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CRIMINOLOGIA

A criminologia é uma ciência empírica que se ocupa do crime, do delinqüente, da


vítima e do controle social do delitos. Baseia-se na observação, nos fatos e na
prática, mais que em opiniões e argumentos, é interdisciplinar e, por sua vez,
formada por outra série de ciências e disciplinas, tais como a biologia, a
psicopatologia, a sociologia, política, etc.

Quando nasceu, a criminologia tratava de explicar a origem da delinqüência,


utilizando o método das ciências, o esquema causal e explicativo, ou seja,
buscava a causa do efeito produzido. Pensou-se que erradicando a causa se
eliminaria o efeito, como se fosse suficiente fechar as maternidades para o
controle da natalidade.

Academicamente a Criminologia começa com a publicação da obra de Cesare


Lombroso chamad "L'Uomo Delinquente", em 1876. Sua tese principal era a do
delinqüente nato.

Já existiram várias tendências causais na criminologia. Baseado em Rousseau, a


criminologia deveria procurar a causa do delito na sociedade, baseado em
Lombroso, para erradicar o delito deveríamos encontrar a eventual causa no
próprio delinqüente e não no meio. Um extremo que procura as causas de toda
criminalidade na sociedade e o outro, organicista, investigava o arquétipo do
criminoso nato (um delinqüente com determinados traços morfológicos)... (Veja
Rousseau, Personalidade Criminosa)

Isoladamente, tanto as tendências sociológicas, quanto as orgânicas fracassaram.


Hoje em dia fala-se no elemento bio-psico-social. Volta a tomar força os estudos
de endocrinologia, que associam a agressividade do delinqüente à testosterona
(hormônio masculino), os estudos de genética ao tentar identificar no genoma
humano um possível "gene da criminalidade", juntamente com os transtornos da
violência urbana, de guerra, da fome, etc.

De qualquer forma, a criminologia transita pelas teorias que buscam analisar o


crime, a criminalidade, o criminoso e a vítima. Passa pela sociologia, pela
psicopatologia, psicologia, religião (nos casos de crimes satânicos), antropologia,
política, enfim, a criminologia habita o universo da ação humana. A nós
interessará a criminologia que diz respeito à psiquiatria.

John Herbert Dillinger (22 de junho de 1903 - 22 de julho de 1934) foi um ladrão de
bancos estadunidense, considerado por alguns como um criminoso perigoso, e por outros
idolatrado como um Robin Hood do século XX. Isto porque muitos estadunidenses culpavam
os bancos pela depressão dos anos 30 e Dillinger só roubava bancos.

Dillinger ganhou o apelido de "Jackrabbit" por suas fugas da polícia e rapidez dos assaltos.
Além disso era uma figura atlética, tendo sido considerado um bom jogador de beisebol
quando estivera na prisão. Suas ações, assim como outros criminosos dos anos 30, como
Bonnie e Clyde e Ma Barker, dominaram a atenção da imprensa, que começou a chamá-los
de "inimigos públicos" (public enemy), entre 1931 e 1935, época em que o FBI se
desenvolveria e tornar-se-ia mais sofisticado.
[editar] Biografia
Dillinger nasceu em Indianápolis, Indiana, filho de John Wilson Dillinger (1864-1943) com a
primeira esposa Mary Ellen "Mollie" Lancaster (1860-1907). Ele se alistou na Marinha, mas
desertou poucos meses depois. Depois que saiu da Marinha, Dillinger voltou para Indiana e
se casou em 12 de abril de 1924 com Beryl Ethel Hovious. Mas tinha dificuldades em
arrumar emprego fixo e manter seu casamento.

[editar] Vida de crimes


Dillinger se tornou criminoso e foi preso em 1924 na Cadeia Estadual de Indiana. Atrás das
grades conheceu ladrões de bancos perigosos como Harry Pierpont de Muncie (Indiana) e
Russell "Boobie" Clark de Terre Haute. Dillinger trabalhou na lavanderia da prisão com isso
ajudou numa fuga de Pierpont, Clark e outros. Dillinger ficou preso na Cadeia de Indiana
até 1933, quando foi solto por liberdade condicional. Ao sair, encontrou os criminosos que
ajudara e entrou para a quadrilha. Graças a notoriedade ganha pelo criminoso, o grupo
ficou conhecido como "a primeira gangue de Dillinger" que, além de Pierpont e Clark, ainda
contava com Charles Makley, Edward W. Shouse Jr., Harry Copeland, "Oklahoma Jack" Clark,
Walter Dietrich e John "Red" Hamilton. Homer Van Meter e Lester Gillis (Baby Face Nelson)
formariam a "segunda gangue de Dillinger", após a fuga dele de Crown Point (Indiana).

Segundo a imprensa, Dillinger usava diferentes golpes em seus roubos a banco: se


disfarçou de vendedor de alarmes de segurança em Indiana e Ohio. De outra vez sua
gangue se passou por uma companhia cinematográfica que queria encenar um roubo a
banco. Se dizia que a gangue de Dillinger roubara cerca de $ 300.000 dolares
(correspondente a 5 milhões de dolares atuais) de dezenas de bancos.

Poucos meses depois da saída da Cadeia de Indiana, ele voltou à prisão, em Lima (Ohio),
mas sua gangue o libertou, assassinando o xerife Jessie Sarber. A maior parte da quadrilha
foi capturada no fim do ano em Tucson, Arizona durante um incêndio no Historic Hotel
Congress. Dillinger foi preso e enviado para a cadeia de Crown Point, Indiana. Ele foi a
julgamento por suspeita do homicídio do guarda William O'Malley durante um tiroteio em
um banco em East Chicago, Indiana.

Durante o julgamento, foi tirada uma famosa fotografia de Dillinger apontando a arma no
promotor Robert Estill.

Em 3 de março de 1934, Dillinger fugiria de Crown Point. Dillinger aparentemente usou uma
arma moldada atráves de uma barra de sabão, um fato explorado no folclore sobre
gângsters. Essa fuga trouxe constrangimentos ao xerife Lillian Holley, que ameaçou Dillinger
de morte.

Dillinger cruzou a fronteira de Indiana-Illinois num carro roubado, cometendo um crime


federal que o colocou sob a mira do FBI.

Em abril, a quadrilha apareceu em Manitowish Waters, Wisconsin, procurando um


esconderijo. Eles foram denunciados à promotoria de Chicago, que contatou o FBI. Logo
uma equipe de agentes liderados por Hugh Clegg e Melvin Purvis cercaram o esconderijo,
mas os bandidos foram avisados. No tiroteio que se seguiu a quadrilha fugiu em debandada.
O agente W. Carter Baum foi atingido e morto por "Baby Face" Nelson.

No verão de 1934, Dillinger sumiu de circulação. Ele foi para Chicago e usou o nome de
Jimmy Lawrence. Ele arranjou a namorada Polly Hamilton, que não sabia da sua identidade.
Mas o FBI encontrou seu carro, logo deduzindo que ele estava na cidade.

[editar] Morte
Dillinger havia ido ao cinema assistir o filme de gângsters Manhattan Melodrama no
Biograph Theater em Lincoln Park, Chicago. Dillinger estava com sua namorada Polly e com
Ana Cumpanas (conhecida por Anna Sage). Sage estava com problemas de imigração e fez
um acordo com Purvis e o FBI para emboscar Dillinger. Ela não disse ao certo o cinema que
iriam, então a equipe de agentes se dividiu em dois locais. Na saída do cinema escolhido, os
agentes atiraram em Dillinger, matando-o. Dillinger foi baleado três vezes, sendo atingido
no coração. Sage usou um vestido laranja, para que os agentes a identificassem. A luz
artificial distorceu a cor, fazendo com que surgisse o mito da "dama de vermelho", um
personagem traiçoeiro. Mesmo tendo colaborado com o FBI, Sage foi deportada para
Romênia em 1936, onde morreria onze anos depois.

Dillinger foi enterrado no Cemitério de Crown Hill[1] em Indianápolis.

Em 2006 o Discovery Channel exibiu o documentário The Dillinger Conspiracy, no qual se


sugeriu que o sargento da polícia de Chicago Martin Zarkovich era quem estava com a arma
identificada como a de onde partiu a bala que matou Dillinger

VIOLÊNCIA SEXUAL & Em 1996, 307.000


mulheres foram
CRIME SEXUAL SERIAL - 1 vítimas de estupro,
estupro ou agressão
Os atos de violência contra as pessoas por sexual (National Crime
Victimization Survey.
motivos sexuais constituem uma parte Bureau of Justice
importante de todos os delitos sérios e Statistics, U.S.
podem chegar às formas mais desumanas Department of Justice,
1997).
de assassinato. O crime por prazer
constitui casos extremos de sadismo, onde Um dos aspectos mais
a vítima é assassinada e às vezes mutilada, característicos do
com o propósito de provocar gratificação crime sexual é que ele
quase nunca é
sexual ao criminoso, o qual normalmente denunciado.
consegue o orgasmo mais pela violência do
que pelo coito. O motivo mais comum
desta atitude das
mulheres - de não
O chamado Crime Sádico Serial, ou denunciar estes
homicídio por Parafilia, pode ser crimes - é decorrente
do fato delas
considerado homicídio por prazer, já que a
acreditarem que isto é
causa e a razão do ato tem uma origem um problema muito
sexual. Deve ser tarefa da sexologia e da íntimo ou assunto
estritamente pessoal,
psiquiatria forense estabelecer os aspetos além do medo de
da personalidade de um criminoso sexual represálias por parte
com características de crime serial. do agressor.

Aproximadamente
O exame de todas as manifestações da 68% das vitimas de
conduta delinqüencial deve ser investigado estupro conheciam
em função da personalidade total do seu agressor.
(Violence against
criminoso e de seu inseparável contexto Women. Bureau of
social. Além disso o perito médico deve Justice Statistics, U.S.
descobrir o valor e a significação que a Dept. of Justice, 1994)
veja mais
realidade tem para o criminoso, seu juízo
crítico, capacidade de auto-determinar-se,
etc.
Quando há incontestável dificuldade do
criminoso para aceitar a lei, pode significar
uma anomalia adaptativa no
desenvolvimento de sua personalidade.
Porém, não obstante, o exame psiquiátrico
geral dos criminosos sexuais seriais tem
mostrado que a expressiva maioria deles
(80 a 90%) não apresenta sinais de
alienação mental franca.

Falamos em “alienação mental franca”


porque a imensa maioria desses criminosos
é composta por indivíduos com Transtornos
da Personalidade, Psicopatas Anti-sociais,
portadores de Disfunções Sexuais ou
Parafilias (veja Parafilias e
Personalidade Psicopata) e nenhum
desses quadros caracteriza uma alienação
mental suficiente para a inimputabilidade.
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Alguns poucos desses criminosos podem apresentar
Transtornos Neuróticos, sobretudo de tonalidade Obsessivo-
Compulsiva (veja). Apenas um grupo minoritário, de 10 a 20%,
é composto por indivíduos com graves problemas mentais,
quadros com características psicóticas alienantes, quer dizer,
juridicamente inimputáveis.

Ao contrário de outros assassinos seriais, não devemos crer,


sistematicamente, que o criminoso sexual serial é sempre
impelido por incontroláveis desejos ou impulsos sexuais
incoercíveis, ou qualificar esses agressores sexuais seriais
como doentes mentais alienados. A ausência de doença mental
alienante, sobretudo nos violentadores é a regra habitual e, o
que se observa em geral, é que são indivíduos com condutas
aprendidas numa socialização deficitária.

Antes de se avaliar cada caso, é importantíssimo distinguir o


Desvio Sexual (Parafilia) do crime sexual. Este último
transgride as leis, enquanto no Desvio Sexual essa
transgressão não é obrigatória. É assim, por exemplo, que um
exibicionista (Parafilia) pode ser concomitantemente um
criminoso ou, ao contrário, um masoquista ou sádico (Parafilia)
passa a vida toda sem cometer delito algum.

Não devemos, em hipótese nenhuma, homogeneizar os


agressores sexuais sob rótulo de "loucos", simplesmente por se
tratarem de pessoas que representam o comportamento
desviante, o comportamento diferente e indisciplinado, sem que
haja premente preocupação científica para o caso de cada um.
O perito não deve influenciar-se pela intolerância social com
tais comportamentos, inclinando-se sistematicamente no
diagnóstico da "loucura".

A conduta violenta pode ser melhor compreendida como


sendo resultado da interação entre a personalidade prévia do
autor, seu estado emocional atual, sua situação interpessoal e
o contexto social em que se desenvolve o ato agressivo. Em
tese, academicamente, "a violência consiste em ações de
pessoas, grupos, classes ou nações que ocasionam a morte de
seres humanos ou que afetam prejudicialmente sua integridade
física, moral, mental ou espiritual". Para a psiquiatria essa
definição é incompleta, na medida em que não trata de um dos
aspectos mais relevantes da agressão, ou seja, da angústia,
medo, fobia e toda sorte de ansiedades e depressões que as
pessoas experimentam depois da agressão, sabe-se lá por
quanto tempo, ou do sofrimento emocional diante da simples
possibilidade de agressões, antes mesmo de terem sido
perpetradas.

Juridicamente, se o comportamento sexual de uma pessoa


causa dano à outra, afeta a sexualidade de um menor, mesmo
mediante seu consentimento, constituirá um delito, crime ou
delinqüência.

Semiologia da conduta delinqüencial

Para poder realizar uma perícia médica sexológica correta,


devemos partir da realização de uma boa semiologia do
criminoso e da conduta delinqüencial.

Ao considerar cada caso de delito sexual, deve-se fazer o


exame da vítima e do agressor, sobretudo deste último. Trata-
se de sua bio-psicogênese, ou seja, das características de sua
personalidade, bem como dos fatores ambientais. Para
configurar sua personalidade basal e as influências ambientais
que sobre ela se fizeram sentir, devemos avaliar sua historia
vital e existencial, tentando argüir os elementos e eventuais
causas para delinqüir (criminogênese).

Atualmente existem várias escalas preditivas do potencial


agressivo que podem ser aplicadas a possíveis criminosos
seriais, como é o caso da HCR-20 (canadense), outras que
apontam para os riscos de reincidência e assim por diante.
Infelizmente pouca coisa há traduzida para o português (veja).

Estado civil

Os criminosos seriais podem ser adultos jovens ou de meia


idade. É raro observar menores de 18 anos e maiores de 50.
Predominam os solteiros entre os criminosos sexuais,
normalmente portadores de personalidade imatura e instável,
entre os 30 e 40 anos de idade, emocionalmente dependentes
e habitualmente filhos únicos, convivendo em grande
dependência de sua mãe, em geral viúva e dominante.

Entre quase 1.200 pacientes vítimas de agressão sexual


atendidas no serviço do Hospital Pérola Byington, observou-se
que entre 86,6% das adolescentes e 88,1% adultas o agressor
era desconhecido, mas na maioria dos casos de crianças
agredidas o agressor pôde ser identificado, normalmente
parentes e vizinhos (Aspectos Biopsicossociais da Violência
Sexual, Jefferson Drezett).

Numero de agressões

O agressor serial não costuma ter um número limite de


agressões em sua vida, por exemplo, quatro crimes sexuais até
hoje, sendo o último perpetrado há 10 anos ou coisas assim.
Em geral o limite costuma ser determinado pela sua detenção
ou morte.

Quando se trata de Criminoso Sexual Serial as agressões


cumprem um ritual homicida, o corpo da vítima será o
testemunho do fato e permitirá fazer a interpretação
psicodinâmica da agressão. Quando as agressões terminam
em lesões e, sobretudo, em atentados contra a liberdade
sexual, é comum que as vítimas e testemunhas não denunciem
o criminoso por medo ou constrangimento.

Observa-se atualmente um maior numero de denúncias nos


tribunais contra esses agressores. Até há pouco tempo as
denúncias eram escassas devido ao constrangimento das
vítimas mas essa atitude denunciatória tem colaborado para
que o criminoso seja preso, interrompido sua seqüência de
crimes e apenado mais rapidamente.

Roupa
O Criminoso Sexual Serial agride sexualmente, sem
necessariamente matar. Trata-se da grande maioria dos
estupradores e violentadores sexuais. Caso ocorra a morte ou
mutilação da vítima será um Assassino Sexual Serial, tipo
"serial killer", matando várias vítimas em algum período de
tempo com propósito de gratificar-se sexualmente.

Quando se trata de um criminoso sexual serial aos moldes


de "serial killer", uma constatação importante é sobre a roupa
que usa o criminoso. Não raras vezes a roupa pode ser sempre
a mesma, quando realiza o crime. A roupa também pode ser
parte de um ritual que tem um simbolismo particular para o
agressor, como se fosse um uniforme de combate, razão pela
qual tende sempre a utilizar a mesma roupa.

Cada agressor do tipo "serial killer" utiliza um equipamento


pessoal. Em geral não é freqüente que o criminoso utilize um
traje social sofisticado, tipo terno, blazer, etc, salvo naqueles
casos em que o modo de operar requeira tal vestimenta, por
exemplo, para seduzir mulheres em lugares de luxo, para ir a
um Hotel ou para a residência da vítima.

Aspecto psicofísico

Dificilmente o criminoso sexual serial e o assassino serial


sexual apresentam a imagem escraxada do perverso e cruel.
Em geral são, ao contrario, pessoas de razoável a bom nível
social, se comportam de forma cordial, se mostram saudáveis,
sedutores, educados, inteligentes e astutos. Com essas
características a criminalidade passa desapercebida no âmbito
da comunidade e até para os conhecidos e, se têm um trabalho
estável, também se mostram inocentes e bons companheiros
de trabalho.

Paralelamente, quando desenvolvem sua atividade


delinqüencial, mudam totalmente de personalidade, como se
adotassem outra identidade (na realidade a personalidade
autêntica e original, já que a social é um disfarce) e, não só
mudam a conduta social habitual, senão também assumem seu
verdadeiro comportamento ritualizado que obedece aos
desígnios de uma conduta perturbada e delinqüencial. Assim se
observa uma serie de características especiais que os
identificam.

A nível psíquico, podem ser alfabetizados, de bom quociente


intelectual, alguns com nível de estudo secundário e até
universitário. Nestes casos, é comum que não tenham
completado totalmente a universidade devido alguma frustração
ou conflito.

Excepcionalmente se tem registrado criminosos sexuais e


assassinos sexuais seriais baixo nível intelectual. A linguagem
que podem utilizar durante a execução do ato criminoso
costuma ser de ameaças, insultos, desqualificação, agressão,
provocação, autovalorização, vingança, etc.

Ocupação

Quase em todos os casos os criminosos seriais têm


trabalhos efetivos e se comportam neles de forma responsável,
podem ser pontuais e cumpridores, obtendo dos chefes o
reconhecimento e boas referências. Alguns trabalham por conta
própria, outros têm um bom passado familiar e se dedicam a
tarefas recreativas, hobbys, colecionam objetos artísticos,
possuem refinados gostos culturais ou realizam ações de
beneficência na comunidade, em atitude paradoxal com suas
tendências delituosas.

Os que têm filhos, podem ser pais rígidos e autoritários e


impõem uma férrea disciplina familiar, com total oposição aos
comportamentos transgressores que cumprem durante sua
atividade delinqüencial.

Modalidade da atividade sexual

A modalidade da atividade sexual que realiza o criminoso


serial tem a ver com a forma de compensar as dificuldades
sexuais que freqüentemente apresenta ao tentar uma relação
sexual convencional. Dessa maneira, a agressão sexual
costuma ser, de fato, violenta e/ou intimidatória, e essa
violência passa a funcionar como um estímulo erótico
compensador da hiposexualidade que apresenta habitualmente
diante das relações convencionais.

Apesar do ataque de violação ser, habitualmente, por via


vaginal ou anal, também se observa, com assiduidade, ataque
sem acesso carnal propriamente dito, como por exemplo,
através de equivalentes agressivos sádicos com os quais
conseguem o orgasmo.

Antecedentes penais
É raro que essas pessoas apresentem antecedentes
delinqüenciais detectados, públicos ou conhecidos da polícia.
Os criminosos seriais que possuem antecedentes criminais
podem ser por fatos muitíssimo similares mas em outras
regiões do país.

Assim como há criminosos seriais que apresentam uma


dupla vida, entre a imagem social e a delinqüencial, se
encontram também alguns que têm também uma dupla vida
dentro do próprio âmbito criminoso, quer dizer, apresentam
uma "carreira" delinqüencial habitual, quase sempre como
ladrões e a outra vida "autêntica" de agressor serial. Às vezes
utilizam a primeira para lograr a segunda.

Personalidade social

Não é certa a noção generalizada de que estes criminosos


sexuais seriais sejam torpes e agressivos, ou que apresentem
antecedentes públicos de condutas sociais violentas, ou que se
caracterizem como libertinos sexuais. É muito raro que as
condutas sexuais delituosas seriais se dêem em promíscuos ou
"liberados sexuais", bem como em pessoas que se vangloriam
socialmente de sua vida sexual abertamente.

O habitual é que nem tenham namorada, que sejam


reprimidos sexuais, introvertidos, tímidos, ou dependentes
afetivos, sobretudo da mãe. Comumente seu papel social é
exatamente contrário daquele que se esperaria de uma pessoa
sexualmente atirada; retraídos e acanhados.

Estado mental

É muito raro que esses criminosos seriais sejam


francamente alienados ou psicóticos. O mais habitual é
encontrarmos o criminoso serial com Transtornos da
Personalidade e/ou psicopatas instintivos, os quais
descarregam sua agressão contra o ser humano do meio
circundante, meio este, ao qual não se adaptam. As variantes
esquizóides e hístero-paranóides são as de maior prevalência
entre os Transtornos da Personalidade.

O criminoso serial em geral se mimetiza no meio social para


passar desapercebido. Os neuróticos obsessivo-compulsivos,
embora estejam também descritos entre os criminosos sexuais
seriais, não são de observação tão freqüente como se
acreditava antes.

De modo geral são pessoas psiquicamente bem orientadas


e lúcidas, têm noção do certo e do errado, tem crítica de seus
atos. Esse grau de consciência se corrobora pelo fato deles
não agirem como agem caso tenha algum policial por perto.

Sociogênese

Deve-se investigar também os fatores ambientais que


influem para forjar o desenvolvimento da personalidade básica
do criminoso sexual serial. Para ele se deve ter em conta:

1) a personalidade do indivíduo que delinqüe e;


2) seu inseparável contexto social.

A personalidade do criminoso deve ser o centro da


investigação psiquiátrica forense, uma vez que ela é a unidade
à qual estão referidas todas as manifestações de sua conduta,
motivação, etc., portanto o estudo da conduta delinqüencial
deve fazer-se em função da personalidade total do indivíduo
(comportamento de acordo com sua historia vital) e seu
inseparável contexto ambiental.

A dificuldade crônica do criminoso para aceitar a lei e sua


constante insensibilidade aos demais reflete as dificuldades no
desenvolvimento de sua personalidade. Como se observa
freqüentemente, ao estudarmos as gangues, o ato criminoso do
grupo pode significar uma violação ou transgressão da norma
estabelecida desencadeada por uma circunstância existencial
adversa, um reflexo ideológico esdrúxulo, uma desobediência
social ou coisas assim. Entretanto, no caso do criminoso sexual
serial nem sempre (ou quase nunca) se encontram
circunstâncias sócio-ambientais associadas ou que tenham
influído decididamente em sua conduta delinqüencial.

No criminoso sexual serial, na imensa maioria dos casos, se


observa que a psicogênese (traumas psíquicos pessoais) tem
maior predominância que a sociogênese (fatores ambientais).
Não obstante, embora não haja circunstâncias sócio-ambientais
associadas na atualidade, mesmo assim devemos investigar o
meio social onde o criminoso se criou, seu grau de educação e
escolaridade, sua relação parental, o grau de marginalidade
social, experiências ocupacionais, abandono familiar,
negligência materna, etc.
Sempre se tem insistido em acentuar a diferença que
existiria entre o indivíduo criminoso e o homem socialmente
adaptado. Pode-se dizer que é evidente existir uma historia
pessoal com determinadas características no criminoso, um
contexto social e disposições que falam em determinadas
circunstâncias, as quais explicariam as condutas delituosas em
geral e as condutas sexuais em particular. Veja ao lado a
descrição do caso Pedro Alonso Lopez para ilustrar essa idéia.

Criminogênese
A criminogênese, ou a explicação das causas que teve o
criminoso sexual serial para delinqüir, é fruto do estudo de sua
historia biológica, ou seja, do perfil constitucional de sua
personalidade básica, mais as influências ambientais que sobre
essa personalidade atuaram resultando na situação atual.

Assim, se observam com freqüência alterações


psicopatológicas de certa significação. Freqüentemente são
indivíduos instáveis, imaturos, inclinados à agressividade diante
das frustrações, hostis, reprimidos, com baixa autoestima,
necessitados de afeto, inseguros, tímidos, temerosos, etc. No
caso particular do violentador serial típico, se observa
habitualmente uma personalidade agressiva com forte
componente sádico e com grande hostilidade consciente ou
inconsciente para com a mulher (sentimento de insegurança) e
temor sobre sua masculinidade. A personalidade do tipo
borderline ou esquizóide pode estar presente.

Deve-se recordar que o violentador se diferencia do sádico


genuíno porque exerce sua violência para submeter
possessivamente (penetração peniana) a vítima,
diferentemente do sádico que pode obter prazer através da
violência exercida sobre a vítima mesmo que não se concretize
a penetração. O fato sexual é punível pela atividade sexual
executada mediante violência, engano, coação física ou
psíquica a outra pessoa ou com um menor de idade.

O ato criminoso

Depois do criminoso deve-se investigar o ato da violência


para, através dos mecanismos utilizados, observar a dinâmica
do delito. Portanto, a conduta delinqüencial surge da interação
entre um agressor e um fato criminoso. Para os fins práticos
devemos ter em conta um tripé inseparável:

a) personalidade do criminoso
b) dinâmica do crime
c) reação do meio ambiente

Em se tratando de violência sexual, esta pode consistir em


um conjunto de vários crimes, além daquele de natureza
sexual, propriamente dito. A mulher pode, por exemplo, além de
ser vítima de violação, também ser vítima de ofensas à
integridade física, de roubo, de dano, etc. Atualmente, os
termos "abuso", "agressão" e "violência" sexual são utilizados
de forma confusa e genérica. Vejamos alguns significados da
terminologia empregada para essas agressões:

a) Violação Sexual
É quando alguém é forçado a manter relações sexuais com uso
de violência, ameaça grave, criação de estado de inconsciência
ou de impossibilidade de reação. Portanto, Violação Sexual ou
Estupro é a mesma coisa, ou seja, o ato físico de atacar outra
pessoa e forçá-la a praticar sexo sem seu consentimento.

b) Coação Sexual
Consiste em constranger outra pessoa por meio de violência,
ameaça grave para esse fim, ou tornar a vítima inconsciente
ou posto na impossibilidade de resistir a sofrer ou a praticar,
consigo ou com outrem, ato sexual de relevo.

c) Assédio Sexual
O Assédio Sexual inclui uma aproximação sexual não-
benvinda, uma solicitação de favores sexuais ou qualquer
conduta física ou verbal de natureza sexual indesejável. Isso é
quase igual à Coação Sexual, com a diferença que na coação
há presença obrigatória de ameaça grave.

d) Abuso Sexual
É a prática de ato sexual com pessoa inconsciente ou incapaz
de opor resistência, aproveitando-se do seu estado de
incapacidade, mas não tendo contribuído para a criação desse
estado, quando então seria coação e abuso sexual. As maiores
vítimas são crianças e adolescentes, normalmente incapazes
de opor resistência.

e) Exploração Sexual
A Exploração Sexual ocorre quando há algum tipo de
envolvimento sexual (ou intimidade) entre uma pessoa que está
prestando algum serviço (de confiança e com algum poder
delegado) e um indivíduo que procurou a sua ajuda
profissional. Por exemplo; a mulher abusada por um médico,
dentista, policial, padre, etc.

Circunstâncias de lugar e tempo

Os cenários dos atos delinqüenciais podem ser variados e


concordantes com a psicodinâmica delinqüencial do criminoso. Assim
se observa, em geral, que os delitos podem ocorrer em lugares
ocasionais ou predeterminados. confunda Assassino Sexual Serial com
Criminoso ou Delinqüente Sexual
O que se observa, nos delitos sexuais, é que eles podem ser cometidos, em
grande número de vezes, por pessoas consideradas "normais" do ponto de vista
psicopatológico, porém estupradores e que o acontecimento sexual delituoso
ocorre numa determinada circunstância momentânea.

Isso acontece porque muitos desses delitos são cometidos não diretamente pela
perturbação sexual do agressor mas, freqüentemente, por situações que
favorecem o delito, como por exemplo, a intoxicação alcoólica ou por drogas.

Não obstante, e é obvio, tais delitos sexuais também podem ser cometidos por
pessoas portadoras de transtornos da sexualidade, como por exemplo as
parafilias. Só enaltecemos as tais circunstâncias ambientais favorecedoras do
delito, para que não se tenha a idéia errada de que a existe sempre um transtorno
mental para que a pessoa se transforme num criminoso sexual.

Assassino Sexual é muito diferente. É aquele que mata compusoriamente e com


freqüência motivado por prazer sexual.

Foi realizado em estudo retrospectivo, de 1993 a 1999, sobre crimes sexuais (698
casos), na região de Bragança Paulista – SP. Nesse período, o crime sexual mais
freqüente foram as tentativas e casos comprovados de estupro (457 casos ou
65,47%) sendo (189, 41,35%) com conjunção carnal positiva.

A faixa etária onde ocorreram a maior prevalência de tentativas e de estupros


comprovados foi a de 11-20 anos (172 ou 37,63%), e destes, 140 ou 30,63%
apresentaram exame de conjunção carnal positivo.

Houve 91 casos de abusos sexuais ao sexo masculino ou 13,03%, sendo 86 ou


94,50% destes atentados violentos ao pudor e a maior prevalência na faixa etária
de 0-10 anos, ou seja 58% dos atentados violentos ao pudor ao sexo masculino.

O principal autor dos crimes sexuais ocorridos no período é em sua maioria de


origem desconhecida ou não referido no laudo. Desses elementos, 591 ou 84,6%
fizeram uso de algum tipo de violência ao praticar o abuso sexual.

Cerca de 74 ou 10,60% dos atos sexual abusivos, acorreram no próprio ambiente


familiar,, sendo o padrasto ou amásio da mãe o autor mais freqüente (10 ou
2,29%), seguido pelo pai (15 ou 2,14%); e dentre esses casos, em Garavito era
conhecido como PATETA, O LOUCO e O PADRE. Se apresentava como vendedor
de rua, monge, indigente, doente ou representante de fundações fictícias para
idosos e educação infantil. Dessa maneira, conseguia entrada livre nas escolas
como palestrante.

Mudou-se para diversas partes do país depois que começou a matar grande
número de vítimas, em 1994. Passou um tempo no Equador, mas não se sabe
quantas vítimas fez ali. A maioria dos assassinatos ocorreu no estado de Risaralda
e sua capital, Pereira. Quarenta e um corpos foram encontrados ali e 27 na cidade
vizinha de Valle de Cauca. Em maio de 2000, na cidade de Bogotá, foi condenado
a 1.853 anos de prisão

Os lugares ocasionais, são aqueles em que a vítima


aparece num momento não buscado mas que, dadas as
circunstâncias e o fato de cumprir com as "necessidades" do
agressor, este a agride no lugar que encontra mais apropriado
a seus propósitos.

Os lugares predeterminados, são aqueles que formam parte


do programa que elabora o autor para satisfazer suas
necessidades agressivas. Estes lugares podem ser a
residência da vítima, lugares exteriores como terrenos baldios
ou obras em construção ou outros mais sofisticados, como
colégios, conventos, oficinas, elevadores, etc.

Com respeito ao momento de ataque, se observa que o dia


da semana, o momento do dia ou a hora tem que ver com o
cumprimento de um ritual que satisfaz as necessidades do
autor, enquanto podem ser recordatórios de algum fato de
significação pessoal, ou aniversário de algo que se tem que
reivindicar o vingar, etc.
Caso
ASSASSINOS ESOTÉRICOS E SATÂNICOS Joan Acocella conta que
a paciente-estrela de um
Antes de qualquer coisa, deve ficar claro que o autor programa de tv
americano, P. B.,
acredita sim em todos os deuses; no meu, no seu e nos deuses
mudava de
dos bilhões de budistas, muçulmanos, etc. Portanto, não se personalidade em frente
trata de eu ser uma pessoa descrente. Aliás, é bom que se à câmera para o
diga: descrente não significa aquele que não crê em NADA, Chicago Evening News,
e acreditava ser uma
mas antes, significa aquele que não acredita em TUDO. sacerdotisa satânica que
comia cadáveres.
Sempre que nos deparamos com notícias sobre crimes Afirmava que seus
filhos eram membros do
bárbaros e cruéis que, de alguma forma envolvem o satanismo,
culto e assassinos
há uma tendência popular em atribuí-los a alguma experientes.
manifestação da "loucura". Imediatamente a psiquiatria é Os anos 80 foram
cheios de rituais
questionada sobre qual eventual tipo de doença mental estaria
satânicos, muitos deles
em jogo. atribuídos aos
Transtornos de
A primeira questão a ser esclarecida é sobre a vocação Personalidade Múltipla.
Era uma epidemia. Num
popular em considerar louca a pessoa satânica. Quando livro sobre o assunto
procuramos na internet páginas que fazem referência ao (Michelle Remembers)
satanismo, em português encontramos em torno de 5.500 conta e história de uma
dona de casa canadense
delas, 4.000 em italiano, 7.400 em espanhol, 78.500 em inglês que tinha sido torturada
e assim por diante. Faça o teste você mesmo e digite a palavra aos cinco anos por um
nos principais mecanismos de busca. culto satânico. Os
Ora, seria muita pretensão da medicina psiquiatrizar toda
essa população pelo simples fato de discordarem dos princípios
religiosos tradicionais do mundo cristão, budista, muçulmano,
etc. Não podemos, de forma alguma, psiquiatrizar as pessoas satânicos quase a
que não comungam a mesma crença religiosa tradicional do mataram de fome,
vomitaram nela, a
sistema. Se assim fosse, seria manifestação de loucura um sodomizaram e a
cristão vivendo na China, onde existem mais de um bilhão de eletrocutaram. Certa vez
budistas, ou um muçulmano em nosso meio, tradicionalmente a levaram até um dique
de pedra num carro
cristão e coisas parecidas. arrebentado, esfregando
nela pedaços de
O segundo tópico importante a ser considerado é sobre a cadáveres
ensangüentados. No
negação cultural de características próprias da natureza
final, a largaram dentro
humana, normalmente envolvidas na questão religiosa, de um túmulo onde
tomando erroneamente por doença atributos próprios da jogaram gatinhos
mortos. Após um ano,
espécie. Há uma tendência cultural em suspeitar de doença as
eles a deixaram ir, e ela
atitudes que acabam resultando na morte de pessoas. "esqueceu" tudo até que
começaram suas sessões
Talvez seja mais correto, cientificamente falando, considerar de hipnose com o Dr.
Pazder, vinte e dois
a doença sob o ponto de vista cultural e, em seguida, os anos depois.
estados onde a consciência esteja prejudicada, Em Appleton,
obrigatoriamente nessa ordem. Se não fosse nessa ordem, ou Wisconsin, a paciente
N.C. desenvolveu na
seja, se negássemos os aspectos culturais, correríamos o risco terapia de Transtorno de
de considerar doença os milhões de estados de transe, onde Personalidade Múltipla,
há severo prejuízo do estado de consciência, que se observam cento e vinte e seis
personalidades
em determinadas culturas.
alternantes, que
incluíam um demônio e
Um dos aspectos da natureza humana em questão é a um pato! A fim de
perene característica do ser humano em conduzir sua vida, expulsar o demônio, o
terapeuta submeteu-a ao
desde o nascimento até a morte, sob os princípios da exorcismo. Usou um
barganha. Ele, o ser humano, concebeu Deus com o principal extintor de incêndios,
propósito de protege-lo, conforta-lo e impulsiona-lo alegando que "Satanás
costuma deixar anéis de
corajosamente para a vida. É difícil ao cidadão comum fogo". Estas histórias e
entender um deus que se dedique à proteção e cumplicidade outras resultaram em
com, digamos, seu vizinho. Um deus que exista também para acordos e indenizações
multimilionárias.
proteger e abençoar seus inimigos. "Se Deus existe, Ele haverá
de proteger a mim e minha família, dar-me oportunidades e
iluminar meu caminho.... O vizinho, ora o vizinho... Ele que
encontre o deus dele..."
tem 2 páginas: 01 > 02
O exercício da bondade, fraternidade, humildade,
honestidade, retidão moral e toda sorte de atitudes
pretensamente honrosas, e que não são, de forma alguma,
natural-mente fisiológicas ao ser humano comum, têm como
objetivo, primeiro a reciprocidade, ou seja o desejo de que
procedam assim também comigo e, em segundo lugar, que me
garanta um lugar especialmente confortável no céu, se na terra
eu não conseguir mais nenhuma vantagem com tudo isso de
bom que eu sou.

E entre os egoístas seres humanos, existem sempre


aqueles um pouco mais egoístas. Existem aqueles que, em não
tendo suas ambições atendidas naturalmente por si mesmos,
porque isso demanda competência, dedicação, esforço próprio,
determinação..., por não serem atendidos também por um Deus
atuante e participativo, até porque isso implicaria numa contra-
partida teológica de boa dose de tolerância, paciência,
abnegação, bondade e compreensão ..., optam por negociar
com outras entidades mais fáceis, menos exigentes e mais
fisiológicas. Ora, essa tendência em lavar vantagem e procurar
alguém para fazer por eles não pode, de maneira nenhuma,
caracterizar uma doença mental..

O que nos confunde é que, sociologicamente falando, as


atitudes humanas são argüidas sob a ótica do comum e
desejável como requisitos de normalidade, ou seja, como se diz
vulgarmente, "bater na mãe e arrotar na primeira comunhão" só
podem ser atitudes de pessoas ensandecidas. O mesmo se
pensa em relação às barganhas (como as promessas dos
cristãos) de pessoas satânicas.

O sacrifício no satanismo, que pode acabar em crime ou


assassinato, reflete também uma barganha em clara intenção
de benefício do proponente, portanto, sem necessariamente
vestígio algum de insanidade. Normalmente o perpetrante de
crimes satânicos sabe sim, e muito bem, discernir o certo do
errado, sabe a natureza de seu ato e tem noção das leis.
Por outro lado, assim como existem doentes mentais nas artes,
na militância política, entre militares, médicos, advogados,
religiosos, etc... também existem doentes mentais entre
pessoas que se comportam satanicamente. Portanto, EM
HAVENDO DOENÇA MENTAL, que tipo seriam elas? Ou
melhor dizendo; quais as eventuais doenças mentais que
favoreceriam o desenvolvimento de atitudes satânicas?

Crimes Satânicos

Em algumas ocasiões, o fascinante e desconhecido mundo


do esoterismo pode converter-se num terreno escorregadio,
atraente e perigoso para todas aquelas pessoas que se deixam
influenciar pelo lado obscuro do comportamento humano e
pelas possibilidades fantasiosas de sucesso fácil.

A sociedade, ao longo de sua história, tem registrado uma


grande quantidade de crimes e homicídios de altíssima
crueldade e propósitos torpes relacionados à crenças
religiosas. Devemos pensar nesses crimes sob 2 pontos de
vista; primeiro, devemos avaliar se eles não satisfazem
aspectos de uma natureza humana destrutiva, ambiciosa e
cruel (vide Estado Natural do Homem de Thomas Hobbes). Só
depois disso, devemos ver se eles não refletem uma
insanidade que encontrou no fanatismo religioso vazão às
fantasias e aos delírios da doença.

A dinâmica desses crimes é variável, refletindo desde


pretensas inspirações divinas, esdrúxulas influências
diabólicas, espiritistas ou extraterrestres, até estranhos rituais
com propósitos exclusivamente hedonistas ou egoisticamente
interesseiros, resultando em brutais assassinatos, algumas
vezes em massa.

Não são incomuns também os fanáticos idealistas que não


titubeiam em sacrificar a própria vida ou a de seus seguidores
por convicções extremas e absurdas. Existem ainda os
pseudoexorcistas com conceitos alterados da realidade, onde
sua obsessão em acabar com um mal ou liberar um corpo
supostamente possuído por espíritos, vampiros e diabos,
acabavam promovendo torturas, agressões e mesmo
assassinatos. É de se perguntar se, às vezes, essas pessoas
não estariam extravasando suas próprias inclinações sádicas
nos exorcismos com agressões físicas.

Sempre existiram grandes quantidades de denúncias sobre


"seitas satânicas", supostamente implicadas em todo tipo de
delitos, desde macabros assassinatos rituais, profanações,
tráfico de drogas, prostituição, etc. A figura do Diabo tem
servido à todo tipo de aberração da personalidade ou como
bode (e bode é do diabo) expiatório das psicopatias e
sociopatias.

Assim, casos tão dramáticos como o do Albaicím ou o de


Almansa, em o que uma mulher e uma menina morreram
depois de serem ambas submetidas à selvagens "exorcismos".
Convencionalmente os crimes ainda serão chamados de
satânicos, mesmo quando, na realidade, foram cometidos em
nome de Deus, por não existirem crimes divinos.
Personalidade Múltipla e Crimes Esotéricos

Uma divisão didática das condições associadas aos crimes


esotéricos é a que se segue:

As alterações psíquicas bastante envolvidas com crimes


esotéricos e/ou satânicos são o Transtorno de Personalidade
Múltipla (Personalidade Dupla, etc) e o Transtorno de Transe e
Possessão, a primeira preconizada pelo CID.10 e a segunda
pelo DSM.IV. De qualquer forma, seja o primeiro ou o segundo
nome, esse estado patológico está sempre atrelado ao
comportamento histérico e dissociativo.

Pelo CID-10 o Transtorno de Transe e Possessão é


caracterizado por uma perda transitória da consciência de sua
própria identidade, associada a uma conservação perfeita da
consciência do meio ambiente. Devem aqui ser incluídos
somente os estados de transe involuntários e não desejados.

Exclui-se desse diagnóstico os casos decorrentes do


contexto cultural ou religioso da pessoa, como por exemplo, o
transe que a pessoa experimenta durante uma sessão espírita,
de umbanda, etc.

O Transtorno de Personalidade Múltipla (atualmente melhor


designado Transtorno Dissociativo de Identidade, DSM.IV) tem
como característica essencial a presença de duas ou mais
identidades ou estados de personalidade distintos, que
recorrentemente assumem o controle do comportamento da
pessoa.

No Transtorno de Personalidade Múltipla clássico e típico


existe uma incapacidade de recordar informações pessoais
importantes, cuja extensão é demasiadamente abrangente para
ser explicada pelo esquecimento normal.
Psicopatologicamente, o Transtorno Dissociativo de Identidade
reflete um fracasso em integrar vários aspectos da identidade,
memória e consciência. Cada estado de personalidade pode
ser vivenciado como se possuísse uma história pessoal distinta,
auto-imagem e identidade próprias, inclusive um nome
diferente.

Em geral existe uma identidade primária, portadora do nome


correto do indivíduo, a qual é passiva, dependente, culpada e
depressiva. As identidades alternativas com freqüência têm
nomes e características diferentes, que contrastam com a
identidade primária (por ex., são hostis, controladoras e
autodestrutivas). Identidades hostis ou agressivas podem, por
vezes, interromper atividades ou colocar as outras em
situações incômodas.

Os indivíduos com este transtorno experimentam freqüentes


lacunas de memória para a história pessoal tanto remota
quanto recente. A amnésia freqüentemente é assimétrica. Pode
haver perda de memória não apenas para períodos recorrentes
de tempo, mas também uma perda geral da memória biográfica
para algum período extenso da infância.

As transições entre as identidades freqüentemente podem


ser ativadas pelo estresse psicossocial, pela ansiedade
exagerada, pela tensão pré-menstrual (veja esse transtorno no
DSM.IV).

Em geral, as pessoas que recebem o diagnóstico de


Transtorno de Personalidade Múltipla já passaram pelo menos
sete anos no sistema de saúde mental. Segundo várias
pesquisas sobre estes pacientes, 90% deles são depressivos,
61% fizeram sérias tentativas de suicídio, e 53% têm uma
história de abuso significativo (veja artigo completo sobre
Personalidade Múltipla).

A cultura, através da mídia, da literatura e do folclore


forneceu modelos de personalidades alternantes para as mais
diversas aspirações histéricas, desde Mr. Spock, Tartarugas
Ninjas, pomba Gira, até os mais pervertidos demônios,
vampiros e lobisomens.

Rock (ou Cultura) e Crimes Esotéricos

Um dos casos mais famosos de assassinatos esotéricos


ligados ao rock foi a ação do maníaco americano Charles
Manson e sua fascinação pela música dos Beatles. Manson era
um fanático religioso que acreditava ser Jesus Cristo
encarnado e possuir uma "família", que eram os seguidores de
suas pregações.

Manson acreditava também que os Beatles eram anjos


mandados a Terra por Deus para avisar os homens sobre o
terrível apocalipse que se aproximava, e que eles haviam feito
isso através do famoso White Album, o Álbum Branco. As
canções segundo interpretações de Charles Manson, citavam
suicídio (Yer Blues), os próprios sons do Armageddon, trazidos
pelos "anjos do apocalipse" (Revolution#9), sugestões de
destruição (a versão de Revolution contida no álbum chamada
de Revolution#1 era um take mais lento do famoso single da
banda e na frase que fala "But when you talk about
destruction... don´t you no that you can count me out..." eis que
imediatamente após a última palavra (out) uma voz pronuncia
de uma forma bem clara "in") e, principalmente, as guerras
raciais figuradas em diversas músicas.

Essas guerras raciais são sugeridas para Mason em, por


exemplo, "Piggies", que seriam os "porcos brancos" e "Black
Bird" possivelmente os Panteras Negras. Notava no fade de
"Piggies", sons de metralhadoras, sugerindo a guerra
declarada, o caos total, as guerras raciais, a destruição, a
revolução final.

Charles Mason em certa época teve uma música


supostamente roubada pelos "Beach Boys", sua canção "Cease
to Exit" teria sido utilizada pelo grupo californiano sobre o título
de "Never Learn Not to Love" para o álbum 20/20. A fúria de
Manson caiu principalmente sobre Terry Melcher (filho de Doris
Day), um produtor musical que havia negado um contrato de
gravação de suas músicas, incluindo a utilizada pelos Beach
Boys, estes fazendo grande sucesso com o plágio de sua
canção.

Assim, Mason decide invadir com sua "família" a ex-


residência do produtor Melcher. Na loucura de Manson, não
importava se Melcher morasse ou não lá. A nova moradora era
a atriz Sharon Tate na época recém casada com o diretor
Roman Polanski. A artista estava com alguns amigos em sua
casa. Manson promoveu uma chacina, numa atitude
absurdamente covarde.
A familia Manson utilizou o sangue de suas vítimas para
escrever nas paredes da casa "Helter Skelter", "Political Piggy"
e "Arrise". Helter Skelter e seu significado tomado por Manson,
citados antes, seriam o seu propósito, Political Piggy seria a
referência às pessoas mortas ali e Arise, uma citação a um
trecho da música "Black Bird": "You’re only waiting for this
moment to arise" (Você está esperando somente este momento
para levantar-se), este trecho é repetido várias vezes na
música.

Um outro fato ligando os Betles e seu Álbum Branco com


Charles Mason, é que um dos assassinos da família possuía o
apelido "Sexy Sadie", nome de outra música do disco do grupo
musical (veja mais sobre Rock e Satanismo).

O rock satânico tal como se conhece agora, o "Death Metal",


tem sua origem no Heavy Metal, movimento musical surgido no
final dos anos 60 (Black Sabbath, 1969) que se inspira, entre
outros, em Lede Zeppelim. Em algumas letras das canções
desse grupo se oferece a vida de satanás. O músico do grupo
nazi-satânico, o sueco Burzum, assassinou um colega seu de
Mayhem obedecendo a um sinistro rito.

A relação cultural entre o rock e o satanismo remonta aos


tempos em que os Roling Stones confraternizaram com o diabo
em álbuns como, por exemplo, Their Satanic Majesties Request
(1967) e Sympathy for the Devil (1968), cuja letra diz: "Por
favor, deixe-me que me apresente. Sou um homem rico e
distinto (...). Tenho roubado a alma e a fé de muitos homens.
Estive presente quando Jesus teve seus momentos de dúvida e
dor".

Bryam Gregory, guitarrista da primeira formação de The


Cramps, abandonou a o grupo para unir-se a uma seita
satânica. Para celebrar sua iniciação, deixou-se fotografar nu,
com uma serpente enrolada no pênis. Depois montou uma
banda chamada The Beast. Os próprios Cramps pertenceram a
A Igleja de Satã (veja Church of Satan – Website oficial da
Igreja de Satã, Legion of Loki - Igreja de Satã de em Saint
Louis, Mephisto Grotto – Igreja de Satã de Chicago).
Joan Acocella conta que a paciente-estrela de um
programa de tv americano, P. B., mudava de
personalidade em frente à câmera para o Chicago
Evening News, e acreditava ser uma sacerdotisa
satânica que comia cadáveres. Afirmava que seus
filhos eram membros do culto e assassinos
experientes.
Os anos 80 foram cheios de rituais satânicos, muitos
deles atribuídos aos Transtornos de Personalidade
Múltipla. Era uma epidemia. Num livro sobre o assunto
(Michelle Remembers) conta e história de uma dona de
casa canadense que tinha sido torturada aos cinco
anos por um culto satânico. Os satânicos quase a
mataram de fome, vomitaram nela, a sodomizaram e a
eletrocutaram. Certa vez a levaram até um dique de
pedra num carro arrebentado, esfregando nela pedaços
de cadáveres ensangüentados. No final, a largaram
dentro de um túmulo onde jogaram gatinhos mortos.
Após um ano, eles a deixaram ir, e ela "esqueceu" tudo
até que começaram suas sessões de hipnose com o Dr.
Pazder, vinte e dois anos depois.
Em Appleton, Wisconsin, a paciente N.C. desenvolveu
na terapia de Transtorno de Personalidade Múltipla,
cento e vinte e seis personalidades alternantes, que
incluíam um demônio e um pato! A fim de expulsar o
demônio, o terapeuta submeteu-a ao exorcismo. Usou
um extintor de incêndios, alegando que "Satanás
costuma deixar anéis de fogo". Estas histórias e
outrAssassino em série
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa

Um assassino em série (as vezes conhecido pelo nome em inglês serial killer) é um tipo
de criminoso de perfil psicopatológico que comete crimes com uma certa freqüência,
geralmente seguindo um modus operandi e às vezes deixando sua "assinatura", como por
exemplo coleta da pele das vítimas - no caso de Ed Gein.

Curiosamente, nos Estados Unidos, com menos de 5% da população mundial, produziu 84%
de todos os casos conhecidos de serial killers desde 1980. Muitos dos que foram capturados
pareciam cidadãos respeitados - atraentes, bem sucedidos, membros ativos da comunidade
- até que seus crimes foram descobertos. Geralmente os serial killers demonstram três
comportamentos durante a infância, conhecidos como a tríade MacDonald: fazem xixi na
cama, causam incêndios, e são cruéis com animais. Os serial killers, diferentemente de
outros assassinos, preferem matar com as mãos ou através de outros métodos que não as
armas de fogo.

A melhor definição de assassinato serial foi publicada pelo Instituto Nacional de Justiça em
1988: “Uma série de dois ou mais assassinatos cometidos como eventos separados,
normalmente, mas nem sempre, por um infrator atuando isolado. Os crimes podem ocorrer
durante um período de tempo que varia desde horas até anos. Quase sempre o motivo é
psicológico, e o comportamento, e o comportamento do infrator e a evidência física
observada nas cenas dos crimes refletiram nuanças sádicas e sexuais”

Existem basicamente dois tipos de serial killers: os do tipo organizado, sujeitos que
normalmente exibem inteligência normal e conseguem se inserir bem à sociedade, são
muito mais difíceis de serem pegos, visto que planejam seus crimes, não costumam deixar
provas e podem ter uma vida aparentemente normal com esposa, filhos e emprego, muitas
vezes de alto nível, podem chegar mesmo a concluir nível superior. Já os tipo
desorganizados, são impulsivos, não planejam seus atos, costumam usar objetos que
encontram no local do crime e muitas vezes os deixam para trás deixando muitas provas.

Não há como listar a incontável lista de serial killers, entre os casos casos mais conhecidos,
cruéis e bizarros estão:

- Theodore Robert Bundy – década de 70. Esse sociopata contrasta com a


imagem que temos de um “louco homicida”. Era atraente, autoconfiante,
politicamente ambicioso, bem sucedido com uma ampla variedade de mulheres.
Tinha temperamento explosivo e imprevisível e boas notas na época da escola.
Entrou para a faculdade, trabalhando meio período numa linha direta para
suicidas, assumindo assim sua aparência de respeitável membro da sociedade.
Em 1974 faz sua primeira vítima, dando início a uma série de assassinatos
brutais. Seu padrão eram mulheres jovens, atraentes, com cabelos escuros na
altura do ombro e repartidos no meio, todas muito parecidas fisicamente. Ted foi
executado em cadeira elétrica em 1989 confessando de 20 a 30 assassinatos.
- Andrei Romanovich Chikatilo: Década de 70/80. Serial killer de manifestação
tardia colocou a culpa em sua infância sofrida com o regime soviético. Tinha
grau universitário, esposa, dois filhos. Era um “homem inserido na sociedade”.
Chamava-se de “besta louca”e “erro da natureza”. Seu primeiro crime foi em
1978 quando já tinha 42 anos. Seus crimes eram extremamente cruéis, a ponto
de ser apelidado de o “Estripador de Rastov”. Tinha padrões de canibalismo que
negou com algumas vítimas, muitas encontradas faltando órgãos. Suas vítimas
eram mulheres e crianças jovens de ambos os sexos. Já na prisão, confessou 55
homicídios, foi condenado à morte e executado com um tiro.
-Jeffrey Lionel Dahmer: Década 80/90. De significativo em sua história de
infância: foi molestado por um garoto vizinho aos oito anos e seus pais tinham
brigas ferozes depois de separados. Tinha um padrão de comportamento
exibicionista. Em sua mente doentia, criou a idéia de criar zumbis que seriam
seus brinquedos sexuais vivos, para isso, fazia buracos nas cabeças das vítimas
escolhidas e pingava líquidos cáusticos nas feridas, tentando assim destruir a
vontade da vítima. Experimentou segundo ele, canibalismo com pelo menos um
corpo, embora dissesse que não era sua prática comum. Foi condenado à prisão
perpétua tendo sido morto na prisão em 94.
-John Wayne Gacy Jr.: - Década de 70. Seu pai, um tirano, alcoólatra. Era
crudelíssimo com ele espancando-o brutalmente e chamando-o de menininha
estúpida e inútil, fazendo-o crescer duvidando de sua masculinidade. Formou-se
em administração e chegou a casar-se por duas vezes. Fazia festas em sua casa
quando se vestia de palhaço tendo ficado conhecido desta forma por muitos. Não
tinha padrão ao escolher suas vítimas que podiam ser conhecidos ou não, ele as
estrangulava guardava em casa. Foram tantas vítimas que ficou sem espaço
passando a desovar num rio próximo de casa. Foi preso e recebeu sentença de
prisão perpétua por 33 assassinatos. A pena capital foi reestabelecida em seu
estado tendo sido executado por injeção letal em 94.
-Edward Theodore Gein: Década de 50. Seus crimes inspiraram o filme psicose
e embora muitos o tenham excedido em número de mortes, nunca se viu nada
semelhante no campo da “aberração mental”. Sempre teve dúvidas de sua
masculinidade tendo pensado em amputar seu pênis, mas decidiu-se para tornar-
se mulher freqüentar cemitérios retirando corpos ou partes deles e usando como
decoração em sua casa. Em ocasiões especiais, usava o pedaço mais fino para
usar em casa, vestia vestes completas feitas com os órgãos que retirava. Mas
precisava de mais e em 54 começa a matar. Preso, confessa dois assassinatos e o
roubo dos túmulos, porém o número parece ter sido maior, inclusive o de seu
irmão. Morreu em um manicômio judiciário.

[editar] Assassinos em série no Brasil


• Adriano da Silva - Suspeito de ter assassinado e violentado 12 crianças.
• Bandido da Luz Vermelha - Assassino notável pela crueldade e frieza.
• Chico Picadinho - Esquartejava as vítimas.
• Maníaco do Parque - Estuprava e asfixiava as mulheres que seduzia.
• Marcelo de Andrade - Estuprou e matou onze meninos, no Rio de Janeiro, após
o que bebeu seu sangue e comeu parte de suas carnes.

[editar] Outros assassinos em série


• Dr John Bodkin Adams (1899-1983) - Assassino britânico
• Aileen Wuornos
• Albert De Salvo
• Albert Fish
• Cabo Antônio Costa - militar da GNR que matou 3 raparigas.
• Andrei Chikatilo - Homicida russo condendado por matar 52 pessoas; era
canibal.
• Billy Cook
• Charles Manson
• Daniel Barbosa - Homicida colombiano que confessou ter matado 71 meninas.
• David Berkowitz - Serial killer norte-americano da década de 1970.
• Dennis Rader - Um dos mais cruéis e alegóricos assassinos em série dos Estados
Unidos.
• Ed Gein - Assassino em série norte-americano do começo do século XX;
necrófilo e canibal.
• Erzsébet Báthory
• Estripador de Lisboa - assassino de pelo menos três mulheres na área de Lisboa.
Nunca foi identificado.
• Gilles de Rais - Homicida Medieval
• Henry Lee Lucas - Um dos mais prolíficos assassinos da história dos Estados
Unidos.
• Ivan Marko Milat - Assassino australiano acusado de ter matado, pelo menos, 7
mochileiros.
• Jack Estripador - Assassino britânico de prostitutas.
• Jeffrey Dahmer - Assassino em série norte-americano dos anos de 1960;
necrófilo e canibal.
• John Wayne Gacy - Assassino americano de homens
• Ottis Toole
• Pedro Alonso Lopez - Um dos serial killers com maior número de vítimas
contabilizado.
• Ted Bundy - Serial killer norte-americano.

as resultaram em acordos e indenizações multimilionárias


TRANSE E POSSESSÃO Fernando Portela
Câmara, psiquiatra
Apesar de acreditarmos piamente em clínico, professor da
UFRJA, tem um
todos os deuses e demônios, vamos
magnífico artigo
abordar o tema como se espera da sobre TRANSE E
ciência, deixando para outros POSSESSÃO: AS
profissionais de outras áreas a difícil BASES DA
tarefa de lidar com o sobrenatural. PSIQUIATRIA
TRANSCULTURAL
Em nosso meio a maioria das pessoas BRASILEIRA. Veja
que se apresentam em transe não são, um trechinho:
decididamente, portadoras de nenhuma
patologia psiquiátrica. Trata-se da "A cultura popular
influência de elementos sócio-culturais brasileira dispõe de
na representação da realidade. Mas um extraordinário
recurso para o
essa página não objetiva tratar desses
equilíbrio
casos. biopsicossocial de
A influência da cultura nos sentimentos, suas comunidades,
ou pelo menos das
afetos e comportamentos não deve ser,
chamadas “camadas
por si só, tomada como doenças
populares”. Trata-se
mental. Se assim fosse, um cordão de do sincretismo
carnaval, aos olhos de outra cultura, religioso onde as
por exemplo, poderia ser tomado como seitas espiritistas são
um batalhão de dementes. Trataremos o elemento comum
aqui daqueles casos que comportam um desta cultura.
permeando a
diagnóstico médico e psíquico.
população do país
Alguns pacientes com Epilepsia do em todos os
Lóbulo Temporal ou do Sistema Límbico recantos. Estas
podem sofrer exóticas mudanças de seitas são amplas e
diversificadas e se
personalidade, tanto sob a forma
incluem aqui, dentre
aguda, durante crises (se houverem) as mais conhecidas,
ou, mais curiosamente, entre os o espiritismo
ataques. A sintomatologia dessas Kardecista, de
mudanças de personalidade se dá, origem européia mas
comumente, com episódios de êxtase
aclimatado a cultura
místico, preocupações religiosas,
popular brasileira, os
compulsão e falar ou escrever sobre cultos afro-brasileiros
temas metafísicos, orações, estados de trazidos pelos negros
êxtase de graça (com sentimentos de escravos
bondade extrema). (candomblé,
quimbanda, catimbó,
Se as visões e alterações da xangô, batuque), os
personalidade forem muito evidentes dos índios nativos da
nesses pacientes disrítmicos, podemos terra (pagelança,
falar em Transtorno Psicótico Devido a paricá) e o culto
brasileiro por
uma Condição Médica Geral. Esse
excelência derivado
transtorno é caracterizado por
de um sincretismo
alucinações ou delírios proeminentes, entre todas estas: a
presumivelmente decorrentes dos umbanda. (continua)
efeitos fisiológicos diretos de uma
condição médica geral sobre o cérebro.
tem 3 páginas: 01 > 02 > 03

Xô Satanás

As alucinações (sintoma psicótico) nesses pacientes


podem ocorrer em qualquer uma das cinco modalidades dos
sentidos, isto é, visual, olfativa, gustativa, tátil ou auditiva,
mas certos fatores etiológicos tendem a provocar fenômenos
alucinatórios específicos. Assim sendo, as alucinações
olfativas, especialmente aquelas envolvendo o odor de
borracha queimada, enxofre ou outros cheiros desagradáveis,
são altamente sugestivas de epilepsia do lobo temporal. Os
delírios podem expressar uma variedade de temas, incluindo
somáticos, grandiosos, religiosos e, com maior freqüência,
persecutórios (DSM.IV).
Em relação ao misticismo, as epilepsias temporais são tão
cogitadas que o DSM.IV diz, textualmente: “Os delírios
religiosos têm estado especificamente associados, em alguns
casos, à epilepsia do lobo temporal.” Uma outra consideração
do DSM.IV, diz respeito à constante presença de aspectos
atípicos num Transtorno Psicótico que aparece como
conseqüência de alterações orgânicas; é atípica, por
exemplo, a idade do início das alucinações, a qual pode surgir
em qualquer época da vida. Também é quase obrigatória a
hipótese de Epilepsia do Lobo Temporal diante da ocorrência
de alucinações olfatórias e gustativas.
Na mesma linha das disritmias cerebrais (epilepsias),
alguns casos de enxaqueca também podem incluir, entre
seus sintomas, episódios definidos como aura, quando então
são vistas luzes brilhantes muito similar às visões místicas
atribuídas por alguns.
Por outro lado, a literatura psiquiátrica também descreve
numerosos casos de Síndrome de Tourette, um transtorno
psiconeurológico não tão raro, interpretados erroneamente
como possessões do demônio, assim como pode acontecer
em relação a certos casos, como a Esquizofrenia, o
Transtorno Afetivo Bipolar ou mesmo alguns Transtornos
Depressivos mais graves com sintomas psicóticos. Isso tudo
sem falar dos maiores clientes de espíritos e demônios; os
histéricos em suas mais variadas apresentações.
O melhor conhecimento da neurociência vem permitindo
que esses pacientes possam ser tratados adequadamente,
em vez de serem considerados como iluminados,
paranormais, mediúnicos ou tocados por algum espírito,
superior ou inferior, dependendo das conveniências. Acontece
que nem sempre há interesse cultural que sejam tratados,
mas essa é outra questão, muito extensa para esse trabalho.
Algumas crises neurológicas (Epilepsias),
neuropsiquiátricas (Síndrome de Tourette) ou psiquiátricas
propriamente ditas (Histerias e afins), podem se manifestar
por uma sensação de horror e medo, por violentas
convulsões, por lançar o enfermo ao solo, falar “línguas
estranhas”, enfim, por sintomas culturalmente atribuídos aos
demônios ou outras entidades poderosas.
Embora a sintomatologia básica das doenças mentais seja
uniforme e universal, ela sofre grande influência do contexto
cultural. Delírio, por exemplo, assim como alucinações, são
de ocorrência universal em pacientes esquizofrênicos do
mundo todo, assim como é também universal a teatralidade
dos histéricos, as palavras estranhas proferidas pelos
portadores de Tourette e assim por diante. É a mesma
universalidade do sintoma da febre diante de uma infecção,
em qualquer lugar do mundo.
Entretanto, delirar e alucinar com isso ou aquilo,
dependerá do conteúdo cultural do psiquismo de cada um.
Mas, mesmo assim, muitos casos continuam sendo objeto de
controvérsia, especialmente quando o entorno social do
enfermo favorece a interpretação demoníaca.
Veja assuntos relacionados:
Síndrome de Gilles de la Tourette (no DSM.IV)
Epilepsia do Lobo Temporal (melhor descrito
em Forense)
Transtorno Psicótico por Condição Médica
Geral (no DSM.IV)
Histeria (veja Histeria e Demônios)

Os Cultos da Aflição
Cristina Pozzi Redko é uma antropóloga que publicou
interessante trabalho sobre Cultos de Aflição, entendendo-se
esse tipo de culto como aquele para o qual se dirigem
pessoas aflitas e em busca da resolução de problemas
concretos do cotidiano. Com esse enfoque, a religiosidade é
usada para resolver problemas que dizem respeito a
doenças, dificuldades amorosas e financeiras e problemas
familiares (Alguns Idiomas Religiosos de Aflição no Brasil
- Cristina Pozzi Redko).
Supondo verdadeiro o fato das pessoas procurarem apoio
religioso proporcionalmente à angústia que as aflige, também
será lícito o ditado segundo o qual quem está bem consigo
mesmo não incomoda os demais (nem as entidades).
Portanto, com clientela garantida pelas mazelas do cotidiano,
os sofrimentos emocionais ou angústia existencial são os
alvos perseguidos por muitas religiões, tentando tornar a vida
mais compreensível, suportável e auxiliando as pessoas a se
orientarem dentro de seus contextos problemáticos.
De fato, os problemas de saúde em primeiro lugar, seguido
por problemas econômicos e sentimentais, constituem a parte
mais expressiva da aflição que leva as pessoas a procurarem
uma ajuda religiosa. E essa procura será tão maior quanto
mais incômodos forem os problemas e quanto mais escassas
forem as condições tradicionais para resolvê-los.
Normalmente a religião mobiliza pessoas a procurar ajuda
por causa de suas representações mágicas. Há ainda um
elemento facilitador que é concepção cultural da existência de
dois tipos de doenças; as do corpo e, desafiando qualquer
avanço científico, aquelas do espírito. A igreja, de modo geral,
pode se ocupar de ambas, com evidente predileção pelo
segundo tipo.
A doença espiritual é mais conhecida em nosso meio como
"encosto" (causado por um espírito naturalmente mau) ou
"uma obsessão" (causada por um espírito obsessor, entenda-
se como quiser). Entretanto esta distinção é muito sutil, na
medida em que as doenças materiais de difícil solução
médica podem passar, repentinamente, a ser consideradas
como agravadas por elementos espirituais.
Ora, para essa população que sente as agruras da vida
através da magia de seus corpos, não basta a medicina. Há
que se recorrer ao arsenal igualmente espiritualizado. Os
sofredores constituem-se num Culto dos Aflitos, procurando
seitas e igrejas que mais prontamente atendem seus
reclamos. O exótico e exuberante culto pentecostal atende a
todos.
Durante os Cultos de Aflição essas igrejas despedem
grandes esforços para retirar encostos, desfazer a inveja e o
olho-grande, libertar pessoas da feitiçaria, dos despachos de
macumba, das possessões por orixás, guias e espíritos.
Alguns folhetos chegam ao ponto de trazerem uma lista de
indicações ao alcance dos trabalhos dos cultos, tais como
problemas de "desemprego, sentimental, financeiro, vícios,
enfermidades, nervosismo, depressão, ouvir vozes, ver
vultos, familiar", divulga as especialidades terapêuticas da
igreja conforme o dia da semana (Neopentecostais;
Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil - Ricardo
Mariano, Editora Loyola).
Um dos perigos mais contundentes desses Cultos de
Aflição é tentar alterar o significado de alguma doença para
aquele que a está sofrendo. Mas os rituais não implicam,
obrigatoriamente, na remoção definitiva dos sintomas, mas na
mudança dos significados que a pessoa atribui a esses
sintomas ou ainda a uma alteração em seu estilo de vida,
protelando perigosamente um tratamento médico adequado.
Fenômenos como o encosto, a possessão pelo demônio
ou por um espírito, muitas vezes são sintomas de transtornos
emocionais mas, infelizmente, no contexto religioso do Brasil
a possessão e o transe são comportamentos culturalmente
aceitos e raramente são vistos como sintomas de distúrbio
mental.
Muitas das doenças curadas nesses Cultos de Aflição são
causados, segundo seus embasamentos teológicos, pelo
mal-olhado, feitiço, coisa-feita, bruxaria, macumba ou coisa
que o valha. O próprio catolicismo popular é muito flexível,
tolerante e receptivo a essas idéias, pois, compartilha a
crença nos espíritos, na eterna luta entre Deus e o diabo e na
possibilidade ser possuído por ele.

Deus, Diabo, Cultura e Religião


O Pentecostalismo (de pentecostes) surge em 1906 no
interior das igrejas reformadas dos EUA e difunde-se
rapidamente pelos países do Terceiro Mundo. Os primeiros
missionários do pentecostalismo chegam ao Brasil em 1910 e
rapidamente conquistam grande número de fiéis.
As igrejas pentecostais são as que mais crescem na
América Latina, dando ênfase à pregação do Evangelho, às
orações coletivas, feitas em voz alta por todos os fiéis; aos
rituais de exorcismos e de curas, realizados em grandes
concentrações públicas. Uma das seitas pentecostais mais
difundidas no Brasil é a Igreja Universal do Reino de Deus
(Conhecimentos Gerais).
Uma porcentagem de 13 a 15% da população brasileira se
considera "evangélica", uma categoria que engloba todas as
religiões protestantes e, destes, 70% são Pentecostais. Os
evangélicos pentecostais no Brasil estão distribuídos pelas
seguintes religiões:
Assembléia de Deus
Congregação Cristã no Brasil
Exército de Salvação
Igreja Batista Aliança
Igreja Batista Independente
Igreja Cristocêntrica - Casa de Oração
Igreja do Evangelho Quadrangular
Igreja Metodista Wesleyana
Igreja Pentecostal Brasil para Cristo
Igreja Pentecostal Deus é Amor
Igreja Sara Nossa Terra
Igreja Universal do Reino de Deus

A Igreja Católica, por sua vez, mantém uma posição


ambígua nestas frentes demoníacas: após o Concílio
Vaticano II, o Papa Paulo VI eliminou a figura do exorcista,
que foi recuperada, no entanto, por João Paulo II.
Cada diocese deve dispor de um, ainda que nem todas o
tenham embora os casos de possessão estejam aumentando
devido ao auge do esoterismo.

Esoterismo - S. m. 1. Filos. Doutrina ou atitude


de espírito que preconiza que o ensinamento da
verdade (científica, filosófica ou religiosa) deve
reservar-se a número restrito de iniciados,
escolhidos por sua inteligência ou valor moral. 2.
Designação que abrange um complexo conjunto de
doutrinas práticas e ensinamentos de teor religioso
e espiritualista, em que se confundem influências
de religiões orientais e ciências ocultas,
associadas a técnicas terapêuticas, e que,
supostamente, mobilizam energias não integrantes
da ciência e que visam a iniciar o indivíduo nos
caminhos do autoconhecimento, da paz espiritual,
da sabedoria, da saúde, da imortalidade, etc.

Exotérico - Adj. Filos. 1. Diz-se de ensinamento


que, em escolas da Antiguidade grega, era
transmitido ao público sem restrição, dado o
interesse generalizado que suscitava e a forma
acessível em que podia ser exposto, por se tratar
de ensinamento dialético, provável, verossímil.

Em alguns movimentos dentro da Igreja Católica o


exorcismo é prática constante e habitual, como é o caso do
Movimento Carismático. Mas, tanto os segmentos mais
tradicionais da Igreja Católica, como da Igreja Anglicana,
manifestam temores de que exorcismos levados a cabo por
fanáticos evangélicos possam chegar a causar problemas
sérios a pessoas indefesas.
No pentecostalismo se exercem práticas de exorcismo,
que é libertar a pessoa da possessão por demônios (pessoa
endemoninhada, não é certo dizer endemoniada), pois o
demônio está presente em todos esses cultos pentecostais e
seus rituais de exorcismo consistem em receber o Espírito
Santo e expulsar os demônios.
Há muitos grupos de tonalidade espiritualista no Brasil,
assim como o batuque, xangô, kadercismo, umbanda,
candomblé. Alguns preferem ser considerados seitas, outros
preferem ser tidos por religiões, o certo é que todos se
baseiam na comum teoria da espiritualidade.
Embora as tendências dessas seitas e religiões sejam de
contraporem-se umas às outras, muito existe de comum entre
elas. As crenças da influência do demônio e dos espíritos se
baseiam em 3 conceitos principais:
1. o ser humano tem um outro corpo além do
material; o corpo espiritual;
2. espíritos desencarnados estão em constante
contato com o mundo físico;
3. os humanos podem aprender a incorporar
espíritos.

A Umbanda foi, sem dúvida, a primeira religião


espiritualista desenvolvida no sul do Brasil, ao longo do
processo de industrialização e apresenta um sincretismo de
elementos do candomblé afro-brasileiro, da macumba,
kardecismo e catolicismo. Na umbanda o consulente tem a
oportunidade de entrar em contato com espíritos através da
incorporação dos mesmos no médium.
O caldo cultural, entretanto, dentro do qual vive nosso
sistema tende a legitimar como real a existência dos
demônios, os quais agem neste mundo, possuem pessoas,
interferem na felicidade e bem estar de qualquer um e se
passam por muitas formas que assumem.
Para se ter uma idéia da força do demônio em nossa
cultura, buscando-se pela palavra “satanismo” na Internet
através dos mecanismos de busca, constatamos existirem
mais de 14.800 páginas em português e mais de 94.000 em
inglês (satanism, pesquisado por Busca-UOL em abril de
2002).

Os Transes e Possessões
O falar línguas estranhas, a chamada glossolalia,
constituiu um elemento marcante da doutrina pentecostal.
Trata-se de uma forte evidência do batismo no Espírito Santo.
Alguns antropólogos e psicopatologistas classificam tal
experiência extática (posto em êxtase, absorto, enlevado)
como sendo um transe de inspiração.
Distinguem esse tipo de transe dos fenômenos extáticos
religiosos da umbanda e do candomblé, os quais classificam
como transes de possessão. Não vemos como atribuir
alguma importância a essa distinção, enfim... De qualquer
forma, em matéria de manifestação extática, são tratados
juntos e com a mesma terapêutica a glossolalia e o transe de
possessão.
A CID.10 (Classificação Internacional das Doenças) rotula
em F44.3 o chamado Estado de Transe e de Possessão.
Trata-se de um transtorno caracterizado por uma perda
transitória da consciência de sua própria identidade,
associada a uma conservação perfeita da consciência do
meio ambiente. Devem ser incluídos nesse diagnóstico
somente os estados de transe involuntários e não desejados,
excluídos aqueles de situações admitidas no contexto cultural
ou religioso do sujeito.
Isso significa que, durante um culto religioso entrando uma
pessoa em transe, voluntariamente, pois ocorre no momento
em que isso lhe é adequado, não se pode atribuir esse
diagnóstico. Para que o quadro seja reconhecido como
Estado de Transe e de Possessão não deve ser voluntário.
O DSM.IV (Classificação de Doenças Mentais da
Associação Norte-americana de Psiquiatria), por sua vez,
classifica o mesmo quadro como 300.15, Transtorno
Dissociativo Sem Outra Especificação. Esta categoria se
destina a transtornos nos quais a característica predominante
é um sintoma dissociativo (isto é, uma perturbação nas
funções habitualmente integradas da consciência, memória,
identidade ou percepção do ambiente, enfim histérico) que
não satisfaz os critérios para outro Transtorno Dissociativo
específico.
Como exemplos o DSM.IV cita, entre outros casos,
estados dissociativos ocorridos em indivíduos que foram
submetidos a períodos de persuasão coercitiva prolongada e
intensa, como por exemplo, lavagem cerebral, reforma de
pensamentos ou doutrinação em cativeiro. Em seguida fala
também do Transtorno de Transe Dissociativo, referindo
como perturbações isoladas ou episódicas do estado de
consciência, identidade ou memória, inerentes a
determinados locais e culturas, subdividindo esse transtorno
em dois tipos; Transe Dissociativo e Transe de Possessão.
O Transe Dissociativo envolve o estreitamento da
consciência quanto ao ambiente imediato, comportamentos
ou movimentos estereotipados vivenciados como estando
além do controle do indivíduo. O Transe de Possessão
envolve a substituição do sentimento costumeiro de
identidade pessoal por uma nova identidade, atribuída à
influência de um espírito, poder, divindade ou outra pessoa, e
associada com movimentos estereotipados "involuntários" ou
amnésia.
O Transe de Possessão adquire colorido regional e cultural
nas várias partes do mundo; amok (Indonésia), bebainan
(Indonésia), latah (Malásia), pibloktoq (Ártico), ataque de
nervios (América Latina) e possessão (Índia).

João Acácio Pereira da Costa, mais conhecido como O Bandido da Luz Vermelha (24
de junho de 1942 - 5 de janeiro de 1998), foi um notório criminoso brasileiro.

João Acácio foi rejeitado pela família ainda criança, dali por diante, sua vida no crime se
iniciou. Chegou em São Paulo ainda na adolescência, fugindo dos furtos que praticara em
Santa Catarina. Foi morar em Santos, onde se dizia filho de fazendeiros e bom moço. Na
verdade, levava uma vida pacata no lugar que escolheu pra morar, praticando seus crimes
em São Paulo e voltando incólume para Santos. Seu estilo próprio de cometer os crimes
(sempre nas últimas horas da madrugada, usando um lenço para cobrir o rosto e
carregando uma lanterna com bocal vermelho) chamou a atenção da imprensa, que o
apelidou de "Bandido da Luz Vermelha", em referência ao notório criminoso estadunidense
Caryl Chessman, que tinha o mesmo apelido.

A polícia levou seis anos para identificá-lo. Preso em 8 de agosto de 1967, é acusado por
quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 assaltos, sendo condenado a 351
anos, 9 meses e três dias de prisão, dizem que cometeu estupro ou que teve relações
sexuais com as vítimas de seus crimes, porém não foi acusado deste crime (o comentário
era que recebia muitas visitas de mulheres desconhecidas que choravam sua ausencia).
Após cumprir os 30 anos previstos em lei, é libertado em 26 de agosto de 1997. Após
libertado ganha fama na cidade onde passa a morar, Joinville/SC tinha obsessão em vestir
roupas vermelhas e quando alguém lhe pedia um autógrafo ele simplesmente escrevia a
palavra "Autógrafo". Passa apenas quatro meses e vinte dias em liberdade; em 5 de janeiro
de 1998, é assassinado pelo pescador Nelson Pinzegher em legítima defesa, pois ameaçara
matar o irmão do mesmo e tentara abusar sexualmente a mãe desses pescadores, senhora
idosa que era uma das poucas pessoas que por solidariedade o alimentava.

Sua vida de crimes inspirou o filme O bandido da luz vermelha, do cineasta Rogério
Sganzerla.

...
TRANSE E POSSESSÃO Fernando Portela
Câmara, psiquiatra
Criminologia O QUE É O
clínico, professor da
Crime Sexual PENTECOSTALISMO? UFRJA, tem um
Serial magnífico artigo
Delinqüência O Pentecostalismo é um movimento sobre TRANSE E
Infantil religioso que tem a convicção de que os POSSESSÃO: AS
Delito Sexual dons milagrosos ou os sinais que Deus BASES DA
(Parafilias) deu aos apóstolos e às igrejas primitivas PSIQUIATRIA
Epilepsia e a Lei ainda estão disponíveis, podendo ser TRANSCULTURAL
exercitados pelos cristãos hoje, BRASILEIRA. Veja
um trechinho:
Imputabilidade portanto, o Pentecostalismo reivindica
Personal. que Deus dá dons milagrosos para as
"... Essas
Borderline pessoas.
“entidades” são
Personal. A idéia se baseia no Evangelho de São estereótipos de
Criminosa? Marcos (16:17-18 e I Corintos 12:8-11): personalidades que
Personal. representam
“E estes sinais seguirão aos que crerem: complexos
Psicopática
Em meu nome expulsarão os demônios; inconscientes que
Psiquiatria e
falarão novas línguas; pegarão nas às vezes critica e
Violência
serpentes; e, se beberem alguma coisa fala da
Transt.
mortífera, não lhes fará dano algum; e personalidade
Sociopáticos
porão as mãos sobre os enfermos, e os ordinária. São
Violenta formas alternativas
curarão.”
Emoção de existência, um
Biologia da ....... personagem que
Violência “Porque a um pelo Espírito é dada a
dramatiza um
Cérebro e desejo de ser numa
palavra da sabedoria; e a outro, pelo
Violência personalidade que
mesmo Espírito, a palavra da ciência; e geralmente leva
Crimes
a outro, pelo mesmo Espírito, a fé, e a uma vida monótona,
Satânicos
outro, pelo mesmo Espírito, os dons de desinteressante e
Transes e
curar; e a outro a operação de demasiadamente
Possessões censurada ou
maravilhas; e a outro a profecia; e a
Perícia reprimida, seja pelo
outro o dom de discernir os espíritos; e
Psiquiátrica família ou grupo,
a outro a variedade de línguas; e a
Dano Psíquico seja pela situação
outro a interpretação das línguas. Mas
econômica ou
um só é o mesmo Espírito que opera
pessoal. É isto que
Índice todas estas coisas, repartindo freqüentemente
- Xô Satanás
particularmente a cada um como quer.” vemos nestes
- Os Cultos da Aflição
Na igreja católica o Pentecostalismo às casos, e que já
- Deus, Diabo, Cultura
havia sido notado
e Religião vezes é chamado de movimento
por Eugene Azam
- Os Transes e carismático, devido ao fato de dar
(1887) estudando a
Possessões ênfase à suposta continuação do célebre Félida,
- O que é
charismata milagroso ou dons. Flournoy (1900) e
Pentecostalismo
- Conversão Haveria dois tipos de dons, mencionados outros, e confirmado
muitas vezes. Não
- Falar Línguas no Novo Testamento: há os dons
existe nenhum
- Patologia do chamados ordinários e os dons
evidência de abuso
Pensamento Mágico extraordinários. sexual na infância
- Pensamento Mágico
Os dons chamados ordinários levam
- Idéias Deliróides por parte destes
esse nome porque Deus,
- Sugestão, Auto- pacientes, nada é
Sugestão e Crença ordinariamente, os dá às pessoas em conclusivo nem
Exagerada todos os tempos, tais como a fé, a existem indícios
esperança e a caridade. Os dons seguros nestas
extraordinários são assim chamados pesquisas".
porque não são dados ordinariamente.
Estes dons extraordinários são Transes com ou
sobrenaturais e permitem às pessoas sem possessão
ocorrendo como
que os possuem executar ações
distúrbio dissociativo
sobrenaturais.
não são tão
Normalmente, quando os Pentecostais incomuns quanto
falam de dons ou charismata, eles se normalmente se
referem aos dons extraordinários da pensa. Encontramos
cura, dos milagres, de falar línguas mais amiúde nas
camadas sociais
estranhas, revelações diretas de Deus,
mais “populares” e
expulsão de demônios e até mesmo
nos cultos de seita
pegar em serpentes e beber veneno e animistas, sejam
outras peripécias.Para os Pentecostais, a espiritistas e cultos
expressão Batismo com o Espírito Santo afro-brasileiros, seja
é um evento diferente do batismo da em cultos
igreja, o qual objetiva a graça da revivalistas ou
salvação e perdão do pecado original. pentecostalistas
cristãos. Entretanto,
Para eles, o Batismo com Espírito Santo
se o médico que
seria o exercício de um ou mais dons
trata da alma
extraordinários, falar em línguas aprendeu a
estranhas, etc. O nome Pentecostal reconhecer os sinais
deriva, justamente, da crença de que e os sintomas do
podem ser repetidos os milagres do transe, e como ele
Pentecostes, especialmente, o de falar pode se ocultar sob
em línguas estranhas. a forma de sintomas
Fonte: Estudos Bíblicos de Autores psiquiátricos e
psicossomáticos, e
Batistas
se o médico
CONVERSÃO estabelece em seu
ambiente
Enquanto na terminologia psiquiátrica terapêutico uma
conversão significa a passagem ou o atmosfera de
liberdade e
salto de um conteúdo psíquico para o
confiança, ele
orgânico, um quadro que faz parte do
poderá descobrir o
espectro histérico ou histriônico, em transe como
religião conversão significa uma grande fundamento e
mudança na atitude cognitiva da pessoa. princípio de muitos
distúrbios. Veja o
Após a conversão as pessoas percebem- artigo todo
se a si mesmas como mudadas em pelo
menos dois diferentes aspectos: em
seus traços de personalidade
(temperamento por exemplo), e na
própria identidade social (incluindo
vínculos comunitários, sentimentos de
pertinência, papéis desempenhados,
percepções do mundo, etc). Veja Hulda
Stadtler

Entre as mudanças cognitivas operadas


na conversão destacam-se as
concepções de si mesmo e a aquisição
de um novo sistema cognitivo. Entre as
alterações da concepção particular de si
mesmo ou da reavaliação do "estar-no-
mundo", o Pentecostalismo descortina
para a pessoa a possibilidade de tornar-
se um membro especial do povo de
Deus com a conseqüente reestruturação
cognitiva.

tem 3 páginas: 01 > 02 > 03 .....

Segundo Hulda Stadtler, em sua tese “Conversão ao


pentecostalismo e alterações cognitivas e de identidade”, o
Pentecostalismo gera mudanças em todos os aspectos das
vidas das pessoas, e essas mudanças são valorizadas
positivamente tanto pelos convertidos quanto pelos outros.

Existem, de acordo com os dois principais modelos religiosos


de nosso meio, duas explicações para as mudanças da
personalidade na conversão. Para os católicos carismáticos, as
alterações seriam o resultado do abandono de comportamentos
prévios pela intervenção direta do Espírito Santo. Para os
crentes da Assembléia de Deus e outros evangélicos
pentecostais a conversão seria a adoção de um modelo de
personalidade e comportamento do próprio Cristo.

O DOM DE FALAR LÍNGUAS

Com grande freqüência, podendo constatar-se até em


programas da televisão, fiéis tomados pelo Espírito Santo, com
grande júbilo e êxtase, conversam entre si falando línguas.

Para os Pentecostais, como vimos, trata-se do Batismo com


Espírito Santo, ou seja, do exercício de um ou mais dons
extraordinários, como por exemplo, o dom de falar em línguas
estranhas, etc. Na psiquiatria a emissão de sons desconexos
leva o nome de glossolalia. E de fato, essa questão pode ser
vinculada a uma problemática fundamental na constituição do
sujeito humano; sua relação com a linguagem.

A aquisição da linguagem no ser humano não pode ser


considerada um mero aprendizado de uma espécie de
comunicação para usos imediatos como ocorre com outros
animais. Trata-se do ingresso no mundo simbólico, fato que
caracteriza essencialmente o ser humano, que funda a cultura e
marca o limite da espécie.

Segundo Sérgio Telles (O Dom de Falar Línguas), ao nascer


a criança é mergulhada no universo lingüístico dos pais, num
encontro definitivo, irreversível. Uma vez dentro da língua
materna, a criança dela não mais poderá sair. A mãe fala e,
através da linguagem, introduz a criança no mundo simbólico.

No início da vida, as palavras e o discurso, soarão sempre à


criança como uma língua estrangeira, imposta duramente e
indispensável ao estabelecimento das bases de sua
sobrevivência e de sua identidade como sujeito humano. Quem
fala representa, à criança, quem manda, entende e domina,
embora não se entenda ainda e perfeitamente o que fala.

Aos poucos a criança que ainda não fala, ouve, absorve,


apreende e adquire a fala dos adultos. Estes sons parecem-lhe
absolutamente desconhecidos, misteriosos, surpreendentes,
enigmáticos e fascinantes (Idem). E esse fascínio por línguas
estranhas acaba persistindo, tal como uma cicatriz indelével, ao
longo da vida das pessoas.

Podemos supor que ao falarem "línguas", as pessoas em


transe, possuídas ou, como se diz culturalmente, dotadas desse
estado, estariam psicologicamente regredidas e identificadas
com a mãe, com os adultos ou com poderosos portadores da
linguagem, aqueles que representavam ser os superiores na
infância.

O episódio pode simbolizar aqueles momentos fundamentais


do psiquismo, onde a pessoa ouvia fascinada a língua
"estrangeira", incompreensível e misteriosa, eficaz e capaz de
resolver problemas, de oferecer soluções. Pode significar o
encantamento da criança que ainda não fala ao se deparar com
os sons do discurso dos adultos poderosos.

Quem vivencia alguma liturgia católica conduzida em latim


experimenta sentimentos estranhos e poderosos. As expressões
dessa língua estranha persistem ruminantemente na memória.

Ao falar “línguas” a pessoa em transe, possuída, ou melhor, o


inconsciente dessa pessoa faz com que a palavra transcenda
sua condição de signo comunicativo para representar o
simbólico, para manifestar e expressar sua identificação com o
superior poderoso.

Vocação para o Sobre-Humano

De certa forma todos nós, através do lado mágico de nosso


pensamento (veja Pensamento Mágico - Derreísta) temos uma
tendência a ter sentimentos e comportamentos sobre-humanos,
algo de compense a desagradável sensação de pequenez e
finitude a que todos estamos sujeitos, ora mais, ora menos
fortemente.

Sentir-se "sobre-humano" pode aliviar a limitação para a


felicidade plena imposta por nossa condição existencial. Mesmo
nas pessoas tidas por descrentes, realistas, racionais, seja lá
como gostam de ser consideradas, a partir do momento em que
jogam na loteria, mesmo quando todas as probabilidades
racionais não recomendam o jogo, está se manifestando um
pensamento mágico. Seria um pensamento que foge à dureza
da racionalidade que estabelece as probabilidades de ganhar,
seria algo do tipo: "pode ser que eu tenha sorte" ou "pode ser
que tenha chegado o meu dia..." e assim por diante. Isso é
sentir-se sobre-humano, diferente dos demais.

Pode ser que a sensação de poder se comunicar com


espíritos, de ser escolhido como porta-voz dos espíritos, de ter
sensibilidade especial (diferente dos outros), de poder curar, de
poder prever ou influir no futuro, nos faça sentir especiais,
sobre-humanos.

Não tem sido nem um pouco comum encontrar um renomado


e competente médico recebendo espíritos de outro médico para
realizar suas curas; ele as realiza de maneira convencional, a
duras penas de ter tido que aprender, estudar, se formar, etc.
Mas, estando profissionalmente realizado, esse médico não
precisa recorrer ao sobre-humano para dar vazão à uma
vocação oculta e, muito provavelmente, frustrada.

Também atenua a sensação de termos falhado, de nos


sentirmos uma pessoa não tão brilhante como gostaríamos, se
nossas falhas e limitações tivessem origem fora de nós
mesmos, independentemente de nossa vontade. A possessão
por entidades pode resolver esses sentimentos de inferioridade
ou, quando não, realçar sentimentos de superioridade.

O sentimento sobre-humano e até mesmo o sentimento de


achar que Deus está conosco (um fortíssimo aliado) alivia
frustrações e sensações de fraqueza, nos dá forças e compensa
a dureza de um cotidiano simplesmente humano.

palavra Bruxaria, segundo o uso corrente da língua portuguesa, designa as faculdades


sobrenaturais de uma pessoa, que geralmente se utiliza de ritos mágicos, com intenção
maligna - a magia negra - ou com intenção benigna - a magia branca. É também utilizada
como sinônimo de curandeirismo e prática oracular, bem como de feitiçaria.

Para os bruxos seguidores da Moderna Wicca, contudo, a Bruxaria é o culto à Deusa e ao


Deus em sistemas que variam de uma deidade única hermafrodita ou feminina à pluralidade
de panteões antigos, mais notadamente os panteões celta, egípcio, assírio, greco-romano e
normando (viking).

Feiticeiro seria aquele que realiza feitiços, seja ele bruxo ou não, e feitiço, o gênero de
magia cujo objetivo é interferir no estado mental, astral, físico e/ou na percepção que outra
pessoa tem da realidade. A magia, por sua vez, é o uso de forças, entidades e/ou
"energias" não pertencentes ao plano físico para nele interferir.

Índice
[esconder]

• 1 A Bruxaria Tradicional e a Bruxaria Moderna


• 2 Dois Princípios Básicos na Bruxaria
• 3 Caça às Bruxas na Europa Ocidental
o 3.1 Na Idade Média
o 3.2 Na Idade Moderna
• 4 Caça às Bruxas - Novas visões históricas
• 5 Ver também

• 6 Ligações externas

[editar] A Bruxaria Tradicional e a Bruxaria


Moderna
Há uma grande confusão, entre os leigos, acerca de Bruxaria Tradicional e Bruxaria
Moderna. A Bruxaria Tradicional tem suas raízes aprofundadas através do período pré-
histórico, podendo ser considerada em parte irmã e em parte filha de antigas práticas e
cultos xamânicos. Historicamente, tal e qual os xamãs, o papel social das bruxas
tradicionais era basicamente dividido entre a prestação de auxílio à população na cura de
problemas de saúde (problemas da carne, da psiquê e do espírito) e o contato com os
espíritos dos mortos e dos deuses (encaminhamento de espíritos recém-desencarnados a
seu destino, obtenção de favores da Deusa e/ou dos Deuses, previsões do futuro para
facilitar a tomada de decisões tanto no nível pessoal quanto para a comunidade - neste
último caso a leitura do futuro seria para os chefes).

A Bruxaria Moderna, por outro lado, embora se relacione firmemente com a Bruxaria
Tradicional, surge historicamente com Gerald Gardner, com a criação da Wicca no ano 1950
da Era Comum. Apesar de a Bruxaria Tradicional, ao longo de seus estimados mais de
20.000 anos de existência, ter vindo absorvendo elementos estranhos a suas raízes
ancestrais, sendo uma religião viva e que evolui continuamente, seu eixo fundamental é
bastante distinto do da Bruxaria Moderna, pois Gardner não apenas adotou novos
elementos, mas tornou alguns destes em bases fundamentais da Wicca, amalgamando de
forma indissolúvel o que teria aprendido como iniciado na Bruxaria Tradicional com
conhecimentos adquiridos junto ao druidismo e conceitos de origem claramente oriental.
Agrava-se a confusão entre bruxaria moderna e bruxaria tradicional ao ter se tornado
recorrente o uso da expressão "wicca tradicional" para designar aqueles cuja linhagem
iniciática remonta a Gerald Gardner.

[editar] Dois Princípios Básicos na Bruxaria


A Bruxaria, sendo caracterizada pela liberdade de pensamento, acaba por apresentar um
amplo leque de linhas de pensamento e de vertentes de características bastante distintas,
entretanto, alguns elementos em comum podem ser apresentados a fim de que se tenha
melhor compreensão do significado da bruxaria. Elencamos dois princípios comuns, em
especial, que ao mesmo tempo que ajudam a compreensão, afastam conceitos equivocados
calcados em histórias infantis e preconceitos medievais à prática da bruxaria.

O Respeito ao Livre-Arbítrio - Nenhum verdadeiro bruxo buscará doutrinar aqueles que têm
outro credo. Para os bruxos, a fé só é verdadeira se resulta de escolha individual e
espontânea. Nenhum verdadeiro bruxo realizará qualquer tipo de magia no intuito de se
beneficiar de algo que prejudicará outra pessoa. Para os bruxos, cada um tem seu próprio
desafio a enfrentar. Usar de qualquer subterfúgio para escapar dos desafios que se
apresentam é apenas adiar uma luta que terá de ter lugar nesta ou em outras vidas. Adiar
problemas é o mesmo que acumulá-los para as próximas encarnações.

A Comunhão com a Natureza - O verdadeiro bruxo respeita a natureza, e por natureza ele
entende absolutamente tudo o que não é feito pelo homem, inclusive os minerais. Quando
preserva a natureza, suas preocupações não são a viabilidade da manutenção da vida
humana na Terra, o verdadeiro bruxo respeita a natureza simplesmente porque se sente
parte dela, porque a ama. Os bruxos não acham que a natureza está à sua disposição. Os
homens, os minerais, os vegetais e toda a espécie de animal são apenas colegas de
caminhada, nenhum mais ou menos importante que o outro. Ainda assim, matam insetos
que lhes incomodam e arrancam mato que cresce nos canteiros de flores sem dramas de
consciência. Não são falsos em suas crenças nem românticos idealistas. Acreditam que
conflitos fazem parte da natureza.

[editar] Caça às Bruxas na Europa Ocidental


A Caça às Bruxas foi uma perseguição social e religiosa que começou no final da Idade
Média e atinge seu apogeu na Idade Moderna. O mais famoso manual de Caça às Bruxas é
o Malleus Maleficarum (Martelo das Feiticeiras), de 1484.

No passado os historiadores consideraram a Caça às Bruxas européia como um ataque de


histeria supersticiosa que teria sido forjada e espelhada pela Igreja Católica. Seguindo essa
lógica, era "natural" supor que a perseguição teria sido pior quando o poder da igreja era
maior, ou seja: antes da Reforma Protestante dividir a cristandade ocidental em segmentos
conflitantes. Nessa visão, embora houvesse ocorrido também julgamentos no começo do
período moderno, eles teriam sido poucos se comparados aos supostos horrores medievais.
Pesquisas recentes derrubaram essa teoria de forma bastante clara e, ironicamente,
descobriu-se que o momento mais forte da histeria contra as bruxas ocorreu entre 1550 e
1650, juntamente com o nascimento da celebrada "Idade da Razão".
[editar] Na Idade Média

Ulricus Molitoris

Virtualmente todas as sociedades anteriores ao período moderno reconheciam o poder das


bruxas e, em função disso, formularam leis proibindo que crimes fossem cometidos através
de meios mágicos. O período medieval não foi exceção, mas inicialmente não havia
ninguém caçando bruxas de forma activa. Esse contexto relativamente benígno permaneceu
sem grandes alterações por séculos.

As posturas tradicionais começaram a mudar perto do fim da Idade Média. Pouco depois de
1300, na Europa Central, começaram a surgir rumores e pânico acerca de conspirações
malígnas que estariam tentando destruir os reinos cristãos através de magia e
envenenamento. Falava-se de conspirações por parte dos muçulmanos e de associações
entre judeus e leprosos ou judeus e bruxas. Depois da enorme devastação decorrente da
peste negra (que vitimou 1/3 da população européia entre 1347 e 1350) esses rumores
aumentaram e passaram a focar mais em supostas bruxas e "propagadores de praga".

Casos de processo por bruxaria foram aumentando lentamente, mas de forma constante,
até que os primeiros julgamentos em massa apareceram no Século XV.

[editar] Na Idade Moderna


Em 1484 foi lançado o livro Malleus Maleficarum, pelos inquisidores Heinrich Institoris e
Jakob Sprenger, que se torna uma espécie de bíblia da caça às bruxas. Com 28 edições
esse volumoso manual define as práticas consideradas demoníacas.

Ao surgirem as primeiras ondas da Reforma Protestante o número de julgamentos chega a


diminuir por alguns anos. Entretanto, em 1550 a perseguição cresce novamente, dessa vez
atingindo níveis alarmantes. Esse é o período mais sanguinário da histeria, que atingiu tanto
terras católicas como protestantes e durou de 1550 a 1650. Depois desse período os
julgamentos diminuem fortemente e desapareceram completamente em torno de 1700.

[editar] Caça às Bruxas - Novas visões históricas


A partir dos anos 70 do Século XX, os historiadores passaram a estudar detalhadamente os
registros históricos de julgamentos, ao invés de confiar apenas nos relatos dos casos mais
famosos e outras fontes pouco seguras. A nova metodologia trouxe mudanças significativas
na compreensão que se tinha deste período. Vejamos algumas das ideias chaves dessa nova
visão:
A "Caça às Bruxas" na Europa começou no fim da Idade Média e foi um fenómeno religioso
e social da Idade Moderna. A situação assumiu tamanha dimensão, também devido às
populações sofrerem frequentemente de maus anos agrícolas e de epidemias, resultando
elevada taxa de mortalidade, e dominadas pela superstição e pelo medo. A maior parte das
vítimas foram julgadas e executadas entre 1550 e 1650. A quantidade de julgamentos e a
proporção entre homens e mulheres condenados poderá variar consideravelmente de um
local para o outro. Por outro lado, 3/4 do continente europeu não presenciou nem um
julgamento sequer. A maioria das vítimas foram julgadas e executadas por tribunais
seculares, sendo os tribunais locais, foram de longe os mais intolerantes e cruéis. Por outro
lado, as pessoas julgadas em tribunais religiosos recebiam um melhor tratamento, tinham
mais chances de poderem ser inocentadas ou de receber punições mais brandas.

O número total de vítimas ficou provavelmente por volta dos 50 mil, e destes, cerca de 25%
foram homens. Mulheres estiveram mais presentes que os homens, e também enquanto
denunciantes, e não apenas como vítimas. A maioria das vítimas eram parteiras ou
curandeiros; mas a maioria não era bruxa. A grande maioria das vítimas eram da religião
cristã, até porque a população pagã na Europa na época da Caça às Bruxas, era muito
reduzida.

Estudos recentes vêm apontar que muitas das vítimas da "Caça as Bruxas", bem como de
muitos "casos de endemoniados", teriam sido vítimas de uma intoxicação. O agente
causador era um fungo denominado Claviceps purpurea, um contaminante comum do
centeio e outros cereais. Este fungo biossintetiza uma classe de metabólitos secundários
conhecidos como alcalóides do Ergot e, dependendo de suas estruturas químicas, afectavam
profundamente o sistema nervoso central. Os camponeses que comeram pão de centeio (o
pão das classes mais pobres) contaminado com o fungo, eram envenenados e
desenvolveram a doença, actualmente denominada de ergotismo.

Em alguns casos, também verificou-se alegações falsas de prática de "bruxaria" e de estar


"possuído pelo demônio", com o fim de se apropriar ilicitamente de bens alheios ou como
uma forma de vingança.

Três artigos - em inglês - que explicam as novas teses são:

• The Burning Times;


• Recent Developments in the Study of The Great European Witch Hunt.
• Who Burned the Witches?

...
TRANSE E POSSESSÃO Wellington
Patologia do Pensamento Zangari é diretor
Criminologia
de Inter Psi, Grupo
Crime Sexual Mágico de Semiótica,
Serial Interconectividade
Delinqüência Havendo saúde mental, os estímulos e Consciência,
Infantil para que o raciocínio se desenvolva Centro de Estudos
Delito Sexual devem provir de fontes externas e Peirceanos,
internas. Mas o pensamento não é Programa de
(Parafilias)
Estudos Pós-
Epilepsia e a Lei guiado apenas por considerações
Graduados em
estritamente atreladas à realidade, ele
Comunicação e
Imputabilidade também flui motivado por estímulos Semiótica, PUC-SP.
Personal. interiores, abstratos e afetivos ou até Veja um trecho de
Borderline instintivos. A criação humana, por seu artigo Estudos
Personal. exemplo, ultrapassa muitas vezes a psicológicos da
realidade dos fatos, refletindo estados mediunidade: uma
Criminosa?
breve revisão:
Personal. interiores variados e de enorme valor
Psicopática para a construção de nosso patrimônio
"... Assim, apesar
Psiquiatria e cultural. da mediunidade
Violência Voltar-se para o mundo interno significa "fazer uso" de
Transt. capacidades
que o pensamento se manifesta sob a
Sociopáticos dissociativas
forma de DEVANEIOS - uma espécie de
individuais do
Violenta servidão das idéias às nossas médium, a
Emoção necessidades mais íntimas, aos nossos dissociação parece
Biologia da afetos e paixões. Enquanto há saúde disciplinada pelo
Violência mental, entretanto, nossos devaneios grupo social de que
Cérebro e o médium participa.
são sempre voluntários e reversíveis;
Violência Os elementos
eles devem ser nossos servos e não
Crimes sócio-culturais que
nossos senhores. darão o contorno
Satânicos
Em estados mais doentios, esses das personalidades
Transes e
"intrusas" estão
Possessões devaneios ou fugas da realidade são
presentes no grupo
Perícia emancipados da vontade, são impostas
social do médium
Psiquiátrica ao indivíduo de forma absoluta e e, portanto, na
Dano Psíquico tirânica. Parece tratar-se de um mente do médium.
indivíduo que despreza a realidade e A análise de
vive uma realidade nova que lhe foi Burguignon oferece
Índice
imposta involuntariamente, da qual não a possibilidade de
- Xô Satanás
compreender que a
- Os Cultos da consegue libertar-se.
diferença entre a
Aflição
A própria concepção da realidade pode dissociação
- Deus, Diabo,
sofrer alterações nos transtornos patológica e a
Cultura e Religião
psíquicos. Em determinados estados dissociação não-
- Os Transes e
patológica reside
Possessões neuropsicológicos a realidade pode
na cultura.
- O que é sofrer alterações de natureza
Pentecostalismo bioquímica, funcional ou anatômica. Em Hughes (1992),
- Conversão
outros estados, agora de natureza após entrevistar e
- Falar Línguas
- Patologia do psicopatológica, os elementos da administrar escalas
realidade também podem ser de dissociação a
Pensamento Mágico
sujeitos
deturpados por fatores afetivos,
- Pensamento diagnosticados
emocionais ou psíquicos, de forma a
Mágico como portadores
- Idéias Deliróides prevalecer uma concepção do mundo de desordem de
- Sugestão, Auto- determinada exclusivamente pelo personalidade
Sugestão e Crença interior de ser e não mais pela lógica múltipla e de
Exagerada comum a todos nós. médiuns, concluiu
que "os médiuns
Ao pensamento que se afasta da não exibem alto
realidade morbidamente, ou seja, grau de
doentiamente, damos o nome de psicopatologia,
Pensamento Derreísta em oposição ao nem apresentam
experiências
Pensamento Realista, atrelado à
dissociativas em
realidade. Falamos “se afasta
grau mais elevado
morbidamente da realidade” porque em freqüência,
esse tipo de pensamento não mais apesar de suas
depende do arbítrio que todos temos em experiências de
fantasiar e voltar à realidade transe.
voluntariamente. Ele devaneia
obrigatoriamente, sendo negado ao Apesar de tanto os
médiuns quanto os
paciente a faculdade de entendimento
portadores de
dos limites de nossas fantasias, quando desordens de
nos imaginamos ganhadores da loteria múltipla
ou coisas assim, e da realidade, com a personalidade
consciência plena de nossa situação. estarem
condicionados à
Para aqueles que acreditam ser normal e dissociação ao
até desejável que a pessoa tenha seus nível dos processos
pensamentos exclusivamente atrelados mentais, eles
ao concreto e ao real, lembramos que diferem em relação
essa limitação imposta ao pensamento, à etiologia, função,
controle e
fazendo-o incapaz de afastar-se do
patologia. (...)
absolutamente concreto, leva o nome de Enquanto que para
Concretismo, que também é uma os portadores de
alteração da forma do pensamento. desordens de
personalidade
O Pensamento Derreísta é aquele que se
múltipla a
desvia da razão, faltando-lhe tenacidade dissociação com
para se atrelar à realidade. Sua co-consciência é
característica principal e criar, a partir de idiossincrática e
antigas cognições e novas compulsiva, para
representações, um mundo novo e de os médiuns de
transe a
acordo com os desejos, anseios e
experiência
angústias.
dissociativa
Pensamento Mágico acompanhada de
co-consciência é
De forma mais prática e didática, contextualizada
podemos considerar o pensamento culturalmente e
derreísta como sendo uma espécie de está sob o controle
Pensamento Mágico, e o pensamento da consciência do
praticante". veja
realista como sendo o Pensamento
tudo
Lógico. Portanto, é normal que a pessoa
contenha ambos tipos de pensamento
em seu psiquismo, valendo-se deles de
acordo com as necessidades
adaptativas.

Para resolver as necessidades práticas


do cotidiano a pessoa se vale do
Pensamento Lógico (realista); calcula
dinheiro, planeja seu dia, prioriza
atividades, dirige de acordo com as
normas, comporta-se com sensatez,
lógica e discernimento, etc.

Diante das necessidades interiores os


Pensamentos Mágicos são mais lenitivos.
Através deles a pessoa faz suas orações,
nutre seus desejos e esperanças, aposta
na loteria, evita passar debaixo de uma
escada, acredita em seus deuses, fala
da sorte ou do azar, enfim, devaneia. E
normalmente esses devaneios obedecem
às normas da cultura em que vivemos,
ao menos em boa parte deles.
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De modo geral, quanto maiores as angústias, mais
recorremos aos Pensamentos Mágicos. Isso ocorre
fisiologicamente nas pessoas normais mas, diante de situações
psíquicas patológicas, a “opção” para o Pensamento Mágico
pode tornar-se tiranamente absoluta.
Essa predileção pelo Pensamento Mágico pode se dar em
vários graus; desde uma simples crença, fé, idéia
supervalorizada, fanatismo, até o delírio franco. Isso significa
que uma simples crença pode privilegiar a Mágica sobre a
Lógica discretamente, sendo possível sair do mágico para o
lógico com facilidade, enquanto no delírio, o grau maior de
submissão da lógica ao mágico, o retorno voluntário ao
Pensamento Lógico é basicamente impossível.
Então, para saber se a pessoa está totalmente, parcialmente
ou ligeiramente submissa aos seus Pensamentos Mágicos ou,
como é bom frisar bastante, totalmente submissa aos
Pensamentos Mágicos de seu entorno, devemos saber se essa
pessoa tem ou não delírios.
Nas Esquizofrenias, por exemplo, a pessoa perde totalmente
os limites entre o mágico e o lógico, através de seus delírios. De
modo geral, qualquer patologia mental capaz de produzir delírios
subjuga a lógica, privilegiando morbidamente a mágica.
Assim sendo, agora que sabemos serem os delírios os mais
graves causadores da soberania do Pensamento Mágico, o
problema da psicopatologia será descrever as patologias que
originam delírios, conseqüentemente, que causam o domínio
absoluto da mágica sobre o lógico.
Jaspers define o Delírio com sendo um juízo patologicamente
falseado e que deve, obrigatoriamente, apresentar três
características*:
1. Uma convicção subjetivamente irremovível e uma
crença absolutamente inabalável com impossibilidade
de se sujeitar às influências de quaisquer
argumentações da lógica;
2. Um pensamento de conteúdo impenetrável e
incompreensivo psicologicamente para o indivíduo
normal;
3. Uma representação sem conteúdo de realidade, ou
seja, que não se reduz à análise dos acontecimentos
vivenciais.
*-características de Delírio, verdadeiro ou primário, segundo Karl
Jaspers.
Essa definição de Jaspers é de extremo valor na
diferenciação entre sugestionabilidade e delírio, ou seja,
LICANTROPIA e VAMPIRISMO

O mito do Homem-Lobo se registra desde a Idade Média até


nossos dias. Na Idade Média se cometia grande quantidade de
crimes sádicos e sexuais que sempre terminavam por ser
atribuídos a seres sobrenaturais, devido à superstição e ao
medo da gente.

Alguns trabalhos curiosos comparam esses delitos


sobrenaturais antigos com os crimes sexuais seriais executados A Natureza da
por criminais contemporâneos, identificando as violações e os Violência ...
assassinatos atribuídos aos temidos homens-lobo com as Jeanine Nicolazzi
barbaridades e sevícias levados a cabo pelos assassinos de Philippi
hoje.
Em psiquiatria, a licantropia aparece como uma enfermidade De fato, explica
Freud, os homens
mental com tendência canibal, onde o doente se imagina estar
não são criaturas
transformado em lobo e, inclusive, imitando seus grunhidos.
gentis que, no
Em alguns casos graves esses pacientes se negam a comer máximo, podem
outro alimento que não seja carne crua e bem sanguinolenta. defender-se quando
atacadas, mas seres
Isoladamente, tanto as tendências eminentemente sociológicas, aos quais os dotes
quanto as psicológicas e orgânicas fracassaram. Hoje em dia pulsionais lhes
fala-se no elemento bio-psico-social. Volta a tomar força os imprimem uma
estudos de endocrinologia, que associam a agressividade do significativa cota de
agressividade, cujos
delinqüente à testosterona (hormônio masculino), os estudos
efeitos podem ser
de genética ao tentar identificar no genoma humano um
apreendidos na
possível "gene da criminalidade". apropriação que
fazem dos outros,
Esses transtornos, normalmente diagnosticados como severas utilizando-os não
psicoses, apresentam concomitantemente um alto grau de apenas como um
histerismo, cursando com idéias delirantes e mudança total da ajudante ou objeto
pessoalidade e, como outras psicoses, não sendo possível sexual, porém como
separar a realidade do imaginado. um outro qualquer
sobre o qual a
descarga pulsional
Antigamente, sendo as psicoses de difícil tratamento,
efetiva-se de
proliferavam psicóticos esquizofrênicos e outros doentes diversas formas,
mentais, como os sádicos, necrófilos e psicopatas em geral, os como na exploração
quais ocorriam à licantropia como via de saída para seus do trabalho, nas
delírios ou seus instintos mórbidos. humilhações,
torturas e mortes. A
agressividade é
intrínseca às
funções do eu do
homem, ou seja,
uma estrutura
distinguida por uma
tensão agressiva,
por uma intenção de
agressão. "Tensão
no sentido de
............
............

Estes doentes se valiam, como ainda hoje, dos


personagens da cultura e do folclore para solidificar a crença
em poder transformar-se em lobo, e que, nas noites de lua
cheia, seu corpo se cobria de pelo, seus dentes se tornavam
pontiagudos e suas unhas cresciam até converter-se em
garras. Possuídos por tais delírios, os doentes vagavam pelas
ruas assediando suas vítimas, atacando, mordendo e, em
algumas ocasiões, esquartejando e comendo partes de seu
corpo.

Hoje em dia a medicina conhece outros tipos de doenças


que poderiam explicar parte do mito da licantropia, como por
exemplo a Porfiria Congênita. Esta doença se caracteriza
por problemas cutâneos, foto-sensibilidade e depósitos de
porfirina, um pigmento dos glóbulos vermelhos que escurece
os dentes e a urina, dando a impressão que o paciente esteve
bebendo sangue.

Outras doenças, como por exemplo a Hipertricose ou o


Hirsutismo, as quais provocam o crescimento exagerado de
pelos por todo o corpo, incluindo a face, eram interpretadas,
antigamente, como qualidades sobrenaturais onde os
pacientes podiam converter-se em bestas. Mas, por outro
lado, ao longo da historia tem surgido alguns criminosos
considerados "homens-lobo" devido aos seus métodos
canibais de matar a vítima.

PORFIRIAS (Lobisomem e Vampiro)

As Porfirias são um grupo de doenças genéticas cuja


causa é um mau funcionamento da seqüência enzimática do
grupo Heme da Hemoglobina (a HEMOGLOBINA é o
pigmento do sangue que faz que este seja vermelho e é
composta pelo grupo Heme e varias classes de GLOBINAS,
segundo circunstâncias , normais, que agora não vêem ao
caso). O grupo Heme é quem transporta o oxigênio dos
pulmões ao resto das células do organismo e é um complexo
férrico (em estado ferroso). Qualquer erro na hereditariedade
que interfere na síntese do grupo Heme é capaz de produzir
as doenças chamadas Porfirias.

O Monstro

Os sintomas das Porfirias são:


1) Fotosensibilidade, que se apresenta em
todos tipos, menos na chamada Forma Aguda
Intermitente. Esta fotosensibilidade é o
resultado do acúmulo de porfirinas livres de
metal na pele produzindo sérias lesões:
1.a) Hirsutismo. Para o organismo proteger-se
da luz, o pelo cresce exageradamente e em
lugares não habituais, como no vão dos dedos
e dorso das mãos, nas bochechas, no nariz,
enfim, nos lugares mais expostos à luz.
Evidentemente esses pacientes devem sair
quase que exclusivamente à noite.
1.b) Pigmentação. A pele pode apresentar
também zonas de pigmentação ou de
despigmentação e os dentes podem ser
vermelhos fazendo que o aspecto do doente se
afaste cada vez mais do ser humano normal e
se aproxime da idéia de um monstro.
2) As porfirinas acumuladas na pele, podem
absorver luz do sol em qualquer longitude,
tanto no espectro ultravioleta, como no
espectro visível e logo transferir sua energia ao
oxigênio que provêem da respiração. O
oxigênio normalmente não é tóxico, mas com o
excesso de energia transferido pelas porfirinas,
o oxigênio se libera sob a forma de oxigênio
altamente reativo.

Este oxigênio altamente reativo, produz destruição dos


tecidos, predominantemente os mais distais e mais expostos,
como é o caso das pontas dos dedos, o nariz, etc, oxidando
essas áreas de forma violenta, com severa inflamação em
forma de queimação.

Assim sendo, quando esses pacientes se expõem à luz,


suas mãos se convertem em garras e sua face, peluda em
sua totalidade, mostra uma boca permanentemente aberta
por lesões repetitivas dos lábios. Estando os dentes
descobertos, adquirem aparência maior, sugerindo presas. As
narinas, pelos mesmos motivos das lesões, se apresentam
voltadas mais para cima e como orifícios tétricos e escuros.

Dessa forma teremos o lobisomem tal qual descrito pelo


mito do Homem-Lobo. Imaginemos agora, na metade do
século XIV, a possibilidade de encontrarmos em meio de una
noite escura, esse tipo de paciente que sai de noite para
evitar o dano que produz a luz, com a aparência descrita
acima.

O Sangue da vítima

As Porfirias são doenças genéticas e sem cura,


atualmente. Mesmo que alguns dos sintomas não possam ser
aliviados, atualmente o principal tratamento para algumas
porfirias, é a injeção de concentrados de glóbulos vermelhos
(hemácias) ou soluções de Grupo Heme. Além disso,
recomenda-se ao doente o uso continuado de filtros solares.

Mas, na Idade Media, a injeção do pigmento Heme ainda


não era possível, e nem havia sido descoberto. Podemos das
asas à imaginação e supor que, em algum momento, algum
paciente mais desesperado tenha sido induzido ou orientado
por algum curandeiro a comer ferro ou carne crua, senão a
beber sangue. A própria carência de Heme ou ferro pode
desenvolver essa inclinação alimentar.

Na realidade não se sabe como, mas não é difícil imaginar


a pulsão que algum porfírico deve ter sentido em beber
grandes quantidades de sangue e melhorar seus sintomas
com isso. Nascia assim, não apenas o Lobisomem, como
também o Vampiro. As descrições literárias e folclóricas da
época (e até hoje) se incumbiram em oferecer um conteúdo
cultural suficientemente denso para compor o cenário do
delírio licântropo de muitos doentes mentais.

A Maldição

A natureza genética das porfirias, juntamente com alguns


costumes endogâmicos (casamento entre membros de uma
mesma família) em alguns grupos étnicos da Europa Oriental
e entre a nobreza européia em geral, poderia ter
desencadeado a doença em pessoas geneticamente ligadas.
Pode vir daí a lenda da maldição familiar dos Lobisomens
e/ou de ser Lobisomem o sexto ou sétimo filho do casal ou
coisas assim.

O Alho, Vampiros e Lobisomens

Há uma crença folclórica sobre o poder do alho para


afugentar vampiros. Quais seriam os fundamentos dessa
crença?
Existe no fígado uma enzima chamada de Citocromo
P450, cuja função seria, junto com outras enzimas, remover
do organismo substâncias não solúveis em água produzindo
produtos xenobióticos hidrossolúveis, cumprindo assim uma
das funções desintoxicantes do fígado.
Como acontece com a hemoglobina, o Citocromo P450
possui o grupo HEME que, neste caso, cumpre uma tarefa
diferente. Quando o Citocromo P450 hepático está
metabolizando uma amplia variedade de drogas e outros
compostos orgânicos, seu grupo Heme pode ser destruído
(veja mais em LA REVISTA DEL VAMPIRO).

Muitas drogas e compostos orgânicos que destroem o


grupo Heme do Citocromo P450 hepático, têm muito em
comum com um dos principais componentes do alho, o
dialquilsulfito, que além de tudo é volátil. Isso sugere que a
ingestão ou aspiração de alho aumenta a severidade de um
ataque de porfiria, pois o complexo Heme, modificado pela
destruição do Citocromo P450 hepático, é um potente inibidor
da enzima ferroquelatase, portanto o alho não só destrói o
grupo Heme, mas também decompõe o aparato biosintético
do mesmo.

Assim sendo, se o Heme não é sintetizado no organismo,


não poderá inibir o excesso de síntese de porfirinas por
retroalimentação negativa (feed-back) e, essa ruptura do
equilíbrio é o que agrava o ataque de porfiria. Essa seqüência
química faz com que o alho seja extremamente danoso aos
portadores de porfiria.
A CONDESSA SANGRENTA (VAMPIRESA)

Mais conhecida como "A Condessa Sangrenta", devido aos


macabros e depravados crimes que cometeu, Elizabeth
Bathory foi uma aristocrata húngara pertencente a uma das
mais ilustres famílias da Europa. De fato desta mesma família
também foram Estevam e Sigmund Bathory, que ocuparam os
tronos da Polônia e da Transilvânia, respectivamente. Além
disso, também vieram dessa mesma família vários dignitários
do clero e alguns ministros da Hungria.

Acreditavam que madame Bathory matava jovens donzelas


para banhar-se em seu sangue, uma vez que acreditava que,
assim fazendo, se manteria sempre jovem e bela. Dizem que
chegou a assassinar perto de 650 pessoas com este
propósito. Atualmente e depois das investigações, não se
sabe se o propósito era realmente este, mas de qualquer
forma, pode-se assegurar que cometeu realmente uma grande
quantidade de crimes de extrema crueldade.

A historia de Elizabeth começa em 1560. Seu castelo se


encontrava em Cachtice, cidade situada na Slovakia. Também
passou parte de sua vida em Viena, onde tinha uma mansão
próxima do palácio real, no centro da cidade. Ali Elizabeth fez
construir uma jaula de ferro, dentro da qual torturava as jovens
donzelas.

Grande parte dos investigadores atribui os maus instintos da


condessa à alguma degeneração genética, devidos aos
casamentos consangüíneos de sua família. De fato Elizabeth
era muito propensa a ataques de epilepsia e, entre seus
familiares havia numerosos antecedentes de práticas de
magia negra e satanismo. Aliás seu irmão Stephem e sua tia,
ambos de marcada tendência homossexual, foram conhecidos
libertinos, além disso, deve-se citar o caso de sua
antepassada Cara Báthory que, apesar de praticar todo tipo
de aberrações sexuais, envenenou seu próprio marido.

Aos onze anos, como era costume entre algumas famílias,


Elizabeth foi prometida para Ferenc Nadasdy, filho de outra
família aristocrática húngara. Foi viver com a família de
Ferenc, no sombrio castelo de Csejthe. Ali gostava de manter
intimidades com outros moços, chegando a engravidar de um
deles. Devido a este incidente aos 13 anos, teve o filho em
segredo e este lhe foi tomado, casando-se dois anos depois
Ferenc Nadasdy.

Ferenc, posteriormente conhecido como "O Cavaleiro Negro"


por suas proezas como general no campo de batalha, era tão
cruel como sua mulher. Esteve a maior parte de seu
matrimônio lutando contra os turcos e quando voltava para
casa, distraia-se torturando os prisioneiros.

De fato Ferenc ensinou várias técnicas de tortura a Elizabeth.


SÍMBOLOS DA NOVA ERA
Publicado em 2/19/2006

Existe há séculos uma série de símbolos que são a


representações de diversos costumes e crenças. São
como logotipos, representação gráfica (desenho, letras,
etc) usado pelas empresas atuais que ao vê-los logo
reconhecemos.

A maioria das pessoas que utiliza esse sistema simbólico


está ligada à música e aos meios de diversão em geral,
com destaque aos grupos de Rock (Metal), que fazem de
suas vestimentas e capas de discos, os mais eficientes
veículos de divulgação dessa simbologia.

Veja abaixo alguns exemplos:

Anarquia

O movimento prega a destruição de toda e qualquer organização que não queira se integrar ao
novo sistema. Declara a anarquia do inferno a essas organizações que resistem à adesão
universal.

Ankh ou "Cruz com laço", "Cruz egípcia"...

Antigo símbolo egípcio que representa a vida, o conhecimento cósmico e o intercurso sexual.
Também é conhecido por bruxos como a "Cruz Ansata", utilizado em rituais de encantamento,
fertilidade e divinação.

Todo faraó ao morrer levava a cruz junto às narinas para adquirir imortalidade.

Ele era encontrado sempre nos hieróglifos, sendo segurado pelas divindades egípcias como se
fosse uma chave, o que nos remete ao seu significado como "a chave dos portões que
separam a vida e a morte", já que estes desenhos eram muito comuns em pirâmides
mortuárias dos faraós. O Ankh simboliza a vida, o conhecimento cósmico, o intercurso sexual e
o renascimento.
Arco-íris

É o símbolo principal da Nova Era, mas apresentado só a metade! Ele representa a ponte entre
a alma humana individual e a "Grande Mente Universal" ou "Alma Universal", que é Lúcifer.
Também é considerado como "Ponte Mental" entre o homem e as energias cósmicas e a
cidade de Shambala, governada por Lúcifer. Na Bíblia, o arco-íris é o símbolo da Aliança entre
Deus e o Seu povo.

Besouro

Símbolo que mostra que a pessoa que usa tem poder dentro do satanismo.

Borboleta

A borboleta é o símbolo próprio dos adeptos da nova era ou dos "aquarianos". Como a lagarta
entra no casulo, transforma-se e sai em forma de borboleta, assim a humanidade passa de
uma era antiga, transforma-se em todos os sentidos e entra na nova era.

Cabeça de bode

É um símbolo de zombaria, contrário ao cordeiro de Deus "Jesus".

Casal Transpessoal
Símbolo do fim do casamento representado pela letra Omega, última letra do alfabeto grego.
Os adeptos da Nova Era dizem que o ser humano não deve pertencer a nenhuma família
possessiva, mas deve ficar sempre livre para buscar outros parceiros.

Chalice Well (Símbolo celta)

Associado aos poderes mágicos, o chalice well representa o poço do Glastonbury, no fundo do
qual estaria escondido o Santo Graal - o cálice usado por Cristo na última ceia. É um objeto da
tradição celta mais recente, pois remonta o início da Era Cristã e ao período medieval. Usado
como talismã, atrai proteção e facilita a comunicação com os seres elementais - fadas,
gnomos, ondinas, silfos, salamandras e duendes. Não há uma divindade associada a esse
talismã, porque ele se identifica com o cristianismo (incorporado pelos celtas), não tendo,
portanto, uma ligação direta com o druidismo nem com a mitologia celta primitiva.

Chifre

Usado em colares, pulseiras, brincos, etc. Simboliza o afastamento de fluídos negativos (mal
olhado, olho gordo...).

Circulo

O movimento cíclico do Universo e das energias. Representa toda forma de força cíclica, seja
corpórea ou universal ininterrupta.

Cruz Celta

Associada à coragem e ao heroísmo, a cruz celta ajuda a superar obstáculos e a conquistar


vitórias graças aos próprios esforços. Atrai reconhecimento, fama e riqueza, mas essas
bênçãos só são garantidas para quem trabalha com afinco e dedicação. Por isso, a cruz celta
também concede força de vontade e disposição. A divindade relacionada a esse talismã é Lug,
o Senhor da Criação na mitologia celta.

Cruz com laço

Simboliza o desprezo da virgindade, troca da parceiros conforme a escolha pessoal. A NE


ensina que a sexualidade é a parte que purifica o ser humano, eleva o espírito e embeleza o
corpo. É a volta ao paganismo antigo, cujos "deuses" promoviam as danças com barulho
excessivo, as orgias, a prostituição ritual, etc.

Cruz Satânica ou Cruz da confusão

O nome por si já diz o que significa, qual o seu uso, e o objetivo do porque usa.

Cruz suástica

Para o Movimento Nova Era simboliza o movimento cósmico. É bem conhecida sua conotação
com a pessoa de Adolf Hitler e seu movimento nazista que dizimou milhões de seres humanos
na Segunda guerra mundial. É conhecido, também no Brasil e em outras partes do mundo, o
renascimento deste movimento nazista. A cruz suástica é inspiração de chamberlain, um
vidente satânico e conselheiro de Hitler. Foi ele que inspirou a Hitler as idéias de um reino de
terror e poder.

Cruz de Cabeça para Baixo

Usado por grupos de Rock e adeptos da Nova Era. Simboliza zombaria da cruz de Jesus.
Usado também em rituais satânicos.
Estrela de cinco pontas

As duas pontas para cima, significam Lúcifer e seu reino; duas pontas para baixo, significa o
homem como deus, no lugar de Deus. É símbolo da adoração a Satanás já estabelecida em
várias partes do mundo. Alguns conjuntos musicais de "Rock" adoram este símbolo para
garantir sucesso.

Estrela de Davi em círculo

É usada pelo movimento Nova Era como símbolo da unificação da humanidade com as forças
cósmicas.

Fita entrelaçada Sem Fim

Significa a vida entrelaçada, onde há sempre uma continuidade em outras encarnações.


Também representa o pacto de sangue entre os nova-erinos, envolvendo pessoas ou
organizações. É usado para uma melhor obediência entre os aliados do movimento Nova Era.

Lua-estrela

Usados em roupas, adereços, artes e também em centros espíritas. Simboliza poder para
transportar através do cosmos.
Mancha

Usada principalmente em automóveis. É uma gota de sangue em zombaria ao sangue redentor


de Jesus.

Mão chifrada

Usado por artistas ligados à música (principalmente Rock) e seus fãs. Simboliza invocação ao
diabo e louvor em rituais satânicos.

Netuno

Simboliza a transformação das crenças. A cruz para baixo significa que todas as crenças serão
destruídas para que o planeta Terra seja governado por Maitreya o "Novo Messias".

Número da besta

Este número tem qualidades sagradas e por isso, deveria ser usado com maior freqüência
possível para representar a Nova era, segundo os ensinamentos da Alice Bailey, suma-
sacerdotisa da Sociedade Teosófica.

Olho de Lúcifer

Simboliza o olhar de satanás sobre as finanças do mundo. (ver nota de um dólar).


Olho de Lúcifer

Usado em roupas e outros meios. Simboliza o olho de satanás vendo tudo e chorando por
aqueles que estão fora do seu alcance (judeus e cristãos principalmente).

Olho de Hórus

É um outro antigo símbolo egípcio. Representa o olho divino do deus Hórus, as energias solar
e lunar, e freqüentemente é usado para simbolizar a proteção espiritual e também o poder
clarividente do Terceiro Olho.

Pé-de-galinha (Movimento Hippie)

É uma cruz de cabeça para baixo, também chamada de "pé-de-galinha". Simboliza a


"verdadeira" paz sem Cristo. O pé-de-galinha é uma cruz com os braços quebrados e caídos. O
círculo representa o inferno. Na década de 60 foi usada pelos hippies; também foi símbolo de
ecologia no mundo, pois representa uma árvore de cabeça para baixo. E esse símbolo
simboliza a Igreja de Satã nos Estados Unidos.

Pentagrama

É um dos símbolos pagãos mais poderosos e mais populares entre os Bruxos e Magos
Cerimoniais. O pentagrama (uma estrela de cinco pontas circunscrita num círculo) representa
os quatro antigos e místicos elementos: fogo, água, ar e terra, superados pelo espírito.

Na Wicca o símbolo do pentagrama é geralmente desenhado com a ponta para cima a fim de
simbolizar as aspirações espirituais humanas. Um pentagrama voltado com duas pontas para
cima é um símbolo do Deus Cornífero.
Pirâmide

É tida como elemento que capta a energia cósmica e beneficia as pessoas dando sorte nos
negócios.

Plutão

Simboliza a "união planetária, construção da "Aldeia Global", é o novo nascimento do planeta


Terra com a união sem fronteiras, acima de credos, cor e raça. Simboliza também a "paz
universal" dentro da nova era.

Pomba com Ramo

Simboliza a paz à qual tendem os aquarianos, na esperança de que as águas de Peixes


sequem para dar lugar à Nova Era.

Raio

É o reconhecimento do poderio de satanás, senhor Satã, e a disposição de estar a seu serviço.

Signo de Lúcifer

Este sinal é o símbolo da bandeira de Lúcifer. O círculo representa o planeta Terra como reino
de satanás. O ponto são os homens, instrumentos a serviço deste reino.

SS

Usado por grupos nazistas e grupos de Rock também em roupas, broches, tatuagens, etc.
Simboliza o louvor e invocação de satanás.

Triângulo

Símbolo com várias interpretações, aliás conciliáveis: luz, trevas e tempo; passado, presente e
futuro; sabedoria, força e beleza; nascimento, vida e morte; liberdade, igualdade e fraternidade.

É um símbolo de manifestação finita na magia ocidental, sendo usado em rituais para invocar
os espíritos quando o selo ou sinal da entidade a ser invocada está no centro do triângulo. O
triângulo é equivalente ao número três - número mágico poderoso - e é um símbolo sagrado da
Deusa Tripa: Virgem, Mãe e Anciã. Invertido simboliza o princípio masculino.

Tem cabalisticamente duas formas de interpretação, define o temário, numero três: causa, ação
e reação. É também a força do etéreo quando o vértice está para cima.

Triskle Celta (Símbolo celta)

Associado aos quatro elementos básicos da natureza - a terra, o fogo, o ar e a água - , o triskle
celta é o símbolo que sintetiza toda a sabedoria desse povo. Ele representa as três faces da
mulher, considerada a expressão máxima da natureza: a anciã, a mãe e a virgem. Usado como
talismã, esse objeto atrai as três principais qualidades femininas - ou seja, a intuição, a ternura
e a beleza - e ajuda a obter proteção contra todos os males. A divindade relacionada a esse
talismã é a própria natureza, cultuada pelos celtas.

Unicórnio
É o símbolo da liberdade e promiscuidade sexual: homossexualismo, lesbianismo,
heterossexualismo, fornicacionismo, sexo grupal, etc.

Urano

Amor à natureza que se expressa através dos movimentos ecológicos. Urano simboliza a
harmonia com o cosmo, adoração à deusa Gaia, o que eles chamam de "Lado feminino de
Deus".

O Tao ou Yin Yang

A representatividade chinesa do macro e microcosmos e das duas energias que regem das
duas energias que regem o mundo, yin e yang; o feminino e o masculino; o bem e o mal; a
ordem e o caos; - energias opostas que se complementam. A força intrínseca do Universo
convertendo-se ora em uma, ora em outra.

Este artigo abordará o tema Belzebu. Aproveite também para conhecer nossa loja com
alguns produtos relacionados ao caminho da mão esquerda.

Referências:

II Reis, 1, 2 e Mateus 12, 24-27

Como regente efetivo do princípio de decomposição e das matérias putrefatas, surgiu


sempre em formas nauseabundas e grotescas, algumas inclusive quase extraterrestres, ou
intraterrestres... Aparências que de tão impensáveis, inconcebíveis mesmo, chegam a ser
obscenas. Sem uma intensa concentração e resistência não é possível suportar a náusea
que a sua presença provoca. Um fator agravante é a questão pessoal do nosso ódio
recíproco, o que lhe faz surgir como aglomerados orgânicos informes cheios de feridas,
bocas, órgãos indefiníveis, vapores tóxicos, fluidos corrosivos. O aspecto mais aceitável e
“social” que tomou foi o de uma mosca gigante com braços em vez de patas, cujo zumbido
exasperante ainda polui minha memória.

Trata-se aqui de uma inteligência inumana em perpétua revolta contra qualquer forma de
harmonia, o que significa que para o nosso ponto de vista é mais hostil do que um
psicopata assassino e canibal. Sob qualquer aspecto, um dedicado delinqüente que não tem
a menor noção de nada além de matar a todos, de preferência já. Sob sua direção estão os
demônios subalternos da poluição moderna, em suas muitas formas, assim como de todas
as pestes e novas doenças como a Aids, o Ebola e todas as espécies de infecções e
contágios, inclusive espirituais, como obsessões. Sob sua direção estão os espíritos imundos
que responderam a Jesus que seu nome era Legião, pois eram muitos, e que causam as
possessões mais selvagens e constantes, já que são entidades muito baixas e primitivas,
assim como ele. O fato de que não seja tão cerebral e inteligente quanto os outros em nada
diminui o seu poder, pelo contrário, especializa-o na direção inversa, onde descobre a
perfeição da estupidez e da ignorância, criando um universo mental no qual tudo se reduz a
lixo e a excrementos. Seu alcance mental é o de um verme num cadáver, reduzido a corroer
num rumor incansável a espuma infeliz de seu ódio à Criação. Por isso mesmo, o que mais
aprecia é corromper a Inocência sempre que possível, semeando o Desespero e o Niilismo
mais cegos, numa resistência feroz a qualquer manifestação dos Poderes da Luz. Inspira os
atos de destruição mais covardes, como o Terrorismo e a crueldade contra crianças, tendo
inspirado Herodes pessoalmente na Matança dos Inocentes, do que, aliás, se orgulha muito
e ri até hoje. Alguns dos seus protegidos são, por exemplo, o célebre terrorista Abu Nidal,
que se intitula “o espírito mau que vaga à noite provocando pesadelos” o ex-presidente
americano Ronald Reagan, a quem em 1966 deu a idéia de envenenar secretamente as
plantações de maconha da Califórnia e a quem protegeu de um atentado, bem como a
Margareth Thatcher, outra favorita sua. Também podemos citar o milionário John Paul Getty,
que recusou pagar o resgate de seu neto mesmo recebendo a orelha dele pelo Correio e o
Imperador Nero com o seu Incêndio de Roma e a perseguição aos Cristãos. Talvez não seja
demais acrescentar o desequilibrado e obscuro Eróstrato, que incendiou o Templo de Diana
em Éfeso, uma das Sete Maravilhas da Antigüidade, apenas para que seu nome perdurasse
na História, infelizmente até hoje. Na verdade, se não fosse pelo incessante Poder dos
Anjos, principalmente do Arcanjo Michael, Belzebu certamente consumiria todo o Universo
com sua fúria, sendo talvez isso o que tentou expressar quando falou através de Calígula a
famosa frase:

“Queria que o povo tivesse uma só cabeça, para corta-la de um só golpe!”

Talvez por isso alguns teóricos o considerem erroneamente como o Regente Supremo do
Inferno, já que teria dado um “Golpe de estado” em Satan, de quem, na verdade, é aliado.
Assim como Satan é o Mestre de todos os VAMPIROS, Belzebu é o patrono e o líder da
legião dos ZUMBIS, que, ao contrário do que se costuma crer, não são apenas entidades
legendárias e muito menos estão restritos ao Haiti e à América Central.

- O Livro dos Demônios - Antonio Augusto Fagundes Filho

Este artigo abordará o tema Pazuzu. Aproveite também para conhecer nossa loja com
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"Pazuzu, Senhor das Febres e Pragas, Anjo Negro dos Quatro Ventos com genitais
apodrecendo dos quais uivam dos dentes afiados sobre as cidades atacadas..." - William
S. Burroughs, Cities of the Red Night (Cidades da Noite Vermelha)

O mais poderoso demônio do vento das cidades perdidas da Assíria e Babilônia pode ser
considerado como a mais malevolente força elemental no mundo da mitologia. Como
Pazuzu, esse demônio do Oriente Médio alcançou atenção popular na sensacional novela de
William Peter Blatty, The Exorcist (O Exorcista). O filme inspirado nesta novela trouxe o
assunto de possessão demoníaca para um contexto popular, mas isso foi deixado mal
entendido, para [uma] seqüela atmosférica, The Exorcist II: The Heretic (O Exorcista II: O
Herético), dirigido por John Boorman, para representar as forças maléficas de Pazuzu num
autentico, contexto mitológico como um varredor do deserto, causador da desolação e
praga. Isso foi imaginado efetivamente no filme como um enxame de lacustas, noticiando
um apocalipse de fome.

Nesse livro erudito, The Domain of Devils (O Domínio dos Diabos), Eric Marple descreve o
demônio do vento como a mais terrível de todas entidades demoníacas, tendo poder para
espalhar doenças repugnantes com sua ígnea e seca respiração. O demônio tem "para uma
cabeça muitos crânios descarnados de cão".¹ Representando morte, doença, e como sem
carne, morte cerebral, o varredor do deserto, fome. Significativamente, Willian Woods
explica na sua "História do Diabo":... Na Mesopotamêa o demônio chifrudo, Pazuzu, montou
no vento e espalhando malária..."² deste modo acentuando [o poder] destrutivo do
demônio montado como "senhor de todas as febres e pragas." Quiçá referindo-se a Pazuzu
como o dragão devorador, Typhon, "anjo dos ventos fatais", equiparado com a doença
Typhoide.

Outra representação do demônio do vento pode ser traçada no velho testamento, onde o
diabo é descrito como um criatura negra hirsuta, um invasor do deserto das terras perdidas.
³

A idéia de um demônio do vento como criatura do deserto talvez derive da concepção


egípcia de Set, o destruidor, o mais antigos dos deuses, o qual foi representado como um
estranho cão-como-animal, distinto do varredor "denizen" do deserto, o chacal. Kenneth
Grant chamou essa manifestação de Set, [de] Shugal "a simbólica raposa do deserto de
Set", a metade mal da Besta 666" o número de Shugal [é] 333. A metade má da besta é
Choronzon (333), outra criatura pestilenta representando o caos em toda sua latencia ou
aspectos manifestados. É dito ter Choronzon conduzido Aleister Crowley a insanidade pela
invocação [feita por Crowley] da entidade no deserto do Norte da Africa.5 Representando a
malícia do caos e da destruição, Choronzon é provavelmente um dos mais complexos
símbolos do ocultismo ocidental.

Interessantíssimo, na explicação sobre Pazuzu na concepção da Besta, nós encontramos seu


número 107. Kenneth Grant explica que este número é o número do anjo de Leão , OVAL, o
mensageiro da Besta.6 Oval literalmente significa "ovo", e por essa razão refere-se ao Aeon
do "filho", ou Aeon de Set, no qual está ainda em forma embrionária. Em muitas das
teologias antigas do mundo, esse Aeon final é a era da destruição, quando o Mensageiro da
Besta, Pazuzu, entregará sua palavra: o uivo do pestilento vento do deserto. Os antigos
terão reconhecimento dessa palavra [n]o terrível "grande dragão" : ATEM, de quem o
número é 440, isso é também o número do "aniquilador", "cessar", "desaparecer", e,
significativamente, "completo", ao qual deve se referir ao termino do ciclo, como ATEM, é
também a deusa da periodicidade, idêntica a terrível deusa hindu, Kali a destruidora.
Interessante também notar que 107+333=440. Essa formula pode representar o sopro
ultimato do vento da devastação da boca do "grande dragão", ATEM, a Besta do apocalipse.

No relato dessas concepções para o antigo demônio do vento sudeste do Oriente Médio, nós
podemos entender porque esse símbolo foi considerado com tal temor e terror. Como o
mais cruelmente destrutivo demônio do panteão das criaturas nefastas, o demônio do vento
representa a destruição da vida humana.

Este artigo abordará o tema Lúcifer, o Portador da Luz. Aproveite também para conhecer
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Lúcifer é uma palavra latina que significa "portador da luz" (Vem do latim, lux, lucis =
luz; ferre = carregar) cuja correspondente em grego é "phosphoros", significa "o portador
do archote" ou "o portador da luz", sendo ele mesmo, como indica o seu nome, aquele que
traz a luz onde ela se faz necessária.

Além disso, Lúcifer foi um nome dado pelos latinos ao planeta Vênus. (Nesta acepção leva
inicial maiúscula.) Todos sabem que Vênus, por sua proximidade ao sol, "aparece" quando
este se encontra ao horizonte, durante os crepúsculos, seja esse matutino ou vespertino.
Dai ele ser conhecido como a estrela da manhã, e também a estrela vespertina. Durante o
amanhecer, a "estrela" Vênus aparece ao horizonte antes do "nascimento" do sol. Na
observação dos antigos, é como se fizesse o papel de arauto do sol, puxando o astro rei de
seu sono nas regiões abissais. Ele, nas manhãs, anunciava a chegada do sol, como se o
carregasse. No entardecer, Vênus "empurrava" o Sol de volta para as regiões obscuras. Dai
se dizer que Vênus ou Lúcifer, estrela da manhã "porta" o archote, ou, o sol... Esta é a
razão pela qual um dos primeiros papas foi chamado de Lúcifer, como provam Yonge e
registros eclesiásticos. (O termo "Lúcifer" não aparece no Novo Testamento como nome de
demônio).

Em Apocalipse 22:16 está escrito: "Eu, Jesus, ... Eu sou a raiz e o descendente de Davi, sou
a estrela radiosa da manha." — Isso abre uma discussão interessante pois se o próprio
Jesus se auto denominou a estrela radiosa da manhã, que também é Lúcifer, este nome não
deveria ter sido associado ao mal de forma alguma! — Houve também um Bispo chamado
Lúcifer, de Cagliari, na Sicília, de 370 a 371, que montou uma doutrina contrária a todo e
qualquer contato com os idólatras.

Posteriormente, para combater e substituir a versão aceita corrente dos Livros de Enoch
para a "quedados anjos", Tomás de Aquino entre outros, criaram uma segunda versão,
tomando a decisão infeliz de transformar a palavra num epíteto do demônio. Helena
Blavatsk, escreveu uma crítica na introdução da revista "Lúcifer" [Vol. I, No 1, Setembro,
1887] informando que "foi Gregório Magno quem aplicou pela primeira vez a seguinte
passagem de Isaías, 'Como caíste do céu, ó Lúcifer, filho da manhã', etc. à Satã e, desde
então, a ousada metáfora do profeta, que se referia, afinal, a um rei assírio inimigo dos
israelitas, tem sido aplicada ao Diabo". Já outros atribuem essa tradição como tendo se
originado com uma interpretação — bastante forçosa — de Orígenes de algumas passagens
Bíblicas.

Falando a respeito do poder dado aos discípulos, para lutarem contra o poder do Inimigo,
Cristo disse: "Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago!" (Lucas 10, 18). No
Apocalipse 9, uma estrela cai do céu sobre a Terra e se transforma em Apollyon, o anjo do
poço do abismo. Obviamente, ambos se referiam metaforicamente a humanos usando uma
analogia de passagens da condenação dos anjos, liderados por Semjazah, em Enoch.
Entretanto, estas palavras foram interpretadas por Orígenes, e depois pelos Padres da
Igreja, como referências a um capítulo do Livro de Isaías no qual Yaveh protege seu povo
destruindo o orgulho de seu inimigo. (O nome de "Estrela d'alva", ou Lúcifer, foi
interpretado por Orígines como sendo o nome de Satanás antes de sua queda do Paraíso.
Segundo ele, Lúcifer e seus anjos caíram por sua própria escolha. Seu motivo teria sido o
orgulho, representado pela tentativa de se equipararem a Deus. Desejavam colocar sua
própria vontade no lugar da vontade de Deus. E isto era considerado como a base do
pecado em todos os níveis. Aos poucos, estas idéias começaram a se transformar na base
dos ensinamentos tradicionais sobre o Diabo). Trata-se de uma interpretação errônea do
seguinte trecho de Isaías que fala da "morte do rei da Babilônia" Nabucodonosor
(Nebukadneççar em hebraico), que recebeu a maldição suprema da privação da sepultura:

"Como caíste do céu, ó estrela dálva, filho da aurora!


Como foste atirado à terra, vencedor da nações!
E, no entanto, dizias no teu coração:
'Hei de subir até o céu, acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono, estabelecer-me-
ei na montanha da Assembléia, nos confins do norte.
Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo.'
E, contudo foste precipitado ao Xeol, nas profundezas do abismo".
Os que te vêem fitam os olhos em ti, e te observam com toda atenção, perguntando:
"Porventura é este o homem que fazia tremer a terra, que abalava reinos?"

(Isaías 14, 12-15)

Segundo estudiosos da Bíblia, a expressão usada no texto "ó estrela d'alva, filho da aurora!"
parece inspirar-se num modelo fenício. Em todo caso, eles apresentaram vários pontos de
contato com os poemas de Râs-Shamra: a estrela d'alva e a aurora são duas figuras
divinas; a montanha da assembléia é aquela em que os deuses se reuniam, como no
Olimpo dos gregos. Posteriormente, os padres interpretaram a queda da estrela d'alva
(Vulg., "Lúcifer") como a do príncipe dos demônios.

Daí em diante a história se arrastou acumulando erro após erro. Como já era de se esperar,
não seria tão simples sepultar Enoch. Muitos aceitaram a nova versão da "queda dos anjos"
mas não esqueceram a antiga e, logo, as interações culturais cuidaram de unir ambas.
Relações sexuais de anjos com humanos saíram de um passado longínquo de Enoch e
passaram para o "tempo presente". Falava-se de Íncubos e Succubos; Então, como o novo
objetivo do lado negro seria tomar o trono de Deus, nada mais prático do que criar um novo
messias. Assim, já nos primeiros tempos da cristandade, a profetiza Sibila Tiburtina, previa
a chegada do Anticristo — que seria de origem judia. Entretanto, Santa Hildegarda foi a
primeira a dizer que ele seria filho de "um demônio disfarçado de anjo de luz". Diz ela:

"O filho de perdição que reinará pouco tempo, virá ao anoitecer da duração do mundo, no
tempo correspondente a esse momento em que o sol desapareceu já no horizonte, isto é,
que virá nos últimos dias. Armai-vos com tempo, e preparai-vos para o mais terrível de
todos os combates. Após haver passado uma juventude libertina no meio de homens muito
perversos e num deserto onde haverá sido conduzido por um demônio disfarçado de anjo
de luz, a mãe do filho de perdição o conceberá e o alumiará sem conhecer seu pai. O filho
de perdição é essa besta muito malvada', que fará morrer os que recusam crer nele...

Quando o filho de perdição tiver levado a cabo todos os seus propósitos, reunirá todos os
crentes e lhes dirá que quer subir ao céu. No momento dessa ascensão, um raio lhe ferirá,
matando-o. Por outro lado, a montanha na qual se terá estabelecido para proceder à sua
ascensão, será coberta no mesmo instante por uma nuvem que propagará um cheiro de
podre horrível e infernal."

Ainda no século V, Dante Alighieri apresentava o quadro mais falso, famoso e hediondo que
o mundo já conheceu:

"O imperador do reino doloroso erguia o peito para fora da geleira. Eu, com minha estatura,
mais próximo estou de um gigante do que um gigante comparado com o braço, apenas, de
Lúcifer. Imagina pois, leitor, quão grande será Lúcifer, se calculado pelo tamanho de seus
braços. Se um dia foi belo, quanto é hoje horrendo; se contra seu Criador alçou a fronte,
bem entendo seja ele a fonte única do mal que o mundo inteiro chora.

Nem sei como diga a estupefação que em mim causou o haver-me aparecido de três faces
era sua cabeça. Era vermelha (a indicar o ódio que o move) a face que eu via de frente; as
outras duas repousam, cada uma, sobre largo ombro, mas lá em cima, no alto crânio,
formavam três um só conjunto. A face da direita estava entre o branco e o amarelo; a da
esquerda lembrava a cor que amorena a gente nascida e afeita à terra onde o Nilo tem seu
curso. Sob cada face, duas asas vastas quando convém a um ser de modo volátil e mau.

Velas tão grandes não vi jamais em nau de alto mar. Não tinham penas, e mais lembravam
aquelas asas próprias dos morcegos. Continuamente agitadas, produziam os três ventos
gélidos / que mantém o Cócito enregelado. Pelos seis olhos, chorava; por três peitos
escorriam suas lágrimas, pranto feito de sangue e espuma. Em cada boca triturava um
pecador, qual moinho a esmagar o grão. Ao condenado que na boca fronteira a mim
atormentava, acrescentava-se um outro sofrimento, pois com as garras, em fúria
constante, Lúcifer por inteiro lhe arrancava a pele."

(ALIGHIERI, Dante. A divina comédia. S. Paulo: Cultrix, 1965, p. 121, vv. 28-60)

Inúmeros inquisidores, artistas, etc. propagaram pelos séculos esta desmerecida "má
fama", juntando horrores após horrores num "efeito bola de neve", que aglomerava e
crescia com todo tipo de disparates, frutos do medo dos condenados e da demência
humana. Provavelmente, dos autores mais recentes, o que mais influenciou a imaginação
humana foi Milton, com sua cultuada obra "O Paraíso Perdido":

"Fere-lhes com tais modos os ouvidos:


Dominações, virtudes, principados,
Tronos, poderes, se são vossos inda
Estes imensos títulos pomposos,
Se acaso inda não são nomes inúteis:
Há quem, por um tirânico decreto,
Todo o poder a si vem arrogar-se
Fazendo dele horrível monopólio,
E, sob o nome de monarca ungido,
Eclipsa nossa glória e privilégios.

Toda esta marcha rápida, noturna,


Esta convocação acelerada,
Promove-as ele, a fim de vermos como,
Com que pompas nos cumpra recebê-lo
Quando vier extorquir de nós - escravos !-
Tributo genuflexo agora imposto,
Vil prostração, que feita ante um já cansa,
Que feita a dois se torna insuportável!

E não pode outro arbítrio mais sisudo


Dar-nos mais elevados pensamentos,
Que a sacudir tal jugo nos ensinem?
Curvareis vosso colo majestoso ?
Súplice joelho dobrareis humildes ?
Decerto o não fareis, se não me engano,

Que vosso jus por vós é conhecido:


Bem sabeis que no Céu nascidos fostes,
No Céu antes de vós nunca habitado;
E, se ente vós não sois iguais de todo,
Iguais contudo sois na liberdade:
As várias gradações, as jerarquias
Da liberdade os forros não estragam,
Antes maior firmeza lhes transmitem.

Quer dentre iguais na liberdade pode


Por direito ou razão alçar um cetro
Sobre consórcios seus, posto mostraram
Menor poder em si, menos fulgores?

Não temos leis e nem por isso erramos;


E quem tais leis impor-nos pode ou deve ?
Ninguém pois pode ser monarca nosso,
Nem de nós exigir tão vil tributo
Em desprezo dos títulos excelsos,
Que atestam destinada nossa essência
Para ser dominante e não escrava."

(MILTON, John. O paraíso perdido. Trad. de Antônio José de Lima Leitão. S. Paulo: Logos, p.
261-2)

O mal esta feito, o erro divulgado. "É o falso Lúcifer da legenda heterodoxa; é este anjo
altivo para julgar-se Deus, bastante corajoso para comprar a independência a custo de uma
eternidade de suplícios, bastante belo para ter podido adornar-se em plena luz divina;
bastante forte para reinar ainda nas trevas e na dor e para construir um trono com sua
inextinguível fogueira."

(LÉVI, Éliphas, História da Magia, S. Paulo, Pensamento, p. 29).


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O violador de túmulos originou-se como parte da mitologia árabe. Esteve presente em


diversos contos de As Mil e Uma Noites. Os violadores de túmulos representaram um
aspecto mais demoníaco dos jinns, os espíritos da mitologia árabe. O ghul árabe
(masculino) e a ghulah (feminino) viviam perto das sepulturas e atacavam e comiam
cadáveres. Acreditava-se que os violadores de túmulos moravam em locais desertos onde
poderiam assaltar viajantes incautos que os confundiam com um companheiro de viajem,
sendo dessa forma desencaminhados. Ghul-I-Beában era um violador de túmulos
particularmente monstruoso que se acreditava habitar os desertos do Afeganistão e Irã.
Marco Polo, refletindo sobre os relatos de violadores de túmulos que ouviu durante duas
viagens, sugeriu que violadores de túmulos, grifos e boa fé eram três coisas a que pessoas
faziam referência freqüente, mas que não existiam.

Os violadores de túmulos retornaram à cultura popular no século XX através de uma


enxurrada de filmes de monstros. Os novos violadores de túmulos eram parecidos com
vampiros na medida que reanimavam pessoas mortas de forma humanóide apesar de se
alimentarem de carne humana. Agiam também sem intenção e sem intelecto e pareciam
ser, de certas forma, derivados do zumbi – a figura do folclore haitiano que alegadamente
voltava a viver através da magia e era fadada a trabalhar a serviço da pessoa que a
reavivara.

Um caso do século XIX, o de Fraçois Bertrand, é um exemplo popular de comportamento


idêntico ao dos violadores de túmulos. Bertrand, um oficial não-comissionado do exército
francês foi detido após ter entrado no cemitério e ter violado vários túmulos em Paris. Foi
condecorado e sentenciado à longa pena em 1849 após confessar ter uma incontrolável
compulsão para dilacerar os cadáveres de mulheres e de meninas. Sua história se tornou
mais tarde a base de um romance popular, The Werewolf of Paris, de Guy Endore.

Os violadores de túmulos modernos, na realidade um misto de violador/zumbi, foram


apresentados em dois filmes dirigidos por George Romero: Night of the Living Dead (1968)
e Dawn of the Dead (1979). Night of the Living Dead retratava os mortos retornando à vida
por meio de uma espécie de radiação, para comer seus pares humanos. Os mortos-vivos
andavam devagar, eram limitados em suas ações e podiam ser destruídos por um projétil ou
uma pancada na cabeça. Embora pudessem ser mortos com relativa facilidade, em grupo
poderiam sobrepujar indivíduos ou pequenos grupos, tais como os que, no filme, estavam
confinados à casa da fazenda. Night of the Living Dead e Dawn of the Dead parecem ter
inspirado uma série de filmes italianos destacando uma variação do violador/zumbi,
conforme exemplificado no filme City os the walking dead (1983) de Umberto Lenzi.

....Alucinação é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são percepções sem 
um estímulo externo. Dizemos que a percepção é real, tendo em vista a convicção inabalável da pessoa 
que alucina em relação ao objeto alucinado. 

Sendo a percepção da alucinação de origem interna, emancipada de todas as variáveis que podem 
acompanhar os estímulos ambientais (iluminação, acuidade sensorial, etc.), um objeto alucinado 
muitas vezes é percebido mais nitidamente que os objetos reais de fato. 

Delírio é uma convicção errônea não­corrigível. Mas, seria preciso lembrar que nem toda 
convicção errônea não­corrigível é um delírio. Se essa convicção se relacionar com falta de cultura ou 
erudição, com a falta de conhecimentos ou de inteligência, então não será um delírio, seria mais uma 
ignorância. Tampouco será delírio aquelas representações errôneas que se originam de sentimentos 
compreensíveis. Se o amante, por exemplo, está convicto da perfeição da amada imperfeita não se 
trata de idéias delirantes. As convicções filosóficas ou religiosas também não são delírios, mesmo que 
muitas pessoas as considerem errôneas, elas devem ser classificadas como idéias supervalorizadas.
Este artigo abordará o tema Satã, o Príncipe do Mal. Aproveite também para conhecer
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O mal é reconhecido por todos nós como aquilo que prejudica, aquilo que fere; o que se
opõe ao bem, à virtude, à probidade e que nos afasta de Deus; aquilo que, concebido como
externo a nós e fora de nosso controle, nos leva ao medo irracional e a superstições
perigosas que, na maioria das vezes, põem em risco não só a nossa sanidade mental como
a integridade física daqueles que nos cercam. Prova maior dos malefícios gerados pela
insânia da superstição é a vergonhosa caça às bruxas efetuada na idade média e que levou
à fogueira milhares de inocentes que morreram para aliviar o pânico de uma população
acuada pela criminosa individualização externa de um dos aspectos mais profundos da alma
humana: O Diabo.

Satã, o grande Príncipe das Trevas, aquele "através do qual o mal se faz presente no
mundo" é, nos nossos tempos, a grande justificativa, projetada no meio, que alivia toda a
culpa de um processo interno não condizente com os ditames da moral vigente.
Pensamentos de avareza, desejos de vingança, lascívia e uma série de outros ditos
"malefícios"são rejeitados pela nossa autocrítica e mecanicamente atribuídos a um ser
externo que introduz estes aspectos na nossa alma "pura e santa", aliviando a pressão
gerada pelo atrito entre a imagem que criamos de nós mesmos e aquilo que realmente
somos.

Todo este atrito surge do pensamento dualista que gerencia as nossas vidas desde há
séculos. Dividimos o mundo, simplisticamente, entre as forças do mal e as forças do bem,
adotamos uma auto-imagem de "bonzinhos" como nosso ideal e, rejeitando nossa
contraparte, aquela obscura e incompreensível, fingimos que ela não existia. Produzimos a
desarmonia e acreditamos, ingenuamente, que não sofreríamos as conseqüências deste ato
ilícito.

Hoje somos os filhos do caos, confusos e perplexos diante de nosso próprio Eu dividido e
dilacerado pelo nosso consciente racional, mas ainda assim inalcançável à nossa mente
linear e mecanicista, tentando justificar nossos atos "maus" através de uma figura lendária
cuja única "culpa" é ser portador de cornos, ter seu corpo coberto por pêlos e ter cascos em
vez de pés. Esta imagem o afasta daquilo que concebemos como harmônico e belo,
tornando-o portanto a figura ideal para a projeção de toda a nossa desordem interior.

O significado de Satã tem, no entanto, uma abrangência quiçá equivalente aquela contida
entre o céu e a terra, ou seja, muito maior do que "possa supor a nossa vã filosofia" e é na
tentativa de resgatar este significado que este artigo inicia agora uma viagem através do
túnel do tempo, buscando junto aos antigos a verdadeira imagem deste ser lendário, misto
de terror e fascínio que povoa os recônditos mais obscuros de nossa própria alma.

Não seria demais aqui fazer um alerta em favor da suscetibilidade humana que ainda
persiste no vulgo: ainda hoje há aqueles que podem vir a enxergar as palavras que seguem
como arautas de uma heresia qualquer. Já aprendemos a não tentar convencer o vulgo.
Porém convenhamos, diante de tantos absurdos e não sendo eu intelectualmente deficiente,
apenas um caminho me resta, o do herege esclarecido.

A Origem de Satã

A humanidade, desde os seus primórdios, procurou saciar as suas angústias em relação a


uma existência incerta através da criação de deuses que, detentores de todo o poder,
pudessem protegê-la no presente e ao mesmo tempo dar-lhe esperanças em relação ao
futuro. A elaboração destes seres divinos e poderosos, no entanto, trazia consigo uma outra
problemática relacionada à presença do mal no mundo. Como justificar que os deuses
protetores houvessem permitido que o mal penetrasse no reino sob seus domínios e
ameaçasse seus devotos?
No mundo antigo esta justificativa se dava através de um conceito amplo do divino que
englobava aspectos de luz e de sombras. Os deuses dos gregos, assim como os do Egito e
os da Mesopotâmia, eram manifestações ambivalentes do Deus único. O mal e o bem
procediam de um mesmo deus que, tal qual a imagem do andrógino, continha a união
harmônica dos opostos. Os deuses, procedentes deste "Grande Pai", possuíam
características boas e más, podendo tanto gerar e proteger quanto destruir. Estes filhos
divinos do Deus único mostravam sinais do mundo celestial e do mundo subterrâneo, sendo
este último associado ao mal.

Na antiga Grécia o rei dos deuses era Zeus Pater, o Júpiter de Roma. Como "pai celeste",
Zeus podia tanto provocar as tempestades destruidoras quanto as chuvas fertilizadoras. A
esposa deste deus, Hera, rainha dos deuses, possuía também esta mesma dualidade. Deusa
ctônica, era identificada com a divindade Gaia, deusa da fertilidade e da natalidade. Somada
à ambivalência ética este casal divino possuía também a ambivalência sexual, sendo Hera
considerada o lado feminino de Zeus e vice-versa. Os filhos deste casal divino possuíam
esta mesma dualidade ética e sexual, exemplos claros deste fato são Atena, Poseidon,
Hermes e seu filho Pã que nos forneceu os dados arquitetônicos para a construção da
imagem de Satã, alimentada pelo mundo católico cristão.

No mundo antigo a abrangência ética dos deuses não trazia a necessidade da personificação
do mal, no entanto, com o "progresso"do pensamento religioso e a chegada do cristianismo
esta necessidade tornou-se um mal necessário para a sobrevivência das novas religiões.

O pensamento cristão trouxe o conceito do Deus infinitamente bondoso que estava apartado
de todo o mal, sendo assim, o único meio para justificar a existência do maléfico, entre os
seus devotos, era através da criação de um outro ser que, tendo sido criado por este Deus
único, usou mal o seu livre arbítrio, afastando-se dos desígnios divinos. Surge a explicação
mitológica cristã mais conhecida de como o princípio do mal teria entrado em nosso mundo.

O livro de Enoch é um texto apócrifo escrito por volta do ano 200 a.C. que relata a história
da queda dos anjos, narrando a entrada do Príncipe das Trevas no mundo dos homens. A
história da queda dos anjos não fez parte do cânon cristão, no entanto, tornou-se a pedra
fundamental de onde surgiram os ensinamentos posteriores sobre Satã.

Enoch relata que através de uma visão foi-lhe mostrado como um grupo de anjos,
encorajados por seu líder Satanael, teria descido das regiões celestiais para a Terra. Em
nosso mundo, eles teriam se apaixonado e copulado com as filhas dos homens, bem como,
ensinado muitas artes e ciências, trazendo também o vício. Seus descendentes, frutos de
seus interlúdios amorosos, ensinaram a iniqüidade sobre a Terra até o dia em que Deus
decidiu provocar o dilúvio para punir os pecadores, condenando os anjos a viver nas
sombras até o dia do Juízo Final. Aos poucos, os nomes da legião de anjos rebeldes foram
sendo combinados para representar um único ser espiritual maligno, essência de todo o
mal, Satã, cujo significado em hebraico é o adversário.

Aos poucos, o mito de Satã ganha expressão na imaginação do povo e por volta do século
IX o diabo ocupa posição central na crença dos cristãos ocidentais. Os cristãos orientais
davam pouco valor ao maligno, mantendo a fé de que todas as coisas, independente de
parecerem boas ou más, vinham das mãos de Deus. Esta postura de fé acabou por custar-
lhes a vida.

Na Europa medieval o poder de Satã era considerado imenso. Ele era Lúcifer, o grande anjo
caído que ainda pretendia derrotar os planos de Deus e que sobre a terra produzia atos de
maldade contra a humanidade. Aquilo que outrora havia sido apenas uma lenda agora toma
ares de realidade aos olhos da população que se acreditava totalmente à mercê das forças
do mal.

Alguns padres da Igreja consideravam o povo cristão como um exército de luz em eterno
combate com o exército das trevas, pertencendo a este último todos aqueles que não
professavam a fé cristã. Esta idéia foi a mola propulsora que provocou e justificou a
violência contra os hereges, fossem eles judeus ou pessoas acusadas de bruxaria. O mundo
passou a ser um campo de batalha entre Deus e Satã, antagonismos míticos que
enlouqueciam a mente dos fiéis.

Na França esta onda de loucura teve como objeto de feroz perseguição os cátaros, povo
considerado herege por acreditar em dois poderes eternos o Deus da bondade e o Criador
do mal, criador do mundo material. Os cátaros acreditavam que o resultado da guerra no
paraíso havia sido o aprisionamento dos espíritos celestiais em corpos terrenos, para serem
transformados em seres humanos. O único objetivo do ser humano seria, portanto, o
retorno ao lar celestial. Infelizmente, pagaram caro pela sua "heresia" e foram
exterminados pelo "exército do Senhor". Tudo em nome de Deus!

O ato pecaminoso de trazer à realidade um mito tem conseqüências desastrosas e, até


mesmo nos nossos dias, podemos perceber os reflexos sociais deste pecado primordial.
Reflexo este, projetado no ressurgimento de seitas "cristãs" que tomam para si o direito de
salvar as almas das garras de Satã, afirmando textualmente a sua existência, tal qual na
idade média, se considerando coadjuvantes da eterna luta entre o Mal e o Bem. Esta
posição dogmática preocupa a qualquer ser consciente de seus direitos, pois parece querer
rever o terror religioso ditatorial de eras passadas e deve ser combatido, a fim de que
aquela loucura de fé não ressurja jamais!

A Face de Satã

Os textos do Velho e do Novo Testamento nunca deram a Satã uma forma física. A idéia
geral era a de que o diabo podia assumir a forma que desejasse, desde um lindo anjo,
passando por uma mulher voluptuosa e uma serpente tentadora ou até mesmo um dragão
horrendo das profundezas. No entanto, nenhuma iconografia ou retrato do Diabo, seja em
pintura ou gravura, foi encontrada com data anterior ao século VI, e não se descobriu muita
coisa a respeito antes do século IX, quando as representações dele crescem rapidamente.
Um ponto focal do mal era bem melhor compreendido se ele fosse personificado. Para que
esta personificação fosse possível era necessário trazer o mito à realidade, dar-lhe forma,
uma aparência através da qual pudesse ser identificado. Nada mais conveniente a uma
religião nova do que utilizar as formas de divindades religiosas antigas, a fim de representar
o mal e apagar a influência destas mesmas divindades no meio social humano.

O cristianismo emergia num mundo pagão sexualmente vigoroso e, portanto,


completamente ofensivo aos ditames cristãos nos quais o sexo, esta maravilha criada por
Deus, era considerado pecado capital. Assim, onde procurar os elementos para a formação
da imagem do mal, senão nas divindades pagãs de fertilidade que representavam a
verdadeira essência da tentação? E foi assim que o alegre Pã se tornou vítima dos algozes
cristãos, passando de divindade celestial, filho de Hermes, descendente direto de Zeus, a
habitante dos reinos subterrâneos que buscava sempre arrebatar as pobres almas indefesas
as quais, provavelmente, jamais haviam tocado flauta ou provado as delícias do
maravilhoso entorpecimento provocado pelo vinho. A razão pela qual fazia esta diabrura
estava, segundo a cristandade, no ódio incontido contra Deus. Convenhamos que este ódio
devia ser uma coisa descomunal, pois cristãos amedrontados e reprimidos deviam ser
companhias muito entediantes para este deus que festeja eternamente a alegria dos
prazeres da vida!

Na mitologia grega, Pã, o filho de Hermes, tinha nascido com o corpo coberto de pêlos e
possuía chifres, rabo e cascos de bode, além de uma pequena barbicha. Esta figura de Pã é
exatamente o que até hoje se imagina como Satã, o Príncipe das Trevas. Este ser era um
deus rústico que habitava os bosques e os campos sagrados, tendo como companhia
pequenos diabinhos, seus filhos e filhas que pregavam peças nos seres humanos. Como um
deus da natureza, era dotado de poderes de inspiração e profecia. Representava o desejo
sexual com todo a sua força criadora e destrutiva, sendo vinculado, pelos olhos cristãos,
com tudo o que havia de mau. Para piorar a sua situação na religião emergente, era
considerado um dos companheiros de Dionísio, deus da fertilidade representado pela vinha,
personificação do ciclo natural de morte e vida renovada, mortificação e êxtase. O bode
também era sagrado nos ritos de Dionísio, sendo seus chifres sinal de fertilidade e poder. O
formato de bode dado à figura de Pã era, portanto, duplamente diabólico.
Para o mundo cristão o deus rústico representava os excessos e a depravação, os vícios do
mundo material, constituindo a imagem completa do paganismo, a figura ideal para ser
associada ao mal. O paganismo, religião do demônio, tinha que ser destruída pelo exército
de seguidores de Jesus. No momento da crucificação do Cristo, o deus Pã foi considerado
como morto, embora o Diabo ainda se disfarçasse em sua figura e tivesse que ser
erradicado da face da Terra.

Era sabido que Satã havia sido um anjo e como tal era portador de asas, mas estas haviam
perdido as características de beleza e agora eram negras e desprovidas de plumagem,
assemelhando-se às asas negras do morcego, criatura noctívaga e sinistra que povoava os
pesadelos dos fiéis.

A delineação cristã tradicional apresenta o Diabo alternando nas cores vermelho ou preto. A
cor vermelha caracterizava os adeptos de Seth, porém não seria errado supor que a cor
vermelha fosse oriunda do fogo destruidor dos mundos infernais. A cor preta também
representava Seth na forma de um suíno negro, assim como Dionísio era também,
ocasionalmente negro, mas o preto de Satã pode vir da sua associação com as trevas, que
simbolizam a morte e os terrores da noite.

O mundo subterrâneo associado a Satã representava nos povos antigos tanto a morte,
quanto a fertilidade, tal qual a semente parece morrer ao ser tragada pela terra para, no
tempo certo, renascer em forma de folhas e frutos.

O fogo do inferno é a representação clara do desejo sexual que potencializa a alma muito
além das perspectivas impostas pela vã racionalidade humana. No entanto, como esta
hipótese era entendida pelo cristão como uma submissão da alma aos instintos animais, ou
ainda uma suposta depreciação dos anseios espirituais perante aqueles materiais, a
possibilidade da alma transcender os limites da razão através do desejo sexual era vista
como sendo um irretorquível sinal da perdição da própria alma, ou o inequívoco sintoma da
danação derradeira do espírito.

Essa inversão de valores foi bem típica de todo o processo de catequese do ocidente, onde o
sagrado tomou ares de sacrílego, quando os processos naturais da criação e da
emancipação humana foram confundidos com a própria silhueta do "mal". Para ilustrar a
forma com que os agentes desta, esta sim, perversão atuavam basta nos referirmos ao
símbolo da virgem sexualmente imaculada que, numa absurda e singular forma de
partenogênese humana, pariu uma criança redentora.

Não foi, portanto, meramente obra do acaso que a imagem de Maria Imaculada tornou-se o
principal baluarte contra toda e qualquer tentação infernal relacionada à sexualidade
humana, trazida à tona por Satã.

Satã ao redor do mundo

Nas diversas culturas que povoam o nosso planeta encontramos formulações a respeito do
"Príncipe das Trevas." Esta sincronicidade mitológica entre culturas que jamais vieram a ter
contato entre si talvez se deva, como gostaria de afirmar Jung, ao inconsciente coletivo;
mas, por outro lado, talvez tenha como causa algum tipo de difusão cultural que ainda não
se apresente ao nosso conhecimento.

O fato é que todas as culturas primevas que aceitaram o princípio divino reconheceram
também a sua ambivalência, considerando o bem e o mal como fazendo parte de sua
constituição. Esta ambivalência talvez tenha surgido, a princípio, da observação da própria
natureza que tanto favorecia o homem, permitindo-lhe a sua subsistência, quanto o
prejudicava, trazendo-lhe a destruição e a morte através das catástrofes naturais para ser,
mais tarde, acrescida à necessidade de se explicar o advento do mal num mundo criado por
um ser onipotente: Deus; talvez tenha ainda surgido da observação da própria alma do
homem que parece sempre imersa no eterno dilema entre os opostos. As hipóteses
aventadas como causa do surgimento da ambivalência divina são várias, mas o ponto
básico para os antigos é único: Deus possui duas faces.
Deus, no mundo antigo, era a intercessão dos opostos; um ser tão poderoso que, contendo
em si as forças antagônicas do universo, ainda assim era símbolo de beleza e harmonia
superiores. Deus era aquele que continha em si tanto o princípio da criação, quanto o da
destruição, sendo portanto imortal e dono de poder infinito.

No monoteísmo o Ser Supremo era visto como a reunião de duas tendências opostas em
um só. No politeísmo estas mesmas tendências eram expressas em termo de muitos deuses
que, sendo muitos, representavam apenas um grande deus: a mãe natureza.

O postulado expresso pela divindade ambígua é o de que todas as coisas, boas ou más,
vêm de Deus. Na medida em que as pessoas passam a necessitar de um Deus bom e
protetor passam a não atribuir-lhe o mal e criam a oposição de forças dentro da própria
divindade, separando-a em dois eternos inimigos. Perde-se a unidade e esta perda é
expressa nos eternos contos mitológicos da guerra no céu.

Com freqüência, um grupo de deuses, depostos por uma nova geração de divindades, é
considerada como detentora do mal. No início da evolução religiosa indo-iraniana haviam
dois grupos de deuses, os asuras (Índia) ou ahuras (Irã) e os devas. No Irã, os ahuras
derrotaram os devas, tornando-se, o seu chefe, o Deus Superior. Na Índia, os devas
derrotaram os asuras. Embora o resultado tenha sido diferente em ambos os povos, num
sentido mais profundo o processo foi o mesmo. Um grupo de divindades foi vencido pelo
outro e relegado à condição de espíritos maus.

Na tradição judaica, o livro de Enoch, onde se relata a queda dos anjos que rejeitam o
paraíso e as ordens de Deus, é também o relato de uma guerra no céu. A rebelião é levada
a cabo por vários líderes, dentre eles o príncipe Satanael que acaba por se transformar na
personificação da essência de todo o mal.

A palavra Diabo vem de diabolos, termo grego que significa o acusador ou agressor e que
traduzida para o vocábulo hebraico nos revela Satã, que significa: o adversário.

Assim como todos os demônios, Satã, nas diversas culturas sobre a face da Terra, era
reconhecido como deus. Os primeiros egípcios chamavam Satã de "A Grande Serpente
Satã", Filho da Terra, considerado imortal porque era regenerado todos os dias no útero da
Deusa. Satã parece ter sido um aspecto oculto do sol, Horus-Ra, correspondendo à serpente
Phyton, o aspecto oculto de Apolo. Ele foi o consorte fálico da deusa Sati, ou Setet, que
corresponde ao aspecto virginal de Kali, e que dominou o Alto Egito que era conhecido como
a Terra de Sati. O deus era também conhecido como Seth, o adversário de Osíris e que mais
tarde é vencido por Horus. A serpente era também conhecida como a fonte da vida e vivia
em uma yoni no templo de Isis, podendo ter uma função oracular, do mesmo modo que
Python.

Satã era considerado freqüentemente como o alter-ego do deus Sol, o Sol Negro, espírito da
noite e da morte. Ele era o deus que reinava sobre a noite. O molde é o mesmo em Osiris-
Set, Apollo-Python, Anu-Aciel, Baal-Yamm, etc. O deus da noite era o adversário do deus do
dia não porque ele fosse mau, mas sim porque ele era a fase adormecida deste mesmo
deus.

Satã reaparece no folclore russo como a grande serpente do submundo Koshchei, a imortal.
Ela era aquela a quem o Sol tinha que matar, do mesmo modo que o homem deseja matar
o fantasma da morte com o qual empreende luta eterna.

Para os Hebreus Satã era um adversário no senso estrito da palavra, aquele que testava a
fé dos homens. Originalmente Satã era um dos bene ha-elohim , filhos de Deus, mas
posteriormente os tradutores bíblicos singularizaram o plural para ocultar o fato de que os
primeiros Judeus adoravam múltiplos deuses.

Este filho de Deus foi identificado com Lúcifer pelas palavras de Jesus que afirma ter visto
Satã descer à terra como um relâmpago.
Esta mesma associação é vivida pelos Persas no seu mito sobre Ahriman, a serpente-
relâmpago que é expulsa dos céus pelo deus da luz. Os Persas acreditavam que esta
serpente era o irmão gêmeo de Deus e esta idéia invadiu a tradição gnóstica e os livros de
magia medieval que consideravam a palavra Satã como sendo um dos nomes místicos de
Deus, assim como Messias, Adonai, Emmanuel, etc.

Os islâmicos chamam a Satã de Shaytan, aquele que governa a raça de djinn, os "gênios",
que eram espíritos muito mais antigos do que o próprio Allah. Shaytan se rebelou contra
Deus, segundo a lenda islâmica, quando Deus criou o homem e exigiu de seus anjos que
estes adorassem ao homem, sendo expulso de seu reino.

Poderia aqui continuar minha narrativa enumerando, quase que interminavelmente, várias
outras culturas que tiveram Satã como uma das suas mais importantes divindades, mas
julgo que isto seria por demais cansativo para o leitor, embora fosse fonte de grandes
descobertas a respeito deste ser que povoa nossas noites de sono. Importante, no entanto,
é ressaltar que Satã, longe da imagem infantil que dele possuímos, tem uma grandiosidade
peculiar que fez com que ele, ao contrário de outras divindades, sobrevive-se a todos estes
séculos culturais, sendo reconhecido, venerado ou odiado, até mesmo em nosso século XX,
a Era da Tecnologia e da Informação.

Satã, um "estímulo" ao cumprimento do dogma moral cristão

O cristianismo é uma religião voltada para o além túmulo, seus dogmas falam a respeito de
condutas morais que devem ser seguidas para se alcançar o reino de Deus, cujo filho,
Jesus, já afirmava que seus domínios não eram deste mundo.

Nos primeiros anos do surgimento da doutrina cristã acreditava-se que Deus havia criado
dois reinos distintos, um pertencente ao Cristo e outro ao Diabo. O mundo material, tal qual
o conhecemos, pertencia a Satã. Santo Inácio chamava o Diabo de "soberano deste mundo"
e qualquer apego à matéria era considerado pecaminoso, um verdadeiro empecilho para a
salvação eterna. O domínio de Satã não abrangia apenas os bens terrenos , mas se
estendia principalmente aos seres humanos, cujas almas habitavam os corpos feitos do
barro, substância da natureza do mal que expunha os devotos à tentação do material.

A crença literal nos dois reinos distintos criados por Deus levou à convicção de que haviam
dois povos antagonistas em eterna luta no universo, os escravos do Demônio e os
guerreiros da luz. Estes dois povos coexistiam no contingente terrestre, sendo impossível
distinguir a qual povo pertencia cada pessoa, pois o mal podia se apresentar sob o disfarce
do bem. Este dom diabólico que o adversário de Deus tinha para se mascarar era,
exaustivamente, exemplificado através da lenda de Adão e Eva.

Neste relato mitológico a serpente prega o logro à mulher fazendo-a pensar que a mente
daquele que fôra criado podia alcançar toda a onisciência do Criador.

Santo Agostinho foi um dos maiores apologistas desta hipótese dualista. Em a Cidade de
Deus descreve o Cosmos dividido em duas cidades, a terreal e a divina. Na primeira
habitavam os demônios e os seres humanos seduzidos por seus vícios; enquanto que na
segunda moram os anjos bons e os ímpios. Relata ainda que o mundo em que vivemos é
como que uma intercessão entre essas duas cidades, não sendo da ordem do humano
distinguir quem pertence a cada uma delas. Afirma que não podemos sequer ter certeza
sobre nós mesmos, visto que, estamos sujeitos a constantes mudanças.

O cristianismo era uma religião de ação, ou seja, uma religião de ditames comportamentais
em que se dizia claramente o que se devia fazer ou não. Para garantir a obediência do
rebanho era necessário criar algo ameaçador que aterrorizasse as ovelhas do Senhor em
caso de não cumprimento da Lei.

Este algo ameaçador era Satã, a grande arma adotada pela Igreja para manter o rebanho
na direção "correta" ou, pelo menos, naquilo que se considerava ser correto. A
impossibilidade, exposta aos fiéis através de ensinamentos como os de Santo Agostinho, de
obter a consciência sobre a sua própria natureza, levava o ser humano à constante dúvida
sobre sua própria essência, mantendo-o sob o constante terror de poder sucumbir
repentinamente aos ditames de Satanás. Sucumbir a Satã equivalia a ser condenado, por
toda a eternidade, a viver as torturas do fogo do inferno, tão bem exemplificadas nas
pinturas medievais. Nunca, em toda a história da humanidade, tão poucos escravizaram
tantos!

Satã, foi o grande "estímulo" fornecido à humanidade pelos líderes cristãos em defesa da
moral e dos bons costumes. E, infelizmente, até mesmo hoje, um símbolo nascido do anseio
humano pela liberdade, continua sendo usado como elemento repressor da nossa natureza
divina, presente de Deus.

Os escravos servirão!

A Tradição católica sobre Satã

Nas escrituras não se encontra definido se o Diabo deveria ser encarado como um espírito
independente de Deus ou se como uma expressão simbólica dos baixos instintos que levam
o pecado. No entanto, a interpretação realizada pelos padres da Igreja, no decorrer do
desenvolvimento dogmático cristão, levou à concretização definitiva de Satã como um ser
ontológico.

A Igreja desenvolveu uma doutrina sobre Satanás e os demônios que findou sendo
ampliada pelo povo e endossada pela teologia, sendo propagada pela pregação e catequese.

Segundo este conjunto de princípios, Satã e seus súditos foram criados por Deus como
espíritos livres, dotados de inteligência, pois eram desprovidos de corpo material. Os anjos
caídos, assim como os homens, foram colocados diante da "opção" de se aceitarem como
criaturas de Deus, tendo como bem supremo de sua existência a devoção do amor a Ele ou,
recusarem-se a essa condição, negando o amor divino.

Alguns anjos disseram não à primeira hipótese e como castigo foram banidos para o inferno
e apartados definitivamente de Deus. Esta é uma amostragem clara de que a palavra opção
no cristianismo tem significado limitado, sendo induzida por ameaças sutis a respeito de
torturas infernais. O inferno, neste tempo de início doutrinário, não era um lugar
propriamente dito, e sim, uma condição de tormento do espírito que experienciaria para
toda a eternidade o ódio e o desespero.

Satã e seus aliados, habitantes das profundezas infernais, eram acusados de tentarem a
torto e a direito o indefeso ser humano, o qual, quando embebido em natureza maligna,
acabava por se envolver nas malhas do Demônio, afastando-se de Deus. Eram também
acusados de serem detentores do conhecimento oculto, podendo praticar atos ditos
milagrosos que iludiam o pobre vulgo. As curas milagrosas eram consideradas conseqüência
direta do exorcismo da alma adoentada, que fazia com que o demônio abandonasse aquele
corpo. Na casa do Senhor não existe Satanás...

Desde o Vaticano II não existe mais um consenso comum na doutrina que trata de Satã e
seus comparsas. Alguns teólogos insistem em adotar a interpretação medieval, outros
recusam-se a acreditar na figura satânica, enquanto outros procuram dar-lhe uma "nova"
interpretação, acentuando o seu aspecto interno.

Procuraremos falar dos primeiros, conhecidos como tradicionalistas, por considerá-los


verdadeiros devotos de Satã, visto que, demonstram uma crença fervorosa na sua
existência, recusando a despir-se de uma mentalidade pertencente à chamada Era das
Trevas. Desejam ardentemente manter o ensinamento da Igreja intacto para todo o
sempre, considerando-o um dogma de fé e, sendo assim, perpetuam eternamente a
existência concreta daquele a quem tanto odeiam, ou quiçá amam, pois amor e ódio são
duas faces de uma mesma moeda.

Estes seres, adoecidos pelo medo, advertem que num mundo em que não se acredita mais
de forma convicta na figura ontológica daquele ser demoníaco é necessário ressaltar ainda
mais a sua existência, com o objetivo de proteger o reino de Deus dos assaltos imprevistos
de Satanás.

Estes pensadores extremados da Igreja, estes sim verdadeiramente demoníacos, defendem


a idéia de que os mesmos atos de bruxaria que existiam no início da era moderna
continuam acontecendo nos nossos dias. Reconhecem que houveram muitos erros judiciais
na inquisição, mas que estes erros eram culpa do demônio que induziam os inquisidores ao
erro. Mais uma vez, vemos aqui perfeitamente encarnada aquela figura de barba e chifres,
já que nesse caso o Demônio faz as vias do bode expiatório.

Em um periódico católico austríaco, o pontífice máximo da Igreja Católica Apostólica


Romana, papa João Paulo II, expõe seus ensinamentos a respeito de Satã datados de 1986:
"Em toda a parte do mundo, os adeptos do demônio pervertem hoje o pensamento humano.
Não há perversidade que não lhes venha à memória. O que leva as pessoas à magia, à
cartomancia, bruxaria e culto a Satanás ? O Diabo é uma realidade." Segundo o "Divino
Representante de Deus na Terra", qualquer pessoa que se aventure no reino conhecido
como ocultista está sob a égide do Príncipe da Penumbra.

Guiados por esta mentalidade insana, milhares de pessoas hostilizam hoje a qualquer
indivíduo que seja adepto das ciências sagradas, considerando-os como pertencentes à
tropa de elite do Anjo Trevoso.

O preconceito não é prática de eras remotas, suas chamas ardem intensamente sob o
manto da hipocrisia humana e, tal qual a fogueira das antigas inquisições, está presente na
língua ferina do "povo de Deus" reunido nos movimentos cristãos e neo-cristãos. Estes
movimentos, dentre eles as diversas seitas evangélicas e o movimento carismático católico,
são como o revival de terrores passados. Estimulam o fanatismo e, ensandecidamente,
resgatam a individualização exterior de uma característica obscura de nossa própria alma,
Satã. Estaríamos nós diante de uma volta ao passado?

As Amantes de Satã

"No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois" (Beyond Power - Marilyn French).

A primeira etapa na evolução sócio-cultural da humanidade nos fala de uma sociedade


matriarcal. A fé representativa deste modelo social repousa na crença de que o mundo
havia sido criado por uma divindade feminina, a Grande Deusa, conhecida por vários
nomes, desde Géia, a Mãe Terra, na Grécia, até Nanã Buruquê que dá a luz todos os orixás,
na África.

O culto à Grande Mãe exerceu grande fascínio através dos tempos e até mesmo na nossa
era ele se mostra objeto de desejo. Este grande fascínio se deve ao fato de que a Deusa
mãe é altamente permissiva, amorosa e não coercitiva. O homem, vivendo de caça e
coletas, se mantinha em harmonia com a natureza, assimilando todos os prazeres de um
Jardim das Delícias.

A mulher, representação da deusa na Terra, era considerada sagrada, ocupando lugar de


destaque nesta cultura. A sua função biológica de dar à luz criaturas humanas era
relacionado com a criação do mundo, levada a cabo pela Deusa, símbolo do feminino. O
sexo era um ato sagrado, no qual, a mulher era veículo entre o masculino e o feminino,
propiciando ao homem a sua união com a Criadora dos Céus e da Terra.

Esta cultura foi se modificando conforme os obstáculos à sobrevivência foram surgindo.


Com o advento da sociedade agrícola, a necessidade de braços fortes para, não só cultivar a
terra, mas principalmente para brigar por ela, modificaram os valores do sagrado e a Deusa
foi se transformando, paulatinamente, em um ser andrógino, atingindo finalmente a forma
de um Deus macho.
O declínio de poder da deusa foi acompanhado pelo declínio do feminino, passando, a
mulher, de divindade terrena a escrava reprodutora, objeto de ganho material pelo
crescimento populacional.

O cristianismo representa a concretização final do processo patriarcal, subjugando a mulher


no seu último vestígio sagrado de outrora, a sexualidade.

O deus único e onipotente controla a vida dos seres humanos, cria o mundo em sete dias e,
ao final, cria o homem. Só depois cria a mulher, a partir de uma costela torta de Adão.
Ambos são colocados no paraíso e a queda deste mundo de paz e harmonia se dá pela
sedução da mulher, que astutamente convence Adão a se render à tentação da serpente,
Satã. A relação homem-mulher-natureza abandona o sentido de integração e adota o de
dominação.

A partir deste contexto a mulher é vista em constante conluio com o demônio, tentando o
homem e prejudicando a sua transcendência. Ela é ligada à natureza, à carne, seu corpo
insinua o prazer sexual, o grande pecado. Como castigo, passa a parir com dor, sendo
considerado este ato, outrora sagrado, como uma grande maldição, conseqüência da sua
fornicação.

Maria, a mãe de Deus, é a grande arma da Igreja contra o feminino pecaminoso. Ela é um
modelo criado para exemplificar a mulher perfeita. Esta mulher assexuada objetiva a
concretização de duas ambições episcopais, abocanhar, através do arquétipo da Grande
Mãe, aquelas ovelhas que ainda se mantinham fiéis a antiga religião, e anular o poder da
sexualidade feminina, considerado ameaçador à estrutura eunuca e machista do
catolicismo. Em Maria inviolada a sexualidade está abolida e, devido a isto, ela alcançou a
graça de poder trazer à vida uma criança sem passar pelo transe de dor.

Além dos já expostos motivos religiosos, existia ainda um outro motivo para se anular a
mulher, o domínio político.

Desde a mais remota antigüidade a mulher detinha o poder da cura, seu conhecimento a
respeito de ervas medicinais lhe dava posição de destaque num mundo infestado por
doenças e com pouco conhecimento médico, tal qual o conhecemos hoje em dia. As
curadoras eram as cultivadoras ancestrais das ervas que devolviam a saúde a população e
eram também as melhores anatomistas de seu tempo.

Na Idade Média passaram a constituir uma ameaça ao poder médico masculino que vinha
tomando forma, através das universidades, no sistema feudal. Para complicar mais a sua
situação este saber medicinal era transmitido oralmente através de confrarias femininas,
onde se ensinava não só os segredos da cura do corpo, mas também da alma. Estas
confrarias foram também fomentadoras de revoltas camponesas contra o feudos em
formação, sistema político incentivado pela Igreja católica e protestante. Para alcançar este
poder centralizador era necessário inibir a influência sexual e política feminina. Ressaltar a
associação do feminino com o mal era não só uma necessidade religiosa, mas também
política. O reinado cristão se sente ameaçado, surge a Inquisição.

Este vergonhoso episódio da história humana visava "ensinar" às massas o sistema de


regras da conduta social vigente, submetendo-a aos excessos dos senhores feudais. E
principalmente, submeter a mulher, haja visto que 85% dos bruxos exterminados eram do
sexo feminino.

Era essencial ao sistema capitalista um rigoroso controle do corpo e dos excessos sexuais
que tornavam o trabalhador indócil ao comando de seu senhor. Anula-se com isso a vontade
do servidor, tornando-o facilmente manipulável. Mas para que o puritanismo fosse instalado
foi necessária muita violência.

Até meados da Idade Média as regras morais cristãs ainda eram frouxamente seguidas pela
população, havendo ainda muitos núcleos do paganismo. Segundo muitos estudiosos da
época a "caça às bruxas" não constituiu uma histeria coletiva, como é propagado, mas sim,
uma manobra política muito bem planejada pela classe dominante, a fim de se sedimentar
no poder.

O Malleus Maleficarum, escrito em 1484 pelos inquisidores Heinrich Kramer e James


Sprenger, torna-se o documento que orienta a horrenda perseguição, uma verdadeira bíblia
para os inquisidores. Seu conteúdo trata das relações dos bruxos com Satã, ressaltando o
papel da mulher como amante dedicada em permanente concubinato com Satanás. Suas
teses são as seguintes:

1) O Demônio, com a permissão de Deus, procura fazer o máximo de mal aos homens a fim
de apropriar-se do maior número possível de almas.

2) E este mal é feito prioritariamente através do corpo, único "lugar"onde o Demônio pode
entrar, pois "o espírito [do homem]" é governado por Deus, a vontade por uma anjo e o
corpo pelas estrelas. E porque as estrelas são inferiores ao espírito e o Demônio é um
espírito superior, só lhe resta o corpo para dominar.

3) E este domínio lhe vem através do controle e da manipulação dos atos sexuais. Pela
sexualidade o Demônio pode apropriar-se do corpo e da alma dos homens. Foi pela
sexualidade que o primeiro homem pecou e, portanto, a sexualidade é o ponto mais
vulnerável de todos os homens.

4) E como as mulheres estão essencialmente ligadas à sexualidade, elas se tornam as


agentes por excelência do Demônio (as feiticeiras). E as mulheres têm mais conivência com
o Demônio "porque Eva nasceu de uma costela torta de Adão, portanto nenhuma mulher
pode ser reta"

5) A primeira e maior característica, aquela que dá todo o poder às feiticeiras, é copular


com o Demônio. Satã é, portanto, o senhor do prazer.

6) Uma vez obtida a intimidade com o Demônio, as feiticeiras são capazes de desencadear
todos os males, especialmente a impotência masculina, a impossibilidade de livrar-se de
paixões desordenadas, abortos, oferenda de crianças a Satanás, estrago das colheitas,
doenças nos animais, etc.

7) E esses pecados eram mais hediondos do que os próprios pecados de Lúcifer quando da
rebelião dos anjos e dos primeiros pais por ocasião da queda, porque agora as bruxas
pecam contra Deus e o Redentor (Cristo), e portanto este crime é imperdoável e por isso só
pode ser resgatado com a tortura e a morte.

As estatísticas do genocídio são aterradoras. O pânico espalha-se pela Europa. Estima-se o


número de execuções em seiscentas por ano para certas cidades, uma média de duas
vítimas da fogueira por dia, "exceto aos domingos". O Martelo das Feiticeiras nos informa
que novecentas bruxas foram executadas num único ano na área de Wertzberg, e cerca de
mil na diocese de Como. Em Toulouse, quatrocentas mulheres foram assassinadas num
único dia; no arcebispado de Trier, em 1585, duas aldeias forma deixadas apenas com duas
mulheres moradoras cada uma.

Qualquer indício de que o Diabo estava por perto, como o aborto de alguma mulher, leite
coalhado, morte do gado, estrago da colheita, eram motivos para se acusar de bruxaria a
alguma pobre vítima, de preferência aquelas que ainda se mostravam um pouco afoitas na
cama e mantinham uma certa liberdade do pensar. Não bastasse a morte cruel a que eram
submetidas, sendo queimadas vivas na fogueira, eram levadas a torturas atrozes
preliminares com o objetivo de que confessassem fornicações com o demônio.

Eram despidas de suas roupas e seu corpo nú raspado, sendo submetidas a procedimentos
tarados e sexualmente perversos, gerados na repressão sexual da Igreja de Deus. Suas
partes íntimas que, segundo o Malleus, não devem ser mencionadas, eram violadas com a
desculpa de se procurar objetos enfeitiçados escondidos.
Após a confissão, arrancada sob tortura, a fogueira chegava a ser uma benção para estas
mulheres, cujo único contato com o Demônio havia acontecido a algumas horas antes da
sua morte, na pessoa dos seus inquisidores, "o exército santo do Senhor".

A mulher, após todo este período de repressão, passou a se tornar dócil e submissa,
negando a si mesma o prazer da liberdade, não só sexual como social. Passa a transmitir a
toda a sua prole as regras de sobrevivência, aprendidas a duras penas, obediência
incondicional a Deus e submissão à Igreja. O poder eclesiástico atinge seu ponto máximo de
domínio político e social.

Muito tempo foi necessário para que a humanidade retomasse o seu direito à liberdade e
começasse a vivenciar o prazer sem culpa. E talvez seja apenas coincidência que,
justamente em nossa época, quando a relação homem-mulher busca uma reintegração do
poder sexual, surjam seitas cristãs enfatizando os perigos do sexo, bem como a existência
real de Satã, o senhor dos prazeres corporais...

Conclusão

A idéia de um mal que espreita a vida humana, e que incita a deslizes esteve desde o
princípio dos tempos ligada ao pensamento humano.

A teodicéia cristã criou a justificativa para a existência do mal, personificando-o na figura de


Satã, enquanto o povo, agradecido, aliviava o fardo da culpa. E o sentido de transgressão
era tão grande, alimentado que estava por dogmas puritanistas, que nos entregamos
sofregamente à idéia de um foco externo que se opunha às nossas virtudes.

Passamos a assumir o papel de meras vítimas na calamidade espiritual que assola a


humanidade. E da ação passamos para a inércia eterna, perturbada apenas pelo estímulo
do malfeitor da humanidade, o Príncipe da Noite.

O abandono do papel de agente para assumir o papel do objeto sobre o qual se age, afastou
de nós a responsabilidade pelos fatos do porvir. Assim, se algo bom acontece, é Deus que
traz, se algo de mal ocorre, é o Diabo que o provoca. Esta inércia embota nossa mente e,
qual cães bem alimentados, rejeitamos nosso livre arbítrio, desejando apenas obedecer. E
obedecemos.

Obedecemos tanto que com o tempo esquecemos de nossa natureza, ou mesmo, daquilo
que um dia ela fôra. Esquecemos que somos filhos de Deus e, como tal, uma raça de real
nobreza, criados com o livre pensar para estarmos aptos ao livre agir, a fim de lutar pelas
nossas raízes. Um homem sem raízes é um homem sem alma.

E foi isto que nos tornamos, autômatos, desprovidos de vontade, totalmente submetidos
aos ditames de uma moral vigente e embotados por uma natureza animal poderosa,
instigada pela repressão dos instintos promovida pelos diversos sistemas religiosos através
dos séculos.

Hoje somos caóticos, abandonados à inércia de nossas vidas, bailando ao sabor das ondas e
lutando desordenadamente pela sobrevivência.

Satã representa um espírito rebelde, um espírito do contrário, um espírito de luta. Satã é


tudo aquilo que o preguiçoso e acomodado não desejam ver ou sentir. Neste âmbito, e tão
somente neste âmbito, ele é o mal.

Satã é aquele que recusa o aconchego paterno e desafia a ordem estabelecida, afirmando
intrepidamente poder superá-la em beleza e perfeição. É aquele que recusa o amor e
enfrenta os tormentos da solidão, afirmando a sua própria vontade. É o dedo em riste que
aponta para as nossas chagas, suscitando nosso orgulho. É o grito de rebeldia que se
recusa a morrer e que, por vezes, surge na alma subjugada. Satã é aquele que se diz o
agente ativo de um processo, recusando entregar-se mansamente à passividade. Satã ou
Lúcifer, se assim o preferirem, é o portador da luz, aquele que oferece a sabedoria à
entidade humana.

Sabedoria implica em busca que implica em esforço. Esforço representa luta e a luta, em
seus meandros, traz a angústia. A angústia surgida da inconformidade pela nossa condição
atual que se encontra muito aquém de nossas possibilidades. Esta inconformidade é o
tormento real de nossa existência, o mal que tememos e que nos submete a uma condição
inferior.

Satã simboliza a liberdade do pensar e do agir, condições necessárias para a busca do


enlevo espiritual que estimula a existência da alma superior. Liberdade leva a
responsabilidade e responsabilidade é tudo aquilo que o vulgo não deseja. E mais uma vez,
neste âmbito, e apenas neste, Satã representa o mal.

O Príncipe das Trevas, como o próprio nome já nos revela, habita a escuridão. Aquele lado
obscuro de nossa alma, simbolizado pela noite, e relegado por nós aos infernos abissais de
nosso próprio ente. Resgatar este lado obscuro da constituição pessoal e trazê-lo de volta à
luz é iniciar o processo de volta à reintegração do ser. Representa o abandono das
dicotomias e o retorno à unidade, integração perfeita entre o homem e sua própria
natureza, encetando a busca da harmonia estereotipada em Deus.

Qualquer tentativa de externar este aspecto de nosso espírito é eminentemente desastrosa


e só pode trazer, agora sim, o mal. Este mal, vivenciado ao longo de nossa história através
do fanatismo e da coação religiosa que acabou por gerar, na sua insânia, perseguições
grotescas com o conseqüente extermínio de boa parte daqueles que, tal como nós, são
filhos de Deus, nossos irmãos.

Abuso por Ritual Satânico


Há quase duas décadas que existem alegações da existência de um bem
organizado culto satânico cujos membros molestariam sexualmente,
torturariam e assassinariam crianças nos Estados Unidos. As alegações podem
ter atingido o seu pico quando Geraldo Rivera falou disto no seu talk show.
Tanto quanto sei, Geraldo não planeia anunciar a conclusão de um estudo de
quatro anos que não encontrou um único caso que corrobore evidências de
abusos por rituais satânicos.

O estudo foi conduzido na Universidade da California em Davis pelos


professores de psicologia Gail S. Goodman e Phillip R. Shaver, em conjunto
com Jianjian Qin da UC Davis e Bette I. Bottoms da Universidade do Illinois em
Chicago. O estudo foi apoiado pelo National Center on Child Abuse and
Neglect. Foram investigados mais de 12.000 acusações e consultados mais de
11.000 psiquiatras, serviços sociais e forças policiais. Os investigadores não
encontraram qualquer evidência de um só caso de abuso por culto satânico.

Se existem milhares de acusações infundadas, donde surgiram? A maior parte


delas, de crianças. Como há a crença de que as crianças não inventariam
histórias de comerem outras crianças ou ter sexo com girafas após andarem de
avião quando deviam estar na creche, as histórias foram muitas vezes tomadas
pelo valor literal por pais, terapistas e policias. Contudo, os investigadores
concluiram que as crianças não inventam histórias de rituais satânicos. Então,
donde vieram as histórias? Provavelmente de terapistas, policias, advogados e
pais. Qualquer um que tenha visto videos dos interrogatórios ou lido
transcrições, sabe que há evidências de que terapistas e policias encorajam e
recompensam as crianças por aceitarem sugestões de comportamentos
abusivos bizarros. Tambem desencorajam a verdade recusando-se a aceitar
não como resposta, obrigando a criança a continuar no interrogatório até darem
as respostas que são procuradas.

Há uma triste ironia. Os que fazem acusações de abusos satânicos são


pessoas religiosas. Os investigadores concluiram, contudo, que "Há muitas
mais crianças a serem abusadas em nome de Deus do que em nome de
Satanás." De acordo com Gail Goodman, a lei americana protege pais que
recusam assistência médica aos filhos e que isso corresponde a abuso. A
negação de cuidados médicos com motivos religiosos pode ser apenas a ponta
do icebergue. Há um movimento crescente entre alguns cristãos que é uma
espécie de "amor duro". Em certos aspectos, o método é reminiscente de
Watson e a sua aproximação behaviorista à educação infantil: tratar a criança
como um adulto em miniatura a quem falta auto-disciplina. Suportam o seu
abuso com

Este artigo abordará o tema Lilith. Aproveite também para conhecer nossa loja com alguns
produtos relacionados ao caminho da mão esquerda.

De acordo com J. Gordon Melton, "Lilith, uma das mais famosas figuras do folclore
hebreu, originou-se de um espírito maligno tempestuoso e mais tarde se tornou identificada
com a noite. Fazia parte de um grupo de espíritos malignos demoníacos dos americanos que
incluíam Lillu, Ardat Lili e Irdu Lili."

Segundo ele, Lilith apareceu também no Gilgamesh Epic babilônico (aproximadamente 2000
a. C.) como uma prostituta vampira que era incapaz de procriar e cujos seios estavam
secos. Foi retratada como uma linda jovem com pés de coruja (indicativos de vida
noctívaga) que fugiu de casa perto do Rio Eufrates e se estabelece no deserto.

Lilith aparece no Antigo Testamento quando Isaías ao descrever a vingança de Deus,


durante a qual a Terra foi transformada num deserto, proclamou isso como um sinal de
desolação: "Lilith repousará lá e encontrará seu locar de descanso" (Isaías 34:14)
Lilith aparece em relatos da Torah assírio-babilônica e hebraica entre outros textos
apócrifos. Na versão jeovística (da tradição religiosa hebraica) para o Gênesis, enriquecida
pêlos testemunhos orais dos rabinos consta que Lilith foi criada com pó negro e
excrementos, condenada por Jeová-Deus a ser inferior ao homem.

Considerando-se que Adão vivia no Jardim do Éden no pleno equilíbrio de sua sagrada
androginia (pois fora criado a imagem e semelhança do criador), compreende-se como o
surgimento da primeira mulher fez nascer um distanciamento entre Deus e Homem.
Num outro texto, um comentário bíblico do Beresit-Rabba (rabi Oshajjah) a primeira mulher
é descrita cheia de saliva e sangue, o que teria desagradado a Adão, de modo que Jeová-
Deus "tornou a cria-la uma segunda vez".
Lilith, então, veio ao mundo com os répteis e demônios feitos ao cair da noite do sexto dia
da criação, uma sexta feira (segundo o Bereshit Rabba). Por isso, ela já fora criada como
um demônio. (Lilith é representada como, rainha da Noite, mãe dos súcubos).
Consumida a união carnal com Lilith, Adão teria mergulhado na angústia da paixão, vendo o
seu distanciamento da divindade como um preço pelo êxtase orgástico que nunca sentira.
Lilith foi citada pela edição hebraica e inglesa de "The Babylonian Talmud", organizada pelo
rabi Epstein e publicado pela Socino Press, de Londres, em 1978. Aqui, Lilith aparece um
demônio noturno de longos cabelos, que perturba os homens. Segundo a tradição
talmúdica, Lilith é a "Rainha do Mal", a Mãe dos Demônios e a Lua Negra.

No Talmude, ela é descrita como a primeira mulher de Adão. Ela brigou com Adão,
reivindicando igualdade em relação a seu marido, deixando-o "fervendo de cólera". Lilith
queria liberdade de agir, de escolher e decidir, queria os mesmos direitos do homem mas
quando constatou que não poderia obter status igual, se rebelou e, decidida a não
submeter-se a Adão e, a odia-lo como igual, resolveu abandoná-lo.

Segundo as versões aramaica e hebraica do Alfabeto de Ben Sirá (século 6 ou 7). Todas as
vezes em que eles faziam sexo, Lilith mostrava-se inconformada em ter de ficar por baixo
de Adão, suportando o peso de seu corpo. E indagava: "Por que devo deitar-me embaixo de
ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também
fui feita de pó e por isso sou tua igual." Mas Adão se recusava a inverter as posições,
consciente de que existia uma "ordem" que não podia ser transgredida. Lilith deve
submeter-se a ele pois esta é a condição do equilíbrio preestabelecido.

Vendo que o companheiro não atendia seus apelos, que não lhe daria a condição de
igualdade, Lilith se revoltou, pronuncia nervosamente o nome de Deus, faz acusações a
Adão e vai embora.
É o momento em que o Sol se despede e a noite começa a descer o seu manto de escuridão
soturna, tal como na ocasião em que Jeová-Deus fez vir ao mundo os demônios.

Adão sente a dor do abandono; entorpecido por um sono profundo, amedrontado pelas
trevas da noite, ele sente o fim de todas as coisas boas. Desperto, Adão procura por Lilith e
não a encontra: Procurei-a em meu leito, à noite, aquele que é o amor de minha alma;
procurei e não a encontrei" (Cântico dos Cânticos III, 1).

Lilith partiu rumo ao Mar Vermelho (Diz-se que quando Adão insistiu em ficar por cima
durante as relações, Lilith usou seus conhecimentos mágicos para voar até o Mar
Vermelho). Lá onde habitam os demônios e espíritos malignos, segundo a tradição hebraica.
É um lugar maldito, o que prova que Lilith se afirmou como um demônio, e é o seu caráter
demoníaco que leva a mulher a contrariar o homem e o questionar em seu poder.

Desde então, Lilith tornou-se a noiva de Samael, o senhor das forças do mal do SITRA
ACHRA (aramaico, significa "outro lado"). Como conseqüência, deu à luz toda uma
descendência demoníaca, conhecida como "Liliotes ou Linilins", na prodigiosa proporção de
cem por dia.
[Alguns escritos contam que Adão queixou-se a Deus sobre a fuga de Lilith e, para
compensar a tristeza de Adão, Deus resolveu criar Eva, moldada exatamente como as
exigências da sociedade patriarcal. A mulher feita a partir de um fragmento de Adão. É o
modelo feminino permitido ao ser humano pelo padrão ético judaico-cristão. A mulher
submissa e voltada ao lar. Assim, enquanto Lilith é força destrutiva (o Talmude diz que ela
foi criada com "imundície" e lodo), Eva é construtiva e Mãe de toda Humanidade (ela foi
criada da carne e do sangue de Adão).]

Jehová-Deus tenta salvar a situação, primeiro ordenando-lhe que retorne e, depois, enviou
ao seu encalço uma guarnição de três anjos, Sanvi, Sansavi e Samangelaf, para tentar
convencê-la; porém, uma vez mais e com grande fúria, ela se recusou a voltar. Lilith está
irredutível e transformada. Ela desafiou o homem, profanou o nome do Pai e foi ter com as
criaturas das trevas. Como poderia voltar ao seu esposo?

Os anjos ainda ameaçaram: "Se desobedeces e não voltas, será a morte para ti." Lilith ,
entretanto, em sua sapiência demoníaca, sabe que seu destino foi estabelecido pelo próprio
Jeová-Deus. Ela está identificada com o lado demoníaco e não é mais a mulher de Adão.
(Uma outra versão conta que esses mesmos anjos, a teriam condenado a vagar pela terra
para sempre).

Acasalando-se com os diabos, Lilith traz ao mundo cem demônios por dia, os Lilim, que são
citados inclusive na versão sacerdotal da Bíblia. Jeová-Deus, por seu lado, inicia uma
incontrolável matança dessas criaturas, que, por vingança, são enfurecidas pela sua
genitora. Está declara a guerra ao Pai. Os homens, as crianças, os inválidos e os recém
casados, são as principais vítimas da vingança de Lilith. Ela cumpre a sua maligna sorte e
não descansará assim tão cedo.

Uma outra versão diz que foram os anjos mataram os filhos que tivera com Adão. Tão rude
golpe transformou-a, e ela tentou matar os filhos de Adão com sua segunda esposa, Eva.
Lilith Alegou ter poderes vampíricos sobre bebês, mas como os anjos a queriam impedir,
fizeram-na prometer que, onde quer que visse seus nomes, ela não faria nenhum mal aos
humanos. Então, como não podia vencê-los, ela fez um trato com eles: concordou em ficar
afastada de quaisquer bebês protegidos por um amuleto que tivesse o nome dos três anjos.

Não obstante, esse ódio contra Adão e contra sua nova (e segunda) mulher, Eva, resultou,
para Lilith, no desabafo da sua fúria sobre os filhos deles e de todas as gerações
subseqüentes.

A partir daí, Lilith assume plenamente sua natureza de demônio feminino, voltando-se
contra todos os homens, de acordo com o folclore assírio babilônico e hebraico. E são
inúmeras as descrições que falam do pavor de suas investidas. Conta-se, por exemplo, que
Lilith surpreendia os homens durante o sono e os envolvia com toda sua fúria sexual,
aprisionando-os em sua lasciva demoníaca, causando-lhes orgasmos demolidores. Ela
montava-lhes sobre o peito e, sufocando-os (pois se vingava por ter sido obrigada a ficar
"por baixo" na relação com Adão, conduzia a penetração abrasante. Aqueles que resistiam e
não morriam ficavam exangues e acabavam adoecendo. Por isso Lilith também está
identificada com o tradicional vampiro. Seu destino era seduzir os homens, estrangular
crianças e espalhar a morte.

Lilith permaneceu como um item de tradição popular embora pouco tivesse sido escrito
sobre ela quando da compilação do Talmude (século 6 a.C.) até o século 10. Sua biografia
se expandiu em detalhes elaborados e muitas vezes contraditórios nos escritos dos antigos
países hassídicos.
Durante os primeiros séculos da era cristã, o mito de Lilith ficou bem estabelecido na
comunidade judaica.

Lilith aparece no Zohar, o livro do Esplendor, uma obra cabalística do século 13 que constitui
o mais influente texto hassídico e no Talmud, o livro dos hebreus. No Zohar, Lilith era
descrita como succubus, com emissões noturnas citadas como um sinal visível de sua
presença. Os espíritos malignos que empesteavam a humanidade eram, acreditava-se, o
produto de tais uniões.
No Zohar Hadasch (seção Utro, pag. 20), está escrito que Samael - o tentador - junto com
sua mulher Lilith, tramou a sedução do primeiro casal humano. Não foi grande o trabalho
que Lilith teve para corromper a virtude de Adão, por ela maculada com seu beijo; o belo
arcanjo Samael fez o mesmo para desonrar Eva: E essa foi a causa da mortalidade humana.

O Talmude menciona que "Quando a serpente envolveu-se com Eva, atirou-lhe a mácula
cuja infecção foi transmitida a todos os seus descendentes... (Shabbath, fol. 146, recto)".
Em outras partes, o demônio masculino leva o nome de Leviatã, e o feminino chama-se
Heva. Essa Heva, ou Eva, teria representado o papel da esposa de Adão no éden durante
muito tempo, antes que o Senhor retirasse do flanco de Adão a verdadeira Eva
(primitivamente chamada de Aixha, depois de Hecah ou Chavah). Das relações entre Adão e
a Heva-serpente, teriam nascido legiões de larvas, de súcubos e de espíritos
semiconscientes (elementares).

Os rabinos fazem de Leviatã uma espécie de ser andrógino infernal, cuja a encarnação
macho (Samael) é a "serpente insinuante" e a incarnação fêmea (Lilith), é a "cobra
tortuosa" (ver o Sepher Annudé-Schib-a, fol. 51 col. 3 e 4). Segundo o Sepher Emmeck-
Ameleh, esses dois seres serão aniquilados no fim dos tempos: "Nos tempos que virão o
Altíssimo (bendito seja!) decapitará o ímpio Samael, pois está escrito (Is. XVII, 1): 'Nesse
tempo Jeová com sua espada terrível visitará Leviatã, a serpente insinuante que é Samael e
Leviatã, a cobra tortuosa que é Lilith' (fol. 130, col. 1, cap.XI)".
Também segundo os rabinos, Lilith não é a única esposa de Samael; dão o nome de três
outras: Aggarath, Nahemah e Mochlath. Mas das quatro demônias só Lilith dividirá com o
esposo a terrível punição, por tê-lo ajudado a seduzir Adão e Eva.

Aggarath e Mochlath tem apenas um papel apagado, ao contrário do que acontece com as
outras duas irmãs, Nahemah e Lilith.

No livro História da Magia, Eliphas Levi transcreve: "Há no inferno - dizem os cabalistas -
duas rainhas dos vampiros, uma é Lilith, mãe dos abortos, a outra Nahema, a beleza fatal e
assassina. Quando um homem é infiel à esposa que lhe foi destinada pelo céu, quando se
entrega aos descaminhos de uma paixão estéril, Deus retoma a esposa legítima e santa e
entrega-o aos beijos de Nehema. Essa rainha dos vampiros sabe aparecer com todos os
encantos da virgindade e do amor; afasta o coração dos pais, leva-os a abandonar os
deveres e os filhos; traz a viuvez aos homens casados, força os homens devotados a Deus
ao casamento sacrílego. Quando usurpa o título de esposa, é fácil reconhece-la: no dia do
casamento está calva, porque os cabelos das mulheres são o véu do pudor e está proibido
para ela neste dia; depois do casamento finge desespero e desgosto pela existência, prega
o suicídio e afinal abandona violentamente aquele que resistir, deixando-o marcado com
uma estrela infernal entre os olhos. Nahema pode ser mãe, mas não cria os filhos; entrega-
os a Lilith, sua funesta irmã, para que os devore." (Sobre isso pode-se ver também o
Dicionário Cabalístico de Rosenhoth e o tratado De Revolutionibus Animorum, 1.° e 3.°
tomos da Kabala Denudata, 1684, 3 col. in-4.)

Diz a lenda que depois que Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, Lilith e suas
asseclas, todas na forma de incubus/succubus, os atacaram, fazendo assim com que Adão
procriasse muitos espíritos impuros e Eva mais ainda. Segundo a tradição judaica, Lilith faz
os homens terem poluções noturnas para gerar filhos demônios . Há um costume, ainda
praticado em Jerusalém, de espantar esses filhos do corpo morto de seu pai, andando em
círculo com o cadáver antes do sepultamento e atirando moedas em diferentes direções
para distrair os filhos demônios.

Durante a idade média, as histórias sobre Lilith se multiplicaram. Já foi, por exemplo,
identificada como uma das duas mulheres que foram ao Rei Salomão para que ele decidisse
qual das duas era a mãe de uma criança que ambas reivindicavam.

Em outros escritos, foi identificada como a rainha de Sabá. Segundo uma antiga tradição
judaica, Lilith apareceu a Salomão disfarçada na rainha de Sabá, uma visitante real da
Etiópia ou da Arábia à corte do rei Salomão (I Reis 10). Sabá era um país pacífico, cheio de
ouro e prata, cujas plantas eram irrigadas pelos rios do Paraíso. Por ter ouvido falar relatos
sobre o seu maravilhoso país, o Reino de Sabá, e sua rainha de uma ave, cuja linguagem
compreendia, Salomão desejava muito conhecer a rainha e ela desejava conhecê-lo devido
à sua reputação de sábio, e queria fazer-lhe perguntas sobre magia e feitiçaria. Mas ele
suspeitou que algo estava errado e conseguiu ludibria-la: Quando chegou, encontrou-o
sentado em uma casa de vidro, e pensando que fosse água, levantou a saia, revelando
pernas bem cobertas de pêlos, o que indicava que ela uma feiticeira. Não obstante,
Salomão desposou-a e preparou uma poção para eliminar o pêlo de suas pernas.

Conta-se, que a casa real da Etiópia alegava ser descendente da união de Salomão com a
Rainha de Sabá, e os judeus negros da Etiópia, os falashes, localizam suas origens nos
israelitas que o rei Salomão enviou com a rainha para a Etiópia. Outro descendente dessa
união foi Nabucodonosor, que se tornou rei da Babilônia. Uma tradição totalmente diferente
nega que tenha sido uma rainha quem veio visitar Salomão, afirmando que foi o rei de
Sabá.

Proteção conta Lilith: Lilith foi descrita como uma figura sedutora com longos cabelos, que
voa como uma coruja noturna para atacar aqueles que dormem sozinhos, para roubar
crianças e fazer mal a bebês recém-nascidos. Foi encontrada entre os elementos mais
conservadores da comunidade judaica do século 19, uma forte crença na presença de Lilith,
sendo que alguns deles podem ser visto ainda hoje. Lilith foi descrita como uma assassina
de crianças para roubar suas almas. Ela atacava os bebês humanos, especialmente os
nascidos de relações sexuais inadequadas. Se não consegue consumir crianças humanas ela
come até mesmo sua própria prole demoníaca.

Também é de opinião geral que foi Lilith quem provocou o ódio de Caim contra Abel, seu
irmão, e levou-o a revoltar-se contra ele e matá-lo.

Os homens eram alertados para não dormirem numa casa sozinhos para que Lilith não os
surpreendesse. Em "O Livro das Bruxas", Shahrukh Husain relembrou um antigo conto
judeu "Lilith e a Folha de Capin", de Jewish Folktales, que dizia que certa vez um judeu que
foi seduzido por Lilith e ficou enfeitiçado por seus encantos. Mas ele estava muito
perturbado com isso, e então foi ao Rabino Mordecai de Neschiz para pedir ajuda.

Mas o rabino sabia por clarividência que o homem estava vindo, e avisou a todos os judeus
da cidade para não deixa-lo entrar em suas casas ou dar-lhe lugar para dormir. Assim,
quando o homem chegou não encontrou nenhum lugar para passar a noite e deitou-se num
monte de feno num quintal. À meia-noite, Lilith apareceu e sussurrou-lhe: "Meu amor, saia
desse feno e venha até aqui". Curioso, o homem perguntou: "Por que eu deveria ir até
você? Você sempre vem a mim." Ela explicou-se dizendo: "Meu amor, nesse monte de feno
há uma folha de capim que me causa alergia".

O homem perguntou: "Então por que você não me mostra? Eu a jogo fora e você pode vir."
Assim que Lilith a mostrou, o homem pegou a folha de capim e enrolou em seu pescoço,
livrando-se para sempre do domínio dela.

Lilith foi marcada como sendo especialmente odiosa para o acasalamento sexual normal dos
indivíduos que ela atacava como succubi e incubi. Descarregava sua ira nas crianças
humanas resultantes de tais acasalamentos ao sugar-lhes o sangue e estrangulando-as.
Acrescentava, também, quaisquer complicações possíveis às mulheres que tentassem ter
crianças - esterilidade, abortos etc. Por isso, Lilith passou a assemelhar-se a uma gama de
seres vampíricos que se tornavam particularmente visíveis na hora do parto e cuja presença
era usada para explicar problemas ou mortes inesperadas.

Para combatê-los, os que acreditavam em Lilith desenvolveram rituais elaborados para bani-
la de suas casas. O exorcismo de Lilith e de quaisquer espíritos que a acompanhavam
muitas vezes tomava a forma de um mandado de divórcio, expulsando-os nus noite
adentro.

Usam-se amuletos (em hebraico "kemea") como proteção contra demônios, mau olhado,
doença, combater hemorragia nasal ou para fazer uma mulher estéril conceber, tornar fácil
o parto, garantir a felicidade de um recém nascido, obter sabedoria e outros fins.

Esses amuletos são textos e desenhos geralmente escritos em pequenos pedaços de


pergaminho e incluem sinais mágicos, permutações de letras e os nomes de Deus (Agla,
Tetragramaton, etc.) ou de anjos como o de Rafael, Gabriel ou dos poderosos anjos Sanvi,
Sansavi e Samangelaf que garantem proteção contra Lilith, que ataca as mulheres no parto
e causa a morte dos infantes.
O amuleto é usado em volta do pescoço ou às vezes pendurado numa parede de casa.
Para que um amuleto seja considerado eficaz, tem que ser escrito por uma pessoa santa
(segundo a tradição judaica), exímia na prática da Cabala. Se o ele se mostrar eficaz na
cura de alguém em três ocasiões diferentes, será então, comprovadamente, considerado um
amuleto.

Embora, aparentemente, amuletos tenham sido amplamente usados no período talmúdico,


Maimônides e outros rabinos de mente mais voltada para a filosofia, como Ezequiel Landau,
opunham-se a eles, considerando-os superstições vazias. Seu uso, no entanto, foi apoiado
pelos místicos e pela crença popular. Até mesmo os cristãos buscavam amuletos com os
judeus na Idade Média.

Em muitas partes do mundo atual há pessoas que ainda usam amuletos representando os
três Anjos que foram enviados em busca de Lilith (ou Lilah, como também é chamada, o
que talvez nos tenha dado Da-Lila, também uma sedutora e tentadora.) Esses talismãs são
usados porque, embora Lilith se recusasse a voltar, prometeu a esses três Anjos que, se
visse os seus nomes inscritos junto de um recém-nascido, ela deteria sua mão e o pouparia
- o que vem a ser o propósito do ritual. Um talismã típico é um círculo mágico no qual as
palavra "Eva e Adão" barram a entrada de Lilith, habitualmente escritas com carvão na
parede do aposento onde a criança está e em cuja porta estão escritos os nomes dos três
anjos. A alternativa: "Não deixem Lilith entrar aqui" costuma ser escrita na cabeceira da
cama da mulher que espera um filho, usando-se tinta vermelha (cor da planta de Marte).

Como proteção contra ela costumava-se pendurar amuletos e talismãs na parede e sobre a
cama para mantê-la afastada ou pregar amuletos com as palavras "Adão e Eva excluindo
Lilith" nas paredes da casa em que uma mulher se preparava para o nascimento do filho.

No passado, o processo de nascimento era cercado de práticas mágicas com a intenção de


proteger a mãe e o filho das forças demoníacas. Lilith tem inveja da alegria da maternidade,
pois foi apartada do marido (Adão) logo no início de seu casamento. Ela constitui assim uma
ameaça ao embrião. Também se sussurravam sortilégios no ouvido das mulheres para
facilitar o trabalho de parto. A porta do quarto das crianças tinha os nomes dos três anjos
escritos sobre ela, e, às vezes, cercava-se o quarto com um círculo de carvões ardentes.
Nas vésperas de Shabat e da lua nova, quando uma criança sorri é porque Lilith está
brincando com ela. Para livrá-la de qualquer mal, deve-se bater de leve três vezes em seu
nariz pronunciando-se uma fórmula de proteção contra Lilith. Também crianças que riam no
sono, acreditava-se, estavam brincando com Lilith e daí o perigo de morrerem em suas
mãos.

Na Idade Média era considerado perigoso beber água nos solstícios e equinócios, porque
nessa época o sangue menstrual de Lilith pingava, poluindo líquidos expostos.

Parece que Lilith é mais bondosa com as meninas porque estas só podem correr o risco da
hostilidade a partir dos vinte anos, enquanto os meninos estão sob a mira das suas
perversidade e malevolências até o seu oitavo aniversário.

Num livro sobre "Magia das velas", encontramos uma versão moderna de um Talismã de
Proteção Contra Lilith: "Se você quiser fazer um talismã de altar que o proteja de Lilith, e
ele não precisa ficar restrito a esse uso, pode fazê-lo da seguinte maneira: pegue uma folha
de papel forte, branco (o tamanho dependerá do espaço disponível). Desenhe nela um
grande círculo preto, e dentro desse círculo desenhe outro menor. Divida esse círculo
interior em três partes iguais de 120° e faça pequenas marcas nessas pontas. Una essas
marcas para fazer um triângulo no centro do talismã. Nos três pontos em que o triângulo
toca o círculo interior, entre o círculo interior e o exterior, escreva os três nomes angélicos -
Sanvi, Sansavi e Semengalef - no sentido horário, um em cada ponta do triângulo. No meio
do trecho, entre esses nomes, desenhe uma cruz. Coloque a vela para Lilith no centro do
triângulo (Lilith é representada por uma vela branca que se tornou negativa com cera preta
ou por uma vela preta), com uma vela para cada um dos três anjos do lado de fora do
círculo exterior, , em oposição aos seus nomes (pode marcar as velas, se desejar) na ponta
do triângulo. Só que não se deve deixar de observar infalivelmente neste ou em qualquer
outro talismã, o seguinte: a linha que desenha o círculo exterior deve ser inteira, sem
falhas, sem interrupções. Se necessário, desenhe-o de forma extraforte, para obter isso. Se
o que está tentando é conter algo, não deve haver interrupções através das quais esse algo
possa escapar ou engana-lo."

Segundo a tradição judaica, as influências astrológicas determinam a vida de uma pessoa,


mas Israel é diretamente guiado por Deus. Porém, enquanto os cabalistas e muitos rabinos
medievais acreditavam que os céus eram "o livro da vida" e a astrologia a "ciência
suprema", Maimônides repudiou tais idéias como superstições proibidas.

No mapa astral, Lilith ou Lua Negra indica sedução e ânsia de liberdade. Influências que
atingem nossas personalidades. A Lua exerce uma influência no inconsciente, nos sonhos,
no sono, na memória, nas emoções e nas reações espontâneas.

Segundo o astrólogo e tarórologo Hermínio Amorim, foi a partir de 1914, quando Lilith
apareceu sob a influência de Plutão, que fez uma órbita longa até 1938, que as mulheres
começaram os movimentos de libertação. Antes, Lilith aparecia sob influência do signo de
câncer. Atualmente as mulheres vivem melhor sua sensualidade, sem culpa, sem medo de
serem acusadas de bruxas, como antigamente.

Os conteúdos psíquicos simbolizados pela Lilith são muitas vezes interpretados como raiz da
libido. É claro que também são percebidos como geradores de poderes paranormais,
inclinação para bruxaria, mediunidade, etc. De qualquer maneira, é uma potencialidade
simbólica e inconsciente. Uma feminilidade que dura muito tempo foi oprimida e omitida (A
Lua Negra. Na Idade Média foi personificada pela bruxa, contra a qual o homem, e
principalmente a Igreja Católica, moveu uma das mais sangrentas perseguições de toda a
sua história).

De acordo com Hermínio, "Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e
interessante que logo arranjou problemas com Adão". Esse ponto teria sido retirado da
Bíblia pela Inquisição. O astrólogo assinala que ali começou a eterna divergência entre o
masculino e o feminino, pois Lilith não se conformou com a submissão ao homem.

Bibliografia: Ferreira, Fernando Mendes (editor). Revista AXÉ, ANO 1 N° 1. Publicação


mensal da Ninja Comércio e Distribuidora Ltda., São Paulo/SP. Impressão: Brasiliana.
Guaita, Marie Victor Stanislas de. Le Temple de Satan (le Serpent de la Gênèse). Librairie du
Merveilleux, Paris, 1891. Husain, Shahrukh. O Livro das Bruxas (The Virago Book of
Wtiches). Editora Objetiva LTDA, Rio de Janeiro, Brasil. 1995. Melton, J. Gordon. The
Vampire Book. Copyring © 1994 by Gale Research, uma divisão da International Thomson
Publishing Inc. Sicuteri, Roberto. Lilith, a Lua Negra. Ed. Paz e Terra, 1985. Unterman, Alan.
Dictionary of Jewish Lore & Legend. Copring © 1991, Thames and Hudson Ltd, London.

citações biblicas e quem sabe quantos os seguirão

Leviatã

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Leviatã (Leviathan ou Leviatha) é dado na demonologia como um dos quatro príncipes


coroados do inferno. É o monstro marinho bíblico, de enormes proporções e rei de todas as
criaturas do mar. Seu nome vem do hebraico, e significa literalmente; Serpente Tortuosa,
uma referência tanto a sua natureza animalesca como ao seu aspecto oculto. Seu
arquétipo referê-se a brutalidade, ferocidade e aos impulsos mais selvagens e incontidos da
humanidade.

No campo espiritual o famoso demonologista Wierius chama-o de "o grande embusteiro", ou


"o grande enganador", pela facilidade co que triunfa em lances políticos, tratados comerciais
e intrigas palacianas. Talvez não por acaso territorialmente é reconhecido por dominar a
América Latina.

A descrição visual de Leviatã é sempre a de uma critura abissal de proporções gigantescas.


Segundo os escritos de La Légende Dorêe, datados de 1518, Levitã é comparável a um
dragão, metade besta e metade peixe, muito maior que um boi e absurdamente mais
comprido e rápido que um cavalo. Seus dentes são agudos como espadas e possui chifres
em ambos os lados da cabeça.

O Dicionário Judaico de Lendas e Tradições de Alan Uterman afirma que os olhos do Leviatã
iluminam o mar a noite e podem ser vistos a milhas de distância. A água ao seu redor ferve
com o hálito quente de sua boca, o que o faz ser sempre acompanhado de cortinas de vapor
escaldante. O odor fétido do Leviatã pode superar até a fragrância do jardim do Éden, e
caso seu fedor lá penetrasse, ninguém poderia sobreviver. De acordo com a tradição
cabalística o Leviatã simboliza Samael, o príncipe do mal, que será destruído nos tempos
futuros.

Durante as grandes navegações do século XIV e XV, Leviatã personificou o medo do Mar e
do desconhecido. Nesta época não foram poucos os relatos de que tripulações inteiras
dragadas por este ser, que era tido como a besta marinha por excelência que se escondia
nas tempestades, destruia portos inteiros e afundava as embarcações.

Sua antiguidade remete aos mitos da cosmovisão judaica onde Leviatã é considerado por
alguns estudiosos como uma das criaturas primevas, ou seja, um dos seres antiquíssimos
que existiam no início de tudo e que tiveram de ser derrotados por Jeová antes que se
tivesse início a criação dos céus e da Terra. Segundo esta lenda Jeová matou a fêmea
Leviatã para impedir que o casal procriasse e destruísse o mundo que tinha em mente. Com
sua pele, delimitou as fronteiras do espaço profundo e fez roupas para Adão e Eva.

Ainda segundo a escatologia judaica, no final dos tempos, com a chegada do Messias,
Gabriel entrará em uma briga de proporções cósmicas para matar o macho Leviatã, ou,
segundo outra versão, fará com que o gigantesto Beemot, outra criatura primeva trave uma
batalha com o Leviatã até que ambos se matem mutuamente. No grande banquete
messiânico para os justos, a pele do Leviatã servirá então como um toldo gigantesco e sua
carne será servida a todos.
Este artigo abordará o tema Legião. Aproveite também para conhecer nossa loja com alguns
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Em demonologia, Legião é o nome genêrico que se dá a toda possessão coletina, no qual


dois ou mais espíritos infernais habitam o mesmo corpo. Existem relatos em que mais de
uma centena de demônios sobrepujam uma mesma pessoa, nestes casos o próprio discurso
e comunicação são comprometidos, pois é como uma multidão falasse usando uma só boca.

Tal fenômeno explica em parte comportamentos ezquizofrênicos no qual o possuido


apresente personalidades múltiplas distintas a de seu próprio caráter diário. No Novo
Testamento o fenômeno se repete por duas vezes, no livro de Marcos e em Lucas:

No Livro de Marcos (5,1-13)

Chegaram então ao outro lado do mar, à terra dos gerasenos. E, logo que Jesus saíra do
barco, lhe veio ao encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, o qual tinha a
sua morada nos sepulcros; e nem ainda com cadeias podia alguém prendê-lo; porque,
tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em
pedaços, e os grilhões em migalhas; e ninguém o podia domar; e sempre, de dia e de noite,
andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando, e ferindo-se com pedras,

Vendo, pois, de longe a Jesus, correu e adorou-o; e, clamando com grande voz, disse:

- Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me
atormentes.

Pois Jesus lhe dizia:

- Sai desse homem, espírito imundo. E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu-lhe
ele:

- Legião é o meu nome, porque somos muitos.

E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora da região. Ora, andava ali pastando no
monte uma grande manada de porcos. Rogaram-lhe, pois, os demônios, dizendo: Manda-
nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E ele lho permitiu. Saindo, então, os
espíritos imundos, entraram nos porcos; e precipitou-se a manada, que era de uns dois mil,
pelo despenhadeiro no mar, onde todos se afogaram.

No Livro de Lucas (8,27-33)

Logo que saltou em terra, saiu-lhe ao encontro um homem da cidade, possesso de


demônios, que havia muito tempo não vestia roupa, nem morava em casa, mas nos
sepulcros. Quando ele viu a Jesus, gritou, prostrou-se diante dele, e com grande voz
exclamou:

- Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te que não me atormentes.
Porque Jesus ordenara ao espírito imundo que saísse do homem. Pois já havia muito tempo
que se apoderara dele; e guardavam-no preso com grilhões e cadeias; mas ele, quebrando
as prisões, era impelido pelo demônio para os desertos.

Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu ele:

- Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios.


E rogavam-lhe que não os mandasse para o abismo. Ora, andava ali pastando no monte
uma grande manada de porcos; rogaram-lhe, pois que lhes permitisse entrar neles, e lho
permitiu. E tendo os demônios saído do homem, entraram nos porcos; e a manada
precipitou-se pelo despenhadeiro no lago, e afogou-se.

Este artigo abordará o tema Lady Cocaine. Aproveite também para conhecer nossa loja com
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Sendo a demonologia uma ciência esquecida é natural que os espíritos mais atuantes dos
dias de hoje, sejam simplesmente ignorados pelos estudiosos. Estudam a atuação do rei das
pragas que acabam com a colheita, mas esquecem de se perguntar sobre a taxa crescente
de abortos e os acidentes aéreos. Lady Cocaine é um caso típico, e a descrição a seguir de
Antonio Augusto Fagundes Filho não nos deixa mais ignorá-la.

Outros nomes: Senõrita Coca, Sepent Blanc, Madre Coca

Talvez por ser uma das mais novas criaturas do Inferno, desde que irrompeu no Mundo, ao
tornar-se moda nos Anos 20, vem expandindo seu poder de uma maneira nunca vista. Não
imaginada, aliás, nem pelos próprios demônios, que a elevaram a um grau de verdadeira
“superstar” do Mundo Subterrâneo. Embora outras drogas como o álcool, o ópio, a morfina
ou os barbitúricos também sejam demônios perfeitamente análogos a ela, a Rainha Branca
do Mal reina soberana sobre todos os vícios. Basta lembrar que o simples uso das folhas de
coca já foi condenado pelo Segundo Concílio de Lima, em 1567.

Assim como o uso do ópio expressava a indolência onírica típica do século passado, a
Cocaína condensa em si a vibração mental e a proposta característica de toda a nossa
época: a Competição do Individualismo mais exarcebado. Por entorpecer a sensibilidade,
distorcer o juízo crítico e acirrar o plano mental em detrimento da emoção, é a droga que
perfeitamente retrata a face oculta da modernidade. Em função disso provoca súbitas
explosões emocionais, tormentosas e sinceras, em geral apenas para logo recair em uma
paranóia ainda mais feroz.

Suas vítimas todas conhecem os labirintos da Culpa e os porões do Remorso, assim como
os Mistérios implacáveis do Tempo e da Solidão Fundamental da Condição Humana. Só a
podem conhecer verdadeiramente aqueles que perderam em suas garras alguém muito
importante, como um amor ou ente querido, ou os que sentiram que estavam morrendo e
clamaram a Deus por mais um dia. Para ela, cada “overdose” é um triunfo e cada tragédia
um orgasmo. Por isso mesmo, trata-se do maior apetite de destruição de todo o Inferno,
sendo o mais insaciável dos Seres das Trevas. Outra particularidade sua é que jamais
abandona as suas presas, permanecendo sempre à espreita da menor oportunidade para
retomar seu império despótico.

Relato

Surgiu para mim como uma mulher de beleza estranha e sorriso fixo, doentio. Muito magra,
apresentava todos os sinais físicos dos viciados, inclusive às vezes sangrava o seu nariz, o
que a fazia rir como se fosse muito divertido. Seu cabelo era enorme, preto e branco, e
seus olhos saltados, arregalados, sublinhavam cada movimento de seus gestos rápidos,
muito nervosos. Falava sem parar de olhar para todos os lados, em contagiante paranóia,
como a esperar algum desastre. Mudava de humor rápida e inexplicavelmente, passando de
ameaçadora a comovida em questão de segundos, completamente absorvida num frenesi
mental que a fazia imprevisível, irracional, quase demente. Enquanto falava, fazia lânguidos
gestos com as mãos, jorrando dos dedos grossas fileiras de pó cristalino com as quais
brincava, distraidamente, o tempo todo.

- O Livro dos Demônios

Este artigo abordará o tema Kali. Aproveite também para conhecer nossa loja com alguns
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Kali, (do sanscrito Kālī का ली ) é uma das mais importantes divindades da mitologia na
Índia, era conhecida, entre outras características, pela sua sede de sangue.

Esta deusa apareceu pela primeira vez nos escritos indianos por volta do século VI em
invocações pedindo sua ajuda nas guerras. Nesses primeiros textos foi descrita como tendo
presas, usando uma guirlanda de cadáveres e morando no local de cremações.
Kali fez sua aparição mais famosa no Devi-mahatmya, onde se juntou à deusa Durga para
lutar contra o espírito demoníaco Raktabija, que tinha a habilidade de se reproduzir com
cada gota de sangue derramado; assim, ao lutar com ele, Durga se viu sobrepujada pelos
clones de Raktabija. Kali resgatou Durga ao vampirizar Raktabija e ao comer suas
duplicatas. Kali foi vista por alguns como o aspecto irado de Durga.

A Deusa da Morte

Diversos séculos mais tarde, no Bhagavat-purana, ela e seus seguidores, os dakinis,


avançaram sobre um bando de ladrões, decaptaram-nos, embebedaram-se em seu sangue
e divertiram-se num jogo de atirar suas cabeças de um lado para outro. Outros escritos
registraram que seus templos deveriam ser construídos longe das vilas e perto dos locais de
cremação.

Kali tem um relacionamento ambíguo com o mundo. Por um lado destruía os espíritos
malignos e se estabelecia a ordem. Entretanto também servia como representante das
forças que ameaçavam a ordem social e a estabilidade por sua embriaguez de sangue e
subseqüente atividade frenética.

Por seu relacionamento com os aspectos da morte foi rapidamente identíficada como uma
manifestação do diabo pelos primeiros missionários cristãos a chegarem no Vale do Indo e
po muitos orientalistas desinformados até meados do século XIX.

A Deusa do Sexo

Kali também apareceu como uma consorte do deus Shiva. Engajaram-se numa dança feroz.
Pictoricamente, Kali geralmente era vista sobre o corpo inclinado de Shiva numa posição
dominante enquanto se engajavam em relações sexuais.

Assim, Kali se tornou a divindade dominante no hinduísmo tântrico, onde era louvada como
a forma original das coisas e a origem de tudo o que existe. Foi chamada de Criadora,
Protetora e Destruidora. No tantra o caminho da salvação se dava através das delícias
sensuais do mundo – as coisas geralmente proibidas a um indiano devoto – tais como álcool
e sexo. Kali representava as últimas realidades proibidas e dessa forma deveria ser abrigada
no íntimo e sobrepujada no que seria o ritual da salvação. Ensinava que a vida se
alimentava da morte, que a morte era inevitável para todos os seres e que, na aceitação
dessas verdades – confrontando Kali nos campos de cremação, demonstrando dessa forma
coragem igual à sua terrível natureza –, haveria libertação. Kali, como muitas divindades,
simbolizava a desordem que aparecia continuamente entre todas as tentativas de se criar a
ordem. A vida era, em última instância, indomável e imprevisível.

Santa Sara Kali

Kali sobreviveu entre os ciganos, que tinham migrado da Índia para a Europa na Idade
Média, como Sara, a Deusa Negra. De acordo com a história as três Marias do novo
testamento viajaram para a França onde deveriam encontrar com Sara, uma cigana que as
ajudou na chegada. Batizaram Sara e pregaram o evangélio ao seu povo. Os ciganos
celebram os dias 24 e 25 de maio todos os anos em Saint-Maries-de-la-Mer, uma pequena
vila francesa onde se acredita que os eventos ocorreram. Uma estátua de Sara foi colocada
na cripta da igreja onde os ciganos mantêm sua vigília anual.
Kaliyuga

De acordo com as escrituras hindus, o universo passa por fases divididas em enormes
períodos de tempo, chamados yuga, coerêntes com o conceito thelemico de aeons.
Atualmente vivemos a Kaliyuga, a era de Kali, ou a Era do Ferro. Um período de conflito,
desastres, desordem, incerteza espiritual e descrenças. É uma era gigantesca de situações
difíceis, períodos de transição abrupta, guerras e catastrófes de todso os tipos. A crise
espiritual e material são a norma.

Kali Yuga começou no instante em que Krishna parte do mundo material a


aproximadamente 5 mil anos e durará exatamente 432 000 anos - findando no ano 428
899. quando este momento chegar Kalki, o último avatar de Vishnu, chegará montado em
um cavalo branco e manejando uma espada flamejante com a qual irá derrotar todo o mal.

A Essência de Kali

Eu sou as trevas por trás e por baixo das sombras.


Eu sou a ausência de ar que espera no inicio de cada respiração.
Eu sou o fim antes que a vida recomece, a deterioração que fertiliza o que vive.
Eu sou o poço sem fundo, o esforço sem fim para reivindicar o que é negado.
Eu sou a chave que destranca todas as portas.
Eu sou a glória da descoberta, pois eu sou o que está escondido, segregado e
proibido.Venha a mim na Lua Negra e veja o que não pode ser visto, encare o terror que é
só seu.
Nade até mim através dos mais negros oceanos, até o centro de seus maiores medos.
Eu e o Deus das trevas o manteremos em segurança.
Grite para nós em terror e seu será o poder de suportar o insuportável.
Pense em mim quando sentir prazer e eu o intensificarei. Até o dia em que terei o maior
prazer de encontra-lo na encruzilhada entre os mundos.
Sabedoria e a capacidade de dar poderes são os meus presentes.
Ouça-me, criança, e conheça-me por quem eu sou. Eu tenho estado com você desde o seu
nascimento e ficarei com você ate que você retorne a mim no crepúsculo final.
Eu sou a amante apaixonada e sedutora que inspira o poeta a sonhar.
Eu sou aquela que te chama ao fim de sua jornada. Quando o dia se vai, minhas crianças
encontram seu descanso abençoado em meus braços.
Eu sou o útero do qual todas as coisas nascem.
Eu sou o sombrio, silencioso túmulo; todas as coisas devem vir a mim e suportar a morte e
o renascer para o todo.
Eu sou a Bruxa que não será governada, a tecelã do tempo, a professora dos mistérios.
Eu corto as linhas que trazem minhas crianças ate mim. Eu corto as gargantas dos cruéis e
bebo o sangue daqueles sem coração. Engula seu medo e venha ate mim, e você descobrira
verdadeira beleza, forca e coragem.
Eu sou a fúria que dilacera a carne da injustiça.
Eu sou a forja incandescente que transforma seus demônios internos em ferramentas de
poder. Abra-se a meu abraço e domínio.
Eu sou a espada resplandecente que te protege do mal.
Eu sou o cadinho no qual todos os seus aspectos se misturam em um arco-íris de união.
Eu sou as profundezas aveludadas do céu noturno, as brumas rodopiantes da meia-noite,
coberta de mistério.
Eu sou a crisálida na qual você ira encarar o que te apavora e da qual você ira florescer
vibrante e renovada.
Procure por mim nas encruzilhadas e você será transformada, pois uma vez que você olhe
para meu rosto não existe volta.
Eu sou o fogo que beija as algemas e as leva embora.
Eu sou o caldeirão no qual todos os opostos crescem para se conhecer de verdade. Eu sou a
teia que conecta todas as coisas.
Eu sou a curadora de todas as feridas, a guerreira que corrige todos os erros a seu tempo.
Eu faço o fraco forte. Eu faço humilde o arrogante. Eu ergo o oprimido e dou poderes ao
desprivilegiado. Eu sou a justiça temperada com compaixão.
Eu sou você, eu sou parte de você, estou dentro de você.
Procure-me dentro e fora e você será forte. Conheça-me, aventure-se nas trevas para que
você possa acordar com equilíbrio, iluminação e plenitude. Leve meu amor consigo a toda
parte e encontre o poder interior para ser quem você quiser.

Este artigo abordará o tema Drusila. Aproveite também para conhecer nossa loja com
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Extraído de um livro anônimo de teurgia europeu

Drusila esteve encarnada na Roma Antiga. Era uma grande iniciada nos Templos dos
Mistérios Sexuais de Roma. Praticava, porém, a Senda da Mão Esquerda. Morreu bem velha,
sempre praticando magia nos templos.

Depois que desencarnou, seu corpo estava eletricamente poderoso, carregado de energia
sexual transmutada. Ela acumulou e absorveu toda esta energia dos inúmeros homens com
quem copulava nos rituais de magia dos templos romanos. Ao desencarnar, seu corpo astral
voltou a ter a aparência de quando ela era jovem.

Devido ao seu enorme poder de natureza astro-elétrica, Drusila tornou-se senhora de seu
destino no plano astral. Nenhum mentor espiritual conseguia capturá-la ou obrigá-la a
reencarnar-se para pagar seu carma na Terra . Ficou à margem da lei divina. Sem dúvida
alguma, tornou-se mais um demônio nas fileiras sombrias desta Terra. Tornou-se uma força
sexual negativa da natureza, uma protetora da prostituição, dos abortos, da pornografia e
dos crimes passionais.

Invocada pelos magos e teurgistas no plano astral, Drusila aparece como uma mulher
belíssima e sedutora. Ela aparece totalmente nua. Tem cabelos negros e olhos azuis. Em
seu braço esquerdo, há um bracelete de ouro com brilhantes. Seu face, porém, é
perenemente tensa e tenebrosa. Sua aura emana uma energia sombria e caótica. É sempre
atraída pela luxúria dos humanos. Os ritos para invocá-la são todos de natureza sexual.

Drusila alimenta-se da energia sexual dos homens encarnados. Os homens desdobram-se


em astral durante o sono do corpo físico. Drusila copula com eles no plano astral e absorve
sua energia astro-elétrica.

Drusila estimula as fantasias sexuais e seduz os homens nos sonhos. Eles têm sonhos
eróticos; sonham que estão copulando. Em grande parte das vezes, chegam a ter uma
polução noturna, ou seja, derramam fisicamente seu sêmem. Drusila também absorve a
contraparte astral deste sêmem, fortalecendo-se e mantendo-se robusta.

Drusila é um súcubo, um poderoso demônio sexual que atua no plano astral. Ela tem a
posse de uma parte dos domínios terrestres de Satã. Está encarregada de degenerar
sexualmente e prostituir a humanidade. Tem muitos seguidores e seguidoras no plano
astral. É chefe de vários súcubos e íncubos que atacam a humanidade à noite durante o
sono.

Depois da Revolução Sexual que ocorreu a partir da segunda metade do século XX, Drusila
pôde expandir seus domínios e influências sobre a humanidade. A partir da energia negativa
expandida das esferas satânicas da Terra, estimulou-se o sexo livre sem responsabilidade, a
promiscuidade, o mercado do sexo (pornografia, publicidade erótica) e a prática
homossexual masculina. Agora o objetivo das entidades tenebrosas é estimular a prática
homossexual feminina, o que já está ocorrendo com intensidade há algum tempo. Isto trará
como consequência lógica a degradação da humanidade a médio e longo prazo. A
degeneração espiritual e moral da humanidade começa a partir da degeneração sexual.

A grande maioria dos demônios não pode se materializar no plano físico. Sua ação no plano
material é meramente espiritual e mental. Porém, no plano astral, estão livres para atuarem
como quiserem, pois ali existe plena liberdade de ação e movimento.

As formas-pensamento de luxúria dos seres humanos também servem de fonte de energia


e alimento para tais classes de demônios sexuais.

Belphegor

Este artigo abordará o tema Belphegor. Aproveite também para conhecer nossa loja com
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Os antigos magos diziam que ele costumava surgir sob a forma de um velho sátiro muito
feio e com uma enorme língua obscena para fora de uma boca fétida que nunca se fechava.
No entanto, para mim surgiu completamente transformado, pois veio na forma de um
opressivo conjunto de monitores, teclados e equipamentos de computador. Em outras
palavras, o velho demônio rústico agora evoluiu para além do Homem, mais parecido do
que eu gostaria com “HAL”, o computador assassino de “2001 - Uma Odisséia no Espaço”.
Surpreendente, mas pelo menos é limpo...

O que esse espécime apresenta de mais interessante á a incrível transformação que operou
em si mesmo ao longo dos séculos a partir de uma pequena característica que possuía.
Desde sempre, Belphegor foi considerado um demônio extremamente inventivo, sendo o
criador de todas as idéias de armas e aparelhos de destruição, tortura e controle do
comportamento humano. Assim como a enorme trama de fios dos computadores do
Pentágono gerou o surgimento de uma nova forma de barata, que come plástico e tem as
costas quadriculadas, nossa civilização tecnológica propiciou o surgimento desse moderno
Frankestein que é a Alta Tecnologia erigida em ídolo, verdadeiro rascunho do Anticristo. De
sua mente engenhosa vieram os machados de pedra, o aço de Damasco, a pólvora, a
dinamite e a nitroglicerina, como a gilhotina, o silenciador e a cadeira elétrica, apenas como
exemplo. Hoje em dia é dos demônios mais ativos, ainda mais do que no tempo em que era
o preferido dos alquimistas fracassados. Alguns de seus auxiliares mais próximos
asseguram que “o Professor mudou muito depois DELA...”, sendo que “o Professor” é como
gosta de ser chamado e “ELA” é a Bomba, seu maior orgulho e seu maior problema, pois
precisa ser mantida em uma região à parte do Inferno, pois é quase incontrolável e hostil
até com ele mesmo. Digamos apenas que não me comoveu. Disseram também que depois
de Hiroshima ele começou a adquirir feições de máquina até atingir o aspecto informatizado
de hoje e que, todavia, segue mudando. Segundo eles, desde então seu orgulho cresceu a
tal ponto que evita e é evitado pelos outros demônios, sendo consultado apenas em último
caso e em problemas específicos. Confesso que não lamento a falta de uma entrevista
pessoal com ele, mas já que não fala nem com seus irmãos, fiquei bastante aliviado e repeti
para mim mesmo: “Uns confiam em carros e cavalos, mas eu farei menção do Nome do
Senhor Nosso Deus”.

(*) Não foi encontrada referência etimológica segura. (Nota do Autor)

- O Livro dos Demônios - Antonio Augusto Fagundes Filho

Este artigo abordará o tema Belial. Aproveite também para conhecer nossa loja com alguns
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Referências:

II Samuel 16,7; Salmo 18-5; II Coríntios 6,15

Do Hebraico (?) - “O Profano, O Desprezível. Por ser dos mais vis, é um espírito que adotou
formas insólitas e grotescas, mas sempre emblemas de voracidade, como uma nuvem de
escorpiões alados, um charco de lama negra ao meu redor ou como o fogo escuro e
fumacento de uma tocha sem luz. Ao que tudo indica, tem grande resistência em assumir a
forma humana, possivelmente por orgulho e repugnância...

Sobre esse demônio tem-se estabelecido muito pouco, apesar de sua grande notoriedade.
Sabe-se que foi um dos primeiros anjos a aderir à Rebelião de Lúcifer e que foi o que mais
arrastou outros consigo, com seu proselitismo. Também está estabelecido que o único local
onde lhe foi prestado culto abertamente foi em Sodoma, o que motivou a destruição da
cidade. Podemos acrescentar o episódio em que o Rei Salomão o prendeu com suas legiões
em uma garrafa que jogou um poço, onde ficou até que os babilônios a abrissem, e teremos
esgotado o material “comprovado” sobre ele. Na verdade isso se deve ao fato de que Belial
é um espírito de rebelião surda, cegamente embrutecido numa torpe obstinação para o Mal,
pelo que sua função maior é a de intensificar os danos de seus cúmplices. No entanto,
empenha-se nisso com terrível furor, o que faz com que não sejam nada desprezíveis os
efeitos de seus ataques. Sob sua inspiração estão os crimes bárbaros e sem razão aparente,
principalmente entre familiares e amigos. Também patrocina os “serial killers” e todos os
tipos de loucura agressiva ou assassina, bem como tudo que for irracional, intenso e
altamente destrutivo. Por ser demônio de nenhuma profundidade filosófica, careca de maior
importância para registro, já que é incapaz de expressar-se por idéias articuladas, ou pelo
menos o foi comigo. Talvez ele tenha pensado a mesma coisa de mim, sob o seu ponto de
vista... Provavelmente por ser tão obtuso e tacanho, ocupa a função de “atender ao distinto
público”, ou “OMBUDSMAN”, o que deve fazer o Inferno parecer ainda pior para os seus
adeptos...

- O Livro dos Demônios - Antonio Augusto Fagundes Filho

Este artigo abordará o tema Beemot. Aproveite também para conhecer nossa loja com
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Porque se lê no capítulo XL de Jó que Beemot come feno como um boi, os rabinos


transformaram-no no boi maravilhoso, reservado para o festim de seu messias. Esse boi é
tão enorme, dizem eles, que engole todos os dias o feno de mil montanhas imensas com o
qual se vem cevando desde o começo do mundo. Jamais abandona suas mil montanhas,
onde a forragem que ele comeu durante o dia torna a brotar durante a noite, para o dia
seguinte... Os judeus prometem-se muita alegria no festim do qual ele será a iguaria
melhor, a mais substancial. É comum jurarem pela parte que lhes caberá do boi Beemot.

COLLIN De PLANCY, dictionnaire infernal, Paris, 1961

Na verdade, esse boi é um hipopótamo e, se come o feno de mil montanhas, não mora nas
montanhas, mas sim sob o lótus e as plantas aquáticas dos rios ou dos pântanos. Simboliza
o animalesco, o irracional, a força bruta. Foi somente numa tradição posterior que ele
passou a simbolizar uma imensa reserva de alimento a ser repartida entre os convivas de
futuros festins solenes ou míticos.

Texto do "Dicionário de Símbolos" de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant.


Behemot (hebraico "fera", ou mais propriamente, "feras") Animal de proporções gigantescas
mencionado na Bíblia (Jó 40), e o equivalente terrestre ao monstro marinho chamado
Levitã. Behemot é do tamaho de mil montanhas e bebe tanta água diariamente que um rio
especial emana do Paraíso para saciar sua sede. Ele ruge uma vez por ano, no mês de
Tamuz, para aterrorizar os animais selvagens do mundo e mantê-los sob controle. Na Idade
do Messias, Behemot e Leviatã matar-se-ão um ao outro e sua carne será comida no grande
banquete messiânico.

Texto do "Dicionário Judaico de Lendas e Tradições" de Alan Uterman.

Magia negra
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A magia negra ou goécia é a forma de magia, um sistema mágico, convencionalmente


conhecidas como "más", mas a Magia Negra é uma prática de integração com nosso
arquétipo Sombra (psicologia) como reconhecido pelo Jung.

O indivíduo que inicia as suas práticas neste campo alega fazer pacto com demônios e
espíritos, chegando até a "vender" a sua alma em troca de sucesso, poder e satisfação
pessoal.

A invocação demoníaca e o bruxedo são consideradas práticas da magia negra. Já as


práticas do Vodu, do feitiço e da necromancia podem ser utilizadas para o bem ou para o
mal, podendo ser vistos, no segundo caso, também como peculiaridades da magia negra.

Os adeptos de práticas de magia negra são denominados popular e incorretamente como


bruxos (pois estes acreditam em deuses e deusas), feiticeiros, satanistas ou endemoniados.
Com base em rituais, cânticos, invocações e usando fórmulas mágicas, afirma-se que
conseguem manipular o comportamento de pessoas, geralmente o fazendo para o seu
proveito próprio, o que equivale a dizer que é para a subjugação e para o mal da pessoa
objeto do feitiço.

A magia negra pode ser vista como uma comunicação com forças sobrenaturais. Tal
comunicação pode ser feita de várias maneiras, inclusive através da transcendência, que
significa a prática de se tentar que o espírito saia do corpo do praticante e fique flutuando
no ar, procurando contato com outros espíritos afins.

Índice
[esconder]

• 1 Magia Negra no Ocultismo


• 2 Magia Negra para o Setianismo
• 3 A magia negra à luz da Doutrina Espírita
• 4 Ver também

• 5 Recomendado

[editar] Magia Negra no Ocultismo


A Magia Negran do Ocultismo é reconhecido não como bem ou mal, nessa matriz de ilusões
e difamações dos inimigos da magia e do progresso individual. É reconhecido como um
meio de se alterar as nossas Sombras interiores a favor do progresso.

[editar] Magia Negra para o Setianismo


Seguidores do Caminho da Mão Esquerda (Setianismo) praticam o que, em um sentido
muito especialmente definido, denominamos Magia Negra. Magia Negra concentra-se em
metas autodeterminadas. Sua fórmula é "Minha Vontade será feita", em oposição à à magia
branca do Caminho da Mão Direita, cuja fórmula é "Tua/Vossa Vontade será feita".

Magia Negra é evitada e temida porque fazer Magia Negra é assumir inteira
responsabilidade por suas ações, opções e eficiência.

Uma vez que a Magia lhe habilita a influenciar ou mudar eventos de maneiras não
compreendidas nem antecipadas pela sociedade, você precisa primeiro desenvolver uma
apreciação sadia e sofisticada pelas éticas que governam seus próprios motivos, decisões e
ações antes de pô-la em prática. Usar magia por desejos impulsivos, triviais ou egoístas não
é uma atitude Setiana. Você deve tornar sua segunda natureza a prática de sempre pré-
avaliar cuidadosamente as conseqüências do que você deseja fazer, e então escolher o
caminho da sabedoria, justiça e aperfeiçoamento.

O Templo de Set utiliza um longo espectro cultural e conceptual de ferramentas mágicas,


muito além de apenas as egípcias, e está sempre buscando novas abordagens e técnicas.

Magia pode tanto ser operativa - para curar a doença de sua mãe, conseguir um emprego
melhor, fortalecer sua memória, etc. - ou ilustrativa/iniciatória. A segunda refere-se a
processos mágicos que visam habilitar e desempenhar o processo vitalício de Iniciação. Eles
são como os "ritos de passagem" de várias culturas primitivas e religiões convencionais,
mas se distinguem desses através de um importante fator: Eles representam uma mudança
individual, em vez de social. Trabalhos Iniciatórios representam dessa forma a realização da
auto-deidificação, enquanto "ritos de passagem" sociais integram um indivíduo à sociedade.
Um "rito de passagem" comunicando passagem ao estado adulto afirma que o indivíduo
envolvido está agora possuído de certa dignidade e responsabilidades. Um trabalho
Iniciatório desperta o indivíduo a certos poderes individuais [e responsabilidades], os quais
podem ou não ser usados em um contexto social.

Magia Iniciatória é necessariamente individual, e situa o praticante a uma distância


conceptual da sociedade. Iniciação não ocorre dentro da Câmara Ritual, mas é ilustrada lá.

Magia Negra é o meio através do qual os Iniciados no Caminho da Mão Esquerda


experimentam sua própria divindade, em vez de rezar para deuses imaginários.

[editar] A magia negra à luz da Doutrina Espírita


A prática da magia negra é explicada, à luz da Doutrina Espírita, pelo O Livro dos Espíritos
em suas questões 549 e 550, sob o título de "Pactos", de 551 a 556, sob o de "Poder
Oculto, Talismâs e Feiticeiros", e 557 "Bençãos e Maldições".

Ali se ensina que as ações de espíritos voltados para o mal sobre as pessoas podem ser
impedidas, caso a pessoa objeto dessas ações invocar, em sua proteção, a ação de espíritos
voltados para o bem. Ensina, ainda, que para que uma pessoa tenha a ajuda de espíritos
voltados para o bem, ela deverá manter-se em harmonia com eles, envolvendo-se, em
todas as suas atividades e práticas, com pensamentos nobres e sempre procurando auxiliar
aos necessitados.
Este artigo abordará o tema Azazel. Aproveite também para conhecer nossa loja com alguns
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De acordo com o livro de Enoque, é um dos 200 anjos que se rebelaram contra Deus . Nos
escritos apocalípticos é o poder do mal cósmico , identificado pelos impulsos dos homens
maus e da morte . Eles teriam vindo à Terra, para esposar os humanos e criar uma raça de
gigantes . O Livro das Revelações , de Abraão , descreve-o como uma criatura impura e
com asas. É identificado como a serpente que tentou Eva e que poderia ser o pai de Caim .
No século II os búlgaros bogomilianos concordavam que Satanael teria seduzido Eva e que
ele, não Adão, era o pai de Caim . A maioria dos bogomilianos foi queimada viva pelo
imperador bizantino Alexis . Os Atos dos Apóstolos falam, ainda, em outros três demônios a
saber : RIRITH, divindade maléfica do sexo feminino, desencadeadora de tempestades,
espécie de fantasma noctívago, que os babilônios chamavam de Lilitu . Antiga tradição
popular judaica afirma que Lilith teria sido a primeira mulher de Adão , BERGAR , cujo
sentido é o de maligno e comparado, por São Paulo, como anti cristo , e ASMODEU ,
conforme já exclarecido, aparece no livro de Tobias como o assassino dos maridos de Sara .

O nome de Azazel (como poder sobrenatural) significa "deus-bode". Na demonologia


mulçumana, Azazel é a contraparte do demônio que refusou a adorar Adão ou reconhecer a
supremacia de Deus. Seu nome foi mudado para Iblis (Eblis), que significa "desespero". Em
Paraíso Perdido (I, 534), Milton usa o nome para o porta bandeiras dos anjos rebeldes.

Azazel é assim o destino do bode expiatório que carregava os pecados de Israel para o
deserto no Iom Kipur (Lev. 16). Dois bodes idênticos eram selecionados para o ritual. Um
era escolhido, por sorteio, como oferenda a Deus, e o outro era enviado para Azazel, no
deserto, para ser lançado de um penhasco. O sumo sacerdote recitava para o povo uma
confissão de pecados sobre a cabeça do bode expiatório, e uma linha escarlate era
enrolada, parte em volta de seus chifres, parte em volta de uma rocha no topo do
penhasco. Quando o bode caía, a linha tornava-se branca, indicando que os pecados do
povo haviam sido perdoados. Embora a palavra Azazel possa se referia a um lugar, ou ao
bode, também foi explicada como sendo o nome de um demônio. Os pecados de Israel
estariam, pois, sendo devolvidos à sua fonte de impureza. Os cabalistas viam no bode um
suborno às forças do mal, para que Satã não acusasse Israel e, ao contrário, falasse em sua
defesa. Azazel é também o nome de um anjo caído.

Texto do "Dicionário Judaico de Lendas e Tradições" de Alan Uterman.

Este artigo abordará o tema Abadom. Aproveite também para conhecer nossa loja com
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O deus Apollo era o deus solar do céu durante o dia e o Lorde
da Morte no mundo subterrâneo durante a noite. Sua última forma se tornou o judeu
Appolyon, Espírito do Poço (Apocalipse 9:11).

Apollo-Phyton foi a deidade serpente no Poço do Oráculo de Delphi que inspirou os videntes
com vapores místicos de seu mundo inferior. Abaton era a palavra grega para poço, que os
hebreus alteraram para Abaddon, que mais tarde se tornou sinônimo do inferno Cristão e o
nome dado ao anjo do abismo ou da morte ou do inferno, no Apocalipse, por São João,
sendo identificado como o anjo exterminador, no versículo 10-23, capitulo 12 do livro do
Êxodo.

Por ser mencionado também, no primeiro capitulo do livro do Apocalipse de João, fizeram-
se esforços históricos para mostrar que este texto se aplicava profeticamente a pessoas,
tais como o imperador Vespasiano, Maomé e até mesmo Napoleão. Assim o anjo, em geral,
era encarado como “satânico”, mas deve-se notar, porém, que Apocalipse 20,1-3 mostra
que o anjo com “a chave do abismo” é representante de Deus, vindo do céu, e, em vez de
ser “satânico”, ele amarra Satanás e o lança no abismo. Comentando Apocalipse 9,11, The
Interpreter’s Bible (A Bíblia do Intérprete) diz: “Abadon, porém, não é um anjo de Satanás,
mas de Deus, realizando sua obra de destruição às ordens de Deus.”

Mesmo assim Abadon ainda visto como o chefe dos demônios - gafanhotos , o soberano do
Poço Sem Fundo (Judas , 6) e o rei dos demônios no livro do Êxodo, assim esta escrito .
"Porque o senhor passara ferindo os egípcios e quando ele vir este sangue sobre a verga
das vossas portas, e sobre as duas umbreiras , passara a porta da vossa casa e não deixara
entrar nela o anjo exterminador a ferir-vos. "

No hebraico, a palavra ’avad·dóhn significa “destruição” e pode também referir-se ao “lugar


de destruição”. Aparece no texto hebraico original no total de cinco vezes, e em quatro das
ocorrências é usada em paralelo com “sepultura”, “Seol” e “morte”. (Sal 88,11; Jó 26,6;
28,22; Pr 15,11) A palavra ’avad·dóhn, em todos estes casos, refere-se aos processos
destrutivos que resultam da morte humana, e estes textos indicam que a decomposição ou
destruição ocorre no Seol, a sepultura comum da humanidade. Em Jó 31,12, ’avad·dóhn
designa o efeito prejudicial dum proceder adúltero. Jó declarou: “[Tal proceder adúltero] é
um fogo que consumiria até à destruição [‛adh-’avad·dóhn], e se arraigaria entre todos os
meus produtos.”

Abaton, também chamado de mundus ou útero da Terra, era um poço real, geralmente
colocado sob ou dentro de templos pagãos. Aqueles que entravam nele buscavam a
"incubação" ou seja, dormir lá durante a noite em uma imitaçã omágica do sono incubatório
no útero, para serem visitados por um incubus, ou espíritos que traziam sonhos proféticos.
Sacerdotes novatos passavam por pe'riodos de incubação mais longos para imitar a
experiência da morte, enterro e renascimento de dentro da Mãe-Terra. Uma vez iniciados
nesta prática, eles buscavam ganhar a prática da oneiromancia (a forma divinatória que
funciona interpretando sonhos proféticos).
Sacerdotes Assírios adquiriam poderes similares após uma jornada no Poço. Eles então
cobriam o sacerdote com muitas cores, significando a comunhão com a Deusa, sob o nome
Onírico de Nanshe. O ritual de enterro e ressurreição como o acima citado é encontrado de
maneira idêntica também na vida de muitos sábios. Um deles, o filósofo Pitagórico Tales de
Mileto, conhecido como um dos Sete Sábios do mundo antigo, que adquiriu sua sabedoria
através de comunhão com a Deusa da Sabedoria em um abaton.

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