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. _TECNOLOGIA MECANICA 2 | oBdIpe sz | seoyelow se6rq sep sapepalidalg 8 Bnyn.yjsy — WOINYOSIN VIDOTONOAL VICENTE CHIAVERINI Professor Titular da Escola Politécnica da Universidade de Sio Paulo Membro Honorério da Associago Brasileira de Metais TECNOLOGIA MECANICA ESTRUTURA E PROPRIEDADES DAS LIGAS METALICAS VOLUME I AKRON Books Ltda. Pearson Education do Brasil Rua Tabapua, 1.348, Itai Rua Emilio Goeldi, 747 —Lapa CEP 04533.004 - So Paulo- SP CEP 05065-110-Sao Paulo-SP (11) 3849-8604 e (11) 3845-6622 (11) 3611-0740 e-mail: makron@books.com br fax (11) 3611-0444 ‘So Paulo * Rio de Janeiro * Ribeirdo Preto + Belém * Belo Horizonte * Brasilia * Campo 5 Grande * Cuiaba + Curitiba + Florianépolis * Fortaleza * Goidnia * Manaus + Porto Alegre * Recife + Salvador Brasil + Argentina * Colombia + Costa Rica * Chile * Espanha * Guatemala » México + Peru * Porto Rico + Venezuela recnologla Mecénica Estrutura e Propriedades das Ligas Metélicas Sopyright ©1977, 1986 da Editora McGraw-Hill, Ltda. fodios 08 direitos para a lingua portuguesa reservados pela MAKRON Books Ltda. Nenhuma parte desta publicacao podera ser produzida, guardada pelo sistema retrieval” ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, soja osteo sletrénico, mecénico, de fotocépia, de gravacao ou outros, sem prévia autoriza- ~40, por esorito, ca editora, EDITOR: MILTON MIRADE ASSUMPQAO FILHO Capa: Lay out: Cyro Giordano arte Final: Jaime Marq Dados internacionais de Catalogagao Chiaverini, Vicente, 1814~ Tecnologia Mecanica 2. ed. - Séo Paulo: McGraw-till, 1986, Bibliografia Contetido: v 1. Estrutura e propriedades das ligas metilicas. -v. 2 rocesos de fabricagdo e tratamento, - v. 3. Materiais de construgéo mecnica. 1. Engenharia mecfnica 2, Mecanica aplicada I. Titulo. cpp-621 2045 620.1 {indices para catélogo sistemético: 1. Engenharia mecénica 621 2, Mecénica aplicada 620.1 A minka epost A meus filhos SUMARIO PREFACIO cette ecce ees XID 1 — ESTRUTURA METALICA - CARACTERISTICOS GERAIS DOS METAIS .. semen, 2 1 -Acconstituigfe da matéia .. 1 2-Mudangas de tases . 3: 2 3 -Algumas definigdes .-... 4 4-Natureza do tomo x 5 5 -Associaglo de dtomos ... ees ve eee eee some B 8 9 9 3.1 - Ligagdoiénica .. 5.2 - Ligagao covalente 5.3 + Ligaedo Van det Waals 54 - Ligagdo meidlica 3 : oc 6 -Materiais metdlivos : 10 6.1 - Ocorréncia dos metals . . 10 62 - O estado metilico n 2 -Cameteriioos eae dos reas in 71 + Densidade 12 7.2 « Proprisdades térmicas 4 173 - Propisdaescttrsas © mugntticas 15 TA - Propriodades Sticas 17 7.5 - Propriodades quimicas . 18 var 1 mm Teenotoga mecdnica ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS 1 -Sistemas e reticulados eristalinos = Alotiopla . 2-Parimetro do reticulado |. : 3 -Planos cristalograficos, direedes ststlnis dices de Miller « 4. Imperfeigdes ou defsites cristalinos 4.1 - Imperfeigoes de ponto 4.2 - Imperfeigées de linhe 4.3 - Outras imperfeigdeserstalinas PLASTICIDADE DOS METAIS 1-Introdugfo .. 2-Deformagao elistica - 3-Deformasio pléstica 3.1 - Deformagdo por esvorrezamento . 3.2 - Escorregamento mediante movimento de discordéncia 3.3 - Deformago por maclaga0 4 -Deformacao dos metals policristalinos 4.1 - Deformagio a frie ¢ deformagio a quente 4.2 - Recrstalizagao 43 - Crescimento de gizo 4.4 - Medids do tamanho ée gcd 4.5 - Comentérios finais sobre a reristalizagéo. 4.6 » Trabalho a quente . . LIGAS METALICAS.. 1 -Impurezas nos metais 2-Solugdes sides 3-Difusio. 4 -Ligas metélias « 4.1 - Lei das fases de Gibbs 5 - Diagramas de equilforio ou de consttuicao 5.1 ~ Ligas eujos componeates so totalmente solves tar to no extado liquide como.na sélido 5.2 + Ligas cujos componentes sG0 totalmente soliveis no estado liquide, porém insoliveis no estado sélido .. 5.3 = Ligas cujos componentes so totalmente soliveis no estado Liquido, mas apenas parciakmente soliveis no estado sélido 5.4 Ligas eujos componentes podem formar. em parte, compostosintermetlicos que podem, por sua vez, et inteiramente solweis, parcisimente soliveis ou inso: » y 23 24 28 30 30 31 36 39 39 39. 43 43 47 43 30. 32 53 36 59 59 6 63 63 63 67 68 69 69 B ” v vl vit A = Se era 1K Sunério liveis em um ou em ambos 05 excessos dos compo- nentes cee 5.5 - Ligas com mais de dois eomponentes ~ PROPRIEDADES MECANICAS E SUA De eAANAEAO: = DEFINIGOES T Hama svosiaecrrrarnr eas vevnemweerewnas 2 -Definigdes « -- 3 -Coeficiente de seguranca e tensao admssivel de trabalho. . 4 -Ensaios mecdnices, normas ¢ especificagies . 5 -Levantamento de dades obtidos nos ensaios. — RESISTENCIA A TRAGAO E RESITENCIA A COMPRESSAO | - Resisténeia & tragfo. Grafica tensfo- a temperatura muito baixa. Outms substincias, como o gis metano (CH,), sfo fortemente ligadas internarrente, ras siz atragéo, uma pela outra, € muito frac. Finalmente, substancias comp dloreto de s6dio, silicio ¢ cobre, postindo alto ponto de fusto, apresentam uma ligagdo forte no estado slide. 5 Assodagio de ftomos Esscs trés tipos de substéncias servem para exemplifiear 0s trés tiposiniias de astociagfo atBmice ou igaglo quimica, a saber: lgagao ionica (NaCI) também chamada heteropolar,ligagdo cova- lente (iio) também chamada homopolar ligagfo metdica (cobre)!®), Existe outro tipo de ligagdo, que ¢ a mats fraca de todes, 2 chamada Ugago Van dor Weal. 51 Ligagdo ionica £0 tipo mais simples de ligago © 0 mais fécil de descrever: dtomos de elementos com um ou dois elétrons de valéncia (da rbita mais externa) facilmente libertam esses elétrons, tornando-se fons ‘carregados positivamente, O NaCl e o MgO sfo exemplos de sélidos em que predomina esse tipo de ligago, Para formarse o NaC hi transferéncia dos elétrons de valéncia do atomo de Na 20 dtomo de Cl. Para remover os létrons-valéncia de Stomos de sédio livres, gaste-so uma certa quantidade de Estratara metillea— Caractertatices gers dos metals 8 cenerght, 0 que resulta em fons de s6dio carregados positivamente (eétions Nat).A aquidigdo dos elétrons por étomo de cloro livre corresponde 2 ums liberago de energia, formandose fons de cloro cartegados negativamente (anions CI-). 5.2 Ligagdo covalente Neste caso, um tomo compartiha seus elétions com um tomo adjacente, O exemplo mais simples é encontrado na molécula, de hidrogénio, em que so necessérios dois dtomos ée hidrogénio para formar sua molécula, Atomos diferentes podem igualmente combinarse para formar _moléculas com ligagfo covalente. Exemplos: fluoreto de hidrogéaio HF, égua H,, aménia NH, e metana CH,. Nesses casos ada étomo fornece um elétron pare formar uma ligagfo de um par de elétrons. 5.3 Ligegdo Van der Waals a ligaeio interatOmica ou intermolecular mais (raca e que ocorre entre dtomos de gases ineries. Nestes gases, 2 Grbite mais extema (de valéacia) esté completa e, em conseqiéncia, os seus stomos possuem atragio mutua muito pequens. Nessa ligacgo, ocorre apenas in- luéncia mitua das ondas eletsOnicas estacionérias sem que 08 clétrons sejam. ‘compartithados. 54 Ligagio metélica Nesta ligagfo, os elétrons fo compertilhsdos por imimeros dtomos, Fste tipo de ligacao pode ser mais facilmente expli- cado da seguinte maneira: se num diomo existirem apenas poucos elétrons de valéncia, eles podem ser removidos de modo relativamente ficil, a0 pasto que 08 elétrons restantes so mantidos firmemente ligados a0 nideo. Formase, de fato, um estrutura constituida de ions positivos e de elétrons de ngo-valéncia, ov soja, pertencentes as drbitas mais interras, os que fo mantidos ligados a0 nicleo. Em outras palavras, os elétrons de valencia podem eventuilmente abandona a érbita do dtomo do qual partisipam para te incorporarem 40 étomo vizinho. Pode, por assim dizer, haver uma ‘roca de elétrons-valéncia: se um tomo pode perder um ou mais elétrons: valencia do seu sistema, ele pode igualmente receber um ou mais elétrons- valéneis dos dtomos vizinhos, ou ainda compartilhar elétrons-valéncia com esses étomos vizinnos. Astim, admitese que na ligegfo metilica, o tomo se acha constante- mente no estado de perder, adquisir ou compartilhar eXétrons-raléncia com 0s dtomos vizinhos. A Figura 4 constitui uma representago esquemitics do fendmeno: tums nuvem de elétron em constante movimento, na qual se acham imers0s os fons, A alta mobilidade dos elétrons-valencia expitca as relativamente clevadas condutibilidades eléirica ¢ témmiea dos metas, 10 Teenologle Mecinica positives Nuvem oo ‘irene Figura4 Representapfo esquemética do fendmeno resultente da lgardo mete, Do conceito acima, surge a definigfo mais cientfica de metal: “elemento que prontamente perde elétrons, de modo a criar uma ligago metalica e resultar condutibilidade elétrica”. 6 Materiis metsicos Os metas constituom o mais importante grupo de materials de consiragfo, grages as inimeras aplicagDes nos vérios campos da engenhatia 0 seu crescente emprego e importincia deve-se principalmente a0 con- Lavo conheciments que se tom sdquirido do suas propriodades © do 50 comportamento, sob a ago das diversas condigies de servign, assim como 40 constante aperfelgoamento dos métodos de fabsicagao e tratamento ¢ a0 progrosivo desenvolvimento de novas gas, (© metal mals empregado ¢ ainda o ferro. Outros metals, contudo, come © aluminio, 0 cobre, 0 chumbo, zinco, 0 esianho, o niquel e o magnésio ¢ outros menos comuns ~ cromo, turgsténio, titanio etc. — fo imprescindiveis em muitas aplicagbes,de modo que sua importéncia ¢ igualmente considerével, 6.1 Ocorrénca dos metsis _Alguns metais sio encontrados no estado chamado nativo, ou sea, na forme praticamente pura. Exemplos: oxo, platina e, mais raramente,cobre, prata e mercirio Na maioria das vezes, sontudo, os metsis sf0 enconttados na forma combinada com outros elementos, constituindo os chamados “mmineras” 05 quais sf0 cssencialmente compestos quimicos, tais como Sxidos, hids6 xidos, sulfetos,earbonatos etc, aos quais se dTo denominagées determinadas como hematita, limonute, cata, quartzo, fldspeto, cassiterta, mica etc. Esses minerais s¥o encontrados ne superficie da tera, até determinadas pro fundidades, isoladamente, ou em conjunto com outros minerais. Chamam-se “minésio” ot minerais dos quait se podem extrair os metais Os minerios, quando em quantidades suficientes para serem explored: Earrunaa metéliea ~ Caractrttcesreris dos metals 11 economicamente, formam os “depésitos™ ou “Yazidas”, definidos, pois, como lum mingrio ou uma mistura de minérios dos quais elementos meté- lions podem ser extraidos mecanicamente, 620 estado metélico A definigdo mais simples ¢ usual de metal & a que considera esse elemento “uma substéncia quimica elementar opsca, lstrosa, boa condutora do calor ¢ da eletricidade ¢ boa refletora da luz, quando convenientemente polida”™®?, Os metas, na sua maioria, eaacteri- zamse também por apresentarem certo grau ce ductiidade e plastcidade € serem mais pesados que outras substancias elementares, (0s caracterstions de maleabildade, opacidade e condutibilidade térmica ¢ elétrica sto resultantes da ligagdo metdlica, a qual, como jé s¢ mencionou, permite a definigfo mas cientifia para metal(®; “elemento que prontamente perde elétrons de modo a criar ums ligagHo metilica e resultar condutibilidade eltsica”. A ligaggo mais forte corresponde a metais de maior ponto de fusfo ou de muior ponto de ebuligi. 7 Caractertsticat gerais dos metais Sob 0 ponto de vista pritico, as propriedades que tém maior importincia na engenharia so as mecinices, ou seja, equeles relacionadas com a resisténcia que os metais oferecem quando sujeitos a esforgos de natureza mecinica, como tragdo, compressio, torgio, choque, caigas cicticas etc., porque, com base na sua detetminagao © conhe- cimento, io projetadas, calouladas executadas as estruturas metélicas, fixas ou méveis e todos os componentes metilicos utiizados na industria Essis proptiedades serdo cxaustivamente estudadas nesta obra, De grande imporidncia ¢, igualmente, o estudo de certos caracteristicos fisicos © quimicos dos materiais, eujo conhecimento pode sec de grande utilidade para sua selegdo e utilizacdo. seas propriedades que serfo vistas a seguir, sfo, em sua maioria, um caracteristico do cristal perfeito, ao passo que as propriedades mecdnicas dependem geralmente das imperfeigées que ocorrem nos metas. Em outras pulavras: enquanto as propriedades mecinicasse relacionam com uma amostra particular do material, sondo somente idénticas em varias amostras do mesmo material quando as condigdes de fabricago ¢ trata- mento forem perfeitamente idénticas, os caracteristivos gorais, fisicos, quimices ete., se relacionam dizetamente com o material, ou seja, S80 essencialmente identicos em diferentes amostras do material {As propriedades mecdnicas so “sensiveis”, na sua maior, # estratura do material. Os caracteristicos gerais afo “‘nio sensiveis™ & estruturs 12 Teenologie Meciniea ‘A Tabela (7) relaciona as propriedades sensiveis © ndosenstreis & cstrutura. TABELAT PROPRIEDADES SENSIVEIS E NAC-SENSIVEIS A ESTRUTURA Néo-sonsveis Propriedades trata onutura = Denstiade Mecsas Médulode eestcdade | Resintdncin mecinice Plascisace ereicae Dittegso térmica Ccondutibiidede térmica (cata temperatura) — | (especaimente baixes temperarura) Porto de fusfo ator expeciticn Calor de fuse Eldrioee Resiividade Rorievidede (a basa (rate temperature) — | cemoe semiconduteres © metsis Potencia! lerro-qulmico Mogréticas Propriedaces Propriecaaes paramagnéticas © ferromagréticas amagndtices Supercordetbilidade | Temperature de CCxpacidade condurora ransigso oe correnta 7.1 Densidade A sua definigo cléssica € “peso por unidade de volume”. O valor recipraca é chamado “volume especifico”. A Tabela 2 mostra a densidade, além da temperatura de fusfo, de alguns dos metais mais conhecidos.. Nas ligas metdlicar, a densidade mud devido a alteragdes ‘da massa média dos stomos ¢ do parametro do reticulado, TABELA2 DENSIDADE E TEMPERATURA DE FUSAO DE ALGUNS ELEMENTOS Euruture mation ~ Carstersteas gral cos meiais rs He "3 fe Ne ‘ v sn 1olbdéno, sic, erates de fusio ber tintalo, ttini, vanddi, tungstésio no apresentum 1 efinids, Os valores apresentados aa Tabela fo valoresmiécios, (7 jtgass elementos coma birio, beri, cotalto, carbons, cét 14 Teonologia Messnica 7.2 Propriedades térmicas A clevagio da temperatura dos metals aumenta a amplitude de vibragfo dos dtomos. Como conseqiiéncia, ocorre tuma expansfo térmica do reticulado cristalino, tradurida na prética, por uma rmudanga de dimensoes, Ess alteragao dimensional ¢ expressa em termos de “coeficiente linear de dilstagto térmica”, medido em em/em/°C. ‘A cleragdo da temperatura leva a fusfo do metal, cuja “temperatura de fusdo” (indicada para alguns elementos na Tabela 2*), expressa em graus Celsius, representa um ponto de trarsiggo importante em relagdo 20 aco- modamento dos dtomos na esteutura do material. For outro lado, a “mudange de volume” de um metal, em fuagio da temperatura, produz conseqiiéncias importantes em virias operagSes metal ‘cas como fundigZo, forjamento, soldagem, tratamento térmico etc, Alguns valores esto represeniados na Tabela 3!®!, onde se nota que alguns metais, come 0 silico ¢ 0 bismuto, contraem ao fundis. TABELAS MUDANGAS DE VOLUME, NA FUSAO, DE ALGUNS METAIS Elemento | Mudancade volume, % || Elemento | Mucangs ce volume, % us 188) Zn 420 Ne 250 ca 470 K 255 Ys 370 os 260 al 600 ce a5, si 1200 Ag 3.80 8a 280 Au Po 350 My cy 335 Outias propriedades té:micas so + “capecidade ou poder ealorifico” © 0 “calor especifico”. O poder calorifico € expresso em calorias/e/C ou kgcal/kg/°C, sendo a “caloria™ (cal) 2 energla requetida para aumentar de Eurutura mesdica ~ Coreterisicasgerisdosmeas = 15. 41°C a temperatura de 1g de agua!”). Assim, 0 poder calorifico ¢ a quant dade de calor nocesséria para clevar da temperatura unitéria a messa unit de um material homogéneo. O “calor especifico” & definido como a relagio centre a capacidade de armazenar calor Jo material ¢ a da dgua, ou seja, a quantidade de calor necessiria para elovar a masse unitéie de um material de 1°C de temperatura para a quantidade de calor necessiria para elevar de 1°C2 mesma massa de égua. © calor especifico determina a quantidade de calor necesséria nos procestos metairgicos, tas como fundigio e tratamento térmico. Esse fato pode ser expresso pela formula 40 = Cpet, 1 89a, 0 calor especifico Cp controla o aumento de temperatura &T produ. zido pela adiedo de uma certa quantidade de calor dQ, numa grama do material. Finalmente, outra propriedade téimica importante é a “condutibilidade térmica”, indiceda por um coeficiente k, expresta por cal/s.cm.°C, que define 1 capacidade condutora do calor de uma substdncia e que depende ndo s6 da propria substincia como também do estado em que cla se encontra, 7.3 Proptiedades elétricas e magnéticas AS primelras correspondem 20 comportamento dos metais sob a agfo de uma corrents elétrca © a sua capacidade de transmitir energia elétrica. As propriedades magnéticss cor respondem 20 comportamento dos metais sob a agéo de um campo eletio- magnético extsmo. Chamase “condutbilidade elétiia” a capacidade do metal transmit ou conduair corrente elétiica, Seb esso ponto de vista, os matericis podem ser clasificados em condutores, isolates (ou diléricos) + semicondutores Os metals se caracterizam, principalmente, por pettencerem ao primeiro grupo. ‘A condutibilidade eléttica € devida, como se viu, a mobilidade dos clétrons e & sua fasiidade de movimentarse. & medida om (ohm)! (7) Em anidades ingests, © poder calorifice & expres por BTU/I/°F; 0 BTU oqui vale 2 0,252KeaL 16 “Tecnologie Mecénice [A rec{proca da condutibilidade eléirica € a “‘resistividade elétrica”, proptiedade que se exprime em microhm+em ¢ se relasiona com a “resisténcia elétrics”, por intermédio da férmula: R= lla onde, sesisténds em ohm = resistividade em microhm-cm ‘comprimento da amostra do material em em seegfo transversal da amostra em cm? pre |A resisténcia cresce, com 0 comprimento ¢ decresee com 2 seogo transversal [A resisténcia ainds sumenta linearmente com a temperatura até a tempe- ratura de fusdio do metal. [A Tabela 4 apresenta a condutibilidade elétrica relativa e a resistividade absoluta de alguns metais? TABELA CONDUTIBILIDADE ELETRICA RELATIVA E RESISTIVIDADE DE ALGUNS METAIS ‘Condi tren volatvn ‘Pov unidade de tron | Poruidade | Rtetividede elévice Metst | doseceéo wancersat ‘de peo rmicrohenemn Proa 108 92 +468 Cobee 100 100 18 Aluminio 81 201 se Mags a 180 Zino % 5 Niguel z 2 Fer 8 ~ Entinno 2 14 ‘chumbo 8 6 [No céso das propriedades magnéticas, 0 campo eletromagnético externo € chamado de “orga magnetizante”, designado pela letra H ¢ expresso em oersteds, A grandeza da forca magnética induzida, também indicada como “densidade do fluxo magnético”,€ designada pela letra B e expresse em gauss. urucara mecliea— Caraerertticasgerats dor metats 17 Definese *permeabilidade 42” como « habilidads de um material ser megnetizado ou a habilidade de conduzir linhas magnéticas de fora em comparegio com oar ¢ 0 récuo, cuja permeabilidade equivale a um, Em relagdo as propriedades magnéticas, os materials podem ser classifi cados em ferromagnéticos, que possuem alta permeabilidade, como o ferro €0 cobalto: diamagnétions, cuja permeabilidade & inferior a 1 (hum) e para- magnétices, que possuem permeabilidade ligeiramente superior a 1 (hum). 7.4 Propriedades oticas Quando se dire um feixe de luz sobre a superficie de uma substincia sSlida (ou liquids), notese que cesta fragqo R 4a intensidade de uzincidente 6 refletida, Nos metas (e suas lis) o valor de R € elevado, eproximandose, em alguns casos, de unidade, quando, para vidro inorgiaive, por exemplo, seu valor é de apreximadamente 0,05, Chamando-se I, a intensidade de luz incdente,a intensidade de luz que penetra no material sort) G-R1, Dependenco do tipo de material, uma parte ou a totaidade dessa luz 6 absorvida por intermédio de interagQes eletiOnivas, 20 passar através do sélido. Desse modo, vesificase uma intensidade continusmente decrescente medida que a luz atrevessa 0 s6lido, A mmudenga fracional de intensidade de luz, expressa por ay ‘numa distincia dx € ditetamente proporcional ao “coeficiente de absorga0 linear a” do material ay = ~adx. Integrandose essa equagio, tem-se 1=1,0—R)o% de modo que a intensidade da luz que atinge a superficie traseira de um ‘material de espessura 1 6 1,0-R)e A “opacidade” ¢ a eleyada “refletibilidade” dos metais revelam que os valores de R ({ragio da intensidade de luz incidente) e @ (coeficiente de absorgfo Lineer) Zo altos, Atribuise este fato a ago da radiagdo incident ‘que, numa vasta faixa de freqdéncias, promove ou estimula elétront « ocupar 18 Tecnologia Mecdnica zonas vazias de maior energia, sendo a seguir absorvidos. Em outras palavras, no momento em que os elétrons sio estimulados, eles decaem para niveis de rergia inferiores e ocorre reemissio de luz. da superficie do metal. A reflexto 4 a combinagiio da absorgZo e reemissio. As cores que os metais apresentam quando submetides & ado da luz ‘branca dependem da freqiéncia ou do comprimento de onda da luz incidente ¢ da refletibitidade. Por exemplo, a prata apresenta cor branca devido & alta refletbilidade ao longo de (oda a regido visvel, jé 0 cobre e 0 ouro absorvert de profersncia comprimentos de onda mais curtes, com uma refletibilidade ‘mais baixa e apresentam coloracio avermelhada ¢ amarelada respectivamente. 7. Propriedades quimicas _Relacionam-se com a resisténcia que fos metais oferecem ao ataque pelo meio ambiente (corrosio) ou pelo efeito a temperatura (oxidsgio). As “resisténcia 1 corrosdo” e “resisténcia A oxi dacio” so, portanto, caracteristicas de grande importincia, em vista da in- luéncia que © meio circunvizinho (gasoso, Ifquido ou mesmo sélido) © que 4 temperatura exercem sobre o metal, provocando diversos tipos de ataque corrosivoe oxidante, muitos dos quais s20 de cardter irregular ede determinacio relativamente diffeil, De fato, a reagio dos meios corrosivos sobre os materiais pode ser afetads or muitas varidveis, como por exemplo, a Yerdadeira natureza quimica € concentragiodo meio carrosiva, o graude exposigio (total ouparciale constante 01 ciclico), tempo de exposigo, temperatura etc Normalmente, a corroséo € medida em mm ou em de superficie que se perde anualmente. Pode-se medir igualmente em gramas de peso perdido anualmente, © comportamento des metais a elevadas temperaturas exige igualmente uma avaliagdo cuidadosa, em face das condigbes extremamente eriticas, em relagdo a temperatura, a que muitos metais estio sujeitos, influindo na sua capacidade de resistir as cargas @ que estio submetidos. A necessidade de utilizarse metais em condigdes de ambiente agressivo € a temperaturas acima do ambiente levaram ao desenvolvimento de ligas cespeciais, resistentes & corrosio ¢ ao calor, além do emprego de tratamentos superficiais que permitem aumentar sua resisténcia & corrosio ¢ a oxidago, ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS. 1, Shem ret erstios Os mets avs sien, “es islam", ov sea, 0 es atmos qe, no eae ga estan men mentardo ¢ ditribuidos a esmo, localzamse er pongoes reathamerte defn ¢ oretass, ques repeten em Wis irene foe ne figura geomtic regular gue €o “ental” Exisiem sete sistemas cristalinos: triclinic, monocl{nico, ortordmbico, hexagonal, trigonal, tetragonal e cibico, De scordo com a disposigfo dos it : om a tomos, originam-se doses sistemas {4 possieis distribuigdes dos referidos tomos, formando os chamados etlulads” (retielos ou redes), desigaados com © nome de “redculados Esses 14 reticulados esto representados na Figura 511), a ci eames is ‘ido por apenas um determinad sina en amare ts O modelo de eristalizagéo pode ser melhor compreendido ao verificar-se Geile eeontece quando um metal solidifies no interior de um recipients (Fgura 6). As principais céiulas unitévias que se formam, em pontos dferen- fs, crescem geralmente pela absoref0 de ouiras, até se encontrarem for mando um contomo irregular que delimita uma érea onde extfa compree as mithares daquelas pequenas eélulss. eee » 20 Teenclogi Mes \\A TRICLINICO ‘onToReMsIco SIVPLES. HEXAGONAL, cosico sinPLEs MONOcLINICO SIMPLES: WY oe Jp [ae MONOCLINICO DE BASE 'GENTRADA ORTOROMBICO DE ORTOROMEICO DE GASECENTRAUA FACE CENTRADA OMBOEDRICO Figura S SIMPLES. cUbico oF conro ‘CENTHADO| Reticulados eretelinos reve onToROwsICO DE ORPOCENTRADO TETRAGONAL TETRASONAL DE CORPO GENTRADO eUbICO De FACE ENTRADA, |e HR gb em oll 588 ede YX Figura 6 Reprerentapzo esquematica do procerso de sobdificrdo (erstalizepdo) de um mete, = 2 Se Be S| \— Um conjunto de células unitérias forma © “cristal” com contornos geo- étricos, 0 qual, 20 adquirit os contomos irregulares pelo seu crescimento & devido aos ponios de contato de cada conjunto, passa a chamar-se “gric” Esses gréos so ligndos entre si por uma pelicula que geralmente nao se considera mais cristalina, como se vera mais adante (Figura 7). Figura 7 Representapdo exquemitica de esirutura crstaine feramular) dos metas 22 ‘Teenologia Mecénica Em resumo, cada grfo ¢ constitude por milhares de oSlulas unitirias: estas, por sun vez, consistem em grupos de stomos que se dispuseram em pposigces fixas, formando figuras geometricas tipicas. Essis disposigdes fixas 40, pois, origem aos “reticulados” ou “retfeulos”, como a Figura 5 indicov. Os principals reticulados crstalinos, segundo os quais cerca de dois torgos dos metsis crstalizam, esto indicados na Figura 8 captco DE FACE cuBico CENTRADO 1c HEXAGONAL COMPACTO Figura 8 Representepéo exquemtice dos principle reiulatos cstainos Estruura crisaina dos metals 23 Sto eles: = reticulado etibieo centrado, em que os dtomos se dispoem nos vertices eno centro de um cubo. Os metals que cristalizam nessa forma sa; ferio 4 temperatura ambiente (forma alotrépica alfa), cromo, iti, ‘molibdénio, tantalo, 1ungsténio e vanidio, entre outros; = reticulado cubico de face centrada, em que 0s étomos se dispoem nos vértices © nos centros das faces de um cubo. Eo caso do ferro acima de 912°C (Forms alotrépica gama), alumfnio, cobre, chumbo, aiquel, rata, entre outros; ~ reticuledo hexagonel compacto, em que os stomos se localizam em cada vvértice © no centro das bases de um prisma hexagonal, além de tsés outros étomos que se localizam nos centros de trés prismas triangulares compactos altemados, Os metals cujp reticulado € 0 descrito sfo, entre outros, o zinco, o magnésio, o cobalte, o cédmio e 0 berili. 11 Albtropia “‘Alotropia” ou “polimocfismo” & a propriedade que certos metais, como o ferro, apresentam de possuiem reticulados cxistalinos diferentes, conforme a temperatura, ‘No caso do ferro, por exemplo, aque- cendose esse metal a cerca de 912°C, 0 reticulado cibico centredo (CC) passa a reticulado ciibico de face centrada (CFC). A primeira forma alo- ‘trépica que ocorre na faixa de temperaturas ambiente até 912°C € designaca por “lfa” a segunda forma, que ocorre acimade 912°C, & chamada “gama”. ‘Esa mudanga alotrépica é reversivel. A alotropia do ferro & muito importante sob © ponto de vista pritico, porque a forma aloti6pica gama pode dissolve carbono até ume porcentagem de aproximadamente 2%, 20 pesso que a forma alfa dissolve apenas uma uantidade minima de carbono, ds ordem de 0,02% (a 727°C). Fase fato tem grande significado no tratamento térmico dos agos. ‘Alem do ‘erro, outros elementos metdlicos podem spresentar formas slotiSpicas diferentes. A Tabela 5") indica a alotropie de alguns metas, induindo o ferco, as estruturas cristalinase as temperaturas de transforma;a0 correspondentes. [As transformasder slotrépicas que oco:rem com temperaturas crescentes fo acompanhadas de absoredo de calor e as que ocorrem com temperaturzs, decrescentes, por desprendimento de calor. Verificamse, igualmente, durante a transformagdo alotrépica, mudangas = no volume especifico, as quais podem ser positivas ou negativas, no aqueci- ‘mento ou no resfriamento, As mudangas de volume, na maioria dos cas05, 580 da ordom de 1% ov menos. 24 ‘Teonobogia Mecinica TABELAS FORMAS ALOTROPICAS DE ALGUNS METAIS Metat Forms alotropica& Forma aowopice « temperatura ambiente coutrastemperaturas ce ec oc > 447°e) oo ke crc (> 477°C) Ht Ke cc (> 17420 Fe cc cFC{s12°~ 139420) ce (> 13880 us He (<- 193%) Ne c He (< - 233°C) T He ec (> 234) t He oc Saas") z He cciSerz0, (CFC = cio de face centrade He | = hesagonai compote Go = cable contrat 2 Parimetro do reticulado Corresponde As dimensdes da céhula unitaria. No reticulado cibico, por exempio, o purdmetio € representado pelo com- primento da aresta da célula unitéria cébica,o que significa que, nesses reticulados, ha somente um parimetro de reticulado. ‘Ao contrétio, os metais que crittalizam com outros reticulados apresen. tam mais de um parametro, Os resultados da medida dos parimetros de reticulado sio expressos. ‘em angstrons (1 A= 10cm) e valores ifpicos de pardmetros de reticulados so os seguintes: AL — 404A No — 314A Fealfa — 294 Fegama ~ 3,6 Em relagdo ao ferro, nota-se que, embora o ferro gama apresente uma aresia mais longa (3,6 A) do que o ferro alfa (2,9 A), a estrutura do ferro gama é mais densa do que ado fervo alfa, De fato, 0 niimero do Stomos é diferente em ambos os reticulados como se pode observar a seguir: wrururserbtelina dosmetait 25 Fe alfa — cabo centrado ~ 1 dtomo no centro mais x (1/8) G1omos nos vértices = 2 stomos Fe gama — cubo de face centrads ~8 x (1/8) 4tomos nos vert ‘ces mais 6 x (1/2) dtomos nas faces =4 dtomos("| Como 0s volumes desses reticulados sa0 expressos por Fealfa = (2.9) = 244.42 Fe gama = (3,6) = 46,7 A? 6 ferro alfa possui 24.4/2 = 12,2 A® por dtomo 20 passo que o ferro gama possul 45,7/4 = 11,7 A por dtomo, 3. Planos cristalogrificos, diregdes cristalogrificas. Indices de Miller Um 1 contém “planos® de dtomos que constituem ot “planos cristalografi cos” € que exercem ums grande infiuencia nas propriedades dos metais. Figura 9 Representapio exquemética do sisteme de eixos perpendieulares que perm tem eipecifcar o plano eat dirpSesernalogrieas (9) No cube centrado, cada stone do visti £ comum a oo cubos; no cabo de face ceotrada, cada dtome do centro da face €cemum a dois cxb08 20 ‘Teenologa mecsnica Os planos eristalogréficos mais ficeis de identifica so os que constituem 2 célula unitéria, Hé, contudo, outros planos. A identificagio desses planos 6 feita admitindo-se erbitrariamente, na oélula unitdria cristalina, trés eixos perpendiculares entre si, como mostra a Figura 9, de modo que a ottentagao esses planos possa ser designada por um conjunto de trés niimeros, chama- dos “fadices de Miller”, epresentados por (hk). Em outras palavras, 0s indives de Miller especificam as planes eristalo- _grficos em termos de comprimento de suas Interseog0es com os tres elx0s, a partir da origem F. Por exemplo: plano ABCD é paralelo aos elxos X e Z ¢ intercept o etko Ya ume dis- ‘tancia interatémica; os indices de Millor dosse plano so indicados por A sua tepresentagdo a sequinte: (hkl) = 010) plano EBCF intereepia os cixos Y © Z ¢ pode ser consilerado a uma distancia interatémica a0 do eixo X'"), Logo, seu indice de Miller seré 1,00 ou (hkl) = (100) (") rodese, pm iso, deslocar a orgem do eixo de sonntenaas, + uma dictiaca 0,60 longo do sino X, do porto F a0 ponto G. orururserbteliadosmetaie 27 Com o mesmo raviocfnio tem-se para os planos EHGF, HAGD, ABEH © FGDC os soguintos indices de Miller, respoctivamente: (hkl) = (010); (ok) = (100); (hk) = (110) (hkl) = (110). Os indices de Miller especificam ngo apenas um ‘nico plano, mat todo © conjunto de planos paralelos. As Figuras 10, 11 ¢ 12'19) mostram os mais importantes pianos eristalo- a1Afivos dos crstais cabicos. thio ano ten ten cota Figura 10 Panos ertatogrdeos (010) em exracuras cdteas. ico conc ‘tin of contac Figura 11 Manor erbetogrdtcos (110) em estravurs exes, é ‘ 28 Teenoloein Mecinice lbieo de facocentrede Figen 12 Panos criualogrifioos (111) em exruturescidiees A “cited cristalogritica” & dada pelo raio que parte da origem ¢ passe através de um ponto a uma ditincia unitéria da cSlulaem cada uma das és diregbes axiais As diresdes sfo representadas por ndineros entre chaves © expressas da seguinte maneica: [ww } © procedimento indicado pars especificar essas diregdes € 0 seguinte!4); tomese a diregao FD, por exemplo, na Figura 9. Os indices sfo obtides, movendose, a partir da origem, uma disténcia a, a0 longo do eixo X © movenido-se uma distancia idéntica na directo positiva do eixo Y. Os Barua cristata don metals 29 {ndices dessa directo sao: [ww] = [110]. Esst directo corresponde a diregTo da diagonal da face inferior do cube; = diregio FA — vorresponde a diteggo da diagonal central do cubo. Os indices Go obtidos movendo-se, 4 partir da origem, 2 uma distincia interatomica, em directo 20 tomo situado na mesma distancia dos trés cixos, Seu indice sexd: [aww] = (111): — direggo FH, correspondente a uma das faces laterais do cubo. Seu fadice € obtido, movendose, a partir da origem ao dtomo situado na mesma distincia em relagio aos cinos Xe Z, Seu indice é fuvw] = [101]; = direcdo FG, comespondente a uma das arestas do cubo. Seu indice & obtido movendo-se em direggo a0 étomo situado a mesme distancia em relagdo aos eixos Y & Z. Corrosponde « [ur] = {100}. [A importincia do estudo dos planos crstalogrificos dos metais esté relacionada com a maior ou menor capacidade de deformagio destes ou com sao plastcidade. se fato pode ser melhor explicado da seguinte maneira: = nos crisis hd planos de maior densidade atomice, ou seja, que contém maior nimero de étomos. Vejase, por excmplo, 05 reticulados cibico de face centrada (CFC) ¢ cibico centrado (CC) (Figura 8). O aristal cdbico de face contrads postui planos contendo seis e cinco ‘omos, a0 pass0 que 0 cibico centrado possui planos contendo cinco ou quatro dtomos. Asim, o primeiro possui um maior némero de planos de maior densidade stémica. Esse € a primeira consideragio. A segunda consideragio esté relacionads como fato de que a deformagao dos cristais se df segundo planos paralelos aos planos de maior densidade atOmica; esses planas, ao longo dos quais ocorre a deformagdo cristalina, $40 chamados “planos de escorregumento™. Desse modo, os eristais que possuem um maior ndmero de planos de maior densidede at6mica s40 of que poster um grande mimero de plans de escorregamento. 30 Teele Meatntca A teresira consideragio diz respeito 20 fato de que os plaros de maior densidade atomica S30 igualmente os mais espacados do reticulado. Basta Jembrar, no caso dos ceticulados CFC e CC, que os comprimentos das arestas, so diferentes: a aresta do primeiro ¢ maior (3,6 A) que a do segundo (2,9 A). Esse maior espagamento pode ser traduzido por uma menor resisténcia 20 escorregamento desses planos em relagio 2 quaisquer outros. Em conse- ‘qdéncia, os metais que possuem reticulados ctibicos de face centrada (CFC), como aluminio, eobre, chumbo, prata e ferro na forma alots6pica gama s80 nas ficeis de deformar que os metais com reticulado cibico centrado (CC), como cromo, molibdénio, tungsténio, ferro temperatura ambiente (forma slottSpica alfa) ete. A deformabilidads ou plasticidade dos metais ¢ ainda influenciada pelos chamados “defeitos” ou “imperfeigdes crstalinas”. 4 Imperfeigdes ou defeitos cristalinos As consideragbes até agora feitas foram baseadas na existéncia de um cristal perfeito, ou seja, numa célula lunitéria ou conjunto de céiulas em que os étomos se dispoem regularmente, de acordo com os modelos estudados, Muitas propriedades como densidade, ponto de fusto ete. sdo estimadas ‘ou provistas na base da dofinigfo de um “cristal ideal”, som dofeitos ou imperfeighes. Outres propriedades, contude, sobretudo as que mais interessam sob © ponto de vista de aplicayao dos metais, como as propriedades mecinicas, desviamse apreciavelmente das que se poderiam prever na base de um cristal perfeito, E comum, por exomplo, a presenge de éiomos quo provocam impurezas, ‘6 que consttti, de certo modo, uma imperfeigfo erstaira, embora seja comum adicionarse proposttadamente dtomos impuros para modificar as propriedades do metal ‘As imperfeig6es cristalinas so, em prineSpio, de dois tipos:“imperfeigBes de ponto” e “imperfeigées de linha” 4.1 Imperfeigbes de ponto Correspondem i falta de um ou mais dto- mos ou i presenga de dtomos extrat ou a0 deslocamento de dtomos. ‘A mais simples 6 a “lacuna”, 0 qual se origina quando falta um étomo no reticulado normal. Se faltarem dois stomas, o defeito chamarse-f “bi- lacuna’. Mais dtomos podem estar ausentes. A origem dessas imperteigdes pode ser atribuféa quer a um empacotamento defeituoso durante 0 provesso ‘original de cristalizacio, quer a vibragfes térmicas dos ftomos 2 temperstu: ras elevadas''6), As lacunas podem moverse, trocando de posigzo com os ‘Somos vizinhos, Essa movimentagdo fornece um meio para os stomos mn: Eurisure critalina dosmetsis. 31 ‘grarem ov difundirse no estado s6lido 2 temperaturas elevadas, 0 que fa- vorece 0 mecanismo de difusto, 120 importante em determinados processos smetalrgicos. Outro defeito de ponto ¢ a “intersticialidade™, que se caracteriza pola ‘ocupagfo por um étomo de uma posigio intersticial, dentro do reticulado cceistalino, Se o ftomo, por assim dizer intruso, for menor que os tomos restantes do reticulado, © efeito da imperfeigdo € pequeno; caso contririo, hayerd uma distorgio atémica. ‘A Figura 13 represeata os principais defeitos de ponto. 000090 00000 909000 20009 0090000 00000 00. 00 00490 dceoc0 00000 00060 od0000 00000 00000 00000 a iw Figura 13 Imperftgoes de ponto: (a) lacuna; (o)interticialiade; (c) étomo impure. Quando os defeitos de ponto envolvem lacunas de pares de fons, cles so chamados “imperfeigoes Schottky”, comuns em muitos cristais de natureza iGnica. Outro deftito de ponto € 2 “imperfeiggo Frenkel” que envolve o des locamento de um fon do reticulado para uma posigfo intersticial'*©). 462 tpereigbes de inka A mas inportante 6a “sod”, por aque toatl be efoto a pial espnabiiade peo fendmeno ce SSomamero, soyunco © gua 2 nba Jos meta se defoma psc tents ou de modo pomaneie. Cieulos teios indica que pam se formar pemanentemente un criaal perf, 0 enforo cortante eu ce aaento necessio € m0 ab 1A Faun 14 representa esquematicmente © proceso de deforma permanent de um ea pes 1 pare (a) da igura mnt a posi ini antes da apap do exorgo"de defrmagie eo delecament tease Je um plano atmo See seem eiacia ineradmica pla apasio do e000 de ciate 52 —_Temologia Meadnica CES : ~L Figura 14 Proceso de deformasdo permanente num erital perfeito, A parte (b) da figura mostra o resultado do esforgo de deformecio Como a prética demonstrou que 0 esforgo necessitio para produzir e090 deslocamento de planos atOmicos em relagAo a planos vizinhos € muito ‘menor que 0 previsto pelos edleulos teSricos, deve-se admitir a presenga de uma imperteigao. Essa imperieigfo corresponds a um plano extra de étomos no interior da estrutura cristalina ¢ € chamada “iscordincia de aresta’” ou “plana” e esté representada esquemnaticamente na Figura 15, onde se nota a presenga de uma aresta de um plano extra de étomos, donde # denominscio “dis cordéncia de aresta”. Figura 15 Discordéncia ce arent ou plana Euoriiureeriaalinadosmetsle 23 1a figura, o plano do papel corresponde ao plano (100) de um reticulado sibieo; © arose do pleno extra de étomes 6 indicads, na figura, pela linha OC. A aresa indica que o plano extra de atomos termina no interior do erisal, em vez de atravessio totalmente A discordancia de aresta € acompanhaca por 2onss de compressio ede tensfo, o que resulta em aumento de energia a0 longo da discordincia Submetendose 0 crisal di Fgura 15 2 um esforgo de cisslhamento suficiontemeate clevado o porpondicular & discordéncia esta se move come mostra a Fgura 16, ocasionando tra deformagao permanente tox canara 2 Figura 16 Deformapio permanente que resulta do morimenio de ume dincordindia de Em (a) da figura, mostre-s 0 arranjo atOmico nas vizinhances da dis: cordncia de aresta, antes de se aplicar o esforgo; em (b) indica-e 0 aranjo atdmico, depois de splicado 0 esforgo que peovocou o movimento da dis- cordancia de ume distancia interatémica: em (c) est indicado o aspecto do cristal, durante e apis a aplicagdo do esforgo de deformagfo. Vese, pois, que a aplicargo do esforgo de cisthamento ocssionou © movimento da dissordincia do aresta; « continua aplicagéo do exforgo provoca deslocamentos sucessivas, de modo que se a diseorcanda se movi mentar através de um ciistal Intel, 2 metade supetior do cristal seg des locsds de um espagamento atdmico, como mostra a parte (c) da Figura 16 Costama-se dizer, nesse caso, que 0 dedocamento foi correspondente a um “vetor de eworregamento”. também chamado “vetor Burgers b”, © qual define a quantidade e u dicey do deslocamento verificado!"4), 24 Teenobgia Mecanica Na discordincia de aresta, « grandcza do vetor Burgers corresponde a0 espacamento atémico. O vetor Burgers, no desiocamento de aresta, é sempre perpendicular a linha de discordéncis, Normalmente, 0s metais apresentam ambos 0s tipos de imperfeigdes: de pponto ¢ de aresta, os quaisinteragem entre si, Nas vizinhangas de uma discordincia de areste, os étomos ficam compri- ‘idos acima de linha ou plano de desiocamentoe, absixo esse plano, ficam mais separados. Essas regies do cristal se caracterizam, pois, pr estarem sob ‘compressio ou sob tensfo, como jd foi mencionado, Nessas contigoes, dtomos intersticinis de maior didmetro que os étomos de reticulado normal tendem a segregarse na regifo sob tensfo, onde hé mais espaco para a sua localizagdo. Do mesmo modo atuam os diomos substitucionsis, porque os interst?cios na regifo de tensfo so maiores. Contudo, dtomos substitucio nafs menores tendem a segregar na regifo sob compressio. De qualquer modo, a interagdo dessa impureza cesulta mums maior dif caliade de se movimentar uma discordéncia, o que significa que para deformar um meial impuro (ou liga metilica) so necessirios maiores cesforgos de cisalhimento ‘A Figura 1714) ehucida melhor a produpéo de uma discordincia de aresta devida a0 escorregamento em um reticulado cibico simples. O ssconregumento ocorreu sobre a étea ABCD, A discordancia de aresta AD 6 perpendicular diregio de escorregamento. Figura 17 Representagdo esquemdica de dscondancia produzida por escorregumento mum reteulado ciico simples. Boiracure critlinados meais, 35 © segundo tipo bésico de discordincia é a “discordincia em espiral” ou “em hilice”, representada esquematicmente na Figura 18!"4?, para um reticulado ctico simples. Figura 18 Representopfo exquemdilea da discordineta em hice prodxida por escorre. [gemento num reticulado cbico simples. Nota-se que a linha de discordéncia AD ¢ patelela a dices#o de escor- regamento, ao contrério do que ocorre na discordincia de ares Como resultado, @ parte superior do cristal, & diteita da linha AD, moves em relagfo a parte inferior, na diregio do vetor de escorregamento. ‘A esquerda da linha AD nfo ocorreu qualquer escorregamento. ase tipo de imperfoigo ¢ melhor compreendido, se, na Figura 18, tragarse um circuito 20 tedor éa linha de discordancia, na face frontal 0 cristal, Partindo do ponto X ¢ completando 0 circuito, chega-se ao porto X', situado a um plano atmico atrés daquele que contém X. Ao completar esse circuito, tragou-seo curso de uma espiral Cada vez que se completa um circuito em redor da linha de discordancia, lum novo curso em espial ¢ tragado; desse modo, os planes atGmicos ficam Aisposto em redor da discordincia na forma de uma rampa em expiral OU ée um parafuso 35 Tecnologia Mecintes Burucurs crstelne do: meas 37 A denominagao “em hélice” devo-se também a essa disposigdo. A Figura 1919) constitui outra sepresentagdo da discorddncia em espiral, ‘com 0 percurso do vetor Burgers indicande que o movimento de desizament> ‘ocasiona a formacao de uma rampa em espiral ou em hélice. @ wl @ Figura 29 Representopéo exquematice da formagdo de wma dlscordincia por cisalia. Ihamenta, Figura 19 Vetor Burgers para wma discordéncia em hélice num reticulado cibise simples Finalmente a Figura 20!'S! mostra a formagéo da discordéncia pelo cisahamento, A parte (a) da figura cortesponde & dissordinia de aresta;a parts (b), 4 discordincia em espiral ¢ a parte (c) indica 0 circuito completo com as componentes de “aresta” e “om espiral”, ou soja, 0 cisalhamento resultante da apdo conjunta dos dois tipos de discordincia, 43 Outras imperfeighes crstalinas Além das imperfeigBes vistas © que ‘vcorrem no interior do retieulado, outros tipes de defeitos dever ser considerades, } ‘ Figura 21 Representpao esquemttice dodefeito de superfite. 38 Teenologie Messin sees defeitos estdo relacionados com as superticies externas dos cristais (00 com os cistais adjacentes, ou seje, com os contornos de grfo. A Figura 21 constitui uma representagfo exquemdtica do chamado “dofeito de supertici, relacionado com os itomos da superficie, os quais nao se enconttam totalmente cercados por outros stomos, como acontece no interior do reticulado. Em outras pulaves, esses dtomos possuem vizinhos somente de um lado, por sto cles apresentam maior energia que os &tomos intesiores. Outro defeito ov imperfeigzo se relaciona com 0 “contorne de gro. Esse contomo é carscterizado por sex uma zona de transigfo, em que os ditomos go pertencem claramente 2 gréo elgum, 20 contrério do que oco1re no inteior do gro, onde os diomos esto perfetamente acomo- dados, de acordo com o reticulado eristalino corespondente. Ao longo do contomo de gido néo existe, portanto, um empacotamento atomico perfelto. sa zona de transigZo ¢ caracterizada por possuir uma energia maior que 4 que existe no interior dos gros, fato esse que explica a maior rapidez de ataque do contorno de gro, quando o metal é submetido a agdo de um reagente quimico, para observagdo da estrutura, pois os dtomos da zona de transieo ou do contorno do gto se dissolverfo mais rapidemente que o8 ‘outros. © resultado ¢ 0 aparecimento de uma linha perfeitamente vsivel 20 microsépio. © contorno de gréo interfere na progressdo dos movimentos das ditcordéncia. (CAPITULO TIL PLASTICIDADE DOS METAIS 1 Imrrodupdo Os materiais, quando submetidos a um esforgo de natureza meciinics, tendem a deformar-se. Conforme sua natureza, 0 seu comporta: mento, durante a deformagdo, varie. Assim 6 que alguns apresentam uma defomacgo elfstice até ocorrer 2 sua ruptura, Exemplos: mateviais plisticos do tipo elastmeros. Outros, como 0s meiais ¢ os polimeros termopldsticos, podem softer ‘uma considerével deformaséo permanente antes ¢a ruptura, Essa deformacio permanente é precedia pela deformaga0 elist Os metais assim se comportam devido a sua natureza cristalina que € caracterizada, como se viu, pela presenge de planos de escomegamento ou de ‘menor resist8ncia mecdnica no interior do seu reticulado, Esse caractoristico de “deformsbilidade permanente” é muito impor- tante na pritica, pois permite a realizado da “oonformago mecdnica”, ou seja, das operegdes mecdnico-metalirgicas mullo empcegedas na fabricagao de pecas metdlicas, A capacidade dos metais poderem ser deformados de modo permanente € definida como ““plasticidade”. 2 Deformagiio elistica No caso de “deformagio elistica”, representada esquematicamente numa célula unitéria na Figura 22, esta muda de dimen S0et, alongando-se, se 0 esforgo for de tragio, ou comprimindose, se 0 esforgo for de compressa, 3 40 Teenobgia Mectnica t Detounarso porcompressio Figura 22 Representaao esquemétiea de deformapao elétea Cessados os esforgos, a eélula volta forma ¢ dimensbes origina, Dentro desse chamada “fase elistica, a deformagao € proporcional & tensio comrespondente ao esforgo aplicado;a relaggo entre a tonsfo.e a dofor- ‘macéo € chamada “mSdulo de elssticdade” (mSduio de Young) que € um ‘aracteristico tipico de cada metal ¢ que, como se viv, & uma propriedade “nfo-sensivel &estrutura”. médulo de elasticidade ¢ tanto maior quanto maior « forga de atragio entre 0s étomos. A Tabela 6 indica os médulos de elasticidade de alguns metas, os quais, ‘dependem da direego cristalina TABELA6 MODULO DE ELASTICIDADE DE ALGUNS METAIS Médato declasticidede, kfgmen? (MP. Mea Mixime Minime wa ‘Aluminio 7.700 (7800) | ane (61800 | 7.000 168.600) Ouro 11.200 |198:800) | 4.200 (41.200 | 91400 162.400) come 19.600(192.200 | 7000 (ex600 | 11.200(110.000) Fero (cc) | 28.700/281.400) | 12600 (123600 | 21.000(206.000), Tungetinio | 39.800(391.2001 | 300003012001 | 39.000(301.200) “ Plsticdade dor meais 41 Por exemplo, no caso do ferro cibico centrado, 0 valor maximo se verifica na diregio [111] © 0 minimo aa disezio [100]. Esse fato é muito importante quando se considera que os metais sio materia policrstalinos, © que pode ser melhor demonstcado pela Figura 2317), Pevetes “Tonsto edica to Figura 23 Represent exquemdtice da varardo das tenses elisticas com « direcdo 2M orienta dos ers. #2 Tecnologia Mecinica 0s gros, como mostra a figura, sGo orientados a esmo, de modo que cada um deles apresenta um médulo de elssticidade diferente e 0 médulo de elasticidade médio (a esmo) 0 indicado pela linha tracejada da parte (b) da Fgura. A figura anterior, 22, permite sinda definir uma outra relagio — 0 “médulo de Poisson” — que é a relagfo negativa enire 2 deformagfo lateral, indicada por E,, devida 4 compressio e a deformaeio longitudinal, repre- sentada por E,, dovida a trago: Finelmente, ¢ comum nas aplicagBes priticas dos. metais ocosrerem fexforgos de cisalhamento, ou seja, esforgo: que tendem a deslocar um plano de dtomos em relaggo a0 plano adjacente, como esté indicedo na Figura 24(17) S883 AE o (o) Figura 4 Representegio esquemdiica de defermapao eléwtiea por ctaltamento: (4) sem deformordo; (3) deformseo por csalhamento. ‘A “deformagio elistica por cisalhamento” & definida pela expressdo ¥ onde « € 0 ngulo de cisalhamento. Define-se sinda “médulo de cisalhamento” ou “modulo de rigidez” pela expresso aga. ged 7 onde v é a tenséo de cisslhamento © y 6 1 deformacio elistica por ‘isalhamento, Plesticidale dos meaic. 43 3. Deformagdo plistica Ultrapassada a fase edstica ou o “limite elistico” do material sob doformagio, este deforma-se permanentemente, dentio da chamada “fase plastica”. Un dos significados priticos da deformagto pléstica jé foi visto, ou seja, possibilidade do material ser submetido, no estado s6lido, a operapdes de con- formagio mesénica (laminagfo, forjamento, estampagem, estiramento etc.) Outro significado esté reladonado com 0 comportamento dos metais, ‘quando omprogados om estruturas fixas ou méveis, que, ao ficarem sujeitos 08 esforgos mecdinicos normalmente presentes nessis estruturas quando em servigo (tragdo, torgZo etc.), ago devem deformar-se em cardier permanente, A deformacio piéstica dos metais efetivase por intermédio de dois processos fundamentais: — deformagio por escorregamento — deformagio por madagéo, 3.1 Deformagio por escorregamento A deformagio por escorrege- ‘mento resulta de esforgos de cisaltzmento, O “‘isalhamento” é um tipo de fensZo revultante de esforgos de uagfo ou compressfo, como a Figura 25 ‘mostra claramente, 4 Tectokegie Mecinice © escorregamento resultante dessis tensOes de cisalhamento ovorre pelo destizamento de blocos de ctistal, uns sobre outros, a0 longo do planos cristelinos definides, chamedos “planos de escorregamento””, numa diregiio cristalogréfica, chamada “itegdo de escorregamento”. A combinago de ‘um plano de escomegamento ¢ de uma diregio de excorregamento compoe ‘© chamado “sistema de escorregamento”. |A maioria dos metais apresenta um nimero clevado de sistemas de ‘escorregamento, geralmente igual ou superior a doze. Por exemplo, 0s metais com reticulado ciibico de face centrada, como alumfnio, niquel, cobre, feo ‘guna, possuem doze sistemas do escorregamento, porque neles hi quatro planos de alta densidade atémica, cada um dos quais contem trés diregDes de alta densidade atomica. Embora alguns reticulados cObicos centrados possam apresentar maior ramero de sistemas de escorregamento, estes nfo compreendem planos com densidade atémica tfo elevada, de modo que os metais com esses reticulados cexigem maior esforpo de deformagao para softerem escorregamento. (0 excorregamento em crstas simples estérepresentado na Figura 26!" t HF / go __ Z y U0 a ples ssi figura mostra © fendmeno de deformagio aum cristal simples 20 aplicarse um eeforgo de tragio. A parte (2) da figuma representa o cristal antes da deformagio, com a indicagio dos planos de escorregamento, orien tados segundo 0 éngulo xp. A parte (b) represents a deformagio livre, ou seja, sem que as extremidades do cristal estejam presas: verfica-se 0 movi- mento de segmentos do cristal, um em relagdo a0 outro, sem rotaggo do plano de escorregamento. A parte (6) da figura, com as extremidades press, indica {que ecorren rotagio do plano de escorregamento, com x, Menor que Xo- Plosticdate dos meats Essa sequéncia de figuras mostra, em resumo, 0 seguinte: ao ser apli- cado um esforgo de tragio, os planos deslizam um eni relagfo ao outro, sem mudar su2 orieniagio relativamente £0 eixo axial, correspondente i apli- cagdo da carga, Poderse-ia comparar © fendmeno ao que ovorre quando se manuscia um beralho de cartas. Esse movimento dos planos cristalogré- ficos no sentido lateral ¢, contudo, impedido pelas gars que seguram 0 ctistal, como se este fosse uma amostra submetida a um ensalo de tragfo, de ‘modo que 0s planos de escorregamento sfo obrigados a girar em tomo do eixo axial Andlises por intermédio de difragio de raio-X mostraram que, de fato, os planos cristalinos softem uma rotaggo na faixa mediana éa amostra, sofiendo por sua vez,rotagio e dobramento nas vizinhangas das extromidades, Cada um dos segmentos individuais mostrados ma figura € chumado “pacote de escorregamento”, 0 qual pode apresentar espessuras de 10? a 10~* cm!251, 0 escorregamento ocome, em resumo, quando a tensio de- composta do plano de excorregamento, na diregfo do escorrsgamento,atinge tum determinado valor, designado por “‘tersfo decomposta critica de cisalhamento”, A Figura 2717) mostra, para um cristal simples, um sistema de escor- regamento compreendendo 0 plano de escorregamento © 2 diregio de escorregemento. LAX \ G wes 74 sn Fgura 27 Representepio exquernice de um sacema de excorrequmerto para um censtal simples 46 Teenelogia Mecinice © Angulo 6 corresponce 20 Angulo entre a normal 20 plano de escor- regumento ¢ 0 eixo de traglo; 0 dngulo 2 corresponde ao angalo entre oss ‘ino ¢ a ditopfo do escorregamento. |A componente da forga aplicada P atuando na dirego do escorregs- mento é dada por Posh Sendo S a seegio transversal nominal do cristal, a tensfo é dada por o =P/S ou os =P Mukkiplicando por cosh terse Poosh = oScosh ‘A ftea do plano de escorregamento ¢ igual a Sfoosf ‘Assim, a componente da tensio de escorregamento ¢ dada por Poosh, 8 cosh E cosh cong = ocoth cong conde cosh cosf representa um fator de orientagéo, as veces chamado “fstor Schmid”. © escorseyamento ocome com uma forga axial quando \ = 45° © § = 459, o queresultaem = ipo Platisdade dos metax 47 3.2 Escomegimento mediante movimento de discordincia 14 foi ‘comentado que o mecanismo simples de cisalhamento que leva a deformasao pldstica dos metais faria supor que a resisténcia que esses materiais oferecer deformaggo deveria ser muito maior do que 0 que se verifica na prética, ‘Assim, 20. procurar-se ume explicapfo para este fato, concluise que um rmecanismo mais complexo deve estar interferindo. A experiéncia levou i consideragdo de um mecanismo envolvendo 9 movimento de discordineias, De fato, como o destizamento de planos internos de atomos significaria a ruptura simultdnea de um enorme néimero de ligegSes atOmicas, exigindo Forgas excessivamente grandes para a doformapio, tarnouse mais légico admitir que 0 escorregamento ocorre em etapas ou degraus, de modo a ‘envolver apenas pequenos segmentos de um plano atémico em cada degrav. A presenga ou 0 aparecimento de discordancias no cristal permite esse ‘escorregamento, como a Figura 28 mostra. oo o a Figura 28 Movimento de ums dheordéncis de eresta no escorregamento. plastcn. 0 escorregamento ocorre na parte inferior do cristal Essa explicapao toma-se mais clara acompanhando a Figura 29'70), Para um reticulado perfeito, todos os étomos no plano inferior esta ‘em posipCes em que hd uma energia minima. Assim, se os étomos do plano superior sfo deslocados para a diteta, por exemplo, em relacio sos do plano inferior, cada tomo encontra a mesma forga que se op0e 20 deslocamento © reticulado imperfeito mostra uma discordinda em sresta, traduzida por um plano extra de dtomos, entre 4 e 5, Os tomos mais distanciados do ‘centro da discordancia, posigoes 1 ¢ 9 ou 2 ¢ 8, estfo em posigbes corres pondentes i energia minima; os do centro, nfo. Se se considerar, agora, ares de dtomos, 4 € 5, 3 ¢ 6, localizados simetricamente em lados opostos do centro da discordincia, verificase que eles encontram forgas que so ‘guais e opostas. Em conseqléncia, s¢ os dtomas préximos do centro da 48 Teenoogia Mecdnica Rare ‘Compe de eneaia 0000000000 0000000000 Pertitoreticulado erstatino Roticuladoeristaline contendo uma ‘dscordincia ew atest, Figura 29 Representaggo esquerdica do movimento de uma discondéncte através do retieulado cristal, discordéncis so forgados a deslocarse de distincias iguais, metade encontra forgas que se opdem 20 deslocamento e metade forcas que ajudam esse deslocamento. Assim, a tensfo exigida para deslocar a discordincia de uma distincia atémnica 6 muito pequena. 33 Deformagio por maclagio Outro mecanismo de deformagfo que ‘corre em alguns metais 6 a maclagZo”. As Figuras 30 e 31 representam esse me- canismo que leva 4 formapio de “gtmeos” num cristal, quando sujeito a determinada tensfo. Esses gémoos so chamados “maclas”. A Figura 30'2") mostra o plano de maclagfo (111) num reticulado cibico de face centrada, Ese plano ¢ um dos de maior densidade atémica no reticulado em questfo. O plano hachurado (110) 6 interceptado pelo plano (111) ma linha ce, Admitindo que o plano (110) seja o plano do papel © ‘Admitindo um conjunto de visies células unitirias, resulta a Figura 31, que CCT PuNoporArEL ina” Figura 31. Represeniagdo esquemética da macepao num renculado cibico representa o mecanismo de maclago. Nessa figura, o plano de mactapdo (111) contém a disegéo MN. Cada um dos planos (111) na seco de maclagto atua em cisahamento 20 longo da dicesfo indicada; o primeiro plano UV ‘movese um tergo da distancia interatomica; 0 segundo WX move-s dois torsos © 0 terceiro YZ movese sogundo a distincia interatOmica inteira. Results uma seeeio do cristal que éimagem especular da outra A Figura 32 mostra esquematicemente a madasio de um cristal de cakcita 50 Tecnologia Mecaaica Figura 32 Represenapao esquemtica da deformagéo por maclecao de wm ensial de cakita,ccorrida pele inredugio de uma lina de faca rume areta. Emresumo,amaclagio pode ser descrita comoomecanisme por intermédio do qual uma parte do cristal adquire uma orientago que se relaciona com 4 orientagZo do resto do reticulado ndio maclado de um mado simétrico. re- sultando, assim, que a parte meclade do cristal € uma imagem especular da parte niio maclsda AS “maclas” podem ser produzidas por ousos mecanismos, além da deformagiio mecénica, como, por exemplo, 0 recozimento posterior a uma deformacao plastica, ‘As maclas produzidas por deformagio mecfinica siio chamadas “mactas ‘mecfinicas™. As ouitras so chamadas “maclas de recozimento”, ‘AS maclas_mecfinicas sio produzidas em meiais com reticulados edbicos ‘centrados ¢ hexagonais compsctos, mediante a aplicacio de carga de choque ¢ temperaturas decrescentes. Alguns exemplos incluem o ferro alfa, 0 tantalo, melais de reticulados cubicos centrados © 0 zines, 0 cédmio, 0 magnésio 0 titinio, de reticulados hexagonais, ‘Sob cers condigbes, a formato de maclas éaccmpanhada por um estalo ow série de estalos, chamados comumente “rito de estanhc"22) Essay maclas podem formar-se em tempo muito curto, da ordem de 30 rmicrossegundos ou menos, Nos metais de reticilados ciibicos de face centrata, a maclago ocorre somente em circunstancias de temperaturas muito buixas ~ eriogénicas ~ © altas velocidades de deformagzo 4 Deformagdio dos metals polleristalinos A presenga de coniomos de gra0 nterfere, como seria de prever, no comportamento dos metais, quando sujeitos Adeformagii, Assim sendo, nos metais policristainox, como ocorre geralmente, o tamanho de grio ¢ um dos fatores importantes w considerar na sua deformagao pidstica, assim como nas suas propricdades mecénicas. Pawtcidatedosmeas 51 ‘Como jé se mencionou, o contorno de grfo pods ser considersdo como uma regio conturbada da estruture eristalina dos metais. Sua espessura é ‘de apenas alguns diémetros atOmicos!"4) ‘A deformagdo, quando apiicada nos metets policristalinos, ocorre no interior dos grids, de acordo com os princfpios jé estudados. Ao passar de tum grfo para outro, a ocientagfo cristalogrifica muds abruptzmente, Os ios mais favoravelmente orientados em relayfo a diregio do esforgo aplicedo, deformam-10 em primeizo lugar, 0 que causa um aumento de resisténcia para ulterior deformagio, devido a um fendmeno chamado “encruamento”, que seré estudado mais adiante. Em seguida, deformamse 08 grfos menos favoravelmente otientados. A deformagio, em geral, nfo prossegue através dos contomos dos gros. Numa primeira aproximacéo, podese dizer que esses contornos constituem uma regiéo de maior resisténcia ‘modinics, Na realidade, pode-se explicar esse maior rossténcis & deformagio pelo fato de tratarse de ume regifo extremamente conturbada, devido 20 quase embarahhamenio dos atomos provenientes dos reticulados adjacentes 20 contorno. A mudanga de orientagio de um grio para outro explica igual: mente maior resisténca do contorno, Do mesmo modo que a policrstslinidade confere aumento de resisténdia deformagao, 0 tamanho de grfo ata de modo idéntio, no sentido de que, & medida que diminui o tamanho de gro, aumenta a ressténcia a deformagzo mecdnica (Figure 33). Ka) tflicar, é muito grande o mimero de diggramas de equilibrio que podem 68 Tecnologia Meadnica ver teagados. Entretanto, muitos deles possiem uma grande correspondéncia ‘entre si, de modo que para 0 estudo dos princfpios bisicos que norteiam a onstitvieao das ligas, eles podem ser agrupados em spenas alguns tipos ‘ascados ein certor earactoristivos comuns. Esses diagramas obedecom a uma lei geral chamada “ei das fases de Gibbs”, 4.1 Lei das fases de Gibbs A lei permite predizer 0 mimero de fases P que podem estar presentes num sistema de C componentes, sob condigSes determinadas de temperatura, pressfo ¢ volume (grau de Hberdade). Cabem, agora, algumas definigSes, de modo a terse uma melhor compreensto da referida leil31): “Fase” — & uma porgdo da matéria, homogénea, de composivao fisiea ¢ quimice uniforme, Por exemplo, num sistema contendo gelo, igus ¢ apor d'égua em equilfbrio, hd trés fases. Nao importa quantos pedagos de gelo existam flutuando na dgua:hd somente ume fase gelo. “Componente” — & 0 constituinte quimico que deve ser especificado de modo a cescrever a composieao de cada fase presente. Por exemplo, no sistema Cu-Al que contém os compostos CUAL e CuAl,, todas as comporigdes podem ser expressas pelas espécies moleculares Cu ¢ Als assim tratase de um sistema de dols comporentes; no sistome gelo, Agua e vapor d'gua, hi somente o componente H,0. “Grau de berdade” — corresponds &s varidveis indspendentes — tem» peratura, presifo © volume especifico (ou conoentraglo) — cordigoes fob at quais uma fase pode exist; quanto maior o ntimero de substiu~ cias quimicas presenies, maior o niimero de waridveis; quanto maior o rnimero de fases, menor 0 niimero de varidvels. Alei de Gibbs ¢ express pela equagio P=C-P+2 (© nimero 2 € vélido somente no caso de existirem duas varidveis, comumente temperatura e pressdo (além da concentragdo). ‘Se as condigdies sao tais que a presiao nfo é uma variével, entio ¢ lei de Gibbs é expressa por F=c-Ptl ‘Ave de Gibbs serd exemplificada durante 0 estudo dos virios diagramas de equilfbrio. Ligesmetilies 6 5) Diagramas de equilforio ou de constituigio 0 seu esiudo seré feito ‘considerando-se apenasas ligas binds. A linha bésica do diagrema, ou seje, a linha de abseisses, correspon- de & composigio da liga, indicande-se os teores de todas as combinagdes possiveis, desde 0% de um metal B e 100% do outro componente A numa extremicade do diagrama, até 100% do metal B e 0%do outro componente A ma outra extremidade (Figura 43). Assim, € possivel estudar-se qualquer ‘comporigdo da liga. No eixo vertical das ordenadas, representae 2 tempe- ratura, podendo-e pois estudar qualquer tipo de liga a uma temperatura espeetfica, Inicialmente, admitese que os componentes das ligas sio inteiramente soldvels no estado Irquido. Na solidificagfo, contudo, 0 comportamento dos componentes pode alterarse, originandose fases dstintas. Dada a correspondénciz que os diagramas de equilfbrio possuem e ein fungio do comportamento dos componentos na solidificaglo, os diagremas de equilibrio das ligas bindrias podem ser agrupados segundo 8 classificago que € dada a seguir ¢ que abrange os principals grupos de ligas bindtios: 1 — ligas cujos componentes sfo totalmente soldveis tanto no estado liquide como no sélido; TT ~ ligascujos componentss so completamente insoliveis no estado sOlido: ILL — ligas cujos componentes so parciaimente soluvels no estado slide; IV = liges cujps componentes podem formar, em parte, compostos intermetdlicos, os quais podem, por sua vez, ser inteiramente soliveis, parcialmente soiveis ou completamente insoltveis, em um ou em ambos os excess0s dos componentes. 5:1 Ligns ajos componentes sio totalmente soltiveis tanto no estado Liquide como no s6lido A liga, neste caso, cortesponde & conheciéa “so- Tugio slide”. O diagrama de equilibrio estd representado na Figura 43, Como se vé, admite-se que os componentes sejam dois metais A e B. No sentido de esquerda par a dircita, A varia de 100%a 0% e B de 0% 2 100%. No centro do diagrama, tem-se pois uma liga contendo 50% de A © 507% de B. 10 Teenobgia Mesinica sii F al i T 7 Ho i He | | i poo or rr ee 8 (0%) a A(o%) Figue 43 Diggunie de equlfbrio de ur sizema de lias bindrias em que ox doit componentet ido tolive's tao no estado liquide como no estado sido. (0 metal A tem ponto de fusdo ty eo metal B ty. AS virias ligas entre as entremidades do ciggrama caracterizamse por possuicem pontos de inicio de solidficago ¢ fir de solidifiagio, a0 contrévio dos metais puros A e B, para o: quais as referdas temperaturas coincidem. Uma lige X, por exerplo, Injcle sua soliificeedo no ponto ty ¢ & soldiicagdo texuina no ponto ty. ‘Numa temperatura intermodidria —t", — a lige X se encontra nos dois est dos, liquide sélido (estado pastoso) Determinando-se of varios pontos correspondentes 20 inicio de solid- feago ¢ unindo-s terse a linha tatxth ave india 0 infdo do soi tagdo Je todce a gas rprecentadas no diagrams, Determinando-se os varios pontos corespondentes 20 fim dz sliifiarao ¢ unindo4s teme 2 ina Tatgty que marca o fim da sliifieggo, A primcicalinhe chamas “qi div € scina dea todas as composgbes encontramee no esadoliguco. A sequnca bh chamase “solidus” e abaixo dela todas as composigdes en ontamse no estado wlio. Entrees linhas liquidus e solidus, as igas esto ‘Po ettado pastowo 0 tragado das curvas “liquidus” e “solidus” do diagrama permite veri- Acar que hé uma diferenga fundamental de comportamento na solidificagio de metal puro ® de uma solugfo s6lida, como esti demonstrado na Figura 44. Liges metilices 7) Niguide Wrauide mists coisa METAL PURO ‘SOLUGAO SOLIDA Tempo igura 44 Representopéo esquemaitice das curves de resflamento de um metel puro € deme solugdo sélde ‘Ao passo que 0 metal puro soldifica —e Funde, portanto ~ = wma nice ¢ definida temperatura (fea 2-3 de figura), a ig solugto soa solidfice ow funde dentro de um intorvalo de temperatura (faixa 23 de segunda curv). No caso da liga, portanto, 0 trecho 1-2 corresponde 20 resfriamento. do liguido até o initio de solidificasao. O que se nota no techo 23, no caso ds solugéo sSice, 6 uma mudanga da inclinagéo da curva de sefriamento, ‘0 que se explica pelo fato de o fenimeno de cristalizac&o corresponder a um process exotérmico, de dexprendimento de calor, o que se tradua por um queda menor ds temperatura ou um strazo na vlocidade de resfiamento Terminada solidficagao, 2 curva readquire a indinagéo normal ~ trecho 34 —atéatingir a temperatura anbients, Para melhor compreender o éisgrama da Figura 43 0u 0 comportamento des ligas tipo solugio sSida durante o resiamento, admitaae 9 que oooree oom a liga X. ssa liga, pea sus posigéo na igus, é mais ica em mata A do que em Acima da linha liquidus ela se encontra totalmente no estado liquide. No rexfiamento lento — condigfo esencial para que fiquem plenamente assgu rads at condigdes de equilbrio — ao atingir a temperatura correspondente 2 ponto ty fommase o primeito cristal. Quimicamente analisido, ess cristal ind revear a prosonga do ambos os metais A ¢ B, maior quantidede de A porém. Sua composislo exats ¢ obtida tragindose uma parle, 2 partir de ty ao elxo das abscissas, até encontrara linha solidus, no ponte a, Dese Ponto, traga-se uma vertical aa’ até o cixo das abscissas no ponto a’, A com ‘Posicdo desse primeiro cristal separado sera Aa'% de B e Ba’ % de A. Obtémse, assim, 2 primeira reera para interpetasa0 dos diaramas de equilbrio: 72 Teenologis Mecinice “A fase s0lida que se separa na solidificaggo € sempre mais pobre do metal que abaixa 0 ponto de solidifieagio do que 0 liquido original”. Observese no diagrama que o metal B tem ponto de fusfo inferior a0 do metal A, A adigfo de B em A, portanto, abaixa o ponto de fusio da liga correspondente. Assim sendo, 0 liquido torna-se mais rico ou mais concentado de B ¢ Isso significa que, para continuar « solidificagio, § necessirio uma nova queda da temperatura. Surge, entio, uma segunde regra: “Quando a fase sclida que se forma @ partir de um liquido tem a mesma composigfo que este, a solidificacfo ocorre a uma vnica e corstante temperatura, mas se 2 composicfo da fase que se previplta for diferente da do Liquide original, « temperatura muda (cai) durante a solidificaso” Continuando 0 resflamento lento, supoahase que a temperatura tenha atingido 0 ponto t%. A comporigfo do sélido percore a linha ab de ty a th e.2 composigfo do liquido, que estd gradualmente se enriquecendo, do metal B, a linha t,c, de modo que, na temperature correspondente & tiny & composigdo da fese lida em equilfbrio com a fase Iiquida € Ab’ Yode B, a0 ‘passo que ado liquido € Ac’ % de B. Com ulterior queda da temperatura, chegase 4 temperatura t, corres pondente ao fim da solidificagzo. A composigdo do Iiquido restante movese ao longo da linha ad e & temperatura t'x, a composigio do liquido sera Ad’ % de B, a0 passo que 0 s6lido em equilforio com essa ultima parcela de liquid possul Ax % de b. Os dois limites extremos de composigéo quimica da sol fo sélida X sto, portanto, Aa’ % de B, para o primeiro cristal a formar-se © Ad! Sede B pare 2 iltima parcela de Kquido. Nas condigdes de equilibrio, terminada a solidificagio, a composiso da liga, agora completamente solidificada, & exatamente a do liquido ‘original, como, alids, seria de esperar e 4 consttuigdo estrutural corresponde 4 uma solugdo sblida perfoita: no caso exemplificado da liga X, 0 metal B,em ‘quantidade menor, esta totalmente dissolvido em A, em quantidade maior. Se a liga X estivesse localizada mais préxima da ordenads de B, este metal setia 0 componente predominante; em conseqiéncia, A, em menor quanti- dade, estaria dissolvido em B. Uma observagdo microsodpica nie iria fezer istingao entre os meiais puros A e B e 2s solugics sélidas correspondentes, ‘Uma rerceira regra importante, no estudo dos diagramas de equilibrio, refore se & determinagdo da compotisfo das fases em equilibrio a uma dada temperatura, Essa cegra pode ser enunciada da seguinte maneira: Ligas metalic 73 “Para obter « composigio das fases em equiltbrio, a uma ceria tempe ratura, tragae uma horizontal do ponto de intersecgio da composigio a liga com a temperature, até encontrar os limites da zona heterogénce Gliquido mais sélido, no caso do diagrama solugfo s6iida da Figura 43), Desses pontos de encontro, tragam-se perpendicular 20 eixo horizontal: 18 distincias, neste eixo (de abscisis), da origem 20+ pontos de inter- secsfo das perpendiculares com este eixo de abscissis, do as compo- sigQes das duas fases em equilforio”. Finalmente, uma quarta regra, chamada “relagfo de alavance”, permite determinar quantitativamente as composigSes das fases em equilibrio. Esse reqra estabelece: “Para ume liga de composigGo geral X, as quantidadesselativas das duas faces. que coexistem em equilfbrio, a uma dada temperaturs 1%, & ex: pressa pela relagao _quantidede de Nquido _ >t% quantidade de sido” ~ or a onde bt’ € eso os comprimentos dos dois bragos de alavanca dentro do campo de heterogeneidade”. ‘Exemplos de ligas que apresentam diagramas de equilfbrio anélogos 20 Aescrito so: Cu-Ni, MowW, Ag-Pd, Cl-Mg. ‘5.2. Ligas cujos componentes sio totalmente soliveis no estado Ifquido, porém insoliveis no estado sélido A Figuia 45 represenia 0 diagrams de ‘equilibria correspondente a esse grupo de ligas © primeiro caracteristico do diagrama é que a linha liguidus consiste de dois ramos caindo das temperaturas de solidificagéo (ou fusfo) ta © ty dos metais comporentes até um ponto de intersecz0, na linha soidus,indicado por £ ¢ conhecido como “ponto eutéico”, correspondente 2 temperatura eutética” tz; a liga correspondento a compesigéo do ponto eutético chi- mavse “liga eutética”. Dentre todas as ligs stuadas entre a entremidades do diagrama é a que possui » menor temperatura de fusio (ou de soldificegio) Outro caracterstico do diagrama ¢ que @ linha solidus ¢ horizontal, 0 «ve signiica que as ligas culo diagrama de equilfbrio tem a forma de figura scabam de solidificar (ou comegam a fundir) a uma tinicae constante tempe- tatura, comrespondente 4 temperatura do eutéticn te, Ou see, a temperatura de fin de soiiespo (ou ino Je Ts) ¢ independent da compsio alge. 74 Teenoogie Mecinice Figura 4S Diggs de equilfbrio de um sttema de lias binirias em que ot dole com- oentes sto insoliveis no estado sblite. Por convenglo, as ligas situadas & esquerda de E, entre A ¢ E,portanto, do chamadas “hipocutéticas” ¢ as ligas & diceita de E, entre E e B, sfo ‘chamadas “hipereut6tica A liga X, por exomplo, 6 hipocutétice © caracteriease por sor mais rica dde metal A do que de metal 8 Pelo resfriamento lento, a liga X, a0 atingie © ponto indicado na figura por ty, comega a solidificar, formando-se o primeiro cristal, cuja composi: fo, pela regra jf conhecida, ¢ dada pela horizontal tragada de ty at€ 0 ponto 44, no eixo do ordenadas, Verificase que a composigéo dessa fase sdlida inicialmente formada 6 100% de A e 0% de B, ou seja, 0 primeiro cristal formado € metal puro A. Esse fato seria prevsivel, porque, traiandose de ligas cuja solubilidade s6lida ¢ nula, os cristais que se separam ra solidi- ficagfo 0 fazem na forma de metal puro. Continvando o resfriamento, resultaré continua ¢ cresconte separagio {do metal A e a composigao do Iiquido remanescente acompanha a linha tx ‘em diregfo aE, enriquecendose assim de B. |A temperature cortespondente 20 ponto t', existio em equilforio dduas fases: uma s6lida, cada vez mais rica em metal A e outra liquida cada vez mais rica em metal B. A temperatura tp, existirio em equilibrio a fase Solida separada ¢ a ultima parcela de liquido restante, cuja composicao correspondem a da liga eutétca, ou seja Aebde Be Be% de A; nesse momen to, 0 Kiquido remanescente solidifies. Absixo dalinha solidus tem-se, portanto, para aliga X,metal A precipitado ealigaeutética,a qual constitu uma “mistura fatima dos metais A'e BY, nas proporges respectivamente de Bef © Ae%. Ligesmetitces 75 Pars uma liga situada a diteita do eutético, liga Y por exempio, ‘mesmas considerages podem ser feitas. Assim, & temperatura de inicio de solidificagio ~ ty ~ separase 0 metal puro B e a medida que a tempe- satura cai, mais metal B se separa ¢ 0 liquide remanescente percomre a linha Iiquidus t,E em diregfo 20 ponto E, enriquecendo-se em A. A temperatura ty, © liquide cestante tem a composicao do eutético e temnina a solidi cago. Assim, abaixo da linha solidus, as ligas hipereutéticas, do tipo da liga Y, sfo constitufdas de metal puro B e do mesmo eutético A mais B das ligashipoeutéticas. Em resumo, o diagrama da Figura 45 apresenta os seguintes campos: — Hiquido liquido mais metal solido A liquide mais metal sélido B ‘metal s6lido A mais eutético E = metal solido B mais eutético E. A carva de resiviamento de ligas desse tipo apresenta o aspocto da Fgura 46. Temperatura Temee Figura 46 Represeniagdo exquemética da curva de resrismento de liges de solubi ‘dade sida nal © trecho 1-2 representa o resfriamento normal do liquido até o inicio a soldificagio; © trecho 23, a separagio do constituinie em excess da composicto eutética (metal A ou B); essa teperagfo tem natureza exotérmica, © que explica « mudanga da inclinagto da curva; trecho 3-4 representa « soldificagio do eutético; 0 trecho 45, o resfriamento final até 4 tempers ‘ura ambiente, 75 Teenologia Mectnics |A estrutura dessas ligas estd cepresentada esquematicamente na Fi- gura 47. As ligas hipo ¢ hipereutéticas vio-se proximando cada ver mais dda estrutura do eutético a medida que caminham para a composizgo cor respondente ao eutétion. METALA UGA ga uGa METALS HIPOEUTETICA EUTETICA HIPEREUTETICA igs 47 Representapfo eoquemdrca das possivis eriuturas de Kgs inshineis no estado s5ldo. Exemplos de ligas que apresentam diagramas de equilibrio semelhantes 20 estudado, ou sea, cujos componentes sfo insoliveis no estado sélido. Sw-Zw, As Pb. Aplicando a lei das fases num sistema eutStico simples, temse: — na regigo acima do iquidus: ng de componentes— A e B,C a0 de fases ~ Iiquido; P rn de varidveis ou fatores do meio ambiente — temperatura epressio Logo F=2-1+2= graus de liberdade a regito entre o Iequido ¢ 0 sslido: nQ de componentes — Ae B;C =? 19 de fases — liquide e solido;P 1 de varidveis = 2 Logo F = 2-2 +2 =2graus de liberdade — na temperatura eutétice: ‘nO de componentes— Ae B;C =2 nO de fases ~ guide e ctistais de Ae B;P =3 1 de varidveis = Logo F=2-3+ rau de Uberdade ee Ligesmendtcss 77 5.3 Ligas cujos componentes sio totalmente soldveis no estado liquide, ‘mas apenas parcialmente soliveis no estado sélido A Figura 48 constitui a representagzo esquemtica Gesse diagrama de equilfori. ‘Tomperstura Figura 48 Diagrema de equitorio de um sstema de gas binriat em que o8 dots comm ‘ponentes aio ineiramente solver no ertado lquido ¢ apenas parialnente ‘oldveis no evtado sé. Notase que, como ne diagrama anterior, linha liquidus tem 2 forma de um V, sendo constitufda de dois ramos que, a partir das temperatures de swlidificagio dos metals A e B, se encontram num ponto correspondente & um eutético E} a linha solidur 6 horizontal apenas no trecho central Es, ‘subindo dos pontosr es até as temperatures de fusio t, ¢ tp. Nessas condigées, ¢ como seria de esperar, o diagrama ds Figura 48 poderd ser considerado como composto de uma parte do Diagrams 43 Golubilidade solida total) e de uma parte do diagrams da Figura 45 (solu bilidade sélide nul). Assim sendo, a fase que se sepaia durante o resfriamento nfo & mais corstituida de metal puro, mas sim ée ura solugio solide, ou sea, de um metal contendo, em solusdo, certa quantidade do outio metal. Em outras palavess, 2 fase que cristaliza & uma Solugfo s6lids de solubilidade limitada 78 Tecnologia Mecinice Esxa solubilidade limitada é cepresentada no diagrama pelas linhss re s a linha m7’ representa a solubilidade sSlida parcial de B em A, 2 qual é maxima temperatura do eutético tf © coresponde ao ponto r e minima é tempe- satura ambiente e corresponde 90 pontor'. Do mesmo modo, a linka 5’ representa a solubilidade sOiéa parcial de A em B, a qual 6 maxima a temperatura tx € cortesponde ao ponto s ¢ {ninima a temperatara ambiente e comesponde £0 ponto s'. Fast variagfo a solubilidade de um metal no outro, conforme a temperatura, portanto, {ndicada pela incinaydo das inhas es Para vomodidade de exposiao a solugdo silida de Bem A é chamada alfa 0 tolugéo séida parcial de A om B 6 chamada bet 0 eutético, em conseqincia, § constituido das solugdes solidas alfa bela, cujo tear de soluio (A em Bou Bem A) varia com a temperature. [As ligas idénticas a X, caja composigo varia de 4 a r', comportamse, ro resfriamento, exatamente como as ligas do diagrams de solubilidade sélida total (Figura 43). Do mesmo modo, comportamse as ligas entre s' eB. Iso significa que, A temperatura ambiente, a liga X é constitufda da solugdo sdlda alfa, O mesmo raciocinio se aplica para a liga entre s' ¢ B, na extremidade dirsita do diagrama, que seré, pois, constituida de solugo sida beta Considere-se, agora, o grupo de ligas entre re 7, a liga Y por exemplo. ‘A solidiicagdo € iniciada no ponto y’ eos primeios erstaisseparados apre- Sentam a composigio Am! de B (Wssolvido em A). A medida que a tempe- ratura ca, separamse mais crstais sélidos, eyja composigfo varia a0 longo da linha solidus até o ponto y", 2 cuja temperatura a liga termina a solidi- ficagio. Assim, abaixo dey" — entre y” ¢ y™ — a liga solidificada é cons tituida de uma solugso séiida de Bem A (alfa) Ao atingir o ponto py", na linha 7r’ que marca o limite de solubilidade sélida de B em A, a liga Y apre- senta, & temperatura comrespondente at”, a maxima solubilidade de B em A, A partir dessa temperatura a lign Y comega a precipitar 0 excess0 4e B que nio pode ser mais mantido em solugdo solida. Esse excesso de B, contudo, néo é predpitado ma forma de metal puro B, mas sim como uma solugfo sélida rica em B (ou sea, beta). A porcentagem de B nessa solugo sdlida que comega a se precipitar 4 temperatura ‘correspondents a y" é dada pela horizontal nesse mesmo ponto y™. Essa presipitagfo prossegue até se Aatingir 2 temperatura ambiente, quando 2 solugio sOlida precipitada ter por composigio As’ de De Bs’ fe deA (wlugéo sida beta com concentragbes de A eB cortespondentes 4 temperatura ambiente) Esse precipitado pode localizarse nos contornos dos grdos ou disserni- ‘rare no teu interior. Liges metiiees 7) A liga Y, a temperature ambiente, era pos constituide de uma solugdo sélida de B em A (alfa) mais um precipitado que ¢ uma solugio sélida de A em B (beta). [As ligas colocadas do outro lado do diagrama, em posigfo idéntica a Y, comportamse na solidificaggo do mesmo modo, com 2 diferenga que, & temperatura ambiente, s80 constituidas de uma solugdo sélida de A em B (beta) mais um precipitado que & uma solugio sélida de Bem A (alfa). Finslmente, suponhase uma liga do composigfo P.O inicio de sol difieagio dise no ponto p', separandose cristais que constituem uma solugdo sélida alfa, A composiggo dessa sclugdo. silida & temperatura cor respondente 20 ponto p’ é An’ % de B. A medida que o resftiamento se process, a composicéo da fase solide separada varia ao longo da linha solidus igt © 2 do liquide a0 longo da linka Ziguidus t4E, de modo que A temporaturs tz correspondents ao eutético, existem em equilbrio uma fase solide constituida de uma solugfo solids rica em A (alfe) contendo Ar" Wo de De uma fase liquida que, nesse momento, se sclidifica na forma do eutéticn, constitusde de uma mistura das duas solugdes sSidas lfa (rica em A, contendo Ar” % de B) ¢ beta (rica em B, contendo Bs” % de A). [Abaixo da linha solidus, continuans o resfriamento,verificase: — © primeiro sélido separado (solugio sSlida rica em A, ou se, alfs) se divide em duas solupdes solidas alfa e beta, cuja composigfo varia de acordo com a inelinagdo das linkas rr" ¢ 3"; — as solugdes sdlidas Uo euiético se empobreverdo gradativamente dos ‘metais B ¢ A, at6 a temperatura ambiente, quando aproventardo a compo: Sigdo Br’ % de Ae Ar’ % deB dissolvidasem A (alfa) ¢ As’ %de Be Bs’ ede A dissolvido em B (beta). A temporatura ambionto, ab lgas semelhantos a P sero, portanto, cons. titwidas de duss solugdes slidas beta e alfa envolvidas por um eutetico (fy mais beta), do mesmo modo que uma liga idéntica 2 P, porém situada no outro lado do diagrams, & dircita de E, entre ¢ © 3", com a diferenga que © primeiro Slido a formarse & a solugfo sida bets (ric em B). 0 eutético ou lige eutétics ¢ constitute, como se viu, das duas solu 08 sélides alfa © beta, caja concentracao em B ou em A varia, segundo as Uinhas rr! ¢ ss’, conforme a temperatura cai de ty até a temperetura ambiente. AAs estruturas desias ligas, 2 temperatura ambiente, esyemethanese 3s estruturas das ligas da Figura 47, com a diferenga que os metais puros nfo est¥o presentes fioladamente, mas sim. na forma de solug0es s6lidas alfe © beta #0 eutético é uma mistura das dus tolugdes sidas alfa beta 0 Teenobogn Mecenice Entre as ligas evjo diagrama do equilfbrio so assomelham ao exposto incluemse Ag-Cue BiSn. Voltendo-se ao diagrams anterior da Figure 45, em qu os componen- tes sio insoliveis no estado s6lido, devese fazer uma observaglo: 4 linha solidus, na redlidede, ndo abrange 4 extensfo total do diagrama, porque, a rigor, nfo hi solubildade sila totalmente nula, Em owtras palavras, sempre ‘existe uma solubiidade parcial, em quantidades tals, entretanto, que a escala 0 diagrama nfo permite representar. As lgns em que 0s componentes so fnsoliueis 20 estado sSdo podem, assim, ser consideradas como casos cextremos das liges que apresentam solubiidade sOliéa parcial, isto é, pode-se imaginar a solubilidade sélida mitua dos metais A e B decressende paulati- ramente até tornarse praticamente rua SA Ligas cujos componentes podem formar, em parte, compostos inter- metélicos que podem, por sua vez, ser inteiramente soliveis, parcialmente solGveis ou insoliveis em um ou em ambos os excessos dos componentes ‘A Figura 49 6 a representagéo esquematica desse diagrama Temperatura Figura 49 Diggrame de equilibrio de um sistem de lige exjos componentes forma lum composio, AyBy que € totalmente Insotivel em ambos oF excenvs dos componenies. gee mesdleas 1 Os metais componentes A e B formam um composto intermetsico ‘A,By, cuja composicgo comesponde eo ponto c e cuja temperatura de fuszo ete ‘A composigo do composto intermetdico AyBy & como se vé pelo iagiama, Ack de Be Be% de A. Fsses compestot intermetilions como ‘0s compostos quimicos comuns (NaCl por exempio) sao de composiggo fixa « possuem um ponto de fusfo fixo ¢ constante. Sus cura do cestiamento é eéntica 4 de um metal puro, de modo que para o estudo do diagrams de equilforio em que eles aparecem, costumase considerélos do mesme modo que um elemento metiico. © diagrama de equiltbrio compoe-se de duas partes (Figura 49), conti: fguas A Linh Co. No cato do diagrama representado, consiferou que os componentes formam um composto intermetslico que € tolalmente inso- Iivel em ambos os excesses dos componentes, Ese dagrama se assemelha, portanto, 20 diograma da Figura 45, com 1 diferenga que, de fato, ratase de dois diagramas contiguos 4 linha Ce (ou A,By). De um’ lado, temse um diagrama em que 0s componentes sto Ae AxBy, involdveis no esiado s6lido e formando 0 eutético Ey; este eutéiico € conttituido de uma mistura do metal puro A e do compost intermetalico ‘A,By, Do outro lado, temse o diagrama cujos componentes sio AxBy ¢ B, insolaveis no extado s6lido e formando 0 eutéico E, que, por sua vez, & uma mistura do composto intermetlicn AxBy e do metal puro B”? Uma liga composiséo correspondente a C consiste, naturalmente, de 100% do composto intermetsico, no estado silido. Em resumo, 0 diagrams mostra as seguinte regides: I= Iquide I~ liquido mais sSiido A I — liquido mais s5tdo AxBy IV ~ liquide mais s6ido AxBy V— liquido mais slido B ‘Via —solido A mais eutético E, (A mals AyBy) Vib ~ silido AyBy mais eutético Ey Vila sélido AB, mais eutético E, (B mais AxBy) Vil — sdlido B mais eutético E>. (7) atgamas séumvuas guimicas do compestasintermtéicossfo CuyAl, CxZn, MeaSn. Esses composios ou fasesintemediiras apreseruam propriedaes mult diferentes das dos meiais condiuinte © fequentemente eritlizam segando sistemas ens legificos complexos 82 Tenologia Mecinica Entre as ligas cujos diggramas de equilfbrio se assemelham a0 exposto ccontam-se Ca-Mg, Nb-Ni, Nb-Si, Cu-Sb, Mo-Si. Como ji foi mencionado, 20 iniciar- | asm | a | sve | 41 | 4056 | er 2 | 4oo2 | 2 | «zor | 42 | aata | co 3 | 4203 | 2 | was] 43 | aisz | os 2 | 4305 | 24 | 2930 | a | eta | oe 3 | 4ys3 | 25 | azar] as | az | es 6 | 4253 | 2 | 328 | 46 | 4x00 | 6 > | 42e | 27 | 4a70| «7 | aso: | 67 5 | agg | 2 | aaa | a8 | 4200 | oo i 9 | 4a72 | 2 | «125 | 49 | 4663 | 69 to | 212 | 90 | «es | so | ost | 70 | ages | sr | 4ao5 | ost | ean | on 12 | ama | 32 | aaaa | 52 | azn | 72 1a | saan | 99° | azas | sa | azaz | 70 4 | agar | 34 | eago | 54 | ange | 7a ss | 4g70 | 95 | aasr | 55 | anz7 | 35 ae | ages | ge | size | 56 | aoa: | 70 aw | az | 37 | 4530 | 57 | sage | 77 so | 4300 | 32 | sar | so | some | 78 a9 | yz | 32 | «zor | se | soos | 79 20 | acer | ao | asao| so | a192 | g0 | 4058 90 Tecnologie Meainice TABELA 12 TABELA DE FREQUENCIA NAO-AGRUPADA Faice | Velor | Faica | Valor | Fava | vaor | Fava | valor + | azes | 2 | arse | 41 | sage | or | asi7 2 | sare | 22 | avae | az | azgo | o2 | onze 3 | seer | 20 | arse | a3 | azos | 62 | asaa 4 | sear | 26 | anez | 4a | aos | 4 | ass, s | sae3 | 2 | 417 | 45 | azoa | 65 | 4547 6 | sa09 | 2c | am | a6 | aoc | 06 | asso 5 | seer | 27 | aigz | a7 | asta | 07 | ass 3 | ace | 2 | azos | a8 | az2i | cB | ass 9 | see | ap | 42a | 49 | aoe | co | 4477 so | sac | 30 | a2ia | so | ase | 70 | 4400 | acre | ar | 4az5 | st | azao | om | asin re | soa | az | ease | sz | ae | 72 | a5i8 13 | aoe | as | azar | so | ass | 73 | a0 ta | aoce | oe | saas | 5a | ages | 74 | aaa 15 | aces | as | azss | 85 | 4370 | 75 | 591 1s | acge | a6 | azer | 56 | «372 | 16 | 46.20 a | axon | ar | 4aer | 57 | azo | 77 | 4552 13 | avt3 | as | 47a | se | aaer | 7 | 4000 so | anzs | ao | 2m | 50 | aor | 79 | 4580 2 | arz9 | ao | szee | 60 | 4405 | 90 | 47.22 TABELA13 ‘TABELA DE FREQUENCIA AGRUPADA. Propriedades mecinicase sua determinagio — Definigoes ri ROSQSEERSB |e £ Bl scone i |e “| u TOSNSRBERS 3 4] / SESS 2852888 Ai wceswasews Bay reesere ye ‘Mase de evstimento, Trtervalo da owe 1 92 Teonolbgia Mesinica t nt aha e ea ee ah em L ond ob 3 on 2 i r eos Fauannous ads iguana gent: 0 inane de Reet) patna de fe Figura SS Cu de aseibulpso norma. RESISTENCIA A TRACAO £ RESISTENCIA A COMPRESSAO 1 Resistencia a tracio, Grifico tensio-deformagio Quando se submete ‘um barra metilica a uma carge de tragfo, paulatinamente creseente, ela sofie uma deformario progressiva de extensfo ou aumento de comprimento. ‘A relagfo existente entre a tensio aplicada — carga dividida pela fre da seogdo transversal da peca que esté sendo tracionada — e a deformagio resultante pode ser mais facilmente acompanhada com assisiéacia visual, na forma de um diagrama “terséodeformagio”, em que a tensio é langada no eixo das ordensdas ¢ ¢ deformagio no eixo as abscissa, conforme esté indicado na Figura 56. 0s valores que pecmitem o traado desse diagrima sfo obtidos subme- tendo-se © metal ao “‘enssio de tragéo”, em miquina esquematicamente representada na Figura $7. Essa miquina deve ser construfda de tal modo que possibilite uma ‘montagem adequada da pepa a ser ensaiada, com o que se obtém maior Drecisao dos dados a serem levantados. Em prinefpio, pois, a miquina de ensoio de tragfo deve ser dotada de lum conjanto que permica a aplicagao da carga, de dispositives para prender ‘8 pega cu 0 corpo de provi e de um eparelno ago indicado na figura, que [permita determinar a deformaso. Esse aparelho é 0 “extensOmetro", o qual 6 adaptado so corpo de prov. 93 94 Tecnologia Meciniea Dotor apd, Figur 56 Diggremageral“temsio-deformario’> SEDE DA CARGA, pisrositivo De FIXAGAO DOCORPO DE PROVA > | ce Figura 57. Diagrams exquemécico de una muina par ensro de trap Resitencia dtragdo « resotncta eompressfo. 95. Normalmente, as méquinas de trago podem exereer esforgos de compressio. ‘Ao tracionarse a peya, verficase que, dentro de certos limites, a deformagéo € proporcional & tensfo aplicada, de acordo com a conhecida Jei de Hooke. Assim, se barras de diferentes materisis e diferentes ireas de seoqto transversal forem submeticas 2 ume tensio de tragdo, a lei de Hooke seré sempre obedecida, ou seja, 0 “aumento de comprimento de cada baita 6 sempre proporcional a tenséo de tragéo aplicada”. Ezsa lei pode ser expresse pela formula a ° AE onde, ‘comprimonto da barra, om mim jumento de comprimento ou alongamento, em mm. sarga aplicada, em, kgf roa de seopdo transversal da barra, em mm? ‘A f6cmula indica igualments que o alongamento ¢ também proporcional 20 comprimento da barra e inversamente proporcional a érea da seccfo ‘ransversel de barra, Indicando & relagéo P/A que exprime a tensio por o (em MPa ou kgf/mm?) e a relaggo e/1 que exprime 0 alongamento ou a deformasio por €(em %),temse Ere que taduz exatamente a Je de Hooke A constante E ¢ chamada “médulo de elastcidaée” ou “modulo de Young”. A Tabela 14'%5) apresenta 0 modulo de elasticidade E de alguns dos setas mas importantes. A Tibela mosira ainda 0 modulo de cisalhamento, propriedade. que serd abordada mais adiants. ‘A Wei de Hooke, entretanto, 26 ¢ vélida até um corto limite, 0 ponto A ‘no diggrama da Figura 56. Esse techo, por isso mesmo, ¢ retlineo. - 96 Teenobgit Meainice TABELA 14 PROPRIEDADES ELASTICAS DE ALGUNS METAIS Meat Modula de siticidede | Mbduiode cistthomento (azorc) are | atin Pe | katie? Aluminio roa] 740 260 ccxamio 499 | 5040 1980 rome 279.1 | 28360 11690 Cobre y298 | 13160 4900 ove 130] 7910 2730 Fer aia | 21420 8250 Magndsto 447| 4550 1750 Niguel 1995 | 20220 1700 Nisbio roa | 10540 3780 rate 827 | 8400 3080 Tintalo 1357 | 18330 7000 Trnie 1157 | 11760 aaas. Tungstério aro | 41720 16310 Vanicio 1276 | 12960 4780 (0 médulo de olasticidade depends das forgas interatémicas e, embora variando com 0 tipo de ligago atOmica, nao € sensivel 2 modificayces cestraturais, Assim, por exemplo, se num determinado tipo de ago, a resis- tGncia mecdinice pode zumentar apreciavelmente por fatores que afetem sva estrutura, como tratamentos térmicos ou pequenas adigdes de elementos de liga, esses fatores praticamente ndo influem no médulo de clasticidade do material, © médulo de olastisidade § uma medide da “rigidez” do material, ou seja, do caracteristico que © material possui de resistir a deformagzo celistica, (© aumento de temperatura provocs um decréscimo do valor de E. ‘A tensfo correspondente ao ponto A ¢ chamada “limite de proporcio- nalidade” que se define, portanto, como a tensfo para a qual 2 deformagao deixa de ser proporcional ao esforgo aplicado. Dentro da fase de proporcionalidade entre tensio ¢ deformasio, 0 ‘material se comporta também elasticamente, ou seja, 2 deformagdo que s¢ origina pela aplicardo da carga € apenas temporéria: cessada a tensio, 0 ‘material volta& forma e dimensbes originais. Resieéncis 3 tropso resistencia dcompressiy 97 [Atensdo até a qual o material se compocta de modo elisticoestd indicaca no gréfico tenso-deformagéo da Figura $6 pola letra B. Em geral, prind palmente no caso de agos de baixo e médio carbono, os pontos A € B coin ‘idem, Alguns autores colocam B acima de A € outros, 0 contristo, De qualquer modo, o comportamento esto do material dentro de tuna cztta faixa de tensOes permite a definigfo de um novo caracteristicn do material: “limite de elasticidade”, que corresponde a mixima tensfo que 6 material pode suportar sem softer deformagio permanente, No diagrams, 0 estégio OB ¢ chamado “estipio elistico”. De B a D, tem 0 “cstégio plisico”, porque, a partic de B, aumentando 2 carga, 2s ddeformapset resullantes so pecmanentes, até a ruptura do material sob ‘tragdo, [Aigune métodos tém sido propostos para detecminaro limite de propor cconalidade, Entre eks, 0 méiodo de JOHNSON! indicado na Figura 58, ° Deformepto, % Figura Ss Método de Johnson par determinsgio do Imite de proporcionalidade, Pelo método de JOHNSON, o limite de proporcionalidade & tomado ‘como a tensfo correspondente 2 um ponto do cisgrama tensio-deformagdo, no qual a deformagdo é 50% maior que ra origem. Ne Figura $8, OAB repre senta 0 estigio inicial do ensaio de tracio; a linha OE ¢ o prolongamento da rela que corresponde a proporcionalidade entre tensio © deformagio. Para 98 Teenologir Mecinice obter o limite de proporcionalidade, tracase « linha OD com uma inclinagio ‘50% maior que a da linha OE, ou seja, DF = 1,5 FE, Tragase, a seguir, aa curva OB, uma tangente paralela 4 linha OD de modo a localizar 0 ponto C. A tensio correspondente a0 ponto C € definida como o limite de propor- cionalidade pelo método JOHNSON, Terminada a fase elistica, prosseguindo-se 0 esforgo de tragio, o mate- rial comega a deformarse mais repidamente, até atingir a tensio maxima {que © material pode suportar, ou seja, a tensio correspondente 20 ponto C da Figura 56, Definese entéo 0 “limite de resisténcia @ tragfo”, como a tensio ‘méxima que o material suporta, ou seja, a carga maxima dividida pela érea da soogfe transvorsl original do corpo de prove. ‘Alguns metais de natureza dictil, em particular agos-carbono de baixo teor de carbono, spresentam, durante 0 ensaio de tragio, 0 fendmeno de “escoamento”, 0 qual serve para bem caracterizar 0 inicio da fase pléstica, ‘A Figura 59 mostra o fendmeno de escoamento. Como se vt, 0 aparectmento do fenomeno caracteriza bem o infclo da fase plistica. Durante o escoamento, verfica-se um grande alongamento, sem acréscimo de carga. Esta chega a oscilar entre valores miximos e minimos. “Tensio, gt /men? 1 ecourento ° Deformanto, % Figura 9 Diggrama “tenafo-deformagdo" de um metal diictl apaesentando 0 fend meno de excoamerto. Restttnce étrapio ¢ resistencia A compressio 09. © corpo de prova, se polido, mostra alterages superficiais visiveis a tho nu: notase 0 aparecimento de linhas inclinadas de cerca de 45° em telagdo ao eixo de tras. Essas linhas so chamadas “linhas de Luder” ou ‘de distensfo” e 0 seu aparecimento juntamente com 0 inicio da grande eformagio sem acréscimo de carga serve para definir 0 “mite de escoa- mento” do material. AAs vivias normas existentes definem de modo diferente o limite de escoamento, Para algumas, limite de escoamento cortesponde & tensfo para 2 qual tem infcio o fendmeno; para outrat, a tensio maxima eoutras anda, a tensfo minima verificada durante a fase de escoamento. . Nos metais ¢ ligas que ndo apretentam nitidamente © fendmeno de escoamento, empregase um método gréfico para a determinacio de um valor comparivel, baseado no fato de que, se se interromper 0 enstio de tragéo num ponto jt dentro da fase plistica e de descarregar o material, a deformaréo ngo volta a zero, mas apresenta um valor residual correspon- Gente i deformagZo permanente. A Figura 60 constitui uma representagdo esquematica desse fato, além de servir para a determinagio grifica citada, Tonsfo.kot/mm? se etownogso, 6 Figura 60. Represent esauemitica da deformasio permanente. 109 Teenelogia Mecinica AA figuca indica que a intercupedo da carga ¢ sua volta a 2210 originam tums recuperagia da deformacto segundo a linha BC paralela ao trecho retilineo da curva, Pelo método gréfico mencionado, definese “limite convencional n” para aqueles materiais que nfo apresentam nitidamente o fendmeno de esscamento, |A Figura 61 mostre como se determina o limite convencional 1. Pura calculélo adote-se um nimero » correspondents a uma deforma. fo escolhia, de certo modo, arbitrariamente. Gecalmente, cspecificase nm como 0.2% de deformaglo 0 que cores: ponde a uma deformacéo plist de 0,002 por unidade de comprimente. © valor n escothido € marcado no cixo de abscisses do gréfico tensfo-de formagio (Figura 61). Do ponto obtido, traca-se uma perslela ao trecho retiline da curve tensdo-deformacao até encontrélx no ponte B. A tensio correspondente a0 ponto B ¢0 “limite eonvencional n”. Para as ligas metalicas que se deformam relativamente pouso, como agos de médio a alto teor de carbono ow ligas nfo-ferrosas duras, toma-se para no valorde 0,1% ou mesmo 0,01% (agos para molas). Figura 61 Determinagto srifleado limite conrencional n Restitencia armaggo eressténca & compressio 101 Para cobre © algunas de suas ligas, que apresentam grande deformab\- lidade, o método ¢ baseado na determinagio do ponto da curva correspor- dente a uma deformagdo total, portanto desde a origem 0, de 0,5% ou 0,005, (Figura 61). Marcado 0 valor 0,005 no eixo de abscissas, traga-se uma pei- ppendicalar 2 esse eixo até encontrar a curva tensfo-deformacio no ponto E, a0 qual comesponde a tensao relative ao limite convencional m para esse tipo de metzis(37). 0 fendmeno de escoamento, encontrado inicialmente no ferro impuro ¢ agos de baixo carbono, pode ocorrer igualmonte om cristais simples de cidmio, zinco ¢ aluminio © em policrstais de molibdénio, titinio © gas do aluminio'®?, No caso do ferro puro e apes de baixo carbono, © fendmeno é atr- buido a presengs de impurezas como carbono ¢ nitrogénio, pois a pritica rmostrou que tais impurezas se forem removidas, o fendmeno desaparece. ‘Aparentemente, os dtomos impuros atuam simultancamente com as diss cordincias: ot tomo: de carbono € nitrogénio localizarseiam entre os intersticios do reticalado (de naturezs cUbica centrada), produzindo dis- ‘torjées tetragonais ¢ interagindo fortemente com as discordéncias de aresta em espiral'39) Um trabalho a fio ou encrusmento moderado remove & solugio a eno dessas impurezss, com consequente desaparecimento do fendmeno. {A importincia do conhecimento do limite convencional n ou do limite do excoamento dos metas ¢ suas ligss reside no fato de que esses valores So 08 utlizados polos engeniciros pare sous projetos ¢ eflculos, sobretudo ‘quando se trata de ligasdiictek © conhecimento do limite de ressténcia 4 tragfo, por outro lado, tem sua importinda ligada a0 fato de que €, por seu intermédo, que 0s materia So especificados. 1.1 Alongamento e estricedo, Ductilidade 0 ensaio de tragdo permite ‘ainda determinar valores quo caractorizam a ductilidad> do material, Esses valores so slongamento e estrieeso, © “alongamento”” & 9 aumento de comprimento verificado na tracfo até a muptura do corpo de prova, St La for o comprimento original, L’ 0 comprimento final, medido colocando-se os dois pedagos do corpo de prova, juntos, 0 alongamento 6 dado pela expressfo: e= aaa + 100, em porcentagem, portanto. 102 Teenologin Mectniea 0 valor Lp nfo corresponds 20 comprimento total do corpo de prova, mas adotase 0 comprimento entre duas marcas feitas nesse mesmo corpo de prova, antes do ensaio. Esse valor original de medida ¢ fixado de acordo com a Jei de BARBA que estabelece o seguinte: para que os alongamentos medidas sobre dois corpos de prova de secodes So € S’ sejam comparéveis, 6 necessério que os comprimento de medida escolhidos como referencia satisfagam a relagao. be essa expressio, deduzse Jeet ny a done To =kySo No caso de compos de prova de stop circular do diimetro Dy Ly = KD, 5 valores de k € k’ sfo fixados pelos varios paises, de acorda com suas associagSes técnicas. les variam da seguinte maneira®?): Braile Alemanha k = 113 © ou k =565e Estados Unidos 451 © Frangae Bélgica 816 © Inglaterra, =e 6. Os dois valores adotados no Brasi] fo relativos aos dois corpos de prova admitidos pelo método brasieiro (norma MB-4) de exsaio de tragio: 10 para corpos de prova longos 5 para corpos de prova curtos Retinécia dtrasio ereiénda dcomprenio 107 A Figuia 62 mostra que o alongamento total de um corpo de prova submetido ao ensuio de tragdo nao € uniforme, mas consiste na soma de duas parcolas: uma parcsle ¢ uaiforme, distrbuida ao longo de todo 0 corpo de pprova, que ocorce até a maxima carga e que € proporcional ao comprimento de medida Lp assinalado no corpo de prova © uma parcela b de alongamento localizado, 0 qual atinge um maximo na seogio estrangulada (de maior redugao de irea) e que se distribu stmerricamente em relagio 2 essa seoyz0, oo Tao Tees Figura 62 Reprosentegio exquernitice de ditmibuingo do olorgemento. mim corpo de provassubmetito 60 ensato de rego. A primeira parcels a corresponde, portanto, a deformagfo permanente até a carge méxima e 2 parcela b comtesponde ao alongamente que se vrifica ra fase do enstio relativa a0 estrangulamento ¢e secqlo, A medida que 0 comprimento I inicialmente marcado aumenta, 0 efeto co estrangulamento de secego sobre o valor do alongamento total diminui, de modo que go se pode fixar arbtrariamente o valor de Lo. Por isso & que se adota a lei de BARBA para fixar Le, Por outro lado, um exame mais pormenorizado da Figura 62 permite chegar @ conclusfo de que o alongamento deve ser medido simetricamente fem rolagfo 4 seogfo estrangulada de ruptura. Esta, ontudo, loceliza-se muitas veres fora do centra do corpo de prova € como, nessis condigDes, néO se pode localizar o comprimenio simetricamente em relagio a secggo de rupture, adotam-se, sobre o compo de prova, dois comprimentos: Le L3 tais que seus valores antes do ensaio LT satsfagam a relago Ly #2Lq — Lo, em que Lo 60 comprimento oviginal de medi. Nesse ca80,0 valor do alongamento sera f+ 2bh—o To x 100 a 104 Teena Meatnica (© outro valor representativo da ductilidade que st determina no enstio de tragdo ¢ a “estriogdo” ou estrangulamento de secgio. Chamando-se Sp & Area inicial da secs til do corpo de provae S! a drea da secgio estran- gulada de ruptura, a estricgto & dada pela expresso 2 Disgrama tensfodeformagio verdadeiro A resisténcin & tregfo ou 0 limite d= resisténia i tragdo corresponde 4 tensio nominal obtida pelo quociente entre o vilor méximo da carga verficads no enssio ¢ a dren da sécpdo transversal original do corpo de prova, No caso de metais € gas ductes, ocorre um grande estrangulamento ou cestiegdo na area de ruptura, de modo que, argo, a resistencia & trap & menor que # teusfo méxima real. Se, de faio, e determinar a tensfo pelo quociente entre carga maxima verifietda no ensaio ¢ a drea da secgdo transversal do corpo de prova no ‘mesmo instante ein que a carge maxima oome, temse a resbtSncia& tragdo verdadeira, como ext! indicado na Figura 63. “Teno, tf ° Alensament, % iguia63Diggrumer “tensiodefernapio" nominal e “tensio-deformasio” real Resistencia a tragioe resiténcie a compressio 105 Na figura, a curva OBECD comesponde ao diagrama usual ¢ a cuva OBFGK corresponde a0 disgrama real. ‘A méxima carga € aleangada em C ¢ é evidente que embora a carga realmente decresga de Ca D, 2 tensfo verdadeira continua a aumentar, devido contrasdo da seegIo do corpo de prova, até que wm miximo valor de ‘tenallo 6 aleangado no ponto K, onde se dé.a ruptura. De qualquer modo, a curva tensforeformegio nominal éa que se utiliza ina prtica da engenharia, enquanto a real é empregada para fins de pesquisa, Do mesmo modo que » “tensto real” 6 obtide dividindow 9 carga aplicada, em qualquer estégio de sua aplicasdo, pela sez de secedo real, podese obter a “deformargo real” ou “deformagio logarftmica” que equk vale, para um doterminado aumento de carga, & selagdo da mudanga do comprimento devido 10 incremento da carga para a grandeza do compri- ‘mento, imediatamente, antes da, aplicaglo do incremenio de carga“), Essa "deformagao real” 6 expressa pela equacio!*: ‘a # Eonar onde L = comprimento de um pequeno elemento, sob uma determinada carga Lo = comprimento original marcado no corpo de prove ‘© = deformagio convencional Admitindo que durante # deformagio plistia, o volume permanega constante, podese essrever =m 49 ent at = 2 rea da seogio transversal original 4rea instantnea da seegio transversal sob uma determinada carga 3 Curva: tensfo-deformasio para alguns materiais A Figura 64 mostra Seueationents coms fensieccormico tiple pe alguns meta ¢ 108 Tecnologia Mevinica } : i eT cates some ‘erotica Sie Shem Figur 64 Formas tipca: de diagremas “tensfodeformagdo" de clguns meta e gas |A Figura 65 representa esquematicamente disgramas tipicos tensio. doformapio para diversos tipos de agos-carbono no estado recozido. on0%.¢ 60% & 040% “Tensdo, kath? Deformacto. Figura 63. Digremas tipicos “tensdedeformegto" para diversor apos carbono nO ‘estado rcosiao. Resiiénca 3 rapio ereiénda dcompressio ‘107 4 Tipos de fratura por tragto As falhas dos materiais metilicos podem ser classficadas em dois tipos gorais: falha “étietil” ou de “escomegamento” ¢ falha “irégil” ov “por separagéo”. Uma falha dict sob tensZo de trago envolve tis etapas'“2! — inicialmente, © corpo de prova estrangula-se formando cavidades na regio estrangulada; — om segundo lugar, ums eavidade torna.se evontualmente 0 suficiente: ‘monte grande para alargar-se e estender-se rapidamente na secsfo transversal; — finelmente, a fratura originada espalhase na superficie seguindo uma direpdo inclinada de 45° em reiagao ao eixo de tragao. (0 resultado é a chamada fratura em “taga e cone” como a Figura 66 ‘mostra. — Figuraes — Representaedo exquemitica de uma fratura dictil em “tape ¢ cone’: A primeira etapa & 2 mais importante por ser a mais longa © porque 0 Yezunto e tereeD estigos somente scortecem quando algurst cavidades se formaram ‘A Tabela 15, resultado do pesquisas de MACGREGOR, LUDWIK ¢ NADAI2!, procura demonstrar ess fato, pois os dadot obtidos indicam ‘que somente quando a fissuma alinge una cerca imensdo ela pode ser prona- monte percsbida, ants da fratera a 402 Tecnologia Meaindes TABELA 15 ETAPA NA QUAL A FISSURA CENTRAL SE FORMA, Meat al a cu co | tio Witede dedeteciar [poresers | porratio. | porsecedo | por rio: | por radio ature {core | gran gratia |prtia Resultado Aisne prosorte is foidotscrad ssa Enriego para ‘gual aobservarso {ofa ox | 75% - Jane [aren Eariegio nature | — — | 89.0% = |saze |aras, {A frau dactil mente ocone quando se vorfien deformagio plistice. ‘Admiteao que as primeiras cavidades se formam em inclusdes, porque, quando tum metal reltivamente plistico fui ao longo de uma incluso selativarentei defoundrel, originamse grandes forgas de tragto, at quais is vezes coneguert rasgar uma abertura na interface onde o metal ° 2 inclusto se juntam, Simultaneamente atuam agrupamentos de discordincias que, pressions dos de encontto incluso, contribuem para quebrar a junc. Deve.se, por outio lado, admitr que as cavidades e formam mais faclmen- te nes inclusGes que apreseatam a coesso mals frace com a matiiz metilics, Mesmo que as cavidades ndo se formem a partir de inclusoes, a agfo das iscordancias ¢ fundamental. Iso porque, aum agrupamento de discordin- ‘as, por exemple, estat podem ser pressionadas, produzindo-se sou agiutine ‘mento leven a formayao de cavidades. Supbe-se, nessa hipstese, que as discordincias se amontoam contra um obstéculo que pode se 0 contomo do gro ou uma incluso. [A presenga de obstéculos nfo € essencial, bastardo apenas 2 agio das discordéncis: estas podem, por exemplo, ser de sinal oposto e situarse em planos de escomegimento adjscentes; nesias condigbes las podem se aelutinar nama fissura, Do mesmo modo, discomdincias com diferentes welores Burgers movineatamse em conjunto para formar uma fisura. |A fratura frig, 20 contrério do que ocorte com a fratura diet, nfo necessta de deformagto plistica para que uma fisura se propague até ocorter a feature, embore isso possa acontever 4) Resistncts ¢ rapt ereusiénca a compresae 109. ‘Uma frature frigil ¢ caractorizada pola soparagio normal em relagfo «0 exo de traglo, sem qualquer estrangulamento aparente da sec¢o de ruptun, como a Figura 67 mostra, . | Figura67 — Represemtpao esquematiea de um fraura prt [As fratums frigeis quase sempre se movimentam ao longo de um plano ristalografico simples — plano de clivagem — ow ao longo dos contornos dos gris. A fratura transgranular € mais frequentemente observada em metais [Poros policristalinos. Neste caso, devido ao fato de que os planos de clivegem ‘mudam de orientagdo através dos contornos de gréo, a proparacdo da fissura travis desses contornos 6 mais dificil, do mesmo modo que é dificil 0 escorregamento através do contomno de gro. 110 Teenologie Mecinica ‘Uma fissuca se propaga de um grio a outro pola aucleagdo de uma nova fissure ‘num gro adjacente; desse modo as dss fissuras se juntam, formando ‘uma rachadura que leva a rupture final, ‘A fratusa frigil 6 mais comum ema metais de reticulado cibico centrado e reticulado hexagonal compacto © mais rara em metais de reticulado citbico de face centrada, a ndo ser que haja fatores que contribuam para a fragilidade do contomno de gréo. ‘A nfo sor em casos muito nitidos, a fron-eira entre ums fratura déctil uma fratura fégll 6 arbitrinia, Por excmplo, © ferro nodular apresenta Tratura dictil quando comparado 20 ferro fundido cinzento comum, contudo & considerado frigil quando comparado ao ago doce, de baixo carboro, Em detorminadas condigSes, como por exeirpio em fungéo da tem perstura, 0 comportamento do metal pode passar de dict « fripil Bese assunto serd abordado mais adiants. Devido a diferengas estruturais nos metais, prosenga de impurezas, quantidade © efeito ds deformagio pldstica anterior, hi, na realidade, sete diferentes tipos de fraturas, segundo as quais os metals podem romper. Esses tipos estdo indicados na Figura 68(4?), 1 4 «J x8 jo ‘ 4 c 7 J CI | \ ® Oe OO Figuraos Tipos bislevsd’ ature sob epdo de esforgo de trai, Ressténca dregso e resistencia dcompressio LI Eles podem ser considerados como casos particulares dos dois tipos gerais: fratura dictile fratura frigil ‘Sao oles 2) Adelgagamento plistico — 6 mais comum a altas temperaturas, po- dendo ocorrer igualmente & temperatura ambiente em metais muito piésticos, como ouro e churato, Ocorre prineipalmente sob esforgo de tragio. b) Fratura fibrosa — ocorre quando um metal normalmente plistico, provavelmente devido a uma érea muito grande de secpo transversal, tem seu escoamento de tal modo restringido que tensGes multiaxiais dio origem a uma fiatura por clivagem multo localizada, possivelmente num defeito. A fratura inicial alivia as condigées imediatas de tonsSes multiaxizis, ocorrendo uma modificagéo na condigdo da fratura que passa 2 ser de cisalhamento; surge nova concentraggo de tensbes ¢ de novo ocorte clivegem. O processo se repete até a ruptura final por falha de cisalhamento simples. Esw tipo de fratura pode ocorrer Sob traeio ou torgao e, eventualmente, sob compressfo. A fratura “taga e cone” & um caso especial desse tipo de fratura fibrosa. 6) Featurafrigil de cisalhamenta — pode ovorrer ern material com resis: tencia ao cisulhamento reativamente baixa com uma alta yelocidade de encruamente. A falha ocorre abruptamente, sem verificarse deformagio pldstica prévia. Sod tragdo ou compresséo fratura fooma um angulo de 445° com o eixo de wagHo © sua apaéncia tende a ser grossire ou granular. Sob torsd0, a fratura tende 1 ser nomnal 20 eixo de torgio e seu aspecto tende a ser de superficie lisa ou macia, 4) Frotura fifgil de clivagem — como no cato anterior, ocorr® com grande velocidade de encruamento, em materiis com resistencia & clivager ‘elativamente baixa ou com grande sensibilidade a tenses multiaxisis. ‘Também aqui a fratura te dé abruptsmente, sem prévia deformacao plistica. Normaimente, 2 fratura € normal ao eixo de tragdo ¢ sua superficie € macia. Ela ocorre sob esforgos de tragio ou torgéo. Sob torgdo, 0 modelo da fratura do tipo helicoidal «) Fratura intereistalina fidgil — ovocre em motais com baixa rossténcis de contorno de gio, Como a figura indica, a fratura se di sem aparente deformagdo plistica prévia e € abrupta. A frature apresenta um aspecto gr0sseico, Pode ocorrer sob esforgos de tragdo, compress © torsio. 1) Fratura de clivagem diictil — ocorre quando um metal, inicialmente ‘muito plistico, enerua to rapidamente que o aumento de tensdes multiaxisis, devido a alguma deformado, ¢ suficiente para produzir separagio total por clivagem. O aspecto da fratura 6 ientico ap do tipo d, Esse tipo de fretura pode ocorrer sob esforgo de tragio ou de torgao, 112 Teenobogia Meainica 2) Fratura intercrstalina dctil — verificase em motais com plasticidade razoavelmente boa, mas de pequena resisténcia do contorno de gr20: os cristals se separam ao longo dos contornos de gra0, logo depots de alguma deformago plistica. O aspecto da fratura se assemelha ao do tipo ©. Ocorre sob esforpos de trago, compressio ou torcéo. 5 Corpor de prova empregados no ensaio de tragdo_& comum submeter-se 420 ensalo de tragdo pedayos de barres redoncas, cortados ciretamente de ‘eras produzidas a partir do metal ou lige metilice« ser ensaiada Contudo, normalmente, corpos de prova de forma ¢ dimensoes ade- quadcs sf0 especialmente confecsionados para o enssio. A secgdo transversal desses compos de prove pods ser circular, quadrada ou retangular. Gerslmente, a parte central do compo de prova possui uma secgdo transversal menor do que as extremidades, de moto a provocar a ruptuca. numa secgfo em que as tonsSes ro sf0 afctedas polas germas da miguina de enssio. ‘A Associagio Brasileiea de Normas Técnicas, ABNT, pelo seu método MB-4 especifica 0s corpos de prova que devem ser utiizados no ensaio de tragio. A Figure 69 mosira a3 formas geris desis corpos de prova zotangu: dares e circulates cabeca pane at HI © Corpo de provade secio circular caters Taio de concerdinc’a ‘coxpo de prove oe sep retanguar Figura69 Formas etqueméticas de corpos de prove para enaio de tao, segundo aabyr. Resicttnei & rapa redtnca 8 comprenéo 113. ‘As eabegas servem para fixar 8 corpos de prova na maquina de ensuio. [As suas dimensées (yer a ceferide norma) dependem da forma e dimensSes de produto do qual o corpo de prova foi extraio s corpos do prova do secgdo rotangular sio emprogades quando o produto a ensaiarcorresponder a chapas ou tires. 6 Resiléncia e tenacidade Defineso “esiiéncia” como a cupacidade de 1am metal absorver energia quando deformado elasticamente ¢ devolvé-la, ‘quando desarregado do esforgo que provocou a deformasio. ““Tenaeldade” corresponde & capacidade do material deformar-se ples- ticamonte © aboorver onompia antos da ruptura. A tonacitede pode ser medida pela quantidade de trabalho necessfria paca levar o material até a ruptura, sob carga estétice, por unidade de volume do material. & expressa em Joules por ‘metro cibieo. Para agoscarboro, a faixa varia de 35 a 120 MJ/m°(44), ‘Ambos os caracteristicos sfo representados no diagrams tensio-defor- macho, conforme est indicado na Figura 70. “Terao, kaflren? Figura70 Represenapan esyuenésica des proprededesresitnca ¢ teracsade me iano réfico “Yenso-deformsgio" ‘A figuca indica, plas éreas hachuradas diferentemente, a quantidade de trabalho por unidade ée volume que pode ser realizada num material sem. ausar deformacao permanente (reslincia) ov sm causer a ruptura (tenacidade). A Figura 71 mostra esyuemitica © comparativamente « tenscidade ¢ 8 resiiéncia de dois tipos do agos: de baixo carbono (tipo estrutural) e de Alto eaxbous (para moles, por exemple). 114 Tecnologia Mecdaica ago doatoc. ‘apo do babe C “onto, latin! ‘Alongamento Figura 71 Represents caquemticade valores comparatvesderesilincia etenavidae de dois tines de «co. © ago de alto earbono apresenta limites, de escoamento e de resistencia, 8 tragdo, mais elevados; 0 de baixo carbono € mais dictil. A drea tensdo~ cformagio é maior para este ultimo ago, de baixo carbono, de medo que cle & mais tenaz. De outro lado, 0 ago de alto carbono possui um limite de esccamento (ou limite convencional n) mais elevado que 0 de baixo carbono; assim. # frea sob a curva tensio-deformacto, na fase elistca, € maior; em consequéncia, ‘ele € mais resiliente que © ago de baixo carbono. No caso de resiligncia, a dea debaixo da curva é representada por resilifncia = 172.6 € onde o € € sao a tensio ¢ deformacao miximas na fuina elistica, Como € = off, dentro da faixa eléstica, chega-se & seguinte equagio resiliéncia = 62/25 A tenacidade € geralmente determinada pela energia absocvida num ensaio de choque, 7 Observagies finals sobre a resisténcia i tragio e o ensaio de tracio A. resisténcia & tragho & uma das propriedades mais importantes dos metsis pois, por intermédio da sua determinaga0, podem ser obtidas earacteristicas significativas do material, relacionadas com a resisténcia mecinica € & ductilidade. Resittnca trapdo eresisénda 8 compressso 115 A resisténcia & tragio, como aliés at outras propriedadet mecini epende do tipo de metal ou lige, do teor de elementos de liga, das conci- Ges de fabricagfo ¢ tratamento, da estrutura cristalina e de diversos fztores ‘externos, como temperatura ete. Os valores obtidos nos ensaios de traglo permitem, aos projetistas e engenheitos: — sonhecer as condigBes de resisténcia do material sem que softa ‘defermagdo permanente: — superada a fase listica, conhecer até que carga o material pode suportar, em condigbes excepcionais, ‘Ao lado disso, o exame da fratura do corpo de prova, depois de reali zalo 0 ensaio, permite verificar o comportamento dactil ou frig do material e a presenga de eventuais falhas originadas durante sus fabricagio. Dependendo do material ¢ porque é possfvel que acontezam variagSes nos valores obtidos num enssio, € necessirio as vezes a realizagio de mais de um ensaio e, nesse caso, 0 emprego da andlise estatistica ¢ recomendidvel. Por outro lado, devese adotar, na realizardo dos enstios de tragio, euidados especiais, pois diversos fatores podem afetar os resultados: = excentricidade do corpo de prova, ao ser 0 mesmo preso nas garres da miquina de ensaio. A excentricidade pode causa: distribuigio ‘nfo-aniforme de tensGes no corpo de prova; — vlocidade de eplicagio da carga: com velocidades crescontes, a resisténcia tende 2 aumentar ¢ a ductilidade a diminuir, sobretudo ‘em metais de baixo ponto de fusd0, como chumbe ¢ zinco. Como se veri, no decorter da obra, podem ser estabelecdas, com certa Aproximaglo, relagSes entre a resisténcia & tragfo ¢ outras propriedades Iecinicss, 0 que constitui uma fonte complementar de avaliggio do ‘omportamento dos metais quando sujetos as cargas de servo. 8 _Resisténcia & compressio Sab o ponto de vista de aplicego de carga, © exforgo de compressio € 0 opasio da truco. Podese, pos, admitir que 0 comportamento elistico de uma pect Imetdlica quando sujeite a carga de compressio sca comparivel 20 seu ‘Comportamento elistica, quando sujita & traci. Essa afirmacio alice principaimente parm metais dicteis como os ayos de baixo carbono, Esse material, na fase elstica sob a ago de com _Pressio, obedecers também 4 Ii de Hooke | 119 Tecnologia Mecinies Na fase plisticn, ainda no coso de metals dictes, nfo hi mais poss lidade de compuragao, porque 2 medida que auments 2 carga de compres Sao, 4 pogo, 20b a agdo crescente do esforgo, tende# tr sua secgfo transversal aingeda, achatandose na forma de um disco, sem que ocomra sua ruptura ‘A ruptura ocorre na maioria dos materials fiigeis. Para estes, verificase aque nto ocortem grandes deformagées laerais e com caras de compres Grescentes, renuta uma tenséo que provoca a ruptura por cisalbamento ¢ Gedizamento 20 Jongo de um pleno inclinado, como est indicado ma Figura 72. ceo de prove corp oe prove —[ ar nial hb geen carpe 0 prove ‘ =r before ‘eiormaco \ Nateral duet Matava fi Figuia 72 Fithade mater dict fist 108 compressie. HA muitos materiais utilizados na engenheria © na indistria que, quando em servigo, estio sujeitos 2 esforgos de compressfo, como principal cart de srabalho. Tais materiais so, entre outros, © concreto, a madeira, o ferro fundido © materiais cerdmicos. O ferro fundido & dentse as ligas metélicas, aquela em que a resistencia & comprossfo apresenta algum mnecesse pratico [Em resumo, para materiais dtictois nfo € possivel determinarse 0s ‘caracteristicos mecinicos na faixa pléstica, 20 passo que os caracteristicos ‘listioos como modulo de elusticidade, limite de escoamento, limite de proporcionalidade ¢ resiigncia, podem ser determinidos, como na tre¢to. 8.1 Ensaio de compressio Embora aplicado em materiais frigels como 6 fgro fund, o enaio do comprosdo presenta certas limitagoes, devido al): — eificuldade de aplicarse uma carga axial ou verdadeiramente ‘concéatiea; — ocoréncia de atrito entre of eabegotes das méquinas de érsalo € aS ‘dos corpos de prova, © que pode alterar 0s resultados; fa Resiténca dtrapio ereshtincs bcoreressio 117 _ ROG ed ett one os Sta Tacre ose obtengao de medidas de deformacdo com precisio adequada. ees Be ees edith oni Sig dir fe Sonoma oat See en eae altura correspondente é duas vezes o diimetro. ee. ae hetiese seis cad es al Se ere een peak on pmo ae ome A Figura 736) mostra ‘esquematicamente as curvas tensio-deformacio, forgo ‘CURVA DE TENSAO NOMINAL NAo-DUcTIL, \ poor over ‘TeNsKko = DEFORNAGAD. ———» Figur 73 Curvas tensdodeformscto nominal e i ema nal ¢ real para materi: dite no dicts RESISTENCIA AO DOBRAMENTO E RESISTENCIA A FLEXAO OU A RUPTURA TRANSVERSAL. ENSAIOS CORRESPONDENTES: 1 Dobramentos 0 “dobramento’” é 0 esforco que se caracteriza por induzir numa pega tensdes de compressio numa parte de uma seo;80 trans ‘versal etensBes de tragdo ma parte restante. ‘A Figura 74 oonstitul uma representagfo esquemitica desse tipo de carga, mediante os exemplos de uma viga apoiada nas suas extremidades fe sujeta a um esforgo P concentrado no centro e de uma viga em balanco, engastada numa extiemidade ¢ sujita & ago de um esforyo P na outre extremidade, Fgura 14 Representegio exqueritca das tensSes orginadas por esforco de dobre. m8 Revie 20 dobramsnto eresisd fle oud rupture wansversal. 119 [No primeiro, a face da viga diretamente sujeita & carga P estd sob com pressZo, enquanto a face oposta esté sob tragio, No segundo, ocorre exata- ‘mente 0 contritio, Ocasionulmente, quando as estuturas e as pegas estao em sewvigo, 0 dobramento pode ser zcompanhado por tenses de cisulnamento transversal ou torcional. 0 dobramento 4 igualmente provocado tods vez que resultam momentos 4 partir de cargas excéntricas parzlelas ao eixo longitudinal de uma peca, como, por exemplo, noms coluna engastada ne base © sujcita a uma carga exoéntrica na extremidade livre. A Figura 75149) represents dois sistemas de carga que, no esforgo de dobramento ou flexdo, do origem aos diagramas de cisalhamento e mo- mento. Esses disgramas indicam, em outras palavras, 4 variagfo do clsalha- ‘mento transversal totale do momento de dobramento CISALHAMENTO caren NoweNTo Figura 7S Tiposde cayespere ensosde dobramento simples 120 Teenobia Meaiuea |A Figura 76'47) indica 0 comportamento das fibras de uma viga sujeita ‘a0 debramento, dentro da faixa de proporcionalidace. a {Oe F7_comerato , ae = i exo nese ay twefo al Sooenurs gk deg Srormento de van ingame Diagn es % eetocenfo tro Figura 76 Representego exquerética des tensSes e deformades des flres de uma vga sob dobramento, Como se v8, na face da vige sujeita 4 compressio, as fibras séo encurta- ax e,no lado oposto, sujeito & traplo, eles sao alongadas. ‘A linha ao longo da qual as tensbes de dobramento se anulam corres- ponde 20 “eixo neutro” e a superficie que contém 0 eixo neutro de seogBes consecutivas corresponde & “superficie neutra”. [Na regido eldstica, durante 0 dobramento, as deformagies sfo propor- cionais 4 distancia do eixo neutro. ‘Acima Go limite de proporcionalidade, as tensSes de dobramento nfo variam linearmente através de uma secgfo, devido ao fato que no ha mals ‘proporcionalidade entre tensdo e deformagzo, 11 Ensaio de dobramento 0 enssio de dobramento ¢ mais um ensalo qualitativo do que quanttativo; seu objetivo principal ¢ verifiear a duetili dade do material ‘A Figura 78) mostra o enseio de “dobramento livre” [Nota-se que a etapa inicial do ensaio consiste em produzi-se um dobia- mento prelimmar (a); seguense dois estigios intermediérios (b) @ (©) em que, mums prensa, 0 corpo de prova é forgado a um dobramento mals eentuedo; no estigio fine (@),utilizase um “mandeil™ pasa o dobramento definitive. ‘Restt. ao dobramento e resi. flexio ov 8 rupture wansresal. 121 corpo de prove ee mane Figura 77 Enso de “dobramento livre’ A ABNT, por intermédio de seu método MB-S, especifica o fngul jca 0 Angulo de obramento alfa (a), como sendo o “Angulo de que gitou, em relagso A sua Posigfo inicial, © cixo da parte ainda retilinea de qualquer dos ramos do ‘compo de prova” (ngulo A’OB ou ada Figura 78), Esse ensaio 95 6 vélido para metais dactois, eee 122, Teerologie Meainica igure 78 Angulo de debramento, segundo « ABNT. 2 Resistencia & ruptura transversal Para 2s ligas mais duras ¢ frége's, @ ado € a “resistencia 2 cuptura transversal”, ‘1 cargas de dobramento, 2 deformacio ‘modo que sia ruptura se dd, pare uma snkuma deflexio. proptiedade que tem maior signific porque quando elas ficam sujeitas resultante € muito pequena, de Gcterminada tensfo, repentinamente, com minima ou ne: 0s fertos fundidos sfo ligas para 2s quais essa propriedale ¢ 3s vexes doterminada, embora a resistencia 4 traglo constitua, para eles, a propric- ade mais comum. Um material em que 0 ensalo de mupt metal duto, produto da metalurpia do p6 que cons cabonetos extremamente duros como de tngsténio, aglomerados por cobalt em po, mistum essa que € primidae sintetizado. ta ape Figua79 cura transversal & importante é 0 iste em uma mistura de de siténio ¢ de tantalo adequadamente, com _Enaaio pre detorminapio da reisténcia rupture irensyersak Resi co dobramento eresitt 3 fl cx rupture trenvversal 129 Neste material, 08 ensaios mesnicos que tém significado sio a dureza oa zlitcl @ suum tenner ete lio enmlo pete acne rmedir a tenacidade ov a rigidez do material, em fungo da quantidade de cobaito. — No ensaio de ressténcia & ruptura transversel empregamse corpos de prove de forma circular ow rotangular (estes Gitimos mais freqientemente), firmados sobre dois apoios situados a uma distincia L entre si, como 2 Figura 79 indica. ‘A carga de flexio 6 aplicada no contro, ou soja, 2 distincia L/2 de ‘cada apoio. 0 valor principal que se determina é a ressténcia & ruptura transversal ou “modulo de ruptura”, caloulado pela expressio onde Mr = modulo de ruptura (kgf/mm?) M = momento de resisténcia, rlativo 4 carga P em rlagio a dis- tancia L/2 ¢ © distancia do eixo neutro (mam) J = momento de indicia da seogho (mm?) Como para secgfo circular, onde dé 0 didmetro para secgfo retangular de bate b e altura ht para secgGes circulares 3P-L My = SE GE para seogoe cetargulres © ensaio possibiita detorminar ainda, por intermédio de um aparelho enominado defletometro, a “flecha”, © que permite a ebtengao de um dingrama carga-flexdo como a Figura 80 mostra(46i, 124 Tecnologia Mectnica of material dict carga Flecha sratura mace fright A Flecha fatwa cage evatarial fil Fleche Figura 80 Diggromes “cage flesdo” para iis tipor de materia. ‘Gurr carzcteciten que © pode determina: nesses ensalos ¢ a “xgiez™ dada pea expres ae Fa SIs onde E = rigidez na flexdo, em kgf/mm? M >= momento de dobramento,em kgfsam L = distancia entre apoios, em mm J = momento de inercia da seceéo em mm* § ~ deflexfo angular, em radianos. 3 Condlusoes Como se mencionou inicialmente, os ensalos de dobra- mentos sfo ite porque constituem um meio simples, ripido, embora de certo modo grosseiro, para obter-se uma idéia da ductilidade dos metas, inclusive da perda de ductilidade em conseqdéncia de determinados trata: ‘mentos (mecinicos ou térmicos). ‘Rett, 20 dobramento eres. é flexao ou aruptuca transversal, 125 A avaliasio da ductilidade por dobramento & to simples que pode ser realizade, em chapas, barras ow tiras, numa morsa comum. © ensaio de ruptura ¢ relstivaments mais complexo ¢ ot resultados podem ser afetados por virios fatores, como comprimento do vio entre os apoios, velocidede do enssio e dimensSes da scceio transversal dos corpos de prova. Por exemplo, no eato de ferro fundido, verificou-e que, quanto menor ‘0 wo, maior © médulo de ruptura'®?), Também para o ferro fundido, em compos de prova com mesma Area de secglo transversal mas com formas diferentes, 0 métulo de rupture & menor para corpos de prova com uma ‘proporgdo relativamente grande da éres da sec¢io transversal nas proximi- ) da figura mostra uma altemativa do enstio para placas setilicas, com o emprego de um pungio redondo. Para determinar @ redsténcia 20 cisalhamento, o ensaio mais empregado € 0 de torcio, mediante 0 qual se obiém “mbdulo de elasticidade no cisalha- mento”, 0 “lime de escoamento sob toredo”, a “resisténcia a torgdo” ea “doformagio sob torgéo”. © enseio pode ser realizado ditetamente em pegas tals como einos, ‘brocas, certos tipos de agosferramenta e cutras que, em servigo, estejam saeitas a0 esforgo de torcio. [Nio existe norma geralmente aceita para 0 ensaio de torgéo. ‘A méquina de torgdo consist, om linhas gerais, do um mecenismo dicetor ‘que gira um cabegote com garras para prender a peca ou 0 corpo de prova. O momento toigor ¢ assim aplicado num éngulo reto em relagg0 20 eixo da pera Um outro eabegote, montado na outra porta de maquina, sogurs, ‘mediante gerras, a outra extremidade ca peca. Esse segundo cabegote serve ‘para medi 0 momento torgor ou torque. Existem diversos dispositivos para medir a deformagao ou “ingulo de to1gi0”. Essesdispostivos sfo chamados “troptsmetion”. A doformagdo & obtida pelo desiocamento angular de um ponto pr6ximo ‘4 uma extremidade do compo de prova em relagéo a um ponto na extremidade ‘oposta, sobre o mesmo elemento jongttudinal. Os corpos de prova, quando utilizedos no lugar de pecas, sto cilindros ‘cheios ow ocos, com um estrangulamento ne regio central A forma cllindrica dos corpos de prova € preferida porque nelas se pode aplicar a teoria clementar de torgio, conforme seré exposto a seguir, acon panhando-se a Figura 84150), Sendo circular a seegG0, a tensGo 6 mixime ns periferia © diminui & medida que se:caminka para o centro ow ponto neutro onde é igual a zer0 (Figura 840), Admitindo-se que haja proporcionalidade entre as tensbes ¢ as distancias 40 centro, pode-se escreve A condigo de cquilfbrio € dada pela igualdade das forgas exteriores — momento torgor M; — com as forgss interiores — momento interno de resistencia, ou sea 130 Tecnologia Mecinice o) (2) Toredo numa bara sia ™~ Mi PN. () Trabaine de toredo numa secpio eireulor Figura Torpio: ) treo mume bara sida: sg 1) trabalho de torgao muna sepa cbc r m= fo arertey fo wef ape tty ou © © M = [‘s-v Como dF + v! =J,, on momento polar de inércia da seoyso, tem-se My = ti 130 onde ‘tensio de cisalhamento era kefimm? ‘momento de torglo em kefinmn rap da se2gfo transversal em mm Jp. = momento polar de inéica da seogto em mm*. Fara compo de prova cilfudrico, cheio de diametro D, 0 momento polar de inéroia 6 4139 = ae!) Jy = 14/32 = arta Logo 7 = S2tMa te 16 My My w mF mD> a3 Fara seogoes tubulares, de didmetio externo D, ¢ interno D; ov raiss nen 16M Dy 2Mery FORD) ~ Fe — ° (© valor de 7 corresponde & maxima tensio de cisalhamento na fase elistica Para determinar o angulo de torgdo 0, expresso em radianos, utiliza-se © troptometzo, Considerando L 0 comprimento itil do corpo de prova, deduese da Figura 84a a “deformagio por torgio 7”. 7 = tee (0 “médulo de rigidex” € dado por : Gey ou 132 Teenolorie Meainica Pora determinar as propriedades elisticas, como pos exemplo o limite de escoumento, podese tragar um grifico “Angulo de torcfo-momento de torego” — Figura 8590), na qual, em abscissas, se langa um desvio con- yencional do angulo de torglo, a partir do qual se traga uma paralela ao trecho retilineo do grifico (como no diagrama tensZo-deformardo do ensaio de tragdo) até encontrar-se a curva num ponto cottespordente 2 determinado momento torgor. Com o valor deste, aplicese a férmula que dé a tensfo de toredo na fase eldstica. ont tam Figura 8S Diegrama ~ “torqueéngulo de orgio”. [As f6rmulas (1) e (2) nfo se aplicam rigorosamente apés excedida a fase eléstica, porque 2 tenséo de cisalhamento através de uma seccio transversal dda pega nfo 6 mais fungio linear da distincia do eixo. Freqdentemente, determina-se a “resisténcia ao cisalhamento torcional” cou ‘‘m6dulo de ruptura sob toreio”, substituindo o torque méximo medido snessas equagbes. DIETER baseado em estudos de NADAI‘50) chega & seguinte formula correspondente ao mbdulo de rupture sob torgao 2M. Tre onde Magix corresponde a0 momento ou torque méximo verificado no ensaio. Resistencia a cisalhamento eatoreae = 133 3. Conclusses As falhas por torgfo diferem das de tragéo. Em primsiro lugar, na toreao no ocorre praticamente redueao de rea. Os metais dicteis rompem por cisalhamenio num dos planos de méxime tensfo de cisalha- mente ¢ esie plano de feature é gesalmente perpendicular ao eixo longitudinal (Figura 862), i Figura 86. Tipos de freture produsidar pela torgfa. “ © metal fesgil rompe a0 longo de um plano perpendicular a directo da mixima tensfo de ago, resultando uma fratura helicoidal (Figure 86b), Visto que © plano acima divide em duas partes iguais 0 ingulo entre os dois planos de mixima tensio de cisalhamento e produz um angulo de 45° com as direg6es longitudinal ¢ transversal. As fraturas descritas so para compos de prova cheios. Em corpos de prova tubulazes, do parede fina ¢ grande comprimento, a falha ocorre por “‘encarvamento” ou “flambagem” (Figura 86:), para metals Aducteis. Os corpos de prova curtos tubulares, de metals décteis, epresentam fatha om soogio reta (Figura 864). [Nao hi ume relagdo precisa entre a ressténcia & torgfo o a xesisténcia 3 tragio dos metais. Admitese que, para metais diicteis, a resistencia a torgdo 6 cerea de 75% da resistencia & tragfo ¢ para metals frGgeis a resstSncia a torgio é aproximadamente 10 4 20% superior a resistencia a traclo. CAPITULO IX DUREZA 1 Introdudo A cureze de um material € um conceito reativamente complexo de defini, dadas as diferentes interprotagBes que Ihe podem sc: atribuidas. Em principio podese dizer que a dureza é resisténcia 8 deformagio permanente. Hs diversas definigbes arbitrérias que podem, inclusive, serve de base para alguns ensaios de durezs. Aigumas delas sto as seguintes: resisténcia & penetraclo absorgio de energia sob cargas dinamicas, — resistSncia A apo do risco — resisténcia a abrasfo — resisténcia ao corte ‘A “resisténcia a penetragio” 6 a que apresenta o maior interesse para © engenheiro, embora, na pritice, a resisténcia 2 abraséo ¢ a resisténcia 20 corte correspondam a caracteristicos dos materiais cvjo conhecimento é fundamental. Entretanto, como se pode relacionar essas propriedades com resisténeia & penctragio, este Ultimo conceito ¢ basico sob o ponto de vista de compreensio do fenémeno de dureza, A “resistencia A agio do risea” & importante para os mineralogista. Baseada nesse conceito, fot criada a conhecida “scala Mohs” que consiste 1a Dwee 135 com det mingrios padi6es ordenador numa seqiéneia rolasionada com sua ‘eapacidade de riscar ow serem riscados. O mineral mais “mole” nessa escala, ‘ou aquele que € riscado por todos os outros € o talco (dureza Mohs 1) € © mais “duro”, ou seja, o que nifo ¢ riscado por nenhum erisea todos 0s outros € 0 diamante (dureza Mohs 10). A Tabela 16191 representa a escala mineral6gica Mohs. A cscala Mohs no ¢ emprogada na determinagéo da durcza dos rmeiais, os quais, na sua maioria, estfo compreendidos na faixa de 4a 8 nessa escala mineral6gica. ‘A determinagdo da dureza dos metzis constitu um método rapido ¢ nfo-destrutivo que permite avalisr as condigées de Fabricasio o tratamento das Iiges metalicas, as diferencas estraturais locais ea infludncia de elementos de liga e, embora nao sinva como pardmetro para 0 projeto de peyas, correla: ciona-se com razoivel sproximae> com algumas propriedades mecinicas, ‘como a resisténcia & tracdo, particularmente no caso dos ecos, Fxsa correlagio est representada na Figura 87152), para dois dos diversos métodos de determinagio da dureza, Lire RETNA ATA? Figura st Correlapao entre durezae luntede reusiénca a regdo pars ap A existéncia da mencionada correlagio pode sor explicada pela geometria das impressbes obtidas nos ensaios de dureza. A Figura 88(°2), correspon: dente @ uma impressio esférica, permite compreender melhor esse fato. [Ne figura, a linha cheia indica a impressio original obtida ¢ a linha pontilhada 2 forme da impressfo final, o que revela que houve uma regifo de deformayao eldstica, dentro da deformagdo total de navureza plistica, 136 TABELA 16 ‘Tecmo Mecinica ESCALA MINERALOGICA MOHS Etcala Mohs i. i aa i : if : a a8 F ; alt 2 a953 Pilg slp |2ea28beieeteaas i i ale B | -soeweneooraege 8 i 3 y oi gziege ge HHH z 8 Duresa 137 Figura 88. Deformaydo durante « penetrgéo no ensaio de dureza Isso significa que o esforgo necessdslo para produzir a impressio depen- deri da tensfo de escoamento e da velocidade de encrusmento apés ter sido ‘ultrapassado o limite de eseoamento Sabese que o limite de resisténcia 8 tragdo depends tanto do limite de escoamento como do encruamento do metal, de modo que se deve esperar aexisténcia de correlagfo entre a resistencia mecfnica ea dureza Geralmente, a dureza € determinada pela resisténcia & penetragdo, como j8 foi mencionado. Para isso, utiliza um “penetsador”, na forma de esfera ‘ou de picimide ou tronco de cone, confeccionado de ago temperado, “metal duro” ou diamante, o qual € forcado a penetrar no material cuja dureza se ‘quer medir pela aplicagio de uma carga de naturcza estétice. Resulta uma deformagio que provoca 0 aparecimento de uma “impres Si0” na superficie do material. As dimensées ou profundidades cclatiras ‘dessa impresséo constituem a base para a apuracdo de valores representativos da dureza. Diversos sa0 08 ensaios de penetracio para determinzedo da dureza dos ‘meiais, Os mais empregads so os métodos Brinell Rockwell. A Figura 89162) mostra, comparativamente, a forma ¢ as dimensoes as “impressdes” obtidas em ago pelos dois métodos citados. 2 Enssios de dureza Os ensaios de dureza s20, em resumo, bateados n0 Principio de penetracdo na superficie do metal, pela aplicacdo de uma carga por intermédio de um “penetzador"”. De um modo geral, esses métedos estéo dividides em dois grupos: fenstios de peretragio estéticos, que so os mais comuns © ensaios de Penetragao. dinamicos. soe nest ‘Ande Rocenel pet com cece dente Seiya oarponsdah de So7Omet eta de Rocko ear, ene em cone danse THD vos otras 2155 tre (Cm ial ara te rn #900 ko deco: ‘otiaac te 9.5¢ em Figura 89 mpresafes comparerbvas: obtides por penetradores Brinell e Rockwell em 1240 (Rockwell C39). 2.1. Enso de dureza Brinell_ Eo prinero enscio grandemente acito « padronizato. Devido aJ. A, BRINELL que o divlgou em 1901158), rapide. mente tomou-se popular devido 4 relagéo entre os valores resultantes © & resisténcia 8 tra509, [A Figura 99 representa esquematicamente o sistema de penetragao pelo séiodo Brinell xfer de 090 duco {emmperedo ou de ee trate Figura 90 Método Brine! para madi de dureza:P, erga aplicade em haf: D, dimeiro de exfors om min; Led, altura c dimetro da ipresio,respetivamente, Duca 139 Ums esioca de ago ov outra liga, de difmetro D, &forgaia, pels aplica go de uma carga P, a penetrer no material, resultando uma "impressio", em forma de calotaeifércs, de difmetro d, a qual sorve para determinar um niimera que corresponde a0 valor ds “dureraBrinell” ‘A dareza Brinell, sepresentada por H, comesponde a0 quocionte de ‘carga aplicada pela érea da impressdo obtida e ¢ expressa por a nD(D-Vo*- 7) Gefan:) ‘A impressdo serd tanto maior quanto mais mole o material, ou seja, quanto mais facimente aveitar a penetragio. © célculo da dureza € simplificado pelo uso ce tabelas, as quais do dirotemente a dureza em fungio da carga apliceda ¢ dos didmetros da esfere © da impressio obtida, O valor do didmetro da impressdo é geralmente ado- tado como a médiz dos valores de dois didmentros perpendiculares entue si, ‘A expressdo acima faz supor que qualquer carga ¢ qualquer didmetro de esfera possam produzit, num mesmo matctal, vlotes idéaticos ¢e duseza. Isso, contudo, 10 ocorre ra pritica, pois a esfera penetradora pode softer ligeita deformacao durante a aplicarao da carga ¢ a calota esférica obtida pode nio ser rgorosamente esférica. Esses fatos foram profundamente analisidos por MEYERI®4!, 0 qual, apés diversas experiéncias, mostrou que: = variando 08 difmetros da esfers, mas com mesmas cargas, o$ némteros de dureza obtidos eram icénticos, desde que a reiagdo P/D* fosse constante; — utilizando a mesma esfera, os mimeros obtidos de dureza sofriam a ‘minima variaglo, quando as cargas produziam impressées de ‘Sime: ‘ros d compreendidos entre 0,3 De 0,6 D, onde D é 0 diimetro da esters. Portanto, no ensaio de dureza Brine, devesse escolher cargas Pe did- metro D de esferas tais que se verifiquem as seguinte relagdes: P/D? = constante 03D Sere HK =P/A 18 = ‘As vantagens desse processo sio aparentemente as seguintes(©1|: 2 recuperagio elistica fica confinada quase que inteiramente na largura D da impressso; — devido ao longo comprimento de L, sua medida ¢ mais precisa para ddeterminadas condiges de carga, 0 que permite modir com maior precisio a irea projeted 148 Teonologia Meainica Purse 149 ‘A “Wilson Mechanical Instrument Co” desenvolveu um tipo de aparelho de microdureza, chamado “Tukon”, 0 qual utiliza 0 penetrador Knoop ‘onde podem ser aplicedas cargas de 25 gramas a 3,6 kg. O aparelho é inteira- mente automético € funciona sob controle elétrico num ciclo sincrono. 0 ha Spetador excole a érea para enstio sob micrscdpio, coloca 0 penetrador de Sobre a irea, produ a impreso © novamente com 0 microscopio 18 a | { i 18 HAE ie 235 diagonal longa da impressio, a partir da qual @ nimero de dureza Knoop ae é caleulado, 9 8 eee 1 dupostivo TukonsKnoop splice nfo sbna determinagfo da miso- zz ar dureza dos constituintes dss ligas metilicas e de cristais simples, como g & 700 70 também de pequeros fos, pegs dimunuas de regis ec. 8 3 Relagdce de conversio de dureza Existem tabelas de conversdo dis oi co varias escalas de duteza, 0 que € muito pritico, porque freqiientemente 60 Sima determinada durees — Brinll, por exemplo — deve ser conhecida. Guendo aperat se determinow a dureza em outa escala ~ Rockwell, por so 0 éxemplo. 10 20 io se pode, contudo, confar demasiadamente nos valores de dureza abtidos por eomerszo de esclas, pois ha divrsos fatores que impedem @ precisio nos resultados, tas como carga e penetradotes diferentes, impres- 410 40 Sees de formas diversas, comportamento do material ensaiado sob «acto da Carga (condigdos do encreamento rerutante) ee De qualquer modo © considerando que o enssio de dureza nfo deter- = of 300 20 rina uma, propsiiade bem define, as tabelas de conversio, embora Consstam de relagoes empirces, sf de giande uidade prtica. ‘ad 200 20 4 Relagées entre dureza e resisténcia a tragio Existe uma relacao, muito ‘til também sob © ponto de vista prético, entre « dureza Brinell ¢ a resis tensia 4 ago. Basa lag, contudo, detrminada ompiricamente,é vide o somente para agos-carbono e agosdliga de médio teor em lige. seo! ssa lag ¢« sguinte: ° o 0 nail o % 10 1 wo 1s 290 LIMITE DE RESISTENCIA A TRAGKO, kann onde : 0, = limite do resistive ragio H = dureza Brinell Fgura 95. RelgSe:sproximaias enire « redteiia d taro « dors duress part 00 estruturais: |A Figura 95 apresenta uma relagdo aproximeda entre mameros de dureza ce limites de resisténcia & tragdo para agos estruturais ES), 180 Teenobgia Meainica Ensas relagdes so, na verdade, muito aproximadas, como varios estudos ¢ pasquisas a respeito comprovaram. Assim, as curvas apresentades dever ser analisades com certa reserva, ao mesmo tempo que sua aplicagio & limitada apenas a agos estruturais [A Tabela 20164) indice as relagbes aproximadas de dureza ¢ resistencia A traeio para ago. 5 Conclusdes A determinagdo da dureza dos metais é um método de controle de qualidade muito importante na engenharia ¢ na industria, para verificagio das condigdes de fabricagdo, tratamentos térmico, uniformidede de matorais ete. Para peyas fundidas ¢ forjadas omprogase geralmente 0 método de enstio Brine, a partir de amostzas retiradas de vérias partes das peas para conferir ‘sua uniformidade. Pera pegas usinadas acabadas, utilizase o método Rockwell. [Em peas rompidas em servigo, o ensaio de dureza é muito dt, devido 4 relagio existente entre dureza e resisténcia 2 trago ¢ & impossibilidade de, getalmente, ago s poder confeccionar corpos de prova para ensaio de tragio, « partir de pedagos da peca fraturade, NOTA — A ABNT, por itermétin de suas publicagSes de 1976, wb mimoros PMBEO, PMB3SS ¢ PMB3S9 apresenia uma renigo dos métodos de ersso das duroras Briel, Rockwell » Vickers tspectivamente, Entre as aleraeGes propostas, € intrdusido © ‘onceto de “fouyade emai P* relacionada i “carga de eno P™ TARELA 20 ELAGOES APROXIMADASDE DUREZAPARA ACO inn wake wr [tation RESSERRARNARI I) area Ret Hci RRRSS EE vou Bgaeegs RRRTSETEEET om Bt 'S SReRRgRageee 1st FLUENCIA 1 Fendmeno da fluéncis 0 termo “fluéncis” define normalmente 0 fenomeno de deformacio plastica, lenta € progressiva das ligas metalicas, ‘que ocorte, a medida que a tomperatura aumenta, sob carga constante. De um modo mais geral, a “fluéncia” é definida como a “deformagao crescente, com 0 tempo, sob carga constants”. O aumento da temperatura acentua 0 fendmeno, porque a deformacdo pldstica torna-se progressive- ‘mente mais féil de iniciarse ¢ de continer. Pelo fato do emprego das ligas metdlicas a temperaturas superiores & ambiente ser muito comum na moderna engenharia, 0 estudo do fendmeno de fluencia vem adquirindo cada vez maior importéncia, podendo-se dizer ‘que, eventualmente, em certas aplicagGrs das liges metélices, a fluéncia sobrepuja a fadiga, como crtério de avalingio da fratura O fondmeno de fluéncia & significative nas liges de akuminio « tempe- raturas acima de 150°C © nos agos, acima de 350°C (85). O chumbo, por ‘outro lado, ésujeito ac fendmeno mesmo & temperatura ambiente. No fenomeno de fluencia, 2s vardveis que entram em jogo sfo: tensfo, deformagéo, tempo ¢ temperatura, 0 que indica a sua relativa comploxidede a possiilidade de ser tracado um grande mimero de curvas representatives do fendmeno. 452 Finca 153, Assim, no estudo da fluéncia, teés aspectos devem ser cessaltados de inicio — deformagio total por fluéncia, nam dado tempo, que inclui defo:- smagio plisticn devido 4 carga e deformagio plistica mais lenta, durante a ocorténcia do fenmeno; — velociade de fluéncia, ob condigdes estaveis; — tempo até « ruptura Se se tragar um grifico relative a deformagio por fluéncia, em fungi do tempo, a uma temperatura constanté, obtémse uma curva como a representada na Figura 96165), FRATURA Se Gps z Fines 1 1 5 Fae y | 2 4 g i 2 1 é tone | a cos fancier | eo cb 4 VGt* futnia total ro tempo t ‘TEUPO thon) Figura 96 Cue rlpica de fudnets:deformapto Cem jungio do tempo. Notamse tres estgios: — primeiro estagio 1, comespondente a fluéncia “primis”, “transitéria” fou “Togaritmica” — 0 2 ty — segundo estégio 11, cocresponcdente & fluéncia “secundaria” ou “ons tante”—1 ats: — terceiro estigio IIL, do fluéncia “torciria”, até a ruptura — ty ate. 154 Teenologis Mecinica Este tlkimo estdgio, dependendo da carga ¢ da temperatura, nem sempre 1 fax prosonte, Inicialmente, no estégio primério, 2 velocidade de fluéncia ¢ répida, até atingir 0 estégio secundirio, quando decresce (donde a expressto “fluéncia logarftmica”), para novamente, dependendo das circunstincias, aumentar uma velocidade cada vez maior, até que ocorra a fratura ou até que o material comece a estrangularse até 2 ruptura ‘A fratura tfpica da fluéncia 6 “intererstaline” © nfo mais intracrstaina, ‘ou seja,no interior dos gro. A temperatura aumenta a velocidade de fluéncia, porque 0 escorsega- ‘mento tomase progressiamente mais ficll (como ji foi mencionado): a mobilidade dos étomos aumenta rapidamente, as discordancias adquirem jqualmente maior mobilidade ¢ novos mecanismos de deformasio intervém. De fato, a. temperaturas baixss, © movimento das discordéncias 6 intor- rompido pelos contornos dos gros ou por étomos impuros, de modo que a deformagéo é menor. A maior mobilidade dos diomos, a temperaturas mals clevadas, permite que a discordincias se interponham umas com as outi desloquem umas is outras ou se destruam. Essa movimentacao das discordincias é facilitada 4 medida que os dtomos ¢ as lacunas se movimentam das discordancias ou em diregao a elas, perm: tindo askim um escorregamento ou fluéncia crescento(68) Desic modo, 0 infcio da fratura sob fluéncia ovorte no contorne do ‘gro, pelo sparecimento de pequenas cavidades que, com o tempo, crescem ese aglutinam, formando uma fratura que leva a ruptura. Aparentemente, as primeiras fissures sfo produzidas nos contomos dot ‘eros, como a Figura 97 mostra(67) ses fissuras se originam por desizamento ao longo dos contomos dot ‘fos, 0 que produz uma concentraslo.de tensio no ponto 0 (Figura 97). Outro modo de $2 orginar a fratura no contomo do gio consiste no aparecimento de cavidades 20 longo deste contomo; ssas cavidades crescem © s aglutinam, levanéo eventualments & ruptura. O aumento das cavidade pode ser frvorecito pela precipitaeio, no seu interior, de lacunas(6?). [A featura intergranular tipica da fluéncia leva a conclusfo que ns utili: zagio de ligas metilicas a temperaturas elevadas em condigdes de fluénci, cess ligasdevern apresentar preferivelmente granulagao grossera, [A temperatura em que ocorte a inversio do comportamento do com tomo do g1¥0, no sentido de faclitar 0 movimento des discordincias © p: 1 qual a fratura muda de “intra” para “intergranular” ou “intercristalina”, 6 chamads “temperatura equicoesiva"(65)(68) Fuincie 135 TENSAG DE TRAGAO A XY Figum 97 Origen de uma fissum num canto de des green {7% por deslzamento do contormo Ms! aso too, es tepentun € da edom de 40°, sendo maior pa crtot sorlgal, Numa liga ds cmpmige Ch, Zien e 1Sn de 250% e mum ona Ign de composgio 39Ce, 40ze 4 1Sa é de 175°C168), pose 9 Anaxo do tempest equcosia pole ocer um exdurecinento caundy pela cformagto escuanents). Ne hplee dese sncuanento tonurse prdominant, spunda etagio a Tanta tomas ue las tou A temperaturs superiores 4 equicoesiva, s velocidade de escorregamento abrepueo sfeto do encrusmento ea fgncia tom continuidade, mesmo sob ixas tenses. A Figura 988) mostra algumas qurvas de flutncia para ago-carbono temperatura de 500°C. lt gut or espe aro fendmens de ani & + mana ses tmertua oda; corto, depos qu mudan Se compe, ‘pode-se originar uma menor velocidade de fluéncia, = ™ Voltando a Figura 96, dela pode-se oxtrair ot seguintes dados'®5) ~ tempo tz nevessiio para desenvolver uma quantidade limitada de de- Formagio €, — deformagao , desenvolvida num determinado tempo ts; — welocidade de deformagto ty ou dE /at, durante o estdgio secundrio ou depois de um dado tempo ts: — tempo ts para inicio do estégio terciésio; ‘tempo t necesedrio pars causar 8 ruptura do material, 156 Tecnologia Meanie 0018 — | Pat ot mn? 0010 i | statin? oes | ; Cs Seen o = 0 78 Figura 98 Cunas de fuéncia para um apo-carbone. Como se v8, 0 estudo da fugncia permite a cbtengio de muitos dados, todos eles de grande utidade para 0 engenheito. No que se refere, por exem- plo, & carga ou tensto, pode-se determiner): = tensio necesséria para produzir uma deformagdo total determinada, um dado tempo; — tensfo necesséria para produzir uma velocidadesimite de fluéncia, ‘mum éado tempo; = tensio nevesséria para produzir ruptura num dado tempo. 0 tempos podem se: 000 horas (condigbes para um motor de foguets, ‘por exemplo), 10,000 horas (condigSes para um motorajato, por oxerplo), 100.000 horas (condigSes para uma usina geradora de eletricidade, por exerplo). 2 Ensaios de fluéncia Tendo em vists as varisveis envolvidas no process, (© comportamento das ligas metdlicas quando sujeitas i fluéncia pode #7 enceredo sob dois atpestos: resisténcia a fluéncia e resisténcia A ruptura sob fluéncia\©9l; Futnta 137 2.1 Resistencia 4 fluéncia Reprosonta a tensdo a uma dada temperatura que produz uma velocidade minima de deformagdo de determinado valor. Nos Estados Unidos, os parémetros que so utilizados sao: tensdo para produ ir umavelocidade de fluéncia de 0,0001% por hora ou 1% ex 10,000 horas; tensdo para produzir uma velocidade de flugncia de 0,00001% por hora ou 1% em 100,000 horas (cerea de 11,5 anos), © primeiro € mais comum para ligas de motores a jato; 0 segundo para turbinas a vapor ou equipamento semelhsnte, © onmio do resisténcia 8 fluéncia fornece dados que sto langados numa g1éfico logiog relacionando tensio e velocidade minima de fluéncia, Obtémse linhas retas, Este ensaio ¢ geralmente realizado sob tensOes baixas para evitar 0 estégio tercidrio e raramente 0 tempo de enssio chega a 10.000 horas (cerca de 11 ano). 2.2 Resisténcia & ruptura por fluéncia Corresponde A tensio que, a luma certa temperatura, 6 necesséria para produzir um tempo para ruptura, sgerzlmente 100, 1.000 ou 10.000 horas. Ocnsaio comrespondente & semelhante ao de resisténcia a fluéncia, somente que cle ¢ levado até a rupture do material. Nele empregam-se cargas ‘maiores, resultando maiores velocidades de fluéncia. Este ensaio geralmente ‘go supera um tempo de 1.000 horas (cerca de 42 dis). dado basico que se obtém neste ensaio 6 “tempo necessirio pars causar a ruptura, sob a ado de uma determinada tensfo, a uma temperature constante” Este ensaio de resisténcia & ruptura por fluéncia ¢ realizado quando se Aeseja avaliar o comportamento de um material para emprego em condigdes de vida relavamente curta, como por exemplo, uma limine de turbina de lum motor de avifo a jato, porque, nesias condigées de vida selativamente curta, 0 importante ¢ saber se 0 material falharé ou néo, de preferéncia a ‘quantidade de deformagao que ele sofrera(7), Fortanto, as informagses que curvas de resistencia rupture por fluéncia podem fomecer so mais diteis que as curvas comuns de fluéncia, para © projeto de determinados componentes mecinicos. 2.3 Dispositivos para enssio de fluéncia 0 ensaio de fluéncia enige txés brincipais dspositivos: = forno elétrico com controle adequado da temperatura: ~ extensémetro; = dispositive de carga 138 Teowologts Meotnice 'A Figure 99(58 representa eiquemsticements © conjunto, sendo que 0 cedensometro, que nfo aparece na figura, € adaptado na parte inferior do corpo de prova, Figusa 99 Aporetio pare tai de fuincia Estes s8o de seogdo circular diémetros variéveis de 2,5 a 15 mm. O comprimento de medida deve comresponder a 4 diimetios. As supesficies devem ser muito bem acabadas: macias ¢ isentas de riscos © marcas de ferramentas. 0 compo de prova € colocado no interior de um tubo de sitica fundids ou alumina artificial, eavolto por um enrolamento de fio de Ne-Cr. Recomenda-se que @ méxima vatigfo de temperatura nfo ulrapasse on menos 2° pan uma média de temperatura de ensio e 1000°C ‘emais ou menos 3°C para temperaturas mais elevadas. Um par termoelérico esté em contato direto com o co1po de prow, ‘A carga é peralmente aplicada por um sistsma dé pesos como a Figura ‘mostra. Flénda 159 Para tragar as curvas de fuénci constantes © compo de prova ¢ iniciaimente aquecido a temperatura escolhida, Depois que esta permanecer constante, determinase 0 comprimento de ‘medida ¢ a carps selecionada é apliceda rapidamente, porém sem choque. Resulta uma imediata deformarao a qual ¢ principalmente eéstica. A seguir, em intervalos predeterminados, dirios ow semanais, 0s valores de fluéncia séo determinedos. Devese realizar pelo menos 50 observagoes 4e temperatura, adotando-se a média como a temperatura do ensaio. ‘Como na prética 0 tempo do servigo das pogss sujeitas a temperatures acima da ambiente pode se estender por varios anos, tornase problemstico realizar ensaios que cubram periodos de tempo to longos. Assim, ainda que os ensaios ultrapassem centenss de horas, eles sf0 de duragio selativa mente curta quando comparados a vida real das pevas. Desse modo ¢ para terse uma idéia melhor das propriedades de fuéneia, € freqventemente necessério extrepolar 0 dados obtidos nos ensaios de duragio relativamonte curta. Nesie caso, a fluéncis 6 calculada tregando-se luma tangente @ extremidade da curva de fuéncia, em algum ponto do estégio I, como esié indicalo na Figura 96 (pagina 153). Assim, para um eterminado tempo t (supostamente nfo coberto pelo enseio), a deformacio plistica ou fluéncia total Ep é determinada pela equacio Se = etnt carga € 2 temperatura so mantidas onde fluéncia elementar = AB velocidade de fluéncia no estigio Il tempo considerado A Figura 100'88) mostra uma tentativa de derivarse ou extrapolarse dadios tipicns de fluéncia ‘A parte (@) da figura mostra curvas do fluéncia om fungio de dados experimentais, para a temperatura de 425°C. O tempo de 2.000 horas equivale a pouco menos de um quarto de ano. As curvas de fluéncia extra poledas para vérias tensSes, para um periodo de tempo mais longo (até 10 anos), estdo incicadas na parte (b) da figura. [Nao € recomendével estender as extrapolagées além de um alongamento de aproximadamente 1%; desse modo evitase que as curvas se estendam demasisdamente em diregao a tercera fase da fluéacia. Faz-se, entfo,a partir de religbes obtidas ditetamente da figera (by um tercero grifico (e) em que 100 Tet Mean ou it 0 — of me ' we weal x ave - ; : vl a°T- j we i 2 aod ati = on| om [ssi | od ca| 28 egt/mm? oO 1000 "2000 r xv te tna gs vicava gers enon © Sarotonpertede SEC praaisee 4 » , | t . : on =z z i 5 os % oes | ia Ss ©0704 06 08 10 ‘uencla temperatura, °C <4) reagoes ons temo ate prosuatr uma th ‘Speicads erm 10 an Figura 100 Deemotrimenio de relpder rensdodeformuge-emperacura de curves de func. © relates testo -tuknee are temperatura co 425° C Fluincle 161 fonsdes para produzic uma fuéncia especificada num tempo fixado so langadas em fungio de porcentagens de fluéncia para virios periods de tempo. Assim, por exemplo para uma fluéncia de 0,6% em seis anos, a tonséo permisivel para a temperature de 425°C ¢ de aproximadamente 90 MPa (6 kgf/mm?) Na parte (6) da figura, © grifico indica as relogées entre tense © temperatures para, num perfodo de tempo de 10 anos, produzir uma fuéncia cspecificada, NORTON'*? determinou as tensoeslimite de fluencia para virios tipos 4 250s a diversas temperatures de servigo, para um periods de tempo de 100.000 horas (cerca de 11.5 anos), para um alongamento de 19 Os resutados esto apresentados na Figura 101 10 150 \ ns % 6% Cr, 19% Ni, 1.1% Si 2 | § 100 199 3 $3 +-18% Cr, 8% Ni, 0,4% Si S : Bas E & Zz 5 3 2 2 25 TEMPERATURA, C? Figura 101 Tewdcetimite de fuéncia perevirios ages 162 Teenologis Meainica No caso do ensaio de “resistencia & ruptura por fluéncia”, a informagao ‘bésica que s¢ obtém 6, como jé foi mencionado, o tempo necessério para causar a ruptura do material, sob ama determinada tensfo, a uma temperatura ‘constante. Determinase igualmente 0 alongamento e a estriogf0 na fratura. Obtém-se um grifico “tensio-tempo de ruptura”, em escala logaritmica, como esté esquematizado na Figura 102. 10 79 QoL ore | i ee sce [eel | 1s le aa i a = ye a TEMPO PARA RUPTURA HORAS Figura 102 Grifleo exquemsitico represent dos dedos obridos no ensalo de “resis énciatruptura” por fuéncia. [As linkas obtidas so geralmente retas, devendo-se noiar que quando ‘bd uma mudanga de inctinacio, esta deve-se 20 fato de terem ocorrio fent- menos esirutuiais no material, como por exemplo, mudanga de fratura ‘ransgranular para intergranular (ultrapsssagem da temperatura equicoesiva), ‘oxidagdo, recristalizaeio, crescimento de grao e determinadas mudancas de fases, como esferoidizagio, graftizagio et.(69) ‘A Figura 103'7") apresemta dados de resistencia & ruptura por fluéncia de um ago cromo-molibdénio-silicio, mostrando linhas tipicamente retas. 3. Curvas representativas de propriedades de fluéncia Além das curves ‘mostradas, serdo a seguir epresentadas outras curvas tracadas a partir de dados obtidos em ensaios de Nuéncia. ‘A Figura 104 corresponde, em grifico logiog, @ valores de tensSo em fungio de velocidede minima de fluéncia, para a liga 16% Cx, 25% Ni, 66 ‘Mo(69), A titulo de comparagdo esté inciuida a curva para ago inoxidével 188. Funda 103, Teno, kat nn? 01 02 0408 1.0 10 “Tempo, em excel log, para ruptura 1000 Figura 103 Griffco exquemitico representando a relegdo “tensfo de rupturaterpo"” pers una determinada lia iia vo is " . > § 2 I as 2 i Pog a nee — 7 “ oor 002 08002 08 08 10 Velocidade de thebne, 1.000 Figura 104 Grifico toglog de tonafo em fungio da velcidate minima de Juanein 164 Tecnologia Mecdnica Para a mesma liga 16-25-6, a figura 105 relaciona a deformagao ao tempo € A tensdo, 2 temperatura de 705°C. Cada uma dessas curvas indica a tensio e 0 tempo necessérios para produzir uma certa deformagao. a i = Figura 108 Curves “deformacdovempo" a 705°C para a lige 10 Cr-25 Ni-o Mo. ‘A Figura 1067) representa a relaglo tensfo-temperatura para ts tipos de aco, na base de uma deformagao por fluéncia de 1% em 100.000 horas 1 1 $ 2 | : _| PSs ee . lee ve Ne bee at Figura 106 Relasdo “tensdo-tomperania, pare tes spos de ago baseaa numa dejor- ‘mazto por fludncia de 1% em 100000 horas. Fuinca 105 4 Recuperacio e relaxapio A expressfo “recuperagio” é, como jé se viu, sgeralmente empregada para exprimir a restauracao das propriedades fisices de metais encruados, som que haje visivel mudanga da microestrutura, No fendmeno da fluéncia, « expressfo significe uma certa recuperagao da deformagio, quando © descartega um corpo de prova submetido a uma ‘tenséo de flueneta. A recuperaglo, na fluéncia esti representada na Figura 107168) ‘lato sob caras amostra descaregada racuperaeo alta recuperaro olstica marongs de competent ‘erpe. Figura 107 Recuperepio de deformagéo, apt desearegoment, Nota-se que uma deformaggo plistica relatvamente apreciivel perme rece. A quantidade de deformagio permanente depende do tempo de cargs, dda temperatura e do valor da tensio. A “relaxagio” corresponds a uma queda gradual da tensfo origiraris- mente produzida pela deformacio, apés ter sido aplicada uma quantilade de deformago no material sujeito a fusncia. A. Figura 108'65) itustra o fendmeno para ago de médio carbono, as temperaturas de 300° e $00°C, De certo modo, ¢ importante conhecer como 0 fendmeno prossegue com © tempo. O exemplo seguint» ilustra melhor a matérial®!: ‘Um parafuso pode tornar-se frouxo com o tempo a uma certs tempe- raturty'de modo que 6 convenionte determinar-s© quando ele se tora peri- gosimente frouxo, ou a frequéencia com a qual ele deve ser reapertado ou, finalmente, como’ deve sor apertado inicialmente para evitar 0 isco de afrouxamento, 156 Teenologle Medinica » em Ph = - it £ q a» oe 2 10 TENPO, DIAS, Figura 108 Cures de relvardo nara ope médo carbone. Caras ches pare 300°C: ‘ures rte pare 500°C 5 Conclusses Os dados apresentados mostram claramente a importancia {do fenémena de fluéncia Nos diltimos anos, muitasligas metilicas especiais tem sido desenvolvidas para suportar as condigges de servigo que caracterizam a fluéncia, em com: ponents de avides a jato, turbinas a gés, misieis, foguetes ¢ rextores rnucleares, (© estudo da fluéncia tem sido baseado principalmente em tensoes de tragho. Contudo outros tipos de tenses devem ser considerados como com ressio, dobramento, torgdo, além da presenga de esforgos combinados, como ‘0s que ocorrem em tubulagSes sujeitas a tensSes de tragHo axial ¢ pressoes internas, ou a pressSes internas e dobramento oua press0es interns © tors ceassim em soguida. [A matéria € inexgotavel. A interpretagto dos dados deve ser feita com muito crit, porque os ensaios sfo de longa duragfo exigindo muitas vezes ‘a sua extrapolapio, pelo emprego de tensSes ou temperaturas mais clevadas, 0 ‘que dificulta mais ainda uma avaliagao absolutamente correta das informagbes. obtidas. De qualquer modo, a determinagio das propriedades de fluéncia € cessoncial para uma mais adequada selegio das ligas a serem empregadas @ temperaturas acima da ambiente. RESISTENCIA AO CHOQUE 1 Introdusio 0 “choque” ow “impacto” representa um esforgo de natureza inémica, ov sea, a carga ¢ aplcada repentira e bruscamente ste tipo de esforgo é muito freqiente em miquinese pecas de méq nase pode, eventuaimente, aparece em outros tipos de estrucuss. (© comportamento doi materi sob a agio de cargas inémicas dlifee, normaimente, do sv comportamento quando sujeitos a cargas es ticas, de modo que é muito importante pire o engenheito oestudo ea deter minagao dos efeitos do cheque. choque, mediante a aplicacao repentina de um golpe sobre um corpo, envolve a produgio ¢ a transferéncia de enewia, ou sea, realizase trabalho nas partes que reeebem o golpe. [No mecanismo do choque, portanto, devem ser considerados nfo somente as tensGes produzidas como, igualments, 0 problema de transferéncia, absorgao e dissiparao de energia Esa energia pode ser absorvida por deformacio plastica das partes que recebem o golpe, ou por efeito de histerese nas partes, ou por efeitos de atrito entre as partes ou, finalmente, por efeitos de inércia das partes em movimento, __Normalmente, nas aplicagdes em que pegas, miquinas e estruturas esto sujeitas a esforyos de choque, procura-se eriar condig6es para sbsorgio da 107 168 Tecnologia Mecinica energia tanto quaato possivel por melo de ago clistce ¢ utilizar um meio ‘qualquer pare emortecer¢ dispar ess energi. NNessts aplicagdes, a “resiliéncia”, ou seja, a eapscidade de absorver cenosgia na fase elistica, & uma propriedade signficativa, de modo que os dados de resléncia possiveis de serem determinados em ensaios estiticos so adequados. Por outro lado, certas partes de miquinas, motores ¢ transmissdes de automéveis ete, devem apretentar “tonacidade” sob a agfo dos esforgos de chogue e, neste caso, 0 estudo do comportamento do material sob a ego direte do chogue pode ser muito itil, embore, a rigor, nfo se consiga chegar ume conclusto defiitiva 0 fendmeno de chogue, finalments, origina condigSes, como se verd mais adisnte, pars estudarse 2 diferenga de comportamento de certos metais (que, nas condigoes usuals de tens0es de tragfo, agem como materia dteis, fas que podem felhar de um modo feégil, em fanglo principalmente da temperatura Do que acaba de ser exposto, podese concluir que, embora apresente limitagSes e os resultados obtidos nao sejam totalmente eselarccedores, © “ensaio de tesisténcia to choqus" constitui uma ferramenta itil e necessria, [Nem todos os mateiiais reagem aparentemente do mesmo modo, 20 receber o impacto de uma carga. ‘A tenacidade que, como se sbe, corresponds a quantidade de energia necessiria para provocar a ruptura e que depende fundamentalmente da resistencia € da ductilidade do material, parece ser independente do tipo de carga aplicade. Contudo, a velocidade de aplicagio deisa carga, ou seja, 2 velocidade wegundo a qual a energia € absorvida, pode afetar 0 comports- mento do material. Por exemplo, em alguns agos, embora a tenacidade pareps ser « mesma para cargas estiticas de sragio e cargas dinimicas de impacto procuzides fem amostras sem “entalhe", o trabalho real para produzir a frarura por impacto ¢ aparentemente 25% superior do que o obtide em enssios normals de tra. Por outro lado, a tenacidade obtida em ensaio de choque nto é neces sariamente maior do que a obtids em carregamento estitico, como o exemplo scima ¢4 a entender. De fato, em agos cromo-niquel, a tenacidade por Ampucto ¢ inferior tenacidade por carge estética' 7” ‘Um fator, portanto, a considerar 4 velocidade de aplicagfo de cart [Algons materais6f0 mais sfetados do que outros por Yelocdades de choaue altas e baixas, apresentando uma sensibibdade que ¢ chamada “sensibilidade i velosidade”?), Resistencia ao choque 169 Finalmente, além do efeito da velocdade, ¢ forma da peca pode inftuir considerarcimente na resistencia a0 chogue dos materisis, F por iso que, em buras simples de materials ciel, & nevesstio usar enialhes, para quo a fratum sea produzida com um simple golpe. Ess barras sem entalhe, pela ago do choque, a temperaturas comuns, ndo romperiam, O entalhe promoxe concentragées lnalizadas de tensSes muito elevadas, resultando que 2 mar parte éa energia produzida pela s¢i0 do golpe é sbrorvida numa regfo focdlizeda ds pega, com a conteqiente formaggo ca fratura frie Esse caracteristicn de um material dictil comportarse como material {frdgil quando rompido, na forma de amostra entalhada, é frequentemente chamado “sensibilidade ao entalhe”. Desse modo, § comum verificarse um comporiamento diferente de certos materiais quando submetidos 4 enszios de tragio ou de impacto sob trag4o em corpos de prova ngo entalhados: esses materiais podem apresentar propriedades praticamente idénticas em eniaios estaticos de tragdo ou em enszios de chaque em corpos de prova sem. cenialhes, mas revelam grandes diferengas no que se refere 4 “sensibilidade 0 entalhe”, 2 Enaios de choque 0 principio bisico do enstio & medir @ quantidace Ge energia absorvida por uma amostra do material, quando submetida & ap% de um esforco de chogue de valor conhecido. O enstio de chogue determina, pois, em principio, a tenacidade do material, HA diversas técnicas e equipamentos para determinar © comportemento dos materiais s0b a agdo de choque. E possivel que outros sxjam desenvel- vidos, no decorrer do tempo, dada 2 grande variedade de fatores que afetam ‘© mecanismo de deformagio e ruptura por impacto, tals como composi, relosidade de carge, forma da amostia sob ensaio, temperature ete. © enisio ideal seria o que conseguiriatransmitir tode 1 energia do golpe 10 corpo de provs. Contudo, parte da enerpia & sempre perdida, quer por atrito, quer pela deformedo inevitével da massa que produz 0 golpe, quer pela vibrapdo das virias partes da méquina e assim em seguida. Como, por outro lado, os valores obtidos nos ensaios dependem da forma do compo de prova, fica impossivel compararse resultados com compos Ge prova de forma e entalhes diferentes. Desse modo, € necessiro, nos ensafos de choque, qualquer que seja 2 miquina ou método adotado, sempre especi- ficar-se 0 tipo de corpo de prova que esti sendo submetido a0 ensti. © choque pode ser aplicado sob floxdo, tragio, compressfo ov torsa. ‘© mais comum ¢ sob flexto. O golpe pode ser aplicado pelo emprego de um pero em queds, do um poso em oseilagio ow por intermédio de um volante sirat6rio. 170 Teenologis Meainice (© métogo mals comum para os metas 6 0 do golpe mediante um peso ‘em oszilagio ¢ a méquina correspondente ¢ o “mertelo pendulas”, por inter- smédio dos ensaios de “Charpy” ¢ e “Izod” ‘A Figura 109 apresenta 0 desenho esquemitico de um martelo pendular73), mostader pontero potiefo Figura 109 Desenho equemitico de um mertel peniular pera emaio de choave. ‘Como se vé, 0 péndulo é levado a uma certa posigio onde adquire uma ‘nema iniial. Ao cai, ele encontra, no seu percurso, 0 corpo de provs, que ompe, A sua trajetGria continua até uma certa altura, que corresponde 4 posigdo fina onde adquire uma enerpia final. A diferenga entre as energias inicial © finsl, medidas om kgfim ou kgfam ou kgisam, corresponds 2 energia absorvida pelo material. Esse dado pode ser também representado em Jouks. Resisténca 0 choque 172 ‘A méquina ¢ dotada de uma escala que indica a posieao do péndulo e é calibrads de modo 4 indivar a energia potencial. As méquinas modernas 550 equipadas com instrumentagdo eletrSnica e microprocessador que computa distancia percomide, a energiae outros dados que sejam desejados. Com 0s dados obtides, pode-se construir um gréfico, relacionando carga ‘eenergia em fungfo do tempo. A Figura 110 mostra um grifico desse tipo'??), se ‘eeaiigt ms LM, =n Figura 110 RepresentegSesgrfica dar funpet do chogue, _No ensaio descrito, quanto maior 1 quantidade de energia absorvida, ‘maior a resisténcia ao choque ou maior a tenacidade do material Dos indmeros tipos de corpos de prova secomendados, os mals empre- alos sio 0s tipos “Charpy” e “Izod”, conforme a Figura 111 mostra. © corpo de prova Charpy tem um entalhe tipo “buraco de fechadura; © corpo de prova Izod tem entalhe “em V". No ensaio com corpo de prova Charpy, 0 golpe do péndulo oscilante 6 desferido ma face oposta a0 entalhe. No c4so do ensio 1z0d, 0 golpe ¢ des- ferido no mesmo lado do entahe, como a figura mostra. 172 Teembogia Mectniea Wan hare \Z _ he Cm tipo tao tipo Charpy artelo 20° 7 soneto enn 2mm ya 6mm te eninio Chorpy nig [206 Figuia LIL Corpos de prove mai usador para enaxio de chogue e métodos para pren- eos nas mdquines de ensio Ovire miquina utiizada no enssio de choque 0 ““martelo de queda”, fem que uma massa de conhecida energia cinetica, cal de uma certa altura até a posigio onde estd locaizado o corpo de prova (ou pega, s© 0 enstio puder ser efetuado ditetamente nea). O peso da massa varia de 10 2 200 kg e @ altura pode chegar a 2,5 m; contudo as mais comuns possuem uma altura de queda em tomo de 0,60 m. A quantidade de enexgia que s© consegue nesie equipamento varia normalmente de 400 2 S00 J. Pode-se utilizar nestas miquinas 0 corpo de prova tipo Charpy. ira més “ Srio", tipo “Guillery”, a qual ‘Uma terccira méquina € 0 “yolante girat6rio”, tip a 6 dotada de um eutelo que, quando a maquina atinge 2 velocidade especi- Ficada, é solto e atinge 0 corpo de prova inserido no seu percurso. Finalmente, para ensaio de materiais mais fragels, como ayos para erramentas, emprega-se 0 ensaio de choque por torgio. 'A Figura 11217") ilysira esquematicamente 0 principio do. choque por torsio. Resisténciaao cheque 179 IRECKo Bo movinenTo | ay Figara 112. Representepio exuemitic do principio do choque por torso. ‘Uma exiremidade do corpo de prova ¢ prest numa morsa: outra extre- ‘midade esté engrenada com um cabegote que gira a uma certa velocidade de modo a t6rc84o até romper. A mudanca de velocidade do eabegote gira- ‘6rio é utlizeda para computar a energia absorvida, A forma e as dimensoes do corpo de prova, sobretudo o perfil do ‘entalhe, podem afetar, como jé se mencionou, of resultados, No caso do entalhe, em particular, os dados da Tabela 21 indice como o “aio da maiz” Seam: entalhe “em V" influenciam os valores da resisténcia 20 toque 3 Temperature de ‘transiséo A temperatura tem um efeito multo acen- ‘tuado na resisténcia 20 choque dos metais, a0 contritio do que ocorze na resistencia estatica e ductiidade, pelo menos nas faixas usuais de temperatura. ‘A Figure 113172) mostra 2 natureza geral da variagfo, com a tempe- satura, da energie para ruptura por choque de um metal particular. A figura permite obsewar que, para um metal particular ¢ um determi- nado tipo de ensuio, a fratura ¢ frill, com pequena absorgao de energa, abaixo de uma temperatura ertica. Acima de uma certs temperatura eitica, 4 fraturas, para 0 mesmo metal, tomam-se dicteis, com muite maior absor- fo de encigia do que ocomreu a baixas temperaturas: 174 Teenologia Meainica TABELA 21 DA RAIZ DE UM ENTALHE EM V DE 45° NA tesa & NUrTURA DE UM ACO COM 0.65% DE CARBONO ENERGIA DE RU! Penasco ona “iors te reir vo howe im ~ == ea on % " oa ‘88 t 1 tan sets tle t 4 nude po ree Temper" Figura 113. Narurena de variagdo, com 4 tempeatur, ds enerele pars rupture nos seis de choquede meres “faica situase o que se convencionoa chamar conde o cardter da fratura pode ser mist. faixa de temperatura de Entre essas temperaturas, de temperatura de transigao”, Figura 114073) mostra, para agos, como essa ences oe vate om fara toe Be cab000 Reattine eo ctoque 175 3 m0 Tiel . z aor :™ Pa bo : : Tani : i” 6? i earn iw OAR ” é 038) fof . ° Vest J = Lied ‘so ° 0 100 150, 200 ‘TEMPERATURA, °C. —» Figura 114 Variapio de temperatura pera a enerpia de impacto Ohapy entelhalo em fungao do tor de carbone, Como se v8, nos agosearbono comuns, a temperatura de transi-o pode ser perfeitamente definida para os baixos teores de carbono, A medida que este aumenta, tomese mais dificil essa definigéo, de modo que a determi- nagfo da temperatura de trantigfo fics mait ou menos arbitréria. Por isso, podese tomar como temperatura de transicio 2 correspondente & média de ‘enexgia de impacto. Outro dado que se extrai das curvas é que o aumento do teor de carbono reaulta em diminuigao da méxima energia de choque. EE evidente também que acima da temperatura de transigfo, a ressténcia 420 choque tende a cait, embora lentamente, até que temperaturas relativa- ‘mente clevadas de aproximadamente 600°C sejam atingidas, porque, nesses condigGes, comega a intervir o fendmeno de fluéncia. Num enisio padronizado com entalhe “‘om V", a faixa critica de tem- perature ocorte aparentemente entre 2 temperatura de congelamento ¢ a ‘temperatura ambiente. Para alguns metais, contudo, essa faixa pode esten- er-te a ternperaturas bem inferiores & do congelamento, ‘A temperatura do transigfo varia em fungio de diversos fatores, por exemplo: tamanho de grfo grosseiro, encruamento e impurezas de natureza frégil que tendem a clevar a temperatura de transigao; tamanho de grfo fino 176 Tecnologia Mecinics ¢ tratamentos térmicos que tendem a refinar 2 estrutura e tomar o metal ‘mais duct; a adigdo de certos elementos de liga tende a melhorar a tena- cidade por choqve, mesmo a temperaturas muito baixas. ‘A Figura 115173) mostra, mediante dados experimentais determinados por H. J. FRENCH, a variagfo da temperatura de energia de impacto CHARPY entaltado ov, em outras palavras, as temperaturas de transicao, para agostliga com 0,40% de carbono, temperados ¢ todos revenidos de modo 4 produzir a mesma dureza Rockwell equivalente a 35 RC. ‘o 2 z= 4940 I 19 ; pp re aa] * ie / = ee i ° ° a a eT) ‘TeMreNATURA,&C Figura 115 Variagdo de temperatura de energia de impecto Ourpy euatralo para _agorlige com 040% temperados « reveniéos. Cada ago foi revenilo de mo do ¢ produztr a mesme dureza RC35. Eases dados confirmam que a temperatura de transiglo depende no somente da composicdo como também da estrutura. 4 Conclusoes Os ensaios de choque nos metals apresentam certas Limi- tagbes, como jé se mencionow, principalmente se realizados em miquinas iferentes, porque podem ocorrer variagSes nas quantidades de energia transformadas em vibragdes de componentes das proprias méquinas. 18s porque as velocidades de golpe das massas em movimento pars produzir 0 choque sfo diferentes e, principalmente, porque os corpos de prova 530 diferentes. Retisténcia wo cheque 177 Os fatores que tendem a causar num metal dictl o aparec “fraturafrdgil”s80172); sparecimento de ~ um esado de tenso que mantém as tenses de sihameno valores baixos em relacio a tensbes de tragio; “ ~ uma localizagto da deformasio, devido a presenga de descontinuida- des ou entalhes; ~ uma aplicago muito répida da tensfo (ou alta velocidade de deformagao); ~ temperaturas mais baixas; ~ certos tipos de estruturas e composigoes. {CAPER 381 FADIGA 1 Introdugao Fm pegas € conjuntos de méquinas que estdo sujeites a ‘variagdes das cargas aplicadas, ccomre comumente 0 aparecimento de flutuagdes has tenses originadas. Tais tensSes podem adquirir um tal valor que, ainda {que inferior 3 resist@ncia estética do material, pode Jevar & sua rupture, desde ‘que a aplicagdo das tenstes seja repetida inimeras vezes. [A falha provocada desse modo é denominada “falha por fadiga” _Essasfalhas Seiniciamn em determinados pontos que poderiam sec charmados “origens de tensGes", tais como falhas superficiais ou intemas do material cou mudangas brascas de configuragao geomtrica. Alguns outros fatos ¢ teorias sobre as causas da fadiga serio expostos mais adiante. [A “fadiga” é, pois, um fendimeno que ocorre quando wm membro 508 ensio de uma méquina ou estrutura comega a felhar sob © ago de ama tensdo muito menor que a equivalents A sua resistencia estética, se @ tense € de natureza cicliea ou altervada. Como se sabe, «estrutura metilica 6 constitufda de um conjunto de cristais com orientagies a esmo, Numa pega sob fenso, alguns crstals poder stnsie vido 4 orientagio que { ultrapassar seu limite estco antes que outros, devido 2 orientagdo ve permita o escortegamento de planos cristalogréficas. Essa situagio € agravad: pela aplicseio de esforcos cfclicos ou repetidos. vs Fudge 179 Do mesmo modo, nas mesmas condigoes de existéncia de tens0es cicticas, 4 falha pode ser doride 20 fato ¢a distribuigdo de tonsées de um cristal a ‘outro ndo ser uniforme, Essas anomalias, mais a existéncia dos pontos “origem do tens6es” © ‘outros fatores, desde que aliados & existencla de esforgos alternados e repe- tidot, podem conduzir a formagéo de pequenas fissuras, as quais, com as sucessivas tepetigies das tensSes, se desenvoivem com tempo, a partir os ndcieos onde surgiram, atingindo toda a secyao, AAs falhas por fadiga sfo, por essa razdo, freqlentemente chamadss “faturas progressivas""75), Outro fator que provoca o aparecimento de tensbes altamente localizadas ‘corresponde a mudanga brusea de seegées, como se verd mais adiant>. Riscos superficias, secoSes de roscas, pequenas inchusSes, diminutas bolhas de gis € pecullaridaces semelhantes ou outros tipos de defeitos induzem iguaimente 20 aparecimento de tensBes altamentslocelizadss.- © estudo do fondmeno de fediga € muito importente ne industria rmecinica em geral, porque se admite que cerca de 90%: das rupturas das peges ‘em servigo ocorre por fadige. Podesse dizer que falha por fadign traigoeir, porque ela ocorre sem ‘qualquer aviso previo. A fratura resultante € do tipo frdgil e néo apresenta Geformagio perceptivel A olho nu, a superficie da fratura, que € geralmente noumal & ditegdo da principal tensio de tragio, apresenta uma tegifo macia, devida 8 aga0 de atrito A medida que a fissura se propage através de toda a seceo, ¢ uma rogido éspera correapondente a parte da poze que falhou de modo dictil, ‘quando a sus secgio néo presenta mais suficente resistincia para suportar acarge. Figura 116 Arpecto exquemici de ume faturs por fiz, incl mum canto vivo {etm rego de chevece de ur ea 160 Tecnologia Meciniea ws |A Figura 116 constitui uma representagéo esquemdtica de uma frature por fadiga. No exemplo apresentado, a fratura foj inieiada num canto vivo de um raigo de chaveta de um eixo. © tipo (b) correspond ao “ciclo repetido de tensbes”, em que ambas 28 tens6es sfo de tragao. © tipo (c) corresponds ao “‘ciclo complexo”, como, por excmaplo um ciclo relativo is tens6es que estdo presentes em asis de avibes sujeitos a sobrecargas periGdicas e imprevisivels, devidas.a rajadas de vento. ‘Da figura acima, onde os simbolos representam ‘A-ruptura por fadiga ocorre quando esto presentes: — uma tenséo mixima de traggo de valor suficiontemente elevado; tensfo alternada ou varisvel faixa de tens0es — uma variaglo ou flutuago suficientemente grande dz tensto aplicada; — um aimero sufisiontemente grande de ciclos de tensdes aplicadas. Os tipos gerais de tensdes futuantes tipicas do fendmeno de fedion estio indivados na Figura 117. 0 tipo (@) & chamado “ciclo ée tenses completamente reversivei” ou de forma senoidal; esse tipo de tensies orresponde aproximadamente as tensSes que podem ocosrer nam eixo em qotagdo, a velocidade constante e stm sobrecarga. Nese tipo as tensdes oO, Omi Ee use ee i % 3 i a3 tr i cena t ; ; ne tt Muitas teorlas t#m silo proposias pare explicar o fendmeno de fadige. Os comentérios até agora feitos representam, de certo modo, as opinibes de diversos especialistas no assunto e sfo resultantes de dados obtidos em estudos experimentais. Embors o fendmeno da ruptura por fadiga nfo tenha sido totaimente 3 csclarecido, algunas dedugOes, baseadas principalmente em pesqulsas de 3 Inborat6rio, podem sr feitat75)(76), f Cictox [Aparentemente, antes da fadign, ocorre encruamento. OROWAN admite a ue ezides diminutas e fracas existentes nos metais, oomo inchisses e outras peculiaridades metaldmgicss, podem se constituir em Areas de orientagdo favorivel de escorregamento ou éreas de alta concentragio de tensGes. Estas reas podem ser tratadas como regioes plisticas numa matriz elistica. Desse Pigurs 1s ripicos de rensdes de faliga:(e) tensSer reverstveis: (b) tenshes MT rete mtcrecmo, modo, ciclos repetidos de tensier de amplitude constante promovem um repetidat:(c| tensGes.a erm. 182. Teenobogia Mesinica 1 resultado de um créscimo de tensio e um decréscimo de deformagio, com progressivo eneruamento Tocalizado, OROWAN admite ainda que a defor- regzo pléstca total converge para um valor finito A medida que o ndmero de ciclos de aplicagio do esforro tende para 0 infinito. Esse valor-imite fda deformagio plistica total aumenta & medida que aumenta 2 tensto fpticada no material, A existéncia de um limite de fadiga seria baseada no fato de que, sbaico de uma certa tensdo, a deformagio plistica total nfo pode atingir 0 valor eritco necessirio para romper o material, Contudo. se Pvalor eritico da deformagéo pléstia total for ultrapassado na regio fraca fo material, devido a0 valor da tensfo aplicada, formarse-ia ‘ums Fissura, a ‘qual, criando uma concentragio de tensfo, provoca a formacHo de uma nova fepifo. plistca, em que o proceso & repetido, até que a fssur st Lorna fufisientemente grande para provocar& ruptur Segundo WOOD, o inicio da fratura & geralmente precedido por faixas de escorregamento. O apazecimento dessas faixas lova a um escorregamento mais concentrado ¢ direcional que nos casos de esforgos normais. Produz nda um efeto de movimentagio em grupo de dscordincias, em planos Sdjacentes e nas proximidades da superficie do material. Resultam os fend- nenos indicados na Figura 118, ou seja, as faixes de escomregsmento sfo produzidas por uma sstemstica formapéo de finos movimentos que cor Fespondem 2 dimensdes da ordem de 107 em ¢ no de degraus de 10°* ¢ 10 can observados em movimentos de escorregamento Sob a agdo de carga cestitica. 0 devido 4 acio 'A Figura 118 mostra, na parte (a), 0 escorregamento dé cstivea, A fadiga, mediante morimentos de escorrgamento de vai, pode formar reentrincias (intrusOes de faixas de escorregamento) — parte {b) — ou salincias (extrusOes de faixas de escorregamento) — parte (ch —— =, ha fs Zt fiewa 18 Conceto de WOOD sobre as mires qu le «fst Ft Jolene ers) deforma ot fe oe te 3” sf. tern (nade) (0) derma or fous Gute ia occa por ste corer. Fete 183 Tal mecanismo possbilita a acomotagfo de aprecidvel total deformazo sem causar encruamento sensivl ‘Assim, 0 coneeito de WOOD, de certo modo elimina « idéia de que a falha por fadiga exige encruamento Iocalizado; confirma a hipétese de que 4 fadiga se inicia em regides superficiis provocadas por intrusses ¢ extrusbes e fatxas de escorregamento. Aparentemente, portanto, a falha comeca como um fendmeno de cisalhamento, Aceito esse fato, explicarse-ia 4, proporcionalmente maior rosisténcis & fadign sob tragio ou compress do que s0b torglo, porque 4 intensidade das tens6es de cisalhamento sob trago ou compressio & numericamente inferior & ds tensfo principal. ‘Um esforgo de tracdo facilita 0 desenvolvimento de uma fratura por cisalhamento; um esforgo de compressio o atrasa. Em outras palavras, uma ver iniciada uma fissura, um esforeo de traglo acelera 0 proceiso de sua propagaréo, 0 passo que a compressto 0 atrasa. Finalmente, qualquer fator que tenca a aumentar a intensidade des tensGes, ou seja, ocasione conoentiapdes clevadas de tensGes, diminuiré a rosisténcia a fadiga do material. A influSncia ¢ mais sensivel quando a ‘mudanga de forma ou alteragfo de secgdo das pecas leva & formago de cantos vivos, saléneias ou reentréncias ei. Essa clevada concentragéo de tensves pode ser causida igualmente por descontinuidades estruturais internas, tais como fissuras internas, impurezas do metélicas frégeis, fases diferentes, estruturas de fase simples com conter- ‘nos de gro fracos ou com tamanho de grao muito irregular etc. 2 Ensaios de fadiga 0 principio dos enstios consiste em submeter-te uma série de corpos de prove a cargas decrescentes, de valor conhecido, que produzam tensSes eiclices ou alternadas e que podem levar & ruptura do ‘material, depois de um certo tempo. No enstio de fadiga, pode-se determinar dois valores: — limite de fadiga, que corresponde a tensdo abeixo da qual uma carga pode ser aplicada repetidamente e por tempo indefinida sem que se produza ruptura; — resistencia @ fadiga, que corresponde a tenséo para a qual o material falha ep6s um certo nimero de cicios de aplicagdo da carge. ‘As miiquinas empregadas nos enssios podem ser classficadas de acordo como tipo de tenses produzidas da seguints maneira(77); 184 Teenovogla Mestner. — méquines para ciclos de tensGes axins (tragdo-compressio), = méquinas para ciclos de tensbes de flexio (dobramento rotativo); ‘méquinas para ciclos torcionais de cisalhamento; — méquinas para tensses sxiais, de flexdo ou torcionals de cisalhamento ‘ou combinagbes dela ‘Alguns exemplos de condighes diferentes de cartegamento estio esque- maticamente indicados na Figura 119(7®?, a1) Alunascontgenoesenprgeas em crab de fale: cage sine. Fe ire moments edobranete cc em Grea dexteniate fs, (2) ore ipl am gus ocr am nomen conte ell Ra Se Central (e)trapao pulsadora ou carga axial repSo-compressio. es na |A pute (a) da figura representa a splicagdo de uma carga simp! cexiremilade do sorpo de prova mantdo em balango. Ness. configura, ° momento de dobramento aumenta & medida que aumenta e distincia do polo em que a cage é apliceds. A falha ocorre no filete que liga a sec ‘mais fina 4 maior. ‘A paste (6) representa a aplicagzo de uma carga dupla, de modo que #¢ origina um momento constante a secqdo estrets do corpo de prova e de prova 80 Essas configuragsies de aplicagio de carga ¢ de corpos do pr recomendadas pa determin ae cratriatiens do fadga de components mecinicos rujeitos a cargas rtativas simples. Fade 185 Para simular condigdes de servigo que envolvam carregamento direto, quando a tensfo média é uma importante varivel, ecomenda-se 0 emprego Ge corpos de prova caregados na direcéo axial, como esti indicado na parte (¢) da Figura 119. f este 0 caso de carga em ase de avido, em que as tenses flutuantes se superpéem em ambat as tensbes médias de traczo (pelicula inferior da asa) e de compressso (pelicula superior da ast). ‘As méquinas para ensaio ée fadiga devem dispor de mecanismos de apllcagao © medida da caiga, assim como de um contador para medir € registrar o mtimero de ciclos aplicadot. Devem possuir igualmente um ispositivo que deslique automaticemente 0 contador quando 0 corpo de prova romper. © tipo tradicional de ensaio de fadiga correspond 20 sistema desen- solvido por WOHLER de dobramento ou floxfo rotativa, em que 0 corpo Ge prova & mantido preso apenas numa de suas extremidades, a outra ficando cm balango ou com ambas as extremidades apoiadas em suportes especiais. No primeiro caso, cazregaso a exiremidade em balango; no segundo caso, @ ‘carga € feita por intermé 1 <|-iz onde = momento fletor = P*L carga aplicada distancia entre 0 exo do peso da carga e 0 plano central do compo de prova ‘momento de inéroia da seccfo cistancia da fibra extemna 2 fbra newtre interna 'A. carga inicial aplicada nao deve ser menor do que a nevessiria para desenvolver uma tenséo equivalente a 3/4 da resisténcia &tragdo do material. ‘A tensio aplicada na secedo cxftica do corpo de prova caloulada a partir da carga useda, utilizando a formula simples da viga. [A velocilade de rotagio, ou sejs, a freqiés sgeralmente varia de $00 a 10,000 rpm(80), © processo ¢ repetido para cada tipo de carga e tensfo resultante; cada corpo de prova é, pois, sujeito a tensties decrescentes at a sua rupture ou aié que se tenha atingido um nimero especificado de ciclos de eplicagao da carge. ‘Vorifica-se que, & medida que 4 tensfo é diminu‘da, o tempo decorrido sumenta; chega-se, assim, a uma tenslo pare a qual, se 0 esforgo ciclico for repetido um ndmero infinitamente grande de vezes, 0 corpo de prova nfo rompe. ‘A tensto correspondente 6 chamada “limite de fadiga”. Colocando em gréfico o ndmero de ciclos, em escala log ia de aplicagio da tensio ftmsica nas abscissas © a8 tensSes em ordenadas, chegase aos conhecidos diagramas SIN'", cujo aspecto é mostrado na Figura 121. Nota-se como é facil deter- minar 0 limite de fadiga, o qual corresponde & tensfo para a qual a curve SNtomsse horizontal. Fadia 187 Torso, kat iam? Pe ellos (ees toga fica) Figura 121 Curva SN de figs. © nimero do ciclos & especificado para cada material, de modo a no st prolongar demasiadamente 0 ensaio. Para 1¢0s, por exemplo, ensaiados ‘a9 at, 08 ciclo escolhidos se situam entre 10.108 e 20.10°(80), ‘A rigor, entre as liges metilicas, os agos de beixo carbono tém um limite do fediga mais ou menos definido, ou seja, 0 aspecto da curva SN 60a Figura 121. Comportamento semelhante é encontrado om algumas ligas de aluminio cenvelhecidas por precipitacto, certas ligas de titénio e de magnésio‘®!) Na maioria dos metsis © ligas, entretanto, a curva SN cai constante- mente, embora com inclinaglo decrescente, até atingir um elevado nimero de ciclos (10™, um dos mais altos aplicados em experiéncias de laborat6rio). Nao hi, portanto, para esses materiais, um limite de fadiga definido. Nels, especitcase a “restencia 4 fed”, para um determizago mimero de cictos(®, Alem do sistema mencionado de determinaggo da fadige, existem {ndimoros outros sistemas assim como méquinss. ‘Um desses outros tipos de niquinas esté representado na Pigura 1221771, Come se vi, a manivela de curso 6 ajustével e controla a carga, a qual € ‘trangmitida ao corpo de prova por intermédio da viga de transmissfo. Para eda ensaio, o ajuste & constante e a carga tobre a corpo de prova é medida por deflexéo da viga de transmissdo. © prato fixo regula, através de um 188 Tecnologia Meatntea etl rt Fgura 122 Méguine do amplitude contante por ensro de fade ‘mecanismo hidréulioo oa de parafwos, 2 précarga estética. As placas de flexfo previnem qualquer movimento transversal do prato vibratorio, de ‘modo o assegurar um movimento sinusoidal num nico plano. [Néo cabe, dentro dos objetivos desta obra, fazer uma descrigfo de todos (0 tipos de miquinas desenvolvides no sentido de estudar 0 fendmeno de fadiga dos metas. Desde que a fadize foi detectada como uma das mais mportentes causas de ruptura de componentes mecinicos om servigo, 0 estado do fendmeno tom sido objeto de muitos trabalhos ¢ pesquisas, 0 que esté, aiés, comprovado pela farta literatura existente. Dess: modo, seria de se esperar que constantemente se desenvolvam novos sistemas ¢ processos para avaliar 0 comportamento i fadiga dos metais. Na verdade, como em qualquer outro método de determinagdo de propriodades mecénicas para controle de qualidade, 0 ideal seria medir se cesss propriedades utilizando-se pesas reais, em ligat de amostras ou corpos de prova especialmente confeczionadcs. [No caso da fadiga, isto tem sido feito em alguns componentes de ‘miquinas¢ veicalos, como molas, amortevedores ete. [Na maioria das vezes, contudo, so utilizadas apenas amostras c, dade 4 grande complexidade do fendmeno de fadige, diferentes sistemas de aplicagio de cargas, assim como corpos de prova de formas diversas. Geraimente 0 grifica SN representa apenas uma curva aproximada que pode, inclusive, afastarse muito do comportamento real do material, Pore avaliar a resisténcia ou o limite de fadige mais precisamente, introduziuse Radin 189 © procedimento estat(stivo, relativo aos resultados obtidos em ensaios de um doterminado mimero do corpos de prova, sob uma sério de niveis do tenses devidamente escothidos Assim, se para cada nfvel de tensdo, com um nimero suficiente de pontos representativos dos valores obtidos nos ensaios, se construir um grifico onde, em ordenadss, é langado 0 nimero de corpos de prova que falharam e em abscisses (em escala logaritmica) 0 niimero de cicos, 0 resultado & a curva de distrfbulgd0 normal, mostrada na Figura 123°®2), ek } Loa GS 80 65 70 18 Be as Bo Figura 123. Cura de isiribupdo da vida por fadtiga. A partir dos dados obtidos nessa figura, podese construir um outro arifico onde familiss de curvas SN sfo trapadas, para diversas probabilidades de ruptura. O aspecto desse novo gréfico est4 representado na Figura 124422). j 108 108 eC) ‘loot n (2 09) para rupture Piguat24 Relapce “veuténcs 3 fatiea silos" por diversas pobebtidaes de fll. 190 Tecnologia Mesinica [No figura, « curva média P ~ 0,50 representa o valor médio da vida por fadiga, para cada nivel de tensfo. Isso significa que cada umas curvas'repre- senta uma probabilidade especificada de fratura. Por exemplo, para uma tensfo mixima de 280 MPa (28 khg/mm?) 1% dos corpos de prova romperia com um miimero de ciclos entre 10° € 10° e 50% romperiam com um mimero de ciclos superior a 10°. Em outras palavas, a representacao do fenomeno de fadiga, sob o ponto de vista quantitativo, nfo pode ser feita por intexmédio apenas de valores isolados. A relagio S.N deve ser considerada como uma familia de cumvas, cada uma das quais comresponde a uma certa probabilidade P de ruptura 2.1 Compos de prova para enssio de fadiga Sto inimeros, como jé f01 mencionado, os tipos de corpos de prova empregados nos enstios de fadiga 7901831100, ‘A maior parte compreende os tipos em que se procura evitar fatores concentradores de tensio, tais como mudangas bruscas de forma, entalhes, filetes agudos, rasgos de chavets, roscas, orficios e peculiaridades semelhan tes, que dao origem a altas tensoes localizacas. Contudo, slgumas vezes se colocam propositadamente certas dessas pecularidades, como entalhes, exatamente com objetivo de criar condi- ‘gees de concentrasio de tensSes, de modo a estudar sua infleéncia no comportamento i fadiga dos metais. O termo frequentemente empregado pra defini esiacondigio ¢ “sensibiidade ao ental” ‘As vantagens de tais corpos de prova entalhados reside no fato de que (8 fatores de concentrapio de tensSes nfo podem ser evitados em pecas dde méquinas e, em alguns casos, metais que mostram uma resistencia’ fadige ‘moderada, deierminada em corpos de prova sem entalhes, mss com baixs sensibilidade ao entalhe, sio mais aconselhiveis do que metais com ressiéncia 2 fadiga maior, detemminada em corpos de prova sem entalhe, mas com alta sensibilidade a fatores de concentragio de tens6es. ‘Alguns tipos de corpos de prova empregados nos ensaios de fadiga dos ‘metais estdo indicados na Figura 125. 3 Fatores que influem na resisténcia 4 fadign dos metais Os ensaios de laboratorio realizados com 0 objetivo de determinar o comportamento dos metas a esforgos que produzam fadiga tém inimeras limitagSes, embora postam predizar aquele comportamento, tomadas as devidas cautelas. Alm dos fatores ja mencionados, podem influenciar os resultados fatores como as condigSes de aplicagio da freqiéncia, « temperatura, acabamento ¢ prote;o superficial, meio ambiente e infmeros outros. Serfo discutidos alguns aspectos ligados 2 esses fatores, considerando-se «sua influencia, separadamente, em enstios de laboratSrio, Fata 191 ‘compe de prova Schenck pare ansio de fexdo ovatve corpo de prove’Scharck para flex plana corpo de prove Schenck de toreto Figura 125 _Alguns ipor de corpos de prora pare nse de fudge 3.1. Efeito da composigao e das condigBes de fabricagdo 0 limite de fadign depende da composi¢ao, da estrutura granular, das condig6es de con- formasio meciinica, do tratamento térmico etc. dos metals. A Figura 126!®0) ‘mostra os resultados obtitos para virios materiis. A Tabela 2218) presenta 0 limite de fadiga de algumas ligas, em dife- entes condigdes de fabricacdo. Esté igualmente indicala a resisténcia & tracHo, de modo a poder estabelocer a relagzo entre as dust proprieda relaggo essa chamada “relagao fadiga”. a 7 192 Teenologts Medica Ratagio de tedige 60-61 N, wnpero on eo) 1 da silespwargtareesatos) igura 126 Curves SN tlpioes para metit sob renado de flexdo verersivel Como se verifica, nos egos a relagdo de fadiga varia de 0,40 a 0,50 mais | fou menos, ao passo que nas igas ndo-ferroses 6 sempre inferior a aproxime- | damonte 0,30. Do mesmo modo, o tratamento térmico adequado aumenta nao somen'e 2 resiténcia estitiea, como também o limite de fadiga, principalments nas lias feroses, © encruamento dos agos dices sumenta o limite de fadiga na mesma proporgdo que a resistencia & taglo, 0 que nem sempre ocorre com as ligas nto-ferross. 3.2 Efeito da freqiséncia da fensio cfdlica Este fator vein sendo objeto de constantes estudos, principalmente devido & tendéncia de aumentar-se ts velocidades das diversas méquinas empregadas no estudo do fendmenc de fadiga | paren eerticeae | . ; < E ’ < |elé zip i 8 |: 2 |§l, 5 é 3 % g a i i $3 |: ‘nota:@- indica que o corps e proven romps a 3 < Q 3 = 8 e = Ligas meric: NOTA. mite de facia fo! determinaco por Intermedia de ensao de texdo rotaiva |AgD SAE 2361 90 Ni tmperaco 194 Teena Meainica Entre os estudiosos que se tém dedicado ao assunto podem ser mencio- nados'®0): REYNOLDS, HOPKINSON, EDEN. HAIGH, JENKIN, MOORE, KROUSE, KORBER, HEMPEL¢ inimeros outros. Estudos de KORBER ¢ HEMPEL em tensio direta 2 450 ciclos/min. ¢a 26.000 ciclos/min. indicaram, para virios tipos de ago ao cartono ¢ de baixo teor em liga que de 450 a 26.000 ciclos houve um acréssimo da ressténcia A fadiga varidvel de 2 a 16%, com uma excer¥o, em que ovorrew uma ligeira queda. Para freqiénciss muito elevadas, JENKIN? realicou ensaios em fios de cobre, ferro Armeo e ago, com freqiiéncias até 120,000 ciclos por minuto. Notowse aperas ligeiro aumento do limite de fadiga. Com freqiiéncias ainda ‘mais elevadas, até cerca de um milhdo de ciclos por minuto, aciéscimos adicionais do limite de fadigs, em dobramento simples, também foram observados. Outro fato observado, nos virios estudos realizados, diz respeito ao modo da ovorréncia da fratura: em agos de balxo carbono, hd indfcios que ppara freqiéncias muito clevadas, a fratura muda de normal transcristaline para intercrstalin E preciso lembrar que o método de enssio pode influir nesses resultodos. Néo se tem uma explicegio muito clara ow precise das razSes dessa influéncia da freqiéncia: aparentemente, freqiéncias paulatinamente mais elevadss provocam um aumento do atrito interno do material, o que causaria. ‘maior resistncia & deformagio!®®, 3.3 Efeito da temperatura No caso de baixss temperaturas, experien- clas realizadas com a liga Morel, ag0s inoxiddves eagos com 3,5% de nfquel, levaram conclusio de que a resisténcis & fediga nfo 6 apreciavelmente afetada a temperaturas até —40°C1®0), ‘A Figura 127180! mostra o efeito da temperatura na resistencia & fadiga fe também na resistencia A fluéncia e resisténcia a tracio de um aco-carbono com 0,17% carbono. 0 grificotragado permite ver que o limite de fadiga ea resistencia &tragso do material fo propriedades que se relacionam diretamente, Nota-se ainda que até uma temperatura de aproximadamente 380°C, © limite de fadiga é menor que a resistnca i fluéncia, o que significa que entre 1 temperatura ambiente ¢ cercade 380°C, a ressténcia A fadiga ¢ mais impor- tante para o engenhelro que a resisténcia 4 fluéncla Comportamento idéntico € notado em ajos de alto teor em liga, para Fadige 195 Tens, kat hom? 2 100 200-300 400» 500600 Tempererre, °C Figura 127 feito de temperatures elevaias na reritincia& fadige « & flutnete de wm (50.com 0,178 C Experiéncias de MOORE com ferro fundido mostraram um comports- mento diferente), A resistencia & tragdo de um determinado ferro fundido, sob agto de carga estitica prolongada durante 12.a72 horas, caiu de 310 MPa (21 kgf/mm?) a 15°C para cerca de 44 MPa (4.4 kgf/mm?) a 705°C, en- quanto o limite de fadiga caiu apenas de 84 MPa (8,4 kgfjmm?) para 52 MPa (5,2 kgf/mm?), dentro das mesmasalteragSes de temperatura. Iso pods signficar que a resisiéncia 4 fadiga do ferro fundido a alts temperatures supera a ressténcia a tragto a essas temperaturas e que a perda e resistencia 4 fadiga devido a acréscimo de temperatura & menor no ferro fundido que no ago, 34 Efelto das dimensOes elas experiencias realizadas por diversos petquisadores - MOORE, LYON, ALLEMAN, FAULHABER, PETERSON, HORGER e outros(®) — nfo se tem ums conclusio precisa do efeito das imensGes na resistencia a fadiga de pecas ou corpos de prova de secgoes planas, Apesar disso, ndo se pode descartar a hipotese de que haja um efeito das dimensses das pegas sobre 2 fadiga em dobramento eiclico © em torgl0 cfctica 195 Teewlogia Meoinice A Fgora 128180) constitui uma tentativa de representar 0 feito ‘dimensional na torgdo e dobramento ciclivos. Figur 128 Ejeito do tamenke sobre ogradiente de tensio em dobramento, Note-se que pare ume mesma tensfo maxima o,, 0 gradiente de tensfo £é mais acentuado para a amostra menor do que para a maior. _As amostras sfo admitidas como sendo confeccionadas com 0 mesmo ago, nas mesmas condigbes de fabricaydo, de modo a produzir tamarho de ‘gio idéntico nas duas emostras. Nessas condigbes, a tensio média por grdo maior para a amostra maior do que para a menor. Como resultado, poder se-ia conciuir que # resisténcia 2 fadige em dobramento ciclico everis diminuir como tamanho da amostra. 0 mesmo raciocinio poderia ser aplicado no caso da torgao ciciica. 3.5 Efeito da forma A forma é um fator critico © melhor definido. Critioo, porque a resisténcia a fadiga € apreciavelmente e sem dévidas afe- tada por descontinuidades nas pegas; melhor definido, porque os dados cexperimentais levam a conclusSes precitas |A Figura 129180) demonstra esquematicamente como descontinuidades nas bordas de orificios podem desenvolver uma distribules0 ng0 uniforme de tenses, [Nessas bordas verifica-se uma concentragao maior de tenstes que + tomam pontos de infeio do fendmeno de fadiga, quando a peca ficar sujeita a esforgos ciclcos ou altemados. Fadia 197 to 20 30 40 o i Figure 129 Concentragdo de tenxdes nz borda de um fire eliptico a); na Borda de wm fur eirculer (2). ‘A parte (2) da figura mostra 0 efelto de um orffeio elipico no gradiente de tensdes ea parte (b) da figura, 0 efeito de um orificio redondo. ‘A mesma distribuigfo nfo uniforme de tens6es ¢ consegiiente clevade concentragio de tensSes ocorre nos pontos de mudanca de secgSes; 2 ine fluéncia serd tanto maior quanto mais abruptamente a secyao muda. ‘A Tabela 23°90 apresenta o resultado de experiéncias de MOORE fem aposearbono com 0,49% C, em corpos de prova com virias rlagée: de “raio de concordandia r” pare ““didmetro de barra d”, entendendose por raio de concordancia 0 raio da curva de concordincia entre duas secgGes diferentes. [A telegfo entre o limite de fadiga da amostra normal (cujo limite de fadiga € 34,3 kgf/mm?) e da amostra entalhada é chamada “fetor de redugdo da resistencia”. ‘A Tabela 24°89) mostra o efeito de um orficio transversal. Os resultados foram obtidos igualmente por MOORE, em cinco agos diferentes, empre: gando a téenica de dobramento rotativo em amostras de 7,6 mm de didmetro com um orificio transversal de 1,4 mm de didmetro a técnica de dobra- ‘mento simples em amostras retangulares de 50 mm de largura ligadas a uma mostra de 12,7 mm de largura por intermédio de uma concordncia com raio de curvature correspondente a 3,175 mm possulndo um orificio eixcular no centro da szegio, Um fato para o qual se deve chamar a atengio é que em alguns casos @ queda da resisténcia 4 fadiga foi muito menor do que se poderia deduzir teoricamente, TABELA 23 EFEITO DA CONCENTRAGAO DE TENSOES SOBRE O LIMITE DE FADIGA EM DOBRAMENTO ROTATIVO EFEITO DA CONCENTRAGAO DE TENSOES SOBRE A RESISTENCIA A FADIGA DEVIDA A PRESENCA mie de fain Dismetro do o age ‘cope de prove Palacio mm a | MPa | kat fmm? s Obtervacies 7260 38 us | oa. Sem soncertragso ce tenstes 4 as | saz | 332 3 concentragio de vonsses 635 os | a2 | a2 8 ‘ern o o | te | 158 tern 6.985 ontateamy | 0 1s [138 a om TABELA24 DE FUROS TRANSVERSAIS EM DOBRAMENTO ROTATIVO & DOBRAMENTO SIMPLES Limite de figs am Limite de faign em | Limite doresitincia obramem rotatio dobramerte Sword Motaral Condicio Mee tatimm? | ma | gti? | mPa | ktm? aoc | mmorifice | 182 182 168 207 87 comoiifico | 9 aA 40 Asoo | wmorificin | 231 2A 228 508 504 com oriticio - - 169 awiac | wmoriticio | 960 35,0 225 206 820 220 comoritice = S 280 200 Aco39%Ni | smoriticio | 448 ae 309 398 226 26 comoriticio = 63 ms Aronecr semoritico | 476 ane 318 m8 96 comoritieo | = = 360 38.0 961 sopupooyy mBoqensa4, emp 661 200 Teenobgla Meainlea Estudos experimentais indicaram a mesma tendéncia, ou seja, queda de resistincia & fadiga em menor grau devido a presenca dessas descontinuidades fem mostras de ferro fundido e ligas nfo-ferrosas, do que se esperava por dedugoes tebticas. 3.6 Bfeito das condigdes superficisis ©THOMAS!®0) realizou estudos nesse sentida, em ago com 0,33% de carbono, no estado normalizado, cujos resultados estio resumidos na Tabela 25, onde est20 indicadas as condigGes, de acabamento, representadas pola profundidade de irregularidade p © 0 rio do fundo % TABELA 25 REDUCAO DO LIMITE DE FADIGA DE UM ACO COM 033% C EM CONSEQUENGIA DE VARIOS ACABAMENTOS DE USINAGEM Profundisede da lerqularidade Reacie | Reducio do limite ‘Acsbamen — pir be figs, % Torneado ‘00832 0.32 12 urea grossa 0216 200 19 Lima bsstnrda 138, 08:10 14 Lima tino oor2 10. 18 Esme grosso gore 08 e Esme fino 0x8 maior que 1 23 etic ‘0061 7 4 Riscos acidemae | 0,031-,020 0818 16 grifico da Figura 130 mostra o efeito das condigSes da superficie sobre o limite de fadiga de diversos tipos de ago. Os dados que permitiram agar o grafico estdo representados na Tabela 26 ¢ forem obtidos em ensaio de dobramento rotativo. 37 Efeito do tratamento superficial Varios métodos vem send utilizados para melhorar a resistencia a fadiga dos metais. Entre eles des- tacamse oF tratamentos superficiais, cujos objetivos inicisis, como 6 do ‘conkesimento geral, sfo aumentar a dureza ¢ a resistencia a0 desaste superficiais, Como conseqiéncia das tensSes de compressio que esses tratzmentos introduzem nas peras aisim tratadas, a resistencia a fadign € melhorada igualmente \ 2 ors 1 1 iperda de rosisi@rcla 3 3 ‘Haig cin specs 5 | —— ‘usin 5 ois 70 140 20 Reisdncia dtrapio, bigtime? Figara 130 Resiséncie 6 fadige desuperflete usinedes ndo usinadas TABELA 26 EFEITO DE SUPERFICIES NAO USINADAS SOBRE © LIMITE DE FADIGA DE AGOS Cea ance nea i Denes | irae] — Fe ws] same: | 2t|_“voime’ |e or [wml fa | Sa? nooawe| | aa] i= [w]e | m| ma ABoame | fo) ro | tae [ao | de | an| Bo Aesew | ws| xs | ae Jaw | as | aw| one ASucc | vess| os | Seo Jom | aa | S| S19 AeNrcew| Z| nia | 00 [ro | tse | rm] m0 Esses tratamentos superfcias podem ser dividides em dois grupos: os que envolrem modificagdes quimicas ou metalixgicas, tsis como cemen: tagfo, nittetaglo e enduresimento por shama ou por indugio e 0s que envolvem modificapbes estruturais superficiais, tas como encrusmento, jacto-peroussto ets. ‘A Tabela 27180) apresenta 0 efeito da cemontagio sobre o limite de fadiga de agos tipicos de cementagao, Faden 203 202 Tecnologia Meatnica Os resultados, devidos a estudos de WOODVINE, s80 relativos a ensaio de dobramento rotativo. Um dos inconvenientes do tratamento de cemen taglo, com 0 objetivo de aumentar a resisténcia a fadiga dos 2p0s est relacionado com 0 fato de que, a vezes, ovorre empenamento das pecas cementadas, em virtude da témpera subseqiente, Hi, pois, nevessidade de ” ‘Proceder-se a uma operagdo de endireitamento, a qual pode causar fissuras fle o¢ 8 ¢ 8 @ imperceptieis na camala cementada, com a consequente ¢ inevtivel 33/3|~ ™ concentrasio de tensdes. rd Por isso, « nitretaglo & 0 proceso de tratamento superficial mals efi 2 |? - Gente € preferdo. A rttetagao, slim de ser levada a efeito a temperatures g gig 8 8 € & 8 fens alsa iy canons, 9) was Gene utes, ae oe 2 © tisco de empenamento. Alm dio, o proces resulta cin maior porcen, w tagem de aumento da resstancia &fedign de pecas entalhadas ou com Secges $ x clferentes,unidas por curvas de concordancia = |i /i/s g z LESSELLS © PETERSON), em corpos de prova de uma polegada = |igla|? 8 de wogtn. ett (coo. downke). caqunestiioo Ga, ions canal rae 4 t indicado na Figura 131 de ago NiCrMo, com 260 de dures Brinell no alge Ilo submetdos a enalo de dobrament rota, btveran es eas 5 if < ‘que esto indicados na Tabela 28. 3 |a|8 8 5 goa 4 s 3 ‘ ze al a 5 rT lies. ives i en - 8 i ills TH ily aa El —T 8 BEE RHP GHG + j zg { | ao! - é auberve | mola 5 tw treanicomormacione rose z |i 8 abe os «es e | 4s & 3 Tipo dearo 15K ¢ arse ame 238% Ni Figura 131 Pure central das barrs urBizadas no ens de dobremento rotetivo de fadiea 204 Teenobogia Meatnica Fadien 205 Notise a grande melhors provocada pela nitretagio na barra (b), ou seja, com filete que produz concentragio de tensio, Ne barra (a), a melhora ndo foi tao sensivel, porque nela a distribuigho das tensbes é mais uniforme. Fess ‘A nitrotagdo liquide ou em banho de sal produz, aparentemente resu- a / | F882 tades mas satbfat6ris ainda, como a Figura 132°) compra, pore a 4 camada ¢ ligeiramente mais espessa ¢ contém, além do nitrogénio, carbono, sF-7__— o primeio predominando 2 #) S83 g g te f]ases 8 leit} 3 |3*|elecce } 6 Babe i a i 6 ® i Fy ¢ ¢ a § 2 Bale i I i 5 E 2 ° aie Figura 132° Ejeito da nitretagdo liquida sobre o limite de fadisa de ego com 0.15% 2 8 CA ‘camabese comeponeaapo nde ttedo 0 qual abmciio came = ; de 25 haf? rompes depotsde 10 mies de fete alternates at 8 siligi: (UI corresponde a aco nitretado a 600°C. 30 min ¢ exfriado em salmoure 2 8 8 1 curva (2) 4 60 nitretado « 570°C, 90 min e exfriado em benho de sal 3 3 sures (3) «ago nireado a 570°C 90 min e extao oo ata curve (4) g {1c mitre «379°C mine ead em sinoure O efrianunio om ab < Ioana epireniretapo, sven 5 ‘A Figura 133189) explica, de certo modo, os motivos porque a nitreta 2 4 — go melhora a resistencia 4 fadiga, mediante uma melhor distribuigo é ae (hrtt das tonsbex, e 3 5 a i a bean gs “age 3 i 183 Bette de mitrerspfo sobre « dberibuindo de tenses resutendo em me. tore da resaéncte 3 falioa 205 —Teenologia Mecinice Como nas superficies endurecidzs por nitretapo (assim como por ccementaglo), as falhas ocorrem sempre abaixo da superficie, na jungao entre 8 camada endurccida © 0 nicleo podese extrair da figura 2 seguinte equagio 1 (ous = sy onde (oly = aumento do limite de fadiga devido & nitretagto 5 = ospessura da camads nitretada or = limite de fadiga do material do nicleo ara 0 caso particular das barras com filete (ou seja, com concentragéo, de vensio), da Tabela 28, tease: a=r 5 = 0025" (o,), = 1/19 ou 53%. © teatamento mecénico de jacto percussfo consists em submeterse 4s superficies metilicas 2 uma corrente, sob pressio e a alta velocidace, ce {urinulos de ago 0 outro material de alta dureza. O resultado dese tipo de Hombardeamento sobre a superficie metilica consiste na formacio de pequenss ¢ arredondadas depresses, que causum como que win estiramento radial da supezfiie, com sonseqionte daformasio plistice desta no momento do contatol®6) Esse feito se estende até pouco absino da superficie a uma profun- didade que chega 2 0:25 mm. Abaixo dessa camada deformada © metal no est4 deformado plasticamente. Os golpes dos grénulos sto seguidos de rebotes da superficie para que se restabelega 0 equilibrio; nesse estado de equil:io, a superficie metélica std sob compressio residual, paralela & supericie, ao passo que o metal debaixo dela etd sob tragio. ‘As tensGes superficiais de compressio podem ser vitias vezes maiores que as de tragfo ¢ las atuam no sentido de compensar ou contrabalangar tuma tersZo de traglo como a que é imposta por um esforgo de dabramento, 0 que methora apreciavelmente o limite de fadiga, Por outro lado, operagDes de sétificagao ou de tratamento unico afetam a disribuigdo das tonsbes na superficie metdlica. jacto-pereustf0, Fala 207 além dos efeitos acime exposios, atua no sentido de melhorar a distribuigdo esas tensdes, eliminando possreis causas de acelerarao do fendmeno de fadiga. Finalmente, foi comprovado experimentalmente que 0 processo ¢ muito cficaz na redugio do ofeito perniciogo de concontragéo de tenses causadas por iletes, entahes, defeitos superfciais, descarbonetacio superficial ete. 0 tratamento jacto peroussfo 6 muito emprogado em molas helicoidas aternaco de 50 MPa 250250 Idem, idem, porém sob estorgo altemado de 60 NPA 220 | 220 dorm, idem, porém sob estorgo alterado de 80 MPa 10 190 30 de Tadiga Sob @ comosdo em dgue poldvel 0 10 s revestimentas de zinco ¢ ciddmio sobre o ago e os revestimentor de alumfaio em algumas ligas de ferro mostraram-se eficientes em muitas spli- ‘cagées em que ocorre simullaneamente corrosio ¢ fadiga, Contudo, em ensaios de faciga realizados ao as, tais rovestimentos podem ocasionar até um efeito ccontrério, ou seja, uma queda da resisténcia a fadiga®™) 5 Resumindo: nitretagio € um dos meios mais eficazes de tratamento ficial para reduair a corrostio por fadiga, Alguns inibidores de corrosdo igualmente atuam eficientemente. Final mente, na corrosio por fadiga, é essoncial um cuidadoso projeto das peas para evitar concentragio de tensdes, 39 Efeito do atrito Quando duas superficies metélicas esto em ccontato miitup, como num conjunto mecdnico em que se realizou uma ajustager® forgada das partes, ficam sujeitas a vibragZo, pode ozorrer um tipo de corrosto chamado “‘corrosio por atrito”®), edge 2 0 fendmeno ¢, do corto modo, mais elacionado com 0 desgasts, mat ‘fare deste pelo fato das duas superficies estarem sempre em contato 2a sua yelocidade relative de movimentagdo ser multo menor do que a encor- trade no dosgaste. De qualquer modo, nessss condigBes hé ums combinagio de virios fatores como desgaste, vibragies e comrasio que pode levar 4 ruptura por atrito. Na realidade, o'fendmeno ¢ causado por uma combinagao de efeitos rmosinicos ¢ quimicos, ou soja, o metal 6 removido de superficie por aco de exmerilhamento ou por sokdagem alternada com arrancamento de par- ticulas soldadas. As particulas arrancadas ficem oxidades, tomando-se um 6 abrasvo que continu o processo de dexgase O efeito da corrosio por atrito é a formagéo de microfissures supesficais. £ claro que 0 fendmeno deixa de ocorrer se se eliminar 0 movimento relative dat tuperficies dovido is vibregSes. Outro modo de roduzic ciao feito consiste no emprego de lubrificantes sdlidos, de modo a reduzit © cocficinte de atrito entre as partes em contato. Contudo, como nao existem processos totalmente satisfatérios para climiner a corrosio por atrito, § muito importants a adogio de cuidados especizis no projeto @ construcio de componentes mecénicos em que 0 tipo de montagem pode causar o fendmeno, 4 Relagio do limite de fadiga com a resisténcia 4 tragio dos metais Este assunto jé foi abordado quando se comentou ¢ Tabela 22, Viu-se, na ocaslio, que essa relagio varia de 0,40 a 0,50 aproximadamente, podendo se estender 20,60. No caso de metais¢ ligas ndo-ferr0sos, cai abaixo de 0,40. Para o caso dos agos comuns, tem-se aceito © valor 0,50 como valor médio, Em corpos de prova com entalhes, a relaggo situe-se em tomo de 0,20 a 0,30. 5 Outros tipos de esforgos Além das tensdes de dobramento cictico, ‘outros tipos de esforgos de natureza cfclica podem ser exercidos nos materizis, de modo que seria til para 0 engenheiro conhecer alguma pos- sivel relagdo entre os varios tipos de esforgos. ‘Muitos estudiosos tem-se dedicado so assunto, entre 0s quais FRANCE, GOUGH ¢ IRWIN'20!, Os resultados dessas pesquisas levaram 20 estabelecimento da relagio fentre tensZo cfclioa de dobramenio e tensio eicliea direta, resultando nz formula Limite de fasiga para tenafo cfclica dita ____ gg ‘Timite de fadiga para tensto de dobramento efclieo TT 212 Tecnologia Mecinics No caso de dobramento ciclico ¢ torgio ciclica, estudos de MASON, MOORE, GOUGH e McADAM(®0! levaram a relagfo Limite de fadiga para torgdo cfelica Timite de fadiga para dobramento cielioo 502056 Na realidade, outro problema que surge na fadiga refere-se & presenca de tensées combinadas, como dobramento ciclico simultaneamente com torgdo ciclica, dobramento cfclivo juntamente com torgdo constante ete esses cas0s, costuma-se aplicar as teotlas de resistencia, essunto que seré abordado em outro capitulo. 6 ConclusSes Alguns exemplos de ruptura por fadiga em Srgios de ‘méquinas #80 apresentados na Figura 135(88 |A parte (a) da figura referee « uma perna de unio de uma cabeca de bela partida. A ruptura por fadige na secedo D ¢ devida & tragdo repetida © crigins-se pelo efeito do entalhe produzido peo furo de fixagdo. |A parte (b) da figure referese a uma coluna de prensa de 145 mm de ‘¢idmetto, A ruptura por fadiga na secedo D, devide i tragfo repetida, se situa no primeico fio da roses, originada pelo efeito de entalhe da rosea, A grande secgfo residual G indica uma grande tenstio nominal. ‘A parte (c) da figura correspond a uma barra de traeeo de um reboque de cammhao, com 22 mm de didmetro. A fadige deuse por flexio dupls 'A parte (q) da figura corresponde a um eixo de alaranca com 125 mm de diame, rompido por flexao centrifuga. A fratura comega na forma de ‘duas fissures principals que partem dos furos By € Ba. No inicio a superficie de ruptura é fina e val se tornando ispera paulainamente, em diregdo 8 seegao residual Finalmente, a parte (2) da figura diz respeito a um eixo no qual, por toredo, se origlnam tensSes de tragéo e compressio nos bordos dos furos franmorais, aleangando um valor maximo a 45°. Sob a influéncia dessa tensio uniaxial, a fratura por fadiga se apresenta a 45° em relagho a0 eixo De acorlo com HERTZBERG!®, pode fazer as seguintes genera lizagdes para melhorar 2 resisiénea &fadiga dos metas: — evitar, sempre que possivel, concentragao de tenses; _ introduzir tenses de compressdo residuals favordvels, por meio de procesvos mecanicos, térmicos ou similares Figura 135 Exemplos deruptura pare faien om Srgdoede méquiner ———c srr rtm CAPITULO XL 214 Tecnologia Meotnisa eliminar defeitos metalingices, tais como inclustes, poros, pontos fnoles (estes Gltimos resultantes de tratamento térmico iradequato); eeconar os mates metlicos de acordo com ocilo de tenses: saeceriages com bias tenses cas ¢ onde a deformagfo pode ri ee estmente conclada,preferove gas de alta ductvade; 2 sblcugbercom slowdas tenses ices, ervolendo deformed, rarer rSeinantemente elisices, prefers ligns de maior resitncia mean PROPRIEDADES E ENSAIOS DIVERSOS sempre que possivel introduzir elementos de lige que teduzam 2 formagdo de salisnclas(extrusdes)¢ roentrincias (intrusies) resultantes da movimentaglo de discordncias e escorregamento; = desenvolver microesiruturas estéveis. [As condiges de servigo dos materiais motdlicos levam, muitas vezes, 50 aparecimento de outros esforgos e tenses de aatureza mecanica, 0% quais 1 podem claramente ser definidos como perlencentes aos tipos de esforgos « tonsdes estudados até 0 momento. ‘Assim, por exemple, devem ser considerados caracterfstivos tais como ccapacidade de amortecimento, resistincia ao desgaste, capaciade de embuti- ‘mento e usinabilidade. 1 Capacidade de amortecimento A resistencia a fadiga dos materiais € propriedade ligada, como se viu, a futuagdes de tensSes. As freqicias que geralmente ocorrem nos casos comuns de fadiga sfo nifo-cessonantes A pritica mostra, também muito comumonte, casos de rupturs por fadiga em que a tensfo 2 que a pecas sfo submetidas se aproxima da fre- ‘qQéncia ressonante de vibragio. (Os projetistas e engenheiros devem, portanto, levar em consideracio as propricdades dos materiais em freqiéncias ressonantes ow prOximas res sonantes, além das propriedades de fadiga propriamente dita, Esses tipos do vibragdes se verificem, por exemplo, em liminas de turbina, girabrequins, hélices de avito ete. [Nesses casos, deve-se estudar a chamada “‘capacidade de amortecimento”, além do estudo da Fadige. 2s BRiiersirteemercetirr eset 216 Teonologia Meainic, ‘A “capacidade de amortecimento” pode ser definida de virios modos: ~ capacidade de um metal absorver ou amortecer vibragdes (tensdes cicicas), por intermédio de strito interno, transformando a energia recanica em calor: — quantidade de trabalho dissipado na forma de calor por unidade de volume do material por ciclo de tensio completamente reversivel = reduglo ou supressio de vibragBes ou oscilagdes. Uma capacidade de amortecimento elevada reduz a amplitude da res sonincia e reduz, em conseqiéncia, as tensdes. Nos projetos de engenharis, os dois aspectos ligados 3 espacidade de amortecimento que devem ser levados em conta s20(90), — absorgéo da cerga dinkmica ~ transmissdo eficiente da carga dindmica. © primeiro aspecto & 0 que interessa mais dicetamente ao engenheiro ‘mecdnico e nele deve-se procurar materials com alta capacidale de amor- tecimento, ou seja, absorgZo epreciével das vibraghes originadas pelas cargas aplicadas. Um dos exemplos mais claros € 0 das méquinas operatrizes. A operaggo de usinagem, ao formar os “cavacos” produz uma vibragio caracteristice que se transmite & miquina, devendo ser por ela absorvida Tapidamente; do contréno, pode causar marcas na superficie do material sob usinagem, marcas essas que prejudicam o seu acabamento superficie. ‘A causa desses defeitos reside na vibragio harmonica que se cria ma carcaga da miquina, Nessus condigSes deve-se procurar para essa cercaga ‘materiais com elevada capacidade de amortecimento como 0 ferro fundido © no, por exemplo, ago-carbono de baixo teor de carbono, de baixa capaci- dade de amortecimento, como esti indicado etquematicamente na Figura 136. A alta capacidede de amortecimento do ferro fundido cinzento deve-se 20 fato de sua estrutura apresentar descontinuidades internas correspon- denies aos vei de grafta, as quas constituem regides para dissipagdo local da energiavibracional. 0 caso oposte, ou sea, tranamissfo ficients da carga dinémica — menos importante para o engenbeiro ~ &repretentado po um sino, que, para resioar de modo eficints, deve ser construido com material do baixs sapacidaée de amortecimento Proprisdade: e ensbosdversos 217 | An Mim Win Figum 136 Representipio esiuemética de iss ferrorae copecidade de emorteimento de elqunes As propriedades de amortecimento sao fr termos de “decréscimo logaritmico 8 "(81) © decréscimo logaritmico & 0 | fequentemente express em logaritmo da relagio de amplitudes hea eC Presente uma condigto de vibragéo forgada na qual o material deuieek? 4 ume amplitude constante, 0 decréscimo fracionério da energia vibragdo por ciclo constitui uma medida de atrito interno, A sneigia de vibrasio € proporcional ao quadrado da amplitude de modo que © decréscimo logaritmico (Figura 137) pode ser expreso. por aw 8 ow onde ‘OW = energia perdida por ciclo W = energia vibracional no inicio do cielo, A Tabet 31191) mostra a capacdade de amore pela relago AW/W para algumas ligas metilicas, ireenieh reoreeiaty 218 Teenologia Mecinica Figura 137 Declinio de amplitude de wma vibrapio amorteci, LLL Enstios de amortecimento Néo hi um método universsl padro- nizado para determinar a capacidade de amortecimento dos materiais. Os métodos emprogados sio bascados na vibragio de uma amostra do material, podendo-se empregar vibraghesde grande amplitude ou de pequena amplitude Essas vibragBes podem ser causadas por esforgos axiais (compressio- ‘ragio), transversas (dobramento) ov torcionais!®2), Os ensaios com vibragSes de grande amplitude sfo realizados pars fins de demonstracdo, estimativa grossa da propriedade e para enscios de componentss, enquanto os de pequena amplitude sd0 empregsdos em pesquisa fundamental TABELA31 CAPACIDADE DE AMORTECIMENTO DE ALGUMAS LIGAS METALICAS CCapacidade de emortecimentoavérios n nso Meceriat awe 2,1 kgtleam? | 4,7 egt/mm? | 7,8 ketene? ‘armpa) | a7 mra) (73 mPa) ‘Agocerbore (0,1%6C) 2.28 278 a6 ‘Aco Ni, tomperado erevenido | 0.38 a9 070 ‘Age inonidval, 12% Cr 30 80 80 ‘Ago inoxeivel 18-8 o76 118 38 Ferre fundido 280 0 - Lado emeralo 050 on S Propriedadeseenssios diversos 219 A Figura 138 representa um dos tipos de ensoio de guande amplitude Eo cuumato sistema de “pendulo de mola”. em que um corpo de prova de SeeeZo retargular preso numa extremidade ¢ em balungo na outta ¢ ub. metido 2 viragio tramversel livre. Ar veces uma masa inert & prest na ‘extremidade em balango para manter baixa a frequigncia, Figura 138 Representapao exquemitica do stitema de ribecéo de dobramento em ‘alanco, para ensro de capaciide de amoriecimento, © deeréscimo relativo de amplitude de oxcilagio por ciclo € medio ov Por instrumentagfo, ou mediante repisiro fotogrifico ou pelo tragado das oselagbes. ‘A capacidade expecitica de amortecimento é dada pela férmula a= 26 fom que 8 6 odecréscimo logarttmico, 2 Capacidade de embutimento © “embutimento”” & um caracteristico ue esti intimamonte relacionado com a plasticidade ¢ a ductilidade dos materias 220 Tecnologia Meatnics Tanto a ductilidade como a plasticidade sio caracteristicos muito importantes em operagdes de conformaggo mecinica a frio, como estam- ‘pagem profunda de tiras e chapas metalicas. AA ductilidade de um metal é determinaéa de virias manciras. Os valores de estricgo e slongamento, sobretudo 0 primeiro, obtidos nos ensaios de tragdo constituem boas indicapGes desse caract Do mesmo modo, © ensaio de dobramento. Contudo, na conformagdo de chapas metélicas, a sua plasticidde © duetilidade slo melhor avaliadas se for possivel splicar-se um enstio que determine a sua “qualidade de conformagio” que indica, com mais clareza que outros ensaios, 0 carastoristico de “deformagio plistica” durante a ‘operagao de conformagéo profunda fro. 0s easaiot que melhor carscterizam essa quilidade sio 08 “ensiios de embutimento”, porque, além de dar uma idéia mats precisa da capacidade de conformabilidade dos metais, permite verficar o seu especto superficial pos a estampagem a virias profundidades. s ensuios de embutimento usuais so os de “ERICHSEN” e “OLSEN”, Byses ensaios sfo muito semelhantes ¢ consistem om colocarse uma ‘hapa metilica entre duse superficies planas e forgar um puncdo de forma semi-esférica sobre a chapa até que ocorra a sua ruptura. A Figura 139, na parte (a)'®9) mostra esquematicamente 0 ensaio ERICHSEN. A chapa é mantida entie as duas matrizes em forma de ancl, ‘enquanto 0 pungio é forgado contra um dos lados da chaps. {A altura ou profundidade do “‘copo” assim produzido ¢ medida © serve pare indicar a ductilidade ou “capacidade de embutimento” do material. Ao mesmo tempo, 0 exame da superficie ds chapa deformada permite verificar se ela ¢ perfelia ou se se tomou rugose (aspecto “casca de laranja”), devido 4 granulagéo inadequada. ‘A parte (b) éa figura indica o ensaio ERICHSEN modificado segundo © Méiodo Brasileiro P-MB-362 da Astociagio Brasileira de Normas Técnicas. (© onsaio OLSEN utiliza ums esfera de 7/8” de diimetro como puriglo © uma matriz em forma de anel cujo diametro varia de 1” pare chapas de 1/16" de espessura a 1-1/2” para chapas de 1/4”, 3. Resistencia ao despaste O desgaste constitui um dos fendmenos mais sérios de destruigic dos metais, visto que todas as pegas de maquinas que se movimentam estdo sujeitas¢ ele. Podese definir “desgaste” como um “fendmeno superficial que som siste ne deterioragdo mecinica gradual das superficies metélicas em contato, mediante, por exemplo, o arrancamento de particulas pelo atrito™'®4) Propreiadere eabedvems 221 ) Figura 139 Ersciode emburtmento ipo Erichsen De um modo gersl, o desgaste depende da natureza das superficies em contato, de modo que podem ser consideradas trés categorias de desgaste: — metal contra metal (desgaste metalico) = metal contra nifo-metal ou substdncia abrasiva (abrasto ou desgaste abrasivo) — metal contra Ifquidos e vapores (erosio ou desgeste eros1¥0). 222 Tecnologia Meotnica Do ponto de vista mecdnico, 0 Upo de desgaste mais importante € © desgaste motilico. Nese caso, 0 fendmeno envolve @ interferéncia mecinica de diminutas projegdes ou asperezss da tuperficie, as quais produzem atrito quando ocomre ‘movimento relativo das superficies em contato. Assim, pode-se imaginar 0 provesso de desgaste da seguinto mancira: — quando duas superficies lias esiao em contato, o primeizo estégio do desgaste — ou soja, « penetragio e deslocamento de pequenas partéculas — & mais lento do que 0 que ovorreria se as superficies fossem rugosas. ‘Quando as superficies em contato se movimentam uma.m relagfo i ow tra, algumas das projegSes de uma das superficiet penetram nas depres- ses da outrazem consequencia, a resistencia para ulterior movimenta: 40 é aumentada; se, entretanto,a forgamotora forsuficiente para man- ter o movimento, as projegSes e depressbes entrelacadas ao deformadas ‘e podem ser arrancadas, se o material for de natureza frigil. ‘A Figura 140 esquematiza o fenémeno da maneira como foi exposto, Figuia 140 Representagdo exquemiticado fenimeno dedeseaste mecinio, Essa explicagio leva & conclusio que a dureze, a tenacidade e 0 acaba mento superficial sfo fatores necessirios para limitar 0 deagaste metalico, pois quanta maior a dureza, torna-se mais dificil a penetragio na superficie ‘metélica; quanto maior a tenacidade, maior a resisténcia ao arrancamento de partfeulas © quanto mais lise a superficie, menor depressbes ¢ projegies existem. Do mesmo modo, uma lubyificagio adequads das superficies em contato ode diminuir 0 desgaste. Em resumo, pode-se considerar que os principals futores de que depende 0 desgaste silo os seguintes!%?: Propricdadere ensisdverms 223, = relacionados com 0 material dureza ~ tenacidade — consiltuigio e estrutura = acabamento superficial — relacionados com as condighes de servgo. = pressio — welocidade de movimento — temperature = Iubrificagéo = eowosto 3.1 Ensaios de desgaste Nao hd um enstio universal pare medi 0 dosgaste e, em conseqiéneia, para determinar a resisténcia ao dexgaste dos ‘materiais, principalmente devido ao grande nimero de fatores envolvidos 1o fenbmeno A rigor, o equipamento para determinar a resistencia ao desgaste deveri ser deseavolvido para cada caso especifico, de modo a simular com maior realidade 2s condigdes de servizo, Para ostudos © posquitas do laboratério, diversos oquipamentos tim sido desenvolvidos. A AMSLER, empresa suiga, por exemplo, desenvolveu uma miquins ccajos principais caracteristicus sto os seguintes'®4?, — um conjunto de engrenagens que permitem sujeitar as amostras para censtio (geralmente cilindros de 2” de ditmetro por 0,4” de largura) a atsito do rolamento ou do escorregamente ou a uma combinagdo de ambos; — uma mola calibrada para ajustagem da pressdo de contato entre as amostras; — um dispositivo de came que pode produzir um movimento lateral de deslizamento entre at amostrat ou produzir entre elas, se desejado, uma ago dde martelamento;, — um dinamBmetro de atrito e um indicador de torque e um registro para medir o esforgo de atrito sobre as amosiras € 0 torque de attito desen- volvido durante 0 ensaio. Esta méquina foi projetada para enseio de desgeste metslico. 224 Tecnologia Mecinica © desgaste ¢ definido pela perda em tamanho ou peso das amostres, apos uum certo periodo de tempo, sob condigées predeterminadas. Na verdade, nfo hf ensains de desgaste totalmente confidveis, + partir ‘dos quais se possatirar conclusdes definitivas. Ao lado dos ensaios de laboratério, diversos pesquisadores ligedos 20 selor industrial, yém tentando encontrar solugbes préticas para problemas cespecificos de desgaste. Alguns exermplos insluem(96) — método de avaliar 0 desgaste de cilindsos de motor Diesel, devido 2 BOFRLAGE, mediante a determinasio, pela queima, do residuo de cinzas do deo lubrificante retirado do cilindro; — andlise espetrogrifica de amostras de 6leo retiradas do carter do motor de Hocomorivas Diesel elétricas, para determinagao do desgaste dos mancais do motor ete. ‘Muitos outros exemplos poderiam ser citados, 0 que indica que 0 campo de porquita do fendmeno de desgaste é muito vast. 4 Usinabilidade Esta propriedade nfo é muito facil de caracterizar devido ao grande nimero de fatores envolvidos nas operagDes de usinagem. 'A definigfo mais simples da usinabiidade € a seguinte: propriedade relacionada com a maior ou menor facilidade de um material ter uma parte removida pelos processos usuais de usinagem, como tormeamento, fresamento, furaggo ete. ‘A usinabilidade pode também ser definida em termos de ‘vida da fer- ramenta de corte”, ou pode relacionar-ss com a “‘energia ow tempo neces sivios para remover urns certa quantidade de material” (Os fetores envolvidos nesses propriedades sfo, entre outros: ~~ natureza do metal sob usinagem — naturoza do material da ferramenta ~~ forma da ferramenta — condigies de corte: velocidade, evango, profundidade — natureza da operagiio de corte: torneamento, fresamento ete. — natureza do corte: continuo ou interrompido ~ condig6es de méquina operatriz etc. 0s processos modernos de usinagem, entre os quals 0 de “eletioerosio” esto, de certo modo, tornando meno: importante essa propriedade dos metals. Tropiialadese nse: amenos 223 Contudo, a produefo em massa de pegas 2 um custo cada vez mais baixo continua sendo uma exigéacia fundamental da industria mecdinica, de modo que a usinabilidade dot materiais deve ser encarada com o devido interesse. Por essa razio, grande atengao vem sendo dedicada a métodos de melhorar 4 usinabilidade dos metaise sues ligas, mediante principalmente a modificaggo deus estrutura, Geralmente, 2 operasdo de usinagem produz dois tipos bdsicos de rota: Inos metilicos ou “‘cavacos", extraidos das pecas sob usiragem. A Figura 141 apresenta esses dois tipos. ~ ¢ > 0, ¢ que a tragéo 6 tomada como valor positvo fa compresséo como negativo. Admitese ainda que o materi sejt homo sgéneo, foirdpico, ou seja, suas propriedades so as mesmas em todes at dicegbes¢sujeito is condigSes nosmnais de (emperatura. Entre a8 teorias de ressténcia podem ser citadas as soguintes!9)9); 1.1 Teoria de RANKINE ou da “tensio méxima”, Esta teoris admite que a fatha ocorreré quando qualquer uma das principais tens6es atinge lum valor critico, néo importando a sua dicegéo. Nos metais ddcteis, o limite de escoamento o, em tiago simples coincide vom o limite de eseoamento fem compreseio simples. Esse valor & geralmen'e tomado como o “valor limite” da tensao. Desse modo a falha ocorrera quando m1 =o 0; = 0, onde = limite de escoumento para compressto simples, Exforgos ombinudos —Teortes de resistincis 231 Segundo TIMOSHENKO'*) varios fatos contrariam @ teoria, a seber: — no caso da tragfo simples, o escorregamento se dé 10 longo de planos inclinados de 45° em relaggo a0 elxo do corpo de prova, ou seja, em planos onde as tensses de tragto de compressio ndo fo méximas a falha ¢ causada, na realidade, por tensdes de cisalhamento: = por outro lado, um material homogénee e isotrépico, embora de Pouca resistencia & compressio simples, pode resistir a presses hidrostéticas muito olovadas, sem escoamento. Conclui-se que apenas a grendeza da tensto mixima nao deve definir a condigdo de escoamento ou ruptura. 1.2 Teoria de SAINT-VENANT ou da “deformago maxima” Nesta teoria, admite-se que a falha ocorterd quando a mixima deformagio (alonga- ‘mento) se torn igual a defommagdo que ocorre em trapgo ou compressso simples, no limite de escoamento. A ropresentagio algébrica da teoria € 4 seguinte: B-2 oto) <2 conde m = relagio do Poisson, ou seje, relagZo da deformagio na dliegao ‘transversal para a deformarSo na diregdo longitudinal Simplificando, tense 0, —m(e, +95) = a Ainda segundo TIMOSHENKO!!, essa teoria ¢ duvidosa porque — numa placa, por exemplo, solicitada a tragdes iguais em duas direydes cortogonais, esse teoria indicaria gue o limite de escoamento deve set mais elevado do que no cato de trago simples, visto que o alonga mento em cada uma das duas diregdes & um pouco diminuido pels tragdo na dirego ortogonal, conclusdo essa que nifo 6 apoiada por experigncias; — experiéncias em corpos de prova tob pressfo hidrostitiea uniforme também contradizem ess teoria, 232 Tecnologie Mecinica 13 Teoria de “cisalhamento maximo” De acordo com a mesma, a falha ocorre quando a tensfo tangencial maxima torna-se igual & tensio de ‘isalhamento méxima em tragio ou compressfo simplet. A representagio ‘algébrica dessa teoria ¢ a seguinte: 1 % Fa-o =F porque a tenszo mixima de cisalhamento ¢ igual & metade da diferenca entre as tenses principais maxima e minima, ou (1-03) = 9, ss teoria se conduns com as experiéncas fitas,principalmente em materais dicteis ¢ por isso ela tem sido empregada neses materiais ros projetos do méquinas. Alm disso el 6 simples de aplicar. 1.4 Teoria de BELTRAMT ou da “energiadeformagio” ou do “trabalho de deformasio méximo” Nels, a condigfo de falha ocorre quando a quanti dade de enerpia de deformagio ammazenada por unidade de volume do material € igual & encrgia no limite de escoameato em trago ou compressio simples. A sus representagio algfbrica éa seguinte: aE (A+ A+ 8) —F (oso + 3303+ 0903) -2 Esta teoria prostase « materais frigeis 15 Teoria de HUBER ou da “energia de empenamento” De acordo com esta teore, a filha ocorreré quando a energia do doformagio lista neeessiria para provocar o empenamento do metal tomate igual a0 valor dt fenergia necessinia para causaro escoamento em tragfo ou compressao simples. Uo ~ a4) + (63 ~ 05) +(0, ~ 05)? EB = of ALB) Essa teoria¢ aplicavel em materisis dcteit. 2 Cannas efeticas No caso de cargas cfclicas, o crtério de falha é o limite de fadiga of. As tcorias de resisténcia sfo aplicadas com as equagDes acima em base do limite de fadiga, em vez do limite de escoamento. Eforgos combinados ~ Teoriat de reisténda 133 3 Baha deus ers de etna As tenis de “tersso mina” 3 vio de “tro mixin’ efomaydo masa” softer resem wn Conde ae eventuament er pce puis es Pars metas ce, «tots de “esthanento tina” 62 ma orbs” & a aia quads, recmendndoaniualnone pur eur mattah voor ae de cmpenamento”, naan Seen Em resumo: ~ Para metais diicteis, sob a agi de cargas estiticas e efclicas, as teorias de “asihanenio maximo» de “ones de sopensnenoe ‘ser aplicadas; — para metais frigeis, como ferro fundido, pode-se aplicar as teorias de “deformarto maxima” ¢ de “energia-deformagao”, fata esas lis, cues toa que se recomenda €+ de NOHR, estudada mais adiante. ae A Tabela 33'99) constitui um apanhado geral das juagdes tivas dessas teorias, . Seasier presente A obra de LESSELLS(99) fe exemplo priti dese CU o LESSELLS'® dé 0 seguinte exemple pritco de apicaglo ~ Suponhs-se uma barra de ago com um limite de escoamento cor respondente 4 25 kgf/mm? (250 MPa) em tragfo simples ¢ que estésujeita 2 ma tonalo de trajgo esttca principal equivlente a o; kfm? (Na) a tensio de tragHo esttica socundécie de 8 kgi/mm? (80 MPa} plano em éngulo reto, Procurse o valor de 0}, enn Para carges estiticas: teoria “tensdo maxima” 5 kefimm? (250MPa) ~ teoria “deformasgo maxima” ~ 0, = 25+0,3 x80 =27,4 kgf/mm? (274 MPa) ~ teoria isalhamento maximo" 25 kgf/mm? (250MPs) teoria “onerpia de deformagdo maxima’ OF +8? 2x8%x03 9, = 25? ousejaey 5,6 kg/mm? (256 MPa) 234 Tecnologia Meainica ‘TABELA 39 VALORES COMPARATIVOS PARA CRITERIOS DE FALHA PARA CARGAS ESTATICAS E CICLICAS wr ie Hi = - a ij Se F % Hn Bjeef ¢ £ fog 4 . Fa a ~ . Be ! es €§ 4 teea 24 flies $ ¢ "te g 2 1 ¢ 2s eo se F etree nine Seas torte Edforsor combinador — Teorissderestinca 233 ~ teoria “enexpia de empenamento” — 0] +87 — 8x0, =25? ou seja oy = 27,3 kgf/mm? (273 MPa) Como se vé, hd uma relative coincidéncia dos valores de 0, obtidos ‘mediante 2 aplicardo das virias teorias, Se as cargas acima forem ciclicas, utilizase o valor do limite de fadiga ‘no lugar do limite de escoamento. 4 Teoria de MOHR A teoria de MOHR leva em conta a diferenga de comportamento de meiais diictes e fragels, quando sujeitos a cargas de tragiio e compressio, Els pode ser considerada como 0 caso geral do qual a teoria de “cisalha. ‘mento méximo” é uma aplicagfo particular, ou seja, essa tcoria € uma extensdo da teoria de “cisalhamento maximo” aplieada em materiais outros que 0s agos. A teoria de MOHR aplicase a casos de tensoes simples e tenses combi. nadas e possiblita uma interpretago grifica para ambos os casos. A Figure 144199) representa o caso de tensio simples. a Figur 144 Datrituigso de tensdes num elemento submetido a trecio simples ara qualquer plano inclinado como MN, a tensio de trago 0, pode ter Aecomposta em componente normal 0, ¢ componente tangencial 0,, atuando em qualquer seceo inclinada como MN. 236 Teenologia Mectnica Temse: oq = tenséo normal em MN = 0 costar ‘0, = tensio tangencial ou de cisalhamento em MN = sera 2 = oy senereose = 0; |A representapdo gréfica vorrespondente esti indicada na Figura 145, Figura 145 Cireulo de Mot para tacio simples Nela o ditmetro do cfrculo representa, em escala, a tensao de tragdo 0). ‘As coordenadas do ponto E, obtidas pelo raio vetor CE tragado a um éngulo 2ecem relago a AB representa a tensio normal e a tangencial na seccio MN da Figura 144. AD = AC+CD = 0, costa sen?a > 2 EC sen? = 0 ‘Um exemplo de tenses combinadas esté indicado na Figura 146, Nessa figura, as principals tensoes o, € 0) produzem tensdes normal de cisalhamento em qualquer plano inclirado como MN a um éngulo & ‘com o plano 03, 0 qual pode ser obtido decompondo-se as tensoes 20 lon ¢ perpendicularmente 20 plano MN. Exforcor combinados ~ Teoria deresitincie 237 o LZ Figura 146 Duss rensves normets perpendicuares atuendo mum elemento, Admitindo que a érea do elemento soja dA, pars equiltorio ettitico temse Fy =0 = 0, dAsonat 0, dA cosa 9, dA sen @ Ep= = 02 dA cos a+ 0, 4A sen o— ay dA cos w onde 0, @ 03 = tenstes principals y= tensfo nomal ao plano MN 1, = tensto de cssihamento no plano MN. Mediante vétios srtificios de cleulo nas equagGes (a) © (6), como ividindo por dA, multipicando (a) por sen ae (2) por cos ae subtraindo € sinds muitipicando (@) por eos (B) por Sena ¢ somando, chegese as equagtes 04 sen?axt 09 cos? a () (a, ~ 3) son eFc08 @ 238 Tenoloeis Mecénice Por transformagao de (c) € (2), chega-s0 oy = (AEM) 4 (AEN) (core ©) B= genta o Esses valores (e) € (1) sio representados, pelo método de MOHR de aordo com a Figura 147%) Figura 47 Cireulo de Mohr pars duas tersBos norms perpendiculares i ‘scala [Nesta figura, as principals tensOes 0 € 07 sfo representedas em ese por OB ¢ OA respectivamente. No ponto C correspondente ao valor médio de 0; © 0) tmgase um circulo; o raio vetor CE tragado a um angulo 20 com AB completa 0 diagrama de MOR. Como na Figura 146, as coordenadas de E na Figura 147 séo iguais as tenses normal ¢ de clsalhamento atuando no plano inelinado da Figurs 146. Na Figura 147 tq sent = mat po = 15 oo) i= 2D gonter Exorgos combinados — Teoriusde resitéreia 236 Na equagio (D, ED = 0, = tensio de cisalhamento a0 plano MN, Do mesmo modo op = oc+cp = da equagio (e) OD = o,, = tensio normal no plano MN. Os dois exemplos seguintes elucidam melhor a matéria: 4.1 Se um tirante estd submetido a uma tensGo de traygo de 6 kgfimm? (60 MPa) ¢ « intensidade éa tenséo de cisalhamento mum plano inclinado 20 eixo do tirante for de 1,5 kef/mn? (15 MPe), quais Go as intensidades da tensfo normal e da tensio resuitante? Considerese a Figura 145. Nessa figura, AB corresponde & tensio de tragdo e o valor 6 kef/mm? € langado em escala. DE representa a tensdo de cisalhamento — 1,5 kgf/mm? — que ¢ igualnente langado em escela. A tensfo normal g, no plano inlinado € dada por AD =5,5 kgf/mm? (55 MPa) ¢ a tensto resultante 0, € daca por ‘AE cquivale a 5,7 kgfimm? (57 MPa). Do mesmo modo sen?a = ED/EC = 1/2 ov 20 = 30° ou soja, plano est inclinado de 15° em relagdo ao eixo de tensio. 4.2 As principais tenses de tracio num ponto de uma placa através de tres principais planos sfo 0,3 kgffmm? (3 MPa) € 6 kgf/mm? (60 MPa). Obter 2 componente normal e as intensidedes de tensSes tangenciais ea srandeza ¢ a ditecio dz tensio resultante através de um plano principal ¢ inclinado de 30° em relagfo ae plano submetido a tensfo de 6 kgf/mm? (MP2). Considore'se a Figura 147. OB ¢ OA sfo tragados om scale de modo a representar as duas princk pais tenses 0, 02. 0 raio vetor CE & tragado @ um angulo 2 x 30° = 60° em relagdo a AB. 240 Tecnologia Meaica Temse oq © tenslo normal = OD = 5,25 kgi/mm? (52,5 MPa) 0, = tensa tangencial : ED = 1,25 kgf/mm? (12,5 MPa) o, = tenséo resultante = OE = 5,4 kgf/mm? (54 MPa) fa qual faz um éngulo de 76° em relagio 20 plano sujeito a 6 kgf/mm? (60 MPa). ‘A teoria de MOHR estabelece igualmente que um mimero infinito de planos pode ser tragado através de um ponto que tenha « mesma temxdo normal, desde que at tonsSes 0, 02 ¢ 03 atuem netse ponto de um elemento, como a Figura 146 mostra ‘A Figura 148°) constituia representagfo gréfiea MOHR de ties tensdes mutuamente perpendiculares. 4 —— Figura 148 Representegéo Mor pore tes tenses mutuamente pependiculares Nessa representagGo, a tonsio de cisalhamento variaré de B até A ea iéxima ‘ensfo de cisalhamento corresponderi a0 porto A, 0 que significa que de todos os planos tendo a mesma tensfo normal, a méxima torso de cisalhamento atuari naqusle através do qual atuam 2s tensbes inter- medlérias. Isto 6, a condieao de seguranca nesse ponto ¢ determinada somente pelo cftcalo mais externo © a tonafo intermediiria nfo tem qualquer efeito ra condigao de falhe Esjorgos combinados—Teoras de resisiinca 241 Relafer diferentes de 0 © 0; provocam tensevlimite diferentes, de smodo que a8 curvat MOHR spretentam raiot diferentes pan diferentes relagdes de 0; © 05. Em fungdo das consideragdes feiss, a teoria de MOHR pode ter repre- sentada gaficamente de acordo com a Figura 149, onde curvas como AB A'D! represents ai curvas que envolvem todos ot posses cftulos correspondentes a estados de tensfo. taagko cisaLHAMENTO PURO 0 cournessio Figara 149 Represemgso grica da teori de Mom. Cada cftculo tangente a esse envoltésio dard um dos possiveis estados- limite de tonsfo. Nessos cireulos, os raios representario as tensbes limite de cisalhamento © 0s pontos de intersec¢ia do circulo com o eixo das abscissas representardo as comespondentes tenses méximas_ principals. A aplicaggo da teoria de MOHR em material frégil como ferro fundi¢o std ropresentads na Figusa 150100), onde Op = resistEncialimite de tagzo og = resistncialimite de compresszo Logo AB =BE = BD =1/2DE=1/2 (252) cos (0, = tensio de cisalhamento limite = AC = AB cos 0 Oa 0g re Para ferro fundido, pode-se admitir para 0, © valor 4 Oy 22 Tecnologia Mecinica Entio 45 cay (0 que significa que a relaedo tensio de ruptura em cisalhamento para tensfo de ruptura em tragio ¢ equivalentea 0,8, Aplicanco essa tensaolimite para 0 caso de torgdo civlica, a resistencia 4 fadiga de materiais como 0 ferro fundide seré Of = 08 conde 0; 6 0 limite de resiséncis 4 fadige ¢ 0, & 0 limite de resistencia & tragio. Figura 150 Teorie de Mokr modificade para ferro fundido. 5 _Enstios sob tensdes multiaxiais Sob 0 ponto de vista pritico, nio ha métodos procisos para avaliar-se 0s ofeitos dessas tensSes combinadas. ‘Apesur disso, tense tentado submeter os materiais metdlicos a enstios em que se procura simular tensGes multiaxiais , empregando corpos de prova, de forma e dimensoes especiais, Contudo, ¢ cificil transferir os resultados obtidos para ae condigSes reais, mesmo porque a condigfo de tensQes combinadas ¢ criada pela foma geométrica dos componentes e por outros fatores, inclusive eventusis cargis sindinicas, que alteram a intensidade das tenses tomam sua determinaeao_ ppouco precisa e sua intenprotagio duvidose. i | | | Eeforgos combinaios — Teoria dereiaéndia 243 Assim sendo, os enssios empregedos em laborat6rio com 0s objetivos cima, si0 de utilidade limitads ¢ sous resultados devem ser examinados com ‘muita cautela, Alguns ensaios simulados empzegam tens6es de sisalhamento, super- postas em tensdes de tragco ¢ compressio, tensdes de tragdo biaxlats ow triaxinis, tensdes de tragio em compos de prove entalhedos, tensGes de dobramento igualmente em corpos de prova entalhados etc Um dos onsaios do corta utilidade para o engenheito é © que origina tensdes de tragio biaxiais, pois leva o material a uma fratura frdgil. Para esse tipo de ensaio, dois tipos de corpos de prova foram desenvolvidos, os quais exigem adaptagio especial nas méquinas de entaio de tragiol"01), 5.1 Corpo de prova plano em forma de cruz A Figura 151 mosira esse tipo de corpo de prova, no qual se produz uma tensfo de tragfo biaxial na parte central, Figure 151 Corpo de prove pare aplicopto de tensto biexia! madres contra ‘Uma das limitagdes do ensaio reside nas tens0es criadas nos cantos da secgZo central ¢ em eventuais tensbes de dobramento, caso as cargos no estejam perfeitamente alinhadas. 5.2 Compo de prova ) Quantos watts adicionais seriam perdidos s¢ 0 fio de cobre fosse substituido por um fio de latfo do mesmo diémetro, de resistividade correspondente a 3,2.10°° ohm-cm? 8 10, u 14, 15, 16, 7, 18 19. Questtereexercicion 240 Um fio de cobre de resstividade equivalente a 1,7.10~* ohm-em possut uum didmetro de 0,027 mm. Quantos metros de fio sfo necessérios para produzir uma resiséncia de 3,0 ohm? [A massa especifica do aluminio 6 de 2,70 g/em?. Perguntase: (2) Qual 4 massa do tomo do aluminip! (b) Quantos stomos de aluminio ha Sabendo que a massa especifica do cobre € 8,94 g/cm?, calcular seu perimetro de reticulado ¢ sua distancia interstomica Determinas a masse especifica do cristal alfa do ferro, sabendo-se que © peso atémico do ferro & igual a 55,85, 0 seu comprimento de aresta € 29 Ae que um étomo-grama contém 602.10 atomos. ‘A prata apresenta um reticulado cibico de face centrada e seu raio ‘atOmice comesponde 2 1,444 A Qual o comprimento do lado de sua célule unitéria? Exboce duas oflulas cibicas de face centreda, Numa delas, indique todos os intersticios octaédricos ¢ na outra os intersticios tetraédricos Pergunta-se: (2) Quantos intersticios de cads tipo ha por oélula unitarie? (b) Quantos intersticos de cada tipo hé por dtomo de metal? AA distancia entre os planos (110) numa estrutura de reticulado citbico centrado € 2,03 A Pergunta-e: (a) Qual o pardmetro da eflula unitéis? (©) Qual o raio dos sitomos? (¢) Quais os metais que podem ser considerados? Caleular 0 raio do maior étomo que pode se locatizar nos intersticios do ferro gama, sem provocar deformasao. 0 Gidmetro médio dos grios de uma amostra de cobre € 1,0 mm. Per- ‘untae: quantos étomos hi por grdo, edmitindo-se que os gros sejam esféricos? [A aplicagéo de uma compressdo hidrostitica de 21 kgf/mm? no ferro produz uma muxdanca de volume de 10%. Qual a mudanga que ocorre se ‘10 material for aplicada uma tensfo axial correspondente a 63 kgf/m?? ‘Um corpo de prova de 12,83 mm de diémetro com 50,80 mm de com- primento original de medida ¢ carregado na faixa eldstica com 15.890 kgf. Verificase um aumento de comprimento de 0,35 mm. Seu ciémetro sob a carga ¢ de 12,80 mm. Perguntese: (a) Qual 0 seu mddulo de compressibiidade? (b) Qual o seu médulo de rigidez? ‘Uma liga contém 85% em peso de cobre © 15% em peso de extanho. Caleular a porcentagem at6mica de cada elemento, Se 1% em poso de carbono esté presente no ferro gama, qual a porcen- tagem das oélulas unitdrias que contém étomos de carbono?

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