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Saneamento Básico 

           

Saneamento é o conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar


as condições do ambiente com a finalidade de prevenir doenças e
promover a saúde. Saneamento básico se restringe ao abastecimento de
água e disposição de esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta categoria.
Outras atividades de saneamento são: controle de animais e insetos,
saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e
habitações.
Normalmente qualquer atividade de saneamento tem os seguintes
objetivos: controle e prevenção de doenças, melhoria da qualidade de
vida da população, melhorar a produtividade do indivíduo e facilitar a
atividade econômica. 
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=./agua/urbana/index.html&conteudo=./agua/urbana/saneamento.html

A falta de saneamento implica em aumento das taxas de mortalidade infantil,


por exemplo, devido a inúmeras doenças veiculadas pela água. De acordo com
os dados do IBGE, em 2000,
81% dos domicílios da região possuíam ligação à rede de abastecimento de
água, 96% eram atendidos por
serviço de coleta de lixo e apenas 11% estavam ligados à rede de esgoto. No
entanto, as informações

http://www.furb.br/especiais/download/911103-124147/site%20observa
%203_4%20saneamento.pdf

Saneamento no Brasil

Apesar da importância para saúde e meio ambiente, o saneamento básico no


Brasil está longe de ser adequado. Mais da metade da população não conta,
sequer, com redes para coleta de esgotos e 80% dos resíduos gerados são
lançados diretamente nos rios, sem nenhum tipo de tratamento.

O descaso e a ausência de investimentos no setor de saneamento em nosso


País, em especial nas áreas urbanas, compromete a qualidade de vida da
população e do meio ambiente. Enchentes, lixo, contaminação dos mananciais,
água sem tratamento e doenças apresentam uma relação estreita. Diarréias,
dengue, febre tifóide e malária, que resultam em milhares de mortes anuais,
especialmente de crianças, são transmitidas por água contaminada com
esgotos humanos, dejetos animais e lixo.

Em 2000, 60% da população brasileira não tinha acesso à rede coletora de


esgotos e apenas 20% do esgoto gerado no País recebia algum tipo de
tratamento. Nesse mesmo ano, quase um quarto da população não tinha
acesso à rede de abastecimento de água. Este quadro foi apresentado em
2004, no Atlas de Saneamento do IBGE, que teve como base os dados da
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), divulgada em 2002,
combinado com informações do Censo 2000 e de instituições do governo e
universidades.

A avaliação da abrangência dos serviços de saneamento no País feita pelo


IBGE considerou a existência ou não de serviços de saneamento nos
municípios, independentemente de sua extensão, eficiência e quantidade de
domicílios atendidos. O resultado é que a maioria dos municípios brasileiros,
cerca de 97,7%, conta com rede de abastecimento de água e apenas metade
deles possui rede de esgoto.  Ainda segundo o Atlas, mais de 77,8% dos
domicílios brasileiros tinham acesso à água potável em 2000, enquanto apenas
47,2% das casas eram servidas pela rede de esgoto.

Ainda segundo esta pesquisa, entre os 5.507 municípios do País, mais de 1,3
mil enfrentam problemas com enchentes. A coleta de lixo é amplamente
difundida, porém a grande maioria dos municípios (63,3%) deposita seus
resíduos em lixões a céu aberto e sem nenhum tratamento. Os aterros
sanitários estão presentes em apenas 13,8% dos municípios brasileiros, e
apenas 8% deles afirmam ter coleta seletiva.

A ausência de investimentos em itens tão fundamentais como os serviços de


saneamento têm impactos sobre a saúde da população e o meio ambiente. O
estudo do IBGE mostra que, em 2000, foram registrados mais de 800 mil casos
de seis doenças - dengue, malária, hepatite A, leptospirose, tifo e febre
amarela - que estão diretamente ligadas à má qualidade da água, às
enchentes, à falta de tratamento adequado do esgoto e do lixo. Naquele ano,
mais de 3 mil crianças com menos de cinco anos morreram de diarréia.

A pesquisa do IBGE demonstra grande desigualdade na distribuição dos


serviços pelas grandes regiões do País. A região Sudeste se destaca como a
área com os melhores serviços de saneamento.  Por outro lado, as regiões
Nordeste e Norte são as que apresentam os piores índices. No Nordeste, mais
da metade dos municípios não conta com rede de abastecimento de água e de
esgotos

http://www.mananciais.org.br/

Não há Saúde sem Saneamento

Essa situação do setor de saneamento no Brasil tem conseqüências muito graves para a
qualidade de vida da população, principalmente aquela mais pobre, residente na
periferia das grandes cidades ou nas pequenas e médias cidades do interior.

Da população diretamente afetada, as crianças são as que mais sofrem.


Veja os números:

 65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos estão


associadas à falta de saneamento básico (BNDES, 1998);
 a falta de saneamento básico é a principal responsável pela morte por diarréia
de menores de 5 anos no Brasil (Jornal Folha de São Paulo - FSP, 17/dez/99);
 em 1998, morreram 29 pessoas por dia no Brasil de doenças decorrentes de
falta de água encanada, esgoto e coleta de lixo, segundo cálculos da FUNASA
realizados a pedido do Jornal Folha de São Paulo (FSP, 16/jul/00);
 a eficácia dos programas federais de combate à mortalidade infantil esbarra na
falta de saneamento básico (FSP, 17/dez/99);
 os índices de mortalidade infantil em geral caem 21% quando são feitos
investimentos em saneamento básico (FSP, 17/dez/99);
 as doenças decorrentes da falta de saneamento básico mataram, em 1998, mais
gente do que a AIDS (FSP, 16/jul/00);
 a utilização do soro caseiro, uma das principais armas para evitar a diarréia, só
faz o efeito desejado se a água utilizada no preparo for limpa (FSP, 17/dez/99).

Resumindo:
15 crianças de 0 a 4 anos de idade morrem por dia no Brasil em decorrência da falta de
saneamento básico, principalmente de esgoto sanitário (FUNASA-FSP, 16/jul/00).

Isto significa que:


Uma criança de 0 a 4 anos morre a cada 96 minutos em nosso país por falta de
saneamento básico, mais precisamente, por falta de esgoto sanitário (FUNASA-FSP,
16/jul/00).

Outros países, principalmente os subdesenvolvidos, também sofrem com este problema.


Reportagem publicada em uma das mais importantes revistas semanais brasileiras
mostrou que a falta de saneamento básico ainda atinge uma parcela expressiva da
população mundial, com conseqüências gravíssimas para as crianças:
(Veja, 22/dez/99)

 1 bilhão de pessoas não dispõem de água potável.


 1,8 bilhão não têm acesso a sanitários e esgoto.
 8 milhões de crianças morrem anualmente em decorrência de enfermidades
relacionadas à falta de saneamento.

Isto representa:
913 crianças por hora, 15 por minuto ou uma a cada quatro segundos morrem no mundo
por doenças relacionadas à falta de saneamento.

Os quadros a seguir mostram algumas doenças resultantes da ausência de esgoto


sanitário ou de água adequadamente tratada.

Doenças Relacionadas com a Ausência de Rede de Esgotos


Grupos de Formas de Principais Doenças Formas de
Doenças Transmissão Relacionadas Prevenção
» Melhorar as
moradias e as
 Poliomielite instalações
Contato de pessoa
 Hepatite tipo A sanitárias
Feco-orais para pessoa, quando
 Giardíase » Implantar
(não não se tem higiene
 Disenteria amebiana sistema de
bacterianas) pessoal e doméstica
 Diarréia por vírus abastecimento de
adequada.
água
» Promover a
educação sanitária
» Implantar
sistema adequado
Contato de pessoa de disposição de
para pessoa, ingestão esgotos melhorar
 Febre tifóide
e contato com as moradias e as
 Febre paratifóide
alimentos instalações
Feco-orais  Diarréias e disenterias
contaminados e sanitárias
(bacterianas) bacterianas, como a
contato com fontes » Implantar
cólera
de águas sistema de
contaminadas pelas abastecimento de
fezes. água
» Promover a
educação sanitária
» Construir e
manter limpas as
instalações
 Ascaridíase
Ingestão de sanitárias
(lombriga)
Helmintos alimentos » Tratar os esgotos
 Tricuríase
transmitidos contaminados e antes da disposição
 Ancilostomíase
pelo solo contato da pele com no solo
(amarelão)
o solo. » Evitar contato
direto da pele com
o solo (usar
calçado)
Tênias Ingestão de carne  Teníase » Construir
(solitárias) na mal cozida de  Cisticercose instalações
carne de boi e animais infectados sanitárias
adequadas
» Tratar os esgotos
antes da disposição
no solo
de porco
» Inspecionar a
carne e ter
cuidados na sua
preparação
» Construir
instalações
sanitárias
adequadas
» Tratar os esgotos
Helmintos antes do
Contato da pele com  Esquistossomose
associados à lançamento em
água contaminada
água curso d’água
» Controlar os
caramujos
» Evitar o contato
com água
contaminada
» Combater os
insetos
transmissores
» Eliminar
Insetos Procriação de
condições que
vetores insetos em locais  Filariose (elefantíase)
possam favorecer
relacionados contaminados pelas
criadouros
com as fezes fezes
» Evitar o contato
com criadouros e
utilizar meios de
proteção individual
Doenças Relacionadas com Água Contaminada
Grupos de Formas de Principais Doenças Formas de
Doenças Transmissão Relacionadas Prevenção
» Proteger e tratar
as águas de
abastecimento e
 Leptospirose evitar o uso de
Transmitidas O organismo  Amebíase fontes
pela via feco-oral patogênico  Hepatite infecciosa contaminadas
(alimentos (agente causador  Diarréias e disenterias, » Fornecer água
contaminados da doença) é como a cólera e a em quantidade
por fezes) ingerido. giardíase adequada e
promover a
higiene pessoal,
doméstica e dos
alimentos.
Controladas pela A falta de água e  Infecções na pele e nos » Fornecer água
limpeza com a higiene pessoal olhos, como o tracoma em quantidade
insuficiente criam
adequada e
condições e o tifo relacionado com
promover a
água favoráveis para piolhos, e a escabiose
higiene pessoal e
sua
doméstica
disseminação.
» Adotar medidas
adequadas para a
disposição de
Associadas à
esgotos
água (uma parte
» Evitar o contato
do ciclo de vida O patogênico
 Esquistossomose de pessoas com
do agente penetra pela pele
águas infectadas
infeccioso ocorre ou é ingerido.
» Proteger
em um animal
mananciais
aquático
» Combater o
hospedeiro
intermediário
» Eliminar
condições que
possam favorecer
As doenças são criadouros
 Malária
Transmitidas por propagadas por » Combater os
 Febre amarela
vetores que se insetos que insetos
 Dengue
relacionam com anascem na água transmissores
 Elefantíase
água ou picam perto » Evitar o contato
dela. com criadouros
» Utilizar meios
de proteção
individual
Doenças e Outras Conseqüências da Ausência de Tratamento do Esgoto Sanitário
Parâmetro de Tipo de
Poluentes Conseqüências
Caracterização Esgotos
» » Doenças de veiculação
Patogênicos » Coliformes
Domésticos hídrica
» Problemas estéticos
»
Sólidos em » Sólidos em » Depósitos de lodo
Domésticos
suspensão suspensão totais » Absorção de poluentes
» Industriais
» Proteção de patogênicos
» Demanda » » Consumo de oxigênio
Matéria orgânica
bioquímica de Domésticos » Mortandade de peixes
biodegradável
oxigênio » Industriais » Condições sépticas
» Crescimento excessivo
» de algas
» Nitrogênio
Nutrientes Domésticos » Toxidade aos peixes
» Fósforo
» Industriais » Doenças em recém-
nascidos (nitratos)
Compostos não- » Pesticidas » Industriais » Toxidade
biodegradáveis » Detergentes » Agrícolas » Espumas
» Outros » Redução da transferência
de oxigênio
» Não biodegradabilidade
» Maus odores

A coleta, o tratamento e a disposição ambientalmente adequada do esgoto sanitário são


fundamentais para a melhoria do quadro de saúde da população do município.

Vale destacar que os investimentos em saneamento têm um efeito direto na redução dos
gastos públicos com serviços de saúde, segundo a Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA).

Para cada R$ 1,00 (um real) investido no setor de saneamento economiza-se R$


4,00 (quatro reais) na área de medicina curativa.

As figuras 1 e 2 ajudam a visualizar o processo de transmissão de doenças através da


água contaminada.

Na figura 1, observa-se que o esgoto não coletado contamina os corpos d’água e o solo,
criando um ambiente propício à propagação de microorganismos patogênicos que, por
sua vez, contaminam o córrego de onde a água para consumo na residência é captada.

Na figura 2, aparece um sistema de saneamento com instalações sanitárias, coleta,


tratamento e disposição final adequada do esgoto, onde não se registra a presença de
microorganismos patogênicos na água do córrego que serve como fonte de
abastecimento humano.

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