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para a Índia, aproximando gentes, culturas e memórias. Os navegadores portugueses por obras
valerosas / pelo trabalho imenso que se chama / caminho da virtude, alto e fragoso / foram compensados
na Ilha dos Amores “doce, alegre e deleitosa (Canto IX, estrofe 90) a qual constitui a promessa de uma
compensação absoluta do esforço e mérito humanos, por proposta de Vênus.
A divinização dos heróis é a conclusão para que aponta a intriga mitológica: os portugueses, ao longo da
aventura que constitui o núcleo narrativo, são favorecidos por Vênus e hostilizados por Baco. Os homens
tornam-se deuses e descem do pedestal as antigas divindades. No Canto IX, o recebimento dos nautas
pelas ninfas significa, entre outras coisas, a confirmação dos receios de Baco: de fato, os navegantes
cometeram atos tão grandiosos que se tornam amados por deusas; e, de certo modo, divinizam-se eles
também. Aqui temos um mito construído com elementos da cultura greco-latina, mas elaborado para o
efeito específico que Camões visa. Este efeito desejado pelo poeta é o de imortalizar os heróis através de
um acontecimento nuclear, a viagem de Vasco da Gama à Índia.
O Canto IX termina com uma exortação dirigida aos que aspiram a imortalizar o seu nome.