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I - Introdução
Nesse sentido, transcrevo o conceito de Estado nas palavras no mestre Jellinek, para
qual o Estado é a corporação de um povo, assentada num determinado território e
dotada de um poder originário de mando1
1
(in Ciência Política, Malheiros, p. 71).
II – O Estado Unitário
A primeira formação do Estado ocorreu de forma unitária, o que foi fruto da própria
transformação do Estado, que desde sua formação, sempre tendeu a ter um poder
concentrado na mão do governante.
Nesse diapasão, as considerações do Prof Celso Ribeiro Bastos, ao qual:
(...) do ponto de vista da distribuição geográfica do poder, até o
final do século XVIII não se conheceu senão o Estado unitário. É
dizer, aqueles em que há um único centro irradiador de decisões
políticas expressas em lei. O poder de ditar normas genéricas era
exercido por um único pólo sobre todo o território do Estado".2
Afirma Dalmo de A. Dallari que "os Estados são considerados unitários quando
têm um poder central que é a cúpula e o núcleo do poder político".3
Para Sahid Maluf “estado unitário é aquele que apresenta uma organização
política singular, como um governo único de plena jurisdição nacional, sem
divisões internas que não sejam simplesmente de ordem administrativa. (...).
Embora descentralizados em municípios, distritos ou departamentos, tais divisões
são de direito administrativo. Não têm esses organismos menores uma autonomia
política”4.
Temos que a forma mais usual de Estado é o unitário, nos quais os órgãos do
governo são unos para todo o território, sem descentralização política.
Muito bem diz Queiroz Lima ao assegurar que: ”O Estado Unitário é o Estado
Padrão. A teoria clássica da soberania nacional5 foi concebida em referência a essa
forma normal de Estado, e as características da soberania – unidade, indivisibilidade,
imprescritibilidade e inalienabilidade – só ao Estado Unitário se aplicam integralmente.”
2
Celso Ribeiro Bastos. op. cit. p. 189.
3
Dalmo de A. Dallari. op. cit. p. 254.
4
Sahid Maluf . op. cit. p. 165.
5
Pertence a Teoria da Soberania Nacional à Escola Clássica Francesa, da qual foi Rousseau o mais destacado
expoente. Sustentaram que a nação é a fonte única do poder de soberania. O órgão governamental só o
exerce legitimamente mediante o consentimento nacional.
pelo Imperador. Com isso, o unitarismo brasileiro teve um aspecto
semifederal.
IV – O Estado Federado
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Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV – não-
intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII -
repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X -
concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
IV - CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO FEDERAL
A definição do século. Esse cara foi f.. com ph ao conceituar de maneira simples
e objetiva o Estado Federal
Queiroz Lima: define o Estado Federal como um estado
formado pela União de vários estados; "É um Estado de
Estados"10.
Por fim, nas lições de PINTO FERREIRA: "O Estado Federal é uma
organização formada sob a base de uma repartição de competências entre o
governo nacional e os governos Estaduais, de sorte que a União tenha
supremacia sobre os Estados-Membros e estes sejam entidades dotadas de
autonomia constitucional perante a mesma União".
Quando se estuda o Estado Federado, deve-se ter em mente que esta forma de Estado,
possui surgimento recente. Assim, não se encontra este Estado no período da
Antigüidade ou Idade Média.
Logicamente, então, afastadas as formas prévias de união, entre Estado, que não
caracterizaram um Estado Federal, passamos a verificar que o surgimento deste tipo
de Estado foi fruto da independência Americana.
PROBLEMA DA SOBERANIA
FEDERALISMO BRASILEIRO
O ESTADO REGIONAL
DIREITO COMUNITÁRIO
HIERARQUIA DE ESTADOS
Apesar de se pregar que a hierarquia de Estados é uma prática remota, sabemos que
muito bem que Estados se impõem hierarquicamente sobre outros suspendendo ou abolindo
suas soberanias.
Graças ao enorme desenvolvimento experimentado nos Últimos cem anos, pela técnica da
dominação física e psíquica das massas mediante a imprensa, Internet, globalização, o
espetáculo macabro da tecnologia bélica (ao qual ainda temos a infelicidade de assistir,
inertes) e pela escola, assim como, e, sobretudo pela pressão sobre os estômagos dos povos
de Estados menos abastados como o nosso, o aparelho dominatório das grandes potências
pode ser aperfeiçoado consideravelmente a ponto dos condutores desse aparelhamento
monopolizarem os outros Estados a um grau não suspeitado.
Diferenciação entre:
FEDERALISMO NO BRASIL
VII – Críticas
A forma federativa de Estado possui críticas favoráveis e contrárias, que podem ser
resumidas em:
Favoráveis:
mais democrático;
maior dificuldade de concentração de poder;
promove a integração regional;
Desfavoráveis:
enfraquece o governo, que precisa ser mais forte, atualmente;
impede, às vezes, uma planificação da ação estatal;
provoca a dispersão de recursos, por manter aparelhos burocráticos diversos;
favorece a ocorrência de conflitos jurídicos e políticos, pelas coexistência de inúmeras
esferas autônomas.
Verifica-se, entretanto, que, a par das críticas negativas, o Estado Federal consolida-se
como forma mais freqüente de Estado, principalmente, aqueles com vasta extensão
territorial, pois consegue conjugar os interesses Nacionais, sem perder o particularismo
regional .
Teoricamente é lindo. Mas, o que são os interesses nacionais, senão a mera vontade
política?
Nos Estados Federais, verifica-se que os Estados-Membros se unem para formar um novo
Estado, delegando a este prerrogativas e poder próprios.
Na maioria dos Estados Federais os município não fazem parte da Federação. Porém a
Constituição brasileira de 1988, elevou o Município, ao lado da União, Estados-Membros e
Distrito Federal a pessoa jurídica de direito público interno, que compõe a Federação
Brasileira.
Prescreve a Carta de 1988:
Assim, o Estado Federal do Brasil ganhou uma nova esfera e poder, o qual passou a ser
mais respeitado.
Este material é adaptado por Michael Wendder em seu plano de estudos, sendo
ressalvados aos autores citados no corpo do texto, os direitos autorais de cada qual.