacadista
equiparado a industrial, não é contribuinte do IPI, o valor deste imposto, mesmo se tratando
de um imposto não cumulativo, incidente sobre as mercadorias adquiridas para revenda, faz,
necessariamente parte do seu custo de aquisição.
Uma das falhas ainda existentes na forma da contabilização das vendas no Brasil é que
os juros decorrentes pela defasagem no recebimento nas vendas a prazo, vem sendo lançados e
pacificamente aceitos como aumento das vendas, quando se trata, na realidade, de receita
financeira.
2 - Abatimentos da Receita Bruta
a) Vendas canceladas (devolução de vendas) – correspondem à anulação de valores
registrados como receita bruta. (Nota: as vendas canceladas de períodos anteriores,

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por não corresponderem à uma anulação dos valores registrados como receita
bruta, devem ser registradas como Despesas de Venda)
b) Descontos e abatimentos incondicionais – são parcelas redutoras do preço de
venda, constantes na nota fiscal ou fatura de serviços. – Não se enquadram como
descontos e abatimentos incondicionais, aqueles de ordem financeira, como os
concedidos por antecipação de pagamento.
c) Impostos incidentes sobre vendas ou serviços – aqueles que guardam
proporcionalidade com o preço de venda ou serviço, mesmo quando o respectivo
montante integre esses preços:
1) ICMS – Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicações;
2) PIS – Programa de integração social
3) COFINS – Contribuição para o financiamento da Seguridade Social;
4) ISSQN – Imposto sobre serviços de qualquer natureza;
5) IE – Imposto sobre exportação.

(Nota: Em uma empresa comercial o IPI pago sobre as mercadorias adquiridas para revenda,
integra o custo destas. Em estabelecimento industrial, o IPI não constitui despesa nem receita;
o seu controle é feito através de contas patrimoniais: Ipi a recuperar e Ipi a recolher)
3 - Receita líquida -

A Receita Líquida corresponde à Receita Bruta diminuída dos Abatimentos da


Receita Bruta. É a receita normal da empresa uma vez que os abatimentos são receitas que
não lhe pertencem – não são administráveis. É o ponto de partida para as análises – os
abatimentos da receita bruta não são administráveis.
4 - Custo das Mercadorias (Produtos) Vendidas –

O Custo das Mercadorias (Produtos) Vendidas será apurado com base no Registro
Permanente de Estoques ou nos estoques existentes no final do período de apuração. O valor
das mercadorias ou matérias-primas existentes no encerramento do exercício poderá ser o
custo médio ou o custo das mercadorias e matérias-primas adquiridas mais recentemente
(PEPS). O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e
coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados pelo sistema
para avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados.
Na apuração do Custo das Mercadorias Vendidas é que se faz importante o
conhecimento dos critérios de avaliação de estoques.
Essa conta recebe as contrapartidas das baixas de estoques das mercadorias ou
matérias-primas que, durante o exercício foram destinadas à revenda, além do custo dos
serviços prestados com a mesma finalidade.
Na forma da contabilização do Custo das vendas no Brasil os juros decorrentes pela
defasagem no pagamento das compras a prazo, vem sendo lançados e pacificamente aceitos
como aumento do custo das mercadorias vendidas, quando se trata, na realidade, de despesa
financeira.
Os encargos com exaustão e os encargos com amortização e depreciação de bens
destinados à produção são considerados como custo de produção, enquanto a amortização e a

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depreciação de bens não aplicados diretamente às atividades produtivas são contabilizadas


como “Despesas operacionais”.

5 - Sobra Bruta ou Lucro Bruto –

A Sobra Bruta (Lucro bruto) corresponde à diferença entre a Receita Líquida e o


Custo das Mercadorias Vendidas.
6 - Despesas operacionais -

Classificam-se como Despesas Operacionais os encargos necessários à atividade da


empresa e à sua manutenção, que não fazem parte do Custo. (Nota: Os custos são os encargos
incorridos pela empresa para a produção de bens e serviços. As despesas são os demais
encargos não ligados à área produtiva e que são necessários à geração de receitas.)
As Despesas Operacionais classificam-se em:
a) Despesas administrativas – valores pagos ou incorridos na direção ou gestão da
empresa, destacando-se:
- Despesa com pessoal, inclusive encargos
- Energia Elétrica
- Água
- Telefone
- Seguros
- Impressos e material de escritório
- Honorários da diretoria
- Viagens e estadas

b) Despesas com vendas – valores pagos ou incorridos para promoção, colocação e


distribuição de mercadorias assim como os riscos assumidos com as vendas,
destacando-se:
- Propaganda e publicidade;
- Créditos incobráveis
- Despesa com pessoal, inclusive encargos
- Comissões sobre vendas
- Água, luz e telefone
- Anulação de vendas de períodos anteriores.
c) Despesas financeiras líquidas – valores correspondentes aos encargos de natureza
financeira, deduzidos das receitas respectivas, tais como:
- Juros passivos e ativos
- Descontos financeiros concedidos e recebidos
- Juros a título de remuneração do Capital próprio.
d) Outras despesas operacionais – valores necessários ao objetivo social não
incluídos nas classificações anteriores, como:
- Variações monetárias passivas
- Resultado negativo em participações societárias
- Ágio de investimentos, quando amortizado.
e) Consideram-se também Receitas Operacionais (acessórias ou secundárias), as
seguintes:

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- Receitas financeiras (Juros ativos, descontos financeiros obtidos,


rendimento de aplicações financeiras, juros recebidos ou creditados sobre
remuneração de capital próprio)
- Variações monetárias ativas
- Resultado positivo na equivalência patrimonial
- Reversão de provisões
- Receitas de aluguéis
- Amortização de deságio de investimentos avaliados pela equivalência.
7 - Sobra (ou lucro) operacional -
A Sobra (ou resultado) Operacional corresponde a Sobra (Lucro) Bruta (o) diminuída das
Despesas Operacionais
8 - Receitas não operacionais
Receitas não operacionais são as receitas provenientes de transações não incluídas nas
atividades principais ou acessórias da empresa. As receitas não relacionadas diretamente com a
atividade objeto da empresa são classificadas como Não Operacionais. Normalmente trata-se
de ganhos, isto é são aleatórias.
Exemplo:
- Ganhos de capital – são classificados como ganhos ou perdas de capital, e
computados na determinação do lucro real, os resultados na alienação, inclusive
por desapropriação, na baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência
ou exaustão, ou na liquidação de bens do ativo permanente (art. 317, DL
1598/77).
- Ganhos – A característica de ganhos é a sua imprevisibilidade, o seu caráter de
extraordinário. Exemplo de ganhos: prêmios de loteria, etc. perdas com geadas,
chuvas de granizo na agricultura.
9 - Despesas não operacionais - Corresponde ao evento econômico diminutivo do patrimônio
líquido, não associado com a atividade principal da empresa, independentemente de sua
freqüência. Como casos comumente usados desse tipo de despesa encontramos a baixa do
valor contábil das imobilizações ou com investimentos de natureza permanente, desde que
não relacionados com a atividade principal da empresa.
As perdas – eventos econômicos, diminutivos do Patrimônio Líquido, não associado
com as relacionadas à atividade-objeto da empresa . Exemplo: perdas com geadas, granizo,
etc., quando não coberta por “Reserva de contingências”; baixa de bens ou direitos que
perderam a utilidade para a empresa.

10 - Lucro antes da CSSL e do Imposto de Renda


Resultado operacional
(+) Receitas não operacionais
(-) Despesas não operacionais
(=) Lucro (+ adições, - exclusões) antes da CSSL e do Imposto de Renda

11 - Contribuição social sobre o lucro –

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A Contribuição social sobre o lucro incide sobre o lucro do período base ajustado por
adições e exclusões prescritas ou autorizadas pela legislação tributária mediante a aplicação da
alíquota de 9% (nove por cento).

12 - Provisão para o Imposto de Renda -

A base de cálculo do Imposto de Renda é o Lucro Real correspondente ao período


base de incidência. O Lucro Real (base de cálculo do IR) é apurado mediante a escrituração
dos ajustes (adições, exclusões e compensações) da parte A do Lalur.
A alíquota do Imposto de Renda (a partir de 01.01.96) é de 15% sobre a respectiva
base de cálculo (Lucro Real). Além do imposto, há ainda a incidência de um adicional de 10%
sobre a parcela do Lucro Real que exceder o valor resultante da multiplicação de R$
20.000,00 pelo número de meses do respectivo período de apuração.
Exemplo:
A empresa “Sol Nascente” apurou durante o exercício de 1998 um Lucro Real de R$
540.000,00.
- Imposto de Renda (15% s/ 540.000,00)................. 81.000,00
+ Adicional: 540.000,00 – (12 x 20.000,00) x 10%.. 30.000,00
= Total do Imposto a pagar.................................. 111.000,00
13 - Lucro Líquido do Exercício
Resultado antes da CSSL e do Imposto de Renda
(-) Provisão para Contribuição Social s/ o Lucro
(-) Provisão para o Imposto de Renda
14 – Lucro por ação –
A informação do lucro por ação deve ser dada na própria Demonstração do
Resultado do Exercício, na linha subseqüente ao “Lucro Líquido do Exercício”. Quando as
ações forem de mais de uma classe, e de valores diferente, deve se divulgar o lucro por classe
de ação utilizando-se uma linha para cada classe.

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS.

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) tem por objetivo


apresentar de forma ordenada e resumida as informações relativas às operações de
investimento e financiamento da empresa durante o exercício, evidenciando a modificação da
sua posição financeira.
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos
pelas aplicações de recursos. O significado de recursos aqui abrange um conceito mais amplo
que simplesmente dinheiro, representa o que a Lei das S/A denomina de Capital Circulante
Líquido (CCL = AC – PC).

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Classificação das origens ou fontes- As origens ou fontes são agrupadas em categorias


distintas:
:a)
Resultantes das próprias operações:
1. Lucro do exercício
+ acrescido das despesas que não implicaram em desembolso financeiro,
como as depreciações, amortizações e exaustões ;
+ ajustamentos do resultado de exercícios futuros
b) Dos acionistas , pelos aumentos de capital integralizado no exercício;

c)De terceiros, resultantes de:


1. Empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo;
2. Recursos oriundos da venda de investimentos, e bens do ativo
imobilizado;
3. Transformação de direitos do Realizável a Longo prazo em Ativo
Circulante.
Classificação dos usos ou aplicações.
Por sua vez as aplicações ou usos dos recursos agrupam-se em:
a) Remuneração de acionistas, derivadas dos dividendos distribuídos;
b) Aquisição de novos bens e direitos, compreendendo:
1.- aquisição de novos investimentos permanentes em outras
sociedades;
2.- aquisição de bens do Ativo Imobilizado;
3.- aplicações de recursos no Ativo Diferido.
c) Redução do Passivo Exigível a longo prazo mediante a liquidação da
empréstimos a longo prazo.
Importância da DOAR -
A importância da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), reside no alto
significado das informações por ela fornecidas que não aparecem nas demais demonstrações.
Informações possíveis de serem extraídas da DOAR:
a) Política de inversões permanentes da empresa e as fontes de recursos
correspondentes;
b) Recursos gerados pela própria empresa – lucro do exercício ajustado pelos
itens que o integram, mas que não afetam o capital circulante líquido;
c) Forma de aplicação dos recursos obtidos – empréstimos de longo prazo;
d) Como a empresa está mantendo, reduzindo ou aumento seu capital
circulante líquido;
e) Compatibilidade entre os dividendos e a posição financeira da empresa.

Forma de apresentação:
a) Demonstração da posição financeira:

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31.12.A 31.12.B Variação


1.- Ativo Circulante
2.- Passivo Circulante
3.- Capital Circulante Líquido (1 – 2)

b)Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos


Exercício findo em 31.12.B
Descrição Parcial Total
ORIGEM DOS RECURSOS
Das operações
Lucro Líquido do Exercício:
Mais: Depreciações, Amortizações e exaustões
Variações monetárias de emprést. a longo prazo
Menos: Participação no lucro de controlada
Dividendos recebidos
Dos acionistas
Integralizaçao de capital
De terceiros
Ingresso de novos empréstimos
Baixa de bem do ativo imobilizado (valor contábil)
Venda de investimentos
Total das origens
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Aquisição de bens do imobilizado – ao custo
Adições ao ativo diferido
Integralizaçao de novos investimentos
Transferência para o Passivo Circ de empréstimos a L Prazo
Dividendos propostos e pagos
Total das aplicações
Aumento do Capital Circulante Líquido

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DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS.

A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados possibilita a


evidenciação do lucro do período, a forma de sua distribuição e movimentação ocorrida
durante o período na conta de Lucros e ou Prejuízos acumulados.
Uma demonstração isolada somente para o movimento da conta de Lucros ou
Prejuízos acumulados tem por objetivo evitar a confusão na sua movimentação com a do
Resultado do Exercício, trazendo para elas uma definição clara e uma perfeita segregação.

Conteúdo exigido - A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados


discriminará:
a) O saldo da conta no início do período;
b) Os ajustes de exercícios anteriores (*);
c) As reversões de reservas compreendendo a retirada dos valores
registrados como reservas em retorno à conta de Lucros acumulados,
geralmente, para fins de distribuição aos associados – pagamento de
dividendos;
d) O lucro líquido do exercício já excluídas as parcelas do Imposto de
Renda e da Contribuição social sobre o Lucro;
e) As transferências para reservas;
f) Os dividendos distribuídos ou creditados pela companhia;
g) A parcela dos lucros acumulados incorporada ao capital;
h) O saldo da conta ao final do período.

(*) Ajustes de exercícios anteriores -


De forma a não influenciar o resultado líquido do exercício por efeitos que não
pertencem ao mesmo, para que o resultado do exercício reflita um valor que possa ser
comparado com o de outros anos em bases similares, os valores relativos aos ajustes do
resultado de exercícios anteriores devem ser lançados diretamente na conta de Lucros ou
Prejuízos acumulados, sem transitar pela Resultado do Exercício.
O parágrafo primeiro do art. 186 da Lei das S/A, só aceita como ajustes de exercícios
anteriores os decorrentes de :
- efeitos de mudança de critério contábil, ou de
- retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, desde que
não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

Forma de apresentação
31.12.A 31.12.B
SALDO NO INÍCIO DO EXERCÍCIO
Ajustes de períodos anteriores
SALDO INICIAL AJUSTADO

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(+) Reversão de reservas de lucro


(+,-) Resultado líquido do exercício
(- ) Formação de reserva de lucro
(-) Capitalização de lucro
(-) Dividendos distribuídos ou creditados
(+, -) Outras movimentações
SALDO NO FINAL DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, apesar de


recomendada pelos mais conceituados autores brasileiros, não é obrigatória. Quando emitida
pode substituir a Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. Quando emitida, sua
publicação é obrigatória para as sociedades de capital aberto.
As contas que foram o patrimônio líquido de uma entidade podem sofrer variações
por inúmeros motivos, entre os quais salientam-se:
I – Variações que afetam quantitativamente o patrimônio líquido:
Acréscimo pelo lucro,
Acréscimo por reavaliação de bens do ativo;
Acréscimo pela venda de ações em carteira;
Acréscimo por doações e subvenções recebidas
Acréscimo por subscrição e Integralização de capital;
Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações
integralizadas, ou ao preço de emissão da ações sem valor nominal;
Acréscimo por prêmios recebidos na emissão de debentures;
Acréscimo pelo valor de venda de partes beneficiárias e bônus de subscrição
Acréscimo ou redução por ajustes do resultado de exercícios anteriores;
Redução pelo prejuízo líquido do exercício;
Redução por dividendos distribuídos;
Redução por pagamento ou creditamento de juros sobre o patrimônio
líquido;
Redução pela aquisição de ações próprias
II – Variações que não afetam quantitativamente o patrimônio líquido:

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Aumento de capital com utilização de lucros e reservas;


Apropriação do lucro líquido do exercício, reduzindo a conta de Lucros
Acumulados para a formação de reservas como Reserva Legal, Reserva de
Lucros a realizar, Reserva para Contingências e outras.;
Reversão de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos
acumulados;
Compensação de prejuízos com Reservas.

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Apresentação

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido


Exercício findo em 31.12.A

Capital Reserva de Reserva de Lucros Total


Capital Lucro Acumulado
SALDOS EM 31.12.A 160.000.00 57.720.00 11.010.00 17.620.00 246.350.00

AJUSTES DE EXERCÍCIOS
ANTERIORES:
Efeitos de mudança de critérios
contábeis
Retificação de erros de exercícios
anteriores
AUMENTOS DE CAPITAL:

Com lucros e reservas

Por subscrição realizada

REVERSÕES DE RESERVAS

De Contingências

LUCRO LIQUIDO DO
EXERCÍCIO
PROPOSTA DE DESTINAÇÃO
DO LUCRO:
Transferência para Reservas:

- Reserva p/ contingências

- Reserva Estatutária

- Reserva de lucro

- Reserva Legal

Dividendos a distribuir

SALDO EM 31.12.B

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