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Departamento de Enfermagem
Enfermagem Ginecológica e Obstétrica
MATERIAL DIDÁTICO-INSTRUCIONAL
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
Geral
Específicos:
INTRODUÇÃO
Se, no decorrer da gestação, surgir alguma situação que caracterize alto risco
gestacional, a gestante deverá ser encaminhada para dar continuidade do pré-natal
com o médico na unidade básica de saúde (UBS) ou em centros de referência,
dependendo do caso (BRASIL, 2005).
1.1 ABORTAMENTO
A origem etimológica da palavra aborto é de origem latina (abortus ou
abortio), conjugação das palavras “ab” (privação) e “ortus” (nascimento), significando
não nascer, impedir o nascimento ou privação do nascimento (SOUZA FILHO;
AMARAL, 2010; CUELLAR, 2010).
● Espontâneo ou natural;
● Induzido ou provocado;
○ Eletivo ou legal;
○ Criminoso ou ilegal.
O abortamento, segundo a sua intenção, pode ser dividido em duas
categorias: o abortamento espontâneo e o abortamento provocado (BAZOTTI;
STUMM; KIRCHNER, 2009).
● Abortamento inevitável/incompleto;
● Abortamento oculto ou retido;
● Abortamento completo;
● Abortamento infectado;
● Abortamento habitual.
Definição
Incidência
É impossível estabelecer uma incidência precisa do abortamento espontâneo
devido aos abortos subclínico, ou seja, a mulher aborta sem saber que está grávida.
Interpreta o atraso menstrual como uma irregularidade no ciclo menstrual. No
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entanto, estima-se que, cerca de 15% das gestacoes entre a 4a e a 20a semanas de
evolucao terminam espontaneamente (MEDCURSO, 2004).
Segundo Nakamura e Barreto (1979) apud Schor; Alvarenga (2010), entre
2800 mulheres entrevistadas, 15% delas tinha histórico de aborto espontâneo ou
provocado. Além disso, foi constatado que a incidência do aborto é maior nas áreas
urbanas, numa proporção 2:1 em relação às áreas rurais.
Diagnóstico
Etiologia
● Endocrinopatias:
○ Hipotireodismo: 50%;
○ Hipertireoidismo: 35%;
Definição
● sucção ou aspiração;
● dilatação e curetagem;
● dilatação e expulsão;
● injeção de soluções salinas.
Incidência
Etiologia
Complicações
● Esterilidade;
● Perfuração do útero;
● Consequências psíquicas:
○ Medo;
○ Ansiedade;
○ Dor;
○ Culpa.
É importante ressaltar que o risco e a gravidade das complicações crescem
com o avanço da gestação.
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Definição
Tratamento
Definição
Situação em que o
Tratamento
Definição
Tratamento
Definição
Tratamento
Definição
Tratamento
Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2005b) este caso pode ser tratado
utilizando-se o misoprostol ou, quando o tamanho uterino corresponder à idade
gestacional inferior a 12 semanas, pode-se empregar a técnica de AMIU.
Definição
Tratamento
Definição
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Manifestações clínicas
● Elevação da temperatura;
● Dores abdominais;
● Dor referida durante a manipulação dos órgãos pélvicos, pelo toque vaginal.
Tratamento
Definição
Localização
Segundo Craig et al. (2008), mais de 95% dos casos de gravidez ectópica são
de implantação tubária, sendo os casos de implantação ovariana, intersticiais e
abdominais muito infrequentes, motivo pelo qual nos limitaremos a discutir os casos
de implantação na trompa.
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Fatores predisponentes
Diagnóstico
Ainda segundo os mesmos autores, nem sempre a tríade clínica de: (1) dor
pélvica, (2) sangramento transvaginal e (3) massa anexial palpável estão presente,
além de não serem sinais patognomônicos (sintomas próprios de cada moléstia e
cuja identificação permite um diagnóstico certo). Dessa forma, é fundamental que se
faça a dosagem do beta-hCG e a ultra-sonografia. A identificação de embrião ou
saco gestacional implantados fora da cavidade uterina são as evidências mais
definitivas de uma gravidez ectópica embora outros achados (massa anexial
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Alem da tríade podem ser encontrados sinais não-especificos mas que podem
aumentar a probabilidade do diagnostico:
Tratamento
➔ Conduta expectante
➔ Tratamento medicamentoso
vem sendo utilizada por vários serviços desde então” (TANAKA et al., 1982; ORY et
al., 1986; STOVALL; LING; BUSTER, 1989; Pisarska; Carson; Buster, 1998;
LIPSCOMB; STOVALL; LING, 2000 apud, p.152).
➔ Tratamento cirúrgico
Definição
Incidência
Classificação
○ mola invasora;
○ coriocarcinoma;
Tratamento
Complicações
● Hemorragia;
● Infecção;
● Toxemia;
● Mortalidade materna;
● A p a r e c i m e n t o po s t e r i o r de cori a d e n o m a d e s t r u t i v o ou cori o c a r c i n o m a .
Consiste de:
● Exame pélvico - Deve ser feito a cada consulta para visualizar sangramento,
conteúdo vaginal, volume do útero e, eventualmente, detectar metástases;
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Definição
Distúrbio hemorrágico que ocorre nos últimos dois trimestres da gestação,
quando a implantação placentária ocorre no segmento inferior do útero.
Etiologia
Fatores de risco para placenta prévia incluem parto cesárea anterior,
abortamentos provocados, cirurgias intra-uterinas, tabagismo, gravidez gemelar,
multiparidade e idade materna avançada (acima dos 30 anos) (OYELESE;
SMULIAN, 2006).
Diagnóstico
O diagnóstico da placenta prévia é feito pela ultrassonografia transvaginal
(Ibdem).
Manifestações clínicas
● Sangramento vaginal vermelho vivo, indolor, durante o 2º ou 3º
trimestre,
○ De intensidade crescente.
Classificação
● PP Total: o OCI do colo está totalmente ocupado pela placenta
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Complicações
Estudo desenvolvido por Usta et al. (2005) demonstrou que as doenças
hipertensivas, tabagismo e cesarianas prévias foram fatores de risco para acretismo
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Tratamento
● volume do sangramento,
● tipo de placenta prévia,
● desenvolvimento fetal (idade gestacional),
● posição do feto,
● paridade da gestante,
● presença ou não de trabalho de parto.
Conduta de Enfermagem
Definição
Incidência
Etiologia
Sua etiologia não é totalmente conhecida, podendo ser, didaticamente,
dividida em traumática e não-traumática (SOUZA; CAMANO, 2006).
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Manifestações clínicas
O diagnóstico de DPP é fundamentalmente clínico, baseado nos achados do
quadro clínico. Classicamente, caracteriza-se por dor localizada geralmente no
fundo do útero, repentina e intensa, seguida da perda sangüínea em 80% dos casos.
Ao exame físico geral, a paciente prefere o decúbito lateral no mesmo lado da
implantação placentária (sinal de Hastings de Mello e Ivan Figueiredo). A gestante
pode manifestar sinais de estado hipovolêmico e a pressão arterial pode até
mostrar-se em níveis normais, e não elevados, em função dessas alterações
(SOUZA; CAMANO, 2006).
Complicações
O DPP é uma grave entidade hemorrágica da segunda metade da gravidez,
com elevados índices de mortalidade perinatal (cerca de 25%) e também materna
(PRUAL et al., 2000 apud SOUZA; CAMANO, 2006).
● Choque hemorrágico
● Coagulopatias de consumo: CIVD (Coagulação intravascular disseminada) -
Estão presentes em cerca de 40% dos casos graves de descolamento
prematuro da placenta. Vários mecanismos têm sido correlacionados, sendo
os mais importantes o consumo local dos fatores de coagulação, através da
formação do coágulo retroplacentário, e o consumo sistêmico, através da
coagulação intravascular disseminada conseqüente da passagem da
tromboplastina para a circulação materna (SOUZA et al., 2007).
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Tratamento
Quanto ao tratamento do DPP, Neilson (2002 apud Souza. Camano, 2006)
apontou os seguintes princípios: parturição rápida, adequada transfusão sangüínea,
adequada analgesia, monitorização da condição materna e avaliação da condição
fetal.
De acordo com Alves; Alencar Junior (2004) a condutaem casos de DPP deve
constituir-se em:
1. Hospitalização imediata
2. Medidas gerais
➔ Oxigenação
➔ Punção venosa com jelco
➔ Reposição volêmica : infusão de RL ou SF 0,9% 1000ml
➔ Posição adequada : Trendelemburg e DLE
➔ Sondagem vesical de demora (controle da diurese)
➔ Cateter para PVC, se necessário.
➔ Amniotomia : diminui a pressão intra-uterina e melhora a oxigenação fetal
➔ Hemotransfusão: nos casos de instabilidade hemodinâmica
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3. Propedêutica laboratorial
4. Interrupção da gestação
➔ Cesárea
➢ Feto vivo viável
➢ Feto morto com comprometimento materno progressivo
➔ Parto vaginal
➢ Feto morto ou inviável
➢ Feto vivo com boa vitalidade e possibilidade de parto rápido , com
quadro materno estável.
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Prescrição de Enfermagem
Prescrição de Enfermagem
REFERÊNCIAS
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