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Na
teoria
da
justiça
como
equidade,
a
posição
da
igualdade
original
corresponde
ao
estado
de
natureza
na
teoria
tradicional
do
contrato
social.
Esta
posição
original
não
é,
Posição
original
evidentemente,
concebida
como
uma
situação
histórica
concreta,
muito
menos
como
um
estado
cultural
primitivo.
Deve
ser
vista
como
uma
situação
puramente
hipotética,
caracterizada
de
forma
a
conduzir
a
uma
certa
concepção
de
justiça.
Entre
as
características
essenciais
está
o
facto
de
que
ninguém
conhece
a
sua
posição
na
sociedade,
a
sua
situação
de
classe
ou
estatuto
social,
bem
como
a
parte
que
lhe
cabe
na
distribuição
dos
atributos
e
talentos
naturais,
como
a
sua
inteligência,
a
sua
força
e
outras
qualidades
semelhantes.
Parto
inclusivamente
do
princípio
de
que
as
partes
desconhecem
as
suas
Véu
de
concepções
de
bem
e
as
suas
tendências
psciológicas
particulares.
Os
princípios
da
justiça
Ignorância
são
escolhidos
a
coberto
de
um
véu
de
ignorância.
Assim
se
garante
que
ninguém
é
beneficiado
ou
prejudicado
na
escolha
daqueles
princípios
pelos
resultados
do
acaso
natural
ou
pela
contingência
das
circuntâncias
sociais.
Afirmo,
pelo
contrário,
que
os
sujeitos
colocados
na
situação
inicial
escolheriam
dois
Liberdade
princípios
bastante
diferentes:
o
primeiro
exige
igualdade
na
atribuição
dos
direitos
e
deveres
básicos,
enquanto
o
segundo
afirma
que
as
desigualdades
económicas
e
sociais,
por
Diferença
exemplo,
as
que
ocorrem
na
distribuição
da
riqueza
e
poder,
são
justas
apenas
se
resultarem
em
vantagens
compensadoras
para
todos
e,
em
particular,
para
os
membros
mais
desfavorecidos
da
sociedade.
Decorre
destes
princípios
que
as
instituições
não
podem
ser
justificadas
pelo
argumento
de
que
as
dificuldades
de
alguns
são
compensadas
por
um
maior
bem
total.
Pode,
em
certos
casos,
ser
oportuno
que
alguns
tenham
menos
para
que
outros
possam
prosperar,
mas
tal
não
é
justo.
Porém,
não
há
injustiça
no
facto
de
alguns
Benefício
dos
mais
conseguirem
benefícios
maiores
do
que
outros,
desde
que
a
situação
das
pessoas
menos
pobres
afortunadas
seja,
por
esse
meio,
melhorada.
A
ideia
intuitiva
é
a
seguinte:
já
que
o
bem-‐estar
de
todos
depende
de
um
sistema
de
cooperação
sem
o
qual
ninguém
poderia
ter
uma
vida
satisfatória,
a
divisão
dos
benefícios
deve
ser
feita
de
modo
a
provocar
a
cooperação
voluntária
de
todos
os
que
nele
tomam
parte,
incluindo
os
que
estão
em
pior
situação.
(…)
RAWLS,
John
(1971),
Uma
Teoria
da
justiça.
Editorial
Presença:
Lisboa,
pp.27-‐38,
63-‐68.
(Adaptado
por
Joana
Inês
Pontes)
Tarefa:
1
–
“Segundo
Rawls,
todos
temos
direito
a
uma
igual
parte
dos
bens
sociais.
A
justa
distribuição
da
riqueza
equivale
a
igual
distribuição”.
Esta
afirmação
é
correcta?
Justifique.