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Uso da Cana de Açúcar na

Alimentação de Bovinos

Fernando de Paula Leonel


Zootecnista e Mestrando em Zootecnia do DZO/UFV
Dificuldades enfrentadas pela
Pecuária de leite e corte

 Falta de incentivo por parte dos


órgãos públicos;
 Baixos preços recebidos pelo
produto;
 Falta de assistência técnica
especializada;
 Estreitamento das margens de
lucro;
 Sazonalidade da produção
forrageira;
 Dentre outros.
Sazonalidade da Produção
Forrageira
 + 65 a 80% da produção concentra-se na
estação chuvosa e + 20 a 35% na Seca;
 Fatores fisiológicos inerentes a planta
forrageira (pasto) provocam  na
qualidade:  Teor de PB e  Teor de Fibra.

Curva de Produção Forrageira ao


Longo do Ano.

10
8
6

4
2
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Problemas comuns provocados
pela sazonalidade da produção de
forragens

 Crescimento inadequado dos animais;


 Elevada idade à primeira cria;
 Baixa produção de leite;

 Intervalos de partos longos.

 Soluções :
Silagem
 Conservação de Forragem  Feno
Pré-secado

 Cana-de-Açúcar
Vantagens Comparativas da
Cana
 Elevada produção por área;
 Baixo custo do kg de matéria seca;
 Cultura de fácil implantação e
manejo;
 10-20 ton NDT/ha;
 Grande Quant. de CHO solúveis
(Favorável para o uso de NNP);
 Valor nutritivo maior na época da
seca.
80
70
60
50
% na M S

40
30
20 Conteúdo Celular
FDN
10
0
50 150 250 350

Dias após o plantio


Custo médio de alguns Alimentos
(volumosos e concentrados)

Alimentos R$/ton R$/ton R$/kg de R$/kg de


de MN de MS PB* NDT*
Silagem de Milho 49,42 164,73 2,2 0,25

Silagem de Sorgo 42,31 151,11 1,68 0,24

Silagem de Capim 28,73 128,81 2,15 0,22


Elefante

Silagem de Capim 27,89 126,75 2,15 0,22


Mombaça

Cana-de-açúcar 24,86 82,87 2,76 0,14


picada (no cocho)

Milho 300 337 2,25 0,21

Farelo de Soja 600 674 0,84 0,48

Fonte: ANUALPEC 2001.


*Estimativas obtidas a partir da concentração média dos nutrientes e dos dados da
fonte.
Limitações da Cana como alimento
 consumo relativamente baixo por parte dos animais

consumo é afetado por:

 Teor de fibra
 Digestibilidade da fibra
 Teor protéico
Composição Bromatológica, Digestibilidade In Vitro da Matéria
Seca, e NDT estimado (em % da MS) da Cana-de-Açúcar

PB FDN P Ca CHOT DIMS NDT

4.21 54.77 0.06 0.23 92,78 60,20 62,39

Fonte: Adaptado de CAPPELE (1999).

 Necessidade de nitrogênio e minerais;

 Nitrogênio amoniacal é a principal fonte de N utilizada

pelas bactérias que degradam a fração fibrosa;

 Pequeno aporte de Aminoácidos e Glicose

pós-rúmen.
Contornando o Problema
Uso de NNP (Uréia);
1 kg da mistura
Fonte de Enxofre; (Uréia + FE) para
cada 100 kg de
Demais Minerais e cana picada
Concentrado
Alguns resultados de produção de
leite tendo a cana como volumoso

Média de produção de leite e consumo de Cana-de-Açúcar por vacas


mestiças (HxZ) com acesso a pastagem de capim elefante
Produção de Leite Consumo de Cana (kg de
(kg/vaca/dia) MS/vaca/dia)
Meses T0 T2 T0 T2
Julho 8,4 9,5 5,8 5,7
Agosto 7,8 8,9 6,3 6,6
Setembro 6,8 8,0 6,0 6,0
Outubro 7,7 9,0 3,8 4,9
Média 7,7 8,9 5,5 5,8
Fonte: DERESZ (1999).

Produções médias diárias de leite (PL), leite corrigido para 3,5 % de


gordura (PLC) e variação de peso vivo (VPV)
Cana-de-açúcar (% do volumoso)
Variáveis
0 33.3 66.6 100
PL (kg/dia) 24,17 23,28 22,10 20,36
PLC (Kg/dia) 27,00 24,98 24,36 21,41
VPV(Kg/dia) 0,890 0,485 -0,160 -0,532
MAGALHÃES 2000.
Alguns resultados de desempenho de
tendo a cana como volumoso

Desempenho de Bovinos da raça Guzerá de peso inicial de 350 kg durante


um período experimental de 84 dias*
Tratamentos e relação Volumoso:Concentrado
S. Milheto Cana Cana+Probiótico Cana hidrolizada S. Milho
Variáveis (72:28) (49:51) (49:51) (49:51) (82:18)
GMD (kg/dia) 0,37 + 0,74 + 0,74 + 0,74 0,98
CMS (% PV) 1,84 + 2,36 + 2,36 2,82 + 2,36
CA (kg de MS/kg - + 16,05 + 16,05 + 16,05 10,7
de Ganho)
Fonte: OLIVEIRA et al. (2001).
*As dietas foram balanceadas de acordo com AFRC 1993 para ganho de 1,1 kg por dia.

Desempenho de novilhas mestiças holandês-zebu


alimentadas com cana-de-açúcar, contendo diferentes níveis
de uréia, e 1 kg de farelo de arroz
Variáveis Nível de uréia (%)
0,5 1,0 1,5
Consumo MS (% PV) 2,36 2,46 2,57
Ganho de peso (kg/cab/dia) 0,36 0,55 0,56
RODRIGUES et al. (1985).
Informações práticas necessárias para
obtenção de bons resultados com o uso
da cana na alimentação de bovinos

• Usar Uréia (1% na cana picada);


• Usar uma fonte de Enxofre (Sulfato de Amônia, Sulfato de
Cálcio – Gesso Agrícola - ou Flor de Enxofre );

• Atenção ao fornecimento de Minerais;


• Para maiores ganhos ou produção de leite, fornecer
fontes de proteína e “Energia” que escapam da
degradação ruminal:
 Fontes Protéicas (Farelo de Algodão e Farelo de Soja),

 Fontes Energéticas (Farelo de Arroz e F. Milho);

• O valor nutritivo melhora com o avanço da maturidade


da planta;
• O consumo total aumenta quando se utiliza outras
fontes de alimentos mais digestíveis;
Considerações Finais

• A cana-de-açúcar é um volumoso de
elevado potencial para uso.
• Suas deficiências devem serem
corrigidas e
• Seu uso deve ser coerente com o
potencial produtivo do rebanho.

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